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“Manufacturing Process” · 2020. 11. 9. · A primeira patente de um Tensor é de Thaddeus (Tim) McHugh, um colaborador da Gibson, no ano de 1921. Hoje existem diversos modelos

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“Manufacturing Process”

MODELO:- APACHE T7 -RILA-S Raw Series

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“ XS62N são os nosso captadores de bobina única mais potentes. Utilizando 6 pólos de níquel duro e ímanes de neodímio. O XS62N recebeu a tecnologia HDN (High Definition Neodium) para uma excelente definição e um rendimento muito alto, ao mesmo tempo que reproduz os valiosos tons de um single coil

DCR: Neck: 7.5K - Middle: 7.5K - Bridge: 9.5K

Em Ebora Guitars criámos dois modelos para as nossas guitarras, a RILA que por norma é sempre equipada com dois humbuckers, mas que poderemos também equipar com dois P90 e que rebatizámos com modelo RILA-SB, (soap bar), sendo que, como características, partilham ambas o mesmo desenho de corpo, headstock inclinado e voluta (reforço) para evitar quebras, muito frequentes noutras marcas.

Por outro lado criámos o modelo RILA-S, (single) com ligeiras alterações no desenho do corpo a nível do Cut, mais pronunciados e cabeça reta. Este modelo é sempre equipado com 3 single coil do tipo Strat.

Todas as nossas guitarras contam com escala de 25,50’’ e Raio de 12’’ para além de 22 trastes em aço e corpo sólido. Entretanto estamos a projetar um novo conceito a nível de corpo que a seu tempo iremos testar.

Como BI as guitarras Ebora, para além do número de série, elas são batizadas com um nome que é único para cada peça, um modelo e uma Série que determina o tipo de acabamento. Assim contamos com as série Master Built, de acabamento mais brilhante e Raw Series com acabamento mais rústico.

A Apache T7Com o modelo anterior, Rila-S “Cheyenne” Master Built, iniciámos o ciclo Tribos Índias da

América do Norte. O presente modelo, Rila-S “Apache T7” Raw Series, seguirá o mesmo curso, tratando-se,

também ela, de uma peça equipada com 3 single coil e recorrendo a materiais de qualidade.A madeira empregue tanto para o braço como para o corpo é o Sapelli, sendo empregue

o Wengué para a escala. A escolha desta madeira exótica não foi por acaso; trata-se de uma madeira muito escura e extremamente rija, com bonito desenho de veios negros. Quanto ao Sapelli é também ela uma madeira de alta densidade o que nos poderá dar uma sonoridade aveludada e que, em conjunto com a madeira da escala, aporta solidez ao som.

A Apache T7 contará com um sistema Treble Bleed, o qual nos permite baixar o volume mantendo a tonalidade, mas também vem equipada com um Toggle switch que lhe aporta 2 tonalidades extra a juntar às 5 que tem por norma. A Apache T7 tenta assim, a nível de tonalidades, aproximar-se da já lendária “Black Strat” de Gilmour.

O presente documento mostra passo a passo o “nosso” processo de fabrico. Sendo esse artesanal e passível de criatividade momentânea, cada guitarra é assim única, não só por ser batizada com um nome que não se repetirá, mas também em termos de concessão, cor e hardware. Optámos também por incluir informações e termos técnicos usados no mundo da Luthearia.

Quanto aos Captadores iremos utilizar os XS62N , uns Custom fabricados no Reino Unido por Alan Entwistle, marca com o qual formámos parceria para, enquanto possível, equipar todos os nossos modelos.

”.

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“Manufacturing Process”

- technical specifications -

MODELO:- APACHE T7 -RILA-S - Raw Series

SERIAL NUMBER:RILA-S H0S3.0009.20

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(2) Aplainamento do topo das placas que irão receber a cola. A linha de junção indicará o centro do corpo. Dia 1.

(3) Junção das duas partes que compõem o corpo. O desenho do veio deve ser tido em conta sempre que possível para que o projeto tenha alguma beleza estética.Este processo é delicado e a cola deve ser a adequada para resistir às tensões e ao tempo. Utilizamos para isso a americana Titebond.

