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Escola Municipal no Largo da Lapa completa 75 anos de fundação e relembra projeto do poeta-educador Mário de Andrade. página 3 Moradores se queixam da falta de Unidade Básica de Saúde e protocolam pedido no gabinete do prefeito Gilberto Kassab. página 7 Vereador Police Neto avalia Operação Urbana Lapa-Brás e garante que bairro será protegido contra ondas de verticalização. páginas 4 e 5 Distribuição Gratuita Ano I - Edição n o I - Setembro / Outubro TIAGO DE CARLI Casario tem que ser preservado Num bairro que projeta futura transformação urbana é preciso um olhar atento para demandas sociais, como a situação dos sem teto em áreas críticas, entre elas os histórias dessas pessoas e uma análise pontual do drama da ex- clusão na visão do desembargador Antonio Carlos Malheiros, profes- sor de Direito das Faculdades Rio Branco. páginas 6 e 7 Compromisso com São Paulo e com o Meio Ambiente

Ano I - Edição n I - Setembro / Outubro Distribuição Gratuita · hos em grupo, trabalhos de campo (en-trevistas), reuniões de avaliação entre outras atividades, até que o

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�������Escola Municipal no Largo da Lapa completa 75 anos de fundação e relembra projeto do poeta-educador Mário de Andrade. página 3

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Vereador Police Neto avalia Operação Urbana Lapa-Brás e garante que bairro será protegido contra ondas de verticalização. páginas 4 e 5

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Casario tem que ser preservado

Num bairro que projeta futura transformação urbana é preciso um olhar atento para demandas sociais, como a situação dos sem teto em áreas críticas, entre elas os ����������������� ������������histórias dessas pessoas e uma análise pontual do drama da ex-clusão na visão do desembargador Antonio Carlos Malheiros, profes-sor de Direito das Faculdades Rio Branco. páginas 6 e 7

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Compromisso com São Paulo e com o Meio Ambiente

JORNAL NOVA LAPA2

DIRETOR

Ubirajara de Oliveira

EDITOR

Eduardo Fiora

REDAÇÃO E REPORTAGEM

Carla Cristina De Mili, Larissa Nalin, Náthalie Rocha, Rafael Mainardi e

Tatiana Lancelotti (alunos do curso de Jornalismo das Faculdades

Integradas Rio Branco)

PROJETO GRÁFICO E EDITORAÇÃO ELETRÔNICA

Bárbara Gabriela Duram Santos,Daniele Correia Szakacs,

Monike Pereira, Sérgio Luiz Pereira Lopes (alunos do curso de Editoração das Faculdades Integradas Rio Branco)

PUBLICIDADE

Rosana Braccialli

DISTRIBUIÇÃO

Pedro de Jesus Secco

IMPRESSÃO

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TIRAGEM

3 mil exemplares

O Jornal Nova Lapa é uma publicação bimestral da Página Editora

Rua Marco Aurélio, 780 - Vila Romana CEP 05048-00

Distribuição gratuita na Lapa de Baixo

Proposta inédita no campo do jornalismo regional – parceria entre um forte e experiente gru-po editorial e uma conceituada

instituição de Ensino Superior - faz nas-cer o Jornal Nova Lapa, focado em assun-tos do bairro Lapa de Baixo.

Produto com o selo Página Editora, em-presa que há oito anos publica o Jornal da Gente – a mais abrangente e qualificada cobertura jornalística do cotidiano de bair-ros da região da Subprefeitura da Lapa –, a nova publicação regional abre para equipes de alunos dos cursos de Comunicação das Faculdades Integradas Rio Branco um fértil e amplo campo no qual será possível aplicar, na prática, os sólidos conceitos recebidos em sala de aula e laboratórios (veja detalhes no texto no final desta página).

A gestação do Jornal Nova Lapa teve início em 2009, quando lideranças comu-nitárias colocaram na pauta de discus-sões a fragilidade do atual tecido urbano da Lapa de Baixo e formas de atuação capazes de moldar um movimento em di-reção à revitalização do bairro.

Não se tratava de fechar as portas do passado e mirar apenas o futuro, sustentan-do demandas por melhorias centradas na modernidade urbana. Nas análises e deba-tes que se sucediam, o processo de formação e desenvolvimento da Lapa de Baixo jamais

deixou de ser pontuado, servindo de base para o amadurecimento de posições quando o objetivo é viabilizar um projeto de reur-banização. Projeto este que leva em conta características históricas da Lapa de Baixo, um bairro de ocupação mista.

