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 Anotações de Trevarthen, Colwyn. Kenneth Aitken, Despina Papoudi & Jacqueline Robart s. Children With Autism: Diagnosis and Interventions to Meet Their Needs. London and Philadelphia: Jessica Kingsley Publishers, 1999 Cap 11. Music Therapy for Children with Autism "A musicoterapia interativa deve ser distinguida da estimulação com música ou do uso i nstrumental simples de padrões de canto como um adjunto ao corpo em movimento, apr endizado de nomes ou a participação em um grupo. A comunicação apoiada na música tem sido adotada como um método para aumentar a simpatia, cooperação e aprendizado com aprendiz agem de crianças autistas na na Sunderland House School em Nottingham, baseado na teoria da comunicação intersubjetiva da infância de Newson". A primeira preocupação é com a perturbação emocional no autismo (além dos problemas de relac ionamento social e pensamento). Terapia é a modificação das expressões e sentimentos, o que melhora a aprendizagem, transformando a fonte de motivos distorcidos pelo tr auma, doença ou disturbio do desenvolvimento. Objetivos da improvisação: - liberar motivos positivos para a experiência e companhia agradável - encorajar esforços em comunicação significativa e mutuamente satisfatória, incluindo o  uso de fala claramente articulada e apropriadamente orientada ao parceiro e exp ressa com prosódia e intonação adequada. - exploração do movimento corporal - experiências com espaços e objetos Esses dois últimos objetivos são spin-offs (???) cognitivos, pois a essência da expres são musical espontânea é que ela diretamente engaja e ativa o núcleo dos impulsos ritmic os e simpaticos do quais toda a comunicação humana se origina. Objetivos: emoções equilibradas e relações satisfatórias com os outros. Como a musicoterapia funciona? "Usada criativamente. a musicoterapia improvisada  por um praticante com percepção clínica pode encontrar, engajar e apoiar uma criança em  interação espontaneamente envolvente. Como suas experiências de relacionamento simpátic o e de auto-regulação em co-atividade progressam, as crianças autistas parecem encontr ar tanto segurança quanto liberdade na música. A musicoterapia oferece um contexto p ara construir um sentido de "si-em-relação". Em muitos caos, a musicoterapia instiga  e suporta desenvolvimentos em comunicação (por exemplo, atenção compartilhada, intencio nalidade, iniciação, imitação e variação, comunicação de sentimentos e uso de palavras. Dentr e tal relação musicalmente afinada (attuned), sentido compartilhado e imaginação simbólica  (isto é, cultural) pode crescer" (p. 175) Nordorff e Ro bbins (1977): alé m dapaleta convenci onal de emoções, todos os tipos de h umor e nuances de sentimento podem ser concretizadas, todas as sutilezas e progr essões de mudanças, todos os graus de intensidade. Existem experiências de [forma] e [ ordem] Primeira publicações de musicoterapeutas pioneiros[Alvin (1968; revised edition, Alv in and Warwick, 1991), Gaston (1968), Sears (1968) and Nordoff and Robbins (1971 a, 1977)] enfatizam os poderes auto-organizadores no engajamento musical espontâne o das emoções, quando essa emocionalidade é dirigida tanto a uma estrutura de apoio e liberdade na expressão para o paciente. "Criar experiências de relacionamento na músic a, desenvolver a expressão si-outro por meio de envolvimento pessoal e melhorar a comunicação se tornaram objetivos principais na musicoterapia contemporânea." (p. 175) Música e emoções: formas dinâmicas de sentimento e o processo musicoterapêutico musicalidade: universal (musicalmente educados ou não), transcultural, e resiste c onsideravelmente à deficiência intelectual ou neurológica, indicando que a musicalidad

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Anotações de Trevarthen, Colwyn. Kenneth Aitken, Despina Papoudi & Jacqueline Robarts. Children With Autism: Diagnosis and Interventions to Meet Their Needs.London and Philadelphia: Jessica Kingsley Publishers, 1999

Cap 11. Music Therapy for Children with Autism

"A musicoterapia interativa deve ser distinguida da estimulação com música ou do uso instrumental simples de padrões de canto como um adjunto ao corpo em movimento, aprendizado de nomes ou a participação em um grupo. A comunicação apoiada na música tem siadotada como um método para aumentar a simpatia, cooperação e aprendizado com aprendizagem de crianças autistas na na Sunderland House School em Nottingham, baseado nateoria da comunicação intersubjetiva da infância de Newson".