(1) Para o presente modelo Rila-S foi escolhida a madeira de Sapelli tanto para a construção de Corpo sólido com 40mm de espessura, como para o braço com 23mm.Uma vez terminado, irá receber como acabamento, Óleo Dinamarquês.Como em todos os modelos, o corpo é construído em duas partes, direita e esquerda, evitando assim futuros empenos de madeira que poderão acontecer com os anos e os câmbios de temperatura.

Processo de fabrico manual de uma Ebora Guitars- Contém Informações Técnicas -

Sabia que... …a Titebond é a conhecida cola PVA para madeira a qual tem na sua composição adição de resina que lhe confere novas propriedades e resistência, tanto contra a passagem do tempo quanto ao choque? É também conhecida por cola amarela.

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(4) Enquanto não passam as 24 horas necessárias à secagem da cola no corpo, passou-se ao desenho do braço e cabeça.

Fica assim pronto para o corte e desbaste.

(5) As placas que formam o corpo, unidas após 24 horas de secagem.Foi realizado o desenho como guia para corte na serra de fita. Dia 2.

(6) Após o corte grosseiro com serra de fita, seguiu-se a modelagem com a túpia e fresa de rolamanto com Ø12mm, para tal foi utilizado um gabarito como guia.

Sabia que... …outra cola muito usada nas luthierias, é a cola Hide Glue, à base de Colagénio?Utiliza-se a quente após ser levada ao estado líquido, sendo a preferida de muitos luthiers em detrimento das colas sintéticas. Esta é uma cola reversível.

A Titebond também já a comercializa pronta a usar. ...(Embalagem Castanha).

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(7) Chegamos assim ao corpo cortado/moldado. Pronto para o trabalho geral com lixa.

(8) Afagamento, 1ª parte, com lixa rotativa nas laterais. Dia 3.

(9) Afagamento geral, 2ª parte, com lixadeira de disco e manual, lixa com grão 120, Dia 4.

Lixa com esponja, diversos grãos. Dá-nos um resultado mais satisfatório no polimento.

Disco de lixa para lixadeiras. Diversos grãos.

Sapelli/Mogno, Cor natural

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(10) Aspeto após primeiro afagamento e polimento com lixa de grão 120.

Neste estado o corpo está pronto para receber as aberturas para encaixe do braço, pickups, ponte e parte elétrica. Para as aberturas recorre-se a fresas com rolamento que facilitam o processo.

Informação técnica:

Como o modelo o requeria, foram feitos os rebaixos para Braço e Barriga. Nota-se no perfil:(Forearm cut) (Tummy cut).

Dia 5.

Fresas para madeira com rolamento, ideais para cortes e vazamentos perfeitos quando se utiliza um gabarito como guia.

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(11) Primeiro desbaste do Headstock ficando com espessura de 16mm. A cabeça será do tipo Plana (Straight). Abertura da cavidade do Tensor de dupla ação (Truss Rod) de 440mm.

Observe-se abaixo a colocação do truss rod. Este deve ficar sob a escala com uma abertura, neste caso, junto ao pente para afinação.

(12) Em baixo. Após algumas horas de modelagem do bloco de madeira do braço e da abertura dos 6 furos de 10mm para colocação das tarraxas, chegámos ao resultado visível. Fica a aguardar a escala. - Medida do Pente (Nut) é de 42mm e da Quilha (Heel) é de 56mm. Shape em “C”. Dias 6, 7.

Informação técnica:

Sabia que… ...neste tipo de cabeça Plana, o furo da tarraxa da corda Sol, (3ª corda), encontra-se sempre alinhada com o centro da escala/braço?

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Informação técnica:

O que é o Tensor (Truss Rod) e para que serve?Se tivermos em conta que a tensão total exercida pelas cordas no braço de uma guitarra

corresponde a uma força que ronda os 60Kg, chega-se à conclusão que o braço da guitarra é algo a que teremos de prestar extremo cuidado.

