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ThomasKiernan
Há
dúvidassobrea
posiçãode
YassirArafate
a
OLP
comorepre—
sentantesdo
povo
palestinoAlguns
imaginamque
todosos
palestinos.
inclusrveos
que
Vivemna
Margem
Ocidental.endossam&
OLP,
outros
acreditamque
Arafat
respondeso»
menteporum
grupo
extremistade
descontentes.0fato.entretanto.é
que
Ara—
fat
não
representanada
disso.Ele
fala,e
tem
faladodesde
1967.pelo
Governoda
Síria.Não
representaos
palestinosem
gerale
nem
mesmo
uma
parte
específicade
palestinos;
ele
representaseus
superioresnore-
gimesírio.Em
1966,o
CoronelSulayman
Faqr,da
políciasecretado
exército
sírio,
designouYusef
al-Urabi,capi—
tãodo
exército,
comandantede
YassirArafate
seus
colegasno
mo-
vimentoFatah.Numfútil
esforço
por
estabelecersua
autonomia.o
Fatahmatou
Urabi.Arafattentou
fugirda
Síriaparao
Líbano,mas
foi
detido6
aprisionadoem
Damas-
co,
ondese
decidiufuzilá-lo.A
exe—
cuçãofoi
adiada
enquantoo
Coro-
nel
Faqr
negociouum
acordosim-
plescomele:a
vidade
Arafatem
trocado
controledo
Fatah.Arafat
concordou,e
desdeentãotem
ope—
radosob
orientação,controlee
sub—
sfdiodos
sucessivosregimessírios.
Em
1974,viajeipelo
Oriente
Médio
coletandomaterial
paraum
livroqueme
tinhasido
encomenda-
do
porum
grandeeditor
norte-ame-
ricano.0
temaeramos
árabes—e
um
dos
meusalvos
principaispara
entrevistarera
YassirArafat.
Conse-
gui
finalmentefalarcomele
em
Bei—
rute,no
verão
daqueleano.Na
épo-
ca,
mencioneique
estava
interessa-
'doem
escreversua
biografia,desde
que
pudesseobtersua
cooperação.
Quandochegoua
horade
entrarem
detalhes,aprendiquea
idéiaque
Arafattinhade
“cooperação”era
radicalmentediferenteda
minha.
Evidentemente,ele
pensavaqueeu
queria
escrevera
históriada
suavi-
da
conformeditada
porele(e
inú-
meroscolegasdo
Fatah).Deixeicla-
ro
quesó
desejavasua
cooperação
para
poder
escreveruma
biografia
objetiva,não
servirde
“ghost-wri-
ter”para
sua
autobiografia.Ãquelaépoca,
minha
motiva-
ção
principaleraa
curiosidade:que
espéciede
homemera
esse,quede
formatão
súbitapassoua
ocuparo
centrodo
palco?Poucose
sabiaso-
bre
Arafat,e
eu
estavaávido
por
descobrirseo
queera
sabidoerafa-
chadaou
realidade.Por
conseguin-
te,a
despeitode
ter
compreendido
que
muitopouco
viriaa
saberatra-
vés
dele
mesmo,diSpus—mea
entre-
vistar
membrosde
sua
família,cole-
gasde
infância,seus
primeirosca-
maradasno
ativismopolíticoe
fun-
cionáriosde
vários
governosárabes
ThomasKiernan,
escritore
jor-
nalista
americano,é
o
autorde
vá-
rios
livros,
destacando-se,entreos
mais
recentes,Os
Árabes:sua
histó—
ria,
seus
objetivose
o
desafioao
mundo
industrializado,da
Little,
Browne
Arafat,o
homeme
os
mitos,da
W.W.
Norton.
Está
trabalhandoatualmente
numlivro
sobreBebe
Rebozoe
RichardNixon.
que
tiveramcontatocom
Arafat.E
o
quevima
saberé
tremendamente
diferentedo
que
esperava,e
queo
mundojulga.
Há
vários
caminhosparase
che—
gara
ser
um
revolucionário.Arafat
gostade
contarque
sua
formação
foi
marcadapor
diversosepisódios
dramáticos—
expulsãode
sua
casa
em
Jerusalém,testemunho
pessoal
da
tragédiade
Deir
Yassine
assim
por
diante.Mas
aconteceque
Yassir
Arafatnão
nasceuem
Jerusalém.
Não
testemunhouos
acontecimen-
tos
em
Deir
Yassin.Sua
vidade
criançanãofoi
marcadapor
encon-
tros
repetidoscomas
consequências
da
tensão
árabe-judia.Foi,
sim,
pontuadade
umasériede
encontros
com
adultos
fascinantes,cadaum
dos
quais
“capturou”Arafat
por
algum
tempo,usou-o,e
o
passou
adiante.Arafat,tantoem
criança
como
quandohomem
jovem,busca-
va
um
herói—
provavelmentecomo
substitutopara
seu
inútil
pai—e
sua
históriapodeser
contadada
melhorformae
coma
maiorpreci-
são
como8
históriados
heróisque
ele
encontrou.Descrevoa
seguiros
doismais
importantes,assimcomo
os
episódios-chaveno
desenvolvi-
mentode
Arafat.
Os
sangrentosdistúrbiosde
1929na
Palestina,quandoquase
mil
judeusforam
mortos,constitui-
ramo
primeirosinalrealde
umare-
sistênciaárabe
nacionalistaà
coloni-
*zaçãosionista.Até
então,a
resistên-
cia
tinhasido,de
modogeral,es-
pontânea.A
pessoaque
recebeu
amplocrédito
porter
organizadoe
disciplinadoo
nacionalismoárabe
foi
Haj
Amin
al—Husseini,o
Grão—
Muftide
Jerusalém.Haj
Amincon-
o
mais
destacado111181
poli-■
111111011■ticoda
resistênciaaté
que
seusdi-
versos
equívocosajudarama
tornar
realidadea
criaçãodo
Estadojudeu,
e
puseramo
movimentode
resistên-
cia
num
círculode
apatiae
impo-
tência.Ohomem
que
conhecemosho-
je
comoYassirArafatnasceubem
na
épocados
distúrbiosde
1929,
num
ramo
distanteda
familiade
Haj
Amin.O
locale
181111118118
8811
nascimentosãoas
duascoisassobre
as
quais
Arafatmenos
gostade
ser
interrogado.Sua
resistência8
iden—
tíficaçãocomo
Grão-Muftié
perfei-
tamente
compreensível,visto
quea
atual
geraçãode
nacionalistasára-
bes
vêemo
falecido11118180111■1188■
prezo.A
questãodo
seu
localde
nascimento6
mais
complexa.
Comomuitoslíderes
revolucio-
nários,Arafattentoucriarumaori-
gem
misticaparasi
próprio.Fre-
qiientementegaba—sede
quea
casa
onde
nasceue
foi
criadoestavaa
apenasalgunspassosdo
Murodas
Lamentações.Geralmenteconclui
esta
“reminiscência”com
018111811-
to:
“E
claroquea
casanão
existe
mais.Os
judeusnos
expulsaramem
1948.
Depois
demoliram-na,em
1967.”Masos
membrosda
familia
de
Arafatquese
arriscarama
falar
comigosobreeste
tema
consideram
a
históriade
“Jerusalém”como
uma
brincadeiraparticular.Quando
elaé
mencionada,piscamos
olhos
ou
dão
risadinhas.Poisse
há
desa-
cordodentroda
famíliaquanto8
questãolimitadade
seuspais
terem
viajadodo
CairoparaGaza
pouco
antesdeleter
nascidoou
logode-
pois,
Jerusalém
simplesmentenão
entrana
questão.Istonão
querdizer
que
Arafat
não
tenha
qualquerligação
comJe-
rusalém.Partede
sua
famíliaime-
diata
originou-sede
lá.
