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Anuário 2010 - Fundação Lia Maria Aguiar
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Anuário 2010/2011
BEM VINDO A UM MUNDO MELHOR
ATITUDES QUE CONSTROEM UMA VIDA
Eu gosto da energia de uma noite de 24 de dezembro. Porém, sempre acreditei que
o significado que o ser humano passou a atribuir ao Natal não deveria ter represen-
tatividade apenas no final de um ano. Pois é nobre a essência desta festa.
Só então muitos de nós despertamos para o amor, pelo menos tornou-se normal ou
necessário que as pessoas promovam encontros, sejam com familiares, com colegas
de trabalho, enfim, de uma maneira ou de outra, nós acabamos nos lembrando de
alguém. E qualquer aproximação, numa sociedade tão individualista como a nossa,
deve ser encarada com otimismo.
Entretanto, este ano vou poupar a todos das tradicionais frases natalinas, pois acredito
mais no cultivo deste espírito dentro de cada um de nós, para todos e a qualquer tempo.
À parte de todo o consumismo e de toda essa desvairada ilusão promovida pelos
oportunistas, o Natal ainda guarda uma valiosíssima mensagem: Amar é bom!
LIA MARIA AGUIARPresidente
Somos uma Fundação por essência. Nossa missão é garantir que a estrutura que
construímos, e ampliamos continuamente, esteja sempre apta a desenvolver
ações conjuntas com as entidades e pessoas que circundam nossas sedes, sem
visar lucro monetário algum, e devolver às comunidades um ambiente com mais
qualidade para se viver.
Nossa proposta é participar ativamente de projetos sociais e ambientais, em
todo o território nacional, ajudando a dar força aos ideais de progresso respon-
sável e igualitário que nasçam dentro de nossa entidade, ou que sejam apresen-
tados pela sociedade.
Esta publicação é mais que uma retrospectiva, é uma mensagem de incentivo, re-
presenta nossas crenças num futuro mais digno para os brasileiros e a todos os que
também acreditam no enorme potencial de nosso solo, nosso povo e nossa cultura.
LUIZ HARUNARI GOSHIMAMembro honorário
Há um ano, boa parte de nossos projetos eram concebidos, estavam verdadeiramente
nascendo. O futuro deles, então, dependia unicamente de nossa vocação empreende-
dora e da confiança não só da Fundação na sociedade, como vice-versa.
Hoje, estão em andamento mais de 15 trabalhos técnicos e educativos - principal-
mente nas cidades de Campos do Jordão e Caldas, nos estados de São Paulo e Minas
Gerais, respectivamente - que são expressão exata de nossos anseios.
Comemoramos o fechamento de mais um ciclo altamente estimulante de desen-
volvimento e envolvimento de muitos agentes catalisadores do bem viver. A todos,
muito obrigado!
Nossa meta é continuar ampliando nosso campo de atuação rumo ao desenvolvi-
mento pleno de uma consciência coletiva mais igualitária e atuante.
Seja com a natureza, na música, na escola, através da dança, sempre de mãos dadas
com o saber, poderemos enxergar, em tudo o que fazemos, nossos principais valores
como instituição e família.
Sem estes parâmetros, nada alcançaríamos.
1 - AUTO-CONHECIMENTO Prover saúde física; Descobrir e conhecer o “eu”, seu potencial, seu limite e aceitar as diferenças; Favorecer o desenvolvimento da linguagem que permita a expressão do seu pensamento, sentimento e valores
2 - SOCIALIZAÇÃO Reconhecimento de si e conhecimento do “outro”; Respeito às regras e relacionamento em grupo
3 - DESCOBERTA DO UNIVERSO EM QUE ESTÁ INSERIDO Mobilizar conhecimentos e potencialidades desenvolvidas para aplicabilidade da prática consciente do respeito ao ser humano, ao meio ambiente e exercício do senso crítico
4 - SER HUMANO PREPARADO PARA SUPERAR DESAFIOS, com autonomia, senso crítico, auto estima e comprometido em disseminar o conceito de sociedade sustentável
Ser humano preparado
Descoberta do universoem que está inserido
Socialização
Auto conhecimento
AutoRealização
NA ESTRADA DA INCLUSÃO
Recuperando e ensinando a preservar nossas riquezas, ambientais e intelectuais, esta-
mos confiantes em um novo ano de transformações.
Felicidades, Boa Leitura e Bom Futuro!