O braço está assim constantemente sob grande tensão e é fácil imaginar algum empeno que a ação do tensor vem assim resolver.

O tensor é pois um aparelho de dupla haste metálica, unidas nas extremidades e em que numa delas existe um parafuso/rosca.

Quando o tensor está Livre ou se encontra sem ação, o braço da guitarra tende a inclinar em resposta à tensão exercida principalmente pelas cordas.

Da mesma forma, quando apertado, o tensor cria uma força contrária, resistindo a essa inclinação e levando a madeira ao seu estado natural.

Ao girar o parafuso, apertando ou afrouxando, assim o tensor ganha uma forma côncava ou convexa, para que possa exercer força contrária à curvatura da madeira causada pela, não só, tensão das cordas, mas também efeitos atmosféricos e com isso corrigir esse empeno.

O Tensor é sempre colocado no interior do braço aquando o seu fabrico, ficando a abertura para a porca de ajuste numa das extremidades e com acesso do exterior.

A primeira patente de um Tensor é de Thaddeus (Tim) McHugh, um colaborador da Gibson, no ano de 1921.

Hoje existem diversos modelos de tensores, de ação Simples e Dupla, sendo a sua função a mesma em todos os casos.

É aí que o músico ou luthier interfere na regulagem para atribuir à madeira a tensão contrária àquela que possa apresentar e deixa-lo de acordo com as exigências.

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(13) Voltando ao corpo. Abertura da cavidade para fixação do braço no tipo aparafusado (Bolt-on). Dia 8.

1º Vazamento com broca de Ø20mm.

2º Afundar a 22mm, medida de acordo com a espessura da Quilha do braço, utilizando Túpia e fresa de Ø12mm. Foi empregue um gabarito de acrílico como guia para o corte.

3º Cavidade do braço (Neck Pocket) terminado.

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(14) Abertura da cavidade dos comandos na parte posterior do corpo e posteriormente aberto ressalto de 2,5mm para encaixe da tampa plástica.- Abertura dos 6 furos de 3mm para passagem das cordas que atravessam o corpo. Estes, tendo em conta o tipo de ponte, são feitos a uma distância estudada de acordo com comprimento da escala, que em Ebora Guitars é de 647,70mm, medida onde ficarão as selas e onde as cordas irão assentar.

- Fabrico da tampa plástica de 3 camadas e com 2,5mm espessura.

(15) Abrir furos de Ø4mm para montagem do braço. Abrir caixa de Ø14mm para encaixe da Virola (Neck mounting ferrules).

Abertura da caixa de Ø35mm para embutir medalha “Ebora Custom Guitars”.

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(16) Placa de madeira Wengué com 6mm espessura para escala.

Régua com marcação da escala para corte dos slots. Dia 9.

(17) Abertura dos Slots para embutir os trastes.A medida da escala em Ebora Guitars é de 25,50’’. Iremos utilizar trastes em Aço Jumbo 2,7 X 1mm

Aspeto da madeira Wengué

(18) Retificar/lixar com taco Nº.12 e lixa de grão 80. Esta ação, demorada, serve para atribuir à escala a curvatura ou Raio de 12’’ que utilizamos nas nossas guitarras. Dia 10.

Sabia que... ...o comprimento da escala difere de marca para marca e por vezes, dentro da marca, difere entre modelos? Entenda-se por comprimento, a medida que vai do pente à ponte. Em Ebora Guitars optámos pela medida de 25,50’’ que equivale a 647,70 mm.

Outras marcas:Gibson PRSFenderIbanez ORM1Vox Virage II

= 24,75’’ = 25,00’’. (635,00 mm)= 25,50’’ .(647,70 mm)= 24,00’’ .(610,00 mm)= 25.12’’ .(638,00 mm)

(628,65 mm)

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Informação técnica:

Como calcular a medida entre trastes e, por conseguinte, o comprimento da escala?Em Ebora Guitars optámos por utilizar a medida de 25,50’’ para as nossas escalas, mas

poderíamos ter escolhido outra, maior ou menor. Foi por isso fácil encontrar um gabarito da Fender com a medida pretendida e o trabalho já feito para, em cada escala construída, a utilizarmos como régua guia sem recorrer a cálculos frequentes, no entanto se quisermos construir uma guitarra de escala diferente, como por exemplo uma Barítono com escala mais longa, 28,62’’ (727,07mm), teremos obrigatoriamente recorrer a cálculos matemático. Vejamos como fazer estes cálculos com este texto de autor desconhecido mas que adaptámos à nossa realidade.

