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27 revista do programa de pós-graduação em arquitetura e urbanismo da fauusp junho – 2010 ISSN: 1518-9554 pós--

Antigos Exemplos de Restauros de Cerâmicas Gregas

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Antigos Exemplos de Restauros de Cerâmicas Gregas.

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7depoimentosD E A R C H I T E C T U R A , V I T R Ú V I O, E D I Ç Ã O D E 1 5 8 6 : A C U R I O S A T R A J E T Ó R I A DA

I U G O S L Á V I A À B I B L I OT E C A DA FAU U S P

Môn i c a J unque i r a d e Cama r g o

artigosB R A Z I L BU I L D S E M C A M P I N A S : U M A F E R R A M E N TA S I M B Ó L I C A DA E S T R AT É G I A D E

L E G I T I M A Ç Ã O D E I M P L A N TA Ç Ã O D O P L A N O D E M E L H O R A M E N TO S U R BA N O S

S i l v i a A . P a l a z z i Z a k i a

O S U L P O R T E S T E M U N H A : D E C L Í N I O DA H E G E M O N I A C O R BU S I A N O - C A R I O C A E

A S C E N S Ã O DA D I S S I D Ê N C I A PAU L I S TA N A A R QU I T E T U R A B R A S I L E I R A A N O S 5 0

Lu í s Hen r i que Haa s Lucca s

O E S T I L I N H O I N T E R N AC I O N A L ( V E R S Ã O PA R A O P O RT U G U Ê S D O T E X TO D E

H E L I O P I Ñ Ó N )

Lu i s E spa l l a r g a s G imenez

P O N D E R A Ç Õ E S S O B R E O S R E L ATO S DA T R A J E T Ó R I A D E L I N A B O BA R D I N A

I T Á L I A

Rena t o Ane l l i

N A DA V E M D O N A DA : P O R U M A R E V I S Ã O C O N T E M P O R Â N E A D O C O N C E I TO D E

T I P O E D I L Í C I O

C r i s t i a n o F e l i p e Bo r b a d o Na s c imen t o

A RT E , T É C N I C A E M E R C A D O : O T R A BA L H O D O A R QU I T E TO

F r anc i s c o Segn i n i J r.

O I TO C R I T É R I O S PA R A A P E S QU I S A AC A D Ê M I C A E M Á R E A S D E P R Á T I C A

PROJETUAL

Dan i e l a Büch l e r, M i chae l B i g g s

A E VO L U Ç Ã O DA C A I X A C Ê N I C A . T R A N S F O R M A Ç Õ E S S O C I A I S E T E C N O L Ó G I C A S

N O D E S E N VO LV I M E N TO DA D R A M AT U R G I A E DA A R QU I T E T U R A T E AT R A L

Dan i e l a Tunes Z i l i o

S I S T E M A D E AVA L I A Ç Ã O D E E D I F Í C I O S D E S A Ú D E

Augus t o Gue l l i

O N C S – N AT U R A L C O L O R S Y S T E M E P O S S Í V E I S A P L I C A Ç Õ E S N O P RO J E TO

ARQUITETÔNICO

J o ã o C a r l o s d e O l i v e i r a C é s a r

c o n f e r ê n c i ana fau u s p

S E M I N Á R I O D E E S T U D O S S O B R E R E S TAU R A Ç Ã O A R QU I T E T Ô N I CA : “ T E M A S

R E C E N T E S N O R E S TAU RO N A I T Á L I A ” , FAU – M A R A N H Ã O

Bea t r i z Muga y a r Küh l , Bea t r i c e V i v i o , A l e s s and r o Pe r g o l i C ampane l l i ,A l e s s a n d r a C e r r o t i

r e s e nhas

c o m u n i ca d o s

f oto da capaR E P RO D U Ç Ã O DA C A PA D O T R ATA D O D E A R C H I T E C T U R A , D E V I T R Ú V I O

P e d r o K o k

27revista doprograma depós-graduaçãoem arquitetura eurbanismoda fauusp

junho – 2010ISSN: 1518-9554

pós--

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junho 2010ISSN 1518-9554

pós v. 17, n. 27revista do programa de pós-graduação

em arquitetura e urbanismo da fauusp

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PÓS – Revista do Programa de Pós-Graduação em Arquitetura e Urbanismo da

FAUUSP/Universidade de São Paulo. Faculdade de Arquitetura e Urbanismo.

