Upload
buikhanh
View
218
Download
0
Embed Size (px)
Citation preview
Antibioticoterapia das meningites bacterianas
���� Importância do tema
� Estimativa do número de casos no Brasil
� A diminuição do Haemophylus influenzae com a vacinação
� Os casos de doença meningocócica
� Alterações em função das vacinações no futuro.
Meningite por H. influenzae Casos no Brasil de 1980-2003
Antibioticoterapia das meningites bacterianas (MB)
� O diagnóstico clínico das meningites bacterianas.
� Os diagnósticos sindrômico e anatômico: a rapidez é crucial
� Síndrome febril e manifestações gerais� Síndrome febril e manifestações gerais
� Síndrome de irritação meníngea
� Síndrome de hipertensão craniana
� Manifestações encefálicas
� Manifestações clínicas associadas às MB. Porta de entrada
� Diagnóstico epidemiológico: epidemias, contactos, vacinas…
Quadro clínico das meningites (Twaites, 2008)
Meningococcemia: petéquias conjuntivais e rash purpúrico
Meningococcemia: rash característico
Endocardite bacteriana: nódulo de Osler (D) splinter (E)
Endocardite bacteriana Manchas de Janaway. Manchas de Roth
�Diagnóstico etiológico em função de dados clínicos
� Meningites agudas: até 7 dias
���� Bacterianas em geral
���� Virais
� Meningites crônicas ou arrastadas: mais de 7 dias� Meningites crônicas ou arrastadas: mais de 7 dias
���� Tuberculose
���� Fungos
���� Sífilis
���� Outras
�Diagnóstico etiológico em função de dados clínicos
Etiologias esperadas de acordo com a faixa etária
Até 1 mês S. agalactiae, L. monocytogenes, E. coli, outras
enterobactérias
De 1 a 3 meses Gram negativos, S. pneumoniae, H. influenzae, N.
meningitidis
De 3 meses a 5 anos S. pneumoniae, N. meningitidis, H. influenzae
De 5 a 60 anos S. pneumoniae e N. meningitidis
Maiores de 60 anos S. pneumoniae, N. meningitidis, gram negativos L.
monocytogenes
� Diagnóstico etiológico em função de dados clínicos
Condições pré-existentes que interferem na etiologia habitual
Imunodeprimidos, aids, otite média
crônica, alcoolismo, diabetes, Ss grave
Gram negativos entéricos
Fratura de crânio fechada. Fístula liquórica S. pneumoniae e H. influenzae
Fratura de crânio aberta. Neurocirurgia S. aureus e Gram negativos entéricosFratura de crânio aberta. Neurocirurgia S. aureus e Gram negativos entéricos
Shunt ventrículo-peritoneal S. aureus, S. epidermidis e gram
negativos entéricos
Após punção lombar S. aureus e P. aeruginosa
Anemia falciforme. Esplenectomia S. pneumoniae
Idosos Gram negativos e L. monocytogenes
� Diagnóstico laboratorial das MB: o CT e a punção lombar.
Indicações do CT antes da punção lombar (IDSA 2004)
Imunodeprimidos Aids, tratamento imunossupressor, transplantes
História de doença
neurológica
Efeito de massa, infecção focal, AVC
Convulsões de início Principalmente convulsões prolongadas, dentro Convulsões de início
recente, pp adultos
Principalmente convulsões prolongadas, dentro
da última semana, localizadas;
Papiledema Pp se houver pulsações venosas, sugerindo HC
Nível de consciência
anormal
Quanto mais intensa maior o risco
Déficits neurológicos
focais
Incluindo pupila não reativa, anormalidades do
movimento ocular, monoplegias,...
Contraindicações para a punção lombar
� Pacientes sem estabilização hemodinâmica ou respiratória. Choque
� Discrasias sanguíneas: plaquetas < 50000; CID; uso de anticoagulantes
� Presença de sinais focais,incluindo: pupilas dilatadas ou não reativas, anormalidades
nos movimentos oculares ou no campo visual, monoplegias , hemiplegias
� Historia de doença neurológica: AVC, tumor, abscesso, TCE....
� Crises convulsivas de início recente (1 semana)
� Nivel de consciência moderada ou gravemente acometido
� Glasgow escore < 8
� Imunossupressão: aids, transplantes, imunossupressores
� Infecção no local da punção
� Alterações no CT: massas ou abscessos, hidrocefalia, edema cerebral difuso,
herniação, desvios da linha média...
