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PRIMEIROS SOCORROS PROFESSORAS MARIA JOSÉLY DE FIGUEIRÊDO GOMES

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PRIMEIROS SOCORROS

PROFESSORASMARIA JOSÉLY DE FIGUEIRÊDO GOMES

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CYVA CYNARA DOS SANTOS LIMACEFET-RN

2008

INTRODUÇÃO AOS PRIMEIROS SOCORROS

É muito importante entender que um socorrista nunca substitui um médico e que os conteúdos abordados para o Ensino Técnico Integrado do CEFET-RN, não tem a intenção de formar socorrista profissionais e sim de dar noções de primeiros socorros para os alunos deste nível de ensino.

CONCEITOS IMPORTANTESPRIMEIROS SOCORROS- Refere-se ao atendimento prestado a uma vítima de um acidente ou mal súbito. Consiste num primeiro atendimento até que o socorro avançado esteja no local. Primeiros Socorros é a ação de que cada cidadão dentro de suas limitações possa ajudar ao outro.

URGÊNCIA - Situação onde não há risco à vida EMERGÊNCIA - Situação onde há risco á vida SOCORRO BÁSICO - são os procedimentos não invasivos.SOCORRO AVANÇADO- são os procedimentos invasivos.

ASPECTOS LEGAIS DO SOCORRISMO- OMISSÃO DE SOCORRO (ART. 135º DO CÓDIGO PENAL.)Todo cidadão é obrigado a prestar auxílio a quem esteja necessitando, tendo três formas para fazê-lo: atender, auxiliar quem esteja atendendo ou solicitar auxílio.- Exceções da lei (em relação a atender e/ou auxiliar): menores de 16 anos, maiores de 65, gestantes a partir do terceiro mês, deficientes visuais, mentais e físicos (incapacitados).

Pena - detenção de 1 (um) a 6 (seis) meses, ou multa.

Parágrafo único: A pena é aumentada de metade, se da omissão resulta lesão corporal de natureza grave, e triplicada, se resulta em morte.

Telefones de emergência:CB: 193SAMU: 192

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PR:191PM: 190“A principal causa-morte pré-hospitalar é a falta de atendimento. A segunda é o socorro inadequado.”

CONHECIMENTOS BÁSICOS DE PRIMEIROS SOCORROSEmbora cada acidente tenha características próprias, alguns procedimentos essenciais devem ser observados em todas as situações de emergência. É importante saber que as duas primeiras horas após o acidente são decisivas para o tratamento eficaz dos ferimentos e a sobrevivência da vítima. Portanto, uma leitura cuidadosa das técnicas possibilitará mais segurança e controle emocional na hora de prestar socorro.

AVALIAÇÃO DO AMBIENTE A primeira atitude a ser tomada no local do acidente é avaliar os riscos que

possam colocar em perigo a pessoa prestadora dos primeiros socorros. Se houver algum perigo em potencial, deve-se aguardar a chegada do socorro especializado. Entre as situações potencialmente perigosas, podemos citar:

• Colisão de veículos• Escapamento de gás tóxico, combustível ou explosivo• Incêndio• Derramamento de substâncias tóxicas• Fuga de corrente elétrica• Águas turbulentas• Ataques de animais selvagens ou domésticos agressivos• Contaminação por material radioativo• Desabamento• Inundação, etc.

ATIVANDO O SERVIÇO DE RESGATENos primeiros minutos após o acidente é essencial que o serviço de resgate seja ativado. Forneça as seguintes informações ao atendente:- A localização exata da vítima- como o endereço completo e, se for o caso, o número do andar ou do escritório dentro do edifício.- O número do telefone em que você pode ser encontrado.- Qualquer informação sobre a vítima que possa ajudar o atendente a enviar pessoal e equipamento adequado.

Se, possível, peça a um espectador responsável para telefonar e fornecer as informações acima. Se você estiver sozinho, ative o resgate

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imediatamente se a vítima for adulta e não tiver reagindo; se a vítima for uma criança ou um bebê e estiver inconsciente, realize o atendimento de salvamento por 1 minuto e, em seguida, ative o resgate.

Se não tiver um telefone disponível, prossiga com o atendimento de emergência até que um espectador consiga ativar o resgate.

SINALIZAÇÃO Efetuar, sempre que necessário, a sinalização do local para evitar a ocorrência de

novos acidentes. Pode ser feita com cones, fita zebrada, ou qualquer objeto que chame a atenção de outras pessoas para o cuidado com o local, na falta destes recursos, pode-se pedir para que uma pessoa fique sinalizando a certa distância.

ATENDIMENTO Ao iniciar o atendimento, deve-se ter em mente o que fazer e o que não fazer.

Manter o autocontrole é imprescindível nesta fase. Não minta para a vítima. Procure expressar segurança e confiança no que faz. È importante que o primeiro socorrista possua iniciativa e certa liderança ao atuar junto à vítima. O atendimento deve estar baseado numa rápida avaliação das necessidades, que indicam ao prestador de primeiros socorros suas prioridades. Para isso, deve-se:

• Manter-se calmo, transmitindo confiança, tranqüilidade e segurança;• Garantir a segurança;• Pedir socorro;• Controlar a situação;• Verificar situação das vítimas (dê prioridade ao atendimento dos casos de

parada cardiorrespiratória, inconsciência, hemorragia abundante, estado de choque e envenenamento, pois EXIGEM SOCORRO IMEDIATO).

• Agir rapidamente, porém dentro dos próprios limites, utilizando conhecimentos básicos de Primeiros Socorros.

• Certifique-se de que qualquer providência a ser tomada não venha a agravar o estado da vítima.

No atendimento, a pessoa que estiver prestando os primeiros socorros deve realizar: Exame primário, verificar os Sinais Vitais e o Exame secundário.

EXAME PRIMÁRIO

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Envolve a avaliação completa da vítima, com especial atenção para tudo o que possa provocar risco de vida: - Observar o ambiente em que a vítima se encontra;- Colocar reto o pescoço da vítima e manter a mandíbula segura, visando desobstruir as vias respiratórias e amenizar a pressão na coluna cervical;- Avaliar se a vítima apresenta parada respiratória ou cardíaca. Em caso positivo, começar imediatamente a reanimação cárdio-pulmonar (R.C.P.); - Analisar a existência de hemorragias, e buscar meios para contê-las;- Verificar o estado de consciência da vítima;- Avaliar a intensidade da dor; - Conferir a temperatura do acidentado;- Manter a vítima aquecida com cobertores e/ou lençóis.

1 - Respiração (ver, ouvir, sentir) 2 - Pulso no adulto 3 - Pulso no bebê

SINAIS VITAIS:

Use os sentidos- visão, audição, tato e olfato, para determinar o pulso, a respiração, a temperatura e a cor da pele da vítima.

Avaliar o pulso: Vítima consciente (Punho)- inconsciente (carótida)• Freqüência: É aferida em batimentos por minuto, podendo ser normal, lenta ou

rápida. Adulto 60 a 100 btm, criança 80 a 200 btm.• Ritmo: um pulso normal é regular.• A força- um pulso normal é completo e forte.

OBS: A Vítima deve estar deitada ou sentada: use as pontas de dois ou três dedos. 15 segundo e multiplique por 4.

Avaliar a respiração: - Mão no tórax da vítima e sinta o movimento. Sinais de angústia respiratória (roncos e sibilos, dilatação das narinas e uso dos músculos acessórios do pescoço e abdome.

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• Freqüência: É aferida em respirações por minuto, podendo ser: normal, lenta ou rápida. 12 a 20 rpm (adulto)

• Ritmo: É verificado através do intervalo entre uma respiração e outra, podendo ser regular ou irregular.

• Profundidade: Deve-se verificar se a respiração é profunda ou superficial.

Avaliar temperatura e cor da pele:- Para avaliar a temperatura- coloque o dorso da mão na testa ou no pescoço da vítima. A pele normal é razoavelmente seca e apresenta temperatura regular.

- Temperatura alta- causada por febre, intermação e calor.- Temperatura baixa- causada por lesão medular, exaustão por calor ou exposi’ção ao frio.

A COR da PELE pode dar muitas informações sobre o estado da vítima:- A palidez pode causar por choque ou ataque cardíaco;- O vermelhidão pode ser causada por pressão alta, último estágio de intoxicação por monóxido de carbono, uso abusivo de álcool, queimadura solar, intermação, febre ou doenças infecciosa.- Coloração azulada (cianose) pode ser causada por sufocação, falta de oxigênio, ataque cardíaco ou envenenamento. É sempre um problema sério e aparece nas pontas dos dedos e ao redor da boca.