EQUIPEFundação Lia Maria Aguiar
Em meados do século passado, numa extensa área
montanhosa de Mata Atlântica, mais precisamente na
cidade paulista de Campos do Jordão, no bairro que é
batizado de Pedra Mármore, justamente na divisa com
o sul do estado de Minas Gerais, era inaugurada uma
mineradora. A fim de aproveitar os recursos naturais da
Serra da Mantiqueira e impulsionar o desenvolvimento
econômico e social daquela parte da - então pouco
urbanizada - cidade de inverno, a indústria carioca
instala-se em um terreno que abrange também a
vizinha mineira Piranguçú.
Durante a primeira década de atividade, a mineração
dava sinais de prosperidade, e foi responsável pela
criação da primeira estrada a garantir acesso de veículos
motorizados às imediações do bairro.
Pouco tempo depois, porém, a pequena indústria
passou a alternar momentos de instabilidade e, diante
das dificuldades, fechou as portas, por volta da década
1960, ficando completamente abandonada, até ser
comprada, no final da mesma década, por João Corrêa.
A, então batizada, Mineração Corrêa funcionou, de
maneira intermitente, durante mais 50 anos, até chegar
aos limites mínimos de operação por volta do ano de 2005.
Da ideia de progresso, até pouco tempo, restavam
apenas uma enorme clareira na mata, instalações
sucateadas e algumas famílias de trabalhadores
que, mesmo com tantos problemas e sem estrutura
adequada, não deixaram a região.
O antigo gerador importado para a usina de energia da
Mineração ainda se encontra em Pedra Mármore. Essa e
outras relíquias evidenciam o ideal progressista à época
da inauguração
Em 2006, a paulista Lia Maria Aguiar compra toda a área de 680
hectares pertencentes à antiga Mineração Corrêa, bem como os direitos
de extração de minério do local, com o propósito definido de revitalizar
o ecossistema devastado pelo extrativismo garimpeiro seletivo, pouco
ou nada sustentável, desenvolvido antigamente na região. Nos anos
seguintes, já com a Fundação Lia Maria Aguiar¹ inteiramente à frente da
Mineração Corrêa - o nome da antiga indústria foi mantido -, promove
uma reformulação geral, sob a ótica da técnica rigorosa de profissionais
capazes de garantir que toda a área gravemente afetada pela extração
de minério fosse recuperada, e que as formas de extrair tais riquezas
naturais fossem totalmente sustentáveis a partir de então.
Desejo realizado:a criação de uma Fundação para materialização de sonhos
¹ A Fundação Lia Maria Aguiar foi fundada em setembro do ano de 2008
Com a recuperação dos pontos mais críticos, já muito mais resistentes à erosão,
os trabalhos de extração de minério por meio da frente de lavra liberada pelos
órgãos ambientais puderam ser retomados ainda em 2009. Segundo o engenheiro
de minas Jaime Eleutério, a manipulação consciente e responsável desta reserva
permite que todo o restante do terreno seja utilizado para materializar as visões e
missões da Fundação. “A lavra compreende atualmente menos de 10% de toda
a área da mineradora. Como se trata de um ponto meticulosamente estudado
e o processo de extração é o mais limpo possível, não há desperdícios e toda a
mata nativa do entorno pode ser recuperada, por exemplo”, diz o especialista
responsável que garante a vida útil de uma reserva como essa, utilizando-se os
métodos sustentáveis de extração por, no mínimo, 20 anos.
Mas era necessário ir um pouco além para que toda essa engrenagem pudesse finalmente
girar. O quadro de saúde na região que circunda a Mineração Corrêa, à época da recuperação,
foi considerado alarmante. Como forma de superar essa preocupante realidade, foi instituído
o ambulatório médico-odontológico, que fornece tratamento clínico geral, ginecológico,
pediátrico e psicológico àquelas pessoas.
Com a incidência de “todo tipo de doença”, segundo o médico coordenador do Ambulatório,
Dr. Luiz Marcelo Sandoval, foi necessário desenvolver, antes de qualquer coisa, uma medicina
puramente curativa. “Primeiramente, focalizamos nossos esforços em curar as diversas doenças
diagnosticadas. Para isso encomendamos todos os remédios necessários. Em seguida, demos
início ao trabalho de medicina preventiva, orientando as pessoas a mudarem seus hábitos como
forma de não adoecerem”, diz o médico, que também é um dos conselheiros da Fundação.
