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APOSTILA ORGANIZADA DE DIREITO PREVIDENCIÁRIO
APOSENTADORIA
ESPECIAL
Professor: Carlos Alberto Vieira de Gouveia
Advogado da Sodero Advocacia
Advogado do Sindicato dos Servidores Públicos Federais SindCT
PósGraduando em Direito Público
PósGraduado em Direito Processual Civil
Mestrando em Ciências Ambientais
Especialista em Direito AdministrativoConstitucional
Coordenador da PósGraduação em Direito do Trabalho e Previdenciário da Univap
Professor de Cursos de PósGraduação do IBESTSP, Legale/UnisalSP e da BBGPR
Professor de Cursos Jurídicos (Legale/SP, ESA/OAB, dentre outros)
Colaborador das revistas Consulex,L&C e RDT com vários trabalhos publicados
1
DA APOSENTADORIA ESPECIAL
Tema atual e de grande importância no contexto social brasileiro, a Aposentadoria Especial deve ser
estudada da forma mais sistematizada possível, com a aplicação de todos os meios e formas que
possibilitem sua aplicabilidade plena.
Neste diapasão, o que se tentará demonstrar é que a Aposentadoria Especial não é uma benesse ou
vantagem como muitos afirmam e sim uma necessidade ou obrigação para com o trabalhador que se ativa
exposto a agentes nocivos a sua saúde, que sobremaneira colocam em risco sua integridade física e mental,
inclusive, com perigo de morte.
Para se tentar compreender a Aposentadoria Especial necessário se faz conceituar o que vem a ser a
Aposentadoria propriamente dita, para depois podermos construir um raciocínio mais lógico da
Aposentadoria Especial.
O conceito de Aposentadoria significa, popularmente, retirarse para seus aposentos, descansar, deixar a
atividade laborativa.
Obviamente que isto não quer dizer que o indivíduo esteja inapto para o trabalho, mas que apenas ao
cumprir as exigências a ele impostas pela atividade que realizou ao longo de sua vida, ganhou o direito de
se retirar do trabalho e permanecer auferindo proventos.
Sérgio Pardal Freudenthal em sua obra “Aposentadoria Especial”, publicada pela editora LTR em 2000,
página 12, destaca que em seu conceito original, o benefício da Aposentadoria deve representar proventos
mensais que garantam um nível de vida razoavelmente próximo ao que o segurado tinha quando em
atividade, o que sabemos não corresponde com a realidade.
Como já foi comentado, a Aposentadoria seria a exteriorização do seguro feito pelo trabalhador durante o
lapso temporal em que se ativou no mercado de trabalho.
É certo ainda que, em alguns ramos de atividades laborativas, o trabalhador sofre um desgaste muito maior
do que em outros.
E é neste cenário que nasce o conceito de Aposentadoria Especial, que desde de seu nascimento no bojo do
artigo 31 da LOPS (Lei Orgânica da Previdência Social), que mais tarde foi regulamentado através dos
artigos 65 e 66 do Decreto nº 48.959A/60 (RGPS), dizia:
2
Artigo 31: “A Aposentadoria especial será concedida ao segurado que,
contando no mínimo 50 (cinqüenta) anos de idade e 15 (quinze) anos de
contribuições, tenha trabalhado durante 15 (quinze), 20 (vinte) ou 25 (vinte e
cinco) anos pelo menos, conforme a atividade profissional, em serviços que,
para esse efeito, forem considerados penosos, insalubres ou perigosos por
decreto do Poder Executivo”.
A doutrina, em uníssono coro, concorda que a Aposentadoria Especial é um benefício que garante ao seu
beneficiário uma contrapartida diferenciada para compensar os desgastes auferidos pelo segurado ao longo
dos tempos, resultantes de serviços prestados em atividades prejudiciais a sua saúde ou integridade física.
Wladimir Novaes Martinez em seu livro “Aposentadoria Especial em 520 Perguntas e Respostas”, 3º
Edição, 2002, publicado pela LTR, na página 23 a define como:
(...) espécie de Aposentadoria por tempo de contribuição devida aos segurados que
durante 15, 20 ou 25 anos de serviços consecutivos ou não, em uma ou mais empresas,
em caráter habitual e permanente, expuseramse a agentes nocivos físicos, químicos e
biológicos, em níveis além da tolerância legal, sem a utilização eficaz de EPI ou em face
de EPC insuficiente, fatos exaustivamente comprovados mediantes laudos técnicos
periciais emitidos por profissional formalmente habilitado, ou perfil profissiográfico, em
consonância com dados cadastrais fornecidos pelo empregador (DIRBEN 8030 e CTPS)
ou outra pessoa utilizada.
Exemplificando, a Aposentadoria Especial, como já foi dito, é um benefício concedido ao segurado que
tenha trabalhado em condições prejudiciais à sua saúde ou à sua integridade física.
Para ter direito à Aposentadoria Especial, o trabalhador deverá comprovar, além do tempo de trabalho,
efetiva exposição aos agentes físicos, biológicos ou associação de agentes prejudiciais pelo período exigido
para a concessão do benefício: quinze, vinte, ou vinte e cinco anos.
Para tanto, não basta em alguns casos a simples comprovação que o serviço desenvolvido seja periculoso,
insalubre ou penoso, exigise que a exposição aos agentes nocivos seja acima dos limites de tolerâncias
estabelecidos. É por esse motivo que às vezes o serviço pode ser considerado insalubre, mas não dar o
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direito a aposentadoria especial, um exemplo prático é o sujeito que fica exposto a ruídos abaixo de 90
decibéis. (discutir)
FUNDAMENTO LEGAL
Artigo 201,§1º, CF/88.Artigo 57 a 58 da Lei 8.213/91.
Artigo 64 a 70 do Decreto 3048/99
CONCEITO
É o benefício previdenciário devido ao segurado que tenha trabalhado durante 15, 20 ou 25 anos,
conforme o caso, sujeito a condições especiais que prejudiquem a saúde ou a integridade física.
BENEFICIÁRIOS
Todos os segurados (obrigatórios e facultativos). Muito embora o Decreto 3048/99 fala que só será
concedida ao empregado, avulso e individual desde que cooperado.
PONTOS ESPECÍFICOS
a) Perfil Profissiográfico Previdenciário (PPP) é um documento emitido pela empresa, de acordo
com a forma estabelecida pelo INSS, o qual comprova a efetiva exposição do segurado aos agentes
nocivos Este Formulário será feito com base em laudos técnico de condições ambientais do trabalho
expedido por médico ou engenheiro do trabalho. A empresa é obrigada a fornecer cópia autenticada
para trabalhador em caso de demissão.
b) Perícia médica o INSS vai analisar o PPP, podendo, se necessário, inspecionar o local de trabalho
do segurado para confirmar as informações.
c) Enquadramento dos agentes nocivos independente da data do requerimento do benefício, a
análise de trabalho, para fins de enquadramento como atividade exercida sob condições especiais,
deverá ser efetuada com observância das Leis respectivas a época.
Em síntese:
A Aposentadoria Especial conforme foi dito fora instituído, na década de 60, com o objetivo de retirar o
segurado precocemente de atividade nociva à saúde ou prejudicial a sua integridade física, para prevenir
doença profissional. Está modalidade de aposentadoria se dá aos 15,20 ou 25 anos de trabalho.
Assim o segurado para se beneficiar da concessão da Aposentadoria Especial deverá comprovar, efetiva
exposição aos agentes nocivos, físicos, biológicos ou associação de agentes prejudicais a saúde ou
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integridade física, uma vez deixou de existir no ordenamento a aposentadoria por categoria funcional. Então
como fazer para aposentar na modalidade especial hoje, um professor, uma telefonista ou um vigia?
Comentar
No intuito de minorar o pseudorombo nos cofres do sistema previdenciário brasileiro, o Decreto nº
2.172/97 extinguiu o benefício também para os agentes especiais: periculosos e penosos. Vigendo
atualmente somente o benefício concedido em razão da exposição a agentes nocivos à saúde e/ou
integridade física. Então como fazer para aposentar na modalidade especial hoje, um eletricista ou um
trabalhador de explosivos ou mesmo um frentista de posto de gasolina?
Outro ponto que fora ratificado é que para se ter direito a Aposentadoria Especial o trabalho realizado deve
ser constante e de forma habitual durante toda a jornada. A comprovação a estes agentes especiais será
realizada através de formulário próprio do INSS (antigos SB40 e DSS8030) atualmente conhecido como
Perfil Profissiográfico Previdenciário PPP .
Segundo o INSS a comprovação será feita em formulário do Perfil Profissiográfico Previdenciário (PPP),
preenchido pela empresa com base em Laudo Técnico de Condições Ambientais de Trabalho (LTCAT),
expedido por médico do trabalho ou engenheiro de segurança do trabalho.
O Perfil Profissiográfico Previdenciário (PPP) é um impresso – ele hoje substitui outros anteriormente
exigidos que possui campos para serem preenchidos com todos os dados relativos ao empregado, como
por exemplo: a atividade que exerce, o agente nocivo ao qual é exposto, dentre outros.
As companhias que exercem atividades que exponham seus empregados a agentes nocivos químicos,
físicos, biológicos ou à uma associação de agentes prejudiciais à saúde ou à integridade física origem da
concessão de Aposentadoria especial após 15, 20 ou 25 anos de contribuição – bem como, todos os
empregadores e instituições que admitam trabalhadores como empregados, além do Programa de Prevenção
de Riscos Ambientais (PPRA) e do Programa de Controle Médico de Saúde Ocupacional (PCMSO), de
acordo com Norma Regulamentadora nº 9 da Portaria nº 3.214/78 do MTE, deverão preencher o formulário
(PPP) para a comprovação da efetiva exposição dos empregados a agentes nocivos, para o conhecimento de
todos os ambientes e para o controle da saúde ocupacional de todos os trabalhadores.
O PPP, instituído efetivamente pela Instrução Normativa/INSS/DC nº 090/03, incluirá informações dos
formulários anteriores (SB40, DISES BE – 5235, DSS 8030 e DIRBEN 8030), que tiveram eficácia até 30
de outubro de 2003. A partir de 1º de novembro de 2003, será dispensada a apresentação do LTCAT, mas o
documento deverá permanecer na empresa à disposição da Previdência Social.
A empresa é obrigada a fornecer cópia autêntica do PPP ao trabalhador em caso de demissão.
