Anticlinal Estremoz Geologia - Luis Lopes - Revista Monunmentos

Embed Size (px)

Citation preview

O tringulo do mrmore: estudo geolgico Lus LopesUniversidade de vora Departamento de Geocincias e Centro de Geofsica de vora Rua Romo Ramalho, 59 7002 554 vora Telefone: 266745301 Correio electrnico: [email protected]

ResumoNo nordeste alentejano, entre Sousel e Alandroal, no designado tringulo do mrmore (Estremoz Borba Vila Viosa) ocorre a maior e principal jazida de rochas ornamentais do pas. Efectivamente, os mrmores de Estremoz constituem, h vrias dcadas, o principal promotor da actividade econmica da regio. A localizao e os diferentes tipos de mrmore que afloram nesta estrutura geolgica podem ser explicados atravs de critrios geolgicos que os enquadram num esquema global de evoluo geodinmica da Terra nos ltimos seiscentos milhes de anos.

Palavras-chave:

Mrmore, anticlinal, extraco e transformao de rochas ornamentais, geologia, tectnica, deformao, metamorfismo, zona de Ossa-Morena, Alentejo.

Keywords:

Marble, anticline, dimension stone exploitation and transformation, geology, tectonics, deformation, metamorphism, Ossa-Morena Zone, Alentejo.

IntroduoA Histria de uma regio comea muito antes da sua ocupao pelo Homem. No caso do nordeste alentejano estas palavras adquirem ainda um significado mais profundo pois as suas rochas situamse entre as mais antigas do Pas. no substrato rochoso que o Homem encontra os recursos para a sua subsistncia. Desde logo a existncia de gua indispensvel vida, locais altaneiros de onde se poderia defender apercebendo-se da aproximao de inimigos, a existncia de caa e/ou alimentos silvestres e mais tarde terrenos arveis, foram os principais condicionantes da ocupao do espao rural. Desde modo podemos entender a localizao e a existncia dos povoados que encontramos na regio. Contudo, neste texto, iremos expor um passado ainda mais antigo do que qualquer Histria do Homem. Este passado, do qual podemos encontrar indcios na regio, remonta aos primrdios das primeiras formas de vida que adquiriram um suporte esqueltico, com as quais partilhamos um passado comum. Revisitando sequencialmente a Histria Geolgica da regio, tambm ampliamos a nossa perspectiva do Mundo. Os eventos preservados nas rochas s fazem sentido quando enquadrados num esquema global, isto quer dizer que no podemos fazer uma interpretao geolgica de determinada ocorrncia de rochas de forma isolada, ou seja, a

informao recolhida num ponto corresponde a uma sequncia lgica de eventos que se dever enquadrar num contexto regional. A Geologia trabalha com escalas de espao e tempo que, frequentemente, escapam percepo humana da realidade. Os eventos geolgicos ora so instantneos e catastrficos com perodos cclicos demasiado longos para constiturem uma memria viva do Homem (esto neste caso a queda de grandes meteoritos, os sismos e as erupes vulcnicas mais destruidoras), ora demasiado lentos para que nos apercebamos que existem (por exemplo o movimento dos continentes e a formao das rochas). Assim, os gelogos falam em centenas de milhares ou mesmo milhes de anos, e precisamos destas escalas para justificar os acontecimentos geolgicos que as rochas nos transmitem. Por outro lado, tambm so desta ordem de grandeza os valores que os mais recentes e precisos mtodos analticos de datao nos fornecem, o que lhes confere credibilidade e suporte cientfico. Assim o recurso geolgico mrmore chega at ns depois de transformaes profundas da matria que o constitu e que a Geologia pode explicar. Inicialmente os materiais carbonatados que iro dar origem ao mrmore, formaram-se em mares tpidos pouco profundos, foram depois envolvidos em choques continentais fazendo parte de antigas montanhas onde adquiriram os variados aspectos que hoje apresentam. Pela destruio destas montanhas, finalmente, ficou exposto superfcie e acessvel utilizao pelo Homem. No panorama geomineiro portugus, o anticlinal de Estremoz representa a nica estrutura geolgica em explorao ininterrupta e, praticamente, sempre crescente nos ltimos 60 anos. A superior qualidade dos mrmores fez com que, pelo menos, desde o Perodo Romano, tivessem sido explorados. No raras vezes os monumentos romanos, no s de Portugal mas tambm de Espanha, foram executados em mrmores provenientes de Estremoz (Cabral et al., 2001).

Definio de mrmoreA etimologia da palavra mrmore provm do grego marmairein ou do latim marmor e significa pedra de qualidade ou pedra branca; para os gelogos o mrmore exclusivamente uma rocha metamrfica cristalina e carbonatada, composta por cristais de calcite (mrmore calctico) ou dolomite (mrmore dolomtico), resultante da recristalizao de rochas calcrias ou dolomticas, na maior parte de natureza sedimentar, previamente existentes. Um conceito comercial mais comum refere que o mrmore toda a rocha cristalina sedimentar ou metamrfica, carbonatada ou no, que apresentando um aspecto semelhante ao do mrmore (stricto sensu), possa ser extrada em blocos, evidencie boas caractersticas para o corte e seja susceptvel de adquirir bom polimento. No caso dos mrmores alentejanos, apenas se exploram os de natureza calctica, embora os mrmores dolomticos sejam mais abundantes, encontram-se muito fracturados, pelo que deles no possvel obter blocos com dimenso comercivel (dimenses mdias prximas de: 2m x 1,5m x 1,2m). Para alm das exploraes de mrmore no anticlinal de Estremoz existem ainda outros locais que no passado foram intensivamente explorados, a saber por ordem crescente de importncia: Brinches; Escoural; Serpa; Viana do Alentejo; Trigaches e Vila Verde de Ficalho (Gonalves & Lopes, 1992). Nestes locais exploravam-se rochas nicas pelas cores e texturas que apresentavam, no entanto, apenas os dois ltimos mantm pedreiras activas.