O Ambulatório segue o calendário anual de vacinação do Ministério da
Saúde. O trabalho de prevenção contra doenças se estende a tratamentos
odontológicos gratuitos. O resultado são sorrisos saudáveis
CONSULTAS MÉDICAS 2.704TRATAMENTOS ODONTOLÓGICOS 1.494CONSULTA DE ENFERMAGEM 1.576PROCEDIMENTOS DE ENFERMAGEM 3.932VISITAS DOMICILIARES DO AGENTE 832ATENDIMENTOS PSICOLÓGICOS 733COLPOCITOLOGIA ONCOTICA 86COLPOSCOPIA 2MAMOGRAFIA 3ULTRASSOM 30PROTESES DENTÁRIAS 59REMOÇÕES COM AMBULÂNCIA 115EXAMES BIOQUIMICOS 3.413RAIO X ODONTOLÓGICOS 22RAIO X DE TORAX 3MEDICAMENTOS VIA ORAL E TÓPICOS 50.703MEDICAMENTOS INJETÁVEIS 303
Resultados do primeiro ano de funcionamento, com números resumIdos de forma simplificada da rotina do Ambulatório
CEBOLINHA SALSINHAALFACE - 03 TIPOS CHICÓRIA COUVE RÚCULA ALMEIRÃO
As verduras e legumes são servidos diariamente nas refeições de 50 colaboradores da Mineração Corrêa e do Ambulatório Médico, além de 12 famílias que recebem orientações de como cultivar a horta orgânica em suas casas com as mudas fornecidas pela Fundação
ESPINAFRE BRÓCOLIS REPOLHO BERINJELA GILÓBETERRABA RABANETE - 02 TIPOS
CENOURA PIMENTA MANDIOCAABÓBORA - 02 TIPOS PEPINOTOMATE - 02 TIPOS ABOBRINHA
51 CANTEIROS
Na esteira dessa ideia, a equipe de saúde foi mais ousada e sugeriu
também a implantação da Escola de Alfabetização para Adultos, outro trabalho mantido, como a maior parte dos projetos da
Fundação, com as receitas das mineradoras, agora recuperadas
Durante esse processo, foi verificado que as principais causas do alto índice de
doenças na região eram, sobretudo, pobreza, carência alimentar, falta de instrução
e orientação, além da falta de oportunidades. Das palestras ministradas sobre a
reeducação alimentar e de higiene, tão necessárias para os moradores, surgiu a
Horta Comunitária da Mineração Corrêa. “Percebemos que a alimentação dos
pacientes da região era extremamente pobre de nutrientes, o que favoreceu
a proliferação de muitas doenças. Com a contratação de nossa nutricionista,
conseguimos desenvolver a Horta bastante diversificada. Todos puderam,
gradativamente, reformular seus cardápios com alimentos frescos e saudáveis, que
eles podem plantar e levar para suas casas”, explica Sandoval. Toda essa revolução
reduziu de forma drástica o número de doenças diagnosticadas na região.
A Empresa de Mineração Ouro Novo (EMON), situada no
município de Caldas, em Minas Gerais, foi adquirida em 2008
pela FLMA com o mesmo propósito que norteou a recuperação
da Mineração Corrêa, anos antes. Trazer de volta à atividade
a, também abandonada, indústria mineira ratifica a proposta,
sustentável, da Fundação em investir a receita gerada com o
trabalho de extração de minério em atividades de recuperação
ambiental e social.
A meta para a EMON é, basicamente, empreender as mesmas
ações bem sucedidas em Campos do Jordão, em uma gradativa
integração com a comunidade Caldense.
Analisando o entorno da renovada indústria a equipe da Fundação
tratou de identificar as principais potencialidades e problemas de Caldas,
sob diversos aspectos, todos ligados à qualidade de vida. Com a definição
de diretrizes apropriadas para cada novo desafio, começaram a ser
elaborados projetos viáveis à melhoria das condições gerais do município.
A EMON aplica os métodos mais responsáveis de extração
do granito Califórnia Brown, garantindo a manutenção do ecossistema de toda a
região. Exemplo são as áreas no entorno reflorestadas com
mudas de árvores nativas
A simpática Caldas é uma cidade com história e cultura
muito ricas. A 434 km de Belo Horizonte, o município –
hoje com quase 15 mil habitantes – ganhou destaque,
principalmente nas décadas de 1930 a 50 do século passado
como grande produtora de uvas da região sul do estado.
E, a partir dos anos 60, o setor passou a sofrer concorrência
das vinícolas de maior porte instaladas no Sul do país e, ao
mesmo tempo, cresceu a procura por outros tipos de cultura
na região forçando a viticultura local, já tradicional à época, a
reduzir bastante a área de cultivo, derrubando drasticamente
o volume de produção da fruta e seus derivados.
A Fundação busca participar ativamente de trabalhos de
valorização cultural na cidade de Caldas e formou parceria
com a EPAMIG -Empresa de Pesquisa Agropecuária de Minas
Gerais, órgão mantido pelo governo do estado, para, juntas,
trabalharem na recuperação de uma tradicional vocação
caldense: a viticultura.
