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APERFEIÇOAMENTO DO NADO DE CRAWL 2008

Apostila 01 Aperfeicoamento Do Nado de Crawl

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APERFEIÇOAMENTO DO NADO DE CRAWL

2008

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A natação como fonte de vida

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SUMÁRIO

LISTA SIGLAS ................................................................................................... 4 1 INTRODUÇÃO ............................................................................................ 5

1.1 Origem e Evolução ................................................................................ 6 1.2 Regulamentação.................................................................................... 7

2 PRINCÍPIOS BIOMECÂNICOS DO NADO CRAWL ................................... 9 2.1 Principio da Redução da Resistência da Água com o Corpo ................ 9

2.1.1 Resistência de Forma ................................................................. 10 2.1.2 Resistência de Ondas ................................................................. 10 2.1.3 Resistência de Atrito ................................................................... 11

2.2 Principio da Continuidade das Ações .................................................. 11 2.3 Ritmo ................................................................................................... 11 2.4 Orientação das Superfícies Propulsivas .............................................. 11 2.5 Sentido dos Movimentos em Relação com os Deslocamentos. .......... 12

3 DESCRIÇÃO TÉCNICA ............................................................................ 13 3.1 Posição do Corpo (PC)........................................................................ 13

3.1.1 O Alinhamento Horizontal (AH) ................................................... 13 3.1.2 Alinhamento Lateral (AL)............................................................. 14 3.1.3 Rotação do Corpo Sobre o Eixo Longitudinal (REL) ................... 16

3.2 Posição da Cabeça e Respiração........................................................ 18 3.2.1 Postura Inicial (Momento da Apnéia) .......................................... 18 3.2.2 Postura Final (Momento da Respiração)..................................... 18

3.2.2.1 Inspiração ........................................................................... 19 3.2.2.2 Expiração............................................................................ 19

3.3 Ação dos Braços.................................................................................. 20 3.3.1 Fase Área.................................................................................... 21

3.3.1.1 Saída da Mão ..................................................................... 21 3.3.1.2 Recuperação ...................................................................... 21 3.3.1.3 Entrada da Mão na Água .................................................... 22

3.3.2 Fase Aquática ............................................................................. 24 3.3.2.1 Extensão............................................................................. 24 3.3.2.2 Agarre ................................................................................. 25 3.3.2.3 Tração................................................................................. 26 3.3.2.4 Empurre .............................................................................. 28

3.4 Trabalho de Pernas ............................................................................. 30 3.4.1 Fase Descendente ...................................................................... 31 3.4.2 Fase Ascendente ........................................................................ 31

3.5 Coordenações ..................................................................................... 32 3.5.1 Coordenação Entre os Braços .................................................... 32

3.5.1.1 Coordenação de Alcance ou Distância por Braçada........... 32 3.5.1.2 Coordenação de Superposição .......................................... 33

3.5.2 Coordenação Entre Braços e Respiração ................................... 34 3.5.3 Coordenação Entre os Braços e Pernas ..................................... 34 3.5.4 Coordenação Entre os Braços e o Tronco .................................. 35

4 SEQÜÊNCIAS PEDAGÓGICAS DE ENSINO........................................... 36 5 ERROS MAIS FREQÜENTES NA TÉCNICA DE CRAWL........................ 37

5.1 Posição do Corpo ................................................................................ 37

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5.1.1 Erros no Movimento Horizontal ................................................... 37 5.1.2 Erros no Alinhamento Lateral ...................................................... 37 5.1.3 Erros Rolamento Longitudinal ..................................................... 38

5.2 Respiração .......................................................................................... 38 5.3 Pernada ............................................................................................... 38 5.4 Ação dos Braços.................................................................................. 40

5.4.1 Recuperação............................................................................... 40 5.4.2 Entrada da Mão na Água ............................................................ 40 5.4.3 Extensão do Braço ...................................................................... 41 5.4.4 Fase de Agarre............................................................................ 41 5.4.5 Fase de Tração ........................................................................... 41 5.4.6 Fase de Empurre......................................................................... 41

5.5 Saída Agarre........................................................................................ 41 5.6 Viradas ................................................................................................ 42 5.7 Chegada .............................................................................................. 42

REFERENCIAS BIBLIOGRÁFICAS ................................................................. 43

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LISTA SIGLAS AA - Ação Ascendente AD - Ação Descendente AH - Alinhamento Horizontal AL - Alinhamento Lateral ALE - Alinhamento Lateral Exterior ALI - Alinhamento Lateral Interior AMA - Adaptação ao Meio Aquático FINA - Federação Internacional de Natação Amadora MI - Membro Inferior MS - Membro Superior NB - Natação para Bebês NPD - Natação Pura Desportiva PC - Posição Corporal REL - Rotação sobre o Eixo Longitudinal

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NADO DE CRAWL

1 INTRODUÇÃO

Crawl significa “rastejar” em inglês, que foi a primeira impressão de um técnico ao ver atletas nadando neste estilo. Sua principal característica é a possibilidade de se incorporar mudanças que o tornem mais rápido, ou seja, variações diversas são permitidas e até estimuladas, contribuindo para a evolução do nado1. O crawl moderno é a modalidade de natação que, atualmente, no que se refere à velocidade, se apresenta como capaz de conseguir maior rendimento2. O nado de crawl caracteriza-se por apresentar:

- Posição ventral do corpo (barriga voltada para baixo); - Movimentos alternados e coordenados das extremidades

superiores e inferiores; - Rosto submerso, com água na altura da testa, olhando para

frente e para baixo; - Respiração lateral, com rotação da cabeça, coordenada com os

membros superiores para realizar a respiração. - Um ciclo consiste numa braçada com o membro superior

esquerdo e outra braçada com o membro superior direito e um número variável de pernadas.

Com relação as provas nadadas nesse estilo temos as distâncias de 50m, 100m, 200m, 400m, 800m (feminino) e 1.500m (masculino). A posição do corpo permite trajetos subaquáticos bem orientados, com resultantes muito próximas da direção do nado. A alternância, continuidade e fluidez das ações segmentares implicam uma menor variação intra-cíclica da velocidade, o que contribui para a economia do movimento.

1 CARVALHO, Sérgio, Apostila de Natação I, 2003 2 CATTEU E GARROF, 1990, p.122

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1.1 Origem e Evolução A primeira forma de nado rudimentar da qual se pode dizer que nasce o crawl, é o "English Side Stroke", que nasce na Inglaterra em 1840, e se caracteriza por nadar sobre a água com uma ação alternada de membro superior, mas sempre subaquática, enquanto os membros inferiores realizam um movimento de tesoura.

