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ANO XXXII - N(l 023 CAPITAL FEDERAL SEÇÃO I TERÇA-FEIRA, 19 DE ABRIL DE 1977 CÂMARA DEPUTADOS SUMÁRIO 1- ATA DA 22. a SESSÃO DA 3. a SESSÃO LEGISLATIVA DA 8. a LEGISLATURA, EM 18 DE ABRIL DE 1977 I- Abertura da Sessão 11 - Leitura e assinatura da ata da sessão anterior In - Leitura do Expediente PROJETOS A IMPRIMIR Projeto de Lei n.o 2.416-A, de 1976 (Do Sr. Daso Coimbra) -- nova redação ao art. 1.070, da Lei n.O 5.869, de 11 de janeiro de 1973 - Código de Processo Civil; tendo parecer, da Comis o• são de Constituição e Justiça, pela constitucionalidade e, no mérito, pela rejeição. Projeto de Lei n.O 2. 742-A, de 1976 (Do Sr. Francisco Ama·· ral) - Introduz alterações na Lei n.O 1.079, de 10 de abril de 1950, que "define os crimes de responsabilidade e regula ores·· pectivo processo de julgamento", para o fim de compatibilizá-la integralmente com a Constituição em vig;or; tendo parecer, da Comissão de Constituição e Justiça, pela constitucionalidade, juridicidade e, no mérito, pela aprovação. PRO.mTOS APRESENTADOS Projeto de Lei n.O 710, de 1975 (Do Sr. Francisco Amaral) _. Altera dispositivos da Lei n.O 5.682, de 21 de julho de 1971 (Lei Orgânica dos Partidos Políticos). Pendente de parecer da Comis-, são de Constituição e Justiça. Projeto de Lei n.O 3.333, de 1977 (Do Sr. Cleverson Teixeira) - Amplia o número de membros dos Diretórios Municipais dos Partidos Políticos. Pendente de parecer da Comissão de Cons- tituição e Justiça. Projeto de Lei n.O 3.433, de 1977 (Do Sr. Jorge Arbage) - nova redação aos arts. 35 e 36, da Lei n. o 5.700, de 1.0 de setembro de 1971, que dispõe sobre a forma ea apresentação dos simbolos nacionais. Projeto de Lei n.O 3.434, de 1977 (Do Sr. Darcílio Aires) - Introduz alteração na Lei n.o 5.197, de 3 de janeiro de 1967, que dispõe sobre a proteção à fauna. Projeto de Lei n.O 3.435, de 1977 (Do Sr. Osvaldo Buskei) - Dispõe sobre a proibição de remarcar preços de mercadorias, pelos supermercados, nas condições que especifica. Projeto de Lei n.O 3.436, de 1977 (Do Sr. Frederico Brandão) - nova redação a dispositivos da Consolidação das Leis do Trabalho, aprovada pelo Decreto-lei n.O 5.452, de 1.° de maio de 1943. Projeto de Lei n.O 3.437, de 1977 (Do Sr. Henrique Eduardo Alves) - Autoriza deduzir do Imposto de Renda as aplicacões que especifica, a cargo das pessoas jurídicas, em favor do ensino de 1.0 e 2.° graus. projeto de Lei n.O 3.438, de 1977 (Do Sr. Osvaldo Buskei) - Dispõe sobre cancelamento de multas de trânsito. no caso que especifica. IV - Pequeno Expediente OCTAVIO TORRECILLA - Anistia para os Municípios em débito com o INPS. JUAREZ BERNARDES - As reformas govelmamentais. VASCO AMARO - Resolucões do Simpósio Nacional de Crédito Rural. Carência de técrücos em atividades agropastoris. OLIVIR GABARDO - Prisão de menores em cadeias comuns no Paraná. JERôNIMO SANTANA - Anúncio, pelo Governo, da criação de Municípios no Território de Rondônia. FREDERICO BRANDAO - Proposta da Ford ao Sindicato dos Trabalhadores do setor de reducão de um dia da jornada de trabalho semanal dos trabalhadores que prestam serviços na linha de produção. GENERVINO FONSECA - Posicão do MDB em face das reformas decretadas pelo Poder Exeéutivo. HENRIQUE CARDOSO - Necessidade de recarpeamento da estrada que liga Ilhéus a Itabuna, Bahia. JOSÉ ZAVAGLIA - Situacão dos frutihortigranjeiros de São Paulo. . ARGILANO DARIO - Determinação, pelo .mc, da suspen- são da exportação do café tipo '1/8. LINS E SILVA - Estiagem no sertão de Pernambuco. JORGE ARBAGE - Discurso pronunciado pelo Lider do MDB, Deputado Alencar Furtado. THEOBALDO BARBOSA - Supressão dos trens que faziam a linha Maceió - Paquevira e Maceió - Aracaju, Alagoas. ANTÔNIO CARLOS OLIVEIRA - Redivisão territorial do Estado de Mato Grosso. PAULO MARQUES - Suspensão de circulação do jornal Opinião. PEDRO FARIA - índice de criminalidade na Cidade do Rio de Janeiro, Estado do Rio de Janeiro. JOSÉ MAURíCIO - Atuacão do Comandante Celso Franco, Diretor do Departamento de Trânsito do Rio de Janeiro. JOÃO CUNHA - Aquisição, pelo BNDE, da Empresa de Fiação e Tecelagem Luftfalla, de São Paulo. LEÔNIDAS SAMPAIO - Encerramento das atividades da Fábrica de Tecidos Aurora, Petrópolis, Estado do Rio de Janeiro. MURILO REZENDE - Implantação da indústria de cerveja no Estado do Piauí. DIAS MENEZES - Direito autoral no Brasil. JOEL LIMA - Escalonamento dos horários de trabalho, visando a economia de combustível.

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ANO XXXII - N(l 023 CAPITAL FEDERAL

SEÇÃO I

TERÇA-FEIRA, 19 DE ABRIL DE 1977

CÂMARA DEPUTADOSSUMÁRIO

1 - ATA DA 22.a SESSÃO DA 3.a SESSÃO LEGISLATIVADA 8.a LEGISLATURA, EM 18 DE ABRIL DE 1977

I - Abertura da Sessão

11 - Leitura e assinatura da ata da sessão anteriorIn - Leitura do Expediente

PROJETOS A IMPRIMIR

Projeto de Lei n.o 2.416-A, de 1976 (Do Sr. Daso Coimbra) -­Dá nova redação ao art. 1.070, da Lei n.O 5.869, de 11 de janeirode 1973 - Código de Processo Civil; tendo parecer, da Comiso •

são de Constituição e Justiça, pela constitucionalidade e, nomérito, pela rejeição.

Projeto de Lei n.O 2. 742-A, de 1976 (Do Sr. Francisco Ama··ral) - Introduz alterações na Lei n.O 1.079, de 10 de abril de1950, que "define os crimes de responsabilidade e regula ores··pectivo processo de julgamento", para o fim de compatibilizá-laintegralmente com a Constituição em vig;or; tendo parecer, daComissão de Constituição e Justiça, pela constitucionalidade,juridicidade e, no mérito, pela aprovação.

PRO.mTOS APRESENTADOS

Projeto de Lei n.O 710, de 1975 (Do Sr. Francisco Amaral) _.Altera dispositivos da Lei n.O 5.682, de 21 de julho de 1971 (LeiOrgânica dos Partidos Políticos). Pendente de parecer da Comis-,são de Constituição e Justiça.

Projeto de Lei n.O 3.333, de 1977 (Do Sr. Cleverson Teixeira)- Amplia o número de membros dos Diretórios Municipais dosPartidos Políticos. Pendente de parecer da Comissão de Cons­tituição e Justiça.

Projeto de Lei n.O 3.433, de 1977 (Do Sr. Jorge Arbage) ­Dá nova redação aos arts. 35 e 36, da Lei n.o 5.700, de 1.0 desetembro de 1971, que dispõe sobre a forma e a apresentaçãodos simbolos nacionais.

Projeto de Lei n.O 3.434, de 1977 (Do Sr. Darcílio Aires) ­Introduz alteração na Lei n.o 5.197, de 3 de janeiro de 1967, quedispõe sobre a proteção à fauna.

Projeto de Lei n.O 3.435, de 1977 (Do Sr. Osvaldo Buskei) ­Dispõe sobre a proibição de remarcar preços de mercadorias,pelos supermercados, nas condições que especifica.

Projeto de Lei n.O 3.436, de 1977 (Do Sr. Frederico Brandão)- Dá nova redação a dispositivos da Consolidação das Leis doTrabalho, aprovada pelo Decreto-lei n.O 5.452, de 1.° de maiode 1943.

Projeto de Lei n.O 3.437, de 1977 (Do Sr. Henrique EduardoAlves) - Autoriza deduzir do Imposto de Renda as aplicacõesque especifica, a cargo das pessoas jurídicas, em favor do ensinode 1.0 e 2.° graus.

projeto de Lei n.O 3.438, de 1977 (Do Sr. Osvaldo Buskei) ­Dispõe sobre cancelamento de multas de trânsito. no caso queespecifica.

IV - Pequeno Expediente

OCTAVIO TORRECILLA - Anistia para os Municípios emdébito com o INPS.

JUAREZ BERNARDES - As reformas govelmamentais.

VASCO AMARO - Resolucões do L° Simpósio Nacional deCrédito Rural. Carência de técrücos em atividades agropastoris.

OLIVIR GABARDO - Prisão de menores em cadeias comunsno Paraná.

JERôNIMO SANTANA - Anúncio, pelo Governo, da criaçãode Municípios no Território de Rondônia.

FREDERICO BRANDAO - Proposta da Ford ao Sindicatodos Trabalhadores do setor de reducão de um dia da jornada detrabalho semanal dos trabalhadores que prestam serviços nalinha de produção.

GENERVINO FONSECA - Posicão do MDB em face dasreformas decretadas pelo Poder Exeéutivo.

HENRIQUE CARDOSO - Necessidade de recarpeamento daestrada que liga Ilhéus a Itabuna, Bahia.

JOSÉ ZAVAGLIA - Situacão dos frutihortigranjeiros deSão Paulo. .

ARGILANO DARIO - Determinação, pelo .mc, da suspen­são da exportação do café tipo '1/8.

LINS E SILVA - Estiagem no sertão de Pernambuco.JORGE ARBAGE - Discurso pronunciado pelo Lider do

MDB, Deputado Alencar Furtado.

THEOBALDO BARBOSA - Supressão dos trens que faziama linha Maceió - Paquevira e Maceió - Aracaju, Alagoas.

ANTÔNIO CARLOS OLIVEIRA - Redivisão territorial doEstado de Mato Grosso.

PAULO MARQUES - Suspensão de circulação do jornalOpinião.

PEDRO FARIA - índice de criminalidade na Cidade doRio de Janeiro, Estado do Rio de Janeiro.

JOSÉ MAURíCIO - Atuacão do Comandante Celso Franco,Diretor do Departamento de Trânsito do Rio de Janeiro.

JOÃO CUNHA - Aquisição, pelo BNDE, da Empresa deFiação e Tecelagem Luftfalla, de São Paulo.

LEÔNIDAS SAMPAIO - Encerramento das atividades daFábrica de Tecidos Aurora, Petrópolis, Estado do Rio de Janeiro.

MURILO REZENDE - Implantação da indústria de cervejano Estado do Piauí.

DIAS MENEZES - Direito autoral no Brasil.

JOEL LIMA - Escalonamento dos horários de trabalho,visando a economia de combustível.

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11302 Terça-feira 19 DIAI!tJO DO CONGRESSO NACIONAL (S~ão I) Abril de 1977

ANTôNIO BRESOLIN - Confisco cambial da soja.

NOSSER ALMEIDA - Programa de Crédito Educativo.

ANTôNIO MOTA - Problemas de abastecimento d'água naregião da Baixada Fluminense, Rio de .Janeiro.

CELSO BARROS - O Piauí no quadro sócio-econômico doNordeste.

CÉLIO MARQUES FERNANDES - O exodo rural negativo.

SIQUEIRA CAMPOS - Desenvolvimento aa PETROBRÁS.

DASO COIMBRA - Necrológio do Sr. Walter Orlandini.

JG DE ARAúJO JORGE - Alteração. pela Emenda Consti­tucional n.O 8, dos casos de inelegibilidade.

ARY KFFURI - Ação do Ministério das Comunicações.

ALOÍSIO SANTOS - Segurança dos internados no HospitalColônia Adauto Botelho, em Cariacica, Espírito Santo.

OSVALDO BUSKEI - Escassez de água em bairros de Curi­tiba, Paraná.

ANTUNES DE OLIVEIRA (Retirado pelo orador para revi­são.) - Reformas políticas.

PEDRO LAURO - Prática do enxadrismo.

SíLVIO ABREU JúNIOR - Extensão aos professores con­tratados dos benefícios assegurados àqueles em regime de esta­bilidade.

JOSÉ BONIFÁCIO NETO - SituaGão da Previdência Socialno Estado do Rio de Janeiro.

ULISSES GUIMARlillS - Necrológio do industrial FranciscoMatarazzo Sobrinllo.

V _ Gramle Expediente

ALCIR PIMENTA - Austrália e China na rota do CongressoNaciona.L

JORGE ARBAGE - Política nuclear brasileira.

VI - Ordem do DiaANTôNIO BRESOLIN, NUNES LEAL, ODACIR KLEIN,

SIQUEIRA CAMPOS, OCTAVIO TORRECILLA. JOAQUIM BEVI­LACQUA, OSVALDO BUSKEL CÉLIO MARQUES FERNANDES,JORGE ARBAGE, G~MES DO AMARAL. PAULO MARQUES,DASO COIMBRA. JOAO CUNHA, LUIZ BRAZ, RUY CÔDO ­Apresentação de proposições.

ANTôNIO BRESOLIN. DASO COIMBRA - Discussão do Pro­jeto de Decreto Legislativo n.o 84-A, de 1977.

CÉLIO MARQUES FERNANDES, ALDO FAGUNDES - En­caminhamento de votação do Projeto 11.° 593-B, de 1975.

CÉLIO MARQUES FERNANDES - Discussão do Projeton.o 1.963-A, de 1976.

JG DE ARAÚJO JORGE, GETúLIO DIAS, MARCONDESGADELHA, MARCELO LINHARES - Encaminhamento de vota­ção do Projeto TI.o 1. 963-A, de 1976.

Projeto de Decreto Legislativo D.o 84-A, de 1977 - Aprovado.

Projeto de Lei n.O 593-B, de 1975 - Aprovado.

Projeto de Lei. n.o 525-A, de 1975 - Aprovado.

Projeto de Lei n.O 538-A, de 1975 - Adiado.

Projeto de Lei n.O 1.963-A, de 1976 - Rejeitado.

Projeto de Lei n.O 2.124-A, de 1976 - Rejeitado.

AIRON RIOS - Questão de ordem sobre possibilidade deretirada de Proposta de Emenda à Constitui«:,ão.

PRESIDENTE - Resposta à questão de ordem do DeputadoAiron Rios.

F'ERNANDO LYRA (Como Líder.) - Ratificação do pronun­ciamento do Deputado Alencar Furtado, no plenário da Câmarados Deputados, em 15-4-77.

MARCELO LINHARES - Questão de ordem sobre presençado Deputado José BonifácIo em plenário.

PRESIDENTE - Resposta à questão de ordem do Depu­tado Marcelo Linhares.

JOSÉ BONIFACIO - Questão de ordem sobre concessão dapalavra.

PRESIDENTE - Resposta à questão de ordem do DeputadoJosé Bonifácio.

JOSÉ BONIFACIO (Como Líder.) - Reformas políticas.

VII - Comunicações das Lideranças

FERNANDO LYRA - Atualidade política nacional.

AUGUSTO TREIN - Atualidade polítíca naciona1.

VIII - Designação da Ordem do Dia

IX - Encerramento

2 - MESA (Relação dos membros)

3 - LíDERES E VICE-LíDERES DE PARTIDOS (Relaçãodos membros)

4 - COMISSõES (Relação dos membros das ComissõesPermanentes, Especiais, Mistas e de Inquérito)

ATA DA 22.a SESSÃOEM 18 DE ABRIJL DE 1977

PRESIDÉNCIA DOS SRS.:MARCO MACIEL, Presidente;

.JOÃO LINHARES. l.9-Vice-Presidente;e JADER BARBALHO, 29-Secretário.

I - Às 13:30 horas comparecem os Senhores:

Marco MacielJoão LinharesAdhemar SantilloDj alma BessaJader BarbalhoJoão ClímacoJosé CamargoPeixoto Filho

Acre

Nosser Almeida - ARENA - Ruy Lino - IvlDB.

Amazonas

Antunes de Oliveira - MDB; Joel Ferreira - MDB.

Pará

,'J"orge Arba,ge - ARENA; Ubaldo Corrêa - ARENA.

Maranhão

Eni1!irjl) r'Mrteira ~ MDB; Eurico Ribeiro - ARENA;B~ff'1ar - ARENA.

Ceará

Claudino Sales - ARENA; Flávio Mal'cílio - ARENA; FurtadoLeite - ARENA: Gomes da Silva - ARENA; Jonas Carlos - ARE­NA; Marcelo Linhares - ARENA: Mauro Sampaio - ARENA; Os­sian Araripe - ARENA: Parsifal Barroso - ARENA.

Rio Grande do Norte

Francisco Rocha - MDB; Ulisses potiguar - ARENA.

Paraíba

Ademar Pereira - ARENA; Antônio Gomes - ARENA; Mar­condes Gadelha - MDB; Maurício Leite - ARENA; Wilson Braga- ARENA.

PernambucoAiron Rios - ARENA; Carlos Alberto Oliveira - ARENA; Car­

los Wilson - ARENA; Fernando Lyra - MDB; Geraldo Guedes ­ARENA; Gonzaga Vasconcelos - ARENA; Inocêncio OliveiraARENA; Josias Leite - ARENA; Lins e Silva - ARENA.

AlagoasJosé Costa - MDB; Theobaldo Barbosa - ARENA.

SergipeFrancisco Rollemberg - ARENA; Passos Pi}rto - ARENA; Rai­

mundo Dil1iz - ARENA.Bahia

.Afrisio Vieira Lima - ARENA; Henrique Cardoso - MDB; .JoãoAlves - ARENA; JQir Brasileiro - ARENA; Manoel Novaes ­ARENA; NQide Cerqueira - MDB; Odulfo Domingues - ARENA;Prisco Viana - ARENA.

Espírito SantoAloisio Santos - MDB; Argilano Dario - MDB; Henrique

Pretti - ARENA; Mário Moreira - MDB; Parente Frota ­ARENA.

Magno

Piauí

MDB; Murilo Rezende - ARENA.Oe1<0 BanDs

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Abril de 1977 DIARIO DO CONGlltESSO NACIONAL (Seção I) Terça-feira 19 1803

Rio de JaneiroAlcir Pimenta - MDB; Antonio Moto. - MDB; Daso Coimbra

- ARENA; Dayl de Almeida - ARENA; Hélio de Almeida - MDB.Jorge Moura - MDB; José Bonifácio Neto - MDB; José Maurício- MDB; Leônidas Sampaio - MDB; Luiz Braz - ARENA; MiltonSteinbruch - MDB; Oswaldo Lima - MDB; Pedro Faria - MDB.

Minas Gerais

Carlos Cotta - MDB; Cotta Barbosa - MDB; Fábio Fonseca- MDB; Genival Tourinho - MDB; Humberto Souto - ARENA;Jorge Ferraz - MDB; Jorge Vargas - ARENA; José Bonifácio ­ARENA; Luiz Couto - MDB; Manoel de Almeida - ARENA; MeloFreire - ARENA; Navarro VieiTa - ARENA; Nogueira de Rezende- ARENA; Sílvio Abreu Júnior - MDB; Tancredo Neves - MDB.

São Paulo

Athiê Coury - MDB; Edgar Martins - MDB; Freitas Nobre- MDB; João Cunha - MDB; Octavio Torrecilla - MDB; RobertoCarvalho - MDB; Ruy Brito - MDB.

Goiás

Fernando Cunha - MDB: Genervino Fonseca - MDB; JuarezBernardes - MDB; Siqueira Campos - ARENA.

Mato GrossoAntoniü Car1üs de Oliveira - MDB; Ubaldü Barem - ARENA;

Valdomiro Gonçalves - ARENA.

ParanáAlencar Furtado - MDB; Alípiü Carvalho - ARENA; Ga­

maliel Galvão - MDB; Gomes do Amaral - MDB; Minoro Miya­moto - ARENA; OUvir Gabardo - MDB; Osvaldo Buskei - MDB;Paulo Marques - MDB; Pedro Lauro - MDB; Samuel Rodrigues­MDB: Santos Filho - ARENA.

Santa CatarinaAdhemar Ghisi - ARENA; Albino Zeni - ARENA; César Nas­

cimento - MDB; Dib Cherem - ARENA; Ernesto de Marco -

MDB; Wilmar Dallanhol- ARENA.Rio Grande do Sul

Alceu Collares - MDB; Aldo Fagundes - MDB; AlexandreMachado - ARENA; Aluizio Paraguassu - MDB; Antônio Breso­lin - MDB; Carlos Santos - MDB; Célio Marques Fernandes ­ARENA; Cid Furtado - ARENA; Fernando Gonça\ves - ARENA;Getúlio Dias - MDB; João Gilberto - MDB; Jorge Uequed ­MDB; José Mandelli - MDB; Lidovino Fanton - MDB; MagnUlsGuimarães - MDB; Odacir Klein - MDB.

Amapá

Antônio Pontes - MDB.Rondônia

Jerônimo Santana - MDB.O SR. PRESIDENTE (João Linhares) - A lista de presenç':í

acusa o comparecimento de 139 Senhores Deputados.

Está aberta a sessão.

Sob a proteção de Deus iniciamos nossos trabalhos.O Sr. Secretário procederá à leitura da ata da sessão anterior.

11 - O SR. JADER BARBALBO, 2.° Secretário, procede à lei..tura da ata da sessão antecedente, a qual é, sem observações, as··sinada.

O SR. PRESIDENTE (João Linhares) - Passa-se à leitura doexpediente.

O SR. DJALM:A BESSA, 1.° Secretário, procede à leitura do se··guinte.

III - EXPEDIENTEPROJETO DE LEI N.o 2.416-A, DE 1976

(Do Sr. Daso Coimbra)

Dá nova redacão ao art. 1.070, da Lei n." 5.869, de11 de janeiro de 1973 - Código de Processo Civil; tendoparecer, da Comissão de Constituição e Justiça, pela cons-,titucionalidade e, no mérito, pela rejeição.

(Projeto de Lei n.o 2.416, de 1976, a que se refere (I

parecer.)

O Congresso Nacional decreta:

Art. 1.0 O art. 1.070, da Lei n.o 5.869, de 11 de janeiro de1973 - Código de Processo Civil, passa a vigorar com a seguinteredaçãQ;

"Art. 1.070. Nas vendas a crédito com reserVa de domí­nio, quando as prestações estiverem representadas por

título executivo, o credor poderá cobrá-las, observando-seo disposto no Livro rI, Titulo rI, Capitulo IV, estando oobjeto do contrato em perfeito funcionamento, se noprazo é:a garantia."

Art. 2.0 Esta lei entra "'m vigor na data de sua publicação,revogando as disposições contrárias.

Justificação

Num contrato de compra e venda, mesmo que a fórmula deps.gamento ajustada seja no sistema de crediário, à prestação,com reserva de domínio, a lei não deve proteger apenas o in­teresse do credor, facultando-lhe o direit{) d'e executar a dívida,sem considerar o estado e condições de funcionamento do objetoda transação, que necessariamente há de es1,ar em perfeito fun­cionamento.

Ê certo que a responsabilidade é recíproca, neste sistema decomércio, embora a lei venha protegendo de forma acentua.da ocomerciante e o industrial, em detrimento dos interesses, direitose vantagens do consumidor.

Muitos consumidores são obrigadüs a pagar até o fim docontrato de compra e venda de objetos adquiridos e que jamaisfuncionaram perfeitamente, notadamente no setor de eletrodo­mésticos, móveis, imóveis, veículos automoliores e outros quepodenam ser relacionados.

Entretanto, difícil se torna para o consumidor reaver na ple­nitude de seus direitos o que lhe é devido nas cláusulas degarantia do produto objeto da compra e v,enda, garantia estasujeita a subterfúgios vários, sempre em prejuizo do comprador.

Por isso, com a nova redação dada ao art. 1.070, da Lein.O 5.869, de 11 de janeiro de 1973, o Código de Processo Civil, aação executiva do credor contra o adquirente, esta se subordinaráao cumprimento dos termos da garantia dada ao produto vendido,constituindo-se o dispositivo numa proteção ao consumidor e,também, ao empresário, neste caso contra o comprador inadim­plente.

Esta a justificação.

Sala das Sessões, 7 de junho de 1976. - Daso Coimbra.

LEGISLAÇÃO CITADA, ANEXADA PEL,l COORDENAÇÃODAS COMISSÕES PERMANEN'TES

LEI N.o 5.869, DE 11 DE JANEIRO DE 1973

Institui o Código de Processo Civil.. .

LIVRO IV

Dos Procedimentos Especiais

TíTULO I

Dos Procedimentos Espeeiais de Jurisdiçíio Contenciosa....................................................... ........

CAPíTULO XII

Das Vendas a Crédito com Reserva tlle Domínio

Art. 1.070. Nas vendas a crédito com reserva de domínio,quando as prestações estiverem representadas por título executi­vo, o credor poderá cobrá-las, observando-se o disposto no LivrorI, Título lI, capitulo IV.

§ 1.0 :::;fetuada a penhora da coisa vendida, é lícito a qual­quer das partes, no curso do processo, requerer-lhe a alienação.i udicial em leilão.

§ 2.0 O produto do leilão será deposHado, sub-rogando-senele a penhora.

..............................................................LEGISLACAO PERTINENTE ANEXADA PELA COORDENACAO

~ DAS COMISSõES PERMANEN1'ES •

DECRETO-LEI N.o 911, DE 1.0 DE OUTUBRO DE 1969

Altera a redação do art. 66 da L,ei n.o 4.728, de 14de julho de 1965, estabelece normas de processo sobrealienação fiduciária, e dá outras providéncias.

Os Min:stros da Marinha de Guerra, do Exército e da Aero­náutica Militar, usando das atribuiçõe~ que lhes confere o artigo1.0 do Ato Institucional n.o 12, de 31 de ag")s~o de 1969, combi­nado com o § 1.0 do artigo 2.0 do At{) InstItudonal n.o 5, de 13de dezembro de 1968, decretam:

Art. 1.0 O artigo 66, da Lei n.O 4.728, de li de julho de 1965,passa a ter a seguinte redaçã'J: (1).............................................. " .

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1804 Terça-feira 19 DIARIO DO CONGRESSO NACIONAL (Seção I) Abril de 1977

Art. 2.° No caso de inadimplemento ou mora nas obrigaçõescontratuais garantidas mediante alienação fiduciária, o proprie­tário fidu~iário ou credor poderá vender a coisa a terceiros, in­dependentemente de leilão, hasta pública, avaliação prévia ouqualquer outra medida judicial ou extrajudicial, salvo disposiçâoexpressa em contrário prevista no contrato, devendo aplicar opreço da venda no pagamento de seu crédito e das despesasdecorrentes e entregar ao devedor o saldo apurado, se houver.

§ 1.0 O crédito a que se refere o presente artigo abrange oprincipal, juros e comissões, além das taxas, cláusula pena e cor­reção monetária, quando expressamente convencionados pelaspartes.

§ 2.° A mora decorrerá do simples vencimento do prazo parapagamento e poderá ser comprovada por carta registrada expe­dida por intermédio de Cartório de Titulos e Documentos ou peloprotesto do título, a critério do credor.

§ 3.° A mora e o inadimplemento de obrigações contratuaisgarantidas por alienação fiduciária. ou a oconência legal ouconvencional de algum dos casos de antecipação de vencimentoda dívida facultarão ao credor considerar, de pleno direito, ven­cidas todas as obrigações contratuais. independentemente de avisoou notificação judicial ou extrajudicial.

Art. 3.° O Proprietário Fiduciário ou credor, poderá requerercontra o devedor ou terceiro a busca e apreensão do bem alienadofic1uciariamente. a qual será concedida liminarmente, desde quecomprovada a mora ou o inadimplemento do devedor.

§ 1.0 Despachada a inicial e executada a liminar, o réu serácitado para, em três dias, apresentar contestação ou, se já tiverpago 40% (quarenta por cento) do preço, financiado, requerer apurgação de mora.

§ 2.0 Na contestação só se poderá alegar o pagamento dodébito vencido ou o cumpriment{) das obrigações contratuais.

§ 3.° Requerida a purgação de mora tempestiVamente, o Juizmarcará data para o pagamento que deverá ser feito em prazonão superior a dez dias, remetendo. outrossim, os autos ao con­tador para cálculo do débito existente, na forma do art. 2.° e seuparágrafo primeiro.

§ 4.° Contestado ou não o pedido e não purgada a mora, oJuiz dará sentença de plano em cinco dias, após o decurso doprazo de defesa, independentemente da avali8.ção do bem.

§ 5.0 A sentença do Juiz, de que cabe agravo de instrumento,sem efeito suspensivo, não impedirá a venda extrajudicial do bemalienado fiduciariamente e consolidará a propriedade e a posseplena e exclusiva nas mâos do proprietário fiduciário. Preferidapelo credor a venda judicial, aplicar-se-á o disposto no Titulo VI,Livro V, do Código de Processo Civil.

§ 6.0 A busca e apreensão prevista no presente artigo cons­titui processo autônomo e independente de qualquer procedimentoposterior.

Art. 4.° Se o bem alienado fiduciariamente não for encontra­do ou não se achar na posse do devedor, o credor poderá intentaração de depósito, na forma prevista no Título XII, Livro IV, doCódigo do Processo Civil.

Art. 5.° Se o credor preferir reco1'rer à ação executiva ou,se for o caso, ao executivo fiscal, serão penhorados, a critério doautor da ação, bens do devedor quantos bastem para assegurar aexecução.

Parágrafo único. Não se aplica à alienação fiduciária o dis­posto nos incisos IX, XI e XII do artigo 942 do Código de ProcessoCivil.

Art. 6.° O avalista, fiador ou terceiro interessado que pagara divida do alienante ou devedor, se sub-rogará, de pleno direito,no crédito e na garantia constituída pela alienação fiduciária.

Art. 7.° Na falência do devedor alienante, fica asseguí:adoao credor ou proprietário fiduciário o direito de pedir. na formaprevista na lei, a restituição do bem alienado fiduciariamente.

Parágrafo único. Efetivada a restituição o proprietário fidu­ciário agirá na forma prevista neste Decreto-lei.

Art. 8.° O Conselho Nacional de Trânsito, no prazo máximode 60 dias, a contar da vigência do presente Decreto-lei, expediránormas regulamentares relativas à alienação fiduciária de veí­culos automotores.

Art. 9.° O presente Decreto-lei entrará em vigor na data desua publicação, aplicando-se desde logo, aos processos elll curso,revogadas as disposições em contrário.

Lei N.o 4.728, DE 14 DE .JULHO DE 1965

Disciplina o mercado de capitais e estabelece medidaspara o seu desenvolvimento.

SEQãO XIVAlienação Fiduciária em Garantia

Art. 66. A alienacão fiduciária em garantia transfere aocredor o domínio resólúvel '" a posse indireta da coisa móvelalienada, independentemente da tração efetiVa do bem, tornan­do-se o alienante ou devedor em possuidor direto e depositáriocom todas as responsabilidades e encargos que lhe incumbem deacordo com a lei civil e penal.

§ 1,0 A alienação fiduciária somente se prova por escrito eseu instrumento público ou particular, qualquer que seja o seuvalor, será obrigatoriamente arquivado, por cópia ou microfilme,no Registro de Títulos e Documentos do domicílio do credor, sobpena de não valer contra terceiros, e conterá além de outros da­dos, os seguintes:

a) o total da divida ou sua estimativa;

b) o local e a data do pagamento;c) a taxa de juros, as comissões cuja cobrança for permitida

e, eventualmente, a cláusula penal e a estipulação de correçãomonetária, com indicação dos índices aplicáveis;

d) a descrição do bem objeto da alienação fiduciária e oselementos indispensáveis à sua identificação.

§ 2.° Se, na data do instrumento de alienação fiduciária, odevedor ainda não for proprietário da coisa objeto do contrato,o domínio fidUCIário desta se tranferirá ao credor no momentoda aquisição da propriedade pelo devedor, independentemente dequalquer formalidade posterior.

§ 3.0 Se a coisa alienada em garantia não se identifica pornúmeros. marcas e sinais indicados no instrumento de ahenaçãofiduciária, cabe ao proprietário fiduciário O ônus da prova, contraterceiros, da identidade dos bens do seu dominio que se encon­tram em poder do devedor.

§ 4.° No caso de inadimplemento da obrigação garantida, oproprietário fiduciário pode vender a coisa a terceiros e aplicar opreço da venda no pagamento do seu crédito e das despesas de­correntes da cobrança, entregando ao devedor o saldo porventuraapurado, se houver.

§ 5.° Se o preço da venda da coisa não bastar para pagaro crédito do proprietário fIduciário e despesas, na forma do pa­rágrafo anterior, o devedor continuará pessoalmente obrigado apagar o saldo devedor apurado.

S 6.° :B nula a cláusula que autoriza o proprietário fiduciárioa ficar com a coisa alienada em garantia, se a dívida não forpaga no eeu vencimento.

§ 7.° Aplica-se à alienação fiduciária em garantia o dispostonos artigos 758, 762, 763 e 802 do Código Civil, no que couber.

§ 8.° O devedor que alienar, ou der em garantia a terceiros,coisa que já alienara fiduciariamente em garantia, ficará sujeitoà pena prevista no art. 171, § 2.°, inciso I, do Código Penal.

§ 9.° Não se aplica à alienação fiduciária o disposto no artigo1.279 do Código Civil.

§ 10. A alienação fiduciária em garantia de veículo auto­motor, deverá. para fins probatórios. constar do certificado deRegistro, a que se refere o artigo 52 do Código Nacional deTrânsito.

PARECER DA COMISSãO DE CONSTITUIÇãO E JUSTIÇAI _ Relatório

O Projeto dirige-se ao art. 1.070, do Código de Processo Civil,parecendo-nos que apenas ao caput do dispositivo, embora não oassinale seu art. 1.0

Dispõe a nonna processual:"Art. 1.070. Nas vendas a crédito com reserva de do­mínio, quando as prestações estiverem representadas portitulo executivo. o credor poderá cobrá-las, observando­se o disposto no Livro II, Título lI, Capitulo IV.§ 1.0 Efetuada a penhora da coisa vendida, é lícito aqualquer das partes, no curso do processo, requerer-lhe aalienação judicial em leilão.§ 2.° O produto do leilão será depositado, sub-rogando­se nele a penhora".

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Abril de 1977 DIARIO DG CGN([iRESSG NACIONAL (Se4!ão I) Terça-leil'a 19 1805

A proposição acrescenta ao caput as expressões seguintes: "es­tando o objeto do contrato em perfeito funcionamento, se noprazo da garantia".

O assunto encontra-se regulado no capítulo "Das Vendas aCrédito com Reserva de Domínio".

Na justificação, afirma-se que "a lei não deve proteger ape­nas o interesse do credor", sendo necessário ter em conta "o es­tado e condições de funcionamento do objeto da transação".

Pondera-se que numerosos consumidores têm sido obrigadosa pagar prestações até o fim do contrato sem que os objetos ad­quiridos funcionem normalmente.

Com a redação proposta, subordinando-se a ação executivado credor contra o adquirente "ao cumprimento dos termos dagarantia do produto vendido", ter-se-á protegido o consumidor, semprejudicar o empresário no caso de comprador simplesmente :llla­dimplente.

II - Voto do RelatorNão há inconstitucionalidade no Projeto.O Regimento Interno comete a esta Comissão, de modo exelu­

sivo, o exame da matéria.Trata-se do "pacto reservati dominii", contrato no qual a ;Gra­

dição da coisa móvel se opera condicionalmente - o compra.dorentra na posse da coisa, mas só lhe adquire a propriedade apósintegralizar as prestações.

A lei assegura ao vendedor os meios de evitar o seu prejuizo,ante a inadimplência do devedor.

O Projeto, subordinado o direito de cobranca ao fato de seachar em "perfeito funcionamento" o objeto do' contrato, "se noprazo da garantia", na verdade se excede em proteger o devedor,dando ensejo a abusos de sua parte.

Por outro lado, estará concorrendo para o aumento do preçodas coisas, pois o vendedor se verá sempre na contingência deprever os prejuizos decorrentes da necessidade de demonstrar aque­le estado de perfeito funcionamento, ficando descapitalizado diáo.teda retençáo do pagamento.

"Data venia", o prazo de garantia confere oportunidade aocomprador de exigir o conserto, ou rejeitar a coisa adquirida.

Demais, após o esgotamento desse período de garantia, o com­prador dispõe de prazo legal para redibir a compra-e-venda. oupedir abatimento do preço, prazo esse que a jurisprudência vemconsiderando, conforme o caso, a partir da manifestacão do de-feito, tendo em vista a sua localização. .

A disposição Vigente tem a seu favor a tradição do direitoanterior - art. 343 do CPC de 1939.

Mui~o se discute hoje em defesa do consllmidor e muito, porcerto. ha que se fazer neste sentido, não sendo necessário, porém.dificultar. enormemente. a cobrança de créd.itos legítimos. face' àexigência sugerida.

Pelos motivos expostos, opinamos pela rejeição da iniciativa.respeitada a intenção de seu nobre autor.

Sala da Comissão, em . - ;Tosé Bonifácio Neto, Relator.III - Parecer da Comissão

A Comissão de Constituição e Justiça, em reunião de sua Tur­ma "B", opinou, unanimemente, pela constitucionalidade e. no mé­rito, pela rejeição do Projeto n.O 2.416176, nos termos do parecerdo Relator.

Estiveram presentes os Senhores Deputados:Djalma Bessa - Presidente, José Bonifácio Neto - Relator,

Alceu CoUares, Cleverson Teixeira, Eloy Lenzi, Gomes da Silva, Jar­bas Vasconcelos, João Gilberto, Joaquim Bevilacqua, Lidovino Fan­ton e Theobaldo Barbosa.

Sala da Comissão, em 3 de dezemebro de 1976. - Djalma Be,5­sa, Presidente, - ;Tosé Bonifácio 'leto, Relator.

PROJETO DE LEI N." 2,742-A, DE 1976(Do SI', Francisco Amaral)

Introduz alterações na Lei n." 1,079, de 10 de abril de1950, que "define os crimes de responsabilidade e regulao respectivo processo de julgamento", para o fim de com­patibilizá-la integralmente com a Constituição em vigol';tendo parecer, da Comissão de Constituição e Justiça, pelaconstitucionalidade, juridicidade e, no mérito, pela apro­vação.

(Projeto de Lei n,o 2,742, de 1976, a que se refere oparecer.)

O Congresso Nacional decreta:

Art, L° Ê acrescentado ao art. 14 da Lei n.o 1.079, de 10 deabril de 1950, o seguinte parágrafo único:

"Art. 14. .., .... , ... , ... , ,.,.,., .. , ... ,.'., .. ,.,., ..... "

Parágrafo único, Tratando-se de crime de responsabili­dade isolado, cometido por Ministro de Estado, a denúnciadirigir-se-á diretamente ao Supremo Tribunal Federal."

Art, 2,° Os arts, 31 e 32 da Lei n.O 1.079, de 10 de abril de1950, passam a vigorar com a seguinte reda'ção:

"Art. lH. A declaração de procedémcia da acusação noscrimes de responsabilidade só pod,erá ser decretada pordois terços dos membros da CâmarH dos Deputados.Art. 82. Não poderá exceder de g,essenta dias, contadosda data de declaração de procedência da acusação, o pra­zo para o processo e julgamento dos crimes definidos nestaLei."

Art, 3.° Esta Lei entrará em vigor na data de sua publicação.

Art. 4.° Revogam-se as disposições em contrário.

JustificaçãoÉ engano supor que a Lei n.O 1.079, de 10 de abril de 1950,

que define os crimes de responsabilidade e regula o seu processoe julgamento, por ser anterior à Emenda Constitucional n.o 1, de1969, tenha sido revogada por esta última.

Aliás, até mesmo o disposto no n.O 4 do art. 13 da referida lei.que define como crime de responsabilidade dos Ministros de Estadoo "não prestar informações solicitadas pelo Legislativo", emboranão contemplado expressamente na Constituição vigente, encon­tra-se em pleno vigor, nada justificando possa haver escusa deincriminação dos auxiliares diretos do Presidente da República,quando esses se omitam de atender aos pedidos de informaçõesde qualquer das Casas do Congresso. Se não, vejamos.

A Constituição de 1967 repetiu, com pequenas alterações, odisposto na anterior sobre os crimes de responsabilidade. O dis­positivo que defere a lei especial a definição dos crimes de res­ponsabilidade tem, nas duas Cartas, a mesma redação: "Esses cri­mes serão definidos em lei especial, que estabelecerá as normas deprocesso e julgamento".

O verbo, no futuro, obedece à técnica (boa ou má, não vemao caso) de redação legal preferida pelo constituinte, não impor­tando na revogação de legislação preeXistente que, se compatívelcom a letra e o espirito da nova Constituição, se mantém válida.

Deste modo, a Lei n.o 1.079 permaneceu em vigor, após oadvento da Constituição de 19137, exceto naquilo em que esta acontrariava (ou seja, quorum para pronúncia e julgamento, bemcomo prazo em que este deve ser ultimadol.

Já a Emenda Constitucional n,o 1. de 17 c.e outubro de 19139,trata da matéria através dos seguintes disP08itivos:

"Art. 33. Os Ministros de Estado serão obrigados a com­parecer perante a Câmara dos Deputados, o Senado Fe­deral ou qualquer de suas comissões, quando uma ou outraCâmara, por delIberação da maioria, os convocar paraprestarem, pessoalmente, informações acerca de assuntopreviamente determinado,

§ 1,° A falta de comparecimento sem justificação importacrime de responsabilidade.

"Art. 40. Compete privativamente à Câmara dos Depu­tados:

I - declarar, por dois terços dos seus membros, a pro­cedência de acusação contra o Presid,ente da República eos Ministros de Estado;

Art. 42. Compete privativamente ao Senado Federal:

I - julgar o Presidente da República nos crimes de res­ponsabilidade e os Ministros de Estado nos crimes da mes­ma natureza conexos com aqueles; ... ,

Parágrafo único, Nos casos previstos nos itens I e lI,funcionará como Presidente do Senado Federal o do Su­premo Tribunal Federal; somente por dois terços de votosserá proferida a sentença condenacól'ia, e a pena limi­tar-se-á à perda do cargo, com ina'bilitação, por cincoanos, para o exercício de função pública, sem prejuizo deação da justiça ordinária.

Art, 82. São crimes de responsabilidade os atos do Pre­sidente da República que atentarem contra a ConstituiçãoFecleral e, especialmente:I - a existência da União;

II - o livre exercicio do Poder Legislativo, do Poder Judi­ciário e dos Poderes constitucionais dos Estados:

lU - o exercício dos díreitos políticos, indíviduais ou so­ciais;

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1806 Terça-feira 19 DlARIO DO CONGRESSO NACIONAL (Seção I) Abril de 1977

IV - a segurança interna do País:V - a probidade na administração;VI - a lei orçamentária; eVII - o cumprimento das leis e das decisões judiciárias.Parágrafo único. Esses crimes serão definidos em lei es­pecial, que estabelecerá as normas de processo e julga­mento.Art. 83. O Presidente, depois que a Câmara dos Depu­tados declarar procedente a acusação pelo voto de doisterços de seus membros, será submetido a julgamentoperante o Supremo Tribunal Federal, nos crimes comuns,ou perante o Senado Federal, nos de responsabilidade.S 1.0 Declarada procedente a acusação, o Presidente fi­cará suspenso de suas funções.§ 2.° Se, decorrido o prazo de sessenta dias, o julgamentonão estiver concluído, será arquivado o processo.

Art. 119. Compete ao Supremo Tribunal Federal:I - processar e julgar originariamente:a) nos crimes comuns, o Presidente da República, oVice-presidente, os Deputados e Senadores, os Ministrosde Estado e o Procurador-Geral da República;b) nos crimes comuns e de responsabilidade, os Minis­tros de Estado, ressalvado o disposto no item I do art.42, "

Como se vê, o parágrafo único do artigo 82, relativo à defini­ção, por lei especial, dos crimes de responsabilidade, assim comoao estabelecimento das respectivas normas de processo e julga­mento, repete os textos de 1946 e 1967. Permanece válida, pois,a conclusão de que a Lei n.O 1.079, de 1950, não está revogada,salvo nos pontos e111 que se não compatibiliza com a Emenda n.O1/69. Esses pontos são o "quorum" para pronúncia e julgamentoe o prazo em que este deve ser ultimado, do que resulta concluirque revogados estariam apenas os arts. 81 e 82, da mencionadalei, por tratarem diferentemente a questão.

Por outro lado, o art. 40, da Emenda Constitucional n.O 1169,ao fixar, no item I, que compete privativamente à Câmara dosDeputados "declarar", por dois terços dos seus membros, a pro­cedência da acusação contra o Presidente da República e os Mi­nistros de Estado", omitindo a expressão "nos crimes conexoscom os do Presidente da República", do texto de 1946, poderiaser mal interpretado, se se esquecesse a ressalva constante doart. 119, I, "b",

De qualquer modo, mesmo sob a Emenda Constitucional n.O1/69, os caminhos possíveis para o processo e julgamento dosMinistros de Estado são os mesmos que existiam sob a Cartade 1946.

Já quanto à responsabilização dos Ministros de Estado pornão atendimento de pedido de informação de qualquer das Casasdo Congresso, o que se pode dizer é que prevalec.e o disposto nonúmero 4, do art. 13, da Lei n.o 1.079, embora o dito crime nãoesteja previsto expressamente na vigente Constituição. A lei, aodefinir os crimes de responsabilidade, deverá por tais entender os"atos. " que atentarem contra a Constituição Federal (art. 82,"caput", da Emenda n.O 1/69), não precisando limitar-se àquelesdestacados pelo texto constitucional (itens I a VII, do mesmoartigo), eis que não se trata de enumeração exaustiva. O fatomencionado - desatendimento de pedido de informação do Le­gislativo - é, obviamente, atentatório à lei maior.

Aliás, a Emenda Constitucional n.o 1/69 abrigou, consagra­damente, em seu texto, os pedidos de informação, na alta cate­goria de instrumentos tanto da "mens" legiferante quanto dopoder (e dever) de fiscalização do Congresso. Logo, o eventualdescumprimento do pedido de informações mandado ao Ministropelo Legislativo é ato atentatório contra a Constituição, nos ter­mos do "caput" do art. 82 e, pois, típico crime de responsabilidade.

De todo o exposto, o que resulta claro é que se tornam neces­sárias apenas algumas alteracões na Lei n.o 1.079. de 10 de abrilde 1950, para torná-la inteirámente compatível cóm a Constitui­ção em vigor rEmenda Constitucional :0.0 1/69).

Dentre tais alterações, as mais importantes referem-se aosartigos 81 e 82, que esses, realmente, ficaram revogados.

Além do mais, tendo em vista que os crimes de responsabi­lidade dos Ministros de Estado podem ser isolados Cisto é, nãoconexos com os do Presidente da República) e que estes são jul­gados e processados perante o Supremo Tribunal Federal, seminterveniência do Poder Legislativo, indispensável se torna tam­bém deixar consignado expressamente, no art. 14, da referidaLei n.O 1.079, que a denúncia respectiva será dirigida diretamente

àquele Tribunal superior e não à Câmara dos Deputados, comoocorreria nos ditos crimes de responsabilidade conexos.

Tais são os objetivos deste projeto de lei.Sala das Sessões, em 13 de agosto de 1976. - Francisco Amaral.

LEGISLAÇÃO CITADA, ANEXADA PELACOORDENAÇÃO DAS COMISSõES PERMANENTES

LEI N.o 1.079, DE 10 DE ABRIL DE 1950

Define os crimes de responsabilidade e regula o res­pectivo processOo e julgamento.

PARTE PRIMEIRADo Presidente da República e Ministros de Estado

TíTULO II

Dos Ministros de EstadoArt. 13. São crimes de responsabilidade dos Ministros de

Estado:

4 - não prestar dentro de 30 dias e sem motivo justo, aqualquer das Câmaras do Congresso Nacional, as informaçõesque ela lhes solicitar por escrito, ou prestarem-nas com falsidade.

PARTE SEGUNDAProcesso e Julganmento

TíTULO úNICODo Presidente da República e Ministros de Estado

CAPíTULO IDa Denúncia

Art. 14. É permitido a qualquer cidadão denunciar o Pre­sidente da República ou Ministro de Estado, por crime de respon­sabilidade, perante a Câmara dos Deputados.

DISPOSIÇÕES GERAIS

Art. 81. A declaração de procedência da acusação nos crimesde responsabilidade só poderá ser decretada pela maioria abso­luta na Câmara que a proferir.

Art. 82. Não poderá exceder de cento e vinte dias, contadosda data da declaração da procedência da acusação, o prazo parao processo e julgamento dos crimes definidos nesta lei.

PARECER DA COMISSãO DE CONSTITUIÇãO E JUSTIÇAI - Relatório

Dirige-se o Projeto à Lei n.o 1.079, de 10 de abril de 1950, quedefine os crimes de responsabilidade e regula o respectivo pro­cesso de julgamento.

No art. 1.0 manda acrescentar ao art. 14 daquele diploma umparágrafo único com a seguinte redação:

"Art. 14. • .. , .•.........•.. , .. ,.,., •..•.......•...•..••Parágrafo único. Tratando-se de crime de responsabili­dade isolado, cometido por Ministro de Estado, a denún­cia dirigir-se-á diretamente ao Supremo Tribunal Fe­deral."

Em seu art. 2.°, dá nova redação aos art'5. 81 e 82 da referidanorma:

"Art. 81. A declaração de procedência da acusação noscrimes de responsabilidade só poderá ser decretada pordois terços dos membros da Câmara dos Deputados.Art. 82. Não poderá exceder de sessenta dias, contadosda data de declaração de procedência da acusação, o prazopara o processo e julgamento dos crimes definidos nestaLei."

Na justificação, afirma-se que a Lei n.O 1.079/50 não está re­vogada pela Emenda Constitucional n.o 1.

Afirma-se que "até mesmo o disposto no n.o 4 do art. 13 dareferida lei, que define como crime de responsabilidade dos Mi­nistros de Estado o "não prestar informações solicitadas peloLegislativo", embora não contemplado expressamente na Cons­tituição vigente, encontra-se em pleno vigor".

Transcrevem-se vários dispositivos da atual Constituição, para,em seguida, argumentar-se:

"Como se vê, o parágrafo único do art. 82, relativo à de­finição, por lei especial, dos crimes de responsabilidade,assim como ao estabelecimento das respectivas normasde processo e julgamento, repete os textos de 1946 e 1957.

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Abril de 1977 DIARJO DO CONI[}RESSO NACIONAl, (Seção I) Terça-feira 19 180'7

Permanece válida, pois, a conclusão de que a Lei n.o 1.079,de 1950, não está revogada, salvo nos pontos em que senão compatibiliza com a Emenda n.O 1169. Esses pontossão o quorum para pronúncia e julgamento e o prazo emque este deve ser ultimado, do que resulta concluir querevogados estariam apenas os arts. 81 e 82, da menciona­da lei, por tratarem diferentemente a questão."

Por seu turno, o acréscimo do parágrafo único ao art. 14 eassim defendido:

"Além do mais, tendo em vista que os crimes de respon­sabilidade dos Ministros de Estado podem ser isolados(isto é, nãe conexos com os do Presidente da República)e que estes são julgados e processados perante o SupremoTribunal Federal, sem interveniência do Poder Legislati­vo, indispensável se torna também deixar consignado ex­pressamente, no art. 14, da referida Lei n.o 1.079, que adenúncia respectiva será dirigida diretamente àquele Tri­bunal superior e não à câmara dos Deputados, comoocorreria nos ditos crimes de responsabilidade conexos."

Deve-se ressaltar que a ementa do Projeto anuncia ter o mes­mo, ao introduzir essas alterações na Lei n.O 1. 079/50 "é fim decompatibilizá-la integralmente com a Constituição em vigor."

11 - Voto do RelatorParece-nos válida a asser.tiva de que a Lei n.o 1.079/50, na

parte em que não contraria a Emenda Constitucional n.O 1, seacha em pleno vigor.

O art. 81 desse diploma está, até hoje, compatibilizado com aantiga Constituição de 1946, que exigia, para a declaração de pro­cedência da acusação, o voto da maioria absoluta da Câmara dosDeputados.

Ora, o art. 83 da Constituição de 1967 e, depois, o art. 83 daEmenda Constitucional n.o 1, aleraram esse quorum, para fazerreferência ao voto de dois terços dos membros da Câmara dasDeputados. No :nesmo sentido, o art. 40, I, dessa Lei Maior.

Por outro lado, o art. 83 do .atual Estatuto Básico, no seu § 2.°,declara que "se, decorrido o prazo de sessenta dias, o julgamen­to não estiver concluído, será arquiv.ado o processo". Reduziu,assim, de metade, o prazo de cento e vinte dias constante da leiespecial.

Essa diminuição de prazo teve o objetivo salutar de evitardelongas, que só poderiam ocasionar prejuizos para o País.

Quanto ao parágrafo que se quer acrescentar ao art. 14 daLei n.O 1.079/50, ele tem sua razão de ser, para deixar claro que,no caso de Ministro de Estado, em se tratando de crime de res­ponsabilidade isolado (não conexo com o Presidente da Repú­blica) , a denúncia deve ser dirigida diretamente ao SupremoTribunal Federal. Ê que, em tal hipótese, o Poder Legislativ')nenhuma interferência tem. Aí, a competência é privativa da.Corte Suprema, nos termos da letra b do inciso I do art. IlH.

O Projeto não fere a Constituição. No caso é admissivel a ini­ciativa parlamentar, indispensável no assunto. Guarda juridici­dade. Procura corrigir a lei, extirpando-a de normas que se tor­naram inconstitucionais, para compatibilizá-la com a vigente.

No mérito, pelos motivos expostos, merece manifestação fa­vorável.

Sala da Comissão, de novembro de 1H76. - José Bonifáci'JNeto, Relator.

lU _ Parecer da ComissãoA Comissão de Constituição e Justiça, em reumao de sua

Turma "B", opinou, unanimemente, pela constitucionalidade, ju­ridicidade e, no mérito, pela aprovação do projeto n.o 2.742/76,nos termos do parecer do Relator.

. Estiveram presentes os Senhores Deputados: Djalma Bessa,Presidente; José Bonifácio Neto, Relator; Cleverson Teixeira, EloyLenzi, Gomes da Silva, João Gilberto, Joaquim Bevilacqua, Li­dovino Fanton e Theobaldo Barbosa.

Sala da Comissão, 3 de dezembro de 1976. - Djalllla Bessa,Presidente - José Bonifácio Neto, Relator.

PROJETO DE LEI N.o 710, DE 1975

(Do Sr. Franeisco Amaral)Altera dispositivos da Lei n.O 5.682, de 21 de jullilo

de 1971 (Lei Orgânica dos Partidos Políticos), pendentede parecer da Comissão de Constituição e Justiça.

(Projeto de Lei n.o 710, de 1975, tendo anexados osde n.05 3.021176 é 3.332/77.)

O Congresso Nacional decreta:Art. 1.0 O art. 64 da Lei n.O 5.682, de 21 de julho de 19~'1,

passa a vigorar com a seguinte redação:"Art. 64. O cidadão inscrever-se-á no Cartório Eleitoraldo Município em que for eleitor.

§ 1.0 Recebido o pedído de inscriçílo, o Escrivão Eleitoralprocessá-Io-á, remetendo-o ao Diretório Municipal respec­tivo.

§ 2.0 Não existindo Diretório Municipal, o pedido seráremetido ao Diretório Regional ou à Comissão Provisóriade que trata o § 1.0 do art. 59."

Art. 2.° O art. 65 da Lei n.O 5.632, de 21 de julho de 1971,passa a vigorar com a seguinte redação:

"Art. 65. A ficha de filiação será preenchida pelo eleitor,em 3 (três) vias, e entregue ao Escrivão Eleitoral do Muni­cípio, que as remeterá ao órgão partidário competente, noprazo de 5 (cinco) dias.

§ 1.0 Qualquer eleitor filiado ao partido poderá impugnaro pedido de filiação, no prazo de 3 (três) dias da data dorecebimento das fichas pelo órgão partidário competente,assegurando-se ao impugnado igual prazo para defesa.

§ 2.0 Esgotado o prazo para a defesa, a Comissão Executi­va decidirá dentro de 5 (cinco) dias.

§ 3.° Da decisão denegatória de filiação, que será sempremotivada, caberá recurso direto à Comissão Executiva Re­gional, a ser interposto dentro de 3 (três) dias, salvo naprimeira hipótese do § 2.0 do artigo anterior, quando cabe­rá recursos, no mesmo prazo, à Comissão Executiva Na­cional.

§ 4° Deferida a filiação, a Comissão Executiva enviará,dentro de 3 (três) dias, as fichas à Justiça Eleitoral que,após conferi-las e autenticá-las, arquivará a primeira via,devolverá, no mesmo prazo, a segunda à Comissão Exe­cutiva Municipal e entregará a terceira ao filiado.

§ .5.0 Considerar-se-á deferida a filiação, caso a ComissãoExecutiva não se pronuncie dentro do prazo referidono § 2.°

§ 6.0 Na hipótese do § 2.° do artigo anterior, as fichasde filiação serão enviadas ao Tribunal Regional Eleitoral,para os fins de que trata o § 4.° deste artigo.

§ 7.° Onde inexistir Diretório Municipal, a primeira viada ficha ficará arquivada no Cartório da zona eleitoraldo filiado, e a segunda via será devolvida à Comissão Exe­cutiva Regional, que a transferirá à Comissão ProvisóriaMunicipal."

Art. 3.° Esta lei entrará em vigor na data de sua publicação.

Art. 4.0 Revogam-se as disposições em contrário.

Justificação

Os arts. 64 e 65 da Lei Orgânica dos Partidos Políticos estabe­lecem o processo para quc se efetive a fillação partidária. Emsua redação atual, esses artigos determinam que o ponto de partidapara o pedido de filiação deve ser o Diretório Municipal e, nafalta deste. o Diretório Regional ou a Comissão Provisória de quetrata o § 1.0 do art. 59.

Assim, as fichas preenchidas pelo eleHoJ: devem ser encami­nhadas diretamente a um órgão do partido, que iniciará o pro­cesso de filiação. A Justiça Eleitoral caberá. posteriormente, apenasautenticar a decisão da Comissão Executiva do partido.

Na prática, todavia, esse processo tem se revelado falho, sobre­tudo nos pequenos municipios, onde as disputas intestinas nospartidos se revelam mais acirradas. De fato, as pessoas que com­põem o Diretório Municipal passam a dispor de poderosa armacontra membros potenciais do partido, negando-se a receber-lhesos pedidos de inscrição ou, mais propriamente, de filiação.

Esses eleitores, geralmente prestigiosos ciciadãos locais, consti­tuem risco para a popularidade dos membros que exert'em o mandopartidário e que não querem, por isso, admitir no seio do partidoquaisquer novos elementos "perigosos". Daí, negam-se a receberdeterminados pedidos de filiação que constituiriam ameaça à posi­ção cômoda de que desfrutam.

Dessa forma, os candidatos à filiação ficam à mercê dos autên­ticos "donos" do partido, que facilmente recha!~am seus adversáriospotenciais.

Parece-nos que a fórmula sugerida por es1~a proposição poderásolucionar a injusta situação apontada, trazendo para a questãoa serenidade e o respeito da Justiça sempre eqüidistante daspartes.

Segundo sugerimos, o pedido de filiação será encaminhadodiretamente ao cartório eleitoral do município, cujo escrivão. dcpoisde processá-lo devidamente, remeterá as rE;sl?ectivas. ficlJ,as a~.órgão partidário competente, para a necesSa,na apreclaçao. Dal.

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JlS08 Tel!'ça-feira 19 DlARIO DO CONGRESSO NACIONAL (Seção J) Abril de 1977

em diante, sob o protetor manto da Justiça, os prazos da lei passa­rão a ser observados e os direitos do pretendente à filiação, porcerto, serão amplamente assegurados.

Chamamos a Justiça Eleitoral para chancelar o termo inicialdo pedido, para fiscalizar-lhe o andamento e para homologar-lheo resultado. Em todo o processo estará presente a experiência, aautoridade e a prudência do Juiz. Pensamos que, com essa provi­dência, baniremos os últimos resquícios de despotismo partidárioque ainda restam entre nós, porque acreditamos na Justiça brasi­leira, de tradições inigualáveis.

Sala das Sessões, em 16 de junho de 1975. - Francisco Amaral.

LEGISLAÇÃO CITADA, ANEXADA PELA COORDENAÇÃODAS COMlSSóES PERMANlENTES

LEI N.o 5.682, DE 21 DE JULHO DE 1'971

Lei Orgânica dos Partidos Políticos.

TíTULO IV

Dos órgãos dos Partidos

CAPíTULO II

Das Convenções e tIos Diretórios dos Partidos

Art. 59. Para os Estados, onde não houver Diretório Hegionalorganizado, a Comissão Executiva do Diretório Nacional designaráuma comissão provisória, constituída de 7 <sete) membros, pre­sidida por um deles. indicado no ato de designação. que se incum­birá, com a competência de Diretório e de Comissão ExecutivaRegional, de organizar e dirígir, dentro de 60 (sessenta) dias, aConvenção Regional.

§ 1.0 Onde não houver Diretório Municipal organizado. aComissão Executiva Rl:.gional designará uma comissão provisóriade 5 <cinco) membros, eleitores do Município, sendo um deles opresidente, a qual se incumbirá de organizar e dirigir a Convenç'ão,dentro de 3D <t,rinta) dias. e exercerá as atribuições de Diretórioe de Comissão Executiva locais.

TíTULO V

Da Filiação Partidária

Art. 64. O cidadão inscrever-se-á no Diretóri.o do Municípioem que for eleitor.

Parágrafo único. Não existindo Diretório Municipal. o inte­ressado inscrever-se-á 110 Diretório Hegional ou junto à ComissãoProvisória a que se refere o § 1.0 do art. 59.

Art. 65. A ficha de filiação será preenchida e assinada peloeleitor, em 3 (três) vi.?-s.

§ 1.° Qualquer eleitor, filiado ao partido, poderá impugnarpedido de filiação partidária, no prazo de 3 (três) dias da data dopreenchimento da ficha, assegurando-se ao impugnado igual prazo,para contestar.

§ 2.° Esgotado o prazo para contestação, a Comissão Executívadecidirá dentl'o de 5 <dnco) dias.

§ 3.° Da decisão denegatória de filiação, que será sempremotivada. cabe recurso direto à Comissão Executiva Hegional, aser interposto de 3 <três) dias, salvo na primeira hipótese doparágrafo único do artigo anterior, quanclo caberá recurso, nomesmo prazo, à Comissão Executiva Nacional.

§ 4.° Deferida a filiação, a Comissão Executiva enviará, dentrode 3 (três) dias, as fichas à Justiça Eleitoral que, após conferi-lase autenticá-las. arquivará a primeira via, devolverá, no mesmoprazo, a segunda à Comissão Executiva MunicipoJ, e entregará aterceira ao filiado.

§ 5.° Considerar-ee-á deferida a filiacão, caso a ComissãoExecutiva não se pronuncie dentro do prazo referido no § 2.0

§ 6.° Na hipótese do parágrafo único do artigo anterior, aficha de filiação partidária será enviada ao Tribunal RegionalEleitoral, para os fins de que trata o § 4.° deste artigo.

§ 7.° Onde ine:i~'fir Diretório Municipal, a primeira via daficha ficará arquivada 110 cartório da zona eleitmal do filiado,e a segunda será devolvida à Comissão Executiv:3I Hegional, que atransferirá à Comissão Provisória Municipal....................................................................•••••••• ••••••••••••• •••••• 0'0 " •••••• ••••••••••••••••••••••••••••

PROJETO DE LEI N.o 3.021, DE 1976

(Do Sr. Inocêncio Oliveira)

Altera o art, 65 e seus parágrafos, da Lei n.O 5.682, de21 de julho de 1971 (Lei Orgânica dos Partidos Políticos.)

