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ri irS T***. *•** *>i« si.-/ Anno Semestre .... Trimestre. . . . 9$000 5$000 PftOVIHCIAB Escriptorio: 70, Rua do Ouvidor 70. (rafe Anno Semestre .... 11$000 Trimestre. . . . 6$000 ANNO VII RIO DE JANEIRO. 4 DE SETEMBRO DE 1875 N. 312 EXPEDIENTE Temos a satisfação de mnunciar aos nossos leitores a chegada do Sr. Bordallo Pinheiro, que vai brevemente começar no Mosquito os seus trabalhos de caricatura. Não seguiremos a pratica commum, fazendo um puff sonoro e retumbante ao nosso novo companheiro. Nem elle o precisa, nem está nos nossos hábitos o puff. Ilavia de ler sua graça, o Mosquito, que não tomou a si a espe- cialidade dos reclamos, entrar no systema gabando a gente de casa 1 Deixamos pois o nosso collega entregue á apreciação dc quem não é leigo n'estas matérias, e depois cor versaremos. ©s 'Dis-BiiraoM Parlamentares ²Peço a palavra. ²O nobre deputado tem a palavra. ²Sr presidente, a minha opinião na matéria que se dis- cute, é que mais vale quem Deus ajuda do que quem muilo madruga— Tenho concluído. (O orador é compr intentado, beijado e amarrotado com abraços.) Pede a palavra um ouiro deputado, e diz n'um tom ca- dente e cheio de harmonias celcstiaes: —Sr. presidente, contesto a opinião do collega que acaba de sentar-se. Se Deus ajuda alguém é a quem muito madruga, por que fazer uma madrugada é indicio de amor ao trabalho. Logo não é provável que Deus ajude o madraço que se deixa licar na cama até ao meio dia, como o nobre deputado que alli está cochilando. Numerosos apoiados, hilaridade, bravos da esquerda e beijos atirados da direita ao orador, com as pontas dos dedos. Isto é o que dizem os discursos dos deputados que o Jornal do Commercio nos em letra redonda, ainda mesmo quando os discursos são primorosamente chatos o que succede quasi sempre. Parecia claro que quem diz na câmara que Santo Antônio era muito milagroso não venha dizer fóra que elle apenas era uni refinado charlatão. Os tachygraphos teem obrigação de apanhar, com o mesmo cuidado, as pérolas e as asneiras que os lábios nacarados dos representantes da nação forem atirando ao recinto do parla- mento. Até porque é preciso que o povo conheça quem está lá, e se, feitas ás contas, ha saldo a favor das asneiras, ou a favor das pérolas. Mas desgraçadamente não é assim. Quem ouve um discurso na câmara póde ter a certesa de que o molde quebrou-se e nunca mais verá, na publicação dos debates, cousa que se pareça com elle. Donde se conclue que os angustos representantes do povo fazem, sempre que faliam, dois discursos, um na câmara e outro no Jornal do Commer :io. Ora, isto quaudo menos, é julgar que as galerias das câmaras sao diguas de u n discurso sem fôrma, sem idéas e sem estylo, e que aos leitores d'aquclla folha se deve dar a mesma oração com fôrma, com idéas, com estylo, e além disso ainda com erudicção se é que o ditado póde ser des- mentido : quem torto naste... Ilavia o segundo depu ado que acima pediu a palavra, publicado o seu discurso conforme alli está exarado, quando um outro deputá-lo, a quem a allusão de dorminlioco ia ferir, vai á câmara e declara: 1.° Que o deputado de que se trata fez um discurso in- teiramente diverso d'aquelle que publicou. 2.° Que os apoiados, a hilaridade, os bravos e os beijos foi um mimo que S. Ex. fizera a si próprio, porque ninguém abriu a bocea, ninguém se riu, nem ninguém atirou-lhe beijos. 3.° Que o orador allúdido seja intimado a apresentar as notas tachygraphicas e a publicar somente, como ractiíicação, o que ellas contiverem, sendo-lhe levado em conta a diffe- rença de linhas de composição da parte do discurso que não foi pronunciado na câmara, e que por isso não é justo que o thesouro a pague. Tirar aos discursos alguns pedaços com o intuito de ver se o leitor consegue lel-os sem adormecer no meio, comprehen- de-se, mas augmental-os ainda para fallar nos vôos de Cicero, nos arrojos de Mirabeau e nos lances de Castellar, é não ter piedade de nós, nem commiseração por quem se entrega á leitura amena e florida dos dei ates da Gamara. E mudar uma fôrma simples como esta: o nobre depu- tado n'est'out:a: o nobre, -ecundo, eloqüente, illuslradis- simo, douto e honrado deputaásem haver dito nada do que ahi lica ? Seria mais conciso, e talvez mais eloqüente, dizer era taes casos: —o seis vezes adjectivai o deputado E depois tinha a vantagem de ser mais uma chapa, e levar menos tempo a pronunciar a phrase, o que é uma economia não pequena para o contribuinte, e uma medida prolunda- mente hygienica para os pulmões dos Srs