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Inclui VIA SACRA QUARESMA PÁSCOA Ano B Das trevas à luz... ... da morte à Vida. MISSIONÁRIOS DO VERBO DIVINO DEPARTAMENTO DE ANIMAÇÃO BÍBLICA DA PASTORAL - BRAGA

Ano B - VERBO DIVINO · Não te vimos nem te vemos, mas amamos-te, sentimos e experimentamos o calor da tua presença em cada momento da nossa vida, nos nossos pequenos “tabores”

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Inclui

VIA SACRA

QUARESMAPÁSCOA

Ano B

Das trevasà luz...

... da morteà Vida.

MISSIONÁRIOS DO VERBO DIVINO

DEPARTAMENTO DE ANIMAÇÃO BÍBLICA DA PASTORAL - BRAGA

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Quaresma | Páscoa 2012

MISSIONÁRIOS DO VERBO DIVINO

Departamento de Animação Bíblica da Pastoral - Braga

Das trevas à luz...

... da morte à Vida.

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Ficha Técnica

TextoP. António Lopes e P. Joaquim Domingos Luís (SVD), P. João Alberto Sousa Correia (DABP).Excertos da Liturgia e de outros Autores.

Composição GráficaLineatura - www.lineatura.pt

ImpressãoTadinense AG - www.tiptadinense.pt

Tiragem10.000 exemplares

Janeiro 2012

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INTRODUÇÃO

A água, o pão, o vinho, o óleo, tocados pelo Espírito, podem converter-se em sinais eficazes da graça. Também o tempo, ou certos tempos, envolvidos pela Palavra e pelo Espírito, podem produzir frutos de renovação e santifica-ção, atualizando os mistérios do amor de Deus.

Estes tempos não são ações pontuais, mas etapas de iluminação e exercício, caminhadas pelas sendas da liberta-ção, percursos de interiorização, esforços e procura, fases de sombra e de dor, esperança de ressurreição. É que o tempo é graça e, por isso, não está vazio, mas carregado da presença de Deus.

O livrinho que agora tens em mãos quer ser um roteiro, para que, domingo a domingo, ao longo do tempo da Quaresma e da Páscoa, possas entrar nos mistérios de Cris-to, que são o mistério do homem e o mistério de Deus.

Nele encontras as leituras de cada domingo, palavras para refletir, rezar e partilhar. E no fim encontras também uma Via-Sacra. A cruz está no centro da nossa vida cristã, mas não sozinha, Cristo está nela.

Não se trata de cumprir normas ou práticas piedosas, de rezar em alguns momentos ou fazer bons propósitos, mas de contemplar, em etapas pedagógicas, os grandes sím-bolos da existência: paraíso e dilúvio, deserto e montanha, sede e água, sacrifício e transfiguração, trevas e luz, cruz, nascer e renascer, pecado e misericórdia, morte e vida.

É o mistério pascal. Cristo assume a nossa tentação e leva-nos à vitória, o nosso pecado e enche-nos de miseri-córdia, a nossa dor e dá-nos a redenção.

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1. Quarta-Feira de CinzasCONVERTEI-VOS AO DEUS DA GRAÇAE DA MISERICÓRDIA

> Símbolo a valorizar: Cinza, como sinal de que des-sas cinzas Deus pode avivar em nós o fogo do seu amor.

1. 1. Encontrados pela Palavra

- Joel 2,12-18; Salmo 50, 3-17;- 2 Coríntios 5, 20 – 6,2;- Mateus 6, 1-6. 16-18 18.

1. 2. Acolhemos a Palavra

O profeta (1ª leitura) convida a interiorizar a con-versão: convertei-vos de todo o coração. Não ficar por atos penitenciais, não rasgueis as vestes, rasgai o cora-ção. O pecado converte-se em graça (2ª leitura). Cristo foi feito pecado para que chegue a justificação. Agora é tempo de graça e de salvação. Não chega fazer o bem, é preciso fazê-lo bem. Faz graça desde a gratuidade. Quando não pensas na recompensa, Deus te recompen-sará (evangelho).

1. 3. Vivemos da Palavra

> Frases para reflectir, reter e repetir:

- “Voltai para o Senhor, vosso Deus: Ele é clemente e compassivo, lento a irritar-se e rico de bondade” (1ª lei-tura);

- “Reconciliai-vos com Deus” (2ª leitura);

- “Teu Pai te dará a recompensa” (evangelho).

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> Atitudes a promover: Respeitar. Seja criança, idoso, estrangeiro, doente… é alguém, único e irrepetível. Aproxima-te dele cheio de admiração. Compreender. Há que escutar e dialogar. Pode ser que tenha outra cultura, outra religião, critérios e maneiras diferentes. Pode ser que a sua ideologia não seja a tua e que as suas opções de vida não sejam por ti aceites. Mas deves ser to- lerante, procurando descobrir as suas razões e os seus valores. Servir. Ajudar no que ele precise e tu possas. Ajudar para que se liberte das suas dependências e possa ele ajudar os outros. Evangelizar. A melhor ajuda e o melhor serviço, ofere-cer a palavra e os sinais da Boa Nova de Salvação de Jesus Cristo.

> Trabalho a desenvolver: Jejum: não ser escravo do consumo, de nada. Oração: que te unas aos irmãos em oração, que te unas à Igreja que reza. Esmola: que seja fruto do amor, um verdadeiro partilhar, não só dar do que me sobra.

Reze a oração:

Ensina-me, Senhor, os teus caminhos,Ensina-me, Senhor, o caminho que chegue a ti.Ensina-me o caminho da tua verdade,A luz maravilhosa dos teus olhos,A beleza do teu rosto,A profundidade da tua palavra,A força da tua personalidade.Ensina-me o caminho do teu coração,O ardor das tuas opções,A capacidade das tuas entregas. Ensina-me o caminho da Páscoa, Os passos austeros do deserto,Os passos esforçados do Tabor,Os passos felizes das Bem-aventuranças,Os passos dramáticos do Calvário,Os passos seguros da obediência e do amor.

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II. Primeiro Domingo da QuaresmaDEIXA-TE GUIAR PELO ESPÍRITO

> Símbolo a valorizar: Pedras e areia, símbolos do deserto.

2. 1. Encontrados pela Palavra

- Génesis 9, 8-15; Salmo 24, 4-9 1;- 1 Pedro 3, 18-22; - Marcos 1, 12-15.

2. 2. Acolhemos a Palavra

Desde o princípio dos tempos, é Deus quem se adi-anta para bendizer o ser humano e fazer uma aliança com ele (1ª leitura). Desde que Cristo morreu por nós, já não voltará o dilúvio temeroso, mas sim a graça abundante. Aquele dilúvio queria significar o nosso batismo de Espíri-to e vida nova (2ª leitura). Jesus foi tentado no deserto. Teve que defender a sua identidade, clarificar o seu mes-sianismo, escolher entre o êxito e o serviço, entre o Deus dos exércitos ou o Deus da misericórdia (evangelho).

2. 3. Vivemos da Palavra

> Frases para reflectir, reter e repetir:

- “Sempre que aparecer o arco-íris, recordar-me-ei da minha aliança convosco” (1ª leitura);

- “Ser batizado é alcançar de Deus uma boa cons-ciência” (2ª leitura);

- “Arrependei-vos e acreditai no evangelho” (evan-gelho).

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> Atitudes a promover: Ir ao deserto. O povo de Israel sai da escravidão do Egipto e marcha ao deserto. Paulo deixa a sua antiga vida e mete-se na extensão do deserto. Jesus vai começar a sua missão e antes vai ao deserto. Face aos atavismos internos e externos, que todo o ser humano tem, o deserto apresenta-se como o lugar sem fronteiras no qual a liberdade total pode ser experimentada. A meta no deserto era o encontro com Deus sem haver outras realidades que perturbassem o coração. Neste sentido, o deserto pode muito bem ser a metáfora da escuta que exige novos olhos e um profundo processo de libertação interior. No deserto a pressa e a agitação dão passo à contemplação pausada, a palavra converte-se em escuta.

> Trabalho a desenvolver: Oferecer uma pequena pedra a cada membro da família pedindo-lhe que reflita sobre o seu significado: barreiras, tropeços, injúrias… ou construção de alegria, de felicidade, de paz e amor?

Reze a oração:

Hoje, esforçar-me-ei em rezar ao Pai, como Jesus.Hoje, tentarei ser humilde, como Jesus.Hoje, quero ser mais pobre, como Jesus.Hoje, quero ser mais irmão, como o faria Jesus.Hoje, vou olhar os outros com os olhos de Jesus.Hoje, perdoarei sinceramente, como o fez Jesus.Hoje, visitarei alguém que está doente, vendo nele o próprio Jesus.Hoje, comungarei mais Jesus.Hoje, estarei sempre aberto à presença de Jesus.

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III. Segundo Domingo da QuaresmaESCUTEMOS SEMPRE O FILHO AMADO

> Símbolo a valorizar: Vela acesa, símbolo do Tabor.

3. 1. Encontrados pela Palavra

- Génesis 22, 1-2. 9-13. 15-18; Salmo 115, 10. 15-19;- Romanos 8, 31-34;- Marcos 9, 2-10.

3. 2. Acolhemos a Palavra

Se Deus deu um filho a Abraão como lho quer tirar agora? Trata-se de uma prova radical. Admiramos a fé de Abraão, heróica até ao extremo e a obdiência de Isaac, figura de Jesus Cristo. Admiramos a generosidade de Deus (1ª leitura). Os quatro versículos da carta aos Ro-manos (2ª leitura) são traços de fé e desafios vitoriosos de amor. De Moriá ao Tabor (evangelho). Aqui nos en-contramos com uma experiência do céu. O Tabor é luz, certeza, presença de Deus. Ouve-se clara e penetrante a voz do Pai, como no batismo, e o espírito envolve todos na nuvem santificadora.

