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CENTRO UNIVERSITÁRIO DO SUL DE MINAS - UNIS/MG (1º SEMESTRE 2008)
FACULDADE DE ENGENHARIAS MECÂNICA E DE PRODUÇÃO
SISTEMAS MECÂNICOS 1/ ELEMENTOS DE MÁQUINAS Dagoberto Cássio da Silva
PROJETO DE ÁRVORE OU EIXO BASEANDO-SE NA RESISTÊNCIA
Introdução
Árvores são elementos de máquinas geralmente de seção circular rotativas ou
estacionárias que têm função de suporte de outros componentes mecânicos
(engrenagens, polias, volantes, etc.) e transmitem momento de torção. Os eixos são
elementos de máquinas que têm função de suporte, mas não transmitem momento de
torção (potência).
Na prática usa-se apenas o termo eixo para denominar estes elementos.
Precisam ser consideradas tanto as tensões quanto as deflexões e a velocidade
crítica para o projeto de árvore ou eixo. Freqüentemente a deflexão pode ser o fator
crítico, porque deflexões excessivas causarão desgaste rápido dos mancais da árvore ou
promoverão desalinhamentos que prejudicarão o engrenamento de engrenagens
correias ou correntes.
Entretanto, os cálculos de deflexão requerem que a geometria inteira da árvore ou
eixo seja definida. Assim, um eixo é preliminarmente projetado quanto à resistência
(tensões), e as deflexões são calculadas uma vez que a geometria esteja completamente
definida. A velocidade (rotação) crítica é calculada posteriormente para se evitar que o
eixo gire com rotação próxima a primeira freqüência natural do eixo, impedindo assim,
que ocorra o fenômeno de ressonância do sistema.
2
Considerações gerais
Algumas regras gerais para o projeto de eixos podem ser enunciadas como
segue:
• Para minimizar as tensões e deflexões, o comprimento do eixo deve ser o menor
possível e os trechos em balanço minimizados ao máximo;
• Deve-se usar preferencialmente o eixo biapoiado ao invés do em balanço;
• Um eixo vazado tem uma razão melhor de rigidez/massa (rigidez específica) e
freqüências naturais mais altas que aquelas de um eixo comparativamente rígido
ou sólido;
• Tente colocar concentradores de tensão longe das regiões de grandes momentos
fletores e minimize seu efeito com grandes raios e aliviadores de tensão;
• Se a principal preocupação é minimizar a deflexão, talvez o material mais indicado
seja o aço de baixo carbono, porque sua rigidez é tão alta quanto aquela de aços
mais caros, e um eixo projetado para pequenas deflexões tenderá a ter tensões
baixas;
• As deflexões nas posições de engrenagens suportadas pelo eixo não devem
exceder cerca de 0,127 mm e a inclinação relativa entre os eixos da engrenagem
deve ser menor que cerca de 0,03º;
• Se forem usados mancais de deslizamento, a deflexão do eixo ao longo do
comprimento do mancal deve ser menor que a espessura da película de óleo
“hmin” no mancal;
• Se forem usados rolamentos (não auto-compensadores), a inclinação do eixo nos
rolamentos deve ser mantida menor que aproximadamente 0,04º;
• A primeira freqüência natural do eixo deve ser pelo menos de 3 a 4 vezes a
freqüência máxima da carga esperada em serviço.
Projeto de eixos e árvores
O objetivo deste dimensionamento consiste em determinar o diâmetro mínimo
necessário à árvore ou eixo para que ela(e) suporte os esforços atuantes.
3
Se uma árvore suporta diversas engrenagens ou polias, diferentes seções da
mesma poderão estar submetidas a torções diferentes, porque a potência total
desenvolvida na árvore é retirada parcialmente nos vários pontos.
Em conseqüência, devemos verificar a parcela do momento de torção que atua
em cada parte da árvore. Em seguida, podemos estudar a distribuição do momento de
flexão. Deste exame preliminar assinalamos as seções em que os momentos de flexão e
de torção são máximos. Se estes máximos ocorrerem na mesma seção, o diâmetro
necessário para aquela seção será determinado e usado para a árvore toda, se o
diâmetro tiver de ser constante. Se os máximos não ocorrerem na mesma seção, dever-
se-á determinar o diâmetro para a seção do momento de torção máximo e também para
a de momento de flexão máximo e usar o de maior valor.
