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Ano 15 Ed 176 Jan 2015

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Jornal de Umbanda Sagrada

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  • Pgina - 2 Jornal de Umbanda Sagrada - Janeiro/2015

    Diretor Responsvel: Alexandre Cumino - Tel.: (11) 5072-2112E-Mail: [email protected]: Av. Dr. Gentil de Moura, 380 Ipiranga So Paulo - SP

    Diagramao, Editorao e Arte: Laura Carreta - Tel.: (11) 9-8820-7972E-Mail: [email protected]

    Reviso: Marina B. Nagel CuminoE-Mail: [email protected]

    Diretor Fundador: Rodrigo Queirz Tel.: (14) 3019-4155 E-mail: [email protected]

    Consultora Jurdica: Dra. Mirian Soares de Lima Tel.: (11) 2796-9059

    Jornalistas Responsveis:Wagner Veneziani Costa - MTB:35032 Marina B. Nagel Cumino - MTB: SC-01450-JP

    expediente:

    uma obra filantrpica, cuja misso contribuir para o engrandecimento da religio, divulgando material teo-l gico e unificando a comunidade Umbandista.

    Os artigos assinados so de in-teira res ponsabilidade dos auto-res, no refletindo necessariamente a opinio deste jornal.

    As matrias e artigos deste jor nal podem e devem ser reproduzidas em qualquer veculo de comunicao. Favor citar o autor e a fonte (J.U.S.).

    Nossa capa:

    Foto: Caboclo Pena Branca (Imagens Bahia)Produzida por: UMBANDA EU CURTOwww.facebook.com/umbandaeucurto

    O JORNAL DE UMBANDA SAGRADAno vende anncios

    ou assinaturas

    A PALAVRA DO EDITORPor ALEXANDRE CUMINO Contatos: [email protected]

    Incorporao no possesso

    NA GRANDE MAIORIA das religies, o fenmeno que chamamos de incorpo-rao no algo desejado e, assim, quando algum entra em transe, geral-mente, algo contra a sua vontade. Por este fato, se usa o termo possesso e se afirma que tal pessoa est possuda. A prpria palavra implica em algo que est sendo tomado fora, uma agresso. Assim , por exemplo, no catolicismo, em que quando algum possudo ou tomado, logo isso reconhecido como uma possesso demonaca e o caminho mais indicado fazer um exorcismo. Nas religies Pentecostais, costume incorporar o esprito santo e falar em lnguas, o que tambm um fenmeno de transe. Ainda neste seguimento, tambm se faz exorcismos dos capetas ou demnios que podem estar atrapa-lhando a vida de algum. Nas novas religies evanglicas brasileiras, houve uma demonizao das entidades de Umbanda, especialmente Exu e Pomba Gira, e assim, comum que os adeptos incorporem estas entidades como se elas fossem demnios que necessitam ser expulsos. O que, do ponto de vista da Umbanda, um absurdo claro.

    Este quadro em torno do transe, aqui chamado de possesso, faz com que se crie um grande quadro imaginrio em torno do que chamamos de incor-porao na Umbanda, o que confunde um pouco, tanto quem de fora, quanto quem est chegando na religio.

    Muitas pessoas chegam aos templos de Umbanda acreditando que sero possudas pelos guias de Umbanda,

    acreditam que sero tomadas de si mesmas e que as entidades espirituais entram em seus corpos independente de sua vontade, o que no verdade - com raras excees que devem ser analisadas e estudadas, caso a caso, para entender o que de fato est acontecendo.

    Na Umbanda, o transe de incorpo-rao algo desejado, o mdium quer estar incorporado, o mdium quer viver esta experincia, o mdium admira e ama os guias espirituais e deseja esta proximidade. Ento, quando entramos nesta realidade de Umbanda, em que todos querem incorporar, nos deparamos com o fato de que incorporar no algo to simples e que, embora seja para uma grande maioria, no para todos. Ainda assim, h muitas dificuldades e bloqueios que impedem a incorporao, mas que podem ser trabalhados e neu-tralizados com um bom desenvolvimento medinico.

    Assim, podemos definir que a palavra incorporao a mais utilizada para definir este transe em que um mdium est manifestado com um guia de Um-banda, o que tambm cria outras difi-culdades com relao expectativa e ao entendimento que o mdium tem sobre o que ir acontecer com ele no momento em que seu guia espiritual se apresen-tar. A palavra incorporar traz a ideia de que algum vai entrar em voc e, desta forma, a grande maioria acredita que, se algum vai entrar algum, tem que sair para dar espao, e da mais confuso e conflitos. Afinal, na grande maioria das vezes, quando incorporamos, nosso

    esprito no sai do corpo para um outro entrar, eles coabitam o mesmo corpo, por isso que o mdium deve aprender a ficar quieto e no interferir para que seu guia possa se manifestar. H in-meras polmicas em torno da palavra incorporao, no entanto, no h outra palavra que traduza melhor o que acontece, independente do fato de um esprito ter que entrar ou no em seu corpo para se manifestar, a sensao de quem est em transe que algum est se manifestando de dentro para fora em voc.

    Embora o espiritismo traga muita luz e estudo sobre as diversas formas de mediunidade, muito raro encontrar o transe de incorporao no meio esp-rita, o que mais vemos a psicofonia, ou seja, a fala medinica, que difere do que chamamos de incorporao, na qual o mdium fica totalmente caracte-rizado pela forma de manifestao de seus guias espirituais. A racionalizao do fenmeno medinico algo bom para seu entendimento, mas a raciona-lizao excessiva pode atrapalhar mais que ajudar, simplesmente porque, no processo de transe e incorporao, h momentos em que o melhor esquecer de tudo que racional ou questionvel e apenas se entregar, como um amante se entrega a seu amor, sem medidas ou questionamentos infindveis.

