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WECOSí MO RIO..».«$00 MOS E5TACOS....»600 ANNO XXXV RIO OE JANEIRO, 2 DE FEVEREIRO DE 1933 N. 1637 11; | I Ali Babá era um po bre negociante de Bag- dad e que tinha um cora- <;ão muito bondoso. ' ¦¦ —'fu æ' mt*m¦'¦ ¦- - 4 ... começou a abrir- te lentamente, mostrando formidável teso uro em moedas e jóias. f lt\m jr""yj^. •¦ .¦^.ír-lfaá? ™_:ra_JI 2 Todos os dias. montado no seu burrico, percorria ele cidades e "Ias, ven- dendo mercadorias. Com o dinheiro apurado Ali Babá sustentava a familia e ajudava a pobresa Um dia, apeando-se do burrico para descansar atras de uma pedra, notou que se aproximava uma caravana, cujo chefe, . . S^KJlõSexclamou: Abre-te Seiamo ! E a pedra,t^T S Wfíl'lmm7i&h-Á&como antes acontecera, abriu-se mostran-IffiteK^X^x^ V r B\iPííSS^_§oSydo ao bom negociante um enorme tesou-RSiilM^'-S-?:»_aÈÍ k* /Ím» /$3lr0, A" ^a^à encheu as cangalhas do seul^-> ^)\T| ii*' vbfl> -rburrico de muitas moedas e . . u Ty kI&^ Zs* IM W ,Ihecv I —B¦-, °° H _*iR«I ~' CÇÂI v/u Yyji N. iJ ViV^ '.'.: 3 —. . .deante de enorme pedra, exclamou: Abre- te, Seiamo ! E logo a enor» me pedra . . . MÍtmmmW mim W TrÚrlr 6 ... jóias e voltou pa- ra Bagdad, tendo, pelo ca- minho, distribuído aos* po- bres muitas esmolas.

ANNO 11;memoria.bn.br/pdf/153079/per153079_1938_01687.pdf · de trabalhos de Tricot e Crochet em COLLEOTION STAB Um dos mais lindos álbuns de tra-balhos, a preços commodos. Pull-overs,

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WECOSíMO RIO ..».«$00MOS E5TACOS....»600

ANNO XXXV RIO OE JANEIRO, 2 DE FEVEREIRO DE 1933 N. 1637

11; |

I — Ali Babá era um pobre negociante de Bag-dad e que tinha um cora-<;ão muito bondoso.

' ¦¦ —'fu ' mt*m ¦' ¦ ¦- — -

4 — ... começou a abrir-te lentamente, mostrandoformidável teso uro emmoedas e jóias.

f lt\m jr"" yj^. ™ •¦ .¦^.ír-lfaá? ™_:ra_JI2 — Todos os dias. montado no seu burrico, percorria ele cidades e "Ias, ven-dendo mercadorias. Com o dinheiro apurado Ali Babá sustentava a familia eajudava a pobresa Um dia, apeando-se do burrico para descansar atras de uma

pedra, notou que se aproximava uma caravana, cujo chefe, . .

S^KJlõS exclamou: — Abre-te Seiamo ! E a pedra, t^T S

Wfíl'lmm7i&h-Á& como antes acontecera, abriu-se mostran- IffiteK^X^x^ V

r B\iPííSS^_§oSy do ao bom negociante um enorme tesou- RSiilM^'-S-?:»_aÈÍ

k* /Ím» /$3l r0, A" ^a^à encheu as cangalhas do seu l^-> ^)\T|

ii*' vbfl> -r burrico de muitas moedas e . . u Ty kI&^ Zs* IM

W IhecvI —B ¦-, °°

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'. '. :3 —. . .deante de enormepedra, exclamou: — Abre-te, Seiamo ! E logo a enor»me pedra . . .

MÍtmmmW

mim WTrÚrlr

6 — ... jóias e voltou pa-ra Bagdad, tendo, pelo ca-minho, distribuído aos* po-bres muitas esmolas.

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O TICO-TICO

PÍLULAS

— 2-< Fevereiro — 1938

(PÍLULAS DE PAPAINA E PODO-PHYLINA)

Empregadas com suecesso nas moléstiasdo estômago, figado ou intestinos. Essaspílulas, além de tônicas, são indicadas nasdyspepsias, dores de cabeça, moléstias dofigado e prisão de ventre. São um pode-roso digestivo e regularizador das funeçõesg astro-intestinaes.

A' venda em todas as pharmacias, De-positarios: JOÃO BAPTISTA DA FON-SECA. Rua Acre, 38. — Vidro 2$50O.pelo correio 3*>000. — Rio de Janeiro.

TRICOT E CROCHEIUma interessantíssima variedadede trabalhos de Tricot e Crochetem COLLEOTION STABUm dos mais lindos álbuns de tra-balhos, a preços commodos.Pull-overs, vestidos, blusas, boinase chapéos, para senhoras e mocl-nhas. Lindíssimos vestidlnhos e orl-ginaes bluslnbas para creanças.As explicações dos trabalhos sãofeitas com a maior clareza, permi-tindo a todas as senhoras, mesmoás que não tenham grande praticadesses trabalhos, a executal-os.Todos os modelos são reproduçõesde trabalhos oríginaes, apresenta-dos com as cores naturaes, nitida-mente Impressas.COLLECTIONduas edições:

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Pedidos acompanhados das res-pecttvas Importâncias, á S. A. OMALHO — Cx. Postal, S80 — RIO.

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Sombra e LuzRevista mensal illuslrada de

Occultismo c Espiritualismo Scien-tifico não se dirige só aos adultos.

Ella tem uma secção em que sãoestudados dia por dia os nasci-mentos segundo as posições dasestrellas.

Todo garoto, toda garotatem o seu futuro desvendado em

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Canto, vibração, alegria: W^ÃÁíCanto, vibração, alegria:só -com saúde se attingem

esses íactores da vida em sua plenitude.E a saúde quem dá é o elixir de inhame;alguns vidros bastam para augmentar oappetite, facilitar a digestão, dar frescore colorido ao rosto, disposição para otrabalho e satisfação de \'ver a vidaintensamente.

ELIXIR DE INHAMEDEPURATIVO—TÔNICO—SABOROSO

M

HOMEOVERMILSê forte, caro meninoSê útil ao teu Brasil

Tens vermes. Não mais exitesToma já HOMEOVERMIL

DE FARIA & CIA. — R. S. José, 74e R. Archias Cordeiro, 127-A — Rio

Deus é pai.

No estudo ha sempre riqueza.

Nunca ajas sem a calma e a pondera-ção devidas.

Não acuses sem provas.1 Com paciência e perseverança tudo soalcança.

Creanças nervosascom cacoetes, tremores, irritadas,tristes, medrosas, com pesadelos,deprimidas, com insomnias, ataques,etc. —

DR. NEVES-MANTA— Clinica Psychiatrica — Physlo-therapia — Psychotherapia — Psy-chanalyse — Rua Senador Dantas,

40 — 1.° — 3 ás 7 horas.

O melhcir patriotismo é o da las-tração.

Mamãe ! Me dá . . . me dá CONTRATOSSE para eu nao tossir. E" tão barato . . .

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Redator-Chefe: Carlos Manhães — Diretor-Gerente : A. de Souza e Silva

j§f$^og©e© bb <y©<y©

Higiene das funções de nutriçãoMeus netinhos:

Vovô já disse certa vês a vocês que a circulação, a respiração e a

alimentação constituem as funcções de nutrição do organismo. E por fer

assim, meus netinhos, é que o homem deve adotar um conjunto de pra-

ticas para realizar de modo perfeito a circulação, a respiração e a in-

gestão dos alimentos.

A c-hcdnção, função que tem por fim leva. j sangue a todas as

partes do corpo, deve ter a facilitá-la a ginástica metódica, o exercício

moderado. A respiração deve ter a sua higiene pela freqüência de se res-

pirar o ar pviro. Isso se consegue permanecendo o maior tempo possivel

ao ar livre z ritmando a respiração de modo a encher os pulmões de

,ar puro.

A higiene da digestão consiste principalmente em escolher alimentos

sãos, tomá-los com moderação e mastigá-los de modo perfeito. Para mas-

tigar bem os alimentos é necessário ter bons dentes. Estes devem ser es-

covados cuidadosamente depois de cada refeição. A agua, indispensável

à vida, deve reunir varias condições para ser usada como bebida. Deve

ser pura, filtrada.

As carnes só devem ser comidas após cosidas ou bem assadas, bem

como os legumes que, para serem digeriveis, devem também ser cosidos.

Pe,ra que a digestão possa realizar-se em condições perfeitas, torna-se

necessário evitar, após as refeições, os exercicios violentos e o abuso do

álcool, do vinho, pois este, quando ingerido de 'modo abusivo, destróe

a resistência muscular e envenena o organismo.

O segredo da boa saúde e da longevidade está na observância das

regras para o perfeito desempenho das funções de nutrição do organismo.

V ô V õ

PrimaveraPrimavera !. . . Primavera. ..

Prima do meu coração

Primavera, Primavera,

Divina e bela estação,

O céu se veste de rosa

Depois, de azul-natiè.

Primavera, Primavera,

Quanto eu gosto de você !

A chegada linda e mansa

Desta grande Primavera !

Primavera, meus encantos,*Deusa de minha quimera.

A noitinha vem chegando

Com todo deslumbramento !. *.

Primavera, Primavera.

Dentro do meu pensamento.

Lá no céu surge uma estrela,

Que se põe forte a brilhar,

E assim eu vejo sempre,

O meu dia a se findar.

Que noite calma, sonora !. ..

Oh ! Prima do coração. ..

Primavera, Primavera,

Dona de minha ilusão!...