Suamãeera
uma
mulherbaixa,
morena,chama-
da
HamidaKhalifa
al-Husseini.Era
filhade
um
mercadorfrequente-
mentefalido
chamadoMahmoudal-
Husseinie,
atravésdele,
primaem
segundograude
Haj
Amin,o
Grão-
Mufti.Opai
de
Arafat,
Abdelrauf
Muhammadal-Qudwa,era
filhode
umdos
principaismercadores81811-
fundiáriosde
Gaza.
Segundocorre
na
família,o
casamentodos
paisde
Arafatfoi
arranjadopelosdois
pais.
Rahmanal-Qudwzviuna
filhade
Mahmoudal-Husseiniuma
maneira
felizde
ligarsuaclã
meio
plebéia
comumadas
famíliasmais
respeita-
dasde
Jerusalém,descendentesdi-
retosde
Maomé.E
Mahmoud,de
seu
lado,algo
marginalentreos
al—
Husseinispor
causade
seus
freqiien-
tes
problemasfinanceiros,viu
em
Abdelraufum
caminhoparaas
for-
tunas
mercantisdos
al-Qudwa.Os
dois
jovens
casaram—seem
Jerusa-
léma
17de
maiode
1917.
Radicaram—seem
Gaza,e
811
Abdelrauffoi
muitobem
sucedido,
progredindomais
rapidamenteque
váriosde
seus
irmãosmais
velhosna
administraçãodas
empresasda
fa-
■1111118■Sem
dúvidagraçasao
prestí-
gio
que
ganhouatravésdo
casamen-
to,à
épocada
mortede
seupai,em
1924,ele
estava
chefiandometade
do
impériocomercialdos
al-Qudwa.
Sua
esposaHamidajá
tinhadadoà
luz
dois
filhos—
um
meninochama-
do
BadirMutar8
111118
11181111188118-
mada
Fátima,e
umano
depois,nas-
ceu
um
segundomenino
—
Zaid
Omar.Logoapósa
mortede
seu
pai,
Abdelrauffoi
persuadidoporseu
sogro
Mahmoudde
que
podiamfa-
zer-se
grandessomasde
dinheiro
atravésda
importaçãoe
vendade
artigos
religiososàs
colôniassionis-
tas,
que
proliferavamrapidamente
na
Palestina.Abdelrauf
concordou
em
estabelecerMahmoudnos
negó-
cios.
Entretanto,logo
chegouaos
ouvidosdos
escalõessuperioresdo
SupremoConselho
Muçulmano,
queera
chefiadoporHaj
Amin,in.
formaçãosobresuas
atividades.O
fatode
queum
al-Husseiniestivesse
lucrandocomo
odiadoinfluxosio-
nistaera
um
profundoconstrangi-
mentopara0
Mufti,e
ele
enviou
uma
mensagema
Mahmoude
Abdelraufparaque
interrompessem
os
negóciose
desistissem.Quandoos
dois
hesitaram,sua
loja
recém-alugadaem
Ramallahfoi
queimada.Abdelrauf
persistiu,rea-
brindoo
negócioem
Gaza.Ali,no
iníciode
1927,os
laranjaisdosal-
Qudwaforam
vítimasde
vândalos.
Depois,umasériede
lojasda
famí-
lia
na
principalsoukfoi
saqueada.
Depois,um
pomarde
oliveirasfoi
destruídopelo
fogo.Em
junho,a
esposae
0
filhomais
velhode
Abdelraufforam
apedrejadosna
Praça
Falastinde
Gaza,o
quepro-
vocouum
abortoem
Hamida.Fi-
nalmente,o
próprio
Abdelrauffoi
agredidoe
espancadoporum
bando
de
jovens
seguidoresde
Haj
Amin.
Ao
fimdo
ano,o
impérioco-
mercialdos
al—Qudwaestavaemvir-
tual
colapso.Os
irmãosde
Abdel-
rauf
insistiamem
queele
abando-
nasseo
mal-fadado
empreendimen-
to,e
ele
finalmenteaquiesceu.Mas
mesmodepoisde
ter
renunciado
publicamentea
suas
transaçõescom
os
sionistas,não
houve
descanso.
Ele
tinhasido
estigmatizadocomo
colaboradordos
sionistas,e
final-
menteteve
que
fugirde
Gazacom
sua
família.
Mudaram-separaKhan
Yunisonde
ficaramcercade
um
mês,8
depoisviajaramparao
Cairo,
onde,em
fevereirode
1928,fixa-
ram-senuma
modestacasade
um
bairro
palestinense,8
margemorien-
tal
do
Nilo.Em
julho,Hamidadeu
à
luzo
terceirofilho,NasrMah-
moud.Logoem
seguida,Hamidavol-
toua
engravidar.No
1111810118
1929,
Abdelrauf,sema
antigaren-
da
de
Gaza,
começoua
trabalhar
como
representantecomercialem
Jerusalémde
negociantesegípcios.
Comisso,
passoua
viajarparaJeru—
salémumaou
duasvezes
por
mês,
onde
visitavaseu
sogro
Mahmoud.
Estese
tinha
tornadoum
[183-81111-
nista
fervoroso,8
exortavainsisten-
temente
Abdelraufa
seguirseu
exemplo.Mas
Abdelrauftinha18-
zõesde
sobrapara
guardaramargo
rancorpelo
Mufti,e
recusava-se.
Foi
nesta
épocaque
nasceu
Yassir.
Conquantotenhasido110-
possívelencontrar
quaisquerregis-
tros
oficiaisde
nascimento—
tanto
em
Jerusalémcomono
Cairoou
em
Gaza—um
irmão,uma
irmã,um
dostiosde
sua
mãe,varios
primose
numerososconhecidos
egípcios
concordamem
quea
notíciados
distúrbiosde
1929em
Jerusalémfi-
zeramcom
que
Abdelraufcancelas-
se
sua
viagemde
agostopara
aquela
cidade.Hamidadeveriadarà
luzem
outubro,masa
ansiedadequantoao
destinode
seupaie
sua
famíliaem
Jerusalém
evidentementeprovoca-
ramo
parto
prematuro.Na
madru-
gadade
27de
agostoela
deuà
luz
seu
quartofilho.No
dia
seguinte,
Abdelrauffoiao
Ministériodo
Inte-
riordo
Cairo
registraro
nomedo
menino,Rahman
AbdelraufMu-
hammad
al-Husseinial-Qudwa
—
conhecidohoje
comoYassirArafat.
A
explicaçãomais
plausívelparaa
ausênciado
documentode
region
é
fornecidoporum
primode
Ara-
fat,que
afirmaque0
próprioYassir
dissequeos
documentosforamdes-
111111108por
amigos
membrosdo
ser-
viçode
espionagemegípcio,a
fim
de
preservaro
mitode
Jerusalém.
Sejaqualfora
explicaçãoparaa
au-
sênciados
documentos,0
fatoé
que
Arafatnão
nasceu,não
cresceu
e
na
realidadenuncaviveuemou
próximoa
Jerusalém.
Rahman,comoera
conhecido
inicialmenteArafat,teveuma
infân-
cia
pouconotavelno
Cairo.Alguns
parentes,contudo,
lembramuma
característicapeculiar
—
uma
espé-
cie
de
memória
fotográfica,espe-
cialmentequantoa
textosreligio-
sos.
