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Antigo Egito Necrópole de Gizé (ou Guiza), um dos monumentos mais emble- máticos do Antigo Egito. O Antigo Egito foi uma civilização da Antiguidade ori- ental do Norte de África, concentrada ao longo ao curso inferior do rio Nilo, no que é hoje o país moderno do Egito. Era parte de um complexo de civilizações, as “Civilizações do Vale do Nilo”, do qual também faziam parte as regiões ao sul do Egito, atualmente no Sudão, Eritreia, Etiópia e Somália. Tinha como fronteiras o Mar Mediterrâneo, a norte, o Deserto da Líbia, a oeste, o Deserto Oriental Africano a leste, e a primeira catarata do Nilo a sul. [1] O Antigo Egito foi umas das primeiras grandes civilizações da Antiguidade e manteve durante a sua existência uma continuidade nas suas formas políti- cas, artísticas, literárias e religiosas, explicável em parte devido aos condicionalismos geográficos, embora as in- fluências culturais e contactos com o estrangeiro tenham sido também uma realidade. [2] A civilização egípcia se aglutinou em torno de 3 150 a.C. [3] com a unificação política do Alto e Baixo Egito, sob o primeiro faraó (Narmer), e se desenvolveu ao longo dos três milênios seguintes. [4] Sua história desenvolveu- se ao longo de três grandes reinos marcados pela es- tabilidade política, prosperidade económica e floresci- mento artístico, separados por períodos de relativa ins- tabilidade conhecidos como Períodos Intermediários.O Antigo Egito atingiu o seu auge durante o Império Novo (ca. 1 550–1 070 a.C.), uma era cosmopolita durante a qual, graças às campanhas militares do faraó Tutmés III, o Egito dominou, uma área que se estendia desde a Núbia, entre a quarta e quinta cataratas do rio Nilo, até ao rio Eufrates, [5] tendo após esta fase entrado em um período de lento declínio. O Egito foi conquistado por uma sucessão de potências estrangeiras neste período fi- nal. O governo dos faraós terminou oficialmente em 31 a.C., quando o Egito caiu sob o domínio do Império Ro- Roseta Alexandria Wadi El Natrun Buto Saís Busiris Tanis Avaris Bubastis Heliópolis Cairo Helwan Mêns Saqqara Meydum Lahun Heracleópolis Faium Sinai Serabit al-Khadim Oásis de Bahariya Timna Beni Hassan Amarna Hermópolis Assiut Qau Deserto Oriental Deserto Ocidental Akhmim Thinis Abidos Oásis de Dakhla Oásis de Kharga Naqada Dendera Wadi Hammamat Koptos Tebes (Luxor e Karnak) Nekhen Edfu Kom Ombo Assuão Primeira Catarata Oásis de Dunqul Deserto da Núbia Abu Simbel Buhen Segunda Catarata Cuche Terceira Catarata Kawa Quarta Catarata Napata Gebel Barkal Quinta Catarata Meroe Dahshur Kerma Baixo Egipto Alto Egipto Damieta Merimda Naukratis Gizé Pelúsio Quseir Nabta Playa Badari Gaza Rafa Jerusalém Mar Morto Grande Lago Amargo Golfo do Suez Golfo de Aqaba Wadi Gabgaba Wadi Allaqi Bernike Tod Mar Mediterrâneo Mar Vermelho Delta do Nilo Lago Moeris Rio Nilo Rio Nilo Rio Nilo Mapa do Antigo Egito, mostrando grandes cidades e sítios (c. 3 150-30 a.C.). mano e se tornou uma província romana, após a derrota da rainha Cleópatra VII na Batalha de Áccio. [6] O sucesso da antiga civilização egípcia deve-se em parte à sua capacidade de se adaptar às condições do Vale do Nilo. A inundação previsível e a irrigação controlada do vale fértil produziam colheitas excedentárias, o que alimentou o desenvolvimento social e cultural. Com re- cursos excedentários, o governo patrocinou a exploração mineral do vale e nas regiões do deserto ao redor, o de- 1

Antigo Egito

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Page 1: Antigo Egito

Antigo Egito

Necrópole de Gizé (ou Guiza), um dos monumentos mais emble-máticos do Antigo Egito.

O Antigo Egito foi uma civilização da Antiguidade ori-ental do Norte de África, concentrada ao longo ao cursoinferior do rio Nilo, no que é hoje o país moderno doEgito. Era parte de um complexo de civilizações, as“Civilizações do Vale do Nilo”, do qual também faziamparte as regiões ao sul do Egito, atualmente no Sudão,Eritreia, Etiópia e Somália. Tinha como fronteiras o MarMediterrâneo, a norte, o Deserto da Líbia, a oeste, oDeserto Oriental Africano a leste, e a primeira cataratado Nilo a sul.[1] O Antigo Egito foi umas das primeirasgrandes civilizações da Antiguidade e manteve durante asua existência uma continuidade nas suas formas políti-cas, artísticas, literárias e religiosas, explicável em partedevido aos condicionalismos geográficos, embora as in-fluências culturais e contactos com o estrangeiro tenhamsido também uma realidade.[2]

A civilização egípcia se aglutinou em torno de 3 150a.C.[3] com a unificação política do Alto e Baixo Egito,sob o primeiro faraó (Narmer), e se desenvolveu ao longodos três milênios seguintes.[4] Sua história desenvolveu-se ao longo de três grandes reinos marcados pela es-tabilidade política, prosperidade económica e floresci-mento artístico, separados por períodos de relativa ins-tabilidade conhecidos como Períodos Intermediários. OAntigo Egito atingiu o seu auge durante o Império Novo(ca. 1 550–1 070 a.C.), uma era cosmopolita durantea qual, graças às campanhas militares do faraó TutmésIII, o Egito dominou, uma área que se estendia desde aNúbia, entre a quarta e quinta cataratas do rio Nilo, atéao rio Eufrates,[5] tendo após esta fase entrado em umperíodo de lento declínio. O Egito foi conquistado poruma sucessão de potências estrangeiras neste período fi-nal. O governo dos faraós terminou oficialmente em 31a.C., quando o Egito caiu sob o domínio do Império Ro-

Roseta

Alexandria

Wadi El Natrun

Buto

SaísBusiris

Tanis

Avaris

Bubastis

Heliópolis

Cairo

HelwanMênfisSaqqara

Meydum

Lahun

Heracleópolis

Faium

Sinai

Serabit al-Khadim

Oásis de Bahariya

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Beni Hassan

AmarnaHermópolis

Assiut

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Deserto Oriental

Deserto Ocidental Akhmim

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Oásis de Dakhla

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Wadi HammamatKoptos

Tebes(Luxor e Karnak)

Nekhen

Edfu

Kom Ombo

AssuãoPrimeira Catarata

Oásis de Dunqul

Deserto da Núbia

Abu Simbel

Buhen

Segunda Catarata Cuche

Terceira Catarata

Kawa

Quarta Catarata

Napata Gebel BarkalQuinta Catarata

Meroe

Dahshur

Kerma

BaixoEgipto

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Damieta

Merimda

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Gizé

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Mapa do Antigo Egito, mostrando grandes cidades e sítios (c. 3150-30 a.C.).

mano e se tornou uma província romana, após a derrotada rainha Cleópatra VII na Batalha de Áccio.[6]

O sucesso da antiga civilização egípcia deve-se em parteà sua capacidade de se adaptar às condições do Vale doNilo. A inundação previsível e a irrigação controladado vale fértil produziam colheitas excedentárias, o quealimentou o desenvolvimento social e cultural. Com re-cursos excedentários, o governo patrocinou a exploraçãomineral do vale e nas regiões do deserto ao redor, o de-

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2 2 HISTÓRIA

senvolvimento inicial de um sistema de escrita indepen-dente, a organização de construções coletivas e projetosde agricultura, o comércio com regiões vizinhas, e cam-panhas militares para derrotar os inimigos estrangeiros eafirmar o domínio egípcio. Motivar e organizar estas ati-vidades foi uma tarefa burocrática dos escribas de elite,dos líderes religiosos, e dos administradores sob o con-trole de um faraó que garantiu a cooperação e a unidadedo povo egípcio, no âmbito de um elaborado sistema decrenças religiosas.[7][8]

As muitas realizações dos antigos egípcios incluem o de-senvolvimento de técnicas de extração mineira, topogra-fia e construção que permitiram a edificação de monu-mentais pirâmides, templos e obeliscos; um sistema dematemática, um sistema prático e eficaz de medicina, sis-temas de irrigação e técnicas de produção agrícola, osprimeiros navios conhecidos,[9] faiança e tecnologia comvidro, novas formas de literatura e o mais antigo tratadode paz conhecido, o chamado Tratado de Cadexe.[10] OEgito deixou um legado duradouro. Sua arte e arquiteturaforam amplamente copiadas e suas antiguidades levadaspara os mais diversos cantos do mundo. Suas ruínas mo-numentais inspiraram a imaginação dos viajantes e escri-tores ao longo de séculos. O fascínio por antiguidades eescavações no início do Idade Contemporânea esteve naorigem da investigação científica da civilização egípcia elevou a uma maior valorização do seu legado cultural.[11]

1 Etimologia

Os egípcios usaram vários nomes para se referirem à suaterra. O mais comum era Kemet, “a Terra Negra” ou“Terra Fértil”, que se aplicava especificamente ao territó-rio nas margens do Nilo e que aludia à terra negra trazidapelo rio todos os anos.[12][13] Decheret, “Terra Vermelha”,referia-se aos desertos que circundavam o Nilo, onde osegípcios só penetravam para enterrar os seus mortos oupara explorarem pedras e metais preciosos. Também po-deriam chamá-la Taui ( “as Duas Terras”, ou seja, o Altoe o Baixo Egito), Ta-meri (“Terra Amada”) ou Ta-netjeru(“A Terra dos Deuses”). Na Bíblia o Egito é denominadoMisraim. A actual palavra Egito deriva do grego Aigyp-tos (pronunciado Aiguptos), que se acredita derivar porsua vez do egípcio Het-Ka-Ptah, “a mansão da alma dePtah".[14][15]

Os habitantes atuais do Egito dão o nome Misr ao seupaís, uma palavra que em árabe pode também significar“país”, “fortaleza” ou “acastelado”. Segundo a tradição,Misr é o nome usado no Alcorão para designar o Egito,e o termo pode evocar as defesas naturais de que o paíssempre dispôs. Outra teoria é que Misr deriva da antigapalavraMizraim, que por sua vez deriva de md-r ou mdr,usada pelos locais para designar o seu país.[16]

2 História

No final do período paleolítico, o clima árido do Norteda África tornou-se cada vez mais quente e seco, for-çando as populações da área a se concentrarem ao longodo Vale do Nilo, cuja fertilidade assegura o sustento doEgito desde os tempos dos caçadores e coletores nômadesdo Pleistoceno Médio (ca. 780-120 mil anos atrás) até àatualidade.[17] A planície fértil do Nilo deu aos homensa oportunidade de desenvolver uma economia agrícolasedentária e uma sociedade mais sofisticada e centrali-zada que se tornou um marco na história da civilizaçãohumana.[18]

2.1 Período pré-dinástico

Estatuário feminino nacadano.

Nos períodos pré-dinástico e dinástico, o clima do Egito,assim como do Saara como um todo, sofreu repenti-nas variações climáticas que provocaram períodos deextrema seca e desertificação, assim como períodos declima favorável e úmido: em fases úmidas o Saara era do-minado por uma savana rica em fauna (aves e mamíferos)e flora.[19][20] A caça teria sido muito importante entreos egípcios, pois fornecia carne.[21] As primeiras evidên-cias de domesticação animal são provenientes do DesertoOcidental tendo sido datadas de 8 800-6 800 a.C.: os ani-mais domésticos eram criados com base no modelo de

Page 3: Antigo Egito

2.2 Época Tinita 3

Paleta cosmética nacadana.

pastoreio africano, no qual os animais fornecem leite esangue, e não carne.[22] Por volta de 5 500 a.C., peque-nas comunidades que habitavam o vale do Nilo evoluí-ram para aglomerados culturais complexos caracteriza-dos pelo amplo domínio da agricultura (os vestígios maisantigos de tal prática foram encontrados em Faium[23])pecuária e por manufatura de objetos e cerâmica, as-sim como de um comércio primitivo: a Cultura Faiumi-ana (5 400-4 400 a.C.) desenvolveu pleno domínio emtecelagem;[24][25] a cultura Merimde (5 000-4 100 a.C.)construiu os primeiros túmulos egípcios neolíticos conhe-cidos (localizados no interior do assentamento), tendopossivelmente desenvolvido práticas rituais;[26][27][28] acultura Omariana (4 600-4 400 a.C.) produziu os maisantigos artefatos em cobre do Egito;[29] e a Badariana(4 400-4 000 a.C.) produziu os primeiros exemplos defaiança e vidro à base de esteatita.[30][31][32]

Na cultura Maadiana (3 800-3 200 a.C.) se verificou osurgimento dos primeiros cemitérios bem definidos[33]assim como de um intenso comércio: importavam pro-dutos do Oriente Médio (madeira de cedro,[34] nódu-los de sílex, cerâmica, ferramentas de pedra, resinas,óleos, vinho, cobre, basalto), Alto Egito (pentes, cerâ-mica, marfim, paletas cosméticas[nt 1], cabeças de clava)

e Deserto Oriental (malaquita, manganês, cornalina,conchas, pérolas); exportavam cerâmica, conchas e ce-reais para o Oriente, cobre, basalto e sílex para o AltoEgito.[35] Sítios como Saís e Buto tornaram-se centros depropagação cultural.[36] A Cultura de Nacada (4 000-3000 a.C.) foi caracterizada pelo surgimento de elites re-gionais mercantis centradas em grandes centros de po-der (Nacada, Hieracômpolis, Gebelein, Abadia, Abidos).Tais centros evoluíram para estados regionais belicososque disputaram entre si o poder, terras mais férteis e con-trole das rotas comerciais.[37][38][39] Possivelmente estesestados delinearam a divisão administrativa egípcia co-nhecida como nomos.[40][41][42] Durante os 1 000 anosde existência da Cultura de Nacada os centros regionaisvariaram em tamanho e poder: em Nacada I o maiorcentro era Nacada; em Nacada II (3 500-3 200 a.C.)era Hieracômpolis; em Nacada III (3 200-3 000 a.C.)era Abidos/Tinis.[43][44][45][46][31][47] Esses centros tive-ram cemitérios relacionados onde as elites eram sepul-tadas com rico espólio tumular.[48][49][50] No final de Na-cada II e durante Nacada III surgem as primeiras evidên-cias de líderes regionais e, posteriormente, dos primeirosfaraós.[51][23]

A Cultura de Nacada fabricou uma gama diversificadade bens materiais, reflexo do crescente poder e riquezada elite: vasos (em basalto, marfim, cobre, osso e ce-râmica), adereços pessoais (em osso, lápis-lazúli, con-chas, faiança, madeira, ouro, prata e cobre), paletas cos-méticas zoomórficas e antropomórficas (em grauvaque eardósia), esteatita vítrea, figuras antropomórficas e zoo-mórficas (em marfim e terracota), cabeças de clava dis-coides e depois em forma de pera;[48][52] esferas de ferrometeorítico são os mais antigos exemplos do uso de ferrono mundo.[53][54][55][56][57] Durante Nacada I os primei-ros exemplos de habitações construídas com tijolos sãoevidentes.[58][59][60][61]

Durante o período nacadano algumas transformaçõessócio-econômicas importantes são evidentes: intensaimportação (obsidiana, cobre, vasos, lápis-lazúli, mar-fim, ébano, incenso, pele de gatos selvagens, óleos, pe-dras e conchas) e exportação (alabastro, contas de ouro,faiança, lâminas, amuletos de “cabeças bovídeas") deprodutos;[62][63][50][64][65] surgimento de costumes reli-giosos (uso de estelas e sarcófagos) assim como al-guns deuses do panteão egípcio (Hórus, Bat, Seth,Nekhbet e Min);[66] criação da escrita hieroglífica (pos-sivelmente baseada na escrita mesopotâmica[67]);[68][69]arte e iconografia, ambas representadas em paletascosméticas.[70]

2.2 Época Tinita

No século III a.C., o sacerdote Manetão estabeleceu umacronologia dos faraós desde Menés aos seus contempo-râneos, agrupando-os em 30 dinastias, um sistema aindaem uso atualmente.[72] Ele escolheu para começar a suahistória oficial o rei chamado Meni (em grego: Μήνης;

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4 2 HISTÓRIA

As duas faces da Paleta de Narmer. Nela é representada a su-posta unificação do Alto e Baixo Egito.[71]

transl.: Menés) que se acredita ter sido o unificador dosreinos do Alto e Baixo Egito (ca. 3 100 a.C.).[73] Na rea-lidade, a transição para um estado unificado aconteceu deforma mais gradual do que os escritores egípcios relatam,e não há registro contemporâneo de Menés. Alguns aca-démicos acreditam, no entanto, que o mítico faraóMenéspode realmente ter sido o faraó Narmer, que é retratadovestindo trajes reais sobre a cerimonial Paleta de Narmerem um ato simbólico de unificação,[74] ou então o faraóHórus Aha.[75]

Durante o período tinita (ca. 3 150 a.C.), a primeiradinastia de faraós consolidou seu controle sobre o AltoEgito mudando a capital de Tinis para a recém-fundadaMênfis,[76] a partir da qual eles poderiam controlar a forçade trabalho e a agricultura do fértil Delta, bem como asrotas do lucrativo e fundamental comércio com o Levante(especialmente com o corredor sírio-palestino de ondeobtinham a madeira de cedro). Os faraós realizaram ata-ques contra núbios, líbios e beduínos, assim como reali-zaram incursões no Sinai em busca de cobre e turquesae no Mar Vermelho para exploração das minas locais.[75]O crescente poder e riqueza dos faraós durante o períododinástico se refletiu em suas mastabas elaboradas e em es-truturas de culto mortuário emAbidos, que foram utiliza-das para celebrar o faraó endeusado após sua morte.[77] Aforte instituição da realeza desenvolvida pelos faraós ser-viu para legitimar o controle estatal sobre a terra, trabalhoe recursos que foram essencialmente para a sobrevivênciae o crescimento da antiga civilização egípcia.[78]

2.3 Império Antigo

No Império Antigo ocorreram diversas expedições paraexploração mineral nas minas do Sinai e Mar Vermelhoassim como campanhas militares contra núbios e líbios.Concomitantemente, o comércio com o Oriente Próximo(Líbano, Palestina, Mesopotâmia) e o Punt intensificou-se e, juntamente com os sucessos militares, possibilitouao Egito fundar acampamentos estratégicos e uma frotamarítima, assim como adquirir ouro, cobre, turquesa,

Estátua de Quéops, o faraó construtor da Grande Pirâmide deGizé.

madeira de cedro, mirra, malaquita e electro.[79]

Durante o Império Antigo, uma administração centralbastante desenvolvida tornou possível o aumento da pro-dutividade agrícola, o que serviria de motor para im-pressionantes avanços nos campos da arquitetura, arte etecnologia.[80] Sob a direção do tjati (vizir), funcionáriosdo Estado arrecadavam impostos, coordenavam proje-tos de irrigação para melhorar o rendimento das cultu-ras, recrutavam camponeses para trabalhar em projetosde construção e estabeleceram um sistema de justiça queassegurava a manutenção da ordem e da paz.[81] Com osexcedentes dos recursos disponibilizados por uma econo-mia produtiva e estável, o Estado foi capaz de patrocinara construção de monumentos colossais e a excepcionalcomissão de obras de arte para as oficinas reais.[82]

A par da crescente importância da administração central,surgiu uma nova classe de escribas e oficiais letrados quereceberam propriedades do faraó como pagamento pe-los seus serviços.[79] Os faraós também fizeram conces-sões de terras para seus cultos funerários e templos locais,de forma a garantir que estas instituições teriam recursosnecessários para a adoração do faraó após a sua morte.Acredita-se que cinco séculos de práticas feudais corro-eram lentamente o poder econômico do faraó, e que aeconomia deixou de conseguir sustentar uma grande ad-ministração central.[83] Com a diminuição do poder do

Page 5: Antigo Egito

2.5 Império Médio 5

faraó, governantes regionais designados nomarcas come-çaram a desafiar a supremacia do faraó.[79] Isso, em con-junto com um período de secas extremas entre 2 200-2150 a.C.,[84] é apontado como causa da transição para umperíodo de 140 anos de fome e conflitos conhecido porPrimeiro Período Intermediário.[85]

2.4 Primeiro Período Intermediário

Estátua de Quéfren.