Adhemar Xavier

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O T I CO - TI CO axi 2 — Fevereiro — 1938

~~~^'~-c^1 <Tw©aX©s' _ i-iwd©.

IZZ5 FTjE ;

bo wk os PudeNovela de MAX YANTOK

(Continuação do numera anterior)

ÉSlOli

gem, dividido por 343, numero do cama-rote (final do burro), dá, como resul-tado, a idade do comandante que seria..,,

fS^>seria... bom, deixemos isto para quin-ta-feira, si Deus quizer e não chover.

Kaximbown vh*ou-se e de repente rc-

parou que uma das malas esquecidas vi-nha se aproximando sosinha como se ti-vesse pernas:

— Que susto! Virgem Santa! Umamala que anda sosinha!

Quasi Kaximbown jogou-se nagua,tal o pavor que dele se apoderou. Pipo-ca ficou a olhar com o nariz arrepiado.

-— E' comsigo que êle está falarido!— disse Kaximbown.

Comigo não, violão! — protestouPipoca. Quem o fechou na mala foi gpatrão. Está feito uma... tartaruga.

Seja o que fôr, o "Tufão" disse'malvados" no plural.Pique com a sua parte.Nesse momento solene o KalhambccrC

C/p^i

Foi quando de dentro da mala saiuum latido: Au! Au!

— O "Tufão"!A poder de dentadas, o cachorro, que

jy>itou, anunciando a partida e, antesque Kaximbown se decidisse a embar-car, afastou-se do cáes.

— Espere! Que pressa! A nado é qu«não embarco. E' falta de educação!Logo que eu apanhar o comandante en*A poder de dentadas, o cachorro, que Logo que eu apanhar o comandan

fora encerrado na mala, conseguiu abrir cho-o de sopapos. Isto não se faz!

^ÈSí—

buracos no fundo dela, enfiou as patas efoi seguindo os patrões, fiel como agente não sabe ser.

Quando "Tufão" aproximou-se deKaximbown, espirrou e ganiu:— Malvados!

Foi tal a indignação de Kaximbownque espirrou e o navio ainda mais seafastou.

Tomado de justa coléra levantou aperna para dar um ponta-pé no transa-tlantico e... caiu no ms-r.

(Continua no próximo numero)

Estávamos no verão. O sol, comseus raios luminosos, inundavama terra, dando um brilho mais for-te. O calor intenso, castigava ospobres trabalhadores, que trabalha-vam expostos ao sol.

Mas, eis que á tardinha, surgemno horizonte, pequenas nuvens ne-gras, que aos poucos toldaram océu, acompanhadas de ligeiras fais-cas e forte trovões. Corria de unilado para outro pequenos escolares,trabalhadores, enfim todos procura-vam fugir do máu tempo. Do por-

Tny.«jg_gr„r_ - «Sr¦.¦.'.*.¦!__¦ ihjjjj_s_3____iiii ¦ ¦¦¦¦ i

A CHUVA

tão eu apreciava aquela cena tãocomum.

Era já noítinha quando começa-ram a cair os primeiros pingos dechuva. Corri para casa e pela vi-

draça olhava os transeuntes quepassavam afobados, quando avisteium homem mal trajado que cam-baleava.. Atraz dele vinham unsmeninos que vaiavam o pobre ho-mem porque este se achava alcoo-lizado.

I Não se deve rir das desgraçasalheias.

Cada qual com seu destino.A vida para uns são teias.Que prendem os insetos peque-

ninos.Jandyra Rodrigues

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O MISTÉRIO DOS DIAMANTES AMARELOSPor ALOYSIO FRAGOSO ©'35

O negro com os cigarros que Bartley lhe dera entre-gou-se de tal forma ao fumo que em pouco seu organismoficou como entorpecido. . . .

... de Zumbi, que desaparecera sem saber como desde asua entrada no grande templo de Mola. Encontrou mais...

. . . mostrando-se completamente alheio ao que iaem redor. Bartley, aproveitando essa ocasião es-c.puliu-se . . .

. . . sdeante uma porta e ai espreitando, verificouque de fato pessoas discutiam no salão próximo,....

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n

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. . . rápido, e, mal dera alquns passos no escuro corredor,surpreendeu-se, vivamente pois pareceu ouvir nitidamen-te a voz . . .

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. . . reconhecendo perf-itamente a voi de seu pequenoam;9,o. (Continua no próximo numero).

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O TICO-TICO — G — Fevereiro 1988

WJ_am.&*. sa.^r*&-_.^TK9L_rmSK. ]p<»!i€3Ji.JE&l. mÊsm. W&tiM.tsti»1

Faustina recebera casa a meia noite. Aconselhava-lhe prehendel-o em flagrante, ambos pois tomaram as providencias acon-um dia uma denun- a mesma missiva que para não des- Zé Macaco por sua vez tam- selhadas e Zé Macaco, para melhor agircia grave. Um la- pertar suspeitas se vestisse de homem bem recebeu uma denuncia, se escondeu em casa atraz de um moveidrão se introduziria e procurasse entrar em sua casa de- de um ladrão que iria a sua pronto para agir. Faustina lá fora espe-em sua pois do ladrão entrar, para assim sur- casa a meia noite... rava a hora H.

A meia noite em ponto Faustina entrouem sua casa, e logo vio que alguém estavalá, pelo vulto que vio pela janella projc-ctando a sombra.

Avançou cautelosa-mente e.., Zás I

Uma pistola encos-tada ás costas fel-a le-

vantar as mãos aoalto.

Quando virou, deu decara com o seu marido, eeste com a Faustina !...Mais um logro que havl-am sofrido ambos.

O mesmo Estado que te serviu de ber-

ço, oh grande musico patrício, também

serviu para mim... Quando escrevestes astuas composições para o teatro do Rio,tua fama chegou aos ouvidos do grandePedro II que logo te chamou e prevendoteu grande talento mandou-te, oh flor das

terras Brasileiras, mandou-te para a liricaterra da Itália. Terminastes teu maravilho-so curso brilhantemente e num dia de di-vina inspiração compuzestes o encantador"Guarany"

que ainda hoje e sempre nos

"Carlos Gomes''encanta e nos leva em extasi... Aindacompuzestes outras encantadoras musicas!Postes um grande amigo de Pedro II quemandastes uma encantadora musica para afilha do imperador, D. Isabel, no dia de

seu augusto aniversário.¦» •

Mas neste mundo tudo tem um fim...

O Marechal Deodoro da Fonseca pro-clamou a republica e tu de uma viagem

para cá, soubestes, oh que desgraça, sou-

bestes que o Brasil era Republicano e queD. Pedro II morrera de desgosto. E assim

foi. Um acerado dardo cravou-se no teu

coração que minado acabou com sua exis-

tencia, e tu oh flor do Brasil lírico, su-

cumbistes como uma flor que cai do ga-lho exangue definhada...

Warncy ]osé de Fontenelle.

i

VIDA ESCOLA

F J^jKt * -*~ '¦¦ _4J ^^_%^Mi'y. *^~' '¦'"__ ¦"¦ ~jSs3;

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Grupo de alunos do Ginásio Romot, to\/ g direção do Professor Álvaro Prado, no dia do encenarento do ano letivo___i

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2 — Fevereiro — 1938 _ 7 — O TICO-TICO

«J 2*K *K C3 «J IO s «

O que é um peixe que osingleses chamam de "bania-cie"?

E' um peixe de água sal-gada, uma espécie de caran-gueijo e de camarão.

Antigamente, os naviosmuitas vezes não podiam con-tinuar a viagem por terem os

ím\\^ai XJSyik (ISbP85\5w

,'-"barnacles" agarrado o casco dasembarcações.

O pequenino "barnacle". loeo

que sae do ovo, é um peixinhode seis pernas e um olho. Passadepois por diversas fazes, atéchegar á crisalida, como se vêacima. Chegando ao estado deadulto, ele se fixa a uma pedra,rochedo ou casco de navios poruma espécie de talo.

f v-v#V^^^S^N^^\^>^/»^WS*^^^^^^^^^^^^^>/>/\^W^^^V^*»^«i^^S^N-N/S^^»

Em nossa turma, ha meninasde todas as espécies: gordas,magras, baixas, altas, louras, mo-renas etc.

Dentre estas escolhi uma queme chamou bastante atenção.Principalmente pela sua delica-deza. Esta é uma das colegasque mais gosto; não fiquem zan-gadas com pouca cousa.

Faço imensa questão de des-crever a minha colega. Emfim...não quero deixar de faltar a mi-nha obrigação. Então mãos aobra. A colega que vou descreveré morena, seus cabelos são pre-tos e muito lisos; os olhos sãocastanhos e redondos, seus den-tes são claros e bem tratados,suas faces são bem rosadas, suaboca não é grande nem pequena,regular. O nariz é um pouco a£i-lado; tem a estatura média, nãoé gorda nem magra, regular. Seuadiantamento se compara maisou menos com o meu. Estudabastante em ocasião de provaseste tambem é meu defeito..Acho-a bastante adiantada emHistoria da Civilização. Gostade aproveitar seu tempo, traba-lhando ou lendo, isto eu não seimas talvez...

Durante um ano de conviver.-cia observei que esta colega temum defeito muito ruim, sendo re-preendida pelas professoras co-meça a cocar a testa e respon-der. Tem apenas 15 anos, que

NOSSOS AMIGUINHOS

r *>¦, ^^H

¦nH» i»mmi -!'W^!M»mm^K^.íBHb;yMMS&íi ''- '¦'¦¦ ¦ y~m^^^' ^^^»\\a\mmmWm\

O galante Luiz, encantador filhi-nho do Sr. João Fonseca.

COMBUSTÍVEISChamam-se combustiveis os pro-

dutos minerais de origem orgânicaque, a pequenas temperaturas, ar-dem, com chama, produzindo umolôr particular. Provêm de matériasvegetais depositadas no interior daTerra e mineralisada pela açãodo tempo.

rtm**m—»"*<'¦•*%*****-'*

idade linda. Sempre na hora do re-creio ela compra $500, $600 e até1$000 de balas e vai chupando paraa aula, diz ela que gosta mais debala que de banana.

Vejam se sei qual o gosto de mi-nha colega.

Agora vou terminar porque tenhooutras coisas a fazer.

Lucyla Monteiro de Barros

A cidade de Therezina, assimchamada em homenagem a D.Thereza Christina. é capital daProvíncia do Piauhí e foi fun-dada em 20 de Julho de 1852,com o nome de Villa Nova doPoti. Está situada á margem di-reita do rio Parnahiba, próximoá foz do Poti, seu afluente. Temcerca de 55.OD0 habitantes.

Os principais editicios da cidú-de são a Igreja de S. Benedito,a Matriz das Dores, a Santa Casauc Misericórdia, o Tribunal deJustiça, o Palácio do Governo, oPalácio da Municipalidade, aAssociação Comercial e o Thea-tro.

A praça mais importante é aGeneral Deodoro, que tem nocentro uma coluna de mármoreem homenagem ao ConselheiroSaraiva, que, em 1852, promo-veu a mudança da capital daprovir,cia, de Oeiras, onde eraentão, para Therezina.

O principal comercio consistecm algodão, couros, penas, pelese borracha de manisoba.

A manisoba é uma planta di-cotyledonea da familia das em-phorbiaccas, semelhante á man-dioca.

