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Apocalipse
Uma tentativa de resumo histórico
O livro que é a revelação final de Deus à sua igreja e ao seu povo, para todos os tempos vindouros e para todas as épocas futuras da
sua criaçãoaté à volta de Cristo
Introdução
Procurando compreender a sua linguagem histórica, simbólica e
figurada
Três razões para esta linguagem histórica, simbólica
e figurada:
Teria que ser escrito desta forma, pois do contrário não subsistiria:
1. Apontava para os crimes dos Césares e para a queda de Roma;
2. Perderia sua capacidade de permanente atualização;
3. Teria que ser contextualizada a todos os tempos e épocas do
porvir.
Símbolos e suas mensagensa) Numéricos:
7O número perfeito para o judeu, significa plenitude,
abrangência completa (Sete foram os dias da criação; sete são as cores do arco-iris; sete são as notas musicais; sete são os castiçais que compõem o
candelabro de ouro (o menorah).
12
12 foram os filhos de Jacó; 12 foram as tribos de Israel;
12 foram os apóstolos de Cristo; daí os seus múltiplos:
24 a soma deles; 144 mil o quadrado exponencial de 12.
1000
Número infinito; Quantidade incontável; Multidão.
Quando dimensionado, indica tempos no calendário de Deus (1260 dias, 3 anos e meio)
com relação ao VT
6Símbolo da finitude humana, diante da
infinitude divina que é representada pelo 7. Representa a pecaminosidade humana que
nunca pode alcançar a divindade. Em seu grau máximo é o 666.
Símbolos e suas mensagensb) Imagens 1:
Selos
Símbolo de autoridade. Autenticidade do autor.
O lacre da mensagem de poder
Anjo
s
Os mensageiros divinos.Os portadores das mensagens de DeusOs transmissores da palavra do Senhor
Cordeiro
O animal entregue em sacrifício. O símbolo que o Filho de Deus representou na cruz. O “cordeiro de Deus que tira o pecado do mundo”. Jesus Cristo, o
Filho de Deus.
Trombeta
Instrumento de grande alcance de som.Voz altissonante.
Portadora de mensagem a ser ouvida em todos os tempos e em todos os lugares
CavaloO animal que representa a força, o poder.
Símbolo da arrogância humana. No êxodo o Senhor determinou que seu povo não deveria ter cavalos.
Símbolos e suas mensagensb) Imagens 2:
Testemunhas
A mensagem de Deus foi explanada. Suas advertências foram feitas a Israel. A voz
profética (2) em todo o tempo se manifestou no VT (os profetas) no NT (os
apóstolos). A mulher e o
dragão
Símbolo da luta do mal contra o bem. Cristo desde o ventre de Maria teve por inimigo o Diabo. Depois, esta mulher representaria a
igreja de Cristo em face do mal
A bestaO símbolo da presença maligna no mundo. Vinda
do mar ou da terra, ela escraviza o homem. Também chamada de dragão, serpente. As sete
cabeças e os dez chifres representam o seu poder de enganar com a mensagem do falso profeta.
Satanás em última análise
Babilônia
Símbolo da paciência de Deus. O acúmulo do pecado humano que chega até que a taça se
entorna, trazendo seus males a todos os homens.
Taças
A grande cidade que perverte costumes e hábitos. A grande meretriz pois a todos
prostitui. Roma.
Símbolos e suas mensagensc) Visões 1:
A glória divina
Por diversas vezes no Apocalipse a glória divina é ressaltada. No capítulos 4, 7, 14,
19, 21 e 22. Os fiéis deviam aguardar.
O cavalo símbolo de força e poder: o branco – o conquistador (César); o
vermelho – violência, sangue; o preto – a fome (morte); o amarelo – a peste;
Os fenômenos climáticos, a poluição ambiental, o aquecimento do planeta, a
degeneração da natureza e da ecologia. O anúncio do fim.
As diversas pragas que acometeram e acometem a humanidade em virtude da
pecado. A taça chegou ao seu limite. Seu veneno se espalhará.
A luta final do bem contra o mal. A queda de Babilônia. O castigo ao Diabo e aos
seus anjos.A derrota final da besta e de Satanás
Os 4 cavalos
A mensagemdas trombetas
A batalha final
A mensagem das taças
Símbolos e suas mensagensc) Visões 2:
O juízo final
O novo céu e a nova terra
A nova Jerusalém
A mensagem para tal tempo
A mensagem de Deus foi explanada. Suas advertências foram feitas a Israel. A voz
profética em todo o tempo se manifestou. Todos os homens se colocarão diante do
Senhor
Uma nova realidade surgirá para os crentes.