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As Cooperativas de produção deverão elaborar o Perfil Profissiográfico Previdenciário dos associados que
trabalham em condições especiais de acordo com a IN/INSS/DC nº 087/03. Cooperativas de trabalho terão
que elaborar o PPP com base em informações da empresa contratante.
O PPP, incluirá informações dos formulários SB40, DISES BE 5235, DSS 8030 e DIRBEN 8030, que
terão eficácia até 30 de outubro de 2003. A partir de 1º de novembro de 2003, será dispensada a
apresentação do LTCAT, mas o documento deverá permanecer na empresa à disposição da Previdência
Social.
Para ter direito ao benefício, o trabalhador inscrito a partir de 25 de julho de 1991 deverá comprovar no
mínimo 180 contribuições mensais. Os inscritos até essa data devem seguir a tabela progressiva. A perda da
qualidade de segurado não será considerada para concessão de aposentadoria especial, segundo a Lei nº
10.666/03.
O Beneficiário que tiver desempenhado consecutivamente duas ou mais atividades em condições
prejudiciais à saúde ou integridade física, sem completar o prazo mínimo para Aposentadoria Especial,
poderá somar os referidos períodos seguindo a seguinte tabela conversora:
Tempo a ser convertidoFator MultiplicadorPara 15 Para 20 Para 25
de 15 anos 1,33 1,67
de 20 anos 0,75 1,25de 25 anos 0,60 0,80
Quando o segurado estiver trabalhando em condições especiais que prejudiquem sua saúde ou sua
integração física, terá direito a acréscimo de tempo de contribuição? Sim. O tempo de trabalho exercido até
05 de março de 1997, com efetiva exposição do segurado aos agentes nocivos químicos, físicos, biológicos
ou associação de agentes constantes do Quadro Anexo ao Decreto n° 53.831/64 e os constantes do Decreto
83.080/79, e até 28 de maio de 1998 os constantes do Decreto 2.172/97, de 05 de março de 1997, e mantido
pelo Decreto 3048/99, será somado, após a respectiva conversão, ao tempo de trabalho exercido em
atividade comum. Tabela de conversão:
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Tempo a converter
Multiplicadores
Mulher (para 30) Homem (para 35) Tempo mínimo exigido
De 15 anos 2,00 2,33 3 anos
De 20 anos 1,50 1,75 4 anos
De 25 anos 1,20 1,40 5 anos
Nota: Se o segurado que recebe aposentadoria especial retornar ou permanecer em atividade sob
condições especiais poderá ter o benefício suspenso. Ele poderá, no entanto, trabalhar em setores não
enquadrados como especiais. O aposentado que voltar ao trabalho terá direito aos seguintes
benefícios previdenciários: saláriofamília, saláriomaternidade e reabilitação profissional.
Quadro Resumo
Renda Mensal do
BenefícioData do Recebimento Duração
Período de
Carência
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100% do salário de
benefício;
será devida:
I – ao Segurado Empregado:
a) a partir da data do
desligamento do emprego,
quando requerida até esta
data;
b) da data do requerimento,
quando não houver
desligamento do emprego ou
quando requerida após 90
dias.
II – para os demais
segurados: da data da
entrada do requerimento
ocorre a perda do
benefício para o
segurado que
permanecer ou voltar
a trabalhar em
condições especiais.
se retornar ao
trabalho em
condições normais,
não ocorre a perda do
benefício.
a)180
contribuições
mensais para os
inscritos após
24/07/1991;
b) Aplicabilidade
da Tabela
Progressiva para
os inscritos antes
de 24/07/1991,
conforme artigo
142 da Lei
8.213/91
Há que se registrar que a modalidade de Aposentadoria Especial tem como objetivo básico a proteção dos
trabalhadores que estão sujeitos a atividades especiais, consideradas como tais, aquelas que expõem à risco
à saúde ou integridade física do segurado.
Quadro Resumo
Período Trabalhado Enquadramento
Antes da entrada em vigor do Decreto
nº 2.172/97
Quadro anexo ao Decreto nº 53.831/64.
Anexo I e II do RBPS, aprovado pelo Decreto nº
83.080/79
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Da entrada em vigor do Decreto nº
2.172/97 até a entrada em vigor do Decreto 3.048/99
Anexo IV do Decreto nº 2.172/97.
Obs: Em relação ao agente ruído, em
exemplo, por força do Decreto nº 4.882/03, o nível de
tolerância é de 85 Db.
Da entrada em vigor do Decreto nº
3.048/99
Anexo IV do Decreto nº 3.048/99
Dicas importantes
• A conversão de tempo Comum em Especial deixou de existir por força da Lei nº 9.032/95.
• A conversão de tempo Especial para Especial e de Especial para Comum conforme continua até
hoje vigente em nosso ordenamento conforme artigos 66 e 70 do Decreto 3048/99. Em face disso,
o trabalhador que laborar e comprovar que suas atividades são ”especiais”, na forma da Lei tem o
direito de ter seu tempo contado de forma diferenciada para a Aposentadoria, com a antecipação
da aposentadoria ou contagem do tempo de serviço com o acréscimo legal e a devida conversão.
• A Periculosidade e a penosidade deixaram de existir no nosso ordenamento com a edição do
Decreto nº 2.172/97.
• A conversão de tempo de serviço com contagem recíproca (RGPS e RPPS) continua a existir
mesmo ante ao vedamento imposto pelo INSS através do Parecer CJ/MPAS nº 2.549/98.
• Atualmente as empresas ajudam a custear a Ap. Especial recolhendo uma alíquota que hoje varia
de 06,09 e 12% recolhido através da GFIP.
• Qualidade de segurado dispensa desta qualidade para os que possuem n° mínimo de
contribuições (Lei 10.666/03).
• Comprovação perante o INSS, do tempo de trabalho habitual e permanente, não ocasional nem
intermitente exercido em condições especiais.
9
O SERVIDOR PÚBLICO FEDERAL E A APOSENTADORIA ESPECIAL
A Lei 8112, de 11 de dezembro de 1990, que dispõe sobre o regime jurídico dos Servidores Públicos Civis
da União, das autarquias e das fundações públicas federais em seu Título VI, Capítulo II, Seção I, artigo
186, inciso III, alíneas a e c e parágrafo 2º diz:
Artigo 186 O Servidor será aposentado:
(...)
III voluntariamente:
a) aos 35 (trinta e cinco) anos de serviço, se homem, e aos 30 (trinta) se mulher, com
proventos integrais;
(...)
c) aos 30 (trinta) anos de serviço, se homem, e aos 25 (vinte e cinco) se mulher, com
proventos proporcionais há esse tempo;
(...)
Parágrafo 2º. Nos casos de exercício de atividades consideradas insalubres ou perigosas, bem
como nas hipóteses previstas no artigo 71, a Aposentadoria de que trata o inciso III, a e c,
observará o disposto em lei especifica.
O artigo 71 supra citado diz respeito aos servidores que têm o direito ao percebimento do adicional de
penosidade.
Destarte, como se pode ressalvar, tanto na Constituição Federal como na Lei 8112/90 ficam os servidores
públicos condicionados da edição de futura norma especifica, que por força constitucional deverá ser uma
Lei Complementar, para usufruírem ao direito da contagem do tempo como especial para poderem se
aposentar.
A ausência de Lei Complementar cria uma vacância legislativa que se estende ao longo dos tempos,
prejudicando o exercício do efetivo direito dos servidores públicos federais, diferentemente dos
trabalhadores filiados do Regime Geral de Previdência Social e que trabalham expostos aos mesmos
agentes agressivos à saúde ou em atividades idênticas, consideradas como especial para efeito de
aposentadoria.
O que se indaga é o seguinte: se o espírito da Lei foi criar uma espécie de aposentadoria (Especial) que
evite que o trabalhador exposto a agentes agressivos ou a atividades penosas por longo período de tempo, se
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submeta ainda mais aos efeitos indesejados que sua saúde sofrerá, a vacância da Lei Complementar e a
manutenção dos servidores públicos federais nesta situação, não seria uma agressão aos princípios mais
mesquinhos de proteção à vida? Seriam os servidores públicos federais feitos de um “material” mais
resistente que os trabalhadores da iniciativa privada? Obviamente que não. Não é a Constituição da
República uma carta de intenções onde a igualdade entre os pares é preceito fundamental? Sim, a nossa
Constituição Federal prega o tratamento desigual para os desiguais e o tratamento igual para os iguais,
consagrando o princípio constitucional da igualdade. Assim, se as condições de trabalho são iguais e se os
agentes agressivos agem contra os trabalhadores – independentemente do regime de previdência ao qual
está filiado – também de maneira igual, porque não se aplicar supletivamente a legislação existente?
Há doutrinadores que defendam a impetração de Mandado de Injunção para sanar esta lacuna, conforme
conjecturado no artigo 5º, inciso LXXI, da Carta Maior:
Artigo 5º. Todos são iguais perante a lei, sem distinção de qualquer natureza, garantindo
se aos brasileiros e aos estrangeiros residentes no País a inviolabilidade do direito à
vida, à liberdade, à igualdade, à segurança e à propriedade, nos termos seguintes:
(...)
LXXI concederseá mandado de injunção sempre que a falta de norma
regulamentadora torne inviável o exercício dos direitos e liberdades constitucionais e das
prerrogativas inerentes à nacionalidade, à soberania e á cidadania.
De certo que, o “writ” seria uma das melhores soluções.
O Mandado de Injunção é um mandamus constitucional, de caráter civil e procedimento especial que tem
como objetivo preencher uma supressão do Poder Público, com o desígnio de promover o exercício natural
de um direito. E este poderá ser ajuizado por qualquer pessoa cujo exercício de um direito encontrarse
sendo inviabilizado, por falta de norma regulamentadora da Constituição Federal. Apesar de não estar
regulamentado no bojo da norma é possivelmente aceito a impetração de Mandado de Injunção Coletivo.
Entretanto, a posição adotada pelo STF – órgão originário de julgamento do Mandado de Injunção é que
ao se julgar procedente o Mandado de Injunção, seria concedido um prazo para que a norma faltante seja
editada, assim o Poder Judiciário estaria a declarar a omissão do Poder competente.
Contudo, pena nenhuma seria imposta pelo não cumprimento da sanção da omitividade, tornando o
Mandado de Injunção um remédio com uma “bula” muito boa mais de pouca ajuda no alivio da dor.
Evidentemente, que o princípio constitucional de garantia à vida, e a aposentadoria especial que tem como
11
pressuposto básico a não manutenção do trabalhador à exposição eterna a agentes agressivos, é meio de sua
preservação, e, no caso, a ausência de sua regulamentação pelo Poder Público ensejaria a aplicação do
Principio da Analogia, como forma subsidiária, das normas do Regime Geral de Previdência Social.