Antesmesmode
aprendera
ler,
ele
conseguiarepetirpalavraporpa-
lavra
longostrechosdo
Corão,após
ouvi-losumasó
vez.Esta
habilida—
de,
juntamentecomum
comporta-
mentoalgo
taciturno,fizeramde
Rahmanum
enigma,e
mesmoum
aborrecimentopara
seu
pai.
Foi
portantocom
algumalívio
que
Abdelraufdeixoua
educaçãodo
meninoa
responsabilidadede
um
idoso
parentede
Harnida,um
certo
Yussef
al-Akbar.Al-Akbarera
uma
espéciede
sábioe
mestre
religioso
muçulmanodo
bairro,e
ficoumui-
to
impressionadocoma
precocida-
de
religiosade
Rahman.Durante
quatroanosfoielea
figuradomi-
nantena
vidade
Rahman;ao
fim,
sua
relaçãocom
Rahmancustou—lhe
a
própriavida.
Em
1936,
Abdelraufviajoupa-
ra
Jerusalémcom
Badir,seu
filho
mais
velho.Ali
viram-seenvolvidos
numabrigade
rua
entreárabese
iu-
deus,e
emborafossem
inocenteses-
pectadores,foram
espancadosbru-
talmentepela
políciainglesa.Ab-
delraufvoltouao
Cairocomum
ódio
recém-adquiridopelos
ingleses,
convencidode
que
eles
estavam
protegendoos
sionistase
perseguin-
doos
árabes.Ãquelaépoca,um
movimento
subterrâneoegípcio,
extremamente
contraos
ingleses,ganhavapopula-
ridade.
Chamadoal-Ikhwanal-Mus-
limin,istoé,
IrmandadeMuçulma-
na,
tinhasido
fundadoalguns
anos
antespor
um
professorde
ginásio
fundamentalista,HassanBanna.
Proclarnavauma
políticade
“Egito
paraos
egípcios”,praticava
assassí-
nios
políticose
terrorismoe
busca-
va
uma
revoluçãoque
levasseo
Egi-
toa
ser
governadosegundoos
pre-
ceitosdo
Corão.Quando
Abdelrauf
regressouao
Cairo,depoisde
sua
experiênciainfelizem
Jerusalém,
ingressou
imediatamentena
célula
localda
Irmandade,trazendocon-
sigo
seusdois
filhosmais
velhos.
No
ínterim,Rahman0818mais
e
maissoba
influênciade
Yussefal-
Akbar.Neste
período,segundoa
irmãmais
moçade
Rahman,Halma,
o
meninoera
bastante
introvertido.
“Era
semprevitimade
brincadeiras
cruéispor
partede
meus
irmãos0
80118
amigos.No
entanto,nuncarea-
gia.
Ficavasentado0
deixavaque
batessemneleouo
provocassem.
Ficavaolhando
paraeles,sem
piscar
um
olho,até
queeles
ficavamassus—
tadose
paravam.Era
assima
vida
toda.
Mesmoquando
meupai
dava-
lhe
uma
surra,o
que
ocorriafre-
qiientemente,poiseleeraum
meni-
no
desobediente,eleo
encaravaaté
que
meupai
parasse.Então
surgiria
um
leve
sorrisonos
cantosde
sua
boca”.Al—Akbar,talvez
movidopor
uma
combinaçãode
simpatiapela
infelizvida
familiardo
meninoe
ex-
citaçãocomsua
precocidade,pro-
pôsa
Abdelraufadotar
Rahman'e
devotaro
restode
sua
vidaa
trans-
forma-lonum
grandelíder
religioso.
'Quando
Abdelraufrecusoua
pro-
posta,
al-Akdardecidiu
envenenaro
relacionamentode
Rahmancom
seu
pai.
Revelouos
negóciosante-
rioresde
Aldelraufcomos
sionistas,
embebeuo
meninodo
antijudaísrno
clássicodo
islamismoprimitivoe
destaforma
demonstroucomoera
monstruosaa
heresiade
Abdelrauf.
Assim
programado,Rahman
foi-se
tornandocadavez
menosres-
peitosode
seu
pai,
publicamente.
Na
primaverade
1939,
Abdelrauf,
ao
descobrirquea
causado
desres-
peitode
Rahmaneraa
perfídiade
al-Akhbar,invadiua
casado
velhoe
0
acusou.
Al-Akbar
desculpou-se.
Contudo,no
dia
seguinte,foi
en-
contradomorto,
assassinadoa
ma-
neira
especialda
[mandadeMuçul-
mana.Em
agosto,a
polícialocalin-
vestigouo
crimee
concluiuqueos
culpadoseram
Abdelraufe
alguns
de
seus
associadosna
célulalocal.
Ao
saberque
estavaparaser
preso,
Abdelraufbuscouo
auxíliode
HassanBanna.Banna
recomendou-lhe
que
deixasseo
Cairoe
voltasse
comsua
famíliaa
Gaza,paraali
fundaruma
célula.
Acabarade
irrompera
guerrana
Europa,o
que
apresentavaa
Irmandadea
ºportu-
nidadede
expandirsua
influência,
enquantoos
inglesesestavamocu-
padoscom
outras
questões.Segun-
do
Banna,o
potencialparaa
Irman-
dadeem
Gazaaindaestava
paraser
explorado.O
trabalhode
Abdelrauf
seria
organizaras
coisasparaa
Ir-
mandadeem
Gaza.Em
troca,
Banna
cuidaríaqueele
pudessesair
do
Cairosem
maiores
problemas
coma
polícia.Abdelraufe
sua
famíliachega-
ramde
voltaa
Gazano
outonode
1939.
Rahmanfoi
confiadoa
uma
escola
pública,comtrêsde
seusir-
mãos.Longeda
influênciade
al-
Akbar,logoele
começoua
mudar.
A
transformaçãoteve
lugar
devidoà
chegadana
escolade
um
jovempro-
fessor
libanês-palestinochamado
Majid
Halaby.Halaby,filhode
um
rico
proprietáriode
terrasde
Haifa,
tinhasido
educadoem
Paris.Retor-
naraa
Palestinaem
1938cheiode
zelo
nacionalistarevolucionário,an—
siosopor
combatertanto
ingleses
quantojudeusem
prólda
fundação
de
uma
naçãoarabe
palestina.De-
poisde
ser
postoparaforado
negó-
ciode
seupai,porter
tentadosabo-
tara
vendade
terrapara
colonos
sionistas,juntou-sea
um
bandode
terroristasnas
colinasda
Galiléia
Setentrional,chefiados
porum
anti-
sionistachamadoYassir
al-Birah.
Al-Birahfoi
mortonuma
embosca-
da
inglesaumano
depois,mas
antes
de
morrertinha
doutrinadointeira—
menteHalabyquantoàs
virtudesda
violênciae
os
prazeresdo
homosse-
xualismo.Halabyvagueouaté
Jerusalém,
onde
ingressounas
forçasde
Abdel-
qadir
al-Husseini.Sobrinhode
Haj
Amin,
Abdelqadirteveuma
rápida
ascensãoà
proeminência,comoli-
der
substitutodo
movimentonacio-
nalista
haj-aminista—
tendoo
Mufti
sido
forçadoa
fugirda
Palestina
apósa
eclosãodos
distúrbiosárabes
0
o
boicotede
1936.