EXAME SECUNDÁRIO: Realizar o exame físico na vítima:

1. Na face2. Crânio e pescoço3. Tórax4. Abdômen5. Pelve e Região lombar6. Membros inferiores e pés7. Membros superiores e mãos

DEZ MANDAMENTOS DO SOCORRISTA1. Manter a calma.2. Ter em mente a seguinte ordem quando prestar socorro: eu (o socorrista) — minha equipe — vítima.3. Checar se há riscos no local de socorro.4. Conservar o bom senso.5. Manter o espírito de liderança.

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6. Distribuir tarefas.7. Evitar atitudes impensadas.8. Havendo muitas vítimas, dar preferência àquelas com maior risco de vida (sofrendo de parada cárdio-respiratória ou sangramento excessivo, por exemplo).9. Agir como socorrista, não como herói.10. Pedir auxílio, especialmente do Corpo de Bombeiros local.

CHOQUE Conceito: Colapso e falência progressiva do sistema cardiovascular. Se não for tratado o choque é fatal.

Os órgãos mais importantes do corpo humano, quanto à necessidade de recebimento do fluxo sanguíneo são: cérebro / coração / rins.O estado de choque afeta todos esses órgãos, porém, caracteriza-se pela diminuição de aporte sanguíneo cerebral, o que automaticamente reduz a oferta de oxigênio.

CLASSIFICAÇÃO DOS ESTADOS DE CHOQUE

- HEMORRÁGICO - É caracterizado pela própria perda de sangue.- PSICOGÊNICO – Algo psicológico afeta a vítima; o sangue drena da cabeça e se acumula no abdome, causando desmaios.- CARDIOGÊNICO - Ocasionado por disfunção do coração como bomba, dificultando sua capacidade de ejeção.- SÉPTICO – As toxinas de infecção graves causam dilatação dos vasos, acúmulo de sangue nos vasos capilares pequenos e invasão dos vasos sanguíneos por bactérias- ANAFILÁTICO - Por reação alérgica a uma determinada substância, em indivíduos previamente sensibilizados, ocosionando edemas e vasodilatação.- NEUROGÊNICO - Esse é o estado de choque mais difícil de ser tratado. Lesão medular ou cefálica ocasionando perda do controle nervoso; os vasos sanguíneos dilatam e não existe sangue suficiente para enchê-lo.

SINAIS E SINTOMAS DOS 3 ESTÁGIOS DE CHOQUE

- COMPENSATÓRIO- inquietação, ansiedade, irritabilidade, apreensão. Ligeiro aumento da FC E F.respiratória, pele pálida e fria (CHOQUE HEMORRÁGICO), quente e ruborizada (CHOQUE SÉPTICO, ANAFILÁTICO

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OU NEUROGÊNICO). PA mínima-normal, fraqueza, pele opaca-cor acinzentada.- PROGRESSIVO- Indiferença, apatia, confusão, fala lenta, confusa e incoerente. BC acelerado, Pulso diminuído e irregular, diminuição da PA, respiração rápida, pele fria, úmida e cianótica.- IRREVERSÍVEL- Pupilas dilatadas, respiração superficial e irregular; perda de consciência.

CONTROLE DO CHOQUE- Ative imediatamente o resgate;- Desobstrua as vias aéreas. Dê atenção especial a vítima com comprometimento óbvio das vias aéreas.- Coloque a vítima de costas a menos que ela esteja em estado avançado de gestação, apresente lesão torácica, dificuldade respiratória, sintoma de ataque cardíaco ou lesão penetrante no olho. Nesses casos, coloque a vítima semi-sentada para facilitar a respiração. - controle qualquer sangramento óbvio.- Eleve as pernas a não mais de 20-30 cm acima do nível do coração. Nunca eleve uma pessoa com traumatismo craniano, AVC ou lesões na perna; nestes casos, eleve ligeiramente a cabeça se não houve sinal de lesão medular.- Imobilize a fratura; isso pode reduzir o choque, controlando o sangramento e aliviando a dor;- Mantenha a vida aquecida, mas não superaqueça- Mantenha a vítima imóvel e quieta; o choque é agravado por manuseio brusco e/ou excessivo.- Não administre nada a vítima por via oral. Se reclamar de sede umedeça os lábios com toalha molhada.- Monitore os sinais vitais e o estado de consciência em intervalo de 5 min. Até a chegada do resgate.

OBS: O choque pode apresentar um quadro um pouco diferente em crianças – em geral, ele se desenvolve logo no início e progride com extrema rapidez. A criança pode não exibir nenhum sinal ou sintoma, ou apenas sinais sutis e, de repente, exibir sinais dramáticos de choque irreversível. Por este motivo. Sempre comece imediatamente o atendimento de emergência a uma criança. Nunca espere os sintomas se desenvolve.

VERTIGENS, DESMAIOS, CONVULSÕES E INSOLAÇÃO

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VERTIGENSVertigem é a sensação e mal-estar em que a vítima tem a impressão de que as

coisas em volta estão se movimentando. Podendo ocorrer devido há várias causas, dentre as quais: alturas elevadas, mudanças bruscas de pressão atmosférica, mudanças bruscas de posição, etc.

A sensação de mal-estar é desagradável e pode se manifestar por zumbidos e até por surdez momentânea, sendo freqüente vir também acompanhada de náuseas. A pessoa acometida de vertigens dificilmente perde os sentidos, mantendo-se consciente.

Diante disso, o que o socorrista deve fazer?

• Colocar a vítima deitada em decúbito dorsal.• Não deixar que a vítima faça qualquer movimento brusco, sobretudo com a

cabeça.• Afrouxar as roupas da vítima para que a circulação sanguínea se restabeleça.

DESMAIOSÉ a perda súbita da consciência, e normalmente temporária. O desmaio pode

ser causado por contusões, emoções fortes, excesso de esforço físico, cansaço e falta de alimentação entre outras. Normalmente trata-se de um acidente leve e passageiro. E grave quando causado por grandes hemorragias, traumatismo na cabeça, etc. Apesar de saber que o desmaio nem sempre é um acidente grave, jamais deixe de atender uma pessoa desmaiada.

SINAIS E SINTOMAS• Suores frios• Palidez• Respiração lenta• Pulso fraco• Visão nublada• Tontura e perda temporária da consciência

CONDUTAÀs vezes podemos perceber que a vítima irá sofrer um desmaio. Ela apresenta

fraqueza, tontura, palidez e suor frio, podendo ainda acorrer escurecimento de vista. Se a vítima esta prestes a desmaiar , deve-se colocá-la sentada em uma cadeira, com a cabeça voltada para baixo e os braços estirados. Em seguida o socorrista deve colocar a mão sobre a nuca da vítima fazendo uma leve pressão para baixo, mantendo-a assim por alguns minutos, essa manobra visa aumentar a oxigenação do cérebro.

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No entanto, se o desmaio já ocorreu os procedimentos a serem realizados serão:

• Deitar a vítima em decúbito dorsal, devendo evitar aglomerações.• Elevar as pernas a um nível superior à cabeça.• Afrouxar as roupas da vítima• Havendo sinais de vômito lateralizar a cabeça• Se a vítima desmaiar novamente ou se ficar inconsciente por mais de 2

minutos, sem causa aparente, agasalhe-a e providencie assistência adequada.• Ficar atento aos sinais vitais, desmaios prolongados podem levar ao estado de

choque.

CONVULSÕESSão contrações musculares involuntárias e descontroladas de todo o corpo,

com causas variadas, tais como hipoxemia de qualquer natureza, febre, TCE (Trauma crânio encefálico), hipertensão, infecções SNC (Sistema Nervoso Central), epilepsia, abstinência de drogas, alergias, etc.

SINAIS E SINTOMAS• Súbita perda de consciência e queda ao chão• Contrações musculares em todo corpo• Lábios roxos e salivação• Respiração forte e irregular

CONDUTA• Afastar objetos próximos e proteger a cabeça da vítima• Afrouxar as roupas e retirar óculos, próteses dentarias, colares e outras coisas

que possam quebrar ou machucar a vítima.• Não tente impedir os movimentos convulsivos• Mantenha a cabeça lateralizada, para evitar que a vítima se sufoque com a

saliva.• Não introduzir objetos na boca• Controlar sinais vitais• Se possível registre o tempo aproximado da crise, se durarem muito tempo,

igual ou superior a 15 minutos, pode haver risco de morte, providencie socorro imediato.

• Passada a crise, confortar a vítima, colocá-la na posição lateral de segurança (PLS - figura 4) e a deixe descansar, em seguida encaminhe a assistência médica.