3. 3. Vivemos da Palavra

> Frases para reflectir, reter e repetir:

- “Abraão! Este respondeu: Aqui estou” (1ª leitura);

- “Se temos Deus por nós, quem poderia estar con-tra nós?” (2ª leitura);

- “Este é o meu Filho muito amado: escutai-o” (evan-gelho).

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> Atitudes a promover: Procurar saber melhor quem é Jesus. Quem és tu Jesus? Sabemos a resposta, aprendida em catecismos. Mas não te vimos. Não subimos ao Tabor com Pedro, João e Tiago. A tua Palavra continua viva, mas a ti não te vimos. Recordamos-te também quando partimos o pão, seguindo os teus desejos. És um sinal que nos une e nos estimulas. Dizem que aí estás presente, mas a ti não te vimos. Que imagem tua é mais valiosa, a do pão partido e o cálice partilhado, ou a dos pobres, dos doentes e das crianças? Não te vimos nem te vemos, mas amamos-te, sentimos e experimentamos o calor da tua presença em cada momento da nossa vida, nos nossos pequenos “tabores” cheios de luz e até nos momentos mais sombrios, os nossos calvários. Onde com mais intensidade? Não saberíamos dizer-te. Só tu o sabes.

> Trabalho a desenvolver: Recordar alguma coisa ou alguém que te tenha iluminado e ajudado, e possas dizer: “Como é bom estar aqui. Como é bom estar com esta pessoa”.

Reze a oração:

Nos momentos duros, olha-me, Senhor, com misericórdia.Quando sou tentado e fraquejo, olha-me, Senhor, com misericórdia.Quando estou cego ou ofuscado, olha-me, Senhor, com misericórdia.Quando tropeço e caio, olha-me, Senhor, com misericórdia.Quando faço sofrer o irmão, olha-me, Senhor, com misericórdia.Quando subo ao monte, olha-me, Senhor, com misericórdia.Quando me pesa a minha cruz, olha-me, Senhor, com misericórdia.Quando já não posso mais, olha-me, Senhor, com misericórdia.

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IV. Terceiro Domingo da QuaresmaCRISTO É A NOSSA LEI,CRISTO É O NOSSO TEMPLO

> Símbolo a valorizar: O Evangelho, a lei de Jesus Cristo.

4. 1. Encontrados pela Palavra

- Êxodo 20, 1-17; Salmo 18, 8-11;- 1 Coríntios 1, 22-25;- João 2, 13-25.

4. 2. Acolhemos a Palavra

O Decálogo recolhe os princípios que marcam a nossa relação com Deus e com os outros. Porque Eu sou o Se-nhor, tirei-te do Egipto, ao sétimo dia Deus descansou (1ª leitura). Impressionante a profissão de fé de Paulo. Cristo salvou-nos desde a Cruz. Não nos peçam sinais gloriosos ou ciência misteriosa. Pregamos Cristo crucificado que está para além de toda a ciência e poder (2ª leitura). O gesto profético que Jesus fez no Templo tocava o cora-ção de um dos pilares do judaísmo. Ao expulsar os vende-dores, Jesus quer purificar o culto e a religião, que não são mercado-rias, mas graça (evangelho).

4. 3. Vivemos da Palavra

> Frases para reflectir, reter e repetir:

- “Eu sou o Senhor teu Deus” (1ª leitura);

- “Nós pregamos Cristo crucificado” (2ª leitura);

- “Jesus sabe o que há no homem” (evangelho).

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> Atitudes a promover: Atenção e respeito para com os templos sofre-dores, afetados e arruinados, explorados e violados, os templos oprimidos e ven-didos. “Enquanto continuar a haver velhos e crianças que procuram no lixo algo para comer, não quero templos nem as vossas missas nem as vossas orações” (Jose L. Cortés).

> Trabalho a desenvolver: O que são os mandamentos? São descobertas da consciência humana, libertadores e brotam desde dentro ou ordens proibiti-vas? Qual é a tua opinião? Como pôr em ação esta frase de S. Agostinho: “Ama e faz o que quiseres!”?

Reze a oração:

Senhor, tu que edificas o templo da tua glória com pedras vivas e escolhidas,multiplica na tua Igreja os dons do Espírito Santo,para que o teu povo cresça semprena edificação da Jerusalém celeste.Ámen.(Dedicação de uma Igreja)

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V. Quarto Domingo da QuaresmaDEUS É SUPERIOR AO QUE POSSA-

MOS DIZER

> Símbolo a valorizar: Cruz, sinal de salvação.

5. 1. Encontrados pela Palavra

- 2 Crónicas 36,14-16. 19-23; Salmo 136, 1-6;- Efésios 2, 4-10;- João 3, 14-21.

5. 2. Acolhemos a Palavra

A história de Israel está tecida de promessas e alian-ças, infidelidades e perdões, paciência e esperança. Deus sempre foi fiel ao seu povo (1ª leitura). S. Paulo (2ª leitura) faz-nos uma síntese da sua teologia: Deus é rico em mise-ricórdia. Toda esta riqueza se concentra em Jesus Cristo, que nos passou da morte à vida. E tudo se deve à graça, mediante a fé. Também a teologia de João (evangelho) coin- cide com a de Paulo. Tudo se deve à graça, ao amor de Deus que generosamente nos enviou o seu Filho para sal-var o mundo. Aquele que crê não será condenado.

5. 3. Vivemos da Palavra

> Frases para reflectir, reter e repetir:

- “Quem quer que faça parte do seu povo ponha-se a caminho, e que Deus esteja com ele” (1ª leitura);

- “Deus é rico em misericórdia” (2ª leitura);

- “O Filho do homem deve ser elevado, para que todo aquele que acredita tenha a vida eterna” (evangelho).

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> Atitudes a promover: Amar de verdade em verdade e com verdade. O Amor está presente em tudo, dentro, fora, em cima, em baixo, nas árvores, no céu, no ar, na terra… Que alegria saber-me imerso no sabor do amor infinito de Deus.

> Trabalho a desenvolver: Complete:

__ E __ __ __ __ __ Ã __ L __ __ __ __ __ __ __ __ __ I

__ __ R __ __ __ __ É __ , __ __ __ __ __ R __ __ __ __ __ __ N __ __ __ I __ __ __ A .

Reze a oração:

Pai nosso, que nos sintamos todos filhos teus e todos irmãos.Santificado seja o teu Nome, que conheçamos o teu Nome e o teu mistério, que todos acreditemos em ti e no teu Filho que nos deste.Venha o teu Reino, e a salvação de Cristo chegue a todas as partes do mundo.Faça-se a tua vontade, que prevaleça sobre a vontade tirânica, injusta e caprichosa dos poderosos.Dá-nos o pão de cada dia e o pão de Cristo e que também nós sejamos pão para todos os que têm fome.Perdoa as nossas ofensas e ajuda-nos a perdoar, Tu que és misericordioso. Ajuda-nos a superar as nossas limitações e tentações, livra-nos de todo o mal, leva-nos na palma das tuas mãos. Ámen.

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VI. Quinto Domingo da QuaresmaESTÁ A CHEGAR A HORA DECISIVA

> Símbolo a valorizar: Trigo, que se converterá em espiga de Páscoa.

6. 1. Encontrados pela Palavra

- Jeremias 31,31-34; Salmo 50, 3-4. 12-15;- Hebreus 5, 7-9;- João 12, 20-33.

6. 2. Acolhemos a Palavra

Deus fez aliança com o seu povo (1ª leitura). Abençoou Abraão e renovou o pacto com Moisés. Mas eles quebra-ram a minha aliança. Agora, a aliança será nova, gravada nos corações. Todos conhecerão a Deus. Jesus que era Filho de Deus aprendeu a ser humano (2ª leitura) e desde esta dolorosa obediência e humilhação converteu-se em autor de salvação. Embora o ambiente seja de festa (evan-gelho), Jesus sente que chegou a hora decisiva da luta entre a luz e as trevas. E experimenta angústia: a minha alma está perturbada. Mas Jesus será glorificado e exaltado.

6. 3. Vivemos da Palavra

> Frases para reflectir, reter e repetir:

- “Todos Me hão-de conhecer” (1ª leitura);

- “Quando atingiu a sua plenitude, tornou-se, para quem lhe obedece, causa de salvação eterna” (2ª leitura);

- “Uma vez elevado da terra, atrairei todos a mim” (evangelho).

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> Atitudes a promover: Meditar nas palavras de Cristo na cruz em João 12,32: «Uma vez elevado da terra, atrairei todos a Mim». Um caminho dessa atração é o sofrimento humano. É universal porque se encontra em todas as lati-tudes. Mas Jesus carregou e redimiu as nossas dores. Outro caminho de atração é atrair para os outros. Para os que têm fome, sede, estão doentes, na prisão, são estrangeiros, são perseguidos por causa da justiça, os que são indefesos… «A mim o fizestes».

> Trabalho a desenvolver: Quantos e quais são os intervenientes do evangelho?

Quantos: _____________________________________________________

Quais: _________________________________________________________________________________________________________________________________________________________________________________

Reze a oração:

Grito, volto a gritar. Ninguém responde.Quanto mais grito, mais abandonado,mais espessa é a noite e Deus esconde-se.A quem procurar? Como, quando, onde?Não me deixes, meu Deus, de ti esquecido.Ouve, Senhor, vem depressa a socorrer-me,renova em mim a tua aliançae que o meu coração palpite sempre junto ao teu. Ámen

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VII. Domingo de RamosESTE HOMEM ERA FILHO DE DEUS

> Símbolo a valorizar: Cruz enfeitada com ramos.