    A incorporao um ato de amor, no qual o mdium tem a oportunidade de unir-se misticamente a seus guias e Orixs. Nas religies de transe acontece isso, algo muito especial, seus mestres e

    suas divindades vem terra e lhe tomam como morada para sua manifestao. O mdium em si um templo vivo rece-bendo a visita das entidades, as quais ele tem em alta conta dentro do que sagrado e divino. O mesmo vemos no Candombl, Catimb, Pajelana, Tambor de Mina e outras religies dos seguimen-tos afro-indgenas-brasileiro.

    O transe de incorporao uma das manifestaes mais antigas e arcaicas de religiosidade e espiritualidade. Muito antes de haver uma histria escrita, os xams de todas as culturas j entravam em transe e recebiam espritos e divinda-des por meios dos rituais mais variados. A incorporao no uma inveno de Kardec e muito menos da Umbanda, ou de outras tradies atuais. A incor-porao algo ancestral e visceral no ser humano. Mesmo que encontre uma sociedade em que nenhuma religio de transe esteja presente, sempre haver pessoas que entram em transe e tm algo de positivo como resultado de uma incorporao.

    Por isso tudo e muito mais, pode-mos dizer que: incorporao no possesso e que , de fato, algo muito desejado na religio, antes de mais nada, o pilar de sustentao da Um-banda. Afinal, a prpria religio nasceu da incorporao de um esprito chamado Caboclo das Sete Encruzilhadas em seu mdium, Zlio de Moraes, no dia 15 de Novembro de 1908. A Umbanda nasceu da prtica e no da teoria, no entanto, precisamos e muito da teoria para en-tender melhor esta prtica.

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    Problemas ou Oportunidades?

    Por NIKOLAS PERIPOLLI - Inspirado por PAI JOO - Contatos: [email protected]

    SOZINHA EM SEU QUARTO, uma moa analisava sua vida e a angs-tia reinava em seu corao. Fechou os olhos e pediu ao Divino Criador que a orientasse, para que conse-guisse resolver seus problemas e seguisse com sua caminhada na evoluo. Eis que ento a moa sente a vibrao daquela entidade to amada e conhecida por ela:

    Como est a vossa vida? a Pomba Gira questionava.

    A mulher pensou um pouco e respondeu que estava mais ou me-nos, pois estava cansada de tantos problemas.

    Foi quando a D. Pomba Gira assumiu o mental e o corao da mdium, passando a ela as seguin-tes palavras:

    Problemas? E o que so esses problemas? Filha, o problema do ser humano que ele complica demais a prpria vida. Tudo problema! Mas o que vs no sabe que, se vs no quiser ter problemas, nunca

    ter, basta que enxergue a vida por outro lado.

    Ora, o que um problema se no uma oportunidade? Perder um emprego no uma oportunidade de encontrar outro melhor, de aprender coisas diferentes, de ter mais criati-vidade, de crescer em outro lugar, de ensinar outras pessoas o que vs j sabe fazer? Uma doena no uma oportunidade de fortalecer a f no Divino Criador, em si mesmo, na vossa fora, na vossa crena, no amor dos vossos irmos? Doena no uma oportunidade para o homem evoluir, de fazer a cincia evoluir? E a cincia, essa prpria no uma resposta existncia de Deus que tantos duvidam? Pois no foi Ele que deu a todos a vida?

    Ento por que vs v problemas na vossa vida? Por que no v opor-tunidades?

    Comece a olhar para a vossa vida, para as vossas dificuldades, como uma chance de evoluir, de

    crescer, de aprender, de ensinar, de compartilhar, de dividir, de somar, de multiplicar. So essas oportunidades que te faro mais forte, mais criativo, mais sbio, mais consciente do valor da vossa vida!

    E por falar em valor da vida, me responda, que valor tem a vida? Feche os vossos olhos e imagine que daqui pouco, na vossa casa, vs ir desencarnar. O que vs sente? Vs sente que fez de tudo para ser feliz, para crescer e evoluir? Vs realizou, pelo menos, metade dos vossos sonhos? Vs ajudou a realizar o so-nho de algum? Vs fez tudo o que queria fazer? Ou vs se arrepende de ter perdido tanto tempo com coisas mesquinhas? Se arrepende de no ter se esforado mais para realizar os prprios sonhos? Se arrepende de no ter estendido a mo a seu irmo quando viu que ele, calado, sofria?

    Esse o valor da vossa vida, filha! O ser, no momento do desen-carne, sabe o real valor da vida! E

    digo uma coisa: poucos so os que desencarnam com um sorriso no rosto por ter vivido de verdade.

    Vs sabe o porqu de tantos irmos ficarem presos matria aps a passagem? Filha, o esprito infinito! Para o esprito, desencarnar a melhor coisa, pois quando ele se liberta dessa casca que vs chamam de corpo. Ento por que tantos sofrem o desencarne? Por que tantos ficam presos? Por que tantos precisam ser encaminhados nos ter-reiros de Umbanda ou nos centros espritas? Porque no compreendem que precisam deixar esse meio vosso?

    porque ele no aceita o valor da vida dele. Ele acha que podia ter vivido mais, ter feito mais coisas que tinha vontade de fazer, ter dito coisas que no disse, ter se permitido ser feliz de verdade. por isso filha! No porque eles deixaram um tesouro de joias e ouro, porque eles deixa-ram para trs o verdadeiro tesouro divino que viver.

