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Artigo de Revisão

Flavonóides antocianinas: características e propriedades na nutrição e saúdeFlavonoids anthocyanins: characteristics and properties in nutrition and health

Los flavonoides antocianinas: características y propiedades en la nutrición y salud

ResumoAs antocianinas são componentes do grupo dos flavonóides e estão amplamente distribuídos

na natureza. Constituem uma fração não energética da dieta do ser humano e estão relacio-

nadas com importantes atividades biológicas. Seus efeitos benéficos em relação à nutrição e

saúde estão relacionados às suas propriedades antioxidantes, pois são carreadores diretos

de radicais livres e desta forma desempenham um papel importante na prevenção de doen-

ças cardiovasculares, modulação da inflamação, inibição da agregação plaquetária, preven-

ção do câncer e de sua progressão. Este artigo de revisão teve como objetivo descrever as

características e propriedades benéficas dos flavonóides antocianinas, em relação à nutrição

e saúde.

AbstractAnthocyanins are components of the group of flavonoids and they are widely distributed in na-

ture. They constitute a fraction no energetic of the human diet and are related with important

biological activities. Its beneficial effects in relation to nutrition and health are related to its

antioxidatives properties, therefore they are free radicals binders and in such a way they play

an important role in the prevention of cardiovascular diseases, modulation of inflammation,

inhibition of platellet aggregation, cancer prevention and its progression. The aim of this ar-

ticle was describes the beneficial characteristics of the properties of flavonoids anthocyanins

in relation to nutrition and health.

ResumenLas antocianinas son componentes del grupo de los flavonoides y se distribuyen extensa-

mente en la naturaleza. Constituyen una fracción no energéctica de la dieta del ser humano

y relacionanse con importantes actividads biológicas. Sus efectos beneficiosos referentes a

la nutrición y la salud relacionanse con sus características antioxidantes, pues son carreado-

res directos de los radicales libres y de tal manera desempeñan un papel importante en la

prevención de enfermedades cardiovasculares, modulación de la inflamación, inhibición de la

agregación plaquetária, prevención del cáncer y su progresión. Este artículo de revisión tuve

como objectivo describir las características y las propriedads beneficiosas de los flavonoides

antocianinas en relación a la nutrición y a la salud.

Ana Carolina Pinheiro Volp1

Isis Rodrigues Toledo Renhe2

Kiriaque Barra3

Paulo César Stringueta4

1 Nutricionista, Especialista em Terapia Nutricional - Universidade Federal do Paraná (UFPR), Mestre em Ciência da Nutrição, Doutoranda em Ciência e Tecnologia de Alimentos - Universidade Federal de Viçosa (UFV)

2 Engenheira de Alimentos, Mestranda em Ciência e Tecnologia de Alimentos - UFV

3 Nutricionista, Mestre em Ciência da Nutrição, Doutoranda em Ciência e Tecnologia de Alimentos - UFV

4 Professor Titular - Departamento de Ciência e Tec-nologia de Alimentos – UFV

Unitermos

Flavonóides; antocianinas; antioxidantes;

aterosclerose; neoplasias

Key words

Flavonoids; anthocyanins; antioxidants;

atherosclerosis; neoplasms

Unitérminos

Flavonoides; antocianinas; antioxidantes;

aterosclerosis; neoplasias

Endereço para correspondência:

Ana Carolina Pinheiro Volp

Universidade Federal de Viçosa

Departamento de Ciência e Tecnologia

de Alimentos

Avenida PH Rolfs, s/n – Campus Universitário

CEP 36570-000 – Viçosa/MG

E-mail: [email protected]

Submissão

2 de dezembro de 2006

Aceito para publicação

6 de novembro de 2007

Rev Bras Nutr Clin 2008;23(2):141-9

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Introdução

Os flavonóides são pigmentos naturais amplamente distribuídos no reino vegetal e já foi detectada a ocorrên-cia de mais de 8000 compostos fenólicos em plantas1. Pro-tegem o organismo do dano produzido por agentes oxi-dantes como os raios ultravioletas, poluição ambiental, substâncias químicas presentes nos alimentos, estresses, dentre outros. O organismo humano não produz essas substâncias químicas protetoras, cabendo ao homem ob-tê-las por meio da alimentação2. Estão amplamente distri-buídos em plantas, frutas, vegetais e em diversas bebidas (suco de uva, vinho tinto, chá preto e verde), e represen-tam componentes substanciais da fração não energética da dieta humana3-4.

