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Escola Profissional de Desenvolvimento Rural do Rodo

CURSO PROFISSIONAL TCNICO DE APOIO PSICOSSOCIALDISCIPLINA DE PSICOPATOLOGIA GERAL

MDULO 1 Introduo Psicopatologia

ESCOLA PROFISSIONAL DE DESENVOLVIMENTO

RURAL DO RODO

NDICEIntroduo

31. Histria da doena mental

4

A. A psiquiatria nas culturas primitivas

6B. A psiquiatria na antiguidade

6

C. A psiquiatria na idade mdia

8D. A psiquiatria no renascimento

9E. A psiquiatria na actualidade

2. Normalidade e patologia

11A. Conceito de Norma

11B. Conceito de Anormal

12

C. Conceito de Doente

13

D. Modelo Somtico de Doena

13

E. Modelo Psicanaltico de Doena

14

F. Modelo Sistmico de Doena

14

G. Modelo Comportamental de Doena

15

H. Perturbao Psquica enquanto Desvio da Norma

15

I. Sintomas Psicopatolgicos

17

J. Dos Sintomas Sndrome

18

K. Teorias relativas formao de sintomas/sndromes

193. Definio e limites da sade mental

254. A definio de causa em psiquiatria

275. Nosografia das doenas psquicas

276. Classificao das doenas psquicas

28INTRODUO

Este manual refere-se disciplina de Psicopatologia mdulo 1 (Introduo Psicopatologia), enquadrada no 1 ano do Curso Tcnico de Apoio Psicossocial.

O mdulo pretende dar a conhecer a evoluo histrica da psicopatologia e apresentar os conceitos gerais da mesma, designadamente o tipo de classificao utilizada para caracterizar as diversas perturbaes psicopatolgicas ao longo do percurso desenvolvimental de cada indivduo. Um outro aspecto a focar ser a compreenso da psicopatologia a partir do estudo e da compreenso da normalidade estabelecida na comunidade social.

De uma forma global, pretende-se realizar uma iniciao linguagem da disciplina que decorre de diferentes critrios e de diferentes correntes do pensamento, como os conceitos de normal e patolgico. Visa-se explicar as causas da doena numa perspectiva multidimensional e com diferentes abordagens. Por fim, abordar-se-o os factores precipitantes de risco do estado da doena.

Boa Leitura!

1. Histria da doena mental

As perturbaes mentais existiam muitos milnios antes de os psiquiatras entrarem em cena. Alguns escritos primitivos mitolgicos e religiosos conhecidos so: O heri grego Ajax esquartejou um rebanho de carneiros que erradamente tomou como seus inimigos;

O rei Saul da Judeia alternava episdios de frenesi assassino com outros de depresso suicida;

O rei Nabucodonosor da Babilnia andava em quatro patas pensando ser um lobo. Segundo a bblia, o jovem David fez de louco ao procurar refgio dos inimigos, junto corte de um rei filisteu. Este rei tinha, por certo, encontrado casos de insanidade anteriores, dado que censurou os seus servos nos seguintes termos:

Ser que me faltam casos de loucura ao ponto de ser necessrio trazerem-me este homem a fingir minha frente?

Como se explicava na altura a causa da doena mental?

Uma das teorias mais antigas defendia que as pessoas perturbadas se encontravam possudas por espritos malignos.

Desta forma, a cura para a doena consistia em expulsar os demnios.

Se o paciente tivesse sorte, os procedimentos de exorcismo eram brandos os demnios perturbadores eram acalmados pela msica ou afugentados por meio de oraes e rituais religiosos;

No entanto, com alguma frequncia, eram utilizadas tcnicas menos brandas trepanao.

Esta abordagem consistia em arranjar sada material para os demnios.

Segundo alguns antroplogos, esta a explicao para o facto de os homens da Idade da Pedra terem aberto, por vezes, grandes buracos nos crnios dos seus semelhantes.