(Anexe-se ao Projeto de Lei n.O 710, de 1975, nos ter­mos do art. 71 do Regimento Interno.)

O Congresso Nacional decreta:

Art. 1.0 O art. 65 e seus parágrafos, da· Lei 11.0 5.682, de 21de julho de 1971 (Lei Orgànica dos Partidos Políticos) passama vigorar com a seguinte redação:

"Art. 65. A ficha de filiação será preenchida, em 3 (três)vias, e assinada pelo eleitor.

§ 1.0 O eleitor apresentará a ficha de filia.ção à JustiçaEleitoral que, após conferir as 3 (três) vias, autenticaráe arquivará a primeira via, enviará a segunda à ComissãoExecutiva Municipal e autenticará e entregará a terceiraao filiado. Onde inexistir Diretório Municipal, a JustiçaEleitoral enviará a segunda via à Comissão Executiva Re­gional, que a transferirá à Comissão Provisória Municipal.§ 2.° Qualquer eleitor filiado ao Partido poderá impugnarpedido de filiação partidária, no prazo de 3 (três) dias dadata do recebimento da segunda via pela Comíssão Exe­cutiva, assegurando-se ao impugnado igual prazo, paracontestar.§ 3.° Esgotado o prazo para contestação, a Comissão Exe­cutiva decidirá dentro de 6 (seis) dias.§ 4.° Da decisão denegatória de filiação, que será sempremotivada, cabe recurso direto à Comissão Executiva Re­gional, a ser interposto dentro de 3 (três) dias, salvo naprimeira hipótese do parágrafo único do art. 64, quandocaberá recurso, no mesmo prazo, à Comissão ExecutivaNacional.§ 5.° Considerar-se-á deferida a filiação, caso a ComissãoExecutiva não se pronuncie dentro do prazo de 12 (doze)dias após o recebimento da segunda via da ficha de fi­liação.§ 6.° Deferida a filiação, a Comissão Executiva enviará,dentro de 3 (três) dias, a segunda via da ficha à JustiçaEleitoral, que, após conferi-la, autenticá-la e anotá-lapara publicação em edital. devolverá, no mesmo prazo, asegunda via à Comissão Executiva Municipal.§ 7.° Na hipótese do parágrafo único do art. 64, a segundavia da ficha de filiação partidária será envíada ao TribunalRegional Eleitoral, para os fins de que trata o § 6.° desteartigo."

Art. 2.° O Tribunal Superior Eleitoral baixará, dentro de 60(sessenta) dias, instruc.ões para execuc.ão do disposto na presente'Lei.

Art. 3.° Esta Lei entra em vigor na data de sua publicação.Art. 4.° Revogam-se as disposições em contrário.

Justificação

É inovação da Constituição de 1967, mantida pela EmendaConstitucional n.O 1, de 1969, a previsão de uma Lei Orgânica dosPartidos Políticos.

Tal estatuto básico se destina a evitar o predomínio de olig-ar­quias. Os Partidos servem para organizar a vid2. d.emocrática. OsPartidos devem fortalecer o regime representativo e democrático.

A Lei Orgânica prestigia os Partidos políticos. exigindo-lhesa personalidade jurídica e o registro dos estatutos, 'além da atua­ção permanente.

Para servirem à democracia, os Partidos Políticos devem cuidarda formac.ão cívica e da cultura politica do povo.

Isto se realiza pela divulgação do programa partidário. Os'eleitores se agrupam nos Partidos em torno de idéias e ideaIspoljticos.

A Justiça Eleitoral fiscaliza a organização e o funcionamentodos Partidos Polít.icos, a fim de impedir oligarquias corrompidas,que se sujeitam a financiadores inescrupulosos, e corruptores, quetentam comprar consciências e votos.

Para tanto, é necessário exigir a existência de disciplina dentrodos Part.idos e a observância da fidelidade partidária dentro dosparlamentos.

A Lei Orgànica prestigia as funcões deliberativas dos Diretó-'rios partidários locais, tendo em vista o fortalecimento da dis­ciplina nas bases partidárias.

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Abril de 1977 DIARIO DO CONGRESSO NACIONAL (Seção I) Terça-feira 19 IBM

Quando falta a divulgação do programa partidário, é porqueo Diretório está mais interessado em suas conveniências oligár­quicas. E as oligarquias dificultam a filiação ao Partido dos eleito­res que não se submetem aos seus interesses.

Quando o Partido político se torna vazio de doutrina, é porquea oligarquia não visa o interesse comum, mas apenas procurareter o poder político.

Este projeto visa justamente evitar a formação de oligarquias,facilitando o ingresso dos eleitores nos Partidos.

O projeto prestigia ainda mais a Justiça Eleitoral, pois o eleitorapresentará a ficha de filiação, em 3 (três) vias, a esse órgãojudiciário.

A rotina da filiação partidária, prevista no art, 65, e seus pa­rágrafos, da Lei Orgânica dos Partidos Políticos, ê modificada, afim de que a Justiça Eleitoral proteja o eleitor que deseja ingres­sar num determinado Partido.

Considerar-se-á deferida a filiação, se a Comissão Executivanão se pronunciar sobre o pedido dentro de prazo razoável.

Submetendo esta proposição aos nobres pares, creio estar '~on­

tribuindo para manter abertas as portas dos Partidos, sob as vistasda Justiça Eleitoral, Assim, eles poderão "abrir suas janelas" paraa realidade brasileira.

Sala das Sessões, 30 de setembro de 1976. - Inocêncio Oliveira.

LEGISLAÇÃO CITADA, ANEXADA PELA. COORDENAÇÃODAS COMISSàES PERMANENTES

LEI N.o 5.682, DE 21 DE JULHO DE 1971

Lei Orgânica dos Partidos Políticos

TíTULO IVDos órgãos dos Partidos

CAPíTULO IIDas Convenções e Dos Diretórios dos Partidos

Art, 59. Para os Estados, onde não houver Diretório Regionalorganizado, a Comissão Executiva do Diretório l';acional designaráuma Comissão provisória, constituída de 7 (sete) membros, presi­dida por um deles, indicado no at{) de designação, que se incumbirá,com a competência de Diretório e de Comissão Executiva Regional,de organizar e dirigir, dentro de 60 (sessenta) dias, a ConvençãoRegional.

§ 1.0 Onde não houver Diretório Municipal organizado, a 00­missão Executiva Regional designará uma comissão provisória de5 (cinco) membros, eleitores do Municipio, sendo um deles o pr€'si­dente, a qual se incumbirá de organizar e dirigir a Convenção,dentro de 30 (trinta) dias, e exercerá as atribuições de Diretório ede Comissão Executiva locais.

TíTULO V

Da Filiação Partidária

Art. 64. O cidadão inscrever-se-á no Diretório do Municípioem que for eleitor.

Parágrafo único. Não existindo Diretório Municipal, o inl;e­ressado inscrever-se-á no Diretório Regional ou junto à ComissãoProvisória a que se refere o § 1.0 do art. 59.

Art. 65. A ficha de filiação será preenchida e assinada peloeleitor, em 3 (três) vias.

§ 1.0 Qualquer eleitor, filiado ao partido poderá impugnar pe­dido de filiação partidária, no prazo de 3 (três) dias da data dopreenchimento da ficha, assegurando-se ao impugnado igual prazo,para contestar.

§ 2.° Esgotado o prazo para contestação, a Comissão Execul;i­va decidirá dentro de 5 (cinco) dias.

§ 3.° Da decisão denegatória de filiação, que será sempre mo­tivada, cabe recurso direto à Comissão Executiva Regional, a serinterposto dentro de 3 (três) dias, salvo na primeira hipótese doparágrafo único do artigo anterior, quando caberá recurso, nomesmo prazo, à Comissão Executiva Nacional.

§ 4.° Deferida a filiação, a Comissão Executiva enviará, den­tro de 3 (três) dias, as fichas à Justiça Eleitoral que, após confe­ri-las e autenticá-las, arquivará a primeira via, devolverá, no mes­mo prazo, a segunda à Comissão Executiva Municipal, e entregaráa terceira ao filiado.

§ 5.° Considerar-se-á deferida a filiação, caso a ComissãoExecutiva não se pronuncie dentro do prazo referido no § 2.°

§ 6.° Na hipótese do parágrafo único do artigo anterior, aficha de filiação partidária será enviada ao Tribunal RegionalEleitoral, para os fins de que trata o § 4.° deste artigo.

§ 7.° Onde inexistir Diretório Municipal, a primeira via daficha ficará arquivada no cartório da zona eleitoral do filiado, ea segunda será devolvida à Comissão Executiva Regional, que lttransferirá à Comissão Provisória Municipal.

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PROJETO DE LEI N.o 3.332, DE 1977

(Do Sr. Claudino Sale'5)Altera dispositivos da Lei D.O 5.682, de 21 de julho de

1971 (Lei Orgânica dos Partidos Políticos).

(Anexe-se ao Projeto de Lei n.o 710, de 1975, nos ter­mos do art. 71 do Regimento lntemo).

O Congresso Nacional decreta:Art.1.o Os arts. 63, 64, 65 e 66 da Lei n.O 5.682, de 21 de julho

de 1971 - Lei Orgânica dos Partidos Políticos -, passam a vigorarcom a seguinte redação:

"Art. 63. A fiLiação partidária far-se-á em fichas padro­nizadas, fornecidas pela Justiça Eleitoral.§ 1.0 A ficha de filiação será preenchida e assinada peloeleitor, em 3 (três) vias.§ 2.° O processo poderá abranger mais de um pedido,quando conterá relação nominal acompanhada das fichascorrespondentes.Art. 64. O cidadão filiar-se-á no Diretório do Municípioem que for eleitor.§ 1,'1 Inexistindo Diretório Munici.pal, o interessado filiar­se-á na Comissão Provisória a que se refere o § 1.0 do art.59 ou no respectivo Diretório RegionaL§ 2.0 Qualquer eleitor filiado ao Partido poderá impugnarpedido de filiação partidária, no prazo de 3 (três) dias dadata do preenchimento da ficha, assegurando-se ao impug­nado igual prazo para contestar.§ 3.° Esgotado o prazo para contestação, a Comissão Exe­cutiVa decidirá dentro de 5 (cinco) dias.§ 4.0 Da decisão denegatória de filiação, que será sempremotivada, cabe recurso direto à Comissão Executiva Regio­nal a ser interposto dentro de 3 (três) dias, salvo na se­gunda hipótese do § 1.°. quando caberá recurso, no mesmoprazo, à Comissão Executiva Nacional.§ 5.0 Deferida a filiação, a Comissáo Executiva enviará,dentro de 3 (três) dias, as fichas à Justiça Eleitoral, que,após conferi-las e autenticá-las, arquivará a primeira via,devolverá, no mesmo prazo, a segunda à Comissão Execu­tiva Municipal e entregará a terceira ao filiado.§ 6.° Considerar-se-á deferida a filiação, caso a ComissãoExecutiva não se pronuncie dentro do prazo referido no§ 3.°§ 7.0 Na hipótese do § 1.°, a ficha de filiação partidáriaserá enviada ao Tribunal Regional Eleitoral, para os fins deque trata o § 5.° deste artigD. .§ 8.0 Onde inexistir Diretório Muni~ipal, a primeira viada ficha ficará arquivada no cartório da Zona eleitoral dofiliado e a segunda será devolvida à. Comissão ExecutivaRegional, que a transferirá à Comissão Provisória Muní­cipal.Art. 65. O pedido poderá, a critério exclusivo do interessa­do, ser apresentado ao Juiz Eleitoral, que determinará, nomesmo dia, sua remessa à Comíssão Executiva ou à Comis­são Provisória do Municipio, mediante recibo no processo,que ficará arquivado em cartório.§ 1.0 Vaga a Zona eleitoral, ou ausente o Juiz, a provi­dência a que se refere este artigo poclerá ser requerida aoEscrivão Eleitoral, que certificará a data da apresentaçãodo pedido e diligenciará sua entrega, no mesmo di:t, à Co­missão Executiva ou à Comissão Provisória do Municipio,sob recibo nos autos.§ 2.0 Requerida a filiação ao .Juízo Eleitoral, uma das viasda ficha será remetida à Comissão :!!lxecutiva ou à Comis­são Provisória do Município, e as duas: restantes permane­cerão em cartório.§ 3.° De seu despacho ao pedido de filiação, a ComissãoExecutiva ou a Comissão Provisória do Municipio fará ime­diata comunicação ao Juizo Eleitoral.

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1810 Terça-feira 19 . DIARIO DO CONGRESSO NACIONÀL <Seção I) Abril de 19'77

§ 4.° Recebida a comunicação de deferimento do pedido,o Juizo Eleitoral providenciará a entrega de uma das fi­chas ao requerente e manterá a outra arquivada em car­tório.§ 5.0 Decorrido o prazo previsto no § 3.° do artigo anterior,sem a comunicação a que se refere o § 3.° deste, o JuizEleitoral declarará deferido o pedido.§ 6.° Deferida a filiação na forma do parágrafo anterior.c Juizo Eleitoral entregará ao requerente uma das fichasem seu poder, manterá a outra arquivada em cartório ecomunicará sua decisão à Comissão Executiva ou à Comis­são Provisória do Município, que fará na ficha em seu po­der a anotação adequada.Art. 66. Ao receber as fichas de filiação, o Escrivão Elei­toral toma=á as seguintes provietência.s:I - verificará a autenticidade dos dados delas constantes;II - submetê-Ias-á, em caso de verificaçãD da regularidade,ao visto do Juiz Eleitoral, para os efeitos mencionados no§ 5.° do art. 64; e

In - anotará, no fichário geral dos eleitores da Zona, adata da filiação e a sigla do Partido."

Art. 2.° Esta lei entra em vigor na data de sua publicação.Art. 3.° Revogam-se as disposições em contrário.

Justificação

A filiação partidária reclama dispositivos bastante detalhados,que assegurem ao eleitor a segurança de ingresso no Partido Po­lítico de sua opção, infelizmente negociado aq:li e ali, especial­mente na esfera dos Municípios, onde as paixões políticas são bas­tante acesas.

A experiência que temos de outras fases da vida política bra­sileira aconselham o aperfeiçoamento do Instituto, ponto de par­tida para o exercício das atividades partidárias.

Por essas conveniências apresentamos o presente projeto delei. que se aproveita do precedente já existente .na Lei Orgânicados Partidos Políticos - art. 39 - quando disciplina o registro daschapas dos candidatos aos Diretórios Municipais, colocando-o sob

. a garantia da Justiça Eleitoral sempre que a estrutura partidáriamanifestar facciosidade ou estiver sob suspeita de procedimentoparcial.

Tratando-se de garantia ao cidadão com vistas ao exercíciopleno dos seus direitos políticos, convel11ente ao aprimoramento danO.~sa vida partidária e da própria democracia, espera-se a sua.acolhida. - Claudino Sales.

LEGISLAÇÃO CITADA. ANEXADA PELA COORDENAÇÃODAS COMISSÕES PERMANENTES

LEI N.o 5.682, DE 21 DE JULHO DE 1971

Lei Orgânica dos' Partidos Políticos

TíTULO IV]}os órgãos dos Partidos

CÁPíTULO li

Das Convenções e .Dos Diretórios dos Partidos• • 4 • ~ .,", •• r '. • • • • • • • • • • • • ~ • ' r .

Art. 59. Para os Estados, onde não houver Diretório Regionalorganizado, a Comissão Executiva do Diretório Nacional designaráuma Comissão provisória, constituída de 7 (sete) membros, presi.dida por um deles. indicado no atq de designação, que se incum­birá, com a competência de Diretório e de Comissão Executiv2. Re·gional, de organizar e dirigir, dentro de 60. (sessenta) dias, a Con·venção Regional.

§ 1.0 Onde não houver Diretório Municipal organizado, a Co­mIssâo Executiva Regional designará uma -comissão provisória de5 «((inco) membrÇls, eleitores do. MU:niclpio. sendo um· deles o pre·sidente" a qual 'e incumbirá de organiza! e dirígir a 'Convenção,dentro de 30 (trinta) dias, e exercerá as atribuieões -de Diretório ede Comissão Executiva locais. .

TíTULO VDa Filiação Partidária

....................\. .Art. 63. A filiação partidária far-se-á em fichas padroniza­

,das; fornecidas pela Justiça Eleit0ral.Art. 64. O cíd.adão inscrever-se-á no' Diretório do Município

em que for eleitor.

Parágrafo único Não existindo Diretório Municipal, o inte­ressado inscrever-se-á no Diretório Regional ou junto à ComissãoProvisória a que se refere o parágrafo 1.° do artigo 59. .

Art. 65. A ficha de filiação será preenchida e assinada peloeleitor, em 3 (três) vias. .

§ 1.0 Qualquer eleitor filiado ao Partido poderá ímpugnarpedido de filiaçâo partidária, no p':azo de 3 (três) dias da data dopreenchimento da ficha, assegurando-se ao impugnado igual prazopara contestar. .

§ 2.0 Esgotado o prazo para contestação, a Comissão Executivadecidirá dentro de 1) (cinco) dias.

§ 3.° Da decisão denegatória de filiação, que será sempre mo­tivada, cabe recurso direto à Comissão Executiva Regional, a serinterposto dentro de 3 (três) dias, salvo na primeira hipótese doparágrafo único do artigo anterior, quando caberá recurso, nomesmo prazo, à Comissão Executiva Nacional.

§ 4.° Deferida a filiação, a Comissão Executiva enviará, den­tro de 3 (três) dias, as fichas à Justiça Eleitoral que, após conferi­las e autenticá-las, arquivará a primeira via, devolvera, no mesmoprazo, a segunda à Comissão Executiva Municipal ~ entregará aterceira ao filiado.

§ 5.° Considerar-se-á deferida a fiUação, caso a ComissãoExecutiva não se pronuncie dentro do prazo referido no § 2.°

§ 6.0 Na hipótese do parágrafo único do artigo anterior, a fi·cha de filiagão partidária será enviada ao Tribunai Regior..al Elei­toral, para os fins de que trata o § 4.0 deste artigo.

§ 7.° Onde inexistir Diretório Municipal, a primeira via daficha ficará arquivada no cartório da Zona eleitoral do filiado e asegunda será devolvida à Comissão Executiva Regional, que atransferirá à Comissão Provisória MunicipaL

Al~t. 66. Ao receber as fichas de filiação, o Escrivão Eleitoraltomará as seguintes providências:

I - verificará a autenticidade dos dados delas constantes;II - submetê-Ias-á, em caso de verificação da regularidade, ao

visto do Juiz Eleitoral, para os efeitos mencionados no § 4.0 .doartigo anteJ;ior; e

UI - anotará, no ficháiio geral dos eleitores da Zona, a datada filiação e a sígla 60 Partido.

Senhor Presidente:

Nos termos ,xegimentais, requeiro urgência para a tramitaçãodo projeto de Lei n.O 710/75.

Sala das Sessões, em 18 de abril de 1977. - Marcelo Linhares- Getúlio Dias.

PROJETO DE LEI N.o- 3.333, DE·1977

(Do Sr. Cleverson Teixeira)

Amplia (J número de membros dos Diretórios Munici­pais dos Partidos PO,líticos. Pemlente de parecer da Comis­são de Constituição e Justiça.

O Congresso Nacional decreta:

Art. 1.0 O item I do art. 55 da Lei n.O 5.862, de 21 de julhode 1971 - Lei Orgânica dos Partidos Pqlíticos -, passa a vigorarcom a s~guinte redação: .

"Art. 55 .............................•......•........•...I - O Diretório Municipal, de 9 (nove) a 31 (tririta',e um)nlembros."

Art. 2.° Esta lei entra em vigor na data de sua publicação.

Art. 3.° Revogam-se as disposições em contrário.

Justificação'

Visa esta proposição ampliar de 21, (vinte e um) para 31 (trintae um) o número máximo de membros dos Diretórios Municipaisdos Partidos Políticos.' -

Os itens, li e 'lII do' artigo 55 da Lei n.O 5.862, de'21 de julhode 1971 - Lei Orgânica dos Partidos Políticos -'já foram altera·dos, respectivamente, pelas Leis n.os 6.2.17, de 30 de junho de 1975e 6.'234, de 5 de setembro de 1975, para permitir-se.a ampliaçãodo Diretório Regional de 31 (trinta e u.m) para 4.5 (quarimts> ecinco) e do Diretório Nacional de 51 (cinqüenta e um) para 71(setenta e um) ..J,nembros. '

Tais alterações foram aprovadas pelos membros do CongressoNacional por constituirem interesse dos partidos p01iticos: .'

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Abril de 19'71 DIARIO DO CONGRESSO NACIONAL (Seção I) Terça-feira 19 1811

Providência idêntica estamos propondo, para que seja :adota­da no que diz respeito aos Diretórios Municipais, por refltetiremos mesmos interesses dos partidos políticos.

Não resta a menor dúvida de que se torna imprescinélível oaumento do número de lugares nos Diretórios Municipais, paraque haja uma representação mais ampla e democrática.

Se o número máximo de membros do Diretório Regional e doDiretório Nacional foi ampliado, a composição do Diretório Mu­nicipal não poderá ficar muito limitada.

Certo de contar com a melhor acolhida dos nobres pares, sub­metemos à apreciação do Congresso Nacional o presente projetode lei.

Sala das Sessões, em 17 de março de 1977. - Cleversolll Tei­xeira.

LEGISLAÇÃO CITADA, ANEXADA PELA COORDENAÇJiODAS COMISSÕES PERMANENTES

LEI N.o 5.682, DE 21 DE JULHO DE 1971

Lei Orgânica dos Partidos Políticos

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TíTULO IVDos órgãos dos Partidos

CAPíTULO IIDas Convenções e Dos Diretórios dos Partidos

Art. 55. Os Diretórios eleitos pelas Convençõe~ Municipais,Regionais e Nacionais, de acordo com esta Lei, se constituirão,incluído o Líder:

I - o Diretório Municipal, de 9 (nove) a 21 (vinte e um) mem­bros;

II - o Diretól'io Regional, de 21 (vinte e um) a 31 (tdnta eum) membros;

III - o Diretório Nacional, de 31 (trinta e um) a 51 (cinqüentae um) membros.

§ 1.0 No Diretório Nacional haverá, pelo menos, um membroeleito de cada seção partidária regional.

§ 2.° Na constituição dos seus Diretórios, os Partidos Políti­cos deverão procurar, quanto possível, a participação das catego­rias profissionais.

§ .3.0 Os Diretórios Regionais e Nacionais fixarão, 60 (ses:3en­ta) dias antes das respectivas Convenções, o número de seus fu­turos membros, observado o disposto neste artigo.

§ 4.° Os Diretórios Regionais fixarão, até 45 (quarenta ecinco) dias antes das Convenções Municipais, o número de mem­bros dos Diretórios Mumcipais. comunicando, imediatament'e, aestes e à Justiça Eleitoral a sua deliberação..... . .. . .... ~ ....................................................................

LEI N.o 6.217, DE 30 DE JUNHO DE 1975

Introduz alteracões no art. 28 e no item 11 do art. 55da Lei n.o 5.682, de'21 de julho de 1971 (Lei Orgânica dosPartidos Políticos.)

O Presidente da República:

Faço saber que o Congresso Naeional decreta e eu sanciono aseguinte Lei:

Art. 1.0 O artigo 28 da Lei n.O 5.682, de 21 de jUlho de 1971(Lei Orgânica dos Partidos Políticos, alterado pela Lei n.o 6.196,de 19 de dezembro de 1974, passa a vigorar com a seguint.e redação:

"Art. 28. As Convenções Municipais, Regionais e Nacio­nais, para a eleição dos Diretórios Municipais, Regionais eNacionai3 dos Partidos Politicos, realizar-se-ão, respe(:ti­vamente, no segundo domingo de julho, no quarto domin­go de agosto e no terceiro domingo de setembro dos anosde unidade final impar."

Art. 2.0 O item TI, do artigo 55, da Lei n.o 5.682, de 21 de .iu­lho de 1971, passa a vigorar com a seguinte redação:

"Art. 55 .I! - O Diretório Regional, de 21 (vinte e um) a 45 (quarenta

e cinco) :rqembros."

Art.3.0 Esta Lei entrará em vigor na data de sua publicação,revogadas as disposições em contrário.

Brasília, 30 de junho de 1975; 154.0 da Independência e 87.0 daRepública. - ERNESTO GEISEL - Arm:mdo Falcão.

LEI N.o 6.234, DE 5 DE SETEMBRO DE 1975Dá nova redação ao item 111 E~ ao § 3.° do artigo 55 da

Lei n.O 5.682, de 21 de julho ~le 1971 (Lei Orgânica dosPartidos Políticos).

O Presidente da República:Faço saber que o Congresso Nacional decreta e eu sanciono a

seguinte Lei:Art. 1.° O item lU e o § 3.° do artigo 55 da Lei n.O 5.682, de 21

de julho de 1971 - Lei Orgânica dos Partidos Políticos - passama vigorar com a seguinte redação:

"Art. 55 ............•..................................••lI! - O Diretório Nacional, de 71 (setenta e um) mem·bras.

..................................................................§ 3.° Os Diretórios Regionais fixarão, até 45 (quarenta e cin­

co) dias antes das respectivas Convenções, o número de seus fu­turos membros, observado o disposto no item II deste artigo."

Art. 2.° Esta Lei entrará em vigor na data de sua publicação,revogadas as disposições em contrário.

Brasilia, 5 de setembro de 1975; 154.° da Independência e 87.°da República. - ERNESTO GEISEL - Armando Falcão.

Senhor Presidente:Nos termos regimentais, requeiro urgência para a tramitação

do Projeto de Lei n.o 3.333/77.

PROJETO DE LEI N.O 3.433, DE 1977(Do Sr. Jorge Arbage)

Dá nova redação aos arts. 35 e 36, da Lei n.O 5.700,de 1." de setembro de 1971, que ,dispõe sobre a forma e aapresentação dos símbolos nacio,nais.

(Às Comissões de Constituicáo e Justica e de Educa-ção e CultUra.) ..

O COngresso Nacional decreta:Art. 1.0 Os arts. 35 e 36, da Lei n.o 5. '700, de 1.0 de setembro

de 1971, passam a viger com a seguinte redação:

"Art. 35. A violação de qualquer disposição desta lei, ex­cluídos os casos previstos no art. '14, do Decreto-lei n.O 898,de 29 de setembro de 1969, é comliderada contravenção,sujeito o infrator à pena de multa de 1 (uma) a 4 (qua­tro) vezes o maior salário mínimo vigente no Pais.

Art. 36. O processo das infrações a que alude o artigoanterior obedecerá ao rito previsto para as contravencáespenais em geral." .

Art. 2.° Esta lei entra em vigor na d~\ta de sua publicação.Art. 3.0 Revogam-se as disposições em contrário.

JustificaçãoDispõe a Lei n.O 5.700, de L" de setembro de 1971, sobre a

forma e a apresentação dos símbolos nacionais.Esse diploma legal mereceu, entretanto, procedimento in~

compreensível por parte do legislador, pois estabeleceu que asinfrações às suas disposições seriam conhecidas e processadas pelaautoridade policial, e não pelo Poder Judiciário.

Em verdade, em face do ordenamento jurídico-constitucio­nal consagrado pela tradição do Direito brasileiro, a competênciapara julgar as infrações é do Judiciário, sendo inadmissível atri­buir-se essa competência à autoridade pulicial, ainda que caibaao Juiz a respectiva homologação.

Impõe-se, por conseguinte, a efetivação das alterações orapreconizadas aos arts. 35 e 36, da- Lei n." 5.700, de 1.0 de setem­bro de 1971, a fim de restituir ao Poder Judiciário a competênciaequivocadamente atribuída à autoridade policial.

Sala das Sessões, 21 de março de 197'l'.•- Jorge Arbage.

LEGISLAÇÃO CITADA, ANEXADA PE.r.A COqRDENAÇAODAS COMISSõES PERMANENTES

LEI N.o 5.700, DE 1.0 DE SETEMBRO DE 1971

Dispõe sobre a forma e a apres1entaçâo dos símbolosnacionais, e dá outras providências. I

.................................................................

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11112 Terça-feira j~ DIARIa DO CONGRESSO NACIONAL (Seção H Abril de 1977

CAPÍTULO VI

Das PenalidadesArt. 35 A violação de qualquer disposição da presente lei, ex­

cluidos os casos previstos no art. 44 do Decreto-lei n.O 898, de 29de outubro de 1969, sujeita o infrator à multa de 1 (uma) a ~

(quatro) vezes o maior salário mínimo em vigQr, elevada ao dobronos casos de l·eincidência.

Art. 16. A autoridade policial que tomar conhecimento daatração de que trata o artigo anterior, notificará o autor paraapresentar de;fesa no prazo de 73 (setenta e duas) horas, findo oqual proferirá a sua decisão, impondo ou não a 11:l.ulta.

§ 1.0 A autoridade policial, antes de proferida a decisão, po­derá determinar a realização, dentro do prazo de 10 (dez) dias,de diligências esclarecedoras, se julgar necessário ou se a partefl requerer.

§ 3.° Imposta a multa, e uma vez homologada a sua imposi­ção pelo Juiz, que poderá proceder a uma instrução sumária, noprazo de 10 (dez) dias, far-se-á a respectiva cobrança, ou a con­verção em pena de detenção, na forma <la lei penal.

DECRETO-LEI N.o 898, DE 29 DE SETEMBRO DE 1969

Define os crimes contra a. Se~ra.n<l)a Nacional, aOrdem Política e 8(Jcial, estabek>ee seu !Jrocesso e julga­mento, e dá. outras providências.

....................................................................CAPíTULO II

Dos Crimes e das P_mas

•••••••••••••••••••••••• •• • •• • ••••••• •• ••••••••••• v •••••••••••••••

Art. 44, Destruir QU ultrajar a bandeira, emblemas ou. sím­bolos nacionais, quando expostos em lugar público:

Pena - detenção de 2 a 4 anos...................................................................

PROJETO DE LEI N." 3 4.34, DE 1977

mo Sr. Darcílio Aires)Intrvduz alter:ll~ão na. Lei n." 5. 197, d~ 3 de janeiro de

1976, que dispõe sobre a proteção à. fauna.(As Comissões de Constituição e Justiça e de Agricul­

tura e Política Rural.)

O Congresso Nacional decreta:Art. 1.0 O art. 3.° da Lei n.O 5.197, de 3 de janeiro de 1967,

suprimido o seu § 1.0, passa a vigorar com a seguinte redação:"Art. 3.0 É proibida a comercialização, sob qualquer for­ma, de espécimes da fauna silvestre e de produtos e objetosque impliquem na sua caça, perseguição, destruição ouapanha.

Parágrafo único. Será permitida, mediante licenca daautoridade competente, a apanha de ovos, larvas e fiÍhotesque se destinem aos criadouros devidamente legalizados,bem como a destruição de animais silvestres consideradosnocivos à agricultura ou à saúde pública."

Art. 2.° Esta lei entrará em vigor na data de sua publicação.Justificação

O que se pretende, por via deste projeto de lei, é a proibiçãototal e definitiva da comercialização de animais silvestres, sejaqual for a forma ou o local da mencionada prática.

Na verdade, a lei em vigor já busca ser um tanto restritivaqu.anto à permissão para comercialização desses animais, visto que,através de seu art. 3.°, tem estabelecido que:

"É proibido o comércio de espécimes d~L fauna silvestre ede produtos. e objetos que impliquem na sua caça, perse­guição, destruição ou apanha.§ 1.0 Excetuam-se os espécimes provenientes de criadou~ros devidamente legalizados.

".........................................................Contudo, o só fato de existir exceção à regra (esta manifes­

tada expressamente no parágrafo primeiro atrás anotado), aliadOà circunstância de o IBDF ser totalmente inócuo, ineficall; (a íns­tituição parece existir somente para que os seus diretores apareçamem entrevistas de jornais), faz que persistam e grassem, pelo Paisinteiro, as casas comerciais especializadas na venda de passari­nhos, macacos, coelhinhos, papagaios, cobras, jabutis, tartarugui­nhas, etc. (animais a que se convencionou chamar "ornamentais")numa evidente contrariedade ao espírito e objetivos da lei e tam­bém numa evidente demonstração de perversidade para com osbichos. Aliás, a própria Sociedade Protetora dos Animais, tão ciosade suas finalidades, também deveria fazer chegar a sua atuaçãoante tal problema.

O nosso projeto, sem prejudicar a estrutura ou mesmo qualquerdas particularidades da legislação pertinente ~ proteção à fauna,veda inteiramente a com.ercialização de quaisquer espécimes dafauna silvestre.. colocando-as, agora sim, sob a efetiva propriedadee proteção do Estado, como fora objetivado na Lei n.O 5.197, de3 de janeiro de 1967 (art. 1.0, caput).

A referida lei já contém dispositivos especificas prevendo pe­nalidades para infrações às suas determinações, as quais, obvia­mente, aplicar-se-ão também aos que descumprirem o que vaideterminado na alteração aqui projetada.

Sala das Sessões, - DarcíIio Aires.

LEGISLAÇAO CITADA, ANEXADA PELA COORDENAÇAOD.~S COMISSÕES PERMANENTES

LEI N.o 5.197, DE 3 DE JANEIRO DE 19~7

Dispõe sobre a prot-eçá,(j à. faunll, e dá outras provi­dências.

Art. 3.° É proibido o comércio de espécimes da f-auna silvestree de produtos e objetos que impliquem na sua caça, perseguição,destruição ou apanha.

S 1.0 Excetuam-se os espécimes provenientes de criadourosdevidamente legalizados.

§ 2.° Será permitida, mediante licença da autoridade com­petente, a apanha de ovos, larvas e filhotes que se destinem aosestabelecimentos acima referidos, bem -como a distruição de ani­mais silvestres considerados nocivos à agricultura ou à saúdepública.

PRO.fETO DE LEI N.o 3.435, DE 19'47

(Do Sr. Osvaldo Buskei)

Dispõe sobre a proibição de remarcar preços de mer­cadorias, pelos supermercados, nas condições ,ue especi­fica.

(l!.s Comissões de Constituicão e Justiça e de Econo-mia, Indústria e Comércio.) -

O Congresso Nacional decreta:

Art. 1.0 Aos supermercados e estabelecimentos comerCIaIScongêneres é vedado proceder à remarcação dos preços das mer­cadorias quando essas já tenham sido colocadas nas prateleiras ou,por qualquer modo, expostas à venda.

Art. 3.° O Poder Executivo regulamentará esta lei, dispondoespecialmente sobre o modo de fiscalizar o seu cumprimento, bemcomo sobre as penalidades aplicáveis aos infratores.

Art. 3.0 Esta lei entrará em vigor na data de sua publicação.

JustificaçãoProcedimento dos menos recomendáveis é esse que já se tornou

praxe de os supermercados, a cada vez que recebem novas merca­dorias com preços aumentados, remarcarem, não raro à vista dospróprios consumidores, os preços inclusive das da mesma naturezaque custaram menos e se encontram nas prateleiras.

É quase uma afronta ao consumidor, em particular, e às tra­dições mercantis em geral referido procedimento, por isto que onosso projeto merece ser acolhido.

Sala das Sessões, 23 de março de 1977. - Osvaldo Buskei.

LEGISLAÇAO PERTINENTE, ANEXADA PELA COORDENAÇAODAS COMISSõES PERMANENTES

DECRETO-LEI N!' 38, DE 18 DE NOVE~mRO DE 1966Estabelece estímulos à. conten4)ão dos pre!.'os e pena­

lidades para aumentos superiores aos do índice g-eral depreços.

O Presidente da República, usando da atribuição que lhe con­fere o art. 31, parágrafo único, do Ato Institucional n.o 2, de 27de outubro de 1965, decreta:

Art. 1.0 As empresas industriais e comerciais, contribuintesdo imposto sobre circulação de mercadorias são obrigadas a manterum demollstrativo dos preços de venda de seus produtos QU mer­cadorias no mercado interno, a partir de 1.0 de outubro de 1966.

Art. 3.° No exercício financeiro de 1963, as empresas referidasno art. 1.-0, que demonstrarem haver mantido, no período de 1.0 deoutubro de 1966 a 31 de dezembro de 1967, os preços das merca­dorias vendidas no mercado interno em nível inferior de 36%ltrinta por cento) ao nivel do índice geral de preços, pagarão o

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Abril de 1977 DIARIO DO CONGJRESSO NACIONAl, (Seção I) Terça-feira 19 18].3

imposto de que trata o art. 37 da Lei n.o 4.506, de 30 de novembrode 1964, com redução de 20% (vinte por cento) sobre a taxa quevigorar.

Parágrafo único. O índice geral de preços será o adotado peloConselho Nacional de Economia para a correção monetária dasObrigações do Tesouro.

Art. 3.° Para os fins previstos no artigo anterior, as pessoasjurrdicas abrangidas por este Decreto-lei instituirão suas decla­rações de rendimento, relativas ao imposto devido no exercidofinanceiro de 1968, com o quadro demonstrativo da variação médiade seus preços de venda no mercado interno.

Art. 4.° No caso de empresas que realizem vendas nos mer­cados interno e externo, a redução do imposto de renda previstono art. 2.° deste Decreto-lei será proporcional à relação entre asvendas no mercado interno e a receita total da empresa obtida tIOperiodo de 1.0 de outubro de 1966 a 31 de dezembr~ de 1967,respeitada a dedução, do lucro tributável, da parcela correspotl­dente à exportação de produtos manufaturados de que trata oart. 5.°, da Lei n.O 4.663, de 3 de junho de 1965.

Art. 5.° As empresas que. entre 1.0 de outubro de 1966 e 31de dezembro de 1967, aumentarem os preços de venda no mercadointerno acima de 10% (dez por cento), do nível geral de preços,ficarão sujeitas ao pagamento da multa de 2% (dois por cento)sobre a receita bruta apurada no período correspondente ao daelevação de preços constatada pela fiscalização.

§ 1.0 A multa será imposta pelo Ministro da Fazenda depoisde instruido o processo nas repartições competentes e ouvida aempresa.

§ 2.0 A multa deixará de ser exigível no caso de a empresater, previamente, justificado o aumento do preço em proporçãosuperior à prevista neste artigo, perante a Comissão Nacionai deEstímulos à Estabilização de Preços (CONEP) e por esta conside­rada procedente.

Art. 6.° Para os fins do disposto neste Decreto-lei, a fiscali.­zacão do imposto de renda, do imposto sobre produtos indmi­trializados e da Superintendência Nacional do Abastecimento(SUNAB) abrangerá, também, o exame da evolução dos preços devenda, no mercado interno, das empresas referidas no art. 1.0

Parágrafo único. A CONEP baixará as normas e instrucõesnecessárias ao cumprimento do disposto no art. 1.0 deste Decréto­lei, de modo a facilitar a apuração da variação média de preçospelas empresas que negociem com grande variedade de produtos.

Art. 7.° Enquanto for indispensável conjugar a Tarifa dasAlfândegas com medidas que visem à estabilzação de preços, oConselho de Política Aduaneira, por iniciatica própria, por solici­tação da CONEP ou mediante denúncia fundamentada, reduziráas alíquotas da TarIfa incidente sobre produtos ou mercadoriascujos preços internos aumentarem acima de 10% (dez por cento)do nivel geral de preços apurado na forma do parágrafo 'único doart. 2.°, pelo prazo que julgar necessário e na proporção adequadapara diminuir a diferença entre o preço do produto nacional e I)

similar importado para consumo interno.§ 1.° Não se aplica ao disposto neste artigo o procedimento

previsto no parágrafo único do art. 22 da Lei n,o 3.244, de 1.0 desetembro de 1957.

§ 2.° Nos casos previstos neste artigo, a redução aplicar-se-áàs mercadorias que comprovadamente forem encomendadas den··tro do prazo determinado pelo Conselho de Política Aduaneira,desde que cheguem ao País até 90 (noventa) dias após o términodesse prazo.

Art. 8.° O facultado pelo parágrafo único do art. 1.0 desteDecreto-lei não exime a empresa da aplicação da multa de qUE'trata o art. 5.0 , desde que comprovada por qualquer forma a eleva­ção de seus preços acima dos limites fixados no mesmo artigo.

Art. 9.° O presente Decreto-lei entrará em vigor na data desua publicação, revogadas as disposições em contrário.

PRO.JETO DE LEI N.o 3.436, DE 1977(Do Sr. Frederico Brandão)

Dá nova redação a dispositivos da Consolidação dasLeis do Trabalho, aprovada pelo Decreto-lei n." 5.452, del." de maio de 1943.

(Às Comissões de Constituição e Justiça, de Trabalhoe Legislação Social e de Economia, Indústria e Comércio,)

O Congresso Nacional decreta:

Art. 1.° O § 1.0 do art. 477 da Consolidação das Leis do Tra­balho, aprovada pelo Decreto-lei n.O 5.452, de 1.0 de maio de 1943,passa a viger com a seguinte recl<ação:

"Art. 477. . .

§J.° O pedido de demissão ou recibo de quitação de resci­sao. do contrato de trabalho, firmado por empregado commaIS de 1 (um) ano de serviço, só será válido quando feitocom a assistência do respectivo órgão sindical ou perantea autoridade do Ministério do Trabalho".

. Art. 2.° O art. 500 da Consolidação das Leis do Trabalho,aprovada pelo Decreto lei n.o 5.452, de 1.0 de maio de 1943, passaa viger com a seguinte redação:

"Art. 500. O pedido de demissão do empregado estávelsó será válido quand'Ü feito com a assistência do respectivoórgão sindicai e, se não houver, perante autoridade localcompetente do Ministério do Trabalho ou da Justiça doTrabalho".

Art. 3.° Esta lei entra em vigor na data de sua publicação.Art. 4') Revogam-se as disposições em contrário.

Justificação

~stabelece o art. 477, da Consolidação das Leis do Trabalho,que e assegurado a todo empregado, não existindo prazo estipuladol}ara a terminação do respectivo contrato. e quando não haja eiedado motivo para a cessação das relações de trabalho, o direito dehaver do empregador uma indenização, paga na base da maiorremuneração percebida por ele na empresa.

Por outro lado, o § 1.0 desse argtigo determina que o pedidode demissão ou recibo de quitação de rescisão do contrato de tra­balho, firmado por empregado com mais de um ano ele serviço, sóserá válido quando feito com a a,ssistência do respectivo sindicatoou perante a autoridade do Ministério do Trabalhe.

Quanto ao art. 500, da CLT. preceitua essa disposição que opedido de demissão de empregado estável só terá validade quandoefetivado com a assistência do respectivo sindicato. ou perante aautoridade local competente do Ministério do Trabalho ou daJustiça do Trabalho.

Temos para nós, entretanto, ser de fundamental importânciaque a solução dos problemas relacionados com a homologação depedido de demissão ou recibo de quitação de rescisão de contratode trabalho seja atribuída ao órgão sindical respectivo e não ape­nas ao sincl<icato.

Em verdade, a medida se impõe porquanto a jurisdição demuitos sindicatos é apenas municipal, enquanto que as F'ederaçõese Confederações têm jurisdição mais ampla. flcando, a.ssim, todosesses órgãos com competência para a homologação.

Dessa forma, a proposição preconiza a substituIção da palavra"sindicato" pela expressão "órgão sindicar'.

Por essas razões, esperamos venha o pl'Ojetado a merecer aacolhida de nossos nobres pares.

Sala doas Sessões, 18 de março de 1977. - Frederico Brandão.LEGISLAÇÃO CITADA, ANEXADA PELA COORDENAÇÃO

DAS COMISSõES PERMANENTESCONSOLIDAÇãO DAS LEIS DO TRABALHOAprovada pelo Decreto-lei n.o 5.41,2, de 1.° de maio

de 1943.

TíTULO IV

Do Contrato Individual do Trabalho

CAPíTULO VDa Rescisão (171)

Art. 477. 11: assegurado a todo empregado, não existindoprazo estipulado para a terminação do respectivo contrato, e quan­do não haja ele dado motivo para cessação das relações de tra­balho. o direito de haver do empregador uma indenização, paga nabase da maior remuneração que tenha percebido na mesma em­presa.

§ 1.0 O pedido de demissão ou recibo de quitação de rescisãodo contrato de trabalho, firmado por empregado com mais de1 (um) ano de serviço, só será válido quando feito com a assistênciado respectivo Sindicato ou perante a autoridade do Ministériodo Trabalho e Previdência Social.

CAPíTULO VIIDa Estabílida(le

Art. 500. O pedido de demissão do empregado estável sóserá válido quando feito com a assistência do respectivo Sindicato

Page 14: imagem.camara.gov.brimagem.camara.gov.br/Imagem/d/pdf/DCD19ABR1977.pdf · ANO XXXII - N(l 023 CAPITAL FEDERAL SEÇÃO I TERÇA-FEIRA, 19 DE ABRIL DE 1977 CÂMARA DEPUTADOS SUMÁRIO

1814 Terça-feira 19 DIARIO DO CONGRESSO NACIONAL (Seção J) Abril de 1977

e, se não o houver, perante autoridade local competeI1te do Minis­tério do Trabalho e Previdência Social ou da Justiça do Trabalho.

PROJETO DE LEI N.o 3.437, DE 1977(Do Sr, Henrique Eduardo Alves)

Autoriza deduzir do Imposto de Renda as aplicaçõesque especifica, a cargo das pessoas jurídicas, em favor doensino de 1.° e 2.° graus.

(As Oomissões de Oonstituição e Justiça, d'8 Economia,Indústria e Comércio e de Finanças,)

O Oongresso Nacional decreta:Art, 1.0 São dedutíveis do Imposto de R.enda das pessoas

3urídicas, na forma que for estabelecido em regulamento, asquantias aplicadas em. empreendimentos da área do ensino de 1.0e 2,° graus,

Art, 2.° As deduções a que se refere o artigo anterior poderãoalcançar até trinta por cento do valor do imposto devido pelaspessoas jurídicas.

Art. 3,0 O Poder Executivo regulamentará cSGa lei no prazo detrinta dias.

Art. 4.0 Esta lei entrará em vigor na data de sua publicação.

Art. 5.0 Revogam-se as disposições em contrário.

JustificaçãoImpõe-se, no atual contexto, a implantação de mna politica

de efetivos incentivos ao ensino, particularment,e ao nível de 1.0e 2,0 graus, na órbita privada ou oficial.

Em verdade, o ensino particular no Brasil, tem sua própriasobrevivência ameaçada, eis que não oferece um minimo de ren­tabilidade, indispensáv~l à manutenção e desenvolvimento dequalquer atividade. Sabe-se, inclusive, que mesmo os estabeleci­mentos que cobram elevadas anuidades têm rentabilidade subs­tanCialmente inferior à que poderiam obter com somente o patri­mônio imobiliário de que dispõem.

A situação exige soluções inadiáveis, que bem poderiam tradu­zir-se em uma politica de incentivos fiscais à educação, especifica­mente ao ensino de 1.0 e 2.0 graus.

A medida preconizada aqui, aliás, encontra-se em perfeitasinaonia com orientação já firmada na administração pública, nosentido de estabelecer incentivos fiscais a atividades que têm ca­rência de recursos ou estímulos.

Na verdade, temos convicção de que as atividades no setor doensino de 1,0 e 2.° graus serão substancialmente incrementadas, sepermitido que as pessoas jurídicas abatam do imposto de rendaa pagar, até o limite de trinta por cento desse imposto, as aplica­ções que façam em empreendimentos com ele relacionado (como ensino).

A medida aqui proposta trará, sem dúvida. os mais positivosreflexos à educação nacional, particularmente à educação de baserepresentada pelos cursos de 1,0 e 2.0 graus, eis que evidente seráo interesse por aplicações maciças na área do ensino.

Sala das Sessões, 17 de março de 1977. - Henrique EduardoAlves,

LEGISLAÇÃO PERTINENTE, ANEXADA PELA COORDENAÇÃODAS GOllilSSõES PERMANENTES

DECRETO N,o 76.186, DE 2 DE SETEMBRO DE 1975

Aprova o Reg'ulament.o para a c(ljbrança e fiscalizaçãodo Imposto sobre a Renda e Proventos de Qualquer Na­tureza.

...............................................................LIVRO II

Da Tributação das Pessoas .Jurídicas..............................................................

TíTULO IVDa Determinação dos Resultados

..............................................................CAPÍTULO IX

Dos Custos, das Despesas Operacionais e dos Encargosa) as organizações desportivas, recreativas e culturais, consti-

SEÇAO XVIDas Contribuições e Doações

,Art, 187. Serão admtidas como despesas operacionais as con­tribuições e doações efetivamente pagas (Lei TI.O 4.5GB/M, art, 55):

a) a {)rganizacáo desportivas, recreativas e culturais const,i.tuidas para os empregados da empresa; ,

b) a pessoa jurídica de direito pública;lll) a instituições filantrópicas para educação, pesquisas cien­

tíficas e tecnológicas, desenvolvimento cultural Ou artístico;

d) sob a forma de bolsas de estud'O e prêmios de estimulo aprodução intelectual.

§: 1,0 Somente serão dedutiveis do lucro operacional as con­tribuições e doações a instituições filantrópicas, de educação,pesquisas cientificas e tecnológicas, desenvolvimento cultural ouartistico, que satisfaçam aos seguintes requisitos (Lei n.o 4.506/64,art. 55, § 1.0 ):

a) estejam legalmente constituidas no Brasil, em funciona­mento regular;

b) estejam registradas nas repartições da Secretaria da ReceitaFederal;

c) não distribuam lucros, bonificações ou vantagens a seusadministradores, mantenedores ou agraciados, sob qualquer formaou pretexto;

d) tenham remetido às repartições da Secretaria da ReceitaFederal, no ano anterior a,o da doação, se já então constituídas, de­monstração da receita e despesa e relação das contribuições oudoações recebidas.

PRO.JETO DE LEI N.o 3.438, DE 1977

(Do SI', Osvaldo Buskei)

Dispõe sobre cancelamento de multas de trânsito, noque especifica.

(As Oomissões de Oonstituicáo e Justiça, de Transportese de Finanças.) .

O Congresso Nacional decreta:

Art. 1.0 São canceladas todas as multas de trânsito aplica­das por decorrência de prazo de licenciamento de veiculos, es­tando esses sob ação judicial.

Art. 2.° O Oonselho Nacional de Trânsito baixará, no prazode trinta dias, as normas relacionadas com as formalidades quepermitam dar cumprimento ao disposto no artigo anterior.

Art. 3.0 Esta lei entrará em vigor na data de sua publicação.

.Justificação

Vários são os contratempos e inconveniências resultantes deaplicação de multas por decorrência de prazo de licenciamentode veículos automotores, quando esses acaso se encontrem sobação judicial.

Encontrando-se os veículos em tal situação, mormente aque­les apreendidos pelas financeiras, sujeitam-se costumeiramente aprejuízos desnecessários. É que as financeiras não têm interesseem renovar-lhes as licenças vencidas, descarregando o respectivoónus sobre os adquirentes futuros.

Há que ser observado ainda, com argumento justificador damedida aqui pleiteada, que havendo pendência judicial envolven­do veículos automotores, esses, via de regra, não circulam. Assim,as multas, quando ocorrem, não resultam de negligência e simde circunstâncias absolutamente anormais.

Sala das Sessões, 17 de março de 1977. - Osvaldo Buskei.

LEGISLAÇÃO PERTINENTE, ANEXADA PELA COORDENAÇÃODAS COMISSõES PERMANENTES

LEI N.o 5.108, DE 21 DE SETEMBRO DE 1966

Institui o Código Nacional de Trânsito

OAPÍTULO II

Da Administração do Trânsito

Art, 5,0 - Compete ao Oonselho Nacional de Trânsito, alémdo que dispõem outros artigos deste Código:

I - sugerir modificações à legislação sobre trânsito;

v - elaborar normas-padrão e zelar pela sua execução;

X\lII - Apreciar e resolver sobre os casos omissos da legis­lação de trânsito.

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Abril de 1977 DIáRIO DO CONGRESSO NACIONAL (S~ão I) Terça-feira 19 1311.5

CAPíTULO XIDas Infrações

Art. 94 - Considerar-se-á infração a inobservâ.ncia de llual­quer prBceito deste Código, de seu Regulamento e das Resolucõesdo Conselho Nacional de Trânsito. o

Art. 95 - O responsável pela infração fica sujeito às seE~uin­

tes penalidades:

b) multa;

O SR. PRESIDENTE (João Linhares) - Está finda a leiturado expediente.

IV - Passa-se ao Pequeno ExpedienteTem a palavra o Sr. Octávio Torrecilla.O SR. OCTáVIO TORRECILLA (MOB - SP, Pronuncia o se­

guinte discurso.) - Sr. Presidente, Srs. Deputados, venho, atravésdesta Casa de Leis, formular um apelo ao Sr. Presidente da Re­pública e às autoridades constituídas, no sentido de que seja re­visto o problema das cidades que se encontram em débito com oINPS.

Como é do conhecimento de todos os Srs. Deputados, o núme­ro de Municípios brasileiros já ultrapassa de quatro mil, e, no en­tanto, 3.951 Municípios se encontram sem saldar as suas dívidaspara com o INPS, embora já houvessem sido feitos parcelamentosdas dívidas.

Ocorre, Sr. Presidente, que, não estando o Município em diacom o INPS, não se consegue obter o certificado de regularid,:tdeo que vem causando grandes difículdades. '

Sr. Presidente, sabemos que existem Municípios que não pa­gam a Previdência Social há mais de dez anos, ou seja. desde afunção do INPS, os quais, em virtude dos juros e correcão mone­tária. jamais irão conseguir se libertar dessas dividas. ôonseqüen­temente, o INPS também continuará sem receber.

Solicitamos, pois, a exemplo do que já foi feito no passado,que o Governo dê uma anistia temporária de 180 dias. dispen­~ando os juros e correção monetária, possibilitando dessa formaas 3.951 Prefeituras Municipais que estão em débito com o INPScolocarem em ordem essas dívidas.

Essa medida, Sr. Presidente, virá beneficiar milhares de Pre­feituras Mun~c!pais, como também virá beneficiar o INPS, que irá.receber os debItos em atraso, sem a necessidade da aplicacão demedidas mais rígidas. -

O SR. JUAREZ BERNARDES (MOR - GO. Pronuncia o se­guinte discurso.) - Sr. Presidente, Srs. Deputados, diz Jefferson:"0 melhor governo é o que governa menos." Por aí, vê-se o dis­tanCIamento do que preconizava o grande estadista americano ea atual situacão brasileira. Aqui ocorre a antítese, pois o Gover­no, além d~s suas prerrogativ~s, avoca a si também o poder legi­ferante, deIxando toda a Naçao brasileira sobressalta e perplexa.

E quais as razões que levaram o Governo a tal procedimento?Porventura estava o MDB tumultuando a ordem, ou contestandoo regime, quando usou um direito legitimo, assegurado pela CartaMagna?

Não. Positivamente o MDB não fugiu um só milímetro do quelhe faculta a lei. Nosso Partido buscou tão-somente aprimorarum projeto original da Reforma Judiciária, esta pudesse vir aoencontro das verdadeiras aspirações de toda a Nação brasileira;uma Justiça barata e rápida, de modo a não permitir que pro­cessos mofassem engavetados, transferindo problemas e questõe"de pais para filhos; desejava, sim. que os predicamentos da ma­gistratura fossem restabelecidos, proporcionando-lhe condiçõesindispensáveis de independência para julgar; pleiteava-se o res­tabelecimento do habeas-corpus, conquista que se constitui 'lmorgulho dos povos livres. Mas o Governo arbitrariamente julgauque o partido da Oposição se excedia nas suas atribuições, quan­do nada mais fazia senão usar de suas prerrogativas. Assim, veioa punição, com o recesso do Congresso Nacional: o recesso paraa reforma do Poder Judiciário.

Mas o Governo de há muito buscava um pretexto. Na prate­leira já se encontrava desde o ano passado o famoso "Projeto Al­vorada", adredemente preparado para ser imposto à Nacão naprimeira oportunidade. E a oportunidade chegou, vindo ein ~OJ'l­seqüência as reformas "em pacotes".

~<;Jm is~o, mais uma vez tiraram a oportunidade de o pOY:JpartICIpar lIvremente da escolha dos seus mais auténticos e legí­timos representantes. As eleições, que funcionam com verdadeirosbisturis sobre os tumores, aliviando a d,')r do paciente. tamb~m,

por seu lado. aliviam as tensões em que vive um pais. Tensãoesta que vai crescendo, crescendo, podendo eclodir a qualquer ins­tante, tal qual as represas de águas contidas que se rompem ecujo curso é difícil., senão impossível, direcionar.

Perdeu, portanto, não a Oposição, mas o próprio Governo agrande oportunidade de ouvir o clamor na.Gional nas urnas livresde 197~. perde~do aqui, ganhando acolá, o mais importante é queo Br~sll renaSCIa para o seu grande destino, de uma pátria ver­dadClra~ente amante da Liberdade e da Democracia.

Que Deus o permita, e o "futuro sõ a Deus pertence" que coma nova leva _de gover~adores nomeados não se reedite, para tris­te~a. da Naçao, os Leon Peres ou os Cortez Pereira, de triste me­mOrIi!-.

Que o Parlamento Nacional, agora ta,mbém maculado, comsenadores de "2." classe", se desincumba de sua difícil, mas eno­brecedora t.arefa, de ser o pulmão da PátrIa, oxigenando-a e pu­rificando-a.

Com mais este casuísmo governamental, perdemos mais umabatalha, mas não perdemos a guerra. A fuga ou a renúncia nuncafoi o caminho trilhado pelos fortes. E esta é uma luta de gigantes.De um lado, o "direito da força", de poderes excepcionais, queimpõe discricionariamente suas vontades; do outro, a "força dodireit<J", irmanado a um ideal permanente, de confiança e fé ina­baláveis, o porta-estandarte da Liberdade e da Democracia, quedia mais, dia menos, veremos reimplantadas na Terra de SantaCruz.

Diz Jacques Maritain: "Quanto mais Se avança na escuridãoda noite, mais próximo está o clarão da madrugada."

E perseguiremos o clarão da madrugada. enfrentando todosos reveses. até vermos implantada a plenitude democrática noPais. Veremos restabelecido o direito do po\'o brasileiro de elegeros seus mais legitimos dirigentes, como consagra a nossa Cons­tituição: "O poder emana do povo e em seu nome será exercido."

A luta continua sem trégua. Ela é incessante, a fim de reti­rarmos da marginalização imposta a todo (I povo brasileiro. Mas,felizmente, ele não está órfão, porque enquanto houver uma frin­cha de liberdade o MDB ai estará presente, em defesa das maislegitimas aspirações nacionais.

Era o que tinha a dizer.O SR. VASCO AMARO (ARENA - RS. Pronuncia o seguinte

discUl'SO.l _ Sr. Presidente, Srs. Deputados. em julho do ano pas­sado, realizou-se em Porto Alegre o I Simpóslo Nacional de CréditoRural. Nesse encontro, que reuniu aproximadamente 600 profissio­nais de todo o País. foram aprovadas oportunas e importantesresoluções, destacando-se, entre elas, a que versa sobre a toxicolo­gia de pesticidas e envenenamento ambiental. Então, pleitearamao Exmo. Sr. Ministro da Saúde o reexame, por parte do grupode trabalho interministerial da Comissão de Normas e Padrões deAlimentos. do registro de defensivos, com a finalidade de restringirou canceiar o uso dos que atentam contra o ambiente, minorando,assim, os indices de poluição e possibilitando a prática do controleintegrado. Oportuna. também, aquela Resolu<;ão que aborda o pro­blema do florestamento e reflorestamento. sugerindo que o novOCódigo Florestal preveja compromisso do proprietário de reflores­tar, com essências nativas, até o limite mínimo estabelecido noart. 16 do Código em vigor, e até que seja atingido o índice idealde 20% de cobertura nos imóveis rurais.

De todas as teses aprovadas naquele conclave foram remetidascópias às autoridades federais e estaduais pertinentes.

Congratulamo-nos com a Sociedade de Agronomia gaúcl1a peJoêxito do certame e almejamos consiga ela ver postas em execuçaoas providências ali sugeridas.

Mas Sr. Presidente, mantém o Ministério da Agricultura, emmunicipios fronteiriços do meu Estado. diversos quarentenários des­tinados a receber os reprodutores importados. Porém, ocorre que,dado o índice e o alto padrão zootécnico a que atingiram os re­banhos gaúchos, hoje são raras as importaçõ,es, antes numerosas,do Uruguai e da Argentina. Assim, esses quarentenários estão pra­ticamente sem utilidade. Daí sugerimos ao eminente Ministro Alys­son Paulinelli. da Agricultura, que procure o seu melhor aproveita­mento, transformando-os em escolas de tratoristas e, até mesmo,de capatazias rurais, mediante convênio com o Ministério da Edu­cação. Esta idéIa é fruto de uma palestra que mantive com o dmà­mico Prefeito da minha histórica .Jaguarão, o ::lr. Claudionor BastosDode.

Efetivamente, Sr. presidente, temos carência de técnicos parao atendimento e melhor rendimento das nossas atividades agro­pastoris. Tanto o estancieiro como o agricultor muitas vezes sãoobrigados a entregar o manejo de máquinas de alto custo a homensdespreparac1os. com tremendos inconvenientes, pois que, com ummanejo inac1.equado das automotrizes, tratores etc., fica reduzido seutempo de uso e ainda não se atinge o máximo aproveitamentodesses equipamentos.

O SR. OLIVIR GABARDO (MDB - PRo :E'ronuncia o seguintediscurso.) - 81'. Presidente, Srs. Deputados. ocupo esta tribuna,para formular denúncia que reputamos da maior gravidade: eSGá­se transformando em lugar comum, por este Brasil afora, a utili-

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1816 Terça-feira 19 DIAmo DO CONGRESSO NACIONAL <Seção 1) Abril de 1977

zação das cadeias públicas como depósitos de menores - diga-se,verdadeiras crianças de 10 e 11 anos de idade, p~,ra transformá­los nos monstros do amanhã.

A dolorosa e chocante realidade a que estamos assistindo éfruto da insensibilidade e irresponsabilidade de nossas autoridadesmaiores, que fazem ouvidos moucos aos apelos e às constantes de­núncias relativas ao criminoso estado de abandono em que seencontram milhares de menores em todos os Estados da Federação.

A solução mais simples que encontram, PolícIa e o .Tuizado deMenores, na falta de uma melhor estrutura de amparo, é lançaresses pequeninos inocentes numa cela de cadeia junto a margi­nais, submetendo-os a um tratamento não raro brutal e selvagemque nem a detentos o deve ser dispensado.

Não se pode atribuir a culpa dessa situação aos .Tuízes de Me­nores que, na falta de qualquer estrutura de amparo aos meno­res em suas Comarcas, lançam mão desse expediente.

A responsabilidade dos Governos Estaduais e da própria Uniãoque, dispondo de recursos. não formulam um efetivo e eficaz pro­grama de amparo e encaminhamento dessa grande multidão demenores abandonados, vergonha desta Nação.

As afirmativas que ora estamos fazendo não constituem meraou fantasiosa hipótese, mas o quadro de uma dolorosa e cotidianarealidade encontrada numa das regiões mais ricas deste País: nortedo Paraná, mais precisamente, em Londrina.

Em recente visita que fiz à cadeia local, pude verificar a pre­sença de 36 menores lançados em lastimável promiscuidade, numsó cubículo. Relativamente a esse menores são os fatos que tenhoa relatar.

Tenho em mãos cópia de uma Ata da Câmara dos Vereadoresde Londrina, na qual consta o discurso do Edil Sérgio Borges, quese traduz num verdadeil'o libelo acusatório da situacáo do menordaquela cidade. '

Diz o Vereador Sérgio Borges;

Um outro fato, meus amigos, mais lamentável ainda, pro­fundamente chocante e que repugna a consciência dos ho­mens de bem dc toda a Londrina. tenho certeza. Sexta-feirapassada, fui procurado por uma· senhora, D. Elena do Jar­dim Ouro Branco. Esta senhora me diza: Na Cadeia PÚ­blica de Londrina. existem dois filhos meus presos há maisde quarenta dias. Ao dar conhecimento - e aqui vai o meuelogio ao Dr. Juiz de Menores, Dl'. FJeuri Esteves Fer­nandes - ao tomar conhecimel~to ele desse fato, mandousoltar os menores imediatamente.

