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ANO 2 - Nº 8 - SETEMBRO/DEZEMBRO - 2005 ANO 2 - Nº 8 - SETEMBRO/DEZEMBRO - 2005

ANO 2 - Nº 8 - SETEMBRO/DEZEMBRO - 2005 · CONVÊNI O MAPA/FUNPROCAFÉ/UFLA A N 2-º 8 S ET MBR/D Z 05 NOTA DO EDITOR “Meu cafezal em flor, tanta flor meu cafezal”. Assim mostra

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ANO 2 - Nº 8 - SETEMBRO/DEZEMBRO - 2005ANO 2 - Nº 8 - SETEMBRO/DEZEMBRO - 2005

REVISTA BRASILEIRA DETECNOLOGIA CAFEEIRAREVISTA BRASILEIRA DETECNOLOGIA CAFEEIRA

FUNDAÇÃO PROCAFÉCONVÊNIO MAPA/FUNPROCAFÉ/UFLAFUNDAÇÃO PROCAFÉCONVÊNIO MAPA/FUNPROCAFÉ/UFLA ANO 2 - Nº 8 - SETEMBRO/DEZEMBRO - 2005ANO 2 - Nº 8 - SETEMBRO/DEZEMBRO - 2005

NOTA DO EDITOR

“Meu cafezal em flor, tanta flor meu cafezal”. Assim mostra nossa capa, com um “click” sobre a florada abundante, que ocorreu em muitas áreas nesse ano (na foto, tomada da Fazenda Viçosa, em Barra do Choça-BA).

Por sinal, nesse nº 8 de Coffea, tratamos de 2 temas relacionados à floração do cafeeiro, chamada de profusa ou até excessiva, que resulta em altas produções nos ciclos bienais típicos do cafeeiro (ver análise) ou que sob ataque de fungos pode resultar em perdas (ver panorama).

Ainda falando de flores e por que não dos frutos delas resultantes, mostramos os bons resultados do 31º CBPC e d e s t a c a m o s 9 t r a b a l h o s a l i apresentados (ver pesquisando).

Essa edição fecha o ano de 2005. Desejamos aos nossos leitores felizes festas e um 2006 repleto de sucessos, de preços bons e de boa rentabilidade para o setor cafeeiro. Deixamos, também, a g r a d e c i m e n t o s a o s n o s s o s colaboradores e aos patrocinadores da revista.

Neste número:

Capa: Tomada da florada de 2005, Fazenda Viçosa, em Barra do Choça - BA.

REPORTAGEM

RECOMENDANDO

RESUMINDO

PANORAMA

ANÁLISE

ENTREVISTA

PRODUTOS E EQUIPAMENTOS

SÉRIE ESTATÍSTICA

PESQUISANDO

COMO VAI VOCÊ

- Recorde de participação e bons resultados no 31º CBPC

- Cuidados no pós-plantio do cafezal- Alternativas para a colheita de ramos de café- O mato como aliado, na lavoura cafeeira

- Quatro trabalhos de pesquisa cafeeira

- Notícias da produção cafeeira

- Como se define o ciclo bienal de produção do cafeeiro

- Antônio Wander, novo solucionador de problemas do café

- Adubos e formulações com melhor aproveitamento do nitrogênio- Pequenos torradores de café para uso em indústrias e fazendas

- Os números da safra de café, pela CONAB

- Evolução diferencial da ferrugem do cafeeiro, em lavouras com e sem carga- Doses e formulações do inseticida fisiológico Rimon no controle do bicho-mineiro- Eficiência do fungicida Soprano (Epoxiconazole) isolado e combinado c/ adubo- Competição de variedades comerciais e novas nas condições de café irrigado- Estudo sobre a seca de ramos e o depauperamento precoce do cafeeiro- Aprofundamento de nutrientes no solo em cafezais irrigados sob pivô-lepa- Comportamento inicial de novas variedades de café - região de Coromandel-MG- Comportamento inicial de variedades de café arábica, em relação ao conillon- Avaliação da colheita mecanizada com duas passadas da colhedora- Recuperação de mudas de café com mau desenvolvimento, com canela seca

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RESPONDE

É PRECISO ATENDER À MAIORIA DOS CAFEICULTORES

Um aumento do profissionalismo no trato dos cafezais, na condução das fazendas e no preparo de melhores cafés tem sido observado, diante das necessidades impostas pelo mercado, que tem, de um lado, apresentado grande volatilidade nos preços e, por outro, sempre maiores exigências, em origem, certificações e qualidades.Infelizmente, produtores pequenos, normalmente sem condições de acompanhar essa evolução no mercado, não usufruem dos preços diferenciados oferecidos, a menos que se organizem em associações eficientes.Cabe assim à classe, através de seus líderes, pleitear soluções que atendam também no atacado e não apenas no varejo. A condição de preços remuneradores, para cafés de qualidade adequada, não pode ser restrita àqueles casos excepcionais. Deve-se atuar com políticas que atendam à maioria dos cafeicultores, para garantir uma atividade que precisa ser perene, como é a cafeicultura, com sua enorme importância social.

CARTA AO CAFEICULTOR

MINISTÉRIO DA AGRICULTURA, PECUÁRIA E ABASTECIMENTOSecretário de Produção e Agroenergia: Lineu Carlos da Costa Lima.Chefe do Departamento de Café: Vilmondes Olegário da SilvaSecretário da SARC: Márcio A. PortocarreroDelegado da DFA/MG: João Vicente Diniz

Fundação Procafé Presidente da Fundação Procafé: José Edgard Pinto Paiva

UNIVERSIDADE FEDERAL DE LAVRASReitor da UFLA: Antônio Nazareno Guimarães Mendes

REVISTA DE TECNOLOGIA CAFEEIRAAno 2: nº 8 setembro-dezembro/2005.

Conselho Editorial: José Braz Matiello (Editor Executivo); Rubens José Guimarães (Coordenador UFLA); Saulo Roque de Almeida, Leonardo Bíscaro Japiassú, Rodrigo Naves Paiva e Antônio Wander Rafael Garcia - MAPA/Fundação Procafé e Carlos Henrique Siqueira de Carvalho - Embrapa Café.

Programação Visual e Impressão: Gráfica Editora Bom Pastor.

Composição: Rosiana de Oliveira Pederiva e Maria Emília Villela Reis

Tiragem: 2000 exemplares.

Endereços: Alameda do Café, 1000 - Bairro Jardim Andere37026-400 - Varginha/MG 35. [email protected]

e Av. Rodrigues Alves, 129 - 6º andar - Centro20081-250 - Rio de Janeiro/RJ21. [email protected]

É permitida a reprodução, desde que citada a fonte e autores.

www.fundacaoprocafe.com.br

da Pesquisa, Extencionistas, Consultores e a Mais de 1000 participantes, 366 trabalhos

liderança de produtores de café no país, de pesquisas publicados, grande interesse nos

discutindo e buscando as melhores soluções 3 Seminários realizados e a presença da elite

para a condução da cafeicultura.técnica da cafeicultura, de todas as regiões do

O Congresso teve o patrocínio do MAPA país, levaram a 31ª edição do Congresso

(SPAE, DECAF - PROCAFÉ), Fundação Brasileiro de Pesquisas Cafeeiras, a bater todos

PROCAFÉ, CBP e D - Café/ EMBRAPA/ Café, os recordes em relação aos anos anteriores.

UFLA, UNIUBE e Secretaria de Agricultura do Em Guarapari, Espírito Santo, estiveram

Espírito Santo. Como colaboradores atuaram o reunidos, de 25-28 de outubro/2005, Técnicos

REPORTAGEM

RECORDE DE PARTICIPAÇÃO E BONS RESULTADOS NO 31º CONGRESSO DE PESQUISAS

03

Divulgando a pesquisa,

ano a ano inovando,

o Congresso se realiza,

e o café só melhorando!

Mesa das autoridades na abertura do 31º CBPC.

s i t uação p resen te , das

perspectivas e das políticas

para o setor cafeeiro.

Dia 25 à tarde e nos 2 dias

seguintes foram discutidos 83

t r a b a l h o s i n é d i t o s d e

pesquisas, os quais foram

s e l e c i o n a d o s p a r a

apresentação oral e, sempre no

final da tarde, foram realizados

3 seminários. No último dia

aconteceu o dia-de-campo,

onde os interessados foram ver

os aspectos da cafeicultura de

montanha, em Marechal

Floriano.

Nos i n te rva los das CETCAF-ES, o INCAPER, as Empresas e sessões os participantes

Institutos de Pesquisa e Universidades, as puderam trocar idéias e, também, observar os Cooperativas e Associações de Cafeicultores, o stands das Empresas, com produtos e CNC, a CNA, a FAES e as Empresas de máquinas indicados para o café.Insumos e Maquinário agrícola. Na sessão de instalação do Congresso

foram realizadas 2 ações paralelas, a 1ª foi o Programa de trabalho lançamento do livro “Cultura do Café no Brasil

Manual de recomendações”, pelo PROCAFÉ, O programa de trabalho foi aberto dia 25 dos autores: Matiello, Santinato, Garcia,

pela manhã, com a presença das autoridades Almeida e Fernandes e a 2ª foi a homenagem ligadas ao café, destacando-se o Secretário da prestada ao colaborador da pesquisa do ano, o Agricultura do Espírito Santo,

R i c a r d o F e r r a ç o , o

representante do Ministro da

Agricultura José de Paula

Malta Filho, o Presidente do

CNC, Maurício Miarelli, o

Gerente da EMBRAPA/Café,

Gabriel Bartholo, o Presidente

da Fundação PROCAFÉ, José

Edgard E. P. Paiva, o Diretor do

MAPA, Dr. João Vicente Diniz e

o Diretor da Associação de

Cafeicultores da Bahia, João

Lopes de Araújo. Na ocasião foi

debatida a conjuntura atual da

cafe icul tura brasi le i ra e

mundial, dando uma visão da

REPORTAGEM04

ecologia e fisiologia, com bom

número também daqueles

sobre melhoramento genético

e irrigação/arborização do

cafeeiro.

Q u a n t o à s r e g i õ e s

cafeeiras abrangidas pelos

trabalhos, o maior quantitativo

atendeu à cafeicultura em

Minas Gerais, seguida do

Espírito Santo, São Paulo,

Paraná, Bahia, Rondônia, Rio

de Janeiro e Goiás.

Seminários trataram de

aspectos importantes na

cafeicultura regionalEng. Agr. Dalton Dias Heringer, do Grupo

Heringer, pela implantação do CEPEC, Centro Os 3 Seminários, de propósito, foram de Pesquisa de Café, em Martins Soares-MG, programados e executados para discutir aplicando trabalhos à cafeicultura de montanha, problemas técnico-econômicos mais aplicados com mais de 200 pesquisas realizadas nos à cafeicultura do Espírito Santo e Zona da Mata últimos 10 anos. de Minas, a região de maior influência dos

cafeicultores e Técnicos participantes.Conteúdo dos trabalhos No 1º Seminário, sobre “Manejo de

Sistema e Podas para a Cafeicultura de Os trabalhos (366) foram publicados em Montanha”, atuaram como Coordenador o

um livro de anais distribuído aos participantes, Engº. Agrº. Durval Fernandes e os palestrantes que representa um ótimo

material de divulgação de

resultados e de consulta para

os interessados no dia a dia.

A s p e s q u i s a s

abrangeram as principais áreas

de estudo da cultura cafeeira,

como as var iedades, a

fisiologia do cafeeiro, as

práticas de manejo da lavoura,

a colheita e o preparo pós-

co lhe i ta e aspectos de

qualidade e sócio-econômicas.

Dentre os vários setores os que

tiveram mais trabalhos sobre

eles foram: Pragas e doenças;

colheita, preparo e qualidade e

REPORTAGEM 05

REPORTAGEM06

foram demonstradas a viabilidade de uso de foram J.B.Matiello e A.W.R.Garcia do

sacolinhas multi-furadas para plantios, MAPA/PROCAFÉ.

principalmente os mecanizados, sem retirada O 2º Seminário tratou do problema das

do recipiente e a recuperação de mudas com Cochonilhas do cafeeiro, em especial a

canela seca e folhas amarelecidas, pelo uso de Cochonilha de frutos. A coordenação dos

adubo fosfatado, em irrigação ou em trabalhos, nesse Seminário, esteve a cargo

pulverização.do Pesquisador Paulo Rebelis Reis, da

No setor da colheita e preparo destaca-se EPAMIG, e os apresentadores foram Júlio

os estudos que mostraram a viabilidade de uso Cezar Souza, também pesquisador da EPAMIG

da colhedeira automotriz em altas velocidades e e Maurício Fornazier, Pesquisador do

o uso de coagulantes para “limpar” a água INCAPER. Nesse Seminário ficou evidente o

residuária do despolpamento do café.problema sério das Cochonilhas em frutos do

No melhoramento genético foi importante cafeeiro Conillon e as dificuldades no controle

a c o n s t a t a ç ã o d a r e s i s t ê n c i a a dessa praga.

Phoma/Ascochyta em material de robusta e O 3º Seminário foi sobre a “Diversificação

em híbridos como o Catucaí 2SL e 20/15 CV com frutíferas para a cafeicultura familiar”, nele

479.atuando na coordenação C.H.S.Carvalho e

Na fisiologia foi mostrada a correlação Roberto Santinato e nas palestras e debates os

entre o maior equilíbrio da área foliar e dos Engenheiros Agrônomos Consultores Cezar

frutos evitando o stress nas variedades de café Krohling e Sebastião Machado da Silveira.

mais vigorosas e evidencia a necessidade de

Novidades do Congresso selecionar materiais com maior proporção de

área foliar.

