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Universidade Federal do Rio Grande do Norte Centro de Tecnologia
Departamento de Engenharia Química Programa de Pós Graduação em Engenharia Química
DISSERTAÇÃO DE MESTRADO
APLICAÇÃO DO Na2S2O8, H2O2 E FERRO NA REMEDIAÇÃO DE SOLOS (LATOSSOLO E AREIA DISTRÓFICA)
CONTAMINADOS COM DIESEL
HERMANO GOMES FERNANDES
Natal - RN Catalogação da publicação.
UFRN/Bibliotecas do Centro de Tecnologia.
Bibliotecária: XXXXXX – CRB-Y/XXXX.
Fernandes, H. G. APLICAÇÃO DO Na2S2O8, H2O2 E FERRO NA REMEDIAÇÃO DE SOLOS (LATOSSOLO E AREIA DISTRÓFICA) CONTAMINADOS COM DIESEL. ____ Natal, 2014. XXXp.:il. Orientador: Osvaldo Chiavone Dissertação de Mestrado – Universidade Federal do Rio Grande do Norte. Centro de Tecnologia. Programa de Pós Graduação em Engenharia Química. 1. Solos contaminados –. 2. Persulfato e Fenton – 3. processos oxidativos avançados – 4. ISCO – I.Osvaldo Chiavone . II. Título. RN/UF/BSECT CDU: xxx.xxx.x (xxx.x)
Capítulo 1: Introdução e Objetivos 3
Hermano Gomes Fernandes
Hermano Gomes Fernandes
APLICAÇÃO DO Na2S2O8, H2O2 E FERRO NA REMEDIAÇÃO DE SOLOS (LATOSSOLO E AREIA
DISTRÓFICA) CONTAMINADOS COM DIESEL
Orientadores: Prof. Dr. Osvaldo Chiavone Filho Dissertação de mestrado apresentada ao Programa de Pós-graduação em Engenharia Química da Universidade Federal do Rio Grande do Norte, como requisito parcial à obtenção do título de mestre em Engenharia Química. Área de Concentração: Engenharia Química
Natal, Novembro de 2014
Capítulo 1: Introdução e Objetivos 4
Hermano Gomes Fernandes
FERNANDES, Hermano Gomes - APLICAÇÃO DO Na2S2O8, H2O2 E FERRO NA REMEDIAÇÃO DE SOLOS (LATOSSOLO E AREIA DISTRÓFICA) CONTAMINADOS COM DIESEL. Dissertação de mestrado, UFRN, Programa de Pós-graduação em Engenharia Química. Orientador: Prof. Dr. Osvaldo Chiavone Filho
RESUMO. Passivos ambientais oriundos de acidentes na indústria varejista do petróleo, principalmente nas zonas urbanas, têm representado um sério problema cujo impacto atinge o subsolo, a saúde das pessoas e ainda prejuízos econômicos com o processo de remediação. Só nos EUA, são estimados centenas de bilhões de dólares aplicados em processos de descontaminação de solos. Os resultados dos laudos e relatórios de investigação de passivo em postos de combustíveis distribuídos na zona urbana do município de Natal-RN foram utilizados para estimativa do cenário local de contaminação. Dessa base de dados foi possível determinar os principais contaminantes (BTEX, PAH, TOC), os bairros atingidos e os tipos de solos potencialmente mais impactados. Foram realizados experimentos objetivando reverter contaminação desse cenário, onde o tipo de solo foi um fator no planejamento, pois influencia diretamente na eficácia das técnicas de remediação estudadas: Oxidação por injeção de peróxido de hidrogênio e oxidação por injeção de persulfato de sódio. Esses oxidantes são ativados formando os radicais livres (HO•-, SO4
•-, HO2•, O2
•-, S2O8-2, etc) responsáveis por
mineralizar os hidrocarbonetos e outros orgânicos (liberando O2 e CO2). No processo de ativação, foram estudados os íons ferroso (II) e férrico (III) bem como o peróxido de hidrogênio na ativação da técnica com persulfato de sódio, sendo esta última, a que apresentou melhor eficiência entre todas no estudo, quando ativado com Fe+3. Além de definir qual a técnica mais eficiente, foi objetivo desse estudo a avaliação da influência entre os diferentes solos entre as técnicas oxidativas, caracterizando o efeito da concentração desses oxidantes e ainda o da concentração dos catalisadores. Existe na maioria dos cenários avaliados a presença de ferro total intrínseca a matriz do solo. Os chamados latossolos apresentam coloração avermelhada indicando à presença dessas espécies reativas como ferro e aspecto argiloso. O estudo cinético foi conduzido por planejamento experimental e monitoramento do percentual de carbono total (SSM-5000A) nas fases sólidas e líquidas, sabendo que 82,4% da molécula de diesel é carbono. Foram analisados ainda o carbono orgânico e o pH de amostras líquidas para as técnicas, caracterizando a influência do tipo de solo e sua condição operacional. A técnica (Fenton-like) H2O2 e Fe+2 apresentou oxidação satisfatória, inclusive para solo arenoso, mas bem inferior ao melhor resultado. O persulfato de sódio apenas ativado com temperatura, mesmo no solo mais favorável não apresentou boa eficiência. A técnica viabilizada no estudo teve o perfil de concentração com 2,2x10-1mol.L-1 de Na2S2O8 ativado com o 6,53x10-1mol.L-1 de H2O2 e 2,5x10-2 Fe3+mol.L-1, que reduziu em menos de um dia 96% a contaminação em solo vermelho, inicialmente com 66.667mg de diesel por kg de solo limpo.
Palavras chaves: Solos contaminados, persulfato, Fenton, processos oxidativos avançados, ISCO.
Capítulo 1: Introdução e Objetivos 5
Hermano Gomes Fernandes
FERNANDES, Hermano Gomes – Master's dissertation, UFRN (Federal University of Rio Grande do Norte – Brazil), Chemical Engineering Pos Graduation Program. Tutor: Dr. Osvaldo Chiavone Filho
SUMMARY. Environmental liabilities from accidents in the retail petroleum industry, especially in urban areas, have represented a serious problem whose impact reaches the underground, people's health and even economic losses with the remediation process. In U.S.A. are estimated hundreds of billions of dollars invested in soil remediation processes. The results of the reports and investigative reports of liabilities in fuel stations distributed in the urban area of Natal-RN were used to estimate the local scenario of contamination. This database has been possible to determine the main contaminants (BTEX, PAHs, TOC), affected neighborhoods and types of potentially more impacted soils. Experiments were carried out in order to reverse contamination of this scenario, where the soil type was a factor in the planning, because it influences directly on the effectiveness of remediation techniques studied: Oxidation by hydrogen peroxide and oxidation by sodium persulphate. These oxidants are activated forming free radicals (HO•-, SO4
•-, HO2•, O2
•-, S2O8-2, etc) responsible for to mineralize the
hydrocarbons and other organic compounds (releasing O2 e CO2). In the activation process, the ferrous ions (II) and ferric (III) were studied as well as hydrogen peroxide activation technique with sodium persulfate, the latter being presented the best efficiency among all the study, when activated with Fe+3. In addition to defining the most efficient technique, the aim of this study was to evaluate the influence of different soils among oxidative techniques, characterizing the effect of the concentration of these oxidants and also the concentration of the catalysts. Exists in most scenarios evaluated the presence of intrinsic total iron soil matrix. The so-called latosols present microaggregates reddish indicating the presence of these reactive species like iron and clayey aspect. The kinetic study was conducted by experimental design and monitoring of the percentage of total carbon (SSM-5000A) in the solid and liquid phases, knowing that 82.4% of the diesel molecule is carbon. Yet organic carbon and pH of liquid samples were analyzed for technical, characterizing the influence of soil type and its operating condition. The Fenton-like technique H2O2 e Fe+2 presented satisfactory oxidation, including sandy soil, but well below the best result. The sodium persulphate only activated with temperature, even in the most favorable soil, did not provide good efficiency. The best technique in the study had the concentration profile with 2,2x10-
1mol.L-1 of Na2S2O8 activated with 6,53x10-1mol.L-1 of H2O2 and 2,5x10-2 Fe3+mol.L-1 which reduced in less than a day 96 contamination in red soil, initially with 66,667 mg of diesel per kg of clean soil
Palavras chaves: Contaminated soils. Persulfate. Fenton. Advanced Oxidative Processes. ISCO.
Capítulo 1: Introdução e Objetivos 6
Hermano Gomes Fernandes
AGRADECIMENTOS
É com muita satisfação que redijo meus sinceros agradecimentos a todos que contribuíram para a realização desse trabalho. Foi uma experiência repleta de desafios, laços fraternos, dicas, críticas construtivas, sugestões, muito apoio e ainda graças, amizades fortificada, enfim muito amor fraterno, uma importante experiência em minha vida. Será difícil representar esse enorme sentimento nessas frases redigidas. Agradeço muito a Força Divina que ilumina as nossas vidas, bem como a família que é uma fortaleza em minha vida, especialmente minha mãe por todo amor e dedicação. Aos meus amigos que considero como irmãos, em especial Carlos Enrique e Thiago
Negreiro por toda força e incentivo. Aos amigos por toda ajuda e força no decorrer dos trabalhos em especial a Celyna, Luciana Fentanes, Marília, Laura e Ygor agradeço muito a vocês. A todos os professores em especial Osvaldo, Romualdo, Marcia e Eduardo pela disponibilização dos recursos necessários, espaço físico do laboratório do NUPEG e pelo apoio demonstrado, orientação necessária, pela confiança, experiências e conhecimentos repassados ao longo do desenvolvimento da pesquisa. Agradeço ainda aos professores das bancas examinadoras que pacientemente sugeriram valiosas correções que agregaram muito valor ao trabalho. Agradecimento muito a todos os amigos e colegas do laboratório do NUPEG e PPGEQ em especial a Mazinha pelo apoio, essencial na elaboração deste trabalho. Agradeço ainda a ANP e PETROBRAS pelo apoio concedido por meio do financiamento no programa de pesquisa cuja bolsa me foi concedida. À empresa Qualital por toda ajuda no repasse de recursos, conhecimentos, informações e consultorias de extrema importância para o desenvolvimento das atividades. Agradeço também a todos que não foram citados porém foram muito importantes para atingir os objetivos propostos neste trabalho.
Muito Obrigado a Todos!!!
“Buliram muito com o planeta, o planeta como um cachorro eu vejo, Se ele já não aguenta mais as pulgas, se livra delas no "saculejo"!”
Raul Seixas
Capítulo 1: Introdução e Objetivos 7
Hermano Gomes Fernandes
SUMÁRIO 1. Introdução e Objetivos ........................................................................................ 16
1.1 - Introdução ............................................................................................ 16
1.2 - Objeto .................................................................................................. 17
1.3 - Objetivos .............................................................................................. 18
2. Aspectos Teóricos e Revisão da Literatura ....................................................... 20
2.1 - Dimensão do Impacto Ambiental ......................................................... 20
2.2 - Poluição no Solo .................................................................................. 21
2.2.1 - Tipos de contaminação ................................................................. 21
2.2.2 - Fenômenos de Transporte ............................................................. 23
2.2.3 - Solubilidade e Densidade.............................................................. 24
2.3 - Hidrocarbonetos e Combustíveis ......................................................... 25
2.3.1 - Benzeno ........................................................................................ 26
2.3.2 - Tolueno ......................................................................................... 27
2.3.3 - HPA Hidrocarbonetos Poliaromáticos .......................................... 27
2.3.4 - Óleo Diesel ................................................................................... 27
2.3.5 - Etanol ............................................................................................ 28
2.3.6 - Propriedades físico-químicas ........................................................ 29
2.3.6.1. Concentração de Contaminantes Presentes no Solo ................. 29
2.3.6.2. Solubilidade e Coeficiente de partição ..................................... 29
2.3.6.3. Percentual de Carbono .............................................................. 30
2.3.6.4. Ponto de Fulgor e Volatilidade ................................................. 31
2.3.6.5. Difusividade, Molhabilidade e Tensão interfacial.................... 31
2.4 - Requisitos Legais Aplicáveis ............................................................... 32
2.5 - Passivo Ambiental e Investigação Confirmatória ............................... 33
2.6 - Selo Verde ............................................................................................ 34
2.7 - Riscos Químicos ................................................................................... 34
2.8 - Valores de Referência em Solo ............................................................ 35
2.9 - Técnicas de Remediação ...................................................................... 36
Capítulo 1: Introdução e Objetivos 8
Hermano Gomes Fernandes
2.9.1 - Técnicas aplicadas a zonas não saturadas ..................................... 37
2.9.2 - Técnicas de remediação de zona saturada .................................... 38
2.10 - Reação de Oxidação .......................................................................... 38
2.11 - Classificação do Solo ........................................................................ 41
2.12 - Técnicas de Oxidação In Situ ............................................................ 43
2.12.1 - Número de Volumes Porosos Injetados ...................................... 44
2.12.2 - Conversão ................................................................................... 44
3. Materiais e Metodologia Experimental .............................................................. 46
3.1 - Reagentes e soluções ........................................................................... 46
3.2 - Definição do cenário de contaminação ............................................... 47
3.3 - Coleta de Solo para Simulação ........................................................... 48
3.4 - Classificação e Preparo do Solo ......................................................... 49
3.5 - Análise Granulométrica ....................................................................... 51
3.6 - Peneiramento, Sedimentação e Pesagem ............................................ 51
3.7 - Umidade, porosidade, densidade e pH ................................................ 53
3.8 - Procedimento de Contaminação do Solo............................................. 54
3.9 - Análise de Carbono ............................................................................. 56
3.10 - Determinação de Ferro em Solo ........................................................ 58
3.11 - Planejamento dos Experimentos ........................................................ 59
3.12 - Ensaios de Bancada ........................................................................... 60
3.13 - Ensaios na Coluna de Leito Fixo ....................................................... 61
4. Resultados e Discussões ....................................................................................... 64
4.1 - Localização e tipo de solo ................................................................... 64
4.2 - Análises de Solo e Águas Contaminadas ............................................. 67
4.3 - Granulometria dos solos estudados ..................................................... 73
4.4 - Análise de ferro em solo ...................................................................... 75
4.5 - Porosidade, umidade ........................................................................... 76
Capítulo 1: Introdução e Objetivos 9
Hermano Gomes Fernandes
4.6 - Perfil de contaminação estudado ........................................................ 76
4.7 - Ensaio estático de bancada para avaliação das técnicas ................... 79
4.7.1 - Peróxido de hidrogênio ................................................................. 79
4.7.2 - Persulfato de sódio ........................................................................ 82
4.8 - Ensaios na Coluna de Reação ............................................................. 88
4.9 - Comportamento do pH......................................................................... 91
5. Considerações Finais ........................................................................................... 93
5.1 - Conclusões ........................................................................................... 93
5.2 - Sugestões para trabalhos futuros ........................................................ 95
Referências Bibliográficas ......................................................................................... 97
Apêndices .................................................................................................................. 109
SUMÁRIO DE FIGURAS
Figura 1 Porcentagem em massa dos Compostos BTEX n nos 18%wt da gasolina. (ANP, 2006) ................................................................................................................. 22
Figura 2. Ilustração de transferência de massa entre fases em vazamento de combustível. ................................................................................................................. 23
Figura 3. Moléculas Benzeno CAS 71-43-2 (esquerda) e Tolueno CAS 108-88-3 (direita) ......................................................................................................................... 26
Figura 4. Escalas granulométricas adotadas, adaptado das normas ASTM, AASHTO, MIT e ABNT................................................................................................................ 42
Figura 5. Localização das coletas de solo no Campus da UFRN em Natal-RN .......... 49
Figura 6. Solo vermelho argiloso a esquerda e solo branco arenoso a direita. ............ 49
Figura 7. Fluxograma de preparação e análises de solo............................................... 50
Figura 8. Agitador eletromagnético para peneiras (Tamis) Bertel® ........................... 52
Figura 9. Misturador automático rotativo .................................................................... 55
Figura 10. Equipamento TOC-VCPM e módulo de sólidos SSM-5000A da Shimadzu...................................................................................................................................... 56
Figura 11. Temperatura dos fornos, vazão e pressão de oxigênio do módulo SSM-5000A ........................................................................................................................... 56
Figura 12. Fotos da pesagem da barca e inserção no módulo de sólidos SSM-5000A57
Figura 13. Moinho de bolas utilizado para preparo da amostra para ataque sulfúrico 58
Figura 14. Planejamento experimental proposto para 2 tipos de solos, 2 técnicas de oxidação e 4 formas de ativação. ................................................................................. 59
Figura 15. Experimentos de bancada ........................................................................... 61
Figura 16. Coluna de leito fixo para remediação de solo injetando simultaneamente Na2S2O8 e H2O2............................................................................................................ 62
Figura 17. Postos Combustíveis avaliados em Natal-RN ............................................ 65
Figura 18 Pedologia das sondagens nos postos combustíveis ..................................... 66
Capítulo 1: Introdução e Objetivos 10
Hermano Gomes Fernandes
Figura 19 Cenários dos pontos combustíveis e suas contaminações ........................... 68
Figura 20. Compostos que excederam o limite da resolução CONAMA 420/09. ....... 69
Figura 21 Gráfico benzeno, valor de intervenção igual a 0,08ppm ............................. 70
Figura 22 Gráfico para o etilbenzeno, valor de intervenção igual a 40ppm ................ 70
Figura 23 Gráfico para o tolueno ................................................................................. 71
Figura 24 Gráfico para Xilenos.................................................................................... 71
Figura 25 Cenário de comparação entre diferentes contaminantes nos postos combustíveis de Natal. ................................................................................................. 72
Figura 26. Curva granulométrica do SBA ................................................................... 73
Figura 27. Curva granulométrica SVA ........................................................................ 74
Figura 28. Curva de Calibração da análise de ferro total por absorção atômica ......... 75
Figura 29. Percentual de carbono total na contaminação por óleo diesel no SBA ...... 76
Figura 30. Perfil de contaminação preparado para os tipos de solo SBA e SVA nas condições contaminado seco, após 360 horas e saturado com água. ........................... 77
Figura 31. Resultados da queda do teor de contaminação na fase sólida transferida para líquida em função do tempo para os ensaios realizados com SBA ...................... 78
Figura 32. Resultados da queda do teor de contaminação na fase sólida transferida para líquida em função do tempo para os ensaios realizados com SVA ..................... 78
