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A1 Tiragem: 20102 País: Portugal Period.: Ocasional Âmbito: Economia, Negócios e. Pág: XVI Cores: Cor Área: 25,70 x 34,10 cm² Corte: 1 de 1 ID: 34740070 29-03-2011 | MBA Paulo Figueiredo “Aplicar à tarde o que aprendi de manhã” Alexandra Carmo, administradora do grupo Turiprojecto, fala da experiência de ter investido num MBA. ANA CUNHA ALMEIDA [email protected] lexandra Carmo é engenheira e trabalha no negócio da fa- mília: o grupo Turiprojecto, compostos por várias empre- sas na área de projectos de Arquitectura e Engenharia, Construção e Imobiliário. O que tem Alexandra em comum com outros empresários que hoje em dia trabalham dia- riamente num negócio familiar? A mesma certeza e a mesma pressão. Ser melhor que qualquer outro colaborador da empresa. Se é verdade que é um “privilégio poder desenvol- ver a gestão das empresas criadas pela família e ascender a cargos de gestão de topo numa idade jovem”, também não deixa de ser uma realidade que há uma “responsabiliadade acrescida de revelar a competência necessária para as levar a ter sucesso continuado no futu- ro”, diz a administradora do grupo Turipro- jecto. E é assim que surge a decisão de tirar um MBA. Depois da licenciatura em Engenha- ria Civil, Alexandra trabalhou noutras empre- sas, tanto em Potugal como em Espanha, mas o seu regresso ao mercado nacional e o “ob- jectivo de integrar a equipa de gestão do gru- po de empresas familiar” fez com que desse esse salto qualitativo. A vantagem que obteve desse MBA? Colmatou a limitação que sentia quanto à troca enriquecedora de experiências, já que na Turiprojecto “a diversidade de per- A cursos e profissionais é menos diversificada do que em grandes empresas”, explica a em- presária. “A grande mais-valia de um MBA é o retirar o indivíduo do contexto único da sua indústria ou sector de actividade, quer através da análi- se de inúmeros casos de empresas distintas, quer através da partilha de experiências co,m os colegas que têm, naturalmente, percursos profissionais muito diversos”, afirma a admi- nistradora. Mas embora lhe reconheça uma importância grande, Alexandra Carmo tam- bém refere que, atendendo ao aumento da oferta formativa e do número de detentores do grua de MBA, tal “não constitui por si só a di- ferença, embora dê um bom indicador a quem recruta de que aquele candidato valoriza a sua evolução profissional, sendo expectável que tenha uma postura pró-activa e dinâmica.” Na hora de recrutar Alexandra Carmo diz que um MBA pode cons- tituir uma vantagem para a negociação da re- muneração. Mas atendendo que “foram ad- quiridas e desenvolvidas competências que trazem um potencial acrescido de criação de valor para dada organização”, sublinha. No acto de recrutar não pode haver decisões olhando apenas para o CV. Tanto o MBA como as competências de cada um têm de ser valo- rizadas. “As duas premissas são indissociáveis. As competências técnicas de base e o percurso profissional são fundamentais, sendo que o desempenho passado é o melhor preditor de desempenho futuro”, diz a engenheira. À partida, explica, quem opta por um MBA “deverá desenvolver as suas competências de gestão e liderança, cuja maturação pode de- pender da possibilidade que esse candidato já teve de pôr em prática aquilo que retirou do MBA.” E aqui é preciso avaliar o potencial dessa evolução que é também função que têm tudo a ver com a personalidade de cada um. Um conselho aos jovens O MBA que tirou em regime de ‘part-time’ deu-lhe a possibilidade de “aplicar à tarde o que aprendia de manhã”. Alexandra Carmo recorda o grupo de colegas que teve, as lições preciosas que ganhou e a rede de contactos com que ainda hoje troca impressões. Para a administradora, investir em conheci- mento nunca é demais. E deixa uma mensa- gem aos jovens: “Reflictam, estabeleçam objectivos e planeiem a forma de os atingir. A realidade actual é de mudança constante, de necessidade de melhoria contínua e de gran- de adaptibilidade.” É por isso que, acrescen- ta, “a responsabilização individual pelo seu próprio futuro e pelo das suas empresas é um imperativo. Sejam excelentes em tudo o que façam!” Alexandra Carmo tem 33 anos e aos 29 inscreveu-se no Lisbon MBA, o que recorda como “um período de forte desenvolvimento profissional, uma longa maratona que implicou a optimização de recursos e reorganização a diversos níveis.” Antes já tinha tirado uma pós- graduação em Gestão Imobiliária. Trabalhou nas empresas Tecnasol FGE e Riofisa até ter ingressado na empresa da família em 2008, a Turiprojecto. Gosta de fazer montanhismo. “É aquilo que realmente me limpa a mente”, diz a engenheira. >> PERFIL É preciso provar duplamente essa competência: por se ser jovem e por se ser da família. O MBA foi fundamental, trazendo-me visão estratégica do negócio e as ferramentas de gestão necessárias à minha actividade diária.

Aplicar à tarde o que aprendi de manhã

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Article in Diário Económico featuring Alexandra Carmo, alumna of The Lisbon MBA Part Time, speaking about her experience as a MBA graduate

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Page 1: Aplicar à tarde o que aprendi de manhã

A1 Tiragem: 20102

País: Portugal

Period.: Ocasional

Âmbito: Economia, Negócios e.

