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Curso Técnico de Mecânica 1 o semestral Processos com Máquinas Convencionais PMQ Operações

Apostila Ajustamento - p 55

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Apostila de ajustagem

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Curso Técnico de Mecânica

1o semestral

Processos com MáquinasConvencionais PMQ

Operações

Processos com Máquinas Convencionais – Operações

SENAI - SP, 1999

Trabalho elaborado pela Escola SENAI Roberto Simonsen- Centro Nacional de

Tecnologia em Mecânica, do Departamento Regional de São Paulo.

Coordenação Geral Dionisio Pretel

Coordenação Paulo Roberto Martins

Laur Scalzaretto

Organização Adriano Ruiz Secco

Sílvio Audi

Editoração Adriano Ruiz Secco

Écio Gomes Lemos da Silva

Silvio Audi

Adaptado de

Metalmecânica - Operação Caminhão Betoneira

Escola SENAI Roberto Simonsen

Centro Nacional de Tecnologia em Mecânica

Rua Monsenhor Andrade, 298 – Brás

CEP 03008-000- São Paulo, SP

Tel. 011 229-5099 Fax 011.229-5099 r 229

E-mail [email protected]

Home page: http:www.senai101.com.br

Sumário

página

Limar superfície plana 3

Traçar retas no plano e paralelas ao plano 8

Puncionar 13

Furar com furadeira 17

Escarear furo 22

Serrar manualmente 25

Limar superfície côncava 28

Limar superfície convexa 32

Rebaixar furo 35

Afiar ferramentas de uso manual 38

Esmerilhar superfície plana em ângulo 41

Roscar manualmente com macho 46

Roscar manualmente com cossinete 49

Calibrar furo com alargador manual 53

Rebitar com rebite de cabeça redonda 56

Facear 60

Tornear superfície cilíndrica na placa universal 64

Fazer furo de centro 69

Tornear superfície cilíndrica na placa universal e contraponta 72

Tornear superfície cilíndrica externa entre pontas 76

Furar com auxílio do cabeçote móvel 79

Calibrar furo com alargador no torno 83

Sangrar e cortar no torno 87

Perfilar com ferramenta de forma 95

Recartilhar no torno 97

Abrir rosca triangular externa por penetração perpendicular 101

Fresar superfície plana 107

Fresar superfície côncavos e convexas 111

Fresar rebaixos 114

Fresar ranhuras retas 116

Furar na fresadora 124

Retificar superfície plana paralela 128

Temperar e revenir 133

Referências bibliográficas 137

3

Limar superfície plana

Apesar do uso das máquinas-ferramenta garantir qualidade e

produtividade na fabricação de peças, existem ainda operações

manuais que precisam ser executadas em casos nos quais a

máquina não pode ser usada. É o caso da limagem, realizada

pelo ferramenteiro, pelo ajustador ou mecânicos em geral e usa-

da na reparação de máquinas, ajustes diversos e trabalhos de

usinagem, na ferramentaria para o ajuste de gabaritos, chapelo-

nas, matrizes, guias, chavetas.

Limar

Limar é desbastar ou dar acabamento com o auxílio de uma fer-

ramenta chamada lima. Essa operação é realizada para produzir

um plano com um grau de exatidão determinado por meio de ré-

guas e dispositivos especiais de verificação de planeza.

Processo de execução

1. Prenda a peça, conservando a superfície a ser limada na po-

sição horizontal e acima do mordente da morsa.

4

Observações

• Ao prender peças com faces já acabadas, use morden-

tes de proteção.

• Antes de prender a peça, verifique se a morsa está na

altura recomendada. Se necessário, procure outro local

de trabalho ou use um estrado, calço de madeira ou dis-

positivo regulador de altura para morsa.

2. Lime a superfície, observando as seguintes orientações.

a) Segure a lima conforme a ilustração.

b) Apoie a lima sobre a peça. Observando a posição dos

pés, posicione o corpo de forma a ficar equilibrado.

Precaução

• Para evitar acidentes, verifique se o cabo da lima está

bem preso.

5

3. Inicie o limado, com movimento para a frente, fazendo pres-

são com a lima sobre a peça. No retorno, a lima deve deslizar

livremente sobre a superfície da peça. O limado pode ser

transversal ou oblíquo.

Observações

• Para desbastes grosseiros, o movimento da lima é dado

com o corpo. Para trabalhos de ajuste ou acabamentos, o

movimento da lima é executado somente pelos braços.

• Para evitar riscos na superfície limada, limpe os cavacos

que se prendem ao picado da lima com o auxílio de uma

escova ou raspador de latão ou cobre, levando em consi-

deração a inclinação do picado.

6

• Somente no retorno da lima, ela deve mudar de posição.

4. Lime por passes sucessivos, cobrindo toda a superfície a ser

limada e usando todo o comprimento da ferramenta.

Observação

• O ritmo do limado deve estar entre 50 e 60 golpes/minuto.

5. Verifique alternadamente a planeza da superfície com a ré-

gua de controle de fio e o desvio admissível pela tolerância

de forma com o dispositivo apropriado.

Observações

• Durante a verificação da planeza, tome cuidado para que

o fio lapidado da régua de controle toque suavemente a

superfície da peça.

7

• Para verificar se a peça está dentro do desvio admissível

pela tolerância de forma, use o método indireto passa-

não-passa ou apoie a peça sobre um dispositivo com re-

lógio comparador a fim de obter o valor do desvio.

8

Traçar retas no plano e paralelas aoplano

A traçagem é a base da usinagem. Por isso, antes que a peça

seja usinada, o mecânico precisa, às vezes, executar um traçado

em uma ou mais faces da peça, para localizar, com rigor, rebai-

xos, ranhuras, furos, recortes, planos ou outras superfícies que

lhe darão forma definitiva.

Traçar retas no plano

Traçar retas no plano é a operação por meio da qual são dese-

nhadas, em um plano e em pontos previamente determinados,

retas em diversas posições tendo como base uma linha ou face

de referência, utilizando diversos instrumentos.

Essa operação é realizada como passo prévio para a execução

de outras operações como cortar, dobrar, ajustar.

Processo de execução

1. Pinte a face da peça com tinta de secagem instantânea.

Observação

• A face deve estar lisa e livre de gorduras.

9

2. Marque os pontos por onde vão ser traçadas as retas.

3. No caso de um traçado perpendicular, apoie a base do es-

quadro na face de referência.

4. Trace com o riscador as retas, fazendo-as passar pelos pon-

tos marcados.

10

Observações

• Ao traçar, incline o riscador no sentido do traço.

• Os traços devem ser finos, nítidos e feitos de uma só vez.

• Para traçar retas oblíquas, usa-se a suta.

Para a confirmação do traçado, na traçagem de peças de ferro

fundido, os traços devem ser ponteados com punção de bico.

Traçar linhas paralelas ao plano

Traçar linhas paralelas a um plano de referência é a operação

realizada com o auxílio do calibrador traçador de altura, cantonei-

ras, blocos prismáticos e desempeno. Essa operação é executa-

da para determinar os centros das peças e na traçagem de ra-

nhuras, rebaixos e furos.

Processo de execução

1. Pinte as faces que serão traçadas.

11

2. Posicione a peça diretamente sobre a mesa de traçagem

quando existir uma superfície de referência na peça.

Observações

• Quando a traçagem é realizada em chapas ou peças

grandes, elas devem ser apoiadas em uma cantoneira.

• Quando a peça não tem superfície de referência, usam-

se calços e macacos.

3. Prepare o calibrador traçador seguindo os seguintes passos:

a) solte o parafuso de fixação do cursor e faça-o descer su-

avemente até que a ponta do riscador toque no

desempeno;

b) verifique se o zero do nônio coincide com o zero da es-

cala fixa. Se não estiver coincidindo, faça a correção mo-

vimentando a escala fixa e travando-a nessa posição;

c) calibre o traçador na dimensão determinada;

4. Coloque o traçador em posição de uso.

5. Apoie a peça sobre o plano de referência.

12

6. Execute o traçado, movimentando o calibrador.

Observações

• No caso de peças cilíndricas, estas devem ser apoiadas

sobre um bloco prismático.

• Dependendo das necessidades do traçado, o plano de

referência pode ser horizontal, vertical ou inclinado.

13

Puncionar

Puncionar é uma operação que consiste em marcar pontos de

referência no traçado ou centros para furação de peças, por

meio de pancadas na cabeça do punção de bico com um mar-

telo de peso apropriado.

Processo de execução

Caso 1: Puncionar centros de furação e centros deraios

1. Trace a peça, conferindo o traçado com o paquímetro.

2. Apóie a peça sobre o cepo e escolha o punção em função

do ângulo de ponta (60º), verificando sua afiação e obser-

vando a concentricidade e regularidade.

14

3. Com a mão apoiada na peça, coloque o punção em posição

inclinada sobre os traços, deslocando-o até encontrar os

cruzamentos das linhas.

Observação

• Observe o posicionamento do punção na direção dos

traços.

4. Faça uma leve pressão com o punção sobre a peça, posici-

one-o verticalmente e bata o martelo com pequeno impacto.

Observações

• A marca do punção deve gerar um diâmetro de aproxi-

madamente 0,3mm.

• martelo deve ter uma massa entre 125 e 150g.

5. Com uma lupa, verifique se o puncionamento está correto.

15

Observação

• A marca do punção deve ficar eqüidistante em relação

às linhas de centro traçadas.

6. Utilizando o punção de 90o, confirme a marcação no tama-

nho desejado: de 0,6 a 1 mm de diâmetro.

Observação

• Evite inclinar o punção no momento de confirmar para

que não haja deslocamento da furação.

16

Caso 2: Puncionar contornos

1. Trace a peça.

2. Apóie a peça sobre o cepo e escolha o punção em função

do ângulo da ponta: 60º.