7. 1. Encontrados pela Palavra

- Isaías 50,4-7; Salmo 21, 8-9. 17-20. 23-24;- Filipenses 2, 6-11;- Marcos 14, 1 – 15,47.

7. 2. Acolhemos a Palavra

O Servo de Yahvé (1ª leitura) deve saber falar aos abati-dos, escutar as vítimas, aguentar os golpes, perseguições e injúrias. Yahvé não o deixará só, ajudá-lo-á em todo o momento. Paulo (2ª leitura) diz que Cristo não quis apresentar-se como Deus mas como homem. Despojou--se do divino e vestiu-se de humano. Parece loucura, mas é mistério. Mas não só aceitou a condição humana como a crueldade humana. Por isso, Deus constituiu-o Senhor e Salvador do mundo. Marcos (evangelho) não mitiga a cruel-dade dos sofrimentos. Difícil acreditar num Messias e num Filho de Deus que morre na cruz, dando um forte grito.

7. 3. Vivemos a Palavra

> Frases para reflectir, reter e repetir:

- “O Senhor desperta os meus ouvidos, para eu escu-tar, como escutam os discípulos” (1ª leitura);

- “Toda a língua proclame que Jesus Cristo é o Se-nhor, para glória de Deus Pai” (2ª leitura);

- “Na verdade, este homem era Filho de Deus!” (evangelho).

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> Atitudes a promover: Ajudar todos os que sofrem a descobrir a pre-sença de Deus no meio dos seus sofrimentos.

Reze a oração:

Meu Deus, Meu Deus, porque Me abandonastes? Todos os que me vêem, escarnecem de mim,Distendem os lábios e meneiam a cabeça:«Confiou no Senhor, Ele que o livre!Ele que o salve, se é que lhe quer bem!»Matilha de cães me rodearam,E cercou-me um bando de malfeitores.Trespassaram as minhas mãos e os meus pés,E pude contar todos os meus ossos.Repartiram entre si as minhas vestesE deitaram sortes sobre a minha túnica.Mas vós, Senhor, não vos afasteis de mim;Sois a minha força, apressai-vos a socorrer-me.Então hei-de falar do vosso nome aos meus irmãos,Hei-de louvar-vos no meio da assembleia.Vós que temeis o Senhor, louvai-o, Glorificai-o vós todos, filhos de Jacob,Reverenciai-o vós todos, filhos de Israel. Ámen

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VIII. Quinta-Feita Santa – Ceia do SenhorA NINGUÉM FIQUEIS A DEVER NADA

A NÃO SER O AMOR

> Símbolo a valorizar: Pão e vinho: espigas e ca-chos de uva.

8. 1. Encontrados pela Palavra

- Êxodo 12,1-8. 11-14; Salmo 115, 12-13. 15-18; - 1 Coríntios 11, 23-26;- João 13, 1-15.

8. 2. Acolhemos a Palavra

A Páscoa do Senhor (1ª leitura) tornou-se festa constitutiva do povo Hebreu. Recolheram-se e rituali-zaram-se as palavras, os sinais, as circunstâncias daquele acontecimento libertador. O povo de Israel começou a identificar-se como o povo de Yahvé. Porque Yahvé, o Senhor, naquele dia passou entre eles para os libertar. Paulo (2ª leitura) recolhe a tradição melhor guardada e a mais querida da Igreja, a fração do pão, com as palavras e os gestos de Jesus. O Lava-pés (evangelho) é um com-plemento da Eucaristia. Cristo Messias veio para servir, entregando-se. Serviço e entrega estão unidos. O Lava--pés significa limpeza e purificação, humildade e serviço, comunidade e Igreja.

8. 3. Vivemos da Palavra

> Frases para reflectir, reter e repetir:

- “Este dia será para vós uma data memorável, que deveis celebrar com uma festa em honra do Senhor” (1ª leitura);

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Reze a oração:

Senhor Jesus, toca o nosso coração nas horas difíceis.Que ninguém se sinta só na noite escura.Que todos encontrem uma mão amiga nos momentos de crise.Que a tua debilidade nos faça fortesE a tua escuridão acenda a nossa fé. Ámen

- “Sempre que comerdes este pão e beberdes este cálice, anunciareis a Morte do Senhor, até que Ele venha” (2ª leitura);

- “Dei-vos o exemplo, para que, assim como Eu fiz, vós façais também” (evangelho).

> Atitudes a promover: Arranjar um tempo (10, 15, 30 minutos, uma hora) para estar com Jesus. Falar com Ele e deixar que Ele te fale.

> Trabalho a desenvolver: Participar na Eucaristia.

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IX. Sexta-Feira Santa – Paixão do SenhorO SINAL DA CRUZ

> Símbolo a valorizar: A Cruz.

9. 1. Encontrados pela Palavra

- Isaías 52,13 – 53, 12; Salmo 30, 12 e 6. 12-13. 15-17. 25;- Hebreus 4, 14-16 – 5,7-9;- João 18, 1 – 19, 42.

9. 2. Acolhemos a Palavra

Olhai o meu Servo (1ª leitura), está desfigurado, mas é a beleza do mundo. Está acostumado ao sofrimento, mas é a consolação de todos os que sofrem. Parece o mais desprezado dos homens, mas é o Redentor de todos os homens. Cristo é também o sacerdote que leva a cabo a redenção do mundo (2ª leitura). Pode compadecer-se das nossas fraquezas porque possui a experiência de to-das as provações. É verdadeiro filho do homem, mas é também verdadeiro filho de Deus e por isso pode trazer graça e misericórdia a todos os que dele se aproximem. Na paixão de S. João, Jesus aparece cheio de majestade e de glória. Cristo é rei, mas rei da verdade. Na Cruz cum-prem-se as Escrituras: Tudo está consumado, e abrem-se as fontes sacramentais da graça, quando o soldado abre com a lança o peito de Jesus.

9. 3. Vivemos da Palavra

> Frases para reflectir, reter e repetir:

- “O meu Justo Servo justificará multidões de homens e tomará sobre si as faltas deles” (1ª leitura);

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Reze a oração:

Olho a tua Cruz, Salvador,O peso dos pecados.Olho o teu rosto, Jesus,Cuspido e açoitado; A tua cabeça coroada De montes de espinhos e cardos.Olho os teus braços abertosComo iniciando um abraço;As mãos e os pés rasgadosPelo tormento dos cravos.Olho Jesus a tua paciência,Cordeiro inocente e manso;àqueles que te blasfemamrespondes-lhe perdoando.Olha-me, Jesus, piedoso,Que por mim te entregaste,Te ofereço este amor, as minhas lágrimas,Pois por ti estou chorando.

Ámen

- “Quando atingiu a Sua plenitude, tornou-Se, para todos aqueles que Lhe obede-cem, causa de salvação eterna” (2ª leitura);

- “Eis o homem” (evangelho).

> Atitudes a promover: Veneração da Cruz. Levantemos bem alto a Cruz para que o nosso olhar convirja para este sinal de salvação. Deixemo-nos atrair por Cristo crucificado, com os nossos olhos e o nosso coração postos nele.

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Das trevas à luz...2 4

X. Sábado SantoESTA É A NOITE

> Símbolo a valorizar: Vela, água, flores brancas sinal de vitória pascal e vida; vermelhas, sinal de sangue e de amor.

10. 1. Encontrados pela Palavra

- Génesis 1, 1 – 2, 2; - Génesis 22, 1-18;- Êxodo 14, 15 – 15, 1; - Isaías 54, 5-14;- Isaías 55, 1-11; - Baruc 3, 9-15. 32 – 4, 4;- Ezequiel 36, 16-28; - Romanos 6, 3-11;- Marcos 16, 1-8.

10. 2. Acolhemos a Palavra

Páscoa é passagem: do nada ao ser (Páscoa da cria-ção), da escravidão à liberdade (Páscoa da libertação), da morte à vida, (Páscoa da ressurreição).

Todas as Páscoas são possíveis com o alento do Espírito Santo. Onde está o Espírito de Deus, há vida. Onde sopra o Espírito de Deus há liberdade. Onde há Espírito não há morte, porque o Espírito-Amor é mais forte. Por isso, Cristo ressuscitou.

Esta é a noite em que destruindo a prisão da morte, Cristo Se levanta vitorioso do túmulo. Cristo é a nossa libertação, a nossa vitória, a nossa Ressurreição e a nossa Páscoa.

10. 3. Vivemos da Palavra

> Frases para reflectir, reter e repetir:

- “A noite brilhará como o dia, e a luz desta noite fará as minhas delícias” (precónio pascal);

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Reze a oração:

Venho a ti, Senhor, com as minhas velhas feridas que já conheces.Venho a ti, com os meus medos e canseiras, que tu sabes.Aproximo-me de ti, Senhor ressuscitado,Luz do mundo,Para que me ilumines,Luz verdadeira.Me resgates do sepulcro,Vida nova.Enche-me da força do teu amor,E que eu seja uma Páscoa verdadeira.Ámen

- “A santidade desta noite os crimes afugenta, as culpas apaga; aos pecadores restitui a inocência, aos tristes a alegria” (precónio pascal);

- “Ó noite verdadeiramente ditosa, em que se unem o céu e aterra, o divino e o humano” (precónio pascal).