Comissão de Pós-Graduação – São Paulo: FAUUSP, v. 1 (1990- )

Semestral

v. 17, n. 27, jun. 2010

Issn: 1518-9554

1. Arquitetura - Periódicos I. Universidade de São Paulo. Faculdade de

Arquitetura e Urbanismo. Comissão de Pós-graduação. III. Título

Ficha Catalográfica

720P84

Serviço de Biblioteca e Informação da Faculdade de Arquitetura e Urbanismo da USP

PÓS v. 17, n. 27

Revista do Programa de Pós-Graduação em Arquitetura e Urbanismo da FAUUSP

(Mestrado e Doutorado)

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Universidade de São PauloReitor Prof. Dr. João Grandino RodasVice-Reitor Prof. Dr. Hélio Nogueira da CruzPró-Reitor de Pós-Graduação Prof. Dr. VahanAgopyanFerraz

Faculdade de Arquitetura e UrbanismoDiretor Prof. Dr. Sylvio Barros SawayaVice-Diretor Prof. Dr. Marcelo de Andrade Roméro

Comissão EditorialProfa. Dra. Maria Lúcia Refinetti Rodrigues MartinsPresidente da Comissão de Pós-GraduaçãoProfa. Dra. Maria Angela Faggin Pereira LeiteVice-Presidente da Comissão de Pós-Graduação(Congregação)

Coordenadores das Áreas de ConcentraçãoProfa. Dra.Clice de Toledo Sanjar Mazzilli(Design e Arquitetura)Prof. Dr. Eduardo Alberto Cuscé Nobre(Planejamento Urbano Regional)Profa. Dra. Helena Aparecida Ayoub Silva(Projeto de Arquitetura)Profa. Dr. Luís Antonio Jorge(Projeto, Espaço e Cultura)Profa. Dra. Marta Dora Grostein(História e Fundamentos da Arquitetura e doUrbanismo)Profa. Dra. Cláudia T. de Andrade Oliveira(Tecnologia da Arquitetura)Prof. Dr. Vladimir Bartalini(Paisagem e Ambiente)

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PÓS v. 17, n. 27

Revista do Programa de Pós-Graduação em Arquitetura e Urbanismo da FAUUSP

junho 2010

ISSN: 1518-9554

Conselho EditorialProf. Dr. Adrián GorelikUniversidade Nacional de Quilmes – ArgentinaProf. Dr. António Baptista CoelhoLaboratório Nacional de Engenharia Civil, LNEC –Lisboa – PortugalProf. Dr. Dario GamboniDepartamento de História da Arte Universidade deGenebra – SuíçaProf. Dr. Henrique PessoaPolitécnico de Milão – ItáliaProf. Dr. João Gualberto de Azevedo BaringUniversidade de São Paulo – USPProf. Dr. Luis MarquesUniversidade Estadual de Campinas – UnicampProfa. Dra. Manuela Raposo MagalhãesInstituto Superior de Agronomia – ISA – PortugalProf. Dr. Miguel BuzzarEscola de Engenharia de São Carlos – EESC-USPProf. Dr. Roberto ZancanUniversity of Québec in Montréal – UQÀM – CanadáProf. Dr. Massimo CanevacciUniversità di La Sapienza – Roma – ItáliaDoreen MasseyOpen University – InglaterraMark GottdienerUniversity of California – EUA

RedaçãoJornalista responsável – Izolina Rosa – MTb 16199Calendário de Teses e Dissertações – Diná VasconcellosProjeto gráfico e imagens de abertura – RodrigoSommerFoto de capa – Pedro KokRevisãoPortuguês – Margareth Artur (Laboratório deProgramação Gráfica da FAUUSP)Espanhol – Márcia Regina Choueri (Palavra e ImagemComercial Ltda)Inglês – Rainer Hartmann (Kilter Comercial eComunicacão Ltda – EPP)

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Sumário

apresentaçãoM ô n i c a J u n q u e i r a d e C a m a r g o

depoimentosD E A R C H I T E C T U R A , V I T R Ú V I O, E D I Ç Ã O D E 1 5 8 6 : A C U R I O S A T R A J E T Ó R I A DA I U G O S L Á V I A ÀB I B L I OT E C A DA FAU U S PM ô n i c a J u n q u e i r a d e C a m a r g o

artigosB R A Z I L BU I L D S E M C A M P I N A S : U M A F E R R A M E N TA S I M B Ó L I C A DA E S T R AT É G I A D EL E G I T I M A Ç Ã O D E I M P L A N TA Ç Ã O D O P L A N O D E M E L H O R A M E N TO S U R BA N O SB R A Z I L B U I LDS EN C AM P I NAS : U NA H ER R AM I ENTA S I M BÓL IC A DE L A ESTR ATEG IA DE LEG I T I MAC IÓN DE I M P L ANTAC IÓN