Das imagens de marca que Portugal disponibiliza ao Mundo, os Mrmores de Estremoz esto, sem dvida, entre as mais conhecidas. A excelncia evidenciada pelas variedades cromticas mas tambm, e cada vez mais, pelas suas propriedades fsico-mecnicas, determinadas por exigncias cada vez mais especficas dos mercados internacionais, colocam os Mrmores de Estremoz entre os melhores do Mundo, sejam quais forem os parmetros comparativos que se utilizem.

Geologia e estratigrafia do anticlinal de EstremozA individualizao do anticlinal de Estremoz como unidade geolgica distinta j constava da edio de 1899 da Carta Geolgica de Portugal escala 1:500.000 (Delgado & Choffat, 1899), no entanto no apresentava qualquer separao litolgica interna. A primeira referncia bibliogrfica do anticlinal de Estremoz que faz uma descrio geolgica desta estrutura e estabelece equivalncias entre os xistos aflorantes no ncleo anticlinal ("Xistos de Mares") com as formaes similares de Portalegre, Tomar e Abrantes, mas que no separou as formaes carbonatadas e dolomticas de Estremoz destes "Xistos de Mares" deve-se a Nery Delgado (1905, in Gonalves & Coelho, 1974). Na carta geolgica de Portugal na escala 1:1.000.000 de 1952, estas unidades j vm separadas. Foi Carrington da Costa (1931, in Gonalves & Coelho, 1974) primeiro, e Teixeira (1953 e 1966, in Gonalves & Coelho, 1974) depois, que os separaram tendo-lhes atribudo idade cmbrica. Na geologia peninsular o anticlinal de Estremoz insere-se no Sector de Estremoz Barrancos que por sua vez faz parte da Zona de Ossa Morena (Fig. 1). Esta zona pode ser entendida como um antigo fragmento continental que contacta com outros dois. A norte contacta com a Zona Centro Ibrica e a sul com a Zona Sul Portuguesa. As trs zonas apresentam caractersticas litolgicas, estratigrficas e graus metamrficos distintos entre si permitindo distingui-las quase sem margens para dvidas. Das trs, na Zona de Ossa Morena que encontramos os terrenos mais antigos e com graus metamrficos mais elevados, ou seja, aqueles que chegaram a constituir o ncleo de uma cadeia de montanhas.

Fig. 1 Domnios geolgicos do sudoeste peninsular com realce para a Zona de Ossa Morena, onde se destaca a continuidade geolgica das rochas aflorantes em Portugal e em Espanha (Adaptado de: Apalategui et al., 1990): A Cobertura sedimentar ps-paleozica. B Zona Centro-Ibrica. C Batlito de Alpalho

Nisa Pedroches. D Zona de Ossa Morena: a cinturas metamrficas. 1 Domnio de Beja Aracena; 2 Domnio de Estremoz Barrancos Hinojales, AE anticlinal de Estremoz; 3 Domnio de Elvas Cumbres Mayores; 4 Domnios de Arroyo Molinos; 5 Domnio de Zafra Monesterio; 6 Domnio da Serra Albarrana; 7 Cintura gnea de Villaviciosa La Coronada; 8 Domnio da Valncia de Ias Torres Cerro Muriano (= Zona de Cisalhamento Tomar Badajoz Crdova); 9 Domnio de Obejo Valsequillo Puebla de Ia Reina. E Unidade de Pulo do Lobo (inclui o fiolito de Beja Acebuches). I, II Plutes granticos; III Antiforma de Peraleda; F. Zona Sul Portuguesa: a Faixa Piritosa Ibrica.

O anticlinal de Estremoz corresponde a uma estrutura grosseiramente simtrica em antiforma anticlinal. Apresenta uma forma elptica (45 x 8 Km) que se prolonga, segundo o eixo maior, desde a povoao do Cano a noroeste, at Alandroal, a sudeste (Fig. 2).

(Nota se possvel a figura 2 deveria ser impressa em grande formato (A3?) para realar melhor a correspondncia entre a geologia (estrutura geolgica) e o espao fsico.)

Figura 2 Perspectiva tridimensional da regio compreendida entre Sousel e Alandroal, vista de SW para NE, obtida pela sobreposio do mapa geolgico do anticlinal de Estremoz (I.G.M., 1997) com a imagem digital do terreno gerada pelo programa GoogleEarth (http://earth.google.com/download-earth.html em 25 de Maio de 2007), sobrelevada 3x. Note-se o controlo topogrfico condicionado pelas litologias. A zona central correspondente ao Precmbrico bem como os afloramentos correspondentes ao CVSCE ocupam as zonas mais baixas enquanto a Formao Dolomtica corresponde a um planalto central no anticlinal de Estremoz. Nas regies adjacentes os relevos de resistncia correspondem a nveis de rochas siliciosas de precipitao qumica e negras (liditos) de idade silrica, muitas vezes fossilferos. Os nveis do CVSCE explorados para fins ornamentais encontram-se representados a azul claro (variedades de mrmores cor-de-rosa, branco e cremes mais ou menos venados) e a azul escuro (variedades Ruivina). Na figura aparecem ainda em destaque dezenas de falhas perpendiculares estrutura, na sua maior parte estas falhas encontram-se preenchidas por files de rochas gneas (doleritos).