3. Coloque o punção em posição inclinada sobre os traços.

4. Posicione o punção verticalmente e bata com o martelo a

fim de obter aproximadamente 0,6 mm de diâmetro para

evitar marcação aparente na borda da peça acabada.

17

Furar com furadeira

Os furos são feitos quando se necessita roscar ou introduzir ei-

xos, buchas, parafusos ou rebites em peças que podem funcio-

nar isoladamente ou dentro de um conjunto mecânico qualquer.

Furar na furadeira é a operação pela qual se obtém furos cilíndri-

cos pela ação de rotação e avanço de uma broca, presa a uma

máquina-ferramenta chamada de furadeira.

18

Processo de execução

1. Prenda a peça.

Observações

• A fixação depende da forma e tamanho da peça; pode-se

fixar na morsa da furadeira com grampos ou com morsa

de mão.

• Para evitar perfurar a morsa ou a mesa da furadeira, co-

loque a peça sobre calços paralelos. Se a furação for em

chapas finas, coloque um pedaço de madeira entre a

chapa e a base de apoio da furadeira.

2. Prenda a broca no mandril.

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Observações

• Verifique o diâmetro da broca com o paquímetro, sem gi-

rá-la, medindo sobre as guias.

• Verifique se a afiação está adequada ao material.

• Se usar broca de haste cônica, fixe-a diretamente no

eixo-árvore da máquina, utilizando bucha cônica, se ne-

cessário.

• Para furar chapas finas, selecione ou prepare a broca.

3. Selecione a rotação.

Observação

• Consulte a tabela de velocidade de corte e, com base no

diâmetro da broca e o material da peça, calcule a rotação

ou consulte o nomograma de rotação para furadeira.

4. Para regular a profundidade de penetração da broca, apoie a

ponta da broca sobre a peça, acionando a alavanca de

avanço.

20

5. Gire a porca reguladora até uma distância (H) do batente

igual à profundidade de penetração (P), mais a altura (a) do

cone da broca.

Observação

• Quando o furo a ser executado é passante, essa distân-

cia (H) deve ter uma vez e meia a altura “a” mais a es-

pessura da peça para assegurar a saída da broca.

6. Aproxime a broca da peça, acionando a alavanca de avanço.

7. Centre a broca no ponto puncionado.

8. Ligue a furadeira e inicie o furo com avanço lento.

Precaução

21

• A broca e a peça devem estar bem presas.Observações

• Antes que toda a ponta da broca penetre na peça, verifi-

que se o furo por ela produzido está no centro do traçado.

• Se a broca se desviar do centro, verifique se ela está bem

afiada e corrija o desvio.

9. Termine o furo na profundidade desejada.

Observações

• O fluido de corte deve ser adequado à operação.

• Retire freqüentemente a broca do furo para quebrar o ca-

vaco, refrigerar a broca e limpá-la com um pincel.

• Ao se aproximar o fim da furação, o avanço da broca

deve ser feito com mais atenção.

22

Escarear furo

Escarear furo é a operação que consiste em tornar cônica a ex-

tremidade de um furo, usando a furadeira e o escareador.

Essa operação é necessária para permitir o embutimento de pa-

rafusos ou outros elementos de união, cujas cabeças tenham

formato cônico.

23

Processo de execução1. Prenda a peça.

2. Prenda o escareador no mandril.

Observação

• O escareador deve ter o mesmo ângulo que a cabeça do

parafuso ou rebite.

3. Selecione a rotação, baseando-se no diâmetro maior do es-

careador.

4. Centre o escareador com o furo.

5. Regule a profundidade do escareado.

6. Ligue a máquina e execute o escareado.

Observações

• O avanço deve ser lento.

• O fluido de corte deve ser de acordo com o material.

7. Verifique o escareado com o auxílio de um paquímetro ou do

parafuso que vai ser usado no furo.

24

Observação

• Para o alojamento de parafusos de cabeça escareada,

utiliza-se uma broca escalonada múltipla que forma si-

multaneamente o escareado de 90º e o diâmetro da ca-

beça do parafuso. Neste caso, a profundidade do rebaixo

cilíndrico é verificado com o paquímetro.

25

Serrar manualmente

Serrar manualmente é uma operação que permite cortar um

material utilizando o arco de serra. Emprega-se muito nos traba-

lhos mecânicos de bancada e quase sempre precede a realiza-

ção de outras operações.

Processo de execução1. Selecione a lâmina de serra de acordo com o material e sua

espessura.

2. Monte a serra no arco, com os dentes voltados para a frente.

3. Tensione a lâmina de serra, girando a porca-borboleta com a

mão.

4. Trace e prenda o material na morsa.

26

Observações

• A parte que será cortada deve estar junto aos mordentes.

• Material de pouca espessura é preso por meio de peças

auxiliares, tais como calços de madeira e cantoneiras, a

fim de evitar vibrações.

5. Serre.

Observações

• Ao iniciar o corte, coloque a lâmina junto ao traço, guian-

do-a com o dedo polegar e ligeiramente inclinada para a

frente, a fim de evitar que os dentes se quebrem.

27

• Quando o corte é profundo e ultrapassa o limite do arco,

a lâmina deve ser montada na posição horizontal ao arco.

• A pressão da serra sobre o material é feita apenas du-

rante o avanço e não deve ser excessiva. No retorno, a

serra deve correr livremente sobre o material.

• A serra deve ser usada em todo o seu comprimento, e o

movimento deve ser dado apenas com os braços.

• O número de golpes deve ser de aproximadamente 60

por minuto.

Precaução

• Ao se aproximar o término do corte, diminua a velocidade

e a pressão de corte para evitar acidentes.

28

Limar superfície côncava

Limar superfície côncava é uma operação que permite executar

superfícies côncavas por meio de lima. Utiliza-se na manuten-

ção de máquinas, na confecção de guias, na construção de

estampos e dispositivos, em pequenos ajustes, etc. Esta opera-

ção exige combinação de movimentos dados à lima.

29

Processo de execução

1. Trace a peça.

2. Retire o material em excesso.

Observação

• A retirada do material em excesso pode ser feita por

meio de corte de serra manual ou de fita, por meio de fu-

ração eqüidistante tangencial ou ainda com bedame.

3. Lime, executando um movimento retilíneo rotativo conjugado.

30

Observações

• A curvatura da lima deve ser menor que a curvatura a

limar.

• No desbaste, os movimentos com a lima devem ser fei-

tos numa só direção, com a finalidade de obter quinas

que contornem o traçado.

• No pré-acabamento, movimente a lima no sentido longi-

tudinal, fazendo um pequeno deslocamento lateral.

4. Verifique a curvatura com gabarito ou com verificador de

raio.

Observação

• A peça deve obedecer à forma geométrica requerida

pelo projeto: perfil de uma linha qualquer ou perfil de

uma superfície qualquer.

31

5. Verifique o esquadrejamento da superfície limada utilizando

o esquadro com fio.

Observação

• Para obter o valor do desvio admissível pela tolerância

de perpendicularidade, use dispositivo com relógio com-

parador.

6. Dê acabamento na peça, com movimentos transversais da

lima murça.

Observação

• A lima murça deve ser friccionada de forma a acompa-

nhar o contorno da superfície côncava, com um movi-

mento semi-rotativo da lima.

32

Limar superfície convexa

Limar superfície convexa é uma operação utilizada com freqüên-

cia quando se deseja fazer ajustes em superfícies convexas de

elementos de máquinas ou quando é necessário fazer peças pe-

quenas em que o emprego de máquinas se torna antieconômico.

É aplicada na confecção de gabaritos, de ferramentas de corte,

em dobramento, repuxo, etc.

Processo de execução

1. Trace a peça.

2. Retire o material em excesso.

33

Observação

• O material em excesso pode ser retirado por meio de ser-

ra manual, serra de fita, plaina ou fresadora.

3. Desbaste com a lima chata, contornando o traçado.

Observação

• O movimento da lima é feito numa só direção para gerar

quinas que contornem o traçado.

4. Lime a peça, dando movimentos combinados à lima.

a) posição da lima no iní-

cio do movimento

b) posição da lima no fim

do movimento

34

5. Verifique a curvatura com gabarito ou verificador de raios,

observando a forma geométrica proposta pelo projeto: perfil

de uma superfície qualquer ou perfil de uma linha qualquer.

6. Verifique a perpendicularidade.

Observações

• A verificação da perpendicularidade deve ser feita cons-

tantemente, por meio de esquadro com fio.

• Para obter o valor do desvio admissível pela tolerância de

perpendicularidade, use dispositivo com relógio compara-

dor.

35

Rebaixar furo

Rebaixar furo é a operação que consiste em aumentar o diâme-

tro de um furo até uma profundidade determinada. Destina-se a

executar um alojamento para cabeças de parafusos, rebites,

porcas e peças diversas. Com esse rebaixo, as peças ficam em-

butidas, apresentam melhor aspecto e evita-se o perigo de par-

tes salientes. Em alguns casos, o rebaixo serve para alojar bu-

chas.

Processo de execução

1. Prenda a peça e fure-a.

Observação

• O diâmetro do furo deve ser 0,1mm maior que o diâmetro

do piloto do rebaixador.

36

2. Escolha o rebaixador adequado e prenda-o no mandril.

Observação

• Se a haste da ferramenta for cônica, coloque-a direta-

mente no eixo da furadeira, usando bucha de redução, se

necessário.

3. Selecione a rotação da furadeira em função do diâmetro do

rebaixador e da velocidade de corte do material.

4. Introduza o piloto do rebaixador no furo até que as arestas de

corte façam contato com a superfície da peça e tome refe-

rência na escala da furadeira.

37

5. Ligue a furadeira.

6. Exerça pequena pressão no braço de alavanca da furadeira,

a fim de que o rebaixador penetre sem esforço.

Observação

• Use fluido de corte.

7. Verifique a profundidade do rebaixo com paquímetro ou com

paquímetro de profundidade ou, se for o caso, com o parafu-

so que será alojado.

