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    PORTUGUÊS – MARCELO

    TEXTO: 1 - Comum à questão: 1

    Considere os textos adaptados sobre o aniversário de 25 anos de nossa Constituição, publicados na Folhade S.Paulo [5 out.2013].

    Texto 1

    Custo alto do novo pacto social tira competitividade do país

    MANSUETO ALMEIDAEspecial para a Folha

    A Constituição Federal da República Federativa do Brasil de 1988, a chamada Constituição cidadã, estácompletando vinte e cinco anos. Essa nova Constituição trouxe vários avanços, em especial na áreasocial.

    O regime de universalização de atendimento aos idosos e inválidos do meio rural, o estabelecimento dopiso de um salário mínimo para as aposentadorias, a universalização do sistema público de saúde, agarantia de acesso à educação pública e gratuita e a montagem de uma ampla rede de assistência socialsão exemplos do novo pacto social estabelecido na Constituição de 1988.

    [...]Um agravante do nosso pacto social é que, apesar da queda da desigualdade de renda e da pobrezadesde a estabilização da economia, em 1994, o nosso gasto social ainda é pouco distributivo, ou seja ,gastamos muito para ter uma redução pequena na desigualdade de renda.

    E a mudança demográfica em curso é um novo fator de pressão sobre gastos da previdência e de saúde.

    Assim, é provável que a manutenção da estabilidade econômica com crescimento e inclusão social exijaum ajuste do nosso pacto social, como, por exemplo , uma reforma da previdência, redefinição da regraatual de reajuste do salário mínimo e de alguns programas sociais (seguro desemprego e abono salarial).

    Sem esses ajustes, será difícil aumentar o investimento público, reduzir a carga tributária e manter asconquistas sociais da Constituição cidadã no século 21.

    Texto 2

    Constituição mudou muito, mas não no essencial, diz pesquisa DE SÃO PAULO

    Apesar de ter sido muito reformada – foram 80 emendas em 25 anos – , os "princípios fundamentais" daConstituição de 1988 sofreram poucas alterações. O que muda bastante, cerca de 70% dos acréscimosou remodelações, são os dispositivos que tratam de políticas públicas sociais.

    São normas importantes, mas que, pela própria natureza, nem precisavam estar na Carta Magna.Poderiam existir como lei convencional.[...]

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    "Em 1988, a Constituição virou um estuário de demandas sociais. É por isso que nasceu grande", dizCouto. "Muitas vezes isso é criticado. Mas na comparação internacional, as constituições que mais duramsão as grandes. Ados EUA, enxuta e duradoura, é exceção".

    Para ele, as emendas são frequentes justamente pelo fato de algumas políticas sociais terem sidoconstitucionalizadas. As alterações ocorrem, diz, por uma necessidade lógica: para implementar ouatualizar seus programas, os governantes sempre terão que mexer na Constituição.

    O aspecto danoso, diz, está na consequência dessa necessidade: "Para mexer na Constituição, opresidente terá que ter uma maioria muito grande no Congresso. O preço disso é que acaba sendo alto,com a divisão da administração entre os partidos".

    Texto 3

    Questão 01 - (PUC SP)No texto 2, há referência às mudanças na Constituição para que

    a) a Carta Magna fique parecida com a de outros países.b) o presidente em exercício tenha a seu favor uma maioria muito grande de congressistas.c) as remodelações se transformem em leis convencionais.d) seja evitada a divisão da administração entre os partidos políticos.e) programas de governo possam ser implementados ou atualizados.

    TEXTO: 2 - Comum à questão: 2

    Leia o texto a seguir, uma tirinha com dois personagens – Grump e um observador.

    (Intercâmbio Antropológico – Peralá!! 21 fev. 2013.Disponível em: .Acesso em: 27 maio 2013.)

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    Questão 04 - (FUVEST SP)No contexto, a locução “Heis de cair”, na última linha do texto, exprime:

    a) resignação ante um fato presente.b) suposição de que um fato pode vir a ocorrer.

    c) certeza de que uma dada ação irá se realizar.d) ação intermitente e duradoura.e) desejo de que algo venha a acontecer.

    TEXTO: 4 - Comuns às questões: 5, 52

    Poetas e tipógrafos

    Vice-cônsul do Brasil em Barcelona em 1947, o poeta João Cabral de Melo Neto foi a um médico porcausa de sua crônica dor de cabeça. Ele lhe receitou exercícios físicos, para “canalizar a tensão”. JoãoCabral seguiu o conselho. Comprou uma prensa manual e passou a produzir à mão, domesticamente, os próprios livros e os dos amigos. E, com tal “ginástica poética”, como a chamava, tornou-se essa ave rarae fascinante: um editor artesanal.

    Um livro recém-lançado, “Editores Artesanais Brasileiros”, de Gisela Creni, conta a história de João Cabrale de outros sonhadores que, desde os anos 50, enriqueceram a cultura brasileira a partir de seu quartodos fundos ou de um galpão no quintal.

    O editor artesanal dispõe de uma minitipografia e faz tudo: escolhe a tipologia, compõe o texto,diagrama-o, produz as ilustrações, tira provas, revisa, compra o papel e imprime – em folhas soltas, nãocosturadas – 100 ou 200 lindos exemplares de um livrinho que, se não fosse por ele, nunca seria publicado. Daí, distribui-os aos subscritores (amigos que se comprometeram a comprar um exemplar). Oresto, dá ao autor. Os livreiros não querem nem saber.

    Foi assim que nasceram, em pequenos livros, poemas de – acredite ou não – João Cabral, ManuelBandeira, Drummond, Cecília Meireles, Joaquim Cardozo, Vinicius de Moraes, Lêdo Ivo, Paulo MendesCampos, Jorge de Lima e até o conto “Com o Vaqueiro Mariano” (1952), de GuimarãesRosa. E de Donne,Baudelaire, Lautréamont, Rimbaud, Mallarmé, Keats, Rilke, Eliot, Lorca, Cummings e outros, traduzidos por amor. João Cabral não se curou da dor de cabeça, mas valeu.

    (Ruy Castro.Folha de S.Paulo, 17.08.2013. Adaptado.)

    Questão 05 - (UNIFESP SP)Assinale a alternativa em que se analisa corretamente o fato linguístico dotexto.

    a) No trecho – O resto, dá ao autor. – (3.º parágrafo), a vírgula está indevidamente empregada, poisnão se separam termos imediatos, no caso, sujeito e verbo da oração.

    b) No trecho – João Cabral não se curou da dor de cabeça, mas valeu. – (5.º parágrafo), o verbo valerestá flexionado, concordando com a expressão João Cabral .

    c) No trecho – enriqueceram a cultura brasileira a partir de seu quarto – (2.º parágrafo), o pronomeem destaque refere-se ao poeta João Cabral de Melo Neto.

    d) No trecho – Comprou uma prensa manual e passou a produzir à mão – (1.º parágrafo), a expressãoem destaque indica circunstância de conformidade.

    e) No trecho – 100 ou 200 lindos exemplares de um livrinho – (3.º parágrafo), o diminutivo dosubstantivo em destaque carrega-o de conotação afetiva.

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    Questão 06 - (UNIFESP SP)Leia os textos enviados a uma revista por dois de seus leitores.

    Leitor 1: O alto número de óbitos entre as mulheres fez com que os cuidados com a saúde feminina setornassem mais necessários. Hoje sabemos que estamos expostas a muitos fatores; por isso, conhecer os

    sintomas do infarto é fundamental. Leitor 2: Os médicos devem se aprofundar nos estudos relacionados à saúde da mulher. A paciente, porsua vez, não pode deixar de se prevenir. Nesse processo, a informação, os recursos adequados e profissionais capacitados são determinantes para diminuir os infartos.

    (Cartas. IstoÉ , 04.09.2013. Adaptado.)

    A comparação dos textos enviados pelos leitores permite afirmar corretamente que

    a) dois leitores escrevem à revista para informar a falta de conhecimentos sobre o infarto feminino.b) duas mulheres escrevem à revista para falar da prevenção dos infartos, mais incidentes no sexo

    feminino.c) duas pessoas escrevem à revista para ressaltar a importância dos cuidados com a saúde da mulher.d) duas pessoas escrevem à revista para expressar sua indignação com a falta de recursos destinados

    à saúde da mulher.e) dois profissionais da saúde escrevem à revista para reforçar a necessidade da medicina preventiva.

    Questão 07 - (ACAFE SC)Conforme o texto, é correto o que se afirma em:

    a) Ildo Sauer manifesta-se claramente contra o leilão do Campo de Libra porque é a maior reserva depetróleo do Brasil.

    b) De acordo com o entrevistado, o Brasil terá em breve a maior reserva de petróleo do mundo.c) As estimativas atuais ainda não permitem afirmar, com certeza, que o Brasil está entre os países que

    detêm grandes reservas de petróleo.d) A Agência Nacional do Petróleo estima que a Petrobrás poderá extrair da reserva do Campo de Libra

    cerca de 15 bilhões de barris.

    TEXTO: 5 - Comum à questão: 8

    (www.tirinhasdoze.com)

    Questão 08 - (Anhembi Morumbi SP) O efeito de humor produzido pela tira decorre do fato de

    a) o médico não acreditar que possa curar o paciente.

    b) o paciente não acreditar no relato do médico.c) o médico duvidar da recuperação do paciente.d) o paciente duvidar da competência do médico.e) o paciente não acreditar que tenha alguma doença.

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    TEXTO: 6 - Comum à questão: 9

    As terapias complementares são aplicadas para aliviar os sintomas de problemas físicos e psicológicos.No passado, essas terapias eram descritas como tratamentos “alternativos”, mas hoje são bem aceitas

    como um complemento da medicina convencional.Vários tratamentos de terapia complementar, como a acupuntura e a massagem, ganharam popularidade nos últimos anos. Esses tratamentos vêm passando por experiências clínicas e testesrigorosos, de modo a validar a sua eficácia.

    As experiências clínicas demonstraram, por exemplo, que a quiropraxia* pode ser um tratamento eficaz para reduzir dores agudas nas costas e no pescoço. Por mais que pacientes relatem resultados positivosno alívio de sintomas e tratamento de doenças, a completa aceitação da eficácia das terapiascomplementares divide opiniões dentro da medicina convencional.

    De modo geral, os tratamentos usados na medicina complementar podem ser divididos em trêscategorias: tratamentos baseados no movimento e no toque, como a quiropraxia, a reflexologia, atécnica de Alexander, o shiatsu e a massagem; tratamentos que têm sua própria abordagem médica,como a homeopatia, a acupuntura e a naturopatia; e tratamentos que têm uma base psicológica, comoo biofeedback , a hipnoterapia e a meditação.

    (Guia Veja de medicina e saúde, 2008. Adaptado.)

    * Manipulação dos ossos da coluna para tratar problemas na coluna, articulações e músculos.