> Atitude a promover: Vigiar: Não podemos dormir. A noite é tempo de salvação. Rezar: Não basta ter a mente desperta, mas sim o coração pronto. Escutar: Passaremos a noite a escutar a palavra de Deus, as maravilhas realizadas ao longo da história. É para meditar e guardar. E todas as palavras culminam na Páscoa, na vitória sobre a morte, na efusão do Espírito. Celebrar: A Vigília pascal não é uma celebração. É a celebração das celebrações, a mãe de todas as cele-brações. Nenhuma celebração seria possível sem a ressurreição de Jesus Cristo.

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I. Domingo de Páscoa – Ressurreição do SenhorO SENHOR RESSUSCITOU

Símbolo a valorizar: Círio Pascal, água do batismo.

11. 1. Encontrados pela Palavra- Atos dos Apóstolos 10, 34. 37-43; - Salmo 117, 1-2. 16-17. 22-23; - Colossenses 3, 1-4;- João 20, 1-9.

11. 2. Acolhemos a Palavra

A novidade da pregação cristã não é uma doutrina mas um acontecimento (1ª leitura), não é uma norma, mas uma pessoa. Nós pregamos Cristo crucificado e res-suscitado. Com ele tudo começa de novo. Ao pedir-nos que busquemos os bens do alto, onde está Cristo (2ª leitura), o apóstolo quer que elevemos o nosso coração, que não nos deixemos atar por materialidades e coisas vãs, mas que sejamos livres porque o Espírito enche-nos de Cristo de tal maneira que podemos dizer: “Cristo é a nossa vida!”.

Uma vida nova que começa no primeiro dia da se-mana (evangelho), o dia da ressurreição, o primeiro dia do mundo, o primeiro dia da nova era. Tudo começará a ser primeiro. E, por isso, o dia do Senhor.

11. 3. Vivemos da Palavra

> Frases para reflectir, reter e repetir:

- “Jesus de Nazaré que passou fazendo o bem, porque Deus estava com Ele” (1ª leitura);

- “Uma vez que ressuscitastes com Cristo, aspirai às coi-

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Reze a oração:

Páscoa do Senhor,Passa Deus pela nossa história,Passa Deus pela nossa vida.Páscoa de ressurreição,Vitória do amor sobre a morte,Da luz sobre a noite.Páscoa florida, perene Primavera, Todos os sonhos são possíveis,A verdade, a bondade, a beleza, Os anseios têm a sua realização. Páscoa de Deus, Cristo,Repete-nos a tua saudação: Paz.

sas do alto, onde Cristo se encontra, sentado à direita de Deus” (2ª leitura);

- “Viu e acreditou” (evangelho).

> Atitude a promover: Renovar as promessas do batismo. A fé na res-surreição não é produto de um desejo, um sonho ou uma vontade, é fruto de um encontro com o Ressuscitado. Talvez não o tenha visto nem palpado, mas experimentei-o. A minha fé será viva se de algum modo experimentei a presença viva de Jesus. Só assim poderei ser testemunha da Páscoa.

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II. Segundo Domingo da Páscoa – Domingo da Misericórdia

JESUS VIVE

Símbolo a valorizar: uma cadeira vazia à nossa mesa ou no meio da Igreja para sugerir a presença de Jesus.

12. 1. Encontrados pela Palavra- Atos dos Apóstolos 4, 32- 35;- Salmo 117, 2-4. 16-18. 22-24 ;- 1 João 5, 1-6;- João 20, 19-31.

12. 2. Acolhemos a PalavraRecolhem-se dois grandes frutos da Páscoa: O testemunho arrojado da fé no ressuscitado. É o

primeiro evangelho, a primeira notícia: Jesus vive. A maravilhosa união comunitária que supera todo

tipo de individualismo e egoísmo (1ª leitura). Temas recorrentes na literatura de João (2ª leitura): a

fé é vitória, o amor é vida, a água é renovação, o sangue é redenção, o Espírito é dom de Deus. O Evangelho re-colhe os mesmos temas, mas de modo personalizado. Desenvolve o tema da fé, especialmente com Tomé. A fé tira os medos e produz alegria. O amor é paz e perdão. A água e o sangue estão polarizados nas chagas. O Espírito é o hálito divino de Jesus que sopra numa nova criação.

12. 3. Vivemos da Palavra

> Frases para reflectir, reter e repetir:

- “Tinham um só coração e uma só alma… tinham tudo em comum” (1ª leitura);

- “Todo aquele que acredita que Jesus é o Cristo nasceu de Deus” (2ª leitura);

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- “Jesus veio colocar-se no meio deles e disse-lhes: «A paz esteja convosco. Assim como o Pai Me enviou, também Eu vos envio a vós»” (evangelho).

> Atitude a promover: Ser missionário. A experiência pascal é expansiva e comunicativa. Há que encher o mundo de amor e de alegria, de paz e de liber-dade, de esperança e solidariedade.

Reze a oração:

Senhor Ressuscitado,Agradecemos a tua bela notícia:Tu estás presente no meio de nós.Acende em nós a fé,Une-nos em comunhão,Enche-nos da força do teu espírito,Converte-nos em testemunhasE missionários Da tua Ressurreição.Ámen

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III. Terceiro Domingo da PáscoaTESTEMUNHAS DA RESSURREIÇÃO

Símbolo a valorizar: Bíblia, para que o Senhor nos abra o entendimento.

13. 1. Encontrados pela Palavra- Atos dos Apóstolos 3,13-15. 17-19;- Salmo 4, 2-9;- 1 João 2, 1-5;- Lucas 24, 35-48.

13. 2. Acolhemos a PalavraGrande é a palavra profética de Pedro (1ª leitura),

para dar testemunho do Ressuscitado. Matastes a vida, mas Deus matou a morte, e Jesus vive e foi glorificado. O kerigma proclamado com valentia e compreensão exige reconhecimento do pecado, arrependimento, e oferece caminhos de esperança e salvação. João (2ª leitura) de-nuncia o nosso pecado. A Igreja é pecadora. Mas ao mes-mo tempo oferece o perdão e a graça que se encontram em Jesus Cristo. A Igreja é santa e todos estão chamados a ser santos. Para isso precisamos de duas coisas: conhe- cer o Senhor (fé) e guardar a sua palavra, e viver no Se-nhor (amor).

13. 3. Vivemos da Palavra

> Frases para reflectir, reter e repetir:

- “Deus ressuscitou-o dos mortos, e nós somos testemu-nhas disso” (1ª leitura);

- “Nós temos junto do Pai um Defensor: Jesus Cristo, o Justo” (2ª leitura);

- “Vede as minhas mãos e os meus pés: sou eu mesmo!” (evangelho).

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> Atitude a promover: Procurar sinais de ressurreição e de esperança na nossa vida, na nossa família, na nossa comunidade.

Reze a oração:

Senhor,Dá-nos também a nós o dom do entendimento,que saibamos compreenderporque sofrem os bons,e tanta noite do mundo,e tanta guerra nos povos,e tantas cruzes cravadasnos Calvários modernos.Faz de nós semeadores de esperança,que possamos construir pontes,que facilitem os encontros.Que sejamos profetas do mundo novo,todos filhos das Bem-aventuranças. Ámen

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IV. Quarto Domingo da PáscoaPASTOR e SALVADOR

Símbolo a valorizar: Cruz e Cajado, símbolos do pastor cristão.

14. 1. Encontrados pela Palavra- Atos dos Apóstolos 4, 8-12;- Salmo 117, 1. 8-9. 21-23. 26. 28-29-2;- 1 João 3, 1-2;- João 10, 11-18.

14. 2. Acolhemos a PalavraFoi Jesus quem curou o paralítico (1ª leitura). Ele é

o único que pode salvar o mundo. Nenhum outro pode salvar. Não há outro salvador. Jesus = Deus salva. Quer dizer, só Deus pode salvar. Em toda a pessoa há um re-flexo da beleza de Deus (2ª leitura), por isso pode dizer--se com toda a verdade que somos filhos de Deus. Jesus conhece-nos e ama-nos (evangelho). É o nosso pastor, o nosso guia, o nosso exemplo. A Igreja precisa de pas-tores à imagem de Jesus. Hoje, dia mundial das Vocações, rezamos pela abundância de vocações, porque a messe é grande e os trabalhadores são poucos.

14. 3. Vivemos da Palavra

> Frases para reflectir, reter e repetir:

- “Não há salvação em nenhum outro, pois não existe debaixo do céu outro nome, dado aos homens, pelo qual tenhamos de ser salvos” (1ª leitura);

- “Vede que admirável amor o Pai nos consagrou em nos chamarmos filhos de Deus! E somo-lo, de facto” (2ª leitura);

- “Eu sou o Bom Pastor. O bom pastor dá a vida pelas suas ovelhas” (evangelho).

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> Atitude a promover: Capacidade de escuta. Deus continua a chamar, mas necessita-se generosidade para o seguimento. O primeiro centro de cultura de vocações e o primeiro seminário é a família.

Reze a oração:

Senhor,A tua Igreja necessita de ministrosque para além de serem chamados por Jesus Cristocom a voz penetrante da sua graça,precisam de ser como pães escolhidos de amor,amassados com a água contínua da oração,cozidos com o fogo vivo das tribulaçõese temperados com o sal da discreção,para ser alimento substancialderramado pela mão da Providênciaaos quatro ventos para a salvação dos homens.Que este pão não tenha outro gostoSenão o gosto do amor de Deus.Ámen.

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V. Quinto Domingo da PáscoaSEM JESUS, NADA

Símbolo a valorizar: Cesta de frutos e tesouras de poda.

