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12º SEMINÁRIO DE PEDAGOGIA ESPÍRITA NA EDUCAÇÃO "A Educação do Espírito" – As Etapas do Desenvolvimento CENTRO ESPÍRITA LÉON DENIS 12 o Seminário de Pedagogia Espírita na Educação Leopoldo Machado Patrono do Seminário Tema: "A Educação do Espírito" As Etapas do Desenvolvimento 1 o de maio 2016

Apostila 12º Seminário de Pedagogia Espírita na Educação

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12º SEMINÁRIO DE PEDAGOGIA ESPÍRITA NA EDUCAÇÃO

"A Educação do Espírito" – As Etapas do Desenvolvimento

CENTRO ESPÍRITA LÉON DENIS

12o Seminário de Pedagogia Espírita na Educação

Leopoldo Machado

Patrono do Seminário

Tema: "A Educação do Espírito"

As Etapas do Desenvolvimento

1o de maio 2016

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12º SEMINÁRIO DE PEDAGOGIA ESPÍRITA NA EDUCAÇÃO

"A Educação do Espírito" – As Etapas do Desenvolvimento

Coordenação Geral: Selma Trigo Oliveira

Coordenação Imediata: Luciana Guimarães Motola

Organização do Conteúdo: Equipe do Seminário de Pedagogia Espírita

Finalização: Setor Editorial do CELD

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12º SEMINÁRIO DE PEDAGOGIA ESPÍRITA NA EDUCAÇÃO

"A Educação do Espírito" – As Etapas do Desenvolvimento

INFORMAÇÕES GERAIS

8h às 8h30min Chegada / Recepção

8h30min às 9h

Abertura/Sensibilização inicial

9h às 10h30min

Estudo

10h30min às 10h45min

10h45min às 11h

Intervalo para o lanche

Intervalo para o lanche

11h às 13h

Estudo

13h

Encerramento

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12º SEMINÁRIO DE PEDAGOGIA ESPÍRITA NA EDUCAÇÃO

"A Educação do Espírito" – As Etapas do Desenvolvimento

Seminários realizados

Data

Tema

2005 “A Doutrina Espírita e a sua Ação Pedagógica na Edu-cação”

2006 “Pedagogia Espírita – Teoria e Prática na Educação”

2007 “A Pedagogia Espírita e o Novo Olhar da Educação sobre a Inclusão Social”

2008 “A Pedagogia Espírita e o Papel do Educador na Formação Integral do Educando”

2009 “A Pedagogia Espírita na Educação dos Sentimentos do Ser”

2010 “A Pedagogia Espírita na Construção e Emancipação do Ser Humano”

2011 “A Pedagogia Espírita na Construção do Autoconhe-cimento”

2012 “A Pedagogia Espírita na Educação do Espírito Imortal”

2013 “A Pedagogia na Casa Espírita – Valores na Convivência”

2014 “A Educação do Espírito”

2015 “As Potências do Espírito”

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12º SEMINÁRIO DE PEDAGOGIA ESPÍRITA NA EDUCAÇÃO

"A Educação do Espírito" – As Etapas do Desenvolvimento

OBJETIVOS DO SEMINÁRIO OBJETIVO GERAL: Compreender as etapas do desenvolvimento da criança tanto no aspecto cognitivo como no emocional e espiritual, auxiliando assim o educador na tarefa da educação do ser, em cada fase de seu desenvolvimento à luz da Doutrina Espírita. OBJETIVOS ESPECÍFICOS: • Entender educação como recurso de despertamento das potencialidades do Espírito imortal.

• Conhecer as etapas do desenvolvimento da criança na visão de Piaget e da Doutrina Espírita.

• Reconhecer o amor como fonte primordial no desenvolvimento do educando, despertando assim, as regiões superiores da alma.

• Identificar a importância dos primeiros sete anos de vida onde ocorre a consolidação da encarnação.

• Evidenciar a importância do exemplo nos impulsos superiores ou inferiores na formação do educando.

• Reconhecer a atuação do Espírito protetor (anjo guardião) no contexto reencarnatório, principalmente nos primeiros sete anos.

• Identificar a partir dos doze anos as questões emocionais e suas nuances através das atitudes e tendências do Espírito.

• Compreender a energia criadora do Espírito e sua manifestação no processo educativo.

• Entender o porquê das genialidades de alguns Espíritos em tenra idade.

• Compreender os bloqueios em determinada existência com vistas ao progresso do Espírito.

• Observar a semelhança entre as fases de desenvolvimento do Espírito encarnado com o desenvolvimento da humanidade terrestre.

• Conscientizar com base na Doutrina Espírita a missão do Educador de Espíritos. • Destacar a importância da Doutrina Espírita em todo o processo educacional da criança e do jovem.

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12º SEMINÁRIO DE PEDAGOGIA ESPÍRITA NA EDUCAÇÃO

"A Educação do Espírito" – As Etapas do Desenvolvimento

Apresentação

Refletir sobre Educação do Espírito é buscar em primeiro lugar a autoeducação, pois “para educar é preciso educar-se”. A partir de então, lançar-se na busca de melhor conhecer, para melhor desenvolver a educação do Espírito, pois sabemos que ele é imortal.

A Educação de Espíritos, com seu método pedagógico, tem como objetivo compreender as necessidades do Espírito e observar suas tendên-cias, reflexos dos atavismos das experiências anteriores, para que seja auxiliado através de estímulos das ações que os exemplos oferecem na convivência. Por isso, a importância da atenção às etapas do desenvol-vimento da criança, principalmente nas idades iniciais, em que tanto o meio físico quanto o espiritual atuam sensivelmente construindo e reconstruindo estruturas mentais, utilizando as bagagens milenares, onde impulsos se manifestam gradualmente, surgindo as tendências e aptidões. Daí, a res-ponsabilidade dos pais, professores e evangelizadores, pois todos estão comprometidos com o processo educativo.

Quanto mais cedo a criança é orientada em relação à sua vida, mais facilmente ela saberá dar direcionamento à sua energia criadora, modi-ficando situações espirituais de forma satisfatória e substituindo naturalmente as energias adoecidas dos sentimentos por outras energias mais saudáveis, o que irá favorecê-la na expansão dos valores íntimos com mais segurança e equilíbrio. Hoje, os núcleos sociais, como família e escola, vivem em profun-dos conflitos. Exemplos que sustentam a educação da criança, que são importantes na estruturação da educação dos adolescentes, estão se perdendo por descontrole dos responsáveis, por falta de conhecimento básico sobre como educar. Com isso, a criança vai sendo direcionada sem bases sólidas e recebendo todo o tipo de informação pelas novas tecno-logias, promovendo distorções de valores essenciais ao desenvolvimento da autonomia moral e intelectual, tudo em nome da modernidade!

Mudanças! Reorganização de valores, métodos e objetivos. É preciso aprender a aprender! Compreender o real significado definido pela Lei de Deus que se revela e se apresenta com clareza, buscando uma visão nova do sentido da existência. Eis a Pedagogia trazida à luz da Educação Espírita. Precisamos estar atentos às orientações tanto de educadores encarnados quanto de desencarnados para o melhor fazer e direcionar a educação, seja dos nossos filhos, alunos ou evangelizandos.

Não temos pretensão de oferecer soluções, porque sabemos que estas virão através do trabalho e esforço próprios. Mas desejamos despertar mentes e corações quanto à importância da Educação Espírita, pela ampla visão pedagógica que ela oferece, favorecendo melhor o processo educacional.

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12º SEMINÁRIO DE PEDAGOGIA ESPÍRITA NA EDUCAÇÃO

"A Educação do Espírito" – As Etapas do Desenvolvimento

Por sentir a necessidade de sermos, como espíritas, multiplicadores

dessa visão de educação foi que Altivo Carissimi Pamphiro (fundador e ex-presidente do CELD) sugeriu a realização do Seminário de Pedagogia Espírita na Educação.

Assim seguimos seus passos orientadores. E este ano completamos 12 anos de estudo e dedicação à causa espírita no campo da Educação.