Nos estudos sócio econômicos foi As novidades mais expressivas dos

importante a análise feita sobre as Cooperativas trabalhos apresentados no Congresso são

de Cafeicultores, o diagnóstico de seus destacadas em seguida.

problemas e as sugestões para novos modelos No setor de pragas e doenças, pode-se

organizacionais.evidenciar 2 trabalhos que mostraram a

ocorrência da broca das hastes

no cafeeiro Conillon, uma

praga de alto potencial de dano

e uma nova perspectiva de

controle da ferrugem, com

pulverização, em dose única,

de fungicida triazol.

No setor de manejo de

c a f e z a i s , d e s ta c a - s e a

constatação da poda de decote

como adequada para cafezais

adensados e o sistema safra-

zero, com esqueletamento e

super adensamento, como

alternativas para reduzir custo

de colheita.

Nas mudas e no plantio

IBC, quando nas propriedades que plantavam José Geraldo Rodrigues de Oliveira é cafezais tecnificados, financiados pelo Plano de Engenheiro Agrônomo, formado pela ESALQ USP Renovação, mandava escrever nas pedras, próximos em 1966 e na sua vida profissional sempre teve mais às estradas, a quantia plantada, assim estimulando a queda para a comunicação rural, atuando sempre na renovação de lavouras, cujo trabalho se iniciava na difusão de tecnologia cafeeira.década de 1970. Os colegas, Engenheiros De 1967 a 70 José Geraldo trabalhou como Agrônomos da Regional de Varginha, sempre assistente técnico na Cooperativa Regional de admiraram em José Geraldo sua camaradagem e suas Cafeicultores em Guaxupé - MG. Em 1971 entrou brincadeiras nas horas de lazer, mas sua grande para o IBC, sendo chefe do escritório de assistência seriedade na hora de sugerir, analisar e propor ações técnica, que abrange vários municípios da região de para melhoria nos trabalhos de assistência técnica ao Guaxupé, ali sendo responsável por todo o trabalho cafeicultor.de implantação do Plano de Renovação e

José Geraldo foi protagonista de passagens Revigoramento de Cafezais. A sua atividade no IBC engraçadas que sempre lembramos. A primeira se prolongou até a extinção da autarquia, em 1990. quando chegou na casa do colega José Edgard, em Paralelamente se dedicou ao trabalho na Cooperativa Varginha, com sua mala, e se dirigiu à dona da casa, de Guaxupé, onde, em convênio com o IBC, criou o dizendo que ali tinha ido para se hospedar, é claro, em Departamento Técnico da Cooperativa. Foi fundador brincadeira. A outra vez foi quando bateu, com seu e mantenedor do jornal mensal Folha Rural, da fusquinha, em uma vaca, em Elói Mendes, na estrada COOXUPÉ, de julho de 1970 a maio de 2004, indo para Guaxupé. Logo ligaram para o pessoal do informativo que, em 3 anos consecutivos, ganhou IBC em Varginha, para avisar do desastre. Para lá foi prêmios, da OCEMG, como a melhor publicação das o colega Toninho prestar socorro. Chegando ao local cooperativas mineiras. Ocupou cargos na Diretoria, do acidente foi avistando uma pessoa da roça, que no Conselho Diretivo e na superintendência de estava observando o ocorrido. Então Antônio Ernesto produção da COOXUPÉ. José Geraldo se aposentou perguntou afobado: como está o rapaz que bateu o em 2004 e agora se dedica à sua pequena Fazenda e a carro ? Foi Grave? O senhor respondeu, acho que foi seus restaurantes, não descansando, conforme o muito sério doutor, pois o rapaz do fusca nem está merecido.falando direito. Aí foi só gargalhada do Toninho, pois Sua atividade de comunicador começou no sabia da fala fanhosa já normal de José Geraldo. Depois o fato virou piada.

Por essa e por outras, José Geraldo faz falta hoje nas reuniões do grupo técnico de café. Com certeza suas brincadeiras e, sobretudo, sua larga experiência, estão sendo muito sentidas.

De qualquer modo, aqueles que sentirem saudades podem ir até Guaxupé. Basta perguntar por José Geraldo pois todos o conhecem. Lá todos podemos contar com o sempre amigo. Quem sabe, até, vamos jantar sem pagar.a conta, retribuindo, assim, as tantas vezes que José Geraldo recolhia dinheiro da turma, pagava a conta e ainda sobrava algo para ele. Aquele abraço José Geraldo. Vai o nosso convite para que você escreva algo para a nossa revista.

COMO VAI VOCÊ07

JOSÉ GERALDO: COMUNICADOR E DIFUSOR DETECNOLOGIA CAFEEIRA

08

A.W.R. Garcia, Eng. Agr. MAPA/PROCAFÉ; L. B. Japiassú Engº Agrº Fundação Procafé;J. B. Matiello Engº Agrº MAPA/PROCAFÉ e R. A. Ferreira Téc. Agr. MAPA/PROCAFÉ.

A evolução normal da infecção pela ferrugem do cafeeiro está relacionada, principalmente, com as Verifica-se que a evolução da ferrugem sempre condições climáticas e com a susceptibilidade das foi maior nas situações de lavouras adensadas e nas plantas. de carga alta principalmente. Com maior carga, a

No Sul de Minas a curva de evolução da doença infecção atingiu na média dos 6 anos, 60-70% de vinha usualmente, se situando com crescimento folhas infectadas, contra 30-40% nas de carga baixa.expressivo entre março e maio/junho. Nos últimos Observa-se, também, que a infecção anos, entretanto, tem-se observado a evolução da permaneceu alta até mais tarde, só caindo a partir de doença até mais tarde. agosto/setembro. Essa manutenção da infecção é

O objetivo do presente trabalho foi analisar a mais evidente nas lavouras com carga baixa, onde a evolução da ferrugem nos últimos 6 anos em lavouras doença se mantém ativa por período mais prolongado com e sem carga. dentro do inverno, no que se chama de ferrugem

O trabalho foi efetuado na Fazenda tardia isso faz com que, no reinício do ciclo, o inoculo Experimental de Varginha, a 1000 metros de altitude, presente (pústulas em folhas velhas), retorne a onde os dados climáticos e fenológicos de quatro infecção mais cedo e de forma mais severa, o que tipos de lavouras (adensada ou aberta e com carga ocorre, então, no ciclo seguinte, de safra alta.alta ou baixa) são acompanhados mensalmente pela Na média dos 6 anos, a ferrugem apresenta Estação de Avisos Fitossanitários. um aumento significativo entre os meses de

A curva de flutuação da doença nas 4 condições novembro e janeiro, independente da carga pendente de lavouras, com dados médios do período 99-05 ou do espaçamento; conforme visto no gráfico 2.estão apresentados no gráfico 1.

PESQUISANDOEVOLUÇÃO DIFERENCIAL DA FERRUGEM DO CAFEEIRO, EMLAVOURAS COM E SEM CARGA, NO SUL DE MINAS GERAIS.

PESQUISANDO 09

Gráfico 2. Curva evolutiva da ferrugem do Conclui-se que:cafeeiro para lavouras com diferentes cargas pendentes entre novembro e janeiro. Varginha, A - A ferrugem do cafeeiro, evolui mais fortemente MG. 2005. nas lavouras com carga pendente alta

independente do espaçamento.B - A curva de evolução da doença tendeu a se

deslocar até mais tarde, para julho-agosto, principalmente nas lavouras com carga baixa.

C - Deve-se efetuar o monitoramento a partir de novembro para determinar o início do controle preventivo ou curativo em novembro ou dezembro, dependendo da carga pendente.

D - Os fatores climáticos como temperatura e precipitação influenciam na variação da curva de infecção, em anos com inverno mais úmido e quente ocorre evolução da doença no período.

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Set Out Nov Dez Jan Fev Mar Abr Mai Jun Jul Ago

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Ferrugem Lavoura Adensada Carga Alta Ferrugem Lavoura Adensada Carga Baixa

Ferrugem Lavoura Larga Carga Alta Ferrugem Lavoura Larga Carga Baixa

Gráfico 1. Curva evolutiva da ferrugem do cafeeiro para lavouras com diferentes espaçamentos e carga pendente. Varginha, MG. 2005.

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Novembro Dezembro Janeiro

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Carga Alta Carga Baixa

PESQUISANDO10

DOSES E FORMULAÇÕES DO INSETICIDA FISIOLÓGICO RIMON NO CONTROLE DO BICHO-MINEIRO DO CAFEEIRO.

J.B. Matiello - Eng. Agr. MAPA/PROCAFÉ e U.V. Barros - Central Campo,C.M. Barbosa - Café Brasil e M.F. Carvalho Cota - Téc. Agr. EGilson P. Mendonça - Agronomando UFES.

doses de Rimon 100 SC e 4 de Rimon CE, mais dois Nos últimos anos entrou no mercado o grupo de tratamentos com a mesma dose combinada ao óleo. inseticidas fisiológicos, para controle do Bicho-Como padrão utilizou-se os produtos Pyrinex Mineiro do cafeeiro, destacando-se aqueles à base de (Clorpirifos), o Keshet (Deltametrina), o Lorsban e o Novaluron, como o Rimon, cuja eficiência vem Thiobel + Dainnen. Acrescentou-se o óleo de Neem sendo pesquisada para várias situações de uso.como tratamento extra. O detalhamento dos Na indicação de controle, duas componentes tratamentos encontra-se no quadro 1. importantes são: a formulação e a dose, que influem

A aplicação foi feita com equipamento costal diretamente na eficiência e na residualidade do manual, utilizando 450 l de calda/ha. A pulverização produto.foi feita em 04/08/2005, quando a infestação de No presente trabalho objetivou-se estudar duas bicho-mineiro, no geral das parcelas, era de 29,7% de formulações do produto Rimon, a nova experimental folhas minadas. Para a avaliação da infestação 100 SC e a usual 100 CE, isoladas ou em combinação marcou-se 6 ramos/planta, 3 de cada lado, os quais com óleo (EOS 99%)a 0,25%.foram zerados em relação a folhas com bicho-Foi conduzido um ensaio, em julho/set de 2005 mineiro. A cada 15 dias até os 45 dias fez-se leitura em cafezal Catuaí, recepado há 4 anos, espaçamento nos ramos marcados.3 x 1,0 m, em São João do Manhuaçu, Zona da Mata

de Minas Gerais.Resultados e conclusõesO ensaio foi instalado em blocos ao acaso, com

Os resultados de amostragem final de 16 tratamentos, 3 repetições, 20 plantas por parcela, infestação, expresso em % de folhas minadas, nos sendo avaliadas as 6 centrais. Foram ensaiadas 4

A ação do fungicida fisiológico se dá pela quebra no ciclo do bicho mineiro.

PESQUISANDO 11

ramos marcados, encontram-se no quadro 1, ao Neem, mesmo em dose elevada, perdeu eficiência a lado dos tratamentos. partir dos 30 dias e aos 45 dias pós tratamento, deixou

A análise estatística mostrou diferenças evoluir bastante a infestação.significativas. A evolução do Bicho-Mineiro atingiu Os resultados obtidos permitem concluir que:a 57% na testemunha e os tratamento mais eficientes a) O inseticida fisiológico Rimon apresenta boa mantiveram bom controle a partir dos 30 dias, com eficiência, principalmente na formulação 100 controle muito eficiente aos 45 dias, na faixa de zero CE, em doses a partir de 200 ml/ha.a 8% de folhas minadas. A análise estatística permitiu b) A formulação Rimon SC pareceu mais lenta, a separação de um grupo de tratamentos com sendo ativa em maiores doses.eficiência intermediária, com infestação entre 15 e c) A adição do óleo foi mais efetiva na 22% e por último os tratamentos pouco eficientes e a formulação Rimon 100 SC e tendeu a testemunha, com 34 a 56% de folhas minadas. antecipar o efeito do Rimon, com sua ação

Na formulação SC houve tendência de menor melhor no curto prazo (30 dias), com menor eficiência do Rimon, principalmente nas menores efeito aos 45 dias.doses (150 250g - tratamentos 2, 3 e 4) e sem óleo. Já O óleo de Neem tem baixa eficiência, em a formulação CE teve um comportamento melhor, condições de campo, no controle ao Bicho-com alta eficiência nas doses a partir de 200 ml/ha. Mineiro.Os produtos Pyrinex, Keshet e Lorsban perderam eficiência a partir dos 30 dias. Manteve-se com bom controle o padrão Thiobel + Danimen. O óleo de

Quadro 1. Discriminação dos tratamentos e infestação de Bicho-Mineiro do cafeeiro sob diversas doses e formulações do inseticida Rimon. S. J. do Manhuaçu - MG, 2005.

Tratamento Dose PC/ha % de folhas com minas

45 DAT I. Testemunha - 56,67 d II. Rimon 100 SC 150 47,62 cd III. Rimon 100 SC 200 8,33 a IV. Rimon 100 SC 250 12,17 ab V. Rimon 100 SC + O.M.

EOS 99% 250 + 0,25 % 1,0 a

VI. Rimon 100 SC 300 1,0 a VII. Rimon 100 CE 150 1,0 b VIII. Rimon 100 CE 200 1,0 a IX. Rimon 100 CE 250 1,0 a X. Rimon 100 CE + O.M.

