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CURSO DE FORMAÇÃO DE VOLUNTÁRIOS MÉTODO APAC APOSTILA DO MONITOR MÁRIO OTTOBONI VALDECI A. FERREIRA

APAC_apostila Do Monitor

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CURSO DE FORMAÇÃO DE VOLUNTÁRIOS

MÉTODO APAC

APOSTILA DO MONITOR

MÁRIO OTTOBONI VALDECI A. FERREIRA

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APRESENTAÇÃO

Esta apostila destina-se aos monitores responsáveis pelo Curso de Formação de

Voluntários do Método APAC. A mesma é composta de 21 aulas, a serem ministradas semanalmente, pelo período

máximo de 3 (três) horas cada uma, com intervalo de 15 minutos. Como já afirmado anteriormente, para a aplicação de alguns temas específicos, será

necessário contar com a colaboração de juízes, promotores, advogados, psicólogos, sacerdotes, pastores e outros, sendo que algumas aulas deverão ser ministradas especificamente, por pessoas que já tenham uma vivência na aplicação da metodologia e administração de CRSocial, além é claro, de já terem participado de outros eventos formativos propostos pela FBAC.

Importante notar que o material de divulgação deverá ser preparado com antecedência, devendo o mesmo, ser publicado 30 dias antes do início do curso. Vale dizer, que a obra da APAC não tem o mesmo apelo social de outras obras cristãs, razão pela qual deverá ser feito um grande esforço para conquistar os novos cursistas.

Devemos nos lembrar sempre, de que a obra da APAC nasceu e está crescendo aos pés da cruz, e que tem a dimensão dos horizontes do coração de Jesus Cristo, portanto, façamos tudo com zelo e sem esperar nenhuma recompensa, como é do agrado do Senhor.

Estamos juntos!

Mário Ottoboni Presidente Emérito das APACs

Valdeci Antônio Ferreira

Diretor Executivo da FBAC

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PROVIDÊNCIAS PRÉVIAS ANTES DE INICIAR O CURSO 1 - Divulgação do Curso consistindo em:

a) Faixas e cartazes espalhados pela cidade;

b) Divulgação nas Igrejas cristãs;

c) Mídia (jornais, televisão, rádios, etc.);

d) Cartas / Convites para: Casais cursilhistas, casais com Cristo, vicentinos, legionárias de Maria, grupos de jovens, grupos de oração e outros;

e) Convites pessoais a serem entregues aos amigos, vizinhos e parentes dos

Educadores sociais (voluntários e funcionários atuais da APAC; NOTAS:

1 - A divulgação deve ser o mais ampla e intensa possível, pois é grande o preconceito em relação ao preso, e somente uma grande divulgação poderá romper as barreiras do preconceito, trazendo candidatos para o Curso de voluntários.

2 - Por tratar-se de um Curso de longa duração, vai exigir grande perseverança dos candidatos e, face às dificuldades do apostolado, é normal uma evasão em torno de 60% dos participantes; ou seja, é preciso iniciar o Curso com um número razoável de candidatos para que, ao final, seja concluído com um mínimo possível de novos voluntários.

3 - Designar um Coordenador Geral do Curso, dois secretários, uma equipe de

animação e uma equipe de acolhida. NOTAS:

1 - Caberá ao Coordenador Geral, superintender todos os trabalhos do Curso; 2 – Caberá ao Secretário Geral:

a) Assistir o Coordenador em tudo o que for necessário; b) Fazer a entrega dos crachás; c) Anotar as faltas; d) Quando necessário, providenciar a confecção e colocação de placas indicativas para

a sala de palestras, banheiros, etc.; e) Providenciar a divisão dos grupos quando as aulas o exigirem; f) Acompanhar o Coordenador Geral nas reuniões de grupo; g) Providenciar e distribuir os impressos a serem utilizados nas aulas; h) Confeccionar a relação de todos os participantes e o Certificado de conclusão a serem

distribuídos no último dia do Curso; i) Verificar se existe alguém aniversariando e lembrar ao Coordenador Geral; j) Coordenar os trabalhos da secretaria.

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3 – Caberá à equipe de animação:

a) Responsável pela animação e alegria do Curso; b) Acertar com o Coordenador, as músicas a serem cantadas durante o Curso.

4 – Caberá a equipe de acolhida: Acolher os cursistas;

k) Distribuir cadernos, blocos e canetas quando necessário; l) Organizar o lanche no intervalo da aula; m) Orientar sobre qualquer dúvida.

2. Ficha de inscrição com nome, endereço, telefone, cidade e data de nascimento, conforme modelo anexo;

3. Local adequado para realização das aulas, com cadeiras e quadro negro;

4. Relação completa dos cursistas, em ordem alfabética, para anotação de presença;

5. Crachás de identificação;

6. Orientar para que a cada semana um grupo de cursistas traga o lanche a ser servido comunitariamente (três ou quatro pessoas);.

7. Cartazes com as mensagens a serem utilizados no Curso;.

8. Cadernos, blocos e canetas para os cursistas;

9. Filtro d’água, cinzeiros, garrafas térmicas e copos plásticos para café.

10. Violões, outros instrumentos e folhetos de músicas para animação;

11. Cartolinas, papel sulfite, lápis, canetas, pincéis atômicos e materiais de escritório para a secretaria do Curso;.

12. Reunião com toda a equipe de Monitores, para a montagem das equipes de

trabalho, e a posterior distribuição das tarefas;

13. Se possível, confeccionar camisetas alusivas ao Curso;

14. Providenciar cópias de todos os formulários que serão distribuídos e estudados durante o Curso ou apostila completa.

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FICHA DE INSCRIÇÃO PARA O CURSISTA

NOME:............................................................................................................................

DATA DE NASC.: ........./........./............

ESTADO CIVIL: .............................................................................................................

ENDEREÇO COMPLETO, COM PONTOS DE REFERÊNCIA PARA CONTATOS: ..............................................................................................................................................................................................................................................................................................................................................................................................................................................................................................................................................................................................................................................................................................................................................................................................................................................................................................................................

RELIGIÃO QUE PROFESSA:.........................................................................................

ESCOLARIDADE: ..........................................................................................................

PROFISSÃO: ..................................................................................................................

COMO TOMOU CONHECIMENTO DO CURSO? ..........................................................

EXPECTATIVAS: ............................................................................................................ .......................................................................................................................................... ..........................................................................................................................................

NOTAS:

1 - A ficha de inscrição deverá ficar disponível em locais de fácil acesso ( APAC,

Fórum local, Secretarias Paroquiais, etc.), com pelo menos um mês de antecipação; 2 – Com base nas informações colhidas nas fichas de inscrição, deve se preparar um

resumo que será entregue ao Coordenador Geral do Curso.

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A g e n d a – Ano:

Aula Data Tema Horários Monitor 1ª 12/03/11 Apresentação geral e orientação geral 14:00 - 17:00

2ª Como nasceu a APAC / Dupla função da pena / Círculo vicioso / Dupla finalidade da APAC / Filosofia e definição da APAC

14:00 - 17:00

3ª Visita à APAC 14:00 - 17:00

4ª A importância do planejamento 14:00 - 17:00

5ª Os elementos fundamentais do Método I - Participação da comunidade II - O recuperando ajudando o recuperando

a) - Representação de cela b) - C.S.S. - Conselho de Sinceridade e Solidariedade

III - Assistência Jurídica

14:00 - 17:00

6ª IV - Assistência a saúde V - O voluntário e o curso para a sua formação

a) - Casais padrinhos VI – Trabalho

14:00 - 17:00

7ª VII - Valorização Humana 14:00 - 17:00

8ª VIII - A religião e a importância de se fazer experiência de Deus / Fundamentos bíblicos da APAC

14:00 - 17:00

9ª IX - A família - Portaria das visitas/ Da escolta - Dos plantonistas 14:00 - 17:00

10ª X - Mérito XI - C.R.Social XII - Jornada de libertação com Cristo / Os elementos fundamentais do Método, sua função harmoniosa e interdependências

14:00 - 17:00

11ª Liderança Cristã 14:00 - 17:00

12ª Pena e prisão / Os direitos dos presos 14:00 - 17:00

13ª Sistema progressivo de cumprimento de pena e regulamento do presídio

14:00 - 17:00

14ª Psicologia do preso 14:00 - 17:00

15ª Inter-relacionamento: voluntários, recuperandos e autoridades 14:00 - 17:00

16ª Distinção entre fuga, evasão e abandono / Por quê recuperando? / Por quê pastoral penitenciária? / Estatísticas

14:00 - 17:00

17ª Decálogo e Adversários da APAC / A vida e a obra de Franz de Castro

14:00 - 17:00

18ª Expansão do Método APAC / Vantagens do Método / FBAC / Avaliação do quadro e projeção do filme da APAC

14:00 - 17:00

19ª Espiritualidade 14:00 - 17:00

20ª Os chamados e os escolhidos / Organograma administrativo e setores de trabalho

14:00 - 17:00

21ª 25/06/11 Pena de morte / Entrega dos certificados e a Confraternização 14:00 - 17:00

Coordenação geral - Secretaria - Obs:

NOTA: Importante que a 1ª aula comece no dia indicado, e que o curso também seja concluído na data acima.

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ORAÇÃO DE UM APÓSTOLO... DOS PRESOS E CONDENADOS Senhor Jesus, Tu consideras como feito a Ti mesmo o que fizermos aos presos e condenados. Em cada um deles, transparece a tua imagem, embora, às vezes, desfigurada e triste. A fraternidade universal leva-nos a não excluir ninguém do teu amor. Acreditando na recuperação e na reintegração social daqueles irmãos infelizes, que sucumbiram à tentação do maligno, por atitudes que hoje deploram e detestam. O sentido comunitário, a responsabilidade pela Igreja toda, a fé numa vida e humanidade novas, levam-nos ao compromisso, com os irmãos presos e condenados. Amparar, proteger e assisti-los, é profissão manifesta de fé na igualdade do ser humano, no valor da fraternidade, na recuperação, no retorno ao nosso convívio social, desejado e sempre possível, a qualquer cidadão. Dá-nos Senhor, Um coração suficientemente aberto e generoso, para devotar-nos a essa causa que é também tua. Transforma a nossa vontade, atraindo-a ao bem. Ilumina a nossa mente, com a luz da tua verdade. Torna nossos sentimentos parecidos com os teus ensinamentos e sentimentos. Que nossa liberdade se consagre ao teu serviço, e ao serviço dos irmãos! Senhor, Após este peregrinar terreno Abre-nos de par em par, os portões da eterna felicidade! AMÉM!

NOTAS:

a) A oração do Apóstolo dos Presos e Condenados é de autoria do Arcebispo do Rio de Janeiro, D. Eusébio Oscar Sheid, na época, bispo de SJCampos-SP.;

b) Esta oração deverá ser proclamada por todos os cursistas no inicio de cada

aula, lembrando-os de que o mesmo deverá acontecer antes de todas as reuniões e nos momentos importantes vivenciados pelos voluntários da APAC.

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1a AULA

TEMA: APRESENTAÇÃO E ORIENTAÇÃO GERAL

ORAÇÃO INICIAL Cantos Oração do Apóstolo dos presos e condenados Pai Nosso APRESENTAÇÃO DO MONITOR

Nome

Estado civil

Profissão

Tempo de apostolado

Cursos e congressos internacionais, etc. APRESENTAÇÃO DE OUTROS MEMBROS DA APAC PRESENTES NO CURSO

APRESENTAÇÃO DOS CURSISTAS (Orientar para ser breve)

Nome Estado Civil Endereço Como ficou sabendo do curso? Por quê vai fazer o curso? O que espera do curso?

NOTAS:

a) Crachás/pranchetas para anotações/cada um deve preparar uma pasta assiduidade para não perder a seqüência

b) Designar cinco comentaristas para expor a oração de um apóstolo dos presos e condenados (a oração deverá ser dividida em cinco trechos), no inicio da 2º aula.

3 - DAR UM LEMBRETE SOBRE O PLANEJAMENTO

a) Cada cursista poderá faltar no máximo 03 (três) aulas, devendo portanto planejar bem a sua agenda pessoal, de modo a não ficar prejudicado;

b) Muitos candidatos não concluem o Curso por falta de planejamento; c) Ao final do Curso será entregue um certificado de conclusão para os cursistas que

comprovarem assiduidade; d) O início e o término das aulas deverão acontecer pontualmente nos horários

previamente definidos;

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NOTA: Importante salientar que o monitor deverá preparar a aula com antecedência, e chegar antes do horário previsto para o início da aula, evitando assim atropelos de última hora;

O QUE É O CURSO DE VOLUNTÁRIOS E OS SEUS OBJETIVOS

Preparação de novos voluntários. O Papa João Paulo II afirmou com muita sabedoria: “Eu tenho medo do cansaço dos bons”;

Reciclagem de conhecimentos para aqueles que já são voluntários;

Divulgação do Método APAC;

Despertar a consciência para a seriedade da proposta e do trabalho a ser desenvolvido;

Conhecimento jurídico;

Aprofundamento espiritual;

Conhecimento pessoal e descoberta de novos valores;

Enriquecimento familiar;

Abertura ao outro e troca de experiências;

Descoberta de um precioso trabalho evangélico de grande alcance social e cristão;

EXPOSIÇÃO E COMENTÁRIOS SOBRE OS CARTAZES.

“AS COISAS SÓ TEM SIGNIFICADO QUANDO NÓS AS CONHECEMOS”. É importante notar a força desta sugestão e destacá-la aos Cursistas. Dar enfoques de que estamos habituados a julgar as coisas sem conhecê-las, motivo de grandes equívocos e injustiças. Ao final do Curso, com certeza, todos terão uma visão diferente da proposta apaqueana, e saberão defendê-la e explicá-la, revelando o seu valor e a sua importância na recuperação de cada condenado.

“NUNCA SABEMOS O SUFICIENTE, SEMPRE TEMOS UM ESPAÇO VAZIO PARA O APRENDIZADO”.

Se você pensa que já sabe tudo, está sintomaticamente dizendo que não sabe nada. Os grandes sábios da humanidade, sempre foram pessoas abertas ao aprendizado, e por esta razão, se tornaram sábias. O homem nasce e morre aprendendo com seu semelhante. É a grande escola da vida. Há um conhecido ditado popular que diz: “Ninguém sabe o suficiente para desprezar novos ensinamentos; e ninguém é tão despreparado que não possua algum conhecimento para transmitir ao outro”. Os orgulhosos, sempre se colocam na posição daqueles que conhecem tudo, por isto a sua ruína tem os dias marcados. Neste Curso, vamos aprender uns com os outros, afinal, somos todos iguais.

“VOCÊ RESERVOU ESTE ESPAÇO DE TEMPO DE SUA VIDA PARA ESTE CURSO. PROCURE PREENCHÊ-LO DA MELHOR MANEIRA POSSÍVEL”.

Se a você foi destinada a reserva do espaço de tempo para este estudo, seja inteligente, preenchendo-o da melhor forma possível. Com certeza, você, ao final do Curso,

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estará enriquecido com novos conhecimentos, com outra visão da proposta apaqueana e com maior disposição para se colocar a serviço do irmão. Todos os momentos que vamos viver nestes meses, serão de extrema importância. Procure aproveitá-los com sabedoria, não perdendo e nem matando o tempo. Você corre o risco de nunca mais ter a oportunidade que está recebendo hoje.

PENSAMENTOS QUE VÃO NORTEAR O CURSO

APURAR O CRIME E SUA GRAVIDADE É O MEIO E NÃO O FIM. O FIM CONSISTE NA LUTA PELA REDENÇÃO DO CONDENADO.

A ORIGEM DO CRIMINOSO É FUNDAMENTALMENTE DE ORDEM MORAL. AS INJUSTIÇAS SOCIAIS SÃO FATORES QUE ENCONTRAM FORÇAS PARA AGIR EXATAMENTE NA FRAGILIDADE MORAL DO HOMEM.

“A SOLUÇÃO DO CRIME E DA PENA NÃO ENCONTRAMOS EM LIVROS DE CIÊNCIA, MAS NOS LIVROS DA FÉ” (CARNELUTTI – JURISTA E FILÓSOFO ITALIANO).

O INSTINTO BÁSICO DO SER HUMANO É DE AUTO-AFIRMAÇÃO. AUTO-AFIRMAR-SE, MOSTRAR QUEM ELE É, FAZER-SE VALER. POR OUTRO LADO, A MOTIVAÇÃO FUNDAMENTAL DO HOMEM E DA MULHER, É SACIAR-SE DA FOME DE AMOR.

OS ESTABELECIMENTOS PENAIS DO BRASIL, SÃO POR EXCELÊNCIA, ESCOLAS DE CRIMINALIDADE.

NOTA: Tecer breves comentários acerca dos pensamentos acima elencados, destacando que o Curso de voluntários irá seguir estas vias de pensamentos, ou seja, terá enfoques de ordem espiritual, psicológica, sociológica, jurídico, administrativo, etc.

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2a AULA

TEMA: COMO NASCEU A APAC / DUPLA FUNÇÃO DA PENA / CÍRCULO

VICIOSO / DUPLA FINALIDADE DA APAC / FILOSOFIA E DEFINIÇÃO DA APAC

COMO NASCEU A APAC APAC - SÃO JOSÉ DOS CAMPOS Historiar como nasceu a APAC – Mãe de São José dos Campos - SP, e, por conseguinte, como iniciou a APAC de sua cidade. Importante o testemunho das pessoas que colaboraram na fundação da APAC. As alegrias e as dificuldades encontradas ao longo do caminho. NOTA: Alguns dados sobre a história da APAC – Mãe de São José dos Campos – SP, se encontram na Obra: “Vamos Matar o Criminoso”, pág. 23, publicado pelas Edições Paulinas.

DUPLA FUNÇÃO DA PENA

A pena apresenta uma dupla função ética: Punir e recuperar. Somente a punição, como aplicada no Sistema Penitenciário, é o mesmo que jogar o infrator numa escola de violência e bandidagem. Tanto isto é verdade, que no Brasil, o índice de reincidência é elevadíssimo, atingindo a marca de 85%, e o mundo convive com 70% em média, de retorno à vida do crime. Trata-se, convenhamos de uma situação insustentável e profundamente preocupadora. O principal, do cumprimento da pena é recuperar o criminoso, para devolvê-lo à sociedade em condições ideais. Observar que na segunda etapa, que trata da Execução da Pena, de trabalhar com o homem cumprindo pena atrás das grades, o Estado se contenta em dar algum trabalho ao condenado, quando o faz, e nada mais. Completar a informação com o esquema abaixo, e a exposição contida no livro: “Vamos Matar o Criminoso”, pág. 38.

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Da Advertência, Formação de Culpa e Sentença

Da execução da Pena

1ª ETAPA

a) Código Penal Brasileiro e leis afins, constituem

uma advertência geral à comunidade, preconizando harmônica convivência social; (Prevenção geral para coação psicológica)

b) I – Inquérito Policial

II – Ministério Público III - Amplo direito de defesa do acusado, e;

IV – Sentença.

2ª ETAPA

a) I – Prevenção especial pela coação física; II – A pena com finalidade punitiva e recuperativa do condenado; III – Individualização da Pena, e;

b) Respeito à integridade física e moral do condenado, que conserva todos os direitos, exceto o de liberdade.

CÍRCULO VICIOSO

O círculo vicioso do Sistema Penal Brasileiro apresentado no gráfico abaixo revela de modo incontestável a situação difícil que estamos vivendo. É preciso romper este círculo do prende e solta cada vez pior, e isto será possível com a ajuda dos recuperandos, daqueles que cumprem pena, dando novo testemunho de vida. É preciso lembrar sempre, que quem faz a estatística da APAC são os recuperandos, boa ou ruim. Maiores comentários acerca desta matéria encontram-se no Livro: “Vamos matar o Criminoso”, pág. 34.

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PRENDE E SOLTA CADA VEZ PIOR

FILOSOFIA DA APAC

A APAC apresenta como filosofia, matar o criminoso e salvar o homem. Nada, pois de matar o homem a título de querer matar o criminoso. As execuções a esmo que temos testemunhado pelo Brasil afora, não passam de crimes bárbaros praticados oficialmente por autoridades encarregadas de preservarem a vida e oferecerem segurança à população. A proposta apaqueana tem por objetivo único e exclusivo de matar o criminoso que existe no infrator, salvando o homem, imagem e semelhança de Deus.

DUPLA FINALIDADE DA APAC

A APAC possui uma dupla finalidade: jurídica e espiritual. Uma sustentando a outra. A jurídica surgiu exatamente em função das dificuldades que o grupo que tratava apenas da Pastoral Penitenciária, de enfrentar os obstáculos criados pelo Sistema Prisional. A grande equipe que compõe a APAC é a espiritual, exatamente aquela que cuida de aplicar o Método. O esquema que apresentamos abaixo ajudará melhor na compreensão dessa dupla finalidade, além de outras informações presentes no Livro: “Vamos Matar o Criminoso?”, pág. 29.

O ESTADO A SERVIÇO DA VIOLÊNCIA E

DO CRIME

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FINALIDADE: RECUPERAR O PRESO, PROTEGER A SOCIEDADE, SOCORRER A VÍTIMA E

PROMOVER A JUSTIÇA.