deputados que se esfalfam a propugnar peio bem estar do povo. Alberto Pim-Pim. -——¦vvwVlV Piadas lyricas O Globo diz que o Sr. Signoretti tem uma voz harmônica. Apertem-lhe, pois, as cravelhus, endireitem-lhe ocavalelc, vejam em que estado tem a alma, desemtupam-lhe os SS, alizem-lhe o braço, vejam se o estandarte eslá seguro e pro- curem-lhe uma boa prima! A partitura do Cijsne dePesaro (chapa 6,827, quinta classe, terceiro grupo) foi executada em todas as suas partes, o que raras vezes acontece. De facto temos visto o Barbeiro de Sevilha sem a parte de barytòno, outras vezes sem a parte de tenor. Sem apartes dos jornaes é que ainda não temos ouvido. Comprehende-se que haja quem desempenhe bem um Romeu, que haja quem desempenhe bem uma Rosina ; mas desempenhar Romeu e depois Rosina como fez a Sra. Bian- coliui é ventura que poucos artistas terão. » Parece-nos que teria sido mais acertado desempenhar pri- meiro Rosina que é senhora c depois Romeu que finge ser homem, em todo o caso seria até melhor em primeiro logar desempenhar o relógio, se o tiv>r no prego. O Globo consultou os maestros, nada menos de 15, para saber se o Sr. Biancolini cantou a musica qual escrevera Rossini. Pobre noticiarista! Os magunões dos maestros impingiram- lhe um bom carapetão. Eu cá... zangava-me! O Sr. Spalazzi disse o papel de Figaroa merecer applausos. (Horn' essa!) E comtudo o papel de Fig ro é incompatível cora o de Conde de Luna. Oh! Beneventano, Cresci,e Cotogne ! O Jornal do Commercio diz que a companhia lyrica é re- crutada d'entre os artistas disponíveis no Rio da Prata. Um cantor disponível em Itália ou em França não nos cheira a grande coisa; porém no Rio da Prata um cantor disponível deve por força ser muito agradável de ouvir-se. A Sra. Marelli, a rival da Biancolini, deitou uns olhos fu- ribundos para a orchestra no íinal da sua estivada lamúria no Barbeiro de Sevilha.3 O Sr. Cyriaco de Cardoso escondeu-se atras do rebecão dos recitativos tremendo de medo. Era infundado o receio deste Sr. está o adagio que prova que a tercia dona não o mordia. O Sr. Spalazzi bateu o á orchestra. Também o Rossini não foi mais bem tratado por o tal Sr. Barytòno. Todos sentiram que o Sr. Spalazzi voltando n'aquelle mo- mento as costas á orchestra se visse obrigado a dar com os pés para traz. Não ha dictado mais certo: O máu operário zanga-se com a ferramenta. M. - ¦.¦¦¦^/VWW.V O mimo Ainda não estou em mim! E aos meus visinhos acon- tecia a mesma cousa ! Estávamos tão habituados a ver o Sr. Carvalho das bombas deixar arder todas as casas que preten- dia soecorrer, que cahimos das nuvens ao saber que S. S \ em vez dc soecorrer as casas, passou a auxiliar as companhias de seguros. Estamos pasmados! e estamos saltando de con- tentes, porque, por mais cousas que dissessem do Sr. Carva- lho, nós sempre acreditámos que S. S.a servia para dirigir alguma cousa. Custa-nos a conter o nosso coração, que nos pulla de alegria no peito, a ponto de nos persuadirmos que em vez de coração, temos dentro o Dr. Tinoco a walsar; mas a verdade é esta-»-estamos satisfeitos. E não podia deixar de ser assim, desde que vimos que n'esta terra as boas acções nunca deixam de ser galardoadas. E' edificante o exemplo dado pela companhta Confiança, é edificante e digno de ser imitado. Pois o Sr. Carvalho, di- redor do corpo das bombas não havia de receber um prêmio, por não deixar arder uma casa! O facto é tão raro, quenãoéum prêmio, mas um milhão deiles que o Sr. Carvalho devia receber. Porque —attenda bem a Directoria da Companhia Confiança —é muito maior o numero de casas que o Sr. Carvalho não deixou arder do que o daquellas que tem ardido contra sua vontade. Além d'isso,attenda mais a illustrada directoria, se o Sr. Carvalho, mereceu um tinteiro por poupar alguns contos aos Srs. da Confiança, todos os seus freguezes merecem, não um tinteiro, mas uma boa garrafa de tinta Monteiro, por não lançarem fogo ás suas casas seguradas. A nobre directoria, de certo não pensou bem nas conseqüências da sua generosi- dade. Nós mesmos, que residimos em uma casa segura na sua companhia, merecemos, não dizemos, um tinteiro; mas um beijo, por não a incendiarmos. Outros fossemos nós que não o fizéssemos. Mas emíim, a directoria da companhia Confiança mimou, o Sr. Carvalho e o Sr. Carvalho recebeu o mimo, não sem algumas lagrimas de commoção. Ha mesmo quem diga que o tinteiro licou cheio de lagrimas, o (jue nào nos admira tanto como a escolha do mimo. Chegamos mesmo a acbal-o mali- cioso. Uma pserevaniiiha ao Sr. Carvalho das bombas ? Se \mJy r* ^ t]7j ¦ >*

