Aplicacao Da Trilogia Analitica No Ensino de Idiomas Sari Koivukangas

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    SARI HANNELE KOIVUKANGAS

    APLICAO DA TRILOGIA ANALITICA NO ENSINO DE IDIOMAS

    MTODO PSICOLNGUISTICO TRILGICO

    INPG INSTITUTO NACIONAL DE PS-GRADUAO

    UNIKP UNIVERSIDADE LIVRE KEPPE E PACHECO

    CURSO DE PS-GRADUAO EM GESTO DA

    PSICO-SCIO-PATOLOGIA

    SO PAULO

    2013

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    SARI HANNELE KOIVUKANGAS

    APLICAO DA TRILOGIA ANALITICA NO ENSINO DE IDIOMASMTODO PSICOLNGUISTICO TRILGICO

    Monografia apresentada como exigncia para a

    concluso do Curso de Ps-Graduao lato sensuem

    Gesto da Psico-Scio-Patologia perante a

    Faculdade INPG e o INPG Instituto Nacional de

    Ps-Graduao e a UNIKP Universidade Livre

    Keppe e Pacheco, sob a orientao do Professor

    Ricardo Alves.

    SO PAULO2013

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    FOLHA DE APROVAO

    INPG INSTITUTO NACIONAL DE PS-GRADUAOUNIKP UNIVERSIDADE LIVRE KEPPE E PACHECO

    APLICAO DA TRILOGIA ANALITICA NO ENSINO DE IDIOMAS

    MTODO PSICOLNGUISTICO TRILGICO

    Monografia apresentada pela aluna Sari Hannele Koivukangas ao Curso de Ps-

    Graduao lato sensu em Gesto da Psico-Scio-Patologia.

    ____________________________________________

    Orientador: Professor Ricardo Alves

    Aprovada com a nota ____________________________

    SO PAULO

    2013

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    DEDICATRIA

    Este trabalho, por tratar principalmente da

    conscincia, dedicado ao Consolador cuja

    vinda o prprio Cristo profetizou, e eu tambm

    o dedico a todos os professores que venham

    utilizar o mtodo trilgico.

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    AGRADECIMENTOS

    Agradeo a Dr. Norberto Keppe, meu analista, professor e guia espiritual, Dra

    Cladia B. S. Pacheco, idealizadora e coordenadora geral do curso de Gesto da

    Psico-Scio-Patologia (Trilogia Analtica), todos professores e organizadores docurso que compartilharam conosco o seu conhecimento e afeto, os meus colegas e

    todos os alunos da Millennium que enriqueceram a minha vida durante todos estes

    anos. Agradeo aos meus pais Prof. Olavi e Pirjo Koivukangas que desde infncia

    me levaram apreciar o estudo e a cultura com o seu exemplo. Agradeo ainda a

    Marcos Vescovi Pera que ajudou na realizao deste trabalho.

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    A conscincia constitui uma janela abertaentre o ser humano e a transcendncia.

    Norberto R. Keppe

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    RESUMO

    A presente monografia apresenta uma aplicao da Trilogia Analtica, o mtodo

    psicolingustico trilgico criado pelo psicanalista e pedagogo Dr. Norberto Keppe quefaz uma desinverso da metafsica e unifica os campos da teologia, filosofia ecincia. Ela aborda os pressupostos sobre o conhecimento desenvolvidos por Keppecomo base do mtodo psicolingustico trilgico. Para Keppe, o conhecimento deorigem inata, energtica, e o que impede a pessoa de conhecer o bloqueio que elacria em relao a esta energtica atravs da psicosociopatologia. Em qualquerprocesso de aprendizado, o importante a conscientizao desta patologia para queo ser humano volte sua natureza original boa, bela e verdadeira deixando oconhecimento brotar do seu interior. A primeira parte desta pesquisa explicativa,pois busca identificar os fatores que determinam ou contribuem para a ocorrnciados fenmenos na hora da aplicao de mtodos de ensino de idiomas, e verifica a

    origem da filosofia por detrs destas metodologias para entendermos o porque dasmesmas. Para este fim, foi realizada uma pesquisa bibliogrfica por meio de livros eartigos cientficos, publicaes avulsas, monografias etc. O estudo volta seu foco deinteresse em filosofias que tm influenciado a maneira de ensinar idiomas edescobre que todas elas se baseiam nos pressupostos aristotlicos derivados dasua metafsica invertida, que leva a acreditar que o maior vem do menor e que oconhecimento vem dos sentidos (do exterior). A segunda parte deste estudo umestudo descritivo sobre os princpios utilizados no mtodo psicolingustico trilgicode Keppe atravs de uma pesquisa bibliogrfica para dar embasamento s ideias eaprofundar os conhecimentos. No decorrer do estudo, faz-se uma comparao entreos mtodos tradicionais e o de Keppe. O estudo tambm se enriquece com a

    observao dos fatores que influenciam o processo de aprendizado, com base em13 anos de experincia em sala de aula. A terceira parte uma aplicao descritivade uma aula no mtodo psicolingustico trilgico para qual se utilizou o mtodoobservacional e um estudo de caso para permitir amplo e detalhado conhecimento.Concluiu-se que os mtodos utilizados at o surgimento de Keppe partem dospressupostos aristotlicos e no apresentam grandes diferenas profundas entre sina sua maneira de abordar o aprendizado. O mtodo de Keppe parte da metafsicadesinvertida, revolucionando as bases do aprendizado, na qual o ponto central daquesto a aceitao ou a rejeio da realidade (conscincia) que implica naquesto de tica.

    Palavras-chave: Mtodo Psicolingustico Trilgico, Ensino, Idiomas, Keppe, Trilogia

    Analtica, Millennium, Conscincia, Conhecimento, Aristteles

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    ABSTRACT

    This paper presents an application of Analytical Trilogy: the trilogical psycholinguisticmethod created by psychoanalyst and educator Dr. Norberto Keppe. He has dis-

    inverted metaphysics and unified the fields of theology, philosophy and science. Thepaper will address Keppes assumptions pertaining to knowledge, the basis of thetrilogical psycholinguistic method. According to Keppe, knowledge is originally innateand stems from energetic factors, and a person can create a blockage towards thisenergy through psychopathology and sociopathology that will prevent the personfrom knowing. Awareness of this pathology is important in any learning process, sothat human beings can return to their original good, beautiful and true nature allowingknowledge to emanate from within. The first part of this review is explanatory,seeking to identify the factors that determine or contribute to the occurrence ofphenomena when applying language learning methods and verifying thephilosophical origin behind these methodologies for their better understanding. To

    this end a comprehensive review of books and scientific papers, publications,monographs etc. was undertaken. The philosophies that have influenced the waylanguages are taught were on the focus. The review revealed that all of them arebased on the Aristotelian assumptions derived from his metaphysics, that is invertedand therefore, states that the greater comes from the lesser and knowledge comesfrom senses (outside). The second part is a descriptive study on the principles ofKeppes trilogical psycholinguistic method. In this study, a comparison with traditionalmethods to that of Keppes is made. The third part is based on observational methodand contains a description of a lesson using trilogical psycholinguistic method and acase study, which allows a broader and more detailed understanding. A conclusionwas reached that the methods used before the Keppean method stem from

    Aristotelian assumptions having no major differences among them. However,Keppes methodology derives from the dis-inverted metaphysics, revolutionizing thefoundations of learning, and the main question in language learning process is theacceptance or rejection of reality (consciousness) which implies the question ofethics.

    Keywords: Trilogical Psycholinguistic Method, Education, Languages, Keppe,

    Analytical Trilogy, Millennium, Awareness, Consciousness, Knowledge, Aristotle

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    SUMRIO

    INTRODUO .................................................................................................... 10

    CAPITULO 1. TEORIAS EDUCACIONAIS DO SCULO XX INFLUENCIANDO OENSINO DE IDIOMAS ......................................................................................... 12

    1.1. A importncia de se conhecer a influncia da filosofia ............................. 12

    1.2. A origem aristotlica dos mtodos de ensino de idiomas ......................... 13

    1.3. O Estruturalismo ....................................................................................... 14

    1.4. O Grupo de Oxford ................................................................................... 15

    1.5. A Filosofia Germnica e a Escola de Frankfurt ........................................ 16

    1.6. Jean Piaget .............................................................................................. 17

    1.7. Skinner ..................................................................................................... 18

    1.8. John Dewey ............................................................................................. 19

    1.9. Consideraes sobre os mtodos educacionais do sculo 20 sob o pontode vista trilgico ........................................................................................ 19

    CAPTULO 2: A FUNDAMENTAO TERICA DO MTODO (TERAPUTICO)

    PSICOLINGUSTICO TRILGICO ...................................................................... 22

    2.1. O Mtodo Teraputico Psicolingustico de Norberto Keppe ..................... 22

    2.2. A formao do homem universal .............................................................. 24

    2.3. Energtica e magnetismo do aprendizado ............................................... 25

    2.4. A Conscincia do erro .............................................................................. 28

    2.5. A ao boa (amor) como a base do aprendizado ..................................... 29

    2.6. A esttica de uma aula ............................................................................. 30

    2.7.A aprendizagem de uma lngua estrangeira ............................................. 31

    2.8. A resistncia aprendizagem .................................................................. 32

    2.9. A importncia da conscientizao da psicosciopatologia no processo deaprendizagem ........................................................................................... 35

    CAPTULO 3: APLICAO DO MTODO TERAPUTICO PSICOLINGUISTICO

    NO ENSINO DE IDIOMAS NA ESCOLA DE LNGUAS MILLENNIUM ................ 37

    3.1. O material didtico do Mtodo Psicolingustico Trilgico .......................... 38

    3.2. Aula Consicentizao e Inconscientizao ............................................... 40

    3.3. A conversao resulta da conscientizao ............................................... 42

    3.4. Msica e arte na sala de aula ................................................................... 43

    3.4. Caso de estudo ........................................................................................ 44

    3.3. Professor terapeuta .................................................................................. 45

    REFERNCIAS BIBLIOGRAFICAS..................................................................... 48

    ANEXO A ............................................................................................................. 50

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    INTRODUO

    A Escola de Lnguas Millennium em So Paulo, Brasil, utiliza o mtodo

    psicolingstico trilgico criado pelo psicanalista, filsofo e cientista social Dr.