15. 1. Encontrados pela Palavra- Atos dos Apóstolos 9, 26-31;- Salmo 21, 26-32;- 1 João 3,18-24;- João 15, 1-8.

15. 2. Acolhemos a Palavra

Saulo (1ª leitura) era uma dessas pessoas que a nin-guém deixa indiferente, Suscitava receios e admiração, paixões a favor e contra. Foi um sinal de contradição. A sua carreira não foi nada fácil, mas ia deixando a sua marca por todo o lado. Marcou de maneira definitiva e positiva o cristianismo primitivo. João (2ª leitura) indica os pontos essenciais da vida cristã: confiança em Deus; fé em Jesus Cristo; amor mútuo, o verdadeiro sinal que Jesus nos deixou. Verdadeiro crente, já não vive a sua vida, mas a vida de Jesus (evangelho). É necessário es-tar conectado constantemente com ele, como os ramos à videira. Ligados à corrente, diríamos hoje. O que não vive unido a Cristo seca, fica inutilizado, não dará fruto.

15. 3. Vivemos da Palavra

> Frases para reflectir, reter e repetir:

- “Saulo falava com desassombro do nome do Senhor” (1ª leitura);

- “Não amemos por palavras e com a língua, mas por obras e em verdade” (2ª leitura);

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- “Permanecei em mim, e eu permanecerei em vós” (evangelho).

> Atitude a promover: O encontro com Cristo. De entre as atitudes que brilham em Maria, destaca as que mais valorizas.________________________________________________________________

________________________________________________________________

Reze a oração:

Poda, poda, Senhor, este sarmentoque acaba por não dar o fruto esperado.Corta-me, ainda que grite de sofrimento. O meu problema é que queria ser sarmento destacado,à custa de empobrecer o do meu ladoe impedir a sua visão de crescimento.Esqueço-me da seiva, que dá vida,só quero ter folhas grandes e vistosas,e encher-me de coisas e mais coisas,ficando insatisfeito sem medida.Poda, Pai, divino podador, para que eu dê doces frutos do teu amor.Ámen

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VI. Sexto Domingo da PáscoaDEUS É AMOR

Símbolo a valorizar: Laços e cadeado.

16. 1. Encontrados pela Palavra- Atos dos Apóstolos 10, 25-26. 34.35. 44-48;- Salmo 97, 1-4;- 1 João 4, 7-10;- João 15, 9-17.

16. 2. Acolhemos a PalavraHoje é o Domingo do amor. O verbo amar conjuga-

-se em todos os tempos, modos e pessoas. Deus é amor (2ª leitura). O amor personificado é o Espírito Santo que se derrama sobre os judeus e gentios (1ª leitura), sobre os homens e mulheres de ontem, de hoje e de sempre.

Já não se fala de amor como ideia, mas como uma pessoa palpitante. Todo o amor de Deus entranhado em Jesus Cristo (evangelho). Cristo, o seu amor é per-manente, é libertador e de uma entrega até ao fim. O amor faz amigos, não servos. O amor não se guarda expande-se, é comunicativo.

16. 3. Vivemos da Palavra

> Frases para reflectir, reter e repetir:

- “O Espírito desceu sobre todos os que ouviam a Palavra” (1ª leitura);

- “Deus é amor” (2ª leitura);

- “Já não vos chamo servos… A vós chamei-vos ami-gos, porque tudo o que ouvi a meu Pai vo-lo dei a co-nhecer” (evangelho).

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> Atitude a promover: A responsabilidade: A primeira pergunta é: Onde está o teu irmão? A igualdade: Todos os irmãos têm a mesma dignidade. Nada de exclusão ou submissão. A comunhão: Nada de ruturas ou divisões. Os irmãos têm de ter paciência uns com os outros e perdoar-se muitas vezes. A solidariedade: que não só partilha os bens mas também o tempo, os talentos, os afetos.

Reze a oração:

Graças, Senhor.No princípio o amor,Florescido em Palavra e acendido em Abraço.Tu não te cansas de amar.E sei que no fim dos temposO último será o amor.Tudo passa, o amor permanece, para além do tempo e da morte,é imortal, porque tu, Deus, és Amor.Graças, Senhor.

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VII. Sétimo Domingo da Páscoa – ASCENÇÃO DO SENHOR

IDE POR TODO O MUNDO

Símbolo a valorizar: Mapa-mundo, ide ao mundo inteiro.

17. 1. Encontrados pela Palavra- Atos dos Apóstolos 1, 1-11;- Salmo 46, 2-3. 6-9;- Efésios 1, 17-23;- Marcos 16, 15-20.

17. 2. Acolhemos a Palavra

Tudo é bênção e promessa (1ª leitura). Pedimos ao Pai da glória que ilumine os olhos do nosso coração para compreender o mistério realizado em Cristo (2ª leitura); para compreender o mistério da Igreja, corpo de Cristo; para compreender a riqueza da glória que nos espera. Essa glória que está contida no envio mis-sionário (evangelho). Jesus envia os seus discípulos a percorrerem o mundo pregando a Boa Nova do Reino de Deus. Fá-lo-ão com palavras e sinais e não estarão sós. Dotados da força do Espírito que cura e liberta, é o próprio Jesus que agirá neles.

17. 3. Vivemos da Palavra

> Frases para reflectir, reter e repetir:

- “Quando o Espírito Santo vier sobre vós, recebereis uma força e sereis minhas testemunhas” (1ª leitura);

- “O Deus de Nosso Senhor Jesus Cristo… vos conceda um espírito de sabedoria e de revelação para O conhecerdes bem” (2ª leitura);

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Reze a oração:

Estende, Jesus, as tuas mãossobre os teus filhos.Estende as tuas mãos divinassobre a Igreja.Sobre todos os filhos dos homens que vivem no deserto, a intempérie.Continua de mãos estendidas Senhor, sombra e fonte de energia,sobre os que semeiam a tua Palavra,os que te servem sem descanso,os que curam as tuas feridas,e dão vida.As tuas mãos estendidassobre as crianças indefesas e os pobres angustiados,sobre os doentes, idosos e marginalizados, sobre o mundo que espera a redenção.As tuas mãos estendidas sobre nóspara que aprendamos a abençoar:Abençoar o Pai e o pobre,abençoar o pão e a palavra,a abençoar com o olhar e com todo o coração.Ámen.

- “Eles partiram, a pregar por toda a aparte. O Senhor colaborava e consolidava a Palavra, por meio dos milagres que a seguiam” (evangelho).

> Atitude a promover: Procurar os sinais libertadores de que precisa o nosso tempo.

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VIII. Domingo de PentecostesDILÚVIO DO ESPÍRITO

Símbolo a valorizar: Dons do Espírito: Sete lâmpa-das acesas.

18. 1. Encontrados pela Palavra- Atos dos Apóstolos 2, 1-11;- Salmo 103, 1. 24. 29-34;- 1 Coríntios 12,3-7. 12-13;- João 20, 19-23.

18. 2. Acolhemos a Palavra

Os discípulos estavam juntos (1ª leitura). Quando se juntam em nome de Jesus, ele faz-se presente. Mas desta vez fez-se presente com força e generosidade im-pensáveis. Deu-lhes o Espírito como Vento forte e Fogo transformador. O Espírito Santo é maravilha de Deus (2ª leitura). Pelo Espírito nós acreditamos, rezamos, pro-fetizamos, amamos. Quando Jesus se manifesta aos seus discípulos (evangelho) enche-os de paz, de alegria, de força e de amor. Enche-os do seu Espírito.

18. 3. Vivemos da Palavra

> Frases para reflectir, reter e repetir:

- “Os Apóstolos estavam todos reunidos no mesmo lu-gar” (1ª leitura);

- “Cada um recebe o dom de manifestar o Espírito, em ordem ao bem comum” (2ª leitura);

- “Dito isto soprou sobre eles e disse-lhes: recebei o Es-pírito Santo: os pecados ficarão perdoados àqueles a quem os perdoardes” (evangelho).

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> Atitude a promover: À luz da Palavra de Deus que escutámos, podem-os perguntar-nos: Na minha situação atual, Como anuncio o Evangelho? Quando o anuncio? Onde o anuncio? Por que o anuncio? Que dificuldades encontro? Que preciso fazer para melhorar o anúncio?

Reze a oração:

Sabedoria divina,enxerta-nos novos rebentos.Ilumina a nossa mente,ó divino Entendimento.Ensina-nos a prudênciacom o dom do bom Conselho.Que a tua Fortaleza afugentea nossa angústia, os nossos medos;e a tua Ciência soberanaretire as escamas dos nossos olhos.Ajuda-nos a vivera Piedade do filho bom,e a oferecermos ao Paium amoroso Temor, sem nenhum medo.Ámen.

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VIA SACRA

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Primeira estaçãoJesus no Horto das Oliveiras

P/ Nós Te adoramos e bendizemos, ó Jesus.T/ Que remiste o mundo pela Tua santa Cruz.