Observação

• Caso a medida da profundidade não tenha sido atingida,

repita os passos 6 e 7 até obter o resultado desejado.

38

Afiar ferramentas de uso manual

Afiar ferramentas de uso manual é a operação que consiste em

preparar ou reafiar as arestas ou a ponta da ferramenta, na es-

merilhadora, com a finalidade de facilitar a penetração ou dar

condições de corte. Esta operação é utilizada na afiação ou rea-

fiação de raspadores, punções de bico, talhadeiras, pontas de

compasso e riscadores.

Processo de execução

1. Ligue a esmerilhadora.

Precaução

• Todos os trabalhos de esmerilhamento exigem uso de

óculos de proteção.

39

Observação

• Sempre que a superfície de corte do rebolo estiver irre-

gular, é necessário dressar o rebolo.

2. Faça a ferramenta encostar no rebolo, segurando-a com as

duas mãos e mantendo-a sempre acima do centro.

Precaução

• A ferramenta deve ser segurada com firmeza e cuidado-

samente aproximada do rebolo.

3. Movimente a ferramenta, conforme seja o caso de afiar pun-

ção de bico, ponta do compasso, riscador, talhadeira ou ras-

pador.

40

Observações

• Utilize toda a face de trabalho do rebolo para não provo-

car desgaste irregular.

• Use somente a periferia do rebolo, conservando sua face.

• Encoste levemente a ferramenta no rebolo, para evitar

superaquecimento da ferramenta.

• Não mergulhe a ferramenta em água, pois isto pode gerar

microfissuras ocasionadas pelo aquecimento e resfria-

mento repentinos, diminuindo a vida útil da ferramenta.

Precaução

• Cuidado com a ponta da ferramenta depois de afiada.

4. Verifique o ângulo da ferramenta com verificador, gabarito ou

goniômetro.

41

Esmerilhar superfície planaem ângulo

Esmerilhar superfície plana em ângulo consiste em afiar a cunha

cortante de uma ferramenta segundo ângulo preestabelecido,

para fazer ou refazer as superfícies de corte. Esta operação é

feita para que as ferramentas tenham as condições ideais de

corte, evitando conseqüentemente maior aquecimento do mate-

rial e da ferramenta, devido ao atrito peça-ferramenta.

O processo de execução desta operação é básico, pois deverá

ser seguido para a afiação das demais ferramentas de aço rápi-

do ou de metal duro, no caso de ser fixado no suporte por solda-

gem. Na indústria, quando há seção especializada, a afiação se

faz geralmente em esmerilhadoras apropriadas ou afiadoras.

42

Processo de execução

1. Segure o bite inclinado de modo a obter o ângulo de folga α,

observe o ângulo de posição χ em relação à face de trabalho

do rebolo e esmerilhe os ângulos.

Observações

• Movimente o bite em relação à face de trabalho do rebo-

lo, a fim de que este possa ter um desgaste uniforme.

• As ferramentas de aço rápido ou de metal duro devem

ser afiadas a seco ou com refrigeração constante porque

podem aparecer microtrincas, produzidas pelas tensões

impostas pelo aquecimento e resfriamento repentinos.

• Utilize rebolo com composição adequada para cada tipo

de material a ser esmerilhado.

Precauções

• Use óculos de proteção.

• Segure o bite com firmeza e observe que o apoio da fer-

ramenta esteja a 2mm aproximadamente do rebolo.

43

2. Verifique o ângulo de posição χ com goniômetro ou com veri-

ficador fixo, olhando contra a luz.

3. Verifique o ângulo de folga α com verificador fixo, estando o

plano de base do bite geralmente apoiado sobre o

desempeno.

4. Posicione o bite inclinado em relação à face de trabalho do

rebolo, de modo a obter o ângulo de folga α, o de posição

χs do outro lado da ferramenta.

44

Observação

• Esmerilhe com movimentos uniformes, obtendo o angulo

de ponta ε.

5. Verifique o ângulo obtido com auxílio de verificador fixo ou

goniômetro.

6. Posicione a aresta principal de corte paralelamente ao apoio

da ferramenta da esmerilhadora e incline o bite de modo a

conseguir o ângulo de saída γ positivo.

Observação

• Esmerilhe com movimentos uniformes, obtendo o ângulo

de cunha β.

7. Verifique o ângulo β obtido com auxílio de verificador fixo ou

goniômetro.

45

Observações

• Para obter o ângulo de inclinação λ igual a zero, a aresta

principal de corte deve estar paralela à face de trabalho

do rebolo.

• Costuma-se também utilizar o rebolo tipo “copo” para que

as faces esmerilhadas fiquem planas.

8. Retire as rebarbas e lapide a aresta principal utilizando uma

lima abrasiva sobre a superfície principal de folga e sobre a

superfície de saída.

46

Roscar manualmentecom macho

Roscar manualmente com machos é uma operação que con-

siste em abrir roscas internas para a introdução de parafusos de

diâmetros determinados. É feita com um jogo de machos em fu-

ros previamente executados.

Os machos são introduzidos progressivamente, por meio de

movimentos circulares alternativos, acionados com o auxílio de

um desandador.

Essa operação é empregada na construção de flanges, porcas

e peças de máquinas em geral.

Processo de execução

1. Fixe a peça na morsa, se necessário.

Observação

• Se possível, mantenha o furo que será roscado em posi-

ção vertical.

2. Selecione o macho.

47

3. Coloque o primeiro macho no desandador.

Observação

• tamanho do desandador deve ser proporcional ao tama-

nho do macho.

4. Introduza o macho no furo, exercendo leve pressão e dando

as voltas necessárias, até que inicie o corte.

5. Verifique a perpendicularidade e corrija-a, se necessário.

6. Termine de passar o primeiro macho.

48

Observações

• fluido de corte deve ser selecionado segundo as caracte-

rísticas do material a roscar.

• Quando a resistência ao corte é grande, gire o macho li-

geiramente no sentido contrário, a fim de quebrar o ca-

vaco.

• Se o furo não for passante, aumente a atenção com re-

lação ao primeiro macho, pois o esforço maior pode

quebrá-lo.

7. Passe o segundo macho com movimento circular alternativo.

8. Termine a rosca com o terceiro macho, se houver, com mo-

vimento circular contínuo.

Observação

• Em caso de furos não passantes, ao se aproximar do fim

do furo, gire o macho com mais cuidado a fim de evitar

que ele se quebre.

49

Roscar manualmentecom cossinete

Roscar manualmente com cossinete é uma operação que con-

siste em abrir rosca na superfície externa de peças cilíndricas,

utilizando uma ferramenta chamada cossinete, submetida a um

movimento giratório. Esta operação é aplicada na construção de

parafusos e peças similares.

Processo de execução

1. Meça o diâmetro do material a ser roscado.

2. Chanfre o material, para facilitar o início da operação.

50

Observações

• O chanfro geralmente é feito no torno, mas também é

possível fazê-lo na esmerilhadora.

• A circularidade do chanfro facilita o esquadrejamento da

rosca.

3. Marque sobre o material o comprimento a roscar.

4. Selecione o cossinete.

Observação

• Para selecionar o cossinete, devem-se levar em conside-

ração o diâmetro do material e o passo ou número de fios

por polegada da rosca.

5. Selecione o porta-cossinete.

Observação

• Seleciona-se o porta-cossinete levando-se em considera-

ção o diâmetro do cossinete.

6. Monte o cossinete.

51

Observações

• A abertura do cossinete, quando houver, deve coincidir

com o parafuso central de regulagem.

• As perfurações da periferia do cossinete devem coincidir

com os parafusos de fixação do porta-cossinete.

7. Prenda o material.

Observação

• Quando o material for todo cilíndrico, deve-se utilizar um

dos mordentes em forma de V para evitar que ele gire.

8. Coloque o cossinete sobre o chanfro do material.

9. Inicie a rosca, girando o cossinete no sentido horário com

movimento contínuo, fazendo pressão, até conseguir abrir

dois ou três fios.

Observação

• Aplique fluido de corte.

10. Termine de roscar com movimentos alternativos.

52

Observação

• movimento alternativo consiste em dar meia volta no sen-

tido horário e um quarto de volta no sentido anti-horário, a

fim de quebrar o cavaco que se forma.

11. Retire o cossinete girando-o continuamente no sentido anti-

horário, limpe a rosca com pincel e verifique-a.

Observação

• A verificação da rosca é feita com uma porca calibrada ou

com um calibrador de rosca.

12. Ajuste o cossinete e repasse, se necessário.

53

Calibrar furo com alargador manual

Calibrar furo com alargador manual é dar dimensão, forma e bai-

xa rugosidade a um furo por meio da rotação, do avanço de uma

ferramenta chamada de alargador.

Essa operação é empregada quando se quer obter furos padro-

nizados com classe de tolerância H7, principalmente na produ-

ção em série, com a finalidade de introduzir eixos ou buchas.

Processo de execução

1. Prenda a peça, se necessário.

2. Fure a peça, usando uma broca que deixe sobremetal para o

alargamento.

Observação

• O sobremetal deverá estar de acordo com os valores re-

comendados em tabelas.

54

3. Escolha o alargador de acordo com o diâmetro desejado.

Observação

• Os alargadores trazem a medida do diâmetro indicado na

haste.

4. Selecione o desandador.

Observação

• As dimensões do desandador devem ser proporcionais ao

diâmetro a ao arraste quadrado da haste do alargador.

5. Monte o alargador no desandador.

6. Aplique o fluido de corte.

Observação

• Para bronze e ferro fundido, não há necessidade de usar

fluido de corte. Para os demais materiais, deve-se con-

sultar a tabela de fluidos de corte.

7. Introduza o alargador no furo, de modo que fique perpendi-

cular à superfície da peça.

8. Inicie a operação, girando o alargador lenta e continuamente

no sentido horário e exercendo uma suave pressão.