Tal disposição urbana data de 1867, quando foi inaugurada a estrada de fer-ro ligando Santos a Jundiaí, que passava por São Paulo, com algumas estações intermediárias. Pouco depois da inau-guração, o trem também passou a fazer uma parada simples, próximo à pon-te do sítio do Coronel Anastácio, para atender a população do então incipiente bairro da Lapa. No mesmo período foi lançado o loteamento do Grão Burgo da Lapa, compreendendo o já existente nú-cleo da Lapa de Baixo e toda a atual re-gião central do bairro. A Lapa de Baixo foi o local escolhido para fixar residência pelos funcionários transferidos, o que veio a incrementar o pequeno comércio local. Assim foram surgindo algumas casas, umas de aparência importante, de propriedade dos mestres das oficinas, escriturários categorizados, e outras pe-quenas, de propriedade de maquinistas, chefes de trens e raras de operários. Nas primeiras décadas do século passado, a Lapa de Baixo passou a contar com uma melhor infraestrutura urbana.

O Largo da Lapa transformou-se no primeiro pólo comercial do Bairro.

Hoje o cenário urbano da Lapa de Bai-xo encontra-se em processo de abandono e degradação. A falta de investimentos por parte do poder público é evidente em vários setores, desde a drenagem de águas plu-viais, passando por sistemas de iluminação deficientes e pelo esgotamento do sistema viário, até chegar em pontos mais sensíveis, como a falta de projetos de inclusão social.

E é no contexto desses dois cenários – passado histórico e momento presente que aponta para mudanças futuras – que nas-ce o Jornal Nova Lapa, cujas propostas edi-torial e de planejamento gráfico apostam num modelo de jornalismo que, além de informar, propõe criteriosas análises e lan-ça sugestões sempre respaldadas por fontes credenciadas e respeitadas .

editorial

O Jornal Nova Lapa é uma iniciativa da Página Editora, que conta a participação de alunos dos cursos de Comunicação das Faculdades Integradas Rio Branco.

O projeto gráfico, seguindo as tendên-cias do jornalismo impresso contemporâ-neo, foi totalmente concebido por alunos do 5º Semestre do Curso de Editoração. Inicialmente, sob a orientação do profes-sor Fabricio Marangon, foram apresenta-das duas propostas (contando pontos no sistema de avaliação semestral) assinadas por dois grupos de estudantes.

Numa segunda etapa, um colegiado de docentes das Faculdades Rio Branco ele-geu o projeto vencedor, apresentando-o à Página Editora.

Na etapa seguinte, profissionais da em-

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presa, em conjunto com o professor Fabri-cio, arredondaram a concepção gráfica em seu formato final.

Enquanto o projeto gráfico era de-senvolvido, uma equipe de alunos do 5º semestre do curso de Jornalismo, coorde-nados e orientados por um profissional da Página Editora (jornalista Eduardo Fiora) se debruçava na execução da pauta de matérias propostas para ocuparem as páginas da primeira edição do Jornal .

Foram exatos cem dias de preparação, envolvendo reuniões de análises, trabal-hos em grupo, trabalhos de campo (en-trevistas), reuniões de avaliação entre outras atividades, até que o projeto piloto fosse finalizado, com a diagramação sen-do executada pelos alunos da Rio Branco.

objetivo e parceria

EDUARDO FIORA

O resultado foi totalmente positivo, tanto que o projeto piloto foi logo trans-formado em edição número 1, lançada, inicialmente com periodicidade bimestral.

As edições futuras, do ponto de vista gráfico e também editorial, seguirão nesse modelo envolvendo, de um lado, experientes profissionais da Página Edi-tora e, do outro, alunos das Faculdades Integradas Rio Branco.

O jornal se apresenta como publicação que buscará sua viabilidade financeira a partir de inserção de publicidade de em-presas da região convidadas a serem par-ceiras dessa iniciativa.

O objetivo é contar com a difusão de mensagens de caráter institucional e não puramente de cunho comercial. As duas

primeiras são das Faculdades Rio Branco e da Loga Ambiental.

A Empresa Página Editora, que se consolida como mais completo grupo de mídia regional em São Paulo, é a respon-sável por toda essa interlocução com os empresários da região.

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mento, passou a dar assistência para outros moradores da co-munidade, possibilitando uma oportunidade de lazer e apren-dizado para outras pessoas”. As atividades, segundo Mayra, eram direcionadas de acordo com a faixa etária e respeitando sempre os limites de cada um. “Os alunos fi cavam apenas meio período na EMEI, sendo que em outra parte do dia frequentavam uma escola estadual”, acrescenta a educadora.

Filosofi a atual

Mayra Ozzett i, que também foi aluna do Parque, conta que a proposta atual é valorizar a cultura da infância, fazendo com

educação

No ínicio era apenas o Parque Infantil da Lapa, fundado pelo poeta Mario de Andrade, que fi cou apenas quatro anos à frente do projeto, com o objetivo de cuidar da educação dos fi lhos de operários. Com o passar do tempo, o Parque, localizado no Largo da Lapa, foi mudando de fi losofi a, acompanhando as diretrizes do ensino público e, na década de 70, passou a ser Escola Municipal de Educação Infantil Professora Neyde Guzzi de Chiacchio (EMEI).