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Figura 4

INSOLAÇÃOOcorre após uma grande exposição ao sol, em dias de calor intenso. O corpo desidrata mais rápido por causa do excesso de suor. Fenômenos como o golpe de calor podem ocorrer quando a regulação da temperatura é incapaz de dissipar o acúmulo de calor corporal. Este fenômeno é muito grave e potencialmente fatal.

Por isso, o tempo de exposição ao calor ou ao sol deve ser criteriosamente observado. Muitas vezes, um curto período de tempo — 15 a 30 minutos, por exemplo — é suficiente para causar sérios danos se a temperatura a que se está exposto for muito alta, como freqüentemente ocorre em países tropicais como o nosso.

Sinais e Sintomas- Mal-estar;- Dor de cabeça forte;- Calor;- Ardor;- Febre;- Redução da quantidade de urina;- Sede em excesso;- Vermelhidão por todo o corpo, em alguns casos com o aparecimento de bolhas d'água;- convulsão nos casos mais sérios.

Conduta- Transporte a vítima para um local arejado, fresco e de preferência em frente a um ventilador. Nunca permita que ela permaneça em um ambiente abafado e quente;- Aplique compressas frias pelo corpo;

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- Dê um banho na vítima (com água em temperatura ambiente, mas sempre fresca);- Faça-a beber bastante líquido;

- Caso os sinais e sintomas persistam por mais de 1 hora, leve a vítima ao médico ou ao hospital;- Nos casos mais graves — febre alta (acima de 38º), vômitos ou convulsões — leve a vítima ao hospital imediatamente.

HEMORRAGIASConceito: São conseqüência de um rompimento, cisão ou dilaceração dos vasos sangüíneos, veias ou artérias, o que provoca a perda de sangue circulante para dentro ou para fora do corpo. As medidas a serem tomadas para reter uma hemorragia dependerão do local afetado..Existem 3 tipos básicos de hemorragia: - Hemorragia venosa: é identificada pelo sangue de cor mais escura, por ser rico em gás carbônico, e sangramento contínuo;- Hemorragia arterial: é qualificada fundamentalmente pelo sangramento em jatos de cor vermelho vivo. É considerada mais séria que a hemorragia venosa, por possuir uma maior pressão sangüínea.- Hemorragia de vasos capilares- lenta, fluxo uniforme ou gotejamento uniforme. Geralmente causa pouca perda de sangue, cor vermelho.

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EXISTE 4 ESTÁGIO DA HEMORRAGIA1- Perda de até 15% de sangue2- Perda de até 25% de sangue3- Perda de até 30% de sangue4- Perda de mais de 30% de sangue

SINAIS E SINTOMAS

- Enjôos e vômitos;- Ritmo cardíaco acelerado;- Pulso fino (que mal se pode sentir);- Respiração rápida e superficial;- Sede;- Sudorese;- Desmaios;- Diminuição da temperatura, ocasionando frio e calafrios;- Estado de choque;- Tonteira;- Mucosas sem cor.

AÇÃO DE CONTENÇÃO DAS HEMORRAGIAS

· Método da compressão direta, é o método mais utilizado e eficaz.1- Coloque um curativo estéril sobre o ferimento (ou use material disponível

mais limpo).2- Pressione firme, usando dedos ou parte posterior da palma da mão.

Mantenha a pressão firme e constante por, no mínimo, 10 min. Ferimentos no coro cabeludo, fase e mãos sangram mais profusamente.

3- Eleve a região que apresenta sangramento acima do nível do coração, a menos que haja suspeita de fratura, deslocamento, objeto cravado ou lesão medular. Somente a elevação não é suficiente para parar o sangramento, ela deve ser combinada como a pressão direta.

4- Se quiser, use uma compressão fria sobre o ferimento, enquanto aplica a pressão direta e elevação. Não se esqueça de colocar uma camada de gaze ou outro material fino entre a compressa e a pele da vítima.

5- Verifique o curativo em intervalos pequenos. Se ele estiver ensopado, não o remova, coloque outro sobre ele e reaplique pressão.

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6- Nunca aplique pressão direta em um ferimento se houver objeto cravado ou osso em protrusão através dele.

7- Deixe o curativo no lugar por, no mínimo, 10 min. Depois que o sangramento parar. Tirá-lo antes pode interromper a coagulação e fazer o sangramento recomeçar.

HEMORRAGIA INTERNAEsta hemorragia se caracteriza pela ruptura de vasos ou órgãos internos. Já que o sangramento não pode ser visto, é necessário que se preste muita atenção aos sinais e sintomas específicos, para evitar o choque da vítima e ter tempo hábil de encaminhá-la ao socorro adequado.

SINAIS E SINTOMAS- Pele pálida e fria;- Dedos e mãos (extremidades) arroxeados pela redução de circulação sangüínea;- Mucosas dos olhos e boca esbranquiçadas;- Tonteira;- Sudorese.

COMO AJUDAR- - Acalme a vítima, se estiver consciente e ative o resgate;- Mantenha as vias aéreas desobstruídas e monitore as vias aéreas, a coluna vertebral, a respiração, a circulação e as incapacidades.- Mantenha a vítima imóvel. Posicione-a de forma a prevenir choque, elevando os pés de 20 a 30 cm, cobrindo-a para manter o corpo aquecido (não eleve os pés se suspeitar de lesão nas pernas ou na coluna). Se a vítima começar a vomitar, coloque-a de lado, com a fase para baixo, permitindo a drenagem.Posicione-a com a cabeça em um nível mais baixo que o corpo;- Interrompa o consumo de líquidos;- Espere o resgate.

HEMORRAGIA NASALEsta é a hemorragia que mais acontece entre adultos e crianças. É causada pela ruptura dos vasos sangüíneos do nariz, devido à exposição excessiva ao sol, trabalho sob temperaturas elevadas, atividades físicas muito desgastantes e redução da pressão atmosférica, como também por causa de outras doenças.

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Às vezes até uma crise hipertensiva pode acarretar esta hemorragia; nestes casos, é preciso medir a pressão arterial. É recomendável a consulta imediata ao médico, para um exame mais detalhado e um diagnóstico correto.

- Alargue as roupas que estejam apertando o tórax e o pescoço da vítima;- Acalme-a;- Sente-a em lugar arejado;- Solicite à vítima que respire pela boca e incline a cabeça para frente;- Não permita que ela assoe o nariz;- Se não suspeitar de fratura nasal, faça pressão com os dedos sobre a narina que estiver sangrando, durante 5 a 10 minutos;- Se até aqui não interrompeu o sangramento. Coloque uma compressa gaze pequena na narina em sangramento, para fazer de tampão;- Faça compressa com gelo no nariz;- Caso não pare o sangramento, leve a vítima ao hospital.

HEMORRAGIA PULMONARQuando expelido, o sangue tem aspecto vermelho vivo e espumoso,

acompanhado por tosse. Deve-se realizar a conduta geral para hemorragias internas, alem de pedir para a vítima não falar, no intuito de evitar a tosse.

HEMORRAGIA DIGESTIVAApresenta dor, pontos arroxeados, rigidez abdominal, náuseas e vômitos com

sangue escuro. Os procedimentos serão os mesmos na conduta geral.

FERIMENTOS / LESÕESTrata-se do rompimento da pele, podendo atingir camadas mais profundas do organismo, órgãos, vasos e outras áreas. Podem ser causados por instrumentos cortantes ou perfurantes como faca, projétil de arma de fogo, pedaços de vidro ou metais.

Lesão nos olhosQual quer tipo de ferimento no olho pode ser muito grave e, por isso, a vítima

deve ser levada imediatamente a um especialista. Mesmo em ferimentos graves, se tratados a tempo, têm possibilidade de recuperação.

Quase a metade de todas as lesões oculares graves ocorre em casa ou nas proximidades (casa 45%, trabalho 19%, automóvel 8% e outros 28%).

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Conduta• Não permita que a pessoa esfregue o olho;• Em caso de contato com produtos químicos, lavá-los com água abundante;• Não passe nenhum medicamento nos olhos, nem via oral (pode necessitar de

anestesia geral);• Faça a vítima deitar e permanecer imóvel;• Não tentar tirar cacos ou objetos cravados;• Utilizar ataduras para cobrir os dois olhos, mesmo que um deles esteja sadio,

para evitar ao máximo a movimentação do olho atingido.

OBS: Ver imagens nos slides da retirada de corpos estranhos nos olhos.