    Ento pare de sofrer! Pare de olhar para si prpria e s enxergar obstculos e dificuldades! Veja em vs os desafios que traro recom-pensas inimaginveis, veja em vs oportunidades de evoluo, veja em vs a fora do Divino Criador que habita em vs, veja em vs as Divindades, os Sagrados Orixs, pois, sim, vs Os carregam dentro de si. Vejam em vs a fora dos Guias, vejam a vossa fora, o vosso amor, a vossa infinidade!

    S quando vs compreender isso, filha, passar a viver plena-mente! Mas no deixe que esse momento venha sozinho, porque ele no vir, comece a trabalhar isso dentro de vs e ento vs, aos poucos, achar a compreenso da vida e das coisas divinas.

    Que Oxal ilumine os vossos passos e que vs encontre as foras dos Orixs para concluir essa etapa da vossa evoluo! Que Olorum abenoe a todos! Sarabumba!.

    http://nikolasperipolli.wordpress.com

    Por ANNE RAYSA VIEIRA NUNES - Mensagem da POMBA GIRA D. MARIA ROSAContatos: [email protected]

    O grande lago da vida

    IMAGINE UM LAGO, com sua exten-so infinita, onde suas guas so cristalinas na sua superfcie e, com um olhar atento e sincero, veja a gua ficando escura e densa devido profundidade do lago. O sol irradia sua luminosidade sobre a superfcie do lago, deixando esplndido e infinitamente atraente aos olhos de quem o v. As guas deste lago no se movem, so imveis, impenetr-veis diante do vento e do sopro que a natureza sua volta proporciona. O lago eterno, impenetrvel, belo, sincero em sua beleza, e mis-terioso em sua profundidade.

    Este lago gerador de vida, tan-to em sua profundidade, como em sua superfcie. Em sua profundeza, vivem milhares de espcies, sem sequer saberem da vida fora dele, pois outras espcies vivem na sua forma externa, na sua superfcie, no seu redor, e as mesmas guas que, antes misteriosas em suas profun-dezas, agora claras e visveis na su-

    perfcie, alimentam toda a natureza sua volta e espcies de animais que tm nele sua fonte de vida.

    Agora tente imaginar este lago sendo o centro do universo e toda a criao sendo a natureza sua volta. O lago a fonte de vida dessa natureza. Sem o lago, a Vida que o cerca morre, desaparece, seca, e a tristeza impera no vazio onde o so-pro do ar passa sem ser percebido, pois rvores, folhas, animais e toda a vegetao ali no existem mais. Imagine, se o lago ali no estivesse,

    os mistrios do lago no existiriam, no estariam ali para serem aprecia-dos e a doce sensao de surpresa ao descobrir um novo mistrio vindo do fundo do lago no seria possvel.

    Imagine que o lago seja o Divino Criador e, ns, a natureza que o cerca. Vida existe volta do lago, Vida existe volta do Criador. Mas uma vida existe tambm dentro do criador, no compreendida por ns, mas existe. Sem o Criador, ns que vivemos sua volta e somos criados e desenvolvidos por suas guas no

    mais existiramos.Assim a Criao e o Criador. Um lugar deserto, por exemplo, pode virar um lago e passar a gerar vida sua volta, mesmo ali no existindo nada anteriormente. Assim era a Criao sem a vontade do Criador em gerar, em ver sua volta a vida de uma forma diferente da Vida que existe dentro dele.

    Trago esse pequeno conto a vo-cs, pois, de certa forma e em certos momentos, nos falta a compreenso e a F para crer e entender o Divino Criador. Mas saibam que o Criador

    como um Lago, Ele existe, visvel aos bons olhos sobre a luz do Sol, que so seus princpios da Vida, porm no totalmente compreendido, pois sua imensido, sua profundidade eterna, sua profundidade a prpria vida. No o compreendemos, mas fazemos parte Dele, somos alimentados por Ele e, sendo bons observadores, sentimos Sua gua Divina nos en-volver, nos alimentar, fazendo com que cresamos ao ponto de darmos frutos, para que outros possam se alimentar tambm.

    Essa a criao, esse o Criador, a Vida, a prpria existncia, o prprio alimento Divino que nossa alma ne-cessita, , em si, o nosso ar Divino, que mantm nossa essncia Divina Viva e pulsante para o crescimento eterno. Sejam gratos por possurem o Grande Lago da Vida alimentando e dando Vida a todos ns.

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    QUANDO RECEBEMOS a informa-o de que pai Oxssi o Orix que rege o Conhecimento, logo associamos isto ao ato de adquirir conhecimento, informaes, novos aprendizados de forma exterior (livros, cursos, etc.). Sim, estamos certos ao pensar desta maneira, porm, uma maneira incompleta de enxergar as possibilidades do Conhecimento.

    Numa reunio regida por Pai Oxssi, fomos lembrados que exis-te tambm o ato de ReConhecer a si mesmo, ou seja, aprender a conhecer seu repertrio interior de comportamentos viciados, ca-rncias, foras, sonhos, qualidades adquiridas, enfim, aprender sobre si mesmo.

    Encontrar em si uma fonte de conhecimento, primeiro sobre si, para servir de partida busca dos demais conhecimentos, dos quais estamos carentes para podermos crescer e evoluir. A partir de nossa

    Pai Oxssi e os dois lados do conhecimento

    base interna, poderemos usufruir ainda melhor dos conhecimentos externos percebidos por meio da observao, leituras e vivncias. Ou seja, to ou mais importante do que assimilar conhecimentos externos, reconhecer o seu espao interior, para, com isso, poder identificar que tipo de conhecimento lhe falta em cada cmodo da sua casa. Podemos, assim, buscar uma melhor harmonizao com os elementos interiores que nos regem.