DEL PLAN DE ME JOR ÍAS URBANAS

B R A Z I L B U I LDS I N C AM P I NAS : A SYM BOL IC TOOL OF TH E STR ATEGY TO LEG IT I MATE TH E I M P LE M E NTAT ION OF TH E

URBAN- IMPROVEMENT PLAN

S i l v i a A . P a l a z z i Z a k i a

O S U L P O R T E S T E M U N H A : D E C L Í N I O DA H E G E M O N I A C O R BU S I A N O - C A R I O C A E A S C E N S Ã ODA D I S S I D Ê N C I A PAU L I S TA N A A R QU I T E T U R A B R A S I L E I R A A N O S 5 0EL SU R POR TEST IGO : DESCEN SO DE L A H EGEMONÍA COR B U S IANO - C AR IOC A Y ASCEN S IÓN DE L A D I S I DENC IA PAU L I STA

EN LA ARQU ITECTURA BRAS I LEÑA AÑOS 50

THE SOUTH AS A W I TNESS : THE DECL INE OF THE CORBUS I AN -CAR IOCA HEGEMONY AND THE R I S E OF THE D I SS IDENCE

FROM SÃO PAULO IN BRAZ I L I AN ARCH I TECTURE IN THE 1950s

L u í s H e n r i q u e H a a s L u c c a s

O E S T I L I N H O I N T E R N AC I O N A L ( V E R S Ã O PA R A O P O RT U G U Ê S D O T E X TO D E H E L I O P I Ñ Ó N )

E L E S T I L I L L O I N T E R N A C I O N A L

T H E L I T T LE I NTE R NAT IONAL ST YLE

L u i s E s p a l l a r g a s G i m e n e z

P O N D E R A Ç Õ E S S O B R E O S R E L ATO S DA T R A J E T Ó R I A D E L I N A B O BA R D I N A I T Á L I APON DER AC ION ES SOB R E LOS R EL ATOS DE L A TR AY ECTOR IA DE L I NA BO BAR D I EN I TAL IA

CONS I D E R AT IONS ON TH E R E P ORTS OF TH E TR A J ECTORY OF L I NA BO BAR D I I N I TALY

R e n a t o A n e l l i

N A DA V E M D O N A DA : P O R U M A R E V I S Ã O C O N T E M P O R Â N E A D O C O N C E I TO D E T I P OE D I L Í C I ONADA V I ENE DE NADA : PARA UNA REV I S IÓN CONTEMPORÁNEA DEL CONCEPTO DE T I PO ED I L Í C IO

NOTH I NG COM ES F ROM NOT H I NG : F OR A CONTE M P OR ARY R EV I S ION OF TH E CONC E NT OF B U I LD I NG T Y P E

C r i s t i a n o F e l i p e B o r b a d o N a s c i m e n t o

A RT E , T É C N I C A E M E R C A D O : O T R A BA L H O D O A R QU I T E TOARTE , TÉCN ICA Y MERCADO: E L TRABA JO DEL ARQU ITECTO

ART, TEC H N IQU E AN D MAR K ET : TH E ARC H ITECT ’S WOR K

F r a n c i s c o S e g n i n i J r .

O I TO C R I T É R I O S PA R A A P E S QU I S A AC A D Ê M I C A E M Á R E A S D E P R Á T I C A P RO J E T UA LOCHO CR ITER IOS PARA LA INVEST IGAC IÓN ACADÉMICA EN ÁREAS DE PRÁCT ICA DE PROYECTO

E IG HT C R ITE R IA F OR P R ACT IC E -BASE D R ESEARC H I N TH E C R EAT IVE AN D C U LTU R AL I N DUSTR I ES

D a n i e l a B ü c h l e r , M i c h a e l B i g g s

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2010

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A E VO L U Ç Ã O DA CA I X A C Ê N I CA . T R A N S F O R M A Ç Õ E S S O C I A I S E T E C N O L Ó G I CA S N OD E S E N VO LV I M E N TO DA D R A M AT U R G I A E DA A R QU I T E T U R A T E AT R A LL A EVOLUC IÓN DE L A C A JA ESCÉN IA . TR A N SFOR MAC ION ES SOC IALES Y TECNOLÓG IC AS EN E L DESENVOLV I M I ENTO DE L A

DR AMATURGIA Y DE LA ARQU ITECTURA

T H E EVOLUT ION OF TH E STAG E TOWE R . SOC IA L AN D TEC H NOLOG IC AL TR ANSF OR MAT IONS I N T H E DEVE LO P M E NT OF

