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Na fisiologia, a palavra adaptação é empregada com frequência para descrever oajustamento fenotípico de um organismo individual ao seu ambiente, como aaclimatação fisiológica. Na biologia evolutiva, entretanto, uma adaptação é umacaracterística que, devido ao aumento que confere ao valor adaptativo, foi moldada porforças específicas de seleção natural atuando sobre a variação genética.

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Algumas vezes a palavra se refere ao processo pelo qual uma população é alterada demodo a se tornar mais adequada ao seu ambiente. Como implica a etimologia dapalavra, uma adaptação adequa seu possuidor para algo. A coloração críptica, porexemplo, é normalmente uma adaptação para evitar predação, servindo como umaforma de advertir seus possíveis predadores de seu gosto impalatável ou dos venenosque possui. É também chamada de coloração de advertência ou aposematismo. Corescomo vermelho, amarelo, laranja, verde, azul etc. são cores que chamam a atenção e,por isso, são muito utilizadas por destacarem os seres vivos perigosos. Essas corespodem cobrir uniformemente o corpo do organismo ou formar variações entre elas. Umser vivo que se beneficia do aposematismo alerta o seu predador para não consumi-lo,fazendo-o desistir do ataque. Evolutivamente, os seres predadores passaram aidentificar e evitar os organismos de cores aposemáticas, que podem causar grandesprejuízos a quem os consumir.

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Mimetismo consiste na presença, por parte de determinados organismos, decaracterísticas que os confundem com um outro grupo de organismos.

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A camuflagem é um recurso resultante da ação da seleção natural sobre uma certaespécie, que possibilita varias espécies se protegerem de predadores. Uma das maisamplas e diferentes adaptações é a camuflagem natural, a habilidade de um animal seesconder de um predador ou presa. A camuflagem mais eficiente é aquela em que oanimal se mistura com o ambiente.

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Camuflagem é muito comum na natureza; encontra-se em algum grau na maioria dasespécies. Mas não é muito comum para um animal ser capaz de mudar sua coloraçãopara combinar com um meio ambiente em mudança. Porém, alguns animaisdesenvolveram essa a habilidade de mudar de cor, na maioria das vezes por causa datroca de estações. O habitat de um animal pode estar todo verde e marrom no verão,mas no inverno estará todo branco de neve, e a sua camuflagem marrom quefuncionava perfeitamente agora o torna um alvo fácil ou um predador fácil de ser vistopela presa. Alguns animais como a raposa-do-ártico e a lebre-ártica mudam sua pelagemna troca de estações e se camuflam com o ambiente.

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Reportagens interessantes:-A Fascinante evolução do olho. Disponível em:http://www2.uol.com.br/sciam/reportagens/a_fascinante_evolucao_do_olho.html-Equipe testa visão de olhos de pedra de molusco quíton. Disponível em:http://blogs.estadao.com.br/ciencia-diaria/biologos-testam-se-olhos-de-pedra-de-moluscos-quitons-podem-enxergar-a-luz

Figuras: Patella: gênero de gastrópode marinho vulgarmente conhecido como lapa.Murex: gênero de gastrópode nativo das águas do Indo-Pacífico. Octopus: polvo.Onithochiton neglectus: quíton.Vantagens adaptativas:1) Células fotosensíveis simples, que permitem apenas diferenciar o claro do escuro.Essa diferença, embora pareça pequena, pode ser uma enorme vantagem em ambientesonde todos são cegos.2) Células fotosensíveis pigmentadas se agregam, sem nervo.3) Um nervo fibroso ótico cercado por células pigmentadas e coberto por peletranslúcida (figura 1a).4) As células formam uma pequena depressão. O animal já consegue focalizarprecariamente possíveis predadores e/ou presas (figura 1b).5) As células formam uma depressão mais profunda. Ele já consegue focalizar melhor(figura 1c).6) A pele translúcida sobrepõe a depressão, tomando a forma de lente (figura 1d).7) Músculos permitem que as lentes se ajustem.Nos moluscos cefalópodes os olhos são muito desenvolvidos (semelhantes aos dosvertebrados com córnea, íris, cristalino e retina), sendo capazes de formar imagem.