SI'. Presidente, meus colegas, qual não foi a minha tris­teza, o meu desespero até, ao ver o menino Davi AraújoCoelho, com treze anos de idade, com a testa arrebentada,com equimose no rosto, pois ele havia apanhada na Dele­gacia de Polícia. Também aqui vai o meu elogio ao Se­nhor Delegado de Menores, quando eu disse eu não possoreceber esse menino, pois ele está machucado, está feridoe eu posso ser responsabilizado por isso, ele determinou quese fizesse um inquérito policial e foi feito. Foi feito o lau­do de lesões corporais. Gostarra que os Senhores tomas­sem conhecimentÁl, nesta oportunidade, desse laudo: "Aos10 dias do mês de março de 1977, às 16:00 horas, apre­sentou-se nesse Instituto Davi Araújo Coelho, portandoguias sem número para exame de lesões corporais expedidapelo Sr. Delegado de Policia do Setor de Menores, Fato, in­forma a mãe do menor que este no dia 9 (nove) de marcode 1977 foi agredido a tapas e pontapés por um guardamilitar, no interior da Cadcia PúbliclI1 local. Ao exame,constatamos contusão e equimose de cor violácea, situadaao lado direito da região fl'Ontal; contusão e equimose decor vermelha clara situada no lado direito de região frontal,próximo da região anteriormente mencionada, Dos dadoscolhidos na presente perícia concluímo.8 haver lesão cor­poral". Este menor, de aproximadamente 11 anos de idade,foi agredido por um soldado da policia militar, dentroda Delegacia de Policia, Queremos e estamos encaminhan­do à Presidência Requerimento para que solicite ao Sr.Secretário de Segurança o isolamento desses menores, quenão são poucos, às vezes, dos delinqüentes, na Delegaciade Policia. Pois esses meninos tão pequenos ainda apren­dem a trilhar o trilho do crime, pela, irresponsabilidadedaqueles que, burlando a Lei, violando a Lei, não os iso­lam de delinqüentes comuns. Como diz o apóstulo da li­berdade Teotônio Vilela, temos que reunir forças no sen­tido de fazer algo, que amanhã não nos cause lamentosmaiores.

Registramos aqui. na Câmara de Vereaólores, a ocorrênciaque se sabe muito bem não precisa registrar, inúmerosc1"Ímes, roubes. assaltos, estunros e exi.ste ainda autJridadepolicial que, além de agredir menores, os predem e os

trancafiam junto com delinqüentes comuns. Manifestoainda, nesta oportunidade, 81'S. Vereadores, a necessidadeque se tem em Londrina da construção de uma Casa deMenores, para os delinqüentes menores.

Esta situação, Sr. Presidente e Srs. Deputados. não pode maispersistir. Ela clama aos céus. Se é difícil recuperar os adultos,salvem-se as crianças desassistidas do caminho da criminalidade.Que não seja o Estado o responsável por isso.

Apelo aos Srs. Ministros da Justiça e da Previdência e Assis­tência Social e ao próprio Sr. Presidente da República no sentidode se considerar meta prioritária a solução imediata do problemado menor abandonado. O quadro atual é muito grave.

O SR. JERôNIMO SANTANA (MDB - RO. Pronuncia o se­guinte discurso.) - 81'. Presidente, Srs. Deputados, desde 1971que defendemos, nesta Casa, a criação de novos Municipios emRondônia.

O Vereador Abelardo costa, de Porto Velho, propôs em 1973,por documento hábil, que foi engavetado até hoje pelo Governo doTerritório, criação do Município de Vila Rondônia.

Em diversos pronunciamentos publicados no Diário do Con­gresso comprovamos, "ex abundancia". a urgente necessidade dacriação de novos Municipios em Rondônia.

Em 1976. a ARENA encheu os jornais do Território, junta­mente com o Governador do Território, prometendo a criação dosMunicípios, ainda antes ,jas eleições. Só ficou em promessas Acriação não se concretizou até hoje, muito embora estejam fa­zendo farta publicidade na imprensa de Porto Velho dando jápor criados os novos Municípios. Estão iludindo o povo.

preocupados com O problema, apresentamos, em 3 de marçopassado, uma proposta de Emenda Constitucional, que levou on.o 08/77, visando à criação de novos Municípios em Rondonia.Porque o Governo que tudo pode, até hoje, 18 de abril de 1977,não criou os Municípios em Rondônia, nem enviou projeto aoCongresso Nacional propondo tal criação, apesar da demagogia queestão fazendo, por antecipação, na imprensa do Território.

É o seguinte o teor da Proposta de Emenda Constitucionaln.o 08/77, verbis:

"Proposta de Emer~da Constitucional n.o 8, de 1977. elevao Território Federal de Rondônia à categoria de Estado,cria novos Municípios, e dá outras providencias.As Mesas da Câmara dos Deputados e do Senado Federal,nos termos do art. 49 da Constituição Federal, promulgama seguinte Emenda ao texto constitucional:

Imprime-se às Disposições Gerais e Transitó::-ias daConstituição Federal os seguintes artigos e parágrafos:

"Art. 201. O Território Federal de Rondônia ficaelevado à categoria de Estado, com a denominaçãode Estado de Rondônia, mantidos os seus limitesgeográficos e sua atual Capital.Parágrafo único - Lei Complementar dísporá so­bre a instalação do Novo Estado.Art. 202. Além dos já existentes, ficam criadosos Municípios de Vilhena. Pimenta Bueno, Presi­dente Médici, Cacoal, Espigão D'Oeste, Vila Ron­dônia, Ouro Preto, Costa Marques e Ariquemes.Parágrafo único - Lei Complementar disporá so­bre a instalação, limites geográficos e área dejurisdição desses Municipios."

Tão logo foi publicada esta Proposta da Emenda Constitu­cional, conforme se vê do DCN de 12-3-77, o S1'. Ministro do In­terior, atrasadamente, correu a propor a criação de Municípios.Vê-se que nada haviam antes, conforme se publicou no Territórioem farta propaganda eleitoral, antes das eleições de 1976. Com­prova-se, desta forma, que em 1976 estavam enganando o povoantes das eleições.

O Globo e O Estado de S. Paulo, de 22 de março do correnteano. davam a seguinte noticia, que até hoje é explorada no Ter­ritório:

"Criação de Mais Cinco Municípios em RO é Aprovada.O Presidente Ernesto Geísel aprovou, ontem, a criação decinco novos Municípios no Território de Rondônia. A de­cisão, que agora será submetida ao Congresso, pretendeelevar à condição de Municípios os vilarejos de Ariquemes,.Ti-Paraná (hoje conhecida também como Vila de Ron­dônia). Cocoal, Vilhena e Pimenta Bueno. Todos essespovoados encontram-se na área territorial de Porto Ve­lho, a Capit.al de Rondônia. e um de seus dois únicosMunicípios. O outro é Guajará-Mirim. Ao dar a noticiada decisão que pretende aumentar para sete o número deMunicipios de Rondônia, o Ministro Rangel Reis, do In-

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Ahril de 1977 DL\RIO DO CONGRESSO NACIONAL (Seção J) Terça-feira 19 1811

terior, admitiu que isso pode ser caracterizado como umprimeiro passo para a transformação do Território emEstado, o que, porém, nào ocorrerá imediatamente, masno mínimo dentro de cinco anos." (O Estado de S. Paulo.)

"Rondônia Terá Mais Cinco Municipios

O Ministro do Interior, Rangel Reis, levou ontem ao Pre­sidente Geisel Projeto de Lei que altera a organizaçãodos Territórios Federais, criando cinco novos Municipiosem Rondônia, além dos atuais de Guajará-Mirim e PortoVelho" (O Globo.)

Como se vê do teor dessas notícias, o Sr. Presídente da Re­pública aprovou a criação dos Municipios, mas ainda não os criou.

No Congresso ainda não chegou a mensagem capeando pro­jeto que propõe a criação desses Municípios. Também não foramcriados por Decreto-lei.

Fazemos votos para que os Municípios sejam criados rapida­mente. Preocupados com o problema, chegamos até a propor umaEmenda Constitucional objetivando o criá-los, já que o Ministériodo Interior vem protelando há cerca de dois anos a solução doproblema.

11: preciso esclarecer que o Governo do Território não podecontinuar enganando o povo, dizendo que os Municípios já foramcriados, quando isso ainda não ocorreu.

Sua criação é objeto - repito - de proposta de EmendaConstitucional de nossa autoria, em tramitação no Congresso.Sua criação poderá também ser objeto de propositura do PoderExecutivo ao Congresso.

Se a Mensagem encaminhando Projeto nesse sentido existe,ela ainda não chegou nem na Càmara, nem no Congresso.

Fazemos votos por que ela chegue ao Congresso o quantoantes. Até hoje não chegou, como erradamente propala o Governodo Território.

O SR. FREDERICO BRANDÃO (MDB - SP. Pronuncia () se­guinte discurso.) - Sr. Presidente, Srs. Deputados, a imprensabrasileira, nos últimos dias, vem notificando insistentemente aocorrência de séria divergência trabalhista, com implicações so­ciais relevantes no setor da indústria automobilística.

Segundo se noticia, a FORD já teria demitido, nos últimostrês meses, mais de oitocentDs trabalhadores, somente em SáoBernardo do Campo, em São Paulo, onde está localizada uma (iesuas mais importantes unidades de produção em nosso País, O queé confirmado pelo Presidente do Sindicato dos Metalúrgicos da­quele Município. Sr. Luis Inácio da Silva.

Alega a FORD, por intermédio de seu Diretor-Técnico, que,com base na redução das vendas - cerca de 20% no primeiro tri­mestre de 1977 - mais o prejuízo de cento e cinqüenta e três ml­lhões de cruzeiros, acumulado no exercício de 1976, impõe-se aadoção de medidas de contenção, pelo que a empresa propôs aoSindicato dos Trabalhadores do setor a redução da jornada de tra­balho semanal de 1 (um) dia para aqueles que prestam serviçosna linha de produção - cerca de cinco mil trabalhadores - comomedida alternativa capaz de evitar o desemprego em massa. Dizainda a empresa que sua proposta não atingirá os supervisores egerentes, mas apenas os trabalhadores ligados à produção; tal su­gestão teria sido levada pela FORD aos setores governamentaiscompetentes e contaria com sua compreensão e apoio.

Finalmente. ainda de acordo oom a empresa, a medida de­monstraria confiança no Governo e na recuperação do mercado;do contrário, simplesmente telia optado pelas demissões.

Manifestando-se sobre a proposta patronal, reuniram-se osSindicatos dos Metalúrgicos de S. Bernardo, Taubaté, Capital eOsasco, onde a Ford mantém unidades de produção, e decidiramrepudiá-la, em documento que será entregue igualmente ao SI'.Ministro do Trabalho, em Brasilia.

Comentando o assunto, observa ° Presidente do Sindicato dosMetalúrgicos de S. Bernardo, Sr. Luís Inácio da Silva:

"A falada crise da indústria automobilistica tem seme­lhança com outras do passado, sempre momentâneas, eque servirão para reduzir direitos dos trabalhadores e au-,mental' os privilégios das empr-esas. Se a crise existe, seusefeitos devem ser divididos entre todos, com a empresaassumindo a parte maior, de vez que, por lei. lhe cabe (J

risco do negócio. A proposta patronal, dirigida ao Sindi­cati"l, como o foi, coloca a entidade dos trabalhadores emsituação bastante difícil, na medida em que lhe deixaapenas duas alternativas: ou aceita a redução da jornadade trabalho de seus representados - o que implica reduçãosalarial - ou assume a r-esponsabilidade da dispensa deaté 700 operários. Ora, a Ford, que jamais prestou contasde suas decisões aos trabalhadores, resolveu agora, com

sua proposta, colocar a decisão do problema em suas mãos.Na verdade, trata-se apenas de inclispor os trabalhadorescontra seu Sindicato."

Sr. Presidente, Srs. Deputados, estamos diante de evidentemanobra patronal- evidente e grave - na, medida em que, comoestá posta a questão, beira à chantagem, pretendendo arrancar doGoverno favores e privilégios, acenando com o fantasma do de­semprego em massa.

Os Sindicatos vêm demonstrando ainda que a Ford, ao tempoem que alega a necessidade de reduzir a jornada semanal dos tra­balhadores da linha de produção, vem exigindo em todos setoresda fábrica - e inclusive no da própria linha de produçã-o - aprestação de grande quantidade de horas eKtras, o que desmentea alegação patronal de dificuldades sérias.

No nosso entendimento, trata-se apenas de mais uma mano­bra patronal do setor automobilístico, visando a pressionar oGoverno no rumo de uma liberação de preços dos veículos, o queseria extremamente vantajoso para as fábricas montadoras, umavez que apenas esse setor se beneficiaria com a liberação preten­dida, mantendo-se os demais sob controle. Isto tudo, aliado aofato de que os salários já se encontram, de há muito. rigidamentesob controle. significaria lucros crescentes para o setor e um agra­vamento na concentração de renda em nosso País.

Alertamos as autoridades governament,ais para o perigosoprecedente que criaria tal manobra, uma vez efetivada, dando en­seJo a que outras empresas. do setor automobilístico ou não, delese valessem para tentar reduzir suas folhas de pagamento, à custados já sacrificados trabalhadores brasileiros. O argumento do "de­semprego em massa", na verdade, está send,o utilizado, junto aoGoverno e à opinião pública nacional como instrumento acoberta­dor da voracidade e da ganância patronais, insensíveis à difícilrealidade social a que foram atirados os desprotegidos e injustiça­dos trabalhadores brasileiros e à não menos difícil conjuntura -eco­nômica em que se debate o País como um todo.

Ora, se o Governo realmente está preocupado com a questãosocial, deve estar alerta para a chantagem patronal da Ford,tanto mais grave por se tratar de empresa estrangeira poderosa,à qual. à semelhança de suas congêneres, foram concedidas todasas facilidades à sua instalacão e funcionamento em nosso País,constituindo-se hoje o setor automobilístico no carro-chefe davida econômica nacional.

O Pais e os trabalhadores não podem ficar à mercê dos ape­tites empresariais de quem quer que seja, muito menos dos aliení­genas, como no caso presente. Os trabalhadores do setor automo­bilístico estão naturalmente escandalizados com o cinismo patro­nal neste episódio, pretendendo envolvê-los em manobras espú­rias, que visam a obter do Governo maiores facilidades, na buscade crescentes e mais expressivos lucros, além de pretenderem in­compatibilizá-los oom suas r.espectivas entidades sindicais repre­sentativas e com o próprio Governo, colocado como árbitro finalde toda a questão.

Desta tribuna, Sr. Presidente e Srs. Deputados, juntamos nos­sa voz à dos companheiros trabalhadores de São Paulo, no seujusto protesto. que tem nossa integral solidariedade.

O SR. GENERVINO FONSECA (MOR _. 00. Pronuncia o se­guinte discurso.) - Sr. Presidente, Srs. Deputados, o PresidenteErnesto Geisel, no seu pronunciamento feito à Nação. anunciandoo recesso do Congresso, acusou o MDB de radical, intransigente ede ser dominado por uma ditadura minoritária que impediu queDeputados de seu Partido votassem a favor da aprovação do Pro­jeto da Reforma do Judiciário, apresentado pelo EXecutivo.

Como nos acusar de radicais, intransigentes e de dominadospor uma minoria ditatorial, se a decisão de votar contra o Projetoda Reforma do Judiciário foi tomada e votada em reunião do Di­retório Nacional, com a participação de todos os Deputados e Se­nadores, por unanimidade?

Como nos acusar de radicais, de intransig'entes e ditatoriais,se é o Governo quem, não admitindo a derrota de seu projeto,fecha o Congresso e, nos bastidores palaciano.> fechados, faz re­formas ilegitimas, sem a participação do verd~tdeiro legislador?

Onde o principio da hierarquia das leis?As reformas vindas num pacote, como bem situa a imprensa,

que foram impostas por uma minoria coercitiva e dominan~e..semaprovação do legítimo Poder, o que representam elas Excelenclas?A ilegitimidade delas, pal'a o povo pensante, o que pode repre­sentar?

Como nos acusar de radicais, de intransigentes, ditatoriais, só­porque recusamos aprovar um projeto, usando um direito que nosassiste, projeto que segundo renomados juristas. desembargad~res,juízes, a classe dos advogados por inteira e a maioria dos Tnbu­nais de Justica, não é bom, é ruim. Voz do povo, voz de Deus. Aimprensa naéíonal tem estampado- em suas diçôes. O Estado de S.

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1318 Terça-feira 19 DIARIO DO CONGRESSO NACIONAL <Se<;ão I) Abril de 1977

PauJo, d{) dia 27 próximo passado, disse que além de inconstitucio­nal, o projeto tem em seu bojo vicias, omissões e emendas ina­ceitáveis que por si só impunha de todos nós o repúdio, a rejeiQão.

Ainda O Estado de S. Paulo, no mesmo editorial, disse: "Le­gislativo algum. ou grupo de legisladores, pode ser acusado de in­tl'aJlsigente, radical, provocador, quando se põe em jogo um pre­ceito expresso da Constituição."

Vejam Sr. Presidente e S1'S. Deputados, até a imprensa, que senão deu inteira razão ao MDB, de fechar a que.stão e votar contra Q

Projeto da Reforma do Judiciário e seu substitutivo, condena oPartido, pois, segundü pareceres, ü projeto é cheio de mistificaçãoe situa bem a intransigência, sua fonte e seu curso.

Não poderia ter sido outra a decisão do partido da Oposição,na qual militamos, porque nós, em 1974, em nossas pregações decandidatos, solicitávamos do povo brasileiro que nos dessem pelomenos mais de 1/3 dos componentes do Congresso Nacional e que,se assim fosse. as reformas constitucionais contrárias ao Programado MDB jamais seriam aprovadas com a nossa participação.

De forma que, diante do quadro que nos foi apresentado,outro não poderia ter sido o nosso comportamento em fechar aquestão e votar contra tão discutido projeto.

A ARENA pode ser radical, intransigente, lançar desafios. pro­vocações e ameaças de toda E'spécie. ° MDB não! ... E por defen­der apenas um direito que lhe assiste, é acusado de provocador,intransigente, desafiante e contestador do sistema.

Pelo Partido governista, temos que aceitar tudo pacificamente,como cordeiros, e a qualquer reação contrária ao seu Programa,nos ameaçam de aplicacão dos dispositivos de exceção, AI-5 e atéoutros mais, que se possa editar.

Não pretendendo o Governo dar eleições diretas para Gover­nador, sublegendas para o Senado, nomeação de 1/3 dos Senado­res, queda do quorum de 2/3 para maioria absoluta e outras mais,o Projeto da Reforma do Judiciário foi pretexto para o pacote dasreformas, as quais, aprovadas com a participação do MDB, seria osuicídio do Partido oposicionista.

É de se perguntar: com que direito poderíamos, no futuro,soli.citar o apoio de 110SS0 povo, se o traimos? Se na hora de to­marmos posições corajosas diante do sistema, desempenhamos umpapel de Oposição ajoelhada, consentida?

. ;rá .estava ~icando tarde tomadas de posições de 110ssa parteIguals as do dIa em que marcamos a nossa conduta nesta casa,porque lá fora a nossa imagem já estava a desejar.

O SR. HENRIQUE CARDOSO - <MDB -BA. Sem revisão doorador.) - 81'. Presidente, 81'S. Deputados, nos idos de 1955 a 1959quando a Bahia foi governada pelo SI'. Antônio Balbino, a regiãócacaueira da Bahia conseguiu de S. Ex.a, depois de uma luta demais de 20 anos, o asfaltamento de 29 quilômetros da estrada queliga Ilhéus a Itabuna. Para vergonha nossa, até hoje essa estradanão recebeu um recapeamento e se apresenta como uma colchade retalhos. criando. a cada momento, perigo iminente à vida da­queles que têm de usá-la.

Sr. Presidente, quero dar uma sacudidela, acordar S. Ex.a o Sr.Governador do Estado, para que ele saia do imobilismo da suaatuação e olhe mais ativamente o interesse da região cacaueira einclusive, a própria vida dos homens da lavoura, para que ponh~as suas vistas em uma melhoria não só da estrada de Ilhéus aItabuna, na sua duplicação de pistas, mas também em toda a áreaviária da região. Não é possível que, depois de tantos anos, depoisde uma implantação de 450 milhões de árvores, depois de 4.500mil sacos de produção, depois de 600 milhões de dólares em dívi­sas para o país, a região cacaueira seja o primo pobre e abando­nado. Daqui, Sr. Presidente, quero, alto e bom som, acordar S. Ex.ao GQvernador. Acorde Governador! A região está esperando o seutrabalho atuante em benefício da sua prosperidade.

O SR. JOSÉ ZAVAGLIA (MDB - SP. Pll'OnUllCía o seguintediscurso.) - Sr. Presidente, Srs. Deputados, muito se tem falador~cen!.emente. a respeito do aumento de preço dos produtos hor~tIfrutlgrangelros, tentando-se responsabilizar os lavradores poruma ocorrência sazonal, que só pode resultar de duas causas: ou ainsuficiência da producão, ou deficiências da comercializacão. senão quisermos responsábilizar os intermediários. . .

Recentemente, fui procurado por diversos produtores de laran­ja. da região dE' São Carlos. Araraquara, Matão, Tabatinga e Des­calvado, no intE'rior de São Paulo, que me adiantaram informacõessegundo as Quais a indústria de suco de laranja CUTRALE, de Ára­raquara. e !i.C_ITROSUCO, de Matão, fizeram um acordo de preço,para. a aqmsIçao da presente safra de laranja. totalmente insatis­fatório pma a clasoSE" produtora, impülldo o pagamento de vinte avinte e dois cruzeiros por caixa.

Tratando-se de empresas que também promovem o cultivo decítricos. operam, em primeiro lugar, com a laranja de sua produ­ção, relegando os fornecedores à espera do procE'ssamento daqueles

estoques. o que lhes acarreta sérios prejuízos, dada a rápida ma­turação dos frutos.

É notória, Sr. Presidente, a escassez de sucos cítricos no merca­do mundial, não se justificando, portanto, semelhante acordo depreços e conseqüente adiamento da aquisição aos produtores quenão industrializam a própria produção, ademais porque result.ará,esse comportamento, em desencorajar-se importante atividadeprodutora, com capacidade para melhorar o nosso balanço de pa­gamentos.

Daí porque solicitamos a atenção do Ministro da AgriCl,lltur_a,Sr. Alysson Paulinelli, no sentido de S. Ex.a interferir na soluça0do problema, promovendo um acordo de cavalheiros entre as cita­das indústrias e os produt.ores de laranja, obtendo não apenas oestabelecimento de um preço mínimo justo, mas, ao mesmo tempo,a aquisição oportuna da produção, a fim de que se evite o pereci­mento do produto "in natura", com graves danos à economia c1­trícola nacional.

Se pretendE'mos incrementar as exportações e a demanda in­ternacional do suco de laranja é crescente, as autoridades federaisprecisam promüver essa colaboração. entre produtores e industIiaisa fim de evitarmüs que, desencorajados pelos preços não compen­sadores e a perda parcial das safras, os fruticultores se dediquema outra atividade, em prejuizo da nossa balança comercial.

Esperando o atendimento a este apelo, originado de importantesetor da nossa produção primária. confiamos em que o titular daAgricultura convencerá os industriais a corresponderem aos esfor­ços dos produtores de laranja, contribuindo mais eficientementepara o melhor desempenho da nossa economia, com vistas à auto­sustentação do nosso desenvolvimento.

Era o que tiDha a dizer, Sr. Presidente.O SR. ARGILANO DARIO (lHDB - ES. Pronuncia o seguinte

discurso.) Sr. Presidente, Srs. Deputados. o IBC acaba de deter­minar a sllspensão da exportação do café tipo 7/8 produzido noEstado do Espirito Santo. segundo nota desse Institut.o, publi­cada em "A Tribuna", matutino que se edita em Vitória.

A Doticia. veiculada neSse jornal de grande tiragem no Es­tado, provocou enorme reação no seio dos cafeicultores e expor­tadores. tendo como primeiro resultado. extremamente prejudicialà nossa economia, a baixa violenta do café no comércio.

Não precisa ser muito arguto para rápido chegar-se à con­clusão de que a grande mas.sa de cafeicultores está vivendo portodo o interior espirito-santense espectativa de prejuízos semfim, com essa inesperada m3dida que deve .ser suspensa imedia­tamente, pelo mal que representa.

O tipo 7/8, que exportamos no Espirito Santo. é c-onhecldopor tod-os há muitos anos e exportado em grande escala parao exterior. Não se justifica essa imposição, que acarretará ímen­so prejuizo, mesmo que se alegue a existencia de outro tipo me­lhor qualificado.

Com essa modificação na exportação do café, atingindo di­retamente um dos maiores produtores do gênero. a economia ca­pixaba sofrerá abalo de grande repercussão e bem assim a doPais, mesmo porque é de todos conhecido não dispor o Brasil deprodução capaz de manter a demanda internacional.

Ultimamente grande tem sido a plantação de café, no meuEstado, especialmente do chamado Robusta. que dizem ser maiseconômico, e que aos poucos vai substituindo os enormes cafezaisque produzem o tipo 7/8, de bebida mole e agradável, conhecidodos Diretores e técnicos do IBC antes da desastrosa erradicação,que os entendidos impuseram aos plantadores capixabas e queresultou no êxodo rural, de graves conseqüências para o espírito­santense. Com o desapal'ecimento do café e da mão-de-obra. di­minui sensivelmente a habitação nas antigas áreas de plantio darubiácE"a, dando margem a que levas e levas de conterrâneos ban­cassem o "Judeu Errante", à procura das barrancas do Paraná oudos mais longínquos recantos de Rondônia. em busca de novoscampos de trabalho. Acrescendo-se ao infortúnio capixaba o la­mentável fato de que muitos deles. não alcançando o objetivo,morreram pelo caminho ou viram seus filhos transviados nosmangais litorâneos do País, onde formaram ou aumentaram asinabitáveis favelas, de tão séria.~ conseqüências para a vida so­cial do País.

O Sr. Camilo Calazans. Diretor do mc. que ainda no anopassado fora distinguido com o título de Cidadão Espírito-Santen­se, pelos Deputados Estaduais com Msento na As.sembléia E~ta­

dual. deveria ter evitado mais essa tão lastimável medida parao meu Estado: deveria S. S." ter reagido aos interessados, qnecertamente exi,stem para a implantação da medida, e que o le­varam a tal atitude.

O Espírito Santo não pode aceitar, sem reação à altUra, essegolpe! Esperamos que toda a bancada Federal e, bem Msim. osrc.sponsáveis pela vida sócio-económica da terra de Domingos Mar-

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Abril de 1977 DIARIO DO CONGRESSO NACIONAL (Seção I) Terça-feira 19 18lt

tins se levantem para defender nossos cafeicultores e os exporta­dores em geral.

Sua economia está duramente atingida, conforme declaraçãodo Deputado Estadual Nider Barbosa de Menezes, que percorren­do os principais setores responsáveis pelo plantio e venda denosso café, e está procedendo no Espírito Santo de modo a queos representantes Estaduais, como as autoridades relacionadascom a matéria, não permitam se torne realidade a notícia co­mentada na imprensa capixaba.

Que desta feita se evite a calamidade que ocorreu em 1966,com a erradicação do café, de sérias conseqüências para nossaeconomia e a dura vida dos plantadores de café, embora a medi­da agora seja de piores e mais danosos resultados para o Estadoe o País.

Esta é uma denúncia, em nome de minha representação,feita a grosso modo, pela falta de maiores detalhes. Voltaremosao assunto, com dados que estamos solicitando de fontes maisresponsáveis, na espectativa de evitar essa medida de efeitos ca­lamitosos para o cafeicultor capixaba.

O SR. LINS E SILVA (ARENA - PE. Pronuncia o seguintediscurso.) Sr. Presidente, Srs. Deputados, é incrível, mas empre­sas d-o Governo em Pernambuco cobram uma espécie de com­pulsório sobre a água que deveria ser distribuída em regíão atin­gida pela estiagem prolongada.

A ineficiência da SUDENE e do Governo pernambucano ,comrelação i'liOS problemas da seca na região sertaneja é realmenteil'l'itante.

Há alguns meses passados, sofria o sertão de Pernambucomais uma estiagem prolongada, fato que se repete quase queanualmente. Apesar de nossos veementes apelos à SUDENE e aoGoverno do Estado, para que tomassem providências acautela­doras a fim de evitar novas tragédias na região, isso não foifeito, e assistimos agora à repetição do fenômeno, com a me8magravidade.

Volta o sertanejo de Pernambuco, contribuinte desamparadopor tradição, a sofrer novos reflexos da seca, traduzidos em fome,desabrigo e miséria.

No centro de Ouricuri, importante cidade do sertão pernam­bucano, tonéis são colocados nas ruas para armazenar a águasolicitada em caráter de urgência pelo Prefeito Gilvan Coriolanoe pelo Deputado Felipe Coelho à SUDENE e ao Governo do .f!:s­tado.

Revoltante, porém, é que tal ajuda, única com que contavaanteriormente a região atingida, transformou-se agora em novafonte de receita do Governo Estadual, ansioso em aumentar aqualquer preço sua auecadação no Estado.

Para obter a água necessária à sua sobrevivência, que temsido enviada pelo GOverno através da CISAGRO (eia. Integra­da de Serviços Agropecuários), o povo do Município de Ouricmítem que comprar um talão, que é vendido pela agência do Ban­co do Norde.ste do Brasil, contendo 15 unidades (cada unidadedá direito a 200 litros de água), arrecadação que é repassada ps,raa COMPESA (cia. Pernambucana de Saneamento), também doGoverno do Estado.

Sintetizando, Srs. Deputados, pobres familias flageladas querecebiam, anteriormente, em idênticas situações uma ajuda deemergência tI'aduzida em frentes de trabalho e outras providên­cias mais elogiáveis, atualmente, além dos sofrimentos, aflições ehumilhações a que são levadas por um capricho da natureza e porfalta de assistêncía oficial, ainda têm de pagar ao próprio Gover­no Estadual a racíonada água que recebem para a sua própria su­brevivência.

Enquanto o Governo do Estado cobra maís esse tributo. frutoda pobreza e da miséria de alguns nordestinos desassistidos, oGEACAP (Grupo Especial de ASSistência às Calamidades Públicas)curiosamente declara. com muita "sabedoria", que o inverno estáapenas demorando e que não se pode falar ainda em seca, por­que o calendário de chuvas naquela região é de novembro a abril.Tipica afirmação de técnicos em seca, que analisam o problemaem gabinetes refrigerados.

Enquanto ouvimos e anotamos tão disparatadas afirmações, as­sistimos à seca total dos açude::. mais impürtantes da região. in­clusive o Tamboril que, quando cheio, acumula 27 milhões de me­tros cúbicos de água e que, no momento, tem seu leito absoluta­mente seco e desesperadamente cavado por mulheres e criançassedentas, em busca da água tão preciosa e hoje comercializada naregioo.

O mais grave ainda, Sr. Presidente, é que apesar de todos osfatos aqui narrados, apesar da cidade de Ouricuri ter até sua pai­sRgem modificada, con'1 tonéis colocados à frente das casas. por­que os motores que puxavam a água dos açudes já se encontram.

desligados por não terem mais o que puxar, os técnicos do Go­verno ainda não caracterizaram a seca da região.

Não conhece o Governo, ainda, alguns elementos que ates­tam a gravidade do problema, como por exemplo: levantamentoefetuado recentemente na região, comprovando que em iguaisperíodos do ano passado e do atual, mais precisamente nos mesesde janeiro é fevereiro, o nivel pluviométrico caiu de 186 milíme­tros de chuva para 70, o que reduzirá a produção agrícola a pra­ticamente nada, pois algodão e milho não teremos mais e G fei­jão e a mamona muito pouco, ou quase na.da.

Face à situação calamitosa em que se encontra parte do ser­tão pernambucano, conforme farto noticiário dos jornais, façoum veemente apelo ao Governo Federal, no sentido de socorrerurgentemente o Município de Ouricuri, alvo de mais uma tragédiaocasionada pela estiagem, agravada pela falta de assistência dosórgãos do Governu Estadual e da própria SUDENE, hoje, umverdadeiro elefante branco plantado na paisagem nordestina.

Nos resta, porém, a esperança de que o ilustre Presidente daRepública, homem sensivel aos problemas elo nordestino, promovaum estudo dos problemas aqui mencionados e proíba definitiva­mente a cobrança no sertão de tão desumana taxa de água, coi­bindo mais esse abus-o praticado por empresas do Governo doEstado, motivo de revolta de toda a comunidade sertaneja assola­da pela atual estiagem.

O SR. JORGE ARBAGE (ARENA - PA.. Pronuncia o seguintediscurso.) Sr. Presidente, o ilustre Líder do MDB, o DeputadoAlencar Furtado, num discurso muito bem panejado, mas pautadode infelizes e inconvenientes citações ideoló§(icas, que não se ajus­tam nem se aplicam à conjuntura política brasileira, procurou de­leitar esta augusta Casa, tentando justificar a insatisfação do seuPartido no tocante às reformas político-institucionais, promovidaspelo Presidente Ernesto Geisel durante {) período de recesso doCongresso Nacional.

Não sei, Sr. Presidente - e seria leviandade afirmá-lose o Deputado Alencar Furtado, mesmo exercendo o direito defalar como Líder, terá interpretado a unanimidade do pensamen­to dos seus companheiros de Partido. Seja como for, julgamosnecessários alguns reparos no pronunciamento de S. Ex.a , princi­palmente porque deixou claro que a Oposieão está sob controleortodoxo de um liberalismo altamente perig.oso, que seu líder se­quer teve a lucidez de disfarçar, mas, antes, fez questão de pro­clamar ao seu talante, utilizando-se do falSO pressuposto de estardefendendo uma filosofia política que, no fundo, não representasenão um processo de mistificação para engodar a confiança dopovo e da Nação.

O Líder da Oposição, na sua fala aos representantes do povo,escamoteou intencionalmente os aspectos mais importantes quelevaram o Presidente Ernesto Geisel a decret,ar o recesso d·Q Con­gresso Nacional e chamar a si a responsabilidade das reformasintroduzidas na legislação pátria, uma delas. a mais significativapelos objetivos que a inspiravam - a do Judiciário - contra aqual os lideres do MDB se insurgiram sistematicamente. com pro­pósitos bem arquitetados de fabricareln a crise que afinal eclo­diu.

O SR. THEOBALDO BARBOSA (ARENA - AL. Pronuncia oseguinte discurso.) Sr. Presidente e Srs. Deputados, o Ministériodos Transportes, ou mais precisamente, a d lreção da Rede Fer­roviária Federal autorizou a supressão dos trens que faziam a linharegular Maceió-Paquevira e Maceió-Aracaju.

A medida surpreendeu a todos, mormente a população humil­de da região, q1.le tinha nos trens passageiros o seu meio detransporte mais barato e eficiente. De imediato surgiram os ape­los. os protestos, os reclamos. Na realidade, ninguém consegue en­tender como, numa hora em que tanto se cuida do racionamentode combustivel, sejam retirados trens de circ:ulação, forçando ususuários a procurarem o sistema rodoviário. precário e mais one­roso.

O protesto do povo encontrou eco nesta Casa e no SenadoFederal. O Senador Luiz Cavalcante endossou o angustiante ape­lo do Governador de Alagoas, dos Srs. Deputados à AssembléiaLegislativa, dos Prefeitos e dos Vereadores. Todos, a uma voz,rogam ao Sr. Ministro dos Transportes que revogue a decisão daRede Ferroviária Federal, a fim de que não :fiquem prejudicadasmilhares de pessoas, na sua maioria pobres. Infelizmente, todoesse esforço até agora de nada valeu. A decisão continua de pé.

Antes do recesso tive oportunidade, desta tribuna, de profli­gar contra esse ato da RFF8A.

Segundo o jornal "Gazeta de Alagoas", de propriedade do Se­nador Arnon de Mello, cerca de cem mil pessoas, semanalmente,ficaram sem t.ransporte. impedidas, p'ortanhl. de se locomoverempara as feiras ou para o desempenho de SUa.5 atividades profis­sionais.

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1820 Terça-feira 19 DIARIO DO CONGRESSO NACIONAL (Seção I) Abril de 1977

l!: bem verdade que o Presidente da RFFSA, em comunicaçãoao Governador de Alagoas.. diz haver restabelecido a linha Ma­ceió-Paquevira, atendendo, assim, a vários Municípios de Ala­goas e Pernambuco. Sucede, porém, que o h<Jrário foi de tal for­ma modificado, que a medida mais pareceu um castigo infligidoa<J povo que uma solução para o problema.

Quanto ao outro trecho, Maceió-Aracaju, igualmente supresso,não foi restabelecido, nem mesmo de modo precário, deixando as­.sim uma população inteira sem transporte.

Sr. Presidente, lembro aqui os Municípios de Rio Largo, Ata­l:lia, Capela, Cajueiro, Viçosa, Paulo Jacinto, Quebrangulo, Palmei­l'a dos Índios, Arapiraca, Porto Real do Colégio, alguns dos quaisnão dispõem de estradas, tendo no sistema ferroviário o seu únicomeio de locomoção, principalmente no inverno, quando, o maisdas vezes, só o trem pode atender aos que ali habitam. Sem ele,ficarão isolados do resto do Estado.

li: estranho e profundamente decepcionante que, numa horaem que se prega o racionamento de combustível e se incentivao transporte de massa, falando-se. inclusive, no transporte soli­dário, sejam retirados de circulação justamente os trens, trans­porte de massa por excelência.

E vêm ainda os Diretores da RFFSA advertir os que lutampor essa causa de que não adianta a grita, pois a medida é ir­reversível.

Tenho recebido através de cartas, telegramas e reclamaçõesverbais os mais veementes apelos para que atue junto ao Gover­no Federal, no .sentido de solicitar-lhe seja reexaminado o pro­blema., se necessário revendo o custo operacional da empresa, es­tabelecendo medidas outras de economia, mas de modo a quevolte a funcionar o único sistema de transporte de que dispõem()s mais pobres.

~~s.ta tribuna transmit~ lW Sr. Ministro Dyrc1eu Nogueira, cujasenSIbIlIdade para o problema é fator de confIanca para todosnó.s, o grito desolado de milhares de brasileíros de Alagoas, Sergi­pe, Pernambuco e de outros Estados do Nordeste, igualmente atin­gIdos pela medida, para que, a exemplo da compreensão e dahumJldade reveladas pelo Presidente Ernesto Geisel quando revo­gou o empréstimo compulsório da gasolina, num gesto de grande­za de espirito e de elevação de propósito, reveja sua decisão oque redundará, sem dúvida, no fortalecimento da economia 'doNordeste e, sobretudo, virá ao encontro dos anseios e das neces­sidades dos que habitam essa região do PaLs, jusrtamente osque mai.s precisam do amparo do Poder Público, já que os maiscarente de recursos.

O SR. ANTôNIO CARLOS OLIVEIRA (l\mB - MT. Pronull­cia o seguinte discurso.) - Sr. Presidente, 81'S. Deputados, a re­divisão territorial do Estado de Mato Grosso é uma aspiracãosecular de todos que vivem e trabalham no grande Estado"do<?~ntl'O-Oe~te. Não poucas campanhas divisionistas, ao longo dasaecadas. tem marcado a vida dos mato-grossenses de nascimentoou de coraqão, transformando as aspirações dos favoráveis emsonho e o medo dos contrários em quase pesadelo, As bandeiras~a divisão e da manutenção do Estado, tal como é, fez centenasQE vereadores, dezenas de Deputados Estaduais Federais e Sena­dDre.s. Muitos homens passaram mas na histõ;ia dos mato-gros­senses está registrada a luta de suas gerações.

Ou pró ou contra a divisão, os políticos de maior prestígioforam sempre os que melhores argumentos apresentaram na de­f~sa de seus pontos de vista. A seriedade. a demagogia e o bair­rLsI!l0 marcaram o tom e o estilo ele uns e outros sem que araza~ j~mais aflorasse incontestável para qualquer lado. E. anteo SIlenCIO do Governo Federal, mesmo quando dois dos Presiden­tes da República - Eurico Gaspar Dutra e Jânio Quadros - erammato-grossenses, nortistas e sulistas seguiam na incontida defesade seus. objeti,vos, tornando cuiabanos e campo-grandenses asduas malotes lIderanças, de um e outro lado, causa sem fim.

Em .1974, quando da elaboração do II PND, o Governo Fe-deral afIrmou, expressamente:

". .. o que se afigura prioritário em matéria de divisãoterritorial é considerar um ou dois pontos importantes daocupação do subcontinente Amazônia - Centro Oeste comatenqão especial à situação de Mato Grosso," '

O Presidente da República, inexplicavelmente, tem tratadoo a~sunto como se fosse de Segurança Nacional. tal a indiferencacom que tem recebido os argumentos dos maiores interessados:nó~: ::n~to-grossenses, favor iveis. no sul, e contrários, no norte, àreOlVI&-ao. Mesmo o Governador tem sido ignorado na sua veemên­cia de adversário da tese qne. já agora, é a do Governo Federal.

Sou divisionista, sempre o fui. A cada dia mais me convencoda necesfiidade da criaqão de noyas unidades na Federacão. MasQue a FeDeração exista, reG'lmente. deve ser o primeiro pásso, Queo Governo Federal abandcne essa posição paternalista, que cria

planos tão mirabolantes quanto inexequíveis, e permita aos Estadose Municípios a gestão dos próprios destinos. Urge uma providênciano sentido da preservação da autonomia dos Estados e dos Muni­cípios. Dividir Mato Grosso sem ouvir as lideranças políticas doEstado é violência constitucional, pois fere tais princípios expressosna Carta Magna.

Não bastará ao Presidente que ouça o Governador do Estado.Mato Grosso não é só o Sr. José Garcia Neto - aliás um Go­vernador cujo poder de governar não tem referendo pop{llar.

Os políticos, os intelectuais, os técnicos, os estudantes, as enti­dades de classe, os empresários e o povo mato-grossense não podemser ignorados quando se vai tomar uma decisão de tamanha impor­tància.

Quero registrar nos Anais do Congresso Nacional um alerta aoChefe da Nação: em Mato Grosso, não é "uma ditadura de mino­ria" que reclama o direito de opinar, ponderar, discutir, reclamar ediscordar. É o povo todo. ARENA e MDB. Norte e sul. Divi,gionistase antidivisionistas.

Disse o Presidente, certa feita, que não faria a divisão sobpressão. O mato-grossense - é bom que o General Geisel saiba ­independente de sua atividade, posição social, crença religiosa econceitos geopolíticos. não aceita e não admite que a tecnocraciada Esplanada dos Ministérios leve ao Palácio do Planalto umestudo realizado no conforto dos gabinetes para que o Executivoenvie ao Congresso o fato consumado de uma divisão que podeser a que não queremos por não representar a média dos nossosobjetivos.

Representante do sul do atual E3tado, sou, como a grandemaioria dos meus conterrâneos. pela divisão. Mas precisamos, que­xemos e temos o direito de opinar sobre o que mais nos interessa.

Em breves dias, o Governador do Estado estará em Brasília,com os estudos de sua equipe tentando demonstrar a inoportuni­dade da divisão. O MDB mato-grossense, em nome da maioriadivisionista, exige que o sul seja ouvido. É um dever nosso emitirnossas opiniões. Direitos e deveres disciplinam o convívio social.

Que o Presidente da República os considere e os preserve.O SR. PAULO MAQUES (l\IDB - PRo Pronuncia o seguinte

discurso.) - Sr. Presidente, Srs. Deputados, por estranha coinci­dência, no mesmo dia em que se decretava o recesso do CongressoNacional, circulava, pela última vez, o bravo semanário Opinião.

Só voltará aquele jornal a circular quando estiver inteiramentelivre de censura. Como afirmou o seu Conselho de Colaboradoresno editorial "Fim de uma Etapa". Opinião representou - e voltaráa representar um dia, quando de novo livre - "a séria e gravetentativa de consolidar no Brasil a imprensa semanal de reflexãosobre os problemas do Pais". Em todo o mundo livre, órgãos do tipoOpinião colhem, com maior tranqüilidade que a imprensa diária,os acontecimentos, os pronunciamentos, as ocorrências da semanaem busca do seu significado mais profundo, da sua essência. Emsuas colunas, Opinião procurava elaborar, a partir da notícia, dofato, seus antecedentes e suas conseqüências.

Se Opinião chegou, agora, ao fim de uma etapa, se interrompe,com seu número 230, seu contato com os leitores, é que uma censuraobstinada e destruidora já conseguia barrar-lhe todos os caminhos:já lhe vedava a própria tmnscrição de noticias amplamente divul­gadas pela imprensa diária.

Censurado desde o seu oitavo número, Opinião, à medida quetodos os demais órgãos de divulgação recuperavam sua liberdadevia, a cada número, diminuir sob seus pés o terreno da liberdade:

Quando Wladimir Herzog - que foi chefe de sucursal daquelesemanario em São Paulo - morreu em circunstâncias dramáticasquando detido pelos órgãos de segurança, Opinião não pôde sequernoti<:i~r o fato, como fizeram os jornais. O convite para a missade setlmo dIa de Herzog teve de ser publicado em forma de anúncioem outros jornais.

E nem se diga que tal censura discriminatória abatia-se sobreOpinião apenas em casos ligados à Segurança Nacional. Até umafrase do Presidente Geisel sobre as multinacionais, cuja existênciao Chefe do Governo disse não saber "se era para o bem ou para omal", a censura impediu que o semanário transcrevesse.

Se mesmo o Presidente da República passou a ser alvo da cen­sura em Opinião, que lhe restaria, em breve, a publicar?

O ponto pIincipal do assédio a Opinião era, sem dúvida deordem financeira. Nos quatro e meio anos de existência do jo;nal,os 230 números publicados somaram 5.786 páginas impressas. Seacrescent~l'mos a este número as matérias vetadas pela censura,haver-se-Ia publicado um total de 10.548 páginas. É que Opiniãopr~cisava fazer semanalmente, para cada jornal publicado, quasedOIS.

Não parou aí a ação da censura. Esta chegou ao extremo devetar matéria publicitária paga, e anúncios insexidos no jornal,

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Abril de 1977 DIARIO DO CONGRESSO NACIONAL <Seção I) Terça-feira 19 18!1

A Fundação Getúlio Vargas, que autorizara a publicação de umasérie de anúncios de livros. suspendeu. intempestivamente, a meiaessa publicidade, em meados de 1974. O mesmo fez a PETROBRAS.em meados de 1976.

Com o brutal aumento dos custos gráficos. que foi de 7(1%nos últimos seis meses, mais o aumento dos jornalistas, Opiniãoteria de arcar com um prejuízo semanal de 30 mil cruzeiros.

Ainda que a editora se dispusesse a fazer face ao prejuízo, quejornal passaria a propor ao público? Que matéria para meditaçãopoderia oferecer, quando não mais podia sequer transcrever n01;í­eias j á publicadas, ou frases pronunciadas pelo Presidente daRepública?

Muito recentemente, Sr. Presidente e Srs. Deputados. abor­dando o problema da censura, prometemos submeter à apreciaçãodesta Casa projeto de lei visando a propiciar aos veiculos esmaga­dos pelo arbitrio uma indenização pelo material desperdiçado. Ê oque estamos fazendo neste momento, com proposição de que aAgência Nacional pague a cada órgão de informação, pelo espaçocorrespondente a cada matéria censurada, o valor devido pelapublicação de matéria publicitária do Governo, fazendo uso, paratanto. das dotações orçamentárias de que dispõe para tal fim, nàohavendo, assim, aumento de despesas.

Era o que tinha a dizer.

O SR. PEDRO FARIA (MDB - RJ. Pronuncia o seguinte dis­curso.) - Sr. Presidente, Srs. Deputados, o índice de críminalidadeestá transformando a Cídade do Rio de Janeiro em capital domedo e da insegurança.

Não estamos muito distantes do dia em que o carioca ou mesmoo turista terá que se orientar por um manual cujo titulo poderá ser:"A sobrevivência no Rio, sem mestre."

A violência foi, ainda na semana passada, o tema abordado porS. E.ma, Dom Eugênio Sales, Cardeal Arcebispo do Rio de Janeiro,através de sua mensagem a "Voz do Pastor".

Não se pode negar, entretanto, o trabalho da Polícia que passoua ser também vítima dessa onda de crimes, assaltos, seqüestros eagressões.

Segundo a "Voz do Pastor", de 1972 a esta data, morreram emserviço oito oficiais, cento e dez praças e cento e dezessete inte-·grantes da Polícia Civil.

Reconhecemos o esforço da Secretaria de Segurança do Estadodo Rio de Janeiro, desde o seu titular, Gen. Rubéns Mário BrumNegreiros. até ao mais humilde servidor.

Depois da fusão dos dois Estados, o setor de segurança ficoubastante pl'ejudicado. Parece-nos que o Governo Federal deveriavoltar mais a sua atenção para o que se está passando na Cidadedo Rio de Janeiro. A crônica policial do Rio registra, diariamente,a guerra no submundo do crime, crescendo em função do desapa­relhamento policial, em que pese a ação enêrgica de toda a políciacarioca.

O Governo, Estadual ou Federal, não pode ignorar a psicosedo medo que toma conta da população do Rio de Janeiro.

Aproveitando esta oportunidade queremos fazer chegar aoSecretário de Segurança - Gen. Rubéns Mário Brum Negreiros,apelo que nos chegou por carta, de uma senhora em busca deinformações sobre o desaparecimento de seu irmão Manoel Rodri­gues Filho - conhecido banqueiro do chamado jogo-de-bicho, vistopela última vez em março do ano passado. Diz a missivista que aComissão que apura os crimes ligados à contravenção no Rio deJaneiro tem dado toda a atenção ao caso mas que, por falta de pes­soal, os inúmeros processos têm andamento bastante lento na fasede investigação. Segundo nos informa a autora da carta. que éprofessora do Estado, a Comissão dispõe apenas de dois detetives.Não entende porque não ficou esclarecido se o cadáver exumadona localidade de Saquarema é ou não de Manoel Rodrigues Filho,pois o corpo de seu irmão seria facilmente identificado por paren­tes ou amigos.

Em tudo isso, fica o apelo de uma irmã, fica a reflexão àspalavras de Dom Eugênio Sales e o clamor dos cariocas dominadospela intranqhilidade, pedindo mais apoio à sua Polícia para !l0ll?­bater e desvendar os crimes cometidos contra uma popmaçaoordeira.

A partir de hoje, traremos a esta tribuna o eco do pedido desocorro do povo de uma cidade sitiada por crimes de toda natureza.

O SR. JOSÉ MAURíCIO (MDB - RJ. Pronuncia o seguintediscurso.) - Sr. Presidente, Srs. Deputados, a Constituição brasilei­ra. dentro do que foi mantido pelo Sr. Presidente da República semalterações promulgadas, determina, no § 30 do art. 153, q:I/" "êassegurado a qualquer pessoa o direito de representacão e de peti­ção aos Poderes Públicos. em defesa de direito ou contra abusos deautoridade".

Ê difícil definir para quem e até onde a letra da Constituicãotem validade, valor real, embora não deves.se ela. jamais. fazerdistinções, dada a natureza de sua abrangência. .

Entretanto, no Estado do Rio de Janeiro, a cada dia mais sedestaca uma figura prepotente. impune por atos abusivos, que seexcede em atitudes altamente comprometecloras para a dignidadeadministrativa - embora esta seja duvidosa no atual Estado doRio de Janeiro.

Refiro-me. Sr. Presidente, ao cidadão Celso Franco, tambémconhecido por Comandante Franco, Diretor do Dep"rtamento deTrânsito e candidato a Deputado Federal pela Aliança RenovadoraNacional.

Com a ieléia fixa de vir a ocupar um lugar nesta Casa doPovo, vem S S a tomando atitudes das mais violentas contra asinstituições e direitos de terceiros, desde que favoreça seus caboseleitorais e futuros eleitores. Se alguém a ele se identifica politi­camente, tudo, no DETRAN - RJ. fica mais fácil. Oaso contrário,o tempo passa sem que soluções sejam dadRs. salvo se motivosespeciais "molhem" os intermediários na vasta burocracia mantidanaquela autarquia estadual.

Municipios há, no Estado do Rio de Janeiro, onde uma Oarteirade Habilitação para Amadores custa de 4 a ,J mil cruzeiros. EmAraruama, qualquer pessoa compra sua habilitação para dirigirautomóveis por 4 mil cruzeiros.

E são homens desta natureza e com pensamentos tão extrava­gantes que dominam o Estado Estado do Rio de Janeiro, em seto­res de impOl'tância e vulnerabilidade, sob os olhares complacentesdo Almirante Faria Lima, que confia no Comandante Franco.

Preocupado em fazer politica eleitoreira, comprando votos detoda e qualquer maneira, este cidadão de há muito abandonou suasprincipais atividades e responsabilidades, pois o trânsito. em todoo Estado, especialmente nas grandes cidades, é vergonhoso e aten­tatório aos padrões de civilidade que possuimos.

Cidade como Rio de Janeiro, Niterói, São Gonçalo, Nova Iguaçu,Duque de Caxias, Campos, Volta Redonda, São João de Meriti eoutras somente percebem a presença de Celso li'ranco quando estevai a esses lugares cuidar de sua esperada eleição para DputadoFederal.

Ê preciso, urgente e indispensável que se faça uma devassano DETRAN-RJ, inclusive para esclarecer a influência da redede auto-escolas para motoristas, de propriedade do Sr. CelsoFranco, na concessão de carteiras de habilitação.

Ê de boa política administrativa. para o Sr. Faria Lima - jánão muito acreditado em face de atitudes de alguns de seus au~

xiliares mais diretos - afastar este Sr. Celso Franco do cargoque ocupa, de onde se locupleta, tira proveito pessoal em razãodo cargo, abusa do poder e se prepara, por m,eios não recomenda­dos pela amoralidade democrática, para disputar uma eleição,comprando -rotos em troca de carteiras e outros favores, como ode permitir que terceiros negociem documentos que deveriam serentregues graciosamente, depois de provas de habilitação.

Celso Franco envergonha a administração cio Rio de Janeiro.Mesmo assim. o Partido do Governo quer fazê-lo Deputado Fe­deral, contaminando seus quadros com a presença.

Era o que tinha a dizer.

O SR. JOi\O CUNHA (MDR - 8P. Pronuncia o seguinte dis­curso.) - Sr. Presidente, Srs. Deputados. O BNDE, cujas finalida­des, definidas em Lei, objetivam promover o desenvolvimentonacional no campo econômico, pelo apoiamento a empresas na­cionais, comprou, em São Paulo, firma falida.

Mais de 500 milhões de cruzeiros é o prejuízo que a Empresade Fiação e Tecelagem LutfaUa está causando ao Governo Fe­deral. A Companhia está paralisada. em processo de liquidacão,e pertenCE hoje integralmente ao BNDE, que se viu "obrigado acomprá-la por det,"l'wlnação da Secretaria do Planejamento daPresidência da República".

O Presidente do BNDE, Marcos Vianna, manifestou-se se­guidas vezes contra a transação e mesmo prestação de apoio,apontando em ofícios e telex ao Ministro Reis Venoso irregulari­d:;J,des graves, algumas de má-fé, praticadas pelos empresáriosqne ents.o dirigiam a companbia. Contudo, a Secretaria do PIa­neJDl'1ento cumunicoll. ao BNDE qU9 a "deci3ão" era "Presiden­cial". no sentido de apoiar a Companhia e impedir sua quebra. demodo a que não ,se transformasse em mais um problema sociaL

Paulo Salim Ma1l1f genro do então maior acionista da Em~presa participou das negoeiações que os empresários fizeram di­rclan{ente com o Secret:írio elo Planejamento, :Élcio Costa Couto,depois d"" o BNDE ter decidido negar novos flnanciamentos àiecehtgem.

1?~r várias vezes Marcos Vianna, Presidente do BNDE, insist~ujlmto au l\;linislro Reis Velloso, afirmando "qUE' 21 melhor soluça0

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1822 Ter~a-leira 19 DIARiO DO CONGRESSO NACIONAL (Set;ão I) Abril de 1977

era deixar a empresa caminhar para o remédio da concordata emesmo da falência", porque não tem condições nenhuma de via­bilidade econômica, deve a Deus e todo mundo, tendo já aponta­dos crimes fiscais de toda ordem, títulos protestados, débitos emnomes com ICM. E, depois de tentativas de toda ordem, buscandoimpedir um maior prejuízo para o Governo, através de seu Banco,Marcos Vianna dirigiu-se diretamente ao Ministro Velloso, portelex de 19 de setembro de 1975, salientando que, segundo análisesfeitas pelo BNDE. os recursos necessários ao saneamento da Lut­falIa eram de 300· milhões de cruzeiros. Reiterava ai a necessidadede receber por escrito a orientação final do Governo.

'Essa confirmação foi dada. A 1.0 de outubl'o, telex de ÉlcioCosta Couto ao BNDE dizia:

"Face a decisão presidencial que continua a prevalecer,de que todos os esforços sejam feitos para que a empresanão sofra solucão de continuidade em seu funcionamentoe não se transforme em mais um problema social, foi oBNDE autorizado a proceder apoio financeiro necessáriocom a cobertura de l'isco pelo próprio Tesouro."

O telex gal'ante que o Governo fOl'neccria os 300 milhões decruzeiros:

Sr. Presidente, este assunto é objeto de um pedido de convo­cação do Sr. Ministro, a ser apresentado ainda hoje.

O SR. LEONIDAS SAMPAIO (MDB - RJf. Pronuncia o se.guinte discurso.) Sr. Presidente, Srs. Deputados. mais uma tristee melancólica notícia chega-nos ao conhecimento: a Fábrica deTecidos Aurora encerra definitivamente suas atividades.

No passado, Sr. Presidente e 81'S. Deputados, a Fábrica Auro­ra representava um dos orgulhos do parque industrial petropoli­tano; seus produtos tinham fama internacional pela excelentequalidade, pela padronagem de suas casemiras, fato que enchiade orgulho, não só seus operosos funcionários, como tambémtoda a comunidade petropolitana.

Ninguém poderia supor um futuro sombrio pala aquela tãoconceituada indústria, embora o fantasn1.a da "falência" rondasseoutras também importantes indústrias têxteis, trazendo intran­qüilidade a tantos lares de modestos trabalhadores.

A "Aurora" não saiu incólume da "crise", tendo sido o seucontrole 'l-cionário, há algum tempo, assumido pela Fábrica deTecidos D. Izabel, à época atravessando excelente situação nomercado do ramo, posição que infelizmente, mais tarde, seriatambém deficitária, levando esta indústria a ter o seu controleadministrativo pelo Banco Central, representando os Bancos cre­dores.

O fato está consumado, nada mais, infelizmente, pode salvara Fábrica de Tecidos Aurora.

Perde o parque industrial petropolitano; perde o Estado doRio e o nosso País; perdemos todos com o fechamento desta tra­dicional indústria.

Resta-nos, Sr. Presidente e Srs. Deputados, apelarmos destatribuna "1,0 Sr. Ministro da Indústria e Comércio, no sentido deenvidar esforços para impedir que outras inclústrias fechem suasportas, fato que além de agravar nossa situação econômica é ge­l'adol' de um dos mais graves problemas sociais: o desemprego.

Era o que tínhamos a dizer.

O SR. MURILO REZENDE (ARENA - PIo Pronuncia o se­guinte discurso.) Sr. Presidente, 8rs. Deputados. Não é de agora,Sr. Presidente, que se tenta ímplantar no Piauí a indústria decervejas. Condições favoráveis, sobretudo do ponto de vista demercado, tem motivado os maiores grupos de cervejarias do País.

No momento, dois desses grupos disputam a aprovação de seusprojetos na Superintendência de Desenvolvimento do Nordeste: aAntártica e a Cervejaria Pará S/A - CERPA. Segundo estou in­formado, os projetos aguardam a análise da SUDENE, que pre­tende a aprovação de apenas um deles para o meu Estado, oPiauí, a fim de evitar a concentracão de oferta na área limitadado mercado. .

O projeto da Antártica prevê um investimento da ordem dequatrocentos milhões de cruzeiros, com a criação de mil oportu­nidades de emprego, enquanto o da CERPA oferecerá somente 220empregos dixetos, com um investimento de 220 milhões de cru­zeiros.

É evidente que interessa ao Piaui a indústria de maior porte,aquela que propiciará aos cofres do Estado um aumento signifi­cativo de seu IeM, traduzindo-se num desafogo para sua comba­li.da economia.

Sabe-se por outro lado, que o problema, protelatório da aná­lise de seletividade dos dois projetos da SUDENE, pJ:ende-se aofato da CERPA ter desistido dos incentivos fiscais, o que aparen­temente se traduziria numa vantagem ao projeto. Este fato, en-

tretanto, não nos parece deva ser levado em conta, por entender­mos que os incentivos foram instituidos para serem utilizados.Ademais, a Antártica, sem sombra de dúvida, a maior indústxiade cervejaria do País, no seu projeto, aproveitando-se da facul­dade prevista no artigo 18, somente utilizará incentivos do pró­prio grupo colig·ado.

O Piauí não pode ser prejudicado. As poucas oportunidadesque se apresentam ao crescimento da economia do Estado, devemser por isso aproveitadas, sem delongas nem atrofiamento.

E neste caso, estou certo, contará o Piaui com a simpatia e aampla visão do Superintendente da SUDENE, Eng. José Lins de Al­buquerque, que conhece mais que ninguém a problemática Re­gional.

Nosso Estado detém os menores índices de desenvolvimentodo Nordeste, o que se traduz na economia mais necessitada deincentivos no Bxasil de hoje.

Por isso, formulamos aqui um apelo ao Superintendente Eng.José Lins de Albuquerque, nosso eminente amigo, não só paraapreciar o assunto no mais curto prazo de tempo, como oferecera solução que atenda melhor aos interesses econômicos do Piauí.

Era o que tínhamos a dizer, Sr. Presdente.

O SR. DIAS MENEZES OUDB - SP. Pronuncia o seguintediscurso.) - Sr. Presidente, Srs. Deputados. Há alguns meses, atribuna desta Casa foi ocupada pelo nobre Deputado Norton Ma­cedo, da ARENA do Paraná, ocasião em que abordou, com atranqüilidade que lhe é peculiar, a questão do Conselho Nacionalde Direito Autoral, órgão subordinado ao Ministério da Educaçãoe Cultura e que teria sido objeto de pronunciamento do eminen­te Senador Benjamin Farah, do MDB do Rio de Janeiro.

Não somos porta-voz daquele ilustre Senador - mesmo por­que a S. Ex." sobram méritos e meios para tornar desnecessárioqualquer patrocínio dessa natureza - nem somos defensores decorpo orgânico interessado em disputar posições de hegemonia,de poder soberano e absoluto na administração de bens intelec­tuais e que se constituem num dos mais respeitáveis dixeitos dapropriedade.

Abordamos a matéria porque não é de hoje o nosso interessesobre ela. Os registros desta Casa consignam os nossos trabalhosem favor do aprimoramento do direito autoral neste País, nosquais nunca faltaram as criticas contra todos aqueles que ilegiti­mamente buscaram tirar partido dos benefícios que o direito na­cional e internacional confere aos criadores das obras do espírito.

Concordamos, Sr. Presidente, que a palavra de defesa do Con­selho Nacional de Direito Autoral deveria ser ouvida, ainda quetardiamente, no Congresso Nacional. Alinhamo-nos entre aquelesque, sem qualquer constrangimento, reclamam o direito de defesa,o direito-dever de, com eqüidade de meios, trazer ao conhecimentodos que assumem a posição de julgadores os esclarecimentos quelhes cabe prestar, com lealdade e sem subterfúgios. Só assim é quese chega à verdade, só assim é que o direito se consagra.

Não nos preocupa qualquer escondida intenção, nem vincula­ção de qualquer espécie. Dentro do direito autoxal não pertence­mos, nem estamos ligados a qualquer grupo de autores. Não vi­vemos em contato com compositores desta ou daquela ala, e issonos assegura a posição de absoluta tranqüilidade, que é propor­cionada aos que buscam a perpetração do direito sem preocupa­ções de ordem pessoal.

Imaginamos, dentro do óbvio, que há méritos ilimitados nacapacidade de decisão dos cinco membros escolhidos para gover­nar o Conselho Nacional de Direito Autoral, bem como sabemosque o seu Presidente - que acumula funções com a árdua missãode responder pela Chefia do Gabinete do Ministério da Educaçãoe Cultura - estará operando verdadeiro milagre para a tudo po­der atender segundo o que de melhor se pode desejar de umcidadão que empresta o seu concurso ao interesse público.