Os compostos fenólicos podem ser divididos em dois grupos: os flavonóides e os não flavonóides, sendo que am-bos são compostos de baixo peso molecular, denominados metabólitos secundários, presentes em frutas e vegetais. Os flavonóides englobam uma classe muito importante de pigmentos naturais e têm a estrutura química C6-C3-C6, sendo que as duas partes da molécula com seis carbonos são anéis aromáticos5. Com relação aos não flavonóides, são classificados como: os derivados das estruturas quí-micas C6-C1 específicas dos ácidos hidroxi- benzóico, gá-lico e elágico; os derivados das estruturas químicas C6-C3 específicas dos ácidos caféico e p-cumárico hidroxi cina-matos e os derivados das estruturas químicas C6-C2-C6 específicas do trans-resveratrol, cis-resveratrol e trans-resveratrol-glucosídio6.

Suas propriedades biológicas estão relacionadas com a atividade antioxidante que cada fenol exerce sobre de-terminado meio. A atividade dos antioxidantes, por sua vez, depende de sua estrutura química, podendo ser de-terminada pela ação da molécula como agente redutor (velocidade de inativação do radical livre, reatividade com outros antioxidantes e potencial de quelação de metais)7.

Pearson et al.(1999) demonstraram que os fenólicos pre-sentes em suco comercial e extrato fresco de maçãs (casca, polpa e fruta inteira) inibiram, in vitro, a oxidação de LDL humana8.

Desta forma, possuem múltiplos efeitos biológicos, como atividades antioxidante, anti-inflamatória, anti-tu-moral e inibidora da agregação plaquetária. Ainda, a inges-tão de flavonóides está associada com a longevidade e redu-ção na incidência de doenças cardiovasculares, o que explica o “paradoxo francês”, uma vez que a dieta mediterrânea é rica em vegetais e vinho tinto9.

Com base nos dados expostos, este artigo de revisão teve como o objetivo descrever suas características, bem como os efeitos desses pigmentos naturais em relação à nu-trição e saúde.

Estrutura química e propriedades

Os flavonóides

Os flavonóides são estruturas polifenólicas de baixo peso molecular encontradas naturalmente nas plantas10. São os responsáveis pelo aspecto colorido das folhas e flores, po-dendo estar presentes em outras partes das plantas. Segundo Beecher (2003) já foram identificados mais de 8000 compo-nentes da família dos flavonóides11. Esse grande número de compostos surge da ampla variação de combinações de gru-pos metil e hidroxil como substituintes na estrutura química básica dos flavonóides12.

Devido a esta grande diversidade, pesquisadores e a indús-tria de alimentos vêm mostrando, nos últimos dez anos, bas-tante interesse no estudo de tais estruturas e suas funções13.

Os flavonóides têm uma estrutura química constituída de dois anéis aromáticos que são ligados por uma cadeia de três átomos de carbono, que formam um heterociclo oxige-nado13. Podem ser divididos em classes baseado na sua estru-tura molecular (compostos fenólicos)2,14. A estrutura básica dos flavonóides consiste de 15 carbonos distribuídos em dois anéis aromáticos, A e B (Figura 1) interligados via carbono heterocíclico do pirano. Conforme o estado de oxidação da cadeia heterocíclica do pirano, têm-se diferentes classes de flavonóides: antocianinas, flavonóis, flavonas, isoflavonas, flavononas e flavonas15. Os quatro maiores grupos de flavo-nóides conjuntamente com suas fontes alimentares são mos-trados na Tabela 1. A estrutura molecular de cada grupo pode ser vista na Figura 2.

Os polifenóis são efetivos doadores de hidrogênio e essa capacidade antioxidante é dependente do número e da posi-ção dos grupamentos hidroxilas e sua conjugação16.