THE DRAMATURGY AN D THEATRE ARC H ITECTU RE

D A N I E L A T U N E S Z I L I O

S I S T E M A D E AVA L I A Ç Ã O D E E D I F Í C I O S D E S A Ú D ES I STEMA DE EVALUAC IÓN DE ED I F I C IOS DE SALUD

AN EVALUAT ION SYSTE M F OR H EALTHC AR E B U I LD I NGS

A u g u s t o G u e l l i

O N C S – N AT U R A L C O L O R S Y S T E M E P O S S Í V E I S A P L I CA Ç Õ E S N O P RO J E TO A R QU I T E T Ô N I C ON SC – NATU R AL COLOR SYSTEM Y SU S POS I B LES AP L IC AC ION ES EN EL P ROYECTO ARQU ITECTÓN ICO

NATU R AL COLOR SYSTE M AN D P OSS I B LE AP P L IC AT IONS I N ARCH ITECTUR AL DES IG N

J o ã o C a r l o s d e O l i v e i r a C é s a r

conferências na fauuspS E M I N Á R I O D E E S T U D O S S O B R E R E S TAU R A Ç Ã O A R QU I T E T Ô N I CA : “ T E M A S R E C E N T E S N OR E S TAURO N A I T Á L I A ” , FAU – M A R A N H Ã OB e a t r i z M u g a y a r K ü h l , B e a t r i c e V i v i o , A l e s s a n d r o P e r g o l i C a m p a n e l l i , A l e s s a n d r a C e r r o t i

resenhasARCHITETTURA CONTEMPORANEA: BRAS ILEM a r i a A l i c e J u n q u e i r a B a s t o s

P R E S E RVA Ç Ã O D O PAT R I M Ô N I O A R QU I T E T Ô N I C O DA I N D U S T R I A L I Z A Ç Ã O :P RO B L E M A S T E Ó R I C O S D E R E S TAUROE n e i d a d e A l m e i d a .

O F L O R E S C E R DA S C O R E S – A A RT E D O P E R Í O D O E D OP a u l o Y a s s u h i d e F u j i o k a

P H I L I P G U N N : D E BAT E S E P RO P O S I Ç Õ E S E M A R QU I T E T U R A , U R BA N I S M O E T E R R I T Ó R I O N AE R A I N D U S T R I A LM a r c o s V i r g í l i o d a S i l v a

M O D E R N I DA D E V E R D E . JA R D I N S D E BU R L E M A R XV l a d i m i r B a r t a l i n i

T H E E N V I RO N M E N TA L P E R F O R M A N C E O F TA L L BU I L D I N G SR o b e r t a C o n s e n t i n o K r o n k a M ü l f a r t h

comunicadosT E S E S E D I S S E RTA Ç Õ E S

N O R M A S PA R A A P R E S E N TA Ç Ã O D E T R A BA L H O S

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Antigos exemplos de restauros de cerâmicasgregas

Alessandro Pergoli CampanelliTradução: Beatriz Mugayar Kühl

Desde as épocas mais antigas foram documentadas técnicas derecomposição ou de reparação efetuadas em vários tipos de objetos,tanto de uso comum quanto de valor artístico reconhecido no momentoda reparação. A sua inserção no contexto da proto-história do restauro –se não da teoria, pelo menos da práxis e da evolução de suas variadastécnicas – está, porém, quase sempre, ausente. Os maiores avanços nosestudos ocorrem apenas por ocasião de um novo achado ou dejudiciosos restauros contemporâneos que, ao desmontar partesanteriormente recompostas, revelam detalhes que, de outro modo, nãoseriam visíveis: freqüentemente, com efeito, reparações antigas foramescondidas – ou até mesmo removidas – por sucessivas restauraçõesmodernas1 , a partir das reintegrações do Renascimento até intervençõesrealizadas no século passado ou ainda em curso.

As pesquisas conduzidas em muitos achados antigos por algunsestudiosos, também restauradores profissionais e atuantes emimportantes museus internacionais (entre eles Gianpaolo Nadalini2 ,Renske Dooijes3 , Olivier Nieuwenhuyse e Angelica Schone-Denkinger4 )demonstrariam, com efeito, a existência de práticas de reparos deobjetos cerâmicos desde épocas pré-históricas.

As evidências dessas descobertas permitem afirmar que as técnicasde reparos e, em alguns casos, de restauro, encontráveis no mundoclássico greco-romano, representavam o ponto de chagada de um longopercurso iniciado muitos milênios antes. É, com efeito, possível intuirlogicamente que desde os tempos mais antigos o homem tenha evitadodestruir aquilo que, gastando menos, podia reutilizar ou reparar.