Anno Escriptorio: 70, Rua do Ouvidor 70. (rafememoria.bn.br/pdf/709654/per709654_1875_00312.pdf · mentido : quem torto naste... Ilavia o segundo depu ado que acima pediu a palavra,

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AnnoSemestre ....Trimestre. . . .

9$0005$000

PftOVIHCIAB

Escriptorio: 70, Rua do Ouvidor 70.(rafe

AnnoSemestre .... 11$000Trimestre. . . . 6$000

ANNO VII RIO DE JANEIRO. 4 DE SETEMBRO DE 1875 N. 312

EXPEDIENTE

Temos a satisfação de mnunciar aos nossos leitores achegada do Sr. Bordallo Pinheiro, que vai brevementecomeçar no Mosquito os seus trabalhos de caricatura.

Não seguiremos a pratica commum, fazendo um puffsonoro e retumbante ao nosso novo companheiro. Nem elleo precisa, nem está nos nossos hábitos o puff. Ilavia deler sua graça, o Mosquito, que não tomou a si a espe-cialidade dos reclamos, entrar no systema — gabando agente de casa 1

Deixamos pois o nosso collega entregue á apreciaçãodc quem já não é leigo n'estas matérias, e depois corversaremos.

©s 'Dis-BiiraoM Parlamentares

Peço a palavra.O nobre deputado tem a palavra.Sr presidente, a minha opinião na matéria que se dis-

cute, é que mais vale quem Deus ajuda do que quem muilomadruga— Tenho concluído. (O orador é compr intentado,beijado e amarrotado com abraços.)

Pede a palavra um ouiro deputado, e diz n'um tom ca-dente e cheio de harmonias celcstiaes:

—Sr. presidente, contesto a opinião do collega que acabade sentar-se. Se Deus ajuda alguém é a quem muito madruga,por que fazer uma madrugada é indicio de amor ao trabalho.Logo não é provável que Deus ajude o madraço que se deixalicar na cama até ao meio dia, como o nobre deputado quealli está cochilando.