Em
1940
Abdelqadirenviou
Halaby,que
sabiafalarum
pouco
de
alemão,a
Gaza,para
encontrar
um
submarinoalemão
que
deveria
entregarum
carregamentode
armas
a
umapraia
próxima.Halaby
can-
sou-sede
esperarpelo
U-boate
arranjouum
empregona
escolalo-
cal,
para
ensinarálgebra.Ali
encon-
trou
Rahmanal-Qudwa,entãocom
11
anos,e
espantou-secoma
seme-
lhançaentreo
meninoe
Yassiral-
Birah.Logo
passoua
chamarRah-
mande
“Yassirzinho”.Halaby,cheiode
históriasso-
bre
feitos
terroristasno
norte,com
al-Birah,
rapidamente10111011-86
objetode
adoraçãoem
massados
estudantesna
escola.O
fatode
ter
escolhidoRahman
para1116
1181
atençãoespecial
—e
mesmoafeto
—
elevoumuitoa
posiçãoaindame-
díocredo
meninoentreseus
cole-
gas.
Isto,porsua
vez,
produziuum
casode
dupla
adoraçãopor
partede
Rahman.Ele
gostavade
ser
chama-
do
de
Yassirzinho.Em
poucosme-
seso
“linho”foi
abandonadoe
ele
se
tornou
conhecidosimplesmente
comoYassir.Segundo
Ibrahim
Rashidiyah,
611180
1116111010118
célula
recém-for-
madada
Irmandadede
Abdelrauf,
e
atualmenteveteranocidadãode
Ca-
za,
bem
situado,MajidHalabytor-
nou-se
rapidamentefocode
umari-
validadecadavez
mais
profundaen-
tre
Abdelraufe
Rahman—
ou
Yassir,comoo
chamaremosde
ago-
ra
em
diante.De
fato,
Halabyen-
volveu—senas
vidasde
paie
filhode
maneira180
bizantinaqueas
reper-
cussões
prolongaram—sepor
anos.
Rashidiyahdiz
que
Halaby,em
1942,
recebeuem
Jerusalémordens
de
Abdelqadirde
matar
Abdelrauf
al-Qudwa.O
motivodadoera
que
Abdelraufdesobedeceraa
ordemde
Abdelqadirde
dissolversua
célula
da
Irmandade,queera
considerada
um
perigoso
competidordo
ramo
de
Gazados
haj—aministas.Istoé
confirmadopor
outro
ex-membroda
célula.SalahKwad-
jieh,que
sustentater
sidoo
melhor
amigode
Abdelraufnaquelesdias,
acrescentaque,em
vezde
matar
Abdelrauf,Halabyingressouna
cé-
lulada
Irmandade.Kwadjiehexpli-
caa
atitudedizendo
que"
Halaby
tinha
ouvidorumoresde
que
Abdel
qadirtinhafeitoum
pacto
secreto
comos
inglesespara
suspenderas
atividadesterroristas
haj-aministas
enquantodurassea
guerra.Dizele
que
Halabyestava
enlouquecendo
de
desejode
ação,e
que
ingressou
na
Irmandadeparapôrde
ladoAb-
delraufe
reformara
célulaà
sua
própriaimagem.Rashidiyah,
por
outrolado,diz
quea
únicarazão
porqueHalabyse
juntoua
Abdelrauf,ao
invésde
ma-
ta-lo,foi
queele
estava
obsecado
coma
memóriade
al-Birahe
viuno
meninoque
apelidarade
Yassiruma
oportunidadede
recriaro
terrorista
galileu.Para
fazê-lo,
precisariade
acessodiarioao
jovem.
Fossemquais
fossemas
motiva-
çõesde
Halaby,dentrode
semanas
ele
envolveu-senuma
amargadispu—
ta
com
Abdelraufquantoà
direção
do
grupo.
Abdelrauf,seguindo
HassanBannano
Cairo,depoisda
derrotaalemãemEl
Alamein,assu-
miuuma
atitudede
espera.No
inte—
rim,
Halaby
pressionavapor
ação
imediatacontraas
forçasdo
Manda-
to
inglês,no
que
recebiacrescente
apoiodos
membrosmais
jovensda
célula.Yassirtinha
agora13
anos.
Admiradorirrestritode
Halaby,
começaraa
servir
sexualmenteao
professore
evidentementetinha
prazercom0
desconfortodo
pai.
Seu
pai,
cônsciode
seu
prestígio
decadente,tentou
finalmentetirar
Halabyda
célula.
Conseguiupor
uma
pequenamargemde
votos,se-
gundo
Rashidiyah.Masissosó
pio-
rouas
coisas,pois
Halabypronta-
menteformouuma
célula
dissocia-
da,
levandoconsigo30
dos
menbros
mais
jovens—
inclusiveYassir.
Ao
mesmotempo,
Halabydei-
xouseu
empregode
professor,ado-
touo
nomede
guerrade
“AbuKha-
lid”e
entregoua
Yassire
outrosra-
pazesmais
velhosa
tarefade
recru-
tar
um
“comandoda
juventude”
nas
escolaslocais.
Aquelaépocafr-
cou
claroquea
Alemanha11806011-
seguirialibertara
Palestinados
ju-
deuse
ingleses—
um
acontecimento
queHaj
Amin
prediziade
seu
posto
na
Berlimnazista.
Prometendoa
seus
subordinadosiminente
ação
guerrilheiracontraos
sionistas,Ha-
laby
conseguiusozinho
realizarum
ousadoataquea
um
comboiode
ca—
melos
haj-aminista,e
capturouum
carregamentode
armas.Antes
que
tivessechancede
formarsua
força
guerrilheira,entretanto,as
armas
foram
capturadaspor
representan—
tesde
Abdelrauf.Abdelrauffoia
Jerusaléme,
sobos
auspíciosde
seu
velhosogro
Mehmoud,fezas
pazescom
Abdel—
qadir,
oferecendodevolveras
armas
aos
haj-aministas.Em
troca,exigia
que
Abdelqadirse
livrassede
Hala-
by.De
bomgosto
Abdelqadir0
,■1`6■
6111
vistada
deslealdadede
Halaby.
Comum
pretexto,atraiu
Halabya
Jerusalém,e
fez
comqueo
matas-
sem.
Poucassemanas
depois,numa
viagema
Gaza,
Abdelqadirfalou
com0
jovemYassire
completou0
quebra-cabeçasem
quese
tinhaem-
penhadocomo
paide
Yassir.Disse-
lhe
que
tinha
enviadoHalabyem
missãosecreta
paraa
Síria,parare-
crutar
comandos.Disse
que
Halaby
fora
mortopor
uma
patrulhajudia
enquantoregressavaatravésda
fron—
teira.
Mostrouumanota
escritapor
Halaby,que
disseter
encontrado
emseu
corpo.Era
dirigidaa
Yassir,
e
ordenavaqueo
rapaz,caso
ocor—
ressealgocom
Halaby,seguissefiel;
menteas
ordensde
Abdelqadir.
Este
entregouao
chorosoYassirsua
primeiratarefa
—
estabeleceruma
“SociedadeMártirAbu
Khalid”se-
creta,emsua
escola,e
desenvolve-la
de
acordocomos
principiosde
Haj
Amine
Abdelqadir.Yassircaiuno
logro,e
no
ano
seguinteocupou-seem
organizara
SociedadeMártirAbu
Khalid.Se—
gundoalgunsdos
que
conseguiure—
crutar,a
experiêncialhe
deu
pela
primeiravez0
gostoda
liderança.