As antocianinas também possuem uma estrutura quí-mica adequada para a ação antioxidante, sendo capaz de doar elétrons ou átomos de hidrogênio para radicais livres17. Uma

Figura 1 - Estrutura básica dos flavonóides. Fonte: Martínez-Flórez et al., 2002.

oA

B

Flavonóides

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ótima atividade antioxidante está relacionada com a presença de grupos hidroxilas na posição 3 e 4 do anel B, os quais con-ferem uma elevada estabilidade ao radical formado (Figura 1). Os grupos hidroxilas livres na posição 3 do anel C e 5 do anel A, junto com o grupo carbonila na posição 4 são doadores de elétrons. Além disso, a presença de açúcares na molécula reduz a atividade oxidante16.

Flavonóides em vinhoMuitas pesquisas têm sido focadas nesses fitoquímicos,

os quais estão presentes na casca de uvas escuras18 e conse-qüentemente no vinho tinto19. A presença de polifenol em vinho é mais abundante em vinhos tintos (1000 - 4000 mg/l) do que em vinhos brancos (200 - 300 mg/l)1.

Os componentes presentes no vinho tinto são conhe-cidos como potentes antioxidantes e têm sido identificados por apresentarem uma gama de efeitos bioquímicos e farma-cológicos, efeitos estes que incluem propriedades anticarci-nogênicas, antinflamatórias e antimicrobianas18. Também são ativos em graus variáveis contra os radicais livres2,14,16,21, que atuam prevenindo a oxidação da LDL (low density lipopro-tein), os quais por sua vez podem estar associados à prevenção de doenças cardiovasculares18,21-24, prevenção e progressão do câncer21,25, envelhecimento e outras21-22.

Nesta mesma linha estão de acordo os achados do “Pa-radoxo Francês” que faz um link entre um maior consumo de vinho tinto com a redução da incidência de doenças car-díacas. Neste estudo, indivíduos que consumiam alta quan-tidade de gordura saturada (14 a 15% do total energético da dieta) e apresentavam níveis de colesterol sanguíneo elevado,

semelhantes aos dos americanos e ingleses tinham incidência de mortalidade por doenças coronárias isquêmicas tão baixas quanto a dos japoneses e chineses. Esse efeito foi atribuído aos componentes do vinho tinto, que diminuíam a oxidação do colesterol LDL, da agregação plaquetária e a formação de trombose na população francesa26.

Castelnuovo et al., (2002) realizaram uma metanáli-se com o objetivo de associar o consumo de vinho e o risco vascular. De 13 estudos envolvendo 209.418 pessoas, o ris-co relativo para doença vascular associada com o consumo de vinho foi de 0,68 (95% de intervalo de confiança, 0,59 a 0,77), quando comparado aos não consumidores de vinho.

Tabela 1 - Grupos de flavonóides, seus componentes individuais e fontes alimentares.

Fonte: Nijveldt, 2001.

Grupos Componentes Fonte alimentarFlavonas Apigenina

ChrisinaKaempferolLuteolinaMiricetinaRutinaSibelinaQuercetina

Cascas de maçãsCerejasBrócolisPeles de frutasCranberriesUvasAlfacesOlivaAlho

Flavanonas FisetinaHesperetinaNariginaNaringeninaTaxifolina

Frutas cítricasPeles de frutas cítricas

Catequinas CatequinaEpicatequinaEpigalocatequina galate

Vinho tintoChá

Antocianinas CianidinaDelfinidinaMalvidinaPelargonidinaPeonidinaPetunidina

Cerejas UvasRaspberriesUvas vermelhasMorangosCháPeles de frutas com pigmentos escuros

Figura 2 - Estrutura molecular dos quatro grupos dos flavonóides.

oA

B

R2'R3'

R4'

R5'

R3

R5

R6

R7

R8

O

Flavona

O

B

Ao

Flavanona

oA

B

Catequina

oA

BHO

OH

OH

OH

R1

R2-

Antocianina

R8

R7

R6

R5

R3

R5'

R4'

R3'

R2'

R8

R7

R6

R5

R3

R5'

R4'

R3'

R2'

Fonte: Martínez-Flórez et al., 2002.

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Houve ainda uma forte evidência de dez estudos envolvendo 176.042 pessoas que sustentaram uma “curva-J”, a qual faz uma relação entre diferentes quantidades de consumo de vi-nho e risco vascular. Uma associação inversa significativa foi encontrada para o consumo diário de vinho acima de 150 ml. Os autores concluem que esses resultados evidenciam uma associação inversa entre os consumidores leves a moderados de vinho com o risco vascular27.