Leitura Mc 14, 32-42“Chegaram a uma propriedade chamada Getsémani, e Jesus disse aos discípu-

los: «Ficai aqui enquanto Eu vou orar.» Tomando consigo Pedro, Tiago e João, começou a sentir pavor e a angustiar-se. E disse-lhes: «A minha alma está numa tristeza mortal; ficai aqui e vigiai.» Adiantando-se um pouco, caiu por terra e orou para que, se possível, passasse dele aquela hora. E dizia: «Abbá, Pai, tudo te é possível; afasta de mim este cálice! Mas não se faça o que Eu quero, e sim o que Tu queres.» Depois, foi ter com os discípulos, encontrou-os a dormir e disse a Pedro: «Simão, dormes? Nem uma hora pudeste vigiar! Vigiai e orai, para não ce-derdes à tentação; o espírito está cheio de ardor, mas a carne é débil.» Retirou-se de novo e orou, dizendo as mesmas palavras. E, voltando de novo, encontrou-os a dormir, pois os seus olhos estavam pesados; e não sabiam que responder-lhe. Voltou pela terceira vez e disse-lhes: «Dormi agora e descansai! Pois bem, che-gou a hora. Eis que o Filho do Homem vai ser entregue nas mãos dos pecadores. Levantai-vos! Vamos! Eis que chega o que me vai entregar»”.

Jesus continua em agonia. A sua agonia prolonga-se nos que sofrem, nos persegui-dos, nos condenados de todos os tempos e lugares… Como naquela noite os discí-pulos, também hoje os cristãos dormem, enquanto Cristo sofre.

Como então, também hoje Ele vem ao nosso encontro para nos acordar: Des-pertai do vosso sono. Acordai da vossa insensibilidade e indiferença. Levantai-vos da vossa apatia e preguiça, e ide: ide ao encontro das vossas responsabilidades. Ide ter com aqueles que esperam por vós. Não tenhais medo. Eu estou convosco.

P/ Senhor: Dá-nos força para estarmos presentes onde devemos estar, para es-tarmos vigilantes, conscientes das nossas responsabilidades e capacidades.

Rezemos por todos aqueles que sofrem…

PAI NOSSOMeu Jesus, misericórdia.

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Segunda estaçãoJesus traído e preso

P/ Nós Te adoramos e bendizemos, ó Jesus.T/ Que remiste o mundo pela Tua santa Cruz.

Leitura Mc 14, 43-50“Ainda Ele estava a falar, chegou Judas, um dos Doze, e, com ele, muito povo

com espadas e varapaus, da parte dos sumos sacerdotes, dos doutores da Lei e dos anciãos. Ora, o que o ia entregar tinha-lhes dado este sinal: «Aquele que eu beijar é esse mesmo; prendei-o e levai-o bem guardado.» Mal chegou, aproxi-mou-se de Jesus, dizendo: «Mestre!»; e beijou-o. Os outros deitaram-lhe as mãos e prenderam-no. Então, um dos que estavam presentes, puxando da espada, feriu o criado do Sumo Sacerdote e cortou-lhe uma orelha. E tomando a palavra, Jesus disse-lhes: «Como se eu fosse um salteador, viestes com espadas e varapaus para me prender! Estava todos os dias junto de vós, no templo, a ensinar, e não me prendestes; mas é para se cumprirem as Escrituras.» Então, os discípulos, deixando-o, fugiram todos”.

Hoje Jesus continua a ser traído e preso. No mundo da política, no mundo da economia, no mundo do trabalho, da justiça, dos direitos, do desemprego, na segu-rança ou insegurança social. Preso na mentira organizada, nas estruturas de morte, nas guerras religiosas, nas lutas tribais.

Quem pode enumerar tanta traição na humanidade e à humanidade? Quem pode identificar e descrever tantos inocentes presos? Em cada traído, em cada preso, é Cristo que está presente.

P/ Senhor: ajuda-nos a estarmos ao lado dos que se sentem traídos na vida e dos

que estão presos. Que não nos envergonhemos de estarmos contigo ao estarmos com aqueles que por qualquer motivo sofrem a traição, a prisão e a marginalização.

PAI NOSSOMeu Jesus, misericórdia.

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Terceira estaçãoJesus condenado à morte

P/ Nós Te adoramos e bendizemos, ó Jesus.T/ Que remiste o mundo pela Tua santa Cruz.

Leitura Mc 14, 53-65“Conduziram Jesus a casa do Sumo Sacerdote, onde se juntaram todos os

sumos sacerdotes, os anciãos e os doutores da Lei. E Pedro tinha-o seguido de longe até dentro do palácio do Sumo Sacerdote, onde se sentou com os guardas a aquecer-se ao lume. Ora os sumos sacerdotes e todo o Sinédrio procuravam um testemunho contra Jesus a fim de lhe dar a morte, mas não o encontravam; de facto, muitos testemunharam falsamente contra Ele, mas os testemunhos não eram coincidentes. E alguns ergueram-se e proferiram contra Ele este falso tes-temunho: «Ouvimo-lo dizer: ‘Demolirei este templo construído pela mão dos homens e, em três dias, edificarei outro que não será feito pela mão dos ho-mens.’» Mas nem assim o depoimento deles concordava. Então, o Sumo Sacer-dote ergueu-se no meio da assembleia e interrogou Jesus: «Não respondes nada ao que estes testemunham contra ti?» Mas Ele continuava em silêncio e nada respondia. O Sumo Sacerdote voltou a interrogá-lo: «És Tu o Messias, o Filho do Deus Bendito?» Jesus respondeu: «Eu sou. E vereis o Filho do Homem sentado à direita do Poder e vir sobre as nuvens do céu.» O Sumo Sacerdote rasgou, então, as suas vestes e disse: «Que necessidade temos ainda de testemunhas? Ouvistes a blasfémia! Que vos parece?» E todos sentenciavam que Ele era réu de morte. Depois, alguns começaram a cuspir-lhe, a cobrir-lhe o rosto com um véu e, batendo-lhe, a dizer: «Profetiza!» E os guardas davam-lhe bofetadas”.

Muitos davam falso testemunho. No nosso tempo, as falsas testemunhas não fal-tam, por toda a parte. São as falsas opiniões, as falsas interpretações, as distorções, as meias-verdades, os interesses camuflados, as mentiras estudadas.

P/ Senhor: dá-nos força para sermos pessoas sem fingimento. Ensina-nos e ajuda--nos a sermos solidários, a sabermos partilhar a sorte dos que não têm voz, dos que não têm poder, dos que não têm saber, dos que não têm hipótese do êxito, de progresso, de desenvolvimento.

PAI NOSSOMeu Jesus, misericórdia.

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... da morte à Vida. 4 7

Quarta estaçãoJesus negado por Pedro

P/ Nós Te adoramos e bendizemos, ó Jesus.T/ Que remiste o mundo pela Tua santa Cruz.

Leitura Mc 14, 66-72“Estando Pedro em baixo, no pátio, chegou uma das criadas do Sumo Sa-

cerdote e, vendo Pedro a aquecer-se, fixou nele o olhar e disse-lhe: «Tu também estavas com Jesus, o Nazareno.» Mas ele negou, dizendo: «Não sei nem entendo o que dizes.» Depois, saiu para o átrio e um galo cantou. A criada, vendo-o de novo, começou a dizer aos que ali estavam: «Este é um deles.» Mas ele negou outra vez. Pouco depois, os presentes disseram de novo a Pedro: «Com certeza que és um deles, pois também és galileu.» Ele começou, então, a dizer impreca-ções e a jurar: «Não conheço esse homem de quem falais!» E logo cantou o galo pela segunda vez. Pedro recordou-se, então, das palavras de Jesus: «Antes de o galo cantar duas vezes, tu me terás negado três vezes.» E desatou a chorar”.

Pedro, Tu o conheceste e o chamaste: vem e farei de ti pescador de homens.Mas agora, nesta noite… Não foi apenas Judas que Te traiu. Pedro negou-Te tam-

bém. Não quis comprometer-se contigo. Não quis complicações, riscos. E o galo cantou. E Pedro acordou… Na vida, na nossa vida, há muitos sinais da tua presença, da tua voz, do teu olhar, do teu amor…

P/ Senhor: Ensina-nos o caminho da humildade. Dá-nos consciência das nossas capacidades e limites. Ensina-nos a reconhecer na vida os sinais da tua presença. Torna-nos sensíveis à tua voz, aos teus apelos, ao teu olhar.

PAI NOSSOMeu Jesus, misericórdia.

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Das trevas à luz...4 8

Quinta estaçãoJesus julgado por Pilatos

P/ Nós Te adoramos e bendizemos, ó Jesus.T/ Que remiste o mundo pela Tua santa Cruz.

Leitura Mc 15, 1-15“Logo de manhã, os sumos sacerdotes reuniram-se em conselho com os an-

ciãos e os doutores da Lei e todo o Sinédrio; e, tendo manietado Jesus, levaram--no e entregaram-no a Pilatos. Perguntou-lhe Pilatos: «És Tu o rei dos Judeus?» Jesus respondeu-lhe: «Tu o dizes.» Os sumos sacerdotes acusavam-no de mui-tas coisas. Pilatos interrogou-o de novo, dizendo: «Não respondes nada? Vê de quantas coisas és acusado!» Mas Jesus nada mais respondeu, de modo que Pilatos estava estupefacto. Ora, em cada festa, Pilatos costumava soltar-lhes um preso que eles pedissem. Havia um, chamado Barrabás, preso com os insurretos que tinham cometido um assassínio durante a revolta. A multidão chegou e começou a pedir-lhe o que ele costumava conceder. Pilatos, respondendo, disse: «Quereis que vos solte o rei dos judeus?» Porque sabia que era por inveja que os sumos sacerdotes o tinham entregado. Os sumos sacerdotes, porém, instigaram a mul-tidão a pedir que lhes soltasse, de preferência, Barrabás. Tomando novamente a palavra, Pilatos disse-lhes: «Então que quereis que faça daquele a quem chamais rei dos judeus?» Eles gritaram novamente: «Crucifica-o!» Pilatos insistiu: «Que fez Ele de mal?» Mas eles gritaram ainda mais: «Crucifica-o!» Pilatos, desejando agradar à multidão, soltou-lhes Barrabás; e, depois de mandar flagelar Jesus, en-tregou-o para ser crucificado”.