Pág: XVI

Cores: Cor

Área: 25,70 x 34,10 cm²

Corte: 1 de 1ID: 34740070 29-03-2011 | MBA

PauloFigueiredo

“Aplicar à tarde o que aprendi de manhã”Alexandra Carmo, administradora do grupo Turiprojecto, fala da experiência de ter investido num MBA.

ANA CUNHA ALMEIDA

[email protected]

lexandra Carmo é engenheirae trabalha no negócio da fa-mília: o grupo Turiprojecto,compostos por várias empre-sas na área de projectos deArquitectura e Engenharia,Construção e Imobiliário.

O que tem Alexandra em comum com outrosempresários que hoje em dia trabalham dia-riamente num negócio familiar? A mesmacerteza e a mesma pressão. Ser melhor quequalquer outro colaborador da empresa. Se éverdade que é um “privilégio poder desenvol-ver a gestão das empresas criadas pela famíliae ascender a cargos de gestão de topo numaidade jovem”, também não deixa de ser umarealidade que há uma “responsabiliadadeacrescida de revelar a competência necessáriapara as levar a ter sucesso continuado no futu-ro”, diz a administradora do grupo Turipro-jecto. E é assim que surge a decisão de tirarum MBA. Depois da licenciatura em Engenha-ria Civil, Alexandra trabalhou noutras empre-sas, tanto em Potugal como em Espanha, maso seu regresso ao mercado nacional e o “ob-jectivo de integrar a equipa de gestão do gru-po de empresas familiar” fez com que desseesse salto qualitativo. A vantagem que obtevedesse MBA? Colmatou a limitação que sentiaquanto à troca enriquecedora de experiências,já que na Turiprojecto “a diversidade de per-

A cursos e profissionais é menos diversificadado que em grandes empresas”, explica a em-presária.“A grande mais-valia de um MBA é o retirar oindivíduo do contexto único da sua indústriaou sector de actividade, quer através da análi-se de inúmeros casos de empresas distintas,quer através da partilha de experiências co,mos colegas que têm, naturalmente, percursosprofissionais muito diversos”, afirma a admi-nistradora. Mas embora lhe reconheça umaimportância grande, Alexandra Carmo tam-bém refere que, atendendo ao aumento daoferta formativa e do número de detentores dogrua de MBA, tal “não constitui por si só a di-ferença, embora dê um bom indicador a quemrecruta de que aquele candidato valoriza a suaevolução profissional, sendo expectável quetenha uma postura pró-activa e dinâmica.”

Na hora de recrutarAlexandra Carmo diz que um MBA pode cons-tituir uma vantagem para a negociação da re-muneração. Mas atendendo que “foram ad-quiridas e desenvolvidas competências quetrazem um potencial acrescido de criação devalor para dada organização”, sublinha.No acto de recrutar não pode haver decisõesolhando apenas para o CV. Tanto o MBA comoas competências de cada um têm de ser valo-rizadas. “As duas premissas são indissociáveis.

As competências técnicas de base e o percursoprofissional são fundamentais, sendo que odesempenho passado é o melhor preditor dedesempenho futuro”, diz a engenheira.À partida, explica, quem opta por um MBA“deverá desenvolver as suas competências degestão e liderança, cuja maturação pode de-pender da possibilidade que esse candidato játeve de pôr em prática aquilo que retirou doMBA.” E aqui é preciso avaliar o potencialdessa evolução que é também função que têmtudo a ver com a personalidade de cada um.

Um conselho aos jovensO MBA que tirou em regime de ‘part-time’deu-lhe a possibilidade de “aplicar à tarde oque aprendia de manhã”. Alexandra Carmorecorda o grupo de colegas que teve, as liçõespreciosas que ganhou e a rede de contactoscom que ainda hoje troca impressões.Para a administradora, investir em conheci-mento nunca é demais. E deixa uma mensa-gem aos jovens: “Reflictam, estabeleçamobjectivos e planeiem a forma de os atingir. Arealidade actual é de mudança constante, denecessidade de melhoria contínua e de gran-de adaptibilidade.” É por isso que, acrescen-ta, “a responsabilização individual pelo seupróprio futuro e pelo das suas empresas é umimperativo. Sejam excelentes em tudo o quefaçam!” ■

Alexandra Carmo tem 33 anose aos 29 inscreveu-se noLisbon MBA, o que recordacomo “um período de fortedesenvolvimento profissional,uma longa maratona queimplicou a optimização derecursos e reorganizaçãoa diversos níveis.” Antesjá tinha tirado uma pós-graduação em GestãoImobiliária. Trabalhou nasempresas Tecnasol FGE eRiofisa até ter ingressado naempresa da família em 2008,a Turiprojecto. Gosta de fazermontanhismo. “É aquilo querealmente me limpa a mente”,diz a engenheira.

>> PERFIL

“É preciso provarduplamente essacompetência:por se ser joveme por se ser dafamília. O MBAfoi fundamental,trazendo-mevisão estratégicado negócioe as ferramentasde gestãonecessáriasà minhaactividade diária.