    Questão 09 - (Anhembi Morumbi SP) Segundo o texto, as terapias complementares

    a) tiveram bons resultados, especialmente na categoria do biofeedback .b) aliviavam, no passado, apenas sintomas de distúrbios psicológicos.c) têm sua própria abordagem médica, como a hipnoterapia e a meditação.d) não têm passado nos testes clínicos e científicos a que se submetem.e) têm sua eficácia ainda questionada por setores da medicina convencional.

    TEXTO: 7 - Comum à questão: 10

    Considere o trecho publicado no Diário da Saúde, em 22.07.2011.

    A celebrada chegada da rede social Google+ abriu um debate sobre a diferença entre amigos econhecidos. Qual é exatamente essa diferença?“Se um homem não faz novos contatos à medida que avança pela vida, rapidamente se verá sozinho”,disse Samuel Johnson, escritor inglês do século 18. “Um homem deve cultivar constantemente suasamizades”. O comentário ganha novo significado na era das redes sociais, quando é comum que pessoas tenhamcentenas de “amigos”. Mas estes não são amigos no sentido usual. A principal novidade doGoogle+é que o site exige que os usuários arrumem seus contatos em categoriasdiferentes, ou “círculos”. O novo usuári o tem a opção de ter amigos, família ou conhecidos.“Entendo a lógica da divisão do Google. Amigos e família constituem grupos distintos, com os quais vocêse relaciona de formas também diferentes”, diz o professor Robin Dunbar, autor de “De quantos amigos uma pessoa precisa?”. Ele argumenta que acima de 150 amigos o que as pessoas realmente têm são“conhecidos que cumprimentamos com um aceno de cabeça”.

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    “Na era do Facebook , é fácil se confundir sobre amizades”, diz Gladeana McMahon, ex -comentarista deum programa televisivo. “Um amigo é alguém com quem se tem uma relação frequente. Você mantémcontato e se envolve na vida dele. Um conhecido, por sua vez, é alguém que você conheceu mas comquem não teve a chance de desenvolver uma amizade. Pode se tornar uma amizade, mas quase sempre

    não irá além de um rápido olá. Mas redes sociais jamais serão capazes de entender a multiplicidade dasrelações humanas”. (Tom de Castella. www.diariodasaude.com.br. Adaptado.)

    Questão 10 - (Fac. de Ciências da Saúde de Barretos SP) Segundo o texto, é correto afirmar que

    a) a chegada do Google+foi celebrada por muitos amigos.b) grupos como família e amigos se opõem na internet.c) o Google+eliminou a diferença entre amigo e conhecido.d) a era do Facebook ignora o significado de amigo.e) o sentido de amigos, nas redes sociais, não é o habitual.

    TEXTO: 8 - Comuns às questões: 11, 44Porta de colégio

    1 Passando pela porta de um colégio, me veio 2 a sensação nítida de que aquilo era a porta da 3 própriavida. Banal, direis. Mas a sensação era 4 tocante. Por isso, parei, como se precisasse ver 5 melhor o quevia e previa.

    6 Primeiro há uma diferença de clima entre 7 aquele bando de adolescentes espalhados pela 8 calçada,sentados sobre carros, em torno de 9 carrocinhas de doces e refrigerantes, e aqueles 10 que transitampela rua. Não é só o uniforme. 11 Não é só a idade. É toda uma atmosfera, como 12 se estivessem aindadentro de uma redoma ou 13 aquário, numa bolha, resguardados do mundo.

    14 Talvez não estejam. Vários já sofreram a 15 pancada da separação dos pais. Aprenderam 16 que a vidaé também um exercício de 17 separação. Um ou outro já transou droga, e 18 com isso deve ter se sentido19 (equivocadamente) muito adulto. Mas há uma 20 sensação de pureza angelical misturada com 21palpitação sexual, que se exibe nos gestos 22 sedutores dos adolescentes.

    23 Onde estarão esses meninos e meninas 24 dentro de dez ou vinte anos?

    25 Aquele ali, moreno, de cabelos longos 26 corridos, que parece gostar de esporte, vai se 27 interessarpela informática ou economia; 28 aquela de cabelos louros e crespos vai ser dona 29 de boutique; aquelamorena de cabelos lisos 30 quer ser médica; a gorduchinha vai acabar 31 casando com um gerente demultinacional; 32 aquela esguia, meio bailarina, achará um 33 diplomata. Algumas estudarão Letras, se 34 casarão, largarão tudo e passarão parte do dia 35 levando filhos à praia e à praça e pegando-os 36 de novoà tardinha no colégio. [...]

    37 Estou olhando aquele bando de adolescentes 38 com evidente ternura. Pudesse passava a mão 39 nosseus cabelos e contava-lhes as últimas 40 histórias da carochinha antes que o lobo feroz 41 as assaltassena esquina. Pudesse lhes diria 42 daqui: aproveitem enquanto estão no aquário e 43 na redoma, enquanto

    estão na porta da vida e 44 do colégio. O destino também passa por aí. E a 45 gente pode às vezes modificá-lo.

    SANT’ANNA, Affonso Romano de. Affonso Romano de Sant’Anna:seleção e prefácio de Letícia Malard. Coleção Melhores Crônicas. p. 64-66.

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    Questão 11 - (UECE)A crônica é um gênero, digamos, aberto. Dentro dessa rubrica cabem váriosconceitos. As quatro opções abaixo apresentam características de crônica, mas só uma expressa ascaracterísticas apresentadas pelo texto de Sant’Anna. Assinale essa opção.

    a) Pequeno texto polêmico escrito para uma coluna de periódico, assinada, com notícias e comentáriossobre cultura e política.b) Conjunto de notícias e críticas a respeito de fatos da atualidade, de cunho memorialista ou

    confessional.c) Texto literário breve que espelha fatos ou elementos do cotidiano, sobre os quais o enunciador

    reflete e opina.d) Breve narrativa literária de trama quase sempre pouco definida e sobre motivos extraídos do

    cotidiano imediato.

    TEXTO: 9 - Comum à questão: 12Os usos da casimira inglesa

    1 Estou lhe escrevendo, Matilda, para lhe transmitir aquilo que a contrariedade (para não falar 2 indignação) me impediu de dizer de viva voz. Note, é a primeira vez que isso acontece nos 3 nossos 35anos de casados, mas é primeira vez que pode também ser a última. Não é ameaça. 4 É constatação.Estou profundamente magoado com sua atitude e não sei se me recuperarei.

    5 Tudo por causa de sua teimosia. Você insiste, contra todas as minhas ponderações, em dar a 6 seu paium corte de casimira inglesa como presente de aniversário. Eu já sei o que você vai me 7 dizer: é seu pai,você gosta dele, quer homenageá-lo. Mas, com casimira, Matilda. Com casimira 8 inglesa, Matilda. Quehorror, Matilda.

    9 Raciocinemos, Matilda. Casimira inglesa, você sabe o que é isso? A lã dos melhores ovinos,10 Matilda.A tecnologia de um país que, afinal, deu ao mundo a Revolução Industrial. O trabalho 11 de competentesfuncionários. E sobretudo tradição, a qualidade. Esse é o tecido que está em 12 questão, Matilda. Acasimira inglesa.(...) 13 Isso, a casimira inglesa. Agora, seu pai.14 Ele está fazendo noventa anos. É uma idade respeitável, e não são muitos que chegam lá, 15 mas −quanto tempo ele pode ainda viver? (...) mesmo que ele viva dez anos, mesmo que ele 16 viva vinte anos,a casimira sem dúvida durará mais. Aí, depois que o sepultarmos, depois que 17 voltarmos do cemitério,depois que recebermos os pêsames dos parentes, e dos amigos, e dos 18 conhecidos, teremos de decidiro que fazer com as coisas dele, que são poucas e sem valor 19 − à exceção de um casaco confeccionadocom o corte de casimira que você pretende lhe dar.

    20 Você, em lágrimas, dirá que não quer discutir o assunto, mas eu terei que insistir, até para o seu 21 bem, Matilda; os mortos estão mortos, os vivos precisam continuar a viver, eu direi. Algumas 22 hipótesesserão levantadas. Vender? Você dirá que não; seu pai, o velho fazendeiro, verdade 23 que arruinado,despreza coisas como comprar e vender, ele acha que ser lojista, como eu, é 24 a suprema degradação.Dar? A quem? A um pobre? Mas não, ele sempre detestou pobres, 25 Matilda, você lembra a frasecaracterística de seu pai: tem que matar esses vagabundos. O 26 casaco ficaria pendurado em nosso

    roupeiro, Matilda. Ficaria pendurado muito tempo lá. A não 27 ser, Matilda, que seu pai dure mais tempoque o casaco. Não apenas isso é impossível, como 28 remete a uma outra interrogação: e o seguro devida dele, Matilda? E as joias de sua mãe, que 29 ele guarda debaixo do colchão? Quanto tempo aindaterei de esperar?

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    30 Estou partindo Matilda. Deixo o meu endereço. Como você vê, estou indo para longe, para uma 31 pequena praia da Bahia. Trópico, Matilda. Lá ninguém usa casimira.

    Moacyr Scliar Contos reunidos . São Paulo: Cia. das Letras, 995.

    Questão 12 - (UERJ)O conto de Moacyr Scliar adota a forma de uma carta, gênero que tem convençõesespecíficas.Uma das marcas que permitem associar esse texto a uma carta é a presença de:

    a) vocativob) narrativac) confissãod) argumentação

    TEXTO: 10 - Comum à questão: 13

    Brilho Eterno de Uma Mente Sem Lembranças Lançamento: 2004

    Elenco: Jim Carrey, Kate Winslet, Kirsten Dunst, Mark Ruffalo, Elijah Wood, TomWilkinson,Thomas Jay Ryan e Jane Adams.

    1 Resenha: Joel (Jim Carrey) fica2 atordoado ao descobrir que sua 3 garota, Clementine (KateWinslet), 4 apagou da mente as lembranças 5 de seu tumultuado relacionamento. 6 Desesperado, ele7 contrata o inventor do processo, 8 Dr. Howard Mierzwiak (Tom9 Wilkinson), para fazer o mesmo 10 tratamento. Mas, quando suas lembranças de Clementine 11 começam a se desfazer, Joelrepentinamente descobre o 12 quanto ainda a ama. 13 Do mesmo diretor de "Quero ser John Malkovich" (Charlie 14 Kauffman), “Brilho Eterno de UmaMente Sem Lembranças” 15 ficou marcado pela originalidade e criatividade de seu 16 roteiro.Ilustrando esta informação, há o jogo temporal no 17 qual passado e presente são postos durante ofilme. Porém, 18 sua história é bem simples: trata-se das dificuldades 19 ligadas a todos osrelacionamentos. O mais-do-mesmo rotineiro 20 e os obstáculos amorosos são a base para aimpulsiva21 decisão de Clementine – estrelada por ninguém menos 22 que Kate Winslet – que decideerradicar da sua vida o 23 seu relacionamento com Joel Barish, personagem interpretado 24 por JimCarrey. 25 Entramos, então, no universo de memórias do casal, em 26 que Joel faz de tudo para mantê-lasem seus devidos lugares 27 – uma verdadeira batalha contra o processo de exclusão 28 das memóriasde Clementine. 29 Brilho Eterno mostra aos seus espectadores a importância 30 dos acontecimentos bons ou ruinsnas nossas vidas. Lembrar- 31 se de alguém é tê-lo vivo dentro de nós e, por pior 32 que sejam algumaslembranças, são estas que nos levam 33 ao nível seguinte; sem a queda não saberíamos como 34 acertar o próximo passo. 35 Com um ótimo aproveitamento da situação de estar dentro 36 de uma lembrança, este filme édotado de cenas incríveis, 37 frases inteligentes, diálogos tocantes e a capacidade de 38 dar, a quemvê, um sorriso de satisfação e um belo assunto 39 para pensar.