Exploroua
oportunidade,modelan—
doseu
estilo
naqueledo
seu
amado
Majid
Halabye
se
tornougregário,
arrogantee
impiedoso—
caracterís-
ticasque
contradiziamsua
aparên-
cia
fr'sica
desajeitada.Na
primaverade
1947,
quando
Yassirtinha17
anose
as
hostilida-
des
árabe-judiasestavamnum
cres-
cendo,
antecipandoa
vindouravo-
taçãoda
ONUsobrea
partilhada
Palestina,Yassirfoi
até
Jerusalém
com
váriosde
seus
companheiros
da
Abu
Khalid,parase
oferecerem
como
voluntáriosa
Abdelqadir.Ao
chegarem,descobriram
que
Abdel-
qadirtinhasido
feridona
véspera
por
estilhaçosde
vidrode
uma
bombasionista.Para
mostrarsua
devoçãoao
111161
árabe,Yassirime-
diatamentecorreuàs
ruascomuma
pistolaque
tomoude
empréstimo,
esperandoencontrarum
judeupara
fuzilarem
retaliação.Emvez
disso,
ao
tentarsubirum
muro,
acidental-
mente
disparoua
arma
contrasua
perna.Voltouao
esconderijode
Ab-
delqadir,foi
tratadoe
depoisenvia-
do
para
prestarserviçono
posto
avançadopróximoa
Beit
Safafa.
Ocasionalmentechegavamnotícias
de
Gazasobre
açãode
guerrilheiros
árabesbem
sucedida.Entediado
comseu
trabalhode
escritório,que
consistia
principalmentede
fazer
café,
Yassir
começoua
gabar—sede
fictíciosfeitos
militaresde
suaSo-
ciedadeAbu
Khalid,e
a
queixar-se
de
que,
enquantoseus
“homens”
continuavamna
luta
contraos
ju-
deus,ele
estavapresoem
Jerusalém.
“Finalmente”,lembraSalah
Haddad,que
testemunhoutodoo
episódio,“nós
começamosa
ficar
cansadoscoma
arrogânciade
Yassir.Umdos
homensno
quartel-
generalque
sabiaa
verdadesobre
Abu
Khaliddissea
Yassirqueeste
não
sabiao
que
estava
dizendo.
Yassir
replicoucomode
hábito,de
modoque0
homemgritouqueAbu
Khalidnaoeraum
mártir,massim
um
traidorque
Abdelqadirtinha
mortocomoum
favorao
paide
Yassir.Yassirficou
chocadocom
isto.
Tentourir
do
argumento,mas
alguémmais
que
estava
presenteo
confirmou.Contoutodaa
história
—
como
Abdelqadirtinha-se
encon-
tradocomo
paide
Yassir,como
este
concordaraem
devolveras
81-
11188
101108118886
Abdelqadirconse-
guissea
mortede
Halaby,comoo
fariamsegredode
Yassir,comoAb-
delqadirfez
comque
Halabyviesse
a
Jerusalém,comoo
tinha
tortura-
do
paraque
escrevessea
notaa
Yassir
ordenando-lheque
seguisse
Abdelqadir,comoo
matara,como
queimaraseu
corpoparaque1180
■168188861■vestígios”.
Para
Yassir,
terminarasua
guer-
ra
contraos
judeus.Ele
voltoua
Gazacomum
único
propósitona
mente:matarseu
pai.Foi
eventual-
mente
dissuadidopor
seus
irmãos,
segundoNasr
al-Qudwa.Mas
passou
os
doisanos
seguintesnuma
rever-
880à
sua
personalidadeinfantil
—
lerdo,
introvertido,emburrado.To-
daa
históriada
tempestuosarelação
de
Arafatcomseu
paié
matériapa-
ra
psico-história.Uma
criançaque
buscava180
desesperadamenteum
herói,_nunca
encontrandoem
seu
paia'
possibilidadedo
herói,180
amargamentedesapontado
que
esta-
va
prontoa
pensarem
patricidio;
umpai
180
completamenteindife-
renteâs
necessidadesmais
elemen-
taresde
seu
filhoque
certamente
quasenunca
tentou
descobrirqual
erao
problemacom0
menino;uma
relação180
vaziade
conteúdoposi-
tivoque
certamenteoferecerico
materialpara
psicanálise.
Em
1948,0
exércitoegipcio,
derrotadopor
Israel,recuou
através
de
Gaza.
Apressadamente,Abdel.
rauf
al—Qudwadecidiu
segui-lo.
Reuniusua
família,
requisitouum
caminhãoda
Companhiade
Cítri-
cosda
Palestinae
dirigiuaté
Port
Said.Dali,sua
famíliafoiatéo
Cai-
ro
de
volta,e
retomouresidência
temporariano
mesmobairro
onde
tinhavivido
antes.Yassir
seguiusem
qualquerre-
lutânciaparticular.A
rupturanavi-
da
familiartiveraum
efeitounifica-
dor,
dizemalguns,e
Yassire
seupai
chegarama
uma
modestareconcilia-
ção.A
atmosferano
Cairoerade
descontentamentonacional.A
Ir-
mandade
Muçulmana,agorapode-
rosa,
abrigavagrupos
dissidentes—
particulamenteno
exército—
pla-
nejandoderrubar0
corruptorei
Fa-
rouke
seu
GovernoWafd.
Haj
Amintinha
escapadoaos
processos
dos
aliadospor
crimesde
guerra,na
Europa,tinha
obtidorefúgiono
Cairoe
estavano
processode
tentar
alinharseus
nacionalistaspalestinos
dispersoscomas
forçasda
Irmanda-
de
de
HassenBanna.
Abdelraufal-
Qudwaviu
uma
oportunidadepara
si
próprionesta
aliança.
Insinuou—se
de
volta8
HassanBanna,na
espe-
rançade
atuarcomo
mediadoren-
tre
388888
Haj
Amin.Abdelrauf
persuadiuYassira
ingressarna
Universidadedo
Cairo
(então
chamada
UniversidadeRei
Fuad).Maso
jovemde
20
anosveri-
ficouque
necessitavacompletar
algunscursos
paraser
aceito.Então
seupai
arranjousua
entradanuma
escolada
IrmandadeMuçulmana
porum
semestre.Ali
Yassirmeteu-
se
comum
grupode
estudantes
egípciosque
eram
ativistaspolíti-
cos,
preparando-separao
que
julga—
vamsera
iminenterevoluçãoda
Irmandade,e
seu
temperamentopo-
liticojuvenil
começoua
se
manifes-
tarde
novo.
Poucosmeses
depois,Haj
'Amin,com
apoioda
Irmandade,
conseguiuformarum
“Governode
Toda8
Palestina”.Estabeleceusua
assembléiaem
Gaza,que
tinhasido
postasob
administraçãoegípcia
após0
cessar-fogo
arabe-israelense
de
1949.
Abdelraufobteveo
posto
de
elementode
ligaçãoda
Irmanda-
de
na
assembléiae
voltoua
Gaza.
Yahirfoi
comele,e
poucodepois
completavasua
transformaçãopara
YassirArafat.
Um
mês
depoisde
sua
volta,
foi
como
voluntárioparaum
campo
de
treinamentode
guerrilheirospa-
trocinadopela
Irmandade,próximo
à
cidadede
Suez.
EnquantoYassir
estavano
campo,o
rei
Abdullahda
Transjordâniaanunciousua
inten-
çãode
anexara
MargemOcidentale
incorpora-lanum
novo
Reinoda
Jordânia,conferindoa
cidadania
jordanianaautomáticaa
todosos
árabesda
Margem
Ocidental.1810
despertoufurorno
movimentona-
cionalistapalestinoora
centradoem
Gaza,poisa
açãode
Abdullahre-
moveriaboa
partedo
apoio
popular
ao
movimento.Haj
Amine
sua88-
sembléiapara
Todaa
Palestina
ameaçarame
importunaramAbdul-
lah,mascomtodasua
pomposare-
tórica,não
tinhaforçasparadetê-
lo.