Depois do colapso do governo central do Egito no finaldo Império Antigo, o governo não conseguiu sustentar ouestabilizar a economia do país. Os governadores regio-nais não podiam contar com o faraó para apoio em épo-cas de crise, e a consequente escassez de bens e disputaspolíticas agravaram-se para situações de fome e guerrascivis de pequena escala. No entanto, apesar dos proble-mas, os líderes locais que já não deviam o tributo ao fa-raó, usaram esta independência para estabelecer uma cul-tura próspera nas províncias. Uma vez que dominavamos seus próprios recursos, as províncias desenvolveram-seeconomicamente, fato demonstrado por maiores e me-lhores atos fúnebres entre todas as classes sociais.[86]Verificaram-se surtos de criatividade, com os artesãos dasprovíncias a adotarem e adaptarem motivos culturais an-tes restritos à realeza do Império Antigo, e os escribas de-senvolveram estilos literários que expressam o otimismoe a originalidade do período.[87]

Livres da fidelidade ao faraó, os governantes locais co-meçaram a competir entre si pelo controle territorial epoder político. Por volta de 2 160 a.C., os governantes

de Heracleópolis controlavam o Baixo Egito, enquantoum clã rival, baseado em Tebas, a família Intef, assumiua posse do Alto Egito. À medida que os Intefs cresceramem poder e se expandiram para norte, um confronto entreas duas dinastias rivais tornou-se inevitável. Cerca de 2055 a.C., as forças de Tebas sob o comando deMentuotepII derrotaram finalmente os governantes de Heracleópo-lis, reunindo as Duas Terras e dando origem a um períodode renascimento econômico e cultural conhecido como oImpério Médio.[88]

2.5 Império Médio

Estátua de Mentuotep II.

Os faraós do Império Médio restituíram a prosperidadee estabilidade do país, situação que estimulou um re-nascimento da arte, literatura e projetos de constru-ção monumental.[89] Mentuotep II e seus sucessores daXI dinastia governaram a partir de Tebas, mas o vizirAmenemés I, ao assumir o trono que deu início início àXII dinastia por volta de 1 985 a.C., mudou a capital dopaís para a cidade de Itjtawy, localizada em Faium.[90] DeItjtawy, os faraós da XII dinastia comprometeram-se a re-alizar uma recuperação de áreas degradadas e melhoraro sistema de irrigação para aumentar a produção agrícolano país. Além disso, deu-se a conquista militar de toda aNúbia, rica em pedreiras e minas de ouro, enquanto tra-balhadores construíram uma estrutura defensiva no DeltaOriental, chamada "Muros-do-Rei", para defesa do Egitocontra ataques exteriores.[91]

Tendo sido garantida a segurança militar e política, e

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6 2 HISTÓRIA

na presença de uma vasta riqueza agrícola e mineira, apopulação, a arte e a religião prosperaram significativa-mente. Em contraste com a atitude elitista do ImpérioAntigo para com os deuses, no Império Médio assistiu-se a um aumento nas manifestações de devoção pessoal,e àquilo que pode ser designado por democratização davida no além, na qual todas as pessoas possuem uma almae podem ser recebidas na companhia dos deuses.[92] Aliteratura do Império Médio abordava temas eruditos epersonagens complexos, narrados num estilo confiantee eloquente.[87] A escultura capturou detalhes subtis edistintos que atingiram um novo patamar de perfeiçãotécnica;[93] os líderes retomam o costume de erigirempirâmides.[94]

Cabeça de esfinge de Amenemés III em alabastro (Museu do Lou-vre).

No Império Médio, como forma de garantir a sucessão,os faraós ainda em vida dividiram o trono com seu suces-sores, mantendo-os como co-faraós.[95] O último grandegovernante do Império Médio, Amenemés III, permitiuque colonos asiáticos se instalassem na região do Deltade modo a ter disponível força de trabalho suficiente paraas suas particularmente ativas campanhas de construçãoe mineração. Estas ambiciosas campanhas, porém, emconjunto com cheias inadequadas do Nilo no seu reinado,fragilizaram a economia e precipitaram um lento declíniono Segundo Período Intermediário durante as posterioresXIII e XIV dinastias. Durante esse declínio, os colonosasiáticos começaram a assumir o controle da região doDelta, acabando por alcançar o poder no Egito, como foio caso dos hicsos.[96]

2.6 Segundo Período Intermediário

Por volta de 1 785 a.C., com o poder dos faraós do Impé-rio Médio enfraquecido, os imigrantes asiáticos residen-tes na cidade de Aváris assumiram o controle da região e

forçaram o governo central a se retirar para Tebas, onde ofaraó era tratado como um vassalo e era obrigado a pagartributo.[97] Os hicsos (Heka-khasut, governantes estran-geiros) imitaram o modelo de governo egípcio e se apre-sentaram como faraós, integrando elementos egípcios nasua cultura da Idade do Bronze Médio.[98] Introduziramtambém elementos novos na civilização egípcia como ocavalo, os carros de guerra, novos métodos de fiação etecelagem e novos instrumentos musicais.[95]

Nippur

Ur

Babilónia

Assur

NíniveCarquemis

Sardes

Tánis

Aváris

Micenas

Cítio

Biblos KadeshSídonTiro

Damasco

Mênfis Heliópolis

Abidos

TEBAS

AssuãoElefantina

Abu Simbel

Napata

II

III IV

V

VI

Heracleópolis

Gaza

A R Á B I A

M E S O P O T Â M I A

A S S Í R I A

L Í B I A

C U C H E

P U N T

S Í R I A

S I N A I

I M P É R I O

I

CA

A

C I L Í C I A

M a r

M a r

M a r

G o l f oP é r s i c o

M a r

Nilo

M e d i t e r r â n e o

N e g r o

E G Í P C I O

C á s p i o

V e r m

e l h o

Império Egípcioséculo XV a.C.

(sob influência egípcia)

I M P É R I OH I T I T A

Cnossos

Mapa da extensão territorial máxima do Antigo Egito (século XVa.C.).

Depois da retirada, os reis de Tebas se viram presos en-tre os hicsos no norte e os aliados núbios dos hicsos, oscuchitas, no sul. Após anos de inatividade, Tebas reuniuforça suficiente para desafiar os hicsos em um conflito queduraria mais de 30 anos, até 1 555 a.C.[97] Os faraós TaáII e Kamés acabaram por derrotar os núbios, mas foi o su-cessor de Kamés, Amósis, que empreendeu com sucessouma série de campanhas que permanentemente erradica-ram os hicsos no Egito. No Império Novo que se seguiu,o poder militar se tornou uma prioridade central para osfaraós, que procuraram expandir as fronteiras do Egito egarantir o domínio completo do Oriente Próximo.[99]

2.7 Império Novo

Os faraós do Império Novo estabeleceram um períodode prosperidade sem precedentes, ao assegurar as fron-teiras e reforçar os laços diplomáticos com seus vizi-nhos. Campanhas militares levadas a cabo sob o co-mando de Tutmés I e seu neto Tutmés III, alargaram ainfluência dos faraós para o maior império que o Egito jáhavia visto.[100] Quando Tutmés morreu em 1 425 a.C.,o Egito prolongava-se desde Niya no norte da Síria até

Page 7: Antigo Egito

2.7 Império Novo 7

à quarta catarata do Nilo, na Núbia, cimentando fide-lidades e abrindo caminho para importações essenciaiscomo bronze e madeira.[101] Os faraós do Império Novoiniciaram uma campanha de construção em grande es-cala para promover o deus Amon, com culto assente emCarnaque.[95] Também construíram monumentos paraglorificar suas próprias realizações, tanto reais como ima-ginárias. A faraóHatchepsut usou taismeios como propa-ganda para legitimar sua pretensão ao trono.[102] Seu rei-nado bem sucedido foi marcado por expedições comer-ciais a Punt, um elegante templo mortuário, um par deobeliscos colossais e uma Capela em Carnaque. Apesarde suas realizações, o sobrinho e enteado de Hatchepsut,Tutmés III tentou fazer desaparecer o seu legado pertodo fim de seu reinado, possivelmente em represália pelausurpação do seu trono.[103]

As quatro colossais estátuas de Ramsés II na entrada do templode Abu Simbel.

Sob Tutmés IV (1 397-1 388 a.C.) o Egito realizou umaaliança com Mitani para empreender ataques contra oImpério Hitita. Com Amenófis III foram edificados ostemplos de Luxor, o palácio de Malacata e o Templo deMilhões de Anos, do qual atualmente só restam os conhe-cidos "Colossos de Memnon", além do templo de Amonem Carnaque ter sido ampliado.[104] Durante seu reinado,colheitas férteis e excedentes, permitiram a Amenófis IIIassegurar relações com os reinos orientais e com os no-bres das cidades sírio-palestinas por meio de acordo di-plomáticos, alguns dos quais envolvendo casamentos re-

ais. Cerca de 1 350 a.C., a estabilidade do Império Novofoi ameaçada quando Amenófis IV subiu ao trono e ins-tituiu uma série de reformas radicais e caóticas. Apósmudar o seu nome paraAquenáton (OEsplendor de Aton),decretou como a divindade suprema o até aí obscuro deusSol Aton, suprimindo o culto de outras divindades e ata-cando o poder religioso instalado.[105] Mudando a capi-tal para a nova cidade de Aquetaton (Horizonte de Áton,atual Amarna), Aquenáton tornou-se desatento aos ne-gócios estrangeiros, deixando-se absorver pela devoção aAton e pela sua personalidade de artista e pacifista.[100]Durante seu reinado as relações comerciais com o MarEgeu (minoicos e micênios) são cortadas e os hititas co-meçam a fazer perigar a soberania egípcia na Síria.[106]Após sua morte, o culto de Aton foi rapidamente aban-donado, e os faraós Tutancâmon, Ay e Horemeb apaga-ram todas as referências à heresia de Aquenáton, agoraconhecida como Período Amarna.[107]

Fragmentos do tratado de paz entre os egípcios e hititas.

Sob Seti I, o Egito controlou revoltas e conquistou a ci-dade de Cadexe e a região vizinha de Amurru, ambas lo-calidades palestinianas. Ramsés II, também conhecidocomo Ramsés, o Grande ascendeu ao trono por volta de 1279 a.C., prosseguindo a construção de um número signi-ficativo de templos, estátuas e obeliscos; foi o faraó coma maior quantidade de filhos da história (110 filhos).[108]Transferiu a capital do império de Tebas para Pi-Ramsésno Delta Oriental. Ousado líder militar, Ramsés II co-mandou o seu exército contra os hititas na Batalha de Ca-dexe em 1 274 a.C. e depois de um impasse, assinou em1 258 a.C.[109] o primeiro tratado de paz da história, co-nhecido como Tratado de Cadexe, onde ambas as nações

Page 8: Antigo Egito

8 2 HISTÓRIA

comprometiam-se a se ajudar mutuamente contra inimi-gos internos ou externos.[100] O tratado foi selado com ocasamento de Ramsés II e a filha mais velha do imperadorHatusil III.[110]

A riqueza do Egito fez dele um alvo tentador para umainvasão, em especial de líbios e dos chamados povos domar. No reinado de Merneptá ambos os povos se alia-ram com o objetivo de atacar o Egito, incitando tambémos núbios à revolta. Com a sequente derrota dos inva-sores, os revoltosos acabariam por ser suplantados. Du-rante o reinado de Ramsés III o faraó conseguiu expulsaros povos do mar para fora do Egito em duas grandes ba-talhas, no entanto, eles acabariam por assentar na costapalestina e durante o reinado de seus sucessores toma-riam por completo a região.[100] Entretanto é importantelembrar que o Egito não estava enfrentando apenas pro-blemas externos. Após a morte de Ramsés II e a subidaao trono de seu filhoMerneptá, a instabilidade política as-solou o Egito.[100] Diversos golpes de Estado depuserammuitos faraós em pouco tempo e diversos distúrbios civis,corrupção, revoltas de trabalhadores e roubos de túmuloscontribuíram para a instabilidade interna. Como formade ganhar popularidade, durante o início da XX dinas-tia foram concedidas terras, tesouros e escravos para ossacerdotes dos templos de Amon, o que fortaleceu o po-der destes,[111] e esse poder crescente fragmentou o paísdurante o Terceiro Período Intermediário.[112]

2.8 Terceiro Período Intermediário

Após a morte de Ramsés XI em 1 070 a.C., Esmendesassumiu a autoridade sobre a parte norte do Egito gover-nando a partir da cidade de Tânis. O sul foi de facto con-trolado pelos sumos sacerdotes de Amon em Tebas, quereconheciam Esmendes apenas formalmente.[113] O sa-cerdote Piankh conseguiu deter a expansão do Reino deCuche que havia dominado boa parte do Alto Egito.[114]

Na mesma época, os líbios tinham se instalado no DeltaOcidental, e os líderes destes colonos começaram a ga-nhar autonomia. Os príncipes líbios assumiram o con-trole do delta no reinado de Shoshenk I em 945 a.C., fun-dando a dinastia chamada Líbia ou Bubastilas, que gover-naria por cerca de 200 anos. Shoshenk também ganhouo controle do sul do Egito, ao colocar os seus familiaresem importantes cargos sacerdotais. Invadiu a Palestinadurante o reinado do rei Roboão e restaurou o comérciocom Biblos, aumentando a prosperidade da dinastia.[114]

Sob Osorcon II, o Egito auxiliando os reinos sírio-palestinos repudiou as primeiras expedições assírias. Asmuitas guerras civis que se seguiram causaram a divisãodo Egito em várias dinastias. O poder líbio entrou em de-clínio à medida que duas dinastias rivais surgiram, umacentrada em Leontópolis (XIII dinastia) e outra em Saís(XXIV dinastia). No entanto, a constante ameaça cuchitado sul forçou a união das três dinastias com vista à sua de-fesa. Por volta de 727 a.C., o rei cuchita Pié derrotou um

Tribos doocidente

Reino doMeshwesh

Reino doMeshwesh

22ª Dinastia

23ª Din

astia

Princípes da 22ªe 23ª dinastias

Territóriodisputado

Governo deHeracleópolis

Governo deHermópolis

Governo deTebas

Baixo Egipto

Alto Egipto

Rio

Nilo

Rio Nilo

Oásis de Kharga

Oásis de Dakhla

Primeira catarata

G o l f o d o S u e z

M a r M e d i t e r r â n e o

Mênfis

Tebas

Leontópolis

Busíris

Saís Tânis

Ávaris

Heracleópolis

Hermópolis

Assiut

Abidos

Hieracômpolis

Swenet

Egipto durante o Terceiro Período Intermédio1070 a.C. - 664 a.C.

Por volta de 730 a.C., líbios vindos do oeste fragmentaram aunidade política do país.

exército de oito mil soldados egípcios, invadiu o norte,tomou o controle de Tebas e do Delta, e formou a XXVdinastia.[114][115]

O prestígio secular do Egito diminuiu consideravelmentedurante o final do Terceiro Período Intermediário. Osseus aliados estrangeiros ficaram sob a esfera de influên-cia assíria, e em 700 a.C. a guerra entre os dois esta-dos tornou-se inevitável. O faraó Chabataca empreendeuuma batalha contra os assírios da qual sairia vitorioso.O seu sucessor, Taarca, incentivou revoltas na Palestinaassíria, tendo conseguido expulsar os assírios das imedi-ações em 673 a.C.[114] No entanto, entre 671 e 667 a.C.,os assírios iniciaram ataques contra o Egito. Os reinadosdos reis cuchitas Taarca e do seu sucessor Tanutamon fo-ram marcados por conflitos constantes com os assírios,contra os quais os governantes núbios obtiveram váriasvitórias.[116] Por fim, os assírios empurraram os cuchitaspara a Núbia, ocupando Mênfis e saquearam os templosde Tebas.[117]

Page 9: Antigo Egito

2.10 Dinastia Ptolomaica 9

2.9 Época Baixa

Estátua de um dignitário egípcio do período Saite.

Sem planos definitivos de ocupação, os assírios delega-ram a administração do Egito numa série de vassalos quese tornariam conhecidos como reis saítas da XVI dinas-tia. Por volta de 653 a.C., o rei Psamético I logrou ex-pulsar os assírios com ajuda de mercenários gregos. Ainfluência grega expandiu-se significativamente à medidaque os gregos se concentraram na cidade de Náucratis,no Delta. A partir da nova capital em Saís, os reis saí-tas, testemunharam um breve, mas significativo ressurgi-mento da economia e cultura, mas em 525 a.C., os po-derosos persas aquemênidas, liderados por Cambises II,iniciaram uma campanha de conquista do Egito, tendoacabado por capturar o faraó Psamético III na Batalhade Pelusa.[118] Em seguida Cambises II assumiu o títuloformal de faraó, governando o Egito a partir de Susa, dei-xando a região sob a administração de um sátrapa. Algu-mas revoltas bem sucedidas contra os persas marcaram oEgito no século V a.C., mas nunca foram capazes de osderrubar de forma definitiva.[119]

Após a sua anexação pelo Império Aquemênida, o Egitoseria aglomerado com o Chipre e com a Fenícia, na sextasatrapia dos persas aquemênidas. Este primeiro períodode domínio persa sobre o Egito, também conhecido comoXXVII dinastia, terminou em 402 a.C.. De 380 a 343a.C., a XXX dinastia governou como última casa real na-tiva do Egito dinástico, que terminaria com o reinado deNectanebo II. Uma breve restauração do domínio persa,por vezes designada como XXXI dinastia, teve início em343 a.C., mas pouco depois, em 332 a.C., o governante

persa Mazaces entregou sem grande resistência o Egito aAlexandre, o Grande.[120]

2.10 Dinastia Ptolomaica

Busto do faraó Ptolemeu I Sóter.