O ncleo mais antigo do Proterozico superior (Formao de Mares, segundo Gonalves, 1972) ter idades provavelmente compreendidas entre os 700 a 540 milhes de anos (ftp://ftp.iugs.org/pub/iugs/iugs_intstratchart.pdf, consultada em 2007/05/25), e constituda por xistos negros, metagrauvaques e metachertes negros. Estas rochas que afloram em dois ncleos, de modo geral encontram-se muito alteradas e definem duas depresses topogrficas, a norte de Estremoz e entre Borba e Vila Viosa (Fig. 2). Por correlao litoestratigrfica com outras sequncias mais bem conhecidas e datadas da Zona de Ossa Morena, sabemos que estas rochas fizeram parte de antigas montanhas originadas durante a Orogenia Cadomiana (ou Pan-Africana). Efectivamente, admite-se a existncia de um ciclo orognico cadomiano, anterior ao ciclo varisco que se infere pela estruturao interna de clastos (presena de dobras) constituintes do conglomerado de base do Cmbrico inferior do nordeste alentejano (Gonalves, 1970; Pereira, 1999). Este conglomerado assenta em discordncia sobre as rochas proterozicas (Fig. 3). Segundo Pereira (1999), no nordeste alentejano, o conjunto litolgico de que faz parte este conglomerado essencialmente de natureza vulcnica, e o mesmo acontece no anticlinal de Estremoz em posio estratigrfica equivalente (Lopes, 2003). Um excelente afloramento deste conglomerado pode ser observado no parque industrial de Vila Viosa (Fig. 4). Os seus elementos constituintes correspondem s rochas presentes nos afloramentos precmbricos. Verifica-se que se encontram arredondados e possvel definir uma direco E-W para superfcie de deposio dos sedimentos na bacia de sedimentao paleozica, substancialmente diferente da orientao do anticlinal de Estremoz e que estar relacionada com a orientao espacial dessa bacia de sedimentao, ou seja em coordenadas actuais, teramos um litoral que se desenvolveria na direco E-W, e afundaria para Sul. A transio entre o Precmbrico e o Cmbrico assinalada na Histria da Terra como o curto perodo tempo em que a evoluo biolgica se diversificou exponencialmente (exploso do Cmbrico) surgiram os primeiros seres com partes duras, no caso um exosqueleto. certo que na regio ainda no se encontraram fsseis deste perodo mas a existncia deste afloramento constitui um marco importante na sua reconstruo geolgica. Ao conglomerado sucedem-se metavulcanitos e ambos j fazem parte da Formao Dolomtica de idade cmbrica inferior, por comparao litoestratigrfica com a Formao Carbonatada de Elvas e outras similares da Zona de Ossa - Morena (Oliveira et al., 1991; idade absoluta entre 540 e 520 Ma), desta formao fazem ainda parte arcoses, metavulcanitos cidos e bsicos, calcrios dolomticos e calcticos, intercalados, por vezes xistificados. No conjunto esta sequncia indica um afundimento da bacia de sedimentao o que est de acordo com os modelo geodinmicos globais que nos apresentam para este perodo da Histria da Terra, um regime de distenso crustal e alastramento dos fundos ocenicos (i.e. Dalziel, 1997; Scotese, C. R. (http://www.scotese.com/earth.htm, consultado em 2007/05/25) que ir prosseguir at deposio dos xistos e metachertes negros, de idade silrica, que constituem as rochas mais recentes da estrutura anticlinal de Estremoz (Fig. 6). A natureza siliciosa e a cor negra, indicadora da presena de matria orgnica, so indicadores de ambientes sedimentares muito calmos, anxicos mas no necessariamente profundos.

Fig. 3 Coluna estratigrfica do anticlinal de Estremoz, adaptada e Oliveira et al. (1991).

Fig. 4 Conglomerado de base Formao Dolomtica pertencente ao Cmbrico inferior de Estremoz. Destacam-se os clastos arredondados de metachertes pertencentes ao Precmbrico e alinhados segundo a direco Este Oeste, sendo ainda possvel, no terreno, identificar a base e o topo da camada.

Justifica-se aqui uma nota relacionada com a datao destas rochas; efectivamente da Fig. 1 resulta uma continuidade geolgica para Espanha das diferentes unidades que afloram em Portugal, ora acontece que os dados estratigrficos ai obtidos, atravs de fsseis, no tm paralelo nem na regio de Elvas nem de Estremoz, sendo o caso de Barrancos um pouco distinto. Este facto no se deve a uma ausncia de estudos pois as mesmas equipas que colectaram os dados em Espanha tambm j colaboraram com gelogos portugueses. Concretamente, no anticlinal de Estremoz fizemos uma recolha sistemtica e significativa de amostras nas quais apenas foi possvel encontrar vestgios orgnicos inclassificveis, obstando pois, a uma datao por esta via. Em nosso entender a justificao para esta ausncia de fsseis parece estar no grau metamrfico mais elevado que as mesmas unidades apresentam em Portugal (Lopes, 2003), no entanto novos mtodos de datao esto a ser experimentados e cremos que se podero aplicar no anticlinal de Estremoz. Praticamente no topo da Formao Dolomtica e por todo o anticlinal, ocorre um horizonte silicioso descontnuo, mineralizado com sulfuretos, que tem sido referido como marcador de uma importante lacuna, resultante da exposio area dos carbonatos durante o Cmbrico mdio e superior, e grande parte do Ordovcico, o que localmente teria provocado carsificao e silicificao (Oliveira, V., 1984; Carvalhosa et al., 1987; Lopes, 2003). Efectivamente, todas as sondagens realizadas no anticlinal de Estremoz que atingiram a Formao Dolomtica interceptaram este horizonte silicioso e neles foi possvel observar cristais de pirite. superfcie,

em ambiente oxidante, o ferro e o enxofre dos cristais de pirite so substitudos io a io por xidos e hidrxidos de Fe (e Mn?) mas mantm o seu aspecto morfolgico externo praticamente inaltervel, ou seja formam-se pseudomorfoses de pirite em xidos (Fig. 5). Por outro lado, a existncia de um paleocarso aponta claramente para a exposio area de parte da sequncia estratigrfica de Estremoz ainda antes da sua transformao em mrmore. As cavidades paleocrsicas esto preenchidas por sedimentos carbonatados que apresentam as mesmas fases de deformao dos mrmores circundantes pelo que ter de ser pelo menos anterior 2 fase de deformao varisca, concordando com a existncia de regimes de exumao tectnica na rea do anticlinal (Lopes, 2003).