EOS 99% 250 + 0,25% 1,0 a

XI. Rimon 100 CE 300 3,70 a XII. Pyrinex 1000 18,89 b XIII. Keshet 1000 22,49 b XIV. Lorsban 1000 12,50 ab XV. Thiobel + Danimen 800 gr + 300 1,0 a XVI. Óleo de Neem 1 Lt/100 Lt àgua 34,09 c C. V % 22

Tukey a 5%

PESQUISANDO12

3,0 a

8,0 a

11,0 a

4,1 a

5,0 a

8,4 a

46,0 b

25,0 b

13,0 a

14,0 a

11,3 a

19,0 ab

15,7 a

30,8 c

Tratamentos % folhas comferrugem

Avaliação 05/07/2005

1) Soprano 125 CE - 0,6 e 0,4 l/ha (2x)

2) Soprano 125 CE - 0,6 e 0,4 l. + Viça-café 4kg/ha (2x)

3) Sphere - 0,6 e 0,6 l/ha (2x)

4) Sphere - 0,6 e 0,6 + Viça-café 4 kg/ha (2x)

5) Opus - 0,6 e 0,4 l/ha (2x)

6) Opus - 0,6 e 0,4 l. + Viça-café 4 kg (2x)

7) Testemunha

% folhas comcercospora

EFICIÊNCIA DO F UNGICIDA SOPRANO (EPOXICONAZOLE) ISOLADO E COMBINADO COM ADUBO FOLIAR ENRIQUECIDO DE COBRE, NO CONTROLE DA FERRUGEM E CERCOSPORIOSE DO CAFEEIRO.

J.B. Matiello - Engº. Agrº. MAPA/PROCAFÉ, U. V. Barros - Engº. Agrº. Central Campo eC.M. Barbosa - Téc. Agr. Café Brasil.

Os fungicidas triazóis tem apresentado boa A análise estatística foi efetuada sobre os dados eficiência contra a ferrugem do cafeeiro, porém tem da percentagem transformados em arc sem V%.pouca atividade contra a cercosporiose.

A combinação de diferentes ativos, como as Resultados e Conclusões:estrubirulinas e fungicidas cúpricos, aos triazóis, Os resultados da amostragem é feitas no “pico” pode favorecer o controle simultâneo das duas das doenças, em julho/05, estão resumidos no quadro doenças, além de reduzir problemas com resistência 1 ao lado dos tratamentos.do fungo. A ferrugem evoluiu até julho, atingindo na

O objetivo do presente trabalho foi testar o testemunha o nível de 46% de folhas infectadas.novo triazol Soprano e sua ação isolada ou A análise estatística mostrou diferenças combinada com a Viça-café, visando o controle da significativas, sendo que para o controle da ferrugem, ferrugem e da cercosporiose, além da correção de todos os tratamentos tiveram boa eficiência. Para deficiências de micronutrientes. cercosporiose houve melhoria significativa no

Foi conduzido um ensaio em Realeza, Zona da controle quando os triazóis foram combinados com Mata de Minas, em cafezal Catuaí 44, no Viça-café, à exceção do Sphere que já tem espaçamento de 2 x 1m, idade de 10 anos e carga estrubirulina em sua formulação.pendente de 60 sacas/ha. Foram testados 7 O soprano se comportou de forma semelhante tratamentos, conforme discriminados no quadro 1. O aos triazóis padrões colocados no ensaio e a delineamento foi em blocos ao acaso, com 4 combinação com Viça-café não afetou sua eficiência repetições e parcelas de 16 plantas. As aplicações contra a ferrugem e melhorou para o controle da foram feitas com equipamento costal manual, com cercosporiose.500 l. de calda/ha. Foram feitas 2 aplicações, em 15/dezembro/04 e 16/fevereiro/05. Quadro 1. Infecção pela ferrugem em folhas e

As avaliações foram efetuadas através da pela cercosporiose em frutos nas combinações do amostragem de 100 fls ao acaso por parcela, para a triazól Soprano com Viça-café. Realeza - MG, ferrugem, e da colheita de 2 ramos por planta para a 2005.avaliação da cercosporiose em frutos.

Nas chamadas novas fronteiras da cafeicultura, tem-se procurado estudar, através de pesquisadores do antigo IBC e atualmente com o MAPA/Procafé e outras instituições, o comportamento de variedades comerciais já estabelecidas em regiões tradicionais, buscando subsídios para viabilizar a utilização de Observa-se que o Acaiá e o Bourbon são 20 a novas variedades. 23% inferiores ao padrão, e o M. Novo 379-19 com

Neste contexto, a região do planalto central, 16%. Na 1ª safra estas diferenças são acentuadas para por exemplo, a referente aos cerrados de Luziânia- o Acaiá com os demais e para a 2ª e 3ª safras GO, representa uma nova área de plantio de café acentuam-se o Acaiá, M. Novo e o Bourbon. Quanto irrigado, destacando-se com altas produtividades ao Catuaí Vermelho IAC 99, o comportamento é 8% iniciais, de 60 a 80 sc. benef. /ha. superior ao 144. Dentre os novos materiais ensaiados

O presente experimento está instalado na (tratamento 6 a 8), com comportamento produtivo fazenda Pamplona, do grupo SLC Agrícola, semelhante ao padrão Catuaí Vermelho 144, os que se conduzido pelo setor técnico-científico da mesma em destacaram foram o Rubi e o Obatã, ficando o Tupi colaboração com o MAPA/Procafé. O ensaio, inferior com 7%.iniciado em 2002, que leva o delineamento Referente às novas variedades em teste, o experimental de blocos ao acaso, com quatro destaque é para Palma II IBC 17, com 13% superior repetições em parcelas de 11 metros (22 plantas), ao padrão Catuaí Vermelho 144, ficando o Sabiá IBC sendo úteis os 8m centrais com bordadura de uma 4-10-12; 4-16 e 11-17-18 similares entre si e ao linha, compõe-se dos tratamentos descritos no padrão. O Sabiá IBC 5-28-29 e o Sachimor 12 Quadro 01, com o plantio no espaçamento de 3,7 x apresentam os piores desempenhos.0,5m (5405 pl/ha), em área com declive de 3 a 5%, Pelos resultados até a 3ª safra podemos solo LVA, altitude de 900m, sob Pivô Central concluir que:equipado com emissores localizados (LEPA). A. As variedades comerciais tradicionais Acaiá

A condução nutricional, fitossanitária e de Cerrado, M. Novo 379-19 e o Bourbon LC 9 cultivo seguiram as recomendações vigentes do apresentam comportamentos produtivos MAPA/Procafé para a região e as avaliações aqui inferiores ao padrão Catuaí Vermelho 144 de 16 apresentadas correspondem à catação com 1 ano a 23%;meio de idade e os subseqüentes com 2,5; 3,5 e 4,5 B. As variedades comerciais “novas” que se anos. equivalem ao padrão são a Rubi e o Obatã;

C. Das novas variedades em estudo os destaque são: Palma II IBC 17; Sabiá IBC 4-10-12; IBC 11-17-18 e IBC 4-16.

as variedades comerciais Bourbon LC 9, M. Novo 379-19 e o Acaiá Cerrado são significativamente inferiores ao padrão Catuaí Vermelho IAC 144, quando cultivados na região do cerrado de Luiziânia, GO.

Resultados e conclusões:Pelo Quadro 01, verifica-se que o total

produzido no período, por cada variedade, revela que

COMPETIÇÃO DE VARIEDADES COMERCIAIS E NOVAS NAS CONDIÇÕES DE CAFÉ IRRIGADO POR PIVÔ-LEPA NA REGIÃO CENTRAL DE LUZIÂNIA - GO.

R. Santinato - Engº Agrº Ministério da Agricultura/Procafé; N. Altmann e E. C. Dal-Bem -Engº Agrº Fazenda Pamplona; A. L. T. Fernandes - Engº Agrº Dr. Engenharia de Água eSolo e Prof. UNIUBE; W. V. Moreira¹ - Téc. Agrícola FUNDAÇÃO BAHIA

PESQUISANDO 13

Concluiu-se que:a) O fungicida Soprano apresenta boa eficiência no b) A combinação de Soprano com Viça-café

controle à ferrugem do cafeeiro, semelhante aos melhora a atividade do tratamento no controle à produtos padrões do mercado. cercosporiose.

PESQUISANDO14

Quadro 01 - Resultados de 4 safras do ensaio de Competições de Variedades Comerciais em Luziânia-GO

Tratamentos 2002 2003 2004 2005 Safras Catação 1ª 2ª 3ª

Safras Totais

R %

1-Bourbon LC 9 3,58 63,1 32,82 49,32 148,8 - 23 2-M. Novo 379-19 8,28 70,76 51,99 30,89 191,9 - 16

3-Acaiá Cerrado/Epamig 4,46 53,33 38,82 57,33 153,9 - 20 4-Catuaí Vermelho IAC 144 5,44 75,1 48,2 63,71 192,4 100

Variedades Comerciais

Antigas

5-Catuaí Vermelho IAC 99 4,35 79,7 54,47 69,81 208,3 + 8 6-Tupi IAC 1669-33 7,11 53,8 56,95 61,23 179,1 - 7

7-Obatã IAC 1669-20 3,44 76,46 52,25 69,65 201,9 + 5 Variedades Comerciais

Recentes 8-Rubi 3,47 69,59 55,8 61,47 190,3 - 1 9-Sachimor 12 0,82 57,56 40,37 75,82 174,6 - 9

10-Palma II IBC 17 2,13 80,33 77,22 58,85 218,5 + 13 11-Sabia IBC 4-10-12 1,84 74,0 48,58 74,15 198,6 + 3 12-Sabia IBC 5-28-29 0,57 67,23 37,5 66,77 172,1 - 11

13-Sabia IBC 11-17-18 2,45 72,3 35,36 82,88 192,9 0

Variedades em Teste ou

Novas

14-Sabia 4-16 0,9 72,63 48,19 78,84 199,5 + 4

ESTUDO SOBRE A SECA DE RAMOS E O DEPAUPERAMENTO PRECOCE DO CAFEEIRO.

C.H.S. Carvalho - EMBRAPA-Café G.R.R. Almeida, J.M.A. Mendonça,A.L.A. Garcia e T. Souza Fundação Procafé.

Uma das principais dificuldades no desenvolvimento área foliar e as relações folha/fruto de três genótipos de de novas cultivares de café é associar alta produção de café, a fim de determinar parâmetros morfológicos e frutos, bom vigor vegetativo e longevidade produtiva. fisiológicos que pudessem causar a seca de ramos e o Em geral, plantas com elevada produção de frutos depauperamento precoce de cafeeiros, visando auxiliar apresentam seca de ramos, morte de raízes e redução da a seleção de plantas em programas de melhoramento vida útil devido ao depauperamento precoce. A maioria genético.das evidências indica que a causa primária da seca de Foram instalados dois ensaios. No ensaio Nº 01 foram ramos é o esgotamento de carboidratos da planta em avaliadas as progênies Sabiá Precoce 417 (maturação decorrência de superprodução de frutos. A precoce) e Sabiá Médio 708 (maturação média), superprodução de frutos é a situação em que os derivadas de cruzamento entre Catimor 386 e Acaiá e fotoassimilados produzidos pelas folhas, não são consideradas como susceptíveis à seca de ramos, com a suf ic ien tes para a l imenta r os f ru tos em cultivar Catuaí Amarelo IAC 62, pouco susceptível à desenvolvimento. A área foliar é influenciada por seca de ramos. Avaliaram-se o crescimento do ramo vários fatores ambientais como luz, temperatura, ortotrópico e do 10º ramo plagiotrópico, o aumento da disponibilidade de água e por ataque de pragas e matéria seca dos frutos, o número de frutos/roseta de doenças, mas intrinsecamente é governada por fatores ramos localizados no setor mais produtivo da planta, a genéticos, os quais determinam o tamanho da área área foliar formada em ramos plagiotrópicos primários foliar do cafeeiro. Este trabalho procurou quantificar a e em ramos plagiotrópicos secundários e a relação

PESQUISANDO 15

folha/fruto. Ao final das a v a l i a ç õ e s a s p l a n t a s apresentavam 2,5 anos de idade. No ensaio Nº 02 c o m p a r o u - s e a r e l a ç ã o f o l h a / f r u t o d e r a m o s localizados no setor mais produtivo da planta e a relação folha/fruto da planta inteira das cultivares Catucaí 19/8 (pouco susceptível à seca de ramos) e C a t u a c a i a ç u ( b a s t a n t e susceptível à seca de ramos) de 3 ,5 anos de idade . As avaliações foram realizadas nos meses de novembro (1), fevereiro (2), maio (3) e julho (4) usando-se três plantas de cada genótipo.

Resultados e DiscussãoVerificou-se que as

frutificação (Figura 7). Estes dados indicam que a progênies Sabiá 417, Sabiá 708 e o Catuaí são menor razão folha/fruto das progênies Sabiá não é cafeeiros de porte semelhante, os quais apresentaram devida, principalmente, a uma elevada produção de um crescimento em altura e dos ramos plagiotrópicos frutos, e sim a uma menor área foliar, o que parece ser de, aproximadamente, 30% durante o período de uma característica intrínseca de algumas progênies novembro a julho (Figuras 1 e 2). Houve grande derivadas de Catimor. A relação folha/fruto da planta diferença em relação ao acúmulo de matéria seca inteira, ou seja, área foliar total/número total de durante a formação dos frutos. Em maio, os frutos da frutos da planta, dos três genótipos permaneceu progênie Sabiá 417, de maturação precoce, já tinham

2acima de 25cm /fruto durante todo o período de acumulado 75% da matéria seca total, enquanto a

2enchimento das sementes. Considerando 20cm /fruto progênie Sabiá 708 e o Catuaí, apenas 50% (Figura uma relação adequada para produção e vegetação, 3). A redução do ciclo de frutificação implica no pode-se admitir que os três genótipos apresentaram aumento da demanda de fotoassimilados para a uma boa relação folha/fruto. Contudo, é possível que formação dos frutos, provavelmente em detrimento a relação folha/fruto dos ramos mais produtivos da alocação de carboidratos para outras partes da tenha sido muito menor que a relação folha/fruto planta, contribuindo para a seca de ramos e morte de analisada. De fato, no ensaio Nº 02, observou-se que raízes.a relação folha/fruto dos ramos produtivos O número de frutos por roseta variou de 15 a 20 localizados no terço médio da planta era de logo após as floradas, no estádio chumbinho,

29,0cm /fruto, valor muito menor que a relação reduzindo-se para cerca de 10-12 na época da

2folha/fruto da planta inteira (25cm /fruto). Após a colheita, nos três genótipos estudados (Figura 4).colheita verificou-se que as progênies Sabiá A área foliar total do Catuaí foi sempre maior apresentavam cerca de 10% de ramos secos e o que a área foliar total das progênies Sabiá (Figura 5) e Catuacaíaçu 15%. Não foi observada seca de ramos a maior contribuição para a área foliar foi no Catuaí. É provável que a seca de ramos observada proveniente dos ramos plagiotrópicos secundários nas progênies Sabiá e no Catucaíaçu tenha sido (62% do total) que dos ramos plagiotrópicos resultado da carência de carboidratos nos ramos primários (38% do total) (Figura 6). A progênies produtivos, já que os ramos plagiotrópicos parecem Sabiá 417 e Sabiá 708 produziram 2006,0g de atuar como unidades autônomas havendo pequena frutos/planta e o Catuaí 1838,5g, apenas 9% a menos translocação de carboidratos de um ramo que as progênies Sabiá. Todavia, a relação plagiotropico primário para outro. folha/fruto da cultivar Catuaí foi 20% maior que as

das progênies Sabiá durante todo o período de

PESQUISANDO16

A seca de ramosparece estarrelacionada como balanço dereservas da plantainfluenciada pelasua relaçãofolha/frutos.

