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36 07JULHO2011 O JUST IN Time Tourist (JiTT), criado pela iClio, é um guia turístico – de momento disponível para iPhone e iPad – que vai para além daquilo a que o público está habituado. Em primeiro lugar, refere Alexandre Pinto, sócio-gerente da iClio, "funciona offline, não implicando custos de roaming para os turistas que se encontrem ‘acidentalmente’ numa cidade". Ou seja, o custo passa apenas pela compra da aplicação. Para além disso, ao comprar o JiTT, o turista está a adquirir informação criada em exclusivo para este produto. "Os textos são feitos para o formato áudio, não são có- pias da Wikipédia. São escritos por profissionais, que, não podendo contar tudo, contam o que é mais relevante e engraçado", conta Ale- xandre Pinto. Mas a grande novi- dade passa pelo facto da aplicação "traçar rotas cem por cento costu- mizáveis, partindo da localização e traçando um percurso em função do tempo disponível". Isto porque "é muito diferente estar no centro de uma grande cidade ou na periferia, ter uma ou duas horas disponíveis". O JiTT permite combinar estes fatores, bem como outros: "a pessoa pode não querer ver um local e optar por outro, utilizar ou não, metro, criar um per- curso que volta ao ponto de partida. Combina estas opções todas e adapta o percurso", revela Alexandre Pinto. É "quase como se fôssemos fazer uma viagem com alguém, o cliente escolhe o trajeto, nós só damos sugestões. Dá uma sensação de segurança e evita o 'parecer turista'". Na prática, "o grande desafio é simplificar sem diminuir a qualidade da informação dada", sublinha o sócio-gerente. Por enquanto, a iClio lançou apenas o guia de Bar- celona, em espanhol e inglês. "Estamos a ultimar o lançamento de Londres e Paris, ainda neste verão. E também vamos entrar no Android Market", a outra grande loja deste género de aplicações. Mas a ambi- ção da iClio vai mais longe. "Queremos elaborar 136 guias até 2016. Não são 136 cidades, mas sim 20 a 30 cidades desmultiplicadas em diferentes idiomas e áudio. Este é o nosso ponto de partida", revela. APOSTA NO MERCADO INTERNACIONAL Por enquanto, o mercado português não é uma prioridade. "No merca- do das apps, Lisboa ainda não está no top das prioridades. Estamos focados no mercado internacional e não podemos comparar este f luxo com Tóquio, ou Londres", destaca o responsável. Neste momento, a maioria das vendas são feitas na América, mercado mais maduro ao nível das aplicações. "Estamos interessados em criar guias para cidades portugue- sas, em vários regimes, que até podem passar pela cedência gratuita. Do ponto de vista comercial, só faz sentido para o mercado global", conclui. Daí que não estejam a planear guias em português. "Não temos guias em português. Se calhar, até faz mais sentido gravar em português do Brasil. Já estivemos perto de criar um para uma cidade portuguesa e pediram apenas chinês, japonês, inglês e português do Brasil. Não queriam para o 'nosso' português", conta. A iClio pode parecer uma empresa de base tecnológica mas, O melhor amigo do "turista acidental" GUIA CRIADO EM COIMBRA PROMETE LANÇAR UM NOVO CONCEITO DE MAPA TURÍSTICO, ESTABELECENDO PERCURSOS ADAPTADOS AO TEMPO DISPONÍVEL. UMA APLICAÇÃO VOLTADA PARA OS TELEMÓVEIS E TABLETS E APONTADA PARA OS MERCADOS INTERNACIONAIS TEXTO MARCO ROQUE FOTO PEDRO RAMOS 36 inovação CÉREBROS

Aplicação traz a história ao iPhone

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Reportagem sobre a iClio.

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Page 1: Aplicação traz a história ao iPhone

36 07JuLHO 2011

O JUST in Time Tourist (JiTT), criado pela iClio, é um guia turístico – de momento disponível para iPhone e iPad – que vai para além daquilo a que o público está habituado. Em primeiro lugar, refere Alexandre Pinto, sócio-gerente da iClio, "funciona off line, não implicando custos de roaming para os turistas que se encontrem ‘acidentalmente’ numa cidade". Ou seja, o custo passa apenas pela compra da aplicação. Para além disso, ao comprar o JiTT, o turista está a adquirir informação criada em exclusivo para este produto. "Os textos são feitos para o formato áudio, não são có-pias da Wikipédia. São escritos por profissionais, que, não podendo contar tudo, contam o que é mais relevante e engraçado", conta Ale-xandre Pinto. Mas a grande novi-dade passa pelo facto da aplicação "traçar rotas cem por cento costu-mizáveis, partindo da localização e traçando um percurso em função do tempo disponível". Isto porque "é muito diferente estar no centro de uma grande cidade ou na periferia, ter uma ou duas horas disponíveis". O JiTT permite combinar estes fatores, bem como outros: "a pessoa pode não querer ver um local e optar por outro, utilizar ou não, metro, criar um per-curso que volta ao ponto de partida. Combina estas opções todas e adapta o percurso", revela Alexandre Pinto. É "quase como se fôssemos fazer uma viagem com alguém, o cliente escolhe o trajeto, nós só damos sugestões. Dá uma sensação de segurança e evita o 'parecer turista'". Na prática, "o grande desafio é simplificar sem diminuir a qualidade da informação