Aqueles que foram fiéis ao Senhor e ao Filho herdarõo um novo céu e uma nova terra. A volta ao plano original de Deus.
Um mundo sem pecado
A nova Jerusalém, a cidade santa, surgirá então. Sua beleza descrita de forma
simbólica e figurada é para dignificar a presença do Senhor e do Cordeiro.
Os crentes aguardam agora a segunda vinda do Filho de Deus, para a redenção desta vida terreal e a introdução na vida
eternal. “Ora, vem, Senhor Jesus: Maranata”
Símbolos e suas mensagensd) Expressões:
Abadom e Apoliom
Gog e Magog
666
Armagedom
Abadom significa no hebraico: padecer, perder-se, sofrer, lamentar-se. Apoliom, no grego quer dizer, destruição e ruína. Juntas
querem significar “lugar de destruição”
Originalmente, filhos de Jafé (Gn 10.2) e de Ruben (1Cr 5.3,4). Aparecem citados em Ezequiel e no Apocalipse. Originários das
terras de Meseque e Tubal são amaldiçoados em Ez 38.2 e Ap 20.7,8.
O símbolo de algo (o padrão monetário, por exemplo) ou de alguém (Nero, por exemplo), que representa o anti-Cristo. A humanidade
se deixou dominar por tais símbolos e personagens.
O significado em hebraico seria um local onde ocorreram várias batalhas históricas
do povo de Deus: o vale do Megido. Simbolicamente, representa o local onde todas as força do mal se reunirão para a
última batalha.
Cronologia histórica do Apocalipse
O livro deve ter sido escrito nos últimos anos do século primeiro da Era Cristã.
Era imperador, Domiciano, filho de Vespasiano (69 a 79 d.C), que sucedeu a seu irmão Tito (79 a
81 d.C), e que reinou de 81 a 96 d.C., Ele foi o responsável pelo exílio do apóstolo João para a ilha de Patmos, pois obrigou aos seus súditos
adorá-lo como deus, o que o apóstolo não aceitou, razão pela qual foi preso e exilado.
Assim, podemos atribuir a época de sua edição e distribuição, ao final dos primeiros 100 anos da Era Cristã que se iniciou a partir do nascimento
de Cristo, segundo o calendário estabelecido pelo Papa Gregório XIII em 1582 que, corrigindo o calendário juliano ( Júlio César, 46 a.C.) nos
ajustes feitos para contemplar as 4 estações do ano, deve ter incorrido num erro de 6 a 4 anos para demarcar o ano Zero, o do nascimento de
Cristo.
Objetivo e finalidade
As igrejas de Cristo haviam se espalhado pelo mundo conhecido da época. 60 anos tinham se passado da morte de Cristo e ele não voltara
ainda. A igreja e os seus fiéis precisavam de uma palavra de referência e esperança para tudo o
que viria ainda a acontecer diante das perseguições religiosas que sofriam e dos
desastres sociais que assistiam.
Quem melhor para fazê-lo senão o último remanescente do colégio apostólico, o líder que
por sua santidade marcante liderava talvez a maior igreja cristã da época, a de Éfeso? - Deus separou então o seu servo João para esta tarefa, fazendo-o renegar ao Império e tornar-se objeto da prisão e do exílio que lhe permitiria o tempo e
a ocasião propícios para escrever a sua mensagem ao mundo cristão de todas as épocas.
As Igrejas do Apocalipse, não foram apenas as sete citadas a João mas todas as igrejas de Cristo
que foram criadas durante os tempos do Novo Testamento como podemos ler no Livro de Atos. As 7 citadas, serviriam apenas como símbolos e
referências para as demais:
Resumindo o livroem seus principais esboços
e relatos na ordem dos capítulos:
Capítulos 1 a 3O vocacionamento do apóstolo e sua
chamada – Uma palavra de alerta
O que seria transmitido a João teria que ser feito de forma exuberante e marcante para que servisse de referência para ele e
todo o povo de Deus espalhado pelas igrejas de Cristo que surgiam. Daí a forma impactante como é chamado e as cartas de advertência que deveria escrever a
cada igreja maior ou menor que serviriam de referência para todas as igrejas do
Senhor Jesus desta data em diante.