Figura 1: English Side Stroke. Fonte: Enciclopédia Britânica on line via:

http://student.britannica.com/comptons/art-54054/The-side-stroke?&articleTypeId=31 Somente dez anos depois apareceu o "Single over" ou "Over singelo”, o qual consiste no nado sobre o corpo, mas com uma recuperação aérea dos membros superiores, dito estilo é nadado pela primeira vez pelo australiano WALLIS (RODRÍGUEZ, 1997; REYES, 1998). Posteriormente aparece o "Trudgen" (sobrenome do primeiro nadador que o utiliza), que é "importado" a Europa por dito nadador inglês ao observar-se realizar a indígenas sul americanos. Dito nado tem como novidade que se nada sobre o abdômen, movendo alternativamente os membros superiores por fora da água, enquanto os membros inferiores realizam um movimento semelhante ao pontapé de peito. Em 1890 este estilo tem uma nova evolução levada a cabo pelos nadadores australianos, quem realizam um nado "Trudgen", mas com movimento do membro inferior de tesoura, denominando-se esta nova técnica "Double over" ou "DOBRO OVER" (REYES, 1998). Mas não é até o ano 1893 quando o pontapé de tesoura se substituído por um movimento alternativo do membro inferior, dando a conhecer a forma mais rudimentar do estilo "crawl" ou crol, adotado pela primeira vez pelo nadador HARRY WICKHAM (DUBOIS E ROBIN, 1992; RODRÍGUEZ, 1997; REYES, 1998); mas é em realidade o nadador CAVILL o que mais difunde este estilo, introduzindo-o no ano 1903 em EE.UU. (CEGAMA, 1962; DUBOIS E ROBIN, 1992). O crawl acaba de evoluir em 1920 nos JJ.OO. Quando o príncipe hawaiano DUKE KAHANAMOKU, graças à realização de uma batida de seis tempos, consegue obter uma posição mais oblíqua que lhe permite bater todos os recordes (REYES, 1998). Desde esse momento, o estilo crawl sofre

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pequenas variações: em 1928, CRABBE realiza um nado com respiração bilateral; em 1932, os japoneses realizam um crawl com uma tração descontinua para favorecer a eficácia do batido e, em 1955 JOHN WEISMÜLLER, realiza a tração subaquática com uma importante flexão de cotovelo na metade do percurso (DUBOIS e ROBIN, 1992).

Figura 2: Johnny Weissmuller and Duke Kahanamoku.

Fonte:http://www.newsfinder.org/site/more/the_crawl_or_freestyle_swimming/

Na atualidade, a técnica de nado não tem variado muito desde a utilizada por dito nadador; ainda que nos últimos anos o nadador australiano MICHAEL KLIM, em certos momentos da prova, realiza movimentos de crawl do membro superior coordenados como batido de borboleta nos membros inferiores; como ocorreu nos metros finais da primeira posta do relevo 4 x 100m livres nos JJ.OO. de Sydney (Austrália) em 2000.

1.2 Regulamentação A definição do crawl, como estilo de natação não é encontrado nos regulamentos oficiais da FINA. (Federation Internationale de Natation Amateur). E isto acontece, porque o crawl é a forma de nadar utilizada nas provas de nado livre, sem sofrer, no tocante à execução do estilo, a ação fiscalizadora dos chamados juizes de percurso. O regulamento vigente de natação com respeito ao nado livre diz:

- SW5.1 Nado livre significa que numa prova assim denominada, o competidor pode nadar qualquer nado, exceto nas provas de medley individual ou revezamento quatro estilos em que nado livre significa qualquer nado diferente do nado de costas, peito ou borboleta.

- SW5.2 Alguma parte do nadador tem que tocar a parede ao completar cada volta e no final.

Como conseqüência:

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- Admite-se nas provas de estilo livre nadar qualquer estilo ou

combinação de estilos. - É uma porta aberta ao progresso na busca de formas de nado

mais rápidas. - Crawl é a forma mais rápida de nado até o momento.

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2 PRINCÍPIOS BIOMECÂNICOS DO NADO CRAWL São os princípios que constituem os critérios básicos que permitirão eliminar ao máximo as forças de resistência. Entre eles temos:

- Redução da resistência da água com o corpo; - Continuidade das ações propulsivas; - Ritmo; - Orientação das superfícies propulsivas; - Sentido dos movimentos em relação com os deslocamentos;

2.1 Principio da Redução da Resistência da Água com o Corpo

Esse princípio tem como objetivo aumentar a força propulsiva e diminuir a força de resistência, que freiam o avanço do nadador. A Figura 1 mostra as quatro forças que agem no nado crawl: a força peso e o empuxo hidrostático que determinam a flutuabilidade do nadador, e as forças propulsivas e de resistência que determinam sua velocidade de nado.

Figura 3: Forças atuantes no nado de crawl

Para CATTEAU & GAROFF (1990, p.123) o rendimento do nado pode resultar dos seguintes fatores:

- Utilização máxima das massas musculares; - Relaxamento muscular completo fora da fase propulsiva; - Respiração fisiológica adequada; - Resistência frontal reduzida; - Melhor sincronização das ações do membro inferior e superior;

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Quando o nadador se desloca na água aparecem três tipos de

resistências: resistência de forma, resistência de ondas e resistência por fricção ou atrito.

2.1.1 Resistência de Forma Em todos os estilos de natação as posições do corpo têm de ser a mais hidrodinâmicas possíveis. Isto significa que, quando nadamos, nosso corpo tem de estar numa postura de tal forma que a água nos ofereça a menor resistência possível3.

Figura 4: Resistência Frontal

SOLAS (2006) diz que: Os principais objetivos da postura ideal do corpo de um nadador são:

- Conseguir o maior coeficiente de penetração possível; - Diminuir a resistência de absorção o máximo possível; - Procurar a coordenação intramuscular (tensão-alavanca)

perfeita; - Impedir que topos ósseos dificultem os movimentos.

2.1.2 Resistência de Ondas Este tipo de resistência é causado pela turbulência na superfície da água. É o tipo de movimento provocado quando correntes de água de direções diferentes se encontram. A água forma pequenos redemoinhos, e movimenta-se de maneira imprevisível. A famosa briga com a água, muitas vezes vista em nadadores ineficientes, é um fator que aumenta muito este tipo de resistência e que deve ser corrigido. Deve-se procurar entrar com a mão na água fazendo movimentos suaves, com uma inclinação e ângulo de mão e punho adequados. Os

3 HERNÁNDEZ, 2005a

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triatletas, independente de sua qualidade técnica sofrem muito esse tipo de resistência, já que na maior parte das competições a natação é no mar.

2.1.3 Resistência de Atrito É a resistência oferecida pela superfície áspera da pele do nadador ao deslocamento. A raspagem dos pelos, o uso de toucas de borracha e, no caso dos triatletas, roupa de neoprene, diminuem este tipo de resistência.

Figura 5: Roupa de Neoprene

Fonte: http://epoca.globo.com/especiais/olimpiadas/0821_natacao.htm

2.2 Principio da Continuidade das Ações Coordenar a continuidade dos tempos motores: ação de braços, ação de pernas e respiração, sem observar rigidez. Nos nados alternativos quando um braço termina sua ação propulsiva, o outro a começa sem pontos mortos.

2.3 Ritmo Desde o primeiro momento pôr especial finca-pé em manter um ritmo constante na repetição de todas as ações sem dispêndio de energia. Assim mesmo, procurar a melhor relação entre amplitude e freqüência de braçada primando a maior longitude.