Por conta de tudo que aqui refletimos, precisamos avaliar a impor-tância de todos aproveitarem a oportunidade de compreender a educação baseada na Doutrina Espírita, através da qual nos é oferecido um leque de orientações que favorecem o entendimento de como educar. A Doutrina Espírita veio inaugurar uma nova fase na história da educação, bem como restaurar o Evangelho de Jesus como base fundamental do processo evolutivo do Espírito Imortal.

A partir de então, estão todos convidados ao estudo de forma a ampliar a visão do conhecimento e abrandar o coração quanto à certeza de que é possível contribuir na educação destes espíritos que somos responsáveis em educar.

Que Jesus abençoe e fortaleça os nossos propósitos para o Bem, hoje e sempre.

Um excelente estudo para todos!

Equipe do Seminário de Pedagogia Espírita na Educação.

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12º SEMINÁRIO DE PEDAGOGIA ESPÍRITA NA EDUCAÇÃO

"A Educação do Espírito" – As Etapas do Desenvolvimento

SUMÁRIO 1. INTRODUÇÃO ......................................................................................... 9 2. AS ETAPAS DO DESENVOLVIMENTO – Na visão de Piaget e a Doutrina Espírita ........................................................................................ 10 2.1 . Estágio I: Sensório-motor: até 2 anos ................................................. 10 2.2 . Estágio II: Pré-operacional: de 2 a 7 anos ........................................... 12 2.2.1 . A força do exemplo e a influência do meio no desenvolvimento da criança .......................................................................................................... 13 2.2.2 . O anjo guardião e sua missão .......................................................... 14 2.3 . Estágio III: Operações concretas: de 7 a 12 anos ................................ 16 2.4 . Estágio IV: Operações formais: de 12 anos em diante ........................ 17 2.4.1 . Sexo e impulso criador ...................................................................... 18 2.4.2 . Emmanuel, no livro Vida e Sexo, nos diz .......................................... 21 3. A CRIANÇA PRODÍGIO – TENDÊNCIAS E APTIDÕES ....................... 22 4. OS BLOQUEIOS NA MANIFESTAÇÃO DO ESPÍRITO ......................... 23 4.1. Depoimento de uma mãe sobre uma filha com deficiência .................. 26 5. A VISÃO ESPIRITUAL DAS ETAPAS DO DESENVOLVIMENTO DA CRIANÇA .................................................................................................... 27 6. FALANDO SOBRE: EDUCAÇÃO .......................................................... 28 7. NÓS, EDUCADORES DE ESPÍRITOS ................................................... 30 8. TEXTO: EDUCAÇÃO E VIDA ................................................................. 31 9. KARDEC E LEOPOLDO MACHADO NOS CONVIDAM A REFLETI R . 33 10. REFERÊNCIAS BIBLIOGRÁFICAS ..................................................... 35

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"A Educação do Espírito" – As Etapas do Desenvolvimento

A criança e o jovem devem ser educados como espírit os e não mais como corpos materiais. Essa visão diferencia-se mui to do atual conceito de educação. Compreender a educação do esp írito, em sua grandeza e extensão é um grande passo; para isso, h á necessidade de se buscar uma pedagogia que melhor estimule as pote ncialidades do ser.

Fundamentos Educacionais para a Escola do Espírito: Diretrizes educacionais trazidas por Eurípedes Barsanulfo. Alzira Bessa França Amui, pelo Espírito Eurípedes Barsanulfo. 2011.

1- INTRODUÇÃO: "O conhecimento da verdadeira natureza do homem é indispensável ao educador que pretende auxiliar a criança, Espírito imortal, filho de Deus, herdeiro da perfeição, a evoluir, a desenvolver suas potencialidades. A Doutrina Espírita oferece-nos esse conhecimento de maneira clara e concisa, e o educador necessita estudar, não apenas porque pretende 'ensinar' tais princípios à criança, mas porque precisa conhecer a verdadeira natureza desta criança para melhor auxiliar o desenvolvimento de todas as suas potencialidades. (...) (...) precisamos compreender como o Espírito se manifesta em cada etapa de seu desenvolvimento e como ele pode compreender, em cada uma dessas etapas, os princípios das Leis Universais que regem nossas vidas, hoje contidas na Doutrina Espírita, compreendendo a si mesmo e ao meio onde vive, até chegar ao meio Universal, construindo ou reconstruindo, em si mesmo, tais princípios, desenvolvendo a razão e o coração, a inteligência e o sentimento, atingindo as regiões superiores da alma, estimulando sua ação norteada pelo sentimento elevado e nobre, desenvolvendo assim as potências do Espírito. Estamos trabalhando com o passado, com o subconsciente da criança, onde se aloja sua bagagem milenária, de onde seus impulsos se manifestam gradualmente, de onde surgem suas tendências e aptidões, mas estamos atingindo as regiões superiores da alma, desenvolvendo o germe da perfeição que existe em todos (...)" Prática Pedagógica na Evangelização: Conteúdo e Metodologia. Walter Oliveira Alves. 2005.

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“É preciso agir com responsabilidade diante das fas es do processo reencarnatório. É importante refletirmos na respons abilidade dos pais biológicos, dos evangelizadores, e de todos os que se comprometem com o processo educativo dos Espíritos, em todas as fases existen-ciais.”

O Que é a Evangelização dos Espíritos. Alzira Bessa França Amui, pelo Espírito Eurípedes Barsanulfo. 2011.

2- AS ETAPAS DO DESENVOLVIMENTO – Na visão de Piaget e a Doutrina Espírita

2.1- Estágio I: SENSÓRIO-MOTOR: Até 2 anos: "Nos primeiros anos de vida (até 2 anos) , a energia que durante a gestação plasmou o corpo físico nos moldes perispirituais e conforme a herança genética, agora atua, principalmente, no desenvol-vimento dos órgãos e no funcionamento dos mes-mos, habilitando o novo corpo ao pleno domínio do Espírito. O corpo físico entra, pois, em acelerado de-senvolvimento. A energia criadora do Espírito se manifesta no campo sensorial e motor. Os órgãos dos sentidos, tato, visão, audição, olfato e paladar se

Piaget

Visão Espiritual (André Luiz)

Estágio I: Sensório motor: até 2 anos Estágio II: Pré-operacional: de 2 a 7 anos

1a Etapa: até 7 anos

Estágio III: Operações concretas: de 7 a 12 anos

2a Etapa: de 7 a 14 anos

Estágio IV: Operações formais: de 12 anos em diante

3a Etapa: de 14 anos em diante

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desenvolvem rapidamente. As experiências sensoriais tornam-se gradativa-mente coordenadas. Os impulsos motores, descontrolados no início, pouco a pouco são dominados e coordenados. Gradualmente, o bebê aprende a tocar o que vê e a olhar o que ouve. (...) As experiências cognitivas mais importantes para a criança nesta etapa são as experiências sensoriais e ações motoras, que desafiam a sua ação e incentivam a sua atividade, preparando-a para a etapa seguinte de sua existência. Por esta razão, Piaget denomina este período (até 2 anos) de sensório motor, destacando a maneira impressionante com que a criança constrói seus primeiros esquemas mentais a partir de mecanismos reflexos. (...) A influência do meio, tanto físico como espiritual, é exercida constantemente sobre o Espírito reencarnante, que interage gradativa, mas constantemente com essas influências, construindo novas estruturas mentais e ampliando gradualmente suas fronteiras vibratórias. Do ponto de vista moral, esta fase caracteriza a anomia (a = não, nomia = lei, regra). O bebê segue os próprios impulsos de atividade sensorial e motora. Para ele não há regras exteriores, mas somente a necessidade imperiosa do seu organismo fisiológico. Tudo na criança manda agir, avançar, olhar, pegar, chupar, experimentar (...) A necessidade fisiológica é imperiosa. Assim é que aperfeiçoa-se a forma física, aperfeiçoa-se a inteligência, aper-feiçoa-se o sentimento, em transformações gradativas em que o conjunto espírito-matéria se acomoda aos novos desafios que a nova existência apresenta ao Espírito desde os primeiros instantes da vida intrauterina até seu desencarne.(...) Além do alimento material que propicia o desenvolvimento orgânico, a criança necessita do alimento espiritual em forma de vibração. (...) O amor e o carinho do adulto alimentam regiões superiores da alma, o superconsciente onde se localiza o ideal superior e nobre que todo Espírito, filho de Deus, possui em si, em estado latente. O amor dos pais será, pois, forte estímulo a despertar o amor que o Espírito reencarnado possui em si mesmo, como filho e herdeiro de Deus que é (...)