Criado em 25 de janeiro de 1935, o Parque Infantil ofere-cia alimentação, cuidados com a saúde, esportes e atividades recreativas. Para tanto, contava com amplo espaço verde e até mesmo uma piscina. Na parte educacional, as crianças tinham aula de música, artes e pintura. “Não era algo voltado para edu-cação formal”, diz a atual direto-ra da Emei, Mayra Villela Galati Ozzett i. “No começo, o Parque recebia apenas crianças entre 3 e 14 anos, mas com o seu cresci-

VINÍCIOS TORRES

que as crianças interajam entre si e tenham a oportunidade de entrar em contato com diversas linguagens, como a arte, pintura e teatro. ”Nossos alunos permane-cem conosco num período esten-dido de seis horas, de segunda a sexta. Servimos um lanche e uma refeição”, explica a diretora. “Com essa carga horária conseguimos selecionar as principais atividades e trabalhar cada uma delas em forma de rodízio, fazendo com que os alunos conheçam todos os professores e vice-versa”.

Em relação aos projetos educa-cionais especiais, Mayra destaca aquele que trabalha justamente a questão da memória, resgatando o passado da Escola, que em outubro organizará uma grande festa para comemorar os 75 anos de funda-ção (Jubileu de Diamantes).

A Emei Professora Neyde Guzzi, uma das mais antigas escolas da rede municipal, é co-nhecida, hoje pelo seu ensino de alto nível.

Atualmente, atende mais de 300 crianças, conta com 18 pro-fessores e funciona em dois perí-odos de seis horas: das 7h às 13h e das 13h às 19h.

“Os parques infantis criados por Mário de Andrade em 1935 podem ser considerados como a origem da rede de educação infantil paulistana a primeira experiência brasileira pública municipal de educação (embora não-escolar) para crianças de famílias operárias que tiveram a oportunidade de brincar, de ser cuidadas, de conviver com a natureza, de movimentarem-se em grandes espaços e não em salas de aula, Lá produziam cultura e conviviam com a di-versidade da cultura nacional, quando o cuidado e a educação não estavam antagonizados, e a educação, a assistência e a cultura estavam macunaimi-camente integradas, no tríplice objetivo parqueano: educar, as-sistir e recrear.

A pesquisa sobre o nosso folclore realizada pelo poeta-educador e a diversidade étnica brasileira consistiam o principal fundamento dessa experiência educacional na qual as crianças reviviam as tradições populares e, através da arte e dos jogos tradi-cionais infantis, tinham a possibi-lidade de ser criança, de viver a especifi cidade dessa fase da vida.

O idealismo de Mário de Andrade, sua atenção e seu res-peito para com as crianças, e suas características de grande educador (além de ter sido pro-fessor de música e de piano no

Conservatório Dramático e Mu-sical de São Paulo e professor de fi losofi a e história da arte na Universidade do Distri-to Federal no Rio de Janeiro) fazem com que ele conceba um PI diferente das experiên-cias com jogo, espaço aberto e nacionalismo existentes para disciplinar o operariado: en-quanto as crianças estavam no parque, não estavam trabalhan-do, estavam conhecendo várias manifestações da cultura brasi-leira,6 estavam expressando-se das mais variadas maneiras, convivendo com a natureza e com pessoas de idade e origem étnica e cultural diversifi cadas.

Além de não ter separado cui-dado-educação-cultura, o lúdico foi entendido como elemento in-tegrante da cultura dos povos. Podemos dizer que esse espaço coletivo de convívio entre crian-ças (de várias idades, meninos e meninas, de origens culturais diversas), entre adultos (edu-cadoras sanitárias, instrutoras, médicos, vigilantes, zeladores, mães) e entre adultos e crianças pode ter dado origem a uma pe-dagogia das diferenças, uma pe-dagogia das relações, à qual pre-tendemos dar continuidade e na qual a criança é a protagonista”.

ANA LÚCIA GOULART DE FARIA*

*Docente da Faculdade de Educa-ção da Unicamp – trechos do artigo publicado em htt p://www.scielo.br/pdf/es/v20n69/a04v2069.pdf

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“Projetos especiais, como o resgate da memória da escola, fazem a diferença”

CARLA CRISTINA DE MILI

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Emei Neyde Guzzi: amplo espaço para educar

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As diretrizes básicas da Opera-ção Urbana Lapa-Brás, cuja influ-ência atinge bairros como Lapa, Lapa de Baixo e Vila Pompeia dividem o perímetro de abran-gência em duas porções distintas: Área de Transformação Incenti-va – onde a Prefeitura espera por grandes investimentos da iniciativa privada – e Área de Transformação Induzida, na qual a administração municipal pretende exercer maior poder de indução do processo de transformação. A proposta prevê

o aterramento da linha férrea com terrenos próximas ao eixo ferrovi-ário incluídos na Área de Trans-formação Induzida. Entre a Lapa e Lapa de Baixo, por exemplo, a Área de Transformação Induzida encerra aproximadamente 129,62 hectares e a Área de Transforma-ção Incentivada 141,12 hectares, totalizando 270,75 hectares. A remodelação do sistema metro-ferroviário e a superação da bar-reira ferroviária deverá dar novo impulso às atividades econômicas do centro da Lapa, consolidando-o como pólo regional.