Figura 33. Decaimento COT em SVA nas técnicas ativadas apenas via temperatura de 30ºC .............................................................................................................................. 79
Figura 34 Gráfico do decaimento na concentração de carbono em SBA na técnica de peróxido de hidrogênio (menor nível) ativado por ferro (maior nível). ...................... 80
Figura 35. Gráfico do decaimento na concentração de carbono em SBA na técnica de peróxido de hidrogênio (maior nível) ativado por ferro (menor nível). ...................... 81
Figura 36 Gráfico do decaimento na concentração de carbono em SVA na técnica de peróxido de hidrogênio (menor nível) ativado por ferro (maior nível) e temperatura apenas ........................................................................................................................... 81
Figura 37 Gráfico do decaimento na concentração de carbono em SBA na técnica de peróxido de hidrogênio (maior nível) ativado por ferro (menor nível). ...................... 82
Figura 38. Técnica de persulfato de sódio em nível médio ativado em por ferro (II e III) e temperatura em solo branco arenoso .................................................................. 83
Figura 39. Técnica de persulfato de sódio em nível inferior ativado por peróxido de hidrogênio em solo branco arenoso ............................................................................. 83
Figura 40. Técnica de persulfato de sódio em nível otimizado ativado por peróxido de hidrogênio e ferro em solo vermelho argiloso ............................................................. 84
Figura 41. Imagem dos solos SVA e SBA remediados com técnicas utilizando Na2S2O8 ........................................................................................................................ 85
Figura 42. Imagem da fase líquida para as técnicas utilizando persulfato de sódio. Partição do diesel entre as fases sólida e líquida ......................................................... 86
Figura 43. Distribuição de carbono orgânico (total subtraído do inorgânico), apresentados para fase líquida das respectivas técnicas e solos. ................................. 87
Figura 44. Média de carbono total nas fases líquidas (barra) e sólidas (ponto) para os respectivos tipos de solo e técnicas de remediação. .................................................... 88
Figura 45. Gráfico Ilustrativo de conversão ao longo da Coluna de Reação ............... 89
Figura 46. Conversão do Ensaios na Coluna utilizando apenas água destilada ........... 89
Figura 47. Ensaios na Coluna utilizando H2O2 e Na2S2O8 apenas ............................... 89
Figura 48. Duplicatas de ensaios na Coluna utilizando H2O2, Na2S2O8 e Fe2+ ........ 90
Figura 49. Duplicatas de ensaios na Coluna utilizando H2O2, Na2S2O8 e Fe3+ ........... 90
Figura 50. Comportamento do pH na fase líquida das técnicas nos respectivos solos 91
Capítulo 1: Introdução e Objetivos 11
Hermano Gomes Fernandes
SUMÁRIO DE TABELAS
Tabela 1. Faixa de ebulição e cadeia de carbono dos hidrocarbonetos de petróleo ..... 25
Tabela 2 Propriedades do óleo diesel ........................................................................... 28
Tabela 3. Intervalos de valores do Koc e adsorção ao solo .......................................... 30
Tabela 4 Formula e coeficiente de partição das substâncias estudadas ....................... 30
Tabela 5. Percentual de hidrogênio e carbono no diesel .............................................. 31
Tabela 6 Resultados das análises químicas de BETX e PAH ...................................... 36
Tabela 7. Propriedades químicas dos compostos estudados ........................................ 39
Tabela 8. Espécies reativas utilizadas nas técnicas oxidativas de remediação de solo estudadas ...................................................................................................................... 40
Tabela 9. Espécies reativas utilizadas na ISCO ........................................................... 43
Tabela 10. Níveis de concentrações dos oxidantes e catalisadores ............................. 59
Tabela 11. Total de amostras de solo e aquífero utilizadas no estudo, separadas por tipo de solo ................................................................................................................... 66
Tabela 12. Concentração de contaminantes em diferentes solos contaminados em Natal-RN ...................................................................................................................... 67
Tabela 13. Valores orientadores para solos e para águas subterrâneas CONAMA 420/09. ......................................................................................................................... 67
Tabela 14. Demonstrativo dos postos que apresentaram valores acima do valor de prevenção e igual ou maior que intervenção, estabelecidos na CONAMA 420 .......... 68
Tabela 15. Concentração de Ferro inerente aos solos .................................................. 75
Tabela 16. Valores do ensaio granulométrico utilizando 131,3g de SBA ................. 109
Tabela 17. Valores do ensaio granulométrico utilizando 189,3g de SVA ................. 110
Tabela 18. Média do Percentual de Carbono Total dos Ensaios de Bancada ............ 111
Tabela 19. Desvio Padrão dos Valores Percentual de Carbono Total dos Ensaios de Bancada ...................................................................................................................... 112
Capítulo 1: Introdução e Objetivos 12
Hermano Gomes Fernandes
LISTA DE ABREVIATURAS
Símbolo Descrição Unidade
ACGIH American Conference of Industrial Hygienists
ANA Agência Nacional de Águas
ANVISA Agência Nacional de Vigilância Sanitária
AOP Advanced oxidation process
AS Air sparging
AST Above-ground Storage Tanks
ASTM American Society for Testing and Material
ATSDR Agency for Toxic Substances and Disease Registry
BTEX Benzeno, Tolueno, Etilbenzeno e Xilenos totais
CETESB Companhia de Tecnologia de Saneamento Ambiental
CGMS Cromatografia gasosa acoplada à espectrometria de massas
CHP Catalyzed hydrogen peroxide
COC Contaminant of concern
COD Chemical oxygen demand
CONAMA Conselho Nacional do Meio Ambiente
COT Carbono Orgânico Total % e mg.L-1
COV Compostos Orgânicos Voláteis
CSM Conceptual site model
CTL Cleanup target level
DBO Demanda Bioquímica de Oxigênio mg.L-1
DNAPL Dense nonaqueous phase liquid
DOC Dissolved organic carbon
DQO Demanda Química de Oxigênio mg.L-1
EMBRAPA Empresa Brasileira de Pesquisa Agropecuária
HPA Hidrocarbonetos Policíclicos Aromáticos
HPLC Cromatografia Líquida de Alto Desempenho
IBGE Instituto Brasileiro de Geografia e Estatística
IC Carbono Inorgânico %
ISCO In situ chemical oxidation
Capítulo 1: Introdução e Objetivos 13
Hermano Gomes Fernandes
IUPAC União Internacional de Química Pura e Aplicada
K0 Velocidade específica da cinética de Oxidação min-1
LNAPL Light nonaqueous phase liquid
MTBE Éter metil terc-butílico
NDIR Non-Dispersive Infrared
NOD Natural oxidant demand
NOM Natural organic matter
P&T Pump-and-treat
PAH Polycyclics Aromatics Hydrocarbons
POA Processo Oxidativo Avançado
ppm Partes por milhão
R2 Coeficiente de correlação
R Constante dos Gases J.mol-1.K-1
S Variância amostral
SAO Separador de Água-Óleo
SASC Sistema de Armazenamento Subterrâneo de Combustíveis
SOD Soil oxidant demand
SOM Soil organic matter
t Tempo min
T Temperatura ºC
TAS Tanques de armazenamento subterrâneos
TC Carbono Total mg/L
TOC Total organic carbon
TOD Total oxidant demand
TDH Tempo de Detenção Hidráulica h
TLV Threshold Limit Values ppm ou
mg/m3
TTZ Target treatment zone
TWA 8 horas, Time-weighted Average ppm ou
mg/m3
TOC Teor de Carbono Orgânico Total mg/L
UV Ultravioleta
USEPA U.S. Environmental Protection Agency
Capítulo 1: Introdução e Objetivos 14
Hermano Gomes Fernandes
UST Underground Storage Tanks
V Volume mL
VD Volume da fração decantada L
VL Volume de solução oxidada L
VLD Volume da Fase Decantada g/L
VI Valor de Intervenção
VOC Volatile Organics Compounds
VPL Valor Presente Líquido R$
VP Valor de Prevenção
VRQ Valor de Referência de Qualidade
VRT Valor de Referência Tecnológico
VS Volume de efluente L
VSD Volume de sobrenadante L
X Conversão ou eficiência %
Capítulo 1: Introdução e Objetivos 15
Hermano Gomes Fernandes
CAPÍTULO 1:
INTRODUÇÃO E OBJETIVOS
Capítulo 1: Introdução e Objetivos 16
Hermano Gomes Fernandes
1. Introdução e Objetivos
1.1 - Introdução
É crescente a preocupação com os riscos à saúde humana causados pela poluição
devido ao processo de industrialização e consumismo ocorrido nas últimas décadas
(Brilhante, 1999). Devido à alta complexidade entre suas diversas formas e fontes, a
poluição é classificada quanto ao meio impactado, como o ar, a água e o solo (BRASIL,
Lei 6.938/1981; Pejon, Rodrigues, & Zuquette, 2013).
A indústria do petróleo é um dos principais responsável pelo impacto da
qualidade do solo e das águas subterrâneas devido às contaminações decorrentes de
vazamentos que acontecem desde a fase de exploração, passando pelo processamento
(Mariano, 2001) até o armazenamento. Na maioria dos casos esse impacto é localizado
em ambientes urbanos (Corseuil, Dal, & Marins, 1997; Mariano, 2001; Wendland &
Marin, 2013), causados por postos de combustíveis (de revenda, de abastecimento,
sistemas retalhistas, entre outros) proveniente de seus respectivos estoques. O
transporte dos combustíveis também tem uma contribuição para este tipo de
contaminação, devido aos acidentes com caminhões e rupturas ou vazamentos de dutos
(Freitas & Amorim, 2001), responsável por 37,4% dos atendimento de emergência
realizado pelo órgão ambiental paulista (CETESB 2004). Esse órgão utiliza o Cadastro
de Áreas Contaminadas (ACs) como uma ferramenta central no gerenciamento das
áreas contaminadas (AC). Nesse sistema são registradas todas as informações
adquiridas durante a execução das etapas do gerenciamento de ACs referentes às áreas
potencialmente contaminadas (APs), áreas suspeitas de contaminação (ASs) e áreas
contaminadas (ACs).
Dentre os constituintes dos combustíveis derivados do petróleo, os BTEX são os
mais difíceis de serem degradados e estão entre os que mais facilmente se solubilizam
em água, o que lhes confere uma alta mobilidade e um intenso risco e efeito tóxico
agudo (Costa et al., 2006; Silva, 2002). A proteção dos solos e aquíferos através da
prevenção e correção imediata deve ser objetivo permanente das políticas públicas,
principalmente nas grandes cidades, onde a população pode ser irreversivelmente
prejudicada. Quando há contaminação no solo ou na água subterrânea, a mitigação dos
Capítulo 1: Introdução e Objetivos 17
Hermano Gomes Fernandes
riscos químicos presentes nessas áreas pode ser realizada por processos físicos,
químicos e/ou biológicos aplicando diferentes grupos de metodologias divididas
basicamente entre - as que necessitam retirar o solo contaminado presente no local,
denominadas ex situ e - as técnicas que realizam a remediação no próprio local da
contaminação, sem necessitar remover o solo, são as chamadas técnicas in situ
(Cappuyns, 2013; Inoue & Katayama, 2011; Mulligan, Yong, & Gibbs, 2001; Soares,
2008; Yeung & Gu, 2011; Zuquette, Rodrigues, & Pejon, 2013). Dentre essas técnicas
(in situ e ex situ) de remediação de solos contaminados, podem ser citados os processos
de incineração, dessorção térmica, drenagem, bombeamento, extração,
encapsulamento, imobilização, oxidação química, fitoremediação, biodegradação entre
muitas outras (Abdul et al., 1990; Ronen et al., 1994; Gates e Siegrist, 1995; EPA,
1998; Siegrist et al., 2000; Baptista et al., 2003; FRTR, 2007), porém seus efeitos são
incertos, pois dependem das interações entre os reagentes utilizados e os solos. De
forma geral, estudos mais sistemáticos usando como variável o tipo de solo ainda são
restritos mesmo sendo esta variável considerada crítica para um resultado eficiente e
eficaz do projeto de remediação proposto para a área.
Na cidade de Natal-RN em 2009, todos os cento e nove postos em funcionamento
foram avaliados pelo Ministério Público concluindo em uma primeira vistoria que todos
apresentaram vazamentos nas tubulações, e ainda foram encontrados 349 tanques
subterrâneos não ecológicos, desses tanques, 34 foram imediatamente interditados por
apresentar vazamentos que somados, estima-se uma contribuição total de mais de 300
mil litros de combustíveis por ano (levantamento pelo autor) no subsolo da cidade
(DIAS et al, 2012). Após três anos, 69 postos já possuíam o "selo verde", 29 estavam
em processo de licenciamento na secretaria municipal e 19 nas etapas de remediação
para reverter danos causados ao subsolo da capital potiguar.
1.2 - Objeto
O objeto desse estudo é a utilização de substâncias oxidantes que reagem com os
poluentes de forma a remover compostos de maior toxicidade convertendo em
subprodutos menos nocivos. Para isso é utilizada metodologia baseada em reações com
o peróxido de hidrogênio, persulfato de sódio ativados por ferro em diferentes valências
(II e III). Poderiam ainda ser utilizados outros oxidantes como o permanganato e ozônio
Capítulo 1: Introdução e Objetivos 18
Hermano Gomes Fernandes
para oxidação química, porém o presente estudo limitou-se devido ao processo de
escolha da técnica para remediar uma área contaminada, que dependerá de um grande
número de variáveis, incluindo os tipos de poluentes no solo, os tipos de solos, as
condições de circulação de águas subterrâneas, e a natureza e as características do risco
à saúde humana e aos ecossistemas decorrentes da presença desses poluentes. O cenário
de contaminação escolhido foi definido a partir do resultado do diagnóstico realizado a
partir dos laudos de análises em solo e aquífero necessários no processo de
licenciamento dos postos de combustíveis na cidade de Natal-RN avaliando as
metodologias utilizadas em projetos viabilizados no atual cenário nacional.
1.3 - Objetivos
Os objetivos deste trabalho são:
• Determinar o perfil de contaminação local e os riscos associados. Avaliando a
influência dos tipos de solos potencialmente mais expostos a esses riscos a partir do
diagnóstico local, de forma a estudar a aplicação eficiente de técnicas de oxidação
química;
• Coletar amostras de solo de maior ocorrência de contaminação objetivando
caracteriza-los a partir da realização de ensaios granulométricos e teor de minerais que
auxiliam na aplicação das técnicas e matéria orgânica que aumentam a demanda de
oxidantes, objetivando a caracterização dos diferentes tipos de solos abordados;
• Aperfeiçoar a condição de mitigação desses riscos utilizando diferentes técnicas
de oxidação química, utilizando peróxido de hidrogênio, persulfato de sódio e ferro;
• Definir o melhor perfil operacional das técnicas de oxidação por peróxido de
hidrogênio e/ou persulfato de sódio;
• Avaliar a influência das diferentes formas de ativação por ferro dos respectivos
radicais das técnicas persulfato de sódio e peróxido de hidrogênio, definindo a melhor
faixa de concentração dos ativadores da oxidação, visando à viabilidade da técnica.
Capítulo 2: Aspectos Teóricos e Revisão da Literatura 19
Hermano Gomes Fernandes
CAPÍTULO 2:
ASPECTOS TEÓRICOS E
REVISÃO DA LITERATURA
Capítulo 2: Aspectos Teóricos e Revisão da Literatura 20
Hermano Gomes Fernandes
2. Aspectos Teóricos e Revisão da Literatura
A contaminação em solos é um problema ambiental, de saúde pública e
socioeconômico onde a indústria do petróleo é uma importante atriz no elenco dos
principais poluidores do planeta. No cenário avaliado os combustíveis estão em
crescente consumo aliada a crescente necessidade de mobilidade, catalisadas pela
inclusão social, que favorece a crescente demanda do mercado por esses produtos. O
diesel e a gasolina ainda são os principais combustíveis comercializados no Rio Grande
do Norte, estado que tem um alto índice de motorização demográfico e cuja capital já
sofre com contaminações em seu aquífero. O diesel é subsidiado pelo governo, e
notadamente o combustível mais poluente e de valor agregado, é fortemente utilizado
no transporte de carga rodoviário, sistema predominante de escoamento da produção
na região nordeste. O sistema de mobilidade nacional, devido a sua ineficácia atual,
abre espaço para muitas das alternativas energéticas e comportamentais da economia e
sociedade que objetiva e anseia a diminuição dos vários riscos associados ao referido
sistema baseado no consumo do petróleo. Risco que deve ser imediatamente remediado
nos casos de impacto mais severos.
2.1 - Dimensão do Impacto Ambiental
Além dos danos ao meio ambiente, a presença de hidrocarbonetos no subsolo
merece atenção, em particular, quando acontece em zonas urbanas, porque constitui um
risco para a população (Sanchez 2001). De todas as 1336 áreas contaminadas
registradas no estado de São Paulo, no período de 1984 a 2004, 69% foram ocasionadas
por postos combustíveis (CETESB 2004). Conforme consta no relatório do órgão
ambiental, o maior percentual se concentra no município de São Paulo (61,6%) e na
Região Metropolitana (21,3%), com 83% do total dos atendimentos emergenciais, o
que corresponde a 446 acidentes de um total de 7861 postos de combustíveis
cadastrados no estado.
Os riscos causados por tais contaminações dissolvidas na água do lençol freático
de Natal-RN são extremamente elevados devido ao aquífero ser a fonte de
abastecimento de água potável de 70% da população da capital potiguar que tem um
lençol frágil por ser raso e bastante permeável (SERHID, 2009; Lucena, Francisco,
Capítulo 2: Aspectos Teóricos e Revisão da Literatura 21
Hermano Gomes Fernandes
2004). No Brasil, de acordo com o último levantamento realizado pela Agência
Nacional de Águas (ANA 2007), dos pontos de monitoramento existentes no país, 9%
da água disponível já apresentam qualidade como ruim ou péssima.
Os vazamentos com combustíveis ainda podem resultar em incêndios em
garagens subterrâneas, em sistemas de esgoto, de água pluvial, de telefonia e ainda
incômodos em virtude do forte odor de combustível no interior de residências e
estabelecimentos próximos ao local de ocorrência (Ludmylla, 2006; Pedrosa, Castro,
Mariamo, Branco, 2006).
2.2 - Poluição no Solo
2.2.1 - Tipos de contaminação
O termo poluição do solo usualmente se refere à presença de substâncias tóxicas
de classes químicas tais como: VOC (Volatile Organic Compounds), hidrocarbonetos
alifáticos e aromáticos como BTEX (benzeno, tolueno, etilbenzeno e xileno), óleos
pesados, sub-produtos do craqueamento dos derivados petroquímicos, elementos
inorgânicos radionuclídeos, metais pesados, solventes e compostos clorados, PAHs
(Hidrocarbonetos aromáticos polinucleares), fenóis, pesticidas halogenados, aminas
nitrogenadas, ésteres, álcoois e produtos intermediários.
Os compostos BTEX são considerados substâncias perigosas aos seres humanos
principalmente por serem depressores do sistema nervoso central, além de causarem
danos ao sistema respiratório, gastrointestinal, reprodutivo e outros efeitos. O benzeno
é comprovadamente o composto mais tóxico de todos os BTEX, pois se trata de uma
substância carcinogênica e mutagênica (BONO et al., 2001).
Os compostos BTEX são os hidrocarbonetos mais abundantes da gasolina,
podendo representar uma parcela de 18% a 25% em massa (ANP, 2006). As
porcentagens dos compostos BTEX na gasolina são apresentadas na Figura 1.
Capítulo 2: Aspectos Teóricos e Revisão da Literatura 22
Hermano Gomes Fernandes
Figura 1 Porcentagem em massa dos Compostos BTEX n nos 18%wt da gasolina. (ANP,
2006)
Fonte: ANP, 2006
Os BTEXs relativamente estáveis possuem baixo peso molecular e, embora sejam
pouco solúveis em água, dentre os constituintes da gasolina, são os mais difíceis de
serem degradados e estão entre os que mais facilmente se solubilizam em água, o que
lhes confere uma alta mobilidade, um intenso efeito tóxico agudo e conseqüente
biodisponibilidade (Costa et al., 2006; Silva, 2002).
Em um caso de vazamento de gasolina em solo, a percolação dos BTEX pode ser
retardada por volatilização e sorção nos grãos de solo, principalmente se este for rico
em matéria orgânica. Entretanto, quando o vazamento atinge uma área vadosa, os
compostos entram em contato com a água subterrânea e se dissolvem nela, o que facilita
a permeabilidade.
Para assegurar que a pluma de contaminação diminua mais do que expanda é
fundamental que a biodegradação se processe mais rápido que a velocidade de migração
da pluma. Esta razão irá depender do tipo e da concentração do contaminante, das
populações microbianas locais e condições hidrogeoquímicas de subsuperfície (Silva,
2002).
Os hidrocarbonetos totais de petróleo (TPH) é uma espécie de “total” dentro de
cada técnica analítica específica. Essa metodologia tem diferentes subdivisões, de
acordo com as frações, por faixas de carbono: DRO = C9 a C28 (Diesel Range
Organics), GRO = C6 a C10 (Gasoline Range Organics), ORO = C20 a C40 (Oil Range
Organics). Todos eles alteram negativamente a qualidade do solo e podem, por
conseguinte, afetar a vegetação que dele depende, a qualidade da água subterrânea, ou
ainda representar um risco para a saúde das pessoas que com ele entrem em contato
direto ou indiretamente.