Fig. 5 Dois aspectos de minerais eudricos que se encontram no horizonte silicioso. A aspecto encontrado superfcie e que corresponde a pseudomorfose de pirite transformada em xidos de Fe e Mn, atente-se na perfeio da substituio que preserva as faces estriadas to caractersticas dos cristais de pirite. B amostra recolhida aos 380 metros de profundidade numa das sondagens realizada pelo IGM (Instituto Geolgico e Mineiro, actual INETI Instituto Nacional de Engenharia, Tecnologia e Inovao); py pirite, qtz quartzo e calcite calcite/dolomite.

Sobre esta discordncia assenta o Complexo Vulcano Sedimentar Carbonatado de Estremoz (CVSCE), constitudo por diversas variedades de mrmore, mais ou menos xistificados, calcoxistos, metavulcanitos cidos e bsicos e rochas gneas intrusivas. Os mrmores calcticos explorados como rocha ornamental ocorrem intercalados neste complexo de idade ordovcica provvel (entre 455 e 435 Ma) segundo Carvalhosa et al., (1987) e Lopes (2003). Como a prpria designao indica, a grande heterogeneidade litolgica evidencia um perodo de sedimentao carbonatada concomitante com um vulcanismo essencialmente areo de onde ter resultado uma sequncia alternada de calcrios, piroclastos, escoadas baslticas (menos frequentes) e algumas rochas detrticas. Se quisssemos visualizar actualmente uma paisagem equivalente encontr-laamos na Indonsia ou nas ndias Ocidentais. Economicamente a presena dos nveis vulcnicos bsicos muito importante uma vez que estes vo ser responsveis pela formao das variedades de mrmores rosados, pois durante os processos metamrficos e tectnicos libertam mangans que entra na rede cristalina da calcite conferindo-lhe essa cor. Esta associao bem conhecida e pode ser facilmente constatada nas variedades de mrmore cor-de-rosa com veios esverdeados (estes essencialmente constitudos por calcite, clorite e quartzo formados pelo metamorfismo dos nveis piroclsticos). Reportando-nos aos nveis superiores do CVSCE, verifica-se que na terminao periclinal sudeste do anticlinal de Estremoz e desde a zona dos Peixinhos (a sudeste de Vila Viosa), passando por

Pardais e seguindo para noroeste por Bencatel, Monte da Ruivina, Barro Branco e at prximo de Glria, ocorrem mrmores escuros, designados por "Ruivina"; na Fig. 2 correspondem aos afloramentos cartografados a azul escuro. O facto destes nveis de rochas calcrias serem os mais altos da srie carbonatada indica uma variao de fcies, ou seja, de um ambiente sedimentar oxidado passaramos a um ambiente redutor que teria continuidade na sequncia constituda por xistos esverdeados, xistos luzentes, quartzitos finos, xistos negros e liditos, por vezes com graptlitos (fsseis que permitem datar as rochas, Fig. 6), de idade silrica a devnica (anteriores a 380 Ma, Piarra, 2000), sobrejacente aos mrmores. Note-se que geograficamente, os limites setentrionais destes mrmores definem uma orientao E-W o que indicaria, em coordenadas actuais, um afundimento da bacia de sedimentao para sul, tal como j acontecia na base do Cmbrico.

Fig. 6 Amostra recolhida nas proximidades do vrtice geodsico Carambo 2, na terminao SE do anticlinal de Estremoz. Trata-se de um metacherte negro (lidito), rocha inicialmente formada pela precipitao qumica de SiO2 em ambiente sedimentar anxico muito calmo. A cor escura deve-se presena de matria orgnica. Nelas podemos encontrar fsseis de graptlitos, no caso Monograptus s.p., que as permitem datar. Informao mais detalhada sobre os fsseis da regio pode ser consultada em Piarra, J. M. (2000).

Toda a sequncia atrs descrita tem equivalncia litolgica com a que ocorre em Danby na Green Mountain, no Estado de Vermont EUA. Esta correspondncia transporta-nos para uma evoluo geodinmica de abertura e fecho de oceanos que no podemos retratar em detalhe nesta pequena introduo geologia do anticlinal de Estremoz. A correlao tectono-estratigrfica entre as sequncias de Danby e Estremoz tem implicaes geodinmicas importantes visto que, partida, coloca estas duas estruturas geograficamente prximas no Ordovcico mdio, h cerca de 460 Ma. Em todo o caso, este um exemplo dos motivos porque a Geologia to apaixonante: s por si a semelhana, quase camada a camada, das duas sequncias litolgicas hoje separadas por mais de cinco mil quilmetros, motiva a investigao no intuito de descobrir efectivamente porque que acontece (Lopes, 2003).