Assim:...O espaçamento entre os trastes da escala é um problema interessante que surge aquando

da construção da guitarra. Os trastes dividem a escala em intervalos de meio-tom temperado, que corresponde a uma razão com uma frequência de 1.05946 o que é muito perto da razão 18:17, o que nos introduz a Regra dos Dezoito. Esta Regra dos Dezoito diz que cada traste deve estar colocado a 1/18 da distância restante (d) do último traste até à ponte. Assim, o espaçamento entre os trastes (X) vai diminuindo à medida que se vai percorrendo a escala em direção à ponte.A partir do momento em que a razão 18/17 atinge 1.05882 em vez de 1.05946 (um erro de 0.07 %) cada meio-tom vai ficar ligeiramente mais pequeno. Na altura em que se atinge o décimo segundo traste a oitava vai estar 12 Cent (12/100 meios - tons) mais curta, que é percetível ao ouvido humano. Então, para se obter uma melhor afinação, deve-se usar o número 17,817 em vez de 18, ou seja, cada traste deve ser colocado a 0.05613 da distância restante à ponte. Outro problema presente neste instrumento, é que quando premimos uma corda contra a escala, estamos a aumentar ligeiramente a tensão da corda. Este efeito é mais evidente nas guitarras de cordas de aço que nas de nylon. Assim, as notas obtidas nos trastes tendem a ser ligeiramente mais agudas do que quando obtidas numa corda solta. Quanto maior for o espaço, em altura, entre a corda e a escala, maior será o efeito de Sharpening. Para compensar esta alteração de tensão das cordas, provocada pela digitação das notas nos trastes, a distância do pente à ponte é tornada ligeiramente maior do que o comprimento da escala usada para determinar o espaçamento dos trastes. Este pequeno comprimento extra é chamado de compensação da corda "String Compensation", e está compreendido entre 1 a 5 mm.

O comprimento da corda, do pente à ponte, (y), no nosso caso 647,70mm, divide-se por 17,817 e com o resultado (36,35mm) acha-se o primeiro traste. Com a medida restante faz-se a mesma operação e acha-se o segundo traste e assim por diante.

EX: 647,70 : 17,817 = 36,35 comprimento do primeiro traste a contar do pente. 647,70 - 36,35= 611,4 611,4 : 17,817 = 34,31 comprimento do segundo traste. 611,4 – 34,31 = 577,09 577,09 : 17,817 = 32,38 comprimento do terceiro traste.

E assim por diante até ao último.Depois de traçados todos os trastes conseguimos, movendo as selas, afinar a "String

Compensation” entre os 1 e 5 milímetro referidos acima e conhecido como micro afinação.

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(19) Após retificação com o taco Nº. 12 e lixa 80, obtém-se um Raio de 12 Polegadas.

Sabia que... ...cada marca de guitarras opta por fornecer um Raio de escala com a qual se identifica ou no qual acredita? Nós em Ebora Guitars optámos pelo Raio de 12’’.

Outras marcas:

Fender VintageFender ModernGibson Les PaulGibson J-45 Jackson Most Ibanez AEL207E

= 7,25’’= 9,50’’= 12’’ = 16’’= 16’’= 10’’

Informação técnica: O que nos levou a optar pela medida de 12’’ para o Raio de escala nas guitarras Ebora?É sabido que os músicos modernos utilizam muito os Bends e isso se torna mais fácil numa escala mais plana, já numa com curvatura mais acentuada, existe sempre, caso o Setup do instrumento não esteja afinado ou a curvatura das Selas (saddles) não acompanhem a curvatura do braço, o “perigo” de trastejamento o que é por demais desagradável. Assim uma curvatura de 12’’ dá-nos melhores resultados que uma de 9,50’’, embora menos ergonómica à mão do músico.

