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EMBALOS DE SÁBADO O Rockabilly ainda esquenta os bailes de jovens que resgatam essa cultura VIAGEM DOS SONHOS Pacotes promocionais tornam o sonho mais simples e possível DERBY PAULISTA Timão e Verdão tentam recuperar a alma do maior clássico de SP Bondinho Memórias desse meio de transporte clássico Mesada Criançada aprende a poupar com sabedoria FOTO: CLAUDIA CHAGAS

Anos Incríveis

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Produto Jornalístico do Curso de Comunicação Social da Universidade Nove de Julho.

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EMBALOS DE SÁBADOO Rockabilly ainda esquenta os bailes de jovens que resgatam essa cultura

VIAGEM DOS SONHOSPacotes promocionais tornam o sonho mais

simples e possível

DERBY PAULISTATimão e Verdão tentam

recuperar a alma do maior clássico de SP

BondinhoMemórias desse meiode transporte clássico

MesadaCriançada aprende a poupar com sabedoria

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Índice

RIVALIDADE PAULISTACorinthians e Palmeiras tentam resgatar história

do clássico

BONDE EMETRÔA tragetóriadesses meios de transporte

REALIZANDOSONHOSIr à disney está bemmais fácil

MESADACrianças aprendem apoupar suaseconomias

ESTILOVINTAGERockabilly ainda agitajovens em todo o país

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Revista Anos IncríveisConhecimento, Cultura e Entretenimento

Editor Chefe:Cesar Martins

Diretora de Arte:Aline Pereira

Designer:Aline Pereira e Ariana Amaral

Diretora Comercial:Claudia Chagas

Reportagem:Aline PereiraAriana AmaralCesar MartinsClaudia Chagas

Colaboradores:Mike Paschoal (Colunista)Márcio Elídio (Colunista)Paulo Oliveira (Colunista)Patrícia Lopes (Colunista)

Revisão Ortográfi ca:Ariana AmaralCesar MartinsClaudia Chagas

Revisão Gráfi ca:Aline Pereira

Impressão:Alpha Graphics PinheirosAv. Eusebio Matoso, 650PinheirosSão Paulo, SP CEP: 05423-000Fone: 55 (11) 2823-2789Fax: 55 (11) 2823-2771

Tiragem Total: 150.000 exemplares

Circulação:Estado de São Paulo

a primeira edição de Anos Incríveis trás como matéria de capa a rivalidade entre Corinthians e Palmeiras, clássico praticamente centenário e que traz em

seu currículo quase 350 jogos além de uma imensa e tradicional história de duelos marcantes. Em seus registros recentes o confronto tem sua história manchada. Muito por parte de suas diretorias, que a partir dos anos 90 tiveram presidentes que se perpetuaram no poder e acabaram levando os times à segunda divisão nacional. Nos últimos anos este duelo não vive suas principais glórias. Os dois rebaixamentos palestrinos e a pas-

sagem do alvinegro pela série B, combinado com as conquistas recentes do São Paulo fez com que o Derby perdesse um pouco de seu brilho. Mas este clássico pro-mete voltar aos seus bons tempos. Com novos presidentes e uma queda de rendimento tricolor o “Derby Paulista” tem tudo para em um futuro breve retomar a sua coroa de principal clássico de São Paulo.

CÉSAR MARTINSEDITOR CHEFECÉSAR MARTINSEDITOR CHEFE

boas vindas emgrande estilo

Editorial

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Política

a política nacional nun-ca foi unanimidade com a população bra-

sileira, com o passar dos e as denuncias de corrupção cada vez mais comuns na mídia, o poder público se estabelece como principal motivo de re-clamação dos brasileiros. Odiada por boa parte da população, o cenário político vive talvez seu pior momento na história recente do país. Com muitas denúncias de corrupção e poucas soluções para problemas da socieda-de, a nação se decepciona e desacredita nas pessoas que comandam nossas cidades, nossos estados e nosso país. Em 1964, militares lidera-dos pelos militares Magalhães Pinto, Adhemar de Barros e Carlos Lacerda,instituiu o re-gime militar no país. A partir daí se instaurou certa censura em todas as esferas do país, assim, todos que eram contra a ditadura seriam silenciados de alguma forma como prisão, exílio político e em alguns ca-sos mais extremos até mesmo

a morte. Com a censura aumentan-do nesta época, muitas perso-nalidades foram exiladas por suas posições políticas, den-tre eles Gilberto Gil, Caetano Veloso, Chico Buarque entre outros músicos e personalida-des, que após questionamen-tos e reivindicar o fi m do regi-me militar em suas músicas, shows e aparições públicas, foram mandados para outros países. Mesmo com muitas críticas, algumas pessoas eram fa-voráveis a ditadura militar no Brasil, Robson Moraes, 55, digitador, afi rma que à época ditatorial o país era muito mais seguro “As ruas eram seguras, não existia essa baderna que existe hoje, quem aprontava,

polícia dava um jeito”. Rob-son ainda diz que a situação política era menos conturbada “Não havia corrupção, o país tinha ordem”. Em 1985, após muito clamor popular, se deu fi m o regime militar no país, com a volta para a democracia e em 15 de janeiro, Tancredo Neves foi eleito pelo colégio eleitoral como presidente da repúbli-ca, derrotando Paulo Maluf, porém, Tancredo foi internado na véspera da posse, foi sub-metido a várias cirurgias, mas após o quadro se agravar Ne-ves faleceu no dia 21 de abril daquele ano. Sarney assumiu em seu lugar e pôs fi m aos 21 anos de regime militar no país. Para a população, era pas-sada a imagens de que o re-gime era íntegro, sem corrup-ção em seu sistema. Porém o cientista político Paulo Kra-mer afi rma que após o perío-do pós-ditatorial foi deixando mais claro as denúncias de corrupção no governo “Come-çou a fi car (mais evidente a corrupção), pois, com a rede-

“Odiado por boa parte da população, o cenário político vive talvez seu pior momento na história recente do país.”

os anos de chumbo realmente passaram?Longe do carinho dos brasileiros, a política no país tenta conter a revolta da população e mostrar que se pode confi ar em um político

CÉSAR AUGUSTO

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“Se não for o mesmo, com a diferença que nos anos de chumbo a imprensa tinha infi nitamente menos acesso a informações e tinha menos possibilidade de publicar...”(Ruy Jobim Neto)

mocratização, caiu a censura prévia aos meios de comu-nicação. Naquele momento, porém, a classe política, re-presentada por expoentes da redemocratização como o deputado Ulysses Guimarães (presidente do PMDB e, du-rante o governo Sarney, pre-sidente também da Câmara dos Deputados e da Assem-bléia Constituinte de 1987/88) e Tancredo Neves (senador eleito governador de Minas em 1982), ainda não era tão repudiada e desprezada pela opinião pública, como hoje O cineasta Ruy Jobim Neto concorda a respeito das ile-galidades do regime e diz que apenas não era veicula-do pelo pouco acesso a in-formação pela mídia “Se não for o mesmo, com a diferença que nos anos de chumbo, a imprensa tinha infi nitamente muito menos acesso a algu-mas informações e tinha me-

Geisel, em que morreram mui-tas pessoas e nada pode ser dito”. Após os anos de chumbo, o Brasil entrou em um período democrático, se abrindo para eleições diretas após clamor popular. Em 1990, Fernando Collor de Melo foi o primeiro presidente eleito pelo povo neste novo modelo político do país. Em 1991, após inúmeras de-núncias envolvendo pessoas próximas a Collor e até mesmo sua mulher, Roseana Collor. O então presidente teve um esquema de corrupção de-nunciado pelo seu irmão, Pe-dro Collor de Melo. Após estas denúncias, surgiu um grande clamor popular que culminou no impeachment de Fernando Collor em dezembro de 1992 que foi substituído por seu vice, Itamar Franco, até o fi nal de seu mandato em 1994. As manifestações populares se tornaram o grande canal de ligação entre o poder e o povo. No país muitos protes-tos com cunho político tiveram suas reivindicações atendidas (vide box). A partir deste momento a po-lítica começou seu novo decli-ve, as denúncias de corrupção aumentavam com o passar do tempo em todos os governos (Fernando Henrique Cardoso, Lula e Dilma Roussef), assim como a quantia de dinheiro roubado dos cofres públicos. O aposentado Sérgio Sabino diz com que se sente mais in-comodado com o poder públi-co “Ver algum projeto impor-

nos possibilidade de veicular as notícias sobre o tema”. Ruy ainda cita a epidemia de meningite no governo Gei-sel para demonstrar o que a imprensa tinha de difi culdade para divulgar notícias “Devido a essa vigilância, houve casos graves em que a imprensa foi proibida de veicular notícias, como no caso de epidemia de meningite, durante o governo

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tante a ser votado e nenhum deputado para votar me deixa furioso. As sessões vazias no plená-rio da Câmara e do Senado se tornaram mais freqüentes. De-putados e senadores começa-ram a ter diversos cargos pú-blicos e assim se ausentando das sessões plenárias. O aposentado ainda comen-ta as decisões dos políticos “Acho um absurdo eles es-colherem o quanto eles vão ganhar de aumento por ano, acho que deveria ser como é com a gente, eles escolhem o nosso salário e a gente esco-lhe o salário deles”. A política como principal motivo de reclamação dos brasileiros, que tem nas urnas eletrônicas sua grande arma para mudar este cenário in-desejado por grande parte da população.