Educação do Espírito: Introdução à Pedagogia Espírita. Walter Oliveira Alves. 2007.

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2.2- Estágio II: PRÉ-OPERACIONAL: De 2 a 7 anos:

(...) O ambiente moral e sentimental em que vive atua sobre ela (criança). Não apenas os atos dos adultos, mas o sentimento, o estado vibratório é percebido pela criança.

A imitação não é simples cópia de um modelo, mas reconstrução do que é observado. Ao imitar, a criança está criando algo novo em si mesma, a partir do que observa no outro.

Ao imitar o adulto, passa a se identificar com certas pessoas. (...) Não se trata de fingimento, mas de identificação (...)

ASPECTOS DO DESENVOLVIMENTO

� Função simbólica – compreensão dos símbolos. � Aumento gradual do uso da linguagem. � Predomínio do egocentrismo – conversa sozinha e brinca com seus

brinquedos, fazendo histórias e reproduzindo situações vividas. � Acredita no mundo como ela vê. � Regras vistas como algo “sagrado” que deve ser obedecida ao pé da letra. � Começa a se encaminhar para a fase de heteronomia moral. � A criança adquire maior consciência do outro. Imita o que percebe ao seu

redor e acelera o longo processo de descentração de si mesmo. � Surge a fase dos porquês – começa a despertar para o outro, para o

mundo, querendo saber os significados das coisas. � O pensamento ainda está intimamente ligado às suas percepções visuais

(pensamento intuitivo). � Predomina a irreversibilidade no pensamento, sabe pensar de um modo,

mas não do modo reverso.

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( ...) Piaget enfatiza a necessidade do respeito mútuo (faça ao outro o que gostaria que lhe fizesse) e o afeto do adulto, num ambiente de cooperação, como ingredientes indispensáveis para auxiliar a criança em sua passagem natural da heteronomia para a autonomia moral, quando a criança passará a compreender a necessidade das regras, abrindo-se para uma compreensão maior das leis naturais da vida, da lei de Causa e Efeito, das Leis Divinas que regem mundos e seres.

Educação do Espírito: Introdução à Pedagogia Espírita. Walter Oliveira Alves. 2007.

Questão 383 – L.E. ( O Livro dos Espíritos ) – Qual é, para o Espírito, a utilidade de passar pelo estado de infância? R: O Espírito, encarnando para se aperfeiçoar, é mais sensível, durante esse tempo, às impressões que recebe e que podem ajudar no seu aperfeiçoamento, para o qual devem contribuir aqueles que estão encarregados de sua educação.

Emmanuel nos informa na questão 109 do livro O Consolador, que o período infantil é o mais propício à assimilação dos princípios educativos. (...) Até os sete anos, o Espírito ainda se encontra em fase de adaptação para a nova existência que lhe compete no mundo. Nessa idade, ainda não existe uma integração perfeita entre ele e a matéria orgânica. Suas recor-dações do plano espiritual são, por isso, mais vivas, tornando-se mais sus-cetível de renovar o caráter e a estabelecer novo caminho, na consolidação dos princípios de responsabilidade, se encontrar nos pais legítimos repre-sentantes do colégio familiar (...)

O Consolador. Francisco Cândido Xavier, pelo Espírito Emmanuel. 2008.

2.2.1- A FORÇA DO EXEMPLO E A INFLUÊNCIA DO MEIO NO DESENVOLVIMENTO DA CRIANÇA

(...) à medida que a criança cresce, sua percepção do meio se amplia e a influência externa se torna maior. A importância do exemplo e do meio ambiente será fundamental na educação do Espírito reencarnado, nesses primeiros sete anos da sua nova existência.

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"A Educação do Espírito" – As Etapas do Desenvolvimento

“O estímulo do meio atingirá os impulsos que estiverem em condições de serem ativados. Gradualmente, a criança vai reagindo aos estímulos exte-riores. Vibrações de teor elevado despertarão os impulsos superiores e nobres ao mesmo tempo em que propiciam o desenvolvimento dos sentimentos supe-riores do superconsciente, visto ser a criança um ser perceptível. No entanto, vibrações de teor inferior poderão acordar prematuramente impulsos do mesmo teor, propiciando o surgimento de sentimentos inferiores que o Espírito guarda afinidade ou que cultivou no passado e que se encontram adormecidos em seu subconsciente. Tudo o que acontece à sua volta, os exemplos que observa, os filmes que assiste, as histórias que ouve, as vibrações que a envolvem atuam de alguma forma no desenvolvimento do intelecto e moral da criança.”

Educação do Espírito: Introdução à Pedagogia Espírita. Walter Oliveira Alves. 2007.

Reforçando a importância do exemplo, através de uma educação bem conduzida, nas fases iniciais do desenvolvimento da criança, Kardec, em O Evangelho Segundo Espiritismo, cap. VIII, item 4, nos informa que: (...) A criança tem necessidade de cuidados delicados (...) Suas ideias, a partir do nascimento, retomam a atividade gradualmente, à medida que os órgãos vão se desenvolvendo, de onde se pode dizer que, no decorrer dos primeiros anos, o espírito realmente é criança, porque as ideias que formam a base do seu caráter ainda estão adormecidas. Durante o tempo em que seus instintos permanecem adormecidos, ele é mais dócil e, por isso mesmo, mais acessível às impressões que podem modificar sua natureza e fazer com que progrida, o que torna mais fácil a tarefa que pertence aos pais.

2.2.2- O ANJO GUARDIÃO E SUA MISSÃO : Refletindo sobre todas as informações recebidas, compreendemos o porquê do intenso apoio e sustentação do anjo guardião à criança em seus primeiros anos de vida. Este Espírito se compromete junto à espiritualidade superior, a amparar, intuindo e inspirando os seus “protegidos” ao caminho do bem e do amor.

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"A Educação do Espírito" – As Etapas do Desenvolvimento

E em O Livro dos Espíritos, Kardec questionou sobre o anjo guardião e os espíritos fizeram as seguintes afirmações:

L.E. Questão 490 – O que se deve entender por anjo guardião? R: O Espírito protetor de uma ordem elevada.

L.E. Questão 491 – Qual a missão do Espírito protet or? R: A de um pai com relação aos filhos; a de conduzir seu protegido ao bom caminho, ajudá-lo com seus conselhos, consolá-lo nas suas aflições, sustentar sua coragem nas provas da vida.

L.E. Questão 492 – O Espírito protetor está ligado ao indivíduo, desde o seu nascimento? R: Desde o seu nascimento até a morte e, frequentemente, acompanha-o, depois da morte, na vida espiritual, e até em várias existências corporais, pois estas existências são apenas fases bem curtas, com relação à vida do Espírito.

Assim sendo, não tenhamos dúvida, que o anjo guardião tem um papel preponderante no processo reencarnatório desses espíritos, que vêm com compromisso de evolução e progresso.

Vejamos o que Joanna de Ângelis nos diz quanto aos anjos guardiões : “Os anjos guardiões são embaixadores de Deus (...) Vigilantes, utilizam-se de cada ensejo para instruir e educar, orientando com segurança na marcha de ascensão. Envolvem os pupilos em ternura comum, mas não anuem com seus erros, admoestando com seve-ridade quando necessário, a fim de lhes criarem hábitos saudáveis e conduta moral correta (...)”