� Diagnóstico laboratorial das MB. A síndrome liquórica
���� A síndrome liquórica:
���� bioquímica: proteínas e glicose; lactato;
���� citologia global e específica
���� Gram: S: 50 a 90 % e E: 99 %���� Gram: S: 50 a 90 % e E: 99 %
���� Métodos rápidos: látex e CIE. S e E semelhantes ao gram
���� PCR: S e E > 90 %. Custo. RTPCR. Multiplex
���� Cultura do liquor: S: 70 a 85 %. Antibiograma
���� Hemoculturas: S: 10 a 20 %
� Outros: proteina C reativa; procalcitonina
Presença de diplococos gram negativos no liquor
Cultura de N. meningitidis (E).Diplococos gram negativos em
esfregaço de lesão cutânea (D)
Gram do liquor com diplococos gram positivos e PCR positivo
para Streptococcus pneumoniae
Reação de aglutinação positiva à E e negativa no centro e à
direita
Algoritmo para o manejo de pacientes com MB (IDSA, 2004)
Antibioticoterapia das MB: princípios gerais
���� Defesa deficiente no espaço sub-aracnóideo
����Complemento diminuído
���� Anticorpos bactericidas diminuídos���� Anticorpos bactericidas diminuídos
���� Opsonização deficiente
���� Fagocitose deficiente pp para bactérias capsuladas
���� Elevadas quantidades de bactérias no liquor
���� Necessidade imperiosa de ação bactericida no liquor
Antibioticoterapia das MB: princípios gerais
���� Penetração dos antimicrobianos no liquor
���� A barreira HE nas MB está alterada pela inflamação.
���� Difusão passiva ou transporte ativo das drogas
���� O elevado peso molecular ou estrutura complexa dificultam
���� A elevada ionização diminui a entrada e facilita a saída
���� Lipossolubilidade elevada facilita a penetração
Percentual de penetração de alguns antibióticos no LCR em pacientes
com meningite (adaptado de Chowdhury & Tunkel, 2000)
Antimicrobianos % Antimicrobianos %
Penicilina G 7,8 Gentamicina < 1
Ampicilina 35 Amicacina < 0,5
Cefotaxima 27 Ciprofloxacino 6 a 37
Ceftriaxona 16 Ofloxacino 50 a 73Ceftriaxona 16 Ofloxacino 50 a 73
Ceftazidima 20 a 40 Pefloxacino 52 a 58
Cefepima 10 Vancomicina < 5 (Saez-Llorens)
Aztreonam 5 Cloranfenicol 30 a 66
Imipenem 8,5 Rifampicina 25
Meropenem 21 Trimetoprim 24 a 35
Antibioticoterapia das MB: princípios gerais
���� Atividade das drogas no liquor purulento
Acúmulo de lactato com baixa do ph
Concentração de proteínas
Taxa de crescimento das bactérias
Antagonismo e sinergismo entre as drogas
Antibioticoterapia das MB: princípios gerais
���� A forma de administração das drogas EV
���� Rápida ação bactericida. Terapêutica o mais precoce possível
Sim � 319 pacientes � 3 óbitos (0,9 %)
Uso de antibióticos
antes da internação
Não � 588 pacientes � 48 óbitos (8,2 %)
(Barquet, N et al, JAMA, 1997)
Antibioticoterapia das MB: tratamento empírico, em função da faixa
etária, sem fatores modificadores
Faixa etária Antimicrobianos
0 a 3 meses (Cefotaxima ou ceftriaxona) + ampicilina
> 3 meses a 5 anos (Cefotaxima ou ceftriaxona) + vancomicina
> 5 anos a 50 anos (Cefotaxima ou ceftriaxona) + vancomicina
> 50 anos (Cefotaxima ou ceftriaxona) + ampicilina + vancomicina
Antibioticoterapia das MB: tratamento, em função da etiologia
presumida pelo gram do LCR (IDSA 2004)
S pneumoniae
(Diplococos gram +)
Vancomicina + (Cefotaxima
ou ceftriaxona)
Meropenem ou moxifloxacino
N. meningitidis
(Cocos gram -)
Cefotaxima ou ceftriaxona Penicilina G; ampicilina;
cloranfenicol
L. monocytogenes
(Bastonetes gram +)
Ampicilina ou penicilina G Meropenem; SMZ+TMP
S. agalactiae
(Cocos em cadeia gram +)
Ampicilina ou penicilina G Cefotaxima ou ceftriaxona
H. influenzae
(coco-bacilos gram -)
Cefotaxima ou ceftriaxona Cloranfenicol; meropenem
moxifloxacino; cefepima
E. coli
(bastonetes gram -)
Cefotaxima ou ceftriaxona Meropenem; moxifloxacino;
Cefepima
Antibioticoterapia com as bactérias conhecidas e sua sensibilidade
conhecida (adaptado de IDSA, 2004; Lewin, 2008; Ziai, 2008...)
S. pneumoniae
MIC: < 0,1 µg / ml
Penicilina G ou ampicilina Ceftriaxona; cefotaxima;
cloranfenicol; meropenem;
moxifloxacino
S. pneumoniae Ceftriaxona; cefotaxima Cefepima; meropenem;
MIC da pen G: ≥ 0,1 µg / ml
MIC da Ceft ≤ 0,5 µg / ml
moxifloxacino;
S. pneumoniae
MIC da pen: ≥ 1 µg / ml
MIC da Ceft > 0,5 µg / ml
(Ceftriaxona ou cefotaxima) +
vancomicina ± rifampicina
Vancomicina
+
rifampicina
Antibioticoterapia com as bactérias e o teste de sensibilidade conhecidos
(IDSA, 2004; Lewin, 2008; Ziai, 2008...)