Jayme Augusto

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O TICO-TICO í-,8 - 2 — Fevereiro — li) _8

<!/J\ yyyy* «_*____ ¦:J*y~V, Spot, como já vimos, ainda bastante ferido, prosegulu -mK?: ~-_L~""~^,'° n^ £__§_

m/¦/¦ -~yk v?S?—~~-—^y^ viagem em companhia dos caçadores através as florestas jfip *_«___5^_-Í_ J's&5y ÍÜÜi'W/y^y^''W\ V Jt V

S^^_HÍ misteriosas e sempre cheias de perigos e surpresas. - *_^j«_^-^a^^;y-? ;-': ¦ f;« ; lftijÍi

Depois de vários di—t d* marcha, a caravana acampou

numa clareira -a mata. Era uma noita d* luar. Os negros to-\ ¦

cavam o "tam-tam" emguanto Miquimba dansava.

Mana, no interior dd barraca, não conseguia dormir. Otam-tam dos negros, os rugidos dos leões • o uivar das

ienas tornavam-na nervosa..

(Continua no próximo numero^

A ORDEM É A PRIMEIRA--LEI DO CÉO.

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2 — Fevereiro — 1938 — 9 —. O TICO-TICO

Escondidos, os tres aventureiros, cheios de verda&e.ro as-sombfc, ficaram observando os votos horríveis que vinham sedesenrolando a seus olhos.

Assim, viram dois homens de estatura muito alta car-regando urça padiola onde iazia um individuo já cadáver.Esse homem foi . . - ¦

,. . metido no interior da maquina elétrica. Dai a instanteso homem saíra com vida e caminhou ao longo de umestenso corredor.

Us tres aventureiros estavam verdadeiramente essom-brados com o c-ue viam.

'Continua' no próximo numero)

TODA A SOMBRA É UM A GENEROSIDADE DA ARVORE.

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O TICO-TICO 10 T- Fevereiro 19ÍJS

As aventuras do Camondongó Mickeyde nI%< *-" ti

(Desenho «fr Walter Disneu e M B. fwerks, exclusividade para O TICO-TICO em todo o Brasil)r

Íuitrir- 1

'__¦ 1 í' 1^1

Quererão os dois passear pela (a*tenda de Don Júlio esta tarde ?

O. K. esplendido!!!

Oh. que coisa boa !!! Montar num ca-valo outra vez !!! — O senhor pode

montar o Steamboat o mesmo...

.. .que o senhor montou na ultima via-gem !! Alô, Mechina a vapor !!. velhoamigo, velho amigo !!!

5||pp *5y?,-x

\I

'¦^^p^^: *&}? -

— Creio que está se lembrando devocê. Mickey !!!

De certo que ele se ha de lembrar !.'i

Meu amigo Don Júlio ha de ficar muitocontente por nos ver. ele é uma alma muito

.hospitaleira !!! — Entretanto não gosto. .

...muito desse homem... Parece bomde mais... Oh. Minie. que idéia! ODon ê o melhor homem do mundo I

— Direitinho uma mulher! Não Não se esqueça dc que as mulheres teem . .intuição !vâ se impressionando demais por — Ha ha !! você quer dizer — superstição!!! .... ,,,e)e ,,, O BANDIDO MORCEGO !!! Vocês, seus marotos, vieranreair na boca da botiia..'.

'"i.í ^ -i-(A:J

Se alguém tiver a audácia de se mexer, nuncaimaii se moyeráü Vou retirar daqui esta pistoli-¦nha de brinquedo porque o senhor pode feric-se...

...com ela e se alguém tentar resis-"tir, já sabe que o mandarei para ooutro mundo!!! A pequena... £ bem. »

...engraçadinha! Se eu não estivesse comtanta pressa, eu a levaria para casa... Ah.creto que Jâ vi a sra. em algum logar. , ^

(Coníiniia no próximo numero)

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MinoFoo

NOVELA

DE

Continua-

ção N. 40

— Tenhamineiro o jantidepois para

paciência . .ir para o goveivocês.

. Pri-nador, tar

10.

Mais uns minutos e o jan-do governador está pron-

r

IPzJru

— Minha inepta personalidade faz — Apanhe o que houver devotos para que seus passos sejam mais gostoso e deite fogo naproveitosos. cozinha.

À

^^ ! ^\ axj?^ ftyíy %{

Depressa ! Fo-' go no quarto do go-vernador.

'— Avante, pessoal.Salvem o governa-dor.

— Muito bem, m e u s — Esqueci o jan-bravos ! o fogo está a- tar na cozinha,pagado.

Xxy/^"T

Mmg Foo, como sabem os nossos leitores, jamais perde aquele propósito de calma, de ponderação, de sangue frio. Só age depois de pensar. Ogrande alarde narrado neste episódio é obra de Ming Foo. Vejam a continuação no próximo numero.

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O TICO-TICO — 12 r- Fevereiro 1938

AVENTURAS DE T1NOCO - caçador de feras (DeseoüQ de THÉO)

Voeis se lembram do cavalo meca-nico ? Ele tinha um inconveniente :inovido a gazolina, enguiçavá . . -

. . . toda vez que faltava o combus-tivel. Outro dia, Mister Brown ficouintrigado vendo o bicho chupar cana

Tinoeo disse-lhe que podiam agorafazer grandes travessias com ele por-que o cavalo mecânico estava livro

de enguiço. O inglez ficou muito ad-mirado vendo Tinoeo fornecer com-bustivel do cavalo a uni carro engui-çado . . .

. . . por falta de gazolina e mais ad-mirado ficou vendo que o bicho, chu-pando cana, não parava de andar.

Tinoeo explicou o mistério. Insta-lára dentro do cavalo um alambiqueque transformava a cana chupada emalcool-motor !

Surgindo a necessidade da trocaffe alguns produtos industriais entreos vários povos, apareceu como maisespontâneo o transporte terrestre,mas as distancias a vencer eram mui-to longas, e havia necessidade detranspor certos rios e mares ; e ostransportes terrestres não os podiampassar.

Mais tarde, surgiram os transpor-tes maritimos, que eram feitos pelosnavios. Os primeiros navios que oshomens se utilizaram foram as jan-f/adas. Tempos depois, quando jácomeçavam a conhecer o uso dos me-tais, serviam-se de grandes troncosde arvores, escavados, com uma aber-tura no meio. Pois sendo mais levedo que a água, flutuava facilmente,cuja embarcação foi denominada ca-noa, que ainda hoje é usada pelos in-íligenas da Oceania.

Mas era necessário o uso dos rc-mos, como, mais tarde, vamos vêr nastiremas gregas.

Procurando aproveitar a força dovento, surgiram as embarcações ávela. Os primeiros tipos dc embar-cações foram a Nave, que apareceu noséculo XIV, e a Caravela, no séculoXV.

A navegação ia-se desenvolvendoao decorrer dos séculos.

Entretanto, com todo o desenvol-vimonto da navegação, os navegado-res não se aventuravam a longas via-

oaviosgens. No principio do século XIV,a invenção da bussula é que permitiuaos navegadores a se aventurarematravés do oceano.

Com a aplicação da bussula, a na-vegação veiu dar aos homens a possede novas terras.

Foi por intermédio das caravelasque, em 148G, Bartolomeu Dias des-cobru o Cabo das Tormentas.

Foi com as caravelas que, em 1498,Vasco da Gama descobriu o caminhomarítimo para as índias !

Foram as caravelas os primeirosnavios a aportarem neste grande erico Brasil !

Foi com as caravelas que, em 1500,Pedro A. Cabral descobriu a nossaquerida palria I

E, mais ainda, foi com as carave-Ias que, cm 1492, Cristóvão Colombodescobriu a America 1

i A historia da navegação compre-ende tres fases : o uso dos remos, ouso das velas c, ultimamente, a apll-cação dos motores á vapor.

O emprego dos motores á vapor foiidealisado por Fulton, em 1807, poisfoi o inventor do primeiro navio ávapor, que foi chamado "Clemont".

Começou, então, a época dos naviosmixtos, isto é, navios de vela, muni-dos de uma maquina á vapor.

Foi em 18G9 que apareceram osprimeiros couraçados, que eram prin-cipalmente utilisados na guerra e nosexercícios navais. Em 1895, foramlançados ao oceano os primeirosguarda-costas.

No decorrer do século XX, apare-ceram os primeiros submarinos, e oscouraçados já eram mais aperfeiçoa-dos.

Foi também no principio d0 séculoXX, que apareceram os grandes trans-atlânticos, que são gigantescos navios,pois alguns apresentam-se com tresc quatro andares e são, ás vezes, cha-raiados, e parecem verdadeiras cida-des-fluluanles.

E de onde saiu esse desenvolvi-mento 1

Foi dos braços dos operários e damemória dos engenheiros, que traba-Ihani liara o engrandecimento de nos-sa pátria.

Brasileiros, vamos erguer nossosbraços, para o engrandecimento denossa pátria !

Fernando J. Games* ¦(16 anos)

VVVVVVVNrVVVVVNrVVVVVVVVWVVVVVVWVWVVVVVVVVVVVV'.

A MENTIRAÉ UM HABITO AVILTANTE.

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¦¦¦>. '" -nv-.-íi i. i ii u «pi ~ r— "

5" ) . / \\ ár- ¦ ' v Elle diz que vae .« 5 V""""! ^ se travou ft1" v. J| haver tempestade (

J 1 \ g*um combate. . _Jjr de areia. Preciso \^-~/ r^S\ .

' \^ri8^ ancüir de pressa. /

Tupi- I :;.U^^-^-^^:J F~~~~ 1_ _

~* '— - - -. _ _. "NN O vento cessou, mas'****¦».•»„ " - í,..^, -X.- *' / hi muita areia. J3' di-•-'*"*— -*;•-,-"^--" •. v v. 7.-_ ':7;, v _ . \ ficil ir depressa. \

niquim """^10^"%. a^, -: yVy... ^ * A£-__-2_____silh^m-J \ ATt^««^^_r X_ -Si_S_. vj?^í:-^_>' .i^-ív *>*-: \ . \ yígk-. h _\

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O ItM KJ MB OComo sofre aquele m*udo. Ouvir,

pensar, e não poder dizer o que quere o que precisa!

Nunca pronunciou uma palavría decarinho, de consolo, de ventura, oude perdão Nunca pronunciou tam-bem uma palavra má.

O que desejaria poder dizer com aboca, diz com os olhos. Eles tradu-zem tudo o que lhe vai pela alma, erefletem sobretudo uma nobre, umaprofunda resignação.

Anda sempre com um caderno e

um lápis, paia fazer-se entender pormeio da escrita.

Um dia, ao passar por um grupode crianças, ouviu uma delas dizer:— Coitado! Nunca ele poude dizerao menos uma palavra: Mamãe!

E' triste a pessoa querer falar enão ter vóz...

Olhou com uma expressão de imen-

sa ternura a criança que assim fa-lára, como parecendo dizer paraconsolá-la, e consoüar-se a si mes-mo:

— Não tem importância. Se eufalasse, talvez quanta coisa ruim ha-via de dizer...

Agenôra de Carvoliva

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O TICO-TICO 14 2 _ Fevereiro — 1938

TRIBUS COMBATENTES DO SUDÃO

'mm^tXJ^^^wM:y^<^^^^Z^''^^. II Ml A \\MlíWi ff ~

No Sudão, na África, ha tres tribus

combatentes dos montes Vermelhos,conhecidas por tribus dos camelos.

As tribus dos camelos dos montesdo Mar Vermelho são as seguintes: —

Beni-Amer; a Hadendoa; e Amararsão as tribus que o escritorKipling imortalisou com o