Como bem afirma Carlos Maximiliano, em seu festejado: “Hermenêutica e Aplicação do Direito”, Forense,
1980, 9ª edição, página 213/214: “A analogia enquadrase melhor na Aplicação que na Hermenêutica do
Direito; serve para suprir as lacunas dos textos; não para descobrir o sentido e alcance das normas positivas.
O intérprete opera só dedutivamente; e a analogia tem por base uma indução incompleta”.
Assim, como é bem verificado no caso da Aposentadoria Especial do Servidor Público Federal, o processo
analógico não cria direito novo; descobre o já existente; integra uma norma estabelecida, o princípio
fundamental comum ao caso previsto pelo legislador e ao outro, patenteado pela vida social. Seria o cão,
então, de se reproduzir a idéia essencial de preceito formulado (RGPS) para casos semelhantes (RJU),
harmonizados, estes e o recente, com o espírito da legislação.
Não pode o Direito isolarse do ambiente em que vigora, deixar de atender às outras manifestações
da vida social. Desapareceu nas trevas do passado o método lógico, rígido, imobilizador do Direito, que
tratava todas as questões como se fossem problemas de Geometria. O julgador hodierno preocupase com
o bem e o mal resultante do seu veredictum. É certo que o judiciário deva buscar o verdadeiro sentido e
alcance do texto; todavia este alcance e aquele sentido não podem estar em desacordo com o fim colimado
pela legislação – o bem social.
E este fundamento encontra amparo ainda no princípio da equidade, uma vez que a Constituição Federal
adotou o principio da igualdade de direitos prevendo a igualdade de aptidão. Portanto, todos os cidadãos
têm o direito de ter um tratamento isonômico pela lei.
Desta sorte, são vedados os tratamentos diferenciados, arbitrários, pois, o tratamento igualitário é
uma exigência do próprio conceito de Justiça.
A justeza, conforme se sabe, deve ser concedida a todos, portanto, a equidade, que é um dos núcleos da
Justiça, deve ser aplicada no caso em tela para que, se com a intenção, sanar as lacunas da Lei e proceder a
consecução do bem comum.
O advogado especialista em direito previdenciário Sérgio Pardal Freudentthal em sua obra “Aposentadoria
Especial”, Editora LTR, 2000, 1º Edição, página 129, destaca lição do doutrinador Carlos Maximiliano
publicada em: “Hermenêutica e Aplicação do Direito”, Forense, 1997, 16º Edição, páginas 172/175 a qual se
12
pode frisar:
183 Desempenha a Equidade o duplo papel de suprir as lacunas dos repositórios de norma,
e auxiliar a obter o sentido e alcance das disposições legais. Serve, portanto, à
Hermenêutica e à Aplicação do Direito. (...)
186 Até os mais ferrenhos tradicionalistas admitem o recurso à Equidade ao preencher as
lacunas do direito, positivo ou consuetudinário. Para os contemporâneos, deve a mesma ser
invocada não só em casos de silencio da lei; pois também constitui precioso auxiliar da
Hermenêutica: suaviza a dureza das disposições, insinua uma solução mais tolerante,
benigna, humana. Às vezes, até nem se alude explicitamente a ela no aresto; porém o
raciocínio expendido, embora revestido de roupagens lógicas, baseiase, com maior
evidência, no grande princípio universal jus esta rs boni et aequi.”
187 não se recorre à Equidade senão para atenuar o rigor de um texto e o interpretar de
modo compatível com o progresso e a solidariedade humana; jamais será a mesma invocada
para agir, ou decidir, contra prescrição positiva clara e prevista. Esta ressalva, aliás, tem
hoje menos importância do que lhe caberia outrora: primeiro, porque se esvaeceu o prestígio
do brocardo in claris cessat interpretatio; segundo, porque, se em outros tempos se atendia
ao resultado possível de uma exegese e se evitava a que se conduziria a um absurdo,
excessiva dureza ou evidente injustiça, hoje, com vitória da doutrina da socialização do
Direito, mais do que nunca o hermeneuta despreza o fiat justitia, perat mundus e se orienta
pelas conseqüências prováveis da decisão a que friamente chegou.
Entretanto, ainda no presente, a Equidade que se invoca, deve ser acomodada ao sistema do
Direito pátrio e regulada segundo a natureza, gravidade e importância das pessoas e dos
lugares, o estados da civilização do país, o gênio e a índole dos seus habitantes.”
A bela definição esposada pelo renomado jurista encontra um grande arcabouço, posto que os Tribunais,
normalmente, quedamse ante a aplicabilidade da equidade para sanar as omissões normativas. Contudo, a
função do operador do direito é utilizar todas as formas legais e de hermenêutica para que estas omissões
socorrais cessem e se aplique efetivamente o Direito.
Com fidúcia, quanto mais tempo demorar o Poder Público para sanar a omissão legislativa, os Servidores
Públicos Federais, como de fato tem ocorrido, se servirão da via judicial em busca deste real direito,
provocando uma verdadeira “enxurrada” de ações que poderiam, facilmente, serem evitadas se a “Norma
Específica” fosse definitivamente levada à vigência.
13
Contudo, há ainda um outro ponto que diz respeito à Aposentadoria Especial do Servidor Público Federal e
que deve ser levado em consideração, é o que tange a conversão de tempo laborado em condições especiais
junto à iniciativa privada, ou mesmo quando, apesar de laborarem no Serviço Público Federal, eram regidos
pela CLT.
Wladimir Novaes Martinez em seu livro “Aposentadoria Especial em 520 Perguntas e Respostas”, LTr, 3ª
Edição, 2002, páginas 58 e 59, assim se posiciona quanto a contagem recíproca para servidor público, in
verbis:
“Desde 1980, quando criada a possibilidade, a legislação silenciou em relação à
combinação da conversão do tempo de serviço com a contagem recíproca. As instruções
internas raramente trataram do assunto: o INSS recusase a aceitar, via contagem
recíproca de tempo de serviço, certidão para períodos de trabalho no serviço público,
após a conversão destes (mesmo tratandose de atividades acolhidas no Anexo IV do
RPS).”
O Artigo 94 do PBPS, quando cuida da contagem recíproca, inicia mencionando “para efeito dos benefícios
previstos no Regime Geral de Previdência Social”, mas seu art. 96 veda tempos “em outras condições
especiais”. Possivelmente, quando a Lei nº 6226/75 introduziu essas “condições especiais”, não estava a
adivinhar o fato de que a Lei nº 6887, de 1980, instituíra a conversão, e, portanto, delas não fala e, sim, de
outras situações excepcionais, como a dos marítimos.
Por conseguinte, não há óbice legal à conjugação dos dois efeitos, até porque os agentes nocivos não
escolhem a quem atingir: se empregado ou servidor, e como se sabe: subsiste acerto de contas entre os
diferentes regimes previdenciários (Lei nº 9676/99).
In passant, diz o Parecer CJ/MPAS nº 846/97:
“Ao final, consoante entendimento da Coordenação de Legislação e Normas em sua
manifestação, devese observar rigorosamente a legislação específica para a contagem
do tempo de serviço, em especial, o disposto no art.96 e incisos, da Lei n. 8213, de 1991.
É o parecer, s. m. j., Brasília, 26 de março de 1997.”
Corroborando também, com o posicionamento que deve haver conversão de tempo, importa observar o
14
posicionamento da Excelentíssima Juíza Federal Dra. Maria Helena Carreira Alvim Ribeiro, que em sua
obra “Aposentadoria Especial Regime Geral de Previdência Social”, Editora Juruá, 2004, 1º Edição,
páginas 495/496 que:
“... Entretanto deve ser observado que, até a promulgação da Constituição Federal de
1988, a relação de trabalho de um grande contingente de servidores da Administração
Pública era regida pela Consolidação das Leis do trabalho”.
Após a instituição do regime único, o regime desses servidores converteuse em
estatutário e, a partir daí, surgiram dúvidas relativamente ao cômputo do tempo prestado
em condições especiais, tendo em vista que lei complementar, que deveria dar tratamento
à aposentadoria especial para os servidores públicos ainda não havia sido editada.
Em razão da garantia constitucional do direito adquirido e do princípio da
irretroatividade das leis, as alterações advindas ao regime dos servidores não poderão
retroagir para prejudicálos, não tendo eficácia em relação ao tempo de serviço exercido
em condições que o regime anterior reconhecia como de natureza especial.
Portanto, a mudança do regime celetista para o regime estatutário não faz
desaparecer o direito ao cômputo do tempo de serviço especial prestado no regime
anterior sob condições de penosidade, insalubridade e periculosidade, tendo em vista
que esse direito se integrou ao patrimônio jurídico do servidor.
Dessa forma, o tempo de serviço prestado pelo servidor anteriormente à adoção
do regime jurídico único, instituído pela Lei 8112/90, pode ser convertido e somado ao
restante do tempo comum, para obtenção de Aposentadoria por tempo integral ou
proporcional.”
Verdadeiramente, parecenos fantasioso que dois indivíduos se submeterão aos mesmos agentes agressivos
à saúde tenham tratamento diferenciado pelo pueril fato de um ser filiado ao Regime Geral de Previdência
Social e o outro ao Plano de Seguridade Social dos Servidores Públicos Federais.
Creio que há de ser levado em conta o desgaste que ambos sofrem por laborarem em “atividades especiais”
e não a qual regime de previdência estariam filiados! Pois, qual é a diferença de um eletricista que labora
em uma empresa privada e um que exerça a mesma função dentro do serviço público federal, uma vez que
ambos encontramse expostos ao mesmo agente agressivo (eletricidade)? Obviamente que nenhuma, desta
forma, não estariam os dois correndo os mesmo riscos? Claramente que sim!
Não se pode esquecer o objetivo que o Legislador quis transpassar com laudável ponderação ao criar a
Aposentadoria Especial: que o segurado exposto por um longo período no ambiente de trabalho a agentes
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nocivos químicos, físicos, biológicos ou à associação de agentes prejudiciais à saúde ou à integridade física,
faria jus a aposentarse um pouco mais cedo, através da diminuição do tempo de serviço.
Tanto o empregado da iniciativa privada, sob a égide do RGPS, quanto o servidor público, têm o mesmo
desgaste quando do exercício de “atividade especial” e, obviamente, o mesmo direito à conversão deste
tempo, em respeito aos mais comezinhos princípios constitucionais já mencionados anteriormente.