ÓRGÃO PARCEIRO DA JUSTIÇA NA EXECUÇÃO PENAL

FILOSOFIA: MATAR O CRIMINOSO E SALVAR O HOMEM

MÉTODO BASEADO NO AMOR, NA DISCIPLINA E NA CONFIANÇA

APAC JURÍDICA

Administradora

CONVÊNIOS APAC ESPIRITUAL

Pastoral

Penitenciária

APAC JURÍDICA a Serviço da Pastoral

APAC DUPLA FINALIDADE

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DEFINIÇÃO A APAC – ASSOCIAÇÃO DE PROTEÇÃO E ASSISTÊNCIA AOS CONDENADOS DISPÕE DE UM MÉTODO DE VALORIZAÇÃO HUMANA, PORTANTO DE EVANGELIZAÇÃO, PARA OFERECER AO CONDENADO CONDIÇÕES DE RECUPERAR-SE, E TEM AINDA O PROPÓSITO DE PROTEGER A SOCIEDADE, SOCORRER A VÍTIMA E PROMOVER A JUSTIÇA. FILOSOFIA DA APAC

Matar o criminoso e salvar o homem.

NOTAS: 1 - Preparar material em data show

2 - Distribuir cópias: círculo vicioso/dupla função da pena/dupla finalidade da APAC 3 - Distribuir impresso: notas e orientações sobre a APAC

4 - Distribuir impresso: APAC – um projeto a serviço da vida

IMPRESSO: NOTAS E INFORMAÇÕES DA APAC

1. A APAC é uma Entidade Civil com personalidade jurídica própria, nos termos das Leis do País, fundada em 15/06/1974 em São José dos Campos-SP.

2. Finalidade: Recuperar os condenados, proteger a sociedade, promover a Justiça e socorrer às vítimas.

3. Filosofia: Matar o criminoso e salvar o homem. 4. Método: O amor como fator básico de recuperação. 5. Entidade legalmente constituída, amparada constitucionalmente para atuar nos presídios,

podendo, em caso de haver obstáculos, usar o remédio jurídico adequado parar fazer prevalecer esse direito. Dessa forma, a APAC reúne condições para amparar e proteger a atuação dos grupos cristãos (Pastoral Penitenciária), que almejam ajudar aos recuperandos, dentro do programa previamente estabelecido para este fim.

6. A APAC vive de convênios, parcerias, contribuições mensais de seus sócios e de algumas doações de empresas e admiradores.

7. A transferência do preso para a APAC depende sempre de autorização judicial. O Juiz da Execução Penal e Corregedoria controlam as vagas dos Regimes Fechado, Semi-Aberto e Aberto.

8. A APAC nada cobra para receber ou ajudar aos condenados. Tudo é gratuito. 9. A base do Método APAC é a valorização humana. 10. A APAC de São José dos Campos é a primeira do mundo, e hoje, seu Método é adotado

em mais de 100 Cidades, atingindo 12 Estados brasileiros. No exterior, a APAC já está funcionando no Equador, Argentina, Peru, Noruega, Nova Zelândia, Alemanha, Costa Rica, Colômbia, Chile, Bolívia, EUA, e em fase de implantação em diversos países.

11. A APAC de Itaúna-MG, desde 1996, é a segunda do mundo a administrar um presídio sem o concurso da Polícia.

12. Como a família é a base de tudo, do sucesso e do fracasso da sociedade, importante destacar a preocupação da APAC em manter-se como família e trabalhar para a família.

13. Hoje, o índice de reincidência em Itaúna, onde se aplica o Método APAC em sua totalidade, é inferior a 10%, enquanto que, no Brasil, é de 80%, e a média mundial é de 70%.

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14. A dispensa de “revista” a quem visita um parente, depende de 02 (duas) coisas: disciplina do recuperando e constância desses visitantes nos atos socializadores programados pela APAC.

15. O Método APAC nasceu e se aperfeiçoa com a contribuição dos recuperandos, que discutem os problemas suscitados por eles próprios, ou pela Diretoria da Entidade, nas reuniões semanais de valorização humana.

16. São promovidos Cursos de Formação e Valorização Humana com os familiares e com os recuperandos dos Regimes Semi-Aberto e Aberto.

17. Uma vez por ano a APAC realiza, no regime fechado, a Jornada de Libertação Com Cristo e o Curso de Aperfeiçoamento do Método APAC, com a presença dos recuperandos dos 03 Regimes.

18. No Regime Fechado, a APAC cuida especificamente da recuperação do condenado, promovendo a melhoria da auto-imagem e fazendo aflorar os valores intrínsecos do ser humano. Nesta fase, o recuperando realiza trabalhos laborterápicos e outros serviços necessários ao funcionamento do Método. No Semi-Aberto, cuida-se da formação de mão de obra especializada, respeitando-se a aptidão de cada um.

19. O princípio do Método “O Recuperando Ajudando o Recuperando”, desenvolve em cada um o sentimento de solidariedade e ensina a conviver comunitariamente.

20. A recuperação exige cuidados com a saúde, ensino, cultura religiosa, mão de obra especializada, devendo ser evitada a ociosidade a todo custo.

21. A APAC adota em seu Método, a participação de Voluntários e de casais padrinhos, que ajudam a assistir e amparar os recuperandos.

22. Os recuperandos do Regime Fechado da APAC de Itaúna-MG., apontam 88 (oitenta e oito) vantagens do Método APAC, em relação ao que se faz convencionalmente em outra prisão qualquer.

23. A APAC de Itaúna –MG,, com sede própria na Comarca, foi declarada de utilidade pública Lei n.º 10.399.

24. A APAC de Itaúna -MG., firma convênio com o Estado de Minas Gerais, para administrar a Entidade Lei nº15.299.

25. O projeto Novos Rumos na Execução Penal, implantado pelo Tribunal de Justiça de Minas Gerais, consiste na adoção do Método APAC como Política Pública de Execução Penal do Estado.

26. A fraternidade Brasileira de Assistência aos Condenados – FBAC – Congrega todas as APACs do Brasil, e presta assessoria as APACs do exterior. Esta é filiada à Prison Fellowship International, órgão consultivo da ONU para assuntos penitenciários.

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3a AULA

TEMA: VISITA À APAC

CARTAZ: “O PROBLEMA PENITENCIÁRIO É DE TRATAMENTO DOS PRESOS. AMONTOÁ-LOS NOS PRESÍDIOS, É O MESMO QUE RECEITAR VIOLÊNCIA MAIOR CONTRA A SOCIEDADE, POIS AO FINAL DA PENA IMPOSTA, INEVITAVELMENTE, POR IMPERATIVO LEGAL, O PRESO VOLTARÁ AO CONVÍVIO SOCIAL.”.

LOCAIS A SEREM VISITADOS 1 – SETOR ADMINISTRATIVO Presidência / Jurídico / Tesouraria / Saúde / Assistencial (Vitimas/ recuperandos – Psicológico e assistência Social), Secretaria administrativa.

2 – REGIME ABERTO Dormitórios 3 – REGIME SEMI-ABERTO

Marcenaria / Fabrica de blocos / Horta / Jardim / Ergon / Fábrica de bolas /Padaria/ Refeitório / CSS / Cozinha / Dormitórios.

4 – REGIME FECHADO 4.1 – PORTARIA 03 Estatística 4.2 – LABORTERAPIA

Objetivo básico: estimular a emenda;

Artesanato diversificado;

Consome o tempo, levando o recuperando a fazer o melhor, o que agrada mais, etc.;

Desperta o senso artístico, estético e criativo;

O lucro das peças vendidas reverte em benefício do recuperando;

Estabelece um clima agradável de convivência;

Desenvolve a mente para as coisas positivas;

Estabelece elos afetivos com aqueles que irão receber as peças, etc.;

Com a escolha do trabalho laborterápico, poderão ser identificados problemas sentimentais e emocionais do autor.

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4.3 – SALA DE AULA

Exposição acerca do conselho de sinceridade e solidariedade;

Utilização da sala: palestras/aulas valorização humana/alfabetização/cursos. Etc.;

CARTAZ: “A PRISÃO EXISTE COMO CASTIGO E NÃO PARA CASTIGAR”.

A importância do CSS no Método – Valoriza as pessoas;

Cada regime possui um Conselho;

Direito de defesa nas faltas – (Art. 49 e 60 da LEP);

Quase sempre o recuperando faltoso é quem estabelece o castigo;

O CSS é órgão auxiliar da Diretoria da APAC, sem poder de decisão;

O Presidente do CSS é da livre escolha da Diretoria da APAC, o qual, por sua vez, escolhe os seus pares;

Colabora com a disciplina, segurança, divisão das tarefas, etc. 4.4 – VISITA À CELA

Histórico de como era antes na cadeia;

Comparação com o sistema tradicional;

Reuniões semanais;

Representação de cela;

Regulamento de cela;

Fiscalização diária/Premiação da cela mais limpa

Constitui uma comunidade;

Horários em que as celas são fechadas. 4.5 – QUADRO DE AVALIAÇÃO DISCIPLINAR

Explicar como funcionam os pontos, qual a sua importância no método e como são aplicados;

Explicar o quadro de celas, os representantes e suas funções, horários escala de serviços. Falar sobre Ordens Internas e Portarias que por ventura estiverem no Quadro;

Qual a finalidade da pontuação;

Falar sobre a disciplina alcançada no mês. Premiação do Recuperando Modelo/Termo de Elogio;

Relação dos aniversariantes do mês.

4.6 – COPA /REFEITÓRIO CRITÉRIO: “NÃO BASTA DEIXAR DE FAZER O MAL, É PRECISO FAZER O BEM”.

Importância da copa e refeitório e seu significado no Método

Dignidade/Respeito humano e cristão;

Orações antes das refeições;

Alimentação especial para recuperandos doentes/chás/café/vitaminas/aquecimento dos alimentos, etc.

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4.7 - CAPELA

Expor como funciona uma cela forte nos presídios comuns;

Explicar como funciona a capela. Dar testemunho e falar sobre a sua importância para os recuperandos da APAC;

O uso da capela é expontâneo;

Importância de se ter um espaço de silêncio par o recuperando encontrar-se consigo mesmo e com Deus;

Utilizada para atendimentos individuais. 4.8 – CANTINA

Falar como funciona e porque foi criada;

Explicar sobre os lucros, para que são destinados e qual sua importância. 4.9 – SECRETARIA INTERNA/SETOR DE REMIÇÃO SECRETARIA INTERNA

Explicar como funciona a secretaria, quais os trabalhos realizados e sua importância no Método;

Mostrar e explicar os requerimentos e formulários utilizados;

Como funciona a TV. e o uso do telefone;

Explicar o uso da biblioteca;

Explicar o uso dos computadores;

Entregar revistas e divulgar os materiais da FBAC;

Recolher a ficha de visitante e tomar depoimento em Livro Próprio. REMIÇÃO

Explicar o que é remição de pena;

Explicar o funcionamento detalhado da remição;

Fichário/pastas/trabalhos desenvolvidos;

Dar exemplos e falar sobre a rapidez do trabalho, sua responsabilidade e importância para os recuperandos da APAC;

Apresentar pastas de remição já executadas e mostrar planilha de trabalho. 4.10 – AMBULATÓRIO MÉDICO

Exemplificar como funciona;

Mostrar pastas, medicamentos utilizados, etc.;

Como funciona a escolta;

Quais os tipos de atendimentos realizados;

Horário de atendimentos de emergência;

Expor acerca da importância deste trabalho e como se sente ajudando os demais companheiros.

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4.11 – AUDITÓRIO

Cânticos;

Bênção; e,

Testemunhos. NOTA: O Roteiro acima foi preparado de conformidade com a estrutura da APAC de Itaúna. Cada APAC deverá preparar o seu roteiro, de acordo com a realidade da Comarca.

4a AULA

TEMA: A IMPORTÂNCIA DO PLANEJAMENTO

PERGUNTAR PARA A PLATÉIA: Como agir para somar pontos positivos em nossa vida? a) Planejamento é uma coesão. b) Planejar tudo com antecedência. c) Desperdícios no lar e no tempo por falta de planejamento – Dar exemplos. d) Estudar a melhor maneira de pedir e fazer as coisas. e) Estabelecer agenda de trabalho, diária, semanal, mensal e anual. f) Evitar qualquer tipo de improviso. g) Buscar soluções em equipe. h) Ter objetivos claros. i) Plano de organização – visão e propósitos. CARTAZ: “SEM PLANEJAMENTO, O QUE É FÁCIL TORNA-SE DIFÍCIL, COM PLANEJAMENTO, O DIFÍCIL TORNA-SE FÁCIL”. i) A palavra de Deus deve estar no centro de nossas atividades e baseados nela é que iremos trabalhar.

Gn 1, 01- 27.

Lc 14, 25 –33.

Eclesiastes 5,3: 3, 1-8 NOTA: Ler e tecer comentários acerca das leituras

a) Relação íntima com Deus. Obediência e confiança no Senhor que nos permite ordenar tudo corretamente.

b) Responsabilidade e vontade de servir cumprindo a vontade de servir cumprindo a vontade de Deus.

c) Meios não justificam os fins. Deus quer tudo corretamente. d) Fazer com Deus, parando para meditar sobre a obra que estamos realizando.

Enxergar o positivo, percebendo os sinais do Cristo vivo e não somente as falhas porventura existentes.

e) Um homem que planeja suas atividades, normalmente é bem sucedido. Por quê?

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Economiza tempo;

Economiza dinheiro;

Ganha eficácia. o) Ninguém é bem sucedido, quando não acredita naquilo que faz. a) Precisamos aperfeiçoar o nosso trabalho sob a égide de Deus, para continuar a obra,

ganhando outros adeptos, ao mesmo tempo em que melhoramos o mundo. b) A avaliação: É normal acomodar-se no contexto e acabar não vendo os erros.

Condicionados, necessitamos, examinar em conjunto sempre que possível, para eliminar os defeitos e melhorar o plano.

Aspecto forte

Debilidade (rejeições ao planejamento)

Áreas atingidas que não constam do plano original (novas oportunidades surgidas)

Imprevistos (perigos e ameaças, novidades benéficas)

Reuniões periódicas para rever o plano e corrigir a rota . NOTAS:

a) Distribuir o impresso: organize-se – para estudo em grupo.

b) Fazer um planejamento (treino) em grupos: Sugestões: campanha de sócios contribuintes, planejamento de suas atividades para a realização do curso, de modo a tudo a conciliar (família, trabalho, lazer, etc.), um jantar beneficente, etc.

IMPRESSO: ORGANIZE-SE VOCÊ ABRIU? FECHE ACENDEU? APAGUE LIGOU? DESLIGUE DESARRUMOU? ARRUME SUJOU? LIMPE ESTÁ USANDO ALGO? TRATE COM CUIDADO QUEBROU? CONSERTE NÃO SABE CONSERTAR? CHAME QUEM SABE PARA USAR O QUE NÃO LHE PERTENCE PEÇA LICENÇA PEDIU EMPRESTADO? DEVOLVA NÃO SABE COMO FUNCIONA? NÃO MEXA É DE GRAÇA? NÃO DESPERDICE NÃO LHE DIZ RESPEITO? NÃO SE INTROMETA NÃO SABE FAZER MELHOR? NÃO CRITIQUE NÃO VEIO AJUDAR? NÃO ATRAPALHE PROMETEU? CUMPRA OFENDEU? DESCULPE-SE NADA LHE PERGUNTARAM? NÃO DÊ PALPITES FALOU? ASSUMA

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5a AULA

TEMA: OS ELEMENTOS FUNDAMENTAIS DO MÉTODO APAC / I - PARTICIPAÇÃO DA COMUNIDADE / II - O RECUPERANDO AJUDANDO O RECUPERANDO / A) - REPRESENTAÇÃO DE CELA / B) - C.S.S. - CONSELHO DE SINCERIDADE E SOLIDARIEDADE / III - ASSISTÊNCIA JURÍDICA. NOTA INICIAL: Preparar um cartaz com os doze elementos fundamentais do Método, destacando aqueles que serão abordados nesta 5a aula. 1) PARTICIPAÇÃO DA COMUNIDADE

CARTAZ: “QUANDO A SOCIEDADE NÃO ASSUME, A CIDADE TAMBÉM SE PRENDE”

a) Sem as influências maléficas do sistema tradicional; b) Nesta casa, ninguém confia em ninguém (caso de fortaleza); c) Autenticidade, sem interesses econômicos – tudo por amor; d) Prende por determinada infração, que na prisão se repete oficialmente. Exemplos:

preso porque furtava, traficava etc.; e) O preso é muito sensível, confunde-lhe a cabeça esta postura oficial; f) A presença da comunidade desmascara o sistema vigente – uso da verdade.

Ghandi – “A verdade é Deus” – Cristianismo, religião do amor. Pascal – “Se o amor é a afirmação da revelação cristã, o cristianismo se coloca como uma exigência da verdade”;

g) “Se conheceres a verdade, a verdade vos libertará” (Jo. 8, 32); h) Alguém passa a confiar no preso, e este, por sua vez, a confiar em alguém; i) Acaba com o código de honra; j) Convocar toda a sociedade – motivar especialmente os cristãos; k) Usar os meios de comunicação social ( cartazes, programas de rádio, TV); l) Promover seminários e encontros de conscientização da comunidade sobre o

problema prisional.. Romper as barreiras do preconceito. 2) ASSISTÊNCIA JURÍDICA a) A maior preocupação do condenado se relaciona com a sua situação processual. b) 95% da população prisional, não podem contratar advogado particular. c) O profissional do direito, precisa ter sensibilidade para perceber a situação daquele que

cumpre pena (ansiedade, medo, etc.), atendendo-o, sem jamais lhe tirar a esperança – o direito é dinâmico.

d) A assistência jurídica deve restringir-se aos condenados engajados na proposta da APAC, e confirmadamente pobres, levando sempre em consideração o mérito;

e) Explicar quem são os responsáveis pelo atendimento jurídico da APAC, e como é feito este atendimento;

f) Concluir com testemunho pessoal.

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3) O RECUPERANDO AJUDANDO O RECUPERANDO CARTAZ: “A PRISÃO EXISTE COMO CASTIGO, E NÃO PARA CASTIGAR”.

a) O recuperando tem valores, que precisam ser despertados; b) Despertar o recuperando para os valores da vida em comunidade; c) Ajudá-lo a perceber que a raiz do bem e do mal, está no coração do homem; d) Não basta deixar de fazer o mal, é preciso fazer o bem; e) O recuperando ajudando o recuperando:

Substitui a polícia;

Acaba com a violência;

Respeito mútuo;

Trabalha na faxina, portaria, copa, cantina, farmácia, etc.; f) Representação de cela:

Disciplina o atendimento;

Acaba com a violência e disputa de poder;

Colabora com a limpeza e higiene pessoal e da cela;

Treinamento de líderes;

Acentua o rompimento do “código de honra”, onde os mais fortes dominam os mais fracos;

g) CSS – Conselho de Sinceridade e Solidariedade:

Cada regime possui um Conselho;

É órgão auxiliar da administração da APAC;

O presidente do CSS é de livre escolha do presidente da APAC, que por sua vez escolhe seus pares;

O mandato do presidente do CSS é por tempo indeterminado;

O CSS, não tem poder de decisão;

Direito de defesa nas faltas;

Colabora em todas as atividades: opinando a cerca da disciplina, segurança, distribuição de tarefas, realização de reformas, promoção de festas, celebrações, farmácia, etc.

Reúne-se entre si, semanalmente;

Reúne com a população prisional semanalmente;

Concluir com testemunho pessoal. NOTAS:

a) Para a preparação desta aula, consultar o livro vamos matar o criminoso? págs. 67 a 69, e 79

b) Distribuir impresso: regulamento de cela (para reunião de grupo) c) Distribuir impresso: o ideal está morrendo (para leitura em grupo) d) Distribuir impresso: somos inovadores ( para leitura em grupo)

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IMPRESSO - REGULAMENTO DE CELA

Cabe ao representante de cela ou dormitório:

a) Manter a disciplina geral da cela ou dormitório; b) Reunir os recuperandos sob a sua responsabilidade, ao menos uma vez por semana,

consultando anseios e reivindicações, apresentando relatórios ao Conselho de Sinceridade e Solidariedade para opinar e após, se necessário, remeterá ao Gerente Administrativo da APAC;

c) Manter o horário de silêncio (22:00) e alvorada (06:00); d) Explicar aos recuperandos novos, sempre que houver necessidade, o regulamento da

APAC; e) Escalar o faxina do dia; f) Fiscalizar a limpeza e organização; g) Manter rigor quanto à higiene pessoal, especialmente, banho, barba feita, cabelos

cortados, roupas limpas, etc; h) Fiscalizar o uso do armário e mantê-lo em absoluta ordem, não permitir varais, “come-

quietos” ou secagem de roupas nos alojamentos; i) Não permitir jogos com apostas e negócios entre recuperandos; j) Manter as instalações elétricas e hidráulicas em ordem; k) Não permitir ferramentas de trabalho nos alojamentos; l) Não permitir medicamentos de qualquer espécie, e/ou desodorantes e perfumes; m) Inadmissível, constituindo-se falta grave, atos de pederastia, uso de drogas e

celulares, que serão comunicados à Direção, suscetíveis, portanto, de transferência para o regime fechado pleno;

n) Não permitir a entrada de revistas e publicações pornográficas, conversas imorais, sobre crimes e violência;

o) Não permitir a permanência de objetos sobre as camas, especialmente cinzeiros, roupas, etc.;

p) Visar os pedidos de compras, censurando o que julgar inconveniente e prejudicial à APAC;

q) Ser exemplar em sua conduta, participando de todos os atos programados pela APAC, e concitar os demais companheiros de cela a agir do mesmo modo.