Tectnica e estrutura do anticlinal de EstremozComo j se referiu, os mrmores de Estremoz correspondem a uma fraco de uma estrutura geolgica que se denomina anticlinal de Estremoz. Esta designao descreve a forma como as diferentes rochas se distribuem no espao; ou seja, inicialmente as rochas ter-se-iam formado por deposio de sedimentos (fragmentos provenientes de outras rochas e transportados em cursos de gua ou por aco do vento) e materiais provenientes de antigos vulces (hoje irreconhecveis para um leigo em geologia), que se tero acumulado numa bacia de sedimentao em estratos sensivelmente horizontais. Acontece que por aco de foras tectnicas todos estes sedimentos foram transformados e deformados originando, respectivamente rochas metamrficas e dobras na crusta terrestre, fazendo com que as rochas que se encontravam umas sobre as outras passem a estar lado a lado. As estruturas geolgicas geometricamente simtricas em que convexidade est voltada para cima, designam-se antiformas. Se no ncleo dessas estruturas estiverem as rochas mais antigas ento a estrutura em antiforma ser tambm um anticlinal, como o caso que estamos a estudar. Resumidamente faremos uma exposio sequencial dos principais eventos tectnicos que afectaram a regio, ressalvando que para apreendermos a evoluo geodinmica da Zona de Ossa Morena, deve ser considerada a existncia de um substrato Proterozico, que seria parte integrante do Supercontinente Rodnia (formado h cerca de 700 Ma), sobre o qual se vo depositar as sequncias do Cmbrico inferior. Este supercontinente vai-se fragmentar em vrios blocos e nas suas margens formam-se sequncias de rochas como as descritas no captulo anterior. Assim teramos a abertura de oceanos [Iapetus (proto Atlntico) e Rheic (oceano de menores dimenses tambm de idade Paleozica)] (Dalziel, 1997), num regime distensivo onde ocorrem falhas normais que provocam o escorregamento gravtico dos sedimentos ainda por consolidar, originando falhas que actualmente correspondem a alinhamentos de rochas fragmentadas de direco grosseiramente Este Oeste (Vintm, 1997). Aps a formao, descontnua com vimos atrs, das rochas que constituem o anticlinal de Estremoz, cessa o regime distensivo e os blocos continentais comeam de novo a juntar-se. O seu confronto ir originar a deformao e metamorfismo das rochas, num processo de edificao de cadeias de montanhas conhecido por Orogenia Varisca ou Hercnica. O resultado final desta orogenia, em conjuno com outras que ocorreram simultaneamente escala global, ser a formao de um novo Supercontinente a Pangeia. As rochas, que inicialmente estariam superfcie, so enterradas a vrios quilmetros de profundidade. No caso dos mrmores estimamos que se tenham transformado, a partir de calcrios, a cerca de cinco quilmetros de profundidade em relao cota que actualmente ocupam (Lopes, 2003). Nestas condies de presso e temperatura, em associao com a mobilidade das placas continentais, as rochas podem deformar-se originando dobras mais ou menos regulares em funo dos materiais presentes. Tal comportamento permite justificar os padres curvilneos que os mrmores frequentemente apresentam (Fig. 7). Por oposio, superfcie, a maior parte das rochas e os mrmores em particular, respondem a foras externas fragmentando-se.

Fig. 7 Ilustrao do comportamento plstico - dctil dos mrmores. Formam-se padres de dobramento irregulares quando os mrmores esto sujeitos a condies de presso e temperatura substancialmente diferentes das que ocorrem superfcie. Segundo os trabalhos de Price & Cosgrove (1990), estes aspectos poderiam ser alcanados a 5 Km de profundidade e a temperaturas superiores a 150 C. direita da imagem vemos que o bandado metamrfico abruptamente interrompido, apesar de no haver nenhuma falha no mrmore. Este aspecto configura o que no texto referimos como banda de cisalhamento. Estas estruturas provocam descontinuidades nas variedades de mrmore. Inicialmente at poderiam existir falhas a sublinhlas, mas, muitas vezes, como o caso, posteriormente ocorreu uma recristalizao do mrmore, passando a haver continuidade na rocha. Tambm nesta figura podemos observar a correlao entre os nveis de metavulcanitos (esverdeados) e a proximidade dos mrmores de tonalidades rosadas.

No anticlinal de Estremoz admitimos uma variao diacrnica dos regimes de deformao que ocorre medida que as rochas so exumadas por eroso dos nveis mais superficiais. Ao mesmo tempo que as rochas so comprimidas segundo a direco NE-SW tambm sofrem um movimento lateral esquerdo importante; este mecanismo, conhecido por transpresso, poder ser facilmente explicado pela convergncia oblqua entre as Zona de Ossa - Morena e a Zona Centro Ibrica (Fig. 8).

Fig. 8 Representao esquemtica do sentido de transporte de massa (setas) durante a Orogenia Hercnica. Os traos coloridos representam as direces axiais das macroestruturas regionais. Adaptada de Lopes (2003).

Assim, em andar estrutural inferior, na primeira fase de deformao forma-se o bandado metamrfico que os mrmores apresentam (xistosidade) a que se associam dobras com planos axiais de atitude varivel (direco predominantemente N-S) e fracamente inclinados. Destaca-se, nesta fase, um transporte para NNW determinado por vrios critrios de deformao como por exemplo a rotao de porfiroblastos observados em lminas delgadas orientadas (Figs. 7, 8 e 9).

Fig. 9 Critrio cinemtico (cisalhamento esquerdo) obtido por rotao de um bloco rgido (mineral escuro) na matriz mais dctil de rochas metavulcnicas bsicas intercaladas no Complexo Vulcano Sedimentar Carbonatado de Estremoz.

A segunda fase de deformao que responsvel pela orientao NW SE do anticlinal de Estremoz (Figs. 1, 2 e 10), apresenta indubitavelmente um carcter mais frgil e actua em andar estrutural superior sendo responsvel pela gnese de dobras com planos axiais subverticais, ou muito inclinados para SE, e desenvolvimento de uma clivagem de crenulao nos xistos e clivagem de fractura nos mrmores, ambas mais ou menos desenvolvidas. A sobreposio das duas fases gera padres de interferncia que localmente podem ser observados (Fig. 10).