    Disponível em: .

    Acesso em: 10 set. 2013. (Adaptado).

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    Questão 13 - (UFG GO)O texto apresentado é uma resenha cuja função é:

    a) descrever a estrutura da filmagem.b) negociar a venda do filme.

    c) explicar os detalhes do espetáculo artístico.d) apresentar resumidamente o enredo do filme.e) narrar os diálogos presentes no filme.

    TEXTO: 11 - Comum à questão: 14

    O significado de Mandela para o futuro ameaçado da humanidadeLeonardo Boff

    1 Nelson Mandela, com sua morte, mergulhou no inconsciente coletivo da humanidade para nunca2 mais sair de lá porque se transformou num arquétipo universal do injustiçado que não guardourancor, que 3 soube perdoar, reconciliar polos antagônicos e nos transmitir uma inarredávelesperança de que o ser 4 humano ainda pode ter jeito. Depois de passar 27 anos de reclusão e eleitopresidente da África do Sul em 5 1994, se propôs e realizou o grande desafio de transformar umasociedade estruturada na suprema injustiça 6 do apartheid, que desumanizava as grandes maioriasnegras do país, condenando-as a não pessoas, numa 7 sociedade única, unida, sem discriminações,democrática e livre. 8 E o conseguiu ao escolher o caminho da virtude, do perdão e da reconciliação. Perdoar não é 9 esquecer. As chagas estão aí, muitas delas ainda abertas. Perdoar é não permitir que a amargura eo espírito 10 de vingança tenham a última palavra e determinem o rumo da vida. Perdoar é libertaras pessoas das 11 amarras do passado, é virar a página e começar a escrever outra a quatro mãos,de negros e de brancos. A 12 reconciliação só é possível e real quando há a admissão completa doscrimes por parte de seus autores e o 13 pleno conhecimento dos atos por parte das vítimas. A penados criminosos é a condenação moral diante de 14 toda a sociedade. Uma solução dessas,seguramente originalíssima, pressupõe um conceito alheio à nossa 15 cultura individualista: oubuntu, que quer dizer: “eu só posso ser eu através de você e com você”. Portanto, 16 sem um laçopermanente que liga todos com todos, a sociedade estará, como na nossa, sob risco de 17 dilaceraçãoe de conflitos sem fim. 18 Deverá figurar nos manuais escolares de todo o mundo esta afirmação humaníssima de Mandela:19 “Eu lutei contra a dominação dos brancos e lutei contra a dominação dos negros. Eu cultivei aesperança do 20 ideal de uma sociedade democrática e livre, na qual todas as pessoas vivem juntase em harmonia e têm 21 oportunidades iguais. É um ideal pelo qual eu espero viver e alcançar. Mas,se preciso for, é um ideal pelo 22 qual estou disposto a morrer”. 23 Por que a vida e a saga de Mandela fundam uma esperança no futuro da humanidade e de nossa24 civilização? Porque chegamos ao núcleo central de uma conjunção de crises que pode ameaçar onosso 25 futuro como espécie humana. [...] Isso quer dizer que a crença persistente no mundo inteiro,também no 26 Brasil, de que o crescimento econômico material nos deveria trazer desenvolvimentosocial, cultural e 27 espiritual é uma ilusão. Estamos vivendo tempos de barbárie e sem esperança.[...] 28 Acrescento a opinião do conhecido filósofo e cientista político, Norberto Bobbio, que, como 29 Mandela, acreditava nos direitos humanos e na democracia como valores para equacionar o

    problema da 30 violência entre os estados e para uma convivência pacífica. Em sua última entrevistadeclarou: “Não saberia 31 dizer como será o Terceiro Milênio. Minhas certezas caem, e somente umenorme ponto de interrogação 32 agita a minha cabeça: será o milênio da guerra de extermínio ou oda concórdia entre os seres humanos? 33 Não tenho condições de responder a esta indagação”.

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    34 Em face destes cenários sombrios, Mandela responderia seguramente, fundado em suaexperiência 35 política: Sim, é possível que o ser humano se reconcilie consigo mesmo, quesobreponha sua dimensão de 36 sapiens àquela de demens e inaugure uma nova forma de estar juntos, na mesma casa. 37

    Talvez valham as palavras de seu grande amigo, o arcebispo Desmond Tutu, que coordenou o38

    processo de Verdade e Reconciliação: “Tendo encarado a besta do passado olho no olho, tendopedido e 39 recebido perdão e tendo feito correções, viremos agora a página — não para esqueceresse passado, mas 40 para não deixar que nos aprisione para sempre. Avancemos em direção a umfuturo glorioso de uma nova 41 sociedade em que as pessoas valham não em razão de irrelevânciasbiológicas ou de outros estranhos 42 atributos, mas porque são pessoas de valor infinito [...]”. 43 Essa lição de esperança nos deixa Mandela: nós ainda viveremos se, sem discriminações,pusermos 44 em prática de fato o ubuntu.

    (Disponível em: ,

    acesso em: 10 mar. 2014. Adaptado.)

    Questão 14 - (UNIMONTES MG)Quanto à sua estruturação, são características desse texto, EXCETO

    a) Uso abundante da adjetivação, traço revelador de subjetividade.b) Utilização de vozes e opiniões alheias para sustentar suas teses.c) Presença de um tom intimista em suas reflexões.d) Utilização reiterada de linguagem figurada.

    TEXTO: 12 - Comum à questão: 15

    Texto 1

    Sem firulas, sem floreios Eliane Cantanhêde

    Folha de S.Paulo, 23 nov. 2012

    BRASÍLIA – Ao assumir a presidência do Supremo Tribunal Federal, num dia histórico, JoaquimBenedito Barbosa elogiou a "trajetória vitoriosa de um povo que soube (...) entrar no seleto clubedas nações respeitáveis".

    Pois o país também se orgulha da trajetória vitoriosa de um brasileiro negro, pobre e muitoespecial que entrou ontem no seleto clube de presidentes da mais alta corte.Vale aí um reconhecimento a Lula: foi o primeiro operário presidente da República quem nomeou

    o primeiro negro para o Supremo. O resultado dessa soma é que, apesar de ainda faltar muito, oBrasil se torna cada vez mais uma "nação respeitável".

    Se a cerimônia foi emocionante, Joaquim foi simples. Falou pouco, sem arroubos, afetação eprovocações – muito menos para fora do Poder Judiciário – e terminou agradecendo aos amigos quevieram da França e dos Estados Unidos especialmente para homenageá-lo.

    Citou também um por um os muitos irmãos e dispensou formalidades para se dirigir à donaBenedita, uma das principais estrelas da festa.

    Simplesmente sorriu e agradeceu à "minha mãezinha". Soaria piegas se fosse qualquer outro,mas combinou à perfeição com o espírito da solenidade e com a origem do novo presidente doSupremo.

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    Joaquim, aliás, ensinou que os juízes não têm mais como se distanciar da sociedade e devem,sim, afastar se das "múltiplas e nocivas influências" para garantir que a justiça seja feita: "Justiça quefalha impacta diretamente a vida do cidadão".

    Ao enfatizar o enorme "deficit de Justiça entre nós", defendeu o "direito à igualdade" e umJudiciário "sem firulas, sem floreios, sem rapapés".

    Por falar nisso , o jovem Joaquim passou em todas as provas do Instituto Rio Branco, mas foireprovado na entrevista oral. Muito estranho. O Itamaraty perdeu um grande diplomata, o Judiciárioganhou um grande ministro. Votos para que seja um ótimo presidente do Supremo.

    Disponível em: http://www1.folha.uol.com.br/colunas/elianecantanhede/1189695- sem-firulas-sem-floreios.shtml. Acesso em: 23 nov.2012.

    Texto 2

    Joaquim Barbosa: presidente Walter Ceneviva

    Folha de S.Paulo, 13 out. 2012

    O artigo 5º da Constituição começa com o enunciado de uma verdade jurídica, mas umainverdade material: "todos são iguais perante a lei". Será verdadeiro se o lermos como esperançade um vir a ser, compondo programa igualitário para todos os que aqui vivem, com "inviolabilidadedo direito à vida, à liberdade, à igualdade, à segurança e à propriedade". O artigo 5º é mais do queordem jurídica – é uma "norma programática", conforme ensinam os mestres. Retrata a esperançade aprimoramento das condições sociais dos que vivem aqui, para alcançarem realização plena.

    Nesse quadro a auspiciosa nomeação de um presidente negro para o STF (Supremo TribunalFederal) é boa em si mesma, pelas qualidades que o ministro Joaquim Barbosa já demonstrou notratamento do direito e no trabalho que tem desenvolvido. É, porém, ótima na simbologia dastransformações sociais pelas quais estamos passando. Seu acesso à presidência dá o indíciofundamental: a substituição dos dirigentes do STF, segundo o tempo na mesma função permite, norestrito grupo de 11 magistrados, com revezamento de estilos, convicções emando.

    É evidente, porém , que o caso do ministro Barbosa acrescenta, além do toque da novidade, opreenchimento de um lugar que, desde a criação da Constituição imperial, sob Pedro 1º, foisubmetido a duas reservas específicas: só para homens e só para brancos. A lei de então incluiu nacapital brasileira (o Rio de Janeiro) um "Supremo Tribunal de Justiça, composto por 11 juízesletrados...", sem fazer referência à cor.

    "Letrado" caiu em desuso, mas no começo do século 19 indicava o grande conhecedor do direito.A exigência constitucional de hoje requer "notável saber jurídico e reputação ilibada", permitida aescolha pelo presidente da República, sem distinção de sexo, com aprovação do candidato peloSenado Federal.

    É confortante ver a evolução, embora lenta. Nas dezenas de tribunais brasileiros, tanto na áreafederal quanto na estadual, o número de presidentes negros é muito pequeno. Ainda predomina osexo masculino, mas já se está no ritmo do equilíbrio entre homens e mulheres. As antigasresistências à presença feminina nos serviços da Justiça, que pareciam irremovíveis até a segundametade do século 20, hoje são encaradas como passadismo pré-histórico.

    Nesse perfil histórico, o ingresso de Joaquim Barbosa na Corte Suprema se fez credenciado portítulos de pós-graduação no país e no exterior, tendo feito carreira no Ministério Público Federal. Éo 44º presidente do STF, depois da proclamação da República, sendo o oitavo mineiro a chegar aocargo, conforme o decano do tribunal, ministro José Celso de Mello Filho, informou no discurso desaudação. A conduta de Barbosa no processo do "mensalão" sugere que está pronto para osembates da presidência. [...]

