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Ano XX - Mai/Jun 2016 - nº 120 - R$ 18,00 - www.revistalaticinios.com.br - ISSN 1678-7250 Guia da Semana do Laticinista Congresso Nacional de Laticínios Edição Especial Guia da Semana do Laticinista Congresso Nacional de Laticínios Balanço 20 anos do setor lácteo Balanço 20 anos do setor lácteo

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Ano XX - Mai/Jun 2016 - nº 120 - R$ 18,00 - www.revistalaticinios.com.br - ISSN 1678-7250

Guia da Semana do LaticinistaCongresso Nacional de Laticínios

Edição Especial

Guia da Semana do LaticinistaCongresso Nacional de Laticínios

Balanço 20 anos do setor lácteo

Balanço 20 anos do setor lácteo

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CONJUNTURA

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Ano XX - nº 120 - maio/junho 2016www.revistalaticinios.com.br

ISSN 1678-7250

Diretor e EditorLuiz José de Souza

[email protected]

RedaçãoJuçara Pivaro

[email protected]

PublicidadeLuiz Souza

Carolinna [email protected]

Daiane [email protected]

AtendimentoAna Carolina Senna de Souza

[email protected]

CapaFoto: www.istock.com

DiagramaçãoFábio Ruiz

AssinaturaAssinatura anual - R$ 105,00 (6 edições)

Número avulso - R$ 18,00

Comitê EditorialAirton Vialta - DG/Ital

Ana Lidia C. Zanele Rodrigues - Allegis ConsultoriaAntônio Fernandes de Carvalho - UFV

Ariene Gimenes Van Dender - Tecnolat/ItalDarlila Aparecida Gallina - Tecnolat/Ital

Izildinha Moreno - Tecnolat/ItalJosé Alberto Bastos Portugal - Embrapa Pecuária Sudeste

Mucio Furtado - DuPont/DaniscoNeila Richards - UFSM

Sebastião César Cardoso Brandão - UFV/Amazing Foods

SETEMBRO EDITORA

Ed. Green Office MorumbiRua Domingues Lopes da Silva 890, Cj. 402

Portal do MorumbiCEP 05641-030, São Paulo, SP, Brasil

Tel.: (11) [email protected]

As opiniões e conceitos emitidos emartigos assinados não representam necessariamente a posição da

revista Indústria de Laticínios.Mantenha seus dados atualizados preenchendo os formulários

no site www.revistalaticinios.com.br

P

Nesta edição, temos muito que comemorar - a Revista Indústria de Laticínios completa 20 anos no mercado editorial. Consideramos uma vitória e todos nossos parceiros, também batalhadores do setor de laticínios, sabem o significado de manter qualquer tipo de empresa em pé em meio a uma economia instável, como é o caso da brasileira.Sentimos orgulho de ter acompanhado todos os principais passos do setor de produtos lácteos. Durante todos esses anos, procuramos marcar presença nas diversas áreas da cadeia produtiva do setor, desde o segmento acadêmico, que muito contribuiu para levar conhecimento científico aos nossos leitores, passando por fornecedores de insumos e equipamentos, além do setor de marketing com objetivo de incorporar informações de mercado em nossas matérias e de organizadores de feiras, congressos, seminários, eventos que sempre fizemos questão de acompanhar para trazer novida-des para nossas páginas.Esta é mais uma oportunidade para agradecermos o apoio de nossos parceiros de todas as áreas englobadas na publi-cação, muitos deles nos acompanharam desde as primeiras edições. Felizmente são tantos parceiros, que seria injusto enumerar e correr o risco de esquecer alguns deles. Agradecemos também nossos leitores e do retorno positivo que nos trazem e nos motiva a continuar nessa trajetória, buscando cada vez mais conteúdo de qualidade que os profissionais do mercado de laticínios merecem.

Boa Leitura,

Luiz SouzaDiretor

rezados Leitores,

EDITORIAL

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SUMÁRIO

ANUNCIANTES

• EntrevistaMárcio Lopes de Freitas, presidente do Sistema OCB, fala de cooperativismo.....................................................................12

• Empresas & NegóciosLançamentos e inovações no mercado de lácteos...................................................................................................................18

• Matéria de Capa20 anos de Revista Indústria de Laticínios - Balanço do setor lácteo....................................................................................22

• InovaçãoSoluções da indústria do setor lácteo.....................................................................................................................................27

• EventoSemana do Laticinista vem com novo formato......................................................................................................................28

• CategoriaLeite Fermentado – Antiga solução continua em crescimento...............................................................................................46

• CoberturaFispal Tecnologia 2016 – Feira surpreende positivamente.....................................................................................................48

• Redução de sódioA difícil tarefa de reduzir sódio em queijos............................................................................................................................54

• MaturaçãoUmami, o quinto gosto, no processo de maturação de queijos.............................................................................................56

• PainelMovimento do mercado do setor de leite e derivados...........................................................................................................58

• ConjunturaPreço sobe em todos os estados; média Brasil está 15% maior que há um ano...................................................................70

• Fazer MelhorProdutos Lácteos Como Alimentos Funcionais Carreadores de Probióticos e Prebióticos....................................................72Soro em pó: considerações sobre sua participação na cadeia do leite no Brasil...................................................................78

Águia Inox.................................................................................45

Allenge.....................................................................................21

Anhembi...................................................................................39

Assinatura Revista Indústria de Laticínios...............................61

Danfoss.............................................................................3ª capa

Döhler........................................................................................17

FiSA................................................................................33

Fortitech............................................................................2ª capa

Germinal / Ashland......................................................................5

Globalfood.................................................................................11

Injesul....................................................................29

Lisboa.......................................................................................59

Livro Nova Legislação de Produtos Lácteos.............................57

Macalé..........................................................................55

Metachem.. . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . 19

Padroniza..........................................................................65 e 67

PZL...........................................................................77

SIG Combibloc...................................................................4ª capa

Somarole.....................................................................63

Sweetmix................................................................................69

Tecnibra...................................................................................35

TetraPak...................................................................15

Tovani Benzaquen.......................................................................9

Vivare............................................................................41

Vogler......................................................................43

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AGRADECIMENTO

Agradecemos aos nossos parceiros de empresas e da área acadêmica que nos enviaram palavras que traduzem o apoio e o respeito que cativamos no mercado. Agradecemos a esses que tiveram a oportunidade nos parabenizar pelos 20 anos da Revista Indústria de Laticínios dedicados a informar da melhor forma possível o setor de leite e produtos lácteos.

Nosso agradecimento vai, não apenas aos parceiros abaixo, mas a todos que acompanharam a trajetória de duas décadas de nossa publicação.

Grato pela companhia nessa caminhada!

Luiz Souza Diretor e Editor

A Revista Indústria de Laticínios é grande parceira do TECNOLAT-ITAL. Nestes anos que trabalho como pesquisadora científica, tive a oportunida-de de publicar vários artigos técnicos sobre produtos lácteos diversos nesta revista, além de participar de entrevistas e divulgar, assim, o conhecimento técnico-científico que adquirimos em nossa formação acadêmica e com a vi-vência prática de atendimento aos laticínios. A Revista Indústria de Laticí-nios também sempre nos apoia na divulgação de eventos que realizamos, auxiliando a transferência de conhecimento para o setor produtivo.

Patricia Blumer

Pesquisadora Científica

Tecnolat/Ital

A Globalfood e todos seus colaboradores parabenizam a Revista In-dústria de Laticínios pelos seus 20 anos de existência e agradecem pela contribuição significativa com o setor de laticínios, apresentando ma-térias com qualidade e seriedade. Estamos orgulhosos em fazer parte dessa história de sucesso.

Monica Hasserodt

Gerente de Marketing da Globalfood

A pecuária leiteira é uma das principais en-grenagens do agronegócio brasileiro e, como em qualquer outra atividade, precisa buscar sempre o intercâmbio de ideias e informações para poder aprender e disseminar as melhores práticas de pro-dução, garantindo a qualidade ao consumidor final e o desenvolvimento do nosso setor. O Silemg acredita nessa máxima e mantem o diálogo permanente com toda a cadeia produtiva, criando oportunidades para a disseminação dos benefícios do leite. A Revista La-ticínios, que nesses 20 anos se consolidou como uma das principais referências para a nossa indústria, é uma importante parceira na comunicação do segmento com o mercado. Parabéns a todos que se dedicam a este projeto tão importante para o laticínio nacional!

João Lúcio Barreto Carneiro

Presidente do Silemg (Sindicato da indústria de Laticínios do

Estado de Minas Gerais)

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Parabenizamos a Revista Indústria de Laticínios por completar 20 anos de serviços prestados à indús-tria do setor, sempre registrando com muito profis-sionalismo e competência os avanços tecnológicos do setor lácteo nacional.

Airdem Gonçalves de Assis

Gerente Executivo

Agência de Inovação POLO DO LEITE

A Revista Laticínios é um importante meio de comunicação e de fundamental leitura para todos que atuam no setor de lácteos. Nesses 20 anos de trabalho, a publicação entregou aos seus lei-tores informações relevantes e com responsabilidade. Para nós da Tetra Pak é um prazer fazer parte dessa história.

Rosana Marques

Diretora de Comunicação e Public Affairs da Tetra Pak”

Aos amigos da Revista Indústria de Laticinios,A ABIQ (Associação Brasileira das Indústrias de

Queijo) congratula-se com a Revista Indústria de La-ticínios por seus 20 anos de atuante, decisiva pre-sença e incondicional apoio ao segmento de lácteos, tornando-se um veículo de referência para quem quer conhecer e atualizar-se sobre a indústria de la-ticínios no Brasil. Nossos agradecimentos em espe-cial, por seu constante suporte ao setor de queijos.

Fabio Scarcelli

Presidente da ABIQ

É com enorme satisfação e prazer que congratulo com a Re-vista Indústria de Laticínios pelo seus 20 anos de existência e importantíssimo trabalho prestado à indústria e aos profissio-nais da área. Fruto do trabalho árduo, profissional e dedicado de Luiz Souza e equipe, a “Indústria de Laticínios” veio cobrir uma lacuna que havia na época para informações técnicas, in-dustriais e de mercado. Desde então, segue crescendo em im-portância e prestação de serviços ao setor laticinista.

Sou testemunha do esforço de Luiz Souza para que ela fos-se uma realidade e ao mesmo tempo agradecido pelos traba-lhos publicados, quer de origem particular, quer corporativos.

Parabéns a todos que fazem a Revista Indústria de Lati-cínios ser uma referência no nosso setor.

Lúcio Alberto Forti Antunes

Food Cultures & Enzymes Business Manager South Cone-LATAM/CHR-HANSEN

AGRADECIMENTO

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Um setor dinâmico e ávido por inovações como a indústria de lácteos merece uma publicação como a Revista Indústria de Laticínios que, de forma clara e objetiva, cobre as principais notícias e antecipa as principais ten-

dências. Sem dúvida hoje os grandes negócios são norteados pelas boas informações; e é justamente isso que encontramos em cada seção desta publicação. Seja em uma matéria mais técnica ou de cunho mais mercadológico, o profissional do se-tor sabe que pode contar com um conteúdo relevante e que ajudará na tomada de decisões do dia a dia, além de atualizá--lo sobre inovação em matérias-primas, tecnologias e modelos de gestão.

E como a SIG Combibloc tem em seu DNA jus-tamente a inovação e o monitoramento de todas as tendências desta indústria, procuramos estar pre-sentes o máximo possível nesta publicação, como fonte de informação e como leitores. Agradecemos todo o apoio que a Revista Indústria de Laticínios tem dado à SIG nestes 20 anos e torcemos para continuar

participando dessa história de sucesso no futuro. Que as embala-gens cartonadas assépticas de alta qualidade e as tecnologias de ponta da SIG continuem gerando grandes matérias e contribuindo para esta publicação manter-se como uma referência para o setor.

Luciana Galvão

Diretora de Marketing Américas da Sig Combibloc

Todos que falam bem e a verdade sobre leite merecem nosso respeito.

Jorge Rubez

Presidente da Leite Brasil

AGRADECIMENTO

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Alternativa cooperativa

ENTREVISTA

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O cooperativismo está consolidado em vários setores da economia brasileira e, no leiteiro, tem demonstrado força e eficiência. O entrevistado Marcio Lopes de Freitas, que tem suas raízes familiares no sistema de cooperativas mostra como o esse tipo de gestão evoluiu e se profissionalizou, trazendo benefícios aos produtores associados a cooperativas.

Márcio Lopes de Freitas, presidente do Sistema OCB, é agropecuarista e cooperativista há mais de 30 anos,

nasceu em Patrocínio Paulista (SP), é graduado em Administração pela Universidade de Brasília (UnB). A paixão

pela agricultura e pelo cooperativismo vem de família. Como produtor rural e cooperativista atuante, seu pai,

Rubens de Freitas, também tinha o gosto pelo cultivo do café e da produção de leite, e ocupou cargos de liderança

no setor, como a presidência da Organização das Cooperativas do Estado de São Paulo (Ocesp).

E foi justamente por acreditar e defender os valores e princípios do cooperativismo, que Márcio Freitas buscou

na atividade cooperada uma melhor alternativa de vida. Sua participação direta no setor teve início em 1994,

nas diretorias da Cocapec e da Credicocapec, nas quais atuou como presidente.

Sua contribuição para o desenvolvimento do cooperativismo teve continuidade à frente unidade estadual de

São Paulo (Ocesp), entre 1997 e 2001, e, finalmente, como representante do movimento, no exercício de presidente

da Organização das Cooperativas Brasileiras (OCB) e do Serviço Nacional de Aprendizagem do Cooperativismo

(Sescoop), naquele mesmo ano.

A presidência da Confederação Nacional das Cooperativas (CNCoop), Freitas assumiu em 2005, com a criação

da entidade. Sua atuação não fica restrita ao território brasileiro. Ele ocupa, ainda, a presidência da Organização

das Cooperativas dos Países de Língua Portuguesa (OCPLP), desde 2010.

Márcio Lopes de Freitas é um cooperativista convicto, que reafirma diariamente, seu comprometimento com o

cooperativismo brasileiro. Por isso, segue com a paixão costumeira, trabalhando fortemente pelo crescimento do

movimento cooperativista à frente do Sistema OCB.

"A capacidade da coordenação da cadeia

produtiva que as cooperativas naturalmente desenvolvem faz com que essas parcerias encontrem terrenos férteis

para se desenvolver".

Revista Indústria de Laticínios - Nos úl-timos anos, o cooperativismo cresceu no Brasil? Quais setores adotam mais esse for-mato para os produtores?

■ Márcio Lopes de Freitas - O coopera-tivismo se consolida como um movimento formado por mais de 12,7 milhões de famí-lias que apostam em um jeito diferente de empreender e compartilhar resulta-dos. Nós, do Sistema OCB, temos orgulho em fazer parte desse universo e de falar ao mundo sobre os inúmeros benefícios desse modelo de negócios diferenciado. No Brasil, o cooperativismo é composto por 13 diferentes setores econômicos, entre eles, saúde, crédito, educacional, agropecuário, transporte e mineral.

Entendemos que sempre há uma opor-tunidade de evoluir e avançar mais um passo rumo ao cumprimento da missão de representar, defender e desenvolver as cooperativas brasileiras. É assim que o Sistema OCB, formado pela Organização das Cooperativas Brasileiras (OCB), pelo Serviço Nacional de Aprendizagem do Co-operativismo (Sescoop) e pela Confedera-ção Nacional das Cooperativas (CNCoop), empenha-se em tornar o cooperativismo do nosso país mais competitivo e respei-tado pelo importante papel que desem-penha na sociedade.

Foi em 1969, com a criação da OCB, que o nosso movimento ganhou força e se posicionou de forma verdadeiramente organizada, complementando essa es-trutura com o surgimento do Sescoop e, posteriormente, da CNCoop. Como nas estruturas familiares, comportamos va-riados perfis, apostando na multiplicida-de. O respeito à diversidade, intrínseco aos valores cooperativistas, é o que so-lidifica nosso compromisso com a valori-zação das pessoas e a busca constante de inovação. Somos verdadeiramente um por todos e todos por um e, por isso, co-memoramos esse aprimoramento cons-tante da capacidade de compartilhar e crescer juntos.

Em cada um dos 27 estados brasileiros, o Sistema OCB possui suas Unidades Es-taduais, que se orientam pelos mesmos princípios e valores da Unidade Nacional. Essas organizações são o elo entre o Sis-tema OCB e a realidade de cada região onde o cooperativismo está presente. É no âmbito local que os cooperados inte-ragem e constroem suas demandas.

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ENTREVISTA

"Se somadas as famílias dos cooperados,

estima-se que, hoje, o movimento agregue mais de 51 milhões de pessoas,

ou 24,9% do total de brasileiros".

"As cooperativas, ao longo do tempo – e das crises –

têm demonstrado significativa importância

para o contexto socioeconômico do Brasil".

A autogestão das cooperativas foi insti-tuída com a promulgação da Constitui-ção Federal de 1988, que assegura a não--interferência do Estado nas associações. O texto constitucional traz, em diversos artigos, importantes contribuições para o setor, como a determinação de apoio e estímulo ao cooperativismo, a previsão do adequado tratamento tributário ao ato cooperativo e a definição da autonomia das sociedades cooperativas.

Nossa trajetória sinaliza um caminho em permanente evolução. Somos todos perso-nagens de uma história que não para de se construir, movida pelo fundamento do cooperativismo, sempre aberto à partici-pação de quem almeja o bem comum como condição da própria felicidade. É assim que, passo a passo, pavimentamos um caminho de transformação, sempre para melhor.

Rumo ao primeiro cinquentenário, a OCB se posiciona frente a sociedade com um olhar otimista, que tem no compartilha-mento da bagagem o estímulo diário para o desenvolvimento e a valorização de todos. A transparência e a ética acompanham cada passo da trajetória desta instituição sólida, engajada na formação de um país ancorado na equidade de condições. Ser cooperativista, afinal, é esculpir a cada dia a base de um amanhã sempre melhor.

RIL – Quais as maiores vantagens do siste-ma de cooperativas na economia instável do Brasil? É um formato que traz mais pro-teção ao produtor frente as turbulências do mercado, entre outros aspectos? ■ Márcio Lopes de Freitas - As cooperati-vas, assim como todos os outros players do setor econômico nacional, inevitavelmente sentem os efeitos da crise. Contudo, por sua natureza distinta das empresas mer-cantis, elas possuem uma capacidade dife-renciada de minimizar os impactos deste momento turbulento da economia. Esse diferencial perpassa por um rigoroso processo de gestão e qualificação profis-sional dos gestores, cuja atuação ocorre sempre em prol dos cooperados.

As cooperativas, ao longo do tempo – e das crises – têm demonstrado significati-va importância para o contexto socioeco-nômico do Brasil. Se comparado ao total de habitantes no país, o número de asso-ciados a cooperativas representa 6,2% da população brasileira. Se somadas as famí-lias dos cooperados, estima-se que, hoje, o movimento agregue mais de 51 milhões de pessoas, ou 24,9% do total de brasileiros.

E todas essas pessoas trabalham juntas por um Brasil melhor. As cooperativas, mui-to mais do que grãos, crédito ou serviços di-versos, têm sua gestão focada em confian-ça, pois só assim pode-se atuar uns pelos outros. Esta é a meta do cooperativismo e é isso que oferecemos ao país: confiança.

RIL – O setor leiteiro tem tradição em ado-tar o cooperativismo e já assimilou essa cultura. Fale um pouco sobre a evolução do cooperativismo nesse setor. Por conta dessa tradição, o setor está mais aprimo-rado? De que forma as cooperativas estão contribuindo para a melhoria da qualida-de do leite? ■ Márcio Lopes de Freitas - O cooperati-vismo do leite nasceu no início do século XX, juntamente com o setor leiteiro nacional e, desde então, tem contribuído com a e evolução do mesmo. Notadamente, pelo compromisso que a cooperativa tem em gerar renda para o produtor de leite, a informação, orientação e assistência téc-nica têm sido ações continuadas.

Para o movimento cooperativista brasilei-ro, o Serviço Nacional de Aprendizagem do Cooperativismo (Sescoop) tem sido uma ferramenta importante na área de capa-citação. Soma-se a isso muitos casos de su-cesso de parcerias das cooperativas com outras entidades, públicas e privadas, em diversos programas, como exemplo o pro-jeto Educampo, do Sebrae, Balde Cheio da Embrapa, iniciativas com foco na assistên-cia técnica rural do Senar, dentre outros.

A capacidade da coordenação da cadeia produtiva que as cooperativas natural-mente desenvolvem faz com que essas parcerias encontrem terrenos férteis para se desenvolver. É uma importante re-lação de ganha-ganha. Outro importante fato, diz respeito ao excelente relaciona-mento entre cooperativas agropecuárias e cooperativas de crédito. Isso facilita o acesso ao crédito rural e possibilita me-lhores investimentos e formas mais rápi-das de contratação por parte dos produ-tores de leite.

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"As cooperativas têm entre suas vantagens competitivas

a natural economia de escala, gerada desde

o momento da compra de insumos até a

comercialização conjunta; o que oferece aos cooperados maior poder de negociação

e compra".

RIL – Atualmente, os insumos pesam bastante no preço do leite. O sistema de cooperativas contribui para conseguir maior poder de negociação de compra de insumos?■ Márcio Lopes de Freitas - As cooperati-vas têm entre suas vantagens competiti-vas a natural economia de escala, gerada desde o momento da compra de insumos até a comercialização conjunta; o que ofe-rece aos cooperados maior poder de ne-gociação e compra; além disso, os associa-dos também contam com a possibilidade de dividir custos para prestação de servi-ços, como é o caso da assistência técnica, por exemplo.

Em relação ao preço do leite, regulado pelo mercado, seus fundamentos natu-rais são a oferta e a demanda. No caso do leite brasileiro, sua destinação princi-pal é mercado consumidor interno. Por se tratar de um produto com baixo valor agregado no campo, a busca pela maior produtividade e o menor custo de produ-ção é essencial para o produtor de leite. Aí é que entram as cooperativas, com seu papel fundamental de orientar, de viabili-zar assistência técnica e de buscar melho-res negócios nos insumos para produção, como ração e garantindo a compra do leite produzido.

Além disso, é uma preocupação permanen-te das cooperativas a agregação de valor aos produtos oriundos de seus associados, que também impacta positivamente na renda do produtor.

RIL – Em que regiões brasileiras o coope-rativismo no setor de leite está mais desen-volvido? E onde há espaço e/ ou necessi-dade de adotar esse sistema?■ Márcio Lopes de Freitas - O cooperativis-mo nasceu no Brasil com uma forte estru-tura focada nas cooperativas centrais de laticínios, especialmente nos estados de São Paulo, Paraná, Santa Catarina, Rio Grande do Sul, Minas Gerais e Rio de Janei-ro. A grande transformação que o setor passou nos anos 90 enfraqueceu essas estruturas centralizadas até o início dos anos 2000.

Após esse período de crise, as cooperativas voltaram a se organizar e, atualmente, no-ta-se a evolução para estruturas centrali-zadas, seja pela formação de cooperativas de 2º grau ou pela intercooperação entre cooperativas, além do avanço da produção leiteira na região Sul do Brasil, região em que o cooperativismo tem maior participa-ção nas cadeias produtivas.

Sobre os dias de hoje, é importante ressal-tar que o setor de leite viveu em 2015 uma de suas piores crises com os preços inter-nacionais em níveis muito baixos, a retra-ção do consumo no mercado interno em função da crise econômica, somados aos problemas climáticos em regiões produto-ras e ao aumento nos custos de produção no campo, especialmente no custo do mi-lho. Juntos, esses fatores desestimularam a produção nacional, que tem seu reflexo no primeiro semestre de 2016.

Basicamente todas as regiões brasileiras constituem um vasto campo para a explo-ração da atividade leiteira.

RIL – O grau de profissionalização tem aumentado nas cooperativas? Explique como veio a consciência dessa necessida-de e o que mudou? ■ Márcio Lopes de Freitas - As cooperati-vas são empresas formadas por pessoas interessadas em solucionar um impasse comum. Isso quer dizer que os cooperados estão sempre atentos às mais modernas práticas de gestão, serviços tecnológicos e, sobretudo, qualificação de sua mão-de--obra. É por isso que afirmamos que faz parte do DNA cooperativista a busca con-tínua pela melhoria de seus processos de gestão e governança. Isto ocorre desde que a primeira cooperativa foi fundada.

RIL – Além do setor de leite, quais outros setores de produção adotam com mais in-tensidade o modelo de cooperativas?■ Márcio Lopes de Freitas - O cooperati-vismo brasileiro é composto por 13 seto-res econômicos. São eles: Agropecuário, Consumo, Crédito, Educacional, Especial, Habitacional, Infraestrutura, Mineral, Pro-dução, Saúde, Trabalho, Transporte e Tu-rismo e Lazer.

ENTREVISTA

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EMPRESAS & NEGÓCIOS

Guarani Tereos Açúcar & Energia Brasil

lança sua nova marca de açúcar

Em uma inovadora e ousada ação, a Guarani, empresa do grupo Tereos, um dos líderes globais do setor sucroenergetico e especializado na produção de açúcar, etanol, energia, além de amido de milho, investiu meio milhão de reais no projeto de modernização de sua logomarca de açúcar para comercialização no varejo.