Capítulo 2: Aspectos Teóricos e Revisão da Literatura 23
Hermano Gomes Fernandes
2.2.2 - Fenômenos de Transporte
Essa tendência de movimento - que varia de acordo com os diferentes tipos de
compostos presentes nos diferentes tipos de combustíveis – pode ser definida pelas
propriedades físico-químicas como os coeficientes de partição carbono orgânico/água
e octanol/água (Koc), solubilidade em água, densidade, pressão de vapor, constante de
Henry, influenciando o mecanismo de transporte e destino das respectivas substâncias
(JERNIGAN et al., 1990 apud KAIPPER, 2003).
Esse complexo processo para gestão da contaminação, ou seja, do passivo
ambiental se complica com a tendência de adsorção dos contaminantes na matriz em
diferentes tipos de solos (Knop, 2003), na dificuldade em se definir a complexa
composição do produto comercial (Lena et al., 2009; Münlen, Zini, Camarão, 2006;
Pedrosa et al., 2006), a baixa solubilidade destes em água, a taxa limitada de
transferência de massa necessária à ocorrência da biodegradação, entre outros fatores
(Barros, 2010; Berger, Todeschini, Brito, n.d.; Boopathy, 2000; Gallego, Loredo,
Llamas, Vázquez, Sánchez, 2001; Vidali, 2001). É ilustrado na Figura 2 a transferência
de massa da contaminação adsorvida ao solo que percola até a água subterrânea.
Em contato com a água subterrânea os combustíveis derivados de petróleo
(gasolina e diesel) se dissolverão parcialmente formando uma fase não aquosa seguida
de parcial solubilização no lençol (ATSDR. 2004), caso atinja a zona saturada (com
água do aquífero).
Figura 2. Ilustração de transferência de massa entre fases em vazamento de combustível.
Fonte: Autor (2014)
Os grandes derrames geram um fornecimento contínuo de hidrocarbonetos para
a zona não saturada ou vadosa, favorecendo uma condutividade hidráulica progressiva
e contínua e formando uma depressão de interface chamada LNAPL, onde os
Capítulo 2: Aspectos Teóricos e Revisão da Literatura 24
Hermano Gomes Fernandes
hidrocarbonetos se acumulam. No caso de remoção ou esgotamento da fonte de
contaminação, os hidrocarbonetos presentes na zona não saturada continuam a migrar
para níveis mais profundos, estacionando quando a concentração de hidrocarbonetos
atinge o nível de saturação residual e não pode mais avançar. Caso contrário, continua
a mover-se para baixo recarregando a depressão localizada sobre o nível da água
subsuperficial, produzindo um espalhamento lateral maior sobre a franja capilar.
As fases líquidas não aquosas (NAPLs) englobam os solventes líquidos ou os
hidrocarbonetos líquidos derivados de petróleo. (NRC 2005; MARKER 2007) Estes se
dividem em líquidos menos densos do que a água, chamados de LNAPLs (gasolina,
óleo diesel, etc.) e líquidos mais densos do que a água, denominados DNAPLs, como
exemplo os solventes clorados: 1,1,1 tricloroetano, tricloroetileno (TCE), cloro fenóis,
tetracloroetileno (PCE), entre outros. Existe uma série de propriedades físico-químicas
que influenciam o comportamento dos NAPLs em solos e águas subterrâneas. Essas
propriedades são influenciadas por condições do meio ambiente, como temperatura e
pressão. O comportamento de NAPLs com apenas um componente é de mais fácil
previsão que o de multicompostos, como o diesel. Para os NAPLs multicompostos,
cada um dos compostos tem propriedades diferentes e o multicomposto adquire
propriedades que refletem a contribuição de todos os compostos, proporcional à fração
molar de cada um deles. Assim, é variável o comportamento do multicomposto com o
tempo, à medida que os componentes vão se solubilizando, volatilizando ou
degradando e, portanto, variando sua fração molar.
São descritas nos próximo tópicos algumas das mais significativas propriedades
físico-químicas dos NAPLs, que influenciam um processo de remediação.
2.2.3 - Solubilidade e Densidade
Quanto à solubilidade, os compostos orgânicos podem variar de completamente
miscível em água, até quase insolúvel. A solubilidade desses compostos em água é
importante e se caracteriza como o limite que um composto corresponde à máxima
concentração dissolvida desse em água pura. Esse limite (de solubilidade) é função da
temperatura, da natureza e propriedades do composto e da presença de outros
hidrocarbonetos no sistema.
Capítulo 2: Aspectos Teóricos e Revisão da Literatura 25
Hermano Gomes Fernandes
Os NAPLs têm baixa solubilidade para compostos múltiplos como o diesel e
gasolina (superior a 200 compostos), a solubilidade de cada composto na mistura é
inferior à solubilidade do composto puro. No caso do benzeno por exemplo, a
solubilidade passa de 1780 mg/L para 89 mg/L na gasolina (IBP,2000)
Já a densidade que é a razão entre o peso específico de uma determinada
substância e o peso específico da água, se é menor que a unidade essa vai flutuar na
água, se é maior, vai afundar; o que diferencia o comportamento de LNAPLs e
DNAPLs na migração vertical através do solo. A densidade de um NAPL aumenta com
o seu peso molecular e grau de halogenação. Quanto maior a densidade maior a
mobilidade vertical. A densidade depende fortemente da temperatura, decrescendo com
seu aumento, o que pode levar a um DNAPL passar a LNAPL, com o aumento da
temperatura. Os hidrocarbonetos presentes nos combustíveis provocam a formação de
LNAPL devido a sua densidade inferior à da água.
2.3 - Hidrocarbonetos e Combustíveis
Hidrocarbonetos utilizados como combustíveis representam grande parte dos
contaminantes orgânicos. Esses produtos, assim como óleos, resinas, etc. São mistura
de compostos orgânicos onde cada diferente fração responde de uma forma no processo
de oxidação química no solo (ISCO). Os hidrocarbonetos são formados basicamente
por carbono e hidrogênio, portanto o conhecimento do percentual de carbono de cada
faixa de substância é importante para o controle dos riscos e contaminações nesse
trabalho, sendo evidenciada para algumas das principais substâncias a sua temperatura
de ebulição correlacionada com o tamanho da cadeia de carbono, conforme tabela 1.
Tabela 1. Faixa de ebulição e cadeia de carbono dos hidrocarbonetos de petróleo
Fração Temperatura de Ebulição (oC) Composição Aproximada
Gás Residual a 40 C1 e C2
GLP Até 40 C2 a C4
Gasolina 40 – 175 C5 a C10
Querosene 175 – 235 C11 a C12
Diesel 268 – 342 C8 a C30
Gasóleo Leve 235 – 305 C13 a C17
Gasóleo Pesado 305 – 400 C18 a C25
Lubrificantes 400 – 510 C26 a C38
Resíduo (borra) Acima de 510 C38 +
Capítulo 2: Aspectos Teóricos e Revisão da Literatura 26
Hermano Gomes Fernandes
Fonte: ANP (2014) A complexidade desse processo de contaminação pode ainda acrescentar as vias
de sorção por plantas e outros vegetais, bem como a degradação microbiológica, o que
somada a capacidade de transporte desafia o equacionamento e mitigação desses riscos
a partir das diferentes técnicas disponíveis pela engenharia.
Algumas dessas substâncias são mais importantes nesse processo de
contaminação devido ao fato de seus riscos serem mais evidentes, ou servem de
indicação da ocorrência de contaminação devido a permanência desses na natureza.
2.3.1 - Benzeno
Dentre os contaminantes, o benzeno é o que apresenta o maior risco a saúde
humana (padrão de potabilidade de 10 µg/l (MINISTÉRIO DA SAÚDE, 2011), de
acordo com a ACGIH a toxidade do benzeno é máxima para humanos na concentração
de 500ppm sendo esse o IDLH, sua concentração letal para 50% dos animais (CL50) é
de 13.000 ppm para camundongos. Estes valores contrastam com o limite de exposição
ocupacional, que é de apenas 0,5 ppm (TLV-TWA), ou seja, cerca de 26.000 vezes
menor em relação ao CL50 e 1.000 vezes menor que o IDLH em consequência da
importância de seu efeito crônico, ser depressante do sistema nervoso central e por
causarem leucemia em exposições crônicas.
Figura 3. Moléculas Benzeno CAS 71-43-2 (esquerda) e Tolueno CAS 108-88-3 (direita)
Fonte: Autor (2014)
Somente para benzeno, a legislação brasileira estabelece um limite específico
denominado Valor de Referência Tecnológico (VRT), estabelecido pelo Anexo no 13-
A, incluído na NR-15 pela Portaria SSST no 14, em 1995. Um parâmetro que determina
a lixiviabilidade do benzeno é o Koc (coeficiente de partição no carbono orgânico), que
para este composto é considerado como altamente móvel por ter valor inferior a
100ml.g-1 no solo, já a bioconcentração desse composto é avaliada a partir do Kow
(coeficiente de partição octanol-água), que é na faixa de 2,13 a 2,15, considerado baixo
(PATNAIK, 1996; ATSDR, 1997).
Capítulo 2: Aspectos Teóricos e Revisão da Literatura 27
Hermano Gomes Fernandes
2.3.2 - Tolueno
O metil benzeno, conhecido por tolueno pode ser adicionado aos combustíveis
como antidetonante, mas ocorre naturalmente no petróleo. O tolueno pode afetar o
sistema nervoso. É facilmente absorvido pelos pulmões (40 a 60% do inalado). Níveis
baixos ou moderados podem produzir cansaço, confusão mental, debilidade, perda da
memória, náusea, perda do apetite e perda da visão e audição.
O impacto dessa contaminação por vazamento em solo não se restringe apenas
ao subsolo e aquífero, existem outros processos de transporte como a volatilização
dessas substâncias das respectivas fases (sólida e líquida) para o ar, carreando-as até a
superfície.
2.3.3 - HPA Hidrocarbonetos Poliaromáticos
São hidrocarbonetos arranjados na forma de dois ou mais anéis aromáticos,
representando um conjunto de mais de cem substâncias de acordo com o IUPAC
(International Union of Pure and Applied Chemistry). São considerados indicadores de
contaminação por combustíveis devido sua dificuldade de atenuação natural. Os
maiores exemplos são o naftaleno, antraceno, fenantreno e benzopireno e seus vários
isômeros.
2.3.4 - Óleo Diesel
O óleo diesel, assim como a gasolina, é um combustível produzido a partir do
petróleo pelo processo de craqueamento ou destilação de óleo cru que separa as diversas
frações de acordo com as diferentes especificações do produto. No Rio Grande do Norte
há apenas uma refinaria que tem produzido mais de 300 mil metros cúbicos de diesel
por ano, no Brasil se consome mais de 55 milhões desse combustível no mesmo período
(ANP, 2013). De acordo com a Resolução ANP Nº 65, revogada pela Nº 50, os
diferentes tipos de diesel automotivo podem ser comercializados em três versões,
diferindo basicamente pelo teor de enxofre, e pelas regiões onde são comercializados.
Capítulo 2: Aspectos Teóricos e Revisão da Literatura 28
Hermano Gomes Fernandes
Tabela 2 Propriedades do óleo diesel
Propriedades Diesel (S-10) ASTM
Enxofre total 0,0444%massa D
5453
Massa específica a 20oC 840,8 kg/m3 D4052
Ponto de Fugor 47oC D 93
Resíduo de carbono 0,13 D 524
Viscosidade cinemática 3,2 mm2/s(cSt) D 445
Entalpia de combustão 46,4 MJ/kg D 240
Fórmula molecular média C13H29 -
Massa molar média 185g/mol -
Fonte: Menezes, 2008 e ATSDR, 1995
O consumo do petróleo no planeta é substancialmente realizado como matriz
energética utilizada para transporte, condição menos favorável do ponto de vista
energético, pois contribui com significativa parcela no CO2, CH4 e outros gases do
efeito estufa, o que muitos afirmam que tem impactado o processo de mudanças
climáticas.
Quando há contaminação mútua de diesel e etanol, o diesel se torna ainda mais
preocupante devido sua peculiaridade de ter maior percentual de aromáticos totais
(~24,8%), incluídos os hidrocarbonetos policíclicos aromáticos (HPAs) altamente
tóxicos, se comparado à gasolina automotiva (~16,5%), esse maior risco se deve ao
efeito do incremento da solubilidade desses hidrocarbonetos em água, influenciando na
magnitude e extensão da pluma de contaminação do solo - efeito é chamado de co-
solvência - sendo o diesel escolhido como contaminante padrão no presente estudo.
2.3.5 - Etanol
O etanol é usado no Brasil há mais de 20 anos com tendência de aumento de
produção, seja devido à questão ambiental, com o uso de um combustível renovável e
limpo, e devido aos fatores políticos-econômicos de abastecimento interno, ou seja, é
de se esperar um incremento considerável na quantidade de tanques subterrâneos com
essa substância consequentemente aumentando o nível de risco de vazamentos e
acidentes. O etanol é um composto oxigenado totalmente solúvel na água e também na
fase livre oleosa de hidrocarbonetos sobrenadante na água (NAPLs).
Capítulo 2: Aspectos Teóricos e Revisão da Literatura 29
Hermano Gomes Fernandes
2.3.6 - Propriedades físico-químicas
2.3.6.1. Concentração de Contaminantes Presentes no Solo
As concentrações dos contaminantes presentes no solo é diretamente
proporcional a quantidade de hidrocarbonetos presente em uma amostra. Formas
convenientes de tratar um conjunto de substâncias para fins analíticos muitas vezes são
utilizadas, como total petroleum hydrocarbon (TPH), carbono orgânico total (COT),
entre outras. No presente estudo foi utilizada a técnica baseada na obtenção da fração
de carbono presente em uma amostra, a partir de sua oxidação convertendo toda
molécula que contém carbono em CO2, medido por meio de um analisador
infravermelho. HORAN em 1990 comparou diferentes técnicas de obtenção do teor de
orgânicos, sendo definidas como vantagens desse método a rapidez, automatização e
excelente reprodutibilidade, isso necessitando de manutenção e investimentos
consideráveis, não dispondo, portanto, de muitos dados comparativos dessa
metodologia na literatura, principalmente aplicado a técnicas oxidativas de remediação
de solo.
2.3.6.2. Solubilidade e Coeficiente de partição
Solubilidade em água é um valor referente à máxima concentração de um
composto químico (ou grupo de substâncias) que se dissolve numa quantidade definida
de água pura, situando num geral entre 1 a 100.000mg/L. Já o coeficiente de partição
de carbono orgânico, representado por Koc, também conhecido como coeficiente de
partição solo/água ou coeficiente de adsorção é uma medida da tendência desses
compostos orgânicos para ser adsorvido por solos ou sedimentos, sendo específico para
cada composto químico e consequentemente independente das propriedades do solo.
Os valores apresentados vão de 1 a 10000000 para o Koc, sendo um alto valor um
indicativo que o químico orgânico se fixa com firmeza ao solo, resultando em pouca
quantidade de composto que migraria para as águas superficiais ou aquíferos no caso
de vazamento no subsolo. Um valor baixo desse coeficiente significa a possibilidade
de migração do composto (ATSDR, 1992). A Tabela 3 representa os intervalos de
valores do Koc e as respectivas características de adsorção do composto aos solos.
Capítulo 2: Aspectos Teóricos e Revisão da Literatura 30
Hermano Gomes Fernandes
Tabela 3. Intervalos de valores do Koc e adsorção ao solo
Valores do coeficiente Koc Adsorção ao solo
Menor que 10 Muito fraca
10 a 100 Débil
100 a 1000 Moderada
1000 a 10000 De moderada a forte
10000 a 100000 Forte
Maior que 100000 Muito forte
Fonte: ATSDR (1992)
O Kow é o coeficiente octanol/água (octanol/water) e mede como se reparte uma
substância colocada em uma mistura com metade água e metade octanol (álcool com
características de óleo). Como a variação da repartição é muito grande entre as inúmeras
substâncias, o resultado óleo/água é expresso como logaritmo base 10 (logKow). Quanto
maior o número, maior a solubilidade em óleos e menor em água. São considerados
hidrófobos para Kow > 104, e hidrofílicos para Kow < 10 (IBP, 2000).
Tabela 4 Formula e coeficiente de partição das substâncias estudadas
Substância Fórmula LogKow
(25oC)
Benzeno C6H6 2,13
Tolueno C6H5CH3 2,75
Etilbenzeno C6H5C2H5 3,14
Xilenos
Totais C6H4(CH3)2 3,12
Diesel C13H29 7,22
Gasolina C8H18 -
Hexano C6H14 3,9
Butanol C4H10O 0,88
Acetona C3H6O -0,24
Fonte: USEPA, 2004; USEPA, 1996; ATSDR, 1995 e RAIS, 2007
2.3.6.3. Percentual de Carbono
As análises de carbono total em solo é um método confiável, rápido e de boa
acurácia. Nesse estudo a contaminação é a partir de óleo diesel, produto composto por
várias substâncias, basicamente hidrocarbonetos de cadeia de 8 a 30 carbonos com faixa
de destilação de 268 a 342oC. A tabela 5 demostra a estimativa de carbono na molécula.
Capítulo 2: Aspectos Teóricos e Revisão da Literatura 31
Hermano Gomes Fernandes
Tabela 5. Percentual de hidrogênio e carbono no diesel
Diesel
C13H29 (Hidrocarboneto aproximado)
Hidrogênio Carbono
Estequiometria molecular 29,0 13,0
Massa atômica (u) 1,00794 12,0107
Massa molar (g.mol-1) 29,2 156,1
Percentual na Molécula 15,8% 84,2%
Fonte: Autor (2014)
2.3.6.4. Ponto de Fulgor e Volatilidade
Ponto de fulgor é a menor temperatura em que um líquido apresenta vapor
suficiente para formar uma mistura inflamável quando na presença de uma fonte de
ignição. A combustão de líquidos inflamáveis ocorre sobre a superfície líquida, onde
há a mistura de vapores e oxigênio do ar. O próprio líquido não incendeia, assim, há
necessidade de certa evaporação para que o combustível líquido fique inflamável,
vazamentos de combustíveis aumentam o risco de explosão em ambientes confinados
nas proximidades do sinistro.
2.3.6.5. Difusividade, Molhabilidade e Tensão interfacial
Os mecanismos de transporte indicam como cada (grupo) contaminante
considerado de interesse (ou grupo), devido ás suas características físicas e químicas, e
ás condições ambientais existentes no local do cenário de contaminação. O transporte
da LNAPL através das zonas não saturadas e saturadas depende da quantidade de
hidrocarbonetos liberados ao meio. Um pequeno volume de LNAPL flui pela zona não
saturada até atingir o estado de saturação residual, em razão do desenvolvimento de um
sistema de quatro fases como resultado da entrada de LNAPL nesta zona, com a
seguinte ordem de difusividade e grau de molhabilidade: água > LNAPL > ar. A
difusividade de compostos orgânicos em ar (Dar) ou em solução aquosa (Daq) é uma
medida do gradiente de concentração dividida por uma distância. A molhabilidade
refere-se ao espalhamento preferencial de um fluido em relação ao outro nas superfícies
sólidas de um fluxo multifásico. Ela está relacionada com a tensão interfacial através
do ângulo de contato, formado na interface entre dois fluidos que não se misturam.
Capítulo 2: Aspectos Teóricos e Revisão da Literatura 32
Hermano Gomes Fernandes
Assim, a tensão interfacial é definida como a quantidade de trabalho necessária para
separar em uma unidade de área, duas substâncias em contato. Representa a medida da
deformabilidade do contato interfacial, expressa em unidades de força por
comprimento, que é característica para cada par de substâncias.