    Disponível em: http://www1.folha.uol.com.br/colunas/walterceneviva/1168667- joaquim-barbosa-presidente.shtml. Acesso em: 26. nov.2012. Adaptado.

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    Questão 15 - (Fac. Direito de Franca SP) Com base nas características linguísticas e estruturais dos Textos1 e 2, é correto afirmar que ambos são

    a) crônica, por relatar fatos do cotidiano dos autores apenas para entretenimento do leitor.b) autobiografia, pois recuperam a opinião do autor sobre assunto polêmico com base em suas

    próprias vivências.c) artigo de opinião, pois apresentam ponto de vista sobre assunto relevante e se sustentam em

    argumentos convincentes.d) notícia, porque veiculam informações sobre fatos recentes com objetividade e isenção de ponto de

    vista sobre eles.e) editorial, sem autoria deliberadamente assumida, uma vez que retratam a opinião da instituição

    jornalística sobre o assunto veiculado.

    Questão 16 - (IBMEC SP)

    Oh! nos meus sonhos, pelas noites minhasPassam tantas visões sobre meu peito!Palor de febre meu semblante cobre,Bate meu coração com tanto fogo!Um doce nome os lábios meus suspiram (...).

    (Álvares de Azevedo,Lira dos vinte anos)

    Nessa passagem, há marcas textuais típicas da função emotiva da linguagem. Essas marcas estãoassociadas a uma característica fundamental da poesia byroniana brasileira, que é o

    a) egocentrismo.b) indianismo.c) medievalismo.d) nacionalismo.e) nativismo.

    TEXTO: 13 - Comum à questão: 17

    Overbook

    Vivo com alguns amigos e com uns poucos inimigos.Todos necessários ou, pelo menos, inevitáveis.São pessoas diferentes, com diferentes idades, nomes e apelidos próprios.Diferem também no jeito de encarar e sentir a coisas.Uns eu conheço bem, outros nem tanto.Acordamos e dormimos juntos e, enquanto escrevo esta coluna, estamos todos ocupando o assento4D de um avião.Um em cima do outro, sobrepostos. Felizmente pelo custo de uma única passagem.Somos eu, o Filho de meu pai, o Pai da minha filha, o Marido de minha mulher, do Dono da minhaempresa, o Religioso, o

    Gozador, o Boêmio, o Rebelde, o Civilizado... contei uns 17.Estamos todos a caminho de Londrina, a trabalho.Nem todos querem viajar. Duas horas antes, alguns não queriam fazer a barba.Tudo é resolvido numa espécie de reunião de condomínio. O prédio não tem síndico.

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    O avião se prepara para decolar: o Religioso reza uma “avemaria”, enquanto o gozador pega ogancho da “ave” e vai trocando a letra “ave, Maria, cheia de garças, sabiá é convosco, bem -te-vientre nós...” enche a prece de passarinhos – mesmo assim é uma prece. Ele acha que Deus é humor.O avião ainda nem saiu do chão e o passageiro da frente deita a poltrona com violência. O Rebelde

    tenta se livrar das cordas, sem sucesso – o Dono da empresa e o Civilizado acham prudente amarrá-lo quanto viajamos a negócios.Nós de marinheiro.Não conheço Londrina, mas ouvi muito sobre a cidade na minha infância.O Sobrinho do meu tio é o mais animado com a viagem, começa a planejar programas, atrapalhandoa concentração doDono da minha empresa, que queria repassar os tópicos da apresentação.Os dois começam a discutir, para desespero do Boêmio, que queria dormir.A aeromoça passa oferecendo balas. O Neto do meu avô enche a mão.O colunista vai parando por aqui, porque o piloto acaba de avisar que vamos entrar numa zona deturbulência.O comentário do Gozador é impublicável.

    Questão 17 - (UNIRG TO)Que frase do texto demonstra um exercício metalinguístico?

    a) “Nem todos querem viajar.” b) “Ele acha que Deus é humor.” c) “O colunista vai parando por aqui.” d) “O avião se prepara para decolar.”

    TEXTO: 14 - Comum à questão: 18

    Liberdade, onde estás? Quem te demora?Quem faz que o teu influxo em nós não caia?Porque (triste de mim!), porque não raiaJá na esfera de Lísia* a tua aurora?

    Da santa redenção é vinda a horaA esta parte do mundo, que desmaia.Oh!, venha... Oh!, venha, e trêmulo descaiaDespotismo feroz, que nos devora!

    Eia! Acode ao mortal que, frio e mudo,Oculta o pátrio amor, torce a vontade,E em fingir, por temor, empenha estudo.

    Movam nossos grilhões tua piedade;Nosso númen tu és, e glória, e tudo,Mãe do gênio e prazer, ó Liberdade!(Bocage)Lísia = Portugal

    MOISÉS, Massaud. A Literatura Portuguesa Através dos Textos.São Paulo: Cultrix, 2006,p.239

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    Questão 18 - (UEPA) O poema de Bocage organiza uma situação comunicativa interna em que severificam os seguintes elementos fundamentais da comunicação: emissor, receptor (contido no própriotexto) e mensagem. No poema estes elementos são:

    a) eu-lírico, liberdade e crítica ao despotismob) poema, liberdade e crítica ao despotismoc) eu-lírico, povo português e crítica ao despotismod) eu-lírico, liberdade e língua portuguesae) eu-lírico, leitor e crítica ao despotismo

    Questão 19 - (IBMEC SP)

    Não sei onde eu tô indo,Mas sei que eu tô no meu caminho.Enquanto você me critica,Eu tô meu caminho.Você esperando respostas,Olhando pro espaço,E eu tão ocupado vivendo,Eu não me pergunto, eu faço!

    Nesses versos, que pertencem a “No fundo do quintal da escola”, canção de Raul Seixas e CláudioRoberto, há predominância da função emotiva da linguagem por causa

    a) da repetição dos verbos no presente.

    b) do discurso direto constante.c) das referências à própria linguagem.d) dos marcadores de conversação.e) da ênfase na primeira pessoa.

    TEXTO: 15 - Comum à questão: 20

    Poema em linha reta

    01 Nunca conheci quem tivesse levado porrada.02 Todos os meus conhecidos têm sido campeões em tudo.

    03 E eu, tantas vezes reles, tantas vezes porco, tantas vezes vil,04 Eu tantas vezes irrespondivelmente parasita,05 Indesculpavelmente sujo,06 Eu, que tantas vezes não tenho tido paciência para tomar banho,07 Eu, que tantas vezes tenho sido ridículo, absurdo,08 Que tenho enrolado os pés publicamente nos tapetes das etiquetas,09 Que tenho sido grotesco, mesquinho, submisso e arrogante,10 Que tenho sofrido enxovalhos e calado,11 Que quando não tenho calado, tenho sido mais ridículo ainda;12 Eu, que tenho sido cômico às criadas de hotel,13 Eu, que tenho sentido o piscar de olhos dos moços de fretes,14 Eu, que tenho feito vergonhas financeiras, pedido emprestado sem pagar,15 Eu, que, quando a hora do soco surgiu, me tenho agachado

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    16 Para fora da possibilidade do soco;17 Eu, que tenho sofrido a angústia das pequenas coisas ridículas,18 Eu verifico que não tenho par nisto tudo neste mundo.

    19 Toda a gente que eu conheço e que fala comigo20 Nunca teve um ato ridículo, nunca sofreu enxovalho,21 Nunca foi senão príncipe - todos eles príncipes - na vida...

    [...]

    22 Arre, estou farto de semideuses!23 Onde é que há gente no mundo?

    24 Então sou só eu que é vil e errôneo nesta terra?

    […] PESSOA, Fernando.Fernando Pessoa - Obra Poética.

    Cia. José Aguilar Editora: Rio de Janeiro, 1972. p. 418.

    Questão 20 - (IFRS)No texto, predomina a função de linguagem

    a) apelativa, pois o poema procura influenciar e orientar o comportamento do leitor, por meio dautilização de verbos no modo imperativo.

    b) fática, porque o poema testa o funcionamento do canal de comunicação.c) emotiva, porque o poema está centrado na expressão dos sentimentos, emoções e opiniões do

    eulírico.d) referencial, porque a intenção principal do autor é informar o leitor.e) metalinguística, pois o código é posto em destaque, ou seja, o poema reflete sobre a criação poética.

    TEXTO: 16 - Comum à questão: 21

    Pó sobre pó

    É da Venezuela o novo recorde mundial de inflação: os preços ao consumidor subiram 56,2% no anopassado, informa o Banco Central local. Ou seja, avançaram em ritmo nove vezes superior aosbrasileiros no mesmo período.

    Significa forte corrosão da economia, com o consequente empobrecimento da maioria dos 30milhões de venezuelanos, que habitam um emirado petrolífero e vivem numa época de petróleovendido a US$ 90 o barril (valia US$ 30 em 2002).A inflação venezuelana disparou, e em velocidade maior do que se observa em países cujos ditadoresoptaram pela guerra civil, na tentativa de preservar seu poder, como acontece na Síria de Bashar al-Assad (49,5%) e no Sudão de Omar al-Bashir (37,1%).O cenário piora. Esse aumento (56,2%) nos preços ao consumidor de 2013 representa quase o triploda taxa registrada na Venezuela no ano anterior (20,1%). É a média geral. Em alimentos e bebidas aalta de preços foi muito maior: 79,3%, na média do setor, conforme dados do Banco Central.É obra da administração Nicolás Maduro. Desde dezembro de 2012, quando o caudilho Hugo Chávez

    se submeteu a uma cirurgia da qual não se recuperou, Maduro conduz o condomínio ditatorialchavista, em sociedade com Diosdado Cabello, presidente da Assembleia Nacional.

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    O desastre só é proporcional aos tropeços linguísticos do folclórico presidente. Segundo ele, osempresários “roubam como nós” e o governo tem de enfrentar a escassez de alimentos agindo comoCristo “que multiplicó los penes”. A história ensina que a intolerância social com altas taxas de inflação costuma ser mortal aos

    governos politicamente falidos. Ensina, também, que a única alternativa é a negociação. No caso daVenezuela, tal possibilidade parece cada dia mais remota porque seus governantes, como disseCabello dias atrás, julgam que a palavra negociação funciona na política como sinônimo decapitulação: “Nós não vamos cair na chantagem do diálogo”. Na ausência de Chávez, o mestre da ilusão do “socialismo do século XXI”, Maduro e Cabello tentammoldar a dura realidade com exercícios de contorcionismo linguístico sobre a arte da incompetência.Nele, a escassez de alimentos em todo o país é resultado da “sabotagem intencional einternacional”; os apagões diários nas cidades, prometem, serão derrotados com um plano militar“de ordenamento e uso”, e a nova e iminente desvalorização da moeda (o bolívar) nada mais serádo que um “mecanismo cambial alternativo”. O delírio chavista se transformou em pura nitroglicerina política. É daquelas situações em cujoepílogo, como costuma dizer Maduro, pode não restar “pó sobre pó”.

