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NE CIOS ANUÁRIO 2010/11 INFRA-ESTRUTURAS DE CABO VERDE PRESIDENTE PORTUGUÊS VISITA CABO VERDE Desde 1992 a promover Negócios com Cabo Verde Preço: 10 Euros www.portugalcaboverde.com &AFINIDADES CABO VERDE: ANO DE COMEMORAÇÕES 35 ANOS DE INDEPENDÊNCIA 550 ANOS DO “ACHAMENTO”

Anuário Negócios & Afinidades - 2010/11

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Page 1: Anuário Negócios & Afinidades - 2010/11

NE GÓCIOS

ANUÁRIO

2010

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INfRA-estRUtURAs de CAbO VeRde

PResIdeNte PORtUgUês VIsItA CAbO VeRde

Desde 1992 a promover Negócios com Cabo Verde

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CAbO VeRde: ANO de COmemORAções35 anos de independência550 anos do “achamento”

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Anuário Negócios & Afinidades_2010/11 1

Editorial 3

A Câmara de Comércio 4Quem Somos, O Que Fazemos

Cabo Verde em Ficha/Dados económicos 6

Negócios com Cabo Verde 37Empresas Portuguesas em Cabo VerdeInfra-estruturas AéreasInfra-estruturas MarítimasEnergia; Entrevista: Director Geral da Energia de Cabo VerdeEntrevista: MTCV

Cooperação Portugal Cabo Verde 79Acordos Portugal Cabo Verde

Destaques do ano 87Presidente da República Portuguesa em Cabo Verde35 anos de independência550 anos do “achamento” das ilhas de Cabo Verde

Investir em Cabo Verde, Enquadramento legal 103Entrevista: Presidente da CI-Cabo Verde InvestimentosInvestimento ExternoEstatuto IndustrialUtilidade TurísticaEmpresas FrancasExportações e ReexportaçõesCriação de Empresas

Listagem de Associados 111

ÍNDICE

Anuário Portugal Cabo Verde 2010/11

Novembro 2010

Direcção, coordenação editorial e fotografia:

João Manuel Chantre

Propriedade, Redacção e Publicidade

Câmara de Comércio Indústria e Turismo

Portugal Cabo Verde | Rua D. Filipa de Vilhena,

N.º 6 – 1º Esq. | 1000-135 LISBOA

Tel./ Fax: +351 216 060 009

Tlm.: +351 968 024 017

[email protected]

www.portugalcaboverde.com

Edição

Companhia das Cores – Design e Comunicação

Empresarial, Lda. | Rua Sampaio e Pina,

N.º 58, 2.º Dto | 1070-250 LISBOA

T.: 21 382 56 10 | F.: 21 382 56 19

E-mail: [email protected]

Paginação: Ana Gil

Capa: Fotografia de Luís Filipe Catarino,

Presidência da República

Impressão e acabamento: Security Print

Tiragem

2.500 exemplares

Depósito legal

302307/09

Distribuição gratuita a associados da

CCITPCV, patrocinadores e entidades oficiais

e empresariais em Portugal e Cabo Verde

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2 Câmara de Comércio, Indústria e Turismo Portugal Cabo Verde

w w w . p o r t u g a l c a b o v e r d e . c o m

Câmara de ComércioIndústria e TurismoPortugal Cabo Verde

Cabo Verde. O Futuro investe aqui.Comércio • Indústria • Turismo • Serviços

Desde 1992 a promover Negócios com Cabo Verde

Missões empresariais | Informação Comercial | Seminários

Enquadramento Legal | Criação de empresas | Dados económicos e estatísticos

Estatuto de Investidor Externo | Estatuto Industrial | Utilidade Turística

Rua D. Filipa de Vilhena, n.º 6 — 1.º Esq. 1000-135 Lisboa

[email protected]./Fax: +351 216 060 009 Tlm.: +351 968 024 017

ANUNCIO-camaraComercioA4.indd 1 10/09/24 17:08

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EDITORIAL

Negócios & Afinidades

Estreado em 2009, o Anuário das nossas actividades intitu-lado “Negócios & Afinidades Portugal Cabo Verde” foi um sucesso. Exclusivamente distribuído a um “target” pré-selecionado, de entre entidades públicas e privadas e em eventos cujo cariz se enquadra na espírito da publicação (registando-se no entanto, e com agrado, o pedido expresso pelos deputados da Assembleia Nacional de Cabo Verde para acesso a um exemplar por cada deputado), disponi-biliza, num documento simples e de boa qualidade gráfica e temática, um conjunto de informações pertinentes, inte-ressantes que normalmente dispersas. Sabemos hoje que esta serve de consulta a jornalistas, estudantes, gestores e empresários; em muitos casos, daí à ligação ao nosso “Portal Portugal Cabo Verde” para acesso a informação mais abrangente é um passo.

Consolidando a linha iniciada na anterior publicação o pre-sente Anuário percorre mais um conjunto de sectores da economia (Portos, Aeroportos e Energia) de suma impor-tância para o reconhecimento de Cabo Verde como um País que aposta fortemente na sua efectiva inclusão no con-junto de Países de Desenvolvimento Médio, ao mesmo que o reflecte na melhoria do nível de vida dos seus cidadãos.

A Câmara de Comércio Indústria e Turismo Portugal Cabo Verde, que acompanha este processo desde 1991, sem-pre tomou muito a sério o seu papel de promotor de uma aproximação entre os 2 países no que respeita ao ambiente de “Negócios”, mesmo em anos menos fáceis, como têm sido os últimos tempos. Servindo de bandeira destas rea-lizações, essencialmente para o exterior, nomeadamente em Portugal, de onde se pretende atrair um universo cres-cente de potenciais investidores e promotores de negócios, o nosso Anuário projecta o “verdadeiro e meritório Cabo Verde” a par de um outro conjunto de factos complemen-tares ao ambiente gerador de negócio e que sustenta a intensa relação de “Afinidades” entre os dois países, os seus governantes e cidadãos. São exemplo disso a visita do Primeiro Ministro de Portugal, José Sócrates, em Março de 2009, numa importante “missão empresarial”, com a assinatura de diversos e valiosos protocolos para o desenvolvimento de Infra-estruturas e Produção Energia, cujos frutos rapidamente surgiram e que sustentam um forte desenvolvimento futuro da economia caboverdeana, ao mesmo tempo que promove as exportações de bens, serviços e tecnologias portuguesas; mais recentemente a visita, em Julho do corrente ano, carregada de simbolismos

e afectos, do Presidente da República de Portugal, Cavaco Silva por ocasião dos 35 anos de independência em simul-tâneo com os 550 anos da descoberta de Cabo Verde. Foi a primeira vez que um chefe de Estado Português participou em comemorações desta natureza e cuja visita passou em revista três décadas e meia de relacionamento que a ambos os países orgulha.

E é esta muito especial relação, neste espírito de “Negó-cios & Afinidades”, mutuamente sustentadas, que o nosso Anuário pretende espelhar e manter visível, num suporte documental duradouro.

Agostinho AbadePresidente

Câmara de Comércio Portugal Cabo Verde

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4 Câmara de Comércio, Indústria e Turismo Portugal Cabo Verde

QUEM SOMOS

Com as alterações ocorridas em Cabo Verde a partir de 1991, as primeiras eleições livres e democráticas, a abertura do País ao Investimento Externo e em simultâneo o incentivo e apoio concedido, em Portugal, à internacionalização de empresas na conquista de novos mercados e relocalização de alguns sectores industriais, tornou-se evidente a oportu-nidade que se abria para estes dois países, pela complemen-taridade dos seus perfis e a oportunidade de penetração con-junta em mercados internacionais.

A necessidade de informação sobre esta nova realidade levou à criação, em Novembro desse ano, da Câmara de Comércio Indústria e Turismo Portugal Cabo Verde com o objectivo de fomentar e possibilitar aos empresários portugueses e cabo-verdeanos radicados em Portugal, o conhecimento das trans-formações económicas que ocorriam nas Ilhas de Cabo Verde. O início efectivo da actividade deu-se em Fevereiro de 1992.

Esta Câmara, que conta hoje com 106 Associados, oriundos de variados sectores da economia portuguesa (Banca, Segu-ros, Telecomunicações, Turismo, Construção Civil, Transpor-tes, Cimentos, Comércio, Auditoria e Consultadoria, Informá-tica, Pescas, etc), apetrechou-se então dos meios técnicos de informação, comunicação e tratamento de dados capa-zes de dar resposta rápida às diversas questões que sempre lhe foram, e continuam a ser, diariamente, colocadas sobre a Economia e Investimento em Cabo Verde.

Reconhecida a relevância do seu contributo o Estado Portu-guês concedeu a esta Instituição, em 1996, o Estatuto de Utili-dade Pública, credenciando-a como entidade privilegiada e de reconhecido mérito na promoção das relações económicas luso-caboverdeanas. Em sintonia com este Estatuto o PRO-MEX-Cabo Verde, hoje CI-Cabo Verde Investimentos (Instituto responsável pelo Investimento Externo, Promoção Turística e Exportações de Cabo Verde), nomeou a C.C.I.T.P.C.V. sua representante em Portugal o que veio relevar ainda mais o seu importante papel e contribuição para o desenvolvimento das relações entre os dois países.

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CÂMARA DE COMÉRCIO

O QUE FAzEMOS

Câmara de Comércio Indústria e Turismo Portugal Cabo Verde ao longo dos anos (desde 1991), tem vindo a desen-volver actividades de divulgação das realidades e potencia-lidades da economia caboverdeana, participando e organi-zando diversas iniciativas que permitem a actualização do conhecimento geral sobre as vantagens de Investimento nas ilhas de Cabo Verde.

Para além das centenas de reuniões para informações e esclarecimentos, que presta sob diversas formas, a Câmara de Comércio Indústria e Turismo Portugal Cabo Verde cola-bora e participa em acontecimentos organizados por entidades empresariais nacionais e regionais. De sua iniciativa realiza seminários temáticos sobre sectores de especial importân-cia para o investimento em Cabo Verde nos quais promove o encontro entre autoridades e empresários de ambos os paí-ses e apresentações específicas.

Actualmente é possível à Câmara de Comércio Indústria e Turismo Portugal Cabo Verde prestar serviços diversos dos quais se destaca:

Fornecimento de Informações e Listagens sobre a Estru-•tura Comercial e Industrial de Cabo Verde;Divulgação de Indicadores Económicos e Estatísticos;•Aconselhamento e Encaminhamento de Projectos de •Investimento;Criação de Empresas em Cabo Verde;•Acompanhamento na obtenção de Estatutos de Investidor •Externo, Estatuto Industrial, Utilidade Turística e outros benefícios sectorialmente específicos;Missões Empresariais, Seminários e outras acções simi-•lares tendentes à aproximação e desenvolvimento das relações económicas entre Portugal e Cabo Verde.

O PORTAL Portugal Cabo Verde (www.portugalcaboverde.com)

Colocando a tecnologia ao serviço do intercâmbio económico empresarial, o Portal Portugal Cabo Verde contém vasta informação permitindo o conhecimento dos mais relevantes aspectos que suportam a relação de negócios entre os dois países.

Fruto da colaboração de diversas entidades – Particulares, Associações, Autoridades, Instituições de Negócios e de Coo-peração – que contribuem com informação actualizada e cer-tificada, assume o compromisso de manter viva a ligação ao universo de utilizadores pela inserção de uma base alargada de temas que fazem deste Portal um motivador espaço de consulta.

Ao mesmo tempo, este Portal, que conta com cerca de 250.000 visitas/ano, está disponível para servir de canal de comuni-cação a todos os que desejem promover e divulgar as suas iniciativas, desde que enquadradas no espírito de promoção subjacente à sua criação, ou seja, no âmbito dos Negócios, Cooperação e Solidariedade entre os dois países.

Caso pretenda utilizá-lo como veículo promocional da sua Empresa, Produto ou Serviço não hesite em contactar-nos. No conjunto das possibilidades que este Portal permite, encon-traremos a solução que melhor o satisfaz.

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6 Câmara de Comércio, Indústria e Turismo Portugal Cabo Verde

[ OPINIÃO ]A força da “Cooperação”

Tornou-se lugar comum clamar que a economia portuguesa deve fazer (e tem-no feito) um esforço para se internacionali-zar. É bem verdade que fulcral para o crescimento de uma eco-nomia aberta, de pequena dimensão, que importa boa parte do que consome, não restará outra alternativa que não seja apli-car-se a encontrar novos clientes, novos mercados, juntando aos produtos tradicionais de exportação um crescente leque de produtos e serviços que incorporem inovação, mais tecnologia, mais valor, em segmentos de maior crescimento.Não querendo elencar os passos para um correcto processo de internacionalização mas antes apelar ao sentido cooperativo que muitas vezes se deve sobrepor à iniciativa individual, o pri-meiro passo deve ser a recolha de informação sobre o mercado seguido do contacto local com a realidade económica e empre-sarial, de preferência acompanhado por quem efectivamente conhece o terreno e esteja habilitado a fazer um acompanha-mento posterior das necessidades de abordagem ao mercado. Para isso existem as Câmaras de Comércio bilaterais, inequi-vocamente as mais próximas da informação “micro”, de acon-selhamento cirúrgico, tantas vezes mais importantes do que as grandes caracterizações do mercado. Esta acção prelimi-nar permitirá retratar o mercado, aquilatando as suas carên-cias, comparando-as com as reais competências e capacidades da empresa/sector a internacionalizar e das eventuais adap-tações a efectuar ao seu produto ou estratégia de entrada no mercado.Outra vertente importante da internacionalização é a persistên-cia, proporcional aos meios a que a empresa tem acesso, pró-prios ou através de programas estatais de apoio. Milhões de euros têm sido colocados pelo Governo português em progra-mas exclusivamente “push” (participação em seminários, fei-ras e missões empresariais) das empresas para os mercados, independentemente do patamar de relacionamento comercial que estes possuem com Portugal. Há que rever esta alocação de meios pois tão importante quanto “empurrar” as empresas para processos de exportação é também garantir-lhes que encon-tram meios de instalação adequados nos países de destino. É a “cooperação institucional e empresarial” no país de origem.Outro aspecto relevante é a dimensão das empresas face aos mercados. No tecido empresarial português encontram-se cerca de 300.000 pequenas e médias empresas que represen-tam perto de 90% do emprego. Descapitalizadas, com recursos humanos de reduzida qualificação, fraco domínio das técnicas de abordagem a mercados mas com um útil “saber fazer”, têm dificuldade em perceber os procedimentos de um processo de internacionalização cometendo erros que lhes consomem os já parcos meios; perdem-se na abordagem aventureira a um ambiente habitualmente “hostil”, ignorantes na adopção de estratégias de estabilização a longo prazo para “ganhar” defini-

CABO VERDE EM NÚMEROS

tivamente os “novos mercados”. A alternativa está numa abor-dagem conjunta a um mercado individualmente inacessível mas ao alcance de uma “cooperação inter-empresarial”, suportada por consultadoria profissional, séria e responsável. Muitas vezes justificar-se-á uma parceria local que acelere o processo de entrada e conhecimento das idiossincrassias do mercado.No caso particular de Cabo Verde, e porque este não possui meios próprios para oferecer essas condições, a estratégia de Portugal deve, desde há algum tempo, conter um misto de estratégia “pull”, ou seja, criação de estruturas dentro do mer-cado que realizem as condições adequadas para “puxar” a ins-talação das empresas portuguesas. Saudamos, na linha do que vínhamos aconselhando, o protocolo recentemente assinado entre a aicep Global Parques e a Direcção Geral de Indústria e Comércio de Cabo Verde para o estudo e criação de platafor-mas logísticas e industriais que possam ajudar a criar soluções modernas, de longo prazo e a preço justo para a instalação do exportador/investidor.Uma vez instalados, o processo de consolidação pode ser demorado. Porque a internacionalização bem sucedida não resulta de iniciativas individualistas devem as empresas orga-nizar-se nos mercados de destino.Lidar com a Administração Pública local (Finanças e Alfândegas, como exemplos mais críticos), num proteccionismo compreen-sível, com um enquadramento laboral diferente, pode não ser tarefa fácil adicionando custos e atrasos desnecessários. A cria-ção de Associações de empresários portugueses que permitam a análise dos constrangimentos, em parceria com as Associa-ções congéneres locais, traz não só a identificação de soluções pacificamente negociadas e implementadas com as autoridades do país de destino mas também uma acelerada integração no tecido empresarial local; ao mesmo tempo elimina, para os vin-douros, a repetição dos erros e constrangimentos. É a “coopera-ção institucional e empresarial” nos países de destino.Finalmente, e porque o merece o país de destino, a transferência de tecnologia, de processos, de métodos de gestão e de formação dos recursos humanos locais deve ocupar o topo das prioridades do exportador/investidor que aporta a um novo mercado e nele quer subsistir, reconhecido, indefinidamente. Ajudar a “Construir e Sofisticar um Mercado”, não descurando naturalmente a renta-bilidade que sustenta um “ciclo virtuoso de progresso e compe-titividade” ao invés de um “ciclo vicioso de dependência e explo-ração” é “cooperação empresarial nos mercados”.É isso que cimenta a nossa internacionalização.

João Manuel ChantreVice-Presidente Executivo

Câmara de Comércio Portugal Cabo Verde

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Nome Oficial: República de Cabo VerdeSistema Político: Democracia parlamentarPrincipais Cidades: Praia e Assomada (Santiago, capital); Mindelo (São Vicente)Outras localidades: Porto Novo e Ribeira Grande (Santo Antão); Mosteiros e São Filipe (Fogo); Ribeira Brava (São Nicolau); Espargos e Santa Maria (Sal); Salrei (Boavista); Vila do Maio (Maio); Vila Nova Sintra (Brava)Superfície Total: 4.033 km2 distribuídos por 10 ilhas e alguns ilhéusZona Económica Exclusiva: 734.265 Km2

População: 491.575 habitantes (2010), distribuídos por 9 ilhasLíngua Oficial: Português Língua Nacional: CriouloMoeda Nacional: Escudo de Cabo Verde (CVE)

FICHA DE CABO VERDE

Taxa de Câmbio: 1 Euro = 110,265 CVE (valor fixo pelo Acordo de Cooperação Cambial entre Portugal e Cabo Verde, desde 1998)Indicativo Telefónico: 00 238Feriados:

1 de Janeiro: Ano Novo•13 de Janeiro: Dia da Democracia•20 de Janeiro: Dia da Nacionalidade e dos Heróis •NacionaisCarnaval, Sexta-Feira Santa e Páscoa (variável)•1 de Maio: Dia do Trabalhador•1 de Junho: Dia da Criança•5 de Julho: Dia da Independência•15 de Agosto: Dia da Assunção•1 de Novembro: Dia de Todos os Santos•25 de Dezembro: Natal•

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8 Câmara de Comércio, Indústria e Turismo Portugal Cabo Verde

DADOS ECONÓMICOS

2006 2007 2008 2009 2010Unidades Proj. Est. Proj. Est.

PRODUTOS E PREÇOS PIB p.m. milhões de EUR 883,000 973,000 1.049,000 1.292,000 1.131 0,0 1.218,000,

taxa var. real 10,100 8,600 5,600 3,500 3,000 4,100 Inflação (IPC) taxa var. homóloga 5,800 4,000 6,700 2,200 -0,400 2,200 2,000 Mai/10

taxa var. média 4,800 4,400 6,800 1,500 1 00 1,500 -0,200 Mai/10FINANÇAS PÚBLICAS Receitas Totais % PIB 33,200 33,200 33,500 30,800 29,300 32,400 Donativos % PIB 6,500 5,000 5,000 5,200 5,500 6,400 Despesas Totais % PIB 37,700 34,700 36,100 40,000 35,800 46,400 Saldo Global (base compromissos) % PIB -4,500 -2,400 -2,600 -9,200 -6,400 -14,000 Sem Donativos % PIB -11,000 -7,400 -7,600 -14,400 -11,900 -20,400 Dívida Interna % PIB 41,400 36,400 31,600 30,900 dq: TCMFa % PIB 11,700 10,600 9,800 9,100MOEDA E CRÉDITO Crédito ao SPA (líq) taxa var. anual -0,300 -25,500 -8,100 5,500 6,900 11,700 Crédito à economia taxa var. anual 30,100 15,500 28,700 13,500 11,800 8,800 Massa monetária (M3) taxa var. anual 18,700 9,700 7,900 7,700 3,300 7,500TAXAS DE JUROb

Depósitos a 1 ano (médias das OIM) taxa anual 4,280 4,160 4,150 4,140 Abr/10 Redesconto taxa anual 8,500 8,500 7,500 7,500 7,500 Abr/10 Cedência de liquidez taxa anual 7,500 7,500 8,250 8,250 7,250 Abr/10 Bilhetes de Tesouro, a 91 dias taxa anual 3,000 3,400 3,590 3,940 Abr/10BALANÇA DE PAGAMENTOS Exportações (em USD correntes) taxa var. anual 7,700 -15,300 41,300 -32,800 -21,500 18,000 Importações (em USD correntes) taxa var. anual 27,500 32,700 11,700 -13,500 -13,200 14,200 Balança Corrente % PIB -7,400 -14,700 -13,100 -14,100 -9,900 -21,800 Excluindo transferências oficiais % PIB -13,300 -19,800 -19,900 -20,900 -17,500 -28,100 Balança Corrente e de capital % PIB -5,800 -12,700 -11,300 -12,100 -8,500 -16,800 Reservas oficiais meses importaçãod 3,600 4,100 4,200 4,200 4,500 3,900 3,900 Mar/10DÍVIDA EXTERNA Valor total milhões de EUR 431.1000 441.300 470.5,000 527,9, 0

% PIB 48,800 45,400 44,900 46,700 Serviço da dívida % exportaçõesd 113,3 105,900 97,200 121,300

% exportaçõesd 5,900 5,100 4,100 6,000TAXAS DE CÂMBIO (médias) Nominal CVE/EUR (câmbio fixo desde 1998)

taxa média 110,265 110,265 110,265 110,265 110,265 110,265 110,265 Abr/10

Nominal CVE/USD taxa média 87,900 80,600 75,300 84,200 79,400 83,000 82,500 Abr/10 ITCE nominal (base 100: 1992)c taxa var. anual 0,100 0,800 0,600 -0,500 -0,800 Abr/10e

ITCE real (base 100: 1992)c taxa var. anual 3,100 3,000 4,700 -1,0 0 -0,900 Abr/10e

Principais Indicadores Económicos, 2006-2010

Fontes: Banco de Cabo Verde (www.bcv.cv), Ministério das Finanças de Cabo Verde (www.minfin.cv), Fundo Monetário Internacional e cálculos do Banco de Portugal (www.bportugal.pt).aTítulos Consolidados de Mobilização Financeira; bMédias mensais (correspondentes a Dezembro para os valores anuais); cÍndice de taxa de câmbio efectiva calculado a partir das taxas de câmbio oficiais praticadas para as moedas dos quatro principais parceiros comerciais caboverdeanos no período 2000/04; dImportações e exportações de bens e serviços; eVariação face a Dezembro anterior.

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Indicadores macroeconómicos

Anuário Negócios & Afinidades_2010/11 9

2005 2006 2007 2008 2009 2010Est. Est. Est.

Sector primário 8.095,0 8.120,0 7.722,0 7.847,0 11.685,0 14.252,0 Agricultura, pecuária e silvicultura 7.088,0 6.895,0 6.702,0 6.901,0 10.662,0 13.178,0 Pesca 1.007,0 1.225,0 1.020,0 946,0 1.023,0 1.075,0Sector secundário 14.538,0 15.618,0 16.803,0 20.238,0 21.316,0 22.597,0 Indústria e energia 6.600,0 6.550,0 6.685,0 8.358,0 9.814,0 10.513,0 Construção 7.938,0 9.067,0 10.118,0 11.880,0 11.502,0 12.084,0Sector terciário 59.148,0 65.989,0 74.810,0 79.094,0 83.902,0 89.136,0 Comércio 17.610,0 17.422,0 20.034,0 21.007,0 21.962,0 23.005,0 Hotéis e restaurantes 2.141,0 3.072,0 4.599,0 4.913,0 5.596,0 6.110,0 Transportes e comunicações 17.367,0 20.555,0 22.360,0 23.611,0 23.590,0 25.165,0 Banca e seguros 3.256,0 4.179,0 5.399,0 6.411,0 7.594,0 8.001,0 Habitação 4.968,0 5.695,0 6.145,0 6.648,0 7.119,0 7.568,0 Administração pública 11.975,0 12.521,0 13.134,0 13.161,0 14.505,0 15.463,0 Outros serviços 1.831,0 2.546,0 3.138,0 3.345,0 3.537,0 3.825,0Serviços bancáriosa -2.662,0 -3.323,0 -4.741,0 -5.551,0 -5.946,0 -6.251,0Impostos sobre importações 9.262,0 10.981,0 12.658,0 14.022,0 13.798,0 14.545,0PRODUTO INTERNO BRUTO (p. m.) 88.381,0 97.384,0 107.252,0 115.650,0 124.755,0 134.280,0Consumo 86.623,0 99.109,0 105.657,0 105.174,0 116.324,0 126.776,0 Público 19.132,0 19.002,0 21.573,0 23.358,0 24.185,0 31.283,0 Privado 67.491,0 80.107,0 84.084,0 81.816,0 92.138,0 95.494,0Investimento 36.593,0 37.051,0 50.385,0 60.151,0 55.819,0 68.840,0 Formação bruta de capital fixo 36.593,0 37.646,0 49.812,0 60.151,0 55.819,0 68.840,0 Variação de existências 0,0 -595,0 573,0 0,0 0,0 0,0Procura interna 123.216,0 136.159,0 156.042,0 165.326,0 172.143,0 195.616,0Exportação de bens e serviços 14.084,0 19.401,0 22.250,0 25.852,0 22.462,0 24.125,0Procura global 137.300,0 155.560,0 178.292,0 191.178,0 194.605,0 219.741,0Importações de bens e serviços 48.065,0 58.176,0 71.040,0 75.528,0 69.849,0 85.461,0 Pro memória:Poupança interna bruta 1.758,0 -1.724,0 1.595 ,0 10.476,0 8.431,0 7.503,0PIBpm nominal (milhões de EUR) 801,5 883,2 972,7, 1.048,8 1.131,4 1.217,8PIBpm nominal (milhões de USD) 997,0 1.107,6 1.330,4 1.535,1 1.482,3 1.617,8Deflator do PIB (variação anual em %) 1,8 2,6 1,4 2,1 4,7 3,4PIB nominal (variação anual em %) 8,4 13,0 10,1 7,8 7,9 7,6PIB real (variação anual em %) 6,5 10,1 8,6 5,6 3,0 4,1

Produto Interno Bruto, 2005-2010Preços correntes, em milhões de CVE; Conversão: 1 Euro = 110,265 CVE

Fontes: Banco de Cabo Verde (www.bcv.cv), Fundo Monetário Internacional e cálculos do Banco de Portugal (www.bportugal.pt).aEstimativa correspondente ao valor dos serviços bancários intermédios utilizados pelos restantes ramos de actividade.

Page 12: Anuário Negócios & Afinidades - 2010/11

Indicadores macroeconómicos

10 Câmara de Comércio, Indústria e Turismo Portugal Cabo Verde

Var. mensal Var. homóloga Var. média(a) (b) (c)

2000 Dezembro -- -1,03 -2,472001 Dezembro -- 4,14 3,352002 Dezembro -- 2,98 1,882003 Dezembro -- -2,28 1,192004 Dezembro -- 0,61 -1,892005 Dezembro -- 1,80 0,402006 Dezembro -- 5,81 4,852007 Dezembro -- 3,97 4,42008 Dezembro -- 6,69 6,782009 Dezembro -- -0,37 0,982007 Janeiro -1,83 5,01 5,12

Fevereiro -0,50 4,81 5,19Março 0,71 4,38 5,21Abril 0,10 3,92 5,13Maio -0,10 3,44 4,86Junho 0,50 2,69 4,53Julho 0,50 3,72 4,36Agosto 0,40 5,06 4,46Setembro -0,20 5,54 4,57Outubro 0,30 5,91 4,68Novembro -0,10 4,41 4,55Dezembro 0,89 3,97 4,40Dezembro (proj. revista) -- 5,70 4,90

2008 Janeiro 0,59 3,13 4,48Fevereiro 0,68 4,36 4,50Março 0,78 4,43 4,64Abril 1,45 5,84 4,90Maio 0 0 5,94 5,13Junho 1,52 7,01 5,55Julho 1,40 7,98 5,90Agosto 0,55 8,14 6,06Setembro 0,83 9,25 6,17Outubro 1,18 10,22 6,41Novembro -1,89 8,24 6,62Dezembro -0,55 6,69 6,78Dezembro (proj.) -- 2,60 3,60

2009 Janeiro -0,18 5,87 7,01Fevereiro 0,83 6,03 7,14Março -1,01 4,15 7,10Abril -0,93 1,71 6,74Maio 0,19 1,90 6,39Junho -0,28 0,09Julho 0,56 -0,74Agosto 0,65 -0,64Setembro 0,28 -1,18Outubro -0,83 -3,15Novembro 0,28 -1,01Dezembro 0,09 -0,37Dezembro (proj.) -- 1,00. 1,40

2010 Janeiro 0,28 0,09 0,52Fevereiro 0,28 -0,46 0 00Março 0,28 0,83 -0,26Abril 0,37 2,15 -0,22Maio 0,00 1,96 -0,22Dezembro (proj.) -- 2,22 1,47

Índice de Preços no Consumidor, 2000-20101

Em percentagem

Fontes: Banco de Cabo Verde (www.bcv.cv) e cálculos do Banco de Portugal (www.bportugal.pt).1Série revista a partir de Julho de 2000 para incorporar uma nova ponderação das propinas escolares.Foi adoptada em Janeiro de 2008 uma nova estrutura de consumo e um novo cabaz de bens e serviços no cálculo do IPC inferidos com base no Inquérito às Despesas e Rendimentos das Famílias realizado entre Outubro de 2001 e Outubro de 2002.(a) mês n/mês n-1; (b) mês n/mês n do ano anterior; (c) últimos 12 meses/12 meses anteriores.

Page 13: Anuário Negócios & Afinidades - 2010/11

Indicadores macroeconómicos

Anuário Negócios & Afinidades_2010/11 11

Dívida Pública, 2002-2009Em milhões de CVE; Conversão 1 EUR = 110,265 CVE

2002 2003 2004 2005 2006 2007 2008 2009Est.

DÍVIDA EXTERNA TOTAL 40.373,0 42.449,0 42.591,0 45.107,0 47.535,0 48.664,0 51.880,0 58.210,0 Credores Multilaterais 30.328,0 32.609,0 33.771,0 36.210,0 38.171,0 40.391,0 42.248,0 46.185,0 Credores Bilaterais 10.045,0 9.840,0 8.820,0 8.897,0 9.364,0 8.273,0 9.632,0 12.026,0 Governo 5.072,0 4.959,0 4.623,0 5.383,0 6.444,0 5.608,0 7.375,0 9.846,0 Outros 4.973,0 4.881,0 4.197,0 3.515,0 2.920,0 2.665,0 2.257,0 2.179,0DÍVIDA INTERNA TOTAL 33.229,0 34.627,0 35.980,0 39.309,0 40.311,0 38.991,0 36.492,0 38.519,0 da qual: Bilhetes de Tesouro 5.713,0 5.594,0 6.462,0 7.162,0 7.351,0 4.285,0 3.005,0 1.730,0 Obrigações do Tesouro 15.321,0 15.330,0 17.199,0 19.897,0 20.578,0 21.207,0 20.182,0 23.870,0 Sector Bancário 16.546,0 17.097,0 17.488,0 20.044,0 19.543,0 16.082,0 13.421,0 14.379,0 Sector Não-Bancário 5.933,0 6.342,0 7.304,0 7.877,0 9.379,0 11.520,0 11.682,0 12.752,0 TCMF1 10.750,0 11.189,0 11.189,0 11.389,0 11.389,0 11.389,0 11.389,0 11.389,0

(em % do PIB) Dívida externa total 55,8 53,7 52,3 51,0 45,4 45,4 44,9 46,7 Dívida interna total (esc. TCMF) 31,1 29,7 30,4 31,6 27,6 25,7 21,7 21,7 TCMF 14,9 14,2 13,7 12,9 10,9 10,6 9,8 9,1 Dívida interna total (inc. TCMF) 46,0 43,8 44,1 44,5 38,5 36,4 31,6 30,9

(em % das exportações de bens e serviços) Dívida externa total 170,5 170,2 162,1 141,5 113,3 105,9 97,2 121,3 Serviços da dívida de médio e longo prazo 9,9 8,3 9,1 8,0 5,9 5,1 4,1 6,0

Fontes: Banco de Cabo Verde (www.bcv.cv), Ministério das Finanças Cabo Verde (www.minfin.cv), Fundo Monetário Internacional e cálculos do Banco de Portugal (www.bportugal.pt).1Títulos Consolidados de Mobilização Financeira

Page 14: Anuário Negócios & Afinidades - 2010/11

Indicadores macroeconómicos

12 Câmara de Comércio, Indústria e Turismo Portugal Cabo Verde

Balança de pagamentos, 2005-2010Em milhões de CVE; Conversão: 1 EUR = 110,265 CVE

Fontes: Banco de Cabo Verde (www.bcv.cv), Fundo Monetário Internacional e cálculos do Banco de Portugal (www.bportugal.pt).1Inclui vendas de combustível a navios e reexportações; 2Fundo estabelecido off-shore para suporte à conversão à dívida interna;3Acordo de Cooperação Cambial entre Cabo Verde e Portugal; 4Necessidade (-) ou capacidade (+) de financiamento; 5Activos Externos Líquidos do BCV e importações de bens e serviços do ano.

2006 2007 2008 2009 2010Proj. Est. Proj. Est.

1. CONTA CORRENTE -7.214,0 -15.787,0 -15.154,0 -17.540,0 -12.303,0 -29.213.0 -2.085.0 Balança comercial -40.694,0 -53.243,0 -53.741,0 -53.813,0 -49.939,0 -59.335.0 -11.689.0 Exportações (FOB)1 8.429,0 6.545,0 8.643,0 6.489,0 7.144,0 8.812.0 2.233.0 Importações (FOB) -49.123,0 -59.788,0 -62.384,0 -60.302,0 57.083,0 -68.147.0 -13.922.0 Balança de serviços (líq.) 11.612,0 15.762,0 18.427,0 17.017,0 14.294,0 8.792.0 5.085.0 Exportações 33.534,0 39.386,0 44.724,0 41.490,0 39.225,0 40.989.0 10.216.0 dos quais: Transportes 10.838,0 10.177,0 13.120,0 -,0 11.083,0 -.0 3.215.0 Turismo 17.495,0 23.495,0, 25.334,0 21.888,0 21.250,0 22.081.0 5.515.0 Importações -21.922,0 -23.624,0 -26.298,0 -24.472,0 -24.931,0 -32.197.0 -5.131.0 dos quais: Transportes -11.175,0 -10.555,0 -11.552,0 -,0 -9.973,0 -.0 -2.157.0 Turismo -4.141,0 -4.949,0 -6.041,0 -,0 -5.236,0 -.0 -1.101.0 Balança de rendimentos (líq.) -3.515,0 -2.530,0 -3.545,0 -5.795,0 -4112,0 -5.911.0 -482.0 Exportações 1.675,0 2.153,0 2.047,0 -,0 1776,0 1.689.0 174.0 dos quais:

Juros extraord. das contribuições p/ TF2 0,0 0,0 0,0 0,0 0,0 -.0 0.0Rendimento do TF2 (ano anterior) 344,0 384,0 398,0 467,0 467,0 517.0 0.0

Importações -5.190,0 -4.683,0 -5.592,0 -,0 -5.888,0 -7.601.0 -656.0 dos quais:

Juros da dívida pública programados -522,0 -519,0 -525,0 -578,0 -398,0 -498.0 -143.0 Transferências correntes2 25.383,0 24.224,0 23.705,0 25.050,0 27.454,0 27.241.0 5.000.0 Transferências oficiais 4.184,0 5.454,0 7.839,0 8.476,0 9.503,0 8.528.0 1.700.0 Transferências privadas 21.199,0 18.770,0 15.866,0 16.574,0 17.951,0 18.713.0 3.300.0 das quais: Remessas de emigrantes 10.887,0 10.159,0 10.424,0 11.166,0 10.236,0 10.299.0 2.535.02. CONTA DE CAPITAL E DE OPERAÇÕES FINANCEIRAS

13.015,0 22.735,0 25.340,0 15.991,0 17.798,0 31.616.0 4.393.0

Conta de Capital 1.540,0 2.148,0 2.084,0 2.501,0 2.203,0 6.697.0 501.0 Transferências de capital 1.540,0 2.148,0 2.084,0 2.501,0 2.203,0 6.697.0 501.0 das quais:

Perdão de dívida 0,0 28,0 0,0 -,0 0,0 0.0 0.0Donativos para o TF2 0,0 0,0 0,0 -,0 0,0 0.0 0.0

Contas de Operações Financeiras 11.476,0 20.587,0 23.257,0 13.490,0 15.595,0 24.919.0 3.893.0 Investimento directo 11.484,0 15.310,0 15.668,0 7.893,0 9.492,0 9.400.0 1.767.0 do qual:

Receita de privatizações para o TF2 0,0 0,0 0,0 -,0 0,0 -.0 0.0 Investimento de carteira 13,0 290,0 10,0 500,0 451,0 451.0 0.0 Outras operações -22,0 4.987,0 7.579,0 5.097,0 5.652,0 15.068.0 2.125.0

das quais: Desembolso de empréstimos ao SPA 4.240,0 4.146,0 4.299,0 4.866,0 7.388,0 18.522.0 1.955.0Desembolsos para o TF2 0,0 0,0 0,0 -,0 0,0 -.0 0.0Amortizações programadas -1.974,0 -1.820,0 -1.655,0 -2.288,0 -1.945,0 -2.030.0 -249.0Alimentação do TF2 0,0 0,0 0,0 -,0 0,0 -.0 0.0

3. ERROS E OMISSÕES -758,0 172,0 -8.285,0 0,0 -6.804,0 0.0 -436.04. BALANÇA GLOBAL: (1) + (2) + (3) 5.044,0 7.120,0 -1.901,0 -1.549,0 -1.308,0 2.403.0 1.873.05. FINANCIAMENTO -5.044,0 -7.120,0 -1.901,0 1.549,0 1.308,0 -2.403.0 -1.873.0 Variação das reservas oficiais (aumento: - ) -5.044,0 -7.120,0 -2.262,0 1.549,0 444,0 -2.403.0 -1.873.0 Financiamento excepcional 0,0 0,0 361,0 0,0 864,0 0.0 0.0

do qual: Saques sobre a facilidade do ACC3 0,0 0,0 0,0 0,0 0,0 0.0 0.0

Reembolso programado da Facilidade do ACC

0,0 0,0 0,0 0,0 0,0 0.0 0.0

Variação de atrasos (aumento: +) 0,0 0,0 361,0 0,0 864,0 0.0 0.06. DIFERENCIAL DE FINANCIAMENTO4: (4) + (5)

0,0 0,0 0,0 0,0 0,0 0.0 0.0

Pro memória: Conta Corrente (em percentagem do PIB) 7,46,9 -14,7 -13,1 -14,1 -9,9 -21,8 --.0 Conta Corrente de Capital (em percentagem do PIB) -5,8 -12,7 -11,3 -12,1 -8,1 -16,8 --.0 Reservas oficiais (em meses de importações)5 3,6 4,1 4,2 4,2 4,5 3,9 3,9

Page 15: Anuário Negócios & Afinidades - 2010/11

Indicadores macroeconómicos

Anuário Negócios & Afinidades_2010/11 13

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Page 16: Anuário Negócios & Afinidades - 2010/11

Indicadores macroeconómicos

14 Câmara de Comércio, Indústria e Turismo Portugal Cabo Verde

Operações financeiras do Estado, 2007-2010Em milhões de CVE; Conversão: 1 EUR = 110,265 CVE

2007 2008 2009 2010Orç. Est. g.e.a(%) Orç. Est. g.e.a(%)

1. RECEITAS TOTAIS 34.583 38.749 43.810 36.588 83,5 43.487 7.994 18,4 1.1. Receitas orçamentais 29.219 32.514 36.439 29.738 81,6 34.892 7.701 20,3 1.1.1. Receitas correntes 28.908 32.421 36.239 29.533 81,5 34.718 7.057 20,3 Receitas não-tributárias 2.688 2.835 5.936 3.857 65 0 5.079 765 15,1 Receitas tributárias 26.220 29.586 30.302 25.676 84,7 29.639 6.291 21,2 Impostos sobre o rendimento 7.655 8.526 8.900 8.059 90,6 9.067 2.317 25,6 Impostos sobre a despesa 18.564 21.060 21.402 17.616 82,3 20.572 3.974 19,3 dos quais: IVA 9.917 11.723 12.812 9.747 76,1 11.711 2.327 19,9 1.1.2. Receitas de capital 311 93 200 205 102,6 174 14 8,1 1.2. Donativos 5.312 5.740 7.372 6.850 92,9 8.594 924 10,7 1.3. Transferências de empresas públicasb 52 494 0 0 -- 0 0 --2. DESPESAS TOTAISc 37.200 41.769 56.981 44.629 78,3 62.336 8.761 14,1 2.1.Despesas correntesd 23.237 25.166 31.013 26.805 86,4 30.898 5.925 19,2 Salários e ordenados 10.903 11.329 13.581 12.179 89,7 14.673 3.048 20,8 Bens e serviços 2.155 2.312 3.083 2.344 76,0 3.169 427 13,5 Subsídios e transferências 5.718 7.122 8.056 7.547 93,7 7.946 1.680 21,1 dos quais: Combustíveise 429 360 360 360 -- 0 0 -- Bolsas de estudo 356 375 457 388 -- 457 83 -- Juros da dívida 1.880 1.845 2.292 1.854 80,9 2.512 465 18,5 Interna 1.360 1.317 1.570 1.262 80,4 1.727 294 17,0 Externa 520 528 722 592 82,0 784 170 21,7 Outras despesas 2.581 2.557 4.001 2.489 62,2 2.598 138 5,3 2.2. Despesas de investimento 13.963 16.604 25.968 17.823 68,6 31.438 2.836 9,03. SALDO CORRENTE: (1.1.1) - (2.1) 5.671 7.256 5.225 2.728 -- 3.821 1.132 --4. SALDO CORRENTE ALARGADO: (1.1) - (2.1) 5.982 7.349 5.426 2.933 -- 3.995 1.146 --5. SALDO GLOBAL S/ Donativos: (1) - (2) - (2.1) -7.929 -8.761 -20.542 -14.890 -- -27.443 -1.690 --6. SALDO GLOBAL: (1) - (2) -2.617 -3.021 -13.170 -8.041 -- -18.849 -766 -- (base compromisso)7. VARIAÇÃO DE ATRASOS 0 0 0 12 -- 0 42 -- 7.1. Externos 0 0 0 0 -- 0 0 -- 7.2. Internos 0 0 0 12 -- 0 42 --8. ALÍVIO DA DÍVIDA 0 0 0 0 -- 0 0 --9. SALDO GLOBAL: (6) + (7) + (8) -2.617 -3.020 -13.170 -8.029 -- -18.849 -724 -- (base caixa)10. FINANCIAMENTO 2.617 3.021 13.170 8.029 -- 18.849 1.364 -- 10.1. Interno (líq.) -101 -225 6.414 1.727 -- 371 -740 -- do qual: Sistema bancário -6.529 -1.552 1.649 1.212 -- 2.204 -799 -- Privatizações 2.141 30 0 0 -- 0 0 -- Concessão de Emp. a EP 0 0 -2.282 -860 -3.511 0 -- 10.2. Externo (líq.) 2.717 3.246 6.756 6.301 -- 18.479 2.104 -- Desembolsos 4.536 5.152 8.884 8.248 -- 20.592 2.514 -- Amortizações -1.819 -1.906 -2.127 -1.947 -- -2.114 -409 --11. DIF. FINANC./DISCREPÂNCIA: (9) + (10)f 0 0 0 0 -- 0 639 --

Fontes: Banco de Cabo Verde (www.bcv.cv), Ministério das Finanças de Cabo Verde (www.minfin.cv), Fundo Monetário Internacional e cálculos do Banco de Portugal (www.bportugal.pt).aGrau de execução face ao orçamento em %; bParcela das despesas de investimento que cabe às empresas públicas suportar (trata-se normalmente de financiar infra-estruturas ligadas à actividade dessas mesmas empresas); cInclui despesas relativas a atrasados identificados pelo FMI nas suas missões e despesas não discriminadas; dInclui valores a regularizar em 2008 e 2009; eIndemnizações compensatórias às empresas importadoras de combustíveis; fNecessidade (-) ou capacidade (+) de financiamento.

Page 17: Anuário Negócios & Afinidades - 2010/11

Indicadores macroeconómicos

Anuário Negócios & Afinidades_2010/11 15

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Page 18: Anuário Negócios & Afinidades - 2010/11

Indicadores macroeconómicos

16 Câmara de Comércio, Indústria e Turismo Portugal Cabo Verde

Taxas de Juro, 2006-2010 Taxas de Juros médias praticadas nas Operações Bancárias

Dez-061 Dez-07 Dez-08 Dez-09 Abr-10CRÉDITO (Taxas activas)

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De 7 a 30 dias 8,530 12,840 11,590 12,990De 31 a 90 dias 9,640 9,790 11,800 12,090De 91 a 180 dias 10,510 10,780 10,170 11,260De 181 a 1 ano 8,140 9,830 9,330 9,300De 1 a 2 anos 12,430 11,810 11,820 10,690De 2 a 5 anos 12,290 12,030 11,150 10,840De 5 a 10 anos 11,350 10,710 10,270 10,200Superior a 10 anos 10,920 10,770 10,430 10,120Descoberto 15,340 16,040 15,380 14,950

DEPóSITOS (Taxas passivas)

ResidentesDe 7 a 30 dias 4,280 4,100 3,060 3,010De 31 a 90 dias 3,150 3,050 2,830 3,400De 91 a 180 dias 3,810 3,690 3,850 4,260De 181 a 1 ano 4,280 4,160 4,150 4,140De 1 a 2 anos 4,290 4,170 4,190 4,470

Não ResidentesDe 7 a 30 dias 2,860 2,250 2,210 1,620De 31 a 90 dias 3,360 3,560 3,810 1,810De 91 a 180 dias 3,630 3,990 3,990 3,520De 181 a 1 ano 4,120 4,310 4,190 3,960De 1 a 2 anos 4,230 4,080 4,140 4,590

EmigrantesDe 7 a 30 dias 3,280 3,700 3,420 3,490De 31 a 90 dias 3,480 3,410 3,430 3,480De 91 a 180 dias 4,140 4,200 4,130 4,080De 181 a 1 ano 4,560 4,330 4,320 3,710De 1 a 2 anos 4,530 4,360 4,250 4,440

TAXAS DE REFERêNCIAInstrumentos do BCV

Redesconto 8,500 8,500 7,500 7,500 7,50Cedência de liquidez 7,500 7,500 8,250 8,250 8,25Absorção de liquidez 1,000 1,000 2,750 2,750 2,75

Bilhetes do Tesouro90 dias 3,000 - 3,404 3,594 3,94182 dias 2,998 3,492 - - -364 dias 3,063 3,492 - - -

Pro memória: -Inflação (taxa var. homóloga no mês)

5,810 3,970 6,690 -0,370 2,15

Dez-09CRÉDITO (Taxas activas)RESIDENTESDescobertos não autorizado 17,75%PARTICULARESDe 31 a 90 dias 12,63%De 91 a 180 dias 12,88%De 181 dias a 365 dias 13,00%De 1 a 2 anos 13,25%De 2 a 5 anos (financiamento p/ contrato) 13,50%Habitação Própria 10,94%Habitação Rendimento 12,06%Crédito Universitário 12,00%Adiantamento de Vencimentos 12,75%EMPRESASDe 31 a 90 dias 11,31%De 91 a 180 dias 11,51%De 181 dias a 365 dias 11,88%De 1 a 2 anos 12,50%De 2 a 5 anos (financiamento p/ contrato)

11,25%

Contas Correntes Caucionadas (6 meses) 11,50%EMIGRANTESCrédito Poupança Emigrante 11,00%DEPóSITOS (Taxas passivas)DEPóSITOS A ORDEMConta Caderneta 0,75%DEPóSITOS A PRAzO (MN)De 31 a 90 dias 2,74%De 91 a 180 dias 3,83%De 181 dias a 364 dias 4,25%365 dias ou mais 4,58%Depósito Poupança Jovem (MN) 4,58%Conta Poupança Habitação(1 ano) 4,00%DEPóSITOS A PRAzO (MN)De 31 a 90 dias 3,28%De 91 a 180 dias 4,14%De 181 dias a 364 dias 4,56%365 dias ou mais 4,83%CONTA POUPANÇADe 181 dias a 1 ano 4,58%365 dias ou mais 4,25%

Fontes: Banco de Cabo Verde (www.bcv.cv) e cálculos do Banco de Portugal (www.bportugal.pt).Nota: As taxas activas e passivas apresentadas dizem respeito às taxas de juro efectivas, resultantes do cálculo das taxas médias ponderadas pelos montantes dos créditos/ /aplicações relativos às operações activas/passivas praticadas para os residentes, não residentes e emigrantes.