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(20) Abrir furos de Ø6mm e aplicar pontos de Madre-pérola (Abalone) com cola epóxi. Dia 12.

Retificar excessos de cola com lixa de grão 80 e polir com lixa de grão 120, 180 e 320. Dia 13

(21) Colagem da escala ao braço. O tempo de secagem é de 24 horas sob pressão. Dia 14.

Segue-se afagamento das laterais da escala de acordo com o perfil do braço e abertura do Slot para embutir o pente em osso. Dia 15.

(22) Concluído, aguarda colocação dos trastes.

Foram também colocados os pontos laterais em polímero LCP “Vectra” (Poliéster de Cristal Líquido).

Aspeto após polimento.

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(26) Quebra do ângulo vivo do corpo, e arredondando com raio de 3mm.Polimento geral do corpo com lixas 120/320/600

(25) Abertura das cavidades dos Captadores. 3 Single Coil sem escudo (pickguard). Dia 16.

- O meu pequeno ajudante aqui na oficina, Sr. Beatle, após um dia de trabalho a fazer o seu merecido descanso. Deixem-no ficar!!

Sabia que... ...os pickups que utilizamos em Ebora Guitars são peças Custom, fabricados na cidade de Wells, distrito de Mendip de Somerset, no Reino Unido e que importamos diretamente da fábrica?

(27) Blindagem das cavidades dos Pickups e dos comandos com Tinta Condutiva. Dia 17.

Informação técnica:A Blindagem, conhecida por Shielding, é por demais importante quando se tratam de guitarras equipadas com Single Coil e serve para “atenuar” o característico zumbido/Ronco, provocado pelos captadores e conhecido como (Hum 60Hz).Com a Blindagem criamos assim uma aproximação à Gaiola de Faraday.

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(23) Continuando. Alinhamento e abertura dos furos para os parafusos de suporte das tarraxas.

Finalmente a Apache T7 ganha forma, as peças encaixam e o projeto conquista um lugar na mesa de trabalho para a montagem dos trastes e inspeção geral antes de passarmos à aplicação da cobertura e finalização do projeto.

Modelo: SG381-07 – Relação de Transmissão = 16:1

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Informação técnica:

Que se entende por Relação de Transmissão?Relação de Transmissão, Rácio ou Relação de Giro das Tarraxas de Afinação são termos em

português para o Gear Ratio utilizado internacionalmente. Quase todas as marcas de tarraxas nos informam qual a Relação de Transmissão dos seus

produtos, mas que informação é essa que nos dão do tipo 16:1, 24:1 ou 35:1, por exemplo?Bem, uma Relação de Giro ou Gear Ratio de 12:1, típica nas Fender mais antigas, significa

que o eixo da cravelha (a pega) precisa dar 12 voltas para fazer o eixo principal (haste onde a corda é inserida) girar uma volta completa, já uma 24:1 significa que deveremos dar 24 voltas à pega para o mesmo efeito. Isso tem a ver com o número de dentes da cremalheira existente no interior da tarraxa. Ver abaixo.

A princípio poderá parecer que uma relação mais baixa possa ser melhor pois dá menos trabalho na hora de colocar as cordas ou afinar, mas será mesmo assim? Uma relação mais baixa pode ser mais cómoda, mas não mais vantajosa, pois com os afinadores digitais modernos, podemos perceber que por vezes o ponto ideal da entoação está entre um dente e outro da cremalheira da tarraxa e fica difícil afinar, enquanto o contrário, com uma relação mais alta, da-nos a sensação de estar a girar a cravelha e não chegar ao ponto pretendido, no entanto uma vez lá chegado, é garantido, a afinação é mais precisa.

Assim: Quanto maior a relação de Giro, mais precisa é a afinação. O bom mesmo é mantermo-nos a meio da escala e optar por tarraxas em torno a um um Gear Ratio de 20:1 que, sem perder tanto tempo a achar o ponto de afinação, conseguimos uma precisão razoável.