Fig. 10 Padres de interferncia entre as duas fases de deformao dctil que afectaram o anticlinal de Estremoz. esquerda em baixo apresenta-se um esquema interpretativo, muito simplificado, das estruturas representadas na caixa a amarelo. S0, a vermelho, representa a estratificao inicial da sequncia sedimentar, transposta pelo metamorfismo e pela deformao responsvel pelas dobras de primeira fase representadas pelo seu plano axial (D1). D2 representa o plano axial das dobras de segunda fase que redobra D1. Entendese por plano axial, um plano imaginrio que divide, mais ou menos, simetricamente uma superfcie curva originada por deformao das rochas. Frente de desmonte da pedreira da empresa A. Mocho, Lda., na regio de Lagoa, flanco SW do anticlinal de Estremoz, fotografada em 31 de Maio de 2007.

Por todo o anticlinal de Estremoz ocorre uma segmentao acentuada no sentido longitudinal (NNW-SSE) cuja localizao principalmente controlada pelos flancos verticais das dobras de segunda fase mas tambm pode corresponder reactivao em regime frgil dctil de bandas de cisalhamento (zonas de concentrao de deformao) desenvolvidas anteriormente. Na maioria destes acidentes NNW SSE ocorreu a recristalizao sin a ps cinemtica do mrmore, pelo que, estas descontinuidades estruturais nem sempre se reflectem em descontinuidades litolgicas, com a ressalva que existe variao na variedade do mrmore, o que tem necessariamente consequncias econmicas (Figs. 7 e 11).

Fig. 11 Vrios aspectos de banda de cisalhamento em pedreira abandonada (Cabanas Bencatel, flanco SW do anticlinal de Estremoz). O desenvolvimento deste corredor de deformao est localizado no contacto geolgico entre mrmores e metavulcanitos bsicos, Complexo Vulcano Sedimentar Carbonatado de Estremoz. Verifica-se uma verticalizao das estruturas vulcnicas em contraste com a posio mais horizontalizada dos mrmores. Esta caracterstica, no sendo uma regra muito frequente e para alm dos afloramentos superfcie em que tal acontece, tambm ocorre em profundidade, como foi confirmada em vrias sondagens. O aspecto observado em (6) corresponde a rochas vulcnicas mais cidas por vezes associadas a jaspe. Em baixo representa-se um aspecto microscpico obtido em lmina delgada orientada colhida no rectngulo a vermelho em 1. Os critrios cinemticos cisalhamento esquerdo com topo para Norte observados escala mesoscpica permanecem vlidos escala microscpica (duas imagens inferiores). No pormenor direita podem observar-se estruturas do tipo mica fish que marcam o sentido de cisalhamento sofrido pela rocha. Adaptada de Lopes (2003).

Cronologicamente seguem-se falhas subverticais de direco WSW ENE, que apresentam movimentos horizontais esquerdos (existindo em menor nmero o conjugado NE SW direito) com abatimento do bloco a SE, na terminao SE do anticlinal e abatimento do bloco a NW na terminao NW do anticlinal (Figs. 2 e 12). No conjunto, estas fracturas reflectem os estados finais da deformao que originou a estrutura anticlinal de Estremoz, grosso modo correspondem a fendas de traco da segunda fase de dobramento. Frequentemente estas falhas esto sublinhadas por files dolerticos (cabos reais na gria local). Estes files so contemporneos do grande filo do Alentejo (Messejana vila) e indiciam a transio para um regime distensivo que viria a culminar com a abertura do actual Oceano Atlntico (Lopes & Silva, 2005; Silva, 1997).

Fig. 12 Critrios de movimento indicando abatimento do bloco SE em fendas ENE-WSW preenchidas por files dolerticos, conhecidos na regio por cabo reais. No extremo SE podemos constatar que a pedreira est limitada por outra destas estruturas frgeis. Pedreira da empresa Marmoz Herdade do Mouro, no flanco SW do anticlinal de Estremoz. um dos raros exemplos de explorao em flanco de encosta, na maior parte as exploraes de mrmore fazem-se em poo e por degraus direitos

A conjugao das falhas WSW ENE com os cisalhamentos NNW SSE responsvel por uma segmentao da estrutura em blocos onde, pelo menos superfcie, o mrmore apresenta caractersticas texturais distintas (diferentes variedades!). No passado o desconhecimento destas variaes foi responsvel pelo insucesso de muitas exploraes, que se viram espacialmente limitadas. Em seguida actuam no anticlinal de Estremoz os campos de tenso tard-hercnicos e alpinos, a que se associa a fragmentao por descompresso induzida pela actividade extractiva e que no conjunto so responsveis pela extensa fracturao que o macio apresenta. As variveis envolvidas no condicionamento da fracturao dos mrmores no anticlinal de Estremoz so tais que os valores conhecidos regionalmente devem ser tomados unicamente como referncia pois, so as condies locais (ao nvel da pedreira) que vo determinar quais as famlias que ai vo ser mais importantes. Anlises detalhadas da fracturao no anticlinal de Estremoz foram apresentadas por vrios autores (i.e. Reynaud & Vintm, 1992 e 1994; Pereira, 1987; Costa et al., 2001; Gama et al., 2000). Em resumo e mais importante que as variedades de mrmore que uma pedreira apresente, o seu estado de fracturao que lhe define o valor. Por fim a eroso causada pelos agentes metericos responsvel pelo encaixe das linhas de gua e gnese do modelado actual do relevo, que vimos, tambm, ser condicionado pelas diferentes litologias.