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A expressão trade-off pode ser traduzida livremente como relação de "perde-e-ganha". Umtrade-off se refere, geralmente, a perder uma qualidade ou aspecto de algo, mas ganhando emtroca outra qualidade ou aspecto. Em ambientes adversos, como os ecossistemas semiáridos porexemplo, animais e plantas geralmente estão sujeitos a trade-offs, ou seja, uma situação em quehá conflito na “escolha” da melhor estratégia para sobrevivência e reprodução.

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Estão em forte competição com as outras espécies pelos recursos. Estas espéciesmóveis e oportunistas colonizam os meios variáveis e imprevisíveis, ou seja,ecossistemas “jovens”.

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A esperança de vida é importante e a mortalidade juvenil é fraca, tendogeralmente um proteção dos jovens. Estas espécies, poupadas em energia,instalam-se após as espécies pioneiras e caracterizam os estágios mais madurosda sucessão.

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Inclui toda a gama de organismos na Terra.

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Nos tempos de Linnaeus o papel da taxonomia era exclusivamente revelar a diversidade dagrande e imutável obra da criação divina. O conceito tipológico de espécie de Linnaeus foibaseado na filosofia grega do eidos (ideia de uma essência eterna e imutável para cada coisa).Linnaeus e os demais naturalistas da época acreditavam que os organismos foram originados porum ato de criação divina e que os diferentes tipos de organismos eram constantes desde acriação do mundo (pensamento criacionista). Segundo esta interpretação, os seres vivos sãoimutáveis, ou seja, não mudam ao longo do tempo, o que ficou conhecido como fixismo. Ouseja, o pensamento tipológico considerava que organismos semelhantes entre si eram cópiasimperfeitas de um tipo de organismo tido como ideal ou perfeito que teria sido criado por Deus.O pensamento tipológico baseia-se na Hipótese Fixista, segundo a qual as espécies são fixas eimutáveis.

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Mais e mais diferenças nas sequências de DNA estão sendo usadas para distinguirespécies que parecem quase idênticas (como é o caso das bactérias).

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Definição biológica de espécie: a espécie é identificada nesta definição de acordo comas propriedades reprodutivas das populações e não de acordo com a posse de qualquercaracterística morfológica. A espécie é uma população intercruzante de indivíduos quetêm descendência comum e compartilham características que se sobrepõem. O critériode nicho reconhece que membros de uma comunidade reprodutiva também devampossuir propriedades ecológicas comuns.

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Figura: tentilhões havaianos.Todas as características biológicas podem ser representadas por pares de condiçõeshomólogas, em que a mais antiga foi a base a partir da qual a mais recente surgiu. Cadapar de espécies irmãs atuais tem uma espécie ancestral comum exclusiva delas. Essasespécies formam um pequeno grupo monofilético, que podem formar um grupomonofilético maior com a terceira espécie, tendo, juntas, uma espécie ancestral dastrês. E assim por diante.

Na prática, as definições biológica, evolutiva e filogenética de espécie são difíceis deserem usadas. Como resultado, biólogos que trabalham em campo separam as espéciespelo modo como são vistas, algumas vezes as chamando de “morfo-espécies” ou poroutros termos, até que os taxonomistas lhe dêem oficialmente seus nomes latinos.

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Especiação: processo pelo qual uma espécie de ser vivo se transforma em outra(anagênese) ou se divide dando origem a outras duas (cladogênese).

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A chave para a especiação é a evolução de diferenças genéticas entre as espéciesincipientes (que estão se diferenciando). Para uma linhagem ser dividida de uma vez portodas, as duas espécies incipientes devem ter diferenças genéticas que se expressam dealguma forma que faz com que os acasalamentos entre elas não aconteçam ou nãotenham sucesso. Estas não precisam ser grandes diferenças genéticas. Uma pequenamudança na data, local, ou rituais de acasalamento pode ser suficiente. Mas aindaassim, algumas diferenças são necessárias. Esta mudança pode evoluir por seleçãonatural ou deriva genética. O fluxo gênico reduzido provavelmente desempenha umpapel crítico na especiação.