nome de "Fuzzy Wuzzies". São as maismosas de todas as tribus do Sudão. Nos seuslongos anos de luta com os britânicos emvolta de Saukin, quando este velho portoslavo era o único domínio dos brancos nacosta, os "Tommies" britânicos deram-lhsso nome de "Fuzzy-Wuzzies",

por causa dagrande cabeça cheia de cabelos desses na-tivos.

f} S garotos vendedores de jornaisda Galeria Cruzeiro riam hoje

gostosamente. Liam e comentavam anoticia que Berlim espalhara ao num-<lo inteiro, de um menino que aoachar umas moedas de ouro e prata,algumas anteriores a 1914, as -devol-vera ao seu legitimo dono, que o rc-compensara.

, Será tão rara assim a honesti-dade numa nação tão poderosa ?

Parei para escutá-los. Um delesfalava. Quanta bolsa cheia de di-nheiro e jóias tenho levado aos jor-nais, em procura do dono 1 Até um

I anel de ouro c brilhante, do tama-

j nho de um grão de milho ! Outro in-lerrompia, impaciente por se fazer©uvir :

— E o fazendeiro que deixara amaleta no bonde, pesada de notas,de prata e de níquel ? ! Que volta-ra como um louco á procurá-la e queme chamou de moleque, de ladrão,quando lhe entreguei a mala conten-te ! O velhote pareceu depois des-enxabido. Eu cuspi tres vezes quan-do cie quiz dar-me uma miserávelnota de dez ! Grandes gargalhadas.

> Um garoto maior, parecendo gra-duado na classe, tinha a palavra. —

HVocês se lembram do caderno decheques ? Aquele, sim, era um cava-lheiro. Devia ser milionário,

i Graças ao conto de réis que me deu,paguei o hospital de minha mâezj-nha.

Essas cousas, c outras, eu ouvia,por acaso, só ali num cant0 da Ga-leria Cruzeiro.

O» jornais, nem mais registram es-»ses fatos, gesto natural dos meninos'pobres,

ás vezes esfarrapados, da Ci-dade Maravilhosa.

Exemplos de coragem, com riscoda própria vida ? Isso é a todo m°-mento e por toda a parte. Nem to-dos são conhecidos. Este salvou doisou tres banhistas em Copacabana.Atirou-se outro a0 mar para salvara moça tresloucada, que se atirara deuma das barcas de Paquetá ! Na lin-da ilha, aos domingos, pescadores ejovens da melhor sociedade, sem mes-mo dar conta, rindo, salvam os in-experientes banhistas.

j E no transito das ruas, quantascrianças são salvas todos os dias !É comum ler-sc que tal "chauffeur"

Os bons exemplosatirou seu carro contra um poste, es-patifando-o, e feriu-se mortalmentepara salvar um transeunte, uma po-bre velhinha.- Outros e outros, das formas maisdiferentes. De médicos que morriamde suas experiências á serviço da hu-inanidade. Sem ser bombeiros, quan-tos se metem entre as chamas, sal-vando vidas e propriedades, envoltosalguns com a própria vitima de suasloucuras, com o corpo incendiado deálcool e querozeue.

Foi pena que aquele diplomata bra-sileiro se fizesse lembrado do Sr. Mus-solini, para ganhar uma medalha, sõporque tentara salvar alguém . . .não sei de que.

Sc merecesse o comentário da Ga-leria Cruzeiro, havia de despertarboas gargalhadas ! . ,,

Não era mais brasileiro, diriam.Estava já habituado á vida de outrospaizes. Ou era da raça privilegiadados filhos ricos da política, que re-cebem como castigo, custosas viagensá Europa ! . . |

A Galeria Cruzeiro, e as ruas da ci-dade têm tambem a sua critica politi-ca. A verdade das ruas . . . O-espi-rito das ruas ... A sabedoria dasruas . . .

Por elas passam os ociosos, os vai-dosos, os conquistadores, os indife-rentes . . .

Mas aquele que as vê, que as sente,que ama a população das ruas, quecabedal precioso de emoções e depensamentos vai colhendo 4 todo oinstante.

Os exemplos de maior heroísmo, damaior bravura da historia de todosos tempos, Mucio Scoevola a queimaros pulsos com0 prova de coragem,Brutus a matar os filhos por amor dajustiça, são ai superados todos os diaspelos pobres e humildes garotos e ho-mens do povo, que gritam e que brin-cam, parecem futeis c ignorantes, masarriscam a vida sem esperar recom-pensas e sabem rir gostosamente dosheróis de meia tijela, pescadores demedalhas, e desses bandos invasoresde turistes, de roupas rebuscadas ear importante, roliç.os e vermelhos,passeando o seu orgulho e os seuschapéos coloniais pela Avenida, comoquem fiscalisa os domínios das vielasda índia ou «ie um bairro da Hoten-totia I . . .

As ruas de unia cidade são tambemum livro aberto de bons exemplo*,

JOÃO DE CAMARGO

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2 _ Fevereiro — 1938 — 15 O TICO-TICO

•4&%(M_>*. Vdrra -Ap>7xtx f. /

UM TEtiOUCO, MEU jOVErsAMIGO! O te_.OuR0 DO Fk<-AO' /.NK.-0-1 HEP.QUE _>£ ACHA Nc^-A iLHA f.

. iri /chiamos.( CAPITÃO*

<*m IN / r/ /

—iV.l\ )x flM O PENHOR PÇ?EClt>A ! t^

(MUITO CUIDADO pOfò E.joA_>r-,-**r\WBA<j'Elt_ <òlo FttEQUEN.A-

7*'.íT.X >í 0/^> FOR CONTRA13/WDIS-i ''XlHXX ta. y—'

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I <_• R* - '

(CONTINUA NO PRÓXIMO NUMERO]

l*N-^^**N*-'S/\*%/*-A-'-**-*_'V'*^^*V»V'»-^_-

r>A_'-SE JES_V.IO-L._fV — Por Jocal

¦yAf^-i-B y^'?& -pi' *-*^ rf^_^___n\^^^^y^ i_r^^_2 _r irr^-B

— Que negocio é aquele, apontava o pae de Peteca, em-batucado, para aquela multidão, lá .m baixo, de gente humilde,cm fila, partindo da porta de sua casa ? Não podia compreen-der aquele espetáculo. Por que motivo estaria aquela gente todatom ar desassocegado, ali. á porta de sua casa ? — Nem maisum minuto, disse ele comsigo mesmo, e ligou o telefone paia adelegacia do districto scientificando-a do que se passava e pe-dindo providencias urgentes. A policia não tardou, e, minutosapós, expulsava, dali aquela gente toda. Uma surpresa, entre-

tanto, bastante desagradável, estava reservada para os dignosrepresentantes da ordem: — quando acabavam de afastar, d'aii,a ultima pessoa, eis que, por acaso, olham para a porta princi-pai, dando com uma taboleta, convidando pobres para receberemesmolas, recommendando-os que fkassem, em fila. Ficaram indi-gnados e o pae de Peteca teve que ir, até á Delegacia, explicaro caso. Em segredo: — a taboleta foi colocada, na porta, porPeteca. Peteca merecia bem uma boa surra, não acham, carosleitores ?

NUNCA TE ENVAIDEÇAS DO TEU SABER

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GHlubm-ÇtetâtiO picanço ou pica-pau negro, de cabeça ver-

melha, é uma (inda ave da familia dos Picidae.

De bico muito forte como todos os seus

parentes, constroe o ninho no interior de ve-

lhos troncos que perfura rapidamente. Co-

mo curiosidades notáveis, apresenta este pas

saro uma longa linqua vermiforme e é extre-

mamente desaqeitado quando posado no

solo. andando com a maior dificuldade.

5jü/ ^sllik. ^*S_bj"»- \_J Nessa época de Carnaval pôde parecer queJS'/ ^-«S^^PÍSbV^V. \m a ilustração abaixo represente uma pavoroíí / /^^vy**mk?¦ '*pp( W&fe-' Y\ Vil Sd mascara Trata-se entretanto de um hor;{ ' ^—^"^AL^^AzWr^fâ'V'.'>YY^ rivel molusco cefalopode. dotado de ex-II tA%fysA^''~~- yH' '. ' • V* i\*''-'-} In tranha luminosidade.

No numerosíssimo qrupo zooloqico dos Dei- Y^ BC

xes, encontram-se os mais extravagantes ani- \ |y J IfíB

mais quer pelo seu aspéto. quer pelos coslu- 4\ hM-JU y Ql

mes curiosos. Um deles é o "Tetrodonlinea- T», ^|^'ÉÍ^ . JSBS

!JÍ|í\ "Melanoleuthis lucens" molusco negro. ,MK

lM*t\, . aue »mite uma luminosidade de tom .^eͧ3*3--I

No numerosíssimo qrupo zooloqico dos Dei-

xes, encontram-se os mais extravagantes ani-

mais quer pelo seu aspéto, quer pelos costu-

mes curiosos. Um deles é o "Tetrodonlinea-

tus" ou "Fahaka", visto acima, que habita a

Africa. As creanças servem-se dele como

um balão pela propriedade que tem de en-

cher-se de ar, quando retirado d'agua.

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2 — Fevereiro — 1938 — 17 — O TICO-TICO.

CINCO GÊMEOSos

E' uma gracinha ! Cada qual mais bonitinho ! São cin-co gêmeos encantadores que Papae Noel me mandou

Assim falava o Cariinhos, um garoto muito pobre, pa->a os companheiros quando regressavam da escola..

\—»W I 1 l\ il Pi iii ¦» ii.

Todos começaram a comentar o fato. A Lulu íoi re-feri-lo á mãezinha, que prometeu a|udar com dinheiro . . .

. . os cinco recém-nascidos. E todos queriam conhecer os:inco qemeos que o bom Papae Noel trouxera de . . .,

... presente para o Cariinhos. E pouco depois, muitos pre-sentes e donativos chegavam á casa do Cariinhos com aromaria dos . . .

. . . caridosos. Mas os cinco gêmeos não eram ílnão cin-

co gatinhos, que atquem deixara á porta ds casa de Car-linhos.

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O TICO-TICO — 18 Fevereiro — 1938

Conversa eníte surdas(Dois velhos quasi surdos, se en-contram; um deles, Jorne, vemacompanhando de sua neta, Mari-azinha).

PEDRO — Então, meu -velho,como vais?

JORGE — Sim, sem duvida, souum bom rapaz.

PEDRO — Ah! os animais!?-..Já abandonei o gato e dei o cão-

zinho a um menino. Emfim, es ãoentregues á sorte.

JORGE — E\ eu sou muitoforte, sim.

PEDRO — O quê? Dizes que euos entreguei á morte? Isso nãocoitadinhos!

JORGE — E pou falares em ni-nhos... Tenhp umü coisa paracombirf.rmos.

PEDRO — Jantarmos? Oh! quebondade a tua!

JORGE — Isso, tu me lembras-te bem, estamos nu rua, e aqui nãoé loga. para palestras!

PEDRO — E então! se gosto defestas?! (Olhando piarta Maria-zinha) Ainda as aprecio múisquando houverem moças bonitas.

JORGE — (a Mariazinha):Responde, oh, menina! Ele per-gunta se gostas de b|.t|xtas íri-tas!

MARIAZINHA — Gcfto, sim;mas ele disse foi que gosta dasmoças que vão dansar!JORGE — Se ele me convida ajantar eu vou.

MARIAZINHA — VIjvô o snr.Pedro quer jantar. Sinto muitonão poder ir. Vou paria aasa já:está na hdra!...

JORGE — Vejo que estás gos-'lindo do velho Pedro; se já píer-guntas onde ele mora...

MARIAZINHA — (impacSenteVovô não me posso demorar!

JORGE — Sim; Maria; com cietu podes casar! Apesar de ser ve-lho...

(Mariazinha, desesperada, c|i-Ia-se, e- depois de beijar a mãodo iavô, retira-se).

