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Aplicação do Espiritismo Encontro 10 As virtudes a serem cultivadas (II)

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Page 1: Aplicação do Espiritismo Encontro 10 As virtudes a serem cultivadas (II)

Aplicação do Espiritismo

Encontro 10

As virtudes a serem cultivadas (II)

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Sensatez

“...Não tenta dar valor ao seu espírito, nem aos seus talentos, a expensas dos outros. Pelo contrário,

aproveita todas as ocasiões para fazer sobressair as vantagens dos outros. Não se envaidece jamais com

sua sorte, nem com seus predicados pessoais, porque sabe que tudo quanto lhe foi dado pode ser

retirado.

Usa mas não abusa dos bens que lhe são concedidos, porque sabe tratar-se de um depósito,

do qual deverá prestar contas, e que o emprego mais prejudicial para si mesmo, que poderá lhes dar, é pô-los ao serviço da satisfação de suas paixões”.

ESE. Cap. XVII. Sede Perfeitos. O Homem de bem)

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Ser sensato nas suas determinações é aquele individuo judicioso, que age com cautela e

sabedoria. Sabedoria pressupõe conhecimento das verdades espirituais e,

portanto, da importância dos fatos e ocorrências da vida como meios para nos elevar na escalada da evolução espiritual.

Assim, a visão desse ângulo, quando somos chamados a agir, é posição que devemos

tomar, para sermos coerentes com a lei divina ou natural que a tudo preside.

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É até inadmissível agirmos contrariamente a esse posicionamento, quando já estamos a par dos princípios doutrinários espíritas. No

entanto, como somos quase sempre envolvidos pelos impulsos emocionais que

antecedem nossas ações no proceder, deixamos de analisar com prudência os

acontecimentos vividos e não aplicamos a sensatez no que fazemos.

De que modo podemos ser sensatos?

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a) Pensando cautelosamente nas conseqüências que os nossos atos possam

causar de prejudicial a outrem;

b) Evitando comentários que possam acarretar dificuldades, separações, intrigas,

desentendimentos a quaisquer pessoas;

c) Afastando as oportunidades que nos induzam a cometer erros e falhas;

d) Renunciando aos desejos caprichosos de posse entre as paixões que ainda perduram

em nós;

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e) Pensando com reserva os próprios pensamentos, idéias ou impressões, antes

de articulá-los em palavras, para não veicularmos por hipótese alguma a má

informação;

f) Agindo com discrição, sem alaridos, discussões ou criticas, nas decisões que

nos dizem respeito, que envolvam criaturas humanas;

g) Controlando com previdência os hábitos e costumes que possam comprometer nossa saúde física ou nosso equilíbrio emocional;

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h) Indagando sempre do bom uso que estamos fazendo, com proveito geral, dos bens materiais que nos foram confiados;

i) Utilizando os talentos que judiciosamente identificamos em nós, colocando-os a

serviço do bem comum, sem vaidade ou presunção, com circunspeção e modéstia.

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Quem já conhece – embora pouco – a destinação espiritual do ser que nos anima

o corpo, é naturalmente dirigido a pesar muito bem todos os pensamentos, palavras

e atitudes, como decorrência do amadurecimento interior, cujos frutos

começamos a cultivar, nos cuidados de tudo que sai de nós: criações ou obras,

expressões ou gestos, conversas ou comentários, idéias ou irradiações, que a

sensatez pode aprimorar dignificando-nos à condição de filho de Deus.

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Piedade

“O sentimento que mais acelera o progresso, domando o egoísmo e o orgulho, dispondo a alma à fraternidade, à beneficência e ao amor

do próximo, é a piedade; essa piedade que vos comove até as fibras mais íntimas, diante do sofrimento de vossos irmãos, que vos leva

a estender-lhes a mão caridosa e arrancar lagrimas de simpatia”.

(ESE. Cap. XIII. Que a Mão Esquerda Não Saiba o que faz a Direita. Item 17. A Piedade - Michel)

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Esse sentimento que emana dos corações sensíveis em direção aos que estão

sofrendo pode refletir em nos com maior ou menor intensidade, variando dos menores

lampejos de dó às comoções mais profundas.

O que nos torna mais sensíveis ao sofrimento alheio?

Quais os meios de canalizar mais corretamente esses sentimentos, em beneficio daqueles que nos tocam a

compaixão?

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Podemos cultivar a piedade? Com que finalidade?

Essas talvez sejam algumas indagações que faríamos nessa época de tantas tribulações

e de interesses imediatistas. Pensar no problema dos outros já é difícil, que dirá

sentir a dor alheia.