Em ambiente etrusco, no qual as cerâmicas gregas eram muitoapreciadas, foi documentado, já em tempos antigos, um colecionismoparticularmente atento à qualidade artística das obras. Existem, naquelaárea, muitos achados de obras, hoje conservadas em importantesmuseus, atribuídas a célebres artistas da Antiguidade, particularmenteinteressantes pelo tipo e pela qualidade dos restauros antigos presentes.

A hipótese mais convincente é que muitas cerâmicas gregas de altaqualidade artística tenham sido colecionadas e, quando necessário,restauradas com cuidado pelos antigos etruscos que, presumivelmente,haviam a elas atribuído grande valor: é o caso, por exemplo, denumerosas crateras encontradas na área da antiga Etrúria e atribuídas aimportantes mestres, como Brygos (final do século V a.C.) ouEuphronios (final do século VI, início do século V. a.C.)5 . Há, entreelas, muitas reparações antigas executadas de modo atento àpreservação das partes figurativas, ou, pelo menos, incidindo o mínimopossível nas decorações, limitando as intervenções às zonas

(1) Com freqüência, os restauradoresque trabalham nos musues usam otermo derestauration, o qual poderiaser traduzido por “desrestauração”,neologismo que significa a “remoção derestauros precedentes”.

(2) NADALINI, Giampaolo.Considerazioni e confronti sui restauriantichi presenti nelle ceramichescoperte a Gela. In: PANINI, Rosalba;GIUDICE, Filippo (Orgs.). Ta Attika –Attic figured vases from Gela. Roma:L’Erma di Bretschneider, 2004, p. 197-205. NADALINI, Giampaolo. Restauriantichi su ceramiche greche –Differenziazione dei metodi. In: BENTZ,Martin; KÄSTNER, Ursula (Org.).Konservieren oder Restaurieren. DieRestaurierung griechischer Vasen vonder Antike bis heute. (Corpus vasorumantiquorum, 3). Munique: Verlag C. H.Beck, 2007, p. 29-34.

(3) Renske Dooijes, restauradora decerâmicas e vidros no Rijksmuseum vanOudheden de Leiden, coordena, porparte do ICOM, um grupo de pesquisasobre os restauros antigos (History ofConservation Group).

(4) SCHONE-DENKINGER, Angelica.Reparaturen, antik oder nicht antik?Beobachtungen an rotfigurigenKrateren der Berliner Antikensammlungund Anmerkungen zur Verwendunggeflickter Gefäße in der Antike. In:BENTZ; KÄSTNER, op. cit., p. 21-28.

(5) Cfr. ELSTON, Maya. Ancient Repairsof Greek Vases in the J. Paul GettyMuseum. J. Paul Getty Museum Journal,Los Angeles, v. 18, p. 53-68, 1990;MORETTI SGUBINI, Anna Maria (Org.).Euphronios epoiesen, un donod’eccezione ad Ercole Cerite. Roma:L’Erma di Bretschneider, 1999; e VLADBORRELLI, Licia. RestauroArcheologico, storia e materiali. Roma:Viella, 2003, p. 29-30.

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pós-

pós v.17 n.27 • são paulo • junho 2010

monocromáticas6 . Veja-se, por exemplo, a cratera com figuras negras F315,conservada em Paris no Museu do Louvre e recentemente restaurada, removendo“abundantes retoques oitocentistas”7 os quais ocultavam os restauros antigos.Nesse caso, é significativo que os traços dos rebites metálicos colocados naAntiguidade para consolidar as partes superiores, reunidas, denotem umaevidente preocupação estética; o antigo reparador, com efeito, parecia ter tido umparticular cuidado para fazer corresponder as suturas de bronze às linhashorizontais da decoração, às linhas negras ou, ainda, a alguns elementos daspartes com figuras. Em particular, é relevante a análise das reparações feitas emcrateras assinadas ou atribuídas ao célebre pintor ático Euphronios8 . Antes detudo, pela alta incidência (cerca de 20% do total) de restauros, em comparaçãocom a porcentagem, muito menor, encontrada nos achados de Gela e naquelesdo Museu de Siracusa. Ademais, em todas as obras de Euphronios foramutilizadas técnicas muito mais elaboradas: para minimizar a visibilidade dos

(6) Cfr. DOOIJES, Renske;NIEUWENHUYSE, Olivier P.Ancient repairs:Techniques and socialmeaning. In: BENTZ;KÄSTNER, op. cit., p. 15-20; SCHONE-DENKINGER,op. cit, p. 21-28.