PEDRO — (a Joirge) — Aindaha pouco tu' me chamaste parajantíar! (seguna pelo braço do com-panheiro e se dirigem para um res-tauran.e freqüentado por pessoasdji alta sociedade.'

Sentam-se.JORGE — (lê o cardápio e fala(ao piarçon): Traz macarrão!

PEDRO (abortnecido) — Só pão?Mas eu vim Jantar!

JORGE — Que é ilsso; Pedro?Convidaste-me a vir comer e ain-d.i pedes para eu pagar? Vejaquanta gente rica está olhlintíof"_ra cá!

(O garçon se afasta fazendb opossível para n§J_ rir ali) .

PEDRO (sorrindo) — Ah! is-so sim! o outro prato viem Já! senão fosse assim...

JORGE (em voz alt*_) — E'áquellia senhoira gorda que cha-mas de cherubim?

AS AVENTURAS DE JOÃO DE M ALEM PEORDE C. D. RUSSELL - N. 1

Muitas vezes já quiz descobrir o que ficaali dentro. Não vejo nunca ninguém porai! A's vezes.ouvem-se tiros!

1 i

Talvês seja o lugar onde trenam os cowboys, ou façam os "shows''sobre o Oeste selvagem! Ou talvês seja algum rancho de, Fantas-ir|is por isso que tem esta cercai

x. êp^^b 1 ^ÈÊf l e' p°ssivei! ) rt

Está muito misterioso o cartaz.¦*.___¦¦ -fy

W^&'& Wrv?]' Entrada

fW&<b -MhV__P Proibida!V^!?r^%_____l__K^-%k__]_R-l 1) r—'

_-N______H H_V /\B ni

1 ¦-¦¦¦_¦¦ ¦¦¦ ¦i.«.bii»_i.i. in .-¦!¦¦¦ -i ¦¦nu—-.. 1 ,. 1

Ela é casada!(O garçon volta e tas dois come-

çam a comer com grande apetl-te; mas sem bons modos).

PEDRO — E' isso mesmo;aquella mulher que está pint|ada!

JORGE — E' verdade! Ella es-

Contínua no próximo numero

tá zang(ida! (á senhoria gorida)— Vem cá, meu biju'_inho! O Pe-dro paga jantar para qualquer

moça!PEDRO — Isso, Jorge! Mande

yir um bom doce!(Continua no fim da revista)

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1 PedraEncan-

laia

Aventuras

arrebatado-

ras de

Barreaux

Continua-

cão—N. 13

— Meu pai trata-íi desde muitosunos.

— A Bolii deve ter um cor-po muito grande v. uma CB-beca pequena.

^fCJ[\ *hkÀ

— Olhem os brontosauros — É uma familianascendo numerosa !

Xa y v ^ N. — Que gritos são esses ?

— £ Bolú que chega zan-gadu !

__~^

w^BS___

y^.& jríj

Oí "7" Fujamos ! Enraive-cida, liolú nos atacará !

— O MONSTRO, ENRAIVECIDO, ATACARA OS TRESMENINOS ? VEJAM O EPISÓDIO NA PRÓXIMA SEMANA J

J A MENTIRA Ê UM HABITO AVILTANTE. r_o

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O TICO-TICO 20 2 — Fevereiro — 1938

B9BE BUNTING Historia cie aventurasempolgantes

(CONTINUAÇÃO N.° 3 G i" —¦ Lembre-se, Lum, do que.Jake já lhe disse. Tem que

\ pagar qualquer sortimento' que queira levar daqui . . .Nós nâo confiamos em nin-suem !

— Vinte e cinco centavos ! Que co-rnida poderei fornecer por isso ! Temmais dinheiro, menino '!

— Tenho . . .só tenho es-ses 25 centa-vos . . .

\ pagar qualquer sortimento , ¥' que queira levar daqui ... INós não confiamos em nin- >*—^

Wy% \ y^Èk /Sra. Heeps. /^ **&/>,* í-gjM' //tf\%^ ^PEEW / podemos' M^yvà' s„ \

— Nesse mo-mento justo,Moll Heep in-t e r r o m p eos cochichos.

»-- Benjy, aqueles^inte e cinco cen-tavos eram mes-mo todo o di-nheiro que vocêtinha ?

— Psiu... claro que não...tenho tres dólares e dezcentavos, que ganhei sapa-teando deante de uma tro-pa de curiosos, numa dasminhas escapadas da "Rai-nha do Rin"

— O resto do dinheiro está]guardado no bolsinho dacamisa. Só você sabe dis-so, portanto, caluda J

— Fique tranqui-lo, ninguém sabe-rá, muito menosos Heeps.

i

— Infelizmente, não.Preciso ir já, porquetenho de concertar obote e ainda remar umpcdação até á ilha.

— Não pôdeficar com-nosco atéque chegue oSr. Heeps ?

— Lá vai Lum....é um exquisitão...Vive ha tantos a-nos isolado quenão suportaa companhia deninguém 1

T" i Sn unir é uni exquisitão... w-M/yM^wtiàli Vive ha tantos a- WK/ llíf(& • 1 n?s isolado qtue JiSIwtffk i& M\ "\ nao s u p o r t a MfíWm^Wíi

-/¥Mr%m* \ a companhia de jMVWWW<f/í^ pin^emI: y {p%'^ €í|

Neise moincii-to, Lum Fctterscom o saco dasprovisões a r r u-mudo, derpede-se.

(Continua no próximo numeroj.s *\/^a^N^•^/v^aA»•^a'V^'^#•^•N^¦'•»»»•»*»••«vv»âl»*»a*vv^a»x^^

EXCELENTE ! ALMANACH— PARA 1938

D'0 TICO-TICO

Os anfíbios são a-nimais que tanto vi-vem na água comona terra.

Todas as aves sãobipedes, isto é, têmdois pés.

A centopcia é ummiriapodo.

Os olhos são osórgãos do sentido davisão.

O diâmetro daTerra, no equador,mede 12.756 quilo-metros.

O sol caminhacom a velocidade devinte quilômetrospor segundo.

O maior dos ocea-nos é o Pacifico. ¦

A Inglaterra temuma população de44.790.495 habitan-tes.

A capital da Bul-garia é Sofia.

A' VENDA EM, TODO O BRASIL

m

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ANNO IV

Órgão dot leitoresd'0 TICO-TICO MEU JORNAL

DIRETOR: — Chiquinho — Colaboradores — ledos que quizerem

N.° 5

A creança diz nojornal o que quer

QUINZE PRIMAVERAS QUEM DA' MAIS ?... A LENDA DOS BRINCOS A VOCAÇÃO

Muito vaporosa em seulindo vestido côr de rosa,Jane recebia as amiguinhasque foram cumprimentá-la.

Quinze anos! Xa primave-ra da vida!

Com os lindos cabelos cas-tanhos e encaracolados, pre-sos por uma fita côr de ro-sa, Jane estava simplesmen-te'linda. Seu rostinho tinhauma entonação rosea natu-ral, que combinava admira-velmente com a sua "toilet-te" toda rosa. Sim, toda ro-sa. Não sabem as leitorasque a côr rosa é o símboloda felicidade, pureza, mei-guice e do encanto? A côrrosa é o símbolo de tudo queé bom e puro.

Quasi todas as amiguinhasde Jane haviam chegado. AYedda, a Dirce, a Wanda, aGail, a Lisette, emfim, quasitodas as suas boas compa-nheiras, que a cumprimen-tavain entre risos e beijos,nela data tão feliz.

Xo jardim, sob o caraman-chão. estava preparada umagrande mesa de doces. Alinda toalha côr de rosa, delinho, primorosamente bor-dada por Jane, dava uma no-ta de felicidade, entre asloucas do caro aparelho dechá.

Tud0 côr de. rosa.Até o bolo de aniversário,

com as quinze velinhas! Decididamente — pen-

sava Jane — minha queridamamãe é a melhor das ma-mãezinhas! Depois de teremlanchado alegremente, Janelevou suas amiguinhas á ve-rem os presentes que rece-hera.

A cama eslava cheia! —como Jane era querida portodos!

O quartinho de Jane esta-va um verdadeiro encanto.

Desde os lençóes até ospaninhos bordados que en-feitavam os moveis, tudo côrde rosa!

A' noite, prestes a ir paraa sua confortável caminha,Jane ajoelha-se e agradece aDeus, por ter-lhe dado unspaizinhos tão bons, que aeducavam tão bem, fazendodela uma mocinha prendadae querida por sua fina edu-cação e suas maneiras dis-tintas.

E Jane dormiu tranquila esatisfeita.

Bety Parker

Entre os alunos da 2.* sé-rie ginasial da Escola Brasi-leira de São Cristóvão, orga-niso o seguinte leilão •

— Quanto me dão pela de-licadeza de Olga ; pelas bo-bagens de Zuleika ; pela sim-palia de Nadyr; ; pela alturade Tereza ; pelos belos olhosda Anita ; pelos cabelo cas-tanhos de Rosa ; pelos encan-tos da Hilda ; pelo adianta-mento da Léa ; pela aplica-ção ria leda nas aulas deGeografia ; pela distração deMaria Helena ; pelo compor-tamento de Cristina ; pelasmalcreaeõcs de Dyrce ; pelavaidade de ítala ; pela sa-liencia de Maria Dias ; pelavoz de Cybelle ; pela inocen-cia de Yole ; pela escritade Elizeu ; pela tagarelicede Geraldo ; pelas belezas deOrlando ; pelas brigas de E-dio ; pela atração de Oswal-do Pioeha ; pelo Tarzan deLáertè ; pelas momices deCarlos Machado ; pela dispo-siçãò de Aniilcar ; pelo buçode Amaury e, por fim, quan-to me dão pela lingua dis-creta da repórter '? . . .

Laura Gondar

VENTURA

Como uni sonho bom, de-pois dum dia de lutas, chega^coberta de felicidades, a fi-gura. do Ano-Xovo ! Apóstantas festas, em que todostomam parte e vibram de en-tusiasmo, surge a festa in-comparável do Novo-Ano.

Nesse dia, todas as belezasse reúnem num élo de ven-turas, uma dansa de harnio-nias. Milhares de creaturasfazem, no primeiro dia doano, projetos de vida, milha-res de outras, armam seuscastelos ilusórios no recon-dito d'alma, fazendo cousaslindas.

E, o Ano-Novo chega, es-tampando no seu rosto decriança, uma porção de es-peraneas . . .

Ele vem disposto a ajudara todos, cas0 todos queiramajudá-lo a vencei* os escolhosque aparecerem . . .

Ano Novo ! Quanta ale-gria ha nessas palavras pe-quenas !

Quanta felicidade reunidanessas mesmas sílabas.

Salve a tua gloria. AnoResplandescente ! Salve oteu encanto, a tua vinda !...

Diua Paulo

Esta historia prende-se áhistoria dos Ilebreus.

Abraão, 0 patriarca, viviamuito triste, porque sua es-posa, Sara, nâo lhe dera aventura de ser pai.

Como era permitida a po-ligamia, unia das suas escra-vas, de nome Agar, deu-lhea felicidade de. um filho, quese chamou Israel.

Por este motivo, Abraãotratava-a com particular in-teresse e isso despertou osciúmes dc Sara. Esta sem-pre dizia : só me sentirei fe-liz, no dia em que lavar mi-nhas mãos no sangue deAgar.

Abraão, querendo salisfa-zer á sua esposa, sem preju-dicar á escrava, uma tarde,chamou esta e mandou-aajoelhar-se, furando-lhe asorelhas com um estilete.

Aparou depois, 0 sanguenuma taça de prata e man-dou-a á Sara para que elasatisfizesse o seu desejo.Para que a escrava não en-tristecesse, colocou no bura-co das orelhas um aro deouro. No dia seguinte, asoutras mulheres, notandoque Agar estava mais bela,trataram de furar suas ore-lhas.

E diz a lenda que assimsurgiram os brincos.

Yolanda Ribeiro

A CHUVA

A tarde caía num silencionostálgico. O sol escondiaseus últimos raios no ocaso ;o céo cobriu-se por blocosde pesadas nuvens negras.Ameaçava a chuva.

I.á fora. o riboinbar rui-doso dos trovões e os zig-zags dos relâmpagos, ame-drontavam os transeuntesque ainda peram-bulavam pe-Ias ruas escuras. Caía achuva. Ha pouco veiu aventania ; zombando dos ve-lhos zincos, arrastando fo-lhas secas pelas ruas, derru-bando casas, arvores, etc.Cobri-me por uma tristezanostálgica : lembrei-me dosgrandes desastres e dos es-tragos que a chuva pratica-va. No meio de grandes tor-mentas, o meu espirito co-briu-o por uma côr acerba,envolvendo-o num véo negrode melancolia . . #