1A partir de Junho de 2006 são apresentados os valores das taxas de juro efectivas, resultantes do cálculo das taxas médias ponderadas pelos montantes dos créditos/ /aplicações relativos às operações activas/passivas praticadas para os residentes, não residentes e emigrantes.

Page 19: Anuário Negócios & Afinidades - 2010/11

Indicadores macroeconómicos

Anuário Negócios & Afinidades_2010/11 17

Cabo Verde: Ficha ResumidaUnid: milhões euros

2006 2007 2008 2009Agricultura/PIB 4,8% 5,1% 5,0% 8,5%Construção/PIB 9,2% 9,8% 11,0% 9,2%Indústria e Energia/PIB 7,0% 7,0% 6,7% 7,9%Pescas/PIB 0,8% 0,5% 0,5% 0,0%Serviços1/PIB 52,3% 49,9% 47,3% 55,3%Turismo/PIB 18,3% 20,7% 19,4% 18,0%PIB per Capita (Eur) 2.000,0 0 2.140,0 0 2.310,0 0 2.485,0 0Remessas Emigrantes 98,2% 92,1% 94,5% 92,5%Exportações 16,5% 14,0% 21,9% 25,1%Importações 431,5% 545,2% 564,5% 509,9%Investimento 362,5% 451,8% 445,0% 396,0%Investimento Estrangeiro - 98,3 % 143,1% 85,9%Inflação 5,4% 5,6% 6,8% 1,0%Taxa de Desemprego 18,3% 22,2% 20,0% 20,0%

Fonte: Relatório Banco de Cabo Verde (www.bcv.cv)1Serviços excluindo os serviços bancários intermédiários.

Page 20: Anuário Negócios & Afinidades - 2010/11

Comércio Externo

18 Câmara de Comércio, Indústria e Turismo Portugal Cabo Verde

Importações de Cabo VerdeEm CVE; Conversão 1 EUR = 110,265 CVE

(cont.)PAÍS VALOR %Guiné-Bissau 14.810.772 0,0%Federação da Rússia 14.106.271 0,0%Dinamarca 12.858.691 0,0%Timor Leste 11.984.545 0,0%Suíça 9.165.580 0,0%Singapura 8.447.013 0,0%Malásia 8.204.534 0,0%Taiwan (província chinesa) 6.576.682 0,0%República da Coreia 5.616.551 0,0%Emirados Árabes Unidos 5.232.964 0,0%Ilha Norfolk 4.983.247 0,0%Guiné-Conakry 4.697.520 0,0%Síria, República Árabe 4.244.490 0,0%Mali 3.017.333 0,0%Chile 2.739.534 0,0%Indonésia 2.072.618 0,0%Hong-Kong 1.767.176 0,0%Angola 1.549.916 0,0%Chipre 1.215.072 0,0%Luxemburgo 1.208.393 0,0%Cuba 1.205.128 0,0%República Tcheca 1.124.862 0,0%Arábia Saudita 1.058.011 0,0%Filândia 1.014.964 0,0%Noruega 915.810 0,0%Trindade e Tobago 813.674 0,0%Áustria 774.766 0,0%Serra Leoa 606.039 0,0%Lituânia 475.518 0,0%Porto Rico 318.599 0,0%Moçambique 279.111 0,0%Andorra 120.000 0,0%Bulgária 97.057 0,0%Eslováquia 95.740 0,0%Ilhas Salomão 58.550 0,0%

Por Origem, em 2009 (CIF)PAÍS VALOR %Portugal 27.168.661.272 48,3%Países Baixos 9.412.164.391 16,7%Espanha 5.526.553.472 9,8%Brasil 2.507.901.446 4,5%Itália 1.737.810.287 3,1%Alemanha 1.280.650.456 2,3%França 1.088.398.303 1,9%Uruguai 879.609.724 1,6%Tailândia 838.766.379 1,5%Senegal 690.846.380 1,2%China 643.764.561 1,1%Indeterminado 615.389.867 1,1%Estados Unidos 583.119.819 1,0%Bélgica 503.904.267 0,9%Japão 324.894.651 0,6%Benin 273.935.499 0,5%Reino Unido 270.419.481 0,5%Vietname 237.121.338 0,4%Marrocos 225.439.767 0,4%Canadá 218.788.182 0,4%Costa do Marfim 180.016.799 0,3%Turquia 172.082.401 0,3%Argentina 154.303.530 0,3%Suécia 91.335.280 0,2%Egipto 62.863.351 0,1%Israel 54.267.620 0,1%Guiné Equatorial 53.699.045 0,1%África do Sul 52.074.813 0,1%Ghana 51.336.372 0,1%Congo (Brazzaville) 42.842.298 0,1%República Dominicana 37.963.986 0,1%Perú 32.479.508 0,1%Bolívia 31.782.459 0,1%Líbano 19.585.622 0,0%Índia 14.971.381 0,0%

Fonte: Direcção Geral de Alfândegas de Cabo Verde (www.alfandegas.cv)

TOTAL 56.213.200.720 100,0%

Page 21: Anuário Negócios & Afinidades - 2010/11

Comércio Externo

Anuário Negócios & Afinidades_2010/11 19

UMA FORTE TRADIÇÃO NO MERCADO

MARÍTIMO-PORTUÁRIO

PROGRAMAMOS E EXECUTAMOS O TRANSPORTE DE MERCADORIAS DE E PARA QUALQUER PARTE DO MUNDOAgente Geral em Portugal:

Portline – Transportes Marítimos Internacionais, S.A. (Portugal)

Serviço regular de contentores e material rolante MADEIRA LINE – Lisboa/Leixões/Caniçal (2 navios semanais) GUIVER – Portugal/Cabo Verde e Guiné-Bissau (2 navios por mês) BRAVER – Brasil/Cabo Verde (1 navio mensal) Armazém próprio em Camarate Consolidação/desconsolidação de contentores para qualquer destino

MOL Lines/ Mitsui Bulk and Car Carriers (Japão)

Serviço regular semanal de contentores de/para: Extremo Oriente, Médio Oriente, Austrália, Nova Zelândia e USA Serviço regular quinzenal de contentores de/para: África do Sul e Moçambique Car Carriers Serviço de Transporte de Viaturas

Jumbo Navigation (Holanda) Heavy Lifts de e para todo o mundo Transporte de cargas de Projecto de e para todo o mundo

Atlantska Plovidba (Croácia) Heavy Lifts/Tramping de e para todo o mundo

Copenship, AS (Dinamarca) Serviço regular convencional Portugal/Moçambique e África Oriental

MTL (Alemanha) Serviço Intra-comunitário para transporte de lotes de carga homogénea a granel e convencional Portos Europeus

Eurocondal (Espanha) Serviço de carga convencional e contentores para Malabo, Bata e Douala

UAL (Holanda) Serviço de carga convencional e contentores para Angola e África Ocidental

Atendimento e Assistência a Navios de Comércio e de Recreio: atendemos anualmente cerca de 450 navios através de um serviço permanente 24 horas por dia, 7 dias por semana.

LISBOA - Av. Infante D. Henrique, nº. 332, 3º andar, 1800-224 - Lisboa - Tlf.: 218391880 Fax: 218595224 /218595228 E-mail: [email protected]

LEIXÕES - Edifício Hermes - Rua Antero de Quental, 221 - Sala 301 - 4455-586 - Perafita - Tlf.: 229388749/ 50 / 51 / 52 Fax: 229388754

E-mail: [email protected]

AVEIRO – Av. José Estévão, Edifício Porto Azul nº 318 – R/C – Dtº.- 3834-908 – Gafanha da Nazaré - Tlf.: 234390810 Fax: 234390811 E-mail: [email protected] 

SETÚBAL - R. Trabalhadores do Mar, 16 - 1º L - 2900-650 - Setúbal - Tlf.: 265534312 Fax: 265522404

E-mail: [email protected]

SINES - R. Vasco da Gama, 5 r/c - 7520-243 - Sines - Tlf.: 269634382/3 Fax: 269632691 E-mail: [email protected]

FUNCHAL - Caminho do Poço Barral, nº 150/152 – 9020-292 - Funchal - Tlf.: 291215440 Fax: 291229737

E-mail: [email protected]

PRAIA – CABO VERDE - Av. Andrade Corvo, nº 45-A - C.P. 114-C - Fazenda - Praia - República de Cabo Verde

Tlf.: +238 2615515 Fax: +238 2615516 E-mail: [email protected]

SÃO VICENTE – CABO VERDE - Av. Baltazar Lopes da Silva – Prédio Fonseca Santos - São Vicente - República de Cabo Verde

Tlf.: +238 2310168 Fax: +238 2310169 E-mail: [email protected]

AGENAVEG - Rua Capitão Quinhones nº 4 - C.P.590 - Bissau - República da Guiné-Bissau

Tlf./Fax: +245 3207323 E-mail: [email protected]

(Sistema de qualidade das sucursais de Cabo Verde ainda não certificado)

Page 22: Anuário Negócios & Afinidades - 2010/11

Comércio Externo

20 Câmara de Comércio, Indústria e Turismo Portugal Cabo Verde

Por Produto, em 2009 (CIF)PRODUTO VALOR % Gasóleo 3.606.103.781 6,4% Ferro, aço 2.473.346.976 4,4% Arroz 2.440.829.821 4,3% Cimento 2.355.317.026 4,2% Plástico e suas obras 1.915.621.283 3,4% Tractores e veículos p/transporte de carga 1.523.513.649 2,7% Fuel-oil 1.420.516.695 2,5% Automóveis para transporte de pessoas 1.342.448.286 2,4% Artefactos diversos para usos eléctricos 1.290.506.898 2,3% Óleos alimentares 1.282.648.967 2,3% Artefactos de escritórios 1.279.175.679 2,3% Móveis 1.030.126.963 1,8% Leite em pó 1.016.781.460 1,8% Art. cerâmicos e art. higiénicos de ferro ou aço 971.118.993 1,7% Cerveja 878.281.302 1,6% Medicamentos 872.072.727 1,6% Açúcar 797.428.966 1,4% Máquinas para construção 759.538.978 1,4% Carne e miudezas de aves (exc. em conservas) 716.580.081 1,3% Gás propano, butano e natural 708.350.616 1,3% Preparados alimentares n.e. 656.844.680 1,2% Meios de transporte n.e. 656.028.011 1,2% Máquinas e aparelhos eléctricos 653.060.656 1,2% Frutas 635.025.427 1,1% Papel e suas obras (exc. material de imprensa) 632.737.604 1,1% Motores para meios de transporte 581.778.558 1,0% Preparados e conservas, de carne 575.081.746 1,0% Madeira e seus derivados 533.572.771 0,9% Máquinas de transporte 485.680.412 0,9% Bebidas n.e. 467.824.927 0,8% Máquinas industriais 467.471.207 0.8% Artefactos n.e., de tecidos 464.236.411 0,8% Instrumentos de telecomunicações 463.225.977 0,8% Máquinas n.e. 456.849.123 0,8% Alumínio 454.825.564 0,8% Leite não concentrado 444.248.619 0,8% Massas alimentícias e outros prep. de cereais 421.250.324 0,7% Autocarros 407.465.645 0,7% Vinho 399.615.698 0,7% Bombas e geradores 393.951.874 0,7% Sumos de frutas 383.208.798 0,7% Gasolina super 378.258.192 0,7% Preparados n.e., de legumes 363.268.958 0,6% Trigo em grão 348.134.542 0,6% Legumes secos 337.423.260 0,6% Perfumarias e outros cosméticos 330.531.037 0,6% Aparelhos de som e de imagem 325.783.124 0,6% Preparados para sopas e caldos 324.850.403 0,6% Yogurtes e outros lacticínios 324.203.005 0,6% Produtos de moagem 320.423.114 0,6% Barcos 319.243.758 0,6% Milho 301.423.661 0,5% Óleos lubrificantes 288.045.824 0,5% Carne bovina e suína (exc. em conservas) 280.018.962 0,5% Obras de madeira (exc. móveis) 264.389.915 0,5% Partes e acessórios para veículos automóveis 256.918.625 0,5% Batata comum 251.400.814 0,4% Queijo 237.517.497 0,4% Aparelhos electromecânicos de uso doméstico 222.763.755 0,4% Resíduos e preparados p/alimentação de animais 217.326.097 0,4% Material para construção 215.784.109 0,4% Televisores 213.055.507 0,4% Congelados (exc. para usos domésticos) 207.994.676 0,4% Cigarros 189.808.136 0,3% Vestuários e acessórios (exc. de malha) 185.924.945 0,3% Asfalto, betume 184.937.862 0,3% Peixe, crustáceos e moluscos 181.655.701 0,3% Produtos químicos inorgânicos 178.065.774 0,3%

TOTAL 56 213 200 720 100,0%

(cont.)PRODUTO VALOR % Aparelhos de uso doméstico, não eléctricos 176.077.429 Detergentes 174.884.888 0,3% Aparelhos terapêuticos 163.732.671 0,3% Calçado 160.888.537 0,3% Ferragens, guarnições 160.232.785 0,3% Candeeiros e lustres eléctricos 159.532.042 0,3% Confeitarias 145.080.117 0,3% Sabão 141.298.402 0,3% Artigos n.e. para imprensa 139.013.499 0,2% Tintas, vernizes 138.851.921 0,2% Ferramentas manuais 130.103.987 0,2% Pregos, parafusos 125.189.193 0,2% Alimentos de crianças 121.955.056 0,2% Café em grão 116.864.048 0,2% Concentrados de tomates 116.247.342 0,2% Cebola, alho e outros prod. hortícolas aliáceos 114.936.939 0,2% Peças e acessórios para aviões 113.071.288 0,2% Artefactos de malha confeccionados 111.635.614 0,2% Livros, jornais e revistas 105.186.070 0,2% Ferramentas n.e 103.896.842 0,2% Whisky 97.369.762 0,2% Leite condensado 95.756.881 0,2% Máquinas de lavar roupa 81.636.371 0,1% Pneus para automóveis 80.918.557 0,1% Artefactos de recreio 78.537.008 0,1% Chocolates 76.146.035 0,1% Telhas, tijolos 75.932.981 0,1% Papel de imprensa 66.106.544 0,1% Tabaco não manufacturado 63.388.508 0,1% Leveduras 62.277.057 0,1% Tecidos n.e 60.519.405 0,1% Produtos químicos orgânicos 53.884.769 0,1% Couve, alface, cenoura e nabo 50.622.854 0,1% Artigos de vidro para serviço de mesa 47.823.468 0,1% Preparados e conservas, de peixe 46.037.374 0,1% Pneus para camiões 45.949.663 0,1% Manteiga 45.879.512 0,1% Louça sanitária 43.254.418 0,1% Adubos 41.876.169 0,1% Brinquedos 35.081.130 0,1% Batata semente 33.110.849 0,1% Material de escrever 32.322.236 0,1% Tapetes e outros revestimentos, de mat. têxteis 28.090.860 0,0% Tecidos sintéticos 26.137.585 0,0% Aparelhos electrotérmicos de uso doméstico 24.767.891 0,0%Tecidos de algodão 21.710.204 0,0%Pilhas eléctricas 21.202.519 0,0%Doces e geleias 20.375.982 0,0%Fósforos 18.560.298 0,0%Tomates 18.230.369 0,0%Pára-brisas e retrovisores 17.856.954 0,0%Sementes e frutos para sementeira 15.088.270 0,0%Rádios 14.032.304 0,0%Aparelhos de fotografia e cinematografia 12.324.951 0,0%Café transformado 12.231.727 0,0%Máquinas agrícolas 8.362.496 0,0%Relógios 7.179.816 0,0%Vidros 4.582.467 0,0%Peças para motociclos 4.362.442 0,0%Câmaras-de-ar 3.749.229 0,0%Joalharia 3.642.428 0,0%Máquinas de lavar loiça 2.570.348 0,0%Seda e lã 1.036.770 0,0%Cereais n.e (exc. milho e arroz) 890.119 0,0%Batata doce 609.995 0,0%Tecidos de malha 278.493 0,0%Forragens 193.279 0,0%Artigos não incluídos nas rubricas anteriores 5.330.548.271 9,5%

Importações de Cabo VerdeEm CVE; Conversão 1 EUR = 110,265 CVE

Fonte: Direcção Geral de Alfândegas de Cabo Verde (www.alfandegas.cv)

Page 23: Anuário Negócios & Afinidades - 2010/11

Comércio Externo

Anuário Negócios & Afinidades_2010/11 21

Por Produto, de Portugal, em 2009 (CIF)PRODUTO VALOR % Máquinas e aparelhos mecânicos 2.935.515.206 10,8% Metais comuns e suas obras 2.706.156.565 10,0% Veículos automóveis, tractores e suas partes 2.468.650.612 9,1% Minérios 2.304.886.778 8,5% Máquinas e aparelhos eléctricos 2.158.220.927 7,9% Bebidas, líquidos alcoólicos e vinagres 1.416.392.697 5,2% Plástico e suas obras 1.289.870.113 4,7% Mercadorias e Produtos diversos 884.212.955 3,3% Produtos farmacêuticos 782.394.837 2,9% Pasta de madeira, papel e suas obras 762.369.032 2,8% Gorduras, óleos e ceras animais/vegetais 759.255.345 2,8% Cerâmica e suas obras 589.560.944 2,2% Lacticínios e outros prod. orig. animal (mel e ovos) 587.461.280 2,2% Frutas 534.380.702 2,0% Madeira, cortiça, cestaria e suas obras 515.456.942 1,9% Produtos hortícolas 502.096.202 1,8% Preparações alimentícias 483.198.898 1,8% Aparelhos de óptica, medida e médico-cirúrgicos 382.947.848 1,4% Combustíveis, óleos e ceras minerais 375.601.301 1,4% Tintas, corantes e vernizes 348.132.612 1,3% Hortícolas e plantas comestíveis 341.272.694 1,3% Derivados de cereais; Produtos de pastelaria 329.635.361 1,2% Outros produtos minerais e suas obras 325.254.392 1,2% Matérias texteis e suas obras 323.416.735 1,2% Produtos de indústrias químicas 259.713.986 1,0% Preparados de carne, peixe e crustáceos 259.294.786 1,0% Borracha e suas obras 248.993.065 0,9% Derivados e desperdícios indústria alimentar 213.700.577 0,8% Obras diversas em metal 209.933.852 0,8% Sabões, Lubrificantes e Ceras 184.246.355 0,7% Vidros e suas obras 181.711.367 0,7% Óleos e perfumaria 180.245.319 0,7%

Importações de Cabo VerdeEm CVE; Conversão 1 EUR = 110,265 CVE

Evolução de Portugal vs Total de Importações, em Valor (CIF)ANOS PORTUGAL TOTAL %2001 15.458.556.136 30.340.198.183 51,0%2002 18.292.830.079 34.863.031.634 52,5%2003 16.551.995.369 34.221.113.902 48,4%2004 16.349.638.585 38.494.652.412 42,5%2005 17.744.801.452 38.923.033.481 45,6%2006 23.868.523.149 47.502.204.121 50,2%2007 27.052.246.064 60.118.950.472 45,0%2008 31.296.233.797 62.248.629.935 50,3%2009 27.168.661.272 56.213.200.720 48,3%

Fonte: Direcção Geral de Alfândegas de Cabo Verde (www.alfandegas.cv)

(cont.)PRODUTO VALOR %Produtos químicos inorgânicos 135.415.100 0,5%Cereais n.e. 127.163.471 0,5%Produtos da indústria de moagem 124.113.533 0,5%Carnes e miudezas 109.903.216 0,4%Ferramentas e cutelaria 91.082.323 0,3%Açúcares e confeitarias 78.097.768 0,3%Produtos para fotografia e cinematografia 77.780.792 0,3%Tabaco e suas manufacturas 60.998.113 0,2%Café, chá e especiarias 56.747.984 0,2%Peixes e crustáceos 52.612.860 0,2%Produtos químicos orgânicos 48.007.270 0,2%Cacau e seus preparados 47.411.770 0,2%Calçado e semelhantes 42.720.496 0,2%Colas e enzimas 38.849.363 0,1%Embarcações e estruturas flutuantes 37.250.540 0,1%Pólvora, explosivos e matérias inflamáveis 35.483.040 0,1%Peles e suas obras 29.915.413 0,1%Adubos e fertilizantes 26.067.167 0,1%Chapéus, guarda-chuvas e semelhantes 20.788.274 0,1%Animais vivos 17.766.057 0,1%Aeronaves e suas partes 15.895.008 0,1%Artigos de relojoaria 10.797.577 0,0%Flores; Obras de cabelo 9.540.538 0,0%Sementes, grãos e frutos diversos 8.111.811 0,0%Instrumentos musicais 4.674.084 0,0%Material de transporte (diversos) 4.464.452 0,0%Pedras e metais preciosos e suas obras 4.414.532 0,0%Armas e Munições 4.207.556 0,0%Plantas e floricultura 2.333.666 0,0%Gomas, resinas e extratos vegetais 1.643.642 0,0%Objectos de arte 213.248 0,0%Outros produtos de origem vegetal 10.323 0,0%

Fonte: Direcção Geral de Alfândegas de Cabo Verde (www.alfandegas.cv)

TOTAL 27.168.661.272 100,0%

Page 24: Anuário Negócios & Afinidades - 2010/11

Comércio Externo

22 Câmara de Comércio, Indústria e Turismo Portugal Cabo Verde

Evolução de Portugal, por Categoria de Produto (CIF)

2006 2007 2008 2009Máquinas, Aparelhos 4.972.952 6.117.502 6.109.784 4.928.542Alimentares 2.961.718 3.234.072 3.482.169 3.565.121Minerais, Minérios 1.583.405 2.475.449 3.401.675 2.937.631Metais Comuns 2.023.363 2.462.217 3.355.364 2.696.382Agrícolas 1.844.733 2.004.618 2.376.211 2.607.436Químicos 1.694.773 2.022.260 2.058.648 2.300.393Veículos e Outro Mat. de Transportes 1.241.584 1.508.425 1.534.889 1.670.465Plásticos, Borracha 978.051 1.205.196 1.468.730 1.596.141Pastas Celulósicas, Papel 649.461 678.130 792.805 840.715Madeira, Cortiça 447.676 619.689 534.785 567.788Matérias Têxteis 436.649 534.785 448.779 482.498Combustíveis Minerais 198.477 212.811 392.543 482.498Vestuário 224.941 211.709 309.845 297.296Aparelhos de Óptica e Precisão 304.331 298.818 307.639 385.023Peles, Couros 131.215 153.268 130.113 185.201Calçado 97.033 149.960 115.778 84.072Outros Produtos 4.078.161 3.163.334 4.476.477 1.541.460TOTAL 23.868.523 27.052.246 31.296.233 27.168.661

Fonte: Direcção Geral de Alfândegas de Cabo Verde (www.alfandegas.cv)

Importações de Cabo VerdeEm CVE; Conversão 1 EUR = 110,265 CVE

Page 25: Anuário Negócios & Afinidades - 2010/11

Comércio Externo

Anuário Negócios & Afinidades_2010/11 23

Page 26: Anuário Negócios & Afinidades - 2010/11

Comércio Externo

24 Câmara de Comércio, Indústria e Turismo Portugal Cabo Verde

Exportações de Cabo VerdeEm CVE; Conversão 1 EUR = 110,265 CVE

Por Destino, em 2009 (valor FOB)DESTINO VALOR FOB (CVE) % VALOREspanha 1.710.104.315 61,8%Portugal 928.329.612 33,5%França 80.232.468 2,9%Estados Unidos 31.958.530 1,2%Países Baixos 13.513.819 0,5%Guiné-Bissau 1.329.135 0,0%Guiné-Conakry 1.012.233 0,0%Itália 1.011.350 0,0%Brasil 492.888 0,0%Ghana 287.000 0,0%Angola 213.304 0,0%Cambodja 11.041 0,0%

TOTAL 2.768.495.695 100,0%

Fonte: Direcção Geral de Alfândegas de Cabo Verde (www.alfandegas.cv)

Por Produto, em 2009 (valor FOB)PRODUTOS VALOR FOB (CVE) % VALOR Conservas de peixe 929.562.515 33,6% Peixes frescos e refrigerados 890.617.164 32,2% Confecções 517.243.108 18,7% Partes de calçado 307.280.843 11,1% Aguardentes e licores 60.816.370 2,2% Lagostas 34.330.171 1,2% Preparados alimentares n.e. 11.033.667 0,4% Obras n.e., de madeira 4.402.986 0,2% Móveis de madeira 2.348.430 0,1% Melaços de cana 2.082.997 0,1% Café 2.067.525 0,1% Refrigerantes 2.027.774 0,1% Calçado 1.372.358 0,0% Barbatanas de tubarões 1.262.121 0,0% Sementes oleaginosas 575.820 0,0% Matérias corantes 492.888 0,0% Água mineral 313.594 0,0% Couros e peles 287.000 0,0% Medicamentos 213.304 0,0% Tintas 165.060 0,0%TOTAL 2.768.495.695 100,0%

Fonte: Direcção Geral de Alfândegas de Cabo Verde (www.alfandegas.cv)

Evolução Exportações para Portugal vs Total Exportações (valor FOB)ANOS PORTUGAL TOTAL % 2001 1.102.643.935 1.208.409.682 91,2% 2002 1.096.132.346 1.230.556.738 89,1% 2003 828.061.922 1.161.379.896 71,3% 2004 1.032.575.159 1.332.803.819 77,5% 2005 810.087.955 1.568.244.845 51,7% 2006 903.001.655 1.816.088.478 49,7% 2007 901.801.641 1.547.130.200 58,3% 2008 979.272.211 2.410.782.119 40,6% 2009 928.329.612 2.768.495.695 33,5%

Fonte: Direcção Geral de Alfândegas de Cabo Verde (www.alfandegas.cv)

Page 27: Anuário Negócios & Afinidades - 2010/11

Comércio Externo

Anuário Negócios & Afinidades_2010/11 25

por Produto, para Portugal (2009) VALOR FOB (CVE) % Confecções 517.243.108 55,7% Calçado e partes de calçado 312.805.171 33,7% Preparados e conservas de peixe 36.287.805 3,9% Peixe, crustáceos e moluscos 28.708.595 3,1% Bebidas n.e 20.262.825 2,2% Massas alimentícias e outros prep. de cereais 10.737.162 1,2% Café em grão 2.067.525 0,2% Preparados alimentares n.e 196.801 0,0% Alimentos de crianças 20.620 0,0%TOTAL 928.329.612 100,0%

Fonte: Direcção Geral de Alfândegas de Cabo Verde (www.alfandegas.cv)

por Produto, para Portugal (2007) VALOR FOB (CVE) % Confecções 532.724.829 59,1% Calçado e partes de calçado 250.814.283 27,8% Lagostas congeladas 30.979.503 3,4% Peixes congelados 26.463.600 2,9% Aguardentes e licores 23.531.895 2,6% Tecidos de algodão 12.102.911 1,3% Conservas de peixe 9.832.220 1,1% Café torrado moído 6.897.306 0,8% Biscoitos e bolachas 5.249.824 0,6% Preparados alimentares n.e. 1.796.528 0,2% Melaço de cana 434.868 0,0% Couros e peles curtidos 427.001 0,0% Tecidos de fibras sintéticas 250.000 0,0% Medicamentos 167.878 0,0% Estampas e fotografias 100.000 0,0% Milho descascado 28.995 0,0%TOTAL 901.801.641 100,0%

Fonte: Direcção Geral de Alfândegas de Cabo Verde (www.alfandegas.cv)

Exportações de Cabo VerdeEm CVE; Conversão 1 EUR = 110,265 CVE

por Produto, para Portugal (2008) VALOR FOB (CVE) % Confecções 541.066.236 55,2% Calçado e partes de calçado 330.467.500 33,7% Lagostas 35.591.265 3,6% Aguardentes 31.113.722 3,2% Café torrado 13.941.490 1,4% Biscoitos e bolachas 11.361.011 1,2% Peixes frescos ou congelados 5.590.744 0,6% Licores 3.791.729 0,4% Melaços de cana-de açúcar 1.948.955 0,2% Livros e brochuras 1.340.365 0,1% Cervejas 1.199.132 0,1% Preparados alimentares n.e. 748.434 0,1% Móveis de madeira 569.565 0,1% Produtos de peixes ou de crustáceos 531.036 0,1% Conservas de peixe 11.027 0,0%TOTAL 979.272.211 100,0%

Fonte: Direcção Geral de Alfândegas de Cabo Verde (www.alfandegas.cv)

Page 28: Anuário Negócios & Afinidades - 2010/11

Investimento

26 Câmara de Comércio, Indústria e Turismo Portugal Cabo Verde

2006 2007 2008 2009Inv. Desinv. Inv. Desinv. Inv. Desinv. Inv. Desinv.

Actividades Financeiras 1,0 -- 10,2 0,3 17,1 1,3 1,2 0,1Act. Imob., Alugueres e Serviços Prestados às Empresas 52,8 44,0 5,5 109,7 2,5 2,9 1,5 9,7Alojamento e Restauração (Restaurantes e Similares) -- -- -- -- -- -- -- --Comércio (Grosso, Retalho), Reparação Veículos Automóveis 0,1 -- 2,2 0,2 1,8 0,2 0,7 --Construção 0,0 -- 0,4 3,5 6,1 23,0 4,5 20,1Indústrias Transformadoras 0,4 -- 0,4 0,0 0,1 -- 0,2 --Transportes, Armazenagem e Comunicações 0,1 -- 1,4 -- -- -- -- 1,5Outros 0,4 1,2 1,3 0,2 0,5 0,7 0,5 0,5TOTAL 54,7 45,2 21,3 113,9 28,1 28,1 8,5 31,8

Investimento directo de Portugal em Cabo VerdePor sectores de actividade, em milhões EUR

Fonte: Banco de Portugal (www.bportugal.pt). Estatísticas elaboradas a partir do Inquérito ao Investimento Directo de Portugal no Exterior.

2006 2007 2008 2009Inv. Desinv. Inv. Desinv. Inv. Desinv. Inv. Desinv.

Actividades Financeiras -- -- -- -- 0,1 -- 0,1 --Act. Imob., Alugueres e Serviços Prestados às Empresas 0,0 0,2 0,1 0,2 0,5 -- 0,5 0,1Alojamento e Restauração (Restaurantes e Similares) -- -- -- -- -- -- -- --Comércio (Grosso e a Retalho), Reparação Veículos Autom. -- -- -- -- -- 0,0 0,0 0,1Construção -- -- -- -- -- 0,0 0,0 --Indústrias Transformadoras -- -- 0,1 -- -- -- -- --Transportes, Armazenagem e Comunicações -- -- -- -- 0,2 -- -- --Outros -- -- 0,0 1,0 0,1 1,9 1,3 0,0TOTAL 0,0 0,2 0,2 1,2 0,9 1,9 1,9 0,2

Investimento directo de Cabo Verde em PortugalPor sectores de actividade, em milhões de EUR

Fonte: Banco de Portugal (www.bportugal.pt). Estatísticas elaboradas a partir do Inquérito ao Investimento Directo do Exterior em Portugal.

Page 29: Anuário Negócios & Afinidades - 2010/11

Anuário Negócios & Afinidades_2010/11 27

PAÍS DE RESIDêNCIA hABITUAL

SANTO ANTÃO

SÃO VICENTE

SÃO NICOLAU

SAL BOAVISTA MAIO SANTIAGO FOGO BRAVA TOTAL %

Cabo Verde Caboverdeanos 4 625,0,0,0 8 092,0,0,0 662,0,0,0 10 600 ,0 2 547 0,0 389 ,0 10 180 ,0 2 162 ,0 62, 0 39 319 ,0 11,9% Estrangeiros 871,0,0,0 618,0,0,0 117,0,0,0 123 ,0 256 0,0 0 ,0 980 ,0 837 ,0 15, 0 3 817 ,0 1,2%Estrangeiros África do Sul 10,0,0,0 46,0,0,0 4,0,0,0 35 ,0 1 0 0 ,0 79 ,0 0 ,0 0, 0 175 ,0 0,1% Alemanha 1 431,0,0,0 2 137,0,0,0 46,0,0,0 19 081 ,0 12 957 0 91 ,0 2 627 ,0 1 735 ,0 33, 0 40 138 ,0 12,2% Áustria 71,0,0,0 173,0,0,0 6,0,0,0 314 ,0 212 0 5 ,0 173 ,0 21 ,0 2, 0 977 ,0 0,3% Bélgica+Holanda 465,0,0,0 859,0,0,0 83,0,0,0 8 753 ,0 10 933 0 27 ,0 801 ,0 169 ,0 1, 0 22 091 ,0 6,7% Espanha 383,0,0,0 934,0,0,0 21,0,0,0 1 669 ,0 375 0 30 ,0 2 052 ,0 174 ,0 8, 0 5 646 ,0 1,7% Estados Unidos 76,0,0,0 441,0,0,0 9,0,0,0 922 ,0 39 0 10 ,0 2 254 ,0 181 ,0 3, 0 3 935 ,0 1,2% França 3 129,0,0,0 3 355,0,0,0 68,0,0,0 5 821 ,0 4 675 0 75 ,0 4 143 ,0 1 409 ,0 0, 0 22 675 ,0 6,9% Reino Unido 250,0,0,0 970,0,0,0 17,0,0,0 36 493 ,0 17 703 0 32 ,0 1 515 ,0 26 ,0 5, 0 57 011 ,0 17,3% Itália 392,0,0,0 651,0,0,0 36,0,0,0 24 120 ,0 16 322 0 27 ,0 951 ,0 128 ,0 1, 0 42 628 ,0 12,9% Portugal 353,0,0,0 2 867,0,0,0 44,0,0,0 18 454 ,0 8 625 0 68 ,0 20 089 ,0 107 ,0 10, 0 50 617 ,0 15,3% Suíça 141,0,0,0 330,,0,00 28,0,0,0 1 091 ,0 162 0 6 ,0 238 ,0 281 ,0 0, 0 2 277 ,0 0,7% Outros Países 587,0,0,0 1 908,0,0,0 93,0,0,0 20 529 ,0 7 669 0 24 ,0 7 670 ,0 532 ,0 1, 0 39 013 ,0 11,8%TOTAL 12 784,0,0,0 23 381,0,0,0 1 234,0,0,0 148 005, 0 82 476 0 784 ,0 53 752 ,0 7 762 ,0 141, 0 330 319 ,0 100,0%% 3,87% 7,08% 0,37% 44,81% 24,97% 0,24% 16,27% 2,35% 0,04% 100,0%

Fonte: Instituto Nacional de Estatística de Cabo Verde (www.ine.cv)

PAÍS DE RESIDêNCIA hABITUAL

hOTÉIS PENSÕES POUSADAS hOTÉIS-APARTAMENTOSALDEAMENTOS

TURÍSTICOSRESIDENCIAIS TOTAL

Cabo Verde Caboverdeanos 2,6 3,5 2,1 3,5 2,1 2,8 2,8 Estrangeiros 2,6 2,8 2,8 2,3 1,8 2,4 2,5Estrangeiros África do Sul 2,7 6,9 3,7 1,9 2,5 2,6 4,1 Alemanha 9,0 2,9 1,9 3,7 3,1 2,2 7,8 Áustria 8,8 3,3 2,0 2,3 2,0 2,6 6,0 Bélgica+Holanda 7,6 3,7 2,3 4,0 2,8 2,4 7,2 Espanha 4,5 3,2 2,2 3,9 4,9 2,3 3,9 Estados Unidos 2,3 5,0 2,5 2,3 3,0 3,0 2,6 França 6,0 3,2 1,8 3,6 2,3 2,1 4,3 Reino Unido 9,1 3,2 2,4 5,5 5,1 2,9 8,9 Itália 6,6 4,1 2,9 5,3 5,4 3,4 6,4 Portugal 4,6 3,4 2,9 6,9 5,6 3,2 4,5 Suiça 6,0 2,6 2,0 2,3 3,5 3,0 4,5 Outros Países 5,0 3,1 2,5 6,6 5,0 2,5 4,7TOTAL 6,8 3,4 2,1 4,6 3,4 2,5 5,9

Fonte: Instituto Nacional de Estatística de Cabo Verde (www.ine.cv)

Turistas entrados por ilha (2009)

Estadia média, em dias, segundo o tipo dos estabelecimentos, por país de residência habitual dos hóspedes (2009)

Turismo

Page 30: Anuário Negócios & Afinidades - 2010/11

28 Câmara de Comércio, Indústria e Turismo Portugal Cabo Verde

Estabelecimentos 2005 2006 2007 2008 2009 - Hotéis 33 35 40 40 42 - Pensões 35 46 51 51 53 - Pousadas 8 7 7 8 8 - Hotéis Apartamentos 8 9 10 12 12 - Aldeamentos 3 5 6 6 10 - Residenciais 45 40 36 41 48

TOTAL 132 142 150 158 173

Quartos 4.406 4.836 5.368 6.172 6.367

Camas 8.278 8.828 9.767 11.420 11.720

Dormidas 951.638 1.368.018 1.432.746 1.827.196 2.021.752

Capacidade de Alojamento 10.342 10.445 11.544 13.708 14.096

Pessoal ao Serviço 3.199 3.290 3.450 4.081 4.120

Infra-estruturas hoteleiras em Cabo Verde (2009)

Turismo

Fonte: Instituto Nacional de Estatística de Cabo Verde (www.ine.cv)

Page 31: Anuário Negócios & Afinidades - 2010/11

Anuário Negócios & Afinidades_2010/11 29

A DB Schenker é um dos líderes serviços de interfaces multi-modais e de mundiais em transportes e serviços valor acrescentado, bem como soluções integrados de logística no comércio integradas na cadeia de fornecimento.internacional de mercadorias, com A DB Schenker tem ao seu díspor mais de uma vasta rede de transportes terres- 2.000 filiais distribuídas por 130 países tres, aéreos, marítimos e ferroviários em todo o mundo, estamos sempre onde em todo o mundo. você precisa.Com um know-how e experiência de mais de 200 anos, garante o máximo rigor e fiabilidade no tratamento das suas transacções comerciais, apoiadas por uma equipa de 57.000 profissionais experientes e uma vasta gama de

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Cabo Verde - Soluções de Transporte

Aéreo e Marítimo

�0

�5

�2�5

�7�5

�9�5

�1�0�0

�A�n�u�n�c�i�o�_�C�a�b�o� �V�e�r�d�e�_�A�4

�q�u�a�r�t�a�-�f�e�i�r�a�,� �6� �d�e� �O�u�t�u�b�r�o� �d�e� �2�0�1�0� �1�8�:�4�4�:�4�0

Page 32: Anuário Negócios & Afinidades - 2010/11

30 Câmara de Comércio, Indústria e Turismo Portugal Cabo Verde

Missões Empresariais

[Outubro 2010]Por ocasião da 2ª edição da FICH-Feira da Construção e Habi-tação, em Cabo Verde (Praia-Santiago), a Câmara de Comércio Indústria e Turismo Portugal Cabo Verde realizou nova mis-são empresarial. Composta por 7 elementos de empresas de Materiais Eléctricos, Equipamentos ligados à construção e Semaforização e Sinalização percorreu, entre 25 de Setembro e 03 de Outubro, as ilhas de Sal, São Vicente e Santiago.Repetindo o que foi uma inovação iniciada na missão anterior (Abril 2010) a Câmara de Comércio Portugal Cabo Verde, com a colaboração das suas congéneres caboverdeanas no Mindelo e na Praia, Ordem dos Arquitectos, Ordem dos Engenheiros e do Grémio de Arquitectos (Mindelo) organizou acções de forma-ção, no Mindelo e na Praia, para a empresa HAGER (Quadros eléctricos, tomadas, interruptores), em “Instalação técnica dos equipamentos; Domótica”, para Electricistas/Instaladores, e promoveu o conhecimento e aplicação dos seus produtos a Arquitectos/Engenheiros/Comércio. No conjunto das quatro sessões (duas em cada ilha) juntaram-se cerca de 60 inte-ressados. Para além disso todas as empresas mantiveram variados contactos personalizados com entidades públicas e empresas caboverdeanas com potencial para relacionamento comercial ou eventuais parcerias.A Missão ocupou os seus últimos dias na FICH onde assis-tiu às Jornadas Técnicas e participou na Bolsa de Contactos empresariais.De uma forma geral a informação recolhida sobre os princi-pais centros de actividade económica do arquipélago foi muito positiva reconhecendo-se um mercado interessante para uma abordagem mais conclusiva e divulgação das oportunidades verificadas.

ACTIVIDADES E SERVIÇOS DA CÂMARA DE COMÉRCIO

A comitiva, como é habitual, alojou-se nos hotéis Pestana Tró-pico (www.pestana.com), na cidade da Praia (ilha de Santiago), e Oásis Atlântico (www.oasisatlantico.com) no Mindelo (São Vicente) e no Sal.

[Abril 2010]

A Câmara de Comércio Indústria e Turismo Portugal Cabo Verde realizou nova visita empresarial a Cabo Verde. Com-posta por 8 elementos de empresas de diversas áreas (Comu-nicação e Imagem, Alumínios, Madeiras e Carpintaria, Produ-tos Alimentares e Consultadoria) percorreu, entre 18 e 24 de Abril, as ilhas de Santiago, São Vicente e Sal.Saliente-se a inovação aplicada ao modelo desta missão que incluiu a apresentação em sala de um workshop sobre “Cria-ção e Gestão de Marcas” contando com a intervenção do Dr. Mário Moreira, Administrador dos Correios de Cabo Verde e mentor da Associação MARKA Cabo Verde (profissionais de marketing e publicidade) e da empresa portuguesa Brand-new (Comunicação e Imagem), integrante da missão. O evento registou mais de 50 presenças e o interesse gerado pela qua-lidade do trabalho criativo da Brandnew resultou não só em contratos imediatos mas também em reuniões com Admi-nistrações de algumas empresas para as quais apresentará propostas de trabalho.As restantes empresas visitaram, em reuniões personaliza-das, as mais conceituadas empresas congéneres de Santiago e São Vicente registando desde logo o potencial de negócio nos seus sectores.

Page 33: Anuário Negócios & Afinidades - 2010/11

Anuário Negócios & Afinidades_2010/11 31

Seminários

Investir em Cabo VerdeMantendo o ritmo de apresentações sobre “Investir em Cabo Verde” e os sectores privilegiados de investimento, a Câmara de Comércio Portugal Cabo Verde participou num “workshop” da AERLIS - Associação Empresarial da Região de Lisboa. Desta iniciativa resultou uma Missão Empresarial em Abril de 2010.Reconhecendo-se a necessidade premente de internaciona-lização das empresas portuguesas e o empenho do Governo português na intensificação da cooperação económica e empresarial com África, o mercado de Cabo Verde mostra-se adequado ao investimento das Pequenas e Médias Empresas. Tem sido esse o entendimento das associações empresariais que vêm contando com o apoio institucional e promocional da Câmara de Comércio Portugal Cabo Verde.As apresentações seguiram o figurino habitual destas acções apresentando os “números” da economia caboverdeana, os “Apoios à internacionalização”, “Aspectos jurídico-fiscais para as empresas em Cabo Verde” e uma experiência empresarial trazida pela empresa hoteleira “Oásis Atlântico”.Aceda às apresentações em www.portugalcaboverde.com

Access Africa ForumParceria de negócio EUA-Portugal-África (Angola, Cabo Verde, Moçambique)Conforme noticiado realizou-se a 16 e 17 de Junho, em Lisboa, o “Access Africa Forum” (www.accessafricaforum.com). Este evento teve por objectivo estreitar e fomentar os laços entre os Estados Unidos e os países africanos lusófonos aproveitando Portugal e as suas ligações como plataforma privilegiada para parcerias empresariais tripartidas destinadas a concretizar investimentos nestes mercados. Durante os dois dias do evento foram abordados vários temas relativos aos secto-res da actividade económica nos mercados de Angola, Cabo Verde e Moçambique, dando-os a conhecer aos empresários e instituições americanas. Para isso diversos especialistas portugueses e internacionais, dos sectores público e privado, transmitiram as suas experiências partilhando conhecimen-tos e aconselhando as empresas quanto à melhor forma de estabelecerem parcerias e sobre as estratégias a adoptar.Confirmaram-se as participações de embaixadores america-

nos acreditados em Angola, Moçambique e Cabo Verde, bem como dos embaixadores destes países em Portugal; do Minis-tro da Economia de Portugal, Vieira da Silva; dos Presidentes das Agências de Promoção do Investimento de Portugal (Basí-lio Horta), de Angola (Aguinaldo Jaime); dos responsáveis pelas Câmaras de Comércio de Angola, Cabo Verde e Moçambique; do Director do Business Council for International Understan-ding, Peter Tichansky; Mahomed Rafique, Director of the Cen-ter for Promotion and Investments e o Presidente Interino da U.S. Overseas Private Investment Corporation, Larry Spinelli, entre muitas outras personalidades de relevo.A nota dominante apontou estes tipo de novos mercados, nomeadamente em África, como essenciais para as empresas que pretendam crescer, aconselhando Portugal a apresentar--se internacionalmente não só como um mercado destino de investimento mas forçosamente como um “pivot” de parcerias triangulares para zonas onde detém um capital de influência, seja pela compreensão das Culturas envolvidas, seja pela posição privilegiada que já ocupa em termos de negócios.No que respeita a Cabo Verde a representação de oradores fez-se através da Embaixadora dos Estados Unidos no arqui-pélago, Marianne Myles, que falou de forma entusiasmada e entusiasmante, focada nas vantagens da importante Diás-pora caboverdeana, de uma Literacia elevada (75% a partir de 15 anos; 96% até aos 15 anos), da Performance Macro-Económica e da Posição Estratégica no Atlântico Norte (para o Comércio e para a Segurança Internacional); pelo Presi-dente da CI-Cabo Verde Investimentos, Rui Santos, que lem-brou a recente inclusão de Cabo Verde na OMC-Organização Mundial do Comércio e reiterou o Enquadramento Legal de Incentivo ao Investimento Externo, com ênfase nos Transpor-tes e Logística, Energia e Água, Serviços Financeiros, Tec-nologias de Informação e Comunicação, ou Saúde e do forte investimento em Infra-estruturas; pelo Embaixador de Cabo Verde em Lisboa, Arnaldo Ramos, que lembrou que Cabo Verde sempre regrediu quando não cumpriu o seu papel de encruzilhada entre as “diversas margens do Atlântico” e que mantendo essa perspectiva se tem afirmado por um exem-plar Relacionamento Político e Cooperação Internacional; pelo Vice-Presidente da Câmara de Comércio Portugal Cabo Verde, João Chantre (na foto) que explanou o importante papel que a instituição que representa tem tido na promoção dos negócios entre os dois países através dos diversos serviços que presta (missões empresariais, apresentações de empre-sas em Cabo Verde, participação em seminários, reuniões de esclarecimento, fornecimento de listagens comerciais, cria-ção de empresas, etc…) afirmando-se como especial promo-tor das condições de negócio (comércio e investimento) com Cabo Verde e apontando como “boas práticas” o recurso às instituições e o simples cumprimento da legislação vigente.

