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PROF. ANDREY XAVIER
FEVEREIRO, 2008
ADMINISTRAÇÃO
FINANCEIRA E
ORÇAMENTARIA
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SUMARIO1. A FUNÇÃO FINANCEIRA NAS EMPRESAS..................................................................................... 7
1.1. FLUXO DE RECURSOS OU FUNDOS ............................................................................................... 7
1.2. OBTENÇÃO E ALOCAÇÃO DOS RECURSOS .................................................................................. 7
1.2.1. OBTENÇÃO DOS RECURSOS ........................................................................................................... 7
1.2.2. ALOCAÇÃO DOS RECURSOS........................................................................................................... 8
1.3. LIQUIDEZ E RENTABILIDADE ........................................................................................................ 8
1.3.1. LIQUIDEZ........................................................................................................................................... 8
1.3.2. RENTABILIDADE .............................................................................................................................. 9
1.3.3. LIQUIDEZ X RENTABILIDADE ........................................................................................................ 9
1.4. OBJETIVOS DA ADMINISTRACÃO FINANCEIRA.......................................................................... 9
1.5. FUNÇÕES DA ADMINISTRAÇÃO FINANCEIRA........................................................................... 10
1.5.1. ÁREAS DE DECISÕES FINANCEIRAS............................................................................................ 10
1.5.2. ORGANIZACAO DA FUNCAO FINANCEIRA................................................................................. 10
1.6. APURAÇÃO DOS RESULTADOS ECONÔMICO E FINANCEIRO ................................................. 11
1.7. EXERCICIOS SOBRE APURAÇÃO DE RESULTADOS .................................................................. 14
2. DEMONSTRAÇÕES FINANCEIRAS................................................................................................ 15
2.1. CONDIÇÕES GERAIS ...................................................................................................................... 15
2.2. BALANCO PATRIMONIAL ............................................................................................................. 15
2.2.1. ATIVO............................................................................................................................................... 16
2.2.1.1. ATIVO CIRCULANTE ...................................................................................................................... 16
2.2.1.3. ATIVO PERMANENTE..................................................................................................................... 16
2.2.2. PASSIVO........................................................................................................................................... 17
2.2.2.1. PASSIVO CIRCULANTE .................................................................................................................. 17
2.2.2.2. EXIGÍVEL A LONGO PRAZO.......................................................................................................... 18
2.2.2.3. RESULTADOS DE EXERCÍCIOS FUTUROS................................................................................... 18
2.2.2.4. PATRIMÔNIO LÍQUIDO .................................................................................................................. 18
2.3. DEMONSTRAÇÃO DO RESULTADO DO EXERCÍCIO (DRE) ....................................................... 19
2.3.1. DETALHAMENTO DAS CONTAS E DAS APURAÇÕES DOS RESULTADOS .............................. 20
2.3.1.1. RECEITA BRUTA DE VENDAS E SERVIÇOS................................................................................. 20
2.3.1.2. DEDUÇÕES ABATIMENTOS E IMPOSTOS.................................................................................... 20
2.3.1.3. RECEITA LÍQUIDA DE VENDAS E SERVIÇOS.............................................................................. 20
2.3.1.4. CUSTO DAS MERCADORIAS E SERVIÇOS VENDIDOS ............................................................... 20
2.3.1.5. LUCRO BRUTO................................................................................................................................ 20
2.3.1.6. DESPESAS OPERACIONAIS............................................................................................................ 20
2.3.1.7. LUCRO OPERACIONAL .................................................................................................................. 21
2.3.1.8. RECEITAS E DESPESAS NÃO OPERACIONAIS ............................................................................ 21
2.3.1.9. RESULTADO DA CORREÇÃO MONETÁRIA................................................................................. 21
2.3.1.10. LUCRO ANTES DO IMPOST0 DE RENDA...................................................................................... 21
2.3.1.11. PROVISÃO PARA O IMPOST0 DE RENDA E CONTRIBUIÇÃO SOCIAL...................................... 22
2.3.1.12. PARTICIPAÇÕES CONTRIBUIÇÕES .............................................................................................. 22
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2.3.1.13. LUCRO LÍQUIDO DO EXERCÍCIO.................................................................................................. 22
2.4. DEMONSTRAÇÃO DE LUCROS OU PREJUÍZOS ACUMULADOS (DLPA) .................................. 22
2.5. DEMONSTRAÇÃO DAS MUTAÇÕES DO PATRIMÔNIO LÍQUIDO.............................................. 23
2.6. DEMONSTRÇÃO DAS ORIGENS E APLICAÇÕES DE RECURSOS (DOAR)................................. 24
2.7. EXERCÍCIOS SOBRE DEMONSTRAÇÃO FINANCEIRAS ............................................................. 25
3. ANÁLISE DAS DEMONSTRAÇÕES FINANCEIRAS ...................................................................... 28
3.1. O PROCESSO DE ANÁLISE............................................................................................................. 28
3.1.1. BASES PARA A ANÁLISE ............................................................................................................... 28
3.2. PREPARAÇÃO DOS DADOS ........................................................................................................... 29
3.3. ANÁLISE VERTICAL E HORIZONTAL........................................................................................... 30
3.4. INDÍCES ECONÔMICOFINANCEIROS DE ANÁLISE ................................................................... 30
3.4.1. ÍNDICES DE LIQUIDEZ OU SOLVÊNCIA....................................................................................... 31
3.4.1.1. LIQUIDEZ GERAL (LG) ................................................................................................................... 31
3.4.1.2. LIQUIDEZ CORRENTE (LC)............................................................................................................ 31
3.4.1.3. LIQUIDEZ SECA (LS)....................................................................................................................... 32
3.4.1.4. LIQUIDEZ IMEDIATA (LI) .............................................................................................................. 32
3.4.1.5. CAPITAL CIRCULANTE LÍQUIDO (CCL)....................................................................................... 32
3.4.2. INDICES DE ENDÍVIDAMENTO E ESTRUTURA DE CAPITAIS ................................................... 32
3.4.2.1. ENDÍVIDAMENTO SOBRE O CAPITAL PROPRIO (Es/CP)............................................................ 33
3.4.2.2. ENDÍVIDAMENTO SOBRE 0 CAPITAL TOTAL (EsICT)................................................................ 33
3.4.2.3. COMPOSIÇÃO DO ENDÍVIDAMENTO (CE)................................................................................... 33
3.4.2.4. IMOBILIZAÇÃO DO PATRIMONIO LÍQUIDO (IPL) ...................................................................... 33
3.4.2.5. IMOBILIZAÇÃO DE RECURSOS NÃO CORRENTES (IRNC) ........................................................ 34
3.4.3. INDICES DE ATIVIDADE OU ROTAÇÃO (GIRO) DE RECURSOS................................................ 34
3.4.3.1. ROTAÇÃO DOS ESTOQUES DE MERCADORIAS/PRODUTOS ACABADOS (REM/PA).............. 34
3.4.3.2. ROTAÇÃO DOS ESTOQUES DE PRODUTOS EM PROCESSO (REPP) .......................................... 35
3.4.3.3. ROTAÇÃO DOS ESTOQUES DE MATERIASPRIMAS (REMP)..................................................... 35
3.4.3.4. ROTAÇÃO DO CONTAS A RECEBER (RCR).................................................................................. 35
3.4.3.5. ROTAÇÃO DE FORNECEDORES (RF)............................................................................................ 36
3.4.3.6. INTERRELAÇÃO DOS PRAZOS MEDIOS ..................................................................................... 36
3.4.4. INDICES DE LUCRATIVIDADE E RENTABILIDADE.................................................................... 37
3.4.4.1. INDICES DE LUCRATIVIDADE ...................................................................................................... 37
3.4.4.1.1. LUCRATIVIDADE OU MARGEM BRUTA (LB% ou MB) ............................................................... 37
3.4.4.1.2. LUCRATIVIDADE OU MARGEM OPERACIONAL (LOp% ou MOp) ............................................. 38
3.4.4.1.3. LUCRATIVIDADE OU MARGEM LÍQUIDA (LL% ou ML)............................................................. 38
3.4.4.1.4. LUCRATIVIDADE MARGINAL ou MARGEM DE CONTRIBUIÇÃO (LM% ou MC) ..................... 38
3.4.4.1.5. INDICE DE COBERTURA DE JUROS.............................................................................................. 38
3.4.4.2. INDICE DE RENTABILIDADE......................................................................................................... 38
3.4.4.2.1. RENTABILIDADE DO PATRIMONIO LIQUIDO (R PL).................................................................. 39
3.4.4.2.2. RENTABILIDADE DO ATIVO TOTAL (RAT) ................................................................................. 39
3.4.4.2.3. RENTABILIDADE DO ATIVO OPEARACIONAL (RAO)................................................................ 40
3.4.4.2.4. SISTEMA DE ANALISE DUPONT ................................................................................................... 40
3.4.5. INDICES DE AVALIAÇÃO DE AÇÕES ........................................................................................... 41
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3.4.5.1. LUCRO POR AÇÃO (LPA) ............................................................................................................... 41
3.4.5.2. PREÇO/LUCRO (P/L)........................................................................................................................ 41
3.4.5.3. VALOR PATRIMONIAL DA AÇÃO (VPA)...................................................................................... 42
3.4.5.4. RENTABILIDADE DA AÇÃO (RDA) ............................................................................................... 42
3.4.5.5. DIVIDENDO POR AÇÃO (DPA)....................................................................................................... 42
3.4.5.6. RETORNO DE CAIXA (RDC)........................................................................................................... 42
3.4.5.7. CAIXA/RENTABILIDADE DA AÇÃO (C/RDA) .............................................................................. 42
3.5. EXERCÍCIO SOBRE ANALISE ECONOMICA E FINANCEIRA...................................................... 43
4. ADMINISTRAÇÃO DO CAPITAL DE GIRO.................................................................................... 45
4.1. FORMAÇÃO E CONCEITOS DO CAPITAL DE GIRO..................................................................... 45
4.2. CICLO OPERACIONAL, FINANCEIRO E ECONÔMICO. ............................................................... 46
4.3. ESTRATÉGIAS DE FINANCIAMENTO ........................................................................................... 47
4.4. NECESSIDADE DE CAPITAL DE GIRO (NCG)............................................................................... 49
4.4.1. DIMENSIONAMENTO DA NCG ...................................................................................................... 49
4.5. CONFLITO ENTRE LIQUIDEZ E RENTABILIDADE ...................................................................... 51
4.6. RELAÇÃO ENTRE EXPANSÃO DAS VENDAS E CAPITAL DE GIRO .......................................... 52
4.7. NECESSIDADE DE CAPITAL DE GIRO CALCULADO EM DIAS DE VENDAS............................ 53
4.8. EXERCÍCIOS .................................................................................................................................... 56
5. ELABORAÇÃO E ANALISE DO FLUXO DE CAIXA...................................................................... 57
5.1. DEMONSTRAÇÕES DO FLUXO DE CAIXA................................................................................... 57
5.2. DEMONSTRAÇÃO DO FLUXO LÍQUIDO DE CAIXA DFLC. ...................................................... 57
5.3. EXEMPLO DE ELABORAÇÃO DAS DESC E DFLC........................................................................ 58
5.3.1. COMPOSIÇÃO DA DFLC................................................................................................................. 58
5.4. ANALISE DA GESTAO DE CAIXA ................................................................................................. 58
5.4.1. REVELAÇÕES DA DFLC ................................................................................................................. 59
5.4.2. NOVAS DEMONSTRAÇÕES............................................................................................................ 59
5.4.3. COMENTARIOS SOBRE A GESTÃO DE CAIXA – EXEMPLO....................................................... 60
5.4.4. CONFRONTO ENTRE DOAR E DFLC............................................................................................. 61
5.5. EXERCÍCIO: DEMONSTRAÇÕES FINANCEIRAS, CAPITAL DE GIRO E FLUXO DE CAIXA..... 62
6. ANÁLISE DO PONTO DE EQUILÍBRIO .......................................................................................... 63
6.1. ELEMENTOS ENVOLVIDOS ........................................................................................................... 63
6.1.1. VOLUME DE PRODUÇÃO E VENDAS ........................................................................................... 63
6.1.2. CONCEITO DE VARIABILIDADE DE CUSTOS/DESPESAS .......................................................... 63
6.2. DRE CONFORME CUSTEIO DIRETO OU MARGINAL .................................................................. 63
6.3. TIPOS DE PONTO DE EQUILÍBRIO ................................................................................................ 64
6.3.1. PONTOS DE EQUILÍBRIO ECONÔMICO E FINANCEIRO............................................................. 65
6.4. PONTOS DE EQULÍBRIO COM DIVERSOS PRODUTOS ............................................................... 66
6.5. HIPOTESES BASICAS PARA ANALISE DO PONTO DE EQUILÍBRIO.......................................... 68
6.6. MARGEM DE SEGURANCA (MS)................................................................................................... 68
6.7. EXERCÍCIOS .................................................................................................................................... 69
7. ANALISE DA ALAVANCAGEM...................................................................................................... 70
7.1. ALAVANCAGEM SOBRE OS RESULTADOS ................................................................................. 70
7.1.1. ALAVANCAGEM OPERACIONAL.................................................................................................. 70
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7.1.2. ALAVANCAGEM FINANCEIRA ..................................................................................................... 71
7.1.3. ALAVANCAGEM COMBINADA..................................................................................................... 72
7.1.4. EXEMPLO DE ANALISE DA ALAVANCAGEM SOBRE OS RESULTADOS ................................. 73
7.1.5. EXERCÍCIOS .................................................................................................................................... 73
7.2. ALAVANCAGEM FINANCEIRA SOBRE O RETORNO DO CAPITAL PRÓPRIO .......................... 74
7.2.1. RECLASSIFICAÇÕES E AJUSTES................................................................................................... 75
7.2.2. CALCULO DAS RELAÇÕES ENVOLVIDAS NA ANALISE ........................................................... 76
7.2.3. EXEMPLO AMPLIADO DE ALAVANCAGEM FINANCEIRA........................................................ 77
7.3. EXERCÍCIO SOBRE O PONTO DE EQUILÍBRIO E ALAVANCAGEM .......................................... 79
8. CUSTO DE CAPITAL ....................................................................................................................... 80
8.1. CUSTO DOS EMPRESTIMOS A LONGO PRAZO DEBENTURES................................................ 80
8.2. CUSTO DAS AÇÕES PREFERENCIAIS ........................................................................................... 80
8.3. CUSTO DAS AÇÕES ORDINARIAS ................................................................................................ 81
8.3.1. MODELO DE AVALIAÇÃO COM CRESCIMENTO CONSTANTE (MODELO DE GORDON)....... 81
8.3.2. MODELO DE PRECIFICACAO DE ATIVOS FINANCEIROS (CAPM)............................................ 82
8.4. CUSTO DE EMISSAO DE NOVAS AÇÕES ORDINARIAS.............................................................. 84
8.5. CUSTO DE LUCROS RETIDOS........................................................................................................ 84
8.6. CUSTO MEDIO PONDERADO DE CAPITAL ( CMePC).................................................................. 84
8.7. EXERCICIOS .................................................................................................................................... 85
9. POLÍTICA DE DIVIDENDOS ........................................................................................................... 86
9.1. ASPECTOS BASICOS DA POLÍTICA DE DIVIDENDOS ................................................................ 86
9.2. RELEVÂNCIA E IRRELEVANCIA DOS DIVIDENDOS .................................................................. 87
9.3. OUTRAS CONSIDERAÇÕES PARA A DEFINICAO DE UMA POLÍTICA DE DIVIDENDOS ........ 88
9.4. DISTRIBUIÇÃO DE DIVIDENDOS NO BRASIL ............................................................................. 89
9.4.1. DIVIDENDO MÍNIMO OBRIGATÓRIO ........................................................................................... 89
9.4.2. EXEMPLO DE CALCULO DOS DIVIDENDOS A PAGAR .............................................................. 90
9.5. BONIFICAÇÕES ............................................................................................................................... 91
9.5.1. PREÇO DE MERCADO DA AÇÃO APÓS BONIFICACAO.............................................................. 92
9.5.2. DESDOBRAMENTO (SPLIT) E REAGRUPAMENTO DE AÇÕES .................................................. 92
9.5.3. VALOR DOS DIREITOS DE SUBSCRIÇÃO..................................................................................... 93
9.6. JUROS SOBRE O CAPITAL PROPRIO............................................................................................. 95
10. ANALISE DE INVESTIMENTOS ..................................................................................................... 97
10.1. CARACTERÍSTICAS DOS INVESTIMENTOS................................................................................. 97
10.2. FLUXOS DE CAIXA DOS PROJETOS.............................................................................................. 97
10.2.1. COMPONENTES BASICOS DOS FLUXOS DE CAIXA ................................................................... 98
10.3. METODOS DE AVALIAÇÃO ........................................................................................................... 99
10.4. PRAZO DE RETORNO (PAYBACK).................................................................................................. 99
10.4.1. PAYBACK ATUALIZADO OU DESCONTADO ............................................................................ 100
10.5. TAXA MEDIA DE RETORNO (TMR)............................................................................................. 101
10.6. TAXA INTERNA DE RETORNO (TIR) .......................................................................................... 102
10.6.1. PRESSUPOSTO BASICO DA TIR................................................................................................... 103
10.6.2. PROJETO COM FINANCIAMENTO............................................................................................... 104
10.7. VALOR ATUAL LÍQUIDO (VAL) .................................................................................................. 105
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10.7.1. INDICE DE LUCRATIVIDADE OU RENTABILIDADE (IL).......................................................... 107
10.8. INVESTIMENTOS COM ELC CONSTANTES................................................................................ 107
10.9. PROPOSTAS COM VALORES DE INVESTIMENTOS IGUAIS E TIR DIFERENTES. .................. 108
10.10. PROPOSTAS COM DIFERENTES VALORES DE INVESTIMENTOS E TIR DIFERENTES ......... 109
10.11. PROPOSTAS COM VIDAS UTEIS DIFERENTES .......................................................................... 111
10.11.1. INVESTIMENTOS COM REPETISAO............................................................................................ 111
10.11.2. INVESTIMENTOS SEM REPETICAO ............................................................................................ 114
10.11.3. METODO DO VAUE EM INVESTIMENTOS COM ELC VARIAVEIS........................................... 115
10.12. EXERCICIO .................................................................................................................................... 116
11. RISCO, RETORNO E MERCADO................................................................................................... 117
11.1. RISCO E RETORNO ESPERADO ................................................................................................... 117
11.1.1. MEDIDAS ESTATISTICAS............................................................................................................. 118
11.1.2. RELAÇÃO RISCO/RETORNO E INVESTIDOR ............................................................................. 122
11.2. RETORNO ESPERADO DE UM PORTFOLIO................................................................................ 123
11.3. DIVERSIFICAÇÃO DO RISCO....................................................................................................... 124
11.3.1. REDUÇÃO DO RISCO PELA DIVERSIFICAÇÃO ......................................................................... 124
12. BIBLIOGRAFIA.............................................................................................................................. 127
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1. A FUNÇÃO FINANCEIRA NAS EMPRESAS
Todas as atividades da empresa envolvem recursos financeiros e orientamsepara a obtenção de lucros.
Os recursos oriundos dos proprietários e de terceiros encontramse aplicados emativos necessários a operacionalização da empresa, visando a geração de lucro e opagamento pontual das obrigações financeiras assumidas, inclusive dos dividendos.
A função financeira consiste na gestão de recursos movimentados por todos ossetores da empresa, sendo a responsável pela obtenção dos recursos necessários e aotimização do uso desses recursos.
Entendese por recursos ou fundos os recursos financeiros compreendendo tantoo numerário quanto os direitos e obrigações decorrentes de transações a credito.
1.1. FLUXO DE RECURSOS OU FUNDOS
Uma empresa requer investimentos em ativos permanentes, especialmente asimobilizações que dão sustentação estrutural às suas operações, e em ativosoperacionais, basicamente estoques e contas a receber por vendas a prazo, necessários aOperacionalização da empresa.
Outros recursos são necessários para atender os dispêndios com pessoal, outroscustos de fabricação e diversas despesas operacionais, bem como para manter certaquantia em moeda exigida pelos pagamentos diários.
Todos esses recursos são financiados pelos proprietários da empresa (capitalpróprio incluindo as integralizações de capital social e os lucros retidos) e por terceiros(empréstimos e financiamentos, debêntures, leasing e créditos de fornecedores).
As receitas de vendas e/ou serviços constituem a principal fonte operacional derecursos financeiros e de lucros, que permitem a liquidação dos compromissos e aremuneração aos proprietários pelo investimento realizado.
1.2. OBTENÇÃO E ALOCAÇÃO DOS RECURSOS
A função financeira cabem duas atribuições básicas:1ª) obtenção dos recursos nas melhores condições possíveis; e2ª) alocação eficiente desses recursos
1.2.1. OBTENÇÃO DOS RECURSOS
As fontes de recursos a disposição da empresa podem ser classificadas em:a Recursos próprios (capital integralizado, reservas e lucros retidos) e recursos de
terceiros (dívidas contraídas);b Recursos permanentes (recursos próprios e dívidas de longo prazo) e recursos
temporários (dívidas de curto prazo); ec Recursos onerosos (provocam despesas financeiras) e recursos não onerosos.
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Deve haver adequação entre as fontes e as aplicações dos recursos em termos de prazose custos, como:
a Ativos permanentes, cujo investimento e recuperado a longo prazo, devem serfinanciados com recursos permanentes;
b Os encargos financeiros incidentes sobre empréstimos e financiamento, quereduzem o lucro, devem ser compatíveis com o retomo esperado;
c Os créditos junto a fornecedores envolvem custo financeiro a ser mensurável, epodem ser de curto prazo devido a sua utilização;
d Os recursos próprios envolvem um custo implícito que corresponde a expectativade lucros dos proprietários, estabelecida com base em outras aplicações possíveis.
1.2.2. ALOCAÇÃO DOS RECURSOS
Diz respeito a otimização no uso dos recursos para que se obtenha rentabilidadesatisfatória e se preserve a capacidade de pagamento dos compromissos nosvencimentos.
Ao aplicar recursos nos ativos, esperase que cada ativo contribua direta ouindiretamente para a geração de receitas e, conseqüentemente, de lucros. Recursosinvestidos em imobilizações paradas ou ociosas não propiciam retorno, assim como osexcessos de estoques e de contas a receber de clientes.
É comum o conflito de interesses entre a área financeira e outras áreas daempresa que tendem a provocar a manutenção de excesso de estoques, como segurançaàs atividades de compras, produção e vendas, e a concessão de prazos dilatados defaturamento, como incentivo ao aumento das vendas.
A administração financeira atuara no sentido de evitar capacidade ociosa dasinstalações e os excessos de estoques e de contas a receber, considerando o custo dosrecursos aplicados nos mesmos e os seus efeitos sobre a rentabilidade das operações.
1.3. LIQUIDEZ E RENTABILIDADE
A administração financeira envolve dois conceitos: liquidez (pagamento doscompromissos financeiros nos vencimentos) e rentabilidade (retorno do capitalinvestido pelos proprietários)
1.3.1. LIQUIDEZ
As empresas não podem prescindir do credito concedido por seus fornecedores epelas instituições financeiras. Caso deixem de liquidar seus compromissospontualmente, sofrerão restrições de credito, e com isso poderão enfrentar dificuldadesna manutenção normal das operações.
A insolvência pode ocorrer devido ao excesso de imobilizações ou de estoques, aconcessão de prazos longos aos clientes, ou, ainda, a utilização de fontes definanciamento inadequadas.
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Os estoques de matériasprimas precisam ser transformados em produtosacabados o que demanda tempo. Os estoques de produtos acabados necessitam servendidos, envolvendo mais tempo. As vendas a prazo precisam ser cobradas,implicando mais tempo, inclusive por atrasos. Enquanto isso, existem obrigações apagar, como salários, impostos, fornecedores, etc.
Os descompassos entre os recebimentos e os pagamentos devem ser previstospara que as decisões pertinentes possam ser tomadas em tempo hábil.
1.3.2. RENTABILIDADE
As atividades empresariais estão orientadas para a obtenção de lucros, os quaisrelacionados com o investimento realizado, fornecem a medida da remuneração dosrecursos aplicados, denominada taxa de rentabilidade ou taxa de retorno.
A rentabilidade pode ser apurada considerando todos os recursos investidos naempresa (próprio ou de terceiros), ou, em especial, os recursos aplicados pelosproprietários.
O retorno obtido pelos proprietários deve ser comparado com o desejado poreles, em função do risco assumido e das demais oportunidades oferecidas pelo mercadopara o mesmo grau de risco.
Tal risco é decorrente da possibilidade das vendas não atingirem os níveisdesejáveis, ocasionando uma redução no lucro operacional em maior proporção (riscooperacional) ou de diferença entre a taxa de rentabilidade das operações e a taxareferente ao custo do capital de terceiros onerosos.
1.3.3. LIQUIDEZ X RENTABILIDADE
A preservação de liquidez implica a necessidade de ser mantido certo volume derecursos sob a forma de disponibilidades, que representam fundos ociosos ou aplicadosa curtíssimo prazo a taxas reduzidas, e de recursos permanentes para o financiamento docapital de giro não financiado pelos fornecedores, cujo retorno, também, e nulo oureduzido.
Tais investimentos comprometem a rentabilidade, porém, se não efetuadoscomprometem a liquidez, em função da dependência da realização do capital de giro eda maior dependência de empréstimos de curto prazo utilizados em substituição aosrecursos permanentes.
1.4. OBJETIVOS DA ADMINISTRACÃO FINANCEIRA
O objetivo primordial da administração financeira, decorrente da rentabilidade, éa maximização da riqueza dos proprietários, representada pelo valor de mercado daempresa, que corresponde ao valor atual de seus lucros futuros.
Entretanto, uma ressalva deve ser feita: a empresa deve obter a máximarentabilidade, porém sem prejudicar a sua liquidez, sob pena de comprometer acontinuidade de suas atividades.
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A maximização da riqueza envolve os seguintes aspectos:a Perspectiva de longo prazo: investimentos em tecnologia, novos produtos, etc.,
sacrificando a rentabilidade atual em beneficio de resultados futurosb Valor do dinheiro no tempo: avaliação dos projetos de investimentos com base
numa taxa mínima de retorno exigida para que o valor de mercado da empresanão se altere;
c Retorno do capital próprio: remuneração dos proprietários mediante dividendose valorização das ações;
d Risco: o retorno deve ser compatível com o risco assumido;e Dividendos: distribuição regular de dividendos.
1.5. FUNÇÕES DA ADMINISTRAÇÃO FINANCEIRA
Podese dizer que a administração financeira começa onde termina aContabilidade. Os dados brutos oferecidos pela Contabilidade devem ser transformadosem informações que permitirão ao administrador financeiro:
a Avaliar a situação econômicofinanceira da empresa;b Tomar decisões, corrigindo o rumo indesejado; ec Desenvolver planos operacionais e de investimentos.
1.5.1. ÁREAS DE DECISÕES FINANCEIRAS
Podem ser identificadas três áreas de decisões financeiras:
a Decisões de investimentos: referemse a administração da estrutura do ativo e aimplementação de novos projetos.
b Decisões de financiamento: visam montar a estrutura financeira mais adequada aoperacionalização da empresa e aos novos projetos.
c Decisões relativas à destinação do lucro: referemse à determinação do valor aser distribuído e da parcela a ser retida para financiar a expansão das atividadesou reduzir a dependência de fontes onerosas.
1.5.2. ORGANIZACAO DA FUNCAO FINANCEIRA
Normalmente é desempenhada por três executivos:
a Diretor Financeiro: principal executivo da área financeira; formula a políticafinanceira global; coordena as atividades do Tesoureiro e do Controller; erepresenta a empresa nos assuntos financeiros.
b Tesoureiro: responsável pela liquidez da empresa, administra os fluxos derecursos financeiros; e mantém relações com as instituições financeiras.
c Controller: está constantemente preocupado com a rentabilidade; coordena aContabilidade; realiza a analise econômica e financeira; elabora o planejamentoe controle orçamentário.
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1.6. APURAÇÃO DOS RESULTADOS ECONÔMICO E FINANCEIRO
Tendo em vista que os objetivos da administração financeira se resumem narentabilidade, cuja obtenção dependem dos lucros gerados pelas atividades da empresa,e na liquidez, cujo cumprimento depende das disponibilidades financeiras, tornaseprimordial, periodicamente, a apuração correta do resultado econômico (lucro) e doresultado financeiro (caixa).
Esses resultados apresentam diferenças entre si, uma vez que a determinação dolucro obedece ao regime de competência e a do resultado financeiro ao regime de caixa.
De acordo com o regime de competência as receitas e as despesas sãoconsideradas como realizadas em função da ocorrência do seu fator gerador e não emfunção do recebimento, no caso de receita, ou do pagamento, no caso de despesa.
Diferentemente, no regime de caixa são consideradas como receitas apenas asrecebidas, constituindo entradas de caixa, e como despesas apenas as desembolsadas,constituindo saídas de caixa.
Enquanto o lucro (resultado econômico) é apurado pela diferença entre asreceitas e as despesas, o saldo de caixa (resultado financeiro) e apurado pela diferençaentre os recebimentos e os pagamentos. Convém destacar que o resultado financeiroincluem outras entradas como aumento de capital e empréstimos e outras saídas comoamortização de empréstimos e pagamentos resultantes da compra de ativosimobilizados.
No processo de apuração desses resultados, bem como da situação patrimonialda empresa, outros conceitos também estão envolvidos, sendo necessária a distinçãoentre eles. Assim sendo, utilizaremos as seguintes definições:
GASTO: toda e qualquer compra ou aquisição de bens ou serviços para aempresa, implicando em pagamento ou promessa de pagamento. Exemplos: compra deuma maquina, compra de mercadorias, compra de materiais, gasto com pessoal, gastocom energia, etc.
CUSTO: gasto consumido ou utilizado na produção de bens ou serviços, diretaou indiretamente: Exemplos: custo de matériaprima, custo de mãodeobra, custo dealugueis, custo de energia, etc.
DESPESA: consumo de bens ou serviços que direta ou indiretamentecontribuem para a geração de receitas. Exemplos: custo das mercadorias ou produtosvendidos, despesas de pessoal, despesas de aluguéis, despesa de depreciação, despesa deenergia, etc. Observase que os custos de produção ou os gastos com a compra demercadorias se transformam em despesas (CPV ou CMV) quando da venda dosprodutos e/ou mercadorias e no valor correspondente apenas aos vendidos. Nos setoresadministrativos e de vendas o consumo ou a utilização dos bens e serviços constituemdespesas, sem passar pela fase de custo.
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INVESTIMENTO: gasto ativado em decorrência do consumo ou utilização emperíodos futuros ou de sua vida util. Exemplos: materiais não consumidos e quepermanecem em estoque, maquinas, equipamentos, veículos, etc.