    Norberto Keppe desde 1997. Existem vrios estudos sobre a eficcia do mtodo

    teraputico trilgico, dos benefcios do processo de conscientizao no aprendizado

    e na sade. Por exemplo, no estudo realizado nas Escolas de Lnguas Millennium no

    ano de 2009 verificou-se que 86% dos alunos, que estudavam idiomas mais de seis

    meses com o mtodo trilgico, afirmaram ter uma melhora de sade; 82% obtiveram

    uma melhora na vida emocional; 75% melhoraram seus relacionamentos e 71%

    relataram um desenvolvimento profissional (LINDQVIST, 2011). H centenas de

    casos de estudos de alunos que se curaram das suas doenas atravs das aulas na

    Millennium. Estes resultados certamente justificam o aprofundamento no estudo

    desta metodologia. Este estudo, no entanto, vai descrever como este mtodo

    aplicado em aula para se chegar a este resultado.

    Mtodo uma palavra que provm do termo grego methodos (caminho ou

    via) e que se refere ao meio utilizado para chegar a um fim. Em pedagogia,

    entende-se por mtodos os diferentes modos de proporcionar uma dada

    aprendizagem e que foram sendo individualizados pelos pedagogos ou a

    investigao cientfica1. No decorrer deste estudo, sero mostradas as ferramentas

    bsicas, casos de estudo e um modelo de aula aplicada na Millennium, e supe-se

    que ao repetir o processo em outros locais, por outros profissionais, os resultados

    devam ser igualmente entusiasmantes e libertadores.

    Tendo esse objetivo como ponto de partida para esta pesquisa, buscou-se

    responder alguns questionamentos como, por exemplo: qual a diferena principal

    entre a base filosfica dos mtodos tradicionais de ensino de idiomas e aquela do

    mtodo psicolingustico trilgico; quais os princpios do mtodo psicolingustico

    trilgico; como esses princpios so aplicados em sala de aula na Escola de Lnguas

    Millennium. Para este fim, foi feito um estudo bibliogrfico sobre os autores que

    influenciaram o pensamento humano e o ensino de idiomas; foi estudada

    extensivamente a obra de Norberto Keppe, psicanalista e criador do mtodo

    psicolingustico trilgico e orientador pedaggico da Escola de Lnguas Millennium.

    1http://conceito.de/metodo#ixzz2H6Srrtsa

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    A pesquisa tambm se baseia em mais de 13 anos de experincia de ensino com a

    referida metodologia em sala de aula nessa instituio. Com base nesta experincia,

    foram levantados casos de estudo e seus resultados.

    O trabalho apresentado aborda trs captulos: o captulo 1 apresenta as

    bases filosficas influenciadoras do ensino, para que o leitor possa situar-se no

    contexto histrico e filosfico, seguido pelo captulo 2, que descreve os princpios do

    mtodo psicolingustico trilgico de Keppe utilizado na Escola de Lnguas

    Millennium. No captulo 3, descrita uma aplicao de aula para a conscientizao,

    aplicando-se o mtodo em questo, alm de casos de estudo. O estudo de caso

    contribui para que as idias apresentadas nesse trabalho ganhem fora por meio da

    correlao entre elas e a aplicao prtica.

    Por fim, seguem-se as referncias bibliogrficas.

    .

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    CAPTULO 1. TEORIAS EDUCACIONAIS DO SCULO XX

    INFLUENCIANDO O ENSINO DE IDIOMAS

    Neste captulo apresentar-se-o as principais teorias filosficas do sculo XX,pois so elas que dirigem os sistemas de ensino, inclusive os de ensino de idiomas.

    Limitamo-nos a estudar as filosofias do sculo XX porque o estudo do sistema

    atravs do qual as pessoas adquirem uma segunda lngua um fenmeno

    parcialmente recente, pertencente segunda metade do sculo XX (ELLIS, 1997

    apud HAZT, s.d.). As trs correntes fundamentais filosficas do sculo XX que at

    hoje dirigiram o pensamento da humanidade so o Estruturalismo, o Grupo de

    Oxford e a Escola de Frankfurt, que sero analisadas em seguida sob o ponto de

    vista psico-patolgico e como estas influenciaram os mtodos de ensino de idiomas.

    So os pressupostos filosficos que vo gerar um determinado mtodo para o

    ensino de lnguas. Por exemplo, o mtodo gerado pela ideia que a lngua uma

    resposta automtica a um estmulo e que a aprendizagem se d pela automatizao

    dessas respostas (Skinner) ser diferente do mtodo baseado na crena de que a

    lngua uma atividade cognitiva e de que a aprendizagem acontece pela

    internalizao das regras que geram essa atividade (estruturalismo).Dentre os mtodos de ensino de idiomas mais usados, h o mtodo

    tradicional de gramtica e de traduo, o mtodo direto em que a transmisso de

    idias feita atravs de gestos e figuras e a nfase est na lngua falada, e suas

    derivaes, o mtodo udio lingual e o mtodo audiocomunicativo ou tambm

    chamado sociocultural (para definies mais detalhadas, vide Anexo A). Neste

    estudo fica evidente que os mtodos de ensino de idiomas usados tm a sua origem

    no pensamento aristotlico, cujos erros sero abordados para melhor compreensodos motivos dos fracassos do ensino de idiomas e da relevncia do mtodo

    psicolingustico trilgico.

    1.1. A

    O presente depende do passado, tanto no indivduo como na sociedade. A

    maneira de pensar (sentir e agir) do ser humano uma herana milenar que segue o

    pensamento deste ou daquele pensador. Os mtodos de ensino de idiomas se

    baseiam em diferentes vertentes filosficas e cientficas, cuja compreenso vai nos

    dar um pano de fundo abrangente sobre o desenvolvimento do estudo de idiomas da

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    abordagem tradicional para a estrutural, cognitiva e comunicativa e nos possibilitar

    situar o mtodo psicolingustico trilgico de Norberto Keppe no arcabouo filosfico

    da humanidade e demostrar a sua base desinvertida, que contrria (inversa) aos

    outros mtodos.

    As teorias cientficas e filosficas do sculo 20 tm seguido em sua maior

    parte o aristotelismo, a educao no sendo uma exceo a esta regra. As duas

    maiores vertentes de ensino de idiomas, o racionalismo e o empirismo (DILLER

    1978 apud GONDIM, 2008) so ambas frutos do pensamento aristotlico. No sculo

    20, a lngua se transformou na questo central da prpria filosofia, o que quer dizer

    que na prpria filosofia no mais se questionava a causalidade, mas simplesmente

    discursava-se sobre o uso da palavra causalidade (OLIVEIRA, 1996). Aqui claraa inteno megalmana do ser humano querer pensar que a palavra criaria a

    realidade e demonstra uma mediocrizao do mesmo. Nesta situao, surge uma

    nova concepo de ensino:

    Parece incrvel o que estamos vendo ultimamente, ao se valorizar o

    secundrio, pretendendo que ele assuma funo primordial; acredito

    mesmo que a mente humana esgotou sua capacidade de pensar, pois tudo

    que poderia ser raciocinado j foi feito. Estamos em uma nova era, na qual

    temos de procurar um caminho diverso do que o estreitamente filosfico, ou

    cientfico no seu sentido positivista, ou teolgico tradicional temos que uni-

    los em uma nova concepo de vida.(KEPPE N. , 1983 p.260-261)

    1.2. A

    A base do pensamento ocidental atual est na orientao de Aristteles, que

    tambm chamada de racionalismo, que procura criar uma maneira correta de

    pensar (lgica) e acha que a verdade est no raciocnio, levando a humanidade a sebasear num jogo de palavras e de argumentao (intelectualismo).

    O processo de conhecimento aristotlico parte do que denomina: a primeira

    operao da mente, ou seja, a simples apreenso (De prima mentis

    operatione, simplex apprehensio); a segunda operao da mente, que o

    juzo (de secunda mentis operatione, de judicio); e a terceira operao da

    mente: o raciocnio (De tertia mentis operatione, de ratiocinio) (Suma

    Philosophie Scholasticae, Lgica Minor, V. Remer, pgs. 13, 54 e 85). O

    estagirita inicia da potncia para o ato, no considerando que este ltimo que fornece o conhecimento, que depois se transforma, alm do raciocnio,

    no juzo e na prpria apreenso. (KEPPE N. , 1999, p. 29)

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    O aristotelismo v o intelecto como o motor de todo universo, ignorando o fato

    que o problema do conhecimento mais atinente ao sentimento. Para Keppe, a

    dificuldade primordial do ser humano no intelectual, mas emocional.

    Aristteles considerava que o maior viria do menor, o conhecimento dos

    sentidos, o ato da potncia. Os mtodos de ensino de idiomas no sculo XX

    seguiram historicamente a abordagem tradicional em que se ensinava

    principalmente gramtica de forma dedutiva, baseando-se no aristotelismo atravs

    do conceito de Locke (1630-1704) sobre a Tbua Rasa, que implica no princpio de

    querer inserir informaes na mente humana de fora para dentro, como se a funo

    da educao fosse alcanar o conhecimento, a tica, a perfeio e a felicidade,

    elementos que supostamente faltassem ao ser humano. E no que o ser humano jtem o conhecimento e a perfeio, mas que ele os rejeita. Segundo Plato, ningum

    tenta saber algo que j conhece e muito menos saber o que no sabe. Em

    contraposio viso de Plato, que dizia que o conhecimento tinha um carter

    infuso, Aristteles via o conhecimento oriundo dos sentidos: nihil est in intelectos

    quod prius non fuerit in sensos, levando a humanidade a uma atitude sensorialista.

    Ao desinverter a metafsica de Aristoteles, Keppe foi capaz de solucionar

    muitos dos enigmas da cincia e suas descobertas foram aplicadas em vrioscampos (fsica, economia, medicina e educao etc.), inclusive no ensino de

    idiomas. Keppe diz que quem tem o maior tem o menor, quem no tem o maior,

    tambm no tem o menor.

    1.3. E

    O estruturalismo foi uma abordadem filosfica que deu muito valor lngua

    em si, porque pretendia conhecer e tratar o homem atravs da palavra. Foi muitoutilizado no sculo XX para analisar a lngua, a cultura, a filosofia da matemtica e a

    sociedade. Comeou com o suo Ferdinand Saussure, quando afirmava que uma

    estrutura entendida como um sistema que explica o arranjo do todo em partes, as

    quais so solidrias. Foi a partir da que a lingustica passa a ser reconhecida como

    um estudo cientfico.