Mukamal et al., (2006) realizaram um estudo para ve-rificar a associação entre o consumo de álcool e o risco de doenças cardíacas e coronarianas em uma população de ido-sos. Os autores puderam observar que nesta população, o consumo de 14 ou mais doses por semana estava associado com um menor risco de doenças cardíacas e coronarianas. Comparados com abstêmios de longo prazo, o risco relativo por análise multivariada foi de 0,90 (95% de intervalo de confiança), 0,93; 0,76 e 0,58 para consumidores na freqüên-cia de menos que 1; 1 a 6; 7 a 13 e 14 ou mais bebidas por se-mana, respectivamente (p < 0,07). Essas associações foram estatisticamente similares para a ingestão somente de vi-nho. Por outro lado, os autores deste trabalho discutem que os clínicos não devem recomendar o consumo moderado de álcool para prevenir enfermidades baseado nesta evidência somente, pois o guia do Instituto Nacional sobre o abuso do álcool sugere que pessoas idosas limitem seu consumo para até uma dose por dia28.

Antocianinas

As antocianinas pertencem ao grupo dos flavonói-des, grupo de pigmentos naturais com estruturas fenólicas variadas14,16. São os componentes de muitas frutas vermelhas e hortaliças escuras, apresentando grande concentração nas cascas de uvas escuras18. Representam um significante papel

na prevenção ou retardam o aparecimento de várias doenças por suas propriedades antioxidantes2,16,18.

Seu espectro de cor vai do vermelho ao azul, apresentan-do-se também como uma mistura de ambas as cores resul-tando em tons de púrpura. Muitas frutas, hortaliças, folhas e flores devem sua atrativa coloração a esses pigmentos que se encontram dispersos nos vacúolos celulares29. Os flavonóis são importantes por atuarem na co-pigmentação das anto-cianinas e são pigmentos de cores branca ou amarela clara, encontrados nesses alimentos5.

As antocianinas são glicosídeos que apresentam em sua estrutura química um resíduo de açúcar na posição 3, facil-mente hidrolizado por aquecimento com HCl 2N. Como produtos desta hidrólise obtém-se o componente glicídico e a aglicona, denominadas antocianidina30.

As antocianidinas têm como estrutura básica o cátion 2-fe-nilbenzopirilium, também denominado flavilium (Figura 3).

As antocianinas encontradas em alimentos são todas de-rivadas das agliconas pertencentes a três pigmentos básicos: pelargonidina (vermelha), cianidina (vermelho) e delfinidina (violeta), (Figura 4).

Propriedades antioxidantes das antocianinasA propriedade mais descrita das antocianinas é sua ação

antioxidante2,14,20. Células e tecidos do organismo humano es-tão continuamente sofrendo agressões causadas pelos radicais livres e espécies reativas do oxigênio, os quais são produzidos durante o metabolismo normal do oxigênio ou são induzidos por danos exógenos2,14,20.

Figura 3 - Estrutura básica das antocianidinas.

oA

+

B

Cátion Benzopirilium

Cátion 2-fenilbenzopirilium (flavilium)

Fonte: Bobbio e Bobbio,1995.

Figura 4 - Estruturas das antocianinas encontradas em alimentos.

oA

BHO

OH

OH

R1

R2

+R3

Antocianinas R1 R2 R3

Cianidina OH OH –Peonidina OCH3 OH –Delfinidina OH OH OHMalvinidina OCH3 OH OCH3

Petunidina OCH3 OH OH

Fonte: Jakson (1994), citado por Mamede e Pastore (2004).

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A deficiência natural de elétrons das antocianinas faz es-ses compostos serem particularmente reativos, apresentando também uma grande sensibilidade a mudanças de pH e tem-peratura. Os polifenóis são doadores efetivos de hidrogênio. As antocianinas são incluídas na lista dos compostos naturais capazes de agir como potentes antioxidantes. Seu potencial antioxidante é regulado por suas diferenças na estrutura quí-mica. Variando a posição e os tipos de grupos químicos nos anéis aromáticos das antocianinas, a capacidade de aceitar eletrons desemparelhados de moléculas de radicais também varia32. Seu potencial antioxidante também é dependente do número e da posição dos grupos hidroxilas e sua conjugação, assim como da presença de elétrons doadores no anel da es-trutura, devido à capacidade que o grupo aromático possui de suportar o desaparecimento de elétrons16.