O projeto de reforma no prédio da EPAMIG, onde funcionará
a unidade de processamento de suco, já foi aprovado e as
obras serão iniciadas logo após a assinatura do convênio entre
as duas entidades
O centro de pesquisa estatal que cria, há mais de
30 anos, na unidade Caldas Uva e Vinho, tecnologias
para o plantio de vinhas e desenvolvimento
de suco de uva em Minas Gerais, mostra que o
empreendimento é extremamente viável e, mais,
pode ser bastante rentável, tendo em vista a forte
demanda do mercado para os próximos anos.
O produto com mais chances de sucesso na
retomada é, sem dúvida, o suco integral de uva.
A região é apropriada para o cultivo e fabricação
desta categoria, a ser lançada no mercado de forma
bastante competitiva.
Para garantir volume suficiente da fruta, que
poderá ser novamente o “carro-chefe” comercial
e cultural de Caldas, o projeto prevê a capacitação
e seleção de novos e experientes produtores, que
acreditem nessa oportunidade de movimentar a
economia local fazendo o que sabem de melhor.
Como as cidades brasileiras, especificamente,
desenvolvem-se de forma rápida e pouco planejada,
geralmente contando com um sistema educacional fraco,
fica muito difícil o enraizamento de certos valores coletivos
essenciais à boa qualidade de vida em nossa sociedade. Pelo
ponto de vista ambiental, podemos perceber preocupante
redução de áreas verdes preservadas nos centros urbanos.
Neste contexto estuda-se a criação do Parque Ecológico Lia
ParqueEcológicoLia Maria
Aguiar
Agrofloresta
Saneamento ecológico
Neutralização das Emissões de CO2
Coleta seletiva de lixo
Farmáciaverde
Monitoramentoda qualidade deáguas naturais
Orquidário
ViveiroLuiz Hiroshi
JardimDidático
Culináriaecológica
Permacultura
Projetos
Produção de maquetes
Animaisvenenosos e peçonhentos
Plantastóxicas e
medicinaisCuidandodo seupomar
Arborismo
Sistemasagroflorestais
Culináriaecológica
Permaculturaem casa
Alternativaspara hortaem casa
Alternativaspara hortaem casa
Captaçãode águada chuva
Reciclageme coletaseletiva
Cursos
Estado eMunicípioFLMA
Plantando o valor da preservação do nosso patrimônio cultural e ambiental
Maria Aguiar – inicialmente, cogitava-se a concepção de um
Jardim Botânico na cidade com o nome da Fundação -, que
será, sobretudo, um centro de desenvolvimento de ações
de defesa do meio ambiente regional e trabalhará de forma
educativa junto à comunidade, incentivando o estudo
científico e o turismo, capacitando novos profissionais
ambientalistas, consequentemente, elevando o nível de
desenvolvimento humano da população.
Já em fase avançada de elaboração, o plano de construção
do Parque prevê um ambiente bastante diversificado. Quem
visitar o grande empreendimento poderá escolher variadas
formas de interagir com a natureza, seja estudando as
espécies da fauna e flora locais catalogadas, fazendo cursos
ou apenas caminhando por entre muitas árvores.
Um dos problemas também diagnosticados, e que necessita de
solução urgente, é o do “lixão” de Caldas. Para resolvê-lo, existem
diversas ações que podem mudar o atual quadro degradante do
destino do lixo caldense. Porém são necessários recursos financeiros
suficientes para bancar os trabalhos de recuperação; e, para levantá-
los, é necessário que sejam apresentados aos órgãos governamentais
projetos coerentes e que sejam tecnicamente viáveis.
Aí entra a colaboração da Fundação Lia Maria Aguiar, que se propôs
a doar um projeto técnico de um aterro sanitário. Primeiramente,
promoveu a avaliação geológica do terreno da prefeitura e, com base
nas características do local, foi definida outra área mais apropriada. E
assim que for aprovada a verba para o início das obras - com duração
aproximada de seis meses - , toda a área que hoje está degradada
pelo lixo será ambientalmente recuperada.
As equipes da FLMA e da Naturalis, - empresa que desenvolveu o projeto do parque - estão avaliando as possíveis áreas, dentro do território de Caldas, que se adequem as características previstas para a implantação do empreendimento
MARE - Museu de Arte para a
Educação – é um portal concebido
e desenvolvido com patrocínio da
Fundação Lia Maria Aguiar e com apoio
da Fundação de Amparo à Pesquisa do
Estado de São Paulo – FAPESP.