GRANDES MANIFESTAÇÕES NESTE PERÍODO

No final do período ditatorial, foi marcado por algumas mani-festações, dentre elas, o movimento “diretas já”, que pedia o fim do regime e eleições diretas para presidente, ou seja, eleições feitas pelo povo. O movimento se iniciou na cidade de Abreu de Lima, no Pernambuco, organizado por integrantes do PMDB na cidade, logo, o movimento ganhou força e repercussão, pas-sando por diversos estados, dentre elas Rio de Janeiro e São Paulo. A passeata na capital paulista foi o ápice do movimento, reu-nindo cerca de 1 milhão e 500 mil pessoas, a passeata percor-reu um pequeno caminho, foi da praça da sé ao vale do Anhan-gabaú, onde ocorreu um comício com várias personalidades políticas, da classe artística brasileira e até mesmo de esportes, como os cronistas esportivos Osmar Santos e Juca Kfouri e até jogadores de futebol como Casagrande e Sócrates, na época, jogadores do Corinthians. Em 1992, após inúmeras denúncias de corrupção no governo do então presidente Fernando Collor de Melo, os “caras pinta-das”, como o próprio nome já diz, pintaram os rostos e saíram para as ruas do país para protestar e pedir o impeachment de Collor. O movimento teve início em 11 de agosto de 1992, como uma passeata que reuniu cerca de 10 mil pessoas em frente ao Museu de Arte de São Paulo (MASP). O presidente ainda tentou apaziguar as coisas, indo na TV e pedindo para que as pessoas fossem as ruas no dia 16 de agosto, vestidas de verde e amarelo em resposta aos que o acusavam. O efeito, porém, não surtiu o efeito desejado, e no domingo (16), milhares de jovem foram as ruas vestidos de preto, em luto contra a corrupção do governo, data que ficou conhecida como “domingo negro”. As manifestações seguiram até a renuncia de Fernando Collor em dezembro daquele ano. Em junho e julho de 2013, a população voltou as ruas, desta vez, o início foi o aumento das tarifas do transporte público nas capitais do país, e logo ganhando maiores proporções e novas reivindicações populares. Um dos motivos foi a PEC 37, que limitava o poder de investigação do Ministério Público.As duas principais propostas foram atendidas pelo poder público. As pas-seatas reuniram milhões de pessoas nas ruas, principalmente no epicentro das manifestações, em São Paulo. Após a redução da tarifa dos transportes, o movimento que começou a manifestação, o Movimento Passe Livre (MPL), se retirou dos protestos e o número de pessoas que foram para as ruas diminuíram. Para Kramer diz que a classe política se sente mais cômoda após o cessar das grandes manifestações “No início, ficaram assustados e procuraram apresentar e votar proposições legisla-tivas que lhes pareciam ir ao encontro do clamor das ruas. Ago-ra, porém, sentem-se mais aliviados, por achar que os protestos perderam seu ímpeto de junho para cá.”

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s e você nasceu depois de 1994, acredite, não existia internet antes disso! O start da internet no Brasil deu-se em meados de 1994,

quando a internet ultrapassou as fronteiras acadêmicas e começou a ser conhecida por muitos brasileiros, e, quase no fi nal daquele ano, o governo brasileiro – que não tinha feito muito pela internet no Brasil – divulgava, através do Ministério de Ciência e Tecnologia e do Ministério das Comunicações, a intenção de investir na nova tecnologia. No fi nal de 94, a Embratel iniciou seu serviço de acesso à internet em caráter experimental com cinco mil usuários escolhidos para testar o serviço, mas só em maio de 95, o acesso à internet via Embratel começou a funcionar de modo defi nitivo. Mas existia o medo do governo da exclusividade da Embratel, no serviço de acesso aos usuários fi nais, e fez pública a sua posição de que não haveria monopólio e que o mercado da internet no Brasil seria o mais aberto possível. Com o tempo, foi criado o Comitê Gestor Internet Brasil, o CGI.br, com objetivo de traçar rumos de implantação, uso e administração da internet no Brasil. Em 1995 as coisas continuaram meio lentas. A Embratel e o Ministério das Comunicações travavam uma batalha e não facilitavam as iniciativas dos provedores privados. Não tinham uma estrutura consolidada e defi nida e não tinham decidido sobre preços a serem cobrados, o que não impediu que dezenas de provedores operassem no país até o fi nal de 95, conectados à internet através da Embratel. Em 1996, foi um ano promissor. O “grande

MIKE PASCHOAL

a evoluÇÃoda internet

boom” da internet começava a se tornar popular no país. Havia um pouco da melhora nos serviços prestados pela Embratel. A internet brasileira mostrava um crescimento não só de usuários como de provedores de acesso à rede. Neste ano, o cantor Gilberto Gil fez o lançamento de sua música pela internet, cantando uma versão acústica e ao vivo, conversando com internautas sobre sua relação com a rede. Já em 1997, pode-se considerar o ano da internet no Brasil, pois centenas de provedores novos entravam no mercado e vários sites de língua portuguesa já davam sinais de vida narede. E pela primeira vez o governo Brasileiro divulga para população a entrega da declaração do imposto de renda pela internet. Com 1,8 milhão de usuários, o ano de 1998 trás algumas inovações. O brasileiro e ex-guitarrista dos Paralamas, Sergio Cabral (sim, ele mesmo) inventa o acesso à internet viaondas de rádio. Cabral fez até negócios com Bill Gates na época. Depois do susto do Bug do Milênio em 99 que afetou alguns computadores em todo o mundo e o começo da discussão sobre pirataria na internet devido à origem do Napster, no ano de 2000 a internet no Brasil passaria por novas modifi cações. Em fase de desenvolvimento pelo governo, a “Internet 2”, tinha planos para ser interligada em 2001 à rede de alta velocidade de universidades e institutos de pesquisa da Alemanha. E em 2001 a UNICAMP inicia a preparação para acessar a “Internet 2”, que seria uma rede de alto desempenho que estava sendo criada para superar as defi ciências da internet na época. Utilizando links de velocidade mínima de 155Mbps (megabits por segundo) e podendo chegar a 2,5Gbps (bilhões de bits por segundo). Segundo a Ibope Média, em dezembro de 2012, chegamos a 94,2 milhões de internautas tupiniquins, tornando o Brasil o 5º país com mais usuários conectados.

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Nova Era

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Economia

mesada pra quÊ te queroSeja dinheiro ganho dos pais ou fazendo bicos, a criançada está aprendendo a poupar e gastar com sabedoriaALINE LIMA

s abe os trocados que você ganha da sua avó e de seus pais ou a

grana que você fatura fazen-do bicos por ai? O que você faz com esse dinheiro? Sabe como economizar e por quê? Mesada, qual a média de valor que a criançada ganhava anti-gamente para quanto ganha atualmente e o que podemos fazer com esses trocados. Já parou para pensar o quanto você já gastou nesses meses ao longo do ano? E as coisas supérfl uas? Já pensou no quanto poderia ter econo-mizado e o que poderia ter comprado com essa grana? Pois então, a criançada de hoje está aprendendo a pou-par o seu dinheiro e usar com sabedoria. Para poupar o dinheiro que ganhou com tanto esforço, an-tes de qualquer coisa tem que traçar um objetivo, saber a melhor forma de investir a sua grana e saber se vai juntar a curto ou longo prazo. Faça a pergunta a si mesmo. Para que estou poupando? O

que eu quero comprar com esse dinheiro. Quanto tempo terá que poupar para alcançar meu objetivo? Ou, eu quero arriscar mais para que futura-mente eu possa ter um maior retorno ou prefi ro poupar meu dinheiro em alguma aplicação mais segura? Só após saber as respostas acima temos que saber por quanto tempo será poupado esse dinheiro. Em curto prazo (menos de um ano) para com-pras como exemplo, roupas, vídeo game, celular, notebook e tablets. Ou em longo prazo (mais de um ano) como exem-plo viagens, um carro ou até mesmo a faculdade. Antes de começar a inves-tir, faça as contas de tudo que gasta durante o mês e só após esse cálculo saberá o quanto pode poupar mensalmente. Já no primeiro mês terá uma ideia de quanto vai conseguir juntar em até um ano de eco-nomia. Existem as opções de apli-cações de dinheiro, são mais rentáveis e seguras, porém

um pouco demoradas, seja em uma poupança, em previ-dência ou títulos de capitaliza-ção. A mesada deve ser estabele-cida em função da idade, com ênfase na situação fi nanceira da família e ajustada, prin-cipalmente, de acordo com o perfi l de cada criança. Por idade entenda-se maturidade, nível de compreensão e de responsabilidade. O dinheiro tem poder de proporcionar in-dependência às pessoas. En-tão, assim como a liberdade, o dinheiro deve estar associado com responsabilidade.

“O importante é os pais passarem para seus fi lhos a noção econômica da família. Tudo vai depender da renda da família e qual a média geral de mesada que os amigos ganham.”

