12
ANO 31.° III SERlE - N.o 125 OUTUBRO DE 1963' PREQO : 1$00 de todos os Paises UNI- VOS! RESOLUC!O DO CENTRAL u SOBHE A l!NHA POllTleA E. T.ACTICA DO PARTiDO 1 - 0 governo fascisla e 0 govemo dos monop6 - lio s, associados an ilnperialismo est:cangciro, e dos lal ifu n diar:os . 1' oda a poiitica do governo fa5- ci s!a defcnde os interesscs dos monop6lios. dos lati fun diarius e do imperialismo , conlra os inte - re sses de toda a popula';;:1o portugllcsa. A politic-a fasci sta aii ngc em primeiro lug a l" 0 proleta!"iado oper;\r i os ind is e os a5saLriaclos rurais) inten sif i cando a expJora,ao e candel;,mdo-o a uma vid a (.Ie miseria e pri va ,oes . Mas atinge tam- hem 0 campesi n alo (peq uenos c medios; agi" ic ul- tores) , a pequena burguesia urbana, a intelectua - lidade e va st os sectores da media burgucsia . 1'0- das essas classes e ca madas cla popula<;ao es t ao vi - ta lm ente in , te r essadas no delTubam ento da dita- dura fas cisla, na l iquida.;;ao do pod er dos mono - p6lios e dos Jatirundiar ios, na libert a.;;ao de Por- tu ga l do dom ini o i mperiaiista. o movimento n acio nal contra a ditadlll"a fascis - la e u ma larga frente ant i- monopol ista e an ti- im - perial ista . A revoJu<;ao po r que lu ta m os e uma r e- volu .;;ao democrMi ca e um a revoluGao nacional. 2- Ao lo n go dos 3J anos da sua existencia, t od a a politi ca da ditadu ra tem sido dil" igida no senti - du de apres sa r 0 p ro cesso da concentra.;;ao e ce n- t ra liza.;; ao de c api t ais . A polit ica de «industriali- za';;i'io », 0 « co ndic i onamento », as «I-eorganiza - industr iais, a organizar;ao cor p oraliva, lem s id o ar mas clos monop61ios para arruinar e final - m en te liquidar os seus concorrenles: a pequena e m edia i ndllslt"ia. 0 g-overno de Salaza r tem leva- do a cabo uma verd a deinl cruzacla de expropria - Gao d os pequenos e m e dios industrlais. Com os pIanos de «r eorgan iza.;;ao industrial», 0 gove n lo pl"epara a r<\pid a centraliza.;;ao compulsiva em muito s r amos da industria. IS50 representara a li- quidar; ao de nlllnerosas pequenas e medias e111 - presas. P roce5so semel han te se ve ri ficou na ban - ca e se esta verifican do nos tr"ansporles e no co- m f. J; cio . Gr;;..;;as it politica fascis t a, 0 capital finan - ceir o (a hanca ligada it grande indu s tr i a) to rnou - - se 0 sen ll or om nipotente da economia porlugue- - sa. , C m il du zia de grandes monopol ist as domina, no in te resse, as actividad.e . econ,omiC'M fun- damcntais do pais , (wmamda a po liti ca fas cista, e obtem lucros ao pre.;;o da explora.;;ao s'em l imit es cia classe o peral" ia e cia ruina das cl as - ses medias . 3- 08 grupos monopolisl as p ortugueses encon - intimamente asso cia dos ao impcrialismo estrangciro, partilhando com elc as princip;,is do pais . 0 i mper iali smo estrangeiro (a lng l aterra , a Al ema nh a Ociclen!al , os Estados Unidos, a 1" r an.;;a e outros), umas ve zes so , outras vezes ass ociaclo aos monop61ios podugueses, do- mina completa,nente ou tem pa rte de leaD nas mi- nas, na elcctricidade, n os t r-ansporlcs e nas comu- nic a<;6es, no pe tl" 61eo, nos estale i l"OS nava is, n3 s i- denll"gia, nas indilst r ias metalo - me cf ll1 ica s e d e arligos elec tr i co s, nas corti.;;as, nos labacos, na in- dt l s:r ia quimica e cia borracha, nas in dus tri as a- l imentares , na cera m ica, n a t ex til, no pape.l, etc •• Esta asso cia( ;5 0 e tao intima que n ao se pod e es - perar dos gmpos monopolistas portugueses qual- quer pos i{ ; ao NACIONAL co ntra 0 impcrialismo. A politica do governo r ascis ta e a poli lica da en- tre ga crescente do pais ao, im pcrialismo, co m pr e- juizo .las actividacles n ac ion ais e da indcpeec!en- cia economica e po litic a el l? PortlJ.gaI. [l-A participa.;;,10 de Portllgal HOS Acol"d os li- vre-camhistas europe'us ,seja na «Zona dos seja no « Mercado Com U<D» , rcprese ntarii ainda uma maior acentua.;;ao do dominio dos l11onop6- li as e d o impcrialismo A haixa do s dircito s aduaneiros pennitinl 'lOS monop61ios es- tl"angciros batel"em e arruinarem a ind" ust ni,a por- tug" lI esa no proprio mercado p orttigues, inve"ti- r em novas capitais. pi l harem ainda em maior es- os recur-s os natu!t;:lis" explonlrern ainda desenfl"eadame n te as classes trabalhadoras de Po r tu ga l. Ja hoje . a pretexto da necess i dade de r esistir it concorrencia no quad r .; dcs : scs o go ve rn o fasci s ta apressa ou . prepara a concen- tr a<;ao forr;ada em. al guns namo s ind u,t riais, e a- . bre 0 pais e as colonj as po rtu guesas a novos in- ves l imentos do capilal es!rangeiro . Algu ns secto 17 .es cia media hurguesi a procuram est ab eJe c. er um compr(lmisso cc:m 0