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32 Câmara de Comércio, Indústria e Turismo Portugal Cabo Verde

Câmara de Comércio e “Empreendedorismo Turístico”, na Universidade Lusófona de LisboaA Câmara de Comércio Portugal Cabo Verde falou, no pas-sado dia 17 de Maio, na Conferência “Empreendedorismo Turístico” no âmbito do curso de Turismo da Universidade Lusófona.O encontro reuniu oradores de diversos sectores que apre-sentaram aos jovens estudantes (muitos deles caboverde-anos) as diversas vertentes do negócio turístico (explora-ção e gestão hoteleira, segmentação e novos negócios no sector hoteleiro, operação turística, tecnologias de infor-mação).À Câmara de Comércio Portugal Cabo Verde coube a apresentação das actuais condições de desenvolvimento e investimento turístico em Cabo Verde apelando às par-cerias entre estudantes e empresários do ramo, não só os presentes no encontro mas também outros que pela sua dimensão se adequem à capacidade destes potenciais jovens empreendedores.

Apresentação da Bolsa de Valores de Cabo Verde/Obrigações TECNICIL “Nem só de criação de empresas se faz o investimento externo em Cabo Verde”

Reeditando a acção de Junho de 2009, a parceria tripartida entre a Câmara de Comércio Portugal Cabo Verde, Embai-xada de Cabo Verde em Portugal (www.embcv.pt) e Bolsa de Valores de Cabo Verde (www.bvc.cv) voltou a apresen-tar em Portugal, a 11 de Fevereiro de 2010, aos potenciais investidores portugueses e à comunidade caboverdeana, as oportunidades de aplicações financeiras (acções e obriga-ções) disponíveis em Cabo Verde.Da apresentação efectuada por Manuel Lima, Coordena-dor da Bolsa de Valores de Cabo Verde, ressalta o razoável número de operações de colocação de títulos já realizadas e que representam um interessante meio de diversificação de investimentos aliando apelativa rentabilidade e fiscali-dade a segurança garantida.As particularidades mencionadas revelam um quadro fis-cal apelativo:•Dividendosdeacçõesnãoestãosujeitosaimpostos;• Asmais-valiascommenosde1anosãotributadasem15%;• Asmais-valiascommaisde1anoestãoisentasdeimpostos;• Asobrigaçõessãotributadasa5%;• TítulosdeTesouronãoestãosujeitosaimpostos;• Asempresascotadastêmreduçãode50%emsedede

IUR-Imposto Único sobre Rendimentos (equivalente ao IRC), durante 3 anos;

• Jurosdasobrigaçõesdeempresascotadasembolsaecom colocação pública são tributadas apenas a 5%;

• AsunidadesdeFundosdeInvestimento,sejamelasdePensões, Capital de Risco, Mobiliárias ou Imobiliárias não estão sujeitas a imposto;

• Asoperaçõesembolsanãoestãosujeitasaimpostodeselo.

Para investir na BVC, nas diversas operações ainda em perspectiva para 2010, o proponente tem que possuir conta bancária em qualquer dos bancos caboverdeanos e, con-virá, número de contribuinte. Para os estrangeiros e não residentes existe a possibilidade, fácil, de obtenção de iden-tificação fiscal que corresponda à sua situação.Os Formulários de Subscrição/Compra/Venda de Títulos estão disponíveis no site da BVC (www.bvc.cv), nos sites dos Bancos ou na Embaixada (www.embcv.cv). Após pre-enchimento, com assinatura conforme com o registo ban-cário, poderá ser enviado por Fax ou E-mail.Em destaque, esteve a operação de subscrição de “Obriga-ções TECNICIL Imobiliária”, em apresentação pelo Presi-dente da TECNICIL SGPS, Olavo Correia, que se destinou a financiar uma opção estratégica da empresa detentora do maior empreendimento imobiliário turístico jamais desen-volvido por uma empresa caboverdeana, o “Vila Verde Resort”, a concluir em Julho 2010, e cujo investimento (190 milhões de Euros) representa cerca de 15% do PIB cabo-verdeano. Com a conclusão deste empreendimento concre-tizar-se-á o primeiro “resort” caboverdeano e que com toda a certeza simbolizará o farol do desenvolvimento do país.O encaixe desta operação destinou-se a garantir que as áreas comerciais e de lazer não necessitem ser vendidas, mantendo-se na posse da empresa promotora, garantindo por essa via que a qualidade e exigência dos serviços a instalar se coadunam com o elevado nível e posicionamento do empreendimento.

Encontros com Cabo Verde

Num estrondoso sucesso que reuniu 430 pessoas (180 em Lisboa; 250 no Porto) a acção promocional “Encontros com Cabo Verde”, realizada numa organização tripartida entre a Embaixada de Cabo Verde em Portugal, CI-Cabo Verde Investimentos e Câmara de Comércio Indústria e Turismo Portugal Cabo Verde, apresentou nos dias 10 e 12 de Março, os aspectos mais relevantes da economia turística e cul-tura caboverdeana.Numa clara intenção de relançar a imagem de Cabo Verde no exterior, capitalizando o amenizar da crise internacio-nal, as apresentações focaram os diferentes atractivos

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turísticos de cada ilha do arquipélago, as possibilidades e a forma de investimento em geral, e em particular no sec-tor do Turismo.A iniciativa foi desenhada para percorrer mais 8 cidades portuguesas colocando-se a hipótese da sua realização além-fronteiras (Espanha e França).

Atingir fluxo anual mínimo de 500 mil turistasCabo Verde ambiciona “atingir um fluxo anual mínimo de 500 mil turistas, até 2013”, avançou Ana Paula Rodrigues, da CI-Cabo Verde Investimentos. Expondo os números do sector turístico revelou que o mercado português ocupa hoje o 1º lugar na emissão de turistas para Cabo Verde, com 17,4% das entradas e 12% das dormidas. Seguem-se por ordem de importância o Reino Unido, Itália, Alemanha e França. Como mercados emergentes surgem a Dinamarca, Suécia, Bélgica e Holanda. Arnaldo Andrade, embaixador de Cabo Verde em Portugal disse aos jornalistas que pers-pectiva um aumento no número de turistas lusos que visi-tam Cabo Verde, já em 2010: “Gostaríamos de manter o ritmo de crescimento verificado nos últimos anos, entre os 17 e os 20%. Se o alcançarmos em 2010 é óptimo. Aliás, este ritmo dinamizou todo o investimento do turismo no país criando optimismo nos operadores”.

Aposta na promoção de Cabo VerdeDurante os encontros “quisemos promover a imagem do país como destino turístico. Anima-nos a ideia de aproximar os 2 países (Portugal e Cabo Verde), através de um conhecimento mais profundo”, garantiu Arnaldo Andrade. O diplomata acres-centou ainda que “por vezes, o conhecimento que as pessoas têm do nosso país é muito superficial. Com estas iniciativas pretendemos estimular a visita ao arquipélago”.Questionado face à perspectiva de retorno no envio de turis-tas portugueses para Cabo Verde, após os encontros, o embai-xador salienta “que este tipo de iniciativas têm sempre algum efeito”. Andrade Ramos acredita ainda na possibilidade de repetir eventos deste tipo, ao longo de 2010 “vamos ver como corre esta experiência. Com este encontro quisemos ir para além da promoção do destino promovendo mais o convívio. Se correr bem, vamos repetir”.Face à grande oferta por parte dos operadores turísticos – Entremares, Solférias, Soltrópico, entre outros – para Cabo Verde, durante o presente ano, Arnaldo Andrade acredita que isso não irá transformar o seu arquipélago num destino de massas: “Ainda estamos muito longe. Começámos a inves-tir no turismo recentemente. Existem ilhas como o Maio, pra-ticamente desertas. Lá, as pessoas apagam a luz e dormem de porta aberta porque não acontece nada; É absolutamente pacífico. O Sal por sua vez, possui um bom número de camas. As outras ilhas estão a iniciar agora sua actividade turística”. O embaixador enalteceu ainda um dos principais atractivos turís-ticos do arquipélago: cada ilha é por si só um destino turístico. Cabo Verde conta assim, com 9 destinos distintos.João Chantre, da Câmara de Comércio Indústria e de Cabo Verde, garantiu que o arquipélago apresenta inúmeras opor-tunidades de investimento nomeadamente na hotelaria, imo-

biliária-turística e actividades co-relacionadas e que bem utili-zados os incentivos fiscais e aduaneiros oferecidos pelo quadro legal para o investimento externo no país servirão para refor-çar a contribuição do Turismo que se cifra actualmente em 19,4% do PIB.Os restantes oradores, Manuel Lobo do “Hotel Odjo d’ Água” e Bruno Solas dos “Hotéis Oásis Atlântico” (www.oasisatlantico.com) deram a conhecer os seus estabelecimentos hoteleiros; Armando Ferreira, especialista no destino Cabo Verde salien-tou durante a sua intervenção a grande quantidade de opera-ções turísticas programadas para o arquipélago e mesmo os atractivos dos programas intra-ilhas.Espera-se que estes “Encontros com Cabo Verde“ prossigam pelas principais cidades portuguesas, atraindo o maior número possível de interessados em conhecer o potencial turístico e de investimento do país das mornas”, informa a embaixada de Cabo Verde em Portugal. Pretende-se assim apoiar os opera-dores turísticos reforçando a promoção da sua oferta de Verão para Cabo Verde.Nos encontros foi distribuída a brochura institucional recen-temente editada sob o patrocínio do Ministério da Economia de Cabo Verde. Os eventos encerraram com um cocktail e música caboverdeana ao vivo (Dany Silva e José Afonso).

Câmara de Comércio, apresentação na ACIB – Associação Comercial e Industrial da BairradaNo dia 04 de Novembro de 2009, a Câmara de Comércio Portugal Cabo Verde deslocou-se a Anadia para mais uma apresentação sobre “Negócios com Cabo Verde”.Organizada pela ACIB – Associação Comercial e Industrial da Bairrada sob o título “Oportunidades de Internacionali-zação - O Caso de Cabo Verde”. Assistiram cerca de 40 inte-ressados em identificar oportunidades e constrangimentos nos Negócios com Cabo Verde.Participaram no Programa, para além da Câmara de Comércio, incumbida do tema “Negócios com Cabo Verde-Oportunidades, Parcerias, Concorrência”, a Embaixada de Cabo Verde, a aicep-Portugal Global e a COSEC-Cia. Segu-ros de Crédito.

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Feiras

Câmara de Comércio Portugal Cabo Verde na Feira “Mis-são Exportar”Numa iniciativa da AIP-CE, Associação Industrial Portu-guesa, a Câmara de Comércio Portugal Cabo Verde parti-cipou, a 28 de Outubro, na Feira “Missão Exportar 2010” no Pavilhão de Congressos da FIL. O objectivo deste encontro anual de 1 dia é juntar as diversas entidades públicas e privadas envolvidas nos processos de abordagem e entrada em mercados internacionais.Dirigido prioritariamente às empresas que querem dar os primeiros passos para a internacionalização e/ou alargar as suas capacidades de exportação, a presença de cerca de 3.000 visitantes nas edições anteriores justifica a impor-tância crescente deste evento para todas as empresas por-tuguesas.A Câmara de Comércio Portugal Cabo Verde aproveita esta ocasião para distribuir brochuras, folhetos e informações dos seus associados que prestam serviços no âmbito da cadeia de comércio internacional (bancos, seguradoras, transportadoras marítimas e transitários). Foram regista-das nesse dia 53 manifestações de interesse em conhecer Cabo Verde ou obter informações e esclarecimentos sobre instrumentos, apoios e serviços disponíveis para iniciar ou estruturar a actividade exportadora das suas empresas para este mercado.

Câmara de Comércio acompanha delegação caboverde-ana na TEKTóNICA

Cerca de dezena e meia de empresários caboverdeanos do sec-tor da Construção Civil (Materiais de Construção e Projectos de Engenharia e Arquitectura) estiveram em Lisboa em visita à TEKTÓNICA – Feira de Materiais de Construção que se realizou de 11 a 15 de Maio nas instalações da FIL/Parque Expo.O objectivo desta missão empresarial caboverdeana foi recolher informações e propostas de parceria de modo a melhor corresponder ao programa de habitação lançado pelo governo caboverdeano “Casa para Todos”.

Para esta delegação caboverdeana a Câmara de Comércio Portugal Cabo Verde organizou, com o apoio da Direcção de Feiras da AIP – Associação Industrial Portuguesa, uma visita guiada aos pavilhões e expositores do certame, nome-adamente aqueles que expunham materiais e técnicas ino-vadoras e amigas do ambiente. A sessão terminou com um período de contactos de negócios em recinto exclusivo para o efeito ao qual compareceram empresários convocados pela APCMC – Associação Portuguesa dos Comerciantes de Materiais de Construção, a pedido da Câmara de Comércio Portugal Cabo Verde.

Lançamento do Anuário Portugal Cabo Verde “Negócios & Afinidades 2009/10”

A Câmara de Comércio Portugal Cabo Verde, aproveitando a realização da 13ª Feira Internacional de Cabo Verde na Cidade do Mindelo (São Vicente), nos dias 19 a 22 de Novembro de 2009, lançou o seu 1º Anuário sobre as rela-ções económicas entre os dois países distribuindo-a por todos os expositores, Câmara de Comércio de Barlavento (São Vicente) e Delegações da CI – Cabo Verde Investimen-tos e Ministério da Economia na mesma ilha. Em Dezembro a distribuição prosseguiu nas empresas e instituições em Santiago e Portugal.Esta revista, de elevada qualidade gráfica, conta com uma tiragem de 2.500 exemplares para 96 páginas em formato A4 e espelha a informação contida no Portal Portugal Cabo Verde (www.portugalcaboverde.com) durante 1 ano.A publicação aborda vários temas da relação de negócios e investimento entre Portugal e Cabo Verde, constituindo um instrumento de apoio aos empresários e potenciais inves-tidores e oferecendo-se como um meio de informação e comunicação empresarial único no seu género.A informação balançou entre Dados Económicos e Esta-tísticos, sectores da economia caboverdeana (Turismo, Construção e Serviços Financeiros) e Destaques da relação bilateral em 2009.A sua distribuição gratuita está ainda garantida nos nossos Associados, nos Seminários em que a Câmara de Comér-cio participe, nas reuniões de esclarecimento solicitadas

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A finalidade desta embarcação é exercer a pesca de espé-cies de fundura, actualmente pouco ou nada exploradas. Parte das capturas serão para exportação e outra parte para o mercado interno. As primeiras serão descarregadas em Las Palmas ou Dakar, em viagens regulares.Poderá ainda ser utilizado para apoio à pesca artesanal, nomeadamente prestando apoio a embarcações mais pequenas, nas diversas ilhas, fornecendo gelo e víveres e armazenando as suas capturas.

Outros investimentos recentes

•CimaiCaboVerde(ProdutosQuímicos)•ConstruçõesFajã(ConstruçãoCivil)• Auricabo(MateriaisdeConstrução)•ConsulgalCaboVerde(FiscalizaçãodeObras)•Salpicos(ServiçosTurísticos)•OndaAzul(ServiçosTurísticos)

à Câmara de Comércio, voos TACV entre Portugal e Cabo Verde e diversas entidades de ambos os países como Minis-térios, Embaixadas, Autarquias, Institutos de Promoção do Investimento e Associações Empresariais e Empresas de diversos sectores.Esta publicação, além de única no seu género, mostra ser um interessante meio de comunicação e promoção para as entidades cujo negócio decorre no espaço luso-cabover-deano. As empresas, alargando o seu mercado de clientes e fornecedores e abrangendo um vasto potencial de con-tactos em breve terão também ao seu dispôr o “Guia de Comércio e Exportação Portugal Cabo Verde”.

Livro “Investimento Imobiliário e Turístico em Cabo Verde”Numa iniciativa dos advogados José Limón Cavaco e Luís Borges Rodrigues da Sociedade Gouveia Pereira & Associa-dos, em conjunto com o seu colega caboverdeano Fernando Aguiar Monteiro, encontra-se disponível nas livrarias portu-guesas uma publicação que agrupa e sistematiza diplomas dispersos na legislação caboverdeana sobre Investimento Externo, Promoção Imobiliária, Licenciamento Hoteleiro, Contratualização Civil, Incentivos à Actividade Turística, Defesa do Consumidor e Protecção do Ambiente.A Câmara de Comércio Portugal Cabo Verde, reconhecendo a sua utilidade não hesitou em co-patrocinar esta publi-cação que juntamente com outras já existentes vão divul-gando o quadro favorável ao investimento em Cabo Verde.

Criação de empresas pela Câmara de Comércio

Investimentos de realce

ORION MarítimaAtenta às potencialidades da economia caboverdeana e às oportunidades de investimento português enquadráveis, a Câmara de Comércio Portugal Cabo Verde acompanhou e incentivou a realização de um investimento no sector das Pescas.O navio, novo, com construção iniciada em Julho de 2007, concluiu-se exactamente 3 anos depois. Foi em Julho de 2010 que o navio de pesca “DJAZZ”, foi lançado à água para rigorosos testes. Deverá aportar a Cabo Verde em Novem-bro. Como características tem 17,50 metros de compri-mento, cerca de 85 tons de arqueação dispõe de porão frigorífico com capacidade para armazenar 40 tons de pes-cado fresco ou congelado bem como um túnel capaz de congelar 5 tons em 24 horas e/ou fabricar 5 tons de gelo. Está equipado com um motor propulsor de 250cv, com dois grupos geradores de 35 e 50 KVA, equipamentos electróni-cos de ajuda à navegação e meios de salvação cumprindo todas as exigências usuais neste tipo de embarcação.

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NEGÓCIOSEM CABO VERDE

• EMPRESAS PORTUGUESAS EM CABO VERDE

• InfRA-ESTRUTURAS AEROPORTUáRIAS

• InfRA-ESTRUTURAS PORTUáRIAS

• EnERGIA

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Negócios em Cabo Verde

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português (28 milhões em 2008; 21 milhões em 2007; 55 milhões em 2006), decréscimo que se deveu principalmente à redução verificada nas Actividades Imobiliárias, Alugue-res e Serviços prestados às empresas.

BES inaugura banco comercial em Cabo Verde

O nosso associado Banco Espírito Santo (BES) inaugurou no passado mês de Julho o BES Cabo Verde (www.bescv.cv), instituição bancária de direito local. Com um capital inicial de 13 milhões de euros, a nova entidade financeira associa-se ao processo de afirmação e internacionaliza-ção da praça financeira de Cabo Verde, junto dos países da costa ocidental africana (CEDEAO e CEMAC). A actuação do novo banco do universo BES centrar-se-á na banca de empresas, nomeadamente portuguesas que tenham rela-ções com Cabo Verde, bem como no apoio ao investimento público (aeroportos, portos, estradas, energia e água).“Face às perspectivas de crescimento económico de Cabo Verde, suportada no desenvolvimento do turismo e dos servi-ços, da estabilidade das remessas dos emigrantes e do cres-cimento do investimento directo estrangeiro, o BES concluiu que a actividade bancária será um dos sectores importantes no apoio ao desenvolvimento nos próximos anos”, salientou o presidente da comissão executiva do BES, Ricardo Salgado, em Cabo Verde, acompanhando a visita do presidente por-tuguês, Cavaco Silva, ao arquipélago.Em conferência de imprensa após a inauguração da instituição por Cavaco Silva e pelo seu homólogo caboverdeano, Pedro Pires, Ricardo Salgado explicou que o reforço do investimento no mercado do arquipélago resultou da análise que o banco fez da evolução da economia do país, onde está presente desde 2006. “Tínhamos uma sucursal financeira exterior em Cabo Verde e à medida que fomos analisando e acompanhando o desenvolvimento de Cabo Verde realizámos que era importan-tíssimo dar um salto em frente; criámos, portanto, um banco de raiz que pode trabalhar no mercado interno de Cabo Verde, no mercado internacional a partir de Cabo Verde e com os países africanos que têm relações económicas e sociais mais estreitas com Cabo Verde. O banco terá como missão princi-pal o financiamento de projectos de infra-estruturas e de pro-jectos privados, nomeadamente no turismo. O BES está pre-

EmprESaS portuguESaS Em CaBo VErdE

Introdução

Por razões históricas Cabo Verde foi, desde sempre, palco de actuação das empresas portuguesas do sector dos Transpor-tes, Aéreos e Marítimos (Transportadoras, Agentes de Nave-gação e Transitários). Seguiram-se-lhes, após a independên-cia a 05 de Julho de 1975, as empresas de Consultoria, que assessoravam as principais empresas públicas.Na segunda metade da década de 1990, quando as con-dições de abertura da economia ao exterior, criadas pelo novo regime saído das eleições livres de 1991, conduziram à privatização de diversas empresas, até então públicas, Cabo Verde atrai a atenção de investimento português de maior porte em sectores estruturantes como as Teleco-municações, a Água e Electricidade, a Indústria Hoteleira, os Serviços Financeiros e os Combustíveis. De permeio as Indústrias do Calçado e das Confecções, aproveitando o enquadramento legal vantajoso, que ainda subsiste, ele-geram o arquipélago como destino de investimento para relocalização das suas produções. Hoje, as indústrias deste sector representam fatia importante das exportações cabo-verdeanas. Mais recentemente os negócios Imobiliário, Turístico, Materiais de Construção e Energia têm também a marca portuguesa.Actualmente, os investimentos portugueses abrangem sec-tores tão diversos, a Produção de Colchões de Espuma, a Indústria de Produtos de Higiene, a Produção de Plásticos, a Produção de Inertes, a Indústria Alimentar, a Panificação e Pastelaria, a Hotelaria, os Serviços Turísticos de Apoio e Lazer, as Agências de Turismo, os Desportos Náuticos e o Mergulho. Em resultado desta forte ligação Portugal tem sido, sistematicamente, o maior gerador de trocas comer-ciais com Cabo Verde, com cerca de 50% do valor total.As empresas portuguesas, com o seu investimento, têm ajudado a criar a base de sustentação necessária que per-mite a projecção de Cabo Verde num mundo globalizado e competitivo. Refira-se que boa parte do investimento indus-trial se concretizou em sectores exclusivamente virados para a exportação, beneficiando do Estatuto de Empresa Franca ou da Utilidade Turística, aliviando a elevada taxa de desemprego (20%; 35.000 desempregados), reforçando o Produto Interno de Cabo Verde, colocando a produção “made in Cabo Verde” nos principais mercados internacio-nais e, por isso, trazendo divisas ao País. Em suma, con-tribuindo largamente para o desenvolvimento económico e social de Cabo Verde.Em diversos sectores da economia, alguns deles estrutu-rantes e essenciais para o desenvolvimento económico de Cabo Verde, e para projectos que tenham sido oficialmente apresentados à CI – Cabo Verde Investimentos, o interesse português, no período 1994-2009, atingiu um valor próximo dos 500 milhões de euros.Segundo o Banco de Portugal foram canalizados em 2009 para Cabo Verde 8,5 milhões de euros de investimento

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Negócios em Cabo Verde

40 Câmara de Comércio, Indústria e Turismo Portugal Cabo Verde

sente em vários países de África, cobrimos praticamente todos os países do Norte de África, os países da África Subsariana, estamos a negociar uma entrada em Moçambique e na África do Sul, estamos em Angola e agora em Cabo Verde. Mas é pos-sível a partir de Cabo Verde desenvolver relações com outros países africanos mais próximos, na costa ocidental de África”, apontou. Ricardo Salgado admitiu ainda que, tendencialmente, a nova instituição irá “abrir balcões noutras ilhas do arquipé-lago” -escusando-se, por enquanto, a especificar quais- “onde possa ser desenvolvida uma actividade básica e onde haja mais projectos de desenvolvimento”.Em simultâneo com a inauguração do novo banco, o BES divul-gou o primeiro estudo feito pelo grupo sobre a economia de Cabo Verde, levado a cabo pelo Espírito Santo Research, e que terá periodicidade semestral. “O outlook para a econo-mia de Cabo Verde mantém-se favorável. A recuperação da actividade económica mundial, o crescimento do investimento directo estrangeiro, em áreas como o turismo e a constru-ção, a evolução favorável das reservas externas [que confe-rem uma grande estabilidade às políticas monetária e cam-bial] e a prudência seguida na política orçamental conferem um ambiente de optimismo para o desenvolvimento do país, que deverá apresentar taxas de crescimento do PIB [Produto Interno Bruto] em torno de 5-6% ao longo dos próximos anos”, lê-se no estudo. O documento chama ainda a atenção para o lugar central do turismo na economia do país [representa 22% do PIB do país em 2010], com um potencial que “está ainda longe de se encontrar esgotado”, com a procura turística a revelar “uma tendência clara de crescimento”.

Leadership Business Consulting, um negócio de confiança

A LBC (www.leadership-bc.com) é uma consultora de gestão de origem totalmente portuguesa. Formada por experientes qua-dros que se sentiram capazes de fazer melhor do que vinham oferecendo ao mercado nas empresas onde trabalhavam, acompanharam Carlos Oliveira (Dr.), o actual Managing Partner, no desafio de lançamento da LBC. Hoje, com 45 pessoas, e pre-sença em Madrid, Angola, África do Sul, Moçambique e Estados Unidos, apenas Cabo Verde, pela sua proximidade geográfica e facilidade de acesso, é servido a partir de Lisboa. Acompa-nhando as sinergias que o negócio central da consultoria de gestão vem gerando, a Leadership optou por criar duas novas divisões, a Leadership Business Technology (soluções tecnológi-cas) e a Leadership Business Academy (formação), que apoiam o desenvolvimento do negócio principal. Em todos os seus tra-balhos utiliza exclusivamente consultores Leadership.Criada em Setembro de 2001 (em vésperas do ataque às Torres Gémeas em Nova York, o que nem por isso os desanimou), com uma oferta de serviços de consultoria de apoio aos decisores de topo, acoplados ao serviço de aconselhamento tecnológico e de formação de alto nível pretende, na relação com os seus clientes, estabelecer parcerias de negócio, não na usual ver-tente comercial do conceito mas no estabelecimento de uma confiança mútua para o desenvolvimento de soluções.

Reconhecendo o peso relevante da Administração Pública na sua carteira aonde se apresentam através de concursos públicos, seja por “short-list” ou em regime aberto, pos-suem também importantes clientes no sector privado onde o método habitual é de consulta directa em resultado das boas referência que possuem no mercado.O “portfolio” da LBC é muito alargado podendo aplicar-se a empresas, ou mesmo a países, como já aconteceu, por várias vezes, com Cabo Verde. Do posicionamento estratégico, reestruturação organizacional, gestão de recursos humanos (avaliação de desempenho, perfis e avaliação de competên-cias), optimização de processos até aos simples “tableau de bord” de apoio à decisão de gestão, a LBC assenta as suas propostas em 5 vias: “Estratégia e Finanças”, “Organização e Gestão da Mudança”, “Gestão do Capital Humano”, “Marke-ting e Vendas” e “Operações e Performance”.

LB technologyPrivilegiando, até hoje, a vertente consultora, a LBT pretende, cada vez mais, e aproveitando o seu conhecimento do mercado, juntar à cadeia de valor das suas propostas, a componente tec-nológica mais adequada aos seus projectos, apoiando o seu cliente em toda a linha, até à implementação da tecnologia.

LB academySentindo um défice no mercado da formação, pelo excesso de oferta de pacotes pré-formatados a LBA pretende customizar as ofertas de formação de acordo com os níveis de capacidade e competência das organizações, levando-as, como parte do programa de formação, aonde as coisas estão a acontecer no mundo, permitindo-lhes “networking” nesse âmbito particu-lar. Foi assim que a LBA, num dos recentes programas de formação em “Inovação”, levou os seus formandos a “Silicon valley” ver o curso de processos de inovação e contactar com empresas de liderança mundial neste capítulo.

Em Cabo VerdeDesde 2005 no arquipélago, a LBC iniciou-se com o “Plano estratégico para a sociedade de informação” e o “Plano de acção para a governação electrónica” ambos para o NOSI-Núcleo Operacional para a Sociedade de Informação (www.nosi.cv), gabinete ligado directamente ao primeiro ministro e que se propõe colocar Cabo Verde no mapa da utilização das tecnologias de informação e criar plataformas digitais de suporte à actividade da Administração Pública e nos serviços que presta. Destes trabalhos decorreu uma grande exposição tanto ao sector público como privado o que lhes permitiu rece-ber diversas propostas, um pouco por todas as áreas de negó-cio, cobrindo todo o seu “portfolio” de produtos. É assim que registam trabalhos na ASA-Aeroportos e Segurança Aérea, desde 2005, na Enacol-Empresa Nacional de Combustíveis, na Shell (combustíveis e lubrificantes), na Enapor (Portos), no Ministério da Economia, Crescimento e Competitividade, no INPS-Instituto Nacional de Previdência Social, na Direc-ção Geral do Património do Estado/Ministério das Finanças, Emprofac (produtos farmacêuticos), entre outros. Para Jorge Cravo, o “manager” responsável pelo mercado

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Negócios em Cabo Verde

Anuário Negócios & afinidades_2010/11 41

“os decisores em Cabo Verde, do ponto de vista teórico e dos fundamentos da gestão e da liderança, estão bem preparados e são muito focados nos objectivos. O trabalho tem sido estimulante pois em Cabo Verde tira-se partido do trabalho do consultor, não se quedando pelos relató-rios, resultando sempre em implementação. Os próprios consultores Leadership têm gosto em trabalhar nestes projectos e com estruturas que não encontram paralelo em qualquer outro contexto africano e mesmo, por vezes, em Portugal e até na Europa. Isto eleva a exigência sobre a LBC, em termos de desempenho e dos serviços prestados, e por outro lado traduz-se numa melhor preparação para aplicação noutros países, como Angola e Moçambique”.

dgaSp e Winresources caracterizam o agro-negócio em Cabo Verde

A Direcção-Geral da Agricultura, Silvicultura e Pecuária (DGASP) em parceria com a nossa associada Winresour-ces tem em curso um estudo que passará a caracterizar o agro-negócio em Cabo Verde.Este estudo fará o levantamento da produção actual e potencial de desenvolvimento dos produtos tradicionais de Cabo Verde e sua valorização, estrutura comercial dos pro-dutos de origem agrícola e política de “marketing-mix” a desenvolver no sector.O que se pretende propor é um modelo de actuação para transformar, a médio prazo, a agricultura e agro-indús-tria em sectores dinâmicos, rentáveis e orientados para as necessidades do mercado interno e externo analisando-se

alguns investidores portugueses em Cabo Verde

•Aluguer de Automóveis: Avis, Hertz;•Automóveis: Salvador Caetano, Auto Sueco;•Banca e Serviços Financeiros: Banif, Caixa Central

de Crédito Agrícola Mútuo, Caixa Geral de Depósitos, Cotacâmbios, Banco Espírito Santo, Montepio Geral;

•Calçado: ACO;•Combustíveis: Galp Internacional;•Comércio: Casa Senna (desporto), FCV (distribuição

alimentar), Proa (distribuição alimentar), Resul (equipamentos de energia);•Confecções e Vestuário: Afriber, Impetus;•Construção, Engenharia e Arquitectura: Armando

Cunha, Consequi, Construsan, MonteAdriano, Mota-Engil, MSF, Opway, Somague; Focus Group,

NLA-Nuno Leónidas Arquitectos;

•Consultoria e Formação: BDO, Efectivo, Mundiserviços, PriceWaterhouseCoopers;

•Energia: MTCV (Infra-estruturas); SISIL, Vercor (Material Eléctrico);

•Ensino: Universidade Lusófona, Universidade Piaget;•Hotelaria: Grupo Oásis Atlântico, Grupo Pestana;• Imobiliária: Design Resorts, Sacramento Campos;•Materiais de Construção: Cimpor, Secil e Prelage;•Saúde: Labesfal Farma;•Serviços diversos: Sonasa (segurança);•Serviços Turísticos: CVTS, Neptunus, Seara Real e Soltrópico;•Telecomunicações: Portugal Telecom Internacional;

Compta;•Transportes e Serviços Conexos: TAP; David José

Pinho & Filhos, Horus, Marmod, NCL, Portmar e Tiba (Transitários); Portline e Transinsular (Transportes marítimos).

as potencialidades, as ameaças e oportunidades, pontos fortes e fracos do mundo rural e ainda definir estratégias de actuação, inter-ligação, promoção, marketing, e comer-cialização dessas actividades.A Winresources, que abordou o mercado caboverdeano há cerca de 2 anos, tem vindo a desenvolver meritória activi-dade no seio do sector rural do arquipélago e a sua presença fez-se notar em Fevereiro de 2010 quando realizou um bem sucedido seminário de 2 dias cujos temas abordaram o sec-tor da Agricultura em Cabo Verde. Na altura, entre oradores e entidades institucionais, reuniram-se os mais importantes interlocutores do país em matéria de Agricultura.

Focus group CV lidera requalificação de bairro degradado na Cidade da praia

O projecto de requalificação urbana do bairro da Encosta da Achadinha, um dos mais antigos bairros de construção espontânea da Praia, vai ser liderado por uma empresa portuguesa recentemente instalada em Cabo Verde.A Câmara Municipal da Praia adjudicou à empresa Focus Group CV, uma associada da Focus Group em Portugal, o estudo e projecto de requalificação daquele que é um dos mais antigos bairros de construção espontânea do país. Com uma área total de 12,2 hectares, o Bairro da Encosta da Achadinha, é identificado pela autarquia praiense como sendo um dos principais objectos de intervenção na área urbanística, uma vez que aquele bairro é caracterizado pela grande degradação dos espaços públicos e pela falta de condições de higiene pública.

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Negócios em Cabo Verde

42 Câmara de Comércio, Indústria e Turismo Portugal Cabo Verde

Assessorada por empresas que trabalham na área do urba-nismo, a Focus Group vai elaborar os projectos de infra- -estruturação, urbanismo e paisagismo, sendo igualmente responsável pela identificação das diferentes fases de cada uma das obras que vai realizar naquele bairro da Praia. A empresa coordenará os trabalhos de equipas diversificadas e participarão nos trabalhos de requalificação. O projecto poderá estar concluído até ao final deste ano. A Focus CV participa também em projectos de arquitec-tura, engenharia e construção, nesta vertente em parcerias (com a empresa de raiz portuguesa MonteAdriano), como acontece com a sua candidatura ao programa de habita-ção social “Casa para Todos”num conjunto de 110 fogos em Santa Cruz (Santiago). São também da responsabili-dade da Focus os projectos para a construção da nova sede da empresa de construção da Monteadriano (www.monte-adriano.pt).A constituição da Focus Group CV deu-se em 2009 e tem como principal actividade prestar serviços de consultoria e projecto, oferecer serviços especializados garantindo dessa forma “o rigor e a qualidade que são a missão e a marca distintiva da presença do Focus Group em todos os merca-dos em que actua”. A empresa é dirigida localmente pela Arq. Ana Marta Clemente, a Directora Geral.

CESo CI Internacional Sa angaria projecto de “assistência técnica ao ministério do ambiente e da agricultura”

Um novo projecto (Assistência Técnica ao Ministério do Ambiente e da Agricultura de Cabo Verde) foi adjudicado à nossa associada CESO CI Internacional SA, empresa do Grupo CESO CI, na sequência de concurso internacio-nal financiado pela Comissão Europeia. Com uma dura-ção prevista de 15 meses, o projecto visa contribuir para a satisfação das necessidades alimentares da população, a redução das importações de produtos alimentares e para a melhoria da balança de pagamentos. Especificamente, o projecto visa a melhoria da capacidade de gestão do sec-tor agrícola.Os serviços prestados pelo Grupo CESO CI no âmbito do pre-sente projecto incluem, entre outros, o apoio à Célula de Ges-tão do Projecto na identificação de projectos, implementação e acompanhamento de projectos, na revisão anual da estratégica sectorial e na programação de financiamentos, apoio ao Instituto Nacional de Pesquisa e Desenvolvimento Agrícola na pesquisa de técnicas de produção e desenvolvimento das culturas frutíco-las, apoio à Célula de Gestão do Projecto e ao próprio Ministério na definição de uma estratégia de condicionamento e de comer-cialização de frutos tropicais e legumes, elaboração e apoio na implementação de uma programa de formação sobre arbori-cultura frutícola, hortas e hidroponia para os quadros do Minis-tério, da Célula de Gestão do Projecto e técnicos responsáveis pelos diferentes sistemas de produção e extensão.

Wavecom, está em Cabo Verde

A nossa associada Wavecom, empresa aveirense da área das telecomunicações -com especialização nas tecnologias de comunicação via rádio- surgiu apenas no ano 2000, mas tem na internacionalização uma das suas apostas estraté-gicas mais influentes na gestão. O processo teve início em 2008, mas os bons resultados conseguidos fora de portas levaram a Wavecom a escalonar os próximos passos: Espa-nha e Moçambique.O arquipélago foi o primeiro destino de internacionalização da Wavecom. Para lhe dar resposta foi fundada a CV Net recorrendo aos serviços da Câmara de Comércio Portugal Cabo Verde. Aí a Wavecom assume uma posição accionista de 43%, a mesma do seu parceiro de negócios internacio-nal, a Gaiatel, e o capital remanescente está em mãos de uma empresa caboverdeana que presta serviços na área da construção (10%) e de um cidadão daquele país que dirige a CV Net (4%). A entrada naquele mercado deu-se por via de um convite de um cliente da empresa em Portugal, uma universidade, possivelmente agradada com os serviços prestados pela Wavecom “foi um projecto para o Estado caboverdeano que demorou mais de um ano a concluir. O Estado quis democratizar o acesso de computadores por-táteis à internet, tendo optado por pouca largura de banda e bastante gratuitidade, o que demonstra a sua aposta na educação”, recorda José Ferreira, responsável da Wave-com. O trabalho não foi fácil, dado que era necessário ultra-passar dois problemas de envergadura: a interligação entre edifícios situados em diferentes ilhas (distando por vezes 80 quilómetros uma da outra) e a quase extrema hostili-dade do meio ambiente (salinidade, humidade e poeiras em constante movimento) absolutamente dramáticos para qualquer equipamento tecnológico.No caso de Espanha o interesse da empresa surgiu porque “há anos que somos abordados para entrar no país, até porque aquele mercado apresenta inesperadas lacunas na área das telecomunicações de rádio”.Em Moçambique -mercado cuja presença da Wavecom está prevista para 2011- é a dimensão do país e as suas neces-sidades (próximas do básico) que motivam o interesse da empresa sedeada na zona industrial de Aveiro.Estes dois mercados externos vão juntar-se ao “portfolio” internacional da empresa, onde se contam já negócios em Cabo Verde e no Brasil.

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Negócios em Cabo Verde

Anuário Negócios & afinidades_2010/11 43

INFra-EStruturaS aEroportuÁrIaS dE CaBo VErdE

As infra-estruturas aeroportuárias de Cabo Verde são geri-das pela ASA-Aeroportos e Segurança Aérea (www.asa.cv). A empresa tem por objecto principal a exploração e o desenvolvimento, em regime exclusivo, do serviço público de apoio à aviação civil, a gestão do tráfego aéreo, dos ter-minais de carga e correios, assegurando para isso as activi-dades e serviços inerentes à infra-estuturação aeronáutica e de navegação aérea, em todos os aeroportos e aeródro-mos públicos de Cabo Verde e na Região de Informação de Voo Oceânica do Sal, designada por FIR Oceânica do Sal.

Investimentos previstos

Durante a vigência do Plano de Negócios 2004-2008 a ASA investiu mais de 8 milhões de contos (72,5 milhões de euros) na construção do novo Centro de Controlo de Trá-fego Aéreo, na conclusão e operacionalização dos aero-portos internacionais da Praia (Santiago), Rabil (Boavista) e São Pedro (São Vicente) e no Sistema Integrado de Ges-tão dos Recursos Humanos para além de obras de reabili-tação dos aeródromos de São Nicolau, Maio e Fogo. Para o quinquénio 2009-2013 são planeados cerca de 4,4 milhões de contos (€40 milhões) de investimento para o período, o que é exigente, mas inferior ao planeado e realizado no quinquénio anterior.O Aeroporto Internacional Amílcar Cabral (Sal) absorverá a maior parte dos investimentos, cerca de 1,8 milhões de contos (€16 milhões), direccionados para a melhoria de várias instalações (expansão de edifícios terminais, ETAR, acessos terrestres, etc.) e o desenvolvimento de infra- -estruturas para receitas não-aeronáuticas (por ex. cen-tro de negócios).O Aeroporto da Boavista irá absorver aproximadamente 1 milhão de contos (€ 9,1 milhões) para modernizar o edifício do terminal, expandir a placa de estacionamento, e cons-truir um novo centro de carga aérea.Cerca de 800 mil contos (€ 7 milhões) serão utilizados na modernização dos serviços, na melhoria das capacidades de navegação aérea nos aeroportos de São Vicente e Boa-vista, e na actualização das funcionalidades do centro de controlo de área (ACC).Serão ainda renovados os equipamentos de combate a incêndios em todos os seus aeroportos, para além do ADP, o qual já possui o seu próprio equipamento, a um custo de cerca de 700 mil contos (€6,4 milhões).

dados Estatísticos

No primeiro semestre de 2010, o tráfego de passageiros nos aeroportos de Cabo Verde aumentou 5,6% em relação ao período homólogo de 2009, confirmando-se a tendência de maior dinâmica nas actividades internacionais (+6,1%)

do que no doméstico (+5,3%). O movimento de aeronaves evoluiu em igual sentido (+1%) com registos de +7,4% no internacional e -1,6% no doméstico. A carga embarcada e desembarcada superou a cifra de 1 milhão e 700 mil qui-los, representando um crescimento de +8,8%, sendo +13% no internacional e +6,3 no doméstico.

movimento de passageiros (2009)

A movimentação de passageiros (excluindo os passageiros em trânsito) nos aeroportos de Cabo Verde registados pela ASA – Aeroportos e Segurança Aérea (www.asa.cv) mos-tram um crescimento de 5,6% no primeiro semestre de 2010 face a período homólogo do ano anterior. O Aeroporto Internacional Amílcar Cabral (Sal) mantém-se como aquele por onde circula maior número de passageiros, seguido do Aeroporto Internacional da Praia e do Aeroporto Internacio-nal do Rabil (Boavista).

tráfego internacional (2009)

Em termos de origem/destino, Portugal é o país que mais tráfego partilhou com Cabo Verde (95.968 passageiros; +0,4%); em segundo lugar posicionou-se o Reino Unido com 54.545 passageiros, representando um aumento de 40,3%. Este crescimento foi essencialmente absorvido pela ilha da Boavista, que atraiu 22.444 passageiros, representando um crescimento de 226%. As posições seguintes foram ocupa-das pela Itália (26.071; -40,3%), Alemanha (25.016; -2,2%), França (19.793; +117%), Senegal (13.438; -3%), Estados Unidos (12.571; +2%), Dinamarca (11.952; +105%), Espa-nha (10.234; +44%), Bélgica (7.969; -13%), Brasil/Forta-leza (6.138; -3%), Angola (5.673; +26%), República Checa (3.031; +100%), Guiné-Bissau (2.066), Hungria (2.017, +68%), de entre outros.O Aeroporto Internacional de São Pedro (São Vicente), inau-gurado a 22 de Dezembro de 2009, movimentou um total de 2.708 passageiros internacionais no primeiro semestre de 2010, tendo a TACV transportado a maior parte de Lisboa (2.070), Boston (348) e Paris (150). Os restantes 140 passa-geiros internacionais foram transportados por aeronaves em viagens de negócios.

tráfego doméstico (2009)

O tráfego de passageiros domésticos cresceu em todos os aeroportos do país, sendo que neste segmento lidera o Aeroporto da Praia. Segue-se-lhe Sal, São Vicente, Boa-vista e Fogo.Considerando o total do registo de passageiros pela ASA-Aeroportos e Segurança Aérea, no contexto de um mer-cado fortemente influenciado por mudanças na rede aero-portuária nacional, reconfiguração de rotas e relocação do tráfego, os dados estão em linha com as análises do Con-

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Negócios em Cabo Verde

44 Câmara de Comércio, Indústria e Turismo Portugal Cabo Verde

selho Internacional de Aeroportos que aponta um cresci-mento de 5% a nível mundial, sendo 7,5% em África, 2,5% na Europa, 1,8% na América do Norte e 12,7% na América do Sul/Caraíbas.

movimento de aeronaves (2009)

No que respeita a movimentos de aeronaves, os aeropor-tos de Cabo Verde registaram um aumento global de 1% no primeiro semestre de 2010, com maior expressão na activi-dade internacional (+7,4%) e quebra no doméstico (-1,6%). Facto a assinalar são os expressivos aumentos e impac-tos dos movimentos internacionais em Sal (+11,3%) e Boa-vista (+20,7%), enquanto o aeródromo do Fogo liderou em termos de índice de crescimento de movimentos domés-ticos (+29,1%).

movimento de carga (2009)

Embora registando um forte aumento no segundo trimes-tre do corrente ano (+23,5%), levando a que no primeiro semestre se atingisse a cifra de mais de 1 milhão e 700 mil quilos de carga (+8,8%), o movimento da carga aérea vem conhecendo um decréscimo gradual nos últimos anos (inclusive no primeiro trimestre de 2010). Com excepção do Aeródromo do Maio (-15,3%), todos os restantes aeropor-tos e aeródromos do país contabilizaram resultados posi-tivos, sobressaindo-se a actividade internacional com um crescimento de 13%.Na FIR Oceânica do Sal, as actividades melhoraram no segundo trimestre do corrente ano (+2,3%), invertendo os resultados do anterior trimestre (-3,2%) e a tendência negativa dos últimos meses do segundo semestre de 2009. Assim, no final do primeiro semestre de 2010, os registos da FIR contabilizaram 18.444 sobrevoos (-0,6% que o perí-odo homólogo de 2009), devendo-se realçar a tendência ascendente dos meses de Maio e Junho, respectivamente +2,4% e +8,2%.

aeroportos Internacionais de Cabo Verde

aeroporto Internacional amílcar Cabral (Sal)

Cabo Verde, pela sua localização geográfica privilegiada, encontra-se na confluência de diversas rotas que se diri-gem à Europa, América (Norte e Sul) e África. Para servir as exigências deste tráfego disponibiliza o Aeroporto Inter-nacional, o AIAC-Aeroporto Internacional Amílcar Cabral (Sal), que funciona como “hub” para os voos internacionais e domésticos e escala técnica para abastecimentos. O AIAC foi recentemente alvo de obras de modernização, nomea-damente na pista, terminal de passageiros e de carga, o que lhe valeu a atribuição de Aeroporto Internacional de Categoria 1 pelo Departamento de Transportes dos EUA.No quadro do programa de infra-estruturação entrou em funcionamento a 23 de Outubro 2005 o novo Aeroporto Internacional da Praia (Santiago). A abertura desta nova infra-estrututura veio aliviar significativamente o tráfego que inicialmente se dirigia para o Aeroporto Internacio-nal do Sal libertando-o para os voos turísticos já que 80% (60% para a Cidade da Praia, 20% para outras ilhas) dos passageiros que entravam no País por este aeroporto não tinham a ilha do Sal como destino final.

aeroporto Internacional da praia (Santiago)

O Aeroporto Internacional da Praia, inaugurado a 23 de Outubro de 2005, possui uma pista com 2.100 metros de comprimento, ampliáveis, a longo prazo (2018), em mais cerca de 450 metros, e 45 metros de largura. A placa de desembarque de passageiros disponibiliza cinco posições de estacionamento, duas das quais para aviões de grande porte e três para aviões pequenos de características regio-nais. A aerogare está dividida em duas partes distintas des-tinadas, respectivamente, aos movimentos doméstico e internacional de passageiros e carga. Terá custado cerca de 26 milhões de euros.Nas actuais condições este aeroporto deverá servir a capi-tal pelos próximos 10 a 15 anos, podendo receber aviões de médio porte, do tipo Airbus 310-300 e Boeing 737 e 757, para além dos ATR-500 que constituem a frota com que a TACV-Cabo Verde Airlines e a Halcyon Air operam nas liga-ções inter-ilhas e com a África Ocidental. Este aeroporto permite ligações a vários países nomeadamente Las Pal-mas (Canárias/Espanha), Lisboa (Portugal), Paris (França),

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Negócios em Cabo Verde

46 Câmara de Comércio, Indústria e Turismo Portugal Cabo Verde

Amesterdão (Holanda), Fortaleza (Brasil), Boston (Estados Unidos), Luanda (Angola) e outros.O Aeroporto Internacional da Praia registou nos seus 4 anos de existência um crescimento assinalável passando de 268.000 para 470.000 passageiros com especial incidên-cia no tráfego internacional que registou 38.000 em 2005 e 214.000 em 2009 enquanto as ligações domésticas cresce-ram de 230.000 para 256.000 passageiros.

aeroporto Internacional do rabil (Boavista)

O Aeroporto Internacional do Rabil (Boavista), inaugu-rado a 31 de Outubro de 2007, foi construído pela empresa portuguesa MSF-Moniz da Maia, Serra e Fortunato, tem 2.100 metros de comprimento por 45 metros de largura, uma capacidade para receber 250 passageiros por hora, podendo receber aparelhos de médio porte tipo Airbus A-321 e Boeing 737/757. Estreado a 22 de Julho de 2008 terá custado 21 milhões de euros.Entretanto, em Março de 2010, o consórcio português entre a Somague e a MSF-Engenharia assinou com o Governo de Cabo Verde o contrato de ampliação da placa de estaciona-mento do Aeroporto Internacional de Rabil (AIR). As obras deverão estar concluídas no prazo de 30 meses. O valor não foi avançado.A ampliação da plataforma do Aeroporto Internacional de Rabil (AIR) é financiada pela ASA-Aeroportos e Segurança Aérea e pelo Governo de Cabo Verde. O projecto vem respon-der à dinâmica de crescimento da actividade do Aeroporto Internacional da Boavista criando as condições para acomo-dar quatro aviões em simultâneo, o que significa a duplica-ção da área da placa de estacionamento. As obras estavam previstas para se iniciar apenas em 2013, mas as grandes exigências da ilha, que tem se firmado como o segundo maior destino turístico do país, anteciparam a obra.O Aeroporto Internacional de Rabil foi construído tendo em vista atender ao previsível aumento de fluxo de visitan-tes em consequência da instalação de diversas unidades hoteleiras e empreendimentos turísticos uma vez que em Maio de 2012 estará concluído o segundo hotel da cadeia espanhola Riu, que terá 1.000 quartos na primeira fase e outros tantos na segunda, complementando o já existente

(800 quartos) e a demais oferta. Em 2008 o AIR recebeu 56.000 passageiros e em 2009 foi responsável por 40% das 330.319 entradas turísticas em Cabo Verde, vindas de cida-des como Manchester, Londres, Lisboa, Paris, Bruxelas e países como a Alemanha, Suécia, Itália e Espanha.

aeroporto Internacional de São pedro (São Vicente)O Aeroporto Internacional de São Pedro (São Vicente), ini-ciado em 2005, concluído em Março 2007 e inaugurado a 22 de Dezembro de 2009, foi construído pela empresa por-tuguesa Armando Cunha. Tem uma aerogare com cerca de 11.000 m2 de área, dotada de equipamentos modernos e com capacidade para movimentar 500 passageiros por hora. Dispõe de uma pista com 2.000 metros de extensão e 45 metros de largura e a placa de estacionamento supor-tará a operação conjunta de 2 aeronaves tipo Boeing 757, aparelhos que os TACV-Cabo Verde Airlines utilizam actu-almente nos voos internacionais, ou Airbus A-320 e A-310. Esta obra terá custado 20 milhões de euros, financiados pelas empresas financeiras portuguesas Caixa Geral de Depósitos e COSEC-Cia. Seguros de Crédito, colocando-se ao serviço do turismo e das exportações das empresas industriais instaladas na ilha.As obras de transformação do aeródromo de São Pedro duraram três anos e ficaram concluídas em finais do ano passado, com um custo estimado em cerca de três milhões de contos (27,2 milhões de euros), mas atrasos sucessivos na certificação, a par de algumas reparações finais, obri-garam a adiar a abertura aos voos internacionais. As obras incluíram trabalhos de remoção de dois montes no extremo norte da pista, desvio da estrada nas imediações do aero-porto, trabalhos de extensão e alargamento da pista e cons-trução de parque de estacionamento. O novo terminal, por seu lado, que entrou em funcionamento para voos internos em Setembro de 2008, ocupa uma área de cerca de 11.000 metros quadrados, distribuída por três pisos, com capaci-dade para acolher 500 passageiros/hora.Com este, Cabo Verde fica com quatro aeroportos inter-nacionais homologados pela IATA-Associação Internacio-nal da Aviação Civil: Sal, Praia (Santiago), Rabil (Boavista) e São Pedro (São Vicente) sendo que a pista do aeroporto de São Pedro está apta para acolher aparelhos com o Código de Referência 4D, da IATA, o que equivale aos Boeing B737 e B757 e Airbus 310, 319 e 321.Para além da companhia aérea nacional, TACV, que já voa para São Vicente, também a TAP-Portugal se mostrou interessada em assegurar ligações regulares para este novo aeroporto.