(7) NADALINI, op. cit.,2007, p. 30.

(8) Cfr. BOTHMER, Dietrichvon. Der Euphronioskraterin New York,Archäologische Anzeiger,Berlim, v. LXXXVII, p. 485-512, 1976 e NADALINI,op. cit.

1. Furos feitos com furadeiras e cordas de pele, fibras vegetais ou ainda com fiosmetálicos para aproximar as partes entre si. É o método mais antigo, encontradojá a partir de 6000 a.C.

2. Furos feitos com furadeira e suturas de bronze ou chumbo em ambos os lados(em “lingote”, segundo a classificação de Nadalini). Encontram-se exemplos já apartir de 3000 a. C.

3. Suturas de ferro ou de bronze, cravadas na peça por pequenas pontas na faceinterna. Sua colocação, provavelmente, ocorria por sua martelagem na cerâmica.

4. Furos com furadeiras e elementos metálicos contrapostos ligados entre si porrebites de bronze ou cobre (em “rebite”, segundo a classificação de Nadalini.Essa técnica é menos invasiva do que as precedentes, pois os furos são dediâmetro nitidamente inferior àqueles utilizados nas suturas com chumbo).

5. Suturas com chumbo ou bronze dispostas em um sistema de pequenos ductosorganizados unicamente, na face externa (“alveolar”, segundo a classificação deNadalini).

6. Suturas com chumbo ou bronze dispostas em um sistema duplo de pequenosductos, dispostos na face externa e na face interna (“alveolar contraposto”,segundo a classificação de Nadalini).

Figura 2: Pormenor de uma crateraática com figuras vermelhas(Metropolitan Museum, Nova York, ref.28.57.23), c. 440 a. C. Em evidência, olocal das antigas suturas metálicas detipo alveolar contraposto (n. 6) e seuposicionamento em zonas nas quais afiguração é ausenteFoto: Alessandro Pergoli, 2008

Figura 1: Tipos de suturas mais freqüentes encontrados nos materiais cerâmicos por arqueólogos e restauradoresElaboração: Alessandro Pergoli

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(9) Em grande parteperdidos, mas aindahipotizáveis pelos traçosresiduais deixados nassuperfícies cerâmicas enas comparações com ospoucos exemplos quesobreviveram.

(10) MOHEN, Jean-Pierre;DUVAL, Alain; ELUERE,Christiane (Org.). Trésorsdes princes celtes:Exposition Paris, GaleriesNationales du GrandPalais, 20 octobre 1987-15février 1988. Paris:Réunion des MuséesNationaux, 1987, p. 259-260. Cfr. também VLADBORRELLI, op. cit., p. 30e WEHGARTNER, Irma etal. (Org.). Luxusgeschirrkeltischer Fürsten:Griechische Keramiknördlich der Alpen(Catálogo da Exposição).Würzburg: MainfränkischesMuseum, 1995.

(11) DOOIJES;NIEUWENHUYSE, op. cit.,p. 16.

reforços metálicos9 e torná-los mais nivelados com a superfície do vaso, foramrealizados, em tempos antigos, nas duas partes a serem reunidas, incisõessimilares a pequenos canais ou, em outros casos, a alvéolos. O exame de umconjunto coerente de obras demonstraria, ademais, uma atenção ulterior voltadaa um maior êxito estético da intervenção, como, por exemplo, o cuidado dedestinar a técnica mais elaborada (ou seja, o canal duplo em ambas as faces dovaso) para as cerâmicas, contendo também a parte interna visível; inversamente,os canais eram utilizados em apenas uma das faces, no caso de recipientes ouvasos fechados (como, por exemplo, um ), em que um resultadoesteticamente pouco satisfatório no interior não seria notado porque aquela partedo restauro permaneceria oculta à vista.

Pelo exame de muitos exemplos parece – quando essas antigas reparações sereferem a cerâmicas apreciadas por sua qualidade artística – estar semprepresente uma particular atenção em minimizar seu impacto visual. Os antigosrestauradores, com efeito, não intervieram nas zonas em que há figuração,limitando os grampos às partes secundárias (quase sempre aquelas sem figuras efundos monocromáticos) ou, quando absolutamente necessário, fazendo com queos reforços acompanhem a geometria da decoração. São conhecidos tambémexemplos antigos de inserções executadas com materiais preciosos, caso de uma

ática com figuras vermelhas, reparada com inserções de ouro. Trata-se deduas taças conservadas no Württembergisches Landesmuseum de Stuttgart10 (inv.n. 8723) atribuídas ao ceramista ateniense Sotadès e datáveis em torno de 450a.C., descobertas em 1879 em Klein Aspergel, na Alemanha. Esse episódio ébastante interessante porque além do uso de um material mais nobre do queaquele originário, o ouro, existe a vontade de não dissimular as suturas, mas, aocontrário, de transformá-las em novo elemento decorativo.