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O importante é os pais pas-sarem para seus fi lhos a no-ção econômica da família. Tudo vai depender da renda da família e qual a média ge-ral de mesada que os amigos ganham. A escassez ensina mais que abundância. E é mais fácil calibrar a mesada para cima do que para baixo. Quanto a poupar, o ideal é que a criança seja estimulada a guardar no mínimo 20% da mesada. A estudante Claudia Lima, ganha mensalmente de seus pais a quantia de R$ 70,00, ela usa para as suas compras pessoais e afi rma que precisa de mais. “Já conversei com os meus pais sobre valores, explique que falta dinheiro durante o mês, mas não tive chance, eles falaram que pre-ciso aprender a poupar o que ganho”. Em outro momen-to ela nos diz o que compra com a mesada. “Saiu com as minhas amigas, vou ao shop-ping, cinema e compro livros e

maquiagem. Hoje em dia está muito caro sair, mas infeliz-mente ganho essa quantia e tenho que economizar até os meus pais poderem me dar mais”, afi rma Claudia. Os jovens andam gastan-do muito hoje em dia, cada dia mais eles estão inseridos no universo consumista dos adultos. Qualquer saidinha ao shopping se gasta no mínimo R$ 30,00 com lanche e cine-ma. José Claudio, pai de Pe-dro de 13 anos acha que as crianças não dão o devido va-lor ao dinheiro. “Meu fi lho me

pede dinheiro cada vez que vai ao shopping com os ami-guinhos, dou R$ 40,00, mas ele acha pouco, explico para ele que tem que aprender a poupar, não gastar tudo em uma só saída”. E ainda acres-centa. “Não tem como eu dar uma mesada fi xa mensal para ele, trabalho como autônomo, tem mês que eu não consigo a quantia do mês anterior, quan-do eu posso eu dou, quando não, ele tem que se contentar. Por isso ensino a juntar e não gastar tudo de uma só vez”. Os pais têm que ensinar as crianças desde cedo a eco-nomizar, poupar e dar valor ao dinheiro ganho. A mesada deve ser uma ferramenta na aprendizagem fi nanceira. Um exemplo dessas práti-cas é vincular a mesada ao cumprimento de tarefas ou condutas sociais. Porém não deve, jamais, ser usada como objeto de troca. Educar fi nan-ceiramente é ensinar que o dinheiro é um recurso fi nito e

“Já conversei com os meus pais sobre valores, expliquei que falta dinheiro durante o mês, mas não tive chance, eles falaram que preciso aprender a poupar.(Cláudia Lima)

MESADA NO JAPÃO

Okozukai ou Otto kozukai – Subsídios aos maridos japoneses, geralmente podem ser tradu-zidos como “mesada”, “subsídio” ou “dinheiro para gastos pessoais”. No Japão essa prática é muito usada entre os casais e geralmente é a esposa que passa a “mesada” para o marido, para seus gastos pessoais. Apesar da fama de submissa que a mulher japonesa ganhou na mídia, é ela quem controla as fi nanças da família, mesmo que só seu marido trabalhe. Essa tradição é muito antiga e até hoje é adotada pela maioria das famílias japonesas. É considerada uma das funções mais importantes de uma dona de casa, além das tarefas domésticas cotidianas, é claro. Portanto, ao receber o salário, o marido repassa todo o dinheiro à esposa, para que ela realize o pagamento das despesas da casa. Só depois disso tudo é que ela entrega o “Okozukai” ao marido. O valor do Okozukai pode variar, dependendo do quanto é o rendimento familiar, mas estima-se que seja em torno de 10% do salário mensal do marido, em média 30 mil yenes (630 reais).

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necessário. E se bem poupa-do, renderá frutos futuros.Antigamente era muito difícil a criança ganhar mesada, nor-malmente os pais lhe davam o que precisavam, quando pre-cisavam e apenas para ações e objetos essenciais. Manoel Sousa de 60 anos afi rma que não tinha a moleza de hoje “Antigamente eu não ganhava mesada, quando pe-diu algo a meu pai tinha que dizer pra que queria, para que fosse usar e se realmente eu precisava, tinha que dar mil motivos para realmente ga-nhar o que pedia”. Ele lembra ainda de um fato na sua infân-cia. “Certa vez pedi um pião e bolas de gude a minha mãe, ela estava desempregada na época e não pode me dar o dinheiro para as compras, ela me explicou que gostaria mui-to de me dar o que eu queria,

mas que no momento eu esta-va precisando de calças e que o dinheiro iria ser usado para esse fi m”. Ainda segundo Ma-noel isso serviu de aprendiza-do com isso soube dar valor ao dinheiro. Já a mãe Marisa Lima lem-bra que na infância tudo era regrado, ganhava bem pou-co por mês e que tinha que poupar para ter no mês se-guinte. “Segundo minha mãe eu tinha que aprender o valor do dinheiro e estava certa, aprendi e hoje eu ensino aos meus fi lhos, Eloisa, 10 anos e Ricardo, 14 anos. Eles ga-nham mesada e conseguem administrar muito bem seus ganhos.” Marisa já está ensi-nando seus fi lhos a pouparem para a faculdade e afi rma que a educação fi nanceira come-ça desde pequeno. Muitos pais acabam se per-

dendo quando o assunto é di-nheiro. No futuro, as chances de difi culdade no quesito di-nheiro por parte dessas crian-ças é algo a ser pensado. O importante é educar os fi lhos para o futuro, estimular a eco-nomia, ensinar que poupar pode render frutos, coisa que não é tão ruim assim nos dias de hoje. Para as crianças fi caram apenas experiências e apren-dizados, com erros e acertos. Terão que fazer escolha e aprenderão a pesquisar pre-ços e planejar compras. Pou-pem crianças.

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a s artes marciais mistas, con-hecidas como MMA, incluem golpes de luta em pé e técnica de combate no chão. Podem

ser praticadas como esporte de contato ou em torneios onde dois concorrentes tentam derrotar um ao outro. Diversas técnicas são permitidas neste tipo de luta, como imobili-zações, socos, chutes, lances e alavancas. A evolução do MMA começa na Grécia Antiga, onde algumas exposições públicas de combate, incluindo diferentes tipos de lutas, eram rotineiras. Depois da Primeira Guerra Mundial a luta mista renasceu e a sua confi guração moderna tem raízes nos acontecimentos de vale tudo no Brasil e no shootwrestling japonês. O vale-tudo começou em 1930, quando Carlos Gracie convidou competidores de di-versas modalidades para faz-erem desafi os. No Japão, em 1980, Antonio Inoki organizou uma série de lutas misturadas, que mais tarde causaram a formação de uma das primei-ras organizações japonesas de artes marciais. A mistura de artes marci-ais teve grande popularidade e, em 1993, Rorion Gracie e

PAULO OLIVEIRA

do vale-tudoao mma

outros sócios fi zeram o primeiro torneio de UFC, nos Estados Unidos. Com o sucesso americano, os japoneses criaram o Free Style Japan Championship em 1994. Eles se tornaram os dois maiores torneios de MMA do mundo. Entre 1997 e 2007, o UFC passou a fi car em baixa, o que fez com que perdesse valor e fosse proibido em diversos estados ameri-canos. Em 2001, o ex-empresário de boxe Dana White convenceu os donos da rede de Cassinos Station a comparem o UFC. Após várias mudanças, os três conseguiram le-galizar o esporte em praticamente todos os locais dos Estados Unidos. Em 2007 o UFC levou vários atletas do Japão para os Estados Unidos e transfor-

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Combate

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d esde o século XVI, ín-dios, jesuítas e bandei-rantes navegavam pelo

Tietê à procura de índios, para utilizar como mão-de-obra es-crava, e de ouro. No início do século XVIII, intensifi cou-se a navegação fl uvial pelo Tietê com a descoberta das minas de Cuiabá. Povoadores que partiam para tentar a sorte nas minas, as frotas de comércio, também conhecidas como “monções”, deram especial re-levo ao Rio Tietê. Canoas com armas, sal, escravos, vinho, azeite, aguardente e artigos manufaturados abasteciam os moradores de Cuiabá. O Rio Tietê que tem início na cidade Salesópolis, a 22 quilô-metros do litoral, atravessa a Região Metropolitana de São Paulo e segue para o interior do Estado. A abertura de novas estra-

das e a perspectiva de um comércio mais lucrativo redu-ziram as viagens fl uviais pelo Tietê. Sabe-se que as últimas ocorreram por volta de 1838, quando uma epidemia de fe-bre tifóide se alastrou pelas margens do rio, deixando pou-cos sobreviventes. No início do século XX, o Rio Tietê era um dos locais de la-zer preferidos dos paulistanos: piquenique, natação, pesca e

esportes aquáticos. Às suas margens, estabeleceram-se três clubes de regatas: o Club Canottieri Esperia, formado pelos italianos, o São Paulo e o Tietê. Os esportes aquáticos e náuticos foram os que tive-ram a maior infl uência do Rio Tietê, por motivos óbvios. O remo era a principal ativida-de, seguida da natação e dos saltos ornamentais que era praticado. A primeira competi-ção de Remo realizada no Rio Tietê aconteceu em 1903, sob o patrocínio do Clube Espéria. E foi uma competição basica-mente entre os remadores do Espéria e atletas santistas, já que outros clubes à margem do Tietê ainda não tinham suas equipes organizadas. Hoje o Rio Tietê não se pa-rece mais com aquele Rio que gerou tantas alegrias aos es-

“Os esportes aquáticos e náuticos foram os que tiveram a maior infl uência do Rio Tietê, por motivos óbvios. O Remo era a principal atividade.”

o tietÊ grita por socorroO rio de maior importância do estado, sendo a principal rota fl uvial do país sofre com a poluição e o descasoARIANA AMARAL

Meio Ambiente

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portistas paulistanos. Ladea-do pela Marginal do Tietê, ele tornou-se um esgoto a céu aberto onde poucos dos anti-gos clubes sobrevivem. O rio começa a ser poluí-do 15 km depois, na cidade de Mogi das Cruzes. Como a cidade de São Paulo fi ca na cabeceira do rio, a vazão não é grande o sufi ciente para di-luir os poluentes que recebe. Seus grandes inimigos estão na região metropolitana, onde a maior parte dos das indús-trias e dos esgotos produzidos nas casas são jogados no Tie-tê. Cerca de 130 toneladas de lixo inorgânicos são despeja-das no rio diariamente. O crescimento desordenado da metrópole leva a ocupação irregular de terrenos. Mora-dores clandestinos vivem nas margens e nas áreas dos ma-

nanciais que alimentam o rio. Nos 30 centímetros superfi -ciais, ainda há trechos com oxigênio para raros peixes, dois metros abaixo são forma-dos de água imunda que se move lentamente. Os últimos 5 metros são um gigantesco depósito de lixo com até 100 metros de largura, o Tietê es-conde, a 7 metros de profun-didade, geladeiras, sofás e carcaça de automóveis. Num processo de permanente de drenagem, 68 toneladas de lixo e areia são retiradas men-salmente. Garças e capivaras fogem do Parque Ecológico Tietê e são vistas nas margens do Rio. Somente os peixes que respiram na superfície conse-guem sobreviver nas águas da capital, é preciso existir 4 miligramas de oxigênio por

litro de água. Hoje o índice é zero. Na capital, o rio se trans-forma em uma mancha preta que se estende por 250 Km até perto da cidade de Barra Bonita. Só então a água volta a fi car limpa, com uma quanti-

“Na capital, o rio se transforma em uma mancha preta que se estende por 250 km até perto da cidade de Barra Bonita. Só então a água volta a fi car limpa, com uma quantidade de peixes e nível de oxigênio satisfatórios .”