Os mecanismos e a seqüência de eventos pelos quais os radicais livres interferem nas funções celulares não estão completamente elucidados, mas um dos mais importantes eventos parece ser a peroxidação lipídica, a qual resulta em dano da membrana celular, que pode eventualmente levar a morte celular14. Radicais livres podem atrair muitos mediado-res inflamatórios, contribuindo para uma resposta inflama-tória generalizada e dano tissular14,20. Para protegê-los dessas espécies reativas de oxigênio, o ser humano tem desenvolvido muitos mecanismos efetivos. O mecanismo da defesa antio-xidante do corpo inclui enzimas como a superóxido dismu-tase, catalase e a glutationa peroxidase, mas também fatores não enzimáticos como a glutationa, ácidos ascórbico e o alfa tocoferol. O aumento na produção de espécies reativas de oxigênio durante a injúria resulta em consumo e depleção de componentes carreadores endógenos. As antocianinas podem desempenhar um efeito aditivo a esses componentes carrea-dores endógenos e também interferir em sistemas produtores diferentes de radicais livres (carreadores de radicais e óxido ní-trico), aumentando a função dos antioxidantes endógenos14.

As agliconas possuem hidroxilação idêntica nos anéis A e C, compostas com um único grupo OH no anel B (4’-OH) incluindo pelargonidina, malvidina e peonidina e apresentam menor atividade antioxidante comparada com compostos que possuem em 3’ e 4’ grupamentos de OH substituídos, como delfinidina e cianidina 3-glicosídeo. A importância dos grupos hidroxilas na posição 3’ e 4’ do anel B contribui para a elevada capacidade antioxidante também encontrada nas flavonas16.

Por outro lado, os flavonóides com um maior número de grupos hidroxila têm maior atividade antioxidante. Isso foi comprovado para as antocianinas com grupos hidroxilas nas posições 4, 5 e 6, que apresentaram atividade antioxi-dante de 1,50; 1,85 e 2,45 como pelargonidina, cianidina e delfinidina, respectivamente. Assim como a eficácia dos fla-vonóides está relacionada com o grau de hidroxilação, tam-bém diminui com a substituição por açúcares, apresentando

os glicosídeos menor atividade antioxidante do que suas agliconas correspondentes16.

Um estudo feito com cianidina-3-glicosilrutinosídeo e cianidina-3-rutinosídeo de cerejas relatou que a atividade an-tioxidantes foi superior a vitamina E. Outras antocianinas apresentaram efeito similar na inibição da peroxidação lipí-dica. Os resultados desse trabalho sugeriram que a forma de aglicona tem maior eficácia do que a forma de glicosídeo. De acordo com esses resultados, o número de resíduos de açúcar na posição C3 pode ser muito importante para a atividade antioxidante, que diminuiria com o aumento do número de unidades de açúcar em C332.

Uma produção excessiva de radicais livres, junto com carência de vitamina A, C e E, e o nível reduzido das enzimas superóxido desmutase, catalase e glutadiona peroxidase, con-tribuem para o stress oxidativo33. Banerjee et al. (2005) avalia-ram o poder antioxidante da casca de ameixa preta (Syzygium cumini). O extrato da casca desse fruto apresentou uma pode-rosa proteção contra radical hidroxil, a espécie reativa de oxi-gênio mais reativa. O extrato da casca de S. cumini também foi efetivo contra o radical superóxido, uma espécie tóxica gerada por numerosas reações biológicas e fotoquímicas33.

Carreadores diretos de radicaisAs antocianinas podem prevenir injúrias causadas pelos

radicais livres de várias formas. Uma delas é carrear diretamen-te o radical livre. As antocianinas são oxidadas pelos radicais, resultando em um radical menos reativo e mais estável. Em outras palavras, as antocianinas estabilizam as espécies reati-vas de oxigênio através de sua reação com o componente reati-vo do radical. O alto poder de reação do grupo hidroxil das an-tocianinas com o radical, faz com que o mesmo fique inativo14. Esta reação pode ser observada na seguinte equação:

Antocianina (OH) + R* > Antocianina (O*) + RH

Onde: R* = radical livre e O* = radical livre de oxigênio.