2.4 - Requisitos Legais Aplicáveis
O licenciamento ambiental é um procedimento administrativo de avaliação e
autorização de implantação e operação de empreendimentos frente ao seu potencial
dano ou poluição ambiental. No caso dos postos revendedores de combustíveis tem
procedimentos previstos nas Resoluções CONAMA número 273 do ano 2000 (Alterada
pela Resolução CONAMA no 276/01 e pela Resolução CONAMA no 319/02) e nas
normas expedidas pela ABNT. Em todos os casos de solicitação e manutenção de
licença ambiental, são necessários apresentação dos requisitos legais como Alvará de
funcionamento, Habite-se do corpo de bombeiros, regularização junto a ANP e ainda
as avaliações da estanqueidade das linhas e tanques do posto, de acordo com a portaria
número 259 de 2008 do INMETRO acompanhada de ART do responsável técnico.
O armazenamento desses combustíveis é realizado em tanques de
armazenamento subterrâneos de sigla TAS (CONAMA, 2001) ou USTs do inglês
Underground Storage Tanks e ainda em tanques de estocagem acima do solo (ASTs
Above-ground Storage Tanks) (CORSEUIL 1997, 1998; BRITO 2005) equipamento
estático que deve ser vistoriado regularmente. Para o licenciamento dos
estabelecimentos, esses tanques devem passar por ensaios de estanqueidade periódica.
Caso os testes anuais obrigatórios de estanqueidade não tenham sido realizados, é
necessária apresentação ao órgão ambiental um estudo de passivo (investigação
confirmatória). O ministério público do RN realizou inspeção em todos os postos da
cidade de Natal, onde quase todos receberam termos de ajustamento de conduta
ambiental (TACA), pois no levantamento realizado em 2009, 97% dos postos não
atenderem as condições mínimas legais de funcionamento, sendo ainda 12 postos
interditados por apresentarem risco de explosão.
Em São Paulo o órgão ambiental local CETESB (2001) dispõe procedimentos
para identificação de passivos ambientais em estabelecimentos com sistema de
armazenamento subterrâneo de combustíveis (SASC) onde são definidas as ações de
Capítulo 2: Aspectos Teóricos e Revisão da Literatura 33
Hermano Gomes Fernandes
comunicação, coleta de dados básicos, locação, análises químicas e quantitativos dos
pontos de amostragens em solo e água subterrânea.
2.5 - Passivo Ambiental e Investigação Confirmatória
A existência de tanques desativados em postos de combustíveis pode ser um forte
indício de passivo ambiental, uma vez que estes, normalmente, são retirados de
atividade por apresentarem falta de estanqueidade (INMETRO, 2008). Ainda que não
tenham sido desativados por problemas de vazamentos, esses tanques estarão mais
sujeitos aos efeitos da corrosão, devido à grande área de contato com o oxigênio em
seu interior (ABNT, 2004b, 2005). Os principais fatores que influenciam o processo de
corrosão estão relacionados com o pH, a umidade e a salinidade do solo onde os tanques
estão enterrados. A investigação desses passivos é uma importante etapa do processo
de licenciamento ambiental de todos os estabelecimentos, sendo necessária
investigação preliminar para encontrar indícios, evidências ou fatos que permitam
suspeitar de possível contaminação, partindo da avaliação da presença de
hidrocarbonetos voláteis. A medição da quantidade de hidrocarbonetos presentes em
fase de vapor (VOC) é feita utilizando-se aparelhos eletrônicos apropriados que
detectam e quantificam os mesmos por correlação com a explosividade inerente dos
hidrocarbonetos voláteis de baixo peso molecular, típico de hidrocarbonetos leves
derivados de petróleo (combustíveis, solventes, nafta, etc.). O ponto que apresentar
maior concentração superficial ou se encontrar mais próximo dos tanques na campanha
VOC será realizada sondagem a trado em maior profundidade para coleta de material e
análise laboratorial mais detalhada (BTEX e HPA) de todo o perfil de solo, definindo
assim o tamanho da pluma de contaminação. Sondagem a trado é um método de
investigação geológico-geotécnica que utiliza como instrumento o trado, um tipo de
amostrador de solo constituído por lâminas cortantes, que tem por finalidade a coleta
de amostras deformadas. A metodologia é baseada na ABNT 9603 (Sondagens a
Trado), com o auxílio das nas normas NBR 6484 (Execução de Sondagens de Simples
Reconhecimento do Solo) e NBR 7250 (Identificação e Descrição de Amostras de Solos
Obtidas em Sondagens de Simples Reconhecimento dos Solos) NBR 09604, e 7181.
As analises de PAH são realizadas seguindo o procedimento USEPA 8270D da Agência
Capítulo 2: Aspectos Teóricos e Revisão da Literatura 34
Hermano Gomes Fernandes
Americana de Meio Ambiente, e as analises de BTEX segue o procedimento USEPA
8020B da mesma agência.
2.6 - Selo Verde
O Ministério Público do RN em conjunto com a Universidade Federal do Rio
Grande do Norte, a Secretaria Municipal de Meio Ambiente e com o Sindicado dos
Postos vem desde 2009 desenvolvendo ações que objetivam atenuar os impactos
ambientais causados pelos postos combustíveis de Natal-RN. De forma a gerar um
diagnóstico definindo as adequações e plano de ação para viabilidade ambiental de tais
estabelecimentos. O atestado do correto funcionamento e atendimento aos requisitos
ambientais do posto são evidenciados através do chamado Selo Verde, que após
auditorias realizadas entre as partes envolvidas, garante a sustentabilidade e
conformidade dessas atividades potencialmente poluidoras com o Meio Ambiente. Na
atualidade a quantidade desses estabelecimentos regularizados cresce substancialmente
e é possível visualizar esse selo como apelo na publicidade dos respectivos postos de
combustível.
Toda essa adequação necessita de investimentos em tecnologia para avaliação e
eliminação de passivos ambientais. Esses custos vão desde a aquisição de novos
equipamentos, estudos para caracterização e análises de parâmetros físicos-químicos
no solo e na água, projetos e execução de planos de monitoramento e até execução de
projetos de remediação utilizando as presentes técnicas estudadas, potencialmente
necessárias para a referida adequação ambiental.
2.7 - Riscos Químicos
De acordo com a Conferência Americana de Higienistas Industriais
Governamentais ACGIH, o diesel apresenta o limite de exposição TLV de 100 mg/m3
de ar inalado na forma de névoa de óleo, sendo caracterizado como substância A3, ou
seja não apresenta evidências de desenvolvimento de câncer em humanos, apenas em
animais. Porém é uma substancia tóxica, que também entra no organismo por via
cutânea. O teste de toxidade aguda trata-se de um teste que avalia uma resposta severa
Capítulo 2: Aspectos Teóricos e Revisão da Literatura 35
Hermano Gomes Fernandes
e rápida dos organismos (rato, coelho, peixes, humanos etc) a um estímulo que se
manifesta, em geral, num intervalo de 0 a 96 horas, já o teste de toxicidade crônica
avalia a ação dos poluentes cujo efeito traduz-se pela resposta a um estímulo que
continua por longo tempo, geralmente por período que vai de 1/10 do ciclo vital até à
totalidade da vida do organismo. Para o óleo diesel a dose letal de 50% de uma
população DL50 (oral) em ratos é na faixa de 7500 mg/kg e DL50 (dérmica, coelhos)
acima de 4100 mg/kg de massa corporal.
2.8 - Valores de Referência em Solo
Na etapa de investigação da contaminação em um determinado local, as amostras
coletadas são enviadas para o laboratório para serem analisadas e terem as
concentrações dos parâmetros determinados. Na sequência são comparados os
resultados encontrados com padrões definidos na legislação brasileira. Os Valores
Referência de Qualidade (VRQ) são os valores de concentração de determinada
substância em que o solo pode ser considerado limpo e a água subterrânea de qualidade
natural. Os Valores de Prevenção (VP) são aquelas concentrações, acima das quais,
determinada substância pode ocasionar alterações prejudiciais na qualidade do solo e
da água subterrânea. Este valor indica a qualidade de um solo capaz de sustentar suas
funções primárias, protegendo os receptores ecológicos e a qualidade das águas
subterrâneas. Os Valores de Intervenção (VI) são as concentrações de determinadas
substâncias no solo ou na água subterrânea acima da qual existem riscos potenciais,
diretos e indiretos, à saúde humana, considerando um cenário de exposição genérico,
na Tabela 6 são apresentados os valores estabelecidos pela CONAMA 420 de 2009.
Vale ressaltar que a referida legislação foi alterada pela Resolução CONAMA nº
460/2013, porém sem alterar os valores orientadores mas sim o prazo do art. 8º e
acrescentou novo parágrafo. Ainda segundo essa resolução, o solo analisado deve ser
classificado segundo as concentrações de substâncias químicas encontradas. Sendo
classe 1 os solos que apresentam concentrações de substâncias químicas
menores ou iguais ao VRQ; Classe 2 os solos que apresentam concentrações de pelo
menos uma substância química maior do que o VRQ e menor ou igual ao VP; Classe 3
os solos que apresentam concentrações de pelo menos uma substância química maior
que o VP e menor ou igual ao VI, e classe 4 os solos que apresentam concentrações de
Capítulo 2: Aspectos Teóricos e Revisão da Literatura 36
Hermano Gomes Fernandes
pelo menos uma substância química maior que o VI, sendo essa última classe necessária
ações imediatas para remediação do site.
Tabela 6 Resultados das análises químicas de BETX e PAH
SUBSTÂNCIA VALORES ORIENTADOS
Solo Águas Subterrânea
VQR VP
VI
Agrícola Residencial Industrial VI
HPA (mg/kg ou ppm) µg/L ou ppb
Benzo(a)antraceno NA 0,025 9 20 65 1,75
Benzo(a)pireno NA 0,052 0,4 1,5 3,5 0,7
Dibenzo(a,h)antraceno NA 0,08 0,15 0,6 1,3 0,18
Fenantreno NA 3,3 15 40 95 140
Indeno(1,2,3-c,d)Pireno NA 0,031 2 25 130 0,7
Naftaleno NA 0,12 30 60 90 140
Benzeno NA 0,03 0,06 0,08 0,15 5
Etilbenzeno NA 6,2 35 40 95 300
Tolueno NA 0,14 30 30 75 700
Xileno NA 0,13 25 30 70 500
VRQ – Valor de Referência de Qualidade; VP – Valor de Prevenção; VI – Valor de Intervenção;
NA – Não Aplicável. N/D – Não detectado
NDL – Não definido na legislação CONAMA 420 de dezembro de 2009 Adaptado da Fonte: CONAMA 420 (2009)
No estado de São Paulo a CETESB publicou a primeira lista de valores
orientadores para Solos e Águas Subterrâneas em 26 de outubro de 2001, atualizada em
2005 e posteriormente em 2014. Inicialmente a lista contemplava 37 substâncias
químicas, hoje são 84 compostos químicos a serem investigados.
2.9 - Técnicas de Remediação
Muitas opções ou combinações de técnica estão viabilizadas para restaurar a
qualidade do solo e da água subterrânea. A seleção dessas tecnologias baseia-se
fundamentalmente no conhecimento das características físico-químicas do
contaminante, volume que vazou, tempo de vazamento, caracterização geológica e
hidrogeológica do local, análise do meio físico superficial, subterrâneo e extensão da
pluma contaminante. Um plano típico de remediação possui quatro fases principais:
Capítulo 2: Aspectos Teóricos e Revisão da Literatura 37
Hermano Gomes Fernandes
contenção do produto livre e produto dissolvido; remoção do produto livre; remoção
do produto dissolvido e remoção do produto adsorvido.
A eficiência e eficácia das técnicas de remediação são baseadas em metas
calculadas a partir dos dados coletados nas etapas de investigação. O caminho de
exposição é a trajetória que os compostos químicos de interesse percorrem da área fonte
de contaminação até o receptor. Cada caminho de exposição inclui uma fonte, um ponto
de exposição e uma rota de exposição (ASTM, 1995). As concentrações aceitáveis
baseadas no risco (CABR) representam as concentrações máximas aceitáveis de
substâncias químicas de interesse no ponto de exposição, ou seja, em concentrações
superiores a estas, o risco torna-se inaceitável. As CABR são calculadas
individualmente para os caminhos de exposição e combinadas com todos os caminhos
de exposição associados a um mesmo receptor. As CABR são separadas em compostos
carcinogênicos e não carcinogênicos e podem ser calculadas para determinar a
concentração alvo em um processo de remediação.
A contenção e a remoção do produto livre geralmente são realizadas através de
sistemas de poços ou trincheiras de bombeamento e para a remoção do produto
adsorvido ao solo na zona não saturada e dissolvido na água subterrânea existem
diferentes técnicas. A remediação da zona não saturada tem por objetivo evitar a
contaminação da zona saturada. A zona não saturada é considerada uma fonte
secundária de contaminação, onde os processos de infiltração promoveriam a lixiviação
e o transporte de poluentes para o aquífero. As técnicas de remediação da zona não
saturada e da saturada podem ser realizadas ex situ, ou seja, através da retirada do
material contaminado para posterior tratamento ou in situ, quando o material não é
retirado.
2.9.1 - Técnicas aplicadas a zonas não saturadas
Alguns exemplos de técnicas de remediação da zona não saturada: Tratamentos
ex situ: lavagem de solo (soil wash), incineração, biorremediação: reatores (slurry
phase), sistemas de tratamento de resíduos no solo (p.e. landfarming, biopilhas) e
tratamentos “in situ”: lavagem de solo (soil flushing), extração de compostos orgânicos
voláteis (SVE, bioventing), biorremediação.
Capítulo 2: Aspectos Teóricos e Revisão da Literatura 38
Hermano Gomes Fernandes
2.9.2 - Técnicas de remediação de zona saturada
Para os tratamentos ex situ as técnicas utilizando carvão ativado, coluna de
aeração (air stripping), biorremediação são bem empregadas. Para tratamentos in situ:
bombeamento e tratamento (pump and treat) tratamentos químicos (injeção de
oxidantes, barreiras reativas, etc.), extração de compostos orgânicos voláteis (air
sparging, bioventing) e biorremediação.
2.10 - Reação de Oxidação
A técnica de oxidação química consiste basicamente na injeção de um oxidante
no solo visando a mineralização dos contaminantes presentes em zonas saturadas (fase
livre) e insaturadas (vadosa). Um exemplo bastante utilizado é a chamada ISCO ou In-
situ Chemical Oxidation (EPA, 2002; Crimi e Siegrist, 2002) onde os oxidantes mais
utilizados (peróxido de hidrogênio, permanganato, ozônio, persulfato de sódio, entre
outros), ativado pela temperatura ou por íon metálico (mais comum o cátion Fe2+ ),
formam radicais hidroxila responsáveis pela mineralização da contaminação e
consequente minimização dos riscos químicos, principalmente aqueles apresentados
pelos compostos poliaromáticos (Watts et al, 2000).
O peróxido de hidrogênio em solução aquosa apresenta um potencial padrão de
óxi-redução de 1,776V segundo (Lide, 2006), sendo conhecido seu potencial de
oxidação direta de muitos compostos orgânicos. Existem outros importantes oxidantes
como o persulfato de sódio, cujo potencial é 2,01 V, valor comparável à do ozônio 2,07
V, e superior ao peróxido de hidrogênio e o permanganato (1,70 V). Watts and Teel em
2005 validaram a afirmação que a geração de radicais livres é acentuada quando os
minerais inerentes ao solo reagem com o oxidante ativando-os, gerando as espécies
químicas que mineralizam os contaminantes. Devido à complexidade e
heterogeneidade da matriz do solo, o estudo das reações intermediárias, que são muitas
e pouco conhecidas, limita o conhecimento de todas as etapas do processo. A principal
característica do peróxido de hidrogênio e ozônio é que possuem tempos de decaimento
relativamente curtos quando comparados aos dos persulfato de sódio, sendo essa última
uma técnica bastante promissora.
Capítulo 2: Aspectos Teóricos e Revisão da Literatura 39
Hermano Gomes Fernandes
Em pH baixo, o H2O2 reage rapidamente oxidando o Fe2+ a Fe3+, já o persulfato
de sódio a pH ambiente reage conforme a seguinte equação que produz o radical.
������ + ��� ↔ ���
� ∙ +����� + ��� Equação 1
A ativação do persulfato de sódio com Fe(II) foi bem estudada por vários autores
(Kolthoff et al., 1951; Anipsitakis and Dionysiou, 2004; Liang et al., 2004A, b; Crimi
and Taylor, 2007). O mecanismo ativado pelo Fe(III) é bem menos conhecido para
ambos os oxidantes. Em outros trabalhos (Neamen et al., 2004; Lide, 2006; Buxton et
al., 1998), foi avaliado outros metais de transição dissolvidos, presente nos interstícios
do solo (exemplo óxidos de ferro e manganês) que também contribuem na formação de
radicais livres. Sendo assim, uma infinidade de radicais formados e reações
intermediárias, dificultam o entendimento do fenômeno e alteram significativamente a
eficiência das técnicas em função muitas vezes de características inerente ao local (site),
como o tipo e composição do solo.
Tabela 7. Propriedades químicas dos compostos estudados
Composto Fórmula Massa Molecular (g.mol-1)
Densidade (g.cm-3)
Estado Físico (25oC)
Solubilidade limite em água
a 20oC Peróxido de hidrogênio H2O2 34 1,11 (30%
solução) Líquido Miscível
Persulfato de sódio Na2S2O8 238,1 1,237 (30% solução)
Sólido 42%wt
Sulfato ferrosos heptahidratado (II)
FeSO4·7H2O 278 2,84 Sólido 256 g/L
Sulfato férrico (III) Fe2(SO4)3·xH2O 400 3,097 Sólido 4400 g/L
Fonte: Autor (2014)
Para a definição entre os diferentes tipos de oxidante, foi avaliada concentração
de carbono total nos ensaios, sendo essa remoção de carbono nas respectivas fases o
que determinou o equacionamento da eficiência, e consequente aplicação das técnicas
estudadas. Nas equações 2 e 3 são apresentadas as equações básicas na oxidação do
óleo diesel, supondo hidrocarboneto com média de 13 carbonos e 29 hidrogênios.
������ + ������� + ����� ↔ ���� ∙ +���
�� + ����� + ��� + ��� Equação 2
������ + ������ + ����� ↔ ����� + ����� + ��� Equação 3
Segundo (Dorfman, Adams, 1973; Haag, Yao, 1992), os radicais gerados pela
reação chamada Fenton, entre o peróxido de hidrogênio e ferro II e de velocidades
controladas por difusão, são oxidantes fortes que reagem com a maioria dos
Capítulo 2: Aspectos Teóricos e Revisão da Literatura 40
Hermano Gomes Fernandes
contaminantes orgânicos. Com potencial padrão de redução de aproximadados 2,8 V.
O mecanismo de oxidação dos contaminantes mais comum é por abstração de
hidrogênio em compostos saturados e adição eletrofílica para alcenos ou anéis
aromáticos (Nogueira et al, 2007; Walling, Johnson, 1975). Gates-Anderson e
colaboradores (2001) propuseram as reações apresentadas das equações 4 a 11 para um
tempo de contato suficiente onde ocorra a conversão de hidrocarbonetos poliaromáticos
a dióxido de carbono e água:
���� + ��� ↔ ��� + ��� + �� ∙ Equação 4
���� + ��� ↔ ��� + � + ���∙ Equação 5
��� + �� ∙↔ ��� + ��� Equação 6
��� ∙ +��� ↔ �� + ��� + � Equação 7
∙ �� + ���� ↔ ���∙ + ��� Equação 8
�� +∙ �� ↔ ��� + � ∙ Equação 9
� ∙ +��� ↔ ��� + ����� �! Equação 10
����� ↔ ���� + �� Equação 11
A técnica Fenton pode ser modificada por quelatos, com a utilização dos
oxihidróxidos presentes naturalmente no solo (Andrade, 2005). Os resultados de
degradação na concentração de BTEX são acima de 90%, na literatura reportam para
um período de 1,5 ano, composto por diferentes campanhas de injeções do reagente de
Fenton modificado (Jardim e Teixeira, 2007).