Em 332 a.C., Alexandre Magno conquistou o Egito compouca resistência dos persas e foi recebido pelos egípcioscomo um libertador. A administração estabelecida pelossucessores de Alexandre, os Ptolomeus, foi baseada nomodelo egípcio e a capital estabelecida na recém-erguidacidade de Alexandria.[121] A cidade era uma montra dopoder e prestígio do governo grego, e tornar-se-ia umpolo de cultura e ensino, centrados na famosa Bibliotecade Alexandria.[122] O Farol de Alexandria iluminou o ca-minho para os muitos navios que mantinham vivo o co-mércio com o exterior, uma vez que a economia, assenteem empresas de grande retorno económico, era a maisalta prioridade dos Ptolomeus.[123]

A cultura grega não pretendeu impor-se à cultura egípcianativa, tendo os Ptolomeus apoiado tradições seculares deforma a garantir a lealdade da população. Foram cons-truídos novos templos em estilo egípcio, apoiadas as for-mas de culto tradicionais, e os governantes retratavam-sea si mesmo como faraós.[121] Algumas tradições de ambasas culturas foram fundidas, como deuses gregos e egíp-cios sincretizados em divindades híbridas, como Serápis,e formas clássicas da escultura grega influenciaram moti-

Page 10: Antigo Egito

10 2 HISTÓRIA

vos tradicionais egípcios. Apesar dos seus esforços paraapaziguar os egípcios, os Ptolomeus foram contestadospor rebeliões locais, rivalidades entre famílias e pela po-derosa máfia de Alexandria, formada depois da morte dePtolemeu IV.[124] Além disso, à medida que Roma de-pendia cada vez mais de importações de cereais do Egito,os romanos começaram a demonstrar grande interesse nasituação política da região. Revoltas egípcias constantes,políticos ambiciosos e poderosos oponentes sírios contri-buíram para a instabilidade da região, levando Roma aoenvio de tropas com o objectivo de assegurar o país comoprovíncia do seu império.[125]

2.11 Domínio romano

Um dos retratos de Faium, uma das tentativas de unir as culturasegípcia e romana.

O Egito tornou-se uma província romana em 30 a.C.,após a derrota de Marco Antônio e da rainha Ptolomaica

Cleópatra VII por Otaviano (posteriormente ImperadorAugusto) na Batalha de Áccio.[121] Os romanos depen-diam fortemente das remessas de cereais do Egito, e oexército romano, sob o comando de um prefeito nome-ado pelo imperador, reprimiu revoltas, fez aplicar a co-brança de impostos, e impediu os ataques de salteadores,que se tinham tornado um problema significativo duranteeste período.[126] Alexandria torna-se um centro cada vezmais importante na rota de comércio com o Oriente, umavez que em Roma havia grande procura de mercadoriase bens exóticos e de luxo.[127]

Embora os romanos tivessem uma atitude mais hostil doque os gregos para com os egípcios, algumas tradições fo-ram mantidas, como a mumificação e o culto dos deusestradicionais. A arte de retratar as múmias floresceu e al-guns dos imperadores romanos se fizeram retratar comofaraós, embora não na medida dos Ptolomeus, já que osprimeiros moravam fora do Egito e não desempenharamfunções cerimoniais da realeza egípcia. A administraçãolocal tornou-se romana o que tendeu a minar a liberdadedos nativos egípcios.[128]

A partir de meados do século I d.C., o cristianismo seenraizou em Alexandria, sendo visto e aceito como ou-tro culto. No entanto, o fato de ser uma religião infle-xível e proselitista, que procurava converter pessoas dopaganismo, ameaçando com isso as tradições religiosaspopulares, levou à perseguição dos convertidos ao cristi-anismo, que culminou com o grande expurgo de Diocleci-ano a partir de 303. Apesar disso, o cristianismo acaboupor triunfar.[129] Em 391 o imperador cristão Teodósio Iintroduziu uma legislação que proibiu ritos pagãos e ostemplos foram fechados.[130] Alexandria tornou-se palcode grandes protestos anti-pagãos, com imagens públicase privadas destruídas.[131] Como consequência, a culturado Egito pagão entrou em declínio. Enquanto a popula-ção nativa continuou a usar a sua língua, a capacidade deler e escrever hieróglifos, na medida em que o papel dossacerdotes tornou-se exímio, acabou por retroceder.[nt 2]Os templos eram por vezes convertidos em igrejas ouabandonados.[132]

No século IV d.C. o Império Romano dividiu-se em duaspartes e o Egito se incorporou ao Império Oriental, co-nhecido como o Império Bizantino. O Império do Ori-ente tornou-se cada vez mais “oriental” em grande estiloe suas antigas ligações com o mundo greco-romano co-meçam a se desvanecer. O sistema grego de governos lo-cais por cidadãos já tinha desaparecido completamente.Em 616, em meio a guerra bizantino-sassânida de 602-628, o xá sassânida Cosroes II (r. 590–628) conquistou oEgito,[133] cujo controle seria retomado pelos bizantinosem 628 sob o imperador Heráclio (r. 610–641) com ofim do conflito.[134]

Page 11: Antigo Egito

3.1 Vale do rio Nilo 11

Heliópolis

Mênfis

Bílbies

PelúsioAlexandria

Paretônio

Catabátmo Maior

Arixe

Gaza

Cesareia

Damasco

Tabuk

Eilat

Tebas

Coptos

Híbis

Hermópolis Magna

Oxirrinco

Jerusalém

Pela

Suez

Babilônia

0 400

Quilômetros

Império Bizantino

Conquista muçulmana do Egito639 - 642

Amr

Zubair e reforços de Medina

Cerco

Batalha

Califado Rashidun

Mapa detalhando a rota dos invasores muçulmanos do Egito.

2.12 Conquista árabe

Em 639, Amr ibn al-As, um general árabe, à frente de umexército de 4 000 homens ataca o Egito bizantino duranteo expansionismo árabe do século VII. Inicialmente tomaMênfis e toma o controle das principais rotas de comu-nicação terrestre, o que lhe abre caminho para a capitalda província, Alexandria. Após tais vitórias, seu exér-cito recebe reforços de soldados que se interessaram pelobutim, alcançando cerca de 20 000 homens. Amr esta-beleceu seu acampamento nas imediações da cidade deHeliópolis (local onde posteriormente seria fundada a ci-dade do Cairo) de onde pode enviar suas tropas de assédioà cidade. Em 640 sitia Alexandria. A cidade é defendidapor uma força de cerca de 50 000 homens, no entanto, em642 a força bizantina rende-se, abandonando seus pos-tos e permitindo a dominação da cidade. Os bizantinosreocupam a cidade em 645, no entanto, são novamenterepelidos em 646.[135]

Após a submissão do Egito, a resistência dos nativos pe-rante a ocupação árabe começou a materializar-se, tendodurado até ao século IX. Os árabes impuseram um im-posto especial aos egípcios cristãos, o jizya.[136] No sé-culo VII d.C. os árabes começam a empregar o termo quftpara descrever o povo do Egito. Desta forma os egípciospassaram a ser conhecidos como coptas, e a Igreja Egíp-cia Não-Calcedônia tornou-se a Igreja Copta. Nos sécu-los seguintes, de forma gradual, os habitantes do Egitoforam arabizados e islamizados, de modo que a identi-dade nativa e a língua egípcia sobreviveram apenas entreos coptas, que falavam a língua copta, uma descendentedireta do egípcio demótico falado na época romana.[137]

3 Geografia

A civilização egípcia se desenvolveu na região situada en-tre a primeira catarata do Nilo (Assuão) e o Delta do Nilo.O Sinai, que só pertenceu ao Egito após sua conquista noImpério Novo, foi utilizado como rota de comunicaçãopara o corredor sírio-palestino, que a rigor seria a faixa de

Imagem de satélite do Delta do Nilo.

terra litorânea que liga o Egito à Mesopotâmia. A lestedo Nilo encontra-se o Deserto Oriental Africano (comu-mente conhecido como Deserto Oriental) que se estendeaté ao Mar Vermelho e a oeste fica o Deserto da Líbia(comumente conhecido como Deserto Ocidental) ondeexistem vários oásis dos quais se destacam os de Siuá,Kharga, Farafra, Dakhla e Baareia. O atual território doEgito não pode ser comparada ao do Antigo Egito, pois,atualmente, o Sinai, e partes dos desertos Oriental e Oci-dental estão dentro dos limites do Egito.[138][139]

Ao sul da primeira catarata se localizava a Núbia.[138]O Nilo é formado por dois afluentes principais, o NiloBranco (que nasce no Lago Vitória) e o Nilo Azul (quenasce no Lago Tana). Ambos os afluentes unem-se emCartum.[140] O Nilo corre de sul para norte, desaguandono Mar Mediterrâneo e sua extensão é de aproximada-mente 6 740 km.[12]

No Antigo Egito distinguiam-se duas grandes regiões: oAlto Egito e o Baixo Egito. Inicialmente o Alto e BaixoEgito eram reinos distintos que haviam se formado emtorno de 3 300 a.C. No entanto, acabaram por ser unifi-cados poucos séculos depois. O Alto Egito (Ta-chemau)era uma estreita faixa de terra com cerca de 900 km de ex-tensão começando em Assuão e terminando em Mênfis.O Baixo Egito (Ta-mehu) foi o Delta do Nilo, a norte deMênfis, onde o rio se dividia em vários braços. Por ve-zes também se distingue na geografia egípcia uma regiãoconhecida como o Médio Egito, que é o território a nortede Qena até à região do Faium.[138]

3.1 Vale do rio Nilo

O historiador grego Heródoto (c, 484?−420 a.C.), cha-mou ao Egito “a dádiva do Nilo".[141] Para os egípcios,o Nilo era uma verdadeira bênção dos deuses,[142] sendoconsiderado sagrado e adorado como um deus, ao qualdedicavam hinos e orações. As chuvas sazonais causa-vam enchentes que depositavam húmus nas margens fa-vorecendo a agricultura e pecuária; também fornecia água

Page 12: Antigo Egito

12 4 DEMOGRAFIA

Embarcação egípcia retratada em baixo relevo.

fresca, peixes, aves aquáticas além de servir para o trans-porte e comércio.[143] Como o nível do rio era inconstanteos egípcios desenvolveram diques, barragens e canais deágua para melhor aproveitarem as águas do rio, assimcomo o "nilômetro", uma construção usada para mediras enchentes.[144] Durante o período das enchentes os ci-dadãos eram deslocados para as cidades para trabalharemem outras tarefas.[138]

O meio mais fácil e rápido de viajar e transportar cargaspesadas era através de embarcações de diversos tamanhosque possuíam, no geral, remos presos a proa.[145] As em-barcações usadas para transporte de cargas pesadas eramconstruídas com madeira do Líbano; as de transporte depessoas, caça e pesca eram de junco; as barcaças reais eas usadas para o transporte de estatuetas de deuses pos-suíam cabines, e eram decoradas commuitas cores e ouroencrustado. O Nilo corre de sul para norte, mas o ventosopra geralmente de norte para sul, pelo que a navegaçãopara para norte tem a corrente a seu favor e a navegaçãopara sul é feita a favor do vento, o que era é aproveitadopara utilizar velas. No entanto, na ausência de vento cau-sava, a única forma de navegar para sul é remar contra acorrente.[138]

4 Demografia

Os antigos egípcios foram o resultado de uma misturadas várias populações que se fixaram no Egito ao longodos tempos, oriundas do nordeste africano, da ÁfricaNegra e da área semítica. A questão relativa à etniados antigos egípcios é por vezes geradora de controvér-sia, embora à luz dos últimos conhecimentos da ciên-cia falar de raças humanas revela-se um anacronismo.Até meados do século XX, por influência de uma visãoeurocêntrica, os antigos egípcios eram considerados pra-ticamente como brancos; a partir dos anos 1950, as te-orias do "afrocentrismo", segundo as quais os egípcioseram negros, afirmaram-se em alguns círculos. Importatambém referir que as representações artísticas são fre-

Estereótipo egípcio.

quentemente idealizações que não permitem retirar con-clusões neste domínio.[146]

Os egípcios tinham consciência da sua alteridade: nas re-presentações artísticas dos túmulos os habitantes do Valedo Nilo surgem com roupas de linho branco, enquantoque os seus vizinhos líbios e semitas se apresentam comroupas de lã. A língua dos egípcios (hoje uma línguamorta) é um ramo da família das línguas afro-asiáticas(camito-semíticas). Esta língua é conhecida graças à des-coberta e decifração da Pedra de Roseta, onde se encon-tra inscrito um decreto de Ptolomeu V Epifânio (205-180 a.C.) em duas línguas (egípcio e grego clássico) e emtrês escritas (caracteres hieroglíficos, escrita demótica ealfabeto grego).[147]

O número de habitantes do Antigo Egito variou ao longoda história. Durante o período pré-dinástico (4 500-3 000a.C.) a população rondaria as centenas de milhares; du-

Page 13: Antigo Egito

5.2 Sistema jurídico 13

rante o Império Antigo (séculos XVII-XII a.C.) situar-se-ia nos dois milhões, atingindo os quatro milhões poraltura do Império Novo. Quando o Egito se tornou umaprovíncia romana estima-se que a população seria cercade sete milhões. Como atualmente, a esmagadora maio-ria da população habitava as terras agrícolas situadas nasmargens do Nilo, sendo escassas as populações que vi-viam no deserto.[148][149]

5 Governo

5.1 Administração

O faraó era geralmente representado usando símbolos da realezae de poder.

O faraó era o monarca absoluto do país e, pelo me-nos em teoria, exercia o controle total da terra e seusrecursos.[150] Era o comandante militar supremo e chefedo governo, que contava com uma burocracia de fun-cionários para administrar os seus negócios. O encar-

regado da administração, o vizir (tjati), era o segundono comando, e atuava como conselheiro e represen-tante do faraó, coordenava os levantamentos fundiários,tesouraria, projetos de construção, sistema legal e depó-sito de documentos.[151] A nível regional, o país estavadividido em 42 regiões administrativas chamadas nomos,cada uma governada por um nomarca,[152] que era res-ponsável pela jurisdição do vizir. Os templos formavama espinha dorsal da economia. Eles não só eram edifíciosde culto, mas também eram responsáveis por coletar earmazenar a riqueza da nação em um sistema de celeirose tesourarias administradas por superintendentes, que re-distribuíam os cereais e os bens.[153] Como não era possí-vel para o faraó estar em todos os templos para realizar ascerimônias, ele delegava o seu poder religioso aos sacer-dotes, que conduziam as cerimônias em seu nome.[154]

5.2 Sistema jurídico

A cabeça do sistema jurídico era oficialmente o faraó,que era responsável pela promulgação de leis, aplicaçãoda justiça e manutenção da lei e da ordem, um conceitoque os egípcios antigos denominavam Ma'at. Apesar denão terem chegado aos nossos dias quaisquer códigos le-gais do Antigo Egito, documentos da corte mostram queas leis egípcias foram baseadas em uma visão de sensocomum de certo e errado, que enfatizou a celebração deacordos e resoluções de conflitos ao invés de cumprir ri-gorosamente um conjunto complicado de estatutos.[155]Conselhos locais de anciãos, conhecidos como Kenbet noImpério Novo, eram responsáveis pela decisão em casosjudiciais de pequenas causas e disputas menores.[151] Oscasos mais graves envolvendo assassinato, grandes tran-sações de terrenos e roubo de túmulos eram encaminha-dos para o Grande Kenbet, presidido pelo vizir ou pelofaraó. Os demandantes e demandados representavam-sea si próprios e eram obrigados a jurar que diziam a ver-dade. Em alguns casos, o Estado assumiu tanto o papelde acusador como o de juiz, e tinha poder para torturaros acusados com espancamento para obter uma confissãoe os nomes dos co-conspiradores. Se as acusações fos-sem sérias, escribas da corte documentavam a denúncia,testemunhavam, e o veredicto do caso era guardado parareferência futura.[156]

As punições para crimes menores envolviam imposiçãode multas, espancamentos, mutilações faciais ou exí-lio, dependendo da gravidade do delito. Crimes graves,como homicídio e roubo de túmulos, eram punidos comexecução por decapitação, afogamento ou empalamento.A punição também podia ser estendida à família docriminoso.[151] A partir do Império Novo, os oráculos de-sempenharam um papel importante no sistema jurídico,dispensando a justiça nos processos civis e criminais. Oprocesso consistia em pedir a deus um “sim” ou “não”sobre o que era certo ou errado num problema. O deus,transportado por um número de sacerdotes, proferia asentença, escolhendo um ou outro, movendo-se para a

Page 14: Antigo Egito

14 6 ECONOMIA

frente ou para trás, ou apontando para uma das respos-tas escritas em um pedaço de papiro ou de óstraco.[157]

5.3 Força militar

Uma biga egípcia.

O exército egípcio antigo foi responsável pela defesa doEgito contra invasões estrangeiras e a manutenção da do-minação egípcia no Antigo Oriente Próximo. No desertohavia patrulheiros que vigiavam as fronteiras e defendiamo império de expedições de nômades. No Delta e no Valedo Nilo havia guardas rurais que defendiam os cobrado-res de impostos. No Império Novo surgiram os medjayu,de origem núbia, que exerciam a função de patrulhei-ros do deserto, policiais das cidades e necrópoles, alémde aplicadores das decisões da justiça.[158] O exército ea marinha egípcias eram complementares, onde os na-vios transportavam as tropas e os oficiais exerciam fun-ções militares e navais. Os soldados eram recrutados en-tre a população em geral, mas durante e principalmentedepois do Império Novo, foram contratados mercenáriosda Núbia e Líbia para lutar pelo Egito.[159] Prisioneirosde guerra também foram incorporados ao exército egíp-cio. Por volta do Império Novo os exércitos eram divi-didos em unidades táticas autônomas de cinco a seis milhomens.[160]

Relevo da tumba de Horemeb.