    (José Casado. Disponível em: http://oglobo.globo.com/mundo/po-sobre-po-11255432.)

    Questão 21 - (UERN)A linguagem é utilizada com diferentes propósitos, que moldam a maneira como odiscurso é construído. Considerando o objetivo do texto, bem como a forma como as informações quenele convergem são articuladas, que função da linguagem predomina no texto?

    a) Fática.b) Emotiva.c) Referencial.d) Metalinguística.

    Questão 22 - (UERN)

    Texto I

    De acrílico, de fórmica, de isopor, meticulosamente combinados, fiz meu segundo coração, paraenfrentar situações a que o primeiro, o de nascença, não teria condições de resistir. Tornei-me,assim, homem de dois corações. A operação sigilosa foi ignorada pelos repórteres. Eu mesmofabriquei meu coração novo, nos fundos da casa onde moro. Nenhum vizinho desconfiou, mesmoporque sabem que costumo fechar-me em casa, semanas inteiras, modelando bonecos de barro oude massa, que depois ofereço às crianças. Oferecia. Meus bonecos não têm arte, representam o queeu quero. Fiz um Einstein que acharam parecido com Lampião. Para mim, era Einstein. Os garotosriam, tentando adivinhar que tipos eu interpretara. Carlito! Não era. Às vezes, não sei por quê,admitia fosse Carlito.

    (Carlos Drummond de Andrade. Disponível em: http://carlosdrummonddeandrade.tumblr.com/.)

    Texto II

    O coração é um órgão muscular oco, envolto por um saco cheio de líquido chamado pericárdio,

    localizado no interior da cavidade torácica. Sua função é bombear o sangue oxigenado (arterial)proveniente dos pulmões para todo o corpo e direcionar o sangue desoxigenado (venoso), queretornou ao coração, até os pulmões, onde deve ser enriquecido com oxigênio novamente.

    (Disponível em: http://saude.ig.com.br/coracao/.)

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    Os textos I e II usam descrições acerca de um mesmo elemento: o coração. Porém, o contexto em quetais descrições são feitas indica que:

    I. a linguagem utilizada demonstra que os textos têm funções diferentes;

    II. há um tratamento diferenciado quanto ao sentido atribuído ao termo “coração”; III. no texto II, o uso da linguagem coloquial, de forma predominante, o torna compreensível ao públicoleitor.

    Está(ão) correta(s) apenas a(s) afirmativa(s)

    a) I. b) II. c) I e II. d) I e III.

    Questão 23 - (UFAL)

    Prática de Exercícios Físicos

    Pratique exercícios físicos e emagreça mais rápido! Conte com o suporte do nosso Personal Trainer. [...]Disponível em: http://www.dietasaude.com.br. Acesso em: 19 nov. 2013 (fragmento).

    O fragmento do texto é instrucional e apresenta elementos persuasivos. Isso se explica

    I. em razão da linguagem, que visa influenciar e modificar o comportamento do público leitor.II. pelo emprego dos verbos no imperativo, que soam como uma ordem.III. porque qualquer problema de saúde acarretado pela má alimentação é mais combatido com dietas.IV. porque todos devem preferir os alimentos crus aos cozidos.

    Quais das explicações estão corretas? a) I e II, apenas.b) I e III, apenas.c) II e III, apenas.d) I, II e IV, apenas.e) I, II, III e IV.

    Questão 24 - (UFAL)

    TEMPO

    Arnaldo Antunes / Paulo Miklos

    será que a cabeça tem o mesmo tempo que a mão?o tempo do pensamento, o tempo da ação

    será que o teto tem o mesmo tempo que o chão?o tempo de decompo tempo de decomposição

    será que o filho tem o mesmo tempo que o pai?o tempo do nascimento, crescimento, envelhecimento,

    um momento como matar o tempoDisponível em: http://www.arnaldoantunes.com.br.

    Acesso em: 18 nov. 2013 (adaptado).

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    Considerando o gênero textual, pode-se inferir que

    a) é evidenciada a função poética da linguagem, uma vez que a intenção dos produtores do texto estávoltada para a própria mensagem, para a arrumação das palavras, revelando um cuidado especial

    com o ritmo das frases.b) a poesia é considerada metalinguística, porque a intenção dos emissores está voltada para o própriocódigo utilizado, ou seja, o código é o tema da mensagem.

    c) a função conativa da linguagem pode ser bem percebida nesse gênero textual, uma vez que oscompositores organizaram a mensagem com o objetivo de influenciar os leitores ou os ouvintes.

    d) a intenção dos compositores da mensagem é transmitir dados da realidade aos interlocutores deforma direta e objetiva, sem ambiguidades. Por isso, essa mensagem está centrada no referente,prevalecendo a função referencial.

    e) a letra da música foi escrita em primeira pessoa e a mensagem está centrada nos próprios emissores,revelando seus sentimentos e emoções, numa expressão plena de seus mundos interiores. Assim,temos a função expressiva da linguagem.

    TEXTO: 17 - Comum à questão: 25

    Leia a charge a seguir.

    MACHADO, Dálcio. JornalCorreio Popular . Disponível em:. Acesso em: 01 Jul. 2014.

    Questão 25 - (UFT TO) Assinale a alternativa CORRETAcorrespondente à função da linguagempredominante no excerto: “Meu Deus!!”; “É o fim!! É o fim!!!”

    a) Função poética, pois evidencia um modo não habitual de expressão e que comumente é utilizadopelos jovens; trata-se de uma forma rebuscada de transmitir a mensagem.

    b) Função metalinguística, uma vez que a personagem tem por objetivo explicar a fragilidade de suasemoções ao receptor.

    c) Função fática, haja vista que sua utilização tem por finalidade predominante o estabelecimento deum contato com o leitor.

    d) Função conativa, pois ilustra um apelo da personagem, cuja finalidade é influenciar o leitor sobre anecessidade de haver uma relação mais próxima entre pais e filhos.

    e) Função emotiva, uma vez que sua predominância é evidenciada pelas emoções expressas na fala dapersonagem, as quais são intensificadas pelo uso de exclamações.

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    TEXTO: 18 - Comum à questão: 26

    Texto I

    Barreira da língua

    Cenário: um posto de saúde no interior do Maranhão.– Buenos dias, señor, o que siente? – pergunta o médico.– Tô com dor no bucho, comi uma tapioca reimosa, me deu um empachamento danado. Minhacabeça ficou pinicando, deu até um farnizim no juízo.– Butcho? Tapiôka? Empatchamiento? Pinicón? Far new zeen???O trecho acima é de uma piada que circula no Hospital das Clínicas de São Paulo sobre as dificuldadesde comunicação que os médicos estrangeiros deverão enfrentar nos rincões do Brasil. (...)

    (Claúdia Colucci,Folha de S. Paulo, 03/07/2013.)

    Texto II

    No texto "Barreira da língua" , a jornalista Cláudia Collucci reproduz uma piada ouvida no Hospitaldas Clínicas, em São Paulo, para criticar a iniciativa do governo de abrir a possibilidade de quemédicos estrangeiros venham a trabalhar no Brasil. Faltou dizer duas obviedades ululantes paraqualquer brasileiro:1) A maioria dos ilustres médicos que trabalham no Hospital das Clínicas teria tantas dificuldades

    quanto um estrangeiro para entender uma frase recheada de regionalismos completamentedesconhecidos nas rodas das classes média e alta por onde circulam;

    2) A quase totalidade deles não tem o menor interesse em mudar para uma comunidade carente,seja no interior do Maranhão, seja num vilarejo amazônico, e lá exercer sua profissão. (...)

    (José Cláuver de Aguiar Júnior, “Painel do leitor”,Folha de S. Paulo, 04/07/2013)Questão 26 - (IBMEC SP)De acordo com o Texto II, os regionalismos usados na piada transcrita no Texto I

    a) seriam de difícil compreensão para qualquer brasileiro.b) demonstram variações geográficas e sociais do idioma.c) são imprecisos, pois são usados apenas em comunidades carentes.d) dificultam a comunicação apenas entre brasileiros e estrangeiros.e) indicam que o português é falado do mesmo modo em qualquer lugar.

    Questão 27 - (IBMEC SP)

    A expressividade da charge decorre da(o)

    a) sua capacidade de provocar a reflexão do leitor.b) riqueza de detalhes apresentados com a técnica do

    pontilhado.c) concretização do tema por meio da relação entre

    diferentes planos de linguagem.d) humor gerado pelo fato de uma criança refletir sobre

    questões profundas.e) tom poético da fala enriquecida pelo tracejado artístico

    do desenho.

    (Disponível em http://kdobolodecarne.blogspot.com.br/2011/09/tirinhas-inteligentes-para-refletir.html)

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    Questão 28 - (UFG GO)

    Disponível em: . Acesso em: 10 set. 2013.

    Ao representar o cérebro como uma engrenagem, a figura faz referência à complexidade de suaformação e

    a) ao movimento circular das informações.b) à memória afetiva.c) à circulação sanguínea.d) ao tempo de raciocínio.e) à interdependência das partes.

    TEXTO: 19 - Comum à questão: 29

    Educar para quê?

    1 A grande tarefa pedagógica do momento histórico 2 pelo qual estamos passando é a de capacitaros 3 cidadãos para criticarem o consumismo e reaprenderem 4 as tarefas da cidadania, objetivos quenão podem ser 5 5 alcançados separadamente. Infelizmente, o próprio 6 Brasil sofreu com umaconivência do Estado, da 7 Educação e dos meios de informação no sentido de 8 colaborar com essavertente consumista. É dessa forma 9 que a ideologia do consumo foi ficando cada vez mais 10 impregnada na população em geral.

    11 Ao discutir sobre a “doença” do comprar 12 desenfreado, Milton Santos nota que a primeira reação13 da população pobre, como qualquer outra, é a do 14 consumo e que isso é normal, mas que depoisse 15 descobre que não basta consumir, ou que, para consumir 16 de forma permanente, progressivae digna, é necessário 17 ser cidadão.

    18 Dessa forma, um grande dilema a ser desvendado 19 em nossa atualidade é a confusão entre quemé o 20 cidadão e quem é o consumidor, pois a educação, a 21 moradia, a saúde, o lazer aparecemcomo conquistas 22 pessoais e não como direitos sociais. Essa doença 23 cívica vai tomando um lugarsempre maior em cada 24 indivíduo, o lugar do cidadão vai ficando menor e até a 25 vontade de setornar um cidadão por inteiro se reduz. 26 Talvez por isso, esses que são, na realidade, tidos como 27 bens públicos, passem a não sê-lo, transitando do lugar 28 de “dever social” do Estado para o de bensde mercado.

    VENÂNCIO, Adriana. Globalização e reorganização histórica. RevistaLeituras da História. Portal Ciência e Vida. Disponível em: .Acesso em: 17 out. 2013.