2.4 Orientação das Superfícies Propulsivas A direção do movimento e o ângulo de ataque das mãos devem ir orientados a que a força propulsiva total tenha, predominantemente, a direção do deslocamento desejada (SEBASTIÁN, Curso de treinador auxiliar de

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Natação). Esticar o braço na entrada, realizar um apoio profundo no agarre, manter o cotovelo alto até o puxão e terminar o empuxo com a mão orientada em diagonal para atrás são as claves de crawl. A trajetória descrita será curvilínea e ampla.

2.5 Sentido dos Movimentos em Relação com os Deslocamentos.

Sensibilidade para os efeitos que produzem as mudanças de direção, de ângulos de ataque e de aceleração dos movimentos propulsivos no deslocamento.

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3 DESCRIÇÃO TÉCNICA A técnica de crawl ou livre é a técnica mais rápida das quatro técnicas de nado existentes em competição. Um ciclo consiste numa braçada com o membro superior esquerdo e outra braçada com o membro superior direito e um número variável de pernadas.

3.1 Posição do Corpo (PC) A posição corporal no crawl é uma estrutura complexa com todos os elementos interagindo uns com os outros. Para ter um bom entendimento da locomoção humana no meio aquático, é necessário conhecer que forças atuam no mesmo quando submerso na água. Segundo PÁVEL (1993) e MACHADO (op.cit, p.3) na analise da posição do corpo, há que se observarem os seguintes movimentos oscilatórios:

- Rotação da cabeça para execução da inspiração, durante o final da ação submersa do braço;

- Rotação dos ombros, para colocar a mão em uma posição mais cômoda de apoio;

- Rolamento lateral do tronco e dos quadris, oferecendo apoio ao movimento das pernas;

- Movimento de pernas, que exercem ao mesmo tempo propulsão e equilíbrio corporal.

Nesse sentido, iremos, na descrição da Posição do Corporal (PC), nos reportar aos seguintes aspectos:

(i) o Alinhamento Horizontal (AH); (ii) o Alinhamento Lateral (AL) e (iii) a Rotação sobre o Eixo Longitudinal (REL).

3.1.1 O Alinhamento Horizontal (AH) Genericamente, poderá afirmar-se que, ao longo da técnica global, a PC deverá manter-se o mais próxima possível da posição hidrodinâmica fundamental (NISTRI, 1982), o que permitirá minimizar a força de arrasto hidrodinâmico a que o nadador se sujeita, assim como favorecer a produção de força propulsiva pela ação dos segmentos motores (HAY, 1985). Assim, em crawl e em costas, o corpo deve estar o mais horizontal possível, com a cabeça em posição natural no prolongamento do tronco (DUBOIS E ROBIN, s.d.).

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Durante o nado, o corpo deve manter-se o mais horizontal possível, ao nível da água, com ligeira arqueação nas costas e com os membros inferiores se movimentando de modo que o centro de ação dos pés fique a uma profundidade que deve ser aproximadamente a mesma que a dos quadris, de forma que apresente uma pequena superfície frontal de contato com a água, reduzindo assim o arrasto hidrodinâmico. MAGLISCHO (1993) apud MARINHO (2005) refere que a melhor forma de observar e avaliar o AH deverá ser sobre o plano sagital, isto é, visualizando o nadador de lado, onde a profundidade e inclinação do corpo é perfeitamente perceptível.

Figura 6: Alinhamento Horizontal do Corpo. Fonte Hernández 2005a. Por outro lado, quanto maior for o comprimento total do corpo menor será o arrasto hidrodinâmico, pelo que se deverá privilegiar as posições alongadas na água, não só no deslize após partidas e viradas, como durante o nado propriamente dito (VILAS-BOAS, 1997). SANDERS (2001) sublinha este aspecto, referindo que os nadadores mais longilíneos têm vantagens hidrodinâmicas, o que lhes permite reduzir o arrasto e aumentar a propulsão. Conjuntamente com as características antropométricas, o nível de flexibilidade dos nadadores também poderá afetar a capacidade do nadador em adotar a posição mais hidrodinâmica. A este propósito, CHATARD et al. (1990) referem que os indivíduos hiperflexíveis conseguem, ao colocar o corpo numa posição mais alongada, minimizar o arrasto devido à diminuição da turbulência gerada perto dos pontos de pressão (e.g. ombros, bacia, joelhos e tornozelos).

3.1.2 Alinhamento Lateral (AL) Durante o nado, qualquer movimento segmentar que crie forças com linhas de ação laterais em relação ao sentido de deslocamento do corpo provocará uma reação aplicada noutro segmento corporal, que o desviará do alinhamento corporal (ALVES, 1997). Assim, podem verificar-se movimentos de "ziguezaguear", com a anca e os MI (Membros Inferiores) oscilando lateralmente. Estas oscilações no AL levarão ao aumento da resistência ao avanço, devido ao aumento da superfície frontal de contato, conduzindo a um superior custo energético e à redução da velocidade de nado (RAMA, 2000)4.

4 MARINHO (op.cit)

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Para permitir que o nadador preserve um correto AL é necessário aproximar as ações propulsivas do eixo longitudinal de deslocamento, o que é facilmente conseguido através da REL (MAGLISCHO, 1993). Para CHOLLET (1990), é possível compensar a tendência lateralizante dos trajetos propulsivos através do papel equilibrador dos MI que exercem pressão sobre a água em direções laterais, acompanhando a REL e a ação dos MS. No entanto, cabeça não deve acompanhar a REL do bloco tronco/MI, devendo manter-se sempre fixa (COSTILL et al., 1992). 5

Figura 7 Forças de ação e reação relacionadas ao alinhamento lateral. Fonte Pavel, 1993

Outro fator essencial para um correto AL é "não cruzar os apoios", isto é, não ultrapassar a linha média do corpo durante a trajetória dos MS. Este fato é importante durante toda a ação dos MS, mas tem especial relevo no momento da entrada e na fase da recuperação onde é de especial importância que o nadador não a realize lateralmente. A melhor maneira para avaliar o AL é observar o nadador de frente (sobre o plano frontal), de maneira que se possa visualizar o eixo longitudinal de deslocamento (MAGLISCHO, 1993)6.

Figura 8: Condição para Alinhamento Lateral. Fonte CATTEU & GAROFF (1990, p.127)

5 Id. ibid. 6 Id. Ibid.

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3.1.3 Rotação do Corpo Sobre o Eixo Longitudinal (REL) MARINHO (op.cit) diz que entre as vantagens de se realizar a correta rotação do corpo sobre o eixo longitudinal (COSTILL ET AL, 1992; MAGLISCHO, 1993; PAVEL, 1993, WHITTEN, 1994; RICHARDS, 1996; ALVES, 1997; SANTOS SILVA, 1997; COLWIN, 1998; CAPPAERT, 1999; CASTRO et al., 2003) podemos citar:

- O melhor aproveitamento de sinergias musculares; - A braçada submersa mais profunda; - O término da braçada submersa; - A recuperação da braçada mais perto do corpo, proporcionando a

melhor descontração dos músculos envolvidos na fase aérea da braçada;

- A execução da respiração (fase inspiratória); - O movimento de pernas estabilizado a reação da recuperação do

braço, com diminuição da resistência do corpo na água.