55

Observação

• Gire a ferramenta sempre no sentido horário, pois do

contrário, os cavacos que se encontram entre as nava-

lhas podem quebrar os gumes cortantes do alargador e

danificar o acabamento interno do furo.

9. Termine de passar o alargador.

10. Retire o alargador, girando-o também no sentido horário e

exercendo uma força para fora do furo.

Observação

• Sempre que retirar o alargador, limpe as navalhas com

um pincel.

11. Limpe o furo.

12. Verifique as medidas com micrômetro interno ou com calibra-

dor tampão.

56

Rebitar com rebite decabeça redonda

Rebitar com rebite de cabeça redonda é uma operação executa-

da quando o trabalho exige resistência e bom aspecto.

Nesse tipo de rebitagem, as cabeças dos rebites ficam salientes

nos dois lados da superfície da peça.

Processo de execução

1. Prepare o material.

Observação

• Elimine as rebarbas dos furos a fim de assegurar uma

boa aderência entre as chapas.

2. Alinhe as peças.

Observação

• Se necessário, prenda as peças com auxílio de grampos,

parafusos ou alicates de pressão e faça os furos coincidi-

rem.

3. Calcule o comprimento do rebite de acordo com o formato da

cabeça.

57

4. Prenda o contra-estampo na morsa.

Observação

• Certifique-se de que o contra-estampo esteja bem preso

para evitar que se incline durante a operação.

5. Coloque o rebite no furo das peças.

6. Aloje a cabeça do rebite na concavidade do contra-estampo.

7. Encaixe o repuxador no rebite e repuxe.

Observação

• O furo do repuxador deve ser um pouco maior que o diâ-

metro de rebite.

8. Retire o repuxador e dê pancadas no rebite com a face de

impacto do martelo até encorpar, isto é, preencher totalmente

o furo.

58

Observações

• Mantenha as peças na horizontal.

• As pancadas devem ser perpendiculares ao rebite para

que este não entorte.

9. Vire o martelo e boleie com a bola do martelo para obter o

formato aproximado da cabeça do rebite.

59

Observação

• Dê pancadas até que o material do corpo do rebite che-

gue próximo às peças.

10. Encaixe o estampo na cabeça do rebite e dê o formato final

por meio de pancadas no estampo com a face de impacto do

martelo.

Observações

• Mantenha o estampo perpendicular às peças.

• Se necessário, use cavaletes para apoiar as peças.

60

Facear

Facear é fazer no material uma superfície plana perpendicular ao

eixo geométrico da peça, mediante a ação de uma ferramenta de

corte que se desloca por meio do carro transversal. Esta opera-

ção é realizada na maioria das peças que se executam no torno,

tais como: eixos, parafusos, porcas e buchas.

O faceamento serve para obter uma face de referência para me-

dição ou, ainda, como passo prévio à furação.

61

Processo de execução

1. Prenda o material na placa universal, deixando para fora da

placa um comprimento L inferior ou igual ao diâmetro D do

material.

Observação

• O material deverá estar centrado; caso contrário, mude

sua posição manualmente, fazendo-o girar um pouco so-

bre si mesmo e corrigindo, se necessário.

Precaução

• Certifique-se de que o material esteja em preso na placa.

2. Coloque a ferramenta no porta-ferramentas e prenda-a.

Observação

• A distância b da ferramenta deverá ser a menor possível,

a fim de evitar flexão da ferramenta e permitir melhor

acabamento superficial.

62

3. Prenda o porta-ferramentas de modo que ele tenha o máximo

de apoio sobre o carro superior.

Observações

• A ponta da ferramenta deve situar-se na altura do centro

do torno; para isso, use a contraponta como referência.

• A aresta de corte da ferramenta deve ficar em ângulo

com a face do material.

63

4. Desloque o carro principal para aproximar a ferramenta da

peça e fixe-o no barramento.

5. Selecione a rotação adequada e ligue o torno.

6. Faça a ferramenta tocar na parte mais saliente da face do

material e zere ou tome referência no anel graduado do carro

superior.

7. Avance a ferramenta até o centro do material e faça-a pene-

trar aproximadamente 0,2mm.

8. Desloque lentamente a ferramenta até a periferia da peça e

repita os passos 7 e 8, até completar o faceamento.

Observação

• No caso de ser necessário retirar muito material na face,

o faceamento se realiza da periferia para o centro da

peça, com a ferramenta adequada, ou inclinando o porta-

ferramenta.

64

Tornear superfície cilíndrica na pla-ca universal

Tornear superfície cilíndrica é uma operação que consiste em dar

forma cilíndrica a um material em rotação, submetido à ação de

uma ferramenta de corte; é uma das operações mais executadas

no torno.

A superfície é feita na placa universal com a finalidade de obter

formas cilíndricas definitivas ou de preparar o material para ou-

tras operações.

65

Processo de execução

1. Prenda o material, deixando para fora das castanhas um

comprimento maior que a parte que será torneada, e que não

supere em três vezes o seu diâmetro.

2. Centre o material, corrigindo, se necessário.

3. Monte a ferramenta, deixando a ponta para fora o suficiente

para que o porta-ferramentas não toque na castanha.

4. Fixe o porta-ferramentas no carro superior e regule a altura

da ferramenta, verificando o balanço do suporte porta-

ferramenta.

66

5. Aproxime a ferramenta sem tocar na peça até o comprimento

desejado, medindo com régua graduada ou paquímetro.

6. Selecione a rotação adequada, ligue o torno, faça um risco

de referência com a ferramenta e afaste-a da peça.

7. Desloque a ferramenta até sua extremidade e tangencie a

ponta da ferramenta na peça; em seguida, desloque a ferra-

menta para a direita, para que ela fique fora do material.

67

8. Acerte o traço zero do anel graduado pela linha de referência

e penetre a ferramenta em uma determinada profundidade.

9. Com avanço manual, faça um rebaixo de aproximadamente

3mm de comprimento e recue a ferramenta.

10. Desligue a máquina e verifique, com o paquímetro, o diâme-

tro obtido no rebaixo.

Precaução

• Faça a medição com o torno parado.

68

11. Torneie, completando o passe até a primeira marca que de-

termina o comprimento e verifique a cilindricidade e a circula-

ridade.

Observação

• Use fluido de corte, se necessário.

12. Repita o passo 11 tantas vezes quantas forem necessárias

para atingir o diâmetro desejado.

69

Fazer furo de centro

Fazer furo de centro é abrir um orifício de forma e dimensão

determinadas, por meio de uma ferramenta denominada broca

de centrar.

Esta operação é feita geralmente em materiais que precisam

ser trabalhados entre pontas ou na placa e ponta. Às vezes,

faz-se o furo de centro como passo prévio para furar com broca

comum.

Processo de execução

1. Centre e prenda o material.

2. Faceie.

70

3. Coloque o mandril porta-brocas no mangote e prenda a bro-

ca no mandril.

Observação

• Os cones do mangote e do mandril porta-brocas devem

estar limpos.

4. Aproxime a broca do material, deslocando o cabeçote mó-

vel.

5. Trave o cabeçote móvel no barramento.

6. Selecione a rotação adequada com base no diâmetro menor

da broca de centrar e ligue o torno.

7. Acione o volante do cabeçote com movimento lento e uni-

forme, fazendo penetrar parte da broca, e faça o furo de

centro.

71

Observação

• A broca deve estar alinhada com o eixo do material.

Caso contrário, corrija o o alinhamento por meio dos pa-

rafusos de regulagem do cabeçote.

8. Afaste a broca para permitir a saída dos cavacos e limpá-la.

Observação

• A limpeza da broca é feita com pincel.

9. Termine o furo de centro repetindo os passos 7 e 8, até ob-

ter a medida D, especificada no desenho ou conforme a

norma ISO 866.

72

Tornear superfície cilíndrica naplaca universal e contraponta

Tornear superfície cilíndrica é uma operação que consiste em

dar forma cilíndrica a um material em rotação, submetido à ação

de uma ferramenta de corte; é uma das operações mais exe-

cutadas no torno.

A superfície é feita na placa universal e contraponta com a fina-

lidade de tornear material cujo comprimento exceda em três ve-

zes seu diâmetro.

Processo de execução

1. Faceie e faça o furo de centro na peça.

2. Coloque a contraponta no mangote.

Observação

• Os cones do mangote e da contraponta devem ser lim-

pos com pano que não solte fiapos.

3. Prenda o material, apertando-o de maneira suave na placa

universal.

4. Aproxime a contraponta deslocando o cabeçote móvel e tra-

ve-o no barramento.

73

Observações

• Verifique o alinhamento da contraponta pela referência A

do cabeçote e corrija-o, se necessário.

• O mangote deve ficar fora do cabeçote no máximo duas

vezes o seu diâmetro.

5. Prenda a ferramenta no porta-ferramentas, fixe o porta-

ferramentas no carro superior, regule a altura da ferramenta.

6. Introduza a contraponta no furo de centro da peça, girando

o volante do cabeçote móvel.

7. Verifique a concentricidade do furo com o diâmetro externo

da peça e fixe-a definitivamente na placa universal.

8. Lubrifique o furo de centro, ajuste a contraponta e trave o

mangote por meio do manípulo.

9. Selecione a rotação adequada e ligue o torno.

74

10. Aproxime a ferramenta da peça, faça uma linha de referên-

cia e zere o anel graduado.

11. Desloque a ferramenta, determine a profundidade de corte,

tomando referência dessa profundidade no anel graduado,

e torneie a extremidade da peça.

12. Retire a ferramenta e desloque-a para realizar o outro tor-

neado, com a mesma profundidade do corte anterior.

13. Recue a ferramenta e, com auxílio do paquímetro, meça os

diâmetros torneados, verificando sua cilindricidade e circula-

ridade.

Precaução

• Faça a medição com o torno parado.

Observação

• Se o diâmetro torneado próximo à contraponta for maior,

desloque o cabeçote móvel transversalmente na direção

X; se o diâmetro for menor, desloque o cabeçote móvel

na direção Y.