1) Projeto de eixo de transmissão para flexão alternada e torção
constante
Segundo o método ANSI/ASME (1985) para flexão alternada e torção constante e
ausência de força axial (caso mais comum), o diâmetro para uma seção circular maciça
pode ser calculado pela equação (1):
d = 3
22
43.32
+
e
m
fcor
af
TMk
FSσσπ
(1)
onde:
FS = fator de segurança;
fcorσ = resistência à fadiga corrigida para uma vida desejada ou então:
fcorσ = ncorσ para vida infinita, já estudado;
aM = momento de flexão alternado;
4
mT = momento de torção médio;
fk = fator de concentração de tensões de fadiga na flexão;
eσ = tensão de escoamento
Para o caso de eixo circular com seção transversal constante utilizamos para
dimensionamento a equação (1a) que é a forma simplificada da equação (1).
d = 3
2.32
fcor
aMFSσπ
(1a)
2) Projeto de eixo de transmissão para flexão variada e torção variada
Para um eixo de seção circular maciça sujeito à flexão e torção variadas e sem
carga axial o diâmetro pode ser calculado pela equação (2):
d =( ) ( ) ( ) ( )
+
++
3/12222 .
43
..43
..32
r
mfsmmfm
fcor
afsaf TkMkTkMkFS
σσπ (2)
onde:
fcorσ = resistência à fadiga corrigida para uma vida desejada;
σr = tensão de resistência à tração;
mM = momento de flexão médio;
aT = momento de torção alternado;
fs
k = fator de concentração de tensões de fadiga na torção;
5
fmk = fator de concentração de tensões relativo à tensão média em fadiga;
fsmk = fator de concentração de tensões relativo à tensão média em fadiga ≅ fs
k .
FS = fator de segurança.
Determinação de fmk :
Se fknommáxσ < σe então → fmk = fk ;
Se fknommáxσ < σe então → fmk =
nom
nom
m
afe k
σ
σσ −;
Se fknomnommáx minσσ − > 2 σe então → fmk = 0
3) Projeto de eixo de transmissão para flexão variável, torção variável e
carga axial
O ASME (America Society of Mechanical Engineers) apresenta a seguinte
equação para o cálculo de eixo oco submetido à torção, flexão e carga axial (caso mais
geral). São introduzidos na equação (3) fatores de choque e fadiga.
do = ( )
+
++
−
3/1
222
4 8)1(.
..)1(.
16Tk
KdFMk
Kt
oab
s
ατπ
(3)
onde:
aF = carga axial;
di = diâmetro interno do eixo;
do =diâmetro externo do eixo;
K = di/do (0,4 a 0,9 normalmente);
M = momento fletor máximo;
6
T = momento de torção máximo;
kb = fator que leva em conta o choque e a fadiga, aplicado ao momento de flexão;
kt = fator que leva em conta o choque e a fadiga, aplicado ao momento de torção.
sτ = tensão admissível conforme o código ASME.
Fatores de concentração de tensões para eixos e árvores segundo o ASME
Para eixos estacionários: bk tk
Carga gradualmente aplicada 1,0 1,0
Carga subitamente aplicada 1,5 a 2,0 1,5 a 2,0
Para árvores ou eixos que giram:
Carga gradualmente aplicada 1,5 1,0
Carga subitamente aplicada (pequeno choque) 1,5 a 2,0 1,0 a 1,5
Carga subitamente aplicada (grande choque) 2,0 a 3,0 1,5 a 3,0
De acordo com o código ASME, para materiais especificados:
sτ = 0,30 eσ
ou
sτ = 0,18 rσ → tomar o menor valor!
• Se houver rasgo de chaveta multiplicar estes valores por 0,75 e tomar o menor
para o dimensionamento.
• Multiplicar sτ por Ft se a temperatura de trabalho for superior a 70 ºC.
α = fator devido à ação de flambagem
α = 1 para tração;
Para compressão:
α = λ.0044,01
1−
se λ = grL < 115
7
α = En
e
..2πσ
λ2 se λ > 115;
sendo:
→ n = 1 para extremidades articuladas; n = 2,25 para extremidades engastadas e n =
1,6 para movimento parcialmente restritos, como em mancais.
rg = raio de giração = AI
; I = momento de inércia da seção e A = área as seção.
Se por outro lado, tivermos um eixo de transmissão maciço e carga axial nula a
equação (3) se transforma na equação (3 a):
d = ( )
+3/1
22)..(..