O museu virtual - www.mare.art.br
- é um banco interativo de imagens e
textos sobre os temas representados na
arte ocidental, desde a Antiguidade. Ele
é interativo, porque, embaixo de cada
página dedicada a uma obra de arte,
há um campo reservado aos usuários,
no qual eles podem não apenas pedir
esclarecimentos suplementares,
como deixar registrado sua própria
contribuição à análise da obra.
Autor desconhecido, xilografia. Frontispício da obra de João de Barros, Grammatica da Lingua Portuguesa com os mandamentos da santa madre igreja. Lizboa, em casa de Luís Rodrigues, 1539. Rio de Janeiro, Biblioteca Nacional
Praxíteles, Hermes carregando Diônisos criança
Mármore, 340 / 330 a.C.Olímpia, Museu
Arqueológico
Cada documento visual ou textual está em um Index
Iconográfico (I.I), agrupado em dez itens principais, que vão desde
Mitologia, História e Topografia Antigas até Temas Diversos e
Imagens não identificadas.Os usuários podem realizar buscas em
MARE através das seguintes variáveis: Tema (I.I), Geral (qualquer
palavra dos textos constantes no portal), Artista, Períodos Históricos
ou Local de conservação da obra.
MARE é um guia criado para, gradativamente, tornar-se grande
plataforma de referência para o estudante do ciclo médio, o
estudante universitário e os professores de todos os ciclos de ensino.
A enciclopédia on-line já está acessível ao público em geral
desde junho de 2010 e, todos os dias, recebe imagens novas,
sempre apoiadas em fichas técnicas completas e textos de análise.
Acesse MARE e venha descobrir, aprender e contribuir com seus
conhecimentos para o fortalecimento da cultura de nosso país!
Carlos ChambellandFinal de Jogo
óleo sobre tela, 102 x 150 cm, 1907Rio de Janeiro, Museu Nacional de Belas Artes
Parmigianino, Madona com o pescoço longoóleo sobre madeira, 216 x 132 cm, 1534 - 1540Florença, Galleria degli Uffizi
José Joaquim da Rocha, Captura de JesusÓleo sobre tela, 105 x 95 cm, 1786Salvador, Museu de Arte da Bahia
Lambert LombardSão Paulo e Dionísio diante do
Altar ao Deus desconhecidoóleo sobre tela, 1533c.
Bruxelas, Musée d’Art Wallon
A Fundação Lia Maria Aguiar e seus parceiros promovem o desenvolvimento do ser humano através do debate, do conhecimento de qualidade para todos e da arte da música
Com o propósito de discutir planos e estratégias consistentes
para a disseminação ampla e igualitária da informação e do
conhecimento em nossa sociedade, tão desigual, foi realizada,
no mês de setembro, a segunda edição do Fórum Rumos
da Cidadania, em Campos do Jordão, com a participação de
diversas personalidades do mundo acadêmico, pesquisadores
e representantes das instituições brasileiras de apoio ao
desenvolvimento científico, além de agentes do governo e de
meios de comunicação.
O segundo Fórum Rumo da Cidadania contou com as palestras
de: Renato Janine Ribeiro, Zilda Gricoli Yokoi,
Antonio Carlos dos Santos, Alvaro Nagib Atala,
Manoel Rodrigues Neves, Gal. Alberto Mendes Cardoso,
Enio Perez da Silva, Urgel de Almeida Lima,
Jose Eduardo Bevilacqua, Ricardo Bonalumi
Nos três dias de evento, os debates
giraram em torno de assuntos cruciais para
o nosso país, como o meio ambiente e a
sustentabilidade, a produção de alimentos,
de medicamentos, a produção de energia e a
defesa nacional, sob a perspectiva das políticas
públicas de fomento a ciência. Focalizaram
a necessidade de criar e ampliar projetos
científicos - sobretudo ações ligadas às ciências
humanas - com maior alcance e participação
populares, considerando que a verdadeira
autonomia de nossa sociedade só virá com a
implantação de políticas científicas que possam
resultar na superação das desigualdades, na
ampliação dos direitos sociais e na preservação
do nosso patrimônio cultural.
O livro Rumos da Cidadania é uma compilação de todas as palestras da primeira edição do
Fórum de 2009, na íntegra. O segundo encontro foi acompanhado mais uma vez por jovens da
rede escolar jordanense
Durante quatro dias, musicalmente memoráveis,Campos do Jordão
e São Bento do Sapucaí, em São Paulo, abrigaram um dos maiores
eventos de música erudita e popular do país, além do tradicional
Festival de Inverno. Uma oportunidade rara para apreciar e aprender
com grandes instrumentistas brasileiros e internacionais,como
Quinteto Sopra 5, King David Quartet (com a participação especial
do flautista israelense Noam Buchman), Nelson Ayres Trio, Traditional
Jazz Band, Quinteto Villa-Lobos , Cantilena Ensemble e a BAMFLIMA –
Banda Marcial Fundação Lia Maria Aguiar –, que foi o sentido principal
do 1º Festival de Música da Primavera, promovido em parceria com a
Art Invest, de 06 a 09 de setembro de 2010.