Encontraram-se muitos destes crnios trepanados, frequentemente com sinais de que o paciente tinha conseguido sobreviver operao.

Os executores tornavam as coisas to desagradveis quanto possvel ao diabo, para o levar a fugir.

O paciente era acorrentado, submerso em gua a ferver ou em banhos gelados, privado de comida, fustigado ou torturado.

Ainda se regista a prtica da trepanao em algumas tribos sem escrita, exactamente pelas mesmas razes.

A abordagem demonolgica das doenas mentais atingiu o auge durante a caa s bruxas nos sculos XVI e XVII. Este perodo foi marcado por inmeros tumultos de ordem social, poltica e religiosa, bem como por guerras, fome e peste que levaram necessidade de encontrar bodes-expiatrios cuja punio pudesse contribuir para aliviar estes males.

As pessoas acusadas de feitiaria eram amaldioadas; segundo a maioria das autoridades teolgicas da poca, encontravam-se possudas por terem feito um pacto com o demnio, o que lhes dava poder para lanar feitios como pragas, dilvios, impotncia sexual e azedar o leite.

Tais pessoas eram entendidas como uma ameaa sociedade, tendo-se verificado uma srie de turbulentas caadas s bruxas, na maior parte da Europa.

Foram queimadas cerca de 500 000 pessoas.

Algumas destas pessoas eram senis, outras sofriam de delrios vrios ou de histeria, mania, etc.

Alguns poderiam ter tido alucinaes produzidas por substncias semelhantes ao LSD, tomadas intencionalmente ou por acidente.A. A Psiquiatria nas Culturas Primitivas

Nas Culturas Primitivas: a Doena Mental era explicada a partir de formulaes fantsticas e irracionais; era atribuda a possesso demonaca ou manifestao de descontentamento dos deuses; quem tratava das doenas mentais eram os sacerdotes e os feiticeiros. As terapias consistiam em magia, em invocao dos poderes celestiais e em exorcismo dos demnios.B.A Psiquiatria na Antiguidade Antiguidade: Antes de Cristo; perodo histrico, tambm chamado Idade Antiga, compreendido entre os alvores dos tempos histricos e a queda do Imprio Romano do Ocidente, subdividido em Antiguidade Oriental e Antiguidade Clssica. No antigo Egipto, mdicos cirurgies j operavam o crebro;

Na antiga China, 30 sculos a.C. j existiam alguns conhecimentos de farmacologia e farmacoterapia.

No antigo Egipto, mdicos cirurgies j operavam o crebro;

Na antiga China, 30 sculos a.C. j existiam alguns conhecimentos de farmacologia e farmacoterapia.

Pensadores que comearam a desenvolver explicaes racionais para a doena mental

Hipcrates (460-380 a.C.)

Asclepades

Erasstrato (355-280 a.C.)

Plato (427-347 a.C.)

Aristteles (384-322 a.C.)

Aurlio Cornlio Celso (25 a.C.-50d.C.)

Galeno (131-200 d.C.)

Santo Agostinho de Hipona (354-430)

Hipcrates (460-380 a.C.)

O 1 a tentar separar a medicina dos rituais mgicos, defendendo a origem natural de todas as doenas.

Relacionou diferentes estados mentais com estados infecciosos, hemorragias e parto.

Foi o pioneiro na classificao das doenas mentais: melancolia, psicose ps-parto, fobias, demncia senil, delrio txico e histeria.

Plato(427-347 a.C.)

Definiu o mundo das ideias, conceito monista (corpo e natureza eram manifestaes da essncia ideal);

Teoria das Ideias, definio de corpo cientfico.

Aristteles (384-322 a.C.)

Considerado o verdadeiro pai da psicologia, estudou sensaes e inteligncia;

Fez apreciaes sobre a imaginao, os juzos, o raciocnio e a memria.

Galeno (131-200 d.C.)