16TkMk tb
sτπ (3 a)
Materiais
Para se escolher um material para a fabricação de eixos de transmissão, deve-se
considerar os seguintes fatores:
• preço do material;
• facilidade de obtenção no mercado da bitola desejada;
• possibilidade de tratamento térmico e conhecer suas eventuais deformações;
• ductilidade;
• coeficiente de sensibilidade;
• usinabilidade;
• resistência à flexão e à torção;
• resistência ao desgaste.
8
Os materiais mais utilizados na fabricação de eixos e árvores são os SAE’s ou
ABNT’s:
1015 – 1020 – 1025 - 1030 – 1035 - 1040 – 1045 – 1060 – 2340 – 2345 – 3115
3120 – 3135 – 3140 – 4120 – 4130 – 4140 – 4340 – 6150 (Cr e V) – 8620 – 8650 – 9260.
Quando se pretender um bom amortecimento de vibrações, usa-se o ferro fundido
para a fabricação de eixos, desde que o dimensionamento seja feito obedecendo às
características de resistência desse material.
As propriedades desses materiais estão no anexo desta apostila.
Diâmetros Padronizados:
5/6/8/9/10/11/12/(13)/14/(15)/16/18/20/22/25/28/(30)/(35)/36/(38)/40/45/50/56/(60)/
63/(65)/70/(75)/80/90/100/(110)/(120)/125/140/(150)/160/180/200.
Atenção: Os valores indicados entre parênteses devem ser evitados. O projetista
deverá sempre consultar os fornecedores sobre os diâmetros normalmente existentes.
9
Três exemplos de aplicação:
1) A força resultante na engrenagem A, FA = 3000 N, atua fazendo um ângulo de 20º com o eixo Y da árvore mostrada na Figura abaixo. A árvore é uma barra de seção circular, de aço trabalhado a frio SAE1040. O fator de segurança deve ser 2,0. Determine o diâmetro desta árvore para vida infinita.
Solução:
O problema apresenta solicitações de torção constante e flexão alternada com
reversão completa. Dessa forma, iremos usar para dimensionamento a equação (1).
d = 3
22
43.32
+
e
m
fcor
af
TMk
FSσσπ
Iniciaremos retirando da Tabela IV os valores das tensões de escoamento e
resistência a tração:
10
Para o aço SAE 1040 LF (ou estirado a frio) → σe = 49,00 kgf/mm2 ; σr = 59,00
kgf/mm2
O segundo passo é calcularmos o torque na engrenagem A, que representa o
torque na árvore do trecho A até C. (a engrenagem A está solidária a árvore):
T = FA x cos 20º x 300 = 845723,36 N.mm
O terceiro passo é calcularmos a força FC:
FC = 845723,36/cos 20º x 125 = 7200 N
O quarto passo se constitui no cálculo das forças no plano vertical xy, no plano
horizontal xz e os diagramas de momentos fletores:
As forças e os momentos nas seções estão representados na figura abaixo para o
plano vertical:
Na figura seguinte estão as forças e os momentos fletores nas seções para o
plano horizontal:
11
O quinto passo é calcularmos o momento resultante na seção mais solicitada:
MRA = 22 9684801167705 + = 1517065,75 N.mm
MRB = 22 6156352018785 + = 2110568,48 N.mm (seção mais solicitada)
No sexto passo iremos calcular o torque médio e o momento de amplitude, pois o
torque é o mesmo para as duas seções. Caso fosse diferente deveríamos dimensionar o
diâmetro para as duas seções e escolher o maior valor de diâmetro calculado.
Tm = Tmáx/2 = 422861,68 N.mm
Ma = 2
mínmáx MM −= 2110568,48 N.mm
Como a árvore não apresenta descontinuidade iremos admitir → kf =1.
O passo sétimo é o cálculo da tensão limite de resistência à fadiga corrigida:
σn cor = σn .FA.FT.FC.Ft.Fconf
12
Correções:
FC = 1; FT = 0,85 (valor preliminar);
FA = 2,7(83,96)-0,265 = 0,835;
Ft = 1 (temp < 70ºC)
Se a temperatura fosse maior que 70ºC, então: Ft = )º(460
620FT+
;
Fconf = 0,897 (para 90% de confiabilidade).
Logo: σn cor = 0,5 . (59x9,81)x1x0,85x0,835x1x0,897 = 184,24 N/mm2
Finalmente, substituindo os valores numéricos na equação (1), vem:
d = 322
69,480422861,68
43
24,184 2110568,482.32
+
π= 61,62 mm
padronizando: d = 63 mm.
Obs: verificar posteriormente, acréscimo ou não do eixo em função do rasgo de
chaveta.