Momentos Enriquecedores. Divaldo P. Franco.

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12º SEMINÁRIO DE PEDAGOGIA ESPÍRITA NA EDUCAÇÃO "A Educação do Espírito"

Aos sete anos, aproximadamente, ocorrem transformações importantes na vida do Espírito reencarnado, como podemos verificar através da informação trazida por Emmanuel, que André Luiz, no livro vem confirmar, quanto ao amparo espiritual neste período, como relata o instrutor espiritual Alexandre, com referência ao anjo guardião:

“– Meus amigos, o nosso Herculano permanecerá em definitivo junto de Segismundo, na nova experiência, até que ele atinja os sete anos, após o renascimento, ocasião em que o processo reencarnacionista estará consolidado. pois desse período, a sua tarefa de amigo e orientador será amenizada, visto que seguirá o nosso irmão em sentido mais distante.”

2.3- Estágio III: OPERAÇÕES CONCRETAS: De 7 a 12 anos:

(...) neste período, as operações desempenhadas pela criança estintimamente relacionadas com os objetos e as ações concretas. Devemos compreender que Piaget usa o termo operações para descrever ações cognitivas intimamente organizadas em uma rede ou sistema. O pensamento lógico ocorre, mas geralmente, apenas seconcretos disponíveis ou se experiências reais

PEDAGOGIA ESPÍRITA NA EDUCAÇÃO

" – As Etapas do Desenvolvimento

Aos sete anos, aproximadamente, ocorrem transformações importantes na do Espírito reencarnado, como podemos verificar através da informação

nuel, que André Luiz, no livro Missionários da Luz, item 13, vem confirmar, quanto ao amparo espiritual neste período, como relata o

referência ao anjo guardião:

Meus amigos, o nosso Herculano permanecerá em definitivo junto de Segismundo, na nova experiência, até que ele atinja os sete anos, após o renas-cimento, ocasião em que o processo reencarnacionista estará consolidado. De-pois desse período, a sua tarefa de amigo e orientador será amenizada, visto que seguirá o nosso irmão em sentido mais distante.”

Estágio III: OPERAÇÕES CONCRETAS: De 7 a 12 anos:

(...) neste período, as operações desempenhadas pela criança estão intimamente relacionadas com os ob-jetos e as ações concretas. Devemos compreender que Piaget usa o termo operações para descre-ver ações cognitivas intimamente or-ganizadas em uma rede ou sistema. O pensamento lógico ocorre, mas ge-ralmente, apenas se houver objetos concretos disponíveis ou se experiên-cias reais passadas forem relembra-

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12º SEMINÁRIO DE PEDAGOGIA ESPÍRITA NA EDUCAÇÃO

"A Educação do Espírito" – As Etapas do Desenvolvimento

das. (...) este estágio representa um progresso no pensamento lógico da criança. Ela evolui em direção a um pensar cada vez mais abstrato, mas a transformação é gradual e lenta. (...) Do ponto de vista moral, Piaget destaca que a criança, embora na fase da moralidade heterônoma, caminha lentamente para a autonomia moral. Para auxiliar a criança em seu caminhar para a autonomia, Piaget destaca a necessidade da cooperação no ambiente de respeito mútuo, de reciproci-dade entre educador e educando, embasado no afeto sincero.

Educação do Espírito: Introdução à Pedagogia Espírita. Walter Oliveira Alves. 2007.

“O Espírito reencarnado, que se preparou no Mundo Espiritual para uma nova etapa evolutiva no planeta, na fase infantil e na juventude, está sedento de ideais nobres, é um idealista e espera encontrar ideais nobres nos adultos que lhe orientam os passos. (...) A autoridade aceita e baseada na carinhosa admiração substitui, gradual-mente, a imitação, que predominou de 3 a 6/7 anos. O educador, pois, tem necessidade de conquistar a confiança e a admiração da criança se deseja auxiliá-la verdadeiramente. Naturalmente, imitação e autoridade carinhosa permanecerão juntas por alguns anos, enquanto a criança caminha gra-dualmente para uma fase de maior autonomia, preparando-se para a compreensão de conceitos abstratos, o que deve ocorrer após os 12-13 anos, quando o jovem passa a querer compreender, em essência, cada conceito e quando a autoridade do adulto chegará mesmo a ser posta à prova.”

Educação do Espírito: Introdução à Pedagogia Espírita. Walter Oliveira Alves. 2007.

2.4- Estágio IV: OPERAÇÕES FORMAIS: De 12 anos em d iante: “No aspecto cognitivo, Piaget destaca que a fase final do desenvolvimento intelectual começa nos primeiros tempos da adolescência, quando o jovem será capaz de lidar não só com as situações reais e concretas, mas também de pensar logicamente sobre coisas abstratas. (...)Quando atinge 15 anos, o adolescente está apto a usar operações lógicas e lógica formal, à maneira adulta, na resolução de problemas.

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"A Educação do Espírito" – As Etapas do Desenvolvimento

“A autoridade do adulto pode ser contestada nesta etapa. O adulto cons-ciente, seja pai, professor ou evangelizador, não deve se preocupar em demasia com tal fato, mesmo que sua autoridade seja desafiada e o jovem exija provas e explicações, pois isto representa, de um lado, o desejo de autoafirmação, sadio e necessário para que o jovem adquira autoconfiança, e por outro lado, representa o amadurecimento da razão e a aquisição do pensamento científico, próprio da fase que Piaget chama de operações formais.

As reais qualidades do educador, tanto sua capacidade intelectual como sua integridade moral são fundamentais para adquirir a confiança do jovem.

No final desta fase, em tese, o indivíduo atingiria a sua autonomia tanto moral quanto intelectual.”

Educação do Espírito: Introdução à Pedagogia Espírita. Walter Oliveira Alves. 2007.

Questão 385 – L.E . – De onde se origina a mudança que se opera no caráter numa certa idade e, particularmente, ao sair da adolescência? É o Espírito que se modifica? R: É o Espírito que retoma a sua natureza e se mostra como era. Não conheceis o segredo que escondem as crianças, na sua inocência; não sabeis o que são, nem o que foram, nem o que serão, e, no entanto, vós as amais (...) É assim que a infância é não apenas útil, necessária, indispensável, mas também a consequência natural das Leis que Deus estabeleceu e que regem o Universo.

2.4.1- SEXO E IMPULSO CRIADOR:

André Luiz, no livro Missionários da Luz, item 2, nos traz profundas revelações transmitidas pelo Espírito Alexandre sobre a epífise ou pineal na fase de desenvolvimento a partir dos 12 anos: “Não se trata de órgão morto, segundo ve-lhas suposições. É a glândula da vida men-tal. Ela acorda no organismo do homem, na

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"A Educação do Espírito" – As Etapas do Desenvolvimento

puberdade, as forças criadoras e, em seguida, continua a funcionar como o mais avançado laboratório de elementos psíquicos da criatura terrestre. (...)

Aos catorze anos, aproximadamente, de posição estacionária, quanto às suas atribuições essenciais, recomeça a funcionar no homem reencarnado. O que representava controle é fonte criadora e válvula de escape. A glândula pineal reajusta-se ao concerto orgânico e reabre seus mundos maravilhosos de sensações e impressões na esfera emocional. Entrega-se a criatura, à recapitulação da sexualidade, examina o inventário de suas paixões vividas noutra época, que reaparecem sob fortes impulsos. (...)

Ela preside aos fenômenos nervosos da emotividade, como órgão de elevada expressão no corpo etéreo. Desata, de certo modo, os laços divinos da Natureza, os quais ligam as existências umas às outras, na sequência de lutas, pelo aprimoramento da alma, e deixa entrever a grandeza das facul-dades criadoras de que a criatura se acha investida.”