    O autoconhecimento exige mais esforo e coragem, pois muito mais fcil olharmos para fora, do que para dentro. Ao olharmos para dentro, nem sempre encontramos somente flores e beleza. Na maioria das vezes, vamos nos deparar com aspectos menos virtuosos de ns mesmos, provavelmente encontrando, inclu-sive, caractersticas que temos o costume de apontar ou julgar em um semelhante.

    Mas, s encarando esse desafio

    e tendo a coragem de nos vermos na nossa completude, com luzes e sombras, que poderemos buscar as ferramentas necessrias para nos conscientizarmos sobre o que fazer para aprimorar nosso lado menos luminoso.

    De nada adianta eu ler milhares de livros e assistir milhares de pales-tras, filmes, cursos, se eu no souber onde posso aplicar cada aprendiza-do. preciso identificar o que em mim reverbera com mais facilidade e onde preciso me esforar para me vigiar mais, e com isso me aprimorar. A aquisio de informao no gera conhecimento por si s. preciso ter uma percepo sensvel de si mesmo para, ao adquirir uma informao, transform-la e incorpor-la em si, como conhecimento.

    Portanto, podemos nos lembrar de pedir a este Orix, Pai Oxssi, que nos auxilie a nos reconhecermos um pouco mais, a cada dia de nossas vidas na carne.

    As virtudes e a UmbandaPor RODRIGO DE MORAES UBARANA Contatos: [email protected]

    www.facebook.com/BusquemSempreALuz

    Por BRUNA ANAUATE - Contatos: [email protected]

    NEM SEMPRE as virtudes de uma pessoa correspondem aos seus atos. Muito se fala sobre trazer para a sua vida aquilo que voc realmente , mas o que isso quer dizer no cho da Terra onde acon-tece a vida material?

    Dentro da Umbanda, ainda se v muitas pessoas dizerem uma coisa e fazerem outras. Mas o que a Umbanda pode ensinar sobre a essncia de uma pessoa e como realiz-la na prtica?

    As duas perguntas convergem no mais puro sentimento de amor por si mesmo: se uma pessoa procura a sua essncia, ela pode encontr-la na Umbanda e em seus princpios.

    Ao observar as entidades de Umbanda, uma pessoa aprende, se realmente quiser aprender (e s assim), a ver que um preto velho diferente de um caboclo, que diferente de uma criana, que diferente de um exu, e assim por diante. Porm, todos tm algo em comum: eles agem de maneira despreocupada de agradar aos outros, no sendo do jeito que os outros querem que eles sejam e no dizendo as coisas que as pessoas querem ouvir, mas, sim, transparecendo suas virtudes e dizendo o que precisa ser dito de acordo com a necessidade de cada pessoa.

    Essas entidades so a ma-nifestao da verdade individual

    de cada esprito, porm, dentro de um contexto universal de amor e conexo.

    Resumindo, um preto velho ele mesmo e transparece a sua essncia e seus pensamentos em suas palavras e atitudes, porm, consciente de que todas as pes-soas esto ligadas umas s outras e formam um s Universo, um s Deus, nico e benevolente.

    Assim, uma pessoa, para en-contrar sua essncia e virtudes e colocar suas atitudes alinhadas, deve, antes de tudo, perceber que sua vida depende apenas dela, e que no importa o que outros iro julgar sobre seus atos. Tendo isso brilhando em seu interior, a expanso de sua essncia torna--se algo natural, pois saber que, para realizar-se, basta buscar a sua verdade.

    A Umbanda aproxima as pes-soas de sua verdade. Assim como os Orixs, que tm suas respectivas essncias e campos de atuao, as entidades tambm os tm, assim como as pessoas encarnadas. Cada um tem uma misso, uma essncia, e ningum igual a ningum, po-rm todos fazem parte de um nico Deus, e assim esto conectados.

    A conscincia de sua individu-alidade trar a sua verdade sobre o todo e a unidade Divina.

    SABEMOS QUE, quando h um trabalho no templo de Umbanda, existe algo chamado falange, ou seja, um agrupamento de esp-ritos que se afinizam com aquela egrgora e com a misso espec-fica exercida por aquele grupo. Por exemplo, numa gira onde se manifestam os guias espirituais conhecidos por Caboclos, entre esses caboclos, nem todos so ou foram um ndio ou um indgena, assim como nem todo preto-velho foi realmente velho ou negro, e assim sucessivamente.

    Entendemos, ento, que a espi-ritualidade utiliza de um fenmeno chamado arqutipo, ou seja, uma forma na qual os guias tendem a se moldar conforme o trabalho que

    tm a realizar junto ao seu mdium e tambm de acordo com o momento evolutivo da entidade. O mdium, tendo o conhecimento de que, nos dias de trabalho caritativo, se mani-festa uma falange de espritos que se afinizaram com tal energia, deve concordar que no h diferena entre as entidades no ?

    Eu pelo menos acredito que no... eu no consigo enxergar que o Caboclo Tupinamb melhor ou superior que o Caboclo Arranca-to-co, ou que o Boiadeiro Sete Laos superior ao Boiadeiro do chapu, que um guia tem mais conhecimen-to que outro, ou mais poderoso. Eu acredito que os guias espirituais j trazem uma grande bagagem em termos de conhecimento e

    vivncias passadas, a exemplo do caboclo das 7 encruzilhadas que foi o Padre Gabriel Malagrida, no mesmo? E as histrias do nosso Pai Z Pelintra?