Mdico romano

Atribuiu ao crebro o papel de controlador dos fenmenos mentais

Dividiu a alma em razo e intelecto, coragem e raiva, apetite carnal e desejos

Defendeu que o sistema nervoso era o centro da sensao, mobilidade e funes mentais

Defendeu que a doena mental tinha origem cerebral

C. A Psiquiatria na Idade Mdia: A Idade Mdia o perodo histrico entre a Antiguidade e a poca Moderna. Tradicionalmente, os manuais de Histria apontam para o seu incio o ano de 476. A economia baseava-se na agricultura.

No entanto,

na Idade Mdia

D-se uma regresso do pensamento cientfico.

As doenas mentais voltam a ser explicadas luz de razes sobrenaturais.

D.A Psiquiatria no Renascimento: Renascimento designa os sculos XV e XVI da histria europeia, altura em que surgiu uma nova concepo de Homem e Natureza, assim como um renovado entusiasmo pela cultura clssica Chegada da primeira revoluo Psiquitrica

Ideologia humanista (o homem como o centro do universo) Aparecimento da Psiquiatria como especialidade mdica

Para contrariar a superstio que dominava a poca, surge na Europa os primeiros asilos ou hospitais para os doentes mentais.

Contudo, o conceito foi-se degradando e os doentes mentais, os pobres e os abandonados pelas famlias eram recolhidos em hospcios, instituies que eram casas de assistncia e de recluso. Grilhetas nos ps Abstinncia alimentar Aoites

Promiscuidade

Paracelso (1493-1541)

Defendeu que a doena mental era uma perturbao da substncia interna do corpo, a qual estava ligada alma.

Foi considerado o 1 psicoterapeuta

A partir do sculo XVI restabelecido o carcter cientfico da psiquiatria, no qual os mdicos e outros profissionais retomam as observaes clnicas sobre o comportamento e as verbalizaes dos doentes mentais.

Thomas Willis

Anatomista e neurologista

Descreveu a paralisia geral (sfilis) e a miastenia

Descreveu alguns casos de jovens que na puberdade entravam em estupidez (estado clnico que mais tarde veio a ser nomeado por esquizofrenia)

Philippe Pinel (1745-1826)

Mdico francs

Em Maio de 1798 libertou os asilados (muitos deles algemados durante 30 anos)

1 tentativa de classificao das doenas mentais:

Manias ou delrios gerais

Melancolias ou delrios exclusivos

Demncias

Idiotias

Os pacientes com doena mental, ficaram livres dos maus tratos, das prises e passaram a receber um tratamento humanitrio e orientao psicolgica. William Cullen

Estabeleceu uma das 1 classificaes das doenas psiquitricas com alguma base cientfica

Foi o autor do termo neurose

2. Normalidade e patologia

As normas (regras, linhas de orientao) so inevitveis na nossa vivncia ordenada no mundo, na nossa integrao numa comunidade e para a continuidade da sociedade. Destinam-se criao e manuteno de estruturas sociais

So necessrias sobrevivncia dos membros da sociedade (proteco contra o assassnio ou excluso) e da prpria espcie.

Ao indivduo, as normas conferem:

Proteco

Segurana

Acolhimento

sociedade, as normas conferem:

Estrutura

Enquadramento

Limites

Linhas de orientao

Em Psiquiatria:

Norma estatstica comportamento adequado da maioria das pessoas de um determinado sexo e de certos grupos etrios numa determinada esfera sociocultural.

Anormal :

O que, num determinado comportamento, se desvia da norma de um determinado grupo.

Estes desvios surgem em dois sentidos:

1. Sentido positivo superdotados, dotes mximos numa esfera racional ou artstica, dotes intuitivos especiais, entre outros.

2. Sentido negativo atrasado, fracassado, atormentado, perturbador em relao norma usual no pas ou no grupo e que provocam sofrimento a terceiros

Anormal no equivalente a doente.