Numerosos apoiados, hilaridade, bravos da esquerda e beijosatirados da direita ao orador, com as pontas dos dedos.

Isto é o que dizem os discursos dos deputados que o Jornaldo Commercio nos dá em letra redonda, ainda mesmo quandoos discursos são primorosamente chatos o que succede quasisempre.

Parecia claro que quem diz na câmara que Santo Antônioera muito milagroso não venha dizer cá fóra que elle apenasera uni refinado charlatão.

Os tachygraphos teem obrigação de apanhar, com o mesmocuidado, as pérolas e as asneiras que os lábios nacarados dosrepresentantes da nação forem atirando ao recinto do parla-mento.

Até porque é preciso que o povo conheça quem está lá, ese, feitas ás contas, ha saldo a favor das asneiras, ou a favordas pérolas.

Mas desgraçadamente não é assim. Quem ouve um discursona câmara póde ter a certesa de que o molde quebrou-se enunca mais verá, na publicação dos debates, cousa que se

pareça com elle.Donde se conclue que os angustos representantes do povo

fazem, sempre que faliam, dois discursos, um na câmara eoutro no Jornal do Commer :io.

Ora, isto quaudo menos, é julgar que as galerias dascâmaras sao diguas de u n discurso sem fôrma, sem idéase sem estylo, e que aos leitores d'aquclla folha se deve dara mesma oração com fôrma, com idéas, com estylo, e alémdisso ainda com erudicção se é que o ditado póde ser des-mentido : quem torto naste...

Ilavia o segundo depu ado que acima pediu a palavra,publicado o seu discurso conforme alli está exarado, quandoum outro deputá-lo, a quem a allusão de dorminlioco ia ferir,vai á câmara e declara:

1.° Que o deputado de que se trata fez um discurso in-teiramente diverso d'aquelle que publicou.

2.° Que os apoiados, a hilaridade, os bravos e os beijos foium mimo que S. Ex. fizera a si próprio, porque ninguémabriu a bocea, ninguém se riu, nem ninguém atirou-lhebeijos.

3.° Que o orador allúdido seja intimado a apresentar asnotas tachygraphicas e a publicar somente, como ractiíicação,o que ellas contiverem, sendo-lhe levado em conta a diffe-rença de linhas de composição da parte do discurso que nãofoi pronunciado na câmara, e que por isso não é justo que othesouro a pague.

Tirar aos discursos alguns pedaços com o intuito de ver seo leitor consegue lel-os sem adormecer no meio, comprehen-de-se, mas augmental-os ainda para fallar nos vôos de Cicero,nos arrojos de Mirabeau e nos lances de Castellar, é não terpiedade de nós, nem commiseração por quem se entrega áleitura amena e florida dos dei ates da Gamara.

E mudar uma fôrma simples como esta: — o nobre depu-tado — n'est'out:a: — o nobre, -ecundo, eloqüente, illuslradis-simo, douto e honrado deputaá sem haver dito nada doque ahi lica ?

Seria mais conciso, e talvez mais eloqüente, dizer era taescasos: —o seis vezes adjectivai o deputado

E depois tinha a vantagem de ser mais uma chapa, e levarmenos tempo a pronunciar a phrase, o que é uma economianão pequena para o contribuinte, e uma medida prolunda-mente hygienica para os pulmões dos Srs deputados que seesfalfam a propugnar peio bem estar do povo.

Alberto Pim-Pim.

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Piadas lyricasO Globo diz que o Sr. Signoretti tem uma voz harmônica.Apertem-lhe, pois, as cravelhus, endireitem-lhe ocavalelc,

vejam em que estado tem a alma, desemtupam-lhe os SS,alizem-lhe o braço, vejam se o estandarte eslá seguro e pro-curem-lhe uma boa prima!

A partitura do Cijsne dePesaro (chapa 6,827, quinta classe,terceiro grupo) foi executada em todas as suas partes, o queraras vezes acontece.