A primeira preocupação é com a perturbação emocional no autismo (além dos problemas de ionamento social e pensamento). Terapia é a modificação das expressões e sentimentos, oque melhora a aprendizagem, transformando a fonte de motivos distorcidos pelo trauma, doença ou disturbio do desenvolvimento.

Objetivos da improvisação:- liberar motivos positivos para a experiência e companhia agradável- encorajar esforços em comunicação significativa e mutuamente satisfatória, incluindo  uso de fala claramente articulada e apropriadamente orientada ao parceiro e expressa com prosódia e intonação adequada.- exploração do movimento corporal

- experiências com espaços e objetosEsses dois últimos objetivos são spin-offs (???) cognitivos, pois a essência da expressão musical espontânea é que ela diretamente engaja e ativa o núcleo dos impulsos ritmios e simpaticos do quais toda a comunicação humana se origina.

Objetivos: emoções equilibradas e relações satisfatórias com os outros.

Como a musicoterapia funciona? "Usada criativamente. a musicoterapia improvisada por um praticante com percepção clínica pode encontrar, engajar e apoiar uma criança e interação espontaneamente envolvente. Como suas experiências de relacionamento simpátio e de auto-regulação em co-atividade progressam, as crianças autistas parecem encontrar tanto segurança quanto liberdade na música. A musicoterapia oferece um contexto p

ara construir um sentido de "si-em-relação". Em muitos caos, a musicoterapia instiga e suporta desenvolvimentos em comunicação (por exemplo, atenção compartilhada, intencinalidade, iniciação, imitação e variação, comunicação de sentimentos e uso de palavras.e tal relação musicalmente afinada (attuned), sentido compartilhado e imaginação simból (isto é, cultural) pode crescer" (p. 175)

Nordorff e Robbins (1977): além dapaleta convencional de emoções, todos os tipos de humor e nuances de sentimento podem ser concretizadas, todas as sutilezas e progressões de mudanças, todos os graus de intensidade. Existem experiências de [forma] e [ordem]

Primeira publicações de musicoterapeutas pioneiros[Alvin (1968; revised edition, Alvin and Warwick, 1991), Gaston (1968), Sears (1968) and Nordoff and Robbins (1971

a, 1977)] enfatizam os poderes auto-organizadores no engajamento musical espontâneo das emoções, quando essa emocionalidade é dirigida tanto a uma estrutura de apoio eliberdade na expressão para o paciente. "Criar experiências de relacionamento na música, desenvolver a expressão si-outro por meio de envolvimento pessoal e melhorar acomunicação se tornaram objetivos principais na musicoterapia contemporânea." (p. 175)

Música e emoções: formas dinâmicas de sentimento e o processo musicoterapêutico

musicalidade: universal (musicalmente educados ou não), transcultural, e resiste consideravelmente à deficiência intelectual ou neurológica, indicando que a musicalidad

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e possui raizes biológicas.

Papousek and Papousek (1979, 1981): expressão musical funciona na auto-regulação de estados motivadores e na ativação de processos básicos de integração

"Este trabalho testemunha a significância de certos processos fundamentais encontrados na musicoterapia que parecem homólogos a aspectos da atividade maternal, sensibilidade à qual está presente desde o nascimento" (p. 176)

"A expressão humana pode ser objetivamente percebido e medido como essencialmentemusical. Os dados musicais mostram uma "impressão digital" individual ou uma "gestalt" dinâmica que transmite informação confiável para outros humanos sobre como estamosa qualquer momento, como funcionamos e como nos relacionamos no mundo (Aldridge, 1989; Brown, 1994; Nordoff and Robbins, 1971a, 1977)." (p. 177)

Pavlicevic: forma expressiva dinâmica - avaliação da improvisação musical para avaliargrau de engajamento musical entre cliente e terapeuta (Pavlicevic and Trevarthen, 1989). Afinidade musical (ou comunicatividade) alcança intimidade, exigindo um equilíbrio para ser buscado e mantido entre os extremos de rigidez e fragmentação da resposta (Pavlicevic, Trevarthen and Duncan, 1994). Sem flexibilidade, a incapacidade em empatizar ou adaptar-se resulta em isolamento.

Musicoterapeuta é treinado para ler essas formas dinâmicas enquanto elas se desenvolvem no relacionamento musical e respondem a elas instantaneamente.