3. Graus ligeiros de subinteligncia

4. Determinados traos de personalidade

5. Exemplos de comportamentos que podem ser classificados como anormais, mas no como doentios:

6. Iniciar sozinho no Inverno um passeio de alpinismo

7. Resistir descalo, despido e com um mnimo de alimentao nos Himalaias

S a pessoa que, sob determinadas circunstncias, e apesar da presso exercida pelo sofrimento provocado por uma doena somtica e/ou contra a presso exercida pelo que norma numa sociedade, atinge os objectivos da sua vida (a sua auto-realizao), corresponde s exigncias da sua prpria essncia (autenticidade) e do mundo, e capaz de estar altura das suas tarefas (adaptao): algum que se afirma na vida.

Doente : quem sofre qualitativa e/ou quantitativamente mais do que a mdia aceitvel para o seu pas e para o seu grupo; quem no consegue ultrapassar, sem que sejam demasiado extremas, as circunstncias que se lhe deparam; quem fracassa na capacidade de dominar a vida e o mundo; quem, pela sua elevada diferenciao, no consegue estabelecer uma relao viva com os outros (aspecto relacional).

Resumindo

So ser

quem se auto-realiza

quem autntico

quem se adapta

Doente ser

quem sofre

quem fracassa

quem se aliena

Segundo o Modelo somtico, Doena um desvio morfolgico ou fisiolgico, unitria e encerrada em si mesma no que se refere ao quadro clnico, causa, formao, ao curso e ao prognstico.

Este modelo deve apenas utilizar-se nas perturbaes psquicas relacionadas com doenas orgnicas:

Sndrome psicoamnsica

A demncia

As psicoses orgnicas

Apesar da utilidade do modelo, em Psiquiatria h sempre que juntar pontos de vista biolgicos e psicossociais.

Ficar doente, permanecer doente e curar-se so processos sociobiolgicos (Engel, 1977; Eisenberg, 1979)

Modelo Psicanaltico de Doena em PsiquiatriaNeste modelo no existe uma definio explcita de normal, doente e so.

Neurose - manifestao de um conflito intrapsquico entre o Supereu e o Id.

Psicose ruptura do Eu com o meio ambiente.

Exemplos de sintomas:

AgitaoInibioDespersonalizaoDesrealizao DelrioModelo Sistmico de Doena em PsiquiatriaDoena perturbao psquica como consequncia de formas perturbadas de comunicao, inicialmente entre a me e o futuro doente e mais tarde entre os membros da famlia em geral.

Relaes familiares patognicas

Famlia patognica

Modelo Comportamental de Doena em Psiquiatria

O comportamento doentio aprendido.

Experincias desagradveis com pessoas do azo a tentativas de fuga por ex., retraimento social, autismo, discurso confuso, comportamento bizarroEstas tentativas de fuga podem ter como modelo padres tnico-culturais preexistentes. Perturbao Psquica enquanto desvio da norma

Quem quebra normas socialmente preestabelecidas, aceites, toleradas e nunca postas em causa, desviando-se assim da lei, pode ser expulso da comunidade, por ser considerado:

DissidenteMarginalAberrante Este julgamento global indiferenciado reunia:

Santos e impostores

Ascetas e filsofos

Doentes mentais e bruxos

Visionrios e profetas

Pobres e aqueles que voluntariamente se despojam dos seus haveres

Vagabundos

Foras-de-lei

Prostitutas

O que tinham em comum estas figuras?Tornavam-se incmodas, constituindo uma ameaa para a norma aparentemente segura.Medidas adoptadas inicialmente pela sociedade contra essas pessoas:

Desterro

Morte

Tortura

Encarceramento

Classificar como psiquicamente alterado ou doente um comportamento aberrante (desviante) depende:

Da situao em que ocorre o comportamento

Da representao que a sociedade tem sobre o que a doena psquica

Da forma como a doena se manifestaPerturbao Psquica como rtulo social

O doente declarado doente mental pela sua sociedade, mediante a adjudicao (rotulamento, estigmatizao) de um estado psiquicamente anormal.