PERDA: consumo anormal e involuntário de bens ou serviços, constituindoseem prejuízo no período da sua ocorrência. Exemplos: materiais deteriorados, perdascom incêndios, estoques obsoletos, mãodeobra em greve, etc.
DESEMBOLSO: pagamento correspondente a aquisição de bens ou serviços.Exemplos: pagamento de pessoal, pagamento aos fornecedores, etc.
RECEITA: entrada de elementos para o ativo, em dinheiro ou direitos a receber,correspondentes, normalmente, a venda de produtos ou mercadorias e a prestação deserviços, ocorrendo a sua realização com a entrega dos produtos ou mercadorias ou coma prestação dos serviços aos clientes. Uma receita também pode decorrer de aplicaçõesfinanceiras e de outros ganhos eventuais.
RECEBIMENTO: entrada de dinheiro decorrente, principalmente, de receitas,e de outros eventos como integralização de capital pelos proprietários e empréstimosbancários.
EXEMPLO: um atelier adquiriu 100 metros de tecido por $20 o metro, sendo40% a vista e 60% para pagamento em 30 dias, consumindo 80 metros na produção domês de 40 vestidos. A folha de pagamento do pessoal totalizou $3.000, sendo 60% dosetor de produção, 25% do setor de administração e 15% do setor de vendas. Outrasaquisições no total de $1.200 foram efetuadas, sendo 50% consumidas na produção,30% no setor administrativo e 10% no setor de vendas. As vendas no mês totalizaram30 vestidos a $180 cada, sendo 55% a vista e 45% a prazo (mês seguinte). Ainda nomês, a empresa pagou 35% da folha de pagamento e 30% das outras aquisições e jogoufora 2 vestido danificados e sem recuperação. Calcular o valor dos gastos, custos,despesas, investimentos, perdas, desembolsos, receitas e recebimentos, e apurar osresultados econômicos e financeiros.
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GASTOS: compra de tecido (100m x $20) $ 2.000folha de pagamento $ 3.000outras aquisições $ 1.200
$ 6.200
CUSTOS: matériaprima (80m x $20) $ 1.600mãodeobra ($3.000 x 60%) $ 1.800diversos ($1.200 x 50%) $ 600
$ 4.000
CUSTO UNITARIO ($4.000/40) $ 100
DESPESAS: custo dos produtos vendidos (CPV) (30 x $ 100) $ 3.000
de vendas: pessoal ($3.000 x 15%) $ 450diversos ($1.200 x 10%) $ 120
$ 570
administrativas: pessoal ($3.000 x 25%) $ 750diversos ($1.200 x 30%) $ 360
$ 1.110
($ 3.000 + $ 570 + $1.110) $ 4.680
INVESTIMENTOS: estoque de matériaprima (20m x $20) $ 400estoque de vestidos (8 x $100) $ 800
$ 1.200
PERDAS: vestidos danificados e sem recuperação (2 x $100) $200
RESULTADO ECONOMICO: Receita (30 x $180) $ 5.400() CPV (30 x $ 100) $ 3.000Lucro bruto $ 2.400() Despesas operacionais $ 1.680() Perdas $ 200Lucro operacional $ 520
RESULTADO FINANCEIRO: Recebimentos de vendas ($5.400 x 55%) $2.970() Pagamentos (desembolsos)
Matériaprima (2.000 x 40%) $ 800Folha de pagamento ($3.000 x 35%) $1.050Outras aquisições ($1.200 x 30%) $ 360
$2.210
Resultado financeiro ($2.970 $2.210) $ 760
Conforme já havíamos mencionado o resultado econômico (lucro) e o financeiro(caixa) não são iguais. Embora a empresa tenha vendido $ 5.400, ela recebeu apenas$2.970, ficando o restante a receber. Da mesma forma, nem todos os gastos foramconsumidos ou pagos, assim como nem todos os vestidos produzidos foram vendidos,provocando as diferenças de valores entre gastos, custos, despesas e desembolsos.
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1.7. EXERCICIOS SOBRE APURAÇÃO DE RESULTADOS
1. A empresa industrial TIRO CERTO apresenta os dados abaixo, correspondentes a umdeterminado mês. Com base nos mesmos, calcular o valor dos gastos, custos e despesas,e apresentar a demonstração do resultado econômico (DRE) e do resultado financeiro(fluxo de caixa).a) produção = 500 un. e vendas = 400 un. a $100 cada, sendo recebidas no mês 60%;b) matériaprima adquirida = 1.200kg a $10 o quilo, sendo pagos no mês 60%. Oconsumo na produção foi de 1.000 kg.c) Folha de pagamento do mês = $20.000, sendo 70% da produção, 20% da área devendas e 10% da administração. Foi pago no mês o valor correspondente a 40% dafolha de pagamento.d) Diversas aquisições = $ 5.000, sendo 40% utilizadas na produção, 30% na área devendas, e 30% na administração. Foram pagas no mês 50% dessas aquisições.
2. A Cia Maria Mole produziu no mês 200 un. de um produto e vendeu 180 un. a $70cada uma, sendo 40% à vista e 60% a prazo (30 dias). Adquiriu nesse mês 500m dematériaprima a $8 o metro, sendo 35% a vista e 65% a prazo (45 dias), consumindosena produção 400m. A folha de pagamento foi de $5.000, compreendendo o setor deprodução (60%), o setor de vendas (25%) e o setor de administração (15%). Outrosgastos atingiram $2.000, dos quais 70% foram utilizados na produção, 20% no setor devendas e 10% no setor administrativo. No mês a empresa pagou 40% da folha depagamento e 70% dos outros gastos. Pedese:a) Calcular o valor dos gastos, custos e despesas do mês; eb) Elaborar as demonstrações do resultado econômico (DRE) e do resultado financeiro(fluxo de caixa) do mês.
3 A Cia QUITUTE produziu em janeiro 400 un. de um produto e vendeu 350 un. a$60 cada, sendo 45% a vista e 55% a prazo (30 dias). A matériaprima adquirida no mêsfoi de 1.000 kg a $10 o quilo, sendo 60% à vista e 40% a prazo (30 dias), consumindose na produção 2kg por unidade. A folha de pagamento foi de $8.000, compreendendo osetor da produção (65%), o setor de vendas (15%) e o setor administrativo (20%).Outros gastos atingiram $4.000, dos quais 60% utilizados na produção, 25% no setor devendas e 15% no setor administrativo. Em janeiro a empresa pagou 40% da folha depagamento e 50% dos outros gastos. Pedese:a) Calcular o valor dos gastos, custos e despesas de janeiro;b) Elaborar as demonstrações do resultado econômico (DRE) e do resultado financeiro(fluxo de caixa) de janeiro.
4 Com base nos dados da Cia SABICHAO, referentes a um determinado mês, calcularo valor dos gastos, custos e despesas, elaborar a demonstração do resultado econômico(DRE) e do resultado financeiro (fluxo de caixa) do mês:a) Produção = 1.000 unidades, das quais 800 unid. foram vendidas a $300 cada, sendo55% a vista e 45% a prazo (60 dias);b) Matériaprima adquirida = 3.500 m a $25 o metro, sendo 40% a vista e 60% a prazo(45 dias). O consumo por unidade produzida foi de 3m.c) Salários e encargos = $ 100.000, sendo 60% da produção, 25% do setor de vendas e15% do setor administrativo. Foram pagos no mês 62,5% da folha de pagamento.d) Diversas aquisições = $80.000, sendo 50% utilizadas na produção, 20% no setor devendas e 30% no setor administrativo. Foram pagas no mês 55% dessas aquisições.
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2. DEMONSTRAÇÕES FINANCEIRAS
2.1. CONDIÇÕES GERAIS
As sociedades por ações são obrigadas, conforme e Lei das Sociedades por Ações(Lei nº 6.404), a elaborar e publicar as seguintes demonstrações financeiras:
a Balanço Patrimonial;b Demonstração dos Lucros ou Prejuízos Acumulados (DLPA), ou a
Demonstração das Mutações Patrimoniais;c Demonstração do Resultado do Exercício (DRE), ed Demonstração das Origens e Aplicações de Recursos (DOAR).
Como a legislação fiscal estendeu as determinações da Lei das S.A. aos demaistipos de sociedade, todas as empresas, no Brasil, elaboram suas demonstraçõesfinanceiras sob a forma prevista na referida Lei.
Além dessas demonstrações, existe a complementação obrigatória por meio deNotas Explicativas e, se for o caso, de outros quadros analíticos ou demonstraçõescontábeis necessárias para esclarecimentos da situação patrimonial e dos resultados doexercício.
A companhia fechada com patrimônio líquido inferior a R$ 1.000.000, na data dobalanço, não estará obrigada a elaboração e publicação da Demonstração das Origens eAplicações de Recursos.
As demonstrações financeiras do exercício deverão conter os valores respectivosdo exercício, anterior, e os valores expressos em milhares de Reais.
2.2. BALANCO PATRIMONIAL
O Balanço Patrimonial é a demonstração financeira que apresenta a situaçãopatrimonial da empresa em determinado momento (demonstração estática).
Encontrase dividido em 2 grandes grupos: ATIVO, que compreende os bens edireitos, e PASSIVO, que compreende as obrigações com terceiros (Passivo Exigível) eas obrigações com os proprietários (Patrimônio Liquido), os quais estão assimsubdivididos:
a ATIVO: circulante, realizável a longo prazo e permanente, estando este últimosubdividido em: investimentos, ativo imobilizado e ativo diferido.
b PASSIVO: circulante e exigível a longo prazo, que compõem o passivo exigível,resultados de exercícios futuros e patrimônio liquido, estando este último subdivididoem: capital, reservas de capital, reservas de reavaliação, reservas de lucros e lucros ouprejuízos acumulados.
A partir dessa estrutura básica, e possível pormenorizar cada grupo, de acordocom a forma de apresentação constante da pagina seguinte:
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2.2.1. ATIVO
No ativo as contas devem ser dispostas em ordem decrescente do grau deliquidez dos elementos nelas registrados, ou seja, em primeiro lugar são apresentadas ascontas mais rapidamente conversíveis em dinheiro.
2.2.1.1. ATIVO CIRCULANTE
Engloba as disponibilidades, os direitos realizáveis em até 1 ano, estoques edespesas antecipadas realizáveis, também, em ate 1 ano. "Realizar" em contabilidadesignifica: "converter", "mudar', "transformar", e não apenas receber em dinheiro.
a Disponibilidades: caixa, bancos conta movimento e aplicações de liquidezimediata.
b Direitos Realizáveis: valores a receber de clientes (duplicatas a receber, saquesde exportação) acompanhadas de suas contas redutoras (duplicatas descontadas,saques de exportações descontadas e provisão para devedores duvidosos),aplicações financeiras (títulos e valores mobiliários), e outros valores a receber(títulos a receber, adiantamentos a funcionários e a terceiros sem vinculo com ofornecimento de bens/serviços, impostos a recuperar, cheques em cobrança,etc.).
c Estoques: produtos acabados, mercadorias para revenda, produtos em processo,matériaprima materiais auxiliares e de embalagem, importações em andamento,almoxarifado (materiais de escritório, de limpeza, etc.), e adiantamento afornecedores.
d Despesas antecipadas: recursos aplicados em benefícios ou serviços que aindaserão usufruídos no exercício seguinte: seguros, assinaturas de publicações,anuidades, encargos financeiros relativos a duplicatas descontadas, etc. Osencargos financeiros sobre empréstimos e financiamentos devem aparecersubtrativamente a eles no passivo exigível.
2.2.1.2. ATIVO REALIZÁVEL A LONGO PRAZO
Integram este grupo os direitos realizáveis após o termino do exercício seguinte(após 1 ano), assim como, independente do prazo de vencimento, os derivados devendas e, os adiantamentos ou empréstimos a sociedades coligadas ou controladas,diretores, acionistas ou participantes no lucro da companhia, que não constituíremnegócios usuais na exploração do objeto da mesma.
De uma forma geral, são classificáveis no realizável a longo prazo as contas damesma natureza das do ativo circulante, porem com o período de realização superior a 1ano.
2.2.1.3. ATIVO PERMANENTE
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Os bens em uso por mais de um exercício social, que perdem sua utilidade pordesgaste, ação da natureza ou absolescência, classificamse no Ativo Permanente. Essesbens não são objeto de venda, e sim necessários para a empresa atingir a seus objetivosde produção e comercialização. Do mesmo modo, a empresa pode ter direitosconsiderados permanentes, por não haver a intenção na sua alienação, comoparticipações em outras empresas, imóveis não destinados ao uso, investimentoscompulsórios, etc.
Também são classificados como permanentes, as aplicações de recursos emdespesas que beneficiarão os exercícios futuros como os gastos préoperacionais, porexemplo, e determinados bens que, embora, não se destinem as atividades da empresa,não são objeto de negociação como as obras de arte, imóveis para futura utilização, etc.
O Ativo permanente encontrase subdividido em:
a Investimentos: não se destinam às atividades da empresa: participaçõespermanentes em outras sociedades, obras de arte, imóveis para futurautilização, imóveis não destinados ao uso, etc.
b Ativo imobilizado: destinados as atividades da empresa, ou exercidas comessa finalidade: terrenos e edificações; instalações; maquinas eequipamentos; móveis e utensílios; veículo; ferramentas; marcas e patentes;direitos sobre recursos minerais; benfeitorias em propriedades arrendadas;imobilizações em andamento, etc.
c Ativo Diferido: aplicações de recursos em despesas que contribuirão para aformação do resultado de mais de um exercício social corno: gastos deimplantação e préoperacionais, inclusive os juros pagos ou creditados aosacionistas antes do inicio das operações, pesquisa e desenvolvimento deprodutos e gastos de reorganização.
2.2.2. PASSIVO
No passivo classificamse em primeiro lugar as contas cuja exigibilidade ocorreantes.
2.2.2.1. PASSIVO CIRCULANTE
É representado pelas obrigações da empresa cujo vencimento devera ocorrerdentro do exercício social seguinte (até 1 ano). Pode ser classificado em:
a Fornecedores: se origina das compras a prazo, no mercado nacional ou noexterior, de matériaprima; mercadorias destinadas a revenda; maquinas;equipamentos, etc., não financiados por instituições financeiras, e outrosmateriais.
b Empréstimos e Financiamentos: recursos obtidos junto as instituições financeiraspara financiamento do capital de giro ou das imobilizações. Normalmenteutilizase a expressão "empréstimos" para os recursos tornados para a livreaplicação pela empresa, e a expressão "financiamentos” para os destinados aaquisição de itens do imobilizado.
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c Obrigações Fiscais: impostos, taxas e contribuições a recolher.
d Outras Obrigações: salários a pagar, encargos sociais a recolher, adiantamentode clientes, juros a pagar, outras contas a pagar.
e Provisões: encargos e riscos já conhecidos, cujos valores são calculáveis, mesmopor estimativas como provisão para 13º salário, provisão para ferias, provisãopara gratificações e participações de empregados e administradores, provisãopara riscos, com multas ou ações judiciais, etc.
2.2.2.2. EXIGÍVEL A LONGO PRAZO
Compreende as obrigações da empresa vencíveis a prazo superior a um ano.Normalmente, os créditos superiores a um ano ocorrem por contratos firmados cominstituições financeiras (empréstimo e financiamentos).
Excepcionalmente podem surgir créditos de longo prazo decorrentes denegociações com terceiros, onde se estabelecem prazos de vencimento após um ano.
2.2.2.3. RESULTADOS DE EXERCÍCIOS FUTUROS
Compreende receitas de exercícios futuros, diminuídas dos custos e despesas aelas correspondentes. Entretanto, somente deve englobar tais receitas menos despesas,ou seja, resultados futuros recebidos ou faturados antecipadamente, para os quais nãohaja qualquer tipo de obrigação de devolução por parte da empresa.
EXEMPLO: aluguel recebido antecipadamente, mas cujo contrato estabeleça que nãohaverá reembolso, mesmo que o locatário devolva antes o imóvel.
Quando os valores recebidos envolverem uma contraprestação futura, sãoclassificados no passivo exigível como, por exemplo, adiantamentos recebidos declientes por conta de fornecimento de bens ou serviços.
2.2.2.4. PATRIMÔNIO LÍQUIDO
No balanço patrimonial, a diferença entre o valor dos ativos e dos passivosexigíveis e resultados de exercícios futuros representa o patrimônio líquido, que é ovalor contábil que pertence aos acionistas sócios.
O patrimônio líquido é dividido em:
a Capital Social: representa os valores recebidos pela empresa, provenientes dosproprietários ou dos resultados gerados pela empresa (transferências das contas de reservase lucros acumulados), e que estão formalmente incorporados ao Capital. O valor do capitalque deve constar do patrimônio líquido é o realizado, ou seja, o total efetivamenteintegralizado pelos proprietários. Dessa forma, se existir parcela do capital nãointegralizada, a empresa apresentará a conta de Capital Social Subscrito e a conta devedorade capital a integralizar, sendo que o líquido entre ambas representa o capital realizado.
b Reservas de Capital: referemse a acréscimos patrimoniais que não transitaram peloresultado como receitas:
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− Correção monetária do capital realizado enquanto não capitalizado;− Ágio na emissão de ações; valor excedente em relação ao valor nominal;− Doação de bens e subvenções concedida pelo governo à empresa para investimento.
c Reservas de Reavaliação: acréscimos de valor atribuído a elementos do ativo acima dosíndices de correção monetária.
d Reservas de Lucros: lucros obtidos pela empresa e retidos com finalidade específicas:− Reserva legal: constituída na base de 5% do lucro liquido do exercício, até seu valor
atingir a 20% do capital social realizado, ou até a sua soma as reservas de capital,exceto a correção monetária, atingir a 30% do capital social realizado.
− Reservas estatutárias: constituídas por determinação estatutária e com finalidadesespecíficas.
− Reservas para contingências: constituída para compensar, em exercícios futuros, adiminuição do lucro decorrente da perda julgada anterior.
− Reservas de lucros a realizar: constituída para reter parcela de lucros ainda não realizadafinanceiramente.
− Reserva de lucros para expansão: constituída para atender a projeto de investimento.
e Lucros ou Prejuízos Acumulados: saldo restante dos lucros ou prejuízos após asdestinações para reservas de lucros e dividendos distribuídos.
f Ações em Tesouraria: ações da empresa adquiridas pela própria empresa, cujo valor deveráser destacado como dedução da conta patrimônio líquido que registrar a origem dosrecursos aplicados na sua aquisição.
2.3. DEMONSTRAÇÃO DO RESULTADO DO EXERCÍCIO (DRE)
Essa demonstração sintetiza as operações da empresa no exercício, demonstradasna forma dedutiva, destacando os resultados nos diversos níveis de apuração ate aobtenção do resultado líquido do exercício (lucro ou prejuízo), que será transferido paralucros ou prejuízos acumulados.
A Demonstração do Resultado do Exercício (DRE) tem como estrutura básica aseguinte:
DEMONSTRAÇÃO DO RESULTADO DO EXERCÍCIORECEITA BRUTA DE VENDAS E SERVICO() Deduções, Abatimentos e Impostos
RECEITA LÍQUIDA DE VENDAS E SERVIÇOS() Custos das Mercadorias e Serviços Vendidos
LUCRO BRUTO() Despesas Operacionais
Despesas com VendasDespesas Gerais e AdministrativasEncargos Financeiros LíquidosOutras Receitas e Despesas Operacionais
LUCRO OPERACIONAL+ Receitas não Operacionais() Despesas não Operacionais+ ou Resultado da Correção Monetária (eliminado em 1996)
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LUCRO ANTES DO IMPOSTO DE RENDA E CONTRIBUIÇÃO SOCIAL() Provisão para Imposto de Renda e Contribuição Social() Participações e ContribuiçõesLUCRO LÍQUIDO DO EXERCÍCIOLucro por Ação do Capital Social
2.3.1. DETALHAMENTO DAS CONTAS E DAS APURAÇÕES DOSRESULTADOS
2.3.1.1. RECEITA BRUTA DE VENDAS E SERVIÇOS
Referese ao valor das vendas de bens e serviços, a vista e a prazo, realizadas nomercado interno ou no exterior.
2.3.1.2. DEDUÇÕES ABATIMENTOS E IMPOSTOS
As deduções referemse às vendas devolvidas ou canceladas.
Aos abatimentos referemse aos descontos concedidos aos clientes posteriormentea entrega dos produtos, por defeitos de qualidade ou danos sofridos no transporte, etc.Não incluem os descontos dados no momento da venda, que são uma redução direta nasnotas fiscais, e também os descontos por pagamentos antecipados que representamdespesas financeiras.
Caso a empresa registra as vendas brutas pelos preços normais, e debita osdescontos concedidos em conta específica, tal conta deve figurar como redução dasvendas brutas.
Os impostos referemse aos incidentes sobre vendas e serviços (IPI, ICMS, ISS,PIS Sobre Faturamento, COFINS, etc.)
2.3.1.3. RECEITA LÍQUIDA DE VENDAS E SERVIÇOS
Consiste na parcela da receita bruta após a subtração das deduções, abatimentose impostos. Representa a principal fonte de recursos e de lucros gerados pelasoperações.
2.3.1.4. CUSTO DAS MERCADORIAS E SERVIÇOS VENDIDOS
Corresponde aos custos decorrentes da produção (indústria) ou da compra demercadorias (comércio) relativos aos produtos ou mercadorias vendidas. No caso deserviços prestados, corresponde aos custos apropriados pela sua ocorrência.
2.3.1.5. LUCRO BRUTO
Representa a diferença entre a Receita Liquida de Vendas e Serviços e o Custodas Mercadorias e Serviços Vendidos.
2.3.1.6. DESPESAS OPERACIONAIS
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Compreendem as despesas necessárias para a empresa funcionar, isto é, venderadministrar e financiar suas atividades. Os resultados líquidos das atividades acessóriasda empresa são também consideradas operacionais. Essas despesas estão assimclassificadas:
a Despesas com Vendas: representam as despesas necessárias para as vendas, bemcomo as de promoção e distribuição dos produtos no mercado, e ainda, os riscosassumidos pela venda (garantias e provisão para devedores duvidosos).
b Despesas Gerais e Administrativas: compreendem as despesas incorridas para adireção e execução das atividades administrativas, bem como as despesas geraisque beneficiam os negócios da empresa.
c Encargos Financeiros Líquidos: representam a diferença entre as despesasfinanceiras (remuneração para terceiros que financiam a empresa) e as receitasfinanceiras (rendimentos obtidos nas diferentes modalidades de aplicaçõesfinanceiras).
d Outras Receitas e Despesas Operacionais: são oriundas das atividades acessóriasdo objeto social da empresa como resultado das participações em outrassociedades, vendas de sucatas, renda de alugueis, etc.
2.3.1.7. LUCRO OPERACIONAL
Referese ao que sobra após subtrair do lucro as despesas operacionais eadicionar as outras receitas operacionais.
Essa apuração parcial não corresponde ao conceito correto do lucro operacionalque deveria espelhar o resultado gerado pela atividade básica da empresa. Deste modo,além da exclusão das despesas e receitas financeiras (este assunto ainda gera muitapolêmica) outras despesas e receitas também deveriam ser excluídas por não estaremassociadas à atividade básica da empresa.
2.3.1.8. RECEITAS E DESPESAS NÃO OPERACIONAIS
São constituídas basicamente de ganhos e perdas de capital relativos à venda oubaixa de elementos que integram o Ativo Permanente.
2.3.1.9. RESULTADO DA CORREÇÃO MONETÁRIA
Corresponde às contrapartidas da correção monetária do Ativo Permanente e doPatrimônio Líquido. O saldo devedor constitui uma despesa dedutível para fins deimposto de renda e o saldo credor será uma receita tributável. Tal correção foieliminada, a partir de 1996, pela Lei 9249/95.
2.3.1.10. LUCRO ANTES DO IMPOST0 DE RENDA
Referese ao resultado após a dedução de todas as despesas e a inclusão dasdemais receitas.
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2.3.1.11. PROVISÃO PARA O IMPOST0 DE RENDA E CONTRIBUIÇÃOSOCIAL
Corresponde aos valores do imposto de renda e da contribuição social a seremprovisionados, pois poderão ter pequenas diferenças com que finalmente serãodeclarados e pagos no exercício seguinte.
2.3.1.12. PARTICIPAÇÕES CONTRIBUIÇÕES
Representam para a empresa despesas proporcionais ao lucro, em virtude departicipações de debêntures, empregados, administradores e de partes beneficiárias, bemcomo de contribuições para instituições ou fundos de assistência ou previdência deempregados.
Essas participações e contribuições são estabelecidas no Estatuto Social daempresa e seus valores são determinados sucessivamente, e na ordem mencionadaacima, com base nos lucros remanescentes depois de deduzida a participaçãoanteriormente calculada. Caso haja prejuízos acumulados, eles serão deduzidos do lucroliquido após o imposto de renda, resultando no valor inicial para o cálculo dasparticipações.
2.3.1.13. LUCRO LÍQUIDO DO EXERCÍCIO
Constitui o resultado final após todas as deduções, e que será transferido para aconta de Lucros ou Prejuízos Acumulados.
A legislação determina que seja, na demonstração do resultado, indicado quantode lucro obtido pertence a cada espécie e classe de ação.
2.4. DEMONSTRAÇÃO DE LUCROS OU PREJUÍZOS ACUMULADOS(DLPA)
Essa demonstração (DLPA) evidencia o lucro do período, a sua distribuição e amovimentação ocorrida no saldo dos lucros ou prejuízos acumulados.
Partindo do saldo no inicio do exercício, por meio de ajustes, acréscimos esubtrações, chegase ao saldo final que aparecera no Balanço Patrimonial.
No caso da empresa publicar a Demonstração das Mutações do PatrimônioLíquido, não será necessária a publicação da Demonstração de Lucro ou PrejuízoAcumulados, pois esta estará contida naquela.
A DLPA tem como forma de apresentação a seguinte:
DEMONSTRAÇÃO DE LUCROS OU PREJUÍZOS ACUMULADOSSALDO NO INÍCIO DO PERÍODO+ ou Ajustes de exercícios anteriores() Incorporação ao capital+ Correção Monetária (eliminada em 1996)
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+ Reversões de Reservas+ Lucro liquido do exercícioPROPOSTA DE DESTINAÇÃO DO LUCRO() Transferências para as reservas() Dividendos propostosSALDO NO FIM DO PERÍODO
a Ajustes de exercícios anteriores: s%o decorrentes de efeitos da mudança decritérios contábeis, ou de erros cometidos em exercícios anteriores, comomudança no critério de avaliação de estoques e erros na contagem de estoques.
b Incorporação ao capital: parcela do lucro destinada ao aumento de capital.c Correção Monetária: correção do saldo inicial em função do efeito inflacionário.
Reversão de Reservas: retorno das reservas de lucros constituídas e que não sãomais necessárias ou cujos fatos que as originaram já ocorreram.
d Lucro Líquido do Exercício: Valor apurado na Demonstração do Resultado doExercício.
e Transferências para as reservas: são as apropriações do lucro feitas para aformação das reservas de lucros, como a reserva legal, as reservas estatutárias,etc.
f Dividendos propostos: valor proposto a ser distribuído aos acionistas, devendoconstar o montante do dividendo por ação do capital social. Tal informação,alternativamente, poderia ser dada através de Nota Explicativa.
2.5. DEMONSTRAÇÃO DAS MUTAÇÕES DO PATRIMÔNIO LÍQUIDO
Demonstra as variações ocorridas durante o exercício em cada uma das contasintegrantes do Patrimônio Liquido. Indica o fluxo de uma conta para outra bem como aorigem e o valor de dada acréscimo ou diminuição no Patrimônio Liquido durante oexercício.
Essa demonstração não e obrigatória, mas caso ela seja elaborada e publicadapela companhia, fica dispensada a publicação da Demonstração de Lucros ou PrejuízosAcumulados, uma vez que esta está contida naquela.
A Demonstração das Mutações do Patrimônio Líquido tem como forma deapresentação a seguinte:
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2.6. DEMONSTRÇÃO DAS ORIGENS E APLICAÇÕES DE RECURSOS(DOAR)
Apresenta de uma forma ordenada e sumaria as informações relativas as operações definanciamento e investimento da empresa durante o exercício, e evidencia as alteraçõesna posição financeira da empresa.
Os financiamentos estão representados pelas origens de recursos e os investimentospelas aplicações de recursos, sendo que o significado de recursos aqui não esimplesmente o de dinheiro, pois abrange um conceito mais amplo: capital circulanteliquido (CCL) que representa a diferença entre o Ativo Circulante e o PassivoCirculante.