Óxido nítrico (ON)

O ON é produzido por muitas células, incluindo células endoteliais e macrófagos. Embora a liberação precoce do ácido nítrico através da atividade do óxido nítrico sintase seja impor-tante na manutenção da dilatação dos vasos sanguíneos, uma concentração muito alta de ON produzida pelo óxido nítrico sintase em macrófagos pode resultar em grande aumento de dano oxidativo. Nessas circunstâncias, macrófagos ativados podem aumentar muito sua produção simultânea de óxido ní-trico e ânions superóxido. O óxido nítrico reage com radicais livres, produzindo peroxinitrito. Injúrias causadas pelo ON dão lugar para maior ação da via do peroxinitrito porque este pode diretamente oxidar o LDL, resultando em um dano irre-versível à membrana celular. Quando as antocianinas são utili-

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zadas como antioxidantes, radicais livres são carreados e depois não podem reagir com o ON, resultando em danos menores14.

Estudos em humanos demonstram a capacidade do vi-nho tinto francês em aumentar a expressão gênica (ONSm) e a atividade da enzima endotelial óxido nítrico sintase (eONS), uma enzima protetora do sistema cardiovascular. Células en-doteliais tratadas com vinho tinto francês produziram três vezes mais óxido nítrico bioativo do que outras células con-troles34. O mesmo grupo pesquisador realizou um outro estu-do para verificar a expressão e a atividade da eONS, quando indivíduos ingeriam um “blend” de compostos fenólicos em vinho tinto. Os autores encontraram que um aumento na eONS em resposta ao vinho tinto envolveu vários compostos polifenólicos, com uma maior contribuição do trans-resvera-trol e uma menor contribuição dos ácidos cinâmicos, hidroxi-cinâmicos, cianidina e alguns outros ácidos fenólicos35.

Rossi (2006) relatou que o flavonóide quercetina (grupo das flavonas) promove a expressão de duas enzimas chaves para a atividade do ON: 1) a óxido nítrico sintase (eONS ou NOS IIII), a principal enzima formadora de ON no endoté-lio; 2) e a NAPDH oxidase, a mais importante enzima fonte de O2 no tecido cardiovascular e nos monócitos/macrófagos que infiltram em placas ateroscleróticas36.

Prevenção de doenças cardiovasculares

A ação antioxidante de polifenóis e antocianinas es-tão relacionadas com seu efeito protetor contra doenças cardiovasculares9.

Sesso et al. (1999) examinaram a relação entre consumo de chá e café com a incidência de infarto do miocárdio em 340 indivíduos, com a doença confirmada e 340 voluntários sau-dáveis. Os indivíduos que ingeriam mais de uma xícara de chá (237 ml) por dia apresentaram um risco 44% menor de desen-volver a doença, enquanto o consumo de café não foi signifi-cantemente associado com a redução no risco cardiovascular37.

Inflamação

Diversos flavonóides atuam induzindo ou inibindo enzimas como cicloxigenases, lipoxigenases, ligadas a pro-cessos inflamatórios e também enzimas do sistema das citocromoxidases22.

Alguns autores estão sugerindo o uso da casca escura do grão de soja (rico em antocianinas: cianidina-3-glicosídeo, delfi-nidina-3-glicosídeo e petunidina-3-glicosídeo) como uma droga útil para modular desordens cardiovasculares. Kim et al. (2006) examinaram a inibição da expressão de alguns genes inflamató-rios associados com isquemia/reperfusão (I/R) provocada pela injúria. Antocianinas isoladas da casca escura do grão de soja diminuíram níveis vasculares de molécula de adesão celular-1 (VCAM-1), molécula de adesão intracelular-1 (ICAM-1) e níveis

de ciclooxigenase-2, induzidas pelo fator de necrose tumoral-alfa (TNF-alfa), os quais são dependentes da via NF-kappaB38.