OS PERCALÇOS DO TIETÊ

N o começo do século XX, era retirado barro do Tietê para a fei-tura de tijolos que construíam as casas e prédios na cidade de

São Paulo, os tijolos eram armazenados nas margens.Meados do século XIX iniciou-se a canalização de água em São Paulo, pela Cia Cantareira de Água e Esgoto. Os eixos ferroviários obrigaram a cidade a cruzar os rios.Em 1894 começa a construção dos reservatórios urbanos, e a explo-são da cidade, é o primeiro ciclo de industrialização e grandes lote-amentos.

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dade de peixes e nível de oxi-gênio satisfatórios. As técnicas usadas para des-poluir um rio variam de acordo com seu tamanho e com o tipo de poluição que o afeta. O Tie-tê, como outros rios brasilei-ros, recebe muito esgoto, que vem de locais sem serviço de saneamento. Esse esgoto é sua principal fonte de polui-ção. Por isso, a recuperação do Tietê concentra-se, atual-mente, na ampliação da rede de saneamento, coleta e tra-tamento de esgoto na capital paulista, que o rio atravessa por inteiro. Ao longo do seu trajeto, o Tie-tê também recebe o lixo que é jogado nas ruas, a fuligem dos carros e outros detritos. O Projeto Tietê, que visa re-cuperar o rio, prevê ampliar os índices de coleta da região metropolitana de 84 para 87% e os de tratamento de 70 para 84%. A presidente da Companhia de Saneamento Básico do Es-tado de São Paulo (Sabesp), Dilma Pena, afi rmou que a concessionária tem a meta de despoluir o Rio Tietê até 2025, por meio das obras de coleta e tratamento de esgo-to desenvolvidas pelo Projeto Tietê. “Em 2025 teremos o rio despoluído”. Ela ainda diz que até o fi nal desta década o rio terá boas condições “Até o fi -nal da década, teremos uma condição (do rio) próxima de sem odor e grau de despo-luição bastante avançado”. O

planejamento da concessio-nária para a quarta etapa do Projeto Tietê está concluída, e que terá investimentos de R$ 4 bilhões, dos quais R$ 1,2 bilhão já está garantido. O Projeto Tietê está em sua ter-ceira etapa, iniciada em 2011, de um total de quatro. O custo total da terceira etapa é de R$ 3,90 bilhões, e conta com fi -nanciamento do Banco Intera-mericano de Desenvolvimento (BID). O Projeto Tietê é iniciativa da Sabesp para expandir a estrutura de esgotamento sa-nitário e melhorar a qualidade da água de córregos e rios, em especial Tietê. São mais de 500 empreendimentos es-palhados em 27 municípios, simultaneamente em toda Grande São Paulo para cons-truir ou ampliar Estações de

Tratamento de Esgoto. Com isso, o esgoto gerado nas ca-sas, prédios, comércio e in-dústria é encaminhado até o tratamento e devolvido despo-luído à natureza. Despoluição do Tietê depen-dem de muitas outras ações. A sujeira vem também do lixo jogado nas ruas, das ligações clandestinas de esgoto. A fu-ligem dos carros e a poluição do ar. Assim como as fezes de animais e as bitucas de cigar-ro. Tornar limpo o Tietê é um compromisso de todos nós, além é claro do auxilio da Sa-besp.

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Internacional

d isney, a viagem dos so-nhos de qualquer pes-soa. O preço da viagem

e as diferenças entre pacotes são as grandes novidades para ir conhecer o parque de diversões mais famoso do mundo, a Disney. O mundo encantado no qual adultos voltam a ser crianças faz com que Orlando se torne um dos destinos mais procu-rados por pessoas no mundo inteiro. Em uma pesquisa realiza-da junto a CVC, levando em consideração a variação do dólar e a data, programada para a baixa temporada de 2014 em março o valor para uma viagem de dois adultos e uma criança de sete anos, por 14 dias com hospedagem em hotel econômico na Disney + ingressos + aéreo + carro +

seguro para outubro de 2014 era apenas R$22.575,00. Os fatores que infl uenciarão no preço são a época do ano e a quantidade de dias, tendo em vista o preço da passagem aérea e da hospedagem, prin-cipalmente. Claro que com uma pesqui-sa mais aprofundada, essa viagem pode sair mais barato. A escolha do hotel, o carro, se vai ou não ter seguro, a quan-tidade de dias, a refeição e por fi m a passagem aérea. Por exemplo, os ingressos. Dez dias de ingresso não custa 10 vezes o valor do in-gresso para um dia. O preço por dia diminui à medida que aumentam o número de dias. Como assim? Por exemplo, 5 dias de ingresso para dois

adultos e uma criança de 7 anos, com Park Hopper, cus-ta U$1.091,63, já 10 dias é U$1.251,38.Park Hopper é um adicional no ingresso que per-mite visitar mais de um parque no mesmo dia. Ou seja, com-pensa mais comprar para to-dos os dias do que para um apenas. Quanto às passagens aére-as, pode-se economizar bas-tante em maio de, um período de baixa temporada. Locação de carro, é um item essencial, assim terá a liberdade de pas-sear em bares e restaurantes fora das imediações. Sem contar que a Disney oferece transporte do aeroporto para os seus hotéis e dos hotéis para os parques e quem se hospeda nos hotéis próximos não paga estacionamento nos parques.“Logo após o meu

aniversário de 15 anos consegui a viagem. Fiquei mega feliz, sempre foi o meu sonho ir para lá. Quando cheguei, mal pude acreditar.”(Thamiris Rezende)

sonho possÍvelUm dos destinos mais desejados pelo mundo, essa é a DisneyALINE LIMA

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Thamiris Rezende, estudan-te, conseguiu realizar o so-nho dela aos 16 anos. “Logo após o meu aniversário de 15 anos consegui a viagem, fi quei mega feliz, sempre foi o meu sonho ir pra lá. Quan-do cheguei ao destino, mal pude acreditar”. Quanto a va-lor ela nos diz. “A viagem em si foi cara, gastei pelo menos uns R$ 15.000,00, mas não me arrependo, foi bem gasto, comprei o que quis e fui a pra-

ticamente todos os parques, voltaria lá sem dúvida, agora que já fui sei o que fazer exa-tamente” afi rma Rezende. Antigamente podemos di-zer que era mais difícil viajar, não havia tantas companhias aéreas, e as que tinham não economizavam no conforto de seus clientes, porém os valores eram altos, portanto, luxuosos, havia refeições e a acomodação era melhor. Hoje para caber muito mais passa-

geiros e a companhia lucrar, os assentos são próximos uns dos outros, assim carregam o dobro e quanto a refeições, são servidos lanches, como exemplo, bolachas e refrige-rante. Falando em sonho, o veteri-nário, Luiz Alberto, conseguiu realizar o tão esperado sonho aos 20 anos, isso mesmo, 13 anos atrás. Ele conta que quando realizou a viagem em 2000, ele teve uma difi culdade

Veja os diferencias que faz dessa viagem a mais inesquecível: - Só pode haver um único Mickey por parque num dado momento. Ou seja, se você estiver vendo o Mickey em algum lugar do parque, esteja certo que em nenhum outro lugar outro Mickey poderá ser encontrado. Se houver a necessidade do Mickey aparecer em outro lugar, como numa parada, por exemplo, o anterior terá que ir para os bastidores para sair das vistas do público primeiro. Isso tem o intuito de não destruir a fantasia das crianças de que aquele é o verdadeiro Mickey, e não apenas um ator vestindo uma fantasia. - Todo o lixo do parque Magic Kingdom é transportado por um sistema denomina-do “AVAC” que locomove os detritos até a central de processamento utilizando gás com-primido a uma velocidade de quase 100 km/h. Posteriormente todo o lixo é processado e reciclado. - Houve boatos de que Walter Elias Disney teria sido congelado para que, quando a ciência descobrisse uma cura para câncer de pulmão, pudesse ressuscitá-lo. Porém tal fato não é verdadeiro, pois a própria � lha de Walt Disney, Diane Miller Disney, con� rmou o dado de que os seus pais teriam sido cremados, e suas cinzas estariam em um cemitério em Glendale. - Existem três Complexos Turísticos Disney fora dos EUA: Em Paris, o Disneyland Resort Paris, que completou 20 anos em 2012; no Japão, o Tokyo Disneyland Resort; e o mais novo, inaugurado em 2005, o Hong Kong Disneyland. - Na entrada do Magic Kingdom (Walt Disney World - Florida), o chão está pintado de vermelho, para simular um tapete vermelho, que simboliza que todos os visitantes são especiais, estrelas do dia. Você observa também que existe uma leve inclinação (subida) na entrada desse mesmo parque, para que no início do dia quando ele chega ao parque faça um pequeno esforço que será recompensado na hora de ir embora, quando o visitante can-sado do dia, não terá que fazer tanto esforço. - Quando você entra no Magic Kingdom deve se notar que no piso há diversos no-mes escritos, um em cada, essa foi à homenagem que Roy O. Disney (irmão de Walt Dis-ney) quis fazer a todos que colaboraram para a construção do novo parque. Homenagean-do ainda mais seu irmão, que já havia morrido ao qual deu o nome do parque: Walt Disney World.