DESCRIÇÃO DAS ORIGENS: podem ser agrupadas em:− Das próprias operações: lucro do exercício− Dos acionistas: aumentos de capital integralizados− De terceiros: empréstimos pagáveis a longo prazo
vendas de bens do ativo permanentetransformação de realizável a longo prazo em ativo circulante
DESCRIÇÃO DAS APLICAÇÕES: podem ser agrupadas em:− Das próprias operações: prejuízo do exercício− Inversões permanentes: aquisição de bens do ativo permanente
aplicação de recursos no ativo diferido − Reduções do exigível a longo prazo: Pagamento de empréstimos
transferência para o passivo circulante− Distribuição de dividendos
ORIGENS E APLICAÇÕES QUE NAO AFETAM O CCL.− Aquisição de bens do ativo permanente pagáveis a longo prazo;− Conversões de empréstimos a longo prazo em capital;− Integralização de capital em bens do ativo permanente;− Vendas de bens do ativo permanente recebíveis a longo prazo;
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A DOAR tem como forma de apresentação a seguinte:
2.7. EXERCÍCIOS SOBRE DEMONSTRAÇÃO FINANCEIRAS
1 Com base nos saldos das contas 31.12.X, a seguir relacionadas, elaborar o BalançoPatrimonial e a Demonstração do Resultado do Exercício:Emprest. e financiam. (venct° X+2) 360 Despesas préoperacionais 300 Capital 720Provisão para devedores duvidosos 30 Imposto sobre vendas 600 Vendas brutas 3.000Prejuízo na venda de imobilizado 100 Despesas administrativas 360 Estoques 630Despesas do exercício seguinte 150 Outras obrigações (venct° X+1) 210 Imobilizações 1.200Emprest. bancários (venct° X+1) 720 Obrigações fiscais (venct° X+1) 270 Clientes 750Invest. temporários (venct° X+2) 300 Lucros acumulados (final) 120 C.M.V. 1.100Provisão para Imp.Renda (devedor) 90 Despesas financeiras 90 Desp. Vendas 400Depreciação/amortização acumulados 600 Outras desp. operacionais 50 Reservas 300
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2 Elaborar o Balanço Patrimonial e a Demonstração do Resultado do Exercício combase nos saldos finais em 31.12 das seguintes contas:Fornecedores 800 Maquinas e equipamentos 3.000 Provisão para I.Renda exercicio 200Vendas brutas 4.000 Despesas administrativas 410 Provisão para devedores duvidosos 40Caixa 100 ICMS sobre vendas 680 Impostos a pagar (inclui o I.R.) 350C.M.V. 2.020 Contas a receber (1) 800 Lucro na venda imobilizado 50Capital 1.500 Titulos a receber (2) 600 Seguros a apropriar (1) 200Mercadorias 940 Despesas financeiras 140 Emprestimo e financiamento (1) 700Reservas 500 Dividendos a pagar 150 Lucros acumulados (final) 400Despesas de vendas 300 Depreciação acumulada 600 Emprestimo e financiamentos (2) 600Obs.: (1) prazo inferior a 1 ano (2) = prazo superior a 1 ano
3 Elaborar o Balanço Patrimonial e a Demonstração do Resultado do Exercício combase nos saldos finais em 31 .I2 das seguintes contas:Estoques 260 Depreciação acumulada 160 Emprestimo e financiamentos (2) 120Capital 240 Despesas de vendas 150 Lucro na venda imobilizado 20Vendas brutas 1.000 Impostos sobre vendas 200 Gastos c/ pesquisa e desenvolvimento 100Clientes (1) 250 Emprestimos bancários (1) 240 Resultado c/ correção monetária (3) 50Reservas 100 Despesas financeiras 30 Provisão p/ devedores duvidosos 10C.M.V. 370 Obrigações fiscais (1) 90 Aplicações financeiras (2) 100Veiculos 400 Amortização acumulada 40 Provisão para lmposto Renda (3) 30Contas a pagar (1) 70 Despesas administrativas 120 Lucros acumulados (final) 40Obs.: (1) prazo inferior a 1 ano (2) prazo superior a 1 ano (3) saldo devedor
4 A empresa K.LOTE apresenta os dados a seguir relacionados, referentes ao exercícioencerrado:Compra de imobilizações a vista = $1.000 Contratação de empréstimos a longo prazo = $500Saldo inicial de lucros acumulados = $300 Amortização empréstimo de curto prazo = $560Lucro liquido do exercício = $800 Aumento de capital com imobilizado = $640Depreciação do exercício = $200 Reservas a serem constituídas = $400Dividendos a distribuir = $600 Vendas de mercadorias = $5.000Pedese : a elaborar a Demonstração de Lucros ou Prejuízos acumulados
b elaborar a DOAR (Demonstração das Origens e Aplicações de Recursos)
5 A empresa K.PIVARA apresenta os dados a seguir relacionados, referentes aoexercício encerrado:Aumento de capital em dinheiro = $15 Lucro liquido do exercício = $20Amortização empréstimos de longo prazo = $25 Dividendos a distribuir = $35Ajuste de exercícios anteriores no lucro = ($ 5) Venda do imobilizado A vista = $50Reservas a serem constituídas = $15 Lucro na venda imobilizado = $13Amortização de dívidas de curto prazo = $12 Depreciação do exercício = $8Saldo inicial de lucros acumulados = $60 Reversão de reservas = $10Contratação de empréstimos curto prazo = $18 Vendas de produtos = $200
Obs.: para fins de elaboração da DOAR, o ajuste de exercícios anteriores no lucro foi efetuado nos saldosiniciais das contas envolvidasPedese : a) elaborar a Demonstração de Lucros ou Prejuízos acumulados
b elaborar a DOAR (Demonstração das Origens e Aplicações de Recursos)
6 O Balanço Patrimonial de uma empresa apresenta os seguintes dados: ativopermanente = $ 1.000, capital próprio = $ 1.200 e capital de terceiros = $ 800. Sabendose que o passivo circulante = $ 500 e que o realizável a longo prazo e igual ao exigível alongo prazo, calcular o valor do ativo circulante.
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7 Pelo Balanço Patrimonial de uma empresa extraise os seguintes dados: capitalpróprio = $3.600, capital de terceiros = $2.400, realizável a longo prazo = $600 eexigível a longo prazo = $ 1.000. Sabendose que o ativo circulante e igual ao passivocirculante, calcular o valor do ativo permanente.
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3. ANÁLISE DAS DEMONSTRAÇÕES FINANCEIRAS
A análise das demonstrações financeiras constitui um instrumento valioso parapessoas físicas e jurídicas relacionadas a empresa, como acionistas, fornecedores,instituições financeiras, clientes e outros.
Para a administração interna da empresa, a análise tem como objetivofundamental avaliar o seu desempenho geral, tanto em relação ao passado, refletido nasdemonstrações financeiras, como em relação ao futuro, evidenciadas no orçamentofinanceiro.
Para o analista externo, os objetivos são mais específicos, variando segundo sejasua posição de credor ou investidor.
3.1. O PROCESSO DE ANÁLISE
A análise das demonstrações financeiras tem como objetivo extrair dessasdemonstrações informações para a tomada de decisões. Essas demonstrações fornecemuma serie de dados sobre a empresa que serão transformadas em informações peloprocesso de análise.
A distinção entre dado e informação pode ser entendida no seguinte exemplo: ovalor da dívida de uma empresa (passivo exigível) é um dado, que não leva a nenhumadecisão, enquanto que a conclusão de que essa dívida é excessiva ou não, e de que aempresa pode não pagála e informação.
As etapas que compreendem o processo de análise pode ser visualizado na figuraa seguir apresentada.
A análise das demonstrações financeiras abrangem dois aspectos:
a Estático: estudo da situação num determinado momento eb Dinâmico: estudo da evolução da situação comparando diversos períodos
A verificação do nível de endívidamento, por exemplo, de uma empresa nopresente momento e uma análise estática. Se a verificação abranger diversos períodos,comparandose um período com outro, a análise e dinâmica.
3.1.1. BASES PARA A ANÁLISE
O processo de análise se utiliza das demonstrações financeiras e, quandodesenvolvido dentro da empresa, dos relatórios e documentos internos. Para conclusõesmais satisfatórias os resultados devem ser comparados com índices padrões que podemser:
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a Históricos: índices que demonstram a evolução no tempo, eb Setoriais: índices referentes aos concorrentes, as medias de mercado e ao
setor de atividade.
Mediante as ponderações das informações obtidas chegase a um diagnóstico,com base no qual tomamse as decisões pertinentes.
Esse processo de tomada de decisões pode ser ilustrado conforme a seguintefigura:
3.2. PREPARAÇÃO DOS DADOS
Para a realização de uma correta análise das demonstrações financeiras efundamental a ocorrência de um procedimento preliminar denominado de preparaçãodos dados, e que compreende:
a Classificação apropriada dos dados,b Associação lógica dos dados ec Conversão em medidas de avaliação.
Inicialmente devese verificar, com base nos princípios e procedimentoscontábeis, se as contas estão classificadas corretamente, a fim de evitar distorções nasconclusões da análise.
Por outro lado, há a necessidade de reclassificação de determinadas contas,especificamente, as seguintes:
a Duplicatas descontadas, que por sua natureza constituem um passivooneroso, devendo ser transferida para o Passivo Circulante.
b Receitas e despesas financeiras, que, embora a Lei das S.A. tenhaclassificado como operacionais, são consideradas por diversos autores comonãooperacionais.
A apuração das informações, a serem utilizadas na elaboração dos diagnósticos,devese processar confrontando dados com relações coerentes. Ao analisar, porexemplo, a capacidade de pagar as obrigações de curto prazo, devese associar oPassivo Circulante, que engloba essas obrigações, com o Ativo Circulante, ou seja, comos recursos que se realizam no curto prazo.
A análise comparativa de componentes patrimoniais ou de resultado somenteserá exeqüível se os valores monetários forem convertidos em medidas de avaliação, asaber:
a Quocientes, sob a forma de índices ou percentuais.b Diferenças absolutas (subtração entre valores)
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3.3. ANÁLISE VERTICAL E HORIZONTAL
A análise vertical e horizontal destinase, fundamentalmente, a avaliação dastendências, mediante comparações com valores afins de uma mesma demonstração eevoluções no tempo dos itens componentes das demonstrações.
ANÁLISE VERTICAL: comparação relativa entre valores afins numa mesmademonstração (estrutura de composição dos itens). Calculase o percentual de cada itemcomponente da demonstração em relação a um valorbase, que no Balanço Patrimoniale o total do Ativo, e na DRE e a receita líquida.
ANÁLISE HORIZONTAL: avaliação da evolução de cada item componente dademonstração ao longo de períodos sucessivos, normalmente, em relação ademonstração anterior, podendo, também, ser em relação a uma demonstração básica,geralmente a mais antiga da sucessão.
EXEMPLO na Demonstração do Resultado do Exercício
ANO 1 ANO 2DRE VALOR AV VALOR AV AHVENDAS BRUTAS() IMPOSTOS VENDAS() DEVOLUÇÕES VENDASVENDAS LÍQUIDAS() CMVLUCRO BRUTO() DESPESAS OPERACIONAISLUCRO OPERACIONAL
2.500400
1002.000 1.200
800 500
300
125%20%
5%100%
60%40%
25%15%
3.480600
2403.000 1.7101.290 900
390
128%20%
8%100%
57%43%
30%13%
53,6%50%
140%50%
42,5%61,3% 80%
30%
3.4. INDÍCES ECONÔMICOFINANCEIROS DE ANÁLISE
A técnica, mais comumente empregada de analise, baseiase na apuração deíndices econômicofinanceiros, resultantes da quantificação, mediante quociente(podendo ser transformados em %), das interrelações entre os saldos das contas ougrupos de contas do Balanço Patrimonial e da DRE.
Foram criados diversos índices para a avaliação das empresas, agrupados deacordo com a finalidade da analise. Esses grupos de índices estão relacionados acapacidade da pagamento das obrigações, ao grau de endívidamento e estrutura decapitais, a gestão operacional de determinados recursos, a lucratividade, e arentabilidade da empresa e de seus acionistas.
A utilização de um único índice restringe a avaliação à interpretação de seusignificado, constituindo uma informação favorável ou não para a empresa, apenas secomparada a um referencial.
O poder de analise se amplia à medida que se considera um conjunto de índices,permitindo, assim, a elaboração de algum tipo de diagnóstico sobre a empresa.
Entretanto, para um diagnóstico mais completo, tornamse necessáriascomparações dos índices apurados com:
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a índices de mesma natureza da própria empresa, referentes a períodospassados (analise de tendências) ou aos previstos no orçamento anual;
b índices correspondentes de outras empresas; ec índices médios do setor de atividade ao qua1 pertence.
Para melhor compreensão do significado dos índices, os mesmos estão divididosem grupos homogêneos de analise, a saber:
a liquidez ou solvência,b endívidamento e estrutura de capitais,c atividade ou rotação (giro) de recursos,d lucratividade e rentabilidade ee avaliação de ações.
3.4.1. ÍNDICES DE LIQUIDEZ OU SOLVÊNCIA
Visam medir a capacidade de pagamento das obrigações assumidas junto aterceiros.
Convém destacar que esses índices não medem a efetiva capacidade de liquidaros compromissos nos vencimentos, pois não são extraídos do fluxo de caixa, onde secomparam as entradas com as saídas de clientes.
Interpretação: quanto maiores os índices, maiores as condições de tercapacidade de pagar suas dívidas, portanto, melhores.
3.4.1.1. LIQUIDEZ GERAL (LG)
Mede a capacidade de pagar as obrigações de curto e longo prazo com osrecursos (ativos) realizáveis a longo prazo.
Indica quanto a empresa possui de ativos realizáveis para cada R$ 1,00 de dívidatotal. Esperase que esse índice seja superior a 1, significando existir uma folga naliquidez total.
3.4.1.2. LIQUIDEZ CORRENTE (LC)
Mede a capacidade de pagar as obrigações de curto prazo (correntes) com osrecursos (ativos) realizáveis a curto prazo.
Indica quanto a empresa possui de ativos realizáveis a curto prazo para cada R$1,00 de dívida de curto prazo. índice maior que 1 indica folga na liquidez de curtoprazo.
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3.4.1.3. LIQUIDEZ SECA (LS)
Mede a capacidade de pagar as obrigações de curto prazo com recursos (ativos)realizáveis a curto prazo de maior liquidez, ou seja, excluindo os estoques (realizaçãomais demorada) e as despesas antecipadas (não apresentam valores a receber e simserviços e benefícios a receber)
Indica quanto a empresa possui de ativos mais rapidamente realizáveis para cadaR$ 1,00 de dívida de curto prazo. Índice menor que 1 indica necessidade de realizaçãodos estoques.
3.4.1.4. LIQUIDEZ IMEDIATA (LI)
Mede a capacidade de pagar as obrigações correntes com os ativos disponíveis.
Indica quanto a empresa possui de disponível para cada R$1,00 de dívida de curtoprazo. Tem pouca relevância na pratica, por ser uma medida muito rígida.
3.4.1.5. CAPITAL CIRCULANTE LÍQUIDO (CCL)
Assim como o índice de liquidez corrente, mede a capacidade de pagar as obrigações decurto prazo com os recursos (ativos) realizáveis a curto prazo.
Indica o excesso ou insuficiência de recursos (ativos) realizáveis a curto prazo emrelação as obrigações de curto prazo. Um resultado maior que zero indica existir folgana liquidez corrente.
3.4.2. INDICES DE ENDÍVIDAMENTO E ESTRUTURA DE CAPITAIS
Indicam a composição das fontes de recursos utilizados, evidenciando a forma pela qualos recursos de terceiros são usados, a sua participação em relação ao capital próprio, e ograu de comprometimento financeiro perante os credores.
Interpretação: quanto maiores, piores, pois maior e a dependência de capitais deterceiros e, portanto, maiores as preocupações com a exigibilidade de pagamento, emenor a liberdade de decisões financeiras em função de maior comprometimentofinanceiro.
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3.4.2.1. ENDÍVIDAMENTO SOBRE O CAPITAL PROPRIO (Es/CP)
Também denominado de RELAÇÃO CAPITAL DE TERCEIROSICAPITALPRÓPRIO, mede o nível de endívidamento em relação ao capital próprio investido.
Indica quanto a empresa possui de capitais de terceiros (dívidas) para cada R$ 1,00 decapital próprio investido. Quanto maior, maior e a dependência de capitais de terceiros.Índice maior que 1 indica que a empresa possui mais capital de terceiros do que opróprio.
3.4.2.2. ENDÍVIDAMENTO SOBRE 0 CAPITAL TOTAL (EsICT)
Também denominado de RELAÇÃO CAPITAL DE TERCEIROS/CAPITAL TOTAL,mede o nível de endívidamento em relação ao capital total aplicado (Ativo ou Passivototal).
Indica quanto a empresa possui de capital de terceiros (dívidas) para cada R$ 1,00 decapital total aplicado. Quanto maior, maior e a dependência de capital de terceiros.Índice maior que 0,5 indica que a empresa possui mais capital de terceiros do quepróprio.
3.4.2.3. COMPOSIÇÃO DO ENDÍVIDAMENTO (CE)
Mede a proporção de capital de terceiros de curto prazo em relação ao total de capital deterceiros utilizados.
Indica qual o percentual das dívidas de curto prazo em relação as dívidas totaiscontraídas. Quanto maior, maior a necessidade de gerar recursos para pagamento nocurto prazo índice maior que 0,5 indica que a empresa possui mais dívidas de curtoprazo do que de longo prazo.
3.4.2.4. IMOBILIZAÇÃO DO PATRIMONIO LÍQUIDO (IPL)
Mede o quanto de recursos próprios foi aplicado em ativos permanentes, cuja maturaçãofinanceira e longa (retorno mais demorado).
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Indica quanto a empresa aplicou no Ativo Permanente para cada R$1,00 de capitalpróprio existente. Índice maior que 1 indica que o capital próprio foi insuficiente parafinanciar os ativos permanentes, tendo que recorrer a capitais de terceiros.
3.4.2.5. IMOBILIZAÇÃO DE RECURSOS NÃO CORRENTES (IRNC)
Mede o quanto de recursos próprios mais recursos de terceiros de longo prazo foiaplicado em ativos permanentes.
Indica quanto a empresa aplicou no Ativo Permanente para cada R$ 1,00 de recursosnão correntes existentes. Índice maior que 1 indica os recursos não correntes existentesforam insuficientes para financiar os ativos permanentes, tendo que recorrer a capitaisde terceiros de curto prazo, o que compromete a liquidez da empresa.
3.4.3. INDICES DE ATIVIDADE OU ROTAÇÃO (GIRO) DE RECURSOS
Medem o numero de vezes que elementos patrimoniais (estoques, contas a receber efornecedores) se renovam durante determinado período de tempo (normalmente 1 ano),e conseqüentemente, o tempo de permanência dos mesmos.
Em conjunto, os índices de rotação visam a mensuração da duração do ciclooperacional, que envolve desde a aquisição de matériaprima ou mercadorias ate orecebimento das vendas. Do ciclo operacional extraise o ciclo financeiro ou de caixa,fundamental para a determinação da necessidade de capital de giro.
3.4.3.1. ROTAÇÃO DOS ESTOQUES DE MERCADORIAS/PRODUTOSACABADOS (REM/PA)
Mede quantas vezes o estoque de mercadorias/produtos acabados se renovou, em media,no período, em função das vendas e das compras, no caso de mercadorias (comércio) eda produção, no caso de produtos acabados (indústria)
O prazo médio de estocagem (PME) indica o tempo, em media, em que asmercadorias/produtos acabados permanecem estocados.
Obs.: o prazo médio pode ser medido em meses, bastando substituir 360 dias por 12meses.
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Interpretação: quanto maior a rotação (giro), menor o prazo médio, e, portanto melhor,pois exige menos investimentos em capital de giro, capacidade de armazenamento,custos/despesas operacionais e riscos de perda com produtos perecíveis ou obsoletos.
3.4.3.2. ROTAÇÃO DOS ESTOQUES DE PRODUTOS EM PROCESSO (REPP)
Mede quantas vezes o estoque de produtos em fabricação (inacabados) se renovou emmedia, no período, em função da produção.
O prazo médio de estocagem (PME) indica o tempo, em media, que os produtos emprocesso permanecem estocados, ate serem transformados em produtos acabados.
Interpretação: a mesma do índice anterior.
3.4.3.3. ROTAÇÃO DOS ESTOQUES DE MATERIASPRIMAS (REMP)
Mede quantas vezes o estoque de matériasprimas se renovou em media, no período, emfunção do consumo na produção e das compras.
O prazo médio de estocagem (PME) indica o tempo, em media, que as matériasprimaspermanecem estocadas.
Interpretação: a mesma do índice anterior
3.4.3.4. ROTAÇÃO DO CONTAS A RECEBER (RCR)
Mede quantas vezes os valores a receber se renovaram, em media, no período, emfunção das vendas a prazo e dos recebimentos.
O prazo médio de recebimento (PMR) indica o tempo, em media, que decorre entre arealização das vendas a prazo e o seu recebimento.
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Interpretação: quanto maior a rotação (giro), menor o prazo médio, melhor, pois maisrapidamente ocorrem os recebimentos, propiciando disponibilidade de caixa para oatendimento de compromissos financeiros e aplicações de sobras.
3.4.3.5. ROTAÇÃO DE FORNECEDORES (RF)
Mede quantas vezes os valores a pagar a fornecedores se renovaram, em media, noperíodo, em função das compras a prazo e dos pagamentos.
O prazo médio de pagamento (PMP) indica o tempo, em media, que decorre entre arealização das compras a prazo e o seu pagamento.
Interpretação: quanto maior, menor o prazo médio, pior, pois mais rapidamente ocorremos pagamentos aos fornecedores, exigindo disponibilidade de caixa.
3.4.3.6. INTERRELAÇÃO DOS PRAZOS MEDIOS
A partir dos prazos médios abordados nos itens anteriores (3.4.3.1 a 3.4.3.5) podesecalcular outros dois indicadores utilizados para avaliar a eficiência da gestão do capitalde giro, a saber:
CICLO OPERACIONAL: representa o período de tempo decorrido entre a compra demercadorias (no comercio) ou a compra de matériasprimas (na indústria) e orecebimento das vendas. Durante esse período são investidos recursos nas atividadesoperacionais da empresa, sem que ocorram entradas de caixa por recebimentos dasvendas.
Do momento da compra de mercadorias, ou de matériasprimas, ate a data dopagamento aos fornecedores, a empresa não precisa se preocupar com o financiamentodas operações, que esta sendo efetuado pelos fornecedores.
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CICLO FINANCEIRO (OU DE CAIXA): representa o período de tempo decorridoentre o pagamento aos fornecedores e o recebimento das vendas. Durante esse período aempresa devera providenciar o financiamento das necessidades financeiras exigidaspelas operações.
Quanto maior o ciclo financeiro, mais. recursos próprios e/ou de terceiros (excetofornecedores) estarão temporariamente sendo utilizados para o financiamento dasatividades operacionais, provocando custos de financiamento e afetando a rentabilidade.
Graficamente, duas possíveis situações, referentes a empresa comerciais, estãoilustradas a seguir:
Na situação 1 os fornecedores financiam as operações durante parte do período deestocagem, e na situação 2 financiam todo o período de estocagem e parte do prazo derecebimento. A situação 2 é melhor, pois o período de utilização de recursos, exceto defornecedores, e menor.
3.4.4. INDICES DE LUCRATIVIDADE E RENTABILIDADE
Visam medir o rendimento obtido pela empresa em um determinado período de tempo.Baseiamse no valor de receita auferida elou no capital investido na atividadeeconômica da empresa.
3.4.4.1. INDICES DE LUCRATIVIDADE
Medem a eficiência da empresa em gerar lucros pela realização de receitas. Essesíndices já são calculados quando se efetua a analise vertical na DRE.
Interpretação: quanto maior a lucratividade, maior e a proporção de lucro nas vendas, e,portanto, melhor.
3.4.4.1.1. LUCRATIVIDADE OU MARGEM BRUTA (LB% ou MB)
Indica a porcentagem de lucro (lucro bruto) na receita liquida, após a dedução do custodos produtos/mercadorias vendidos e/ou dos serviços prestados.
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3.4.4.1.2. LUCRATIVIDADE OU MARGEM OPERACIONAL (LOp% ou MOp)
Indica a porcentagem de lucro (lucro operacional) na receita liquida após a dedução dasdespesas operacionais. Representa o "lucro bruto" ganho sobre cada R$ 1,00 de receita,pois considera apenas o lucro das operações, sem a interferência de capitais de terceirosonerosos (juros) e do governo (impostos sobre o lucro).
3.4.4.1.3. LUCRATIVIDADE OU MARGEM LÍQUIDA (LL% ou ML)
Indica a porcentagem de lucro (lucro liquido) na receita líquida após a dedução de todasas despesas e computados os resultados não operacionais, a provisão para o imposto derenda e contribuição social e as participações e contribuições.
3.4.4.1.4. LUCRATIVIDADE MARGINAL ou MARGEM DE CONTRIBUIÇÃO(LM% ou MC)
Indica a porcentagem de lucro (lucro marginal) na receita líquida após a dedução detodas as despesas variáveis.
3.4.4.1.5. INDICE DE COBERTURA DE JUROS
Mede a capacidade do lucro operacional (antes dos juros) de cobrir as despesasfinanceiras.
Interpretação: quanto maior o índice, melhor, pois maior e a capacidade da empresa emabsorver as despesas financeiras e gerar lucro liquido.
3.4.4.2. INDICE DE RENTABILIDADE
Medem o rendimento (retorno) dos recursos aplicados na empresa durante determinadotempo.
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Interpretação: quanto maior a rentabilidade, maior e a remuneração dos recursosinvestidos na empresa, e, portanto melhor.
3.4.4.2.1. RENTABILIDADE DO PATRIMONIO LIQUIDO (R PL)
Mede o retorno dos recursos aplicados na empresa pelos seus proprietários.
Essa formula, a fim de ampliar o poder de analise, pode ser desmembrada (FormulaDuPont) em:
ou seja: Lucratividade Liquida x Giro do Patrimônio Liquido.
Quanto maior a lucratividade e/ou o giro, maior a rentabilidade dos proprietários.
O Giro do Patrimônio liquido mede a eficiência com a qual a empresa usa o capitalpróprio para gerar receita. Indica o número de vezes que o capital próprio foi utilizadoem função da receita realizada, em determinado período. Pode, também, ser traduzidoem quanto a empresa vendeu para cada R$ 1,00 de capital próprio investido.
3.4.4.2.2. RENTABILIDADE DO ATIVO TOTAL (RAT)
Mede o retorno dos recursos aplicados pela empresa em seus ativos.
A formula simples também pode ser desmembrada (Fórmula DuPont), obtendose:
ou seja: Lucratividade Liquida x Giro do Ativo Total
O Giro do Ativo Total mede a eficiência com a qua1 a empresa usa seus ativos paragerar receita. Indica quanto a empresa vendeu para cada R$ 1,00 de investimento total.
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3.4.4.2.3. RENTABILIDADE DO ATIVO OPEARACIONAL (RAO)
Mede o retorno dos recursos aplicados pela empresa ou ativos operacionais, ou seja,naqueles que realmente se destinam a operacionalização da empresa, a saber: AtivoCirculante, Ativo Imobilizado e Ativo Diferido.
Por coerência o lucro considerado na analise e o lucro operacional, decorrente dasoperações da empresa.
A formula simples também pode ser desmembrada (Formula DuPont), obtendose:
ou seja: Lucratividade Operacional x Giro do Ativo Operacional.
O Giro do Ativo Operacional mede a eficiência com a qual a empresa usa seus ativosoperacionais para gerar receita. Indica quanto a empresa vendeu para cada R$ 1,00 deinvestimento em ativos operacionais.
3.4.4.2.4. SISTEMA DE ANALISE DUPONT
Desenvolvido pela DuPont Corporation, o sistema faz, em primeiro lugar, uma ligaçãoentre a lucratividade liquida (LL%) e o giro do ativo total, obtendose a rentabilidade doativo total (RAT).
Em segundo lugar, o sistema relaciona o RAT com o RPL, sendo este calculado pelamultiplicação do RAT pelo multiplicador de alavancagem financeira (MAF).
O MAF é obtido pelo quociente entre o total de ativos e o patrimônio liquido, e reflete oimpacto da alavancagem sobre o retorno dos proprietários pelo uso de capitais deterceiros.
Quanto maior a participação de capital de terceiros, menor a de capital próprio e,portanto, maior o MAF, elevando o retorno do capital próprio.
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A vantagem do sistema DuPont e que ele divide a rentabilidade do patrimônio liquidoem três partes:
1ª Lucratividade Liquida: eficiência em gerar lucro liquido pela realização de receitas2ª Giro do Ativo Total: eficiência do uso dos ativos em gerar receitas.3ª MAF: alavancagem da retomo dos proprietários pelo uso de capitais de terceiros.
3.4.5. INDICES DE AVALIAÇÃO DE AÇÕES
Tem como objetivo avaliar os reflexos do desempenho da empresa sobre suas ações.
3.4.5.1. LUCRO POR AÇÃO (LPA)
Indica quanto do lucro liquido compete a cada ação. Devese observar que este índicenão revela o quanto cada acionista ira efetivamente receber.
Interpretação: quanto maior, melhor, pois significa uma geração de mais lucros poração, que devera refletir favoravelmente na distribuição dos dividendos aos acionistas.
3.4.5.2. PREÇO/LUCRO (P/L)
Indica o numero de períodos que o investidor levara para recuperar o capital aplicado,mantendose o lucro por ação do ultimo período nos períodos futuros.
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Interpretação: quanto menor, melhor, pois a recuperação do capital investido ocorreramais rapidamente. Entretanto, como o lucro por ação, de modo geral, não eintegralmente distribuído, o índice não indica, efetivamente, o período de recuperação.
3.4.5.3. VALOR PATRIMONIAL DA AÇÃO (VPA)
Indica quanto do patrimônio liquido caberia a cada ação, ou seja, após a realização detodos os ativos e a liquidação de todas as dívidas.
Interpretação: quanto maior, melhor, pois caberia ao acionista uma parcela de valormaior do patrimônio liquido.
3.4.5.4. RENTABILIDADE DA AÇÃO (RDA)
Mede o percentual de rentabilidade do investidor obtido no período (normalmente 1ano).
Interpretação: quanto maior, melhor para o acionista, pois maior e a sua rentabilidade.
3.4.5.5. DIVIDENDO POR AÇÃO (DPA)
Indica quanto foi distribuído de dividendo por ação aos proprietários
Interpretação: Quanto maior, melhor para o acionista, pois maior é a sua remuneração.
3.4.5.6. RETORNO DE CAIXA (RDC)
Mede a recuperação financeira dos investidores proporcionada pelos dividendos.
Interpretação: quanto maior, melhor para o acionista, pois mais rápida será arecuperação do valor investido.
3.4.5.7. CAIXA/RENTABILIDADE DA AÇÃO (C/RDA)
Mede o quanto do lucro e reembolsado pelo investidor.
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Interpretação: quanto maior, melhor para o acionista, pois maior e a proporção do lucroreembolsado por meio de dividendos
Uma derivada da formula acima é a seguinte:
3.5. EXERCÍCIO SOBRE ANALISE ECONOMICA E FINANCEIRA
Dados sobre balanço19x0: Estoque = R$150, Contas a Receber R$ 500; Fornecedores =R$230. Ativo total = R$1.800; Ativo Operacional = R$ 1.600; Patrimônio Liquido =R$680
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PEDESE: a analisar a empresa utilizando a analise vertical e horizontalb analisar a empresa utilizando os índices econômicofinanceiros.
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4. ADMINISTRAÇÃO DO CAPITAL DE GIRO
A administração do capital de giro compreende um processo de tomada dedecisões permanente, que tem como objetivo principal a manutenção da liquidez daempresa, ou seja, o pagamento pontual dos compromissos de curto prazo. Entretanto,essas decisões também afetam, de forma conflitante, a rentabilidade da empresa,exigindo a obtenção de um equilíbrio entre uma liquidez adequada e uma rentabilidadesatisfatória.
4.1. FORMAÇÃO E CONCEITOS DO CAPITAL DE GIRO
O termo GIRO referese aos recursos de curto prazo (circulantes ou correntes)que serão convertidos em caixa no prazo de ate um ano.
O CAPITAL DE GIRO é representado pelo ativo circulante, compreendendo,fundamentalmente, o disponível, valores a receber e estoques. Representa, num sentidomais amplo, os recursos necessários para financiar as operações da empresa, desde aaquisição de matérias primas (indústria) ou de mercadorias (comércio) ate orecebimento das vendas dos produtos ou mercadorias.
O capital de giro pode ser dividido em permanente (volume mínimo para mantera empresa em condições de funcionamento) e em sazonal (necessidades adicionais quevariam durante o período)
O CAPITAL DE GIRO LÍQUIDO (CCL) é a diferença entre o ativo circulante(AC) e o passivo circulante (PC), representando a "folga financeira" da empresa parapagamento de suas obrigações de curto prazo.