Esta
impotênciaprejudicou
aindamaisa
reputaçãode
Haj
Amin
no
mundoárabe.Muitos
jovensára-
bes
tentaramdissociar-sede
qual-
quer
ligaçãocomo
Mufti.Yassiral-
Husseinial-Qudwatentou
dupla-
mente
removero
estigma.No
cam-
po,
tinha-setornado
objetode
es-
cárnio,devidoa
seu
parentescocom
Haj
Amin.Para
demonstrarsuaf-
delidadeà
Irmandade,Yassir
anun-
ciouque
mudariaseu
nome.Sugeri-
ram-lhevários
nomes,todoscomo
objetivode
simbolizar8
crençano
fundamentalismoreligiosoda
lr.
mandade.Yassir
escolheuArafat,
nomeda
montanhapróximaa
Meca
quese
dizter
sido
tomadasagrada
por
Maomé.FoiportantocomoYassirAra—
fat
queele
retornoude
Suez8
Gaza
em
1950,
treinadonos
rudimentos
da
guerrade
guerrilha.Foi
designa—
do
paraum
grupode
comandos,e
partindodo
grau
mais
inferior,
abriu
caminhoatéa
liderançade
uma
esquadrade
sapadores(en-
quantoestavano
campo,revelara
um
talentoparalidarcom
explosi-
vos).
ºstensivamente,as
guerrilhas
estavamsendo
preparadasparaata-
ques
contraIsrael,masa
maiorpar-
te
48
suas
atividadesera
dirigida
contraárabesricosnas
redondezas
de
Gaza,que
relutavamem
prestar
apoio
financeiroao
Governode
Todaa
Palestina.Amin
Hegoub,nos
últimos
temposvendedorde
fundosmútuos
na
Europa,era
membrodo
esqua-
drãode
Arafat.Falade
uma
missão
noturnaa
um
pomarde
cítricosde
propriedadede
umdos
recalcitran-
tes.
“Nossatarefaera
queimar0
po-
mar,mas
quandochepmosencon-
tramosuma
emboscada.Alguém
tinha
informado0
proprietario.
Yassirera
entãoo
líderdo
esqua-
drão8
planejaraa
missão.Haviaum
rapazem
nosso
esquadrãoem
quem
ninguémconfiava.Seu
nomeera
Rork
Hamid,e
sabia-sequesuafa-
miliatinha
relaçõesde
amizade
como
proprietáriodo
pomar.Bem,
os
homensque
nos
emboscaram,
tinhamporretese
facas.Houveuma
luta
furiosa,e
todosnós
apanha-
mos.
ExcetoRork
Hamid.Quando
finalmentenos
abrigamosem
nossa
casade
reuniões,Hamidtinhaum
jeito
muitosonso.
Tinhamosvárias
pistolas
armazenadasnum
quarto
contíguo.Yassirficou
olhandoacu—
sadorarnentepara
Hamid;acho
que
todos0
fizemos.
Pensávamosque
foraele
quem
alertarao
inimigo.
Finalmente,coma
voz
muitosuave,
Yassirdisseo
que
estavamostodos
pensando.Hamid
negou.
Começou
a
soluçar.Yassir
levantou-see
foi
mancandoatéo
outro
quarto.
Quandosaiu,um
momentodepois,
todosvimos
que
tinhauma
pistola
nas
costas.
Caminhouaté
Hamid,
que
estavacegopelas
lágrimasque
nossas
acusaçõeso
faziam
derramar,
e
o
fuzilou.Na
cabeça.Maistarde
descobrimosquenãofora
Hamid0
traidor,mas
alguémligadoao
escri-
tóriode
Haj
Amin,que
esperava
que8
emboscadadeflagrassedistúr-
biosem
Gaza.
QuandoYassirsoube
disso,deude
ombros,
simplesmen-
te,e
disse
algum
lugar-comumsobre
as
difíceisdecisões
queum
líder
temde
tomar”.O
assassinato,entretanto,criou
um
alvoroçoem
certos
circulos.Pa-
ra
escapara
vingançado
paido
jo-
vem
assassinado,Yassirfoi
forçado
a
se
esconder.Apósalgumtempo,
Abdelraufpersuadiu-oa
voltarao
Cairoe
ingressarna
Universidade.Primeiramente,elese
registrou
na
Universidadedo
Cairocomoes-
tudantede
Engenharia,em
agosto
de
1951,sobo
nomede
YassirAra-
fat
al-Qudwa.Logo
abandonouo
“al-Qudwa”,pois
estavamaisansio-
so
do
que
nuncapor
ocultarsuali-
gaçãocom
al—Husseini.Poucasse-
manasantes,Haj
Amintinhaenvia-
do
agentesà
MesquitaAl
Aksa,em
Jerusalém,para
assassinaro
rei
Ab-
dullah.O
fatode
queo
Muftiper-
mitissequeo
assassinatotivesselu-
gar
numdos
locaismais
sagradosdo
Islã
causourevoltano
devotomun-
do
muçulrnanoe
selouseu
descrédi-
tº”
Como
estudante
universitário,
0
ativismopolíticode
Arafatcome-
çou8
florescer.Cedoele
ingressou
na
Uniãodos
EstudantesPalestinos.
Chamoua
atençãogeral
durante
uma
manifestaçãode
protestoda
Ir-
mandadeMuçulmanafrenteao
pa-
láciodorei
Farouk,quandochefiou
um
pequenogrupode
estudantes
armadosnuma
malogradatentativa
de
invadiro
palácio,e
foi
preso.
Depoisdo
golpede
Nasser,no
verãode
l952,o
ímpetoda
Irman-
dade
começoua
se
esvair,e
comele
o
prestígioda
Uniãodos
Estudantes
Palestinos,queera
apoiadapelaIr-
mandade.Arafat
voltou-separa
outra
organização,em
finsde
1952
—8
Federaçãodos
EstudantesPa-
lestinos—e
começoua
subirna
sua
hierarquia.Masnemtudoera
politicanes-
te
momentoda
vidade
Arafat.Na
opiniãode
váriosde
seus
conheci-
dosda
época,ele
era
basicamente
assexuado,mas
quandotinharela-
ções
sexuais,era
invariavelmente
com
outroshomens.Istonãoé
tão
incomumassim,à
luzda
pemtissivi—
dadedo
Corãocom
relaçãoao
ho-
mossexualismoe
a
tradiçãobeduina
de
sexo
casualentre
homens.Se-
gundoseus
amigos,o
homossexua-
lismo
juvenilde
Arafatera
mais
questãode
conveniênciado
quero-
mance,e
ele
evitavaligaçõesperma-
nentes.
Evidentemente,entretanto,
em
seu
segundoanode
faculdade,
ele
decidiuque
chegaraa
horadese
afirmarcomas
mulheres.
Sua
primeira
experiência,se-
gundoo
xequeZaki
al-Yamani,
atual
ministrodo
petróleoda
Ará-
bia
Sauditaquefoi
colegade
Ara-
fat,
envolviauma
garota
chamada
Demona.
Al-Yamanilembra
que
Arafatestavaficandocarecae
mui-
to
perturbadocomisso.Viafre-
qiientementeDemona,queera
pelo
visto
muitobela,no
campusda
uni-
versidade.Ela
tinhasido
educada
em
Londrese
estavamuitoacima
de
Arafatem
questãode
sofistica-
çãoe
maneiras.E
no
entanto,Ara-
fat
estavacertode
que,se
pudesse
conquista-la,sua
estaturafrentea
seus
colegas
estudantessubiriame-
teoricamente.Mas
haviao
proble-
mado
seu
cabelo.“Subitamente”,diz
al-Yamani,
“começamosa
ver
Yassir
desfilando
comuma
perucae
uma
jaquetaoci-
dental,
esperandoque
Demonapas-
sasse.Umdiaela
passou,e
Yassir
abordou-acom
algumasfrasesflo-
ridas,à
maneiraBedu.