Figura 9: Rotação do Corpo sobre o Eixo Longitudinal (REL). Fonte: PÁVEL op.cit.

O ombro gira para a colocação mais apropriada da mão em seu ponto de apoio, tendo em vista que:

- A técnica da ação dos braços, conforme seja melhor ou pior dominada, acarretará desequilíbrios observáveis nos diferentes planos, ou então contribuirá para atenuá-los.

- As oscilações laterais mais evidentes parecem ligadas a uma passagem do braço afastado (exteriormente) do plano vertical que contém o eixo de deslocamento.

- Menos freqüente e as vezes deliberada, a passagem dos braços por dentro da água será acompanhada de uma imersão considerável do ombro.

Os quadris têm uma ligeira rotação, um pouco menor do que seus ombros, acompanhando o trabalho do tronco e suas nádegas devem permanecer abaixo do nível da água, transmitindo ao batimento de pernas melhor apoio, tendo em vista que o trabalho de pernas representa uma grande

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percentagem no que se refere ao equilíbrio do corpo e a manutenção da posição do corpo na água. Com a rotação do quadril e tronco o corpo do nadador terá menos resistência, realizará uma boa pegada e estará trabalhando outros grupos musculares, tais como: os das costas, ombros e peitorais reduzindo a resistência, realizando uma braçada mais eficiente.

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3.2 Posição da Cabeça e Respiração

3.2.1 Postura Inicial (Momento da Apnéia) No momento da apnéia a cabeça deve de ir entre 20º e 30º com respeito à linha sagital da coluna vertebral. Com respeito à superfície da água, tem que ser mais ou menos à altura da linha do cabelo ou ligeiramente superior. Os olhos e direção da visão devem dirigir-se para frente e ligeiramente para abaixo. Uns 45º graus com respeito à vertical7

Figura 10: Posição inicial da cabeça. Fonte: Hernández (2005a)

3.2.2 Postura Final (Momento da Respiração) A respiração é composta por duas fases uma aquática (expiração) e outra área (inspiração). Deve-se observar que ao invés de se elevar a cabeça, deve-se gira-la para respirar, a elevação da cabeça aumenta as forças de resistência corporal e causa um distúrbio no ritmo do nado.

Figura 11: Fase de respiração. Fonte: Hernández (2005a)

Entretanto, deve-se compreender que a cabeça tende a se elevar quando há grande velocidade é por isso que os nadadores de velocidade têm a posição da cabeça mais alta, as costas mais arqueadas e, da cabeça aos pés, a impressão que se têm do nadador em ação é a de um arco, devido a alta velocidade de pernas e braços. Quando a movimentação é lenta somente a coroa da cabeça deve ser vista, os fundistas possuem as costas mais estendidas, a cabeça menos alta, com o nível da água chegando aos cabelos. Quando o nadador se desloca, principalmente em alta velocidade, podemos observar que a água passa por cima da nuca, com a formação de

7 SOLAS (op.cit)

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uma marola à frente da cabeça, que se abre em "V" para os lados e para trás (bigode) e entre as duas marolas forma-se a cava, onde repousa o tronco do nadador.

3.2.2.1 Inspiração É conveniente que a tomada de ar pela boca quebre o menos possível a continuidade da progressão por uma mudança do equilíbrio do corpo. O giro da cabeça, para o lado escolhido, não precisa ser grande, pois, com o deslocamento do nadador existe uma formação de marola à frente, forma-se ao lado da cabeça uma cava que auxilia na inspiração. O nadador deverá manter uma das orelhas submersas e a boca livre para inspiração, coincidindo com a mais alta posição do ombro durante a ação dos braços. É preciso que a inspiração se efetue num mínimo de tempo possível, daí a necessidade de abrir bem a boca para absorver o ar. A inspiração é executada, depois de uma expiração forçada é necessariamente reflexa e não exige a intervenção da vontade do nadador, e coincide com momento em que a mão oposta ao movimento respiratório entra na água, e o final da ação motora da mão correspondente do lado da inspiração. À medida que o braço volta para frente, a cabeça também vai voltando a posição normal, girando em torno do pescoço, ai neste trajeto deve haver uma retenção da respiração (apnéia)

3.2.2.2 Expiração É forçada e progressiva, pois desenvolve-se no mínimo durante um ciclo completo dos dois braços sob a água. É necessário que se faça explodir o ar que se está expirando imediatamente antes do rosto deixar a água para preparar a próxima tomada de ar. Para ser completa, a expiração deve expelir o ar ligeiramente dentro da água, isto é, pela boca, nariz ou nariz/boca, sem ser forte demais, a fim de não criar desvios excessivos de pressão no interior da caixa torácica. Notemos que a expiração forçada é determinada pelos músculos expiratórios, em particular os do abdome (grande e pequenos oblíquos, transversal e reto abdominal), exige que o nadador tenha uma musculatura abdominal adequadamente desenvolvida.

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3.3 Ação dos Braços A ação dos braços pode ser analisada de acordo com CATTEAU & GAROFF (op.cit., p129) considerando o seguinte esquema:

- Movimento de um braço (ciclo de braço): O ciclo de braçada pode ser dividido em duas fases principais, a subaquática ou movimento propulsivo e a recuperação, que é executada sobre a superfície da água;

- Movimento de um braço em relação ao outro (coordenações): Os braços permanecem opostos um ao outro executando movimentos de rotação alternados e diferenciados..

Nesta secção iremos analisar o movimento completo de um braço, na secção de coordenação iremos analisar o movimento de um braço em relação ao outro. Um ciclo de braço pode ser subdividido da seguinte maneira;

Fase Aquática

Fase Área

Extensão

Empurre

Saída da mão

Recuperação aérea

Entrada da mão

Tração

Agarre

No movimento de ciclo de braço do nado crawl se distingue 2 grandes fases.

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- Fase Área: mediante a qual o braço se move sobre a água, preparando-se para a fase aquática. Caracteriza-se por ser um movimento de trás da frente em relação ao sentido do nado. Esta fase se imbui de grande importância no gesto total, por representar o descanso, o relaxamento muscular, além de armar para o movimento seguinte. Levando-o à atuação que irá representar o ângulo ideal de colocação na água. Esta fase nunca poderá ser representada por um gesto conduzido e lento, mas ao contrário solto e veloz.

- Fase Aquática: é caracterizado por ser um movimento de frente para trás em relação ao sentido do nado, essencialmente motor e inteiramente subaquático. Esse movimento motor pode também se subdivide em quatro fases: extensão, agarre, tração e empurre.

3.3.1 Fase Área

3.3.1.1 Saída da Mão Tendo o braço terminado a fase de empurre, estando quase completamente esticado ao longo da lateral do corpo, o ombro sai da água, levando consigo o braço, o cotovelo se dirige para acima, seguido do antebraço e da mão. A mão esta descontraída orientada para dentro, dirige-se para cima e parte dela esta fora da água.