São Vicente está agora mais perto de Lisboa. O aero-porto internacional de São Pedro recebeu, a 30 de Abril de 2010, o primeiro voo regular dos TACV entre Lisboa e São-Vicente que levou à ilha caboverdeana 169 passagei-ros. Nas palavras de Graciete Gomes, delegada dos TACV em São Vicente, «este voo irá trazer um valor acrescen-tado ao turismo e à economia local», reforçando ainda que a abertura deste espaço aéreo representa «o realizar de um sonho para Cabo Verde». O voo, de carácter semanal, com

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Negócios em Cabo Verde

Anuário Negócios & afinidades_2010/11 47

saída às sextas-feiras, foi a primeira ligação internacional regular a aterrar no aeroporto internacional de São Pedro. No entanto havia já recebido três voos internacionais, pon-tuais, provenientes de Boston e Paris, durante o período do Carnaval do Mindelo, evento cultural que todos os anos atrai centenas de visitantes à ilha caboverdeana, conside-rado o pólo cultural do país. No final do primeiro semestre de 2010 havia já recebido 2.700 passageiros.De enorme significado para a ilha de São Vicente, esta porta directa para o exterior trará uma nova dimensão ao seu desenvolvimento permitindo-lhe retomar a histórica voca-ção internacional num registo abrangente de prestação de

serviços e recepção e movimentação de pessoas e merca-dorias envolvendo sectores de negócio bem definidos.Governo e operadores económicos acreditam que este investimento catapultará o desenvolvimento de toda a região norte do arquipélago, já que vários investimentos, turísticos e não só, foram pensados tendo em conta as liga-ções de e para o Mindelo e as ilhas de Santo Antão, que não possui infra-estrutura aeroportuária, e São Nicolau, com aeródromo para voos domésticos.O aeroporto internacional de São Pedro enquadrar-se-á num conjunto de infra-estruturas já existentes, ou a criar, de modo a converter São Vicente num centro logístico, com o incremento das actividades ligadas ao Porto Grande, que inclui um centro internacional de pescas (de armazena-mento e conservação, exportação, eventualmente de trans-formação), de reparação naval, de actividades turísticas e até como centro de excelência em termos de segurança marítima e investigação oceanográfica, uma Zona Franca Comercial (a criar), uma Zona Industrial, já existente, e um entreposto de produtos petrolíferos.

Ao serviço das Organizações e Empresas

A MundiServiços é uma empresa portuguesa de Consultoria e Serviços representada em Portugal, Cabo Verde, Moçambique, Angola e Brasil.  Fundada desde  1988,  a MundiServiços  detém mais  de  20  anos  de  experiência  na  realização  de  projectos  de  consultoria  e formação. Em Cabo Verde existe há 10 anos, através da sua sucursal sedeada na cidade da Praia.

MundiServiços PortugalJosé Dias Coelho, 36 B 1300‐329 Lisboawww.mundiservicos.pt

MundiServiços—Sucursal de Cabo VerdeAchada de St. AntónioLargo da Europa 12Bloco E, 3º Esq. ‐ [email protected]

Intervenção na área Institucional•Consultoria de gestão•Desenvolvimento de Recursos Humanos•Desenvolvimento Económico•Desenvolvimento Organizacional•Sistemas de Informação de Gestão•Reformas do Sector Público

Intervenção na área empresarial• Contratos de Gestão• Consultoria a empresas• Consultoria a Associações e Instituições promotoras de desenvolvimento

• Promoção de portefólio de produtos próprios• Implementação do sistemas de internacionalização

• Implementação de sistemas de qualidade

Intervenção na área de Formação• Formação Intra Empresas, Organizações  ou Instituições

• Formação Inter‐empresas • Projectos de Formação com metodologia de Formação —Acção

• Estudos estratégicos de Formação• Assistência  técnica e apoio na implementação de todos os domínios de formação (do Diagnóstico à Avaliação)

Reconhecida como Entidade de Utilidade Pública pelo MTSFP de Cabo verde

Principais Clientes em CVI.E.F.P.Correios de Cabo VerdeGoverno de Cabo VerdeBCVElectraMCA

Registos, Notariado e IdentificaçãoD.G.E.R.A.Câmara Municipal do SALPolicia JudiciáriaMinistério da Qualificação e EmpregoMinistério da JustiçaCCISS

I.F.H.Gabinete de Estudos e LegislaçãoAgência de Aviação CivilICASEEditurCCIASBMoave

Presidência do Conselho de Ministros e Reforma do EstadoRTCConfecções Alves MonteiroCFS, Construções Figueiredo e SoaresACEOPPCâmara Municipal da Praia

Ao serviço das Organizações e Empresas

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Negócios em Cabo Verde

48 Câmara de Comércio, Indústria e Turismo Portugal Cabo Verde

tráfego de passageiros 2010 (1º Semestre)

Nº de passageirosaeroporto Natureza

1º Sem 2010 1º Sem 2009 Var 2010/2009

Doméstico,0 100.243 97.194 3,10%Internacional ,0 154.431 155.909 -0,90%

Sal/aIaC Total, 254.674 253.103 0,60%Doméstico,0 125.506 119.018 5,50%Internacional,0 94.112 96.488 -2,50%

praia/aIp Total,0 219.618 215.506 1,90%Doméstico 31.334 29.933 4,70%Internacional 88.890 68.176 30,40%

Boavista/aIr Total 120.224 98.109 22,50%Doméstico 79.031 78.978 0,10%Internacional 2.699 ...* ...

S.Vicente/aISp Total 81.730 78.978 3,50%S.Filipe Doméstico 32.118 26.639 20,60%S.Nicolau Doméstico 10.634 8.670 22,70%maio Doméstico 7.281 6.448 12,90%

TotalDoméstico 386.147 366.880 5,30%Internacional 340.132 320.573 6,10%Total Geral 726.279 687.453 5,60%

*Aeroporto inaugurado a 22 Dez. 2009 Nota: Não contabiliza passageiros em trânsito Fonte: Gabinete de Monitorização e Controlo de Gestão da ASA-Aeroportos e Segurança Aérea (www.asa.cv).

tráfego de passageiros 2009Nº de passageiros

aeroporto Natureza2009 2008 Var 2009/2008

Doméstico,0 203.192 249.598 -18,60%Internacional ,0 358.681 476.898 -24,80%

Sal/aIaC Total, 561.873 726.496 -22,66%Doméstico,0 256.803 221.557 15,90%Internacional,0 214.066 201.499 6,20%

praia/aIp Total,0 470.869 423.056 11,30%Doméstico 61.069 48.724 26,40%Internacional 171.737 57.275 199,80%

Boavista/aIr Total 232.806 105.999 119,63%Doméstico 175.297 165.098 6,18%Internacional 38 ...* ...

S.Vicente/aISp Total 175.335 165.098 6,20%S.Filipe Doméstico 55.499 43.530 27,50%S.Nicolau Doméstico 21.174 20.472 3,40%maio Doméstico 13.703 8.641 58,60%

TotalDoméstico 787.277 757.620 3,90%Internacional 744.522 735.672 1,20%Total Geral 1.531.799 1.493.292 2,58%

*Aeroporto inaugurado a 22 Dez. 2009 Nota: Não contabiliza passageiros em trânsito Fonte: Gabinete de Monitorização e Controlo de Gestão da ASA-Aeroportos e Segurança Aérea (www.asa.cv).

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Negócios em Cabo Verde

50 Câmara de Comércio, Indústria e Turismo Portugal Cabo Verde

movimento de aeronaves 2010 (1º Semestre)

Nº de aterragens/descolagensaeroporto Natureza

1º Sem 2010 1º Sem 2009 Var 2010/2009

Doméstico,0 2.838 3.120 -9,00%Internacional ,0 2.541 2.282 11,30%

Sal/aIaC Total, 5.379 5.402 -0,40%Doméstico,0 3.386 3.371 0,40%Internacional,0 1.259 1.385 -9,10%

praia/aIp Total,0 4.645 4.756 -2,30%Doméstico 987 1.003 -1,60%Internacional 809 670 20,70%

Boavista/aIr Total 1.796 1.673 7,40%Doméstico 2.018 2.167 -6,90%Internacional 51 ...* ...

S.Vicente/aISp Total 2.069 2.167 -4,50%S.Filipe Doméstico 985 763 29,10%S.Nicolau Doméstico 272 234 16,20%maio Doméstico 180 178 1,10%

TotalDoméstico 10.666 10.836 -1,60%Internacional 4.660 4.337 7,40%Total Geral 15.326 15.173 1,00%

*Aeroporto inaugurado a 22 Dez. 2009 Fonte: Gabinete de Monitorização e Controlo de Gestão da ASA-Aeroportos e Segurança Aérea (www.asa.cv).

movimento de aeronaves 2009Nº de aterragens/descolagens

aeroporto Natureza2009 2008 Var 2009/2008

Doméstico,0 6.236 7.230 -13,70%Internacional ,0 4.731 5.603 -15,60%

Sal/aIaC Total, 10.967 12.833 -14,54%Doméstico,0 6.817 6.797 0,30%Internacional,0 2.790 2.842 -1,80%

praia/aIp Total,0 9.607 9.639 -0,33%Doméstico 2.042 1.376 48,40%Internacional 1.412 432 226,90%

Boavista/aIr Total 3.454 1.808 191,04%Doméstico 4.608 4.575 0,70%Internacional 5 ...* ...

S.Vicente/aISp Total 4.613 4.575 0,70%S.Filipe Doméstico 1565 1.830 -14,50%S.Nicolau Doméstico 644 549 17,30%maio Doméstico 368 222 65,80%

TotalDoméstico 22.280 22.579 -1,30%Internacional 8.938 8.877 0,70%Total Geral 31.218 31.456 -0,80%

*Aeroporto inaugurado a 22 Dez. 2009 Fonte: Gabinete de Monitorização e Controlo de Gestão da ASA-Aeroportos e Segurança Aérea (www.asa.cv).

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Negócios em Cabo Verde

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Negócios em Cabo Verde

52 Câmara de Comércio, Indústria e Turismo Portugal Cabo Verde

INFra-EStruturaS portuÁrIaS dE CaBo VErdE

Na década de sessenta e, principalmente, após a inde-pendência, em 1975, Cabo Verde iniciou um processo de infra-estruturação e de reforço do serviço marítimo inter-ilhas através de companhias estatais. O país, graças a esta medida, ganhou em mobilidade e acessibilidade, ao mesmo tempo que as condições foram lançadas para que iniciati-vas individuais viessem a ganhar corpo, sobretudo a nível dos transportes marítimos.No quadro do programa de infra-estruturação, seis dos nove portos beneficiaram de investimentos de reabilita-ção ou de construção. O funcionamento da rede portuária registou melhoria graças aos investimentos efectuados, nomeadamente na modernização do Porto Grande que pre-sentemente está bem posicionado para oferecer serviços importantes aos transportes de longo curso e inter-ilhas. Em curso estão as obras de ampliação do Porto de Palmeira (Sal) e da Praia (Santiago); os portos de Vale de Cavaleiros (Fogo), Porto Novo (Santo Antão) e Furna (Brava) recebem em 2009/10 importantes melhoramentos. Com isto, num prazo de 2 a 3 anos o sistema portuário estará comple-tamente modernizado e redimensionado acomodando as exigências de crescimento para os próximos 20 anos.De uma maneira geral o desempenho do sector marítimo sofre pela falta de uma clara atribuição de papéis aos diver-sos actores no sector. Não existe uma separação nítida entre as funções de regulamentação, gestão portuária e operadores privados. Em consequência, há presentemente um conflito de competências relativamente às responsa-bilidades de algumas tarefas de regulamentação entre a ENAPOR – Portos de Cabo Verde e o Instituto Marítimo Portuário. Uma clarificação desses papéis e do quadro institucional (quem regula, quem gere as infra-estruturas portuárias e quem opera os serviços) permitirá a cada enti-dade, ou entidades, concentrar-se melhor sobre as suas próprias funções. Neste contexto, é também necessário prever o reforço da capacidade da instituição reguladora para assegurar que o país cumpra as suas obrigações no quadro das convenções internacionais e que as normas técnicas e de segurança sejam respeitadas em coordena-

ção com outros serviços interessados (polícia, alfândega, segurança costeira, etc).A especialmente favorável localização geográfica de Cabo Verde, no cruzamento de grandes rotas marítimas interna-cionais, deixa adivinhar a vocação para constituição de uma importante plataforma logística. A crescente procura por operadores turísticos e outros investimentos aponta para a clara necessidade de melhoria das suas infra-estruturas portuárias permitindo a prestação de serviços intermodais tanto para o transporte inter-ilhas como para outros con-tinentes.Tendo em conta as exigências de um sector colocado no seio dos mercados mundiais, muito competitivos, e devido à importância do sector para a economia de Cabo Verde, o principal desafio é o da modernização da gestão do sector criando condições favoráveis ao investimento e à garantia de uma oferta mínima de serviços adequados.A modernização da gestão portuária, segundo o pensa-mento actual (2007) das autoridades caboverdeanas, será feita através da aplicação progressiva de uma abordagem de “landlord port” em que os serviços portuários serão, cada vez mais, postos em regime de concessão aos opera-dores sob contratos de performance. Os investimentos em infra-estruturas e equipamentos portuários serão defini-dos em função dos planos directores para todos os portos. Tendo em conta que os planos directores dos portos de Palmeira e da Praia já estão em curso, propõe-se preparar um Plano Director Nacional que estabelecerá uma visão global de funcionamento da rede portuária e ao mesmo tempo completará os planos directores para os seis portos restantes.A acção principal para o transporte marítimo será a ope-racionalização da política de concessão dos serviços de transportes marítimo inter-ilhas sem uma ruptura dos ser-viços actuais. Neste contexto, a acção prévia é a definitiva saída do mercado por parte da empresa estatal quedando-se como proprietária das infra-estruturas portuárias do País, responsável pela sua gestão, conservação e desen-volvimento. Seguidamente, será necessário estabelecer contratos de concessão com a oferta de incentivos para a prestação de serviços mínimos nas linhas «sociais» em que a rentabilidade individual não seja evidente. O objectivo final é melhorar a eficiência na gestão dos portos criando as condições para que Cabo Verde se afirme como uma plataforma regional nos transportes marítimos.Este plano exigirá o estabelecimento de um quadro jurídico regulamentar centrado na atribuição e gestão dos contra-tos de concessão, oferta de cadeias de serviços logísticos aos operadores e os procedimentos administrativos que farão parte da reformulação do quadro jurídico do sector.

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Negócios em Cabo Verde

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Para melhor execução das políticas de desenvolvimento do sector dos transportes marítimos e procurando a raciona-lização e maior eficiência nestas operações será levada a cabo a privatização das operações portuárias (oportunidade para as empresas portuguesas) em concurso para o qual a ENAPOR-Portos de Cabo Verde se encontra a realizar os contactos necessários. O projecto de privatização dos Portos de Cabo Verde, os quais deverão sê-lo em sepa-rado, admite que as actividades possam ser elas próprias objecto de alienação individual quedando-se a empresa estatal como proprietária das infra-estruturas portuárias do País responsável pela sua gestão, conservação e desen-volvimento. O objectivo final é melhorar a eficiência na ges-tão dos portos criando as condições para que Cabo Verde se afirme como uma plataforma regional nos transportes marítimos.

a caminho da privatizaçãoNum sector de negócio que movimenta mais de 90% da carga mundial, a ENAPOR-Portos de Cabo Verde empenha-se num processo de modernização dotando o arquipélago de infra-estruturas portuárias que permitam cumprir o plano de desenvolvimento desenhado pelo Governo e a con-cretização da sua vocação logística no Atlântico Médio.Dotar Cabo Verde de infra-estruturas portuárias com dife-rentes vocações, que vão desde o transbordo internacional de contentores no Mindelo (São Vicente), num futuro porto de águas profundas para plataforma logística internacio-nal, a portos redimensionados, adaptados a novos tipos de navios “roll-on/roll-off”, com reflexos na Produtividade, é a proposta da ENAPOR.Os esforços para atingir essa realidade, passando de estru-turas “multipurpose” a outras de maior especialização, com modernas capacidades de trânsito e escoamento de pes-soas e mercadorias, dão já os seus primeiros passos como o atestam as obras do Porto da Praia. Aí, depois de 4 anos e 114 milhões de Euros, ficará o mais moderno exemplo da rede portuária que se pretende criar. Também em Palmeira (Sal) e Porto Novo (Santo Antão) as obras estão em curso; Salrei (Boavista) estão já contratadas por 34 milhões de euros destinando-se a dotar a ilha de um novo cais de 60 metros de comprimento e 6 metros de profundidade, um segundo cais de 135 metros de comprimento e 9 metros de profundidade e um parque de contentores de 2,5 hecta-res. A conclusão está prevista para 2012; Vale Cavaleiros (Fogo), Furna (Brava) estão em processo de contratação para receber 32 milhões de euros de obras; estudam-se novos acessos, a norte, no Porto Grande (Mindelo). Futu-ramente, Maio e São Nicolau serão também contemplados. No total serão investidos 450 milhões de Euros.Uma vez terminado este processo de remodelação e ampliação dos portos, Cabo Verde passará de 3.700 metros para 5.400 metros de espaço de acostagem, de 8 para 38 hectares de parques de armazenagem e 48 hectares de áreas de logística onde antes nada existia. Com este desen-volvimento, o país continuará a ter dois grandes portos -no Mindelo e na Cidade da Praia- mais três de média dimensão

A ENAPOR–Portos de Cabo Verde (www.enapor.cv) é a empresa pública que gere as 9 (uma por cada ilha) infra--estruturas portuárias marítimas existentes cujas carac-terísticas, dimensões e vocação são manifestamente ina-dequadas para as necessidades do mercado impulsionado pelo crescimento da população e do turismo. Também as inovações tecnológicas ocorridas no sector (na concepção dos navios e nos equipamentos de movimentação de carga) não encontram resposta nas estruturas existentes encare-cendo e demorando as operações portuárias. Destacam-se no país os 3 portos internacionais da Praia (Santiago), do Porto Grande (Mindelo-São Vicente) e de Palmeira (Sal) onde qualquer deles, com mais ou menos capacidade, pode acolher navios de grande calado e movimentar e armazenar contentores de 20” e de 40”.A resposta das autoridades conduziu a planos de moderni-zação dos portos de Palmeira (Sal) – as obras de expansão do actual cais para 90 metros e construção de uma rampa “roll-on/roll-off” iniciaram-se no primeiro semestre de 2008 enquanto que numa segunda fase construir-se-á um novo cais de 150 metros – e da Praia (Santiago). Para este último decorrem até Outubro de 2011, obras no valor de 75 milhões de euros capacitando esta infra-estrutura para o aumento de tráfego até 2030.O potencial e importância de Cabo Verde enquanto cen-tro de circulação de mercadorias na região levou a que o Departamento de Transportes dos Estados Unidos consi-derasse os Portos Internacionais de Cabo Verde como dos mais seguros do mundo. Os custos portuários estão fixados em tarifário, pela ENAPOR, e variam com a quantidade de carga e as distâncias origem-destino.O desenvolvimento do Turismo e a incapacidade dos trans-portes aéreos responderem adequadamente às exigências de movimentação de pessoas e cargas inter-ilhas promoveram a necessidade de adaptação futura de todos os portos para transportes e movimentação de navios “roll-on/roll-off”.Cabo Verde tem todas as condições para se transformar numa placa giratória regional e internacional de passagei-ros e cargas. Os estudos para a criação de um sistema de transbordo marítimo mostram claramente a viabilidade desta estratégia e a sua importância para o desenvolvi-mento do país.

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Negócios em Cabo Verde

54 Câmara de Comércio, Indústria e Turismo Portugal Cabo Verde

-Palmeira, Sal-Rei e Porto Novo- e 4 de menor dimensão: Vale de Cavaleiros (Fogo), Porto Inglês (no Maio), Tarrafal (São Nicolau) e Furna (Brava).No entanto, nem só de modernização de infra-estruturas se faz o futuro dos portos caboverdeanos. Também as pro-postas de privatização ou concessão de serviços e licencia-mento de funções estão no horizonte desta reforma.Os serviços portuários de Cabo Verde deverão ser conces-sionados através de concursos em 2010. “Queremos ter todo o dossier do concurso aprovado até Junho de 2010”, revelou o Comandante José Manuel Fortes, durante a sua apresentação no workshop “Logística no Atlântico Médio”, que fez parte da 13ª Feira Internacional de Cabo Verde (FIC), de 19 a 22 de Novembro de 2009.O processo contemplará inicialmente a movimentação de mercadorias nos portos da Praia, Mindelo e Palmeira, os quais movimentam 93% da carga no arquipélago. Os por-tos da Praia e do Mindelo deverão ser entregues a dois concessionários, enquanto o da Palmeira terá apenas uma concessão. Nestes três, assim como nas restantes infra--estruturas do arquipélago, lançar-se-ão concursos para licenciamento dos diferentes serviços portuários. No futuro concurso, as empresas caboverdeanas apresentar-se-ão em pé de igualdade com as companhias estrangeiras e acredita-se que a separação jurídica dos nove portos de Cabo Verde e a criação de licenças fragmentadas vai bene-ficiar as firmas nacionais pela diminuindo dos investimen-tos individuais necessários.O sector, de acordo com legislação actualmente em prepa-ração, será tutelada por uma Autoridade portuária, prova-velmente nascida a partir do actual IMP – Instituto Marítimo Portuário sob direcção mais próxima da ENAPOR que man-terá a propriedade das infra-estruturas portuárias.

os principais portos de Cabo Verde

porto grande, mindelo (São Vicente)

O Porto Grande fica localizado à entrada da ilha de São Vicente, numa baia semicircular com dois quilómetros de raio, naturalmente protegida das fortes correntes maríti-mas. As suas águas calmas e transparentes atingem pro-fundidades que variam entre os 11 e os 30 metros. Pelas suas características físicas e naturais, o Porto Grande ofe-rece excelentes condições de entrada e abrigo a qualquer tipo de embarcação.Dispõe de um cais de pesca com 240 metros de compri-mento, a profundidades entre 3 e 4,8 metros, e um terra-pleno de 3 hectares, onde estão localizados os armazéns frigoríficos com capacidade de 6.000 tons a temperaturas entre –25º C e 0º C.Possui ainda um terminal de cabotagem, para carga de mercadorias e de passageiros, concebido fora do porto comercial, de forma a facilitar os trabalhos nos navios de longo curso e também proporcionar melhores condições aos passageiros e transportadores domésticos. O terminal possui 230 metros de perímetro de acostagem subdivididos em 3 postos de atracação para navios de cabotagem e uma rampa “roll-on/roll-off”.Construído em 1962, o Porto Grande possui actualmente as melhores infra-estruturas portuárias do país. É dotado de três molhes unidos pelo cais de acesso, totalizando 1,75 Km de cais, a profundidades entre 3,5 e 12 metros. Com a sua modernização o porto ficará dotado de um novo molhe de 250 metros que permitirá a atracagem de navios de cruzeiro. Actualmente tem as seguintes características técnicas:

Mas a grande realização que se prevê vir a revolucionar a vocação da ilha de São Vicente, enquanto plataforma logís-tica marítima, é o porto de águas profundas que se inte-grará num “cluster do mar” com o incremento do negócio da reparação naval, do apoio às frotas pesqueiras interna-cionais, da instalação de um centro internacional de pescas (armazenamento, conservação e exportação) com recupe-ração das tão necessárias instalações de frio, destruídas no incêndio da Interbase, e até como centro de excelência em segurança marítima e investigação oceanográfica.

Molhe Cais Comprimento (m)

Largura (m)

Profundidade (m)

02 01 315.05 15.00 -11.50

02 02 315.05 15.00 -11.50

01 03 205.00 50.00 -11.50

01 04 217.00 50.00 -12.00

Acesso 05 100.00 15.00 -08.50

Acesso 06 122.00 25.00 -06.50

Acesso 07 60.00 25.00 -04.50

Acesso 08 106.75 25.00 -03.50

T/Passageiros A 120.00 45.00 -04.00

T/Passageiros B 50.00 25.00 -04.00

T/Passageiros C 65.00 55.00 -04.00

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Negócios em Cabo Verde

Anuário Negócios & afinidades_2010/11 55

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Negócios em Cabo Verde

56 Câmara de Comércio, Indústria e Turismo Portugal Cabo Verde

porto da praia (em ampliação)

O Porto da Praia, na ilha de Santiago, assume-se como um dos portos principais do sistema portuário de Cabo Verde, desempenhando o duplo papel de afirmação no mundo e de motor de desenvolvimento económico e social do país como porta de entrada na sua cidade capital. Pretende-se que o porto seja âncora de negócios e um parceiro forte na consolidação da economia.Polivalente, versátil e seguro, e embora deficitário, possui infra-estruturas que garantem a operacionalidade de qual-quer tipo de navio, desde cargueiros de tráfego inter-ilhas, a porta-contentores e graneleiros.Dispõe actualmente de dois 2 molhes em “L”, totalizando 690 metros, a profundidades entre 5 e 9 metros, e está con-cebido e equipado para transitar um volume de carga que poderá ir até um milhão de toneladas por ano. Possui um cais de pesca com 55 metros de comprimento, 24.5 metros de largura e 3 metros de profundidade, com uma unidade de tratamento e comercialização do pescado. Um terminal de passageiros com 146 metros de comprimento completa as infra-estruturas acostáveis actuais do porto da Praia.As obras de ampliação em curso consistiram, numa 1ª fase, concluída em Outubro de 2010, na reparação do cais nº 2, na construção de uma via de acesso de cerca de 2 km, que ligará o porto à via circular da Praia, na construção de uma zona de logística que ocupará 14 hectares alber-gando terminal de carga, parque de contentores, armazém de consolidação e entrega de mercadorias e edifício para Alfândega e operadores do sector. O valor envolvido ronda os 53 milhões de euros (financiados pelo MCA, programa de ajuda americano, e por uma linha de crédito portuguesa).A 2ª fase, iniciada em Setembro de 2010, e a terminar em 30 meses, trará o aumento do cais nº 1 para 450 metros e da profundidade para 12 metros, instalação de um sistema de apoio à navegação, mais 8 hectares de parque de con-tentores e a edificação de um quebra-mar com 234 metros de comprimento. Esta fase acrescentará mais 72 milhões de euros ao custo da obra.

porto de palmeira (Sal)Situado na ilha do Sal, o porto da Palmeira é o terceiro porto caboverdeano a nível do tráfego de mercadorias. Comporta, para além da actividade comercial de transporte de mer-cadorias e passageiros, as actividades de pesca, indústrias relacionadas com náutica de recreio e marítimo-turísticas. Enquanto receptor de tráfego internacional de combustível, contribui para a inserção de Cabo Verde no sistema eco-nómico mundial.Inaugurado em 1986, o porto é abrigado a maior parte do ano. O terrapleno sul dispõe de um cais com 34 metros de comprimento e 1 metro de profundidade, destinado a barcos de pesca artesanal. Para o armazenamento de mercadorias possui uma área coberta de 450 m2, um ter-rapleno descoberto com 5.605 m2 e uma área de 17.000 m2 para expansão. O molhe acostável estende-se por um comprimento de 112 metros e capacidade nominal para movimentar 70.000 toneladas de carga por ano.

Também este porto se encontra em remodelação, com investimentos na ordem dos 19 milhões de euros. Os tra-balhos, iniciados em Junho de 2009, terminarão 14 meses depois acrescentando 90 metros ao cais, dos quais 30 metros receberão uma rampa “roll-on/roll off”. Um ter-minal de contentores com 3,5 hectares e novos acessos completam a obra.

Empresas portuguesas nas infra-estruturasde Cabo Verde

Consórcio lusocaboverdeano no porto NovoO consórcio luso-caboverdeano que envolve as empre-sas portuguesas SETH, nossa associada, OFM e Irmãos Cavaco e a empresa caboverdeana Empreitel Figueiredo são os responsáveis pela obra de expansão e modernização do Porto Novo (Santo Antão). A fiscalização ficou a cargo da CONSULGAL, também nossa associada, que se encontra

Cais Comprimento (m)

Largura (m)

Profundidade (m)

01 217.00 30.00 -09.00

02 314.00 30.00 -07.50

03 80.00 19.50 -05.00

04 80.00 19.50 -05.00

05 55.00 19.50 -03.00

Cais Comprimento (m)

Largura (m)

Profundidade (m)

01 60 000 25 000 -4.10

02 30 000 25 000 -2.00

03 34 000 25 000 -1.00

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Negócios em Cabo Verde

Anuário Negócios & afinidades_2010/11 57

já envolvida nas obras de ampliação do Porto da Praia. A conclusão da obra deve acontecer num prazo de 20 meses, previsivelmente no último trimestre de 2011.Este projecto custará à ENAPOR-Portos de Cabo Verde um total de 2,5 milhões de contos (22,7 milhões de euros), financiados pelos governos de Cabo Verde e Portugal e insere-se no plano de modernização do sector dos trans-portes marítimos em Cabo Verde que passa pela criação de portos modernos e competitivos em quase todas as ilhas do país.Esta obra de modernização do Porto Novo inclui aumento do perímetro disponível para acostagem (um cais de 40 metros e 4 metros de profundidade, um segundo cais de 115 metros de comprimento e 7 metros de profundidade e um terceiro de 135 metros e profundidade de 10 metros, que poderá receber navios de cruzeiro), que passarão a permitir receber quatro navios (dois de dimensão média e dois de pequenas dimensões), pela construção de 2 rampas para receber, pelo menos, dois navios “roll-on/roll-off”, um parque de contentores de 2,5 hectares, uma gare marítima de dois pisos com 2.000 m2 e capaz de albergar 800 passa-geiros (400 à chegada e 400 à partida) e um parque de via-turas, visto que o Porto Novo tem um dos maiores fluxos de passageiros no tráfico marítimo inter-ilhas.

mSF EngenhariaO plano de infra-estruturação do arquipélago, financiado na sua maior parte por Portugal (seja pelo Estado Portu-guês através da Caixa Geral de Depósitos seja pela Banca portuguesa), onde pontificam novas estradas, aeroportos e alargamento de portos, vem sendo concretizado por conhe-cidas empresas portuguesas.A construtora MSF Engenharia (www.msf.pt) é uma das empresas portuguesas com mais actividade Cabo Verde, essencialmente nas obras públicas. Optando pela entrada no mercado através de uma associação à empresa cabo-verdeana Empreitel Figueiredo, fundou mais tarde a MSF Cabo Verde.A MSF iniciou a sua actividade em Cabo Verde em 1997 e tem sido responsável pela maioria das obras de construção e reconstrução de estradas, aeroportos, portos e infra-estru-turas industriais. Destaque-se em 2007/2008, duas obras de grande envergadura e que se tornaram referência em Cabo Verde: o Aeroporto Internacional da Boavista, no Rabil, obra de 16 milhões de euros, e a Radial da Cidade da Praia. Este anel rodoviário, que une o Aeroporto da Praia à estrada da Cidade-Velha, possui quatro faixas de rodagem, duas em cada sentido e um separador central, é uma obra moderna com várias rotundas, passagens hidráulicas e um cruza-mento desnivelado. O seu custo foi orçado em 25 milhões de euros e contou com apoio do Governo Português através de um financiamento da Caixa Geral de Depósitos. Já antes tinha sido responsável pela ampliação do Aeroporto Amílcar Cabral e da estrada que liga o mesmo aeroporto (Espargos, ilha do Sal) à turística Vila de Santa Maria.A MSF foi ainda a empresa seleccionada para reparar a rede viária da cidade da Praia, capital de Cabo Verde, uma

Guia de Comércio e Exportação

Portugal – Cabo Verde

1º trimestre de 2011

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Câmara de Comércio Indústria e Turismo Portugal Cabo Verde, Rua D. Filipa de Vilhena, nº 6 – 1º Esq. 1000-135 LISBOA

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Negócios em Cabo Verde

58 Câmara de Comércio, Indústria e Turismo Portugal Cabo Verde

empreitada de 11,3 milhões de euros (1,3 milhões de contos caboverdeanos). O contrato incluiu a reabilitação da zona central da cidade, conhecida por “Plateau”, arruamentos circundantes e ligação à Cidade Velha. As obras foram con-cluídas em Janeiro de 2009.Em Janeiro do mesmo ano lançaram as obras de terra-planagem do empreendimento imobiliário-turístico “Ponta Bicuda”. Esta obra, no valor de 1,8 milhões de euros (200 mil contos caboverdeanos), tem como cliente a empresa imobi-liária Vilas Oceânicas-Sociedade de Desenvolvimento Turís-tico resultado da associação entre a também portuguesa “Design Resorts” e a caboverdeana Editur. Actualmente, num consórcio com a Somague, participa na ampliação do Porto da Praia que dotará a ilha de Santiago, em 2013, de uma estrutura importantíssima para a manutenção do seu ritmo de desenvolvimento. Em breve, na Boavista, em antecipação ao previsível desenvolvimento turístico da ilha, deverá nascer um novo Porto marítimo cujas obras estarão também a cargo do mesmo consórcio.A MSF-Engenharia está ainda presente em países africa-nos como Angola, São Tomé e Príncipe, Guiné Equatorial, Namíbia, Gana e Senegal. Desde 2002 detém a empresa de direito caboverdeano MSF Cabo Verde.

monteadriano vai construir três barragens em Cabo VerdeA empresa portuguesa MonteAdriano de Engenharia e Cons-trução, nossa associada, chegou a Cabo Verde em 1997. Conta no seu currículo já com várias e diversificadas obras, em que a mais emblemática terá sido o Aeroporto Interna-cional da Praia. Muitas outras se seguiram entre reabilita-ções de pavimentos rodoviários (Avenida Cidade de Lisboa, na cidade da Praia, estrada Praia-Cidade Velha-São João Baptista, em Santiago; Ribeira Grande-Boca de ambas as Ribeiras, em Santo Antão) e aeroportuários (São Nicolau), obras de saneamento e abastecimento de água (Assomada, em Santiago; ilhas do Sal e da Boavista) e aterro sanitário na ilha de São Nicolau.Recentemente ganhou o concurso para a construção de três barragens na ilha de Santiago, aproveitando a linha de cré-dito de 200 milhões de euros disponibilizada por Portugal para projectos de obras públicas. A construção, de raiz, das barragens da Faveta, Salineiro e Saquinho, acrescentar-se--ão à já construída Barragem do Poilão (na foto), concluída em 2006, com financiamento da China.Segundo o Primeiro Ministro de Cabo Verde, José Maria Neves, nos próximos dois a três anos, o Governo pretende construir mais 17 barragens com o objectivo de, até 2015, mobilizar 75 milhões de m3 de água, o que permitirá alargar a área irrigada do país, criar emprego e reduzir os índices de pobreza. Para já, as três barragens terão um “impacto fundamental na agricultura” pois evitarão o desperdício de milhões de m3 de água no arquipélago durante a época das chuvas – entre Julho e Outubro. O Governo, acrescen-tou, decidiu recentemente lançar um programa para que todos os furos de água no arquipélago sejam equipados com energias renováveis, solar ou eólica, permitindo aos

agricultores terem acesso à água a um preço mais compe-titivo”. Em causa está o facto também de Cabo Verde estar a aproximar-se do limite de exploração de água potável no subsolo já que as potencialidades de água subterrânea estimam-se em 60 milhões de m3/ano e a exploração actual ronda os 40 milhões. Até 2020, com o ritmo de desenvolvi-mento do país, as necessidades subirão para 90 milhões de m3/ano. Porém, Cabo Verde tem desenvolvido ao longo das últimas duas décadas vários projectos de centrais dessali-nizadoras, provenientes da água do mar, que têm permitido atenuar a exploração dos lençóis freáticos.No global, Cabo Verde tem linhas de crédito de Portugal que ultrapassam os 600 milhões de euros, destinados a projectos de infra-estruturas, mobilização de água e ener-gias renováveis, bem como para apoio às empresas e à construção de habitação.

Somague/CVCA Somague, SA, detentora de 90,8% do capital da cons-trutora caboverdeana CVC-Construções de Cabo Verde, SA, apresentou a sua primeira obra de relevo em 1995 com a construção dos ancoradouros da Boavista e Maio. Mais tarde, depois de concluída a obra de asfaltagem da estrada São Domingos-Assomada numa extensão de 21 Km e da ligação complementar Praia-São Domingos (17 Km) foi escolhida para algumas obras particulares como os edifícios de apartamentos “Ondas do Mar” e “Miramar” no Palmarejo (Praia-Santiago), propriedade da empresa imobiliária caboverdeana Tecnicil, a Escola de Hotelaria e Turismo de Cabo Verde e as 4 (2 no Sal e 2 na Boavista) unidades hoteleiras da cadeia internacional de origem espanhola “RIU”. Em matéria de obras públicas está, neste ano de 2010, envolvida na ampliação do Porto da Praia, em consórcio com a MSF Engenharia, no futuro Porto da Boa-vista, na via rodoviária estruturante que ligará o aeroporto da Boavista (Rabil) a Santa Mónica e nas estradas Porto Novo/Ponta do Sol/Campo Redondo e Manta Velha/Chã de Igreja/Cruzinha, ambas em (Santo Antão).

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Negócios em Cabo Verde

Anuário Negócios & afinidades_2010/11 59

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pestana tropico final.ai 9/17/09 1:22:05 PM

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Negócios em Cabo Verde

60 Câmara de Comércio, Indústria e Turismo Portugal Cabo Verde

Estatísticas portos (dezembro 2009) – porto grandemovimento geral

tráfego unidademês Variação acumulado Variação

2009 2008 Nº % 2009 2008 Nº %Navios de Longo Curso

atracados

Nacionaisnº 0 0 0 0 2 -2 -100,0%

TAB/GT 0 0 0 0 2.950 -2.950 -100,0%

Estrangeirosnº 56 50 6 12,0% 537 590 -53 -9,0%

TAB/GT 267.623 310.374 -42.751 -13,8% 2.664.249 3.356.224 -691.975 -20,6%

totalnº 56 50 6 12,0% 537 592 -55 -9,3%

taB/gt 267.623 310.374 -42.751 -13,8% 2.664.249 3.359.174 -694.925 -20,7%Fundeados

Nacionaisnº 0 0 0 0 0 0

TAB/GT 0 0 0 0 0 0

Estrangeirosnº 25 24 1 4,2% 221 204 17 8,3%

TAB/GT 289.234 299.103 -9.869 -3,3% 3.393.553 3.391.290 2.263 0,1%

totalnº 25 24 1 4,2% 221 204 17 8,3%

taB/gt 289.234 299.103 -9.869 -3,3% 3.393.553 3.391.290 2.263 0,1%Navios de Cabotagem

atracados

Nacionaisnº 108 115 -7 -6,1% 1.337 1.403 -66 -4,7%

TAB/GT 119.121 122.637 -3.516 -2,9% 1.321.474 1.397.487 -76.013 -5,4%Fundeados

Nacionaisnº 5 1 4 400,0% 45 32 13 40,6%

TAB/GT 1.463 619 844 136,3% 21.783 133.961 -112.178 -83,7%

total atracados/Fundeadosnº 164 165 -1 -0,6% 1.874 1.995 -121 -6,07%

taB/gt 386.744 433.011 -46.267 -10,7% 3.985.723 4.756.661 -770.938 -16,21%movimento de mercadorias de Longo Curso

Carregadas t 763 7.983 -7.220 -90,4% 17.711 40.898 -23.187 -56,7%descarregadas t 55.130 45.574 9.556 21,0% 505.439 565.208 -59.769 -10,6%

total 55.893 53.557 2.336 4,4% 523.150 606.106 -82.956 -13,7%movimento de mercadorias de Cabotagem

Carregadas t 6.678 6.708 -30 -0,4% 77.988 92.683 -14.695 -15,9%descarregadas t 2.497 2.928 -431 -14,7% 38.254 40.820 -2.566 -6,3%granel Líquido t 10.011 9.979 32 0,3% 100.233 94.417 5.816 6,2%

total 19.186 19.615 -429 -2,2% 216.475 227.920 -11.445 -5,02%total de mercadorias t 75.079 73.172 1.907 2,6% 739.625 834.026 -94.401 -11,32%

movimento de mercadorias de Longo CursoCarga geral t 818 8.030 -7.212 -89,8% 15.380 44.374 -28.994 -65,3%Contentorizada t 12.126 23.860 -11.734 -49,2% 214.168 231.082 -16.914 -7,3%granel Líquido t 38.866 12.949 25.917 200,1% 175.955 192.132 -16.177 -8,4%granel Sólido t 0 0 0 21.027 28.395 -7368 -25,9%Sacaria t 3.843 5.224 -1.381 -26,4% 44.251 43.126 1.125 2,6%Carga em trânsito t 240 3.494 -3.254 -93,1% 52.369 66.998 -14.629 -21,8%

total 55.893 53.557 2.336 4,4% 523.150 606.107 -82.957 -13,7%movimento de Contentores de Longo Curso

Carregadosteus 517 950 -433 -45,6% 7.221 8.299 -1.078 -13,0%

t 2.497 7.983 -5.486 -68,7% 36.660 37.386 -726 -1,9%

descarregadosteus 703 1.050 -347 -33,0% 7.890 8.550 -660 -7,7%

t 9.629 13.830 -4.201 -30,4% 112.430 115.369 -2.939 -2,5%

Baldeação 11 37 -26 -70,3% 585 787 -202 -25,7%

0 0 0 0 0 0

transbordo teus 0 129 -129 -100,0% 3.742 3.043 699 23,0%

t 0 2.047 -2.047 65.078 75.035 -9.957

totalteus 1.220 2.129 -909 -42,7% 19.438 20.679 -1.241 -6,0%

t 12.126 23.860 -11.734 -49,2% 214.168 227.790 -13.622 -6,0%movimento de Contentores de Cabotagem

Carregadosteus 59 68 -9 545 473 72 15,2%

t 0 0 0 0 0 0

descarregadosteus 44 78 -34 488 467 21 4,5%

t 0 0 0 0 0 0

transbordoteus 0 0 0 0 37 -37

t 0 0 0 0 0 0

totalteus 103 146 -43 1.033 977 56 5,7%

t 0 0 0 0 0 0movimento de passageiros

desembarcados nº 12.530 10.256 2.265 22,1% 134.764 132.350 2.414 1,8%Embarcados nº 13.319 12.667 652 5,1% 138.486 132.692 5.794 4,4%trânsito nº 0 0 0 0 0 0

total 25.849 22.932 2.917 12,7% 273.250 265.042 8.208 3,1%movimento de passageiros

desembarcados nº 5 0 5 7 28 -21 -75,0%Embarcados nº 2 0 2 5 10 -5 -50,0%trânsito nº 1.448 2.731 -1.283 -47,0% 17.629 22.797 -5.168 -22,7%

total 1.455 2.731 -1.276 -46,7% 17.641 22.835 -5.194 -22,7%

Fonte: ENAPOR – Empresa Nacional de Portos (www.enapor.cv).