Tabela 8. Espécies reativas utilizadas nas técnicas oxidativas de remediação de solo estudadas
Espécies Fórmula Potencial de
Redução (V)
pH que está
presente Observação
Peróxido de Hidrogênio H2O2 +1,776 pH<11,6 Forte oxidante,
fraco redutor
Radical hidróxila HO• +2,59 pH<11,9 Forte oxidante
Radical Sulfato SO4•- +2,6 - Forte oxidante
Ozônio O3 +2,1 - Forte oxidante
Ânion Permanganato MnO4- +1,7 - Forte oxidante,
Ânion superóxido O2•- -0,33 pH>4,8 Fraco redutor
Radical Hidroperoxila HO2• +1,495 pH<4,8 Forte oxidante
Ânion Hidroperoxila HO2- +0,878 pH<11,6
Fraco oxidante,
fraco redutor
Íon Ferril [Fe(IV)] FeO2+ desconhecido desconhecido Forte oxidante
Elétrons solvatados e-(aq) -2,77 pH>7,85 Forte redutor
Oxigênio atmosférico O2 +1,23 Qualquer Oxidante fraco
Fontes: Lide (2006); Buxton et al. (1988); Huling e Pivetz (2006)
Capítulo 2: Aspectos Teóricos e Revisão da Literatura 41
Hermano Gomes Fernandes
Entre as vantagens da técnica, segundo Teixeira e Jardim (2004), pode ser citado
o fato de haver mineralização efetiva do contaminante, poder ser aplicada in-situ, de
ser utilizada em conjunto com outras técnicas, possui cinética elevada com alta
eficiência devido ao forte poder oxidante minimizando o tempo de exposição ao risco
e remediação, não necessita, se bem implementada e operada, de pós tratamento ou
disposição final e ainda não formam subprodutos tóxicos. Apresentam um custo na
ordem de U$60.000,00 a U$120.000,00 aproximadamente, 34% inferior ao valor da
técnica de extração de vapor do solo (SVE), segundo estudo de comparação entre custos
de técnicas in situ e ex situ, realizado por Fischer e colaboradores (2001), numa mesma
área contaminada.
2.11 - Classificação do Solo
É importante conhecer a geoquímica do solo pois nesse trabalho é avaliada a
contaminação adsorvida nele que caracteriza diferentes resultados na aplicação de uma
técnica química de remediação.
No Brasil a Associação Brasileira de Normas Técnicas (ABNT/NBR 6502/95) –
Terminologia – Rochas e Solos define como: Bloco de Rocha (fragmentos de rocha
com diâmetro maior do que 1,0 metro; Matacão (fragmentos de rocha com diâmetro
compreendido entre 0,2 e 1,0 metro); Pedregulho (formado por minerais ou partículas
de rocha que quando são subarredondados são chamados de seixos com diâmetro entre
4,75 e 60 milímetros); Areia (não possui plasticidade e coesão, formado por minerais
ou partículas de rocha e possui diâmetro compreendido entre 0,06 milímetros e 2,0
milímetros; Silte (possui baixa resistência, sendo formado por partículas com diâmetro
entre 0,005 e 0,075 milímetros) e Argila (partículas que apresenta plasticidade, esse
material possui um diâmetro menor do que 0,005 milímetros). Os solos argilosos,
quando úmido, possui forma variável e baixa resistência e quando seco, possui alta
resistência e uma forma estável.
Na Figura 4 estão representadas as classificações adotadas pela A.S.T.M.
(American Society for Testing Materials), A.A.S.H.T.O. (American Association for
State Highway and Transportation Officials), ABNT (Associação Brasileira de Normas
Técnicas) e M.I.T. (Massachusetts Institute of Technology). As faixas granulométricas
Capítulo 2: Aspectos Teóricos e Revisão da Literatura 42
Hermano Gomes Fernandes
podem ser classificadas de acordo com os três subgrupos: Areia fina – Diâmetro entre
0,075 e 0,425 milímetros; Areia média – Diâmetro entre 0,425 e 2,0 milímetros e Areia
grossa – Diâmetro entre 2,0 e 4,75 milímetros.
Figura 4. Escalas granulométricas adotadas, adaptado das normas ASTM, AASHTO,
MIT e ABNT
Fonte: Apostila de Mecânica dos Solos da UFSM
A porosidade é a fração volumétrica do solo ocupada por um fluído,
representando o cenário natural de água, nutriente e o ar num processo dinâmicoo
(Hillel 1970). A granulometria apresentada pelos diferentes tipos de solos condiciona
o comportamento físico-hídrico.
De acordo com Domenico e Schwartz (1997) a capilaridade é uma combinação
da tensão superficial de um líquido com a habilidade do mesmo em “molhar” a
superfície do sólido em contato. A caracterização do solo será definida de acordo com
a norma brasileira ABNT NBR-6502.
Alguns solos exibem capacidade tampão significativa, isso é importante quando
se utiliza o persulfato de sódio devido sua natureza altamente ácidas em solução, sendo
resultado um pH ácido em águas subterrâneas e em solo, demandando um potencial
ajuste de pH pós injeção, fator importante para a exequibilidade da aplicação da técnica.
Sob condições de pH neutro que podem ser encontradas em campo, quelar ferro solúvel
(com citrato por exemplo) fornece proteção contra hidratação e precipitação.
Capítulo 2: Aspectos Teóricos e Revisão da Literatura 43
Hermano Gomes Fernandes
2.12 - Técnicas de Oxidação In Situ
Uma técnica de oxidação química (ISCO) envolve a geração e transporte de
radicais oxidantes em subsuperfície a partir de substâncias químicas injetadas.
Persulfato de sódio, peróxido de hidrogênio, cátions de ferro apresenta boa aplicação
para degradação de NAPL, sendo a técnica escolhida no presente estudo já estudadas
com sucesso para organoclorados (Ko, Crimi, Marvin, Holmes, Huling, 2012). Agentes
de complexação, tais como ácido cítrico (citrato) aumenta a dessorção de compostos
orgânicos hidrofóbicos (por exemplo, hidrocarbonetos aromáticos policíclicos) de solos
e de dissolução na zona saturada ( Yang et al. , 2001). O citrato funciona como uma
base fraca e pode ser utilizado como um tampão para manter o nível de pH próximo do
neutro. O citrato também é um agente quelante orgânico natural que é facilmente
biodegradável e ambientalmente mais amigável do que outros quelantes de ferro
comuns (por exemplo, ácido etilenodiaminotetracético ou EDTA).
"�#�$%�#&$�'(%[*. ,*��] = /0!!0�12�03 �[4]
5�6�7�889:;<�=>?@A@[,*.;<B�] Equação 12
Na Tabela 9 são apresentadas as principais espécies reativas utilizadas nas
técnicas oxidativas in situ (ISCO), sendo o óleo diesel utilizado nesse trabalho, rico nas
espécias BTEX e PAHs intrínsecos aos Hidrocarbonetos de Petróleo.
Tabela 9. Espécies reativas utilizadas na ISCO
Categoria 1
Classe de contaminantes eficientemente
remediados por ISCO
Categoria 2
Classe de contaminantes
remediados por ISCO, com
restrições
Categoria 3
Classe de contaminantes não
remediados por ISCO
Cloroetenos Cloroetanos Metais pesados
BTEX Explosivos (RDX, TNT) Radionucleares
TPH Herbicidas e pesticidas
orgânicos Sais Inorgânicos
PAHs NDMA Perclorato
Clorobenzenos Cetonas Nutrientes (Nitrato,
amônia, fosfato)
Fenóis (clorofenóis) PCBs
Oxigenados (MTBE, TAME) Dioxinas e Furanos
1,4-Dioxano
Fontes: Hoigné and Bader (1983a, b); Huang et al. (2005); ITRC (2005); Huling and Pivetz (2006);
Waldemer and Tratnyek (2006).
Capítulo 2: Aspectos Teóricos e Revisão da Literatura 44
Hermano Gomes Fernandes
2.12.1 - Número de Volumes Porosos Injetados
Na Coluna de Reação, um importante parâmetro deve ser considerado para
avaliar o quantitativo de soluções injetadas no solo.
C@AD<%E@F@?@[−] = 5�6�7��12�03 �[;<�]
5�6�7�889[;<�]E@F@?&$�$%[�] Equação 13
O termo volume poroso relaciona o volume de oxidante injetado com os espaços
vazios nos poros do solo contaminado. Injeção de catalisador e solução de ajuste de pH
não são contabilizados no volume poroso, apenas as soluções de oxidantes (peróxido
de hidrogênio e persulfato de sódio).
2.12.2 - Conversão
A relação quantitativa entre o teor de carbono total inicialmente na amostra e o
teor de carbono remanescente nesta amostra após um determinado tempo após iniciada
a reação de oxidação (ou dissolução no caso do controle) é definida como grau de
conversão (ou simplesmente conversão), apresentada em termos percentuais.
Capítulo 3: Materiais e Métodos 45
Hermano Gomes Fernandes
CAPÍTULO 3:
MATERIAIS E MÉTODOS
Capítulo 3: Materiais e Métodos 46
Hermano Gomes Fernandes
3. Materiais e Metodologia Experimental
No presente trabalho foi definido cenário de contaminação local a partir de dados
de contaminações em postos de combustíveis, sendo a carga de contaminante simulada
de forma a representar o pior cenário dentre os apresentados no levantamento. Foi
aplicada técnica de oxidação química em escala de bancada e testes em coluna com
parâmetros similar aos processos de remediação, utilizando oxidante em excesso. De
forma geral, são utilizadas concentrações entre 2% a 15% mássico nas soluções de
oxidantes, onde os valores finais após a oxidação, apresenta patamar inferior a 0,5%
(Jardim e Teixeira, 2007), sendo o monitoramento dos valores de pH e potencial redox
(ORP) importantes para acompanhar a eficiência da reação, além do teor de carbono
total nas fases sólidas e líquidas das amostras. A classificação dos tipos de solos
estudados também é importante para a aplicação das técnicas estutadas.
3.1 - Reagentes e soluções
Foi necessária a utilização dos seguintes reagentes para realização dos
experimentos de oxidação química:
• Persulfato de sódio P.A. teor 99,0%, pó branco de fórmula Na2S2O8, CAS número
7775-27-1, massa molar 238,11g.mol-1. O reagente utilizado foi da marca
Labsynnth Produtos para Laboratórios Ltda e Lote 118187;
• Peróxido de hidrogênio P.A. 30%wt; Fórmula H2O2; Número de Risco 58, R: 22-
41 S: 26-39; Massa molar 34,02 g.mol-1; Massa específica 1,11 kg/L; Marca:
Vetec Química Fina – Sigma-Aldrich; Lote: 1209452
• Sulfato (ferroso) de Ferro II Heptahidratado P.A. teor 99,0%; Fórmula
FeSO4.7H2O; CAS número 7782-63-0; Massa molar 278,01 g.mol-1; Marca:
Neon Comercial Ltda; Lote 13006
• Sulfato (férrico) de Ferro III PA teor; Fórmula Fe2(SO4)3. xH2O; Massa molar
399,88 g.mol-1; CRQMATO Produtos Químicos Ltda; Lote 649.04/06
• EDTA Tetrassódico P.A. ; Fórmula C10H12N2Na.XH2O; CAS número 64-05-8;
Massa molar 380,17 g.mol-1; Marca Êxodo Científica; Lote E10403RA
Capítulo 3: Materiais e Métodos 47
Hermano Gomes Fernandes
• Ácido Cítrico Anidro P.A. 99,5%; Fórmula HOC(COOH) (CH2COOH)2; CAS
número 77-92-9; Massa molar 192,12 g.mol-1; Marca: Neon Comercial Ltda;
Lote 12199
• n-Hexano P.A. para HPLC 97,0% (GC); Fórmula C6H14; CAS número 110-54-3,
Massa molar 86,18; Marca: Sigma-Aldrich; Lote SZBB2
• n-Hexano (mistura de isômeros) P.A. ; Fórmula C6H14; CAS número 110-54-3;
Massa molar 86,18; Marca: Vetec Química Fina ; Lote 1100559
• Álcool Etílico Absoluto P.A. 99,5%; Fórmula C2H5OH ; CAS número 64-17-5;
Massa molar 46,07 g.mol-1; Marca Êxodo Científica; Lote AE11116RA
• Benzeno P.A. teor 99,8%; Fórmula C6H6; CAS número 71-43-2; Marca Êxodo
Científica; Lote B10894RA
• Tolueno P.A teor 99,5%; C6H5CH3; Massa molar 0,865 g.ml-1 a 25oC; CAS
número 108-88-3; Marca TEDIA Brazil Produtos para Laboratórios Ltda; Lote
605238
• Clorofórmio P.A. teor 99,80%; Fórmula CHCl3; Massa molar 119,38 g.mol-1;
Marca LABSYNTH Produtos para Laboratórios Ltda; Lote 165918
• Acetona P.A. teor 99,5%; Fórmula (CH3)2CO; Massa molar 58,08 g.mol-1; Marca
Vetec Química Fina; Lote 0907785
• Óleo Diesel adquirido no Posto de Combustível de Bandeira Petrobras localizado
nas proximidades da UFRN.
3.2 - Definição do cenário de contaminação
Foram obtidos a partir de solicitação à Secretaria Especial de Meio Ambiente e
Urbanismo (SEMURB) da Prefeitura do Município de Natal-RN os laudos analíticos e
relatórios ambientais de contaminação das amostras de solo e aquífero de postos
combustíveis protocolados na referida secretaria no processo de licenciamento dos
referidos estabelecimentos. As informações contidas nos referidos documentos foram
compiladas na forma de planilha eletrônica e o banco de dados resultante foi avaliado
de acordo com os locais das contaminações existentes na cidade bem como seu perfil
de profundidade, textura e cor do solo, análise granulométrica, entre outras informações
objetivando o diagnóstico do cenário local de contaminação.
Capítulo 3: Materiais e Métodos 48
Hermano Gomes Fernandes
As referidas investigações foram realizadas por empresas especializadas que
executaram perfurações utilizando equipamentos como martelos perfuradores
rompedores, sonda metálica acoplada a mangueira ligado a analisador de gás e vapores
de hidrocarbonetos de petróleo para determinação de potencial local contaminado de
forma a montar uma malha de pontos que apresentaram VOCs para determinação dos
pontos de coleta de solo e instalação dos poços de monitoramento em cada um dos
postos de combustíveis licenciados. Realizada a perfuração de poços de monitoramento
e sondagem a trado, as amostras são enviadas para laboratórios acreditados para
execução das análises químicas e os resultados comparados aos níveis estabelecidos
pela legislação.
Foram obtidos os referidos documentos de 30 postos de combustíveis em
diferentes bairros da cidade de Natal-RN, que na ocasião possuía 109 estabelecimentos
em operação. Esses dados de contaminações foram suficientes para determinação do
perfil de contaminação e avaliação da situação ambiental na referida cidade,
objetivando a aplicação da técnica de oxidação química proposta no presente trabalho.
3.3 - Coleta de Solo para Simulação
Foram utilizados 2 tipos de solos pertencentes às classes texturais arenosa e
argilosa. Denominados como Solo Branco Arenoso (SBA) e Solo Vermelho Argiloso
(SVA), definidas a partir das maiores ocorrências de potencial contaminação do estudo
de definição do cenário de contaminação local.
As amostras foram coletadas da camada de 30 cm de profundidade com auxílio
de pá manual, foram quarteadas e peneiradas (2 mm) para remoção de pedras e raízes,
antes do envio ao laboratório para realização dos procedimentos seguintes. Na Figura
5 são ilustrados os locais de coleta do solo branco arenoso (SBA) com coordenadas de
latitude 5°50'38.38"S e longitude 35°11'44.50"O e solo vermelho argilo (SVA)
coletado a uma profundida de 2 metros na obra de fundação de um dos prédios no setor
de geologia do campus da UFRN em Natal, sendo as coordenadas de Latitude
5°50'27.90"S e Longitude 35°11'45.79"O. As texturas de ambos os solos são
apresentadas na Figura 6.
Capítulo 3: Materiais e Métodos 49
Hermano Gomes Fernandes
Figura 5. Localização das coletas de solo no Campus da UFRN em Natal-RN
Fonte: Google Earth®
Figura 6. Solo vermelho argiloso a esquerda e solo branco arenoso a direita.
Fonte: Autor (2014)
3.4 - Classificação e Preparo do Solo
As características do solo são importantes na escolha e desempenho da técnica de
oxidação química a ser empregada. O latossolo é um tipo de solo desenvolvido a partir
de material submetido à intensa intemperização, resultando num empobrecimento em
sílica e com acúmulo de ferro, para fins didáticos foi definido como SVA a amostra de
solo vermelho argiloso e a amostra arenosa é definida por SBA, ou solo branco arenoso,
ambos com diferentes características granulométricas e composição química. A escolha
desses dois tipos foi realizada a partir dos laudos de investigação de passivo de postos
combustíveis na cidade de Natal-RN onde diversas amostras foram retiradas com uma
SVA SBA
Capítulo 3: Materiais e Métodos 50
Hermano Gomes Fernandes
profundidade de até 2m no fundo de cava de tanques subterrâneos removidos em
substituição do antigo e de poços utilizados para investigação de passivo durante o
processo de adequação ambiental e/ou licenciamento dos respectivos postos de
combustíveis.
Cada uma das amostras de solo (SVA e SBA) foi colocada em bandejas, secas ao
ar, e submetidas aos procedimentos constantes do fluxograma da Figura 7.
Figura 7. Fluxograma de preparação e análises de solo
Fonte: Autor (2014)
As amostras de solo SBA e SVA foram destorroadas com almofariz e mão de gral
(o almofariz é uma tigela de porcelana e a mão de gral uma espécie de soquete que
serve para desterrar os torrões existentes no solo) e colocadas na estufa a 55oC por 24
horas, posteriormente foram quarteadas em duas alíquotas de 250 gramas, que foram
submetidas ao processo de peneiramento para separação da fração menor que 2,36mm
(MESH 8). A fração maior que 2mm (pedregulho) foi examinada qualitativamente.
Uma das alíquotas da fração menor que 2mm foi enviada para análise
granulométrica (estudo do tamanho das partículas que compõem este solo) e outra foi
moída e encaminhada para análise química de Ferro, conforme ilustrado no fluxograma
da Figura 7.
Capítulo 3: Materiais e Métodos 51
Hermano Gomes Fernandes
3.5 - Análise Granulométrica
A análise granulométrica foi realizada distribuindo em diversas frações as
amostras de solos, conforme seus tamanhos. Estas frações do solo são expressas em
porcentagens de peso da amostra tomada, conforme a série de peneiras.
A curva granulométrica é o resultado gráfico dos dados analisados a partir da
amostra de solo coletado. Avalia-se nessa curva a porcentagem mássica de cada fração
dos diferentes diâmetros de grãos que compõe esse solo.
O ensaio de granulometria é dividido em duas partes distintas, utilizáveis de
acordo com o tipo de solo e as finalidades do ensaio para cada caso particular. São elas:
análise granulométrica por peneiramento e análise granulométrica por sedimentação.
Os solos grossos (areia e pedregulhos), possuindo pouca ou nenhuma quantidade de
finos, podem ter a sua curva granulométrica inteiramente determinada utilizando-se
somente o peneiramento. Em solos possuindo quantidades de finos significativas, deve-
se proceder ao ensaio de granulometria conjunta, que engloba as fases de peneiramento
e sedimentação.
A análise granulométrica por peneiramento foi realizada utilizando cerca de 150g
para cada tipo de solo. As tabelas com os valores registrados nos ensaios
granulométricos são apresentadas nos anexos desse trabalho.