Jesus, diante de Pilatos mantém a sua palavra: Eu sou Rei. E frente às calúnias, cala-se, uma vez mais. Os chefes dos sacerdotes entregam-no por inveja. A inveja é uma arma poderosa. Hoje, mais do que ontem, ela corrompe, mente, falsifica, leva à injustiça, à morte, inocentes sem conta… Crucifica-o! Crucifica-o!

P/ Senhor: ajuda-nos para que nunca nos deixemos levar por demagogias, para que não nos deixemos levar pela inveja, para que nunca pequemos contra a luz, agindo contra a verdade, para que estejamos dispostos a anunciar o Reino de Deus, mesmo em prejuízo dos nossos interesses, e até da própria vida.

PAI NOSSOMeu Jesus, misericórdia.

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... da morte à Vida. 4 9

Sexta estaçãoJesus flagelado e coroado

P/ Nós Te adoramos e bendizemos, ó Jesus.T/ Que remiste o mundo pela Tua santa Cruz.

Leitura Mc 15, 16-20“Os soldados levaram-no para dentro do pátio, isto é, para o pretório, e con-

vocaram toda a coorte. Revestiram-no de um manto de púrpura e puseram-lhe uma coroa de espinhos, que tinham entretecido.

Depois, começaram a saudá-lo: «Salve! Ó rei dos judeus!» Batiam-lhe na cabeça com uma cana, cuspiam sobre Ele e, dobrando os joelhos, prostravam-se diante dele. Depois de o terem escarnecido, tiraram-lhe o manto de púrpura e revestiram-no das suas vestes”.

Ó Vós que passais: parai e vede se há rosto igual ao meu!O teu rosto é o rosto da humanidade sofredora. É um rosto desfigurado.Ó Vós que passais: parai e vede se há pés como os meus!Os teus pés são os pés cansados de um Deus que nos procura, sem descanso.Ó Vós que passais: parai e vede se há mãos como as minhas.As tuas mãos são as mãos generosas de um Deus que oferece perdão, alimento e

paz a todos os homens, sem distinção. São as mãos que levam a nossa cruz.Ó Vós que passais: parai e vede se há dor como a minha.A tua dor é a dor da humanidade. Em ti estão os sofrimentos de todos os homens

e mulheres de todos os tempos. Ó Vós que passais: considerai e vede as dores dos vossos irmãos. Que ninguém diga que nada tem a ver com os teus sofrimentos, ou com os sofri-

mentos dos outros, com a dor, com a desfiguração da humanidade. P/ Senhor: Queremos limpar o vosso rosto. Queremos aliviar a vossa cruz.

Queremos arrancar esses espinhos que vos afligem. Queremos vestir-vos, Senhor. Queremos levantar-vos. Queremos dar-vos dignidade de homem, que nem homem pareceis.

PAI NOSSOMeu Jesus, misericórdia.

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Das trevas à luz...5 0

Sétima estaçãoJesus carregando com a cruz

P/ Nós Te adoramos e bendizemos, ó Jesus.T/ Que remiste o mundo pela Tua santa Cruz.

Leitura Mc 15, 20“Levaram-no, então, para o crucificar”.

Jesus, um dia, tu disseste: Se alguém quiser ser meu discípulo, pegue a sua cruz e siga-me. Está certo, Senhor, porque cada um de nós tem a sua própria cruz. Mas tu, inocente, levas a cruz dos culpados. Levas a nossa cruz. Levas a cruz da rejeição, a cruz dos malfeitores, a cruz dos marginalizados, tu que só fizeste o bem.

Quão carregado vais, Senhor, com a cruz de todos os homens de todos os tempos, com o peso de todos os crimes, de todas as dores.

P/ Senhor: como vais carregado. Queremos ir contigo, com a tua ajuda, já que tu vais connosco e levas as nossas dores e cansaços, as nossas angústias e sofrimentos.

PAI NOSSOMeu Jesus, misericórdia.

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... da morte à Vida. 5 1

Oitava estaçãoJesus ajudado pelo Cireneu

P/ Nós Te adoramos e bendizemos, ó Jesus.T/ Que remiste o mundo pela Tua santa Cruz.

Leitura Mc 15, 21-22“Para lhe levar a cruz, requisitaram um homem que passava por ali ao regres-

sar dos campos, um tal Simão de Cirene, pai de Alexandre e de Rufo. E condu-ziram-no ao lugar do Gólgota, que quer dizer ‘lugar do Crânio’”.

Caístes, não sei quantas vezes… E aqui tens Simão de Cirene, qual bom samari-tano, para te ajudar.

Hoje, os caídos somos nós e os nossos irmãos. Caídos, sob a sua cruz, estão os homens em guerra por toda a parte. Há caídos desde o seio materno às camas dos inválidos envelhecidos, desde os esmagados pelo peso do trabalho aos angustiados com o desemprego e aos reduzidos a salários de miséria e de morte.

P/ Cristo, Sabedoria de Deus, Palavra reveladora da Verdade e da Justiça: mais

do que criticar e protestar queremos empenhar-nos, comprometer-nos, dando o nosso contributo para ajudar a reconstruir a sociedade destruída. Queremos ajudar a formar uma sociedade mais humana, solidária, tolerante e justa.

PAI NOSSOMeu Jesus, misericórdia.

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Das trevas à luz...5 2

Nona estaçãoJesus encontra as mulheres de Jerusalém

P/ Nós Te adoramos e bendizemos, ó Jesus.T/ Que remiste o mundo pela Tua santa Cruz.

Leitura Mc 15, 40-41“Também ali estavam algumas mulheres a contemplar de longe; entre elas,

Maria de Magdala, Maria, mãe de Tiago Menor e de José, e Salomé, que o seguiam e serviam quando Ele estava na Galileia; e muitas outras que tinham subido com Ele a Jerusalém”.

Há muitas mulheres condenadas. Condenadas já na sua infância e juventude. Condenadas na sua maternidade, no lar e na sociedade. No emprego e desemprego, injustamente descriminadas. Exploradas na sua fragilidade, na sua beleza, na desigual-dade de trabalho, de salários, de educação, de estudo e liberdade. Não é preciso, nem, às vezes, adianta nada dizer-lhes que não chorem. Elas choram por si mesmas, por suas mães, por seus filhos.

P/ Entre as mulheres que choravam estava a Mãe de Jesus. Queremos pedir- -te, Mãe de Jesus e nossa mãe, que estejas sempre junto de todas as mulheres que choram, para as consolares, animares e as encheres de esperança e coragem. Quere-mos que estejas com as incompreendidas, as solitárias, as abandonadas, com as filhas ou esposas expulsas de suas casas. Que estejas com todas as mulheres dedicadas que trabalham anonimamente ou nas diversas organizações. Com as jovens comprometi-das, na vida religiosa, na saúde, na assistência social, na educação, na promoção, com todas as que se esforçam por ajudar o mundo a ser mais irmão.

PAI NOSSOMeu Jesus, misericórdia.

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... da morte à Vida. 5 3

Décima estaçãoJesus Crucificado

P/ Nós Te adoramos e bendizemos, ó Jesus.T/ Que remiste o mundo pela Tua santa Cruz.

Leitura Mc 15, 24-26“Depois, crucificaram-no e repartiram entre si as suas vestes, tirando-as à

sorte, para ver o que cabia a cada um. Eram umas nove horas da manhã, quando o crucificaram. Na inscrição com a condenação, lia-se: «O rei dos judeus»”.

Um dia disseste: Quando for elevado da terra atrairei todos a Mim (Jo 12, 32). Não te terás enganado, Senhor? Disseste que para isto vieste ao mundo. Que esta era a hora da tua glorificação. Mas será verdade? A tua vida não terá sido um fracasso? Os teus pés que percorreram os nossos caminhos à procura da ovelha perdida, do filho pródigo, que mais podem fazer agora? Os teus olhos, que acolheram os pecadores, que acordaram a consciência de Pedro, que veem agora do alto da cruz? Ouvistes tantas queixas e choros e pedidos durante a vida! E agora ouves desafios, afrontas, insultos. Mas foi para isto que vieste ao mundo: para dar testemunho da verdade.

P/ Por certo tens razão, Senhor. Somos nós que não sabemos viver. Não sabemos

ver. Não sabemos compreender. E tu bem nos avisaste. Identificas-Te com os que continuam despojados e crucificados. Que há muita maneira de os homens despo-jarem e crucificarem os seus irmãos. Individualmente ou em grupos, em raças ou povos, negando-lhes os direitos fundamentais. Por todas estas atitudes, Senhor, nós te pedimos perdão.

PAI NOSSOMeu Jesus, misericórdia.

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Das trevas à luz...5 4

Décima primeira estaçãoJesus promete o paraíso ao ladrão arrependido

P/ Nós Te adoramos e bendizemos, ó Jesus.T/ Que remiste o mundo pela Tua santa Cruz.

Leitura Lc 23, 39-43“Ora, um dos malfeitores que tinham sido crucificados insultava-o, dizen-

do: «Não és Tu o Messias? Salva-te a ti mesmo e a nós também.»Mas o outro, tomando a palavra, repreendeu-o: «Nem sequer temes a

Deus, tu que sofres o mesmo suplício? Quanto a nós, fez-se justiça, pois re-cebemos o castigo que as nossas ações mereciam; mas Ele nada praticou de condenável.» E acrescentou: «Jesus, lembra-te de mim, quando estiveres no teu Reino.» Ele respondeu-lhe: «Em verdade te digo: hoje estarás comigo no Paraíso»”. Na vida, frente aos acontecimentos e às pessoas, muitas atitudes são pos-

síveis. No mau ladrão vemos o homem revoltado consigo e com os outros, porque

não se reconhece e aceita como é. É um homem cego, cheio de presunção e arrogante, insultuoso, insensato, egoísta. Como outros que rodeavam a cruz, também ele insulta Jesus.