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IMPRESSO - SOMOS INOVADORES

Para o inovador, a responsabilidade aumenta ou diminui? Quando algo não está funcionando bem, não basta arrumar um culpado, é preciso humildade, Ter uma visão de conjunto e corrigir na base. Dificilmente um erro é o fruto isolado da atuação do homem. Somos co-responsáveis. Há sempre fatores ocultos que precisamos levantar. Normalmente, vamos coletando imagens de ocorrências erradas e, o subconsciente que tudo registra, de repente projeta, no consciente, a soma dessas imagens e acabamos agindo, com base nesse modelo deformado e, aquilo que executamos, nos parece absolutamente certo. É a ação inconsciente. Falar do que realizamos, discutir ações, pedir opiniões, ajuda a todos nós a melhorar, corrigindo e aperfeiçoando nosso projeto. Se isto não acontecer, pouco tempo depois voltaremos a cometer os mesmos erros. Isto ocorre porque via de regra, nossas correções são superficiais, permanecendo inalterados os fatores de base, a fonte geradora. Não meditamos ou nos julgamos imperfeitos. É dever de todos avaliar sempre o que está fazendo, porque este é o melhor remédio para quem tem o propósito de melhorar e vencer.

Como ensina Pe. Viera:

“Quem não pergunta não quer saber, quem não quer saber quer errar”.

IMPRESSO - O IDEAL ESTÁ MORRENDO Para vencermos na vida, é indispensável que sejamos idealistas e determinados. A determinação é uma grande virtude, própria das pessoas corajosas, destemidas, que acreditam, no êxito do que estão realizando e lutam com firmeza, superando barreiras, suplantando os céticos e não se deixando abater pela língua ferina daqueles que se alimentam da inveja e da calúnia. Idealistas sinceros são aquelas pessoas sequiosas pela preservação da dignidade e preocupadas em minorar o sofrimento do ser humano, diminuindo as injustiças. Por essa razão são vitoriosas.

Aos que acreditam na força transformadora do amor e na misericórdia divina, resta apenas o consolo de saber que são vilipendiados e difamados por pessoas que nada fazem para si e muito menos para o outro, porque são dotadas de egoísmo tanto, capaz de transformá-las em indigentes espirituais, cegos em relação ao seu semelhante e à sua própria existência. Infelizmente, estamos vivendo numa época onde poucos se preocupam em construir uma sociedade moralmente sadia.

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Os pais idealistas que sonharam com filhos e famílias decentes sentem-se frustrados, pois seus ensinamentos se diluem no convívio pernicioso com o mundo desmotivado para a prática do bem e do correto. Os meios de comunicação, em sua grande maioria, constróem uma imagem satânica e jogam esse material deteriorado dentro dos lares para consumo de nossa juventude. Preferem divulgar o preservativo, incentivar o sexo, a permissividade, sem revelar uma única pista favorável à auto-estima e à dignidade. A AIDS é fruto desta última geração, que elegeu o sexo e a droga como binômio favorito e mais importante da vida. E as autoridades atuam unilateralmente esclarecendo só um aspecto da questão, apoiando e incentivando essa pobre gente sem ideal, oferecendo seringas e preservativos para evitar a transmissão da doença fatal. Enfim, o uso de drogas e o abuso sexual não constituem erro; o erro está na ausência de medidas preventivas e de cuidados especiais para a realização do ato! Há, quanto a tais questões, uma evidente inversão de valores. Hoje, quando os filhos saem para os passeios e diversões, recebem de muitos pais preservativos, em vez de serem aconselhados ao uso da prudência, do respeito ao semelhante e da probidade. Qual deve ser a atitude correta? A família se decompõe visivelmente em face deste cruel incentivo, à mercê do desmando destruidor dos valores éticos e morais por parte da mídia. E o governo permanece indiferente a esse quadro desolador. Estamos, evidentemente, diante de mais um erro de diagnóstico: combate-se o efeito e esquece-se das causas. Nossos políticos agem assim premeditadamente, porque nas causas eles se encontram pela omissão ou como agente. As incontáveis parturientes solteiras, entre 14 e 18 anos, cujos filhos sem identidade completa, virão a compor parcialmente, a geração deste novo século e com certeza revelarão a todos a falha imperdoável que estamos cometendo. Asfixiamos, a cada dia; com maior intensidade, através da omissão, o ideal cristão, único meio capaz de que dispomos para reverter este quadro melancólico e devorador da família e da juventude. Parte dos idealistas está perdendo o estímulo e muitos, desanimados, deixam-se levar pela onda voraz dos nocivos costumes e caem vencidos em meio à luta. Eles acabam esquecendo que o desânimo é o pior de todos os fracassos. Estamos à beira do abismo, em cujo fundo residem, definitivamente, os insensatos sem ideal, boa parte vítimas, diga-se de passagem, pelo fato de não terem tido a oportunidade de conviver com idealistas determinados. Essa falsa participação do governo e de alguns seguimentos da sociedade em relação à juventude, que é instigada por eles a fazer sexo, a usar drogas, sempre tomando medidas cautelares é, no mínimo, atitude própria de imprudentes, preocupados tão somente em desmotivar o correto e o justo. É tapar o sol com a peneira. Cuidam do acessório, pouco se importando com o principal: a dignidade. Precisamos, sem demora, socorrer o ideal, porque ele está morrendo por falta de idealistas. Corramos logo, antes que seja tarde demais!

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6a AULA

TEMA: IV - ASSISTÊNCIA A SAÚDE / V - O EDUCADOR SOCIAL E O CURSO PARA A SUA FORMAÇÃO / A) - CASAIS PADRINHOS / VI - TRABALHO

IV – ASSISTÊNCIA À SAÚDE (ODONTOLÓGICA, MÉDICA, PSICOLÓGICA, ETC.). a) O preso, via de regra, é um doente. b) É preciso atrair à equipe, médicos, psicólogos, enfermeiro, dentistas. c) Na medida do possível, os atendimentos devem ocorrer no próprio estabelecimento

penal para evitar as escoltas – sempre difíceis e humilhantes. V - O EDUCADOR SOCIAL E O CURSO PARA A SUA FORMAÇÃO

a) O trabalho apaqueano é baseado na gratuidade. b) Amor gratuito, constante e incondicional. c) Distinção entre funcionários e voluntarios d) A remuneração deve restringir-se apenas às pessoas destacadas a trabalhar no setor

administrativo. e) O desvirtuamento da proposta cria dificuldades à recuperação – o recuperando via de

regra, não acredita em quem vem ao presídio por dinheiro. f) A solução não está em “terceirizar” serviços. g) O Método APAC foi inspirado no sacrifício da cruz – na doação total.

CASAIS PADRINHOS

h) 98% dos recuperandos são provenientes de uma família desestruturada. i) As imagens que plasmam a personalidade. j) Rejeição / aceitação. k) Refazer a imagens dos pais. l) Afinidade entre recuperandos e padrinhos. m)Confidente – aceitá-lo como tal. n) Ponto de referência e apoio para quando sair em liberdade. o) Aconselhamento e ajuda na solução dos problemas. p) Contato com a família.

VI – O TRABALHO

a) O trabalho tão somente, não recupera o homem. b) O trabalho deve fazer parte do contexto. c) Caso do José Cândido da Penitenciária que tinha vários diplomas e continuava ladrão. d) O trabalho no regime fechado:

A tarefa mais difícil do ser humano é separar o material do espiritual;

O regime fechado é o momento propício para a reflexão dos próprios valores;

Importância da laborterapia diversificada nesta etapa;

Cursos (cabeleireiro, música, eletricista, etc.), que tenham utilidade no próprio presídio;

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Evitar o trabalho massificante, padronizado, mecânico, industrializado, etc. e) O trabalho no regime semi-aberto:

Se o recuperando não tem profissão definida este é o momento oportuno para tê-la;

Cursos profissionalizantes;

Bolsas de estudos para mão de obra especializada ( sapataria, padaria, etc.);

O cumprimento do regime semi-aberto, deve ser na Comarca de origem, próximo do núcleo afetivo.

f) O trabalho no regime aberto (Prisão Albergue):

Inserção na sociedade;

Somente se promove ao regime aberto, o recuperando que tenha uma profissão definida e uma promessa de trabalho devidamente comprovada.

g) Trabalho com ex-recuperandos:

Reuniões bimensais

Assistência social e psicológica NOTAS:

a) O monitor deverá consultar o livro: vamos matar o criminoso? – págs.69 a 77, para a preparação desta aula, e orientações da FBAC

b) Distribuir impresso: o trabalho no regime fechado (para estudo em grupo) c) Distribuir impresso: a visão cristã do método APAC (para estudo em grupo)

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IMPRESSO: O TRABALHO NO REGIME FECHADO

A tarefa mais difícil do ser humano é separar o material do espiritual. É preciso, portanto, que ensinemos, uns aos outros, o tempo todo, o perigo que representa a predominância dos bens materiais sobre os espirituais, e a nossa consciência acabe, consequentemente, perdendo a vontade de nos fazer conhecer melhor, de rever a condição de nossa filiação divina e, por fim, encontrar a dimensão infinita dos próprios valores, que não são terrenos. Qualquer procedimento que tenha por objetivo ajudar o outro a se levantar, obrigatoriamente, deve começar pelo conhecimento de si mesmo, para melhorar a auto-imagem, valorizando-se como ser humano, transformando o seu coração, tornado-o acolhedor, tolerante e pacífico, capaz de perdoar e, em condições de, com perfeição, filtrar, rejeitando as mensagens negativas da mente. O regime fechado é o momento propício para essa reflexão de descoberta dos próprios valores dos recuperandos, de contato com a dimensão ilimitada da bondade de Deus, e da possibilidade sempre presente de cada um recomeçar uma vida nova, feliz e plena de amor. O Método APAC, recomenda os trabalhos laborterápicos ( artesanatos) para o regime fechado. Entretanto, quando falamos em artesanato, a interpretação deve ser extensiva, não podendo se limitar apenas às atividades comezinhas que todos estão habituados a ver nos presídios. É preciso uma visão ampla de maior dimensão, inclusive em vista da comercialização dos produtos. É necessário, por esta razão, que cada APAC pense no setor da laborterapia, como um setor curativo, de emenda do recuperando, abrindo-lhe todas as oportunidades para o desempenho da atividade artesanal, tais como: tapeçaria, pintura de quadros à óleo, pintura de azulejos, grafite, técnicas em cerâmica, confecção de redes, toalhas de mesa, cortinas, trabalhos em madeira, argila, silk screen, pintura de faixas, e tudo o mais que permita ao recuperando a criatividade, a reflexão sobre o que está fazendo. Acrescente-se ainda, que a nossa experiência recomenda que, no regime fechado, se desenvolva quando possível, algum trabalho diferente da laborterapia, tais como: cabeleireiro, auxiliar de enfermagem, garçom, música, monitores de alfabetização, etc., além da realização de pequenos cursos como: violão, eletricista, encanador, e outros, cuja mão de obra poderá ser utilizada dentro do próprio presídio. É necessário, pois, evitar a todo custo que o trabalho massificante, padronizado, industrializado, faça parte do contexto da proposta apaqueana, nessa fase do cumprimento da pena. Terceirizar serviços ou transformar o estabelecimento penal em pequena indústria, deve ser evitado, pois se trata de tarefa reservada ao regime semi-aberto, exatamente quando o recuperando já reciclou os seus valores, melhorou a auto-imagem, e está consciente de seu papel na sociedade. Cometer esse equívoco de que apenas o trabalho recupera o preso não faz mais sentido. O trabalho não deixa de ser importantíssimo em qualquer proposta socializadora. Entretanto, nunca isoladamente, como muitos pensam. Se a APAC adotar essa estratégia enganosa de instituir, no regime fechado, serviços autômatos de produção em série, que propiciem ganhos financeiros, especialmente, por produção, será o mesmo que tomar o leito do rio cujas águas vão, inevitavelmente, desembocar no mar do sistema penitenciário. Somente pensamos em ter mudado e nada mais.

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IMPRESSO: A VISÃO CRISTÃ DO MÉTODO APAC

Com relação aos voluntários, é preciso enfatizar que o trabalho apaqueano é baseado na gratuidade, no serviço ao próximo. O voluntário deve estar preocupado com a sorte do seu semelhante que tropeçou nos escombros dos caminhos da vida, caiu e precisa de uma mão amiga para levantar-se. Para esse trabalho, o voluntário, verdadeiro apóstolo dos condenados, cumpram eles a pena na prisão ou na comunidade, precisa estar bem preparado. Sua espiritualidade deve ser exemplar, seja pela confiança que o recuperando nele deposita, seja pelas atribuições que lhes são confiadas, cabendo-lhes desempenhá-las com fidelidade e convicção. Quem tem uma boa espiritualidade, não vacila diante dos obstáculos que surgem. É necessário que seja correto em sua vida particular, tenha conduta exemplar na família, evite qualquer tipo de privilégios e seja amigo de todos. No Método APAC, o amor há de ser gratuito, constante e incondicional, e por isso, a graça de Deus passa a ser a recompensa. O valor de um trabalho gratuito é incomensurável, pois é realizado por gestos concretos de doação, amor e convicção cristã. A remuneração deve restringir-se apenas e prudentemente às pessoas destacadas a trabalhar no setor administrativo, cuja característica principal foge da marca do voluntariado. Além dessas pessoas, o voluntário, que presta serviço direto com os condenados, no que diz respeito a ele mesmo, como plantonista, psicólogo, assistente social, médico, catequista, professor (de artes, alfabetização, suplência, enfermagem, música), pastor, advogado, dentista, sacerdote, se for remunerado, descaracteriza-se a proposta de trabalho com a participação da comunidade e, certamente, no momento em que a Entidade não tiver mais condições de dar continuidade a esse pagamento, ou as dificuldades começarem a surgir, tais como: fugas, rebeliões, perseguições, etc., ela deixará de existir, porque despertou o interesse material, que assumiu o lugar da doação, do serviço gratuito. Essa inversão passa a ter caráter irreversível, sabor de morte. É de se destacar, ainda, acerca desse aspecto em questão, que poderá facilmente com esse desvirtuamento da proposta, aguçar-se a presença da corrupção, já que o interesse passa a ter uma conotação material e acumulativa nesse contexto. É inquestionável que, em se sabendo que o prestador de serviços é remunerado, a oferta de propinas fica muito mais viável de ser levada a efeito, especialmente no ambiente prisional, onde quase tudo tem seu preço.

Convém realçar também, que as inúmeras dificuldades que a APAC encontra para sobreviver, inclusive de ordem financeira, desperta o sentimento de seus adeptos para a luta, visando superá-las, revelando tratar-se de uma verdadeira obra de Deus. Por outro lado, não se pode olvidar que o que chega fácil, com a mesma facilidade poderá deixar de existir, por não haver o comprometimento do cristão. O recuperando que é muito sensível, percebe facilmente quando se trata de alguém que vem acudi-lo com amor, estende-lhe a mão sem interesse algum, garantindo assim, a eficácia do Método. Para que haja verdadeira emenda, reformulação dos seus valores e profunda conversão, deve haver o testemunho, o exemplo, a renúncia, a praxes. Por outro lado, é evidente que se percebe quem comparece à prisão para executar determinada tarefa, em troca de uma remuneração, um pró-labore, por menor que seja, o que é deletério para a sinceridade indispensável à emenda e à reintegração do condenado no convívio social. Por fim, temos de convir, que a sociedade globalmente precisa e deve ser motivada, convocada para esse trabalho gratuito que visa protegê-la. A APAC necessita sensibilizá-la o tempo todo, quer por meio de campanhas de arrecadação de fundos ( destinados, em regra, a despesas imprescindíveis em favor dos próprios recuperandos), quer na ampliação de seu

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quadro social, da conquista de novos doadores. Tudo isso é que tem garantido o sucesso da APAC, que a tem tornado permanente e vencedora. O respaldo da própria sociedade, evitando que haja dependência de um único órgão que a faça existir, subvencionando-a com exclusividade, empresta-lhe eficácia e sentido de durabilidade e serenidade. A solução não está em “terceirizar” esse serviço, mas em conquistar segmentos da sociedade que passam a cooperar com espírito cristão e com a consciência do elevado valor social da obra, hoje, amanhã e sempre, certa de que a receptividade encontrada é recompensadora. Isso não impede, entretanto, que se firme convênios, que se receba ajuda oficial, desde que a aplicação desses recursos tenha destinação que não distorça os objetivos básicos da proposta apaqueana, como enfocamos: os recuperandos, em primeiro lugar, bem como seus familiares, devendo as próprias vítimas serem atendidas, quando e como possível. Essa é a orientação a ser seguida. Com firmeza e decisão, para que a euforia de hoje não seja o caos de amanhã Nunca perca, pois, de vista que o Método APAC, foi inspirado no sacrifício da cruz, no olhar de misericórdia de Cristo que, voltando-se para Dimas arrependido, anunciou-lhe a salvação. Nesse histórico momento de doação total de Jesus Cristo, e nesse sinal de extrema compaixão, é que se configura a doação do voluntário nesta obra de caridade, na sua dupla configuração, isto é, pastoral penitenciária ( respeitada a liberdade de consciência e de religião) e órgão parceiro da Justiça.

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7a AULA TEMA: VII - VALORIZAÇÃO HUMANA – A BASE DO MÉTODO APAC

a) O preso mascara, se mostra o tal, mas é um lixo como se sente. b) O trabalho deve ajudá-lo a reformular a sua auto-imagem, a encontrar-se com a própria

realidade, eliminando fantasias e ilusões. c) O sistema desvaloriza, despersonaliza. d) Chamá-lo pelo nome, conhecer sua história... e) Beliches individuais, chuveiros, talheres... f) Reuniões de cela, palestras de valorização humana. g) Concursos de composição, limpeza de cela. h) Recuperando modelo. i) Alfabetização, supletivo. j) Laborterapia, cursos profissionalizantes. k) Respeito aos familiares, revistas respeitosas. l) Correspondências. m) Evitar a superlotação. n) Descoberta dos próprios valores. o) Ajudar o recuperando a despojar-se da lama da mentira, dos vícios, dos preconceitos,

inclusive, em relação ao amor. p) Ajudá-lo a perceber-se como Filho de Deus, como alguém que pode ser feliz. NOTAS:

a) O conteúdo para esta aula, se encontra no Livro Vamos Matar o Criminoso? pág. 85 e 86.

b) As reuniões de cela com os recuperandos, desenvolvendo temas, discutindo os problemas e as necessidades de se aprimorar o Método e apontar soluções aos mais diversificados problemas, é um dos aspectos mais importantes da metodologia, dentro da perspectiva que tudo vem do recuperando, pois é ele quem conhece os problemas, pois passa pelo sofrimento e angústia das grades. Neste sentido, é fundamental, dentro do contexto desta aula, a realização de uma reunião - treino com material previamente preparado para este fim.

c) Vale lembrar, que é de vital importância colher o testemunho de voluntários que trabalham neste setor.

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8a AULA

TEMA - VIII - A RELIGIÃO E A IMPORTÂNCIA DE SE FAZER A EXPERIÊNCIA DE DEUS/ FUNDAMENTOS BÍBLICOS DA APAC

A) A RELIGIÃO E A IMPORTÂNCIA DE SE FAZER A EXPERIÊNCIA DE DEUS CARTAZ: “CIÊNCIA SEM RELIGIÃO É CEGA, E RELIGIÃO SEM CIÊNCIA É PARALÍTICA”. (Albert Einsten) a) A importância de se ter uma religião, crer em Deus. b) Conceitos: “A religião estimula a prática do conhecimento, do estudo, da virtude, e nos faz caminhar por uma estrada estreita, disciplinada, difícil, porque exige combate ao nosso egoísmo, ao desamor, orgulho, ambição, cobiça e aspiração imoderada”. “Eu creio firmemente na capacidade de recuperação dos homens. Se o espírito humano é capaz de um infinito aperfeiçoamento, ele, por igual é acessível a uma recuperação sem limites”. Hilário Veiga de Carvalho - Jurista Encontro com o Papa João XXIII – Presídio Regina Celli: “Aqui também é a casa do Senhor”. “A Solução do crime e da pena, que não encontrei nos livros da ciência, acabei achando no livro da fé”. Francesco Carnelutti – jurista italiano “ Uma das causa primordiais, se não a única do declínio da cultura, é a sua crescente incapacidade religiosa. Um mundo social sem religião, como o atual, é um mundo de incertezas, destituído de entusiasmo reduzido ao nível morto das conveniências individuais, impregnado de insuportável tristeza. Precisamos fazer de novo, a experiência de Deus. Não basta que dentro das colunas partidas da inoperante civilização atual nos guiem os “gênios”, é preciso também que surjam os “Santos”. Nélson Hungria - jurista c) A religião por si só, não basta para preparar o recuperando para o seu retorno à

sociedade. d) Vários grupos religiosos de diferentes denominações, atuam em muitos presídios, sem

alterar os elevados índices de reincidências. e) Sob o manto da religião, o preso mascara, negocia, busca privilégios, etc. f) O preso, via de regra, segundo a sua ótica, tem outras necessidades que precedem a

necessidade de Deus. g) Como revelar o amor de Deus a quem está enfermo, desestruturado psicologiamente,

sem assistência jurídica, etc.? h) A religião é fator primordial – a experiência de Deus, de amar e ser amado. i) Revelar o Deus que é Pai e Mãe, pleno de misericórdia, acolhedor. j) Aos poucos, lentamente, o recuperando vai sentir a necessidade de Deus, de ter uma

religião.