Capítulos 4: As visões da glória de Deus
Diante de tanto sofrimento e angústia que o mundo cristão iria passar e ultrapassar, chegando aos nossos dias, os crentes fiéis precisavam ter uma visão do que seria a
glória de Deus da qual um dia, eles participariam. Sim, valeria a pena a luta e o sacrifício, pois algo melhor e muito mais
expressivo e significativo os esperava.
Esta mensagem que começa no capítulo 4 todo (1-11), vai depois se repetir de
passagem em 7 todo (1-17), em 11.15-19, e em 14.1-5, para completar-se de forma
cabal e total nos capítulos 21 e 22.
Capítulos 5, 6, 8 e 9: As atribulações
A descrição dos problemas e situações aflitivas que passaram, passariam, ainda passam e continuarão a passar no futuro
vindouro, tornando-se assim elas, parte da vida do homem para todo o sempre. A
introdução na humanidade, do pecado, e do mal que ele contém, em virtude do pecado
original de Adão, teria que ser devidamente explicada ao povo do Senhor.
Todos os fenômenos climáticos e sociais aqui citados, quando os sete selos são abertos, ou
quando as seis trombetas são tocadas, ou quando as taças são derramadas, são
ciclicamente repetidos na história do mundo, aqui ou ali, fazendo parte histórica da vida do
homem de todos os povos ou nações em todos os tempos.
Capítulos 10 e 11: A preparação para o confronto final
A igreja de Cristo, precisava saber que tais situações adversas teriam um fim, mais cedo
ou mais tarde, no tempo de Deus. O Evangelho se espalharia, a sétima trombeta
começa a anunciar a redenção dos fiéis mesmo em meio a todas as dificuldades porventura existentes em cada época.
O que está por acontecer em função deste confronto final será descrito dos capítulos 12 até ao capítulo 20, quando se chega ao juízo final. O final do capítulo 11, nos mostra que mesmo em meio a esta batalha, o reino de
Deus já começa a implantar-se.
Capítulos 12 a 20: A descrição da batalha entre o bem e o
mal
A igreja de Cristo e Satanás estarão em luta a partir de então (a mulher e o dragão). A primeira procurando salvar o homem da perdição eterna e o segundo procurando
aumentar o número de seus seguidores para o inferno.
As bestas que surgem do mar ou da terra, as taças que são derramadas sobre a
humanidade, a batalha que se dará entre as forças espirituais do bem contra o mal, são prenúncios afinal da queda de Babilônia, a prisão de Satanás, sua condenação fatal ao
lago de fogo e enxofre, enquanto o juízo final servirá para separar os santos do Senhor
daqueles que estarão perdidos para todo o sempre.
Capítulos 21 e 22: A visão do novo céu e da nova terra. A
nova Jerusalém. O reino de Deus implantado
No capítulo 21 João nos deslumbra com a descrição do novo mundo que surgirá para os
salvos. Novo céu, nova terra, nova cidade, sem sol, lua, dor, lágrimas e noite. O plano
original de Deus no Éden, se torna realidade agora, no porvir.
No capítulo 22, o escritor nos mostra a vivência dos santos com o Senhor nesta nova égide que se implantará, o reino do Senhor Deus, sem a presença do pecado. Cabe à
igreja de Cristo agora esperar, para que isto se torne realidade:
“Maranata! Ora, vem Senhor Jesus!”
Tentativa de um panorama histórico das
calamidades e atribulações que atormentaram e atormentam a
humanidade e os crentes desde os
tempos do Apocalipse
Anos 100
Anos 200
Anos 300
Anos 400
Anos 500
Anos 600
Adriano reprime revolta dos judeus. Nova diáspora. Os cristão sofrem com a rejeição
Os pais da igreja são feitos mártires: Inácio, Policarpo
Tempos dos pais da fé que resistem às heresias: Tertuliano, Justino, o Mártir,
Atenágoras. O Império Romano os despreza.
O cristianismo se torna religião oficial do Império com Constantino. Cipriano e
Orígenes resistem às heresias de Roma. 1º Concílio de Nicéia.
O Império Romano cai no Ocidente (Roma). As hordas bárbaras e pagãs invadem a
Europa. Átila, rei dos hunos mata milhares. Jerônimo, Ambrósio, Agostinho resistem. A
“vulgata” é editada.