    De um modo geral, o estruturalismo procurou explorar as interrelaes (as

    "estruturas") atravs das quais o significado seria produzido dentro de uma cultura.Segundo Saussure, no havia um elo especfico entre o significante e o significado,

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    dando um enorme valor ao que o homem determina. Ele quis dizer, por exemplo,

    que a rvore assim chamada por arbitrariedade e poderia igualmente ser chamada

    de sapo ou de panela. Este estudo chama-se semiologia.

    Os chamados linguistas do grande importncia lngua e querem mesmo

    utilizar o que menor (a lngua) e substituir a prpria filosofia e metafsica por um

    jogo de palavras (KEPPE N. , 1983 p. 245, 259). O estruturalismo, por influncia da

    filosofia existencialista e da fenomenologia, deu uma grande importncia lngua,

    que de fato uma parte secundria do conhecimento, comunicao e vida. Trocou-

    se o fundamental pelo secundrio. No estruturalismo, apareceu o desejo do homem

    de querer ser o criador da realidade (teomania) e fazer uso da lngua para esta

    finalidade. Ele teve uma grande influncia sobre as demais correntes depensamento do sculo XX, desenvolvendo extremadamente o aspecto intelectual

    (KEPPE N. , 1983 p. 245, 259), inclusive pensando que todos aprendiam da mesma

    forma atravs de estmulos e respostas, com intensa repetio e memorizao de

    dilogos fora do contexto real. (GONDIM, 2008).

    Um dos agentes modificadores do estruturalismo foi Avram Noam Chomsky

    que rejeitou o mtodo direto e o audiolingualismo, dizendo que o ser humano

    dotado de um crebro, capaz de aprender lnguas (GONDIM, 2008, p. 22) em outraspalavras, reconhece a ideia platnica de conhecimento infuso. Isto causou uma

    mudana na forma de ver o ensino de idiomas em meados dos anos 60. Chomsky

    criou a Gramtica Gerativa ou Transformacional, que abrangia alm da anlise do

    texto oral e escrito, as circunstncias em que o texto era produzido e interpretado,

    mas no ofereceu nenhuma outra soluo pronta para o ensino de lnguas (LEFFA,

    1988) (RAMIRES, 2006). Foi inspirado pelo racionalismo e pela tradio lgica,

    sendo a sua orientao tambm totalmente intelectual, ignorando o sentimento porcompleto (KEPPE N. , 1983, p. 260).

    1.4.

    A orientao do Grupo de Oxford tem dois aspectos: o positivismo lingustico

    e o teraputico. Seu pressuposto metodolgico a ideia de que os problemas

    filosficos tradicionais resultam de confuses conceituais. outra tentativa

    aristotlica de procurar solucionar os problemas atravs da percepo dasconfuses gramaticais e da lgica, tentando ensinar a pessoa a raciocinar em vez de

    verificar o que a est impedindo de raciocinar.

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    Este grupo deu importncia fala do nativo, que o princpio do mtodo

    direto de ensino de idiomas e que surgiu como reao ao mtodo tradicional. Nele,

    nunca se usa a lngua materna, mas a transmisso de idias feita atravs de

    gestos e figuras, com a sequncia de ouvir, falar, ler e escrever como natural dascrianas. (LEFFA, 1988)

    Segundo Keppe, o pensamento do Grupo de Oxford aumenta sobremaneira a

    paranoia individual e social, pois considera o ser humano sem qualquer culpa pelos

    seus atos ou ms intenes. Por exemplo, John Lagshaw Austin (1911-1960)

    considerava a origem do comportamento proveniente das expresses verbais, algo

    fora da vida psquica.

    Austin via a linguagem essencialmente como uma ao social; a linguagem e

    a sociabilidade se imbricam mutuamente de tal forma que a linguagem forma o

    horizonte a partir de onde os indivduos exprimem a realidade. (OLIVEIRA, 1996, p.

    142) Esta orientao tirou o Imprio Britnico do empirismo que tinha sido a base do

    seu apogeu e o levou ao racionalismo puro que se manifesta em tentar entender

    tudo por um jogo de palavras, aumentando a alienao de todo o povo. (KEPPE N. ,

    1984, 261)

    1.5. A E

    No pensamento alemo do sculo XX aparecem alguns pensadores que se

    opem ao racionalismo predominante, como Max Scheler, que passou do campo

    racional para o emocional, dizendo que os valores essenciais so captados

    intuitivamente, e que o problema do homem implica no de Deus.

    Outro influente pensador alemo foi Martin Heidegger (1889-1976), que se

    preocupou com a questo do ser, no mais tentando explicar tudo pela razo, e quepara se encaminhar ao ser seria necessrio desvendar a existncia autntica. Deu

    origem s psicoterapias de filosofia existencialista, que consideram que o ser

    humano tem que encontrar um sentido para o seu ser, para a vida (no que este

    sentido j exista por si). Nesse sentido, esta orientao deu uma importncia

    fundamental conscincia, que uma juno entre o raciocnio e o sentimento, e se

    distancia do racionalismo puro.

    Fundada em 1924, a Escola de Frankfurt conhecida como a teoria crtica

    (uma teoria interdisciplinar neo-marxista). Seus membros faziam uma crtica certa

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    sociedade, mas viam as causas dos problemas superficialmente, por exemplo, na

    tecnologia ou no sistema capitalista, e no na atitude e no interior do ser humano,

    que segue os pensadores invertidos, em geral vendo o ser humano como vtima por

    falta de conhecimentos de psico-socio-patologia.

    Tinha uma ideia trgica do desenvolvimento tecnolgico do ser humano,

    achando a tecnologia negativa e no o uso que o ser humano faz dela. Considera

    por exemplo que a televiso e o cinema fizeram as artes descarem (colocando o

    problema fora do ser humano). No recomendaram o uso da tecnologia no ensino.

    Alm da Escola de Frankfurt, surgiu o Crculo de Viena com Moritz Schlick,

    como reao filosofia idealista e especulativa (megalmana) que prevalecia nas

    universidades alems e que tinha levado aos desastres do nacional socialismo

    alemo. Ficou conhecido como positivismo (ou empirismo) lgico, que procura na

    experincia o valor da verdade ltima de suas proposies, auxiliado pelas regras da

    lgica e dos procedimentos matemticos. Seria uma tentativa de reviver o velho

    empirismo. Ignoraram a metafsica com a argumentao racionalista de

    verificabilidade, segundo a qual conceitos como ser e nada no tm significado

    por que no so passveis de verificao, o que depois Heidegger refutou dizendo

    que o ser um mistrio que no pode ser entendido por ente algum (CHAPPELEapud KEPPE N., 1984 p. 266). Alm de Heidegger, Karl Jaspers mergulhou na

    transcendncia e afirmou que no era possvel a demonstrao da existncia de

    Deus, pois estamos em contato com ele.

    1.6.

    A expresso da escola de Frankfurt no campo educacional so as teorias

    educacionais do suo Jean Piaget, que via o processo educacional no planointelectual. Na teoria cognitiva de Piaget existem trs estgios de desenvolvimento:

    1) sensrio-motor (0-2 anos), 2) preparao de operaes lgico-concretas (2 a 7

    anos) e operaes lgico-concretas (de 7 anos at a adolescncia) e 3) estgio da

    lgica formal (adolescncia, at a fase adulta). Por isso, as crianas em muitos

    pases comeam a frequentar a escola aos 7 anos de idade.

    Segundo Keppe, criador da cincia da psico-socio-patologia, o valor de Piaget

    foi a sua percepo no campo da psicopatologia quando ele identificou o egosmonas crianas vendo-o como causa de um pensamento ilgico, mgico, animista e

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    artificialista (KEPPE N. , 1983, p. 271). Este fato pode ser considerado no caso de

    alunos com dificuldades de aprendizado, mas no se pode partir do pressuposto de

    Piaget, de que todo indivduo problemtico e doente. Alm disso, o ponto de

    partida de Piaget invertido por ele considerar sob o ponto de visto aristotlico eevolucionista que a criana um ser incompleto, at bobo, e a educao a levaria a

    viver corretamente.

    Em 1985 o norte-americano Stephen Krashen (1987 apud RAMIRES, 2006)

    traz ao ensino de lnguas as teorias de Piaget, que dizia que o conhecimento

    construdo em ambientes naturais de interao social, estruturados culturalmente, e

    estabelece uma ntida distino entre estudo formal e assimilao natural de

    idiomas, entre informaes acumuladas e habilidades desenvolvidas. Assim oensino de lnguas eficaz no depende de receitas didticas em pacotes, mas

    enfatiza o intercmbio entre pessoas de diferentes culturas. (RAMIRES, 2006, p. 16)

    Segundo os mtodos cognitivos de ensino de idiomas, as regras de lngua

    so internalizadas atravs do contato e da organizao dos elementos lingusticos a

    que o aluno est exposto. O aprendizado da segunda lngua visto como um

    processo mental, que passa pela prtica estruturada de vrias sub-habilidades at a

    automao e integrao de padres lingusticos. O estruturalismo deu as bases paraa teoria sociocultural, na qual a lngua vista na dimenso social na sua funo

    comunicativa. (GONDIM, 2008, p. 25)

    Como continuao desta orientao surgiu ainda a abordagem comunicativa,

    que via a comunicao como instrumento de mudana social, na qual o objetivo

    ensinar o aluno a se comunicar na lngua-alvo e adquirir competncia comunicativa.

    1.7.

    Burrhus Frederic Skinner (1904-1990) foi um psiclogo americano e

    propositor do behaviorismo, que uma reduo total da viso a respeito do ser

    humano, vendo-o ao nvel de um animal ou mquina sem alma, afastando-o da vida

    psquica. Via o ser humano apenas no aspecto social, ignorando as causas

    primrias e a natureza transcendental psicolgica do mesmo. Ele via o processo

    educacional como um condicionamento a estmulos e respostas positivas ou

    negativas procurando criar uma educao controladora e modificadora, em outraspalavras, criando uma mscara. Baseando-se na orientao de Skinner, os

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    linguistas, principalmente nos anos 50, sustentavam que o aprendizado de lnguas

    estaria relacionado a reflexos condicionados, e que a mecnica de imitar, repetir,

    memorizar e exercitar palavras e frases seria instrumental para se alcanar

    habilidade comunicativa. (RAMIRES, 2006, p. 14) Esta viso originou os mtodosudio-orais e audiovisuais, baseados em automatismo e atrelados a planos

    didticos. Por estimular uma total alienao da realidade, tambm acreditava que o

    ser humano poderia ser educado atravs de mquinas, que no fim o afastam do

    afeto, ao e verdadeiro conhecimento. (KEPPE S. e., 1989) Os mtodos de ensino

    de idiomas que se usam de laboratrios e de repetio, se baseiam no pensamento

    alienante de Skinner.