Após meses de estudos feitos pela agência francesa WCIE, foi criada também uma nova assinatura – “+Mais que Açúcar”, cujo objetivo é criar um elo emocional entre o produto e seus consumidores, por meio das ações socioambientais promo-vidas pela companhia para tornar o mundo melhor.

“A decisão da Guarani Tereos de investir na modernização de sua marca refle-te a visão da companhia de que um produto carrega, além dos seus atributos de qualidade, todos benefícios sociais e ambientais que a empresa leva em conta em sua cadeia produtiva. O objetivo da reformulação da marca é justamente mostrar para o consumidor esse valor da empresa, que sabemos que impacta na decisão de compra do consumidor”, explica Gustavo Leite Segantini, gerente de Produtos de Varejo da Guarani Tereos Açúcar e Etanol.

Essa decisão faz parte da estratégia de investimentos da Guarani Tereos para criar vínculos da marca com o consumidor. As metas são agressivas: a curto prazo a ideia é aumentar o reconhecimento. Vale lembrar que hoje o mercado de açúcar ao varejo representa 13% do faturamento de açúcar da companhia no Brasil.

Para dar sustentação à modernização da marca, os investimentos também pre-veem ações de publicidade e marketing. “Neste primeiro momento entramos com a nova identidade visual. Na segunda fase, que se inicia no fim de maio, coloca-remos no ar uma ampla campanha digital com promoção para consumidores e também ações no ponto de venda. A terceira fase, provavelmente no segundo se-mestre, terá foco na publicidade off-line”, ressalta Segantini.

A Guarani é hoje a segunda maior produtora de açúcar do país. Sua estrutura de produção conta com tecnologia de ponta e extremo rigor no controle de qua-lidade, unindo alto nível de automação à aplicação de programas de qualidade como 8S, Boas Práticas de Fabricação e APPCC (Análise de Perigos e Pontos Críticos de Controle). “Com todos os investimentos e a qualidade comprovada dos nossos produtos, certamente seremos a marca mais valorizada no mercado do país nos próximos anos”, conclui Segantini.

Piracanjuba lança Creme de Leite Bate

Chantilly 200gO portfólio Piracanjuba continua crescendo. A empresa traz

para o mercado o Creme de Leite Bate Chantilly, que também con-ta com prática embalagem de 200g, com tampa de rosca.

A marca Piracanjuba, pertencente ao Laticínios Bela Vista, com-pletou 60 anos em 2015 e é nacionalmente reconhecida pelas inú-meras inovações no segmento lácteo, proporcionando mais quali-dade e praticidade aos seus consumidores. Está entre as 20 marcas mais presentes nos lares de todo o país e é pioneira no mercado por lançar produtos nutritivos, como bebida láctea com cereais, produtos lácteos para pessoas com intolerância à lactose e queijos em porções individuais.

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Diante do grande sucesso da linha tradicio-nal de Néstle Grego Tortas, a Nestlé, líder mun-dial em Nutrição, Saúde e Bem-Estar, apresenta mais três deliciosos sabores na embalagem in-dividual de 90g, agora nas versões light. Além de terem 50% menos gordura em comparação ao tradicional, eles também trazem menos ca-lorias: todos com 90kcal ou menos. Nestlé Gre-go Torta de Maracujá Light (90kcal) mantém a cremosidade, a consistência firme e a textura aveludada tão apreciadas por serem as caracte-rísticas marcantes dos produtos e encontradas também nos outros lançamentos: Nestlé Grego Torta de Frutas Vermelhas Light, com 90kcal e Nestlé Grego Torta de Banana com Canela Light, com apenas 77kcal.

As novidades no portfólio Nestlé Grego não param por aí. Unindo a praticidade da embala-gem individual de 90g com o máximo da cremo-sidade, há também à disposição os novos Nestlé Grego Doce de Leite, Nestlé Grego Original Light e Nestlé Grego Original.

Nestlé lança três deliciosos sabores de Nestlé Grego Torta

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oEMPRESAS & NEGÓCIOS

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MATÉRIA DE CAPA

A Revista Indústria de Laticínios acompanha a dinâmica do setor leiteiro e seus de-rivados há 20 anos, desde sua primeira edição em 1996. Acompanhamos um período

emblemático pelas mudanças na política do leite e por trazer desenvolvimentos inovadores em ingredientes e embalagens que agregaram valor aos produtos,

expandindo o mercado. Um processo que vinha em ritmo acelerado e, atualmente, busca soluções para manter evolução em melhoria, qualidade e diversidade em

momento de crise econômica.Este balanço do setor de laticínios representa um pequeno retalho da história que a Revista de Laticínios viveu e, aos poucos, edição após edição, contou para nossos leitores e para o mercado do setor.

Balanço 20 Anos do Setor LácteoConquistas e desafios

Acompanhando o movimento dos vários segmentos das indústrias de alimentos e bebidas, o setor de leite e pro-dutos lácteos passou por muitas mudanças nas últimas duas décadas. Nesse período, o consumidor brasileiro viu as prateleiras de supermercados inundadas de novidades. Lácteos incorporaram conceitos de saudabilidade, agre-garam novos ingredientes, ganharam mixes com cereais, levando ao mercado diversidade que os brasileiros não conheciam e encantaram o consumidor. Estimulada pela curiosidade e aceitação de produtos diferentes, as indús-trias sentiram os estímulos vindos do mercado e aposta-ram cada vez mais em inovação.

No setor de leite, a presença constante das embalagens plásticas para envase, conhecidas por ‘barriga mole’, substi-tuíram o tradicionalíssimo litro de leite, mas, posteriormente, foram substituídas em sua grande parte, pelas embalagens cartonadas assépticas. O leite em caixinha entrou para o co-tidiano do consumidor, trazendo a vantagem do prolongado shelf life e, para as indústrias, entre outros aspectos favorá-veis, a facilidade para a logística na distribuição para todo território brasileiro, que tem proporções continentais.

O setor de embalagens cartonadas para leite abriu um mercado em permanente crescimento. Até 2014, o segmen-to vinha crescendo entre 3,5 e 5% ano após ano, segundo Nilson Muniz, diretor executivo da ABLV (Associação Brasi-leira de Leite Longa Vida).

A crise econômica no Brasil puxou um pouco para baixo o crescimento mantido até 2014, e, em 2015, o se-tor longa vida cresceu 2%. O mesmo número é esperado para 2016.

Muniz afirma que: “a crise não afetou fortemente, como os números atestam. O consumo de leite é bem regular e os desafios estão em manter a taxa de crescimento e, o maior deles, melhorar a rentabilidade. Outro grande de-safio é diversificar o portfólio para incentivar o consumo”.

O quadro atual carrega certa complexidade para o se-tor longa vida, pois os custos subiram mais que a inflação de modo geral. Muniz destaca: “particularmente, o preço do leite cru teve alta vertiginosa nos últimos dois meses e a indústria está pagando preços históricos. A dificuldade é repassá-los ao trade. A oferta de matéria-prima (leite) também diminuiu em aproximados 6% a 7%”.

Pelo lado do produtor, a situação também é desafiado-ra, já que os custos com insumos para alimentação do re-banho, dólar alto, fatores climáticos, entre outros fatores, também afetam a lucratividade atualmente.

Jorge Rubez, presidente da Leite Brasil, analisa as mu-danças na produção do campo e afirma que as maiores transformações que aconteceram nas últimas décadas ocorreram na forma de produzir leite. “Houve melhoria na genética dos rebanhos, por meio de inseminação arti-ficial e também pelas raças incorporadas. O gado holan-dês, por exemplo, traz uma produção considerável, segui-do do Jersey e do suíço. Temos também, ração balanceada bem melhor, maneiras novas de fazer silagem, manejo, veterinários que trouxeram mais vacinas, sais minerais específicos para o gado leiteiro. São todas mudanças que trouxeram melhoria para o leite e mais rentabilidade”.

Durante as últimas décadas, a mudança ruim aconte-ceu em relação à mão de obra. “Ninguém mais quer ficar na roça. As novas gerações querem trabalhar em centros urbanos. Treinamos um funcionário e, quando ele aprende a lidar com máquinas, buscam empregos em empreiteiras, porque sonham em morar nas cidades”, comenta Rubez.

Esse fenômeno não é exclusividade do Brasil. Em ou-tros países, ocorre a mesma migração para centros ur-banos. Rubez explica: “vamos ter que modernizar mais para atrair mão de obra. Talvez oferecer infraestrutura para trabalharem no campo e residirem em cidades pró-ximas, que oferecem o tipo de vida que procuram, pagar melhor, entre outras soluções que fixem os funcionários nesse trabalho”.

Menos controle, mais mercadoUma grande vitória, que mudou o rumo da pecuária

leiteira, aconteceu na década de 90 - o fim do tabelamen-to do leite, que permitiu preços começaram a ser regu-lados pelo mercado. Foi um estímulo para os produtores.

O preço do leite regulado pelo mercado, seus funda-mentos naturais são a oferta e a demanda. Pedro Silveira, analista técnico e econômico da OCB.(Organização da Co-operativas Brasileiras) explica: “No caso do leite brasileiro, sua destinação principal é mercado consumidor interno. Por se tratar de um produto com baixo valor agregado no campo, a busca pela maior produtividade e o menor cus-to de produção é essencial para o produtor. Nesse quadro, entram as cooperativas, com seu papel fundamental de orientar, de viabilizar assistência técnica e de buscar me-lhores negócios nos insumos para produção, como ração e garantindo a compra do leite produzido. Além disso, é uma preocupação permanente das cooperativas agregação de valor aos produtos oriundos de seus associados, que tam-bém impacta positivamente na renda do produtor”.

Manter a renda do produtor é uma questão complexa no setor leiteiro. Wagner Hiroshi Yanaguizawa, engenhei-ro agrônomo da Esalq/USP e da Equipe Pecuária do Leite do CEPEA (Centro de Estudos Avançados em Economia Aplicada), expõe a situação: “hoje, a grande questão é até que patamares de preço a indústria vai conseguir con-tinuar aumentando a remuneração do produtor sem ter grandes problemas com a sua margem de lucro, que já tem se estreitado bastante neste ano, pois estão pagando por uma matéria prima mais cara, mas estão com dificul-dades para repassar esse aumento de preços para o con-sumidor final devido ao cenário de crise econômica. E as perspectivas para os próximos meses é que a oferta con-tinue limitada até o inicio da próxima safra, o que pode indicar mais aumentos de preços tanto para o produtor como para o consumidor final”.

Para Yanaguizawa, a instabilidade no setor, atualmen-te, deve-se pela baixa oferta de leite no campo em ní-vel nacional, os problemas climáticos no período consi-derado de safra de produção – no Sudeste se estende de setembro/outubro até março/abril – foi o fator que mais corroborou para esse cenário. Com isso, a indústria não conseguiu acumular os estoques que sazonalmente são feitos nesse período de safra, e como já estamos na en-tressafra essa questão da oferta agravou-se bastante, im-pulsionando os preços pagos ao produtor em todos os 11 estados acompanhamos pelo Cepea mensalmente.

Outro ponto que vem impactando diretamente a oferta de leite é o desestimulo que tem acompanhado a produ-ção no campo, os patamares de custo de produção estão muito elevados desde o ano passado, com os reajustes dos preços da energia elétrica e dos combustíveis, mas principalmente pelos preços da ração – basicamente mi-lho e farelo de soja – que representa cerca de 40% dos custos de desembolso do produtor e que estão batendo recordes de preços este ano. Dessa forma, tem ocorrido uma tendência em nível nacional de migração dos pecu-

Por Juçara Pivaro

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Abril/16Volume

(mil litros de leite)

Mar/16 – Abril/16

(%)

Participa-ção no total exportado

em Abril/16

Abril/16 – Abril/15

(%)

Total 7.899 2% - -67,1%

Leite em pó (integral e desnatado)

37 -67% 0,5% -100%

Leite condensado

3.879 -4% 49% 6%

Queijos 2.034 -25% 26% 24%

Leite modificado

1.360 -8% -7% 17%

Leite fluido 565 25% 7,2% 24%

Total de jan - abril/16 frente ao mesmo período de 2015: -30%

Notas: (1) Consideram-se os produtos do Capítulo 4 da NCM mais leite modificado e doce de leite. Fonte: Secex / Elaboração: Cepea.

ImportaçãoNossa balança comercial tanto em valor quanto em

volume sempre foi negativo, porque o Brasil é um típico importador de leite, ou seja, não conseguimos produzir a quantidade de leite que demandamos todo ano. Em momentos de baixa oferta como agora, as importações de leite em pó têm aumentado bastante do Uruguai e da Argentina – 26,8% com relação a março – porém a indús-tria já sinalizou que esse aumento tem impactado muito pouco na nossa baixa oferta da matéria prima.

Em relação aos derivados de leite também os números de importação comparados aos de exportação são signi-ficativos. As tabelas 2 e 3, com dados relativos ao mês de abril de 2016, exemplificam esse quadro.

Em 2016, dados do Cepea apontam a ausência, pelo se-gundo mês consecutivo, de embarques para a Venezuela, que vinha demandando grandes volumes desde o final de 2013, influenciou fortemente na queda nas exportações brasileiras de lácteos. O país vizinho enfrenta uma severa crise de abastecimento, o que tem limitado as importações de gêneros alimentícios como o leite em pó – principal-mente a preços elevados, como era o caso das negociações com o Brasil. Deve-se ressaltar que, após saldar parte das dívidas com empresas uruguaias, o governo venezuelano deve reestabelecer suas compras de lácteos do Uruguai, que apresenta preços mais competitivos que o Brasil.

Tabela 2 - Volume exportado de lácteos (em equivalente leite)Balança comercial brasileira de lácteos nos últimos 10 anos, em milhões de dólares

MATÉRIA DE CAPA

Tabela 3 - Volume importado de lácteos (em equivalente leite)1

Abril/16Volume

(mil litros de leite)

Mar/16 –Abril/16

(%)

Participa-ção no total importado

em Abril/16

Abril/16 – Abril/15

(%)

Total 169.970 22% - 83%

Leite em pó (integral e desnatado)

136.598 26,8% 80,4% 78%

Queijos 30.660. 2,3% 18% 98%

Manteiga 1.720 148% 1% 441%

Soro de leite2 (mil kg) 1.672 -10% - -7%

Total de jan - abril/16 frente ao mesmo período de 2015: 32%

Notas: (1) Consideram-se os produtos do Capítulo 4 da NCM mais leite modificado e doce de leite; (2) O soro de leite é medido em quilos, não sendo convertido em litros. Fonte: Secex / Elaboração: Cepea.

Lácteos 2014 2015 Variação

Leite UHT 6,91 6,43 -7,0%

Leite em pó 67,46 63,08 -6,5%

Iogurte 0,82 0,57 -30,5%

Soro de Leite 0,09 0,08 -14,1%

Manteiga 5,79 0,93 -84,0%

Queijos 2,59 2,52 -2,7%

Fonte: MDIC / Elaborado por Scot Consultoria – www.scotconsultoria.com.brOs maiores importadores, em valor, foram a Venezuela, com 77,8%, se-guida da Arábia Saudita, com 4,2%, e Angola, com 3,6%.

Principais produtos lácteos exportados pelo Brasil, em mil to-neladas.

Fonte: MDIC / Elaborado por Scot Consultoria – www.scotconsultoria.com.brNeste período analisado, o ano de 2008 teve o melhor resultado, com a ba-lança comercial positiva com US$298,01 milhões. A crise econômica vivida naquele período foi o principal motivo.

Balança comercial brasileira de lácteos nos últimos 10 anos, em milhões de doláres

aristas de leite para a atividade de corte, atraídos pelos bons patamares de preços da arroba do boi gordo e do bezerro. Muitos também abandonaram a atividade. Outro fator que confirma essa instabilidade é que analisando a cadeia inteira, do produtor até o consumidor final, esta-mos frente a dois cenários diferentes.

Yanaguizawa completa: “pelo lado do produtor, temos o problema da baixa oferta dentro do campo, o que faz com que os preços pagos ao produtor pela indústria se valori-zem, e no final da cadeia, nos deparamos com o problema da demanda, pois muitos derivados, com exceção do leite UHT, que é um item de cesta básica são ainda considera-dos produtos de luxo para o consumidor e que têm alta relação de elasticidade-renda, ou seja, com o problema de crise econômica que estamos passando agora, o poder de compra do consumidor está reduzido e isso tem im-pactado diretamente na demanda por esses produtos. Po-rém, como a oferta de leite tem se agravado, hoje, a baixa demanda está sendo limitada pela baixa oferta”.

Muito a melhorarAs duas últimas décadas demonstraram um setor de leite

crescente. Juliana Pila, zootecnista da Scot Consultoria, com-plementa: “porém uma série de questões precisam ser resol-vidas, como melhorar a relação entre indústria e produtor de leite, questões ligadas a qualidade do leite, que afetam a qualidade dos produtos e rendimento da indústria”.

Para a zootecnista, o principal desafio no campo está em manter uma margem satisfatória com a atividade, visto as quedas de preços do leite e pressões do lado dos custos de produção. Outro ponto está nos investimentos em tecnologia em nutrição, sanidade, genética, entre ou-tras, para melhoria dos índices zootécnicos e da produti-vidade. Do lado da indústria, outro desafio é promover o aumento do consumo interno de lácteos. E junto com o governo a imagem dos produtos brasileiros no mercado internacional, pensando na promoção das exportações.

Fonte: MDIC / Elaborado por Scot Consultoria – www.scotconsultoria.com.brEm 2015, a exportação brasileira de produtos lácteos foi de 73,61 mil toneladas. Na comparação com 2014, houve uma diminuição de 12,0% em volume. O fatu-ramento caiu 8,1%, de US$332,43 milhões em 2014 para US$305,52 milhões em 2015. O principal produto exportado no ano passado foi o leite em pó, perfazendo 63,08 mil toneladas, uma queda de 6,5% na comparação com 2014. A receita, po-rém, subiu de US$275,75 milhões para US$278,04 milhões entre um ano e outro.

Tabela 1 - Exportação brasileira de lácteos nos últimos 10 anos. Faturamento em milhões de dólares e volume em mil toneladas

QueijosO segmento de queijos passou por muitas transforma-

ções nas duas últimas décadas. As empresas queijeiras incorporaram maior diversidade em seus portfólios de produtos, inovaram e conquistaram consumidores. Fabio Scarcelli, presidente da Abiq (Associação Brasileira das Indústrias de Queijos), ressalta alguns movimentos desse setor, um deles foi o aumento da concentração de em-presas. “Aquelas que ficaram são mais conhecedoras do mercado, tanto na área comercial, como na tecnológica e investiram em qualidade”.

Para o presidente da Abiq, o Brasil é considerado novo na pecuária leiteira e ainda falta qualidade de matéria prima. A produção queijeira sente mais intensamente esse problema. O queijo demanda maior teor de sólidos e também controle sanitário eficaz. “A indústria evoluiu, mas o campo ainda precisa investir mais em novas tecno-logias e processos de produção”, avalia Scarcelli.

Um agravante acontece atualmente, que é o baixo vo-lume de produção de leite. O volume produzido no início de 2016 é igual ao realizado em 2012. Pressionados pelos custos de produção e dificuldades ter equilíbrio de custos e preços de venda no mercado, muitos produtores de leite trocaram o setor de atuação, passando a investir em gado de corte. A consequência foi uma redução de volume que, atualmente, prejudica a indústria queijeira.

Um fator que pode contribuir para a modernização e ren-tabilidade da produção no campo é um cenário que se apro-xima – o de algumas grandes empresas multinacionais do setor de queijos, que estão chegando para investir no mer-cado brasileiro. Seguramente, essas empresas irão implan-tar programas de apoio à produção e motivar a produção leiteira. “Para as indústrias de queijo nacionais, a entrada dessas multinacionais será benéfica”, conclui Scarcelli.

Exatamente para preparar as empresas brasileiras do

setor, a associação promoverá o Simpósio Abiq 2016 com painéis que trarão conteúdo sobre tecnologias inovadoras e também estratégias para enfrentar a competitividade das novas indústrias que chegarão no Brasil.

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INOVAÇÃO

Considerando uma linha do tempo, a partir de 1994, com a implantação do Plano Real, é possível perceber dois momentos distintos relacionados à introdução de novos produtos lácteos no mercado. Um deles, durante os 15 pri-meiros anos do Plano Real, houve necessidade eminen-te de introduzir novos produtos que pudessem atender à crescente demanda de grande grupo de consumidores que demandava produtos lácteos com preços acessíveis, sen-do, portanto, o custo considerado requisito fundamental.

Na época, o Programa Nacional da Melhoria da Qua-lidade do Leite no Brasil e a introdução da IN 51 foram fundamentais para ampliar a qualidade da matéria prima e permitiram que as indústrias de laticínios iniciassem o processo de inovação incremental dos seus produtos.

Já nos últimos seis anos, esse cenário mudou para uma demanda crescente por produtos mais especializados, tan-to no quesito de atributos nutricionais, saudabilidade e praticidade, como nas características sensoriais que privi-legiam a indulgência. De acordo com o Inovaleite da UFV (Universidade Federal de Viçosa), instituição associada da Agência de Inovação Polo do Leite, foi possível perceber que os produtos lácteos free-from e aqueles que utilizam componentes do leite na sua valorização estão assumindo posição de destaque, tanto nas gôndolas quanto na prefe-rência dos consumidores. Esse fato tem sido relacionado à preocupação do consumidor com a alimentação saudável e às proteínas do soro se destacaram na associação ali-mentação-saudabilidade.

A introdução de uma visão mais detalhada e segmentada dos componentes do leite em detrimento a uma visão ge-neralista do mesmo, permitiu maior diversificação na ino-vação dos produtos lácteos. Esse movimento visou atender nichos de mercado até então pouco explorados, mas que se mostravam extremamente robustos em relação à capacida-de de aquisição e manutenção dessas inovações no merca-do. Nesse sentido, foram desenvolvidos diferentes produtos lácteos para as pessoas intolerantes à lactose e hidrolisados de proteínas do leite para pessoas alérgicas.

Outro pacote de inovação que merece citação foi o de-senvolvimento de novas embalagens, que não só permi-tiram uma comunicação mais adequada com os vários segmentos de consumidores, mas também satisfizeram as necessidades crescentes demandadas por esses grupos.

Inúmeras são as esferas de inovações desenvolvidas no Brasil que podemos citar no caso dos lácteos. Algumas áreas, no entanto, merecem destaques como alguns tipos

O caminho da inovação em lácteos

Antônio Fernandes, Ítalo Perrone e Rodrigo Stephani Inovaleite/UFV Airdem Gonçalves de Assis, gerente executivo da Agência de Inovação Polo do Leite

de queijos e os formulados UHT. Os queijos naturais ga-nharam novas embalagens, mais práticas e com porções menores. No outro extremo, de acordo com a equipe do Inovaleite, da UFV, os queijos processados, passaram a fa-zer parte do portfólio de muitas empresas nacionais com vistas ao mercado de foodservice, que demanda produtos com propriedades tecno-funcionais mais específicas. Os formulados UHT, como o creme de leite e as bebidas lác-teas, também ganharam incorporações de tecnologia, seja na melhoria da textura do produto (mesmo com a redução da gordura, como no caso do creme de leite), seja na ma-nutenção da percepção sensorial das bebidas lácteas UHT, com redução de sacarose, lactose e gordura, mantendo a adição do soro de leite. As empresas brasileiras também estão entre as pioneiras no mercado mundial para produ-tos lácteos desidratados sem lactose.

Tradicionalmente, a área acadêmica no Brasil tem participado ativamente no processo de inovação indus-trial, considerando que as instituições de ensino foram as responsáveis por formar os profissionais que estão in-seridos no mercado de trabalho. Assim, é notório o papel das instituições científicas e tecnológicas no processo de PD&I da indústria láctea nacional por meio da capacitação dos recursos humanos. Entretanto, a participação direta da academia como promotora de pesquisas em projetos industriais visando à indução da inovação em lácteos no Brasil, ainda está em fase de implantação. Poucos são os grupos de pesquisa no Brasil que realmente se dispõe a colaborar efetiva e diretamente com a indústria, na busca por inovações utilizando a ciência como plataforma para o conhecimento. É claro que parte da responsabilidade é da indústria, que precisa se preparar melhor, implantando sistema de gestão baseado na inovação aberta. Os marcos regulatórios de C&T e os incentivos fiscais para inovação já têm evoluído muito no Brasil, mas os principais atores - pesquisadores e empresários - têm que se dispor a facilitar e fortalecer esta relação. A área acadêmica necessita se despertar para a profissionalização da gestão de projetos visando criar um canal de comunicação mais linear com a indústria. Acreditamos que este movimento está sendo acelerado, principalmente por iniciativa da Empresa Brasi-leira de Pesquisa e Inovação Industrial – Embrapii, que tem credenciado instituições técnico-científicas para atender as demandas tenológicas do setor industrial, apoiando fi-nanceiramente projetos de PD&I executados em parceria com as empresas demandantes.