Quadro 2. Teores de nutrientes em várias profundidades de solo, em cafezal aos 3,5 anos, irrigado e adubado sob pivô-lepa. Pirapora - MG

Profundidades do solo Nutrientes

0-20 cm 40-60 cm 80-100 cm 1,2 – 1,4 m Cálcio - Cmol 1,7 0,6 0,4 0,4 Magnésio “ 0,6 0,3 0,2 0,2 Potássio “ 0,14 0,09 0,05 0,04 Fósforo - ppm 17,0 3,0 2,0 2,0 Enxofre “ 9,0 13,5 4,2 3,4 Boro “ 0,2 0,1 0,3 0,1 Ferro “ 67,0 52,0 53,0 52,0 Manganês “ 1,5 0,5 0,5 0,5 Zinco “ 2,0 0,7 0,6 0,5 Cobre “ 2,0 0,7 0,6 0,7

PESQUISANDO 17

APROFUNDAMENTO DE NUTRIENTES NO SOLO EM CAFEZAIS IRRIGADOS SOB PIVÔ-LEPA

J.B. Matiello e S.R. Almeida Engº. Agroº. MAPA/PROCAFÉ e E.C. Aguiar,W. Josino Silva e R.A. Araújo, Agropecuária São Thomé.

As análises de solo, para avaliação do teor de argila ( 0-20 cm) em cafeeiros com 2,5 anos e a 2ª em nutrientes, é feita, normalmente, na camada de 0-20 2005 em cafeeiros com 3,5 anos em área mais cm. e, eventualmente, de 20-40 cm. argilosa ( 24% de argila de 0-20 cm.) Ao longo das

Trabalho de pesquisa realizado recentemente, trincheiras foram retiradas 7 amostras simples de mostrou, na condição da cafeicultura do Sul de solo que compuseram uma composta, em 3 e 4 Minas, o carreamento de nutrientes em profundidade, profundidades, até 1,3 1,4 m.com destaque para o potássio. O caminhamento dos nutrientes variou com a idade da lavoura.

No presente trabalho, realizado em Pirapora-MG, buscou-se ampliar os estudos sobre avaliação nutricional em várias profundidades no solo em cafezais, em sistema irrigado e adubado por pivô-lepa, em solos mais arenosos.

Foram feitas 2 trincheiras, na projeção da saia dos cafeeiros, a 1ª em 2004 em área com 16% de

Resultados e conclusões:Os dados das análises de solo das 2 trincheiras

estão colocados nos quadros 1 e 2.

Quadro 1. Teores de nutrientes em várias profundidades de solo, em cafezal aos 2,5 anos, irrigado e adubado em pivô-lepa. Pirapora - MG.

Profundidades do solo Nutrientes

0 - 20 cm 0,55 - 0,75 m 1,10 - 1,30 m Cálcio Cmol 0,5 0,3 0,3 Magnésio “ 0,3 0,2 0,1 Potássio “ 0,16 0,12 0,06 Fósforo ppm 17,0 6,0 2,0 Enxofre “ 5,0 64,0 43,0 Boro “ 0,1 0,3 0,2 Ferro “ 61,0 34,5 28,0 Manganês “ 4,5 2,5 1,5 Zinco “ 0,9 0,4 0,4 Cobre “ 1,5 0,7 0,6

PESQUISANDO18

COMPORTAMENTO INICIAL DE NOVAS VARIEDADES DE CAFÉ NA REGIÃO DE COROMANDEL-MG.

M. B. da Silva, J. B. Matiello, S. R. Almeida - Eng. Agr. MAPA/PROCAFÉ eC. H. S. Carvalho - Eng. Agr. EMBRAPA/CAFÉ.

Foi conduzido um campo de observação para usuais para a região, com controle completo da comparar diversos materiais genéticos de café quanto ferrugem e bicho-mineiro usando se granulados de à sua adaptação à condição de Coromandel-MG, em solo.região mais quente e seca. No presente trabalho, de caráter preliminar,

O campo foi constituído de 14 variedades, com apresentam-se os dados médios das três primeiras plantio de 50 pés cada, no espaçamento 4 x 1 m, com colheitas, dando idéia do potencial produtivo das irrigação de gotejamento. O plantio foi feito em variedades testadas.dez/jan de 2000/01. Os tratos culturais foram os

Verificou-se que em relação aos dados obtidos de 0-20 cm, os nutrientes que mais caminharam em profundidade, nas amostras das duas trincheiras, foram o enxofre e o boro, seguidos do potássio, e, em menor intensidade, o magnésio e o cálcio. O fósforo caminhou pouco, com melhoria no solo mais arenoso. O ferro, o zinco e o cobre praticamente não caminharam.

Os resultados obtidos evidenciam a necessidade de analisar camadas mais profundas no solo, especialmente nas áreas a r e n o s a s e s o b i r r i g a ç ã o localizada, onde, em poucos ciclos de adubação, já se verificou acúmulo de vários nutrientes em camadas em torno de 60 cm de profundidade.

A presença de nutrientes emprofundidade é contra balançadapela distribuição do sistemaradicular do cafeeiro, quetambém atinge, em bom quantitativo,essa mesma região de soloprofundo.

Quadro 1. Produtividade média (sc/ha) das três primeiras safras do campo de variedades de café -Coromandel-MG, 2004.

Variedades Produção (sacas/ha) Catuaí Amarelo IAC 32 61,0 Catucaí Vermelho 20/15 54,4 Catuaí Amarelo IAC 62 52,6 Acauã 52,5 Catuacaí Vermelho /18 48,8 Mundo Novo 376/4 48,7 Catuaí Vermelho IAC 144 46,0 HK 29/74 44,5 Catuaí Vermelho IAC 15 44,3 Acaiá 474/19/10 44,2 Catuaí Vermelho IAC 99 43,2 Catucaí Amarelo 20/15 42,5 Catuaí Amarelo São Bento 42,4 Catucaí Amarelo 3/5 42,2 Palma I 41,0 Acaiá Cerrado 30,1

PESQUISANDO 19

R e s u l t a d o s e O b s e r v a ç õ e s Preliminares

O Quadro 1 contém os dados de produtividade média obtida em três safras no campo de observação em Coromandel.

Verificou-se que houve bom comportamento produtivo de diversas variedades. Dentre as linhagens dos padrões Catuaí e Mundo Novo, sobressaíram os Catuaís Amarelos IAC 32 e IAC 62, superiores aos Catuaís Vermelhos 15, /99 e 144. O Mundo Novo 376/4 foi superior ao Acaiá, sendo que a linhagem 474-19-10 comportou-se melhor que o Acaiá Cerrado.

Nos materiais resistentes sobressaíram o Catucaí Vermelho 20/15 e o Acauã, este último mostrando-se vigoroso e mais tolerante à seca.

resistentes à ferrugem, que podem ser mais adaptadas que o Catuaí, todas comparadas com o Conillon. Foram plantadas 25 plantas de cada variedade, no espaçamento 3,5 x 1m, em Mutum MG, a 240m alt., tª média de 24,5°C. Elas recebem trato normal e irrigação de salvação. As plantas atingiram 3,5 anos em meados de 2005 produzindo a 2ª safra significativa, conforme dados do quadro 1.

H o u v e a t r a s o n o desenvolvimento inicial das plantas no campo por dificuldades no pegamento, por falta de irrigação regular, de modo que as plantas ficaram, no geral, com menor desenvolvimento que o normal. Assim, observou-se menor p rodução em 2004 e boa produtividade em 2005. Verificou-se que no acumulado das 2 safras houve comportamento semelhante entre as variedades arábica Catucaí Amarelo, Palma 1 e Palma 2 e o Conillon. Ligeiramente inferior ficou o Acauã e por último o Catuaí, este prejudicado pelo forte ataque de ferrugem, que ocorreu apesar de 3 aplicações de fungicidas

Alguns estudos e lavouras comerciais de café cúpricos.vêm demonstrando bons resultados de produtividade O enfolhamento observado para a próxima em cafezais de variedades da espécie arábica em safra mostra melhor condição para o Palma 1, o regiões quentes, de baixa altitude, como ocorre no Acauã e o Conillon.Vale do Rio Doce, em Minas Gerais. Concluiu-se que é possível obter boas

Nessas lavouras tem sido usada a variedade produtividades iniciais de cafeeiros arábica em Catuaí, sabidamente produtiva e vigorosa e bastante região típica de café Conillon. Algumas variedades protegida da insolação. novas mostram ter melhor desempenho que o Catuaí,

No presente trabalho, relata-se os resultados no qual o controle da ferrugem, pela condição iniciais de um campo com 4 variedades novas, climática, prejudica seu comportamento.

COMPORTAMENTO INICIAL DE VARIEDADES DE CAFÉ ARÁBICA, EM RELAÇÃO AO CONILLON, EM REGIÃO DE BAIXA ALTITUDE, NO VALE DO RIO DOCE - MG.

J.B. Matiello e A .R. Queirós - Eng.° Agr°. MAPA/PROCAFÉ, U.V. Barros - Eng°. Agr°.,E.G. Oliveira e J.H. Teixeira Siqueira - Faz. Reunidas João Pedro.

PESQUISANDO20

PESQUISANDO 21

Quadro 1. Produção, em 2 safras, em cafeeiros de variedades arábica e Conillon, em região quente Mutum-MG, 2005.

Produção l/de café cereja/pl Variedades

1ª safra - 2004 2ª safra - 2005 Total Conillon 2,5 10,0 12,5

Catucaí Amarelo 3,8 12,0 15,8 Palma 1 2,0 10,2 12,2 Palma 2 2,7 7,8 10,7 Catuaí 1,3 3,3 4,6 Acauã 1,2 7,3 8,5

Tendo em vista a importância da mecanização p r á t i c a o p e r a c i o n a l e s u b s i d i a s s e m o agrícola nas diversas operações de campo em virtude desenvolvimento de novas pesquisas em virtude da da redução de custos e rapidez na realização das expansão da colheita mecanizada na região.operações, a colheita mecanizada do café vem Avaliando a operação de colheita mecanizada tornando-se uma realidade, devido à necessidade dos do café, Silva et al. (2002) trabalharam com o produtores de fazerem uma colheita rápida, com objetivo de aprimorar o processo de colheita seletiva menor custo operacional e com melhor qualidade com duas passadas da colhedora e concluem que os final. níveis de velocidade e vibração mais adequada para

Na região do Sul de Minas Gerais a se obter maior volume de grãos no estágio cereja mecanização da colheita do café teve maior aplicação seriam 1000 metros/hora, e 850 ciclos/minuto na a partir de 1996, sendo que atualmente o número de primeira passada e 800 metros/hora e 850 produtores que adotaram e buscam esta prática, é ciclos/minuto na segunda passada.significativo. Segundo Silva et al. (1998) a colheita Em estudo sobre a influência da colheita de café com colhedoras automotrizes apresenta boas mecanizada na produtividade do cafeeiro, Silva et al. condições de expansão, superando as primeiras (2004) concluíram que com uma ou duas passadas da expectativas e a possibilidade de se fazer à colheita colhedora não se verificou influência na passando a colhedora mais de uma vez é uma opção produtividade da lavoura, havendo apenas diferenças interessante tendo em vista a possibilidade de reduzir no número de brotos ortotrópicos, que com duas a operação de repasse. passadas da colhedora é maior, refletindo o maior

Silva et al. (1999) desenvolveram um trabalho tempo de aplicação da vibração sobre a planta.com o objetivo de avaliar o desempenho operacional Um dos pontos que tem sido questionado na e econômico da colheita mecanizada com duas operação da colheita mecanizada tem sido a baixa passadas da colhedora em lavouras típicas da região, velocidade operacional das colhedoras, pois buscando levantar dados que justificassem essa normalmente se utiliza velocidades operacionais

AVALIAÇÃO DA COLHEITA MECANIZADA COM DUAS PASSADAS DA COLHEDORA EM VELOCIDADES OPERACIONAIS MAIS ELEVADAS.

E. Oliveira - Mestrando em Engenharia Agrícola/UFLA; F.M. SILVA - Prof. Adjunto do DeptoEngenharia/UFLA; T. Kashima - Máquinas Agrícolas JACTO; C.A.P. Figueiredo -graduando Eng. Agrícola/UFLA.