Ha vjouco amainou a chu-va. O estado bravio da Na-tureza acalmou e eu metranquilisei um pouco ; e osilencio triste daquele diavoltou á sua posição. Na

Quando somos crianci-nhas, desejamos ser tudoque vemos.

Hora queremos ser moto-listas, para vivermos pas-seiando de bonde ; hora de-sejamos ser condutor, paraestarmos sempre com dinhei-ro na mão.

Si passa um avião, corre-mos para junto de mamãe epedimos para que, quandocrescermos, estudarmos paraaviador. E são mil sonhosde criança.

Um dia, seremos médicos;'outro dia, dentista; noutrojornalista; emfim, são tantasas vontades, tantas, que aca-bamos maravilhados pelomundo.

Si vemos um padre, vemlogo á nossa mente sermosministro de Deus. E a con-fusão reina nos nossos pia-nos. E o desejo de sermospresidente, e . . .

E o tempo, que fazer toli-ces passa, e da traquinice,travessara, e o de vestirmoscalças compridas, e o de en-grossar a voz, tudo passa eo rumo ainda não foi traça-do.

Terminamos o Curso Gi-nasial e a vocação ainda es-tá em caminho.

Chega a hora de decidir-mos e o destino nos leva pa-ra cada cousa. que nós nun-ca tivemos a idéa de sermos.£' o destino ! Problema sé-rio ! E' a bocação que nãoapareceu. .

Procuremos conhecer anossa vocação paru termos ocaminho aberto no decorrerda vida. E não caminhemosum só passo sem examinar-mos se este é o nosso desti-no, indicado por Deus, paracarregarmos a nossa Cruz; eesta deve ser levada com pa-ciência, a exemplo do pro-prio Cristo.

E se nós não estivermosno caminho que deveríamostomai*, não seremos ilumina-dos pelo Creador.'.' se chegada a hora de de-eidirmos e a vocação aindanio chegou- devemos seguiro que nos mandar nossospais. para vivermos obedien-tes e podeiMEos progredir,

Mariano

rua via-se alguns movimen-tos, afim de esquecer a tem-pestade que caia na Nature-za e no intimo de meu co-ração.

Lucgla Monteiro Barros

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SUPPLEMENTO DO "MEU JORNAL

_í^^^Bil__^FibyE™H 15M1_^^,, s-^*/./-w~. nomicas, duas de Fi- , ~ • ? t

«S «3-^. I losofia c Letras e trcs I MEU LIVRO DE ;: ILLUSTRAÇÂO iWv tfr ^. '! de Farmácia e Qui* l Os r-ubmarinos da- ;

; W^M^ í mica. {HISTORIAS} tam de 1863. !; ÜU.CV, »>•,._ IAÜ <ia>-^S' ]! « ;. BRASH.hlKA ;'; < presente de valor •

{.'.¦'•. Para as crian?as- _NSo

devemo_ es. Mensario de !uxo.! As gorduras sao ne- A venda. J

MODA E BORDA-DO é o melhor fi-gurino que se ven-de no Llrasil.

A ilha de Madagas-car fica n0 OceanoIndico, em frente ásterras da África por-lugueza.

A Corsega está si-tnada no Mar Medi-terraneo, bem comoa ilha de Elba.

Botando-se um pe-daço de carvão vege-tal dentro da gcladei-ra, esta não a/lquiremão cheiro.

Os dentes do sizosão tambem chama-dos "dentes quei-ros", no Norte doBrasil,

Existe em Londresa "Torre do Tem-oi o", que vem da¦poça dos Templa-¦Tos, e passou a ser

propriedade da Co-róa em 1313. EssaTorre abriga duas dasquatro escolas de Di-reito da capital in-gleza.

"É mais nobre per-doar do que punir.O perdão é a flor deuma vitoria." —.PllOVEnilIO AllABE. '

Na* Republica Ar-gentina existem qua-tro Escolas de Direi-to, cinco de Engenha*ria, quatro de Medi-chia, duas dc Agro-nomia e Veterinária,duas de Ciências Eco-

As gorduras são ne-cessarias ao organis-mo humano, pois sãoas grandes produto-ras de energia. Oabuso de comidasgordurosas em exces-so prejudica, entre-tanto, a digestão.

De todas as gordu-ras, a mais saudávelé a manteiga, que érie facil digestão econtém vitamina a.

O Mar Caspi0 estáa 26 metros abaixodo nivel normal daságuas dos oceanos.

A Terra possue 43por cento de habitan-tes'da raça branca.

E quanto pesa aTerrp ? Seu peso ècalculado em 5.690trilhões dc toneladas.

Devemos preferirdesagradar sendo sin-ceros do que agradarcom hipocrisia

Henrique iieinc foiura grande poeta ale-mão, nascido emDusseldorf, em 1797e morto em Pariscm 1856.

llcine morreu p:>-r ali tico, após oitoanos dc padecimen-tos. •

M

As ilhas Norinsm-das estão situadas noMar da Mancha.

As férias sao umperíodo de descansoe iie reparação do or-ganismo. Devem serbem aproveitadas pe-los estudantes compasseios ao ar livre,viagens, jogos paraque as forças se re-no vem.

|

Ás quintas - feiras!circula

| O M A L H O

Os gansos e os ca-meios vivem cincocn-ta anos ás vezes.

A invasão dos Bar-baios teve lugar noano 406.

População do Tira-sil: 44.002.095 habi-tanles.

Uma jarrla, medidalinear antiga, valeOm.,914.

As lâmpadas de mi-ncirns, devidas a Da-vez, foram invenladasem 1817.

ALMANACHd'0 TICO-TICO

para1938.

— A venda —FORMIDÁVEL !

•'Não. devemos es-perar que outra mãofaça o que a nossa pó-de'fazer." — Prover-HIO HESPANHOL.

Os bois,os cervos eos burros podem vi-ver até á idade de 30anos.

Catarina significa:inteligência superior,espirito equilibrado,atividade, sincerida-de.

Devemos saber-nosacomodar ás nossascondições, em vez denos queixar delas, eprocurar tirar de to-das as situações asvantagens que possamoferecer. — Seneca.

A festa da 1'ascoavaria porque ela de-ve ser comemoradasempre no primeirodomingo depois dalua cheia que vem dc-pois de 21 dc Março,inicio do Outono.

Como V ! Poiseu te dei duas horaspara fazeres a reda-<ão "O que eu fariase fosse milionário",e tu nada fizeste ? ! !

Pois justamen-te . . . Eu fiz o quefaria se fos;;c milio-nario . . .

o Zuiderzee ficana Holanda. i

Melhor é merecera estima e não a ter,ilo que tê-la sem me-recer. — ProvérbiofORTUGfJEZ.

Não se pôde serjusto sem ser buma-no. — Vaüvenargues

Na capital austria-ca existem comedou-ros automáticos paraos pássaros, nas ruas.

O direito c o de-ver são como certasarvores que não dãofruto se não estive-rem uma ao lad0 daoutra. — Lamennais.

eNão me diga !

Esteve, então, real-mente na Itália ?

Sim. Regresseide lá ha uma semanaapenas . . .

Pois então vocêvai me informar so-bre uma cousa : cverdade que a Itáliatem a fôrma dc uuisbota ?

Que é que teino automóvel, que, dcvez em quando saco-de assim ?

Não é nada. Soueu que estou com so-luco.

Os japonezes nãojsam o beijo.

Os arfabetos dasdiversas nações con-lèm o seguinte nu-mero de letras ¦ —.Inglez, 26; Francez,23 ; Italiano, 20;HcsPANiioL, 27 ; Au;-mão, 26 ; Slavo, 27 ,*Russo, 41 ; Latim,22 ; Grego, 24 ; Hk-

nriAir.o, 22 ; A n a n i%28 ; PEBSA, 32 ; Tur-co, 22 ; Sanscrito,50 : Ctiinez. 210.

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2 — Fevereiro — 1931 0 TICO-TICO

Ás proezas de Gato Felix(Desenho de Pat Sullivan — ExcTusividade d'0 TICO-TICO para o Brasil)

Ficarei perdido, se meu chefe e so-cio encontrar esse gato dentro de casa!Vou expulsá-lo antes que elle veja!!!

O senhor quer mostrar-me isso 7Deixe-mc ver. ..

-!^I!omo foi que o senhor descobriu...

...que eu entendia de arte? EstesVquadros velhos teem um valor inesti-mavel. . .

_, —

.Ofereço-lhe 5,-000 dólares por todos eles e muito folgo em nomeá-lo ge>rente geral de minha firma . .

WAT

.. .Deus do céo este gaio nos trou-xe sorte outra ve: ! Et? merece o:me-lhor que tivermos !! ~1

Daqui por deaníe. ele vai ser tratado-'como alguém da família. . .

.. .Oh. que bom! Tratado como...|

(.7NT1W i\ \í\'t \

—...pessoa da familia significa —

boas comidas, uma cama esplendi-da e.. .

...Que diabo! Mal sabia cu. ..

quando tomei este emprega que haviamde me fazer dar um banho neste gato...

. . .Lavei o gato como o patrão man-dou c será a uhima ver que farei

Bem preferia que o patrão não fossij ,. ,sentar-me peito do radiador paratão bom oara mim... agora vou.. esquentar, e. secai...

sso não serve.-. . molhando a mo-biha do salão... — Que tombo !

(Confintia no oroxima numero*

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O TICO-TICO 2 — Fevereiro —. 1938

— *.» . ..* ^.*|V*vi.iVV^\v«s,\.^'.»---- ri*^__w>f3..i-k-1 '*~^ ~ ** yvífv]twy l__j vW-W^i-T WiiT i ¦n^nxvVK^Mímm^m^mKmmmwfi^ ^ff*'*&&Gfa*"mym&&ji -M

'..- iX*^s*^y\Ssr __- N VvíP- hO Wm\ *__Mfr--*W *»' .* ^wf JM* W-^^f^ttlfâfry ||'

Emquanto isso, pelas ruasda cidade, rodava um auto-movei preto com incrível ve-locidade.

["¦"/AW -TnrVate&fS&cZZ

Desse automóvel, no bairro cntnes. descera um homemmal encarado, que conduzia Eugenia pela müo. Entraram nu-ma casa mal iluminada.

„. /

Recebeu-os a figura sinis-tra de um velho malaio, deolhos semi-cerrados.

____?

u w I j_M_L //_ %}, ^^^St^^ÀmT^Ê \ «r|leram Eugen'a escrever um L

p :-ntregou Eugenia a um velho A|-__a_. WÊfJr* l""^ ~% mr\ < T^K«!m^^9

' bilhete a "Pernambuco" pe- L

W&Êjl Wm ^f] y' » _V—y tf// i dindo-lhe _ue perdesse a §

Ita

tudo arranjado i ^0<5<y - 4§_ ^_ -/?. .^ *_ív _W\^-v^ (Continua no próximo nu- »

^________——- _&?____. -<aS___P_p._g J^jctt^ZSK*

TEUS PAES E TEUS MESTRES SÓ TE DESEJAM O BEM.

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to

®s mm/mmf$3¦ COriCLuSAO

VOCÊ JÚLIO, REVELOU-SE UM OTiMO.AUXILIAR,VOU ARRANJAR-LHE ÜMBOM LOGAR NA POLICIA

1' Op%ZZ »Vr?*'+¦_£IKGA -FÔOof-

>

__H E_K*

{ mh jt^AGOÇA meus pomb/nhos,vocês \LS^f IRÃO FAZER WMA ESTAÇÃO D£ g^g-~T^ ^H^- —--'-^

(^^jRÇPOUSO NA DETEMÇAQ'^ // fO&RIGADoX •P'IB%^

M~CS PARABÉM^ AMíGO P/NGA AJA DETENÇÃO _ _ "

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FOGO. NÃO SEI COMO AGRADECEJW -. ^—¦ .. ¦¦ ¦¦ _^^ ÇpüMANDO ESPERO^6* "TV

^H£^^_^ç-^^__>^ >r rDBZ ANOs; D£ PRíSAoTrrr—- I ^OVOSACONTEOME^TO?/.)

x/AIAÓ HA'y-" Z~" V POR CAUSA DESTE MAL-f~_T~"~~^- ^<^—*—"^

^f^\ \ÒE ^UÉ/^^^^^w ^ D,T0 detetive/. y^ a ^^~^x— I

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O TICO-TICO 26 2 — Fevereiro — 1938

© MESTRE JI©SÉ €IÂ!I1MHa cerca de quatro anos sahiu

'do Rio de Janeiro, com destino aSantos, a reboque do "Tritão", uma

chata. Levava carga e tinha como

guarnição o Mestre José, que era

o comandante, e mais tres homens.Possuia ella um pequeno bote,

a dois remos, içado em turcos na

popa, destinado ao serviço do porto.Em viagem o comboio foi acos-