MATÉRIA DE CAPA

Inovação

LogísticaA logística de distribuição de produtos lácteos, que é

ponto nevrálgico na cadeia produtiva, pois grande parte dos produtos requer refrigeração e a evolução nessa área foi significativa nas últimas décadas conforme. A logís-tica tem sido cada vez mais exigida no que se refere ao controle de temperatura e diversidade de produtos, prin-cipalmente pela exigência das empresas produtoras para que a qualidade de seus produtos seja mantida. “A rastre-abilidade da carga, com monitoramento da temperatura on line, é um dos principais avanços tecnológicos, pois a partir disso, as ações e investimentos dos transportado-res foi o de atender a temperatura do produto durante todo o trajeto”, conta o Roberto Hira, executivo de contas da Thermo King, empresa que disponibiliza equipamen-tos para aplicações que vão de vans a carretas e que po-dem ser utilizados para o transporte de lácteos, que em sua maioria são produtos armazenados entre 2°C a 8° C”.

O executivo esclarece também que antigamente eram raros os casos de padronização de frota, (caminhão, car-roceria e equipamento de refrigeração), de acordo com a operação exigida pelo fabricante de produto. Com isso, havia muita dificuldade por parte dos transportadores em selecionar os equipamentos corretos para o transpor-te, acarretando em não conseguir atingir as temperaturas apropriadas. Atualmente, ganhou importância a padro-nização de frotas, aumentando a confiabilidade na ope-ração de cadeia do frio, com definição de tipos de baús, caminhões e até mesmo equipamentos que consigam atender à demanda de frio.

Excluindo os problemas entre a gôndola do mercado e o consumo, os maiores problemas se encontram na dis-tribuição dos produtos até os pontos de venda, principal-mente por conta do grande número de variáveis como tipo do caminhão, local do estabelecimento e difícil aces-so ao local.

Os maiores desafios da logística em refrigerados ocor-rem nas regiões com maiores temperaturas e com aces-sos mais restritos a caminhões, principalmente pela distância entre o frete e o investimento necessário. Hira destaca: “logo, em regiões muito quentes, é necessário ter máquinas com maior capacidade e baús com melhor isolamento para que a recuperação do frio, após cada en-trega, seja adequada. O problema é justamente encon-trar esse equilíbrio entre o que é possível pagar, para não onerar demasiadamente o consumidor, e o equipamento adequado para operação em cada região. Por exemplo, um caminhão que roda no Sul do país não poderia rodar com a mesma aplicação em estados onde a temperatura é mais elevada”.

A evolução do setor lácteo alavancou não apenas mais consumidores, mas também aprimorou produção de em-presas de fornecimento de diversas áreas e o mercado acostumou-se a reconhecer e exigir mais qualidade. O Brasil mudou muito nas últimas décadas, mas os grandes desafios continuam.

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EVENTO

Tradição em reciclagem de conhecimento e oportunidade de negócios marcam a 37ª Semana Nacional do Laticinista

O tradicional evento do setor de leite e produtos lácteos acontecerá no Instituto Cândido Tostes, em Juiz de Fora (MG), de 19 a 21 de julho. Iniciado em 1949, durante a 37ª Semana Nacional do Laticinista trará eventos pararelos, como o 42º Concurso Nacional de Produtos Lácteos, 42ª Expolac, 1º Table Top, 1º Dairy Meeting em parceria com o Sebrae, Inova-Lácteos e painéis temáticos.

A 37ª Semana Nacional do Laticinista reunirá representantes das indústrias, pesquisadores, técnicos e estudantes que terão oportunidade de reciclagem de conhecimentos, discussões sobre as demandas de tecnologias para o mercado consumidor, além de proporcionar encontros empresariais.

Os eventos serão realizados pela Epamig Instituto de Laticínios Cândido Tostes, em parceria com a Agência de Inovação de Leite e Derivados - Polo do Leite.

No 42º Concurso Nacional de Produtos Lácteos, diversos laticínios brasileiros apresentarão seus pro-dutos, que serão julgados distribuídos em onze categorias. A avaliação será feita por profissionais de uni-versidades, centros de pesquisa, indústrias e dos serviços de inspeção federal, estadual e municipal. São julgados aspectos como: cor, textura, odor, aroma, sabor e consistência. O concurso ocorre nas dependên-cias da EPAMIG ILCT.

Semana Nacional do Laticinista

Na 42ª Expolac, os visitantes poderão conhecer uma verdadeira vitrine nacional de produtos deriva-dos de leite. O espaço promove a interação entre laticínios e representantes comerciais interessados em produtos lácteos. Durante o evento são expostos e degustados bebidas lácteas, doces, iogurtes, queijos e produtos inovadores que ainda serão lançados ao mercado consumidor sendo expostos e oferecidos à degustação.

1º Table top será um espaço aberto às empresas de insumos, equipamentos e serviços para laticínios para apresentação de portfólio de produtos e contato com clientes. A configuração é enxuta, dispondo de um ponto de energia, uma mesa tipo bistrô, três cadeiras giratórias, um porta banner e um pequeno guarda-volumes onde se estampa a logomarca.

1º Dairy Meeting – Empresas de laticínios demonstram seus produtos e serviços e têm oportunidade de estabelecer novas parcerias. Abre possibilidade de agendamento de reuniões entre empresas fornecedoras e empresas interessadas em produtos e serviços.

Minicursos - Especialistas de empresas parceiras privadas do setor de leite e derivados ministram au-las com o objetivo de promover reciclagem e o aprimoramento de profissionais nas diversas subáreas do setor, tais como produção de leite com qualidade, controle de qualidade físico-químico e microbiológico, higienização na indústria, tecnologia de leite e derivados, comercialização e marketing etc. As inscrições para os minicursos dão direito ao participante de assistir também a todas as palestras apresentadas no auditório central.

InovaLácteos – Organizado pela Agência de Inovação de Leite e Derivados – Polo do Leite, o espaço tem como objetivo estimular a inovação no setor lácteo, criando ambiente favorável ao empreendedorismo e realização de negócios. Além de painéis de debate, o InovaLácteos terá ainda a Vitrine de Inovação buscan-do fomentar inovações na cadeia agroindustrial do leite, por meio de capacitação e orientação profissional aos pesquisadores, de forma a tornar as propostas mais atraentes do ponto de vista empresarial. Acesse a chamada de projetos em www.polodoleite.com.br.

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EVENTO

Tradição mantida

Revista Indústria de Laticínios - Qual a importância da Semana do Laticinista na época em que foi criada e qual o destaque que o evento ganhou no decorrer de sua história?

■ Cláudio Furtado Soares - A Semana do Laticinista, realizada pela primeira vez em 10 de julho de 1950, originou o Congresso Nacional de Laticínios que, recentemente, passou a ser denomi-nado Minas Láctea. O evento, idealizado à época por um grupo de técnicos e professores do Instituto de Laticínios Cândido Tostes, conquistou reconhecimento junto à comunidade laticinista, cien-tífica e empresarial sendo considerado atualmente o principal ambiente para inovação do setor de laticínios no Brasil. É o prin-cipal fórum destinado exclusivamente às discussões e às ações pertinentes à indústria de laticínios brasileira, bem como uma oportunidade de reciclagem do conhecimento para técnicos em leite e derivados.Em 1972, a então Semana do Laticinista, na 23ª edição, teve sua transcendência enriquecida pela realização simultânea com o 1º Congresso Nacional de Laticínios. A grande importância que a indústria laticinista ocupava no contexto nacional na época exi-gia uma reformulação geral dos ideais anteriores, além de um alargamento de relações industriais.Atualmente, o evento vem prestando valiosas contribuições téc-nico-científicas para a cadeia agroindustrial do leite, por meio de cursos, palestras, mesas-redondas e painéis, cujos temas têm sido de grande interesse e aplicabilidade para os profissionais e estudantes que freqüentam as atividades. A parceria de empre-

sas com instituições de ensino e pesquisa e poder público tem sido fundamentais para que o evento mantenha sintonia com as demandas profissionais e do mercado.Nsste ano, a EPAMIG Instituto de Laticínios Cândido Tostes evi-denciará a Semana do Laticinista, adotando um novo formato de evento e o Minas Láctea com toda sua abrangência será realiza-do bienalmente. Ou seja, em 2016 realizaremos a Semana do Lati-cinista e, em 2017, o Minas Láctea com a configuração completa.

Revista Indústria de Laticínios - O formato do CNL mudou muito no decorrer das inúmeras edições? Os cursos e minicursos sempre aconteceram paralelamente ao congresso?■ Cláudio Furtado Soares -A Semana do Laticinista iniciada em 1950, estimulou a realização do I Congresso Nacional de Laticínios em 1972, uma vez que os organizadores identificaram grande de-manda do setor laticinista na ampliação de cursos e palestras. Já com status de 1º Congresso Nacional de Laticínios, o evento ganhou novo fôlego, em sintonia com as demandas de mercado, do público especializado e da indústria de laticínios. Além das dis-cussões científicas e cursos, o Congresso criou novos ambientes para os visitantes. Assim, a 1ª Exposição de máquinas, acessórios e ingredientes, hoje, a Expomaq – e a 1ª Exposição de Produtos Lácteos (Expolac) elaborados pelos técnicos da EPAMIG ILCT e de diversas indústrias passaram a tomar parte do evento.Naquele ano, uma comissão julgadora se reuniu para premiar os vencedores do 1º Concurso de Queijos, em três categorias: queijo Minas Padronizado, Prato Lanche de 2kg e de 1kg.

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Revista Indústria de Laticínios - Quando o CNL ganhou a parce-ria da antiga Expomaq? O fato de não ocorrer uma feira simul-taneamente em 2016 traz algum prejuízo para o congresso ou a organização detectou que o interesse manteve-se o mesmo? ■ Cláudio Furtado Soares - A 1ª Expomaq foi realizada em 1972, quando ocorreu o 1º Congresso Nacional de Laticínios e a Sema-na do Laticinista já estava em sua 23ª edição. O Minas Láctea em sua configuração completa acontecerá novamente em 2017. Neste ano, realizaremos a Semana do Laticinista com uma pro-gramação composta por palestras, minicursos, painel temático, Expolac, Concurso Nacional de Produtos Lácteos, InovaLácteos em parceria com a Agência de Inovação Polo do Leite e, como novidade, o 1º Table Top e o 1º Dairy Meeting. A Semana do Laticinista não substituirá o Minas Láctea, mas será uma oportunidade de reunião dos diversos atores e par-ceiros do setor laticinista brasileiro. Como estarão reunidos por três dias consecutivos no mesmo ambiente, empresas, institui-ções de ciência e tecnologia e governo, o evento se torna apro-priado para inovações.

Revista Indústria de Laticínios - Em 2016, podemos esperar al-guma inovação no evento? Outras atividades foram incluídas para ocorrerem simultaneamente ao CNL?■ Cláudio Furtado Soares -Em 2016, a EPAMIG ILCT vai realizar a Semana do Laticinista, de 19 a 21 de julho, nas próprias dependên-cias do Instituto de Laticínios Cândido Tostes, em Juiz de Fora (MG). Esse novo formato de evento acontecerá de dois em dois anos, intercalando-se com a configuração completa do Minas Láctea que, conforme acordo firmado entre expositores e or-ganizadores, passa a ser bienal e voltará a ser realizado em 2017. Neste ano, além das palestras e minicursos, a Semana do Lati-cinista contará com os já tradicionais 42º Concurso Nacional de Produtos Lácteos e 42ª Exposição de Produtos Lácteos (Expolac) e, como novidade, traz este ano o 1º Table Top, o 1º Dairy Mee-ting em parceria com o Sebrae, e o InovaLácteos, realizado pela Agência de Inovação de Leite e Derivados - Polo do Leite. O Table Top é um modelo mais atual e adequado para atender às demandas da indústria para apresentação de portfólio de produtos e serviços, além de prospecção de negócios. Será ins-talado em espaço próprio na EPAMIG ILCT, onde também acon-tecerá o Dairy Meeting, espaço dedicado para que as empresas de laticínios negociem produtos e serviços, por meio de reuniões agendadas entre fornecedores e demandantes.

Revista Indústria de Laticínios - O Concurso Nacional de Produ-

tos Lácteos acontecerá paralelamente ao CNL?■ Cláudio Furtado Soares -Sim. Faremos este ano o 42º Concur-so Nacional de Produtos Lácteos, nos mesmos moldes dos anos anteriores, já bastante conhecido do público. Serão onze cate-gorias: Queijo Prato 3 kg, Queijo Gouda, Queijo Provolone, Queijo Parmesão, Queijo Reino, Queijo Minas Padrão, Requeijão cremoso, Doce de leite pastoso, Queijo tipo Gorgonzola, Destaque Especial e Manteiga de Primeira Qualidade.

Revista Indústria de Laticínios - Como deve ser o formato e o conceito do Table Top? Que tipo de empresas participarão? Será no espaço do ILCT? ■ Cláudio Furtado Soares -Serão disponibilizadas trinta vagas para empresas que fornecem aos laticínios. Muitos parceiros tradicionais estão fazendo contatos e esperando a abertura das candidaturas a um espaço. Essa moderna modalidade é adequada aos dias atuais e pretende colocar os agentes inte-ressados em contato mais rápido e objetivo, desonerando essa operação que tradicionalmente é feita em forma de exposição.

Revista Indústria de Laticínios - Como haverá também a Expo-lac, o espaço do ILCT comportará os vários eventos paralelos ou haverá outro espaço complementar em Juiz de Fora?■ Cláudio Furtado Soares -Sim, o espaço do ILCT comportará os eventos propostos. Faremos todos os eventos nas dependências da EPAMIG ILCT, ocupando a estrutura que dispomos: auditório com 274 lugares, salas de aula com recursos adequados para minicursos, área do antigo ginásio para disponibilização do Ta-ble Top, Dairy Meeting e Expolac, Concurso Nacional de Produtos Lácteos no laboratório de análise sensorial, espaço de Gourmet, estacionamento e demais instalações.

Revista Indústria de Laticínios - Qual foi o princípio adotado para a seleção dos cursos que acontecerão durante o CNL?■ Cláudio Furtado Soares -A demanda do meio tecnológico e acadêmico sempre nos norteia para eventos, pesquisa, ensino e ações de extensão.

Revista Indústria de Laticínios - Quais outras ações e/ou ativi-dades paralelas da Semana de Laticinistas são marcantes e/ou tradicionais no evento?■ Cláudio Furtado Soares -Reuniões estratégicas como a que ocorrerá entre membros do Silemg, novas demandas de pesqui-sas, transferência de conhecimento e tecnologias, são ativida-des que ocorrem naturalmente.

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EVENTO

Palestras técnico-científicas

Reúne especialistas em pesquisas e tecnologias referentes à ciência e tecnologia do leite e derivados, oportuniza a apresentação e debate de alguns dos principais temas da atualidade, tendo como público-alvo estudantes, professores, pesquisadores e profissionais da indústria do setor de leite e derivados.

DIA/ HORA

Terça-feira (19/07/16)

Quarta-feira(20/07/16)

Quinta-feira (21/07/16)

08:20 COMUNICADO TÉCNICO UFJF COMUNICADO TÉCNICO ILCT/EPAMIG

COMUNICADO TÉCNICOEMBRAPA - Gado de Leite

08:40

INOVAÇÕES NA INDÚSTRIA LATICINISTA

Professor SEBASTIÃO CÉSAR CARDOSO BRANDÃO, Ph.D.

UFV

SITUAÇÃO ATUAL E PERSPECTIVA DO MAPA PARA MELHORIA DA QUALIDADE DO

LEITE NO BRASIL

RUGNAN HUGUENIN DA SILVEIRA

MAPA/DF

APLICAÇÃO DE CORANTE BIOATIVO EM QUEIJO PRATO

Professora DENISE SOBRAL, D.Sc.

ILCT/EPAMIG

09:30 COFFEE BREAK COFFEE BREAK COFFEE BREAK

10:00

TENDÊNCIAS PARA A EXPORTAÇÃO DE LÁCTEOS

Professora POLLYANNA CARDOSO PEREIRA, D.Sc.

UFV

QUALIDADE, SEGURANÇA E INTEGRIDADE DE LÁCTEOS

MARCELO BONNET ALVARENGA, Ph.D.

EMBRAPA/Gado de Leite

QUEIJOS COM BAIXOS TEORES DE SÓDIO

Professora RENATA BUENO GOLIN COSTA, D.Sc.

ILCT/EPAMIG

10:50

UMA NOVA VISÃO PARA A INDÚSTRIA BRASILEIRA

Professor EVALDO FERREIRA VILELA, Ph.D.

Presidente FAPEMIG

INOVAÇÕES EM TÉCNICAS PARA DETERMINAÇÃO DE QUALIDADE

DE LEITE E DERIVADOS

Professora ANA CLARISSA DOS SANTOS PIRES, Ph.D.

UFV

CONSIDERAÇÕES FÍSICO-QUÍMICAS E TECNOLÓGICAS

EM RELAÇÃO COM A ACIDIFICAÇÃO DO LEITE

Professor ALAN FREDERICK WOLFSCHOON-POMBO, Pós Doc

KRAFT Alemanha

11:40

TENDÊNCIAS PARA NOVOS PRODUTOS LÁCTEOS

ALESSANDRO RIOS M.Sc.

SILEMG

USO DE NANOESTRUTURAS PARA A AVALIAÇÃO DA QUALIDADE DO LEITE

Professora MARIA JOSE VALENZUELA BELL Ph.D.

UFJF

ASPECTOS NUTRICIONAIS E FUNCIONAIS DO LEITE

E DERIVADOS

Professor MICHEL CARDOSO DE ANGELIS PEREIRA, D.Sc.

UFLA

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DIA HORA SALA 1 SALA 2 SALA 3

3ª feira(19/07/16)

08:00-09:00

HIGIENIZAÇÃO: SEU ALIADO NA

REDUÇÃO DE CUSTOS OPERACIONAIS

NEWTON AVILA JUNIOR

ECOLAB

ATUALIZAÇÕES EM LÁCTEOS

FERMENTADOS

RODRIGO MAGALHÃES

DSM

QUEIJOS DE MOFO BRANCO E QUEIJOS AZUIS: REVISÃO

TECNOLÓGICA

ADRIAN GAUNAItália

SACCO BRASIL

09:30-10:00 COFFEE BREAK COFFEE BREAK COFFEE BREAK

10:00-12:30

HIGIENIZAÇÃO: SEU ALIADO NA

REDUÇÃO DE CUSTOS OPERACIONAIS

NEWTON AVILA JUNIOR

ECOLAB

ATUALIZAÇÕES EM LÁCTEOS

FERMENTADOS

JANSEN TORRES

DSM

QUEIJOS DE MOFO BRANCO E QUEIJOS AZUIS: REVISÃO

TECNOLÓGICA

ADRIAN GAUNAItália

SACCO BRASIL

4ª Feira (20/07/16)

08:00-09:00

BOAS PRÁTICAS DE LABORATÓRIO

DALÍRIAM NOGUEIRA

CAP-LAB

ENRIQUECIMENTO DE PRODUTOS LÁCTEOS:

MERCADO E TENDÊNCIAS

TATE LYLE & GEMACOM TECH

REVISÃO TECNOLÓGICA: MUSSARELA

MÚCIO MANSUR FURTADO Ph.D.

DUPONT

09:30-10:00 COFFEE BREAK COFFEE BREAK COFFEE BREAK

10:00-12:30

FRAUDES EM LEITE: NOVAS METODOLOGIAS

DE CONTROLE

LEYRE SOARES DE BARROS

CAP-LAB

ENRIQUECIMENTO DE PRODUTOS LÁCTEOS:

MERCADO E TENDÊNCIAS

TATE LYLE & GEMACOM TECH

REVISÃO TECNOLÓGICA: MUS-SARELA

MÚCIO MANSUR FURTADO Ph.D.

DUPONT

5ª Feira (21/07/16)

08:00-09:00

PROCESSAMENTO DE LEITE E DERIVADOS LÁCTEOS

ZERO LACTOSE

GILMAR JÚNIOR

PROZYN

RENDIMENTO NA FABRICAÇÃO DE QUEIJOS: INTERPRETAÇÃO E

OTIMIZAÇÃO

SÉRGIO CASADINI VILELA M.S.C.

CHR. HANSEN

09:30-10:00 COFFEE BREAK COFFEE BREAK COFFEE BREAK

10:00-12:30

ROCESSAMENTO DE LEITE E DERIVADOS LÁCTEOS

ZERO LACTOSE

GILMAR JÚNIOR

PROZYN

RENDIMENTO NA FABRICAÇÃO DE QUEIJOS: INTERPRETAÇÃO E

OTIMIZAÇÃO

SÉRGIO CASADINI VILELA M.S.C.

CHR. HANSEN

Mini-cursos

Ministrados por especialistas de empresas parceiras privadas, do setor de leite e derivados, objetiva a reciclagem e aprimoramento de profissionais em relação às diversas sub-áreas do setor, produção de leite com qualidade, controle de qualidade físico-químico e microbiológico, higienização na indústria, tecnologia de leite e derivados, comercialização e marketing etc.

EVENTO

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EVENTO

Dia 19 de Julho (Terça-feira)Horário Temas Palestrantes

14:00 - 14:15h Palestra de Abertura: As Unidades EMBRAPII e suas áreas de competência

Jorge Almeida Guimarães

Diretor-presidente da EMBRAPII

14:15 - 14:30h O Instituto de Laticínios Cândido Tostes

Claudio Furtado

ILCT/Epamig

14:30 - 14:45h O Centro Inovaleite da UFVAntônio Fernandes de Carvalho

DTA/UFV

14:45 - 15:00h O Curso de Mestrado Profissional C&T do Leite e Derivados da UFJF

Maria José Valenzuela Bell

Física/UFJF

15:00 - 15:15h Intervalo

15:15 - 15:30h O IF Sudeste de Minas GeraisJosé Manoel Martins

IF SUDESTE MG/Campus Rio Pomba

15:30 - 15:45hO TECNOLAT do Instituto

de Tecnologia de Alimentos de São Paulo

Eloisa Garcia

ITAL/SP

15:45 - 16:00h A Secretaria de C&T e Ensino Superior e o Polo de Excelência de Leite e Derivados

Airdem Assis

Agência Polo de Excelência - Leite e Derivados

16:00 - 16:30 Debate e encerramento

Moderador: Alberto Duque Portugal

Presidente do Conselho de Administração da Agência de Inovação POLO DO LEITE)

17:00hABERTURA SOLENE

AUDITÓRIOEPAMIG ILCT

18:00h ENTREGA DA MEDALHA “MÉRITO CÂNDIDO TOSTES”

InovaLácteos

Organizado pela Agência de Inovação de Leite e Derivados - Polo do Leite em parceria com o Ins-tituto de Laticínios Cândido Tostes, o evento visa estimular a inovação no setor lácteo criando um ambiente favorável para novos conhecimentos e negócios. Nele os participantes terão acesso a ciclo de palestras, espaço empresas, vitrine de inovação e show case.

Dia 20 de Julho (Quarta-feira)Horário Temas Palestrantes

14:00 - 14:15h Palestra de Abertura: O mercado nacional de soro lácteo

Valter Galan

Milkpoint

14:15 - 14:30h Mapeamento da indústria de queijo no BrasilRosângela Zoccal

Embrapa Gado de Leite

14:30 - 14:45h Logística de captação e beneficiamento do soro

Osmar Souza Filho

UFMG

14:45 - 15:00h Levantamento sobre disponibilidade de soroAmauri Rosenthal

Embrapa Agroindústria de Alimentos

15:00 - 15:15h Intervalo

15:15 - 15:30h Novos produtos à base de soro lácteoJunio Cesar Jacinto de Paula

ILCT/Epamig

15:30 - 15:45h Padrão de identidade e qualidade do soroMaria Cristina Mosquim

ABIQ

15:45 - 16:30h Debate e encerramento

Moderador: Alessandro Rios

(Laticínios Verde Campo)

20:00hJANTAR JUBILEU

EX-ALUNOS

EPAMIG ILCT

Dia 21 de Julho (Quinta-feira)Horário Temas Palestrantes

14:00 - 15:00hTendências do Mercado de Lácteos e

Apresentação da Estrutura do “BRASIL DAIRY TRENDS 2020”

Dra. Patrícia Blumer Zacarchengo

Pesquisador Científico - Tecnolat - ITAL

15:00 - 15:15h Intervalo

15:15 - 17:00h Painel Temático: Mercado de Lácteos

17:00 - 19:00h Vitrine de Inovação: Showcase

19:00h EncerramentoEntrega de prêmios aos vencedores do 42º Concurso Nacional de Produtos Lácteos

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Com os crescentes desafios enfrentados pelo setor de laticínios nacional, reduzir custos, au-mentar a segurança alimentar e a eficiência são requisitos para uma produção de queijos lucra-tiva e segura. A evolução do consumo de queijos exige que os laticínios estejam preparados no que se refere ao aumento de produtividade, qualidade e redução de perdas e custos.

A Águia Inox tem se revelado como uma importante aliada do laticinista brasileiro desenvol-vendo tecnologia em máquinas para produção de queijos filados e prensados. Um foco voltado para segurança alimentar, destacando um projeto único e exclusivo com design sanitário, evi-tando riscos de contaminação, conferem aos equipamentos Águia um reconhecimento nacional por seu caráter inovador e de alta performance.