Inibição da agregação plaquetária

Vários estudos demonstram que os compostos polifenóli-cos inibem os processos de inflamação vascular que contribuem para o aparecimento de doenças cardiovasculares. Sugere-se que esses efeitos sejam mediados pelas alterações na síntese dos ei-cosanóides celulares. Esse estudo verificou os efeitos das proan-tocianinas do cacau na alteração da síntese dos eicosanóides em humanos e em células vasculares aórticas in vitro. Após uma noite em jejum, dez indivíduos (quatro homens e seis mulhe-res) saudáveis ingeriram 37 gramas de um chocolate pobre em proantocianinas (0,09 mg/g) e após uma semana do primeiro teste ingeriram 37 gramas de um chocolate rico em proantocia-ninas (4 mg/g). Os resultados demonstraram que os indivíduos que consumiram o chocolate rico em proantocianinas apre-sentaram um aumento de 32% nos níveis de prostaciclinas e uma diminuição de 29% nos níveis de leucotrienos. Além disso, as proantocianinas diminuíram em 58% a razão leucotrieno-prostaciclina das células in vitro e 52% das células in vivo. Isso indica que os alimentos que contêm quantidades significativas de flavonóides podem alterar favoravelmente a síntese de eico-sanóides em humanos, fornecendo hipóteses plausíveis para o mecanismo que diminui a agregação plaquetária39.

Rechner e Kroner (2005) demonstraram que as antocia-ninas e metabólitos colônicos de polifenóis in vivo apresentam propriedades anti-trombóticas, por inibir a agregação plaquetá-ria. Os pesquisadores observaram que a ativação das plaquetas (expressão da P-seletina) estava significativamente reduzida por 10 a 40% das plaquetas em repouso, plaquetas advindas do estresse provocado por peróxido de hidrogênio e por plaquetas pré-ativadas pela epinefrina, relativo aos controles. Nesse es-tudo, os autores concluem que as antocianinas e metabólitos de polifenóis, bem como fontes da dieta e seus precursores são promotores em potencial para a saúde cardiovascular40.

Prevenção do câncer e de sua progressão

Estudos experimentais propõem a divisão da carcino-gênese em três estágios: iniciação, promoção e progressão. O estágio de iniciação é caracterizado por alteração do material genético, que pode ou não resultar em mutação. O estágio de promoção, caracterizado pela conversão da célula iniciada em pré-maligna, é um processo longo e reversível, sendo este um ponto estratégico para ação de agentes quimiopreventivos. A progressão da célula pré-maligna para célula maligna ocorre em conseqüência de dano adicional ao cromossomo. O resultado é a divisão celular incontrolada, resultante do aumento da au-tonomia celular41. A atuação dos flavonóides, em especial as antocianinas, nessas diversas fases pode estar relacionada à sua

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Flavonóides antocianinas: características e propriedades na nutrição e saúde

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ação antioxidante, ao aumento da resposta imune ou ainda à modulação da expressão do gene supressor tumoral. Entretan-to, os estágios da carcinogênese em que os flavonóides podem agir ainda não estão estabelecidos. Uma visão esquemática deste processo pode ser observada na Figura 5.

As espécies reativas de oxigênio (EROs) são subprodutos do metabolismo aeróbio, sendo os principais o ânion superóxi-do, peróxido de hidrogênio, radical hidroxila e radical peróxido. O efeito deletério desses compostos é controlado por enzimas endógenas (catalases, superóxido desmutases e glutationa peroxidase) e por antioxidantes dietéticos (ácido ascórbico, α-tocoferol, β-caroteno e isoflavonas). As EROs são necessá-rias para várias reações do organismo, tais como: fagocitose, apoptose e reações de detoxificação promovida pelo sistema citocromo P-450. Por isso, mesmo com um complexo sistema de antioxidantes celulares, parece que eles removem somente o excesso de EROs, mantendo os níveis necessários para as fun-ções acima citadas. O equilíbrio entre EROs e antioxidantes é necessário para o funcionamento adequado das células. O ex-cesso de antioxidantes pode, ao contrário do que se pensava, ser maléfico, uma vez que diminui os níveis de EROs, inibindo a apoptose e suprimindo a ação de drogas utilizadas no trata-mento do câncer, que agem induzindo a apoptose43.