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B) FUNDAMENTOS BÍBLICOS DA APAC Inicia-se com uma reunião de grupo, onde os Cursistas irão ler e refletir os seguintes textos bíblicos: Mt 25, 31 – 46; Atos 16, 16 – 42; Hb 13, 3. A pergunta para ajudar na reflexão, poderia ser esta: Que relação existe entre os textos bíblicos e a APAC? Posteriormente em plenário, cada grupo elegerá um secretário para apresentar as conclusões, oportunidade em que o Monitor da aula poderá completar as respostas com as seguintes reflexões: Mt 25, 31 – 46

Deus nos coloca as condições para salvação;

Cristo repete várias vezes a mesma coisa – Para que não haja dúvidas – é explícito;

O trabalho com os presos, permite cumprir todas as exigências: Assistir o doente, dar de comer, de beber, vestir, visitar o preso e acolher o peregrino;

Colocar-se no lugar do outro – Eu, com a história dele, os pais, formação... ; teria sido melhor ou pior que ele? E vice e versa;

Que tipo de cristão estamos sendo? Apenas de preceitos, omissos, aves de rapina, etc?

Palavra forte: AÇÃO. Atos 16, 16 – 42

A nossa presença inibe a corrupção, os maus tratos, a violência. Por isso não somos bem vindos, por uma parcela daqueles que cuidam da segurança;

Oração de louvor – Não pedem nada;

A oração contamina o ambiente, de repente, todos estão no mesmo clima;

À meia noite: A libertação – De um dia para o outro, na passagem das trevas para a luz;

A conversão do carcereiro – A APAC é para todos, policiais, autoridades, voluntários, familiares, etc.;

A atitude de misericórdia de Paulo e Silas para com o carcereiro;

O fato deles não fugirem, apesar de tudo aberto, é um sinal claro de que passaram a confiar em Deus – Isso desperta fortes sentimentos nos opositores;

A conversão deve ser seguida de atitudes concretas – O carcereiro que lava as feridas;

Ninguém se salva sozinho – O desejo de conversão para toda a família;

Palavra forte – ORAÇÃO. e) Hb 13, 3

Criar unidade com os presos do mundo inteiro;

Colocar-se em pé de igualdade;

Colocar-se no lugar do outro;

Ter os mesmos sentimentos;

Palavra forte: IDENTIFICAÇÃO ;

Estamos juntos ! Voluntários, recuperandos, familiares, autoridades, etc. NOTA: Esta aula poderá ser complementada pelo conteúdo exposto no Livro Vamos Matar o Criminoso? pág. 77

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9a AULA

TEMA - IX - A FAMÍLIA – PORTARIA DAS VISITAS - DA ESCOLTA DOS PLANTONISTAS

A) A FAMÍLIA CARTAZ: “DAR E RECEBER AMOR É A MAIS VITAL DE NOSSAS NECESSIDADES”.

DO RECUPERANDO a) Também a família está normalmente marginalizada. b) Preparar o recuperando e devolvê-lo à fonte que o gerou sem nenhuma preparação, será

um trabalho infrutífero. c) Departamento de assistência à família. d) Curso de formação e valorização humana para os familiares. e) Jornadas de libertação com Cristo para os familiares. f) Facilitação de correspondências, telefonemas... g) Dia das crianças, dos pais, mães, páscoa, natal, etc. h) Visitas à família do recuperando. VISITAS ÍNTIMAS FAMILIARES: i) É necessário um bom instrumento regulador dessas visitas. j) Cuidados médicos, exames periódicos. k) Instalações decentes, sem constrangimentos à companheira, e que tenha a conotação de

um encontro de família (com uma sala de estar, flores, etc.).

DA VÍTIMA

a) Apoio Material b) Apoio Espiritual e Psicológico. c) Reconciliação

NOTAS: a) Distribuir impresso: portaria das visitas (para reunião de grupo) b) Proceder a uma “revista”- treino das visitas e também de objetos c) Completar a exposição acerca das vítimas com casos elencados no livro: Seja

Solução, não vítima. Ed. Cidade Nova. Autor: Mário Ottoboni B) DA ESCOLTA a) A escolta dos recuperandos dos regimes fechado e semi - aberto sem a polícia. b) A escolta sem a polícia, contribui para a valorização humana, evitando a humilhação do

escoltado c) Trata-se de um serviço profundamente humano, social e cristão d) Testemunhos de um escolta e de um escoltado.

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C) DOS PLANTONISTAS a) A importância dos plantonistas no Método APAC b) Testemunho de um plantonista e de um recuperando. NOTA:

a) Distribuir impresso: manual dos plantonistas (para reunião de GRUPOS) b) Esta aula deverá se complementada com o material presente no Livro Vamos Matar o

Criminoso? pág. 86 e manual do plantonista

IMPRESSO: DAS VISITAS DOS FAMILIARES DOS RECUPERANDOS*

Art. 96º - São requisitos necessários para ingresso dos visitantes: 1 - Credenciamento nos termos desta portaria, os parentes dos recuperandos, para as visitas aos domingos, no horário das 09:00 ás 11:00 (Regime Semi-aberto) e das 13:00 ás 17:00 horas (Regime fechado). 2 - Fora destes horários não serão, em hipótese alguma, permitidas visitas, exceto em casos excepcionais, sempre com autorização do Gerente Administrativo. Art. 97ª - Das pessoas autorizadas a ingressar no C.R.Social da APAC, observarão: 1 - Quando do ingresso no Regime Fechado da APAC, os recuperandos, apresentarão a lista de pessoas que ele gostaria que o visitassem. § 1º - Às visitas, somente serão admitidas das seguintes pessoas: I. Genitores/Progenitores II. Esposa III. Amásia IV. Filhos V. Irmãos VI. Sogros VII. Cunhados VIII. Sobrinhos IX. Tios X. Primos XI. Noivas XII.Namoradas

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§ 2º - Os parentes menores de idade, somente terão acesso ao local de visitas, quando acompanhados de maiores de idade, devidamente credenciadas.

Art.98ª - Do critério para credenciamento dos visitantes, tais como: 1 - Amásias, noivas e namoradas, deve ser examinado, caso por caso, levando-se em conta:

I. Tempo de relacionamento II. Filhos advindos da união III. Interesse pelos trabalhos socializadores da APAC IV. Condições e interesse de normalizar a vida conjugal V. Conduta social VI. Antecedentes, especialmente quanto ao uso de drogas; e, VII. Autorização dos pais ou responsável, quando menor.

§ 1º - As amásias,noivas e namoradas de recuperandos, se menores, somente terão acesso ao local de visitas, quando acompanhadas de parentes maiores de idade; e, § 2º - Cada recuperando terá uma pasta própria, onde constarão documentos e demais informações das pessoas credenciadas a visitá-lo: Art. 99º - A APAC exigirá para o credenciamento:

I. Preenchimento de uma ficha própria; II. Duas (02) fotografias 3x4; III. O uso do Crachá durante a visita;

IV. Certidão de casamento, de nascimento ou identidade, conforme o caso exigir; V. Nome e endereço completo de três pessoas conhecidas, que não sejam parentes; e, VI. Taxa do material (xerox) e confecção da credencial.

§ 1º - O interessado no credenciamento sujeitar-se-á à realização de pesquisas para confrontar as informações prestadas; e, § 2º - Todo visitante será obrigado a fixar no peito, de modo visível, a credencial, quando estiver no interior do Estabelecimento Penal.

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Parágrafo único: A APAC não se responsabiliza por pertences pessoais, inclusive celulares, deixados na portaria durante as visitas de parentes nos domingos. Art. 100º - As encomendas destinadas aos recuperandos, ficarão no setor de encomendas na portaria 02 (dois) para revistas, e serão encaminhadas aos interessados, após as revistas. As bolsas contendo objetos pessoais ficarão no guarda volumes, na portaria (01) um, devendo ser retiradas após a visita. Art. 101º - A Visita Íntima Familiar obedecerá ao seguinte critério:

I. A APAC credenciará nos termos desta Portaria os parentes (esposas e amásias) dos recuperandos, para as visitas íntimas familiares.

II. As visitas íntimas familiares realizar-se-ão quinzenalmente, das 18:00 às 07:00 Horas.

III. Aos domingos, o casal escalado para a visita íntima, poderá dirigir-se para as suítes,

imediatamente após o término da visita dos familiares;

IV. Caberá aos Conselhos de Sinceridade e Solidariedade dos Regimes fechado e semi-aberto, a elaboração de uma escala de rodízio dos dias da semana, a ser apreciado e aprovado pela Administração.

V. As visitas (esposas e amásias), após as “revistas” de praxe, antes do ingresso aos

regimes fechado e semi-aberto, dirigir-se-ão diretamente para o setor onde se realizarão as visitas íntimas, oportunidade em que aguardarão o recuperando (esposo ou amásio), na sala de espera do referido setor.

VI. As encomendas destinadas aos recuperandos deverão ser vistoriadas e

posteriormente encaminhadas aos interessados.

VII. As bolsas, com pertences pessoais, depois de vistoriadas poderão ser levadas pelas visitas.

VIII. Às visitas íntimas familiares, somente serão admitidas as seguintes pessoas:

a) Esposas: comprovadas através de certidão de casamento; e, b) Amásias: com o tempo mínimo de 06 (seis meses), comprovado

através de formulário próprio, e pesquisa social. § 1º - Em se tratando de menores de idade, somente serão autorizadas às visitas íntimas, se casados; ou sendo amasiados, com a apresentação de autorização judicial e dos pais: § 2º - Em caso de separação, o recuperando somente terá direito às visitas íntimas com outra companheira após o período de seis meses, contados a partir do novo relacionamento. § 3º - O recuperando que iniciar um relacionamento afetivo durante o cumprimento de sua pena na APAC, somente terá direito às visitas íntimas após o período mencionado no Art. 101, VIII, b.

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Art. 102º. São pressupostos para a realização das visitas íntimas:

a) A apresentação dos documentos mencionados no Art. 99°;

b) Entrevista com a comissão de voluntários da APAC, especialmente designados para este fim;

c) Uso de crachá especial;

d) Visitas permanentes das esposas e amásias, aos domingos (horário normal

das visitas);

e) Participação efetiva das esposas e amásias nos atos socializadores propostos pela Entidade (Jornadas, cursos, etc.);

f) Mérito apresentado pelo recuperando;

g) Período mínimo de 01 (um) mês de estágio (tempo de adaptação) para os

recuperandos casados e 02(dois) meses para os recuperandos amasiados, contado a partir da data de entrada no regime fechado. No caso de amasiado, se o recuperando apresentar mérito, o tempo estabelecido poderá ser reduzido para 01 (um) mês;

h) Os recuperandos dos regimes semi-aberto e aberto que cometerem falta

considerada grave durante o cumprimento de sua pena, uma vez recolhido no regime fechado, ainda que aguardando a resolução do incidente de execução, terão sua visita íntima suspensa durante 02 (dois) meses. Se o recuperando apresentar mérito, o prazo poderá ser reduzido para um mês;

i) O tempo relacionado no art. 102°, letra g, também é válido para o

recuperandos que derem reentrada na APAC (provenientes do sistema comum), ainda que fizessem uso da suíte quando de sua permanência na Entidade.

§ 1º - As roupas de cama e toalhas deverão ser trazidas pelas visitantes (esposas e amásias) e levadas consigo após o término da visita íntima. § 2º - º A limpeza do setor designado para as visitantes (esposas e amásias) será realizada logo após o término da visita íntima. Art.103ª - A revista pessoal.

I. As voluntárias deverão efetuar “revistas” nos pertences a serem entregues aos recuperandos, em todos os visitantes, inclusive crianças, devendo especialmente atentar para fundo falso de eventuais pacotes ou vasilhames plásticos. Não obstante as “revistas”, nenhum pertence deverá ser danificado.

II. Procedida a “revista”, o visitante deverá ser acompanhado até a Portaria 02 (dois) pelo responsável pelas “revistas” ou pelo seu auxiliar.

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III. Após a “revista”, o visitante deverá entrar imediatamente no Estabelecimento Penal não sendo permitido, em hipótese alguma, entrar em sanitários ou sair para a rua e retornar, ficando sujeito a nova “revista”, se tal vir a ocorrer.

Art. 104º - Se entre os pertences do visitante, for encontrado drogas, que produzam dependência física ou psíquica será, incontinenti, lavrado o flagrante e o infrator encaminhado à autoridade competente, para fins de direito. Art. 105º - O horário de visitas e utilização de sanitários, estará sujeito:

I. Durante o horário de visitas aos domingos, serão escalados recuperandos previamente preparados para este fim, de modo a colaborar para o bom desenvolvimento dos trabalhos.

II. Os banheiros serão usados por:

a) Mulheres no Ambulatório Médico

b) Homens na laborterapia, e,

c) Após as visitas, os sanitários serão revistados rigorosamente.

III. Durante o horário de visitas, todas as celas, copa, sala de aula, auditório, portão

de acesso ao piso superior e secretaria, deverão permanecer trancadas e, após a conferência dos cadeados, as chaves recolhidas e entregues ao plantonista.

Art. 106º - A dispensa da revista pessoal e regalias:

I. A dispensa das revistas poderão se dar como prêmio, havendo, porém a necessidade da conquista dessa regalia, pelo mérito do recuperando e da pessoa visitante, a saber:

a) Presença aos atos socializadores da APAC: e, b) Evidente interesse pela Entidade.

Parágrafo Único - A revista será indispensável, por um período não inferior a noventa dias (90) exceto os casos especiais decididos pela Presidência. Art. 107° - Não havendo participação sem justa causa, nos Cursos de Formação e Valorização Humana para os familiares programados pela Entidade, acarretará ao visitante faltoso, a obrigação de comparecer às palestras que precedem as visitas, até que se realize novo curso de formação. *Retirado do Regulamento Disciplinar da APAC de Itaúna, revisado em agosto/201

IMPRESSO: MANUAL DOS PLANTONISTAS

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CARO COMPANHEIRO DE IDEAL CRISTÃO Estamos fazendo chegar às suas mãos o Manual do Plantonista, contendo o regulamento do companheiro escolhido para cuidar da APAC, nos períodos do dia e da noite. Trata-se das regras básicas para que o plantão se desincumba a contento da tarefa que lhe é confiada. Se você estiver atento a tudo quanto o Manual prescreve, certamente seu plantão será ótimo, atendendo à expectativa de todos. Por especial fineza, não crie novidades, procure ser igual, para evitar comparações que desestimule aqueles que costumam agir conforme o regulamento. É muito desagradável ouvir do recuperando: “O plantonista fulano de tal deixa, não faz conta, e o senhor fica criando dificuldades”, colocando na cabeça do recuperando o errado como certo e o certo como errado. Não faça isso, por favor! Sejamos uma comunidade que pensa e age de acordo com as normas, pois isso agrada ao Senhor.

MANUAL DOS PLANTONISTAS

1º - Da Conduta I. Ser correto na sua vida particular; II. Ter conduta exemplar na família; III. Comparecer sóbrio nos trabalhos da APAC; IV. Prestar obediência aos regulamentos da Justiça e da APAC; V. Apresentar-se sempre trajado decentemente e em condições ideais para o trabalho a ser

desempenhado (cabelo cortado e barba feita); VI. Estar bem espiritualmente em seus plantões. 2º - Do Relacionamento Plantonista-Recuperando I. Nunca, sob nenhuma hipótese, fazer ou manter negócios com os recuperandos ou seus

familiares; II. Tratar a todos com urbanidade; III. Evitar qualquer tipo de privilégios; IV. Impor a disciplina com amor revelando-se amigo de todos; V. Evitar intimidades e brincadeiras de mal gosto; VI. Não fazer compras para os recuperandos sob hipótese alguma.

3º - Das Obrigações dos Plantonistas 1º - Visar freqüência obrigatória de recuperandos em todos os atos socializadores propostos pela Entidade, inclusive as sessões do A.A. e N.A semanalmente, no dia e horário determinado; 2º - O Plantonista responderá pela ordem e disciplina do Centro de Reintegração Social; 3º - Os Plantões obedecerão aos seguintes horários: Período diurno, das 07:00 às 19:00 horas; Período noturno, das 18:00 às 07:00 horas; 4º - Dos horários: Depois das 18:00 horas, não será permitido a entrada de pessoas estranhas no C.R.Social;

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5º - Da Permuta: A permuta de plantonista só será permitida em caso de força maior, com referendo do Gerente Administrativo da APAC ou por quem o estiver substituindo; 6º - Para assumir o plantão, o Plantonista tomará as seguintes providências:

a) Acompanhará a chamada dos recuperandos que cumprem pena nos regimes aberto e semi-aberto, e se inteirará das causas que porventura ocasionarem ausências;

b) Fará a conferência, através de chamada da população prisional do regime fechado. Preencherá o relatório próprio, destinado ao plantonista; e,

c) Verificará a ordem do C. R. Social, em especial dos dormitórios. 7º - Do silêncio e da TV: O silêncio dar-se-á às 22:00 horas, impreterivelmente, salvo se houver algum fato que aconselhar a prorrogação desse horário, a saber:

a) Visita de autoridades; b) Programa especial de TV, previamente autorizado pelo Gerente Administrativo; c) Presença de delegações de outras Comarcas.

8º - Da alvorada: A Alvorada dar-se-á às 06:00horas; 9º - Da saúde: Todo atendimento médico, deverá exigir atestado, para constar na pasta prontuário.

a) Quando o recuperando alegar doença, será encaminhado ao setor competente para os primeiros exames e, a seguir, conforme o caso, pedir a presença do médico. O pedido de repouso deverá prolongar-se até a alvorada do dia seguinte, não podendo, nesse período, participar de nenhum ato de lazer;

10º - Do telefone: Após 16:00 horas, é proibido o uso de telefone por recuperandos, exceto em caso de extrema e reconhecida necessidade; 11º - Da comunicação: Não permitirá a comunicação de recuperandos dos regimes semi-aberto ,fechado e aberto, inclusive através de bilhetes; 12º - Das chaves:

I. Às 18:00 horas, o plantonista ficará de posse das chaves de entrada da portaria 01, garagem e portaria 02;

II. Após às 22:00 horas, o molho contendo as chaves de todas as dependências do C.R.Social deverá ficar exclusivamente sob a guarda do plantonista;

III. A chave do portão que dá acesso à parte exterior do C.R.Social, área de segurança, deverá ficar permanentemente de posse do plantonista.

13º - Da Permanência no Setor Administrativo e Portaria nº 01: Não permitirá, em hipótese alguma, o ingresso e permanência de recuperandos nas dependências do Setor Administrativo e da Portaria 01, assim que assumir o plantão e durante o mesmo, exceto os que se encontram previamente escalados para tal; 14º - Da escala: Obedecerá rigorosamente a escala de plantão previamente aprovada pelo Gerente Administrativo; 15º - Da Desobediência: Alertará aos recuperandos que a desobediência a ordem superior, estará enquadrada no Artigo 39,V da LEP;

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16º - Visita dos Voluntários: Excetuando os membros da Diretoria e do setor administrativo, nenhum outro voluntário que não esteja de serviço, ou atuando em horário estritamente reservado às atividades constantes da agenda da Entidade, poderá freqüentar o Centro de Reintegração Social após as 18:00 horas; 17º - Do Alvará: Não se cumprirá alvará de soltura sem ordem do Gerente Administrativo, e na sua ausência do encarregado da Execução de Penal; 18º - Do Recebimento: É expressamente proibido o recebimento de condenados por parte da APAC, em qualquer regime, sem ordem expressa do MM. Juiz de Direito das Execuções da Comarca de Itaúna; 19º - Da Gerencia Administrativa: Em caso de absoluta necessidade e esgotados todos os esforços recomendados pelo bom senso, o plantonista entrará em contato com o Gerente Administrativo da APAC, ou com quem o estiver substituindo para que , em conjunto, tomem as medidas cabíveis, visando preservar a disciplina, podendo, inclusive, em ultima instância, solicitar a ajuda da Polícia Militar.