Com o fornecimento de uma linha própria e produtos com tecnologia europeia através do consórcio Fibosa Brasil, a Águia vem se consolidando pelo desenvolvimento de parcerias com o fabricante de queijo com objetivo de entender suas necessidades e contribuir para que um produto de qualidade chegue à mesa dos brasileiros.

Um exemplo dessas parcerias é o caso da Coopar, que produz a marca Pomerano, que ganhou o Prêmio Melhor Mussarela do Rio Grande do Sul em concurso organizado pela AGL - APIL, IGL em julho de 2015. Em estudo que durou cerca de dois anos, técnicos e engenheiros da Águia de-senvolveram e fabricaram uma linha completa de equipamentos para produção de mussarela que vai desde a preparação da massa de queijos até a etapa final de fatiamento.

Outro caso de sucesso é do Friolack, também vencedora do concurso de queijos estadual 2015 com o 1º lugar na modalidade Queijo Prato. Com um projeto de ampliação da capacidade produ-tiva construiu, em Chapada (RS), uma fábrica com capacidade para processamento de 200.000 lts/dia, que tem sido considerada por especialistas como modelo no Brasil nos tipos filados e prensados. Nesse projeto a Águia esteve presente em todas as etapas, contemplando, desde o recebimento de leite em silos de armazenamento, passando pela preparação através de queijo-matics de alta performance, bem como dessoragem, dosagem, prensagem por uma dosadora de coluna, salga em hidrovias, maturação e fatiamento através de um modelo de fatiadora exclu-siva no mercado nacional com opcional de interfolhamento e pesagem em nível de consumidor final. Trata-se de uma tecnologia trazida da Espanha, por meio de consórcio Águia – Castellvall que originou a linha Castellvall Brasil.

Águia InoxParcerias de sucesso

EVENTO

As medidas higiênico-sanitárias são fundamentais para a obtenção de produtos de qualidade. A higiene das mãos dos funcionários, a higiene dos ambientes, pisos, paredes e equipamentos, a utilização de lava-pés adequados, bem como o tratamento da água empregada na fabricação de produtos, entre outras, são importantes intervenções para prevenir a contaminação e garantir a qualidade dos alimentos.

Com atenção a esses aspectos, o fabricante estará atendendo às exigências da legislação em vigor e oferecendo produtos que não coloquem em risco a saúde dos consumidores. Bom padrão de higiene também é um conceito que se enquadra no escopo do comércio internacional, que tem grande exigência no controle da qualidade de produtos tipo exportação.

Para atender fabricantes que buscam segurança em seus processo, a Quinabra fornece ao mercado, o Kilol®-L. A limpeza prévia de equipamentos e ambientes para a retirada do excesso de sujidades, seguido da utilização do Kilol®-L, inibe o crescimento de fungos e bactérias, reduzindo o número de microrganismos em todos os setores da linha de produção.

Quinabra ressalta importância da higienização

no processo

Com sólida experiência nos segmentos alimentícios e farmacêuticos, a FMC He-alth and Nutrition possui um portfólio de ingredientes derivados de fontes natu-rais. Através de seus hidrocolóides (celulose microcristalina, carragena e alginato) e corantes naturais, a empresa assegura um alto padrão de segurança, pureza e eficácia nos serviços. Com profissionais altamente qualificados e laboratórios de primeira linha a FMC oferece solução customizada, monitoramento de tendências

de mercado e leva inovação e sucesso ao setor lácteo. As soluções da empresa Otimiza textura, aparência, garantindo sucesso na experimentação do consumidor e satisfação do cliente.

FMC utiliza fontes naturais

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Há mais de uma década comercializando instru-mentos de medição para laticínios em todo país, a Akso apresenta uma nova versão de um dos seus maiores sucessos neste ramo: o analisador de leite Master Mini.

A novidade é a função USB Flash Drive, que permite salvar os resultados das análises em uma pen drive.

“O novo Master Mini veio para facilitar ainda mais a vida dos laticinistas e produtores de leite. Antes era necessário que o usuário tivesse um computa-dor conectado através de um software específico no momento da análise para ter os dados salvos. Nes-ta nova versão, como os dados podem ser salvos em uma pen drive, o armazenamento dos resultados se torna muito mais prático e efetivo” afirma Marcelo Firmino, Analista de Suporte Técnico da Akso.

O Master Mini é um instrumento compacto e com excelente relação custo x benefício. Para os mais variados tipos de leite, realiza análises de gordura, extrato seco desengordurado, densidade, proteína, lactose, sólidos, água adicionada, ponto de conge-lamento e temperatura. Possui saída serial RS232, adaptador veicular de 12V para medições em campo e sistema de limpeza automatizado.

Akso lança analisador de leite Master Mini com

nova funcionalidade

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EVENTO

Injesul – Inovação em peças para laticínios

Tradicional fornecedora de produtos e equipamentos para laticínios, a Injesul Plásticos, fundada há 31 anos, é líder no atendimento ao setor de lácteos. A empresa fabrica formas plásticas em polietileno e aço inoxidável para todos os tipos de queijos e outros derivados de leite.

Entre seus produtos com maior demanda atualmente são os vasilhames para transporte de leite. Toda a linha para fabricação e transporte de queijos fabricados pela empresa conta com a certificação ISO 9001, garantido qualidade no processo de fabricação de seus produtos.

Além dos equipamentos de seu portfólio, a Injesul possui um setor de desenvolvimento, que atende às necessidades específicas de seus clientes de todas as regiões do Brasil.

Tendo inovação como foco de seus desenvolvimentos, a empresa lançou com exclusividade sua nova Forma de Queijo Prato e Mussarela para fatiamento em escala. O maior benefício desse produto é a dimi-nuição em mais de 50% na perda da produção, pois devido ao seu comprimento, 600 mm, ou seja, maior que o convencional, fazendo com que a sobre/ponta do queijo no final do fatiamento seja a mínima possível.

Há 15 anos no mercado, a empresa traz em seu nome a filosofia do anseio pela ‘bem viver’ e trabalha na busca de ingredientes que contribuam para produção de alimentos que trazem saúde e felicidade.

Atuando no mercado de alimentos, a empresa produziu e desenvolveu ampla linha de in-gredientes com objetivo de otimizar processos industriais e de atender as diversas demandas de seu consumidor final.

Por meio de parceiros renomados no mercado europeu, a Vivare traz novas tecnologias para o Brasil, entre eles, a Donca com suas soluções naturais para o combate direto, indireto e am-biental a microrganismos e patógenos alimentares, tais como mofos, bolores, leveduras, Liste-ria, Salmonela, coliformes, entre outros e o Grupo Mofin Alace, que incorpora coalho de vitelo, coagulantes, mofos especiais e a mais completa linha de fermentos lácteos.

A Vivare oferece a seus clientes atendimento personalizado, produtos de alta qualidade, as-sessoria e assistência técnica, soluções e inovações tecnológicas, ingredientes essenciais para o sucesso de alimentos.

VivareIngredientes para lácteos e parcerias

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EVENTO

Além de ser uma das principais distribuidoras de ingredientes para a indústria láctea, fornecendo conservantes, corantes e amidos e aromas, A Vogler Ingredientes também possui a divisão de blends. Com desenvolvimento sob demanda de sistemas estabilizantes a base de hidrocolóides Innostab e Innogum, edulcorantes Inndolce, corantes Innocolor, antioxidantes Innodox, a empresa destaca outras aplicações para o segmento de lácteos.

Entre essas aplicações estão:Achocolatados - Misturas de ingredientes específicas para conferir corpo e estabi-

lidade a bebidas achocolatadas. Sistemas a base de carragena, gelana, amido, celulo-se microscristalina, carboximetilcelulose que auxiliam na manutenção da suspensão do cacau.

Creme de leite - Misturas de ingredientes a base de celulose microcristalina, car-ragena, goma de tara, alfarroba (LBG), específicas para conferir corpo e estabilidade a cremes de leite produzidos pelo processo UHT.

Bebidas lácteas fermentadas - Misturas de ingredientes a base de gelatina, amido, pectina e hidrocolóides de textura específicos para conferir corpo e estabilidade a bebidas lácteas fermentadas fluídas, colheráveis prevenindo sinérese e estabilidade a variações de temperatura na cadeia de distribuição.

Bebidas lácteas acidificadas - Mis-turas de ingredientes a base de pectina, alginato, hidrocolóides de textura, espe-cificos para conferir corpo e estabilidade a bebidas lácteas protéicas acidificadas.

Queijo Petit Suisse - Misturas de ingre-dientes a base de proteínas de soro e de leite, gelatina, amido modificado e pecti-na específica para conferir corpo e estabi-lidade a queijos Petit Suisse.

Sorvetes Frozen iogurte - Misturas de ingredientes a base de hidrocolóides es-pecíficas para conferir corpo e estabilida-de em Gelados comestíveis

Gel Multifuncional substituto de gor-dura – Gel multifuncional substituto de gordura, ideal para queijos processados, sorvetes, coberturas, produtos forneáveis.

Queijos processados - Misturas de in-gredientes a base de hidrocolóides espe-cíficas para conferir corpo e estabilidade.

Vogler traz alternativas para aplicação em lácteos

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A Fermentech atua no segmento de ingredientes para laticínios e conta com mais de 15 anos de experiência no mercado. Profissionais especializados oferecem aos clientes da em-presa todo suporte na fabricação de seus produtos. Com sede estrategicamente localizada para atender todo Brasil com rapidez e eficiência, a Fermentech tem como filosofia promover o mercado lácteo como um todo, promovendo seminários, workshops e viagens internacio-nais com o objetivo de colaborar com o crescimento profissional dos profissionais da área.

Neste ano, a Fermentech lançou a campanha "Gente que ama queijo". Como um produto de sabor inigualável, que garante energia para as atividades cotidianas e rico em nutrientes benéficos para o organismo, a campanha visa estimular o consumo de queijo com imagens lúdicas que valorizam os benefícios do produto. A Fermen-tech acredita que gente que ama queijo também ama a vida, por-que queijo é qualidade de vida.

Fermentech incentiva consumo de queijos em campanha

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PERFIL

Qualidade certificadaAo comemorar 25 anos, a Granolab/Granotec é uma plataforma de soluções

para a indústria brasileira de alimentos e tem seus olhos voltados para o futuro.

A empresa surgiu com a revogação do Decreto Lei 210/67, que estabelecia o sistema de cotas de moagem para os moinhos de trigo. Esta abertura promoveu a renovação no setor, pois a triticultura brasileira recebeu impulso para evoluir. Com a marca da inovação em seu DNA, a Granotec foi pio-neira nos processos de tratamento de farinha de trigo, introduzindo o sistema de micro dosagem em rosca de farinha e formulando os primeiros mixes de base integrada. Em sua história também são marcantes a introdução da Fosfolipase no Brasil e do sistema de colorimetria Minolta.

A Granotec montou o primeiro laboratório analítico privado credenciado pelo MAPA, e uma padaria experimental completa, que se tornaram referência mundial no setor. Por necessidade de mercado, em 2004, foi criada a Granolab, empresa do grupo que atuava na revenda e assistência técnica de equipamentos analíticos, serviços de controle de qualidade, aferição e melhoramento nos sistemas fabris, além de manter agenda permanente de cursos, seminários, fóruns e oficinas de capacitação para aqueles que trabalham em panificação.

Atualmente, Granolab/Granotec atuam como uma só empresa. Tradicional na indústria de base tri-go, e já consolidada também na indústria de lácteos e derivados, o portfólio da empresa conta com ingredientes formulados, customizados para a necessidade de cada cliente, na revenda de matérias pri-mas, equipamentos analíticos e assistência técnica, serviços laboratoriais, consultorias e treinamentos.

LácteosPara o setor de laticínios, a empresa tem em seu portfólio para fabricação de queijos, produtos con-

vencionais, como Coalhos/coagulantes; Fermentos em geral; Bioconservantes; Coberturas, Sais fun-dentes, Estabilizantes. Granolab/Granotec representa também, com exclusividade para o mercado brasileiro, as lactases da empresa dinamarquesa, Novozymes, maior fabricante mundial de enzimas.

A empresa conta ainda com importante colaboração da Kilyos/Albion na área de Nutrição, com minerais quelatos, utilizados em Mix Vitaminicos e ganhou prêmio ´Gold Medallion´ fornecido pela Albion, para a indústria alimentícia.

Tanto Lactase quanto os produtos na área de Nutrição são lançamentos relativamente novos. Entre as características de todos os produtos oferecidos pela Granolab/Granotec são o alto nível de qua-lidade. A empresa tem um diferencial importante na concorrência na área de Lactase, pois oferece análises comparativas nos laboratórios da Novozymes, que fica a curta distância de sua sede, em Curitiba (PR). Para comprovação da qualidade de suas misturas de vitaminas, a Granolab/Granotec oferece análises às suas custas no laboratório escolhido por seus clientes.

Ações e suportes que contribuem para a qualidade de seus produtos são respaldados pelas cer-tificações que a empresa obteve, a exemplo de seu sistema de gestão da qualidade certificado pela norma ISO 9001, além de ter seu laboratório de ensaios acreditado pela CGCRE (INMETRO) na norma ISO 17025.

Com olhos no futuro, a Granolab/Granotec já iniciou trabalhos visando uma certificação interna-cionalmente reconhecida de Segurança do Alimento, a FSSC 22.000.

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Leite Fermentado, o probiótico bem-vindo

Oferecer produtos que tragam benefícios à saúde passou a fazer parte essencial de desenvolvimentos nas indústrias de alimentos e bebidas, que se alinharam às tendências e expectativas dos consumidores. Nes-se segmento de mercado, uma categoria vem ganhando cada vez mais adeptos e algumas indústrias desenvolveram seus produtos, porém uma empresa foi pioneira e criou tradição com seu leite fermentado, a Yakult.

O desenvolvimento do Yakult remonta a 1935, quando o médico e pesquisador Minoru Shirota, com o objetivo de criar alimento para manter a saúde in-testinal da população do Japão. Hoje, a empresa é lí-der no segmento e 356 milhões de pessoas consomem diariamente o Yakult. Atualmente, a empresa está presente em 33 países em regiões da Ásia, nas Amé-ricas e na Europa.

Shirota tinha conceitos de medicina preventiva e acreditava que um intestino saudável levava a uma vida longa. Com a descoberta do Lactobacillus casei Shirota, o fundador da Yakult percebeu que era pos-sível manter as crianças com saúde por meio de um intestino saudável, diminuindo os riscos de apareci-mento de doenças. Outra premissa do médico, que a Yakult segue até hoje, é a de que o produto seja acessível a todos.

Estudos científicos atuais comprovam que a anti-ga teoria de Shirota estava plenamente correta, pois pesquisas realizadas por especialistas demonstraram a importância do instestino para a defesa imunológi-ca do organismo humano.

CaracterísticasO Leite Fermentado da Yakult é um alimento à base

de leite desnatado, fermentado pelo Lactobacillus ca-sei Shirota, que resiste à acidez do estômago e chega vivo em maior quantidade ao intestino para auxiliar na regularização das funções intestinais. A ingestão regular desse lactobacilo, juntamente com uma ali-mentação correta, contribui para uma vida muito mais saudável.

Hoje, a empresa possui dois tipos de leites fermen-tados: o Leite Fermentado Yakult, indicado às famí-lias, e o Yakult 40, indicado para adultos de vida mais

agitada, que convivem com situações estressantes ou façam uso de medicamentos, e para os idosos, cuja microbiota intestinal está naturalmente desequili-brada pelo avançar da idade. A única diferença entre os dois produtos é a quantidade de lactobacilos vivos em cada frasco: no Leite Fermentado Yakult são 16 bilhões e no Yakult 40, 40 bilhões.

Desde que foi criado, o Leite Fermentado Yakult mantém a mesma formulação e segue as legislações e regulamentos vigentes de cada país. No Brasil, a em-presa entrou em 1968 e instalou sua segunda fábrica fora do Japão, a primeira fora da Ásia. Atualmente, a Yakult centralizou toda a produção no Complexo In-dustrial, localizado em Lorena (SP). No Brasil, atualmente, a fábrica produz em média 2,1 milhões de frascos de leite fermentado.

AlegaçãoAlém de pioneiro,

o Leite Fermentado Yakult foi o primeiro da categoria no Bra-sil a ser reconhecido pela Agência Nacional de Vigilância Sanitária (ANVISA) como ‘ali-mento com alegações de propriedades fun-cionais’, em 2001.

Outro produto da empresa traz os mes-mos lactobacilos, a

Sobremesa Láctea Sofyl, oferecida nos sabaores bau-nilha, morango, uva verde e, na versão light, sabor baunilha. O Sofyl foi desenvolvido na forma mais consistente para ser saboreado em colher.

Pesquisas“As pesquisas para avaliar a ação dos probióticos

da Yakult no organismo humano começaram em 1955, com a criação do Yakult Central Institute for Microbiology Research – atualmente Yakult Central Institute (Insti-tuto Central Yakult), no Japão, e foram intensificadas a partir da década de 1980, quando a empresa passou a desenvolver estudos relacionados à imunidade e ao intestino. Para consolidar as pesquisas com probió-ticos na Europa foi criada, em 2005, a Yakult Honsha European Research Center for Microbiology, na Bélgica. Ambos os institutos reúnem uma vasta quantidade de pesquisas com microrganismos probióticos e vá-rias outras espécies de microrganismos, apoiando inúmeros cientistas de grandes centros de pesquisa e universidades em vários países. Essas pesquisas con-seguiram demonstrar que o intestino é responsável por 70% da imunidade do organismo, o que significa que um intestino saudável permite prevenir doenças – como preconizava o fundador da Yakult, na década de 1930.”, explica Yassumi Ozawq Kimura, doutora e farmacêutica-bioquímica, e consultora técnica-cien-tífica da Yakult.

BenefíciosEntre os exemplos dos benefícios do produto estão:* Microrganismos no combate à diarreia por antibio-

ticoterapia, o estudo denominado ‘Leite fermentado com probióticos Lactobacillus casei Shirota reduz a diarreia causada pelo antibiótico em pacientes com lesão na medula espinhal: estudo clínico randomi-zado controlado’ avaliou a eficácia do consumo do Yakult uma vez por dia durante o período de ingestão de antibióticos e mais sete dias. A pesquisa mostrou que aqueles que consumiram os probióticos apresen-taram uma incidência significativamente menor de diarreia causada por antibióticos. Wong S, Jamous A, O´Driscoll JO et al (2014) British Journal of Nutrition 111 (4): 672 – 678.

*Lactobacillus casei Shirota na modulação do me-tabolismo da amônia no exercício físico – O fígado está bem condicionado para lidar com os resíduos metabólicos, incluindo a amônia, mas em doenças e condições extremas, como exercícios físicos intensos, pode ocorrer sobrecarga deste órgão que pode não re-mover a toxina adequadamente. Um estudo com jo-gadores de futebol mostrou que a ingestão de Yakult poderia fornecer naturalmente o fenilacetato – que é usado no tratamento para redução da concentração de amônia, que é capturada como glutamina – e con-tribuir para redução da amônia. Fuskevag O M, Annika Broster A, Davies N et al (2012) International Journal of Probiotics and Prebiotics 7 (1): 13 – 16.

*Lactobacillus casei Shirota no controle de infec-ções em idosos – Um estudo duplo cego randomizado placebo controlado foi realizado entre idosos (idade média de 85 anos) e funcionários de uma clínica de repouso (idade média de 37 anos) para verificar os efeitos de regularização das funções intestinais e aumento do controle de infecções. Observou-se uma significativa diminuição na incidência de febre, ex-pressivo aumento na contagem de bifidobactérias e lactobacilos (benéficos) e diminuição de clostrídeos (nocivos), nos participantes que consumiram o leite fermentado com os LcS em comparação com os que ingeriram o placebo. Nagata S, Asahara T, Yamashiro, Y et al (2016) Annals of Nutrition and Metabolism 68 (1): 51 – 59.

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Fispal Tecnologia Uma feira mais aquecida em 2016

O evento deu sinais de reaquecimento na economia. Um público especializado e com intenção de comprar esteve presente na feira,

que recebeu visitantes de 38 países, duas mil marcar e 80 expositores.

Nos quatro dias da Fispal Tecnologia 2016, que aconteceu em junho, no Pavilhão do Anhembi, em São Paulo (SP), profissionais da cadeia produtiva de alimentos e bebidas tiveram acesso dos lançamen-tos em soluções de automação, como robôs colabo-rativos, dispositivos inteligentes de inspeção, emba-lagens flexíveis e assépticas, máquinas conversando entre si, além de equipamentos inovadores alinhados com conceitos de menor custo, sustentabilidade e se-gurança de alimentos.

Além de visitantes brasileiros, estiveram no profis-sionais de 38 países, como Alemanha, México, Rússia, China, Colômbia, Itália, Emirados Árabes Unidos, Pa-raguai, Senegal, entre outros.

Novo endereçoA partir do próximo ano, o evento a Fispal Tecno-

logia sairá de sua tradicional localização e terá novo endereço – o São Paulo Expo, antigo Pavilhão Imi-

grantes. Situado na Rodovia dos Imigrantes, em São Paulo, o complexo arquitetônico multifuncional tem 100 mil metros quadrados de área construída, sendo 40 mil metros quadrados do antigo pavilhão, agora totalmente reformado, 50 mil metros quadrados da nova área de exposição, 10 mil metros quadrados do centro de convenções, além de um edifício garagem com 4,5 mil vagas. A data da feira também já está definida, de 27 a 30 de junho de 2017.

Outra novidade para o próximo ano será a setori-zação da planta. Todo o conteúdo online e a dispo-nibilização dos estandes serão segmentados em sete categorias: máquinas para embalagem; marcação e codificação; embalagens; equipamentos e acessórios; processos; automação e logística. O objetivo do novo formato é facilitar a visitação, já que todo o pavilhão será separado por cores, e também para direcionar melhor as ações e campanhas digitais.

Bons sinaisSegundo Célia Iwaki, diretora da feira, a mostra de

2016 contribuiu direta e indiretamente para impul-sionar a retomada das indústria do setor. “Em um ano desafiador como este, fomos surpreendidos positiva-mente. A Fispal Tecnologia mostrou que o mercado está se recuperando. Os expositores saíram extrema-mente reanimados, com negócios fechados para os próximos meses”, complementa a diretora.

Para muitos expositores a feira trouxe surpresas positivas, que se traduz em afirmações como a de Daniel Machado, gerente executivo de Câmaras Seto-riais da Abimaq (Associação Brasileira da Indústria de Máquinas e Equipamentos), que ressaltou: "a Abimaq representa quem está expondo. Somos o termômetro. Dessa forma, posso assegurar que, a partir do que nossos associados têm reportado, a Fispal Tecnologia 2016 deve ter um fechamento bem positivo. A feira está menor, porém com compradores mais qualifica-dos. Temos um associado que fechou aqui durante o evento, um projeto grandioso que se arrastava há anos. A Fispal Tecnologia é a porta de entrada para os negócios que impulsionarão boa parte do fatura-mento anual desses expositores”.

A opinião é compartilhada por Alessandra Jacques, gerente comercial da Águia Inox, que explica: “nos surpreendemos com a qualidade da feira. Estávamos com uma baixa expectativa em função do momento econômico, porém tivemos uma surpresa positiva”. Um dos destaques da empresa no evento foi um mo-delo de fatiadora exclusiva no mercado nacional. O equipamento possui opcional de interfolhamento e pesagem em nível do consumidor final. É uma tecno-logia vinda da Espanha por meio do consórcio Águia--Castellvall, que originou a linha Castellvall Brasil.

Bom para alguns, nem tanto para outros. Para a Geiger, na Fispal Tecnologia houve pouco fluxo de pessoas, menor do que nos últimos anos e não ocor-reu possibilidade de cliente novo. A empresa levou para a feira máquinas para processos de alimentos e para o setor de laticínios, apresentou equipamentos para fabricação de requeijão cremoso e queijos pro-cessados, modelo GTCM-340 com opcional do eleva-dor de carga, ambas nas normas da NR12.

Atender às necessidades do mercado foi ponto forte do evento neste ano. Nesse conceito a Danfoss, empre-sa do fornecimento de tecnologias que atendem à cres-cente demanda da cadeia produtiva de alimentos com eficiência energética, soluções favoráveis ao clima e infraestrutura moderna, mostrou seus conversores de frequência das linhas VLT® e Vacon e sua de blocos de válvulas Flexline™ ICF para refrigeração industrial e a válvula de controle e balanceamento AB-QM.

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Entre os produtos que os visitantes puderam co-nhecer estava a vasta gama de funcionalidades con-cebidas para tornar a instalação, utilização e manu-tenção do conversor de frequência tão simples e fácil quanto possível, como o VLT® Midi Drive FC 280, indi-cado para controle preciso e eficiente de motor para fabricantes de máquinas das indústrias de alimentos e bebidas, manuseio de materiais e processamento. O conversor de frequência conta com elevado desem-penho de controle, segurança funcional e comunica-ção fieldbus flexível. A combinação certa de recursos garante que o conversor de frequência se adapte às diferentes aplicações, seja para sistemas de trans-portadores, misturadores e sistemas de embalagem, ventiladores e compressores.