    No h diferena entre os guias espirituais, pois cada um tem algo a ensinar em igual importncia. J um mdium pode ter mais conhecimento que outro e, quanto mais conheci-mento o mdium tem acerca de sua religio, mais fcil e mais claro ficam os trabalhos juntos aos seus guias claro, se este mdium no interferir no trabalho do guia!

    Ento, por que escolher um guia para conversar? Ou por que o mdium dar preferncia para este ou aquele? Se so falanges que vm nos ajudar, por que a escolha?

    Se so falanges, por que escolher?Por FBIO SILVA - Contatos: [email protected]

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    O TRONO NATURAL DA F e seu campo de atuao preferencial a religiosidade dos seres, aos quais ele envia o tempo todo suas vibraes estimuladoras da f individual e suas irradiaes geradoras de sentimentos de religiosidade.

    F! Eis o que melhor define o Orix Oxal. Sim, amamos irmos na f em Oxal. O nosso amado Pai da Umbanda o Orix irradiador da f em nvel planetrio e multidimensional. Oxal sinnimo de f. Ele o Trono da F que, assentado na Coroa Divina, irradia a f em todos os sentidos e a todos os seres. Comentar Oxal desnecessrio porque ele a prpria Umbanda. Logo, vamos nos afixar nas suas qualidades, atributos e atribuies.

    QUALIDADES: As qualidades de Oxal so, todas elas, mistrios da F, pois ele o Trono Divino irradiador da F. Nada ou ningum deixa de ser alcanado por suas irradiaes estimula-doras da f e da religiosidade. Seu alcance ultrapassa o culto aos Orixs, pois a religiosidade comum a todos os seres pensantes. Jesus Cristo um Trono da F de nvel intermedirio dentro da hierarquia de Oxal. E o mesmo acontece com Buda e outras divindades manifestadoras da f, pois muitos Tronos Intermedirios j se humanizaram para falar aos homens como homens e, assim, melhor estimularem a f em Deus. Todas as divindades irradiam a f. Mas os Tronos da hierarquia de Oxal so mistrios da F e irradiam-na o tempo todo.

    ATRIBUTOS: Os atributos de Oxal so cristalinos, pois atravs da essncia cristalina que suas irradiaes nos chegam, imantando-nos e despertando em nosso ntimo os virtuosos sentimentos de f. Saibam que a essncia cristalina irradiada pelo Divino Trono Essencial da F neutra quando irradiada. Mas como tudo se polariza em dois tipos de magnetismos, ento o polo positivo e irradiante Oxal e o polo negativo e absorvente Logunan, tambm chamada de Oi Tempo. Oxal irradia f o tempo todo e Logunan absorve as irradiaes religiosas desordenadas vibradas pelos religiosos desiquilibrados. Ela se contrape a ele porque a atuao dela no sentido de absorver os excessos religiosos vibrados pelos seres que se excedem nos domnios da f. J Oxal irradia f e estimula a religiosidade o tempo todo, a todos.

    ATRIBUIES: As atribuies de Oxal so as de no deixar um s ser sem o amparo re-ligioso dos mistrios da F. Mas nem sempre o ser absorve suas irradiaes quando est com a mente voltada para o materialismo desenfreado dos espritos encarnados. uma pena que seja assim, porque os prprios seres se afastam da luminosa e cristalina irradiao do divino Oxal... e entram nos glidos domnios da divina Logunan, a Senhora do Tempo e dos eguns negativados nos aspectos da f.

    OFERENDAS: Oxal oferendado com velas brancas, frutas, coco verde, mel e flores. Os locais para oferend-lo so aqueles que mais puros se mostram, tais como: bosques, campinas, praias limpas, jardins floridos, etc. J os regentes dos polos negativos da linha da F no se abrem ao plano material e no so invocados ou oferendados.

    Orixs na UmbandaPor RUBENS SARACENI - Contatos: [email protected]

    Fonte: Livros Cdigo de Umbanda e Orixs - Teogonia de Umbanda, Ed. Madras

    A ORIX DO TEMPO e seu campo preferencial de atuao o religioso, onde ela atua como ordenadora do caos religioso.

    O Tempo a chave do mistrio da F regido pela nossa amada me Oi, porque na eternidade do tempo e na infinitude de Deus que todas as evolues acontecem. A orix Oi forma um polo magntico vibratrio e energtico oposto ao do orix Oxal, e ambos regem a linha da F, que a primeira das Sete Linhas de Umbanda, que so as sete irradiaes divinas do nosso Criador. Logo, o campo de atuao de nossa amada me Oi o campo da f, onde flui a religiosidade dos seres, todos em continua evoluo.

    Oi a regente csmica da linha da F, e tempo o vazio csmico onde so retidos todos os espritos que atentam contra os princpios divinos que sustentam a religiosidade na vida dos seres.

    Tempo, eis as qualidades, atributos e atribuies negativas de Oi, de que tanto falamos e alertamos aos supostos pais de Santo ou magos negros que

    recorrem ao Tempo para prejudicar seus semelhantes com seus ebs sujos e suas magias negras. Oi a orix regente do polo negativo da linha da F, que a primeira das Sete Linhas de Umbanda e, com Oxal assentado em seu polo positivo, do sustentao a todas as manifes-taes da f e do amparo a todos os sacerdotes virtuosos e guiados pelos princpios divinos estimuladores da evoluo religiosa dos seres.

