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uando perguntamos sobre o papel do negro na televisão e sua importância para disseminação da cultura afro brasileira, Hilton foi categórico: “Não tem presença de negro na Rede Globo. Esse negócio de você botar uma novela com setenta atores e dois atores negros, isso não é presença. “Não tem presença de negro na Rede Globo” Redação Hilton Cobra presidente da Fundação Cultural Palmares fala sobre o negro na televisão Tem de ser investido nessa televisão brasileira aberta, porque aquilo é uma concessão pública. Eles não são donos daquilo. Eles têm direitos, mas tem deveres também, mas não cumprem.”. Hilton Santos Almeida é presidente da Fundação Cultural Palmares. Cobrinha como é conhecido é ator, diretor teatral e produtor cultural, nasceu em Feira de Santana na Bahia em 25 de Maio de 1956, dia dedicado ao continente africano. Em seu currículo traz importantes trabalhos voltados a cultura negra como: Olonadé – A cena negra brasileira” mostra de discussões sobre o fazer teatral e a busca de uma tábua estética, a partir da perspectiva das culturas de matriz africana. Ano 01 - n˚ 01 São Paulo NOVEMBRO 2014 www.aqueladivida.com.br Cia dos Comuns, que em 2001 surgiu no Rio de Janeiro, a partir da necessidade de se ampliar a presença de Companhias de Teatro Negro Contemporâneo, no cenário cultural brasileiro. Com a Comuns montou: “A Roda do Mundo”, de 2001, “Candances – A Reconstrução do Fogo”, de 2003, “Bakulo” – os bem lembrados, de 2005, e “Silêncio”, de 2007. Em 2008, encarnou o personagem de Lima Barreto, Policarpo Quaresma, na montagem homônima dirigida por Luiz Marfuz, na Sala do Coro do Teatro Castro Alves, em Salvador. No mesmo ano, ganhou o Prêmio de melhor ator (curta) no Festival de Cinema de Brasília. Daniele Pires A fundação cultural Palmares foi fundada em 22 de Agosto de 1988 com intuito de promover e preservar a arte e cultura afro brasileira. Vinculada ao ministério da cultura atua há 26 anos com políticas inclusivas para afirmação do negro como artista e dono de sua cultura. Desde sua fundação, a instituição pública, já emitiu mais de 2.476 certificações para comunidades quilombolas, que garante-as acesso a programas sociais do Governo Federal. Apoiou fortemente a lei 10.639/03, que determina que a escolas insiram em seu currículo o ensino de História afro brasileira e africana. Fundação Cultural Palmares Mudança Cultural existe? Promoção e preservação da arte e da cultura afro brasileira País da diversidade e misci- genação Daniele Pires Genericamente falando a cultura é um conjunto de manifestações artísticas, sociais, linguísticas e comportamentais, a necessidade do homem em se expressar. Antigamente o conceito de cultura estava ligado ao erudito, mas sabemos que vai além. Ela sofre Q JORNAL CULTURAL Ano 01 - n˚ 01 São Paulo NOVEMBRO 2014 Janete Querido Figueira, 54 anos. Apresenta o programa Espiritismo em Flash pela TV Cidade- Taubaté. Formada em Ciências Contábeis e Educação Yuri Silva, 25 anos. Formado em História pela USP, cursa pós-graduação em Produção e Gestão Jornalística no Senac São Paulo. “Subversivo até a última ponta”. Nayara de Souza, 24 anos. Formada Administração pela Uniban, cursa pós- graduação em Produção e Gestão Jornalística no Senac São Paulo. Faz trabalhos voluntários e uma que a defina é: “Minha religião é o amor.” de Dalai Lama. Daniele Pires, Formada em Letras pela Universidade de Santo Amaro, cursa pós- graduação em Produção e Gestão Jornalística no Senac São Paulo. Sonha com um Brasil de oportunidades iguais a todos e nunca deixa de sorrir. “Porque um sorriso desarma, encanta, fascina. Um sorriso? Ah! Um sorriso...”