Figura 12 Saída da mão

3.3.1.2 Recuperação A recuperação do braço ocorre pela lateral do corpo e por cima da água que obriga uma oscilação contrária, obedecendo a 3° lei de Newton. Esta oscilação deixa de existir graças ao cotovelo mais alto e palma da mão para baixo, o que proporciona um braço flexionado e relaxado, com diminuição do braço de alavanca, aumentando a força e diminuindo a resistência. O trajeto da mão se faz próximo à água e com o dorso relaxado e voltado para frente e posteriormente para dentro, mas sempre próximo ao corpo. Esta posição impede maior elevação.

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O movimento é relaxado até o momento da passagem da mão pelo cotovelo, quando devera ser arremessado para água, de maneira solta e veloz, procurando uma entrada em um ângulo melhor possível, com a ponta dos dedos entrando antes do antebraço e este se antecipando ao braço. É importante ressaltar que o cotovelo é sempre mantido mais alto que a mão para poder dirigir o braço, com entrada da mão na água antes do cotovelo e oferecer um melhor descanso nesta fase. A transferência de momentum de força da fase de recuperação ajuda a diminuir a resistência e aumenta a forca durante a fase de impulso subaquático do braço oposto. O ombro saíra da água, levando consigo o braço, o cotovelo, depois o antebraço e a mão. O primeiro a romper a superfície da água é o cotovelo seguido do braço, antebraço e da mão. Alguns nadadores realizam a passagem da mão longe do ombro e menos ou mais oblíqua para o lado. Nesta forma o movimento é, incontestavelmente, menos econômico (a contração do deltóide e tanto maior quanto mais o braço vai roçar a água); mas, algumas vezes tal movimento é exigido por um relaxamento relativamente limitado da articulação do ombro. A recuperação deve ser o mais plana possível:

- Sua grande elevação ocasiona uma queda curta na água. - Uma pancada desnecessária na superfície - Um rolamento exagerado do tronco

O movimento é relaxado até o momento da passagem da mão pelo cotovelo, quando deverá ser arremessado para água, de maneira solta e veloz, procurando uma entrada em um ângulo melhor possível, com a posta dos dedos entrando antes do antebraço e este se antecipando ao braço.

3.3.1.3 Entrada da Mão na Água Posição Inicial A mão entra com o punho ligeiramente flexionado, devido a ação dos músculos flexores do carpo, com a palma um pouco para fora, dedos unidos com o indicador entrando em primeiro lugar, polegar voltado para baixo exercendo uma ação de pressão na água para baixo e para trás, sendo que o dedo mínimo estará ligeiramente voltado para fora quando iniciarmos um movimento para baixo desse dedo e uma condução da mão com a palma voltada para dentro, tentando manter a pressão na ponta dos dedos e na palma da mão.

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Figura 13 Entrada da Mão Vista Lateral

O ângulo exato de inclinação da mão com o qual se consegue o máximo de sustentação varia com a direção do fluxo. Segundo PLAGENHOF e Schleihauf, que estudaram, em 1978, os movimentos dos nadadores e observaram que dependendo da variação do ângulo da posição da mão, os valores do coeficiente de sustentação aumenta até uma angulação de 40° e em seguida diminuem.

Figura 14: Angulo de Entrada da Mão

A mão penetra na água a pouca profundidade, seguida do antebraço, do braço, depois do ombro que também avança, no último momento, a fim de alongar na mesma medida o comprimento do trajeto motor. Há, portanto, extensão geral oblíqua dos segmentos do membro superior. Uma vez colocados os dedos na água, é aberta uma fenda, para onde dirigir-se o cotovelo e o ombro. O braço se encontra ligeiramente flexionado e a frente de seu ombro. O cotovelo esta dirigido para acima, a mão se encontra ligeiramente flexionada para abaixo e para fora.

Figura 15 Entrada da Mão Vista Anterior

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3.3.2 Fase Aquática

3.3.2.1 Extensão Compreende a entrada do braço na água, a frente do ombro e do corpo, com a mão alcançando o seu ponto de apoio, que está à frente e para o fundo aproximando-se de uma posição abaixo do prolongamento do eixo do corpo é a base da fase propulsiva.

Figura 16: Fase de Extensão da Braçada ou Ponto Morto

Posição Inicial O braço se encontra ligeiramente flexionado e em linha com seu ombro. O cotovelo esta dirigido para acima e ligeiramente para fora. O pulso se encontra muito ligeiramente flexionada para abaixo e para fora. A extensão do braço não é completa, sua extensão máxima, é seguida de uma ligeira flexão do cotovelo, que permite à mão aproxima-se do eixo do corpo e ao mesmo tempo conserva os músculos do braço em posição mais cômoda.

Figura 17 Vista Subaquática da Fase de Extensão da Braçada início

Os ombros devem, neste estágio inicial da propulsão, ter começado seu rolamento lateral, auxiliando no correio posicionamento do braço para o início da tração. O apoio, com tração, deve ser feita com os dedos estendidos e unidos. O braço que traciona permanece estendido neste estágio, mas o punho mantém uma atitude ligeiramente flexionada em direção ao dedo mínimo (iniciada na entrada) e também na direção natural da palma da mão, para se estabelecer uma pressão propulsiva sobre a mão e o antebraço. Posição Final

O braço se encontra quase totalmente estendido ligeiramente mais afora do que a linha de seu ombro. O cotovelo se orienta para acima e para

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fora e esta mais alto do que a mão. O pulso esta girado para abaixo e para fora e a mão olha na mesma direção.

Figura 18: Vista Subaquática da Fase de Extensão da Braçada Final

3.3.2.2 Agarre Postura Inicial O braço se encontra quase totalmente estendido e ligeiramente mais fora do que a linha de seu ombro. O cotovelo se orienta para acima e para fora e esta mais alto do que a mão. O pulso esta girado ligeiramente para fora. A mão olha para abaixo e para fora.

Figura 19 Fase de Agarre, Início

Postura Final O braço se encontra no ponto de máxima profundidade, quase esticado, e para fora de seu ombro. O cotovelo em flexão olha para acima e para fora. O pulso em ligeira flexão e rotação interna. A mão olha para dentro, para atrás e para acima preparando a seguinte curva.

Figura 20 Inicio da Fase de Tração ou Fase de Agarre, Final

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3.3.2.3 Tração Posição Inicial Segue-se logo após alcançar o ponto de apoio e termina quando a mão atingiu a posição ao lado e junto dos quadris, pronta para a retirada da água. Nessa fase, a mão, o antebraço e o braço exercem ação contra o líquido imprimindo-o para trás e fazendo o corpo deslocar-se para frente.