No trabalho com crianças autistas, processos musicais dinâmicos mostram como um sentido de si emerge e sustenta um senso de si-e-outro.

"Coesão e treino de respostas em um nível sensório-motor-afetivo é frequentemente difícde se provocar, mas pode às vezes ser produzido [drawn forth] (catexia) pela músicadentro de um quadro [framework] relacional dinâmico. Esse quadro, nas mãos de um musicoterapeuta habilidoso e criativo pode incorporar formas de comunicação familiaresou novas, encorajando a reciprocidade criativa. A inter-responsividade [responsivity], cuidadosamente cuidada, pode estimular a criança a sair do comportamento habitual, superficial. A troca de turnos, por exemplo, pode ser uma cumplicidade sem sentido; no entanto, ao usar criativamente estruturas musicais, humores e estilos de abordagem variados, a criança autista pode começar a distinguir (auralmente)

 as "formas" temporais e musicais variadas que subjazem e origanizam a comunicação significativa em dupla-mão. Essas "formas" correspondem à prosódia que dá sentido à falae fato, formas musicais foram primeiro descritas na psicoterapia com crianças autistas por Frances Tustin (1986).

Formas dinâmica de relacionamento na música incluem som e silêncio. O terapeuta deve saber respeitar os silêncios e dar espaços nos quais o relacionamento deve se desenvolver. A princípio, o terapeuta sensivelmente apoia e fomenta os menores impulsos,de modo a encontrar um contato inicial. Avançando a partir dos primeiros níveis de resposta evocadas ou influenciadas pela música (mas ainda sem engajar a intencionalidade da criança), mudanças subsequentes nos estados afetivos podem ser cultivados pelo uso de técnicas musicais clinicamente dirigidas orientadas a fortalecer a consciência de si e a comunicação emocional compartilhada. Tais formas de auto-experiência

 conexão por meio da música podem ajudar uma criança evasiva ou remota a tolerar o contato afetivo, de modo que uma comunicação em dupla-via possa se desenvolver no ritmo da criança no seu próprio estilo individual." (p. 178)

"Trabalhando com Expressões de Evitação, Habituais e Estereotipadas em Musicoterapia

Padrões de comportamento habituais ou estereotipados podem ser a maneira da criançaautista regular estados de excitação e interesses precipitados pelos complexos, muitas vezes excessivos, estímulos de comunicação social-emocional. Como descrito acima, a evitação ou isolamento podem ser abordados musical e emocionalmente, mediante a ate

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nção ao humor da criança e mediando uma expressão cuidadosamente medida de sentimentos a comunicação. Através da imitação musical ou realce, através do som e do silêncio, o ta pode apoiar, fortalecer e trazer para fora uma nova tonalidade de sentimento e pode provocar uma mudança na experiência subjetiva, transformando preocupações da cria, ou aqueles 'estados dominados de sensação' ou 'barreiras auto-sensuais' descritospor Tustin (1986, a 1994). Além disso, a improvisação musical pode introduzir uma qualidade vital, o que reflete o comportamento da criança através de correspondência de aspectos tonais ou rítmicos de expressão da criança, ou oferece um estado de espírito comlementar ou contrastante. Isso proporciona um contexto relacional, uma base para a interação musico-emocional. Descobrir segurança em padrões musicais previsíveis, bemmo experimentar a tensão de antecipação não resolvida no interjogo musical pode ajudar ma criança autista a lidar com a variedade e mudança nas rotinas e rituais da vida cotidiana com outras pessoas. Manter um equilíbrio entre o familiar e a novidade é um aspecto importante da flexibilidade e adaptabilidade de resposta, um aspecto da liberdade em auto-expressão e de interação social. Na musicoterapia, isso pode começara ser fomentado para conduzir o criança em direção a formas mais criativas e interativas de expressão.

