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Universidade Jean Piaget Engenharia de Refinação de Petróleos ANÁLISE DA QUALIDADE DA GASOLINA COMUM COMERCIALIZADA EM LUANDA EM FUNÇÃO DOS SEUS PARÂMETROS FÍSICO-QUÍMICOS

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Proposta de tema, para a Universidade Jean Piaget de ANgola

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Universidade Jean PiagetEngenharia de Refinação de Petróleos

ANÁLISE DA QUALIDADE DA GASOLINA COMUM COMERCIALIZADA EM LUANDA EM FUNÇÃO DOS SEUS PARÂMETROS FÍSICO-

QUÍMICOS

Pedro Alione Miguel JoséTutor: Prof. Dr. Pedro Guilherme

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1. INTRODUÇÃOO bom funcionamento dos motores dos nossos veículos depende em boa parte da qualidade dos nossos combustíveis, daí o extracto seguinte de uma das brochuras da Sonangol Distribuidora:

“O funcionamento dos motores é determinado pela qualidade dos combustíveis!!”1

A qualidade de uma gasolina afecta não somente o funcionamento dos motores dos nossos veículos como também à qualidade do meio ambiente. No âmbito da implementação do projeto gasolina sem chumbo, a Sonangol reconhecendo a profunda ligação entre a qualidade da gasolina e o meio ambiente conclui a sua brochura com a seguinte frase:

“O AMBIENTE AGRADECE. O SEU CARRO TAMBÉM”2

Portanto, uma continua análise das propriedades com que as gasolinas são comercializadas e consumidas pelos nossos veículos e por conseguinte pelo meio ambiente, é sempre fundamental e bem-vinda para o bem duradouro dos nossos automóveis e pela qualidade do meio ambiente.

A qualidade de uma gasolina é ditada pela forma como os parâmetros físicos-químicos desta lhe permitem responder às necessidades do consumidor. Assim, as especificações técnicas em termos de propriedades físicas e químicas são invocadas aqui.

1 Brochura “Gasolina é ... sem chumbo”, pag.82 Idem, pag.20

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2. PROBLEMA A INVESTIGAR

ARTIGO 23ª DO DECRETO Nº 37/00 DE 6 DE OUTUBRO DO CONSELHO DE MINISTROS

"As distribuidoras autorizadas deverão obedecer, no que respeita à qualidade dos produtos a distribuir e comercializar, às especificações técnicas constantes em normas dimanadas do Ministério dos Petróleos ou, quando estas não existam, às especificações técnicas internacionais apropriadas e em uso no exercício da atividades, tendo em conta critérios de eficiência técnica e económica e a defesa do ambiente."

A distribuição dos combustíveis em Angola continua monopolizada pela Sonangol Distribuidora, a exigência de observância de parâmetros técnicos recai sobre a Sonangol Distribuidora, a maioria dos postes de abastecimento são construídas pela Sonangol, mas cada vez mais vai aumentando o número de empresários e empresas a construírem os seus próprios postes de abastecimento e com isso, a necessidade de controlo de qualidade.

Table 1 - Propriedades da gasolina que é atualmente comercializada no país3

3 http://www.snl-distribuidora.com/documents/Brochura.pdf

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Há algumas questões que podem ser colocadas: é a gasolina comercializada em Angola fiável? Qual é o grau de qualidade dessas gasolinas? Respeitam elas os parâmetros físicos-químicos conforme estabelecidos? São elas adequadas à realidade do país? de que forma a nossa gasolina se enquadra nas especificações internacionais (E.U.A, EU e Brasil)?

Tais indagações giram em torno dos dois seguintes pontos:

1. Conformidade com os padrões estabelecidos pelo Ministério dos Petróleos - ao verificarmos se é conforme ou não, recai a nossa atenção para os seguintes pontos:1. Adulteração propositada (durante a produção)2. Impacto do transporte sobre o combustível (as condições dos camiões)3. Impacto no armazenamento (as condições dos tanques de

armazenamentos)2. Discussão a partir de uma comparação com os outros padrões (brasileiro,

americano, europeu) e com a nossa realidade;

3. DELIMITAÇÃO DO ESTUDOO estudo que pretendo realizar circunscreve-se à gasolina comercializada em Angola e mais especificamente à região de Luanda. Para tal escolheu-se postes de abastecimento na capital de Luanda. Visto ser conforme as leis da Metodologia

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de Investigação Científica, “quanto mais se restringe o tema melhor se trabalha e com mais segurança”.

Os postes de abastecimento selecionados para o estudo a se realizar são os seguintes: as bombas da Estalagem, Vila de Viana, São Paulo, Combatentes, Congolenses (Pumangol), do 1º Maio, da Mutamba e o Mirantes de Talona.

Realce-se igualmente que o estudo focaliza-se na gasolina comercializada e não a produzida. Admitindo que perante o armazenamento e transporte até ao posto de abastecimento, o produto (gasolina) pode sofrer alterações, é também importantes avaliar até que ponto de trás alterações afectam a qualidade da gasolina que se compra.