3.6 - Peneiramento, Sedimentação e Pesagem
Peneiramento é o processo onde o material é colocado em um jogo de peneiras
de 2mm de aberturas até 0,038 mm. As amostras SBA e SVA foram passadas por um
conjunto de peneiras Bertel®, conforme Figura 8, sendo utilizado todo o solo que
passasse pela peneira de 8 mesh (0,50mm de abertura) com o objetivo de avaliar o perfil
de uniformidade da granulometria desses diferentes cenários.
A metodologia consiste pegar uma amostra de 200g de solo (inferior a 2mm de
diâmetro) e passar numa pilha de peneiras de diferentes diâmetros compreendendo as
cinco faixas de partículas que compõe a subdivisão de areia média (MESH 12, 16, 20,
28 e 36); faixa de areia fina (MESH 48, 65, 100, 150 e 200) e fração silte e argila
presente no solo (MESH 270, 325 e 400). O peneiramento grosso é realizado utilizando-
Capítulo 3: Materiais e Métodos 52
Hermano Gomes Fernandes
se a quantidade de solo que fica passa na peneira de MESH #8 (2,00mm), no momento
da preparação da amostra, seguindo-se o procedimento de limpar cada peneira e
colocadas umas sobre as outras com as aberturas das malhas crescendo de baixo para
cima. Embaixo da peneira de menor abertura será colocado um prato no fundo que
recolherá os grãos que por ela passarão. Em cima da tampa de maior valor será colocada
uma tampa para que se evite perda de partículas no processo de vibração. O conjunto
de peneiras assim montados foi agitado a fim de produzir um movimento vertical e
horizontal às peneiras, simultaneamente.
Figura 8. Agitador eletromagnético para peneiras (Tamis) Bertel®
O processo de sedimentação serve para distinguir a argila do silte, utilizando a
Lei de Stokes, que relaciona o tamanho da partícula com a sua velocidade de
sedimentação no recipiente para separar os dois materiais. O material que passou na
peneira de 0,038 milímetros é depositado num frasco com água e aquele que mais
rápido se depositar no fundo do frasco, possui densidade maior (silte).
O material retido nas peneiras com maior abertura é pesado e a sua massa
registada. A mesma operação é efetuada para a peneira imediatamente inferior e a
massa do material retido registada. Esta operação é repetida para todos as peneiras e
fundo da pilha de bandejas de modo a obter as diferentes frações dos materiais retidos.
O material retido no fundo é pesado e sua massa registada. No ato dos registros da
massa, caso difira mais de 1% entre duplicatas dos valores, é necessário repetir o ensaio
de pesagem.
Para encontrar a fração de silte e argila, pesa-se o retido no fundo após a peneira
de MESH 400, transferindo para frasco hermético de 40ml. Adiciona 30ml de água e
Capítulo 3: Materiais e Métodos 53
Hermano Gomes Fernandes
agita bem, de forma que a fração argila forme solução coloidal (e sólidos
sedimentáveis), separando as fases líquidas e sólidas. A fase sólida úmida é aquecida
na estufa em temperatura aproximada de 105oC e pesada quando totalmente seca. O
valor da massa de solo seco é subtraído da massa inicial (3g), sendo esse valor dividido
pela massa inicial uma estimativa do percentual de silte na amostra e a diferença de
100% a fração argila.
São necessários os recursos: Estufa capaz de manter a temperatura entre 105 e
100 °C; Balança com capacidade de 100g, precisão de 0,001g; Peneirador automático
e jogo de peneiras (Figura 8); Provetas graduadas com capacidade de 1000 cm³;
Densímetro para leitura no intervalo 0,995 a 1,040; Termômetro graduado no intervalo
de 0 – 100°C; Cronômetro; Recipiente para secagem do solo e Cápsulas de porcelana.
Com os resultados obtidos nos ensaios, é possível a construção da curva de
distribuição granulométrica, através da colocação de pontos dos pares de valores
(diâmetro equivalente, porcentagem passante), em papel semilogaritmo e eixo x na
ordem inversa permite traçar a curva de distribuição granulométrica, apresentadas para
os respectivos solo branco arenoso e solo vermelho argiloso nas Figuras 49 e 50.
3.7 - Umidade, porosidade, densidade e pH
A umidade foi determinada avaliando a perda de massa (1 grama) das amostras
de solos submetidas a temperaturas entre 100 a 105 ºC em estufa. Após o resfriamento,
mediu-se a massa novamente. Essa diferença é definida pelo teor de água da amostra.
Para determinação da porosidade (volume de poros totais do solo ocupado por
água e/ou ar) utiliza-se proveta com o solo até uma marca definida de volume (10 ml),
a proveta deve ser pesada inicialmente. Em seguida completa-se com água para
preencher os poros do solo, pesando novamente a proveta. Como a densidade da água
pode ser considerada igual a 1 g/cm3, o valor do volume de água corresponde aos
espaços vazios do solo que foram preenchidos. A porosidade depende da forma das
partículas que compõe o solo, se forem moderadamente arredondadas e
aproximadamente de mesmo tamanho, formarão agregados com porosidade variando
de 35 a 40%. Se as dimensões das partículas forem muito variadas, a porosidade será́
pequena, pois os grãos menores preencherão parcialmente os interstícios existentes
entre grãos maiores. Neste caso as porosidades serão de 30% ou menos.
Capítulo 3: Materiais e Métodos 54
Hermano Gomes Fernandes
Para o cálculo da densidade da partícula, de acordo com EMBRAPA (1979),
foram pesadas 20g de cada solo, colocadas em bandeja de alumínio de peso conhecido,
levada à estufa por 6 horas, dessecada e pesada, a fim de se obter o peso da amostra
seca a 105oC. Logo após a secagem, as amostras foram transferidas para balão aferido,
adicionando álcool etílico até completar o volume 50ml no balão, evitando formação
de bolhas.
Para análise do pH a amostra de solo é imersa em água por uma hora a fim de
promover o equilíbrio eletrostático entre os íons presentes nas fases sólida e aquosa
(Sparks, 1986). Após esse período é realizada a leitura do pH da fase líquida.
3.8 - Procedimento de Contaminação do Solo
A contaminação do solo foi simulada utilizando solo natural coletado conforme
item 3.3 e diesel comercial adquirido em posto revendedor situado em frente à capela
do campus da UFRN. Foi realizada contaminação em amostras de solo de forma a
atingir o nível 4 de classificação definida na CONAMA 420 para todos os experimentos
necessário previsto no planejamento experimental, seguindo procedimento similar ao
proposto por Riaza-Frutos et al. (2007), Wang e Lemley (2006) e Bogan e Trbovic
(2003). Foram propostos ensaios de bancada sem agitação em frascos âmbar utilizando
uma concentração mássica de 66.667mg.kg-1 de óleo diesel comercial comum.
Nos ensaios de bancada o processo de contaminação utilizado foi adicionando
20g de diesel em um balão volumétrico, completando para marca de 100ml com n-
hexano. Em cada processo de contaminação foi pesado 300g de solo (SBA ou SVA),
adicionados aos 100ml de solução oleosa preparada em recipiente próprio para realizar
a homogeneização da contaminação, na Figura 9 é ilustrado o equipamento utilizado
no processo.
Capítulo 3: Materiais e Métodos 55
Hermano Gomes Fernandes
Figura 9. Misturador automático rotativo
Para os ensaios em coluna, foi utilizada quantidade de 2kg de solo vermelho
argiloso (SVA) por ser o cenário mais provável de acidente, aferindo 13g de óleo diesel
em 300ml de n-hexano. Cada tipo de solo foi embebecido (saturados) nessa solução de
n-hexano e diesel em um recipiente apropriado para a etapa de mistura íntima entre as
fases.
Essas quantidades de solo são suficientes para realização de ambas baterias de
ensaios experimentais (bancada e coluna) previstos no planejamento. A mistura entre o
contaminante e o solo limpo foi realizada em misturador automático rotativo (Figura 9)
a 120rpm durante um período de 1 hora.
Após a etapa de mistura as amostras de solo contaminado com óleo diesel (e n-
hexano), a pasta oleosa foi vertida para uma bandeja metálica e colocado numa capela
à 28ºC equipada com exaustor para evaporação do solvente por um período de 72 horas,
revolvida a cada 14 horas. Após o período o solo está contaminado apto a ser utilizado
nos frascos para o ensaio de bancada ou para a coluna de reação.
Capítulo 3: Materiais e Métodos 56
Hermano Gomes Fernandes
3.9 - Análise de Carbono
A determinação do teor de carbono total nas amostras foi realizada no
equipamento TOC-VCPH acoplado ao módulo de sólidos SSM-5000A da Shimadzu que
converte o carbono das moléculas orgânicas características da contaminação no solo
em CO2 através de queima a 900oC, convertendo em áreas gráficas geradas a partir de
detector com tecnologia de infravermelho não dispersivo (NDIR) conforme Figura 10.
Figura 10. Equipamento TOC-VCPM e módulo de sólidos SSM-5000A da Shimadzu
Esse método tem sensibilidade desde 4ppb até 4000ppm para carbono total. Foi
utilizado gás oxigênio de alta pureza, a uma pressão de 200kpa e vazão de 0,6 litros por
minuto, conforme parâmetros ilustrados na Figura 11.
Figura 11. Temperatura dos fornos, vazão e pressão de oxigênio do módulo SSM-5000A
Nos ensaios experimentais foram coletadas amostras de diferentes comprimentos
da coluna de reação bem como diferentes horários para avaliação da cinética do teste
de bancada. Todas as amostras de solo foram realizadas em duplicata, foram pesadas
Capítulo 3: Materiais e Métodos 57
Hermano Gomes Fernandes
amostras de até 500mg nas respectivas barcas de cerâmica, ilustrada na Figura 12, para
análise no equipamento, com gasto tempo médio de 10 minutos para cada análise.
Figura 12. Fotos da pesagem da barca e inserção no módulo de sólidos SSM-5000A
O carbono total na amostra representa a contaminação adsorvida e matéria
orgânica inerente ao solo, tendo em vista que a maior massa de átomos que compõe os
combustíveis contaminantes ser o carbono presente nos hidrocarbonetos. Essa análise
apresenta o resultado o percentual de carbono total da amostra na fase sólida.
Foi utilizada glucose PA para calibração do equipamento, sendo utilizados cinco
pontos para determinação de cada curva utilizada nos experimentos.
Capítulo 3: Materiais e Métodos 58
Hermano Gomes Fernandes
3.10 - Determinação de Ferro em Solo
No preparo das amostras de solo para determinação de ferro, foi necessária etapa
de cominuição dos grãos realizada em moinho de bolas a fim de melhorar a eficiência
da solubilização do ferro na solução ácida. O moinho de bolas utilizado para essa etapa
é ilustrado na Figura 13.
Figura 13. Moinho de bolas utilizado para preparo da amostra para ataque sulfúrico
A determinação de Ferro no extrato sulfúrico foi realizada em ambas as amostras,
cujo princípio é a solubilização das amostras via ataque sulfúrico, de acordo com
EMBRAPA (1979). O extrato sulfúrico produzido com essa força iônica pressupõe que
somente minerais secundários (argilo-minerais) são dissolvidos e assim os percentuais
de Fe, Al, Si, Ti são próximos aos da fração coloidal do solo. Segue o procedimento
experimental utilizado:
• Pesou-se 1g de solo em erlenmeyer de 500ml;
• Foi adicionado 20ml de ácido sulfúrico diluído de 1:1 e fervido durante
meia hora;
• Depois que esfriou, foi adicionado 50ml de água e filtrado para balão
aferido de 250ml, lavando o resíduo com água até completar o volume.
• Foi utilizado o filtrado para as determinações do ferro no extrato
sulfúrico por espectrofotometria de absorção atômica.
Foi utilizada metodologia segundo Roos et al. (1971) e Van Lonn (1969) para
curva de calibração da análise de espectrofotometria de absorção atômica do ferro total
presente no solo. O equipamento operou com gás acetileno e ar comprimido para
suporte, com lâmpada 5mA para ferro que nas faixas entre 0,06 a 15 ppm ajustada para
Capítulo 3: Materiais e Métodos 59
Hermano Gomes Fernandes
o comprimento de onda em 248,3nm e 392nm para curva de calibração com
concentrações entre 20 a 3200ppm.
3.11 - Planejamento dos Experimentos
Na aplicação da técnica de remediação (solução proposta para o problema de
contaminação) em escala de bancada foram realizados testes seguindo a metodologia
do planejamento experimental com diferentes variáveis de estudo, conforme
apresentado na Tabela 10: Concentração e valência de ferro, a concentração e técnica
de oxidação (peróxido de hidrogênio e persulfato de sódio) e o tipo de solo (arenoso e
argiloso).
Tabela 10. Níveis de concentrações dos oxidantes e catalisadores
Nível do
Experimento
[H2O2] mol.L-1 [Na2S2O8] mol.L-1 [Fe+3] mol.L-1 [Fe+2] mol.L-1
-1 6,53x10-1 2,2x10-1 2,5x10-2 2,5x10-2
0 5,1x10-1
+1 1,30 1,00 2,5x10-1 2,5x10-1
Fonte: Autor (2014)
Figura 14. Planejamento experimental proposto para 2 tipos de solos, 2 técnicas de
oxidação e 4 formas de ativação.
Capítulo 3: Materiais e Métodos 60
Hermano Gomes Fernandes
Fonte: Autor (2014)
As concentrações de oxidante em cada experimento foram definidas como a
metade necessária de acordo com a estequiometria, sendo experimentos com o oxidante
como reagente limitante.
3.12 - Ensaios de Bancada
Foram adicionados 5g de solo contaminado com diesel em um frasco de cor
âmbar, adicionando 10 ml de solução com íons de ferro de modo a formar uma pasta
aquosa, sendo posteriormente iniciada a cinética com a adição de 20 ml de solução de
oxidante com as respectivas concentrações propostas na avaliação dos fatores objeto
desse estudo. Para os experimentos com sulfato de ferro II são adicionados 0,20 gramas
enquanto os experimentos que o catalisador da reação é o sulfato de ferro III são
adicionados 0,28 gramas desse sal aos respectivos frascos que já contém solo e água.
A Figura 15 ilustra os frascos âmbar utilizados nos experimentos de bancada.
Capítulo 3: Materiais e Métodos 61
Hermano Gomes Fernandes
Figura 15. Experimentos de bancada
Fonte: Autor (2014)
As fases sólidas e líquidas ao final do experimento foram separadas para as
referidas análises descritas no item 3.9.
3.13 - Ensaios na Coluna de Leito Fixo
Tendo em vista complementar a investigação das técnicas e avaliar as condições
de transporte no processo de oxidação em aquíferos in situ nos solos contaminados com
diesel, foram realizados ensaios em coluna de leito fixo em vidro de borossilicato, altura
385mm e diâmetro (DN) 60mm com 15 conexões laterais com diâmetro 8 x furo de
1,5mm com rosca M11x 1,00 de passe com septo, a coluna é fechada com anel de
vedação DN60 e clipe de fecho rápido em aço inox, conforme Figura 16.
Foi realizado enchimento por vibração e papel filtro para impedir a saída de
partículas nas extremidades da coluna. A concentração de oxidante utilizada nos
ensaios foi a que obteve o melhor perfil nos ensaios cinéticos de bancada, aferida para
vazão de até 10cm3.min-1, injetando volumes de soluções dos oxidantes persulfato de
sódio e peróxido de hidrogênio, numa relação molar 1:1,3, em diferentes tempos de
reação, com um ensaio para cada corrida-tempo nos diferentes tipos de solo.
Capítulo 3: Materiais e Métodos 62
Hermano Gomes Fernandes
Figura 16. Coluna de leito fixo para remediação de solo injetando simultaneamente
Na2S2O8 e H2O2.
Fonte: Autor (2014)
Capítulo 4: Resultados e Discussões 63
Hermano Gomes Fernandes
CAPÍTULO 4:
RESULTADOS E DISCUSSÕES
Capítulo 4: Resultados e Discussões 64
Hermano Gomes Fernandes
4. Resultados e Discussões
Atendendo ao objetivo de determinação do perfil de contaminação local, neste
trabalho foram elaboradas figuras e tabela compiladas a partir de resultado das análises
químicas realizadas por laboratórios acreditados. Os laudos analíticos dos postos de
combustíveis estão disponíveis para consulta na SEMURB, conforme item 3.2 deste
estudo. O cenário proposto para aplicação da técnica de remediação é definido como
os dois tipos de solo onde incidiu a maior ocorrência de contaminação e carga de
combustível compatível com os maiores valores identificados no levantamento. Foram
propostos ensaios de bancada para definição das melhores técnicas e ensaios de coluna
para avaliação da eficiência da técnica que apresentou melhor resultado na remoção da
fase adsorvida.
4.1 - Localização e tipo de solo
De acordo com o banco de dados originado a partir dos documentos ambientais
levantados dos 30 postos revendedores da cidade de Natal-RN considerados no presente
estudo, 31% situa-se na zona leste, 26% na zona sul, 22% na zona oeste e 20 % na zona
norte da cidade, abrangendo toda as zonas da capital potiguar.
A Figura 17 ilustra a localização dos postos combustíveis estudados no mapa
com bairros da cidade de Natal-RN. Os pontos vermelhos e laranja são os
estabelecimentos que apresentaram maior risco devido a contaminação em solo e água
bem como ilustrados o nome dos parâmetros que excederam o limite de referência. São
apresentadas ainda sobas superfícies potenciométricas de 18/04/05 a 10/05/05.
(RIGHETTO et. al.2006).
Analisando a pedologia das análises das sondagens realizadas a trado em
diferentes profundidades, verificaram-se que o solo encontrado em 67% dos postos foi
o latossolo e em menores proporções foram encontradas areias quartzosas
distróficas/gleissolo sálico, espodossolo/latossolo, neossolo quartzarênico órtico e o
latossolo/neossolo quartzarênico órtico respectivamente, conforme representado na
Figura 18, sendo alguns dados dos postos não disponíveis para análise.
Capítulo 4: Resultados e Discussões 65
Hermano Gomes Fernandes
Figura 17. Postos Combustíveis avaliados em Natal-RN
Fonte: Autor (2014)
Capítulo 4: Resultados e Discussões 66
Hermano Gomes Fernandes
A Tabela 11 apresenta o quantitativo de postos cujas análises são classificadas
de acordo com o tipo de solo local, sendo o Latossolo o tipo que apresenta maior
potencial de contaminação nos referidos postos. O solo vermelho argiloso (SVA)
estudado é classificado como Latossolo Vermelho distroférrico EMBRAPA (1999) e,
segundo LUCHESE et al. (2001), apresenta alto teor de óxidos de ferro na forma
hematita o que potencialmente favorece a aplicação de técnicas oxidativas.
Tabela 11. Total de amostras de solo e aquífero utilizadas no estudo, separadas por tipo de solo
Geologia do Solo Quantidade de Amostras em
Solo
Quantidade de Postos Combustíveis
Areias Quartzosas Distróficas/Gleissolo Sálico 60 1
Espodossolo/Latossolo 15 1
Latossolo 1605 21
Latossolo/Neossolo Quartzarênico Órtico 45 1
Neossolo Quartzarênico Órtico 60 2
Total 1785 26 avaliados de 109 postos registrados em Natal-RN
Tabela gerada a partir do levantamento e tratamento de dados obtidos de laudos analítico disponíveis na SEMURB
Fonte: Autor (2014)
Figura 18 Pedologia das sondagens nos postos combustíveis
Fonte: Autor (2014)
Na Tabela 12 são apresentados os valores máximos das concentrações
apresentadas nos dois principais tipos de solos avaliados nesse estudo, obtidos a partir
da análise de laudos obtidos para 30 postos combustíveis de um total de 110
licenciados.