No bom ladrão vemos o homem humilde, pobre, sensato, reconciliado con-sigo e pedindo a reconciliação com Deus e com os homens.

Um fica na amargura, no desespero de si mesmo, na condenação. O outro encontra a felicidade, a compreensão, a solidariedade e o perdão de Jesus. Entra no reino de Deus.

P/ Senhor: Dá-nos luz para nos reconhecermos como somos. Porque só na verdade está a nossa salvação. Dá-nos arrependimento do mal que fizemos. Dá--nos vontade para voltarmos ao bom caminho dos teus mandamentos, sem falsas desculpas. Faz-nos sentir o amor do Pai, pronto a abrir-nos as portas do seu reino.

PAI NOSSOMeu Jesus, misericórdia.

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... da morte à Vida. 5 5

Décima segunda estaçãoJesus, sua Mãe e o discípulo

P/ Nós Te adoramos e bendizemos, ó Jesus.T/ Que remiste o mundo pela Tua santa Cruz.

Leitura Jo 19, 25-27“Junto à cruz de Jesus estavam, de pé, sua mãe e a irmã da sua mãe, Maria,

a mulher de Clopas, e Maria Madalena. Então, Jesus, ao ver ali ao pé a sua mãe e o discípulo que Ele amava, disse à mãe: «Mulher, eis o teu filho!» Depois, disse ao discípulo: «Eis a tua mãe!» E, desde aquela hora, o discípulo acolheu-a como sua”.

João eis a tua mãe. Mulher eis o teu filho. É a hora da revelação do testa-mento final. Todo o homem tem uma mãe. Todos temos uma mãe: a Mãe de Cristo.

Maria é a mulher que colabora na luta contra o mal e dá à luz um povo novo, vitorioso. E João é o discípulo que crê, todo aquele que crê.

P/ Senhor: por Maria tua Mãe e nossa mãe, nós te pedimos: Pelas crianças que

não conhecem a mãe. Pelas crianças vítimas da guerra. Pelas crianças que sofrem uma qualquer deficiência. Pedimos também por todas aquelas mulheres que genero-samente deram a sua vida pela vida dos seus filhos.

PAI NOSSO Meu Jesus, misericórdia.

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Das trevas à luz...5 6

Décima terceira estaçãoJesus morre na Cruz

P/ Nós Te adoramos e bendizemos, ó Jesus.T/ Que remiste o mundo pela Tua santa Cruz.

Leitura Mc 15, 33-39“Ao chegar o meio-dia, fez-se trevas por toda a terra, até às três da tarde. E às

três da tarde, Jesus exclamou em alta voz: «Eloí, Eloí, lemá sabachtáni?», que quer dizer: Meu Deus, meu Deus, porque me abandonaste? Ao ouvi-lo, alguns que estavam ali disseram: «Está a chamar por Elias!» Um deles correu a embeber uma esponja em vinagre, pô-la numa cana e deu-lhe de beber, dizendo: «Esperemos, a ver se Elias vem tirá-lo dali.» Mas Jesus, com um grito forte, expirou. E o véu do templo rasgou-se em dois, de alto a baixo. O centurião que estava em frente dele, ao vê-lo expirar daquela maneira, disse: «Verdadeiramente este homem era Filho de Deus!»”.

Deram-lhe a beber uma mistura de fel e vinagre. Provou, mas não quis beber. Queria estar consciente até ao fim do que tinha vindo fazer, do que estava a fazer. Queria amar os homens até ao fim. Gastar a vida até ao fim, conscientemente. O Senhor ensina-nos a morrer, como nos ensinara a viver.

P/ Senhor: ensina-nos a estarmos junto dos doentes e moribundos, como Tua Mãe esteve junto de Ti, como Tu estiveste ao lado do bom ladrão. Dá-nos coragem para semearmos esperança, verdade e confiança no amor de Deus, com palavras que testemunhem a nossa fé. Ajuda-nos a sermos salvadores, nesses momentos, dos nossos irmãos, provados pela tentação do sofrimento, da tristeza, do desânimo. Dá--nos esperança para sabermos rezar como Jesus: Pai nas tuas mãos entrego o meu espírito.

PAI NOSSOMeu Jesus, misericórdia.

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... da morte à Vida. 5 7

Décima quarta estaçãoJesus é sepultado

P/ Nós Te adoramos e bendizemos, ó Jesus.T/ Que remiste o mundo pela Tua santa Cruz.

Leitura Mc 15, 42-47“Ao cair da tarde, visto ser a Preparação, isto é, véspera do sábado, José de

Arimateia, respeitável membro do Conselho que também esperava o Reino de Deus, foi corajosamente procurar Pilatos e pediu-lhe o corpo de Jesus. Pilatos espantou-se por Ele já estar morto e, mandando chamar o centurião, perguntou--lhe se já tinha morrido há muito. Informado pelo centurião, Pilatos ordenou que o corpo fosse entregue a José. Este, depois de comprar um lençol, desceu o corpo da cruz e envolveu-o nele. Em seguida, depositou-o num sepulcro cavado na rocha e rolou uma pedra sobre a entrada do sepulcro. Maria de Magdala e Maria, mãe de José, observavam onde o depositaram”.

Começa o tempo do silêncio, porque a Palavra está enterrada. Começa o tempo da espera, como é próprio da sementeira: Se o grão de trigo não morrer fica im-produtivo. Se morrer dará muito fruto. Uma espera certa, curta, intensa. Depressa, ao terceiro dia, a vida voltará a florescer e toda a morte será vencida.

P/ Senhor: ajuda-nos a ser como José de Arimateia. Como ele também nós que-

remos dar mais um passo na fé. Um passo corajoso. Um passo que nos aproxime cada vez mais de Deus e dos irmãos.

PAI NOSSOMeu Jesus, misericórdia.

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Das trevas à luz... da morte à Vida.5 8

Décima quinta estaçãoJesus Ressuscitou

P/ Nós Te adoramos e bendizemos, ó Jesus.T/ Que remiste o mundo pela Tua santa Cruz.

Leitura Mc 16, 1-7“Passado o sábado, Maria de Magdala, Maria, mãe de Tiago, e Salomé com-

praram perfumes para ir embalsamá-lo. De manhã, ao nascer do sol, muito cedo, no primeiro dia da semana, foram ao sepulcro.

Diziam entre si: «Quem nos irá tirar a pedra da entrada do sepulcro?» Mas olharam e viram que a pedra tinha sido rolada para o lado; e era muito grande. Entrando no sepulcro, viram um jovem sentado à direita, vestido com uma túnica branca, e ficaram assustadas. Ele disse-lhes: «Não vos assusteis! Buscais a Jesus de Nazaré, o crucificado? Ressuscitou; não está aqui. Vede o lugar onde o tinham depositado. Ide, pois, e dizei aos seus discípulos e a Pedro: ‘Ele precede-vos a caminho da Galileia; lá o vereis, como vos tinha dito’»”.

Preparemos aromas e acendamos as lâmpadas, porque o Amado vem, a Vida sempre está ressuscitando. É a grande notícia para todos os que morreram ou estão crucificados. Morremos com Cristo para ressuscitar com ele. Tudo está tocado de ressurreição.

P/ Senhor: Que eu não tenha medo de anunciar ao mundo que tu estás vivo. Ressuscitaste! Contagia-me com a tua força e alegria. Fala-me de luz e de vida. Res-suscita-me para que, sem medo, eu vá por todas as Galileias do mundo levando a alegria da tua Ressurreição.

PAI NOSSOJesus, ressuscitado, dá-me a força da tua ressurreição.

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A Igrejaalimenta-se da Palavra

«A missão de Jesus cumpre-se no Mistério Pascal: aqui vemo-nos colocados diante da ‘Palavra da cruz’ (cf. 1 Cor 1, 18). O Verbo emudece, torna-se silêncio de morte, porque Se ‘disse’ até calar, nada retendo do que nos devia comunicar. (...)

No mistério refulgente da ressurreição, este silên-cio da Palavra manifesta-se com o seu significado au-têntico e definitivo. Cristo, Palavra de Deus encarnada, crucificada e ressuscitada, é Senhor de todas as coisas; é o Vencedor, o Pantocrator, e assim todas as coisas ficam recapituladas n’Ele para sempre (cf. Ef 1,10). Por isso, Cristo é ‘a luz do mundo’ (Jo 8,12), aquela luz que ‘res-plandece nas trevas’ (Jo 1,5) mas as trevas não a aco-lheram (cf. Jo 1,5). Aqui se compreende plenamente o significado do Salmo 119 quando a designa ‘farol para os meus passos, e luz para os meus caminhos’ (v. 105); esta luz decisiva na nossa estrada é precisamente a Pa-lavra que ressuscita.

Desde o início, os cristãos tiveram consciência de que, em Cristo, a Palavra de Deus está presente como Pessoa. A Palavra de Deus é a luz verdadeira, de que o homem tem necessidade. Sim, na ressurreição, o Filho de Deus surgiu como Luz do mundo. Agora, vivendo com Ele e para Ele, podemos viver na luz’ (Verbum Do-mini 12)».

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