20º - Das Encomendas: Bilhetes, cartas, encomendas, recados, somente poderão deixar o C.R.Social com conhecimento e autorização do Plantonista; 21º - As encomendas aos recuperandos, serão recebidas mediante recibo, e as encomendas serão revistadas na portaria 01, pelo porteiro na função do dia, em conjunto com o plantonista; 22º - Alimentos, bebidas e outros materiais existentes na cantina, somente poderão entrar no C.R.Social, aos domingos; 23º - Dos Telefones: Telefonemas somente poderão ser feitos com autorização da Diretoria Administrativa, de conformidade com a Portaria própria para este fim; 24º - Somente o plantonista abrirá e fechará as celas no período noturno, após o término das atividades; 25º - Antes do silêncio, proceder-se-á verificação no que concerne aos cadeados;

I. de todas as celas e dormitórios; II. da grade de acesso à Cantina, Secretaria Interna, Auditório e Ambulatório

Médico; III. da grade que dá acesso ao pátio, laborterapia e, sala de aula; IV. das grades da copa, corredor que dá acesso ao interior do regime fechado e

capela; V. das grades que dão acesso aos regimes semi-aberto e aberto.

26º - Das Celas: Nenhum recuperando poderá pernoitar fora da cela a que estiver destinado e mudar de cama. Somente o Gerente Administrativo poderá transferir recuperandos de uma cela para outra e autorizar mudanças de camas;

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27º - Das Visitas: Os plantonistas escalados para os dias de visita de parentes dos recuperandos, deverão observar rigorosamente as normas contidas na Portaria de Visitas, que cuida especificamente deste tema; 28º - Das Saídas:

I. Nenhum recuperando poderá deixar o recinto do regime fechado, semi-aberto ou aberto, sem expressa ordem do Gerente Administrativo da APAC ou de quem o estiver substituindo:

II. Nenhum recuperando entrará ou sairá do C.R.Social sem ser revistado; III. A revista será feita por membros do C.S.S acompanhado pelo Plantonista.

Qualquer suspeita quanto à origem dos pertences ou se entre eles for encontrado drogas, imediatamente o plantonista tomará as providências de praxe;

29º - Dos Auxiliares: Cada plantonista terá como auxiliares, recuperandos do semi- aberto, conforme escala de revezamento. Os auxiliares de plantão obedecerão o mesmo horário do Plantonista e permanecerão vigilantes em suas funções. Se durante o seu trabalho perceberem alguma anormalidade que possa comprometer a disciplina deverão de imediato, chamar o plantonista; Parágrafo Único: Os auxiliares serão designados pelo Gerente Administrativo da APAC. 30º - Do Relógio de Ponto:

I. O plantonista permitirá aos recuperandos do regime semi-aberto autorizado a trabalho externo e aberto, bater o cartão de ponto, mesmo quando estes chegarem atrasados;

II. Quando for depois do horário, o infrator, deverá, por escrito, justificar porque chegou atrasado;

III. A Secretaria Administrativa, expedirá toda 2ª feira, comunicado prontuário dos recuperandos que, no decorrer da semana anterior, tenham chegado atrasados, para as providências de praxe;

31º - O recuperando que chegar atrasado poderá justificar sua falta no decorrer das 24 (vinte e quatro) horas subsequentes e, sempre que possível, deverá fazê-lo através de documentos; 32º - Do 1º Ato do Dia: O 1º Ato do dia dar-se-á às 07:00 horas nos regimes fechado e semi-aberto, composto de:

I. Chamada; II. Oração da manhã (ecumênica); e,

III. Avisos gerais, leituras de portarias, ordens internas e recomendações de interesse dos recuperandos;

33º - Da Recolha: Cometendo falta considerada pelo Plantonista, plausível de punição, este fará o infrator se do regime semi-aberto ou aberto, recolher-se ao regime fechado, se do fechado, à própria cela, como medida preventiva, para posterior decisão do Gerente Administrativos, e se for o caso, do Conselho disciplinar; 34º - Verificar o conteúdo de todo e qualquer refrigerante, antes de entrar no C.R.S;

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35º - Dos Telhados: Não será permitido a qualquer recuperando do semi-aberto e aberto subir em cima dos telhados do C.R.Social, sem expressa ordem do plantonista, e, ter qualquer contato com os recuperandos do Regime Fechado, através das portarias; 36º - Do C.S.S.: Prestigiar integralmente o C.S.S, do regime fechado, semi-aberto e aberto. 37º - Das Proibições: É terminantemente proibido aos recuperandos:

I. Usar celular no C.R.Social; II. TV na cela, no dormitório ou nas suites;

III. Trocar de cama; e, retirar etiqueta de identificação da cama; 38º- Caberá ao Plantonista de serviço quando lhe for apresentado o recuperando recém chegado na APAC:

I. Verificar se o mesmo não apresenta lesões corporais, tais como as de algemas, de agressões, espancamentos, quedas e choques;

II. Acompanhar a “revista” do recuperando bem como aos seus pertences, antes de recolher à APAC;

39º- Os plantonistas de serviço, durante o seu turno, cuidarão para:

I. Que os recuperandos não sejam espancados ou maltratados; II. manter ordem, disciplina, moralidade no Centro de Reintegração Social: III. Impedir jogos de qualquer espécie, a dinheiro; a entrada de publicação

pornográficas, o consumo, o comércio, o tráfico de bebidas alcoólicas, drogas ou substâncias nocivas à saúde física ou ao psiquismo do recuperando:

IV. Manter acesa a iluminação externa do Centro de Reintegração Social durante a

noite, da 18 às 06 horas; V. Estar vigilante nos dias de visita aos recuperandos, ou durante as visitas

esporádicas e autorizadas, tomando as medidas necessárias junto aos visitantes e aos recuperandos:

VI. Concitar os recuperandos a participarem da faxina de suas celas e dormitórios,

ao bom comportamento e cuidar da limpeza das partes internas e externas do C.R.Social;

VII. Supervisionar as visitas de advogados aos recuperandos, dando-se ciência de

irregularidades ao Gerente Administrativo: VIII. Prender em flagrante qualquer infrator às normas de segurança do Centro de

Reintegração Social do regime prisional, das normas de trabalho e apresentar o detido ao Gerente Administrativo da APAC:

IX. Em caso de ausência do Gerente Administrativo, por-se em contato com a

delegacia seccional de polícia, para casos que venham violentar, ou por em risco, a ordem, a disciplina e segurança;

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X. Dar toda assistência moral possível aos recuperados, evitando-se o seu desequilíbrio psicológico e prejuízos à sua readaptação social;

XI. Impedir que chegue ao recuperando notícias perturbadoras ao seu estado

psicoemocional, tais como as notícias de articulações de fuga, aquisição de armas, de drogas, mortes de parentes, doenças incuráveis como a AIDS etc;

XII. Entregar as correspondências destinadas aos recuperandos, como ainda, remeter,

as cartas destinadas aos familiares ou particulares, após as mesmas passarem pela diretoria administrativa para controle;

XIII. Exigir o asseio corporal dos recuperandos, o corte regular de cabelo e da barba, o

uso de roupas limpas, pessoais e de cama e banho;

XIV. Supervisionar diariamente às 09:00 e às 13:00 horas, em conjunto com os membros do C.S.S., as celas e os dormitórios, conferindo grades e as paredes dos armários e sob as camas.

40ª - Das Obrigações:

I. Manter os portões, que dão acesso ao interior do C.R.Social, devidamente fechados;

II. Supervisionar as fichas de controle de saída de recuperandos do C.R.Social, nas

permissões para escolta, procura de trabalho, etc; III. Atender aos pedidos de toda ordem dos recuperandos apenas em horário compatível à

segurança, à ordem disciplinar, salvo os casos de urgência de motivo por força maior.

IV. Dar pronto conhecimento ao Gerente Administrativo da APAC da existência de recuperandos doentes, ocorrências de óbito, de fuga ou de qualquer fato anormal à ordem e a disciplina prisional;

V. Supervisionar as visitas médicas, odontológicas e psicológicas, comunicando as

irregularidades ao Gerente Administrativo da APAC; VI. Criar todas as condições possíveis ao médico, dentista, psicólogo, professores, religiosos

e demais voluntários para fiel execução dos seus trabalhos.

VII. Supervisionar as compras aos recuperandos em dia e horário fixado pelo Gerente Administrativo da APAC, as quais serão efetuadas por pessoas previamente determinadas;

VIII. Manter os serviços religiosos prestados por entidades religiosas locais, conforme as

normas fixadas pela Direção da APAC e, espontaneamente, dirigidos aos recuperandos. IX. Receber as Delegações de visitantes na Portaria (01), apresentando-se e

encaminhando-as para a pessoa que vai apresentar a Entidade.

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APOSTILA DO MONITOR pág. 46

X. Antes de eventos (Cursos, Seminários, Jornadas, etc.) tomar as seguintes providências:

a) Evitar obras de reforma ao menos 15 dias antes; b) 10 dias antes, uma revista geral (pente fino);

c) 05 dias antes bater grade no final do dia;

d) Reunir-se com o Conselho e Representantes de Cela 03 vezes antes do evento, para

tratar da disciplina da Entidade, e examinar cautelosamente, a conveniência de fazer alguma mudança de cela;

e) Recebendo mais de um preso de uma mesma unidade prisional, colocá-los em celas

diferentes;

f) Não marcar 15 dias antes, nenhuma palestra fora da cidade, onde acontecerá o evento.

Itaúna, 06 de Agosto de 2010

Presidente da APAC

Nota: Este manual foi elaborado de acordo com a realidade da APAC de Itaúna. Mudanças poderão ser feitas, de acordo com a realidade de cada APAC.

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10a AULA

TEMA – X - MÉRITO – XI - CENTRO DE REINTEGRAÇÃO SOCIAL – XII - JORNADA DE LIBERTAÇÃO COM CRISTO – OS ELEMENTOS FUNDAMENTAIS DO MÉTODO, SUA FUNÇÃO HARMONIOSA E INTER-DEPENDÊNCIA X - MÉRITO

a) Menor índice de reincidência . b) O mérito passa a ser fundamental na progressão, que funciona como proteção à

sociedade e ao próprio recuperando. c) Respeito à finalidade essencial da pena – recuperar. d) Interesse pela proposta socializadora, porque sabe que a manifestação da Entidade

influi na progressão. e) Pontuação. f) Relatório Circunstanciado.

C.T.C – COMISSÃO TÉCNICA DE CLASSIFICAÇÃO

g) Constituída de voluntários. h) Pode fazer exames criminológicos, de insanidade mental e dependência toxicológica. i) Contatos diretos com o interessado – mais agilidade, menos injustiças e mais respeito. j) Acerto de laudos – 95%

XI - C.R.S – CENTRO DE REITEGRAÇÃO SOCIAL a) A importância de se cumprir o regime semi-aberto e aberto, na mesma Comarca. b) Manter os laços afetivos; contando com a presença de amigos e parentes para ajudar na

reintegração, promessa de trabalho, etc. c) Espaço geográfico: Presídio e CRSocial ( com dormitórios para o semi-aberto e aberto). d) Separação dos regimes e) Romper com o estigma da casa do albergado. XII - JORNADA DE LIBERTAÇÃO COM CRISTO a) Constitui-se no ponto alto da metodologia. b) Quatro dias de reflexão e interiorização. c) 15 anos de estudos para se chegar ao ideal. d) Estruturada de acordo com a psicologia do preso. e) Dividida em duas etapas:

Revelação do Deus misericórdia;

Ajudar o recuperando a encontrar-se consigo mesmo;

Conclui-se com um encontro com a família. NOTA: este ponto poderá ser concluído com alguns testemunhos de jornadeiros.

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Conclusão: os elementos fundamentais do método, sua função harmoniosa e inter-relacionamento

O voluntário que trabalha em um setor específico, deve respeitar integralmente o colega que atua em outro

Exemplos:

Jurídico;

Administrativo;

Saúde;

Espiritual;

Valorização humana.

O preso é imediatista.

Quem não conhece o Método, comete disparates.

A ausência de um dos elementos, poderá comprometer o Método.

Não buscar fora da equipe, os culpados para os fracassos no trabalho;

Diante dos problemas, a equipe precisa se reunir e avaliar, perguntando: Onde está a falha na aplicação da metodologia?

Agindo assim, a equipe se fortalece, o mérito se aprimora e o grupo cresce espiritualmente.

NOTA: Esta aula deverá se complementada com o conteúdo presente no Livro Vamos Matar o Criminoso? págs. 95 a 102.

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APOSTILA DO MONITOR pág. 49

11a AULA

TEMA - LIDERANÇA CRISTÃ

CARTAZ: “O LÍDER NÃO DEVE ESQUECER QUE TAMBÉM DEVE SEGUIR, NÃO APENAS SER SEGUIDO”.

É importante destacar que precisamos de colaboradores, novos líderes, de pessoas que possam ser co–responsáveis para a execução de nossa proposta. Vamos dar, em função disto, algumas pistas que o líder cristão deve saber. Quando falamos de liderança cristã, queremos esclarecer que esta não se trata de uma ditadura que se impõe. É preciso desmistificar o que o preso pensa sobre liderança. Por exemplo: Ser líder não é formar uma quadrilha na cadeia, organizar rebeliões, subjugar os mais fracos... porque o resultados destas iniciativas macabras todos conhecem, e sabem que a força do Governo através da Polícia vai sempre levar a melhor. São as vitórias de pirro; ganham mas não levam nada, ou melhor dizendo, ganham perdendo sempre. É a estratégia dos líderes de prisões, que continuam teimando em fazer e comandar atos que resultam sempre em fracassos, danos e mortes para os seus participantes. Fazer uma rebelião para mudar de estabelecimento, seria hilariante se não fosse tétrico. É a mudança do pior para o igual. Arrumou confusão, manchou a ficha de conduta promoveu desordens, angustiou a família e mudou de presídio. Grande vitória ! Precisamos passar a idéia de uma liderança participada, que possa conquistar as coisas boas e dela desfrutar; tornando a prisão menos desagradável, ao invés de transformá-la em ambiente de terror. O líder sempre partilha, coloca as pessoas que o cercam em posição de co–responsabilidade. Pode-se ler e comentar brevemente a citação bíblica de Ex 18, 13 – 27. Deve deixar-se questionar, analisar, saber que não é dono da verdade. A formação do líder exige: Inteligência, estudo, esforço, maturidade, equilíbrio, boa vontade, disponibilidade, etc. Ao final, concluir explicando o tripé: Diálogo, Paciência e Humildade, para se chegar à solução de todos os problemas. DESENHO DO TRIPÉ DEUS

DIÁLOGO HUMILDADE PACIÊNCIA

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NOTAS: a) - Distribuir o impresso: conduta do líder no

grupo, recomendando a leitura de todos os itens contidos no impresso, e posteriormente que se façam os devidos comentários, item por item.

b) - Terminado o estudo dos itens da conduta do líder, far–se–á a distribuição do impresso: notícia da folha da tarde, para que o grupo faça um exercício-treino sobre o assunto ali abordado.

c) - Alertar que cada grupo deve ter um resumo das conclusões, para serem apresentadas e comentadas pelo secretário do grupo em plenário.

CONDUTA DO LÍDER NA REUNIÃO DE

GRUPO 1. Ouvir mais do que falar; 2. Procurar sempre, habilmente, fazer com

que todos externem suas opiniões; 3. Ajudar os mais tímidos a dizer o que

pensam, fazendo-lhes, se for o caso, perguntas, contando fatos, etc.;

4. Quando o inquirido disser que, sua opinião é igual à da última pessoa que falou, diga-lhe carinhosamente, que ele é uma pessoa especial, capaz, com opinião própria e que todos querem saber o que ele pensa sobre o assunto;

5. Quando alguém insistir em falar que não sabe dizer nada, seja criativo até alcançar os seus objetivos;

6. Somente depois que todos falarem, é que as respostas, por escrito, devem ser levadas a efeito. Primeiro, portanto, deve o assunto ser exaustivamente discutido no grupo;

7. Não permita que este ou aquele membro do grupo fale sozinho, tomando conta da reunião. No grupo todos devem falar. Quando pensam a mesma coisa é porque, de fato ninguém está pensando;

8. Diga sempre palavras de estímulo, todos são capazes, todos são inteligentes, etc. Deus deu a cada um de nós condições de pensar e decidir, com idéias próprias;

9. O líder deve buscar incansavelmente uma resposta positiva para suas indagações. Quando alguém se fecha (mutismo), é porque o líder

despreparado desempenha, via de regra, papel ridículo;

10. Prepare-se para qualquer encontro. Um líder despreparado desempenha na maioria das vezes, papel ridículo;

11. O líder precisa comunicar-se bem, com firmeza e convicção os seus pontos de vista;

12. Não seja intransigente em seus argumentos. Mantenha a calma e busque no grupo aliados para a causa que abraçou. Quando surgir uma idéia realmente inovadora, digna de estudos, seja capaz de ceder. Um líder não pode posicionar-se como alguém que deve ser apenas seguido; deve seguir também;

13. Anote tudo, psicologicamente isto faz bem e desperta interesse de todo o grupo;

14. Nunca perca a calma, mesmo diante de pontos de vista que contrariem seu pensamento. O líder não se impõe exaltado, mas convence pelas suas idéias, serenidade e segurança;

15. O líder não tem pressa, pois seu objetivo é de convencer, esclarecer, conquistar, e a pressa não cabe bem com esse tipo de proposta;

16. Seja bem claro em tudo que falar e esclareça que a participação visa tão somente ajudar. Faça-se amigo sem demora;

17. Antes de iniciar qualquer encontro, faça uma exposição de seus objetivos e procure sensibilizar a todos, mormente da necessidade de aproveitamento. Diga sempre: Já que paramos vamos aproveitar, enriquecendo nossos conhecimentos, melhorando nossa cultura etc., e;

18. Nas discussões mencione o máximo possível, opiniões de outros membros do grupo, para combater uma idéia menos correta.

OBS: Terminado o estudo dos itens da conduta

do líder, far-se-á a distribuição do impresso: NOTÍCIA DA FOLHA DA TARDE, para que o grupo faça um exercício-treino sobre o assunto ali abordado.

Alertar que cada grupo deve ter um resumo das conclusões, para ser apresentado e comentado pelo secretário do grupo em plenário.

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FOLHA DA TARDE

....................................................................................................................................... São Paulo, Quarta-feira, 8 de agosto de 1979 – nº 7827 – Página 24

.....................................................................................................................................

VOLTOU À PRISÃO APÓS TIROTEIO No final de demorada perseguição e

prolongado tiroteio travado com policiais militares do Patrulhamento Tático Móvel 221, o ladrão assassino e traficante de tóxicos Reginaldo Souza Alves, 41 anos, alcunhado de “Marinheiro” acabou capturado em Artur Alvim.

Ele estava com uma Brasília roubada em companhia do menor José, de 16 anos, vulgo “Oscarzinho”, que na Sexta-feira da semana passada escapou da FEBEM – Fundação Estadual para o Bem Estar do Menor do Tatuapé. Reginaldo já cumpriu 25 anos de cadeia pela morte de três marginais. Foi na chamada “Boca do Lixo”. Deixou os três abatidos no meio da rua e não revela arrependimentos por tais crimes.

O delinqüente saiu da Detenção no dia 26 último. Demonstrou revolta por ter sido liberado sem que ninguém o consultasse previamente para saber se ele gostaria ou não de ganhar a liberdade. Alegou que, por ter sido rejeitado pela sociedade não viu outra alternativa se não voltar a cair no submundo do crime . Acha-se CURIOSAMENTE um “Robin Hood” edição fim de século... CONFISSÃO: Ao ser autuado em flagrante pela autoridade do 21o Distrito, o bandido foi bem claro, ao salientar,“Nada mais tenho a perder.

Estou sem família e sem nenhuma

oportunidade. Saí da Detenção por volta de 1 hora da manhã. Apenas abriram o portão e me obrigaram a sair. Ninguém

queria saber se eu precisava ou não de algum documento. Na rua quando procurei trabalho depois de tanto tempo em “cana”, vi que os únicos que poderiam falar dos meus antecedentes seriam os próprios diretores da cadeia.

Passei então a roubar para sobreviver. Não sou egoísta. Divido dinheiro e mercadorias entre os favelados”.

Os próprios policiais que o prenderam disseram que o ladrão estava adquirindo simpatia entre os moradores da periferia.

Reginaldo disse que não tem qualquer arrependimento dos três homicídios que praticou “Ou eu matava, ou cairia morto nas mãos dos três”, salientou. E a respeito do tiroteio, disse o seguinte: “Eu sou ladrão. Estava fugindo e atirei... A Polícia cumpriu o seu papel, também atirando. A vida é assim”.

Ao retornar para a Detenção, o marginal assegurou que, se daqui a alguns anos, voltar a ganhar a liberdade e encontrar o mundo do mesmo jeito em que está atualmente, ou pior, não terá dúvidas “em continuar a assaltar”

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12a AULA

TEMA: PENA E PRISÃO – OS DIREITOS E DEVERES DOS PRESOS

CARTAZ: QUANDO A SOCIEDADE NÃO ASSUME, A CIDADE TAMBÉM SE PRENDE 1 – Histórico da evolução da pena e da prisão 2 – Como a APAC chegou a administrar os três regimes de cumprimento de pena CARTAZ: “CONDENAR E CONFINAR O INFRATOR É UMA IMPOSIÇÃO DA SOCIEDADE.

RECUPERÁ-LO, POR SUA VEZ, É UM IMPERATIVO DE ORDEM MORAL, A CUJO CHAMAMENTO NINGUÉM DEVE ESCUSAR-SE”.