empurrado para um determinado curso de vida. A estigmatizao de uma pessoa como doente mental passa a determinar significativamente o seu destino

INVALIDEZ SOCIAL EXPECTATIVAS DE RECADAS

EXONERAO

PROTECO

DESVALORIZAO

PERDA DE RELAES PESSOAIS E PROFISSIONAIS

INTERPRETAES UNIFORMES, TAMBM DE FORMAS DE COMPORTAMENTO E DE REACES, EM SI NORMAIS, COMO SE CORRESPONDESSEM A SINAIS DE DOENA

HOSPITALIZAO FREQUENTE COM INSTITUCIONALISMOConceitos de Doena

Conceito mgico: doena como resultado de influncias mgicas, de conjuro, de bruxaria, de maldio, de influncias dos espritos ou de transgresses de tabus

Conceito astrolgico: doena como resultado da constelao das estrelas

Conceito moral de doena: associado culpa e ao pecado. Conceito Transpessoal de doena: doena como resultado de vivncias durante o nascimento, ou de vivncias em anteriores encarnaes O comportamento de doena implica: A existncia de queixas ou impedimentos

O sentimento ptico de medo, insegurana, dependncia, necessidade de apoio, defesa

Necessidade de tratamento

O pedido de ajuda

Autoterapia

Famlia, conhecidos

Mdico

Sintomas Psicopatolgicos

So modos de vivncia e de comportamento, reconhecveis como iguais ou similares, e que se destacam do habitual e quotidiano prprio das pessoas de uma determinada esfera cultural.

Nenhum sintoma psicopatolgico isolado, e por si s, , sem outra razo, anormal ou, mesmo, doentio, uma vez que todos esses sinais se podem igualmente encontrar no indivduo so em determinadas circunstncias.

Exemplos de circunstncias:

Transio do estado vigil para o sono

Situaes de cansao

Situaes de privao sensorial

Situaes de expectativa sob tenso

Situaes de vida de sobrecarga emocional

Situaes de solido (aps a perda do companheiro de uma vida, por ex.)

Hipnose

Meditao

No sonho

Sob o efeito de alucinognios

Os sintomas psicopatolgicos no so meramente doentios. Anormal no significa desde logo doente.Dos Sintomas Sndrome

Sintoma a mais pequena unidade de observao em psiquiatria.

Sndrome constelao de sintomas que surgem frequentemente relacionados uns com os outros. A sndrome assim uma combinao tpica de um conjunto de sintomas.

Exemplos de Sndromes que surgem na prtica clnica: Perturbaes da conscincia: obnubilao, sonolncia, estupor, coma, delrio, estado crepuscular, etc.

Perturbaes mnsicas: sndrome mnsica.

Sndromes de impulsividade: estupor, estado de agitao, sndrome catatnica (sndrome hipocintica, acintica e hipercintica).

Sndromes afectivas: sndrome depressiva, sndrome hipocondraca, sndrome manaca, sndrome de ansiedade. Sndrome perceptivas: sndrome de desrealizao e de despersonalizao, sndrome alucinatria, alucinose.

Delirium: sndrome paranide, sndrome paranide-alucinatria.

Obsesses e Fobias: sndrome anancstica, sndrome fbico-anancstica.

Teorias relativas formao e sintomas/sndromes

Porque surgem os sintomas?

Porque surge determinada sndrome?

Na maioria dos sintomas psicopatolgicos no existe qualquer relao clara entre, por um lado, uma leso comprovada e, por outro, o sintoma.

Na concepo Psicanaltica:Os sintomas surgem devido a conflitos entre as instncias representadas pelo Eu, o Id e o Superego, do aparelho psquico, no seu desacordo com a realidade externa. Determinada sndrome consiste numa constelao de conflitos inconscientes e de defesas contra a ansiedade, frequentemente originados nas experincias da primeira-infncia.