ANO 31.° III SERlE - N.o 125 OUTUBRO DE 1963' 1$00 UNI ......ANO 31. III SERlE - N.o 125 OUTUBRO DE 1963' PREQO: 1$00 de todos os Paises UNI-VOS!RESOLUC!O DO COMIT~ CENTRAL u SOBHE

  • Upload
    others

  • View
    1

  • Download
    0

Embed Size (px)

Citation preview

  • ANO 31.° III SERlE - N.o 125 OUTUBRO DE 1963' PREQO: 1$00

    de todos os Paises UNI-VOS!

    RESOLUC!O DO COMIT~ CENTRAL u

    SOBHE A l!NHA POllTleA E. T.ACTICA DO PARTiDO

    1- 0 governo fascisla e 0 govemo dos monop6 -lios, associados an ilnperialismo est:cangciro, e

    dos lal ifu n diar:os. 1'oda a poiitica do governo fa5-cis!a defcnde os interesscs dos monop6lios. dos la ti fun diarius e do imperialismo, conlra os inte-resses de toda a popula';;:1o portugllcsa. A politic-a fas cista aii ngc em primeiro luga l" 0 proleta!"iado ( o.~ oper;\r ios ind u~ITia is e os a5saLriaclos rurais) inten sificando a expJora,ao e candel;,mdo-o a uma vid a (.Ie miseria e p r iva,oes. Mas atinge ta m -hem 0 campesi n alo (peq uenos c medios; agi"icul-tores) , a pequena burguesia urbana, a intelectua-l idade e vast os sectores da media burgucsia. 1'0-d as essas classes e camadas cla popula

  • 0 , MILrT J\\NTE ------.-----,----------------------------------------~~~~--+---------------------,

    prometendo a entrada dum Portugallibertado,da DitaJura num « Mercado COlTIUlTI)) a [1" OCO dum au xilio politico e d iplomatico pa ra solu~ao do" probl ema politico portugues. Cma tal or ientavo que oprime outros POVOS».

    An te 0 movi''mento m,cional libertador nas co-J.6n ias porluguesas, 0 governo fascista ao servi\;o dos monopol ios e do capital estrangei r o proclll"a manter 0 dominio e a escr avidao colonial atraves do teHOI" e da guerra. Uma tal p olilica,_qno fe- ' cha os olhos a realidade do m u ndo ,de ho,ie. sofrell urn p rimeiro fI"acasso em Goa, D:llnao e Di u e 80-frer{\ n ovos fracassos nas restantes col6nias por-tug-uesas. Nacla pode r{1 evi tar a to tal der roba do sistema colonial. A guerra colonial sacrifica a vi-da da juve ntucle porluguesa .numa gue'!";-a injus-ta e concienacla a' derrota em q ue sao p'raticadas revoltantes ah"ocidades contra os povos africanos. Para oconeI' as despesas mili lares , 0 go¥ erno fas-cista intenGifica a explor~

  • o MI LlTAN T E media bu rgu esia . Nessa lu ta e s iao tambe m inte -ressados os povos das colonias por tu g uesas , a lia-dos do povo portug·u.es.