3 – OS DIREITOS DOS PRESOS a) Individualização da pena e de sua execução, que não poderá passar da pessoa do

condenado( Const. Federal, Art. 5º, Incs. XLV e XLVI); b) Respeito a integridade física e moral dos condenados( Const. Federal, Art.5º Inc. XLIX, e

Art. 40 da L.P.E.); c) Assistência material, à saúde, jurídica, educacional, social e religiosa( Arts. 10 à 24 da

L.E.P); d) Alimentação, vestuário, trabalho remunerado, previdência social, pecúlio, descanso e

recreação, proteção contra formas de sensacionalismo, entrevista pessoal com advogado, visita do cônjuge ou companheiro e de familiares, chamamento nominal, igualdade de tratamento, audiência especial com o diretor do presídio, direito de representação e de petição e contato com o mundo exterior ( Arts. 28 à 37 e 41, Incs. I à XV, e seu parágrafo único da L.E.P.);

4 – OS DEVERES DOS PRESOS a) Submissão as normas da execução e cumprimento da sentença ( Art. 38, da L.E.P.) b) Manter disciplina, obediência aos superiores, respeito e urbanidade com as demais

pessoas e presos; não aderir a fugas e a movimento de subversão da ordem; executar os trabalhos, tarefas e ordem recebidas; submeter-se a sanção disciplinar imposta; indenizar o dano a vítima ou a seus sucessores e, ao Estado, as despesas de sua manutenção; manter a higiene pessoal e asseio de seu alojamento e conservar os objetos de uso pessoal ( Arts. 39, Incs. I a X, da L.E.P.);

5 – TESTEMUNHO PESSOAL. NOTAS:

a) Esta aula deve ser exposta por alguém que tenha conhecimentos jurídicos. b) Solicitar ao palestrista que prepare algum subsídio para ser distribuído aos cursistas no

final da aula.

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13a AULA

TEMA - SISTEMA PROGRESSIVO DE CUMPRIMENTO DE PENA E REGULAMENTO DO PRESÍDIO

A) SISTEMA PROGRESSIVO DE CUMPRIMENTO DE PENA

Inspirado do modelo Irlandês

Regimes fechado, semi-aberto e aberto

Vantagens deste modelo: a) estímulo, porta aberta, esperança; b) a liberdade se dá por etapas, com treinamento; c) promove a disciplina

Objetivo de cada regime no Método APAC: a) regime fechado – recuperar; b) regime semi-aberto – profissionalizar; c) regime aberto – inserir na sociedade. B) REGULAMENTO DISCIPLINAR DA APAC O Regulamento Disciplinar d APAC deverá ser distribuído aos Cursistas para reflexão

em reunião de grupos, lembrando-os de que este regulamento é específico das APACs, onde não tem a presença da Polícia.

NOTAS:

a) Por tratar-se de um material denso, não foi inserido na Apostila do Monitor, devendo o mesmo ser solicitado à FBAC.

b) A FBAC disponibiliza o Regulamento disciplinar completo para as APACs que estão funcionando nos mesmos moldes da APAC Itaúna.

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14a AULA

TEMA - PSICOLOGIA DO PRESO

Nesta aula, não se trata de apresentar um estudo científico da psicologia humana, mas sim a apresentação de uma abordagem colhida nas reuniões de cela, e no contato com os recuperandos. Neste sentido, esta aula deverá ser ministrada por profissionais da área e que tenha um bom conhecimento do mundo prisional. NOTA: Salienta-se que o conhecimento da psicologia do preso é de fundamental importância para o êxito do apostolado, uma vez que colabora sensivelmente para que haja um relacionamento harmonioso entre os recuperandos e os voluntários. Por isto, em breve a FBAC – Fraternidade Brasileira de Assistência aos Condenados, estará disponibilizando o material acerca da Psicologia do Preso, de modo a colaborar com as APACs.

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APOSTILA DO MONITOR pág. 0

GOSTA DE SENTIR-SE ÚTIL

AUSÊNCIA DE SENTIMENTOS

DE CULPA EM RELAÇÃO A

VÍTIMA

AGRESSIVIDADE COM AS PESSOAS QUE MAIS AMA

PERDA DE APETITE

SOLIDARIEDADE

INCONDICIONAL

MEDO DOS COMPANHEIROS /TRAIÇÃO DA POLICIA DE NÃO SUPERAR DE FUGAS / REBELIÕES DO ADVOGADO ABANDONAR O CASO DE PERDER A FAMÍLIA / ABANDONO / TRAIÇÃO DO FUTURO DE SUMIR PAPÉIS DE DORMIR DE FICAR DOENTE DE MORRER...

ANSIEDADE – NERVOSISMO

ANGUSTIA – DEPRESSÃO SUICÍDIO – ALIENAÇÃO

LOUCURA

PERDA DE IDENTIDADE APELIDOS / NUMEROS

GÍRIA HÁBITO /DROGAS INVERSÃO DE VALORES

TATUAGENS

DESCONFIANÇA / TRAIÇÃO AMIGOS / INIMIGOS

BRINCADEIRAS / CONFLITOS ANIMO / SOFRIMENTOS

CARINHO

INSTÁVEL INCONSTANTE

INDECISO

MENTIRA

AUTO- IMAGEM LESADA AUSÊNCIA DE AUTO -ESTIMA

PESSIMISMO

EGONCENTRISMO AUTO PIEDADE E

CONSTANTES LAMENTAÇÕES

COMPLEXO DE REJEIÇÃO COMPLEXO INFERIOR /SUPERIOR

DOMINAÇÃO / TIMIDEZ FORMAÇÃO DE “BOLINHOS”

PRECONCEITO - MÁSCARAS

HIPERSENSIBILIDADE COMPL. INFERIOR CIÚMES – INVEJAS RESSENTIMENTOS

CURIOSIDADES

INSEGURANÇA

PRECONCEITO EM RELAÇÃO AO AMOR

E A AMIZADE

ÓDIO – ATIVO/PASSIVO FOCO DE TENSÕES

AUMENTO DE PERICULOSIDADE-

SENTIMENTO DE VINGANÇA

DOENÇAS: ÚLCERAS

ERUPÇÕES NA PELE

INSÔNIA

REBELIÕES MAUS

TRATOS MORTES

DEPENDÊNCIA

GENERALIZADA

NEUROSES (RUÍDOS – RADIO-TV)

GRADES –GRITOS -RATOS

SENTIMENTO DE CULPA EM RELAÇÃO A DEUS, A FAMILIA E A SÍ

PRÓPRIO

TRAUMAS / BLOQUEIOS INFÂNCIA/ ADOLESCENCIA

PRESÍDIO-CENAS DE VIOLÊNCIA MORTES –TORTURAS

CORRUPÇÃO-HUMILHAÇÕES

CARENTE AMOR-AMIZADE-SEXO

TOQUES - MASTURBAÇÃO PEDERASTIA - PASSIVA

IMEDIATISMO

INSÔNIAS / PESADELOS /

RONCOS /AGITAÇÕES

APREÇO A FAMÍLIA (ESPOSA-FILHOS) VINCULO AFETIVO FORTE COM A MÃE

(ALGO SAGRADO) IMATURO - AFETIVO

TEMOR A DEUS

CONFLITOS VÁLVULA DE

ESCAPE SENTIMENTO DE

CULPA DESCONFIANÇA DE

SUA EXISTÊNCIA

REVOLTA

NÃO ADMITIR A SITUAÇÃO ABUSOS

CASTIGOS HUMILHAÇÃO DA FAMÍLIA

ALIENADO DO MUNDO EXTERIOR OBEDIENTE / CONDICIONADO

ROBOTIZADO

CARINHO ESPECIAL PELAS CRIANÇAS

APREÇO PELAS ARTES MÚSICAS / TEATRO /

POESIA

ALTERAÇÕES DE HUMOR

ALEGRIA/TRISTEZA RISO/CHORO NÃO EXPRESSO

HIGIÊNICO

DOENTE: SARNAS/ALERGIAS/AIDS

TUBERCULOSE/DEBILIDADE FÍSICA

CORAGEM COVARDIA

ESPERANÇA SONHOS CONSTANTES

BUSCA DA LIBERDADE

APATIA / DESÂNIMO AS MESMAS FORMAS

GEOMÉTRICAS RETORNO DOS COLEGAS

TUDO EM PRETO E BRANCO OCIOSIDADE /OS DIAS SÃO

ETERNOS

BUSCA DE PRIVACIDADE

SOLIDÃO / ISOLAMENTO

INFANTILIZAÇÃO

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15a – AULA

TEMA - INTER - RELACIONAMENTO: VOLUNTÁRIOS – RECUPERANDOS E AUTORIDADES

CARTAZ: SABER COMUNICAR É DOM QUE SE PEDE E GRAÇA QUE SE RECEBE. 1 ) O que conversar com o preso? - Partir do positivo - Dos setores maduros - Afetivo, prof., espiritual, etc. 2 ) Quem é o homem preso?

Dados estatísticos (colhidos no Texto Base da CF/1997., Ministério da Justiça, Secretaria de Justiça, etc. 2) Como eu vejo o homem, eu trabalho com o homem. 4) Para conhecer é preciso conviver / Apenas as reuniões de finais de semana não são suficientes. Pastoral específica - Após um ano a nossa vida se torna pública. 5) O ser humano geralmente se preocupa mais com os efeitos do que com as causas. 6) O cerceamento da liberdade aflora a sensibilidade e a carência afetiva. - Não fazer distinções. Não amar exclusiva e, condicionalmente. Personalizá-los. 7) Voluntários - (Última tábua da salvação) 8) Ouvir mais que falar, ajudando o recuperando a abrir portas; a perceber a mão de Deus; 9) Na dúvida, silenciar-se, orientar para outra pessoa, ou buscar ajuda, ajudá-los a decidir-se. Não ter pressa 10)Fidelidade - Nosso Deus faz aliança com o Homem.

Felicidade – Fecundidade.

Ser fiel.

Aliança.

Perguntar se é possível partilhar.

Guardar no coração. 11) Entusiasmo - (Plenitude de Deus) e perseverança. 12) Não prometer nada ao preso, que não possa cumprir - O preso não esquece. 13) Não indagar acerca do crime cometido, sobre o tempo de condenação, pai, mãe e outros assuntos que possam criar constrangimentos ao recuperando. 14) Ajudar o recuperando a refletir sobre os valores da vida, o plano de Deus destinado ao ser humano. 15) Sugerir boas leituras, se possível indicando livros.

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16) O voluntário no exercício de seu apostolado: A) Deve estar sóbrio:

No vestir.

No beber.

No falar.

No agir. B) Não levar problemas pessoais para os presos. C) Ter a sensibilidade para perceber o que vai na alma. D) Ser autêntico / ser manso e prudente / Não ser ansioso/ Ter compromisso com a verdade/Ser sempre respeitoso com o recuperando e seus familiares/Correção fraterna: Nunca na presença de outras pessoas/ Não julgar / Não condenar / Não ameaçar/ Ser imparcial/Ter cuidado com o mal exemplo: Faça o que eu mando, não faça o que eu faço. 17) Os Quatro olhares para o pleno relacionamento a) Externo (Físico) b) Aquele que percebe a vivência c) O que atinge o ser da pessoa, a raiz, onde Deus está d) Que alcança o Mistério Sou capaz de olhar os outros com esses 4 (quatro) olhares? Sou capaz de me olhar assim? O semblante é o espelho da nossa alma.

Quem tem a missão de ensinar, tem a obrigação de saber. NOTA: Conferir o capítulo IV do Livro Vamos Matar o Criminoso? pág. 145, para o complemento desta matéria.

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16a AULA

TEMA: DISTINÇÃO ENTRE FUGA, EVASÃO E ABANDONO - POR QUE RECUPERANDO? POR QUE PASTORAL PENITENCIÁRIA - ESTATÍSTICA A) DISTINÇÃO ENTRE FUGA, EVASÃO E ABANDONO A aplicação correta ao fato concreto dos termos evasão, fuga e abandono é rara, já que esses termos provocam confusões de todo tipo. É o que se pode perceber na situação criada pelo uso inadequado do termo no Código de Processo Penal (em seu artigo 684), quando fala em evadidos. A própria Lei de Execução Penal (Artigo 49, inciso II) generaliza o termo fuga, aplicando-o a toda ação que resulte na conquista ilegal da liberdade. Os próprios estudiosos da língua portuguesa, em sua maioria, acabam por designar como sinônimos as palavras fuga e evasão, aumentando ainda mais as dúvidas existentes. Mas, inquestionavelmente, encontramos respostas diferentes para cada caso, não havendo dúvidas de que evasão, fuga e abandono se caracterizam por suas repercussões distintas, cada uma assumindo seu papel na Lei. A evasão resulta no enquadramento do agente por infração penal (Artigos 146 e 163 do Código Penal Brasileiro), além de causar graves prejuízos ao infrator na conquista de benefícios penitenciários, especialmente o Livramento Condicional que, para ser concedido, exige que se junte ao pedido o relatório circunstanciado da conduta do preso (Artigo 714 do Código Penal Brasileiro). Aliás, o direito do preso (requisito subjetivo) sofre o mesmo prejuízo tanto na fuga como no abandono, pois a avaliação da responsabilidade individual sofre as consequências com o registro do mau comportamento no decorrer do cumprimento da pena. Evasão Caracteriza-se como ilícito penal, porque a pessoa que se evade, para conseguir o seu intento, causa dano ao patrimônio público (conforme define o Código Penal Brasileiro Artigo 163, parágrafo único, inciso I I I), ou ainda quando age provocando constrangimento ilegal, mediante violência ou grave ameaça a pessoa (Artigo 146). Exemplos: no primeiro caso, o preso serra a grade, estoura o cadeado, danifica a parede do prédio cavando “túnel” etc. No segundo caso, domina a autoridade policial (agente penitenciário, polícia militar) ou qualquer outra pessoa, tomando-a como refém, obrigando-a a fazer o que a Lei não permite: colocar em liberdade alguém que cumpre pena privativa de liberdade. O termo evasão encontra-se no Código Penal Brasileiro (Artigo 684). Fuga A fuga não caracteriza ilícito penal e se dá quando o agente ludibria a vigilância da autoridade ou abusa de sua confiança quando solicitado a realizar alguma tarefa. Neste caso, não ocorrem danos materiais contra o patrimônio e nem constrangimento ilegal mediante violência ou grave ameaça à pessoa, pois o agente habilmente evita os obstáculos. Caldas Aulete registra que fugir é “sair furtivamente, escapar-se, coar-se” e, ainda, “desviar-se precipitadamente de alguém ou de alguma coisa para evitar incômodos...” Ora, a colocação do consagrado dicionarista, ao usar as expressões “desviar-se de alguém ou de alguma coisa”, deixa claro que a fuga dá sem a prática de violência, pelo emprego da

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habilidade do agente, que evita os obstáculos. A Enciclopédia Brasileira Mérito também define fuga como “subterfúgio, escapatória, solução engenhosa para evitar alguma coisa”. O evangelista Mateus (2,13), referindo-se à fuga de José ao Egito, relata: “Toma o menino e sua mãe e foge para o Egito”. Não há dúvida de que o êxito da empreitada de José, levando Maria e o menino para outro país, deveu-se à sua capacidade, ludibriando a vigilância das autoridades. Vê-se, pois que a fuga é consumada pelo emprego da astúcia e não da violência. Exemplo: o descuido do funcionário que não travou o cadeado da porta; o preso atendendo a um telefonema na carceragem sai em desabalada carreira; fuga da escolta etc. Vale lembrar aqui que se consagrou entre os presos a frase: “todo preso tem direito à fuga”, exatamente porque essa atitude não é considerada infração penal. Abandono O abandono, igualmente, não caracteriza ilícito penal, porque se dá quando o agente, desfrutando dos regimes aberto ou semi-aberto, abandona o local ou não retorna após a jornada de trabalho ou quando autorizado para outras saídas. Aqui, não há obstáculos a transpor, pois, como acentua a exposição de motivos da Lei de Execução Penal:

A casa do albergado deverá situar-se em centro urbano, separada dos demais estabelecimentos, caracterizando-se pela ausência de obstáculos físicos contra a fuga.

É evidente que, no caso dos condenados que cumprem pena nos regimes aberto e semi-aberto, só pode se registrar abandono, sendo impossível a configuração da evasão ou fuga, uma vez que, no local destinado ao cumprimento da pena da pena, não há obstáculo nem vigilância direta para impedir ou dificultar a ação do condenado. Finalmente, consumadas a evasão, a fuga ou o abandono, o agente deve passar a ser chamado de fugitivo da justiça, independentemente dos meios usados para conseguir o seu intento. Não podemos aceitar o que prescreve o Código do Processo Penal (Artigo 684), ao autorizar apenas a recaptura do réu evadido, pois o termo correto a ser usado seria do réu fugitivo; e a Lei de Execução Penal, ao classificar as falhas, cataloga a fuga como a segunda falta mais grave, não estabelecendo qualquer distinção referente à forma utilizada pelo infrator, situando-as no plano do fato consumado e tornando, assim, a designação abrangente das três situações enfocadas. Repetimos, pois, que tanto aquele que se recusaram a atender as intimações da justiça e acabaram sendo condenados à revelia a continuaram ausentes, mesmo depois de sentenciados, se igualam aos que com o uso de qualquer dos artifícios mencionados, interromperam ilegalmente o cumprimento da pena, passam a ser considerados fugitivos da justiça e assim devem ser chamados. B) POR QUÊ RECUPERANDO?

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Depois de criterioso estudo, ao longo de anos e anos de experiência, chegamos à conclusão de que recuperando é a designação correta que se deve dar ao condenado que cumpre pena nos três regimes recomendados pela legislação vigente. NOTA: O estudo completo deste tema se encontra no Livro Ninguém é Irrecuperável de autoria de Mário Ottoboni, pág. 99 a 105 C) POR QUÊ PASTORAL PENITENCIÁRIA?

Detalhados estudos foram feitos acerca deste tema, de modo a esclarecer aos cursistas sobre a forma adequada de se designar esta Pastoral. O monitor poderá colher esta informações nas págs. 107 a 110 do Livro Ninguém é Irrecuperável, citado anteriormente.

D) ESTATÍSTICAS

Q u a d r o c o m p a r a t i v o d o s p r o b l e m a s d e s a ú d e

Pesquisa feita em Itaúna-MG. data 16.08.05

Distúrbios Emocionais

Presídio Comum ( % )

Método APAC ( % )

Angustia 80 % 12 %

Desconfiança 92 % 14 %

Odeia a ponto de desejar o mal ao seu semelhante 34 % 8 %

Tem raiva de alguém 44 % 10 %

Ausência de projeto de vida nova 56 % 8 %

Medo de enfrentar a vida 50 % 2 %

Não reconhece qualidade alguma em si próprio 40 % 12 %

Desânimo 81 % 2 %

Dificuldade para dormir 80 % 8 %

Sem motivação no dia a dia 78 % 4 %

Pesadelo 52 % 2 %

Sentimento de revolta 74 % 4 %

Sentimento de abandono 52 % 6 %

Importância por ser considerado perigoso 14 % 0 %

Desejo de auto destruição (suicídio) 20 % 6 %

Sentimento de culpa 56 % 48 %

Fuga da presença de outras pessoas 64 % 10 %

Desvalorização da própria vida 34 % 2 %

Desejo de vingança 40 % 6 %

Incapacidade de perdoar 42 % 12 %

Considera-se vítima 32 % 6 %

Incapacidade de assumir a própria culpa 20 % 8 %

Distúrbios Físicos

Resfriados constantes 56 % 2 %

Enxaqueca 52 % 8 %

Dor de cabeça 56 % 6 %

Úlcera nervosa 32 % 1 %

Sinusite 16 % 6 %

Gastrite 28 % 6 %

Falta de apetite (anorexia) 78 % 0 %

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Dor de ouvido 10 % 2 %

Dor de dente 46 % 6 %

Problemas nos olhos 14 % 8 %

17a AULA

TEMA - DECÁLOGO DA APAC - OS ADVERSÁRIOS DA APAC - A VIDA E A OBRA DE FRANZ DE CASTRO

A) DECÁLOGO DA APAC NOTA: Distribuir o decálogo da APAC para estudo em reunião de grupos – Em seguida cada grupo elegerá um representante para expor sobre um dos ítens do Decálogo, cabendo ao monitor tecer breves comentários sobre os mesmos. B) OS ADVERSÁRIOS DA APAC

O monitor colherá dos cursistas uma lista dos principais adversários da APAC, e tecerá breves comentários sobre os mesmos, deixando claro que jamais poderá haver voluntários da APAC entre os adversários.