Consideraes finaisAntes de mais no podemos esquecer que o mrmore um recurso geolgico no renovvel. Um factor fundamental na indstria das rochas ornamentais o valor comercial do material rochoso aflorante, este funo de um conjunto de parmetros, intrnsecos e extrnsecos matriaprima, de determinao complexa, e relacionados com as suas possibilidades de extraco, transformao, utilizao e comercializao. No que diz respeito ao mrmore, a sua determinao condicionada essencialmente pelos seguintes aspectos: i) qualidade esttica; ii) qualidade fsicomecnica (trabalhabilidade e aptido); iii) dimenses do material extrado (volumetria e blocometria); iv) divulgao/procura e, v) disponibilidade (Brito da Luz, 2005). Ora, a utilizao de modernas tcnicas de extraco acelerou a sua explorao e frequente as pedreiras ultrapassarem os sessenta metros de profundidade, havendo mesmo casos em que atingiram os cento e cinquenta metros de profundidade. Deste modo, a acessibilidade a determinadas variedades e/ou a blocos de grandes dimenses torna-se cada vez mais difcil o que faz aumentar o valor da matria-prima. Nesta perspectiva, a competitividade das empresas, no s de extraco mas tambm e principalmente de transformao de mrmores, passa por um aproveitamento racional de todos os recursos envolvidos e pela implementao e/ou optimizao de tcnicas que possam tornar mais competitivo o preo do produto acabado. A qualidade dos nossos mrmores inquestionvel e esta mais valia deve ser realada na sua promoo. Em termos de recursos disponveis, de acordo com os clculos que efectumos considerando o mximo de extractivo anual registado em 1992 643.323 toneladas (Romo, 1999), um ndice de aproveitamento de 10% e uma profundidade de extraco at 50 m, teramos mrmores para mais 500 anos. No entanto, tendo em conta as caractersticas geolgicas gerais estruturantes do anticlinal de Estremoz, em termos de viabilidade econmica das exploraes de mrmores, as condicionantes geolgicas desempenham um papel fundamental, cada vez mais importante dado que o acesso matria-prima de qualidade cada vez mais difcil. Qualquer parecer sobre a explorao de mrmores no anticlinal de Estremoz carece de um estudo local das condicionantes geolgicas. Por outro lado, estes constrangimentos so de tal ordem, que extrapolar um estudo de carcter local para todo o anticlinal, no faz qualquer sentido (Lopes, 2006). Nas pginas precedentes descrevemos a Histria Geolgica do anticlinal de Estremoz, e apercebemo-nos que esta remonta pelo menos h 600 Ma. Podemos constatar que as paisagens imveis que hoje observamos sofreram no passado transformaes muito grandes que s podem ser explicadas se considerarmos escalas de tempo muito vastas para que os processos descritos possam ter ocorrido. A geologia uma disciplina com um vocabulrio prprio e a anlise geolgica requer ainda uma abstraco de escalas de tempo e de espao que, uma vez alcanada permite uma observao dinmica das mensagens transmitidas pelos afloramentos, alguns dos quais com condies excepcionais para serem classificados como geomonumentos (Brilha et al., 2005). Este um estudo sempre incompleto pois a prpria actividade extractiva do Homem est permanentemente a pr a descoberto novos afloramentos que enriquecem o nosso conhecimento da estrutura anticlinal de Estremoz.

BibliografiaApalategui, O., Eguiluz, L., & Quesada, C. (1990) The structure of the Ossa - Morena Zone. In: R. D. Dallmayer, E. Martinez (eds.): Pre-Mesozoic Geology of Iberia. Dallmeyer & Martinez-Garcia (Eds.) Springer-Verlag, pp 280-291. Brilha J., Andrade C., Azerdo A., Barriga F.J.A.S., Cacho M., Couto H., Cunha P.P., Crispim J.A., Dantas P., Duarte L.V., Freitas M.C., Granja M.H., Henriques M.H., Henriques P., Lopes L., Madeira J., Matos J.M.X., Noronha F., Pais J., Piarra J., Ramalho M.M., Relvas J.M.R.S., Ribeiro A., Santos A., Santos V., Terrinha P. (2005) Definition of the Portuguese frameworks with international relevance as an input for the European geological heritage characterisation. Episodes. Vol. 28, No 3, 177-186. Brito da Luz, Lus Miguel (2005) Anlise crtica ao modelo de desenvolvimento do Sector das Pedras Naturais: O caso dos mrmores no tringulo Estremoz Borba Vila Viosa 1980 2003, Tese de Mestrado Economia e Estudos Europeus, no publicada, Instituto Superior de Economia e Gesto (ISEG), Lisboa, 230 pp. Cabral, J. M. P.; Maciel, M. J.; Lopes, L.; Lopes, J.M.C.; Marques, A. P. V.; Mustra, C. O.; Freitas, M. C. & Carreira, P. M. (2001) Petrographic and isotopic characterization of marble from the Estremoz Anticline: its application in identifying the sources of Roman works of art. Journal of Iberian Archeology, vol. 3, pp 121-128. Carvalhosa, A., Gonalves, F. & Oliveira, V. (1987) Notcia explicativa da folha 36-D, Redondo. Servios Geolgicos de Portugal. Dalziel, I.W.D. (1997) Neoproterozoic-Paleozoic geography and tectonics: Review, hypothesis, environmental speculation. Geological Society of America Bulletin 108: pp. 16-42. Delgado, N. & Choffat, P. (1899) Carta Geolgica de Portugal escala 1:500.000. Fal e Costa, P.; Vintm, C.; Moreira, J.; Dinis da Gama, C.; Sousa, J., & Lopes, L. (2001) Estudo da Viabilidade Tcnica da Explorao Subterrnea de Mrmores no Anticlinal de Estremoz. Congresso Internacional da Pedra Natural, Ass. Ind. Portuguesa / Feira Internacional de Lisboa, Lisboa, 16-17 de Maio de 2001, Lisboa, pp. 11. Gama, D.; Couto, R.; Costa e Silva, M.; Bernardo, P.; Bastos, M.; Guerreiro, H.; Neves, A.P.; Pereira, A.; Pereira, H. & Horta, J. (2000) Projecto de execuo para a explorao subterrnea de mrmores na regio de pardais, Relatrio Interno, I.G.M., Lisboa. Gonalves, F. & Coelho, A. P. (1974) Notcia explicativa da folha 36-B, Estremoz. Servios Geolgicos de Portugal. 64 p. Gonalves, F. & Lopes, L. (1992) "Nota preliminar sobre os recursos geolgicos do Alentejo utilizveis como rochas ornamentais". Mem. Acad. Cinc. Lisboa, Tomo XXXII, pp. 267 - 283. Gonalves, F. (1970) Provvel conglomerado de base no Precmbrico superior de Portugal, Bol. Soc. Geol. Port., Lisboa, Vol. XVII, Fasc. 1, pp. 109-118. Gonalves, F. (1972) Observaes sobre o anticlinrio de Estremoz. Alguns aspectos geolgicoeconmicos dos mrmores, Est. Not.. Trab. Serv. Fom. Min., Porto, Vol. 22, Fasc. 1-2, pp. 121-132 (Matrias-primas minerais no metlicas, n 17). Instituto Geolgico e Mineiro (I.G.M.) (1997) Carta Geolgica do Anticlinal de Estremoz 1:25.000, Departamento de Recursos Minerais no Metlicos. Lopes, J. L. G. (2003) Contribuio para o conhecimento Tectono Estratigrfico do Nordeste Alentejano, transversal Terena Elvas. Implicaes econmicas no aproveitamento de rochas ornamentais existentes na regio (Mrmores e Granitos). Tese de Doutoramento, Departamento Geocincias Universidade de vora, 568 p. Tese no publicada. Lopes, L. & Silva, J. B. (2005) Controle estrutural e constrangimentos geolgicos na explorao de mrmores no anticlinal de Estremoz Alentejo Portugal; ICIRO I Congresso de Rochas Ornamentais do