    P a ra que 0 derru bamento da ditadura fascista abra a v ia do desenvolvimento demo cni fic o d o pais, e necessa r io que seja'acompanhado da Jiqui-da9aO da base socia l da ditad ura, da liqlli da

    d os, a Illta con \- . ~ c10s monop olios, 0 pro-letariado conti, np 0 pu j ndo a sua luta de clas-se contr a a bur,., sia se n .conjunto, cOTitl-a a explorac;ao ca pitalis -a , em defesa do rao, d e me-ll~ore s salarios, de m elhores condic6es de v ida_ 14 - A med:a bUl-guesia e, de todos' os aliados do proletaria do , a q uele qu e m ani fest a mais hes ita-90es. PO I" um lado, sente-se violentam e nte atin-gida pelo dominio do !:; l1'onop6l ios e est;\. o bjec:ti-vamente interessada n:a Iiquida(,'a o d o seu poder. Por ou tro lado, receia 0 p.-oletariar1o e a revolu-cao. P or urn lado esta O BJECTlVAM ENTE in -t eressa du n a li berta

  • ' _____ __ ~~_.'\:t~I:.Il_'A_NTE~_~ .. ~P.:.J'---------sinato. PCP um papel de relevo na luta n a,cional contra a di-

    tadura fasci sta. S6 0 proletariado esU\ em condi-'9oes de promover a uniao de toclas as classes e

  • o MILI T ANTE n cont ram no estrangeiro e urn valioso estimul o , u n idade no interio r do pais.

    A actividade dos d emocratas e patriotas porlu-'i"eses emig rad os pod e, nao s6 esclarecer a o p i-

    iao publica inte r n acional acerca da situa naci onal , a in su rreiGao p opu lar. Para que 0 Ie..:. v"ntamento nacio nal an ti- fascis ta possa sel' vi ·t'O{:" ri oso e i n disp en~{tve l a pa r ticipa

  • _6_, _ _ -----, ~ ~ _~~ __ ~_I\_H_LI_~T_A_N_'T~E~_{_GE!§J~-------cia gl{elTa de liherta\?ao dos povos das co16nias um rig,oroso 1?~Dl1 .

    \ portugue~as , favoree c as posil;iies d~os exercitos 32-Ap,esar . ll~~i~' e.nda de. quaisquef libel',. colonialistas de Salazar. Mas, pOl' oulro lado, con.- dadcs, 'cia reprcso - 'ioJenta contr a l oda a activi-'

  • o MILITANTE 7 Iho, instru,ao, vi da associa t iva nas u niversidades e outras escolas, etc,), a s ua activa participa,ao n a luta poli tica.

    A l u ia conlra a guerra coionial, e m bora seja ta-:- efa de todo 0 povo po r iugues , e um dos aspectos centrais da luta da juventud e contra a ditadura fasc'ista. Sao de intensificar as deser,oe s colecti-vas e as aq;oes de protesto e resis tencia d ol" 801 -dados contra a mobjliza~ao e a partida para a guer-r a. Sao tambem de encarar acc;6es que v isem atin -gi l' directamente a ma q ui na mililar colonialista. ;)6 - Co m a Cl'es cen te polit izac;ao das ma ssas 'po -pulares, a lu ~a politica aberta contra a ditadur" fascista tem adqu iri clo e xp r essoes cada v ez m ais elcva das , destaca n d o -se pela sua g l'andiosi

  • -8 o MILIT AN T!': fin an cei r os e em .quad r os e 0 se u conheci m e n t o a dgu iri cl o ao lon go dos anos dos m e todos d e 11'1\ -balli.o ·, do· P ar l idosao m uito lavgos . As f01" \:as dB i' litim ig o concentradas n a h,da pa ra at ingir o· Pa.rt i-do, nao se 'lim itam pt.)J'em it P I D E. E m todo 0 pais sob a d irec

  • o MILITANTE 9 MELHORAR OS M£TODOS DE SA

    Por m ais aperfei

  • U MILITANTE ' ._ ------- - . ...:...:~~~'\--=---~-de \ in tensificar a vigilancia revolucionaria de Illa'i:adas de- rra

  • o ~nLlTANTE 11 ~' -------------------M.ELHOR C 0 tJ H E C i iVl E til T 0, rIi A I S C U ! D A!) 0 , PRO M 0 () A 0 E

    EDUCA(jAO DOS OUADROS

    Nas diffceis condic;oes de ditadura fascisla , 0 P ar- a tarefas de certa respo nsabilidade , enquanto qua-tido bem sabido fo~.iar quadros de uma dec!icac;ao dros modes los, mas dedicados e firm es, 86 porque sem Jimites a causa cia cl asse openiria e do povo, te rn dificuldad es em falar e escrever, sao consi-verdad ei ros herois popula r es, de que justamente derad os negativamente . Desto en'ado conceito de s~ orgulha. Mas se isto e assim, nao devemos igno- avaIiar os quadros n50 poucos prej U1ZOS tern re-r ar e lTluito menos deixa I' de salienta ,' as graves sultado para 0 Partido. deficiencias e erros que !laO pOUCi\r. v ezes se tern A prornoc;iio dos quadI'os deve ser sem pre enca-cometido em materia de recrutamen to, selecc;ao e rad a com toda a r esponsabilidade. As dificuldades 'promoc;iio de quaclros. nunca deverao levB r a predpi taGncs nesta materia.