Por outro lado, o CCL representa os recursos de longo prazo (ELP = exigível alongo prazo) e permanentes (PL = patrimônio liquido) que financiam os ativoscirculantes, ou seja, a parcela que exceder a necessária para financiar o realizável alongo prazo (RLP) mais o ativo permanente (AP).
EXEMPLO: Uma empresa possui ativos permanentes (AP) = R$10.000 e necessita deativos circulantes (AC) = R$15.000. 0s passivos circulantes de R$11.000 indicam anecessidade de complementação do financiamento dos ativos com recursos de longoprazo e permanentes na ordem de R$14.000, dos quais R$8.000 foram atendidos porcapital próprio, e R$6.000 por capital de terceiros de longo prazo. Tal estrutura decapitais pode ser esquematizada assim:
ouBALANCO PATRIMONIAL
AC = 15.000 PC = 11.000
CCL ELP = 6.000
AP = 10.000 PL = 8.000
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Os recursos de longo prazo (ELP) mais os permanentes (PL) ultrapassaram onecessário para financiar o AP em R$4.000, permitindo sua utilização para tambémfinanciar o capital de giro (AC). O excedente desses recursos, denominados n5ocorrentes, constituem o CCL.
Os passivos circulantes devem ser pagos no vencimento, através dos recursos decurto prazo que se converterão em dinheiro. Já os recursos não correntes, em parte nãoprecisam ser pagos (capital próprio), e em parte só no longo prazo (ELP). Aopermanecerem no ativo circulante, proporcionam a empresa determinada "folgafinanceira".
Um CAPITAL DE GIRO LÍQUIDO NEGATIVO – passivos circulantes maioresque os ativos circulantes – representa insuficiência de recursos permanentes (PL) e delongo prazo (ELP) para financiar os recursos aplicados no longo prazo (RLP e AP),sendo necessário recorrer a capital de terceiros de curto prazo para complementação.
EXEMPLO: considerando o exemplo anterior, e supondo o mesmo PL= R$8.000 eELP= 0, foi necessário um PC= R$17.000. A estrutura de capitais ficaria esquematizadada seguinte forma:
ou
Neste caso os recursos de curto prazo são insuficientes para pagar as obrigações decurto prazo, comprometendo a liquidez.
CAPITAL DE GIRO PRÓPRIO é um outro conceito adotado de capital de giro,apurado pela diferença entre o capital próprio e as aplicações em ativos permanentes erealizáveis a longo prazo, representando o quanto de recursos próprio esta financiando oativo circulante.
4.2. CICLO OPERACIONAL, FINANCEIRO E ECONÔMICO.
Os ativos circulantes se caracterizam pela conversão de seus elementos emoutros do mesmo grupo, e conseqüentes reconversões, ate a transformação em dinheiro,que será utilizado para pagar os compromissos financeiros assumidos. Exemplificando:as mercadorias ao serem adquiridas formam o estoque; os estoques ao serem vendidostransformamse em caixa (vendas à vista) ou em valores a receber (vendas a prazo); osvalores a receber ao serem recebidos transformamse em disponível; através dasdisponibilidades pagamse as obrigações; e assim repetese o ciclo.
O CICLO OPERACIONAL se inicia na aquisição de matéria prima (indústria)ou na compra de mercadorias (comércio) e se finaliza no recebimento pela venda doproduto acabado (indústria) ou mercadoria (comércio). Ele incorpora seqüencialmente
BALANCO PATRIMONIAL
AC = 15.000 PC = 17.000
CCLAP = 10.000
PL = 8.000
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as fases operacionais: produção (ou compras), vendas e recebimentos, conformeilustração a seguir.
PME (MP): prazo médio de estocagem de matéria prima.PMF: prazo médio de produção ou fabricação.PME (PIM): prazo médio de estocagem de produtos/mercadorias.PMR: prazo médio de recebimento.
A soma desses prazos constitui o ciclo operacional, período em que não ocorrementradas de recursos financeiros, necessitandose de capital para financiálo.
O CICLO FINANCEIRO (CAIXA) abrange o período compreendido entre odesembolso de caixa no pagamento a fornecedores e o recebimento pela venda dosprodutos/mercadorias, representando o tempo em que a empresa necessita efetivamentede financiamento.
O CICLO ECONÔMICO envolve desde a compra da matéria prima ou demercadorias ate a venda dos produtos acabados ou das mercadorias, n5o levando emconta os reflexos de caixa.
Ciclo operacional = PME(MP) + PMF + PME(PA) + PMRCiclo econômico = Ciclo operacional – PMRCiclo financeiro = Ciclo operacional – PMP (prazo médio de pagamento)
4.3. ESTRATÉGIAS DE FINANCIAMENTO
Se os níveis de produção/compras mercadorias e de vendas fossem constantes, aadministração do capital de giro ficaria facilitada em função de fluxos regulares derecebimentos e de pagamentos. Entretanto, muitas empresas sofrem a interferência defatores sazonais, provocando oscilações nos seus ativos circulantes. O volume mínimonecessário para atender as atividades (capital de giro permanente) deve ser financiadopor recursos permanentes (PL) e de longo prazo (ELP), enquanto que o volume sazonal,compreendido entre o mínimo e o máximo necessário, depende da estratégia definanciamento adotada: agressiva, conservadora ou intermediaria.
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EXEMPLO: Necessidades de recursos conforme tabela e gráfico a seguir apresentados:
NECESSIDADES DE RECURSOSATIVOSPERMANENTES
ATIVOSCIRCULANTES ATIVOS TOTAIS PERMANENTES SAZONAIS
A B C = A + B D E = C – D
Jan. 10.000 4.000 14.000 12.000 2.000Fev. 10.000 5.000 15.000 12.000 3.000Mar. 10.000 4.000 14.000 12.000 2.000Abr. 10.000 3.000 13.000 12.000 1.000Mai. 10.000 2.000 12.000 12.000 0Jun. 10.000 3.000 13.000 12.000 1.000Jul. 10.000 3.000 13.000 12.000 1.000Ago. 10.000 5.000 15.000 12.000 3.000Set. 10.000 6.000 16.000 12.000 4.000Out. 10.000 5.000 15.000 12.000 3.000Nov. 10.000 4.000 14.000 12.000 2.000Dez. 10.000 4.000 14.000 12.000 2.000MEDIA 10.000 4.000 14.000 12.000 2.000
A = CCL da alternativa agressiva = 12.000 (PP) 10.000 (AP) = 2.000I = CCL da alternativa intermediaria = 14.000 (PP) 10.000 (AP) = 4.000C = CCL da alternativa conservadora = 16.000 (PP) 10.000 (AP) = 6.000
Para o cálculo dos custos financeiros anuais de cada alternativa serão utilizadasas taxas de 25% a.a. para os recursos permanentes e 15% a.a. para os recursostemporários que correspondem ao custo médio ponderado dos passivos onerosos e nãoonerosos.
MÉDIAS MENSAIS ALTERNATIVAAGRESSIVA
ALTERNATIVACONSERVADORA
ALTERNATIVAINTERMEDIARIA
a Recursos permanentesb Recursos temporáriosc Recursos totais (a+b)d Ativos totaise Sobras de recursos (cd)f CCL (a ativos permanentes)
12.0002.000
14.00014.000
02.000
16.0000
16.00014.0002.0006.000
14.000417 (1)14.41714.000417 (2)
4.000
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CUSTOS FINANCEIROSg Recursos permanentes (25% x a)h Recursos temporários (15% x b)(15% x e)i Custos totais (g + h)
3.000300
3.300
4.000(300) (3)
3.700
3.5000 (3)
3.500
(1) Necessidades adicionais de fev(l.000) + ago(1.000) + set(2.000) + out(1.000) = 5.000/12 = 417(2) Sobras de abr(1.000) + mai(2.000) + jun(1.000) + jul(1.000) = 5.000/12 = 417(3) As sobras são aplicadas a mesma taxa de 15% dos recursos temporários e os rendimentos abatidos dosjuros sobre os recursos temporários.
Na alternativa agressiva a empresa mantém recursos permanentes no volumeexato ao necessário para financiar os ativos permanentes e os ativos circulantes mínimos(R$10.000+R$2.000 = R$12.000), devendo as necessidades sazonais (média deR$2.000) serem financiadas com recursos temporários (curto prazo). E uma política quepermite maior rentabilidade devido aos menores custos financeiros dos recursosutilizados e a minimização das aplicações em ativos circulantes que pela naturezaconstituem recursos de baixo retorno. Por outro lado e uma estratégia arriscada emtermos de liquidez, em função do CCL ser restrito ao nível mínimo de suas necessidadese depender de créditos junto aos fornecedores e instituições financeiras.
Na alternativa conservadora a empresa mantém recursos permanentes no nívelmáximo das necessidades (R$16.000) para financiar os ativos permanentes (R$10.000)e os ativos circulantes (máximo = R$ 6.000), não sendo necessário a utilização derecursos temporários. Por outro lado, haveria sobra de recursos em todos os meses,exceto no referente ao de pico (setembro), que poderia ser aplicada no mercadofinanceiro, porém, a taxas inferiores a dos recursos permanentes. É uma política quepermite maior liquidez e flexibilidade no uso de créditos junto a fornecedores einstituições financeiras, mas propicia menor rentabilidade em função de maiores custosfinanceiros e maiores aplicações em ativos circulantes (de retorno reduzido).
Na alternativa intermediaria procurase manter um certo equilíbrio em relaçãoaos objetivos de rentabilidade e de liquidez.
4.4. NECESSIDADE DE CAPITAL DE GIRO (NCG)
Para a avaliação das necessidades de capital de giro tornase imprescindível aclassificação dos ativos e passivos em permanentes, operacionais e financeiros.
Ativos permanentes (AP) = realizável a longo prazo (RLP) + ativo permanente (AP)Ativos circulantes operacionais (ACO) = decorrentes da operacionalização da empresa: valores a
receber, estoques, adiantamentos e despesas do exercícioseguinte
Ativos circulantes financeiros (ACF) = caixa, bancos e aplicações financeirasPassivos permanentes (PP) = exigível a longo prazo (ELP) + patrimônio liquid0 (PL)Passivos circulantes operacionais (PCO) = decorrentes das atividades da empresa: fornecedores,
salários e encargos a pagar, impostos a pagar,adiantamento de clientes e contas a pagar
Passivos circulantes financeiros (PCF) = empréstimos bancários, financiamentos, duplicatasdescontadas (curto prazo)
4.4.1. DIMENSIONAMENTO DA NCG
A necessidade de capital de giro (NCG) e determinada pela diferença entre osativos operacionais (ACO) e os passivos operacionais (PCO).
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ou
Quando ACO > PCO, situação mais comum, há uma NCG para a qual a empresadevera encontrar as fontes adequadas de financiamento. Se ACO = PCO, a empresa nãotem necessidade de financiamento para o giro. Se ACO < PCO, sobram recursos dasatividades operacionais, que podem ser aplicados no mercado financeiro ou na expansãoda empresa.
A necessidade total de financiamento permanente (NTFP) é determinada pelasoma da necessidade de investimentos permanentes (IP) que compreendem o ativopermanente (AP) e o realizável a longo prazo (RLP), com a NCG.
ou
Essa necessidade deve ser financiada basicamente por passivos permanentes,que compreendem o ELP e o PL (PP = ELP + PL), visando o equilíbrio financeiro daempresa. Se o total dos passivos permanentes superar a NTFP, a empresa disporá de umsaldo disponível (SD) positivo, ou seja, sobras de recursos financeiros funcionandocomo reserva para fazer frente a eventuais expansões do capital de giro. Pode sercalculado das seguintes formas:
ou ouou
Exemplos de estruturas patrimoniais:
EMPRESA “A” EMPRESA “B”Ativo Circulante Passivo Circulante Ativo Circulante Passivo CirculanteFinanceiro $40 Financeiro $30 Financeiro $30 Financeiro $ 50
Operacional $90 Operacional $90 Operacional $50 Operacional $40
Subtotal $130 Subtotal $110 Subtotal $80 Subtotal $90
Ativo Permanente $70 Passivo Permanente $90 Ativo Permanente $120 Passivo Permanente $110
Total $200 Total $200 Total $200 Total $200
CCL = 130 (AC) 110 (PC) = 20 CCL = 80 (AC) 90 (PC) = 10NCG = 90 (ACO) 80 (PCO) = 10 NCG = 50 (ACO) 40 (PCO) = 10NTFP = 70 (AP) + 10 (NCG) = 80 NTFP = 120 (AP) + 10 (NCG) = 1301SD = 90 (PP) 80 (NTFP) = 10 SD = 110 (PP) 130 (NTFP) = 20Ou SD = 40 (ACF) 30 (PCF) = 10 ou 30 (ACF) 50 (PCF) = 20
A empresa “A” está financeiramente equilibrada, possuindo uma "folgafinanceira" de $20 (CCL), uma vez que os recursos permanentes (PP = ELP + PL)financiam os ativos permanentes e ainda sobra $20 aplicado em capital de giro. Comoesses recursos permanentes também superam a NTFP (AP + NCG), a empresa possuium saldo disponível (SD) de R$10 para ser utilizado em eventuais necessidadesadicionais de capital de giro.
A empresa "B" apresenta uma situação de liquidez comprometida (CCL = R$10) uma vez que os recursos permanentes (PP) não são suficientes para suprir osativos permanentes, sendo necessário recorrer a recursos de terceiros de curto prazo.Como esses recursos permanentes são insuficientes para atender a NTFP, a empresa
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possui SD = 20 (negativo), indicando a recorrência a passivos permanentes financeiros(PCF).
Como o SD também pode ser calculado pela diferença entre o CCL e a NCG, amedida que a NCG supera o CCL, o SD tornase negativo, ficando a atividadeoperacional mais dependente de passivos financeiros.
4.5. CONFLITO ENTRE LIQUIDEZ E RENTABILIDADE
Enquanto os ativos permanentes proporcionam a estrutura para odesenvolvimento da atividade precípua da empresa (ex: produção na indústria) e de seuvolume, cuja receita traz os lucros, os ativos circulantes constituem aplicações derecursos de baixa rentabilidade, mas necessária à execução das atividades operacionaisda empresa. Podese dizer que os ativos permanentes “criam riquezas” e os ativoscirculantes são “um ma1 necessário”.
Quanto maior o CCL, mais ampla e a “folga financeira” e menor o risco deinsolvência. Entretanto, essa maior segurança de liquidez implica em investimentosmaiores em ativos de baixa rentabilidade, e acarreta um custo de oportunidade maiselevado do capital de giro investido, pressionando negativamente a rentabilidade dosrecursos aplicados.
Quanto menor o CCL, mais elevado e o risco de insolvência, porém, maior tendea ser a rentabilidade dos recursos aplicados, ao reduzir a aplicação em ativos de menorrentabilidade (ativos circulantes).
EXEMPLO: Supor as estruturas patrimoniais e respectivas DRE a seguirapresentadas e os custos financeiros de 25% a.a. para os empréstimos de curto prazo ede 30% a.a. para o ELP.
BALANÇOS PATRIMONIAIS D.R.E.ATIVO A B C PASSIVO A B C A e B C
Ativo Circulante Passivo Circulante Vendas 1.200 1.200Caixa 80 80 80 Fornecedores 90 90 90 () CMV 720 720Contas a Receber 100 100 100 Diversos a Pagar 20 20 20 Lucro Bruto 480 480Estoques 120 80 120 Empréstimo Bancário 80 80 120 () D. Oper. 250 250Subtotal 300 260 300 Subtotal 190 190 230 LAJIR 230 230
Exig. a Longo Prazo 100 100 100 () D. Financ. 50 (1) 60 (2)Ativo Permanente 450 450 450 Patrimônio Líquido 460 420 420 LAIR 180 170
() I.R. (40%) 72 68TOTAL ATIVO 750 710 750 TOTAL PASSIVO 750 710 750 Lucro Líquido 108 102(1) 80 x 25% + 100 x 30% = 50; (2) 120 x 25% + 100 x 30% = 60; RCP = rentabilidade do capital próprio
A B CCCL = 300 190 = 110 CCL = 260 190 = 70 < 110 CCL = 300 230 = 70 < 110RCP = 108/460 = 23,5% RCP = 108/420 = 25,7% > 23,5% RCP = 102/420 = 24,3% > 23,5%
A alternativa “A” apresenta um CCL maior e uma menor rentabilidade,enquanto a “B” e a “C” apresentam CCL menores e rentabilidades maiores, em funçãoda redução nos ativos circulantes, diminuindo o capital próprio (B), ou utilizandorecursos de terceiros de curto prazo (C), cujos custos são menores, em substituição aocapital próprio, propiciando maior rentabilidade.
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4.6. RELAÇÃO ENTRE EXPANSÃO DAS VENDAS E CAPITAL DE GIRO
As empresas podem promover uma expansão em sua capacidade de produção(compras) e vendas, a fim de obter, através de economia de escalas, redução dacapacidade ociosa e diluição dos custos e despesas fixos, aumentando, assim, seuslucros.
Essa expansão deve ser acompanhada de maior volume de investimentos emcapital de giro (estoques e contas a receber, basicamente). Caso isso não aconteça,ocorre o que se chama de overtrading, ou seja, expansão no volume de atividades sem odevido lastro de recursos para financiar as necessidades adicionais de capital de giro. ANCG cresce, superando o CCL, provocando um SD negativo.
EXEMPLO: Supor crescimento anual de 100% no volume de vendas e duas situaçõesde crescimento do CCL e NCG conforme estrutura patrimonial apresentada para cadauma.
SITUAÇÃO 1 Crescimento proporcional do CCL e da NCGANO 1 ANO 2 ANO 3 ANO 1 ANO 2 ANO 3
ACF 150 300 600 PCF 100 200 400ACO 600 1.200 2.400 PCO 400 800 1.600AC 750 1.500 3.000 PC 500 1.000 2.000RLP + AP 750 1.500 3.000 ELP + PL 1.000 2.000 4.000ATIVO TOTAL 1.500 3.000 6.000 PASSIVO TOTAL 1.500 3.000 6.000
ANO 2CCL2 = 1.500 – 1.000 = 500NCG2 = 1.200 – 800 = 400SD2 = 300 – 200 = 100ou SD2 = 500 – 400 = 100
ANO 3CCL3 = 3.000 – 2.000 = 1.000NCG3 = 2.400 – 1.600 = 800SD3 = 600 – 400 = 200ou SD3 = 1.000 – 800 = 200
A situação permaneceu a mesma uma vez que a estrutura patrimonial, o CCL, aNCG e o SD aumentaram na mesma proporção (100%), ou seja, o crescimento dosrecursos permanentes (ELP + PL) acompanhou o crescimento das NCG.
SITUAÇÃO 2 Crescimento menor do CCL em relação da NCGANO 1 ANO 2 ANO 3 ANO 1 ANO 2 ANO 3
ACF 150 300 600 PCF 100 300 (+200%) 700 (+133%)ACO 600 1.200 2.400 PCO 400 800 (+100%) 1.600 (+100%)AC 750 1.500 3.000 PC 500 1.100 (+120%) 2.000 (+109%)RLP + AP 750 1.500 3.000 ELP + PL 1.000 2.000 (+90%) 4.000 (+95%)ATIVOTOTAL
1.500 3.000 6.000 PASSIVOTOTAL
1.500 3.000 (+1000%) 6.000 (+100%)
ANO 2CCL2 = 1.500 – 1.000 = 400 (+60%)NCG2 = 1.200 – 800 = 400 (+100%)SD2 = 300 – 300 = 0ou SD2 = 400 – 400 = 0
ANO 3CCL3 = 3.000 – 2.300 = 700 (+75%)NCG3 = 2.400 – 1.600 = 800 (+100%)SD3 = 600 – 700 = 100ou SD3 = 700 – 800 = 100
A reserva financeira do 1º ano (SD=50) foi utilizada no 2º ano uma vez que os recursospermanentes cresceram só 90%, financiando menos o capital de giro provocando um
ANO 1CCL1 = 750 – 500 = 250NCG1 = 600 – 400 = 200SD1 = 150 – 100 = 50ou SD1 = 250 – 200 = 50
ANO 1CCL1 = 750 – 500 = 250NCG1 = 600 – 400 = 200SD1 = 150 – 100 = 50ou SD1 = 250 – 200 = 50
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crescimento no CCL de apenas 60%. Como a NCG cresceu proporcionalmente aovolume de atividade (100%), ela se igualou ao CCL, zerando o SD.
No 3º ano a NCG cresceu os mesmos 100% e o CCL apenas 75%, uma vez que ocrescimento dos recursos permanentes (95%) foi, novamente, inferior ao da NCG,provocando, agora, um SD negativo (100).
A situação 2 de overtrading provoca o denominado “efeito tesoura”, visualizado nográfico a seguir, em que o crescimento expressivo das vendas não e acompanhado peloadequado suporte de recursos para atender as necessidades de capital de giro, tendo querecorrer a passivos financeiros de curto prazo, tornando suas atividades dependentes damanutenção destes passivos.
4.7. NECESSIDADE DE CAPITAL DE GIRO CALCULADO EM DIAS DEVENDAS
Durante o ciclo operacional da empresa, ha um período – ciclo financeiro (caixa) – emque há uma necessidade permanente de recursos para cobrir os investimentosoperacionais não financiados pelos respectivos passivos (operacionais), denominadanecessidade de capital de giro (NCG).
O ciclo financeiro (caixa) possui um comportamento segmentado, que cresce a medidaque os custos e despesas vãose acumulando em cada fase operacional, cujos prazosmédios são calculados com base em valores específicos a cada um.
Assim, o ciclo operacional deve ser representado por uma linha em escala, mostrando osacréscimos de investimentos necessários, a medida que custos e despesas vãoocorrendo, conforme gráfico a seguir:
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Como o ciclo financeiro (caixa) é o período de tempo em que a empresa precisa derecursos para financiar o capital de giro (ativo circulante), verificase que existem váriospequenos ciclos, com diferentes níveis de financiamentos necessários, que devem sersomados ao inicialmente calculado.
Para se calcular um valor mais preciso da NCG, em função dos diversos prazos médios,devese traduzilos em uma base comum. Para tal esses prazos médios são convertidosem prazos médios equivalentes, relacionandoos com as vendas, obtendose um ciclofinanceiro (caixa) equivalente.
EXEMPLO:Uma empresa industrial apresenta os seguintes dados trimestrais:
a) Vendas = R$10.800 e contas a receber m6dio = R$3.600b) Produção: duração =1 dia; estoque médio de prod. acabados = R$1.350; CPV =R$8.100c) Matériaprima: consumo = R$4.500; estoque médio = R$750; compras = R$4.500;fornecedores médio = R$2.250d) MOD e CIF = R$3.600; MOD/CIF a pagar médio = R$600.e) Despesas operacionais = R$2.250; despesas operacionais a pagar médio = R$375
ATIVOS E PASSIVOS OPERACIONAIS MENSAIS E RESPECTIVOS PRAZOSMEDIOS
VALOR PRAZO MEDIOContas a receberEstoques produtos acabadosEstoques matériaprimaATIVO CIRCULANTEOPERACIONALFornecedoresMOD/CIF a pagarDespesas operacionais a pagarPASSIVO CIRCULANTEOPERACIONALNCG = ACO PCO
R$3.600R$1.350
R$ 750R$5.700R$2.250
R$ 600R$ 375
R$3.225R$2.475
30 dias = (3.600+10.800) x 90d15 dias = (1.350+8.100) x 90d15 dias = (750+4.500=consumo) x 90d60 dias45 dias = (2.250+4.500=compras) 90d15 dias = (600+3.600) x 90d15 dias = (375+2.250) x 90d75 dias
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FÓRMULAS :PM Recebimento= (Ctas. Rec. Médio + Vendas a prazo) x diasPM Estocagem Prod. Acab. = (Estoque Médio + CPV) x diasPM Estocagem Mat. Prima = (Estoque Médio + consumo) x diasPM Pagto.. Fornecedores = (Fornecedores Médio + 'compras) x diasPM Pagto.. MOD/CIF = (MOD/CIF a pagar Médio + MOD/CIF do período) x diasPM Pagto. Desp. Operac. = (Desp. Oper. a pagar Médio + Desp. Operac. do período) x dias
CALCULO DOS PRAZOS MEDIOS EQUIVALENTES A VENDAS
Os prazos médios são multiplicados pelas porcentagens correspondentes ao valor decada item no período considerado em relação ao valor das vendas no mesmo período.
PM Recebimento = 30d x (10.800/10.800) = 30d x 100% = 30,000 diasPME (Prod. acab.) = 15d x (8.100/10.800) = 15d x 75% = 11,250 diasPME (Mat. prima) = 15d x (4.500/10.800) = 15d x 41,67% = 6,250 dias
Subtotal = 47,500 diasPMP Fornecedores = 45 x (4.500x10.800) = 45d x 41.67% = 18,750 diasPMP MOD/CIF = 15 x (3.600/10.800) = 15dx 33,33% = 5,000 diasPMP D. Operac. = 15 x (2.250/10.800) = 15d x 20,83% = 3,125 dias
Subtotal = 26,875 diasNCG = 20,625 dias
Comprovação: 20,625 x R$120 (vendas diárias) = R$2.475
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4.8. EXERCÍCIOS
1. Uma indústria possui os seguintes prazos médios: estocagem de matéria prima = 30 dias,de pagamentos de fornecedores = 45 dias, de fabricação = 10 dias, de estocagem de produtosacabados = 15 dias e de recebimento = 30 dias. Calcular o ciclo operacional e o ciclo financeiro,e representálos na reta do tempo.
2. Uma empresa possui ativos permanentes = R$5.000 e ativos circulantes mensais durante oano de: R$2.000 em 1 mês, R$2.500 em 2 meses; R$2.600 em 1 mês; R$3.000 em 4 meses;R$3.500 em 2 meses; R$3.400 em 1 mês; e R$4.000 em 1 mês. Os custos financeiros dosrecursos permanentes são de 30% a.a. e dos recursos temporários de 18% a.a. Calcular o CCL eos custos financeiros das alternativas: agressiva, conservadora e intermediaria, considerando quepossíveis sobras de recursos podem ser aplicados a 15% a.a.
3. Analisar as estratégias de financiamento do capital de giro das empresas X e Y, através docálculo do CCL, NCG e SD, considerando as suas estruturas patrimoniais:
ATIVOS X Y PASSIVOS X YCirculantes financeiros 200 150 Circulantes financeiros 150 250Circulantesoperacionais 350 250 Circulantes
operacionais 300 200
Permanentes 450 600 Permanentes 550 550TOTAL 1.000 1.000 TOTAL 1.000 1.000
4. Com base no Balanço Patrimonial a seguir apresentado, e considerando o LAJIR = R$.246,I.R = 40% e os custos financeiros de 20% a.a. dos passivos financeiros de curto prazo e de 25%a.a. dos empréstimos de longo prazo, pedese:a) a redução do capital próprio em decorrência da redução nos ativos operacionais que elevaria arentabilidade do capital próprio para 24% e as implicações na liquidez.b) a rentabilidade do capital próprio substituindo R$120 de capital próprio por passivosfinanceiros e as implicações na liquidez.
BALANCO PATRIMONIALAtivos financeiros 100 Passivos financeiros 80Ativos operacionais 500 Passivos operacionais 400Ativos permanentes 600 Exigível a longo prazo 120
Patrimônio liquido 600Total ativo 1.200 Total passivo 1.200
5. Comentar as implicae6es na liquidez da empresa provocadas por uma expansão das vendas,e o respectivo gráfico do “efeito tesoura”, considerando as mutações estruturais ocorridas nosanos a seguir apresentados:
ANO 1 ANO 2 ANO 3ACF 50 90 160ACO 200 360 640RLP + AP 250 450 800TOTAL 500 900 1.600
ANO 1 ANO 2 ANO 3PCF 40 110 230PCO 160 290 520ELP + PL 300 500 850TOTAL 500 900 1.600
6. Calcular a NCG em dias de vendas considerando os seguintes dados quadrimestrais:a) Vendas= R$14.400: contas a receber médio= R$3.600b) Produção=diária; estoque médio produtos acabados= R$2.700; CPV= R$10.800c) Matériaprima: consumo= R$6.000; estoque médio= R$1.500; compras= R$6.000;fornecedores médio = R$2.250d) MOD e CIF= R$4.800; MOD/CIF a pagar médio = R$600e) Despesas operacionais= R$3.000; despesas operacionais a pagar médio= R$375.
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5. ELABORAÇÃO E ANALISE DO FLUXO DE CAIXA
O fluxo de caixa, apesar de constituir uma demonstração financeiraimportantíssima para o administrador, não e divulgado pela empresa, por não haverexigência legal.
Para qualquer tipo e tamanho de empresa, o Fluxo de Caixa e imprescindívelpara a analise da liquidez (pagamento pontual das obrigações).
Como fluxo significa movimento, o fluxo de caixa corresponde ao movimentofinanceiro ou de caixa (dinheiro).
Os principais objetivos do Fluxo de Caixa são:a analisar a disponibilidade monetária atual e, principalmente a futura, a fim
de evitar situações de insolvência;b aplicar o excedente momentâneo dos recursos financeiros;c avaliar ao longo do tempo as decisões tomadas com reflexos financeiros;d decidir sobre políticas de recebimentos e pagamentos, ee avaliar o retorno de alternativas de investimentos.
5.1. DEMONSTRAÇÕES DO FLUXO DE CAIXA
Conforme a utilidade desejada, podem ser elaboradas duas demonstrações:Demonstração das Entradas e Saídas de Caixa DESC.Demonstração do Fluxo Liquido de Caixa DFLC.
A DESC confronta as entradas (recebimentos) e saídas (pagamentos) de caixa,evidenciando as sobras (superávit) ou faltas (déficit) de caixa, a fim de possibilitar, comantecedência, decisões de aplicar (no caso do superávit) ou tomar recursos financeiros(no caso do déficit). Portanto e voltada para o futuro, devendo abranger a diaadiaporem, também e utilizada com dados passados para fins de subsidiar o planejamentofinanceiro e de comparação entre o real e as previsões de caixa.
A DFLC permite a analise das causas da posição de caixa, decorrente do impacto dediversas variáveis, como nível de estocagem, prazos de recebimentos e de pagamentos,alterações no nível de atividades, investimentos, aportes de capital, tomadas ouamortizações de empréstimos, distribuição de dividendos, etc.
Enquanto a DESC e um instrumento operacional do diaadia, a DFLC e uminstrumento de analise.
5.2. DEMONSTRAÇÃO DO FLUXO LÍQUIDO DE CAIXA DFLC.
A DFLC e elaborada a partir das demonstrações contábeis, de forma a permitir umaserie de relações e avaliações referentes a capacidade de pagamento da empresa e aadministração financeira.