De facto já temos visto o Barbeiro de Sevilha sem a partede barytòno, outras vezes sem a parte de tenor. Sem apartesdos jornaes é que ainda não temos ouvido.

Comprehende-se que haja quem desempenhe bem umRomeu, que haja quem desempenhe bem uma Rosina ; masdesempenhar Romeu e depois Rosina como fez a Sra. Bian-coliui é ventura que poucos artistas terão. »

Parece-nos que teria sido mais acertado desempenhar pri-meiro Rosina que é senhora c depois Romeu que finge serhomem, em todo o caso seria até melhor em primeiro logardesempenhar o relógio, se o tiv>r no prego.

O Globo consultou os maestros, nada menos de 15, parasaber se o Sr. Biancolini cantou a musica qual escreveraRossini.

Pobre noticiarista! Os magunões dos maestros impingiram-lhe um bom carapetão.

Eu cá... zangava-me!

O Sr. Spalazzi disse o papel de Figaroa merecer applausos.

(Horn' essa!)E comtudo o papel de Fig ro é incompatível cora o de

Conde de Luna.Oh! Beneventano, Cresci,e Cotogne !

O Jornal do Commercio diz que a companhia lyrica é re-crutada d'entre os artistas disponíveis no Rio da Prata.

Um cantor disponível em Itália ou em França não nos cheiraa grande coisa; porém no Rio da Prata um cantor disponíveldeve por força ser muito agradável de ouvir-se.

A Sra. Marelli, a rival da Biancolini, deitou uns olhos fu-ribundos para a orchestra no íinal da sua estivada lamúria noBarbeiro de Sevilha. 3

O Sr. Cyriaco de Cardoso escondeu-se atras do rebecãodos recitativos tremendo de medo.

Era infundado o receio deste Sr. Lá está o adagio queprova que a tercia dona não o mordia.

O Sr. Spalazzi bateu o pé á orchestra. Também o Rossininão foi mais bem tratado por o tal Sr. Barytòno.

Todos sentiram que o Sr. Spalazzi voltando n'aquelle mo-mento as costas á orchestra se visse obrigado a dar com ospés para traz.

Não ha dictado mais certo:O máu operário zanga-se com a ferramenta.

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O mimo

Ainda não estou em mim! E aos meus visinhos acon-tecia a mesma cousa ! Estávamos tão habituados a ver o Sr.Carvalho das bombas deixar arder todas as casas que preten-dia soecorrer, que cahimos das nuvens ao saber que S. S \em vez dc soecorrer as casas, passou a auxiliar as companhiasde seguros. Estamos pasmados! e estamos saltando de con-tentes, porque, por mais cousas que dissessem do Sr. Carva-lho, nós sempre acreditámos que S. S.a servia para dirigiralguma cousa. Custa-nos a conter o nosso coração, que nos

pulla de alegria no peito, a ponto de nos persuadirmos queem vez de coração, temos cá dentro o Dr. Tinoco a walsar;mas a verdade é esta-»-estamos satisfeitos.

E não podia deixar de ser assim, desde que vimos quen'esta terra as boas acções nunca deixam de ser galardoadas.

E' edificante o exemplo dado pela companhta Confiança,é edificante e digno de ser imitado. Pois o Sr. Carvalho, di-redor do corpo das bombas não havia de receber um prêmio,por não deixar arder uma casa!

O facto é tão raro, quenãoéum prêmio, mas um milhãodeiles que o Sr. Carvalho devia receber.

Porque —attenda bem a Directoria da Companhia Confiança—é muito maior o numero de casas que o Sr. Carvalho nãodeixou arder do que o daquellas que tem ardido contra suavontade. Além d'isso,attenda mais a illustrada directoria, se oSr. Carvalho, mereceu um tinteiro por poupar alguns contosaos Srs. da Confiança, todos os seus freguezes merecem,não um tinteiro, mas uma boa garrafa de tinta Monteiro, pornão lançarem fogo ás suas casas seguradas. A nobre directoria,de certo não pensou bem nas conseqüências da sua generosi-dade. Nós mesmos, que residimos em uma casa segura nasua companhia, merecemos, já não dizemos, um tinteiro; masum beijo, por não a incendiarmos. Outros fossemos nós quenão o fizéssemos.