Inovando: Entretanto inova-se! Uma marca no mercado lançou um modelo de tarraxas em que para

cada corda uma tarraxa com Relação de Transmissão diferente.Obtém-se com isso um ajuste fino nas cordas mais grossas e um ajuste mais grosso nas restantes; entre 12:1 a 39:1 e isso, segundo eles, fará toda a diferença…

“The Simple Genius behind Synchronized Machine Heads”.

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Montagem dos trastes e todo o trabalho daí inerente e que é de extrema importância, tal como Retífica, Nivelamento, Coroamento e Polimento. Neste ponto o tensor deve estar livre e o braço/escala deve estar completamente nivelado.

A: Régua de nivelamento dos trastes.B: Régua de Ação. Mede a altura das cordas aos trastes e aos pickups, entre outras.C: Régua para calcular separação das cordas no pente. Diferentes larguras de braços.

(24) Retífica dos trastes com taco abrasivo, criando nivelamento. Segue-se o arredondamento com lima própria num processo chamado Coroamento. Dia 18.

Segue-se:- Afagar/limpar rebarba do corte nas extremidades dos trastes com ângulo de 130º (50º). - Polimento dos trastes com palha-de-aço e lixa 1200. - Polimento geral do braço e escala com vários grãos de lixa. Dia 19.

Sabia que... Em Ebora Guitars utilizamos sempre e só trastes de aço inox pois esses resistem ao desgaste mais que qualquer outro metal ou liga, tais como latão, bronze, níquel etc.?Em cima um exemplo de traste de Niquel/prata “corroído” pela ação da pressão das cordas.

Taco para retificar extremidades dos trastes com lima num ângulo obtuso de 130º.

O ângulo serve para deixar os trastes metálicos de forma a não ferir a mão do músico.

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(26) Aplicação de Óleo Dinamarquês “Danish Oil”, como revestimento e tratamento da madeira. A utilização confere à madeira um aspeto molhado, acetinado e aveludado ao toque. Reaviva a cor da madeira e faz contrastar os veios.

com 4 camadas de verniz Poliuretano de alto brilho. - Carimbar Número de Série na parte traseira da cabeça com tinta metálica de “prata”. - Aplicar cobertura de Óleo Dinamarquês em todo o braço e encerar a escala. - Montagem das tarraxas.

Dias 20, 21, 22 .

Informação técnica:À direita. Jogo de arames de aço estriados e com diversas

espessuras que servem como limas para abrir os sulcos (slots) no pente com as medidas diversas pretendidas para a passagem das cordas. Para o mesmo efeito existem limas de diamante e de várias espessuras.

Dias 20, 21, 22

(25) Retífica, Nivelamento, Coroamento e Polimento dos traste. Mais uma etapa concluída e passamos ao “Make Up” com aplicação do Logótipo e envernizado na parte frontal do headsock

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Informação técnica:Para a eletrónica utilizámos o sistema 7 tons com Condensador PIO Vintage de 0,047uF de fabrico soviético, conta também com sistema Treble Bleed, Switch de 5 vias mais mini Switch Toggle on/off e3 potenciómetros Alpha: 1X A250KOhms + 2X B250KOhms.

Sabia que... ...no volume por norma são utilizados potenciómetros Logarítmicos (A) enquanto no controle de Tom, utilizam-se potenciómetros Lineares (B ou L)? - No entanto tudo isso depende muito do gosto do músico e da resposta que pretende quando gira um ou outro botão. Pode-se portanto empregar só potenciómetros Lineares ou inverter, Logarítmico no Tom e Lineares no volume. Então qual a diferença entre Logarítmico e Linear?...

- Na imagem ao lado podemos ver a curva mecânica e o seu comportamento quando o potenciómetro é girado.O Linear tem mais ataque e um comportamento mais direto e constante, o Logarítmico atua mais no ultimo terço do seu curso, logo, tem um comportamento em crescendo mais “suave”.