Os anseios que o preclaro Deputado Norton Macedo enfatizouno seu pronunciament.o não são de agora. Para atendimento de­les foi que o então Presidente Garrast.azu Médici encaminhou aoCongresso, no ano de 1973, o projeto de lei que originou a Lei n.o

5.933, votada em regime de urgência.Todo o remédio para os males do direito autoral estaria con­

tido naquele diploma legal. Restava. todavia, ministrá-lo com amesma urgência com que foi avi.ado. Isto, porém, só ocorreu noano passado. O interregno, entretanto, fez com que o ponto ful­cral da solução adotada pelo governo viesse a ser esquecido poraqueles que acompanharam a tramitação legislativa, ou ignora­do por aqueles que, desinteressados na época, vieram a ter quecuidar da matéria, por dever funcional ou por surgimento de novainclinação.

A Mensagem Presidencial que acompanhou aquele projetoconsubstancia todo o espirito da Lei n.O 5.988, que pode ser ex­presso no sentido de repúdio à administração, pelo Poder Públi-

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Abril de 1977 mARIO DO CONGRESSO NACIONAL (Seção I) Terça-feira 19 1823

co, dos serviços de arrecadação e distribuição dos proventos re­sultantes da utilização de bens da propriedade intelectual pri­vada.

Em contrapartida, as organizações constituídas pelos própriostitulares desses direitos passariam a ser submetidas a um maisamplo e rígido sistema de fiscalização estatal.

No campo dos direitos provenientes da utilizacão de obrasmusicais em execuções públicas ou com objetivo de lucro direto ouind~reto, a arrecadação passaria a ser unificada através de umaentIdade privada organizada pelas associações interessadas.

Longe de nós está o pensamento de que o Oonselho Nacionalde Direito Autoral, ao ferir esse espírito do próprio Governo, otenha feit? com o propósito de aquinhoar com cargos, pessoas desuas relaçoes ou de pretender magnetizar força e poder irrestritos.

° Escritório Oentral de Arrecadação e Distribuicão é umaassociação civil de direito privado. Di-lo a Lei e art. 4:° da Reso­lução n.O 1 do Oonselho, repetindo tal conceito o nobre DeputadoNorton Macedo, no seu pronunciamento.

Teria o Oonselho tanto poder a ponto dele próprio organizaro ECAD, estabelecendo pormenores de funcionamento, firmat con­tratos com o SERPRO, agir como se fosse um administrador debens particulares e, frise-se, outorgar ao Presidente do Conselhoa perrogativa de nomear três entre cinco dos membros do órgãoadministrativo e executivo, com todas as caracteristicas de sobe­rania, dessa associação privada?

Um projeto de lei com tais características índubitavelmentenão mereceria a aprovação de nenhuma das casas do Oongresso,tal a sua injuridicidade e inconstitucionalidade.

Referiu-se o nobre Deputado Norton Macedo que a lei teriacriado o Escritório Oentral de Arrecadação e Distribuição. Ooma devida vênia, permitimo-nos entender que o art. 115 da Lei n.o5.li83 não criou esse ECAD, mas, sim, determinou que as associa­ções o criassem, Não há criação de um órgão que não seja frutoda sua formação orgânica, da sua organização.

Disse o eminente representante do Paraná, nesta Oasa, queo Oonselho é tão importante que a ele podem ser outorgadas outrasatribuições, além das previstas em lei, mediante decreto.

Entretanto, o que nos parece certo é que o decreto somentepoderá conferir outras funções, desde que tal outorga possa veri­ficar-se através de decreto e não quando para tanto seja neces­sária uma lei ou uma alteI'ação constitucional.

:Ê no próprio discurso, a que nos estamos referindo, que estáconfirmado que o Oonselho promoveu convênio com o SERPRO,já em execução, para permitir a instalação do novo sistema dearrecadação e distribuição que a Lei n.o 5.988 diz ser de compe­tência dD ECAD. NDte-se que, por este convênio, caberá ao Minis­tério da Educação e Oultura pagar os preços dos serviços, comdotações de seu orçamento, enquanto que tais despesas represen­tam encargos da associação privada pelo EOAD.

Está, pois, havendo, além de invasão de atribuções, uma ina­dequada aplicação de recursos financeiros do Erário Público emfavor de particulares, sem a necessária autorização legislativa.

A incontida vontade de colaborar, além da divisão do que acada um concerne dentro da estrutura social, que o Conselho g:eroua figura de um Superintendente governamentalmente escolhidopara gerir os negócios de uma entidade associativa particular defins não lucrativos.

:Ê, ainda, do ilustre Deputado Norton Macedo a afirmação deque o novo sistema a ser implantado não trará consigo nenhumamácula de improviso e, sim, de coisa bem pensada, bem estudada,bem planejada.

Ufana-se, por um lado, o Conselho, de ter baixado três impor­tantíssimas resoluções sobre uma matéria que os senhores conse­lheiros nunca dantes haviam participado ativamente, dentro deum prazo curtíssimo. Nisso parece existir inconciliável diversifi­cação de comportamento, Para baixar resoluções a improvisaçãoé admissível, para pôr em funcionamento o sistema, será precisocoisa bem pensada. bem estudada, bem planejada.

Cabe a indagação aos senhores técnicos responsáveis não pelalei, porque desta cuidamos nós, do Congresso e Poder Legislativo,mas responsáveis por atos administrativos, cujas normas jamaispodem ir além da porta das miudezas burocráticas.

Reportou-se o Deputado Norton Macedo a um inquestionávelpoder atribuído ao Oonselho para que este fixe a cidade, a serescolhida pelos membros da associação privada ECAD, para nelaser estabelecida a sua sede.

Muitos conceitos têm sofrido severas interpretações ampu­tadoras das garantias individuais. mas essa atitude de um Con­se'ho de cinco membros poder impor sede a uma associação civll e,mais, nOGem bem. Srs. Deputados. deteI'minar, mandar, fixar nor-

mas in9-uestíonáveis, usar de delegação de poderes deferidos emconseqüência de competência atribuídas por transferências etc,etc, para acabar dizendo que quem vai dirigir uma as~ociacão pri­vada não são os seus associados, mas sim cônsules, representantes,procuradores ou prepostos de um dos membros desse Conselho ­por sinal o mais proeminente deles, o seu Presidente - não éaceitável, não é compatível sequer com o pensamento dos supe­riores hierárquicos daquele colegiado que' deveria rezar com maishumildade a cartilha da propriedade intelectual e do direito civil.

Não se trata, Sr. Presidente, de debater se as sociedades queexistem são boas ou más, eficientes, ou deficientes. Para aprimo­rá-las, para consertá-las é que foi promulgada a Lei n,o 5.983. Oque caberia seria processar - para isso é que são feitas as leisaqueles que não tivessem tido comportamento adequado.

O que fez o Oonselho durante todo eSse tempo em l'elacão àfiscalização efetiva, à coibição daquilo que o Deputado NortonMacedo diz existir? Calou o Oonselho? Oonsentiu o Oonselho?Perdoou? Tudo por delegação da lei? Ou será que com um tal pro­cedimento procurou barganhar o silêncio pela subserviência?

A resposta a esses destrilhamentos por certo será dada peloPoder Judiciário, que em sucessivos manclados de segurança con~

cedeu liminares contra os atos do Conselho.

° Conselho até hoje não respondeu às críticas formuladaspor dois primorosos artigus do jornalista J. Pereira, íntegru e pro­fundo conhecedor da matéria de direito autoral, com uma dasmais brilhantes folhas de serviços pres,~ados à cultura e à admi­nistração pública. Dois foram os artigos publicados no jornal OEstado de S. Paulo, nos quais são demonst.radas as incongruênciasjurídicas da Resolucão n.O 1 do Oonselho Nacional de Direito Auto­ral. A resposta que nos traz o Deputado Norton Macedo não resisteàs questões suscitadas de forma objetiva e frontal.

Com todo respeito, suas palavras são portadoras de explicaçõesde caráter unicamente subjetivo. Estão repletas de indicações depropósitos, de intenções, são verdadeiras Iiligranas, de boa lavra,por certo, a contornarem o âmago da questão.

Com a humilde e sincera vontade de contribuir para que seaperfeícoe a proteção propriedade intelectual, sem qualquer arra­nhão ao direito constitucional e às leis vigentes, para que o nossoGoverno, para que o nosso Pais não venba a sofrer, nesse setor,desagradáveis conseqüências e para que não fique deslustrada anossa inteligência jurídica de rica tradição, apelamos aos juristasda Nação, e principalmente àqueles que assessoram os maís ele­vados niveis do Poder Executivo, para que as suas vozes cultas eponderadas se façam ouvir pelos setores ole graus inferiores - oOonselho Nacional de Direito Autoral é órgáo de 2.0 grau - e paraque os arroubos e açodamentos, a ânsia de agir e de dominar, desuperintender e legislar por via de normas administrativas, cedamlugar ao descortínio, à mente aberta às ponderações de todos osinteressados e mais afeiçoados à matéria e não apenas àqueles queestiverem engajados no mesmo grupo ou no mesmo círculo deamizade com apenas parte dessa boa gente cantadora e boêmia,inteligente e criativa, muitas vezes irreverente e poucas vezes in­conseqüente e irresponsável, que forma a coletividade dos compo­sitores brasileiros.

Era o que tinha a dizer, Sr. Presidente.O SR. .JOEL LIMA (MDB - RoT. Pronuncia o seguinte discurso.)

Sr. Presidente. entre as medidas preconizadas pelo Governo,visando à economia de combustível, foi aventado o escalonamentodos horários de trabalho, com o fim de aproveitar-se mais racio­nalmente o transporte coletivo, nas grandes concentrações urba­nas.

A questão deve ser aueJisada sob o ponto de vista do interessepúblico e sob o aspecto do interesse do trabalhador e da sua cate­goría.

Ao ângulo do interesse público, importa saber se a questão éde tal relevância. na sua projeção em beneficio social, que justi­fique a implantàção da diversificação de horários de trabalho,respeitados os direitos dos empregados.

Vista do lado do empregado, a diversificação há de ser evitada,sempre que lhe acarretar prejuízos. As normas legais e convencio­nais, ou coletivas de trabalho, dado o seu conteúdo eminentementesocial, são consideradas públicas, de interesse público, ou de ordempública.

Logo, a medida preconizada, ainda que se justifique, somentepode ser tomada e efetivada em harmonia com o interesse dos tra­balhadores, cujos direitos devem ser respeitados. Sob o aspecto ~ointeresse social, nenhuma providência, que importe em alteraçaoda vida da cDmunidade, não pode ser tomada de modo unilateral.

A incolumidade do contrato de trabalho, frente às alteraçõesdo horário da atividade da empresa, há de consubstanciar-se, es­pecialmente. nos seguintes pontos: respeito à jornada de trabalhodos empregados, mantendo-se a sua duta<;ào habitual; inaltera-

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1824 Terça-feira 1ft DIARlrO DO CONGRESSO NACIONAL <Seção n Abril de 197'1

bilidade dos salários, ainda que a jornada seja reduzida; concilia­çã,o com os interesses do empregado fora do emprego, como ativi­dade cultural e educacional, outra atividade remunerada etc.

O que não se pode admitir é que o trabalhador, mais umavez, venha a carrl'gar sozinho os ônus da política de distribuiçãodos transportes coletivos em horários diversificados, como ocorreucom a política salarial implantada no País a partir de 1965. Osempresários devem suportar, também, esses ônus.

Lembramos que qualquer medida governamental não pode, implicar em retrocesso das condições de traba1l10, eis que a Cons­tituição preconiza o principio normativo do progresso social, noseu artigo 165, caput, que diz: "A Constituição assegura aos traba­lhadores os seguintes direitos, além de outros que, nos termos dalei, visem à melhoria de sua condiçã.o social."

Igualmente, diz a Constituição que a ordem econômica e socialtem por fim realizar o desenvolvimento nacional e a Justiça Social,com base na valorização do trabalho como condição da dignidadehumana, na função social da propriedade, na harmonia e solida­riedade entre as categorias sociais de produção e na expansão dasoportunidades de emprego-produtivo (artigo 160, incisos TI, ITI,IV e VI), Opinamos no sentido de que todos esses princípios cons­titucionais hão de ser observados, rigorosamente.

Finalmente, só em harmonia com os interesses e os direitosdos trabalhadores o escalonamento de horários de trabalho podeser admitido. Caso contrário, deve ser rejeitado pelo Sindicato.

Aliás, os Sindicatos das diversas categorias de empregadosdevem ser chamados para compor a Comissão que estudará o as­sunto, sob pena de grave omissão da Autoridade Pública.

É a nossa opinião.() SR. ANTôNIO BRESOLIN (MDB - RS. Pronuncia o se­

guinte discurso.) - Sr. Presidente e Srs. Deputados. esta Casatem registrados em seus Anais os reiterados pronunciamentos quefiz contra o confisco cambial da soja. Mais de uma dezena devezes alertei o Governo contra a odiosa medida, prejudicial aosprodutores e à economia dos Estados que produzem soja.

Enquanto esta oleaginosa não valia nada, enquanto era ven­{lida a preço vil, com graves prejuízos para os granjeiros e (',010­

nos, ninguém se lembrou do confisco. Agora, que o produto passoua ter preço compensador, possibilitando inclusive aos produtoresse ressarcirem dos prejuízos sofridos com a safra de trigo, o Go­verno estabeleceu o confisco.

Os resultados danosos da medida não se fizeram esperar. Equem presta esta informação é o próprio Secretário da Fazendado· Rio· Grande do Sul. Ei-la:

"CONFISCO DA SOJA DEU PREJUíZO DECR$ 95 MILHOES

O confisco cambial de sete por cento sobre as exportaçõesde soja causarão ao Rio Grande do Sul uma perda decerca de Cr$ 95 milhões na arrecadação do ICM, sem con­tar com o fato de que deixará de circular no Estado umaquantia em torno de Cr$ 1,3 bilhão.A informação foi dada ontem pelo Secretário da Fazenéladaquele Estado, Jorge Babot d.e Miranda. que acrescentoujá ter falado com o Ministro da Fazend.a, Mário HenriqueSimonsen, sobre isso e o mesmo fez uma promessa no sen­tido de conceder aos Estados produtores de soja uma in­denização, compensando, assim, a perda provocada peloconfisco.

Bevolução do ICM

- Essa indenização - adiantou - poderia ser efetivadaatravés da devolução, pura e simples, do valor do ICM nãoarrecadado, havendo também quem defenda a possibili­dade de se aumentar a aliquota, o que resultaria num au­mento de cerca de Cr$ 0,75 no preço do produto para oconsumidor."

Sr. Presidente, o pior é que a promessa do Ministro Simon­sen, de conceder indenização aos Estados produtores de soja se­ria tendo em vista o aumento da alíquota do confisco. Ora' istorepresentaria um aumento de cerca de Cr$ 0,75 para o consumi­dor e mais um golpe contra o produtor.

Que espécie de estímulo ao produtor é este que faz o Governo,­através de processos desta ordem? Como se falar em aumento daprodução se o produtor continua sendo o bode expiatório? Por que{) Governo" em lugar de se louvar nos dados cabalísticos dos tec­nocratas, não busca exemplos em outros paises? Por que não se­gue o exemplo dos países vizinhos, Uruguai e Argentina, ou dosEUA, do Canadá e de Israel? Até quando continuará sendo- ado­tada está política, tão prejudicial aos produtores e à própria eco­IWmia. nacional?

o Presidente Geisel, que vem dando louvável apoio à pesquisae à genética, que faça o mesmo em relação aos produtores. OShomens que trabalham, que produzem a riqueza da Nação, ficarãogratos a S. Ex.a , e a economia do País será permanentementefortalecida.

O SR. NOSSER ALMEIDA (ARENA - AC. Pronuncia o seguin­te discurso.) - Sr. presidente, Srs. Deputados, o Programa deCrédito Educativo, que já no ano passado deu resultados bastanteposit.ivos, está sendo intensificado neste ano pelos setores espe­cializados do Governo Federal no sentido de tornar a educaçãouniversitária ao alcance de um número cada vez maior de estu­dantes.

Ao invés da doação, que muitas vezes avilta ou não atingeos fins para os quais se destinava, o Governo Federal criou, como sistema de financiamento dos estudos universitários, um pode­roso incentivo para o desenvolvimento das capacidades pessoaisde cada estudante que se beneficia do plano, com responsabili­dade de regresso desse financiamento após o ingresso na vidaprática.

Assim é que no Rio de Janeiro, por exemplo, Sr. Presidente,a Caixa Económica Federal enviou recentemente para as Facul­dades das diversas universidades particulares os contratos dosestudantes que foram aprovados, para a obtenção imediata dofinanciamento para pagamento das anuidades escolares ou dasbolsas de manutenção, conforme o caso. Esses contratos, que de­verão ser assinados até o dia 25 deste mês, serão homologadosmedíante a prova de que o aluno está efetivamente matriculado.

Se o aluno aprovado para a obtenção do financiamento ját.iver pago taxa de matricula (como é óbvio) ou alguma mensa­lidade, a quantia correspondente será enviada à Faculdade parao devido e imediato reembolso. No ato da assinatura do contrato,os alunos já receberão as mensalidades referentes aos meses demarço e abril. O restante será pago posteriormente.

De acordo com o que informou publicamente a Coordenaçãodo Programa de Crédito Educativo da Caixa Econômica Federal,só no Rio de Janeiro foram concedidos 23.847 financiamentos, àbase de Cr$ 680,00 mensais, num total de 10,258 cruzeiros parabolsas de manutenção e de 13.589 cruzeiros para anuidades esco­lares. Como é de praxe desde o ano passado, no ato da assinaturado contrato o aluno ir.dica o Banco de sua escolha para a efeti­vação da operação. Como se sabe, o aluno contemplado com essetipo de incentivo do Governo Federal só começará a devolver oempréstimo, com juros módicos e correção monetária, um anoapós concluido o seu curso e desde que esteja exercendo a pro­fig,gão para a qual se diplomou na Universidade. tendo para pagaro mesmo prazo que teve para o curso superior completo, com ga­rant.ias reais. para a Caixa Econômica Federal, de que e:!'etiva­mente fará isso.

Qualquer tipo de educação, e em qualquer grau, Srs. Depu­tados, é um investimento para o futuro, investimento esse que,fatalmente se torna gratificante, não só para o individuo que seeduca, como para a comunidade que promove sua educação. É,pois, com bastante júbilo, fervente de brasilidade, que cumpri­mento o Governo Federal mais uma vez, pela adoção de tão inte­ligente política, no amparo dos que desejam cursar a universi­dade, mas não têm suficientes recursos para isso. O que acon­teceu no Rio de Janeiro por certo é uma amostra do que deveestar acontecendo no País todo, neste início de ano escolar. Acolheita desse plantio será, por sem dúvida, abundante, no de­senvolvimento ainda maior da cultura bra.sileira.

Era o que tinha para dizer, Sr. Presidente.O SR. ANTõNIO ~10TA (MDB - RJ. Pronuncia o seguinte dis­

curso.) - 8r. Presidente, 8rs. Deputados, representante, nestaCasa, da Baixada Fluminense, uma das áreas mais carentes donosso País, não posso deixar de enfatizar, todas vezes em que as­somo a esta Tribuna, a necessidade de uma ação conjunta dosGovernos municipais, estadual e federal. no sentido de melhoraras condições de habitabilidade, transporte, saúde, educação e se­gurança daquela sofrida e marginalizada população, a partir dasolução de seus problemas econômicos.

Hoje, é meu desejo focalizar um desses problemas cruciaisque infernizam diuturnamente a vida dos moradores da BaixadaFluminense de modo geral e, em especial, a dos moradore,g doMunicipio de Nova Iguaçu. Trata-se do abastecimento de águaàquela população.

Para chegarmos ao àmago da questão, entretanto, Sr, Presi­dente, é necessário rJue antes façamos um breve histórico, de­mOllstrando, em primeiro lugar. até onde a riqueza natural deuma região - riqueza essa que deveria ser revertida em beneficiode sua população - é totalmente transferida para fora de suasfronteiras, permitindo que outra comunidade tenha o privilégio.de usufruir, só porque tem maior potencial econômico, de um bemque não lhe pertence. Para esse breve histórico, Srs. Deputados,vamos nos reportar ao ano de 1875 - portanto, há mais de umséculo.

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Abril de' 1977 DIARIO DO CONGRESSO NACiONAL (Seção I) Terça~feira 19 182IJ

Naquele ano, o Governo Imperial, dada a carência de ma­· nanciais na antiga Corte, aprovou um plano de obras para o, abastecimento de águas da Capital, pelo qual essas águas seriamcaptadas na então Província do Rio de Janeiro, precisamente nosmananciais da Serra do Tinguá, localizada em território iguaçua­no, onde seriam recolhidas em grandes reservatórios e depoIs dis­tribuidas a reservatórios menores na Capital do Império. Paraesse fim, em abril de 1876, o Governo Imperial, através do Minis~

tério da Agricultura, Comércio e Obras Públicas, assinou contratocom uma firma inglesa para a captação da água na Serra doTinguá, bem como para a construcão de uma ferrovia de emer­gência, a qual se chamaria "Estrada de Ferro Rio d'Ouro", cujosramais foram infelizmente extintos por ordem do Governo Fe­deral, não faz muito tempo. Nessa primeira fase, foram captadase aduzidas para a cidade do Rio de Janeiro as águas dos riosd'Ouro e São Pedro.

Entre fins do século passado e inícios do século atual, Sr. Pre­.sidente, novas captações foram feitas, com o aproveitamento daságuas dos rios Tinguá, Boa Esperança, Xerém e Mantiquira. Taisaduções, 81's. Deputados, culminaram com o brilhante e históricofeito do maior dos engenheiros brasileiros de todos os tempos, ofabuloso Paulo de Frontin, que, em apenas seis dias e utilizando'calhas de folhas de zinco, tubos e valetas, conseguiu, em caráterprovisório, transferir para o Reservatório de Barrelão mais de 16milhões de litros de água para o abastecimento da cidade do Rio'de Janeiro. Essas captações, em seu conjunto, levaram o nome' de"adutoras pretas", assim chamadas em virtude da cor da tubu-

'lação de ferro fundido, pintadas de pixe para proteção contra acorrosão. Essas adutoras permitem abastecer a cidade do Rio deJaneiro com cerca de 240 milhões de litros de água diários.

, Em 194B, o antigo Distrito Federal. ampliando mais uma vez,· 'face à carência já evidenciada, seu sistema abastecedor de água,necessitou de recorrer a novas fontes de abastecimento. E ondefoi o Rio de Janeiro buscar essas novas fontes de abastecimento?No rio Guandu, no Município de Nova Iguaçu. Ali foram instaia~

das as tomadas de água, as estações de tratamento e tudo o maispara fazer funcionar a primeira adutora do Guandu, cujas tubu­lações se estendem pOl' 6 km em território iguaçuano, levando aoantigo Estado da Guanabara 380 milhões de litros de água diários.

Como é fácil observar, 81'. Presidente e 81'S. Deputados, assoluções para o problema do abastecimento de água que aflige acidade do Rio de Janeiro foram encontradas, sempre, nos riose mananciais que se situam no Município de Nova Iguaçu, sem·que desses benefícios pudesse até agora participar, em escala com­pativel com suas necessidades, a população iguaçuana. Para sermosmais preciso, é necessário informar que a única sangria existentenas chamadas "adutoras pretas" para abastecimento de NovaIguaçu foi feita na segunda década deste século, na estação deHeliópolis da extinta Estrada de Ferro Rio d'Ouro, e tinha apenas4 polegadas de diâmetro.

Quanto às iniciativas da municipalidade iguaçuana para oabastecimento de sua própria população, referimo-nos em pri­meiro lugar a um plano elaborado na primeira metade da décadade 30, para o aproveitamento das águas da Cachoeira dos Cabo­clos, situada na serra do mesmo nome, um dos contrafortes da.Serra do Tinguá. Como as necessidades, entretanto, já eram cres-·centes àquela época, o Governo Municipal promoveu a captaçãodas águas da cachoeira denominada "Dona, Eugênia", próximaao Bairro Caonze, substituindo o aproveitamento feito anterior­mente pela Estrada de Ferro Central do Brasil. Embora se tratade representamento de pequenas proporcões, localizada em parteestrangulada do vale - e, por isso mesmo, não aproveitando opleno rendimento que a bacia oferece constitui-se, contudo,no segundo sistema adutor-distribuidor de iniciativa da munici­palidade.

Permanecendo deficiente o abastecimento à população semprecrescente, as autoridades municipais promoveram outras sangriasnas "adutoras pretas", visando a minorar a crise existente. Ao

'longo da antiga e extinta Estrada de Ferro Rio d'Ouro, por ondepassam tais adutoras, a própria população, carecendo desespe­radamente do precioso líquido, tratou de promover mais sangrias,além de aproveitar os freqüentes vazamentos. Essas sangrias,entretanto, Srs. Deputados, por mais freqüentes e maiores que

. sejam, sempre são insuficientes, em virtude de dois fatores pre­ponderantes: a perda da pressão das adutoras e o aumento sem­pre constante da população. A percl!a da pressão das adutorasse deve mais uma vez a interferência do antigo Governo do Estadoda Guanabara, que instalou as bombas da estação elevatória doAcari.

Cabia ao poder municipal de Nova Iguaçu a tomada de novasprovidências, principalmente em conseqüência do fabuloso au-

. mento de nossa população que, em virtude da febre dos lotea­mentos, se espalhavam por toda a nossa área municipal. Assim,nas 10calic1ades de Austim e Queimados, foram perfurados poçostubulares profundos, semi-artesianos, os quais vêm, ainda que pre­cariamente, abastecendo pequena parcela dos ceneros comerciais

dessas localidades. Em Japeri, antiga Belém, 6.° Distrito de Nova.Iguaçu, por se tratar de grande entroncamento ferroviário, a.EFCB promoveu, quando da construção da estação ferroviária, orepresamento e captação das águas da Serra de Belém, aduzindo­as à grande caixa d'água que se situava em seu pátio de mano­bras, onde eram abastecidas suas máquinas locomotivas a vapor,predominantes na época. Posteriormente, com a eletrificação daferrovia e conseqüente maior emprego de locomotivas a óleo, oconsumo de água por parte da Central dlminuiu de forma consi­derável, o que veio permitir ao comércio e aos moradores locaü~

utilizarem as obras remanescentes. Dessa captação, a própriaferrovia estendeu, ao longo de seu leito, um ramal adutor, paraabastecimento de uma sua subestação de força, localizada emEngenheiro Pedreira. Também ali e por meio de sangrias, partedo comércio local logrou abastecer-se precariamente de água.

Ainda em Japeri, Sr. Presidente, na mesma barragem cons­truída pela Central, a Prefeitura fez obras para a sua ampliação,objetivando a melhorar o abastecimento local, sem, contudo, tomaras providências necessárias, tais como: isolamento e desapropriaçãodo pequeno vale a montante das barragens, o que garantiria aproteção de suas nascentes contra a conta.minação e poluição daságuas, muito comum não só pela existência de moradores e s'eusanimais de criação a montante das, barragens, como tambémpelo desmatamento predatório.

Com a assinatura de um convênio entre a Prefeitura Munici­pal de Nova Iguaçu e a famigerada e de triste memória SANERJ,podemos afiançar que nenhuma outra iniciativa visando à amplia­ção dos serviços de abastecimento de água do Municípío foi to­mada. A empresa estadual limitou-se apenas à cobrança de tari­fas e à transformacão de seus escritórios regionais em "cabidede empregos" a apadrinhados políticos. .

Veio a fusão dos Estados do Rio de Janeiro e da Guanabarae assumiu o controle do abastecimento de água do novo Estadooutra empresa pública denominada CEDAE, a qual, segundoalguns otimistas, resolveria em pouco tempo esse antigo e angus­tioso problema da Baixada Fluminense. Muitas promessas foramfeitas, Sr. Presidente, mas até o momento presente somente foramfeitas melhorias parciais nos serviços de abastecimento existentesem Nova Iguaçu, especialmente nas localidades de Queimados eMorro Agudo, assim mesmo só depois que a Prefeitura iguaçuanase prontificou a fornecer à dita CEDAE material e mão-de-obrapara os serviços necessários.

Em suma, Sr. Presidente e Srs. Deputados, os variados siste­mas de abastecimento existentes em Nova Iguaçu - oitava cidadedo Pais em população - sistemas esses que incidem sangrias epoços semi-artesianos, atendem apenas e de forma bastante defi­ciente somente a cerca de 40% de nossa população. isto é, apenas480 mil dos 1 milhão e 200 mil habitantes que se estima que o mu­nicípio tem. Pergunta-se, pois: de que forma conseguem os res­tantes 720 mil habitantes suprir suas necessidades de tão preciosolíquido? Da forma menos adequada e mais primitiva e rudimentar:recorrem ao poço escavado a céu aberto, o poço comum de peque­na profundidade. conhecido como "cacimba"'. Na maioria dos ca­sos, tais poços são abertos a perigosas di,stáncias de valas de es­gotos sanitários, fossas e sumidouros, sem um mínimo de isola­mento protetor, ocasionando a constante eontaminacão de suaságuas, fato responsável pelo constante estado de disenteria da po­pulação e outros surtos epidêmicos, responsá.veis pela alta taxa demortalidade infantil da região, além de outros males. Não fazmuito tempo, 81'S. Deputados, de 24 mil exames fecais realizadosno Posto Sanitário de Nova Iguaçu de habitantes ce nossos bair­ros abastecidos com águas dos citados poços comuns, foram positi­vados 24 mil colibacilosos - isto é, 100%!

Com esta pequena, porém amarga, história, procuramos. Sr.Presidente, traçar o perfil de um Municipio brasileiro, por sinalMunicípio grande e importante, no que tange às deficiências deseus serviços de abastecimento dágua. O problema se resume nisto:embora a natureza lhe tenha sido pródiga, dotando-o de ricos ma­nanciais de puríssimas e cristalinas águas, paradoxalmente, po­rém, sua miserável e marginalizada populacão não tem o direito deusufruir desses mananciais. É a repetição da famosa fábula dolobo e do cordeiro: Nova Iguaçu fornece água ao Rio de Janeiro,pura e cristalina, e tem de se contentar em beber água poluída.

Não e nossa intenção, entre'tanto, como afirmamos no iníciodeste pronunciamento, ficar apena's nas denúncias. Conhecedorprofundo da região que representàmos nesta Casa, não temos omenor receio de apresentar soluqões, ou mesmo sugestões, pela vialegislativa. Temos certeza de qu·e, se essas sugestões forem levadasa termo pelas autoridades responsáveis pelo abastecimento de águado Estado do Rio de Janeiro a curto prazo, o problema se resolve­rá ou, pelo menos, será reduzida a carência do abastecimento deágua de ponderável parcela ela população iguaçuana.

Era o que tinha a dizer.O SR. CELSO BARROS (MDB - PlI. Pronuncia o seguinte dis~

curso.) - 81'. Presidente, Srs. Deputados, continuo a afirmar: o

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1826 Terça-feira 19 DIARIO DO CONGRESSO NACIONAL (Seção I) Abril de 1977

Nordeste é uma região cada dia mais marginalizada. Os órgãos pú­blicos criados para desenvolvê-lo e, em parte, resolver os seus pro­blemas agem e trabalham em funcão de interesses de uma mino­ria, economicamente fortalecida, sém que os seus benefícios atin­jam, real e diretamente, as populações PDbres.

A agricultura continua entregue a processos rotineiros e oagricultor, sem a assistência têcnica dispensada a outras ativida­des, não passa de um pária no quadro social.

O poder aquisitivo do nordestino não acompanha o ritmo doPDder aquisitivo das populações de outras regiões, o que significaestar o Nordeste empobrecendo de ano para ano, em termos rela­tivos, embora proclamem o contrário as estatisticas, manipuladasno interesse dos que realmente se b·eneficiam na região.

Os índices salariais são os mais baixos do País.O Imposto de Circulacão de Mercadorias beneficia os centros

industriais produtores, já" que os produtores originários da áreanordestina, além de desvalorizados são bastante limitados, à faltade incentivos e de meios fáceis de comercialização.

A Revolução de 1964 tem-se mantido indiferente a uma PDlí­tica objetiva em favor da recuperação do Nordeste e do processode sua integração na economia nacional.

Não é esta a oportunidade de trazer dados estatísticos paracomprová-lo.

As estatisticas, mesmo as reais, não são suficientes para des­pertar a sensibilidade dos governantes em face da situacão emque vivem cerca de trinta milhões de nordestinos, à margêm dasconquistas sociais, salvo uma minoria em função da qual tudocresce, tudo prospera, tudo vai para a frente.

Precisamos lutar para que o povo do Nordesi.e, na sua totali­dade, também vá para a frente: com a sua agriculGura, com a suapecuária, com as suas universidades, com os seus salários, com osseus padrões de vida, enfim, com tudo aquilo que se prende às ne­cessidades do povo.

É crime falar-se em justiça social pa.ra o Nordeste, Cheira acomunismo, e estão aí os que põem a ordem em lugar da justiça eclamam por uma espécie de segurança que despr-eza as forças eas garantias do trabalho. 11: a segurança inspirada na propriedade,sobretudo a propriedade imobiliária, de estrutura intocável e queresiste a qualquer tentativa de promoção social do homem nor­destino.

E o que é pior em face desse quadro é o senso de irrealismoque invade os relatórios oficiais.

Tomando com o ponto de referência o Piauí - Estado que re­pr-esento - o quadro de pobreza, de misfiria e de abandono é maisalarmante. E isso contrasta com os relatórios e mensagens oficiais,que vêm as necessidades do povo sob uma ótica falseada, comorecentemente ocorreu com a Mensagem do Governador Dirceu Ar­coverde, para o qual "no Piauí tudo é prioritário".

Quem ouve essa frase sente realmente um impacto. Não porconter verdades, mas por evidenciar distorcões. Os itens de suaMensagem - Atuação no Campo, Extensão Rural, Indústria, Edu­cação, Programa de Saúde, Promoção Social e Habitação - sãoindicações que não correspondem à nossa realidade, servindo maiscomo fórmula de propaganda oficial, para exaltar personalismos eindividualidades.

Só o exame da realidade brasileira pode desmascarar as mis­tificações dos que. servindo a pocuos. supõ,em estar a sevrico detoda a Nação. E dos que, ocultando as reais necessidades do' Paíse especialmente da região nordestina, estão comprometendo seria­mente o seu futuro e provocando contradições ainda mais profun­das no seu quadro social.

O SR. CÉLIO MARQUES FERNANDES (ARENA - RS. Pronun­cia o segunte discurso.) - Sr. Presidente, Srs. Deputados, o Gover­no tem manifestado preocupação com o alto índice de urbaniza­ção verificado nas últimas décadas. As cidades aumentam sua po­pulação significativamente, gerando a necessidade de volumososinvestimentos públicos para o atendimento de suas necessidadesbásicas: habitação, transporte, abastecimento, saúde, instrucão eoutros serviços essenciais. -

Na análise das migrações internas, dois asp-ectos devem serconsiderados: o êxodo positivo e o êxodo negativo. O êxodo posi­tivo é induzido pelo desenvolvimento industrial e da criacão denovos serviços, originando a necessidade de recrutamento de mão­de-obra no mundo rural B que pode ser automaticamente liberada,sem pro1?lemas sociais, em decorrência da mec3Lllização da agricul­tura. O exodo negativo. ao contrário, decorre das dificuldades queenfrenta o homem do campo para sua sobrevivência e que. comomedida de desespero, resolve migrar para as cidades, abandonar aterra, na busca de n>Jvas esperanças para si, para sua família epara o futuro de seus filhos.

Está universalmente provado que o êxodo rural é um fenôme­no populacional cuja intensidade cresce na m-edida em que os pai-

sos passam do estágio de subdesenvolvimento ao de desenvolvimen­to, pois a tecnologia agropecuária vai liberando, gradativamente,mão-de-obra do campo para as atividades industriais e servicos.Entretanto, quando essa migração assume o aspecto de fuga e· serealiza desordenadamente, em razão, apenas, da falta de condi­ções de trabalho no meio rural, ela se constitui em grave e penosoproblema social, que vai explodir nos grandes centros urbanos, for­mando o mundo dos mocambos e das favelas, onde impera a misé­ria, o vicio e o crime.

O êxodo negativo deve ser neutralizado na sua origem, atravésde programas governamentais agressivos dirigidos ao homem docampo, objetivando dar solução aos seus problemas tecnológicos,económicos e sociais. Ele necessita, tanto quanto o homem da ci­dade, de assistência técnica, médico-hospitalar, previdência social,educacional, transporte, crédito rural, energia elétrica, habitaçãoetc. Outro serviço que poderá contribuir para a redução das mi­grações internas é, sem a menor sombra de dúvida, o seguro rural,fator decisivo à manutencão da estabilidade sócio-econômica daempresa rural. '

O insucesso da Companhia Nacional de Seguro Agricola, háanos, não anula esta velha rBivindicacão do ruralista brasileiro eque :usufrui da informação de que esse serviço opera com plenaeficiencia noutros países. O programa de Garantia da AtividadeAgropecuária - PROAGRO, instituído em 1975, dá apenas soluçôesparciais ao problema. Entretanto, o Decreto-lei n,o 73, de 21 denovembro de 1966, determina que todos os financiamentos à agri­cultura e à pecuária deverão ser concomitante e automaticamentevinculados a um seguro rural. Conseqüentemente, tendo em vistaque o seguro rural, além de dar segurança aos investimentos rurais,contribui. também, para a minimização do êxodo rural, está com­provado plenamente o alto interesse sócio-econômico desta medidagovernamental.

O SR. SIQUEIRA CAMPOS (ARENA GO. Pronun-cia o seguinte discurso.) - Sr. Presidente, Srs. Deputados, aPETROBRÁS acaba de iniciar a publicação periódica do "BoletimInformativo aos Pal'lamentares". no intuito de manter o Legisla­tivo convenientemente informado sobre o seu desempenho, inten­sificando a troca de informacões Bntre a empresa e o Parlamento,a fim de que se torne mais profícua essa interação, em proveitodo País e numa deferência que pratica a harmonia entre os poderes.

O primeiro boletim, referente a março, contém informes pre­ciosos sobre os investimentos da maior empresa brasileira, a na­cionalização de equipamentos, o problema das indenizações, alémde dados estatísticos a respeito da exploração de jazidas e da pro­dução de óleo e derivados.

Verifica-se que a PETROBRÁS adicionou à economia do país,no ano passado, vinte e seis bilhões de cruzeiros, num crescimen­to equivalente a catorze por cento sobre o ano anterior, propician­do uma economia de divisas da ordem de um bilhão e 755 milhõesde dólares, com um acréscimo de vinte e um por cento em relaçãoa 1975.

Este ano, os recursos a serem investidos totalizarão mais de24 bilhões de cruzeiros, ou seja, superarão em mais de 56 por centoos de 1976.

Demonstra-se, ademais, o crescimento da nacionalização deequipamentos, em beneficio do nosso desenvolvimento tecnológicoe da liberação quanto ao dispêndio de divisas.

Verifica-se, por outro lado, que as atividades exploratórias, naplataforma continental e nas bacias terrestres do Alto e MédioAmazonas, do Rio Grande do Norte, da Paraíba, de Sergipe-Ala­goas, do Recôncavo e da Bahia, do sul do Espirito Santo, resulta­ram na abertura de 111 poços, 48 em terra e 63 no mar, ultrapas­sando em 35% o total obtido em 1975. Ao mesmo tempo, a empre­sa programa, para este ano, perfurações nas áreas de Touros, Pa­raíba e Pernambuco, prevendo a abertura de 96 poços.

Cresceu também a produção de derivados, em quase quatro porcento quanto ao gás liquefeito, em mais de treze por cento no quetange à nafta, em quase sete por cento quanto ao querosene co­mum, próximo de cinco por cento no querosene para jato, mais de13 por cento no óleo diesel, em mais de cinqüenta por cento emlubrificantes e em quase cem por cento em parafinas.

Congratulando-nos por esse desempenho, queremos reiterarapelo à PETROBRÁS, no sentido de intensificar as suas pesquisasno Grande Norte de Goiás, principalmente nas regiões do rio doSonho e do chamado Bico do Papagaio. Decerto a prospecção emn;giões consideradas de maior possibilidade não implica esquecê­las em vastas zonas intenoranas. Quanto maior a aplic.acão dassondas, nos vários pontos do território brasileiro, tanto mais pos­sível, senão provável, a descoberta de jazimentos, acelerando oprocesso, perseguido pela PETROBRÁS. do aumento da nossa pro­dução. no menor prazo de tempo possível, para que possamos li­bertar-nos da dependência externa e queimar etapas em nossoprocesso de desenvolvimento.

Era o que tinha a dizer, Sr. President."

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Abril de 1977 DIÁRIO DO CONGRESSO NACIONAL (Seção I) Terça-feira 19 1827

O SR. DASO COmmRA (ARENA - RJ. Pronuncia o seguintediscurso.) - Sr. Presidente, Srs. Deputados, registro, com pesar, ofalecimento do ilustre fluminense Walter Orlandini, que honrou avida pública da Velha Província como um de seus mais legitimosrepresentantes.

Convivi com Walter Orlandini durante longos anos, quandojuntos exercíamos mandato de Deputado Estadual.

Eleito com votos que lhe eram dados pelos eleitores de Niteróie São Gonçalo, voltava-se, entretanto, para o Estado do Rio deJaneiro como um todo, sem preocupações regionalísticas, que tan­tas vezes prejudicam a atividade política. Walter Orlandini sem­pre manteve um comportamento discreto, embora firme nas posi­ções que assumia, sem comprometer-se com a imoralidade, semvincular-se a movimentos escusos.

Na vida privada, foi modelo de c11efe de família exercendocom dignidade a titularidade em um dos Cartórios da Comarca deSão Gonçalo, onde sempre tratou as partes com lealdade e isenção.

Perdem os fluminenses um valor insubstituível, país emboraafastado das lides políticas e dos cargos públicos, Walter Orlan­dini mantinha-se presente aos acontecimentos, integrando a pai­sagem fluminense com o humanismo de sua figura singular.

Lamento esta perda e reclamo dos fluminenses um instante dereflexão, pois, aos poucos, Sr. Presid.ente, desapar·ecem colunasmestras da política de meu Estado, sem que se recomponham osquadros político-partidários com o surgimento de figuras igual­mente firmes, predestinadas para servir ao Estado, servindo aoPaís.

Reverenciando a memória d€ Walter Orlandini, me curvo anteos seus feitos e a luminosidade de sua trajetória, integrando ahistória do Estado do Rio de Janeiro.

Era o que tinha a dizer.O SR. JG DE ARAúJO JORGE (MDB - RJ. Pronuncia o

seguinte discurso.) - Sr. Presidente, meu pronunciamento denun­cia a emenda que altera os casos de inelebigilidade com um novoAI-5 incrustado à Constituição, integrando o c11amado "pacote" dereformas políticas do Governo.

O SR. ARY KFFURI (ARENA - PRo Pronuncia o seguintediscurso.) - Sr. Presidente, 8rs. Deputados, o sistema de interliga­ção telefônica no País, que só após a RevoluC}ão de 31 de Marçode 1964 passou a ser um fato real. proporcionou ao povo e à Naçãoo ensejo d·e uma verdadeira integração humana.

Dotada de um sofisticado equipamento eletrônico e com pro­fissionais altamente especializados, a TELEBRAS desincumbe-seplenamente da sua importante tarefa, que é a de garantir, peloar, a nossa comunhão social.

Desmembrado da antiga Pasta da Viação e Obras Públicas.hoje Ministério dos Transportes, o Ministério das Comunicaçõesestá desempenhando, especificamente. relevante missão. desta­cando-se, também, no plano estratégico, o que importa em valiosae imprescindivel colaboração à Segurança Nacional.

O Sr. Carlos Simas fora o primeiro titular do Ministério doasComunicações, no governo do Marechal Castel10 Branco, que ins­talou o regime revolucionário.

Nesta oportunidade, o Ministro Carlos Simas iniciara o ciclode uma realidade nova, adotando uma série de providencias desdehá Dluito reclamadas pelo País.

Viria, depois, no governo do Presidente Costa e Silva, o Sr.Higino Corsetti. estendendo-se a sua gestão ao governo do Pre­sidente Garrastazu MédicI.

Durante estes dois mandatos presidenciais. o Ministro dasComunicações Higino Corsetti desdobrou essa programação, pondoà prova o seu exemplar esforço cívico.

Já no governo do Presidente Ernesto Geisel, o Sr. EuclidesQuandt de Oliveira recebeu das mãos do S1". Higino Corsetti essaimportante Pasta, que hoje dá expansão máxima em suas ati­vidades.

O Brasil, antes doe 1964, não transcendia à condicão de umarquipélago demográfico, apresentando aspecto de uma ficçãogeográfica.

Graças às iniciativas dos go-rernos revolucionários, como noatual governo, nossa Pátria tornou-se conhecida de si mesma,consolidando os vínculos da união nacional.

Como representante do povo do Paraná nesta Casa do Congres-·so, posso dar o meu testemunho quanto aos benefícios que o meuEstado recebeu e ainda receberá.

Quero louvar a ação do Ministro Quandt de Oliveira que, comoseus antecessores, muito tem feito pOr nossa Pátria.

O SR. ALOíSIO SANTOS (MDC - ES. Pronuncia o seguintediscw·so.) - Sr. Presidente, 8rs. Deputados, trago a esta Casa a

denúncia de um fato triste e doloroso. Refere-se à falta de segu­rança e proteção aos internos do Hospital Colônia Adauto Botelho,em Cariacica.

Não é possível, Srs. Deputados, que aconteçam casos como oque aqui menciono, envolvendo a morte do jovem Elias Garcia.

Esses casos, que às vezes ocorrem com menor gravidade, sãooriginários da falta de segurança especializada para proteger osinternos daquele hospital.

Este nosso alerta tem como objetivo principal trazer à realida­de a deficiência lá encontrada. Com isso esperamos que as auto­ridades competentes tomem as providências que se fazem neces­sárias, minimizando o sofrimento de entes excepcionais.

Era o que tinha a dizer.

O SR. OSVALDO BUSKEI (MDB - PRo Pronuncia o seguintediscurso.) - Sr. Presidente, Srs. Deputados, Cidade Industrial,Santa Quintéria, Carmela Dutra, Novo Mundo e Vila Nossa 8en110­ra da Luz são bairros de Curitiba que há mais de um mês seressentem da falta de água. A região é servida pelo reservatóriodo portão, e a escassez se deve ao fato de a SANEPAR não teracompanhado o ritmo de crescimento da cl'dade, aumentando arede distribuidora, sem ampliar a capacidade de seus reservatórios.

Tais bairros se situam em regiões altas e distantes dos reser­vatórios. São povoados em sua maioria por gE·nte humilde, que nãopode ficar sujeita à falta do precioso liquido, pois já não sãomuitas as melhorias qUe beneficiam esse ponderável contigentepopulacional da Capital paranaense.

Não bastasse a falta mencionada. chama a atencão de todoso pouco caso. com que a SANEPAR trata o problema, desvirtuandode todo o conceito de serviço público eficiente: a autarquia sequeremite avisos. nas interrupções que sistematicamente ocorrem. Pa­radoxal esse tratamento, num verdadeiro desrespeito ao consu­midor. Foge aos principios elementares do correto relacionamentoque, ao que se supõe, deveria existir de parte da Companhia deSaneamento do Paraná para com seus usuários.

O que se vê, então, freqüentemente, s:io os carros-pipa abas­tecendo as indústrias. o comércio e as residências. ·estes em me­nor escala, sendo que as despesas ainda não são debitadas aousuário. O corte no fornecimento e o baixo fluxo de água obri­gam as empresas da Cidade Industrial a um verdadeiro racio­namento. Os transtornos se sucedem com a interrupção, pois,logo após a normalização do abastecimento, ama água não potá­vel chega à rede, obrigando as indústriM a fornecerem águamineral a seus empregados.

Vem sendo al1lillciado em Curitiba um plano de ampliaçãodo sistema de reserva de água. que passará de 77 milhões para142 milhões de litros. Mas os prazos para a conclusão destasobras, fixadas em duas etapas, julho próximo e janeiro de 1973.dificilmente serão cumpridos. As l'azões, seundo a SANEPAR, sãoos atrasos por parte dos fornecedores na entrega dos materiaisutilizados nestas obras.

Verifica-se que a administração municipal está atenta ao pro­blema, que afeta em especial aquelas regiões e que, igualmente,se faz sentir pela grande Curitiba. Ê preciso levar-se em contatambém o crescimento por que passa a nossa Capital, o queacarreta volmne sempre maIor de recursos nas obras de infra­estrutura. Deixamos claro, portanto, que llão nos interessa con­testar a obra do atual prefeito curitibano, destacar seus pontospositivos ou negatIvos. sua efiCIênCIa ou sua ineficiência. inte­ressa-nos, isto sim, o respeito à população. E este não vem pre­valecendo, pelo menos no episódio que estamos relatando à Casa.A nossa manifestacão é no intuito de que se corrijam tais fa­lhas, de que se préstem à população dos bairros prejudicados acomunicação e os esclarecimentos devidos.

Esperamos que o presidente da SENEPAH, Sr. Cláudio Ar~újo.tenha consciência de .que as satisfações exigidas pelos usuar103não devem ser sonegadas, principalmente por se tratarem deserviço público.

Era o que tínhamos a dizer.(DISCURSO DO DEPUTADO ANTUNES DE OLIVEIRA, RETI­

RADO PELO ORADOR PARA REVISAQ)

O SR. PEDRO LAURO (iVIDE - PRo Pronuncia o seguintediscurso) _ Sr. Presidente, S1's. Deputados, a divulgação do jogode xadrez não trem estado à altura de sua importância. A. exce­cão dos lampejos publicitários criados em conseqüência da atuaçãodo Grande Mestre Internacional Henrique Costa Mecking.muito pouco se tem feito em favorecimenco dessa modalidadeesportiva.

Recentemente, dada a série de partidas que foram disputadasem Lucerna suíca entre ·'Meq1.unho" e o russo Lev Polugaievski,pelas quart~s-cle~fi~nal do Torneio dos Candidatos. os jornais es­tão dando uma eficiente cobertura ao acontecimento. Mas elas

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11128 Terça-feira 19 DIARIO DO CONGRESSO NACIONAL (Seção I) Abril de 1977

se restringem aos esporádicos eventos ele que participou o nossoGrande Mestre.

O xadrez tem sido incluído no curriculum de Educacão Físicade algumas escolas superiores. Temos conhecimento d'e que osuniversitários aprovaram com sastifação essa oportunidade ofere­cida. Trata-se de uma modalidade esportiva que exercita sobre­maneira a inteligência humana, agilizando o pensamento dosseus praticantes. Com isso, facilita o raciocino do estudante paraas matérias básicas do seu curso.

As disputas entre jogadores de xadrez cêm característicasmuito interessantes. Sabe-se de partidas dispucadas com comu­nicações feitas d.' um País para outro através de lances enviadospelo correio; de particí:;Jantes que montam um verdadeiro la­boratório de análises. para determinar com eficiência os próxi­mos lances; de campeonatos internacionais em que na disputanão se joga tão-somente o prestigio do homem em si, mas dopróprio pais que defende. É um mundo emocionante. diferente,em que a inteligência humana sobressai-se sobre as demais vir­tudes.

No Estado do Paraná, a figura de um jovem acadêmico, JaimeSumiê Neto, vem se destacando na modalidade. Campeão bra­sileiro de xadrez, no ano de 1976. invicto, ele foi convocado,como representante da nosso País, a participar de dois torneiosinternacionais nos Estados Unidos: o Torneio "Alone Pine", naCalifórnia, e depois o de "Western Spen", onde se sagrou cam­peão competindo com os melhores enxadristas da atualidade.Se alcançasse determinado número de pontos no de "Alone Pine"poderia retornar com o titulo de jlf',8 re Internacional, o auelhe abriria a oportunidade de participar de outros torneios in­ternacionais.

Este é um fato pequenino que talvez pudesse passaL' cesper­cebido ou sem esta menção especial que fizemos questão de re­gistrar. Mas. em se tratando da pessoa de .Jaime Sumiê Neto.jovem simples e humilde, filho de gente trabalhadora e honesta,cabe aqui esta referência como um incentivo a esse moço e paraque o seu exemplo sirva como linha de conduto e tantos outros queprocuram os caminhos certos a serem trilhados.

Era o que tinha a dizer.O SR. SiLVIe ABREU JÚNIOR (I\fDB - ]\/(G. Pronuncia o

seguinte discurso) - Sr. Presidente. Srs. Deputados, parece quealguns Governos estaduais gostam de tratar os professores comoo tirano Dionísio dizia usar os seus amigos. à maneira de vasos:"Despejá-los. depois despedi-los". Espremê-los até a última gotae depois jogá-los fora, esvaziados de toda a substáncia.

Esse tratamento desumano parece desculpar-se no velho edesmoralizado brocardo. segundo o qual o magistério é pura esimplesmente um sacerdócio, missão de sacrificio para indiví­duos de eleição. sempre condenados à pobreza franciscana.

Mas o magistério é profissão seia exercida no servico público.mediante contrato trabalhista, ou sob a denominação de "pessoalcontratado", eufemismo com que algumas administracões esta­duais procuram elidir aquelas obrigações previstas tantci na Con­solidacão das Leis do Trabfllho, como no Estatuto dos funcio­nários Públicos Civis da União.. E, como todo profissional, o professor pode ser obrigado al11terr omper sua carreira afastar-se do trabalho por motivos desaúde, aposentadoria ou disponibilidade. '

Entretanto, o que vem ocorrendo em Minas com os Professorescontratados lembra o comportamento do tirano Dionisio.

Temos em mãos carta de um professor mineiro, que, depois dedez anos como contratado, lecionando principah11ente no segundograu, foi acometido de cardiopatia grave e, tendo requerido suaestabilidade, por sugestão de elementos da própria Secretaria daEducação, a fim de gozar os benefícios da ?posentadoria, viu in­deterida a justa pretensão pelo Diretor do Departamento de Di­reitos e Vantagens da Diretoria de PessoaJ, Sr. Ubirajara Ferreirada Costa.

Este foi um caso. outros semelhantes deverão estar ocorrendocom os professores contratados em Minas Gerais, que. depois deum decênio de servicos prestados à educacão. se vêem lancadosà rua da amargura, sem direitos à aposentádoi'ia e, normahl'íente,incapacitados para outras atividades.

A Previdência dos Servidores Públicos Estaduais, representadapelo IPSEMG IInstituto de Previdência dos Servidores do Estadode Minas Gerais), não atende com a plenitude de seus serviços os]:'rofessores contratados, limitando-se ao oferecimento de singelasconsultas médicas, sem qualquer outro benefício assistencial con­digno ou expressivo.

Por outro lado. os sofridos mestres da educação, dada a ver­darleira irresponsabilidade do Poder Público, encontram-se impe­didos de se filiarem ao INPS, do que emana situação verdadeira­mente insuportável, diante de qualquer enfermidade a que estãosUJeitos.

Tais desumanidades representam uma afronta às históricastradições do meu Estado, uma inominável injustiça à numerosae sacrificada classe dos educadores. Se o direito ao trabalho é.franquia inalier,ável da pessoa humana, também o trabalhadorÍ1Jcapacitado possui, universalmente reconhecido, o direito à apo­selJtadoria remunerada e aos demais beneficios tradicionalmenteassegurados.

Endereçamos apelo ao Prof. José Fernandes Filho, Secretárioda Educação de Minas Gerais, bem como ao Governador AurelianoChaves, no sentido de que mandem rever não apenas o processodo Professor João Vicente da Costa, mas, sobretudo, estabeleçamprovidências urgentes no sentido da concessão das garantias in­dispensáveis aos professores contratados pelo Estado de MinasGerais.

Era o que tinha a dizer.O SR. JOSÉ BONIFÁCIO NETO (l\IDB - RJ. Pronuncia o se­

guinte lliscurso) - Sr. Presidente, é sempre melhor conservar oque vem dando bons frutos na prática do que modificar. Isto ocorreno âmbito da atividade particular, como, especialmente, no campoda administração pública.

No meu Estado, um instituto dedicado à previdência dos fun­cionários é exemplo dessa verdade. Trata-se do atual IPERJ, resul­tante da fusão do IPEG do ex-Estado da Guanabara com o seucongênere do ex-Estado do Rio de Janeiro.

Tal órgão vive do dinheiro do servidor, isto é, daqueles setepor cento que são descontados dos seus vencimentos, emprestandoaos funcionários dinheiro arrecadado deles próprios. Deve perten­cer à órbita da Secretaria de Administração, como ocorre com osdemais Institutos de Previdência de Servidores dos Estados.

Ora, o IASERJ, que se encarrega da assistência ao servidor,e que vive da arrecadação correspondente ao desconto de doispor cento dos seus vencimentos, faz parte da Secretaria de Admi­l1:stração. E por que isto? Precisamente porque a sua atividadeestá ligada ao pessoal, no setor da assistência. O mesmo trata­mento deveria ser dispensado ao IASERJ, que se destina a cuidarda previdência do pessoal.

Quem acompanhou a existência do antigo Estado da Guana­bara há de recordar-se, com. saudade, do ponto alto que atingiuo IPEG, sob a tutela da Secretaria de Administração. Tudo o quese referia a pessoal estava unificado sob uma única orientação.

Agora o IPERJ, estranhamente, acha-se vinculado à Secretariade Finanças, estando sua arrecadação pL'esa, jungida. à da caixaúnica de todas as arrecadações dos órgãos estaduais. Esquece-se,assim, a posição "sui generis" dessa entidade.

Estão prejudicados os servidores, que vêem os seus beneficioscolocados sob orientações diversas.

Cogita-se, Sr. Presidente, de alteração administrativa semrazão de ser, ditada por essa insondável tecnocracia, sem vivênciada realidade e dos problemas do dia a dia.

Os servidores do meu Estado estão em luta por seus direitos,em defesa daquilo que constitui patrimônio seu. Já pleitearam emcongresso de servidores públicos a volta à orientação anterior, quetantos resultados positivos ofereceu. Estão em campanha ordeirade esclarecimento.

A Secretaria de Administracão tem-se esforcado - é inegável- no sentido de corrigir distorções e de melhorár as condições deassistência aos funcionários. Pena não lhe esteja afeto o setor daPrevidência, o que só poderia vir em favor dos sofridos servidores.

Deixamos aqui a nossa palavra de alerta, a fim de que secorrija a atual orientação, que representa uma anomalia.

O SR. ULYSSES GUIl\IARAES (MDB - SP. Pronuncia o se­guinte discurso) - Sr. Presidente, Srs. Deputados, faleceu em SãoPaulo um homem raro, porque era um bom e porque colocou suafortuna a serviço das artes do Brasil. Creio que tal conceituação re­sume a biografia de Francisco Matarazzo Sobrinho. Bastaria re­cordar a instituição da Bienal, consagrada mundialmente, paraque se justificasse a homenagem do Congresso Nacional à memoriade seu instituidor e grande financiador.

Profiro breves palavras, mas enalteço sua longa e útil vida.Meu principal objetivo é que o nome de Francisco Matarazzo So­brinho figure no panteão das grandes figuras da República, ficandoimortalmente registrado nos Anais do Parlamento de sua Pátria.

O SR. PRESIDENTE (João Lillbares)

V - Passa-se ao Grande Expediente.

Tem a palavra o Sr. Aleir Pimenta.

O SR. ALCIR PIMENTA (MDB - RJ. Pronuncia o seguinte dis­ClUSO) - Sr. Presidente, Srs. Deputados, mal a bola rolou em cam­po, o Deputado Célio Marques Fernandes, ex-Prefeito de PortoAlegre, surpreendeu a defesa adversária com um gol espetacular,

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Abril de 1977 DlARIO DO CONGRESSO NACIONAL (Seção I) Terça-feira 19 1828

saudado estrepitosamente pela escassa torcida presente no Clubedo Congresso.

Era a "revanche" entre a ARENA e o MDB, que, para ameni­zar as asperezas e as cicatrizes das disputas de plenário, haviamtransferido para o campo de futebol as suas divergências ideoló­gicas, o que motivou a realização de duas pelejas entre aquelasagremitações políticas, vencidas ambas pelo MDB, apesar do en­tu",iasmo inicial da representação governista.

Após o jogo, a revista "Manchete" recepcionou as equipes comum almoço em suas instala<;lões, a que compareceram parlamenta­res e outras autoridades, entre as quais o Embaixador da Austrália,comcidentemente colocado entre os Deputados Célio Marques ]!'er­nandes e Mário Mondino, arenista do Rio Grande do Sul.

Finda a desejada confraterniza<;lão entre os congressistas, aconversa tomou rumo internacional, tendo alguns companheirosDoSSOS acompanhado interessadamente o entusiasmo com que Mr.Robert John Kelso, Embaixador australiano, falava sobre seu país,concluindo por dizer do encantamento e da honraria com que ogoverno e o povo australianos receberiam uma delegação de con­grE'ssistas brasileiros, que seria a primeira a visitar aquela grandenação. Aceito extra-oficialmente, o convite deveria ser formalizadol'espectivamente à Presidência da Câmara e à do Senado, que de­cidIriam não só da possibilidade, senão também sobre a composi­çao da representa<;lão parlamentar, que faria uma viagem de in­tercâmbio cultural.

Poucos dias depois, convocado, compareci ao gabinete do Se­nador Magalhães Pinto, Presidente do Congresso Nacional, dequem recebi honroso convite para integrar a comitiva de parla­:rnentares, composta pelos Deputados gaúchos Mário Mondino,Norberto Schmidt, Célio Marques Fernandes, todos da ARENA, eamda Antonio Rosa Flores e Amaury Müller, ambos do MDB. Inte­gravam, também, a delegação patricia os Deputados Ademar Ghisie Wilmar Dallanhol, da ARENA catarinense, e mais Antonio F'lo­réncio de Queirós, governista do Rio Grande do Norte. Seria eu,portanto, um dos emedebistas e o único carioca a participar daviagem, assentada para 27 de setembro.

Demo-nos, então, aos preparativos: publicações e dados sobreo Brasil, contatos com as embaixadas, roupas, dólares, tudo, enfim,que se fazia necessário a uma viagem que se prenunciava altamen­te ilustrativa e proveitosa.

Poucos dias antes da partida, o Sr. Embaixador da Austráliahouve por bem oferecer, em sua residência, um jantar aos in1>e­grà.ntes da delegação. Tivemos, então, grata surpresa: Mr. R9bertJonn Kelso convidara outros Embaixadores para a recepçao, oque não só a abrill'lantou, mas também mudou o rumo dos acon­tecimentos, uma vez que fomos também convidados a visitar outrospaises, estendendo-se a viagem ao Japão, China, índia, Grécia eItália, o que corresponde a dar uma volta completa ao globo ter­re~tre, em aproximadamente 100 horas de vôo, viajando em algunsdos mais modernos aviões do mundo.

A empolgação era geral. Através do Itamarati, o Governo Br~­

sileiro deu-nos toda a assistência, o mesmo ocorrendo em rela<;laoàs Embaixadas.

Finalmente, a partida, pela VARIG, que nos levaria confortá­vel e cordialmente até Lima, no Peru, onde chegamos às 15:30horas, hora de Brasilia, depois de sobrevoarmos por alguns minu­tos o lago Titicaca, cuja beleza nos encheu de admiração.

Do aeroporto ao centro da cidade, impressionou-nos a paisa­gem sem vida de morros praticamente sem vegetação, acinzentadose nus, como se o fogo estivesse atingido, não só matando-lhes overde, mas também impregnando os arredores de um tom cinzen~o

que domina tudo, até a rarefeita vegetação circunjacente.

Um casario pobre e inacabado prevalece de um lado e deoutro, lembrando muito os nossos famigerados loteamentos, dosquais se distingue apenas num ponto: as casas não têm teto.É que em Lima chove muito pouco, passando, às vezes, três anossem cair uma só gota dágua. Dessa anomalia climática há marcaspor toda a cidade, que é triste, Índios civilizados pelas ruas e pelos:nrabaldes, vida sofrida. Na área comercial, muitos carros de tr~L­

dicionais marcas estrangeiras.

Nas construções antigas, predomina o estilo espanhol, comsacadas de madeira trabalhada e envernizada em quase todos osprédios, em sua maioria baixos e maltratados.

O trânsito é mais desordenado que intenso, e os motoristas pa­l'ecem não cuidar muito dos perigos a que nos expõem, falando umcastelhano mesclado de expressões nativas, que muito dificultam acompreensão.

Ao lado dessa pobreza, deparamos templos suntuosíssimos,cUJo interior imita a magnificência das famosas igrejas da Bahia,impressionando-me a compenetração da assistência que acompa­nllava um ato religioso.