Dentre as principais informações extraídas da DFLC destacamse as referentes a:
a autofinanciamento das operações;
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b dependência de empréstimos bancários de curto prazo;c amortização dos empréstimos contraídos;d geração de recursos para manter e expandir o nível de investimentos;e causa das alterações na situaq2o financeira da empresa;f utilização do lucro gerado pelas operações;g distribuição de dividendos;h adequação do nível em tesouraria (ativos circulantes financeiros);i utilização dos empréstimos contraídos; ej habilidade dos administradores na obtenção dos recursos adequados a
aplicações.
5.3. EXEMPLO DE ELABORAÇÃO DAS DESC E DFLC.
5.3.1. COMPOSIÇÃO DA DFLC
GERAÇÃO BRUTA DE CAIXA: e o resultado do exercício, ajustado por despesas nãodesembolsáveis, e mostra o montante de caixa gerado pelas atividades comerciais, ouseja, as operacionais envolvidas na apuração do resultado econômico
GERAÇÃO OPERACIONAL DE CAIXA: a diferença entre os ativos circulantesoperacionais e os passivos circulantes operacionais constitui a NCG (necessidade decapital de giro). Somandose a variação negativa da NCG ou subtraindo a variaçãopositiva da NCG, que significa o caixa gerado pelas atividades operacionais incluindoas aplicações e fontes de recursos operacionais.
GERAÇÃO CORRENTE DE CAIXA: e resultante da soma da variação dosempréstimos de curto prazo a geração operacional de caixa, e significa o caixa geradopelas atividades de curto prazo.
GERAÇÃO LÍQUIDA DE CAIXA: resultante da soma ou subtração das variações dositens permanentes (ativos permanentes e patrimônio liquido) e dos itens não correntes(realizáveis e exigíveis a longo prazo) a geração corrente de caixa. As variaçõespositivas dos ativos permanentes são subtraídas e as negativas são somadas. Asvariações positivas dos passivos permanentes são somadas e as negativas diminuídas.Significa o caixa gerado no período.
5.4. ANALISE DA GESTAO DE CAIXA
O uso da DESC para períodos já realizados requer cautela, uma vez que as entradas e assaídas de caixa sempre se igualam. No caso de insuficiência de caixa, compromissosdeixam de ser pagos, ou, empréstimos são tomados, fazendo com que as entradas esaídas de caixa sejam equivalentes, e, portanto, dificultando a visualização dosdesempenhos ineficientes.
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No caso da DESC para períodos futuros (previstos), essas restrições são diminuídas amedida que se evidenciam os déficits financeiros (saldos negativos de caixa) emdecorrência de insuficiências de caixa.
A DFLC constitui instrumento de analise mais adequado, ao mostrar se a empresa estagerando recursos para atender suas atividades operacionais, se pode pagar osempréstimos de curto prazo, e se sobram recursos para investimentos Ou amortizaçãode financiamento a longo prazo. Para isso, a analise deve ser efetuada item a item dademonstração.
5.4.1. REVELAÇÕES DA DFLC
O quadro a seguir mostra o significado de cada item da demonstração, o que revela esuas utilizações:
5.4.2. NOVAS DEMONSTRAÇÕES
Para suprir a carência da DFLC quanto a movimentação no exercício dos itens nãocorrentes, do CCL e do capital de giro próprio (CGP), foram montadas duasdemonstrações, apresentadas a seguir, denominadas: Demonstração do Capital de Giro(DCG) e Demonstração da Movimentação do Capital de Giro (DMCG).
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5.4.3. COMENTARIOS SOBRE A GESTÃO DE CAIXA – EXEMPLO
Pelo DESC:Os pagamentos totalizaram R$ 8.960, dos quais 69% referemse a fornecedores (6.185).Sem computar os financiamentos de longo prazo de R$ 160, os recursos seriaminsuficientes (déficit de R$40), porem seriam cobertos pelo saldo inicial de R$ 100.
Pelo DFLC:O resultado do exercício foi um prejuízo de R$500, porem ajustado pelas despesas nãodesembolsáveis (depreciação), provocou uma geração bruta de caixa de R$100.
A NCG reduziuse em R$285 (13,6% em relação ao ano X0) propiciando um aumentode caixa e uma geração operacional de caixa de R$ 385 (R$ 285 + R$ 100). Embora osvalores a receber decorrentes das vendas a prazo aumentaram em R$ 230, foramcompensados pela redução nos estoques de R$ 215 e pelo aumento de financiamentospelos fornecedores de R$300.
Com a geração operacional de caixa seria possível amortizar 96% dos empréstimos decurto prazo de R$ 400, ou financiar 97% dos investimentos líquido em ativospermanentes de R$ 395 (necessidades menos os aportes de capital pelos proprietáriosdiminuídos dos dividendos pagos).
Optouse em amortizar R$ 30 dos empréstimos de curto prazo e o restante (R$ 355)financiar 9O0/0 dos investimentos líquidos, não sobrando recursos para amortizar osfinanciamentos de longo prazo de R$ 500. Estes foram incrementados em R$ 160,desnecessários, uma vez que o saldo inicial de caixa de R$ 100 seria possível cobrir odéficit de R$40 (geração corrente de caixa de R$355 menos os investimentos líquidosde R$395) e resultar R$60 de saldo final.
Com os financiamentos a longo de R$ 160, a geração liquida de caixa foi de R$ 120(R$160 R$ 40 de déficit), elevandose o saldo final de caixa para R$ 220 (inicial de R$100 + R$ 120).
Pela DCG e DMCG:Como houve redução da NCG (R$285), não foi necessário ampliar o seu financiamentocom recursos permanentes (próprio mais de longo prazo). Ao contrario, eles sereduziram em R$135 (redução do C.C.L.), redução essa aumentada para R$165 com aamortização de R$ 30 de empréstimos de curto prazo. A soma da redução do CCL coma amortização do empréstimo de curto prazo diminuiu as disponibilidades financeiras,aumentadas pela redução da NCG.
A causa principal da diminuição dos financiamentos permanentes foi o prejuízo doexercício de R$500, agravado pelo pagamento de R$200 de dividendos e amenizadacom o ingresso de R$ 150 de capital próprio, resultando numa redução do patrimôniolíquido de R$ 550.
Essa redução foi compensada pelo decréscimo do ativo permanente em função dadepreciação ter sido maior que a aquisição de novos ativos (R$ 600 R$ 345 = R$ 255),representado prejuízo econômico e não financeiro, e pelo financiamento de longo prazode R$160.
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Assim, a variação do saldo de tesouraria foi de R$ 120 (R$ 285 de redução da NCGmenos R$165 de redução do financiamento permanente).
5.4.4. CONFRONTO ENTRE DOAR E DFLC
Inicialmente a DOAR é reproduzida em linguagem compatível com a DFLC, a fim decomparálas entre si: colocandoas lado a lado podese verificar as diferenças entre elase que, como a DFLC compreende todos os dados da DOAR mais a variação da NCG eempréstimos de curto prazo, ela e mais completa.
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5.5. EXERCÍCIO: DEMONSTRAÇÕES FINANCEIRAS, CAPITAL DE GIROE FLUXO DE CAIXA
A seguir estão relacionadas as contas patrimoniais e respectivos saldos finais em 31 dedezembro dos anos 1 e 2, referentes a uma empresa comercial.
Durante o ano 2 ocorreram os seguintes fatos:a) as vendas brutas totalizaram R$ 6.500, as devoluções e descontos de vendas R$ 200
e os impostos sobre vendas R$1.300 (ICMS, PIS e COFINS)b) o custo das mercadorias vendidas (CMV) foi de R$ 3.000, incidindo sobre as
compras 19% de IPI e 7% de ICMSc) as despesas operacionais totais foram de R$ 1.580, compreendendo as comerciais e
administrativas = R$ 1.420 (incluindo R$ 100 de depreciação) e as financeiras =R$160;
d) no inicio do ano foi vendido por R$ 80, a vista, um ativo imobilizado contabilizadono valor de R$ 125 e com depreciação acumulada = R$25;
e) os impostos sobre a renda correspondem a 40% do lucro antes do imposto de renda;f) o aumento de capital foi de R$200, sendo R$ 150 integralizados em dinheiro e R$
50 com lucros acumulados;g) as reservas de lucros constituídas no final do ano foram de R$ 30 e os dividendos a
serem distribuídos no valor de R$ 180.
I Com base nos dados fornecidos, elaborar as demonstrações financeiras: BalançoPatrimonial dos Anos 1 e 2, Demonstração do Resultado do Ano 2, Demonstração dasMutações do Patrimônio Liquido do Ano 2, e Demonstração das Origens e Aplicaçõesde Recursos do Ano 2.
II Analisar a situação da empresa quanto ao capital de giro; calcular a NCG em dias devendas e elaborar o gráfico do "efeito tesoura", considerando, também, os seguintesdados:a) para o Ano 0 : CCL = R$230, NCG = R$180, e SD = R$50b) para o Ano 1 : vendas brutas menos devoluções e descontos = R$ 5.000; total deimpostos a pagar = R$ 960; CMV = R$2.400; compras = R$ 2.700; despesasadministrativas e comerciais (sem depreciação) = R$ 1.000; e dividendos a distribuir =R$80
III Elaborar as demonstrações do fluxo de caixa (DESC e DFLC) do Ano 2, bem comoda demonstração do Capital de Giro DCG e Demonstração da Movimentação doCapital de Giro DMCG, e analisar os resultados
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6. ANÁLISE DO PONTO DE EQUILÍBRIO
A analise do ponto de equilíbrio possibilita verificar as alterações no lucro provocadaspor variações nas receitas, custos e despesas.
Contabilmente, o ponto de equilíbrio e o volume de vendas onde o lucro será zero.Acima do ponto de equilíbrio o volume de vendas proporciona lucros crescentes eabaixo prejuízos cada vez maiores.
6.1. ELEMENTOS ENVOLVIDOS
Os elementos envolvidos na analise do ponto de equilíbrio são:a) quantidades vendidas e respectivos preçosb) custos e despesas fixas e variáveis.
6.1.1. VOLUME DE PRODUÇÃO E VENDAS
O ponto de equilíbrio, conhecido por analise das relações custovolumelucro, não levaem conta a formação de estoques, pressupondo que toda a produção é vendida noperíodo.
6.1.2. CONCEITO DE VARIABILIDADE DE CUSTOS/DESPESAS
De acordo com o conceito de variabilidade, os custos/despesas podem ser classificadosem: fixos, variáveis e semivariáveis.
Fixos: permanecem constantes dentro de certo intervalo de tempo (mês),independentemente das variações no volume de produção e vendas. Exemplo: alugueis,salários e encargos de modo geral, materiais de escritório, iluminação, depreciação, etc.
Variáveis: aumentam e diminuem diretamente proporcional as alterações no volume deprodução e vendas. Exemplo: matériasprimas, mãodeobra direta, comissões devendas, energia industrial, impostos sobre vendas, custo de mercadorias vendidas, etc.
Semivariáveis: não são fixos porque variam, porem não são variáveis por não variaremna mesma proporção. Contem uma parte fixa e outra variável, que devem ser separadase incluídas nas categorias anteriores, para efeito de analise do ponto de equilíbrio.Exemplo: salário de vendedores, energia da fabrica, etc.
6.2. DRE CONFORME CUSTEIO DIRETO OU MARGINAL
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A diferença entre o preço de venda (p) e o custo/despesa variável unitário (v) edenominada lucro marginal unitário ou margem de contribuição unitária (LMU).
6.3. TIPOS DE PONTO DE EQUILÍBRIO
A analise do ponto de equilíbrio pode ser efetuada em relação ao lucro operacional(LAJI) ou ao lucro antes do imposto de renda (LAIR), obtendose respectivamente ospontos de equilíbrio operacional e contábil (total).
Ponto de equilíbrio operacional (PEO): corresponde a quantidade de vendas (q) queproporciona um LAJI igual a zero, ou seja, em que as receitas totais se igualam asdespesas operacionais, excluindo as despesas financeiras. Assim:
Como , onde
O PEO pode ser calculado em valor de vendas, substituindose o lucro marginal unitário(LMU) pela lucratividade marginal (% do lucro marginal em relação ao valor de
vendas), e multiplicandose por "p" os 2 membros da igualdade: , temos:
, onde
Ponto de equilíbrio contábil ou total (PEC): corresponde a quantidade de vendas (q)que proporciona um LAIR igual a zero, ou seja, em que as receitas totais se igualam asdespesas totais, incluindo as operacionais e as financeiras. Assim, e considerando DFO+ DFF = DFT
Como , onde
O PEC pode ser calculado em valor de vendas, substituindose o lucro marginal unitário(LMU) pela lucratividade marginal (% do lucro marginal em relação ao valor de
vendas). Multiplicandose por "p" os 2 membros da igualdade: ,temos:
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,
onde
EXEMPLO: Uma empresa vende um produto por R$100. Os custos/despesas variáveispor unidade são de R$60, as despesas fixas operacionais = R$8.000 e as despesasfinanceiras = R$2.000. Calcular o PEO e PEC
6.3.1. PONTOS DE EQUILÍBRIO ECONÔMICO E FINANCEIRO
Considerando o retorno do capital próprio desejado pelos proprietários, as empresasdevem operar com lucro, necessitando atingir um determinado nível de vendas, quecorresponde ao ponto de equilíbrio econômico.
Ponto de equilíbrio econômico (PEE): corresponde a quantidade ou valor de vendasque proporciona um determinado lucro (LAIR) desejado, ou seja, em que as receitastotais são iguais as despesas totais mais o lucro desejado. Assim:
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Como , onde
Analogamente, , onde
EXEMPLO: Considerando o exemplo anterior e um lucro liquido desejado de R$1.320,calcular o PEE (Imposto de renda = 40%)
Outros pontos de equilíbrio, denominados financeiros, podem ser calculados:
Ponto de equilíbrio financeiro parcial (PEFP): corresponde à quantidade ou valor devendas em que as receitas totais são iguais as despesas desembolsáveis totais. Assim, deforma análoga aos cálculos anteriores temos:
, onde
Ponto de equilíbrio financeiro total (PEFT): idem ao anterior, porém somando asdespesas desembolsáveis totais as amortizações de empréstimos. Portanto:
, onde
EXEMPLO: Considerando o exemplo anterior, alem de despesas não desembolsáveis deR$1.600 (depreciação) e amortização de empréstimos de R$2.400, calcular os pontos deequilíbrio financeiros.
6.4. PONTOS DE EQULÍBRIO COM DIVERSOS PRODUTOS
A determinação dos pontos de equilíbrio somente será valida se:
a) todos os produtos possuem lucros marginais unitários iguais; oub) todos os produtos possuem a mesma lucratividade marginal; ouc) a participação de cada produto nas vendas totais permanece constante.
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Situação a: Se os produtos apresentarem o mesmo lucro marginal unitário, o cálculo doponto de equilíbrio poderá ser efetuado como se fosse um 6nico produto.
EXEMPLO: Dois produtos, A e B, possuem o mesmo lucro marginal unitário = R$10.As despesas fixas totais são iguais a R$10.000.
Qualquer composição de vendas que resulte em 1.000 unidades representa o ponto deequilíbrio, uma vez que os lucros marginais unitários são iguais.
Situação b: Se os produtos apresentarem lucros marginais unitários diferentes, mastaxas de lucratividade marginal iguais, o ponto de equilíbrio poderá será calculado, emvalor de vendas, como se fosse um único produto.
EXEMPLO: Dois produtos, A e B, possuem lucratividade marginal = 40%. As despesasfixas totais são iguais a R$10.000.
Qualquer composição de vendas que resulte em R$ 25.000 representa o ponto deequilíbrio, uma vez que as lucratividades marginais são iguais.
Situação c: Se os produtos apresentarem lucros marginais unitários e lucratividadesmarginais diferentes, o ponto de equilíbrio poderá será calculado, em quantidade ou emvalor de vendas, considerando o lucro marginal unitário ou a lucratividade marginalmédios ponderados. Portanto esse cálculo só será valido se a participação de cadaproduto nas vendas totais for constante.
EXEMPLO: Dois produtos, A e B, possuem lucros marginais unitários = R$7 e R$9,respectivamente, sendo vendidos na proporção de 1 para 2, ao mesmo preço de vendaunitário de R$20 . As despesas fixas totais são iguais a R$13.800.
Ou
Qualquer alteração na composição de vendas entre A e B modifica o ponto deequilíbrio. Supondo uma participação nas vendas de 50% de cada produto, o ponto deequilíbrio se modifica para:
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Ou
6.5. HIPOTESES BASICAS PARA ANALISE DO PONTO DE EQUILÍBRIO
A análise do ponto de equilíbrio somente e valida considerando as seguintes hipóteses:a) o preço de venda não se altera com modificações no volume de vendas;b) o nível geral de preços permanece constante;c) o conceito de variabilidade dos custos e despesas é valido;d) a eficiência e a produtividade permanecem constantes;e) ha um intervalo relevante de validade da analise, fora do qual os custos e despesas se
alteram.
6.6. MARGEM DE SEGURANCA (MS)
A margem de segurança corresponde a redução nas vendas reais para atingir o ponto deequilíbrio contábil. Embora possa ser medida pela diferença, em quantidades ou emvalor, entre as vendas reais e as vendas no ponto de equilíbrio, normalmente e calculadaem percentual, que representa a redução máxima nas vendas para não se operar comprejuízo.
EXEMPLO: Uma empresa vende mensalmente 500 unidades a R$20 cada uma, comuma lucratividade marginal de 45%. As despesas fixas totais são iguais a R$3.600.Calcular a margem de segurança.
Portanto uma redução nas vendas de R$2.000, ou de 100 unidades ou de 20% faz comque a empresa atinja o ponto de equilíbrio. Uma redução superior implicara emprejuízo.
Observação: o conceito e calculo da margem de segurança podem ser utilizados paratodos os pontos de equilíbrio abordados.
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6.7. EXERCÍCIOS
1. Uma empresa vende um produto por R$70 a unidade, sendo as despesas variáveispor unidade iguais a R$40 e as despesas fixas totais R$24.000 por mês, das quaisR$3.000 são despesas financeiras. Calcular os pontos de equilíbrio operacional econtábil ou total.2. As vendas mensais de uma empresa são de R$15.000 e as despesas fixas totais deR$4.200. As mercadorias são vendidas por R$ 50 cada, com uma lucratividade marginalde 35%. Pedese:a) Calculo e gráfico do ponto de equilíbrio contábil em valor e em quantidade;b) Se as vendas fossem de R$ 18.000 mensais, qua1 deveria ser a lucratividademarginal para obter lucro líquido = R$936?(Imposto de renda = 40%)
3. O gráfico representa o ponto de equilíbrio de uma empresa que vende 500 unidadespor mês a R$60 cada uma, cujas despesas variáveis são de R$40 reais por unidade e asdespesas fixas totais de R$8.000 mensais. Pedese:
a) Calcular o ponto de equilíbrio contábil e indicálo no gráfico;b) Calcular o LAIR e assinalar o segmento que o representa no gráfico;c) Calcular a MS e assinalar no gráfico os segmentos que a representam.
4. Uma empresa apresenta os seguintes dados mensais: vendas = 2.000 un. a R$50cada; despesas variáveis = R$35 cada; despesas fixas totais = R$24.000, sendoR$20.400 administrativas e comerciais, e R$3.600 financeiras. As despesasadministrativas e comerciais incluem R$6.000 de depreciação. Amortização deempréstimos = R$3.000, e imposto de renda = 40%. Pedese:a) Calcular os pontos de equilíbrio operacional e contábil e representálos graficamente;b) Calcular os pontos de equilíbrio financeiros;c) Qual o volume de vendas que permitiria um lucro liquido = R$4.140.5. Um produto e vendido por R$160 a unidade, com lucratividade marginal de 37,5%.As despesas fixas totais são iguais a R$60.000 e o lucro líquido desejado e de R$ 3.600,considerando o imposto de renda de 40%. Pedese:a) O volume de vendas para obter o lucro desejado.b) Supondo que as vendas mensais atinjam apenas 1.000 unidades, qua1 a redução nasdespesas fixas totais para se obter o lucro desejado?c) Supondo manter as mesmas despesas fixas totais, qua1 a lucratividade marginal quepossibilitaria obter o lucro desejado vendendo 1.000 unidades?6. Uma empresa vende 3 produtos (A, B e C) por R$ 30, R$ 40 e R$ 20 cada um,respectivamente. As despesas fixas totais são de R$ 15.300 e as lucratividadesmarginais de: A = 30%; B = 35% e C = 40%. As vendas, em quantidade, sãoconstituídas, em media, de 40% de A, 30% de B e 30% de C. Pedese:a) Calcular o ponto de equilíbrio contábil em quantidade e em valor;b) Recalcular o ponto de equilíbrio contábil, caso as participações nas vendas fossem:A= 30%; B = 30% e C = 40%c) Recalcular o ponto de equilíbrio contábil, caso as participações nas vendas fossem:A= 30%; B = 40% e C = 30%.
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7. ANALISE DA ALAVANCAGEM
Alterações nos níveis de receitas provocam nos resultados das empresas modificaçõesrelevantes, em função da estrutura de despesas existentes, especificamente, das despesasfixas. Aumento nas receitas ocasiona uma elevação, proporcionalmente maior nosresultados, assim como o inverso ocorrera, se houver uma redução nas vendas.
Analogamente, o retorno do capital próprio pode ser aumentado, ou diminuído, emfunção do custo e volume do capital de terceiros oneroso (empréstimos efinanciamentos) utilizado pela empresa. Custos inferiores ao retorno propiciado pelaempresa (sem considerar o uso de capitais de terceiros onerosos) elevam o retorno dosproprietários, assim como custos superiores o reduzem. O grau de alteração no retornodos proprietários será proporcional ao volume de capital de terceiros oneroso aplicadona empresa.
Ao estudo desses efeitos denominamos, genericamente, de alavancagem, eespecificamente, de acordo com o objeto de analise, de alavancagem sobre os resultadose alavancagem sobre o retomo do capital próprio.
7.1. ALAVANCAGEM SOBRE OS RESULTADOS
A analise da alavancagem sobre os resultados se baseia na mesma relação entre asdespesas e o volume de vendas, abordada na analise do ponto de equilíbrio, valendo,portanto, as observações e limitações.
A alavancagem sobre os resultados ocorre em função da maior ou menor absorção dasdespesas fixas pelo volume de vendas, resultando, respectivamente, em aumentos oudiminuições, proporcionalmente maiores nos lucros.
Considerando a separação das despesas fixas operacionais das despesas financeiras, quedecorrem do uso ou não de empréstimos e financiamentos, a analise desta alavancagemse processa em três estágios, com as seguintes denominações: alavancagem operacional,alavancagem financeira e alavancagem combinada.
7.1.1. ALAVANCAGEM OPERACIONAL
A alavancagem operacional considera apenas as despesas fixas operacionais, queconstituem o apoio da alavanca, sobre a qua1 incide a força exercida pela alteração nasreceitas, resultando no acréscimo ou decréscimo no lucro operacional (LAJI = lucroantes dos juros e do imposto de renda).
Os efeitos da alavancagem operacional, portanto, resultam da existência das despesasoperacionais fixas, que permanecem constantes dentro de certos intervalos de variaçãodas vendas. Um aumento nas vendas propiciam maior diluição das despesas fixas, e,conseqüentemente, aumento, em maiores proporções, no LAJI. No caso inverso, umaredução nas vendas propiciara reduções maiores no LAJI, que transformara em prejuízose a redução nas vendas ultrapassarem o ponto de equilíbrio operacional (PEO)
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Grau de alavancagem operacional (GAO): mede os efeitos provocados sobre o LAJIpor variações nas vendas, tendo como base um nível especifico de vendas. Pode sercalculado pelas seguintes formulas:
ou
ou ainda
Onde: q = quantidade de vendasp = preço unitário de vendasv = despesa variável unitáriaDFO = despesas fixas operacionais
Risco do negocio: esta re\acionado com as alterações do LAJI, uma vez que qualquervariação positiva ou negativa nas vendas provocara um acréscimo ou decréscimo GAOvezes no LAJI. No caso de decréscimo, o lucro marginal poderá ser insuficiente paracobrir as despesas fixas operacionais, comprometendo a rentabilidade e a liquidez daempresa. Quanto maior o GAO, maior o risco do negocio, pois a empresa estariaoperando próximo do ponto de equilíbrio operacional (PEO).
7.1.2. ALAVANCAGEM FINANCEIRA
Os empréstimos e financiamentos contraídos pela empresa ocasionam, periodicamente,de acordo com o regime de competência, despesas financeiras, que são fixas, poisdependem da composição das fontes de financiamento e não do nível de produçãovendas.
A ocorrência de despesas financeiras fixas faz com que as alterações do LAJIcorrespondam variações, proporcionalmente, maiores no LAIR (lucro antes do impostode renda), e, conseqüentemente, no LL (lucro liquido), uma vez que o IR (imposto derenda) é função (%) do LAIR.
Assim, alavancagem financeira pode ser definida como a capacidade de utilização dasdespesas financeiras fixas para maximizar os efeitos das variações do LAJI no LAIR ouno lucro liquido. Se o LAJI aumentar o LAIR e o LL aumentarão mais ainda, porém seo LAJI diminuir, a redução no resultado serão mais acentuadas, podendo transformar olucro liquido em prejuízo.
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Grau de alavancagem financeira (GAF): mede os efeitos provocados sobre o LAIR eo lucro liquido pelas variações ocorridas no LAJI, sendo este o ponto de referência parao cálculo das variações, considerando um nível especifico de vendas associado asdespesas operacionais. Pode ser calculado pelas seguintes formulas:
Ou
Risco financeiro: esta relacionado com a incapacidade do LAJI cobrir as despesasfinanceiras. Um GAF próximo a 1 indica pouca influencia das despesas financeiras naapuração do LAIR e do LL. Um GAF elevado indica a ocorrência de despesasfinanceiras expressivas, implicando em maior risco financeiro para a empresa. No casodo LAJI diminuir, em função de redução nas vendas, alem do resultado poder seconverter em prejuízo, a liquidez poderá ficar comprometida, pois os recursos geradospelas operações da empresa não serão suficientes para pagar os compromissosassumidos.
7.1.3. ALAVANCAGEM COMBINADA
Todas as empresas estão sujeitas a alavancagem operacional em função de incorreremem despesas operacionais fixas, e quase todas, por apresentarem despesas financeiras,não estão imunes a alavancagem financeira. Assim sendo, na pratica as empresas estãosujeitas aos efeitos conjugados dessas alavancagens, denominadas de alavancagemcombinada ou total.
A alavancagem combinada pode ser interpretada como a capacidade de utilização dasdespesas fixas totais – operacionais e financeiras – para maximizar o efeito dasvariações nas vendas sobre o LAIR e o lucro liquido.
Grau de alavancagem combinada (GAC): mede os efeitos das despesas fixas totaissobre o LAIR e o lucro liquido, por variações nas vendas. Pode ser calculado pelasseguintes fórmulas:
Ou
Ou
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7.1.4. EXEMPLO DE ANALISE DA ALAVANCAGEM SOBRE OSRESULTADOS
O aumento de 10% no volume de vendas provocou um aumento no LAJI de 40% ouseja, 10% x 4 (GAO). O LAJI aumentando em 40% ocasionou um aumento no LAIR eno LL de 60%, ou seja, 40% x 1,5 (GAF). Combinando os efeitos, o aumento de 10%nas vendas refletiu em um aumento de 60% no LAIR e no LL, ou seja, 10% x 6 (GAC).
Considerando a redução no volume de vendas de l0%, verificase os efeitos contrários.O LAJI sofreu um decréscimo de 40%, ou seja (10%) x 4 (GAO), e o LAIR e o LL de60%, ou seja (40%) x 1,5 (GAF) ou, combinando os efeitos, (10%) x 6 (GAC).
Com base nesses graus de alavancagem, uma redução nas vendas de 16,67%provocariam no LAJI um decréscimo de 66,7%, ou seja, (16,67%) x 4 (GAO), e noLAIR e no LL de 100%, ou seja, (66,7%) x 1,5 (GAF) ou, combinando os efeitos, (16,67%) x 6 (GAC). Uma redução nas vendas superior a 16,67% provocara prejuízoliquido.
7.1.5. EXERCÍCIOS
1. Uma empresa vende mensalmente 900 unidades a $10 cada uma, com urnalucratividade marginal de 40%. As despesas fixas operacionais são de $ 2.160por mês, e as financeiras de $540. Supondo o imposto de renda = 40%, pedese:
a Calcular os graus de alavancagem e explicar o significado de cada um;b O impacto nos resultados provocados por um aumento no volume de vendas de
15%;c Idem, por uma redução no volume de vendas de 25%.
2. A DRE de uma empresa comercial apresenta os seguintes dados mensais: vendasliquidas = $80.000; CMV = $38.000; despesas operacionais (sem as financeiras)= $30.000, sendo $6.000 variáveis e $24.000 fixas; despesas financeiras =$4.800; e imposto de renda = 40%. Pedese:
a Calcular os graus de alavancagem e explicar os efeitos nos resultados no caso daredução de 20% no volume vendas.
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b Caso as vendas mensais se estabilizem em $70.000, qua1 a redução nas despesasoperacionais fixas e nas despesas financeiras, para que a empresa mantenha osmesmos graus de alavancagem anteriores.
7.2. ALAVANCAGEM FINANCEIRA SOBRE O RETORNO DO CAPITALPRÓPRIO
Uma outra forma de alavancagem pode ser calculada, no sentido de permitir a avaliaçãodos elementos que interferem na composição da taxa de retorno dos recursos investidospelos proprietários, denominada alavancagem financeira sobre o retorno do capitalpróprio.
A partir da taxa de retorno dos recursos investidos nos ativos, da taxa de custo dospassivos onerosos e da taxa de retorno do capital próprio, podese avaliar com queeficácia foram utilizados os recursos aplicados nos ativos, quanto custaram os recursosoriundos de empréstimos e financiamentos, e se os proprietários foram ou nãobeneficiados.
Grau de alavancagem financeira (GAF): mede o efeito da utilização de capitais deterceiros onerosos sobre o retorno do capital pr6prio. Pode ser calculado pelas seguintesformulas:
Onde:
Ou
onde: RAT = retorno sobre o ativo totalCPO = custo passivo onerosoPO = passivo onerosoPL = patrimônio liquido
O CPO é calculado pelo quociente entre as despesas financeiras liquidas (despesasfinanceiras menos a respectiva redução do imposto de renda) e o passivo oneroso.
DFinL = Despesas financeiras (1 taxa do imposto de renda)Se o GAF = 1, não houve alteração no retorno sobre o capital próprioSe o GAF >1, o uso de empréstimos e financiamentos propiciou um ganho, aumentandoo retorno sobre o capital próprio, por apresentar um custo menor que o retornoproporcionado pelos ativos.