O entendimento, além disso, é simples, senão vejamos: se a competente Constituição Cidadã assevera
assentado direito, nada pode lhe opor resistência, sendo mais claro ainda que se o direito é assegurado
constitucionalmente o mesmo deve ser viabilizado imediatamente.
O advogado e professor José Roberto Sodero, estudioso do tema e elaborador da cartilha denominada
“Aposentadoria Especial do Servidor Público Federal”, SindCT, 2002, única do gênero, faz as seguintes
considerações:
“Não poderia, portanto, haver desconsideração desta situação e do tempo atestado e
certificado pelo próprio serviço público federal, para este fim, com a conseqüente não
concessão da aposentadoria especial. O não reconhecimento do tempo laborado em
atividade especial sob a argumentação de que não teria sido editada Lei Complementar
não tem o condão de inviabilizar um direito constitucional que tem regulamentação
própria no RGPS e não haveria que se instituir novas regras, pois os agentes agressivos
à saúde não escolhem o ser humano por estar ou não filiado a determinado regime de
previdência. É basicamente um direito à preservação da vida, que está estatuído no
RGPS sob premissas técnicas e não haveria que ocorrer mudanças em qualquer outro
meio legislativo, quiçá eventual Lei Complementar”.
Sodero entende que é direito adquirido dos servidores públicos (exceletistas) de verem considerada a
contagem ponderada do tempo de serviço laborado em condições especiais para efeito de aposentaria.
Sodero, ainda considera que com relação ao acréscimo do tempo de serviço, em razão da atividade especial,
o não reconhecimento do Poder Executivo da contagem conversiva, apesar da exposição aos agentes
nocivos no período que conforme artigo 66 do Decreto 3048/99 o servidor laborou sob a égide da CLT,
tendo em vista que com o advento da Lei nº 8112/90 (Regime Jurídico Único – RJU) e, conseqüentemente,
a alteração do regime Celetista (regido pela Consolidação das Leis do Trabalho – CLT) para o RJU, o
servidor recebeu ônus absurdo, impossível de retirar do patrimônio do trabalhador nesta situação a
contagem conversiva protetiva.
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Assim sob este prisma, todo segurado que comprovar perante o Instituto Nacional de Seguridade Social –
INSS ou junto ao Serviço Público Federal, que exerceu um trabalho permanente, não ocasional e nem
intermitente, em condições especiais que prejudiquem a saúde ou a integridade física, durante o período
mínimo estipulado em lei, teria direito à contagem do tempo de serviço especial. Neste caso, o tempo de
serviço especial laborado sob o regime da CLT .
Inobstante o laudo tipificador de agentes especiais, ainda existem atividades, que pela própria função, são
consideradas para a aposentadoria especial, pela legislação (Quadro – Art. 2° Decreto n° 53.831/64;
Decreto n° 83.060/79 – Quadros Agentes Nocivos e Atividades Profissionais; Relação Anexa
OF/MPAS/SPS/GAB n° 95/96; Anexo IV Decreto 2.172/97; Decreto nº 4827, de 3 de setembro de 2003).
Instando, observar que além dos estatutos legais retro mencionados, caberia ao caso a aplicação do Decreto
89.312/84 (CLPS) que assim preceituava:
“Art. 35.
§ 2o – O tempo de serviço exercido alternadamente em atividade comum e em atividade
que seja ou venha a ser considerada perigosa, insalubre ou penosa é somado, após a
respectiva conversão, segundo critérios de equivalência fixados pelo MPAS, para efeito
de qualquer espécie de Aposentadoria.
Desta sorte, ao passar do Regime Celetista para o Regime Estatutário, o Servidor Público teria direito
adquirido à contagem do tempo de serviço segundo as leis em vigor à época em que prestado o aduzido
serviço. Não seria tal contagem regulada pela lei vigorante somente ao tempo em que se completar o
interstício necessário à obtenção da aposentadoria, mas pelo diploma vigente durante a efetiva prestação do
serviço.
Outro ponto controverso é a salientação, interessantemente, que não haveria falta de regulamentação da
aposentadoria do servidor público para aqueles que trabalham com explosivos já que havia e porque não
dizer, ainda há a Lei nº 58/88, que regulamenta a aposentadoria dos servidores civis, estabelecendo em seu
artigo 1o que referidos trabalhadores se aposentariam aos 25 anos de serviço. Esta norma portanto, estaria
recepcionada pela Constituição Federal de 88?
Data venia, seria risível, senão fosse absurdo, entender que o servidor público exposto a agentes agressivos
durante todo um lapso temporal, somente deixaria de sêlo pelo simples fato de alterar o regime de celetista
para estatutário.
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Certamente, a fisiologia do servidor ou de seus pares não alteraria, pelo simples fato de mudar o regime de
prestação de serviço!!!
É óbvio que o ruído em excesso, a exposição a agentes químicos, inflamáveis ou explosivos, ou ainda o
contato com agentes biológicos, periculosos ou penosos, não haveria mais de trazer danos à saúde do
servidor pelo “milagroso” fato de haver alterado o regime de trabalho, certo?
Servindose de decisões prolatadas no Superior Tribunal de Justiça, que considera o período laborado pelo
servidor público federal sob a égide da CLT, incorporado ao patrimônio, várias ações têm sido interpostas
com o intuito de fazer valer o entendimento jurisprudencial.
O Superior Tribunal de Justiça, tem analisado a matéria e assim tem decidido:
“SERVIDOR. EXCELETISTA. ATIVIDADE INSALUBRE. CONTAGEM DE TEMPO DE
SERVIÇO EM CONDIÇÕES ESPECIAIS. POSSIBILIDADE. APOSENTADORIA
ESTATUTÁRIA”.
O servidor que se encontrava sob a égide do regime celetista quando da implantação
do Regime Jurídico Único tem direito adquirido a averbação do tempo de serviço
prestado em condições de insalubridade, na forma da legislação anterior.
O recorrente, com a contagem ponderada do tempo de serviço prestado sob
condições penosas, contava ao tempo da requisição da aposentadoria com o lapso
necessário à sua concessão. Recurso especial conhecido. (STJ – 6a Turma Recurso
Especial n. 321.108PR (2001/00497462) – j. 19/06/2001 – Rel. Ministro Vicente
Leal – v.u.)
“CONSTITUCIONAL. PROCESSUAL CIVIL. RECURSO ESPECIAL. VERBAÇÃO DE
TEMPO DE SERVIÇO. EXCELETISTA. ATIVIDADE INSALUBRE. DIREITO
ADQUIRIDO. DIVERGÊNCIAL JURISPRUDENCUAL. SÚMULA 83/STJ....
O servidor que se encontrava sob a égide do regime celetista quando da implantação do
Regime Jurídico Único, tem o direito adquirido a averbação do tempo de serviço
prestado em condições de insalubridade, na forma da legislação anterior.
(STJ – 6a Turma – Recurso Especial n. 390.238 – PB (2001/0184127) – j. 05/03/2002 –
Rel. Ministro Vicente Leal – vu)
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O Ministro Edson Vidigal, em decisão proferida no RESP 284.563/PB, publicada no DJ de 05 de março de
2001, ao analisar a questão assim se manifestou:
“Ao servidor público que, quando celetista, teve incorporado ao seu patrimônio o direito
à contagem de tempo de serviço com acréscimo legal pelo fato de exercer atividade
insalubre, se reconhece o direito à Certidão de Tempo de Serviço da qual conste o tempo
integral que perfez sob o pálio da lei da época”.
Entretanto, a grande tarefa jurídica que se tem colocado é aquela de se fazer valer o direito à Aposentadoria
Especial para o Servidor Público Federal, mesmo sob a égide do RJU, pelos motivos que foram expostos
anteriormente, buscandose o Judiciário, que ainda não se posicionou definitivamente sobre qual a solução
desses litígios.
CONCLUSÃO
A Aposentadoria Especial do Servidor Público Federal, regido pelas normas do Regime Jurídico Único
(RJU), instituído pela Lei nº 8112/90, é matéria que se apresenta de efervescente discussão doutrinária e
jurisprudencial.
Anteriormente à vigência do RJU, os Servidores eram notadamente contratados pelo regime da CLT, e
aposentados pelas regras do Regime Geral de Previdência Social, o que garantia àqueles trabalhadores o
direito à aposentadoria especial ou sua conversão pelos fatores determinados em Lei específica. Com a
alteração do regime celetista para o estatutário, os Servidores Públicos Federais mantiveram o direito à
aposentadoria especial, mas dependente de Lei Complementar, à regulamentar a matéria, conforme
disposição constitucional.
Os Tribunais Pátrios têm decidido que o tempo em que o Servidor Público Federal se ativou, sob o regime
da CLT, exposto a agentes agressivos à sua saúde, ou ainda, laborando em atividades consideradas especiais
para efeito de aposentadoria, deve ser assim considerado, determinandose a contagem deste tempo
acrescido do fator determinado pela Lei vigente ao tempo da prestação de serviço, por entender incorporado
ao patrimônio jurídico do trabalhador.
Entretanto, o nosso entendimento, aponta que embora haja previsão da regulamentação por Lei
Complementar, a sua ausência induz à aplicação subsidiária do RGPS para os Servidores Públicos Federais
abrangidos pelo RJU, utilizandose dos princípios da analogia e da equidade, até mesmo porque a
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Aposentadoria Especial tem como escopo principal a não manutenção do trabalhador (independentemente
do regime de previdência a que está filiado) em exposição a agentes agressivos por excessivo tempo,
garantindo a preservação da sua integridade física e psíquica, e mais diretamente protegendo à vida!!!