A Pentair mostrou na feira diversas tecnologias e soluções para a indústria de alimentos e bebidas, como por exemplo, o conceito de produção sustentá-vel e integrado. Ele é baseado em tecnologia inovado-ra de válvulas, engenharia de processos, tecnologia de membranas para filtração e purificação da água, processamento contínuo de bebidas, liquefação e ar-mazenamento e equipamento de controle de qualida-de, para criar uma operação de produção altamente eficiente e avançada.

A empresa é líder mundial em gerenciamento de água, fluxo, temperatura e proteção de equipamentos para fins industriais, comerciais e residenciais. Os produtos da Pentair incluem bombas e sistemas de tratamento de água e efluente, filtros, piscinas, vál-vulas, atuadores, sistemas de controle para válvulas, sistemas de gerenciamento térmico e resfriamento, gabinetes, caixas, painéis eletrônicos e serviços.

A automação teve destaque no evento e a ABB foi uma das empresa a apresentar seus produtos. A em-presa atua no setor de tecnologias de energia e au-tomação exibiu seus principais destaques na área de robótica, com a célula-padrão deencaixotamento RacerPack e YuMi, primeiro robô de dois braços cola-borativo do mundo. O YuMi é um lançamento global e sua principal característica é trabalhar conjunta-mente com humanos em processos e com a máxima segurança. Com sensibilidade aguçada, caso o robô entre em colisão com um parceiro de trabalho, ele pode pausar em questão de segundos e a operação ser iniciada com muita agilidade.

Para tantas máquinas industriais, a lubrificação é fundamental, pois as fábricas de alimentos e bebi-das requerem produtos especiais. A Mobil destacou

na Fispal, sua linha de lubrificantes de alta perfor-mance Mobil SHC Cibus, produzida sob o ISO 22.000, que garante a máxima segurança na lubrificação dos equipamentos que processam alimentos e bebidas. A linha diminui o tempo de parada das máquinas com maiores intervalos de troca, reduzindo os custos de manutenção e possibilitando queda no consumo de energia* em até 3,6%.

"A Mobil oferece uma ampla variedade de lubri-ficantes de alto desempenho destinados à indústria alimentícia, que contribuem para que as operações alcancem picos de eficiência, para que atinjam suas metas de produtividade com o máximo de proteção, performance e confiabilidade", explica a gerente de marketing da Mobil Roberta Maia. Os princípios de segurança, cuidado ambiental e performance dos produtos Mobil são respaldados pelo conceito Advan-cing Productivity, que levam ainda mais produtivida-de aos clientes.

EmbalagensA Sig Combibloc, do segmento de embalagens car-

tonadas assépticas veio com inovação aplicativos para seus clientes, uma solução digital exclusiva, com multifunções, que traz conveniência para clien-tes em diversos serviços. Luciana Galvão, diretora de Marketing Américas da SIG Combibloc, explica: “Com ele, os clientes da SIG poderão solicitar e re-alizar diversas tarefas de maneira totalmente digi-tal, de qualquer lugar onde haja uma conexão com a internet. Trata-se de mais uma das soluções digitais da SIG, com multifunções, sem igual no mercado de embalagens cartonadas e totalmente desenvolvida no Brasil. A proposta é otimizar o tempo e facilitar o

controle da produção de nossos clientes”.A partir de um login e senha específicos, o cliente

SIG pode, via app: solicitar e acomnpanhar seus pedi-dos; rastrear suas entregas em tempo real; consultar os designs de embalagens existentes e acompanhar o fluxo de aprovação dos que estão em andamento, trocando mensagens diretamente com a equipe de pré-impressão; baixar manuais de artes-finais e vi-sualizar seu portfólio em 3D; abrir ocorrências para solicitar ajustes no design e aprovar novas artes-fi-nais; abrir e acompanhar ocorrências relacionadas à qualidade.

O aplicativo da SIG está disponível para os siste-mas iOS e Android (nas plataformas de celulares e tablets); também é possível acessar sua versão web, usando qualquer browser. Como explica Luciana Gal-vão, “este aplicativo foi pensado por um grupo de co-laboradores da unidade brasileira da SIG, das áreas de Marketing, Administração de Vendas, Pré-print e Qualidade. Por considerarmos a ideia inovadora, de-cidimos investir em sua execução. O aplicativo já está disponível para acesso“.

Durante a Fispal, a empresa divulgou também suas ações para atingir meta de redução de descarte de resíduos sólidos, que tem foco em Logística Reversa. Desde 2013, a Sig apoia 17 cooperativas de coleta e reciclagem, doando equipamentos, melhorando suas instalações e treinando os cooperados. Seus progra-mas de educação ambiental também já atingiram cin-co mil crianças. Outro trabalho ocorre na planta da empresa em Curitiba (PR), onde todos os resíduos da fábrica são reciclados e os recicladores já foram apro-vados para trabalhar junto a seus clientes e às coo-perativas apoiadas pela Sig. Luciana Galvão ressalta que:“nos últimos anos, nossa preocupação com meio ambiente manifestou-se em diversar ações, inclusive envolvendo os clientes e prefeituras locais. Ativida-des de inclusão social e educação ambiental, capaci-tação técnica dos catadores de resíduos sólidos, pro-gramas de incentivo à reciclagem, além de doação de equipamentos para cooperativas, entre outras ações“.

Uma das inovações em embalagem mostrada na Fispal veio pela Tradbor, que trouxe soluções do por-tfólio Gualapack Group, do setor de pouches pré for-mados. O sistema apresentado reúne tecnologia de

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ponta em todas as etapas da produção, utilizando la-minado de alta barreira, produção de pouch, injeção de bicos e tampas e máquinas de envase. “Trata-se de um sistema de embalagem único na área de flexíveis, totalmente integrado e, justamente por isso, nos últi-mos anos, vivemos um boom de aplicações, especial-mente nos EUA e Europa”, explica Alan Baungarten, diretor executivo da empresa no Brasil.

A embalagem tem aplicação na área de laticínios, pois possibilita o envase de produtos pasteurizados (hot fill). O envase a quente é feito pelo bico, evitando espaço vazio na embalagem que pode oxidar o produ-to. Após o envase, a embalagem passa por um túnel de pasteurização por vapor, que esteriliza todo con-junto. Esse tratamento térmico, aliado à alta barreira da estrutura da embalagem, aumenta consideravel-mente a vida de prateleira do produto, tornando o sistema perfeito para lácteos e iogurtes, entre outras bebidas. Baungarten afirma: “a proposta é atender o mercado com competência e uma solução completa em embalagem”.

Entre as inovações da Tradbor apresentadas na Fis-pal está o PepUp, um pouch totalmente flexível e alta-mente conveniente, pois é possível abrí-lo e refechá-lo com movimento simples, usando apenas uma mão. O PepUp conta com uma válvula que regula a saída do produto, quando é apertado libera o produto e, depois, retorna à posição selada, evitando desperdício.

Ingredientes As empresas de soluções em ingredientes já estão

ganhando espaço na Fispal Tecnologia há alguns anos. Uma das pioneiras, a Döhler apresentou soluções em ingredientes e aplicações para alimentos e bebidas proporcionando experiências multissensoriais. “Se um produto é ou não saboroso, este sabor não é so-mente uma questão de gosto – ele depende de uma atração harmoniosa de todos os sentidos. Na feira, a apresentamos ingredientes e sistemas de ingrediente que são fundamentais para a perfeita experiência de produto. As soluções que foram apresentadas abran-gem ingredientes para um excelente sabor, aparência de produto e mouthfeel, assim também como ingre-dientes que proporcionam aos consumidores a pura indulgência sem culpa. Em uma ampla variedade de aplicações para alimentos e bebidas, a empresa ofe-receu inspirações para inovações e demonstrou aos visitantes como obter a experiência perfeita de um produto através da combinação de todos os ingre-dientes de uma maneira bem balanceada”, desta Jane Vieira, gerente de marketing da empresa.

Os conceitos de produtos que traduzem as últimas tendências mundiais englobaram bebidas carbona-tadas refrescantes, energéticos com suco, bebidas alcoólicas diferenciadas, snack drinks, néctares, bebi-das lácteas e iogurtes, além de sorvetes, panificação e confeitos. Além disso, a empresa apresentou uma nova geração de bebidas esportivas nutritivas usando uma tecnologia de aromatização que se caracteriza pelo excelente perfil sensorial mesmo apresentando um alto conteúdo de proteína. Döhler também deu provas de sua competência no segmento de alimen-tos. Além dos conceitos de produtos, a Döhler levou muitos ingredientes inovadores com o foco direto em naturalidade, como, por exemplo, os novos blends de proteínas verdes (batata, ervilha e arroz) e soluções naturais para redução ou completa substituição do açúcar. O amplo portfolio com mais de 35 produtos inovadores chamou a atenção do público presente.

Jane enfatiza que: “a visitação foi excelente. Re-cebemos pessoas de praticamente todos os departa-mentos das empresas, não somente os engenheiros de processo ou industriais e até mesmo os técnicos, público que geralmente faz as visitas na Fispal Tec-nologia. Não somente tivemos a oportunidade de con-cluir projetos em andamento, como também abrimos muitas novas oportunidades de negócio. A presença de uma empresa focada na produção de ingredien-tes em meio ao grande pavilhão de equipamentos e tecnologia ajuda muito, porque os visitantes já saem com o conceito dos novos produtos totalmente pron-to, incluindo o ingrediente inovador e a tecnologia necessária para a produção”.

A Duas Rodas, também do setor de soluções em ingredientes, apresentou na Fispal Sorvetes, Feira In-ternacional de Tecnologia para a Indústria de Sorve-teria Profissional, suas várias marcas com produtos para esse segmento. Entre elas, o Selecta e Specialitá, buscando inspiração nas tendências de sabores mais lançados no mercado de gelatos na Itália e no mundo, nas preferências do consumidor brasileiro, em estu-dos de mercado, além de tecnologias inovadoras, que contribuíram para aprimorar ainda mais os produtos finais. O desenvolvimento dos lançamentos também envolveu uma ampla equipe de pesquisadores, espe-cialistas em sorvetes, aromistas e profissionais de marketing, que por mais de um ano se dedicaram a este trabalho.

A Specialitá, linha premium inspirada nos gelatos italianos, concentra a maior parte dos lançamentos. Ao todo, são 27 novos produtos nas coleções de va-riegatos, chocolate, pastas saborizantes, spreads e bases neutras. Dois itens inéditos no Brasil ganham destaque: o Cioccolato Bianco Spread e o Cioccola-to Fondente Spread, desenvolvidos para consumo em conjunto com o sorvete, em camadas, favorecendo a mescla de receitas com brilho e sabor diferenciados.

No amplo e diversificado portfólio da marca, es-tão ainda algumas apostas de sabores especiais em Variegatos, como mirtilo, mix de frutas verdes (uma combinação exótica de uva, maçã e kiwi), damasco, e, na linha Chocolat, uma mescla de Caffe Moka com caramelo, pistache e a pasta saborizante de limão siciliano.

“Com estes lançamentos, a Specialitá atende a uma categoria de sorvetes mais elaborados e sofisti-cados para consumidores cada vez mais exigentes. Os novos sabores permitirão que industriais e gelatiers desenvolvam combinações harmônicas, diferencia-das e inusitadas”, avalia o gerente de marketing da Duas Rodas, Marco Paulo Pereira Henriques.

Já a Selecta, marca da Duas Rodas conhecida pela liderança na produção de matérias-primas para sor-vetes, lançou a nova linha de produtos Equilibrium, que traz opções de ingredientes para empresas que buscam produzir sorvetes e picolés com o diferen-cial da saudabilidade, uma tendência bastante atual e presente entre os consumidores.

A marca Equilibrium é composta de três linhas: Zen, com sabores à base de extratos naturais; Pró, com produtos com adição de ingredientes como whey protein ou colágeno; e Leve, com produtos sem lacto-se, gorduras ou açúcar. Essas linhas trazem soluções modernas para a indústria inovar no que é tendência no mundo.

Além de Selecta e Specialitá, a Duas Rodas levou lançamentos de outras marcas de seu portfólio, como Plus Solution, Algemix, e produtos das linhas cober-tura para taças e esquimó.

No balanço de um ano repleto de altos e baixos, como 2016, a Fispal Tecnologia demonstrou a força do setor de alimentos e bebidas e a disposição das in-dústrias em manter os motores aquecendo para me-lhores tempos. Que venham!

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REDUÇÃO DE SÓDIO

Reduzir o sódio no processamento de queijos é um pro-cesso especialmente complexo, pois o sal desempenha vá-rias funções. Além do sabor característico, o sódio realça ou mascara outras substâncias presentes no queijo. O ingre-diente também complementa o processo de dessoragem no queijo durante a fabricação, etapa que interfere na consis-tência e sabor final.

O sal auxilia ainda na formação da casca do queijo, fun-damental em queijos mais duros e exerce importante pa-pel de seleção de flora microbiana: muitos microrganismos que podem causar sérios defeitos nos queijos são sensíveis a moderadas concentrações de sal. É o caso dos microrga-nismos esporulados anaeróbios causadores de estufamen-to tardio em queijos, no caso do Gorgonzola torna o meio seletivo para o crescimento do fungo específico e inibe o crescimento de outros mofos e afeta os fenômenos físico--químicos e bioquímicos que caracterizam o processo de maturação do queijo, como a proteólise, lipose etc.

“É importante destacar que o sódio é um mineral natu-ralmente presente no leite das mais diversas espécies ani-mais. Por exemplo, o leite de vaca apresenta em torno de 38 a 45 mg/100 g. No processo de fabricação de queijos é pos-sível reduzir a quantidade de sódio adicionada. Porém, para redução do teor natural do leite, que já é considerado baixo, é necessário aplicação de tecnologias específicas, como na-nofiltração e ultrafiltração que, além de serem processos

Menos sal em queijos

dispendiosos, alteram as características finais do produto” explica Raquel Sant’Ana Nepomuceno, gerente de qualida-de da marca Regina, da Barbosa & Marques.

O Requeijão e os queijos processados apresentam maior dificuldade para redução de sódio, pois a fusão da massa durante o processo de fabricação, além do calor, utiliza-se sais fundentes e agentes emulsificantes, que normalmente são sais a base de sódio. Segundo a gerente de qualidade, os outros tipos de queijos apresentam maior facilidade, mas dependerá da quantidade a ser reduzida. Quanto maior o percentual de redução, mais acentuada tornam-se as alte-rações, principalmente no sabor. Para compensar, é neces-sário uso de substitutos, que ainda não estão devidamente aprovados pela indústria e pelo consumidor final.

Raquel ressalta que já existem soluções vindas das em-presas de ingredientes, a exemplo de sais fundentes/agen-tes emulsificantes a base de potássio e realçadores de sabor contendo extrato de levedura e complementa: “em geral, os substitutos de sódio são usados quando a redução do sal for maior que 33% e o substituto mais popular é o cloreto de potássio (KCl), contudo, pessoas com doenças renais devem ser alertadas sobre a presença de KCl nos produtos. Embora a percepção sensorial dos indivíduos varie, alguns consu-midores relatam a presença do ‘gosto metálico’. Há necessi-dade de mais estudos de desenvolvimento e avaliação para confirmar as alterações nos produtos”.

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Segundo a Fiocruz (Fundação Osvaldo Cruz), até o mo-mento, nenhum país tratou a redução de sódio como marco regulatório. O Canadá foi o pioneiro em propor a redução de forma voluntária.

No segmento de queijos, já são colhidas as primeiras vitórias. Raquel explica: ‘em novembro de 2013 a ABIQ (Associação Brasileira das Indústrias de Queijos, da qual a Barbosa & Marques é associada, assinou um Termo de Compromisso com a ANVISA (Agência Nacional de Vigi-lância Sanitária), quando se comprometeu a reduzir gra-dualmente o teor de sódio nos queijos Mussarela e Re-queijão nos próximos quatro anos seguintes, de modo a atingir o teor máximo de 512 mg/100 g de Mussarela e 541 mg/100 g de requeijão”. Até o ano vigente, 2016, a meta já foi alcançada!

Realçadores de saborAlém dos substitutos, existe a possibilidade de utilização

de realçadores de sabor, porém pela legislação, não é per-mitida a adição desses ingredientes. Um deles é o glutama-to monossódico, que cumpre a função de reforçar o sabor umami, característico de alguns tipos de queijos.

Hellen Dea Barros Maluly, doutora em Ciência de Alimen-tos pela Unicamp e consultora do Comitê Umami, comenta que: “na Universidade Federal de Lavras, pesquisadores uti-lizaram realçadores de sabor em mussarela e cream cheese com ótimos resultados, porém a legislação não possibilita a produção com o uso de realçadores.

Queijos curados possuem concentrações elevadas de ácido glutâmico naturalmente presentes: queijo parme-são (Parmegiano reggiano) (1680 mg/100g), cheddar (182 mg/100g) e emmental (308 mg/100g) (Yamaguchi & Ni-nomyia, 2000). Essas concentrações podem variar de acordo com o tipo de bactéria ácido láctica, de coalho e das condi-ções de maturação (Bennett & Johnston, 2004).

A adição direta de glutamato monossódico monohidrata-do (MSG.H2O), principal aditivo utilizado como realçador de sabor, geralmente não se aplica diretamente em queijos. De acordo com a regulamentação da Anvisa, aplica-se apenas em queijo em pó (BRASIL, 2015). Contudo, alguns pesquisa-dores realizaram testes sensoriais específicos para testar a aplicação de realçadores em queijos tipo mussarela e cream cheese com teor de sódio reduzido. As formulações foram bem aceitas e os autores ainda discutiram a importância da mistura do aditivo em formulações contendo KCl, pois este sal resulta em residuais amargos ou metálicos, que são minimizados na presença de MSG.H2O (Silva et al., 2013).

A redução do sal em alguns tipos de queijos não é ta-refa fácil, pois para retirar parcialmente o sódio de alguns tipos pode interferir no processo de maturação necessário e também pode haver necessidade de acrescentar ingre-dientes que, por exemplo, possibilitem preservação de tex-tura ou desempenhem o papel de conservantes. Principal-mente o segmento de queijos finos e especiais é tradicional e conservador. Mexer nessa fatia do queijo não é empreita-da muito fácil.

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MATURAÇÃO

Maturação e amadurecimento são favoráveis para intensificação

do gosto umami

Existem vários fatores que influenciam no resultado fi-nal de um prato. A correta harmonização entre gostos, aro-mas e sabores é a linha tênue que separa uma boa prepa-ração de uma obra de arte gastronômica. De forma mais aprofundada, o tempo de maturação e amadurecimento dos ingredientes também deve ser levado em consideração, já que esses processos estão diretamente ligados à quanti-dade de substâncias umami – um dos cinco gostos básicos do paladar humano – presentes em diferentes categorias de alimentos.

“A ‘maturação’ ou 'amadurecimento' são termos utili-zados para definir o envelhecimento dos alimentos. Num processo natural, os produtos de origem vegetal, como fru-tas e legumes, amadurecem. Pode-se também ‘envelhecer’ propositalmente alimentos como carnes curadas, embuti-dos, queijos e vegetais”, comenta a doutora em Ciência de Alimentos, Hellen Maluly.

Os queijos, exemplos clássicos de produtos maturados que têm o umami intenso como característica, possuem um teor elevado de proteínas e passam por esse processo para atingirem características que variam de acordo com cada tipo.

Logo no início da produção, após o processo de pasteuri-zação, é adicionada enzima para separar o soro das caseínas do leite. Em seguida, são incluídas as bactérias termofílicas (que crescem em temperaturas até 45°C) e mesofílicas (que crescem entre 20°C e 40°C), que começam a fermentação e a produção do ácido láctico, de componentes aromáticos característicos e de gás carbônico. É nesse momento em que se inicia a maturação, após salga feita com cloreto de sódio. As bactérias continuam a liberar ácidos que promo-vem a proteólise, que é a quebra das ligações peptídicas das caseínas do leite. Essa quebra induz a liberação de aminoá-cidos, que no final da maturação se encontram livres.

“Um dos aminoácidos em maior concentração nos quei-jos, principalmente o parmesão, cheddar e gouda, é o áci-do glutâmico, responsável por conferir o gosto umami. Nas carnes, esse aminoácido também é liberado, porém, o pro-cesso envolve outros tipos de enzimas e microrganismos”, afirma Hellen Maluly.

No caso de frutos como o tomate, reações bioquímicas ocorrem naturalmente durante o amadurecimento e ações enzimáticas liberam o aminoácido glutamato, dando o to-que umami aos alimentos de origem vegetal. Hellen Ma-luly aponta a relação direta entre o glutamato e a coloração dos frutos. “No caso do tomate, por exemplo, quanto mais vermelho, maior a presença desse aminoácido, e isso é um resultado de processos bioquímicos que reduzem a produ-ção de clorofila e elevam o glutamato durante o amadureci-mento”, explica a especialista.

Embora o tempo seja o principal aliado para o sucesso da maturação e/ou amadurecimento dos alimentos quando se trata da presença do umami, ambos os processos precisam ser conduzidos meticulosamente. “Há queijos e cárneos que ficam armazenados durante anos até atingirem a matura-ção desejada. No entanto, os cuidados sanitários devem ser rigorosos para que microrganismos patogênicos não entrem em contato com o produto durante o processo de cura. Por isso, devem ser realizadas análises periódicas para que não haja riscos de contaminação”, conclui a doutora.

UMAMIÉ o quinto gosto básico do paladar humano, descoberto

em 1908 pelo cientista japonês Kikunae Ikeda. Foi reconhe-cido cientificamente no ano 2000, quando pesquisadores da Universidade de Miami constataram a existência de re-ceptores específicos para este gosto nas papilas gustativas. O aminoácido ácido glutâmico e os nucleotídeos inosinato e guanilato são as principais substâncias umami. As duas principais características do umami são o aumento da sa-livação e a continuidade do gosto por alguns minutos após a ingestão do alimento. Para saber mais, acesse www.porta-lumami.com.br.

COMITÊ UMAMIO Comitê Umami debate e divulga temas relacionados ao

quinto gosto. O Comitê tem relação direta com o Umami In-formation Center (UIC), organização sem fins lucrativos, de-dicada a pesquisas sobre o assunto. Para saber mais, acesse http://www.umamiinfo.com/.

Processos influenciam significativamente na presença do quinto gosto dos alimentos

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Grupo Danone inaugura sua primeira fábrica de nutrição

infantil no Brasil

PAINEL

A Danone Early Life Nutrition, divisão de nutrição infantil do Grupo Danone, inaugu-rou em Poços de Caldas, no Sul Mineiro, uma fábrica de fórmulas infantis e compostos lácteos. Esta unidade figura como a oitava planta do Grupo Danone no Brasil e a primei-ra neste segmento.

A nova planta contribuirá para proporcionar um melhor acesso aos consumidores brasileiros aos produtos e consolidá-los como referência em nutrição infantil. "A inau-guração representa mais um importante passo na história do Grupo Danone no Brasil, onde chegou há 46 anos exatamente em Poços de Caldas", ressalta Edna Giacomini, pre-sidente de Danone Early Life Nutrition no Brasil. "A fábrica favorecerá a distribuição dos produtos no mercado nacional e, a partir do ano que vem, permitirá às exportações para países da América Latina", completa a executiva.

Construída numa área de 100 mil m2, a fábrica de nutrição infantil emprega tecnolo-gia de ponta a "seco", que não emprega água já que toda a matéria-prima dos produtos fabricados na unidade são na versão em pó. Além disso, a nova planta emprega equipa-mentos e conta com um ambiente produtivo de elevado padrão de qualidade e rígidos princípios de segurança alimentar.

Para isso, Danone Early Life Nutrition investiu R$ 120 milhões na nova fábrica, que empregará 200 colaboradores até o fim de 2017. "A nova planta reforça a importância do mercado brasileiro e nosso compromisso de melhorar a realidade nutricional das crian-ças brasileiras, durante seus primeiros 1000 dias, período crítico para o desenvolvimento infantil", enfatiza Edna.

Nesse sentido, Danone Danone Early Life Nutrition conta com 1.500 cientistas em todo o mundo e 55 centros de pesquisa e desenvolvimento localizados na Europa, Amé-rica do Norte e Ásia, que estão em constante sinergia com o time brasileiro. Esta inte-gração é o que possibilita a empresa ter como referência o padrão de excelência para desenvolver produtos adaptados às necessidades de bebês e crianças brasileiras, bem como avaliar as características dos diversos grupos de idade e necessidades especiais.

A Danone Early Life Nutrition é a divisão do Grupo Danone focada em nutrição para o início da vida e acredita que todos os bebês e crianças merecem uma alimentação ade-quada às suas necessidades para que possam crescer de forma saudável e desenvolver o seu potencial máximo. A divisão possui extensa pesquisa científica sobre o tema, conta com uma base de mais de 1.500 cientistas e 55 hubs de pesquisa e desenvolvimento em todo o mundo. O Grupo Danone é um dos líderes mundiais no setor de alimentos e reúne quatro empresas: Produtos Lácteos Frescos, Nutrição Infantil, Águas e Nutrição Médica.

A nova planta contou com o aporte de R$ 120 milhões em investi-mentos e está localizada em Poços de Caldas (MG), onde a empresa tem uma unidade de produtos lácteos frescos há mais de 40 anos.