Walter acrescenta dizendo que:

“(...) Alexandre chega a denominar a epífise como glândula da vida espiritual do homem, afirmando que ela “comanda as forças subconscientes sob a determinação direta da vontade.” Vemos, pois, claramente, o Espírito reencarnado aos 14 anos, aproximada-mente, recapitulando sua sexualidade, inventariando suas paixões vividas em outras épocas, que reaparecem sob fortes impulsos. O jovem, pois, ver-se-á diante das emoções que cultivou no passado, sendo chamado ao reajuste dos canais de manifestações de suas energias interiores, retificando possíveis erros do passado e direcionando suas energias para os canais superiores da vida.

Educação do Espírito: Introdução à Pedagogia Espírita. Walter Oliveira Alves. 2007.

No que se refere ao impulso criador, André Luiz, no livro No Mundo Maior , cap. 11, nos revela as orientações do instrutor Alexandre, sobre o tema:

(...) Não podemos afirmar que tudo, nos círculos carnais, constitua sexo, desejo de importância e aspiração superior; no entanto, chegados à compreensão de agora, podemos assegurar que tudo na vida é impulso criador . Todos os seres que conhecemos, do verme ao anjo, são herdeiros da Divindade que nos confere a existência, e todos somos depositários de faculdades criadoras. (...) E mais da metade dos milhões de Espíritos encarnados na Crosta da Terra, de mente fixa na região dos movimentos instintivos, concentram suas faculdades no sexo, do qual se derivam

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naturalmente os mais vastos e frequentes distúrbios nervosos; constituem eles compactas legiões, nas adjacências da paisagem primitiva da evolução planetária, irmãos nossos na infância do conhecimento, que ainda não sabem criar sensações e vida senão mobilizando os recursos da força sexual. Grande parte de criaturas, contudo, havendo conquistado a razão, acima do instinto, permanecem nos desatinos da prepotência, seduzidas pelo capricho autoritário, famintas de evidência e realce, ainda que atidas a trabalho proveitoso e a paixões nobres, muitas vezes (... )

Pequeno grupo de homens e de mulheres, por fim, após atingir o equilíbrio sexual na zona instintiva do ser e depois de obter os títulos que lhes confere seu trabalho e com os quais dominam na vida, regendo as energias próprias, em pleno regime de responsabilidade individual passam a fixar-se na região sublime, na superconsciência, não mais encontrando a alegria integral no contentamento do corpo físico ou na evidência pessoal; procuram alcançar os círculos mais altos da vida, absorvidos em idealismo superior; (...) Para esses, o sexo, a importância individual e as vantagens do imediatismo terres-tre são sagrados pelas oportunidades que oferecem aos propósitos de bem fazer; entretanto, no santuário de suas almas resplandece nova luz (...) A razão particularista converteu-se em entendimento universal. Cresceram-lhes os sentimentos sublimados na direção do campo superior. Pressentem a Divindade e anseiam pela identificação com ela. São os homens e as mulhe-res que, havendo realizado os mais altos padrões humanos, se candidatam à angelitude (...)

De um modo ou de outro, porém, tudo isto são sempre as faculdades cria-doras, herdadas de Deus, em jogo permanente nos quadros da vida. Todo ser é impulsionado a criar, na organização, conservação e extensão do Universo! (...)

“Não é difícil compreender que, se o Espírito não cultivou sentimentos elevados, se não possui canais superiores e nobres por onde suas energias e emoções possam se manifestar, o jovem somente terá como canais de suas energias o erotismo e ou a agressividade, como sede de poder e fome de evidência e realce (...)

Importa, pois, auxiliar o jovem no despertar das mais belas qualidades da alma. O sentimento de amor, nas suas mais variadas nuanças, desperta e desabrocha qual botão de flor a se abrir, espalhando seu perfume ao redor. O ideal nobre e elevado passa a ser cultivado, direcionando as energias interiores da alma para os canais elevados da sensibilidade (...) No final dessa fase, em tese, o indivíduo atingiria a sua autonomia moral (...)

Educação do Espírito: Introdução à Pedagogia Espírita. Walter Oliveira Alves. 2007.

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2.4.2- Emmanuel, no livro Vida e Sexo , nos diz:

(...) Que os problemas do sexo agitam atual-mente vastos setores da vida humana, é incon-testável. De que forma, porém, as teses do sexo são tra-tadas do plano espiritual para o plano terrestre? (...) “Nada mais realizamos que reformular o pensa-mento e a definição dos mensageiros benevo-lentes e sábios que orientaram Allan Kardec, nos primórdios da Doutrina Espírita, em sua função de Consolador, prometido ao mundo pelo Cristo de Deus. E para não nos delongarmos em considerações desnecessárias, concluiremos que, em torno do sexo, será justo sintetizarmos todas as digres-sões nas normas seguintes: Não proibição, mas educação. Não abstinência imposta, mas emprego digno, com o devido respeito aos outros e a si mesmo. Não indisciplina, mas controle. Não impulso livre, mas responsabilidade. Fora disso, é teorizar simplesmente, para depois aprender ou reaprender com a experiência. Sem isso, será enganar-nos, lutar sem proveito, sofrer e recomeçar a obra da sublimação pessoal, tantas vezes quantas se fizerem precisas, pelos mecanismos da reencarnação, porque a aplicação do sexo, ante a luz do amor e da vida, é assunto pertinente à consciência de cada um.”

Vida e Sexo. Francisco Cândido Xavier pelo Espírito Emmanuel. 2008.

Baseados nos estudos que estamos realizando, podemos observar que o desenvolvimento da inteligência e as questões espirituais que regem a vida de encarnado da criança, apresentam aspectos que chamam a nossa aten-ção e nos surpreendem pela forma excepcional como se apresentam. Essas crianças são consideradas como prodígios. Vamos, então, compreender esse significado:

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3- A CRIANÇA PRODÍGIO – TENDÊNCIAS E APTIDÕES

L.E. Questão 219 – Qual a origem das faculdades ex traordinárias dos indivíduos que, sem estudo prévio, parecem ter a intuição de certos conhecimentos, como o das línguas, o do cálc ulo, etc.? R: Lembrança do passado; progresso anterior da alma, mas do qual ela própria não tem consciência (...)

“A história nos mostra exemplos de Espíritos que tiveram a manifestação de sua genialidade desde a tenra idade. Tal é o exemplo de Mozart no campo da música que, com apenas quatro anos já executava com maestria ao piano e aos oito compôs sua primeira ópera. Paganini ainda criança, tocava violino de maneira maravilhosa. Pascal descobriu a geometria plana aos 12 anos. (...) somente os renascimentos sucessivos nos fazem compreender a facili-dade apresentada por certas crianças chamadas “prodígios” de assimilarem certos conhecimentos ou de demonstrarem tremenda habilidade física ou mental para certas áreas do conhecimento e das artes. De outro lado, com-preendemos que cada Espírito renasce com sua bagagem própria, elaborada por ele mesmo em vidas anteriores e, portanto, cada criança reagirá de forma diferente aos estímulos do meio físico ou espiritual que a cerca. Isso implica em que, ao analisarmos as etapas de desenvolvimento do Espírito em sua nova encarnação, devemos levar em conta que cada Espírito é um ser em particular, que traz consigo uma bagagem do passado que poderá se manifestar muito cedo, revelando sua genialidade, como nas “crianças-prodígio (...)”

Educação do Espírito: Introdução à Pedagogia Espírita. Walter Oliveira Alves. 2007.

León Denis, na obra O Problema do Ser e do Destino , 2a parte, item 15, faz-nos refletir sobre a questão da hereditariedade nas crianças conside-radas prodígios, dizendo-nos assim:

“O gênio, (...), não se explica pela hereditariedade; tampouco pelas condi-ções do meio. Se a hereditariedade pudesse produzir o gênio, ele seria muito mais frequente. A maioria dos homens célebres teve ascendentes de

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inteligência medíocre e sua descendência foi-lhes notoriamente inferior: o Cristo, Sócrates, Joana d’Arc nasceram de famílias obscuras. (...) No entanto, existem casos em que o talento, a memória, a imaginação, as mais altas faculdades do espírito, parecem hereditárias. Estas semelhanças psíquicas entre pais e filhos explicam-se pela atração e simpatia; são espíritos similares, atraídos uns para os outros por pendores análogos e unidos por antigas relações (...).”