Quando espontaneidade regride em padrões perseverantes de jogo, ou quando um compartilhamento animado 'colapsa' em preoccupação habitual, estereotipada, o contato musical dinâmico deve primeiro retornar a uma experiência subjetiva básico (ao invés de inersubjetiva), simplesmente percebendo o som, o silêncio, timbre, o humor musical realçando o senso corporal de si da criança no tempo 'vivido' ou 'experientadp', como Langer (1953) o descreve. Este é o fundamento básico de ser ou experimentar, para o

 qual o relacionamento musical com uma criança autista freqüentemente precisa retornar, e a partir do qual novos estados motivacionais pode surgir. O musicoterapeuta pode, em seguida, mais uma vez, continuar a oferecer vários componentes musico-emocionais (por exemplo, texturas harmônicas ou sonoridades). Este processo pode envolver a sustentação de notas dentro de frases melódicas (ou contornos), utilizando padrões temporais interpessoais sutis, e sendo receptivo clinica e musicalmente (como um mesmo processo) às necessidades da criança. O terapeuta procura trazer momentos de conexão, mesmo que fugazes ou fragmentários, e estende-os de forma criativa. É através dessa catexia da comunicação emocional básica na música que a sensação de 'eu', 'vsso' pode começar a evoluir e formar-se como uma entidade relacional (ver Alvarez, 1992, p.154)." (p. 179)

Perfil de Musicalidade Empática (Profile of Empathic Musicality - POEM)

Este perfil foi desenvolvido pela autora (Jacqueline Robarts) como um auxílio para a avaliação multidisciplinar de crianças com distúrbios complexos de comunicação, incl autismo e síndrome de Asperger. Atualmente está sendo modificado para uso com uma ampla gama de pessoas com problemas de saúde mental.

O termo "musicalidade empática" implica, em primeiro lugar, que elementos básicos da comunicação emocional (altura, ritmo, fraseado, formação interpessoal) são inatos e, panto, sua presença universal desde a primeira infância, e, em segundo lugar, uma ligação direta entre as formas dinâmicas de expressão musical e estados de motivação (Trevn, 1993a, b). O POEM incide sobre os componentes dinâmicos musical e o contexto de empatia. A forma e o contexto do apoio musical e intervenções musicais são definidos, tomando nota das idiossincrasias e adaptações que são necessárias para obter uma inter

social coesa e significativa em uma ocasião especial. O POEM identifica detalhes de timing interpessoal em relação aos estados de motivação da criança, e define o seu presso desde o envolvimento sensório-motor-afetivo até a comunicação significativa usandoa linguagem. As observações são feitas sobre: o uso do pulso, o ritmo compartilhado, mudanças de timbre e estrutura frase, por meio do qual a criança se torna engajada ou desengajada, quais iniciativas e inovações que a criança oferece, os contextos que conduzem a uma forte simbolização. O perfil apresenta uma "impressão digital" musico-empáica da criança ou do cliente, e uma representação gráfica das relações dinâmicas exprese o nível de desenvolvimento da comunicação ideal sustentada." (p. 181-182) 

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Pesquisa: encontrando métodos adequados

Debate Fenomenológico/Psicodinâmico

Duas posições filosóficas e teóricas de grande influenciam a prática atual da musicotera: a fenomenológica e a psicodinâmica. Por um lado, os fenomenólogos afirmam que a terapia está 'na música"e na "pessoa" ou "ser musical" do cliente eo terapeuta (Aigen,1995; Ansdell, 1995). Eles tendem a considerar as conceptualizações psicodinâmicas como impróprias, ou meramente secundárias, ao fenômeno criativo-estético e emocional-fisioico no cerne do processo musicoterapêutico. Há elementos de 'expressionismo absoluto" em musicoterapia visto a partir dessa perspectiva (Meyer, 1994). Por outro lado, há aqueles musicoterapeutas cuja compreensão do processo de musicoterapia é sustentado por uma série de teorias psicodinâmicas (Bruscia, no prelo; Dvorkin, 1994; Cura, 1994; Cura Hughes, 1995; Priestley, 1994; Rogers, 1994), ou humanistas e teorias "centradas no cliente" (Bunt, 1994), que influenciam diretamente sua prática clínica. Suas várias orientações parecem se relacionar mais próximas à posição de 'expressioeferencial" (Meyer, 1994). No entanto, existem muitas correspondências úteis entre a abordagem fenomenológica de musicoterapia e uma perspectiva psicodinâmica, que engloba as teorias da "psicologia do self','relações de objeto", e que integra estes com os resultados da nova pesquisa infância (Robarts, 1994; Robarts e Sloboda, 1994). A mudança de paradigma nas perspectivas psicanalíticas e de desenvolvimento que foi anunciado pelo livro de Daniel Stern, O Mundo interpessoal do Bebê (Stern, 1985), tem particular relevância para a musicoterapia e apoia a sua crescente reconhecimento dentro da educação especial moderna e serviços de atenção à saúde.