Mas emíim, a directoria da companhia Confiança mimou, oSr. Carvalho e o Sr. Carvalho recebeu o mimo, não semalgumas lagrimas de commoção. Ha mesmo quem diga que otinteiro licou cheio de lagrimas, o (jue nào nos admira tantocomo a escolha do mimo. Chegamos mesmo a acbal-o mali-cioso. Uma pserevaniiiha ao Sr. Carvalho das bombas ? Se

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4 O Mosquito

fosse ao Sr. Alencar, ao Sr. Moniz Barreto, ao Sr. Yarejão,vá... mas ao Sr. Carvalho? Pois não era muito melhorescolha uma bomba em miniatura, uns óculos para ver melhoros incêndios, uns sapatos de borracha para não molhar os

pés ou uma garrafinha de licor nacional para evitar consti-

pações ? Se. nós fossemos a directoria, é o que tínhamos feito;mas como não somos a directoria, applaudimos o seu mimoe o Sr. Carvalho, commandante etc, etc.

BM—B_____MBBM_B—___WOB ¦'"E"»**

J. Ricardo.

Pensamentos «le vários auetores

Acontece, ás vezes, que os poetas querendo fazer muitosversos fazem um só

Netto.

O comi Ião anda sempre com a cabeça no arMario.

Lembras-te? Tu eslavas silenciosa. Eu dei-te uns sus-

piros em dó e fáLeite.

As doutrinas de Locke são perfeitamente contrarias ás dou-trinas de Kant -

Girão.

Para o tempo de calor não ha refrescos como os de caráMello.

O Dr Freitas usa diariamente de capaRosa.

Depois de uma boa ária, a minha vontade é que haja bisCouto.

Os vestidos da ultima moda não tem côrPinho.

Ha na África uma cidade onde todos os habitantes têm emcasa uma maça

Quita.

Amo em musica o fá-menor; tanto que já lhe chamo: — omeu fá

Dario.

Para os navios de vela é funesta a calMaria.

Não ha petisco como o peixe conservado em salMoura.

Quem não puder comer carne de porco, que não comaLeitão.

Ha liomens que todos os dias mudam de parecer; eu souexactamente o contrario: — sou sempre um

K. Mello.

——*AVWV/_

O Jury

Sempre é uma grande instituição a do jury!Mas ha-de ser comprehendida e observada como entre nós,

quando não, não.Poucos paizes se poderão jactar, como o nosso, de conser-

var em tão genuína pureza esse precioso palladio das publi-cas liberdades.

Para prova deste asserto bastar-nos-ha expor suecintamenteum dos últimos Iriumphos conseguidos pelo egrégio tribunal.

Um honrado laverneiro (ainda os ha) depois de haver avia-do um freguezito dc menor idade, e isto o mais conscien.io-samente possível, notou que o trefego fedelbo, em lugar deretirar-se sizudamcnle para casa, como lhe cumpria, divertia-se em remecher umas batatas que estavão por alli algures,dentro de qualquer cousa,a desafiar-lhe o gênio buliçoso.

A'vista de tão grave descomedimento, offcndido na digni-dade dassuas batatas e possuído dc natural c nobre indigna-ção, não pôde o honesto tendeiro ler mão em si que não in-vestisse contra o ouzado provocador, travando logo asperrimabatalha em (jue omisero menor ficou completamente derrota-do, e sabendo, á sua custa, o quanto póde a força do direito.

Como era para desejar, mais uma vez triumphára a causada justiça. Não o entendeu, porém, assim um malaventuradoCabo-Yirde que, testemunha de tão assignalada victoria, esuppondo-se remontado aos tempos cavalheirosos em que oheróe manchego desfazia aggravos e reparava injustiças á

ponta de lança ou a talho de espada, apresenta-se cam-

peão do vencido, sob o futil pretexto de que a estrondosafaçanha do vencedor fôra, nem mais nem menos, além de

qrutalidade, covardia.

Ao heróico taverneiro não lhe solíreram os brios tão des-

communal affronta: —Esquecendo as fadigas da recente pe-leja arremette conlra o novo adversário.