    Quando Oi vira no tempo, seja contra um seu filho direto quanto um seu filho indireto (que tm a coroa regida por outros orixs), ento sua vida entra em parafuso e s deixar de rodar quando esgotar tudo de desregrado e desvirtuado que nela existia. Isto Oi, amados filhos dos orixs! Me religiosa por sua excelncia divina, mas me rigorosa por sua natureza csmica, cujo principal atributo junto dos espritos humanos o de esgotar o lobo sanguinrio que oculta-se por baixo da pele de cordeiro.

    Enquanto Oxal irradiante, Oi absorvente, e enquanto os filhos de Oxal so extrover-tidos, os de Oi so introspectivos e at um tanto tmidos, pois a natureza forte de sua me divina exige deles uma certa beatitude, j que, das mes divinas, ela a mais ciumenta por seus filhos amados e a mais rigorosa com os seus filhos relapsos. Isto Oi, amados filhos das nossas amadas mes divinas!

    Se ela assim, porque ela a orix que, junto com Oxal, rege a primeira linha de Umbanda, que a linha da Religiosidade. Logo, os filhos de Umbanda, que tm em Oxal o divino Pai da F, tambm devem cultuar a divina me Oi. Com ele no plo positivo e ela no plo negativo, forma-se o par dos orixs excelsos que regem a linha da F e estimulam a religiosidade nos seres.

    Oxal Logunan TempoIlustraes: Google Images

  • Pgina - 8 Jornal de Umbanda Sagrada - Janeiro/2015

    Por FABIANA CARVALHO- Contatos: [email protected]

    O ressurgimentodo sagradofemininoPor MARCEL OLIVEIRA - Contatos: [email protected]

    O SAGRADO FEMININO est ressur-gindo de um adormecimento aps milhares de anos sendo sufocado pela dominao masculina. Os sinais esto claros. Vemos muitos homens no honrando com seus papis de patriarcas da famlia e abandonando prpria sorte as mulheres com seus prprios filhos. Homens que maltra-tam, humilham, destroem as vidas das mulheres que um dia chamaram de amor de suas vidas.

    Vemos claramente uma situao que est se invertendo e, cada vez mais, as mulheres so as sustenta-doras de famlias inteiras, as chefes em empresas, as lderes em muitos templos de Umbanda e em outras religies.

    Cabe a ns, homens, entender-mos que a mulher deve, sim, retomar seu lugar, que um lugar de matriar-ca tanto da famlia, como desta nova era. No d mais para tapar o Sol com a peneira. O sagrado feminino est clamando pelo seu reinado que sem-pre existiu, mas que ns, os homens, tentamos a todo custo destru-lo para domin-lo por completo.

    Est claro que no conseguimos esta srdida e terrvel misso. Ento, cabe a ns sermos homens de verda-de e cedermos ao sagrado feminino e suas filhas, as mulheres, espao para que elas possam agir livremente e reconstruir este mundo com sua beleza, fora e amor.

    Chega de homens desprezveis, que no honram nem seu sobrenome

    Democracia, Hierarquia, Livre Arbtrio e outras questes espirituais

    H ALGUMAS SEMANAS tive a opor-tunidade de ouvir uma conversa de Dona 7 Saias, ensinando sobre as estruturas de comando das Falanges de Luz dos Astral e suas hierarquias. Como sempre, suas conversas so verdadeiras aulas repletas de ensi-namentos e doutrina.

    O contexto da conversa girava em torno da tarefa de ser sacerdo-te. Em determinado momento, ela disse algo que me marcou - tentarei reproduzir da maneira mais fiel possvel:

    Essa histria de democracia, onde todos do sua opinio do que melhor para o grupo e quem tiver mais votos vence, inveno dos encarnados para um mundo ideal - que ainda no existe! Desde quando MAIORIA sinal de SABEDORIA?

    Aqui na espiritualidade, nos organizamos no em estruturas democrticas, mas em estruturas militares, onde h uma hierarquia a ser seguida e respeitada. H um lder que responde a outro lder que responde a outro lder e assim

    sucessivamente. Sempre tem algum acima hierarquicamente e assim vai at chegar s divindades menores, que tambm se reportam s divin-dades maiores at o alto de todas as hierarquias: o Chefe dos Chefes, Pai Olorum.

    E cada lder no foi eleito pelos seus seguidores, mas, sim, ele foi avaliado e avalizado por seus supe-riores segundo critrios que levam em conta sua capacitao e mritos de estar no grau que alcanou. Seus seguidores no se atrevem a questio-nar seu cargo, ao contrrio, confiam plenamente em seu lder com o respeito e o amor que ele merece. E dariam a prpria vida (se estivessem encarnados) para atender qualquer pedido ou ordem de seu chefe.

    Essa a estrutura de comando das Falanges de Luz, das Legies Umbandistas, das diversas Egrgoras de Guias da Direita e da Esquerda. No se iludam com as vontades das massas, pois elas no neces-sariamente refletem as Vontades de Deus.

    Essa preleo me fez refletir por vrios dias sobre muitas coisas... e me fez entender melhor uma outra conversa do Sr.Tiriri, que nos disse que esse tal de LIVRE--ARBTRIO, como vocs o enten-dem e praticam, muito diferente de como o vivemos aqui no Plano Espiritual: quanto mais evolumos, menos livre-arbtrio temos... e isso maravilhoso, pois servir a algum mais sbio, mais equilibrado e mais poderoso s nos ajuda a evoluir e nos aproximar mais de Deus!.