O Problema do Ser e do Destino. León Denis. 2011.

Walter O. Alves, então, alerta aos educadores de Es pírito dizendo:

“O professor ou evangelizador poderá, pois, deparar-se com um Espírito muitíssimo mais elevado do que ele e sua tarefa será auxiliá-lo a desenvolver sua potencialidade interior e não fazê-lo chegar até onde ele, evangelizador, chegou. O Espírito poderá ir muito além e o professor tem o dever de auxiliar o seu desenvolvimento na área em que ele naturalmente se destacar. Mesmo o Espírito superior necessita do apoio dos pais, amigos e evangelizadores para ampliar suas habilidades inatas e desenvolver novas aptidões, cumprindo a tarefa ou a missão que deve realizar em nosso mundo.”

Educação do Espírito: Introdução à Pedagogia Espírita. Walter Oliveira Alves. 2007.

4- OS BLOQUEIOS NA MANIFESTAÇÃO DO ESPÍRITO

Outro aspecto a ser observado, refere-se às crianças que nascem com bloqueios específicos na manifestação de sua inteligência. Esses bloqueios interferem no processo de aprendizagem, mas têm um propósito útil em seu contexto reencarnatório que é revelado, esclarecido e orientado pela Doutrina Espírita. Como toda manifestação de Deus tem um propósito útil, podemos assim dizer que os bloqueios são “ações pedagógicas divinas” importantes, para melhor favorecer o Espírito reencarnante, que por sua rebeldia espiritual, precisa ser orientado através de uma metodologia específica, que fornecerá a ele maior compreensão do aprendizado recebendo orientações necessá-rias para sua evolução, através de técnicas baseadas no amor, onde as vibrações de carinho e dedicação, venham amenizar as suas emoções, ou mesmo, pacificar seus sentidos, de forma a propiciar um equilíbrio capaz de ajudá-lo a perceber com mais clareza e paz interior o verdadeiro significado do seu existir, utilizando adequadamente seu livre-arbítrio de forma mais consciente.

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Joanna de Ângelis, com a habilidade que lhe é peculiar, nos faz compreender o significado reencarnatório desses Espíritos e como deve ser a forma de acolhê-los, num processo educacional bastante especial, de profunda troca.

“(...) Se te repousa no berço de sonhos desfeitos um filhinho (...) deficiente de qualquer natureza, esquece-lhe a aparência e assiste-o com amor. Não te chega ao trono dos sentimentos por acaso. Antigo companheiro vencido, suplica ajuda (...) Dá-lhe ternura, canta-lhe um poema de esperança, ajuda-o. O filho deficiente no teu lar significa a tua oportunidade de triunfo e a ensancha que ele te roga para alcançar a felicidade.

Seria terrivelmente criminoso negar-lhe, por vaidade ferida, o amparo que te pede, quando te concede a bênção do ensejo para a tua reparação em relação a ele.”

Leis Morais da Vida. Divaldo Franco pelo Espírito Joanna de Ângelis. 2012.

Na questão 365, de O Livro dos Espíritos , os espíritos nos orientam quanto ao progresso a ser alcançado dizendo: (...) O Espírito progride através de uma insensível marcha ascendente, mas o progresso não se efetua, simultaneamente, em todos os sentidos; num período, ele pode progredir em ciência, num outro, em moralidade.

Pode ocorrer que um Espírito que avançou muito na inteligência, não desenvolveu da mesma forma as faculdades morais. Poderá, pois, necessitar de bloqueios das manifestações intelectuais em determinada existência física. Os Espíritos nos instruem que as faculdades são do Espírito e que não são os órgãos que dão as faculdades, mas as faculdades que conduzem ao desenvolvimento dos órgãos. Todavia, o corpo físico pode enfraquecer ou mesmo ser um obstáculo à livre manifestação das faculdades do Espírito.

Educação do Espírito: Introdução à Pedagogia Espírita. Walter Oliveira Alves. 2007.

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Kardec, em O Livro dos Espíritos , na questão 368 , faz o seguinte questionamento: Após sua união com o corpo, as faculdades do Espírito são exercidas com toda a liberdade? R: O exercício das faculdades depende dos órgãos que lhes servem de instrumento; elas são enfraquecidas pela grosseria da matéria. a) Assim sendo, o envoltório material seria um obstáculo à livre mani-festação das faculdades do Espírito, como um vidro opaco se opõe à livre emissão da luz? R: Sim, e muito opaco.

“Assim, uma criança que renasce com graves bloqueios na inteligência pode ser um Espírito que possui poderosas estruturas mentais, ou seja, grande inteligência, mas que teve a necessidade de desenvolver o seu aspecto moral, bloqueando, assim, suas estruturas mentais que não lhe permitirão novas incursões no campo da inteligência que, sem o desenvolvimento da moral, lhe fariam novamente utilizar mal essa inteligência. (...) o Espirito poderá solicitar os mais variados tipos de bloqueios, conforme suas necessidades evolutivas.

Todo Espírito, contudo, renasce para evoluir e a tarefa do educador será sempre auxiliar sua evolução, bus-cando os canais superiores de manifestação, disponí-veis para o desenvolvimento, estimulando-os e incenti-vando seu progresso no bem. O que não canta, pinta, o que não pinta, modela, escreve, desenha, trabalha, enfim, em alguma área em que demonstra certa aptidão e que deverá ser aproveitada pelo educador, para o desenvolvimento de outras áreas correlatas.”

Educação do Espírito: Introdução à Pedagogia Espírita. Walter Oliveira Alves. 2007.

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4.1- DEPOIMENTO DE UMA MÃE SOBRE UMA FILHA COM DEFI -CIÊNCIA:

Nancy Puhlmann Di Girolamo, autora do livro: O Castelo das Aves Feridas , revela sua experiência com sua filha dizendo:

“(...) Pelo fato dela ter nascido atípica, minha visão, que era curta, se alargou e abrangeu, por amostragem, o rico universo contido na variedade de experiências do ser dentro da etapa infantil. Dilatou o horizonte diante da minha busca de amor. Reforçou a certeza de que a vida terrena é um imperativo da evolução espiritual e, surpreendentemente, me conduziu a uma ponderada e irreversível valorização desse tipo de presença, pelo enrique-cimento relacional que pode trazer à família e à sociedade, permutando o centro com a periferia. (...) Entre essas duas realidades há uma ponte de fácil trânsito, sempre aberto, permitindo aproximações e recuos, e tendo a indecisão para evitar ou adiar o conflito. A afetividade espontânea e consanguínea se fere diante do muro da margi-nalização social. O pragmatismo materialista, novamente em nome da eugenia (tristeza da memória) com a máscara da defesa do bem-estar comum, se apresenta diante dos princípios éticos enraizados no âmago do pensamento e ameaças às tendências inatas de respeito à vida. As crianças atípicas, contudo, não participam desse dualismo nem supõem que estejam causando tais dilemas e tais desafios à cultura deste tempo. Não percebendo que os adultos estão andando aflitos de um lado a outro da ponte sem se definirem. Elas velejam tranquilas em seus castelos, sabendo o caminho das rosas azuis que os “normais” não conseguem descobrir. Continuam a nascer e a renascer com a certeza metafísica de que estão na direção reta para a meta que todos nós buscamos: a felicidade.

O Castelo das Aves Feridas. Nancy Puhlmann Di Girolamo. 1989.

Analisando as questões dos bloqueios e genialidades que a criança, Espírito encarnado, pode apresentar, constatamos, através da Doutrina Espírita, que não há privilégios ou injustiças na Lei Divina. Sob uma visão mais ampla, vemos que tudo segue um comando Maior e que tem por objetivo a superação, aprendizagem e progresso.

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5- A VISÃO ESPIRITUAL DAS ETAPAS DO DESENVOLVIMENTO DA CRIANÇA

“A Natureza não dá saltos.”