EVOLUÇÃO HISTÓRICA
• INSTITUIÇÃO: LEI 3807/60 SEGURADO DEVERIA TER MAIS DE 50 ANOS E 180 CONTRIBUIÇÕES
• DECRETO 48959A/60 CRIA QUADRO DE ATIVIDADES PROFISSIONAIS CONSIDERADAS INSALUBRES PERIGOSAS PENOSAS 15, 20 OU 25 ANOS
• DECRETO 53831/64 CRIOU QUADROS DE AGENTES FÍSICOS QUÍMICOS BIOLÓGICOS ATIVIDADES PROFISSIONAIS CLASSIFICADAS COMO INSALUBRES, PERIGOSAS E PENOSAS QUADRO VÁLIDO ATÉ A EDIÇÃO DO DECRETO 2172/97
• DECRETO 60501/67 REDAÇÃO QUASE IDÊNTICA AO DO ANTERIOR CONSIDERA COMO TEMPO DE SERVIÇO O GOZO DE AUXÍLIODOENÇA
• LEI 5440A/68 SUPRIME O LIMITE MÍNIMO DE IDADE
• LEI 5890/73 DIMINUI A CARÊNCIA PARA 60 CONTRIBUIÇÕES ESTABELECE QUE O SEGURADO APOSENTADO QUE RETORNAR À ATIVIDADE TERÁ SUSPENSA A SUA APOSENTADORIA ABONO DE 50%
• LEI 6210/75 REVOGOU A LEI 5890/73 NO QUE DIZ RESPEITO À SUSPENSÃO DA APOSENTADORIA POR MOTIVO DE RETORNO À ATIVIDADE
• LEI 6643/79 COMPUTA O TEMPO DE EXERCÍCIO DE ADMINISTRAÇÃO OU REPRESENTAÇÃO SINDICAL PARA EFEITO DE APOSENTADORIA ESPECIAL
• DECRETO 83080/79 OS ANEXOS I E II AGENTES E ATIVIDADES CONSIDERADAS PARA EFEITO DE ENQUADRAMENTO ATÉ A EDIÇÃO DO DECRETO 2172/97
• LEI 6887/80 MARCO IMPORTANTE AUTORIZA A CONVERSÃO DO TEMPO ESPECIAL INCLUSIVE PARA APOSENTADORIA COMUM
• CF/88
• LEI 8213/91 PERMITE A CONVERSÃO DO TEMPO ESPECIAL E COMUM. ART. 64 DECRETO 357/91 CONSIDERA OS ANEXOS I E II DO RBPS APROVADO PELO DECRETO 83080/79 E DECRETO 53831/64 COMO LISTAGEM PARA APOSENTADORIA ESPECIAL
• O DECRETO 611/92 MANTEVE A REDAÇÃO DO DECRETO 357/91
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• LEI 9032/95 A APOSENTADORIA ESPECIAL DEPENDERÁ DA COMPROVAÇÃO PELO SEGURADO DO TEMPO DE TRABALHO PERMANENTE EM CONDIÇÕES ESPECIAIS QUE PREJUDIQUEM A SAÚDE OU INTEGRIDADE FÍSICA, DURANTE O PERÍODO MÍNIMO FIXADO. NÃO VALERIA MAIS O TRABALHO EM DETERMINADA CATEGORIA. PRESUNÇÃO. NÃO SERIA MAIS PERMITIDO CONVERTERSE TEMPO COMUM EM ESPECIAL. VEDA AO SEGURADO APOSENTADO CONTINUAR NO EXERCÍCIO DE ATIVIDADE OU OPERAÇÕES QUE SUJEITASSEM AOS AGENTES NOCIVOS
• ATÉ A EDIÇÃO DA MP 1523/96 (11/10/96) OS TRIBUNAIS ENTENDEM QUE É DEVIDA APOSENTADORIA ESPECIAL PARA ALGUMAS CATEGORIAS LEGISLAÇÃO VIGENTE À ÉPOCA:(Quadro – Art. 2o – Decreto n. 53.831/64; Decreto n. 83.060/79 – Quadros Agentes Nocivos e Atividades Profissionais; Relação Anexa OF/MPAS/SPS/GAB n. 95/96; Anexo IV Decreto 2.172/97), dentre as quais citamos:
a) os engenheiros da construção civil, de minas, de metalúrgica e eletricistas; b) os químicos, toxicologistas e podologistas;c) técnicos em laboratório de análises;d) técnicos em laboratórios químicos;e) técnicos de radioatividade;f) técnicos em Raios X;g) técnicos em eletrônica e eletricistas;h) médicos, dentistas e enfermeiros; i) professores; j) trabalhadores na agropecuária; k) trabalhadores florestais, caçadores; l) pescadores; m) trabalhadores em túneis e galerias; n) trabalhadores em escavações à céu aberto; o) trabalhadores em edifícios, barragens, pontes e torres; p) trabalhadores em extração de petróleo;q) aeronautas, aeroviários de serviços de pista e de oficina, de manutenção, de conservação, de carga e
descarga, de recepção e despacho de aeronaves;r) marítimos de convés de máquina, de câmara e de saúde;s) operários de construção e reparos navais;t) maquinistas, guardafreios, trabalhadores de via permanente (transporte ferroviário);u) motorneiros e condutores de bondes, motoristas e cobradores de ônibus, motoristas e ajudantes de
caminhão;v) telegrafistas, telefonistas, radioperadores de telecomunicação;w) lavadores, passadores, calandristas e tintureiros (lavanderia e tinturaria);x) trabalhadores na indústrias metalúrgicas e mecânicas forneiros, fundidores, soldadores, lingoteiros,
tenazeiros, caçambeiros, amarradores, dobradores, desbastadores, rebarbadores, esmerilhadores, marteleteiros de rebarbação, operadores de ponte rolantes ou compatível;
y) trabalhadores nas indústrias metalúrgicas, de vidro, de cerâmica e de plásticos fundidores, laminadores, moldadores, trefiladores, forjadores, soldadores, galvanizadores, chapeadores, caldeireiros;
z) operadores de máquinas pneumáticas, rebitadores com marteletes pneumáticos, cortadores de chapa a oxiacetileno, esmerilhadores, soldadores (solda elétrica e oxiacetileno), operadores de jato de areia;
aa) pintores de pistola;bb) trabalhadores permanentes nas indústrias poligráficas: linotipistas, tipógrafos, impressores,
montadores, compositores, pautadores, gravadores, granitadores, galvanotipistas, frezadores, titulistas;
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cc) estivadores, arrumadores, trab. capatazia, consertadores e conferentes (estiva e armazenagem);dd) bombeiros, investigadores e guardas.
• EMENDA CONSTITUCIONAL 20/98• ART. 201 - PARÁG. 1O - LEI COMPLEMENTAR• ART. 15 - PERMANECEM EM VIGOR OS ARTS. 57 E 58 DA LEI 8213/91 ATÉ QUE LEI
COMPLEMENTAR - ALTERAÇÃO POR LEI ORDINÁRIA INCONSTITUCIONAL - RESERVA DA MATÉRIA À LEI COMPEMENTAR
• MANTÉM-SE A CONVERSÃO
• DECRETO 3048/99 (05/05/99)• ANEXO IV - CLASSIFICA AGENTES NOCIVOS• EXIGE TEMPO MÍNIMO DE 20% NA ATIVIDADE ESPECIAL - EXTRAPOLOU OS
LIMITES DO DISPOSITIVO LEGAL QUE VISA REGULAMENTAR• DECRETO 4827/03 – MANTÉM O DIREITO DE CONVERSÃO DE ESPECIAL EM
COMUM
• HÁ DISCUSSÃO SOBRE A CONVERSÃO DO COMUM EM ESPECIAL, POIS NÃO CONSTA A TABELA DOS DECRETOS 2.172/97 E 3.048/99 (ART. 64 - DEC. 611/92)
• PERFIL PROFISSIOGRÁFICO PREVIDENCIÁRIO• INSTITUÍDO PELA MP 1523/96 - CONVERTIDA NA LEI 9528/97• COMPOSTO POR INFORMAÇÕES:• DO LTCAT (LAUDO TÉCNICO DE CONDIÇÕES AMBIENTAIS DO TRABALHO)• DO PPRA (PROGRAMA DE PREVENÇÃO DE RISCOS AMBIENTAIS)• PGR (PROGRAMA DE GERENCIAMENTO DE RISCOS)• PCMSO (PROGRAMA DE CONTROLE MÉDICO DE SAÚDE OCUPACIONAL)• RESPONSÁVEIS PELA EMISSÃO DO PPP• EMPRESA - ASSINAM O REPRESENTANTE ADMINISTRATIVO DA EMPRESA - O
MÉDICO DO TRABALHO E O ENGENHEIRO DE SEGURANÇA DA EMPRESA• EMPRESA PRESTADORA DE SERVIÇO - LAUDO PERICIAL ONDE O SERVIÇO FOI
PRESTADO• DEVE SER ENTREGUE AO EMPREGADO POR OCASIÃO DA RESCISÃO DO
CONTRATO, DO REQUERIMENTO DE BENEFÍCIO DE INCAPACIDADE, PARA FINS DE RECONHECIMENTO DE PERÍODOS LABORADOS EM ATIVIDADES ESPECIAIS.
• INSTRUÇÕES NORMATIVAS INSS: 78/02 84/02 IN 95/03
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Dicas Úteis
Conversão de especial para Especial A existência de 3 hipóteses de incidência da norma jurídica que ocasionam o direito à percepção da Aposentadoria Especial levou o legislador à criação da possibilidade de conversão de tempos de serviços nocivos exercidos em diversos graus de nocividade laboral, ou seja a conversão de uma atividade especial de nocividade máxima – 15 anos para uma de nocividade mínima 25 anos. (vigente)
Conversão de Comum para Especial Até antes da vigência da Lei 9.032/95 era possível converter tempo comum para especial, onde poderiase através do fator conversor redutor trocar um tempo de serviço comum pelo ficto especial a fim de que se pudesse aposentar nos termos da Aposentadoria Especial. Contudo, para tanto o mesmo deveria contar com períodos mistos: especial e comum. (não vigente)
Conversão Especial para Comum Esta modalidade serve para daquele segurado que trabalhou por um determinado tempo exposto a agentes especiais, sem contudo, ter completado o tempo para adimplementação do benefício na modalidade Especial. Deste modo, é dado a ele o direito de converter o tempo especial por um fator multiplicador no qual o seu tempo especial será contado com um acréscimo para a contagem da Aposentadoria. (vigente)
Atividade a converter
Para 15 anos Para 20 anos Para 25 anos Para 30 anos (mulher)
Para 35 anos (homem)
De 15 anos 1,00 1,33 1,67 2,00 2,33
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De 20 anos 0,75 1,00 1,25 1,50 1,75
De 25 anos 0,60 0,80 1,00 1,20 1,40
De 30 anos (mulher)
0,50 0,67 0,83 1,00 1,17
De 35 anos (homem)
0,43 0,57 0,71 0,86 1,00
TABELAS DE PROVASPERÍODO TRABALHADO ENQUADRAMENTODe 05/09/60 a 28/04/95 Fórmulário, CP/CTPS, LTCAT para o ruído.