    1.8. D

    Para completar esta reviso dos filsofos que influenciaram o ensino no

    sculo XX, queremos falar de John Dewey (1859-1952), que foi uma exceo nesta

    linha racionalista de filosofias e pedagogias. Com a sua herana pragmtica

    americana, notou a ineficcia dos mtodos racionalistas tradicionais e afirmou que o

    pensamento era o resultado da ao e que a ao seria o meio de verificar se as

    ideias eram corretas ou no. Ele foi capaz intuitivamente de perceber a unificao

    que existe em todos os campos e notar que a educao estava colocando indivduos

    de diferentes campos um contra o outro, perdendo o conhecimento. (KEPPE N. ,

    1983, p. 240) Por outro lado, incentivou demasiadamente os elogios, tpicos da

    mentalidade americana, tirando o educando da conscincia dos prprios erros, que

    a base do desenvolvimento.

    1.9. C 20

    Segundo Keppe (1983, p. 249), o sculo XX caracteriza-se por grande

    decadncia, que pode ser verificada no campo educacional por falta de grandes

    gnios e talentos. O motivo desse padecimento estaria no modo de pensar

    aristotlico, que contm trs erros principais: 1) considerar que o menor faz o maior,

    at o ponto dos linguistas do sculo 20 afirmarem que a linguagem, que uma coisa

    totalmente secundria, faria o pensamento. Levou a crer que o conhecimento viria

    dos sentidos, reduzindo sobremaneira o conhecimento ao campo material dos

    sentidos, que inclusive so ilusrios. 2) pensar que o conhecimento viria dos

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    predicados para os universais, o que leva a pessoa a estudar gramtica (predicado)

    em vez da lngua e o contedo da mensagem. 3) basear o conhecimento na induo

    - que atravs da experimentao, a pessoa tiraria uma concluso, ignorando o fato

    da experimentao ser secundria a uma ideia universal (a premissa) que sempreantecede qualquer experimentao. Caso contrrio, se no houvesse a premissa

    tirada do universal no haveria nem a experimentao (KEPPE N. , 1999, 249),

    como demonstra o esquema abaixo. O inducionismo de Aristteles, e os mtodos

    que o seguem, reforam a doena (teomania) do homem ao dar a ideia que seria o

    prprio homem o criador do conhecimento e no que o conhecimento tem uma

    origem divina fora do ser humano, o que pode ser melhor entendido atravs dos

    estudos da Nova Fsica, principalmente da ressonncia, a qual descrevemos nocapitulo 2.3.

    Figura 1 NK-0048 Mesmo no processo chamado indutivo, a deduo do cientista se

    baseia no universal.

    Em todas estas metodologias domina a ideia de que a lngua vem de fora, e

    no de dentro, e adquirido o hbito ou internalizada a estrutura da lngua. Segundo

    Keppe, todo problema tem que ser resolvido do interior (para exterior); qualquercircunstncia externa tem de ser analisada, para se chegar sua verdadeira

    etiologia, que psicolgica, espiritual. (idem, 287)

    O ser humano sempre procurou resolver todos os seus problemas atravs do

    raciocnio, criando sistemas filosficos e educacionais. Por isso, os mtodos de

    ensino do sculo XX tambm se baseiam todos no raciocnio, que s uma parte

    diminuta do ser humano, podendo inclusive funcionar invertidamente no caso da

    interferncia da psicopatologia (emoes negativas: inveja, dio e raiva).

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    Se o raciocnio resolvesse os problemas do ser humano, a humanidade j

    estaria em uma poca de grande felicidade. Cada um de ns sabe

    exatamente o que fazer, porm poucos o realizam porque o intelecto no

    o elemento bsico da existncia existe outro mais importante, que

    geralmente no tocado, o afeto, pois ele visto em plano secundrio e

    projetivo, devido ao processo de inverso que fizemos causado pela inveja.

    (KEPPE N. , 1983, p. 289)

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    CAPTULO 2: A FUNDAMENTAO TERICA DO MTODO

    (TERAPUTICO) PSICOLINGUSTICO TRILGICO

    Os mtodos de ensino de lnguas tm seguido os pressupostos aristotlicos,segundo os quais o maior vem do menor e o conhecimento vem atravs dos

    sentidos, levando o ensino de idiomas a uma contnua inverso. Alm disso, dentre

    as metodologias existentes, os profissionais observam que apesar do mtodo

    utilizado pelo professor, o aluno pode tanto deixar de aprender como tambm

    aprender apesar da abordagem usada pelo professor (LEFFA, 1988). O mtodo

    psicolingustico trilgico vem responder a esta questo por trabalhar as camadas

    mais profundas da psique humana e por se basear na metafsica desinvertida deKeppe.

    2.1.

    O Dr. Norberto R. Keppe, fundador e presidente da Sociedade Internacional

    de Trilogia Analtica (SITA) fez sua formao psicanaltica em Viena com Viktor E.

    Frankl (Hospital de Policlnicas, Escola de Anlise Existencial), Knut Baumgarten

    (Child Guidance Clinic) e Igor Caruso (Crculo de Psicologia Profunda). Desenvolveu

    sua prpria teoria e mtodo cientficos de tratamento de doenas psquicas, sociais

    e orgnicas. Integrou as reas da teologia, filosofia e cincia, criando um novo

    campo chamado de psico-scio-patologia. Desenvolveu, entre outras atividades, o

    mtodo psicolingustico trilgico, que aplicado nas Escolas de Lnguas Millennium.

    O mtodo significa um caminho cursado para chegar a um determinado fim;

    poderamos dizer que o mtodo de Keppe (Trilogia Analtica) visa a volta da

    humanidade ao bem atravs da conscientizao da psico-sociopatologia. Aplicadoao processo de aprendizado de idiomas, o objetivo do mtodo psicolingustico

    trilgico aplicado na Millennium proporcionar maior equilbrio, sade e aprendizado

    do idioma e o modo de chegar a isso atravs da conscientizao da psico-

    sociopatologia, dos bloqueios que impedem o aprendizado. A figura a seguir

    demonstra como o contato do ser humano com a realidade autntica bloqueado

    pela patologia e principalmente pela censura, atravs da qual o ser humano se

    inconcientiza, impedindo de usufruir de toda sua estrutura s.

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    Figura 1 NK-0154 Realidade Autntica

    Keppe salienta a importncia do amor no processo de aprendizado. Ao

    contrrio dos outros pensadores, que geralmente consideram que para algo ser

    aceito tem que ser conhecido, diz que s conhecemos o que amamos: Nada chegaao intelecto se no for atravs de um ato de amor, ele parafraseia Aristteles.

    Nada chega ao intelecto se no for atravs de um ato de amor;

    primeiramente os sentidos agem sobre os objetos para em seguida o

    sentimento (bom) lev-lo at a inteligncia. Posso dizer o mesmo quando o

    ser humano quer transmitir por palavras (que um sentido) o que pensa;

    quando h amor todas as ideias fluem facilmente e a comunicao levada

    a efeito. Praticamente um processo dialtico: sensao e entendimento,

    imagem e ideia de entremeio h a ligao ou no; se existe o amor, d seo dialetismo. O significado do amor justamente o de ligao que se

    estabelece entre o ser humano e a realidade enquanto que no dio existe

    averso ao conhecimento.(KEPPE N. , 2002, pp. 133-134)

    O mtodo de Keppe vem revolucionando a psicoterapia, medicina, economia,

    fsica, tecnologia e antes de mais nada o campo do conhecimento por causa da sua

    metafsica (o estudo das primeiras causas) desinvertida. A histria da humanidade

    tem seguido praticamente duas formas de pensar a respeito do conhecimento nomundo inteiro, uma seguindo Plato que dizia que o conhecimento vinha do alto (do

    maior para o menor) e outra de Aristteles que afirmava que o conhecimento vem

    dos sentidos (do menor para o maior). Os mtodos tradicionais se baseiam no

    pensamento do ltimo, por motivos psicopatolgicos de inveja, pois este

    pensamento procura ignorar a existncia do Criador. O mtodo de Keppe (1999),

    como descrito na sua obra o Homem Universal, se encontra neste aspecto na linha

    do primeiro; aquilo que o homem pensa j est anteriormente na sua mente.

    Tambm semelhante maiutica de Scrates, ao considerar que o ser humano

    tem a verdade no seu interior.

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    2.2. A

    O que acontece numa aula ou no aprendizado acontece muito mais num nvel

    invisvel do que visvel (como o caso da prpria vida humana) como demostrado

    na figura abaixo. Os aspectos invisveis incluem pensamentos, sentimentos, seus

    respectivos bloqueios, transtipos, seres espirituais; todos oriundos da mesma

    energia essencial.

    Figura 2 Processo de conhecimento NK-1102

    Keppe seguiu o caminho oposto ao de Aristteles, que via a origem do

    conhecimento nos sentidos, ao afirmar a existncia dos universais que so

    concepes da mente (conceitualismo universal) (KEPPE N. , 1999, p. 89). Assim,

    retoma o pensamento escolstico dos sculos 12 e 13, que estudavam a origem do

    conhecimento abordando os universais. O universal aquilo que o cada um tem na

    mente desde o nascimento e criado pela natureza. O conhecimento repousa no

    interior do ser humano que os telogos chamam de conhecimento inato. O ser

    humano perdeu contato com isso principalmente quando ele desenvolveu a ideia

    que todo conhecimento viria atravs dos sentidos (aristotelismo). Todos tm na base

    da mente os universais (pensamento original) dos quais so criados os particulares.

    por isso que a lngua em si secundaria, pois oriunda desses universais. Esses

    universais so captados principalmente pela intuio.

    O universal (a idia correta) o elemento so da personalidade e sua

    deturpao que causa a doena e dificuldades. A tentativa na aula teraputica

    tornar o aluno mais universal (voltar ao seu aspecto universal original), pois quanto

    mais universal o aluno for, mais sentimentos e conhecimentos ter. E quanto mais

    particularizado, mais bloqueios criar. Na aula procura-se levar o aluno a perceber o

    mundo de maneira mais universal. Ao invs da particularizao da lngua das

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    escolas convencionais, em se preocuparem em aprender alguma parte gramatical,

    por exemplo, o uso de preposies, no mtodo de Keppe, o aluno levado a ver o

    contexto geral do assunto dando importncia tambm ao sentimento. Em vez de

    discutirem somente sobre o entendimento, os alunos falam tambm dos seussentimentos.