Citação de Carl Von Linné em O Grande Enigma. León Denis, cap 15, "A Lei Circular", pág. 191. 2008.

(...) O Espírito, ao reencarnar, recapitula, na fase embriogênica, a evolução filogenética de todo reino animal. Percebemos também que, após o nascimento, manifesta gradualmente, etapa por etapa todo patrimônio evolutivo conquistado pelos milênios de experiências na condição de humanidade (...) (...) Nos estágios do desenvolvimento de Piaget, podemos observar a seme-lhança espantosa com o próprio desenvolvimento da humanidade terrestre. A semelhança é notável, o que nos leva a pensar que a criança, a partir do nascimento, está recapitu-lando as estruturas construídas pelo Espírito ao longo do trans-curso evolutivo pelos milênios, ou seja, reconstruindo-as através da interação com o meio, aperfeiçoan-do-as e preparando-se para a construção de estruturas em ní-veis superiores, numa sequência evolutiva onde tudo se encadeia de forma perfeita. (...)

Educação do Espírito: Introdução à Pedagogia Espírita. Walter Oliveira Alves. 2007.

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“A Natureza sábia limitou nossas percepções e nossas sensações. É de degrau em degrau que ela nos conduz no caminho do saber. É lentamente, etapas por etapas, vidas após vidas, que ela nos leva ao conhecimento do Universo, seja visível, seja oculto. O ser gravita um a um os degraus da escada gigantesca que conduz a Deus. E cada um desses degraus representa para ele uma longa série de séculos. (...) nossos sentidos externos foram medidos e limitados. Eles aumentam e se apuram à medida que o ser se eleva na escala das existências e dos aperfeiçoamentos.”

O Grande Enigma. Léon Denis. 2008.

6- FALANDO SOBRE: CONCEITOS: Allan Kardec, em seus comentários nas questões 685 e 917 de O Livro dos Espíritos, respectivamente, faz a seguinte referência sobre a educação: (...) Há um elemento que quase não se faz pesar na balança e sem o qual a ciência econômica não passa de uma teoria: é a educação; não, a educação intelectual, mas a educação moral; tampouco a educação moral, através dos livros, mas a que consiste na arte de formar os caracteres, a que incute hábitos, pois a educação é conjunto dos hábitos adquiridos (...). (...) A educação, se for bem compreendida, é a chave do progresso moral; quando se conhecer a arte de manejar os caracteres, como se conhece a de manejar as inteligências, poder-se-á corrigi-los, como se orienta o cresci-mento de plantas novas; esta arte, porém, requer muito tato, muita expe-riência e uma profunda observação; é um grave erro acreditar que baste ter conhecimento, para exercê-la com proveito.

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"A Educação do Espírito" – As Etapas do Desenvolvimento

Eurípedes Barsanulfo:

“A Educação e Evangelização se misturam quando são direcionadas ao espírito. Não há como educar o Ser sem evangelizá-lo, ou seja, ampará-lo em suas necessidades. Educar no sentido de mudar, orientar, redirecionar a ma-neira de conduzir o pensamento. Reorganizar as ideias, a forma mental, dimensionando-as para uma construção maior. Evangelizar é dar méto-do ao pensamento, aplicando todo conteúdo trazido por Jesus e pelo Espírito de Verdade que estabeleceu na Terra o Consolador: A Doutrina Espírita. É preciso educar o pensamento incor-porando nele vibrações que modulam novos sentimentos (...)”

Pelos Caminhos do Entendimento do Espírito. Alzira Bessa França Amui & Luciano Sivieri

Varanda. Obra mediúnica ditada por vários espíritos. 2003.

Léon Denis

“É através da educação que as gera-ções se transformam e se aperfei-çoam. Para se ter uma sociedade nova é preciso homens novos. Por isso, a educação, desde a infância, é de uma importância capital. (...) A educação, baseada numa concep-ção exata da vida, mudaria a face do mundo. (...) Todas as chagas morais decorrem da má educação. Reformá-la, colocá-la sobre novas bases teria para a Hu-manidade consequências incalculá-veis.

Depois da Morte. Léon Denis. 2011.

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7- NÓS, EDUCADORES DE ESPÍRITOS:

Envolvidos por todas essas informações, não podemos esquecer que a autoeducação de forma apropriada, dá-nos direcionamento ao processo educacional, nas várias posições que ocupamos quando educadores no contexto da vida, pelo compromisso da educação do Espírito Por isso, citamos a frase que nosso amigo espiritual nos legou, como bússola orientadora, para melhor assumirmos a nossa missão diante da vida, de forma a obtermos resultados na evolução de nós mesmos eque estamos ou estaremos compromissados, quando nos diz Dr. Hermann, mentor espiritual do CELD:

“PARA EDUCAR É PRECISO EDUCAR

Sem esse entendimento e esforço de transformação íntima não há como realizar essa sublime tarefa que nos é outorgada pela Providência Divina, antes de reencarnarmos, na certeza de que contribuiremos com a obra da criação como nos afirmam os espíritos na questão 132 dEspíritos: “(...) A encarnação tem também um outro objetivo, que é o de coespírito em condições de suportar sua parte na obra da criação; (...) de tal forma que, concorrendo para a obra geral, ele próprio se adianta.”

Antonio de Aquino: “(...) Ouvimos falar da educação como forma adequada para se conduzirem as almasaprender e estimularOs que participam do processo de envolvimento das criaturas no aprendizado são portadores de um mandato divino, embora as grandes dificuldades encontradas no homem de hoje. Mas o que vem a Quem é aquele que ensina senão alguém que deveria prepararas condições do aprendizado e depois a si mesmo, para aí sim, exercer o sagrado mandato de

explicar aos outros o que ele próprio já al

Inspirações do Amor Único de Deus

PEDAGOGIA ESPÍRITA NA EDUCAÇÃO

" – As Etapas do Desenvolvimento

NÓS, EDUCADORES DE ESPÍRITOS:

Envolvidos por todas essas informações, não podemos esquecer que a nos direcionamento ao processo edu-

cacional, nas várias posições que ocupamos quando educadores no contexto da, pelo compromisso da educação do Espírito imortal.

Por isso, citamos a frase que nosso amigo espiritual nos legou, como bússola orientadora, para melhor assumirmos a nossa missão diante da vida, de forma a obtermos resultados na evolução de nós mesmos e desses Espíritos que estamos ou estaremos compromissados, quando nos diz Dr. Hermann,

“PARA EDUCAR É PRECISO EDUCAR -SE!”

Sem esse entendimento e esforço de transformação íntima não há como nos é outorgada pela Providência Divina,

antes de reencarnarmos, na certeza de que contribuiremos com a obra da criação como nos afirmam os espíritos na questão 132 de O Livro dos

“(...) A encarnação tem também um outro objetivo, que é o de colocar o espírito em condições de suportar sua parte na obra da criação; (...) de tal forma que, concorrendo para a obra geral, ele próprio se adianta.”

“(...) Ouvimos falar da educação como forma ade-quada para se conduzirem as almas que precisam aprender e estimular-se para o progresso infinito. Os que participam do processo de envolvimento das criaturas no aprendizado são portadores de um mandato divino, embora as grandes dificul-dades encontradas no homem de hoje. Mas o que vem a ser, realmente um mestre? Quem é aquele que ensina senão alguém que de-veria preparar-se primeiramente, ou seja, estudar as condições do aprendizado e depois a si mes-mo, para aí sim, exercer o sagrado mandato de

explicar aos outros o que ele próprio já alcançou. (...)”

Inspirações do Amor Único de Deus - Vol. 1. Altivo Carissimi Pamphiro pelo Espírito Antonio de Aquino. 2003.