PESQUISANDO22

velocidade foi fixada em torno de 1640 m/h, compreendidas entre 800 e 1000 m/h, a variando-se apenas a vibração, na segunda passada exemplo de Silva et al (2002). Neste sentido este com 20 a 10% de verdes a vibração foi fixada em trabalho teve por objetivo estudar a eficiência de 1000 ciclos/minuto variando a velocidade.colheita das colhedoras em maiores velocidades de

A colhedora utilizada foi o modelo KTR da trabalho, buscando aumentar a capacidade de campo JACTO, tracionada pelo trator VALTRA 785, com operacional.redutor, obtendo as velocidades de trabalho Este trabalho foi desenvolvido no município de conforme relação de transmissão da caixa da Boa Esperança, MG, na Fazenda Capetinga em marchas. Usou-se em todos os tratamentos todas as lavouras da variedade Mundo Novo, com população varetas da colhedora.média de 2500 plantas/ha, espaçamento 4.0 x 1.0 m,

As velocidades operacionais variaram de 800 a 2.8 m de altura, com declividade média de 8 %. Em 2400 metros/hora, e as vibrações de 750 a 1000 atenção aos objetivos propostos os ensaios foram ciclos/min. O desempenho operacional foi realizados com três repetições, dentro de uma mesma determinado, considerando a velocidade operacional gleba, em parcelas aleatórias contendo em torno de e o volume de café colhido, na unidade de tempo. A 40 plantas por parcela. As parcelas foram velocidade operacional compreende a relação entre o previamente caracterizadas, determinando-se: a comprimento da parcela e o tempo cronometrado na carga pendente média (litros/planta), volume médio operação, determinada para a marcha de trabalho. A de café caído no chão, antes da colheita quantidade de café colhido em cada parcela foi (litros/planta); porcentagem de café verde, cereja, medida em volume, sendo cinco plantas de cada passa e seco na planta e colhido; volume colhido parcela forrada com panos para a determinação das (litros/planta) e desfolha (gramas/planta).perdas de colheita e desfolha. A desfolha foi Estas determinações foram feitas para cada um quantificada em peso de folhas e ramos.dos tratamentos em cada uma das parcelas, sendo a

colheita feita sempre no mesmo sentido. Essas Resultados e Conclusõesdeterminações constaram da interação dos

A carga pendente média do cafeeiro foi parâmetros velocidade e vibração em dois estágios de determinada por amostragem no dia 03/06/2005 maturação, sendo o primeiro com 50 a 30 % de verde resultando em 11 litros/planta. A primeira passada foi e o segundo com 30 a 10 % de verde. Os ensaios realizada no dia 04/06/2005 com média de 30 % de foram realizados com duas passadas da colhedora, na verde, 30 % de cereja e 40 % de secos na planta. A primeira passada com 40 a 30% de verdes, a

média de 0,71 litros/planta, correspondendo a 20 % segunda passada foi realizada 28 dias após, no do volume colhido e a 6,45 % da carga pendente, dia 02/07/2005, tendo em média 10 % de verdes, 40 % totalizando para a primeira e segunda passada o de cerejas e 50 % de secos. A Tabela 1 demonstra os volume de 17,0 % da carga pendente, valor este já resultados do desempenho operacional da colhedora.citado pela literatura.Na primeira passada a vibração variou de 650 a

Considerou-se como eficiência de derriça, 900 ciclos/min e a velocidade média de colheita foi tanto para a primeira como segunda passada o mantida em torno de 1647 m/h, o que representa um

volume de café colhido mais o volume de café caído aumento de velocidade de 64,7 %, em relação à no chão, uma vez que o café caído também foi normalmente utilizado em campo pelos cafeicultores derriçado pelo efeito da interação entre a velocidade ou a exemplo de Silva et al. (2002), que trabalhou com e vibração. Assim considerando as duas passadas a 1000 m/h. Para a primeira passada com uma variação maior eficiência de derriça 97,63 % ocorreu para o de vibração de 650, 750, 850 e 900 ciclos/min, a tratamento T4, com velocidade em torno de 1600 m/h eficiência média de colheita variou respectivamente e vibração de 900 ciclos/min na primeira passada e de 35,18, 39,45, 45,45 e 48,72 %. A maior eficiência 1000 ciclos/min na segunda passada. Nesta condição de colheita ocorreu com a maior vibração, a proporção efetivamente colhida pela colhedora foi comportamento já esperado demonstrando de 80,54 %, da carga pendente, sendo que 16,82 % claramente o efeito da vibração sobre o processo de dos grãos derriçados caíram no chão e apenas 2,37 % derriça mecânica dos frutos.restaram nas plantas, demonstrando ser possível Na primeira passada o volume de café caído no chão colher com elevada eficiência operacional em foi da ordem de 25% do café colhido, ficando em velocidades mais elevadas, dispensando inclusive a torno de 1,16 l/planta, o que representa 10,59 % da operação de repasse.carga pendente. Com relação à desfolha pode-se

A questão a ser ponderada é a proporção de observar que variou de 558 g/planta a 698 g/planta, grãos que caem no chão no ato da colheita, que com aumento também relacionado à maior vibração.aumentou de 15% para 20% entre a menor e maior velocidade empregada e a desfolha que também Já com relação à segunda passada chegou-se a apresentou discreto aumento.velocidade de até 2614 m/h, sendo três vezes maior

Pelo exposto pode-se concluir que foi possível que a convencionalmente utilizada. Pode se observar colher com velocidade operacional em torno de que a eficiência da colhedora diminuiu 1600m/h, tanto na primeira com segunda passada da gradativamente de 35,45 para 28,62 com o aumento colhedora alcançando eficiência operacional de da velocidade operacional de 1064 para 2614 m/h. Na colheita de 80,54 % e de derriça de 97,63 %.segunda passada o volume caído no chão foi em

PESQUISANDO 23

Tratamento Vibração

Velocidade

Café colhido

Eficiência de Colheita

Desfolha

Café caído no chão

Eficiência de derriça

Eficiência de derriça total

Ciclos/min m/h l/planta % g/planta l/planta % %

Primeira passada T1 650 1639 3,87 35,18 558,0 0,85 42,91 - T2 750 1665 4,34 39,45 523,0 1,34 51,63 - T3 850 1644 5,00 45,45 632,5 1,21 56,45 - T4 900 1640 5,36 48,72 698,0 1,26 60,18 -

Segunda passada T1 1000 2184 3,43 31,18 506,2 0,82 38,64 81,55 T2 1000 2614 3,15 28,62 656,2 0,93 37,10 88,73 T3 1000 1064 3,90 35,45 653,1 0,47 39,73 96,18 T4 1000 1658 3,50 31,82 656,2 0,62 37,45 97,63

Tabela 1. Desempenho operacional da colheita com duas passadas da colhedora na safra de 2005.

A ocorrência de mudas de café com folhas repetições e parcelas de 5 mudas.amareladas, pequenas, com queima no ápice e com Foram ensaiadas 2 fontes, sendo o MAP (sem canela seca é freqüente em viveiros comerciais, S) e o superfosfato simples, em 2 modos, em tendo como principal causa a falta de cuidados no irrigação e em pulverização, mais a testemunha, sem preparo do substrato, que assim, pode ficar com tratamento com P.pouco fósforo, conforme demonstrado pela pesquisa Foram efetuadas 3 aplicações com intervalo de (Matiello et alli Anais do 27º CBPC, p.19, 2001). 15 dias, nas concentrações indicadas no quadro 1. Nesse trabalho foi comprovada a recuperação através Sessenta dias após efetuou-se as avaliações através da irrigação com calda a 3% de superfosfato simples. da altura e nº de folhas das mudas.

No ano agrícola 2004 / 05 em viveiro na região de Manhuaçu, novamente apareceu o problema, com Resultados e Conclusões:mudas amareladas e fracas. No quadro 1 estão colocados os resultados das

Foi realizado um ensaio para testar novos avaliações de altura e nº de folhas nas mudas do modos de recuperação das mudas, para obtenção de ensaio.informações sobre a fonte de P e a forma de aplicação. Quadro 1. Altura das mudas (cm) e nº de

Tomou-se do viveiro 125 mudas com o folhas/muda, sob tratamentos com fontes e problema, no estágio do 2º e 3º par de folhas, bem modos de aplicação de P Martins Soares MG, uniformes, e levou-se para o CEPEC-Heringer, onde 2005.se testou 5 tratamentos, em blocos ao acaso, com 5

RECUPERAÇÃO DE MUDAS DE CAFÉ COM MAU DESENVOLVIMENTO, COM CANELA SECA, ATRAVÉS DE APLICAÇÕES DE FÓSFORO.

J.B. Matiello - Engº. Agrº. MAPA/PROCAFÉ e S.M. Mendonça - Engº. Agrº. e S.M.L. Filho eA. Louback - Téc. Agr. CEPEC- Heringer.

PESQUISANDO24

A análise estatística mostrou diferenças significativas para os 2 parâmetros avaliados, Os resultados do ensaio e as observações de ve r i f i cando-se o bom desenvo lv imento campo permitiram concluir que:(recuperação) das mudas nas 2 fontes e nos 2 modos a) O problema de mudas fracas, com folhas de aplicação, com ligeira superioridade para a pequenas, amarelas, com ápice queimado, com irrigação sobre a pulverização. canela seca e com ataque de cercospora negra, é

A observação visual das mudas do ensaio devido à falta de P no substrato, sua recuperação mostrou que as mudas da testemunha permaneceram ocorrendo com fonte apenas de P ou com P mais fracas e com forte ataque de cercospora negra, o que enxofre e cálcio.agravava o problema de desfolha, enquanto as b) A melhor recuperação ocorre por irrigação, dos tratadas com P cresceram bem, suas folhas novas adubos fosfatados, podendo ser obtidos bons passando à cor verde normal e mantendo-se nas resultados também através da sua pulverização.plantas, sem desfolha.

Tratamentos Altura das mudas (cm) Nº de folhas por muda

1) MAP, irrigado a 1,5%

2) MAP, pulverizado a 1,5%

3) Superfosfato simples, irrigado a 3%

4) Superfosfato simples, pulverizado a 3%

5) Testemunha

20,2 a

18,2 a

21,5 a

19,4 a

13,6 b

10,6 a

10,2 a

11,5 a

9,8 a

4,2 b

Aqui na Fazenda cultivamos café Catuaí irrigado. todo.Os cafeeiros crescem muito e tombam. Gostaria de O 3º grupo de fatores está relacionado ao saber por que? manejo da plantação, desde o plantio até os tratos

Reginaldo A. Araújo, Agropec. São Thomé, anuais. No plantio, quanto menor o espaçamento Pirapora- MG. entre as plantas mais o cafeeiro cresce, em busca de

luz. O manejo adequado dos tratos, com boas Coffea: Sr. Reginaldo, adubações, pulverizações e com a irrigação tornam

as plantas mais vigorosas e com maior crescimento. O crescimento do cafeeiro está ligado a 3 tipos As plantas de café que crescem mais em

de fatores. O primeiro é a variedade, onde, em cada altura, ficam com troncos mais finos. Então a carga uma, o porte das plantas é determinado por 2 alelos, de frutos pesa e ela tomba para o meio da rua.sendo CC, dominante o porte baixou ou Caturra e cc o Como medidas preventivas ao tombamento, porte alto ou tipo Mundo Novo. No seu caso, como se pode-se adotar assim: plantar variedades de porte trata de variedade Catuaí, ele tem porte mais baixo, baixo; usar mudas menores; não forçar a adubação com internódios curtos. nitrogenada inicial, tudo para tornar o tronco mais

O 2º grupo de fatores que condicionam o grosso. Se possível, usar espaçamento maior na crescimento do cafeeiro está ligado às condições linha (0,75m), porém isso vai reduzir a climáticas, destacando-se a influência da produtividade inicial. Deve-se, também, conduzir o temperatura e das chuvas. Quanto mais quente, cafeeiro desbrotado, mantendo uma só haste por durante a maior parte do ano, e mais chuva, maior planta. Como medidas corretivas pode-se antecipar será o crescimento. Como sua região não possui podas por decote; pode-se amarrar as plantas até inverno frio, situando-se em altitude mais baixa, e que se atinja o ponto de decote ou, quando indicado como a cultura é irrigada, as plantas de café o esqueletamento.encontram condições para crescer praticamente o ano

RESPONDE Consulte pelo E-mail:[email protected]

25

CUIDADOS NO PÓS-PLANTIO DO CAFEZAL

em lavoura com plantas mais uniformes.A formação do cafezal é uma fase muito 3) Replantar tão logo sejam observadas as importante da cultura cafeeira, pois as plantas de

falhas.café ali constituem sua estrutura básica, o tronco e a 4) Manter sempre limpa uma faixa próxima ramagem inicial e o sistema radicular primário.