sado por forte temporal. As ondas

arrebentavam com fragor nas proasdas duas embarcações, cobrindo-asde espuma branca e ameaçando-as

constantemente. O vento zunia bru-

tal. O cabo de reboque tezava com

violência numa ameaça continua

de não resistir. E o vento a augmen-tar, a augmentar. Um embate mais

forfe e o cabo partiu. Seguiram-sehoras de hábeis e perigosas mano-

bras, em que os valentes "lobos do

mar" fizeram prodígios de ousadia.Afinal o reboque é restabelecido,

para tornar a arrebentar pouco de-

pois. O terceiro e ultimo cabo que

possuia o "Tritão" é passado paraa chata. Proseguem a viagem. Maso novo cabo, mais fraco, mais cos-sado, tambem arrebenta. Era im-

possivel rebocar a chata e era im-

prudente e inútil o rebocador con-«ervar-se ali sob tão forte tempo.

Tremenda luta se trava no espi-rito do mestre do "Tritão". Ohomem do mar tem a noção desacrificio desenvolvido ao mais altogrão.

Arrisca mil vezes a vida parasocorrer quem periga sobre asOndas. Como poderia o "Tritão"

fibjiMon-i*' a chata com o mestre

José e os seus tres desgraçadoscompanheiros? Era preciso rece-be-los a bordo. Mas isso era irrea-lizavel, e a primeira tentativa oprovou.

O rebocador, ao atravessar paraa manobra, foi completamente ala-gado por uma onda e quasi sosso-bra.

Não havia outra solução, e pormais que isso pezasse ao pessoaldo "Tritão", a chata teve de serabandonada em alto mar. O rebo-cador voltou ao Rio a pedir socorro.

Prontamente sob o temporal,dois contra-torpedeiros (destro-yers), da marinha de guerra, sahi-ram á procura da chata. Durantedias consecutivos, os vigias, alertasnos seus postos, encharcados, pers-crutaram o horizonte, entre Rio eSantos. Tudo em vão. A chata nãofoi encontrada..

Ao temporal sucederam-se diasde incomparavel serenidade. E nadados perdidos..

. Já as esperanças de salvamentocomeçavam a desaparecer quandodeu á costa, numa pequena cidadedo litoral, o botezinho da chata,com tres homens da guarnição.yinham esquálidos, semi-mortos.

"E o mestre?" — foi a pri-meira pergunta que ocorreu á au-toridade naval, o capitão do porto,que os recebeu.

"O seu mestre José? nâo quizvir", responderam os homens.

"Não quiz vir? — perguntouadmirado o capitão do Porto, —"mas

por que? o bote não com-

portava seguramente mais um ho-mem? com esse tempo?..."

—¦ "Comportava até mais tres,mas seu Mestre não quiz vir pormais que insistíssemos com ele.

Uma grave suspeita foi desper-tada no espirito do oficial. Calou-se e seguindo as indicações dadaspelos homens, fez sair incontinen-te vários rebocadores á procura dachata. Não foi difícil, graças aotempo tão límpido que fazia, a ta-refa dos barcos.

í Dois dias depois entrava a chataa reboque, e, firme no leme, corn amaior calma deste mundo, o Mes-tre José Cearense.

: No porto a anciedade era grande.Já a noticia havia corrido célere-mente entre todo o pessoal mari-timo. E foi assim, sob os olhosde centenas de camaradas da vidado mar, que o mestre atracou suachata ao trapiche. Levado imedia-tamente á Capitania, o capitão doPorto perguntou-lhe, cheio de ad-miração, porque não havia deixadoa chata, como haviam feito os trescamaradas, sem perigo, com umtempo tão calmo.

Mestre José, como quem estra-nhasse a pergunta, respondeu cheiode natural dignidade:

— Eu era o mestre da chata,como é que o senhor queria queeu a abandonasse?

Um forte abraço do capitão, ho-mem seco, pouco afeito a expan-soes, deixou confuso, na sua rude-za, o bravo marinheiro.

VELHO LOBO

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As

aventuras

do

capitão

Cloud

Novela de Ro-

bert Weinstein

N.° 12

— O artilheiro ameaça a vida do Ca- — Charlie atira umapitão Cloud c de seus homens. chave ingleza sobre o

artilheiro.— Bóa pontaria, Charlie ! — Vai adormecer

por algum tempo !

— Depressa, Char-lie, amarra essesbrutos ! Temosbastante trabalho !

¦— Temos de defender nossoscompanheiros.

ÍT bastante trabalho IA^. /[\

— Esta carga é bem tpesada I

Desenibaracemo-nos deles ftratemos de sair deste lugar I 5

(CONTINUA NO PRÓXIMO NUMERO)

1 - 11 1

~-_-

F—- —wÊtt <Kll

—— jw-j^vV^W**"*"******^****"**"^*****

NUMEROS ROMANOSNos mostradores dos relógios, na indicação de data de construcção dos as seguintes letras: f, que vale 1; V, que vale 5; X, que vale 10; L, que

edifícios usam-se algarismos romanos. Esses algarismos são expressos com vale 50; C, que vale 100; D, que vale 500; M, que vale 1000.

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InAA.

«M<**»

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O TICO-TICO .— 28 -- 2 _ Fevereiro — 1938

^^ /^) OUE " EfJCONtlíOU UM OVO OG (£mt£/" "\ Y ^^^

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t PA*5A MIM . e; OVO DE. siP-^-A VAHOS , PÔL.-O I 0 OVO OE^e SER. CHOCAOO Q.\ DIA"*- e. U I CHEGOU A HOCA DATÈá-P.eeiosAüRO t da epoç^l ^A=^\ N° choco pa- au^Nie- h touros-a GAU.'t*i*M_** outo ' minarão oo *estaooTEFZCI&Zl&J

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\ DüCO^ . SO Cs HACTELLO - aMV^ *-fe t° °y PAH,Tf *' T* %£*< íg^PlXSlOS&tlRlO NÊM OVNCftfa.UW,

c)Yoife decJídtal~**£>-Era noite de Natal, noite de 24 de Dezembro, a mais linda e magestosa noite

do ano. Quanta felicidade! Quanta alegria!Só Joãozinho, a-quele pobre menino órfão de pai e mãe, estava em pé, sozinho,

contemplando com lagrimas nos olhos, as vitrines e os papás e mamas dos meninosmais felizes que ele, que voltavam cheios de embrulhos.

0 movimento de automóveis e outros veículos era intenso, pois estavam fechan-do-se as lojas e o povo voltava para seus lares.

Andando pela calçada Joãozinho vê um menino, muito bem vestido, contandoluiis quatro anos de idade caminhando ao lado de sua mãe.

A um certo momento o menino avistajido um parente seu na calçada oposta,solta a mão de sua «nãe e atravessa a rua correndo, não vendo uma limousine que'se

aproximava velozmente dele.Sem perda de tempo, Joãozinho atravessa a rua e toma o menino pelo braço,

(livrando-o de uma morte certa.Os pais da criança, reconhecendo o gesto nobre de Joãozinho, o levaram a sua re-

isidencia adoptando-o. E Joãozinho pôde passar muitos dias de Natal alegre, e fe-'lizes, junto d'.quela familia que reconheceu o seu nobre aot'n-

lvo Pereira''dos Santos

O GULOSOAntônio era um menino multo g-u-

loso. Todas as cousas que ele via ávenda pedia a sua mãe.

A mãe cie Antônio, saindo um diacom ele, comprou-lhe uns doces.

Chegando em casa sua mãe botoupimenta nos doces de Antônio.Quando ele foi comel-os achou quea boca estava ardendo.

Assim faz quem é guloso.

Augusto Eugênio César

.«2-É

.J_MJÃ^fJ

O LIVRO

O livro é o nosso maior amigo. Senão fosse o livro, Humberto de Cam-pos permaneceria toda a sua vidaanalfabeto ; Ruy Barbosa não seria umgrande prosador c nós todos perten-ceriamos á classe vergonhosa dosanalfabetos.

fi por isso que não devemos despre-•V-los, mas. amar e gostar dos livros,

'Fernando Henmque(11 anos)

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2 — Fevereiro — 1938 — 29 O TICO- TI CO

VIAJANDO PELO MUNDO

A encantadora JamaicaDas verdes ilhas que, como pe-

<lras gigantescas, salpicaram as on-das azues de Caribe, uma das maisinteressantes, sem duvida, é a Ja-maica. Descoberta por Colombo em1494, íoi ocupada pelos ingleezs em1655 e cedida afinal pela Espanha áInglaterra no ano de 1670. Muitossão os vestígios que ficaram daocupação espanhola,

I A capital de Jamaica, Kingston,é uma das que mais belezas natu-raes apreserta ao mundo. A baíaé fechada, o que contribue paraacentuar sua incomparavel formo-sura; nesta época do ano precisa-mente ali chegam os barcos deturismo repletos de viajantes norte-americanos, ou inglezes na suamaioria, ávidos para gosar das de-licias que o trópico encerra paraos nativos das zonas temperadas. '

Ao descer em terra o turista, a

primeira rua de Kingston que avis-ta é a "Harber Street, que através-sa a cidade de ponta a ponta. Asruas transversaes são cheias de ani-mação e por todo logar ferem aretina vividas cores. As arvores fru-tiferas estendem suas copas sobreos telhados, mostrando aos olhosdo transeunte a maior variedadede frutas tropicaes que pode ima-

ginar-se. O flambeyan, de flor ver-melha, dá um tom alegre e lindoá cidade.

O parque principal de Kingston,chamado Parade Gardens, é maisapreciado pelas suas estatuas (bas-tante medíocres, certamente, quenele abundam do que pelos seusencantos botânicos.

Ao sul deste parque, extendendo-se até a baía, está "King Street, arua principal de Kingston, toda sal-picada de tendas, bancos e lojas co-merciais. Dai se vae para bordo de

uma lancha do governo, afim derumar á Port Royal, um dos luga-res mais encantadores das Antilhas.

i Qiiando os inglezes desembarca-ram (1655) em Port Royal, a umextremo da baía de Kingston, nãoacharam sinão pobres choças. Pou-cos anos depois, levantava-se aliuma cidade de 8.000 almas. Este

Praia de Kingston >

desenvolvimento rápido deve-se aHenry Morgan, que estabeleceu alisua base de operações, com destinoás Antilhas e America Central. Oouro dos piratas engrandeceu a PortRoyal, antes da mesma ser destrui-da pelo terremoto de 1692, daí re-surgindo Kingston. Se não foraesta terrível catástrofe, ainda hojeseria Poçt Royal a cidade principal.

Atualmente, tudo que resta dePort Royal são algumas cabanas,semelhantes àquelas que os íngle-zes encontraram ao chegar á ilha.Ha ali uma pequena guarnição mi-litar. A maioria da população com-põe-se de pescadores. Apesar detudo isto, Porto Royal não deixade ser um dos lugares mais es-plendorosamente belos das índiasOcidentais. — Temple Maning.

E o Trem Paríiu...Desde menino, José manifes-

tava vocação para engenheiro.Seu maior desejo era vir ao

Rio estudar Engenharia, porémseus pais eram pobres, ele nãotinha esperanças de consegui-lo.