“A piedade é a virtude que mais vos aproxima das almas aprimoradas; é a irmã da caridade que vos conduz a Deus”.

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O sentimento que é manifestação da alma, se amplia na medida em que nos despojamos dos interesses egocêntricos, abandonamos

os apegos aos nossos pertences e nos voltamos para o bem-estar dos que estão ao

nosso redor. As satisfações que nos preenchem a alma transbordam do nosso

íntimo, abrangendo os semelhantes, e apenas se completam quando

proporcionamos a eles algum benefício. Desponta, então, dentro de nós a devoção, e a piedade cresce, como precursora que é da caridade, a mais sublime das virtudes.

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Desse modo devemos, como esforço de aprimoramento, cultivar a piedade, que acelera o nosso progresso espiritual e é

indicativa do nosso amor ao próximo.

Como, então, impulsionar a piedade dentro de nós?

a) Estimulando os próprios sentimentos de compaixão para com os males alheios;

b) Dirigindo nosso atenção e nosso olhar para os que convivem conosco, analisando-lhes

as preocupações e os receios;

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c) Dedicando mais tempo em pensar nas aflições dos que nos cercam em vez de nos

absorver nas necessidades próprias;

d) Interessando-nos pelos problemas que atormentam as criaturas sem rumo, oferecendo-lhes apoio e orientação

evangélica;

e) Permitindo que o nosso coração se enterneça diante das dores e tribulações de

nossos semelhantes

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f) Visitando parentes, amigos e indigentes, hospitalizados ou em reclusão, levando-

lhes o bálsamo pelas expressões de carinho, restaurando-lhes a esperança e a

resignação com palavras de conforto;

g) Estendendo nossas mãos, em auxilio fraterno e amparo, aos que nos comovam

as fibras do coração;

h) Não sufocando jamais as emoções de pena, para com qualquer pessoa, deixando-as crescer em nós e transformando-as em

resultados benéficos objetivos.

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“Ao contato da desventura alheia, a alma sem dúvida experimenta um estremecimento natural e profundo, que faz vibrar todo o

vosso ser e vos afeta penosamente. Mas a compensação é grande, quando conseguis

devolver a coragem e a esperança a um irmão menos feliz, que se comove ao aperto

da mão amiga, e cujo olhar, ao mesmo tempo umedecido de emoção e

reconhecimento, se volta com doçura para vós, antes de se elevar a Deus,

agradecendo por lhe ter enviado um consolador, uma sustentação”.

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Generosidade, Beneficência

“A beneficência, meus amigos, vos dará nesse mundo os mais puros e suaves prazeres, as

alegrias do coração, imperturbáveis pelo remorso e pela indiferença. Oh! pudésseis,

compreender tudo o que de grande e agradável encerra a generosidade das almas belas, esse

sentimento que faz que se olhe aos outros com o mesmo olhar voltado para si mesmo, e que

nos faz despir os nossos corpos para jubilosamente vestir os outros”.

(ESE. Cap. XIII. Que a Mão Esquerda Não Saiba o que faz a Direita. Item 11. A Beneficência- Adolfo, Bispo de Alger.)

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O que significa ser generoso?

- Ser bom, pródigo, saber fazer o bem, ser desapegado aos bens materiais, ter alegria e

satisfação em servir. Contentar-se com aquilo de bom e agradável que possa proporcionar a

alguém.

A generosidade é característica dos que aplicam a caridade com naturalidade, com

espontaneidade.

Quem é generoso, não sente dificuldade em ser bom, não lhe é sacrificial. Pelo contrário, o

faz por gosto e satisfação, não se cansa, não se irrita, não se perturba.

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O generoso, portanto, age com beneficência, com filantropia, com bondade.

Inumeráveis são as oportunidades de fazer o bem e incontáveis os meios de aplicá-lo.

Vejamos como:

a) Saber fazer-se surdo quando uma palavra irônica escapa da boca propensa a nos

ridicularizar;

b) Não ver o sorriso desdenhoso de quem nos recebe com superioridade e indiferença;

c) Fazer o bem sem comentários ou quaisquer referencia ao nosso gesto;

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d) Dissimular o beneficio quando prestado a alguém para não embaraçá-lo ou causar-lhe

melindre;

e) Não permitir homenagens ou honrarias por quaisquer bens praticados;

f) Procurar o serviço ao próximo, com os próprios meios, empregando nossas forças,

inteligência e habilidades para realizar nossos propósitos generosos;

g) Saber tirar das nossas próprias privações, mesmo o que nos faça falta, quando for

necessário àquele que desejamos ajudar;