às plantas de café, para evitar a No plantio da lavoura cafeeira deve-se cuidar concorrência com água e nutrientes pelas da escolha da área, do preparo, correção e ervas, assim como o abafamento que as adubação do solo; da escolha da variedade e de mesmas podem causar às mudas jovens, mudas de boa qualidade e do uso de espaçamentos que assim se tornam pernaltas. Após a adequados.capina, para manter limpa a faixa por Mas não basta plantar bem. É preciso cuidar cerca de 90 dias, pode ser usado um da lavoura no pós-plantio. Como estamos entrando herbicida de pré-emergência, como Goal na época de plantar café, coincidindo com o ou o Fist. Deve-se, também, tomar período chuvoso, não custa relembrar esses cuidado com a deriva de gotas dos cuidados, que devem ser adotados no pós-plantio. h e r b i c i d a s d e p ó s - e m e rg ê n c i a Não custa lembrar, ainda, que antes de plantar mais (gliphosate) usados na lavoura, pois eles café é preciso avaliar a situação na propriedade, intoxicam e reduzem o crescimento das pois em certos casos, é melhor cuidar, com mais plantas novas de café; Pode-se usar capricho, das lavouras já existentes, aumentando graminicida seletivo ao café, em pós-sua produtividade.emergência, como o Verdict.Aqui vão os cuidados:

5) Proteger os cafeeiros contra pragas e 1) Plantar na época correta, o quanto antes d o e n ç a s , p r o c e d e n d o v i s t o r i a s dentro do período chuvoso, ideal para o freqüentes, observando eventuais focos pegamento das mudas, em cada região.de cochonilhas, ácaros, lagartas, besouros 2) Se necessário, fazer molhação pós-(Naupactus, etc.), grilos e formigas, plantio, para evitar replantas, resultando

26 RECOMENDANDO

RECOMENDANDO 27

ALTERNATIVAS PARA A COLHEITA DE RAMOS DE CAFÉ

J. B. Matiello, A.W. Garcia e André L. A. Garcia

A colheita convencional do café é feita através da retirada dos frutos, da planta ou do chão, mediante a derriça e o recolhimento, de forma manual ou mecânica.

Um novo sistema de colheita vem sendo introduzido, ainda em pequena escala, onde se faz a colheita da ramagem dos cafeeiros, acoplada ao uso de podas nas plantas.

Esse tipo de colheita pode ser aplicado em 4 condições:a) No sistema safra-zero, onde se utiliza o esqueletamento simultâneo à colheita,b) Na colheita de plantas ou parte delas, após podas, por decote ou recepa.c) Nos sistemas super-adensados, com recepas constantes e colheita dos pés de café no chão.d) Na coleta de ramos produtivos em cafeeiros Conillon.

quebra-ventos, principalmente os combatendo-as adequadamente, e , para os temporários (milho, arroz, guandu, etc.), casos de bicho-mineiro, ferrugem e essencial nas regiões de altitude mais cercosporiose, adotar o controle químico elevada.sempre que necessário. A cercosporiose é

a doença mais importante nessa f a s e , d e v e n d o - s e t r a t a r p r e v e n t i v a m e n t e , c o m pulverizações de fungicidas cúpricos ou outros registrados e a d u b a r a d e q u a d a m e n t e , principalmente com nitrogênio;

6) Manter desbrota, pelo menos duas vezes ao ano, deixando somente o número de hastes desejado das plantas, de acordo com o espaçamento e a variedade utilizados;

7) Adubar com NPK e micro-nutrientes, via solo e foliar.

8) Caso haja necessidade, formar

Safra-zero com auxílio de uma roçadeira costal, esses ramos O sistema de colheita de ramos que vem caindo sobre as lonas colocadas sobre o solo,

sendo mais usado é aquele de safra-zero com debaixo dos pés de café. Daí os ramos são levados, esqueletamento, sendo mais aplicável às áreas em balaios, até os carreadores, onde fica uma onde não é possível mecanizar a colheita. Os máquina batedeira, tipo “papagalhos”, que separa cafeeiros tem seus ramos laterais esqueletados, os frutos dos ramos.

RECOMENDANDO28

resumidos no quadro em seguida:Um trabalho de pesquisa realizado na Zona da Mata de Minas, em lavoura 2 X 0,7m, com 80 sacas/ha, mostrou que o custo total da colheita, abrangendo a poda, o transporte e bateção dos ramos ficou no equivalente a R$ 25,00/saca benef., contra R$ 45,00/saca para a colheita convencional, nesse caso, com 2 safras de 40 scs/ha.

Na operação de colheita de ramos esqueletados acoplada ao uso da máquina papagalhos, o sistema é o seguinte: Um grupo de 20-22 colhedores, sendo 2 operando as podadeiras

Verificou-se que o rendimento operacional motorizadas, 2 colocando os panos, 2-3 no repasse na colheita aumentou muito com as plantas manual e o resto carregando e operando a máquina cortadas, principalmente quando a derriça é feita papagalhos. Com essa equipe o rendimento cerca de 20 dias após o corte das plantas.observado tem sido de 0,5 ha de lavoura colhida

Observou-se, ainda, que ocorre melhoria na por dia, ou seja, 40-45 homens dia por hectare. A maturação dos frutos verdes que ficam ligados às quantidade colhida depende da carga da lavoura. plantas cortadas (no campo), quando se compara Nas lavouras sistema safra-zero a safra alta deve aos mesmos frutos retirados, pela derriça normal, alcançar 80-100 sacas/ha, ou o equivalente a 640 e, no mesmo dia, levados ao terreiro.medidas de 60 l. (80 sacas/ha) de café da roça/ha.

Nesse tipo de colheita o trabalhador leva uma Para essa colheita de galhos se gasta R$ 900,00/ha lona plástica, como a usual de colheita, e puxa a (45 X 20,00). Na colheita manual normal a medida parte podada do pé de café sobre ela, e bate com seria paga a R$ 3,00 a 4,00, que totalizaria, em um pau sobre os ramos e o tronco para derrubar os média, despesas de R$ 2.240,00/ha.frutos.

Colheita pós-podas normaisColheita por recepa em super-adensamentoQuando já se vai podar uma lavoura, por

Com o objetivo de facilitar a colheita em decote ou recepa, pode-se optar por efetuar o regiões montanhosas e em cafezais adensados, inverso do normal, assim: primeiro podar e depois onde não entram máquinas, vem sendo pesquisado colher.um novo tipo de condução das plantas, que consiste Em um experimento realizado em Varginha, em: Plantar pequenas lavouras super-adensadas, estudou-se a colheita usual, comparada com aquela para obter altíssimas produtividades por área, pós-poda (recepa ou decote) e em dois períodos, efetuando-se recepas programadas, a cada 2-3 sendo logo após e depois de esperar 20 dias (café anos. Os pés recepados ficam no campo e após 20 seco no pé). Verificou-se os rendimentos

Litros colhidospor homem

1) Colheita normal, derriça

2) Colheita após decote

3) Colheita 20 dias após decote

4) Colheita após recepa

5) Colheita 20 dias após recepa

78

144

186

162

262

TRATAMENTOS RENDIMENTO

sempre, ser precedido de experimentação e, num 2º dias vai-se efetuar a colheita sobre lonas.momento, de sua validação na prática, visando Até o momento o espaçamento que tem se analisar, em conjunto, os aspectos técnicos, mostrado mais adequado é o de 1,30 x 0,25m operacionais e econômicos.ou o equivalente a 30 mil pés/ha. Parece que o

As novas idéias que venham a facilitar a sistema que se mostra mais adequado é colher colheita do café são sempre importantes, pois a a primeira catação (30 scs/ha) e a primeira safra operação representa muito (mais de 30%) no custo (2,5 anos), esta podendo ser de 160-180 sacas/ha total de produção.e, então, recepar ou aguardar a segunda safra. O

Cabe aos assistentes técnicos acompanhar melhor ciclo de poda ainda está sendo os resultados das pesquisas e das experiências de pesquisado.campo, visando introduzir, gradativamente, essas Verifica-se que para esse sistema são novas tecnologias.importantes: o uso de variedades resistentes à

ferrugem e com maturação precoce a média e a condução da lavoura, sempre que possível, com irrigação. As regiões mais quentes, onde ocorre brotação mais rápida, são adequadas a esse sistema.

Colheita de ramos de ConillonNo cafeeiro Conillon as hastes que

produziram bem 2-3 safras são normalmente eliminadas pós-colheita. Ultimamente alguns agricultores e técnicos estão viabilizando, também, o corte de ramos laterais produtivos, de baixo para cima das hastes.

Nessas condições vem sendo experimentada, concomitantemente a essas podas, a colheita, por “debulha” em máquinas, desses ramos.

Os trabalhos estão ainda muito iniciais, devendo-se observar melhor o rendimento das operações e o desempenho do maquinário em mais áreas.

Novidades com cuidadosO uso de inovações na cafeicultura deve,

RECOMENDANDO 29

de adubos e nutrientes naturais do solo, As plantas daninhas, o mato, sempre foram devolvendo-os na forma orgânica, mais encaradas como problema. O pessoal mais antigo, aproveitável pelos cafeeiros.nossos pais e avós, se preocupavam muito com o

d) Com os ácidos orgânicos exudados de mato na lavoura. Orientavam e exigiam dos seus suas raízes solubiliza nutrientes do solo empregados e meieiros, que eles deixassem o que se encontram em formas menos cafezal no limpo. Lavoura com mato era solúveis, principalmente o fósforo.considerada mal cuidada, um desleixo.

e) Com seu ambiente e florações melhora o Hoje em dia o conceito do mato mudou equilíbrio de parasitas e predadores de bastante, principalmente em áreas cultivadas com pragas do cafeeiro dentro da lavoura.plantas perenes, arbustivas ou arbóreas, como é o

caso do cafeeiro. O mato é considerado parte do Concorrência e desvantagenssistema, cumprindo suas finalidades, sendo

manejado para evitar concorrência danosa às As ervas invasoras na lavoura de café, agora plantas de café. Assim, ele deve ser um aliado, não já mudando a terminologia (antes ervas daninhas), um simples competidor. se mal manejadas, quando em excesso, promovem

concorrência com os cafeeiros, em água, nutrientes Vantagens do mato e luminosidade (para cafeeiros jovens e na saia de

cafeeiros adultos).As principais vantagens oferecidas pelo O período de maior concorrência, conforme mato na lavoura de café são as seguintes:

dados de pesquisa realizada por técnicos do ex-a) Promove proteção do solo, contra erosão IBC, em Caratinga-MG, coincide entre outubro e e contra excesso de insolação e fevereiro, período onde ocorre o maior temperatura;crescimento vegetativo e com a granação dos b) Aumenta a infiltração de água e seu frutos do cafeeiro. O mesmo trabalho mostra que o armazenamento pelo solo;

c) Recicla nutrientes, aproveitando resíduos mato extrai, quando em grande quantidade, 90-100

O MATO COMO ALIADO, NA LAVOURACAFEEIRA.

RECOMENDANDO30

Mato roçado no meio da rua e linha próxima aos cafeeiros mantida limpa.

J.B. Matiello - MAPA Procafé

RECOMENDANDO 31

recomendar o uso do mato mais alto, Kg de N, 7 Kg de P2O5 e 60-70 Kg de principalmente na região do Triângulo Mineiro e K2O/ha, correspondente a uma extração pelos do Alto Paranaíba. Isso tem reduzido a infestação cafeeiros para uma produção de 10-15 sacas/ha de de Bicho-Mineiro, provavelmente pela maior café.

Essa extração nutricional é, no entanto, proteção dos inimigos naturais dessa praga.O manejo do mato deve prever, na pós-retornada com a roçada ou capina do mato, ficando

colheita, ou mesmo em épocas intermediárias entre disponível novamente ao cafeeiro.O mato pode ainda abrigar pragas do roçadas, o uso de herbicidas de pós-emergência,

cafeeiro, como lagartas, vírus, cochonilhas, para, então, matar o mato, que fica, mesmo assim, cigarrinhas e nematóides. Ele atrapalha, também, cobrindo o solo, com economia de água.

Existe uma pequena corrente de técnicos que as operações no cafezal, como a adubação, a preconiza um menor uso de herbicidas do tipo arruação, a aplicação de defensivos e a colheita. Na Gliphosate, pois consideram que essa prática tem época fria pode, ainda, aumentar o risco de geada.causado pré-disposição dos cafeeiros a

Manejo do mato pragas/doenças e dizem observar intoxicações nas Já que falamos das vantagens e desvantagens plantas.

do mato, como, então, tirar proveito das ervas no Enquanto não se dispuser de trabalhos cafezal, equilibrando os benefícios e malefícios? experimentais que provem essas premissas, a nível

A resposta é: através do manejo adequado das de campo, deve-se ficar com as recomendações ervas. baseadas nos resultados experimentais já

Na época chuvosa deve-se manejar o mato divulgados e na experiência extensiva em campo, mais alto, rebaixando-o, periodicamente, com onde o controle químico do mato tem trazido uma roçadas. Pode-se alternar essas roçadas de ruas, série de vantagens.roçando uma rua e deixando outra para a época Além disso, o uso de herbicida de pós-seguinte de roçada.. Nas linhas mantém-se limpa a emergência tem viabilizado a ampliação de áreas faixa na projeção da saia dos cafeeiros, evitando, de cafezais, mesmo em regiões montanhosas, onde assim, maior concorrência pelos adubos e por a capina manual é muito onerosa.defensivos de solo. Precisamos, deste modo, aproveitar o mato,

Há uma tendência atual dos técnicos de controlando-o de forma adequada e com menor

32

Uma pesquisa mostrou que os norte-americanos últimos anos mostram os benefícios dos estão utilizando mais antioxidantes contidos no antioxidantes na luta contra diversas doenças, café do que de qualquer outra fonte dietética, entre elas as cardiovasculares e o câncer. O superando as frutas e verduras. Esta conclusão faz produto protegeria ainda contra o câncer do fígado parte de um trabalho realizado pela equipe do Dr. e do intestino, mal de Parkinson e diabetes tipo Joe Vinson, da Universidade de Scranton, na dois.Pensilvânia, a qual comparou a quantidade de A quantidade de antioxidantes consumida através antioxidantes fornecida por vários alimentos do café pelos americanos supera a do chá, da presentes na dieta de um americano comum. Os banana, do vinho, do tomate e de vários grãos. O resultados do estudo foram apresentados no 230º estudo levou em conta que um norte-americano Encontro da Sociedade Americana de Química, adulto consome um pouco mais de uma xícara e realizado em agosto de 2005. meia de café por dia. Se for considerado que Sabe-se que os antioxidantes previnem a oxidação apenas metade da população toma café nos das células do corpo humano, combatendo sua Estados Unidos, são quase três xícaras ao dia por degeneração. Inúmeras pesquisas científicas dos pessoa.