. Juliana Guerra, 33 anos. Formada em Letras e Rádio TV, está cursando pós-graduação em Produção e Gestão Artística com habilitação em música, está cursando pós-graduação em Produção e Gestão Jornalística no Senac São Paulo. É Professora de piano, tem dois filhos, Bruno e Érika. Acredita que devemos seguir o exemplo da Fênix que renasce das próprias cinzas. “Ter ânimo para começar de novo é essencial”. Jornalística no Senac São Paulo. Trabalha como pesquisadora iconográfica no colégio J.Piaget de Ensino. Acredita em um Brasil mais justo. “Acho que o Brasil está caminhando para uma nova formação de cidadãos, modificando suas percepções para crescimento de nossa nação”. O questionamento da inserção dos diferentes grupos que compõem a sociedade brasileira é um debate, em certa medida, novo. Na verdade é um tema que vem acompanhando a vida cultural e intelectual do país há muito tempo. Mas hoje, cada vez mais, é um assunto da ordem do dia. Nota- se, no decorrer da história brasileira, um verdadeiro “mal-estar” social. Na relação entre os grupos nacionais e sua real inclusão nos diversos quadros econômicos. As ações afirmativas (como por exemplo, as cotas raciais) são parte de uma reivindicação das populações historicamente marginalizadas no Brasil: o negro, o índio. Em 1933, Gilberto Freyre, grande intelectual pernambucano, publicou o livro Casa- Grande & Senzala. Este trabalho foi paradigmático para o pensamento crítico da sociedade brasileira. Apesar de a população brasileira ser constituída por um pouco mais de 50% de negros, muitos desconhecem as origens históricas e culturais afro- brasileiras. Existe a Lei 10.639, promulgada em 2003, que instituiu nas Escolas de Ensino Fundamental e Médio a obrigatoriedade do ensino da cultura negra brasileira e suas raízes africanas. De acordo com Hilton Cobra, Presidente da Fundação Cultural Palmares “a lei ainda não esta de forma plena implantada, seria impossível em dez anos, todas as escolas atendessem essa lei”. Mesmo que a lei ainda sofra alguma resistência no ambiente escolar, é notória a conquista que este ato trouxe ao movimento negro. Muito do que a criança ou jovem aprende da vida, no seu período de Yuri Silva Nayara de Souza Ações afirmativas Cultura negra “Encarando o problema” ou “Encarando o problema de frente” Pilar da cultura Brasileira Nele o autor propôs o conceito de “democracia racial”. Este termo pretende caracterizar a realidade social brasileira como uma harmoniosa conjuntura, livre de preconceito racial, tendo o mestiço como fator conciliador. Segundo Freyre, todos os grupos que comporiam o povo brasileiro (tomando como base a tríade branco-negro-índio) estariam igualmente contemplados pelas mesmas oportunidades e direitos. A conceituação foi de ciência, a farsa, a mito. Ideologias interessadas em apresentar um país homogêneo e igualitário, se utilizaram do pensamento freyreano em demasia. Tanto é assim que, ainda faz-se sentir a reverberação ideológica deste mito. Ele é utilizado como argumentação para rebater a necessidade premente do incentivo das políticas públicas de ações afirmativas. formação de opinião, de visão de mundo, do respeito ao próximo e as diferenças, se fortalece no ambiente escolar e conhecer a cultura pilar de seu pais de origem, contribui para que haja um maior respeito, não somente as suas origens, bem como com a cultura dos povos no geral. Umbanda, Vatapá, Acarajé, Camdomblé, Alaká, Cachaça, Capoeira, Maracatu,Carimbó, Feijoada, Samba, Ogum. Palavras de origem africana, utilizadas no vocabulário brasileiro, consegue identificar o que seria cada uma destas coisas? Qual delas são músicas, religiões, temperos, instrumentos musicais e até estilos de tecer roupas? Oras, faz parte de nossa cultura! Isso é arte Brasil!