NOTA: Distribuir Impresso: Os Adversários da APAC, para leitura pessoal. C) A VIDA E A OBRA DE FRANZ DE CASTRO 01 - “Prova de amor maior não há, que doar a vida pelo irmão”. 02 - “Apesar da minha consciência de pobre pecador, assim e com fé no mandato do Senhor, estou entre meus irmãos encarcerados, fazendo-me um pouco prisioneiro como eles, ajudando-os, com Deus a se libertarem interiormente, para assim desfrutar da liberdade física”. (Franz de Castro) 03 - “A minha vida, eu a daria como garantia e como alívio a muitos sofrimentos” (Franz de Castro) 04 - “Às vezes como agora, sinto na pele a execução das penas que lhes foram impostas, sinto-me crucificado, com o coração dilacerado, minha hipersensibilidade não me permite sequer chorar. O mundo jamais entenderia isto”. (Franz de Castro) 05 - Todo amor é risco, tenho que me entregar e confiar”. (Franz de Castro) I ) DADOS BIOGRÁFICOS

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Nome: Franz de Castro Holzwarth Filiação: Franz Holzwarth e Dinorah de Castro Holzwarth Local de nascimento: Barra do Piraí/RJ. Data de nascimento:18/Maio/1942 Infância: Alegre e brincalhão. Gostava de criar galinhas e coelhos. Iniciou trabalho aos 14 anos. Estudos: Após terminar o 2º grau, mudou-se para a casa dos tios em Jacareí, vindo a se formar em advocacia. Vocação: Apesar da advocacia, sentia-se inquieto. Em uma carta ao Pe. Altamirando, disse”: Há em mim, um desejo de doação total. Espero em Deus que se faça sua vontade. Estou disposto para o que me chama.” Advogado brilhante, não escondia sua insatisfação, recordando em 1º de janeiro de 1974:

“O cara casa porque não pode esperar. Eu já espero há 09 anos. Tenho que me arriscar. Todo Amor é risco.”

Conceito Profissional Em Jacareí, onde militava, todos sabiam que as causas por ele peticionadas eram justas. Em 1977 Franz ingressara na APAC como monitor de crisma. Desejava concluir o curso de Teologia e ordenar-se, consagrando-se exclusivamente ao serviço de Deus. II ) UM HOMEM DE DEUS 01 - Primeiro contato com os recuperandos. “Quando eu cheguei, era aquele vozerio, aquele cheiro de gente depositada. Meu estômago começou a sentir uma certa náusea. Fui me controlando, mas, as pernas começaram a bambear.” O carcereiro pergunta: “ Vai dar aula dentro do xadrez ou pela grade?” Franz pensou: “como que eu vou falar do amor de Deus ao meu irmão pela grade? Foi aí que pensei: Vou tentar acolher, receber cada um deles em mim.” 02 - Franz conseguiu despertar corações empedernidos pelo ódio e sedentos de vingança e colocá-los de joelhos, transformando-os numa metamorfose somente entendida por Deus. 03 - Entrega total aos sábados, domingos e feriados, trabalhando de 15 à 18 horas por dia, revelando a misericórdia do Pai. Morreu perfurado por mais de 30 projéteis e apesar das 4 horas dramáticas diante do Presídio de Jacareí, seu rosto não perdeu a serenidade. III - FRANZ ANUNCIA SUA MORTE 01 - Conversa com Nilson quando comentava sobre a APAC:

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”Nilson, no ano que vem não estarei mais com vocês”. 02 - Conversa com Dona Cidinha durante uma reunião da APAC: “Tudo bem Franz?” “Vou mais ou menos. Cidinha, eu vou emplacar logo”. “Franz, você está cansado. Vamos conosco para Caraguá”. “Não posso, tenho que por minha vida em dia.” 03 - Na véspera da tragédia, na sua última viagem, ao receber elogio, disse: “Quero ser enterrado com este terno.” E após sua confissão na Igreja da Sé: “Já posso morrer. Estou em estado de graça.” 04 - Conversa com Dona Margarida, uma semana antes da tragédia: Dona Margarida, confidenciou, estou chegando ao fim; “Só não sei se as balas assassinas virão dos marginais ou da polícia.” “Vivo num meio onde, de lado a lado, não se tem respeito pela vida humana”. 05 - Após colocar um terno marrom, perguntou à Terezinha (doméstica) como de costume: “Terezinha, estou bem? Olha, posso morrer amanhã e se isto acontecer, quero ser enterrado com esta roupa.” 06 - Conversa por telefone com a mãe, no dia da tragédia: “ Fui ao médico na terça-feira e hoje fui tirar sangue para o exame.” “Que significa isso? Só hoje você foi tirar o sangue? “Sou solteiro e se morrer não farei falta.” “Foi a última vez que conversei com meu filho Franz. À tarde ele estava morto.” IV - A TRAGÉDIA Foi traído. Foi morto. Morreu entre ladrões. Uma multidão impassível assistiu à sua morte. Teve suas vestes e demais pertences sorteados entre amigos. 01 - Sábado, 14 de Fevereiro de 1981. Convite do Delegado para ir a Jacareí - Rebelião Três reféns. 02 - Os presos só aceitavam ao Dr. Mário e Franz como mediadores. 03 - Estratégia de saída e liberação dos reféns. 04 - Saída do 1º carro com dois reféns - sem problemas. 05 - Dificuldades em providenciar o 2º carro. 06 - Troca de Franz de Castro pelo reféns (Soldado-PM). 07 - Entrega do carro e liberação do PM. 08 - Tiroteio. V ) TESTEMUNHOS V I ) LEITURA DA ÚLTIMA CARTA DE FRANZ, DIRIGIDA A UM RECUPERANDO. V I I ) PROJEÇÃO DO FILME DA TV GLOBO E EXPOSIÇÃO DE FOTOS.

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V I I I ) REPERCUSSÃO - COM O CRESCIMENTO DAS APACs. NOTAS:

a) Distribuir cópia da manifestação de Moisés Esper para leitura em grupo b) Montar painel de fotografias

No dia 6 de março de 2009, às 15:00 horas, no auditório do Seminário de Filosofia Santa Teresinha, na Diocese de São José dos Campos, foi aberto o processo da Causa de Beatificação do Servo de Deus, Franz de Castro Holzwarth. A solenidade foi presidida pelo bispo diocesano, Dom Moacir Silva. Na sessão, foi feito o pedido para a introdução da Causa, a aceitação por parte do bispo e a nomeação do Tribunal que está investigando a fama de martírio e de santidade do Servo de Deus. Nesta fase diocesana do processo, ele segue em sigilo e não tem prazo determinado para terminar. A duração do processo depende da quantidade de testemunhas ouvidas e das providências necessárias para a investigação da vida de Franz de Castro.

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IMPRESSO: O DECÁLOGO DA APAC

A APAC Propõe: 1. O AMOR COMO CAMINHO 2. O DIÁLOGO COMO ENTENDIMENTO 3. A DISCIPLINA COM AMOR 4. O TRABALHO COMO ESSENCIAL 5. FRATERNIDADE E RESPEITO COMO META 6. RESPONSABILIDADE PARA O SOERGUIMENTO 7. HUMILDADE E PACIÊNCIA PARA VENCER 8. O CONHECIMENTO PARA ILUSTRAR A RAZÃO 9. A FAMÍLIA ORGANIZADA COMO SUPORTE 10. DEUS COMO FONTE DE TUDO.

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IMPRESSO: AS QUATRO CATEGORIAS DE ADVERSÁRIOS DA APAC

I - Indiferentes - Descompromissados ou omissos A - Aqueles que tem uma ligeira noção do trabalho da APAC, mas somente tomam posições conforme circunstâncias do momento: A favor ou contra. Não tem compromisso com a verdade. B - Não ajudam em nada. II - Sentimentais radicais A - Aqueles que foram vítimas ou que tiveram parentes ou amigos nessas condições. B - Para essas pessoas, nenhum argumento é válido, pois fixaram suas idéias no fato ocorrido e, fechadas neste circulo sentimental, tornaram-se infensas a qualquer argumento. Não possuem uma visão social do problema. O sentimento é quem determina. Jamais a razão. III - Inconscientes A - Não tem idéias próprias mas, por ignorância, combatem o trabalho o tempo todo e, sempre, quando questionados, respondem: Ouvi dizer... B - Adicionam sempre dose altamente perniciosa em seus posicionamentos, induzindo a erros de análise outros incautos. IV - Conscientes A - São contra: 1º Por comodismo: ou oportunismo: e, 2º Porque tiveram interesses contrariados Observações: Esses adversários se esquecem de que o criminoso, abandonado atrás das grades, finda a pena, por força da Lei, voltará ao convívio social, como a sociedade a preparou. A - Em condições de viver normalmente com ela, após receber tratamento que é a principal finalidade da pena, ou, B - Mais perigoso, capaz de praticar crimes nefandos e calculados. O reincidente, por vingança, sempre comete uma afronta maior contra a sociedade. Para ser conscientemente contra o criminoso, é necessário combatê-lo nas grades, recuperando-o. É preciso trabalhar para matar o criminoso e salvar o homem que existe nele. O preso, simplesmente cumprindo a pena, desassistido, vivendo a ociosidade da prisão comum acaba se tornando, se já não era, verdadeiramente perigoso. A prisão comum, é verdadeira escola onde a mente vazia pela ociosidade ocupa-se tão somente em crimes, com isso aprendendo cada vez mais novas modalidades de delitos. Alguém já disse com muita propriedade que, neste país, não existe criminoso, sem que antes tenha passado pela prisão.

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ÚLTIMA CARTA ESCRITA PELO MÁRTIR E DIRIGIDA AO RECUPERANDO ROSIMAR DE OLIVEIRA TEIXEIRA DA CADEIA PÚBLICA DE JACAREI-SP. “TODO AMOR É RISCO, TENHO QUE ME ENTREGAR E CONFIAR” São José dos Campos,22 de Dezembro de 1980 às 23 horas MEU CARO ROSIMAR: “Deus é nosso refúgio e fortaleza” Na Penitenciária do Estado, onde estive, participando de cinco Jornadas, vi maravilhas de Deus que, como uma espécie de intuição, senti e vi o amor de Cristo ao ponto que chegou na cruz para nos salvar, para nos fazer filhos de Deus, livres da escravidão do pecado. Por duas vezes falei com Deus que, se quisesse, naquele momento dava-lhe a minha vida. Mergulhava-me um pouco no mistério do Amor de Deus. Alegrava-me com os que se alegravam, chorava com os que choravam, como dizia São Paulo. Este apostolado, junto aos presos, é apostolado de libertação. Padre Huvelin dizia que confessar uma alma é assumi-la, assumir seu destino. Isto implica em penitência. Assumir este apostolado é semelhante ao que dizia Padre Huvelin, instrumento de conversão de Charles de Foucald, fundador dos “irmãozinhos de Jesus”, congregação que tem por ideal viver a vida simples, pobre de Jesus de Nazaré. São também, médicos, engenheiros, que anonimamente, trabalham como pedreiros, serventes, operários. Alguns, sem que ninguém o saiba, - só a direção- vivem nas prisões como presos, tentando santificar o ambiente. À semelhança disso, nosso apostolado exige, impõe-nos sofrimento, sacrifícios, orações, conversão contínua. Os presos, geralmente erram, como nós erramos. Uns mais, outros menos. Às vezes, como agora, sinto, na pele, a execução das penas que lhes foram impostas. Sinto-me crucificado, com o coração dilacerado. Minha hipersensibilidade não me permite sequer chorar. O mundo jamais entenderia isto. ”Quem puder entender que entenda” diz Jesus. Você Cristão, entende. E é por isso que lhe dou, nesta noite, e assim será meu Natal, esta intimidade. Não para aliviar seu sofrimento. Mas para mostra-lhe, e aos que ficam ai, que não estão sós, pago, junto com você, pelos meus e, talvez um pouco pelos seus erros. Não há libertação sem esforço, sofrimento, perseverança e muita fé. Este Natal, para mim, é Deus-Cristo-nascido em você ! Tive orgulho de sua reação, sua dignidade, de seu sacrifício! Deus é muito grande e bom !Através de você, Ele me deu mais uma lição. Meu irmão, nesses dias estarei orando por você, pelos que sairão e pelos que ficarão. A minha vida, eu a daria em garantia e em alívio a muitos sofrimentos. Menino Jesus, dê-me a simplicidade da criança; que estas palavras falem ao nosso querido irmão Rosimar. Seu cartão ficará em minha Bíblia. Juntos, um dia faremos cá fora apostolado. Meu amigo, é o que posso oferta-lhe neste Natal. Estamos Juntos! FRANZ MANIFESTAÇÃO DE MOISÉS ESPER

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MANIFESTAÇÃO DAS CÂMARAS DE JACAREI E DE SÃO JOSÉ DOS CAMPOS-SP

Há homens que acreditam nas idéias e acham que elas ressoam no mundo com maior estampido que os canhões. Acreditam que os pensamentos são mais poderosos que as baionetas e os princípios tem alcançado mais vitória que os exércitos. Há homens cujas idéias não podem ser expressadas pelo estilo redacional mais luxuoso. São homens que não podem ser definidos nos discursos; suas virtudes estão além daquelas exaltadas na mais eloqüente oratória. Há homens que não se parecem com outros homens; são diferentes e se tornam até esquisitos neste mundo onde a violência é tão natural e aceitável, onde se vive uma realidade de dor, de vazios que não são ocupados, de valores desajustados sem lugar para os sonhos, sem espaço para amar. Há homens que acreditam nas pessoas. Ainda há. Que usam o pensamento também para compreender as razões da experiência que fazem de seus postulados um sacerdócio, que casam com Deus quando nascem e, quando morrem, podem sorrir no céu. Há homens naturalmente bons, que dormem serenamente todas as noites porque despertam todos os dias com o coração aberto, onde a fé e a esperança conversam com vontade inabalável de construir um mundo melhor. Há homens que se alimentam de sonhos, porque pensam torná-los realidade. Quando a cidade dorme e nas ruas vazias nada mais se vê, estes homens acordados meditam com sabedoria e esperança um amanhã diferente, que traga momentos mais próximos de sua paz. Eles se jogam sem medo, desarmados e sozinhos na escuridão das trevas, pois, somente um pouco de luz, que consigam refletir, será vitória. Como estrelas desarrumadas no firmamento iluminam a noite, estes homens também despertos estão a clarear a nossa humanidade ainda tão apegada e afeita à valores supérfluos e fúteis. Há homens que morrem porque crêem nos valores que defendem; porque lutam com desprendimento e não se preocupam com a própria vida, porque gostam de gente. Há homens que confundem as pessoas porque olham nos olhos de forma diferente, querendo mesmo buscar e descobrir a crença que cada um tem dentro de si. Estes homens não vêem o homem agressivo e revoltado que pode matar, mas vêem a criança que não viu mãos estendidas que a ajudasse a levantar. Há homens que não morrem, apenas se calam; apenas se despedem. Viajam apenas, porque serão sempre encontrados nas coisas mais sublimes; estarão sempre presentes e vivos toda vez que alguém falar de amor, de humanidade, de compreensão, de fraternidade, de abnegação, de paz e liberdade! Não sei por que todas essas coisas me lembram um nome: FRANZ DE CASTRO HOLZWARTH, advogado e vice-presidente da Associação de Proteção Assistência aos Condenados. Não sei porque ele se foi. Sei apenas que sinto profundamente e não aceito. Não importa como partiu, porque é tarde e sei que agora só poderei vê-lo quando alguém, em algum lugar, fizer coisas maravilhosas como ele fazia. Não posso dizer mais nada. Esta é a expressão mais pura de meu sentimento de profundo pesar. Deus sabe de seu filhos.

18a AULA

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EXPANSÃO DO MÉTODO APAC - VANTAGENS DO MÉTODO APAC - FBAC –

FRATERNIDADE BRASILEIRA DE ASSISTÊNCIA AOS CONDENADOS - AVALIAÇÃO DO QUADRO - PROJEÇÃO DO FILME DA APAC

A) EXPANSÃO DO MÉTODO APAC

Apresentando índices de reincidência inferiores a 8%, o Método socializador empregado

pela APAC, tem alcançado grande repercussão no Brasil e no exterior. Hoje, mais de 140 entidades, com o mesmo Estatuto e Método, já funcionam ou estão em

fase de implementação em sete Estados brasileiros e também no exterior (Equador, Peru, EUA, Escócia, Inglaterra, Nova Zelândia, Colômbia, África do Sul, e outros). Estes fatos motivaram a fundação da FBAC - Fraternidade Brasileira de Assistência aos Condenados, Entidade jurídica, reconhecida de utilidade pública, que congrega todas as APACs do Brasil, e também presta assessoria às APACs do exterior, promovendo congressos para estudo dos problemas que envolvem o cumprimento da pena no Brasil, e fornecendo subsídios para aprimorar a legislação nacional na área da Execução da Pena. Objetiva ainda, oferecer cursos, promover seminários de estudos e conhecimentos sobre o Método, assistir juridicamente às APACs, além de envidar esforços para manter a unidade de propósitos, e a chama do ideal.

Em outubro de 1990, São José dos Campos sediou a Conferência Latino-Americana, com a representação de 21 países, todos interessados em estudar o trabalho das APACs. Em junho de 1991, nos Estados Unidos, foi publicado um relatório sobre o Método APAC, afirmando que ele poderia ser aplicado, com sucesso, em qualquer lugar do mundo. No ano de 1993, foi produzido pela BBC de Londres um documentário, em vídeo, sobre o Método APAC, posteriormente distribuído em vários países da Europa e Ásia.

Em Agosto de 2000 a APAC de Itaúna sediou o 1º Seminário Latino Americano de Estudos e Conhecimentos do Método APAC, com a participação de 12 países, e nos dias 22, 23 e 24 de Maio de 2002 acolheu 15 países de língua inglesa e espanhola, para o 2º Seminário de Estudos e Conhecimentos sobre o Método APAC.

Entre tantas personalidades ilustres, visitaram a APAC o fundador da PFI, Charles Colson, que afirmou: “Este é o único presídio do mundo do qual eu não tive vontade de sair”; a Sra. Eva Sanderson, da Zâmbia-África, que disse emocionada: “A APAC é o milagre dos milagres.

A FBAC Publica a revista intitulada: “APAC EM REVISTA”, que tem por objetivo noticiar as atividades realizadas pelas APACs, bem como seus projetos, artigos, etc.

A FBAC é filiada à PFI - Prison Fellowship International, órgão consultivo da ONU para assuntos penitenciários, com sede em Washington, Estados Unidos.

Em 28 de abril de 2.004, o Tribunal de Justiça de Minas Gerais, através da Resolução n.º 433/2.004, criou o Projeto Novos Rumos na Execução Penal com a finalidade de humanizar a pena. Buscando na APAC a inspiração para este Projeto, TJMG tem colaborado na divulgação e na expansão da APAC em todo o Estado de Minas Gerais.

No mesmo ano de 2.004, a Procuradoria Geral de Justiça fez constar em seu Plano de Ação o incentivo e o desejo de expansão das APACs no Estado de Minas Gerais.

Ainda em 09 de agosto de 2.004, o Governador Aécio Neves sancionou a Lei n.º 15.299, que alterou a Lei de Execução Estadual onde prevê a possibilidade do Poder Executivo entregar às APACs a Administração dos Centros de Reintegração Social através do estabelecimento de Convênios de Manutenção.

Em 2.006, o Governador do Estado de Minas Gerais, liberou verbas do Orçamento para a construção de APACs em diversos municípios de Minas Gerais.

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NOTA: Desde 1986, a Prison Fellowship International começou a ter contatos com a APAC, oficializando sua filiação em junho de 1989. Desde então, a APAC passou a participar das reuniões e cursos regionais e internacionais da PFI, tornando-se conhecida pelos países filiados, hoje somando mais de oitenta.

B) VANTAGENS DO MÉTODO APAC Após mais de 30 anos de trabalho convivendo com os presos, em várias oportunidades debatendo as inovações, colhemos dos recuperandos os elementos inovatórios do Método. NOTA: Distribuir o Impresso Vantagens do Método APAC, para leitura em grupo.

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IMPRESSO: VANTAGENS DO MÉTODO, FORNECIDAS PELOS RECUPERANDOS APAC - Itaúna/MG.