Lesão no TóraxHá duas categorias gerais de lesões: aberta (pele perfurada) e fechada (sem cortes). Principais lesões torácica-

• Trauma fechado (causado por um golpe forte no tórax);• Lesão penetrante (um objeto pontiagudo penetra a parede torácica);• Lesão por compreensão (compressão de forma súbita, geralmente em

acidentes automotivos).

CONDUTA• Desobstrua as VA; sua prioridade é assegurar a respiração adequada.• Cobrir o ferimento com gaze ou pano limpo, para evitar a entrada de ar,

devendo ser coberto no final da expiração, ou seja, no exato momento da saída do ar.

• Pressionar o local e prender o curativo com uma faixa ou cinto, sem apertar demais.

• Manter sinais vitais e observar sinais de choque• Se houver piora da respiração deve-se descobrir parcialmente o ferimento ou

fazer um curativo de três pontas.

Lesão no abdômen

Estes ferimentos são extremamente perigosos, podendo ser aberto ou fechado. Pode haver sempre danos aos órgãos internos, ocasionando sangramentos que desenvolvem infecções.

CONDUTA• Cobrir o ferimento com compressa ou pano limpo, mantendo-a firme no lugar;

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• No caso de órgãos internos expostos, não tocá-los diretamente, nem tentar recolocá-los. Cobrir com uma compressa ou pano limpo, umedecidos em soro fisiológico ou água limpa. Em outros ferimentos colocar curativo seco;

• Tomar medidas para evitar o choque, mantenha a vítima aquecida;• Colocar a vítima em posição confortável (decúbito dorsal e pés elevados)• Ficar a tento a vômitos, não dar nada via oral.

Ferimentos com presença de objetos encravados• Manter o objeto no lugar• Fazer curativo ao redor do objeto para controlar sangramento;• Estabilizar objeto com curativos grossos;• Quando o objeto for muito longo, poderá ser cortado, porém lembrando sempre

de não movimentar o objeto.• Em caso de ferimento por arma de fogo, se houver hemorragia, deve-se

estancá-la através de compressão, mas nunca tente retirar a bala, mesmo que ela esteja localizada superficialmente ou em local de fácil acesso.

FRATURAS, ENTORSE E LUXAÇÕES

FRATURASÉ a quebra ou ruptura de qualquer osso do corpo humano. Deve-se suspeitar

de uma fratura sempre que:• A parte afetada apresentar um aspecto alterado (coloração roxa).• O membro estiver em posição anormal (deformação).• A vítima sentir dificuldade ou impossibilidade de movimento.• A vítima sentir muita dor, inchaço ou sensação de atrito no local.

CLASSIFICAÇÃO

Fechada ou Interna São fraturas em que não há o rompimento da pele.

Aberta ou ExternaSão fraturas em que o osso rompe a pele.

Conduta• Movimentar a vítima o mínimo possível.• Mantenha o membro afetado na posição mais natural possível sem

causar desconforto para a vítima.

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• Retire objetos que possam impedir a circulação como pulseiras, relógios, etc.• Coloque gelo ou compressas frias. • Imobilizar o membro atingido com talas, que podem ser de qualquer material

rígido (madeira, papelão, revista ou jornal dobrado).• As talas deverão ultrapassar as articulações, acima e abaixo da fratura,

devendo ser forradas com pano ou outro material macio, para não machucar a pele da vítima.

• Fixe as talas com tiras de pano ou ataduras acima e abaixo da fratura e das articulações mais próximas, não amarre no local da área fraturada.

• Se for possível atendimento rápido, não realize esses procedimentos, deixe que a equipe de socorro o faça, pois eles dispõem de material adequado para o mesmo.

• Em caso de fratura exposta, não tente colocar o osso no lugar, proteja a fratura com gaze ou pano limpo antes da imobilização.

TIPOS DE FRATURAS

Fratura de crânioDor local, sangramento pelo nariz, boca ou ouvidos, náuseas e vômitos,

tontura, inconsciência, alteração das pupilas.Fratura de coluna

Dor local, anestesia, formigamento, incapacidade de movimento dos membros.Fratura de costelas

Respiração difícil, dor intensa no tórax ao tentar se movimentar ou respirar.Fratura de fêmur e bacia

Dor intensa na região, dificuldade de movimentar-se.

Conduta• Mantenha a vítima imóvel • Proteja a cabeça da vítima de maneira que ela não possa realizar movimentos,

não lateralize a cabeça e não a eleve.• Afrouxe as roupas da vítima.• Caso tenha que transportar a vítima, imobilize toda a vítima, coloque-a deitada

sobre uma superfície rígida (tábua, porta, maca) e fixe com tiras largas em todo o corpo, tenha o cuidado de não movimentar a cabeça.

• Avalie constantemente os sinais vitais e observe sinais de choque.

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ENTORSESÉ uma lesão dos tecidos moles (cápsula articular e/ou ligamentos) de uma articulação. Ocorre quando uma articulação é forçada além do limite natural, como uma torção de pé, por exemplo. Apresenta dor intensa no local, inchaço, impossibilidade de movimentação da articulação. Sinais e sintomas- Dor profunda em torno da articulação;- Incapacidade de movimentação. Pode até ocorrer sangramento na parte interna do local lesado.

Conduta- Coloque compressa fria no local;- Imobilize a área traumatizada;- Dê analgésico via oral, para amenizar a dor;- Chame o médico ou leve a pessoa ao hospital.

LUXAÇÃOÉ o deslocamento das extremidades ósseas que formam as articulações. Os principais sinais são: Dor local, deformação ao nível da articulação, inchaço, impossibilidade de movimentação.Deve-se proceder como os casos de fraturas.

QUEIMADURAS

CONCEITOToda e qualquer lesão decorrente da ação do calor sobre o organismo.

A gravidade da queimadura é determinada pelos seguintes aspectos:• Grau da queimadura;• Porcentagem queimada do corpo;• Gravidade da lesão;• Local da queimadura;• Complicações associadas (condições físicas ou mentais preexistentes);

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• Idade da vítima (idoso, com mais de 60 anos, e crianças, com menos de 5 anos reagem mal às queimaduras).

CLASSIFICAÇÃO QUANTO A PROFUNDIDADE1º Grau: Atinge apenas a epiderme (camada mais superficial da pele), sendo caracterizada por vermelhidão, dor local, inchaço e ressecamento da pele, causada geralmente por exposição prolongada à luz solar ou contato breve com líquidos ferventes.2 º Grau: Atinge camadas um pouco mais profundas da pele. Caracteriza-se por formação de bolhas e descamação das camadas superficiais da pele com formação de feridas avermelhadas, úmidas e muito doloridas.3 º Grau: Atinge todas as camadas da pele, podendo alcançar músculos, nervos e ossos. Estas queimaduras apresentam secas, esbranquiçadas ou de aspecto carbonizado com pouca ou nenhuma dor, devido à destruição de células nervosas que transmitem a sensação de dor.

Conduta• Identificar e interromper imediatamente a causa do calor.• Caso a queimadura seja de 1º grau, utilize água ou compressas frias para

aliviar a dor e faça a administração por via oral de líquidos.• Caso a queimadura seja de 2º e 3º grau, resfrie o local com água ou

compressas frias, nunca utilize gelo ou água gelada.• Se a vítima estiver em chamas, não a deixe correr, utilizar água fria, extintor de

CO2 ou abafar com um cobertor em último caso pedir que a mesma role no chão.

• Retire roupas, pulseiras, jóias, relógios, que não estejam grudadas na pele da vítima.

• Proteja com pano limpo molhado em água e encaminhe-a a um hospital ou aguarde a chegada do socorro.

• Faça a avaliação primaria da vítima. Identifique qual tipo, grau e extensão da queimadura.

• Não fure as bolhas e não utilize nenhum tipo de pomada ou produto caseiro na área afetada pela queimadura.

• Controle os sinais vitais e observe sinais de choque.• A possibilidade de contaminação da lesão é grande (são principais causa

morte).

QUANTO A EXTENSÃO DA QUEIMADURA A gravidade de uma queimadura não se mede somente pelo grau da lesão, mais também pela área atingida, na verdade, o risco de morte depende muito mais da extensão das lesões do que do grau da queimadura. São consideradas graves, as queimaduras que atingem mais de 15% do corpo, no caso de adultos e 10% para

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crianças até 10 anos. Para podermos avaliar a extensão da SCQ Superfície Corpórea Queimada utilizamos a regra dos nove. (Tabela abaixo).