Ano 01 - n 01 Ações afirmativas Redação NOVEMBRO 2014 ... · conhecido é ator, diretor teatral e produtor cultural, nasceu em ... escolas insiram em seu currículo o ensino de

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uando perguntamos sobre o papel do negro na televisão e sua importância para disseminação da cultura afro brasileira,

Hilton foi categórico: “Não tem presença de negro na Rede Globo. Esse negócio de você botar uma novela com setenta atores e dois atores negros, isso não é presença.

“Não tem presença de negro na Rede Globo”

Redação

Hilton Cobra presidente da Fundação Cultural Palmares fala sobre o negro na televisão

Tem de ser investido nessa televisão brasileira aberta, porque aquilo é uma concessão pública. Eles não são donos daquilo. Eles têm direitos, mas tem deveres também, mas não cumprem.”.

Hilton Santos Almeida é presidente da Fundação Cultural Palmares. Cobrinha como é conhecido é ator, diretor teatral e produtor cultural, nasceu em Feira de Santana na Bahia em 25 de Maio de 1956, dia dedicado ao continente africano. Em seu currículo traz importantes trabalhos voltados a cultura negra como: Olonadé – A cena negra brasileira” mostra de discussões sobre o fazer teatral e a busca de uma tábua estética, a partir da perspectiva das culturas de matriz africana.

Ano 01 - n˚ 01São PauloNOVEMBRO 2014www.aqueladivida.com.br

Cia dos Comuns, que em 2001 surgiu no Rio de Janeiro, a partir da necessidade de se ampliar a presença de Companhias de Teatro Negro Contemporâneo, no cenário cultural brasileiro. Com a Comuns montou: “A Roda do Mundo”, de 2001, “Candances – A Reconstrução do Fogo”, de 2003, “Bakulo” – os bem lembrados, de 2005, e “Silêncio”, de 2007. Em 2008, encarnou o personagem de Lima Barreto, Policarpo Quaresma, na montagem homônima dirigida por Luiz Marfuz, na Sala do Coro do Teatro Castro Alves, em Salvador. No mesmo ano, ganhou o Prêmio de melhor ator (curta) no Festival de Cinema de Brasília.

Daniele Pires

A fundação cultural Palmares foi fundada em 22 de Agosto de 1988 com intuito de promover e preservar a arte e cultura afro brasileira. Vinculada ao ministério da cultura atua há 26 anos com políticas inclusivas para afirmação do negro como artista e dono de sua cultura.

Desde sua fundação, a instituição pública, já emitiu mais de 2.476

certificações para comunidades quilombolas, que garante-as acesso a programas sociais do Governo Federal. Apoiou fortemente a lei 10.639/03, que determina que a escolas insiram em seu currículo o ensino de História afro brasileira e africana.

Fundação Cultural Palmares Mudança Cultural existe?Promoção e preservação da arte e da cultura afro brasileira

País da diversidade e misci-genação

Daniele Pires

Genericamente falando a cultura é um conjunto de manifestações artísticas, sociais, linguísticas e comportamentais, a necessidade do homem em se expressar.

Antigamente o conceito de cultura estava ligado ao erudito, mas sabemos que vai além. Ela sofre

Q

JORNAL CULTURAL

Ano 01 - n˚ 01São PauloNOVEMBRO 2014

Janete Querido Figueira, 54 anos. Apresenta o programa Espiritismo em Flash pela TV Cidade- Taubaté. Formada em Ciências Contábeis e Educação

Yuri Silva, 25 anos. Formado em História pela USP, cursa pós-graduação em Produção e Gestão Jornalística no Senac São Paulo.

“Subversivo até a última ponta”.

Nayara de Souza, 24 anos. Formada Administração pela Uniban, cursa pós-graduação em Produção e Gestão Jornalística no Senac São Paulo. Faz trabalhos voluntários e uma que a defina é:

“Minha religião é o amor.” de Dalai Lama.

Daniele Pires, Formada em Letras pela Universidade de Santo Amaro, cursa pós-graduação em Produção e Gestão Jornalística no Senac São Paulo. Sonha com um Brasil de oportunidades iguais a todos e nunca deixa de sorrir. “Porque um sorriso desarma, encanta, fascina.

Um sorriso? Ah! Um sorriso...”.

Juliana Guerra, 33 anos. Formada em Letras e Rádio TV, está cursando pós-graduação em Produção e Gestão

Artística com habilitação em música, está cursando pós-graduação em Produção e Gestão Jornalística no Senac São Paulo. É Professora de piano, tem dois filhos, Bruno e Érika. Acredita que devemos seguir o exemplo da Fênix que renasce das próprias cinzas.