75

14. Torneie na medida.

Observações

• A peça somente deve ser retirada da placa depois de

terminada, para evitar nova fixação.

• Verifique freqüentemente o ajuste da contraponta e a lu-

brificação.

• Refrigere a peça constantemente para evitar aumento

excessivo de temperatura, que provoca dilatação linear e

pode causar danos à peça e à contraponta.

76

Tornear superfície cilíndricaexterna entre pontas

Tornear superfície cilíndrica externa entre pontas é uma opera-

ção que se realiza em materiais montados entre as pontas do

torno, as quais giram arrastadas por um arrastador. Executa-se

em peças que devem conservar os centros para fácil centragem

posterior, com a finalidade de manter a coaxilidade entre os

diâmetros usinados.

Processo de execução

1. Faça furos de centro nos extremos, conforme a NBR 12

288.

2. Monte a placa de arraste, a ponta e a contraponta no torno.

Observações

• Limpe com um pano as roscas e os cones do eixo-árvore

e do mangote.

77

• Verifique a centragem e o alinhamento das pontas e cor-

rija, se necessário.

3. Afaste o cabeçote móvel e fixe-o na posição adequada.

4. Coloque o arrastador na peça, sem fixá-lo.

5. Ajuste o material entre as pontas e fixe o mangote.

Observações

• Lubrifique os furos de centro com graxa.

• A peça deve girar livremente, sem folga entre as pontas.

6. Posicione e fixe o arrastador.

Observação

• Em caso de superfícies já usinadas e acabadas, use

proteção entre o arrastador e a peça.

78

7. Monte a ferramenta e torneie a peça.

Observações

• Com o torno desligado e a árvore em posição neutra,

movimente a placa e verifique se a placa arrastadora e o

arrastador estão bem presos, e se não batem no carro

superior ou no porta-ferramentas.

• Verifique a cilindricidade com o paquímetro ou micrôme-

tro e corrija, se necessário, no parafuso de alinhamento

do cabeçote móvel.

• Verifique constantemente o ajuste das pontas e lubrifi-

que-as, pois durante o torneamento, a peça se aquece e

dilata, impedindo o deslizamento das superfícies dos fu-

ros de centro nas pontas; isto provoca aquecimento ele-

vado, danificando as pontas e a peça.

79

Furar com auxílio do cabeçotemóvel

Furar com auxílio do cabeçote móvel é uma operação que con-

siste em fazer um furo cilíndrico por deslocamento de uma bro-

ca montada no cabeçote móvel, com o material em rotação.

Serve, em geral, de preparação do material para operações

posteriores de alargamento, torneamento e roscamento inter-

nos.

Processo de execução

1. Faceie.

2. Faça um furo de centro.

3. Verifique a broca.

80

Observações

• A verificação da broca é feita medindo o seu diâmetro

com o paquímetro, sem girá-la, medindo sobre as guias

é importante verificar se a afiação esta adequada ao

material.

• No caso de broca de mais de 12mm, é necessário fazer

um furo inicial de diâmetro um pouco maior que o da

alma da broca.

4. Fixe a broca helicoidal.

Observações

• A broca de haste cilíndrica é fixada no mandril.

• A broca de haste cônica é fixada diretamente no cone do

mangote ou com auxílio de bucha de redução.

81

5. Selecione a rotação do torno, conforme o diâmetro da broca

e a velocidade de corte do material.

6. Aproxime o cabeçote móvel, de modo que a ponta da broca

fique a mais ou menos 10mm do material, e fixe-o.

Observação

• O mangote deve ficar o máximo possível dentro de seu

alojamento.

7. Inicie o furo, fazendo a broca avançar com giro do volante

do cabeçote móvel, até que comece a cortar e continue até

o furo atingir a profundidade necessária.

Observações

• Retirar freqüentemente a broca do furo para extrair os

cavacos, evitando o engripamento da broca no furo.

• Aplicar fluido de corte para refrigerar e lubrificar a broca

e a peça.

82

• A profundidade do furo pode ser verificada pela escala

existente no mangote ou com uma referência sobre a

broca.

8. Afaste o cabeçote móvel, limpe o furo e verifique a profundi-

dade do furo com a haste de profundidade do paquímetro.

Observação

• No caso de alargar ou roscar com machos, a medida da

profundidade deve ser sempre a da parte cilíndrica do

furo, não levando em consideração a parte cônica da

ponta da broca.

83

Calibrar furo com alargadorno torno

É dar dimensão, forma cilíndrica e rugosidade Ra da ordem de

0,8µm a furos cilíndricos com uma ferramenta denominada alar-

gador. Esta operação ocorre pela combinação do movimento

de rotação da peça presa na placa do torno e o avanço do alar-

gador preso no mangote do cabeçote móvel, e sua finalidade é

tomar mais rápida e econômica a execução de furos normaliza-

dos em buchas, polias, anéis e engrenagens.

Processo de execução

1. Fure a peça.

Observação

• Deixe sobremetal no furo, considerando o material da

peça e o diâmetro do furo.

2. Monte o alargador.

84

Observação

• O alargador deve ser montado num mandril flutuante, e

este fixado no mangote do cabeçote móvel.

• Se não dispuser do mandril flutuante, utilize o mandril

porta-brocas ou monte o alargador diretamente no man-

gote do cabeçote móvel.

3. Aproxime o cabeçote móvel do material e fixe-o.

Observações

• alargador deve estar alinhado com o furo.

• mangote deve estar o máximo possível para dentro do

cabeçote móvel.

4. Selecione a rotação para a operação de alargar.

85

Observação

• A rotação é, em geral, 50% menor que a rotação utiliza-

da na operação de furar.

5. Ligue o torno e passe o alargador.

Observações

• O avanço do alargador é obtido girando o volante do ca-

beçote móvel, em geral, de 2,5 a 3 vezes o avanço usa-

do para furar.

• Utilize fluido de corte adequado para lubrificar e obter

bom acabamento.

6. Continue até a passagem do alargador.

7. Retire o alargador.

Observação

• O alargador deve ser retirado com o material girando no

mesmo sentido de quando penetrou.

• O alargador deve ser limpo com um pincel

8. Verifique a medida com um calibrador tampão ou um micrô-

metro interno.

86

Observação

• Para verificar a medida, o cabeçote móvel deve ser

afastado e o furo limpo com um pano ou uma escova

apropriada.

• Se a peça estiver quente, esfrie antes da verificação.

87

Sangrar e cortar no torno

Sangrar e cortar no torno é uma operação que consiste em abrir

canais ou ranhuras por meio da ação de uma ferramenta espe-

cial que penetra no material perpendicularmente ao eixo de si-

metria da peça, podendo chegar a separar o material, caso em

que se obtém o corte. Quando a ferramenta penetra paralela-

mente ao eixo de simetria da peça, usina-se um canal frontal. É

aplicada principalmente na confecção de arruelas, polias e ei-

xos roscados e retificados.

Processo de execução

Sangrar perpendicularmente no torno

1. Prenda o material, fixando-o de modo que o canal a fazer fi-

que o mais próximo possível da placa, para evitar flexão da

peça.

88

2. Marque a largura do canal.

Observação

• A marcação pode ser feita também diretamente com a

ferramenta.

3. Prenda a ferramenta.

Observações

• O balanço B deve ser o menor possível.

• A aresta de corte da ferramenta deve estar na altura do

eixo do torno.

• O eixo da ferramenta deve ficar perpendicular ao eixo do

torno.

89

4. Posicione a ferramenta entre as marcas do canal e fixe o

carro principal do torno.

5. Selecione a rotação adequada e ligue o torno.

6. Avance a ferramenta até tocar de leve o material e tome re-

ferência no anel graduado do carro transversal, zerando-o.

7. Avance a ferramenta cuidadosamente, próximo à marca-

limite, deixando material para o acabamento.

Observação

• Utilize fluido de corte.

90

8. Afaste a ferramenta, desloque-a para outro lado do canal e

repita o passo 7.

9. Termine o canal, faceando primeiro os flancos e depois o

fundo na profundidade desejada.

91

Observações

• Faça penetrar a ferramenta alternando os lados do canal

para diminuir o esforço e evitar o atrito do cavaco com as

paredes laterais da peça.

• Verificar o corte da ferramenta e afiá-la, se necessário,

antes de terminar a ranhura.

Sangrar frontalmente no torno

1. Faceie a peça.

2. Prepare a ferramenta, observando os diâmetros do canal.

Observações

• A largura do bedame deve ser menor que a largura do

canal.

• A ferramenta deve ser afiada com os raios máximo e mí-

nimo deslocados verticalmente em relação ao eixo geo-

métrico da peça, para que as superfícies de folga da fer-

ramenta não toquem internamente no canal.

92

3. Prenda a ferramenta.

Observação

• A aresta de corte da ferramenta deve estar no centro da

peça e posicionada paralelamente à face usinada.

4. Selecione a rotação adequada, ligue o torno e marque a lar-

gura do canal com a própria ferramenta.

93

5. Avance a ferramenta por meio do deslocamento do carro

superior e toque a ferramenta na face da peça, zerando o

anel graduado.

6. Avance a ferramenta próximo da marca-limite, deixando

material para acabamento.

Observação

• A ferramenta deve penetrar de forma escalonada para

diminuir o esforço de corte.

7. Termine o canal torneando os diâmetros e depois o fundo,

na profundidade desejada.

Observação

• Verificar o corte da ferramenta e, se necessário, reafiá-la

antes de terminar a ranhura.

Cortar no torno

1. Afie a aresta de corte com uma inclinação de aproximada-

mente 5º para que a rebarba não fique presa na peça a ser

segmentada.

2. Repita os passos 6 e 7 da operação de sangrar perpendi-

cularmente no torno.