Não obstante, fez os prepara-tórios na melhor escola de suaterra, a qual era dirigida por umvelho professor que durante mui-tos anos exercera o magistérioaqui na capital.

Ao terminar o curso, seus paísorganisaram um almoço, para Oqual convidaram o professor, ealguns companheiros do filho.

Presentearam-no com o queêle podia desejar de melhor: aquantia necessária para a viagem,e manutenção aqui no Rio, du-rante os primeiros tempos, con-seguida á custa de muitas priva-ções e sacrifícios.

José ficou contentissimo e co-movido com aquela prova de de-dicação dos pais, e resolveu cuidar imediatamente dos prepara-tivos para a viagem.

Os pais sempre cuidadosos, ereceiosos de algum imprevisto,deram-lhe muitos conselhos, epediram que nunca deixasse delhes escreevr, e nada ocultassesobre a sua conduta longe do lar,

Nada diziam e nada faziamque pudesse entristecer o filho,

e procuravam mostrar-se alegres,vendo-o alegre, embora lhescustasse m u i t o separarem-sed'ele.

Chegou o dia da partida. Do-braram os conselhos e os avisos,e as lagrimas até aí contidas nãopuderam ser evitadas.

José, prometeu-lhes estudarcom afinco, e mandar-lhes dizerpelas cartas também os seus pro-gressos nos estudos.

Abraços, beijos, sentidos adeu-ses, e o trem partiu, trazendopara o Rio um futuro engenhei-ro, cheio de ideais nobres, cheiode saúde e mocidade, que sabe-rá mais tarde ser grato àquelesque o ajudaram a vencer, e atrabalhar em prol do progressodo Brasil!

Agenôra de Carvoliva

\\ <o ,jí*assss*1

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O TICO-TICO — 30 — Fevereiro — 1938

Ho fios CONCUR/O/CONCURSO N.« 0

Para os leitores desta Capital e dosEstados

.•*

dia 7 de Março, daremos como pre-mios, por sorte, entre as soluçõescertas, tres lindos livros ilustrados.

CONCURSO N.° 10

Para os leitores desta Capital e dos¦— Estados próximos

1.* — Qual a criada que é criadaás avessas ?

(2 silabas) Lourdes Airosct

2.* — Qual o sobrenome que "é au-

mentativo dc um mineral(2 silabas) Alberto Ferrão Júnior

Mais um fácil problema de palavrascruzadas oferecemos hoje, como con-curso, aos nossos leitores. As "cha-ves" do problema sã0 as seguintes :

// o v i z o nt a i s : ¦

1 — De onde nascem as rosas(i — Segunda pessoa

— Enxergar— Bengala rústica

11 — Advérbio12 — Igreja15 — Oração10 — Rolo grande, ás avessas.

V c rticais :

_ Via publica— Adjetivo possessivo— Nome de homem— Criminosa— Revólver

(i —Túlio Cardoso Ribeiro0 — Vaso de flores

10 — Sem juízo perfeito11 Advérbio12 — Voz repelida13 — Muilo doce14 — Sofrimento.

As soluções devetó ser enviadas áredação d'0 TICO-TICO, sepa-radas das de outros quaisquer con-cursos e acompanhada» não sã dovale que tem o numero 9, como Iam-bem das declarações de nome, idadee residência do dcclaranle. Paraeste íeurso, qne será encerrado no

3.* — Qual o pecado que lido ása ves Si s é o nome de lio-mem ?

(2 sílabas) Ary Barreto

4.* — Qual a côr que é nome dcmulher 1

(2 silabas) Anna Rosa Ribeiro

5." — Qual o animal feroz quecom as silabas invertidas édoce ?

(2 silabas) Arthur Mendonça

Eis organizado o novo concursocom cinco perguntas fáceis. As so-1 uções devem ser enviadas á redaçãod'0 TICO-TICO, separadas dasde outros quaisquer concursos e

acompanhadas do nome, idade e re-sidencia do concurrente, c ainda dovale que tem o numero 10.

Para este concurso, que será encer-rado no dia 2 de Março, daremos,como prêmios, por sorte, entre assoluções certas, tres lindos livrosilustrados.

VALEPARA OCONCURSO

ÍVALEPARA OCONCUPK3N§ .

= 10

RESULTADO DO CONCURSO NV 101

Enviaram soluções certas 40fi so-lucionislas.

Foram premiados com mu lindo li-vro de historias Infantil os seauintesconcurrentes i

GILSON NOGUEIRA DUARTE

Residente á rua Sete de Setembro,n." i(», Caçapava, !•:. de São Paulo.

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<sfeffi 1s1 c 1 a i h\o Ur^^1l>llll|MI||l|ll^k^|MM_||PIIIMW«ll|||«|||

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Solução exala do concurso

ÀDELÍA SASSAGAN2SKA

Residente á rua de SanfAnna, nu-mero 209 — 3." andar, nesta Capital.

LUIZA MOTTA DA SILVA

Residente á Avenida Ferroviária,n." 57, Cidade do Salvador, Baia.

RESULTADO DO CONCURSO N." 102

Respostas certas :

1 .* — Vitoria ,2." — Jaca3." — Rio4 .* — Primo5." — Quarto.

Enviaram soluções certas 404 solu-cionistas.

Foram premiados com um lindo li-mo de historias Infantis os seguinte!concurrentes ;

SUZANNA CAST10NT

Residente á rua 15 de Novembro,n." 53, Santa Barbara, E. dc S. Paulo.

(il.NNY DO CARMO

Residente á rea 13 de Maio, nume-r0 66, Marechal Hermes, nesta Capital.

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2 — Fevereiro — 1938 — 31 O TICO-TICO

silo JSÃfeM? w_?

ao^

>? diga^qCíeeulhe disse:-Uso e nao mudoJUVENTUDE

ALE__j&HDj.ÉPARA A BELLEZA DOSCABELLOS E CONTRACABELLOS BRANCOS

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DEPOSITO EM 5 ftKUUOJ.COUTO-R.RIACMUELO 88-A

{.imi entre \\\\\\(FIM)

(O garçon afasta-ee de novopara busca.- o doce, e sem esperarque o peçam, serve-o tambem ás.nhora fcui_a). Os trez comem,sa isfeitos. Quando terminam, oga:.'çon vem cobrar. Os dois ami-gos se entreolham, cada qual es-per indo que o out_o pagasse.Vendo isso a senh:_ a gorda se re-tira apressada sem se despedi:ou agradecer).

O GARÇON — Vamos; não po.so esperar!

JORGE — Sim; senhor! termi-namos o jantar!

PEDRO — (apontando Jorge)E' ele qaem vae pagar!

(Jorge, esfregando com forca oguardanapo na bocca. levmta-see faz menção de se retirar. Pedroo imita) ¦

GARCON — (segurando os doispela golla dJ> paletot) — Como?Não paelim? Não admitto que assim seja!

JORGE e PEDRO <>xo mesmotempo) — Isso! cerveja! Pôde tra-zer!* (sentam-se novamente).

(O garçon afãs a-se. Ch^ga áporta e chama um guarda. Elevem, tomai conhscimen'. > do fa-cto e interroga os dois velhotes.As respostas são as mais espalha-fatosas. O guarda e o garçon naocontêm o riso. Verificando quesão su-dos, o _oüci_ 1. fala qual-quer coisa ao garçon) .

GARÇON (dirigindo-se aos doissurdos):

— Podem se retiJuriJORGE e PEDRO (juntos, ace-

nam c.m o chapéu ie, so'__den'es,dizem): Otrigtado! Aceitamos oconvite! Amanhã voltamos paraalmoçar! Até amanhã! (Elihem).

Eliaãe de Paula MoufAlverne

O T I C O - T I C CPropriedade da S. A. O MALHO

EXPEDIENTEASSINATURAS

Brasil: . . 1 ano. . . . 25.0006 meses. . . . 13J000

Estrangeiro: 1 ano. . . . 75J0006 meses.... 38$000

As assinaturas começam sempre nodia 1 do mès em que forem tomadase serão aceitas anual ou semestralmente.TODA A CORRESPONDÊNCIA co-mo toda a remessa de dinheiro, (quepode ser feita por vale postal ou cartacom valor declarado), deve ser dirigidaá S. A. O Malho. Travessa do Ouvi-dor. 34 — Rio. Telefone: 23:4422.

Oe camponezaa rainha

Quand. aquela criança nasceu,lüha única do casal de pobrescjamponezes, foi grande a alegriana cabina r.stica dos seus pais.

C.escia cbidiente e delicada, ob-.ervando os rigidos p:eceitos damoral e estudando com o velhomes ire-e.cola nos grandes lhrrosem que se ensinava a pratica dasvirtudes christãs da fé que salva,da esperança que lalenta as almase da caridade que conforta fan-ii-> a quem^a pratica, como quemlhe recebe os benefícios.

Certo dia, a menina já moci-nha, e.'.ava, com seus pais, lendocs psalmos do giande :ei Saio-mão, quando um velho mendigolhes V-üe á Rata, pedindo ali-mento e pousada por aquela noite.

Foi-lhe concedido, de bom co-ração o que ele pedia e na manhãseguinte, quando, ao se despedirbeijou, agradecido, a mãosinha ,branca e fina da moça, estreme- :oeu, ajoelhou-se e vaticinou:

— Vejo deante de mim a rai-nha querida -do meu povo aue Mamilênios construiu no desertomonumentos de arte que aindahoje causam a admiração tín ha»-manidadeN

Salve, rainha magestosa!Dizendo isto o velho mendigo,

ergueu-se fazendo a uespei' sasaudação oriental recuando de-ante da moça 'até desaparece j nacurva da estrada.

Não se passou um anno e o va- Jticinio do velho mendigo se cum- >priu: O joven rei d. paiz, pvssan- tdo, um dia, pela casa dos campo-...zes tanto se impressionou pelabelleza, bondade e sabedoria damoça, que solicitou dos s.us paisa gra^a de lhe conceder I _ a fia. .de. espesa.

O casamento foi feito com gran-de pompa e alegria.

Em meio á fesfa das bodas apa-xeceu um venerando fidalgo de

inibas brancas suidandoos lVilVOS.

A jovem rainha reconheceu neleo velho mendigo que ela socorrerae que não era ouro senão u.n dosmais altos dignatarlrs da Corte,um velho sábio versado nos grandes segredos dos magos do Oriente...

TrancosoI

JÈÈÈlMamãe ! Me dá . . . me dá CONTRA TOSSE para eu não tossir. E' tão bara+o - . .

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^L^^/í\ ÍUffUl -cWUT/U-

Chiquinho e Benjamim construíram com muiio trabalho uma jangada. Se propunham lazer umagrande excursão marítima pela bahia. visitando todas as ilhas e voltar de tarde para a sua casa.

O dia prometia uma calmaria deliciosa.

Embarcaram. Solta a vela. a |angada começou a navegar calmamente impulsionadapor uma leve brisa.

Mas. o tempo no Rio è muito inconstan-t_ e de 'epen.e mudou e uns pingos impru>dentes começaram a cai'

A situação não era já tão boa como nahora que haviam partido. Benjamim nâo es-tava gostando da brincadeira.

A chuva apertou e o mar começou ase encrespar. a jangada corna com maior ve-locidade.

E a água entrou de lado a lado molhan-'do os tripulantes e ameaçando a segurançada navegação.

Benjamim estava desolado ! Enjoava co-mo uma mulher débil, e gritava por soco»!"•o. Mas, depois . . .

... do temporal vem a bonança e a jangadaimpelida pelo m.o tempo foi encalhar numapedra da oraie.

E os dois navegantes ai ficaram algumtempo para secar a roupa. E, . . ,

. . . tristes e molhados, carregando a embar-cação voltaram desiludidos e cançades para'. casa.