Sem data definida para se tornar realidade, a reurbanização da orla ferroviária da Zona Oeste projetada na Operação Urbana Lapa-Brás mudará radicalmente o cenário da região com o aterra-mento da linha de trem (que pas-saria a ser sistema metroviário) e a construção de uma grande avenida até o Centro. Dessa forma, as cicatrizes urbanas que dividem Lapa e Lapa Baixo dei-xariam de existir, abrindo espaço para o nascimento de um bairro

revitalizado. "Com estas propos-tas teremos a oportunidade de fazer transformações muito signi-ficativas em áreas degradadas da cidade, sob o ponto de vista do planejamento urbano", afirma o prefeito Gilberto Kassab.

O projeto busca inicialmente tratar da malha ferroviária dos bairros (Lapa, Lapa de Baixo e Pompeia), melhorando, conse-quentemente, a parte urbana e visual da região. "Isso pode be-neficiar a cidade do ponto de vista global, diminuindo deslo-camentos ao aproximar os em-pregos das moradias, propician-do novos locais de convivência

e novas áreas públicas", diz o secretário de Desenvolvimen-to urbano, Miguel Bucalem.

A previsão da Prefeitura é que já no segundo semestre de 2011 o projeto executivo da Operação Urbana Lapa Brás esteja em fase final de execução.

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infraestrutura

Segundo o plano da Prefeitura, o melhor caminho para a reurba-nização da orla ferroviária seria o rebaixamento dos trilhos utilizan-do um sistema conhecido como cutover, que divide o terreno em trechos. O rebaixamento de cada trecho, por vez, transforma a linha férrea em sistema subterrâneo desde a Lapa até o Brás, numa extensão de 12 km. Em seu lugar, na superfície, surge, inicialmente, uma via de porte estrutural, mas com projetos urbanos alternati-vos – parques e ciclovias e uma conexão entre os dois lados, hoje divididos pelos trilhos. Com isso, o Viaduto da Lapa deixaria de existir, mas seu entorno também ganharia um projeto especial.

Interação com sociedade

O vereador José Police Neto (PSDB), relator do projeto de revisão do Plano Diretor da Cidade de São Paulo, garante que a Opera-ção Urbana Lapa-Brás será ampla-mente discutido com a população. “O projeto ainda está em fase de contratação da empresa responsá-vel pelos estudos e proposição do plano urbanístico para uma Ope-ração Urbana no território que vai da Lapa até o Brás. Depois disso, a proposta do Executivo tem que ser remetida à Câmara Municipal sob a forma de um Projeto de Lei. Em seguida, a Câmara realiza o debate com a sociedade em cima desse projeto para transformá-lo em lei”, explica Police Neto (veja entrevista completa na página ao lado).

• Delimitação do perímetro de abrangência

• Finalidade da Operação

• Forma de controle da Operação, obrigatoriamente compartilhado com represen-tação da sociedade civil

• Programa básico de ocupa-ção da área e intervenções previstas

• Estudo prévio de impacto ambiental, de vizinhança

• Solução habitacional dentro de seu perímetro ou vizinhança próxima, no caso de necessida-de de remover os moradores de favelas e cortiços

• Garantia de preservação dos imóveis e espaços urbanos de especial valor histórico, cultu-ral, arquitetônico, paisagístico e ambiental, protegidos por tombamento ou lei

• Contrapartida a ser exigida dos proprietários, usuários permanentes e investidores privados em função dos bene-fícios urbanísticos concedidos

• Estoque de potencial cons-trutivo adicional

• Conta ou fundo específico que deverá receber os recursos de contrapartidas financeiras decorrentes dos benefícios urbanísticos concedidos

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“Projeto do Executivo elimina barreiras físicas que separam as duas Lapas"

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Proposta prevê aterramento dos trilhos

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entrevista

“Três novas operações urbanas foram lançadas pela prefeitura para adensar áreas pouco ocupadas e aquecer o mercado imobiliário. Essas áreas são: Lapa-Brás, Mooca-Vila Carioca, na zona leste, e Jacu, que acompanha o traçado da Avenida Jacu Pêssego, também na zona leste. Para entender essas operações, pre-cisamos dividi-las em duas. A primeira, que inclui as áreas Lapa-Brás e Mooca-Vila Carioca, parte da intenção de repo-voar, reabilitar, transformar áreas que são lindeiras às ferrovias. A ideia é que essas áreas, que estão ao longo das ferrovias e, sobretudo, em antigas regiões industriais, possam ser reutilizadas e que lançamen-tos residenciais, comerciais, e de serviços possam ocupar esse lugares.