“Ter ânimo para começar de novo é essencial”.

Jornalística no Senac São Paulo. Trabalha como pesquisadora iconográfica no colégio J.Piaget de Ensino. Acredita em um Brasil mais justo.

“Acho que o Brasil está caminhando para uma nova formação de cidadãos, modificando suas percepções para crescimento de nossa nação”.

O questionamento da inserção dos diferentes grupos que compõem a sociedade brasileira é um debate, em certa medida, novo. Na verdade é um tema que vem acompanhando a vida cultural e intelectual do país há muito tempo. Mas hoje, cada vez mais, é um assunto da ordem do dia. Nota-se, no decorrer da história brasileira, um verdadeiro “mal-estar” social. Na relação entre os grupos nacionais e sua real inclusão nos diversos quadros econômicos.

As ações afirmativas (como por exemplo, as cotas raciais) são parte de uma reivindicação das populações historicamente marginalizadas no Brasil: o negro, o índio. Em 1933, Gilberto Freyre, grande intelectual pernambucano, publicou o livro Casa-Grande & Senzala. Este trabalho foi paradigmático para o pensamento crítico da sociedade brasileira.

Apesar de a população brasileira ser constituída por um pouco mais de 50% de negros, muitos desconhecem as origens históricas e culturais afro-brasileiras.

Existe a Lei 10.639, promulgada em 2003, que instituiu nas Escolas de Ensino Fundamental e Médio a obrigatoriedade do ensino da cultura negra brasileira e suas raízes africanas. De acordo com Hilton Cobra, Presidente da Fundação Cultural Palmares “a lei ainda não esta de forma plena implantada, seria impossível em dez anos, todas as escolas atendessem essa lei”. Mesmo que a lei ainda sofra alguma resistência no ambiente escolar, é notória a conquista que este ato trouxe ao movimento negro.

Muito do que a criança ou jovem aprende da vida, no seu período de

Yuri Silva

Nayara de Souza

Ações afirmativas

Cultura negra

“Encarando o problema” ou “Encarando o problema de frente”

Pilar da cultura Brasileira

Nele o autor propôs o conceito de “democracia racial”. Este termo pretende caracterizar a realidade social brasileira como uma harmoniosa conjuntura, livre de preconceito racial, tendo o mestiço como fator conciliador. Segundo Freyre, todos os grupos que comporiam o povo brasileiro (tomando como base a tríade branco-negro-índio) estariam igualmente contemplados pelas mesmas oportunidades e direitos.

A conceituação foi de ciência, a farsa, a mito. Ideologias interessadas em apresentar um país homogêneo e igualitário, se utilizaram do pensamento freyreano em demasia. Tanto é assim que, ainda faz-se sentir a reverberação ideológica deste mito. Ele é utilizado como argumentação para rebater a necessidade premente do incentivo das políticas públicas de ações afirmativas.

formação de opinião, de visão de mundo, do respeito ao próximo e as diferenças, se fortalece no ambiente escolar e conhecer a cultura pilar de seu pais de origem, contribui para que haja um maior respeito, não somente as suas origens, bem como com a cultura dos povos no geral.

Umbanda, Vatapá, Acarajé, Camdomblé, Alaká, Cachaça, Capoeira, Maracatu,Carimbó, Feijoada, Samba, Ogum. Palavras de origem africana, utilizadas no vocabulário brasileiro, consegue identificar o que seria cada uma destas coisas? Qual delas são músicas, religiões, temperos, instrumentos musicais e até estilos de tecer roupas? Oras, faz parte de nossa cultura! Isso é arte Brasil!

mudanças, alguns valores se perdem e outros se incorporam, há uma mudança junto com a sociedade, refletindo costumes.

A pluralidade de valores, hábitos e crenças derivados de outras civilizações torna um país rico culturalmente. O Brasil é o país da diversidade e miscigenação cultural.

Será que toda essa diversidade é apresentada para a sociedade? Ou a desigualdade social ainda impera no meio midiático?