94

Observação

• Uma outra maneira de cortar é afiar a aresta de corte do

bedame com um abaulado, que provoca um cavaco em

forma de arco e reduz o atrito com as laterais da ranhu-

ra, produzindo melhor corte.

95

Perfilar com ferramenta de forma

Perfilar com ferramenta de forma consiste em obter sobre o ma-

terial uma superfície com o perfil da ferramenta. Realiza-se fre-

qüentemente para arredondar arestas e facilitar a construção de

peças com perfis especiais.

Processo de execução

1. Prepare o material.

2. Coloque a aresta cortante da ferramenta na altura do eixo

geométrico do material.

96

3. Posicione a ferramenta com a ajuda de um gabarito e fixe-a.

4. Selecione o número de rotações compatível com o material e

a ferramenta.

5. Fixe o carro principal.

6. Inicie o perfilado, fazendo lentamente a penetração da ferra-

menta.

Observações

• Em casos de superfícies de corte muito grande, movi-

mente lateralmente a ferramenta, ao mesmo tempo em

que ela avança.

• A verificação deve ser feita periodicamente, utilizando um

gabarito de forma desejada.

7. Termine o perfilado, continuando lentamente a penetração.

Observação

• Preste atenção à concordância das curvas, quando se

aproximar da forma desejada.

8. Verifique a forma.

97

Recartilhar no torno

Recartilhar no torno é produzir sulcos paralelos ou cruzados, sob

compressão dos dentes de uma ferramenta chamada recartilha,

sobre um material em movimento. O recartilhado é feito para

evitar que a mão deslize quando se manipula uma peça e, no

travamento de peças injetadas em pinos metálicos, e em certos

casos para melhorar seu aspecto.

Processo de execução

1. Torneie a parte que será recartilhada, deixando-a lisa, limpa

e com o diâmetro compatível com o tipo de recartilha a ser

utilizada.

Observação

• Consulte as designações referentes a recartilha na norma

DIN 82.

98

2. Monte o porta-recartilha no porta-ferramenta, observando a

altura e o alinhamento.

Observações

• Altura: o porta-recartilha deverá ficar na altura do eixo

geométrico da peça.

• Alinhamento: a recartilha deverá ficar perpendicular à su-

perfície que será recartilhada.

3. Desloque o porta-recartilha até próximo ao extremo da parte

que será recartilhada.

4. Determine o avanço e a rotação e ligue o torno.

Observação

• O avanço deve ser de 1/5 do passo da recartilha.

99

5. Avance a recartilha transversalmente até marcar o material e

desloque-a um pouco, no sentido longitudinal.

6. Desligue o torno e examine a zona recartilhada.

Observação

• Caso o recartilhado pareça irregular, corrija-o, repetindo

os passos 2, 5 e 6, até que fique uniforme.

Recartilhado irregular Recartilhado regular

7. Ligue o torno, engate o movimento automático do carro prin-

cipal e recartilhe toda a superfície desejada.

8. Inverta a posição da alavanca do carro principal e retorne

com movimento automático à posição inicial.

9. Repita os passos 7 e 8, aumentando a penetração gradual-

mente, até concluir o recartilhado.

Precaução

• A peça deve estar bem presa na placa do torno.

100

Observação

• Utilize querosene ou óleo lubrificante de baixa viscosida-

de para lubrificar a peça e as recartilhas.

10. Afaste a recartilha e limpe o recartilhado com uma escova de

aço, movimentando-a no sentido das estrias.

11. Chanfre os cantos, a fim de eliminar as rebarbas.

101

Abrir rosca triangular externa porpenetração perpendicular

Abrir rosca triangular externa por penetração perpendicular é dar

forma triangular ao filete da rosca, com uma ferramenta de perfil

adequado, conduzida pelo carro principal, com penetração per-

pendicular à peça. O avanço deve ser igual ao passo da rosca

por volta completa do material. A relação entre os movimentos

da ferramenta e o material se obtém com um jogo de engrena-

gens fixo na grade do recâmbio.

Esta operação é necessária para a confecção das roscas de pe-

ças e parafusos e recomendada para roscas de passo menor

que 3mm.

Processo de execução

1. Torneie no diâmetro.

2. Verifique se a espera ou carro superior está em posição pa-

ralela ao eixo da peça.

102

3. Monte a ferramenta no porta-ferramenta.

Observações

§ A ponta da aresta cortante deve estar na altura do eixo

geométrico da peça.

• O ângulo ε deve estar com sua bissetriz perpendicular ao

eixo geométrico da peça.

• Para auxiliar o posicionamento da ferramenta, utilize o

escantilhão.

4. Fixe a ferramenta.

5. Determine e regule o avanço do torno.

Observações

• Utilize a caixa de avanços; se o torno não tiver, monte o

jogo de engrenagens calculado.

• O valor de avanço no torno é o próprio passo da rosca;

esse valor é encontrado em tabelas e catálogos técnicos.

103

Precaução

• Desligue a chave geral do torno na troca de engrenagens.

6. Selecione a rotação adequada para roscar.

7. Verifique a preparação e ligue o torno.

Precaução

• Assegure-se de que a proteção das engrenagens esteja

colocada.

8. Encoste a ferramenta na peça.

9. Desloque manualmente a ferramenta para fora do material e

registre a referência zero no anel graduado.

10. Avance a ferramenta, dando uma profundidade de corte de

0,3mm.

11. Engate o carro principal.

12. Ligue o torno e deixe a ferramenta deslocar-se num compri-

mento de aproximadamente 10 filetes.

13. Afaste a ferramenta, desligue o torno e verifique o passo com

a ajuda do verificador de roscas ou de uma régua graduada.

14. Retorne a ferramenta ao ponto inicial de corte e desbaste a

rosca.

104

Observação

• Quando o passo da rosca confeccionada é submúltiplo do

passo do fuso, o carro pode ser desengatado e colocado

manualmente. Caso contrário, para voltar ao ponto inicial

de corte, o retorno se faz invertendo o sentido de rotação

do motor e com o carro engatado.

15. Dê a profundidade de corte recomendada.

Observação

• Para saber quando a profundidade dos sucessivos pas-

sos chega à altura do filete, faça o controle por meio do

anel graduado, observando os valores da altura do filete

em tabelas e em catálogos técnicos.

16. Ligue o torno e dê um passe, interrompendo quando chegar

ao comprimento previsto da rosca.

105

Observação

• Durante todo o roscamento, use fluido de corte de acordo

com o material.

17. Recue a ferramenta e dê reversão para retornar ao ponto ini-

cial, repetindo o passo 15.

18. Dê outro passe, com uma nova profundidade de corte, deslo-

cando a ferramenta.

19. Repita os passos 17 e 18, porém deslocando a ferramenta

longitudinalmente, em sentido contrário ao do avanço dado

no passo 18.

Observação

• Continue dando passes com o mesmo procedimento até

que faltem alguns décimos de milímetro para a altura do

filete.

20. Coloque a ferramenta no centro do vão da rosca, com o carro

em movimento.

106

21. Dê a menor profundidade de corte possível, até que a ferra-

menta encoste nos flancos do filete a fim de reproduzir exa-

tamente a sua forma, e faça a referência no anel graduado.

22. Repasse toda a rosca com a mesma profundidade de corte,

de acordo com o passo 21.

23. Verifique a rosca com uma porca calibradora ou com calibra-

dor anel tipo passa-não-passa.

Observações

• A porca calibradora deve entrar de modo justo, porém

não forçado.

• Se necessário, repasse a rosca dando o mínimo possível

de profundidade de corte até conseguir o ajuste.

107

Fresar superfície plana

Fresar superfície plana horizontal é usinar um material na fresa-

dora a fim de obter uma superfície plana paralela à mesa da má-

quina, utilizando uma fresa frontal montada no cabeçote univer-

sal da fresadora.

Essa operação tem a finalidade de gerar uma superfície plana

para servir como referência para as operações seguintes. Produz

peças que tenham formato de prisma retangular.

Processo de execução

Montagem da morsa

1. Limpe a mesa e a base da morsa com trincha e panos.

2. Posicione a morsa sobre a mesa, de modo que as guias das

morsas penetrem totalmente na ranhura da mesa.

108

Precaução

• Transporte a morsa com a ajuda de outras pessoas para

evitar esforço excessivo e quedas.

3. Coloque os parafusos na ranhura da mesa até que se encai-

xem nos rasgos da morsa.

4. Fixe a morsa, apertando as porcas ou os parafusos.

Fixação do material na morsa

5. Abra as mandíbulas e limpe a morsa.

Observação

• Se o material tiver rebarbas e impurezas na superfície,

estas devem ser eliminadas antes da fixação na morsa.

6. Posicione e fixe o material, apertando suavemente as mandí-

bulas.

Observação

• Dependendo do formato do material, utilize o calço e o

mordente adequados.

7. Assente o material dando golpes leves com um macete de

latão ou plástico, procurando um bom apoio sobre os calços

e a base da morsa.

Observação

• Se a mandíbula móvel da morsa tiver folgas nas guias, ou

se a peça tiver formato irregular, use calços cilíndricos

para facilitar o apoio.

109

8. Aperte fortemente o material.

Observação

• Na fixação do material, nunca bata com martelo na mani-

vela de fixação da morsa, pois seu comprimento é sufici-

ente para a fixação manual.

Fresagem da superfície

9. Monte o cabeçote universal.

Precaução

• Por se tratar de um acessório muito pesado, solicite a

ajuda de um colega.

10. Monte a fresa.

Precaução

• Ao montar a fresa, manuseie-a pela haste para evitar

cortar a mão com as navalhas da ferramenta.

11. Selecione o número de rotações por minuto.

12. Ligue a fresadora.

Observação

• Antes de pôr a fresadora em funcionamento, verifique se

a fresa não está em contato com o material.

13. Aproxime manualmente o material de modo que a fresa to-

que na parte mais alta da superfície que se quer fresar.

14. Zere o anel graduado do fuso que aciona a mesa no sentido

vertical.