4. ANTECEDENTES DO TEMAEm artigos científicos e monografias a problemática da qualidade da gasolina é levantada. Muito embora a essência e propósito desses estudos defiram na sua essência.

Publicações Brasileiras, Americanas e Europeias centralizam atenções nos aspectos relacionados com a adulteração dos parâmetros exigíveis para as gasolinas comercializadas.

A nível da Unipiaget não consta dos anais do Curso de Refinação a existência de Monografia elaboradas abordando o tema, daí que a presente proposta de tema para a elaboração da monografia de fim de curso para a obtenção do grau de Licenciatura em Engª de Refinação.

5. JUSTIFICAÇÃO DO ESTUDOA qualidade do meio ambiente e o bom funcionamento dos motores dos nossos veículos justificam claramente este estudo, à medida que compreendemos o quão influente é a qualidade da gasolina sobre a duração dos nossos automóveis.

1. A qualidade de uma gasolina influi diretamente sobre algumas variáveis fundamentais:

2. O arranque a frio dos motores;3. O rápido aquecimento; 4. Uma boa resposta às necessidades de aceleração;5. Resistência à detonação;6. Agressão aos componentes do motor (corrosão);7. Oxidação;8. Fácil evaporação;9. Emissões de Hidrocarbonetos que danifiquem o sistema de admissão;10. Formação de depósitos no sistema de alimentação;11. Emissões de compostos sulfurosos ao meio ambiente;12. Emissões de outros poluentes perigosos como benzeno, chumbo, e etc..

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Daí que se pretende experimentalmente demostrar que parâmetros (especificações) a gasolina comercializada nos postos de abastecimento selecionados se alteram ou se preservaram.

6. TIPO DE INVESTIGAÇÃOA presente será eminentemente experimental e realizada no laboratório da Unipiaget e visa aferir sobre a adulteração ou não dos parâmetros de gasolina no momento de comercialização.

7. INSTRUMENTOSSerão utilizados instrumentos e materiais laboratoriais para as análises, citamos aqui: provetas, balões de destilação, pipetas, copos de precipitação, condensadores, mantas eléctricas, balanças analíticas, densímetros, tiras de pH, que são materiais extremamente populares nos laboratórios. E alguns reagentes usados: cloreto de sódio, indicadores, água destilada.

8. MÉTODOS E TÉCNICASOs métodos e técnicas usadas estão todas pautadas nas normas ASTM e ABNT:

Densidade da gasolina (massa volúmica): ASTM D1298/4052 e NBR 7148 Aspecto: NBR 7148 Destilação ASTM: ASTM D86 e NBR 9619 Teor em álcool: NBR 13992 Corrosão à lamina de cobre: ASTM D 130 Determinação do teor em Gomas

9. PROCEDIMENTOS

1. Aspecto (Cor, Cheiro e verificação de partículas em suspensão)Colocar 100 mL em uma proveta e fazer as observações da cor, do cheiro e da existência de partículas suspensas nela.

“A cor deve ser rosa, e com cheiro comercial, sem partículas suspensas”

2. Densidade a 15ºC (e à temperatura ambiente)Para tal utiliza-se dois métodos:

Densímetro (norma ASTM D 1298/4052): Colocar 1000 mL da amostra em uma proveta, e imergir sobre ele o densímetro

Manual: Colocar um volume bem definido sobre uma proveta cuja massa é conhecida, e pesar o conjunto em uma balança. E obter a densidade em g/mL por procedimento de cálculos: d=m/v

A temperatura deve estar bem definida pelo termómetro.

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“A densidade da gasolina deve estar na faixa dos 0,710 Kg/L e 0,780 Kg/L a 15ºC”

3. Teor em álcool e água (NBR 13992)Prepara-se uma solução de cloreto de sódio a 10% ou mesmo saturada;

Coloca-se 50 mL de gasolina em uma proveta graduada de 100 mL e adiciona-lhe a solução aquosa até perfazer os 100 mL e coloca-se a tampa, inverte-se a proveta por dez vezes. E de seguida deixa-se repousar até a perfeita separação das duas fases mede-se o volume.

Caso se verifique um aumento da quantidade do volume da solução aquosa, então, se saberá a quantidade de álcool. Procede-se com os cálculos.

“O teor em álcool deve ser inferior a 20%”

4. Destilação (ASTM D86)Alguns cuidados: manter o laboratório aberto, sem nenhuma fonte de ignição, ao colocar a gasolina não deixá-la escorrer pelas laterais do balão, colocar algumas pedras de ebulição, não deixar nada sob tensão.

Coloca-se 100 mL de gasolina em um balão de destilação de 125 mL unido a um condensador e este “alongado” até ao copo de recolha do destilado e utilizar uma manta eléctrica e ter por controlada a temperatura.

Anotar a temperatura na queda da primeira gota, e a cada 5 mL até o volume de 90mL destilado, a partir de então, registar a temperatura a cada 1 mL (até que as observações entre a temperatura e o volume destilado começarem a coincidir) anota-se então o volume final do destilado.