Total; Areias Quartzosas …
Total; Espodossolo/Latossolo …
Total; Latossolo; 20; 67%
Total; Latossolo/Neossolo
Quartzarênico Órtico; 1; 3%
Total; Neossolo Quartzarênico Órtico;
2; 7%
Total; Dados não disponíveis; 5; 17%
Capítulo 4: Resultados e Discussões 67
Hermano Gomes Fernandes
Tabela 12. Concentração de contaminantes em diferentes solos contaminados em Natal-RN
Tipo de Solo Máxima Concentração (x10-6 g.L-1) dos contaminantes
Antraceno Benzeno Etilbenzeno Fenantreno Naftaleno Tolueno Xilenos TPH_Total
Areias Quartzosas Distróficas/Gleissolo Sálico
36,4 202,6 1300,8 2,48 1,95 1578 3360 1879,5
Latossolo 9,2 10,68 524,6 12,9 27,2 563 2161 3710
Latossolo/Neossolo Quartzarênico Órtico
0,12 0,12 0 0,09 0,02 0 0 767
Tabela gerada a partir do levantamento e tratamento de dados obtidos de laudos analítico disponíveis na SEMURB
Fonte: Autor (2014)
4.2 - Análises de Solo e Águas Contaminadas
Foram utilizados como referência para a sondagem, os valores orientadores
encontrados no CONAMA 420 de dezembro de 2009, conforme Tabela 13 que fornece
orientação sobre a qualidade e alterações do solo e águas subterrâneas quanto às
concentrações dos Compostos Inorgânicos, Hidrocarbonetos Aromáticos Voláteis e
Hidrocarbonetos Policíclicos Aromáticos.
Tabela 13. Valores orientadores para solos e para águas subterrâneas CONAMA 420/09.
Substâncias CAS n°
Solo (mg.kg-1 de peso seco) (1) Água
Subterrânea (µg.L-1)
Referência de qualidade Prevenção Intervenção
Intervenção Agrícola APMax Residencial Industrial
Benzeno 71-43-2 NA 0,03 0,06 0,08 0,15 5* Etilbenzeno 100-41-4 NA 6,2 35 40 95 300**
Tolueno 108-88-3 NA 0,14 30 30 75 700** Xilenos 1330-20-7 NA 0,13 25 30 70 500**
NA – Não Aplicável
Fonte: adaptado CONAMA (2009)
A Figura 19 mostra que dos trinta postos analisados, oito apresentaram solo e/ou
água subterrânea contaminados com substâncias químicas, contendo pelo menos um
dos valores maior que o de referência, quando comparado com os valores de referência.
Vale ressaltar que dos postos analisados, quatro não foram possíveis determinar a
morfologia do solo por indisponibilidade dos dados, sendo considerados 26 locais para
caracterização das texturas de maior ocorrência nas amostras coletadas.
Capítulo 4: Resultados e Discussões 68
Hermano Gomes Fernandes
Figura 19 Cenários dos pontos combustíveis e suas contaminações
Fonte: Autor (2014)
Nos postos onde foram verificadas as contaminações, 65% apresentaram valores
acima do limite de intervenção, os outros 35% apresentaram valores acima do limite de
prevenção e inferior ao de intervenção, segundo resolução CONAMA 420/09. A
Tabela 14 apresenta perfil de contaminação de postos de combustíveis que
apresentaram valor amostrado acima da referência de prevenção e intervenção.
Tabela 14. Demonstrativo dos postos que apresentaram valores acima do valor de prevenção e
igual ou maior que intervenção, estabelecidos na CONAMA 420
Concentrações dos Contaminantes (Valor de Investigação) em µg.L-1
Posto CEP Bairro Benzeno (0,08)
Etilbenzeno (40)
Tolueno (30)
Xilenos (30)
TPH_Total (1000)
P-0640 59064-000 Lagoa Nova 4,59 - 44,81 87,52 2242,49
P-0640 59064-000 Lagoa Nova 1,72 - - 45,18 2891,2 P-0640 59064-000 Lagoa Nova - - - - 1972,16 P-0640 59064-000 Lagoa Nova - - - - 3710 P-0640 59064-000 Lagoa Nova - 30,15 - -
P-0640 59064-000 Lagoa Nova - 12,73 14,87 - - P-129 59129-470 Lagoa Azul - - 0,652 P-020 59020-400 Tirol - - 0,603 1340
P-0645 59064-500 Candelária 0,125 - - -
P-012 59012-050 Ribeira 1,52 48,03 - 35,71 -
P-012 59012-050 Ribeira - 22,35 6,09 28,79 -
P-012 59012-050 Ribeira - - 13,55 - -
P-074 59074-570 Rocas - 79,94 1578,17 3360,36 1879,5
P-074 59074-570 Rocas 202,65 1300,8 - 317,68 -
P-0302 59030-270 Alecrim 0,132 - - - -
P-0302 59030-270 Alecrim 0,14 - - - -
P-0302 59030-270 Alecrim 0,159 - - - -
P-0302 59030-270 Alecrim 0,09 - - - -
P-0302 59030-270 Alecrim 0,041 - - - -
P-0302 59030-270 Alecrim 0,054 - - - - P-0306 59030-600 Alecrim 9,01 524,66 38,56 2161,65 -
P-0300 59030-000 Alecrim 10,68 142,81 563,73 1368,44 - Fonte: Autor (2014)
Total; CONTAMINADO; 8;
27%
Total; NÃO CONTAMINADO; 22; 73%
Porcentagem de postos contaminados
CONTAMINADO
NÃO CONTAMINADO
Total; Intervenção; 15;
65%
Total; Prevenção;
8; 35%
Porcentagem de postos quanto a resolução CONAMA 420/09
Intervenção
Prevenção
Capítulo 4: Resultados e Discussões 69
Hermano Gomes Fernandes
Dos trinta postos analisados, nove apresentaram valores maiores que os de
prevenção (laranja) e/ou intervenção (vermelho). Na Figura 20 são apresentados os
parâmetros químicos que apresentaram maior percentual de ocorrência ao exceder o
limite da resolução CONAMA 420/09.
Figura 20. Compostos que excederam o limite da resolução CONAMA 420/09.
Fonte: Autor (2014)
Pelos resultados encontrados, nota-se ainda que os contaminantes que aparecem
de maneira mais acentuada nos postos de combustíveis são: benzeno, etilibenzeno,
tolueno, xileno e o TPH. Sendo o benzeno predominante em mais de 30% dos postos.
O potencial risco químico à saúde pode ser estimado de acordo com os gráficos
das Figuras 21, 22, 23, 24 e 25 para os respectivos parâmetros químicos: benzeno,
etilbenzeno, tolueno, TPH e geral. Nesses gráficos no eixo das abcissas são
apresentados os diferentes postos de combustíveis avaliados identificados graficamente
por seus respectivos bairros (CEP) de forma a remeter o local do posto de combustível.
Os valores do eixo das coordenadas estão normalizados em função do valor de
intervenção do respectivo contaminante, sendo aplicada fórmula logarítmica (base 10)
para comparação dos valores: Foi aplicado logaritmo na divisão entre o resultado do
valor máximo obtido da análise do parâmetro por seu respectivo valor de intervenção
residencial, seja CETESB 2014 ou EPA 2014 quando aplicável. Valores nulos dos
gráficos significa que o resultado foi menor que o limite de quantificação do método
analítico e valores negativos o resultado foi abaixo do valor de intervenção. Valores
positivos significa que houve ultrapassagem do respectivo valor de referência.
Total; Benzeno; 11; 34%
Total; Etilbenzeno; 5; 15%
Total; Tolueno; 4; 12%
Total; TPH Total; 6; 18%
Total; Xileno; 7; 21%
Benzeno
Etilbenzeno
Tolueno
TPH Total
Xileno
Capítulo 4: Resultados e Discussões 70
Hermano Gomes Fernandes
Figura 21 Gráfico benzeno, valor de intervenção igual a 0,08ppm
Fonte: Autor (2014)
Figura 22 Gráfico para o etilbenzeno, valor de intervenção igual a 40ppm
Fonte: Autor (2014)
Log
(Res
ulta
do/V
OR
) L
og(R
esul
tado
/VO
R)
Capítulo 4: Resultados e Discussões 71
Hermano Gomes Fernandes
Figura 23 Gráfico para o tolueno
Fonte: Autor (2014)
Figura 24 Gráfico para Xilenos
Fonte: Autor (2014)
Log
(Res
ulta
do/V
OR
) L
og(R
esul
tado
/VO
R)
Capítulo 4: Resultados e Discussões 72
Hermano Gomes Fernandes
Figura 25 Cenário de comparação entre diferentes contaminantes nos postos combustíveis de Natal.
Gráficos geradas a partir do levantamento e tratamento de dados obtidos de laudos analítico disponíveis na SEMURB. Fonte: Autor (2014)
Log
(Res
ulta
do/V
OR
)
Capítulo 4: Resultados e Discussões 73
Hermano Gomes Fernandes
4.3 - Granulometria dos solos estudados
De acordo com os resultados obtidos de investigação do cenário local de
contaminação discutidos no item 4.1, foram definidos dois tipos mais recorrentes de
classes texturais de solos nas amostras coletadas nos postos combustíveis para estudo
das técnicas de oxidação química, sendo o latossolo chamado de SVA e areia distróficas
de SBA. Foram realizadas coletas amostras desses solos (item 3.3) para determinação
dos parâmetros conforme descritos no item 3.4.
Os dados obtidos a partir dos ensaios de peneiramento geram as curvas
granulométricas apresentadas nas Figuras 26 e 27, para o solo branco arenoso e solo
vermelho argiloso respectivamente. Esses gráficos mostram a porcentagem mássica de
diferentes faixas de diâmetros dos grãos que compõe o solo. É do tipo semi-logarítmo
inverso no eixo horizontal das abcissas e nas ordenadas as dimensões dos grãos como
percentual mássico de material passante para cada faixa das respectivas peneiras
utilizadas no ensaio granulométrico, definida metodologia no item 3.5 e registros
apresentados nos anexos deste trabalho.
Figura 26. Curva granulométrica do SBA
Fonte: Autor (2014)
Capítulo 4: Resultados e Discussões 74
Hermano Gomes Fernandes
O Solo do tipo SBA apresenta uniformidade superior, com granulometria maior
que o SVA. Nota-se a partir da inclinação superior no solo arenoso se comparado a
inclinação mais amena do gráfico do solo vermelho argiloso, evidenciando uma maior
graduação.
Figura 27. Curva granulométrica SVA
Fonte: Autor (2014)
A Figura 27 apresenta como mais desuniforme o solo vermelho argiloso, se
comparado ao SBA. A amostra SVA de latossolo possuí característica física de alta
porosidade, baixa densidade global e estrutura granular muito estável. Sua mineralogia
é composta basicamente por óxidos de ferro, na forma natural como caulinita e gibbsita,
evidenciada presença substancialmente maior de acordo com as concentrações obtidas
nos resultados das análises químicas da Tabela 15.
Capítulo 4: Resultados e Discussões 75
Hermano Gomes Fernandes
4.4 - Análise de ferro em solo
Foi realizado cálculo da quantidade do elemento ferro, apresentados na Tabela
15, com o auxílio da curva-padrão e fatores adequados exprimindo os resultados em
miligrama do elemento por grama de solo.
Tabela 15. Concentração de Ferro inerente aos solos
Tipo de Solo Identificação Ferro total (mg.g-1)
Latossolo Vermelho SVA 2,39
Areia quartzosa SBA 0,45
Como as quantidades de ferro nos dois tipos de solo são uma ordem de grandeza
diferentes entre si, devido sua morfologia, foram necessárias duas curvas com
diferentes diluições para calibração das concentrações encontradas, apresentadas na
Figura 28.
Figura 28. Curva de Calibração da análise de ferro total por absorção atômica
Fonte: Autor (2014)
Capítulo 4: Resultados e Discussões 76
Hermano Gomes Fernandes
4.5 - Porosidade, umidade
A porosidade é a fração volumétrica do solo ocupada por um fluído,
representando o cenário natural de água, nutriente e o ar num processo dinâmico (Hillel
1970). A granulometria apresentada pelos diferentes tipos de solos condiciona o
comportamento físico-hídrico, a média de umidade calculada em diferentes amostras
de solo contaminado situou na faixa de 7% e porosidade de 32%.
4.6 - Perfil de contaminação estudado
De forma a simular o cenário de contaminação estudado, foi definida uma
contaminação artificial por diesel nos diferentes tipos de solo (SBA e SVA). A
contaminação estudada nos ensaios de remediação por oxidação química foi definida e
sintetizada correspondente ao somatório das máximas concentrações dos BTX, sendo
66,667g de óleo diesel por kg de solo limpo. Essa concentração adsorvida representa
percentual inferior a 10% de carbono total nas respectivas amostras de solo, sendo o
solo limpo duas ordens de grandeza inferior nesse percentual, conforme ilustrado na
Figura 29 para o solo branco arenoso.
Figura 29. Percentual de carbono total na contaminação por óleo diesel no SBA
Fonte: Autor (2014)
Capítulo 4: Resultados e Discussões 77
Hermano Gomes Fernandes
Na Figura 30 são apresentados os perfis de contaminação em diferentes
condições de forma a avaliar a contaminação em água e o efeito da volatilização.
Resultando em cerca de 0,5% de redução do teor de carbono total para cada tipo de
situação: Saturado com água e disposto ao ambiente por 360 horas para desprendimento
dos orgânicos voláteis. Nota-se uma maior perda de carbono total adsorvido no solo
branco arenoso, principalmente quando saturado em água, reduzindo pouco menos que
1% do teor de carbono total se comparado ao solo contaminado seco (adsorvido).
O solo contaminado seco é definido como o solo recém preparado utilizando
diluição de óleo diesel em solvente e posto para secagem em capela. Já o solo
contaminado saturado com água, foi adicionandos 30ml de água destilada para cada 5g
dos diferentes tipos de solo contaminado com diesel a 66.667mg/kg, metodologia
apresentada no item 3.8 desse trabalho.
Figura 30. Perfil de contaminação preparado para os tipos de solo SBA e SVA nas
condições contaminado seco, após 360 horas e saturado com água.
Fonte: Autor (2014)
É esperado um desprendimento da contaminação adsorvida no solo para a água
da solução injetada de oxidantes. O teor de carbono total na fase sólida desprendido
para água destilada é acompanhado nos resultados das amostras definidas como
controle, apresentada na Figuras 31 a variação do teor de contaminação no solo em
presença apenas de água destilada, na ausência de oxidantes para o solo branco arenoso.
Durante todas as análises entre as técnicas na avaliação cinética, foram
preparadas amostras controle com o objetivo de avaliar o comportamento de dessorção
Capítulo 4: Resultados e Discussões 78
Hermano Gomes Fernandes
e solubilização dos contaminantes da matriz de solo para a fase líquida, apresentando
progressiva queda no teor de carbono total nas diferentes análises, compiladas de
acordo com o tipo de solo.
Figura 31. Resultados da queda do teor de contaminação na fase sólida transferida para
líquida em função do tempo para os ensaios realizados com SBA
Fonte: Autor (2014)
A Figura 32 apresenta resultado para o latossolo vermelho.
Figura 32. Resultados da queda do teor de contaminação na fase sólida transferida para
líquida em função do tempo para os ensaios realizados com SVA
Fonte: Autor (2014)
Capítulo 4: Resultados e Discussões 79
Hermano Gomes Fernandes
4.7 - Ensaio estático de bancada para avaliação das técnicas
4.7.1 - Peróxido de hidrogênio
Foram avaliadas no presente estudo as técnicas de remediação de solos
contaminados artificialmente, adicionando 5g dos dois tipos de solo SBA e SVA
contaminados com óleo diesel a 66.667mg.kg-1, em frascos cor âmbar, sem agitação, a
temperatura controlada de forma a ativar as técnicas de remediação cujo oxidantes são
o peróxido de hidrogênio e o persulfato de sódio, posteriormente avaliadas sob ativação
por outras substâncias.
No gráfico da Figura 33 são apresentadas concentrações de carbono para
oxidação utilizando Na2S2O8 e H2O2 em latossolo (SVA). O solo que contém coloração
vermelha, evidenciando um maior teor de ferro, apresentou melhor resultado no
consumo dos contaminantes por parte dos oxidantes. Para o peróxido de hidrogênio não
há grandes diferenças na eficiência causada pelas diferentes formas de ativação por
ferro. O melhor resultado para o peróxido de hidrogênio foi de 85% de remoção dos
contaminantes para uma semana de reação, incluindo o efeito de partição da
contaminação saindo da fase adsorvida ao solo para a dissolução em solução aquosa.
Figura 33. Decaimento COT em SVA nas técnicas ativadas apenas via temperatura de 30ºC
Fonte: Autor (2014)
Capítulo 4: Resultados e Discussões 80
Hermano Gomes Fernandes
A Figura 34 ilustra uma conversão similar entre as diferentes formas de ativação
do peróxido de hidrogênio utilizando ferro bi e trivalente.
Figura 34 Gráfico do decaimento na concentração de carbono em SBA na técnica de peróxido de
hidrogênio (menor nível) ativado por ferro (maior nível).
Fonte: Autor (2014)
As técnicas de oxidação avançadas podem ser catalisadas por íons metálicos
sendo que para a reação Fenton-like a relação H2O2 e Fe2+ de melhor resultado remove
os contaminantes mais rápido que ativado por Fe3+, esse mesmo efeito foi visto por Xu
et al 2004. Na Figura 35 esse comportamento pode ser melhor avaliado quando se
otimiza a quantidade de ferro na solução, aumentando a eficiência quando diminuída
concentração de ferro (II e III). O ferro em excesso pode vir a comprometer a eficiência
da reação de oxidação dos contaminantes, o ferro trivalente é a forma de ativação mais
eficiente em concentrações de mais alto nível, na Figura 36 o ferro bivalente em
excesso apresenta rendimento inferior a técnica utilizando aplicação direta de apenas
peróxido de hidrogênio. Na Figura 37 o ferro trivalente apresenta melhor rendimento
para a técnica com H2O2 em solo vermelho argiloso, que apresenta ferro disponível em
sua matriz.
Capítulo 4: Resultados e Discussões 81
Hermano Gomes Fernandes
Figura 35. Gráfico do decaimento na concentração de carbono em SBA na técnica de peróxido de
hidrogênio (maior nível) ativado por ferro (menor nível).
Fonte: Autor (2014)
Figura 36 Gráfico do decaimento na concentração de carbono em SVA na técnica de peróxido de
hidrogênio (menor nível) ativado por ferro (maior nível) e temperatura apenas
Fonte: Autor (2014)
Capítulo 4: Resultados e Discussões 82
Hermano Gomes Fernandes
Figura 37 Gráfico do decaimento na concentração de carbono em SBA na técnica de peróxido de
hidrogênio (maior nível) ativado por ferro (menor nível).
Fonte: Autor (2014)
A técnica de utilizando o H2O2 apresentou eficácia, pois reduziu os teores de
carbono total das amostras analisadas para ambos os tipos de solo. O efeito da
concentração de peróxido de hidrogênio é mais preponderante que o efeito de seu
ativador, sendo evidenciada queda na eficiência quando se aumenta a concentração do
ferro na solução, principalmente de ferro bivalente.
4.7.2 - Persulfato de sódio
Utilizando o oxidante persulfato de sódio sozinho, ativado apenas via temperatura
(29oC) não obteve eficácia nos solos estudados, a oxidação dos contaminantes foi lenta.
Porém o grande diferencial dessa técnica é quando utilizada a partir da ativação por
peróxido de hidrogênio e metal, apresentando os melhores resultados do estudo,
superior a 96% de remoção dos contaminantes em menos de 24 horas.