O CAFÉ É A PRINCIPAL FONTE DE ANTIOXIDANTES DOS AMERICANOS.

RESUMINDOExtratos de Revistas Científicas nacionais e estrangeiras.

Avaliou-se o potencial do parasitóide hampei. Em frutos com 150 dias de idade, os mais Phymastichus coffea LaSalle no controle de altos níveis de parasitismo foram observados populações da broca-do cafeeiro Hypothenemus quando a broca estava localizada na camada mais hampei (Ferrari) sob condições de campo na externa do endosperma e, em segundo lugar, Colômbia. Frutos de café com 90, 150 e 210 dias quando a broca estava penetrando no exocarpo. de idade foram infestados com fêmeas de H. Baixos níveis de parasitismo foram observados em hampei, e um, cinco e nove dias após as infestações fêmeas de H. hampei infestando frutos mais velhos artificiais os parasitóides adultos foram liberados. porque a maioria das brocas já havia se abrigado A posição da broca dentro do fruto e o nível de em galerias muito profundas no endosperma, parasistismo foram determinados 10 dias após a dificultando o ataque dos parasitóides. O trabalho liberação do parasitóide. Verificou-se que o apresenta também uma ampla discussão sobre o parasitismo de H. hampei por P. coffea foi potencial de P. coffea para controle biológico da significativamente afetado pela idade dos frutos na broca do cafeeiro na Colômbia.época da infestação, e pela localização da broca dentro do fruto. Os níveis mais altos de parasitismo Jaramillo, J.; Bustillo, A.E.; Montoya, E.C.;

foram observados em frutos com 150 (75-85%) e Borgemeister, C. Bulletin of Entomological 90 (75%) dias de idade, quando P. coffea foi Research, Volume 95, Number 5, October 2005, liberado um dia após a infestação artificial com H. pp. 467-472(6)

CONTROLE BIOLÓGICO DA BROCA-DO-CAFEEIRO Hypothenemus hampei (Coleoptera: Curculionidae) POR Phymatischus coffea (Hymenoptera: Eulophidae) NA COLÔMBIA.

RESUMINDO 33

A mancha-de-Phoma, causada por Phoma costarricensis. Somente os extratos baseados em

costarricensis é uma séria ameaça a produção de biomassa cítrica tiveram efeito inibitório sobre o

café (Coffea arabica), especialmente nas terras fungo. In vivo, Ecolife® (5 ml/l), Agromil® (5

altas do estado de Minas Gerais, Brasil. Extratos g/l) e o extrato aquoso de folhas com ferrugem

de biomassa cítrica, extratos de casca de café e de (diluição 1:6) reduziram a mancha-de-Phoma.

folhas de café severamente afetadas pela Ambos, Ecolife® e o extrato de folhas de café

ferrugem (Hemileia vastatrix), foram avaliados com ferrugem foram significativamente mais

contra P. costarricensis. Em um ensaio in vitro, o eficazes em reduzir a área abaixo da curva de

extrato aquoso de folhas com ferrugem e de casca progresso da lesão, quando utilizados nas

de frutos, além dos extratos comerciais baseados menores dosagens, o que é um indicativo de

em biomassa cítrica, chamados Ecolife® e indução de resistência.

Agromil®, foram testados em várias diluições

sobre o crescimento micelial de P. costarricensis. Beatriz M. Barguil; Mário Lúcio V. Resende;

In vivo, mudas de café mantidas em casa de Renata S. Resende; J. Evando A. Beserra Júnior;

vegetação foram pulverizadas com esses Sônia M. L. Salgado. Fitopatologia Brasileira,

produtos, sete dias antes da inoculação com P. vol.30, no.5, Brasília, Sept./Oct. 2005.

EFEITO DE EXTRATOS PROVENIENTES DE BIOMASSA CÍTRICA, FOLHAS

DE CAFÉ COM FERRUGEM E CASCAS DE FRUTOS DE CAFÉ SOBRE Phoma

costarricensis DO CAFEEIRO.

A presente pesquisa teve por objetivo avaliar os cafeeiro mais afetadas pela trapoeraba foram a

períodos de interferência de Commelina área foliar e a biomassa seca de folhas das mudas

benghalensis sobre o crescimento inicial de de café, sendo essas as únicas características que

mudas de Coffea arabica, sob condições de apresentaram reduções significativas no verão.

inverno e verão. Para isso, mudas de café e, No inverno, o número de folhas e a biomassa seca

pos te r iormente , de t rapoeraba foram do caule também tiveram reduções significativas.

transplantadas para caixas de cimento-amianto Os períodos críticos de prevenção da interferência

com capacidade de 70 L, utilizando solo como foram de 15 a 88 e 22 a 38 dias após o plantio das

substrato. Os períodos de convivência ou controle mudas de café, para condições de inverno e verão,

foram de 0-15, 0-30, 0-45, 0-60, 075 e 0-90 dias respectivamente.

após o plantio do cafeeiro, totalizando 12

tratamentos, dispostos em blocos casualizados, Dias, T.C.S.; Alves, P.L.C.A.; Lemes, L.N.Planta

em quatro repetições. Ao término de cada período, Daninha vol.23, no.3, Viçosa, July/Sept. 2005.

avaliaram-se algumas características de

crescimento das plantas. As características do

PERÍODOS DE INTERFERÊNCIA DE Commelina benghalensis NA CULTURA

DO CAFÉ RECÉM-PLANTADA.

PANORAMA

Te m c a u s a d o s u r p r e s a o b o m (temperatura média 24,5°C), seu comportamento comportamento das variedades Catucai-açu e vem sendo muito bom. Após a 4ª safra os cafeeiros IBC Palma 1, nas regiões quentes, onde se cultiva, foram recepados e, agora, a brotação vigorosa já normalmente, cafeeiros robusta-Conillon. está na 1ª carga pós-poda, com crescimento e

Nessas regiões, experimentos e lavouras frutificação semelhante e até melhor que nas comerciais tem resultado em boas produtividades, plantas de Catuaí na mesma plantação.com o cultivo de variedades arábica, sendo mais Também o IBC Palma vem apresentando comum o uso do Catuaí. melhor enfolhamento e boa produtividade, nas

O Catucai-açu, linhagem com frutos duas primeiras safras na mesma região, em grandes, apresenta, em condições normais, baixo Mutum - MG.vigor. Ocorre que em uma plantação feita no vale do Rio Doce, em Minas Gerais, a 240m de altitude

A EMBRAPA/Café transferiu para Para contarmos com mais um colega na Varginha, a Engenheira Agrônoma Lílian Padilha, Equipe, foi muito importante a colaboração do para atuar junto ao MAPA e Fundação Gerente da EMBRAPA/Café, Dr. Gabriel PROCAFÉ, na execução de pesquisas cafeeiras. Bartholo, da Direção Geral da EMBRAPA e do A Dra. Lílian é formada pela UFV em 1993, tem Centro de Milho e Sorgo e do empenho do mestrado pela UFV e doutorado pela UFLA e Delegado Regional do MAPA em Minas, João vinha atuando na área de biotecnologia no Centro Vicente Diniz e do Secretário de Produção e Agro-da EMBRAPA de Milho e Sorgo, em Sete Lagoas energia do MAPA, Dr. Linneu C. da Costa Lima.- MG. Em Varginha deve atuar na mesma especialidade, aplicada ao café.

Caminho inverso é o título de uma crônica, certo. Que duvida e cria caminhos... que andam da jornalista Cibele Aguiar, publicada no jornal muito para desvendar cafezais..., que tem sapatos Folha Agrosul (nº 103, out/05). Ela fala, com sujos de terra e pele rosada do sol da lavoura.”muitos adjetivos, sobre o trabalho de divulgação e Vai aqui o nosso agradecimento especial à de democratização de conhecimentos e sobre a Jornalista que, com sua sensibilidade, soube persistência da Equipe do PROCAFÉ, interpretar verdadeiramente a nossa alma, o nosso continuando a executar os Congressos de espírito, a nossa vontade. Ficamos torcendo para Pesquisas Cafeeiras. Cita o exemplo de um José, que pessoas ligadas aos escalões do Governo sinônimo de operário, e de sobrenome Matiello, possam refletir e agir para transformar o caminho como representante de outros tantos Josés, que em inverso em caminho direto, dispensando maior seus ideais, e com suas experiências, “suportam apoio ao nosso trabalho.extinções, e sobrevivem aos modelos mais A crônica completa pode ser lida através do multiinstitucionalizados”. site www.folhaagrosul.com.br

Fala sobre “O cientista que não aceita o

CATUCAI-AÇU E IBC PALMA 1 VÃO BEM EM REGIÃO QUENTE

BEM VINDA NOVA COLEGA

EM NOSSO CAMINHO EXISTEM ESPINHOS, MAS TAMBÉM ROSAS

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PANORAMA 35

trabalhos apresentados no recente 31º CBPC e, A broca dos ramos dos cafeeiros Conillon é agora, recebeu cobertura através de reportagem uma praga recentemente constatada na região de feita pela TV Gazeta/Norte, para o Programa Colatina ES, atingindo, já, plantações em vários Globo Rural, devido à sua importância para a municípios vizinhos. Ela foi relatada em 2

cafeicultura regional.O E n g e n h e i r o

Agrônomo J.B.Matiello esteve, em novembro, em Colatina, mostrando e gravando matéria sobre os sintomas e cuidados para controle da broca dos ramos.

Ela vem atacando tanto os ramos laterais produtivos, como os brotos ladrões, que são deixados no manejo do c a f e e i r o C o n i l l o n , visando renovar as hastes das plantas. A broca é um besourinho preto, com 1,2 1,8 mm, que perfura as hastes (na parte verde),

BROCA DOS RAMOS RECEBE COBERTURA DO GLOBO RURAL

PANORAMA36

e abre uma galeria na região central, na medula do ramo, onde faz a postura. Daí para cima o ramo seca e as folhas ficam ali grudadas.

A espécie provável que está ocorrendo é a Xylosandrus compactus, considerada praga quarentenária no país.

Nas imagens aqui incluídas pode-se observar os sintomas da broca dos ramos. Vê-se, ainda, o flagrante do repórter e do cinegrafista gravando a matéria e, também, o Engenheiro Agrônomo

local com os pequenos produtores na propriedade próxima a Colatina, onde existe um ataque grave da praga. No site da revista Coffea, nas fotos a cores ,podem ser vistos, com mais clareza, os sintomas.

Alerta-se para a necessidade das autoridades, do Governo Federal (MAPA/Defesa) e do Estado, tomarem providências visando conhecer a extensão da área atingida e adotar um programa de controle da broca.

PHOMA/ASCOCHYTA ATACA SEVERAMENTE A FLORADANESTE ANO

Os Técnicos e os cafeicultores que lidam Mas, o ataque de doenças em botões no dia-a-dia nas lavouras estão acostumados a florais, em flores e em frutinhos novos tem se prestar mais atenção ao que ocorrem nas tornado importante nos últimos anos. São bem plantas de café. Mais cedo se observa se os conhecidos os sintomas de Phoma/Ascochyta cafeeiros vegetam bem, se estão bem em botões e em chumbinhos, cujo ataque enfolhados. Mais tarde se houve boa desses fungos chega a mumificar toda a roseta. frutificação. Ali no meio, entretanto, pode estar Ultimamente fala-se, também, do ataque de ocorrendo o perigo. Colletotrichun glloesporioides.

Na observação das pragas ou doenças, Nessa florada/frutificação de 2005 tem igualmente, se costuma observar a folhagem. sido grande o ataque de Phoma/Ascochyta nas

PANORAMA 37

20-30% da florada ou de chumbinhos. Com a entrada de frentes frias sucessivas pode haver prejuízos cumulativos e, em certas regiões, as perdas totais por mumificação das rosetas pode chegar a 60-70%.

regiões cafeeiras de Minas G e r a i s e E s p í r i t o S a n t o , especialmente naquelas de maior altitude, assim como na Bahia , que já tem esse problema normalmente.

O ataque ocorre em função de alta umidade, por chuvas finas contínuas, de outubro a dezembro, acompanhadas de queda de temperatura. Basta que essas condições favoráveis prevaleçam por 2-3 dias para que haja perdas de

O ataque de Phoma/Ascochyta provoca secade ramos, lesões e queda nas folhas emumificação dos botões florais e dos frutoschumbinhos. Para ver melhor os sintomasmostrados nessas fotos, consulte nosso site,com as imagens coloridas. (Fotos CEPEC,Martins Soares - MG)

ANÁLISE

propriedade, dentro das regiões e no país os ciclos Na cafeicultura brasileira é muito conhecida das lavouras, em boa parte, são desencontrados. a característica de safras altas alternadas com Não fosse assim, uma safra baixa corresponderia a baixas safras, o que se chama de ciclo bienal de 5 vezes menos que a alta.produção. Observando-se as safras de café do país,

A importância do ciclo bienal decorre do seu nos últimos anos, pode-se verificar que foram efeito sobre a oferta de café, com altos e baixos, obtidas safras baixas, entre 28 32 milhões e altas exigindo a estocagem e carregamento de safra, de entre 42-49 milhões, ou seja, com diferencial um ano para outro, situação que traz dificuldades médio de 53%.para a política cafeeira do país e para o produtor, Trabalho de pesquisa e análise estatística em que em certos anos tem pouca renda.experimentos real izados nas Fazendas

Experimentais do ex-IBC, onde se computou a Causas dos ciclosprodutividade em parcelas de cafeeiros, bem

As causas da produção de café diferenciada tratadas, por 6 a 8 safras, mostrou que, na média, foi no Brasil podem ser explicadas fisiológicamente.obtida uma safra baixa de cerca de 20% da safra

Os cafeeiros cultivados a pleno sol produzem alta, o que, então, para nossas condições, pode ser muito num ano, suas reservas são carreadas para a considerado um ciclo normal.frutificação, então o crescimento dos ramos é Na cafeicultura como um todo, é lógico, a prejudicado e a safra seguinte reduzida. Diz-se, bienalidade não se expressa tão fortemente, como comumente, que o cafezal se veste um ano e no se observou nas lavouras, pois dentro de uma

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COMO SE DEFINE O CICLO BIENAL DE PRODUÇÃO DO CAFEEIRO

J. B. Matiello Engº. Agrº MAPA/Procafé

0

10

20

30

40

50

60

60 65 70 75 80 85 90 95 00 05

Anos

Milh

ões

de

sacas

A evolução da produção brasileira de café em 45 anos (1960-2005), mostrada nesse gráfico,exemplifica como as safras anuais de café variam em ciclos bianuais.