Tendo chegado a Lima num sábado, nenhum contato com omundo oficial foi possível, ficando para domingo de manhã a vi­sita à parte nobre da cidade, realmente muito bonita, com lindasrel>idências e bom comércio, chamando-nos a atenção a presençade carros fabricados no Brasil à porta de algumas casas, o que ­assegúram - revela prosperidade em relacã,o ao perímetro centralda cidade. -

Dada a falta de tempo, deixamos de visitar Cuzco, de que nosdisseram maravilhas, e partimos domingo à tarde para o Tahiti,perdido em pleno Pacífico, a dez horas de vôo de Lima. Durantetodo esse tempo sobre o oceano, a viagem não apresentou a míni­ma anormalidade, embora o tratamento a bordo estivesse longede competir com o da nossa VARIG, que não só nos cumulou detlJdas as atenções, servindo-nos o melhor, mas também foi impe­caveI no atendimento a todos os passageiros, unânimes em louvar­lhe o serviço, o que seria, mais tarde, opinião geral nos paises quevisitamos, onde aquela empresa aérea desfruta merecido conceito.

Ao Tahiti chegamos pela madrugada, mais mortos que vivos,como se diz hiperbolicamente. O aeroporto estava quase deserto,apenas algumas nativas insistiam em manter a tradição de ofe­recer o internacionalmente famoso colar de flores.

Foi dificil conseguir táxis para todos, o que retardou a nossachegada ao 'Holiday Inn", uma pousada perdida entre árvores,num recanto bucólico da ilha, estrategicamente preparada paraviver do turismo, o que a torna tão aprazlvel quanto despendiosa,habitada, em sua totalidade, por nativos e franceses, todos sob odomínio destes.

Papeete, a Capital, tem um comércio apreciável, muitas lojas,grande variedade de roupas e eletrodomésticos, muita coisa típica,inÍlmeros produtos de clima tropical no setor alimentício, peixes,legumes e frustas sobrando pelos mercados, paisagem entremeadade cidade e campo, árvores e casas formando um conjunto aomesmo tempo citadino e campestre.

Tendo permanecido ali apenas o suficiente para aguardar Ulilvôo para Sydney, na Austrália, só nos foi possivel conhecer o Museudo Capitão Cooke e o de Gaugan, pintor da mais alta sensibilidadeque abandonou tudo e passou a viver naquela região, onde pintoutelas d€ valor inigualável. Visitamos a praia Negra, verdadeira­mente preta, e a casa onde Madon Brando ,,:e recuperava das fa­ti!l'antes lutas de "O Grande Motim', em companhia da nativa comquem se casou.

Quando menos esperávamos, era hora de partir outra vez.Mário Mondino à frente, ótimo estado de espirito, pensamento noBrasil e nos que ficaram, embarque no horário, mais dez horasdentro de um avião, com breve descida na Uha de Nadie, apenaspara reabastecimento, antes de chegarmos a :SYdney, na Austrália,C/nde começava oficialmente a nossa missão.

Sr. presidente, nenhuma outra represental~ãoparlamentar bra­sileira havia descido antes ali. Era, portanto, uma missão histórica,a que brasileiros e australianos demos muita Jmportância; aqueles,comparecendo impecavelmente, sob todos os pontos de vista; estes,preparando uma recepção deslumbrante: altas autoridades noaeroporto, corpo diplomático a postos, nove Oldsmobile 1975 ànossa espera, batedores e segurança, um encanto.

A nossa única dificuldade inicial foi o in,(lês dos australianos,muito rápido. sotaque diferente de tudo quanto já tínhamos ouvidoantes. Foi uma dificuldade, até que os nOSS08 ouvidos se familia­rizassem com aqueles sons completamente estranhos para nós. Apouco e pouco, porém, já nos entendiamos 8em a ajuda dos intér­pretes, o que facilitou muito as nossas conversações, que iam sem­pre muito além do protocolarmente estabelecido, suavizando-se origor dos entendimentos de interesse nacional com amenidades einformalidades.

Sydney é uma cidade encantadora, rigorosamente limpa, trân­sito intenso, mas disciplinado. Aliás, na Austrália, que tem ina­proveitável uma parte do território, a vida se concentra nas ci­dades, onde vivem 85% da população total do Pais.

Naquele conjunto maravilhoso, em que a riqueza é tão osten­siva, que parece brotar do chão, Sydney pontifica e sobressai, as­semelhando-se em grandiosidade e beleza ao Rio de Janeiro.

Arquitetura moderna, comércio lico, variado e exuberante,tudo ressumbra grandeza e luxo.

O povo, pelo pais inteiro, tem padrão de vicia altíssimo, valendoo dólar australiano mais que o americano. o que leva muita gentea aventurar a vida por lá, principalmente no comércio, onde en­contramos italianos, portugueses, espanhóis, e até brasileiros.

O Sr. Célio Marques Fernandes - Permite-me V. Ex." umaparte?

O SR. ALCIR PIMENTA - Com muita honra, nobre DeputadoCélio Marques Fernandes.

O Sr. Célio Marques Fernandes - Deputado Alcir Pimenta,V. Ex." relata, com o brilhantismo que o caracteriza, a viagem que

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1830 Terça-feira l' UIARIlf> DO CONGRESSO NACIONAL (Seçio I) Abl'il de 1977

fizemos à Austrália e à China, atendendo ao convite dos governosdaqueles países ao Parlamento Naciona1. Tivemos a ventura de serdesignados para representar esta Casa. Desejo, a título de escla­recimento, lembrar a V. Ex.a que, ao chegarmos a Sydney, naAustrália, tivemos conhecimento de que estava à disposição dadelegação brasileira um avião da Força Aérea Australiana, cujopiloto era considerado um dos melhores daquele belíssimo país.Quero também lembrar a V. Ex.a - e convém que fique consig­nado nos Anais - que apenas nossa estada na Austrália e naChina foi custeada pelos governos dos respectivos países, porquea viagem foi feita com nossos próprios meios. É preciso que sesaiba que ninguém recebeu diária de espécie alguma, nem de frenteparlamentar, nem de frente de turismo. Não tivemos ajuda pe­cuniária. Muito ao contrário, embora oficialmente designados pelaCâmara e pelo Senado, perdemos o nosso jetton das sessões extraor­dinárias. Convém que o fato fique esclarecido, para que outros in­teressados não queiram desvirtuar a finalidade da viagem queV. Ex.a está relatando muito bem e também as altas vantagens quecolhemos para nossa Pátria. Em primeiro lugar. todos sabem quea Austrália, o Canadá e o Brasil são os principais exportadores deminérios. Ficamos sabendo que, enquanto os dois primeiros paísestinham muitos representantes, no âmbito diplomático, encarrega­dos de negociar com o Japão a venda de minérios, nós tínhamospouquíssimos com esse fim. Verificamos as possibilidades de ne­gócios que podem realizar-se entre a Austrália, a China e o Brasi1.Depois da nossa volta, ciente q.esta realidade, organizou-se umamissão comercial brasileira, que seguiu para aqueles países comeste objetivo. A China, por exemplo, quer vender petróleo, urânioe trigo para o Brasil. Não podemos esquecer que são 800 milhõesde pessoas que produzem e consomem. Parabéns a V. Ex.a, queestá fazendo um relato fiel dos fatos, os quais, para orgulho nosso,são altamente vantajosos para nossa Pátria.

O SR. ALCIR PIMENTA - Nobre Deputado Célio Marques, damesma maneira como a presença de V. Ex.a em nossa comitiva foium dos fatores que mais concorreram para o êxito da missão, nãotenho dúvidas de que o aparte com que acaba de honrar-me dádimensão maior ao meu discurso, não só completando-o admira­velmente, senão também trazendo à Casa alguns esclarecimentosque, em verdade, precisavam ser ditos para o conhecimento e paraa meditação de todos.

Ouço com muita honra o nobre Deputado Adhemar Ghisi.

O Sr. Adhemar Ghisi - Sr. Deputado Alcir Pimenta, desejo,como os demais colegas, afirmar que acompanhamos com vivo edespertado interesse o belo discurso que V. Ex.a profere nesta opor­tunidade perante a Casa Baixa do Congresso Brasileiro. No mo­mento em que V. Ex.a relembra fatos ocorridos durante a viagemrealizada há dois anos, à Austrália e à República Popular da China,como seu colega de comitiva, como integrante desse grupo de par­lamentares brasileiros, não posso deixar de referir-me ao aconte­cimento e de trazer meus aplausos a V. Ex.a , que os merece. porcerto, de todos nós, principalmente daqueles que tiveram o prazerde tê-lo na sua companhia nessa importante viagem. Era a pri­meira vez que um grupo parlamentar brasileiro visitava esses doispaíses, com os quais o Brasil mantém relações diplomáticas e desincera e profunda amizade no campo da cooperação econômica esocial, enfim, era um marco que se iniciava com aquela viagem.E creio que todos os integrantes daquela comitiva, em número denove, seis dos quais acompanhados de suas esposas, puderam darde si tudo que um Parlamentar brasileiro poderia oferecer, tantocom relação à Austrália, país exótico e diferente plantado no Pa­cífIco Sul, como à China Popular, nação cujas autoridades e cujopovo contam com experiência milenar nos mais diversos setoresda sua atividade. Por isso, no momento em que me parabenizocom V. Ex.a, quero dizer o que significou para mim, como para oCongresso brasileiro, a viagem que Parlamentares do Brasil fize­ram naquela oportunidade: o relacionamento brasileiro com essesdois países pôde, dali por diante, ser muito mais intimo, mais pro­fllndo, cimentado, agora, em bases mais sólidas e capazes de per­mitir que nações do Terceiro Mundo, com problemas iguais, possammelhor se unir para o at,ingimento de metas comuns. Muito obri­gado e parabéns a V. Ex.a

O SE. AI,em PIMENTA - Nobre Deputado Adhemar Ghisi,V. Ex.a tem sido, indubitavelmente, um verdadeiro embaixadorad hoc do nosso País, quer nas missões oneiais em que tomou parte,quer nas viagens que por conta própria tem feito a outros países,graças não só à sua invejável cultura, senão também a essa cati­vante facilidade de fazer amigos, o que o torna jfigura Indispensá­vel todas às vezes em que a nossa Pátria tem necessidade de sefazer representar no estrangeiro através de uma delegação parla­mentar ou através de um cidadão.

Creio V. Ex.''' ainda mais, que, para mim, constituiu-se emvenJadeiro privilégio não só participar dessa memorável missão,como também usufruIr a sua companhia, tão agradável e tão ame­na, ainda hoje motivo de encantamento para quantos dessa via­gem participamos.

Continuo, Sr. Presidente.No hotel em que ficamos, o "Sydney Hilton", por exemplo,

trabalham oito brasileiros, entre os quais duas senhoras e umrapaz do Rio. Em geral essas pessoas ficam de dois a três anos naAustrália, juntam algum dinheiro, após o que, ou mandam buscaroutros familiares, para fixar residência, ou retornam saudosos eem condições de lançar-se num empreendimento comercial em suaterra.

Nos viadutos e avenidas, convenientemente sinalizados, auto­móveis de quase todas as marcas de prestígio internacional cruzamvelozmente, indiferentes à crise de petróleo.

Em tudo impera o luxo, ganhando um motorista de táxi oequivalente a oito mil cruzeiros.

O Sr. Primeiro Ministro, recentemente exonerado, deveria re­ceber-nos por meia hora, tendo espontaneamente prolongado oencontro por mais de uma hora, revelando-se 3avalheiresco efluente, num inglês belíssimo, ora falando sobre as possibilidadesde entendimentos comerciais entre o Brasil e a Austrália, ora de­monstrando conhecimentos específicos sobre coisas nossas, de quefalou com humor e convicção, dizendo-se interessado em gozarumas férias no Rio.

Boa impressão também nos causaram o Ministro da Agricul­tura e o dos Transportes, todos indagando muito e interessadosem informar corretamente.

Nas Austrália, o trabalho é levado a sério. Ninguém perdetempo, e a terra merece carinho especial, sendo as atividadesagropecuárias as mais desenvolvidas, especialmente numa regiãoque muito se assemelha às regiões pastoris do Rio Grande do Sul.

O gado Santa Gertrudes, o mais famoso da Austrália, é criadoem fazendas já automatizadas, alcançando um boi, no sétimomês de vida, cerca de 300 quilos, chegando a pesar 1000 quilos, aofim de três anos.

Já Melbourne é uma cidade industrial. Sem o requinte deSydney, mostra-se também importante quanto à produtividade,como se o australiano ganhasse dinheiro ali para gastá-lo emSydney.

O mesmo não se pode dizer de Adelaide, eminentemente resi­dencial, com muitas igrejas, praças e jardins públicos, tudo muitobem cuidado, o que caracteriza a Austrália inteira.

A comida é farta e rica em toda parte, predominando a carne,embora os produtos do mar sejam usados em larga escala, prin­cipalmente em Palm Beach, uma praia pequena, mas granfina,com muitas mansões ao redor e fins de semana concorridos.

A Austrália produz ótimos vinhos e deliciosa cerveja, tomadaem grande quantidade, quer às refeições, quer nos intervalos, qual­quer que seja a temperatura.

No último domingo, véspera das despedidas, fizemos um pas­seio de lancha pela baia de Sydney, cortada por barcos milionáriose circundada de indescritíveis castelos residenciais que chegam acustar 500 milhões de dólares.

Além da vasta orientação no setor agropecuário, proveitosofoi o contacto com o Poder Legislativo, muito forte e respeitado,acalorando-se os debates principalmente quanto aos problemas re­lacionados com o custo de vida.

Flutuando na imensidão do Pacífico, a Austrália tem um cli­ma muito semelhante ao nosso, em razão de que produz pratica­mente as mesmas coisas que nós. 110 setor agrícola. Desértico aoNorte, o Sul e o litoral é que verdadeiramente sustentam o pais,quase tão extenso quanto o Brasil, de que o separam 26 horas dejato, a mais de 900 quilômetros por hora.

De Sydney voamos para Tokyo, que nos recebeu chuvosa e fria,doze horas após nossa partida.

O Dr. Hélio Cabal, nosso Embaixador no Japão, o ConselheiroPimenta (será meu parente?) e outros funcionários do Itamaratijá estavam todos diligentemente à nossa espera, passaportes emalas desembaraçados logo, hotel reservado, como manda o figu­rino, japoneses ao redor, prestimosos e risonhos, marca registrada.

Chovendo muito e estando todos muito cansados, o repousoera imperativo. Só saímos à tarde para uma visita à Embaixadabrasileira, bem instalada, mas sem demasias. O Dr. Hélio Cabaltoma a palavra por longo tempo e diz fluentemente do significadoda nossa presença, entrando a anaiisar, em seguida, as relaçõesnipo-brasileiras e a conjuntura internacional. Mário Mondino agra­dece e exalta a contribuição niponica ao progresso brasileiro.

No dia imediato, ainda sob intensa chuva e muito frio, fizemosuma visIta às indústrias de o,salm e Kioto e contatos na área agrí­cola.

Todos se empenham duramente no trabalho. A ilha não com­porta mais uma casa sequer. Há canteiros de arroz até entre edi­fícios residencIais. Para viver, é preciso produzIr.

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Abril de 1977 DIARIO DO CONGRESSO NACIONAL (Seção I) Terça-feira 19 1831

Quanto aos costumes e tradições, há uma ocidentalização noshábitos japoneses, o que se verifica até nos trajes. Mas o povocontinua risonho, polido e trabalhador, rigorosamente honesto,inclusive devolvendo sempre dinheiro em caso de equívoco porparte do comprador.

O Japão apresenta um padrão de vida muito alto e uma in­dustrialização de fazer inveja.

Conhecemos universidades e o sistema de transportes. O estu­dante não pode fugir ao compromisso de estudar muito, sob penade ser considerado por todos relapso e negligente. Os transportesfiguram entre os melhores do mundo, metrô, monotrilho e trans­porte rodoviário funcionando em perfeita conexão.

O Poder Legislativo abriu-nos as portas festivamente, ofere­cendo-nos .1.11 banquete, ocasião em que discursou o Deputadojaponês responsável pela introdução da pimenta no Brasil, on1ejá tem reservado o seu túmulo.

Também o Embaixador patrício nos recebeu em elegante jan­tar, a que ~stiveram presentes todos os Embaixadores de paísessul-americanos em exercício no Japão. Noite de grande cordialida­de. o Brasil em evidência, todos querendo saber coisas da nossaPátria.

No dia seguinte, partiriamos para [. China.

Sr. Presidente, quando o Boeing 707 da Air France tOCOIl osolo chinês, fui. casualmente, o primeiro brasileiro a desembarcar.No aeroporto, além de autoridades do Governo de Pequim, che fia­das pelo Sr. Presidente do Instituto do Povo, encontrava-se o nossoEmbaixador na China, Dl'. Aloísio Napoleão, que se fazia acom­panhar da esposa, Sra. Regina, e mais alguns funcionários daEmbaixada, todos informal e comoventemente risonhos com anossa chegada.

Pelo protocolo chinês, coube ao Deputado Mário Mondino. pelasua qualidade de chefe da delegação, um comando total, até mes­mo em questões triviais.

Depois do clássico chá de jasmin, que nos haveria de acom­panhar sistematicamente durante toda a estada na China, ruma.mos para o hotel.

Passava das cinco. o céu apresentava-se nublado e fazia fdo.No automóvel, iniciamos a nossa troca de impressões sobre aChina.

Mergulhávamos. não havia dúvidas. num mundo de mistériose contrastes, o que não deixava de ser fascinante.

Por ',oda parte, viam-se trabalhadores ainda às voltas com alavoura, enquanto outros conduziam carroças repletas de produbosagricolas. Mais adiante, já ao lusco-fusco, esses veícuios confun­diam-se com centenas de bicicletas, alguns caminhões. ônibus etratores, todos diligentemente entregues aos trabalhos do campo.

Durante alguns minutos. a paisagem se sucedeu monótona,ampliando-se, em seguida, de forma a chamar a atenção, o núme­ro de bicicletas, até o limite do inimaginável. Homens e mullleresde todas as idades pedalam a sua bicicleta por entre os que ca­minham a pé. enquanto os automóveis, em número reduzidíssimo,buzinam a mais não poder, o que não diminui a indeferença dotranseunte descuidoso, lá como aqui, despreocupado quanto aostranstornos que eventualmente possa estar causando. Ao contráriodo que ocorre no Ocidente. lá os automóveis é que se vão esguei­rando por entre pedestres e ciclistas, aos quais cabe sempre apreferência.

O cortejo de automóveis que conduz a representação brasileiranão foge à regra e entra a buzinar. à medida que outras viaturasse detêm respeitosas, cedendo-nos a vez, enquanto o povo ora sepõe a olhar curiosamente a nossa passagem, ora prorrompe emaplausos, dirigidos, não aos visitantes. mas saudando os carrosdo Governo, sempre aplaudidos na rua.

Agora, mais próximo do perímetro urbano, construções rústi­cas, de ambos os lados, já frouxamente iluminada por uma luz decidade do interior, confundindo-se todos sob a mesma penumbra,a que não falta a tradicional alacridade de insetos circullVagantes.

Finalmente, deixamos a via arborizada e penetramos no quesupúnhamos ser a avenida principal, muito larga, conquanto pro­positadamente mal iluminada, uma parte das lâmpadas apagadas,"por medida de economia", conforme soubemos mais tarde. Semfugir à circullspecção de tudo, o casario apresentava-se de melhoraparência e qualidade, longe estando, porém. de evidenciar fausto,luxo ou superfluidade. Todas as casas e apartamentos parecem terunicamente o essencial, enquadrando-se tudo muito bem no qUlecomecávamos a vislumbrar como o conceito chinês de vida e co­munidade. Era esta talvez a primeira conclusão pTofunda a quechegávamos, após as primeiras observações: os chineses elimina­ram o supérfluo da vida quotidiana.

Não há negar, portanto, o nosso pasmo, diante de um mundocujo realismo quase desconhecido de hoje contrasta violentamente

com a fantasia lendária e milenar que o envolve, tornando-o aindamais misterioso.

Foi, porém, na convivência do hotel que se alargaram as pos~sibilidades de um conhecimento maior.

De início. cumpre dizer que era modesto, comparado ao luxoque conhecêramos na Austrália e no Japão, mas o que efetivamen­te nos surpreendeu foi o fato de não haver chaves em nossos apar~

tamentos. Indagado a esse respeito, um dos nossos intérpretesinformou orgulhosamente que, na China. as chaves se tornaramdesnecessárias simplesmente pOTque não havia ladrões. Mais tard~,

ficamos sabendo que o crime, de qualquer natureza, é punido COlnpena capital. Não há, em hipótese alguma, contemplação com.oroubo, ou mesmo o furto, sequer a prostituigão ou a mendicância,que consideram vergonha nacional. principalmente se praticadosem relagão a estrangeiros, tendo as prostitutas recebido uma ')por~

tunidade de reeducação em reformatórios especiais, onde lhes foiensinada uma profissão, com que passaram a sobreviver. Conse­qüência: não há roubos nem furtos, não há mendigos, nem pros­titutas.

Outra curiosidade interessante: só há eães. assim mesmo raros,entre os habitantes de locais comprovadamente ermos, onde fun­cionam, de fato. como vigias. Com isso - afirmam - foi possívelevitar que se desperdiçassem com aqueles Rnimais alimentos quepoderiam minorar ou aplacar a fome de um ser humano. Por outrolado. declaram categoricamente não existir nenhum chinês famin­to ou desprovido de roupas, devendo, porém, cada cidadão limitaros seus gastos ao estritamente necessário, sendo a assistência mé­dico-dentária praticamente gratuita, com um pagamento simbó·lico, enquanto boa parte das intervenções cirúTgicas ainda severifica através da acumpuntura, que procllram aprimorar, sejaintroduzindo-lhe recursos da tecnologia moderna, seja buscandopontos do corpo humano em que o seu efeito se faça mais pron.tamente.

Quanto à vida noturna de Pequim e, de resto, de toda a Chína,resume-se em duas palavras: não há. Às dez horas da noite, asruas estão silenciosas.

O alvorecer chega bulhento. Buzinas. gente saindo para o tra~

balho, bicicletas. Parece uma revoada de pardais. Ninguém con~

segue permanecer na cama. mesmo que não esteja diretamenteligado àquela movimentação. No hotel, pela manhã, a chamadaé feita pontuaimente, mas sem repetição. Acreditam na noção deresponsabilidade de cada um.

O café matinal é farto. o almoço idem. Arroz. soja preparadade mil modos, pato muito gordo, peixe. camarão. nada de massas,muitos legumes. Come-se, pois, substanciosamente, o vinho agradae o "Maltai". feito de arroz e de sorgo, pode-se dizer que é umaboa cachacinha que não sobe à cabeça.

A gorjeta não é admitida pelos chineses, constituindo ofensatentar gratificar qualquer serviço, sempre feito com solicitude.

Aos correspondentes de jornais e aos diplomatas é facultado ouso de quantos serviçais pretenderem, desele que paguem ao Bu~

reau certa quantia, pouco menos de Cr$ 500.00 (quinhentos cruzei~

ros) mensais, não se verificando nunca pagamento direto ao exe­cutor de qualquer tarefa.

Em caso de desajuste entre os contratantes de serviços e oscontratados. em se tratando de Embaixadas, estas têm direito àreclamação junto ao Bureau. que tomará as providências. O re­clamante não pode, porém, despedir o empregado. Em o fazendo,não recebe outro o que não impede que o chinês esteja semprea solicitar critica~ sobre as suas falhas, revelando-se sempre muitodesejoso ele aprimorar-se.

A nossa presença sempre desperta grande admiração entre oschineses. que sorriem e acenam à nossa passagem, alegrando-semuito quando os convidamos a uma fotografia.

Na rua, ou em qualquer lugar, o povo é ordeiro, parecendovoltado exclusivamente para o trabalho, visando ao progresso dopaís. Individualmente todos se mostram alegres. e a nós impres~

sionava aquela uniformidade de trajes, maneiras e objetivos, prin­cipalmente ao anoitecer. quando assistimos à volta disciplinadados trabalhadores ao lar.

Sr. Presidente, concluimos afirmando que os chineses conti~nuam oferecendo ao mundo notáveis e:{emplos de paciência, tra~

balho e humildade.

Era o que tinha a dizer. (Palmas. O oradOI' é cumprimentado.)

Durante o discurso do Sr. Aleir Pimenta, o Sr. JoãoLinhares. 1Q-Vice-Presidente. deixa a cadeira da presi­dência, que é ocupada pelo Sr. Jader Barbalho, 29-Secre~

tário.

O SR. PRESIDENTE (Jader Barbalho) -- Tem a pahwra oSr. Jorge Arbo,ge.

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m2 Terça-feira 19 DIARIO no CONGRESSO NACIONAL <Seção I) Abril de 1977

O SR. JORGE ARBAGE (ARENA - PA. Pronlllncia o seguintediscurso.) - Sr. Presidente, nobres Srs. Deputados, quando oBrasil. como toda Nação que já nasceu grande, tomou a iniciativade ingressar na exploração da energia nuclear, para fins pacificas,longe estava de admitir que países desenvolvidos e ditos civilizadosviessem a oferecer tamanha resistência às nossas pretensões.Demarches e injunções de toda ordem foram encetadas, como seum simples amontoado de cochichos fomentado por uma onda depressões como a que tomou conta das páginas diárias da imprensanacional e estrangeira fizesse-nos recuar.

Mas, Sr. Presidente, para orgulho de todos os brasileiros, e namais viva afirmação da consciência nacional, com a persistênciae a habilidade com que se tem conduzido na busca das melhoressoluções na salvaguarda dos interesses do nosso País, o Governodo eminente Presidente Ernesto Q.eisel proclama, alto e bom som:ü Acordo Nuclear Brasil-Alemanha, firmadü em 1975, é irrever­sível!

Irreversível, como também o são o nüsso desejo e o nossodireito de participar do avanço da ciência e da tecnologia emtodos os níveis do contexto geopolítico universal.

É por demais sabido, Sr. Presidente, que a decisão brasileirade realizar um importante programa nuclear de finalidades pací­ficas, como o que foi empreendido junto à Alemanha. fundamen­ta-se em avaliação cuidadosa das necessidades energéticas do Paise das opções possíveis para satisfazê-las.

País de grandes dimensões territoriais e com mais de 100 mi­lhões de habitantes, o Brasil necessita, para o seu desenvolvimentoeconômico e para o bem-estar de sua população garantir umsuprimento de energia seguro e constante. Para issü, não poderiaficar de braços cruzados entre as nossas potencialidades e asnossas reais necessidades.

A análise da estrutura do balanço energético no País revelaque. a cada dia, mais se acentua a tendência ao uso crescente dopetróleo, cujo consumo entre países de menor poder aquisitivo€ em desenvolvimento vai cada vez se tornando mais impraticável.

Em boa hora, Sr. Presidente, para dirimir eventuais dúvidasque ainda persistissem, teve a Presidência da República a feliziniciativa de editar, numa publicação de 115 páginas que recebeuos mais calorosos aplausos de todos os brasileiros e logo passoua ser conhecida como "o livro branco do Acordo Nuclear". todasas demarches até agora empreendidas para que () Acordo nãoviesse a sofrer a mais remota e diminuta alteração, sob pena desério comprometimento dos propósitos de seus signatários.

"O Programa Nuclear Brasileiro" - título da publicação - éum documento revestido da mais alta seriedade e enfoca, con1objetividade e precisão. os motivos que levaram o Brasil a empre­endimento de tamanha envergadura. A crise energética conven­cional com que se debatem os países em desenvolvimento, depen­Cientes do petróleo, é um fato incontestável. cuja comprovaçãoestá nos números e dados Cio dia-a-dia. Para que se tenha umaídéia da sua evolução, entre os anos de 1940 e 1973 - trinta etrês anos, portanto - o consumo do petróJeü passou de 9% para46% do balanço energético nacional e, o da hidreletricidade, de7% para 21%.

O Sr. Célio Marques Fernandes - Nobre Deputado, na últimasexta-feira. quando usei da tribuna, antes de abordar as refürmaspolíticas, tive ocasião de realçar as prüvidências e atitudes alta­mente nacionalistas adotadas por S. Ex.a , o Sr. Presidente daRepública, com respeito a esse aspecto. Pedi mesmo aos Parla­mentares em geral que usassem da tribuna para levar a S. Ex.aa nossa solidariedade €m face dessas providências e da sua ati­tude. porque não é possível ficarmos de bracos cruzados no mo­mento em que interesses poderosissimos surgem contra a nossaPátria, quando apenas desejamos lutar pelo nosso desenvolvi­mento. Nobre Deputado. sabíamüs - e V. Ex.a mais do que nin­guém - que. quantü mais o Brasil se desenvolvesse, mais reaçõessurgiriam contra a nossa liberdade. Refiro-me ao momento decolher o que a tecnologia nuclear moderna nos oferece. Por isso,l1übre Deputado, dou a minha inteira solidariedade, a minhaluta, o meu trabalho e a minha lealdade a V. Ex.'" quandü abordaesse problema. Devemos estar sempre vigilantes, e realçando aatitude do Governo que. em boa hora, mostrou que não precisada ajuda militar estrangeira, e, acima de tudo, não permite quese diga que esta terra não tem dono. Já Sepé Tiaraju. há anos,dizia que "esta terra tem dono. Esta terra é nossa". Além disso,a autodeterminação dos povos não admite que alguém venhamandar aqui. Por isso. mais uma vez, parabenizo V. Ex.a pelasolidariedade. pelo apoio e pelos aplausos que esta Casa vemdando ao Sr. Presidente da República. ante as providências ado­tadas em torno do acordo Brasil-Alemanha.

O SR. JORGE ARBAGE - Agradeço, sensibilizado, a V. Ex.a,pelo oportuno aparte, nobre Deputado Célio Marques Fernandes.Sua int-ervenção engrandece o nosso pronuneiamento, em razãode ser V. Ex.a , nesta Casa do povo brasileiro, um homem que

representa com toda a dignidade o valoroso e histórico eleitoradodo Rio Grande do Sul.

Sr. Presidente, prossigo.Do ponto de vista da dependência do suprimento externo, a

análise revela, ademais, que em todas as partes dü munJo se de­sestimulou o uso de outras fontes de energia.

A crise do petróleo veio demonstrar que o Brasil não poderiacontinuar a programar o seu desenvolvimento econômico e tecno­lógico à base de um combustível que se tornara caro e de dispo­nibilidade duvidosa. Com efeito, o petróleo, além de seus novoscustos elevados, tornou-se, pelas caracteristicas com que se apre­senta na conformação geológica mundial, fonte de abastecimentoincerta. o que obriga os consumidores à constituição de vultosose onerosos estoques estratégicos. A longo prazo, enfrenta-se, ainda,a perspectiva de um progressivo esgotamento das reservas mine­rais. o que está levando mesmo importantes exportadores de petró­leo a empreender significativos programas de abastecimento ener­gético alternativo, concentrados na opção nuclear. O Brasil pre­tende, em futuro não muitü distante, poder suprir suas necessi­dades energéticas livre de dependências externas, a fim de evitarque volte a ocorrer o que está acontecendo hoje, quando o Paístem de impor pesadas cargas à sua população para se prover deuma das principais fontes energéticas de que necessita.

A utilização de novas fontes de energia - a grande opçãomundial neste final de século - constitui, portanto, um imperativode ordem geral. No contexto de uma inegável crise energéticamundial, coloca-se, para grande número de países, a decisivaquestão de encontrar alternativa a custos competitivos, confiável,tecnicamente, e que seja, sobretudo, garantida quanto ao supri­mento. Esses são. em linhas gerais, os fundamentos da definiçãoda política energética do Brasil.

Na definição de um novo balanço energético, o Governo con­siderou conveniente fazer uso crescente da eletricidade. As mesmasrazões. porém, que militam contra o aumento da dependência dopetróleo, afastam a hipótese de desenvolvimento, em escala con­siderável, da produção termelétrica convencional. Quanto à opçãohidrelétrica, que tem sido prioritária no desenvolvimento da pro­duçâo de eletricidade no Brasil, aproxima-se ela dos seus limiteseconômicos naturais. Na previsão de uma vigorosa taxa nacionalde crescimento do consumo, que dobra a cada sete anos, as pers­pectivas são de exaustão, ainda na próxima década, do aproveita­mento hídrico nas regiões mais industrializadas do País onde selocalizam cerca de 80% da demanda nacional e no Nordeste. Aofinal do século, o que se pode prever é a necessidade de uma po­tência instalada de geração de eletricidade da ordem de 180 a 200milhões de quilowatts, de qualquer müdo, superior ao potencialhídrico existente em todo o País, ainda que este fosse integralmenteaproveitável, do ponto de vista econõmico e técnico.

Tendo em vista o grau de confiabilidade técniea já alcançadoem escala comercial e a competitividade dos seus custos de pro­dução no novo quadro da economia de petróleo, considera o Gover­no brasileiro ser a energia nuclear a única alternativa realmenteviável. A existência - em perfeito e continuado funcionamentoem 18 países - de cerca de 150 usinas nucleoelétricas com maisde 900 reatores/ano de serviço comercial, e de planos para au­mento dessa capacidade instalada de 70 milhões, para 400 milhõesde quilowatts' em todo o mundo, até 1985, constitui indicação pre­cisa do grau de economicidade e confiabilidade técnica já atingidopela geração nuclear de eletricidade. Somente nos Estados Unidosexistem, atualmente, mais de 60 centrais. Segundo a "EnergyResearch and Development Administration", daquele pais, seránecessária a instalação de 450 usinas nucleares de um milhão dequilowatts cada uma, apenas nos Estados Unidos da América, porvolta do ano 2.000.

Trata-se, pois, para o Brasil, de promover a utilização ar­ticulada dos recursos hidricos e da energia nuclear: a médio prazo,na forma de complementação das centrais hidrelétricas pelas cen­trais nucleoelétricas; a mais longo prazo, na década dos noventa,pela utilização crescentemente preponderante da energia nuclearem termos de eletricidade gerada.

Estudos técnicos levados a efeito nos anos de 1973/74 já ha­viam demonstrado a necessidade de se ter em operação, no País,até 1990, cerca de 10 milhões de quilowatts de potência nuclear,como complemento de uma capacidade hidrica da ordem de 60milhões de quiJowatts. Dentro desse planejamento, duas usinas deum milhão e 200 mil quilowatts cada uma deveriam entrar emoperação em 1982 e 1983, o que significava a necessidade de oBrasil construí-las oito anos antes - em 1974. como realmenteocorreu. Elas vêm juntar-se à Usina Angra l, com capacidade de600 mil quilowatts, que deverá ser inaugurada já no decorrer dopróximo ano.

Diante da indiscutível e urgente necessidade econômica dedefinir sua política nuclear, o Brasil. na escolha do tipo de reatora ser utilizado nas centrais nucleoelétricas, levou em considera-

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..bril de 1977 DIARIO DO CONGRESSO NACIONAL (Seção I) Terça-feira 19 1833

ção o melhor rendimento técnico e segurança operacional emtermos de geração de eletricidade.

Com muita honra, ouço o aparte do no:})re Deputado AntônioBresolin.

O Sr. Antônio Bresolin - Felicito o eminente colega pelo dis­curoo que ora profere relativamente à pontencialidade de en'ergiaelétrica do Brasil e ao que estamos realizando neste particular. Mastudo o que se fizer nesse campo, nobre Deputado, de certa formaé pouco, quando sabemos que a Argentina, que está trinta anosatrás do Brasil na produção de energia elétrica, caminha à nossafrente na produção de energia nuclear. Ainda ontem, li no jornalque, após a explosão da bomba atômica pela índia, a Argentinavem mantendo estritos contatos cc·m aquele pais, com o qual já ce­lebrou vários acordos benéficos no que tange ao aumento de suapotencialidade nuclear. Não sou contra a Argentina nem tenho pre­venção contra ela, mas todos sabemos que o Brasil e aquele paisvizinho são rivais, pelo menos há cinco séculos. Por isso, quandopensarmos em termos de produção de energia elétrica e nuclear,não devemos pensar somente em termos de nação, mas em termoscontinentais. Dai a razão pela qual acho que tudo o que o Gover­no brasileiro realizar nessa área é digno de nosso apoio e mereceos nossos aplausc·s. Porém, tudo o que ele fizer ainda será pouco,em l'elação ao futuro do Brasil e ao que nós, brasileiros, espera­mos de nossos governantes.

O SR. JORGE ARBAGE - A intervenção de V. Ex.a , nobreDeputado Antônio Bresolin, muito mais do que um aparte, é umdepoimento. Realmente, V. Ex.a é um estudioso dessa problemática,de sorte que tem autoridaCle para se expressar a respeito. Diriamesmo ao eminente colega que o Presidente Ernesto Geisel. no querliz respeito ao Acordo nuclear firmado com a Alemanha, está pro­cedendo precisamente da maneira por V. Ex.a sugerida - envidaS. Ex.a o máximo de esforços para que o Brasil assuma posição dedestaque no campo da energia nuclear, mais do que propriamentevoltado para o interesse interno, visando ao interesse universal.

Prossígo, Sr. Presidente.Buscou, o Brasil, ao mesmo tempo, o menor dispêndio inicial de

capital. Baseado na experiência de paises tecnologicamente maisadIantados, como os Estados Unidos, a República Federal da Ale­manha, a França e o Japão, fixou-se na linha de reatores de águaleve - urànío· enriquecido. Além da escolha da tecnologia, outrofstor que teve de ser considerado foi o da vulnerabilidade do abas­tecimento do combustivel necessário à execução do progmma. Aevolução histórica recente estava a demonstrar os perigos de uma.'lubstancial dependência de fontes externas para o atendimento{ias necessidades de insumos fundamentais para a economia. A fim<le evitar o que ocorrera com o petróleo, era imperativo que, nocaso da energia nuclear, a solução fosse suscetivel de dar ao País,~ médio prazo, a indiBpensável autonomia. Era precioo, ll;)is, aofazer a opção técnica, levar em conta, também, a necessidade deassegurar a plena transferência para o Brasil das tecnologias en­volvidas em cada uma das áreas do ciclo combustível corresponden­te ao tipo de reator adotado.

Em outras palavras, não era admissivel substituir uma depen­ilência por outra. O crescimento econômico do Pais - ou sua sim­ples subsistência - não pode, absolutamente, ficar na dependên­CIa de decisôes de terceiros quanto a preços e suprimento de com­bustíveis essenciais. Os perigos de uma dependência desse tipo po­dem perfeitamente ser exemplificados pelo que ocorreu quandonão puderam ser assegurados, pelos fornecedores, os suprimentosdos serviços de enriquecimento contratados no exterior, para a se­gunda e a terceira usinas nucleares, em construção no Brasil. emrazão de posterior alocação prioritária dos serviços disponíveis aoc('nsumo doméstico no pais supridor e a outros clientes estrangei­ros.

Ouço o nobre Deputado JG de Araújo Jorge.O Sr. JG de AraújO Jorge - Nobre Deputado Jorge Arbage, o

problema do Acordo Nuclear Brasil-Alemanha, com a construção{Íe o·ito centrais nucleares no Brasil, tem, realmente, uma impor­tância extraordinária para o desenvolvimento do País. V. Ex.a acen­tua o escasseamento, diante de planos a médio e a longo prazos,dos nosoos recursos hidrelétricos. Um fator de alta relevâniCia a serconsiderado é que dispomos, talvez de uma das mai-ores reservasde urânio do mundo, superior a de qualquer outro pais. Mas oAcordo coloca o País numa dependência. Trata-se de um contratode risco em que o Brasil depende de autorização da Alemanha- co.nforme o art. 4.° - até mesmo para a exportação futura ­digamos assim - de materiais, equipamentos, instalações e tec­nologia, que só poderão ser exportados, reexportados ou transmiti­dos para terceiros países com o consentimento da parte contratan­te fornecedora. Estamos nós, assim, na dependência do consenti­mento da Alemanha. Há um perigo, também implícito, no AcordoNuclear Brasil-Alemanha, como V. Ex.a sabe: se as usinas de re­processamento emiquecerem o urânio em concentração superior a3%, o lixo atômico resultante será um subproduto do urânio - oplutônio - que só tem como utilidade a fabricação de artefatos

nucleares - a bomba atômica. Cabe a pergunta: até onde inte­ressa ao Brasil transformar-se em potência atômica, investindo re­cursos fabulosos que devem ultrapassar os 16 bilhões de dólares,quando ainda não resolveu o seu problema agrário e outros, deordem interna - um país que como a índia, ainda está de pé nochão? Como pode interessar a-o Brasil a defesa de uma políticanuclear dispendiossíssima nesses termos, violentando inclusive oprincípio do mone.pólio, que deveria ser est,abelecido, colocando-sena dependêllcia de uma potência estrangeira? A quem interessaesta situação? A Alemanha, pelo Tratado de Pós-Guerra e peloTratado de Não-Proliferação Nuclear, não tem condiçôes de insta­lar em seu território usinas de reprocessamento, já que se tratade uma Nação ocupada parte pela União Soviética e parte pelasarmas americanas. O Brasil está sendo usado de tabela. Estamossendo "testas de ferro" de interesses alienígenas; estamos defen­dendo uma p<Jsição perigosíssima. É claro que o Brasil necessitada energia nuclear para a paz e que esses investimentos devemser feitos. Há pouco, estava lendo na imprensa uma entrevista doSr. Ministro Shigeaki Ueki, no qual S. Ex.a afirmava que prescindi­mos do apoio da Alemanha. Isso seria o ideal. E os técnicos e físi­cos brasileiros, que não foram devidamente ouvidos nesta Casa?S:lbe V. Ex.a que o Acordo Brasil-Alemanha passou nesta Casacomo "gato em brasas", mal foi discutido pelo Congressc.. Ninguémo conhece, nem mesmo as autoridades e técnicos interessados noassunto. Esse projeto não pode ser aplaudido de forma intempes­tiva, gratuita, pc·rque é da maior importfmcia e traz implicaçõesas mais sérias, não apenas para o desenvolvimento do Brasil, maspara sua segurança e de toda a América Latina. Chamo, pois, aatenção de V. Ex.a para esses aspectos e repito que esse Acordofirmado com a Alemanha é altamente loesivo aos interesses na­cionais.

O SR.. JORGE ARBAGE - Nobre Deputado, quando V. Ex.aafirmou que o Acordo mantém o Brasil &ob dependência alienígena,ou seja, da parte contratante, provocou-me um certo impacto,pois sua tese conflita com o meu pronunciamento. FelizmenteV. Ex.a tinha em mãos o texto do Acordo €' fez a leitura da cláusulaonde, no seu entendimento, se conceitua () problema da dependên­cia. No entanto, eminente Deputado JG de Araújo Jorge, não meparece que esse tipo de dependência. ...

O Sr. JG de Araújo Jorge - Trata-se do art. 4.°

O SR..TORGE ARBAGE - '" tenha qualquer influência ca­paz de, primeiro, prejudicar -os objetivos do Acordo; segundo, eo­lc-car o Brasil em estado de submissão em relação à parte contra­tante. O Presidente Ernesto Geisel tomou todas as precauções, asmais fundamentais, para que o Brasil, nesse episódio do AcordoNuclear com a Alemanha, mantivesse realmente uma posição deautonomia e nunca de submissão, já que o País vem lutando paradela se libertar.

prossigo, Sr. Presidente.Considerando a magnitude do problema para seu desenvolvi­

mento e a existência, em seu território, de reservas apreciáveis deurânio e indicações geológicas promissoras, não se pode negar aoBrasil o direito de enriquecer o urânio no próprio pais, de modo aassegurar o abastecimento interno pleno. O mesmo raciocínio seaplica ao reprocessamento do combustível queimado nos reatol·es.A reutilização do urânio e do plutônio, como óxidos mistos, nosreatores de água leve que Q. Brasil vai construir deverá proporcionarsnbstancial economia em minério de urànio e em servicos de en­riquecimento, além de poupar custos de estocagem de plútônio. Se­gundo cálculos recentes de organism.o especializado dos EstadosUnidos em energia, a economia em minério de urânio resultantedessa utilização é da ordem de 26%.

O problema do suprimento não pode ser isolado do possível im­pacto no balanço de pagamentos das aquisições de combustível nu­clear, caoo devessem estas ser feitas no exterior. Além do aspectoda vulnerabilidade, não se pode ignorar que o volume de recursosnecessários ao pagamento dessas importaçôes constituiria uma pe­sada carga para o Brasil, a qual, conforme o comportamento dasexportações nas possíveis conjunturas internacionais, poderia tor­nar-se mesmo impossível de assumir.

Eis. Sr. Presidente, os conceitos de ordem interna que eviden­ciaram a opção mais viável e mais lógica e da qual o Brasil nãose afastará um milímetro.

No plano externo, procurou-se obter, nos países que a possuem,a tecnologia de reatores a água leve - urânio enriquecido e das di­versas etapas do ciclo combustível correspondente ao necessárioapoio à execução do programa nuclear brasileiro.

A República Federal da Alemanha - país com que o Brasiljá mantinha um programa de cooperação no campo nuclear,baseado 'no Acordo Geral sobre Cooperação nos setores da Pes­quisa Cientifica e do Desenvolvimento Tecnológico, de 1969 ­reuniu as condições que tornaram possivel o entendimento, poisatendia à preocupação fundamelltaJ do nosso Governo, que eraa de obter a transferência da tecnologia indispensável e adequadaà implantação de uma indústria nuelear autônoma, para fins

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1834 Terça~feira 19 DIARJO DO CONGRESSO NACJONAL (Seção 'I) Abril de 1977

pacíficos, abrangendo o cíclo completo do combustível. Assim,.oAcordo sobre a Cooperação no Campo dos Usos Pacíficos da Ener­gia Nuclear fo: assinado em Bonn, a 27 de junho de 1975, pelosMinistros das Relações Exteriores dos dois países.

Logo em seguida, tivemos o privilégio de saudá-lo desta tri­buna, quando afirmávamos que foi a partir do segundo semestredaquele ano que o Brasil deu o seu grande passo para alcan<~ar

o desenvolvimEmto por todos nós almejado através de séculos. Ealinhavámos Os fatos mais importantes que o antecederam - aspressões externas e tudo o mais que pudesse contribuir para anossa eterna dependência de setores externos, em matéria deenergia.

Simultaneamente com o Acordo, foi também firmado um Pro­tocolo Industrial entre os Ministros das Minas e Energia, do Brasil,e da Pesquisa e Tecnologia, da República Federal da Alemanha,que aprova diretrizes especificas para cada área de cooperação'.Esses instrumentos interg'Overnamentai.s são complementados porcontratos assinados entre a Empre.sa Nuclear Brasileira - aNUCLEBRAS - e diversas empresas alemãs, nos quais se pre­vêem a formação de joint ventures e a transferência de tecnolügiae de equipamentos para realização dos diversos empreendimentos,em cada uma das áreas de cooperação, a saber:

- prospec~ão, extração. processamento de minérios de urâ­nio, bem com') produção de compostos de urànio;

- produção de reat-ores nucleares e de outras instalaçõesnucleares, bem como de seus componentes;

- enriquecimento de urânio e serviços de enriquecimento;

- produção de elementos combustíveis e reproeessamento decombustíveis il'radiados.

O Acordo acl1a-se em piena execução. Em decorrência dele.foi assinado, nos últimos meses, um vasto conjunto de contratosreferentes a:

- instituição de joint ventures entre a NUCLEBRAs e nume­rosas empresas alemãs;

- fürnecimento de equipamentos ainda não produzidos noBrasil;

- prestação de serviços de engenharia bá.sica e de centraisnúcleo-elétricas e de outras instalações do ciclo combustível;

- financiamento necessário às importações de equipamentose serviços;

- transferência de informações técnicas na área de engenha­ria de produ [{] , de fabricação e de operação.

Ao mesmo tempo. já se acham instaladas as diversas subsi­diárias da NUCLEBRAS encarregadas de implementar o Acordo.

Para garantia de que a cooperação cumpra suas finalidadesunicamente pacíficas. está ele alicercado nas seguintes disposições:

- afirmaç.ão do Princípio de Não-PToliieraçã'J de ArmasNucleares;

- obrigaç'ão de submeter às salvaguardas da Agência Inter­nacional de Energia Atõmica todos os equipamentos. in.stalaçõese mat.eriais nuc.1eares, assim como as informações tecnológicastransmitidas;

- compromisso de não usar nenhum dos itens enumeradosacima para o fabrico de armas nucleares ou outros explosivosnucleares;

- compromisso de não reexportar os referidos itens, a menosque o terceiro pais favorecido tenha igualmente assinado acordode salvaguarda com a Agência Internacional de Energia Atômica;

- comprélmisso de não reexportar equipamentos, instalaçõese materiais sensíveis, bem como de não transmitir informacâestecnológicas relevantes, exceto se a parte contratante fornecedorader seu consentimento;

- compromisso de dar proteção física aos equipamentos, ins­talações e materiais nucleares para resguardá-los da in/;erferénciaindevida de terceiros.

O Acordo e seus instrumentos complementares são essenciaisao programa nuclear bra.sí1eiro. Constituem um todo e não podemser desfalcadfJs de nenhum de seus elementDs interdependentese complementares. Destinam-se exclw,ivamente a finalidades pací­ficas e oferecem a plena garantia de que não se prestarão à pro­liferação de armas nucleares.

Diante de um posicionamento indiscutível, como o que aquiestá, Sr. Presio·ente, levando o aval direto e pessoal do ,Presidenteli:rnesto Geisel, que fala por todos os brasileiros, não há com'Q sequerer tumultuar uma medida que surge para o bem de todos,para o bem dft própria humanidade. A CIencia é universal: per-~ence a todos. - -

O Brasil é um País eminentemente pacífico. Por vocação his­tórica e preceito constitucionaL favorece soluções para conflitos'internacionais O povo brasileiro Vlve na mais santa harmoniacom todos os seus vizinhos. É estranha à índole nacional qualquerambição de expansionismo ou de hegemonia. A preocupação do-,minante da Nacão é com o seu desenvolvimento econômico esocial integrado é harmõnico, na medida do possível em cooperaçãocom as demais nacões em desenvolvimento ou desenvolvidas, àsquais presta a sua solidariedade e das quais espera, reciprocamen­te, o mesmo tratamento.

Em concordância com esses principias básicos, o Brasil p&etoda a ênfas·e de sua atuacão na criacão de um clima favorávelà paz e à segurança internacionais e ·ao desenvolvimento econô­mico e social da humanidade.

A corrida armamentista .iamais esteve em nossos propósitos,até porque, alpm de desviar recursos indispensáveis ao progressoeconômico e social dos povos, contribui para aumentar cada vezmais as tensõe,s internacionais e os riscos de conflitos armados.Mais ainda: devido às imensas disparidades tecnológicas existen­te entre as nações, tende a favorecer formas de dominação polí­tica entre os povos, o que representa um retrocesso muito grandeem relação aos propósitos e princípios da Carta das Nações Unidasque o Brasil subscreveu e apóia integralmente. O Brasil é pIena­mente favoráv"l ao desarmamento dentro de condições que deses­timulem os Estados de procurar meios e modos de fortalecer a suaposição militar. Com maior razão, é o Brasil favorável ao desar­mamento nuclear.

Não nos e,~tamos desculpando perante o mundo, Sr. Presi­dente, eis que não há motivos para isto. Nosso passado, de honrosastradições humanísticas, em hipótese alguma ensejaria dúvida.'>quanto à exploração da energia nuclear para fins pacíficos. Porque. então. a desconfiança do governo norte-americano em relaçãoaos nossos destinos? Imagina. por acaso. o governo do Sr. JamesCarter (ou Jimmy Carter, como prefere ser chamado) que iremoscometer a insanidade de sair por ai jogando bombas a três pordois? Sinceramente, não entendemos o comportamento daquelanação que sempre teve no Brasil o seu maior aliado. Invertendocolocações, Sr. Presidente. chega-se à conclusão de que nem tudoo que é bom para o Brasil é bom para os americanos...

Nossa presença no panorama mundial, em termos de pacifica­ção, é um fato. Desde 1958, foram negociados e concluídos váriosacordos internacionais ligados direta ou indiretamente à proli­feração das armas nucleares. E de todos eles o Brasil participou,ratificando-os todos, menos o de Não-Proliferação, por seu caráterdiscriminatório. Nossa posição, nesse campo, é mundialmenteconhecida. Senão vejamos:

- 1959 - Tratado da Antártida: impede atividades militaresno continente, declarado zona desnuclearizada, e proíbe testesnucleares ou o despejo de resíduos radiat.ivos;

- 1963 - Tratado de Proscrição das Experiências com ArmasNucleares na Atmosfera, no Espaço Cósmico e Sob a Agua;

- 1967 - Tratado sobre Principios Reguladores das Atividadesdos Estados na Exploração e Uso do Espaço Cósmico, inclusivea Lua e demais Corpos Celestes. Contém dispositivos sobre a co­locação. em órbita, de objetos com armas nucleares;

- ainda 1967 - Tratado para Proscrição das Armas Nucleare.'lna América Latina (Tratado de Tlatelolco);

- 1971 - Tratado sobr€ Proibição da Colocação de ArmasNucleares e outras Armas de Destruicão em Massa no leito doMar e no Fundo do Oceano e em seu si.lbsolo.

Como dissemos, o Brasil não assinou o Tratado de Não-Proli­feração das Armas Nucleares por pretend·er aquele documentolegitimar uma distribuição de poder, inaceitável. porque decorren­te do estágio em que se encontravam os Estados,na data de suaassinatura, no que respeita à aplicação da tecnologia nuclearbélica. Como resultado dessa extratificação, o Tratado exige estritocontrole da Agência Internacional de Energia Atômica sobre adifusão da utilização pacifica do átomo, enquanto, em relaçãQ aospaises militarmente nuclearizados. nenhuma barreira cria à pro­liferação vertical dos armamentos nucleares. do que é prova ocontinuado crescImento e aperfeiçoamento dos seus arsenais mor­tíferos.

Além disso. quanto ao aspecto de segurança, não prevê qual­quer sistema de proteção eficaz para os países militarmente não­nuclearizados. Essa desproteção não se refere. apena.s, aos perigosde ataque nuclear. Como os países nuclearmente armados conti­nuam a aumentar o seu potencial atômico, a quantidade de re­jeitas de alt·a Iadiatividade por eles produzidos passou a constituirum considerável perigo coletivo.

O perigü é tão grande, Sr. Presidente, Srs. Deputados, quefonte oficial de uma potência nuclear estima que essa quantidade,em seu país, é 55 vezes superior à quantidade de rejeitos produ-

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A_ril de 19'7'7 DIARIO DO CONHRESSO NACIONAL (Seção I) Terça-feira 19 1835

zidos pelos seus programas de utilização do átomo para fins pa­cíficos.

O Brasil ê parte, porém - e talvez disto pouca gente saiba ­de um tratado regional que não só proíbe a fabricação ou posseàe armas nucleares, mas também veda que se aceite o armazena­mento e colocação, em território de país signatário, de armas per­tencentes a paises nuclearmente armados.

O Tratado para Proscrição das Armas Nucleares na AméricaLatina - Tratado de Tlatelolco - que antecedeu ao próprioTratado de Não-proliferacão contém, em seu Protocolo Adicionaln.o 1, a obrigação, para as í;x>tências continentais ou extracontínen­tais que tenham, de jure ou de facto, responsabilidade internacio­nal sobre territórios situados na área de sua aplicação, de pros­crever armas nucleares nesses territórios.

O Tratado de Tlatelolco contém, ainda, em seu ProtocoloAdicional n.o 2, compromisso entre as potências não-nucleares,de não empregar armas nucleares nos países da América Latina,nem os ameaçar com o seu emprego. A plena vigência desse tra­tado depende. no momento, da aceitação dessas obrigações porparte daquelas potências. O Brasil, um dos seus signatários, tem,de acordo com as normas do Direito Internacional, compromissode não praticar atos que frustrem esses objetivos, o que corres­ponde a uma garantia evidente de que os demais signaGáriosprocederão da mesma maneira.

O sentido verdadeiro da não-proliferação é impedir a dissemi­nação das armas nucleares, e não a difusão da tecnologia nuclearem beneficio da humanidade. O acesso a essa tecnologia para osusos pacificos da energia nuclear, atendidos os controles necessá­rios, não deve ficar sujeito a restrições discriminatórias, seja en­tre paises militarmente nucleares e não-nucleares, seja entrepaíses militarmente não-nucleares. O próprio Tratado de Não-Pro­liferação, aliás, ao prever que as salvaguardas não devem consti­tuir obstáculos ao desenvolvimento econômico e tecnológico daspartes ou à cooperação internacional no campo das atividadesnucleares pacificas - inclusive, quanto ao processamento, utili.­zação ou produção de material nuclear para fins pacíficos - re­conhece, ipso facto que "para esses efeitos não existe disGinçãoentre os paises signatários e não-signatários". Cria, ainda. paraaqueles, a obrigação de não colocar obstáculos à cooperação parao desenvolvimEnto do uso pacífico da energia nuclear, sob sal­vaguardas da Agência Internacional de Energia Atômica.

Constitui preocupação primordial para o Brasil o fato de queo progressivo cerceamento da cooperação internacional frustre asexpectativas dos paises de utUizar esse caminho para a consecuçãode suas legítimas aspirações, em matéria nuclear. A falta de coope­ração internacional, em bases eqüitativas, pode, igualmente, frus­trar os próprios objetivos de não-proliferação universal das armasnucleares, ao estimular o desenvolvimento da tecnologia nuclearfora do sistema de salvaguarda.

Como bem demonstra o programa nuclear brasileiro, o Brasil,mais do que nunca, está convencido de que a cooperação interna­cional é a melhor forma de assegurar ao mesmo tempo os obj{ltivosdo desenvolvimento da utilização da energia nuclear para finspacíficos e d'l não-proliferação das armas nucleares e, por essarazão, pretende levar adiante, integralmente, o seu programa, edará plena execução ao Acordo firmado em 1975 com a RepúblicaFederal da Alemanha, sobre a Coperação no Campo dos Usos Pa­cificas da Energia Nuclear, e ao Acordo de Salvaguardas, flrmadocom aquele pais e a Agência Internacional de Energia Atômica.

O mais, Sr. Presidente, é conversa de quem não se conformaem não poder resolver seus problemas internos e se volta paraaqu-eles que, de qualquer forma, procuram construir uma naçãosólida política, econômica e socialmente.

As incursões norte-americanas sobre os interesses brasileirosforam, ultimamente, além dos limites que norteiam as relaçõesentre países aliados e tradicionalmente amigos.

Não empreenda o Sr. Jimmy Carter sua "caça às bruxas" emmatéria de direitos humanos, porque, nesse particular, os Jd:stadosUnido.s não servem de exemplo a país nenhum. A região ele ondeproc-ede S. Ex." - o Sul dos Estados Unidos - é, por assim dizer,a Meca do racismo naquele pais.

Resta saber se, com esse prücedimento, consegue S. E:x." en­carnar os anseios e as aspirações do povo norte-americano, comoocorre COln o Presidente Ernesto Geisel, em relação ao povo bra­SIleiro.

Fiquemos por aqui, Sr. Presidente!

Durante o discurso do Sr. Jorge Arbage, o Sr. JaderBarbalho" 2Q-Secretário" deixa a cadeira ela presiclência,que é ocupada pelo Sr. Marco Maciel, Presi.1enle.

o SR. PRESIDENTE (Marco Maciel) -- Está findo o tempo des­tinado ao Expediente.

Vai-se passar à Ordem do Dia.

Comparecem mais os Srs.:

Diogo NomuraNorberto SchmidtAntonio Morais

AcreNabor Júnior - MDB.

Amazonas

Rafael Faraco - ARENA; Raimundo Parente - ARENA.Pará

Alacid Nunes - ARENA; Edison Bonna - ARENA; GabrielHermes - ARENA; João Menezes - MDB; Juvêncio Dias ­ARENA; Newton Barreira - ARENA.

Maranhão

João Castelo - ARENA; José Ribamar Machado - ARENA;Luiz Roclla - ARENA; Marão FilllO - PillENA; Vieira cia Silva ­ARENA.

Piauí

Dyrno Pires - ARENA; Hugo Napoleão-ARENA; Paulo Fer­raz - ARENA; Pinheiro Machado - A1i.E:NA.

Ceará

Ernesto Valente - ARENA; Figueiredo COrreia -MDB; Januá­rio Feitosa - ARENA; Paes de Andrade - MDB; Paulo Studart ­ARENA; Vilmar Pontes - ARENA.

Rio Grande do NorteAntônio Florêncio -ARENA; Henrique Eduardo Alves - MDB;

Pedro Lucena - MDB; Vingt Rosado - AR.ENA; Wanderley Mariz- ARENA.

Paraíba

Alvaro Gaudêncio - ARENA; Antônio Mariz - ARENA; Ar-naldo Lafayette - MDB; Humberto Lucena MDB; OctacílioQueiroz - MDB; Teotónio Neto - AREI\TA.

Pernambuco

Aderbal Jurema - ARENA; Fernando Coelho - MDB; JarbasVasconcelos - MDB; Joaquim Coutinho - ARENA; JoaquimGuerra - ARENA; Ricardo Fiuza - AR-ENA; Sérgio Murilo ­MDB; Thales Ramalho - MDB.

Alagoas

Antonio Foerreira - ARENA; Geraldo Bulhões - ARENA; JoséAlves - ARENA; Vinicius Cansanção - MDB.

Sergipe

Celso Carvalho - ARENA; José Carlos Teixeira - MDB.Bahia

Antonio José - MDB; Hildérico Oliveira - ~IDB; HorácioMatos - ARENA; João Durval - ARENA; Jutahy Magalhães ­ARENA; Leur Lomanto - ARENA; Lomanto Júnior - ARENA; Me­nandro Minahim - ARENA; Ney Ferreira - MDB; Rogério Rêgo- ARENA; Rômulo Galvão - ARENA; Ruy Bacelar - ARENA;Theódulo Albuquerque - ARENA; Vasco Neto - ARENA; VianaNeto - ARENA; Wilson Falcão - ARENA.

Espírito Santo

Moacyr Dalla - ARENA; Oswaldo Zanello ARENA.Rio de Janeiro

Abdon Gonçalves - MDB; Alair Ferreira - ARENA; AlbertoLa-vinas - MDB; Alvaro Valle - ARENA; mio Theodoro - MDB;Brígida Tinoco - MDB; Daniel Silva -- MDB; Darcílio Ayres ­ARENA; Eduardo Galil - ARENA; Emanoel Waisman - MDB;Erasmo Martins Pedro - MDB; Florim Coutinho - MDB; Fran­cisco Stlldart - MDB; Hydekel Freitas -- ARENA; JG de AraújoJorge - MDB; Joel Lima - MDB; José Hnddad - ARENA; LéoSimões - MDB; Lygia Lessa Bast,os - l\RENA; Mac Dowell Leitec.e Castro - MDE; Marcelo Medeiros -- MDB; Miro Teixeira ­MDB: Nina Ribeiro - ARENA; Osmar T"eHão - ARENA; RubemDourado - MDB; Rubem Medina - MDB; Walter Silva - MDB.

Mina'> GeraisAéci·o Cunha -- ARENA; Batí~.ta Miranda - ARENA; Bento

Gonçalves - ARENA; FnnceJilJo Perelra - ARENA; FranciscoBilac Pinto - ARENA; G·eraldo Freü'C' - ARENA; Homero Santos- ARENA; Ibrahim Abi-Ackel - AR]~NA: Jairo Magalhães ­ARENA; José Machado - ARENA; Juarez Batista - MDB; LuizFernand{) - ARENA; Murilo Badaró - ARENA; Nelson Thibau­MDB; Padre Nobre - MDB; Paulmo Cícero de Vasconcellos -

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1836 Terça-feira 19 DIARfO DO CONGRESSO NACIONAL (Seção l) Abril de 1977

ARENA; Raul Bernardo - ARENA; Renato Azeredo - 1IDB; SinvalBoaventura - ARENA; Tarcísio Delgado - 1IDB.