Quadro Anexo Dec. 53.831/64 e Anexos I e II do Dec. 83.080/79
De 29/04/95 a 13/10/96 Formulário, LTCAT ou demais obrigações ambientais obrigatório para ruído. Código 1.0.0 do Quadro Anexo do Dec. 53.831/64 e Anexo I do Dec. 83.080/79
De 14/10/96 a 05/03/97 Formulário, LTCAT ou demais obrigações ambientais para todos os agentes. Código 1.0.0 do Quadro Anexo do Dec. 53.831/64 e Anexo I do Dec. 83.080/79
06/03/97 a 31/12/98 Fórmulário, LTCAT ou demais demonstrações ambientais, para todos os agentes. Anexo IV do RBPS, aprovado pelo Dec. 2.172/97
De 01/01/99 a 05/05/99 Fórmulário, LTCAT ou demais demonstrações ambientais, para todos os agentes com confrontação com as informações do CNIS. Anexo IV do RBPS aprovado pelo Dec. 2.172/97 c/c artigo 19 e § 2 º do artigo 68 do RPS –Dec. 4.079/02
06/05/99 a 31/12/03 Fórmulário, LTCAT ou demais demonstrações ambientais, para todos os agentes com confrontação com as informações do CNIS.
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Anexo IV do RPS aprovado pelo Dec. 3.048/99 c/c artigo 19 e § 2 º do artigo 68 do RPS –Dec. 4.079/02
A partir de 01/01/04 Formulário (PPP), que deverá, ser confrontado com as informações relativas ao CNIS para homologação da contagem de tempo especial. Anexo IV do RPS aprovado pelo Dec. 3.048/99 c/c artigo 12 artigo 19 e § 2º do artigo 68 do RPS –Dec. 4.079/02
PERFIL PROFISSIOGRÁFICO PREVIDENCIÁRIO – PPPI SEÇÃO DE DADOS ADMINISTRATIVOS
1 CNPJ do Domicílio Tributário/CEI:
2Nome Empresarial: 3 CNAE:
4 Nome do Trabalhador 5 BR/PDH 6 NIT
7 Data do Nascimento
8 Sexo (F/M) 9 CTPS (Nº, Série e UF) 10 Data de Admissão 11 Regime Revezamento
12 CAT REGISTRADA
12.1 Data do Registro 12.2 Número da CAT 12.1 Data do Registro 12.2 Número da CAT
13 LOTAÇÃO E ATRIBUIÇÃO
13.1 Período
13.2 CNPJ/CEI 13.3 Setor 13.4 Cargo
13.5 Função
13.6 CBO 13.7 Cód. GFIP
__/__/__ a __/__/__
14 – PROFISSIOGRAFIA
14.1 Período 14.2 Descrição das Atividades
25
__/__/__ a __/__/__
II SEÇÃO DE REGISTROS AMBIENTAIS15 EXPOSIÇÃO A FATORES DE RISCOS
15.1 Período 15.2 Tipo15.3 Fator de Risco
15.4 Itens./Conc
15.5 Técnica Utilizada
15.6 EPCEficaz (S/N)
15.7 EPIEficaz (S/N) 15.8 CA EPI
__/__/__ a __/__/__ 16 RESPONSÁVEL PELOS REGISTROS AMBIENTAIS16.1 Período 16.2 NIT 16.3 Registro Conselho de Classe 16.4 Nome do Profissional Legalmente Habilitado
__/__/__ a __/__/__ III SEÇÃO DE RESULTADOS DE MONITORAÇÃO BIOLÓGICA17 EXAMES MÉDICOS CLÍNICOS E COMPLEMENTARES (Quadros I e II, da NR07)17.1 Data 17.2 Tipo 17.3 Natureza 17.4 Exame (R/S) 17.5 Indicação de Resultados
__/__/___
( ) Normal ( ) Alterado( ) Estável( ) Agravamento( ) Ocupacional( ) Não Ocupacional
18 RESPONSÁVEL PELA MONITORAÇÃO BIOLÓGICA18.1 Período 18.2 NIT 18.3 Registro Conselho de Classe 18.4 Nome do Profissional Legalmente Habilitado
__/__/___ __/__/___
IV RESPONSÁVEIS PELAS INFORMAÇÕESDeclaramos, para todos os fins de direito, que as informações prestadas neste documento são verídicas e foram transcritas fielmente dos registros administrativos, das demonstrações ambientais e dos programas médicos de responsabilidade da empresa. É de nosso conhecimento que a prestação de informações falsas neste documento constitui crime de falsificação de documento público, nos termos do artigo 297 do Código Penal e, também, que tais informações são de caráter privativo do trabalhador, constituindo crime, nos termos da Lei nº 9.029/95, práticas discriminatórias decorrentes de sua exigibilidade por outrem, bem como de sua divulgação para terceiros, ressalvado quando exigida pelos órgãos públicos competentes.19 Data Emissão PPP 20 REPRESENTANTE LEGAL DA EMPRESA
____/___/___
20.1NIT 20.2 Nome
(Carimbo)
_____________________________(Assinatura)
OBSERVAÇÕES:
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JURISPRUDÊNCIA
O Autor, tenciona converter o tempo de serviço prestado àquele Instituto em condições de insalubridade ou ESPECIAL até a presente data, Com a mudança de regime jurídico de celetista para o regime jurídico único, o Autor teve alterada sua situação jurídica inicial de forma substancial. No que tange ao tratamento da aposentadoria especial, como o novo regime jurídico não tratou da questão, remetendo a Lei específica consoante o parágrafo 2º, do artigo 186, da Lei nº 8.112 / 90, restou uma laguna na lei. Diante de tal lacuna restou sem regramento específico a aposentadoria especial para aqueles servidores que trabalham em atividades em condições especiais e prejudiciais à saúde ou à integridade física, devendo o Magistrado, de acordo com a analogia, os costumes e os princípios gerais de direito, dizer no caso concreto. No caso em tela, a parte da legislação celetista que regulamentava a aposentadoria dos impetrantes não foi modificada pela lei do regime jurídico único e nem tampouco foi revogada expressamente pela nova lei, desta maneira o que se deve entender no caso em espécie é que houve jurídicas trabalhistas sucessivas do Autor com o CTA, de maneira que a aposentadoria especial restou incólume com a nova legislação do regime jurídico único, instituído pela Lei nº 8112 / 90. Negado provimento à remessa oficial e dado provimento ao apelo dos impetrantes para conceder a ordem de modo a assegurarlhe a contagem do tempo de serviço prestado sob o regime jurídico único, como tempo de serviço especial, para fins de contagem de tempo de serviço, com tempo mínimo de 25 anos, bem como para confirmar a r. sentença na parte que conceda a contagem especial de tempo de serviço na vigência do regime jurídico celetista, no mais permanece a r. sentença tal como lançada. Vistos, relatados e discutidos estes autos, em que são partes as acima indicadas.DECIDE a Primeira Turma do Tribunal Regional Federal da Terceira Região, por maioria de votos, dar parcial provimento à apelação e negar provimento à remessa oficial, na forma do relatório e voto do Relator, vencido o Juiz Federal Convocado Castro Guerra, na forma da declaração de voto que fica fazendo parte integrante do presente julgado.
AGRAVO REGIMENTAL EM RECURSO EXTRAORDINÁRIO CONSTITUCIONAL ADMINISTRATIVO PROFESSOR APOSENTADORIA REQUISITOS MAGISTÉRIO APOSENTADORIA ESPECIAL: CONSTITUIÇÃO DE 1988, ARTIGO 40, III, "B" O direito à aposentadoria especial dos professores só se aperfeiçoa quando cumprido totalmente o requisito temporal do "efetivo exercício em função de magistério", excluída qualquer outra. Precedente do Tribunal Pleno. Agravo regimental não provido. (STF AGRE 299658 SP 2ª T. Rel. Min. Maurício Corrêa DJU 04.04.2003)APOSENTADORIA PROFESSORES ORIENTADORA EDUCACIONAL TEMPO DE SERVIÇO O preceito constitucional regedor da aposentadoria dos professores contentase com o efetivo exercício em funções de magistério, não impondo como requisito atividade em sala de aula. Assim, descabe ter como infringido o preceito da alínea "b" do inciso III do artigo 40 da Constituição Federal no que, presente a qualificação de professora, reconheceuse o direito à aposentadoria especial à prestadora de serviço há vinte e cinco anos nas funções de especialista em educação e orientadora educacional. (STF RE 196707 2ª T. Rel. Min. Marco Aurélio DJU 04.08.2000)STJ
PREVIDENCIÁRIO RECURSO ESPECIAL TEMPO DE SERVIÇO ESPECIAL GEÓLOGO CONVERSÃO EXPOSIÇÃO A CONDIÇÕES ESPECIAIS PREJUDICAIS À SAÚDE OU À INTEGRIDADE FÍSICA AUSÊNCIA DE COMPROVAÇÃO 1. O reconhecimento do tempo de serviço especial apenas em face do enquadramento na categoria profissional do trabalhador foi possível até a publicação da Lei nº 9.032/95. 2. Todavia, o rol de atividades arroladas nos Decretos nºs 53.831/64 e 83.080/79 é exemplificativo, não existindo impedimento em considerar que outras atividades sejam tidas como insalubres, perigosas ou penosas, desde que estejam devidamente comprovadas. Precedentes. 3. No caso em apreço, conforme assegurado pelas instâncias ordinárias, o segurado não comprovou que efetivamente exerceu a atividade de geólogo sob condições especiais. 4. Recurso especial desprovido. (STJ REsp 765215/RJ 5ª T Rel.ª Min.ª Laurita Vaz DJU 6.02.2006)
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APOSENTADORIA ESPECIAL SERRALHEIRO ATIVIDADE INSALUBRE DECRETO Nº 83.080/79 ART. 60 RBPS A atividade exercida como serralheiro, reconhecida pela legislação vigente como insalubre, confere ao segurado direito à aposentadoria especial, após vinte e cinco anos de trabalho, em analogia a outras atividades similares. Recurso conhecido, mas desprovido. (STJ REsp 250780 SP 5ª T. Rel. Min. Jorge Scartezzini DJU 18.12.2000)