Giampaolo Nadalini, dispondo de informações precisas sobre a datação demuitos restauros antigos por ter trabalhado diretamente nos achados, o objeto deseu estudo, identifica quatro técnicas diversas, por ele definidas como “comlingote”, “com rebite”, “alveolar” e “alveolar contraposta” (Figuras 1 e 2).

Outros estudiosos como Renske Dooijes e Olivier Nieuwenhuyse, de modosimilar, depararam-se com quatro tipos diferentes de antigas reparações: um maisarcaico (datado a partir de 6000 a.C.) com perfurações e cordas de pele ou outromaterial orgânico, e outros três mais tardios, encontráveis na Grécia a partir daprimeira idade do bronze (3000 a.C.), com a introdução do uso do metal.

Os dois estudiosos holandeses reconhecem, por sua vez, três grupos principaisde técnicas de reparação: com furos feitos com furadeiras; com suturas metálicas;com fragmentos “não-pertinentes”11 . Essa última técnica se mostra a maisinteressante e demonstraria um gosto antigo insolitamente capaz de aceitarinserções esteticamente discordantes e claramente reconhecíveis pelo tipo defiguração e de materiais utilizados. Distinguibilidade e dissonâncias quepareceriam depender de escolhas precisas e não de dificuldades técnicas, pelomenos pelo que se infere da grande habilidade demonstrada na execução demuitos reparos.

Nesse momento, os dados que possuímos são ainda muito heterogêneos paraelaborarmos teorias exaustivas. Seria possível, porém, formular a hipótese de asreintegrações das lacunas serem executadas em analogia com as partesremanescentes, imaginando, com base nos estudos até aqui expostos, que uma

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(12) Cf. NOGARA,Bartolomeo. UnFrammento di Douris nelMuseo Gregoriano-Etrusco. The Journal ofHellenic Studies, Londres,v. 71, p. 129 -132, 1951.

Figura 3: a. Simulação gráfica de um pormenor da ânforade terracota com a apoteose de Hércules, atribuída aopintor de Bareiss, Atenas c. 530-520 a.C. (J. Paul GettyMuseum, Malibu, ref. 86.AE.85 ), como devia ser suaaparência com a união das duas partes e as suturasmetálicas enegrecidas. Note-se, na parte alta do coloacrescentada na restauração antiga, a concordância domotivo ornamental no esquema geométrico, mas nafiguração das partes singulares; essa circunstância tornao acréscimo compatível quando visto de longe, masbastante reconhecível de pertoFonte: Alessandro Pergoli

Figura 3b: Nota-se, esquematicamente, as diversas partesque compõem a ânfora restaurada: o colo, a base e assuturas metálicasFonte: Alessandro Pergoli

excessiva distinguibilidade fosse tolerada somente no caso de objetos de uso semnenhum valor artístico e que, de todo modo, a evidência ou a interferênciaexcessiva dos sinais da reparação fosse considerada sempre um defeito.

Um exemplo particularmente interessante parece, ao contrário, demonstrar pelomenos a presença simultânea de parâmetros estéticos bastante diversos.Somando-se ao caso, citado precedentemente, da ânfora atribuída ao pintor deBareiss do Museu J. Paul Getty (restaurada na Antiguidade com a adição de umcolo proveniente de outra ânfora decorada de modo diverso, Figura 3), existeoutro caso, ainda mais significativo, de um fragmento atribuído ao famoso pintorático Douris, conservado, depois de numerosas peripécias e deslocamentos pormeia Europa, no museu Gregoriano-Etrusco de Roma12 . A particularidade consisteno fato de esse fragmento ter sido encontrado perfeitamente adaptado em umoutro vaso coetâneo. Na curvatura entre colo e o bojo do stÜmnoò, desde aAntiguidade fora inserido um fragmento proveniente de outra peça cerâmica,assinado por Douris, e fixado no corpo do vaso com quatro grampos de bronze,sendo bem visíveis os seus furos. O fragmento, originalmente parte de umrecipiente aberto destinado às libações (uma taça ática, de tipo ou ),no momento de sua descoberta em uma tumba na Etrúria meridional, estavainserida e solidamente fixada com quatro grampos, em recipiente fechado (e,portanto, com forma e curvatura diversas, mas, de todo modo, adaptado demaneira hábil); fato bastante estranho, se considerarmos não se tratar de umainserção mimética, mas o fragmento de Douris interrompe brutalmente qualquercontinuidade com as figuras do vaso, inserindo uma evidentíssima dissonância notema (o fragmento acrescentado representa heteras e efebos no ato da libação, ost´ mnoò, por sua vez, a figura de Hércules com as mãos estendidas diante de si)(Figuras 4 a 7).