(...) Na cidade de São Paulo nós já temos operações urbanas que estão em andamento, como a Faria Lima, a Água Espraiada, a Água Branca, perto da marginal do Tietê, a Vila Sônia, que está sendo anunciada, entre outras. A questão toda é o jeito como estão sendo feitas as operações urbanas em São Paulo. Elas estão, basicamente, lançan-do potencial construtivo acima do que o zoneamento permite. As construtoras e incorporadoras interessadas compram e, depois, com esse dinheiro, são feitas as obras de melhorias no local. E essa é uma discussão que preocupa vários urbanistas porque cada operação tem uma natureza diferente.

Além disso, cada área tem caracterís-ticas próprias e pensar que tudo se trans-forma em venda de potencial construti-vo é reduzir muito o que uma operação urbana é capaz de fazer. Resumindo: é muito importante reestimular de forma planejada a ocupação ao longo das ferro-vias. Isso é muito positivo. E é muito po-sitivo que haja novos empreendimentos e que as construtoras possam trabalhar lá, oferecendo mais moradia, comér-cio e serviço. Agora, será que é através da venda de potencial construtivo que a gente vai conseguir isso? Essa é uma grande discussão”.

*Raquel é urbanista, professora da Facul-dade de Arquitetura e Urbanismo da Univer-sidade de São Paulo (texto extraído do Blog http://raquelrolnik.wordpress.com)

Entrevista com o vereador José Police Neto sobre a Operação Urbana Lapa-Brás

Líder do governo na Câmara e Inte-grante da Comissão de Política Urbana, Metropolitana e de Meio Ambiente, o ve-reador José Police Neto garante que a po-pulação terá participação nas discussões sobre a Operação Urbana Lapa – Brás. Ainda sem definição sobre a origem dos recursos financeiros, a Operação Urbana promete mais qualidade de vida para quem vive na Lapa. Em entrevista ao Jornal Nova Lapa, o vereador Police Neto falou sobre essa proposta da Prefei-tura que em 2011 deverá ser analisada pelo Legislativo paulistano.

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Existem diversos mecanismos, primeiro a consulta pública do edital. Depois a par-ticipação da população nas audiências pú-blicas de elaboração do projeto e, por fim, a participação da sociedade no projeto de lei encaminhado ao parlamento.

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Quem vai definir o volume de inves-timentos para as intervenções naquele território é o projeto. Não há como se antecipar antes da execução do projeto.

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Não é possível fazer uma afirmação sem conhecer o projeto da Operação Urbana. É lógico que dentro dessa dis-

cussão é necessário pensar na retirada do tráfego de cargas dentro da nossa metrópole. O PAC – Programa de Ace-leração do Crescimento –, apresentado pelo governo federal, já deu para os mu-nicípios de Araraquara e São José do Rio Preto a possibilidade de, com recursos da União, retirar os trilhos da região central.

A cidade de São Paulo está se habilitan-do nesse momento para, junto a União, realizar a retirada do transporte de carga que ainda percorre áreas impor-tantes da cidade, degradando um tecido urbano que poderia estar povoado, mas não está devido à forma como o trilho é utilizado.

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Vamos entender a operação urbana Água Branca e a Operação Urbana que está sendo apresentada (Lapa-Brás). Elas se encontram no limite das duas e isso terá que ter uma solução técnica que será apre-sentada no novo projeto. É desejável que nós tivéssemos todos os trilhos da cidade aterrados? Óbvio, mas não é possível pelo ponto de vista econômico. O que se deve, então, é trabalhar o trecho onde, obriga-toriamente, haverá o aterramento. Dessa forma devolveriamos a capacidade de cres-cimento para aquela região. Não o cresci-mento de adensamento, mas o crescimento de responsabilidade, inclusive ambiental. Todos nós conhecemos o processo de degra-dação que a linha férrea trás para as suas áreas lindeiras. Então se é possível cons-tituir uma via parque que devolva para aquela comunidade algo que há muito tempo ela não tem, esse é o esforço que o projeto urbanístico terá que apresentar.