A música eleva o espírito de maneira que não diferencia classe social ou idade, tem o poder de resgatar os que estão à margem, daí a importância de disseminarmos essa incrível ferramenta de inclusão social à todas as comunidades
Além de fomentar o turismo fora de época na região, um
dos objetivos do Festival foi estimular a formação de futuros
artistas. Todas as crianças e jovens integrantes da Banda Marcial
participaram de oficinas ministradas pelos músicos profissionais
que se apresentaram nos concertos. E, para garantir o máximo
interesse entre os alunos e toda a comunidade, os professores se
responsabilizaram por belíssimas apresentações, com repertórios
que foram da música clássica ao jazz.
As apresentações nas igrejas das duas cidades foram gratuitas.
Já o valor arrecadado com os ingressos da apresentação no
principal palco da música erudita brasileira, o Auditório Cláudio
Santoro, em Campos, foi integralmente revertido para a APAE –
Associação de Pais e Amigos do Excepcional – da cidade.
O público pode curtir os grupos musicais em horários
alternados entre manhã, tarde e noite.
Todas as noites primaveris de música no Cláudio Santoro
foram abertas pela BAMFLIMA. Foi até aqui o auge deste
trabalho social que forma novos cidadãos para o mundo
Quando eu saí da internação, eu pedi pra vir para BAMFLIMA porque eu sabia que, sem ela, eu certamente iria voltar pras drogas. Hoje, eu só penso em música e seguir em frente, pois a Banda é tudo pra mimD. G., 17, sobre sua volta ao projeto social apoiado pela Fundação
Em 2001, dois membros de uma das mais pobres regiões da badalada Campos do Jordão
resolveram enfrentar a dura realidade da Vila Santo Antônio – bairro que já foi conhecido
como “caldeirão do diabo” - lançando, de forma totalmente independente, o mais importante
projeto social já realizado na cidade.
O motorista de uma rede de lojas, Fulvio Mendonça, maestro autodidata, juntamente
com a diarista Maria Aparecida e mais um grupo de mães de jovens do bairro, acreditaram
que poderiam convencê-los a ficar longe das drogas e do ócio através da música. Criaram,
portanto, com poucos instrumentos emprestados, uma pequena banda que, em curto espaço
de tempo, foi ganhando destaque, pela força que demonstrava, e saltou do status de fanfarra
para banda marcial, sendo batizada então por BAMOM – Banda Marcial Octávio da Matta – em
homenagemao educador que deu origem também ao nome da escola pública do bairro.
Antes, quase nunca tinha dinheiro pra viajar, era muito difícil arrumar instrumentos, e não tinha onde ensaiar direito. Hoje, a Fundação dá todo conforto pra tocar e ônibus pra levar a gente para as apresentaçõesM. D., 12 anos
A partir de 2009, o projeto foi adotado
pela Fundação, ganhando o novo nome
de BAMFLIMA – Banda Marcial Fundação
Lia Maria Aguiar.
Desde então, o número de crianças
e adolescentes atendidos pelo projeto
subiu. Os ensaios noturnos de teoria
e prática musicais passaram a ser
acompanhados por mais um professor,
favorecendo a melhora no desempenho
do grupo, que conquistou vários troféus
em encontros, campeonatos e festivais
importantes em grandes cidades de
diferentes estados, como São Paulo,
Rio de Janeiro e Minas Gerais. Ainda
hoje, os corpos musical e coreográfico
da BAMFLIMA treinam em espaço
disponibilizado pela Escola Octávio da
Matta. As aulas passarão a acontecer em
prédio próprio da Fundação Lia Maria
Aguiar, que trabalha atualmente na
reforma do local.
Hoje o bairro tem nova referência e a comunidade possui outra visão sobre si mesma. Não é mais lembrada apenas por seus problemas sociais. A Vila Santo Antônio voltou a ser chamada pelo nome
As atividades artísticas deste projeto contemplam o total de 65 crianças e
adolescentes e vêm promovendo importantes evoluções na vida de famílias
inteiras. É o caso da família Gonçalves. A senhora Maria Benedita tem atualmente
todos os quatro filhos participando da BAMFLIMA. “Esse trabalho trouxe
muito aprendizado para os meus dois filhos maiores, que melhoraram muito
o relacionamento deles com as pessoas, e está ensinando muitas coisas boas
também aos meus outros dois filhos menores, que praticamente nasceram na
Banda”, explica a mãe - e “tiete” - de João Anderson, Ana Júlia, Nilton César e
Nicolas Augusto, que têm idades que variam dos 2 aos 14 anos.