Page 63: Anuário Negócios & Afinidades - 2010/11

Negócios em Cabo Verde

Anuário Negócios & afinidades_2010/11 61

Estatísticas portos (dezembro 2009) – praiamovimento geral

tráfego unidademês Variação acumulado Variação

2009 2008 Nº % 2009 2008 Nº %Navios de Longo Curso

atracados

Nacionaisnº 0 2 -2 -100,0% 5 9 -4 -44,4%

TAB/GT 0 2.950 -2.950 -100,0% 7.831 10.485 -2.654 -25,3%

Estrangeirosnº 19 26 -7 -26,9% 253 245 8 3,3%

TAB/GT 184.694 195.817 -11.123 -5,7% 1.882.396 1.510.331 -372.065 24,6%

totalnº 19 28 -9 -32,1% 258 254 4 1,6%

taB/gt 184.694 198.767 -14.073 -7,1% 1.890.277 1.520.816 369.411 24,3%Fundeados

Nacionaisnº 0 0 0 0 0 0

TAB/GT 0 0 0 0 0 0

Estrangeirosnº 0 1 -1 -100,0% 5 17 -12 -70,6%

TAB/GT 0 5.955 -5.955 -100,0% 187.901 539.199 -351.298 -65,2%

totalnº 0 1 -1 -100,0% 5 17 -12 -70,6%

taB/gt 0 5.955 -5.955 -100,0% 187.901 539.199 -351.298 -65,2%Navios de Cabotagem

atracados

Nacionaisnº 71 44 27 61,4% 678 684 -6 -0,9%

TAB/GT 70.981 52.588 18.393 35,0% 644.930 737.473 -92.543 -12,5%Fundeados

Nacionaisnº 0 0 0 1 0 1

TAB/GT 0 0 0 16.966 0 16.966

total atracados/Fundeadosnº 90 72 18 936 938 -2 -0,21%

taB/gt 6.848 5.890 958 16.3% 87.387 101.596 -14.209 -13,99%movimento de mercadorias de Longo Curso

Carregadas t 2.542 4.543 -2.001 -34,0% 43.005 53.601 -10.596 -19,8%descarregadas t 25.792 38.635 -12.843 -835,6% 431.010 478.591 -47.581 -9,9%

total 28.334 43.178 -14.844 -34,4% 474.015 532.192 -58.177 -10,9%movimento de mercadorias de Cabotagem

Carregadas t 6.848 5.890 958 16,3% 87.387 101.596 -14.209 -14,0%descarregadas t 3.973 1.537 2.436 158,5% 32.807 28.980 3.827 13,2%granel Líquido 8.644 5.774 2.870 49,7% 83.428 76.217 7.211 9,5%

total 19.465 13.201 6.264 47,5% 203.622 206.793 -10.382 -5,0%total de mercadorias t 47.799 56.379 -8.580 -15,2% 677.637 738.985 -61.348 -8,30%

movimento de mercadorias de Longo CursoCarga geral t 3.070 7.920 -4.850 -61,2% 101.402 96.824 4.578 4,7%Contentorizada t 15.243 14.447 796 5,5% 156.055 160.083 -4.028 -2,5%granel Líquido t 1.100 1.100 0 0,0% 10.231 12.231 -2.000 -16,4%granel Sólido t 3.300 14.492 -11.192 -77,2% 139.695 206.965 -67.270 -32,5%Sacaria t 5.621 0 5.621 43.320 25.871 17.449 67,4%Carga em trânsito t 0 5.219 -5.219 -100,0% 23.311 30.216 -6.905 -22,9%

total 28.334 43.178 -14.844 -34,4% 474.014 532.190 -58.176 -10,9%movimento de Contentores de Longo Curso

Carregadosteus 951 833 118 14,2% 13.528 12.556 972 7,7%

t 2.542 1.914 628 32,8% 33.349 32.407 942 2,9%

descarregadosteus 1.240 1.453 -213 -14,7% 13.021 13.543 -522 -3,9%

t 16.010 22.046 -6.036 -27,4% 196.272 200.029 -3.757 -1,9%

Baldeação teus 40 85 -45 -52,9% 583 859 -276 -32,1%

t 0 1.128 -1.128 -100,0% 3.511 9.511 -6.000 -63,1%

transbordo teus 0 152 -152 -100,0% 724 806 -82 -10,2%

t 0 4.091 -4.091 -100,0% 19.790 20.703 -913 -4,4%

totalteus 2.231 2.523 -292 -11,6% 27.856 27.764 92 0,3%

t 18.552 29.179 -10.627 -36,4% 252.922 262.650 -9.728 -3,7%movimento de Contentores de Cabotagem

Carregadosteus 86 96 -10 -10,4% 827 1.087 -260 -23,9%

t 1.442 1.433 9 0,6% 13.844 17.043 -3.199 -18,8%

descarregadosteus 119 64 55 85,9% 926 872 54 6,2%

t 1.094 325 769 236,6% 8.316 7.084 1.232 17,4%

transbordoteus 0 0 0 0 0 0

t 0 0 0 0 0 0

totalteus 205 160 45 28,1% 1.753 1.959 -206 -10,5%

t 2.536 1.758 778 44,3% 22.160 24.127 -1.967 -8,2%movimento de passageiros de Cabotagem

desembarcados nº 2.579 2.493 86 3,4% 25.502 37.008 -11.506 -31,1%Embarcados nº 3.029 2.451 578 23,6% 25.103 37.551 -12.448 -33,1%trânsito nº 0 0 0 0 49 -49 -100,0%

total 5.608 4.944 664 13,4% 50.605 74.608 -24.003 -32,2%movimento de passageiros de Longo Curso

desembarcados nº 0 0 0 0 53 -53 -100,0%Embarcados nº 0 0 0 67 11 56 509,1%trânsito nº 0 174 -174 -100,0% 707 795 -88 -11,1%

total 0 174 -174 -100,0% 774 859 -85 -9,9%

Fonte: ENAPOR – Empresa Nacional de Portos (www.enapor.cv).

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Negócios em Cabo Verde

62 Câmara de Comércio, Indústria e Turismo Portugal Cabo Verde

Estatísticas portos (dezembro 2009) – palmeiramovimento geral

tráfego unidademês Variação acumulado Variação

2009 2008 Nº % 2009 2008 Nº %Navios de Longo Curso

atracados

Nacionaisnº 2 0 2 3 5 -2 -40,0%

TAB/GT 2.892 0 2,892 4.367 6.445 -2.078 -32,2%

Estrangeirosnº 3 8 -5 -62,5% 59 91 -32 -35,2%

TAB/GT 7.756 17.181 -9.425 -54,9% 126.945 169.776 -42.831 -25,2%

totalnº 5 8 -3 -37,5% 62 96 -34 -35,4%

taB/gt 10.648 17.181 -6.533 -38,0% 131.312 176.221 -44.909 -25,5%Fundeados

Nacionaisnº 0 0 0 2 3 -1 -33,3%

TAB/GT 0 0 0 2.020 3.495 -1.475 -42,2%

Estrangeirosnº 2 1 1 100,0% 33 26 7 26,9%

TAB/GT 16.017 8.487 7.530 88,7% 190.426 654.911 464.485 -70,9%

totalnº 2 1 1 100,0% 35 29 6 20,7%

taB/gt 16.017 8.487 7.530 88,7% 192.446 658.406 465.960 -70,8%Navios de Cabotagem

atracados

Nacionaisnº 22 22 0 0,0% 307 228 79 34,6%

TAB/GT 17.380 14.034 3.346 23,8% 204.146 172.342 31.804 18,5%Fundeados

Nacionaisnº 10 10 0 0,0% 139 142 -3 -2,1%

TAB/GT 7.716 4.273 3.443 80,6% 100.072 103.875 -3.803 -3,7%

total atracados/Fundeadosnº 27 30 -3 -10,0% 369 324 45 13,89%

taB/gt 28.028 31.215 -3.187 -10,2% 335.458 348.563 -13.105 -3,76%movimento de mercadorias de Longo Curso

Carregadas t 2.164 474 1.690 6.521 7.524 -1.003 -13,3%descarregadas t 14.294 17.389 -3.095 -17,8% 108.956 199.757 -90.801 -45,5%

total 58.893 17.863 -1.405 -7,9% 115.477 207.281 -91.804 -44,3%movimento de mercadorias de Cabotagem

Carregadas t 370 560 -190 -33,9% 6.694 8.790 -2.096 -23,8%descarregadas t 1.509 2.836 -1,327 -46,8% 25.861 31.847 -5.986 -18,8%granel Líquido t 1.822 2.795 -973 -34,8% 41.274 44.107 -2.833 -6,4%

total 3.701 6.191 -2,490 -40,2% 73.829 84.744 -8.082 -9,54%total de mercadorias t 20.159 24.054 -3.895 -16,2% 189.306 292.025 -102.719 -35,17%

movimento de mercadorias de Longo CursoCarga geral t 2.415 1.050 1.365 130,0% 12.066 19.609 -7.543 -38,5%Contentorizada t 2.137 3.668 -1.531 -41,7% 28.643 43.863 -15.220 -34,7%granel Líquido t 10.000 8.000 2.000 25,0% 41.918 66.154 -24.236 -36,6%granel Sólido t 0 0 0 0 0 0Sacaria t 1.906 5.145 -3.239 -63,0% 32.852 77.596 -44.744 -57,7%Carga em trânsito t 0 0 0 0 60 -60

total 16.458 17.863 -1.405 -7,9% 115.479 207.282 -91.803 -44,3%movimento de Contentores de Longo Curso

Carregadosteus 365 206 159 77,2% 2.282 3.172 -890 -28,1%

t 407 747 -340 -45,5% 5.222 7.608 -2.386 -31,4%

descarregadosteus 179 278 -99 -35,6% 2.072 3.294 -1.222 -37,1%

t 1.729 3.194 -1.465 -45,9% 23.169 36.818 -13.649 -37,1%

transbordo teus 0 0 0 0 0 0

t 0 0 0 0 0 0

totalteus 544 484 60 12,4% 4.354 6.466 -2.112 -32,7%

t 2.136 3.941 -1.805 -45,8% 28.391 44.426 -16.035 -36,1%movimento de Contentores de Cabotagem

Carregadosteus 36 24 12 50,0% 372 293 79 27,0%

t 79 57 22 38,6% 815 719 96 13,4%

descarregadosteus 37 25 12 48,0% 386 287 99 34,5%

t 169 189 -20 -10,6% 2.319 2.742 -423 -15,4%

transbordoteus 0 0 0 0 0 0

t 0 0 0 0 0 0

totalteus 73 49 24 49,0% 758 580 178 30,7%

t 248 246 2 0,8% 3.134 3.461 -327 -9,4%movimento de passageiros

desembarcados nº 308 215 93 43,3% 3.547 8.095 -4.548 -56,2%Embarcados nº 315 619 -304 -49,1% 3.817 5.811 -1.994 -34,3%trânsito nº 127 15 112 746,7% 1.239 863 376 43,6 7%

total 750 849 -99 -11,7% 8.603 17.769 -6.166 -41,7%

Fonte: ENAPOR – Empresa Nacional de Portos (www.enapor.cv).

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Negócios em Cabo Verde

Anuário Negócios & afinidades_2010/11 63

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Negócios em Cabo Verde

64 Câmara de Comércio, Indústria e Turismo Portugal Cabo Verde

ENErgIa Em CaBo VErdE

Entrevista: director geral da Energia de Cabo Verde

Consciente dos sérios constrangimentos que se vive no sector da Energia, o Governo de Cabo Verde, no quadro do Programa de Política Energética e apoiado numa Linha de Crédito disponibilizada por Portugal (100 milhões de euros), avança em várias frentes para a resolução das deficiên-cias que vão da antiguidade da rede instalada ao custo ele-vado da produção de energia agravados pela insuperável insularidade do País. O Director Geral da Energia, Eng.º Abraão Lopes, fez, para o “Portal Portugal Cabo Verde”, uma súmula das mais recentes medidas para enfrentar o que em certas ilhas representa um drama: a insuficiência e irregularidade no fornecimento de energia eléctrica.

Qual é o nível de produção actual do sistema eléctrico caboverdeano?Nós temos um mercado pequeno. Estamos a falar de uma potência instalada total a nível nacional de cerca de 90 Mw, dos quais são garantidos, praticamente, 97,5% através de geração convencional e o remanescente através de energia

eólica. Temos cerca de 2,4 Mw em eólicas a funcionar neste momento – em Santiago, São Vicente e Sal. Estamos a falar de uma potência instalada que é irrisória; praticamente idêntica a uma central eléctrica da nossa vizinha Senegal, por exemplo. O nosso rácio de consumo anual de electrici-dade “per capita” é ainda muito baixo. Se considerarmos o padrão internacional deveríamos estar a consumir cerca de 5 vezes mais. Infelizmente, porque temos tido um pro-grama intensivo de aumento das capacidades de produção eléctrica/diesel, a maior parte dessa energia é produzida com base em consumo de combustível.De acordo com as estatísticas, até Dezembro de 2009, há uma tendência de redução de contribuição da eólica do total da energia a nível nacional, mas isso não se deve à ino-perância, por exemplo, dos parques eólicos mas deve-se ao aumento da potência diesel e isso, proporcionalmente, acaba por ditar o decréscimo. O que é certo é que estamos neste momento a apostar fortemente nas energias reno-váveis e prevemos até finais de 2010/primeiro semestre de 2011 ter cerca de 25% da taxa de produção por ener-gias renováveis. Esses 25% significarão cerca de 35 Mw de potência instalada, mas que irão contribuir com uma taxa de penetração entre 25%-30%; dependerá do regime do vento e do regime solar que tivermos. A nossa previsão é que ultrapassaremos os 25% mas, por uma questão de

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Negócios em Cabo Verde

Anuário Negócios & afinidades_2010/11 65

prudência ficamos entre os 25%-30%. Isso será garantido por quatro parques eólicos com potência nominal instalada de 10 Mw na Praia, 6 Mw em São Vicente, 8 Mw no Sal e 4 Mw na Boavista e será complementada com dois parques solares fotovoltaicos (2,5 Mw no Sal, com opção para mais 2,5 Mw, e 5 Mw na Praia), que estarão prontos no terceiro trimestre de 2010. Estamos a contar que em Agosto, o mais tardar em meados de Setembro de 2010, teremos os par-ques solares a debitar energia para a rede. Isso contribuirá para uma taxa de penetração de energia solar superior a 4%. Espero que Cabo Verde venha a estar em 1º lugar no ranking dos países, em termos de penetração de energia solar fotovoltaica na rede. Não existe taxa superior a 3,5%. Nós contamos ultrapassar os 4,5%; mas isso também tem a ver com a nossa pequenez e com o mercado.Como referi, praticamente toda a energia produzida actual-mente está baseada no consumo de combustível (gasóleo, mais caro, e fuel pesado) que acaba por acarretar custos extremamente elevados por cada Kw de energia produzida. A título de exemplo, os nossos cálculos apontam para um custo a rondar os 25 escudos (0,23 Euros) por cada Kw/hora de energia produzida. O desejável é introduzir a mudança tecnológica que for possível, utilizar o combustível mais barato possível -neste caso o fuel pesado- e por essa via reduzir o custo de produção de cada Kw para 14/15 escu-dos (0,13 Euros). À base de combustível dificilmente con-seguiremos ultrapassar estes valores já que temos ilhas em que a potência instalada é cerca de 500 Kw, como é o caso do Maio e da Brava, onde tecnologicamente não é pos-sível introduzir máquinas que consumam fuel pesado em pequena escala. Estou a falar, por exemplo, de potências inferiores a 1,5/2 Mw.

Que medidas estão a ser implementadas para ultrapassar os constrangimentos que refere?Nos grandes centros de consumo, como as ilhas de San-tiago, São Vicente, Fogo, Sal e Boavista, já estão em curso os grandes projectos centralização da produção, unificação das redes e eliminação das micro-centrais para que possa-mos ter a tal economia de escala que justifica a mudança tecnológica. Em Santiago o projecto já está muito avan-çado; estamos praticamente na fase de execução física dos projectos. Para Santo Antão, São Vicente, Sal e Boavista os processos estão na fase de assinatura dos contratos. Portanto, a partir de 2011/2012 praticamente todas as ilhas terão todo o sistema unificado, centralizado e toda a rede interligada. As ilhas passarão a ser servidas com distribui-ção de energia eléctrica através de uma central única, que é um dos grandes objectivos da nossa política energética.Da mesma forma, pensamos introduzir a energia eólica como uma aposta muito forte nas energias renováveis; em todo o território nacional, onde tecnicamente isso seja pos-sível. Como sabe, a nível internacional existem limitações técnicas em termos de penetração das energias renová-veis, mas essa limitação é tanto maior quanto mais antiga e menos robusta fôr a rede. Infelizmente nós padecemos destas duas insuficiências; temos uma rede relativamente

obsoleta, pouco robusta e temos um sistema micro, um sistema muito pequeno. Daí as nossas grandes limitações em termos de penetração de energias renováveis. Portanto, estamos a pensar que é possível irmos até 25%-30% na situação actual. Se introduzirmos melhorias nas redes, e estamos a trabalhar nesse sentido, se aumentarmos a nossa escala integrando as redes pelo menos por ilhas, acredito que estaremos em condições, nos próximos 2-3 anos, de aumentar ainda mais os parques eólicos e solares que estamos a construir neste momento. A nossa meta é chegar a 2020 com cerca de 50% de taxa de penetra-ção e isso só será possível se integrarmos, melhorarmos, renovarmos as redes e aumentarmos o sistema para uma escala ligeiramente maior. Resumindo, a nossa meta é chegar a 2011 com 25% de taxa de penetração, 2020 com 50% da taxa de penetração das energias renováveis e ter, pelo menos, uma ilha 100% renovável. Já estamos a traba-lhar no projecto de uma ilha 100% renovável (em principio será a ilha da Brava), para que a partir de 2011 comecemos o trabalho.

mas aí não se coloca a questão técnica para a energia renovável, para uma ilha tão pequena?Quando digo 100% renovável significa que vamos instalar a potência necessária para responder às necessidades ener-géticas com fontes renováveis mas, obrigatoriamente, tere-mos de ter um “backup” (sistema de segurança) térmico convencional para situações que nós sabemos que podem surgir quando temos apenas fontes renováveis. Infelizmente a “renovável” tem a desvantagem de nem sempre ser pos-sível garantir a continuidade do abastecimento apenas com o recurso a ela, portanto somos obrigados em muitos casos a duplicar o investimento, ter o “backup” térmico para com-pensar as baixas de potência das renováveis. A outra grande insuficiência da “renovável” é a intermitência da energia que pode ser produzida. É por isso que a taxa de penetração não pode ser tão elevada porque a energia eólica pela sua natureza tem picos, momento de alto e momentos de baixa, e isso introduz uma perturbação enorme na rede que pode, em alguns casos, deitar todo o sistema abaixo; inclusiva-mente provocar “blackouts” quando a taxa de penetração é extremamente elevada. Isso leva-nos a que nos situemos a um nível tal que havendo esta oscilação não provoque grandes danos no sistema, ao despacho da potência que normalmente é feita com máquinas de base e que tem que aguentar com toda a oscilação de alto e baixo da eólica. Em relação ao solar esse problema não se coloca mas, a grande insuficiência é o número de horas de sol que temos por dia; registamos uma forte incidência mas por um perí-odo limitado. Portanto tem que ser compensado a partir do momento em que o sol deixa de ter força suficiente para alimentar os parques.

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Negócios em Cabo Verde

66 Câmara de Comércio, Indústria e Turismo Portugal Cabo Verde

Quais são os projectos existentes neste momento?Estamos neste momento com uma gama de projectos extremamente importantes. Diria mesmo estruturantes para o sector em termos de aumento da capacidade de produção, em Santiago, na ilha do Sal, Santo Antão, São Nicolau e Boavista. Visamos atingir, em todas as situações, num prazo máximo de 2 anos, as reservas necessárias. Neste momento, infelizmente, nós não podemos dizer que temos reservas, principalmente nos grandes centros de consumo como a cidade da Praia. Daí que qualquer per-turbação numa das máquinas de grande potência, como por exemplo paragem para a manutenção ou avaria repen-tina, implique, automaticamente, cortes parciais no forne-cimento de energia. O nosso objectivo é chegar aos finais de 2011/início de 2012, com as reservas necessárias para que possamos responder convenientemente às necessidades energéticas a nível nacional (a nível de todos os concelhos do país). Estamos a trabalhar na integração das redes, esse é um projecto extremamente importante. Pela primeira vez vamos instalar uma linha de 60 mil volts, no âmbito da central única de Santiago, na cidade da Praia, na zona do Palmarejo (orçado em 44 milhões de euros para um prazo de execução de 15 meses e que contempla o reforço com mais dois grupos geradores de 10 Mw de potência cada); contamos ter este projecto já concluído até Abril/Maio de 2011 pronto para transportar energia da central única até à localidade de Tarrafal de Santiago, no outro extremo da ilha. A centralização da produção e a interligação das redes vai permitir desactivar as pequenas centrais espalhadas pelo interior da ilha, optimizando o sistema electro-produ-tor, reforçando a produção e reduzindo os custos. A moder-nização, expansão e reabilitação das redes de produção irá ainda proporcionar uma eficiência na distribuição de energia, de modo a resolver o problema de abastecimento de energia eléctrica que se arrasta há vários anos. Com este projecto ter-se-á, finalmente, reservas de potência, particularmente na Cidade da Praia.

mas abordou-se a possibilidade de uma central no cen-tro da ilha…Por enquanto será a central de Palmarejo a fornecer toda a energia a ilha de Santiago, com possibilidade de construção de “backups” de emergência no interior de Santiago. A linha vai ter uma extensão cerca de 45 Km e vai ligar a central eléctrica de Palmarejo, à Calheta de São Miguel e incluirá duas subestações, uma elevatória de 20Kv para 60Kv e outra que irá reduzir a voltagem, em Calheta de São Miguel, de 60Kv para 20Kv. Esta segunda subestação poderá funcionar perfeitamente como um centro de distribuição do interior de Santiago servindo os Municípios de Santa Cruz, Santa Catarina e do Tarrafal. Eventualmente, será construída uma central de emergência nas proximidades destas sub-estações para responder a situações de avaria na rede que sai da cidade da Praia para o interior da ilha. Serão, assim, desactivadas as pequenas unidades de produção, reduzindo-se custos financeiros e problemas ambientais provocados utilizados pela utilização de gasóleo como combustível.

A mesma filosofia de projecto está a ser desenvolvida para Santo Antão, São Nicolau, Fogo e Boavista. Nas outras ilhas já estão praticamente unificadas as redes e a produção já está centralizada. O nosso objectivo de centralização das produções, em princípio, estará garantido até 2011.O projecto é financiado principalmente pelo Estado cabo-verdeano e pelo Banco Africano de Desenvolvimento (BAD) mas envolve também a Agência Japonesa de Coopera-ção Internacional (JICA) e o Banco de Investimentos e de Desenvolvimento da CEDEAO (BIDC). Na construção esta-rão envolvidas as empresas portuguesas CME e EFACEC e a luso-caboverdeana MTCV.

Existe um potencial geotérmico, dado que se trata de ilhas vulcânicas?A geotermia é uma outra vertente que queremos desenvol-ver e já existem alguns estudos prévios, mas foram feitos há muitos anos e nunca foram completados. Neste momento estamos a trabalhar com uma equipa técnica especializada, no âmbito da linha com crédito de Portugal, para avaliarmos o potencial geotérmico de Cabo Verde. Iniciámos os estudos de três ilhas -Santo Antão, São Vicente e Fogo- que deverão estar concluídos até finais de 2010/princípio de 2011 e em função dos resultados iremos tomar a decisão de avan-çar ou não com a construção de centrais geotérmicas. Os resultados deverão ser positivos. São estudos que exigem algum tempo por causa das prospecções; temos que fazer furos e medições, o que leva algum tempo. Mas a partir do primeiro trimestre de 2011 estaremos em condições de dizer se Cabo Verde tem ou não potencial geotérmico. Em princípio deve ter porque é um país de origem eminente-mente vulcânica e ainda existem vulcões activos.

Em que áreas é que sente que é ainda possível, desejável, haver investimentos externos neste sector da energia?O sector das energias renováveis esta completamente à disposição dos investidores e teremos todo o gosto em receber propostas e intenções de investimento nessa área. Evidentemente, os investimentos terão de ser devidamente estudados e devidamente localizados. Tudo depende das necessidades locais. Os investidores terão de avaliar previa-mente essa oportunidade mas Cabo Verde, neste momento, está completamente aberto para receber propostas, ideias de projectos no domínio das energias renováveis e da água dessalinizada.

o que é que lhe parece mais justificável visto que em ter-mos de produção, provavelmente o Estado e estas insta-lações que a martifer vai colocar irão garantir a produ-ção nacional?Nós estamos a desenvolver apenas uma vertente ener-gética com a Martifer que é uma vertente renovável, sem incluir a eólica, essencialmente a solar fotovoltaica, geo-térmica, as ondas do mar, etc. Mas não estaremos a esgo-tar, nem de perto, as nossas necessidades energéticas. O que estamos a fazer neste momento é utilizar de melhor forma possível os recursos que estão colocados à nossa

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Negócios em Cabo Verde

Anuário Negócios & afinidades_2010/11 67

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Negócios em Cabo Verde

68 Câmara de Comércio, Indústria e Turismo Portugal Cabo Verde

disposição (100 milhões de euros decorrentes da Linha de Crédito disponibilizada por Portugal) para resolvermos os problemas actuais. Mas as necessidades energéticas em Cabo Verde estão a crescer exponencialmente; estamos a falar de 12 a 15% ao ano. Isso quer dizer que daqui a 2 anos seremos obrigados a fazer novos investimentos bási-cos para responder à procura crescente. Para as ilhas com potencial turístico, como a Boavista, a taxa de crescimento é muito superior. Portanto, nós temos de ter uma capaci-dade financeira, mas também tecnológica, para responder rapidamente às necessidades energéticas destas ilhas. Caso contrário estaremos a condicionar o seu desenvol-vimento, principalmente do sector turístico. Acredito que com o mercado em crescimento surgirão novas necessi-dades de investimento e de certeza que o mercado estará muito mais receptivo.

a produção pode ser independente e, no entanto, a sua distribuição mantém-se restringida…A distribuição de energia está, neste momento, concessio-nada à empresa estatal ELECTRA (www.electra.cv). Essa concessão foi assinada em 2000 (válida por 36 anos) e neste momento encontra-se em vigor. Isso significa que toda a energia produzida, quer seja pela Electra, quer seja por um outro produtor independente, mesmo que a fonte seja reno-vável, terá de ser injectada na rede pública, neste momento gerida pela ELECTRA.

E os preços de compra da electricidade por parte da ELECtra?A lei permite uma negociação entre o produtor indepen-dente e a concessionária. Não havendo consenso, aí pode ser chamado o regulador (Agência Reguladora Económica) para estabelecer uma tarifa de compra e venda; mas antes da entrada do regulador, geralmente, consegue-se chegar a um entendimento com a concessionária. E já existem pelo menos dois casos, um no Sal, outro na Boavista, e estão a funcionar normalmente.

Quem são esses dois produtores independentes de ener-gia?São as “Águas de Ponta Preta”, no Sal, com uma potência relativamente razoável, e que está a vender para a Electra, e a “Águas e Energias da Boavista”, que estará a funcionar sob o regime de sub-concessão mas que praticará, na sua totalidade, a injecção de energia na rede. Para além des-tas duas não há mais nenhuma. Há um projecto privado para Santo Antão mas de uma potência muito reduzida, que ainda não está a funcionar, e esperamos que durante 2010/2011 entre em funcionamento.

o que vamos poder ter aqui é a concorrência entre dife-rentes formas de produção e aquela que produzir mais barato entregará a ELECtra?Essa deve ser a filosofia do mercado competitivo. Tragam-nos os projectos e quem apresentar as melhores condi-ções terá forçosamente acesso à rede. Uma coisa é certa, nós não podemos obrigar a concessionária a adquirir uma energia mais cara do que aquela que ela produz, porque assim deixaríamos de ter o princípio da concorrência. Por-tanto, eu acredito que aparecerão projectos nas áreas de energias renováveis.

a prazo, pensarão na possibilidade da Electra deixar a produção e concentrar-se na distribuição, cobrança, fis-calização…?Essa possibilidade existe. A própria Electra, neste momento, está a ser alvo de reestruturação. Não se fala ainda na des-verticalização da empresa, mas é uma possibilidade que existe. Noutros países as duas coisas são separadas. Por-que não fazê-lo em Cabo Verde. Esta é uma questão que ainda não está equacionada.

Nota final: Num país com diversos pólos urbanos e turísti-cos em perspectiva, a produção e fornecimento de energia assume enorme relevância como factor de sustentabilidade do desenvolvimento. A insularidade é um constrangimento mas os recursos necessários a uma aposta no sector estão presentes. Sol, vento, mar e muito provavelmente geoter-mia, são presença constante neste arquipélago. Numa economia que se quer competitiva, o Estado não deve ser o único garante desta preciosa “comodity” sendo desejá-vel que o sector privado assuma também a sua quota de responsabilidade. Por eles esperam as autoridades cabo-verdeanas…

Segundo a Lei nº 48/VII/2009, que aprova o Orçamento do Estado para o ano de 2010, no seu Art. 52º: “são isentas de direitos e demais imposições aduaneiras as importa-ções de equipamentos e seus acessórios, em estado novo e moderno, de produção de energias renováveis, nomea-damente painéis solares, geradores eólicos e outros dis-positivos de produção de energia baseados na utilização massiva de fontes de energia renovável, e que venham contribuir para melhoria da protecção ambiental, para a redução da dependência nacional dos produtos petrolíferos e para o incremento da utilização de fontes renováveis de energia”.Esta medida foi publicada no Boletim Oficial de 29 de Dezembro de 2009 e deverá continuar a constar de futuros Orçamentos do Estado.

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Negócios em Cabo Verde

Anuário Negócios & afinidades_2010/11 69

Energia em Cabo Verde

Os serviços de abastecimento de energia desempenham um papel motor em todas as actividades de desenvolvimento económico e social do país. Em Cabo Verde, por se tratar de um país extremamente carente em recursos energéticos, a produção de Electricidade é resultante, essencialmente, da queima de combustíveis implicando forte dependência da importação de produtos petrolíferos cuja factura absorve consideráveis recursos financeiros. Esta situação acarreta consequências no abastecimento sustentado de energia, pesa no plano macro-económico e consome uma percenta-gem elevada dos escassos recursos do país. Como alterna-tivas têm sido estudadas outras fontes de energia, como o vento e o sol, merecendo realce o parque eólico do Mindelo (São Vicente) que fornece à rede eléctrica cerca de 10% da energia consumida pela ilha.Mais recentemente (2010), e suportado na Linha de Cré-dito de 100 milhões de euros disponibilizada por Portugal em 2009, Cabo Verde iniciou a reestruturação da sua rede eléctrica e a construção de centrais de produção solar foto-voltaica (Santiago e Sal) e pretende instalar parques eólicos nas ilhas de Santiago, São Vicente, Boavista e Sal.Em virtude dos fracos recursos financeiros do País, inca-pazes de garantir os investimentos necessários, tornou-se inevitável a abertura do sector a parceiros estratégicos, públicos ou privados e, numa perspectiva de facilitar o desen-volvimento de outras actividades económicas, melhorar as condições de vida das populações e combater a pobreza.As “utilities”, pela génese do sistema político caboverdeano, economia fortemente centralizada entre 1975 (ano da inde-pendência) e 1991 (data das primeiras eleições livres), man-tiveram-se como monopólios estatais até meados da década de 90 quando, por força do regime democrático e necessi-dade de abertura da economia ao investimento privado, se iniciou uma política de privatizações parciais das empresas dos sectores da “Água e Electricidade”, “Telecomunicações” e “Combustíveis”. Estas são hoje fortemente participadas por congéneres portuguesas das quais recolhem capital, tecnologia e acesso a mercados internacionais.

Electricidade

O fornecimento de electricidade foi concessionado, desde Janeiro 2000, em exclusivo para todo o território, pelo Estado caboverdeano à empresa ELECTRA, SA (www.elec-tra.cv) a qual é detida pelo Estado de Cabo Verde (85%) e Municípios de Cabo Verde (15%). De acordo com regime em vigor em Cabo Verde, que atribui o monopólio da dis-tribuição à ELECTRA, concessionária dos serviços públi-cos de electricidade e águas para diversas actividades no sector (produção e distribuição de electricidade, produ-ção, armazenamento e distribuição de água e tratamento de águas residuais para reutilização na cidade da Praia), os produtores independentes, acordando o preço com a distribuidora estatal, devem “entregar” a sua produção para distribuição.

A ELECTRA, SA encontra-se numa fase de delicada rees-truturação e desenvolvimento do sector energético, apoiado pelo Banco Mundial, Banco Africano para o Desenvolvi-mento, Banco Europeu de Investimentos, Portugal e outros parceiros de desenvolvimento. Os objectivos específicos do programa são o incremento da utilização das energias renováveis (essencialmente eólica e solar), a monitorização do sector de energia, a regulação do sector, a economia de energia, a melhoria das infra-estruturas de distribuição de energia e ainda a recolha e tratamento de águas residuais na Praia e Mindelo. Este programa, iniciado em 1998, faz parte de um Programa de Reforma e Desenvolvimento dos sectores de Energia, Água e Saneamento (PEAS), com o objectivo de melhorar os serviços de produção e distribui-ção de electricidade e água e do sistema de saneamento e de introduzir um quadro institucional, legal e regula-mentar capaz de garantir o desenvolvimento sustentado desses sectores, com a participação privada. No âmbito deste programa foram implementadas ou estão em curso um conjunto de projectos, a saber:•Oestabelecimentodeumquadrogeralparaofunciona-

mento do sector, designadamente criação de diplomas que definam as bases dos sistemas de electrificação nacional e o quadro jurídico da agência de regulação (ARM);

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Negócios em Cabo Verde

70 Câmara de Comércio, Indústria e Turismo Portugal Cabo Verde

•Publicação dos diplomas (decretos e regulamentos)relativos ao regime tarifário, incluindo as bases para a fixação e a revisão das tarifas, à qualidade e critérios dos serviços mínimos, às condições de acesso às redes pelos auto-produtores e produtores independentes de electricidade e às relações comerciais entre os actores no Sistema Nacional de Electricidade.

actividade operacional

produção de Energia Eléctrica

A quase totalidade da energia eléctrica produzida (e a tota-lidade da sua distribuição) em Cabo Verde está a cargo da empresa estatal ELECTRA, SARL cuja produção se realiza em 18 centrais térmicas de dimensões variadas, utilizando combustíveis de origem fóssil (fuel óleo 180, fuel óleo 380 e gasóleo), e em 3 parques eólicos.A potência instalada no parque produtor da ELECTRA (2009) é de 85.342 kW repartida pelas centrais diesel 83.242 kW (98%) e centrais eólicas 2.100 kW (2%). Em 2009 foram pro-duzidos 294.933.920 kWh de energia eléctrica, sendo 98,4% de origem térmica e 1,6% de origem eólica.A evolução da produção de energia eléctrica registou, ao longo dos últimos 5 anos, uma taxa média de crescimento de 6% ao ano. Em relação a 2008 registou-se um aumento de 3,2%, determinado pelo crescimento da procura, e suportado, essencialmente, pela produção a fuel óleo 180. A produção de energia diesel teve um aumento de 4%; a produção da energia eólica teve uma diminuição de 15%; a produção de energia com turbina a vapor teve uma dimi-nuição de 100% (foi inexistente).

Consumos de CombustíveisDurante o ano 2009 foram consumidos 8.838.142 litros de fuel óleo 380, 41.280.339 litros de fuel óleo 180 e 19.306.960 litros de gasóleo na produção de energia nas centrais diesel registando-se, relativamente ao ano 2008, uma diminuição de consumo de gasóleo em 9%. Esta diminuição deveu-se

a uma maior utilização dos grupos que funcionam a fuel óleo 180. O consumo do fuel óleo 380 diminuiu 3% devido a restrição imposta na produção de água pelo dessalinizador MED. O consumo do fuel óleo 180 aumentou em 10%.No que concerne ao consumo específico de combustíveis é de salientar que o valor de 2009 (220,5 gr/kWh) sofreu uma pequena diminuição, de 1,1 gr/kWh, relativamente ao valor de 2008 (221,6 gr/kWh).Apesar dos problemas de manutenção que se têm verifi-cado nos equipamentos, a ELECTRA conseguiu diminuir os consumos específicos em 2009.

distribuição de energia eléctrica

Balanço EnergéticoDa energia produzida, no total de 294.933.920 Kwh, foram distribuídos 269.807.774 Kwh (91,5%) para a rede pública.A energia consumida na dessalinização e bombagem de água no valor de 13.874.574 kWh diminuiu de 9,59% em 2008 para 4,7% em 2009.Os consumos internos, 11.251.572 kWh (3,8%) da produção, representam a mesma percentagem de 2008.As perdas de energia eléctrica, soma das perdas “técnicas” e “comerciais”, passaram de 26,8% no ano 2008 para 26,1% no ano 2009. Relativamente a Santiago a Electra continua atenta aos valores das perdas, que em 2009 atingiram quase 40,5%, e vem desenvolvendo acções para as poder controlar, quer ao nível das perdas comerciais quer ao nível das perdas técnicas.O roubo/fraude de energia eléctrica, que atinge particular-mente a ilha de Santiago, alcançou níveis muito preocu-pantes, levando a ELECTRA, juntamente com as entidades governamentais competentes, a encetar uma acção con-certada para a tentativa de resolução do problema.

Energias alternativas em Cabo Verde

Os programas de promoção dos recursos renováveis cria-ram uma base para a expansão destas fontes e um melhor equilíbrio no balanço energético. Vários projectos de promo-ção de energia renovável estão em curso visando aumentar a actual (2006) capacidade de produção de energia eólica nacional que é de 2.300 KW distribuídos por Praia-Santiago e Mindelo-São Vicente (900 KW cada), Sal (600 KW) e Boa-vista (125 KW).Para garantir acesso à energia eléctrica a cerca de 12.000 casas localizadas nas zonas rurais e remotas do país, con-sideradas excluídas do serviço eléctrico por rede conven-cional de energia, encontra-se em curso o processo de selecção de um operador privado que vai desenvolver, em regime de concessão de 10 anos, um mercado de serviço eléctrico por sistemas solares foto-voltaicos. Perspectiva-se que em finais de 2004 cerca de 4.500 casas estariam electrificadas através de sistemas foto-voltaicos ou mini eólicas.

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Negócios em Cabo Verde

Anuário Negócios & afinidades_2010/11 71

Com a privatização da parte operativa do sector energético, ao Estado impõe-se a adopção de um quadro legislativo coerente e articulado com os principais objectivos estraté-gicos e assegurar a criação e implementação de estruturas e mecanismos de monitorização permanente, fiscalização, controlo e planeamento estratégico. É ainda indispensável consolidar a estrutura da Agência Reguladora por forma a responder aos desafios de regulação do mercado, nomea-

damente no seguimento e controlo dos contratos de con-cessão e de licenças, de tarifas e preços, da qualidade de serviço e na protecção do consumidor.Em jeito de conclusão, a Política Nacional sobre a energia deve compreender várias actividades interligadas, designa-damente o abastecimento de combustível, a electricidade, a dessalinização da água, a promoção das energias reno-váveis e a gestão das florestas e da biomassa. Todas estas actividades devem ser vistas numa óptica de complementa-ridade na produção sustentada de energia para melhorar a qualidade de vida e facilitar o desenvolvimento económico. Neste contexto, os principais desafios para um correcto enquadramento do sector da Energia são:•Adoptarumapolíticadeenergiaintegradacomumqua-

dro jurídico e regulamentar capaz de facilitar o apare-cimento de um mercado competitivo que proteja o inte-resse do consumidor;

• Consolidarareformainiciadaadoptandoalegislaçãoeregu-lamentação sobre a transparência dos procedimentos;

•Adoptarumapolíticadetarifaçãoquereflictaoscustosreais do abastecimento e incentive a eficácia e a utiliza-ção das fontes de energia renováveis através das novas tecnologias;

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Negócios em Cabo Verde

72 Câmara de Comércio, Indústria e Turismo Portugal Cabo Verde

•Melhorareaumentarasinfra-estruturasparagarantiroacesso das populações aos serviços de energia;

•PreparareoperacionalizarosconvénioscomaELECTRApara o desenvolvimento da electrificação do país, com incidência na electrificação rural.

O aumento dos preços do petróleo, fruto da conjugação de diversos factores (desvalorização do dólar, aumento da pro-cura nos países emergentes, instabilidade política e social em países produtores, alteração das carteiras de investi-mento e especulação) tem originado instabilidade dos mer-cados internacionais e inconstância de preços com conse-quências conhecidas em todo o mundo e especialmente nas economias mais carenciadas de recursos financeiros e naturais. Surge a necessidade de serem encontradas res-postas alternativas.Em Cabo Verde existe um consenso geral quanto à neces-sidade de implementação de sistemas de energias renová-veis que permitam a redução da extrema dependência do País a fontes externas, entenda-se combustíveis fósseis, dos quais depende em 95% para a produção de energia. Este consenso assenta não apenas na vontade de diminuir a exposição da frágil economia caboverdeana aos choques externos mas também de contribuir activamente na preser-vação do meio ambiente aspecto bem caro ao arquipélago que vê no Turismo a sua principal fonte de receita.As ilhas, umas mais do que outras, apresentam excelentes condições para o aproveitamento de energias renováveis, em especial a eólica e a solar, e eventualmente geotérmica, sendo no entanto este potencial sub-aproveitado, salvo alguns raros exemplos de torres aerogeradoras em São Vicente e na Praia instaladas não em função de decisões de produção sendo antes resquícios de projectos-piloto estrangeiros na evolução da tecnologia de produção de energia eólica.O investimento inicial em sistemas de energias renováveis é elevado, sabe-se. Portanto, acima de tudo, antes da tomada de decisões com base em dados eventualmente conjun-turais -não querendo com isto dizer que o actual nível de preço do petróleo o seja- há que determinar as necessida-des de produção energética em função de uma projecção de consumos num horizonte de pelo menos 15 anos e daí analisar existência ou não de capacidades internas para as suprir integrando as limitações das diversas tecnologias disponíveis. Daí à quantificação dos investimentos neces-sários é uma questão de análise facilitando a sua concreti-zação posterior e aproveitamento das oportunidades.Em resposta aos desafios que se colocam a um arquipélago totalmente desprovido de fontes de energia de origem fóssil e cuja “factura” energética se agrava gradualmente com a retoma do aumento dos preços do petróleo, o governo de Cabo Verde criou uma sociedade para gerir a instalação de4 parques eólicos nas ilhas de Santiago, São Vicente, Sal e Boavista. A CaboEólica é participada da ELECTRA, a empresa estatal de produção e distribuição de água e electricidade, apoiada no fundo internacional de capitais públicos InfraCo criado por 5 países europeus (Reino Unido,

Suíça, Holanda, Suécia e Áustria) e pelo IFC/Banco Mun-dial para o desenvolvimento de infra-estruturas nos países menos desenvolvidos. O governo de Cabo Verde espera que o arquipélago possa contar, até 2011, com cerca de 25 a 30% de taxa de penetração das energias renováveis e de 50% até 2020.A introdução de reformas criaram estabilidade macroe-conómica e um ambiente favorável de negócios em Cabo Verde tornando o arquipélago um destino atractivo para os investidores. É verdade que essa atracção se vem reve-lando quase em exclusivo no sector imobiliário-turístico pressionando o já de si altamente deficitário sector da Água e Energia. As soluções, fugindo a qualquer planeamento integrado e global, vão surgindo à medida de cada empre-endimento. A resolução destas carências e a sua integra-ção são oportunidades para as quem as queira antecipar o que é já possível através da linha de crédito de 100 milhões de euros disponibilizada por Portugal.

martifer, na energia solar foto-voltaica Ao abrigo da Linha de Crédito disponibilizada por Portugal (100 milhões de euros) destinada a projectos para geração de energia por fontes renováveis o Governo caboverdeano assinou com a Martifer Solar um contrato para forneci-mento e instalação de dois parques solares fotovoltaicos nas ilhas do Sal e Santiago com capacidade para.Os dois projectos estão orçados em cerca de 28 a 30 milhões de euros e serão, na data da sua inauguração “as duas maiores centrais fotovoltaicas do continente africano uma vez que Cabo Verde tem condições excepcionais para a aplicação das novas tecnologias ligadas às energias reno-váveis”, segundo uma nota do MTIE-Ministério do Turismo, Indústria e Energia caboverdeano. A central do Sal, inau-gurada em Outubro deste ano (2010), terá uma capacidade de 2,5 Megawats (Mw), com a possibilidade de ampliação, numa segunda fase, em mais 2,5 Mw, até 2014. Já a central de Santiago terá 5 MW de potência e estará finalizada em 2 fases. A primeira, até Setembro de 2010 e a segunda, até ao final do referido ano. As duas centrais solares fotovol-taicas contribuirão com cerca de 4% da electricidade total produzida em todo o arquipélago, evitarão a emissão de 13 mil toneladas por ano de C0

2 equivalentes e suprirão as necessidades de 40.000 pessoas (28.000 na Praia e 12.000 na ilha do Sal), ainda segundo a nota do MTIE.O MTIE assinou também um contrato com a empresa Gesto Energia, S.A, do Grupo Martifer, para a prestação de serviços de consultoria e assistência técnica, com vista à aplicação de um plano energético renovável em Cabo Verde. O contrato visa igualmente um plano de acção e de investimentos em infra-estruturas, de um atlas das fontes de energia renováveis e de capacitação institucional e ade-quação do quadro legal existente. Prevê-se no âmbito deste contrato a prestação de serviços de assistência técnica especializada nos processos de aplicação, ainda durante 2010, de projectos-piloto nas áreas de micro-produção solar nas principais povoações de Cabo Verde e de ilumi-nação pública solar em algumas ilhas. Este protocolo prevê

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Negócios em Cabo Verde

Anuário Negócios & afinidades_2010/11 73

também estudos de viabilidade para a instalação de uma central geotérmica.Estes acordos surgem no âmbito de uma linha de crédito de 100 milhões de euros para a área das energias renováveis, concedidos pelo Governo português.A embaixadora portuguesa em Cabo Verde, Graça Andresen Guimarães, realçou que “O lançamento da primeira pedra da central na Cidade da Praia é o primeiro resultado prático da linha de crédito de 100 milhões de euros e disponibilizada por Portugal e destinada ao financiamento de projectos que promovam a utilização das energias renováveis. Este é mais um testemunho do compromisso de Portugal para com o desenvolvimento de Cabo Verde e da nossa total disponi-bilidade e empenho para continuar a ajudar o arquipélago rumo ao crescimento sustentável. O projecto da Martifer constitui um importante marco na exportação de produtos portugueses com elevada incorporação tecnológica e uma parceria com Cabo Verde muito significativa pois vai per-mitir ao arquipélago tornar-se uma referência na utilização de energias renováveis”, disse a embaixadora.As autoridades caboverdeanas do sector mantêm-se dispo-níveis para analisar novas propostas de embaratecimento do custo de produção energética, sejam elas de fontes renováveis ou não.