Apenas, por igualar as forças, mune-se de uma pesadaacha de lenha; e armado com esle cavaco do offlcio, com

tanta galhardia se houve, que alli mesmo dera cabo do outro

(Cabo) a não serem umas almas caridosas que acudiram aocouflicto e que Tc ram causa dc que o malferido Cabo Verdenão acabasse ás mãos de seu terrivel contendor, mas sim ásdos cirurgiões e enfermeiros da Misericórdia, como depois sesoube. Mas não antecipemos.

Preso, interrogado, processado, comparece finalmente ábarra do tribunal do jury o glorioso taverneiro, em cujo sem-blante transluzia, além de uma modéstia e compostura muito

para louvar em quem por tão allos feitos se rccommendára á

publica admiração, aqueila segurança e tranquillidade de

quem, conscio do seu direito, confia na rectidão dos juizes.E não foi illudida a tua nobre confiança, oh valorosíssimo

tendeiro!O tribunal dos teus pares absolveu-te. E absolvendo-te,

proclamou o triumpho da boa causa; e alcançou para si

próprio immarcessiveis louros.Realmente seria uma inqualificável iniqüidade a condemna-

ção de um homem honesto e pundonoroso que em defeza dasua dignidade ultrajada, teve a infelicidade de espancar umaindigna creança, e a deesbordoar um tanto mais gravementeum pretenso defensor da fraqueza opprimida, que não passava,afinal, de um abelhudo indiscreto, que teve o que merecia

pagando com ávida a sua officiosa e censurável intervenção.Cumpriram, portanto, o seu dever os juizes que decidiram

este importante pleito ; e cumprindo-o elevaram á sua ver-dadeira altura a monumental instituição do jury.

Verdade seja que, para tão brilhante resultado, não poucocontribuíram os dous médicos peritos, chamados a esclarecera questão; os quaes demonstraram á luz da sciencia, que amorte do desventurado Cabo-Verde fôra devida, não aos feri-mentos que recebera no mal suecedido combate a que o ar-rastara a sua Índole quixotesca, mas á impericia e desleixo notratamento a que havia sido submettido no hospital da SantaCasa da Misericórdia, para onde o recolheram, c onde expiroupouco tempo depois da sua ultima e fatal aventura.

Faz honra aos dous illustres professores a corajosa fran-queza com que se pronunciaram.

E' bem possível que cila não lisongeie grandemente os col-legas a quem foi subscriptada tão peremptória declaração.

Mas acima de tudo a verdade ; e de que os dignos peritosnão disserão mais do que a verdade, não nos parece licitoduvidar, uma vez que não nos consta que ao seu julgamentotenha, até hoje, alguém opposto a menor conlrariedade, anão ser o órgão da justiça publica.

SALPICOSAinda não eslava decidida a sorte da comniandita

internacional de que era direclor principal o cavalheiroZenerykowsky, e já novos artistas sc apresentavam aassombrar-nos com a sua destreza que é realmentedigna de eternas luminárias.

A arte de enganar o próximo com todas as formali-dades, tem sempre tido conlra si tantos preconceitos etantas perseguições, que é maravilha haver ainda quemse affoite a dedicar-se a ella. E' necessário ler verda-deira vocação para conseguir alguma cousa que saia davulgaridade. Bifar correntes e relógios com perfeição nãoé para todos, mas ainda assim é comesinho. E depois,o lucro não corresponde ao risco, e nem, como compen-sação, ba a gloria. Trabalhar sem estes dois grandesincentivos é impossível a uma alma bem formada.

*

Dadas, pois, estas circumstancias, nada ha para admirarna resolução adoplada pelos nobres israelitas que, depois deinvocarem o nome sagrado do Deus de Abrahão, de Jacob ede Isaac, se evaporaram com os diamantes do seu seme-lhante—c quando digo semelhante, não quero dizer que...

• .O que, porém, não é só singular, como até siguiíicatira-

mente triste, é que lendo-se dado pela ausência daquelles*amigalhaços na segunda-feira passada, ainda alé hoje anossa policia, aqueila deliciosa policia que nos cinta doismil contos por anno, não saiba ao certo o que foi feitod'elles.