Demonapis-
cou,
olhou-ode
soslaioe
seguiuem
frente.Yassir
tentou
novamenteal-
gumasvezes.mas
sem
sucesso.
Então,um
dia,elese
aproximou
para
pegarsua
mão.A
perucaestava
um
poucotorta.Com0
1118101488-
dém,
Demonaa
ergueude
sua
cabe-
ça8
entregou-aa
garotaque
estava
comela.
Ambasriram,e
Yassirfi-
cou
loucode
raiva.Estefoio
fim
de
sua
perseguiçãode
Demona.Eu
diriaqueas
mulheresnão
eramo
métierde
Yassir”.
A
segundatentativade
Arafat
de
afirmarsua
masculinidadeteve
um
fim
mais
trágico.Em
1954ele
encontrouuma
jovem
gorducha
chamadaJinan
al-Oraby,filhade
um
próspero
empreiteirode
Ale-
xandria.Ela
nãoo
repeliu,e
os
dois
logo
formaramum
par
frequenteno
campus.Segundolembra
hoje
Ismael
Riad,outro
colegade
turmade
Ara-
fat,
“Yassirme
disse
váriasvezes
que
tencionavacasar-secom
Jinan,
para
conseguiruma
colocaçãona
companhiade
seupai
—
àquelaépo-
ca
ele
pensavaem
ficarno
Egitoe
desfrutardo
climada
Alexandria.
Estevecom
Jinen
constantemente
duranteseis
meses,emboraeu
não
acrediteque
tenha
havidoalgode
mais
íntimoentreos
dois.
Entãoela
o
levoupara
Alexandria,paraque
ele
pudessepedirsua
mãoao
pai.
Enquantoele
estavaali,
descobriu
queos
vizinhosde
Jinaneramuma
famíliajudiaque
estavamtentando
deixaro
Egitoparair
parao
Estado
sionista.Jinanera
muitoamigadas
filhas,
emboraelas
fossemjudias.
Isto
enfureceuYassir.Elejáse
ima-
ginavauma
espéciede
líderdo
futu-
ro,e
paraele
era
inimaginávelque
sua
esposa
pretendidativesseami-
gas
judias.Por
isso,
enquantoestava
em
Alexandria,foiao
[khwun(Ir-
mandade
Muçulmana)local.Dois
dias
depoistodaa
familiajudiafoi
mortaem
sua
casa.
QuandoJinan
soubeda
noticia,ficou
pertur—
bada”.Riad
tambémerade
Alexan-
dria,e
conheciaJinan
al-Oraby.
“Nãoera
uma
moçamuito
inteli-
gente,e
de
inícionão
ligoua
época
dos
assassinatoscomo
que
tinhati—
doa
Yassirsobreo
desejoda
fami-
liade
deixaro
Egito.Mas
maistar-
de
elame
contouque
Yassirgabou-
se
de
ter
instigadoos
assassinatos.
Então,quandoela
fez
objeçõesao
queele
tinhafeito,ele
espancou-a
na
casado
pai,
enquantoeste
estava
fora.E
depoistentou
estupra-la.
Masnão
conseguiu—
compreende,
eleera
incapazde
penetra-la.Quan-
do
tudo
temrinou,ele
aindaespera-
va
casar-secomela.
Mas
Jinanto-
mou-sede
um
medomortaldele.
Maistarde
disse-meque
tinhainfor-
madoa
seupai
que
Yassirera
pa-
rentede
Haj
Amin.O
Sr.
al—Oraby
tinha
grandeódio
pelo
Mufti,e
ao
saberdisto
expulsouYassirda
casa.
Acreditoque
Yassirtentoufazer
comqueele
tambémfosse
assassi-
nado,masnãoo
conseguiu”.
Em
1955,logoapósseu
frus-
trado
namoro,Arafat
recebeuuma
visitano
Cairo,de
uma
duplade
jo-
vens
palestinosde
um
campode
re-
fugiadosem
Gaza.Seus
nomeseram
Khalil
al-Wazire
Salah
Khalef,e
es-
tavamde
passagempelo
Cairo,para
começar0
treinamentocom
uma
recém-fomradabrigadade
guerri—
lheirosfedayindo
exércitoegipcio
próximoa
al-Mansura.Talvezcom
invejade
sua
dedicação,Arafatti-
rou
licençada
universidadee
seguiu
na
mesmadireção,
surgindoemal-
Mansurapoucassemanas
depois.Ali
encontrouAnwar
Ghalib,um
major
do
exércitoegípcionaturalde
Jeru-
salémque,alémde
seu
serviçode
treinamentona
brigada,tambémre-
crutavaespiõesem
potencialparao
serviçode
espionagemegipcio.
Ghalib
interessou-sepor
Ara-
fat.
Depoisde
lhe
concedero
posto
de
tenenteno
exércitoegipcio,per-
suadiu-oa
ingressarno
serviçode
espionagem.Pôs
Arafatem
contato
comum
homem
chamadoMu-
hammadTakieddin.
Takieddinmi-
nistrou-lheum
brevecursode
trei-
namentoe
depois
instruiu-oa
reto-
marseus
estudosna
universidadee
estabeleceruma
nova
organização
estudantila
ser
chamadaUniãoGe-
ral
dos
EstudantesPalestinos.A
or-
ganizaçãoseria
utilizadapela
inteli-
gênciaegípcia
paraunira
popula-
ção
palestinado
Egitosoba
linha
durado
regimede
Nassere
denun-
ciar
aquelesque
fossemmenos
que
fervorososem
seu
apoioa
Nasser.
Dentrode
seis
mesesestavaor-
ganizadaa
UniãoGeral,e
como
apoio
clandestinode
Takieddine
seus
associados,tinha
atingidodes-
taquena
universidade.Arafatfoi
nomeadopresidente.Seusdois
aju-
dantes
principais,a-despeitodo
fato
de
não
serem
estudantesregistra—
dos,
eram
al-Yazire
Khalef,
os
anti-
gos
visitantesde
Gaza.
Arafate
seus
colegasentraram
numaaliançada
Uniãocomum
gru-
pode
estudantesda
Argéliaquees-
tavam
promovendoa
musado
mo—
vimentode
libertaçãoargelino.To-
maramde
empréstimolivrementea
retóricados
argelinospara
promul-
gar,em
linhas
nasseristas,a
idéiade
libertaçãode
sua
pátria
palestinade
Israel.Nesta
aliançaforam
lançadas
as
sementesdo
modernomovimen-
to
de
libertaçãoda
Palestina,que
eventualmenteseria
chefiado,ao
menosde
nome,por
Arafat,al-Wa-
zire
Khalef.
Antesque
muito
pudesseser
feito,
entretanto,estouroua
Guerra
de
Suez,em
1956.Arafatfoi
envia-
do
paraa
cidadede
Suez,parain-
gressarnuma
unidadeegípciade
de-
molição,mas
poucodepoisde
che-
gar
terminou0
tiroteio.Ele
voltou
ao
Cairodois
mesesdepois,revolta-
do
como
desempenhodo
exército
egipciono
Sinaie
dispostoa
aban-
donarsuafé
no
regimede
Nasser.
Reencontroual-Wazire
Khaledex-
primindosentimentos
semelhantes.
Os
três,
proclamando-segrandiosa-
mente“a
vanguardada
geraçãoda
vingança”,resolveramcriaruma
frentede
libertaçãoda
Palestina8
maneirada
FLN,que
ganhavapree-
minênciana
Argélia.