“Os valores da destilação, devem ser 10%vol. 50%vol. 90%vol. nas seguintes respectivas temperaturas, 70ºC, 125ºC, 180ºC e por ultimo, um PF de 204ºC”

5. Teor do Resíduo (ASTM D86)Após a verificação do PF, interrompe-se o aquecimento, deixa-se o resíduo arrefecer até a temperatura ambiente, e então, mede-se o volume do resíduo.

“O teor em resíduo não deve ser maior de 2%”

6. Determinação da acidez do resíduo (ASTM D130)Coloca-se na proveta graduada contendo o resíduo, água destilada em volume igual ou superior ao do resíduo, tampar a proveta, agitar vigorosamente o conteúdo,

Deixar repousar até a separação das duas fases, Transferir a parte aquosa para um tubo de ensaio Acrescentar um indicador para comprovar a acidez do resíduo

“A gasolina deve ter um pH a girar em torno de 7-8 na escala do pH”.

7. Corrosão da Lâmina de CobreAlguns cuidados: manter o laboratório aberto, sem nenhuma fonte de ignição, ao colocar a gasolina não deixá-la escorrer pelas laterais do balão, não deixar nada sob tensão

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Colocar uma lâmina de cobre durante 3 h, em um copo de precipitação contendo gasolina a 50ºC.

Verificar o grau de corrosão da lâmina de cobre. A partir da tabela: 1b, 2b, 3b, 4b...

“O grau de corrosão deve ser no máximo de 1b”

10.OBJECTO DE ESTUDOO objecto de estudo desta investigação será a gasolina super, por ser a mais consumida e comercializada nos postes de abastecimento da capital, com o sem o selo da Sonangol Distribuidora.

11.OBJECTIVO DO ESTUDO. TAREFAS.Os objectivos a se alcançar com esse trabalho é: determinar as propriedades com que as gasolinas são comercializadas em Luanda. Uma vez determinada as propriedades, verificar a sua conformidade com as especificações técnicas estabelecidas pelo Ministério dos Petróleo e sua concessionária Sonangol;

Se for o caso de desconformidade, procurar determinar as causas ou os factores que influíram na alteração das especificações. Discutir estas especificações com a nossa realidade, e procurar enquadrar a nossa gasolina ante as especificações americanas (ASTM), Europeia (EN) e brasileiras (ABNT)

12.IDÉIA A DEFENDERCarecemos muitas vezes de uma informação precisa e de uma fonte não-oficial sobre a gasolina que consumimos e os seus efeitos sobre o meio em que vivemos, sobre os nossos geradores, veículos e outros equipamentos em que usamos. E abrirmos os nossos olhos para a realidade de outros país desenvolvidos, como o empregam, com quais propriedades comercializam as suas gasolinas e responder a pergunta: qual é o nível de qualidade das nossas gasolinas nesse sistema? Defendo fortemente a hipótese de que “podemos” estar a comercializar um combustível de alta qualidade ou um combustível de média ou pobre qualidade, tudo depende das conclusões após analise.

13.CAMPO DE ACÇÃOO campo de ação desta investigação vai desde os postes de abastecimento aos laboratórios. Incluindo recolhas já feitas no Ministério dos Petróleos, na Sonangol Distribuidora, MsTelcom.

A primeira fase será em volta de recolha de amostras, e daí o campo se restringirá ao laboratório, nos ensaios e experimentos. E por ultimo, escritório (composição e acabamentos)

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14.IMPORTÂNCIA TEÓRICA E PRATICA DA INVESTIGAÇÃOA importância teórica desta investigação virá da riqueza de informação que este tema disporá aos estudantes e à sociedade sobre a nossa gasolina, creio que teoricamente, por meio deste tema, poderemos ter uma ideia do lugar em que se enquadra a nossa gasolina. Podendo ainda, este trabalho constituir base para outras investigações em torno da “gasolina de Angola”.

A importância pratica desta investigação poderá ser mais realçada aquando das conclusões após-experimentos. Mas desde já, essa investigação fornecer-nos-á dados importantes sobre a qualidade da gasolina nos mais diversos postes. Poderá gerar um alerta às autoridades sobre como estão a chegar a gasolina na mão dos consumidores e de forma o atual sistema de transporte e armazenamento têm influído na qualidade da gasolina.

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BIBLIOGRAFIA

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Sonangol, Distribuidora. “Gasolina é...Sem Chumbo”. 23-02-2011. <http://www.snl-distribuidora.com/documents/Brochura.pdf>

Dos Santos, António A. Avaliação das Caracteristicas Físicas da Gasolina “C” Comum Comercializada na Cidade de São Luís-MA, 16-03-2011, <www.pppg.ufma.br/cadernosdepesquisa/uploads/files/Artigo%202(18).pdf>

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LABCOM, Laboratório de Combustíveis. Ensaios. 22-04-2011, < http://www.iq.ufrgs.br/cecom/labcom/ensaios.htm>

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Departamento de Ciências Naturais, ECSB/UNIRIO. Prática 1 – Destilação Simples, Destilação da Gasolina (Hidrocarbonetos). 22-04-2011. < http://www.unirio.br/laqam/organica_noturno/pratica_1.pdf>

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ASTM D86-10a Standard Test Method for Distillation of Petroleum Products at Atmospheric Pressure

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