Não falta quem diga que a policia não póde saber dctudo. De tudo, é bonito, e lem a grande vantagem deservir de desculpa para a dita policia não saber de nada.Pelo preço do custo, e fazendo a conta bem feita, che-ga-se ao resultado seguinte:—a captura de cada vadio queé encontrado por horas mortas a polir os lagedo.s comas bolas ou a cozinhar a muafa em alguma soleira deporta, fica-nos a mais de conto de réis.

Ora se os resultados se limitam a isto só, e a policianão traz sempre de olho os numerosos individuos que porahi andam fazendo figura, dispendendo com mãos largas,em carros, banquetes e outras verbas não menos publicasnem menos escandalosas, quantias de se lhe arregalar oolho, sem que se saiba onde elles têm cabras: se a po-pcia não conhece, n'uma cidade a que o recenseamentonão dá senão duzentos c cincoenta mil habitantes, todosos velhacos que andam á espreita do momento favorávelpara nos empalmar o que puderem—então a policia tor-na-se dispensável, e o seu pessoal póde ser aproveitado emcapinar o café, ou concertar os caminhos na roça.

Quanto aos dois mil contos, divididos com algum cri-terio, chegarão para subvencionar todos os malandrosdesta nobre e leal cidade— e alem d'isso crear algunsprêmios de animação aos que, apanhando algum collega

¦em contravenção, o relaxarem ás justiças do paiz.**

Dir-se-ha que d'esta fórma toda a animação é para ovicio. D'accordo. Mas a virtude, ha tanto quem a pro-teja, que decididamente é uma injustiça não dar á suaantipoda um quinhão de benevolência, mesmo que paraisso seja necesssario tiral-o á policia, tanto mais que a policiatem culpas no cartório, no que diz respeito ao respectivo.

**

Estas cousas são tão pouco divertidas que não se po-deriam supportar se não fosse a grande quantidade defestas musicaes e dansantes cm que temos constantementeandado n'estcs últimos tempos. Quantas mais têm logar,mais apparecem. Chega ao ponto de não saber a gentecomo se ha de virar para ir a toda a parte. É o bailedo Club Gymnastico Portuguez por um lado, o sarau doMozart pelo outro, o grande concerto da Phirharmonicano salão do Cassino, e que sei eu!

E agora, na próxima semana, o. que se prepara de bailese musicas é phenomenal e talvez seja necessário fazer umsupplemento á arithmetica para se poder contar.

#*

E isto sem contar os beneíicios, entre os quaes natu-ralmente se não póde esquecer o de Antonio Pedro, como Drama do Povo... do povo e do Sr. Pinheiro Chagas,que afinal talvez não seja um drama tão popular comopor exemplo as Noites da índia ou o Paralytico.

Mas isso, quem cá ficar, o verá. «

E verá também as regatas amanhã, e as corridas quarta-feira.

Ua males que vêm por bem. A transferencia das regatasé um delles, pois assim haverá mais um páreo, e demaisos ensaios que esta semana têm continuado, não podemdeixar de ser favoráveis á regularidade da festa.

Outra regularidade notável é a que tem acompanhadoa Estrada dc Ferro de D. Pedro Il-no capitulo desastres.

Pega fogo n'uin wagão-o que é fácil de acontecer—e não ha no trem um meio de avisar-se a machina paraparar e acudir ao incêndio! De forma que, se o acci-dente se der n'um ponto distante de qualquer estação, omenos (jue poderá sueceder é ficarem os passageirosreduzidos a torresmos.

E jior fallar em torresmos, lembro-me de um celebrecaso de uma caixa com biscoutos que foi dirigida parauma alumna de um collegio das Laranjeiras, e que indopor engano parar a um oulro collegio-csse cm Botafogo—lá ficou, apezar do letreiro que levava na tampa. Em-fim... póde ser que atai directora do collegio nãosaiba lèr.

Bob.

Typ. da -GAZETA DE NOTICIAS- rua do Ouvidor n. 70.