Cabeólica, na energia eólicaCabo Verde vai instalar quatro parques eólicos em outras tantas ilhas, com potência instalada de 28 Mw, projectos orçados em 84 milhões de dólares (60 milhões de euros) e que deverão estar a funcionar até final de 2011. O primeiro passo é dado já na Cidade da Praia, cuja edilidade assinou um acordo para a cedência do terreno, no Monte de São Filipe, arredores da capital caboverdeana, onde se pretende instalar uma potência total de 10 Mw. Os quatro projectos -nas ilhas de Santiago, São Vicente, Sal e Boavista- estão a ser desenvolvidos pela Cabeólica, empresa mista inte-grada pelo Estado de Cabo Verde, a empresa pública da distribuição de água e eletricidade ELECTRA e InfraCo, uma entidade empresarial de doadores internacionais, que inclui, entre outros, o Banco Mundial (BM). Os projectos enquadram-se na estratégia do Governo caboverdeano em fazer subir a taxa de penetração das energias renováveis no arquipélago para os 25% até 2011 e 50% até 2020 -actual-mente atinge apenas 2,3%.Até ao final de 2011, o Executivo de José Maria Neves pretende subir a taxa de penetração das renováveis para valores entre os 3,8 e os 4%, tendo em conta que estão já em curso outros projectos ligados à construção de dois parques fotovoltaicos, através da empresa portuguesa Martifer. Assim que os projectos da Cabeólica e da Mar-tifer estiverem concluídos, o que se prevê para finais de 2011, Cabo Verde ficará com uma potência instalada de 35,5 Mw, reduzindo significativamente a dependência do petróleo para fins energéticos e as emissões de dióxido de carbono.

Recentemente, o Director Geral da Energia caboverdeano, Abraão Lopes, lembrou que por cada Mw de potência o Estado reduz as despesas com petróleo na ordem dos 30 milhões de escudos (272 mil euros) o que multiplicado por 35,5 Mw levará, teoricamente, a uma poupança anual de 9,6 milhões de euros, só em combustível. Este valor representa 1,7% do Orçamento de Estado (553,2 milhões de euros), pelo que Abraão Lopes considerou este montante de impacto extraordinário para a Balança de Pagamentos. Abraão Lopes destacou ainda que só com os parques eólicos, sem contar com os fotovoltaicos, vai evitar-se a emissão anual de mais de 12.000 toneladas de dióxido de carbono para a atmosfera, o que permite também avaliar a possibilidade de Cabo Verde vender créditos a países terceiros.

92% do território caboverdeano já recebe energia eléc-tricaO executivo de José Maria Neves indicou ontem que a taxa de electrificação nas ilhas do Sal, Brava, São Vicente, Boa-vista e Maio já oscila entre os 99 e os 100%, o que permite elevar a média para 92% em todas as ilhas do arquipé-lago, valor que o governo promete subir para 95% em 2011. Desde Fevereiro de 2010 e até ao próximo dia 28, o governo caboverdeano conta inaugurar as novas redes de transporte de energia eléctrica, que permitirá alargar a electricidade a 30 localidades do interior da ilha de Santiago, onde se situa a capital, Cidade da Praia, cujo custo se fixou nos 4,4 milhões de euros.Dados estatísticos apresentados pelo governo cabover-deano, relativos ao período de 2005 a 2009, indicam que o montante do investimento na instalação eléctrica em zonas rurais foi de 1.150 milhões de escudos (cerca de 10,9 milhões de euros). Para o ano de 2010, o executivo caboverdeano já anunciou que serão concluídos os traba-lhos de electrificação em mais de 21 localidades da ilha de Santiago, sobretudo nos concelhos da Praia, São Miguel, São Salvador do Mundo, Santa Catarina e São Domingos. Ainda para 2010, o executivo conta alargar a rede de dis-tribuição de energia eléctrica perfilam a municípios da ilha do Fogo (São Filipe, Santa Catarina e Mosteiros), e de São Nicolau (Ribeira Brava e Tarrafal). Apesar do investimento, Cabo Verde, nomeadamente a sua capital, é confrontado com sistemáticos cortes de energia eléctrica, fruto de uma rede de distribuição obsoleta, segundo admitiu Antão For-tes, presidente da ELECTRA, a empresa pública de água e electricidade.Lembramos que a empresa portuguesa de infra-estruturas de energia, água e saneamento MTCV-Instalações Técnicas, tem tido um papel importante neste processo de electrifi-cação rural colocando as suas capacidades ao serviço de uma mais rápida e menos onerosa implantação no terreno, ao mesmo tempo que acrescenta qualidade significativa às instalações.

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Negócios em Cabo Verde

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Entrevista: mtCV, Instalações técnicas, Lda.

Como chegou a CV?A empresa MTCV chegou a Cabo Verde numa parceria coma a empresa luso-espanhola Constructora San José, com o objectivo de executar as instalações eléctricas, telefónicas, informática, águas e saneamento do Colégio Miraflores. Nos contactos com o concessionário de energia eléctrica e água, ELECTRA, por falta de meios confrontámo-nos com dificuldades de execução das ligações destas duas infra- -estruturas facto que nos levou a propor que nós próprios as executássemos. Bastaria para tal importar o material e trazer técnicos especializados. Esta autorização foi conce-dida após apresentação de credenciais da empresa junto da EDP, da qual éramos empreiteiros. O trabalho foi exem-plarmente executado, tendo resultado num convite para que continuássemos a trabalhar em Cabo Verde. Na altura hesitei: ficaria ou não em Cabo Verde? Após ponderação, decidi constituir empresa de direito caboverdeano e come-çar a trabalhar em regime experimental com a ELECTRA. A qualidade, cumprimento de prazos e espírito de cola-boração fez com que esta parceria crescesse ao longo do tempo, sendo hoje muito interessante para as duas empre-sas. Como resultado do bom trabalho e da forte aposta na prontidão, competitividade nos preços, cumprimento dos prazos e qualidade do serviço, somos provavelmente a maior Empresa de redes eléctricas em Cabo Verde.

Fazem apenas rede eléctrica ou também outras infra- -estruturas?Fazemos também infra-estruturas de água e saneamento. Em Santiago temos menor expressão nesse tipo de obras. Estamos a executar a Urbanização do Palmarejo Grande com a Monteadriano; na ilha do Sal onde temos uma dele-gação, são as infra-estruturas de água e saneamento que representam a maior fatia do negócio. Estamos a fazer o “Vila Verde Resort”, “Paradise Beach”, o “Tortuga Beach”, o “Dunas Beach”, o Porto de Palmeira e a Esquadra de Polícia.

Estão em mais ilhas para além destas duas que mencio-nou?Com estrutura permanente apenas estamos em Santiago e no Sal, embora tenhamos obras pontuais em Boavista, Fogo e Brava.

Quantas pessoas emprega a mtCV?A MTCV tem 80 pessoas no quadro permanente e neste momento subcontrata em média outras 80. O quadro téc-nico é constituído por quatro engenheiros, um português e 3 caboverdeanos, e 9 encarregados gerais experientes, sendo um caboverdeano e oito portugueses. Todos os che-fes de equipa, oficiais e aprendizes são caboverdeanos ou residentes de origem africana, tendo sido formados na Empresa; alguns deles com estágio em Portugal.

Sabemos que está também envolvido na “ revolução” da produção e transporte na rede eléctrica de Santiago…Sim. Estamos a fazer a remodelação da rede de média ten-são da Praia que abrange vários projectos: A remodelação da rede de media tensão e postos de transformação da Cidade da Praia e as linhas de interligação da nova sub-estação de São Miguel com Tarrafal, Santa Catarina e Santa Cruz, em consórcio; a linha de 60 KV em subempreitada; cerca de 85% da electrificação rural da ilha de Santiago e execução de 2.500 ligações domiciliárias em todo o País. Estamos em fase de conclusão dos parques solares de Santiago e Sal.

E nas obras particulares?As urbanizações no Sal são particulares mas são todas obras de infra-estruturação. Se se refere a edifícios de habitação, esse não é o segmento de mercado em que apostamos. Executámos todas as obras até agora lançadas do BAI-Banco Africano de Investimento. Outra vertente do negócio é a representação dos geradores Caterpillar, tendo como prioridade a qualidade do equipamento, assistência e manutenção pós-venda.

a sua instalação em Cabo Verde foi demorada?Depois da constituição da empresa partimos para a obten-ção do alvará de Obras Públicas e Particulares de Classe

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Negócios em Cabo Verde

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4 (250 mil contos; 2,3 milhões de euros); daí registámo-nos no Cadastro Industrial que nos permite a importação de equipamentos, isentos de direitos aduaneiros e demais imposições. Os 2 primeiros anos foram difíceis. Mas uma vez realizada a primeira obra nacional, na Cidade Velha, a empresa foi projectada para o conhecimento das entidades públicas. A Direcção Geral de Energia visitou a obra, gostou do serviço e passou a convidar-nos para os concursos.

Qual o nível de investimento necessário para esta reali-zação?Atingimos, no topo do investimento, cerca de 1,5 milhões de euros distribuídos por instalações, equipamentos e fundo de maneio.

recuando um pouco no tempo, qual foi o seu percurso pré-vio a Cabo Verde?Era accionista da Empresa Portuguesa MT, SA, desde 1988. A MT foi o investidor que deu início à MTCV. A diferença de opções dos accionistas resultou na minha saída da MT em troca da aquisição da totalidade do capital da MTCV.a mtCV tem negócios fora de Cabo Verde?A MTCV tem negócios do mesmo ramo em Angola, onde no momento permanecem dois encarregados caboverdea-nos, quadros da MTCV. Na estrutura do negócio temos uma empresa em Portugal que fabrica quadros eléctricos e gere o negócio de exportações, que se cifram em três milhões de euros nos primeiros 9 meses de 2010.

Face à sua experiência de trabalho num sector essencial para o desenvolvimento da economia caboverdeana, como vê o futuro do país?Cabo Verde tem muitas necessidades. A manter-se o apoio internacional para estes sectores em que estamos envol-vidos (energia, água e saneamento), que são necessidades básicas, suponho que manteremos o ritmo de trabalho.Estou aqui há 5 anos e assisti a uma evolução extraordi-nária nesse período. Novas estradas, portos, aeroportos, construção vistosa; devido ao projecto de electrificação rural que acompanho no terreno, conheço praticamente todo o interior e vejo que a população está a usufruir de bens que não lhes era possível há 5 anos atrás. Acredito que o ritmo se manterá pois ainda há muito a fazer.

Guia de Comércio e Exportação

Portugal – Cabo Verde

1º trimestre de 2011

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Negócios em Cabo Verde

76 Câmara de Comércio, Indústria e Turismo Portugal Cabo Verde

unidades por potência (kW)

Ilha unidade de produção diesel EólicaPorto Novo 1.800Ribeira Grande ,0 3.800Paúl

Santo antão ,0 5.600Matiota,0 10.909 900Lazareto0 7.440

São Vicente 18.349 900Ribeira Brava 736 6Tarrafal 2.220

São Nicolau 2.956 300Sal Palmeira 9.040

Sal-rei 2.136Norte 212

Boavista 2.348maio Porto Inglês 1.376

Gamboa 5.000 900Palmarejo 26.043Porto Mosquito 0Assomada 3.850Ribeira da Barca 120Calheta São Miguel 0Tarrafal 1.360Santa Cruz 2.176

Santiago 38.549 900São Filipe 3.000Mosteiros 800Cova Figueira 168

Fogo 3.968Brava Favetal 1.056

83.242 2.100

produção de energia (kW)2005 2006 2007 2008 2009

Térmica 229.132 241.709 260.465 279.465 290.273Eólica 6.450 7.441 6.869 5.510 4.661Vapor 476 1.772 1.185 640 0

236.058 250.921 268.518 285.795 294.934

Fonte: Relatório e Contas 2009 da Electra (www.electra.cv).

Fonte: Relatório e Contas 2009 da Electra (www.electra.cv).

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Negócios em Cabo Verde

Anuário Negócios & afinidades_2010/11 77

produção por unidade (kWh)

Ilha unidade de produção diesel Eólica total %Porto Novo 4.088.465 4.088.465Ribeira Grande ,0 7.903.209 7.903.209Paúl 0 0

Santo antão ,0 11.991.674 11.991.674 4,1%Matiota,0 19.128.700 3.656.019 22.784.719Lazareto0 38.850.065 38.850.065

São Vicente 57.978.765 3.656.019 61.634.784 20,9%

Ribeira Brava 0 6 0

Tarrafal 4.773.927 4.773.927São Nicolau 4.773.927 4.773.927 1,6%Sal palmeira 37.135.880 293.300 37.429.180 12,7%

Sal-rei 6.565.442 6.565.442Norte 201.483 201.483

Boavista 6.766.925 6.766.925 2,3%maio porto Inglês 2.579.016 2.579.016 0,9%

Gamboa 5.178.000 711.542 5.889.542Palmarejo 131.230.170 131.230.170Porto Mosquito 0 0Santa Cruz 6.556.699 6.556.699total praia 142.964.869 711.542 143.676.411 48,7%Assomada 9.319.341 9.319.341Ribeira da Barca 333.247 333.247Tarrafal 5.150.906 5.150.906Calheta São Miguel 0 0total Interior Santiago 14.803.494 14.803.494 5,0%

Santiago 157.768.363 711.542 158.479.905 53,7%São Filipe 7.477.350 7.477.350Mosteiros 0 0Cova Figueira 1.505.558 1.505.558

Fogo 8.982.908 8.982.908 3,0%Brava Favetal 2.295.601 2.295.601 0,8%

290.273.059 4.660.861 294.933.920 100,0%

Fonte: Relatório e Contas 2009 da Electra (www.electra.cv).

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Negócios em Cabo Verde

78 Câmara de Comércio, Indústria e Turismo Portugal Cabo Verde

produção vs Vendas de Energia Eléctrica por unidade (kW)

Ilhaunidade

de produçãoprodução

Consumos de produção

Vendas perdas

2009 % 2008Porto Novo 4.088.465 11.315 3.172.011 905.139 22,1% 25,5%Ribeira Grande ,0 7.903.209 6.444 6.023.789 1.872.976 23,7% 29,1%Paúl 0 0

Santo antão ,0 11.961.674 17.759 9.195.800 2.778.115 23,2% 27,9%Matiota,0 22.784.719 7.406.065Lazareto0 38.850.065 1.798.600

São Vicente 61.634.784 9.204.665 41.278.531 11.151.589 18,1% 18,8%Ribeira Brava 0 0Tarrafal 4.773.927 14.198

São Nicolau 4.773.927 14.198 4.036.274 723.455 15,2% 14,9%Sal palmeira 37.429.180 7.015.604 29.379.600 1.033.976 2,8% 4,1%

Sal-Rei 6.565.442 1.420.413Norte 201.483 1.085Rabil 0 0

Boavista 6.766.925 1.421.498 4.330.340 1.015.087 15,0% 13,1%maio porto Inglês 2.579.016 9.594 1.733.433 835.989 32,4% 24,9%

Gamboa 5.889.542 1.235.596Palmarejo 131.230.170 13.777.489Porto Mosquito 0 0Santa Cruz 6.556.699 9.504Total Praia 143.676.411 15.022.589 77.664.011 50.989.811 35,5% 35,9%Assomada 9.319.341 13.581 5.999.207 3.639.418 37,7% 41,5%Ribeira da Barca 333.247 382Tarrafal 5.150.906 7.854 3.180.123 1.962.929 38,1% 45,1%Calheta São Miguel 0 0Órgãos 0 0Total Interior Santiago

14.803.494 21.817 9.179.330 5.602.347 37,8% 42,8%

Santiago 158.479.905 15.044.406 86.843.340 56.592.158 35,7% 36,5%São Filipe 7.477.350 6.638 5.376.219 2.094.493 28,0% 31,3%Mosteiros 1.505.558 8.133 1.175.070 322.355 21,4% 25,7%Cova Figueira 0 0

Fogo 8.982.908 14.771 6.551.289 2.416.848 26,9% 30,3%Brava Favetal 2.295.601 17.276 1.761.084 517.241 22,5% 25,5%

294.933.920 32.759.771 185.109.691 77.064.459 26,1% 26,8%

Fonte: Relatório e Contas 2009 da Electra (www.electra.cv).

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COOPERAÇÃO PORTUGAL CABO VERDE

• Acordos portugAl cAbo verde

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Cooperação Portugal Cabo Verde

80 Câmara de Comércio, Indústria e Turismo Portugal Cabo Verde

Acordos assinados por ocasião da visita a Cabo Verde de S.E. o Presidente da República de Portugal, Professor Aníbal Cavaco Silva(4 a 7 de Julho de 2010)

Protocolo assinado entre aicep Global Parques e Direcção Geral da Indústria e Comércio de Cabo Verde

A visita de Cavaco Silva a Cabo Verde ficou marcada pela assinatura de um protocolo entre a aicep Global Parques, representada pelo Dr. Francisco Nunes e Sá, Presidente da Comissão Executiva, e a Dra. Filomena Fialho, Directora- -Geral da Indústria e Comércio de Cabo Verde, visando pro-mover o desenvolvimento de infra-estruturas de localiza-ção empresarial, nomeadamente através de plataforma(s) de logística e industriais respeitando desde logo o ordena-mento adequado do território. A experiência da aicep Global Parques decorre de um sistema semelhante já em fun-cionamento em Portugal suportado pelo software “Global Find” e serviços “Global Force”.

Acordos assinados por ocasião da visita a Cabo Verde de S.E. o Primeiro-Ministro da República de Portugal, Engº José Sócrates (12 a 14 de Fevereiro de 2009)

1. Memorando de Entendimento entre o Ministério das Finanças e da Administração Pública da República Portuguesa e o Ministério das Finanças e da Admi-nistração Pública da República de Cabo Verde relativo à ampliação da Linha de Crédito de 100 Milhões de Euros para 200 Milhões de Euros.

Memorando de Entendimento para ampliação da actual Linha de Crédito de Ajuda, financiada pela CGD e garantida e bonificada pelo Estado português, por forma a permitir o financiamento de novos projectos de infra-estruturas portuárias.

Valor: De 100 para 200 Milhões de Euros

2. Adenda ao Contrato de Empréstimo Celebrado entre a República de Cabo Verde e a República Portuguesa para o Financiamento de Projectos de Infra-estruturas Rodoviárias.

Adenda para ampliação do contrato de empréstimo concessional, concedido pelo Estado português, para financiamento de novos projectos de infra-estruturas rodoviárias.

Valor: De 40 para 100 Milhões de Euros

3. ME Atlântico-Cluster da Cooperação. Tem por objectivo conferir uma visão integrada e

coordenada a diversos projectos já apoiados pelo IPAD (www.ipad.mne.gov.pt) procurando introduzir-lhe maior eficácia e sustentabilidade. Centra-se nas Tecnologias da Informação e Comunicação (TIC), indo assim ao encontro das políticas de desenvolvimento de Cabo Verde o cumprimento dos Objectivos de Desen-volvimento do Milénio. Desenvolver-se-á no contexto e espaço temporal do PIC Programa Indicativo de Coo-peração entre Portugal e Cabo Verde 2008-2011.

Valor para 2009: 2 milhões de Euros; Valor até 2011: 7 Milhões de Euros

4. ME entre o Governo Português e o Governo de Cabo Verde sobre o Desenvolvimento da Sociedade de Infor-mação no Meio Escolar.

Dado que o Governo de Cabo Verde está a implemen-tar um programa que tem por objectivo modernizar o processo de ensino através da utilização das TIC, há interesse em partilhar a experiência de Portugal (Pro-grama e-escola), razão pela qual se chega a uma acordo pelo qual: a) se reconhece que o Governo de Cabo Verde tem interesse na aquisição de 150.000 computadores portugueses para o sistema de ensino, nomeadamente de computadores Magalhães; b) O Governo de Portugal se disponibiliza para apoiar a iniciativa de Cabo Verde e de dar uma contribuição para os alunos cabo-verdianos apoiados pela acção social escolar, no âmbito da Coo-peração, em termos a definir.

5. Protocolo alargado de cooperação entre Gabinete do Plano Tecnológico, a aicep e a ADEI-Agência de Desenvolvimento Empresarial e da Inovação de Cabo Verde.

Visa o estabelecimento das relações institucionais de colaboração entre os dois organismos e o CNELPT, com o objectivo de reforçar a cooperação empresarial e o desenvolvimento de parcerias entre as empresas dos dois países, em particular das micro, pequenas e médias empresas, bem como incrementar as relações económicas entre Portugal e Cabo Verde. Pretende facilitar a implementação de melhores práticas, dar maior impulso ao empreendedorismo e à inovação, mobilizar as empresas para a Investigação e Desen-volvimento e reforçar as competências científicas e tecnológicas das empresas. Procurará promover

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Cooperação Portugal Cabo Verde

Anuário Negócios & Afinidades_2010/11 81

a organização de acções conjuntas nos dois países, previamente acordadas e a partilha de informações referentes à implementação de politicas nos domínios da inovação, competitividade e internacionalização, além da troca de publicações, informação estatística e informação sobre dados económicos relativos aos dois países.

6. Contrato Tripartido entre a Electra, a Direcção Geral do Património (DGPE) de Cabo Verde e a Empresa RESUL de Portugal.

Fornecimento e montagem de 100 contadores de pré-pagamento de energia podendo o contrato abarcar até 1.000 contadores de energia. Nesta fase serão instala-dos em 100 pontos da Administração Pública.

Valor: 385.000,00 Euros

7. ME entre SOFID–Sociedade Financeira para o Desen-volvimento SA e o BCA–Banco Comercial do Atlântico, SA, Banco Interatlântico e BESCV – Sucursal do Banco Espírito Santo em Cabo Verde.

Três linhas de crédito com o objectivo de apoiar a internacionalização do tecido empresarial português, em particular, promovendo a concretização de projec-tos produtivos na República de Cabo Verde.

Valor: 5 Milhões de Euros cada

8. Acordo entre a Portugal Telecom e a Cabo Verde Tele-com para a instalação do Cabo Marítimo de Teleco-municações.

9. Memorando de Entendimento entre o Ministério das Finanças e da Administração Pública da República Portuguesa e o Ministério das Finanças e da Admi-nistração Pública da República de Cabo Verde sobre o financiamento de projectos de energias renováveis (SETF).

Criação de uma nova linha de crédito destinada a apoiar o financiamento de projectos de energia renovável.

Valor: 100 Milhões de Euros Informação cedida pelo GPM-Gabinete do Primeiro Ministro de Portugal

Plano Indicativo de Cooperação (PIC 2008-2011)

O Secretário de Estado dos Negócios Estrangeiros e da Cooperação de Portugal, João Cravinho, esteve em Cabo Verde, nas suas palavras “o principal parceiro da coope-ração portuguesa, representando um volume considerável de recursos financeiros, sem contar com a colaboração em termos de recursos humanos”. A missão teve em vista o relançamento das relações bilaterais políticas e de coo-peração.Durante a visita foi assinado o novo PIC-Plano Indicativo de Cooperação 2008-2011*, gerido pelo IPAD-Instituto Portu-guês de Apoio ao Desenvolvimento (www.ipad.mne.gov.pt), no valor de 70 milhões de euros 10% dos quais destinados a ajuda orçamental. A este plano acrescenta-se ainda o apoio técnico dado por Portugal e apoio a pequenos pro-jectos, como aconteceu com a entrega de cinco bibliotecas aos municípios de Santa Catarina e Tarrafal, em Santiago, e Ribeira Brava (São Nicolau), e a escolas de Praia Baixo e Santa Cruz (Santiago), num total de 2.000 livros. A contabi-lização exacta do valor total das transferências de Portugal torna-se difícil de quantificar mas representa certamente o maior apoio internacional que Cabo Verde possui.Este novo PIC está estruturado em 3 eixos fundamentais: Boa Governação, Participação e Democracia (Capacitação Institucional, Finanças Públicas -veja-se Acordo de Coope-ração Cambial em vigor- e Segurança Interna e Técnico-Militar), no Desenvolvimento Sustentável e Luta contra a Pobreza (Educação e Formação Profissional, com ênfase na promoção da sociedade da informação e Desenvolvi-mento Social e Infra-Estruturas) e na concretização de um “cluster” de Cooperação. A sua aplicação far-se-á anual-mente mediante os Planos Anuais de Cooperação (PAC) acordados com as autoridades caboverdeanas. Trata-se de um programa que vem dar continuidade à cooperação entre os dois países, no momento em que Cabo Verde e Portugal aprofundam e ampliam a área de colaboração e que se justifica ainda pela recém obtida Parceria Especial com a União Europeia, sendo mais rigoroso, menos dis-perso e mais eficaz na ajuda a Cabo Verde para que atinja os “Objectivos do Milénio”.Também com Filomena Martins, a então Ministra da Edu-cação de Cabo Verde, João Cravinho prometeu apoiar Cabo Verde no ensino do português nas escolas primárias e na revisão curricular a nível do ensino universitário.No final de Janeiro a Ministra das Finanças e Administração Pública de Cabo Verde esteve em Portugal para assinar um acordo de cooperação técnica em Finanças Públicas entre os dois Ministérios das Finanças. O Programa de Coopera-ção e Assistência Técnica em Finanças Públicas a vigorar entre 2008-2011, segundo o qual Portugal vai dar assistên-cia técnica a todas as Direcções-Gerais deste Ministério caboverdeano, prevê acções de Assistência e Formação nas áreas da Administração Pública, Alfândegas, Contabilidade Pública e Orçamento, Estudos e Estratégia, Impostos, Ins-pecção de Finanças, Património, Planeamento, Tesouro e Dívida Pública e Serviços de Administração. Esta Coope-

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Cooperação Portugal Cabo Verde

82 Câmara de Comércio, Indústria e Turismo Portugal Cabo Verde

ração tem por objectivo apoiar o Governo de Cabo Verde na sua política de consolidação do rigor orçamental e financeiro dando continuidade ao Acordo de Cooperação Cambial.*O anterior PIC foi válido por um período de 3 anos (2005-2007) com um valor de 55 milhões de euros.

Facilidade de mobilidade entre Cabo Verde e a União Euro-peiaResponsáveis da Comissão Europeia e Ministros compe-tentes de Portugal, Espanha, França e Luxemburgo, inte-ressados numa parceria para a facilitação da mobilidade de pessoas (migração legal), assinaram uma “Declaração Comum” no sentido de flexibilizar a circulação de pessoas no espaço da União Europeia. Através destas parcerias para a mobilidade a União Europeia empenha-se de forma con-creta numa gestão concertada e responsável das migra-ções que deverá permitir, tanto à União Europeia como aos seus parceiros, enfrentar melhor os desafios que se colocam nesta área e tirar plenamente partido das opor-tunidades existentes.As parcerias para a mobilidade, que se encontram ainda numa fase-piloto, são os novos instrumentos destinados a conferir uma expressão concreta à parceria entre a União Europeia e os países terceiros com vista a assegurar uma gestão comum e responsável dos fluxos migratórios no interesse da União, dos seus parceiros e dos próprios migrantes. A República de Cabo Verde e a República da Moldávia são os dois primeiros países com os quais a União se está a empenhar nesta via reflectindo, no caso de Cabo Verde, expectativas que não se encontravam incluídas no Acordo de Parceria Especial com a União Europeia.De acordo com o Presidente do IPAD-Instituto Português de Apoio ao Desenvolvimento, Manuel Correia, “Portugal está a coordenar o projecto e vai criar um programa para agilizar essa emigração não se tratando de supressão de vistos entre Cabo Verde e os países da União Europeia nem de uma legalização extraordinária de ilegais. A ideia é potenciar para Cabo Verde o aproveitamento de oportu-nidades de colocação de mão-de-obra qualificada noutros países (por exemplo em grandes obras que necessitem temporariamente de grande quantidade de mão-de-obra) ou emigrantes caboverdeanos que vivem agora em países europeus e que queiram estabelecer-se em Cabo Verde temporariamente regressando ao país europeu quando o desejarem.A parceria prevê também iniciativas que permitam tirar o máximo partido das possibilidades oferecidas pela migra-ção para promover o desenvolvimento e, em especial, favorecer o contributo da diáspora caboverdeana para o

desenvolvimento do seu país de origem, fomentando as transferências de capitais e de competências e facilitando a migração circular e/ou o regresso para atenuar os efeitos da emigração de pessoas altamente qualificadas.Com este programa haverá também melhor controlo dos fluxos migratórios ilegais e o tráfico de seres humanos reforçando a gestão das fronteiras e a segurança dos documentos, nomeadamente através do reforço das capa-cidades de Cabo Verde em matéria de segurança marítima, utilização das novas tecnologias da informação e comuni-cação e formação em controlo documental.Está ainda planeada uma colaboração conjunta para assis-tir Cabo Verde na introdução de um sistema de asilo em conformidade com as normas internacionais.A migração circular (facilidades de mobilidade) entre Cabo Verde e a União Europeia poderá começar em Janeiro de 2010, durante três anos, e tem um custo inicial de 1,3 milhões de euros.

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Cooperação Portugal Cabo Verde

Anuário Negócios & Afinidades_2010/11 83

ACoRDo DE CooPERAção CAMbIAl ENtRE CAbo VERDE E PoRtUGAl

Nos 10 anos de vigência do ACC-Acordo de Cooperação Cam-bial (1998-2008) os mecanismos estabelecidos para garantir o seu bom funcionamento operaram de forma globalmente efi-caz. Para tal contribuíram, em grande medida, os sucessivos acordos com o FMI, assegurando programas macroeconómicos consistentes e a monitorização de metas de política e reformas estruturais acertadas. Há apenas a assinalar uma fase crítica em 1999-2000, que implicou algum alargamento do apoio finan-ceiro do Governo português, quer dentro da facilidade prevista no ACC, quer com financiamento de médio prazo.Aos desequilíbrios orçamentais, financeiros e nas contas exter-nas observados em 1999-2000 seguiu-se um período de recupe-ração em 2001-2004, o qual assentou em apoio internacional e em políticas domésticas adequadas. A partir de 2005 foram con-solidados equilíbrios, aceleradas reformas estruturais e capitali-zados integralmente os benefícios da estabilidade nominal.No cômputo, a evolução da economia cabo-verdiana após 1998 foi notável e completamente distinta da evolução da maioria dos países africanos, bem como das economias com características semelhantes mas com regimes cambiais diversos. Cabo Verde logrou um elevado grau de convergência real com Portugal e com a Europa, quer nos ciclos quer no crescimento do nível de vida real médio. A convergência nominal foi provavelmente ainda mais assinalável. Apesar da natural sensibilidade da eco-nomia cabo-verdiana ao choque internacional da oferta dos anos recentes, a taxa de câmbio real do CVE face ao Euro situava-se em Agosto de 2008 precisamente ao nível de partida de 1998.O ACC aprofundou, conforme pretendido, a abertura da econo-mia de Cabo Verde e as suas relações com Portugal e com a Europa. Esse aprofundamento teve impactos visíveis no padrão de especialização produtiva e de comércio externo do país, bem como na estrutura da sua Balança de Pagamentos. O notável desenvolvimento recente do sector dos serviços turísticos e da construção imobiliária assegurou uma maior cobertura das importações pelas exportações de bens e serviços, apesar do défice crónico que decorre das características estruturais do país. Pese embora uma recente desaceleração, as remessas dos emigrantes continuaram a mitigar o défice da Balança Cor-rente. A partir de 2005, o défice corrente passou a ser coberto por investimento directo estrangeiro, o qual tem assegurado uma fatia crescente do investimento de Cabo Verde e tem cons-tituído o principal motor da economia.Desde 2004 as reservas cambiais do Banco de Cabo Verde (BCV) aumentaram sustentadamente. Em 2005 aquelas reservas pas-saram a representar mais de 3 meses de importações e desde 2007 passaram a cobrir integralmente a base monetária.As políticas macroeconómicas domésticas foram conduzidas de forma globalmente consistente com o ACC. A lei de enqua-dramento orçamental de 1998 e a lei orgânica do BCV de 2002 pretendem sinalizar já um regime que se aproxima do regime da Zona Euro. A política orçamental foi crescentemente cautelosa e o financiamento público mais baseado no mercado de títulos. No entanto, o Estado mantém uma forte dependência de dona-tivos internacionais e de empréstimos externos concessionais.

A política monetária norteou-se pela sustentação da paridade e dedicou-se gradualmente à gestão do diferencial entre as taxas de juro do CVE e as taxas de juro do Euro. Contudo, a política monetária assenta ainda numa taxa de reservas de caixa dema-siado elevada. Desde 2004 os fluxos financeiros internacionais relacionados com a conta corrente estão liberalizados e as res-trições que existem aos movimentos de capitais são mais “de jure” do que “de factu”. Entre os principais mercados, o financeiro foi o que mais se desenvolveu, apesar das privatizações iniciadas em 1999 se terem estendido a grande parte dos mercados.Em particular, as ineficiências dos mercados da electricidade e da água continuam a bloquear o desenvolvimento da econo-mia de Cabo Verde, impondo sobre-custos à generalidade das actividades económicas. O mercado dos combustíveis continua a seguir regras de determinação de preços sub-óptimas. Tam-bém no mercado das telecomunicações se observa preços que são demasiado penalizadores para o resto da economia. No mercado de trabalho mantém-se um alto grau de rigidez com elevados custos de turnover, resultante numa elevada taxa de desemprego estrutural.No sector financeiro destaca-se a modernização do sistema de pagamentos com a penetração de meios electrónicos a partir de 2001 (2005 nos cartões de crédito). O sector bancário manteve o número de instituições, mas a concorrência aumentou signi-ficativamente desde 2006. Mesmo assim o spread entre taxas de juro activas e passivas continua relativamente elevado, em resultado, inter alia, da ainda baixa taxa de transformação de depósitos em crédito, da elevada taxa de reservas legais (não remuneradas), dos elevados custos de funcionamento (espe-cialmente com transportes, electricidade e telecomunicações), na elevada incidência de mal parados e na escassez de oportu-nidades de investimento com adequadas combinações retorno/risco. O mercado monetário é neste momento caracterizado por excedentes de liquidez e as operações continuam a ser realiza-das apenas entre bancos e o BCV. No final de 2005 abriu a Bolsa de Valores que se encontra ainda numa fase incipiente. Em 2006 foi alargada a dimensão da praça financeira internacional.Globalmente, desde 1998, a evolução das políticas económicas domésticas e do mercado financeiro foi claramente positiva, tendo tido reflexos evidentes na evolução da economia de Cabo Verde.Dadas as características da economia cabo-verdiana, estes 10 anos do ACC confirmam inequivocamente a bondade da opção por um regime cambial de paridade fixa contra o Euro. Tendo em conta o desempenho económico de Cabo Verde nos últi-mos anos, a evidente adesão dos agentes económicos ao ACC, bem como o claro consenso político no país, em nossa opinião a economia cabo-verdiana deve continuar a manter uma forte ligação ao Euro.Perspectivando o futuro, neste Estudo apresentamos cinco hipóteses alternativas para a ligação de Cabo Verde ao Euro: (I) Manutenção do ACC, com eventuais refinamentos; (II) Cur-rency Board; (III) Euroização unilateral; (IV) Dupla circulação e (V) Acordo tripartido para euroização autorizada.

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Cooperação Portugal Cabo Verde

84 Câmara de Comércio, Indústria e Turismo Portugal Cabo Verde

obJECtIVoS Do ACC

Na sequência dum protocolo celebrado entre a República Portuguesa e a República de Cabo Verde em Julho de 1997, o ACC foi assinado a 13 de Março de 1998 e tornou-se efec-tivo em Abril de 1998.1 O ACC foi estabelecido tendo em vista dois objectivos últi-mos, para os quais a estabilidade cambial entre o escudo português (PTE) e o escudo cabo-verdiano (CVE) constitui-ria um objectivo intermédio crucial:Objectivo 1 – Aprofundar os laços económicos entre Portu-

gal e Cabo Verde,nomeadamente em termos de comércio e de investimento bilaterais;

Objectivo 2 – Assegurar condições favoráveis à prossecução das reformas estruturais em curso em Cabo Verde, tendentes ao ajustamento, à abertura e à modernização da respectiva economia.

Os instrumentos do ACC são, para além da paridade fixa, uma facilidade condicional de crédito de curto prazo do Tesouro da República Portuguesa ao Tesouro da República de Cabo Verde e a adopção por Cabo Verde dos critérios macroeconómicos de referência dos Estados-membros da União EuropeiaAssim, o ACC consagrou duas opções estratégicas centrais de Cabo Verde para o respectivo processo de crescimento e desenvolvimento económico. Em primeiro lugar, a adopção duma ligação preferencial a Portugal e, por seu intermédio, à União Europeia (UE). Em segundo lugar, a adopção dum modelo económico assente na estabilidade nominal (com credibilidade monetária e disciplina financeira do Estado) e nos mecanismos de mercado (com a progressiva converti-bilidade externa da moeda, uma aposta na iniciativa privada e o aprofundamento da concorrência externa e interna), vistos como elementos propiciadores dum crescimento sustentado na competitividade externa e numa mais efi-ciente afectação de recursos.O contributo directo do ACC para o primeiro objectivo/opção é traduzido na redução da incerteza cambial, factor que potencia relações económicas estáveis e de longo prazo entre as regiões. O contributo do ACC para o segundo objectivo/opção decorre das características estruturais da economia cabo-verdiana, as quais se podem sintetizar da seguinte forma: pequena economia muito aberta ao exterior, sem recursos naturais importantes, dependente de importações e tomadora de preços internacionais em produtos básicos de consumo e investimento, produtora e exportadora dum leque reduzido de bens e serviços, e com trocas internacionais muito concentradas numa área económica de moeda sólida. De facto, é sabido que em eco-nomias com tais características o pass-through de varia-ções cambiais sobre os preços domésticos é muito elevado, pelo que a adopção duma âncora cambial sólida previne ciclos viciosos inflação-desvalorização-inflação e assegura a estabilidade nominal doméstica. Acresce que tal é obtido sem perdas significativas de graus de liberdade na política económica, dado que o instrumento monetário/cambial não seria já, por natureza, eficaz, cabendo à política orçamental

o essencial da gestão macroeconómica. Adicionalmente, a ancoragem a uma moeda internacional sólida, especial-mente se implementada em paralelo com as reformas acima referidas, reforça a confiança dos agentes externos na economia e potencia a captação de comércio e investi-mento internacionais.O objectivo intermédio de estabilidade cambial em Cabo Verde não foi uma novidade de 1998. Na sequência da inde-pendência face a Portugal em 1975 e da criação do CVE em 1977, em 1 de Março de 1977 Cabo Verde optou por desligar a sua moeda da moeda portuguesa, evitando assim que o CVE fosse forçado a seguir a desvalorização do PTE, inerente ao regime de crawling peg adoptado por Portugal em 1977 (e que veio a vigorar até 1990). O CVE foi então ligado a um cabaz de moedas representativas dos países com os quais Cabo Verde tinha relações económicas mais intensas e a taxa de câmbio efectiva foi gerida de forma a estabilizar nominalmente a economia e evitar tendências perturbadoras na taxa efectiva real. Em 1997 o cabaz incluía 9 moedas, nas quais o PTE pesava cerca de 50%; o conjunto de moedas do Mecanismo de Taxas de Câmbio do Sistema Monetário Europeu pesava cerca de 80%.Reavaliada a situação em 1998, considerou-se então que o ACC constituiria um regime de política macroeconómica mais adequado à evolução da economia cabo-verdiana. Para tal foi determinante (i) Portugal viver já num regime de estabilidade nominal e cambial, perspectivando-se a sua adesão à moeda comum da Europa (ii) a concentra-ção de relações económicas com a UE, (iii) os desafios gerados pela progressiva desaceleração das remessas de emigrantes e das ajudas internacionais, com a decorrente necessidade de assegurar maiores receitas de exportação e maiores afluxos de capitais duradouros, designadamente investimentos directos estrangeiros (IDE).

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Cooperação Portugal Cabo Verde

Anuário Negócios & Afinidades_2010/11 85

Euro pode vir a circular em Cabo Verde

O primeiro-ministro de Cabo Verde, José Maria Neves, admitiu, no quadro da parceria especial com a União Europeia (UE), que o país pode estudar a possibilidade de circulação do euro no país de modo a que o Acordo de Coo-peração Cambial entre Cabo Verde e Portugal seja cada vez mais actual, responda melhor aos desafios e continue a ser uma referência nas relações entre os dois países. O euro circula já em Cabo Verde, nomedamente nos principais centros urbanos e turísticos, apesar de a moeda oficial do país ser o escudo caboverdeano (CVE). Em algumas tran-sacções é até possível pagar em euros e receber o troco em escudos ou vice-versa.Gualberto do Rosário, Ministro da Coordenação Económica de Cabo Verde por ocasião das negociações aplicação do Acordo de Cooperação Cambial entre Cabo Verde e Por-tugal, assinado a 19 de Março de 1998, acredita que “isso

seria um passo de gigante, porque com a adopção da moeda europeia o grau de confiança aumentaria e ter-se-ia maior facilidade na obtenção de créditos nas instituições finan-ceiras da Europa” prevendo também que “as taxas de juro em Cabo Verde também baixariam, criando um ambiente de negócios muito mais favorável”.Com um acordo desta natureza Cabo Verde passaria a uma “integração económica” na União Europeia, embora não tendo ainda uma integração de facto. Quanto à possibili-dade de União Europeia aceitar que Cabo Verde possa vir a ter um tratamento idêntico ao dado às regiões ultraperiféri-cas como os Açores, Madeira ou Canárias é um aspecto que se mostra mais dificil de acontecer num futuro imediato devendo, antes de se avançar com novas formas de coope-ração com Cabo Verde, resolver-se a questão jurídica, tal qual como foi necessário quando da criação das regiões ultraperiféricas de Espanha e Portugal.

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• Presidente da rePública Portuguesa em cabo Verde

• 35 anos de indePendência

• 550 anos do “achamento” das ilhas de cabo Verde

DESTAQUESDO ANO

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Destaques do Ano

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PresiDente DA rePúblicA PortuguesA visitA cAbo verDe

Naquela que foi a sua quinta passagem, a segunda enquanto Chefe de Estado português, Aníbal Cavaco Silva deslocou-se a Cabo Verde para uma visita oficial de 4 dias (04 a 07 de Julho) a qual coincidiu com as celebrações do 35º aniversá-rio da independência (05 de Julho, 1975-2010) e os 550 anos do descobrimento de Cabo Verde (01 de Maio, 1460-2010). Esta foi a primeira vez que um Chefe de Estado português assistiu a comemorações desta natureza.Esta visita, eminentemente política e cultural, quis reiterar a “excelência das relações entre Portugal e Cabo Verde”, países que olham para o passado sem complexos, antes se ocupam a olhar para um futuro que se quer de parcerias sólidas e convergentes em domínios que vão da política à economia, da cultura à educação, à formação ou à ciência e tecnologia, aproveitando um legado de Afinidades que não se esgotam na língua comum “determinante da iden-tidade, coesão e influência dos espaços políticos e econó-micos. Num mundo globalizado mais do que as fronteiras geográficas, são os valores imateriais que determinam a identidade, a coesão e a influência dos espaços políticos. A língua assume, nesse contexto, uma importância estra-tégica” disse o Presidente português que terminou asse-gurando “que o português nunca se afirmará em oposição a qualquer outra língua, idioma ou dialecto; pelo contrário deve integrar palavras e expressões próprias do mosaico cultural dos povos que a falam”. Cavaco Silva ao longo do seu percurso enquanto personalidade política deu mostras de privilegiar o plano das relações com o mundo lusófono – foi também sob a sua liderança que Portugal esteve no centro da criação da Comunidade dos Países de Língua Portuguesa (CPLP) – sendo por isso natural que nesta visita abordasse a necessidade do reforço e afirmação da língua portuguesa.No primeiro dia de visita, 5 de Julho, no quadro das come-morações oficiais dos 35 anos da independência de Cabo Verde, em cujo desfile militar participaram, simbolicamente, forças portuguesas, nomeadamente uma demonstração

de cinco pára-quedistas, Cavaco Silva fez uma intervenção solene na sessão extraordinária na Assembleia Nacional aludindo aos “feitos da nação caboverdeana” lembrando “que no início se dizia que (Cabo Verde) era praticamente impossível” e considerando o arquipélago “apesar dos recursos muito escassos, um caso exemplar no contexto africano onde, com muito trabalho, se construiu um país em que a democracia funciona, as regras democráticas são aceites sem contestação e a alternância política e suces-são pacífica de governos eleitos é um sinal de maturidade democrática e da cultura de tolerância do povo cabover-deano”. Das suas anteriores visitas, enquanto Primeiro-Ministro de Portugal, lembrou que “não há comparação possível entre o Cabo Verde dos anos 80 e o Cabo Verde do início do século XXI. A evolução foi notável e os gran-des agentes da mudança foram os homens e as mulheres de Cabo Verde. Este capital humano é, de facto, a grande riqueza de Cabo Verde” concluiu Cavaco Silva que lançou, por isso, que “os caboverdeanos têm todas as razões para estarem orgulhosos”.