Os exércitos empreenderam expedições militares no Si-nai para proteção das minas locais durante o Império An-tigo[161] e lutaram em guerras civis durante o Primeiroe Segundo Períodos Intermediários. Foram importan-tes para a manutenção de fortificações ao longo de rotascomerciais importantes, tais como as encontradas na ci-dade de Buhen no caminho para a Núbia. Também foramconstruídos fortes nas fronteiras com guarnições de 50 a100 homens, para servirem como bases militares,[160] taiscomo a fortaleza de Sile, a qual foi uma base de operaçõespara expedições no Levante. No Império Novo, uma sé-rie de faraós usaram o exército para atacar e conquistar oReino de Cuche e partes do Levante.[162] Há informaçõesque alegam que houve a prática de espionagem entre osexércitos egípcios.[163]

Os equipamentos militares típicos incluíram arcos eflechas de sílex, machados, clavas, lanças de cobre eescudos redondos feitos por estiramento de pele de ani-mais sobre uma armação de madeira. No Império Novo,os militares começaram a usar bigas e cavalos que haviamsido introduzidos pelos invasores hicsos durante o Se-gundo Período Intermediário.[160] As armas e armadurascontinuaram a melhorar com a introdução do bronze: osescudos eram agora feitos de madeira sólida com umafivela de bronze, lanças receberam pontas de bronze eo khopesh, uma espécie de espada com a extremidadecurva, foi adotado a partir de modelos asiáticos.[164] O fa-raó foi geralmente representado na arte e na literatura an-dando à frente do exército e há evidências de que pelome-nos alguns faraós, comoTaá II e seus filhos, o fizeram.[165]

6 Economia

6.1 Agricultura

Uma combinação de características geográficas favorá-veis contribuiu para o sucesso da cultura egípcia, a maisimportante das quais era o solo fértil resultante de enchen-tes anuais do Nilo. Os antigos egípcios foram, assim, ca-pazes de produzir alimentos em abundância, permitindoque a população dedicasse mais tempo e recursos a ati-vidades culturais, tecnológicas e artísticas. A gestão daterra foi crucial no Antigo Egito, porque os impostos fo-ram avaliados com base na quantidade de terras em possede uma pessoa.[166] Em teoria todas as terras pertenciamao rei, mas a propriedade privada foi uma realidade.[167]

A agricultura no Egito foi dependente dos ciclos de cheiasdo Rio Nilo. Os egípcios reconheceram três estações:Akhet (inundação), Peret (plantio) e Shemu (colheita).[168]A estação das cheias dura de julho a outubro, depositandonas margens do Nilo uma camada de lodo rico em mine-rais para o cultivo. Após a redução do nível do rio, a es-tação de plantio ia de novembro a fevereiro. Agricultoresaravam a terra com arados puxados por bois e plantavamas sementes, que eram irrigadas por intermédio de sis-temas de diques e canais.[138][142] O Egito recebia pouca

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6.2 Criação animal 15

Pintura mural de um túmulo retratando trabalhadores arandoos campos, a colheita das culturas e a debulha de cereais sob adireção de um supervisor.

chuva, pelo que os agricultores usavam a água do Nilopara regar as culturas.[169] De março a junho, os agricul-tores usavam foices para suas colheitas, que eram depoisdebulhadas com um mangual ou com as patas dos boispara separar a palha do grão. Os grãos eram usados parafabricar cerveja ou armazenados em sacas nos celeiros re-ais para posterior distribuição.[170]

Os antigos egípcios cultivaram trigo, cevada e vários ou-tros cereais, todos usados para produção de pão, bis-coitos, bolos e cerveja.[171] O linho, colhido antes dafloração, foi cultivado para extração da fibra de seucaule para produção de roupas; algodão também foicultivado. O papiro que cresce nas margens do Niloera usado para fazer suporte de escrita.[172] Legumes(pepino, cebola) leguminosas (feijão, fava, grão-de-bico,lentilha, alfarroba), verduras (alface), condimentos (alho,alho-poró, alecrim, gergelim, orégano, tomilho) e frutas(tâmara, melancia, melão, maçã, romã, laranja, banana,limão, pêssego, figo, jujuba, uva) foram cultivadas emhortas perto das casas em solo elevado, e tiveram deser regadas manualmente; houve produção de vinho.[173]Foi ainda evidenciada a presença do cultivo de papoula emirto.[174][175]

6.2 Criação animal

Os egípcios acreditavam que uma relação equilibrada en-tre pessoas e animais era um elemento essencial da ordem

Rebanho de bovinos.

cósmica e que por conseguinte os animais e plantas erammembros de um todo.[177] Animais, tanto domésticoscomo selvagens, foram, portanto, uma fonte essencial deespiritualidade, companheirismo, e sustento. Os bovinosforam os animais mais importantes; a administração co-letava impostos sobre o gado nos censos regulares, e otamanho de um rebanho refletia o prestígio e a importân-cia da propriedade ou do templo que o possuía. Além dogado, os antigos egípcios apascentavam caprinos, ovinose suínos. Aves como patos, gansos e pombos eram cap-turados em redes e criados em fazendas, onde eram ali-mentados à força com massa para engordá-los.[178] Asabelhas também foram domesticadas, pelo menos desdeo Império Antigo, e forneciam tanto mel como cera.[179]Também foram domesticados hienas e guepardos para acaça.[180]

trabalhador arando o campo com tração animal.

Os egípcios usavam burros e bois como animais de cargae para lavrar os campos e debulhar as sementes. O abatede um boi gordo era também uma parte central de umritual de oferenda. Os cavalos foram introduzidos pe-los hicsos no Segundo Período Intermediário, e o camelo,apesar de ser conhecido a partir do Império Novo, não foiusado como um animal de carga até à Época Baixa. Hátambém evidências que sugerem que os elefantes forambrevemente utilizados na Época Baixa, mas praticamenteforam abandonados devido à falta de pastagens.[178] Cães,gatos e macacos eram animais comuns de estimação,enquanto animais de estimação mais exóticos importa-dos do coração da África, como leões, estavam reserva-dos para a realeza. Heródoto observou que os egípcioseram o único povo que mantinha os seus animais em suas

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16 6 ECONOMIA

casas.[177] Durante o período pré-dinástico e nos perío-dos posteriores, o culto dos deuses em sua forma animalera extremamente popular, como a deusa gata Bastet e odeus íbis Thoth. Esses animais foram criados em grandenúmero nas fazendas a fim de serem sacrificados.[181]

Para complementar a sua dieta, os egípcios caçavamlebres, antílopes, aves, hipopótamos e crocodilos pormeio de redes, arcos e lanças, assim como pescavamcarpas, pescadas (no Delta) e, especialmente, tilápiascom o emprego de anzóis e arpões; os peixes eram de-sidratados ao sol para conservação.[174]

6.3 Mineração

O Mapa de Turim descreve as minas de Wadi Hammamat e é omapa de cunho topográfico conhecido mais antigo.

O Egito é rico em pedras de decoração e construção, co-bre e minérios de chumbo, ouro e pedras semipreciosas.Estes recursos minerais permitiram aos egípcios cons-truir monumentos, esculpir estátuas, fazer ferramentas ejoias.[182] Os embalsamadores utilizavam sais de WadiEl Natrun (natrão) para mumificação, que também pro-porcionou a gipsita necessária para fazer gesso.[183] For-mações rochosas de minérios foram encontradas em bar-rancos inóspitos e distantes do Deserto Oriental e no Si-nai, exigindo grandes expedições controladas pelo Estadopara obter os recursos naturais ali encontrados. Havia ex-tensas minas de ouro na Núbia, e um dos primeiros mapasconhecidos é de umamina de ouro na região. Wadi Ham-mamat foi uma importante fonte de granito, grauvaque eouro. O sílex foi o primeiromineral coletado e usado parafazer ferramentas e machadinhas de pedra. Nódulos domineral eram cuidadosamente lascados para fazer lâmi-nas e pontas de flechas, mesmo depois do cobre passar aser usado para essa finalidade.[184]

Os egípcios trabalharam em depósitos de minério dechumbo e galena em Gebel Rosas para fazer chumbo lí-quido, prumos e pequenas figuras. O cobre foi o ma-terial mais importante para a fabricação de ferramentasno Antigo Egito e foi fundido em fornos de minério demalaquita e turquesa extraídas do Sinai.[185] Através delavagem, eram coletadas pepitas de ouro de sedimentosde depósitos aluviais. Outro processo para obter ouro,mais trabalhoso, era a moagem e lavagem de quartzitode ouro. Depósitos de ferro encontrados no norte doEgito, foram utilizados na Época Baixa.[186] Pedras deconstrução de alta qualidade eram abundantes no Egito;

os antigos egípcios extraíram calcário ao longo do Valedo Nilo, granito de Assuão e basalto e arenito dos bar-rancos do Deserto Oriental. Depósitos de pedras decora-tivas, tais como pórfiro, quartzo, feldspato verde, ágata,diorito, grauvaque, berilo, alabastro e cornalina ponti-lhada dos desertos oriental e ocidental foram coletadasantes mesmo da primeira dinastia. Nos período ptolo-maico e romano, os mineiros trabalharam em jazidasde esmeraldas de Wadi Sikait e ametista em Wadi el-Hudi.[187]

6.4 Comércio

Expedição comercial ao Reino de Punt.

Pesos egípcios em forma de animal.

Grande parte da economia estava organizada a nível cen-tral e era estritamente controlada. Embora os antigosegípcios não utilizassem moedas até à Época Baixa, fi-zeram uso de um sistema de troca monetária,[188] comsacas de grãos como valor padrão e o deben, um peso decerca de 91 gramas de cobre ou prata, formando um de-nominador comum. Os trabalhadores eram pagos comgrãos; um simples operário podia ganhar 5½ sacas (250kg) de grãos por mês, enquanto um capataz podia ganhar7½ sacas (340 kg). Os preços eram fixados em todo opaís e registrados em listas para facilitar a negociação.Por exemplo, uma camisa custava cinco deben de cobre,enquanto uma vaca custava 140 deben. Grãos podiam

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17

ser trocados por outras mercadorias, de acordo com alista de preço fixo.[189] Durante o século V a.C. o dinheirofoi introduzido no Egito por estrangeiros. As primeirasmoedas eram usadas como peças padronizadas de metaispreciosos e não como dinheiro propriamente dito, masnos séculos seguintes as trocas internacionais passaram adepender das moedas.[190]

Os antigos egípcios estiveram envolvidos no comérciocom os povos vizinhos para obter mercadorias raras eexóticas não encontradas no Egito. No período pré-dinástico, estabeleceram o comércio com a Núbia para aobtenção de ouro, plumas de avestruz, peles de leopardo,incenso e marfim.[191] Também estabeleceram o comér-cio com a Palestina, como evidenciado por jarros de óleosde estilo palestino encontrados nas sepulturas dos faraósda primeira dinastia.[192] Uma colônia egípcia fundadano sul de Canaã foi anterior à primeira dinastia.[193] Naépoca de Narmer foi produzida cerâmica egípcia em Ca-naã, que era exportada para o Egito.[194]

Em meados da segunda dinastia, o contato do AntigoEgito com Biblos rendeu um intenso comércio de ma-deira de boa qualidade não encontrada no Egito. Durantea quinta dinastia, o comércio com Punt abastecia o Egitocom ouro, resinas aromáticas, ébano, marfim e animaissilvestres, como macacos e babuínos.[195] Houve tambémcomércio com a Anatólia para adquirir estanho e para ofornecimento suplementar de cobre, dois metais neces-sários para a fabricação de bronze. Os antigos egípciosvalorizaram a pedra azul lápis-lazúli, que tinha de ser im-portada do Afeganistão. Os parceiros do Egito no comér-cio mediterrânico também incluíram Creta e a Grécia,que forneciam, entre outras mercadorias, azeite.[196] Emtroca de suas importações de luxo e de matérias-primas,o Egito exportava principalmente grãos, ouro, linho epapiro, além de outros produtos acabados, incluindo ob-jetos de vidro e pedra.[197]

7 Sociedade

A sociedade egípcia antiga apresentava uma estrutura for-temente hierarquizada.[198][199] Era patriarcal, com o ho-mem administrando o lar, com participação da mulher,e decidindo os herdeiros através de seu testamento. Osanciãos eram consultados e honrados após a morte.[200]O casamento no mundo egípcio era monogâmico (em-bora haja casos de bigamia e poligamia na corte faraô-nica) e não era sancionado pela religião. Não existia umacerimônia de casamento, nem um registro deste. Apa-rentemente bastava um casal afirmar que queria coabitarpara que a união fosse aceite. Os homens casavam entreos dezesseis e os dezoito anos e as mulheres por volta dosdoze, catorze anos. Por serem as mulheres as transmisso-ras do sangue real, como forma de legitimação do poder,houve casamentos entre irmãos. Também houve casa-mentos entre faraós e uma de suas filhas.[201] Os homenscom uma posição econômica mais elevada poderiam ter,

Um casal egípcio sentado.

para além da esposa legítima (nebet-per, “a senhora dacasa”), várias concubinas, o que era visto como um sinalde riqueza. No entanto, as mulheres que tivessem maisde um homem eram mortas.[202]

A prostituição era uma prática moralmente condenada,mas foi praticada nas margens do Nilo. Foram registra-dos em papiros e óstracos a prática de favores sexuaisem troca de dinheiro, bem como menção a relações se-xuais coletivas, o que leva considerar a possibilidade daexistência de prostíbulos. No Egito não houve prostitui-ção sagrada, sendo a relação divindade-sacerdotisa, me-ramente simbólica.[203]

Os antigos egípcios viam homens e mulheres, incluindoas pessoas de todas as classes sociais, exceto os escravos,como essencialmente iguais perante a lei, e até mesmo omais humilde camponês tinha direito de petição ao vizire sua corte para reparação. Tanto homens quanto mulhe-res tinham o direito de possuir e vender imóveis, fazercontratos, se casar e se divorciar, receber herança e terlitígios em tribunal. Os casais podiam possuir bens emconjunto e protegerem-se com contratos de casamentoem caso de divórcio, que estipulavam as obrigações fi-nanceiras do marido para com a esposa e com as crian-ças ao final do casamento. As mulheres egípcias tinhamuma grande gama de escolhas pessoais e oportunidadesde realização. Podiam ser da realeza, trabalhar no palá-

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18 7 SOCIEDADE

cio como amas-de-leite, concubinas ou escançãs (servi-doras de vinho do faraó) e, nos templos, desde cantoras asacerdotisas.[204] Outras exerciam poderes divinos comoesposas de Amon. Apesar destas liberdades, as mulhe-res egípcias antigas, muitas vezes não participavam empapéis oficiais da administração, servindo apenas em pa-péis secundários, e não foram tão susceptíveis de seremeducadas tal como os homens.[155]

Quando o marido falecia, as mulheres assumiam a che-fia familiar e, no caso dos faraós, o Estado. Mulherescomo Hatchepsut e Cleópatra chegaram a tornar-se fa-raós. As mulheres podiam receber herança paterna. Nor-malmente, o filho mais velho assumia o trono faraônicoapós a morte de seu pai, no entanto, quando só havia fi-lhas como sucessoras ao trono, a mais velha deveria casarpara seu marido assumir o trono.[204]

Arte erótica egípcia.

7.1 Educação

As crianças (meninos e meninas) iniciavam sua educaçãobásica no seio familiar; os meninos aprendiam com seuspais princípios éticos, visões da vida, conduta social, ritospopulares, etc; as meninas aprendiam com suas mães eco-nomia doméstica, culinária, preparação e confecção deroupas; as meninas ricas podiam aprender a tocar instru-mentos, cantar, dançar assim como a ler, escrever e traba-lhar com operações aritméticas.[205] No processo educa-cional das classes mais abastadas utilizava-se os chama-dos “Livros de Instrução”, que constinham regras parase viver ordenadamente em sociedade assim como ele-mentos morais tais como justiça, sabedoria, obediência,bondade e moderação.[206][207]

No Antigo Egito havia poucas escolas a funcionar ex-

Estátua de um escriba sentado (IV dinastia, c. 2 620-2 500 a.C.)

clusivamente para a educação de homens da realeza,da nobreza ou daqueles que almejavam tornar-se escri-bas, sacerdotes, artistas, escultores ou desenhistas. Inici-ando seus estudos entre os cinco e sete anos, os garotosaprendiam leitura e escrita, história e geografia, ciência,medicina e astronomia, aritmética e geometria e música.Eram instituições com disciplina muito rigorosa, ondeos rapazes que se comportavam mal ou não prestavamatenção eram espancados.[205][207] Diferente dos jovensdas classes abastadas que iam a escola, os jovens filhosde camponeses, pescadores e artesãos aprendiam desdetenra idade os ofícios de seus pais para que assim os pu-dessem suceder.[208]

7.2 Hierarquia social

No topo da hierarquia social estava o faraó, que possuíapoderes absolutos, tomando decisões militares, religio-sas, econômicas e judiciais,[209] além de ser o dono no-minal de todas as terras.[198][210] Nos períodos de cheia ofaraó ordenava que a população exercesse outras funçõescomo, por exemplo, a construção de obras públicas.[144]Enquanto vivo, o faraó era encarado como uma personi-ficação do deus Hórus, enquanto que seu antecessor fa-lecido era associado a Osíris, pai de Hórus, houvesse ounão relação consanguínea entre os soberanos. A partir daV dinastia os reis apresentam-se também como filhos deRá, o deus solar.[211]

Os faraós possuíam muitas mulheres e filhos. Sua mu-lher principal, denominada hemet nesut, “esposa do rei”,podia ser sua irmã ou uma de suas filhas. Os faraós pos-suíam diversas insígnias: o pschent (a união das coroas doAlto e Baixo Egito), os cetros crossa e chicote, o nemés(ornamento para cabeça decorado com uma cobra e um

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7.3 Vida cotidiana 19

O faraó representava a própria vida do Egito, sendo o topo dahierarquia da nação. Na foto estátua de Tutmés III, no MuseuEgípcio do Cairo.

abutre que simbolizavam, respetivamente, o Baixo e AltoEgito) e a barba postiça. Podia ser simbolicamente re-presentado como uma esfinge, e era associado a animaiscomo a pantera, o leão e o boi. A palavra faraó, vindado egípcio per aâ, significa “Casa Grande”. Tornou-se onome oficial dos líderes do Egito apenas durante a XVIIIdinastia, pois até então habitualmente os líderes referiam-se a si mesmos como nesu (rei) ou neb (senhor). A partirda V dinastia a titulatura dos reis incluía cinco nomes re-ais: nome de Hórus, nome das Duas Mestras, nome deHórus de Ouro, prenome e nome.[210]

Abaixo do faraó e de sua família na pirâmide socialencontrava-se o grupo denominado como "classe do sai-ote branco” (ou classe dos dominantes), em referência aovestuário de linho decorado que trajavam.[212] Primeira-mente vinham os nomarcas e vizires. Os nomarcas ad-ministravam as províncias imperiais enquanto os vizi-res controlavam o arrecadamento de impostos, fiscaliza-vam as obras públicas, os celeiros reais, participavam doalto tribunal de justiça e chefiavam a polícia e as tropas.Abaixo destes estavam os sacerdotes que administravamos templos, cultos e as festas religiosas, eram conselheirosdos faraós e usufruíam de terras, isenção de impostos eprestígio. Muito importantes para a máquina burocráticado governo, os escribas cobravam impostos, organizavamas leis e a escrita, determinavam o valor das terras, copi-avam poemas, hinos e histórias, escreviam cartas, reali-zavam censos populacionais e calculavam os estoques dealimentos, produção agrícola, área de terras aráveis, ativi-

dades comerciais, de soldados, necessidades do palácio,etc. A partir do Império Novo surge uma nova classe, osgrandes comerciantes, que monopolizavam o comércioexterior.[198][144][210][209][213]

Espancamento de um escravo.