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Na realidade, você tem que preser-var o bairro que não se verticalizou. Até porque essa é uma obrigação dada pelo Plano Diretor da Cidade naquilo que é a qualidade dos bairros verdes. Temos que desenvolver a capacidade de aden-samento populacional, não adensamen-to de volume de construção. Ou seja, é ter gente morando de fato e não só cons-trução com pouca gente morando. É trazer o cidadão para mais próximo do emprego. Então, se temos forte presença de empregos nas regiões centrais, temos que trazer a população para próximo dessas vagas e, da mesma forma, levar o emprego para próximo da população que está na periferia. Por isso foram lançadas três importantes operações Urbanas Lapa – Brás; Mooca – Vila Carioca e Rio Verde – Jacu.

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“Se temos forte oferta de empregos nas regiões centrais, temos que trazer a população para próximo desse emprego e, da mesma forma, levar o emprego para próximo da população que está na periferia”

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carros e come os alimentos que ganha das pessoas que moram por ali. “Eu olho carros ali na outra rua. Às vezes me dão um real, às vezes cinqüenta e outros saem com o vidro fechado e nem falam obrigado. No final do mês dá pra tomar uma pinga”, conta Ramiro.

Nas ruas da Lapa de Baixo vivem também Fernando (27) e Dia Viviane (31), que moram juntos num barraco improvisa-do, a poucos metros do abrigo de Ramiro. “Tenho uma filha que mora com a avó no Canta-galo (bairro da Zona Norte de São Paulo)”, conta Viviane. Para sobreviverem em meio a tantas dificuldades, saem pelas ruas reco-lhendo sucata, que é vendida para um ferro velho da região. O rendi-mento varia e eles não sabem ao certo quanto conseguem ganhar em um mês. Dizem que é menos que um salário mínimo (R$ 500).

Na mesma calçada, um pouco mais adiante, moram sete pessoas. Entre eles está Jorge (27), pai de

Quem caminha pelas ruas da Lapa de Baixo, nas imediações do viaduto, se depara com cenas de miséria, abandono e descaso. Em meio ao lixo, restos de comida, sucatas e muitas garrafas, moram cerca de dez pessoas. Papelões, plásticos e panos velhos torna-ram-se o teto diário desses desa-brigados. Para espantar o frio da madrugada, os sem teto bebem pinga. Um fogareiro improvisa-do é utilizado para fazer comida e esquentar a água do banho, que é tomado ali na calçada mesmo, com a ajuda de uma canequi-nha. São homens, mulheres e até mesmo idosos que dependem de caridade para sobreviver.

Um deles é Ramiro dos Santos, de 60 anos. Chamado de vovô pelos outros sem teto, vive na companhia de dois cachorros. Ele está há onze anos nas ruas e perdeu o contato com a família. Para sobreviver, toma conta de

uma menina de três meses, que vive com a mãe em um barraco na Vila Brasilândia (Zona Norte). Apesar de ter o Ensino Médio incompleto, cursos de vigilân-cia, panificação, confeitaria e tecelagem, ele não consegue emprego por conta de proble-mas com a Justiça, no passado.

“Fiquei na Penitenciária por dez meses por causa de drogas. Mas já cheguei a ficar três anos e quatro meses por roubo. Eu sai da Pe-nitenciária e não tive mais ajuda nenhuma. Hoje eu não uso mais drogas”, relata Jorge.

Quando questionados sobre os albergues oferecidos pela Pre-feitura, as respostas de quem vive nas ruas da Lapa de Baixo são unânimes: todos rejeitam esse

assistência social

NÁTHALIE ROCHA e TATIANA LANZELOTTI

sistema de acolhida. E são vários os motivos dessa rejeição: não têm onde deixar os carrinhos que usam na coleta de sucatas, não é permitida a entrada de animais (e quase todos têm como com-panheiro um cão abandonado) e horário rígido para sair do alber-gue pela manhã. “Eu não gosto de lá (do albergue municipal). Às cinco horas da manhã tem que sair e voltar para a rua. Então é melhor ficar aqui”, diz Ramiro.

A ajuda que os sem teto querem da Prefeitura é uma casa para morar e não apenas um lugar provisório para passar as noites. “Se o prefeito (Gilberto Kassab) aparecesse por aqui eu ia pedir uma casa para mim e para os ca-chorros”, afirma Ramiro.

Recentemente, o prefeito Gil-berto Kassab regulamentou os procedimentos a serem seguidos pela Guarda Civil Metropolita-na (GCM) quando em conato com a população em situação de rua. Segundo esta regula-mentação, cabe à GCM "contri-

Para resolver o problema dos moradores de rua da Lapa de Baixo, a coordena-dora de Assistência Social da Região Centro-Oeste, Mar-garida Yoshie Yuba, afirma que a Secretaria Municipal de Assistência Social pretende realizar um trabalho intersse-torial, que envolve a própria secretaria, a subprefeitura , a Secretaria de Saúde, além da Guarda Civil Metropolita-na e Polícia Militar: “É uma questão muito complexa, mas com diálogo vamos con-seguir um trabalho efetivo de integração” concluiu Mar-garida Yuba. No entanto, até o momento, não houve nenhum passo concreto para a solução desse quadro de exclusão. (TL)

“Todos nós somos prisioneiros de nossa própria experiência”

Viaduto da Lapa: abrigo dos sem teto

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saúde

buir para evitar a presença de pessoas em situação de risco nas vias e áreas públicas da cidade e locais impróprios para a perma-nência saudável das pessoas" e isso deve ser feito por meio da "abordagem e encaminhamento das pessoas, observando orien-tações da Secretaria Municipal de Assistência e Desenvolvi-mento Social (Smads)".