Área ADULTO CRIANÇACabeça e pescoço 9% 18%Membros superiores 9% 9%Tronco anterior 18% 18%Tronco posterior 18% 18%Genitais 1% -Membros inferiores 18% 14%

QUEIMADURAS ESPECIAIS

CHOQUE ELÉTRICOComo em todos os acidentes, a prevenção é sempre a melhor forma de evitar problemas. Por isso, mantenha protegidas as tomadas no local onde houver crianças, não deixe fios de eletrodomésticos desencapados e não tente consertar fiações elétricas sem a presença de um profissional.

Queimaduras elétricasSão produzidas pelo contato direto entre o corpo e a fonte elétrica. A gravidade é

determinada pelo trajeto da corrente através do corpo. Pode gerar lesões musculares, desordens elétricas do músculo cardíaco, lesões ósseas e de órgãos vitais.

• Desligue a fonte de energia elétrica, se não for possível. • Afaste a vítima da fonte de energia com material isolante. Tome cuidado com

fios soltos e chão molhado.• Para vítimas de choque elétrico observe se há parada cardiorrespiratória, em

caso afirmativo proceda com RCP – Ressuscitação cardiopulmonar. (capítulo seguinte).

• Procure locais de entrada e saída da corrente elétrica, ambos estarão lesados.• Cubra o local com pano limpo e úmido• Providencie socorro imediato.

Queimaduras químicasSão inúmeros os produtos capazes de produzir queimaduras químicas. As

extremidades, geralmente são os locais mais atingidos. A principal diferença da entre a queimadura térmica e química, é que a última tem sua profundidade agravada enquanto o agente químico permanece em contato com a pele.

• Retire roupas e acessórios contaminados com o produto. • Lave o local de contato com água corrente e fria por 5 a 10 minutos.• Cubra o local com pano limpo e úmido• Providencie socorro imediato.

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RESSUSCITAÇÃO CARDIOPULMONAR

CONCEITOA RCP é um conjunto de procedimentos cientificamente comprovados, voltados para a assistência às vítimas que se encontram com ausência de batimentos cardíacos e/ou ausência de respiração, com o objetivo de recuperar a bomba cardíaca e evitando a morte cerebral.

Existem muitos casos e situações que podem levar uma pessoa a sofrer uma parada cardiorrespiratória: afogamento, aspiração excessiva de gases venenosos, presença de corpos estranhos na garganta, choque elétrico, parada cardíaca. Os primeiros sinais da parada cardiorrespiratória são facilmente identificáveis: Inconsciência, ausência da respiração, ausência de pulso, extremidades arroxeadas.

CONDUTA• Deite a vítima em decúbito dorsal em superfície rígida.• Ajoelhe-se ao lado da vítima e chame-a para verificar se está inconsciente.• Se constatada a parada, acione o socorro e inicie o ABCD.• Airway – Abertura de vias aéreas, através da manobra de inclinação da cabeça

e elevação do queixo (na ausência de lesão cervical) (figura 1) e observar se a alguma presença de corpo estranho, constatando a presença, se possível retire-o.

Figura 1

Abaixo demonstramos a manobra para abertura de vias aéreas na presença de lesão cervical, com tração da mandíbula para frente e para cima (figura 2). ATENÇÃO: essa manobra não é recomendada para pessoas leigas, utilize a manobra anterior para todas as vítimas, mesmo em vítimas de trauma. (Diretrizes 2005 AHA – American Heart Association)

Figura 2

• Breathing – Respiração (ver, ouvir e sentir) por 5 a 10 segundos. Havendo ausência da respiração, realize 2 ventilações de resgate de 1 segundo cada.

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Tampe o nariz da vítima, para evitar que o ar retorne por esta via, inspire normalmente e expire na boca da vítima (figura 3).

Figura 3

• Circulation – Circulação. Após as ventilações de resgate (não parar para verificar pulso), inicia-se a compressão torácica externa. O local exato para pressionar fica a dois dedos acima da ponta do osso esterno, osso do centro do peito (figuras 4 e 5). Apóie uma mão sobre a outra neste ponto, mantenha os braços esticados num ângulo de 90º com a vítima (figura 6), a pressão aplicada deve ser suficiente para deprimir o esterno de 3,5 a 5 cm no adulto, numa freqüência de aproximadamente 100 compressões por minuto. Segundo as diretrizes de 2005 da AHA (American Heart Association), a relação de compressão / ventilação é de 30/2 por 2 minutos ou 5 ciclos, independente do número de socorristas. Observação: Para criança use 1 ou 2 mãos para realizar as compressões na linha dos mamilos e para lactentes comprima com 2 dedos imediatamente abaixo da linha dos mamilos.

Figura 4 Figura 5 Figura 6

• Defibrilation – desfibrilação. Podendo ser realizada apenas na presença de um DEA – Desfibrilador Externo Automático. Este equipamento pode ser utilizado por qualquer pessoa treinada, o mesmo informa todos os procedimentos a serem realizados, onde será administrado choque caso seja indicado, em vítimas a partir de 1 ano de idade. Caso disponha de um DEA, após o choque reinicie imediatamente a RCP, começando com compressões torácicas.

• Nunca esqueça de solicitar socorro e quando o fizer peça um DEA.

RESUMO - Relação compressão / ventilação:• Em adultos e crianças a partir de 8 anos: 5 ciclos de 30/2 ou 2 minutos, com 1

ou 2 socorristas .• Em crianças de 1 a 8 anos: 5 ciclos de 30/2 ou 2 minutos com 1 socorrista e 10

ciclos 15/2 ou 2 minutos com 2 socorristas.• Em lactentes de 0 a 1 ano: 5 ciclos de 30/2 ou 2 minutos com 1 socorrista.

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CORPOS ESTRANHOSCorpos estranhos são corpos que penetram no organismo através de qualquer orifício ou após uma lesão de causa variável. Freqüentemente, eles encontrar-se mais nos olhos (VISTO ANTERIORMENTE), ouvidos ou vias respiratórias.

NO OUVIDO

Conduta

• Não introduza no ouvido nenhum instrumento (ex: arame, palito, grampo, pinça, alfinete), seja qual for a natureza do corpo estranho a remover.

• Objetos duros como amendoins e feijões, são os mais comuns. Se o objeto poder ser visto e estiver na abertura do canal auditivo, remova-o delicadamente com uma pinça. Do contrário não tente remover no local;

• Nunca irrigue o ouvido na tentativa de deslocar um corpo estranho, o líquido irá fazer com que muitos objetos dilatem, tornando a remoção mais difícil.

• Caso, for um inseto, também não insira nada no canal auditivo com intenção de matá-lo. A maioria dos insetos são atraídos pela luz. Puxe o lóbulo da orelha para endireitar o canal auditivo, e então acenda uma lanterna no ouvido para atrair o inseto.

• Se o copo estranho não puder ser retirado com facilidade procure atendimento médico

NO NARIZ

Conduta• Comprima com o dedo a narina não obstruída.• Com a boca fechada tente expelir o ar pela narina em que se encontra o corpo

estranho.• Não permita que a vítima assoe com violência.• Não introduza instrumentos na narina (arame, palito, grampo, pinça etc.). Eles

poderão causar complicações.• Se o corpo estranho não puder ser retirado com facilidade, procure um medico

imediatamente.

OVACE – OBSTRUÇÃO DAS VIAS AÉREAS POR CORPO ESTRANHOA obstrução grave ou completa das vias aéreas é uma emergência que pode

causar a morte em minutos se não for tratada. Na maioria das vezes ocorre por

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alimentos. Se a obstrução foi parcial e a vítima consegue tossir, encoraje-a a fazê-lo. Se não, observe:Sinal universal de asfixia

• Incapacidade de falar: Você está engasgado? Pode falar? • Tosse fraca e ineficaz• Sons inspiratórios agudos ou ausentes• Dificuldade respiratória crescente• Cianose

Manobra de Heimlich• Afaste as pernas da vítima (em pé) e coloque sua perna mais fraca entre as

dela e a perna de apoio (mais forte) para trás.• Faça um punho com a mão• Coloque-a com o polegar voltado para o abdômen da vítima um dedo acima da

cicatriz umbilical.• Agarre o punho com a outra mão e pressione-o contra o abdômen da vítima

rapidamente para trás e para cima, 5 vezes.• Caso você seja a vítima e estiver sozinha, comprima a região superior do

abdômen de modo rápido sobre qualquer superfície rígida: encosto de cadeira, canto de mesa.

Em vítima grávida ou excessivamente obesa:• Colocar o punho da mesma maneira, agora sobre o esterno (osso do centro do

tórax) sem atingir as costelas ou o processo xifóide.