Nos 2 dias de efectiva visita oficial, 06 e 07 de Julho, o Chefe de Estado português cumpriu um intenso programa nas ilhas de Santiago e São Vicente começando por ser agra-ciado com o 1º grau da Ordem Amílcar Cabral, a mais alta condecoração concedida por Cabo Verde, seguindo depois para a Câmara Municipal da Praia onde recebeu das mãos do seu Presidente, Ulisses Correia e Silva, as chaves da cidade. Nesta sequência, Cavaco Silva encontrou-se ainda com o seu homólogo, Pedro Pires, com o Presidente da Assembleia Nacional, Aristides Lima, com o primeiro-ministro do arquipélago, José Maria Neves, e com o vice-líder do maior partido da oposição, Jorge Santos.Na tarde do primeiro dia houve ainda lugar a iniciativas alu-sivas à língua portuguesa, tema valorizado ao longo desta estada em Cabo Verde, presidindo à cerimónia de encerra-mento de um colóquio sobre o tema, na UniCV - Universi-

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dade de Cabo Verde, passando pelo Instituto Internacional da Língua Portuguesa (IILP) e abrindo o sempre aguardado evento anual da “Feira do Livro”, na Biblioteca Nacional.Passou ainda pela inauguração do recém-criado Banco Espírito Santo (Cabo Verde) e pelas obras de ampliação do Porto da Praia, um equipamento parcialmente apoiado por financiamento de Portugal (aproximadamente 45 milhões de euros). Pouco depois voou para o novo Aeroporto Inter-nacional de São Pedro (São Vicente).No dia 07 de Julho, já no Mindelo, nos Paços do Concelho, o Presidente português voltou a um tema da sua preferência actual: “a economia do mar”. Para Cavaco Silva, tendo em conta a dispersão arquipelágica e posição geográfica de Cabo Verde, “Mindelo é centro portuário e pólo de atracção do comércio e serviços relacionados”. Também a Ministra das Finanças de Cabo Verde, Cristina Duarte, se sintoniza com esta visão: “Cabo Verde é antes de mais mar e céu. Só temos 4.000 km2 de terra. Logo, a nossa visão estratégica tem que ter isto como ponto de partida; o cluster do mar tem de se transformar num motor do crescimento económico. E, quando falamos de “cluster do mar”, falamos do porto de águas profundas, e aí surge o Mindelo como epicentro; não só como porto de transbordo, uma peça fundamental num investimento de 400 milhões de euros, mas também centro internacional de pescas, de armazenamento e con-servação, de exportação, eventualmente de transformação, de reparação naval, de actividades turísticas e até como centro de excelência em termos de segurança marítima e investigação oceanográfica”, frisou.

Noutro contexto, de visita à réplica da Torre de Belém (antiga capitania do Porto do Mindelo), completamente restaurada com financiamento do IPAD-Instituto Português de Apoio ao Desenvolvimento, Cavaco Silva aludiu “aos encantos do Mindelo enquanto capital de cultura pelo seu rico patrimó-nio histórico que convive com realizações e projectos que apontam decididamente para o futuro”.

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os Discursos

Discurso do Presidente da república na Assem-bleia nacional de cabo verde

Cidade da Praia, 6 de Julho de 2010Senhor Presidente da Assembleia Nacional,Senhores Deputados,Ilustres Convidados,

Sinto-me especialmente honrado com a oportunidade que me foi proporcionada, nesta Visita de Estado a Cabo Verde, de me dirigir a esta Magna Assembleia, expressão da vita-lidade e da pluralidade da democracia cabo-verdiana.Quero agradecer ao Presidente da Assembleia Nacional, Dr. Aristides Raimundo Lima, e aos ilustres representantes do Povo de Cabo Verde o convite que me dirigiram e que muito me sensibiliza.É, para mim, motivo de especial alegria e grata satisfação regressar a este belo país, que os Portugueses tanto apre-ciam e onde sempre nos recebem com a sublime hospita-lidade que é característica das gentes de Cabo Verde.A presente Visita de Estado encerra um particular sig-nificado. Trata-se de uma Visita que sublinha a fraternal amizade entre dois Estados soberanos, que se estimam e respeitam, e que encaram o vasto património de laços his-tóricos, culturais e humanos que partilham como um activo que estão empenhados em projectar no futuro.Tive, esta manhã, a honra de ser agraciado pelo Presidente da República de Cabo Verde, com o “Primeiro Grau da Ordem Amílcar Cabral”, uma distinção que interpreto como uma manifestação dessa amizade e uma homenagem que, através de mim, é dirigida a Portugal e aos Portugueses.Uma homenagem cujo significado se vê sublinhado por ocorrer na mesma altura em que Cabo Verde celebra os 35 anos da independência nacional, em cujas comemorações tive a honra de participar, bem como os 550 anos do Des-cobrimento das Ilhas de Cabo Verde, dois acontecimentos marcantes na nossa História comum.Não poderia encontrar, por isso, melhor ocasião, nem melhor lugar do que esta Assembleia para prestar a minha sincera homenagem à democracia cabo-verdiana.Em Cabo Verde, a transição para o multipartidarismo foi pacífica e exemplar. Desde as primeiras eleições multipar-tidárias, realizadas em 1991, a vontade popular expressa nos sucessivos actos eleitorais foi sempre respeitada e cada eleição foi pautada por uma sucessão pacífica de governo, sinal da maturidade democrática e da cultura de tolerância do povo cabo-verdiano.Um dos valores supremos da democracia é a protecção da dignidade e da liberdade dos cidadãos, assegurando-lhes condições para que possam viver em paz, segurança e prosperidade.Em Cabo Verde, a consolidação de uma democracia repre-sentativa e pluralista, assente na separação e interde-pendência dos poderes, foi também acompanhada pela introdução de avanços constitucionais determinantes para

a garantia e promoção dos direitos civis, políticos, econó-micos, sociais e culturais.Mas se Cabo Verde é hoje um Estado de direito democrá-tico, respeitado pela comunidade internacional, tal também se deve ao empenho colocado na edificação de instituições credíveis, fortes e transparentes – de que esta Assembleia Nacional é um exemplo –, capazes de assegurar o funcio-namento do sistema legislativo e judicial, a eficiência gover-nativa e a livre concorrência.Um dos maiores sinais da vitalidade democrática de Cabo Verde é o reconhecimento do papel da oposição e do livre debate de ideias, que não se esgota no Parlamento demo-craticamente eleito, mas aí encontra uma das suas mais elevadas formas de expressão.Não é só no plano político e institucional que Cabo Verde vem registando avanços assinaláveis. Também no plano económico foram introduzidas reformas que alteraram profundamente o país, que o colocaram numa trajectória de desenvolvimento.De uma economia planificada e centralizada, Cabo Verde avançou resolutamente para uma economia de mercado, aberta à iniciativa privada e ao investimento externo, que se tornou num dos motores de desenvolvimento do país e de promoção do bem-estar da população.A escassez dos recursos naturais e a adversidade das con-dições climáticas não impediram que Cabo Verde apresen-tasse um dos melhores índices de desenvolvimento humano de todo o continente africano e que, na última década, tivesse registado um crescimento económico médio pró-ximo dos 6 por cento, o que muito contribuiu para a sua graduação, em 2008, como País de Rendimento Médio.Graças às opções dos cabo-verdianos e à clarividência dos dirigentes que as regras da sua democracia têm conduzido ao poder, Cabo Verde constitui hoje um exemplo para todo o continente africano, demonstrando claramente os bene-fícios de uma gestão rigorosa e transparente dos recur-sos, de uma aposta na preparação das novas gerações e da valorização do espaço geográfico e humano.

Senhor Presidente,Ilustres Deputados,Portugal e os Portugueses atribuem a maior importância aos laços humanos, culturais e linguísticos que os unem a Cabo Verde e que se reflectem na intensidade e na quali-dade do nosso relacionamento bilateral.Relacionamento que tem uma das suas mais fortes expres-sões na presença, em Portugal, de uma numerosa e bem integrada comunidade cabo-verdiana, cujo contributo para o desenvolvimento do nosso país quero sublinhar e, perante vós, agradecer.Por tudo o que nos une, os nossos países são aliados natu-rais. Portugal orgulha-se de ser um dos principais par-ceiros de Cabo Verde, apoiando, tanto no plano bilateral como multilateral, as prioridades definidas no quadro do ambicioso plano de desenvolvimento do país.A recente realização da primeira Cimeira Luso-Cabo-Ver-diana, em Lisboa, e a assinatura do Tratado de Amizade e

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Cooperação entre Portugal e Cabo Verde, na mesma oca-sião, são expressões dessa realidade e traduzem um firme compromisso de fortalecimento de uma parceria estraté-gica que responda às expectativas e anseios dos nossos cidadãos.Uma parceria que envolve uma estreita cooperação em domínios como a boa governação, a justiça, a educação e o desenvolvimento sustentável, prioridades definidas na “Estratégia de Crescimento e Redução da Pobreza” e no “Plano de Investimentos” de Cabo Verde.Cabo Verde, como, de resto, Portugal, sempre encarou a cooperação internacional como uma alavanca do seu desenvolvimento, apostando numa estratégia de inserção regional e no estabelecimento de parcerias internacionais, como forma de estimular a sua competitividade e projectar os seus interesses.Permito-me salientar, neste contexto, o crescente prota-gonismo e a influência que Cabo Verde vem exercendo no quadro da Comunidade Económica dos Estados da África Ocidental (CEDEAO), como o comprova a escolha do país para albergar a última Cimeira da organização, bem como a primeira Cimeira CEDEAO-Brasil.Por outro lado, a aprovação de uma “Parceria Especial entre a UE e Cabo Verde”, no decurso da Presidência Portuguesa, em 2007, representou um salto qualitativo no relaciona-mento entre as duas partes, constituindo um claro sinal de reconhecimento da seriedade e do rigor com que Cabo Verde encara os desafios do seu desenvolvimento.Portugal é, já hoje, o principal parceiro comercial de Cabo Verde e um dos principais investidores no país.Os nossos empresários conhecem bem Cabo Verde e estão presentes em sectores como o turismo, o sistema finan-ceiro, as energias renováveis, a construção e as obras públicas, contribuindo para o reforço da competitividade económica do país e para a criação de empregos.Contudo, é minha convicção que existe, ainda, uma ampla margem para o aprofundamento da nossa cooperação.Nos últimos anos, Portugal tem vindo a fazer uma aposta estratégica no desenvolvimento de fontes de energia alternativas, bem como nas tecnologias de informação e comunicação. Nos contactos que até agora mantive e por aquilo que tive oportunidade de presenciar, estou conven-cido de que, em cada uma destas áreas, Portugal e Cabo Verde poderão desenvolver uma cooperação acrescida, em benefício mútuo.O Mar, um activo económico de primordial importância nos nossos dias, é outro domínio em que ambos os países dispõem de abundantes recursos com um elevado poten-cial de aproveitamento. Sei dos esforços que Cabo Verde vem desenvolvendo para melhor aproveitar as potencia-lidades que este sector encerra. Também em Portugal se olha, agora, com renovada atenção para as múltiplas oportunidades que ele representa. É, pois, imprescindível que saibamos tirar melhor partido das nossas comple-mentaridades e sinergias neste domínio estratégico para o futuro dos nossos países.

Acresce que a pertença de Cabo Verde, juntamente com os Açores e a Madeira, à região da Macaronésia, e a sua posição geoestratégica, na intercepção entre as rotas do Atlântico Norte e Sul, aliada às condições preferenciais de acesso a países de grande expressão demográfica e forte poder aquisitivo, colocam Cabo Verde numa posição privilegiada para funcionar com plataforma de acesso a outros mercados e regiões. Trata-se de uma constatação que implica oportunidades muito promissoras para um reforço da nossa cooperação económica e empresarial e, simultaneamente, uma importante alavanca para o desen-volvimento das nossas respectivas economias do Mar.

Senhor Presidente,Ilustres Deputados,A excelência do relacionamento entre Portugal e Cabo Verde está bem patente na qualidade e abrangência da nossa cooperação bilateral, mas é igualmente notória na cooperação que mantemos no quadro da CPLP.Gostaria de aproveitar esta oportunidade para agradecer o importante contributo que os Parlamentos nacionais vêm dando para o fortalecimento dos especiais laços de ami-zade e cooperação que unem os povos da CPLP.A Assembleia Parlamentar, o mais recente órgão da CPLP, ao aprofundar a dimensão democrática da CPLP e a coo-peração entre os legítimos representantes dos povos que a compõem, ilustra bem o dinamismo e a vitalidade da nossa Comunidade.Portugal detém actualmente a Presidência da CPLP, que tem procurado conduzir com determinação e responsabili-dade, dando cumprimento aos compromissos e prioridades definidas, por todos nós, na Cimeira de Lisboa.Queria destacar, neste quadro, a especial atenção que tem sido prestada à valorização e projecção internacional da língua portuguesa. No mundo crescentemente globalizado em que vivemos, é minha firme convicção que a língua por-tuguesa é um activo fundamental para a defesa e afirma-ção internacional dos nossos países e da nossa forma de vermos o Mundo.O Plano de Acção recentemente aprovado, em Brasília, constitui um desenvolvimento extremamente importante, nessa perspectiva. A sua adopção, na Cimeira de Luanda, permitirá que avancemos de forma ainda mais coorde-nada e determinada nesta matéria. Permitirá, ainda, tirar melhor partido da acção do Instituto Internacional da Lín-gua Portuguesa, que Cabo Verde acolhe.O mesmo empenho tem sido colocado, pela Presidência Portuguesa, no aprofundamento da cidadania lusófona, na promoção de uma cada vez mais estreita coordenação político-diplomática e no aprofundamento da cooperação, a todos os níveis, entre parceiros da CPLP.Se há lição a retirar da actual crise, é a importância cres-cente das estruturas de concertação multilateral, que permitem aos Estados apresentar posições comuns na defesa dos seus interesses. Somos mais fortes se actu-armos em conjunto.

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Estou convencido de que a próxima Cimeira de Luanda irá permitir reafirmar e estreitar ainda mais a nossa coopera-ção, reforçando o papel da CPLP na projecção e defesa dos nossos interesses comuns.E acredito que, também aqui, os Parlamentos nacionais e a Assembleia Parlamentar da CPLP têm um importante papel a desempenhar.O povo cabo-verdiano é conhecido pela sua hospitalidade, alegria, perseverança face à adversidade e pela sua cria-tividade artística. Possui uma tradição de tolerância, de abertura ao mundo e de cruzamento de culturas. “Um povo batido pela adversidade e cantando ou exaltando a ternura”, assim o descreveu Manuel Ferreira em a “Aven-tura Crioula”.A música e a literatura são expressões maiores da alma cabo-verdiana, tendo alcançado uma invulgar projecção internacional.São de Eugénio Tavares, um dos maiores intérpretes do espírito cabo-verdiano, estas palavras:“Amo tanto Cabo Verde que através de uma existência de lutas, de sofrimentos, com a minha carne lacerada e o espí-rito batido de decepções, ainda me esqueço de mim para pensar nele;”.Termino prestando a minha sentida homenagem a este Cabo Verde, tão próximo do pensamento e do coração dos Portugueses, a este povo magnífico que, melhor do que nin-guém, tem sabido “fazer das fraquezas forças”, construindo uma sociedade que é, hoje, um exemplo inspirador.Muito obrigado.

Discurso do Presidente da república na câmara Municipal da Praia

Cidade da Praia, 6 de Julho de 2010Senhor Presidente da Câmara Municipal da Cidade da Praia,Senhores Membros dos Governos de Cabo Verde e de Por-tugal,Senhor Presidente da Assembleia Municipal,Senhores Vereadores,Minhas Senhoras e meus Senhores,

Quero começar por agradecer, muito sensibilizado, a Chave da Cidade da Praia, que acaba de me ser entregue. É minha convicção que, com este gesto, a capital de Cabo Verde quis, antes do mais, honrar Portugal. É, assim, em nome de Portugal e dos Portugueses que a aceito e agradeço.Portugal e Cabo Verde partilham uma convivência de sécu-los. Não longe daqui, encontramos a Cidade Velha, uma das mais antigas urbes fundadas pelos europeus na África sub-saariana. Na Cidade Velha, pregou o Padre António Vieira, nome maior da língua portuguesa e genial artífice da luso-fonia, evocada num Colóquio que tem estado a decorrer na Universidade de Cabo Verde, e cujos trabalhos terei o prazer de encerrar hoje à tarde.

Erguida entre planaltos e ribeiras, entrecortada por areais debruados de Atlântico, a Cidade da Praia, além de capi-tal política deste país, é o centro simbólico da cabo-ver-dianidade. Nas ruas e nas achadas, nos mercados cheios de luz e cor, no Plateau que se debruça sobre o mar, a Praia resume bem o espírito do povo cabo-verdiano, no seu cosmopolitismo, na sua abertura ao mundo, na singular capacidade que revela para mesclar o novo e o antigo, os saberes autóctones e os conhecimentos vindos de fora.A riqueza cultural da Praia está, também, na sua juven-tude, no dinamismo daqueles que permanecem e dos que partem, dando, em qualquer caso, um inestimável contri-buto para os destinos deste país. Um país jovem, que soube afirmar-se como exemplo para muitos e que é respeitado por todas as outras nações do mundo.A Cidade da Praia é uma metrópole que África colocou no meio do Atlântico, ponto de encontro entre continentes, plataforma de um arquipélago que nos maravilha pela sua diversidade. Na Cidade da Praia se faz a síntese da filigrana de ilhas que compõem Cabo Verde.A Praia é, ainda, uma capital de futuro, que a cada dia melhora. Mas também um lugar de memórias e de afec-tos, de cores e de odores inesquecíveis, de nostálgicos crepúsculos que avistamos na linha infinita do horizonte, no imenso mar que rodeia a Ilha de Santiago. A Cidade da Praia é a morada desse modo crioulo tão singular, ao mesmo tempo alegre e triste, de sentir a “sodade na hora di bai”.É, pois, com a maior honra, Senhor Presidente da Câmara Municipal da Praia, que recebo a Chave desta cidade. Guar-darei este gesto na memória do meu coração. Em nome de Portugal, mais uma vez, muito obrigado.

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ciado à Guiné-Bissau mas a união terminou logo após o golpe de Estado de Novembro de 1980, liderado por Nino Vieira, que derrubou o presidente Luís Cabral, irmão de Amílcar Cabral. Após esta separação Cabo Verde foi percorrendo o seu pró-prio caminho, singrando com passos lentos mas determina-dos. Governado pelo PAIGC -PAICV a partir de 1981- durante 16 anos (1975-1991), em regime de partido único, encetou um percurso baseado na estatização da economia, suportando o seu desenvolvimento nas remessas de emigrantes e apoio externo decorrente de uma política de não-alinhamento que lhe permitiu obter ajudas tanto da URSS e da China como dos EUA e dos países ocidentais da Europa.

cabo verde: A organização política

A República de Cabo Verde, assim se chama este arqui-pélago de 10 ilhas (apenas 9 são habitadas), nascido a 5 de Julho de 1975, com capital na Cidade da Praia (Ilha de Santiago), é regido por um sistema democrático parlamen-tar, assente nos princípios da soberania popular, no plura-lismo de expressão e no respeito pelos direitos e liberdades fundamentais, com eleições livres por sufrágio directo e universal para a Presidência da República, para o Orgão Legislativo (a Assembleia Nacional) e Autarquias.Dotado de uma Constituição da República, datada de 25 de Novembro de 1992, sucessivamente revista em 23 de Novembro de 1995 (revisão extraordinária), em Novembro de 1999 (revisão ordinária) e Maio de 2010, tem como Sím-bolos Nacionais, a Bandeira, o Hino e as Armas.O Presidente da República, ao mesmo tempoChefe de Estado e Comandante Supremo das Forças Armadas, par-tilha responsabilidades a nível da Defesa Nacional e Negó-cios Estrangeiros. Votado por 5 anos, o cargo é actualmente exercida por Sua Excelência o Comandante Pedro Verona Pires a quem cabe nomear o responsável pelo Órgão Exe-cutivo, o Governo, normalmente, e até agora sem excepção, entregue à liderança do Partido mais votado nas eleições legislativas.A Assembleia Nacional, para cuja constituição se organi-zam as eleições legislativas, é composta por 72 deputados eleitos de 5 em 5 anos (dos quais 6 eleitos pelos 3 círcu-

35º Aniversário DA inDePenDênciA De cAbo verDe

cabo verde: A independênciaCabo Verde existiu, durante 515 anos (1460-1975), como colónia portuguesa. A demarcação cultural em relação a Portugal e o desen-volvimento de ideias nacionalistas,

conduziram, na década de 1950, ao início de uma luta pela independência a partir do território da Guiné-Bissau. O arquipélago nunca sofreu a intervenção armada mas o sentimento autonomista era muito forte remontando, pelo menos, à década de 30 com movimentos culturais como o Claridade, fundado na cidade do Mindelo, que reunia um conjunto de intelectuais de entre eles os escritores Manuel Lopes, Jorge Barbosa e Baltasar Lopes da Silva. Foi o PAIGC-Partido Africano para a Independência da Guiné e Cabo Verde, liderado por Amílcar Cabral, de origem cabo-verdeana, que englobou nas suas reivindicações a liberdade da então província ultramarina de Cabo Verde. Na organi-zação marcavam posição na mobilização de combatentes e comando operacional e político dois elementos caboverde-anos que mais tarde viriam a ter importante papel no pro-cesso de independência do arquipélago: Aristides Pereira, que se tornaria o 1º Presidente da República (1975-1991), e Pedro Pires, como Chefe do Governo (1975-1991).Após o golpe de estado de 25 de Abril de 1974 em Portu-gal, Pedro Pires, actual Presidente da República (2001-2011), chegou à Cidade da Praia a 13 de Outubro de 1974, num avião militar português, passando a dirigir directa-mente a organização do PAIGC em Cabo Verde. O convite do Governo português para a abertura das negociações que conduziriam à independência de Cabo Verde levou-o, a 19 de Dezembro de 1974, a assinar o “Acordo para a Independência de Cabo Verde”. Negociou depois, com o Governo português, o “Estatuto do Estado de Cabo Verde” e o processo de transição política até 5 de Julho de 1975, data da independência do arquipélago.Cabo Verde passou os primeiros seis anos de existência asso-

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cabo verde: o percurso económicoInicialmente considerado “inviá-vel” pela sua pequena dimensão e inexistência de recursos naturais, Cabo Verde festeja agora 35 anos de independência como um dos mais promissores países africanos. É considerado um caso exemplar no seu contexto. A democracia fun-ciona, a alternância política é aceite sem contestação e o investimento estrangeiro começa a frutificar, nomeadamente no sector do turismo. As rela-ções com o ex-colonizador são excelentes. Portugal é o maior parceiro comercial de Cabo Verde, o maior emissor de ajuda ao desenvolvimento e também onde a comunidade emigrada apresenta maiores Afinidades com o seu país de origem; também muitos jovens caboverdeanos estudam nas universidades portuguesas.Foram anos de duras conquistas, dificultados pelos cons-trangimentos climáticos. Apesar disso, o balanço é imensa-mente positivo. De um PIB per capita de USD 200 em 1975 a mais de USD 2.000 em 2004 e ultrapassando os USD 3.400 em 2009, a par de outros indicadores sociais igualmente surpreendentes, essa é a melhor prova do caminho trilhado pelo povo caboverdeano.Nunca perdendo de vista que a Saúde e a Educação serão sempre os pilares de qualquer sociedade moderna e adaptável aos desafios que hoje se colocam, os sucessivos governos de Cabo Verde construíram uma Nação rica de Recursos Humanos capazes de catapultar o país na senda do desenvolvimento, tão logo surgissem as oportunidades. A taxa de alfabetização é hoje de 98% entre a população até aos 15 anos (cerca de 84% para a população acima dos 15 anos) e a expectativa de vida de 72 anos (69 anos para os homens; 75 anos para as mulheres); Cabo Verde situa-se actualmente o 121º lugar no Indice de Desenvolvimento Humano mundial, entre 182 países (7º lugar no dos paí-ses africanos) e possui um dos dez maiores PIB/per capita do continente africano (2008). O crescimento económico médio anual, na última dezena e meia de anos, foi de 6% sustentado numa forte infra-estruturação (Portos, Aero-portos, Estradas, Energia, Parques Industriais) e promoção do sector privado, nomeadamente nas actividades ligadas aos Serviços, nomeadamente no Turismo, e Construção. Estes, e outros indicadores, permitiram a reclassificação de País em Vias de Desenvolvimento para País de Desen-volvimento Médio.

los fora do território nacional -2 por cada um dos círculos: Europa/Resto do Mundo, África e América).A Organização Judiciária da República de Cabo Verde, inde-pendente do Poder Político e apenas sujeito à Constituição da República e à Lei, compõe-se de Tribunal Constitucional, Tribunais Judiciais (Supremo Tribunal de Justiça, instância judicial suprema com jurisdição sobre todo o território, Tri-bunais Regionais, ou de Comarca, e Tribunais Sub-Regio-nais), Tribunal de Contas, Tribunais Militares, Tribunais Administrativos, Tribunais Fiscais e Aduaneiros e Tribunal de Família e do Trabalho.Para além dos Orgãos de Soberania já mencionados exis-tem Órgãos de Poder Local encimados pelas 22 Presidên-cias de Câmaras Municipais.

cabo verde: o percurso político democrático

Subsistindo num modelo económico que lhe garantia um lento ritmo de desenvolvimento, realizaram-se, a 13 de Janeiro de 1991, as primeiras eleições legislativas livres e multi-partidárias, com a vitória do MpD (Movimento para a Democracia), nascido sobre algumas dissidências do PAICV e do contributo de outras figuras no exterior. Dois meses mais tarde, em Março de 1991, houve lugar às eleições presidenciais, ganhas por Mascarenhas Monteiro (1991-2001), candidato do MpD, que assim substituía Aristides Pereira. Liderado por Carlos Veiga, este partido, que é agora a principal força da oposição, durante os dez anos da sua governação (1991-2001) alterou completamente a face de Cabo Verde abrindo o País ao Investimento Externo o que resultou num impulso importante para a diminuição do desemprego, promoção do turismo e abertura da eco-nomia ao exterior. O esforço efectuado conduziu ao dese-quilíbrio das contas macro-económicas abrindo caminho, nas eleições de 2001, ao regresso do PAICV ao poder. Com este novo período de governação, sob o comando de José Maria Neves (2001-2011), mantiveram-se as característi-cas da democracia e empenhamento na construção de um País comprometido com a Paz, a Estabilidade e o Desen-volvimento.

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Destaques do Ano

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550 Anos Do “AchAMento” De cAbo verDe

o “achamento” das ilhas de cabo verde

(Excerto adaptado de “História Geral de Cabo Verde”, edição do Instituto de Investigação Científica e Tropical – Lisboa – Portugal e do Instituto

Nacional de Investigação Cultural – Praia – Cabo Verde, 2001)Na verdade, da consulta e análise da diversa documenta-ção existente sobre este tema não é possível traçar com rigor quem ou quando terá ocorrido a descoberta da pri-meira ilha do arquipélago caboverdeano. Apenas um marco parece inegável: o navegador genovês António da Noli, no ano de 1462, chegou à Ribeira Grande de Santiago (mais conhecida por Cidade-Velha) para dar início ao povoamento de Cabo Verde.

O texto que aqui propomos, uma visão perfeitamente identificada, não pretende, nem poderia, explicar minu-ciosamente ou dar uma visão completa da história deste acontecimento, antes ilumina as várias possibilidades, dei-xando aos mais interessados a consulta aprofundada da vasta informação existente sobre o “achamento” das ilhas do cabo Verde.Descartando a análise da possibilidade de as ilhas de Cabo Verde terem sido conhecidas desde a Antiguidade, ou mesmo se existirão, ou não, indícios de que as ilhas pudessem ter sido conhecidas por navegadores árabes ou africanos muito antes do séc. XV, e reportando-nos apenas à era de 400`s, julgando as pistas e hipóteses mais credí-veis, logo surgem uma multiplicidade de aspectos que se traduzem por diversas perguntas:a) De entre os dois navegadores que se afiguram como

descobridores das ilhas de Cabo Verde -Cadamosto, navegador veneziano, e Diogo Gomes- qual deles o foi na realidade? Ou foram-no ambos sem que um sou-besse da prioridade do outro?

b) E de entre outros que se apontam -Vicente Dias, António da Noli e Diogo Afonso- de que maneira poderão ter estado envolvidos no descobrimento?

c) Podendo entender-se como dado adquirido que os gru-pos oriental e ocidental do arquipélago não foram reco-nhecidos simultaneamente e por um mesmo navegador quais serão as datas mais prováveis desses reconheci-mentos?

Diga-se ainda que a historiografia referente ao achamento das ilhas de Cabo Verde no séc. XV é extensa e variada não sendo fácil elaborar uma síntese de todos os argumentos usados pelos vários autores em defesa dos seus pontos de vista.Deter-nos-emos em 1º lugar no hipotético descobrimento de uma ilha ou ilhas cabo-verdianas o que poderá ter acon-tecido em 1445 com Vicente Dias, navegador henriquino. As referências que dele temos encontram-se na Crónica da Guiné, de Gomes Eanes de Azurara. Azurara informa que esse mercador-marinheiro participou na grande expedição organizada por Lançarote de Lagos, no ano referido, e foi dos homens da frota que decidiram continuar a navegação para além da consumação do objectivo que inicialmente se propunham atingir. No capítulo LXIV da Crónica pode ler-se que o seu navio, tendo navegado «em conserva» com os de Lançarote e de Álvaro de Freitas, perdeu uma noite o contacto com eles; ou seja, como escreve o cronista, «porquanto era de noite, não pôde tão cedo voltar à sua companhia». Desse trecho devemos reter o seguinte: a) Vicente Dias separou-se, durante a noite, da pequena frota em que ia integrado; b) navegou isolado durante um lapso de tempo não explícito; c) Azurara não alude a que nessa navegação Vicente Dias tivesse avistado, ou supusesse ter avistado, qualquer ilha.Este passo da Crónica dos Feitos da Guiné tem sido, desde há cerca de um século, posto em confronto com o traçado de uma linha de terra, lançado no Atlântico, e acompanhado de uma legenda -traçado e legenda que se encontram numa carta de Andrea Bianco, de 1448 ou 1449, divulgada por reprodução desde 1886; e sempre para se concluir pela possibilidade de Vicente Dias, no decurso da navegação referida, ter sido o descobridor de uma das ilhas cabo-verdianas, provavelmente a de Santiago, no ano de 1445, embora seja mais plausível que apenas a possa ter avistado. Quanto à legenda, e com a dúvida a respeito do número nela apontado, informa, traduzindo, o seguinte «ilha autêntica, que está distante, a poente 500 [ou 1.500] milhas». Se preferirmos a primeira das leituras propostas, as 500 milhas de distância do cabo Verde, esta permite-nos identificar o contorno de algumas das ilhas cabo-verdianas apesar de entre a linha do desenho e a realidade ser muito difícil encontrar uma semelhança satisfatória. É certo que o arquipélago de Cabo Verde não está colocado a sudo-este mas sim para oeste e para oeste-quarta-de-noroeste do promontório homónimo mas também é verdade que a defeituosa localização da ilha pode testemunhar apenas uma ocasional e rápida visita a algumas das referidas ilhas

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se não, apenas, e com mais verosimilhança, a vista da sua silhueta por navegador que sulcasse o mar a razoável distância, sem vento de feição para dela se aproximar, ou demasiado apressado para o fazer.Esta identificação foi adiantada por Wieder, mas pouco tempo depois começou a ser posta em causa por vários historiadores. Uns porque consideravam inaceitável a posi-ção da ilha, se fosse uma das do arquipélago, em relação ao cabo Verde; outros porque preferiram a leitura «1.500» para o número dado como distância que separava a suposta ilha do continente africano.A eventualidade de ter sido Cadamosto o descobridor das ilhas de Cabo Verde surge de uma interpretação algo abu-siva de um trecho do seu relato de uma das duas viagens sucessivas que fez à costa africana, autorizado pelo Infante D. Henrique e com o seu apoio. No texto alusivo à primeira dessas navegações pode ler-se o seguinte: «Tendo eu ficado no Cabo de S. Vicente pelo modo sobredito, o dito senhor [o Infante] mostrou haver grande prazer com a minha ficada e fui dele mui bem recebido; e depois de muitos e muitos dias mandou armar-me uma caravela com o lote de cerca de 90 tonéis, da qual era patrão um Vicente Dias, natural de Lagos […]».

A colação destas palavras com a legenda de Bianco (atrás referida) levaria vários historiadores às seguintes conclu-sões:a) Vicente Dias passou à vista de pelo menos uma ilha

caboverdeana (e Wieder admitiu que fosse a de San-tiago) durante o seu afastamento dos navios de Lança-rote e Freitas, em 1445, e a notícia desse facto passou dois anos mais tarde ao conhecimento do cartógrafo, apesar de Azurara não se mostrar dele informado.

b) O «patrão» da caravela que Cadamosto teve ao seu dis-por, na sua primeira viagem, de 1445, seria esse mesmo Vicente Dias que no decurso da expedição teria feito saber ao veneziano a existência dessa massa insular muito ao largo da costa africana, por si entrevista ou até visitada 10 anos antes.

c) Tal informação teria levado Cadamosto, na sua segunda via-gem, a de 1456, à ilha anunciada pelo caravelista henriquino aca-bando por encontrar algumas das ilhas cabo-verdianas orien-tais, como anota no seu texto em extenso passo que adiante analisaremos.

Em resumo, segundo esta interpretação, Vicente Dias devia ser considerado como o verdadeiro descobridor do arqui-pélago, no ano de 1445, a despeito de só ter visto, ou de apenas ter contornado, parte de uma das ilhas. No entanto algumas contradições e imprecisões, como a falta de minú-cia da descrição da rota seguida por Vicente Dias, a falta de rigor na fixação do período de tempo decorrido na sua navegação isolada e o silêncio do cronista [Azurara] a res-peito desse hipotético descobrimento não permitem afir-mar, quase peremptoriamente, se terá ou não passado pelo arquipélago. Se estes factos não são concludentes para se negar o possível descobrimento ocasional de Vicente Dias já o é sem dúvida aquele que radica na análise do mapa de Andrea Bianco pois na verdade a interpretação da carta é insegura e particularmente a da sua legenda. Por outro lado, se a falta de referência ao caso por Azurara se pode-ria aceitar sem o pôr em dúvida já a não alusão às ilhas cabo-verdianas em nenhum texto quatrocentista, incluindo em documentação oficial, é mais impressionante. Assim, e para concluir, o arquipélago de Cabo Verde não terá sido encontrado pela primeira vez por Vicente Dias e assim este navegador não pôde, por consequência, dar notícia da sua existência a Cadamosto. Acresce o facto de Wieder supor que Cadamosto terá inserido fraudulentamente a visita a algumas ilhas do arquipélago sem nunca, de facto, as ter visitado.Em carta de 03 de Dezembro de 1460 o rei D. Afonso V man-dou escrever que tendo levado em conta «as muitas virtudes do infante D. Fernando, meu muito prezado e amado irmão […] temos por bem e fazemos-lhe mercê das ilhas […]»; as ilhas cabo-verdianas incluídas eram as seguintes: «S. Jacobo e Filipe», das Maias [Maio], S. Cristóvão [Boavista] e Lhana [Sal]; ficam por identificar «S. Jacobo e Filipe», que serão Santiago e Fogo, porque à volta dessa referência do documento se gerou controvérsia.Interessa então continuar a indagar quem terá sido o des-cobridor de Santiago e do Fogo -certamente o mesmo nave-gador que descobriu as outras três ilhas cabo-verdianas da carta régia de 1460.Se mais nenhuma fonte existisse sobre este caso, a res-posta à pergunta seria encontrada através da leitura de um trecho do relato da segunda viagem de Cadamosto. O narrador diz nele, que depois de se fazerem ao mar a partir do cabo Branco, tiveram de se engolfar no oceano para contornarem um temporal de sudoeste; ao terceiro dia de navegação, por rumo que Cadamosto diz ter sido de oes-noroeste, «houvemos vista de terra. Gritando todos

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terra, terra, muito nos admirámos porque não sabíamos que naquela parte houvesse qualquer terra; e mandando ao [topo do mastro], des-cobrimos duas ilhas; pelo que, avi-sados disto, demos graças a Deus Nosso Senhor, que nos levava a ver coisas novas. E porque sabíamos que desta ilha, em Espanha, não se tinha qualquer notícia para saber de

mais coisas e experimentar a nossa sorte, fizemo-nos na volta da terra, para umas dessas ilhas».Cadamosto ainda diz que lhe pareceu ver outras ilhas muito ao mar, não se dando ao trabalho de se aproximar delas para não perder tempo e também por pensar «que fossem desabitadas e selvagens como eram as outras». Todavia (e a informação não causa surpresa porque se sabe que foi escrita depois de 1460), não deixa de apontar que mais tarde outros navegadores, sabendo do seu achado (e assim afirma a sua prioridade no descobrimento), vieram pelos mesmos mares e descobriram todas as ilhas, num total de dez, apurando que todas estavam desabitadas, vivendo nelas apenas pombos e grande número de aves de «espé-cies estranhas».Os diversos elementos reunidos convergem no sentido de apontar Cadamosto como o descobridor de algumas das ilhas orientais cabo-verdianas. Acontece, no entanto, que o navegador veneziano declara no final do texto ter saído de Portugal em 01 de Fevereiro de 1463. Isto significa, por con-sequência, que Cadamosto só depois de 1463 escreveu este depoimento ou lhe deu a forma final que até nós chegou; e tal como lhe acrescentou uma descrição de uma navegação de Pêro de Sintra, realizada tempos depois das suas, podia, do mesmo modo, ter intercalado no texto outras informa-ções, igualmente posteriores às experiências náuticas que vivera mas abusivamente nestas inseridas. Muitos autores têm admitido que neste caso se encontra a sua alusão às ilhas de Cabo Verde.Na “Relação” de Diogo Gomes, o narrador teria afirmado que ao navegar pelo largo, a partir do rio dos Barbacins, na companhia de António da Noli, cada um em sua caravela, avistaram ilhas no mar, depois de dois dias e meio de via-gem; decidiram aproximar-se e «como a minha caravela era mais veleira do que a outra cheguei primeiro a uma daquelas ilhas. Vi areia branca e pareceu-me bom porto, onde fundeei, e o mesmo fez António. Disse-lhe que queria ser o primeiro a ir a terra e assim fiz. Não vimos ali sinal algum de homens e chamámos a ilha Santiago; assim se chama até hoje». Todavia, o caravelista não se fica por aqui; em passos subsequentes entra em pormenores que res-pondem a uma falha grave da narrativa de Cadamosto, pois este não alude ao início do povoamento da ilha de Santiago que seguramente ocorreu antes de 1463; Diogo Gomes, pelo contrário, não deixa tal facto na obscuridade. Não se compreende no entanto, que Diogo Gomes apenas cite pelo nome a ilha em que desembarcou quando no documento de 03 de Dezembro de 1460 são citadas cinco (admitindo que

«Santiago e Filipe» é referência a duas ilhas diferentes); é certo que no relato do caravelista henriquino há alusão ao facto de serem avistadas ilhas (e não ilha); mas também é verdade que ele e o seu companheiro nem sequer tiveram intenção de se aproximar de uma qualquer das outras. De qualquer maneira, e ao contrário do que à primeira leitura pode parecer, tal omissão abona a sinceridade de Gomes. Se ele estivesse a forjar uma história certamente não deixa-ria de citar expressamente mais ilhas do arquipélago (pelo menos as do grupo oriental) pois todas eram bem conhe-cidas na data em ditou o seu relato.O descobrimento ter-se-ia dado, por consequência, no dia 01 de Maio de 1460 pois se sabe que ocorreu quando D. Henrique ainda vivia e só com o descobrimento naquele dia se justificará o nome dado à massa insular encontrada.Do que se deixou dito parece ser lícito concluir que concor-rem os nomes de três navegadores para a autoria do descobri-mento: Cadamosto, Diogo Gomes e António da Noli. Quanto ao primeiro, reconhece-se que ele deixou o relato mais minucioso do seu presumível encontro com as ilhas (só omite a Brava mas sabemos que tal omissão se explica sem dificuldade). De qualquer maneira, não pode deixar de se considerar estranho que no regresso da sua viagem o descobrimento não tenha sido referido ao infante ou ao rei por ele ou por algum dos seus companheiros; e não o foi certamente porque de outro modo D. Afonso V não mandaria escrever numa carta régia que considerava da Noli como descobridor.Pelo que respeita aos outros dois navegadores envolvidos somos levados a preterir Diogo Gomes em favor de Da Noli simplesmente porque o português se atribui a si mesmo o descobrimento enquanto da Noli é designado descobridor em documento firmado pelo rei e assim foi considerado também por D. Manuel na carta régia de 08 de Abril de 1497, ainda em vida de Diogo Gomes, por consequência. Só um motivo muito forte, que não existe, podia levar a pôr em causa uma afirma-ção aparentemente tão segura, por estar incluída num diploma real. Em resumo, António da Noli deve ter sido o descobridor da ilha de Santiago, o que fez na companhia de Diogo Gomes; e «verdadeiro» porque a esporádica visita de Cadamosto não teve consequência em viagem em que também avistou outras ilhas do grupo oriental, posteriormente visitadas.Quanto ao grupo ocidental (Santo Antão, São Vicente, São Nicolau e Brava), e ainda baseando-nos em documentação das chancelarias reais, não hesitamos em indicar como des-cobridor um escudeiro do infante D. Fernando de nome Diogo Afonso. As ilhas que compõem este grupo são citadas, com indicação do nome daquele escudeiro por descobridor numa carta de doação de 29 de Outubro de 1462.Concluindo, e inclinando-nos para o que merece ser tido como mais provável, pode-se dizer que o achado das ilhas do grupo oriental do arquipélago de Cabo Verde se deu em 1460 (01 de Maio os navegadores teriam chegado à ilha de Santiago e 03 de Maio à ilha de São Filipe, ou Fogo) e foi obra de uma flotilha de duas caravelas comandadas por António da Noli e Diogo Gomes. As ilhas do grupo ocidental, por não estarem citadas nesse documento de doação assinado a 03 de Dezembro de 1460, e retirando ilações a partir de

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documentos da época, foram decerto descobertas entre esta data e a do texto em que pela primeira vez delas se fala (04 de Outubro de 1462).

cidade velha, Património Mundial da humanidade

Santiago foi a primeira ilha de Cabo Verde a ser povoada. Teve como primeira capital a Vila de Ribeira Grande de Santiago, actual Cidade Velha (www.cidadevelha.com), Património Mun-dial da Humanidade, detentora de longa e curiosa história devido à sua enorme importância geoestratégica. Foi a partir desta antiga vila, importante património do contexto histórico do País, que tudo começou. A esta povoação, em 1462, depois da descoberta do arquipélago em 1460 por Diogo Gomes e António de Noli, chegaram os primeiros escravos oriundos da costa ocidental africana e as espécies animais e vegetais que seriam mais tarde introduzidas no continente americano.Capital do arquipélago durante 3 séculos, e no seu tempo o centro administrativo e religioso dos territórios da África oci-dental anexados por Portugal, a vila da Ribeira Grande rece-beu a 31 de Janeiro de 1533 o estatuto de cidade, a primeira implantada em África por Europeus, e a instalação da diocese de Santiago, com a construção de uma catedral romana, tor-nando-se também a primeira cidade católica dos trópicos. O desenvolvimento da vila como entreposto de escravos e centro alfandegário de navios, que os transportavam da costa afri-cana para o resto do Mundo, e primeiro centro urbano euro-peu nos trópicos, gerou riqueza mas também muita cobiça. Tal facto é comprovado pela construção, nos finais do Séc. XVI, da fortaleza de São Filipe que com a sua posição sobranceira defendia a cidade dos constantes ataques de navios piratas entre os quais se destacam os comandados pelo inglês Fran-cis Drake e pelo francês Jacques Cassard. Estes ataques, a par de outros, como foi o caso da intentona levada a cabo por partidários do Prior do Crato em guerra de sucessão ao trono de Portugal, fizeram com que a cidade fosse alvo de constan-tes pilhagens que ditaram, a par das leis anti-esclavagistas, em Dezembro de 1769, a transferência do governo para a Vila da Praia de Santa Maria que mais tarde, em 1858, seria ele-vada a Cidade Capital do país.

O declínio da vila da Ribeira Grande significou a destruição do património deixando poucas marcas do seu passado glorioso; o que restou, pelo papel que esta localidade desempenhou no cruzamento de raças, povos e culturas, mostrou-se suficiente para que as autoridades caboverdeanas apostassem na recu-peração e valorização do seu património histórico e cultural. Esta recuperação, iniciada em meados da década de 90 com o apoio da Cooperação Portuguesa e Espanhola (porque a des-coberta das ilhas se deu no reinado filipino), tem vindo a ser orientada pelo arquitecto Siza Vieira, responsável pelo Plano de Recuperação dos edifícios históricos da Cidade Velha.Perto da sua conclusão, as obras de restauro e recuperação da imponente Fortaleza Real de São Filipe, do Convento de São Francisco, da Pousada de São Pedro, da Zona do Pelourinho e criado o Museu da Cidade Velha, constituiu-se, pelo Decreto-Lei 22/2005 de 21 de Março, o circuito turístico integrado da Cidade Velha que regula o regime de concessão da sua explo-ração propiciando a sua manutenção e o desenvolvimento do Turismo Cultural naquela que é agora sede do Município da Ribeira Grande de Santiago.Hoje, a Cidade Velha é Património Mundial da Humanidade, um monumento histórico de passagem obrigatória para qual-quer visitante. É lá que se encontram conservadas as marcas dos primeiros portugueses que chegaram a esta paragem. Não resta muito do seu passado glorioso, com excepção da Igreja de Nossa Senhora do Rosário que apesar dos seus quase cinco séculos está ainda razoavelmente conservada, com os seus túmulos e azulejos. A Fortaleza, construída com pedra vinda de Portugal, tem uma vista única e em dias de boa visibilidade, pode dali avistar-se ao longe a ilha do Fogo. O Pelourinho, datado do séc. XVI e de estilo manuelino, continua intacto a lembrar os tempos em que os escravos ali eram publicamente punidos. O vale que desagua na cidade é rico em vegetação, com destaque para os coqueiros e embondei-ros imponentes.Uma visita a esta localidade suscita um desfiar da História que nos recua a séculos de distância.

cidade velha, uma das 7 Maravilhas Portuguesas no Mundo

Duas semanas depois ter sido votada uma das 7 Maravi-lhas Portuguesas no Mundo (www.7maravilhas.sapo.pt), a 10 de Junho de 2009, a Cidade Velha da Ribeira Grande de Santiago foi elevada a Património Mundial da Humanidade (26.06.2009), inscrevendo-se a partir de agora no inventário dos locais de reconhecido valor universal.Numa votação unânime dos países presentes na reunião de Sevilha, o Comité do Património da UNESCO elegeu a histórica localidade que data do século XV e testemunha a presença colonial da Europa na África e a história da escra-vatura. Doravante estabelece-se um compromisso que o presente e o futuro serão obrigados a conservar para a grande história da humanidade.

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• EntrEvista: PrEsidEntE da Ci-Cabo vErdE invEstimEntos

• invEstimEnto EXtErno

• inCEntivos às EXPortaçõEs E rEEXPortaçõEs

• EstatUto indUstriaL

• UtiLidadE tUrÍstiCa

• CriaçÃo dE EmPrEsas

INVESTIR EM CABO VERDEEnquadramento legal

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Investir em Cabo Verde

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Entrevista: Dr. Rui Santos, Presidente da Cabo Verde Investimentos

Aproveitando um dos vários encontros que efectua regular-mente com a Cabo Verde Investimentos, a Câmara de Comér-cio Portugal Cabo Verde quis dar a conhecer a nova Adminis-tração da Instituição e as linhas mestras da sua actuação. A nova equipa é composta pelo seu Presidente, Rui Santos (ao centro), e pelos Administradores Carlos Rocha (Inves-timentos) e Eileen Barbosa (Promoção Turística) e aposta mais numa maior eficiência na aprovação e concretização de projectos, do que na sua quantidade e valor.