Esquema

Algum Hardware...

Dos modelos de pontes para guitarra existentes no mercado optámos por utilizar o modelo Hardtail da Wilkinson com corpo em aço cromado e 3 Selas duplas de bronze.

Informação técnica: Os Potenciómetros de 250KOhms são os indicados para guitarras com Single Coil ou Baixos. Isto por terem a vantagem de atenuar os agudos deste tipo de Pickups.

Condensador de Tonalidade Vintage, “Paper in Oil” com 0,047uF e 500V. Fabricado na antiga URSS e importado recentemente da Rússia.

Selas ou Saddles

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(27) Dia 24. Montagem da parte elétrica e de todo o Hardware que faz parte do corpo, seguirá a montagem do braço, cordas e Setup final.

Finalizada. 2 Julho de 2020Et voilà...

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SERIES:MODEL:

NAME:SERIAL NUMBER:

NECK PROFILE:SHAPE:

SHIELDING:MACHINE HEAD:

STRINGS:STRING GUIDE:

FRETWIRE:SCALE:FRETS:

RADIUS:TOP INLAY:

SIDE DOTS:PICKGUARD:

PICKUP NECK:PICKUP MIDDLE:PICKUP BRIDGE:

CONTROL:TREBLE BLEED:

TBX TON CONTROL:SWITCH:

TONS:TON CAPACITOR:

JACK/COVER:TRUSS ROD TOOL:

NECK MATERIAL:NECK:HEAD:

FRET BOARD MATERIAL:NUMBER OF STRINGS:

COLOR BODY:NUT:

MATERIAL BODY:DROP TOP:

BINDING BODY:BRIDGE:WEIGHT:

RAW SERIES PROF.RILA-SAPACHE T7RILA-S H0S3.0009.20

CVW TYPECONDUTIVE PAINTGOTOH SG381-07 1:16FENDER 0,010/0,046YESSTAINLESS STEEL25.5"22 JUMBO 2,7mm12"ABALONEYESNOENTWISTLE CUSTOM - XS62N 7,5kENTWISTLE CUSTOM - XS62N 7,5kENTWISTLE CUSTOM - XS62N 9,5kALPHA POTS 250K. 1 VOLUME - 2 TONEYESNO5-WAY BLADE + MINI TOGGLE SWITCH7 TONS0,047uK (Paper in oil Vintage)MONO 2P STEELINCLUDEDMAHOGANY / SAPELLYBOLT-ONSTRAIGHTWENGE6NATUR WOOD (Danish Oil)BONE, 42mmMAHOGANY / SAPELLYNONOWILKINSON WTBS (F-TYPE)8,850Lb – 4,025Kg

Características Gerais

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Informação técnica:

As Madeiras utilizadas neste projeto- Na escala: Wengué. Esta madeira é produzida pela árvore tropical Millettia laurentii, uma espécie

localizável na África oriental, principalmente nos Camarões, no Congo, no Gabão, em Moçambique e na Tanzânia. Além disso, costuma ser comercializada sob o mesmo nome da madeira obtida da árvore panga-panga (Millettia stuhlmannii) pelas similaridades de cor, textura e propriedades. A madeira wengué recebe também o nome de jambire, messara, mpande e awoung, e está classificada como espécie ameaçada desde 1998.

CORA madeira wengué apresenta uma cor castanha muito escura com finas listras pretas. É uma das

madeiras mais escuras, juntamente com o ébano, e tende a escurecer mais com o tempo se não estiver exposta à luz do sol.

TEXTURAA madeira wengué tem uma composição densa e dura, a fibra é reta e o grão varia entre o médio

e o grosseiro.

DURABILIDADEÉ um dos materiais mais fortes do mercado, por isso a madeira wengué resiste muito bem às

térmitas e à humidade.