ANÁLISE 39

outro veste o seu dono.Vejamos como acontece o fenômeno:

1°) Ocorre no cafeeiro uma iniciação floral abundante (muitos gemas e flores).

2°) Ocorre uma baixa taxa de abcisão de frutos ( a planta de café não derruba tantos frutos, como outras).

3º) Se manifesta a força de drenagem das reservas de forma prioritária pelos frutos (endosperma das sementes é um dreno primário).

4°) Se observa um desbalanço na razão folha/fruto, e, em conseqüência, uma competição entre o crescimento reprodutivo e o vegetativo (este último prejudicado com carga alta).

5º) Nessa condição verifica-se o depauperamento, a seca de ramos e morte de raízes (não se observa seca de ramos em cafeeiros jovens ou com frutos raleados).

6°) A seca de ramos é mais expressiva nos anos de safra alta, é agravada por aspectos nutricionais e por ataque de pragas e doenças.

Elas consistem, basicamente, em reduzir, A lavoura, assim, fica com suas plantas ligeiramente, a produção alta por planta, através de

estressadas pela carga, cresce menos e produz espaçamentos menores, arborização, uso de menos no ano seguinte. material genético mais vigoroso e com padrão de

florada mais diluído, aplicação de podas e outros. Seca de ramos e morte das raízes Ultimamente, na cafeicultura empresarial,

A seca de ramos ocorre devido ao desbalanço existe tendência a se promover um ciclo de entre a disponibilidade e o consumo de assimilados produção mais pronunciado, visando uma safra (reservas da planta). Decorre da maior necessidade muito alta e, depois, uma safra zero, inclusive com pelos frutos em relação à possibilidade de seu o auxilio de poda dos ramos produtivos.fornecimento, pela fotossíntese mais as reservas antes disponíveis. Um trabalho de pesquisa mostra que a maior influência é do nível de enfolhamento, que vai fazer a fotossíntese, do que das reservas.A seca de ramos é precedida da morte de raízes e se esta ocorre, em grau intenso, pode causar a trianualidade de produção, visto que sua recuperação é lenta.A morte de raízes leva à redução na absorção de água e de nutrientes. Por isso, um bom manejo de adubação e irrigação ajuda a reduzir os problemas.

Como reduzir ou ampliar o cicloAlém dos cuidados de manejo dos cafeeiros,

como a adubação, controle de pragas/doenças, irrigação, etc., visando manter a planta mais enfolhada, existem alternativas para evitar o “stress” ou depauperamento que levam à baixa produtividade, no ano seguinte.

No ano de alta produção do ciclo, os ramos de café seenchem de frutos e no de baixa poucas rosetas e poucosfrutos estão presentes nos ramos produtivos.

ENTREVISTA

Antônio Wander Rafael Garcia é Engenheiro áreas técnicas da cafeicultur, a pesquisa, a assistência Agrônomo, oriundo da velha guarda do IBC, que, técnica e a administração, é importante conhecermos para felicidade geral dos cafeicultores, ainda continua as opiniões de Antônio Wander sobre esses assuntos:na luta, trabalhando agora no MAPA, sem, entretanto, esquecer sua trajetória na pesquisa e assistência à 1) Revista Coffea: Qual sua visão atual da lavoura cafeeira. cafeicultura brasileira, seus prós e contras e sua

Como diz o título aqui colocado, ele tem, além perspectiva futura?da teoria, um grande espírito prático, capaz de levar Vejo a cafeicultura brasileira numa fase de qualquer consulta à rápida solução, sempre bem transição, buscando, nessa etapa, uma transformação aplicada às condições de campo. Por isso é muito que visa superar a situação de preços e rentabilidade requisitado, em consultas no dia a dia e em palestras. voláteis. Procura uma melhor identificação diante da

Nosso colega Wandão, como é conhecido, situação de livre mercado e da ausência de política formou-se em 1972, pela Universidade Federal de governamental mais efetiva, como era com os preços Lavras UFLA e já em 1973 iniciava sua carreira no IBC, que durou até sua extinção (em 1990 - 1992). Nesse período foi responsável pela coordenação de todo o trabalho de assistência técnica do IBC, na regional de Varginha, que abrangia as atividades de execução dos planos de renovação de cafezais, de controle da ferrugem, de pesquisas de safras e outros, numa área de 156 municípios, atendidos por 22 escritórios de assistência técnica, no Sul de Minas Gerais.

Também efetuou grande número de pesquisas, resultando na publicação de 270 trabalhos e participou na elaboração de dezenas de boletins e do livro “Manual de Recomendações Cultura de Café no Brasil”.

Atualmente, Antônio Wander trabalha no Ministério da Agricultura, Pecuária e Abastecimento e também coordena a Fazenda Experimental de Varginha e a Secretaria Executiva da Fundação Procafé.

Pela sua vasta experiência, acumulada nas três

de garantia, no passado. Apesar disso, ela é a mais competitiva a nível mundial, desde que se adapte, se organizando melhor, na forma de planejamento, uso de tecnologia e capitalização do produtor.

A possibilidade de mecanização e a diversidade de regiões cafeeiras aptas e seu adequado uso, de acordo com sua aptidão, constituem fatores altamente favoráveis à cafeicultura brasileira. A tradição disponível é favorável por um lado e ruim pelo outro, pois aquele que não se atualiza está fora do sistema.

Fatores desfavoráveis são a ausência de políticas garantidoras de rentabilidade mínima para manutenção de uma atividade perene, como é a cultura cafeeira, que deve ser viável a médio e longo prazos.

Vejo como perspectiva futura o Brasil produzindo café com melhoria gradual do nível tecnológico, com menor custo. O país pode manter e até ampliar sua produção, desde que os preços se mantenham em patamares acima de $ 80-100,00/ saca.

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ANTÔNIO WANDER,

NossoSolucionadorde Problemasdo Café

ENTREVISTA

mais carentes, para novos estudos?2) Revista Coffea: Quais os problemas que julga Diante do já enorme estoque de informações mais críticos para a lavoura cafeeira? disponíveis, acho que seriam necessários “pulos”

Alguns problemas são de ordem geral e outros maiores, creio que através de processos particulares, a nível de regiões e mesmo de biotecnológicos, para chegarmos a uma propriedades. supervariedade, que seja bem melhor do que as atuais,

Na minha área de trabalho vejo importante o que já são boas, pois é preciso que além da equilíbrio nutricional, o uso racional de insumos e o produtividade seja bem resistente aos problemas de problema crescente das pragas e doenças. pragas e doenças e, quem sabe, a estiagens, sem

esquecer a qualidade dos frutos. 3) Revista Coffea: Nas práticas de manejo da As pesquisas para facilitar e baratear a colheita lavoura de café quais considera prioritárias, por são também muito importantes, devendo-se adequar que? melhor a combinação de podas com o

A princípio, considero todas as práticas desenvolvimento constante de maquinário. A importantes, as quais devem ser realizadas em melhoria no aspecto fisiológico, para uniformização conjunto, de modo e na época correta, buscando de florada e maturação também é necessária.somar efeitos, por exemplo, da nutrição com a condução das plantas e até na sua colheita, coroando 6) Revista Coffea: Como vai a assistência técnica à com a obtenção de quantidade e qualidade do café. cafeicultura atualmente? Quais as sugestões para

Dentre elas posso destacar a correção e melhora essa atividade?adubação, diante de nossas áreas de solos pobres. Mas A assistência técnica à cafeicultura encontra-tudo depende do estabelecimento e do cumprimento se, também, numa fase de transição, onde a de um cronograma global de operações no ano assistência técnica particular vem substituindo a agrícola. oficial, reduzida, nos últimos anos, pela menor

disponibilidade de meios. Nesse ambiente existem 4) Revista Coffea: Quais medidas gerais você produtores bem assistidos, outros eventualmente e indica para racionalizar o manejo dos cafezais e outros, principalmente os pequenos, desassistidos. reduzir os custos de produção a nível das Aqueles que têm seus próprios consultores ou os propriedades? abrangidos pelas cooperativas vem sendo bem

A primeira coisa a ser feita é uma análise dos apoiados. talhões na propriedade e observar o que está Nessa situação, ocorre, freqüentemente, uma acontecendo, tanto para adotar as práticas para certa distorção, ficando a assistência sendo realizado, melhorar aqueles talhões deficitários, ou mesmo, em muitos casos, através das próprias firmas caso a solução seja antieconômica, partir para a sua vendedoras, que nem sempre recomendam o melhor erradicação e substituição por outra lavoura mais ou de menor custo.moderna e produtiva. Outro problema é a falta de coordenação

Outro aspecto é a administração dos fatores de técnica entre Instituições, que recomendam de forma produção, visando aquisições e vendas adequadas, diferenciada, o que leva a grande diversidade de administração de pessoal, maquinário, benfeitorias e opiniões, muitas contraditórias. É preciso melhor etc, buscando maior rendimento operacional e, discutir os problemas, em grupos mais coordenados, consequentemente, menor custo. para levar, ao nível do produtor, indicações mais

Nos meus estudos de custo de produção de café, padronizadas e mais confiáveis.que venho realizando nos últimos anos, o fator que Sugiro para os grandes e médios produtores a mais tem incrementado o custo tem sido a mão de busca de uma assistência de qualidade junto a obra e a operação do maquinário, os quais, além do consultores especializados. Os filiados às aumento do custo, estão reduzindo seu rendimento. cooperativas podem usar os departamentos técnicos

O maior problema tem sido racionalizar o uso delas, devendo esses setores receber investimentos da mão de obra, o que, feliz ou infelizmente, tem constantes em qualificação e expansão da sua levado à busca de sempre maior mecanização dos capacidade. Para os pequenos, em locais não trabalhos. assistidos pelas cooperativas, as opções são

assistência oficial ou se juntarem em pequenas 5) Revista Coffea: Na condição das pesquisas pela associações, que contratem sua própria assistência Fundação Procafé quais os setores que considera técnica em conjunto.

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PRODUTOS E EQUIPAMENTOS

ADUBOS E FORMULAÇÕES COM MELHOR APROVEITAMENTODO NITROGÊNIO

PEQUENOS TORRADORES DE CAFÉ PARA USO EM INDÚSTRIAS E FAZENDAS

O Nitrogênio é o nutriente mais exigido pelo Nitrato de Amônia, inclusive existem, atualmente, cafeeiro, o qual utiliza, na produção anual, cerca de no mercado, formulações comuns de NPK, como a 70-90 Kg do nutriente para cada 10 sacas de café 20-5-20 ou similares, compostas com Nitrato de produzidas. Amônia, podendo, assim, serem usadas mesmo em

O uso de adubos nitrogenados nos cafezais solos menos úmidos.deve ser cercado de vários cuidados, pois, ao A 2ª alternativa é o uso de uréia protegida, contrário, esses fertilizantes podem ser existindo no mercado o produto Super-N, da parcialmente perdidos, não cumprindo, assim, sua Fertipar, que é uma uréia tratada com uma enzima finalidade de garantir maior crescimento e anti-urease. Com isso evita-se perdas por produtividade ao cafeeiro. volatilização ( que podem chegar de 30-60%) nos

Duas alternativas principais podem ser dias subseqüentes ao seu uso, quando, havendo utilizadas para reduzir as perdas de nitrogênio dos baixa umidade no solo, podem ocorrer grandes adubos usados: a 1ª consta do uso de fontes que não perdas de N. A proteção começa a diminuir a partir apresentam volatilidade do N, como o Sulfato e o do 12º - 15º dias de aplicação.

A torração e moagem de café é feita, no Brasil, quase que exclusivamente em grandes e médias indústrias urbanas, existindo, nos últimos anos, uma forte tendência de aglomeração de empresas e, também, de maior dominância de Companhias estrangeiras no setor.

A nível de propriedades cafeeiras era muito comum no passado, hoje menos, o fazendeiro e os empregados torrarem seu próprio café.

Pensando em manter e melhorar esse costume e, também, para dar condições do surgimento de micro ou pequenas torrefações é que algumas empresas, como a Industrial Átilla, de Manhuaçu MG, fabrica e comercializa pequenas máquinas torradoras, com capacidade de 3 a 15 por torração. Cada carga do torrador, com café em grão, se processa em 20-25 minutos, usando gás no aquecimento (gasto de 1 botijão para 360 Kg de café verde).

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Os quadros e gráficos que apresentamos um comparativo das oito últimas safras do produto no traduzem os resultados da estimativa final da safra de Brasil e em suas várias regiões produtoras.café 2005/6, da primeira previsão da safra 2006/7 e

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OS NÚMEROS DA SAFRA DE CAFÉ, PELA CONAB

SÉRIE ESTATÍSTICA

SÉRIE ESTATÍSTICA44