1. Ausência de policiais; 2. Valorização da Vida; 3. Respeito para com os familiares; 4. Ausência de armas de qualquer espécie; 5. Eficaz assistência médica e odontológica; 6. Ressocialização através de padrinhos e madrinhas; 7. Método voltado para a recuperação integral do homem; 8. Ausência de brigas e discórdias; 9. Ausência de humilhação e maus tratos através de policiais; 10. Remição de pena funcionando eficazmente; 11. Perfeitas condições de higiene e limpeza; 12. Uso disciplinado do telefone; 13. Ausência de ociosidade; 14. Liberdade de expressão e opinião; 15. Funcionamento do C.S.S. 16. Assistência Jurídica gratuita e eficaz na fase da execução; 17. Não permitir jogos ou apostas; 18. Participação da comunidade através de voluntários; 19. Ausência de Drogas; 20. Confiança; 21. Livre acesso ao pátio até às 21:00h; 22. Possibilidade do homem se encontrar com Deus; 23. Não discriminação entre artigos (Código Penal) e outros; 24. Ausência de pederastia; 25. Exposição dos trabalhos dos recuperandos para a sociedade; 26. Existência de uma cela forte transformada em capela; 27. Parte do dinheiro que os recuperandos ganham é para a manutenção da casa; 28. Representação de cela; 29. Cursos de Formação e Valorização Humana para os familiares; 30. Audiência Admonitória do Livramento Condicional na própria Entidade; 31. Ausência de corrupção; 32. Presença de Autoridades Judiciais dentro da APAC e das próprias celas, sem necessidade

de segurança policial 33. A possibilidade de ter armários dentro das celas para melhor organização dos pertences

pessoais; 34. Uma cantina dentro do presídio cujo lucro é revertido em benefício dos recuperandos; 35. A realização anual da “Jornada de Libertação com Cristo”; 36. Oportunidade para o recuperando participar de inúmeras palestras e cursos; 37. Alfabetização obrigatória; 38. Cursos de inglês, espanhol e aulas de direção de trânsito; 39. Alojamento igual para todos; 40. Entrevista, sem obstáculos com advogados; 41. Ausência de superlotação, um leito para cada recuperando; 42. Honestidade na entrega dos valores e pertences dos recuperandos; 43. Comemoração, no presídio, do aniversário dos recuperandos com familiares;

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44. Repouso noturno tranqüilo; 45. Menor índice de reincidência. 46. Permanência dos filhos dos recuperandos na companhia dos mesmos, enquanto a família

participa de: palestras, jornadas, etc.; 47. Recuperandos de outras Comarcas estagiando na Entidade; 48. Recuperandos da APAC, levando o Método a outras Comarcas; 49. Presença constante de voluntários de outras Comarcas na APAC para aperfeiçoar o Método

e levá-lo para sua Comarca de origem; 50. Chaves nas mão dos recuperandos; 51. Progressão de regime para crime hediondo com 1/6 da pena cumprido; 52. Quadro de Avaliação Disciplinar diário; 53. Recuperando Modelo do mês; 54. Escolta dos recuperandos do regime Semi-Aberto, realizada por voluntários da APAC; 55. Refeitório com uma copa para uso dos recuperandos, com livre acesso; 56. Ausência de rebeliões; 57. Prestação de contas do Setor Financeiro, aos recuperandos; 58. Copos de vidro para todos os recuperandos 59. Escolta dos recuperandos do Fechado, em ocasiões especiais, realizadas por voluntários

da APAC; 60. Pacto feito pelos recuperandos para não usar drogas; 61. Troféu para a cela mais limpa; 62. Curso de Conhecimento e Aperfeiçoamento do Método aplicado, para os recuperandos; 63. Individualização da pena; 64. Pedidos de progressão de regime feitos com um mês de antecedência; 65. Uso de talheres (garfos e facas); 66. Chamamento nominal; 67. Alimentação de ótima qualidade; 68. Única Entidade prisional do Brasil que recebeu o prêmio da Fundação Getúlio Vargas, Ford

e BNDES; 69. Recuperandos do regime Semi-Aberto auxiliando escoltas dos recuperandos do regime

Fechado; 70. Ex-recuperandos prestando serviços voluntários e também como funcionários; 71. Setor exclusivo à reconciliação entre agressor e a vítima; 72. Próprios recuperandos sugerem mudanças no cardápio; 73. Audiência permanente do diretor junto aos recuperandos; 74. Cumprimento das sanções disciplinares com as celas abertas; 75. Uma vez por semana os recuperandos podem fazer ligações para pedir doações à

comunidade; 76. Ausência de cela de seguro; 77. Os três regimes de cumprimento de pena funcionando no mesmo local (Centro de

Reintegração Social); 78. Promoção do Congresso Nacional, no qual os participantes poderão sugerir mudanças nas

leis; 79. Fiscalização e acompanhamento dos recuperandos em Livramento Condicional; 80. Saída autorizada de 04 (quatro) horas semanais para procurar trabalho; 81. Saída Temporária prêmio de dois dias, para recuperandos dos regimes aberto e semi-aberto

autorizado ao trabalho externo, que obtiverem mérito durante o mês; 82. Benefício do trabalho externo com 1/12 da pena cumprida no regime semi-aberto;

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APOSTILA DO MONITOR pág. 73

83. Grupo Encantadores de História, formado por recuperandos dos regimes fechado e semi-aberto;

84. Curso bimestral de Formação e Valorização Humana para casais que usufruem da visita íntima familiar;

85. A disciplina aplicada com AMOR; 86. Liberação dos recuperandos dos regimes aberto e semi-aberto autorizado ao trabalho

externo, para participarem da Missa e Culto Evangélico na comunidade, aos domingos; 87. Pedido Judicial único para Saída Temporária em família e Calendário Anual (distribuição

dos 35 dias ao longo dos 12 meses), para estas saídas; 88. Existência de uma Cooperativa formada pelos próprios recuperandos, no regime fechado,

para ajudar outros recuperandos e eventos comemorativos.

NOTAS:

1 – As vantagens devem ser estudadas pelos cursistas, lembrando-os de que as mesmas são fornecidas anualmente pelos recuperandos durante o Curso de Conhecimento e Aperfeiçoamento do Método APAC, especialmente para presos

2 - Importante salientar, que na APAC de São José dos Campos - Presídio Humaitá, foram

colhidas 100 (cem) vantagens, publicadas no livro “Ninguém é Irrecuperável”, pág. 55. C) AVALIAÇÃO DO QUADRO E PROJEÇÃO DO FILME DA APAC

NOTAS: 1 - Distribuir o Quadro de Avaliação e após um determinado espaço de tempo, solicitar aos cursistas para que se dirijam à frente e façam uma breve exposição acerca de um dos pontos apresentados no quadro, lembrando-os de que o Quadro contém um esquema de todo o Método APAC. 2 – Projetar o Filme: APAC – Recuperando o preso e a dignidade, que poderá ser solicitado

à FBAC – Fraternidade Brasileira de Assistência aos Condenados

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73 0

1. PARTICIPAÇÃO DA COMUNIDADE

3. TRABALHOA - O trabalho no regime Fechado

B – O trabalho no regime Semi-Aberto

C – O trabalho no regime Aberto (Prisão albergue)

D – O Trabalho com ex-recuperandos

5. ASSISTÊNCIA JURÍDICA

9. O EDUCADOR SOCIAL E O

CURSO PARA A SUA FORMAÇÃO:

Funcionários;

* Voluntários;

* Casais Padrinhos

11. MÉRITO

C.T.C – Comissão Técnica de

Classificação

7. VALORIZAÇÃO HUMANA

* Educação

* Capacitação Profissional

* Terapia da Realidade

12. JORNADA DE LIBERTAÇÃO

COM CRISTO

10. CRS. Centro de Reintegração

Social

4. RELIGIÃO – A importância de se fazer

a experiência de Deus

6. ASSISTÊNCIA A SAÚDE (Psicológica,

Física, Mental, Odontológica, Etc.

* Dependência Química

2. O RECUPERANDO AJUDANDO O RECUPERANDO

A – Representação de cela;

B – C.S.S. – Conselho der Sinceridade e Solidariedade

8. A FAMÍLIAA - Recuperando

B - Vítima

MÉTODO A.P.A.C.(COM MAIS DE 30 ANOS DE ESTUDOS E EVOLUÇÃO)

APAC – Associação de Proteção e Assistência aos Condenados

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PRESO

19a AULA

TEMA - ESPIRITUALIDADE

Carisma - É dom do Espírito PRESO Como eu organizo a minha vida para servir os presos Os desafios nos quebram – Ficamos em pedaços, fragmentos – Por isto necessitamos fazer deserto para recompor os pedaços. Deus

Eu Não confundir o projeto de vida com idolatria de si, a imagem de SI. É Deus que deve estar no centro – Ser o Absoluto

II - - Espiritualidade - Dinamismo do Espírito - Linguagem do Amor A força do Espírito Santo Conversão - A Deus para os que não crêem. Para uma mudança de mentalidade para os crentes. Se Deus está dentro de mim, ele é ativo. III - Espiritualidade - Busca de humanização. Descer à mansão dos mortos – Experiência de Mosés - Tirar as sandálias. IV - A vida pública de Jesus e a nossa vida. “Quem me vê, vê o Pai - Jo 13,1-17 Afetividade / Sexualidade / Corrupção / Autenticidade / Preferência pelos pobres. Equilíbrio, afetivo e psicológico. Renúncia / Misericórdia / Acolhida / Vida de Oração / Justo / Missionário / Humilde / Solidário / Amigo / Determinado. V - Deus me ama, me perdoa, me torna capaz de perdoar. A missão tem por objetivo a misericórdia, ser capaz de perdoar os inimigos. Ser adulto significa: Deixar de culpar os Pais. Deixar de culpar a si. Tomar a decisão de ser diferente.

Estilo de

Vida

Espiritualidade: É o que me ajuda a servir o preso - Dinâmica de escuta e ação - Várias pessoas diferentes que dão sentido à existência. Querer que sejam todos iguais é querer “domesticar”, “amarrar” o Espírito.

Profeta Elias

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Abbá Papaizinho Lc 22,39 / Mc 14,32 VI - AS TENTAÇÕES de Jesus e as nossas tentações. Luz e Trevas Lc 4,13 Mc 9,28-29 1 - IMEDIATISMO - Limitações e defeitos - A Parábola do Semeador - Mc 4,13-24 A) Acolher os limites. Ninguém pode fazer tudo. Aceitar que não é o melhor, o 1º. B) Trabalhar os limites - Quem não acolhe o irmão de apostolado, não vai conseguir acolher o preso. C) Caminhar o que é possível caminhar. Com as luzes que se tem – É preciso ter cuidado com uma missão de eficácia. 2 - ATIVISMO - O importante é “ser” e não “fazer”. As obras revelam aquilo que somos. A ação realiza o ser. 3 - DÚVIDAS Em relação à recuperação do preso Descrença aos companheiros de ideal À Misericórdia de Deus 4 - PROSELITISMO 5 - ASSISTENCIALISMO 6 - PROJEÇÃO à custa da miséria do preso 7 - CURIOSIDADE 8 - FUGA DOS PROBLEMAS:

Ir ao Presídio quando é bom ficar em casa.

A 1º missão é em casa.

Quem não é capaz de estar bem com a família, não pode estar bem com os presos.

Não podemos jogar nossas neuroses... Nossas frustrações, sobre aqueles que cumprem pena.

Nenhum sucesso no mundo compensa o fracasso no lar.

O 1º lugar da experiência de Deus, é a pessoa com a qual eu convivo. 9 - INGENUIDADE 10 - PATERNALISMO 11 – IMPROVISAÇÃO 12 – ENVOLVIMENTO AFETIVO VII - A Missão cura nossas feridas VIII - 01 - A espiritualidade Apaquena exige: a) Ascensão - Subir da planície para a montanha O verdadeiro Deus é O Diferente

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Seguir a Deus, é ter-se a impressão de que se está perdendo tempo. Aridez / Secura “A noite escura da Fé” (São João da Cruz) Vida de oração - São Francisco Será que não estou perdendo tempo? - Quem não se fez está pergunta, continua “agarrado” à planície. (Às suas coisas pessoais, ao aspecto biológico) b) Amplidão - Os horizontes que se alargam - Quanto mais eu subo à montanha de Deus, mais eu me torno ad gentes. Abertura às outras religiões, às outras pastorais. - Quanto mais subo à montanha, mais relativizo os problemas da planície. Ecumenismo. Ter o horizonte do coração de Jesus Cristo c) Inserção - É tão amplo o horizonte, que se insere numa realidade concreta. Em nosso caso será o Presídio - Aqui está a cruz do apaqueano. A Cruz muitas vezes será: Processos Ameaças Doenças Incompreensão da família Ausência de amigos Dificuldades financeiras Solidão Ingratidão Quando Deus faz sempre o que você quer, não é o Deus verdadeiro - O Critério da missão, não é sentir-se bem. O Deus verdadeiro muitas vezes nos pede de aceitar um câncer, um parente preso, um marido alcoólatra, um filho drogado... Na ressurreição a Cruz tem uma saída... Ser capaz de enxergar a luz, quando todos só enxergam a morte. A ressurreição nos abre ao novo. Não podemos ter a pretensão de conhecer todo o mistério - Deus é sempre novo. A ressurreição nos ensina a ser gratuitos. Encontraremos muitas alegrias neste apostolado: - Liberdade interior (rompimento das barreiras / preconceitos / medos) - Seremos usados como instrumentos da Graça de Deus. - Amizades. - Crescimento espiritual próprio e da família. - Experiência de Deus.

- Relativização dos problemas. - Garantia da Salvação - Mt 25,32 e ss.

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20a AULA

TEMA - OS CHAMADOS E OS ESCOLHIDOS – ORGANOGRAMA ADMINISTRATIVO E SETORES DE TRABALHO

A) OS CHAMADOS E OS ESCOLHIDOS

CARTAZ: MUITOS SÃO OS CHAMADOS E POUCOS OS ESCOLHIDOS 1 – Chamados à vida 2 – Chamados à vida cristã 3 – Chamados a um trabalho específico 4 – A vontade de Deus não está no alto, mas dentro de nós. 5 – Quem são os escolhidos? Os fracos, pequenos, pecadores... 6 – Maturidade – Não se arrefecer diante dos desafios 7 – A decisão é apenas o começo deste trabalho apostólico – Haverá desdobramentos – Saber conviver com os problemas 8 – Recompensa dos que seguem a Jesus – Mc 10, 28-31. 9 – Sugestões bíblicas – Mt 10, 1-4: 12 15-21: Mc 3, 13-19.

B) ORGANOGRAMA ADMINISTRATIVO DA APAC

C) ORGANOGRAMA DOS SETORES E ATIVIDADES

NOTAS: Distribuir e explicar rapidamente o organograma administrativo da APAC, apresentando os membros da Diretoria Executiva, setor administrativo, Departamentos, etc.

NOTA: Distribuir o organograma dos setores de trabalho, e pedir aos cursistas para que o devolvam na próxima aula, indicando o setor em que gostariam de trabalhar.

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ORGANOGRAMA ADMINISTRATIVO DA APAC

ASSEMBLÉIA GERAL

CONSELHO DELIBERATIVO

DIRETORIA EXECUTIVA

VOLUNTÁRIOS

JUÍZO DAS EXECUÇÕES E CORREGEDORIA

MINISTÉRIO PÚBLICO

AUTORIDADE POLICIAL

CONSELHO FISCAL

PASTORAL PENITENCIÁRIA

RECUPERANDOS

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ORGANOGRAMA DA APAC – Setores de Trabalho e Respectivas Funções ADMINISTRATIVO – SETOR JURÍDICO

Associação de Proteção e Assistência aos Condenados

SETOR DE PASTORAL Amando o Próximo, Amarás a Cristo

DIRETORIA EXECUTIVA

DEPARTAMENTO DE ACERVO HISTÓRICO

Fotos, Slides, Filmes, Arquivo de Notícias.

ADMINISTRAÇÃO

SUBSIDIÁRIA

Secretaria Datilografia

Arquivo Computador

DEPARTAMENTO DE

FORMAÇÃO ESPIRITUAL PARTICIPAÇÃO EM:

cultos evangélicos / crisma. / aulas de religião / grupos de oração / catequese/ curso de

casamento, / batismo, etc. LITURGIA

1º missa do mês (fechado). / -Quinta-feira (semi-aberto). /

domingo (comunidade)

DIVULGAÇÃO DO

MÉTODO

Divulgação da APAC nas: paróquias, Igrejas evangélicas, M.C.S., indústria, comércio, clubes de serviço,

grupos cristãos, etc. Cartazes. / Promoções. Rádio e TV

PALESTRANTES E

AUXILIARES

PALESTRAS PARA:

Cursos de formação e valorização humana para: Familiares, semi-aberto.

Jornadas.– Acompanhamento nas reuniões de grupo,

durante os cursos.

RELAÇÕES PÚBLICAS

Preparar e acompanhar

visitas Controle de aniversários.

MANUTENÇÃO

CONSTRUÇÃO

Reformas e Conservação

ESCOLTA

Marcação de consulta, cirurgia,

exames de laboratório e afins

VALORIZAÇÃO HUMANA

Aulas de Valorização humana. Alfabetização/supletivo

Biblioteca. Reuniões de cela, com os

representantes de cela Reuniões com os novos

recuperandos. Projeções de filmes, slides,

etc..

DEPARTAMENTO DE

ARTES

Trabalhos artesanais. Aulas de violão, artes,

etc. Ajudar nas vendas dos

trabalhos. Obtenção de

materiais. Exposições.

CURSO DE

FORMAÇÃO VOLUNTÁRIOS

Secretariado Inscrições

Montagens de aulas Monitores.

ASSISTÊNCIA JURÍDICA

Atendimento jurídico aos

recuperandos.

QUADRO SOCIAL

Ampliação e manutenção do quadro social.

ARRECADAÇÃO

DE FUNDOS

Quermesses, rifas, promoções e tudo

que possa contribuir para o aumento de

arrecadação.

CASAIS – PADRINHOS

Acompanhamento pessoal dos afilhados.

Visita às famílias. Confraternização – 1º missa do

mês.

ASSISTÊNCIA SOCIAL

Atendimento `a família do preso e às

vítimas Equipes de Cozinha, mensagem externa, etc., para: Jornadas,

Cursos e Domingos de formação.

Departamento de assistência às

famílias.

JORNADA DE LIBERTAÇÃO COM CRISTO

Curso Intensivo de Conhecimento e

Aperfeiçoamento do Método APAC

DISCIPLINA REGIME FECHADO E SEMI-

ABERTO

Disciplina diária. Reuniões com o conselho

e população prisional.

PLANTONISTAS

Período: 19:00 às 06:00h. Domingo: 06:00 às 13:00h.

13:00 às 19:00h AUXILIAR DE PLANTÃO.

Acompanhamento durante as visitas

Revistas pessoais e nos pertences - Atendimentos.

Controle de crachás.

SETOR TÉCNICO/ CIENTÍFICO.

Serviço social. Médico.

Psicológico. Jurídico.

Odontológico. Psiquiátrico.

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21a AULA

TEMA – PENA DE MORTE – ENTREGA DOS CERTIFICADOS E CONFRATERNIZAÇÃO

A) PENA DE MORTE CARTAZ: ”A GUILHOTINA VELA O SONO DOS RICOS, CONTRA A INSÔNIA DOS POBRES.”(BALZAC) SOU RADICALMENTE CONTRA QUALQUER TIPO DE VIOLÊNCIA. Acredito na força do amor, como único meio capaz de solucionar os problemas que assolam o mundo. Precisamos fazer de novo a experiência de DEUS. 1) Deu resultados nos países que adotaram? 2) A pena de Morte no Brasil -(1885) erro judiciário 3)Esse risco de erro jurídico irreparável... Caso 4) França: Caso: SHESMANN 5) A violência destrói o que pretende construir. 6) Não Cristãos que defendem essa violência oficialmente.

“Amai - vos uns aos outros como eu vos amei”. “Não matar”.

7) Conceito FREI BENTO: “ QUEM APROVA A PENA DE MORTE É PORQUE DE ALGUM MODO JÁ MATOU, EM SI, A ESPERANÇA E A FÉ. ESTA É A LEI DOS QUE SÃO MATERIALMENTE PREPOTENTES E ESPIRITUALMENTE INDIGENTES” 8)O Estado está a serviço da violência e da criminalidade pela falta de: a) ESCOLA - 70% analfabetos ou semi-analfabetos b) FOME - Quantos milhões de famintos? c) ABANDONO - Quantos milhões de menores abandonados? 40 milhões. Em1986-36 milhões d) 60% dos brasileiros ganham salário mínimo. e) Falta de moradia... Favelas, palafitas. f) DESEMPREGO - Milhões de desempregados passando privações... g) É o pobre que morre nas portas de hospitais, esperando ali horas para ser atendido. 9) A pena de morte sem sentença, está descrita de modo impressionante. Não vemos necessidade alguma de destruir uma criatura de DEUS. Um cidadão. Enquanto houver a possibilidade de ser manter o homem vivo há que se aproveitar.

SÓ DEUS, É O TITULAR DA VIDA. 10) A exploração dos mais ricos. É sempre a classe dominante, titular das decisões, que defende a pena capital. As injustiças sociais estão ai, latentes, revelando a todos nós, a todo instante, que os pobres são usados como instrumentos.

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O POBRE NÃO TEM CONDIÇÃO DE ESTUDAR O FILHO NUMA ESCOLA PARTICULAR. 11) O trabalho que a APAC realiza... Quantos recuperandos hoje, chefes de família, teriam sido executados? 12)OBSERVEM COMO EXEMPLO A REALIDADE BRASILEIRA. “A realidade brasileira atual demonstra que a possibilidade da morte não dissuade o criminoso. A imprensa nos dá conhecimento do que ocorre nas grandes cidades brasileiras em que a pena de morte parece já estar implantada. Linchadores, justiceiros de profissão eliminam aos montes os criminosos. E até fazem as garantias de um processo judicial. Isto, entretanto, não fez baixar o índice de criminalidade, talvez até o contrario, o elevou.” 13) Os meios de comunicação destruindo famílias, ensinando violência, acabando com os bons costumes. E o que os políticos têm feito para controlar esses desmandos? “NADA”. Pior do que a Violência é a exploração da violência. Mais separação judicial e divórcio do que casamentos. Setenta por cento (70%) das parturientes são mães solteiras. B) ENTREGA DOS CERTIFICADOS B) CONFRATERNIZAÇÃO

Apostila atualizada em 01 de dezembro de 2010.