CARACTERÍSTICASA madeira wengué manipula-se com dificuldade devido à sua dureza, sendo muito difícil de colar e

pregar devido aos taninos na sua superfície. A sua manipulação deve realizar-se com a proteção adequada para não haver riscos de irritação na pele e nos olhos causados pelo pó que sai da madeira ao ser cortada. Não obstante, a madeira wengué apresenta riscos mínimos de deformação ao ser manipulada com máquinas. O borne é medianamente impregnável, ao contrário do cerne que praticamente não impregna nada, e a sua secagem é lenta. Densidade: 870 Kg/m3.

UTILIZAÇÕESA madeira wengué emprega-se fundamentalmente na elaboração de instrumentos musicais, no

fabrico de marcenaria fina e mobiliário torneado e curvado, em carpintaria de interior e de exterior.

- No braço e corpo. Sapelli, também conhecido como sapelly ou abebay, é uma árvore que provém da África tropical. Existe, mais concretamente, no Uganda, nos Camarões, na República Centro africana, no Zaire, no Gana, na Nigéria, no Togo e na Serra Leoa.

CORA madeira de sapelli tem um aspeto semelhante ao da nogueira, mas com uma cor mais rosada,

avermelhada ou púrpura que com o tempo tende a escurecer.

TEXTURAA madeira de sapelli é uma madeira dura e semipesada. A sua fibra é entrelaçada e às vezes tem

listras. O seu grão é fino e de poro pequeno.

DURABILIDADEA característica mais apreciada na madeira de sapelli é precisamente a sua resistência ao

apodrecimento e a duração do material face ao clima, embora seja suscetível de ser atacada por insetos.

CARACTERÍSTICASÉ fácil de se trabalhar, apesar de se ter de insistir no seu aplainamento para retirar as farpas ou polir

deformações resultantes da dureza do material ao cortá-la. Aceita bem tinturas, colas e vernizes, e o seu contacto com o ferro pode manchá-la ou descolorá-la. É importante a utilização de máscara e luvas quando se trabalha com a madeira de sapelli; apesar de não ser habitual provocar reações graves, é possível que possa irritar a pele e as vias respiratórias ao ser manipulada. Densidade: 650 Kg/m3.

UTILIZAÇÕESA madeira de sapelli é utilizada principalmente para o fabrico de embarcações e carpintaria geral de

interior e exterior. Também são comuns alguns usos exóticos como a elaboração de instrumentos musicais, tais como pianos, guitarras, ou alguns elementos de percussão que aproveitam a sua qualidade de som oco.

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O acabamento- Como vimos, no acabamento foi utilizado o Óleo Dinamarquês. Este “óleo” é um produto composto do tipo Alquídico (Alkyd), é muito utilizado pelos luthiers e carpinteiros nos Estados Unidos. Trata-se de uma mistura de Diluente e Verniz os quais geram um tipo de poliéster, ao que se junta depois um óleo secante que pode ser Linhaça, Tung ou outro.Esta mistura composta por estes 3 produtos, em partes iguais, hidrata a madeira, enverniza QB e penetra por forma a deixar a superfície acetinada e protegida, realçando a sua cor e o desenho dos veios. - A parte frontal da cabeça foi tratada com Verniz Poliuretano de alto brilho.

O que é um Luthier?- Luthier é um construtor e reparador de instrumentos de cordas.A palavra é francesa e deriva de Luth, que significa Alaúde. Luthier é portanto o profissional especializado na construção e reparo de Alaúdes (na sua origem) e que mais tarde se estende a todos os outros instrumentos de cordas com caixa de ressonância que foram aparecendo, tais como violinos, violas, violoncelos, contra-baixos, guitarras, bandolins etc. e hoje em dia também as elétricas. Em português pode-se utilizar a expressão "Violeiro".

* Luthier - Profissional que constrói e/ou repara instrumentos de cordas. * Luthieria - É a oficina onde se desenvolve o trabalho (é como dizer Carpintaria). * Lutheria - É o nome dado à profissão do Luthier. (Ex: - Ele trabalha em Lutheria).

Reportagem fotográfica do projeto terminado, pode ser vista em: http://www.chinitarte.net/eboraguitars/galeria.html

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Partes de uma GuitarraInformação técnica:

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2020EboraGuitars

©Francisco Chinita

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