Abaixo das classes dominantes situavam-se as classe do-minadas. Primeiramente vinham os soldados que rece-biam produtos por serviços prestados e tomavam espó-lios de saques, mas que nunca ascendiam a altos postosno exército. Abaixo destes vinham os artesãos (tecelões,pintores, barbeiros, cozinheiros, barqueiros, ceramistas,escultores, joalheiros, ferreiros, etc.), que trabalham es-pecialmente para os faraós, para a nobreza e para os tem-plos e para os pequenos comerciantes que vendiam seusprodutos nos mercados das cidades. Os camponeses (oufélas) formavam a maior parte da população e eram agri-cultores, pecuaristas e pescadores. Mesmo sendo eles osprodutores, os produtos agrícolas eram propriedade di-reta do Estado, dos templos ou da família nobre que pos-suía a terra.[214] Os camponeses também estavam sujeitosa um imposto sobre o trabalho e eram obrigados a traba-lhar na construção de obras públicas e limpeza de canaisem um sistema similar à corveia medieval na Europa.[215]Também eram obrigados a trabalhar nos transportes e porvezes no exército. Abaixo dos camponeses vinha a baseda pirâmide, os escravos (hemu e/ou baku[216]). Cativosou condenados da justiça, trabalhavam em atividades do-mésticas, públicas ou religiosas.[217] Gozavam de direitoscivis e aprendiam a escrita egípcia.[198][209][199]

7.3 Vida cotidiana

A maioria da população era constituída por agriculto-res ligados à terra. Suas habitações eram restritas aosmembros imediatos da família, e foram construídas comtijolos de barro destinadas a manter o frescor no calordo dia. Cada casa tinha uma cozinha com teto aberto,o qual continha uma pedra de moinho para moagem defarinha e um pequeno forno para cozer pão.[218] As pare-des eram pintadas de branco e podiam ser cobertas comtapetes de linho tingido. Os pavimentos eram cobertoscom esteiras de palha, enquanto que a mobília era com-posta de bancos de madeira, camas levantadas a partir dopiso e mesas individuais.[219] As mães eram responsáveis

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20 7 SOCIEDADE

por cuidar dos filhos, enquanto o pai fornecia a renda dafamília.[220]

Dançarina egípcia.

A higiene e aparência pessoais eram tidas em grande va-lor. A maioria banhava-se no Nilo e usava um sabão pas-toso, o suabu, feito de gordura e giz. Os homens raspa-vam todo o corpo para limpeza, e usavam perfumes, óleosaromáticos e pomadas para ocultar maus odores e mantera pele suave.[221] Os óleos eram feitos com gordura vege-tal ou animal e eram aromatizados commirra, incenso outerebintina. Um tipo de sal, o bed, era usado para garga-rejar. As mulheres da corte passavam por um processomais completo: depilavam-se, massageavam rosto e bra-ços com pomada de mirra, colocavam um creme verde demalaquita nas pálpebras, desenhavam uma linha de kohlpreto para alongar os olhos, colocavam pó de ocre nas bo-chechas e lábios e pintavam as palmas das mãos e a solados pés com hena.[222]

Nefertari jogando Senet, pintura da tumba da Rainha Nefertarido Egito (1 295-1 255 a.C.).

Tanto os homens como as mulheres da classe alta usa-vam perucas, jóias e cosméticos. Inicialmente as mulhe-

res tinham o costume de manter os cabelos curtos, noentanto, ao longo dos séculos adotaram os cabelos com-pridos; os homens adultos utilizavam cabelos curtos eas crianças e os sacerdotes raspavam a cabeça. As mu-lheres vestiam um vestido de linho branco e os homensuma tanga; a população trabalhadora habitualmente an-dava nua ou então usava apenas um pedaço de tecido en-rolado a cintura.[223] As crianças ficavam sem roupas atéa maturidade, cerca dos doze anos, e nessa idade os ho-mens eram circuncidados e suas cabeças eram raspadas.Vizires, sacerdotes e o faraó usavam vestimentas espe-ciais, respetivamente vestidos, peles de panteras e tan-gas costuradas com fios de ouro. No geral, havia ape-nas duas opções para os pés: nudez ou sandálias. Estaspodiam ser de junco e papiro amarrados com barbante(mais simples) ou de couro costurado com linha de pa-piro (mais sofisticadas). Membros das classes mais ele-vadas da sociedade, costumeiramente adornavam o corpocom joias. As joias também eram usadas pela popula-ção menos abastada da sociedade por poderem se tratarde amuletos. Eram de ouro, prata, cobre ou cerâmica,incrustadas com pedras preciosas ou pasta de vidro co-lorido. Podiam ser diademas, colares, brincos, pulseiras,anéis e cintos.[222]

Amúsica e a dança eram entretenimentos populares paraaqueles que podiam pagar por elas. Instrumentos antigosincluíam flauta e harpas,[224] enquanto os instrumentossemelhantes a trompetes, oboés e gaitas desenvolveram-se mais tarde e se tornaram populares. No ImpérioNovo, os egípcios tocavam sinos, címbalos, tamborins,e tambores e importaram alaúdes e harpas da Ásia.[225]O sistro foi um instrumento musical do tipo chocalhoque era especialmente importante em cerimônias religi-osas. Os faraós possuíam uma banda preferida, os hi-nodos que os acompanhavam em grandes cerimônias re-ligiosas. Para divertimento dos presentes em banqueteshavia dançarinas que dançavam em movimentos lentos,mímicos, que contavam lendas dos deuses e os imitavam,e pigmeus da África Central que dançavam danças rápi-das e rítmicas.[222]

Eram praticadas diversas atividades de lazer, incluindojogos e música. O Senet, um jogo de tabuleiro onde aspeças se mudam de acordo com o acaso, era particular-mente popular desde os primeiros tempos; outro jogo se-melhante foi o Mehen, que tinha um tabuleiro em formade serpente. Jogos de malabarismo, vara e bola eram po-pulares entre as crianças, e também está documentadaluta em uma tumba em Beni Hasan.[226] Os membros ri-cos da sociedade egípcia praticavam caça e davam pas-seios de barco também. Havia uma grande variedade debrinquedos infantis, todos de madeira: piões, figurinhas,bonecas, cavalinhos e até bonecos articulados.[222]

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8.3 Escrita 21

8 Língua e escrita egípcia

8.1 Desenvolvimento histórico

A língua egípcia é uma língua afro-asiática setentrionalintimamente relacionada com o berber e as línguas semí-ticas.[227] Tem a história mais antiga a seguir ao sumério,tendo sido escrita desde 3 200 a.C. até à Idade Média,permanecendo como uma língua falada por mais tempo.Distinguem-se as fases do egípcio arcaico, egípcio an-tigo, egípcio médio (egípcio clássico), egípcio tardio,demótico e copta.[228] Os escritos egípcios não apresen-tam diferenças antes do dialeto copta, no entanto, prova-velmente existiam dialetos orais regionais nas regiões deMênfis e, posteriormente, de Tebas.[229]

O egípcio antigo foi uma língua sintética, tornando-seposteriormente em uma língua mais analítica. O egíp-cio tardio desenvolveu artigos prefixais definidos e inde-finidos, que substituíram os sufixos flexionais anteriores.Há uma mudança da velha ordem Verbo Sujeito Objetopara Sujeito Verbo Objeto.[230] Os hieróglifos egípcios, aescrita hierática e o demótico acabaram por ser substituí-dos pelo alfabeto copta, mais fonético. O copta ainda éusado na liturgia da Igreja Ortodoxa do Egito, e vestígiosdela são encontrados no árabe egípcio moderno.[231]

8.2 Som e gramática

A Pedra de Roseta, artefato que permitiu aos linguistas traduziros hieróglifos egípcios[232]

O egípcio antigo tinha 25 consoantes similares aos de ou-tras línguas afro-asiáticas. Estas incluíam consoantes fa-

ríngeas e enfáticas, oclusivas sonoras e surdas, fricativassurdas e africadas surdas e sonoras. Havia inicialmentetrês vogais longas e três vogais curtas, que se expandi-ram no egípcio tardio para cerca de nove.[233] Uma pa-lavra básica em egípcio, semelhante ao berber e semita,tem consoantes e semi-consoantes de raiz triliteral e bi-literal. Sufixos são adicionados para formar palavras. Aconjugação verbal corresponde à pessoa. Por exemplo, oesqueleto triconsonantal S-Ḏ-M é o núcleo semântico dapalavra “ouvir"; sua base conjugal é sḏm (“ele ouve”). Seo sujeito é um substantivo, sufixos não são adicionadosao verbo; por exemplo: sḏm ḥmt (“a mulher ouve”).[234]

Inscrição copta.

Os adjetivos são derivados de substantivos por um pro-cesso que os egiptólogos chamam nisbação devido àsua semelhança com o árabe.[235] A ordem das pa-lavras em frases verbais e adjetivas é PREDICADO-SUJEITO, e SUJEITO-PREDICADO em frases nominais eadverbiais.[236] O sujeito pode ser movido para o iníciodas frases se é longo e é seguido por um pronome re-sumptivo.[237] Verbos e substantivos são negados por umapartícula n, mas nn é usado para frases adverbiais e adje-tivas. O acento tônico recai sobre a última ou penúltimasílaba, que pode ser aberta (CV) ou fechada (CVC).[238]

8.3 Escrita

A escrita hieroglífica datada de 3 200 a.C. (túmulo U-j do cemitério U de Abidos[239]) é composta de cerca de500 símbolos, que podiam ser representações de animais,plantas, pessoas ou partes do corpo e utensílios utilizadospelos egípcios.[240] Um hieróglifo pode ser uma palavra,um som ou um determinante mudo; e o mesmo símbolopode servir a diferentes propósitos em contextos diferen-tes. Os hieróglifos foram uma escrita formal, usados empapiros, monumentos de pedra e nos túmulos, que po-dem ser tão detalhados como obras de arte. No dia-a-dia,

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22 8 LÍNGUA E ESCRITA EGÍPCIA

os escribas usavam uma forma de escrita cursiva, cha-mada hierática, que era mais simples e rápida de escrever,escrita em pedras, papiros e placas de madeira.[241] En-quanto os hieróglifos formais podem ser lidos em linhasou colunas em qualquer direção (embora, geralmente, es-critos da direita para a esquerda), a hierática era sempreescrita da direita para a esquerda, geralmente em linhashorizontais. Para se saber a direção a qual se devia ler oshieróglifos, era preciso olhar para a direção a qual as fi-guras humanas ou de pássaros estavam olhando, pois sãoestes que mostram o início do texto.[242] Uma nova formade escrita surgida no século VII a.C., a demótica, tornou-se predominante, substituindo a hierática.[243]

Por volta do século I d.C., o alfabeto copta começou aser usado juntamente com a escrita demótica. O coptaé um alfabeto grego modificado com a adição de algunssinais demóticos.[244] Embora os hieróglifos formais te-nham sido usados em contexto cerimonial até ao séculoIV, no final apenas um pequeno grupo de padres sabiamlê-los. Como os estabelecimentos religiosos tradicionaisforam dissolvidos, o conhecimento da escrita hieroglí-fica estava quase perdido. As tentativas de decifraçãosão datadas do período bizantino[245] e do período islâ-mico,[246] mas apenas em 1822, após a descoberta daPedra de Roseta e anos de pesquisa de Thomas Younge Jean-François Champollion, os hieróglifos foram quasetotalmente decifrados.[247] Na Pedra de Roseta estão pre-sentes três formas de escrita: hieróglifos formais, hierá-tica e grega.[242]

8.4 Literatura

O Papiro Edwin Smith (ca. século XVI a.C.) descreve a anatomiae tratamentos médicos e está escrito em hierática.

A literatura do Antigo Egito inclui textos de caráter re-ligioso (como os hinos às divindades), mas igualmenteobras de natureza mais secular, como textos sapienciais,contos e poesia amorosa. A literatura apareceu pela pri-meira vez em associação com a realeza em rótulos e eti-quetas para os itens encontrados em tumbas reais. Foiprincipalmente uma ocupação dos escribas, que trabalha-vam para a instituição Per Ankh ou a Casa de Vida,[242]

para os escritórios, bibliotecas (chamadas Casas dos Li-vros), laboratórios e observatórios.[248] Algumas das pe-ças mais conhecidas da literatura egípcia, como os textosdas pirâmides e dos sarcófagos, foram escritos em egípcioclássico, que continuou a ser a língua da escrita até 1 300a.C. Durante este período, a tradição da escrita evoluiupara as autobiografias em túmulos, como os de Harkhufe Uni.[249]

Papiro corações.

O gênero conhecido como Sebayt (instruções) foi de-senvolvido para comunicar os ensinamentos e orienta-ções dos nobres famosos. Deste género destaca-se oEnsinamento de Ptah-Hotep, que em trinta e seis máxi-mas expõe as reflexões do seu autor (um vizir) sobre asrelações humanas. O Papiro Ipuur, um poema de lamen-tações descrevendo catástrofes naturais e agitação social,é um papiro contraditório, pois até o presente não se che-gou a um consenso quanto a seu período, podendo ser umpoema descritivo do Primeiro ou Segundo Período Inter-mediário. A história de Sinué, escrita em egípcio mé-dio, é um clássico da literatura egípcia, contando as peri-pécias da personagem homônima.[250] O Papiro Westcartambém escrito nesse período, é um conjunto de históriascontadas a Quéops por seus filhos, relatando as maravi-lhas realizadas pelos sacerdotes.[251] A obra Instruções deAmenemope é considerada uma obra-prima da literaturado Oriente Próximo.[252] Outras histórias famosas são oConto do Náufrago (história de um marinheiro que nau-fragou em uma ilha habitada por uma serpente), do Prín-cipe predestinado (história de um príncipe amaldiçoado),dos Dois Irmãos (história de vinganças causada pela mu-lher de um dos irmãos) e a Sátira das profissões (sátirarealizada por escribas para mostrar os incômodos das ou-tras profissões que não fossem o ofício de escriba).[242]

O egípcio tardio foi falado no Império Novo e está repre-sentado em documentos administrativos do período ra-messida,, poesias de amor e contos, bem como em textosdemóticos e coptas. No final do Império Novo, a línguavernácula foi mais frequentemente empregada para es-crever peças populares como a História de Unamón e aInstrução de Any. O primeiro conta a história de um no-bre que é roubado quando se dirigia ao Líbano para com-

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23

prar madeira de cedro e as suas peripécias para voltar aoEgito. Durante este período, papiros como o Papiro Ces-ter Beatty I, Papiro Harris 500 e um fragmento do Papirode Turim mostram um tipo de poesia amorosa, com te-mas de paixão e erotismo. A partir de cerca de 700 a.C.,histórias narrativas e instruções, como a popular Instru-ções de Onchsheshonqy, bem como documentos pessoaise empresariais foram escritos em demótico. A ação demuitas histórias escritas em demótico durante o períodogrecor-romano decorria em épocas históricas anteriores,de quando o Egito era uma nação independente gover-nada por grandes faraós como Ramsés II.[253]

9 Religião

Tríade de Abidos (Osíris, Hórus e Ísis).

O Antigo Egito fundamentou-se por sua plena relaçãocom o divino e na vida após amorte de tal modo que o rei-nado faraônico foi baseado no direito divino dos reis;[254]considerava-se o faraó filho do deus Rá[nt 3][255] A reli-gião egípcia teve influência tanto em âmbito ideológico(a história egípcia foi explicada em viés divinos) comoem carácter prático (a sociedade assim como a economiaegípcias moldaram-se por influência de tal instituição);durante a história egípcia a economia local esteve inti-mamente relacionada com os templos. Na religiosidadeegípcia o culto às divindades sobressaía as crenças ge-rais, o que faz da religião egípcia mais ortoprática do queortodoxa.[256]

Os egípcios antigos eram politeístas e seus deuses repre-sentavam diversos elementos naturais que eram vincula-dos com elementos cotidianos.[257] Cada cidade possuía

Estátua Ka egípcia.

seu deus padroeiro assim como um específico animal sa-grado que a ele era consagrado; caso uma cidade se tor-nasse capital do reino (p. ex. Tebas) o deus local, damesma forma que o animal a ele dedicado, eram elevadosao âmbito nacional e, consequentemente, começavam aser cultuados por todo o império (p. ex. Amon).[255]Os deuses egípcios tinham características antropomórfi-cas, zoomórficas ou mistas;[258] conquanto, embora idea-lizassem seus deuses com certas características animais,pode-se considerar que postulavam que tal deus possuísseas habilidades daquele animal e não necessariamente suaforma.[256]

Os deuses, muitas vezes evocados para ajuda e/ou prote-ção, também eram provedores de grandesmales, demodoque tinham que ser aplacados com oferendas e orações.Assim como a sociedade egípcia, o mundo divino egípcioera fortemente hierarquizado; continuamente, por meiode mitos diversos, os deuses do panteão eram promo-vidos ou rebaixados neste hierarquia. Tal fato ocorreu,pois os sacerdotes não se esforçavam para organizar osdiversos mitos, por vezes conflitantes, em um sistemacoerente,[259] já que consideravam estas diversas concep-ções divinas, múltiplas facetas da realidade.[260] Os deu-ses eram ordenados e hierarquizados em grupos de três(tríades), oito (Enéades) e nove (Ogdóades); destes pode-se citar a Enéade de Heliópolis, a Ogdóade de Hermópo-lis e as Tríades de Mênfis, Tebas e Elefantina.[256]

Os deuses, a mando dos faraós, eram adorados nos tem-

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24 9 RELIGIÃO

plos e os cultos eram administrados por sacerdotes quediariamente lavavam, perfumavam, maquilavam e ali-mentavam a estátua do deus que permanecia trancadaem um nau no centro do templo. Os templos não eramlocais para adoração pública, e somente em dias come-morativos ou em festas selecionava-se um santuário paraonde se transportava a estátua para que houvesse adora-ção pública;[261] as procissões que transportavam as está-tuas, que eram assistidas pela população, contavam coma participação de músicos e cantores. Cidadãos comunspodiam ter estátuas cultuais privadas, assim como amule-tos de proteção.[256] Após o Império Novo o papel do fa-raó como intermediário espiritual foi ofuscado devido aodesenvolvimento de um sistema de oráculos para comu-nicar as vontades divinas diretamente a população.[262]

Os egípcios durante sua história desenvolveram um plenoconceito de vida após a morte. Inicialmente acessívelapenas para os faraós, a partir do Primeiro Período In-termediário alargou-se para toda a população, o que pro-vocou um considerável aumento do uso de práticas comoa mumificação.[256] Segundo a visão egípcia os seres hu-manos eram compostos por cinco partes: corpo, sombra(šwt), alma (ba), força vital (ka) e nome.[263] O coração,ao invés do cérebro, era considerado a sede de todos ospensamentos e emoções. Após a morte de um indivíduoseus aspectos espirituais são liberados e estes necessitamde restos físicos ou uma estátua para habitarem perma-nentemente. Todo defunto almejava voltar a seu ka e bade modo a se tornar um akh. Para isto acontecer era ne-cessário que o defunto fosse julgado digno no Tribunalde Osíris, onde seu coração era pesado;[258] caso con-siderado digno, este poderia continuar a existir na terraem forma espiritual;[264] caso contrário seria devoradopor um monstro que consistia na mistura de três animais,leão, crocodilo e hipopótamo.[261]

9.1 Práticas funerárias

cerimônia da “abertura da boca”.