    E, devagar, os ensinamentos vo se encaixando dentro de mim e o entendimento das coisas de Deus vo ganhando sentido. Ser liderada pelo Caboclo, Preto-Velho, Marinheiro, Baiano, Boiadeiro, Exu e Pombagira passa a ser uma honra e uma oportunidade nica de evolu-o; ser uma oferenda viva dos Pais e Mes Orixs transforma-se num ideal de vida a ser buscado com todas as foras; e ser lder de um corpo medinico e de um Templo Umbandista misso designada por meus superiores que requer F, Amor, Conhecimento, Equilbrio, tica, Responsabilidade e Sabedoria para continuar sendo digna do grau a mim confiado.

    Que Olorum nos ensine neste ano de 2015 a sermos servos dceis e lderes eficientes em sua Estru-tura Hierrquica Divina para que possamos evoluir e ajudar outros a evolurem com Paz, Felicidade, Ple-nitude e Proteo - Feliz Ano Novo!

    e seus filhos, que abandonam mu-lheres prpria sorte, sustentando os filhos que so seus herdeiros nes-ta vida. Que o Sagrado masculino abenoe e corrija seus representan-tes, os homens, pois ns estamos cada dia mais afundando esta era, que est obscurecida pela ignorn-cia e pela inverso de valores...

    Voc pode estar pensando que existem milhares de mulheres que tambm esto invertidas de suas naturezas, mas acredito que este seja um grito desesperado contra a opresso que sofrem pelo machis-mo terrorista e insano de muitos homens, que as tratam como simples objetos e no do valor s suas naturezas sagradas femininas. Hora de despertar, mudar e amar.

  • Jornal de Umbanda Sagrada - Janeiro/2015 Pgina -9

    Mensagem de um ZPor PAULO RENATO BREDARIOL - Contatos: [email protected]

    NENHUM GRANDE MESTRE gostaria de lhe converter em uma marionete, porque, ento, ele o estaria matando. Ento seria um assassino.

    Ao contrrio, ele lhe ajudar a ser voc mesmo. E se no puder ser voc mesmo na intimidade e na comunica-o com seu Mestre, ento onde voc ser voc mesmo?

    O Mestre significa uma oportu-nidade de voc ser voc mesmo. S as mentes pequenas, as mentes es-treitas, que fingem ser Mestres e que no so Mestres, tentaro impor-se sobre voc.

    Os grandes Mestres lhe ajudaro

    a crescer em seu prprio caminho. E os grandes Mestres criaro todo tipo de barreiras para que no caia na tentao de seguir (copiar, imitar, ser vtima autmata do seguir, sem pensar ou raciocinar por si mesmo). Criaro todo tipo de barreiras! No lhe permitiro isso, porque voc ter a tendncia de seguir.

    fcil, a imitao fcil; ser au-tntico rduo. E quando imita, voc no se sente responsvel por isso; o mestre responsvel.

    Nenhum grande mestre jamais permitiu que algum o imitasse. Ele criar todo tipo de obstculos para

    que no possa lhe imitar. Levar voc a voc mesmo por todos os meios.

    Isto parece contraditrio, mas assim como funciona o mecanismo mais profundo da conscincia. Os Mestres so misteriosos.

    Voc no pode julg-los; no pode estar seguro do que esto fazendo a menos que a coisa toda acontea. S ento, retrospectivamente, ser capaz de saber o que estavam fazendo. Agora impossvel. Na metade do caminho, no pode julgar o que est acontecendo, o que se est fazendo. Mas uma coisa segura: a imitao no pode ser permitida.

    AGORA ENTENDO... Sei bem porque aqui estou, sei porque eu tenho. Con-sigo hoje entender o que me envolve, que me motiva; consigo simplesmente acreditar sem querer provar.

    Tenho cincia que meus obstcu-los so meus problemas; meus defei-tos, tenho que enfrent-los.

    No tenho que querer provar a outros o que sou, o que fao, por que fao; tenho que ter o corao limpo, tenho que ter disposio para o bem, amar de graa, ter respeito sempre, oferecer minha palavra a quem dela possa se alimentar.

    Sei que muito caminho ainda terei a seguir, muitas objees encontrarei, mas entendo, mesmo sendo difcil aceitar, entendo onde e por que isso devo passar.

    Poder no me fascina, poder no me chama a ateno; prefiro passar sem ser notado, prefiro notar aquele que no notado.

    Tenho que me reforar com o desejo que me move, quero olhar nos olhos e ter a ateno a todos que a mim vierem. No posso permitir que a soberba me atinja: quero a simplici-dade, quero a verdade.

    Meu nome no ventilarei, mesmo que seja jogado ao vento. No quero propaganda, pois tenho noo, mas quero ter convico que sou um qualquer, sou povo, sou povo, sou imperfeio. Sou aquele que acredita

    e ama, que anda ao encontro de uma resposta, que acredita no alm do ho-rizonte, que v o brilho do sol no dia de chuva, que acredita na passagem da tempestade.

    Que um dia, marcado com as es-padas e machados dos guerreiros do tempo, queimado e marcado com o fogo sagrado, tenho os ps marcados pela sujeira dos tempos, dos mundos, dos submundos.

    Sou aquele que sentiu o frio da madrugada gelada dos perdidos, que viu um sorriso daquele arrependido; sou aquele que um dia acreditou valer a pena. Encontrei minhas mes em minha cabeceira, me cuidando para que um dia acordasse, acreditando que um dia me restabeleceria.

    Descobri ser filho de vinte e um, e no de um pai, ser filho de vinte e uma, e no de uma me, ter vinte e um ao meu redor e no um.

    No quero ser rei, dono, patro, proprietrio, mandatrio, senhorzinho, capanga, prncipe, fara...

    Este sou eu, mas o que quero?Quero apenas ser um Z qualquer.