    A universalidade da mente aparece num exerccio simples e facilmente

    reproduzvel na sala de aula: num texto, pedir que os alunos sublinhem as palavras

    que conhecem em lngua estrangeira em vez de sublinharem as palavras que no

    conhecem. No primeiro caso interessante observar o aumento de compreenso

    os alunos tendem a entender tambm os vocbulos anteriormente desconhecidos.

    Essa universalizao permite ampliar o conhecimento e um processo de

    aprendizado mais rpido. Uma das funes do professor elevar o aluno a ver a

    lngua sob um aspecto universal. Quanto mais neurtico o aluno, mais ele quer

    entender a lngua, em vez de aprend-la. Esta intelectualizao, que reforada em

    muitas metodologias de ensino de idiomas que se baseiam principalmente nas

    ideias do estruturalismo, nada mais que um bloqueio criado pelo prprio aluno. Se

    compararmos com as crianas no seu processo natural de aprendizado do idioma,

    elas no querem entender a lngua, mas sim us-la para se comunicarem. Seria omesmo que querer entender a vida em vez de viv-la.

    Keppe explica que existem dois tipos de conhecimento: 1) tpico dos mtodos

    tradicionais aristotlicos relacionado compreenso esquematizada e aprendida na

    sociedade (regras, memorizao, acatar as autoridades, aparncias) e se baseia na

    memria, e 2) aquele que vai alm dos esquemas sociais e atinge todo o

    conhecimento e que fundamentado no amor. justamente o amor que traz a

    conscincia, e como o ser humano a rejeita, sempre vem escolhendo os mtodos

    racionalistas. (KEPPE N. , 2002, p. 130)

    2.3. E A

    Segundo Keppe (2008, pp. 75-77), a energia faz o entendimento que a vida

    intelectual, e essa energia vem do alto, do espiritual. Ela pode ser recusada por

    nossas atitudes patolgicas, principalmente a inveja ao Criador.

    A ressonncia um fenmeno estudado na fsica segundo o qual um

    elemento influncia o outro pela vibrao (ondas energticas), como o caso de

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    uma estao de rdio e o aparelho que capta as suas ondas.2O ser humano pode

    ser comparado a um rdio que capta as ondas emitidas dependendo da sua

    frequncia. Por isso, o aprendizado de idiomas tambm um fenmeno energtico,

    ou podemos dizer at mesmo que a prpria lngua e a palavra so energias. Paraentender um elemento exterior necessrio ressoar com ele. Essa ressonncia

    estabelecida atravs do sentimento no interior do ser humano resultando de uma

    conduta s. (KEPPE N. , 2010, p. 65)

    Keppe mostra que qualquer sentimento ou idia segue a lei do movimento

    duplo. Por isso temos os dois hemisfrios do crebro. Tudo o que existe sempre se

    manifesta em duas direes opostas, e no uma negando a outra, mas a

    completando. Esta a caracterstica da energia escalar que o elementofundamental do conhecimento e da vida. Se uma pessoa fica s em um destes

    elementos, como ocorre devido decadncia energtica da humanidade, o que

    incentivado nos mtodos racionalistas e empricos, ela ir capturar o fenmeno de

    forma invertida. (KEPPE, 1996, apud KOIVUKANGAS, 2008). Por isso, os mtodos

    racionalistas que permanecem somente num elemento, levam o indivduo inverso

    impedindo o verdadeiro conhecimento.

    A inverso aparece no fato do crebro esquerdo dominar o lado direito que responsvel pela intuio e percepo da verdadeira realidade (mundo espiritual). A

    inverso a batalha que o ser humano empreende contra o campo divino da ao e

    o ser em si (Idem). A conscientizao dos elementos negativos (inveja, avareza,

    teomania) ir ajudar o aluno a regressar a este movimento energtico original e para

    o seu equilbrio original, que na Millennium Lnguas foi verificado pelo aprendizado

    mais rpido, melhorias na sade e na vida profissional.

    Em cada aula teraputica estabelecido um campo energtico que favorece

    o aprendizado e a cura do aluno. Este campo energtico existe em todo universo e

    trazido para a aula atravs dos sentimentos, pensamentos e aes do professor e

    alunos presentes e dos assuntos estudados e as suas respectivas ressonncias.

    Conforme mostra o grfico abaixo, os sentimentos e ideias positivas estabelecem

    uma ressonncia positiva resultando na sade, enquanto sentimentos e ideias ms

    reproduzem uma dissonncia levando enfermidade.

    2A ressonncia definida na fsica como a transferncia de energia de um sistema oscilante para outro quando

    as frequncias coincidem.

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    Figura 3 NK-0688 Ressonncia

    H trs instrumentos principais utilizados pelos professores para a criao

    desse campo energtico nas aulas da Millennium:

    1) a conscincia dos erros

    2) a ao boa, que o amor

    3) a esttica

    Os seres humanos ressoam entre si, e na aula os alunos criam uma

    ressonncia entre si que facilita o aprendizado. (Por outro lado, existem pactos entre

    os alunos para brecar o desenvolvimento). Nos grupos em que h mais alunos (por

    exemplo, comparando grupos de 3 alunos a grupos de 13 alunos), a tendncia aos

    pactos diminui e aumenta a ressonncia energtica. Isso tem correlao com o

    conceito popular que nas famlias em que h mais crianas, a crianas tendem a ter

    mais equilbrio do que os filhos nicos. Quando um dos alunos acaba entendendo o

    assunto, fica mais fcil aos outros aprenderem, portanto pode se ensinar alunos de

    diferentes dificuldades e nveis ao mesmo tempo. at prejudicial somente ter

    alunos com muitas dificuldades semelhantes na mesma turma. Segundo Keppe,

    foram feitos no Hospital das Clnicas experimentos em anlise de grupo em que s

    se reuniam pessoas com o mesmo tipo de patologia, por exemplo, depresso, e

    notou-se a enorme dificuldade de cura em comparao com a terapia em grupo em

    que participavam pessoas de diferentes patologias, depressivos junto com

    paranicos e assim por diante. Uma vez na Escola Millennium realizou-se a seguinte

    experincia: havia duas turmas de ingls, em torno de vinte alunos em cada uma

    nos nveis de bsico 2 e 3 at o nvel pr-intermedirio. Os alunos foram

    redistribudos em duas turmas em que numa participariam os alunos que tinhamadquirido um conhecimento maior no idioma, e na outra, os com maior dificuldade de

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    aprendizado. A premissa foi que estudando em grupos mais homogneos, que

    teriam mesmo nvel de conhecimento e dificuldade, os alunos poderiam ter um

    aprendizado melhor. O experimento se mostrou muito ao contrrio no caso do grupo

    que demonstrava mais dificuldade, alis, resistncia em aprender. Este grupoatrasou seu desenvolvimento em relao aos outros em que havia alunos mais

    abertos ao conhecimento e energia escalar.

    A energia que a pessoa recebe do universo externo, ela tambm transmite

    para o ambiente, podendo melhorar tambm o mundo exterior. Assim, os alunos da

    Millennium, que participam do trabalho de conscientizao, tambm se tornam

    agentes modificadores na sociedade. No raro, o ambiente de trabalho ou da casa

    dos alunos da Millennium se beneficia da conscientizao pela qual esses indivduospassam.

    2.4. A C E

    A conscincia do erro maior fonte de energia escalar, da vida. (KEPPE N. ,

    1994, p. 60) Cada vez que o aluno aceita alguma conscincia, h alteraes

    profundas na sua estrutura psicofsica. Isso porque a inconscientizao cria um

    bloqueio no aluno que impede a entrada da energia escalar, e a sua conscientizaosubtrai os motivos que impedem o funcionamento correto das energias. Exemplos

    comuns de desbloqueio na sala de aula so os alunos que percebem o seu grau de

    narcisismo; na hora de se expressarem, esto mais preocupados com a sua imagem

    do que com a mensagem ou o interesse do outro. Outros verificam o seu grau de

    arrogncia ao no quererem ouvir ningum ou acharem que j sabem tudo. Alguns

    chegaram a perceber a sua inveja universal contra todo o bem na vida, que os

    levava a ver o mundo e os estudos de uma forma muito negativa. Todos eles, ao

    conscientizarem os bloqueios, modificaram sua existncia, pois praticamente a

    conscincia que determina a existncia do ser humano e este o caminho da

    libertao da humanidade.

    Segundo Keppe, a conscincia um fenmeno intermedirio entre o

    sentimento e o intelecto, dependendo dos dois para se fazer valer do primeiro (o

    sentimento), como base e do segundo (o intelecto), como a sua manifestao, e

    juntos formam o terceiro elemento que a ao (realizao). A conscincia tambm dialtica: ao perceber os prprios erros, o individuo tambm percebe a grandeza

    de Deus e o vasto universo de bondade, verdade e beleza.

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    O prprio sentimento, que se identifica com a teologia e que Keppe considera

    fundamental para o conhecimento, to rejeitado justamente porque junto a ele,

    aparece a viso dos erros, o que no acontece no campo do raciocnio. (KEPPE N. ,

    1983, p. 285) Foi esse o motivo da humanidade permanecer nos mtodosracionalistas e reduzir o conhecimento.

    2.5. A A B (A) B A

    Os filsofos e educadores sempre quiseram criar sistemas para chegar ao

    conhecimento enquanto Keppe fala da importncia da ao. A pessoa s aprende

    na ao, e no na teoria; ela s aprende o que faz. Como dizia John Dewey,

    conhecimento atividade (KEPPE, 1984, p. 240). No ensino de idiomas, ao

    significa que os alunos conversam, escutam, leem e escrevem usando suas

    capacidades internas de sentimento, intelecto e lgica para uma finalidade boa. Nas

    aulas da Millennium conversa-se de assuntos que tm a ver com os alunos:

    trabalho, sociedade, espiritualidade, cincia, filosofia, autoconhecimento. Os alunos

    tm vivncias: visitas a museus e exibies, passeios a restaurantes e na natureza

    etc. para praticar o idioma numa situao real. As conversas das aulas na

    Millennium tm uma finalidade de conscientizao e de aprendizado de

    conhecimentos teis para os alunos, que despertam o seu interesse e assim

    facilitam o aprendizado do prprio idioma.