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qual o orçamento a ser gasto, para onde você quer ir, enfi m, cada viagem é uma viagem. De qualquer forma, quem pre-tende viajar para esse destino deve se preparar para gastos inesperados e desejos que você não pensava em ter, leve sempre um dinheiro reserva para essas e outras necessi-dades. A estudante Patrícia Souza achou a viagem foi inesquecí-vel, algo que não podia imagi-nar melhor, porém no segun-do dia de viagem passou mal com a comida em um dos res-taurantes de Orlando. “Para

“A única difi culdade que tive foi o passaporte, que demorou e quase não consegui pegar a tempo para a data programada...” (Luiz Alberto)

qual o orçamento a ser gasto, para onde você quer ir, enfi m, cada viagem é uma viagem. De qualquer forma, quem pre-tende viajar para esse destino deve se preparar para gastos inesperados e desejos que você não pensava em ter, leve sempre um dinheiro reserva para essas e outras necessi-dades. A estudante Patrícia Souza achou a viagem foi inesquecí-vel, algo que não podia imagi-nar melhor, porém no segun-do dia de viagem passou mal com a comida em um dos res-taurantes de Orlando. “Para

“A única difi culdade que tive foi o passaporte, que demorou e quase não consegui pegar a tempo para a data programada...” (Luiz Alberto)

com o passaporte, nada, mas que isso, quanto a preços, não mudou muito, ele gastou R$ 13.000,00. “A única difi cul-dade que tive foi o passaporte mesmo, demorou e quase não consegui pegar a tempo para a data programada tirando isso foi tudo muito bom, ótimo alias, comprei o que eu quis, claro dentro do meu orçamen-to, fui a vários outlets e aos parques mais famosos, não me arrependo de ter gastado essa grana”. Quanto a valores, depende muito de quantas pessoas vai,

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Curiosidades da Disney:- No alto do Castelo da Cinderela, no Magic Kingdom (Walt Disney World) existe uma suíte, originalmente concebida para o próprio Walt.- A Walt Disney Company é o único estúdio de Hollywood que nunca foi comprado por outra empresa.- No alto do Castelo da Cinderela, no Magic Kingdom (Walt Disney World) existe uma suíte, originalmente concebida para o próprio Walt.- 4% de todas as fotos tiradas nos Estados Unidos são na Walt Disney World, em Orlando, Flórida.- O � lme Dinossauro é a primeira produção animada computadorizada dos estúdios Disney.- A Walt Disney World Resort tem o tamanho da cidade de São Francis-co ou o dobro do tamanho de Manhattan.

mim, a viagem foi linda, amei tudo, só não amei passar mal em pleno segundo dia. Ainda bem que meus pais haviam levado dinheiro extra e con-seguimos comprar todos os remédios, melhorei no quar-to dia e a viagem prosseguiu melhor do que eu esperava” afi rma Patrícia. Diversão e magia são os nomes que damos a essa viagem, quem for viajar para a Disney não se esqueça de sentir a magia que existe por lá e se divertir ao máximo, é uma oportunidade quase que única e claro inesquecível.

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o estilo Rockabilly e Vin-tage tomou conta dos jovens na atualidade.

A cada ano, milhares de pes-soas começam cada vez mais a incorporar e utilizar roupas, acessórios e a escutar as mú-sicas dos séculos passados como forma de interação na sociedade em que vivem. O Rockabilly é um dos pri-meiros sub-gêneros do rock and roll, tendo surgido no co-meço da década de 50. O ter-mo “rockabilly” é uma junção de rock e hillbilly, sendo uma referência à música country -

que costumava ser chamada de música hillbilly nos anos 40 e 50. A infl uência e a populari-dadedo estilo acabaram nos anos 60 com o surgimento da invasão britânica, mas du-rante o fi nal dos anos 70 e começo dos 80 o Rockabilly passou por uma recuperação em sua popularidade que per-maneceu até hoje. Esse esti-lo musical marca os grandes cantores do rock dos anos 50, como Chuck Berry, Elvis Presley e Johnny Cash, que a moda buscou sua inspiração e

a transferiu para as roupas. O fi gurino masculino era re-presentado pelo Rocker, que vestia uma jaqueta de couro ou suspensórios com camisa branca, calças jeans e um to-pete com bastante brilhanti-

rockabilly: os embalos do sÁbado À noite A cultura ainda esquenta os bailes de sábado a noite dos jovens que se caracterizam para relembrar a épocaCLAUDIA CHAGAS

Arte e Cultura

“Musa do cinema Marilyn Monroe também deixou registrada a sua marca de sensualidade pin-up.”

rockabilly: os embalos

A cultura ainda esquenta os bailes de sábado a noite dos jovens que se caracterizam para relembrar a época

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na. Já o fi gurino feminino era representado pelas Pin-ups, que se vestiam com saias, calças de cintura alta e vesti-dos rodados marcando bem a cintura. O Rockabilly sempre foi uma cultura, onde pessoas se encontravam em bailes para dançar e curtir a noitada com ritmos quentes, impulsio-nadas por batidas atrativas e guitarras e contrabaixos acús-ticos tocados pela técnica slap-back (em que se ‘bate’ nas cordas). Os “bailinhos”,

conhecidos na época, eram locais onde frequentadores trocavam conversas de via-gens, novas músicas, estilos e levavam novas pessoas para conhecer o local. A personagem Pin-Up de Joinville Ana Paula Queiróz, conhecida como Cherry Ann P, disse que o estilo começa a “tomar gosto” aos poucos. “Veio aos poucos, quando vi meu guarda-roupa já estava quase todo tomado. Surgiu com a paixão pelas músicas e os fi lmes, os da época, os

que retratam a década de 40 e 50”. Em Santo André, no ABC paulista,todo ano é preparado um grande evento na Facul-dade Fundação Santo André, onde é possível trocar experi-ências de viagens, carros an-tigos, acessórios, e outras ca-racterísticas da época, como campeonatos de danças e es-colher qual a melhor modelo Pin-up da região. Em Joinville, Cherry Ann participa de campeonatos, exposições e faz Books, com

O ESTILO QUE VALE “OURO”

A moda que contagia a “moçada”, ainda que a parte fi nanceira infl uencie, os jovens pro-curam lojas especializadas para se caracterizar ao estilo. Muitas lojas são 100% liga-das à época, com decorações para casas, escritórios e outros ambientes que deixam

o visual mais interessante. A loja RidersKustom Shop, é especializada em todos os tipos de materiais, roupas e aces-sórios para o estilo vintage e retrô. A proprietária da Riders, Audrey MessaDeticio diz que a moda vem para fi car, sempre. “A moda dos anos 50, 60, 70 e 80 volta, sempre volta. Volta um pouco modifi cada, atualizada, um pouquinho diferente, mas sempre está voltando. De tempos em tempos elas vão voltando um pouco renovada, e isso sempre acontece”. Audrey continua explicando que “agora, é um momento de alta da moda dos anos 60 e que veio junto com o estilo retrô. Nos móveis, na decoração, e nos vestuários está vindo também, junto com isso chega a valorização dos produtos, dos objetos antigos, dos carros antigos e que até um tempo atrás ninguém dava nada por eles”. Como em todos os lugares e citado ainda acima, nem todos os lugares são adequados para usar o estilo, pois não são todas as empresas que levam o padrão como vestuário ao local de trabalho. “Essa moda é um estilo, ela não vem e vai embora. Tenho clientes assíduas que chegam procurando novidades e que realmente usam. Muitas vezes clientes compram algumas pe-ças, mas que não conseguem seguir esse estilo, porque a moda do momento determina o que elas vão usar no dia seguinte”, diz Audrey. O estilo Pin-up é muito utilizado para fantasias, casamentos e ensaios fotográfi cos de ho-mens e mulheres. As roupas são escolhidas “a dedo”, mas que os preços podem não ajudar o bolso.“Muitas mulheres aparecem na loja para comprar uma roupa e usar como fantasia ou até mesmo fazer ensaios fotográfi cos Pin-up, que são chamadas de pessoas que não sus-tentam a roupa”, diz Audrey. Para completar a entrevista, Audrey conta como começou a gostar do estilo. “Eu comecei gostando da música, do Rockabilly, começa gostando do estilo, né. E agora, veio essa onda retrô”, conclui Audrey.