Concepo Comportamental e Cognitiva:Interpretao dos sintomas como resultantes de aprendizagens no-adaptativas ou de padres disfuncionais de pensamento, influenciadas pelo clima de desenvolvimento.

Na concepo mdica:Defende que a patologia subjacente aos sintomas/ sndrome orgnica. Por conseguinte, a terapia defendida sempre a medicamentosa e os terapeutas so mdicos.

Dados Psiquitrico-psquicos (sistema AMDP) para formulao do estado psicopatolgico de um doente:Perturbaes da conscincia1. Diminuio da conscincia2. Turvamento da conscincia3. Estreitamento da conscincia4. Expanso da conscinciaPerturbaes da orientao1. Temporal2. Espacial3. Situacional4. Em relao a si prprioPerturbaes da ateno e da memriaPerturbaes da compreensoPerturbaes da concentraoPerturbaes da capacidade de fixaoPerturbaes da memria1. Confabulaes2. Paramnsias Perturbaes formais do pensamentoInibidoLentificado CircunstanciadoEstreitado PerseveranteCismticoPresso de ideiasFuga de ideiasFalar ao ladoBloqueio/rupturas de pensamentoIncoerente/desagregadoNeologismos Receios e compulsesDesconfianaHipocondriaFobiasPensamento compulsivoImpulsos compulsivosActos compulsivosDelrioHumor delirantePercepo deliranteIntuio delirantePensamentos delirantesDelrio sistematizadoDinmica do delrioDelrio de refernciaDelrio de prejuzo e delrio de perseguioDelrio de cimeDelrio de culpaDelrio de runaDelrio hipocondracoDelrio de grandezaReceios e compulsesDesconfianaHipocondriaFobiasPensamento compulsivoImpulsos compulsivosActos compulsivosPerturbaes formais do pensamentoInibidoLentificado CircunstanciadoEstreitado PerseveranteCismticoPresso de ideiasFuga de ideiasFalar ao ladoBloqueio/rupturas de pensamentoIncoerente/desagregadoNeologismos Alteraes da percepoIlusesAlucinaes acstico-verbais Outras alucinaes auditivasAlucinaes visuaisAlucinaes cenestsicas Alucinaes olfactivas e gustativasPerturbaes do EuDesrealizao DespersonalizaoDifuso do pensamentoRoubo do pensamentoPerturbaes da afectividade

Perplexidade

Anestesia afectiva

Pobreza afectiva

Perturbao dos sentimentos vitais

Depresso

Desespero

Aniedade

Euforia

Disforia

Irritabilidade

Inquietao interior

Queixume/lamria

Sentimentos de desvalorizao

Sentimentos de sobrevalorizao

Sentimentos de culpa

Sentimentos de runa

Ambivalncia

Paratimia

Labilidade afectiva

Incontinncia afectiva

Rigidez afectiva

Perturbaes da energia vital e da psicomotricidade

Diminuio da energia

Inibio da energia

Aumento da energia

Agitao motora

Paracinsias

Maneirismos/bizarrias

Logorreia

Variaes circadianas

Agravamento matinal

Agravamento vespertino

Melhoria vespertina

Outras Perturbaes

Isolamento social

Sociabilidade exagerada

Agressividade

Suicidalidade

Auto-agresso

Ausncia de sentido mrbido

Anosoagnosia

Recusa do tratamento

Carncia de cuidados

Perturbaes do sono e da viglia

Perturbaes do adormecer

Perturbaes do curso do sono

Encurtamento da durao do sono

Despertar precoce

Sonolncia Definio e Limites da Sade Mental

Segundo a OMS, sade mental o estado de bem-estar no qual o indivduo realiza as suas capacidades, pode fazer face ao stress normal da vida, trabalhar de forma produtiva e frutfera e contribuir para a comunidade em que se insere.