    O ensino tradicional, principalmente no Brasil, muito terico, desviando as

    escolas da sua verdadeira funo de educar e fornecer conhecimentos. A fonte da

    vida est no ato puro e, quando o indivduo o abandona, destri-se pela base:

    adoece, empobrece, perde o brilho intelectual e a simpatia. pela ao que a

    pessoa estabelece o contato com a divindade o qual tambm d origem ao

    conhecimento. (KEPPE N. , 1999, p. 44) A ao ligada disciplina. Nas

    experincias com crianas, o fator que mais as disciplina, a ao. No momento em

    que a criana para a ao, comeam os problemas de disciplina. Por isso, os

    mtodos expositivos paralisam a ao das crianas, as neurotizando. Neste caso, a

    funo do professor colocar o aluno em ao, e de incio ele vai ter resistncia

    porque ao entrar em ao, ele vai ter que se ver, e este processo de se ver

    doloroso para ele por causa da inverso. Para conseguir colocar os alunos em ao,

    o prprio professor tem que se colocar em ao, passando pelo mesmo processo

    dos alunos. Os alunos seguem mais a ao do professor do que sua fala.

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    A natureza, o bem, a forma, a matria e at mesmo a cor e finalidade de um

    ser dependem do seu tipo de ao; a essncia sendo ato puro, qualquer

    manifestao acontece, atravs de foras energticas importa dizer que

    no s as imagens visuais e auditivas se manifestam pelas vibraes, como

    todas as outras; a vida formada por clulas que vibram, seja o olfato, o

    paladar ou o tato as captaes mentais so organizadas por meio de

    ondas que atingem o crebro, muito mais do que as palavras. Se no fosse

    assim, cada lngua teria uma repercusso mental diferente; uma inteno

    fala muito mais alto do que mil palavras. (KEPPE N. , 1999, p. 59)

    O resultado desta ao um aluno energizado que aprende. A palavra

    energia vem do grego (en + ergia) significando em ao. A ao est

    estreitamente ligada conscincia dos erros. A pessoa ativa admite seus erros,

    enquanto a inativa no aceita tal conscincia. No processo de conhecimento, pela

    ao de afeto (amor) colocamo-nos em movimento, levando o material sensvel para

    o intelecto que o absorve, formando o conhecimento.

    2.6. A E A

    No seu estudo sobre sociopatologia, Keppe (2002) constata que a esttica a

    verdadeira base da civilizao e demonstra que as pessoas e pases mais ligados

    ao campo da esttica so os mais desenvolvidos. Por esttica queremos dizer a

    harmonia de formas, que est diretamente ligada ao equilbrio interior. Na Grcia

    Antiga, a msica era usada na educao para harmonizar o ser humano, trazendo-o

    de volta aos padres mais saudveis de pensamentos, sentimentos e aes

    (CASTRO, 2011). Conforme demostrado no item anterior, no mtodo de Keppe, o

    sentimento e a intuio so considerados muito importantes, e como a arte se

    origina destes aspectos, alm de ser o elemento mais lgico que existe,

    justamente atravs da arte que a pessoa pode elevar o seu nvel de entendimento. Aarte tem a funo de equilibrar os dois hemisfrios cerebrais, j que neste caso

    existe o uso simultneo do lado esquerdo, responsvel pela lgica e linguagem, e do

    lado direito, responsvel pelo sentimento e intuio. (AVELINO, 2011, p. 135) Por

    isso tambm nas aulas na Millennium d-se uma importncia fundamental questo

    da esttica. Materiais educativos envolvendo msica, pintura, literatura, cinema e

    outros, so altamente teraputicos, ajudando na elevao energtica do aluno.

    O ser humano composto de trs aspectos: o bem, a verdade e a beleza,

    que so inerentes nossa natureza. Quando vive de acordo com a sua natureza

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    trina, saudvel, inteligente, criativo, comunicativo, verdadeiro, virtuoso. O grfico a

    seguir mostra a viso da origem energtica de tudo que existe.

    Figura 4 O Bem, a Verdade e o Belo so a Energia NK-0156

    As crianas tm uma facilidade muito grande no campo das artes, em

    contraposio ao campo matemtico que totalmente dedutivo, racionalista.

    Praticamente sem exceo se entusiasmam por atividades que envolvam artes, no

    ensino de idiomas, especialmente a msica. A msica universal e a facilidade que

    ela tem de penetrar na mente do homem formidvel. Ela age na sociedade deforma indutiva, julgando, alertando, esclarecendo e principalmente educando.

    (PIAGET, 1973 apud CASTRO et al, 2011)

    2.7. A A E

    Em todas as outras metodologias estudadas e descritas no captulo um,

    predomina a ideia aristotlica de que o conhecimento viria de fora, motivo pelo qual

    a maioria dos estudiosos do sistema de aprendizagem de idiomas discursa sobre o

    inpute o outputdo aluno, numa clara perda de tempo derivada da maneira pela qual

    vemos a lngua. Contudo, Ferrari (2003, apud HATZ) diz que se mudarmos a forma

    de ver a lngua e sua relao com o falante, ento poderemos ter outros resultados.

    Por isso, estudamos a viso de Keppe sobre a lngua derivada da metafsica

    desinvertida.

    Para Keppe, o aprendizado da lngua de origem energtica. O ser humano

    que aceita esta energtica, a transforma em sentimentos, ideias e aes e depois

    inclusive em palavras. Por causa da sua origem energtica uma, que a origem de

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    tudo que existe, a prpria lngua segue os conceitos universais tendo todos os

    idiomas o mesmo funcionamento, de acordo com a estrutura do ser humano.

    O ser que est em contato direto com o mundo exterior, apreende tudo

    imediatamente, seja pelas sensaes, sentimentos, conscincia e intuioe, finalmente, pelo conhecimento (intelectual) passando-se aqui o mesmo

    fenmeno dos computadores no processo de descodificao; por esse

    motivo, cada povo tem linguagem especfica, mas em sua essncia contm

    o mesmo sistema de funcionamento: a ao, o centro (o verbo), depois os

    substantivos, adjetivos, pronomes e advrbios mais ou menos fixos.

    (KEPPE N. , 1999, p. 57)

    Quanto mais ligada aos universais, mais perfeita a comunicao, at o ponto

    de eliminar a necessidade da lngua, se fossemos totalmente ligados aos universais(bem, verdade e beleza). A lngua provavelmente comeou a existir na sua forma

    atual como decorrncia da decadncia humana. Isso ilustrado na Bblia na histria

    da Torre de Babel em que, devido arrogncia do ser humano, perdeu-se a

    capacidade de entender um ao outro e assim deu-se incio s vrias lnguas. Neste

    caso, o aprendizado de lngua implicaria na volta situao original, na medida do

    possvel.

    2.8. A A

    O conhecimento como o sentimento de tica, toda pessoa o tem. A questo

    se a pessoa o aceita ou rejeita. Podemos notar que a maior parte do conhecimento

    rejeitada, e por isso devemos estudar as causas desta rejeio.

    A prerrogativa mais importante para o ser humano conhecimento, e

    infelizmente toda percepo que ele faz imediatamente corrompe em

    uma atitude j habitual. O conhecimento espontneo, ou melhor, forma-se

    naturalmente, mas nossa vontade invertida o destri sistematicamente;

    deixamos a vontade totalmente livre, e com isso decompomos,

    deterioramos e pervertemos a prpria mente. Por esse motivo, a maioria

    das pessoas apresenta expresso boba (alienada), furiosa ou simplesmente

    maliciosa. (KEPPE N. , 1991, p. 17)

    Como vimos no item 2.3., o conhecimento vem da energia escalar que o ser

    humano capta do exterior. O problema do aprendizado implica na atitude do ser

    humano de rejeitar esta energia; so a inveja e outras emoes negativas que

    impedem a sua entrada, o que significa que o prprio indivduo limita o

    conhecimento. Estas atitudes patolgicas so os bloqueios que criamos com a

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    inteno de recusar o ser, que bondade, verdade e beleza segundo os antigos

    filsofos gregos (KEPPE N. , 1999a, p. 47, 1999b, p. 79 apud KOIVUKANGAS,

    2008). O grfico a seguir mostra que o ser humano est aprisionado na energia

    orbital porque existe uma barreira energia escalar que criada principalmente pelapsicopatologia (inveja, dio, arrogncia, megalomania) do indivduo.

    Figura 5 NK-1072 Armadilha do Conhecimento

    A conscientizao desta barreira faz com que a pessoa receba mais energia

    escalar, que forma o conhecimento. Por isso, os alunos da Millennium passam porum processo de conscientizao em que se utilizam textos teraputicos, programas

    de televiso e rdio teraputicos, e dialogo.

    Keppe descobriu nas suas pesquisas de psicopatologia que o ser humano se

    ope ao bem. Esse o problema fundamental do ser humano no aprendizado. O ser

    humano tem uma forte oposio ao conhecimento que pode ser chamada de inveja

    universal. A atitude destrutiva de inveja no claramente percebida, j pela sua

    prpria definio3

    , mas pode ser conscientizada no processo teraputico. Keppeexplica, em seu modelo do Tringulo Infernal de Neurose (figura 6) que o maior

    problema do ser humano no exatamente o fato de ter inveja, mas o de no querer

    v-la, que a censura.

    3A palavra inveja, invidere em latim, quer dizer no ver (in = no, videre =ver). Na atitude invejosa, a

    pessoa no quer ver o bem, o belo e o verdadeiro.

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    Figura 6 NK-144 Tringulo Infernal da Neurose

    A censura leva ao processo de projeo, quando uma pessoa pensa que osoutros so responsveis por suas dificuldades e misrias, e no que em grande

    parte estas so o resultado de suas prprias atitudes invejosas e inconscientes

    (Keppe, 2000, p. 97). Por exemplo, o aluno pode pensar que ele no est

    aprendendo, pois o professor no bom, o livro de estudo no adequado, a sua

    inteligncia no suficiente, etc. e no quer ver a sua atitude de oposio ao que

    bom na sua vida.

    Existem trs elementos fundamentais que ocasionam a doena: o primeiroevidentemente a inveja, que pode ser identificada inconscincia

    freudiana; o segundo a resistncia ou censura conscincia, que impede

    de perceber a causa da enfermidade e o terceiro e como conseqncia

    dos dois anteriores a projeo, quando o ser humano j doente joga todas

    as suas mazelas no mundo exterior. Mas, dentre os trs, o que se torna

    mais atuante e perigoso durante o transcorrer da doena a censura que o

    homem realiza, impedindo que sua mente trabalhe com a conscincia,

    sobrecarregando toda a composio psicofsica. E a censura se caracteriza

    pela atuao sem tica. (KEPPE N. , 2000, p.40)

    No aprendizado de lnguas, o medo, dar branco, timidez e esquecer so

    sintomas da censura da pessoa, no querendo ver que est rejeitando um bem (o

    conhecimento). Quando o aluno conscientiza estas barreiras, ele pra de resistir

    energia escalar que forma no s seus conhecimentos, mas tambm toda sua

    estrutura. Alm do aprendizado rpido, os alunos se curam de doenas orgnicas e

    dificuldades sociais que tambm so resultado de impedir a energia escalar.