Na Lapa de Baixo, Jorge acusa a Guarda Civil Metropolitana de ser muito violenta com os moradores de rua. “Eles vêm aqui diariamen-te já bagunçando e pegando tudo. Se você quiser separar alguma coisa, dependendo do jeito que você pegar, já leva uma borra-chada”. Ele também reclama do modo com que a sociedade trata as pessoas de diferentes níveis sociais e finaliza como quem coloca o dedo nesta grande ferida social: “Todos nós somos prisio-neiros de nossa própria experiên-cia, ninguém elimina preconceito, apenas reconhece”.

Não apenas na região da Lapa, mas também por toda São Paulo, encontramos pessoas que se tornam invisíveis aos olhos da sociedade, como a população que vive em situação de rua. Após conferir de perto esse quadro na Lapa de Baixo, o Jornal Nova Lapa entrevistou o desembarga-dor Antonio Carlos Malheiros,

magistrado do Tribunal de Justiça de São Paulo e coordenador do curso de Direito das Faculdades Integradas Rio Branco.

Em entrevista à repórter Larissa Nalin, Malheiros falou sobre as causas que levam as pessoas às ruas e como o poder público está atuando para mudar esse cenário.

Miséria, geradora de miséria

“A miséria é a causa pior das pessoas irem para as ruas. Miséria que cria miséria, que desagrega a família. O pai desempregado que passa a beber em face da frustra-ção que ele sente, a mãe que se prostitui e as crianças que acabam indo para a rua”.

Personagens da miséria

“Vivem nas ruas, pessoas com depressão, alcoólatras, usuários

de drogas e até mesmo pessoas que enlouqueceram. Também vamos encontrar nas ruas, meninas, até mesmo de classe média e alta, de-sesperadas por serem molestadas sexualmente por seus pais e pa-drastos. A mãe, mesmo sabendo de toda essa situação, não lhes dá socorro, por medo de perder a se-gurança financeira ou por medo do homem violento que tem dentro de casa. Essa mãe acaba não fazendo nada e, assim, a menina sentindo-se completamente desamparada vai para a rua”.

Poder inoperante

“O poder público se mostra ab-solutamente inoperante em relação aos moradores de rua e, principal-mente, em relação às crianças e adolescentes. Passa muitas vezes a ter um procedimento higienista, ou seja, eu vou afastar, vou jogar para ‘debaixo do tapete’ da grande cidade esse lixo humano, que são

os moradores de rua. Então, pre-cisam dar condições de habitação para aqueles que querem sair das ruas, porque existem muitos que não querem sair, principalmente essas crianças e adolescentes”.

Abrigados diferenciados

“Em relação às crianças, o poder público deveria começar a retirar das ruas aquelas que não têm pai e mãe junto delas e levá-las para um abrigo. Abrigos especiais, para que esses meninos e meninas não queiram voltar às ruas. Essas crianças vivem uma grande situação de risco. É só uma questão de tempo para que elas comecem a cheirar cola, depois cocaína, maconha, álcool e cheguem no crack, que esse, é o ponto final. Infelizmente, nós ainda temos um poder público bastante inoperante nessas ques-tões. Um Estado que é bastante ausente na vida das pessoas”.

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significa um deslocamento com vários inconvenientes: se for a pé implica na utilização de pas-sagens de nível degradas e sem acessibilidade, além de uma ca-minhada de fôlego.

Se a opção for o carro, haja paciência para cruzar o trânsito complicado da região do viaduto da Lapa. “De ônibus é ainda mais complicado”, alerta Boneli.

Questionada pelo Nova Lapa sobre essa demanda, a Secretaria Municipal de Saúde, por meio de sua Assessoria de Comunicação, limitou-se a dizer que “o assunto será analisado”.

Uma das tantas reivindica-ções comunitárias junto à Pre-feitura de São Paulo acaba de chegar ao gabinete do prefeito Gilberto Kassab: a implanta-ção de uma Unidade Básica de Saúde (UBS) na Lapa de Baixo. “Não faz sentido os morado-res terem que se deslocar até a Vila Romana, por exemplo, para serem atendidos”, afirma o presidente da Associação Amigos de Bairro da Região da Lapa (Consabs), José Benedi-to Boneli Morelli. “Na Lapa de Baixo moram muitas pessoas com idade avançada que se queixam de não poderem contar com um posto de saúde perto de suas casas. Por isso é que proto-colamos no gabinete do prefeito e também na Secretaria Munici-pal de Saúde o pedido de cons-trução de uma UBS”, acrescenta o líder comunitário.