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Se o GAF <1, o uso de empréstimos e financiamentos acarretou uma perda, diminuindoo retorno sobre o capital próprio, por apresentar um custo maior que o retornoproporcionado pelos ativos.
Exemplo simplificado: supor três situações distintas de resultados, em função do custodo capital de terceiros oneroso, comparadas com uma situação base em que todo capitale próprio (sem capital de 3° oneroso), e considerando a estrutura de capitais da empresaconstituída de $1.000 de capital próprio e $1.000 de passivo oneroso (capita1 deterceiros oneroso). A soma dos dois capitais resulta no ativo total (AT) = $2.000.
Situação 1: como o CPO (6%) foi menor que o RAT (12%), o retomo do capital própriofoi multiplicado por 1,5 (GAF), passando de 12% (sem cap. de 3º oneroso) para 18%.Situação2: como o CPO (12%)foi igual ao RAT (12%), o retomo do capital próprio nãose alterou.Situação3: como o CPO (18%) foi maior que o RAT (12%), o retorno do capitalpróprio foi reduzido para a metade (GAF = 0,5), passando de 12%(sem cap. de 3°oneroso) para 6%.
Observação: à medida que se utiliza mais ou menos capital de terceiros onerosos, o graude alteração no retorno do capital próprio (situações 1 e 3) aumenta ou diminui,respectivamente.
7.2.1. RECLASSIFICAÇÕES E AJUSTES
Para se processar uma analise da alavancagem financeira mais realística, deveseinicialmente refinar os dados apresentados no balanço patrimonial e na demonstração doresultado do exercício, para, em seguida, se calcular corretamente as taxas de retorno edo custo do passivo oneroso.
Reclassificação das contas patrimoniais
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a O saldo das duplicatas descontadas deve ser agregado aos empréstimos efinanciamentos, formando o valor total do passivo oneroso causador dasdespesas financeiras;
b O valor médio mantido como reciprocidade bancaria deve ser deduzido dasdisponibilidades e dos passivos onerosos, a fim de eliminar parcela ociosa doativo, e reduzir o saldo do passivo oneroso para o cálculo mais realista de seucusto.
c Os passivos não onerosos devem ser subtraídos dos ativos circulantes, poisnormalmente, constituem fontes de financiamento de curto prazo do capital degiro.
Separação do cálculo do imposto de renda
a Inicialmente o imposto de renda deve ser calculado sobre o lucro operacional(sem despesas financeiras), e dele subtraído, para se obter o lucro liquido geradopelas atividades da empresa (LL s/ DF), mediante o uso de seus ativos, como senão houvesse capital de terceiros oneroso. Esse lucro liquido será utilizado nocalculo do RAT.
b As despesas financeiras, por serem dedutíveis, provocam redução do imposto derenda que seria devido caso elas não ocorressem. Assim, o valor do custo dopassivo oneroso será o valor das despesas financeiras subtraído do respectivoimposto de renda (DFinL)
c O lucro liquido (LL) que ira remunerar o patrimônio liquido (RPL) será ocalculado computandose as despesas financeiras ocorridas em decorrência douso de passivo oneroso.
Ajustes nos saldos patrimoniais iniciais
Os saldos iniciais do ativo total (AT), do passivo oneroso (PO) e do patrimônio liquido(PL) devem ser ajustados a fim de se obter os valores corretos a serem relacionados como LLs/DF, DFinL e LL.
Para tanto, é necessário computar as alterações ocorridas nos referidos saldospatrimoniais, ponderando esses valores pelo tempo de permanência durante o períodoconsiderado, a saber:
a O passivo oneroso (PO) será acrescido por novos empréstimos e financiamentose subtraídos pelas amortizações. Os juros a pagar incorporados ao passivodevem ser desconsiderados, a fim de não deturpar os cálculos.
b O patrimônio liquido (PL) será acrescido por integralizações de capital esubtraído pela distribuição de dividendos intermediários. Não devem serconsideradas as alterações decorrentes do resultado do exercício.
c O ativo total (AT) reflete as alterações no passivo oneroso e no patrimônioliquido mencionados (AT=PO+PL).
7.2.2. CALCULO DAS RELAÇÕES ENVOLVIDAS NA ANALISE
Após as devidas reclassificações e ajustes efetuamse os cálculos a seguir apresentados:
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Grau de alavancagem financeira (GAF): baseado nas considerações efetuadas, passa aser calculado pelas seguintes formulas, devidamente ajustadas:
Onde
Ou
7.2.3. EXEMPLO AMPLIADO DE ALAVANCAGEM FINANCEIRA
Observações:a) os empréstimos bancários foram contraídos no meio do ano 2;b) os financiamentos de longo prazo foram obtidos no inicio do ano 2;c) no ano 1 não ocorreram integralizações de capital e nem pagamento de
dividendos extras,d) no inicio do ano 2 ocorreu um aumento de capital de $1.000, em dinheiro.
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AJUSTES DOS SALDOS INICIAISPassivo oneroso ajustado:ANO1 = $2.000 + $600 = $2.600 (manutenção dos empréstimos e financiamentos)ANO2 = $2.600 + $1.500 x 0.50 (contraído no meio do ano) + $2.000 (inicio do ano) =$5.350
Patrimônio liquido ajustado:ANO1 = $5.000 (não houve integralizações e nem dividendos extras)ANO2 = $6.000 + $1.000 (integralização de capital no inicio do ano) = $7.000
Ativo total ajustado:ANO1 = $2.600 (POA) + $5.000 (PLA) = $7.600ANO2 = $5.350 (POA) + $7.000 (PLA) = $12.350
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7.3. EXERCÍCIO SOBRE O PONTO DE EQUILÍBRIO E ALAVANCAGEM
3 –INFORMAÇÕES ADICIONAISa Os empréstimos e financiamentos foram contraídos no inicio de abril do ano 2.b No meio do ano 2 os proprietários integralizaram $4.000 de capitalc Os custos variáveis de produção correspondem a 35% do valor de venda liquida, e oscustos fixos anuais totalizam $12.300.d As despesas operacionais incluem: financeiras de $4.000, variáveis de $2.100 e fixas de$5.400e IPI = 20%; ICMS + PIS + CONFINS = 16%PEDESE:
a) Calcular os pontos de equilíbrio: operacional, contábil ou global e econômico(lucro liquido desejado = $3.000) e representálos graficamente
b) Calcular os graus de alavancagem sobre os resultados e utilizálos para explicaros efeitos de uma redução nas vendas de 15%.
c) Analisar o impacto na rentabilidade, provocado pelo uso do capital de terceirosoneroso, utilizando os cálculos de alavancagem financeira sobre o retomo docapital próprio.
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8. CUSTO DE CAPITAL
Os investimentos em ativos fixos (permanentes) devem ser financiados com recursospermanentes que integram a estrutura de capital da empresa, formada por:
• Empréstimos a longo prazo;• Colocação de ações no mercado;• Lucros não distribuídos aos acionistas;
O custo de capital corresponde a media ponderada das taxas de custo das diversas fontesde financiamento a longo prazo que integram a estrutura de capital da empresa.
O custo de capital e usado para selecionar investimentos de capital que aumentem ovalor do acionista. E a taxa de retorno que uma empresa deve obter sobre seus projetosde investimentos para manter o valor de mercado de suas ações. Ele também pode serconsiderado como a taxa a de retorno exigida pelos fornecedores de capital do mercado.
8.1. CUSTO DOS EMPRESTIMOS A LONGO PRAZO DEBENTURES
Vamos supor a emissão de certa quantidade de debêntures, a serem resgatados em 5anos, envolvendo os seguintes valores unitários:
O deságio é conseqüência da imposição do mercado que considerou insuficientes os12,6% anuais de juros. Ao aplicar $900 e não $1.000, os juros passaram a representar,para os aplicadores, 14% a.a. ($126 + $900).
O custo anual da emissão para a empresa corresponderá a taxa de desconto que aplicadaao fluxo de pagamentos anuais de juros, incluindo o valor de resgate de $ 1.000 no finaldo 5° ano, resultara no valor atual de 840 (valor efetivamente recebido pela empresa).
Como as despesas financeiras são dedutíveis do imposto de renda, devemos multiplicaros 19,61% por (1 ir), onde ir corresponde a alíquota do imposto de renda incidentesobre o lucro tributável. Se ir = 40%, o custo liquido será igual a 19,61%x (1 0,40) =11,766% a.a.
8.2. CUSTO DAS AÇÕES PREFERENCIAIS
As ações preferenciais poderão ter direito apenas a um dividendo fixo anual, semnenhuma outra participação sobre o lucro remanescente que pertencera aos acionistasordinários. Não ha incidência do imposto de renda, pois os dividendos saem do lucroliquido.
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Valor de colocação da ação preferencial no mercado = $1000() Despesas com o lançamento das ações (6% de $1.000) = $ 60Valor liquido recebido pela empresa ($ 1.000 $60) = $ 940Dividendo preferencial fixo por ação (I3% de $1.000) =$ 130Custo anual das ações preferenciais ( $130 + $940) 13,83%
O custo da ação preferencial e o quociente entre o dividendo da ago preferencial e ovalor liquido recebido pela empresa pela colocação das ações preferenciais. O valorliquido representa o valor de lançamento menos as despesas correspondentes.
8.3. CUSTO DAS AÇÕES ORDINARIAS
Baseiase nas seguintes suposições:
1. O valor da aq3o no mercado corresponde ao valor atual dos seus dividendosfuturos que deverão ser pagos por um período de tempo ilimitado.
2. A taxa de crescimento dos lucros e dividendos será constante, num período detempo infinito.
3. A taxa de desconto utilizada para calcular o valor atual dos dividendos futurosrefletira o grau de risco a empresa pelos investidores.
O custo da ação ordinária e, normalmente, a taxa utilizada para descontar os dividendosprevistos, sendo função do retorno livre de risco, ajustada de acordo como o risco daempresa.
Existem duas técnicas para medir o custo da ação ordinária:
1. O modelo de avaliação com crescimento constante nos lucros e dividendos(Modelo de Gordon); e
2. O modelo de precificação de ativos financeiros, também conhecido como CAPM(Capital Asset Pricing Model).
8.3.1. MODELO DE AVALIAÇÃO COM CRESCIMENTO CONSTANTE(MODELO DE GORDON)
O modelo de Gordon baseiase na premissa de que o valor de uma ação e igual ao valorpresente do fluxo de todos os dividendos futuros, os quais, se presume, crescem a umataxa constante, ao longo de um período de tempo infinito.
O modelo básico de avaliação de ações, que considera o crescimento zero dosdividendos (dividendos constantes), tem como cálculo do valor da ação a seguinteequação.
, onde
Po= valor da ação ordináriaDi = dividendo esperado no final do ano tKs= retorno exigido da ação (custo da ação)
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Como o modelo de crescimento zero presume dividendos constantes, a equação anteriorfica reduzida a:
, onde e, portanto
Com o crescimento constante dos dividendos a uma taxa g, o valor da ação ordináriapassa a ser calculado da seguinte forma:
Simplificando a equação e , onde:
Po= valor da ação ordináriaDt = dividendo esperado no final do ano 1ks= taxa de retorno exigida sobre a açãog = taxa de crescimento constante dos dividendos
EXEMPLO: Calcular o custo da ação ordinária, sabendose que o valor demercado=$100, o dividendo previsto para o ano 1=$15; e a taxa de crescimento anualverificada nos últimos anos = 3%.
8.3.2. MODELO DE PRECIFICACAO DE ATIVOS FINANCEIROS (CAPM)
O risco de ativos financeiros pode ser decomposto em dois elementos: riscodiversificável e risco não diversificável.
RISCO DIVERSIFICAVEL ou NAO SISTEMATICO: representa a parcela do riscoque pode ser eliminada pela diversificação. Decorre de eventos que afetam cadaempresa de maneira especifica, tais como greves, ações judiciais, alterações nalegislação, perda de clientes importantes, etc.
RISCO NAO DIVERSIFICAVEL OU SISTEMATICO: decorre de fatores que afetamtodas as empresas, tais como inflação, incidentes internacionais e eventos políticos.Pode ser avaliado em relação ao risco de uma carteira diversificada de todos os ativosfinanceiros, comumente chamada de carteira do mercado, ou simplesmente o mercado.
O modelo CAPM liga o risco sistemático de um ativo ao retorno de todos os ativos quecompõem a carteira de mercado. A medida do grau de conformidade de retorno de umativo com o retorno do mercado e dada pelo índice de risco não diversificável,denominado COEFICIENTE BETA, que representa um índice do grau de alteração doretorno de um ativo, em resposta a uma mudança no retorno do mercado.
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Podese calcular o coeficiente beta de um ativo analisando os seus retornos históricosem relação aos retornos do mercado, baseado num amplo índice de todos os ativos comrisco. Como o índice global e de difícil mensuração, costumase utilizar o retorno médiode uma amostra de ativos.
Estatisticamente, beta é a covariância do retorno de um titulo individual com o dacarteira que representa o mercado, dividida pela variância do retorno dessa carteira.
O modelo CAPM descreve o relacionamento entre a taxa exigida pelos investidores oucusto da ação ordinária (ks) e os riscos não diversificáveis da empresa representadospelo coeficiente beta, como segue:
ks = Rf + b. (km Rf), onde :ks = retorno exigido para o ativo (custo de ações ordinárias)Rf = taxa de retorno exigido do ativo livre de risco, que geralmente é mensurada peloretorno sobre os títulos governamentais.b = coeficiente betakm =taxa media de retorno do mercado.
Dessa forma, podese distinguir duas partes: a taxa livre de risco = Rf e o prêmio derisco = b(km Rf). A diferença é chamada de prêmio de risco do mercado, que ajustadocom o beta correspondente resulta no premio de risco do ativo.
Como o coeficiente beta quantifica o grau de reação do ativo ao comportamento domercado, temos:
Beta = 2,0: a ação apresenta um risco sistemático maior do que o do mercado. Se omercado desvalorizar 10%, a ação desvalorizara o dobro da desvalorização do mercado.O mesmo acontecera no caso de valorização.
Beta = 1,0: o comportamento da ação e igual ao do mercado.Beta = 0,5: o risco sistemático da ação corresponde a metade daquele apresentado pelaação. Valoriza ou desvaloriza menos que a carteira de mercado. (50%)
EXEMPLO: a empresa apresenta um coeficiente beta de 1,5; a taxa livre de risco e de6% e a taxa media de retorno do mercado e de 14%. 0 custo da ação (retorno esperado)será de:
O prêmio de risco do mercado e de 8%, ou seja, 14% 6% e o prêmio de risco da açãode 12%, ou seja, 1,5 x 8% .
No caso de uma desvalorização do mercado de 10% teremos:
• redução do mercado de 14% para 12,6%, ou seja, de 1,4% (10% de 14%)• custo da ação = ks = 6% x 1,5(12,6% 6%) = 6% + 9,9% → ks = 15,9%• portanto, a redução da ação será de 18% para 15,9% , ou seja, de 2,1% (1,5 x
1,4%)
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8.4. CUSTO DE EMISSAO DE NOVAS AÇÕES ORDINARIAS
O modelo de GORDON permite computar diretamente o custo de colocação das novasações no mercado, constituído pelas comissões pagas a instituição financeira quepromove o lançamento, outras despesas e pela diferença entre a cotação atual e o preçode lançamento, através da seguinte formula:
, onde:
kn = custo para a empresa da nova emissãof = taxa de deságio e despesasDl = dividendo por ação esperado no ano 1Po = preço corrente da açãog = taxa anual de crescimento nos lucros e dividendos
EXEMPLO: o mesmo utilizado para ilustrar o modelo de Gordon, acrescentando a taxade deságio = 10% do preço corrente da ação e $7 de despesas e comissões.
8.5. CUSTO DE LUCROS RETIDOS
Os lucros retidos correspondem a parcela do lucro liquido que não foi distribuída. Aretenção de lucros e vista como uma aplicação dos recursos nas atividades da empresa auma taxa de retorno compatível com a de mercado, portanto, corresponde ao custo deoportunidade suportado pelos acionistas.
Para a empresa a retenção corresponde a uma nova emissão de ações ordináriasintegralizada instantaneamente e sem nenhuma despesa de colocação. Assim, o custodos lucros retidos e igual ao custo das ações ordinárias já visto anteriormente (kr = ks)
8.6. CUSTO MEDIO PONDERADO DE CAPITAL ( CMePC)
O CMePC reflete o futuro custo médio esperado dos recursos da empresa, a longoprazo. E encontrado ponderandose o custo de cada tipo especifico de capital por suaproporção na estrutura de capital da empresa, de tal forma que a soma dos pesoscorresponda a 1,0 ou a 100%, conforme exemplo a seguir:
CAPITAIS PESOS (%) CUSTOANUAL (%)
CUSTOPONDERADO (%)
Empréstimos a longo prazo(debêntures) 20 13 2,6
Ações preferenciais 35 16 5,6Ações ordinárias 30 18 5,4Lucros retidos 15 18 2,7
100 16,3
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O custo de capital constitui uma função do montante de financiamento e da composiçãodas fontes dos recursos. Alterando o volume de financiamentos ou a proporção dasfontes, devemse calcular as novas taxas especificas de custo e o novo custo médioponderado de capital.
8.7. EXERCICIOS
1. Uma empresa emitiu $500.000 de debêntures (valor nominal), a seremresgatados em 5 anos, com um deságio na colocação de 6% e despesas com aemissão de 8%. Os juros anuais estabelecidos foram de 10%. Calcular o custoanual dos debêntures para a empresa antes e após o imposto de renda = 40%.
2. Com relação ao exercício 7.1, supondo que o custo máximo desejado dosdebêntures fosse de 7,5% a.a., após o imposto de renda, qua1 deveria ser a taxaanual de juros estabelecida para remunerar os debenturistas?
3. Ações preferenciais, no montante de $200.000, foram colocadas no mercadocom dividendos estabelecidos em 13% a.a. As despesas com lançamento dasações foram de $15.000. Calcular o custo anual das ações.
4. Calcular o custo da ação ordinária de uma empresa, considerando um valor demercado =$150, dividendo previsto para o primeiro ano de $21 e a taxa decrescimento de 2% a.a.
5. Com base no exercício anterior (7.4) calcular o valor do dividendo previsto parao 1° ano, caso se desejasse um custo da ao = 15% a.a.
6. Calcular o custo da ação ordinária de uma empresa, considerando a taxa livre derisco = 8% a.a., o retorno médio de mercado = 13% a.a. e o coeficiente beta = 2.Assinalar o prêmio de risco do mercado e o premio de risco da ação.
7. Uma desvalorização do mercado de 15% provocaria que redução no retorno daação, considerando os dados do exercício 7.6?
8. Uma empresa pretende emitir novas ações ordinárias de valor nominal = $100,com um deságio de 5% e despesas de lançamento de 7% sobre o valor nominal.O dividendo esperado para o 1° ano = $13,20, com uma taxa de crescimentoconstante = 2,5% a.a. Calcular o custo dessa emissão.
9. Calcular o custo médio ponderado de capital de urna empresa, cuja estrutura dacapitais e respectivos custos anuais estio apresentados a seguir:
Ações ordinárias Açõespreferenciais
Empréstimos Debêntures
Valor do capital $200.000 $100.000 $150.000 $50.000Custo anual 22% 20% 18% 16%
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9. POLÍTICA DE DIVIDENDOS
Uma das principais decisões financeiras a ser tomada pelas empresas referese adefinição de urna política de distribuição de dividendos.
Para a definição de urna política mais adequada de dividendos, e necessário oconhecimento da legislação brasileira, notadamente no que concerne ao dividendomínimo e obrigatório.
9.1. ASPECTOS BASICOS DA POLÍTICA DE DIVIDENDOS
O estabelecimento de urna política de dividendos tornase mais complexa,fundamentalmente, no momento em que a empresa abre seu capital como reflexo de seucrescimento. Nessa nova posição, as decisões relativas aos dividendos não são maistomadas por um reduzido numero de proprietários; devese buscar um consenso maisamplo que envolva as inúmeras e diferentes expectativas do mercado acionário.
A definição de uma política de dividendos envolve basicamente urna decisão sobre olucro liquido da empresa:
retelo, visando ao reinvestimento em sua própria atividade; ou distribuílo, sob a forma de dividendos em dinheiro aos acionistas.
Em resumo, o que se procura definir e a porcentagem do lucro liquido a ser distribuídaaos acionistas, que constitui o índice de payout de uma empresa:
Quanto maior for esse índice, menor será a proporção de recursos próprios, provenientesda retenção de lucros, utilizada pela empresa em sua atividade. Baixos índices de payoutsignificam elevada importância a opção de reter lucros como fonte de financiamento.
Conseqüentemente, podese admitir que a opção entre reter (reaplicar) e distribuir oslucros pode ser vista como urna decisão de financiamento de urna empresa, quer para assuas atividades como para os programas de investimentos.
Entretanto, existem alguns critérios básicos que podem orientar a política de dividendoscomo decisão de financiamento. Assim, as decisões de reter ou distribuir lucros devemestar condicionadas as seguintes observações:
os acionistas concordarão em postergar o recebimento de dividendos, se asoportunidades de investimentos na atividade da empresa prometerem um retorno acimada taxa mínima exigida, isto e, quando o valor presente dos dividendos futuros formaior que o valor presente dos rendimentos oriundos de aplicações externas dosdividendos que seriam recebidos no momento atual. maior rentabilidade por aplicações externas, fora do âmbito da atividade da empresa,os acionistas optarão por receber os dividendos.
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Outros fatores, ainda, poderão influenciar na decisão de payout de urna empresa, como:as condições de liquidez para o pagamento dos dividendos; a eventual preferência dosacionistas por dividendos correntes ao invés de dividendos futuros (risco); a necessidadede retenção de lucros ao adotar o critério de preços por reposição etc.
Uma política de dividendos considerada ótima é aquela que conjuga, da melhor formapossível, o volume a ser retido pela empresa (e reinvestido) e aquele a ser distribuído.
Uma maneira de avaliar o acerto de uma política de dividendos e estudar a evolução dacotação das ações da empresa em Bolsa de Valores. Se alterações na política dedividendos provocar queda no valor de suas ações no mercado secundário, elas podemsignificar indícios de avaliação negativa dos acionistas, o que implica em revisar asalterações processadas. Em caso contrario, a política fixada estará de acordo com asexpectativas dos acionistas.
Em suma, uma política de dividendos deve ser traçada, em última analise, visando àmaximização da riqueza (patrimônio) dos acionistas. Teoricamente, a decisão de reteros lucros deve ser tomada somente quando as oportunidades de investimentos nosnegócios da empresa forem economicamente mais atraentes do que as alternativas adisposição os acionistas. Em caso contrario, os resultados retidos serão consideradosociosos, e devem ser distribuídos aos acionistas.
9.2. RELEVÂNCIA E IRRELEVANCIA DOS DIVIDENDOS
Um aspecto bastante controvertido na área de finanças referese a se os dividendos sãoou não relevantes para os acionistas de uma empresa, influenciando ou não o preço demercado de suas ações.
No Brasil, de acordo com Assaf Neto, a aplicação pratica de modelos e estudospublicados é desprezada pelas empresas e pouco usada pelos investidores em geral. Apar dessa situação precária, aliase, ainda, a legislação vigente no pais que estabelece opagamento de um dividendo mínimo obrigatório, e não permite que essa decisão flualivremente por meio de decisões da administração da empresa e de seus acionistas.
Basicamente, podem ser apontadas duas grandes correntes de pensamento com relação arelevância ou irrelevância da distribuição dos dividendos:
a tese defendida por Modigliani e Miller e seus seguidores, supõem que a fixação doíndice de payout da empresa não afeta a riqueza dos seus proprietários, o que torna aretenção ou distribuição dos lucros irrelevantes para o objetivo de maximização dopatrimônio dos acionistas.os adeptos dos argumentos contrários a corrente liderada Modigliani e Miller,acreditam que os acionistas se preocupam com a forma pelo quais os lucros sãorepartidos (retidos ou distribuídos) afetando o preço de mercado da ação.
Os principais argumentos favoráveis a relevância dos dividendos para a determinaçãoda riqueza dos acionistas são:
como a retenção dos lucros baseiase na expectativa futura de maiores dividendos, e aopção de distribuição envolve a certeza de seu recebimento no presente, os acionistas
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são levados a atribuir diferentes graus de risco a essas decisões, afetando o valor demercado das ações. Como forma de eliminar maiores riscos, os acionistas poderão optarpor dividendos correntes. a preferência por uma política de estabilidade na distribuição de dividendos pode levara um crescimento no valor das ações, em razão dessa pratica reduzir o risco doacionista.a presença de custos de corretagem nas negociações que envolvam ações no mercadode capitais pode trazer duas conseqüências à política de dividendos. Por um lado,poderá tornarse oneroso para um acionista vender ações quando necessitar de algumfinanciamento, sendo preferível receber os dividendos em dinheiro. Por outro lado, aretenção de lucros como forma de financiamento próprio da empresa costuma ser maisbarata que a emissão de novas ações, devido as despesas de emissão. Em conseqüência,uma distribuição de dividendos acima de certos limites poderá trazer custos adicionaisna captação suplementar de recursos no mercado acionário.a tributação brasileira incide sobre os resultados decorrentes da venda das ações combase na alíquota de 20%, enquanto que os dividendos recebidos não estão sujeitos aoimposto de renda.
9.3. OUTRAS CONSIDERAÇÕES PARA A DEFINICAO DE UMAPOLÍTICA DE DIVIDENDOS
Ao definir sua política mais adequada de dividendos, a empresa deve levar emconsideração o estudo de alguns aspectos adicionais, dentre eles:
• Alternativas de investimentos: quando as alternativas de aplicações de recursosem ativos forem suficientemente rentáveis (maiores que os acionistas poderiamauferir em outras aplicações), a retenção de lucros para reinvestimento pode serjustificada. Em caso contrario, os lucros devem ser distribuídos.
• Liquidez: as empresas em boa situação econômica (rentáveis) podem apresentarlimitações financeiras em pagar os dividendos, devidos, por exemplo, a um altograu de imobilização se seus recursos. Maior distribuição de dividendos, sem adevida cobertura de financiamentos, pode comprometer a liquidez da empresa.
• Fontes externas de financiamento: quanto melhores forem as condições deacesso da empresa a fontes alternativas de financiamento (empréstimosbancários, emissão de debêntures etc.), maior será o seu potencial em distribuirdividendos.
• Investimentos circulantes: crescentes necessidades de investimentoscirculantes, aliados a elevados custos dos recursos de terceiros onerosos, levam aempresa a sacrificar o volume de dividendos como forma mais rápida e barata definanciar suas necessidades de capital de giro.
• Inflação: a necessidade de repor os valores monetários dos investimentoscirculantes corroídos pela inflação restringem o valor da distribuição dedividendos. Por outro lado, as decisões de dividendos baseadas nos resultadoscontábeis legais, expressos em valores nominais, poderão distorcer odesempenho da empresa, principalmente se o lucro distribuído for maior que oseu valor real (deduzido dos efeitos inflacionários).
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9.4. DISTRIBUIÇÃO DE DIVIDENDOS NO BRASIL
A legislação societária no Brasil diz que as ações preferenciais podem ter direito apreferência a um dividendo mínimo ou a um dividendo fixo, que podem ser cumulativosou não. Cumulativos são os que, se não pagos num exercício por falta de lucro,acumulamse para pagamento futuro assim que houver resultado positivo suficiente. Osnão acumulativos só são pagos nos exercícios em que ha resultado suficiente.
Dividendo preferencial fixo: não usual no Brasil, ao contrario de outros países, implicaque o acionista não tem direito a participar dos lucros remanescentes após o pagamentodesse dividendo fixo. E normalmente definido em unidades por ação, automaticamentecorrigível a cada ano.
Dividendo preferencial mínimo: muito utilizado no Brasil, é um valor que pode, acritério da empresa, ser aumentado em cada ano, podendo ou não ser determinado comoo preferencial fixo, ou fixado com base em um percentual sobre o valor nominal daação, ou sobre o valor total do capital preferencial.
A definição de dividendo preferencial é dada pelo estatuto da sociedade anônima, comatenção à lei das S.A (Lei n° 8404), como por exemplo ao § 2° de sue artigo 17.“Salvo disposição em contrario do estatuto, o dividendo prioritário não é acumulativo, aação com dividendo fixo não participa dos lucros remanescentes e a ação comdividendo mínimo participa dos lucros distribuídos em igualdade de condições com asordinárias, depois de a estas assegurado dividendo igual ao mínimo”
O pagamento do dividendo preferencial fixo ou mínimo e uma exigibilidade violenta,desde que exista lucro. Somente a Reserva Legal pode impedir o pagamento. Jamaisoutras reservas podem ser criadas em detrimento desses dividendos preferenciais, e nãoimportando se o lucro é formado com ou sem a conseqüente disponibilidade de caixa.
9.4.1. DIVIDENDO MÍNIMO OBRIGATÓRIO
A Lei das S.A., no artigo 202, trata do dividendo mínimo obrigatório que se caracterizacomo valido para todos os acionistas, ou seja, estendese aos ordinários. Essa leidetermina que o estatuto da própria sociedade por ações e quem estabelece qual aparcela do lucro que se converte em dividendo obrigatório.
A lei, via esse mesmo artigo, determina que se o estatuto for omisso, ou não atender àprecisão e minúcia dispostas na legislação, fica determinada a seguinte formula: metadedo lucro liquido do exercício, após os seguintes ajustes:
• menos a importância destinada a reserva legal• menos a destinada as reservas para contingências• menos a destinada a reserva de lucros a realizar• mais a importância revertida de reservas para contingências• mais a importância revertida de lucros a realizar.
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Se o estatuto da companhia for omisso com relação à distribuição de dividendos e aassembléia de acionistas decidir disciplinar norma sobre a matéria, o dividendoobrigatório não poderá ser inferior a 25% do lucro liquido ajustado.
Uma companhia fechada pode simplesmente não distribuir o dividendo obrigatório, oudistribuir o dividendo obrigatório, ou distribuir um valor inferior ao mínimo estatuído,desde que todos os acionistas presentes a assembléia geral ordinária concordem comisso.
O dividendo pode deixar de ser obrigatório se os órgãos da administração informarem àassembléia geral ordinária ser ele incompatível com a situação financeira da companhia(aberta ou fechada). Eles serão registrados como reserva especial e, se não absorvidospor prejuízos em exercícios subseqüentes, deverão ser pagos como dividendo assim queo permitir a situação financeira da companhia.
Novamente salientase que todas as situações assinaladas e que implicam em redução ounão pagamento dos dividendos, não se aplicam aos acionistas preferenciais, cujo direitode receber os dividendos fixos ou mínimos, inclusive os atrasados, se cumulativos,continua valido.