Ministro se reúne com setor lácteo e pede sugestões para desburocratizar normas

O setor lácteo foi o primeiro a ser ouvido, em junho, pelo Ministério da Agricultura, Pecuária e Abasteci-mento (Mapa) no processo de desburocratização da pasta. O ministro Blairo Maggi se reuniu na tarde desta terça-feira (21) com representantes da cadeia produtiva e pediu que encaminhem sugestões ao grupo de trabalho que estuda mudanças nos procedimentos e normas do Mapa para reduzir a burocracia. “A legisla-ção, às vezes, impõe tantas restrições que o produtor não consegue produzir”, observou Maggi.

Os representantes do setor aproveitaram a reunião para apresentar uma pauta de reivindicações ao ministro, que inclui a abertura do mercado chinês aos produtos lácteos brasileiros. Eles lembraram que o Brasil está aquém das exportações de laticínios de outros países, onde os produtores recebem subsídios. Em 2015, a cadeia produtiva exportou US$ 319,2 milhões, a maior parte para a Venezuela.

Outra demanda apresentada pelo setor foi com relação ao Guia Alimentar do Ministério da Saúde. De

acordo com os produtores, a recomendação é de que o consumo se restrinja aos produtos in natura. De acordo com o guia, alimentos processados, como o iogurte, não devem ser consumidos pela população. Os produtores alegam que cumprem todas as normas internacionais e que os produtos seguem as orientações da OMS (Organização Mundial da Saúde). A Secretaria de Defesa Agropecuária vai fazer a ponte com o Mi-nistério da Saúde e Anvisa e verificar o que pode ser feito.

O ministro Blairo Maggi destacou que a responsabilidade pelo controle de qualidade dos alimentos deve ser do próprio produtor e não apenas do governo. Para o ministro, as empresas devem responder juridica-mente pelos produtos que colocam no mercado.

O setor de carnes deve ser o próximo a ser ouvido pelo Ministério da Agricultura.

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PAINEL

Venda de creme de leite em pó da Alibra cresce

nos últimos anosA Alibra, fornecedora de ingredientes e misturas alimentícias em pó para o mercado de alimentos

e de bebidas, nos últimos dois anos, registrou crescimento nas vendas do produto e, para 2016, a ex-pectativa da empresa é dobrar esse resultado.

Segundo a gerente de Vendas industriais da Alibra, Carol Spinelli, o ano começou promissor e com novas oportunidades para comercialização do creme de leite em pó. Lembrando que apenas duas empresas brasileiras produzem e comercializam o creme de leite em pó e a Alibra é uma delas. “O consumo desse produto cresce ano a ano, principalmente entre os clientes que o utilizam em subs-tituição ao creme de leite fresco. Os argumentos de venda são as vantagens no uso do produto em pó, a garantia de abastecimento e o atendimento aos requisitos de cada indústria, o que contribui na fidelização dos clientes da Alibra”, afirma a gerente.

Vantagens essas que são facilidade de transporte, armazenagem, estocagem, shelf life estendido e padrão único, capaz de oferecer cremosidade e sabor lácteo intenso, sem interferir nas demais carac-terísticas do produto final, ao substituir o creme de leite fresco, que geralmente apresenta variações desde o teor de gordura até a acidez.

“Na Alibra, todo o processo de fabricação do produto é nacional, com secagem via spray dryer na planta de Marechal Cândido Rondon (PR), e com grande parte das matérias-primas adquiridas no mer-cado local. Os principais fornecedores são produtores de leite que fornecem o creme após o processo de desnate do leite”, afirma Carol Spinelli.

A coordenadora de P&D da Alibra, Izabel Veit, ressalta que assim como para os demais produtos do portfólio da Alibra, a segurança alimentar é prioridade em todas as etapas de fabricação do creme de leite em pó e também na avaliação final de qualidade sensorial, física e microbiológica.

“O comprometimento da Alibra envolve desde os processos produtivos, transporte, até a entrega dos produtos para os nossos clientes. Para isso, a Alibra segue os programas de Boas Práticas de Fabri-cação e PPHOs (Procedimentos Padrões de Higiene Operacional), bem como segue a resolução RDC nº 12 do Ministério da Saúde, de 2 de janeiro de 2001 e a Instrução Normativa Nº 62 do MAPA, de 29 de dezembro de 2011”, detalha Izabel.

AplicaçõesO creme de leite em pó é proveniente apenas de gordura láctea, tendo como única fonte o próprio

creme de leite. Ele pode ser utilizado para inúmeras aplicações em diversos segmentos, como em sor-vetes artesanais, chocolates, recheios de trufas, sopas e molhos em pó e em qualquer produto doce ou salgado, cujo objetivo seja cremosidade e sabor lácteo.

De acordo com o gerente de Vendas da Alibra, Tiago Paschoini, o creme de leite em pó pode ser apli-cado nas mais diversas receitas do food service, tanto nas doces quanto nas salgadas, como strogonoff, molhos, mousses, chocolates, ganashes e em todas as receitas nas quais ele está entre os ingredientes.

“Uma das qualidades do creme de leite em pó é a flexibilidade que ele apresenta, possibilitando

a diluição em diferentes percentuais de gordura, visto que hoje existe no mercado uma variedade enorme de cremes de leite envasados com quantidades de gorduras que variam desde 15% até 50%, normalmente. Assim, basta consultar a embalagem para misturar a quantidade de água correta com a quantidade de pó necessária”, explica Paschoini.

Por exemplo, para 200 gramas de creme de leite a 15% de gordura mistura-se 160 ml de água e 40 gramas de creme de leite em pó.

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CEPEA/Export: Embarques do agronegócio aumentam 44%

Resultados das exportações confirmam que o agronegócio tem condições reais de ajudar no processo de retomada do crescimento econômico. Com aumento de volume e de faturamento, as vendas externas do setor chegaram à casa dos US$ 28 bilhões no primeiro quadrimestre deste ano e representaram 50,2% das exportações totais do País, conforme cálculos do Centro de Estu-dos Avançados em Economia Aplicada (Cepea), da Esalq/USP.

O volume exportado aumentou quase 44% em relação ao primeiro quadrimestre de 2015,

informa o Cepea, puxado pelos embarques da soja em grão, que se elevaram em 59% e represen-taram quase 80% do valor das exportações do setor no início deste ano.

O faturamento em dólar das exportações do agronegócio brasileiro cresceu aproximadamente

10% no comparativo dos primeiros quadrimestres e, em Real, aumentou 28%, segundo o Cepea. Esse desempenho foi obtido mesmo com os preços em dólar de todos os produtos tendo dimi-

nuído. Em Real, também houve queda para quase todos os itens acompanhados – as exceções foram algodão em pluma e frutas –, mesmo com o câmbio real do agronegócio calculado pelo Cepea tendo se desvalorizado 6% na média do quadrimestre. No agregado do setor, a atrativi-dade das exportações brasileiras (preços em reais) diminuiu quase 10% no comparativo dos quadrimestres.

DESEMPENHO EM 12 MESES – No agregado de maio de 2015 a abril de 2016 comparativamen-

te aos 12 meses anteriores, o volume exportado pelo agronegócio brasileiro (IVE-Agro/Cepea) aumentou 30,6%. Os preços médios em dólares recebidos pelos exportadores do agronegócio diminuíram 18,6% (IPE-Agro/Cepea), mas a taxa de câmbio efetiva real do agronegócio (IC-Agro/Cepea) aumentou 22%, o que demonstra a desvalorização da moeda nacional. Essa queda do Real praticamente compensou a diminuição dos preços externos e, como consequência, a atra-tividade (IAT-Agro/Cepea) se manteve perto da estabilidade, com variação negativa de 0,64%.

EXPORTAÇÕES SETORIAIS – O milho foi o produto que teve o maior aumento de volume

embarcado, de 138%, no comparativo do primeiro quadrimestre/16 com o de 2015. No mesmo sentido, as vendas de etanol quase dobraram (98%), as de carne suína cresceram 70%, as de soja em grão, 59,5%, os embarques de algodão em pluma se elevaram em 42%, de suco de laranja em 36%, de açúcar e de farelo de soja, em 20% e, para carne bovina, o aumento foi de 19%. Na sequ-ência, aparecem madeira (17,6%), carne de aves (15,5%) e celulose (6,3%). O volume exportado de frutas se manteve praticamente estável, com decréscimo de aproximadamente 1%. Já o café e o óleo de soja apresentaram quedas, respectivamente, de 6,33% e de 16,38%.

Pesquisadores do Cepea avaliam que o crescimento das exportações de milho no início deste ano superou as expectativas dos agentes do setor e informam que os principais destinos, no pri-meiro quadrimestre de 2016, foram: Japão (15,92%), Irã (13,87%) e Vietnã (12,85%). Nesse período, as vendas externas de etanol também surpreenderam e tiveram como destino relevante, além dos Estados Unidos (44,56%), principal parceiro comercial do setor, a Coreia do Sul (32,17%). Sem surpresa, os principais demandantes da carne suína brasileira foram a Rússia (34%) e Hong Kong (26,54%). Para a soja em grão, 78,94% das exportações brasileiras foram destinadas à China, e os principais destinos do algodão brasileiro foram a Turquia (16,33%), Coreia do Sul (15,64%), Indonésia (13,92%), Paquistão (11,49%) e Vietnã (10,37%), o que reitera a importância dos países asiáticos como parceiros do agronegócio brasileiro.

Em termos de preço (em dólar), as retrações mais acentuadas no comparativo entre quadri-mestres ocorreram para carne suína (28,7%), farelo de soja (21,4%), café (19,7%), suco de laranja (18,3%), carnes de aves (15%), açúcar (14,7%), etanol (12%), milho (12%), madeira (11,3%) e soja em grão (10,5%). Outros que também tiveram redução dos preços em dólar nesse período foram: carne bovina (9,3%), celulose (9%), óleo de soja (8,6%), algodão em pluma (5%) e frutas (3%).

Os preços em reais também caíram. Somente frutas (2,98%) e algodão (0,95%) tiveram melho-

ra da atratividade (IAT-Agro/Cepea) nesse início de ano.

PRINCIPAIS PARCEIROS – No primeiro quadrimestre de 2016, a China seguiu na liderança, pagando a exportadores do agronegócio brasileiro 26,3% de tudo que foi recebido pelo setor. Na sequência estiveram países da Zona do Euro (16,7%) e os Estados Unidos (6,4%).

A China adquiriu principalmente produtos do grupo de cereais/leguminosas/oleaginosas (76,4% do total), seguidos pelo grupo de produtos florestais (10%) e bovídeos (6%). Outros países asiáticos que são importantes parceiros do agronegócio brasileiro também tiveram cereais/le-guminosas/ oleaginosas como destaque na demanda, como foi o caso do Japão, Coreia do Sul e Vietnã.

Os países da Zona do Euro também concentraram suas compras em produtos do grupo ce-reais/leguminosas/oleaginosas (29,3%), havendo também importante participação de produtos florestais (19,2%), café e estimulantes (15,2%), frutas (13,5%) e bovídeos (8%). Já para os Estados Unidos, o grupo de produtos florestais foi responsável por 35% dos embarques, seguido por café e estimulantes (16,9%), bovídeos (11%), cana e sacarídeas (10,4%) e frutas (9,5%).

Pesquisadores do Cepea avaliam que as ven-das externas do agronegócio devem se manter aquecidas ao longo de 2016, uma vez que mui-tos contratos já devem ter sido fechados. Con-tudo, ambiente econômico interno mais pre-visível nos próximos meses aliado à retomada da confiança devem evitar que o câmbio tenha grandes desvalorizações, o que reduz a atrati-vidade das vendas externas.

No contexto, destacam os pesquisadores, es-tão ainda os problemas climáticos que ocorre-ram nos países sul-americanos nesse primeiro quadrimestre de 2016 e já impactaram parte da produção agropecuária esperada para este ano. Com isso, a pressão baixista sobre os pre-ços deve arrefecer, pelo menos no curto prazo, mas a incerteza sobre a oferta de outros impor-tantes exportadores mundiais ainda deve gerar volatilidade aos mercados.

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PAINEL

O Prêmio ABRE da Embalagem Brasileira chega à 16ª edição com uma nova categoria. "Embalagens para a redução de perdas e desperdício de alimentos" foi incorporada e segue em linha com outras ações da ABRE – As-sociação Brasileira de Embalagem e de organização internacionais, em especial a iniciativa Save Food liderada pela FAO - Organização das Nações Unidas para Alimentação e Agricultura e pela Messe Düsseldorf.

Promovido pela ABRE, a inclusão de mais uma modalidade de reconhecimento mostra um trabalho da Enti-dade pensado também na ponta final que é o consumidor. O objetivo da nova categoria é premiar as embala-gens que apresentem novas tecnologias de materiais, barreira, funcionalidade, porcionamento ou comunicação para reduzir a perda de alimentos - que pode acontecer ao longo da cadeia do produtor até o centro de distri-buição - e reduzir o desperdício de alimentos - que é caracterizado pelas práticas do consumidor.

“Entendemos que a embalagem, cada vez mais, deve ser pensada para atender de maneira eficiente até a ponta final, que é o consumidor. Neste caso, levamos em conta os anseios da sociedade mundial e a necessidade de valorização da saúde e bem-estar”, destaca Luciana Pellegrino, diretora Executiva da ABRE.

A proposta do Prêmio é de incentivar a eficiência dos processos e o desenvolvimento sustentável, entre outras ações importantes para o crescimento e valorização das embalagens brasileiras. “O reconhecimento da ABRE com o Prêmio visa a destacar a importância de uma boa criação de embalagem que vai além do design gráfico e abrange, principalmente, a questão da funcionalidade e das novas tecnologias que agregam valor real para os consumidores”, afirma Isabella Salibe, gerente Comercial e de Marketing da ABRE.

Os ganhadores do prêmio são classificados como Ouro, Prata ou Bronze, e conferem à empresa vencedora e seus profissionais notoriedade, reconhecimento e valorização em território nacional e internacional.

Mais informações sobre o Prêmio e o regulamento para inscrições, acesse www.premioabre.org.br.

Prêmio ABRE lança categoria para incentivar redução de perdas e

desperdício de alimentos Simpósio ABIQ para o setor de queijos

Competitividade da indústria brasileira de queijos num mercado de concorrentes inter-nacionais será o tema do Simpósio 2016, organizado pela ABIQ (Associação Brasileira das Indústrias de Queijo). O evento acontecerá nos dias 15 e 16 de setembro de 2016, no Tauá Hotel & Convention em Atibaia, e terá como público alvo empresários, executivos e gesto-res de empresas de queijos no Brasil, quer sejam ou não associados da ABIQ.

Com a proximidade de chegada de grandes empresas internacionais, é fundamental as empresas brasileiras se prepararem para enfrentar os novos players do mercado. O foco do Simpósio será oferecer conhecimento estratégico, tecnologia e análise de mercado para as indústrias nacionais enfrentarem os concorrentes que estão a caminho do Brasil.

Em 2016, o objetivo do simpósio será apresentar e discutir diferentes aspectos da pro-dução de queijos no Brasil, sempre dentro de um cenário já real, onde laticínios interna-cionais de grande experiência e com técnicas inovadoras também passam a disputar a produção, o mercado consumidor brasileiro de queijos e a compra de leite no campo.

Para abordar os diversos ângulos envolvidos na competitividade de uma indústria de queijos, o tema foi dividido em quatro painéis, cada um com vários palestrantes nacionais e internacionais experts nos assuntos. Ao final de cada painel haverá espaço para um debate entre os palestrantes e os participantes.

Os painéis terão como tema: Matéria prima leite, perspectivas e soluções; Onde buscar diferenciais competitivos em insumos e processos; Profissionalização, mudanças societá-rias e regulatórias no setor de queijos e Mercado e oportunidades.

Entre as presenças já confirmadas estão: Dr. Paulo do Carmo Martins da Embrapa; An-dres Padilla, Rabobank; prof. Luiz Carlos Gonçalves Costa Júnior, EPAMIG/ILCT; Prof. Paulo Henrique Fonseca da Silva da Universidade Federal de Juiz de Fora; Institutos Mintel e Kan-tar Worlwide, Múcio Furtado, entre muitos outros.

As inscrições deverão ser feitas diretamente na ABIQ, a partir de 8 de Agosto de 2016, nos telefones: (11) 3259-9213 / 3259-8266 / 3120-6348

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PAINEL

As novas regras de recolhimento de alimentos impróprios para o consumo, estabeleci-das pela Agência Nacional de Vigilância Sanitária (Anvisa) no início desse mês aumentam as responsabilidades e, consequentemente, os riscos para as indústrias, principalmente dos segmentos de alimentação e bebidas. A avaliação é de Marta Helena Schuh, gerente do segmento de indústria da JLT Brasil, gestores de riscos, seguros e resseguros.

Segundo ela, a Resolução da Diretoria Colegiada (RDC nº 24), aprovada dia 2 de junho,

obriga as empresas a desenvolverem previamente um Plano de Recolhimento de produ-tos (Recall) acessível aos funcionários envolvidos e disponível à autoridade sanitária. O plano deve estabelecer os processos adequados para o recolhimento de alimentos impró-prios ao consumo e o fluxo de comunicação à agência e aos consumidores.

“Em uma primeira etapa, atender as novas exigências requer o mapeamento de toda

a cadeia de fornecimento, com identificação de exposições e formulação de estratégias e procedimentos de segurança alimentar. Depois, treinar as equipes e auditar esses proces-sos, identificando potenciais violações”, resume a gerente da JLT Brasil.

Segundo Marta, o procedimento correto será requerido não apenas pela Anvisa, mas

também pelas seguradoras, já que eventuais sinistros – que podem estar cobertos por apólices de Responsabilidade Civil de Produtos- só se efetiva quando o segurado compro-va seu alinhamento com todas as normas do setor.

Ela explica que o seguro de Responsabilidade Civil Produtos é uma solução de prote-

ção contra perdas derivadas de contaminação de produtos e cobre todas as etapas da cadeia produtiva, do produtor rural, indústria de manufatura, indústria de processamen-to, distribuidores e varejistas. Além de custos associados à retirada de produtos (Recall), incluindo notificação, transportes de mercadorias, estocagem, cobre os custos para re-paração e reposição ou ressarcimento dos produtos contaminados. Ampara a empresa também nos processos de defesa e indenização por Responsabilidade Civil e por danos ocasionados a terceiros no processo de retirada de produtos Seguro Recall de Produtos.

“Mas não exime as empresas de adotarem planos de contingência e treinamento para

aprimorar seus padrões de higiene e segurança em todas as áreas de manipulação de produto e plano de contingência em um eventual sinistro”, completa a gerente.

Regras da Anvisa para recolhimento de alimentos e bebidas aumentam

responsabilidade da indústria

Dietas sem glúten e sem lactose estão na moda. Segundo o relatório da New Nutrition Businnes sobre as 10 Prin-cipais Tendências em Alimentos, Nutrição e Saúde 2016; o mercado sem glúten teve grande atenção nos últimos anos e segue em crescimento, ainda que os holofotes estejam mudando para produtos sem lactose ou sem lácteos.

Estima-se que 75% da população mundial tenha intolerância à lactose, 1% da população seja celíaco e 6% da população tenha alergia ou intolerância ao consumo de glúten. Mas sabe-se que o consumo desses alimentos não está limitado a essas pessoas que possuem restrições alimentares. Muitos investem nesse tipo de dieta não por motivos de saúde, mas para emagrecer ou porque consideram mais saudáveis.

Mas, um recente estudo científico, publicado em maio na revista Clinical Nutrition, mostrou que dietas sem glú-ten são mais pobres em fibras, vitamina B12 e ácido fólico, vitamina D, ferro, zinco, magnésio e cálcio. Segundo a nutricionista Carolina Godoy da consultoria Equilibrium “a deficiência prolongada desses nutrientes pode resultar em alterações no funcionamento do intestino, anemia e osteoporose”. Fica o alerta para quem segue esse tipo de alimentação apenas pela moda, sem real necessidade!

Para os celíacos, seguir uma dieta sem glúten não é uma opção e sim o tratamento da doença. Como diversos alimentos ficam restritos a falta de nutrientes pode vir a tona. “Celíacos ou pessoas que optaram seguir uma dieta sem glúten devem ficar atentas e consumir outros alimentos ricos nesses nutrientes” diz Carolina.

Para os intolerantes a lactose existe a preocupação em atingir a recomendação diária de cálcio, já que muitos produtos lácteos (principal fonte desse nutriente) são cortados do cardápio. O desafio é encontrar outros alimen-tos fontes de cálcio.

Uma das opções para suprir essas carências de nutrientes é a bebida funcional Luminus, que é a base de frutas (naturalmente sem glúten, sem lactose e tambem não contém proteínas ou traços de leite) e com nutrientes como ômega 3 (DHA), fibras, vitamina D, C e ácido fólico. Além disso, é uma opção de bebida de fruta fonte de cálcio, em 1 copo (200ml) de Luminus Life é possível encontrar 15% da recomendação diária desse nutriente.

Luminus é uma opção de bebida que pode colaborar com a ingestão de nutrientes que podem estar em falta para quem adota este tipo de alimentação sem glúten e sem lactose.

Dieta sem lactose e sem glúten: a grande tendência de 2016

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Sabe Alimentos faz novos investimentos

No final de maio, foi selada a contratação da GEA Equipamentos e Soluções para fornecimento de moderna planta para fabricação de Iogurtes Líquidos, Gregos, Poupa e Cremoso, além de Petit Suisse, no sistema Turn Key.

A GEA já forneceu a atual planta de UHT da Sabe Alimentos. Com estimativa na ordem de vinte e cinco milhões de reais, este investimento está sendo realizado em sintonia com atual momento em que a em-presa vem passando, onde busca atuar no segmento de varejo, com venda e entrega própria.

O novo portfólio traz produtos de valor agregado que ajuda a suportar os custos de distribuição, assim como a possibilidade de oferecer um mix variado de produtos aos cliente.

“Nos quatro anos de operação alcançamos uma participação muito boa no segmento de auto serviço e atacado. Agora estamos diversificando nossa comercialização e distribuição para o segmento de varejo, com forte atuação nos estados de Sergipe, Alagoas e Bahia.

Como já somos reconhecidos por produzir produtos de qualidade, esta nova linha de produtos faz todo sentido para o portfólio que queremos oferecer aos nossos consumidores e vem ratificar nosso foco em qualidade.” afirma o empresário.

Além desses novos equipamentos, a GEA vai fazer uma adaptação nas instalações de UHT existente para dar condições da Sabe Alimentos produzir sucos e néctar: “Com a produção e comercialização de sucos e néctar, ficamos realmente com um portfólio muito competitivo para suportar este nova fase de comercialização e distribuição que estamos buscando junto aos clientes do segmento de varejo.” destaca o senador.

Com um parque industrial dotado da mais alta tecnologia a Sabe Alimentos vem se destacando no segmento de laticínios pela qualidade dos seus produtos.

A planta industrial, localizada em Muribeca-SE, tem a infra‐estrutura completa para agregar esses novos equipamentos, com água suficiente, estação de tratamento de resíduos líquidos, geração de vapor, frio, ar comprimido e energia elétrica, além de uma localização privilegiada em relação a capitação de leite, pois fica equidistante das principais bacias leiteiras da região, o sertão de Sergipe e de Alagoas.

Hoje, a empresa já coleta leite em Sergipe, Alagoas, Bahia e Pernambuco, graças a localização onde a empresa foi instalada.

“A expansão da planta da Sabe Alimentos possuirá um alto nível de automação, assim como a planta original fornecida pela GEA. O projeto atende todos os requisitos relacionados à segurança alimentar e, graças à tecnologia que será empregada, garantirá o padrão de todo o processo produtivo, com o mínimo de riscos que intervenções manuais trazem ao processo convencional na maior parte da indústria brasi-leira de refrigerados lácteos”, esclarece o diretor de Vendas de Soluções da GEA, Guilherme Prelorentzou.

Apesar do atual cenário econômico brasileiro o empresário e senador Ricardo Franco acaba de contratar um novo fornecimento

de equipamentos, para a planta Industrial da Sabe Alimentos localizada no município de Muribeca em Sergipe.

“Um dos principais diferenciais do projeto é o sistema de esterilização com vapor filtrado presente em equipamentos como os tanques de fermentação e estocagem final, que elimina a maior parte dos microrganismos indesejados. Durante a produção, estes equipamentos também serão mantidos por ar filtrado com leve sobre-pressão em relação ao ambiente, de forma a inibir contaminações após a esteri-lização. Assim, as culturas lácteas escolhidas e adicionadas para o processo de fermentação terão con-dições favoráveis para se desenvolver. As linhas de transferência de produto também serão esterilizadas em um processo similar, mas, neste caso, com água quente. Em um mercado de alimentos frescos, isso significa maior frescor e qualidade, o que resulta na preservação das características originais do produto, como sabor e textura, ao longo de todo o seu período de validade. A GEA é um dos líderes globais neste mercado, sendo que um quarto do leite processado no mundo utiliza equipamentos do grupo. E estamos especialmente satisfeitos com a escolha da Sabe Alimentos pela continuidade da parceria iniciada com a GEA em 2009, pois temos a expectativa que esta planta de lácteos frescos se torne uma das referências no mercado lácteo brasileiro. Estamos focados em contribuir para que a Sabe consolide sua posição que já é de destaque no mercado do Nordeste com produtos de qualidade superior para seus consumidores. E a sábia decisão de investir agora e estar preparado para colher os frutos na recuperação da economia é uma excelente forma de garantir um futuro ainda melhor”, conclui Prelorentzou.