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    Questão 29 - (UEFS BA)

    QUANTO mais inteligente... Disponível em:< http://gentequepresta. blogspot.com.br/2011/06/save-world.html>. Acesso em: 14 out. 2013.

    A análise dos aspectos verbais e não verbais do texto permite afirmar que a principal estratégia deelaboração da mensagem se baseia em uma

    a) relação semântica de proporção entre o desenvolvimento humano e a degradação do meioambiente, ratificada pela imagem, que mostra um jogo de raciocínio cujas possibilidades de soluçãoestão cerceadas.

    b) apresentação de causa e consequência desconstruída pela imagem de um jogo desfalcado que

    reforça a crítica quanto à prática irresponsável do homem em relação à natureza.c) construção metonímica que substitui a ideia das grandes instituições governamentais pela palavra

    “homem” e, na imagem, o meio ambiente por um jardim desmatado. d) estrutura antitética construída com as palavras “inteligente” e “burro”, que é reiterada por uma

    imagem que evidencia a natureza em uma situação para a qual ainda há possibilidade deintervenção.

    e) comparação explícita entre a forma como o ser humano destrói a natureza e a maneira como usa ainteligência para salvá-la.

    Questão 30 - (UEFS BA)

    SCHIELE, Ego.Mulher sentada com joelho dobrado (1917 ou 1918).Disponível em:. Acesso em: 23 out. 2013.

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    Na leitura da aquarela a lápis preto sobre o papel, “Mulher sentada com joelho dobrado” (1917 ou 1918),do pintor austríaco Egon Schiele (1890 – 1918), observa-se que

    a) a mulher revela uma postura informal e olha diretamente para o espectador, desconstruindo a

    idealização romântica da figura feminina, vista como um ser frágil e delicado.b) a postura da mulher, no seu jeito de traduzir-se de forma despojada e tranquila, reproduz os ideaisclássicos de valorização do equilíbrio e da harmonia das formas.

    c) a figura retratada expressa, em sua maneira de sentar e olhar, um ar nervoso e angustiante, quereitera a ideologia romântica do gênero feminino.

    d) as formas musculosas e o pescoço retorcido da figura feminina revelam uma crítica à mulher que sedistancia do imaginário romântico.

    e) a postura sensual da mulher sentada caracteriza a concepção naturalista da figura feminina, que évista sob uma ótica patológica.

    TEXTO: 20 - Comum à questão: 31

    Será porventura o estilo que hoje se usa nos púlpitos? Um estilo tão empeçado¹, um estilo tão dificultoso,um estilo tão afetado, um estilo tão encontrado toda a arte e a toda a natureza? Boa razão é tambémessa. O estilo há de ser muito fácil e muito natural. Por isso Cristo comparou o pregar ao semear, porqueo semear é uma arte que tem mais de natureza que de arte (...)Não fez Deus o céu em xadrez de estrelas,como os pregadores fazem o sermão em xadrez de palavras. Se uma parte está branco, da outra há deestar negro (...) Como hão de ser as palavras? Como as estrelas. As estrelas são muito distintas e muitoclaras. Assim há de ser o estilo da pregação, muito distinto e muito claro.

    (Sermão da Sexagésima, Pe. Antonio Vieira ) ¹ empeçado: com obstáculo, com empeci-lho.

    Questão 31 - (ESPM SP)A expressão que traduz a ideia de rebuscamento no estilo é:

    a) “púlpitos”b) “semear”c) “céu”d) “xadrez de palavras”e) “estrelas”

    TEXTO: 21 - Comum à questão: 32

    Considere o trecho do conto A causa secreta, de Machado de Assis.

    Garcia lembrou-se que na véspera ouvira ao Fortunato queixar-se de um rato, que lhe levara um papel importante; mas estava longe de esperar o que viu. Viu Fortunato sentado à mesa, que haviano centro do gabinete, e sobre a qual pusera um prato com espírito de vinho. O líquido flamejava.Entre o polegar e o índice da mão esquerda segurava um barbante, de cuja ponta pendia o ratoatado pela cauda. Na direita tinha uma tesoura. No momento em que o Garcia entrou, Fortunatocortava ao rato uma das patas; em seguida desceu o infeliz até a chama, rápido, para não matá-lo,e dispôs-se a fazer o mesmo à terceira, pois já lhe havia cortado a primeira. Garcia estacouhorrorizado.

    – Mate-o logo! disse-lhe.– Já vai.

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    E com um sorriso único, reflexo de alma satisfeita, alguma coisa que traduzia a delícia íntima dassensações supremas, Fortunato cortou a terceira pata ao rato, e fez pela terceira vez o mesmomovimento até a chama. O miserável estorcia-se, guinchando, ensanguentado, chamuscado, e nãoacabava de morrer. Garcia desviou os olhos, depois os voltou novamente, e estendeu a mão para

    impedir que o suplício continuasse, mas não chegou a fazê-lo, porque o diabo do homem impunhamedo, com toda aquela serenidade radiosa da fisionomia. Faltava cortar a última pata; Fortunatocortou-a muito devagar, acompanhando a tesoura com os olhos; a pata caiu, e ele ficou olhando para o rato meio cadáver. Ao descê-lo pela quarta vez, até a chama, deu ainda mais rapidez ao gesto, para salvar, se pudesse, alguns farrapos de vida.

    Garcia, defronte, conseguia dominar a repugnância do espetáculo para fixar a cara do homem. Nemraiva, nem ódio; tão-somente um vasto prazer, quieto e profundo, como daria a outro a audição deuma bela sonata ou a vista de uma estátua divina, alguma coisa parecida com a pura sensaçãoestética.

    (Machado de Assis.Obra completa , 1994.)

    Questão 32 - (Fac. Santa Marcelina SP) Assinale a alternativa que, dentro da norma-padrão da línguaportuguesa, faz corretamente a correspondência dos tempos e modos dos dois verbos utilizados.

    a) Assim que Fortunato cortaria a terceira pata ao rato, fez pela terceira vez o mesmo movimento atéa chama.

    b) Desde que Fortunato cortar a terceira pata ao rato, faria pela terceira vez o mesmo movimento atéa chama.

    c) Para que Fortunato cortara a terceira pata ao rato, fará pela terceira vez o mesmo movimento até achama.

    d) Quando Fortunato cortava a terceira pata ao rato, faz pela terceira vez o mesmo movimento até achama.

    e) Se Fortunato cortasse a terceira pata ao rato, faria pela terceira vez o mesmo movimento até achama.

    TEXTO: 22 - Comum à questão: 33

    A máquina extraviada

    1 Você sempre pergunta pelas novidades daqui 2 deste sertão, e finalmente posso lhe contar uma 3 importante. Fique o compadre sabendo que agora 4 temos aqui uma máquina imponente, que estáentusiasmando 5 todo o mundo. Desde que ela chegou 6 – não me lembro quando, não sou muitobom em lembrar 7 datas – quase não temos falado em outra coisa; 8 e da maneira como o povo aquise apaixona até pelos 9 assuntos mais infantis, é de admirar que ninguém 10 tenha brigado por causadela, a não ser os políticos.

    11 A máquina chegou uma tarde, quando as famílias 12 estavam jantando ou acabando de jantar, efoi 13 descarregada na frente da Prefeitura. Com os gritos 14 dos choferes e seus ajudantes (a máquinaveio em 15 dois ou três caminhões) muita gente cancelou a sobremesa 16 ou o café e foi ver quealgazarra era aquela. 17 Como geralmente acontece nessas ocasiões, os homens 18 estavam mal-

    humorados e não quiseram dar 19 explicações, esbarravam propositalmente nos curiosos, 20 pisavam-lhes os pés e não pediam desculpa, jogavam 21 as pontas de cordas sujas de graxa por cima22 deles, quem não quisesse se sujar ou se machucar 23 que saísse do caminho.

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    24 Descarregadas as várias partes da máquina, foram 25 elas cobertas com encerados e os homensentraram 26 num botequim do largo para comer e beber. 27 Muita gente se amontoou na porta masninguém teve 28 coragem de se aproximar dos estranhos porque um 29 deles, percebendo essaintenção nos curiosos, de 30 vez em quando enchia a boca de cerveja e esguichava 31 na direção da

    porta. Atribuímos essa esquiva32

    ao cansaço e à fome deles e deixamos as tentativas33

    deaproximação para o dia seguinte; mas quando os 34 procuramos de manhã cedo na pensão,soubemos 35 que eles tinham montado mais ou menos a máquina 36 durante a noite e viajado demadrugada.

    37 A máquina ficou ao relento, sem que ninguém 38 soubesse quem a encomendou nem para queservia. 39 É claro que cada qual dava o seu palpite, e cada palpite 40 era tão bom quanto outro.

    41 As crianças, que não são de respeitar mistério, 42 como você sabe, trataram de aproveitar anovidade. 43 Sem pedir licença a ninguém (e a quem iam pedir?), 44 retiraram a lona e foram subindoem bando pela máquina 45 acima – até hoje ainda sobem, brincam de esconder 46 entre os cilindrose colunas, embaraçam-se 47 nos dentes das engrenagens e fazem um berreiro 48 dos diabos até queapareça alguém para soltá-las; 49 não adiantam ralhos, castigos, pancadas; as crianças 50 simplesmente se apaixonaram pela tal máquina.

    51 Contrariando a opinião de certas pessoas que 52 não quiseram se entusiasmar, e garantiram queem 53 poucos dias a novidade passaria e a ferrugem tomaria 54 conta do metal, o interesse do povoainda não diminuiu. 55 Ninguém passa pelo largo sem ainda parar 56 diante da máquina, e de cadavez há um detalhe novo 57 a notar. [...]

    58 Ninguém sabe mesmo quem encomendou a 59 máquina. O prefeito jura que não foi ele, e diz que60 consultou o arquivo e nele não encontrou nenhum 61 documento autorizando a transação. Mesmoassim 62 não quis lavar as mãos, e de certa forma encampou 63 a compra quando designou umfuncionário para zelar 64 pela máquina. [...]

    VEIGA, J. J. A máquina extraviada. In: MORICONI, I.Os Cem Melhores Contos Brasileiros do Século. Rio de Janeiro: Objetiva, 2000. p. 229-232.

    Questão 33 - (FM Petrópolis RJ)A sentença que mantém sua estrutura morfossintática, de acordo coma norma-padrão, com a substituição do verbo principal em “e a quem iam pedir?” (ref. 43) é

    a) e a quem iam duvidar?

    b) e a quem iam depender?c) e a quem iam discutir?d) e a quem iam agir?e) e a quem iam avisar?

    TEXTO: 23 - Comum à questão: 34

    Site de campanha de Serra ‘corrige’ erros de português

    No afã da corrida eleitoral, a emenda saiu pior que o soneto no site de campanha de José Serra,candidato à Presidência pelo PSDB.

    No endereço que leva o nome do tucano e o número do partido, “serra45ʺ , há um espaço para oleitor cadastrar seus dados e enviar a amigos vídeo com mensagem do candidato celebrando o 7 desetembro, dia da Independência do Brasil.