2) Uma polia B de 600 mm, enchavetada na árvore, recebe potência de baixo, em
um ângulo de 45º, como mostrado na figura A. Uma engrenagem C de 450 mm fornece
45% de potência, horizontalmente, para a direita. Uma engrenagem E de 300 mm
fornece a potência restante de cima para baixo e para a esquerda, em um ângulo de 30º
abaixo da horizontal. As engrenagens também são enchavetas na árvore. A potência
transmitida é 30 hp a 360 rpm. Deve-se usar o aço C 1035 com σe = 50,4 kgf/mm2 e
o σr = 63 kgf/mm2. A carga atua suavemente. Determinar o diâmetro da árvore.
13
Dado: 32
1 =TT
(na correia) e ângulo de pressão 20º.
Figura A: Desenho esquemático da árvore para o exercício 2 e as reações na polia e
engrenagens C e E.
Solução:
No desenho da direita estão apresentados as reações nas engrenagens C e E
devido, respectivamente, as engrenagens G e H, assim como, as tensões na polia B
devido aos ramos tenso e frouxo da correia de acionamento.
O próximo passo é calcularmos os torques transmitidos pela polia e engrenagens:
TB = 72620 x 36030
= 6051,7 kgf x cm;
TC = 72620 x ( )
3603045,0 x
= 2723,25 kgf x cm;
TE = 72620 x ( )
3603045,030 x−
= 3328,42 kgf x cm.
A distribuição do torque na árvore está mostrada no desenho da esquerda.
14
A seguir, vamos mostrar as reações na polia e nas engrenagens C e E para os
planos horizontal e vertical. Das reações mostradas no desenho da direita na figura 2
obtemos:
O passo seguinte é o cálculo das forças representadas no desenho anterior.
Sendo:
(T1 – T2) x dp correia/2 = Torque
e
15
32
1 =TT
; então:
(3T2 – T2) x 30,0 = 6051,7 kgf x cm
T2 = 100,86 kgf e T1 = 302,58 kgf
A força FB vale portanto:
FB = 403,44 kgf
Então:
FBh = FBv = 285,27 kgf
As forças tangencial e radial na engrenagem C valem:
Ft GC = CengrPd
Torquex
.
2
Ft GC = 2 x 2723,25/45,0 = 121,03 kgf
FR GC = 44,05 kgf
Então:
FCh = 121,03 kgf
FCv = 44,05 kgf
As forças tangencial e radial na engrenagem E valem:
16
Ft EH = EengrPd
Torquex
.
2
Ft EH = 221,89 kgf
Fr EH = 80,76 kgf
E portanto:
FEh = 151,78 kgf
FEv = 180,88 kgf
A seguir, vamos traçar os momentos fletores nos planos horizontal e vertical:
Plano Horizontal
Plano Vertical
17
O momento resultante maior é na seção da polia B e vale:
MRB = 22 6,76777,8036 + = 11114,59 kgf
Passemos agora para o cálculo da tensão limite de resistência à fadiga corrigida.
Correções:
FT = 0,85 para 12,5 ≤ d ≤ 50 mm;
FA = A(σr)b → da Tabela 1: A = 2,7 e b = -0,265 → FA = 0,819;
FC = 1 (flexão);
Ft = 167460
620+
= 0,989;
Fconf = 0,897 (90% de confiabilidade).
∴ == 897,0989,01819,085,063005,0 xxxxxxcornσ 1945,37 kgf/cm2
Passemos agora para a determinação do kb e kt.
Da Tabela dos fatores de concentração de tensões para árvores segundo o ASME
com carga gradualmente aplicada:
kb = 1,5 e kt = 1,0
Necessitamos agora calcular a tensão de cisalhamento τs segundo o ASME.
τs = 0,18 x 6300 x 0,75 = 850,5 kgf/cm2
Como o momento fletor máximo e o torque máximo estão na seção B, a seção B é
a mais solicitada no eixo de transmissão. Finalmente, substituindo os valores numéricos
na equação (3 a), obtemos o diâmetro mínimo para o eixo de transmissão.
18
d = ( )
+
3/122 7,60510,1)59,111145,1.(.
5,850.16
xxπ
d = 4,73 cm
Devemos verificar agora, a profundidade do rasgo de chaveta para a polia B.
Para 47,3 mm de diâmetro, da Tabela abaixo, sendo chaveta retangular, tiramos:
b x t = 14 x 9 mm2 e t1 = 5,5 mm. Portanto, o diâmetro deve ser de 53 mm. Consulte o
fabricante para saber se há diâmetro comercial de 53 mm. Caso não haja, padronizar
com o diâmetro de 56 mm.