15. Desligue a máquina.

110

16. Selecione o avanço da mesa baseando-se no número de

dentes da fresa e na rotação.

17. Ligue a fresadora.

18. Aproxime manualmente a peça da fresa para iniciar o corte

por uma das extremidades e dê a profundidade de corte.

Observação

• A profundidade de corte deve proporcionar a retirada da

mínima quantidade possível de material.

19. Fixe o carro do movimento vertical e o carro transversal.

20. Ponha em funcionamento o avanço automático longitudinal

da mesa.

Observação

• No caso de ter de deixar uma medida determinada, inicie

o corte manualmente e, em seguida, retroceda a mesa

para medir a peça. Depois, aproxime manualmente a

peça da fresa e ligue o avanço automático.

Precaução

• A medida deve ser feita com a máquina desligada.

Observação

• Use fluido de corte de acordo com a ferramenta e o mate-

rial que está sendo usinado.

21. Pare a máquina, baixe a mesa e desloque-a longitudinal-

mente para levar o material à posição inicial.

Observação

• Dê quantos passes forem necessários para atingir a su-

perfície desejada.

111

Fresar superfícies côncavase convexas

Fresar superfícies côncavas e convexas é uma operação de fre-

sagem que permite a obtenção de superfícies côncavas ou con-

vexas, seja por reprodução do perfil da fresa, seja como resulta-

do da combinação de movimento de corte com outros movimen-

tos adicionais do material e da ferramenta.

Normalmente, este tipo de fresagem é aplicado na construção de

moldes ou como complemento de outras operações, basica-

mente na fresagem de contornos.

Processo de execução

1. Monte e alinhe o material.

Observação

• Em casos que sejam necessários movimentos adicionais

do material para a geração da superfície, deve-se prever

o acessório adequado.

112

2. Desbaste, aproximando o corte do perfil final.

Observação

• Dependendo do formato e do tamanho da peça e da

existência ou não de fresa com o perfil desejado, a fresa-

gem pode ocorrer em dois casos:

Caso 1 - Reproduzindo o perfil da ferramenta

1. Faça uma aproximação com sucessivos cortes planos.

2. Substitua a fresa plana pela fresa de forma e posicione-a de

maneira que o perfil fique centrado na superfície usinada.

3. Dê passes com a fresa de forma até perfilar o material.

4. Verifique a curvatura com gabarito ou com verificador de raio.

Observações

• A peça deve obedecer à forma geométrica requerida pelo

projeto: perfil de uma linha qualquer ou perfil de uma su-

perfície qualquer.

• Utilize o fluido de corte apropriado ao material.

113

Caso 2 - Fresagem de superfície convexa com cabe-çote divisor

1. Faça uma primeira aproximação com cortes planos.

2. Posicione a fresa, fazendo contato na parte mais saliente e

tome referência no anel graduado.

3. Dê um passe, girando a peça, agindo na manivela do cabe-

çote divisor de forma lenta e uniforme.

Observação

• Quando a superfície da peça a ser fresada for mais larga

que o diâmetro da fresa, após cada passada desloque a

fresa e de tantos passes quanto forem necessários.

4. Verifique a curvatura com gabarito ou com verificador de raio.

Observações

• Também nesse caso a peça deve obedecer à forma ge-

ométrica requerida pelo projeto: perfil de uma linha qual-

quer ou perfil de uma superfície qualquer.

• Utilize o fluido de corte apropriado ao material.

114

Fresar rebaixos

Fresar rebaixos é produzir superfícies planas combinadas, a

distâncias previstas, ou em relação a uma superfície determina-

da. Essa operação pode ser feita por meio de fresagem frontal

ou tangencial e de diferentes maneiras.

A fresagem de rebaixos aplica-se na construção de peças

como: matrizes, chapas de fixação e calços escalonados.

Processo de execução

1. Monte o material.

Observação

• Dependendo da forma e tamanho da peça, esta pode

ser montada na morsa ou diretamente na mesa da fre-

sadora.

2. Frese a superfície de referência, se necessário.

3. Selecione e monte a ferramenta de acordo com o tipo de re-

baixo.

115

4. Selecione o número de rotações por minuto e a velocidade

de avanço.

5. Para iniciar o desbaste do rebaixo, toque levemente a superfí-

cie horizontal a fresar e tome referência no anel graduado.

6. Dê a profundidade, deixando 0,5 mm de sobremetal no fun-

do do rebaixo.

Observação

• Caso a profundidade seja superior à que a máquina pode

suportar, dê tantos passes quantos sejam necessários.

7. Com a fresa em movimento, toque levemente na superfície

vertical e tome referência no anel graduado.

8. Com o auxílio do anel graduado, determine o comprimento

do rebaixo, deixando 0,5 mm de sobremetal.

Observação

• Se necessário, utilize fluido de corte. Inicie o corte com

avanço manual e, em seguida, ligue o avanço automático.

9. Verifique as medidas.

10. Termine o rebaixo com o auxílio do anel graduado, obser-

vando as dimensões finais.

116

Fresar ranhuras retas

Esta operação consiste em reproduzir, por meio do perfil de uma

fresa, canais, rasgos ou entalhes retos denominados ranhuras

retas, produzindo vários perfis, de forma que atendam às mais

diversas aplicações como: encaixes para chavetas, guias para

órgão de máquinas ou alojamento de parafusos, entre outras.

Processo de execução

A execução desta operação, dependendo da aplicação da ranhu-

ra reta, divide-se em três casos:

Caso 1 - Por reprodução do perfil da fresa

Esta operação também serve como base para execução de ou-

tros casos de fresagem de ranhuras retas.

1. Monte e alinhe a peça.

117

Observação

• Dependendo do tamanho e da forma da peça pode-se

montá-la na morsa, cabeçote divisor ou diretamente na

mesa da fresadora.

2. Selecione e monte o porta-fresa e a fresa.

3. Determine os parâmetros de corte de acordo com a peça e a

fresa utilizada.

4. Ligue a máquina.

5. Faça o contato da fresa com a superfície de referência,

acerte em zero o anel graduado e desloque a medida X.

6. Faça contato com a fresa na parte superior da peça, e zere o

anel graduado.

7. Posicione os limitadores.

118

Observação

• No caso de ranhuras sem saída, fixe o limitador do avan-

ço automático 1 ou 2 mm antes da medida final e, em se-

guida, termine o corte com avanço manual.

8. Regule a profundidade de corte para o desbaste.

9. Inicie o corte com avanço manual e, em seguida, ligue o

avanço automático.

Observações

• Aplique fluido de corte apropriado ao material.

• Dê várias passadas até atingir a profundidade.

10. Verifique as medida e faça o acabamento.

Caso 2 - Ranhuras retas com seção em “T”

Este tipo de ranhura é aplicado em mesas, acessórios e disposi-

tivos de máquinas-ferramentas.

1. Monte e alinhe o material.

Observação

• Dependendo do tamanho e da forma da peça pode-se

montá-la na morsa, cabeçote divisor ou diretamente na

mesa da fresadora.

2. Selecione e monte o porta-fresa e a fresa para ranhura re-

tangular.

3. Determine os parâmetros de corte de acordo com a peça e a

fresa utilizada.

4. Frese a ranhura retangular.

119

Observações

• Aplique fluido de corte apropriado ao material.

• A largura da ranhura retangular deve ser compatível com

o diâmetro menor da fresa para ranhuras em “T”.

• Deixe 0,5 mm de sobremetal na profundidade.

5. Faça a substituição da fresa.

Observações

• Selecione uma fresa de menores dimensões que as da

ranhura em “T”.

• Em alguns casos, a montagem da fresa para ranhuras em

“T” implica a mudança de eixo de trabalho da fresadora,

isto é, muda do eixo horizontal para o eixo vertical.

6. Centre a fresa usando como referência o eixo da ranhura re-

tangular e posicione a uma profundidade 0,5 mm menor que

a definitiva.

7. Determine os parâmetros de corte de acordo com o material

e a fresa para ranhuras em “T”.

8. Frese a ranhura em “T”.

120

Observações

• Inicie o corte com avanço manual e, em seguida, ligue o

avanço automático.

• Aplique fluido de corte de forma abundante para assegu-

rar a retirada dos cavacos da ranhura.

• No caso de fresar materiais que não necessitem fluido de

corte, pare a máquina para retirar os cavacos da ranhura.

9. Substitua a fresa.

Observação

• Se possível, monte uma fresa que tenha as dimensões

definitivas da ranhura.

10. Termine a ranhura.

Observações

• A fresa deve ser posicionada na profundidade definitiva.

• Dê o mínimo de avanço nesta passada.

• Do mesmo modo que no desbaste, aplique fluido de corte

de forma abundante, para assegurar a retirada dos cava-

cos da ranhura.

121

Caso 3 - Ranhura reta com seção trapezoidal.

É aplicada na construção de guias para elementos de máquinas,

sendo as mais comuns as chamadas “rabo-de-andorinha”.

1. Monte e alinhe o material na fresadora.

Observação

• Dependendo do tamanho e da forma da peça pode-se

montá-la na morsa, cabeçote divisor ou diretamente na

mesa da fresadora.

2. Selecione e monte o porta-fresa e a fresa para ranhura re-

tangular.

3. Determine os parâmetros de corte de acordo com o material

e a fresa utilizada.

4. Frese a ranhura retangular, inscrita na seção trapezoidal.

Observações

• Aplique fluido de corte apropriado ao material.

• Deve-se deixar um sobremetal de aproximadamente 0,5

mm para dar o acabamento com a fresa de forma.

122

5. Substitua a fresa por uma angular, de acordo com o perfil da

ranhura.

6. Determine os parâmetros de corte de acordo com a peça e a

fresa .

7. Posicione a fresa de maneira que toque o fundo da ranhura

retangular e o flanco sobre o qual vai fresar. Tome referência

nos anéis graduados.