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muitas fotografi as. “Sempre que posso, mas na cidade que moro não tinha até pou-co tempo. Estão começando a surgir agora. Algumas amigas estão organizando alguns en-

muitas fotografi as. “Sempre que posso, mas na cidade que moro não tinha até pou-co tempo. Estão começando a surgir agora. Algumas amigas estão organizando alguns en-

contros e eu or-ganizo encontros Rockabilly aos domingos”. O Vintage é um estilo de vida e

moda retrógrada, uma recupe-ração de estilos das décadas de 20, 30, 40, 50 e 60. A pa-lavra se incorporou ao voca-bulário da moda para melhor defi nir uma peça de roupa ou acessório de um estilo perten-cente aoutra época, utilizado principalmente no rockabilly. “O Vintagestyle veio junto com a vontade de ser uma Pin-up Girl e o Rockabilly. Foi algo que veio naturalmente. Tudo que eu gosto e vivo en-volve isso”, diz Cherry.Hoje, com tantas pessoas aderin-do ao estilo do século passa-do, não é tão estranho andar pelas ruas com o visual, pois

começou a ser aceitável pela sociedade, que muitas “se-nhorinhas” usavam quando “mocinhas”. “É tranquilo, mas apesar da “modinha”, ainda tem pes-soas que te olham de cima a baixo e te ridicularizam sem nenhum pudor, mas de uns 3 anos para cá tem sido mais aceito e até bem admirado!”, afi rma Cherry. A moda que a mídia e muitas lojas estipulam hoje, colocam muitas pessoas a trocar de estilo radicalmen-te. Hoje a mídia está determi-nando o que as pessoas vão usar, o que devem vestir em cada estação e claro, as pes-soas se “entregam” a isso. “Acho que elas só estão tentando se encaixar deses-peradamente em um padrão imposto pela mídia. Mas como digo, todo mundo começa um

“É tranquilo, mas apesar da ‘modinha’, ainda tem pessoas que te olham de cima a baixo e te ridicularizam sem nenhum pudor. Mas uns três anos para cá tem sido mais aceito...”

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dia, ninguém nasce com estilo defi nido. Só está mais aces-sível para as pessoas conhe-cerem, o que também não é tão ruim.Vai vir da pessoa se manter depois da modinha ou pular pra próxima da estação.Depois que a tendência passa que vemos quem realmente ama aquilo e também acho que o que você exteriorizar é o de menos. Tem meninas que não conseguem manter o estilo vintage tão fi elmente, ou

por trabalho ou por questões fi nanceiras, mas realmente AMAM toda essa cultura”, afi r-ma Cherry. Um ícone da cultura e do es-tilo rockabilly é a pin-up Bet-tie Page, chamada de Rainha das Pin-ups. Seu visual, iden-tifi cado principalmente pelos cabelos pretos lustrosos e a franjinha, infl uenciaram de-zenas de artistas. Page foi também uma das primeiras Playmatesda Playboy. Saiu na

edição de janeiro de 1955. A musa do cinema Marilyn Mon-roe também deixou registrada a sua marca de sensualidade. A parte fi nanceira é uma questão que pesa para mui-tas meninas e rapazes que gostam do estilo, não conse-guindo condições para andar 100% caracterizado. Com os desfi les e exposições, os modelos Pin-up participam de competições para conseguir prêmios em dinheiro ou com

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algo que continue estimulan-do a prosseguir com a moda. Cherry conta que começou a gostar do estilo vintage aos 18 anos. “Na verdade queria já estar nessa área há muito tempo, mas por empecilho de relacionamentos passados e família só consegui realizar agora. Sempre tive um gosto fora do comum pra tudo. Aos 18 anos me encantei por car-ros Clássicos, Hot Rods, Ra-tRods, Lead Sled, e coloquei

na minha cabeça que queria viver disso.Amo motores a combustão, principalmen-te V8, e hoje como estou em uma cidade industrial e tenho muitos amigos na área, resol-vi tentar na área de mecânica industrial. WeCan Do It”. O Vintage é algo bem mais antigo do que o retrô, da pri-meira metade do século XX, mais precisamente da década de 1940, da Segunda Guer-ra Mundial.“NoVintagestyle,

ser uma Pin-up girl é algo que vivo muito intensamente. Desde a decoração da minha casa, a música que escuto, os carros que gosto, até meu ma-rido que apesar de ser mais Psychobilly (gênero musical geralmente descrito como a mistura entre o punk do fi m dos anos 70 e o rockabilly dos anos 50), adora o estilo 50’s Rebel. Amo e sou muito en-volvida nisso, e valorizo quem também é!”, conclui Cherry.

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c lássico talvez de maior importância no futebol brasileiro nas décadas

de 80 e 90, Corinthians e Pal-meiras que já se enfrentaram aproximadamente 350 vezes. Hoje o duelo que foi eleito pela FIFA, como sétimo maior clássico do mundo, tentam re--acender os áureos tempos da rivalidade. O “Derby Paulista”, como foi apelidado, teve seu primeiro clássico disputado em 6 de maio de 1917, com vitória do então Palestra Itália, por 3 à 0 em cima do Corinthians, que até então estava invicto no campeonato paulista daquele

ano, o que logo fez com que a rivalidade aumentasse.Segundo pesquisa do Datafo-lha em 2010, 59% dos corin-thianos consultados pela pes-

quisa acham que o Palmeiras é o seu maior rival. Já 77% dos palmeirenses classifi cam o clube do Parque São Jorge como maior rival histórico.A evidência deste clássico al-tera bons e maus momentos. Do fi nal dos anos 50 até me-ados dos anos 70 o jejum de títulos alvinegros contrastava com as glórias dividas entre palmeirenses e santistas, que se revezavam nas conquistas de títulos no cenário do fute-bol nacional. A decadência corinthiana era tão evidente, que em 1961 o time ganhou o apelido de “faz me rir” que apesar de ter um

muito mais que um clÁssico, uma histÓria!

Quase centenária, rivalidade entre Corinthians e Palmeiras resiste a autos e baixos de ambos e se solidifi ca entre os maiores clássicos do mundoCÉSAR MARTINS

Esporte

“É um clássico que mexe com qualquer jogador, ver a cara da torcida antes do jogo indo pro estádio e a festa que fazer é muito bom, dá um ânimo para vencer.”(Amaral, ex-jogador)

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dos melhores jogadores do mundo na época, Roberto Ri-vellino, não conseguia títulos e convercer a sua torcida com um futebol de baixíssima qua-lidade. No período de decadência do seu maior rival, o alviverde se aproveitou e conquistou 28 vitórias em 84 jogos e ainda tendo 27 vitórias do time de Parque São Jorge e outros 29 empates no período de 1954 à 1977, período do maior jejum da história alvinegra. Neste período houve um jogo emblemático, após sofrer uma falta não marcada pelo juíz da partida e um gol de Leivinha, a diretoria decidiu demitir o me-lhor jogador do time na época, Rivellino, que foi vendido para o Fluminense. Após este período, a riva-lidade se acirrou cada vez mais, isso mostrado pelos nú-meros, de 1977 à 1990 hou-veram 42 jogos e incríveis 14 vitórias para cada lado e 14 empates tendo como peque-na diferença o número de gols

marcados, 42 à 38 para os al-viverdes. A partir dos anos 90 o ápice da rivalidade foi atingido, com cada clube tendo grandes equipes os dois dividiram as conquistas de taças dos cam-peonatos mais importantes do país na época. Amaral, ex-jogador dos dois clubes nesta época afi rma que jogar o derby é especial inde-pendente do lado “É um clás-sico que mexe com qualquer jogador, ver a cara da torcida antes indo pro estádio é muito bom e a festa que fazem, dá um ânimo para vencer.” O ex-volante conta o que mar-cou nos dois clubes “No pal-meiras eu participei de um grande time, com a Parmalat, tinha Luizão, Rincón, Evair, Muller, Marcos. No Corin-thians também joguei em um grande time com Marcelinho, Vampeta, Ricardinho e o Lui-zão e o Rincón que já tinha jo-gado com eles no Palmeiras. O Palmeiras com um aporte fi nanceiro da empresa italiana

Parmalat, comandou o fute-bol no início da década de 90, trouxe para o time de Parque Antártica grandes jogadores como Rivaldo, Luizão, Roberto Carlos, César Sampaio, Evair entre outros, conquistou inú-meros títulos na época como os paulistas e brasileiros de 93 e 94, o paulista de 96 com seu ataque de 102 gols (maior número de gols em uma edi-ção de campeonato paulista após a era Pelé), o título da copa Mercosul em 98 e o títu-lo inédito da Libertadores 99, derrotando nas quartas de fi -nais seu arquirrival em disputa de pênaltis.Em se tratando de Libertado-res, esta rivalidade tem um capítulo histórico, em 2000, os clubes voltaram a se en-contrar na competição conti-nental, desta vez na semi-fi nal do torneio, em dois jogos mui-to disputados a vaga voltou a ser decidida nos pênaltis, des-ta vez, o maior ídolo do clube na época, Marcelinho Cario-ca, parou nas mãos do goleiro

INFLUÊNCIAS POLÍTICAS NOS CLUBES

Após o início dos anos 90 os clubes tiveram momentos políticos conturbados, com pre-sidentes, que apesar de vitoriosos, saíram após vexames e pela porta dos fundos. No Corinthians, Alberto Dualib, assumiu em a presidência do clube em 1993, logo con-quistou inúmeros títulos e se tornou o presidente com mais títulos na história alvinegra, trouxe dinheiro para o clube, por meio de parcerias e foi por meio de uma dessas par-cerias que a era Dualib começou a se desenhar para um final trágico. No final de 2004, após uma proposta de alguns empresários russos, o clube firmou uma parceria com o grupo de investidores MSI, logo, a polícia federal começou a investigar o grupo e Dualib, principalmente pela ligação do grupo com Boris Berezoviski, milionário russo investigado em vários países por lavagem de dinheiro e outras acusações, inclusive assassinato. No começo da parceria grandes jogadores foram contratados como os argentinos Te-vez e Mascherano, com eles títulos vieram como o Brasileiro de 2005. Mais a partir de 2006, a parceira parou de investir tanto dinheiro e o clube começou a sofrer dentro de