São Paulo

Adalberto Camargo - MDB; A. H. Cunha Bueno - ARENA;Airton Sandoval - MDB; Alcides Franciscato - ARENA; AntonioMorimoto - ARENA; Aurelio Campos - MDB; Cantídio Sampaio- ARENA" Dias Menezes - 1IDB; Ferraz Egreja - ARENA; Fre­derico Brandão - 1IDB; Gioia Junior - ARENA: Ivahir GarciaARENA; João Pedro - ARENA; Joaquim Bevilacqua - 1IDB; Jor­ge Paulo - MDB; José Camargo - J\tIDB; Octacilio Almeida ­MDB; Odemir Furlan - 1IDB; Otavio Ceccato - :MDB; PachecoChaves - MDB; Pedro Carola - ARENA; Ruy Côdo - MDB;Santilli Sobrinho - MDB; Sylvio Venturolli - ARENA; UlIyssesGuimarães - MDB; Yasuuori Kunigo - MDB.

Goiás

Elcival Caiado - ARENA; Hélio Mauro - ARENA; IturivalNascimento - J\tlDB; ,Jarmund Nasser - ARENA; Onísio Ludo­vico - ARENA; Rezende Monteiro - ARENA.

Mato Grosso

Benedito Canellas - ARENA; Nunes Rocha - ARENA; Vi­cente Vuolo - ARENA; Walter de Castro - MDB.

Paraná

Adriano Valente - ARENA; Agostinho Rodrigues - AREl'~A;Alvaro Dias - MDB; Antônio Annibelli - MDB; Antônio Ueno- ARENA; Ary Kffuri - ARENA; Braga Ramos -- ARENA; Cle­versou Tei~eira - ARENA; Expedito Zanotti - MDB; FernandoGama - MDB; Flávio Giovini - ARENA; Hermes Macêdo _ARENA; Igo Losso - ARENA; ítalo Conti - ARENA; João Vargas- ARENA; Sebastião Rodrigues ,Júnior - 1IDB; Walber Guima­rães - 1IDB.

Santa Catarina

Abel Ávila ARENA; Angelina Rosa - ARENA; HenriqueCórdova - ARENA; Jaison BalTeto - MDB; Laerte Vieira1IDB; Pedro Colin - ARENA; Walmor de Luca - lVlDB.

Rio Grande do SulAl1J.erto Hoffmann - ARENA; Arlindo Kunzler - ARENA; Au­

gusto Trein - ARENA: Eloy Lenzi - MDB; Harry Sauer - MDB;Lauro Leitão - ARENA; Lauro Rodrigues - MDB; Mário Mon­dino - ARENA; Nelson Marchezan - ARENA; Rosa Flores _MDB; Vasco Amaro - ARENA.

RoraimaHélio Campos - ARENA.

VI - ORDEM no DIAO SR. PRESIDENTE (Marco Maciel) _ A lista de presença

acusa o comparecimento de 329 Srs. Deputados.

Os Senhores Deputados que tenham proposições a apresentarpoderão fazê-lo.

O SR. ANTôNIO BRESOLIN - Requerimento de consignaçãonos Anais da Casa de voto de congratulações com B,S autoridadesdo Município de Itapetinga, Balúa, pela realização de exposiçãopecuária.

O SR. NUNES LEAL - Projeto de lei que altera o art. 1.0 daLei n.o 5.698, de 31 de agosto de 1971, que dispõe sobre as presta­ções devidas a ex-combatente segurado da previdência social.

O SR. ODACIR KLEIN - Projeto de lei que altera a redaçãodos artigos 687 e 688 da Lei n.o 5.869, de 11 de janeiro de 1973 _Código de Processo Civil.

O SR. SIQUEIRA CAMPOS - Projeto de lei que inclui, nocurrículo pleno dos estabelecimentos de ensino de 1.0 e 2.0 graus,a disciplina "Noções de Economia Cooperativista".

O SR. OCTÁVIO TORRECILLA - Projeto de lei que introduzalteração na Lei Orgânica da Previdência Social.

O SR. JOAQUIM BEVILACQUA - Projeto de lei que estabelececondição para que as empresas concessionárias dos serviços públi­cos que menciona possam efetuar corte de fornecimento.

O SR. OSVALDO BUSKEI - Projeto de lei que estabelece cri­tério para fixação de preços de refrigerantes e cervejas por parteda SUNAB.

O SR. CÉLIO MARQUES FERNANDES - Requerimento deconsignação nos Anais da Casa de voto de pesar pelo falecimentodo Dl'. Aderbal Livi D'Ávila.

- Requerimento de consignação nos Anais da Casa de votode congratulações com o Município de Taquara, Rio Grande do Sul,pelo transcurso da data de sua emancipação política.

. - Requerimento de consignação nos Anais da Casa de votode congratulacões com o Município de Constantina, Rio Grande doSul, pelo transcurso da data de sua emancipação política.

O 8R. JORGE ARBAGE - Projeto de lei que altera a redaçãode dispositivos da Lei n.O 4.591, de 16 de dezembro de 1964.

O SR. GOMES DO AMARAL - Requerimento para inserçãonos Anais da Casa de pesquisa realizada pelo Instituto Brasileirode Opinião Pública e Estatistica - IBOPE. em Ponta Grossa, Pa­raná. relativa aos indices de audiência de emissoras de rádio na­quela cidade.

O SR. PAULO MARQUES - Projeto de lei que dispõe sobre acensura de jornais e revistas.

O SR. DASO COIMBRA - Requerimento de consignação nosAnais da Casa de voto de congratulações com o Município de SãoSebastião do Alto Rio de Janeiro, pelo transcurso da data desua emancipação política.

O SR. JOÃO CUNHA - Requerimento de convocação do :Mi­nistro do Planejamento para prestar esclarecimentos sobre a com­pra da empresa Fiação e Tecelagem Lutfalla pelo BNDE.

O SR. LUIZ BRAZ - Requerimento de consignação nos Anaisda Casa de votos de congratulações com o jornal '~O Fluminense"pelo transcurso do 28.0 aniversário de sua fundaçao.

O SR. RUY CôDO - Requerimento de consignação nos Anaisda Casa do transcurso do 104.° aniversário da Convenção ituana.

O SR. PRESIDENTE (Marco Maciel) - Vai-se passar à votaçãoda matéria que está sobre a Mesa e a constante da Ordem do Dia.

O SR. PRESIDENTE (Marco Maciel) - Há sobre a mesa e vousubmeter a votos a seguinte

REDAÇãO FINAL

REDAÇãO FINAL DO PROJETO DE DECRETO LEGISLATIVON.o 85-B/1977

Aprova o texto do Convênio Comercial, firmado entrea Rcpublica Federativa do Brasil e a Republica do Peru,a bordo do navio da Armada peruana, "Ucayali", fundeadono Rio Amazonas (Solimões), na linha de fronteira bra­sileiro-peruana, em 5 de novembro de 1976.

O Congresso Nacional decreta:

Art. 1.0 Fica aprovado o texto do Convênio Come~ciaJ, fir­mado entre a República Federativa do Brasil e a Repubhca doPeru a bordo do navio da Armada peruana "Ucayali", fundeadono Rio Amazonas (Solimões), na linha de fronteira brasileiro­peruana, em 5 de novembro de 1976.

Art. 2.0 Este decreto legislativo entrará em vigor na data dasua publicação.

Comissão de Redação, 18 de abril de 1977. - Daso Coimbra,Presidente - João Castelo, Relator - Henrique Cardoso.

O SR. PRESIDENTE (Marco Maciel) - OS 81'S. que a aprovamqueiram ficar como estão. (Pausa.)

Aprovada.Vai ao Senado Federal.O SR. PRESIDENTE (Marco Maciel) - Há sobre a mesa e vou

submeter a votos o seguinte

REQUERIMENTOSenhor Presidente:

Nos termos regimentais, requeiro urgência para a tramitaçãodo Projeto de Lei n.o 710/75.

Sala das Sessões, 18 de abril de 1977. - a) Marcelo Linhares.a) Getúlio Dias.

O SR. PRESIDENTE (Marco Maciel) - OS 81'S. que o aprovamqueiram ficar como estão. (Pausa.)

Aprovado.O SR. PRESIDENTE (Marco Maciel) - Há sobre a mesa e vou

submeter a votos o seguinte

REQUERIMENTOSenhor Presidente:Nos termos regimentais, requeiro urgência para a tramitação

do Projeto de Lei n.o 3.333/77.

Sala das Sessões, lB de abril de 1977. - a) Marcelo Linhares,a) Getúlio Dias.

O SR. PRESIDENTE (Marco Maciel) - Os 8rs. que o aprovamqueiram ficar como estão. (Pausa.)

Aprovado.

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Abril de 1977 DIllRIO DO CONGRESSO NACIONAL (Seção I) Terça-feira 19 ][~7

O SR. PRESIDENTE (Marco Maciel) - Há sobre a mesa e vousubmeter a votos o seguinte

REQUERIMENTOSenhor Presidente:Nos termos regimentais, requeiro a V. Ex.a que, ouvido o ple­

nário, seja designado o Grande Expediente de uma das sessõesdesta Casa para as homenagens póstuma:;; que a representaçãodo Estado do Ceará deseja prestar à memória do ex-Deputado Fe­deral Antônio Perilo de Souza Teixeira.

Sala das Sessões, 18 de abril de 1977. - Paes de Andralle.O SR. PRESIDENTE (Marco Maciel) - Os S1"s. que o aprovam

queiram ficar como estão. (Pausa.)Aprovado.O SR. PRESIDENTE (lUarco Maciel) - Há sobre a nlesa e vou

submeter a votos o seguinte

REQUERIMENTOSenhor Presidente:O Deputado que este subscreve, nos termos regimentais, requer

se digne V. Ex.a , após ouvido o augusto plenário, seja destinadoo horário regimental da sessão de amanhã para comemorar onascimento do Presidente Getúlio Vargas.

Sala das Sessões, 18 de abril de 1977. - Antônio Bresolin.O SR. PRESIDENTE (Marco Maciel) - Os Srs. que o aprovam

.queiram ficar como estão. (Pausa.)

Aprovado.O SR. PRESIDENTE (Marco Maciel) - Nos termos do artigo

86, § 3.°, do Regimento Interno, convoco a Câmara dos Deputadospara uma Sessão Extraordinária Matutina, amanhã, às 9 horas,destinada a trabalho das Comissões.

O SR. PRESIDENTE (Marco Maciel)Discussão única do Projeto de Decreto Legislativo n.O

84-A, de 1977, que aprova o texto do Acordo para Utiliza­ção de Estações Costeiras e de Navios na Região Amazô­nica, assinado entre a República Federativa do Brasil e aRepública do Peru, a bordo do navio da Armada peruana"Ucayali", fundeado no rio Amazonas (Solimões), na linhade fronteira brasileiro-peruana, em 5 de novembro de 1976;tendo pareceres: da Comissão de Constituição e Justiça,pela constitucionalidade e juridicidade; e da Comissão deSegurança Nacional, pela aprovação. IDa Comissão de Re­lações Exteriores.) - Relatores: Srs. Pedro Colin, JairoMagalhães e ítalo Conti.

O SR. PRESIDENTE (lUarco Maciel) - Tem a palavra o Sr.Antônio Bresolin, para discutir o projeto.

O SR. ANTôNIO BRESOLIN (I\IDB - RS. Sem revisão doorador.) - Sr. Presidente, Srs. Deputados, embora discorde doregime atual do Peru, sei que aquela nação é amiga do Brasil e oAcordo previsto neste convênio interessa aos dois paises. Antes quefosse tomada a iniciativa de construção da Transamazônica. tiveoportunidade de ler e reler o livro de Artur Reis "A Amazônica ea Cobiça Internacional", que deveria ser uma espécie de breviáriopara todos os brasileiros. Senti de perto a importância da cons­trucão dessa rodovia chegando mesmo a elogiar a iniciativa antesque" o meu partido ~e pronunciasse. Realmente, a construção daTransamazônica não atingiu seus objetivos, conforme os própriosMinistros do Governo, mais tarde, tiveram oportunidade de re­conhecer. mais, de qualquer sorte, creio ter sido uma contribuiçãobastante importante para fixar o elemento humano ao longo danossa fronteira.

Todos sabem que até hoje muito material estratégicJ da nossaPátria está sendo desviado para o exterior, através de camposclandestinos de aviacão existentes naquele imenso continente queé a Região Amazônica. O Peru, neste particular, tem os mesmosinteresses do Brasil. Já sobrevoei grande parte da região amazô­nica do Peru, que apresenta as mesmas dificuldades da área ter­ritorial brasileira, dai a minha presença nesta tribuna para falarda import8"ncia dessa iniciativa, que considero da maior conve­niência para os dois países.

Faço votos de que não fique uma iniciativa tão importanteC01110 esta apenas no papel, mas que, efetivalneIlte, e111 colaboração,sejam fiscalizadas as nossas fronteiras ao .longo daquela imensaregião, que constitui um dos patrimônios mais caros da nossaPátria.

O SR. PRESIDENTE (]\1arco Maciel) - Tem a palavra o Sr.Daso Coimbra, para discutir o projeto.

O SR. DASO COIMBRA (ARENA - RJ. Sem revisão do orador.)- Sr. Presidente, Srs. Deputados, quando, no ano passado, o Sr.

II

~residente da República esteve a bordo do navio "Ucayali", lá nono Amazonas, na parte conl1ecida como rio Solimões - quase nalinha de fronteira brasileiro-peruana -- foram assinados váriosTra~ados. Estamos agora aprovando o texto do Acordo para utili­zaçao das estações costeiras e localizadas em navios, na RegiãoAmazônica. Estas estações móveis serão colocadas em navios, mili­tares ou não, que percorrerão o rio Amazonas não apenas na partebrasileira, mas também na peruana, a servico desses países. Asestações costeiras são brasileiras, situadas no litoral da RegiãoAmazônica. ~ ,

A finalidade principal deste Acordo é prover o rio Amazonase todos os seus afluentes dos meios de c:omunicacão necessários ãsegurança e ao apoio da navegação fluvial. ..

Trata-se de medida de grande alcance não apenas para oBrasil, na Região Amazônica, mas para o Peru na área banhadapelo referido rio e seus afluentes. '

Por esta razão, só temos a louvar o acordo efetuado entre osGovernos brasileiro e peruano, objeto de consideração em nossaCasa.

O SR. PRESIDENTE (l\1arco Maciel) - Não havendo maisoradores inscritos, declaro encerrada a discussão.

Vai-se passar à votação da matéria.O SR. PRESIDENTE (J\larco J\IacieU - Vou submeter a votos

o seguinte:

PROJETO DE DECRETO Ui;GISLA'I'IVO N.o 84-A DE 1977

O Congresso Nacional decreta:A~t. 1.0 É aprovado o texto do Acordo para Utilização de

Estaçoes Costeiras e de Navios na Região Amazônica, assinadoentre a República Federativa do Brasil e a República do Peru abordo do navio da Armada peruana "Ucayali". fundeado no RioAmazonas (Solimões), na linha de fronteira brasileiro-peruana,em 5 de novembro de 1976,

Art. 2.° Este Decreto Legislativo entra em vigor na data desua publicação.

O SR. PRESIDENTE (Marco Maciel) - OS 81'S. que o aprovamqueiram ficar como estão. (Pausa.)

Aprovado.

Vai à Redação Final.

ACORDO PARA UTILIZAÇãO DE ESTACõES COSTEIRASE DE NAVIOS NA REGliiO A:\-IAZôNICA ÉN'rRE O GOVERNO

DA REPÚBLICA FEDERATIVA DO BRASIL E OGOVERNO DA REPúB'LJiCA DO PERU

O Governo da República Federativa do Brasile o Governo da República do Peru,Conscientes da importãncia da navegação fluvial no Rio Ama­

zonas de ambos os paises e com o propósito de coordenar a uti­lização das estações do serviço móvel marítimo em águas inte­riores, decidiram celebrar o presente Acordo com as seguintesdisposições:

ARTIGO IDefinições

1. Para o presente Acordo as seguintes definições foram ado-tadas:

1.1 - AcordoO presente Acordo em seu todo, inclusive seus anexos.1.2 - Estações CosteirasEstações fixas abertas à correspondência pública, situadas na

Região Amazônica e localizadas em território brasileiro ou perua­no, que operem nas faixas do Serviço Móvel Marítimo.

1.3 - Estação de NavioEstação móvel do Serviço Móvel Marítimo, no Rio Amazonas,

excetuadas aquelas instaladas em navilos militares e navios a ser­viço dos Estados.

1.4 - Listas de EstaçõesListas elaboradas pelas Partes Contratantes que contêm os

dados técnicos, operacionais e administrativos de todas as esta­ções cobertas pelo Acordo.

1 5 - Entidades OperadorasAs Partes COntratantes nomeiam entidades operadoras ::;''''''''

prestar os serviços objeto do presente Acordo:a) pelo Brasil - Empresa Brasileira de Telecomunicações !'\ A

EMBRATEL:b) pelo Peru - Serviço de COmunicações Navais.

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1838 Terça-feira 19 DIARIO DO CONGRESSO NACIONAL (Seção I) Abril de 19'7'7

ARTIGO 2

Aplicação e Execução do Acordo2.1 - O Acordo tem por finalidade principal prover o Rio

Amazonas dos meios de telecomunicações necessár.ios à segurançae de apoi\, à navegação fluvial na região.

2.2 - As cláusulas do Acordo aplicam-se a todas as estaçõescosteiras e de navios, brasileiras ou peruanas, conforme defini~

das no artigo primeiro.2.3 - O Acordo terá sua aplicação iniciada com a implanta­

~ão de estações costeiras em Iquitos (Peru), Benjamin Constant(Brasil) e Tefé (Brasil) e com a utilização das ':lstações costeiraslocalizadas em Belém, Santarém e Manaus (Brasil).

2.4 - Antes de licenciar qualquer outra estação costeira naRegião Amazônica, as Partes Contratantes deverão procurar obtera coordenação necessária.

2.5 - As cláusulas do Acordo não modificam as obrigações edireitos das Partes Contratantes, previstos na Convenção Inter­nacional de Telecomunicações e seus Regulamentos, inclusive odireito de cada Parte Contratante cobrir, com suas estações cos­teiras, a área do seu próprio território.

ARTIGO 3Especificações Técnicas

3. 1 - Os equipamentos transmissores a serem utilizados nasestações costeiras e nas estações de navios deverão ser aqueleshomologados pelas respectivas Partes Contratantes, com as se­guintes características básicas:

a) possuir qualidades técnicas mínin:as, como especificadas nosApêndices 3, 17-A REV, 18 e 19 do Regulamento de Radiocomu­nicações (UIT);

b) permitir a operação em. pelo menos, 3 canais.3.2 - As faixas de freqüências a serem utilizadas serão:a) 2 MHz, 4 MHz e 8 MHz;b) 156 MI-Iz a 174 MHz.

3.3 - Os tipos de emissão permitIdos Serão: radiotelegrafia(A-I) e radiotelefonia (3A3A. 3A3J e 16F3).

3.4 - As estações costeiras deverão preencher as seguintesexigências mínimas de equipamimtos:

a) 2 transmissores, 1 KW PEP;b) 2 receptores;c) 1 transceptor de VHF, FM, de 25 W.

3.5 - Até que as necessidades locais o exij am, as Estaçõesde Tefé e Benjamin Constant (Brasil) estarão dispensadas de ope­rar nas faixas de 156 a 174 MHz.

ARTIGO 4Especificações Operacionais

4 .1 - As estações costeiras deverão prover. pelo menos, osserviços de radiotelefonia pública, segurança e socorro.

4.2 - As estações costeiras garantirão atendimentos durante. pelo menos 8 (oito) horas por dia.

4.3 - Os procedimentos de comunIcações (chamada, respos­ta. listas de tráfego. mensagens de socorro, etc.) serão os constan­tes do Reg'ulamento de Radiocomunicações (UIT).

ARTIGO 5Lista de estações

5.1 - As Partes Contratantes publicarão e intercambiaráosuas respectivas Listas de Estações.

5.2 - As modificações às Listas de Estações serão comuni­cadas pelas Partes Contratantes concernentes e publicadas quandooportuno.

5.3 - Cada Lista de Estações deverá eont-er as seguintes in-formações:

a) freqllência de operação;b) data de início de operação;c) indicativo de chamada;

d) Parte Contratante que autoriza ° funcionamento da esta-ção;

e) entidade responsável pela estação;f) coordenada., geográficas (Estações Costeiras):

g) classe de Estação e natureza do serviço;h) tipo e potência de emissão (PEP);

i) azimute da maXlma irradiacão (Estações Costeiras);j) horário de serviço; eI) outros.5.4 - Qualquer Parte Contratante que deseje:a) modificar as características de uma estação que figure na

lista de Estações;b) pôr em serviço uma estação que não figure na lista de

Estações; deverá notificar e, se for necessário, coordenar previa­mente com a outra Parte Contratante.

5.5 - Esta notificação deverá conter todas as característi­cas mencionadas no item 5.3.

5.6 - Somente as estações de navios cuja tonelagem brutaseja igualou inferior a 1600 toneladas constarão das Listas deEstações.

5.7 - As Partes Contratantes se obrigam a tomar as provi­dências necessárias para que as Listas de Estações não sejam re­produzidas por organismos não autorizados.

ARTIGO 6

Procedimento em caso de Interferência Prejudicial6.1 - As Partes Contratantes devem cooperar na investiga­

ção e para a eliminação de interferência prejudicial ao serviçomóvel marítimo, objeto deste Acordo.

6.2 - Em caso de interferência prejudicial, as Partes Con­tratantes deverão trocar informações para determir:.ar a fontee a responsabilidade da interferência, apresentando sugestões so­bre medidas a serem tomadas para sua eliminação.

6.3 - As Partes Contratantes se comprometem a verificar ocumprimento das disposições contidas no Regulamento de Radio­comunicações (UIT) sempre que se detectem emissões de ensaio,ajuste ou experiência.

ARTIGO 7

Inspeção das Estações (le Navios7.1 - Qualquer Parte Contratante terá pleno direito de ins­

pecionar as estações de navios da outra Parte Contratante, quan­do estas estiverem em seu t.erritório, desde que a dita estaçãode navio tenha cometido alguma irregularidade, mantidos os direi­tos das Partes Contratantes. previstos pelos Acordo bilaterais eRegulamentos Internacionais vigentes.

7.2 - A Parte Contratante que efetue a inspeção comuni­cará à outra Parte Contratante a razão motivadora da citada ins­peção, fornecendo os dados elucidadores sobre as irregularidadesencontradas.

7.3 - Nos casos previstos no item 7.2, se as irregularidadesnão forem sanadas no prazo de 60 dias, a partir da datr da comu­nicação da irregularidade, a estação infratora será cancelada daLista de Estações.

ARTIGO 8Tarifação e Acerto de Contas

8.1 - As tarifas sobre prestação de serviços serão estaheIe­cidas, coordenadalllente, pelas Entidades Operadoras e ratifica­das pelas Partes Contratantes.

8.2 - Poderão estabelecer-se tarifas especiais mediante ACOl:­do prévio entre ambas as Partes.

8.3 - Eventuais ajustes de contas entre as Entidades Ope­radoras serão incluídos nos ajustes de contas existentes entreas empresas responsáveis pelos serviços internacionais de tele­comunicações das Partes Contratantes.

ARTIGO 9Denúncia

9.1 - Qualquer Parte Contratante poderá, a qualquer tempo,denunciar o Acordo. através de notificacão à outra Parte Con­tratante. A denúncia terá efeito seis meses após a data de suanotificação.

9.2 - A denúncia do Acordo não libera as Partes Contratan­tes de quaisquer obrigações ou compromisso assumido em acordosinternacionais vigentes e normas consuetudinárias.

ARTIGO 10Revisão

10.1 - O presente Acordo é susceptível de revisão, por pro­posta de uma das Partes Contratantes.

ARTIGO 11Entrada em Vigor

11.1 - O presente Acordo entrará em vigor quando da trocade Notas Diplon1.áticas entre os respectivos Governos, após o cum­primento elas formalIdades internas cabíveis.

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Abril de, 1977 DIARIO DO CONGRESSO NACIONAL (Seção I) Terça-feira 19 1839

Feito em dois exemplares, nos idiomas português e espanhol,sendo ambos igualmente válidos e assinados a bordo do navioda Armada peruana "Ucayali", fundeado no Rio Amazonas (80­limões), na linha de fronteira brasileiro-peruana, aos cinco diasdo mês de novembro de mil novecentos e setenta e seis.

Pelo Governo da República Federativa do Brasil: AntonioF. Azeredo da Silveira.

Pelo Governo da República do Peru: Miguel Angel de la FlorValle.

O SR. PRESIDENTE (Marco Maciel)

Votação, em primeira discussão, do Projeto de Lein_O 593-B, de 1975, que introduz alterações no Decreto-lein_O 201, de 27 de fevereiro de 1967, trata da respons8,bili­dade dos Prefeitos e Vereadores, dispondo sobre maiorproteção do mandato legislativo dos Vereadores; tendoparecer, da Comissão de Constituição e ,Justiça, pela cons­titucionalidade, juridicidade, técnica legislativa e, no mé­rito, pela aprovação, com emenda. Parecer à Emendaoferecida em plenário: da Comissão de Constituição e Jus­tiça, pela constitucionalidade, juridicidade, técnica legis­lativa e, no mérito, pela rejeição. (Do Sr. Siqueira Cam­pos.) - Relator: Sr. Noide cerqueira.

O SR. PRESIDENTE (l\iarco Maciel) - Tem a palavra o Sr.Célio Marques Fernandes, para encaminhar a votação.

O SR. C:ÉLIO MARQUES FERNANDES (ARENA - RS. Semrevisão do orador.) - Sr_ Presidente, nobres Deputados, quandoo presente projeto veio a Plenário, em 3 de agosto de 1976, apre­sentei emenda, o que fez com que ele retornasse à Comissão deJustiça desta Casa. Embora a minha emenda não tivesse merecidoacolhida no seio daquele órgão técnico, ela levou a que o pwjetoretornasse à Comissão, onde a :natéria sofreu estudos mais apro­fundados. E hoje veJo, com muita alegria, que, embora a minhaemenda não tivesse sido aceita a Comissão alterou o projeto, dan­do-lhe condições de ser aprovado. Ficou assim o Vereador maisgarantido, porque, como estava a proposição, era muito fácH ex­tinguir-se o mandato legislativo de qualquer Vereador. Agora, coma alt.eração introduzida pelo dinâmico autor do _projeto, o atuantee inteligente Deputado Siqueira Campos, isso não vai ser tão fácil.

Felicito as Lideranças, Sr. Presidente, por terem acertado emaprovar o presente projeto, com o que lucrarão os Vereadores,aqueles que representam as Câmaras Municipais. E eu, como mu­nicipalista, como membro da Associação Brasileira de Munidpios,que luta incansavelmente pelos interesses dos Municípios e, con­seqüentemente, ~elos Vereadores, sinto-me satisfeito em ver queuma pequenína faceta do projeto foi afastada, possibilitando aoVereador cumprir o seu mandato com mais liberdade e eficiência.

O SR. PRESIDENTE (Marco Maciel) - Tem a palavra o Sr.Aldo Fagundes, para encaminhar a votação.

O SR. ALDO FAGUNDES (MDB - RS. Sem revisão do orado!'.)- Sr. Presidente, autorizado pelos eminentes Lideres MarcondesGadelha e Getúlio Dias, que hOJe representam neste Plenário aBancada da Oposição, quero dízer a V. Ex_a e à Casa que o MDBvotará favoravelmente à proposição sob exame.

De fato ,as disposições do Decreto-lei n.o 201, na parte refe­rente à perda do mandato do Vereador, se nos afiguravam bastan­te rigorosas. A alteração introduzida no projeto assemelha a per­da do mandato, por ausência de ~omparecimento às sessões, ànorma constitucional fixada para os Congressistas e para :as As­sembléias Estaduais.

Parece-nos, por isso mesmo, que a matéria merece aprovação,pois introduz medida que protege o mandato popuiar nos Legis­lativos Municipais.

Por essas razões, enuncio favoravelmente o voto da Oposição.

O SR. PRESIDENTE (Marco Maciel) - Em Plenário foi ofere­cida e vou submeter a votos a seguinte

Emenda

1) Suprima-se o item V do art. 8_0 do Decreto-lei n.O 201/75na redação dada pelo Projeto em seu art. 1.0

2) No § 2.0 do art. 8.0 do Decreto-lei n.o 201/75 na redacãodada pelo projeto em seu art. 1.0 onde se lê: "Nas hipóteses dosincisos lII, IV e V... " leia-se: "Nas hipóteses dos incisos III eIV ... "

O SR. PRESIDENTE (Marco Maciel) - OS 81'S. que a aprovamqueiram ficar como estão. (Pausa.)

Rejeitada.

O SR. PRESIDENTE (Marco Macicl) -- A Comissão de Consti­tuição e Justiça, ao apreciar o projeto, Mereceu ao mesmo e vousubmeter a votos a seguinte:

EmendaDê-se ao § 2.0 do Projeto de Lei n_o 59>175, a seguinte redação:

"§ 2.0 Nas hipóteses dos incisos IlI, IV e V, a perda domandato só poderá ser 1eclarada após processo regularinstaurado pela Câmara, em que fique devidamente com­provada a acusação, assegurada ampla defesa ao indiciado,e tomada a decisão respectiva por dois terços de seusmembros, em votação secreta."

O SR. PRESIDENTE (Marco Maciel) -- OS 81'S. que a aprovamqueiram ficar como estão. (Pausa.)

Aprovada.O SR. PRESIDENTE (Mal'co Maciel) - Vou submeter a votos

o seguinte:PROJETO N.o 593-B DE 1975

O Congresso Nacional decreta:

Art. 1.0 O art. 8.0 do Decreto-lei n.O 201, de 27 de fevereirode 1967, que dispõe sobre a responsabilidade dos Prefeitos e Ve­readores, e dá outras providências, modificado pela Lei n.O 5.659,de 8 de junho de 1971, passa a viger reeserito nos seguintes ter­mos:

"Art. 8.0 Extingue-se o mandato do Vereador quando:

I - ocorrer falecimento, renúncia por escrito, cassação ouinterdição dos direitos políticos, 011 perda da função;II - deixar de tomar posse dentro do prazo estabeleci­do em lei, sem motivo justo aceito pela Câmara;III - deixar de comparecer a mais da terça parte dassessões ordinárias da Câmara, em cada sessão legislativa,salvo motivo de força maior, devidamente comprovado,ou licença concedida nos termos da lei respectiva;IV - incidir nos impedimentos legais para o exercício domandato, sem se desincompatibili,:ar;

V - tiver o procedimento declarado incompatível com odecoro da Câmara Municipal ou atentatório das institui­ções vigentes.§ 1.0 Nos casos dos incisos I e II, a declaração da extin­ção do mandato será feita pelo Presidente da Câmara poriniciativa própria, ou mediante requerimento de qualquerVereador, partido, ou do Suplente interessado;§ 2.0 Nas hipóteses dos incisos lII, IV e V, a perda domandato só poderá ser declarada após processo regularinstaurado pela Câmara, em que fique devidamente com­provada a acusação, assegurada l'.mpla defesa ao indicia­do, e tomada a decisão respectiva por maioria, em votaçãosecreta;

§ 3.0 Se houver omissão do Presidente da Oâmara quantoàs providências de sua alçada, definidas nos parágrafosanteriores, qualquer interessado, inclusive Partido Políticoou o respectivo Suplente, poderá intentar a declaração daextinção do mandato por via judicial, em cuja ação, seficar apurada a omissão do Presidente, será este conde­nado nas custas do processo e honorários de advogado,importando a decisão judicial na perda automática docargo da Mesa, e no impedimento para nova investiduradurante o restante da legislatura."

Art. 2.0 A presente lei entrará em vigor à data de sua publi­cação, revogada a Lei n.o 5.659, de 8 de junho de 1971, e as maisdisposições em contrário.

O SR. PRESIDENTE (Marco lUaciel) -- Os Srs. que o aprovamqueiram ficar como estão. (Pausa.)

Aprovado.

Volta à Comissão de Constituição e .Tustiça, para redação em2.a discussão.

O SR. PRESIDENTE (Marco Maciell)

Primeira discussão do Projeto de Lei n.O 525-A, de1975, que estabelece normas gerais para a instalação denovas indústrias nos centros mais pop'llosos do País; ten­do pareceres: da Comissão de Oonstituição e Justiça, pelaconstitucionalidade, juridicidade e técnica legislativa; daComissão de EconomIa, Indústria e Comércio, pela rejeição,com voto em separado do Sr. João Arruda; e, da Comissãode Finanças, pela aprovação, com emendas. (Do Sr. HerbertLevy,) - RelatOl'es: Srs, Olaudino Sales, Fernando Gon­çalves e Jorge Vargas.

Page 40: imagem.camara.gov.brimagem.camara.gov.br/Imagem/d/pdf/DCD19ABR1977.pdf · ANO XXXII - N(l 023 CAPITAL FEDERAL SEÇÃO I TERÇA-FEIRA, 19 DE ABRIL DE 1977 CÂMARA DEPUTADOS SUMÁRIO

1810 Terça-feira 19 DIARIO DO CONGRESSO NACIONAL (Seção I) Abril de 1977

O SR. PRESIDENTE (Marco Maciel) - Não havendo oradoresinscritos, declaro encerrada a discussão. .

Vai-se passar à votação da matéria.O SR. PRESIDENTE (Marco Maciel) - A Comissão de Finan­

ças, ao apreciar o projeto, ofereceu ao mesmo e vou submeter avotos as seguintes

E:MENDAS:

_ N.o 1-

Dê-se ao art. 2.0 do projeto a seguinte redação:

"Art. 2.° Ressalvada a competência estadual e municipalno que diz respeito à localização de áreas. na.:> cidades compopulação igual a 1 (um) milhão, 2 (dois) milhões, 3 (três)milhões ou mais de habitantes, as novas indústrias pa.:>­sarão a localizar-se respectivamente a 15 (quinze), 25 (vin­te e cinco) e 40 (quarenta) quilômetros do fim do perí­metro urbano."

- N.O 2-Acrescente-se ao art. 2.° o subseqüente § 1.0, renumerando-se

seu parágrafo único para § 2.°;"§ 1.° É fixado em 50 (cinqüenta) o limite máximo deoperários das indústrias mencionadas no ,eaput deste ar­tigo."

O SR. PRESIDENTE (Marco Maciel) -- Os Srs. que as aprovamqueíram ficar como estão. (Pausa.)

Aprovada.:>.O SR. PRESIDENTE (Marco Maciel) - Vou submeter a votos

o seguinte:PROJETO N.O 525-A DE 1975

O Congresso Nacional decreta:

Art. 1.0 A instalação de novas indústrias nas capitais dosEstados ou em cidades de grande concentração urbana, somenteserá permitida nos termos desta lei.

Art. 2.° Ressalvada a competência estadual e municipal noque diz respeito à localização de áreas, a instalação de novas in­dústrias fica subordinada às seguintes normas gerais, conforme apopulação:

a) nas cidades que tenham atingido 1 (um) milhão de habi­tantes, as novas indústrias serão localizadas fora de um raiode 30 (trinta) quilômetros de extensão;

b) na.q cidades com 2 (dois) milhões ou mais de habitantes. asnovas indústrias serão localizadas fora de um raio de 50 (cin­qüenta) quilômetros de extensão;

c) nas cidades com 3 (três) milhões ou mais de habitantes, asnovas indústrias serão localizadas fora de um raio de 100 (cem)quilômetros de extensão.

_Parágrafo único. Nas cidades em formação, ou nas de popu­laça0 superior a 30 (trinta) mil habitantes, fica proibida a insta­lação de indústrias no perímetro urbano delimitado por leimunicipal.

Art. 3.° A ampliação de indústrias existentes, desde que des­tinadas à mesma produção ou de produtos afins, fica excluídadesta proibição.

. Art. 4.° Esta lei entrará em vigor na data de sua publicação,revogada.:> as disposições em contrário.

O SR. PRESIDENTE (Marco Maciel) - Os Srs. que o aprovamqueiram ficar como estão. (Pausa.) .

Aprovado.

Volta à Comissão de Finanças, para redação em 2.a discussão.

O SR. PRESIDENTE (Marco Maciel)

Primeira discussão do Projeto de Lei n.o 533-A, de 1975,que altera a redação dos arts. 492 e 497 da Consolidaçãodas Leis do Trabalho, assegurando estabilidade ao empre­gado com mais de dez anos de servico, ainda que sejaoptante pelo Fundo de Garantia do Tempo de Serviço;tendo pareceres; da Comissão de Constituição e Justiça,pela constitucionalidade e juridicidade, com emendas; daComissão de Trabalho e Legislação Social, pela aprovação,com adoção das emendas da Comissão de iDonstituição eJustiça, contra o voto em separado do Sr. Raimundo Pa­rente; e. da Comissão de Finanças, pela aprovação, comadoção das emendas da Comissão de Constituição e Justiça.(Do Sr. Odacir Klein.) - Relatores: Srs. José Maurício,Theobaldo Bs.rbosa e Raimundo Parente.

O SR. PRESIDENTE (Maroo Maciel) - Há sobre a mesa e vousubmeter a votos o seguinte

REQUERIMENTOSr. Presidente, nos termos regimentais, requeiro a V. Ex.a o

adiamento da discussão do Projeto n.o 538-A/75, por dez sessões.Sala das Sessões, 13 de abril de 1977. - Getúlio Dias.O SR. PRESIDENTE (Marco Maciel) - OS 81'S. que o aprovam

queiram ficar como estão. (Pausa.)Aprovado.Em con8eqi.íéncia, o projeto sai da Ordem do Dia.O SR. PRESIDENTE (l\ilarco Maciel)

Discussão prévia do Projeto de Lei n.o 1.963-A, de 1976,que inclui, no informativo radiofônico da "Hora do Bra­sil", uma resenha bibliográfica semanal dos principaislançamentos de autores brasileiros, e dá outra.:> provid~n­cias; tendo parecer, da Comissão de Constituição e Justiça,pela inconstitucionalidade. (Do Sr. JG de Araújo Jorge.)- Relator: Sr. Lidovino Fanton.

O SR. PRESIDENTE (Marco Maciel) - Tem a palavra o Sr.Célio Marques Fernandes, para discutir o projeto.

O SR. CÉLIO MARQUES FERNANDES (ARENA - RS. Semrevisão do orador.) - Sr. Presidente, 81'S. Deputados, ning'uémpode de8conhecer que "A Voz do Brasil" detém, diariamente, umdos maiores índices de audiência de nossa Pátria. Mas tambémninguém ignora que talvez sejam os :;Jarlamentares os únicos,entre os que prestam serviços a esta Nação, que podem ter con­trolados seus trabalhos pela própria "A Voz do Brasil". Por maisdistante que seja o lugar, quem sintonizar seu rádio em "A Vozdo Brasil" toma logo conhecimento da atividade dos Senadorese Deputados e das discussões travadas neste plenário.

Somos realmente os únicos brasileiros cujo trabalho é con­trolado, da casa do mais pobre ao palácio do mais rico. Em nenhu­ma outra área há um controle tão rigoroso.

O ilu8tre autor do projeto, Deputado JG de Araújo Jorge,pretende incluir em "A Voz do Brasil" uma resenha bibliográficados principais lançamentos de autores brasileiros. Mas o espaçode tempo é reduzidís8imo para que isso 8eja feito.

Aliás, a resenha do Congresso Nacional precisaria até de maistempo. Trata-se de programa realmente muito ouvido em todoBrasil, informando o que fazem o Sr. Presidente da República, 08Governadores dos Estados, os Srs. Mini8tros, o que ocorre, porexemplo, no 8etor do Exército, da Marinha, da Aeronáutica, asnomeações de funcionários federais etc. A proposição não poderáser aprovada porque o art. 81 da nossa Constituição reza que com­pete privativamente ao Presidente da República di8por sobre aestruturação, atribuições e funcionamento dos órgãos da admi­nistração federal e "A Voz do Brasil", a "AgênilÍa Nacional", é umórgão da Administração.

Sr. Presidente, cabe aqui destacar o trabalho que os esforçadose dinâmicos funcionários de "A VOZ do Brasil"' vêm fazendo nosentido de difundir o mais possível o que se passa nesta Casa eno Senado. "A Voz do Brasil" está de fato cumprindo suas finali­

.dades.O SR. PRESIDENTE (Marco Maciel.) - Não havendo mais

oradores inscritos, declaro encerrada a discussão.Vai-se passar à votação da matéria.O SR. PRESIDENTE (Marco Maciel.) - Tem a palavra o Sr.

J. G. de Araújo Jorge para encaminhar a votação.O SR. J. G. DE ARAÚJO JARGE (MOB - RJ. Sem revisão do

orador.) - Sr. Presidente, o Projeto 1963-A, de minha autoria, édo maior alcance cultural. Na justificativa que apresentei, aludiinclusive a uma carta que me enviou o chamado "Mercacl'Úr deLivros do Rio de Janeiro", Carlos Ribeiro, livreiro de grande tradi­ção, ligado a todas atividades culturais da cidade do Rio de Janeiro,que assim se manifestou:

"O livro está precisando de sua ajuda. Junto estou lheenviando proposição de Orlando Pires, aprovada pelo nOS80Presidente, José Cândido de Carvalho - no caso, JoséCândido de Carvalho romancista - hoje imortal. No mo­mento ela 8e encontra em mãos do Ministro Golbery, parajulgamento e aprovação. Estamos precisando do seu pres­tígio junto ao Ministro para que seia dado um empur­rãozinho."

Veja V. Ex." como as pessoas que moram longe de Brasíliavivem iludidas sobre o prestígio que os Deputados podem ter,admitindo que este modesto representante do MDB possa ter algu­ma influência nas decisões que o Governo venha 1), tomar a respeitode qualquer assunto.

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Abril de 1977 DIARIO DO CONGRESSO NACIONAL <Seção I) Terça-feira 19 lSU

o projeto visa a incluir no informativo "A Voz do Brasil"uma resenha bibliográfica dos principais lançamentos de autoresbrasileiros. Essa iniciativa não chega a alterar a estnlt.uração,atribuição e funcionamento de órgão da administração federal,como diz o inciso 5.°, do art. 81 da Constituição. Infelizmente, meucompanheiro, Lidovino Fanton, eminente jurista do MDB, homem

. sério, no seu relatório extremou-se e chegou a uma seriedadedemais, numa interpretação muito ao pé da letra do dispositivoconstitucional.

Tenho defendido nesta Casa, seguidas vezes, uma interpretaçãomais liberal, mais elástica, mais ampla. Que esta Casa Cl'ie, à mar­gem de uma Constituição que é uma camisa de força no Pais, umajurisprudência que nos permita alguns movimentos. No momentoem que se tenta socorrer a cultura nacional, com a indicação sema­nal, dentro do horário de que dispõe "A Voz do Brasil", de umaresenha dos livros de autores brasileiros, para amparar o livro,el3te enjeitado da cultura nacional, vai o meu projeto ser rejei­tad'Ü, infelizmente, baseado em parecer do meu colega e amigo,eminente jurista, Lidovino Fanton. Nós aqui somos mais realistasdo que o rei, em que pese a Constituição haver sido outorgada.Por isso mesmo, caberia ao Poder Legislativo, instância superior,tentar muitas vezes interpretá-la.

No encaminhamento desta votação, formulo um último apeioà compreensão e ao espírito liberal da ARENA e da sua Liderançapara que não vetem este projeto, que nada tem de incostitucional

•. se interpretarmos o texto da Constituição no seu sentido mais. amplo. Não estou pretendendo, com este projeto, dispor sobre a,. estruturação de "A Voz do Brasil", da Agência Nacional., suas

atribuições, funcionamento, sob o ponto de vista da adminstração.Estou apenas pretendendo incluir no horário uma pequena rese­nha literária que divulgará os autores nacionais e colaborará,desta maneira, para que a cultura nacional e para que o livro

,tenham o mínimo de respeito e de divulgação neste Pais.O SR. PRESIDENTE (Marco MacieI.) - Tem a palavra o Sr.

Getúlio Dias, para encaminhar a votação.

O SR. GETÚLIO DIAS (MDB - RS. Sem revisão do orador.)- Sr. Presidente, endossamos o apelo que faz, nesta oportunidade,o autor da proposição à Liderança da Maiol·la.

Efetivamente, o art. 81, inciso 5.°, que dispõe sobre a estrutu­ração, atribuições e funcionamento dos' órgãos da ad'l11instraçãofederal, como competência do Poder Executivo, não está sendoalterado pela proposta JG de Araújo Jorge, uma vez que o órgãoespecifico do Executivo, no caso o Ministério da Educação e Cul­tura, teria o maior interesse em incluir um item referente á rese­nha bibliográfica naquele programa. Com isso, procuraríamos con­trabalançar, equilibrar a promoção. cultural.

Autores nacionais têm faltado a respeito da falta de coberturado Governo. Eis aí a gl"ande oportunidade que ofel"ece o projeto doDeputado JG. de Araújo Jorge, sem ferir, sem agredir o textoconstitucional.

O Ministério da Educação e Cultura, interessado em promovera cultura nacional, incluiria, assim, um simples item, um noticiá-

,Tio minúsculo, uma resenha bibliográfica naquele programa. Istoé o que nesta oportunidade a Liderança da Oposição leva à Lide­rança da Maioria, pois, não obstante o extremado zelo em não

.f.erir a costitituição, parece-me um erro de ótica do meu prezadojurista Deputado Lidovino Fanton, uma vez que o projeto se en­quadra perfeitamente dentro de uma atribuição do Executivo,dentro de uma atribuição do Ministério da Educação e Cultura.Mas se isso não for possível, que pelo menos sirva como sugestãoaltamente positiva ao Governo, já que vem aproveitando tantasidéias partidas do Legislativo que aqui já estavam há 10, 8, 5 ou2 anos.

Aqui fica o nosso apelo para que a Liderança da MaioJtia sejasensível a esta iniciativa do Deputado JG de Araújo Jorge.

O SR. PRESIDENTE (Marco MacieI.) - Tem a palavra o Sr.Marcondes Gadelha, para encaminhar a votação.

O SR. MARCONDES GADELHA (MDB - PB. Sem revisão doorador.) - Sr. Presidente, o Prejeto de Lei 11.° 1.963-A, do nobreDeputado JG de Araújo Jorge, é digno dos melhores encômios emerece a nossa aprovação. Propõe S. Ex."" que a Agência Nacionalinclua na sua programação Uma resenha semanal sobre livros.Ora. a Agência Nacional tem consumido o seu tempo com os maisvariados assuntos, que vão desde problemas de ordem j,lJrísticaaté programação esportiva e assim por diante. Naàa de mais queinclua também, na sua pauta, um item visando à preservação e àexpansão da cultura nacional, através do livro e do mercado li­vreiro no País. Parece-nos que a douta Comissão de Costituiçãoe Justiça se louvou numa norma muito genérica 'da Costituição.Federal que dispõe sobre a estruturação, atribuições e funciona­mento dos órgãos da adminstração federal. Entretanto, este não.é o- problema em tela. A proposição do Deputado JG. de AraújoJvrge em. nada afeta a estruturação, ou funcionamento de órgãosda, administra«ão federal. Talvez fosse matéria passível de ser

regulada por simples portaria. Infelizmente nos encontramosd!ante de fato consumado. O que nos resta, a par da nossa louva­çao ao projeto do nosso companheiro, é faller apelo ao Poder Exe­cutivo para que acolha a proposição, o que, aliás, tem sido normade procedimento com relacão às boas iniciativas deste Poder Le-gislativo. .

O SR. PRESIDENTE (Marco MacieI.) - Tem a palavra o Sr.Marcelo Linhares, para encaminhar a vota ção.

O SR. MARCELO UNHARES (ARENA - CE. Sem revisão doorador.) - Sr. Presidente, Srs. Deputados, o Projeto de Lein.O 1. 963-A, de 1976, de autoria do ilustre Deputado JG de AraújoJorge, versa sobre a inclusão, no informativo radiofônico "A Vozdo Brasil", de uma resenha bibliográfica semanal dos principaislançamentos de autores brasileiros. O projeto, na realidade ébem interessante e seria de grande proveito para a literaturanacional. Lamentavelmente o item V, do art. 81 da Constituicãovigente, proíbe, por considerar de competência privativa do Pre­sidente da República, dispor sobre a estruturação, atribuições efuncionamento dos órgãos da administraeão federal. Isto foi ob­jeto do parecer do nobre Deputado Lidovirío Fanton e teve a una­nimidade de votos da Comissão de ConsGituicão e Justica. Recebeuainda votos do Deputado Theobaldo Barbosá, o própl'io Relator edos Deputados Altair Chagas, Blota ,Júnior, Celso Barros Claudino'Sales, Daso Coimbra, Eloy Lenzi, Fernando Coelho, Jairo Maga­lhães, José Bonifácio Neto e Sebastião Rodrigues Júnior. Ademais,Sr. Presidente, o "Mercador de Livros", como intitula o DeputadoJG de Araújo Jorge ao livreiro Carlos Ribeiro, quando encaminhouà Indicação n.O 7/75, do Conselho Estadual de Cultura do Estadodo Rio de Janeiro, aprovada em sessão ele 20 de agosto de 1975disse àquele Deputado que o processo se encontrava em mãos d~Ministro Golbery do Couto e Silva, Chefe da Casa Civil da Presi­dência da República. Ora, aquele "Mercador de Livros" sem ser umle[!,"islador, sabia que essa indicação não poderia ser aprovada pelaCamara dos Deputados, por ser contrária ao que dispõe a Cons­tituição Federal.

Por todos esses motivos, Sr. Presidente, lamentando não poderaprovar a proposição, por ser uma medida anticonstitucional, aAl.iança Renovadora Nacional vota contra o projeto em apreço.

O SR. PRESIDENTE <Marco Maciel)- Em votação o parecerda COmissão de Constituição e Justiça, pela ínconstitucionalidadedo projeto.

O SR. PRESIDENTE (Marco Maciel)1 - Os Senhores que ()aprovam queiram ficar como se encontram. (Pausa.)

Aprovado.Vai ao arquivo.

O SR. PRESIDENTE (Marco Maciel) - A proposição a que serefere o parecer é a seguinte:

PROJETO N.o 1.963-Al, DE 1976

O Congresso Nacional decreta:Art. 1.0 Fica a Agência Nacional encarregada de preparar

uma resenha bibliográfica semanal, a ser levada ao ar, todas assextas-feiras, contendo os principais lançamentos editoriais dePais, feitos durante a semana.

§ 1.0 A resenha se aterá ao lancamento de edicões ou reedi­ções de livros de autores brasileiros, com a indicaçãõ do titulo dDmesmo, nomes do autor e da editora, gênero literário, número daedição e preço da obra.

S 2.0 O citado noticiário terá caráter estritamente informa­tivo, sem comentários críticos, podendo ser acrescido eventualmen­te de outros dados, tais como: número de páginas do volume;número de volumes da obra; se apresenta ilustrações, e, no caso,nome do ilustrador ou do capista, matéria ou tema da obra, àguisa de ementa orientadora para o leitor, etc.

§ 3.° Para figurarem na resenha lbibliográfica, as Editoras,os autores interessados, deverão enviar à Agêncía Nacional cincovolumes de cada obra, dois dos quais ficarão com a Agência Na­cional, e três deverão ser enviados parn a Biblioteca da Câmarados Deputados.

Art. 2.° Esta lei entrará em vigor trinta dias após a datade sua publicação, revogadas as disposiç6es em contrário.

O Sr. Airon Rios -- Sr. Presidente, peço a palavra pela ordem.O SR. PRESIDENTE (Marco Maciel) - Tem a palavra o nobre

Deputado.O SR. AIRON RIOS (ARENA - PE. 'Sem revisão do orador.) ­

Sr. Presidente, encaminhei à Mesa da Câmara, sexta-feira última,Proposta de Emenda à Constituição que visa a dar nova redaçãoao § 1.0 do art. 175 da nossa Carta Magna.

Ocorre, Sr. Presidente, que, anteriormente, _se exigia, paraapresentação de 'propostas dessa natureza, o apoiamento de um

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1842 Terça-feira 19 DURlO DO CONGRESSO NACIONAL (Seção I) Abril de 1977

terço de membros da Câmara dos Deputados ou do Senado Fe­deral. Agora, porém, em face da Emenda Constitucional n.O 8,requer-se a assinatura de um terço de membros de ambas asCasas.

Como o art. 115, do Regimento Interno, permite ao parlamen­tar retirar proposição oferecida - no caso, ela sequel' recebeuparecer das Comissões, e foi através da Câmara que o autor aapresentou, não tendo, assim, sido ela diluida no sistema congres­sual - levanto questão de ordem sobre a matéria, para que V. Ex."decida com sua reconhecida sapiência.

O SR. PRESIDENTE (Marco Maciel) - A Mesa ouviu atenta­mente a questão de ordem suscitada pelo eminente DeputadoAiron Rios. Embora não se trate de matéria constante da Ordemdo Dia, não deixa a Mesa de acolher as considerações que acabamde ser levantadas por S. Ex.a Todavia, em face da complexidadeda matéria, a Mesa a examinará devidamente, para que possa,em tempo hábil e tempestivamente, dar a S. Ex.a a resposta queo caso requer.

O SR. PRESIDENTE (Marco Maciel) -Discussão prévia do Projeto de Lei n.O 2.124-A, de

1976, que altera a redação do art. 1.0 da Lei n.O 5.709, de7 de outubro de 1971, para proibir às empresas estrangei­ras a aquisição de terras pertencentes à União, Estados,Territórios e Municípios; tendo parecer, da Comissão deConstituição e Justiça, pela inconstitucionalidade. (Do 8r.Magnus Guimarães.) - Relator: Sr. José Bonifácio Neto.

O SR. PRESIDENTE (Marco Maciel} - Não havendo oradoresinscritos, declaro encerrada a discussão.

Vai-se passar à votação da matéria.O SR. PRESIDENTE (Marco Maciel) - Em votacão o parecer

da Comissão de Constituição e Justiça, pela inconstitucionalidadedo projeto.

O SR. PRESIDENTE (Marco Maciel) - Os Senhores que oaprovam queiram ficar como se encontram. (PaUlsa.)

Aprovado.Vai ao arquivo.

O SR. PRESIDENTE (Marco Maciel) - A proloosição a que serefere o parecer é a seguinte:

PROJETO N.o 2.124-A, DE 1976>O Congresso Nacional decreta:Art. 1.0 O art. 1.0 da Lei n.O 5.709, de 7 de outubro de 1971,

passa a vigorar com a seguinte redação:"Art. 1.° O estrangeiro residente no Brasil e a pessoajurídica estrangeira autorizada a funcionar no Brasil nãopoderão adquirir terras pertencentes à União, Estados,Territórios e Municípios, e só poderão adquirir imóvel ru­ral na forma prevista nesta Lei."

Art. 2.° Esta lei entra em vigor na data de sua publicaçãu.Art. 3.° Revogam-se as disposições em contrário.O SR. PRESIDENTE (Marco Maciel) - Nos termos do inciso rI

do art. 10 do Regimento Interno, concedo a palavra ao Sr. Fer­nando Lyra, na qualidade de Líder do Movimento DemocráticoBrasileiro.

O SR. FERNANDO LYRA (MDB - PE. Como Líder. Sem re­visão do orador.) - Sr. Presidente, Srs. Deputados, QCUPO o horárioda Liderança do Movimento Democrático Brasileiro e entendo quenesta hora não tenho nada a acrescentar às paLavras do LíderAlencar Furtado pronunciadas na sexta-feira. Tenho dito, Sr.Presidente. (Palmas.)

O SR. PRESIDENTE (l\larco Maciel) -- Nos termos do inciso IIdo art. 10 do Regimento Interno, concedo a palavra ao Sr. JoséBonifácio, Líder da Aliança Renovadora Nacional.

O Sr. Marcelo Linhares - Sr. Presidente, peço a palavra pelaordem.

O S"R. PRESIDENTE (Marco Maciel) - Tem a palavra o nobreDeputado.

O SR. MARCELO LINHARES (ARENA - CE. Sem revisão doorador.) - Sr. Presidente, gostaria que V. Ex.a aguardasse algunsinstantes, porque nosso Líder se encontra no gabinete e desloca­se, Reste momento, para o plenário da Câmara dos Deputados.

O SR. PRESIDENTE (Marco Maciel) - A Mesa tem, a pro­pósito do assunto, de informar que a Questão de Ordem suscitadapelo eminente Deputado Marcelo Linhares não tem guarida noRegimento Interno desta Casa, e por isso mesmo deixa de acolhê­Ia. Segundo o Regimento Interno, art. 10. o horário das Lideran­ças se destina ao uso da palavra pelo Lider, por alguém por ele

indicado ou pelos seus substitutos eventuais. A Mesa, assim, deixade acolher a Questão de Ordem suscitada por S. Ex.a (Palmas.)

O Sr. José Bonifácio - Sr. Presidente, peço a palavra pelaordem.

O SR. PRESIDENTE (Marco Maciel) - Tem a palavra o nobreDeputado.

O SR. JOSÉ BONIFÁCIO (ARENA - MG. Sem revisão doorador.) - Sr. Presidente, estava eu inscrito para falar em segundolugar. Estou chegando agora e não sei o que está ocorrendo noplenário.

O SR. PRESIDENTE (Marco Maciel) - V. Ex." tem a palavra,de acordo com o Regimento Interno, por 55 minutos. Acabava eude responder à Questão de Ordem suscitada pelo nobre DeputadoMarcelo Linhares em face de V. Ex.a não se encontrar em plená­rio. Como nesse meio tempo V. Ex." chegou, concedo-lhe a palavrapara falar por 55 minutos.

O SR. JOSÉ BONIFáCIO - O orador que deveria anteceder­me perdeu a vez, Sr. Presidente?

O SR. PRESIDENTE (Marco Maciel) - O orador anterior jáusou da palavra e o fez de acordo com o Regimento Interno. TemV. Ex." a palavra por 55 minutos.

O SR. PRESIDENTE (Marco Maciel) - Nos termos do inciso IIdo art. 10 do Regimento Interno, concedo a palavra ao Sr. JoséBonifácio, Líder da Aliança Renovadora Nacional.

O SR. JOSÉ BONIFÁCIO (ARENA - MG. Como Líder. Pro­nuncia o seguinte discurso.) - Sr. Presidente, Srs. Deputados, aARENA, em nome da Revolução, fala ao povo em defesa da Naçãobrasileira.

Ocupou esta tribuna, na sexta-feira passada, o DeputadoAlencar Furtado, Lider do MDB, e dirigiu-se aos 81'S. Depu­tados, dizendo-se intérprete da Oposição. As suas palavras não nossurpreendem, quando focaliza, com radicalismo e a provocaçãocostumeira, os esforr;os cívicos do movimento revolucionário demarço de 1964 para recuperar o País, submetido, em 1963, a umaminoria de farsantes que, apoderando-se do Governo, graças atécnicas conhecidas, tentavam, como tentam ainda hoje, se pude­rem, e tentarão amanhã, se conseguirem, colocar a nossa Pátriadentro da órbita de Moscou.

O discurso do Líder do MDB, no seu conjunt<l, mais do queuma provocação, é um escárnio a esta Casa, apesar da literaturabarata e das citações históricas improcedentes com que alimentouas suas páginas.

Por isto mesmo, cumpre-nos, preliminarmente, fazer umaanálise do orador e da retórica da provocação, retórica que visaa criar novas crises, mais crises, porque, para S. Ex.a , e paracerta minoria que representa, de fato, dentro do seu partido, atática é produzir crises, a fim de, através delas, alcançarem osfins inconfessáveis que têm em vista.

Vejamos o orador. S. Ex.a era tido nesta Casa, por quantoso conhecem, como homem de idéias esquerdistas, e alguns o con­sideravam mesmo um radical da esquerda. Não me cumpre julgaras suas razões de ordem íntima. O seu problema de consciêncianão me cabe discutir. Mas o que surpreende da leitura do discursodo orador da sexta-feira é especialmente o tom que deu às suaspalavras.

S. Ex.a se apresenta como um convertido ao Catolicismo. S. Ex."cita, na sua oratória, cinco vezes a palavra de Deus, de Deus NossoSenhor. Fala nos cristãos das catacumbas; menciona várias vezesPio XII, o grande Pontífice da Igreja Romana, que enfrentou comenergia o comunismo e o marxismo no seu tempo: cita o filósofocatólico Jacques Maritain e faz referência a Ruy Barbosa.

Quem ouviu sexta-feira as palavras do Deputado Alencar Fur­tado, ou assistiu a um engodo. ou assistiu a uma conversão. OuS. Ex.a revelou-se para nós um falso católico, com objetivos espú­rios, ou S. Ex.a repentinamente transformou-se não direi num"beato", mas num singular seguidor de Cristo.

Diria mesmo que, depois de tantas citações piedosas e apóstantas evocações ao Pontifice romano, o nobre Deputado deve estara estas horas com o "santo rosário nas mãos", a consciência limpados pecados, porque se tornou pelo menos um praticante extremadodos ensinamentos dos Apóstolos, embora não saiba aplicá-los àrealidade brasileira, o que é comum a um cristão novo.

Nós, que nunca o vimos freqüentar as Igrejas de Brasília,agora o veremos confessando e comungando semanalmente. Equero falar com sinceridade: se realmente S. Ex." é hoje um con­vertido aos melhores preceitos do Catolicismo, nós, católicos, deve­mos curvar-nos diante dessa nova profissão de fé. Mas se S. Ex."usa o nome de Cristo, usa o nome do Papa Pio XII para iludiresta Casa e o povo brasileiro: se S. Ex.a usa em vão a palavra deDl'.'us, que reflita na profanação que faz e no desrespeito que co-

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Abril de 1977 DIáRIO DO CONGRESSO NACIONAL (Seção I) Terça-feira 19 1843

mete contra os mais profundos sentimentos de religiosidade danossa gente.

Se realmente convertido, nós o veremos, quando da votação daEmenda do divórcio, possivelmente nesta tribuna, segundo os dog­mas da fé católica, defendendo a indissolubilidade do vinculo con­jugal.

Fixada a figura dúbia do orador na tribuna, já a retórica, ogrosso do seu discurso, o conjunto das suas palavras trazem osten­sivamente o veneno da discórdia, as insinuações da contestaçãocom ditos literários, de literatura não muito primorosa, mas que,na leitura superficial, mostra a apelação condoreira para não dizergongórica, bem ao estilo de quem quer agitar, bem ao estilo dequem quer excitar paixões e arrancar aplausos dos irresponsáveis.

É a velha retórica. Cita a Lei das XII Tábuas e, ao contráriode se valer delas como referência às grandes conquistas da digni­dade do homem, vale-se S. Ex.a dos predicados romanos apenascomo referência, porque têm o número de doze, e quer enumerarcomo doze as criticas superficiais, acadêmicas, sem qualquer fun­(:lamento, contra as providências sérias e patrióticas do Governoda Revolução.

S. Ex.a cita Ruy, pinça palavras de algumas das inúmeras obrasdo grande baiano para tentar impressionar e, ao contrário de in­terpretá-las, usa-as todas para justificar a presença radical e asteses da contestação. Ruy nunca foi um contestador, mas um pala­dino do aperfeiçoamento democrático.

Mas não fica só nisto. S. Ex.a quer citar Cincinatus, e sabemosque, de fato, no seu subconsciente, não estariam os dirigentes davelha Roma republicana, que ocupavam o poder por tempo deter­minado, porém os césares, os imperadores, titulares perpétuos dosgovernos. A Revolução brasileira, com todo seu processo, não pre­cisa de césares, porque ela tem homens capazes de ir ao Governo,não para usar a força do poder, mas para fazer do poder uminstrumento do bem comum. Ao contrário de se perpetua,rem noGoverno, terminado o período constitucional, entregam a direçãodo Pais a seus sucessores, numa demonstração inequívoca da nossavocação democrática, que o cesarismo dos países marxistas-socia­listas e nazifascistas jamaís acolheu, jamais aceitou, porque a pe­riodicidade dos mandatos é dos princípios basilares do regimedemocrático. Tentando iludir com velhos chavões, há no discurso,ainda, tiradas literárias ocas, procurando sensibilizar o liberalismoromântico, fazendo de forma afoita evocações ao nosso passado.

S. Ex.a cita movimentos revolucionários que, na realidade, sãoas sementes e antecedentes de 1964. Ficamos felizes, enquantoalguns colegas surpresos, por não terem sido lembrados os rebeldesde 1935 e eventos semelhantes ...

S. Ex.a menciona legendas gloriosas do movimento tenentistabrasileiro. E, entre eles, aquele que sabemos ser o mais caro aoscorações de certas minorias, que receberam dele apoio integral, nãoestá ali indicado. Será isto fruto da conversão repentina ao cato­licismo ou a boa técnica assim o exige?