APOSENTADORIA ESPECIAL PROFESSOR ATIVIDADE DOCENTE E ADMINISTRATIVA ART. 40, III, B, DA CF O professor que, não obstante o desempenho de função tipicamente administrativa, desenvolvia, no mesmo período, atividade docente, ministrado disciplinas afeitas à área de economia, detém o direito líquido e certo de ter computado esse tempo de serviço, efetivamente prestado na área de magistério, para efeito de aposentadoria especial. Precedente do colendo STF (RE nº 235.672/RS). (STJ ROMS 5154 PR 5ª T. Rel. Min. Felix Fischer DJU 16.10.2000)TJDF
CONTAGEM. TEMPO DE SERVIÇO. APOSENTADORIA ESPECIAL. EXERCÍCIO. MAGISTÉRIO. FUNÇÃO. COORDENAÇÃO PEDAGÓGICA. POSSIBILIDADE. Conforme previsto em Portaria específica da Secretaria de Educação do DF, o coordenador pedagógico possui várias atribuições, dentre as quais a de "suprir ausências eventuais de professores, coordenando a realização de atividades diversificadas independente de sua área específica de magistério", garantindo o cômputo do tempo prestado como professor para a aposentadoria especial. Dessa forma, o entendimento encontrase em consonância com o art. 40, §5º da CF/1988, que se refere à necessidade de exercício nas funções de magistério para que se consiga a aposentadoria especial, sem, contudo, especificar o tipo de função a ser exercida, sendo indevido conferir interpretação restritiva à citada norma, em conseqüência da aplicação do princípio constitucional da máxima efetividade. Segundo o voto minoritário, não se pode estender o benefício da aposentadoria especial de professor a quem não se dedique efetivamente ao magistério em sala de aula, pois, caso contrário, estarseia concedendo tratamento idêntico a pessoas que se acham em situações fáticojurídicas diversas. Maioria. (TJDF EIC 20020110837202 2ª C.Cív. Relª. Desª. Carmelita Brasil J. 19.10.2005)
CONTAGEM. TEMPO DE SERVIÇO. MAGISTÉRIO. APOSENTADORIA. READAPTAÇÃO. OBRIGATORIEDADE. Em se tratando de requerimento de aposentadoria especial, é correto o entendimento de que, preenchidos os demais requisitos de idade e tempo de serviço, deve ser contado o período em que o funcionário readaptado exerceu atividade relacionada ao magistério, mesmo que estranha à sala de aula. Segundo entendimento do STF, as funções do magistério devem ser interpretadas extensivamente, abrangendo as atividades relacionadas ao ensino em geral. (TJDF APC 20040110113877 1ª T. Rel. Des. Flavio Rostirola J. 29.08.2005)TJES
MANDADO DE SEGURANÇA SERVIDORA POLICIAL CIVIL APOSENTADORIA ESPECIAL EMENDA CONSTITUCIONAL Nº 20/98 ARTIGO 40, § 4º, DA CF AUSÊNCIA DE LEI COMPLEMENTAR FEDERAL INAPLICABILIDADE DA LEGISLAÇÃO FEDERAL E ESTADUAL ANTERIOR SEGURANÇA DENEGADA. 1. Rejeitase a preliminar de ilegitimidade passiva do impetrado, fundada na afirmação de que teria indeferido pedido de "Declaração de Tempo de Serviço para aposentadoria especial", pois a negativa da Administração baseouse no Pronunciamento CPGE nº 002/2003, que veda a concessão da aposentadoria especial aos policiais civis. 2. A Lei Complementar federal nº 51/85 não foi recepcionada pela atual Constituição Federal, artigo 40, § 4º, com a redação determinada pela Emenda Constitucional nº 20/98. 3. da mesma forma que a Carta Política anterior, a norma constitucional atual prevê a possibilidade de lei complementar estabelecer requisitos e critérios diferenciados para a concessão da aposentadoria especial, contudo a referida lei ainda não foi editada pelo Congresso Nacional, sendo inaplicável à espécie a Lei Complementar nº 51/85, editada sob a vigência da Constituição revogada. 4. Corrobora a tese de que não houve recepção da Lei Complementar nº 51/85 pela Emenda Constitucional nº 20/98 o fato de que, enquanto a primeira exige que o servidor tenha trabalhado por um período mínimo de 20 anos nas atividades policiais para a concessão da aposentadoria especial, a
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segunda exige que a atividade especial seja exercida durante todo o período excepcionalmente estabelecido. 5. Precedentes. Segurança denegada. (TJES MS 100040001156 TP Rel. Des. Catharina Maria Novaes Barcellos J. 06.10.2005)TJMG
REMESSA OFICIAL E APELAÇÃO CÍVEL VOLUNTÁRIA. Ação de mandado de segurança. Professora. Aposentadoria especial. Art. 40, § 5º, da Constituição da República. Requisitos legais atendidos. Indeferimento lesivo a direito líquido e certo da servidora pública. Segurança concedida. Sentença confirmada. 1. Qualquer cidadão tem o direito líquido e certo de, atendidas as exigências legais, aposentarse. Consoante dispõe o art. 40, § 5º, da Constituição da República, ao professor é assegurado o direito à aposentadoria especial quando do implemento de vinte e cinco anos de efetivo exercício do magistério. 2. Comprovado ter a impetrante trabalhado como professora durante o lapso temporal de vinte e cinco anos, revelase lesivo a direito líquido e certo o indeferimento do pedido de aposentadoria. Revela se correta, neste caso, a sentença que concede a segurança. 3. Remessa oficial e apelação cível voluntária conhecidas. 4. Sentença confirmada em reexame necessário, prejudicado o recurso voluntário. (TJMG PROC. 107020414036770011 Rel. Des. Caetano Levi Lopes DJMG 01.07.2005)TJRS
ADMINISTRATIVO. MAGISTÉRIO PUBLICO ESTADUAL. APOSENTADORIA ESPECIAL DE PROFESSOR, PREVISTA NO ART. 40, INC. III, B, DA CF, ANTERIORMENTE A VIGÊNCIA DA EC Nº 20/98. NECESSIDADE DE PROVA INEQUÍVOCA DO EXERCÍCIO DE EFETIVO MAGISTÉRIO EM SALA DE AULA POR VINTE E CINCO ANOS, SE PROFESSORA, OU TRINTA ANOS, SE PROFESSOR. INADMISSIVEL, POR VIA DE CONSEQUÊNCIA, COMPUTARSE LAPSO DE TRABALHO EM ATIVIDADES DISTINTAS, AINDA QUE NO MAGISTÉRIO, SEJAM DE NATUREZA TÉCNICA OU ADMINISTRATIVA. NORMA CONSTITUCIONAL DE NATUREZA EXCEPCIONAL, QUE DEVE SER INTERPRETADA RESTRITIVAMENTE. PRECEDENTES JURISPRUDÊNCIAIS. APELAÇÃO DESPROVIDA. (TJRS AC Nº 70003912649 3ª CC Rel. Des. Luiz Ari Azambuja J. 06.06.2002)
ADMINISTRATIVO E CONSTITUCIONAL. PROFESSORA QUE TEVE TORNADO INSUBSISTENTE ATO PELO NÃO PREENCHIMENTO DE PRESSUPOSTO TEMPORAL PARA A CONCESSÃO DE APOSENTADORIA ESPECIAL. INTERPRETAÇÃO DO ARTIGO 40 DA CE/89 E DA SUMULA Nº 13 DA CORTE DE CONTAS. O TEMPO ENTRE O ATO DE JUBILAÇÃO E AQUELE QUE DECRETA A INSUBSISTENCIA DO MESMO DEVE SER CONSIDERADO COMO DE LICENÇA ESPECIAL, POR ISSO QUE VALIDO PARA AMPARAR PRETENSÃO A APOSENTADORIA INTEGRAL. PROVA DOCUMENTAL DO IMPLEMENTO DO LAPSO TEMPORAL DO ARTIGO 40, III, ALINEA `A¿, DA CF/88. SENTENÇA DEFERINDO A PRETENSÃO. APELO DESPROVIDO. SENTENÇA CONFIRMADA EM REEXAME NECESSÁRIO. (TJRS AC Reexame Necessário nº 70003642501 3ª CC Rel.Des. Augusto Otávio Stern J. 17.04.2002)
ADMINISTRATIVO. MAGISTÉRIO PUBLICO ESTADUAL. APOSENTADORIA ESPECIAL. COMPUTO DE TEMPO DE SERVIÇO EM FUNCOES ESPECIFICAS DE MAGISTÉRIO, EXERCIDAS CONCOMITANTEMENTE COM ATIVIDADES TÉCNICOPEDAGOGICAS E DE SUPERVISAO DE ESCOLA. SITUAÇÃO AFERIDA ANTES DA EC 20/98, VALENDOSE DO RESGUARDO DO ART. 3º DA MENCIONADA EMENDA, INTRODUZINDO MODIFICACOES NAS REGRAS DA APOSENTADORIA DO SERVIDOR PUBLICO. RECONHECIMENTO DO DIREITO, POREM, QUE SE LIMITA A AFASTAR O OBICE IMPOSTO PELA ADMINISTRAÇÃO, ONDE SERAO APURADOS OS DEMAIS PRESSUPOSTOS A APOSENTADORIA. APELAÇÃO DESPROVIDA, SENTENÇA CONFIRMADA EM REEXAME NECESSÁRIO, COM EXPLICITAÇÃO. (TJRS AC Reexame Necessário 3ª CC Rel. Des. Luiz Ari Azambuja Ramos J. 04.04.2002)TJSCMandado de segurança. Professora. Aposentadoria Especial. Concessão administrativa. Fato superveniente (art. 462 do CPC). Perda de objeto. Impetrado o writ objetivando o cômputo do tempo de serviço prestado
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em período de readaptação, para fins de aposentadoria especial, a sua concessão administrativa leva à extinção do mandamus, por falta de interesse processual superveniente. (TJSC MS 20030236350 G.C.Dir.Pub. Relª. Desª. Sônia Maria Schmitz DJSC 27.10.2005)
TJSPFUNCIONÁRIO PÚBLICO Inativo. Professora aposentada por idade (60 anos), tendo seus proventos ficados proporcionalmente em 20/25 avos, por haver exercido apenas 20 anos de magistério. Pretensão da impetrada de reduzir os proventos a 20/30 avos, ao fundamento de que se aplicaria a regra geral de aposentadoria, e não a especial para professores. Inadmissibilidade. Da conjugação das duas disposições da Constituição Federal, definindo a aposentadoria por idade aos 60 anos (para mulher) e aos 25 para aposentadoria especial (caso de professores), resulta claro o direito de quem se aposenta por idade de receber proporcionalmente os proventos equivalentes aos anos cumpridos de magistério. Ilegal e abusiva a pretensão de calcular pela regra geral categoria diferenciada pela Constituição Federal como especial. Sentença mantida. Recursos voluntário e de ofício improvidos.(TJSP AC 182.8715/1 2ª Cam.Dir.Pub. Rel. Des. Aloísio de Toledo César Julg. 27.01.2004)Ref. Legislativa: Lei nº 821391