Vítimas inconscientes• Pedir socorro especializado • Abra as vias aéreas e inspecione a cavidade oral a procura de corpos

estranhos caso visualize retire-o com o dedo.• Com as vias aéreas abertas tente 2 respirações de resgate. Se insucesso

reposicione a cabeça da vítima e tente novamente.• Segundo AHA 2005, não se trata mais vítima inconsciente com suspeita de

OVACE com manobra de Heimlich, utilize as manobras de compressão torácica da RCP (mesma eficácia) até a desobstrução ou chegada do socorro.

• Após a desobstrução, realize 2 respirações de resgate.• Verificar sinais de circulação, caso não apresente continuar com RCP.

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• Caso haja sinais de circulação e a vítima respire adequadamente coloque-a na PLS, enquanto aguarda socorro médico.

OVACE em lactentes• Coloque o bebê com o rosto para baixo, cabeça mais baixa que o tórax,

repousando no seu antebraço. Sustente a cabeça segurando firme a mandíbula. Descanse o braço na coxa. (Figura 1)

• Realize 5 golpes fortes e rápidos para baixo nas costas (escápulas) com o punho da mão e os dedos estendidos.

• Coloque sua mão livre no dorso do lactente e vire em bloco e mantenha a cabeça mais baixa que o tórax.

• Aplique 5 compressões rápidas e forçadas no tórax, com freqüência de aproximadamente 1 por segundo. (Figura 2)

• Repetir até o lactente expelir o objeto ou ficar inconsciente.• Com crianças acima de 1 ano realizar procedimento igual ao adulto.

Figura 1 Figura 2

ANGINA E INFARTO

Responsável por até 5% do total de atendimentos em emergências, a dor torácica constitui-se em um dos maiores desafios à prática médica neste século. As alterações no perfil de mortalidade das sociedades ocidentais elevaram as doenças cardiovasculares ao topo das causas de morte, sendo o infarto a principal delas.

Angina

A angina é geralmente caracterizada por dor ou pressão na parte anterior do tórax após esforço ou stress podendo irradiar para o membro superior esquerdo, mais comum, ou ainda para face, membro superior direito, epigástrio e nas costas. De maneira quase invariável a angina está associada à obstrução significativa de uma

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artéria importante do coração, sua duração é de 3 a 10 minutos e seu alivio ocorre com a interrupção da causa e medicação.

Infarto agudo do miocárdio (IAM)

O IAM refere-se ao processo pelo qual áreas de células miocárdicas no coração são destruídas de maneira permanente. Como a angina o infarto é geralmente causado, pelo fluxo sanguíneo diminuído em uma artéria do coração devido à aterosclerose e a oclusão completa de uma artéria por trombo. Manifesta-se por dor torácica de forma súbita e continua, irradia-se para os mesmo locais descritos na angina, sendo sua duração prolonga, mais de 30 minutos, sem alivio.

Outros sinais e sintomas

• Ansiedade e agitação• Pele fria, pálida e úmida• Aumento da freqüência cardíaca (FC) e respiratória (FR)• Vertigens, náuseas e vômitos

Conduta

• A se deparar com uma vítima que apresente alguns destes sinais e sintomas, deve-se solicitar o socorro médico imediato.

• Deite a vítima em decúbito dorsal e mantenha em repouso.• Não lhe ofereça nada para beber, salvo se o mesmo já fizer uso de alguma

medicação, neste caso não o impeça de fazê-lo.• Observe sinais vitais, em caso de PCR inicie as manobras de ressuscitação.• Mesmo nos casos de angina em que a vitima venha ter o alivio dos sintomas

deve-se encaminha-la imediatamente ao atendimento médico.

AFOGAMENTOO afogamento é a morte decorrente de asfixia provocada por submersão. É uma das maiores causas de óbito acidental de crianças com idade até cinco anos.

Quase afogamento- Sobrevivência, pelo menos temporária de uma condição quase-asfixia por sumersão.

Afogamento molhado- Quando a vítima inspira líquidos para dentro dos pulmões.

Afogamento seco- Ocorre quando um espasmo muscular grave da laringe interrompe a respiração ( 10 a 40% dos afogamentos).

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Afogamento secundário- Morte causada por pneumonia por aspiração, posterior a ressucitação após o acidente aquático.

REGRAS BÁSICAS PARA PREVINIR AFOGAMENTOS:• As crianças devem ficar sob constante supervisão se houver lago, piscina ou

balde de água de qualquer tamanho por perto;• Esportes aquáticos e bebidas alcoólicas nunca combinam;• Equipamentos ou coletes salva-vidas devem sempre ser usados durante

passeios de barcos.

ETAPAS DO AFOGAMENTO

Apnéia inspiratóriaNesta fase, ao entrar no meio líquido, a primeira atitude da pessoa é inspirar,

enchendo os pulmões de ar e prendendo a respiração.

Apnéia expiratóriaEntre 2 a 3 minutos do início da apnéia inspiratória, dependendo da resistência

de cada organismo, o indivíduo que foi aos poucos soltando o ar que estava preso nos pulmões chega ao momento em que se tornam vazios, tendo início então, esta fase.Agitamento

O indivíduo, com os pulmões vazios, não consegue mais controlar o impulso de respirar e recebe um estímulo cerebral para respirar, mesmo sabendo que se o fizer, irá se afogar. É uma reação involuntária e incontrolável neste estágio.

Morte aparenteCom a entrada de água nos pulmões, mesmo em pequena quantidade,

ocorrerá uma parada cardiorrespiratória, denominada de morte aparente. Por aproximadamente 3 minutos, através de estímulos, o afogado ainda poderá vir ser salvo, voltando a respirar.

Conduta• Verifique a existência ou não de correnteza ou de águas agitadas.• Providencie uma corda, barco, bóia ou outro material que possa chegar até a

vítima.• Ao se aproximar da vítima procure segura-lá por trás, de forma que ela não

possa segurar você e dificultar o salvamento.• Se a vítima se estiver consciente, auxilie a sair da água e tranqüilize-a.• Aqueça a vítima para evitar hipotermia, e monitorize os sinais vitais até a

chegada do atendimento especializado.• Caso já esteja inconsciente, retire-o da água o mais rápido possível, deite-a

em uma superfície dura, paralelamente a linha da água e em decúbito dorsal.

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• Inicie as manobras de ressuscitação até que retorne a respiração e batimentos cardíacos ou até a chegada do socorro especializado.

• Caso não seja possível o contato com o socorro especializado, assim que a vítima recobrar suas funções vitais, aqueça-a e providencie sua remoção para um hospital, sempre monitorando os sinais.

• ATENÇÃO: Se a vítima tiver sofrido trauma antes do afogamento, procurar realizar a imobilização da coluna cervical (cabeça e pescoço no mesmo nível das costas). Caso o socorro esteja a caminho não retire da água, desobstrua as VA e sustente a respiração.

IMOBILIZAÇÃO E TRANSPORTEQualquer dispositivo usado para imobilizar uma fratura ou deslocamento é uma

tala. As talas podem ser moles ou rígida, industrializadas ou improvisadas com qualquer objeto que ofereça estabilidade.

As talas são usadas para apoiar e imobilizar possíveis fraturas, deslocamento e entorses graves, ajudar a controlar o sangramento e a dor, reduzir o inchaço e evitar maiores danos aos tecidos pelo movimento das extremidades ósseas.

PRINCÍPIOS DA IMOBILIZAÇÃO Imobilize as articulações imediatamente acima e abaixo da lesão. Tanto antes e depois da imobilização, avalie o pulso e a sensibilidade abaixo da

lesão (a cada 15 min.). Remover adereços. Cobrir lesões com curativos estéreis, antes de aplicar a tala. Alinhar extremidades, mas não forçar se houver resistência. Acolchoar imobilizadores.

Coloque uma atadura triangular, uma camisa ou pano sobre o tórax da vítima, e amarre as pontas.

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As vítimas não devem ser movimentadas, ou só o mínimo possível. Existem porém situações em que a movimentação torna-se necessária. Devemos reconhecer quais são estas situações e quais as técnicas para realizar a movimentação corretamente. O transporte adequado da vítima é de suma importância, muitas vezes, a mesma pode ter seu estado agravado devido a um transporte feito sem os cuidados necessários.

Pode-se haver a necessidade de movimentação no início do atendimento e serve para afastar a vítima de um perigo maior, por exemplo: a vítima está no meio da pista sujeita a novos acidentes; está com o corpo total ou parcialmente submerso, sujeita a afogamento; exposta a gases venenosos, vazamento de combustível, risco de incêndio.