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Marcos, que após a defesa foi apelidado de São Marcos pela torcida palestrina, eliminando o alvinegro do torneio. Na mesma década o Co-rinthians também conseguiu encher sua sala de troféus, ganhando o seu primeiro bra-sileiro em 90, o título da copa do Brasil em 95, o bi-campe-onato brasileiro em 98 e 99 além do primeiro mundial de clubes da FIFA, disputado no Brasil, contestado pelos rivais, principalmente os palmeiren-ses, que alegam a invalidade do torneio pelo fato do Corin-thians ser apenas o campeão

brasileiro de 99 e a falta do Palmeiras nesta competição, já que era o atual campeão da América dando lugar ao Vas-co, campeão continental em 1998, que fez a fi nal contra o timão no estádio Maracanã. Como eram estabelecidas como as duas maiores torci-das de São Paulo até meados dos anos 2000, os clubes ti-nham nela outro motivo para acirrar ainda mais a rivalidade, Felipe Barreto, torcedor corin-thiano, fala da sensação de ganhar do maior rival“Ganhar do Palmeiras signifi ca mais do que ganhar 3 pontos ou uma classifi cação. É um campe-onato a parte, é quase como ganhar um título. Acredito que eles também sintam a mesma coisa a cada jogo que vencem o Corinthians”. Já Vitoriano Silva, torcedor palmeirense, tem o mesmo sentimento sobre o rival “é como se fosse colocar o bem e o mal lado a lado. Essa riva-lidade signifi ca mais que um jogo, signifi ca soberania, po-

“É como se fosse colocar o bem e o mal lado a lado. Essa rivalidade signifi ca mais que um jogo, signifi ca soberania, poder e domínio.”(Vitoriano Silva)

der e domínio. Vencer um rival na bola e no placar é funda-mental para o time ter paz com a torcida. Eu prefi ro perder de 6 x 2 para o Mirassol como aconteceu do que perder de 1 x 0 para o Corinthians”. Vitoriano ainda comenta os momentos marcantes que vi-veu do clássico no estádio “Sempre acompanho clássi-co no estádio, mas somente quando o Palmeiras é man-dante devido a onda de vio-lência praticado pelos torce-dores. A emoção é outra, o coração bate mais forte, cada lance por mais feio que seja vira uma grande jogada. Mi-nhas últimas emoções entre-tanto não foram boas, perdi duas disputas de pênaltis em campeonatos paulista”. Amaral ainda diz episódio que mais o marcou no clás-sico “As embaixadas do Edíl-son em 99 foi muito marcante, apesar de ser um fato negati-vo, para mim esse caso mos-tra como é a rivalidade entre os Corinthians e Palmeiras”.

campo e fora com as constantes brigas entre Dualib e Kia Jorabichian (presidente do gru-po) e o resultado foi o impeachment de Dualib, o rompimento da parceira e a pior mancha da história do clube, o rebaixamento para a segunda divisão do nacional. O Palmeiras também foi vítima de um presidente que ficou no comando do clube por muito tempo, Mustafá Contursi, também foi eleito em 2003 e com o aporte financeiro da Parmalat ganhou muitos títulos e montou grandes times. Mas após o romper com a empre-sa italiana, o clube entrou em crise financeira que culminou com o rebaixamento do clube em 2002 e a saída de Mustafá em 2003. Porém, Contursi ainda exerce certa influência no clube, diferente de Dualib no alvinegro, em 2005, elegeu Afonso Della Monica e em 2011 Arnaldo Tironi, presidente que levou o Palmeiras para disputar sua segunda Série B brasileira.

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Com a virada do século as equipes oscilaram altos e bai-xos. Em 2002, após um cam-peonato nacional muito ruim, o Palmeiras foi rebaixado para a segunda divisão do nacional, voltando a elite do futebol no ano seguinte. No mesmo ano, o alvinegro de Parque São Jorge fez a fi nal do campeo-nato brasileiro, perdendo para o Santos dos então desconhe-cidos “meninos da vila”, lidera-dos por Diego e Robinho. Após alguns anos após a volta palestrina, os dois clu-bes disputaram as primeiras posições nos torneios que dis-putaram. Em 2005, o Corin-thians foi campeão brasileiro. Outro título contestado pelos alviverdes pela anulação de 7 jogos (envolvendo duas derro-tas do Corinthians) por denún-cias de manipulação de jogos apitados pelo ex-árbitro Edíl-son Pereira de Carvalho. Muito desta decadência de ambos passa por problemas administrativos, com presi-dentes que se perpetuaram no poder os dois clubes so-freram com estas desastrosas administrações. (Vide Box) Nestes anos, além dos mo-

mentos de oscilação a ascen-são de um outro grande clube paulista, o São Paulo, que en-tre 2005 à 2008 ganhou qua-se todos os títulos possíveis, como Libertadores, Mundial, campeonato paulista, além do tri-campeonato brasileiro em 2006, 2007 e 2008. O resulta-do destes títulos foi o aumento de sua torcida, ultrapassando a alviverde e se consolidando como terceira torcida do país, a segunda de São Paulo. Em 2007, foi a vez de o Co-rinthians fazer uma péssima campanha caindo para a série b nacional, assim como seu ri-val, voltando após um ano de calvário na segundona. Po-rém, este período na longe da elite fez o clube evoluir politi-camente e alcançar recordes de arrecadação e inovações de marketing após o início da gestão de Andrés Sanchez e a contratação do atacante Ro-naldo, o fenômeno. No retorno a elite do futebol marcou o início de um gran-de ciclo corinthiano, ganhan-do vários títulos entre 2009 e 2013, como os paulistas de 2009 e 2013, a copa do Brasil também em 2009, o brasileiro

de 2011, a Recopa sulameri-cana em 2013, além do inédito título da Libertadores em 2012 e o bi-mundial no mesmo ano. Em 2012, enquanto o Cori-nhians comemorava o maior título de sua centenária his-tória, a Libertadores, o Pal-meiras também comemorava o título da Copa do Brasil e a volta das conquistas de títulos de expressão nacional. O al-viverde acabou sendo rebai-xado pela segunda vez para a segunda divisão nacional. Felipe ainda afi rma que ape-sar da oscilação dos clubes, este clássico ainda é o maior do estado “Em 2013, os dois clubes viveram a maior dife-rença técnica da história, com o Palmeiras na 2ª divisão e o Corinthians campeão mundial. Mesmo assim, o clássico não perde em importância” Em 2013, os clubes não vi-vem seus melhores dias, o alviverde vive seu segundo calvário na série B, enquanto isso, o alvinegro de Parque São Jorge não corresponde as expectativas de sua torcida e foi mal na Copa do Brasil e vai mal no campeonato brasi-leiro. Neste ano as equipes se enfrentaram apenas uma vez, um empate em 2x2 no paca-embú pelo campeonato pau-lista. Assim a rivalidade resiste ao tempo e perdura ainda como principal clássico paulista, apesar da ameaça são-pau-lina, as duas equipes tentam voltar ser destaque nacional como sinônimo de bom fute-bol e um bom espetáculo para suas torcidas, como sempre foram.

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o skate é um esporte realizado em uma prancha, chamada shape, com quatro rodas pequenas e dois eixos chamados de

“trucks”. As manobras executadas com baixo e alto grau de difi culdade consistem em deslizar sobre o solo e obstáculos. Devido seu aspecto criativo, o skate é considerado um esporte radical, sendo um dos mais conhecidos atualmente. Tem crescido nos últimos anos e atraído um grande número de patrocinadores. Os campeonatos são cada vez mais disputados. No início da década de 1960, os surfi stas da Califórnia faziam das pranchas um divertimento também nas ruas, em época de marés baixas e seca na região. Os primeiros campeonatos de skate surgiram 1965, porém foi mais reconhecido uma década depois. Um dos acontecimentos que revolucionaram o esporte foi o invento das rodinhas de uretano, pelo norte-americano Frank Naswortly, em 1973. Outro acontecimento marcante para o Skate foi o invento do Ollie-Air, em 1979, manobra que possibilitou uma abordagem inacreditavelmente infi nita por parte dos skatistas. Rodney Mullen foi um dos revolucionários do esporte, desenvolvendo várias manobras como

PATRÍCIA LOPES*

a evoluÇÃo do skate

* Texto adaptado do site Brasil Escola

fl ip, heelfl ip, hardfl ip, kickfl ip. O skate é formado por seis partes: tábua ou shape ou deck; trucks ou eixos; rodas; rolamentos; parafusos; lixa ou griptape. A primeira pista de skate da América Latina foi construída na cidade de Nova Iguaçu, estado do Rio de Janeiro. O esporte se consolidou nos anos 90, ano em que surgiu também o maior skatista de todos os tempos, o norte-americano Tony Hawk. No Brasil, os maiores ídolos do esporte são os campeões mundiais Bob Burnquist e Sandro Dias.

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Mexa-se!