Falando em liberdade e democracia, o que, na verdade, muitosquerem é se valer delas para revogá-las, para esmagá-las, introdu­zindo novos sistemas de Governo. bem conhecidos em todo o mun­do, e sobretudo hoje, na África s·ofredora, de Angola.

Parece a muitos que há, no entanto, uma falha do subcons­ciente, traduzida nas páginas do discurso de S. Ex.": o DeputadoAlencar Furtado condena a China comunista pela ajuda ao Chiledo ilustre General Pinochet, aquele que salvou sua pátria da anar­quia do Presidente Al1ende e da tentativa do assalto ao poderpelas forças comunistas.

O orador, no entanto, não faz referência às atividades comer­ciais de algumas nacões sul-americanas com a Rússia comunista.Por quê? Haverá nestas palavras alguma atitude favorável a umadas linhas do marxismo internacional, ou só foi por acaso, umacitação que escapou ao católico recentemente convertido?

Todavia, 81'S. Deputados, em todo o gongorismo do pro­nunciamento, ficou, em relação às reformas politicas, uma únicacritica semi-objetiva, referente à eleição indireta de Senador. ES. Ex.a usa a palavra "picareta", fugindo assim ao tom eclesiásticoe pretensiosamente acadêmico de sua fala ...

Sim, por certo que, neste trecho, a critica não se destina ape­nas aos futuros Senadores arenistas, mas também a algum Senadordo MDB, que, eleito por este processo, terá lugar na Câmara Alta.

A questão pode, no caso, envolver lutas ou concorrências inter­nas no seu Partido.

Mesmo assim, devolvo o termo "picareta" à sua própria grei,à sua própria agremiação, e julgo que S. Ex.a não está sendo muitodelicado com o futuro correligionário que irá ocupar tal cadeira noSenado da República. Adiante mostrarei a S. Ex.a que, na maioriados países do Ocidente, mesmo naqueles paises onde o Partido Co­munista é atuante e até legalizado, as Câmaras Altas, os Senados,como na Itália e na Bélgica, por exemplo, admitem outras formasde escolha de representantes para o plenário senatorial.

Srs. Deputados, fora as citações católicas do discurso do LideI'do MDB, há, na sua maior parte, afirmacões comprometedoras,que considero não expressarem o pensamento de muitos de seuscolegas do MDB.

Verifica-se ali que não se defende o aperfeiçoamento do regi­n:e, a estrutura sólida de nossas instituições democráticas, mas,SIm, a queda destas instituições democráticas, e subliminarmentese prega o enfraquecimento do Brasil, para, através do terrorismoe da agitação, envolver o Pais na angústia de Nações irmãs, comoa valorosa Argentina, onde reina a intranqüilidade, o mal-estarsocial, a insegurança nos lares, e onde se perturba o trabalho dosoperários, e se impede os jovens de estudar, provocando no Con­tinente as notícias que inquietam e afligem os contemporâneos.A retórica, porém, do Líder da Minoria desce ao atrevimento de,baseada em doutrinas ultrapassadas, como a do velho Montesquieu,tentar criticar os eminentes Presidentes da Câmara e do Senado.Recomendo ao orador da sexta-feira a leitura de Karl Loewenstein,constitucionalista moderno, que mostra que o exercício da lide­rança de cada um dos poderes, na prática, se reduz na funçãoúnica do poder público. E estas lideranças conjugadas que exer­cem os verdadeiros atributos governamentais, como sejam o "poder~e decisão", o "poder de execução" e o "poder de controle", emboraIndependentes e harmônicos, devem reunir-se nas horas das "de­cisões magnas" que interessam à Nação. A obra publicada pelaUniversidade de Chicago intitula-se "Teoria da Constituição".

Srs. Deputados, falei sobre o orador de sexta-feira, sobre a suaretórica e as técnicas de provocação do seu discurso.

Neste instante histórico, devo falar ainda, e de maneira clara,a respeito da ARENA e da Revolução, porque a ARENA é o grandeinstrumento civil do Movimento de Marco de 1964. Incum.be aonosso Partido graves responsabilidades nesta hora, que ainda éuma hora revolucionária, ainda é momento da Revolução. A provade que a Revolução precisa continuar (I seu processo, até atingiros seus altos fins, os seus altos desígnios, decorre deste tipo deatitudes provocadoras e das acões subversivas conhecidas dos ór­gãos de segurança. Decorre ainda da consciência democrática doFais, que Vê, de maneira clara e insofismável, que se articulam,ainda agora como ontem, as mesmas forças dominantes em 1963,que querem a retomada do poder, atualmente com apoio externomais forte e mais amplo, o que é do conhecimento de todos.

Qual o grande objetivo da Revoluçiilo de Março de 1964?Nós, de maneira clara e simples, podemos, de viseira erguida

e de consciência tranqüila, dizer ao povo e à Nação: o grandeobjetivo da Revolução de 64 é a manu~enção do regime democráti­co, é a democracia nos seus valores perenes; e para tanto o com­bate à subversão e à corrupção, e o magnífico esforço do desen­volvimento brasileiro, na procura do bem-estar para o nosso povo.

Ontem, a democracia, naquele mundo de 30 ou 40 ou 50 anosatrás, vivia estruturando nações, que encontravam até mesmo difi­culdades de comunicação, umas com as outras. Dominadas pelo"liberalismo romântico", não temiam as forças totalitárias, pois ocomunismo e o nazi-fascismo ainda não eram atuantes, sobretudoo primeiro, o comunismo internacional, que, desde as suas origens,com o Manifesto Comunista de Marx, já revelava a pretensão inter­nacionalista que agora perturba a humanidade.

Hoje, porém, o liberalismo romântico, que servia de molduraàs democracias do passado, não pode mais constituir-se na mol­dura das democracias do presente. Estas vivem numa época detransição e de transformações tecnológicas, em que os meios decomunicação propiciam uma série de fatores novos, inclusive orápido intercâmbio internacional dos seus inimigos, que nem sem­pre estimulam a aliança que deveria unir os democratas de várioscontinentes.

As democracias modernas precisa~m, portanto, defender-secontra os seus adversários, e é por isso que a moldura do "libera­lismo romântico de ontem" há de ser substituida por uma moldurado liberalismo realista, compatível com nossos tempos.

A democracia de hoje precisa de mecanismo de segurança ede proteção, porque, do contrário, em nome dela, os seus inimigos,usando as velhas molduras, com facilidade se infiltrarão atravésdas sociedades abertas que elas representam, e nós viveremos nãoapenas os espetáculos da chamada guerra revolucionáría, tão co­nhecida e tão comum, mas ocorrências dramáticas. como o espe­táculo da Tchecoslováquia, democracia sólida na primeira metadedeste século, e que em uma semana sucumbiu. graças ao assaltoao poder pelas forças do comunismo internacional que a transfor­maram num satélite de Moscou.

Enquanto os contestadores do regime prosseguirem na contes­tação e provocarem crises, como estas últimas que promoveram,a Revolução não arquivará o mandato revolucionário que a Naçãolhe outorgou e não deixará de usar os recursos democráticos desua autodefesa, expressos no AI-5, cuja eficácia a Constituiçãoconsagra no seu art. 182. A democracia brasileira precisa do AI-5,como os cidadãos pacificos precisam de armas para enfrentar osinimigos traiçoeiros.

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1844 Terça-feira 19 DIARJO DO CONGRESSO NACIONAL (Seção J) Abril de 1971

Só as civilizações decadentes, como a Roma antig~. diante dosbárbaros, não têm líderes e armas para a sua segurança. Fiquemcientes os subversivos de que no Brasil há estadistas como o Presi­dente Geisel e meios políticos e militares para dar garantias etranqüilidade ao povo e à Nação.

Portanto, 81's. Deputados. a democracia liberal romântica nãotem lugar neste País, porém a de moldura liberal realista, compa­tível com a nossa época e capaz de ter meios de proteção e desegurança para impedir que minorias atuantes e ousadas consigamassaltar o poder. usando o nome de Deus, das Encíclicas Papais. deRui Barbosa, dos Cincinatus, para "piedosamente" instalarem aditadura do proletariado. como está no art.. 1.0 da ConstituiçãoSoviética.

A Revolução de 1964 está no poder e continuará no poder. Oprocesso revolucionário terá andamento enquanto obstáculos aoaperfeiçoamento democrático se erguerem diante de nós. li; irre­versível.

Não pensem que somos cegos ou incapazes para prever. AARENA sabe analisa a realidade brasileira. Os adversários tentamdebater só os nossos problemas internos, como se o Brasil fosseuma ilha e não vivesse dentro de um Continente agitado, ondegrupos extremistas procuram apossar-se do poder em várias naçõesda América do Sul e dominam um país da América Central, parade lá movimentarem tropas a serviço do imperialismo soviético emtodo o mundo.

S. Ex.as podem estar certos de que nós sabemos que Cuba nãose acha muito longe das fronteiras brasileiras. mas sabemos tam­bém que as nossas gloriosas Forças Armadas esmagarão qualquertentativa insólita ou menor que seja contra a soberania nacional.

Sr. Presidente, a Maioria desta Casa não se intimida comslogans demagógicos ou chavões literários para iludir os homensde boa-fé. Temos consciência de nossas altas responsabilidades.

O Governo do eminente Presidente Ernesto Geisel é um exem­plo que dignifica o Brasil. porque através da execução de progra­mas e planos beneficia várias áreas da nossa população, não só domeio urbano, como do meio agrário.

Os trabalhadores rurais hoje têm elementos para sua subsis­tência, sem me referir à assistência médieo-soeial que lhes é ga­rantida. No passado, antes da Revolução, eram tratados comopárias pela demagogia dominante.

O Goverõ1o do Presidente Ernesto Geisel, que realiza um largoplano de recuperação econômica, introduzindo teenologia em se­tores até então descon'hecidos na vida do País, como o da energianuciear. enfrenta com êxito o problema do petróleo, de maneirafirme e racional.

Apesar das dificuldades que o mundo atravessa, incentiva, deforma extraordinária, a nossa produção, melhorando as condiçõesde vida da nossa gente, elevando o índice per capita do nosso povoe, sobretudo, dando novas esperanças a imensas faixas ahando­nadas da população brasileira.

E a hora da prova:- No ensino de 2.0 grau, a Revolução encontrou no País qua­

trocentos e trinta e nove mil alunos matriculados, e, já em 1975,passamos de 1 milhão e 900 mil matriculados!

- No ensino superior. em 1964, existam 142 mil matriculadosem nossas Faculdades, mas, em 1975, já eram mais de 1 milhãoe 100 mil!

- Em 1970, cerca de 65 milhões de cruzeiros foram gastos coma alimentação escolar e, em 1976. gastou-se a soma de mais de1 bilhão e ~OO milhões de eruzeiros, beneficiando, no primeirocaso, 3 milhoes e 900 mil alunos e, no segundo, 11 milhões, con­forme fontes da Campanha Nacional de Alimentação Escolar.

- No programa habitacional, as cifras são colossais: até 1964,construídas por Institutos e Caixas, o Governo havia erguido 100mil habitações. Veio a Revolução, e o BNH construiu 1 milhão eduzentas mil, abrigando mais ou menos 6 milhões de pessoas.

- Estão no Congresso para votação as propostas do Governo,transferindo as ações da União para o PIS e o PASEP, benefici­ando aproximadamente 20 milhões de trabalhadores.

- No setor de energia elétrica. de 29 bilhões de quilowatts­hora, passamos, em 1975, para 73 bilhões de kwh.

- Nossa renda per capita em 1964 era de 303 dólares; em197{ passou para 748 dólares.

Eis por que o Presidente Ernesto Geisel passará à História donosso Pais como um dos seus maiores estadistas aos quais nestahora rendemos as nossas homenagens, homenagens da esmaga­dora maioria do povo brasileiro.

S: Ex.a não só detém a Presidência da República, mas possuitam 'em, com todas as responsabilidades que recaem sobre os seusomlJros. a titularidade do Poder Revolucionário, vale dizer, é o

titular do Poder Constituinte Originário e, enquanto a Revoluçãose processar, o Chefe da Nação mantém competências políticasnecessárias para abrir caminho em busca de elevados objetivosdemocráticos e ainda do nosso desenvolvimento e da segurancanacional.

Quero. neste instante. ilustres Deputados, de maneira solene,de maneira clara. falar, falar, repito, permitam-me os Senhoresnão apenas em nome dos Parlamentares da ARENA, mas, possodizer de plena certeza, em nome de quase todos os Deputados: aCasa não está de acordo com as injúrias e nem tampouco com aspalavras de provocação que foram sexta-feira dirigidas contra oPresidente Ernesto Geisel, o primeiro Magistrado da Nação. Apre­sento nesta hora o nosso formal repúdio, o nosso protesto contraos termos com que o Deputado Alencar Furtado tratou S. Ex.a,o Presidente da República. Posso mesmo asseverar que os termosdo seu discurso, neste particular, não se revestiram apenas de pa­lavras de contestação, mas de expressões de falta de educação,impróprias a este plenário.

O Presidente Ernesto Geisel é merecedor do respeito de todosos brasileiros. Oposição, como dizia o saudoso Presidente CasteIloBranco, não pode ser sinónimo de contestação e nem de desrespei­to ao mais alto magistrado da República.

Sr. Presidente, após estas palavras de observação e de afir­mação política, cumpre-nos. ao contrário do LideI' do MDB, entrarna análise objetiva e clara dos termos das reformas introduzidasna Constituicão da República pelo titular do Poder ConstituinteRevolucionário, por imperativo de segurança democrática, contraas manobras de uma minoria, dentro da minoria desta Casa.

As Reformas políticas, todas elas, constituem providências per­feitamente 1dentificadas com os melhores princípios democráticos.

Passo. portanto, a tais temas, que não foram objeto do dis­eurso do nobre Deputado da sexta-feira e que devem e precisamser explicados à Nação, como demonstração, como prova inequívocade que a Revolução continua seguindo o seu roteiro democrático,apesar e a despeito das tentativas de cl'ises manipuladas pelos seusinimigos.

Meus 81'S., com os recentes acontecimentos que se desenvolvemno País, o Presidente da República, de acordo com o art. 182 daConstituição, assumiu as atribuições revolucionárias contidas noAto Institucional n.o 5. pondo em recesso o Congresso Nacional ese investindo do Poder Constituinte Originário.

Como sabemos, o Poder Constituinte Originário é manifestaçãorevolucionária que dá ao seu titular capacidade politica de criara norma constitucional, alterar a Constituição. sem levar em contaas regras relativas a reforma ou revisão que estejam na Consti~

tuição em vigor.

Assim sendo, o Poder Constituinte Originário. geralmente re­presentado pela Revolução, coloca-se acima da própria Constitui­ção. Já o chamado Poder Constituinte derivado ou de revisão éo que se submete à Constituição. É o processo normal de sua mo~

dificação.

O tipo de Poder Constituinte Originário exercido pelo Presi­dente Ernesto Geisel nestes últimos dias tem exemplo em váriosmomentos da nossa História. Assim foi em 1824, em 1937, em 1967de certa maneira, em 1969 e agora, como afirmamos.

É o chamado Poder Constituinte Originário que, embora revo­lucionário, segundo a maneira de se concretizar, pode gerar, comoacaba de acontecer, normas constitucionais democráticas.

De acordo com a manifestação do Poder Constituinte Origi­nário, exercido pelo Chefe da Revolução, a atual Constituição Bra­sileira sofre,~ as seguintes alterações:

a) modificação na estrutura do Poder Judiciário:b) alteração do processo de escolha dos Governadores, que

serão eleitos pelo pleito indireto:c) introdução da técnica da eleição indireta no pleito para

o Senado, no tocante a 1/3 dos Senadores;

d) redução do quorum de membros do Congresso Nacionalpara a revisão constitucional;

e) ampliação do prazo do mandato presidencial para 6 anos,e coincidência da data dos pleitos eleitorais.

Vejamos, rapidamente, as implicações de cada uma dessasmudanças constitucionais e, sobretudo, a sua perfeita identifica~

ção com as técnicas democráticas, tomando por base os diversosmodeios políticos existentes no mundo ocidental.

A Reforma do Poder Judiciário, da maneira em que foí feita,constitui um passo em favor do aprimoramento democrátieo doPais, visto que dará início a uma série de providências que terãorepercussões nos Estados, sobretudo na Justiça ele La Instãncia,visando a modernizá-la, dando-lhe maior dinamicidade. Quer dizer.haverá a busca de uma justiça "mais rápida e mais ba'['ata", com

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Abril de 1977 DIARIO DO CONGRESSO NACIONAL (Seção I) Terça-feira 19 1845

maior facilidade de acesso para o povo junto aos Juízes e Tri~bunais.

As eleições indiretas, ou melhor, o processo indireto de forma­ção dos Governos é a regra geral no mundo ocidental.

Todos os Países da Europa que adotam o regime de GovernoParlamentarista formam o seu Governo, elegem o seu Governoatravés de um processo indireto, pois que o Governo sai de dentrodos Parlamentos escolhidos pelos r6presentantes do povo, assim,indiretamente.

É o que acontece na Alemanha Ocidental, na Itália, na Bélgica,na Holanda, na Inglaterra. Também na Suíça é o processo indiretoque elege o Conselho Federal, órgão executivo daquele País.

Como sabemos, também nos Estados Unidos da AmérIca doNorte o processo da escolha do Presidente se faz através do votoindireto, podendo ocorrer o fato de a maioria do povo estar a, favorde um candidato, e o Colégio Eleitoral, pelo voto majoritário dosseus delegados, escolher outro para a Presidência da República.

Só na França, ultimamente, depois da reforma da Constitui­ção de 1958, e no México, dentre os países de maior estabilidadepolítica, é que o pleito para a presidência obedece ao processodireto. É de se concluir, portanto, que, nas democracias ocid.entais,o processo indireto é o predominante para a escolha dos Governose o processo direto constitui exceção.

Representa, desta forma, medida democrática a instituif~ão daeleição indireta de Governadores nos Estados, à semeJlhançado que se faz para a Presidência da República.

Também no tocante à eleição indireta para 1/3 dos Senadores,se :ormos observar as diversas Constituicões do mundo ocidentalvamos deduzir dois princípios basilares:> o primeiro é de que aeleição para as Oâmaras dos Deputados ou para os órgãos legis­lativos correspondentes é sempre direta; e, segundo, que as elei­ções para o Senado ou para a Câmara Alta - ou que outro nometenha - se apresentam com uma variedade enorme de técnicase processos para escolha dos Senadores.

Uma constatação rápida nos mostrará que. na Alemanha Oci­dental (Constituição, art. 50 e seguintes), na Bélgica (Constituição,art. 53), na Turquia (Constituição, art. 70), na Irlanda (Constitui­ção, art. 18), na Itália (Constituição, art. 58 e seguintes), nos PaísesBaixos (Constituição, art. 92 e art. 100), Inglaterra (Câmara dosLordes), dentre outras Nações, o Senado, isto é, a Câmara Alta,compõe-se de Senadores escolhidos pelos processos mais varíados,quer pela eleição direta, quer pela eleição indireta, quer por nomea­ções, quer pela vitaliciedade e até pela cooptação.

Chamo a atenção para o caso da Alemanha Ocidental, modeloaperfeiçoado do Regime Democrático, onde o seu Senado, que é oConselho Federal (Bundesrat), é composto de integrantes nomea­dos pelo Governo Estadual, sendo, aliás, um órgão legislat,ivo degrande força e influéncia na vida política alemã. É, de fato, aCasa dos "Embaixadores" dos Estados.

Na Irlanda, há Senadores eleitos pelas Universidades" e naItália fazem parte do Senado os ex-Presidentes da República eSenadores nomeados. Convém lembrar que, nos Estados Unidos,até há algumas décadas, os Senadores eram eleitos pelas legisla­turas estaduais. Hoje estas ainda indicam os Senadores, os quais,preenchem as cadeiras que, por qualquer motivo, vagarem provi­soriamente na Câmara Alta daquele País.

Na realidade, o Senado é uma entidade polítíca representativados Estados e com funções complexas, peculiares a cada Pais. Ent,renós, o Senado, segundo a Oonstituição de 1934. mais do que órgãolegislativo, era uma entidade de coordenação dos poderes repu~

blicanos.

Quando a atual reforma constitucional determina que 1/3 dosSenadores será escolhido pelo voto indireto. no meu enLender,estará fortalecendo, politicamente, a Federação. É que 1/3 do Se­nado será fruto de um mecanismo político de que irá partieipar aAssembléia Legislativa e os representantes dos Vereadores. EsteSenador terá, assim, vínculos muito mais fortes com as liderançaspolíticas. com os dirigentes estaduais, do que os outros eleitos di­retamente.

Na verdade, terão vigorosos compromissos com a política es­tadual e vão vincular-se aos interesses do processo governamentaldos Estados. Em suma. dentro de uma análise politica objetiva,serão muito mais "procuradores" e "embaixadores" da máquinapolítica governamental de cada unidade federada 'que os demais,que não ficarão nesta dependência.

Este con,junto de 1/3 de Senadores irá constituir-se em figurasrepresentativas bem semelhantes àquelas que integram o Senadoda Alemanha Ocidental, submissos aos condicionamentos da Admi­nistração estadual.

Verifica-se, portanto, que a revisão constitucional, no tocanteao Senado, está perfeitamente identificada com os padrões e mo­delos democráticos do mundo ocidental onde a Câmara Alta écomposta de integrantes escolhidos de v~l'iadas formas e em mui-tos casos. pelo processo indireto e outros tipos. '

_ Qua~to à redução do quorum para a Reforma Constitucional,nao ~recIso entrar em maiores divagações a respeito desta medidaconstItucional que diminui a rigidez da nossa Constituicão e tornamais .lexivel o seu processo de reforma. Aliás a tradicãó brasileirana . q~ase totalidade .das suas Constituiçõe's, sempre acolheu ~malOna absoluta. ASSIm em 1824, embora o processo abrangesseduas legislaturas, assim em 1934 em 194ti e em 1967 embora emcada época, com técnicos difere~tes. "

Os países do mundo ocidental dão vários exemplos da adoçãodesta modalidade, que, a nosso ver, não só é a mais democráticacomo !amb.ém fornece à Oonstituição aquela elasticidade capaz d~adapta-la as conjunturas, que, cheias de tensões e exigências mo­n:entàneas, representam um dado indiscutível da época em queVIvemos.

Um prazo maior para o mandato presidencial é imperativo dee~t~bi1idade para os regimes constitucionais de nosso tempo. HávarlOS exemplos que demonstram esta tendência do Direito Cons­titucional moderno. O Presidente da República da Franca temmandato de sete anos. O Presidente da I~epública do México temo ~andato de seis anos. Também o PresWente da Turquia, que éeleIto por um processo indireto, segundo a Constituicão de 19tiO oé por seis anos. Não preciso referir-me aqui aos paises de regi{nede governo parlamentarista onde os gabinetes ou o Conselho deMinistros (sem me referir aos respectivos Presidentes da RepÍ1bli~cal podem exercitar a direção do governo por muitos e muitosanos.

No Canadá, na Irlanda e mesmo na Inglaterra, tem havidocasos de Presidentes de Conselho de Minh,tros exercitarem as fun­ções executivas por mais de 10 ou 15 anos. Aqui fica tambémcomprovado que a ampliação do mandato presidencial não foge aoscostumes do Ocidente e que um País da expressão da França, fonteperene do nosso Direito Público, adotando hoje o regime presi­dencialista, dá ao seu Presidente 7 anos de exercício governamental.

Aliás, convém lembrar que a Constituicão francesa de 1958na sua primeira fase, adotou o sistema indireto de eleicão pre':sidenciaI. -

Quanto às Nações que adotam o modelo "socialista-marxista"e que têm na União Soviética a sua grande matriz, não há neces­sidade de a elas fazer maiores l'eferências.

Todas elegem o seu Executivo, isto é, o seu Presidium, órgãoaparentemente do País, pelo processo indireto.

Geralmente, os órgãos que se assemelham ao Senado são es­colhidos, na prática, indiretamente, e, como é público e notório, osmandatos dos chefes políticos destas Na!,ões, comumente, são vi­talícios, como aconteceu com Stalin, Mao tse-Tung, Tito e atual-mente com Brejnev ou Podgorny. '

Na realidade, nestes Países, os Chefes de Partido possuem maispoder que os Chefes de Governo. Os Chefes de Partido tambémsão escolhidos indiretamente, segundo os critérios e os métodosda "Ceni;ralização Democrática", na verdade, palavras vãs paradespistar as lideranças ditatoriais do modelo comunista.

Em conclusão, a nova Reforma Constitucional que a Revo­lução de 64 outorga ao País constitui um conjunto de medidasdemocráticas que aperfeiçoam o nosso sistema constitucional, for­talecendo, de acordo com as melhores práticas dos Países ociden­tais, a nossa caminhada política, em busca do desenvolvimento na­cional. mas sob o manto protetor dos princípios de seguranca e dedefesa nacional que os países modernos não podem dispensar,diante de um qU8,dro internacional cheio de sérias contradições,conflitos, fraquezas e imaturidades.

Cumpre, finalmente, dar um recado de importância. Com aReforma Judiciária, o que se pretende é alargar a faixa das ga­rantias e dos direitos individuais. levando ao povo melhores con­dições de acesso à Justiça, Ou melhor, segundo as palavras da novadiplomacia americana dar mais ênfase aos mecanismos de apoioaos direitos humanos, que, aliás. ao longo da História norte-ame­ricana. no passado, como no presente, não encontram ali os me­lhores exemplos para serem apontados ao mundo, apesar das ca­racterísticas democráticas da poderosa Nação.

Estas são, Sr. Presidente e Srs, Deputados, as palavras queentendo do meu dever e do meu patriotismo pronunciar neste mo­mento histórico, em que a Revolução, a ARENA e todos os setoresdo Governo. ao lado do nosso povo, pr,ecisam unir-se aos esforçosdo Presidente Geisel na grande tarefa de garantir o progresso e apaz do generoso povo brasileiro. (Palmas prolongadas. O orador écumprimentado.)

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1846 Terça-feira 19 DIARIO DO CONGRESSO NACIONAL (Se-ção I) Abril de 19'7'7

TEXTOS CONSTITUCIONAIS CITADOS PELO ORADORRepública Federal da Alemanha

<constituição de 8 de maio de 1949)IV - O Conselho Federal (Senado)

Art. 50. Por intermédio do Conselho Federal, os Estados co­operam na legislação e administração da Federação.

Art. 51. 1. O Conselho Federal se compõe de membros dosGovernos dos Estados, que os designam e os destituem. Os mem­bros do Conselho podem ser representados por outros membros deseus Governos.

2. Cada Estado tem, pelo menos, três votos. Os Estados demais de dois milhões de habitantes têm quatro; os de mais de seismilhões de habitantes, cinco votos.

3. Cada Estado poderá enviar um número de membros igualao de seus votos. Os votos de um Estado poderão ser emitidos so­mente por unanimidade e por membros presentes ou seus represen­tantes.

Bélgica

Constituição de 25 de novembro de 1925. (em vigor)SEÇÃO IIDo Senado

Art. 53. O Senado se compõe:

1. Dos membros eleitos na proporção à população de cadaprovíncia, de acordo com o art. 47. As disposições do art. 48 seaplicam às eleições destes Senadores. (diretas)

2. Dos membros eleitos pelos conselhos provinciais, que serãona proporção de um Senador para cada 200.000 habitantes. Tudoquanto exceder à cifra de 125.000 habitantes dará direito pelomenos a um Senador a mais. Não obstante, cada conselho provin­cial nomeia pelo menos três Senadores. (indiretas)

3. Dos membros eleitos pelo Senado e pela metade do númerodos Senadores eleitos para os conselhos provinciais. Se este númerofor ímpar, se lhe acrescentará uma unidade.

Estes membros serão assim designados pelos Senadores eleitosmediante aplicação dos números 1 e 2 do presente artigo.

Irlanda

Constituição de 1.0 de julho de 1937

Senado Irlandês

Art. 18. 1. O Senado Irlandês compor-se-á de 60 membros,dos quais 11 serão por nomeação e 49 por eleição.

2. Para se eleger para o Senado Irlandês, é necessário poderser elegível como membro do Dáil Irlandês.

3. Os membros por designação do Senado Irlandês serãonomeados com seu próprio consentimento, pelo Taoiseach, que de­verá proceder a ele durante a primeira assembléia do Dáil Irlal1desposterior à sua dissolução anterior.

4. Os membros por eleição do Senado Irlandês eleger-se-áopelos seguintes sistemas:

I - 3 serão eleitos pela Universidade Nacional da Irlanda;II - 3 serão eleitos pela Universidade de Dublin.III - 43 serão eleitos por votação entre os candidatos, se­

gundo o que a Constituição especifica.

5. As eleições para os membros elegíveis do Senado Irlandêsfar-se-ão pelo sistema de representação proporcional, por maioriasimples e por escrutínio postal secreto.

6. Os membros do Senado Irlandês que são eleitos pelas Uni­versidades far-se-ão por votação pública, segundo as disposiçõesestabelecidas por lei.

7. 1.0 Antes de se celebrar as eleições gerais para membrosdo Senado Irlandês, por eleição. formar-se-á cinco listas de can­didatos, segundo o disposto pela lei. listas que especificarão osnomes das pessoas que tenham conhecimento, critério e experiên­cia suficiente sobre os seguintes assuntos:

I - idioma nacional e cultura, literatura, arte, educação e osconhecimentos técnicos que a lei possa estabelecer para as ditaslistas;

II - agricultura e ciências afins, e pesqueiras;III - trabalho. tanto organizado como não organizado;

IV - indústria e comércio, incluído a banca, finanças, agio­tagem, engenharia e arquitetura;

v - administração pública e serviços socializados, incluídasas atividades voluntárias.

2.0 Em um máximo de 11, e segundo o disposto no art. 19, ummínimo de 5 dos membros do Senado Irlandês deverão ser eleitosde uma lista única.

Itália

Constitlúção de 27 de dezembro de 1947.O PARLAMENTO

SEÇÃO IAs Câmaras

Art. 58. Os Senadores serão eleitos por sufrágio universal edireto pelos eleitores que tenham completado 25 anos de idade.

São elegíveis para o cargo de Senador os eleitores que tenhamcompletado 40 anos de idade.

Art. 59. l!: Senador por direito próprio e vitalício, salvo re­núncia, aquele que tenha sido Presidente da República. O Presi­dente da República pode nomear Senadores vitalícios a 5 cidadãosque tenham honrado a Pátria com altíssimos méritos no camposocial, científico, artístico ou literário.

Paises Baixos: (Holanda)

(Constituição de 1956)

CAPÍTULO IIIDos Estados Gerais

SEÇÃO IDa Composição dos Estados Gerais

Art. 92. A primeira Cámara (Senado) constará de 75 mem­bros. Serão eleitos pelos membros dos Estados Provinciais (Con­selho Provincial) sobre a base de representação proporcional den­tro dos limites da lei.

SEÇÃO urDa Primeira Câmara dos Estados Gerais (Sepado)

Art. 100. Para se eleger como membro da Primeira Câmara,devem ter os mesmos requisitos exigidos para os membros da Se­gunda Câmara.

Turquia

(Constituição de 27 de maio de 1960)

CAPÍTULO I

Poder LegislativoA) Grande Assembléia Nacional da Turquia:

Art. 70. O Senado da República se compõe de 150 membroseleitos por sufrágio universal e de 15 membros designados pelaPresidência da República.

O Presidente e os membros do Comitê de União Nacional quefirmaram a Lei n.O 157, de 13 de dezembro de 1960, os ex-Presi­dentes da República, são membros de direito do Senado, sem re­quisitos de idade. Os membros de direito se acham submetidos àsmesmas disposições que os restantes membros do Senado da Re­pública. Sem embargo, o primeiro e segundo parágrafos do artigo 73e o primeiro parágrafo do artigo transitório n.O 10 da presenteConstituição não poder-lhes-ão ser aplicados. A situação do mem­bro de direito daqueles que tenham sido admitidos no Senado daRepública com esse motivo, entrarem em partido político, concluia partir da primeira eleição para o Senado da República que te­nham se inscrito naquele partido político.

VII - O SR. PRESIDENTE (Marco Maciel) - Vai-se passar aopt:riodo destinado às Comunicações das Lideranças.

Tem a palavra o Sr. Fernando Lyra.O SR. FERNANDO J"YRA (MDB - PE. Sem revisão do orador.)

- Sr. Presidente. Srs. Deputados, realmente, não havia muita ne­cessidade de a Liderança do Movimento Democrático Brasileiro virà tribuna nesta hora, porque mais do que nunca ficou ratificadoque a opinião do Líder do MDB nesta Casa, Deputado AlencarFurtado, corresponde exatamente à realidade brasileira.

Todas as palavras proferidas pelo Lider da Aliança Renovado­ra Nacional. nesta tarde, foram construídas segundo o artificialis­mo que rege o atual momento político brasileiro.

Mas, Sr. Presidente, precisamos tecer algumas referênCIaS.A primeira delas diz respeito à conversão. Ao que me consta,

pela amizade que dedico ao companheiro e nobre Líder AlencarFLlrtado. S. Ex.a sempre professou a religião católica e não seconverteu na sexta-feira passada. No entanto, o Plenário destaCasa testemunhou a grande conversão do Lider José Bonifácio,

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Abril de 1977 DIARIO DO CONGRESSO NACIONAL (Seção I) Terça-feira 19 184'3

principalmente aos modos da boa educação. Educado, tranqüilo,S. Ex.a não dará trabalho ao Presidente desta Casa nem à Taqui­grafia para retirar expressões anti-regimentais. Mas S. Ex.a es-

•queceu de ler, nos dicionários, o significado da palavra "picareta".Assim, S. Ex.a insinuou que o termo é anti-regimental. E "picare­ta", conforme os dicionários da lingua portuguesa, é o que seinfiltra. Trata-se do "furão", do servil, aquele que consegue exa­tamente o que conseguirão os "picareta.~" desta República, se essareforma chegar a 1978.

A outra conversão do Líder José Bonifácio foi constatada peloPlenário. S. Ex.a elogiou - e não só elogiou, como se solidarizou, enào somente se solidarizou, mas enalteceu figuras que até ontem11ão eram queridas - Marco Maciel, ilustre Presidente desta Casa,e (> Senador Petrânio Portella, Presidente do Congresso Nadonal.Esta foi a outra conversão que este Plenário constatou, nesta horahistórica do Brasil.

Felizmente, Deus escreve certo por linhas tortas. Atualmente,devido ao número crescente de publicações que temos de ler, poisos jornais se acumulam, muitas vezes não temos tempo para tomarconhecimento, no dia exato, das matérias que são publicadas. Nestamanhã, com muita felicidade para mim, li o "Jornal do Brasil",edição de sexta-feira, dia 15. Lá estava a pena singela, altiva, vi­gorosa do velho-moço ou do moço-velho, mas do velho-moç'o, queTetempera, inclusive, os moços-moços, como nós. Refiro-me à fi­gura de Tristão de Athayde. (Palmas.)

Ele começa dizendo exatamente que a pior das pragas criadaspelo comunismo, no mundo moderno, foi o anticomunismo. E estapraga foi constatada aqui. Não se falou, nesta tarde, em demo­cracia.

Alencar Furtado, em todo o seu discurso, falou no re6>ime enos postulados democráticos, no futuro e na esperança da demo­cracia em nosso País. Do lado de lá, não. Só se viu o anticomunismocomo indústria, como fonte de servilismo e nunca como uma pre­gação de fé democrática nos destinos deste Pais. (Palmas.)

Mas, Sr. Presidente. fiquei bem atento. Nós todos estávamos11em atentos. Não vi muito entusiasmo por parte dos meus nobrese queridos colegas do outro lado, ante as palan'as proferidas peloLider. Confesso que não vi muito entusiasmo, principalmente ­acredito - porque S. Ex.a não respondeu ao discurso do DeputadoAlencar Furtado, especialmente no que concerne, no meu enten­der, ao que mais interessa aos nossos companheiros do lado de lá,ou seja, a Revolução de 1964.

O Sr. Octacílio Queiroz - Permite-me V. Ex.a um aparte?O SR. FERNANDO LYRA - Com muito prazer, concedo o

D,parte a V. Ex.a

O Sr. Octacílio Queiroz - Nobre Deputado, sobre as conversõesmencionadas por V. Ex.a, poderia citar outra do 110bre Líder daMaioria: é que agora o Estatuto da ARENA, a programática daARENA, o iàeário da ARENA vai ser modificado. Há poucos anosa ARENA defendia a autonomia dos Estados, cujos Governadoresdeveriam ser eleitos pelo voto direto. E agora S. Ex.a vem fazerprofissão de fé em favor da eleição indireta dos Governadores, numlli.entado à democl"acia. num verdadeiro descalabro diante da pro­gramática da ARENA. (Palmas.)

O SR. FERNANDO LYRA - Oportuno e tranqüilo o aparte deV. Ex.a. E ainda digo mais, Deputado Octacílio Queiroz: como umhomem que pertence a esta Casa há tantos anos, homem que mili­ta na política há 30 ou 40 anos, que iniciou sua vida pública antesde eu nascer, pode ter coragem - e é preciso ter coragem para isso-- de chamar as eleições de indiretas? Não, elas são direti,ssimas.Saem do Planalto diretamente para os palácios dos Estados. A ex­pressão está errada, não é indireta. E citou S. Ex." a França. Não,os franceses morreriam de vergonha se se vissem citados hoje nesteplenário com alusões de que suas eleições são indiretas ou que opI'ocesso obedece aos mesmos ditames a que obedece o País. Agoraas perguntas, porque o tempo já se escoa. Eu gostaria que fossemrepetidas aqui, pois devem ficar bem guardadas na nossa mentee no coração patriótico dos nossos colegas, tanto do MDB quantoda ARENA. Se aqui fosse feita uma pesquisa. direta ou indireta,o Líder não teria autoridade para falar em eleições indiretas. vistoflue os companheiros da ARENA também jamais admitiriam quefossem realizadas eleições indiretas nos Estados. (Palmas.)

Mas onde estão as perguntas e as respostas do Lider? Porven­tura foi feito o Movimento de março de 1964 para regredirmosinstitucionahnente aos idos de 30? Porventura foi feito para pro­mover os Leon Péres de vários Estados que pontificam pela corrup­ção? Porventura foi feito para premiar o servilismo e deseduear po­litlCamente o povo? E o Lider Alencar Furtado afirmava que umjovem de 17 anos, quando da última eleição direta para Presi­(lente da República, hoje estará com 34, sem nunca ter votado emcandidato à Presidência do Pais. Porventura foi feito o Movimentode março de 1964 para banir o povo da escolha dos seus governan­tes? E a desvalia, a desventura a que foram arrastados os poderes,

Legislativo e Judiciário, de que serviram:' para mero desprestígiorla.~ instituições nacionais? E as prisões, e os exílios, as cassações,inclusive de companheiros da Aliança Renovadora Nacional? Assuspensões de direitos políticos teriam sido geradas pelo desforço,pela vindita, pela perseguição? PorvenlGUJra a intranqüilidade e osofrimento da Nação inteira ocorreram em vão? Cremos que não.Esta é a minha resposta, porque S. Ex.a não respondeu.

O SR. PRESIDENTE (Marco Maciel) - Comunico ao nobreorador que S. Ex.a dispõe de 5 minutos para concluir o seu pro­nunciamento.

O SR. FERNANDO LYRA - Não cremos que o Movimento de1964 tenha sido feito para sepultar as esperanças democráticas,HHm para renegar a memória dos idealistas, que, com sacrificiosinenarráveis, até sangue derramaram, dentro e fora do País, pelademocracia e pela liberdade. Essas perguntas não foram respon­didas, nem poderiam ser, porque S. EX,a tentou justificar, nãoconseguindo sequer explicar os atos disericionários do Governo,que impôs à Nação estarrecida as "reformas", entre aspas, políticas,implantada.s, através de um ato de forca, pelo Sr. Presidente daRepública. -

Sr. Presidente, Srs. Deputados, não temos mais nada a dizer,porque nada, quase nada, foi acrescentado ao discurso do Líder,a não ser aquilo a que me referi há pouco. Mas há dados, por mimanotados, que deixam o Líder em situação difícil, porque S. Ex.'"desmentiu o Presidente da República. Ficou a palavra do Presi­dente da República, pelo menos sua jUstificativa, pela justificativadada pelo Líder da ARENA nesta Casa. O Presidente da República:?flrmou, ratificou reiteradas vezes que o modelo brasileiro temque ser nosso, condicente com a realidade nacional. A democraciatem que ser à brasileira. E, hoje, o que ioi dito da tribuna, meuscaros companheiros do Parlamento brasUeiro?

Tudo, menos a respeito da realidade brasileira. Onde está omodelo político bra.sileiro proclamado pelo Presidente ErnestoGeisel e aqui desmentido pelo Líder da ARENA? Por que paratodos os atos foi S. Ex.a buscar um exemplo lá fora? Disso todossomos testemunhas, porque ocorreu há pouco. Mencionou S. Ex."a França, a Bélgica. o Canadá - não falou nos Estados Unidos,é verdade - Inglaterra, enfim, quase todos os paises e esque­ceu as nações da Cortina de Ferro. Isso ele esqueceu. Realmenteebqueceu. E anotei, há poucos instantes, junto a um companheiro:o que tivemos aqui foi a certeza de que adotamos, pelas "reformas",entre aspas, uma colcha de retalhos das excepcionalidades deregimes dem-ocrátícos do mund-o inteiro. Reparem bem, 81'S. Depu­tados: o Presidente da República disse, e ratificou várias vezes,que o modelo brasileiro tinha que ser nosso, tinha que brotar dasnossas raízes. E nas nossas raízes, sim, está o exemplo dos indí­genas, aqui enfocado pelo Deputado Alencar Furtado. Aqui estãoos nossos exemplos de liberdade, de luta pela liberdade e pela re­democratizacão havidas no decorrer da nossa Hístória. E só hárealmente uma forma, porque S. Ex.a faloLl e deu apenas como fatoconsumado, como é do seu estilo. Aliás, há três coisas, neste país,que ele cita muito, duas dele e uma que acrescentei ao seu dicio­norio.

O fato consumado não se discute, nem o fato novo. E acres­cento mais uma: a justificativa dos desmentidos e das mentiras,porque sempre há uma ordem superior para justificar, da tribunadesta Casa. quando se tem que ratificar ou desdizer aquilo que sedisse anteriormente.

Mas, Sr. Presidente, encerro as minhas palavras, nesta hora,ratificando aquilo que dissemos por intermédio do nosso Líder:

"Não cremos nas usurpações da forca, mas nos desígnios deDeus e na grandeza do povo. Por isso acreditamos, parabreve, numa constituinte democrática para a restauraçãoda dignidade jurídica do País.A Oposição conduz em suas mãos as bandeiras do povo.As frustrações populares são frustrações suas; os seusclamores, ela representa. Honrs.mo-nos por encarnar aNação golpeada de provações. Nós nos imporemos peloconvenClmento. não faremos como os que dilaceram paraimpor-se. Carregamos a fé das minorias abraãmicas, deque nos fala o pastor. Defendemos os valores políticos emorais do povo, retratados nos princípios eternos da li­berdade e da democracia, não havendo privilégio maiorque o de falar pela Nação liVre.

O MDB é hoje um grande partido. As provações o têm 1'1'­temperado. O sofrimento deu-lhe unidade, a determinaçãode luta, deu-lhe mais grandeza.Vivemos, talvez, o melhor insGante da nossa vida parti­dária."

Sr. Presidente. como é bom ser coerente e poder repetir oqlJe sempre falamos e falaremos em favor da democracia nestePaís, a qual virá pela voz do povo, não pela imposição daqueles que

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1848 Terça-feira 19 DIáRIO DO CONGRESSO NACIONAL (Seção I) Abril de 1977

qnerem dominar o Brasil pela tutela da força. (Pabnas. O oradoré cwnprimentado.)

O SR. AUGUSTO TREIN (ARENA - RS. Sem revisão do ora­dor.> - Sr. Presidente, Srs. Deputados, imaginávamos que oDeputado Fernando Lyra, ao assomar à tribuna, iria fazer umaapreciação critica do pronunciamento feito pelo LideI' da ARENAnesta Casa, Deputado José Bonifácio. Entretanto, a não ser rá­pidas e incoerentes alusõeg ao pronunciamento do Líder, limitou­se a reler tópicos do discurso do Deputado Alencar Furtado, pro­nunciado na sexta-feira passada, a repetir, a enfatizar aquiloque já havia sido dito.

Todavia, dentre as afirmações aqui proferidas, algumas de­vem ser retificadas e contestadas; e destaco, primeiramente, aque­la que diz respeito à intriga que se procurou jogar contra o Pre­sidente desta Casa, o Presidente do Senado e o Deputado JoséBonifácio, estranhando que S. Ex.a tivesse feito a defesa dos Pre­sidentes das duas Casas.

Entendemos, Sr. presidente, Srs. Deputados, que qualquerDeputado, até mesmo os mtegrantes da bancada do MDB devemter lido. revoltados. as afirmações, as injúrias. os assaques que oDeputado Alencar Furtado fez a V. Ex.a , Sr. Presidente, e ao Pre­sidente do Senado dessa tribuna. Acusações profundamente in­justas. cruéis. demonstrando que não o preocupa fazer justiça,mas. sim, fenr. agredir, denegrir e até atingir a honra alheia.

É certo que o Líder da ARENA neta Casa. que tem uma for­mação civica reconhecida, sobrepaira a quaisquer divergênciasna defesa da moral dos seus companheiros, principalmente dehomens ilustres e de formacão como V. Ex.a e o Senador Petrô-nio Portella. .

Sr. Presidente, ouvimos afirmações que não tocam sequer oconteúdo do pronunciamento do LideI' José Bonifácio. insinua­ções desnecessárias e dispensáveis para este momento histórico,de que haveria uma contradição, uma contestação, um desmen­tido do LideI' da ARENA ao Presidente da República, buscandomodelos no exterior, amparo às modificações e às reformas rea­lizadas nesta Casa. Essas afirmacões não invalidam a tese deque nós. brasileiros, estamos procurando soluções nossas, nacio­nalistas e identificadas com nosso povo, nossa formação e nossastradicões. Seria absolutamente Impossivel que aqui se encontras­se alguma fórmula democrática ou alguma solução para os nos­sos problemas que não tivesse um exemplo, uma similaridade nalegislação ou nas Constituições dos países avançados no desen­volvimento e na democracia.

Eis por que foi justamente com o fito de rebater as teses doLíder Alencar Furtado que mostramos o caráter democrático dasnossas reformas, adotadas em outros países também democráticos.

O Sr. Eduardo Galil - Permite-me V. Ex." um aparte?

O SR. AUGUSTO TREIN - Concedo o aparte a V. Ex."

O Sr. Eduardo Galil - Nobre Deputado e companheiro Augus­to Trein. o MDB tem proclamado várias vezes que traz a bandeirapopular. que é a única voz capaz de interpretar os anseios po­pulares, que a ARENA tem sido o partido do incondicionalismo.Mas o que temos de fazer, nesta tribuna, é dizer que ali está opartido das contradições, que não é como a ARENA - que. se­gundo eles. rasga seu programa - mas o partido que não temprograma. Quando a reforma do Poder Judiciário. que não sofriareforma há dezenas de anos, foi ",nviada a esta Casa, o MDBentendeu que de nada serviam todas aquelas reformas, que to­dos os artigos que reformavam a Constituição. no tocante ao Ju­diciário. estavam totalmente errados. E rasgaram completamentea reforma, a pretexto de apresentar uma alternativa diversa da­quela a que atenderia às necessidades do Poder Judiciário? Não.A pretexto. Sr. Presidente, nobres Deputados e ilustre orador. dedizer lá fora que esta Casa fora fechada porque rejeitara a re­forma do Poder Judiciário, que não restabelecia o habeas corpuspara a subversão, o habeas corpus que, embora suspenso tempo­rariamente para os crimes contra a segurança nacional, continuaválido para o processo criminal, cristalizando o contraditório es­tabelecido na Constituição. ou seja, direitos iguais para a defesae para a acusação. Foram para as Comissões e declararam quevotavam contra porque ela não restabelecia a plenitude desse ins­tituto. E assim está no voto do ilustre Deputado Celso Barros.Mas a maior contradição está no fato de que esse partido, quese diz democrático, que ainda não passa de um movimento, jurouuma Constituição que cristaliza o At{) Institucional. que o avalidae a legaliza. Que surpresa é esta, se o Presidente usa das atribui­ções que lhe garante o art. 182 e seu parágrafo único, da EmendaComtitucional de 1969? Se o MDB não quer ser responsável earirma que vivemos sob o braço pesado de uma ditadura, queenrole as trouxas e vá para casa, mas que não permaneça nesteParlamento a bater no peito. Mas o mais sério é que no bojodessas reformas que eles dizem autoritárias está o restabeleci­mento do Poder Leigslativo. O Presidente Geisel devolveu a estaCasa a liberdade de a maioria absoluta reformar a Constituicão.Sabem para quê? Para acabar com a ditadura da minoria. que

era um erro e até uma exceção em termos constitucionaís nestePais. Nada dist{) eles olham. O LideI' Alencar Furtado faz um dis­curso - segundo o MDB um càntico à democracia - criticandoa reforma do Poder Judiciário, mas dela não disse nada, nãoapresentou alternativa alguma. Quando o nobre Deputado JoséBonifácio vem ao plenário desta Casa e mostra que o modelo ébrasileiro. mas que os principias filosóficos são universais, diz oilustre Vice-LideI' da Oposição que somos copiadores. Confundeprincípio de universalidade filosófica de Direito com simples for­mas, pois afirma que o que se aplica na França não pode seraplicado no Brasil. ou o que se aplica no Estados Unidos não podeser aplicado no Japão. Veja V. Ex.a que ali está o movimento dacontradição, não um partido da democracia, nem autênticos re­presentantes do povo. Muito obrigado a V. Ex.a

O SR. AUGUSTO TREIN - Sr. Presidente, queremos aindaacrescentar ao que foi dito pelo Deputado Fernando Lyra queS. Ex.a demonstrou, mais uma vez, que é um Deputado inteli­gente, porque chegou à tribuna e não disse que ratificava aquiloque Alencar Furtado havia afirmado. Declarou, peremptoriamente,"não tenho nada a acrescentar". mas deixou no ar uma indaga­ção. Achamos dificil mesmo que se tenha o que acrescentar atantas injúrias, tantas agressões. tanta ferocidade tanto ódio, tan­ta maldade derramada em um só pronunciamento.

Tem o aparte o Deputado Antônio Carlos.O Sr. Antônio Carlos - Sr. Deputado Augusto Trein, a Lide­

rança da ARENA tem dito, reiteradas vezes, que o MDB contesta.como se contestar fosse um crime e V. Exa iniciou seu pronun­ciamento dizendo que algumas afirmações do Deputado FernandoLyra tinham que ser contestadas. Já há, ai, uma desigualdadede tratamento que não entendemos. porque a ARENA pode con­testar o MDB e o MDB nào pode seQuer fazer oposição à ARENA,não pode sequer dizer "não" ao Governo. E estranho que Depu­tados da ARENA digam lá fora uma coisa e aqui dentro professemoutra. A propósito, quero dizer que o ilustre Deputado EduardoGalil tem uma solução bastante plausivel, quando tenta mandaro MDB para casa. Realmente, só mesmo se o lVIDB fizer o quea ARENA quer - "arrumar as trouxas e ir embora" - poderáela continuar com a maioria nesta Casa. Caso contrário, isto nãoserá possivel.

O l'R. AUGUSTO TREIN - Sr. Presidente, é perfeitamentejustificável que' um jovem Deput:ldo confunda dois tipos de con­testacà·o. E existem outras, Deputado: a contestação dentro doprocesso judiciário. as contestações religiosas ... Mas sabe V. Ex.",perteitamente, a qual tipo de ocntestação nos referimos: àquelaque vem ferir a democracia, os principios ocidentais e a Revolu­ção que se implantou para salvar nossa Pátria. Esta a contesta­ção de que tratamos e não aquela com a qual V. Ex." se preocupa.

O SR. PRESIDENTE (Marco Maciel) - Comunico ao nobreorador que o tempo de S. Ex.a está praticamente esgotado, res­tando-lhe apenas dois minutos para concluir seu pronunciamen­to.

O SR. AUGUSTO TREIN - Vou concluir, Sr. Presidente. Que­remos deixar. aqui, um desafio à bancada do MDR

O Sr. Getúlio Dias - Aceito qualquer desafio.O SR. AUGUSTO TREIN - O Deputado Alencar Furtado. no

seu pronunciament{). declarou, peremptoriamente, cometendo amaior injustiça que já se fez a uro Chefe de Estado, neste País- e, quiçá, em todo o continente sul-americano ...

O Sr. Getúlio Dias - Quando?O SR. AUGUSTO TREIN - ... que o Presidente Geise! esta­

va governando esta Nação de costas e legislando contra ela.O Sr. Getúlio Dias - Ninguém tem dúvidas.O SR, AUGUSTO TREIN - Sr. Presidente, dizer que um Chefe

de Estado vira as costas para seu país é sumamente grave. O Pre­sidente não merece esse tratament{). É uma injustiça gravíssima.Ainda mais dizer que o Presidente legisla contra sua pátria.

O Sr. Getúlio Dias - Aí já é uma ilação maldosa de V. Ex.­O SR. AUGUSTO TREIN - Acreditamos que raramente se te­

nha cometido tamanha injustiça, se tenha ferido tanto um homemna sua fibra, no seu âmago, nos seus sentimentos, na sua since­ridade ...

O Sr. Getúlio Dias - Permite-me V. Ex." um aparte?

O SR. PRESIDENTE (Marco Maciel) - O orador está com apalavra.

O SR. AUGUSTO TREIN - '" na sua formacão de brasilei-ro, na sua formação de homem público. -

Desafio o MDB, o Líder. os seus liderados e Q Sr. FernandaLyra - que aqui disse não ter nad<l a acrescentar - a endossaressa afirmação gravíssima. À hora em que estivermos convenci­dos de que temos um Presidente que está de costas pal'a a Nação,cairão a Revolução, a Pátria, a moral. os sentimentos da forma­ção de um povo e de uma raça. Estará terminada uma causa. esta­rá terminada a Revolução.

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Abril de 1977 DIARIO DO CONHRESSO NACIONAL (Seção 1) Terça-feira 19 1849

Geraldo FreireIbrahim Abi-ArkelClaudino Sales

Era o que tinha a dizer. (Palmas. O orador é cumprimentado.)O SR. PRESIDENTE (Marco Maciel) - Thm conhecimento à

Casa de ofício oriundo do Senado Federal, vazado nos seguintestermos:CN/14

Em 18 de abril de 1977A Sua Excelênica o Senhor Deputado Marco MacielDD. Presidente da Câmara dos Dfôputados

Senhor Presidente:Venho comunicar a Vossa Excelência e, por seu a1t-o inter­

médio, à Câmara dos Deputados, que esta Presidência convocousessão conjunta a realizar-se hoje, às dezoito horas e trinta mi­nutos, no Plenário da Câmara dos Deputados, destinada à apre­ciação dos Projetos de Decreto Legislativo n.OS 5/77 e 6177, l'efe­rentes aos Decretos-leis n.O 1.490 de 30-11-76 e n.O 1.493 de 7-12-76,respectivamente.

Aproveito a oportunidade para renovar a Vossa Excelência.os protestos de minha alta estima e mais distinta consideração.- Petrônio Portella, Presidente.

O SR. PRESIDENTE (Marco l\laciel) - Nada mais havendoa tratar, vou levantar a sessão.

Deixam de comparecer os Senhores:Amazonas

Mário Frota - MDB.Pará

Júlio Viveiros - MDB.

l\laranhão

Temístocles Teixeira - ARENA.

Piauí

Correia Lima - ARENA.

Bahia

Henrique Brito - ARENA.

Espírito SantoGerson Camata - ARENA.

Rio de Janeíro

Amaral Netto - ARENA; Célio Borja - ARENA; Flexa Ri­beiro - ARENA; José Maria de Carvalho - MDB.

Minas Gerais

Altair Chagas - ARENA; Marcos Tito - MDB.

São Paulo

Airton Soares - MDB; Amaral Furlan - ARENA; BIota, Jú­nior - ARENA; Cardoso de Almeida - ARENA; Faria Lima ­ARENA; Herbert Levy - ARENA; João Arruda - MDB; MinoruMassuda - MDB; Salvador Julianelli - ARENA.

Goiás

Hélio Levy - ARENA; Wilmar Guimarães - ARENA.

Mato Grosso

Gastão Müller - ARENA.

Paraná

Nelson Maculan - MDB; Norton Macedo - ARENA.

Santa Catarina

Francisco Libardoni - MDB; José Thomé - MDB.

Rio Grande do Sul

Jairo Brum - MDB; Nunes Leal - ARENA.

VIII - O SR. PRESIDENTE (Marco Maciel) - Levanto asessão, designando para amanhã a seguinte:

ORnEM DO DIASessão em 19 de abril de 1977

(Terça-feira)

TRAMITAÇÃOEM URGÊNCIA

Discussão

1

PROJETO DE LEI N.o 710, DE 1975

Discussão única do Projeto de Lei n.o 710, de 1975, que alteradispositivos da Lei n.o 5.682, de 21 de julho de 1971. (Lei Orgânicados Partidos Politicos). Pendente de parecer da Comissão de Cons­tituição e Justiça. (Do Sr. Francisco AmaraL)

2

PROJETO DE LEI N.o 3.333, DE 1977

Discussão única do Projeto de Lei n.o 3.333, de 1977, que am­plia o número de membros dos Diretórios Municipais dos PartidosPolíticos. Pendente de parecer da Comissão de Constitui.ção eJustiça. (Do Sr. Cleverson Teixeira.)

EM PRIORIDADE

3

PROJETO DE DECRETO LEGISLATIVO N.o 81, DE 1977

Discussão única do Projeto de Decreto Legislativo n.O 81, de1977, que aprova as contas da P e t r ó I e o B r a s i I e i r o SIA ­PETROBRÁS e de suas subsidiárias, relativas ao exercicio de1974. (Da Comissão de Fiscalizacão Financeira e Tomada deContas.) - Relator: Sr. Eurico Ribeiro.

EM ORDINÁRIA

4

PROJETO DE LEI N.o 379-.11., DE 1975

Discussão única do Projeto de Lei n.o :379-A, de 1975, que in­corpora ao património da Casa dos Artistas os direitos autoraishavidos com o falecimento do cantor Evaldo Braga, e determi.naoutras providências; tendo pareceres: da Comissão de Constitui­ção e Justiça. pela constitucionalidade, juridicidade e, no mérito,pela aprovação com emenda, com voto em separado, favorável, doSr. Claudino Sales; e. da Comissão de Educação e Cultura, pejaaprovação, com adoção da emenda da Comissão de Constituição eJustiça. (Do Sr. Florim Coutinho.) - Relatores: Srs. Daso Coim­bra e Alcir Pimenta.

5

PROJETO DE LEI N.o 707-1'., DE 1975

Discussão única do Projeto de Lei n.O 7D'7-A, de 1975, que dispõesobre a aplicação da estabilidade provisória aos trabalhadores nassituações que especifica; tendo pareceres: da Comissão de Cons­tituição e Justiça, pela constitucionalidade, juridicidade e técnicalegislativa, com Substitutivo; da Comissão de Trabalho e Legis­lação Social, pela aprovação, com Substitutivo; e, da Comissão deFinanças, pela aprovação, com adoção do Substitutivo da Comis­são de Trabalho e Legislação Social. - Relatores: Srs. TheobaldoBarbosa, Frederico Brandão e Odacir Klein.

6

PROJETO DE LEI N.o 526-A, DE 1975Primeira discussão do Projeto de Lei n.o 526-A, de 1975, que

assegura aos licenciados em Pedagogia, nas condições que especi­fica, o direito a registro no Ministério da Educação e Cultura,como Especialistas de Educação; tendo pareceres: da Comissão deConstituição e Justiça, pela constitucionalidade, juridicidade e téc­nica legislativa; da Comissão de Educação e Cultura, pela apro­vação, com emendas, contra o voto em separado do Sr. Braga Ra­mos; e, da Comissão de Finanças. pela aprovação. (Do Sr. AlcidesFranciscato.) - Relatores: Srs. João Gilberto, Daniel Silva e Ro­berto Carvalho.

7

PROJETO DE LEI N.a 2.132-A, DE 1976

Discussão prévia do Projeto de Lei n." 2 .132-A, de 1976, quedá nova redacão ao art. 4.° do Decreto-lei n.O 999, de 21 de outu­bro de 1969, -que instituiu a Taxa Rodoviária única; tendo pa­recer, da Comissão de Constituição e Justiça, pela inconstitucio­nalidade. (Do Sr. Airton Sandoval.) - Relator: Sr. Claudino Sales.

8PROJETO DE LEI N.o 2. 222-A, DE Hl76

Discussão prévia do Projeto de Lei n.o 2.222-A, de 1976, queinstitui a Faculdade de Agronomia e Veterinária de Jundiaí, noMunicípio de Macaiba, Estado do Rio Grande do Norte, e deter­mina outras providencias; tendo parecer, da Comissão de Cons­tituição e Justiça, pela inconstitucionalidade. (Do Sr. Pedro Lu­cena.) - Relator: Sr. Jairo Magalhães.

CâMARA DOS DEPUTADOS

AvisosCÓDIGO DE PROCESSO PENAL

Comissão Mista

MembrosEfetivos

ARENA

Ivahir (hrciaAdriano ValenteSantos Filho

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185i1 Tei'ça-feii'a 19 DIARIO DO CONGRESSO NACIONAL (Seção I) Abril de 19'1'1

Comissão MistaPresidente: Senador Danton JobimVice-Presidente: Senador Heitor DiasRelator: Deputado Francic-~o Rollemberg

PrazoAté dia 14-5-77 - no Congresso Nacional.

3

PROPOSTA DE EMENDA A CONSTITUIÇãO N.o 3/77"Dá nova redacão à alínea c do art. 197 da Constituição

Federal.·' (S/proventos da aposentadoria.> Autor: Sr. GenivalTourinho.

Presidente: Deputado Tancredo NevesVice-Presidente: Deputado Brigido TinocoVice-Presidente: Deputado Igo LossoRelator-Geral: Deputado João LinharesRelatores Parciais:Deputado Brígido Tinoco:Parte-Geral

Deputado Raímundo Diníz:Livro I - Obrigac;õesDeputado Geraldo Guedes:Livro U - Atividades NegociaisDeputado Lauro Leitão:Livro lU - Das CoisasDeputado Cleverson Teixeira:Deputado Celso Barros:Livro IV - Da FamíliaLivro V - Sucessões e Livro ComplementaI

CONGRESSO NACIONAl,

1

PROPOSTA DE EMENDA A CONSTITUIÇãO N.o 1/77

"Modifica o § 1.0 do art. 175 da Constituição Federal e dispõesobre a realização de consulta popular". Aut-or: Sr. Nina Ribeiro.

Comissão MistaPresident.e: Deputado JG de Araújo JorgeVice-Presidente: Deputado Geraldo FreireRelator: Senador Ruy Santos

Prazo

Até dia 7-5-77 - no Congresso Nacional.2

PROPOSTA DE EMENDA A CONSTITUIÇãO N.o 2/77

"Dá nova redação à alinea f do § 3.° do art. 15 da ConstituiçãoFederal". (Aplicac;ão pelos Municípios no ensino primário, em cadaano, de pelo menos 20% da receita tributária municipal.) - Au­tor: Sr. Guaçu Piteri.

Comissão MistaPresidente: Senador Benjamim FarahVice-Presidente: Senador Mattos LeãoRelator: Deputado Januário Feitosa

PrazoAté dia 21-5-77 - no Congresso Nacional.

4

PROPOSTA DE EMENDA A CONSTITUIÇãO N.o 4/77

"Altera a redação do § 2.° do art. 147 da Constituição Federal,para o fim de permitir o alistamento eleitoral aos policiais mili­tares. Aut-or: Sr. Octávio Torrecil1a.

Comissão MistaPresidente: Deputado Octacílio QueirozVice-Presidente: Deputado Claudino SalesRelator: Senador Osires Teixeira

PrazoAté o dia 24-4-77 - na ComIssão Mista;Até o dia 27-5-77 - no Congresso Nacional.