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LEITE/CEPEAPreço sobe em todos os estados; média Brasil

está 15% maior que há um ano

Figura 1: ICAP-L/Cepea - Índice de Captação de Leite – MARÇO /16.(Base 100=Junho/2004) Fonte: Cepea-Esalq/USP.

A baixa produção no campo, devido ao período de en-tressafra, segue impulsionando os valores de leite. Em maio, o movimento de alta foi verificado em todos os esta-dos acompanhados pelo Cepea (Centro de Estudos Avan-çados em Economia Aplicada), da Esalq/USP.

O preço do leite recebido pelo produtor (sem frete e im-

postos) teve alta de 4,5% de abril para maio, passando para R$ 1,1571/litro na “média Brasil” (que pondera o valor pelo volume captado nos estados de BA, GO, MG, PR, RS, SC e SP). Esse valor está 14,3% maior que o de maio de 2015, em temos reais (valores deflacionados IPCA de abril/16). O pre-ço bruto médio (com frete em impostos) foi de R$ 1,2654/litro, aumento de 15% frente ao de maio do ano passado, em termos reais.

O aumento na média nacional em maio foi influencia-

do pela valorização no Sudeste do País, principalmente em São Paulo (5,1%) e em Minas Gerais (5%), onde os preços líquidos passaram para R$ 1,1460/litro e R$ 1,1947/litro, respectivamente. Dentro da porteira, os elevados custos de produção, geadas no Sul do País e a tendência de migração de produtores de leite para o corte seguem desestimulan-do a produção.

A baixa oferta de leite continua aumentando a com-

petição entre as indústrias pelos produtores, e levanta-mentos do Cepea junto a representantes de laticínios/cooperativas confirmam essa tendência também para os próximos meses. Cerca de 71,8% dos agentes entrevistados pelo Cepea (que representam 77,3% do volume amostrado)

acreditam em nova alta nos preços do leite, enquanto o restante (28,2%, que representam 22,7% do volume) acre-dita em estabilidade nas cotações – frente ao mês passado, houve aumento no número de colaboradores que estima estabilidade nos valores. Nenhum dos colaboradores con-sultados estima queda de preços em junho.

O Índice de Captação de Leite do Cepea (ICAP-L/Cepea)

teve queda de 3,38% em abril, considerando-se os sete estados que compõem a “média Brasil”. A região Sul re-gistrou as maiores quedas na produção, de 6,97% no Rio Grande do Sul, de 6,12% em Santa Catarina e de 1,16% no Paraná. Para os próximos meses, a captação deve começar a se recuperar no Sul do País, devido às forragens de in-verno. Os demais estados também tiveram queda de pro-dução leite em abril; a menor delas, de apenas 0,47%, foi verificada na Bahia.

No mercado atacadista de derivados do estado de São

Paulo, os preços continuam registrando altas quase que diárias, puxados pela diminuição da oferta e pela melho-ra da demanda comparativamente aos meses anteriores. A média de maio (até o dia 30) do leite UHT está em R$ 2,9250/litro, 6,88% superior à de abril. A muçarela registra média de R$ 16,01/kg neste mês, superando em 4,2% a do mês anterior. O levantamento de preços de derivados do Cepea é diário e conta com apoio financeiro da Organiza-ção das Cooperativas Brasileiras (OCB).

Clique e confira relatório completo, com gráficos e ta-belas: http://cepea.esalq.usp.br/imprensa/

CONJUNTURA

CADERNO DE TECNOLOGIADE LATICÍNIOS

FAZER MELHOR

Produtos Lácteos Como Alimentos Funcionais Carreadores de Probi-óticos e Prebióticos

Soro em pó: considerações sobre sua participação na cadeia do leite no Brasil

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1. Introdução

O aumento da incidência das doenças crônicas não transmissíveis tem feito com que a população se preocupe mais com seu estilo de vida, principalmente com os hábi-tos alimentares. Sendo assim, percebe-se uma alteração dos padrões de alimentação, fator que tem contribuído para consumidores cada vez mais exigentes e atentos aos benefícios que os alimentos podem proporcionar à saúde.

Neste contexto, os alimentos funcionais passam a ser cada vez mais procurados e incluídos na alimentação diá-ria. Esses alimentos são definidos como aqueles que além de nutrir podem fornecer benefícios fisiológicos adicionais, envolvidos por exemplo, na redução de riscos de doen-ças crônicas não transmissíveis. Probióticos e prebióticos são classificados como alimentos funcionais.1 Probióticos são microrganismos vivos, ou componentes microbianos que, quando ingeridos em determinado número, inferem efeito benéfico à saúde e bem-estar de seu hospedeiro2. Já os prebióticos são ingredientes que não são digeríveis no intestino delgado e atingem o intestino grosso onde atuam estimulando seletivamente o crescimento de bactérias de-sejáveis no cólon, alterando a microbiota em favor de uma composição mais saudável.3

A adição mais comum dos microorganismos probióti-cos tem sido em produtos lácteos como leites fermenta-dos, sorvetes e queijos. Além dos produtos lácteos serem considerados alimentos nutricionalmente completos, efeitos benéficos à saúde podem ser potencializados pela adição de probióticos e prebióticos, atendendo dessa forma, a crescente necessidade do consumidor. Bebidas à base de leite e sôro lácteo representaram na última década mais de 70 % dos lançamentos globais em alimen-tos funcionais.4 O produto lácteo que ao mesmo tempo carreia microorganismo(s) probiótico(s) e ingrediente(s) prebiótico(s), é um produto lácteo simbiótico.5

Produtos Lácteos Como Alimentos Funcionais Carreadores de Probióticos e Prebióticos

Anna Carolina Motta Vasconcelos, BS1 ;Sandra Aparecida dos Reis, MSc2

Letícia De Nadai Marcon, MSc2 ;Valter Paulo Neves Miranda, MSc2

Maria do Carmo Gouveia Peluzio, DS2 ;Sílvia Eloíza Priore, DS2

Wilmer Edgard Luera Pena, DS1; Célia Lucia de Luces Fortes Ferreira, PhD1

1 Departamento de Tecnologia de Alimentos, Universidade Federal de Viçosa (UFV);2 Departamento de Nutrição e Saúde, UFV

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2. Probióticos e prebióticos: papel funcional no organismo

Os microorganismos probióticos são, na sua maioria, originados do trato intestinal, não patogênicos, e quando selecionados devem sobreviver no ambiente gastroin-testinal. Suas ações vão desde a regularização do funcio-namento dos intestinos, até modificações de atividades metabólicas e modulação do sistema imunológico, com efeitos além do ambiente intestinal como os benefícios observados na síndrome do autismo e depressão. Micro-organismos dos gêneros Lactobacillus e Bifidobacterium são os mais estudados e comercializados como probióticos. As espécies de Lactobacillus atuam predominantemente no intestino delgado ao passo que as de Bifidobacterium, atuam no intestino grosso, mais especificamente, no có-lon. Ambos os gêneros compõem o grupo conhecido como bactérias do ácido láctico (BAL). As BAL atuam na função barreira do trato gastrointestinal (TGI), que basicamente protegem o indivíduo de patógenos e outras agressões nesse ambiente. A presença desse grupo no TGI contribui para o estabelecimento de uma microbiota comensal equi-librada, que hoje é considerada um órgão o qual deve ser mantido saudável, como qualquer outro, e que contribui para a saúde do homem e seu bem estar. Grande parte dos benefícios de uma microbiota comensal (conjunto de microorganismos que habitam o TGI) saudável tem sido demonstrada por meio de estudos empregando-se espé-cies de Lactobacillus e Bifidobacterium e os resultados dessas pesquisas têm demonstrado várias funções importantes.

Probióticos contendo lactobacilos e bifidobactérias têm contribuído na redução da constipação e a diarreia infantil, na resistência a infecções por salmonela e na pre-venção da "diarreia do viajante".6 A administração de uma mistura probiótica contendo Lactobacillus acidophilus (L. aci-dophilus), Lactobacillus plantarum (L. plantarum), Lactobacillus rhamnosus (L. rhamnosus) , Bifidobacterium breve (B. breve), Bifidobacterium lactis (B. lactis), Bifidobacterium longum (B. longum) e Streptococcus thermophilus (S. thermophilus) estabi-lizou a microbiota intestinal desses indivíduos diminuindo os sintomas da doença intestinal.7 No entanto, os benefí-cios da ingestão de probióticos não se restringem apenas a condições patológicas. Indivíduos saudáveis apresentam melhora das defesas contra as agressões gastrointestinais e infecções, bem como da função imune com o aumento de imunoglobulina A, específica para imunidade de mu-

cosas.8 Além de bactérias, leveduras de efeito probiótico como Saccharomyces boulardii, atuam reduzindo o número de Clostridium coccoides, Eubacterium rectale e determinadas es-pécies de Bacteroides, Porphyromonas e Prevotella, auxiliando no tratamento da diarréia associada a antibióticos9; me-lhorando a composição da microbiota em pacientes com doença intestinal inflamatória e modulando a diarréia em pacientes com síndrome do intestino irritável10.

Prebióticos como os frutanos (fruto-oligossacarídeos (FOS) e as inulinas), atuam de maneira direta e indireta no intestino humano. Como não são hidrolisados nem ab-sorvidos na parte superior do TGI, são utilizados seletiva-mente por bactérias específicas presentes no cólon. Dessa forma, os prebióticos conseguem alterar a microbiota intestinal do homem de modo a torna-la mais saudável11.

Dentre os efeitos diretos de alguns prebióticos no or-ganismo destacam-se o aumento do período de saciedade naqueles que atuam como fibra insolúvel formando géis e retardando o esvaziamento gástrico; modulam o trân-sito intestinal estimulado pela presença do ácido láctico; auxiliam na redução do colesterol, por meio da adsorção de ácidos biliares; e na redução da glicemia pela formação de géis e retardamento da absorção da glicose. Indireta-mente, prebióticos estimulam o crescimento de bactérias bífidas, sendo seletivamente fermentados no cólon por este gênero de bactérias. O processo de fermentação reduz o pH intestinal, promovendo ação bactericida que reduz o número de microorganismos indesejáveis, o que além de melhorar o perfil da microbiota reduz a quantidade e absorção de metabólitos tóxicos no intestino como a amônia. A fermentação bacteriana gera produtos como ácidos graxos de cadeia curta (AGCC), destacando-se os ácidos acético, propiônico e butírico, exercendo funções anticarcinogênicas e anti-inflamatórias. O ácido propiôni-co por sua vez, atua na regulação do metabolismo lipídico reduzindo a síntese hepática do colesterol, assim como no metabolismo da glicose, reduzido a glicemia e a resposta insulínica.12 Os prebióticos também demonstram efeitos positivos sobre o sistema imunológico13; participam na renovação das células epiteliais intestinais.; contribuem na absorção de minerais, principalmente, cálcio, magnésio, zinco e ferro, contribuindo portanto para a diminuição do risco de osteoporose.14, 15

Além dos benefícios promovidos em transtornos intes-tinais, a introdução de probióticos e prebióticos na dieta têm demonstrado efeitos na modulação da obesidade quando também observa-se relação direta com o aumen-to na população de bifidobactérias.16 Têm sido citados também o papel na modulação benéfica nos distúrbios da síndrome do autismo e depressão, demonstrando assim uma relação com o eixo cérebro- intestino, constituindo uma área que tem chamado atenção dos pesquisadores na investigação dos modos de ação da microbiota intestinal nessas situações.17

3. Produtos lácteos como carreadores de probióticos e prebióticos

3.1 Probióticos

Apesar de serem várias as estirpes de microrganismos com alegações de atividade probióticas, somente algumas dominam o mercado. Assim, poucas estirpes contribuem com mais de 90 % do mercado de alimentos probióticos. Entre essas incluem-se Lactobacillus casei (L. casei), L. john-sonii, L. rhamnosus, L. plantarum, L. acidophilus, L. lactis, L. reuteri, L. paracasei, L. fermentum, L. helveticus, B. animalis e B. bifidum (Quadro 1).

Além de boa viabilidade nos intestinos, culturas probióticas devem resistir aos processamentos a que serão submetidos os produtos lácteos que carreiam esses microorganimos. 18 Produtos lácteos contribuem para a sobrevivência dos probióticos ao suco gástrico, particu-larmente por seu efeito tamponante e protetor de seus componentes.19 Esses pré-requisitos representam desafios tecnológicos significantes, uma vez que bactérias pro-bióticas são sensíveis à exposição ao oxigênio, ao calor e a ambientes ácidos.20 Assim, culturas probióticas com propriedades tecnológicas adequadas devem crescer bem no leite, promover propriedades sensoriais adequadas no produto, não perder a funcionalidade e viabilidade duran-te o armazenamento.

Lactobacillus Bifidobacterium Outras bactérias do ácido lático

Outros microorganis-mos

Lactobacillus acidophillus*

Bifidobacterium adolescentes

Enterococcus faecalis

Bacillus cereus var Toyol

Lactobacillus amylovorus

Bifidobacterium animalis*

Enterococcus faecium*

Escherichia coli cepa nissie

Lactobacillus casei

Bifidobacterium bifudum*

Lactococcus lactis* Propionibacterium freudenrichii

Lactobacillus crispatus

Bifidobacterium breve

Leuconostoc mesenteroides

Saccharomyces cerevisiae

Lactobacillus defensis*

Bifidobacterium infantis

Pediococcus acidilactici

Saccharomyces boulardii

Bifidobacterium lactis

Sporolactobacillus inulinus

Lactobacillus gallinarum

Bifidobacterium logum*

Lactobacillus gasseri

Lactobacillus johnssonii

Lactobacillus paracasei*

Lactobacillus plantarum

Lactobacillus casei Shirota*

Lactobacillus reuteri

Lactobacillus rhamnosus*

Adaptado de HOLZAPFEL et al. (2001)21; *Microrganismos aceitos como probióticos pela legislação brasileira (ANVISA, 2008)1

Quadro 1 – Principais microrganismos com propriedades probióticas.

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Produtos Lácteos Como Alimentos Funcionais Carreadores de Probióticos e Prebióticos

Dos dois gêneros de bactérias probióticas mais utiliza-dos, Bifidobacterium é mais sensível a um ambiente ácido e às condições de processamento por ser anaeróbio estrito e por exigir um ambiente nutricionalmente mais rico para seu crescimento. Do gênero Bifidobacterium, B. longum é a espécie mais resistente ás condições de processamento e à acidez dos produtos lácteos fermentados sendo a mais utilizada comercialmente.

Espécies de Bifidobacterium e de Lactobacillus de origem intestinal podem ser adicionadas ao iogurte e bebidas lácteas, para enriquecê-los com bactérias probióticas mais adaptadas ao ambiente em que irão exercer sua funciona-lidade. Queijos de diferentes tipos, têm sido adicionados de culturas probióticas com diferentes alegações fun-cionais, a exemplo de estudos experimentais em que à massa do queijo foram adicionados fermentos contendo Propionibacterium freudenreichii e L. delbrueckii em animais com colite induzida. Os animais que receberam o queijo com o fermento probiótico tiveram os sintomas da colite diminuídos, assim como o estresse oxidativo e severidade de dano epitelial. Concluiu-se nesse estudo a possibilidade

de desenvolver produtos lácteos probióticos para dimi-nuir riscos de determinadas doenças como a síndrome do intestino irritável, onde a colite está presente.22 O kefir é outro produto lácteo cujo efeito probiótico tem sido estu-dado e corroborado em um número crescente de pesqui-sas. O leite fermentado kefir é feito a partir dos “grãos de kefir”, nos quais ficam embebidos bactérias e leveduras. Os grãos adicionados ao leite e mantidos à temperatura ambiente acumulam ácido láctico. Após um período de 12 a 24 horas, o leite já se apresenta fermentado e os grãos são retirados por meio de filtração em peneira plástica e estão prontos para serem utilizados em outra batelada do produto. O leite fermentado , sem os grãos, é então trans-portado para a geladeira, onde temperaturas em torno de 10oC por 24 horas promovem o crescimento de leveduras, acumulando álcool, CO2 e vitaminas do complexo B, re-sultando num produto mais rico em substâncias bioativas devido à atividade proteolítica e lipolítica das leveduras. Embora o kefir seja comercializado em outros mercados, no Brasil a produção é artesanal. A Figura 1 refere-se aos grãos do kefir (A) e inclui exemplo do produto comerciali-zado em diferentes mercados (B).

Figura 1 – Grãos de kefir (A) e kefir comercializado em diferentes países (B)Fonte: (A) http://thehealthyeatingsite.com/wp-content/uploads/kefir-grains1.jpg(B) http://www.google.com.br/search?tbm=isch&tbs=rimg%3ACZU..........

O kefir exibe uma grande variedade de atividades funcionais atribuídas a diferentes compostos produzidos durante o processo de fermentação como ácidos láctico e acético, peptídeos bioativos, exopolissacarídeo kefirana e a subtâncias antibióticas/bacteriocinas produzidas por com-ponentes de sua microbiota específica. Ao kefir têm sido inferidas várias funções dentre as quais i) antibacteriana; ii) antifúngica; iii) hipocolesterolemiante; iv) antioxidante; v) antitumoral; vi) anti-hipertensiva; vii) anti-inflamatória; viii) aumento da tolerância á lactose por pessoas lactase não persistentes, além de ter efeitos na restauração da microbiota intestinal e na modulação da intolerância a lactose. 23 Embora não disponibilizado comercialmente no Brasil, o uso do kefir tem sido estimulado pelo baixo custo e pela facilidade de incorporação à dieta. 24, 25

Segundo a ANVISA1, para que um produto possa alegar a presença de probióticos este deve possuir uma quantida-de mínima de microorganismos probióticos viáveis, entre 108 a 109 Unidades Formadoras de Colônias (UFC) na recomendação diária do produto pronto para o consumo. Valores menores podem ser aceitos, desde que a empre-sa comprove sua eficácia. Além disso, a documentação referente à comprovação de eficácia deve incluir o laudo de análise do produto que comprove sua funcionalidade e a quantidade mínima viável do microorganismo até o final do prazo de validade.

3.2 PrebióticosOs prebióticos não são metabolizados por enzimas

humanas e chegam ao cólon intactos onde atuam como substrato para bactérias benéficas, como por exemplo, bactérias bífidas já existentes no colón do hospedeiro. Os prebióticos mais utilizados em produtos lácteos são a lactulose, amido resistente e os frutanos (FOS e inulina). e as bifidobactérias fermentam esses prebióticos.26 Portan-to, o consumo de prebióticos constitui uma das alterna-tivas para modular benèficamente a microbiota do cólon, dentre as quais, espécies do gênero Bifidobacterium.

Estudos mostraram que espécies de Lactobacillus (L. casei, L. paracasei, L. rhamnosus, L. zeae) alcançaram melhor multiplicação e viabilidade em leite desnatado suplemen-tado com 5 % de inulina . Também a adição de 2 % inulina, amido resistente e oligofrutose aumentaram a viabilidade de L. acidophilus, L. casei, B. longum e L. rhamnosus em iogurtes após quatro semanas de armazenamento a 4 ºC.27

Os frutanos possuem características que permitem sua aplicação tecnológica na fabricação de diversos tipos de alimentos. Apresentam cerca de um terço do poder adoçante da sacarose, maior solubilidade que a sacarose, não cristalizam, não precipitam e não deixam sensação de secura ou de arenosidade na boca. A oligofrutose pode ser combinada com um edulcorante de alta intensidade, para desenvolver um perfil de doçura similar à do açúcar. Esse efeito sinérgico é particularmente benéfico em preparados de frutas, que são utilizados em iogurtes, leite ou sucos com teor de gordura reduzido.28 Devido a essas caracterís-ticas, FOS/inulina podem ser usados em formulações de sorvetes e sobremesas lácteas, em formulações diet, em especial para diabéticos. 29

Em iogurtes, a adição de FOS/inulina pode promover efeito simbiótico quando houver presença de microorga-nismos probióticos. A incorporação de inulina (1-3 %) em iogurtes de frutas melhora a textura e oferece efeito siner-gístico de sabor em combinação com açúcares artificiais tais como aspartame e acessulfame K.

Um produto que contém FOS/inulina para ser con-siderado funcional, precisa conter em sua porção pronta para consumo, no mínimo 3g da substância bioativa para alimentos sólidos ou 1,5 g para alimentos líquidos.1

Probióticos e prebióticos devem fazer parte da dieta normal para que possam garantir um efeito contínuo.

4. Mercado Nacional e Internacional

Os principais mercados de alimentos funcionais atu-almente são o Japão, Estados Unidos e Europa. Nesses países o mercado é considerado maduro, uma vez que a venda dos alimentos funcionais atingiu ou está atingindo níveis estáveis, assemelhando-se em consumo aos alimen-tos convencionais.30

A crescente procura por alimentos funcionais tem impulsionado a venda dos produtos lácteos funcionais que representam 43 % do mercado mundial. Esse crescimento é maior nos países emergentes, quando comparado com paí-ses líderes da Europa, com o Japão e Estados Unidos. Nesse sentido o Brasil é o maior mercado emergente, atingindo valores de 35 bilhões de dólares em 2013. Estima-se um crescimento para o setor de alimentos lácteos probióticos de 6,8 % ao ano até 2018. Em termos de vendas, espera-se um faturamento de 44,9 bilhões de dólares em 2018.31

A partir da segunda metade da década de 1990, intensi-ficaram-se no Brasil pesquisas com os alimentos fun-cionais, o que contribuiu para o aumento da quantidade dos produtos lácteos funcionais lançados no mercado.31 O primeiro produto lácteo probiótico comercializado no Brasil como sucesso, nos anos 60, continha L. casei Var Shirota. Atualmente, são vários os leites fermentados probióticos, veiculando diferentes microorganismos como L. acidophilus, L. paracasei, L. jonhsonii, B. animalis ssp lactis, dentre outros.

Iogurtes probióticos têm mostrado o mais rápido cres-cimento no setor de produtos lácteos probióticos graças aos benefícios para a saúde e à apresentação conveniente. Entre janeiro e março de 2007, os produtos lácteos frescos foram responsáveis por um faturamento de 1,45 bilhões de reais, sendo que desse montante os iogurtes funcio-nais, com pré ou/e probióticos, foram responsáveis por 159 milhões de reais, o que representou um aumento de 6 % em comparação com o mesmo período de 2006 nessa categoria.32 Assim, verifica-se que os iogurtes funcionais representam uma parcela significativa dos lucros e que o mercado encontra-se em expansão. Segundo pesquisa re-alizada pela Mintel em 2012, o principal público consumi-dor dos produtos lácteos probióticos consistiu de mulhe-res com idade acima de 55 anos. Contudo, é válido lembrar que o consumo médio de iogurte anual do brasileiro (4,6 kg) é significativamente inferior ao de países como França (20 kg) e Argentina (11,4 kg).33

A princípio não é difícil desenvolver um alimento que contenha probióticos, porém um elevado investimento em pesquisas pode ser necessário para comprovar cientifica-mente que um probiótico específico atende as alegações de benefícios, o que poderia limitar a colocação de um produto com alegação no mercado. No entanto, nada im-pede que tal produto possa estar no mercado, sem contu-do, constar alegação no rótulo.

5. Conclusão

Prebióticos e probióticos têm-se destacado nas pes-quisas científicas pelos efeitos na redução do risco de doenças e até mesmo como auxiliares terapêuticos de do-enças, sendo considerados aliados ou mesmo alternativas a tratamentos clínicos.

Com a crescente expansão deste mercado, aumenta a importância do esclarecimento ao consumidor quanto aos beneficios dos alimentos funcionais para que possam fazer sua escolha de acordo com suas necessidades. Além disso é importante diferenciar esses produtos dos demais uma vez que os produtos lácteos carreando pro e prebióticos são fisicamente semelhantes aos produtos convencionais.

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Produtos Lácteos Como Alimentos Funcionais Carreadores de Probióticos e Prebióticos

Os alimentos lácteos funcionais representam portanto, uma alternativa para os consumidores que buscam melhorar sua saúde e esses alimentos car-reando microorganismos probióticos e ingredientes prebióticos, fermentados ou não, representam uma grande contribuição da indústria láctea para a saúde do consumidor e não exigem grandes investimentos ou grandes mudanças no processo de fabricação.