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conferências • p. 208-268

Figura 4: Levantamento do século 19 que mostra como seapresentava o antes do restauro modernoFonte: GERHARD, Eduard. Auserlesene griechische Vasenbilder,hauptsächlich etruskischen Fundorts. Berlim: Gerdruckt undVerlegt Bei G. Reimer, v. II, 1843

Figura 5: Pormenor do fragmento atribuído ao pintorgrego DourisFonte: Alessandro Pergoli

Figura 6: Representação esquemática do fragmento –sua posição originária em um , uma antigataça para as libações, decorada também em suasuperfície internaElaboração: Alessandro Pergoli

Figura 7: O fragmento inserido em um contentordiferente, um , de tipo fechado. É evidentea habilidade necessária para adaptar um fragmentoproveniente do primeiro tipo de vaso, no segundoElaboração: Alessandro Pergoli

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O vaso, infelizmente, passou por intervenções nas primeiras décadas do século20 por mãos de um restaurador, não bem identificado, que, em vez de ater-se àexcepcionalidade da anomalia, removeu o fragmento de Douris – que acabouilegalmente no exterior em uma famosa coleção – e integrou a cena faltante comampla figuração de fantasia (Figura 8): um falso, segundo os critérios modernosde restauro, já a partir das resoluções inspiradas por Boito e votadas,precisamente em Roma, em 1883. O estado original do vaso foi, por fortuna,documentado por levantamentos feitos pelo arqueólogo Eduard Gerhard, em tornode 184013 .

Na ausência de ulteriores estudos específicos sobre o tema, e visto odesinteresse mostrado no passado por restauradores e arqueólogos pelas antigastécnicas de restauração, cabem, nesse ponto, elaborar diversos questionamentos.Antes de tudo, como discernir, com certeza, entre simples reparos (que, nomáximo, deveriam restituir funcionalidade a objetos fragmentados) e outrasintervenções, executadas com intencionalidades mais “elevadas”, como aconservação (talvez com finalidades devocionais, rituais ou histórico-artísticas) oua recomposição de importantes obras de arte que, de outro modo, estariamperdidas?

É evidente que o principal elemento discriminante diz respeito mais àsfinalidades que fornecem as bases à intervenção do que a eventuais períciastécnicas logradas. Na ausência de provas contundentes que atestem umaintencionalidade em detrimento de outra, as únicas conjecturas possíveis nomomento dizem respeito ao estudo, cada vez mais acurado, dos achados e,portanto, qualquer hipótese deve, de modo forçoso, ser baseada, unicamente, nasevidências arqueológicas. Claro está que, se no futuro houver dados maissignificativos, do ponto de vista estatístico, será possível confirmar ou refutarqualquer teoria de modo mais fundamentado.

Com esses esclarecimentos se deve, de todo o modo, convir que entre ascerâmicas gregas antigas existem muitos exemplares que atestam, já naAntiguidade, intervenções de reparo e, em muitos casos, de verdadeiros restauros,nos quais se atuou com grande perícia para não alterar, excessivamente, a marcaautógrafa dos mestres.

Figura 8: A mesma ânfora com as reintegraçõesmodernas (talvez obra de um restaurador daFamília Pennelli) evidenciadas pela marcabrancaFonte: NOGARA, Bartolomeo. Un Frammento diDouris nel Museo Gregoriano-Etrusco. TheJournal of Hellenic Studies, v. 71, p. 131, 1951

(13) GERHARD, Eduard.Auserlesene griechischeVasenbilder, hauptsächlichetruskischen Fundorts.Berlim: Gerdruckt undVerlegt Bei G. Reimer, v. II,1843, tav. CXLV, p. 180-182; HARTWIG, Paul. DiegriechischenMeisterschalen derBlüthezeit des strengenrothfigurigen Stiles, mitUnterstützung derKöniglich SächsichischenGesellschaftderWissenschaften und ausprivaten Mittelnherausgegeben von PaulHartwig. Berlim: W.Spemann, v. II, 1893, tav.LXVII, p. 606; REINACH,Salomon. Répertoire desvases peints grecs etétrusques. Paris: Leroux,v. II, 1899-1900, p. 75.