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Especiação alopátrica pode ocorrer mesmo se a barreira for um pouco “porosa”, isto é,mesmo que alguns indivíduos possam atravessar a barreira para acasalar com membrosde outros grupos. Por fim, para uma especiação ser considerada “alopátrica”, o fluxogênico as futuras espécies deve ser bastante reduzido — mas não precisa ser reduzidocompletamente a zero.

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Na especiação peripátrica, populações de tamanho pequeno fazem com que aespeciação completa seja o resultado mais provável do isolamento geográfico porque aderiva genética age mais rapidamente em populações pequenas. Deriva genética etalvez, fortes pressões seletivas, causariam uma rápida mudança genética na pequenapopulação. Esta mudança genética poderia levar a especiação.

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Na especiação parapátrica não há nenhuma barreira extrínseca específica para fluxo gênico. Apopulação é contínua, mas mesmo assim, a população não cruza aleatoriamente. Os indivíduossão mais propensos a cruzar com seus vizinhos geográficos do que com indivíduos de uma partediferente de um grupo da população. Neste modo, divergências podem ocorrer por causa doreduzido fluxo gênico entre as populações e as diferentes pressões de seleção em toda a faixa dapopulação.Podemos observar as primeiras etapas da especiação parapátrica em espécies gramíneasAnthoxanthum odoratum. Algumas destas plantas vivem próximas a minas onde o solo foicontaminado com metais pesados. As plantas em torno das minas sofreram seleção natural paraos genótipos que são tolerantes a metais pesados. Enquanto isso, plantas vizinhas que nãovivem em solos contaminados não foram submetidas à seleção para este caráter. Os dois tiposde plantas estão próximas o suficiente para que os indivíduos tolerantes e não tolerantespossam potencialmente fertilizar um ao outro — assim eles parecem cumprir a primeiraexigência de especiação parapátrica, de uma população contínua. No entanto, os dois tipos deplantas evoluíram diferentes épocas de floração. Esta mudança poderia ser o primeiro passopara cortar inteiramente o fluxo gênico entre os dois grupos.

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Ao contrário dos modos anteriores, a especiação simpátrica não requer distância geográfica emlarga escala para reduzir o fluxo gênico entre as partes de uma população. Como poderia umapopulação de acasalamento aleatório reduzir o fluxo gênico e causar especiação?

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Duas espécies simpátricas podem originar, instantaneamente, uma nova espécie porpoliploidia .

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Explorar um novo nicho pode automaticamente reduzir o fluxo gênico com indivíduos queexploram outros nichos. Isto ocasionalmente pode acontecer quando, por exemplo, insetosherbívoros experimentarem uma nova planta hospedeira.Por exemplo, há 200 anos, os ancestrais da mosca da maçã depositavam seus ovos somente emespinheiros — mas hoje em dia, essas moscas depositam seus ovos em espinheiros (que sãonativos da América) e em maçãs domésticas (que foram introduzidas na América por imigrantese cultivadas). As fêmeas geralmente escolhem os tipos de frutos em que cresceram paradepositar seus ovos e os machos tendem a procurar por companheiras nos tipos de frutos ondeeles cresceram. Então moscas de espinheiros geralmente acabam acasalando com outrasmoscas de espinheiros e moscas da maçã geralmente acabam acasalando com outras moscas damaçã. Isto significa que o fluxo gênico entre as camadas da população que acasalam emdiferentes tipos de frutos é reduzido. Esta mudança de hospedeiro de espinheiro para maçãpode ser o primeiro passo para a especiação simpátrica — em menos de 200 anos, algumasdiferenças genéticas entre esses dois grupos de moscas evoluíram.

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A extinção é o total desaparecimento de espécies, subespécies ou grupos de espécies. Omomento da extinção é geralmente considerado como sendo a morte do último indivíduo daespécie. Em espécies com reprodução sexuada, extinção de uma espécie é geralmente inevitávelquando há apenas um indivíduo da espécie restando, ou apenas indivíduos de um mesmo sexo.A extinção não é um evento incomum no tempo geológico - espécies são criadas pela especiaçãoe desaparecem pela extinção.

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