Há um ano atrás tínhamos um outro Presidente, Alexandre Fontes, que indicava como vectores essenciais da actua-ção da Cabo Verde Investimentos os quatros D’s –Diver-sificar origens de investimentos, Diversificar sectores de investimentos, Diversificar oferta turística e Diversificar destinos de investimentos. A nova Administração afasta-se desta filosofia?Diríamos que não. O que a administração de Alexandre Pon-tes apontava era já necessário. Vamos por isso continuar nessa via. Tentaremos diversificar as origens dos investi-mentos, o seu destino dentro do arquipélago e também os sectores. O que estamos a fazer é tentar criar uma maior

capacidade para fazer isso em tempo útil e de forma mais eficaz possível. Tanto quanto sei houve alguns contactos, mesmo na administração anterior, surgidos de mercados tradicionais que investem em Cabo Verde, como Portugal e Reino Unido, mas também com países da Europa do Leste, do Médio Oriente e do Norte de África. Nós estamos a tentar continuar nessa linha mas tentando mobilizar uma maior capacidade para fazer um melhor trabalho nesse sentido.

Quando aponta esses países considera-os como investi-dores ou emissores turísticos?Tanto como investidores como emissores de turistas, con-soante o que se revelar mais sensato para cada mercado. Mas a ideia é de que qualquer país que possa gerar inves-timentos, pode gerar turismo e vice-versa.

Quando fala da Europa de Leste, que países poderão ter algum potencial de investimentos em Cabo Verde e em que áreas?Estamos ainda numa fase de estudos mas já temos con-tactos feitos com a Hungria, com a Polónia e estamos tam-bém a estudar a Rússia. Como disse ainda estamos numa fase de estudos e são estes estudos que nos vão indicar as áreas onde devemos focalizar mais directamente a nossa actuação.

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Investir em Cabo Verde

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Existe tradição de investimento externo desses países? Em que áreas podem eles ser úteis a Cabo Verde?Ainda estamos numa fase exploratória. Estes países não possuem, ainda, essa tradição de investimento no exterior mas pode haver e em diversas áreas. Quando por exemplo falamos da Rússia provavelmente estarão mais voltados para a área do turismo. Os russos viajam e gastam muito quando o fazem; são muito exigentes e isso leva-nos a pen-sar até que ponto os nossos produtos serão adequados. A Hungria já tem indústrias alimentares, indústrias de servi-ços, indústrias transformadoras. O nosso procedimento é o seguinte, contactamos as agências, nossas congéneres, e as Câmaras de Comércio e fazemos uma primeira abor-dagem ao mercado para entender as possibilidades ofere-cidas por estes países. Neste momento estamos na fase de planeamento estratégico a médio-prazo, temos portanto de recolher o máximo de informação possível, obviamente com algum trabalho de casa, para determinar para onde direccionar, onde apostar. Mas isso não quer dizer que a Europa de Leste seja a nossa principal aposta. É, digamos, complementar a tudo aquilo que estamos a fazer.

Em tempos o Dubai, e outros países do Médio Oriente, foram entendidos como potenciais fontes de investimento. Continuamos crentes que daí possa advir investimento?Posso dizer-lhe que o meu primeiro contacto profissional, e mesmo pessoal, com o Médio Oriente foi no Novembro do ano passado. Participamos numa conferência que foi orga-nizada e realizada na Arábia Saudita chamada “Middle East and North African Investment Summit” e estabelecemos um primeiro contacto com os investidores dessa região. São investidores com capacidade financeira mas que não deixaram de ser, também, abalados pela crise internacio-nal principalmente quando estamos a falar do Dubai. A questão que se coloca é se um país como Cabo Verde não parecerá pouco atractivo, pela sua dimensão e o tipo de investimentos que estes investidores estão acostumados a fazer. Mas mesmo assim, nós fizemos alguns contactos interessantes, com pessoas que tem interesses em áreas onde já há desenvolvimento em Cabo Verde, nomeadamente na imobiliária. Quando falamos com investidores falamos de Cabo Verde essencialmente pela dimensão regional e o papel que podemos ter nessa região. Apontam-se também áreas inovadoras como o Turismo de Saúde.

Outros sectores, para além do turismo tradicional. O que se está a pensar neste sentido?Não descurando o Turismo tradicional de “sol e mar” pelo qual Cabo Verde é conhecido, em todas as ilhas devem encontrar-se formas de diversificar o turismo e fazer com que este passe a ter maior valor acrescentado e maior inte-racção: o turismo de saúde, o turismo envolvendo despor-tos náuticos, o ecoturismo, para as ilhas como Santa Antão, Fogo, eventualmente São Nicolau e Brava; fazer com que as pessoas tenham estadias mais prolongadas, combinando numa só deslocação a Cabo Verde a componente praia, cultura, turismo de natureza e fazer também com que as

pessoas que já foram a Cabo Verde e que ficaram na ilha do Sal a fazer turismo de praia se decidam a regressar para então experimentarem outras ofertas que temos em Cabo Verde. Acho natural que as coisas não evoluam da noite para o dia pois temos de ser muito mais eficazes em ter-mos de comunicação. Não só em termos de comunicação mas também de investigação prévia para levantamento e transcrição da nossa história e cultura para o material de divulgação. Muita gente não sabe, por exemplo, do valor e significado da Cidade Velha; por vezes nem sequer sabe da Cidade Velha quando procura Cabo Verde como destino turístico; não sabe da história de São Nicolau relativamente aos seminários e o seu papel na educação.

Que outras áreas, para além do Turismo, atraem investi-mentos para Cabo Verde?Bem, na economia de Cabo Verde há espaço para todos os sectores. Nós temos as orientações do governo em termos da sua agenda para a transformação económica e, portanto, vamos dar uma atenção especial a alguns sectores que nós acreditamos que sejam o ponto de desenvolvimento da economia de Cabo Verde tal como se visualiza. Estes sec-tores são os Serviços Financeiros, Transportes e Logística em que nós ainda não estamos numa situação confortável, a Energia, a Educação, onde acreditamos que seja ainda necessário fazer muitos investimentos, na Saúde , do ponto de vista do investimento privado em clínicas cada vez mais especializadas. Eu diria que estas áreas são aquelas em que nós acreditamos que Cabo Verde tem boas oportuni-dades de investimentos e desenvolvimento.

Em termos da organização interna, é também hoje dife-rente a estrutura da CI-Cabo Verde Investimentos?Em relação à estrutura interna da CI, em termos da nomen-clatura, não é a nossa preocupação a criação de diferentes departamentos. Nós continuamos a ter um departamento ligado à promoção do investimento directo externo e um departamento ligado ao turismo (promoção turística) que também vai ocupar-se da comunicação para o exterior. Estamos ainda apostados em determinar o real potencial de Cabo Verde em termos de exportação, uma questão sempre relegada para segundo plano, porque a primeira constatação que se faz é que em Cabo Verde não temos capacidade industrial. Este departamento servirá para perspectivar as potencialidade do país neste aspecto. Pro-vavelmente não para já mas para preparar o futuro de uma forma objectiva.Uma das grandes apostas que a Cabo Verde Investimentos pretende fazer é o investimento no conhecimento; como poderemos relacionar-nos e promover-nos junto dos inves-tidores externos se não sabemos quem são e como fun-cionam esses investidores? Por outro lado temos também uma estrutura muito condicionada para fazer trabalhos de grande projecção de Cabo Verde no exterior. É preciso ter técnicos de qualidade para se relacionar com investidores de grande nível; capazes de se aperceber e transmitir as realidades económicas do nosso país. Por isso vamos ter

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Investir em Cabo Verde

106 Câmara de Comércio, Indústria e Turismo Portugal Cabo Verde

que investir muito nos nossos recursos humanos e pre-pará-los pensando não no custo mas no binómio “custo/benefício”. Naturalmente os recursos humanos que já estão na agência devem ser valorizados, formados e nós, claramente, vamos marcar a diferença neste domínio, por-que quanto mais as pessoas tiverem capacidades de racio-cínio, de análise, de comunicação, de “networking” mais o país se projecta.

Que tipo de redes de contacto que estão a pensar instituir para a atracção do investimento do exterior? A nossa rede externa passará certamente pelas Câmaras de Comércio, pelo sector financeiro, que muitas vezes está em contacto íntimo com as multinacionais e investidores, pelas nossas congéneres, reactivando as relações de Cabo Verde com as agências de promoção de investimento de países que correspondam a interesses estratégicos para Cabo Verde, e pelas comunidades caboverdeanas com um determinado nível e que também podem representar o investimento externo.

Inúmeras Oportunidades de NegóciosPortador de um clima estável e ameno, dotado de belas praias de areia branca e água cristalina, Cabo Verde tem no sector do Turismo uma das suas principais alavancas de desenvolvimento.A boa governação, a entrada para a OMC-Organização Mun-dial do Comércio, a estabilidade política, a existência, “de factu”, de um Estado de Direito democrático, a localização geográfica, a cultura e a “Morabeza” do seu povo, fazem com que Cabo Verde assuma a preferência de muitos inves-tidores. Ademais, a integração gradual de Cabo Verde na economia mundial, o desenvolvimento do sector privado, o incentivo e a promoção do investimento encorajam mais investimentos.Nas ilhas da Boa Vista e do Maio são várias as oportunida-des de negócio, nos diversos sectores que interagem com o Turismo. Assim, em parceria com a SDTiBM (Sociedade de Desenvolvimento Turístico das ilhas de Boa Vista e Maio, SA), poderão ser realizados investimentos na infra-estru-turação e comercialização de terrenos nas ZDTI-Zonas de Desenvolvimento Turístico Integral, e em infra-estruturas privadas, designadamente “resorts”, hotéis, SPA, Golf, apartamentos, moradias, vilas e unidades de propriedade, casinos, centro de convenções, “boutique hotels”, centros comerciais, bares, restaurantes, anfiteatros, centros de exposição e centros comerciais.

No sector do desporto existem igualmente um conjunto de oportunidades de investimento tais como escolas de mergu-lho, academias de desportos náuticos, academias de ténis, centros de hipismo e marinas “off-shore” e “on-shore”.Em termos de oferta de serviços e produtos, as ilhas da Boa Vista e do Maio oferecem ainda oportunidades de inves-timento em vários sectores nomeadamente: i) educação, através da edificação e exploração de escolas profissionais; ii) saúde, pela construção e exploração de hospitais e cen-tros médicos para dar resposta às necessidades que irão surgir com a procura turística convencional e imobiliária-turística; iii) transportes, iv) agro-indústria; v) pecuária; vi) pesca e conservação do pescado; vii) cultura e entreteni-mento; viii) imobiliária social e gestão de condomínios.A produção e distribuição da água e da energia eléctrica são também áreas de negócio receptivas ao investimento externo, assim como o financiamento e/ou exploração de infra-estruturas portuárias e aeroportuárias.Uma vez garantidos o ordenamento e o equilíbrio ambiental das ZDTI da Boa Vista e do Maio, a SDTiBM encontra-se aberta a propostas de parceiros e investidores idóneos, cujos projectos estejam em harmonia com os Planos de Ordenamento Turístico das ZDTI e tenham datas previstas para o arranque e conclusão das obras.

Para mais informações contacte a SDTIBM.

Sociedade de Desenvolvimento Turístico das ilhas de Boa Vista e Maio, SA

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Investir em Cabo Verde

108 Câmara de Comércio, Indústria e Turismo Portugal Cabo Verde

FORMALIDADES DE INVESTIMENTO EXTERNO

Constituição de Empresas em Cabo Verde

O potencial investidor externo pode constituir uma socie-dade optando por qualquer das formas jurídicas legalmente previstas. As Sociedades “Por Quotas” e “Anónimas” são as formas jurícas mais comuns, existindo também enqua-dramento jurídico para Cooperativas e Sociedades Unipes-soais.É ainda permitida a criação de Sucursais ou Represen-tações Permanentes, com procedimentos de constituição muito semelhantes aos dos tipos de sociedade atrás men-cionados, exigindo-se para tal documento comprovativo de deliberação social que a estabeleça, texto completo e actualizado do contrato de constituição da entidade repre-sentada e prova da sua existência jurídica.

Sociedades por Quotas

As Sociedades por Quotas (Lda) devem cumprir os seguintes imperativos:

Proceder ao acto de constituição pública da •sociedade, indicando o capital social, o número e o valor das quotas;Capital social mínimo de 1.814,00 euros (200.000 •escudos caboverdeanos); O desdobramento do capital social, subscrito por •cada sócio;50% do capital subscrito deverá ser depositado •em numerário, numa instituição bancária local. O remanescente deverá realizar-se nos 3 anos seguintes sob forma estipulada no Contrato de Sociedade.

Sociedades Anónimas

As Sociedades Anónimas (SA) antes do início da actividade, necessitam cumprir os seguintes imperativos:

A sociedade deverá ter um mínimo de dois (2) •accionistas;Capital Social mínimo de 22.673 euros (2.500.000 •escudos caboverdeanos);O capital deverá ser integralmente subscrito;•30% do capital subscrito deverá ser depositado •em numerário, numa instituição bancária local. O remanescente deverá realizar-se nos 5 anos seguintes sob forma estipulada no Contrato de Sociedade.

Uma sociedade pode constituir Sociedade Unipessoal, neste caso sob a figura de Sociedade Anónima, Unipes-soal, SA

Às empresas de comércio externo (importação/exportação) é ainda exigido, após a sua constituição, a obtenção da res-pectiva Licença de Importação.Imposições de capital: a) Para o exercício da actividade de Transitário exige-se a realização de um capital mínimo de 5.000 contos caboverdeanos (45.346 Euros) b) Para empre-sas de pesca nacionais o capital deve ser detido em 51% por nacionais caboverdeanos; c) Para empresas nacionais de transporte marítimo inter-ilhas o capital deve ser detido em 25% por nacionais caboverdeanos

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Investir em Cabo Verde

Anuário Negócios & Afinidades_2010/11 109

Enquadramento Legal para Investimento Externo (diplomas disponíveis na Câmara de Comércio Portugal Cabo Verde)

Lei do Investimento Externo, Lei nº 89/IV/93, de 13 de Dezembro

Estabelece as condições gerais da realização de Investimentos Externos em Cabo Verde, bem como os direitos, garantias e incentivos atribuídos no âmbito do Investimento Externo. Aplica-se aos Investimentos Externos directos realizados em qualquer sector de actividade económica e às situações jurídico-negociais que neste âmbito impliquem o exercício da posse ou da exploração de empreendimentos de carácter eco-nómico.• IncentivosFiscais:IsençãodetributaçãoemIUR-ImpostoÚnicosobreRendimentosdePessoasColec-tivas (actualmente em 25%) e Singulares (dividendos) durante 5 anos e/ou sempre que reinvestidos; Isen-ção de tributação de amortizações e juros corres-pondentes a operações financeiras que constituam investimento externo; Estabilização do regime fiscal (TaxadeImpostoÚnicosobreRendimentosde10%a partir do 6º ano, sem prejuízo de condições mais favoráveis acordadas com o Estado de Cabo Verde);

•Garantias:ProtecçãodeBenseDireitosinerentesaoInvestimento Externo; Livre transferência de dividen-dos dos accionistas/sócios que tenham participações de capital com recursos financeiros externos; Aber-tura de conta bancária em moeda estrangeira.

Regulamento da Lei do Investimento Externo, Decreto-Regulamentar nº 1/94, de 03 de Janeiro

Regulamenta o processo de candidatura e autoriza-ção para a realização de investimentos externos e para a organização do respectivo registo, previstos pelo artigo 5º da Lei nº 89/IV/93 de 13 de Dezembro.

Pedido Estatuto de Investidor Externo

O Pedido

Todas as operações de investimento externo estão sujeitas a autorização prévia (nº1 do Artº 3º da Lei nº 89/IV/93). O pedido de Estatuto de Investidor Externo deve ser efectu-ado através da Câmara de Comércio Indústria e Turismo Portugal Cabo Verde ou directamente na CI-Cabo Verde Investimentos.

Prazo de Resposta

A decisão do Ministra das Finanças é transmitida ao poten-cial investidor num prazo máximo de 30 dias, após a entrega do pedido completo à CI-Cabo Verde Investimentos.Não existindo qualquer contacto com o requerente no prazo de 30 dias o pedido é considerado deferido.

Certificado de Investidor Externo

Este Certificado permite ao Investidor ter acesso aos incen-tivos previstos na Lei do Investimento Externo (Lei nº 89/IV/93). O Certificado expira se o investimento não for reali-zado dentro do prazo de 6 meses e é válido por 5 anos.

Registo do Investimento Externo

As operações de investimento externo que estão referidas no Artigo 5º da Lei nº 89/IV/93 estão sujeitas a registo, mediante a entrega, no Banco de Cabo Verde, de três exem-plares do respectivo impresso de registo.

Inspecção do Empreendimento

Antes do início da actividade, o empreendimento deverá estar devidamente inscrito no departamento estatal res-pectivo, e será inspeccionado pelas entidades competen-tes, dentro dos trinta dias a contar da data do pedido de inspecção.No caso de se tratar de investimento nos sectores indus-trial ou turístico segue-se o registo no Cadastro Industrial, obrigatório para o exercício de actividade industrial, ou a candidatura ao “Estatuto de Utilidade Turística” enquadra-mentos que permitirão o acesso aos incentivos aduaneiros e fiscais inerentes (ver capítulo seguinte “Enquadramento Legal para Investimento Externo”).

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Investir em Cabo Verde

110 Câmara de Comércio, Indústria e Turismo Portugal Cabo Verde

Lei das Empresas Francas, Lei nº 99/IV/93, de 31 de Dezembro

Sópodemcandidatar-seaoEstatutodeEmpresaFrancaas empresas constituídas para a produção e comercializa-ção de bens e prestação de serviços exclusivamente des-tinados à exportação ou à venda a outras empresas fran-cas instaladas em Cabo Verde.• IncentivosFiscais:IsençãodetributaçãoemIUR-Imposto Único sobre Rendimentos de PessoasColectivas (actualmente em 25%) e Singulares (dividendos)durante10anose/ousemprequerein-vestidos; Isenção de tributação de amortizações e juros correspondentes a operações financeiras que constituam investimento externo; Isenção total de impostos indirectos; Abertura de contas em divisas e sua livre movimentação para pagamentos ao exterior relacionados com a actividade da empresa;

• IncentivosAduaneiros:Isençãodedireitosaduanei-ros sobre matérias-primas, equipamentos, materiais de construção, combustíveis e lubrificantes desti-nados ao funcionamento da empresa; Exportação isenta de direitos;

•Garantias:ProtecçãodeBenseDireitosinerentesao Investimento Externo; Livre transferência de divi-dendos dos accionistas/sócios que tenham participa-ções de capital com recursos financeiros externos; Abertura de conta bancária em moeda estrangeira; Financiamentodeprogramasdeformaçãodetraba-lhadorescaboverdeanos;FinanciamentodeAssis-tência Técnica.

Estatuto Industrial, Decreto nº 108/89, de 30 de Dezembro

Regulaaactividadenodomíniodaindústria,definindodesignadamente as condições de acesso e exercício da indústria,osincentivosàactividadeindustrial,omodode fiscalização do cumprimento das normas que a regulam e as sanções pela sua violação, bem como os processos administrativos mais simplificados e céleres relativamente à actividade industrial.• IncentivosFiscais:IsençãodetributaçãoemIUR-Imposto Único sobre Rendimentos de PessoasColectivas (actualmente em 25%) gerados por cada novo estabelecimento industrial averbado durante um período de 3 anos; Dedução de impostos sobre lucros reinvestidos em actividades;

• IncentivosAduaneiros:Isençãodedireitosaduanei-ros na importação de bens de equipamento e mate-riais listados; Livre exportação de produtos.

Lei das Exportações e Reexportações, Lei nº 92/IV/93, de 15 de Dezembro

Define o regime de incentivos aplicáveis às exportações e reexportações de bens e serviços.• IncentivosFiscais(até10anos):Reduçãonascon-tribuiçõesdeIUR-ImpostoÚnicosobreRendimen-tos de Pessoas Colectivas, igual à percentagem das receitas em divisas sobre as receitas totais das enti-dades exportadoras, nos 5 primeiros anos (prorrogá-velaté10anos)emqueseefectuemexportaçõesoureexportações. A partir daí redução percentual igual a metade da percentagem das receitas em divisas sobre receitas totais da entidade exportadora;

• IncentivosAduaneiros:Osbenseserviços,maté-rias-primas e subsidiárias, produtos acabados e semi-acabados e outros materiais que sejam incor-porados ou utilizados na exportação, são livres de direitos, imposto de consumo e emolumentos gerais aduaneiros e outras imposições aduaneiras;

•Garantias:Aberturadecontasemdivisasesualivremovimentação.

Estatuto de Utilidade Turística, Lei nº 55/VI/2005, de 10 de Janeiro

EstabeleceoRegimedoEstatutodeUtilidadeTurísticae define critérios e requisitos para a sua atribuição, sus-pensão e revogação.IncentivosFiscais: Isenção fiscal totalduranteos5primeirosanos;Diminuiçãoem50%dataxadeIUR-ImpostosobreRendimentosdePessoasColectivas(actualmenteem25%),duranteos10anosseguin-tes; Dedução de impostos sobre lucros reinvestidos em actividades similares; Isenção de Impostos sobre o Património; Dedução na matéria colectável de des-pesas incorridas com a formação de trabalhadores caboverdeanos;

IncentivosAduaneiros:Isençãodedireitosaduaneirosna importação de materiais destinados à construção e exploração de hotéis e estâncias turísticas.

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LISTAGEMDE ASSOCIADOS

Page 114: Anuário Negócios & Afinidades - 2010/11

112 Câmara de Comércio, Indústria e Turismo Portugal Cabo Verde

Afonso Chito RodriguesEngenhariaEngº Afonso Chito RodriguesAv. Defensores de Chaves, 56 – 1º Esq, 1000-121 LISBOA

Miguel Alves CoelhoAdvocaciaAvenida 25 Abril, 151 – 2º Dto2750-513 CASCAIST.: 214 835 558

NlA – Nuno leónidas Arquitectos Associados, lda.Arq. Nuno Rodrigues LeónidasR. Calvet de Magalhães, 244 – 2º2770-022 PAÇO DE ARCOST.: 214 544 430 F.: 214 544 439 [email protected]

A. Agostinho – Químicos e Minerais, Unipessoal, lda.Aníbal AgostinhoTrav. das Lages, 225Vila Nova de Gaia4405-194 CANELAST.: 227 150 960 F.: 227 150 [email protected]

Carlos Alberto limaAdvocaciaRua da Batalha, 2 – 2º Esq2780-050 OEIRAS

Rodrigo Teles da SilvaRua da Junqueira, 272 – 2º Dto1300-346 LISBOA

AECOPS – Ass. Emp. Const. Obras PúblicasDr. Fernando Paes AfonsoPraça de Alvalade, 6 – 6º Fte1700-036 LISBOAT.: 213 110 200 F.:213 554 [email protected]

Cavex – Trade & Sourcing, lda.António Canhão VelosoEdif. África, Rua da MadeiraZona Industrial TravessasApartado 60013701-907 SÃO JOÃO MADEIRAT.: 256 200 920 F.: 256 831 [email protected]

Carlos José da SilvaBancaRua Henrique de Carvalho, 27Cidade Alta, LuandaANGOLAT.: 00244 222 336 697

António Maria Pinheiro TorresAvenida Alvares Cabral, 84 – 1º Dto1250-018 LISBOAT.: 213 703 600 F.: 213 703 [email protected]

Enacol – Emp. Nacional Combustíveis, S.A.Dra. Fátima GonçalvesC.P. 1, Praça da Independência, Mindelo – S. Vicente, CABO VERDET.: +238 230 6060 F.: +238 232 [email protected]

Escom, S.A.Dr. Luís Horta e CostaAv. Engº Duarte Pacheco, T 1 – 12º1070-101 LISBOAT.: 213 815 130 F.: 213 815 148

Fernando Manuel Roque OliveiraR. António Saúde, 16 – 7º Esq1500-049 LISBOA

Gouveia Pereira & AssociadosJosé Limon Cavaco Palácio SottomayorRua Sousa Martins, 1 – 6º Dto1050-217 LISBOAT.: 213 121 550 F.: 213 121 [email protected]

GESTIMPEX - Emp. Internac. de Comércio, lda.Engº Afonso Chito RodriguesAv. Defensores de Chaves, 83 – 5º1000-115 LISBOAF.: 217 933 561

FCV – Comércio Internacional, lda.Cristina CotaLg. Mouzinho de Albuquerque, 17 – 1º2745-182 QUELUZT.: 214 342 250 F.: 214 359 [email protected]

Franklim Chagas e SilvaEmpresário, ConsultorRua José Dias Coelho, 36 B1300-329 LISBOA

MCF AdvogadosDr. Miguel Esperança Martins.Avenida da República, 44 – 7º1050-194 LISBOAT.: 217 981 020 F.: 217 981 [email protected]

Montanhês Comercial, lda.Jorge BarbosaTrav. Agostinho Silva Rocha, 2504475-452 NOGUEIRA DA MAIAT.: 229 412 777 F.: 229 484 [email protected]

Implemento, lda.Carlos SeverinoLargo Vitorino Damásio, 3 – 5º Esq1200-872 LISBOAT.: 213 977 216 F.: 213 962 [email protected]

José Burnay FonsecaAv. de Sintra, 1300 – C5Condomínio Serra e Mar2750 CASCAIS

Miranda, Correia, Amendoeira & AssociadosDr. João FialhoR. Soeiro Pereira Gomes.Lote 1 – 2º, Edifício da Bolsa de Valores – 1600-196 LISBOAT.: 217 814 800 F.: 217 814 802 [email protected]

Ok Multiserviçose Rent-a-Car, lda. (Cabo Verde)Luís Godinho SimõesPosto ENACOL, Santa MariaSal, CABO VERDEF.: +238 242 [email protected]

José Manuel Inácio Sousa, Unipessoal, lda.José Inácio SousaRua Visconde da Palmeira, 69780-189 SÃO MIGUELT.: 296 583 951 F.: 296 583 [email protected]

João Manuel ChantreGestor, ConsultorRua Ferreira de Castro, nº 99,Sassoeiros2775-766 CARCAVELOS

Neville de Rougemont e AssociadosDr. Rui ParenteAv. Praia da Vitória, 5, 1º Andar1000-245 LISBOAT.: 213 191 290 F.: 213 527 [email protected]

Udex, S.A.Manuela GuedesRua do Outeiro, 884Zona Industrial Maia, I4476-908 MAIAT.: 229 439 420 F.: 229 413 [email protected]

NBC Medical, lda.Nuno Belmar da CostaRua Particular à Av. Pedro Álvares Cabral2710-297 SINTRAT.: 211 452 301 F.: 219 246 [email protected]

Margarida Caldeira da SilvaAv. Almirante Gago Coutinho, 40 – 3º Dto1700-031 LISBOA

Raposo Bernardo & AssociadosDr. Nelson Raposo BernardoAv. Fontes Pereira de Melo, 35 18º, Edifício Aviz1050-118 LISBOAT.: 213 121 330 F.: 213 562 [email protected]

Portianga – Com. Intern. Participações, S.A.Dr. Alírio SantosAv. Vasco da Gama, 7804430-247 VILA NOVA GAIAT.: 223 746 090 F.: 223 746 [email protected]

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Afonso Chito RodriguesEngenhariaEngº Afonso Chito RodriguesAv. Defensores de Chaves, 56 – 1º Esq, 1000-121 LISBOA

Miguel Alves CoelhoAdvocaciaAvenida 25 Abril, 151 – 2º Dto2750-513 CASCAIST.: 214 835 558

NlA – Nuno leónidas Arquitectos Associados, lda.Arq. Nuno Rodrigues LeónidasR. Calvet de Magalhães, 244 – 2º2770-022 PAÇO DE ARCOST.: 214 544 430 F.: 214 544 439 [email protected]

A. Agostinho – Químicos e Minerais, Unipessoal, lda.Aníbal AgostinhoTrav. das Lages, 225Vila Nova de Gaia4405-194 CANELAST.: 227 150 960 F.: 227 150 [email protected]

Carlos Alberto limaAdvocaciaRua da Batalha, 2 – 2º Esq2780-050 OEIRAS

Rodrigo Teles da SilvaRua da Junqueira, 272 – 2º Dto1300-346 LISBOA

AECOPS – Ass. Emp. Const. Obras PúblicasDr. Fernando Paes AfonsoPraça de Alvalade, 6 – 6º Fte1700-036 LISBOAT.: 213 110 200 F.:213 554 [email protected]

Cavex – Trade & Sourcing, lda.António Canhão VelosoEdif. África, Rua da MadeiraZona Industrial TravessasApartado 60013701-907 SÃO JOÃO MADEIRAT.: 256 200 920 F.: 256 831 [email protected]

Carlos José da SilvaBancaRua Henrique de Carvalho, 27Cidade Alta, LuandaANGOLAT.: 00244 222 336 697

António Maria Pinheiro TorresAvenida Alvares Cabral, 84 – 1º Dto1250-018 LISBOAT.: 213 703 600 F.: 213 703 [email protected]

Enacol – Emp. Nacional Combustíveis, S.A.Dra. Fátima GonçalvesC.P. 1, Praça da Independência, Mindelo – S. Vicente, CABO VERDET.: +238 230 6060 F.: +238 232 [email protected]

Escom, S.A.Dr. Luís Horta e CostaAv. Engº Duarte Pacheco, T 1 – 12º1070-101 LISBOAT.: 213 815 130 F.: 213 815 148

Fernando Manuel Roque OliveiraR. António Saúde, 16 – 7º Esq1500-049 LISBOA

Gouveia Pereira & AssociadosJosé Limon Cavaco Palácio SottomayorRua Sousa Martins, 1 – 6º Dto1050-217 LISBOAT.: 213 121 550 F.: 213 121 [email protected]

GESTIMPEX - Emp. Internac. de Comércio, lda.Engº Afonso Chito RodriguesAv. Defensores de Chaves, 83 – 5º1000-115 LISBOAF.: 217 933 561

FCV – Comércio Internacional, lda.Cristina CotaLg. Mouzinho de Albuquerque, 17 – 1º2745-182 QUELUZT.: 214 342 250 F.: 214 359 [email protected]

Franklim Chagas e SilvaEmpresário, ConsultorRua José Dias Coelho, 36 B1300-329 LISBOA

MCF AdvogadosDr. Miguel Esperança Martins.Avenida da República, 44 – 7º1050-194 LISBOAT.: 217 981 020 F.: 217 981 [email protected]

Montanhês Comercial, lda.Jorge BarbosaTrav. Agostinho Silva Rocha, 2504475-452 NOGUEIRA DA MAIAT.: 229 412 777 F.: 229 484 [email protected]

Implemento, lda.Carlos SeverinoLargo Vitorino Damásio, 3 – 5º Esq1200-872 LISBOAT.: 213 977 216 F.: 213 962 [email protected]

José Burnay FonsecaAv. de Sintra, 1300 – C5Condomínio Serra e Mar2750 CASCAIS

Miranda, Correia, Amendoeira & AssociadosDr. João FialhoR. Soeiro Pereira Gomes.Lote 1 – 2º, Edifício da Bolsa de Valores – 1600-196 LISBOAT.: 217 814 800 F.: 217 814 802 [email protected]

Ok Multiserviçose Rent-a-Car, lda. (Cabo Verde)Luís Godinho SimõesPosto ENACOL, Santa MariaSal, CABO VERDEF.: +238 242 [email protected]

José Manuel Inácio Sousa, Unipessoal, lda.José Inácio SousaRua Visconde da Palmeira, 69780-189 SÃO MIGUELT.: 296 583 951 F.: 296 583 [email protected]

João Manuel ChantreGestor, ConsultorRua Ferreira de Castro, nº 99,Sassoeiros2775-766 CARCAVELOS

Neville de Rougemont e AssociadosDr. Rui ParenteAv. Praia da Vitória, 5, 1º Andar1000-245 LISBOAT.: 213 191 290 F.: 213 527 [email protected]

Udex, S.A.Manuela GuedesRua do Outeiro, 884Zona Industrial Maia, I4476-908 MAIAT.: 229 439 420 F.: 229 413 [email protected]

NBC Medical, lda.Nuno Belmar da CostaRua Particular à Av. Pedro Álvares Cabral2710-297 SINTRAT.: 211 452 301 F.: 219 246 [email protected]

Margarida Caldeira da SilvaAv. Almirante Gago Coutinho, 40 – 3º Dto1700-031 LISBOA

Raposo Bernardo & AssociadosDr. Nelson Raposo BernardoAv. Fontes Pereira de Melo, 35 18º, Edifício Aviz1050-118 LISBOAT.: 213 121 330 F.: 213 562 [email protected]

Portianga – Com. Intern. Participações, S.A.Dr. Alírio SantosAv. Vasco da Gama, 7804430-247 VILA NOVA GAIAT.: 223 746 090 F.: 223 746 [email protected]

Page 116: Anuário Negócios & Afinidades - 2010/11

114 Câmara de Comércio, Indústria e Turismo Portugal Cabo Verde

Quimexport – Comércio Internacional, lda.Andrea FerrazRua Gen. Ferreira Martins, 10/10C – 4º D, 1495-137 ALGÉST.: 214 120 907/8 F.: 214 108 [email protected]

MSF – Engenharia, S.A.Engº Alexandre F. SilvaRua Frederico George, nº 37 Alto da Faia1600-468 LISBOAT.: 217 215 300 F.: 217 213 [email protected]

Ceso CI – Consultores Internacionais, S.A.Dr. Rui Miguel Ramos dos SantosAv. Elias Garcia, 123 - 4º1050-098 LISBOAT.: 217 958 796 F.: 217 999 [email protected]

Winresources, lda.Dr. Davide FreitasRua Alfredo Guisado, 391500-030 LISBOAT.: 217 703 000 F.: 217 741 [email protected]

RES – Prest. de Serviços Comerciais, S.A.Dr. Diogo Belmar da CostaRua do Montijo, 184 – Trajouce2785-155 S. DOMINGOS RANAT.: 214 480 850 F.: 214 480 [email protected]

Opway – Engenharia, S.A.Dra. Paula RibeiroRua Prof. Fernando FonsecaEdif. Visconde Alvalade, 5º1600-616 LISBOAT.: 217 522 100 F.: 217 591 [email protected]

Consulgal – Consultores Engenharia e Gestão, S.A.Dr. António Martins de MatosAvenida Salvador Allende, 252780-163 OEIRAST.: 214 462 580F.: 214 411 607/468 [email protected]

Zona Verde – Consult. Estudos Avançados, lda.Engº Jorge PereiraRua 25 de Abril, 313Zona Industrial Roligo4520-115 SANTA MARIA FEIRAT.: 256 364 544 F.: 256 378 [email protected]

Scopa, lda.José Reis Borges FonsecaAv. Ressano Garcia, 41 – 6º Fte1070-234 LISBOAT.: 213 873 191 F.: 213 872 [email protected]

Seth – Soc. Empreit. Trab. Hidráulicos, S.A.Engº Ricardo Pedrosa GomesAvenida Tomás Ribeiro, 1452640-516 QUEIJAST.: 219 431 479 F.: 219 431 [email protected]

Efectivo – Consultoria e Investimentos, S.A.Dr. Carlos Graça, C.P. 454-APalmarejo – Praia,Santiago, CABO VERDET.: +238 260 1157 F.: +238 262 [email protected]

Siemens, S.A.Engº Rui LealRua Irmãos Siemens, 12720-093 ALFRAGIDET.: 214 178 000 F.: 214 178 [email protected]

l.A. AlumíniosLuis d’AlmeidaApartado 26E.C. Torre da Marinha2841-908 SEIXALT.: 212 268 560 F.: 212 268 [email protected]

Somague – Engenharia, S.A.Dr. José Paulo AssunçãoR. Tapada da Quinta de CimaSintra – Cascais EscritóriosLinhó2714-555 SINTRAT.: 218 104 000 F.: 219 104 [email protected]

leadership Business Consulting, S.A.Dr. Carlos OliveiraAv. da Liberdade, 190 – 5º B1250-147 LISBOAT.: 213 581 060 F.: 213 581 060/[email protected]

Coba – Cons. Obras, Barrag. Planeam, S.A.Eng. Vítor CarneiroAv. 5 de Outubro, 3231649-011 LISBOAT.: 210 125 000 F.: 217 970 [email protected]

Thyssenkrupp Elevadores, S.A.Engº Filipe RuãoRua das Indústrias, 162749-505 MASSAMÁT.: 214 308 100 F.: 214 308 [email protected]

AFC, lda.Teresa OliveiraRua das OliveirasEdifício Via Falésia, R/C8126-908 VILAMOURAT.: 289 310 620 F.:289 310 [email protected]

Manuel ChantreDr. Manuel ChantreAv. D.José I, 2Nova Oeiras2780-124 OEIRAST.: 214 579 060 F.: 214 579 060

ductos – Soc. Projectos Engenharia, lda.Engº José Vieirade SampaioRua João da Silva, 24 A1900-271 LISBOAT.: 218 455 020 F.: 218 455 [email protected]

Armando Cunha, S.A.Dr. Henriques PimentaUrbanização da MatinhaEdifício Verde, Rua 2 – 3º Esq,1950-073 LISBOAT.: 218 610 810 F.: 218 680 [email protected]

BdO & AssociadosDr. Fontão de CarvalhoAv. da República, 50 – 10º1069-211 LISBOAT.: 217 990 420 F.: 217 990 [email protected]

Motivator Group (Portugal) Consultores, S.A.Dr. Pedro Santos PereiraAvenida Duque d’Ávila, 185 – 3º C1050-082 LISBOAT.: 707 208 090 F.: 213 304 [email protected]

Projecto detalhe, Eng. e Construção, lda.Engº Joaquim Neto FilipeBeloura Office Park, Edif. 6-Escrit. 13, Linhó2710-693 SINTRAT.: 219 178 770 F.: 219 178 [email protected]

MonteAdrianoEngenharia e Construção, S.A.Mafalda GonçalvesRua Maria da Paz, 1164490-658 PÓVOA VARZIMT.: 252 291 300 F.: 252 291 [email protected]

CdM – Empreendimentos Imobiliários, lda.Dra. Maria Luísa NunesEdif. GreiAv. 25 Abril, 184 – Piso 1, Esc. B2750-511 CASCAIST.: 214 839 250 F.: 214 839 [email protected]

MundiServiços – Cia Port.Serviços e Gestão, lda.Consultoria e FormaçãoDr. Franklin Chagas SilvaRua José Dias Coelho, 36 B1300-329 LISBOAT.: 213 617 [email protected]

Proplano – Gab. Estudos e Projectos, lda.Engº Rogério InácioRua Padre Américo, 4 B1600-548 LISBOAT.: 217 160 644 F.: 217 160 [email protected]

Mota-Engil, Engenharia e Construção, S.A.Engº Gilberto RodriguesRua do Rego Lameiro, 384300-454 PORTOT.: 225 190 300 F.: 225 190 [email protected]

Cegoc-Tea, lda.Consultoria, Rec. Humanos, Formação, RecrutamentoDr. Paulo FinurasAv. António Augusto Aguiar, 21 – 1º andar, 1069-217 LISBOAT.: 213 191 960 F.: 213 191 [email protected]

PriceWaterhouseCoopers & Associados – SROC, lda.Dr. Hermínio AfonsoDr. Leendert VerschoorPalácio SottomayorRua Sousa Martins, 1 – 3º1069-316 LISBOAT.: 213 599 000 F.: 213 599 999

Wavecom – Soluções Rádio, S.A. Engº Mário Rui SantosCentro Empresarial de AveiroZona Ind. Aveiro Sul3810-783 AVEIROT.: 234 940 410 F.: 234 940 [email protected]

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Anuário Negócios & Afinidades_2010/11 115

Cofac, CRl(Universidade lusófona)Prof. Dr. Manuel DamásioCampo Grande, 3761749-024 LISBOAT.: 217 515 513 F.: 217 577 [email protected]

ACO – Fáb Calçado, S.A.Engº Fernando CostaRua Padre António FerreiraMogege4770-350 V. N. FAMALICÃOT.: 252 990 410 F.: 252 921 [email protected]

Promosoft FinancialSoftware Solutions, S.A.Dr. João Luís BrazãoRua Cidade de Rabat, 41 Loja1500-159 LISBOAT.: 211 107 100 F.: 211 107 [email protected]

Caixa Central Crédito Agrícola Mutuo, CRlDr. João Barata LimaAvenida da República, 231050-185 LISBOAT.: 213 809 900F.: 213 870 840/[email protected]

Instituto PiagetVictória SoaresAv. João Paulo II, Lote 5441900-276 LISBOAT.: 218 316 500 F.: 218 316 [email protected]

CIMAI – Especialidades Químicas, S.A.Engº Pedro MesquitaTrav. S. João, Lotes 109/110Serral Casal de Cambra2605-192 BELAST.: 219 818 440 F.:219 818 [email protected]

Raul Cesar Ferreira (Herd.), lda.Dr. António Trigueiros AragãoRua do Patrocínio, 941399-019 LISBOAT.: 213 907 373 F.: 213 978 [email protected]

Caixa Económica Montepio GeralDr. António Pedro SameiroRua do Ouro, 219/2411100-062 LISBOAT.: 213 248 000 F.: 213 249 [email protected]

Fachonet – Formação e Serviços Informática, lda.Clementino Gonçalves CruzRua de Santa Luzia, 623100-483 POMBALT.: 236 215 264 F.: 236 215 [email protected]

Cimpor Internacional, SGPS, S.A.Dr. Raúl CaldeiraRua Alexandre Herculano, 351250-009 LISBOAT.: 213 118 106 F.: 213 560 991

Studiofiel – Serviços Informática, lda.João Gomes NetoRua Engº Matos, 65 I4560-465 PENAFIELT.: 255 712 772 F.: 255 712 [email protected]

Caixa Económica de Cabo VerdeDr. Paulino DiasC.P. 199, Av. Cidade Lisboa – Praia, Santiago, CABO VERDET.: +238 260 3600 F.: +238 261 [email protected]

ANA – Aeroportos de Portugal, S.A.Dra. Maria Octávia CarrilhoArruamento D, Edifício 120Aeroporto de Lisboa1700-008 LISBOAT.: 218 413 500 F.: 218 404 231

ddS – Mobiliário e decorações, lda. (Cabo Verde)Fernando Marcelo SoaresParque Industrial do Lazareto, Lt 55, Caixa Postal 1066, Mindelo, S. Vicente, CABO VERDET.: +351 918 900 [email protected]

Banco BPI, S.A.Dr. Frederico Silva PintoDMEN – Dir. Marketing Empresas e Negócios.Av. da Boavista, 1117 – 2º4100-129 PORTOT.: 225 433 624 F.: 226 073 [email protected]

Caixa Geral de depósitosDr. Gonçalo GasparDirecção Negócios InternacionalAv. João XXI, 631000-300 LISBOAT.: 217 953 000 F.: 217 905 [email protected]

APl – Administração do Porto de lisboa, S.A.Engª Natércia CabralRua da Junqueira, 941349-026 LISBOAT.: 213 611 000 F.: 213 611 [email protected]

disotel Internacional, S.A.Craveiro MoreiraRua Padre Francisco, 11 C1350-223 LISBOAT.: 213 932 640 F.: 213 932 [email protected]

Banco Comercial Atlântico (Cabo Verde)Dr. Joaquim SousaC.P. 474, Chão d’ Areia – PraiaSantiago, CABO VERDET.: +238 260 8515 F.: +238 261 [email protected]

Cosec – Cia. de Seguros de Créditos, S.A.Engº Miguel Gomes da CostaAv. da República, 581050-197 LISBOAT.: 217 913 700 F.: 217 913 [email protected]

Hotel Pestana Trópico (Cabo Verde)Jorge XavierC. P. 413 – PrainhaSantiago, CABO VERDET.: +238 261 4200 F.: +238 261 [email protected]

Puratos – Prod. Art. Ind. Alimentar, S.A.Dr. João AraújoAv. Dr. Luís Sá, 26Abrunheira, 2714-509 SINTRAT.: 219 158 300 F.: 219 259 [email protected]

Banco Espírito Santo, S.A.Dra. Elisa DavidAv. da Liberdade, 1951250-142 LISBOAT.: 213 508 663 F.: 213 501 [email protected]

PT Ventures, SGPS, S.A.Dra. Ana SequeirosAv. Fontes Pereira de Melo, 40 – 6º1069-300 LISBOAT.: 215 001 [email protected]

Oásis Atlântico Portugal, SGPSDr. Alexandre AbadeR. Hermano Neves, nº 22 - 4º C, Telheiras, 1600-477 LISBOAT.: 217 524 100F.: 217 524 102

Secil – Cia. Geral de Cal e Cimento, S.A.Dr. Mário ValadasAv. Forças Armadas, 125 – 6º1600-079 LISBOAT.: 217 927 104 F.: 217 936 [email protected]

Banco Interatlântico (Cabo Verde)Dra. Ana Cristina RodriguesC.P. 131 A, Av. Cidade de Lisboa, Várzea, Praia – Santiago, CABO VERDET.: +238 2603690 F.: +238 261 [email protected]

Tecnicil – Soc. Imobiliária e Construções, S.A.Dr. Olavo Correia C.P. 152-A, Achada Sto António – Praia, Santiago, CABO VERDET.: +238 262 4160 F.: +238 262 [email protected]

Sumol+Compal distribuição, S.A.Dr. André CaseirãoEstrada da Portela, 9Portela de Carnaxide2790-124 CARNAXIDET.: 214 243 423 F.: 214 200 [email protected]

Banif – Banco Internacional do Funchal, S.A.Dr. Gladstone SiqueiraAvenida José Malhoa, 221099-012 LISBOAT.: 217 211 236 F.: 217 211 [email protected]

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116 Câmara de Comércio, Indústria e Turismo Portugal Cabo Verde

Arnaud logis, S.A.António ValenteEstrada Militar, Bairro da Bogalheira, Setais2680-183 CAMARATET.: 219 489 200F.: 219 489 [email protected]

TACV, S.A.Mário AlmeidaAvenida da Liberdade, 36 – 1º A1245-145 LISBOAT.: 213 230 525 F.: 213 478 [email protected]

david José de Pinho & Filhos, S.A.Dr. David PinhoRua Óscar da Silva, 30714455-520 PERAFITAT.: 229 993 200 F.: 229 993 [email protected]

Transinsular – Transp. Marítimos Insulares, S.A.Carlos NunesEdifício Gonçalves ZarcoDoca de Alcântara (Norte)1399-015 LISBOAT.: 211 128 430 F.: 211 128 [email protected]

Horus – Planif. Transp. Internacionais, S.A.Manuela Silva.Quinta da BelavistaEdifício Horus2670-306 FRIELAST.: 219 487 640 F.: 219 487 [email protected]

Soltrópico – Viagens e Turismo, S.A.Dr. Miguel FonsecaRua Embaixador Martins Janeira, 2 C – 1º Dt1750-097 LISBOAT.: 217 510 240 F.: 217 581 [email protected]

Maersk Portugal, lda.João Peixoto SilvaEdifício InfanteAvenida D. João II, 1.16.05.L11º Andar1990-083 LISBOAT.: 218 980 000 F.: 218 980 [email protected]

Marmod – Transp. Marítimos Intermodais, lda.António DiasR. do Cruzado Osberno, nº 3 B1900-174 LISBOAT.: 218 165 545 F.: 218 131 [email protected]

NCl Transitários e Viagens, S.A.Dr. Sérgio RibeiroR. Antero Quental, 236 – 2ºEdif. Europa4455-586 PERAFITAT.: 229 998 810 F.: 229 967 [email protected]

Portmar – Agência Navegação, lda.Dr. José Manuel VidicasAv. Infante D. Henrique, 332 – 3º1849-025 LISBOAT.: 218 391 880 F.: 218 595 [email protected]

Schenker Transitários S.A.Alexandre TeixeiraE.N. 115 – Casal Novo – Loures 2660-364 S. Julião do TojalT.: 219 739 700 F.: 219 739 [email protected]

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