Princípios Gerais de remoção• Se encontrar a vítima de bruços, coloque-a em posição de avaliação após

verificar as funções vitais e possíveis danos ao pescoço e coluna;• Em geral, não se deve remover a vítima se isso for agravar as lesões;• Administre os tratamentos de emergência necessários; imobilize todas as

fraturas, principalmente as de pescoço e coluna;• Só remova a vítima se houver perigo imediato. A verificação das funções vitais

deve ocorrer após a remoção somente quando houver risco a vida;• Se for necessário remover a vítima, a rapidez dependerá do motivo da

remoção (ex: se for incêndio, deve ser feito rapidamente; a remoção de uma vítima para ter acesso a outra deve ser feita levando-se em consideração os ferimentos antes e durante a remoção.

Quando fazer uma remoção de emergência• Tráfego incontrolável;• Locais fisicamente instáveis (veículo com risco de desabar);• Exposição a materiais nocivos;• Incêndio ou risco de incêndio• Multidão hostil;• Necessidade de reposição da vítima para administração de tratamento que irá

salvar sua vida (RCP);• Necessidade de se obter acesso (mover uma vítima para ter acesso a outra);• A vítima exige ser removida;• Condições climáticas (muito frio, úmido ou quente e muito vento).

Antes de movimentar ou transportar:• Controlar e manter sinais vitais.• Estancar ou controlar todas as hemorragias.

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• Imobilizar a cervical e todos os pontos suspeitos de fratura (vimos anteriormente)).

Durante a movimentação ou transporte:• Não interromper a verificação dos sinais vitais.• Não interromper os procedimentos de respiração artificial e/ou reanimação

cardíaca que tenham sido iniciados.• Manter a vítima na posição mais confortável e segura possível.• Evitar movimentos bruscos.• Sempre que possível usar maca, pois é um excelente meio de transporte.

Transporte com um socorrista• Transporte de apoio: O socorrista passa o braço em volta do seu pescoço,

segurando-a pelo punho. Pode ser usado quando a vítima estiver consciente e possui apenas ferimentos leves.

• Transporte nas costas: Estando a vítima de pé, o socorrista vira as costas para ela e passa os braços do acidentado em torno do seu pescoço. Em seguida inclina um pouco para frente, levantando-a e conduzindo-a. Se a vítima puder firmar-se no tronco do socorrista, este usará seus braços para apoiar as pernas dela.

• Transporte de bombeiro: Estando a vítima inconsciente ela é transportada sobre os ombros do socorrista, ficando este com um braço livre.

• Transporte de arrasto: Arrastar a vítima no sentido do comprimento, esticada, nunca de lado ou torta, puxando pelos pés sem levantá-los muito ou pelos braços, cruzados de forma a imobilizar a cabeça. Caso disponha de uma lona ou lençol, o socorrista poderá ainda colocar a vítima ditada sobre a lona e juntando as pontas do pano na extremidade onde está a cabeça da vítima, elevá-la e arrastá-la.

Transporte com dois socorristas• Transporte em cadeirinha: Os dois socorristas podem com os braços, formar

um pequeno assento para a vítima, que deverá passar o braço pelo pescoço dos socorristas.

• Transporte pelas extremidades: Não havendo fratura de coluna e de membros, a vítima pode ser segura pelos ombros e pernas.

• Transporte no colo: a vítima pode ser levada no colo, junto ao tórax dos socorristas.

• Transporte por cadeira: É o tipo mais adequado para pessoas que apresenta, problemas respiratórios. Neste caso, os socorristas utilizam uma cadeira para transportar a vítima com a mesma sentada.

• Transporte em rede: Com uma rede, lona ou lençol e amarra-se pelas extremidades em um pedaço de madeira e os socorristas conduzem a vítima.

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Transporte com mais de dois socorristasSempre que houver suspeita de fratura de crânio, coluna e bacia, serão

necessárias, pelo menos, 3 pessoas para transportar a vítima. O transporte de maca é o único recomendado nesses casos ela deve ser dura e plana, portanto, deve ser usada sempre, mesmo sendo improvisada. Veja algumas formas de improvisar uma maca ou padiola: Uma porta ou tábua larga; duas camisas de tecido resistente ou paletó abotoado em volta de 2 varas resistentes; um cobertor, dando 3 voltas em duas varas ou tubos.

Para colocar e retirar a vítima da maca, ou para efetuar movimentações curtas, a maneira mais segura, é utilizar o método de 3 ou 4 pessoas, onde cada um ergue uma parte da vítima, ao mesmo tempo de forma sincronizada, cuidando para não permitir movimentos na cabeça e no pescoço. Devendo a pessoa mais experiente posicionar-se na cabeça, que é de onde partirá o comando para a movimentação. Para isto, as pessoas devem ajoelhar-se ao lado da vítima e passar os braços sob seu corpo, de forma que todo o corpo fique apoiado. Com cuidado levanta-se a vítima, sem dobrar nenhuma parte do corpo, outra pessoa põe a maca ao lado, e novamente todos colocam cuidadosamente a vítima sobre a maca.

INTOXICAÇÃO OU ENVENENAMENTO

Intoxicação grave causada por substâncias nocivas ao organismo (produtos químicos, drogas, gases, plantas venenosas e alimentos). A gravidade do envenenamento depende da idade, susceptibilidade do indivíduo, quantidade, tipo, grau de toxicidade e via de penetração da substância. Ligue para CIT – Centro de Informação Toxicológica. Fone: (84) 3232 – 9284.

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TIPOS DE INTOXICAÇÃO

Intoxicação medicamentosa

Nesse tipo de intoxicação, podem ocorrer os seguintes sintomas: Náusea e vômito, diarréia, azia, sonolência, sensação de fraqueza, sudorese, palidez, inconsciência, dificuldade respiratória e parada cardiorrespiratória.

• Providencie socorro médico imediato.• Coloque a vítima deitada com a cabeça mais baixo que o resto do corpo e

lateralizada.• Se o medicamento tiver sido ingerido e a vítima estiver consciente provoque o

vômito e dê-lhe água até que a cor do vômito se torne clara.• Monitorar os sinais vitais e intervenha se necessário.• Se possível guarde o frasco ou nome do medicamento e a quantidade ingerida.

Intoxicação por plantas venenosas

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Conduta

• Não provoque o vômito, algumas vezes o mesmo poderá ocorrer espontaneamente.

• Retire da boca o que resta da planta, cuidadosamente.• Lave a boca com água corrente abundante.• Examine a língua e a garganta para verificar a irritação causada.• Se possível guarde a planta para verificação ou informe-se sobre nome e

características da planta.• Encaminhe ao atendimento médico e consulte o CIT.

Intoxicação por substâncias químicas

Por contato com a pele (via dérmica)

Irritação (pele seca e rachada), mudança de coloração da pele (áreas amareladas ou avermelhadas), descamação (pele escamosa ou com aspecto de sarna).

• Retirar as roupas contaminadas pelas substâncias.• Lavar bastante a pele com água corrente.

PLANTAS TÓXICAS MAIS COMUNS

Partes Tóxicas Tóxico/Efeito Característico

AntúrioComigo-ninguém-podeCopo de LeiteTinhorão

LátexFolhasCaule

Oxalato de Cálcio + Alérgeno• Dor em queimação / irritação de mucosas / náuseas• Inchaço

MamonaPicão de PraiaPinhão de Purga

Sementes Toxalbumina• Vômitos / cólicas / diarréia sanguinolenta / insuficiência renal

Figueira do InfernoSaia BrancaTrombeteira

Toda a planta Alcalóides tipo atropina• Pele quente e seca/ agitação/ alucinação/rubor de face

Mandioca Brava Entrecasca da raiz Glicídio Cianogênico:• Vômitos / cólicas / sonolência / convulsões /coma / asfixia

Chapéu de Napoleão Espirradeira

Toda a planta Glicídio Cardiotóxico:• Vômitos / diarréia / alterações cardíacas

Coroa de CristoEstrela de CadeteLeiteira

Látex Látex Irritante:• Salivação / vômitos / queimaduras

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• Encaminhar a vítima ao atendimento médico.

Por inalação (via respiratória)

Ardor na garganta e pulmões, tosse, rouquidão, congestionamento das vias respiratórias, dor de cabeça, náuseas, sonolência, inconsciência (casos graves).

• Afastar imediatamente a vítima do ambiente contaminado e levá-la para local arejado.

• Afrouxar as roupas da vítima• Observar sinais vitais• Mantenha a vitima quieta e aquecida, até a chegada do socorro médico.• O socorrista deve ter cuidado para não se tornar uma próxima vítima, em

ambiente fechado, deve-se ventilá-lo antes de entrar no local.