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    Ainda pela manhã o internauta era convidado a digitar, “Seu Nome”, “Sua Email” e “Sua Senha”. Jáà tarde, foi feita “correção” – para enviar seus dados, o leitor deveria preencher “Sua Nome” e “SuaEmail”, além de “Sua Senha”.

    (Disponível em http://blogs.estadao.com.br/radar-politico/2010/09/09/site-de-campanha-de-serra-corrige-erros-de-portugues/.)

    Questão 34 - (IBMEC SP)O tipo de “erro de português” que o texto cita também ocorre na seguintefrase:

    a) Inflação implica em recessão econômica.b) Sandálias à partir de 10 reais.c) Gosta de automóvel? Compre uma.d) Você foi muito pretencioso.e) Deixe ele estudar para prova em paz!

    Questão 35 - (IBMEC SP)No site de suporte técnico da Microsoft , há a seguinte orientação:

    Se [o usuário] fazer algumas alterações nas propriedades de site da Web do ASP.NET 2.0 e clique na guia ASP.NET no Gerenciador do IIS, o serviço W3SVC pode ser reiniciado inesperadamente.

    (Disponível em http://support.microsoft.com/kb/953343/pt-br.)

    As formas verbais “fazer” e “clique” estão mal empregadas e deveriam ser substituídas no padrão cul toda língua por

    a) fazerem / clicaremb) faça / clicac) fizer / clicard) fizerem / clicandoe) fazem / clicassem

    TEXTO: 24 - Comum à questão: 36

    O Estado não é uma ampliação do círculo familiar e, ainda menos, uma integração de certosagrupamentos, de certas vontades particularistas, de que a família é o melhor exemplo. Não existe, entreo círculo familiar e o Estado, uma gradação, mas antes uma descontinuidade e até uma oposição. Aindistinção fundamental entre as duas formas é prejuízo romântico que teve os seus adeptos maisentusiastas durante o século XIX. De acordo com esses doutrinadores, o Estado e as suas instituiçõesdescenderiam em linha reta, e por simples evolução, da família. A verdade, bem outra, é que pertencema ordens diferentes em essência. Só pela transgressão da ordem doméstica e familiar é que nasce oEstado e que o simples indivíduo se faz cidadão, contribuinte, eleitor, elegível, recrutável e responsável,ante as leis da Cidade. Há nesse fato um triunfo do geral sobre o particular, do intelectual sobre o materialdo abstrato sobre o corpóreo e não uma depuração sucessiva, uma espiritualização de formas maisnaturais e rudimentares. A ordem familiar, em sua forma pura, é abolida por uma transcendência.

    (Sérgio Buarque de Holanda. Raízes do Brasil , 2010. Adaptado.)

    Questão 36 - (Fac. Santa Marcelina SP) As palavras elegível e recrutável são adjetivos, derivados dosverbos “eleger” e “recrutar”, formados mediante o emprego do sufixo -vel. Este sufixo significa

    a) ramo de atividade.b) escolha ética.c) possibilidade.d) semelhança.e) ação característica.

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    TEXTO: 25 - Comum à questão: 37

    O nada que éUm canavial tem a extensão

    ante a qual todo metro é vão.Tem o escancarado do marque existe para desafiarque números e seus afins possam prendê-lo nos seus sins. Ante um canavial a medidamétrica é de todo esquecida, porque embora todo povoado povoa-o o pleno anonimatoque dá esse efeito singular:de um nada prenhe como o mar.

    (João Cabral de Melo Neto. Museu de tudo e depois , 1988.)

    Questão 37 - (UNIFESP SP)No título do poema – O nada que é – , ocorre a substantivação do pronomenada . Esse processo de formação de palavras também se verifica em:

    a) A arquitetura do poema em João Cabral define- lhe o processo de criação.b) A poética de João Cabral assume traços do Barroco gongórico.c) Poema algum de João Cabral escapa de seu processo rigoroso de composição.d) EmMorte e Vida Severina, João Cabral expressa o homem como coisa.e) A poesia de João Cabral tem um quê de despoetização.

    Questão 38 - (UFTM MG)Leia a charge.A charge ironiza

    a) a velocidade na cobrança de impostos do cidadão brasileiro.O título contém um substantivo formado por hibridismo.

    b) a carga tributária que recai sobre o cidadão brasileiro. Otítulo contém um substantivo composto a partir de“imposto” e do radical grego “-metro”.

    c) o método de cobrança de impostos do cidadão brasileiro. Otítulo contém um substantivo composto a partir dossubstantivos “imposto” e “metro”.

    d) a falta de dinheiro do cidadão brasileiro. O título contém umsubstantivo derivado de “imposto” com o acréscimo dosufixo “-metro”.

    e) a intensidade dos impostos cobrados do cidadão brasileiro. O título contém um substantivo formadoa partir de um verbo.

    (www.acharge.com.br.)

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    Questão 39 - (UNIFESP SP)Examine a tira.

    (Folha de S.Paulo, 26.12.2011.)

    O efeito de humor na situação apresentada decorre do fato de a personagem, no segundo quadrinho,considerar que “carinho” e “caro” sejam vocábulos

    a) derivados de um mesmo verbo.b) híbridos.c) derivados de vocábulos distintos.d) cognatos.e) formados por composição.

    TEXTO: 26 - Comum à questão: 40

    Articulista da Forbes ironiza o status que o brasileiro dá para o automóvel

    (1) Até a americana revista Forbes anda rindo da obsessão do brasileiro em encarar oautomóvel como símbolo de status. No último sábado, o blog do colaborador Kenneth Rapoza,especialista nos chamados Bric´s (Brasil, Rússia, Índia e China), trouxe um artigo intitulado “OJeep Grand Cherokee de ridículos 80 mil dólares do Brasil”. A tese do artigo: os brasileirosconfundem qualidade com preço alto e se dispõem a pagar 189 mil reais (89.500 dólares) porum carro desses que, nos Estados Unidos, é só mais um carro comum. Por esse preço, ironizaRapoza, “seria possível comprar três Grand Cherokees se esses brasileiros vivessem em Miami

    junto de seus amigos.” (2) O articulista lembra que a Chrysler lançará o Dodge Durango SUV, que nos Estados Unidos

    custa 54 mil reais, no Salão do Automóvel de São Paulo por 190 mil reais. “Um professor de escola primária do Bronx pode comprar um Durango. Ok, não um zero quilômetro, mas um dedois ou três anos, absolutamente bem conservado”, exemplifica, para mostrar que o carrosupostamente não vale o quanto custa no País.

    (3) O autor salienta que o alto custo ocorre por conta da taxação de 50% em produtosimportados e da ingenuidade do consumidor que acredita que um Cherokee tem o mesmo valorque um BMW X5 só porque tem o mesmo preço. “Desculpem, ‘Brazukas’, mas não há nenhumstatus em um Toyota Corolla, Honda Civic, Jeep Grand ou Dodge Durango. Não sejam enganadospelo preço de etiqueta. Vocês definitivamente estão sendo roubados.”

    (4) E conclui o artigo: “Pensando dessa maneira, imagine que um amigo americano contasseque acabou de comprar um par de Havaianas de 150 dólares. Você diria que ele pagou demais.É claro que esses chinelos são sexy e chic, mas não valem 150 dólares. Quando o assunto é carroe seu status no Brasil, as camadas mais altas estão servindo Pitu e 51 em suas caipirinhas epensando qu e é bebida de alta qualidade.”

    Disponível em: http://www.cartacapital.com.br/sociedade/articulista-da-forbes-ironiza-o-status-que-o-brasileiro-da-para-oautomovel. (Adaptado)

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    Questão 40 - (UPE)Quanto aos aspectos morfológicos e semânticos do vocabulário empregado no Texto,analise as proposições a seguir.

    I. O sufixo utilizado na formação da palavra “articulista” (2º parágrafo) tem o mesmo valor semântico

    daqueles presentes em palavras como “motorista” e “equilibrista”. II. O emprego do advérbio “supostamente” (2º parágrafo) invalida o argumento contido no trechoentre aspas no parágrafo.

    III. A forma verbal “salienta” (3º parágrafo), que serve para introduzir mais um comentário da revistaForbes, poderia ser substituída por “diz” sem nenhum prejuízo se mântico ao trecho.

    IV. A formalidade da expressão “Brazucas” (3º parágrafo), em referência aos brasileiros, é legítima,tendo em vista se tratar de um texto da mídia impressa que prima pelo padrão formal da língua.

    V. A palavra “camadas” (4º parágrafo), no contexto em que aparece no Texto, poderia ser substituídapor “classes” ou “grupos”, sem substanciais mudanças de sentido.

    Estão CORRETAS, apenas,

    a) I, II e IV. b) I e V. c) II e IV. d) II, III e V. e) III, IV e V.

    TEXTO: 27 - Comum à questão: 41

    Fumo afeta proteína de forma similar à fibrose cística, diz estudo Estudo indica que fumantescrônicos sofrem males semelhantes à doença. Pesquisa foi publicada na revista científica 'PNAS'.

    Um estudo realizado por diversas instituições francesas de pesquisa sugere que sintomas deinsuficiência pulmonar que atingem fumantes podem ocorrer devido a alterações no funcionamentode duas proteínas que também estão ligadas à fibrose cística.

    O estudo foi publicado nesta segunda-feira (18) na revista "Proceedings of the Natural Academy ofSciences" (PNAS, na sigla em inglês), da Academia Americana de Ciências.

    Muitos fumantes sofrem de Doença Pulmonar ObstrutivaCrônica (conhecida por DPOC), problemacaracterizado pelo comprometimento e destruição dos alvéolos, que tem como sintomas a tossepersistente, crises de bronquite e falta de ar.

    A DPOC causa condições parecidas aos efeitos da fibrose cística nos pulmões. A fibrose cística, queé hereditária, faz com que o indivíduo possua pulmões estruturalmente normais na infância, masque vão sendo atingidos, com o tempo, por sucessivas inflamações e infecções.

    A fibrose cística gera defeitos no funcionamento de uma proteína chamada CFTR, encontrada nospulmões e vias aéreas, segundo os cientistas. A doença, que tem origem genética, leva à insuficiênciarespiratória crônica e à hipertensão pulmonar, entre outros problemas, de acordo com dados daUniversidade Estadual de Campinas (Unicamp).

    Os pesquisadores da Universidade de Reims Champagne- Ardenne, um dos grupos responsáveis peloestudo francês, exploraram os mecanismos pelos quais a fumaça do cigarro alteraria ofuncionamento da proteína CFTR em ratos. Eles descobriram que outra proteína, encontrada emcélulas epiteliais das vias aéreas, se liga à nicotina. Esta proteína provavelmente cumpre o papel de

    regular o funcionamento da CFTR, segundo o estudo. [...]Disponível: http://g1.globo.com/bemestar/noticia/2013/02/fumoafeta- proteina-de-forma-similar-fibrose-cistica-diz-estudo.html

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    Questão 41 - (UFAL)Nas opções seguintes, propõe-se a classificação de uma palavra destacada, quantoao processo de formação. Uma opção, entretanto, é falsa. Marque-a.

    a) “Doença Pulmonar Obstrutiva Crônica (conhecida por DPOC) [...]” – Siglonimização.

    b) “[...] problema caracterizado pelo comprometimento [...]” – Hibridismo.c) “[...] tem como sintomas a tosse persistente [...]” – Processo de derivação sufixal.d) “[...] e à hipertensão pulmonar [...]” – Processo de derivação prefixal.e) “Esta proteína provavelmente [...]” – Processo de derivação sufixal.