Brasil; Organizao Centro de Tecnologia Mineral CETEM/MCT & Centro Tecnolgico do Mrmore e Granito CETEMAG, 20 23 de Fevereiro de 2005, Guarapari, Brasil; Edio em CD-ROM. ISBN: 857227-225 Lopes, L. (2006) Constrangimentos geolgicos na explorao de mrmores no anticlinal de Estremoz; VII CNG Estremoz; Miro, J. & Balbino, A. Eds, Universidade de vora, pp. 1027 1030. Oliveira, V. M. (1984) Contribuio para o conhecimento geolgico - mineiro da regio de Alandroal Juromenha (Alto Alentejo) Est. Not. Trab., Serv. Fom. Mineiro XXVI (1-4): pp. 103-126. Oliveira, J. Oliveira, J.T.; Oliveira, V. & Piarra, J.M. (1991) Traos gerais da evoluo tectonoestratigrfica da Zona de Ossa-Morena, em Portugal: sntese crtica do estado actual dos conhecimentos Comun. Serv. Geol. Portugal, 77: 3 -26. Pereira, M. F. (1999) Caracterizao da estrutura dos domnios setemtrionais da Zona de Ossa Morena e seu limite com a Zona Centro Ibrica, no Nordeste Alentejano. Tese de Doutoramento. Dep. Geocincias Univ. vora. 115 p. Pereira, V. M. C. (1981) Mrmore de Estremoz - Vila Viosa, contribuio para o seu conhecimento, A Pedra, 4, 25 33. Piarra, J. M. (2000) Estudo Estratigrfico do Sector de Estremoz Barrancos, Zona de Ossa Morena, Portugal, Vol. II Bioestratigrafia do intervalo Ordovcico Devnico inferior, 173 p. Tese de Doutoramento. Universidade de vora. Price, N. J. & Cosgrove, J. W. (1990) Analysis of Geological Structures. Cambridge University Press. 502 p. Reynaud, R., & Vintm, C., 1994, Estudo da jazida de calcrios cristalinos de Estremoz - Borba - Vila Viosa (Sectores de Lagoa Vigaria e Borba): Boletim de Minas, v. 31, n. 4, pp. 355-473. Reynaud, R. & Vintm, C. (1992) "Estudo da Jazida de Calcrios Cristalinos de Estremoz Borba Vila Viosa - Sectores Lagoa Vigria e Borba". Estudos Notas e Trabalhos, D.G.G.M., t 34, p. 3-84. Ed. Lab. Ser. Fom. Min., Porto. Romo, M. L. (1998) - Elementos estatsticos sobre a Indstria Extractiva em Portugal no ano de 1997. Bol. Minas, vol. 36, n 1, pp. 37-60, Lisboa, 1999. Silva, J. B. (1997) Geodinmica Ante-Mesozoica do Sector Oeste da Zona de Ossa Morena e regies limtrofes: Sntese com base em recentes observaes. In: Arajo, A. & Pereira, M.F. (Eds), Estudos sobre a Geologia da Zona de Ossa Morena (Macio Ibrico). Livro de Homenagem ao Prof. Francisco Gonalves. Universidade de vora, 1997, pp. 231-262. Vintm, C. (1997) Estudo da viabilidade tcnica da explorao subterrnea de mrmores- Relatrio da situao actual. Relatrio interno, Instituto Geolgico e Mineiro, Lisboa, 20 p.