3) O motor elétrico de potência 20 cv a rotação de 1150 rpm aciona, através de uma
correia plana de couro, o eixo (e2). O eixo e2 movimenta por meio de correias
trapezoidais o eixo (e3). Todas as polias estão fixas aos eixos através de chavetas
paralelas. O motor gira no sentido ante-horário. Os pesos por unidade de comprimento
das correias são:
- para a correia plana w = 0,7 kgf/m e µ = 0,28;
- para as correias trapezoidais w = 2,7 kgf/m; µ = 0,3; e θ = 34º
Conhecendo-se toda a geometria, pedem-se:
1) Qual a potência, rotação e torque no eixo e3 ?
2) Fazer o pré-dimensionamento do eixo e2, de aço 1045 LQ, nas seções do
mancal (A) e da polia (P2).
O esquema do sistema está na página 20.
19
20
Solução:
Nota-se que o sistema foi idealizado para transmissão de potência. Dessa forma,
a potência no eixo e2 é a mesma do motor elétrico que é também a potência no eixo e3.
Como a rotação está diminuindo do eixo e1 para o eixo e3 o torque está sendo
aumentado do eixo e1 para o eixo e3 .
A rotação no eixo e3 pode ser calculada como segue:
n3 = n1 x 2
2
1
1
Dd
xDd
n3 = 450250
500200
1150 xx
n3 = 255,6 rpm
O momento torçor no eixo e3 é então calculado pela expressão:
21
3MT = 71620 x nPt (kgf x cm)
6,25520
716203 xMT =
3MT = 5604,1 kgf x cm
Para dimensionarmos o eixo de transmissão é necessário um esquema da
transmissão para determinarmos as forças que agem no eixo.
A determinação das tensões nas correias é feita utilizando-se as seguintes
relações:
Para correia plana:
αµ.
2
1 eFTFT
c
c =−−
Para correia trapezoidal:
)2/sen(/.'
2
'1 θαµe
FT
FT
c
c =−−
22
sabendo-se ainda que:
(T1 – T2) x =21d
MT1
e
=−2
)( 2'2
'1
dxTT MT2
onde:
'11 TeT : são as tensões no ramo tenso das correias;
'22 TeT : são as tensões no ramo frouxo (bambo) das correias;
µ : coeficiente de atrito entre correia e polia;
α: ângulo de abraçamento da correia em radianos;
θ: ângulo da ranhura da polia para encaixe da correia trapezoidal;
Fc: força centrífuga que age sobre a correia = w.v2/g;
W: peso da correia por metro de comprimento;
v: velocidade tangencial da correia, m/s;
g: aceleração da gravidade, 9,81 m/s2.
Para a transmissão eixo e1 – eixo e2, temos:
v = π x d1 x n1
v = π x 0,20 x 1150/60
v = 12,04 m/s
Cálculo do ângulo de abraçamento α:
23
α1 = π - 2arc (sen
−
AdD
2)rd (rd)
α1 = π - 2arc sen
−5502
200500x
α1 = 2,589 rd
Cálculo das tensões nos ramos da correia plana:
=−
−
81,904,127,0
81,904,127,0
2
2
2
1
xT
xT
2,064
064,234,1034,10
2
1 =−−
TT
(a)
Com relação ao torque, temos:
MT1 = 71620 x 56,12451150
20 = kgf x cm
24
Então:
(T1 –T2) x 2
0,20= 1245,56
ou
T1 = T2 + 124,56 (b)
Substituindo (b) em (a) vem:
T2 = 127,41 kgf
e
T1 = 251,97 kgf
Se projetarmos em dois eixos, horizontal e vertical, as forças T1 e T2, teremos:
H1 = (T1 + T2) x cos δ1 = (251,97 + 127,41) x cos 15,83º
25
H1 = 365 kgf
V1 = (T1 – T2) x sen δ1 = (251,97 – 127,41) x sen 15,83º
V1 = 33,97 kgf
Para a transmissão com correias trapezoidais (d2 e D2), o cálculo é semelhante ao
anterior, ou seja:
v = π x d2 x n2
v = π x 0,250 x
5002001150 x
/60
v = 6 m/s
Cálculo do ângulo de abraçamento:
α2 = π - 2arc (sen
−
2
22
2AdD
)rd (rd)
α2 = π - 2arc sen
−5002
250450x
α2 = 2,739 rd
Cálculo das tensões nos ramos da correia trapezoidal:
26
=−
−
81,967,2
81,967,2
2'
2
2'
1
xT
xT
234
sen/739,230,0 xe
=−−
91,9
91,9'
2
'1
T
T16,62 (a’)
Da equação do torque obtemos:
)( '2
'1 TT − x 12,5 = 71620 x
500200
1150
20
x = 3113,91 kgf x cm
'2
'1 TT − = 249,11 kgf
ou
='1T 249,11 + '
2T (b’)
Substituindo (b’) em (a’), obtemos:
='1T 274,97 kgf
e
'2T = 25,86 kgf
De forma análoga determinamos as componentes H2 e V2:
H2 = ( '2
'1 TT + ) x cos δ2
H2 = (274,97 + 25,86) x cos 11,5º
H2 = 294,80 kgf
27
V2 = )( '2
'1 TT − x sen δ2
V2 = (274,97 – 25,86) x sen 11,5º
V2 = 49,66 kgf
Abaixo representamos as forças ativas nas polias P2 e P3 do eixo e2:
A seguir representamos esquematicamente as forças e momentos reativos:
onde HA , HB , VA e VB são as reações de apoio nos mancais A e B.