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"A Educação do Espírito" – As Etapas do Desenvolvimento

8- TEXTO: EDUCAÇÃO E VIDA

“Sem o seu concurso, o da educação, o ser humano retorna ao primarismo de que se vem libertando no curso dos renascimentos carnais. Poderosa alavanca para o progresso espiritual, constitui-se o mais eficiente recurso moral para edificação do ser humano. (...) A educação, sem qualquer dúvida, re-move as graves heranças perturbadoras insculpidas na personalidade e no ca-ráter do educando, por criar-lhe novos condicionamentos morais que fixarão

indelevelmente, orientando-lhe a existência. As graves heranças morais, que lhe assinalam existências passadas infelizes, reeducam-se, a pouco e pouco, até estabelecerem-se novos hábi-tos de comportamento que se farão naturais em futuras existências. Sendo a vida uma sucessão de renascimentos em diferentes corpos, o Espí-rito transfere de uma para outra experiência física as conquistas e os prejuí-zos que somente uma educação bem trabalhada consegue aprimorar. (...) A educação, quando programada com as diretrizes do amor e da disciplina, trabalhando juntos na modelagem da argila moral do Espírito, lentamente estatui o ser formoso que se ergue na direção do infinito. (...) A educação do indivíduo dá início à transformação moral do grupo em que se movimenta, refletindo-se na sociedade como um todo. Educar é proporcionar a vida que escasseia enquanto permanece a ignorân-cia. A sua ausência é semelhante a uma luz distante, que permite a predominân-cia da sombra. (...) O labor da educação começa no berço e prossegue sempre, sendo funda-mental na infância e na juventude, quando há mais receptividade do edu-cando, em face das suas despreocupações e facilidade de registro dos ensinos e hábitos que aformoseiam o caráter e iluminam a consciência.

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"A Educação do Espírito" – As Etapas do Desenvolvimento

A violência, a agressividade que irrompem em perversidade cruel por toda parte, atestam a falência da educação nos institutos onde parece funcionar, e especialmente no lar, no qual se formam a cidadania e dignidade do ser humano. Em seu lugar, o descaso dos pais irresponsáveis em conviver com os filhos, relegando a tarefa que lhes cabe a servidores remunerados, a fim de dispo-rem de tempo para mais prazeres, para aquisição de recursos que oferecem aos filhos, em mecanismos de fuga psicológica para não se darem eles mesmos... Como consequência, o imediatismo das sensações, repercutindo na promis-cuidade sexual, na drogadição, nos estertores dos transtornos psicológicos, domina crianças e jovens, assim como, incontáveis adultos, em lamentável desestruturação que se reflete numa sociedade indiferente pelo sofrimento do próximo, que vive medrosa e inquieta... A solução do grave problema repousa na aplicação dos tesouros ainda desconhecidos da educação moral pelo exemplo, através da autodoação, das lições vivas na conduta edificante. Enquanto permanece a preocupação com a instrução com métodos tecnoló-gicos de preparação do indivíduo para o triunfo social, para ganhar dinheiro, e não para a autorrealização, os desastres sociais caracterizarão a cultura que se estiola numa civilização competitiva, egoísta e cínica, rica de coisas e pobre de sentimentos elevados. Para tal cultura, o ser humano vale pelo que possui e acumula exteriormente, não pelos valores de enobrecimento e dignidade pessoal, desse modo limi-tando a vida ao breve espaço berço-túmulo. Em face da visão espírita sobre a indestrutibilidade do ser e de suas suces-sivas reencarnações, modifica-se a paisagem da agressividade e do temor, abrindo campo propício para o desenvolvimento da solidariedade e do amor que um dia vigerão em todas as vidas.”

Libertação do Sofrimento. Divaldo Franco pelo Espírito Joanna de Ângelis. 2001.

Como afirma Allan Kardec, em O Livro dos Espíritos, parte 3, capítulo X, item 872: Cabe à educação combater essas más tendências. Fá-lo-á utilmente, quando se basear no estudo aprofundado da natureza moral do homem. Pelo conhecimento das leis que regem essa natureza moral, chegar-se-á mo-dificá-la, como se modifica a inteligência pela instrução e o temperamento pela higiene. (...)

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9- KARDEC E LEOPOLDO MACHADO NOS CONVIDAM A REFLETIR: Assim, amigos, Allan Kardec, em O Evangelho Segundo o Espiritismocap. 14, item 9 , numa reflexão profunda diz “(…) Ó espíritas! Compreendei ago-ra o grande papel da humanidade. Compreendei que, quando gerais um corpo, a alma que nele encarna vem do espaço para progredir; tomai conhecimento dos vossos deveres, e usai todo o vosso amor na tarefa de aproximar essa alma de Deus; essa é a missão que vos foi con-fiada e pela qual recebereis a re-compensa se ela for cumprida fiel-mente. Vossos cuidados, e a educação que lhe derdes, a ajudarão a aperfeiçe a construir o seu bem-estar futuro. Lembraimãe, Deus perguntará: 'Que fizeste da criança que foi entregue aos teus cuidados'? Se permaneceu atrasada por vossa culpa, tereis como castigo vêla entre os espíritos sofredores, quando dependia de vós que ela fosse feliz. Então vós mesmos, maltratados pelos rvossa falta, solicitareis uma nova encarnação, para vós e para ela, em que ireis cercá-la de cuidados mais atentos, e ela, cheia de reconhecimento, vos cercará com o seu amor.”

“(...)É preciso cuidemos, portanto, da crijovem, plantas em processo de crescimento, ainda amoldáveis e direcionáveis para o bem maior.(...)Juntos, seguiremos nessa luta abençoada e produtiva, mesmo porque seremos todos os herdeiros inquestionáveis de quanto agora plantarmos na terra exuberante do presente.”

Leopoldo Machado

Campo Fértil. Leopoldo Machado. 1982.Leopoldo Machado: O Mentor das Mocidades Espíritas do Brasil

– Breve estudo biográfico. Autor Marco Antônio Vieira. 2013.

PEDAGOGIA ESPÍRITA NA EDUCAÇÃO

" – As Etapas do Desenvolvimento

KARDEC E LEOPOLDO MACHADO NOS CONVIDAM A REFLETIR:

O Evangelho Segundo o Espiritismo , numa reflexão profunda diz:

Vossos cuidados, e a educação que lhe derdes, a ajudarão a aperfeiçoar-se Lembrai-vos de que a cada pai e a cada

Que fizeste da criança que foi entregue aos teus Se permaneceu atrasada por vossa culpa, tereis como castigo vê-

la entre os espíritos sofredores, quando dependia de vós que ela fosse feliz. Então vós mesmos, maltratados pelos remorsos, pedireis para reparar a vossa falta, solicitareis uma nova encarnação, para vós e para ela, em que

la de cuidados mais atentos, e ela, cheia de reconhecimento, vos

“(...)É preciso cuidemos, portanto, da criança e do jovem, plantas em processo de crescimento, ainda amoldáveis e direcionáveis para o bem maior. (...)Juntos, seguiremos nessa luta abençoada e pro-dutiva, mesmo porque seremos todos os herdeiros inquestionáveis de quanto agora plantarmos na terra

Leopoldo Machado

. Leopoldo Machado. 1982. Leopoldo Machado: O Mentor das Mocidades Espíritas do Brasil

. Autor Marco Antônio Vieira. 2013.

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12º SEMINÁRIO DE PEDAGOGIA ESPÍRITA NA EDUCAÇÃO

"A Educação do Espírito" – As Etapas do Desenvolvimento

“Educa e transformarás a irracionalidade em inteligência, a inteligência em humanidade e a humanidade em

angelitude.”

Fonte Viva. Francisco Cândido Xavier pelo Espírito Emmanuel. 2005.

Deus abençoe a todos, e até o ano de 2017, com o 13o Seminário de Pedagogia Espírita na Educação, com mais reflexões que virão se somar às nossas vidas na Educação do Espírito Imortal. A todos o nosso carinho e gratidão.

Equipe do Pedagogia Espírita na Educação

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"A Educação do Espírito" – As Etapas do Desenvolvimento

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12º SEMINÁRIO DE PEDAGOGIA ESPÍRITA NA EDUCAÇÃO

"A Educação do Espírito" – As Etapas do Desenvolvimento

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