dada", sublinha o sócio-gerente.Por enquanto, a iClio lançou apenas o guia de Bar-celona, em espanhol e inglês. "Estamos a ultimar o lançamento de Londres e Paris, ainda neste verão. E também vamos entrar no Android Market", a outra grande loja deste género de aplicações. Mas a ambi-ção da iClio vai mais longe. "Queremos elaborar 136 guias até 2016. Não são 136 cidades, mas sim 20 a 30 cidades desmultiplicadas em diferentes idiomas

e áudio. Este é o nosso ponto de partida", revela.

ApostA no mercAdo internAcionAl

Por enquanto, o mercado português não é uma prioridade. "No merca-do das apps, Lisboa ainda não está no top das prioridades. Estamos focados no mercado internacional

e não podemos comparar este fluxo com Tóquio, ou Londres", destaca o

responsável. Neste momento, a maioria das vendas são feitas na América, mercado

mais maduro ao nível das aplicações. "Estamos interessados em criar guias para cidades portugue-sas, em vários regimes, que até podem passar pela cedência gratuita. Do ponto de vista comercial, só faz sentido para o mercado global", conclui. Daí que não estejam a planear guias em português. "Não temos guias em português. Se calhar, até faz mais sentido gravar em português do Brasil. Já estivemos perto de criar um para uma cidade portuguesa e pediram apenas chinês, japonês, inglês e português do Brasil. Não queriam para o 'nosso' português", conta. A iClio pode parecer uma empresa de base tecnológica mas,

O melhor amigo do "turista acidental"

GUia criadO em cOimbra prOmeTe lançar Um nOvO cOnceiTO de mapa TUríSTicO, eSTabelecendO percUrSOS adapTadOS aO TempO diSpOnível. Uma aplicaçãO vOlTada para OS TelemóveiS e tablets e apOnTada para

OS mercadOS inTernaciOnaiS TexTO MarcO rOque fOTO PedrO raMOs

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no entanto, junta pessoas da área da História. "Entre seniores e juniores, somos uma equipa de empreendedores, cinco pessoas que traba-lham na órbita da empresa, com o objetivo de criar conteúdos cinco estrelas, adaptados a um guia áudio, que contam a história de uma forma atraente e leve", destaca. Todos os conteúdos são produzidos no nosso país, mesmo a parte áudio, gravada por native speakers residentes em Portugal.No entanto resta a questão, o que é um "turista

acidental"? "É uma pessoa em viagem de negó-cios, que dá por si numa cidade diferente com tempo livre. Em vários momentos, os sócios da iClio, sentiram-se turistas acidentais. Íamos para uma reunião ou congresso e tínhamos tem-po para ir conhecer, mas não havia vontade de comprar um livro, falar com as senhoras da rece-ção, de fazer figura de turista", conta Alexandre Pinto. Assim nasceu a ideia e o guia, considerado um dos três melhores para visitar Barcelona, em fevereiro, no Mobile World Congress.

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Começa hoje, no Departamen-to de Engenharia Mecânica da UC, o 1.º Simpósio CEMUC, evento que tem como objetivo a divulgação das atividades do Centro de Engenharia Mecâni-ca da Universidade de Coimbra (CEMUC) e também promover o convívio e a troca de ideias entre os seus membros. O pro-grama é composto por várias palestras, não só de convidados, mas também dos grupos de in-vestigação do CEMUC.

a universidade de Aveiro (UA) está a participar, desde ontem, na Robocup 2011, uma compe-tição mundial de robótica mun-dial, em Istambul. A UA mostra--se ambiciosa, apresentando vários projetos de robótica. Em 2008, uma das equipas de fute-bol robótico da UA conquistou o primeiro lugar da competição.

o museu da Ciência apresenta, no dia 10 de julho, mais uma ini-ciativa de ciência em família. O tema desta edição passa por des-cobir como e porque ocorrem tremores de terra. "O que é um sismo? Porque é que há sismos? Podemos evitá-los? Podemos resistir-lhes?" são algumas das perguntas a que os investigado-res Susana Custódio e Fernando Lopes vão tentar responder.

Engenharia Mecânica em destaque

Aveiro luta pelaRobocup 2011

À descoberta dos sismos

ciência & tecnologia

Pode iniciar o JiIT em qualquer ponto de Barcelona, o único mapa disponível até agora.

Alexandre Pinto, sócio--gerente da iClio, é for-mado em História, como a maioria dos membros da empresa.

O JiIT apresenta-se como um guia áudio de bolso, que se adequa à localização e tempo dis-ponível do utilizador.