A Figura 38 mostra um melhor resultado do persulfato de sódio sem adição de
ferro bi ou trivalente, apenas temperatura é suficiente para degradação dos
contaminantes. A Figura 39 apresenta gráfico que a melhor forma de oxidação é
utilizando Na2S2O8 ativado pelo H2O2 apresenta melhor resultado entre as técnicas
mesmo com menores níveis, condição otimizada no solo com maior teor de ferro (SVA)
e adição de ferro trivalente conforme resultados na Figura 40.
Capítulo 4: Resultados e Discussões 83
Hermano Gomes Fernandes
Figura 38. Técnica de persulfato de sódio em nível médio ativado em por ferro (II e III) e
temperatura em solo branco arenoso
Fonte: Autor (2014)
Figura 39. Técnica de persulfato de sódio em nível inferior ativado por peróxido de hidrogênio
em solo branco arenoso
Fonte: Autor (2014)
Capítulo 4: Resultados e Discussões 84
Hermano Gomes Fernandes
Figura 40. Técnica de persulfato de sódio em nível otimizado ativado por peróxido de hidrogênio
e ferro em solo vermelho argiloso
Fonte: Autor (2014)
A técnica utilizando o persulfato de sódio ativado por peróxido de hidrogênio foi
avaliada e proposto nível de concentração a ser potencialmente aplicada aos cenários
reais de contaminação e riscos propostos no presente estudo. Essas concentrações serão
aplicadas a estudos em Coluna para avaliar a eficácia dessa técnica em termos de fluxo
de injeção. A Figura 41 ilustra de forma visual a eficácia das técnicas utilizando o
persulfato de sódio, peróxido de hidrogênio e ferro estudadas nos ensaios de bancada e
a Figura 42 apresenta aspecto das fases líquidas que reage com o solo contaminado
artificialmente.
Capítulo 4: Resultados e Discussões 85
Hermano Gomes Fernandes
Figura 41. Imagem dos solos SVA e SBA remediados com técnicas utilizando Na2S2O8
Fonte: Autor (2014)
Capítulo 4: Resultados e Discussões 86
Hermano Gomes Fernandes
Figura 42. Imagem da fase líquida para as técnicas utilizando persulfato de sódio. Partição do diesel entre as fases sólida e líquida
Fonte: Autor (2014)
Capítulo 4: Resultados e Discussões 87
Hermano Gomes Fernandes
O gráfico da Figura 43 representa a fração percentual da massa de contaminação
de óleo diesel que se distribuí nas fases sólida e líquida após o período de 168 horas. O
controle do solo branco arenoso bem como a técnica por persulfato de sódio sem
ativação apresentam valores altos de carbono ainda adsorvido ao solo, mais de 50% da
massa inicialmente presente.
Figura 43. Distribuição de carbono orgânico (total subtraído do inorgânico), apresentados
para fase líquida das respectivas técnicas e solos.
Fonte: Autor (2014)
A Figura 43 apresenta a distribuição de carbono orgânico (total subtraído do
inorgânico) nas fases líquidas das respectivas técnicas e solos. Nota-se que a técnica
utilizando persulfato de sódio com ativação utilizando peróxido de hidrogênio reduziu
substancialmente a quantidade de carbono total dissolvido na fase líquida apenas para
o solo vermelho argiloso, sendo comportamento inverso para o solo branco arenoso,
onde há incremento de carbono orgânico na fase líquida sendo possível uma dissolução
de contaminantes. Na Figura 44 é apresentado eixo duplo das coordenadas sendo
avaliados a concentração de carbono nas fases líquidas e sólidas (percentual mássico)
para diferentes técnicas oxidativas e tipos de solos. As médias da concentração de
carbono total nas fases líquidas (em mg.L-1) são apresentadas nas barras os pontos
representam as médias dos percentuais (%) de carbono na fase sólida.
Capítulo 4: Resultados e Discussões 88
Hermano Gomes Fernandes
Figura 44. Média de carbono total nas fases líquidas (barra) e sólidas (ponto) para os
respectivos tipos de solo e técnicas de remediação.
Fonte: Autor (2014)
Nota-se que a técnica utilizando persulfato de sódio com ativação utilizando
peróxido de hidrogênio reduziu substancialmente a quantidade de carbono total
dissolvido na fase líquida apenas para o solo vermelho argiloso, sendo comportamento
inverso para o solo branco arenoso, onde há incremento de carbono orgânico na fase
líquida sendo possível uma dissolução de contaminantes.
4.8 - Ensaios na Coluna de Reação
Foram realizados ensaios na coluna de reação, os resultados dos percentuais das
conversões (eixo Y) do total de contaminantes adsorvidos no solo são apresentados na
forma de gráfico ao decorrer dos 38,5 cm de cumprimento da coluna (eixo X) conforme
representação ilustrativa da Figura 45. A interceptação da reta no eixo Y corresponde
a uma conversão máxima de contaminante na região da entrada da coluna, apresentadas
nas Figuras 47, 48 e 49 respectivamente para a técnica utilizando H2O2 e Na2S2O8
ativado pela temperatura, Fe2+ e Fe3+. A Figura 46 representa o efeito da extração.
Capítulo 4: Resultados e Discussões 89
Hermano Gomes Fernandes
Figura 45. Gráfico Ilustrativo de conversão ao longo da Coluna de Reação
Fonte: Autor (2014)
Figura 46. Conversão do Ensaios na Coluna utilizando apenas água destilada
Fonte: Autor (2014)
Figura 47. Ensaios na Coluna utilizando H2O2 e Na2S2O8 apenas
Fonte: Autor (2014)
Capítulo 4: Resultados e Discussões 90
Hermano Gomes Fernandes
Figura 48. Duplicatas de ensaios na Coluna utilizando H2O2, Na2S2O8 e Fe2+
Fonte: Autor (2014)
Figura 49. Duplicatas de ensaios na Coluna utilizando H2O2, Na2S2O8 e Fe3+
Fonte: Autor (2014)
Capítulo 4: Resultados e Discussões 91
Hermano Gomes Fernandes
4.9 - Comportamento do pH
Os resultados do pH das fases líquidas dos ensaios estáticos de bancada mostram
a tendência ácida apresentadas por todas as técnicas, principalmente no solo branco
arenoso que apresenta as soluções relativamente mais ácidas do estudo, excetuando-se
no caso de ativação do persulfato de sódio com peróxido que faz com que a presença
de ferro no solo vermelho argiloso acidifique ainda mais o meio, evidenciando uma
melhora na eficiência da técnica de remediação, conforme ilustrado no gráfico da
Figura 50.
Figura 50. Comportamento do pH na fase líquida das técnicas nos respectivos solos
Fonte: Autor (2014)
Capítulo 5: Considerações Finais 92
Hermano Gomes Fernandes
CAPÍTULO 5:
CONSIDERAÇÕES FINAIS
Capítulo 5: Considerações Finais 93
Hermano Gomes Fernandes
5. Considerações Finais
Dentre as técnicas de remediação de solo estudadas, a utilização do persulfato de
sódio ativado com peróxido de hidrogênio foi a que substancialmente apresentou os
melhores resultados, sendo essa metodologia a mais viável numa possível aplicação
para minimização dos riscos das contaminações no cenário apresentado para a capital
do Rio Grande do Norte, podendo ser abrangente em diferentes sites. Cabe ressaltar
que a referida técnica deve ser otimizada levando em consideração a adição de outros
produtos químicos que otimizem ainda mais os referidos resultados.
5.1 - Conclusões
No levantamento e tratamento dos dados do cenário local de passivos ambientais
dos postos revendedores de combustíveis, nas amostras de solo e águas subterrâneas,
os parâmetros referentes aos contaminantes oriundo de hidrocarbonetos (BTEX e o
TPH) apresentam concentrações acima do valor de intervenção estabelecidos na
legislação, alguns superando em mais de 1000 vezes que os seus valores de
investigação, principalmente em bairros antigos e próximos ao rio e mar. É importante
ressaltar que na década de 70 houve um grande aumento do número de postos de
combustíveis, supondo que a vida útil desses tanques de armazenamento, que é de
aproximadamente 25 anos, esteja próxima do final principalmente submetidos as
condições de alta umidade e salinidade.
O benzeno representa o contaminante com concentração mais acentuada com
relação ao valor de intervenção, além de estar presente na maioria das amostras
analisadas, sugerindo um potencial risco ambiental passível de intervenções para
remediação.
A remediação utilizando técnicas de oxidação avançadas in situ podem ser
catalisadas por íons metálicos sendo o Fe2+ mais eficiente que a ativação por Fe3+ para
a reação utilizando o oxidante H2O2 e Ferro (II e III). Para a técnica utilizando persulfato
de sódio a adição de Fe3+ promove uma maior eficiência. Altas concentrações de
ativador metálico afetam negativamente a eficiência das técnicas, sendo o Fe2+ o
ativador mais sensível a esse fator.
Capítulo 5: Considerações Finais 94
Hermano Gomes Fernandes
A técnica mais eficiente estudada para remediação em ambos os solos foi o
persulfato de sódio (Na2S2O8) ativado com o peróxido de hidrogênio (H2O2) e ferro
trivalente (III), com baixas concentrações dessas substâncias foi possível remover
substancialmente os contaminantes. Quando ativado por ambos (H2O2 e Fe3+) em solo
mais favorável (SVA), o persulfato de sódio pode reduzir em menos de um dia 96% da
contaminação adsorvida no solo mais favorável.
Os ensaios realizados nesse solo que apresenta cor avermelhada por contém ferro,
apresentaram melhores resultados na aplicação das técnicas e pH superior se
comparado ao solo arenoso. O solo vermelho argiloso apresentou menores percentuais
de carbono orgânico dissolvido na fase líquida, diferente do solo branco arenoso que
apresentou maior favorecimento a solubilização da contaminação na fase líquida,
evidenciado por maior percentual de carbono orgânico presente em ambas as fases e
consequentemente menor eficiência entre as técnicas. Cabe ressaltar que o efeito da
granulometria entre ambos os solos não foi estudada sendo um efeito importante na
velocidade da reação de oxidação no meio poroso.
O diesel pode ser degradado por peróxido de hidrogênio ou persulfato de sódio
sem necessidade de adição de íons de ferro, principalmente quando a contaminação
ocorre em solo onde há ferro disponível no solo e se trabalha a uma temperatura
superior a 25oC, caso frequente das cidades localizadas no litoral do Nordeste, porém
com eficiência menor se consideradas as condições operacionais propondo adição de
ferro, ou no melhor dos casos utilizando persulfato de sódio ativado com peróxido de
hidrogênio ativado com ferro trivalente.
A adição de peróxido de hidrogênio objetivando a ativação do persulfato de sódio
aumenta substancialmente a eficiência da reação, mesmo nos níveis mais baixos de
todos os fatores de concentração estudados.
Dependo da metodologia escolhida para a remediação, poderão ser causados
danos mais severos que as condições apresentadas no início caso não seja levado em
consideração todo o cenário do local e a aplicabilidade da técnica proposta. Isso é
plausível no caso onde uma contaminação adsorvida ao solo ao ser oxidada
parcialmente aumenta a concentração dos contaminantes disponíveis para
potencialmente serem solubilizados na água subterrânea, aumentando a extensão e
impactos ao meio ambiente e consequentemente à saúde das pessoas.
Capítulo 5: Considerações Finais 95
Hermano Gomes Fernandes
5.2 - Sugestões para trabalhos futuros
Replicar as condições otimizadas da técnica de oxidação do persulfato de sódio
ativado por peróxido de hidrogênio na presença de ferro em coluna de reação com
objetivo de estabelecer um balanço de massa entre as fases poderá preencher as lacunas
no entendimento do comportamento do processo de mineralização desses
contaminantes, avaliando inclusive a quantidade de oxidante versus tempo necessário
para remediação dos cenários propostos bem como o volume poroso a ser injetado, a
sequência de oxidantes, viabilidade e desempenho em função do comprimento da
coluna de forma a viabilizar a técnica para sua aplicação em campo.
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Apêndices 109
Hermano Gomes Fernandes
Apêndices
As Tabelas 16 e 17 são os registros realizados nos ensaios granulométricos em ambos
os solos (SBA e SVA) estudados.
Na Tabela 18 são apresentadas as médias das análises dos percentuais mássicos de
carbono total das amostras de solo dos ensaios de bancada sendo seus respectivos
desvios padrões apresentados na Tabela 19.
Tabela 16. Valores do ensaio granulométrico utilizando 131,3g de SBA
Abertura (mm) MESH
Massa Peneira Vazia (g)
Massa Retido+Peneira (g)
Massa solo Retido (g)
Retido Acumula
do (g)
% Retido
% Passante
5,66 3,5 430,5 430,9 0,4 0,4 0,30% 99,70%
4 5 499,5 500 0,5 0,9 0,69% 99,31%
2,38 8 483,3 483,4 0,1 1 0,76% 99,24%
1,68 12 390,3 390,4 0,1 1,1 0,84% 99,16%
1,19 16 373,6 373,7 0,1 1,2 0,91% 99,09%
0,841 20 395,8 396 0,2 1,4 1,07% 98,93%
0,595 28 363,7 365,1 1,4 2,8 2,13% 97,87%
0,5 35 394,7 411,9 17,2 20 15,23% 84,77%
0,297 48 356,5 402,8 46,3 66,3 50,50% 49,50%
0,21 65 362,9 427,7 64,8 131,1 99,85% 0,15%
0,105 150 347,7 347,7 0 131,1 99,85% 0,15%
0,074 200 329,1 329,1 0 131,1 99,85% 0,15%
0,053 270 330,3 330,3 0 131,1 99,85% 0,15%
0,044 325 328,7 328,7 0 131,1 99,85% 0,15%
Ensaio realizado em 15/07/2013 Fonte: Autor (2014)
Apêndices 110
Hermano Gomes Fernandes
Tabela 17. Valores do ensaio granulométrico utilizando 189,3g de SVA
Abertura (mm) MESH
Massa Peneira Vazia (g)
Massa Retido+Peneira (g)
Massa solo Retido (g)
Retido Acumula
do (g)
% Retido
% Passante
5,66 3,5 430,5 431 0,5 0,5 0,26% 99,74%
4 5 499,5 501 1,5 2 1,06% 98,94%
2,38 8 483,3 484 0,7 2,7 1,43% 98,57%
1,68 12 390,3 391 0,7 3,4 1,80% 98,20%
1,19 16 373,6 374 0,4 3,8 2,01% 97,99%
0,841 20 395,8 396 0,2 4 2,11% 97,89%
0,595 28 363,7 365,1 1,4 5,4 2,85% 97,15%
0,5 35 394,7 411,9 17,2 22,6 11,94% 88,06%
0,297 48 356,5 402,8 46,3 68,9 36,40% 63,60%
0,21 65 362,9 427,7 64,8 133,7 70,63% 29,37%
0,149 100 351,2 385,2 34 167,7 88,59% 11,41%
0,105 150 326,7 347,7 21 188,7 99,68% 0,32%
0,074 200 328,9 329,1 0,2 188,9 99,79% 0,21%
0,053 270 330,3 330,3 0 188,9 99,79% 0,21% Ensaio realizado em 15/07/2013
Fonte: Autor (2014)
Apêndices 111
Hermano Gomes Fernandes
Tabela 18. Média do Percentual de Carbono Total dos Ensaios de Bancada
Fonte: Autor (2014)
Fe+2 Fe+3 Fe+2 Fe+3 H2O2/Fe+3 H2O2/Fe+2 Fe+2 Fe+3 H2O2 Fe+2 Fe+3
1 1 -1 -1 -1 1 -1 -1 -1 -1 -1 1 1
SBA 3,7% 2,8% 1,8% 1,8% 1,0% 1,4% 1,8% 0,9% 0,3% 0,6% 0,8% 2,6% 2,4% 0,5% 1,3% 1,4%
0 3,9%
6 3,4% 2,6% 3,2% 2,0% 1,0% 0,9% 2,7% 3,5%
12 2,9% 1,7% 0,6% 1,1%
17 3,4% 1,1% 1,7% 1,9% 0,6% 0,4% 3,2% 2,5% 1,0%
24 3,0% 0,8% 0,5% 0,8%
46 2,8% 0,8% 1,3% 2,8% 2,3% 0,4%
46 2,5% 2,1% 0,5% 0,5%
48 3,0% 0,7% 0,2% 0,3%
70 2,8% 1,2% 0,4% 0,3%
76 2,6% 2,3% 1,4% 1,8% 1,4%
90 2,8% 1,0% 1,5% 2,1% 2,7% 0,5%
123 3,2% 0,9% 0,9%
162 2,4% 1,1% 1,1% 2,3% 1,8% 0,3%
168 2,0% 1,9% 0,3% 0,2%
170 1,9% 0,9% 1,3% 0,7% 0,7%
336 2,1% 1,3% 1,3% 0,6% 0,6%
360 3,5%
SVA 2,9% 2,4% 1,8% 1,7% 1,3% 1,0% 0,8% 1,6% 0,2% 1,4% 1,1% 0,3% 0,8% 0,8% 0,7%
0 3,1%
17 2,6% 0,7% 0,6% 1,3% 0,2% 1,7% 0,8% 0,5%
46 3,0% 1,6% 0,7% 1,5% 1,1% 0,3%
46 2,4% 2,2% 0,2%
48 3,2% 1,8% 2,1% 1,6% 1,1% 1,7% 1,4%
70 2,1% 1,2% 0,2%
90 2,6% 1,3% 1,0% 1,6% 1,5% 0,0%
162 2,8% 0,4% 0,7% 1,0% 1,0% 0,2%
168 1,8% 1,7% 0,1%
170 2,3% 1,9% 1,9% 1,2% 0,8% 0,8% 0,6%
192 1,7% 1,5% 1,5% 0,6% 0,6%
336 1,4% 1,6% 1,3% 1,1% 0,6% 0,6% 0,4%
360 2,7%
Temp.
Na2S2O8
H2O2
-1 0 1
TempControle
Solo
Contaminado
Seco
Tipos de
Solo
-1
Temp
H2O2
1
Apêndices 112
Hermano Gomes Fernandes
Tabela 19. Desvio Padrão dos Valores Percentual de Carbono Total dos Ensaios de Bancada
Fonte: Autor (2014)
Fe+2 Fe+3 Fe+2 Fe+3 H2O2/Fe+3 H2O2/Fe+2 Fe+2 Fe+3 H2O2 Fe+2 Fe+3
1 1 -1 -1 -1 1 -1 -1 -1 -1 -1 1 1
SBA 0,002186691 0,005377089 0,008029431 0,008428597 0,003263745 0,003073304 0,00404039 0,005942524 0,001097766 0,00375513 0,002999363 0,005452529 0,004245609 0,00283438 0,0082553 0,010942811
0 0,08%
6 0,32% 0,45% 0,04% 0,33% 0,41% 0,10% 0,11% 0,12%
12 0,54% 0,27% 0,07% 0,34% 0,03% 0,13% 0,42% 0,44% 0,22%
17 0,15% 0,14% 0,24% 0,05% 0,08% 0,03%
24 0,14% 0,21% 0,01% 0,02%
46 0,0026 0,001198 0,001774 0,000592
46 0,08% 0,03% 0,03% 0,03%
48 0,22% 0,52% 0,09% 0,13% 0,04%
70 0,28% 0,21% 0,10% 0,13% 0,18% 0,03%
76 0,03% 0,28% 0,00%
90 0,17% 0,47% 0,32% 0,47% 0,23% 0,02%
123 0,10% 0,04% 0,03% 0,01%
162 0,20% 0,07% 0,02% 0,07% 0,01%
168 0,10% 0,36% 0,19% 0,05% 0,02%
170 0,10%
336 7E-05 0,001705 0,001879 0,00056
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0 0,02%
17 0,40% 0,12% 0,12% 0,20% 0,01% 0,01% 0,00% 0,09%
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360 0,11%
Temp Temp
H2O2
Temp.
Na2S2O8
-1 1 -1 0 1
Tipos de
Solo
Solo
Contaminado
Seco Controle
H2O2