Figura 21 Fase de Tração

A profundidade da mão muda quando ela se move para trás da água. A mão se apóia na água e o mesmo princípio que faz a asa do avião se ergue fornece a força que faz o corpo avançar a frente da mão. O padrão da puxada é um “S” alongado, com a mão procurando exercer a sua ação numa linha o mais próximo possível do eixo do corpo, para que a mão possa encontrar apoio na água e aumentá-lo, mantendo a mesma profundidade até o início da finalização. A propulsão do braço, só pode acontecer quando houver pressão suficiente criada nas superfícies propulsoras da mão e do antebraço para sustentar a velocidade do nado, a pressão criada sobre sua mão e braço deve ser suficiente para superar todas as diversas formas de atrito criadas pela água. Precisamos saber que o nadador para produzir uma força de elevação para a frente, precisa mover sua mão em diferentes sentidos, de cima para baixo e de um lado para o outro, para que haja uma diferença de pressão, esta movimentação é ocasionada pela busca de água calma. A trajetória da mão na água busca oferecer uma resultante (interação das forças de sustentação e resistiva) orientada o mais próximo possível para frente. Tal afirmação se baseia no princípio de Bernoulli, ele estabeleceu que; "Se um fluído flui horizontalmente de maneira que haja alterações na energia potencial da gravidade, uma diminuição na pressão do fluído está associada com o aumento na velocidade do mesmo". Em um fluído a força de sustentação é sempre perpendicular a força resistiva e essa é sempre contrária ao movimento.

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A palma da mão deve estar voltada, o mais próximo possível, imediatamente para trás dirigindo desta forma as forças propulsivas de maneira mais vantajosa. Os dedos devem estar unidos, ou quase unidos, e a mão deve estar plana. Para que a palma da mão esteja voltada para trás, o punho terá que ser inicialmente ligeiramente flexionado e, para se atingir um bom rendimento na água, o cotovelo também deve estar flexionado e permanecer elevado acima da mão. O cotovelo é mantido alto, com o antebraço ligeiramente flexionado sobre o braço e penetra mais ou menos profundamente na água, conforme se trate de um nadador de velocidade (pouco profundo) ou de meio fundo (mais flexionado). Devemos tentar o “apoio” e a pressão pelo músculo flexor do carpo, sendo que o dedo mínimo estará ligeiramente voltado para fora quando iniciarmos um movimento para baixo desse dedo e uma condução da mão com a palma voltada para dentro, tentando manter a pressão na ponta dos dedos e na palma da mão até o fim da empurrada. A flexão excessiva do cotovelo faz com que a mão fique muito próxima ao corpo do nadador e, embora a tração seja mecanicamente mais fácil, ela será menos efetiva. A boa dobra máxima dos cotovelos se aproxima de 90° na fase de impulso da braçada agindo “paralelamente” ao eixo do corpo, sendo mais marcada no momento da passagem da mão na vertical do ombro, apontando para a lateral da piscina criando um potente deslizamento da mão e do antebraço, proporcionando uma aceleração progressiva durante a braçada. Os dedos são posicionados de maneira a se moverem no plano vertical e central do corpo. O movimento excessivo da mão cruzando este plano central em qualquer direção tende a introduzir uma rotação longitudinal do corpo e aumentar a superfície de atrito. A rotação interna (ou medial) dos braços, que “coloca” o cotovelo em posição alta e avançada, deve ser compensada por uma rotação externa do antebraço para que a direção da mão possa ser mantida é item fundamental para a propulsão do nado. Posição Final O braço se encontra entre o pescoço e a linha média do corpo, mais ou menos embaixo de seu ombro. O cotovelo em máxima flexão, mira para fora e ligeiramente fazia acima. A mão se encontra no momento de menor

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profundidade e deve terminar dirigida para fora, atrás e acima com o fim de preparar a seguinte curva.

3.3.2.4 Empurre Podemos dizer que é o movimento do braço que vai desde a máxima flexão do cotovelo, até sua extensão completa, que ocorre com o polegar passando próximo da coxa da perna em ação, com a palma voltada para dentro. É o ponto de maior velocidade na rotação dos braços. Fase Inicial A partir da máxima flexão do cotovelo este é estendido a aproximadamente 135° visando aumentar a resistência e a força da alavanca e conseqüentemente a potência do nado. A fase de finalização é distinta da puxada e não apenas uma continuação, pois, além da mudança de direção ainda há a modificação do movimento. Este gesto terminal é de suma importância e deve, no aperfeiçoamento, ser enfatizado até que se torne habitual ao nadador. Precisamos saber que o nadador para produzir uma força de elevação para a frente, precisa mover sua a mão em diferentes sentidos, de cima para baixo e de um lado para outro, para que haja uma diferença de pressão, esta movimentação é ocasionada pela busca de “água calma”. A trajetória da mão na água busca oferecer uma resultante (interação das forças de sustentação e resistiva) orientada o mais próximo possível para frente. Tal afirmação se baseia no principio de Bernolli, ele estabeleceu que: se um fluído flui horizontalmente de maneira que não haja alteração na energia potencial da gravidade, uma diminuição na pressão do fluido está associada com o aumento na velocidade do mesmo. Em um fluído a força de sustentação é sempre perpendicular a força de resistência e essa é sempre contrária ao movimento. É de extrema necessidade a manutenção do cotovelo sempre mais alto que a mão, não permitindo sua queda em nenhum momento e para isto, o nadador, deverá ter a sensação que envia o cotovelo para trás e para cima, quando parte para o movimento da finalização. A mão empurra a água para trás, levando a palma diretamente para os pés, até cerca de 15 a 20 cm abaixo do nível d’água, a onde o antebraço realiza uma rotação lateral fazendo com que a palma da mão fique voltada para dentro, sendo o dedo mínimo o primeiro a sair da água.

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Fase Final O braço se encontra quase completamente esticado ao longo do lateral do corpo. O cotovelo se dirige para acima e se encontra fora da água. A mão esta orientada para dentro, dirige-se para acima e parte esta fora da água. Terminou a traçada.

Figura 22 Início da Fase de Empurre

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3.4 Trabalho de Pernas O movimento de pernas é uma oscilação solta dos membros inferiores, que realizam ações curtas, alternadas e diferenciadas, iniciando um, antes que o outro termine, que se dão principalmente no plano vertical, cuja sua importância se faz no equilíbrio, propulsão e sustentação do corpo no estilo crawl, mantendo o corpo, no seu conjunto, sempre estendido na posição horizontal, além de constituir como um excelente meio de preparação cardiopulmonar. O trabalho de pernas está longe de alcançar o mesmo efeito propulsivo dos braços, este auxilio, entretanto, representa uma grande percentagem no que diz respeito ao equilíbrio do corpo, podendo quando aplicadas erroneamente prejudicar até 70% da força propulsiva. O movimento alternado na direção vertical ocorre de modo que as ações não percam a continuidade e que possam fundir-se de maneira tal, a ponto de parecer um único movimento de revolução das moléculas de água, criando uma força de sucção que auxilia a propulsão. A abertura entre as pernas no plano vertical (para cima e para baixo) deverá ser mais ou menos igual à largura do corpo, de 20 a 50 cm aproximadamente dependendo da idade e do tamanho do nadador. Os movimentos de batimento de pernas se originam na articulação coxo-femural (quadril) com uma pequena flexão do joelho e sendo no peito do pé o ponto de pressão que impulsiona a água para trás. Os pés saem ligeiramente na superfície da água funcionando num meio que contém ar e água, este procedimento permite boa cadência, entretanto, é indispensável que os pés estejam em flexão plantar. A eficiência da pernada está diretamente ligada a fatores como:

- A completa soltura muscular que venha auxiliar para a chicotada que caracteriza este movimento.