Para Paulo Silvino Ribeiro, colaborador do site Brasil Escola e Mestre em Sociologia pela UNESP - Universidade Estadual Paulista “Júlio de Mesquita Filho”, declara que nas ciências sociais brasileiras não são poucos os autores que já apontaram a questão da falsidade dessa democracia racial, apontando para a existência de um racismo velado, implícito, muitas vezes, nas relações sociais, do convívio harmônico e da tolerância entre brancos e negros, pobres e ricos, acaba por encobrir ou sufocar a realidade da desigualdade, tanto do ponto de vista racial como de classe social. Ainda hoje, mesmo com leis claras contra atos racistas, é possível afirmarmos a existência do preconceito de raça na sociedade brasileira, no transporte coletivo, na escola, até no ambiente de trabalho. Isso não significa que vivamos numa sociedade racista e preconceituosa em sua essência, mas sim que esta carrega ainda muito de um juízo de valor dos tempos do Brasil colonial, de forte preconceito e discriminação. Além disso, se a diversidade cultural não apagou os preconceitos raciais, também não diminuiu outro ainda muito presente, dado pela situação econômica-social do indivíduo.

O povo brasileiro está modificando seus hábitos e valores, o pobre, o negro, o menos favorecido quer se expressar. Ele necessita de seu espaço na sociedade, querendo ou não, hoje essa classe é a grande massa consumidora.

Ano 01 - n˚ 01São PauloNOVEMBRO 2014

Ano 01 - n˚ 01São PauloNOVEMBRO 2014

Juliana Guerra

Janete Querido

“Só vamos ter a presença plena do negro na televisão, se a TV aberta aumentar sua grade de programação regional”, afirma Hilton Cobra.

Segundo o ator e diretor teatral, Hilton Cobra, baiano, legítimo representante do movimento negro nas comunidades de matriz africana e no meio artístico, a Globo não trata o negro de forma diferenciada, trata de forma estereotipada.

As TVs por assinatura conseguem dar um pouco mais de atenção à cultura regional, com seus canais comunitários. TV Cidade – Taubaté é um exemplo disto.

Podemos assistir uma apresentação de Moçambique, dança folclórica de origem negra, acompanhando a exibição do grupo de Moçambique do Belém – bairro da cidade de Taubaté, na íntegra,

TV Aberta e Programação Regional“Maior porcentagem de Programação Regional na TV aberta valoriza a cultura popular e favorece a presença plena do negro na televisão”, diz Hilton Cobra.

sem cortes, nem edições que alterem a sequência da dança de seus componentes.

Ou ainda, o desenrolar da tradicional Festa Religiosa da Imaculada, no bairro da Imaculada também em Taubaté, onde fica a Casa do Figureiro, e acompanhar pela televisão, as figureiras esculpindo suas figuras de barro, sendo os mais famosos “a chuva de pássaros” e o “pavão”, símbolos do artesanato paulista.

Só vamos ter a pre-sença plena do negro

na televisão, se a TV aber-ta aumentar sua grade de programação regional.Hilton Cobra.

Desde que começou a ser divulgada, a série “Sexo e as negas” gerou polêmica. O movimento negro não foi receptivo ao conceito exposto, por achar carregado de estereótipos. “Não é possível que em pleno século 21 em 2014, a única forma que a Globo tenha de representação das mulheres negras seja a partir da nossa sexualidade. É como se a nossa vida toda estivesse girando em torno disso, mas não é verdade. Isso é um equívoco”, diz Vilma Reis, coordenadora da rede de combate ao racismo e

Não sou tuas negas Sexo e as negas: Polêmica do inicio ao fim

Manifestações na sede da TV Globo - junho de 2013

intolerância religiosa da Secretaria de Políticas de Igualdade Racial – SEPROMI.

Na Terça-feira passada (21) foi ao ar o último episódio da temporada, que abordou o tema preconceito. E mais uma vez polemizou. Pois tratou o preconceito como se fosse uma coisa de dentro para fora, como um problema de aceitação e não como se o preconceito existisse de fato.

Em entrevista ao programa do Jô Soares exibido na madrugada de Quinta-feira (23) também pela

Rede Globo, Miguel Falabella disse que não há preconceito. E que a ideia da serie não era representar todas as negras ou o movimento negro. E sim as que ele conhecia por frequentar a Cidade Alta, bairro periférico do Rio de Janeiro, em visitas a sua camareira.

Daniele Pires e Yuri Silva