H. influenzae
beta lactamase negativo
Ampicilina ou
ceftriaxona ou
cefotaxima
Cefepima ou
Cloranfenicol ou
moxifloxacino
H. influenzae
Beta lactamase positivo
Ceftriaxona ou
cefotaxima
Cefepima ou
cloranfenicol ouBeta lactamase positivo cefotaxima cloranfenicol ou
moxifloxacino
N. meningitidis
MIC: < 0,1 µg / ml
Penicilina G ou
ampicilina
Ceftriaxona ou
cefotaxima ou
cloranfenicol
N. meningitidis
MIC: 0,1 - 1 µg / ml
Ceftriaxona ou
cefotaxima
Meropenem ou
cloranfenicol ou
moxifloxacino
Antibioticoterapia com as bactérias e o teste de sensibilidade conhecidos
(IDSA, 2004; Lewin, 2008; Ziai, 2008...)
L. monocytogenes Ampicilina ou penicilina G
± gentamicina
Meropeném ou
SMZ+TMP
S. agalactiae Ampicilina ou
penicilina G
Ceftriaxona ou
cefotaxima
E. coli e outras Ceftriaxona ou Meropenem ou E. coli e outras
enterobactérias
Ceftriaxona ou
cefotaxima
Meropenem ou
moxifloxacino ou
SMZ+TMP
S. epidermidis
Resistente à oxacilina
Vancomicina ± rifampicina Linezolida
P. aeruginosa Cefepima ou
ceftazidima ± gentamicina
Aztreonam ou
ciprofloxacino ou
meropenem ± gentamicina
Antibioticoterapia das MB: tratamento com as bactérias
conhecidas e seu teste de sensibilidade realizado (IDSA, 2004)
S. aureus
MSSA
Oxacilina Vancomicina;
Meropeném
S. aureus
MRSA
Vancomicina Linezolida;
SMZ+TMPMRSA SMZ+TMP
Enterococcus spp
Ampicilina sensível
Ampicilina +
gentamicina
Vancomicina +
gentamicina
Enterococcus spp
Ampicilina resistente
Vancomicina +
gentamicina
Linezolida
Enterococcus spp
Ampi e vanco resistente Linezolida
---
Antibioticoterapia das MB: critério de cura e tempo de
tratamento
Etiologias Tempo
dias
Etiologias Tempo
dias
Neisseria meningitidis 5 a 10 Listeria monocytogenes 14 a 21
Haemophylus influenzae 7 a 10 Pseudomonas aeruginosa 21 a 28
Streptococcus pneumoniae 10 a 14 Streptococcus agalactiae 14 a 21
Enterobactérias 14 a 21 Staphylococcus aureus 14 a 28
� Uso dos corticóides nas meningites bacterianas
Base teórica do seu uso
Indicações bem estabelecidas: H. influenzae e S. pneumoniae (adultos)
Iniciar junto ou antes da antibioticoterapia
Melhores resultados em pacientes previamente hígidos e precocemente Melhores resultados em pacientes previamente hígidos e precocemente
Esquemas:
� 10 mg EV a cada 6 horas de dexametasona, durante 4 dias ou
� 0,15 mg por Kg por dia, fracionada de 6 em 6 horas durante 4 dias ou
� 0,4 mg por kg a cada 12 horas, durante 2 dias
� Tratamento das complicações na fase aguda
Hipertensão craniana
Manter a perfusão cerebral
Hipoglicemia
Insuficiência renal
Crises convulsivas
Choque
Discrasias sanguíneas. Hemorragia digestiva
SIADH
Outras
� Quimioprofilaxia para os contatos de risco
H.
influenzae
� Rifampicina: 10 a 20 mg /Kg, dia, por 4 d, máximo de 600 mg/d �
Os contactos entre 1 e 4 anos não vacinados, devem vacinar-se contra
o H. influenzae, 1 dose; os menores de 1 ano devem fazer o esquema
de 3 doses
� Rifampicina, 600 mg VO, 2 X ao dia, por 2 d; crianças 10 mg/kg a
N. meningitidis
� Rifampicina, 600 mg VO, 2 X ao dia, por 2 d; crianças 10 mg/kg a
cada 12 h, VO, por 2 d � Ceftriaxona, 250 mg IM, dose única; em
crianças abaixo de 12 anos, 125 mg IM dose única � Ciprofloxacino,
500 mg, VO, dose única e maiores de 12 anos � Azitromicina
� Vacinar contra o meningococo C, vacina conjugada
S.
agalactiae
� Ampicilina ou penicilina intraparto nas gestantes de maior risco e
nas colonizadas pelos estreptococos do grupo B
Tipo de internação nas meningites bacterianas
Precauções respiratórias de gotículas
Meningite na qual não se afastou o meningococo Meningite na qual não se afastou o meningococo
Meningite meningocócica
Meningite por H. influenzae
Guideline
IDSA
20042004