9.4.2. EXEMPLO DE CALCULO DOS DIVIDENDOS A PAGAR
O dividendo mínimo obrigatório definido no estatuto de uma companhia é de 25% dolucro liquido ajustado, e seu capital de R$5.000.000 é composto de:
Ações Capital40.000 ações preferenciais com dividendo mínimo de 8% a.a. de seu capital R$ 2.000.00060.000 ações ordinárias R$ 3.000.000
O lucro liquido do exercício foi de R$700.000; as reservas constituídas no exercícioforam: reserva legal =R$35.000, reserva para contingências = R$200.000 e reservas delucros a realizar = R$305,000; e a reversão de reservas de lucros a realizar foi deR$200.000.
1 Calculo do lucro liquido ajustadoLucro liquido do exercício R$ 700.000() Reserva legal constituída R$ 35.000() Reserva para contingência constituída R$ 200.000() Reserva de lucros a realizar constituída R$ 305.000+ Reversão de reserva de lucros a realizar R$ 200.000Lucro liquido ajustado R$ 360.000
2 Calculo do dividendo mínimo obrigatório25% de R$360.000 (lucro liquido ajustado) R$ 90.000sendo:
40% para as preferenciais R$ 36.00060% para as ordinárias R$ 54.000
3 Calculo do dividendo total mínimoPara os acionistas preferenciais: 8% deR$2.000.000 R$160.000
Para os acionistas ordinários: R$ 54.000Dividendo total mínimo: R$214.000
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Como as preferenciais têm um mínimo preestabelecido maior que o calculado,prevalece aquele (R$ 160.000 e não R$ 36.000). Logo, só ha a obrigatoriedade dedividendos para os acionistas ordinários, conforme calculado (R$54.000).
9.5. BONIFICAÇÕES
A bonificação e representada normalmente pela distribuição de novas ações aos atuaisproprietários (acionistas) de uma empresa. Essas ações são emitidas na incorporação,autorizada pela assembléia dos acionistas, de reservas ao capital social da empresa.
A participação do acionista mantêm inalterada, em termos relativos, podendo ele dispor,no entanto, de um volume físico maior de ações em sua carteira.
EXEMPLO:Capital social (500.000 ações x R$ 10) R$ 5.000.000Reservas R$ 3.000.000Lucros acumulados R$ 2.000.000
Patrimônio Liquido R$10.000.000
Incorporandose 100% dos lucros acumulados, representando uma bonificação de 40%,deverão ser emitidas 200.000 novas ações (R$2.000.000 ÷ R$ 10) e distribuídasgratuitamente aos acionistas. O Patrimônio liquido para ter a seguinte composição:
Capital social (700.000 ações x R$ 10) R$ 7.000.000Reservas R$ 3.000.000
Patrimônio Liquido R$10.000.000
A empresa pode decidir alterar o valor nominal de suas ações de modo que o aumentodo capital social seja formalizado sem a emissão de novas ações. Nessa situação, osacionistas deverão apresentar as cautelas de suas ações (ou trocar por novas) para que seidentifique o novo valor nominal.
No exemplo, o valor nominal devera ser alterado de R$10 para R$14 por ação, ouseja, (R$ 5.000.000 + R$ 2.000.000) ÷ 500.000 ações = R$ 14, e passara a apresentar aseguinte composição:
Capital social (500.000 ações x R$ 14) R$ 7.000.000Reservas R$ 3.000.000
Patrimônio Liquido R$10.000.000
Na hipótese, ainda, de as ações não apresentarem valor nominal, a incorporação dereservas ao capital social não modifica o numero de ações existentes (permanecem500.000 ações)
O patrimônio liquido, como pode ser observado, não sofre alteração em seu montante,por incorporação de reservas de lucros. No entanto, ao não modificar o valor nominal daação, o LPA (lucro por ação) e o VPA (valor patrimonial da ação) reduzemseproporcionalmente, em função de um maior numero de ações. Supondo um lucroliquido de R$3.500.000, temse:
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Antes da incorporação Após incorporaçãoLPA R$ 3.500.000 ÷ 500.000 = R$ 7 R$ 3.500.000 ÷700.000 = R$ 5
VPA R$10.000.000 ÷ 500.000 = R$20 R$ 10.000.000 ÷ 700.000 =R$14,29
Não se emitindo novas ações para bonificação, o LPA e o VPA não sofrerãomodificações em seus valores. Com a emissão de novas ações o LPA e o VPAdiminuem, porem não altera o valor do patrimônio do acionista, compensado pelo seurecebimento de novas ações.
9.5.1. PREÇO DE MERCADO DA AÇÃO APÓS BONIFICACAO
Após a distribuição de bonificações, a tendência esperada e a de uma queda no preço demercado da ação, em razão da maior diluição dos dividendos e do VPA.
Teoricamente, a queda no preço de mercado e proporcional ao maior numero de açõesemitidas. Supondo, no exemplo anterior, que o preço de mercado da ação seja de R$15,antes da bonificação, esse valor, após 40% de bonificação, passara para seu preço deequilíbrio de R$ 10,71 (R$ 15 ÷ 1,40), ou seja:
onde: PE= preço de equilíbrio (teórico de mercado)PM= preço de mercado antes da bonificaçãob = percentual de bonificação
O valor do patrimônio do acionista, avaliado a preços de mercado não será alterado pelopreço do equilíbrio.
Patrimônio antes da bonificação = 500.000 x R$ 15 = R$7.500.000Patrimônio após a bonificação = 700.000 x R$10,71 = R$7.500.000
9.5.2. DESDOBRAMENTO (SPLIT) E REAGRUPAMENTO DE AÇÕES
As empresas podem elevar o seu capital social por incorporação de reservas, sem aemissão de novas ações. Essa pratica, no entanto, pode impor restrições nas negociaçõesde suas ações no mercado, em função da elevação da cotação e da reduzida quantidadefísica em circulação.
Como forma de solucionar esse problema, as empresas podem optar pelodesdobramento de suas ações por meio de urna redução equivalente no valor nominal,conhecida por split.
EXEMPLO: supor cotação media de R$80 cada ação, de valor nominal igual a R$60por ação.
Split: desmembramento de cada ação em 60 ações de valor nominal igual a R$ 1cada uma.
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Com essa medida, a quantidade de ações negociadas elevase muito e seu preço demercado sofre urna redução paralela, de forma que atrairia psicologicamente umnúmero cada vez maior de investidores.
O split não deve ser confundido com bonificação em ações, que e fruto de um aumentode capital por incorporação de reservas, enquanto o desdobramento e urna forma dereduzir o preço de mercado das ações, mediante alterações em seu valor nominal e naquantidade física emitida, no sentido de melhorar a sua liquidez no mercado.
No que se refere ao preço teórico de equilíbrio de mercado de urna ação, após o split, ede se esperar que se atinja determinado valor de mod0 a não afetar o patrimônio doacionista.
No exemplo considerado, supondo 100.000 ações temse:
Patrimônio do acionista antes do split : 100.000x $ 80 = $8.000.000Patrimônio do acionista após o split: (100.000 x 60) x $80/60= $8.000.000
Intuitivamente, o preço de equilíbrio (teórico de mercado) de uma ação, pode sercalculado mediante a seguinte formula:
onde: PE = preço de equilíbrio (teórico)PM= preço de mercado antes do splitn = n° de ações de cada ação desmembrada
A bonificação em ações e o split só fazem sentido tecnicamente quando o valor deurna ação atinge preços tão altos que dificulta sua negociação em pequenas quantidades.
9.5.3. VALOR DOS DIREITOS DE SUBSCRIÇÃO
O valor teórico de mercado de uma ação, após ter seu portador exercido seu direito desubscrição, e obtido pela seguinte formula:
onde: PE = preço de equilíbrio (teórico)PM= preço de mercado da ação antes da subscriçãoL = percentual de subscriçãoPs = preço de subscrição da ação.
EXEMPLO: Preço de mercado de uma ação = $3,00; subscrição de 25%, ou seja, umanova ação para cada 4 ações antigas, ao preço unitário de $2,50. 0 preço de equilíbrio demercado seria:
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Esse valor representa o preço de equilíbrio da ação, o qual manterá inalterado opatrimônio do acionista, expresso em valor de mercado, após o exercício da subscrição.
Comprovação desse valor para o acionista que possuía, por exemplo, 5.000 ações:
Patrimônio do acionista antes da subscrição:Capital ordinário: 5.000 ações x $3 = $15.000Recursos para subscrição: 5.000 x 0,25 x $2,50 = $ 3.125
= $18.125Patrimônio do acionista após a subscrição:Capital ordinário: 5.000 x 1,251 x $2,90 = $18.125
O valor teórico de um direito de subscrição negociável no mercado e obtido da seguinteforma:
, onde: PD = preço do direito de subscrição
Utilizandose o mesmo exemplo anterior temse:
Esse resultado representa o preço de direito de subscrição de uma nova ação para quatroações antigas possuídas. O preço de direito de cada ação antiga é de $0,10, ou seja,$0,40 ÷ 4, o que justifica o preço de equilíbrio PE = $3,00 $0,10 = $2,90.
Podese demonstrar que o patrimônio do acionista não se altera, com a opção pela vendados direitos de subscrição da seguinte forma:
Patrimônio do acionista antes da venda do direito:Capital ordinário: 5.000 ações x $3 = $15.000
Patrimônio do acionista após a venda do direito:Capital ordinário: 5.000 x $2,90 = $14.500Direitos 5.000 x 0,25 x $0,40 = $ 500
= $15.000
O preço do direito (PD) pode também ser calculado da seguinte forma:
Substituindose com os dados do exemplo considerado, chegase ao mesmo resultado,ou seja:
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9.6. JUROS SOBRE O CAPITAL PROPRIO
Essa remuneração foi criada pela Lei 9249/95 que, no seu art. 9°, faculta as empresasdeduzir da base de cálculo do imposto de renda, a titulo de remuneração do capitalpróprio, os juros pagos ou creditados a titular, sócio ou acionista, limitados a Taxa deJuros de Longo Prazo TJLP.
Assim, esses juros possuem certos privilégios fiscais: as empresas poderão deduzilosde seu lucro real (tributável), promovendo uma economia de imposto de renda. Pelalegislação vigente o valor desses juros e deduzido do resultado do exercício, e, portanto,dedutível do IR.
Para o seu cálculo, conforme a lei, e aplicada a TJLP sobre o patrimônio liquido anteriorda empresa, excluído o saldo da conta de reservas de reavaliação, e seu valor totalmáximo não poderá exceder 50% entre o maior dos seguintes valores.
a) lucro liquido antes do IR do exercício e antes dos referidos jurosb) lucros acumulados de exercícios anteriores.
A apuração desses juros e opção de cada empresa, não se constituindo numa obrigação.Quando calculada e paga aos acionistas, essa remuneração é entendida como se fossedividendo para efeitos de cálculo do dividendo mínimo obrigatório. Em outras palavras,são descontados do montante de dividendos obrigatórios devidos.
Por orientação da CVM (Comissão de Valores Mobiliários), os juros, quandodescontados do resultado do exercício, devem ser revertidos no final da DRE(Demonstração do Resultado do Exercício).
EXEMPLO: Patrimônio liquido = $120.000; Lucros Acumulados = $120.000; lucrosantes dos juros/capital próprio = $24.000; IR + CS = 40%; TJLP = 15% a.a.
• Juros s/patrimônio liquido = 15% x $120.000 = $18.000• Limites:
50% do lucro antes dos juros e IRICS = 50% x $24.000 = $12.00050% dos lucros acumulados = 50% x $20.000 = $10.000
O limite para os juros sobre o capital próprio é de $12.000, definido pelo valor maiorentre as duas alternativas de calculo do limite.
Apurandose o lucro liquido com e sem os juros sobre o capital próprio, calculados pelaTJLP, obtemse os seguintes resultados.
DRE RESUMIDA COM TJLP SEM TJLPLucro antes dos juros s/ capital próprio $24.000 $24.000() Juros s/ capital próprio $ 12.000 LAIR $ 12.000 $24.000() IR/CS (40%) $4.800 $9.600
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Lucro liquido $7.200 $14.400+ Juros s/ capital próprio $12.000 Lucro liquido ajustado $19.200 $14.400
Considerando os juros sobre capital próprio integrais como custo de oportunidade, oresultado econômico agregado seria de $1.200:
Lucro liquido ajustado (com TJLP) = $ 19.200() Juros s/ capital próprio integrais = $ 18.000Resultado econômico = $ 1.200
Se fosse considerada a remuneração do capital próprio computado na DRE, limitadaconforme a lei, o resultado econômico se elevaria para $ 7.200 ($ 19.200 $ 12.000),pelo uso parcial dos juros, revelando um valor falso para fins de analise.
A decisão de distribuir esses juros ao final de cada exercício determina, ainda, aincidência do IRRF a ser descontado dos acionistas. Com isso a carga tributaria total dolucro gerado pela empresa para os acionistas seria de $6.600.
IR e CS sobre o lucro do exercício = $4.800+ IRRF (supor 15%) = 15% x $12.000 = $1.800Total da tributação = $6.600
Assim sendo, podese fazer um comparativo dos resultados para os acionistas, com ousem juros sobre o capital próprio.
RENDIMENTOS DOS ACIONISTASCOM TJLP SEM TJLP
Distribuição de juros s/ o capital próprio $12.000 () IRRF (15%) $ 1.800 + Dividendos (100% do lucro) $ 7.200 $ 14.400Rendimento total $ 17.400 $ 14.400O ganho adicional verificado com TJLP, devese a redução do IR e CS, pela deduçãodos juros sobre o capital próprio deduzido da sua base de calculo, subtraído do IRRF, ouseja:
Redução no IR e CS = 40% de $12.000 (deduzidos) = $4.800() IRRF (1 5% x $12.000) = $1.800Ganho adicional = $3.000
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10. ANALISE DE INVESTIMENTOS
10.1. CARACTERÍSTICAS DOS INVESTIMENTOS
Os investimentos a longo prazo, denominados de gastos de capital, são aqueles cujosbenefícios abrangem mais de um ano. Distinguemse dos gastos operacionais, cujosbenefícios se limitam ao curto prazo (1ano).
Exceções costumam ocorrer na pratica, como os gastos com propaganda e comtreinamento de pessoal, considerados gastos operacionais, mas que podem ter os seusbenefícios prolongados alem de um ano.
Influenciam, também, na classificação dos investimentos as características e o valor dosmesmos. Ativos permanentes que não estejam relacionados a projetos relevantes e cujovalor seja inferior a certos limites, não são tratados como gastos de capital, comomoveis e utensílios de escritório, etc. Nestes casos, serão incluídos no orçamento anualde investimentos, mediante o preenchimento de formulários próprios, indicando o mêsda compra, preço, condições de pagamento e as justificativas de sua necessidade.
As propostas de investimentos em gastos de capital, tratadas como projetos, que farãoparte do orçamento de capital, devem incluir, as especificações técnicas, cronograma,justificativas, e os valores envolvidos com a sua implementação. Devem serapresentados de forma integrada, como por exemplo a implantação de nova linha deprodução, ou uma nova fabrica.
CLASSIFICAÇÃO DAS PROPOSTAS DE GASTOS DE CAPITAL (em função de suanatureza)
a) Propostas independentes não interferem nas demais, como por exemplo:substituição de maquinários e lançamento de novo produto.
b) Propostas mutuamente exclusivas possuem o mesmo objetivo, porem arealização de uma elimina as outras, como a expansão de uma fabrica ou aaquisição de outra empresa.
c) Propostas colidentes embora sejam mutuamente exclusivas, possuem objetivosdiferentes, como a utilização de uma área por dois setores diferentes da empresa.Propostas contingentes a realização de uma depende da realização de outra(s),como a produção de novo produto e a campanha publicitária para o seulançamento.
Os investimentos em gastos de capital envolvem:
a) benefícios não monetários que são avaliados subjetivamente;b) aspectos monetários que devem ser quantificados tecnicamente; ec) riscos que precisam ser avaliados.
10.2. FLUXOS DE CAIXA DOS PROJETOS
O ponto de partida da analise de investimentos e a previsão dos fluxos de pagamentos ede recebimentos, distribuídos durante a vida útil do projeto, de fundamental importânciapara a validade das conclusões decorrentes da aplicação dos métodos de analise.
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Na estimativa do fluxo de caixa devem ser considerados apenas os pagamentos erecebimentos adicionais decorrentes do projeto, resultando os denominados fluxos decaixa incrementais, que são o objetivo da avaliação.
Normalmente são considerados nesses fluxos apenas os valores de natureza operacional,embora existam abordagens que incluem as despesas financeiras e as amortizações dosempréstimos e financiamentos, originando um fluxo de caixa residual.
10.2.1. COMPONENTES BASICOS DOS FLUXOS DE CAIXA
Os componentes básicos dos fluxos de caixa dos projetos com padrão convencionalincluem:
a) investimento inicial: custo do ativo instalado, incluindo os custos de instalação,subtraído do resultado liquido (após o imposto de renda) da venda do ativo a sersubstituído, e somado ou subtraído da variação do capital circulante liquido.
Determinação do valor do investimento inicialCusto do novo ativo a ser instalado =
Custo de aquisição do ativo+ Custo de instalação
() Resultado liquido da venda do ativo substituído =Resultado da venda do ativo substituído+ ou Imposto de renda sobre o resultado
+ Variação no capital circulante liquido =Ativos circulantes Passivos circulantes
Investimento inicial
b) Entradas liquidas de caixa (ELC): receitas subtraídas das despesasdesembolsáveis e do imposto de renda.
Calculo das ELC com base na Demonstração do ResultadoReceita decorrente do projeto
() Despesas desembolsáveis() Depreciação/amortização
Lucro antes do imposto de renda() Imposto de renda
Lucro liquido+ Depreciação/amortização
Entrada liquida de caixa
c) Valor residual: valor resultante do encerramento e da liquidação de um projetoao final de sua vida útil, constituído, basicamente, do resultado liquido da vendado ativo, somado ou subtraído da variação do capital circulante liquido,recuperado no final do projeto.
Determinação do valor residualResultado liquido da venda do ativo
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± Variação do capital circulante liquidoValor residual
Outros fatos devem ser considerados na elaboração dos fluxos de caixa, como:
a) Custos de oportunidade: benefícios que a empresa poderia obter em seu melhoruso alternativo, como por exemplo, um imóvel que poderia ser vendido oualugado, devendo ser incluídos como fluxos de saídas.
b) No lançamento de um novo produto concorrente com outros tradicionais daempresa, as reduções das receitas destes últimos, caso ocorram, devem serdiminuídas das receitas do novo produto.
10.3. METODOS DE AVALIAÇÃO
Os métodos mais divulgados para a avaliação de investimentos são:
a) Prazo de retorno (payback)b) Taxa media de retorno (TMR)c) Taxa interna de retorno (TIR)d) Valor atua liquido (VAL)
Os dois primeiros, embora simples, são bastante limitados, enquanto os outros (TIR eVAL) são mais precisos, uma vez que consideram o valor do dinheiro no tempo, mastambém apresentam limitações.
No desenvolvimento dos métodos de avaliação serão consideradas as seguinteshipóteses:
a) os valores previstos para os diversos períodos possuem o mesmo poder decompra da moeda;
b) os pagamentos e recebimentos ocorrerão no final de cada período, excetuandoseo investimento inicial;
c) inexistência de incerteza nas previsões dos fluxos de caixa; ed) as propostas apresentam o mesmo nível de risco.
10.4. PRAZO DE RETORNO (PAYBACK)
O payback determina o tempo necessário para recuperar o investimento por meio dasentradas liquidas de caixa geradas pelo projeto. Quanto mais rápida for a recuperação,melhor será o projeto. O cálculo do payback é simples, podendo ser efetuado de duasformas:
a) se as ELC forem constantes, basta dividir o valor do investimento pelas ELC.
b) se as ELC forem variáveis, estas deverão ser acumuladas ate atingir o valor doinvestimento, apurandose o prazo de retorno.
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EXEMPLO: As propostas A, B e C de investimentos apresentam os seguintes dados:
Propositalmente, as três propostas exemplificadas apresentam o mesmo payback,levando à conclusão de que é indiferente a escolha de uma ou de outra, o que não everdade. O fluxo das ELC da proposta C, considerando o valor do dinheiro no tempo,demonstra ser melhor que o das demais propostas.
Uma outra deficiência esta no fato de não considerar os fluxos de caixa após o períodode retomo. Uma proposta pode apresentar ELC durante um período mais prolongadoque outras após o payback, e não ser escolhida como a melhor.
10.4.1. PAYBACK ATUALIZADO OU DESCONTADO
Alguns executivos, para contornar as deficiências apontadas, utilizam uma variante dométodo, denominada payback atualizado ou descontado, que se utiliza dos fluxos decaixa descontados a uma determinada taxa. Essa taxa pode representar o custo de capitalpara a empresa, ou a rentabilidade mínima desejada, em função do risco assumido.
O payback atualizado pode ser calculado de duas formas:
a) Do mesmo modo já descrito para o payback tradicional (item anterior)b) Dividindose o valor atual do investimento pelos valor atual das entradas
liquidas de caixa (ELC), obtendose um índice e não uma medida de tempo.Quanto menor o índice melhor.
EXEMPLO: o mesmo do item anterior, considerando uma taxa de desconto = 8% a.a.
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Payback atualizado:a) como medida de tempo: A e B não recuperam o investimento em 5 anos (B e pior)
C = 4 anos e 9,5 meses** A completar no 5° ano = 12.00010.381 = 1.619n° meses do 5° ano = (1.619 ÷ 2.042) x 12 meses = 9,5 meses
c) como índice:
, (as ELC não cobrem os custos do capital investido)
, (idem a A, porém pior, pois o índice é maior)
, (melhor, pois as ELC cobrem os custos do capital investido)
10.5. TAXA MEDIA DE RETORNO (TMR)
O calculo da taxa media de retorno pode ser efetuado de diversas formas. Pode serdeterminada pelo quociente entre o lucro liquido médio anual estimado e o valor médiodo investimento durante a sua vida util. O investimento médio e obtido pela divisão deseu valor por 2, considerando o uso da depreciação linear.
Outra forma de se determinar a taxa media de retorno e considerar como denominador ovalor total do investimento. Assim temos:
Conhecendose a TMR do investimento, basta comparála com a taxa mínima deretorno desejada para decidir pela aprovação ou não do empreendimento.
Como o método e deficiente por considerar valores contábeis e não fluxos de caixa, aTMR pode ser calculada pela divisão da entrada liquida de caixa (ELC) media anualpelo valor de investimento total, ou seja:
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Esta outra forma, também, é deficiente por não considerar o valor do dinheiro no tempo.
EXEMPLO: Os projetos de investimentos X, Y e Z apresentam os seguintes dados erespectivas TMR, calculadas conforme os critérios abordados.
Fica a duvida de qua1 taxa media de retomo utilizar. Qualquer uma delas pode serescolhida, desde que seja comparada com uma taxa mínima de retorno desejada,definida com base no mesmo critério da TMR escolhida.
Propositalmente, os três projetos exemplificados apresentam as mesmas TMR,significando que e indiferente a escolha de um ou de outro, o que não e verdade. Oprojeto Z apresenta um fluxo de ELC melhor que o dos outros projetos, seconsiderarmos o valor do dinheiro no tempo.
10.6. TAXA INTERNA DE RETORNO (TIR)
O método da taxa interna de retorno (TIR) consiste no calculo da taxa de desconto queiguala, normalmente na data de inicio do investimento, as entradas com as saídas decaixa. Tal cálculo requer o conhecimento do(s) dispêndio(s) de capital (saídas de caixa)e dos fluxos de caixa incrementais gerados exclusivamente pelo investimento (entradasliquidas de caixa = ELC). Se houver valor residual do investimento, ele será somado aultima ELC.
As ELC são calculadas subtraindo das receitas (entradas de caixa) as despesasdesembolsáveis (saídas de caixa) nos períodos que compreendem o prazo consideradona avaliação do investimento (5 anos, 10 anos, 15 anos, etc.), apuradas com base naprojeção da demonstração do resultado (DRE) proporcionada pelo empreendimento.
A aceitação ou rejeição de determinada proposta de investimento e decidida em funçãoda rentabilidade mínima desejada. Se a TIR for igual ou maior que a rentabilidademínima, aceitase a proposta; se a TIR for menor, rejeitase a proposta.
EXEMPLO 1: Investimento de R$1.000 no inicio e ELC de R$300, R$500; R$400 eR$200, respectivamente, nos 4 anos considerados na avaliação do empreendimento.
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, TIR por tentativa e erro 3
TIR = 15,839%a.a.
EXEMPLO 2: O mesmo, sendo o investimento desembolsado R$400 no inicio e R$600após 1 ano.
TIR = 22,05% a.a.
O empreendimento passou a ser melhor em função do parcelamento do valor doinvestimento (R$600 após 1 ano). .
10.6.1. PRESSUPOSTO BASICO DA TIR
O método da TIR pressupõe que a taxa calculada somente será verdadeira se todos osfluxos intermediários de caixa forem reinvestidos a própria taxa até o final da vida doprojeto (prazo considerado).
Calculandose o montante no final do 4° ano (exemplo 1), a 15,839% a.a. (TIR), para ovalor investido e para as ELC, temse o mesmo resultado.
M4 (Investimento a TIR) = 1.000 (1+0,1 5839)4 = 1.800,61
M4 (ELC reinvestidas) = 300(1+0,1 5839)3 +500(1+0,15839)2 +400(1+0,15839) +200=1.800,61
No caso de serem reinvestidos a uma taxa menor, a taxa de retorno se reduzira, comopode ser verificado tomandose o exemplo, e considerando urna taxa de reinvestimentode 12% a.a.
M4 (ELC reinvestidas) = 300(1+0,12)3+500(1+0,12)2+400(1+0,12)+200= 1.696,68 < 1.800,61
Taxa de retorno RECALCULADA → 1.696,68 = 1.000(1+i)4 → i = 14,13% a.a. < 15,839%a.a.
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M4(Investimento a 12% a.a) = 1.000(1+0,12)4 = 1.573,32 < 1.696,68, demonstrando que oprojeto ainda é mais rentável.
10.6.2. PROJETO COM FINANCIAMENTO
Se os fluxos intermediários forem reinvestidos a uma taxa menor, o retorno gerado peloinvestimento poderá ser insuficiente para cobrir compromissos financeiros assumidoscomo, por exemplo, um empréstimo.
Admitindose que o empreendimento do EXEMPLO 1 seja totalmente financiado porterceiros, através de um empréstimo com juros iguais a TIR de 15,839% a.a., pagosanualmente e amortizado no final do 4O.an0, ele não ira gerar nenhum resultado para. Oinvestidor. Apenas gerara recursos para amortizar seguir:
Calculandose o montante no final do 4° ano dos fluxos residuais de caixa temse:
No final do 4° ano o valor acumulado dos fluxos residuais de caixa reinvestidos foi onecessário apenas para amortizar o financiamento (R$1.000). Qualquer outra taxa dereaplicação inferior a 15,839% a.a. não produzira o montante suficiente para liquidar odebito contraído.
Se a taxa do financiamento for inferior a TIR, o empreendimento propiciara um ganhoao empreendedor, como exemplificado a seguir, desde que a taxa de reinvestimento oude reaplicação não seja inferior, o suficiente para comprometer a amortização dofinanciamento.
Supor, ainda considerando o EXEMPLO 1, uma taxa de juros de 12% a.a. e uma taxa dereinvestimento (ir) = 14% a.a.
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Valor do ganho obtido = 1.159,73 – 1.000,00 = 159,73
Considerando o mesmo EXEMPLO 1, porem, com taxa de reaplicação =10% a.a,insuficiente para propiciar o montante necessário para amortizar 0 financiamento, ajuros de 14% a.a.
Mesmo com uma TIR= 15,839% a.a, o reinvestimento dos fluxos residuais de caixaresultara, no fim do 4° ano, em um montante de R$ 994,56, insuficientes para amortizarR$ 1.000,00.
O calculo da taxa mínima de reaplicação pode ser efetuado da mesma forma que o daTIR. O VAL dos fluxos residuais tem que ser igual a zero. Com base no último exemplotemos:
Portanto, para uma taxa de juros = 14% a.a., a taxa de reaplicação deverá ser, nomínimo, de 10,33257% a.a. No exemplo, a ir= 10% a.a será insuficiente para permitir aamortização do financiamento.
10.7. VALOR ATUAL LÍQUIDO (VAL)
O valor atual liquido (VAL) e obtido pela diferença entre o valor atual das ELC e ovalor atual do investimento, calculados com base na definição de uma taxa mínima
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desejada, também chamada de taxa mínima de atratividade (TMA). Se houver valorresidual ou capital circulante liquido a recuperar, referentes ao investimento, eles serãosomados a ultima ELC.
A aceitação ou rejeição do empreendimento depende do VAL. Se VAL positivo, aceitase o projeto, pois a sua TIR e maior que a TMA, e se VAL negativo, rejeitase o projeto,pois a sua TIR e menor que a TMA.
EXEMPLO 1: o mesmo da TIR, considerando TMA= 13% a.a. e outra TMA= 17% a.a.
A COMPROVAÇÃO quanto a aprovação ou rejeição do empreendimento pode serefetuada comparandose os valores dos montantes, no fim do período considerado, dasELC e do valor investido. A melhor alternativa (aplicar no empreendimento ou nomercado financeiro) e a que apresentar um montante maior.
M(investimento) = l.000(1+0,13)4 = 1.630,47 < 1.723,32 (o empreendimento é melhor)
M(investimento) = l.000(1+0,17)4 = 1.873,89 > 1.832,93(o mercado financeiro émelhor)
EXEMPLO 2: o mesmo da TIR, considerando TMA= 20% a.a. e outra TMA= 25% a.a.
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A comprovação dos resultados pode ser efetuada de forma igual a do exemplo anterior.
10.7.1. INDICE DE LUCRATIVIDADE OU RENTABILIDADE (IL)
Em certas circunstâncias, o VAL não fornece uma solução adequada para a comparaçãode diversas propostas com valores de investimentos e prazos de duração diferentes.
O índice de lucratividade (IL) fornece uma medida de retorno esperado por unidademonetária investida, sendo obtido pela divisão do valor atual das ELC pelo valor atualdas saídas referentes ao investimento.
EXEMPLO: Supor TMA= 10% a.a. e duas propostas (A e B) conforme tabela a seguir:
Efetuandose os cálculos dos VA e dos IL para cada proposta e respectivos índices delucratividade de (IL), obtemse:
A proposta B apresenta VAL maior, porem, em termos de eficiência na utilização dosrecursos investidos, apresenta IL menor que o da proposta A, na qua1 para cada R$1,00investido seriam obtidos R$1,12, enquanto na B R$1,10 (menor).