    Questão 42 - (IBMEC SP)

    "Monstroristas", "mautoristas", "frustrados quecompraram carro para respirar fumaça", "covardes". Éassim que ciclistas engajados na defesa do uso de bicicletacomo meio de transporte urbano chamam motoristas decarros, ônibus e afins.

    O atropelamento de ciclistas em Porto Alegre nasemana passada acirrou os ânimos desse grupo, que reagiucom "bicicletadas" de protesto.

    O paulistano Renato Zerbinato, 34, se envolveu com o cicloativismo há dois anos, após se mudar para Brasília, cidade que define como "extremamente hostil" aos ciclistas devido às vias rápidas.

    Ele vê uma "guerra velada" entre ciclistas e motoristas, que, reclama, não costumam respeitar adistância de 1,5 m do ciclista e o direito de bicicletas e carros dividirem a pista, previstos no CódigoBrasileiro de Trânsito.

    (Folha de São Paulo,09/03/2011 .)

    Considere as afirmações:

    I. Por associação a outras palavras que também empregam o sufixo “ -ada”, um leitor incauto poderiaimaginar que “bicicletada” significa “usar a bicicleta como arma para golpear alguém”.

    II. Se optasse pelo mesmo processo de formação de “monstroristas” e “mautoristas” para relatar umatropelamento provocado por um condutor embriagado, o jornalista poderia usar o neologismo"alcooltecimento".

    III. O substantivo “cicloativismo”, no contexto em que ocorre, sugere ideia de “intervalo”, “período”,indicando que movimentos engajados, como o mencionado na notícia, são esporádicos.

    Está(ão) correta(s):

    a) I, II e III.b) Apenas I e II.c) Apenas I e III.d) Apenas II e III.e) Apenas II.

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    Questão 43 - (FGV )Leia os versos do poeta Manoel de Barros.

    Ele só andava por lugares pobresE era ainda mais pobre

    Do que os lugares pobres por onde andava.........................................................................O homem usava um dólmã de lã sujo de areiae cuspe de aves.Mas ele nem tô aí para os estercos.Era desorgulhoso.Para ele a pureza do cisco dava alarme.E só pelo olfato esse homem descobria as cores doamanhecer.

    Quanto ao processo de formação de palavras, nos versos há um neologismo, criado por meio de prefixoe de sufixo, e uma palavra formada por parassíntese. Trata-se, respectivamente, de

    a) tô e descobria.b) dólmã e estercos.c) pureza e alarme.d) desorgulhoso e amanhecer.e) cuspe e olfato.

    TEXTO: 28 - Comuns às questões: 11, 44

    Porta de colégio 1 Passando pela porta de um colégio, me veio 2 a sensação nítida de que aquilo era a porta da 3própria vida. Banal, direis. Mas a sensação era 4 tocante. Por isso, parei, como se precisasse ver 5melhor o que via e previa.

    6 Primeiro há uma diferença de clima entre 7 aquele bando de adolescentes espalhados pela 8calçada, sentados sobre carros, em torno de 9 carrocinhas de doces e refrigerantes, e aqueles 10 quetransitam pela rua. Não é só o uniforme. 11 Não é só a idade. É toda uma atmosfera, como 12 seestivessem ainda dentro de uma redoma ou 13 aquário, numa bolha, resguardados do mundo.

    14 Talvez não estejam. Vários já sofreram a 15 pancada da separação dos pais. Aprenderam 16 que avida é também um exercício de 17 separação. Um ou outro já transou droga, e 18 com isso deve terse sentido 19 (equivocadamente) muito adulto. Mas há uma 20 sensação de pureza angelicalmisturada com 21 palpitação sexual, que se exibe nos gestos 22 sedutores dos adolescentes.

    23 Onde estarão esses meninos e meninas 24 dentro de dez ou vinte anos?

    25 Aquele ali, moreno, de cabelos longos 26 corridos, que parece gostar de esporte, vai se 27 interessarpela informática ou economia; 28 aquela de cabelos louros e crespos vai ser dona 29 de boutique;aquela morena de cabelos lisos 30 quer ser médica; a gorduchinha vai acabar 31 casando com umgerente de multinacional; 32 aquela esguia, meio bailarina, achará um 33 diplomata. Algumasestudarão Letras, se 34 casarão, largarão tudo e passarão parte do dia 35 levando filhos à praia e àpraça e pegando-os 36 de novo à tardinha no colégio. [...]

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    32

    37 Estou olhando aquele bando de adolescentes 38 com evidente ternura. Pudesse passava a mão 39 nos seus cabelos e contava-lhes as últimas 40 histórias da carochinha antes que o lobo feroz 41 asassaltasse na esquina. Pudesse lhes diria 42 daqui: aproveitem enquanto estão no aquário e 43 naredoma, enquanto estão na porta da vida e 44 do colégio. O destino também passa por aí. E a 45 gente

    pode às vezes modificá-lo. SANT’ANNA, Affonso Romano de. Affonso Romano de Sant’Anna:seleção e prefácio de Letícia Malard. Coleção Melhores Crônicas. p. 64-66.

    Questão 44 - (UECE)Atente para o que se diz sobre as expressões referenciais seguintes: esses meninose meninas (linha 23) e aquele/a (Refs. 25, 28, 29 e 32).

    I. Todas essas expressões retomam individualmente o que foi mencionado de maneira geral no trechodas referências 7, 8 e 9.

    II. Enquanto a expressão da referência 23 se refere ao que foi dito (anáfora), todas as outras se referemao que vai ser dito (catáfora).

    III. A expressãoaquele (ali) presentifica a cena enunciativa.

    Está correto o que se afirma em

    a) I e II apenas.b) I e III apenas.c) II e III apenas.d) I, II e III.

    TEXTO: 29 - Comum à questão: 45

    Cérebro controla o envelhecimento do corpo

    1 Você vai morrer quando seus órgãos falharem. Essa falha 2 pode ser causada por acidentes,doenças ou pelo desgaste 3 natural dos tecidos ao longo da vida. Mas pode existir também 4 umquarto elemento: a ação do seu próprio cérebro. Um 5 grupo de cientistas da Faculdade de MedicinaAlbert Einsten, 6 em Nova York, descobriu que o cérebro humano possui uma 7 espécie de relógiointerno – que determina quanto tempo o 8 organismo irá viver. Isso acontece no hipotálamo, umaregião 9 no meio do cérebro que controla diversas reações do corpo, 10 como fome, sede e sono. Emestudos com ratos, os pesquisadores 11 notaram algo interessante: conforme o animal envelhece, 12

    o hipotálamo vai elevando o nível de um conjunto de 13 proteínas chamado NF-kB. Os cientistasresolveram fazer 14 um teste. Usando manipulação genética, criaram ratos imunes 15 a essasproteínas. Surpreendentemente, os bichos viveram 16 23% a mais que a média. E não só isso: eles sesaíram 17 melhor que os demais em testes físicos e cognitivos. “Além 18 de viver mais, os ratosviveram com qualidade”, diz o cientista 19 molecular Dongsheng Cai, líder do estudo.

    20 Ainda não se sabe por que a proteína está ligada ao processo 21 de envelhecimento. Uma possívelexplicação é que ela 22 gere processos inflamatórios crônicos no corpo – que, no longo 23 prazo,desgastariam os órgãos e poderiam predispor a 24 doenças. “Não temos como acabar com oenvelhecimento. 25 Mas talvez possamos estender o tempo de vida das pessoas”, 26 acredita Cai.

    SUPERINTESSANTE. São Paulo: Abril, jun. 2013, ed. 319, p. 20.

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    CADERNO DE ATIVIDADES1º ANO – E.M. 2015

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    Questão 45 - (UFG GO)Na frase, “eles se saíram melhor que os demais em testes físicos e cognitivos”(Refs. 16 e 17), o pronome eles faz referência a:

    a) tecidos

    b) humanosc) cientistasd) órgãose) ratos

    TEXTO: 30 - Comum à questão: 46

    Depois de ficar rica, a China descobriu um problema: os maus hábitos de seus habitantes. Cuspir no chão,inclusive dentro do ônibus e do metrô, sorver ruidosamente o sorvete, furar filas são modos perfeitamente aceitáveis em Pequim ou Xangai. Quando os chineses viajam para outros países, o choquecultural é tremendo. O que para muitos é constrangedor, para Yue-Sai Kan foi uma oportunidade. Maiorautoridade em etiqueta na China, ela enriqueceu com a publicação de sete best-sellers sobrecomportamento, decoração e beleza, com a venda de cosméticos, com palestras e programas deentrevista, cultura e viagem na televisão. Às vésperas da Olimpíada de Pequim, prevendo o vexamediante dos visitantes estrangeiros, o governo chinês usou seus manuais para treinar voluntários.

    (Veja, 24.07.2013. Adaptado.)

    Questão 46 - (UNISA SP)O pronome seus, em destaque na última frase do texto, refere-se

    a) ao governo chinês.b) aos visitantes estrangeiros.c) aos voluntários.d) à Yue-Sai Kan.e) aos chineses.

    TEXTO: 31 - Comum à questão: 47

    A construção do campo da saúde do trabalhador: percurso e dilemas

    1 Ao longo das duas últimas décadas, acompanhando 2 o processo de democratização do País, vemtomando corpo 3 uma série de práticas no âmbito da Saúde Pública, bem 4 como em determinadossetores sindicais e acadêmicos, que 5 configuram o campo que passou a denominar-se Saúde do 6 Trabalhador. Alguns estudos relatam parte desse percurso 7 (Dias, 1994; Lacaz, 1994), sistematizamexperiências 8 inovadoras (Costa et al., 1989; Pimenta e Capistrano, 1988) 9 ou apontam as diferençasconceituais e teórico-10 metodológicas que o distinguem da Medicina do Trabalho e 11 da SaúdeOcupacional (Tambellini, 1986; Mendes e Dias,12 1991).

    13 No entanto, cada vez mais, têm surgido temas, 14 estudos, abordagens que, embora afetos àrelação 15 trabalho-saúde, apenas correspondem parcialmente ao que 16 se entende por Saúde doTrabalhador. É uma área passível 17 de abrigar diferentes aproximações e de incluir uma 18 variedadede estudos e práticas de indiscutível valor, 19 mesmo na ausência de uma adequada precisão

    conceitual 20 sobre o caráter da associação entre o trabalho e o processo 21 saúde-doença. Pode-sedizer que existe uma “zona de 22 empatia”, para a qual confluem diversos estudos 23 disci