A igreja oficial se institucionaliza no Império Romano do Oriente, Constantinopla.
Gregório, o Grande, é eleito o primeiro Papa em 597.
Maomé surge no Oriente e vai levantar o povo árabe contra os cristãos (622 e 632)
com a hégira. Surge o grito de alerta: “Morte aos infiéis”
Anos 700
Anos 800
Anos 900
Anos 1000
Anos 1100
Anos 1200
O Islã amplia seus domínios. Cercam Constantinopla. Entram na Europa, na Índia.
Alcança o seu apogeu.
A igreja oficial depois de um grande cisma, retorna à prática da idolatria. A igreja está
cercada pelo poderio do Islam
O Império Romano do Oriente torna-se único em Constantinopla. Desiste da Europa, onde
os árabes e as hordas bárbaras nórdicas predominam
Novo “cisma” da igreja oficial. A 1ª Cruzada para reconquista de Jerusalém em poder dos
árabes é realizada.
Lutas entre o Papado e os antigos senhores da terra, devastam a Europa. A 2ª e 3ª Cruzadas se dão. Saladino é preso por Ricardo. A 1ª Inquisição é lançada pela
Igreja oficial.
A Inquisição Espanhola se instala. A pior de todas.
Gengis Khan, o bárbaro mongol chega até à Europa Oriental. 4ª a 7ª Cruzadas se realizam. Surge o Império Otomano.
Anos 1300
Anos 1400
Anos 1500
Anos 1600
Anos 1900
Tamerlão expande os seus domínios na Turquia tornando seu império tão grande quanto o de Gengis Khan. A peste negra
chega à Europa em 1347 e mata 50 milhões de pessoas em 4 anos.
A guerra dos 100 anos se instala na Europa.
O Renascimento europeu surge. A Inquisição se torna mais cruel. A Idade
Média chega ao seu fim. A guerra dos 100 anos chega ao final (1453). As grandes navegações mudam a face do mundo. O
caminho das Índias. A descoberta da América
Chega a Reforma Protestante. O Novo Mundo começa a ser explorado (As
Américas). A fuga dos “peregrinos” da Europa. A Bíblia impressa.
A morte dos huguenotes na França. A noite de São Bartolomeu (23/24.08.1572)
100 mil protestantes são mortos.
A guerra dos 30 anos (1618-1648). As realezas e as nobrezas em crise. O início da revolução científica. A exploração dos recursos naturais das Américas, Índia e
África. A escravidão.
Anos 1700
Anos 1800
Anos 1900
Anos 2000
Anos 1900
Expansão colonial das grandes nações.A difusão da pirataria nos sete mares. O fim da Idade Moderna com a Revolução Francesa. A
independência norte americana (1776). A queda da Bastilha na França (1789)
As guerras napoleônicas. A expansão americana. Bloqueio dos portos europeus à
França. Independência das nações sul-americanas.
Guerra da Secessão nos EUA. Guerra do ópio no extremo Oriente. Epidemia de cólera na Europa. Morticínio pela tuberculose e pela
varíola.
Duas grandes guerras mundiais. As guerras de conquistas A revolução russa. A gripe
espanhola. Hitler, Stalin, Mao Tse Tung. As epidemias de tifo, febre amarela, malária. O
início da devastação do AIDS (mais de 22 milhões de mortes). Vulcões em erupção
Filipinas, Nova Guiné, Colômbia
Terremotos terríveis em Sumatra, Chile, Indonésia, Japão. A guerra do golfo – Sadam
Hussein - Erupções vulcânicas calamitosas na Islândia e Indonésia. Guerras locais em todo
tempo. Tsunamis tremendos.
CONCLUSÃO
Como podemos rapidamente concluir, então, lendo-se o Apocalipse à luz da história da
humanidade, veremos que:
-cada época teve a sua calamidade maior ou menor;
- cada época teve o seu 666 maior ou menor; - cada época teve a sua praga maior ou menor;
- cada época teve a sua guerra, maior ou menor (de 100 anos ou de 6 dias, não importa).
O que evidencia para aqueles que creem na revelação divina, a realidade sempre atual e
permanente dos escritos joaninos, e a nossa fé e esperança
que os tempos se cumpram para que avolta de Cristo se dê.
Maranata – “Ora, vem, Senhor Jesus”