    Confia em teu mestreSRIE MESTRE E DISCPULO IV Fonte: Osho, Livro dos Segredos, cap. 36

    Templo de douTrina umbandisTaPai Oxal e Pai Ogum

    Rua Tiet, 600 - Vila VivaldiRudge Ramos - S.B. do Campo

    Tel. (11) 4365-1108 - partir das 13h00

    O JORNAL DE UMBANDA SAGRADAno vende anncios ou assinaturas

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    SBADO: das 10h00 s 12h00

    MAGIA DIVINA DAS SETE coNchAS SAGRADAS

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  • Jornal de Umbanda Sagrada - Janeiro/2015 Pgina -11

    A escada luminosa

    DIFICULDADE COISA QUE SE TEME, quando se devia agradecer: nos momen-tos de crise que se descobre o quanto se capaz de crescer. que a dificuldade desafia a nossa coragem de seguir acreditando que a Luz Maior habita em ns e sempre nos guia, por confiar que tudo haveremos de vencer. Qual o agricultor experiente que lana a semente e dela cuida porque sabe quais folhas, flores ou frutos poder colher, o Pai-Me da Criao nos coloca em viagens pelos mundos, a fim de nos experimentar e ensinar, e assim nos conduzir rumo ao aperfeioamento, Evoluo.

    Ocorre que a semente no duvida que possa vir a ser uma grande rvore (com folhas, flores e ou frutos); por isso, ela enfrenta todo o seu processo natural de desenvolvimento, desde o plantio at colheita.

    J o Ser humano duvida de si mesmo, embora sonhe em crescer... Ento precisa ser ensinado a conquistar autoconfiana, autoestima e equilbrio, a fim de realizar seus sonhos. Sabe o Criador que tal Evolu-o no poderia ser apenas entregue a cada Ser: preciso que seja conquistada, para que se lhe d o justo valor. E essa conquista se faz a cada instante, no enfrentamento das dificuldades, sejam elas graves ou corriqueiras.

    Cada um de ns dotado de capacida-des e habilidades nicas, que precisamos aprender a reconhecer e desenvolver. Sabe-mos que possvel fortalecer os msculos do corpo mediante a prtica regular de exerccios. De modo semelhante, tambm a nossa vontade pode ser fortalecida, em be-

    nefcio de uma sade integral (corpo/mente/esprito). Como fortalec-la? Enfrentando as dificuldades dirias com lucidez e intelign-cia, sem cair em dramas ou em desnimo: priorizando objetivos e nos empenhando em alcan-los, dia aps dia.

    Somos sementinhas de Deus. Precisa-mos nos conscientizar disso; agradecendo por sermos parte do grandioso Projeto da Criao. E aprender a aceitar o natural processo de desenvolvimento que nos far alcanar, por fim, uma existncia verdadei-ramente consciente, sadia, saudvel e feliz.

    Na Escola da Vida, que tipo de aluno temos sido? Aquele que se dedica a buscar aprimoramento e compreende a necessidade de ser testado e avaliado para alcanar um patamar efetivo e mais elevado de conhe-cimentos? Ou ficamos no rol daqueles que reclamam de precisar estudar e de fazer testes, culpando o professor e invejando os colegas mais bem sucedidos? E qual deles estar mais apto ao sucesso?

    A sabedoria popular ensina: O Sol brilha para todos. Cabe, ento, a pergunta: esta-mos de p, como cabe a um filho ou filha de Deus ou, ao inverso, andamos curvados ao peso de queixas e reclamaes, fechando os olhos do corao para a Luz que habita em ns tanto quanto nos outros? Uma res-posta sincera fundamental para sabermos se andamos no rumo certo!... Mas sempre tempo de se rever posies e mudar o rumo das coisas!

    Antes de exigir da Vida e dos outros, convm que se avalie a prpria cota de contribuio: exploramos e trabalhamos os dons naturais do nosso esprito, utilizando-os

    para enfrentar as dificuldades de cada dia? Ou, ao contrrio, enterramos esse tesouro que a Vida nos deu, para sairmos cata da bolsa dos outros que esto a trabalhar? E por que no descobrir o prprio valor, ao invs de ficar sombra dos outros? Haver maior contentamento do que se descobrir capaz de superar um momento de crise, inventando solues onde parecia no haver nenhuma? Acaso as grandes descobertas da Cincia, assim como os mais belos clssicos da Lite-ratura e da Msica, por exemplos, no sur-giram pelos esforos de pessoas dedicadas a ultrapassar mesmices? Se a humanidade insistisse em seguir o mesmo caminho, ser que ainda no viveramos em cavernas?

    A questo que sempre se coloca : como sair da dificuldade? Primeiro, acreditando que se capaz! Se outros o conseguem, por que no eu? Em segundo lugar, pre-ciso querer de verdade e, neste particular, rever comportamentos importante: mudar de direo talvez seja necessrio (no se pode fazer o mesmo do mesmo e esperar resultados diferentes...). Depois, convm buscar a ajuda necessria para se retomar a caminhada com nimo renovado (a ajuda mdica, psicolgica, teraputica, espiritual, enfim, a mais adequada ao caso). E quando um ciclo mais prspero se abrir para ns, chega o momento de ajudarmos ainda mais aos que precisem. Ento, a nossa alma pega as rdeas com mos firmes e nos pe em um caminho mais frtil e sadio!... At que surja outro obstculo e, de novo, mais um degrau de ascenso se abra nossa frente, sob o Amparo do Criador que, Paciente e Amoroso, nos convida para mais um passo nessa Escalada de Luz!...

    Mensagem do Caboclo 7 Pembas - Por MARIA DE FTIMA GONALVES - Contatos: [email protected]

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