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    2.9. A C

    A

    A chave para se aprender um idioma est na conscientizao da

    psicosociopatologia, que abre a mente para a energia escalar formadora de todo que

    existe, inclusive do conhecimento. Assim, todo aprendizado depende desta energia.

    O mtodo de Keppe trabalha com a conscientizao, que a unio do pensamento

    e do sentimento resultando na ao.

    Segundo Keppe (1999, p. 87), pessoa alguma pode aprender algo: a)

    porque no pode acrescentar qualquer coisa, ao que j e possui em seu

    interior, b) pelo contrrio, tem de prestar ateno aos fatores patolgicos,

    que a impedem de reconhecer o que j sabe em seu sentido formal.

    Usa-se o mtodo dialtico de interiorizao, que o processo de se perceber

    o que se desenrola na vida interior, que verdadeiramente comanda tudo que se

    passa no exterior. Na Millennium ensina-se o aluno a ver que o que ele no gosta de

    ver nos outros justamente o que ele no gosta de ver em si mesmo. Por exemplo,

    um aluno que fica muito irritado de ver o colega ter dificuldades, na verdade no est

    tendo tolerncia em ver as prprias dificuldades. A percepo deste fato, que leva a

    aceitar o contato com o prprio interior, que inclusive inclui todo o bem, acalma oaluno e ele consegue se concentrar no prprio estudo, e parar de censurar o colega

    e a si prprio. O esquema abaixo demonstra como atravs da conscientizao, os

    problemas, resistncias e projees so transformados em tolerncia, aceitao e

    introjeo, criando condies verdadeiras para a aprendizagem.

    Figura 7 Processo de conscientizao NK-1128

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    A interiorizao oferece um ambiente de estudo mais tranquilo e tolerante, no

    qual se incentiva a ao sem medo de ver os erros; o que no acontece na maioria

    das escolas, em que o aluno com dificuldade marginalizado, pois os outros alunos

    ou o professor no toleram a conscincia dos erros, levando a criar um ambientetenso, que desfavorece o aprendizado. O elemento de competio baseado na

    inveja se anula tambm, pois os alunos aprendem sobre a inveja e comeam a

    perceber e controlar essas atitudes em si e nos outros de uma maneira consciente e

    construtiva, dando espao cooperao e ao boa, que tambm incentivada

    nas aulas na Millennium, pois fornece a verdadeira base do aprendizado; o aluno

    interessado em ajudar o colega sempre quem mais aprende, pois a ao boa abre

    a mente e toda estrutura psicofsica energia escalar.Para gerar este ambiente energtico favorvel ao estudo importante que

    tanto o aluno quanto o professor procurem se interiorizar. muito comum nas

    escolas o professor no conseguir lidar com os alunos por falta de conhecimento da

    psicopatologia. Uma professora relatou um caso na sala de aula quando ficou muito

    irritada com uma aluna que falou que os bandidos deveriam ser mortos pelos

    policiais. Pedi que ela associasse a conduta da aluna, e ela disse que era uma

    intolerncia muito grande, que a aluna estava querendo metralhar a conscincia doproblema. Procurei interiorizar a professora, que inicialmente tinha muita dificuldade

    em ver este aspecto no seu interior, mas que foi relatando mais casos das suas

    dificuldades com os alunos. Contou que em outra escola em que dava aulas para

    adolescentes, um aluno mostrou-lhe a lngua e ela o enviou diretoria. Novamente,

    pedi para associar a conduta do aluno e ela disse que ele estava mostrando a lngua

    para o conhecimento, assim sendo rejeitando o conhecimento. Ela tentava ver isto

    no prprio interior, e admitia que sua fria e at o fato de envi-lo diretoria foi umato exagerado e disse ento entender, atravs deste exemplo, como ela tambm

    metralhava a conscincia que os seus alunos demonstraram.

    A tcnica de interiorizao til para os professionais de ensino, mas em

    contrapartida nos treinamentos para os professores, alm de mostrar a sua

    intransigncia em relao conscincia, sempre importante salientar que o

    professor representa um bem para o aluno, que este tende a rejeitar por causa da

    inveja universal.

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    CAPTULO 3: APLICAO DO MTODO TERAPUTICO

    PSICOLINGUSTICO NO ENSINO DE IDIOMAS NA ESCOLA

    DE LNGUAS MILLENNIUMNeste captulo ser explicado como o mtodo psicolingustico trilgico

    aplicado na prtica. No captulo anterior foi discursado sobre a resistncia ao

    aprendizado, e neste procuramos mostrar como se lida com esta questo na sala de

    aula.

    A resistncia ao aprendizado se manifesta de vrias formas. Um dos

    problemas que aparecem com grande frequncia no processo de aprendizado, e

    que ser abordado na aplicao descrita neste captulo, o aluno pensar que no

    est aprendendo, quando, na prtica, justamente o contrrio. Vou explicar o que

    acontece: quanto mais a pessoa aprende e se desenvolve, mais problemas em si

    mesma vai ver. Por isso, o famoso filsofo Scrates dizia: Quanto mais eu sei, s

    sei que nada sei. Quanto mais a pessoa entende algo, mais ela v que no sabe,

    seja no estudo ou no trabalho. Por outro lado, uma pessoa que, por exemplo,

    acabou de sair da faculdade sem nenhuma experincia de trabalho talvez pense, em

    sua arrogncia, que sabe tudo; quem no sabe o idioma tambm pode pensar que

    sabe muito e criticar os outros.

    Muitas vezes tive alunos que falavam: Vou melhorar, neste fim de semana

    vou estudar muito em casa, vou pegar firme, etc. e com o tempo cheguei a perceber

    que isso nada mais era do que uma censura muito grande que faziam ao no

    quererem ver que no estudam como na sua imaginao pensam que deveriam. A

    aluna N.S. comeou a falar que ela estava errando muito na redao e prometia que

    ia melhorar. Comumente, por acreditar na censura do aluno, quando no h a

    conscientizao, os professores dizem: No, voc est escrevendo muito bem e

    que bom que vai melhorar e logo notaro que o aluno abandona os estudos. No

    ensino trilgico, com a conscientizao, levamos o aluno a aceitar que a percepo

    dos erros dele o caminho para o aprendizado. Neste caso, ele est percebendo

    melhor os erros que comete, o que sempre acontecia, mas sem ele perceber. Alm

    disso, importante ele ver que no um estudante perfeito, alis ningum , e os

    alunos que aceitam esta condio, chegam mais longe nos estudos, pois no fazem

    uma idealizao to grande de si mesmos.

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    3.1. D

    As aulas na Millennium incluem, na sua parte didtica, aspectos de vrias

    metodologias de ensino vistos nos captulos anteriores: imagens para conversao

    (mtodo direto), vivncia na prtica como, por exemplo, um conference call com

    uma pessoa em Chicago (mtodo comunicativo), traduo (mtodo da traduo)

    uma atividade com programa de rdio (mtodo audiolingual) e assim por diante, mas

    sempre levando em considerao o aspecto fundamental da conscientizao, pois o

    que determina o aprendizado ou no do idioma tem a ver com a aceitao (do

    conhecimento que vem atravs da energia essencial) do indivduo. As figuras 8 e 9

    abaixo ilustram o material didtico da Millennium Lnguas, do livro dois de ingls, da

    pgina 46 48. A pgina 46 destinada conversao e aprendizado dovocabulrio, a pgina 47 um texto explicando a inverso com o respectivo

    vocabulrio, na pgina 48 so exerccios para programas de televiso, e a imagem

    da pgina 48 pode ser utilizada para estimular a conversao ou redao.

    Figura 8 Exemplo1 de material didtico da Millennium Lnguas

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    Imagem 9 Exemplo 2 de material didtico da Millennium Lnguas

    Existem vrios estudos que dizem sobre a importncia da motivao dosalunos em relao ao sucesso no aprendizado de idiomas e constatam que um dos

    fatores motivadores o material didtico; mesmo que ns digamos que o fator

    fundamental da motivao a percepo da psicopatologia, causadora da

    desmotivao, como a ingratido, a inveja, a arrogncia. No mtodo psicolingustico

    trilgico, o material composto de leituras de textos de Keppe ou de outros

    estudiosos da Trilogia Analtica, programas de rdio, filmes e literatura que

    demostram questes da realidade, imagens e dilogos teraputicos criados pelosprprios professores da Millennium Lnguas, desde que seguem a dialtica correta

    keppeana. O contedo do material do mtodo trilgico desperta um enorme

    entusiasmo e interesse nos alunos, como notado pelo professor Valdemir Bezerra

    (AVELINO, 2011, p. 199). Isso porque leva o aluno a equilibrar os dois lados do

    crebro. A rejeio do material didtico ocorre devido inverso e projeo que o

    aluno possa ter por no querer passar por esse processo de conscientizao, por

    ach-lo perigoso ou desagradvel. Os professores precisam ter treinamento em

    psico-socio-terapia para lidar com esta inverso.

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    3.2. A C

    Na sala de aula acontece um fenmeno interessante, mas desesperador,

    tanto para o aluno quanto para o professor. O aluno, que se desenvolve e aprende,

    comea a ver as prprias imperfeies, incompetncias e erros, e por inverso

    pensa que est piorando. Quando um aluno comea manifestar ideias que no est

    aprendendo (ou mesmo que acha que tem que estudar mais e mais) na grande

    maioria dos casos, est acontecendo esta inverso, e que se trabalhada e

    conscientizada, o aluno vai se acalmar e voltar a aceitar o desenvolvimento. Uma

    das aulas mais eficazes na Millennium para esta conscientizao a estria em

    quadrinhos de Roberto, o Contador, do captulo da Inconscientizao e

    Conscientizao do livro ABC da Trilogia Analtica de Claudia B. S. Pacheco.

    Esta histria abordada nos materiais didticos de vrios nveis de

    conhecimento de idioma, sendo nesses casos o diferencial, o vocabulrio e a

    estrutura de lngua mais elaborada ou mais simplificada. As imagens da histria em

    quadrinhos facilitam a compreenso do idioma e estimulam a conversao.