28
No Plano Vertical, temos:
Reações:
ΣMA = 0 + no sentido horário
22 x VB – 33,97 x 10 – 49,66 x 15 = 0
VB = 49,30 kgf
ΣFV = o
VA =V2 + VB – V1
VA = 65 kgf
O diagrama de momento fletor para o plano vertical será:
29
No Plano Horizontal, temos:
Reações:
Σ MA = 0 positivo sentido horário.
15 x H2 + 10 x H1 – 22 x HB = 0
15 x 294,80 + 10 x 365 – 22 x HB = 0
HB = 366,91 kgf
Σ FH = 0
HA = H2 + HB – H1
HA = 296,71 kgf
O diagrama de momento fletor para o plano horizontal será então:
30
O momento resultante na seção A é maior que na seção B e vale:
MR = 22 7454422 +
MR = 4484,32 kgf x cm
Como o momento de torção na seção A é o mesmo da seção C, a seção A
corresponde à seção crítica do eixo e2.
O diâmetro do eixo de transmissão e2 pode ser calculado pela equação (1):
d = 3
22
43.32
+
e
m
fcor
af
TMk
FSσσπ
O momento de amplitude pode ser calculado pela expressão:
Ma = 2
mínmáx MM −, Mmáx = MR e Mmín = - MR → Ma = MR;
Para seção considerada constante → kf = 1;
O cálculo do momento de torção médio pode ser feito pela expressão:
31
Tm = 2
mínmáx TT +, Tmáx = 3113,91 kgf x cm e Tmín = 0
∴ Tm = 1556,95 kgf x cm
Para o cálculo de corfσ procederemos como na apostila 2:
Admitindo-se que o dimensionamento será para vida infinita, teremos as seguintes
correções para a tensão de resistência à fadiga teórica:
Fator de tamanho → FT = 0,85 para 12,5 mm ≤ d ≤ 50 mm;
Fator de acabamento → FA = A ( )brσ ;
Para aço SAE 1045 LQ: σr = 5700 kgf/cm2 e σe = 3100 kgf/cm2,
∴ FA = 0,841
Fator de temperatura → Ft = 1 para t < 70 C,
Fator de carga → FC = 1
Fator de confiabilidade → para confiabilidade de 99% a Tabela 2 da apostila 2
fornece:
Fconf = 0,814
Portanto: σn cor = 1658,38 kgf/cm2
Vamos usar um fator de segurança → FS = 2,0;
Substituindo os valores na equação 1, vem:
32
de2 = 322
310095,1556
43
38,1658 4484,32
10,232
+
xxπ
de2 = 3,82 cm
Devemos verificar agora, a profundidade do rasgo de chaveta para as polias.
Para 38,2 mm de diâmetro, da Tabela acima (Chavetas Paralelas DIN 6885),
sendo chaveta retangular, retiramos: b x t = 10 x 8 mm2, t1 = 4,7 mm (profundidade no
eixo) e t2 = 3,4 mm (profundidade no cubo).
Então, o diâmetro deve ser de 42,9 mm.
Padronizando: de2 = 45 mm.
33
ANEXOS
34
Anexo 1
35
Anexo 2
36
Anexo 3
37
Anexo 4
38
Anexo 5
FIM!