    A passagem pela poHcia de a lguns quadros as- Na escol ha e promoc;ao de quadros c pl'edso ser-sinalada pelo seu mau comportamento e mltsmo a -se cada vez mais exigente , nan s6 porque" situ~traic:ao ma i ~ abj e cta de nns tantos, a verifi c-aCi;'do de c;ao e cada vez mais dificil no ponto de vista de r e-que ou tro s nao lin ham condi

    o CriteI'io p:tra aval iar do valor dos C[u adros nem lanci" revolucion 'lria que se trata e n ao dum pro-,empre tem obedecido a este principio . Nao pou- hlema de desconfhnc;a. Tombar na desconfianC;a ~as.vezes, palradores sem quaLdade&siio chamad03 po.r principia seria muito prejudicial aa Partido.

    TORNAR 0 PARTIDO UMA FORTAlEZA INEXPUGNAIJEL

    IIa 37 anos 0 Pa rt iclo Comunista P ortugues Iu ta to cla prisao ou fugidos das pris6es. 0 !Jovo por-nas ciificeis conciic6es de clandcs tinidade impostas tugu es confia no Partido. Pan a slia ddesa, 0 Par-pel a ditadura fascista. Lanc;ando ferozes ofensivas t ido deve confiarainda mais no pove. A ajuda do poiiciais, 0 governo an){nciou numerosas v ezes 0 povo poI"lugw;,s a defesa do Partido deve estimu-seu prop6si to de des truir 0 Partido. M\ls 0 Parti- larose. organi;"ar-se, intens ificar-se . do niio fo i nem poded ser de:,truicio. A custa da Os comunistas l"aO ternem as d ificuldades. En-vontade, do espirito rcvolucionari o dos sacriH- cabcc;ando 2.8 Jutas populares, acei tan do ted as a s cios des seus rnilitantes, sofr endo p esaclas perdas, privac;6es e j Qgando a vida na cla ndestinidade, o P ,trtido desenvalveu-se, engranacceu -se , tor- enfrcntando quand o presos a poJici a, 0 tribunal nou-se a gl'ande fon;a politica que hoj e e. Nas e os carCereiTC,lS, os comunistascllmprem corn condi

  • o MILITANTE 12 LHERME CARVALHO, MARIO SEN A LOPES, exemplos e n e mulheres, que entrega-

    -.:JU LIO MARTINS, JOSE PACH ECO, IVON,E ram a sua l ,0 sacrificam a lu ta peJa de-LOUREN(:O. AUGUSTO LI NDO LFO. CO LE- moo"acia e i5mo. Tort urados com selva-1.IA FEHNANDES, ALBINA .FERNANDES, JU- j aria, muitos ate a m orte, passa n do a maior parte LIETA GA"NDA RA , JOAQUIM CARREIRA, cia sua vida nas pri s6es ou evadindo-se corajosa-ORLANDO RAMOS, MARIA PI EDADE GO,MES, mente, enfI"en tando 0 in imigo com alt ivez e COI1 -JOAO HONRADO, ADOLFO RAMOS, ,JOSE RO - fiando sempr e na vitoria inevitavel da nossa g r an-LIM, JOSI;~ BERN ARD I NO, ALBERT I NA DIO- de cau sa. milhares de comunis tas (homens e mu GO, NATALIA DAVID,ADELINO P EREIRA DA Iheres, j ovens e velhos) so u be;'am e sa b em er-SILVA, JO~, QUlM VELEZ. AGOSTI NHO SABO- glle r bcm a lto a bandeira do Par tido , e merece-GA . AN'10:'11IO SA NT O, SEVEHIANO FA!~- ram e merecem a es tima e 0 resJ)ei lo do Partido cAo, M A~ UEL HODH.IGUES, Luis NOGUEI - e do Povo. Honra e g loria aos m'a rtires e hero is! HA, ANTONIO LIMA , ARMANDO NORTE. Honra e gloria ao n0850 Par tid o que os edu-

    o Partido Comu'nis ta Portugues t em r azoes pa- cou e fO I"jou! ra se sentir orgul hoso pela tradicao de eorage m, 0 Partido venceni todas as ciificuldades e, pros-dedicac;ao e heroismo dos sells quadros, que pas- "eguin do 0 seu glo,"joso eaminho. ('onduzini 0 so u fronteiras e e con hec id a e apreciada em to- povo portugues a conquista cia Democracia e do do 0 mundo. A hi s toria do Partido es ta chei a de Socialismo.

    Ag:0S to de 1963 0 Comite Centt:d do Partido Comunista Port ugucs

    SCBRE .E

    o RECRUTAMENTO DA ORG .. 4NiZAC;Ao OS PLANOS DE Ol?!GANEZACAo

    1 - Nas condic;oes de cland estinidac1e, 0 Parti do tem de ser necessaria m ente u m Partido de qua -dros. Uma or!!aniza