Os antigos egípcios mantiveram um elaborado conjuntode costumes de sepultamentos que acreditavam serem ne-

cessários para garantir a imortalidade após a morte.[265]Estes costumes envolviam preservar o corpo por mumi-ficação, realizando cerimônias fúnebres, e enterrando,junto com o corpo, o espólio que seria utilizado pelo fa-lecido quando ressuscitasse; antes do Império Antigo oscorpos eram enterrados em covas no deserto e, natural-mente, eram preservados por dessecação. Após a V di-nastia, a mumificação, privilégio exclusivo para as clas-ses abastadas do Egito, tornou-se acessível para toda apopulação, mesmo que de forma variada.[256] Durante oImpério Novo tornaram-se comuns os sarcófagos antro-pomórficos e, durante a XX dinastia a prática de decora-ção das tumbas foi alterada pela prática da decoração dossarcófagos.[266] Múmias da Época Baixa também foramcolocadas em sarcófagos com cartonagem pintada. Aspráticas de preservação real diminuíram durante as erasptolomaica e romana, quando passou a dar-se mais aten-ção à aparência exterior das múmias, que passaram a serdecoradas.[267]

Máscara de Anúbis.

O sepultamento dos pobres era muito mais simples doque o da elite, pois não tinham condições financeiras. Ospobres recebiam uma injeção de essências e vinhos cor-rosivos pelo ânus para dissolver os órgãos internos. Apósalguns dias, com os órgãos dissolvidos, o corpo era en-faixado com peles de animais para ser enterrado no de-serto onde se conservaria por dissecação. Os ricos, poroutro lado, possuíam um processo diferente, a chamadamumificação artificial. Inicialmente o cérebro era remo-vido com uma pinçametálica pelo nariz. Os outros órgãos(prática iniciada após a IV dinastia[268]), com exceção docoração, eram retirados, mumificados e depositados em

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9.2 Mumificação animal 25

Múmias de animais.

vasos canópicos. O interior do corpo era lavado com vi-nho e substâncias aromáticas e depois preenchido commirra e canela; posteriormente era embebido em natrão(mistura de sais) por 70 dias. Por fim era lavado parareceber resinas e perfumes e ser enfaixado com tiras delinho embebidas em goma; entre as tiras havia amuletosde proteção. O corpo recebia uma máscara fúnebre e eradepositado em sarcófagos de pedra ou madeira.[256]

O cortejo fúnebre se iniciava após a colocação do corpodentro de seu sarcófago. Este era transportado por umcarro de bois enquanto familiares, amigos, sacerdotes ecarpideiras contratadas o acompanhavam. Ao chegaremno seu destino se procedia a uma série de rituais dos quaiso mais importante era o da “Abertura da Boca”. Neste ri-tual, a múmia era retirada do sarcófago para ser seguradapor um sacerdote com uma máscara de Anúbis. Então, ofilho do morto ou outro herdeiro se vestia com roupa deleopardo e, simbolicamente, com uma machadinha, faziaum corte que abria a boca do defunto para este recuperaro fôlego da vida. Só então o corpo era depositado nova-mente no sarcófago para ser enterrado.[261]

O ricos eram enterrados com maiores quantidades deitens de luxo, mas todos os enterros, independentementedo estatuto social, incluíam bens para o defunto. A partirdo Império Novo, os "livros dos mortos" foram incluídosnos túmulos, juntamente com estátuas shauabti que, se-gundo as crenças, realizavam trabalhos manuais por elesna vida após a morte.[269] Enquanto a classe pobre era en-terrada em covas rasas no deserto, a elite construía parasi túmulos que podiam ser pirâmides, hipogeus (túmulos

subterrâneos cavados nos barrancos dos rio ou em encos-tas de montanhas) e mastabas (tumbas de base retangularcom salas para oferendas).[270] Como forma de propor-cionar serenidade ao morto, os túmulos foram pintadoscom cenas da vida do morto.[256] Após o enterro, se es-perava que os parentes visitassem ocasionalmente o tú-mulo para levar comida e recitar orações em nome dofalecido.[271]

9.2 Mumificação animal

Outra prática muito comum foi a mumificação animal.Os animais mumificados podiam ser bichos de estimação,pedaços de carne para as múmias ou então animais sagra-dos, divinizados por sua relação com os deuses. Eram,no geral, objetos votivos destinados aos templos de cultoa animais. A partir da XXVI dinastia, as múmias voti-vas tornaram-se populares, o que gerou um intenso co-mércio que empregou legiões de trabalhadores especia-lizados. Entre os animais embalsamados podem se ci-tar gatos, cães, vacas, touros, burros, cavalos, carneiros,peixes, crocodilos, elefantes, gazelas, íbis, leões, lagar-tos, macacos, aves, escaravelhos, musaranhos e serpen-tes. Os animais eram preparados como as múmias hu-manas: seus órgãos poderiam ser retirados ou então dis-solvidos, depois eram lavados interiormente com vinhoe depois banhados em natrão para ressecamento e pos-teriormente eram envoltos com resinas para fixação dasbandagens de linho.[272]

10 Arte

Os antigos egípcios produziram arte para servir propósi-tos funcionais. Por mais de 3 500 anos, os artistas ade-riram a formas artísticas e a iconografias que foram de-senvolvidas durante o Império Antigo, na sequência deum rigoroso conjunto de princípios que resistiu à influên-cia estrangeira e à mudança interna.[273] Estes padrõesartísticos – linhas simples, formas e áreas planas de co-res combinadas com características projeções planas dasfiguras sem indicação de profundidade espacial - criouum senso de ordem e equilíbrio dentro de uma compo-sição. Imagens e textos foram intimamente entrelaçadosnas tumbas e paredes dos templos, caixões, estelas e atéestátuas. A Paleta de Narmer, por exemplo, exibe figurasque também podem ser lidos como hieróglifos.[274] Porcausa das regras rígidas que presidiram à sua aparênciaaltamente estilizada e simbólica, a arte egípcia antiga ser-viu a seus propósitos políticos e religiosos com precisãoe clareza.[275] A hierarquia social e religiosa influenciavano tamanho dos personagens.[276]

As figuras nas pinturas e baixo-relevos são representa-das respeitando-se a lei da frontalidade: cabeça, pernas,peito, ventre e braços de perfil; olhos, ombros, umbigoe baixo-ventre de frente.[277][278] O personagem principal

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26 10 ARTE

Busto de Nefertiti, pelo escultor Tutmés, é uma das mais famosasobras-primas da arte egípcia antiga.

de uma pintura devia ser representado sempre maior doque os personagens secundários. Faraós mandaram gra-var em relevos vitórias de batalhas, decretos reais e cenasreligiosas. Eram dispostos em faixas horizontais acom-panhados por hieróglifos e apresentavam até "balões" in-dicando falas.[279]

As cores possuíam uma função simbólica nas pinturas.O preto usado nas sobrancelhas, perucas, olhos e bocasrepresentava a noite, a morte, a fertilidade, a regenera-ção e as inundações do Nilo. O branco usado nas vestesdos sacerdotes, nos objetos rituais, nas casas, nas florese nos templos era associado a pureza, verdade, alegriae triunfo. O vermelho representava a energia, o poder,a sexualidade e Seth. A pele dos homens era pintada devermelho-ocre e a das mulheres de amarelo-ocre. O ama-relo representava a eternidade; o verde, a regeneração ea vida; o azul, o Nilo e o céu.[276][279] As tintas eram ob-tidas a partir de minerais, como minérios de ferro (ocrevermelho e amarelo), minérios de cobre (azul e verde),fuligem ou carvão (preto), e calcário (branco). As tin-tas podem ser misturadas com goma-arábica como aglu-tinante e prensadas em bolos, que podiam ser umedeci-dos com água quando necessário.[280] No entanto, análi-ses de múmias de cerca de 3 200 a.C. mostram sinais deanemia hemolítica e outros distúrbios, causados por into-xicação commetais pesados (chumbo, mercúrio, arsênio,cobre) que eram usados como pigmentos, corantes e ma-

Pintura de Nefertari no seu túmulo.

quiagem, especialmente pelas classes dominantes.[281]

Os artesãos do Antigo Egito usavam pedra (basalto,pórfiro, xisto, diorito e o granito) para esculpir estátuase finos relevos, mas usavam madeira como um substitutobarato e fácil de esculpir. Algumas estátuas serviam obje-tivos políticos, sendo colocadas diante dos templos paraque o povo as visse, mas tinham sobretudo um objetivoreligioso.[282] No geral as estátuas representam uma fi-gura que olha para a frente, numa linha perpendicular aoplano dos ombros, com os braços colados ao corpo. Asestátuas que se encontravam nos túmulos eram conside-radas como uma espécie de corpo de substituição; o kae o ba deveriam reconhecer o rosto onde habitavam, nãosendo por isso relevante representar os defeitos do corpo.Algumas estátuas atingiam proporções grandiosas, comoa Esfinge de Giza e os Colossos de Memnon.[79][104]

Os cidadãos comuns tiveram acesso a obras de arte fu-nerária, tais como estátuas shauabti e o livro dos mor-tos, que acreditavam que iria protegê-los na vida após amorte.[265] Durante o Império Médio, modelos de ma-deira ou de barro que representam cenas da vida diá-ria tornaram-se populares aditamentos aos túmulos. Emuma tentativa de duplicar as atividades da vida após amorte, estes modelos mostram operários, casas, barcose até mesmo formações militares que são representa-ções à escala do ideal de vida após a morte dos antigosegípcios.[283]

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27

Apesar da homogeneidade da arte egípcia antiga, os es-tilos de determinadas épocas e lugares, por vezes re-flete a mudança de atitudes culturais ou políticas. Apósa invasão dos hicsos no Segundo Período Intermediá-rio, afrescos de estilo minoico foram encontrados emAváris.[284] O exemplo mais marcante de uma mudançade motivação política na forma artística encontra-se noperíodo Amarna, quando as figuras foram radicalmentealteradas em conformidade com as ideias religiosas re-volucionárias de Aquenáton.[285] Este estilo, conhecidocomo a arte Amarna, foi rapidamente e completamenteapagado depois da morte de Aquenáton e substituídopor formas tradicionais.[286] Durante a época romana os"retratos de Faium" dominaram a composição mortuária.As máscaras mortuárias foram substituídas por retratosrealistas dos defuntos.[279]

10.1 Arquitetura

A Grande Esfinge e as pirâmides de Gizé, erguidas durante oImpério Antigo.

A arquitetura do Antigo Egito inclui algumas das estru-turas mais famosas do mundo: as Grandes Pirâmides deGizé e os templos em Tebas. Vários projetos foram orga-nizados, construídos e financiados pelo Estado para finsreligiosos e comemorativos, mas também para reforçaro poder do faraó. Os antigos egípcios eram construtoresqualificados, usando ferramentas simples mas eficazes einstrumentos de observação, podendo os arquitetos egíp-cios construir grandes estruturas de pedra com exatidãoe precisão.[287]

As habitações da elite e dos egípcios comuns foram cons-truídas de materiais perecíveis tais como lama, tijolosde adobe e madeira.[288] Os camponeses viviam em ca-sas simples, enquanto os palácios da elite foram estrutu-ras mais elaboradas. As cidades egípcias possuíam bair-ros diferenciados e eram protegidas por muralhas.[289]Uns poucos palácios sobreviventes do Império Novo, taiscomo os de Malqata e Amarna, mostram paredes rica-mente decoradas e chão com cenas de pessoas, pássaros,piscinas de água, divindades e design geométrico.[290]

Estruturas importantes, como templos e túmulos, que sepretendia que durassem para sempre, foram construídosem pedra em vez de tijolos. Os mais antigos templospreservados do Antigo Egito, como os de Gizé, consis-tem de simples salões anexos com lajes suportadas por

O bem preservado Templo de Edfu é um dos exemplos daarquitetura egípcia antiga.

colunas. No Império Novo, os arquitetos adicionaramo pilone, o pátio aberto e anexos salões hipostilos defrente com os santuários dos templos, um estilo que foipadrão até ao período grecorromano.[291] Os templos deCarnaque e Luxor são dois dos maiores exemplos destetipo de edificação egípcia. A mais antiga e mais popu-lar tumba arquitetônica do Império Antigo foi a mastaba,uma estrutura retangular de teto achatado construída detijolos de lodo ou pedra acima de uma câmara funerá-ria subterrânea. A pirâmide de degraus de Djoser, a pri-meira pirâmides construída, é uma série de mastabas depedra empilhadas em cima uma das outras; estas pos-suem simples arquitraves apoiados em motivos de pa-piros e flores de lótus.[292] Foram construídas pirâmidesdurante o Império Antigo e Médio, mas os governantestardios abandonaram-nas em favor de tumbas menos no-táveis escavadas na pedra.[293] No Império Antigo foramconstruídas dezenas de pirâmides, entre quais as Pirâmi-des de Gizé, que são uma das Sete maravilhas do mundoantigo.[138][294] As pirâmides eram formadas por blocosde pedra de três toneladas, as quais eram cortadas comcunhas de madeira e depois eram arrastadas para cimaem rampas sobre trenós.[288] Os interiores das pirâmidesforam construídos dispondo-se um tipo de labirinto ondese era depositado o túmulo faraônico em uma câmara se-creta para evitar saqueadores.[278]

11 Tecnologia e ciência

O Antigo Egito atingiu níveis de sofisticação e produti-vidade relativamente altos na tecnologia, medicina e ma-temática. As primeiras manifestações de empirismo tra-dicional ocorreram no Egito, como é evidenciado pelospapiros de Edwin Smith no Ebers (1 600 a.C.), e as raízesdo método científico podem também encontrar-se entreos antigos egípcios.[295]

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28 11 TECNOLOGIA E CIÊNCIA

A produção vítrea foi uma indústria desenvolvida.

11.0.1 Faiança e vidro

Mesmo antes do Império Antigo, os egípcios antigos de-senvolveram um material vítreo conhecido como faiança,que eles tratavam como um tipo de pedra artificial se-mipreciosa. A faiança é uma cerâmica feita de sílica,pequenas quantidades de cal e soda, e um colorante,tipicamente cobre.[296] O material foi usado para fazermiçangas, telhas, figurinhas, e pequenas peças cerâmi-cas. Vários métodos podem ser usados para criar faiança,mas a produção tipicamente envolve aplicações de mate-riais pulverizados na forma de uma pasta mais um núcleode argila, a que foi ateado fogo. Por uma técnica relaci-onada, os egípcios produziram um pigmento conhecidocomo azul egípcio, também chamado frita azul, que éproduzido por fusão (ou sinterização) de sílica, cobre, cal,e ummaterial alcalino como o natrão. O produto pode sertriturado e usado como um pigmento.[297]

Os antigos egípcios sabiam fabricar objetos de vidro comgrande habilidade, fato comprovado pela grande varie-dade de objetos cotidianos e de adorno encontrados emtumbas e pela recente descoberta de uma fábrica de vidro,no entanto não é claro se eles desenvolveram o processoindependentemente.[298] É também pouco claro se fize-ram seu próprio vidro bruto ou meramente importaramlingotes pré-feitos, que derreteram e finalizaram. No en-tanto, tinham conhecimento técnico para fazer objetos,bem como para adicionar sais minerais para controlar acor do vidro final. Eram produzidos em diversas cores,incluindo amarelo, vermelho, verde, azul, roxo, e branco,e o vidro podia ser transparente ou opaco.[299]

11.1 Medicina

Instrumentos médicos, representados numa gravura do Templode Kom Ombo do período Ptolomaico.

Os problemas médicos dos antigos egípcios estavam di-retamente relacionados com o meio ambiente. Viver etrabalhar perto do Nilo envolvia riscos de malária e deesquistossomose provocada por um parasita debilitanteque causa danos ao fígado e intestino. Perigosos animaisselvagens como crocodilos e hipopótamos também foramuma ameaça comum. O trabalho vitalício na agriculturae em construções provocava stress na coluna vertebral earticulações, e ferimentos traumáticos na construção ena guerra tiveram impacto significativo na saúde de mui-tos egípcios. Cascalho e areia usados para moer farinhadesgastava os dentes, deixando-os suscetíveis a abscessos(embora cáries fossem raras).[300] A dieta dos ricos foirica em açúcar, o que provocou periodontite.[301] Apesarda lisonjeira retratação do físico nas paredes dos túmulos,o excesso de peso de muitas múmias da classe alta mos-tra os efeitos de uma vida de excesso.[302] A expectativade vida dos adultos foi de 35 para os homens e 30 paraas mulheres, mas muitos jovens não chegavam a atingir amaioridade, pois aproximadamente um terço da popula-ção morria na infância.[303]

Page 29: Antigo Egito

11.3 Matemática 29

Os médicos egípcios foram renomados no Oriente Pró-ximo por suas habilidades curativas, e alguns, comoImhotep, mantiveram a sua fama muito para além da suamorte.[304] Heródoto comentou que havia um alto teor deespecialização entre os médicos egípcios, com alguns tra-tando só a cabeça ou o estômago, sendo outros oculistas edentistas.[305] Os lugares de formação dos médicos, cha-mados Per Ankh ou "Casas de Vida", eram áreas de tem-plos que funcionavam como biblioteca e arquivo, ondetambém se ministravam conhecimentos e se copiavamtextos. Conhece-se a existência de tais instituições emBubástis no Império Novo e em Abidos e Saís na ÉpocaBaixa. Os papiros médicos egípcios evidenciam conhe-cimentos empíricos de anatomia, doenças, e tratamentospráticos.[306]

Os egípcios foram os primeiros a afirmar que as doen-ças têm causas naturais, o que os motivou a produzirmedicamentos para combatê-las. Os egípcios produzi-ram a primeira farmacopeia conhecida. Entre os me-dicamentos podem-se citar ervas medicinais, sangue delagartos, fezes animais, leite de mulher grávida e livrovelho fervido.[307][147] Feridas foram tratadas por banda-gem com carne crua, linho branco, suturas, redes e coto-nete encharcado com mel para evitar infecções,[308] en-quanto ópio foi usado para aliviar a dor. Alho e cebolaforam usados regularmente para promover boa saúde eacreditava-se que aliviavam os sintomas de asma. Os ci-rurgiões egípcios antigos costuravam feridas, colocavambraços quebrados no lugar, e amputavam membros do-entes, mas também reconheceram que alguns ferimentoseram tão graves que a única coisa a fazer era confortar opaciente até sua morte.[309]

A previsão do futuro era praticada através da interpre-tação dos sonhos. Foi encontrado um papiro com umarelação de sonhos e interpretações.[310]

11.2 Construção naval

Os egípcios sabiam como juntar tábuas de madeira paraconstruir cascos de navios pelo menos desde 3 000 a.C.O Instituto Arqueológico da América relatou que algunsdos mais antigos barcos alguma vez desenterrados são oschamados barcos de Abidos, um grupo de 14 navios des-cobertos em Abidos pelo egiptólogo David O'Connor daUniversidade de Nova Iorque. Foram construídos comtábuas de madeira que foram “costuradas” juntas. Foramencontradas alças de tecido usadas para manter as tábuasjuntas, e para selar as costuras entre as tábuas, aquelaseram cheias com papiro (junco) e grama.[9] Devido aofato de todos os navios estarem enterrados juntos pertoda casa mortuária do faraó Khasekhemui (m. 2 686 a.C.),originalmente pensou-se que lhe teriam pertencido, masuma das embarcações foi datada de 3 000 a.C. e jarrosde cerâmica enterrados associados com os navios tam-bém sugerem datação mais antiga. O navio datado de 3000 a.C. tem 23 metros de comprimento e atualmenteacredita-se que possivelmente terá pertencido a outro fa-

Barca solar de Quéops.

raó mais antigo. De acordo com O'Connor, ele pode terpertencido ao faraó Aha.[311]

Os antigos egípcios também sabiam como juntar tábuasde madeira com cavilhas de madeira para firmá-las jun-tas, usando breu para calafetar as juntas. O "Navio deQuéops", uma embarcação de 43,6 metros selado emum poço na Complexo das Pirâmides de Gizé ao pé daGrande Pirâmide na IV dinastia em torno de 2 500 a.C., éum sobrevivente completo que pode ter cumprido a fun-ção simbólica de uma barca solar. Os antigos egípciostambém sabiam como prender as tábuas do navio juntascom peças encaixáveis (caixa e espiga).[9] Apesar da ca-pacidade dos egípcios antigos para construir barcos muitograndes e para facilmente navegarem ao longo do Nilo,eles não foram conhecidos como bons marinheiros e nãose envolveram em amplas expedições marítimas nos ma-res Mediterrâneo ou Vermelho.[312][313][314]

11.3 Matemática

Os antigos egípcios utilizavam seus conhecimentos pararesolver problemas como controle das inundações, cons-trução de sistemas hidráulicos, preparação da terra paraa semeadura, mumificação de cadáveres, etc.[315]

Os primeiros exemplos atestados de cálculos matemáti-cos são datados do período pré-dinástico Nacada, e mos-tram um sistema numeral totalmente desenvolvido.[316] A

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30 11 TECNOLOGIA E CIÊNCIA

Porção do Papiro de Rhind.