- O ritmo sem interferência de desaceleração e quebra de continuidade.

- A posição da perna, com os pés naturalmente voltados para dentro sem movimentos forçados, visando o relaxamento muscular, para manter em atividade a zona de revolução da água.

- Movimento solto do pé na posição indicada, com grande flexibilidade dos tornozelos, para que a movimentação da água no nível dos dedos dos pés seja a mais atuante possível.

O movimento de pernas realiza dois movimentos, um ascendente (positivo) e outro descendente (negativo):

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3.4.1 Fase Descendente É o movimento ativo da pernada, ocorre de cima para baixo, com leve flexão do joelho, com o pé ligeiramente voltado para dentro e o tornozelo relaxado oferecendo assim uma maior superfície motora. No primeiro tempo, o joelho vai se abaixando e a perna flexionando-se um pouco mais sobre a coxa. A perna flexionada vai estender-se sobre a coxa que, por sua vez, vai manter-se apoiado na água e transmitir aos quadris o componente ascensional do movimento, ou seja, reação de elevação do quadril, mantendo o corpo do nadador numa posição plana e horizontal. O valor motor do movimento das pernas está fundamentalmente ligado à flexibilidade do tornozelo e também do ritmo. Se compararmos o mecanismo motor das pernas com um movimento da cauda do peixe, somos tentados a procurar a acelerar o gesto toda vez que a superfície motora se aproxima do eixo e a desacelerá-lo, quando ela se afastar do eixo.

3.4.2 Fase Ascendente Movimento passivo é o relaxamento da parte ativa, com extensão total da perna, até que o calcanhar atinja a superfície da água, mantendo o pé em posição natural. Partindo em extensão, com o pé no prolongamento da perna, na sua posição mais baixa, o membro movido pelas massas musculares posteriores (especialmente glúteos máximos e ísquio tibiais) vai se elevar, encontrando a resistência decrescente da massa de água superposta. Quando essa resistência se atenuar. A ação dos ísquios tibiais vai trazer como conseqüência uma inevitável flexão da perna sobre a coxa, compensada por um abaixamento do joelho. Essa flexão nunca é proposital nem comandada pelo nadador, mas é anatomicamente lógica e dá ao movimento harmonia e flexibilidade, além de aumentar a eficiência propulsiva.

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3.5 Coordenações Quando falamos de coordenação de um estilo de natação nos estamos referindo à forma de coordenar os movimentos do corpo para que, além de atingir a máxima velocidade com a menor resistência, a fadiga apareça o mais tarde possível, isto é, coordenar o movimento de ambos braços, coordenar o movimento dos braços com a respiração e coordenar o movimento de braços e pés.

3.5.1 Coordenação Entre os Braços Para equilíbrio do corpo a ação se desenvolve na chamada “pegada dupla”, que consiste num melhor aproveitamento da braçada, pois, na sua execução, quando um dos membros está exercendo a fase de pressão, o outros está na ação de puxada. Podemos dizer que se usam dois tipos de coordenação e suas variantes:

- Coordenação de Alcance ou Distância por Braçada; - Coordenação de Superposição;

3.5.1.1 Coordenação de Alcance ou Distância por Braçada Na primeira e mais usada, os braços se alternam em suas fases de propulsão, bloqueando a ação propulsiva de um braço até que o outro não tenha terminado sua braçada. Esta forma de encadeamento temporário tem duas variantes ou inclusive três, de acordo como se encontre um braço com respeito ao outro.

Figura 23 Coordenação de Alcance

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As três têm um aspecto em comum, sempre um braço traciona o outro recupera. Na menos aberta das três, o braço bloqueado inicia sua tração imediatamente depois da finalização da braçada, produzindo sempre um momento propulsivo e fazendo que a velocidade do nadador seja mais constante. Esta forma é a mais usada e a que mais benefícios a priori contêm. A busca de uma propulsão constante provoca que tenha uma curva de velocidade mais redonda, com o conseguinte poupança de energia em recuperar a velocidade e as turbulências que se omitem, ao fazer a desacelerações mais suaves. Na seguinte forma o braço bloqueado adiante de seu ombro não inicia o movimento para baixo e para fora até que o outro braço chegue à metade de sua recuperação. Pode vê-la em Thorpe nos 400m livres de Atenas ou Phelps na final de 400m estilos. É muito parecida à anterior descrita, a diferença estriba, em que se atrasa o início da braçada até que o corpo se encontra nivelado e o braço na fase de recuperação. Para poder realizar corretamente esta coordenação se tem de efetuar uma pernada o suficientemente propulsivo para que no momento em que nenhum braço produz propulsão, a velocidade não decaia demasiadamente. Como positivo tem que o braço que inicia sua braçada se encontra na água mais quieta (em função de seu corpo), fazendo mais eficazes as primeiras curvas que realiza. A seguinte é muito difícil de observa, ao menos em nadadores de alto nível. Consiste em realizar um relevo total no movimento dos braços. Só se move um braço cada vez. Até que um braço não terminou as bases aquáticas e aéreas o outro braço não inicia seu trabalho. Esta maneira de nado tem poucas vantagens e muitos inconvenientes. O único positivo que se poderia dizer, sempre que se mantenha uma vigorosa pernada, que procura a máxima longitude de nado por ciclo. Ainda que o preço seja uma freqüência demasiadamente baixa.

3.5.1.2 Coordenação de Superposição A seguinte variante é bem mais fechada; a mão contrária entra quando ainda a outra mão só completou a metade de seu percurso (Navarro); esta mudança se efetua embaixo do peito. Iniciando o movimento para abaixo e para fora quando a outra mão se encontra ao final da varredura para cima e para dentro. A diferença com a anterior forma de acoplamento (coordenação aberta), estriba em que elegem um diferente movimento para acima, para iniciar o movimento para embaixo do outro braço. Na aberta se elege o movimento ultimo para cima e para fora e na fechada se prefere o movimento cima e para dentro.

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Figura 24 Coordenação de Superposição

Esta forma de nado de importância às fases finais da braçada, que são com diferença as mais propulsivas. E só se produz um relevo na propulsão nesta zona. Desta maneira teoricamente se pode obter uma maior velocidade, mas com uma baixa eficácia, com um grande gasto energético e uma alta freqüência. A razão do exposto estriba em que quando um braço traçiona nas zonas iniciais da braça, zonas pouco propulsivas, o outro braço esta gerando o momento de maior velocidade com respeito à água, pelo que a mão que se encontra ao início da trajetória terá que deslocar água já em movimento (com respeito ao corpo), sendo isto pouco eficaz.