Uma das opções de atendi-mento numa UBS para quem mora na Lapa de Baixo fica na Rua Catão (Vila Romana). Isso

“Consabs pressionadiretamente no gabinete do prefeito Gilberto Kassab”

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UBS da Rua Catão está longe do bairro

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JORNAL NOVA LAPA8

O Cepro Rio Branco é reconhecido pela qualidade de seu trabalho por vários “atores” da comunidade: familiares dos jovens bene-ficiados pelo Programa, os próprios jovens, empresá-rios que contratam ex-alu-nos, rotarianos, integrantes de órgãos do governo e de entidades que realizam um trabalho semelhante. Um exemplo disto é que o Cepro Rio Branco foi uma das 50 entidades brasileiras agra-ciadas, no ano de 1998, com o “Prêmio Bem Eficiente” da Kanitz & Associados.

O prêmio foi criado no ano de 1997, com o objeti-vo de divulgar e estimular o bom desempenho de entida-des filantrópicas que atuam em todo País.

Com os resultados desse trabalho, o Cepro firmou em setembro de 2003 uma parceria de dois anos de duração com a IYF - Inter-national Youth Foundation no programa Entra 21 de Tecnologias da Informação. A iniciativa foi patrocinada pelo BID (Banco Interame-ricano de Desenvolvimento) e pela Merrill Lynch, e visava contribuir para a melhoria do capital humano da região

Grande-Oeste de São Paulo, de forma a torná-lo multipli-cador de novas posturas e ati-tudes sociais/profissionais, nas empresas e na comuni-dade, ampliando, assim, sua mobilidade social.

O Programa Entra 21 propôs como grande desafio inserir 40% dos jovens capa-citados no mercado de traba-lho. Durante todo o projeto, que durou três anos, o Cepro Rio Branco inseriu 47,6% destes jovens.

No dia 21 de junho, os alunos da 8ª turma do Programa de Aprendiza-gem Profissional (PAP) do Cepro e do Programa para Surdos e Pessoas com De-ficiência Física, realizado em parceria com Selur – Sindicato das Empresas de Limpeza Urbana no Estado de São Paulo - assistiram à tradicional Palestra Inaugu-ral do Senestre Letivo, con-duzida pela coordenadora do Cepro, Susana Penteado.

Durante o bate-papo com os jovens e seus familiares, traduzido simultaneamen-te para a Língua Brasileira de Sinais – Libras, Susana apontou as principais dire-trizes dos cursos, eviden-ciando aspectos a serem trabalhados nas aulas e a importância da dedicação aos estudos e do apoio da família para um bom desem-penho na profissão.

Médio”, explica Susana Pente-ado, coordenadora do Cepro. “Durante um semestre eles passam por uma capacitação de 20 horas semanais, com conteú-dos específicos que os preparam para atuar em funções em áreas como atendimento e vendas, incluindo aí o telemarketing”, acrescenta Susana.

As aulas ministradas no Campus das Faculdades Inte-gradas Rio Branco, na Lapa de Baixo, têm atraído um número significativo de jovens, num trabalho que estimula as em-presas a contratarem aprendi-zes, conforme Lei Federal re-gulamentada em 2005, mas até

O que não faltam na região da Lapa são exemplos de projetos bem sucedidos, que propiciam a inserção de jovens no mercado de trabalho. Um deles está sob a tutela da Fundação de Rotaria-nos de São Paulo. Trata-se do Centro Profissionalizante Rio Branco (Cepro), que há mais de 60 anos capacita adolescen-tes de baixa renda para que eles tenham melhores condições de pleitear no mercado o primeiro emprego. “Nosso público-alvo são jovens entre 15 e 18 anos, ou seja, estudantes que estão cur-sando ou concluindo o Ensino

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EDUARDO FIORA hoje pouco conhecida e respei-tada pelo empresariado.

De acordo com a Lei 10.097, conhecida como Lei do Apren-diz, as empresas que possuem mais de 100 funcionários são obrigadas a contratar jovens entre 14 e 24 anos, respeitando uma série de normas próprias, in-clusive o horário escolar dos con-tratados. O Cepro está localiza-do na Rodovia Raposo Tavares, km 24, e tem um núcleo nas Fa-culdades Integradas Rio Branco, na Lapa de Baixo. Interessa-dos em conhecer a instituição podem obter mais informações no site www.cepro.org.br ou pelo 0800-165521.

parceria

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Cursos capacitam para o mercado de trabalho

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