Côvado egípcio.

importância da matemática para um egípcio educado ésugerido por uma carta ficcional do Império Novo em queo escritor propõe uma competição acadêmica entre ele eoutro escriba nas tarefas diárias, tais como cálculo de con-tabilidade de trabalho, terra e grãos.[317] Textos como ospapiros de Rhind e o de Moscou mostram que os antigosegípcios podiam realizar as quatro operações matemáti-cas básicas – adição, subtração, multiplicação e divisão, –usavam frações, calculavam volumes de caixas e pirâmi-des, e calculavam áreas de retângulos, triângulos, círculose até mesmo esferas. Eles entendiam os conceitos bási-cos de álgebra e geometria, e podiam resolver conjuntossimples de equações simultâneas.[318]

A notação matemática era decimal, com base em sinaishieróglifos para cada potência de dez até um milhão.Cada um desses símbolos poderia ser escrito tantas vezesquanto necessário para somar o número desejado. Porexemplo, para escrever o número 880 o símbolos de deze cem eram escritos oito vezes, respectivamente.[319] Porseus métodos de cálculo não poderem lidar com fraçõescom numerador maior que um, as frações dos antigosegípcios eram escritas como a soma de várias frações.Por exemplo, a fração 2⁄5 (dois quintos) era representadapela soma de 1⁄3 (um terço) com 1⁄15 (um quinze avos), oque era facilitado pela existência de tabelas.[320] Algumasfrações comuns, porém, eram escritas com um hieróglifoespecial; existia, por exemplo um hieróglifo para repre-

sentar 2⁄3 (dois terços).[321]

A proporção áurea parece refletir-se em muitas cons-truções egípcias, incluindo as pirâmides, mas seu usopode ter sido uma consequência não intencional da prá-tica egípcia de combinar o uso de cordas com nós comum senso intuitivo de proporção e harmonia.[322] Os ma-temáticos egípcios antigos compreendiam os princípiossubjacentes ao teorema de Pitágoras, sabendo, por exem-plo, que um triângulo tinha um ângulo reto oposto àhipotenusa quando seus lados estavam em uma propor-ção 3-4-5. Eles eram capazes de estimar a área de umcírculo, subtraindo um nono de seu diâmetro e elevandoao quadrado o resultado, o que é uma aproximação ra-zoável da fórmula πr 2:[323][324]

Área ≈ [(8⁄9)D]2 = (256⁄81)r2 ≈ 3.16r2

11.4 Astronomia e química

Teto astronômico da Tumba de Senemute, XVIII dinastia

A astronomia teve grande importância religiosa, pois erapor meio dela que os egípcios determinaram datas de fes-tas religiosas. Com a observação dos astros e enchentes,os egípcios desenvolveram um calendário,[142] onde o pri-meiro dia do ano é o primeiro dia das cheias.[140] O calen-dário egípcio possuía 365 dias divididos em 12 meses de30 dias; os dias possuíam 24 horas, no entanto, uma horaegípcia variava de acordo com as estações agrícolas. Oano era dividido em três períodos de quatro meses: inun-dações (julho a outubro), plantio (novembro a fevereiro)e colheita (março a junho).[168] Além disso, os egípciostinham conhecimento de alguns planetas, e agrupavam asestrelas que conheciam em constelações, produzindo ma-pas astronômicos.[307][310]

A palavra química vem do egípcio Kemi, que significa“terra negra”. Para fins medicinais, composições sim-ples, pintura e decoração pessoal os egípcios utilizaramde substâncias químicas como arsênio, cobre, petróleo,alabastro, calcário, carvão, hematita, óxido de ferro,azurita, malaquita, cobalto, sal, sílex moído, mercúrio,etc.[325] Alguns dos papiros descobertos ao longo dasescavações no Egito contêm diversas receitas químicasque incluem: testar a qualidade ou purificar metais, for-

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31

mar ligas, imitar metais preciosos ou pérolas, produzirpigmentos.[326]

12 Legado

Turistas montados em um camelo na frente da Pirâmide de Qué-fren. As Pirâmides de Gizé são um dos pontos turísticos maispopulares do Egito.

A cultura e monumentos do Antigo Egito, deixaram umlegado duradouro para o mundo. Algumas práticas religi-osas egípcias (circuncisão, práticas esotéricas e ocultistase certas concepções do Além) são características visíveisem certas crenças atuais. Algumas palavras (como quí-mica) e expressões (como anos de vacas magras) são deorigem egípcia, além de terem sido eles os inventores doancestral do papel, o papiro.[307][327] Também contribuí-ram com alguns símbolos da alquimia, como a serpenteouroboros e a fênix.[328][329][330][331]

O culto da deusa Ísis, por exemplo, tornou-se popular noImpério Romano, com obeliscos e outras relíquias sendotransportadas para Roma.[332] Os romanos também utili-zavam materiais de construção importados do Egito paraerguer estruturas em estilo egípcio. Os primeiros histo-riadores como Heródoto, Estrabão, Diodoro Sículo estu-daram e escreveram sobre a terra que passou a ser vistacomo um lugar de mistério.[333]

Durante a Idade Média e Renascimento, a cultura pagãegípcia entrou em declínio após a ascensão, primeiro doCristianismo e depois do Islã, mas o interesse na an-tiguidade egípcia continuou nos escritos de estudiososmedievais muçulmanos como Dhul-Nun al-Misri e al-Maqrizi.[334] Nos séculos XVII e XVIII, viajantes e tu-ristas europeus trouxeram de volta as antiguidades e es-creveram histórias de suas viagens, levando a uma ondade egiptomania em toda a Europa. Esse interesse reno-vado enviou coletores para o Egito, que levaram, com-praram ou foram presenteados com muitas antiguidadesimportantes.[335]

Embora a ocupação colonial europeia do Egito tenhadestruído uma parte significativa do legado histórico dopaís, alguns estrangeiros tiveram atuações mais positivas.Napoleão, por exemplo, organizou os primeiros estudos

Frontispício da Description de l'Égypte

em egiptologia quando ele levou cerca de 150 artistas ecientistas para estudar e documentar a história natural doEgito, que foi publicado na Description de l'Égypte.[336]

No século XX, o governo egípcio e os arqueólogos re-conheceram a importância do respeito cultural e integri-dade nas escavações. O Conselho Supremo de Antigui-dades agora aprova e supervisiona todas as escavações,que visam encontrar informações ao invés de tesouros.O conselho também supervisiona os museus e programasde reconstrução de monumentos concebidos para preser-var o legado histórico do Egito.[337]

13 Notas

• Parte do texto foi baseado na tradução do artigo«Ancient Egypt» na Wikipédia em inglês.

[1] Paletas cosméticas eram artefatos utilizados para moer eaplicar ingredientes para cosméticos faciais ou corporais.

[2] Os escribas, os únicos capazes de ler os hieróglifos, du-rante seus estudos da escrita hieroglífica, podiam op-tar entre o trabalho burocrático ou o sacerdócio. Nesteponto histórico os serviços burocráticos não mais convi-nham aos mesmos e, concomitantemente, com o declí-nio do sistema religioso egípcio, os escribas paulatina-mente deixaram de existir o que inviabilizou a leitura doshieróglifos.[82]

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[3] Posteriormente foi conhecido como “Amon-Rá" após serfundido com o deus Amon.[211]

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• UCLA Encyclopedia of Egyptology

• Navegar no Antigo Egipto - página do Museu Ca-louste Gulbenkian.

• Antigo Egipto - todos os períodos, reis e dinastias defaraós egípcios. Comparação de cronologias. No-mes reais (Cartuchos e Serekhs) de alguns faraós.

• Amigos de la Egiptología - página em castelhanocom bastantes informações sobre os diversos aspec-tos do Antigo Egipto.

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17.1 Texto• Antigo Egito Fonte: https://pt.wikipedia.org/wiki/Antigo_Egito?oldid=43480530Contribuidores: Andre Engels, Robbot, JMGM, Leonar-

doG, Mschlindwein, Crolidge, LeonardoRob0t, Alexg, Lusitana, Nuno Tavares, Rei-artur, Gil mnogueira, Waldir, Leslie, Sturm, Epinheiro,Ciro~ptwiki, João Carvalho, André Koehne, OS2Warp, Japf, Adailton, Lijealso, Vmadeira, JLCA, MalafayaBot, Arges, Tilgon, PatríciaR,DIEGO RICARDO PEREIRA, Leonardo.stabile, Pikolas, Jo Lorib, Marcos Souza, João Sousa, Reynaldo, Luan, Sam~ptwiki, Yanguas,Cidcn, Thijs!bot, MachoCarioca, Rei-bot, GRS73, Escarbot, RoboServien, Santista1982, Eduardo Henrique Rivelli Pazos, TuvicBot, BOT-Superzerocool, JAnDbot, Alchimista, Luismatosribeiro, Pilha, Marcus Cyron, MarceloB, Bisbis, CommonsDelinker, Augusto ReynaldoCaetano Shereiber, Ozalid, Alexanderps, Eric Duff, JoanaBortolini, Idioma-bot, Mateus RM, Carlos28, TXiKiBoT, Tumnus, Gunnex,VolkovBot, Jesielt, SieBot, Francisco Leandro, Guirf, Lechatjaune, PKALLAN, Joãofcf, Gustavo Siqueira, Lucas Langie Pacheco, Al-leborgoBot, Acdallago, GOE, Kaktus Kid, Tetraktys, STBot~ptwiki, LuizKenji, Leonardomio, Renan Rmf, PipepBot, Chronus, LeandroDrudo, DorganBot, Miqueias2007, Maañón, Inox, Beria, Amanda Hoelzel, BrunoVC, RafaAzevedo, Pikuxa, BOTarate, Ruy Pugliesi, Bot-Sottile, Theus PR, SilvonenBot, Diego noob, Odsson, Vitor Mazuco, Mansairaku~ptwiki, Maurício I, Mwaldeck, CarsracBot, ChristianH,Numbo3-bot, Jujususka, Luckas-bot, LinkFA-Bot, Alisson Takashi, Nallimbot, Amirobot, Eamaral, Eduardofeld, Dálmata, Vanthorn, Sa-lebot, ArthurBot, DirlBot, Alumnum, Coltsfan, SuperBraulio13, Xqbot, GhalyBot, JotaCartas, Gean, Darwinius, SassoBot, Brunatorrao,Fujiwarano, MauritsBot, W.SE, CasteloBot, Tuga1143, TobeBot, Rjbot, Isisalanis12, Alch Bot, Jgcr474, Braswiki, Stegop, Marcos Eliasde Oliveira Júnior, HVL, Nanny321, Rafael Kenneth, Ripchip Bot, Viniciusmc, Diego Vieira da Silva, Ninux2000, Aleph Bot, EmausBot,JackieBot, ZéroBot, Renato de carvalho ferreira, Salamat, Reporter, Jbribeiro1, Toppera, ChuispastonBot, Stuckkey, WikitanvirBot, Di-ogo Sergio, Knochen, StopPower, Colaborador Z, João Graça, Francisco Garrett, MerlIwBot, Antero de Quintal, Wcov, PauloEduardo,Vagobot, Épico, AvocatoBot, DARIO SEVERI, Shgür Datsügen, Zoldyick, Ednaldo Lopes, Minsbot, Dexbot, Ghsqueiroz, Rafaelcnunes,Lucasmf23 e Anónimo: 299

17.2 Imagens• Ficheiro:All_Gizah_Pyramids.jpg Fonte: https://upload.wikimedia.org/wikipedia/commons/a/af/All_Gizah_Pyramids.jpg Licença:

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• Ancient_Egypt_map-en.svg Artista original: Ancient_Egypt_map-en.svg: Jeff Dahl• Ficheiro:Ancient_Egyptian_medical_instruments.jpg Fonte: https://upload.wikimedia.org/wikipedia/commons/4/4b/Ancient_

Egyptian_medical_instruments.jpg Licença: CC BY-SA 3.0 Contribuidores: self-made, taken May 2005 Artista original: Jeff Dahl• Ficheiro:Animal_mummies,_Egypt_-_Royal_Ontario_Museum_-_DSC09742.JPG Fonte: https://upload.wikimedia.org/wikipedia/

commons/0/09/Animal_mummies%2C_Egypt_-_Royal_Ontario_Museum_-_DSC09742.JPG Licença: CC0 Contribuidores: DaderotAr-tista original: Daderot

• Ficheiro:Camel_and_the_pyramids.jpg Fonte: https://upload.wikimedia.org/wikipedia/commons/f/f0/Camel_and_the_pyramids.jpgLicença: CC BY-SA 3.0 Contribuidores: Obra do próprio Artista original: kallerna

• Ficheiro:Coat_of_arms_of_Egypt_(Official).svg Fonte: https://upload.wikimedia.org/wikipedia/commons/a/a6/Coat_of_arms_of_Egypt_%28Official%29.svg Licença: Public domain Contribuidores: Flag of Egypt (variant).svg Artista original: Flag of Egypt (vari-ant).svg: F l a n k e r from original Flag of Egypt.svg

• Ficheiro:Commons-logo.svg Fonte: https://upload.wikimedia.org/wikipedia/commons/4/4a/Commons-logo.svg Licença: Public domainContribuidores: This version created by Pumbaa, using a proper partial circle and SVG geometry features. (Former versions used to beslightly warped.) Artista original: SVG version was created by User:Grunt and cleaned up by 3247, based on the earlier PNG version,created by Reidab.

• Ficheiro:CopulatingCouple-PtolemaicPeriod_BrooklynMuseum.png Fonte: https://upload.wikimedia.org/wikipedia/commons/b/b3/CopulatingCouple-PtolemaicPeriod_BrooklynMuseum.png Licença: CC BY 2.5 Contribuidores: Obra do próprio (photo) Artista origi-nal: Keith Schengili-Roberts

• Ficheiro:Disambig_grey.svg Fonte: https://upload.wikimedia.org/wikipedia/commons/4/4a/Disambig_grey.svg Licença: Public domainContribuidores: Obra do próprio Artista original: Bub’s

• Ficheiro:Dräkt,_Egyptisk_konung,_Nordisk_familjebok.png Fonte: https://upload.wikimedia.org/wikipedia/commons/b/bd/Dr%C3%A4kt%2C_Egyptisk_konung%2C_Nordisk_familjebok.png Licença: Public domain Contribuidores: Este ficheiro foi extraído deoutro ficheiro: Dräkt, Gamla tiden och medeltiden, Nordisk familjebok.jpg.Artista original: Nordisk familjebok

• Ficheiro:Edfu6_c.jpg Fonte: https://upload.wikimedia.org/wikipedia/commons/f/ff/Edfu6_c.jpg Licença: CC-BY-SA-3.0 Contribuido-res:

• Edfu6.JPG Artista original: Edfu6.JPG: Rémih• Ficheiro:Edfu_Temple.jpg Fonte: https://upload.wikimedia.org/wikipedia/commons/5/50/Edfu_Temple.jpg Licença: CC BY-SA 2.0Contribuidores: Flickr Artista original: Ana Paula Hirama

• Ficheiro:Edwin_Smith_Papyrus_v2.jpg Fonte: https://upload.wikimedia.org/wikipedia/commons/b/b4/Edwin_Smith_Papyrus_v2.jpg Licença: Public domain Contribuidores: Edited version of Image:EdSmPaPlateVIandVIIPrintsx.jpg Artista original: Jeff Dahl

• Ficheiro:Egypt.Thutmose-III.statue.jpgFonte: https://upload.wikimedia.org/wikipedia/commons/7/7b/Egypt.Thutmose-III.statue.jpgLicença: CC-BY-SA-3.0 Contribuidores: ? Artista original: ?

• Ficheiro:EgyptFrontispiece.jpg Fonte: https://upload.wikimedia.org/wikipedia/commons/d/da/EgyptFrontispiece.jpg Licença: Publicdomain Contribuidores: http://www.daheshmuseum.org/collection/gr/egyptFrontispiece_a.jpg Artista original: Este ficheiro foi inicial-mente carregado por SnowFire em Wikipédia em inglês

Page 42: Antigo Egito

42 17 FONTES, CONTRIBUIDORES E LICENÇAS DE TEXTO E IMAGEM

• Ficheiro:Egypt_NK_edit-pt.svg Fonte: https://upload.wikimedia.org/wikipedia/commons/d/d4/Egypt_NK_edit-pt.svg Licença: CCBY-SA 3.0 Contribuidores:

• Egypt_NK_edit.svg Artista original: Egypt_NK_edit.svg: Original by Andrei Nacu, edits by Jeff Dahl• Ficheiro:Egypte_louvre_231_visage.jpg Fonte: https://upload.wikimedia.org/wikipedia/commons/4/4d/Egypte_louvre_231_visage.

jpg Licença: CC-BY-SA-3.0 Contribuidores: Obra do próprio (Guillaume Blanchard) Artista original: ?• Ficheiro:Egypte_louvre_322.jpg Fonte: https://upload.wikimedia.org/wikipedia/commons/c/c8/Egypte_louvre_322.jpg Licença: CC

BY-SA 1.0 Contribuidores: ? Artista original: ?• Ficheiro:Egyptian_Chariot_(colour).jpg Fonte: https://upload.wikimedia.org/wikipedia/commons/f/f0/Egyptian_Chariot_

%28colour%29.jpg Licença: Public domain Contribuidores: This image is available from the New York Public Library's DigitalLibrary under the digital ID 425637: digitalgallery.nypl.org → digitalcollections.nypl.org Artista original: Carlo Lasinio (Engraver),Giuseppe Angelelli , Salvador Cherubini, Gaetano Rosellini (Artists), Ippolito Rosellini (Author)

• Ficheiro:Egyptian_glass_jar.jpg Fonte: https://upload.wikimedia.org/wikipedia/commons/7/73/Egyptian_glass_jar.jpg Licença:Copyrighted free use Contribuidores: http://www.egyptarchive.co.uk/html/louvre_museum/louvre_museum_frame.html Artista original:Jon Bodsworth

• Ficheiro:Fayum-22.jpg Fonte: https://upload.wikimedia.org/wikipedia/commons/5/53/Fayum-22.jpg Licença: Public domain Contri-buidores: ? Artista original: ?