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h) Vigiar severamente, nas ocasiões em que presenteamos a alguém, se o fazemos apenas por obrigação ou com vistas à

retribuição, ou se tão somente pelo prazer de fazê-lo;

i) Trabalhar para os pobres, dedicando algumas horas do dia, mesmo em nossa

própria casa, à confecção de roupas, agasalhos ou enxovais a recém-nascidos;

j) Repartir do nosso guarda-roupa não só o que nos sobra, mas também o que ainda possa se

mais útil ao irmão necessitado;

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k) Dedicar nossa assistência ao atendimento do esclarecimento ou das carências mais

prementes, dos serviçais ou subalternos que conosco convivam, no lar ou no trabalho;

l) Olhar, ouvir, falar, acariciar, com o coração pleno de amor, os familiares que nos foram

confiados, e que, ligados pelos laços consangüíneos, juntos retificamos os

comprometimentos do passado.

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“Todos vós podeis dar: a qualquer classe a que pertençais, tereis sempre alguma coisa que pode ser repartida. Seja o que for que Deus

vos tenha concedido, deveis uma parcela aos que não tem sequer o substancial, pois, em

seu lugar ficaríeis contentes se alguém dividisse convosco. Vossos tesouros da Terra diminuirão um pouco, mas vossos

tesouros do céu serão acrescidos. Lá colhereis pelo cêntuplo o que houverdes semeado em benefícios neste mundo”.

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Afabilidade, Doçura

“A benevolência para com os nossos semelhantes, fruto do amor ao próximo, origina a afabilidade e a doçura, que lhe são formas de

manifestação. Entretanto, nem sempre é prudente confiar nas aparências: a educação e os costumes, mundanos podem aparentar tais

qualidades”.

(ESE. Cap. IX. Bem-aventurados os Brandos e Pacíficos. Item 6. A Afabilidade e a Doçura.)

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Aí está a maneira prática de verificarmos, em nosso relacionamento social, se apenas nos servimos do verniz superficial, que o mínimo

de educação nos ensina, ou se estamos verdadeiramente expressando, em nossas

cortesias, a benevolência para com os semelhantes.

Precisamos desenvolver a afabilidade, não apenas no trato formal, mas em

profundidade, interiormente.

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Como vimos, a afabilidade e a doçura são manifestações naturais da benevolência para

com as criaturas, resultantes do amor ao próximo. Amor ao próximo, portanto, é a

questão a ser colocada sempre, em nossas relações com as pessoas.

Entendemos, assim, que é necessário valorizar, no nosso convívio social, cumprimentos,

saudações, agradecimentos, votos e quaisquer expressões ditas formalmente em

ocasiões que lhe são próprias, para aplicarmos o amor ao próximo, procurando,

desse modo, sentir com o coração aquilo que pronunciamos em beneficio de alguém.

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Afável é aquele ser dedicado, cortes, agradável, benévolo, bondoso. Ter doçura, ou ser doce de coração, é aquele individuo que transmite brandura, suavidade, serenidade, meiguice,

ternura.

Como cultivar a afabilidade e a doçura?

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a) Examinando as emoções do nosso coração nas oportunidades sociais, esforçando-nos em transmitir amor através de nosso lábios;

b) Interessando-nos com discrição pelas pessoas recém-apresentadas, criando elos de simpatia, mesmo com aquelas mais fechadas

ou rudes;

c) Ajudando sempre, com delicadeza, nos transportes ou na rua, as criaturas em dificuldade: cedendo lugar, facilitando

passagem, carregando volumes;

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d) Respeitando a aspereza do trato de alguém para conosco, com o silencio tranqüilo, com

o olhar sereno, com o gesto bondoso;

e) Entendendo com ternura os aflitos que, ao nosso lado, se desesperam em situações difíceis, transmitindo-lhes encorajamento,

proporcionando-lhes ajuda;

f) Perdoando com suavidade interior aqueles que nos ofendem, afastando,

conseqüentemente, quaisquer lembranças desagradáveis ou resquícios de ódio;

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g) Pautando nossa maneira de se dirigir aos auxiliares, em casa e no emprego, com

benevolência e brandura, embora revestidas da necessária determinação;

h) Introduzindo no lar o habito de falarmos baixo e com meiguice, mesmo quando transmitimos ordens a serem seguidas.

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“Não basta que dos lábios emanem leite e mel, se o coração de modo algum está associado,

tratando-se tão somente de hipocrisia. Aquele cuja afabilidade e doçura são

fingidas, jamais se desmente. É o mesmo para o mundo ou na intimidade, e sabe que,

se pode enganar os homens pelas aparências, não pode enganar a Deus”.