Referências Bibliográficas

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Soro em pó: considerações sobre sua participação na cadeia do leite no Brasil

Rosana de Oliveira Pithan e Silva A

Carlos Roberto Ferreira Bueno A

Ana Maria Pereira Amaral A

Patrícia B. Zacarchenco B

A Pesquisadores científicos, Instituto de Economia Agrícola, São Paulo-SP; [email protected] Pesquisadora científica, Instituto de Tecnologia dos Alimentos,Campinas-SP

ResumoO soro de leite é um subproduto da fabricação de quei-

jos que pode ser utilizado in natura na alimentação animal ou processado por indústrias de alimentos, de suple-mentos alimentares e de suplementos para alimentação animal. O Brasil é importador de soro de leite em pó e dos derivados obtidos a partir do soro in natura. A produção do soro em pó tem como obstáculos, o custo da logística de captação do soro “in natura” que é dispersa e o custo ele-vado da estrutura para o processamento. Nesse contexto o objetivo deste trabalho foi obter informações de empresas que processam soro de leite em pó sobre suas atividades: volume de captação e produção; área de captação; seg-mentos compradores e tipo de produto comercializado. Foi observado que apenas uma das empresas pesquisadas produz a maior parte de derivados provenientes do soro de leite líquido. Outras fazem o reprocessamento diversi-ficando o soro concentrado ou em pó adquirido em outras empresas e comercializam sua linha de produtos cuja formulação inclui boa parte de soro de leite processado.

Palavras-chave: soro de leite, processamento, empresas

AbstractWhey is a by-product of cheese manufacture. It can be used

raw for animal feed or processed by the food industry, food supplements and feed supplements. Brazil import whey powder and others whey products. The obstacles of the production of whey powder are the dispersed production of whey, which affect the logistics uptake, and the high production cost structure. In this context the objective of this study was to obtain information (funding volume and production; catchment area; buyers seg-ments; type of products) from some companies that process whey powder. It was observed that only one of the searched company produces mostly derived from the liquid whey. Others companies reprocess the whey concentrate or whey powder acquired and market its line of products whose formulation includes a lot of processed whey.

Keywords: whey, processing, companies.

1. IntroduçãoA cadeia agroindustrial de leite é uma das mais impor-

tantes em termos socioeconômicos no cenário brasileiro, pois essa atividade é relevante como empregadora de mão-de-obra, geradora de renda para toda a cadeia de pro-dução e pelo fato de fixar o homem no campo. Além disto, está presente em todos Estados do país.

Além do principal componente desse sistema, o leite, temos o queijo, produto com maior valor agregado e que tem como principal subproduto o soro de leite bovino, resultante da fabricação destes. Cerca de 80 a 90% do volume de leite utilizado na produção de queijo é soro (ALVES et al, 2014). O soro contem proteínas de alto valor nutricional, vitaminas e minerais, como o cálcio, com alta

biodisponibilidade para o consumo humano. Segundo Capitani et al (2005), as proteínas do soro do leite, conhe-cidas pela versatilidade de suas propriedades funcionais tecnológicas, são utilizadas como ingredientes em vários produtos alimentícios.

O soro de queijo tem várias possibilidades de apro-veitamento com agregação de valor a partir de produtos obtidos deste subproduto, o que leva a redução dos custos com tratamento de efluentes (BOZA et al, 2013).

Segundo Carminatti (2001, apud MENESES, 2009), com o soro de leite pode-se obter produtos como soro em pó, bebida láctea, ricota, concentrado proteico, fórmulas ou leites infan-tis, iogurtes, doce de leite, entre outros produtos. O soro pode ainda ser utilizado na alimentação animal em sua forma na-tural ou em pó. A bebida láctea tem sido uma das principais opções de aproveitamento do soro de leite (CAPITANI et al, 2005). O soro pode ser usado ainda para produção de etanol reduzindo os valores de Demanda Bioquímica de Oxigênio (DBO) dos efluentes para onde iria (OLIVEIRA, 2012).

O aproveitamento do soro está entre as possibilidades de agregação de valor a um produto subutilizado, muitas vezes descartado na natureza sem tratamento com forte impacto ambiental (QUEIROZ ET AL, 2011) ou com utili-zação na produção de bebida láctea. Conforme Bieger e Rinaldi (2009), o aproveitamento de soro é uma inovação tecnológica na cadeia de produção agroindustrial do leite, de caráter predominantemente tecnológico. Reforçando a importância do tema, Cônsoli e Neves, já em 2006, destaca-vam que este tipo de inovação objetiva desenvolver novos processos de fabricação, novas matérias-primas e produtos de concepção inovadora. Esta diversificação envolvendo atividades dentro da cadeia do leite demonstra o potencial dinâmico desta, partindo de uma mudança conceitual. Isso se torna mais contundente ao se pensar que o Brasil im-porta soro de leite para atender demandas, principalmente da indústria alimentícia e de suplementos alimentares.

Segundo ALVES et al (2014), o processo de industrializa-ção do soro, em geral, requer a utilização de instalações in-dustriais com um determinado grau de complexidade, o que demanda um investimento financeiro considerável. Assim, é necessário que haja um volume mínimo de matéria-prima que justifique o investimento. No entanto, segundo estes autores, grande parte do soro é proveniente das pequenas e médias queijarias do país, o que dificulta a obtenção do volume necessário para manter o fluxo de produção.

Nos últimos anos o processamento industrial de soro, nos estados de Minas Gerais, Paraná, Rio Grande do Sul, Espírito Santo e Rondônia, sofreu um processo de ace-leração com a implantação de unidades processadoras1. Acredita-se que nesses estados estas empresas tenham equacionado a logística de captação a fim de obter um vo-lume de soro líquido compatível para viabilizar o proces-samento industrial em larga escala.

1 Informações coletadas pela internet e confirmadas em conversas com a empresa SOORO e algumas distribuidoras.

O objetivo desse trabalho foi avaliar esse segmento em alguns aspectos do processamento de soro de leite e sua distribuição por empresas especializadas. Entende-se por aspectos do processamento as informações sobre as ativi-dades dessas empresas quanto à captação de soro, área de abrangência, total de soro processado, produtos disponibi-lizados no mercado e a tecnologia empregada.

2. Produção de Leite e Soro e Importação de Soro de Leite em Pó

O Brasil, segundo o Instituto Brasileiro de Geografia e Estatística (IBGE) produziu 35.174.236 mil litros de leite em 2014 (IBGE, 2015). A projeção do órgão era que em 2014 al-cançasse 37 bilhões de litros (aumento de 5%). Entretanto, o aumento foi apenas de 2,7%. No mesmo ano, os princi-pais estados produtores foram Minas Gerais, Rio Grande do Sul, Paraná, Goiás, Santa Catarina e São Paulo, que juntos produziram 88,3% do leite no Brasil (IBGE, 2015).

O estado de São Paulo, no ano de 2014 foi o 6º produtor nacional de leite com 1.776.563 mil litros (IBGE, 2015), apenas 5,05% do total da produção brasileira. Devido a maior con-centração populacional do país e volume produzido insufi-ciente, necessita importar leite e derivados de outros estados.

A captação de leite pelas indústrias, em 2014, conforme o IBGE (2015) foi de 2.524.754 mil litros de leite. Essa dife-rença de 748.191 mil litros em relação à produção estadu-al, se deve ao fato do estado de São Paulo adquirir leite de estados vizinhos como Paraná e Minas Gerais para serem processados pelos laticínios paulistas.

Segundo dados de 2014, do Ministério de Agricultura, Pecuária e Abastecimento (MAPA) o Brasil produziu 2.504.380 bilhões de kg de soro de leite2, com destaque para Paraná, Minas Gerais e Goiás (MAPA, 2015a).

A importação brasileira de soro de leite há muitos anos tem sido alvo de preocupação do setor leiteiro nacional em função do volume do produto que é importado. Segun-do o Ministério do Desenvolvimento, Indústria e Comércio Exterior (MDIC), o Brasil importou, em 2014, 24.036,87 toneladas de soro de leite (MDIC, 2015). Se observarmos a Figura 1, podemos constatar que esse volume é inferior ao pico das importações que ocorreu em 2007, entretanto a partir de 2013 a curva voltou a ser ascendente (Figura 1).

Pode-se apreender da Figura 1, que há uma carência nos setores demandantes de soro de leite em pó de apro-ximadamente 20 mil toneladas/ano. O soro de leite em pó tem as mais diversas possíveis aplicações e o valor da sua complexidade na produção é um dos mais alto de mercado.

3. MetodologiaAs importações de soro de leite nos últimos 10 anos

foram obtidas no sítio eletrônico do Ministério do Desen-volvimento, Indústria e Comércio (MDIC, 2015) com o ob-jetivo de verificar a evolução das compras externas desse produto nesse período. A cadeia produtiva há muitos anos recorre ao mercado externo a fim de complementar suas necessidades.

Foram levantados dados de produção e captação de leite junto ao Instituto Brasileiro de Geografia e Estatística (IBGE) e dados sobre a evolução da produção de queijos no Brasil junto a Associação Brasileira das Indústrias de Queijos (ABIQ).

A fim de contemplar nosso objetivo de trazer informa-ções sobre a produção de soro de leite em pó, optou-se por buscar informações junto a algumas empresas do setor que processam e/ou comercializam soro de leite, além da compilação e análise de dados básicos do Serviço de De-fesa Sanitária do MAPA. As pesquisas foram feitas junto a empresas no Estado do Paraná, São Paulo e Espírito Santo. As questões incidiram sobre os produtos que estas empre-sas disponibilizam no mercado; suas indústrias deman-dantes; o volume processado; o perímetro de captação do soro de leite; a tecnologia empregada e o percentual médio de compra de soro.

O estudo foi feito com as características de levanta-mento metodológico exploratório, segundo metodologia disponível em Vergara (1997), pois seu objetivo foi captar informações de empresas que processam ou distribuem soro de leite procurando obter um panorama da situação do processamento e comercialização do soro de leite. A escolha desse método se deve à falta de conhecimento da realidade, dada a diversidade e dispersão destas empresas que processam soro de leite líquido e/ou em pó e apresen-tam especialização extrema neste segmento.

Foram realizados inicialmente contatos telefônicos com a empresa SOORO, do Paraná, por ser a principal processadora de soro “in natura” no Brasil, para se obter um panorama geral da questão. Foram realizados tam-bém contatos com as empresas ALIBRA, Tangara Foods e PANTEC. Estes contatos auxiliaram na elaboração do questionário que, em segunda fase do projeto, foi enviado por e-mail às empresas escolhidas. Os dados deste ques-tionário não estão apresentados neste artigo.

4. A produção de queijos no Brasil e o de soro de

leite líquidoNo Brasil, a produção de queijo, que é a fonte de

soro de leite líquido, tem apresentado crescimento nos últimos anos. Esse fato esteve diretamente relacionado à melhora de renda do brasileiro que passou a consumir mais leite e derivados.

Os dados disponibilizados pela Associação Brasileira de Queijos (ABIQ, 2015) indicam que a produção de queijos tradicionais entre 2010 e 2013 teve evolução de 33,2%, com destaque para os queijos Minas Frescal e Requeijão, com crescimento de 54,8% e 45,0%, respectivamente. Para 2014, as estimativas da ABIQ previam que o crescimento chegas-se a 8% em relação à 2013, ficando em torno de 1,1 milhão de toneladas (incluindo as commodities intermediárias e os queijos especiais) (Tabela 1 e Figura 2). Provavelmente o crescimento foi inferior ao ano anterior devido às questões econômicas do país que afetaram a renda e, por conse-guinte o consumo.

2 Esse total de soro corresponde à: concentrado proteico de soro de leite; concentrado proteico de soro de leite em pó; soro de leite concentrado resfriado; soro de leite em pó; soro de leite em pó desmineralizado; soro de leite em pó industrial; soro de leite em pó p/alimentação animal; soro de leite em pó parcialmente desmineralizado; soro de leite p/alimentação animal; soro de leite pasteurizado; soro de leite resfriado e soro de leite resfriado industrial.

Figura 1. Importação de soro de leite pelo Brasil, 2004 a 2014. Fonte: Elaborado pelos autores com base nos dados do MDIC/SECEX ,2015.

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A captação de leite pelas indústrias brasileiras, em 2014, foi de 24.702.889 mil litros de leite (IBGE, 2015) enquanto a produção de queijos chegou a 1.084.521 mil li-tros. Considerando que para se produzir 1 kg de queijo são necessários 10,2 litros de leite, para produzir 1.084.521.000 kg de queijo, em média foram necessários 11.062.114 litros de leite em 2014.

A produção de queijos é a principal fornecedora de soro de leite líquido. Entretanto, sua dispersão é um dos fatores que inibe investimentos que poderiam levar o país a assu-mir o papel de grande produtor de soro de leite em pó para a indústria demandante, a qual se vê forçada a recorrer ao mercado externo para atender as necessidades da atividade.

5. Levantamento junto a empresas A empresa SOORO, é uma das principais processadoras

de soro leite do país. Está localizada no município Mare-chal Cândido Rondon, a oeste do Paraná e é pioneira no processamento de soro de leite no Brasil, com 15 anos no mercado (desde 2001). Caracteriza-se pela inovação no desenvolvimento de seus produtos e na implantação de novas tecnologias. Inicialmente seu beneficiamento era de 150.000 litros de soro/dia. Em 2009 sua produção estava em torno de 450 mil litros de soro/dia. Atualmente produz 1.200.000 litros de soro/dia, transformando-o em soro em pó parcialmente desmineralizado, permeado de soro (soro de baixo teor de proteína: 3%), concentrado proteico de soro (Whey Protein Concentrate - WPC) 35% e 60%. Segundo a empresa, no Brasil ainda não se produz o soro totalmen-te desmineralizado. As tecnologias empregadas para a fabricação destes produtos são sistema de concentração que usa membranas para processamento de soro, nano--filtração; ultra-filtração; osmose-reversa; evaporadores tubulares Falling Films e spray dryers3.

Esta empresa utiliza a tecnologia de membranas para a produção do WPC e coloca no mercado 350 toneladas/mês deste produto. O restante é suprido com importações. Ela conta com 23 fornecedores e o perímetro de captação de soro previamente concentrado em membranas, nos forne-cedores, é de até 350 quilômetros (entre 10 a 12 empresas) e do soro in natura, no máximo, de 100 quilômetros. Algu-mas das queijarias, que são estes fornecedores, já aplicam tecnologia de membranas e fazem pré-concentração. O volume de soro que já chega a empresa pré-concentrado corresponde a 75% do que é comprado. Os produtos são comercializados com empresas do setor industrial alimen-tício (50%) (panificação, sorvete, chocolate, entre outras), suplementos alimentares (40%) e para alimentação animal (10%). O percentual fornecido às indústrias de suple-mentos alimentares e alimentação animal depende da variação de mercado (volume de importações e demanda doméstica menor). O produto destinado a alimentação animal é comercializado a preço inferior (cerca de 10% menor) sendo muito utilizado por cooperativas. A pro-cessadora possui um completo sistema de tratamento de seus efluentes com tratamento de todos os resíduos gera-dos pelos processos, seguindo a legislação brasileira.

Soro em pó: considerações sobre sua participação na cadeia do leite no Brasil

3 Após o tratamento do soro nestes sistemas obtém-se o retentado, que é a porção concentrada, e o permeado, a porção que atravessa as membranas. Após a obtenção do retentado este pode ser desidratado em secadores tipo "spray" (spray driers) para produção dos concentrados de soro em pó. O soro pode também ser concentrado em evaporadores do tipo "falling films", ou ou-tros de evaporadores, e desidratado nos secadores tipo "spray" para produção do soro em pó.

QUEIJO/TIPO 2010 2011 2012 2013 2014*

Commodities

Mussarela 225.600 243.650 263.142 286.825 309.771

Prato 152.300 161.450 171.137 183.116 197.765

Minas Frescal 40.070 46.090 54.000 62.100 67.068

Requeijões 207.700 234.600 264.915 301.336 325.443

Total parcial 625.670 685.790 753.194 833.377 900.047

Commodities intermediárias **

97.617 105.426

Queijos especiais *** 73.192 79.047

Total 625.670 685.790 753.194 1.004.186 1.084.521

Fonte: Elaborada pelos autores com as informações obtidas junto à ABIQ (2015).* estimativa de crescimento de 8%.** Minas Padrão, Coalho e Parmesão *** Gouda, Gruyère, Gorgonzola e Brie

Tabela 1. Evolução do Mercado de Queijo Brasileiro, por tipo, 2010 a 2013 (ton)

Figura 2. Evolução do Mercado de Queijos Brasileiros, 2010 a 2013 (ton.) Fonte: Elaborada pelos autores com as informações obtidas junto à ABIQ, 2015.* estimativa de crescimento de 8% em 2014.Exclusive as commodities intermediárias e os queijos especiais

A empresa ALIBRA também processa soro de leite e comercializa seus derivados e também derivados de leite em pó, misturas alimentícias e outros produtos inovado-res como análogos de queijos. Ela também processa soro de leite desde 2001. Faz parte de empresas coligadas em 12 unidades de negócios, 10 delas em segmentos de ingre-dientes alimentícios, alimentos e bebidas. Possui duas uni-dades, uma usina processadora em Marechal Rondon/PR que faz a concentração e desidratação de soro doce e par-cialmente desmineralizado, compostos lácteos, misturas lácteas, creme de leite, gorduras e concentrados proteicos. A outra unidade, em Campinas/SP, tem o setor de desen-volvimento de produção, envasamento de compostos, misturas lácteas, achocolatados, farinha láctea e mingaus em pó e distribuição (ALIBRA, 2015). Sua produção inicial era de 80 toneladas/mês. Em 2015 a produção é próxima de 500 a 700 toneladas de soro/mês. As vendas do soro doce desmineralizado e semi desmineralizado fica em torno de 300 a 400 toneladas/mês. O restante dos sólidos é utilizado na produção de compostos e misturas lácteas de linha própria. Esta empresa produz soro em pó, concen-trado proteico de soro com 34% de proteína; compostos lácteos diversos para uso por produtores de sorvete, para panificação e para uso por laticínios ou outras indústrias de alimentos. A empresa importa WPI (isolado proteico de soro com 80% ou mais de proteína). Para a produção de soro em pó e compostos lácteos4 diversos, a tecnolo-gia utilizada é de concentração do soro em evaporadores a vácuo e em secadores tipo “spray” (também chamados spray dryers). Para a produção de concentrado proteico de soro são utilizadas membranas de ultrafiltração e depois é feita secagem final nos secadores tipo “spray”.

A captação de soro pela ALIBRA ocorre sob a forma de soro pré-concentrado vindo de uma distância de até 250 a 300 quilômetros de distância. Também há unidades de pré-concentração em algumas queijarias fornecedo-ras. Do fornecedor mais distante recebe soro com 18% de sólidos e das que estão mais próximas, no máximo a 50 quilômetros, recebe soro in natura com 6% de sólidos. Seus clientes são, principalmente, indústrias alimentícias.

Por sua vez, a Tangara Foods é uma empresa que usa soro de leite em pó como insumo para produzir seus compostos lácteos. Está localizada em Vila Velha, Espí-rito Santo e Estrela, Rio Grande do Sul. Possui fornece-dores homologados de soro em pó (há mais de 15 anos) e de soro fluido (há três anos) que são utilizados para misturas em pó e compostos lácteos em pó. Tem apro-ximadamente 15 fornecedores de soro em pó e cinco de soro fluido e pré-concentrado. O consumo da fábrica do Espírito Santo é de 400 toneladas/mês e da fábrica do Rio Grande do Sul de 4.500.000 toneladas/mês. A em-presa adquiri soro em pó de todo o território nacional e de países do Mercosul, Europa e América do Norte. As tecnologias empregadas para o processamento são Dry Blend, para produção de compostos lácteos em pó e Spray Dryer, para produção de composto lácteos em pó, a partir da concentração e secagem das matérias primas. Noventa e oito por cento de produtos são comerciali-zados para o setor de alimentos (varejo, distribuidores, cozinhas industriais e indústrias de alimentos em geral). Apenas 1% é comercializado para as indústria de suple-mentos e 1% para a de alimentação animal.

Já a PANTEC – Tecnologia para Alimentos, no municí-pio de São Paulo é uma distribuidora de produtos alimen-tícios que comercializa soro de leite há 10 anos. A empre-

sa tem como principal fornecedor o laticínio Elegê, do Rio Grande do Sul e também adquiria o produto de laticínios de Goiás. Seus clientes são da área de panificação e suas vendas atingem todo o território nacional. A partir de novembro de 2014 diminuiu suas vendas de soro em fun-ção da crise econômica. Segundo a empresa, isso ocorre porque os panificadores excluíram o soro na elaboração de seus produtos para reduzir o custo. O soro é utilizado no setor de panificação para favorecer algumas caracte-rísticas de cor e textura dos pães.

Nesse levantamento observou-se que duas grandes em-presas processadoras de leite no estado do Paraná, hoje ter-ceiro produtor nacional de leite, no município de Marechal Rondon, fato que tem relação com a expressiva produção de queijo do estado, segundo dados básicos do MAPA.

A produção do Paraná começou a crescer a partir dos anos 1990 e chama atenção por sua organização que é fa-cilitada pelos aspectos culturais que tem no cooperativis-mo, um dos pontos altos da tradição na produção agríco-la. Esse fator contribuiu para o crescimento da produção viabilizando sua expansão para áreas competitivas como o processamento de soro de leite.

A terceira empresa adquiri soro para produzir insumos para a área alimentícia. A quarta empresa está localizada em São Paulo e tem o papel de simples distribuidora do soro repassando o produto a clientes específicos da área de alimentação. Vale ressaltar que essas duas últimas não apenas compram no mercado interno, como também im-portam produtos para atender a demanda brasileira.

6. ConclusõesOs altos valores dos equipamentos (concentrado-

res, secadores tipo spray, sistemas de concentração por membranas) para o tratamento do soro obtido na fabri-cação de queijos leva muitas queijarias a descartarem-no na natureza. Isso além de ilegal, traz sérios problemas ambientais e é um desperdício frente à demanda interna pelo produto. Por outro lado, a industrialização do soro, apesar de gerar produtos com maior valor agregado, am-plamente procurados por empresas de diferentes setores, ainda é limitada por exigir tais instalações industriais com certo grau de complexidade, pelo volume de investi-mentos altos e por esbarrar na dificuldade em se con-centrar a captação da matéria prima. Esses fatores têm restringido a ampliação do número de unidades processa-doras no país e forçado o mercado consumidor interno a recorrer a compras externas para suprir sua demanda.

A implantação de novas indústrias processadoras é relevante já que há demanda interna pelo produto. Esse fato é reforçado pela necessidade de abastecer vários tipos de indústrias no Brasil que para suprirem suas demandas recorrem também às importações de soro de leite em pó de países como Argentina, Uruguai, Estados Unidos e União Europeia (MDIC, 2015).

Segundo Alves et al (2014), a tendência é de se instalar unidades centrais de processamento que possam receber o soro produzido pelas queijarias de uma determina-da região. Nesse aspecto alguns autores visualizam os primeiros passos para que indústrias nacionais passem a atender este mercado, com destaque para o concentrado proteico de soro (WPC) (ALMEIDA et al, 2014).

As informações obtidas esclareceram alguns pontos, mas necessitam de aprofundamento, pois este segmen-to que produz e/ou utiliza o soro de leite em pó é muito grande e pulverizado, tanto na compra da matéria prima quanto no mercado consumidor.

Seria desejável que o país conseguisse processar um volume cada vez maior de soro possibilitando uma nova perspectiva para todo o Sistema Agroindustrial do Lei-te que poderia, com o fortalecimento de mais esse elo, auxiliar na diminuição da dependência das importações do soro pelo país. Ainda poucas empresas têm condições tecnológicas de processar o soro e encontram dificuldades

4 Segundo a Instrução Normativa nº 28 de 12 de junho de 2007, “Composto Lácteo: é o produto em pó resultante da mistura do leite e produto(s) ou substancia(s) alimentícia(s) láctea(s) ou não láctea(s), ou ambas, adicionado ou não de produto(s) ou substancia(s) alimentícia(s) láctea(s) ou não láctea(s) ou ambas permitida(s) no Regulamento, apta(s) para alimentação humana, mediante processo tecnologicamente adequado” (MAPA, 2015b).

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de captação da matéria prima, soro de leite líquido. Para se efetivar o maior processamento de soro, políticas públicas devem ser pensadas para que se desperte o interesse de investimentos nessa área. Há necessidade de recursos vol-tados para pesquisas de novas tecnologias e novos tipos de plantas processadoras de menor custo que possam resultar em redução de investimentos, além de políticas de finan-ciamento para implantação das mesmas. Este fato mostra o grande potencial desperdiçado de produção de soro de leite em pó e outros derivados deste subproduto da fabricação de queijo, resultante das diversas queijarias de pequeno e médio porte, dispersas por todo território nacional.

É certo que a produção de soro de leite pode criar novos fluxos de produtos entre as agroindústrias do setor ao converter um resíduo em insumo e pode levar ao desenvolvimento, eliminação de resíduos e geração de empregos, criando nova fonte de renda para elos da cadeia produtiva e redução de custos. Porém é necessário que os elos da cadeia se conectem e busquem oportunidades. É possível solucionar parte do desperdício de soro líquido optando pelo seu uso na produção de bebidas lácteas (o que já acontece em várias indústrias), mas não se deve perder a oportunidade de, em primeiro lugar, atender a demanda por produtos de maior valor agregado (soro em pó, concentrados proteicos de soro) e, em segundo, não desconsiderar a possibilidade de negócios no mercado externo, dado a aptidão do agronegócio brasileiro. O pro-cessamento do soro de queijo é uma atividade que pode ser economicamente viável e que tem importância tecno-lógica e ambiental para a cadeia agroindustrial do leite no Brasil.

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