• Ficheiro:Female_topless_egyption_dancer_on_ancient_ostrakon.jpg Fonte: https://upload.wikimedia.org/wikipedia/commons/9/98/Female_topless_egyption_dancer_on_ancient_ostrakon.jpg Licença: Public domain Contribuidores: ISBN 978-3-8228-5455-6 Artistaoriginal: Desconhecido

• Ficheiro:Figurenpaar_Ägypten_Museum_Rietberg_RAG_1.jpg Fonte: https://upload.wikimedia.org/wikipedia/commons/7/73/Figurenpaar_%C3%84gypten_Museum_Rietberg_RAG_1.jpg Licença: Public domain Contribuidores: Obra do próprio (own photograph)Artista original: Foto: Andreas Praefcke

• Ficheiro:Flag-map_of_Egypt.png Fonte: https://upload.wikimedia.org/wikipedia/commons/1/13/Flag-map_of_Egypt.png Licença:Public domain Contribuidores: Obra do próprio Artista original: Andriyko_UA

• Ficheiro:Gizeh_Sonnenbarke_BW_2.jpg Fonte: https://upload.wikimedia.org/wikipedia/commons/e/e7/Gizeh_Sonnenbarke_BW_2.jpg Licença: CC BY-SA 3.0 Contribuidores: Obra do próprio Artista original: Berthold Werner

• Ficheiro:Great_Sphinx_of_Giza_(foreground)_Pyramid_of_Menkaure_(background)._Cairo,_Egypt,_North_Africa.jpgFonte: https://upload.wikimedia.org/wikipedia/commons/9/91/Great_Sphinx_of_Giza_%28foreground%29_Pyramid_of_Menkaure_%28background%29._Cairo%2C_Egypt%2C_North_Africa.jpg Licença: CC BY-SA 3.0 Contribuidores: Fotografia própria,http://mstyslav-chernov.com/ Artista original: Mstyslav Chernov

• Ficheiro:HekaNemesNechacha_PioMs.svg Fonte: https://upload.wikimedia.org/wikipedia/commons/9/9a/HekaNemesNechacha_PioMs.svg Licença: CC-BY-SA-3.0 Contribuidores: Obra do próprio Artista original: Piotr Michał Jaworski; <ahref='//pl.wikipedia.org/wiki/Wikipedysta:Piom' class='extiw' title='pl:Wikipedysta:Piom'>PioM</a> EN DE PL

• Ficheiro:Hermitage_Egyptian_statuettes.jpg Fonte: https://upload.wikimedia.org/wikipedia/commons/c/cb/Hermitage_Egyptian_statuettes.jpg Licença: CC BY-SA 2.0 Contribuidores: originally posted to Flickr as 8594 - St Petersburg - Hermitage - Egyptian sta-tuettes Artista original: Andrew Bossi

• Ficheiro:History_hourglass.svg Fonte: https://upload.wikimedia.org/wikipedia/commons/b/bd/History_hourglass.svg Licença: CCBY-SA 3.0 Contribuidores:

• History.svg Artista original: History.svg: ~DarKobra at Deviantart• Ficheiro:Istanbul_-_Museo_archeol._-_Trattato_di_Qadesh_fra_ittiti_ed_egizi_(1269_a.C.)_-_Foto_G._Dall'Orto_28-5-2006.

jpg Fonte: https://upload.wikimedia.org/wikipedia/commons/9/97/Istanbul_-_Museo_archeol._-_Trattato_di_Qadesh_fra_ittiti_ed_egizi_%281269_a.C.%29_-_Foto_G._Dall%27Orto_28-5-2006.jpg Licença: Attribution Contribuidores: ? Artista original: ?

• Ficheiro:Ka_Statue_of_horawibra.jpg Fonte: https://upload.wikimedia.org/wikipedia/commons/5/54/Ka_Statue_of_horawibra.jpgLicença: Copyrighted free use Contribuidores: http://www.egyptarchive.co.uk/html/cairo_museum_24.html Artista original: JonBodsworth

• Ficheiro:Khafre_statue.jpg Fonte: https://upload.wikimedia.org/wikipedia/commons/d/d5/Khafre_statue.jpg Licença: Copyrightedfree use Contribuidores: http://www.egyptarchive.co.uk/html/cairo_museum_10.html Artista original: Jon Bodsworth

• Ficheiro:Khufu_CEM.jpg Fonte: https://upload.wikimedia.org/wikipedia/commons/6/6f/Khufu_CEM.jpg Licença: Public domainContribuidores:

• Khufu.JPG Artista original: Khufu.JPG:• Ficheiro:Louvre_122007_53.jpg Fonte: https://upload.wikimedia.org/wikipedia/commons/7/71/Louvre_122007_53.jpg Licença: Pu-

blic domain Contribuidores: Neithsabes (travail personnel / Casio EX-S500) Artista original: ?• Ficheiro:Louvres-antiquites-egyptiennes-img_2748.jpg Fonte: https://upload.wikimedia.org/wikipedia/commons/6/65/

Louvres-antiquites-egyptiennes-img_2748.jpg Licença: CC BY-SA 2.0 fr Contribuidores: Med Artista original: Anônimo• Ficheiro:Magnifying_glass_01.svg Fonte: https://upload.wikimedia.org/wikipedia/commons/3/3a/Magnifying_glass_01.svg Licença:

CC0 Contribuidores: ? Artista original: ?• Ficheiro:Maler_der_Grabkammer_der_Nefertari_003.jpg Fonte: https://upload.wikimedia.org/wikipedia/commons/b/b4/Maler_

der_Grabkammer_der_Nefertari_003.jpg Licença: Public domain Contribuidores: The Yorck Project: 10.000 Meisterwerke der Male-rei. DVD-ROM, 2002. ISBN 3936122202. Distributed by DIRECTMEDIA Publishing GmbH. Artista original: Maler der Grabkammerder Nefertari

• Ficheiro:Maler_der_Grabkammer_der_Nefertari_004.jpg Fonte: https://upload.wikimedia.org/wikipedia/commons/d/d7/Maler_der_Grabkammer_der_Nefertari_004.jpg Licença: Public domain Contribuidores: The Yorck Project: 10.000 Meisterwerke der Male-rei. DVD-ROM, 2002. ISBN 3936122202. Distributed by DIRECTMEDIA Publishing GmbH. Artista original: Maler der Grabkammerder Nefertari

Page 43: Antigo Egito

17.2 Imagens 43

• Ficheiro:Maler_der_Grabkammer_des_Sennudem_001.jpg Fonte: https://upload.wikimedia.org/wikipedia/commons/9/91/Maler_der_Grabkammer_des_Sennudem_001.jpg Licença: Public domain Contribuidores: The Yorck Project: 10.000 Meisterwerke der Ma-lerei. DVD-ROM, 2002. ISBN 3936122202. Distributed by DIRECTMEDIA Publishing GmbH. Artista original: Painter of the burialchamber of Sennedjem

• Ficheiro:Maler_der_Grabkammer_des_Zenue_001.jpg Fonte: https://upload.wikimedia.org/wikipedia/commons/3/37/Maler_der_Grabkammer_des_Zenue_001.jpg Licença: Public domain Contribuidores: The Yorck Project: 10.000 Meisterwerke der Malerei. DVD-ROM, 2002. ISBN 3936122202. Distributed by DIRECTMEDIA Publishing GmbH. Artista original: Maler der Grabkammer des Zenue

• Ficheiro:Mentuhotep_Seated_edit.jpg Fonte: https://upload.wikimedia.org/wikipedia/commons/b/b2/Mentuhotep_Seated_edit.jpgLicença: Copyrighted free use Contribuidores: http://www.egyptarchive.co.uk/html/cairo_museum_22.html Artista original: JonBodsworth

• Ficheiro:Mohammad_adil-Muslim_conquest_of_Egypt-pt.svg Fonte: https://upload.wikimedia.org/wikipedia/commons/8/8a/Mohammad_adil-Muslim_conquest_of_Egypt-pt.svg Licença: CC BY 3.0 Contribuidores: This file was derived from Mohammadadil-Muslim conquest of Egypt.PNG: <a href='//commons.wikimedia.org/wiki/File:Mohammad_adil-Muslim_conquest_of_Egypt.PNG'class='image'><img alt='Mohammad adil-Muslim conquest of Egypt.PNG' src='https://upload.wikimedia.org/wikipedia/commons/thumb/a/a7/Mohammad_adil-Muslim_conquest_of_Egypt.PNG/50px-Mohammad_adil-Muslim_conquest_of_Egypt.PNG' width='50'height='36' srcset='https://upload.wikimedia.org/wikipedia/commons/thumb/a/a7/Mohammad_adil-Muslim_conquest_of_Egypt.PNG/75px-Mohammad_adil-Muslim_conquest_of_Egypt.PNG 1.5x, https://upload.wikimedia.org/wikipedia/commons/thumb/a/a7/Mohammad_adil-Muslim_conquest_of_Egypt.PNG/100px-Mohammad_adil-Muslim_conquest_of_Egypt.PNG 2x' data-file-width='2309' data-file-height='1644' /></a>Artista original: Mohammad adil (Discussão · contribs)

• Ficheiro:Musée_du_Louvre_-_Antiquités_égyptiennes_-_Salle_06_-_06c.jpg Fonte: https://upload.wikimedia.org/wikipedia/commons/1/18/Mus%C3%A9e_du_Louvre_-_Antiquit%C3%A9s_%C3%A9gyptiennes_-_Salle_06_-_06c.jpg Licença: CC BY-SA2.0 fr Contribuidores: Med Artista original: Anônimo

• Ficheiro:NarmerPalette_ROM-gamma.jpg Fonte: https://upload.wikimedia.org/wikipedia/commons/0/0b/NarmerPalette_ROM-gamma.jpg Licença: Public domain Contribuidores: ? Artista original: ?

• Ficheiro:Nile_River_and_delta_from_orbit.jpg Fonte: https://upload.wikimedia.org/wikipedia/commons/d/de/Nile_River_and_delta_from_orbit.jpg Licença: Public domain Contribuidores: http://visibleearth.nasa.gov/view_rec.php?id=4927 [1] Artista original:Jacques Descloitres, MODIS Rapid Response Team, NASA/GSFC

• Ficheiro:Nofretete_Neues_Museum.jpg Fonte: https://upload.wikimedia.org/wikipedia/commons/1/1f/Nofretete_Neues_Museum.jpg Licença: CC BY-SA 3.0 Contribuidores: Obra do próprio Artista original: Philip Pikart

• Ficheiro:Opening_of_the_mouth_ceremony.jpg Fonte: https://upload.wikimedia.org/wikipedia/commons/c/c1/Opening_of_the_mouth_ceremony.jpg Licença: Public domain Contribuidores: http://www.britishmuseum.org/explore/highlights/highlight_objects/aes/p/page_from_the_book_of_the_de-1.aspx, http://www.webcitation.org/63YCN7sEt Artista original: ?

• Ficheiro:Papyrus_Hearst_Plate_2b.jpg Fonte: https://upload.wikimedia.org/wikipedia/commons/9/9a/Papyrus_Hearst_Plate_2b.jpgLicença: Public domain Contribuidores: This file was derived from Papyrus Hearst Plate 2.jpg: <a href='//commons.wikimedia.org/wiki/File:Papyrus_Hearst_Plate_2.jpg' class='image'><img alt='Papyrus Hearst Plate 2.jpg' src='https://upload.wikimedia.org/wikipedia/commons/thumb/6/6e/Papyrus_Hearst_Plate_2.jpg/50px-Papyrus_Hearst_Plate_2.jpg' width='50' height='37' srcset='https://upload.wikimedia.org/wikipedia/commons/thumb/6/6e/Papyrus_Hearst_Plate_2.jpg/75px-Papyrus_Hearst_Plate_2.jpg 1.5x, https://upload.wikimedia.org/wikipedia/commons/thumb/6/6e/Papyrus_Hearst_Plate_2.jpg/100px-Papyrus_Hearst_Plate_2.jpg 2x' data-file-width='951' data-file-height='713' /></a>Artista original: Papyrus_Hearst_Plate_2.jpg: ?

• Ficheiro:Pharaoh.svg Fonte: https://upload.wikimedia.org/wikipedia/commons/4/43/Pharaoh.svg Licença: GFDL Contribuidores: Obrado próprio Artista original: Jeff Dahl

• Ficheiro:Ptolemy_I_Soter_Louvre_Ma849.jpg Fonte: https://upload.wikimedia.org/wikipedia/commons/2/21/Ptolemy_I_Soter_Louvre_Ma849.jpg Licença: Public domain Contribuidores: Marie-Lan Nguyen (2011) Artista original: Desconhecido

• Ficheiro:RPM_Ägypten_186.jpg Fonte: https://upload.wikimedia.org/wikipedia/commons/1/15/RPM_%C3%84gypten_186.jpg Li-cença: CC BY-SA 3.0 Contribuidores: Obra do próprio Artista original: Einsamer Schütze

• Ficheiro:RPM_Ägypten_284.jpg Fonte: https://upload.wikimedia.org/wikipedia/commons/7/78/RPM_%C3%84gypten_284.jpg Li-cença: CC BY-SA 3.0 Contribuidores: Obra do próprio Artista original: Einsamer Schütze

• Ficheiro:Relief_of_Hatshepsut’{}s_expedition_to_the_Land_of_Punt_by_Σταύρος.jpg Fonte: https://upload.wikimedia.org/wikipedia/commons/3/3c/Relief_of_Hatshepsut%27s_expedition_to_the_Land_of_Punt_by_%CE%A3%CF%84%CE%B1%CF%8D%CF%81%CE%BF%CF%82.jpg Licença: CC BY 2.0 Contribuidores: http://www.flickr.com/photos/lifes__too_short__to__drink__cheap__wine/3079108612/ Artista original: Σταύρος

• Ficheiro:Rhind_Mathematical_Papyrus.jpg Fonte: https://upload.wikimedia.org/wikipedia/commons/d/d9/Rhind_Mathematical_Papyrus.jpg Licença: Public domain Contribuidores: http://www.archaeowiki.org/Image:Rhind_Mathematical_Papyrus.jpg Artista ori-ginal: Paul James Cowie (Pjamescowie)

• Ficheiro:Rosetta_Stone_BW.jpeg Fonte: https://upload.wikimedia.org/wikipedia/commons/c/ca/Rosetta_Stone_BW.jpeg Licença: Pu-blic domain Contribuidores: The website of the European Space Agency (ESA) [1] Artista original: Desconhecido

• Ficheiro:SFEC_EGYPT_ABUSIMBEL_2006-003.JPG Fonte: https://upload.wikimedia.org/wikipedia/commons/8/8a/SFEC_EGYPT_ABUSIMBEL_2006-003.JPG Licença: CC BY-SA 3.0 Contribuidores: Obra do próprio (Self Photograph) Artista original:Steve F-E-Cameron (Merlin-UK)

• Ficheiro:Saqq_Horemheb_11.jpg Fonte: https://upload.wikimedia.org/wikipedia/commons/6/6e/Saqq_Horemheb_11.jpg Licença: CCBY-SA 3.0 Contribuidores:

• Saq_Horemheb_11.jpg Artista original: Saq_Horemheb_11.jpg: Neithsabes• Ficheiro:Senenmut-Grab.JPG Fonte: https://upload.wikimedia.org/wikipedia/commons/3/34/Senenmut-Grab.JPG Licença: GPL Con-tribuidores: selbst Artista original: NebMaatRa

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44 17 FONTES, CONTRIBUIDORES E LICENÇAS DE TEXTO E IMAGEM

• Ficheiro:Slavebeating.jpg Fonte: https://upload.wikimedia.org/wikipedia/commons/e/ea/Slavebeating.jpg Licença: Public domain Con-tribuidores: http://www.historyforkids.org/learn/egypt/people/picture/slavebeating.jpg Artista original: Desconhecido

• Ficheiro:The_seated_scribe.jpgFonte: https://upload.wikimedia.org/wikipedia/commons/f/f5/The_seated_scribe.jpgLicença: CCBY-SA 2.0 Contribuidores: Ivo Jansch (Flickr) Artista original: Anonyme

• Ficheiro:Third_Intermediate_Period_map-pt.svg Fonte: https://upload.wikimedia.org/wikipedia/commons/2/29/Third_Intermediate_Period_map-pt.svg Licença: CC BY-SA 3.0 Contribuidores:

• Third_Intermediate_Period_map.svg Artista original: Third_Intermediate_Period_map.svg: Jeff Dahl• Ficheiro:Tomb_of_Nakht_(2).jpg Fonte: https://upload.wikimedia.org/wikipedia/commons/3/3d/Tomb_of_Nakht_%282%29.jpg Li-cença: Public domain Contribuidores: Matthias Seidel, Abdel Ghaffar Shedid: Das Grab des Nacht. Kunst und Geschichte eines Beam-tengrabes der 18. Dynastie in Theben-West, von Zabern, Mainz 1991 ISBN 3805313322 Artista original: Norman de Garis Davies, NinaDavies (2-dimensional 1 to 1 Copy of an 15th century BC Picture)

• Ficheiro:TurinPapyrus1.jpg Fonte: https://upload.wikimedia.org/wikipedia/commons/b/ba/TurinPapyrus1.jpg Licença: Public domainContribuidores: Photograph at the Turin Museum courtesy of J. Harrell Artista original: Zyzzy

• Ficheiro:WLA_brooklynmuseum_Terracotta_female_figure.jpg Fonte: https://upload.wikimedia.org/wikipedia/commons/c/c4/WLA_brooklynmuseum_Terracotta_female_figure.jpg Licença: CC BY 2.5 Contribuidores: Wikipedia Loves Art at the BrooklynMuseum

This photo of item # 07.447.505 at the Brooklyn Museum was contributed under the team name "egotechnique" as part of the WikipediaLoves Art project in February 2009.Artista original: ?

• Ficheiro:Wikibooks-logo.svg Fonte: https://upload.wikimedia.org/wikipedia/commons/f/fa/Wikibooks-logo.svg Licença: CC BY-SA3.0 Contribuidores: Obra do próprio Artista original: User:Bastique, User:Ramac et al.

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