    Nesta estria, Roberto e sua famlia vivem uma vida totalmente alienada, at

    que ele comea a ter uma dor de cabea constante que o faz desconfiar que algo

    esteja errado e procurar ajuda, primeiro entre os mdicos, e depois com um

    psicanalista trilgico. Ele comea a se conscientizar e a dor de cabea desaparece.

    O psicanalista explica que ele estava somatizando (transformando problemas

    emocionais em problemas fsicos) para no ver os seus problemas. Agora, ele

    precisa ver os problemas e comea achar que ele e sua famlia esto piores. Ele

    confunde o ver e o ser. Comea a achar que a partir desse momento est se

    tornando improdutivo, e no que ele sempre foi improdutivo, e agora que est

    percebendo isto e inclusive est melhor, e seu mal-estar s vem do fato dele no

    aceitar ver os erros.

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    Imagem 10 A histria em quadrinhos utilizada na Escola de Lnguas Millennium. (PACHECO,

    2005, pp. 49-51)

    No mtodo deKeppe, considera-se que o que desbloqueia o conhecimento

    infuso do aluno, a sua percepo das ideias e sentimentos errneos. S neste

    capitulo, os alunos podem aprender os conceitos da psicopatologia de: a) alienao

    (inveja); b) inverso que significa ver o que bom como mal e mal como o bem; no

    caso de Roberto, que a percepo dos problemas significava que ele tinha estes

    problemas e no que eles sempre existiram e na verdade esta percepo era um

    enorme bem para ele, que ele estava rejeitando; c) somatizao que a

    transferncia dos problemas emocionais em problemas orgnicos. Em seguida, para

    colocar na prtica estes conceitos, o professor pede aos alunos seus prprios

    exemplos ou exemplos de pessoas que eles conhecem, pois assim a maioria dos

    alunos consegue entrar num nvel mais profundo: copiando o processo psicanaltico,

    diramos que o aluno s conscientiza o que ele fala, o que sai do interior dele, e no

    o que o professor fala.

    Podemos usar a prpria estria de Roberto para conscientizar o pensamento

    aristotlico invertido (que parte do ato para a potncia) atravs do seguinte dialogo.

    O que Roberto precisa fazer para melhorar? No pensamento aristotlico diramos

    que ele precisa mudar de emprego, colocar os filhos em uma escola boa, daramos

    milhares de conselhos que no levam a nada. No pensamento platnico em que o

    menor vem do maior, podemos notar que Roberto j tem tudo para ser feliz. A nica

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    coisa que ele precisa fazer perceber como est estragando este bem e parar de

    estrag-lo para tornar sua vida mais feliz e bonita. Neste processo de perceber,

    temos que tratar da inverso, como aconteceu com Roberto, ao se conscientizar dos

    estragos que fazia na sua vida, achando incorretamente que estava piorando.

    As atividades lingusticas desenvolvidas em torno do conceito principal

    conscientizador podem ser muitas, desde que sejam universais, por exemplo,

    redao sobre a estria, perguntas e respostas, traduo, conversao, teatro, entre

    outras.

    3.3. A C

    A estria em quadrinhos serve como base de conversao uma conversaque lida com elementos psicolgicos, invisveis. Ao mesmo tempo o aluno levado a

    compreender muitos aspectos da lngua de maneira integral, por exemplo,

    interrogativa, tempo verbal do passado, presente e futuro, artigos, sem dividir os

    aspectos do idioma. As imagens facilitam a compreenso do vocabulrio. Muitas

    vezes, no ensino trilgico ao estudar um texto mais profundo, a leitura pode ser feita

    primeiro no idioma materno do aluno, porque isso faz com que ele sinta

    (conscientize) mais e depois se torna muito natural decifrar o vocabulrio utilizado notexto.

    Nas pesquisas feitas na Universidade do Extremo Sul Catarinense entre

    alunos de ingls, a maior dificuldade apresentada pelos pesquisados, a habilidade

    da fala, conseqentemente a autoestima dos alunos muito baixa por conta do

    medo de errar, da vergonha de se expressar (RAMIRES, 2006, p. 19). Na verdade,

    o medo que o aluno tem, no exatamente de errar, mas de ver os erros que

    constantemente comete. No mtodo psicolingustico, chamamos isso de censura: apessoa no tolera ver imperfeies em si mesma, criando uma tenso interna muito

    grande que impede o desenvolvimento e bloqueia a comunicao. Esta situao

    superada quando o aluno sai da inverso e comea a aceitar a conscientizao dos

    prprios erros. Diferentemente das outras metodologias, os alunos da Millennium

    tm coragem de participar das conversas, isso porque na aceitao da conscincia

    h entusiasmo, realizao, alegria, conversao e audcia, enquanto na censura h

    medo, estancamento, tristeza, silncio e covardia. (KEPPE N. , 1983, p. 281)

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    Por exemplo, A. P., gerente de uma empresa de telecomunicaes, precisava

    se comunicar com americanos para os quais a sua empresa prestava servios,

    sentia muita dificuldade em se expressar e tinha muito medo de enfrentar a situao

    de conference calls. Logo nas primeiras aulas ela foi levada a perceber o seuperfeccionismo e entender que os clientes americanos no se importariam tanto com

    os eventuais erros dela como ela imaginava, mas que eles estariam mais

    interessados no trabalho dela, no que ela os podia auxiliar para melhorar os

    negcios, e que de fato, era mais ela mesma que se criticava constantemente e

    reprimia as suas qualidades ao se preocupar demasiadamente com os aspectos

    negativos e os erros. Depois da conscientizao desta realidade, A.P. foi capaz de

    participar de conference calls sem medo, naturalmente, desenvolvendo seustalentos e sendo reconhecida na empresa. Isso porque a conscincia um

    fenmeno duplo; juntamente conscincia dos erros, a pessoa percebe

    concomitantemente a verdade e o bem.

    3.4. A A

    Como os pressupostos de Keppe consideram a esttica e a arte importantes

    para o desenvolvimento da personalidade, nas aulas da Millennium estudamos

    tambm atravs da msica, que pode ser desde a Nona Sinfonia de Beethoven at a

    msica popular.

    Junto estria de Roberto, no caso de estudo de ingls, pode-se usar uma

    cano dos Beatles, banda at hoje bem aceita pelo pblico brasileiro, chamada

    Nowhereman4, em que a letra trata da alienao do homem de lugar nenhum, e

    mostra que todos ns temos um pouco desta personagem bastante fora da

    realidade, levando o aluno mais uma vez a uma interiorizao utilizando o mundo

    exterior como um espelho do que acontece no seu mundo interior.

    A idia no apresentar a msica pela msica, ou seja, no nos interessa a

    traduo pela traduo. Todas as atividades na sala de aula devem levar o aluno a

    abstrair, entender os conceitos universais. A msica dever ser um instrumento para

    4Nowhereman by Beatles: He's a real nowhere man, sitting in his nowhere land, making all his nowhere

    plans for nobody. Doesn't have a point of view, knows not where he's going to, isn't he a bit like you and me? /Nowhere man, please listen, you don't know what you're missing, nowhere man, the world is at your command. /

    He's as blind as he can be,just sees what he wants to see, nowhere man can you see me at all? / Nowhere man,

    don't worry, take your time, don't hurry, leave it all 'till somebody else lends you a hand.

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    abranger os conhecimentos e sentimentos. E como a arte diretamente ligada tanto

    lgica como ao sentimento, os alunos encontram muita facilidade e gosto em

    aprender com a msica, pois ajuda a equilibrar os dois hemisfrios cerebrais.

    3.4. C

    Esta aula de conscientizao e inconscientizao ideal para trabalhar com

    os alunos que se desenvolveram, s vezes muito rpido, e esto considerando o

    contrrio, pensando que esto piorando. So muitos os casos que acompanhei na

    sala de aula com resultados positivos. Aqui ser relatado um caso do processo de

    conscientizao utilizando a ferramenta da estria de Roberto para que possamos

    atingir um conhecimento mais profundo e exaustivo.

    Um dos casos o de L.R., superintendente de uma multinacional espanhola,

    que at ento no tinha tido necessidade de aprender ingls, mas com a situao da

    empresa mudada, e por se entusiasmar com o que conheceu do mtodo

    psicolingustico trilgico decidiu estudar ingls com a Millennium. Totalmente

    iniciante no idioma, comeou os estudos, e mostrava um progresso bastante

    animador, desde que como profissional de marketing e comunicao, gostava de se

    expressar e no sofria de timidez, mesmo tendo tendncias para depresso eobesidade. Aprendia mais rpido que a mdia dos alunos. Chegando ao quarto ms

    de estudo, R. L. comeou a questionar sua falta de aprendizado, pensando at

    mesmo em trocar de escola. Em outras palavras, estava projetando o problema fora

    dela, na escola e no mtodo. Falou com sua superior, que tambm era aluna do

    curso e que trouxe o assunto para o conhecimento da escola. A queixa da aluna era

    de no estar aprendendo, e se os professores no tivessem conhecimento da

    psicopatologia, provavelmente iriam querer mudar a maneira de ensinar, j que a

    aluna no estaria aprendendo. Tnhamos que olhar a situao mais profundamente

    ser que no estava aprendendo mesmo ou ser que por sua inverso via tudo ao

    contrrio? Keppe diz que para que realize qualquer atividade, o indivduo obrigado

    a reconhecer milhares de dificuldades pessoais e sociais (KEPPE N. , 1999, p. 58).

    Por isso que a maioria no quer o desenvolvimento, mas prefere o fracasso. L.R.

    estava na realidade progredindo mais do que ela aguentava. O progresso dela trazia

    tona a conscincia das suas dificuldades, tanto no estudo como na vida

    profissional e pessoal.

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    A aula sobre a histria de Roberto foi utilizada na conscientizao de R. L.,

    que entendeu o processo pelo qual estava passando. A aceitao da conscincia fez

    a sua angstia transformar-se em grande entusiasmo, e hoje depois de onze meses

    de estudo (totalizando 90 horas de estudo), j adquiriu um bom nvel intermediriono idioma, conseguindo manter a conversao em ingls durante a aula toda. Alm

    do mais, aceita ver mais dificuldades e tornou-se mais tolerante ao lidar com os

    problemas no trabalho e na famlia, diminuindo o estresse e a tenso que lhe

    causavam muitas doenas.

    3.3.

    Desde que na viso de Keppe no processo de aprendizado, a pessoa

    simplesmente reconhece o que j tem formalmente no seu interior, o papel do

    professor ser mais um facilitador, um parteiro de conhecimento, como di