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o Bonde é um veículo de transporte previsí-vel, e repleto de sen-

sações agradáveis, elétrico tem um som característico, e um cheiro peculiar. (O Bonde é ecológicamente correto, libera ozonio que purifica o ar). Deixou des-cendentes importantes: o Troleybus e o Metro. A paisagem vista do bonde é isenta do movimento ver-tical (subir e descer) que impulsionado pelo bonde, nos da a sensação de es-tármos seguindo sempre em linha reta, onde a pai-sagem corre aos nossos olhos como uma cena cine-matográfica.A palavra Bonde define um

veículo de transporte cole-tivo, que corre sobre trilhos urbanos assentados rentes e sem saliências no leito das ruas. Este veículo de transporte nascido na re-nascença, permanece atu-almente trafegando em 325 cidades do mundo, percor-rendo uma rede de 15 000 Km de trilhos. O Bonde que já teve tra-ção: animal, a cabo infini-to, motor a vapor, motor a gasolina, ar-comprimido, e motor elétrico. Atualmente estuda-se o retorno do bon-de nas grandes cidades. Onde retornaria com um novo formato, mais rápido, mais confortável e mais si-lencioso, conhecido como VLT (Veículo Leve Sobre

Trilhos). O barulho caden-ciado dos bondes, ao pas-sar pela emenda dos tri-lhos, deixava aos ouvidos a nítida sensação das rodas deslizando sobre os trilhos. Os primeiros Bondes eram montados como as carru-agens e diligencias. Fruto

“A paisagem vista do bonde é isenta do movimento vertical, que impulsionado pelo ele, nos dá a sensação de estarmos sempre seguindo em linha reta.”

do bonde para o metrÔCom o avanço da tecnologia, técnicas foram aprimoradas, tendo o Metrô como o veiculo mais utilizado nos dias atuaisARIANA AMARAL

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do trabalho de Carpinteiros que recortavam da madei-ra, as diversas partes, en-caixando e colando uma nas outras. Para as peças mais solicitadas Ferreiros forjavam em ferro reforços, apoios e articulações para sustentar peso, e resistir ao tempo. Nos primordios o Bonde é fabricado arte-sanalmente com materiais orgânicos como: Madeira, lona, cola, couro, cordas, e verniz.Hoje em dia podemos uti-lizar de diversos meios de transporte, só que o mais utilizado na cidade de São Paulo é o metrô. São transportados 3,7 milhões de usuários em média nos dias úteis, considerando-se as entradas mais as trans-ferências entre as linhas do

Metrô. O primeiro Metrô do Brasil nasceu na cidade de São Paulo e formulou uma re-ceita de sucesso ao longo de 45 anos. Ao longo dos anos foi acrescendo mais profissionais, quilômetros de linhas, estações, novas tecnologias, aprimorando seu quadro de empregados e agregando o valor de ser um transporte sustentável, característica de muita im-portância nas grandes me-trópoles mundiais. Arte e lazer também passaram a fazer parte da identidade do Metrô, melhorando os seus serviços e tornando o ir e vir das pessoas mais agradável. Os iniciais 6,4 quilôme-tros de linhas operacio-nais, entre Jabaquara e

Vila Mariana, em setembro de 1974, passaram, em 2013, para a marca de 74 quilômetros de linhas (65,3 quilômetros operados pelo Metrô de São Paulo e nove quilômetros operados pela Via Quatro) e 64 estações (seis delas também da Via Quatro). Com o aumento do po-der economicodas classes mais baixas e a facilidade de crédito para se comprar um automovel ou uma moto nas últimas décadas de 1990 e 2000 grande parte dos brasileiros opta pelos meios de transporte indi-vidual, contribuindo assim para o aumento dos con-gestionamentos. São Pau-lo, tendo números muito elevados de quilômetros de lentidão nos horários

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de pico , no início da ma-nhã e no final da tarde. No levantamento mais recente sobre o assunto, realizado pelo Ipea em 2011, 55% dos brasileiros disseram estar insatisfeitos com o serviço oferecido pelo Estado. O mesmo estudo mostrou que, nas grandes cidades, 65% das pessoas utilizam como meio de locomoção diário o transporte coletivo. Além dos problemas comu-mente citados, os usuários

reclamaram da falta de se-gurança dos coletivos em casos de acidentes de trân-sito, 40% dos ouvidos con-sideram o ônibus ou trem seguros nesses casos; em se tratando de segurança contra assaltos ou seques-tros, 38% dos entrevista-dos disseram que os cole-tivos são seguros.

Monotrilho

Nos dias atuais as notícias sobre o surgimento de pro-jetos de monotrilho surgem por todos os lados. Parece que encontraram a “solu-ção” para o transporte me-tropolitano. Os argumentos levantados seguem sempre a mesma linha: é mais ba-rato que metrô ou não cau-sa interferência na cidade

atual (subentende-se, a malha viária atual que ser-ve ao transporte privado dos automóveis).Um novo projeto surge: uma nova linha de mono-trilho ligará São Bernardo do Campo à São Paulo. A linha seguirá do bairro do Alvarenga em São Bernar-do, nas franjas da Represa Billings até o bairro do Ipi-ranga onde está sendo fei-ta a extensão da linha ver-de do Metrô. Soluções para o transpor-te público - principalmente sobre trilhos - da metrópole são sempre merecedoras de atenção mas a notícia que queríamos ouvir pa-rece ser outra: “Uma nova fase do Plano Integrado de Transportes Urbanos será implantada”.

“O primeiro metrô do Brasil nasceu na cidade de São Paulo e formulou uma receita de sucesso ao longo de 45 anos.”

ORIGENS

A primeira linha de bonde elétrico surgiu em 1890 e partia do Largo São Bento em direção à Barra Funda. A cidade de São Paulo ganhou desta-que de centro urbano e em 1926 foram importados 50 ônibus da Europa.

Em 1946, o então prefeito Abrahão Ribeiro determinou a construção da Companhia Municipal de Transportes Coletivos (CMTC). Nessa época, os bondes ainda eram responsáveis pelo transporte de 65% da população. Três anos depois começaram a circular os primeiros trólebus, importados dos EUA e da Inglaterra. As primeiras discussões sobre a implantação do metrô na cidade sur-giram em 1898, porém, foi só em 1966 que o projeto tomou forma com a cria-ção do Grupo Executivo do Metropolitano (GEM) e com a aprovação da Lei 6.988/1966 pela Câmara Municipal de São Paulo, que autorizava a criação da Companhia do Metropolitano de São Paulo. As obras da linha Norte-Sul (Jabaquara – Santana) foram iniciadas dois anos depois e a primeira viagem de metrô realizada aconteceu em 1972, entre as estações Jabaquara e Saúde.

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s e você nasceu depois de 1994, acredite, não existia internet antes disso! O start da internet no Brasil deu-se em meados de 1994,

quando a internet ultrapassou as fronteiras acadêmicas e começou a ser conhecida por muitos brasileiros, e, quase no fi nal daquele ano, o governo brasileiro – que não tinha feito muito pela internet no Brasil – divulgava, através do Ministério de Ciência e Tecnologia e do Ministério das Comunicações, a intenção de investir na nova tecnologia. No fi nal de 94, a Embratel iniciou seu serviço de acesso à internet em caráter experimental com cinco mil usuários escolhidos para testar o serviço, mas só em maio de 95, o acesso à internet via Embratel começou a funcionar de modo defi nitivo. Mas existia o medo do governo da exclusividade da Embratel, no serviço de acesso aos usuários fi nais, e fez pública a sua posição de que não haveria monopólio e que o mercado da internet no Brasil seria o mais aberto possível. Com o tempo, foi criado o Comitê Gestor Internet Brasil, o CGI.br, com objetivo de traçar rumos de implantação, uso e administração da internet no Brasil. Em 1995 as coisas continuaram meio lentas. A Embratel e o Ministério das Comunicações travavam uma batalha e não facilitavam as iniciativas dos provedores privados. Não tinham uma estrutura consolidada e defi nida e não tinham decidido sobre preços a serem cobrados, o que não impediu que dezenas de provedores operassem no país até o fi nal de 95, conectados à internet através da Embratel.

MÁRCIO ELÍDIO

evoluÇÃo do consumidor

Em 96, foi um ano promissor. O “grande boom” da internet começava a se tornar popular no país. Havia um pouco da melhora nos serviços prestados pela Embratel. A internet brasileira mostrava um crescimento não só de usuários como de provedores de acesso à rede. Neste ano, o cantor Gilberto Gil fez o lançamento de sua música pela internet, cantando uma versão acústica e ao vivo, conversando com internautas sobre sua relação com a rede. Já em 1997, pode-se considerar o ano da internet no Brasil, pois centenas de provedores novos entravam no mercado e vários sites de língua portuguesa já davam sinais de vida narede. E pela primeira vez o governo Brasileiro divulga para população a entrega da declaração do imposto de renda pela internet.Já com 1,8 milhão de usuários, o ano de 1998 trás algumas inovações. O brasileiro e ex-guitarrista dos Paralamas, Sergio Cabral (sim, ele mesmo) inventa o acesso à internet viaondas de rádio. Cabral fez até negócios com Bill Gates na época. Depois do susto do Bug do Milênio em 99 que afetou alguns computadores em todo o mundo e o começo da discussão sobre pirataria na internet devido à origem do Napster, no ano de 2000 a internet no Brasil passaria por novas modifi cações. Em fase de desenvolvimento pelo governo, a “Internet 2”, tinha planos para ser interligada em 2001 à rede de alta velocidade de universidades e institutos de pesquisa da Alemanha. E em 2001 a UNICAMP inicia a preparação para acessar a “Internet 2”, que seria uma rede de alto desempenho que estava sendo criada para superar as defi ciências da internet na época. Utilizando links de velocidade mínima de 155Mbps (megabits por segundo) e podendo chegar a 2,5Gbps (bilhões de bits por segundo). Segundo a Ibope Média, em dezembro de 2012, chegamos a 94,2 milhões de internautas tupiniquins, tornando o Brasil o 5º país com mais usuários conectados.

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Direitos e Deveres

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