Nosdoisanos
seguintes,coma
ajudade
iniciode
um
grupodentro
da
inteligênciaegípciaque
visavaa
derrubadade
Nasser,e
depoisde
seus
própriosardís,os
três
fizeram
uma
viagem8
Europae
depoisde
volta
atravésdo
Egitoatéo
Kuwait,
colhendoseguidoresao
longodo
ca-
minhoe
levantandofundosde
dias-
pora
palestina.Arafat
fixou-seno
Kuwaitem
1958,
arranjouum
em-
pregode
aprovarcontratosde
cons-
truçãoparao
Departamentode
Obras
Públicas,e
o
utilizouparaex-
torquirdinheiro
daquelesque
esta-
vam
dispostosa
pagar
comissõesem
trocade
contratos.Pouco
depois
ele,
al-Wazire
Khalef,
juntamente
com
diversos
seguidoresnovos,fun-
daram
formalmenteo
A1
Fatah.
Desdeo
início,segundovários
membrosprimitivosdo
Fatah,Ara-
fat
controlouas
finançasdo
grupo,
e
destaforma
assegurou-sea
palavra
finalno
que
originalmentetinhasi-
do
concebidocomouma
liderança
coletiva.Sua
primeirarealizaçãofoi
o
lançamentode
Nossa
Palestina,
uma
revistamal
feitaque
aparecia
duasou
três
vezesporanoe
conti-
nha
esboços
freqiientementecon-
traditóriosda
nascenteideologiado
Fatah.A
revistaera
escritaquase
totalmentepor
Arafate
Faroukal-
Qaddumi,outrodos
primeiros
membrosdo
Fatah.Era
produzida
em
Beirutee
distribuídaem
campos
de
refugiadosno
Líbanoe
Jordânia,
onde,em
1962,
começoua
chamar
8
atenção.OpróprioArafat
mudou-sepa-
ra
Beiruteem
1962,comuma
pe—
quenafortuna
levantadano
Kuwait,
e
ali
estabeleceuo
primeiroescritó-
riodo
Fatah.Umano
depois,viajou
para
Argele
foi
doutrinadodurante
um
mêsnas
táticasda
FLNque
tinhamlevado8
expulsãodos
fran-
cesesda
Argélia.Seguiu-seumavia-
gem
secreta8
China,
financiadapela
FLN,e
quandoArafat
regressoua
Beirute,em
1963,
dominavacom
mais
segurançaa
ideologiae
jargão
revolucionários.
O
progressode
Arafatdesde
1963foi
bastantebem
documen-
tado.Sua
ascensão,primeiroà
proe-
minênciae
depoisà
preeminência
no
movimentopalestino.marcada
por
encontroscomos
mais
destaca-
dos
estadistase
governantesporto-
doo
mundo,com0
ápicede
seu
aparecimentoperantea
Assembléia
Geraldas
NaçõesUnidasem
1974
—
tudoistoé
bem
conhecido.
Maso
Arafatdas
manchetes,
heróipara
algunse
monstropara
outros,é,
comoo
temsidoha
mui-
tos
anos,uma
fraude.O
menino
confuso,dominado
por
adultosca-
rismáticos,tornou-seum
homem
confuso,dominado
porseus
empre-
gadoressírios.la'
em
1965,o
jovem
Fatahfoi
infiltradoe
depoisdomi-
nadopor
agentesdo
DeuxiemeBu-
reausírioe
do
exércitosírio.Em
finsde
1965,a
maioriadas
opera—
ções
terroristasdo
Fataheram
pla-
nejadase
montadasprimeiropor
um
certoGaeth
Hafez,agentedo
DeuxiemeBureau,
depoispeloco-
ronel
SulaymanFaqr,do
exército
sírio.Todoo
treinamentode
guerri-
lhado
Fatahera
organizado,condu-
zidoe
financiadopelo
Governosí-
rio.
Arafate
seus
colegasserviam
principalmentecomo
recrutadores
nos
camposde
refugiadosdo
Líba-
no.Os
sírios,porseu
lado,
ficavam
felizesde
dar
créditoao
Fatah,e
apoiaro
mitode
que
Arafate
seus
amigoseram
operadoresindepen-
dentes;isto
favoreciaos
esforçosde
recrutamentode
Arafate,
maisim-
portante,inibiaa
retaliaçãodireta
de
Israelcontraa
Síria.
E
nemse
tratavaapenasde
um
exemplode
ajudaa
uma
organiza-
ção
recém-criada,que
mais
tarde
proviriaseus
própriosmeios.Desde
o
episódiode
1966,
quandoArafat
explicitamentenegociousua
auto—
nomiaem
trocade
sua
vida,o
con-
trolesíriodo
Fatah
permaneceutir—
me.
Regimessíriosvãoe
vêm,mas
todos
continuama
subsidiare
con-
trolar
Arafat.O
chamado“repre-
sentantedo
povo
palestino”,na
rea-
lidadenão
representanema
81
pró—
prioe
a
seu
movimento,e
a
evidên-
cia
mais
recenteé
a
tragédiado
Lí-
bano,no
decorrerda
qual
Arafat,
depoisde
uma
tentativageradade
pacificaros
militantesmuçulmanos,
manteve-senotavelmente
quieto.A
Síria
buscou—e
quandoescrevo
isto,
aindabusca
—
instalarum
regi-
me
cúmpliceno
Líbano,e
a
última
coisaqueela
quer,por
conseguinte,
é
um
Governolibanês
dominado
por
muçulmanosgenuinamentena-
cionalistas,simpáticosàs
exigências
palestinas.Poisumtal
regimecerta-
mente
triihariaseu
própriocami-
nho,às
vezescomoaliadoda
Síria,
às
vezesnão.Nãoseria“de
confian-
ça”,
comoé
Arafat.E
provavelmen—
te
poriaArafatno
centrodas
aten-
ções,
pondofimà
todaidéiade
que
eleé
maisdo
queum
porta-voz.E
portanto,Arafatestá
numa
embru-lhada:não
pode
apoiaros
1111111811
tes,
pois8
Síriao
proíbe,e
eleso
li-
qíiidariam;não
podeapoiar0
esfor-
ço
sírio,
porquefazê-loseria
revelar
nãosua
moderação——
seus
vizinhos
o
conhecembem
demaispara
acre-
ditar
nisso—massua
duplicidade.
Porissoele
está
quieto,para
variar.
Esperandonovas
instruções.E
quardoele
fala,jánãoé
maiscoma
voz
autoritáriade
uma
figurainter-
nacional
reconhecida,mas,pelo
contrário,é
comos
tons
estridentes
de
um
homemque
procuradesespe-
radamentesalvar
algode
seu
poder
em
desmoronamento.Os
síriosque-
remalgo
maioragora;Arafat,por-
tanto,deve
esperarsalvarsua
pró-
pria
posiçãotornando
partenum
rompimentodos
libaneses-muçul-
manoscoma
Síria.Pelo
registro—
um
region
basicamentede
impos-
tura,um
registrobem
conhecidode
seus
colegas—
suas
perspectivasnão
parecemmuito
promissoras.
Reproduzidocom
permissãode
MOMENT
MAGAZINE,maio/junho76
A
tragédiado
Libanofoi
tambémpalcoda
mais
recentee
grotescareviravoltada
lealdadede
YassirArafat:de
guerrilheiro
palestinoa
instrumentodos
sírios,
voltou-secontraa
Sinaco—
mo0
feitiçocontrao
feiticeiro.Masa
histórianão
acabaai:
fiel
na
verdadeaos
seus
própriosinteressese
conveniências,Arafat
maisumavez
reconciliou-secomos
seus
amosou
como
sonho
da
GrandeSíria.
Editado pela CASA DE CULTURA DE ISRAEL,Dezembro, 1976 São Paulo.