5PROJETO DE LEI N.o 2177-CN

"Altera dispositivos do Código Penal (Decreto-lei n.o 2.848,de 7 de dezembro de 1940), do Código de Processo Penál (Decreto-

MDB

Lidovino FanOOl1lPeixoto Filho

Suplentes

ARENATheobaldo BarbosaCid FurtadoVago

MDBMário MoreiraOswaldo Lima

CóDIGO CIVILComissão Especial

Membros

EfetivosARENA

Lauro LeitãoGeraldo GuedesRaimundo Diniz

MDB

Mac Dowel Leite de CastroIsrael Dtas-Novaes

VagoHugo NapoleãoFernando Gonçalves

José Bonifácio NetoSérgio MuriloFreitas Nobre

SuplentesARENA

Igo LossoEduardo GalilGastão Müller

MDB

Joel Ferreira Rosa FLoresRubem Dourado José CostaAirton Soares

Presidente: Sérgio MuriloVice-Presidente: Santos FilhoVice-Presidente: Peixoto FilhoRelator-Geral: Geraldo FreireRelatores ParciaisDeputado Santos Filho:Livro I - Disposições Introdutórias (arts. 1.0 a 20)Livro X - Disposições Finais e Transitórias (arts. 921 a 937)Deputado Peixoto Filho:Livro H - Da Justiça Penal (arts. 21 a 122)Deputado Lidovino Fanton:Livro IH - Dos Atos Processuais (ar~s. 123 e 224)Livro VIU - Das Relações Jurisdicionais com Autoridades

Estrangeiras (arts. 821 a 828)Deputado Ivahir Garcia:Livro IV - Do Processo de Conhecimento até o Título Ir ­

Do Procedimento Ordinário - Capitulo IH - da Representação doOfendido larts. 225 a 264)

Deputado Adriano Valente:Livro IV - Do Processo de Conhecimento - Título H - Do

Procedimento Ordinário - Capitulo IV - Da DeLúncia ou Queixaaté o Capítulo XII - Da Coisa Julgada (arts. 265 a 445)

Deputado José Bonifácio Neto:Livro IV - Do Processo de Conhecimento - Título In ­

Dos Procedimentos Incidentes até o final do Livro IV (arts. 446a 625)

Deputado Claudino Sales:Livro V - Do Procedimento Sumário - eLivro VI - Procedimentos Especiais (arts. 626 e 635 e 636 a 785)Deputado Freitas Nobre:Livro VU - Da Reparação do Dano Causado pelo Crime (arts.

786 a 820)

Deputado Ibrahim Abi-Ackel:Livro IX - Do Processo Executório Penal (arts. 829 a 920)Prazo na Comissão: até 25-8-77.Obs.: (Para apresentaGão dos Pareceres às emendas ao Pro­

jeto de Código de Processo Penal.)

Tancredo NevesBrígido TinocoCelso Barros

Cleverson TeixeiraJoão LinharesFlavio Marcmo

Marcelo LinharesHenrique CordovaAntônio Morimoto

Erasmo Martins PedroTarcísio DelgadoFernando Coelho

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Abril de 1977 DIARIO DO CONGRESSO NACIONAL (Seção l) Terça-feira 19 1851

lei n.O 3.689, de 3 de outubro de 1941), da Lei das ContravencõesPenais (Decreto-lei n.o 3.688, de 3 de outubro de 1941), e dá outrasprovidências." Autor: Poder Executivo - (Mens. n.OS 52/77 e37/77-CN).

Comissão Mista

Presidente: Senador Leite ChavesVice-Presidente: Senador Henrique de La RocqueRelator: Deputado Ibrahim Abi-Ackel

PrazoAté dia 22-4-77 - no Congresso Nacional

6

PROPOSTA DE DELEGAÇãO LEGISLATIVI_ N.O 3/76

Propõe delegação de poderes ao Senhor Presidente da Repúbli­ca para elaboração de Lei criando o Ministério dos Espor1,es, edetermina outras providências. (Art. 54 da Consttiuição Federale arts. 117 e 127 do Regimento Comum.) - Autor: Sr. l?edroLauro.

Comissão MistaPresidente: Senador Roberto SaturninoVice-Presidente: Senador Saldanha DerziRelator: Deputado Hélio Mauro

7

REQUERIMENTO N.o 15/76-CN"Cria Comissão Parlamentar Mista de Inquérito, para eJmml­

nar a situação da mulher em todDS os setores de atividade:l."

Comissão Parlamentar Mista de InquéritoPresidente: Senador Gilvan RDchaVice-Presidente: Senador Heitor DiasRelatora: Deputada Lygia Lessa Bastos

Pl"azo: Seis meses (180 dias)

8

MENSAGEM N.o 84/76-CN

"Submete à deliberação do Congresso Nacional texto do Decre­to-lei n.O1.489, de 25 de novembro de 1976, que "concede benefíciosfiscais para construção da ligação ferroviária Belo Horizonte-Itu­tinga-Volta Redonda, inclusive Ramal de Sepetiba". Autor: Po­der Executivo - (Mens. n.o 371/76).

Comissão Mista

Presidente: Deputado Hélio de AlmeidaVice-Presidente: Deputado Daso CoimbraRelator: Senador Vasconcelos Torres

PrazoAté dia 20-4-77 - no Congresso Nacional.

9MENSAGEM N.O 2/77-CN

"Submete ~t deliberação do Congresso Nacional texto d0 Decre­to-lei n.O 1.492, de 6 de dezembro de 11176, que "dispõe sobre autilização parcial de créditos do Imposto sobre Circulação de Mer­cadorias na dedução do Imposto sobre Produtos Industrializadosou nas modalidades de aproveitamento indicad.:.s pelo Ministro daFazenda. - Autor: Poder Executivo - (Mens. n,O 419/76).

Comissão MistaPresidente: Deputado Oswaldo LimaVice-Presidente: Deputado Antônio GomesRelator: Senador Ruy Santos

PrazoAté dia 30-4-77 - no Congresso Nacional.

10

MENSAGEM N.o 3/77-CN

"Submete à. deliberação do Congresso Nacional texto do Decre­to-lei n.o 1.491, de 1.0 de dezembro de 1976, "que altera a alíquotae os limites do beneficio fiscal de que tratam os Decretos-leisn.OS 1.358, de 12 de novembro de 1974, e 1.431, de 5 de dezembrode 1975".

Comissão Mista

Presidente: Senador Nelson CarneiroVice-Presidente: Senador Alexandre CostaRelator: Deputado Adriano Valente

Prazo

Até dia 27-4-77 - no Congresso Nacional.

11MENSAGEM N.o 5/77-CN

"Submete à deliberação do Congresso Nacional texto do Decre­to-lei n,O 1.494, de 7 de dezembro de 19\i6, que "regula a retençãodo Imposto de Renda na fonte, incidente sobre rendimentos obti­dos em aplicações financeiras, e dá outras providências". Autor:Poder Executivo - (Mens. n.o 422/76).

Comissão Mista.Presidente: Senador Leite ChavesVice-Presidente: Senador Cattete PInheiroRelator: Deputado Francisco Rollemberg

PrazoAté dia 30-4-77 - no Congresso Nacional.

12MENSAGEM N.o 6/77-CN

"Submete à deliberação do Congresso Nacional texto do Decre­to-lei n.O1.495, de 9 de dezembro de 1976, que "retifica o Decreto-lein.O 1.480, de 9 de setembro de 1976". Autor: Poder Executivo _(Mens. n.O 433/76).

Comissão MistaPresidente: Senador Lázaro BarbozaVice-Presidente: Senador José GuiomardRelator: Deputado Paulo Studart

PrazoAté dia 30-4-77 - no Congresso Naeional.

13MENSAGEM N.O 71'í7-CN

"Submete à deliberação do Congresso Nacional texto do Decre­to-lei n.O 1.496, de 20 de dezembro de 1971i, que "altera a redaçãodo art. 4.0 do Decreto-lei n.O 1. 083, de 15 de fevereiro de 1970,que dispõe sobre a incidência e cobranca do ImDosto Único sobreMinerais, concede isenções, e dá outras providências, modificadopelo Decreto-lei n.o 1.402, de 23 de maio de 1975". Autor: PoderExecutivo - (Mens. n.O 425/76).

Comissão Mista

Presidente: Deputado Marcos TitoVrce-Presidente: Deputado Osmar LeitãoRelator: Senadúr José Sarney

PrazoAté dia 30-4-77 - no Congresso Nacional.

14MENSAGEM N.o 8/'J7-CN

"Submete à deliberação do Congresso Nacional texto do Decre­to-lei n.O 1.497, de 20 de dezembro de 1976, que "reformula cri­térios de distribuição das quotas do Impollto único sobre EnergiaElétrica". Autor: Poder Executivo - (Mens. n.O 426/76).

Comissão Mista

Presidente: Senador Dirceu CardosoVice-Presidente: Senador Altevir LealRelator: Deputado Ademar Pereira

Prazo

Até dia 30-4-77 - no Congresso NaeionaL15

MENSAGEM N.o 91'17-CN

"Submete à deliberação do Congresso Nacional texto do Decre­to-ler n.o 1.498, de 20 de dezembro de 1976, que "inclui dispositivosno Decreto-lei n.o 1.455, de 13 de fevereiro de 1976. que reajustouos vencimentos e salários dos servidores CilVis do Poder Executivo,dos Membros da Magistratura e do Tribunal de Contas [;,a União."Autor: Poder Executivo - (Mens. n.O 427/76).

Comissão Mista,Presidente: Deputado Joel LimaVice-Presidente: Deputado Ary KffuriRelator: Senador Heitor Dias

Prazo

Até dia 30-4-77 - no Congresso Nacional.

16MENSAGEM N.o 10177-CN

"Submete à deliberação do Congresso Nacional texto do Decre­to-lei n.O 1.499, de 20 de dezembro de 1976, que "dispõe sobre apronogaçã{) do benefício fiscal concedido às empresas comerciais

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1852 Terça-feira 19 DIARIO no CONGRESSO NACIONAL (Seção I) Abril de 1977

exportadoras de que trata o art. 4.0 do Decreto-lei n.o 248, de 29 denovembro de 1972." Autor: Poder Executivo (Mens. TI.o 428/76).

Comissão MistaPresidente: Deputado Athiê CouryVice-Presidente: Deputado Antônio FlorêncioRelator: Senador Augusto Franco

PrazoAté dia 30-4-77 - no Congresso Nacional.

17MENSAGEM N.o 11/77-CN

"Submete à deliberação do Congresso Nacionacl texto do De­creto-lei n.O 1.500, de 20 de dezembro de 1976, que "assegura amanutenção e utilização do crédito do Imposto sobre Produtos In­dustrializados relativo aos insumos empregados na industrializaçãodos produtos não tributados que indica." Autor: Poder Executivo ­(Mens. n.O 429/76).

Comissão MistaPresidente: Senador Evelásio VieiraVice-Presidente: Senador Braga JúniorRelator: Deputado Rezende Monteiro

PrazoAté dia 30-4-77 - no Congresso Nacional.

18MENSAGEM N.o 12/77-CN

"Submete à deliberação do Congresso Nacional texto do Decre­to-lei n.O 1. 501, de 20 de dezembro de 1976, que "prorroga os prazos'de vigência de decretos-leis que dispõem sobre acréscimo às aliquo­tas do imposto de importação. e dá outras providências". Autor:Poder Executivo - (Mens. n.O 430/76l.

Comissão Mista

Presidente: Deputado Airton SandovalVice-Presidente: Deputado Mauro SampaioRelator: Senador Virgílio Távora

PrazoAté dia 30-4-77 - no Congresso Nacional.

19MENSAGEM N.o 13/77-CN

"Submete à deliberacão do Congresso Nacional texto do Decre­to-lei n.O 1.502, de 22 de' dezembro de 1976, que "revoga o Decreto­lei n.O 1.425, de 3 de novembro de 1975, que autoriza restituição doImposto sobre Produtos Industrializados à TELEBRAS, suas sub­sidiárias. associadas e demais concessionárias dos servicos de tele­fonia." Autor: Poder Executivo - (Mens. n.o 432/76) .•

Comissão lVIista

Presidente: Senador Gilvan RochaVice-Presidente: Senador Teotônio VilelaRelator: Deputado Siqueira Campos

PrazoAté dia 30-4-77 - no Congresso Nacional.

20MENSAGEM N.o 15/77-CN

"Submete à deliberação do Congresso Nacional texto do Decre­to-lei n.O 1.504, de 23 de dezembro de 1976, que "altera dispositivodo Decreto-lei n.o 1.455, de 7 de abril de 1976, que "dispõe sobre ba­gagem de passageiro procedente do exterior, disciplina o regimede entreposto aduaneiro, estabelece normas sobre mercadorias es­trangeiras apreendidas, e dá outras providências." Autor: PoderExecutivo - (Mens. n.o 2/77).

Comissão MistaPresidente: Deputado Walter de CastroVice-Presidente: Deputado Adhemar G11isiRelator: Senador Jessé Freire

PrazoAté dia 30-4-77 - no Congresso Nacional.

21MENSAGEM N.O 14/77-CN

"Submete à deliberação do Congresso Nacional texto do Decre­to-lei n.O 1. 503, de 23 de dezembro de 1976, que "dispõe sobre in­centivos fiscais para empreendimentos florestais". Autor: PoderExecutlvo - (Mens. n.O 1/77).

Comissão Mista

Presidente: Deputado Noide CerqueiraVice-Presidente: Deputado Antônio GomesRelator: Senador Cattete Pinheiro

PrazoAté dia 30-4-77 - no Congresso Nacional.

22MENSAGEM N.o 16/77-CN

"Submete à deliberação do Congresso Nacional texto do Decre­to-lei n.O 1.505, de 23 de dezembro de 1976, que "altera dispositivodo Decreto-lei n.O 651, de 26 de agosto de 1933, e dá outras provi­dências." Autor: Poder Executivo - (Mens. n.o 3/77).

Comissão Mista

Presidente: Senador Benjamim FarahVice-Presidente: Senador Wilson GoncalvesRelator: Deputado Januário Feitosa -

PrazoAté dia 30-4-77 - no Congresso Nacional.

23

MENSAGEM N.o 17/77-CN

"Submete à deliberação do Congresso Nacional texto do Decre­to-lei n.O 1.506, de 23 de dezembro de 1976, que "altera dispositivoda Lei n.O 5.655, de 20 de maio de 1971, e dá outras providências."Autor: Poder Executivo - (Mens. n.O 4/77).

Comissão Mista

Presidente: Deputado Octacílio QueirozVice-Presidente: Deputado Adriano ValenteRelator: Senador Jarbas Passarinho

Prazo

Até dia 30-4-77 - no Congresso Nacional.

24

MENSAGEM N.o 18/77-CN

"Submete à deliberação do Congresso Nacional texto do Decre­to-lei n.O 1.507, de 23 de dezembro de 1976, que "altera o art. 3.° eseus parágrafos da Lei n.O 3.421, de 10 de julho de 1953, e dá outrasprovidências." Autor: Poder Executivo - (Meus. n.O 5/77).

Comissão MistaPresidente: Deputado Fernando GamaVice-Presidente: Senador Altevir LealRelator: Deputado Abel Avila

PrazoAté dia 30-4-77 - no Congresso Nacional.

25

MENSAGEM N.o 19/77-CN

"Submete à deliberação do Congresso Nacional texto do Decre­to-lei n.O 1. 508, de 23 de dezembro de 1976, qUI;) "altera para oexercício de 1977 a distribuição do produto da arrecadação dos im­postos que menciona." Autor: Poder Executivo - (Mens. n.o 7/77).

Comissão Mista

Presidente: Senador Nelson CarneiroVice-Presidente: Deputado Nosser AlmeidaRelator: Senador Braga Júnior

PrazoAté dia 30-4-77 - no Congresso Nacional.

26

MENSAGEM N.o 20/77-CN

"Submete à deliberação do Congresso Nacional texto do Decre­to-lei nO 1.509, de 27 de dezembro de 1976, que "altera dispositivodo Decreto-lei n.o 1.189, de 24 de setembro de 1971, que dispõesobre incentivos à exportação de produtos manufaturados." Autor:Poder Executivo - (Mens. n.o 3/77).

Comissão MístaPresidente: Deputado Ney FerreiraVice-Presidente: Senador Lenoir VargasRelator: Deputado Angelina Rosa

PrazoAté dia 30-4-77 - no Congresso Nacional.

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.Abril tle 1977 DIARIO DO CONGR.ESSO NACIONAL (Se<}ão }) Terça-feira 1~ 11M!

27MENSAGEM N.() 21/77-CN

"Submete à deliberação do Congresso Nacional texto do Decre­to-lei n.O 1.510, de 27 de dezembro de IS76, que "dispõe sobre atributação de resultados obtidos na venda de participações socie­tárias pelas pessoas físicas; altera o Decreto-lei n.o 1.381, de 23 dedezembro de 1974, que dispõe sobre o tratamento tributário aplicá­vel à pessoa fisica equiparada à pessoa jurídica em decorrênlciade operações com ímóveis, e dá outras providências". Autor: PoderExecutivo - (Mens. n.O 9/77).

Comissão MistaPresidente: Deputado Renato AzeredoVice-Presidente: Deputado Vicente VuoloRelator: Senador Otair Becker

PrazoAté dia 30-~-77 - no Congresso Nacional.

28

MENSAGEM N.o 22/77-CN"Submete à deliberação do COngresso Nacional texto do Decre­

to-lei D.o 1.511, de 28 de dezembro de 1S76, que "altera a redaçãodo art. 1.0 do Decreto-lei n.o 3~3, de 28 de dezembro de 196'j".Autor: Poder Executivo - (Mens. D.O 10/77).

Comissão MistaPresidente: Senador Danton JobimVice-Presidente: Senador Domicio GOndimRelator: Deputado Henrique Pretti

FrazoAté dia 30-~-77 - no Congresso Nacional.

29

MENSAGEM N.o 23/77-CN

"Submete à deliberação do Congresso Nacional texto do Decreto­lei n.O 1.512, de 29 de dezembm de 1!l76, que "altera a legislal~ãodo empréstimo compulsório instituído em favor das Centrais Elétri­cas Brasileiras S.A. - ELETROBRáS, e dá outras providências".Autor: Poder Executivo - (Mens. n.O 11/77>-

Comissão MistaPr~sidente: Deputado Sebastião Rodrigues JúniorVice-Presidente: Deputado ,Joã() PedroRelator: Senador Arnon de Mello

FrazoAté dia 30-4-77 - no Congresso Nacional.

30:MENSAGEM N.o 25/77-CN

"Submete à deliberação do congresso Nacional texto do De­creto-lei n.O 1.514, de 30 de dezembro de 1976, que "altera a reda­ção do inciso II, do art. 11, do Decreto-lei n.O 1.376, de 12 dedezembro de 1974, já modificada pelo Decreto-lei n.o 1.439, de 30de dezembro de 1975".

Comissão MistaPresidente: Deputado Antônio BresolinVice-President-e: Senador Dinarte MarizRelator: Deputado Adernar Pereira

PrazoAté dia 30-4-77 - no Congresso Nacional.

31l\,1ENSAGEM N.o 26177-CN

"Submete à deliberação do Congresso Nacional texto do De­creto-lei n.o 1.515, de 30 de dezembro de 1976, que "altera a reda­ção da alínea b do art. 74 da Lei n.o 3.807, de 26 de agosto de 1960,e dá outras providências." Autor: Poder Executivo - (MeDs. n.OH/77).

Comissão MistaPresidente: Deputado Yasul10ri KunigoVice-Presidente: Deputado Adhemar GhisiRelator: Senador Altevir Leal

Prazo-Até dia 30-4-77 - no Congresso Nacional.

32MENSAGEM N.o 27177-CN

"Submete à deliberacão de Congresso Nacional texto do De­crete-Ié D.o 1.5HI,,o.e 31 de dezembro de 1976, que "€lá nova redação

a dispositivos do Decret()-lei n.O 1.370, de !I de dezembro de 1974,que dispõe sobre a tributação dos rendimentos auferidos por ga­rimpeiros matriculados, e dá outras providências." A11tor: .PoderExecutivo - (Mens. n.o 15177).

Comissão MistaPresidente: Senador Leite ChavesVice-Presidente: Senador Luiz CavalcanteRelator: Deputado Moacyr Da1Ia

FrazoAté dia 30-4-77 - no Congresso Nacional.

33MENSAGEM N.o 28/77- CN

"Submete à deliberação do Congresso N,acional texto do De­creto-lei n.'" 1.517, de 31 de dezembro de 19716, que "fixa alíquDtasdQ imposto sobre operações relativas .à circulação de mercadi:'rias(1CM) nos Territórios Federais." Autor: Poder Executivo. ­(Mens. n,o 16/77).

Comissão MistaPresidente: Deputado Jerônimo SantanaVice-Presidente: Deputado Nosser AlmeidaRelator: Senador Alexandre Costa

PrazoAté dia 30-{-17 - no Congresso Nacional.

34,

MENSAGEM N.o 29/77..CN"Submete à deliberação do Congresso Nacional text0 do De­

creto-lei n.() 1.318, de 4, de janeiro de 1977, que "dispõe sobre acriação d€> Quadro de Pessoal dos órgãos Amnliares da. Ju,stiça doDistrito Federal e dos Territórios, retribuic10 pelos cofres públieos,e dá outras providências." Autor: PodeI" Executiv() - (Mens.n;o 17/77).

()omissão MistaPresidente: Senador Adalberto senaVice-Presidente: Senador Heitor DiasRelator: Deputado Cid Furtado

FrazoAté dia 30-4-77 - no Congresso Nacional.

35MENSAGEM N.° 30/77-CN

"Submete à deliberação do Congresso Nacional texto do De­creto-lei n.-o 1.519, de 5 de janeiro de 1!l77, q,ue 'altera a TarifaAduaneira do Bra.slÍ - (TAB), e dá outras providências." Autor:Poder Executivo - (Mens. n.o 18/77).

Comissão l\fistaPresidente: Deputado Sérgio MuriloVice-Presidente: Deputado Moacyr DaIlaRelator: Senador Mattos Leão

PrazoAté dia 30-4-77 - no Congresso Nacio11211.

36MENSAGEM N.o 31/77-CN

"Submete à deliberação do Congresso Naeíonal texto do DeCI'e­to-lei n.o 1.520, de 17 de janeiro de 1977, que "estabelece condiçãopara aquisição dos derivados de petróleo que menciona, e dá outrasprovidências." Autor: Poder Executivo - (M~ns. n.o 22/77).

Comissão Mi.staPresidente: Senador Agenor MariaVice-Presidente: Senador Jarbas PassarinhoRelator: Deputado Nunes ROcha

PrazoAté dia 30-4-77 - no Congresso Nacional.

37MENSAGEM N.o 32/77-GN

"Submete à deliberacão do Congresso Naeional texto do Decre­to-lei n.o 1.521, de 26 de janeiro de 1977, que "revoga, a partir doexercício de 1977, as normas legais e regulamentares autoriza1.ivasde destinações especiais dos resultados atri.buíveis à Uniã-o nasempresas públicas e sociedades de economia mista federais."Autor: Poder Executivo - (Mens. n.O 23/77Jo.

Comissão l\fistaPresidente: Deputado José ManGelliVice-Presidente: Deputado Hugo NapoleãoRelator: Senador Otair Becker

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185t Terça-feira 19 DIARIO DO CONGRESSO NACIONAL (Seção I) Abril de 1977

PrazoAté dia 30-4-77 - no Congresso Nacional.

38MENSAGEM N.o 33/77-CN

"Submete à deliberação do Congresso Nacional texto do Derre­to-lei n.o 1.522, de 2 de fevereiro de 19'77, que "concede isenção dosImpostos de Importação e sobre Produtos Industrializados aos bensdestinados a projetos prioritários em execução no setor de energiaelétrica, e dá outras providências." Autor: Poder Executivo ­(Mens. n.O 26/77).

Comissão Mista

Presidente: Senador Roberto SaturninoVice-Presidente; Senador Luiz CavalcanteRelator; Deputado Cleverson Teixeira

PrazoAté dia 30-4-77 - no Congresso Nacional.

39MENSAGEM N.o 34/77-CN

"Submete à deliberação do Congresso Nacional texto do Decre­to-lei n.O 1.523, de 3 de fevereiro de 1977, que "autoriza a criacãode Coordenadorias Especiais no Instituto Nacional dE' Colonizacãoe R.ef0!l!la Agrária Il:as condições que especifica, dispõe sobré aretrIbmçao do respectIVO pessoal. e dá outras providências." Autor;Poder Executivo - (Mens. n.O 27/77).

Comissão MistaPresidente: Deputado Jerônimo SantanaVice-Presidente: Deputado Antônio GomesRelator: Senador Amon de Mello

Prazo

Até dia 30-4-77 - no Congresso Nacional.

40MENSAGEM N.o 35/77-CN

"Submete à deliberação do Congresso Nacional texto do Decre­to-~ei n.o 1.524, de 14 de fevereiro de 1977. que "dispõe sobr~ astanfas dos transportes aéreos domésticos." Autor: Poder Executi­vo - (Mens. n.o 29/77>-

Comissão Mista

Presidente; Senador Marcos FreireVice-Presidente: Senador Otto LehmannRelator: Deputado Vasco Amaro

PrazoAté dia 30-4-77 - no Congresso Nacional.

41MENSAGEM N.O 38/77-CN

"Submete à deliberação do Congresso Nacional texto do Decre­to-lei n.O 1.525, de 28 de fevereiro de 1977, que "reajusta os venci­mentos e salários dos servidores civis do Poder Executivo dosMembros da Magistratura e do Tribunal de Conta~ da União' e dáoutras providências." Autor: Poder Executivo - (Meus. n.O 50/77).

Comissão MistaPresidente: Deputado Arnaldo LafayetteVice-Presidente: Deputado Ivahir GarciaRelator: Senador Alexandre Costa

PrazoAté dia 30-4-77 - no Congresso Nacional.

42

MENSAGEM N.o 39/77-CN

"Submete à deliberação do Congresso Nacional texto do Decre­to-lei n.O 1.526, de 28 de fevereiro de 1977, que "fixa o valor dosoldo base do cálculo da remuneração dos militares." Autor: Po­der Executivo - (Mens. n.o 49/77).

Comissão MistaPresidente: Senador Benjamim FarahVice-Presidente: Senador Milton CabralRelator: Deputado Vicente Vuolo

PrazoAté dia 30-4-77 - no Congresso Nacional.

43

MENSAGEM N.o 24/77-CN

':Submete à deliberação do Congresso Nacional texto do Decre­to-leI n.o 1.513, de 29 de dezembro de 1976, que "dispõe sobre inci­dência do Empréstimo Compulsório em favor das Centrais ElétricasBrasileiras S.A. - ELETROBRÁS". - Autor: Poder Executivo ­(Mens. n.O12/77).

Comissão MistaPresidente: Senador Itamar FrancoVice-Presidente: Deputado Albino ZeniRelator: Senado Otair Becker

PrazoAté dia 30-4-77 - no Congresso Nacional

IX - Levanta-se a Sessão às 17 horas e 30 minutos.

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Abril de 1977 , DIARio DO CONGRESSO' NAéIONAL (Seção I) Tefça-feira 19 1855

MESA LIDERANÇASPresidente:

Marco Maciel - ARENA1.0_Vice-Presidente:

João Linhares - ARENA2.°_Vice-Presider..te:

Adhemar Santillo - l\IDBLO-Secretário:

Djalma Bessa - ARENA2.o-Secretário:

Jader BarbaJho - MDB3.o-Secretário:

João Clímaco - ARENA4.o-Secretário:

José Camargo - MDB

SUPLENTES

Diogo Nomura - ARENANorberto Scbmidt - ARENAPeixoto Filho - MDBAntonio MOrais - MDB

ARENA - MAIORIAL"lder:

José BonifácioVice-Li<leres:

Herbert J,evyAíron RiosAlípio CarvalboAugusto TreioBlota JúniorCaotidio SampaioEduardo GalilIbrahim Abi.AckelJorge VargasJose AlvCi'Marcelo UnharesParente FrotaParsifaJ BarrosoVasco NetoViana NetltDib Cherém

MDB - MJ~ORIA

Líder:

Alencar I'urtado

Vice-Lid eres:

Freitas Nobre

Alvaro Dias

Ario Tbeodoro

Epitácio 'C:!.feteira

Fernando I,yra

Figueireao Correia

Francisco Studart

Getúlio Dias

Joaquim BI)vilacqua

Marcondes Gadelha

Odacir KIenn

Tarcísio ][)elgado

ARENA

DEPARTAMENTO DE COMISSOES

Suplentes

ARENA

COMISSOES PERMANENTES1: COMISSÃO DE AGRICULfURA E POLlTlCA

RURAL

Supl,entesARgNA

Jorge ArbageMagno BaoelarMinoro MlyamotoOswaldo ZanenoPassos Pôrto

Suplentes.ARENA

Jarmund NasserMoacyr DallaNereu GUldiNogueIra de Rezend~

OSll1ar LeitãoParente FrotaRaImundo ParenteVIana NetoVago

Abel AvilaAntônio Ferreira'Augusto TreinBlota JúniorEdIson Bonna

Turma A-Altair ChagasAntómo MaTIZClaudino SalesCleverson TeIxeiraRicardo FIUzaTheobaldo BarbosaWilmar GUImarães

Turma BAfrlsio Vieira LimaBlota JúniorIbralllm AbI AckelGomes da SilvaLauro LeitãoLuiz BrazHenrIque CórdovaNunes Rocha

MJ:>BAlceu Collares Jarbas VasconcelosJoão Gilberto Joaquim BevilacquaJosé Bonifácio Neto Lidovino FantonNoide Cerqueira Miro TeIxeIraJosé MaurICio Eloy LenziSebastião Rodrigues Jr. VagoTarcisio Delgado

4) .COMISSÃO DE CON~mTUlçÃO E JUSTIÇAPresidente: Célío Borja - ARENA

Turma A-

Vice-Presidente: Jairo Magalhães - ARENA

Turlllla B

Vice-Presidente: Era&m'D Martins pedro - MDE

Titulares

AR]~NA

Antônio MorimotoCantldio SampaioDlb CheremEduardo GalilHenrique PrettiHomero SantosIgo LossoDaso Coimbra

MDBDias Menezes Mário FrotaEloy Lenzy MIlton SteinbruchFreitas Nobre VagoJoão Gilberto

RE1[J]\flõES

Quartas e quintas-feiras, às 10 :00 liórasLocal: Anexo Il - Sala 6 - RamaIS 653 e 654Sacretana: 1011' Lazzarini

Jarmund NasserNina Rib'ell~o

ParSlfal Barroso

Gabriel HermesJoaqUIm GuenaMurilo RezendeUbaldo Barém

Jaison BarretoNelson ThlbauVago

MDB

Octacilío Queirozmysses GUImarães

MDB

TitularesARENA

Titulares

ARENA

Mário MondinoNorberto SchmldtValdomiro GonçalvesVieira da Sílva

MDB

Júlio ViveirosLuiz Couto

AryKffuriCébo Marques

FernandesCorreIa LImaDlogo Nomura

Antônio FlorêncioBatIsta MirandaEdison BonnaFlavio GlOvmi

Fernando CunhaJorge. UequedMarcondes Gadelha

Suplentes

ARENA

AlJdon GonçalvesAlUIZIO ParaguassuDias MenezesHélIo de Almeida

3) COlVIlSSAo DE COMUNICAÇÕES

Pl'esidente: Oswaldo Lima - MDBVice-PreSIdente: Joel LIma - MDBVice-Presidente: Mauricio Leite - ARENA

REUNIõES

Quartas e quintas-feiras. às 10:00 horasLocal: Anexe II - SaJ& 11 - Ramal 621Secretá.rio: Eni Machado Coelho

Presidente: Pedro Farra - MDBVice-Presidente: MárIO Moreira - MDBVice-Presidente: V\ngt Rosado - ARENA

2) CnMISSÃO DE CI~NCIA ETECNOLOGIA

H.EUNIGES

Quartas e quintas·-felras. às 10:00 horasLocal: Anexo rI -- Ramal 766Secretária: Maria Luzia Brandão da Silva

Aurélio CamposJoel FerreiraJorge Paulo

Alair FerreiraCorreIa LimaDib CheremGerson CamataGióia Júnior

Jorge VargasJose Ribamar Machado~,I[aul'lcio LeiteMenandro MmahimPrISCO VianaRUy BacelarSmval Boaventura

Turma B

Celso CarvalhoBlcival CaladoFerraz EgrejaGeraldo BulhõesJuvênclO DiasMelo FreIreVasco Amaro

MDB

José MandelIíJuarez BernardesNel~on MaculanPacheco ChavesRenato Azeredo

MDB

Luiz CoutoOsvaldo BuskeiPedro LauroRoberto CarvalhoYasunorr KUlllgoVago

Turma A-

Alexandre MachadoBenedIto CanellasCardoso de AlmeIdaE"nesto ValenteHenrique BritoHuml:l€rto SoutoJoão Durval

Antônio AnnibelIíAntônio BresolinFranCISCO LibardoniJosé ZavagliaWalber Guimarães

Paulo Rocha

Local: Anexo TI - Ramal 661

Coordenação de Comissões Permanent~

Geny XaVIer Marques

Local: Anexo II - Telefones: 24-5179 e25-4805 - RamaIs: 601 e 619

Alcides FranciscatoAntômo UenoBatIsta MirandaFlávIO GlOvmlFranCISCo Bilac PintoRoraclo MatosInocênCIO OliveIraJoaqUIm Coutmho

Eloy LenziErnesto de MarcoItul'lval NaSCImentoJose CostaJose MauncioJuarez Batista

Presidente: Vinicius Cansanção - MDB

Turma A

Vice-Presidente: Henrique Cardoso - MDB

Tm'ma ,B

Vice-Presidente: Antonio G,o~e,s - ARENA

Titulares

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1856 Terça-feira 19 DIARIO DO CONGRESSO NACIONAL (Seção l) Abril de 1977'

6) COMISSAO DE EDUCAÇÃO E CULTURA

5) COMISSÃO DE ECONOMIA, INDÚSTRIA ECOM~RCIO

Suplentes

ARENA

REUNIõES

Terças, quartas e quintas-feiras, às 10:00 horasLO<,al: Anexo TI - Sala 17 - Ramal 626Secretária: Silvia Barroso Martins

MDBOctaeílio QueirozVagoVagoVagoVago

ARENAManoel NovaesMinoro MiyamotoNasser AlmeidaOswaldo Zanel10Sinval BoaventuraTheódulO de Albuq4erqll41

MDBJosé ThoméLéo SimõesPeixoto FilhoWalter SilvaVago

SuplentesARENA

Marcelo UnharesMário MondinoWanderley MarizWilson FalcãoVagoVagoVago

9) COMISSAO DE MINAS E ENERGIAPresidente: Ubaldo Corrêa - ARENA

Vice-Presidente: H.élio Levy - ARENAVice-Presidente: Yasunari Kunigo - MDB

TitularesARENA

Jutahy Magalháe!Newton BarreiraPaulino Cicero de

VasconcellosPrisco VtanaRafael Faraco

Benedito CanellasCarlos Alberto de

OliveiraFerraz EgrejaFrancelino PereiraGastão MüllerHugo Napoleão

Airton SoaresCarlos CottaFrederico BrandãoJoão ArrudaJorge Moura

Alberto HoffmannArlindo KunzlerEurico RibeiroGabriel HermesJoão VargasJorge Arbage

Ario TheodoroEpitácio CafeteiraJoaquim BevilacquaJosé Bonifácio NetoJosé Carlos TeixeIraMarcos Tito

REUNIõESQuartas e Quintas-feiras, às 10:00 horaJLocal: Anexo TI - Sala 15 (Auditório Neteu,Ramos)Secretário: Walter Gouvêa Costa

Aécio CunhaAlacid NunesAntônio FerreiraCantidio SampaioGonzaga VasconcelosHoráciO MatosJoão Pedro

Airton SandovalAluizio ParaguassuAntonio MoraisDias MenezesErnesto de Marco

8) COMISSÃO DE FISCALIZAÇÃO FINANCEIRA.E TOMADA DE CONTAS

Alberto LavinasAlvaro DiasIsrael DiM-NovaesJerônimo SantanaJorge Ferraz

Aécio CunhaAlvaro ValleDayl de AlmeidaFernando GonçalvesGeraldo FreireJoão CasteloLauro Leitão

MDBNelson ThibauPedro LauroRubem DouradoSamuel RodriguelWalmor de Luca.

SuplentesARENA

José MachadoLins e SilvaLuiz RochaOdulfo DominguesSIqueira CamposWilmar Dallanho1VagoVago

MDB.José Carlos TeixeiraLauro RodriguesLeônidas SampaioMarcos TitoSilvio Abreu JúniorVago

REm.J:õESQuartas e quintas-feiras, às 10:00 horasLocal: Anexo II - Sala 7 - Ramal 660Secretário: Luiz de OliveIra Pmto

Presidente: Furtado Leite - ARENA.Vice-Presidente: Josias Leite - ARENAVlCe-Presidente: Marcelo Medeiros - MDB

Titulares

Marcos TitoMilton SteinbruchOdacir KleinRoberto CarvalhoRuy Côdo

.João CasteloJorge VargasJosé AlvesJosé Ribamar MachadoPinheiro MachadoTemístocles TeixeiraVago

MDB

Genival TourinhoPaulo MarquesJ. G. de Araújo JorgeJosé Maria de CarvalhoHildérico Oliveira

Norton MacedoNosser AlmeidaOssian AraripePaulo FerrazRafael FaracoSílvio VenturolliTemístocles Teixeira

MOB

MDB

OUvir GabardoOtacílio AlmeidaVagoVagoVagoVago

ARENA

Marão FilhoMelo FreireNelson MarchezanPedro CarolaPedro ColinRaimundo DinizWilson BragaVago

MDB

Marcelo MedeirosOdemir FurlanVagoVagoVagoVago

Suplentes

ARENA

Suplentes

Turma A

Turma B

Vice-Presidente: Moacyr Dalla - ARENA

Titulares

ARENATurma B

Antônío JoséAthjê CouryEmmanoel WaismannEpitácio CafeteiraJoiio Menezes

Aderbal JuremaAntônio MarizGomes da silvaHerbert LevyHydekel FreitasJairo MagalhãesJutSlhy MagalhãesLui~ Braz

Airton SoaresAlcir PimentaCelso BarrosDaniel SilvaEdgar MartinsFagueiredo Correia

Adrtano ValenteAntànio MorimotoCarlos Alberto OliveiraDyrno PiresFrancisco Bílac PintoHomero SantosVago

Ario TheodoroAlvaro DiasArgilano DarioExpedito ZanottiLauro RodriguesMagnus Guimarães

REUNIõES

QU2orta-feiras, às 10 :00 horasLocal: Anexo TI - Sala 9 - Ramal 639Secretária: Marta Clélía Orrico

Presidente: Gomes do Amaral - MDB

Turma A

Vice-Presidente: João Cunha - MDB

7)1 COMISSÃO DE FINANÇAS

REUNIõES

Quartas e quintas-feiras, às 10:00 horasLocal: Anexo II - Sala 16 - Ramais 642, 643e 644 (direto 24-6669)Secretário: Ruy Omar Prudência da Silva

Alair FerreiraAng'3lino RosaAntônio FlorêncioArlindo KunzlerCarlos WilsonCelso CarvalhoJosias Leite

Aluízio ParaguassuAntonio Carlos

de OliveiraArnaldo LafayetteDias MenezesFlorjm CoutinhoJosé Bonifácio Neto

Humberto SoutoJanuário FeitosaPaulmo Cícero de

VasconcelosRicardo FiuzaRogério RêgoUlisses PotiguarVago

Turma B

Amaral FurlanAugusto TreínCarlos WilsonHerbert LevyNorton MacedoViana NetoVago

MDB

Genervino FonsecaRubem MedinaSantilli SobrinhoTancredo Neves

MDB

Sérgio MuriloSilvio Abreu Jr.Walber GuimarãesWalter SilvaVagoVagoVago

Celso BlIrrosFernando CoelhoFigueiredo CorreiaFrancisco StudartHumberto LucenaJorge UequedRubem Dourado

MOB

Milton SteinbruchOtávio CeccatoRuy CôdoSebastião RodriguesVinicius CansançãoVago

REUNIõES

Quartas e quintas-feiras. às 10:00 horasLOcal: Anexo II - Sala 4 - Ramal 631Secretária: Delzuite Macedo de Avelar Villas

Boas

Presidente: Salvador Julianelli - ARENAVice-Presidente: Leur Lomanto - ARENAVice-Presidente: Antunes de Oliveira - MDB

Titulares

ARENAHélio MauroLygia Lessa BastosMagno BacelarManoel de AlmeidaMenandro MinahimRômulo Galvão

Aldo FagundesJoão ArrudaHarry SauerHtunberto LucenaLaerte Vieira

Antonio· PontesFernando GamaGomes do AmaralJorge UequedJuarez Batista

Presidente: Antonio Carlos de Oliveira - MDB

Turma AVice-Presidente: Sílvio Abreu Júnior - MDB

Turma B

Vice-Presidente: A. H. Cunha Bueno - ARENA

TitularesARENA

Alvaro ValleBraga RamosDarcílio AyresDaso Coim~ra

Dayl de AhneidaFlexa RibeiroGeraldo Freire

Airon RiosAlberto HoffmannAlexandre MachadoAltair ChagasCardoso de AlmeidaDyrno PiresFaria Lima

Turma A

Amaral NettoAngelina RosaFernando Gonçalves!go LOSSG

José HaddadMal'ão Filho

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Abril de 1977 DURIO DO CONGRESSO NACIONAL (Seção I) Terça-feira 19 1857

12) COMISSÃO DE SAODE

Quartas-feiras, às 10:30 horasLocal: Anexo li - Sala I - Ramal 677SecretáriO: José de anchIeta Souza

REUNIOES

Quintas-feiras, às 10:00 horasLocal: Anexo II - Sala 14 - Ramal 6728ecrotano: José Lyra Barroso de Ortegal

l,omanto JúniorMurilo RezendeHesende Monteirof~uy Bacelar8antos Filho

MDBIturival NascimentoJuarez BatistaNabor JúniorOtávio Ceccato

MDBJoel FerreiraJosé CostaPedro LucenaThales Ramalho

SuplentesARENA

Ubaldo CorrêaVasco AmaroVasco NetoVicente Vuol0Vilmar PontesVago

MDBJosé CostaMárIO FrotaOctávio Torreci11aRosa FloresHuy BritoVago

Supllel1ltesARENA

Ibrahim Abi-Ackelítalo ContiJosé Haddadl,ygla Lessa BastosMurIlo BadaróNma RibeiroHezende MonteiroSantos Filho

MDIBE:i1vio de Abreu JúniorTarcisio DelgadoVagoVagoVagoVago

Aurélio CamposFernando CunhaGama!lel GalvãoGemval TourmhoPeiXoto FilhoRuy Côdo

REUNIõESQuartas-feiras, às 10 horasLocal: Anexo II - Sala !I.o 12 - Ramal 694Secretário: Hélio Alves Ribeiro

15) COMISSÃO DE TRAIIALHO E LEGISLAÇÃOSOCIt..LPresidente: WilSOn Braga - ARENA

Vice-Presidente: Wilmar Dallanhol- ARENAVice-Presidente: Frederico Brandão - MDB

Titulla'resARENA

L~iz RochaNelson MarchezanOsmar LeitáoHalmundo ParenteS;lqueira CamposVasco Net,(JVllmar Pontes

Alceu CoUaresAntoniO AnnibelliDias MenezesErasmo Martins Pedro

Aloisio SantosArgIlano DanoArnaldo LafayetteCarlof CottaGetúlio Dia"Jorge Moura

Ademar Pel'eiraATItônio GomesElclVal CaladoFurtado LeIteGeraldo BulhôesGlOla JúniorHélio MauroHenrique Córdova

Adhemar GhisiAlbino ZeniAlvaro GaudêncioEduardo GalilJacob CarolaJoáo AlvesLuiz Fernando

REUNIOESQuartas e quintas-femas, às 10:00 horasLocal: Anexo II - Sala 15 - Ramal 647Secretário: Nelson Oliveira de Souza

Alípio CarvalhoHélio CamposHélio LevyJoão PedroNavarro VieiraNunes HochaHaul Bernardo

Antonio MotaFernando LyraFrancisco RochaHélJo de AlmeidaHenrique Edual'do

Alves

16) COMISSÃO DE TRAfllSPORTES

Abel AvilaAlCIdes FranciscatoBento GonçalvesHermes MacedoHydekel FreitasJoaquim Guerra

Presidente: N'Jnes Leal - AHENAVice-Presidente: Henl'lque PreUi - ARENAVice-Presidente: Octacilio Almeida - MDB

Ti1.ul.aresAHENA

Freitas NobreLauro RodnguesSérgio Murilo

:SuplentesARENA

Mauro SampaioNunes LealRômulo GalváoTheobaldo BarbosaVleira da Silva

MDBOdemir FurlallOsvaldo BuskeiWalter de Castro

SuplentesARENA

Manoel NovaesParsifal BarrosoSalvador JulianelliTheódulo AlbuquerqueVingt Rosado

Aldo FagundesAluizio ParaguassuJG de Araújo JorgeDias Menezes

14) COMISSÃO DE SERViÇO PÚBLICOPresidente: Paes de Andrade - MDB

Vice-Presidente: Gamaliel Galváo - MDBVice-Presidente: Agostmho Rodrigue~- ARENA

Titulares

ARENAOssian AraripePassos PortoPe,ulo FerrazRaul BernardoWanderley Mariz

MDB

Suplentest..RENA

Afrlsio Vieira Lima Francisco HollembergAlacid Nunes Jonas CarlosBento Gonçalves José Ribamar MachadoCélio Borja Newton BarreiraFlávio Marcilio Teotônio Neto

MDBOdemir FurlanVagoVago

Alípio CarvalhoCélio Marques

FernandesJanuário FeitosaOdulfo Domingues

Presidente: Hélio Campos - ARENAVice-PreSidente: ítalo ContI - ARENAVice-Presidente: José Carlos Teixeira - MDB

TitularesARENA

Parente FrotaPaulo StudartSylvio VenturolliVicente Vuolo

Amaral FurlanCId FurtadoClaudino SalesErnesto ValenteEurico RibeiroManoel de Almeida

Adriano ValenteBraga RamosHenrique BritoJoão AlvesJoão DurvalJosé Alves

Antônio PontesCesar NascimentoFernando Coelho

13) COMISSÃO DE SEGURANÇA NACIONAL

Abdon GonçalvesFáblO FonsecaLeõnidas Sampaio

MDBExpedito Zanotti ' Ney FerreiraFlorIm Coutinho Ruy LmoHenrique Eduardo AlveEMinoru Massuda

REUNIõESQuartas e quintas-feiras às 10 :00 horasLocal: Anexo II - Sala 13 - Ramais 688, 689Secretário: Zorando Mcíreira de Oliveua

MDBAthiê Coury Walmor de LucaCarlos Cotta YasunoTl KunigoJoaquim Bevllacqua VagoMarcondes Gadelha Vago

REUNIOESQuartas e quintas-feiras, às 10:00 horasLocal: Anexo II - Sala 10 - Ramal 682Secretária: Iná Fen;landes Costa

Ary KffuriFrancelino PereiraGeraldo GuedesIvahir GarciaJonas Carlos

Inocêncio OliveiraNavarro VieiraOmslo LudovícoUlisses PotlguarWilson Fli.lcão

MDBMac Dowel Leite

de CastroMagnus GuimarãesOlIvu GabardoPadre NobreThales Ramalho

João VargasJuvêncio DiasLeul' LomantoMarco MacielNorberto SchmidtPaulo StudartV'aldomlrO GonçalvesVago

MDB

Paes de AndradePedro FariaRoberto CarvalhoSérgio Murllo 'Ulysses GuimarãesYasunoTl Kumgo

ARENAMarcelo LinharesMuriL) BadarõNogueIra ce RezendeRaImundo DinizRogêrlo RêgoTeotômo NetoUbaldo Barém

MDB

Vago

SuplentesARENA

Antôllio Bresolin

SuplentesARENA

Theobaldo Barbosa

Ario TheodoroerIgido TinocoCarlos SantosCotta BarbosaFernando GamaFrancisco StuàartJairo Brum

Diogo NomuraPrIsco Viana

Ademar PereiraAlIon RIOSCarlos Alberto de

OliveiraDiogo NomuraFrancisco Rollemberg

Hem'ique Cardoso

10) COMISSAO DI: REDAÇAOPresidente: Daso Coimbra - ARENA

Vice-Pl"esidente: Joáo Castelo - ARENA

TitularesARENA

José Ribamar Machado

MDB

Aleir Pimenta

Aldo FagundesAntunes de OliveiraAntômo MoraisDamel SIlvaDias MenezesJoão MenezesJG de Araújo Jorge

REUNIOES

11) COMISSÃO DE RELAÇÕES EXTERIORESPresidente: Flávio Marcilio - ARENA

Vice-Presidente: Pedro Collin - ARENAVice-Pl'esidente: Adalberto Camargo - MDB

Titulares

Antônio UenoCId FurtadoFarIa LImaHugo NapoleãoJoaquim CoutinhoJosé MachadoLms e Silva

Adl:emar GhisiAlvaro GaudêncioCleverson TeixeiraCunha BuenoFlexa RibeIroGeraldo GuedesGerson CamataHermes Macedo

Presidente: Jaison Barreto - MDBVice-Presidente: Pedro Lucena - MDBVice-Presidente: Mauro Sampaio - ARENA

TitularesARENA

Page 58: imagem.camara.gov.brimagem.camara.gov.br/Imagem/d/pdf/DCD19ABR1977.pdf · ANO XXXII - N(l 023 CAPITAL FEDERAL SEÇÃO I TERÇA-FEIRA, 19 DE ABRIL DE 1977 CÂMARA DEPUTADOS SUMÁRIO

1858 Terça-feira 19 DIARIO DO CONGRESSO NACIONAL (Seç~o I) Abril de 1977

2) ~OMISSÃO DA BACIA DO SÃO FRANCISCO

COORDENAÇÃO DE COMISSOESTEMPCRARIAS

COMISSOES ESPECIAIS1) COM'SSAO DA AMAZÜNIA

REUNIõESQuartas e quintas-feiras, às 10 :30 horasLocal: Anexo II - Sala 5 - Ramal 696Secretário: Carlos Brasil de AraÚJO

MDBFieitas NobreJose Bonifácio NetoLidovino Fanton

MDBAdriano ValenteGenival TourtnhGJaIro BrumJosi. Bonifácio NetoOlivir Gabardo

MDBAirtop SoaresJoel FerreIraJose CostaRosa FloresRubem Dourado

MDBTheobaldo BarbOsaCid FurtadoFernando Coelhol.~arlO MOreIraOswaldo LIma

MDB

Salvador JulianelliPadre NobrePeIXOto Filho

"JlDBCelso BarrosMac Dowe! Leite de

CastroIsrael Dlas-Novaes

Suplentes

Suplentes

Suplentes

ARENAAdriano ValenteClaudmo SallesIbrahim Abt-AckelI,-ahU' GarCIa

ARENACleverson TeixeiraLauro LeItãoGeraldo GuedesRaymundo Diniz

ARENA

Nosser AlmeidaNavarro VieiraPaulo StudartOswaldo ZanelloFaria LIma

6) COMISSAO ESPECIAL DESTINADA A DARPARECER AO PROJETO N.o 634, DE 1975,DO PODER EXECUTIVO, QUE DISPÕE SOBREO CÓDIGO CIVIL

Presidente: Tancredo Neves - MDBVice-PreSIdente: BrIgldo l'1noco - MDBVice-PreSIdente: Igo Losso - ARENA

Relator-Geral: João Lmhares - ARENATitulares

ARENAMarcelo LlnharesErasmo Martíns PedroTarclslO DelgadoHenrIque CórdovaAntômo MOrImotoVago

ARENAEduardo GalilFernando GonçalvesG!1.Stão MúllerHugo NapoleãoIgo LossoVago

::tEUNIõESLocal: Anexo II - Sala 8-A - Ramais 603

e 604Secretario: Antônio Fernando Borges Manzan

8) COMISSÃO ESPECIAL DESTINADA A ELABO·RAR PROJETO D~ LEI SOBRE A ESTABILI·DADE DA FAMíLIA BRASiLEIRA

Presidente: Figueiredo Correia - MDBViCe-PreSIdente: MagnuE GUl1llarães - MDB

Relator-Geral: Cid Furtado - ARENATitulares

1) COMISSÃO ESPECIAL DESTINADA A DARPARECER AO PROJETO N.O 633, DE 1975,DO 1'0DER EXECUTIVO, QUE DISPÕE SOBREO CÓDIGO DE PROCESSO PENAL

Presidente: Sérgio Murillo - MDBVlCe-Presldente: Peixoto Filho - MDBVlCe-Presldente: Santos Li'ilho - ARENA

Relator-Geral: Geraldo Freire - ARENATitulares

REUNIõESLocal: Anexo II - Sala 8-A - Ramais 603

e 604Secretária: Maria Izabel Azevedo

ARENA

Cleverson TeixeiraGeraldo FreireBlota JuniorNereu Gmdi

REUNIõESQuintas-feiras, às 16:30 horasLocal: Anexo li - Sala 8-A - Ramais 603

e 60'1Secretária: Vânia Garcia Dórea

MDBJaison BarretoOdacir KleinVagoVagoVago

MDBWalter de Castro

SuplentesARENA

Ubaldo BarémVicente VuoloWilmar Guimarães

MDBVagoVago

MDBAluízio ParaguassuAntônio AnnibelliDias MenezesErnesto de Marco

Suplentes

Fernando Cunha - MDBGenervino Fonseca - MDBValdomiro Gonçalves - AREN.I'

TitularesARENA

Onisio LudovicoRezende Monteiro

Presidente:VicI3-Presidente:Vice-Presidente:

Benedito CaneUasGastão MüllerJarmund Nasser

Antonio Carlosde Oliveira

Juarez Bernardes

VagoVago

Héllo LevyNunes RochaSiqueira Campos

5) 'COMISSAO DO POLlGONO DAS SECASPresidente: Inocêncio Oliveira - ARENA

Vice-Presidente: Dyrno Pú'es - ARENAVir.e-Presidente: Carlos Cotta - MDB

EfetivosARENA

Celso Carvalho Ernesto ValenteGeraldo Guedes Jutahy Magalhães

MDB

3) COMISSÃO ESPECIAL DE DESENVOLVIMENTODA REG1ÃO CENTRO-OESTE

ARENAAdriano ValenteArlindo KunzlerHenrique CórdovaHermes MacedaVasco AmaroWilmar Dallanhol

REUNIõESQuartas-feiras, às 10 :00 horasLocal: Anexo III - Sala 8-B - Comissões

Especiais - Tel.: 24-671it - Ramais 607/608Secretário, Agassis Nylander Brito

Fernando CoelhoJosé Carlos Teixeira

José AlvesHumberto SoutoJanuárfio Feitosa

ARENAAbel AvilaJoão VargasLauro LeitãoPedro Colin

REUNIõESQuintas-feiras, às 10:00 horasLocal: Anexo II - Sala 8-B - Ramal 685Secretário: Romualdo Fernandes Arnolde

4: COMISSÃO DE DESENVOLiflMENTO DAREGIÃO SUL

Presidente: Antônio Ueno - ARENAVice-Presidente: AlexanãrB Machado - ARENAVice-PresIdente: Eloy Lenzi - MDB

Titulares

Celso Barros José CostaJarbas Vasconcelos Genival Tourinho

Suplentes

ARENAManoel de AlmeidaPinheiro MachadoVago

MDBFernando LyraOctacílio QueirozVago

REUNIõESQuintas-feiras, às 11 horasLo'~ul: Anexo II - Sala 8-ATelefones: 23-7289 (Direto' e Ramal 695Secrettuio: José Salomão Jacobina Aires

Juvêncio DiasRaImundo Parente

MDB

Antônio JoséNel FerreiraThales RamalhoVagoVago

MDBJosé MandeIliMário MoreiraOdacIr Klempedro LauroRuy Côdo

MDB

Rogério RégoJosé Carlos TeixeiraJoi3ê CostaVmicius Cansanção

Suplentes

Antonio Carlosde Oliveira

Dias MenezesErnesto de MarcoFrancisco LibardoniJairo Brum

Alacid NunesGabrIel Hermes

Antonio PontesEpitácio Cafeteira

J oel FerreiraJúllo VIveiros

ARENA

Bento GonçalvesGeraldo BulhõesManoel NovaesRicardo FillZa

MDBJerônimo SantanaNabor Jumor

Suplentes

ARENASIqueira CamposTemIstocles TeixeiraUbaldo Corrêa

MDBRuy LinoVagoVago

REUNIõES

Quartas-feiras, às 10 :00 horasLocal: Anexo II - Sala S-A - Ramais 606;616Secretária: Jacy da Nova Amarante

Edison BonnaElcival CaladoHélio Campos

Presidente: Nosser Almeida - ARENAVice-Presidente: Rafael Faraco - ARENAVice-PresIdente: Mario F:ota - MDB

TitularesARENA

Diretora: Gilda Amora de Assis RepublicanoLocal: Anexo n - Ramal 749

fieção de Comissões EspeciaisChefe: Stella Prata da Silva LopesLocal: Anexo n - Sala 8-B - Ramal 604

Seção de Comissóes de Inquérito

Chefe: Luiz Antônio de Sá CoraeU'O da ,sn'vaLocal: Anexo II - Ramal 612 - 23-3239 <Direto)

Presidente: Hildérico Oliveira - MDBVice-Pr{'O'N°'1te: Cotta Barbosa - MDBVice-Presidente: Menandro Minahim - ARENA

Titulares

ARENA

Francisco RollembergJau'o MagalhãesJosias LeitePassos PortoPaulino CiceroPrisco Viana

REUNIõESQuintas-feiras. às 10:00 horasLocal: Anexo U - Sala 3 - Ramal ';11

secretária: Marci Ferreira Borges

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Abril de 1977 OIARIO DO CONGRESSO NACIONAL (Seção I) Terça.-feira 19 1859

9) COMISSAO ESPECIAL DESTINADA A ELA·BORAÇAO DE PROJETOS DE LEI SOBREREDIVISAO TERRITORIAL E POllTKA DEMO­GrAFICA

Presidente: Siqueira Campos - ARENAVice-Presidente: Vicente Vuolo - ARENA

Relator-Geral: Alei!: Pimenta - MDBRelator de Redlvisão: JG de Araújo Jorge ­

MDBSub-Relator de Redlvisão: Daso Coimbra ­

ARENARelator de polltlca Demográfica: Jolio Alves

- ARENASub-Relator de Polltica Demográfica: Antônio

Carlos de Oliveira - MDBTitulares

TitularesARENA

Siqueira CamposVllmar Pontes

MDB

Mário Frota

SuplentesARENA

Antônio CarlosJerônimo Santana

REUNIOES

Adhemar SantilloJader Barbalho

Quartas e Quintas-feiras às 16:00 horasLocal: Anexo II - Plenário das CPIsTelefone: R-509 (Anexo IIl)Secretária: Haydéa Pires

Angelino Rosaítalo Conti

Antônio Gomes Mauricio LeiteBenedito Canellas NlUles RochaJosé Ribamar Machado Rafael Faraco

MDBJosé MandelJiWalber Guimarães

Pedro LucenaPeixoto FilhoRuy Côdo

<RESOLUÇAO N.o 23176)

Prazo: 25-11-76 a 17-6-77

Presidente: Odemlr Furlan - MDBVice-Presidente: Qenervlno Fonseca - MDB

Relator: Jorge Arbage - ARENARelator-Substituto: Nosser Almeida - ARENA

COMISSOES DE INQU~RITO

1) COMISSAO PARLAMENTAR DE INQUlRITODESTINADA A INVESTIGAR AS ATIVIDADESLIGADAS AO SISTEMA FUNDIARIO EM TODOO TERRITORIO NACIONAL

Jorge ArbageJ..yg!a Lessa BastosNosser AlmeidaRaimundo Parente

REUNIOES

Terças-feiras, às 10:00 horasLocal: Anexo II - Sala 8-A - Ramal 605secretario: Antônio Estanlslau Gomes

MDBAntônio BresollnJerônimo SantanaNabor Junlor

MDBAntonio PontesJoão GilbertoJoaquim Bevilacqua

8aplenlllll

ARENAFrancisco RollembergGeraldo BulhõesHenrique Brito

ARENAGastão MüllerHelio CamposHumberto SOuto

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1... Terça-leira l' DIAJUO DO CONGRESSO NACIONAL (Seção n Abril de 19'1'1

DIARID DI) CONGRESSO NACIONAL

PRE(:O DE ASSINATURA

Saç,lo ~ (Cêmara dos Deputados)

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Semestre •••••••••••. , Cr$ 200,00Ano ....•....••..•••. , Cr$ 400,00

Exemplar avulso Cr$ 1,00

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Semestre Cr$ 400,00Ano •••••••••••••••••• Cr$ 800,00

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S,eção ~ I (Senado FederaU

Via-Superfície:

Semestre Cr$ 200,00

Ano .•......•.•••••••. Cr$ 400,00Exemplar avulso ••••••. Cr$ 1,00

Via-Aérea:

Semestre ••••••••••••• Cr$ 400,00

Ano ••••••••••••••.••• Cr$ 800,00Exemplar avulso •••.••• Cr$ 2,00

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Abril de 1977 DIARIO DO CONGRESSO NACIONAL (Seção I) Terça-feira 19 1861,..-- 1 .,.

SEGURANCA NACIONJ~L,fi

1- legislação Constitucional

11 - Quadro Comparativo: Decreto-loi n9 898/69Decreto-lf~in9 510/69Decreto-Lf~in9 314/67lei n9 1.802/53

111- Notas

IV - Jurisprudência

"Revista de Informação legislativa" nl] 39

421 páginas

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Ed. Anexo I. 11 9 andar. Praça dos Três Poderes - 70000 - BRASíLIA - DF.acompanhados de cheque nominal, visado, pagável em Brasílía e emitido a favor do

CENTRO GRJI),FICO DO SENADO FEDERALou pelo sistema de Reembolso Postal.

1.'s I ::IZII'IIIlI'JII IlI__ra ..

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186% Terça-feira 19 DIARlO DO CONGRESSO NACIONAL (Seção I) Abril de 19'11

CÓDIGO DE PROCESSO CIVILQUADRO COMPARATIVO ANOJADO

,O NOVO CÓDIGO DE PROCESSO CIVIL (LEI N~ 5.869/73,COM AS ALTERAÇÓES DA LEI N9 5.925/73) COMPARADO AO

CÓDIGO [»E PROCESSO CIVIL ANTERIOR (DECRETO..~EI N9 '1.608/39 COM REDAÇÃO ATUALIZADA).

2VOLUMES

19 VOLUME:QUADRO COMPARATIVO DO N.OVO CÓDIGO DE PROCESSO

CIVIL COM DISPOSITIVOS DA LEGISLAÇÃO ANTERIOR;

29VOLUME:NOTAS (de n9s 1 ia 835) CONTENDO.:

• LEGISLAÇÃO CORRELATA;• JURISPRUOtNCIA;• DOUTRINA;• EMENDAS APROVADAS PELO CONGRESSO

NACIONAL;• EXPOSiÇÃO DE MOTIVOS E PALE~TRA DO PROf.

ALIFREDO BUZAID;• LEGISLAÇÃO ESTRANGEIRA; E• REMISSÕES.

NOTAS (de n9s 1-A a 95-A) documentam a redação original d~dispositivos do Código, Lei nfl 5.869/73, alterado pela Lei nl} 5.925/73.

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Avenda no SENADO FEDERAL, 11 9 andar

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CENTRO GRÁFICO DO SENADO FEDERAL,Iou pelo sistema j:le REEMBOLSO POSTAL.

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Abril de 19'47 DJ..\RIO DO CONORESSO NACI(}NAL (Seção I)1]-----------------------.;..-------

lEG~SlACÃlOELEITORAL.li

E PARTIDÁRIA{obra elaborada pela Subsecretaria de Edições Técnicas}

- lei Orgânica dos Partidos PoHticos (e suas alterações);

- Código Eleitoral (e suas aiteracões);

- Subiegendas;

- ~nelegibilidades (leis Complementares n?s 5/70 e 18/74);

- Colégio Eleitoral (Presidente da República e Governadores);

- Resoluções do Tribunal Superior Eleitoral;

- Resolução do Tribunal de Contas da União(prestação de contas dos Partidos Políticos);

- lei do transporte gratuito em dias de eleição(lei n? 6.091, de 15-S-1974);

Terça-feira l!9 1863

- As últimas instruções do TSE(voto no Distrito Federal; justi'ficação dos eleitores que não votarem).

Edição - Setembro de 1974340 páginas

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