3.5.2 Coordenação Entre Braços e Respiração O movimento da cabeça para inspiração ocorre no meio da puxada (segunda curva do “S”) de um dos braços (o lado escolhido pelo aluno), enquanto o outro braço encontra-se no movimento final da recuperação e próximo à pegada (entrada da mão). Quando da finalização desse braço onde está ocorrendo a inspiração, a cabeça estará totalmente voltada para essa lateral do corpo, sendo que o outro braço já terá realizado a pegada, alongando-se à frente. A recuperação do movimento da cabeça ocorre junto com a do braço, sendo que ela retornará (pela água) mais rapidamente que ele e o outro braço estará iniciando a puxada.

3.5.3 Coordenação Entre os Braços e Pernas Existem duas formas fundamentais de coordenação de pés e braços, o crawl de 6 tempos e o crawl de 2 tempos. O crawl de 4 tempos é uma forma intermédia. Os nadadores de velocidade tendem a utilizar o crawl de 6 tempos e os de fundo o de 2 tempos já que este último é mais econômico quanto a gasto

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energético se refere. No entanto, esta regra tem suas exceções nos dois sentidos. Em qualquer caso, cada nadador deve ajustar seu ritmo de pernas segundo suas próprias características e a sua comodidade.

3.5.4 Coordenação Entre os Braços e o Tronco O momento mais importante da coordenação ocorre quando o M.S. entra na água quando o outro M.S. está a completar a Alinhamento Lateral Interior (ALI), o que permite ao corpo rodar para o lado do braço que vai iniciar a Ação Ascendente (AA) (M.S. “recuado”). Por outro lado, a extensão para frente do M.S. que entra na água permite que o corpo fique novamente alinhado enquanto a AA é realizada. Além deste aspecto, o M.S. não deve começar a deslizar para baixo antes que o outro M.S. tenha completado a AA, mantendo-se o alinhamento do corpo nesta ação. Este fato vai causar diminuição da velocidade na AA; contudo, este fato é preferível à redução da propulsão, que ocorre se o M.S. deslocar-se para frente “contra a água” enquanto que o M.S. recuado desloca-se para cima. Aparentemente, a velocidade de nado perdida durante o período desacelerativo compreendido entre o fim da AA do M.S. “atrasado” e o agarre do M.S. “dianteiro” é compensada por uma maior propulsão durante a AA. O movimento rotacional do tronco e da bacia para os Membros Superiores (MS), implicando um aumento da força propulsiva gerada pelos MS. A Rotação do corpo sobre o Eixo Longitudinal (REL) do tronco e Membros Inferiores (MI) é uma causa natural da utilização alternada dos MS. Assim, o corpo do nadador deverá acompanhar o movimento dos MS, efetuando a rotação dos ombros, tronco e MI como um todo, senão a bacia e os MI oscilarão lateralmente.

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4 SEQÜÊNCIAS PEDAGÓGICAS DE ENSINO Para os quatro estilos de competição, temos na seqüência os objetivos parciais da aprendizagem:

1. Movimentos de perna dos nados crawl e costas 2. Movimentos de braço e respiração específica do nado crawl 3. Coordenação geral do nado crawl 4. Movimentos de braço e respiração específica do nado costas 5. Coordenação geral do nado costas 6. Movimentos de perna do nado peito 7. Movimentos de braço e respiração específica do nado peito 8. Coordenação geral do nado peito 9. Movimentos de perna do nado borboleta 10. Movimentos de braço e respiração específica do nado borboleta 11. Coordenação geral do nado borboleta 12. Mergulhos da cabeça. 13. Saídas, virada simples e com cambalhota.

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5 ERROS MAIS FREQÜENTES NA TÉCNICA DE CRAWL

5.1 Posição do Corpo Entre os principais erros na posição do corpo no nado crawl, temos:

5.1.1 Erros no Movimento Horizontal Elevação exagerada dos quadris;

Depressão dos quadris;

Cabeça muito alta na respiração;

Cabeça muito baixa;

5.1.2 Erros no Alinhamento Lateral Recuperação baixa

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Entrada da mão ultrapassando a linha média do corpo.

Virar o rosto para trás ao realizar a inspiração.

5.1.3 Erros Rolamento Longitudinal Rolamento excessivo do corpo;

Ausência de Rolamento

5.2 Respiração - Movimento brusco da cabeça pela lateral. - Giro retardado. - Não efetuar a respiração ritmada. - Inspiração pelo nariz. - Expiração antes do tempo - Tirar a cabeça do seu eixo

5.3 Pernada - Pernada profunda;

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- Pernada com as pernas rígidas;

- Ritmo lento de pernadas; - Batimento de pernas pedalando;

- Batimento de pernas afastadas;

- Pernada com elevação excessiva de pés;

- Pernada com flexão excessiva de joelhos;

- Pernada com flexão dorsal de pés.

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5.4 Ação dos Braços

5.4.1 Recuperação - Recuperação muito lateralizante; - Manter o braço contraído. - Levar o braço estendido à frente. - Levar o braço com o cotovelo muito baixo. - Levar o braço com a mão mais alta que o cotovelo. - Levar o braço pela lateral, com a mão mais alta que o cotovelo.

5.4.2 Entrada da Mão na Água Entre os erros que podemos encontra na entrada da mão na água temos:

- Entrada da mão muito próxima da cabeça;

- Entrada da mão ultrapassando a linha mediana;

- Entrada da mão com cotovelo baixo;

- Entrada da mão com o braço em pronação; - Entrada da mão com extensão do punho; - Entrada da mão com flexão exagerada do punho; - Entrada da mão cruzando o rosto

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5.4.3 Extensão do Braço

- Realizar a puxada antes da extensão; - Afundar o cotovelo mais que a mão;

5.4.4 Fase de Agarre

- Inexistência da varredura para fora; - Excessivo movimento para baixo; - Alongamento excessivo do braço; - Excessivo movimento para fora; - Cotovelo abaixo ou mesma altura da mão;

5.4.5 Fase de Tração

- Inexistência da varredura para dentro; - Cotovelo caído ou voltado para o fundo da piscina; - Realizar a puxada pelo cotovelo e não pela palma da mão; - Flexão inadequada de ombro; - Flexão inadequada de cotovelo; - Flexão inadequada de pulso; - Tração com o braço estendido; - Apoio da mão para iniciar a tração demasiadamente longe do

corpo;

5.4.6 Fase de Empurre

- Empurrar a água para cima e não para trás

5.5 Saída Agarre - Braços para trás ou para frente. - Cabeça muito elevada. - Corpo muito flexionado. - Pernas estendidas ou exageradamente flexionadas. - Quadris muito elevados.

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- Ombros muito elevados - Não prender os dedos dos pés na parte anterior da plataforma de

saída.

5.6 Viradas - Tocar a parede com as duas mãos.

- Dar um impulso na parede com os pés muito abaixo ou acima em

relação ao plano do corpo.

- Dar impulso na parede com as pernas estendidas.

- Dar impulso na parede, sem estar com os braços estendidos à

frente da cabeça.

5.7 Chegada - Tocar apenas com uma das mãos; - Tocar a parede sem pressioná-la. - Chegar de frente para a parede.

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