...diversão, balé Como a vida quer!...
MODALIDADE FAIXA ETÁRIA NO DE ALUNOSBALLET CLÁSSICO DE 03 A 20 ANOS 147 DANÇA LIVRE DE 07 A 10 ANOS 39JAZZ E CONTEMPORÂNEO DE 11 A 20 ANOS 77 CONDICIONAMENTO FÍSICO DE 13 A 20 ANOS 46INGLÊS DE 07 A 20 ANOS 116TEATRO DE 07 A 20 ANOS 77VÍDEO DE 13 A 20 ANOS 30CEPROCOM DE 03 A 20 ANOS 97
Todos os projetos sociais lançados pela Fundação
LiaMaria Aguiar são direcionados ao cumprimento de metas
que são definidas por uma mesma visão: ajudar o menos
favorecido a desenvolver em si valores que o capacite a
melhorar sua condição por meio do autoconhecimento e
da contextualização consistente do universo em que está
inserido, para que possa, ele mesmo, encontrar as melhores
alternativas para sua vida, pelo ponto de vista individual e
coletivo. Não poderia ser diferente com o projeto do Grupo
de Dança da Fundação, montado em 2009, que tem como
essência formar mais que bailarinos, cidadãos preparados
para exercer seus direitos e deveres perante a sociedade.
Eu vejo a Fundação como uma fada
madrinha para as minhas meninas. Deu a elas a oportunidade
de conhecer o balé, que é algo que eu talvez não poderia
proporcionar sozinhaAdriana Moreira, mãe de duas jovens do GDFLIMA
O início deste trabalho, especificamente,
deu-se com o apoio de algumas escolas
públicas de Campos do Jordão, que cederam
espaço, mas que não contam com a estrutura
adequada para o desenvolvimento pleno
do projeto. Por conta disso, em outubro
de 2009, a Fundação inaugurou a sede do
Grupo, centralizando neste local todas as
atividades, que transcendem as várias técnicas
da dança - que vão do balé clássico ao jazz
- e proporcionam uma ampla reeducação
para seus integrantes. Lá, os alunos – com
faixa etária entre os 3 e 18 anos – têm à
disposição atendimento médico e psicológico
de qualidade, aulas de inglês, uniformes e
alimentação balanceada por nutricionista.
Nós ensinamos nosso aluno a conhecer seu próprio corpo e, com esse conhecimento,
enfatizamos a necessidade de respeitar seus limites e os limites de seus colegas, com
ética e vontade de viverJane Oliveira, coordenadora do GDFLMA
Em 2010, a Fundação Lia Maria
Aguiar se uniu ao CEPROCOM – Centro
Promocional Comunitário – de São
Bento do Sapucaí e estendeu o seu
projeto do Grupo de Dança à entidade
vizinha. O Centro são-bentense
já conta com mais de 40 anos de
existência, recebe apoio financeiro da
prefeitura local e atende atualmente
210 crianças de 2 a 14 anos, oferecendo
diversos serviços de manutenção da
saúde, cultura e qualidade de vida aos
menores e seus familiares, que moram,
predominantemente, na grande área
rural da cidade.
Mais importante, talvez, que o consequente sucesso de uma grande apresentação, como o espetáculo de Natal preparado pela Fundação, seja perceber como nossos jovens se dedicaram inteiramente ao projeto, tornando a preparação para as grandes noites, uma passagem memorável
Os integrantes do Grupo de Dança ensaiaram intensivamente, durante todo o ano, as coreografias do musical natalino
Chegando a época de seu segundo Natal, a Fundação Lia
Maria Aguiar arquitetou um grande espetáculo comemorativo,
que reuniu todos os integrantes de seus projetos culturais,
num único esforço para transmitir, sobretudo, uma mensagem
de esperança. Sentimento que foi expresso por meio da arte
que as crianças e jovens jordanenses têm a oportunidade de
desenvolver continuamente.
Oficina de teatro dirigida por Massayuki
na sede do Grupo de Dança prepara
os jovens para a apresentação de “Um
Conto de Natal”
Este ano, foi disponibilizada toda estrutura necessária para a
produção de uma grandiosa peça teatral capaz de integrar os grupos
de dança e música da Fundação num trabalho de nível profissional
. O título escolhido para a apresentação foi o musical Um Conto de
Natal, que é uma adaptação da obra do britânico Charles Dickens,
e foi dirigida pelo experiente ator Massayuki Yamamoto. “A escolha
se deu porque se trata de uma peça que abrange e desenvolve as
capacidades dos alunos e questiona o pensamento materialista
de nossa atual sociedade, embasada no verbo ‘ter’, valorizando a
necessidade crescente de o homem ‘ser’ ”, explica.