A sade mental proporciona aos indivduos a realizao intelectual e emocional, bem com a integrao na escola, no trabalho e na sociedade. Contribui para a prosperidade, solidariedade e justia social das nossas sociedades.

A condio mental de cada sujeito determinada por uma variedade de factores, nomeadamente:

Biolgicos (gentica e sexo),

Individuais (antecedentes pessoais),

Familiares e sociais (enquadramento social) e

Econmicos e ambientais (estatuto social e condies de vida).

Modelo Funcional de Sade MentalSociedade e CulturaFactores Predisponentes

Sociedade e CulturaSade mental e sade fsica esto intimamente relacionadas. Daqui decorre que a integrao dos cuidados de sade mental nos cuidados gerais prestados em meio hospitalar pode reduzir significativamente os perodos de internamento e, assim, reduzir os custos com a sade. Minimiza-se ainda o stress familiar que muitas vezes est associado aos internamentos.

Promoo da Sade Mental: A sade mental pode ser promovida atravs de modelos de aces psicossociais interdisciplinares. Alguns deles so: a educao; campanhas na comunicao social (informao, sensibilizao); aconselhamento individual e familiar; interveno precoce em situaes de crise; desenvolvimento de sistemas de sade ocupacional; treino dos profissionais prestadores de cuidados sociais; programas junto da sociedade civil.

Factores de Risco (para desenvolver doena mental): acesso a drogas e lcool; desemprego; pobreza; desalojamento; isolamento e alienao; stress no trabalho ou na famlia; ambiente inafectivo; ser rejeitado

Factores protectores (ajudam manuteno de sade mental): interaces interpessoais positivas; participao social

Relao entre a Sade Mental e as diversas disciplinas humanas

Definio de causa em Psiquiatria Dificuldade em identificar as causas das perturbaes mentais, porqueDiferentes causas resultam na mesma perturbao.Diferentes perturbaes resultam causas iguais. Importncia do diagnstico individualObservao do indivduo como um todo: SER BIOPSICOSSOCIAL.

Organizao das causas em PsiquiatriaFactores Hereditrios

Factores Psicognicos

Facores Sociognicos

Classificaes em Psicopatologia Classificao no sentido etiolgico Etiologia aitia (causa) + logos (estudo)Doena de carcter endgeno

Doena de carcter exgeno

Doena de carcter orgnico

Doena de carcter psicgeno Classificao no sentido nosogrfico

Nosografia nosos (doena) + grafia (descrever)1. Psicose como manifestao de doena somtica

2. Reaces e desenvolvimentos anormais

3. Disposies anormais

4. Psicoses endgenas

1.Psicose como manifestao de doena somtica

Psico-sndrome orgnico (avitaminoses, doenas infecciosas)

Psico-sndrome cerebral local (alteraes da circulao sangunea cerebral)

2.Reaces e desenvolvimentos anormais

Reaco imediata (acontecimentos de vida)

Neurose

Enfermidade psicossomtica

3.Disposies anormais

Da inteligncia

Da personalidade4.Psicoses endgenas

Psicoses afectivas

Esquizofrenia As Alteraes psicopatolgicas podem classificar-se, quanto sua origem em:Endgenas: Dependem de factores heredo-constitucionais

Exgenas: Relacionadas com acontecimentos de vida marcantesTxicas

Orgnicas

Psicgenas (Neuroses, Reaces vivenciais, Doenas psicossomticas)

Factores predisponentes

-factores genticos

-factores relacionados com a gravidez e o nascimento

-experincias da 1 infncia

-ambiente familiar

-circunstncias sociais

-ambiente fsico

-educao

-emprego

-condies de trabalho

Resultados

-nvel de bem-estar

-sade fsica

-sintomas

-conhecimento e competncias

-qualidade das relaes estabelecidas

-satisfao sexual

-uso dos recursos sociais disponveis

-produtividade

Factores precipitantes

ex. acontecimentos de vida

Natlia Magalhes