Por ingestão (via oral)

Sinais e sintomas gerais: Respiração ou hálito com cheiro do veneno ou tóxico, irritação da boca e garganta, dor no peito, náuseas, diarréia, transpiração anormal, dor de cabeça, fraqueza e câimbra.

• Verificar o rótulo da substância para certificar-se do procedimento a ser adotado, pois se a substância for cáustica ou corrosiva, não se deve induzir o vômito, ou ainda se apresentar dor ou destruição da mucosa oral e se estiver inconsciente.

• Entre em contato com o CIT e siga as orientações fornecidas não induza o vômito sem orientação.

• Observe sinais vitais (respiração e pulso)• Encaminhe ao atendimento médico juntamente com a embalagem do produto.

ACIDENTES COM ANIMAIS RAIVOSOS E PEÇONHENTOS

ANIMAIS RAIVOSOSA hidrofobia, ou raiva, pode afetar todos os mamíferos, e não só os cães e

gatos. A doença atua no sistema nervoso central, através de um vírus, provocando sinais e sintomas de encefalite (inflamação no cérebro), e pode ser fatal.

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O animal contaminado pode transmitir o vírus ao homem através da saliva. Por isso, lembre-se: um arranhão ou uma simples lambida em um ferimento é o suficiente para o contágio.

É importante reforçar que a raiva pode ser transmitida não só por cão e gato, mas também por outros mamíferos. Podendo apresentar alguns sintomas tais como:

• Dificuldade para engolir• Alteração de comportamento (tristeza, apatia, agitação ou agressividade)• Sensibilidade a luz (fotofobia)• Medo de água (hidrofobia)• Paralisia

Conduta• Lave a ferida com água e sabão em abundância.• Leve a vítima ao atendimento médico mesmo que você conheça o animal ou

que ele esteja vacinado pela raiva.• Providenciar vacina ou soro quando indicado.• Em caso de ataque não sacrifique o animal, coloque em um local seguro para

observação (10 dias).

ANIMAIS PEÇONHENTOSAnimais peçonhentos ou venenosos são todos aqueles que secretam

substâncias tóxicas (venenos) e dispõem de órgãos especializados para sua inoculação. Entre eles os mais importantes são as serpentes (cobras), escorpiões e aranhas.

Cobras As cobras podem ser classificadas em venenosas e não venenosas. A picada

das não venenosas provoca manifestações gerais, mas podem causar alterações locais com dor moderada e, eventualmente, discreto inchaço. É importante o socorrista e a própria vítima terem informações que permitam identificação. A seguir temos, as figuras 17 e 18 e uma tabela com as principais características e diferenças.

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As Figuras - 17 e 18, respectivamente, mostram a diferença entre uma cobra não venenosa e uma cobra venenosa.

CARACTERÍSTICAS DAS COBRAS

Estrutura Cobra não venenosa Cobra venenosaCabeça Continuidade do corpo formato

arredondadoDestaca-se do corpo formato triangular

Olhos Grandes Pequenos

Pupila Redonda Em fenda

Fosseta loreal Ausentes Presentes

Escama Desenhos irregulares Desenhos regulares

Cauda Fina com afinamento progressivo Curta, grossa com afinamento brusco

Dentes Não possuem presas na frente, dentes com tamanhos regulares

Grandes presas na frente em forma de agulha, presença de bolsa de veneno

Placas na cabeça Com grandes placas Sem placas com escamas iguais ao corpo

Picadas Orifícios pequenos Uma ou duas marcas profundas

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Conduta

• Deite a vítima e mantenha calma;• Não permita que ela faça nenhum esforço, pois a movimentação facilitará que

o veneno se espalhe pelo corpo;• Retire anéis, pulseiras ou outros objetos que possam garrotear o membro

devido ao edema que pode se tornar intenso;• Lave o local com água corrente e coloque compressas de gelo ou frias;• Leve a vitima rapidamente ao local mais próximo que disponha de soro

antiofídico;• Não lhe dê álcool nem aplique no local da picada• Não faça garrote ou torniquete;• Jamais corte a pele, pois alguns venenos podem causar hemorragia além de

favorecer a infecções;• Não realizar sucção com a boca.

EscorpiõesOs escorpiões são pouco agressivos, picando apenas para se defender. Têm

hábitos noturnos permanecendo escondidos durante o dia em troncos de árvores, pilhas de madeiras, frestas de muros, sob pedras, cupinzeiros e adaptam-se bem ao ambiente doméstico. No Brasil existem cerca de 40 espécies, os que mais atacam o homem são do gênero Tityus.

TABELA DE COBRAS

Cobras Habitat Ação do veneno Agressividade

Cruzeira Lugares úmidos

Dor local, inchaço, manchas roxas, bolhas, hemorragia e febre

Agressiva

Jararaca, CotiaraMatas, vegetação alta

Dor local, inchaço, manchas roxas, bolhas, hemorragia e febre

Agressiva

Cascavel Regiões pedregosas

Pouca dor local, dormência, dor muscular, pálpebras superiores caídas e visão borrada

Agressiva

CORAL

Se abrigam debaixo de troncos de árvores, folhas ou outros locais úmidos em todas as regiões do país

Visão dupla e borrada, a face se apresenta alterada (pálpebras caídas, aspecto sonolento), dores musculares, aumento da salivação, paralisia respiratória e morte.

Agressiva

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Sinais e Sintomas:• Dor intensa que pode durar cerca de 2 horas nas formas benignas e 6 a 8

horas nas formas mais graves, podendo ainda ser localizada ou generalizada pelo corpo;

• Vermelhidão e edema local• Náuseas, vômitos, diarréias e dores no estômago. • Dificuldade para respirar e falar• Sudorese intensa e palidez• Sonolência

Aranhas

Conduta para picadas de aranhas e escorpiões• Deite a vítima e mantenha calma;• Evite a movimentação da vítima;• Aplique compressas frias;• Observe a freqüência respiratória;• Procure atendimento especializado;• Sempre que possível levar o animal causador do acidente para identificação,

de modo a facilitar o atendimento específico.

Medidas Preventivas• Cuidados especiais com sapatos, roupas, etc.• Manter jardins e quintais limpos, com grama aparada sem resto de materiais de

construção (tijolo, telha, madeira).• Não plantar bananeiras ou folhagens perto das residências.• Quando houver terrenos abandonados próximo de sua casa, solicite aos

responsáveis a limpeza dos mesmos.• Os inseticidas só agem diretamente sobre as aranhas, não servem como

medida de prevenção.

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Aterosclerose: Acúmulo anormal de depósitos lipídicos e tecido fibroso dentro das paredes e luzes arteriais.

Bradicardia: Diminuição dos batimentos cardíacos.

Cianose: Cor azulada da pele por falta de oxigênio no sangue.

Crepitação: Sensação de atrito dos fragmentos ósseos produzida ao se tocar no local da fratura.

Débito cardíaco: É a quantidade de sangue bombeado por um ventrículo durante um determinado período.

Decúbito: Posição deitada.

TABELA DE ARANHAS

Aranhas Habitat Ação do veneno Agressividade

Armadeira

Embaixo de móveisNas bainhas das bananeirasEm locais escuros

Dor imediata e persistentePodem ocorrer vômitosDor de cabeça, agitaçãoSalivação intensa, febre

Muito Agressiva

Aranha Marrom Roupas e sapatos

Pouca ou nenhuma dor local12 ou 24 horas após: dor tipo queimação, inchaço, vermelhidão, urina cor de lavado de carne

Não Agressiva

Caranguejeira Morros e lugares com pedras

Alergia: mucosas, olhos, nariz e pele Não Agressiva

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Edema: Acúmulo excessivo de líquido em partes dos tecidos ou órgãos do corpo; inchaço.

Epigástrio: Porção média e superior do abdome.

Esterno: Osso dianteiro do peito, que se articula com as costelas.

Hematoma: Acumulo de sangue em tecido abaixo da pele.

Hipertensão: Aumento anormal da tensão arterial.

Hipotensão: Diminuição anormal da tensão arterial.

Hipotermia: Temperatura do corpo anormalmente baixa.

Hipoxemia: Diminuição na tensão de oxigênio arterial no sangue.

Isquemia: Deficiência de chegada de sangue a um determinado segmento do corpo.

Sinal: Evidência objetiva ou manifestação física da doença (ex: lesão, febre).

Sintoma: Alteração relatada ou descrita pela vítima (ex: dor, mal - estar).

Sudorese: Suor abundante; transpiração excessiva.

Taquicardia: Aumento dos batimentos cardíacos.

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