A geração de EROs está relacionada à ativação de carci-nógenos na fase de iniciação, assim como alterações nas ativi-dades celulares nas fases de promoção e progressão, tornando concebível a hipótese de que a inativação dessas espécies pos-sa resultar na proteção contra carcinogênese43. Assim, a ação antioxidante dos flavonóides e antocianinas poderiam impe-dir o desencadeamento do processo de carcinogênese22,25.

A mais conhecida atividade antioxidante dos flavonóides é a sua habilidade de desativar moléculas reativas de oxigênio sin-glete. Podem ainda proteger as membranas celulares da peroxi-dação lipídica garantindo, desta forma, a integridade e fluidez da membrana, diminuindo a formação de peróxidos imunossupres-sores e impedindo alterações na sinalização intracelular e fun-ção celular. As antocianinas atuam ainda na apoptose celular e angiogênese. Parece, assim, que não há um único mecanismo. A ação na angiogênese e na apoptose celular é interessante e pode explicar a ação antitumoral in vitro destas substâncias. Durante o seu desenvolvimento, as células tumorais produzem substân-cias que irão estimular o desenvolvimento de vasos que por sua vez, servirão para alimentá-las. Substâncias que impedem esses processos, em suas diversas etapas, podem ser, portanto muito úteis para controlar a multiplicação da célula tumoral22,25. Ainda, ajudam a restringir a formação de nitrosaminas e outros com-postos nitrosos encontrados em alimentos. Ainda, tais agentes protegem as células dos efeitos maléficos das nitrosaminas e adi-cionam efeitos redutores na formação de compostos nitrosos do ácido ascórbico44.

Estudo in vitro desenvolvido por Zhang et al., (2005) para avaliar o efeito inibitório no crescimento de células can-

cerígenas de diferentes linhagens, empregando cinco tipos de antocianidinas (formas aglicona de antocianinas – cianidina, delfinidina, pelargonidina, petunidina e malvidina) e quatro antocianinas (cianidina-3-glicose, cianidina-3-galactose, delfi-nidina-3-galactose e pelargonidina-3-galactose), chegou aos se-guintes resultados: na concentração de 200 mcg/ml, a malvidi-na e a pelargonidina inibiram, em mais de 60%, o crescimento de células cancerígenas do estômago, cólon, pulmão e mama. Em relação às células cancerígenas do sistema nervoso central, a malvidina inibiu seu crescimento em 40,5%, e a pelargonidi-na em 34%. Nessa mesma concentração, a cianidina, delfinidi-na e petunidina inibiram o crescimento de células cancerígenas mamárias em 47, 66 e 53%, respectivamente. Nesse estudo, as antocianinas não apresentaram atividade anticancerígena45. Porém, Berti et al., (2003) observaram efeito anticanceríge-no da antocianina 3-O-beta-glicopiranosídeo, via indução de apoptose de células de duas linhagens de leucemia46.

Morré e Morré (2006) avaliaram o efeito de uva e extrato de uva associado com chá verde descafeinado contendo 92% de polifenóis (dos quais 80% catequinas) no crescimento de cé-lulas de carcinoma cervical humano em estudo experimental. Observaram que a mistura de chá verde com extrato de uva foi significantemente mais eficiente no crescimento de célu-las cancerígenas em ratos, quando comparados com os grupos controle e o que recebeu apenas a infusão de chá verde47.

Considerações finais

Desta forma, mais pesquisas são necessárias para de-tectar e caracterizar cada vez mais os flavonóides, identificar a rota metabólica no ser humano com exatidão, bem como elucidar os mecanismos de ação em relação a manutenção de saúde e prevenção de doenças, para num futuro próximo po-der intervir de maneira mais segura bloqueando ou minimi-zando o desenvolvimento de doenças.

Fonte: Adaptado de Singh e Gaby, 1991.

Célula Normal

Reparo

Regressão

Inibição

Câncer

Lesões Pré-malignas(Displasia, carcinoma in situ)

reparo

DNA

DNA

Carcinógenos químicos Vírus, Radiação Erros na Replicação Outros Fatores

Remissão espontânea Inibidores de crescimento Anti - promotores

Iniciação

Promoção

Progressão

dano

Iniciação celular

Figura 5 - Visão esquemática do processo da carcinogênese.

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Volp ACP, Renhe IRT, Barra K, Stringueta PC

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