10.8. INVESTIMENTOS COM ELC CONSTANTES
Quando as ELC forem constantes, a TIR e o VAL serão calculados utilizandose daseguinte formula de valor atual:
A TIR será calculada por tentativa e erro ate que o valor atual do fluxo das ELC seiguala ao valor atual dos desembolsos provocados pelo investimento, ou seja:
ou
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O VAL será obtido pela diferença entre os valores atuais das ELC e do investimento, ouseja:
EXEMPLO: Investimento =R$1.000 (no inicio); ELC=$350 por ano; n=4 anos e TMA=12%a.a
10.9. PROPOSTAS COM VALORES DE INVESTIMENTOS IGUAIS E TIRDIFERENTES.
Quando houver dois investimentos mutuamente exclusivos, a aplicação dos métodospoderá produzir resultados conflitantes para as decisões, em função das taxas dereinvestimentos a serem consideradas para os fluxos intermediários de caixa, conformedemonstrado no exemplo a seguir.
EXEMPLO: Avaliação de duas propostas, (A e B), mutuamente exclusivas, com osseguintes dados:
De acordo com a taxa de reinvestimento os VAL das propostas variam, conformedemonstrado a seguir.
Quando a taxa de reinvestimento for de 8,49% a.a. (taxa de interseção), ambas aspropostas apresentarão o mesmo VAL, portanto a aceitação de uma ou de outra será
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indiferente. Se a taxa for inferior a 8,49% a.a., a proposta B proporcionara maior VAL,e, portanto, será melhor. Se a taxa for superior a 8,49% a.a., a proposta A passara a sermelhor por apresentar VAL maior.
A apuração da taxa de intersecção pode ser efetuada mediante o cálculo (por tentativa eerro) da taxa que anula o VAL das diferenças entre as ELC das duas propostas.Portanto:
A comprovação dos resultados, utilizandose diversas TMA ou taxas de reaplicação,pode ser obtida pelo calculo dos montantes, no final do período considerado, das ELCcorrespondentes a cada proposta e do investimento, se aplicado no mercado financeiro.A tabela que se segue apresenta os montantes, considerando as mesmas TMA ou taxasde reinvestimento utilizadas no calculo dos VAL, para a elaboração do gráfico da taxade intersecção.
Podemos observar que a 8,49% a.a. os montantes de A e B são iguais. A taxa menor, aproposta B e melhor (maior montante), e a taxas maiores a proposta B e melhor. A taxassuperiores a TIR, o mercado financeiro constitui a melhor opção.
Apenas para exemplificar, apresentamos a seguir os cálculos dos montantes para a taxade 5% a.a, cuja formula e a mesma para as demais taxas.
10.10. PROPOSTAS COM DIFERENTES VALORES DE INVESTIMENTOS ETIR DIFERENTES
Resultados conflitantes poderão também ocorrer quando os valores dos investimentosmutuamente exclusivos forem diferentes.
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Supondo que a proposta A do exemplo anterior esteja sendo avaliada com uma propostaC, cujos dados estão apresentados na Tabela a seguir, e considerando uma taxa dereinvestimento = 10% a.a.
Pelo método da TIR a proposta A seria a escolhida (TIR maior) e pelo VAL a propostaB seria a escolhida (VAL maior). A escolha da melhor proposta vai depender do retornodo investimento incremental, ou seja, aplicandose R$1.000 em "A", os R$500 restantedeverão ser aplicados a uma taxa que propicie, no total, um retorno melhor do que seaplicar apenas na proposta C.
O calculo dessa taxa, denominada TAXA DE FISCHER, e efetuado com base nadiferença dos fluxos de caixa entre as duas propostas (3ª linha da tabela anterior), ouseja:
De acordo com a taxa de reinvestimento os VAL das propostas variam, conformedemonstrado a seguir:
Taxa de reinvestimento menor que 10,8721% (exemplo: 8% a.a.)
MA = 300(1,08)3 + 500(1,08)2 + 400(1,08) + 200 = 1.593,11M(CA) = 500(1,08)4 = 680,24
= 2.273,35MC = 300(1,08)3 + 600(1,08)2 + 700(1,08) + 500 = 2.333,75 (MELHOR)
Taxa de reinvestimento = 10,8721% (Taxa de Fischer)
MA = 300(1,108721)3 + 500(1,108721)2 + 400(1,108721) + 200 = 1.666,99M(CA) = 500(1,108721)4 = 755,54
= 2.422,53MC = 300(1,108721)3 + 600(1,108721)2 + 700(1,108721) + 500 = 2.422,53 (IGUAIS)
Taxa de reinvestimento maior que 10,8721 % (exemplo: 12% a.a.)
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MA = 300(1,12)3+ 500(1,12)2 + 400(1,12) + 200 = 1.696,68M(CA) = 500(1,12)4 = 786,76
= 2.483,44 (MELHOR)MC = 300(1,12)3 + 600(1,12)2 + 700(1,12) + 500 = 2.458,12
No caso dos fluxos intermediários de caixa serem reinvestidos a urna taxa menor que10,8721% (Taxa de Fischer) e melhor aplicar na proposta C. No caso da taxa dereinvestimento ser maior que 10,8721%, e melhor aplicar R$1.000 na proposta “A” eR$500 em outra alternativa à taxa de reinvestimento. Quando essa taxa for igual a deFischer, as propostas apresentarão o mesmo resultado, sendo, por esse critério,indiferente a escolha de uma ou de outra.
10.11. PROPOSTAS COM VIDAS UTEIS DIFERENTES
Quando os empreendimentos apresentam vidas úteis diferentes, as decis6es requeremuma analise mais apropriada, devendo se distinguir os investimentos com repetição e ossem repetição.
10.11.1. INVESTIMENTOS COM REPETISAO
Supondo duas propostas de investimento a TMA = 12% a.a.: “X” e “Y” sendo:
Proposta “X”: investimento inicial de R$500 e ELC anual = R$310 por 2 anosProposta “Y”: investimento inicial de R$400 e ELC anual = R$180 por 3 anosPara a análise de viabilidade dessas propostas podem ser utilizadas duas alternativas:
PRIMEIRA ALTERNATIVA: igualar os prazos, considerando que os investimentospodem repetirse indefinidamente (caso da substituição de equipamentos normais deprodução). Assim, o investimento “X” se repetiria 2 vezes enquanto o “Y” apenas 1,igualando o prazo total em 6 anos.
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O VAL de “X” é maior que o de “Y”, porém a TIR de “Y” e maior que a de “X”. Comoos valores de investimento são diferentes, devese observar, também, as consideraçõesefetuadas nos itens 2.1 e 5.
SEGUNDA ALTERNATIVA: utilização do METODO DO VALOR ANUALUNIFORME EQUIVALENTE (VAUE), que consiste em calcular o valor anualequivalente ao fluxo de caixa do investimento, a TMA para o prazo considerado, seráque haja a necessidade de padronizar os prazos das propostas. Calculaseprimeiramente, o VAL do fluxo de caixa do investimento, como já visto, e depois,utilizao na seguinte formula.
O VAUE representa o valor anual proporcionado a maior (se positivo) ou a menor (senegativo) pelo investimento proposto, em relação a uma aplicação qualquer do valor doinvestimento a TMA. Quanto maior o VAUE, melhor o projeto de investimento.
PROPOSTA "X": Investimento inicial de R$500 e ELC= R$310 por 2 anos.
(valor anual proporcionado a maior pelo investimento)
A proposta X permite um ganho anual de $14,15, em relação a uma aplicação qualquerdo valor do investimento a TMA.
PROPOSTA "Y": Investimento inicial de R$400 e ELC= R$180 por 3 anos.
(valor anual proporcionadoa maior pelo investimento)
A proposta Y, permite um ganho anual de $13,46, em relação a uma aplicação qualquerdo valor do investimento a TMA.
Portanto o VAUE de “X” é maior do que o VAUE de “Y”. (R$14,15 > R$13,46)
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OUTRA FORMA DE SE CALCULAR O VAUE é através da diferença entre o valoranual equivalente ao fluxo das ELC e o valor anual equivalente as saídas dosinvestimentos, devendo o primeiro ser maior que o segundo, indicando que oinvestimento propiciara maior retorno do que se aplicado a T.M.A.
PROPOSTA “X”:
Valor anual equivalente das ELC = 310 (neste caso já está calculado, pois as ELC sãoconstantes)
Valor anual equivalente do investimento = (caso o valor do
investimento fosse aplicado à TAM)
VAUE = 310 295,85 → VAUE = 14,15 (valor anual proporcionado a maior peloinvestimento)
PROPOSTA "Y":
Valor anual equivalentes das ELC = 180 (neste caso já esta calculado, pois as ELC sãoconstantes)
Valor anual equivalente do investimento = (caso o valor do
investimento fosse aplicado à TAM)
VAUE = 180 166,54 → VAUE = 13,46 (valor anual proporcionado a maior peloinvestimento)
Portanto, os VAUE encontrados para “X” e “Y” são os mesmos calculados naalternativa anterior, que mostram que a proposta “X” e melhor que a proposta “Y”.
A Taxa de Fischer é obtida pelo calculo do VAL da diferença dos fluxos de caixa daspropostas, com os prazos igualados. A taxa é apurada por tentativa e erro até que o VALseja igual a zero.
No exemplo considerado, a diferença entre os valores do investimento X e Y e de $100,e as diferenças entre as ELC dos mesmos são:
1° ano = 310180 = 130 4° ano (310500)180 = 3702° ano = (310500)180 = 370 5° ano 310180 = 1303° ano =310(180400) = 530 6° ano 310180 = 130
COMPROVAÇÃO:
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Portanto, VAUE de "X" = VAUE de "Y" = 11,53
10.11.2. INVESTIMENTOS SEM REPETICAO
Supondo as duas propostas de investimentos apresentadas no item 11.1, porem sem apossibilidade dos investimentos se repetirem, elas podem ser avaliadas através docálculo do VAL, onde se pressupõe que na diferença dos prazos entre elas, os recursosestarão aplicados a T.M.A.
COMPROVAÇÃO pelo calculo do montante:
M3 (ELC Y) = 180(1+0,12)2 + 180(1+0,12) + 180 = 607,39M3 (XY) = 100(1+0,12)3 = 140,49
= 747,88 (melhor)M3 (ELC X) = 310(1+0,12)2 + 310(1+0,12) = 736,06
Aplicandose $400 na proposta Y e $100 no mercado financeiro a TMA de 12% a.a., oresultado e melhor do que aplicar $500 na proposta X.
As propostas também podem ser avaliadas pelo VAUE, transformandose o fluxo decaixa de 2 anos para o equivalente a 3 anos. Para tal, efetuamse os seguintes cálculos:
a) cálculo do valor atual das ELC(X)
b) cálculo do valor anual equivalente do VA(X) para 3 anos
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c) cálculo do valor anual equivalente ao investimento (X)
d) cálculo doVAUE(X)
e) comparação com o VAUE (Y) = 13,46 (já calculado no item anterior)
Sob esta condição sem repetição, a proposta Y e melhor que a X, tanto pelo métodoVAL (R$32,33>R$23,92), como pelo VAUE (R$13,46 > R$9,96)
10.11.3. METODO DO VAUE EM INVESTIMENTOS COM ELC VARIAVEIS
Quando o investimento produzir ELC variáveis o calculo do VAUE será efetuadoobedecendo aos passos a seguir apresentados, considerando o EXEMPLO 1,apresentado no item 6, e a TMA = 13% a.a.
Investimento:a) Calculo do valor atual (VA) das ELC a taxa de 13% a.a. (TMA)
b) Calculo do valor anual equivalente ao valor atual das ELC, para os 4 anos
Valor anual equivalente ao VA das ELC =
c) Calculo do valor anual equivalente ao valor dos investimentos, para os 4 anos
Valor anual equivalente ao VA do Investimento =
d) Calculo do VAUE: VAUE =
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10.12. EXERCICIO
1. Um projeto de investimento com vida útil de 3 anos, apresenta os seguintes dados:a) valor dos ativos imobilizados a adquirir = $90.000 (desembolso no inicio)b) resultado liquido da venda dos ativos substituídos = $20.000c) aumento no capital circulante liquido = $10.000d) lucro antes do imposto de renda (40%): 1°ano=$5.000; 2°ano=$7.500; 3°ano=$6.000e) depreciação anual considerada = $30.000f) resultado liquido da venda, no fim da vida útil, dos imobilizados a adquirir = $5.720Pedese: I Calcular o payback e o payback descontado a TMA = 18%a.a
II Calcular a taxa media de retornoIII Calcular a TIR, o VAL e o IL, considerando a TMA = 18%a.aIV Supondo uma taxa de reinvestimento = 15% a.a, recalcular a TIR
2. Um empreendimento implicara no investimento de R$10.000, sendo 40% desembolsadosno inicio e o restante após 1 ano. As entradas liquidas de caixa (ELC) previstas para os 3anos de duração do empreendimento são: 1°ano=R$4.000; 2°ano=R$5.000 e3°ano=R$3.457. Pedese:
a) Calcular a TIR e o VAL, considerando a TMA = 15%a.a.b) Calcular o índice de lucratividade (lL) considerando a TMA = 15% a.a.c) Supondo uma taxa de reinvestimento dos fluxos de caixa igual a 12% a.a., calcular a nova
TIR e comentar o resultado.
3. Um projeto prevê investimento de R$8.000 no inicio, dos quais R$3.000 serãofinanciados a juros de 15% a.a., pagos no final de cada ano e amortizados no final doultimo ano. As ELC previstas, sem considerar os juros e amortizações do empréstimo,para os 3 anos de vida do empreendimento são: 1°ano= R$3.000; 2°ano= R$4.000;3°ano= R$3.811. Pedese:
a) Calcular a TIR e o VAL a TMA = 12% a.a., sem considerar o empréstimo.b) Calcular a TIR e o VAL a TMA = 12%, considerando o empréstimo.c) Calcular a TIR e o VAL a TMA = 12%, considerando juros do empréstimo a 18% a.a.
4. Dois projetos, mutuamente exclusivos, apresentam os seguintes dados:
ELCPROJETO INVESTIMENTO(NO INICIO) 1° ANO 2° ANO 3° ANO
A R$6.000 2.000 3.000 3.709B R$6.000 3.415 3.000 2.000
a) Avaliar os projetos pela TIR, pelo VAL e IL considerando urna TMA= 14% a.a.b) Quais as conclusões no caso da taxa de reinvestimento ser de 12% a.a.?c) E se a taxa de reinvestimento for de 8% a.a.?d) Qual a taxa de reinvestimento que torna os dois projetos indiferentes quanto ao retorno?
5. Dois projetos, mutuamente exclusivos, apresentam os seguintes dados:
ELCPROJETO INVESTIMENTO(NO INICIO) 1° ANO 2° ANO 3° ANO
C R$12.000 4.000 6.000 7.418D R$8.000 4.500 4.000 2.949
a) Calcular a TIR, o VAL e o IL, considerando a TMA= 15% a.a.b) Quais as conclusões no caso da taxa de reinvestimento ser de 13% a.a.?c) Calcular a Taxa de Fischer e comentar sobre o resultado.
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11. RISCO, RETORNO E MERCADO
As decisões financeiras, por estarem fundamentalmente voltadas para o futuro, devemconsiderar a variável incerteza no estudo das operações do mercado financeiro.
Toda vez que a incerteza associada a verificação de determinado evento possa serquantificada por meio de urna distribuição de probabilidades dos diversos resultadosprevistos, dizse que a decisão esta sendo tomada sob urna situação de risco.
O risco pode ser entendido de diversas formas, a saber:
• possibilidade da ocorrência de prejuízo financeiro;• incerteza de urna decisão mediante prováveis resultados;• medida estatística da amplitude entre os resultados;• medida estatística do desvio padrão do resultado médio esperado;• medida estatística da dispersão relativa (coeficiente de variação) de ativos que
diferem nos retornos esperados.
11.1. RISCO E RETORNO ESPERADO
O conceito de risco pode ser entendido de diversas maneiras, dependendo do contextoda pessoa que o esta avaliando, como risco aéreo, para uma companhia seguradora;risco de contrair urna doença; risco de insucesso do negocio; etc. O risco é interpretadopelo nível de incerteza associado a um acontecimento.
A avaliação de urna empresa delimitase aos componentes de seu risco total:econômico e financeiro. As causas do risco econômico são de natureza conjuntural(alterações na economia, tecnologia, etc.), de mercado (crescimento da concorrência,gosto do consumidor, etc.) e da própria gestão da empresa (vendas, custos, despesas,investimentos, etc.). O risco financeiro esta mais relacionado com a estrutura de capitais(endívidamento) e sua capacidade de pagamento.
Assim sendo, podese concluir que o risco total de qualquer ativo e definido pela suaparte sistemática (risco sistemático ou conjuntural) e nãosistemática (risco próprio doativo).
O risco sistemático e inerente a todos os ativos negociados no mercado, sendodeterminado por eventos de natureza política, econômica e social. Embora cada ativo secomporta de forma diferente diante da situação conjuntural estabelecida, não ha comose evitar totalmente o risco sistemático, dai também ser denominado de risco nãodiversificável.
O risco nãosistemático é intrínseco de cada ativo, podendo ser eliminado porinvestimento em diversos ativos com correlação negativa entre si, dai também serdenominado de risco diversificável.
Tendo em vista que qualquer investidor pode criar um portfolio de ativos que vaieliminar virtualmente todo risco diversificável, o único risco relevante e o risco nãodiversificável.
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A mensuração do risco de um investimento processase geralmente por meio de critériosprobabilísticos, o qual consistem em atribuir probabilidades (objetivas e subjetivas) aospossíveis resultados do investimento. Assim, e delineada urna distribuição deprobabilidades dos resultados esperados, e mensuradas suas principais medidas dedispersão e avaliação de risco.
A probabilidade objetiva pode ser definida a partir de series históricas de dados einformações, freqüências relativas observadas e experiência acumulada no passado. Aprobabilidade subjetiva, por seu lado, tem como base o conhecimento, a experiência, aintuição e, ate mesmo, um certo grau de crença.
Nesse ambiente, o risco pode ser interpretado pelos desvios previsíveis dos fluxos decaixa resultantes de urna decisão de investimento. Sua principal medida estatística e avariabilidade dos resultados esperados de caixa em relação a media (desviopadrão), oretorno esperado esta vinculado aos fluxos incertos de caixa do investimento, sendodeterminado pela ponderação entre os valores financeiros esperados e suas respectivasprobabilidades de ocorrência.
11.1.1. MEDIDAS ESTATISTICAS.
Estatisticamente o risco pode ser avaliado por diversas medidas, dentre as quaisdestacamos:
É urna abordagem comportamental para avaliar o risco, a qua1 usa inúmeras estimativasde retorno possíveis par se obter urna percepção da variabilidade entre os resultados.Envolve a estimativa dos retornos pessimistas, dos mais prováveis e dos otimistas,medindose o risco pela medida estatística da AMPLITUDE, encontrada pela diferençaentre os resultados otimistas e pessimistas. Quanto maior a amplitude, maior avariabilidade ou o risco.
EXEMPLO: Dois investimentos de mesmo valor, com as respectivas taxas de retornoesperadas estão apresentadas a seguir:
Taxa de retornoInvestimento Pessimista Mais prováveis Otimistas AmplitudeA 12% 15% 18% 18% 12% = 6%B 8% 15% 22% 22% 8% = 14%
Embora os investimentos apresentem a mesma taxa de retorno mais provável, o B emais arriscado por possuir uma amplitude maior.
• PROBABILIDADE
Pode ser usada para urna avaliação mais exata do risco de um ativo. PROBABILIDADEé a possibilidade de ocorrência.
A DISTRIBUIÇÃO DE PROBABILIDADE relaciona as probabilidades a seusrespectivos resultados. Para os investimentos A e B, com base em dados históricos, asprobabilidades de ocorrência dos resultados pessimista, mais provável e otimista são de25%, 50% e 25%, respectivamente.
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O tipo mais simples de distribuição de probabilidades é o diagrama de barras que mostraapenas um numero limitado de coordenadas de probabilidade de resultados. No caso degrande numero de coordenadas podese desenvolver urna distribuição continua deprobabilidades como na figura a seguir.
Embora os investimentos A e B tenham os mesmos retornos mais prováveis (15%), adistribuição dos retornos para o B apresenta uma dispersão maior que de A, sendo,portanto, o B mais arriscado.
• DESVIO PADRÃO (δ)
É o indicador mais comum do risco de um investimento, o qual mede a dispersão emtorno do valor esperado. O VALOR ESPERADO DE UM RETORNO (k), é o retornomais provável de um investimento, calculado pela formula :
O calculo do DESVIO PADRÃO (δ) dos retornos e efetuado através da formula:
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O quadro a seguir apresenta o cálculo dos desvios padrões de A e B, onde se evidenciaum maior risco de "B" (δB = 4,95% contra δA = 2,12% de A)
Investimento A ki k kik (kik)2 Pri (kik)2xPriPessimista 12% 15% 3% 9% 25% 2,25%Mais provável 15% 15% 0 0 50% 0Otimista 18% 15% 3% 9% 25% 2,25%Total 4,5%Investimento BPessimista 8% 15% 7% 49% 25% 12,25%Mais provável 15% 15% 0 0 50% 0Otimista 22% 15% 7% 49% 25% 12,25%Total 24,5%
• DISTRIBUICAO NORMAL DE PROBABILIDADE
É aquela que se assemelha a uma curva em forma de sino. Ela e simétrica, o quesignifica que os valores se distribuem igualmente dos dois lados da media.
Para uma distribuição normal de probabilidade, as localizações dos possíveis resultados,entre os desvios padrões a partir do valor esperado, são:
68% dos possíveis resultados → entre ± 1 desvio padrão95% dos possíveis resultados → entre ± 2 desvio padrão99% dos possíveis resultados → entre ± 3 desvio padrão
Supondo que as distribuições de probabilidade de retorno A e B sejam normais, temos:
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• COEFICIENTE DE VARIAÇÃO (CV)
É uma medida de DISPERSAO RELATIVA usada na comparação de risco de ativosque diferem nos retornos esperados. Expressa o desvio padrão em forma deporcentagem dos retornos esperados. Quanto maior o CV maior será o risco. E obtidopela formula:
Os investimentos A e B possuem respectivamente os seguintes coeficientes de variação:
Portanto, B e mais arriscado que A conclusão já obtida pelo desvio padrão, uma vez queambos os investimentos tem o mesmo retorno esperado. A verdadeira utilidade do CVesta na comparação dos investimentos que tem DIFERENTES RETORNOSESPERADOS, como exemplificado a seguir:
O investimento C e mais arriscado que D uma vez que seu CV é maior. Se a escolha sebaseasse no desvio padrão, o C seria o elegido, por possuir menor desvio padrão (6%contra 80%). Como o CV leva em consideração também o retorno esperado, a analise sebaseia na dispersão relativa (proporcional), a qua1 aponta o D como o escolhido.(0,5%<0,6%)
EXERCICIOS
1Considerando os retornos e os riscos esperados dos 5 projetos elencados a seguir, qualo projeto mais arriscado? E qua1 o menos arriscado?
A B C D ERetorno esperado 25% 15% 20% 18% 22%Desviopadrão 5% 3% 3,5% 4% 4%
2. Uma empresa avalia o risco, pela medida estatística da amplitude, de cada um doscinco projetos que esta analisando. As estimativas pessimistas, mais prováveis eotimistas dos retornos anuais estão apresentadas a seguir. Qual o projeto mais arriscado?E qua1 o menos arriscado?
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PROF. ANDREY XAVIER
FEVEREIRO, 2008
Taxas anuais de retomo %Estimativas Projeto A Projeto B Projeto C Projeto D Projeto EPessimistas 14 6 10 11 12Mais prováveis 16 16 16 16 16Otimistas 18 22 25 19 22
3. Com base nos dados a seguir apresentados referentes a um projeto de investimento,calcular a amplitude, o desviopadrão e o coeficiente de variação.
EstimativasResultados Pessimista Mais prováveis OtimistasRetorno 12% 18% 24%Probabilidade 30% 50% 20%
11.1.2. RELAÇÃO RISCO/RETORNO E INVESTIDOR
A postura de um investidor em relação ao risco e pessoal, não se encontrando umaresposta única para todas as situações. A preocupação maior nas decisões deinvestimento em situação de incerteza e expressar as preferências do investidor emrelação ao conflito risco/retorno inerente a toda alternativa financeira.
A teoria da preferência tem por objetivo básico revelar como um investidor se posicionadiante de investimentos que apresentam diferentes combinações de risco e retorno.
A escala de preferência do investidor é representada pela denominada curva deindiferença. Essa curva e compreendida como um reflexo da atitude que um investidorassume diante do risco de uma aplicação e do retorno proporcionado, e envolveinúmeras combinações igualmente desejáveis, conforme figura a seguir:
O critério de decisão restringese a ativos que respeitem a relação estabelecida pelacurva de indiferença. E como se fosse uma fronteira que separa as situações preferidaspelo investidor daquelas não desejadas.
A quantidade de curvas de indiferença de um investidor e praticamente ilimitada.Convencionalmente, o mapa das curvas e apresentado de acordo com uma ordem depreferência, sendo as mais distantes preferíveis anteriores.
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Os pontos localizados sobre a curva R2 são preferíveis aos da curva R1; os pontos dacurva R3 são preferíveis aos da R2; e assim por diante.
EXEMPLO ILUSTRATIVO: Admitindose para um determinado investidor asoportunidades de investimentos A, B e C, identificados nas curvas de indiferençaconforme figura a seguir:
Para o investidor com grau de aversão ao risco, a alternativa "A" e a preferida, pois seencontra situada na curva de indiferença mais alta, onde o retomo esperado e maior emrelação a curva de baixo, para um mesmo nível de risco.
O investimento “B” é descartado, pois apresenta risco maior e menor retomo esperado.O investimento “C”, ao contrario, tem retorno esperado maior, porem risco tambémmais elevado. A escolha entre “A” e “C” dependera da aceitação do maior risco ou não,para obter um maior retorno.
11.2. RETORNO ESPERADO DE UM PORTFOLIO
A teoria do portfolio trata essencialmente da composição de urna carteira ótima deativos, tendo por objetivo principal maximizar o grau de satisfação do investidor pelarelação risco/retorno.
O retorno esperado de carteira composta por mais de um ativo e definido pela mediaponderada do retorno de cada ativo em relação a sua participação no total da carteira.
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onde:
EXEMPLO: Supondo uma carteira composta por duas ações (A e B) com retornosesperados de A = 20% e B = 40%, as quais apresentam, respectivamente, 40% e 60% dacarteira, calcular o retorno esperado da carteira.
11.3. DIVERSIFICAÇÃO DO RISCO
O risco de um ativo qualquer pode ser mensurado pela variabilidade dos retornosprojetados em torno do retorno esperado, ou seja, pelo grau de dispersão dos retornosem relação à media (desvio padrão).
Por meio da diversificação é possível reduzir o risco da carteira, combinando ativos comcorrelações negativas, lembrando que o risco total e constituído do risco diversificável,que pode ser totalmente ou parcialmente diluído pela diversificação da carteira, e dorisco sistemático (nãodiversificável), que não pode ser eliminado.
Graficamente, o conceito de diversificação pode ser representado pela figura a seguirapresentada, que relaciona o risco (desvio padrão) da carteira com a quantidade deativos inseridos na carteira.
11.3.1. REDUÇÃO DO RISCO PELA DIVERSIFICAÇÃO
EXEMPLO: Admitindose os retornos dos ativos X e Y para os cenários consideradosconforme a seguinte tabela:
Cenários Probabilidades Retorno de X Retorno de YOtimista 30% 20 4Provável 40% 14 12Pessimista 30% 2 18
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RETORNO ESPERADO DOS ATIVOSAtivos/Resultados Otimista Provável Pessimista TotalATIVO X
Retorno (1) 20% 14% 2%Probabilidade (2) 30% 40% 30%
Retorno esperado (1) x (2) 6% 5,6% 0,6% 12,2
ATIVO YRetorno (1) 4% 12% 18%
Probabilidade (2) 30% 40% 30%Retorno esperado (1) x (2) 1,2% 4,8% 5,4% 11,4
ki k kik (kik)2 Pri (kik)2xPriATIVO XOtimista 20% 12,2% 7,8% 60,84% 30% 18,252%Provável 14% 12,2% 1,8% 3,24% 40% 1,296%Pessimista 2% 12,2% 10,2% 104,04% 30% 31,212%
50,76%ATIVO YOtimista 4% 11,4% 7,4% 54,76% 30% 16,428%Provável 12% 11,4% 0,6% 0,36% 40% 0,144%Pessimista 18% 11,4% 6,6% 43.56% 30% 13,068
29,64%
Supondo a mesma quantia investida nos dois ativos, o risco da carteira e calculado combase no retorno esperado ponderado.
CENARIO RETORNO ESPERADO DA CARTElRA = ki Pri kOtimista (20% x 50%) + ( 4% x 50) = 12% 30% 3,6Provável (14%x 50%) + (12% x 50) = 13% 40% 5,2Pessimista ( 2%x50%)+(18%ç50)= 10% 30% 3,0
Retorno esperado ponderado = 11,8
Desvio padrão de carteira:
Como podemos observar a correlação negativa entre os dois ativos proporcionou umaredução no risco da carteira (portfolio)
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FEVEREIRO, 2008
EXERCÍCIO: Calcular o risco. de uma carteira de ações, e de cada uma de suas ações(A, B e C) com base nos dados constantes da tabela apresentada a seguir e considerandoa participação de cada uma no valor total de A = 25%; B = 35% e C = 40%.
Cenários Probabilidades Retorno deA
Retorno deB
Retorno deC
Pessimista 20% 8% 6% 18%Provável 50% 10% 12% 14%Otimista 30% 14% 16% 6%
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12. BIBLIOGRAFIA
ASSAF, A. N., SILVA, C.A.T. Administração do capital de giro. 2. ed. São Paulo:Atlas, 1998.ASSAF NETO, A. Finanças corporativas e valor. São Paulo: Atlas, 2003.BRAGA, R. Fundamentos e técnicas de administração financeira. São Paulo: Atlas,1998.CASAROTTO FILHO, N., KOPITTKE, B. H. Analise de investimentos: matemáticafinanceira, engenharia econômica, tomada de decisão, estratégia empresarial. 8. ed. SãoPaulo: Atlas, 1998.GITMAN, L. J. Princípios da administração financeira. Porto Alegre: Bookman, 2001.IUDÍCIBUS, S., MARTINS, E., GELBECK, E. R. Manual de contabilidade dassociedades por ações: aplicável às demais sociedades. 5. ed. São Paulo: Atlas, 2000.MARTINS, E., ASSAF NETO, A. Administração financeira. São Paulo: Atlas, 1996.MATARAZZO, D. C. Analise financeira de balanços. 5, ed. São Paulo: Atlas, 1998.SANVICENT, A. Z. Administração financeira. 3. ed. São Paulo: Atlas, 1998.
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