Observação

• Verifique o sentido de rotação da fresa e o avanço do

material, para que o corte se faça em movimento discor-

dante.

8. Afaste a fresa do material e dê a profundidade de corte,

avançando para o flanco que se vai fresar.

9. Comece o corte com avanço manual.

Observação

• Avance lentamente, pois os dentes deste tipo de fresa

são muito agudos e frágeis.

10. Desbaste, aproximando o perfil do flanco da forma final.

Observações

• Aplique fluido de corte de forma abundante para assegu-

rar a retirada dos cavacos da ranhura.

123

• No caso de fresar materiais que não necessitem fluido de

corte, pare a máquina para retirar os cavacos da ranhura

com uma trincha.

• Dê tantos passes quantos forem necessários, deixando

sobremetal para o acabamento.

11. Desbaste o flanco oposto repetindo os passos 7, 8, 9 e 10.

12. Para dar o acabamento, faça penetrar a fresa até a profundi-

dade final da ranhura.

13. Aproxime a fresa até que toque no flanco desbastado.

14. Dê um passe.

15. Termine o outro flanco.

Observações

• Antes de dar o último passe neste flanco, verifique a me-

dida (m).

• Para verificar a dimensão (x), que é previamente calcula-

da, utilize dois cilindros.

124

Furar na fresadora

Furar na fresadora consiste em realizar furo nas peças pela pe-

netração de uma broca que gire montada no eixo-árvore da fre-

sadora ou no cabeçote universal da fresadora.

Esta operação é geralmente feita como passo prévio para man-

drilar ou coordenar furações que não permitam o acúmulo de er-

ros de posição, partindo das arestas de referência.

Processo de execução

1. Monte o material.

Observações

• A peça pode ser montado na morsa, na mesa divisora ou

diretamente sobre a mesa da fresadora, dependendo do

seu tamanho e forma.

• É importante que a peça seja alinhada, quando fixado na

morsa ou na mesa da fresadora.

125

2. Monte o mandril porta-pinça.

Observações

• Dependendo da posição do furo, o mandril porta-broca

poderá ser montado no eixo principal ou no cabeçote ver-

tical.

• Se possível utilize o mandril porta-pinça para fixar a bro-

ca.

3. Coordene o furo.

Observações

• O furo deve ser coordenado tangenciando as faces de

referência com o localizador de aresta (centralizador mar-

va). O centralizador marva é constituído de duas hastes,

montadas no mandril porta-broca ou pinça, sendo que a

haste inferior se desalinha da superior no momento do

tangenciamento, isto é, quando o centralizador toca a su-

perfície de referência da peça.

• Na ausência de um centralizador marva, utiliza-se um

pino retificado, pintado com tinta de traçagem. Quando o

pino tocar a peça, a tinta será riscada indicando que

ocorreu o tangenciamento.

126

• Desconte a metade do diâmetro do centralizador ou do

pino retificado para obter a localização efetiva da aresta

da peça.

4. Selecione a rotação adequada com base no diâmetro menor

da broca de centrar e ligue a fresadora.

5. Faça o furo de guia.

Observações

• O furo de guia deve ser feito com uma broca de centrar,

para evitar eventual desvio.

• Limpe o furo freqüentemente com um pincel, evitando

possível quebra da broca.

• Use fluido de corte para refrigerar a broca de centrar.

6. Substitua a broca de centrar pela broca helicoidal.

7. Selecione a rotação adequada e inicie o furo com movimento

de penetração manual.

Observações

• O material deverá ser aproximado da broca até que a pe-

netração atinja o diâmetro efetivo da broca.

• Utilize fluido de corte constantemente.

• Quando o furo for superior a 12 mm, faça primeiro um

furo guia com uma broca de diâmetro ligeiramente supe-

rior à espessura k do núcleo (alma da ponta) da broca

que está sendo utilizada.

127

8. Situe e fixe os limitadores para o avanço automático.

9. Regule o avanço automático.

10. Ligue o avanço automático e termine o furo.

Observação

• No caso de furos não passante (cegos), limpe o furo e ve-

rifique a profundidade com paquímetro ou paquímetro de

profundidade.

128

Retificar superfície plana paralela

Retificar superfície plana sobre placa magnética é a operação

mais usual na retificadora plana universal, que permite obter

superfícies com baixo valor de rugosidade e dimensões mais

exatas, pela ação de um rebolo que remove o material exce-

dente. Tampas de cilindros, bases e réguas são exemplos de

aplicação desta operação.

Não se deve esquecer que em todos os trabalhos de retificação

é necessário utilizar sempre óculos de segurança; em caso de

retificação a seco, deve-se usar também máscara contra pó ou

um equipamento de aspiração de pó. As mãos devem ser man-

tidas afastadas do rebolo em movimento para evitar acidentes.

129

Processo de execução

1. Dresse o rebolo.

Observações

• Verifique que o fluido de corte cubra a área de contato

do diamante com o rebolo.

• Sempre que puser a máquina em funcionamento, certifi-

que-se de que as válvulas estejam fechadas.

2. Monte a peça na placa magnética.

Observações

• Limpe a superfície de contato com pincel ou pano sem fel-

pas.

• Apóie suavemente a peça sobre a placa magnética, com

a superfície a retificar voltada para cima.

• Faça atuar o magnetismo da placa por meio da alavanca

ou botão de acionamento.

130

3. Aproxime o rebolo manualmente, sem tocar na peça.

4. Desloque manualmente a mesa para um dos lados e fixe os

limitadores; em seguida, repita a ação no outro lado.

Observação

• A referência para o deslocamento é o centro do rebolo, o

qual deve exceder a peça em aproximadamente 10mm.

131

5. Ligue o rebolo.

Precaução

• Fique ao lado do rebolo pois, se ele quebrar, poderá feri-

lo.

6. Acione o movimento da mesa.

7. Tangencie o rebolo com a parte mais alta da superfície da

peça.

Observações

• Gire o volante de acionamento vertical do cabeçote por-

ta-rebolo até que o rebolo se aproxime da peça.

• Movimente o botão de ajuste fino até tocar a peça.

8. Zere o anel graduado.

9. Desloque a peça longitudinal e transversalmente até que fi-

que livre do rebolo.

10. Determine a profundidade do passe.

11. Regule o passo do avanço transversal da mesa ou do cabe-

çote porta-rebolo.

132

12. Regule a velocidade de deslocamento longitudinal da mesa

por meio da válvula reguladora de fluxo hidráulico.

13. Ligue a bomba de fluido de corte.

14. Retifique a superfície.

Observação

• Repita os passos segundo a necessidade.

15. Pare a máquina, desligue o magnetismo da placa e retire a

peça.

Precaução

• Antes de colocar a mão na peça, certifique-se de que o

rebolo esteja totalmente parado.

Observação

• Não deslize a peça sobre a placa magnética para evitar

danos à superfície da placa.

16. Retifique a superfície oposta, seguindo a mesma seqüência

indicada para a primeira face.

17. Verifique a medida e o paralelismo com auxílio de relógio

comparador ou micrômetro.

133

Temperar e revenir

Temperar e revenir são operações de tratamento térmico desti-

nadas a aços carbono e aços ligados, conferindo ao aço tratado

propriedades mecânicas de dureza e, consequentemente, resis-

tência ao desgaste.

Na operação de têmpera, o aço adquire elevada dureza acom-

panhada de tensões e fragilidades, que são características da

estrutura martensítica, obtida pelo resfriamento rápido.

O revenido reduz a fragilidade provocada pela têmpera, corrige a

dureza e aumenta a tenacidade do aço temperado. Normalmente

a operação de revenir acompanha a operação de têmpera.

134

Processo de execução

Têmpera

1. Ligue o forno.

2. Regule a temperatura de aquecimento.

Observação

• A temperatura de aquecimento deve ser de 50ºC acima

da linha A3 para aços hipoeutetóides e de 50ºC acima

da linha A1 para aços hipereutetóides.

3. Coloque o material no forno.

Observação

• O tempo de permanência na temperatura de aqueci-

mento deve ser suficiente para a completa difusão dos

elementos da liga na austenita. Como regra, adota-se um

tempo de 2 minutos por milímetro de bitola.

135

4. Resfrie o material para efetivar a operação de têmpera.

Observações

• A velocidade de resfriamento está relacionada à severi-

dade do meio (água ou óleo), ao tipo de aço, ao grau de

agitação e ao volume da peça.

• O resfriamento deve ser feito em um meio liquido para

possibilitar a formação da martensita.

• As peças devem ser mergulhadas sempre na vertical.

• Deve-se agitar a peça ou o meio de resfriamento para ga-

rantir que a curva de resfriamento passe à esquerda da

curva em “C” do aço em tratamento.

Revenir

1. Regule a temperatura de aquecimento.

Observação

• A temperatura de aquecimento varia em função do tipo

de aço, da dureza e da característica mecânica desejada.

136

Observação

• Cada material tem uma curva característica.

2. Coloque o material no forno.

Observação

• O tempo de permanência na temperatura de aqueci-

mento deve ser de no mínimo 60 minutos para peças com

até 25mm de espessura. Para peças de massa elevada,

acrescentar 60 minutos para cada 25mm de espessura.

3. Resfrie o material para efetivar a operação de revenido no

aço temperado.

Observações

• A velocidade de resfriamento deve ser média, normal-

mente ao ar tranqüilo.

• Aços ligados ao cromo e níquel, principalmente, devem

ser resfriados em água para evitar o fenômeno chamado

de fragilidade ao revenido.

4. Repetir a operação até obter a dureza desejada.

137

Referência bibliográfica

SENAI-SP. Metalmecânica - Teoria Caminhão Betoneira. V. 1.

Por Regina Célia Roland Novaes e Selma Ziedas. São Paulo,

1997.

SENAI-SP. Metalmecânica - Teoria Caminhão Betoneira. V. 2.

Por Abílio José Weber e Adriano Ruiz Secco. São Paulo,

1997.