Primeira edição do “Natal dos Sonhos”, em
2009, reuniu grandes artistas populares. A
festa também contou com uma belissíma
decoração natalina no Parque da Estrada de
Ferro Campos do Jordão
Logotipos desenvolvidos
para a promoção das duas últimas
edicões do evento
A base do elenco foi composta por atores profissionais.
“Foi muito positiva, além de necessária, a participação destes
atores mais experientes. Eles puderam ensinar muito aos
mais jovens e possibilitaram a devida caracterização dos
personagens”, comentou o diretor.
Além de aprenderem técnicas de interpretação, os jovens
alunos foram incumbidos de registrar cinematograficamente
todo o processo de construção e desenvolvimento do
espetáculo, com acesso a equipamentos de alto nível e
orientação profissional. Todo o material por eles coletado será
transformado num documentário.
Todos têm aquele brilho nos olhos! Foi dada a eles uma oportunidade e é
gratificante ver como aproveitam ao máximo, com todo empenho!
Massayuki Yamamoto, diretor geral de “Um Conto de Natal”
Uma das novas rotinas para os moradores da região é encontrar os colegas de escola na van que os leva, diariamente, para as aulas
Por conta da recuperação de uma antiga mineradora, em meio à mata,
agora capaz de cumprir com sua indispensável função, muito mais que
minério pode ser extraído do bairro Pedra Mármore. A concepção da Nova
Mineração Corrêa – a partir da Fundação Lia Maria Aguiar - possibilitou
ampla reavaliação das condições sociais do entorno. E dos estudos
realizados pela equipe do Ambulatório sobre a saúde dos moradores, num
raio de 7,5 km a partir da indústria, surgiu a escola para adultos. Os médicos
detectaram, além da falta de nutrientes no organismo, falta de instrução
e oportunidades para aqueles que sempre viveram distantes do centro.
Com um alto índice de analfabetismo, a capacidade dos pacientes para
compreender as orientações médicas estava comprometida.
O livro, bem sabemos, é o tijolo com que se constrói o espírito. Fazê-lo acessível é multiplicar tanto os herdeiros como os enriquecedores do patrimônio literário, científico e humanístico, que é, talvez, o bem maior da cultura humana Darcy Ribeiro, antropólogo e educador
Foi então realizada uma pesquisa para mensurar o
grau de interesse da população do bairro em reverter
o quadro. Mesmo com a pequena adesão inicial, a
Fundação recuperou o prédio desativado da antiga
escola da Pedra Mármore, com duas salas de aula,
capazes de abrigar até 50 alunos que estivessem
dispostos a recuperar o tempo perdido fora da escola.
Em julho deste ano, passou a funcionar o curso para
Alfabetização de Adultos, aberto para os funcionários e
moradores com idade entre 30 e 80 anos, coordenado
por um corpo pedagógico profissional. As aulas seguem
o conteúdo do cronograma normal que é aplicado a
crianças da 1ª a 4ª série do ensino fundamental.
O objetivo agora é expandir o alcance dos trabalhos educativos,
com o funcionamento da sala para leitura, reforço do conteúdo didático e encontro das mulheres
do bairro para confecção de peças artesanais, que é mais um dos
grandes desafios propostos pela Fundação para 2011
Aprender a ler e a escrever foi o maior presente que eles poderiam ganhar neste Natal
Ana Maria Degli, professora destes, realizados, alunos
A meta para o primeiro semestre do projeto foi a de que todos os alunos estivessem, ao
final do ano, capacitados a ler e escrever o próprio nome. Uma verdadeira revolução para
quem passou grande parte da vida ignorando os diversos significados linguísticos que
formam a verdadeira cultura de um povo.
Para o período de festas, os alunos foram incentivados a confeccionar seus próprios
cartões de Natal. Cada cartão foi entregue por seu criador ao “amigo secreto” no dia da
festa comemorativa de fim de ano, que foi animada pela sanfona bem tocada do senhor
Lindolpho, um dos mais queridos pupilos da escola mantida pela Fundação. Com a
proposta do “Amigo Cartão”, foi possível fechar o primeiro ciclo do projeto com belos e
simples trabalhos de integração social. Simples, mas com valor inestimável. Esses novos
cidadãos já puderam aplicar seus conhecimentos para transmitir, em muitos dos casos,
pela primeira vez, uma mensagem de esperança a alguém especial.
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