MAGISTÉRIO Professor. Aposentadoria especial. Concessão da ordem. Inadmissibilidade. A impetrante, quando do requerimento de aposentadoria, não reunia os requisitos exigidos pelo artigo 8º e seu parágrafo 4º da Emenda Constitucional nº 20/98, c/c o artigo 40 da Constituição Federal, com a redação que lhe deu referida Emenda Constitucional. Reexame necessário e recurso voluntária providos.(TJSP AC 181.2215/9 7ª Cam.Dir.Pub. Rel. Des. Walter Swensson Julg. 26.01.2004)
PROCESSUAL CONSELHO DE CLASSE ANTECIPAÇÃO DE TUTELA (AO) SUSPENDENDO RESOLUÇÕES DO CRM/MA TIDAS POR ILEGAIS FIXAÇÃO DOS HONORARIOS A SEREM SEGUIDOS PELOS "PLANOS DE SAÚDE" PRECEDENTE DO STJ SEGUIMENTO NEGADO MONOCRATICAMENTE AGRAVO INTERNO NÃO PROVIDO. 1É dado ao relator negar seguimento ao recurso "manifestamente inadmissível, improcedente, prejudicado ou em conformidade com súmula ou com jurisprudência dominante do respectivo tribunal, do Supremo Tribunal Federal, ou de Tribunal Superior" (art. 557, caput, do CPC), sem que isso signifique afronta ao princípio do contraditório, porque atende à agilidade da prestação jurisdicional. Quando o relator assim age não "usurpa" competência do colegiado, mas atua dentro do permissivo legal.2Muito embora a adoção de critérios objetivos na fixação da remuneração de serviços profissionais não fira, por si só, a livre concorrência ou impeça o exercício do trabalho, quiçá caracterize formação de cartel, tem o STJ entendido que não pode o CRM impor sua tabela de honorários (CBHPM) aos "planos de saúde", por isso violaria a "liberdade contratual":"MANDADO DE SEGURANÇA. RESOLUÇÃO Nº 19/87, DO CONSELHO REGIONAL DE MEDICINA DO RIO DE JANEIRO. O Conselho Regional de Medicina do Rio de Janeiro tem competência para baixar resoluções a respeito da profissão de médico; não pode, todavia, a pretexto disso, legislar acerca das relações entre médicos e empresas que têm como objeto social a prestação ou a garantia de serviços médicos. Recurso especial conhecido e provido, em parte." (STJ, RESP 8490/RJ, Rel. Min. PECANHA MARTINS, T2, maioria, DJ 27/09/1999, p. 68)3Agravo interno não provido.4Peças liberadas pelo Relator em 24/08/2004 para publicação do acórdão. (TRF1ª R. AI 200401000202868 MA 7ª T. Rel. Des. Fed. Luciano Tolentino Amaral J. 24.05.2004)
PREVIDENCIÁRIO E PROCESSUAL CIVIL RECONHECIMENTO DE TEMPO DE SERVIÇO ESPECIAL EXPOSIÇÃO A AGENTES INSALUBRES CONVERSÃO DO TEMPO ESPECIAL EM COMUM LEIS 3087/60 E 8213/91 DECRETOS 53.831/64, 83.080/79 E 2.172/97 POSSIBILIDADE 1. O tempo de serviço especial é aquele decorrente de serviços prestados sob condições prejudiciais à saúde ou em atividades com riscos superiores aos normais para o segurado e, cumprido os requisitos legais, dá direito à aposentadoria especial. As atividades consideradas prejudiciais à saúde foram definidas pela
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legislação previdenciária, especificamente, pelos Decretos 53.831/64, 83.080/79 e 2172/97. 2. Exercendo o segurado uma ou mais atividades sujeitas a condições prejudiciais à saúde sem que tenha complementado o prazo mínimo para aposentadoria especial, é permitida a conversão de tempo de serviço prestado sob condições especiais em comum, para fins de concessão de aposentadoria. (RESP 411946/RS, Relator Min. JORGE SCARTEZZINI, DJ 07/04/2003; AMS 2000.38.00.0363921/MG, Relator DES. FEDERAL ANTONIO SÁVIO DE OLIVEIRA CHAVES, PRIMEIRA TURMA, DJ 05/05/2003) 3. O rol de agentes nocivos previstos nos Anexos I e II do Decreto nº 83.080/79 e no Anexo do Decreto nº 53.831/69, vigorou até a edição do Decreto nº 2.172/97 (05.03.97), por força do disposto no art. 292 do Decreto nº 611/92, devendose considerar como agente agressivo à saúde a exposição a locais de trabalho com ruídos acima de 80 dBA, para as atividades exercidas até 05.03.97.(AC 96.01.210466/MG; APELAÇÃO CÍVEL, Relator Desembargador Federal JIRAIR ARAM MEGUERIAN, SEGUNDA TURMA, DJ 06/10/1997, AMS 2001.38.00.0328153/MG, Relator DESEMBARGADOR FEDERAL ANTONIO SÁVIO DE OLIVEIRA CHAVES, PRIMEIRA TURMA, DJ 06/10/2003, AMS 2000.38.00.0182668/MG, Relator DES. FEDERAL LUIZ GONZAGA BARBOSA MOREIRA, PRIMEIRA TURMA, DJ 17/03/2003). 4. Para a comprovação da exposição ao agente insalubre, tratandose de período anterior à vigência da Lei nº 9.032/95, de 28.04.95, que deu nova redação ao art. 57 da Lei nº 8.213/91, basta que a atividade seja enquadrada nas relações dos Decretos 53.831/64 ou 83.080/79, não sendo necessário laudo pericial. Tratandose de tempo de serviço posterior à data acima citada, 28.04.95, dependerá de prova da exposição permanente, não ocasional e nem intermitente não se exigindo integralidade da jornada de trabalho , aos agentes nocivos, visto tratarse de lei nova que estabeleceu restrições ao cômputo do tempo de serviço, devendo ser aplicada tãosomente ao tempo de serviço prestado durante sua vigência, não sendo possível sua aplicação retroativa(AC 1999.01.00.1187039/MG, Relator Convocado JUIZ EDUARDO JOSÉ CORRÊA, PRIMEIRA TURMA, DJ 09/12/2002; AMS 2000.01.00.0724850/MG, Relator DES. FEDERAL ANTONIO SÁVIO DE OLIVEIRA CHAVES, PRIMEIRA TURMA, DJ 11/03/2002). 5. Como documentos hábeis à comprovação do tempo de serviço sob condições insalubres são admitidos os formulários DSS 8030 e laudo técnico, devendo ser ressaltado, conforme jurisprudência da Corte, que a exigência de laudo pericial somente pode se dar a partir de 10.12.97, data da publicação da Lei nº 9.528/97. No que diz respeito à utilização de equipamento de proteção individual (EPI), ele tem a finalidade de resguardar a saúde do trabalhador, para que não sofra lesões, não podendo descaracterizar a situação de insalubridade. (AMS 2001.38.00.0176693/MG, Relator DESEMBARGADOR FEDERAL TOURINHO NETO, SEGUNDA TURMA, DJ 24/10/2002) 6. A correção monetária incide a partir do vencimento de cada parcela, na forma do art. 1º, caput, da Lei nº 6.899/81, utilizandose os índices de correção monetária, de acordo com os seus respectivos períodos de vigência. Súmulas 43 e 148 do STJ. Os juros são devidos à razão de 1% ao mês, a partir da citação, considerada a natureza alimentar da dívida, na linha de orientação do STJ (RESP 314181/AL), afastada a aplicação da taxa SELIC. 7. Honorários advocatícios fixados no percentual de 10% sobre o valor da condenação, até a data da prolação da sentença. Súmula 111 do STJ. 8. Apelação desprovida. Remessa parcialmente provida. (TRF1ª R. AC 200238030030063 MG 1ª T. Rel. Des. Fed. José Amilcar Machado DJU 19.12.2005)
PREVIDENCIÁRIO E PROCESSUAL CIVIL RECONHECIMENTO DE TEMPO DE SERVIÇO ESPECIAL EXPOSIÇÃO A AGENTES INSALUBRES CONVERSÃO DO TEMPO ESPECIAL EM COMUM LEIS 3087/60 E 8213/91 DECRETOS 53.831/64, 83.080/79 E 2.172/97 POSSIBILIDADE 1. O tempo de serviço especial é aquele decorrente de serviços prestados sob condições prejudiciais à saúde ou em atividades com riscos superiores aos normais para o segurado e, cumprido os requisitos legais, dá direito à aposentadoria especial. As atividades consideradas prejudiciais à saúde foram definidas pela legislação previdenciária, especificamente, pelos Decretos 53.831/64, 83.080/79 e 2172/97. 2. Exercendo o segurado uma ou mais atividades sujeitas a condições prejudiciais à saúde sem que tenha complementado o prazo mínimo para aposentadoria especial, é permitida a conversão de tempo de serviço prestado sob condições especiais em comum, para fins de concessão de aposentadoria. (RESP 411946/RS, Relator Min. JORGE SCARTEZZINI, DJ 07/04/2003; AMS 2000.38.00.0363921/MG, Relator DES. FEDERAL ANTONIO SÁVIO DE OLIVEIRA CHAVES, PRIMEIRA TURMA, DJ 05/05/2003) 3. O rol de agentes nocivos previstos nos Anexos I e II do Decreto n. 83.080/79 e no Anexo do Decreto n. 53.831/69, vigorou até a edição do Decreto n. 2.172/97 (05.03.97), por força do disposto no art. 292 do Decreto nº 611/92,
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devendose considerar como agente agressivo à saúde a exposição a locais de trabalho com ruídos acima de 80 dBA, para as atividades exercidas até 05.03.97.(AC 96.01.210466/MG; APELAÇÃO CÍVEL, Relator Desembargador Federa JIRAIR ARAM MEGUERIAN, SEGUNDA TURMA, DJ 06/10/1997, AMS 2001.38.00.0328153/MG, Relator DESEMBARGADOR FEDERAL ANTONIO SÁVIO DE OLIVEIRA CHAVES, PRIMEIRA TURMA, DJ 06/10/2003, AMS 2000.38.00.0182668/MG, Relator DES. FEDERAL LUIZ GONZAGA BARBOSA MOREIRA, PRIMEIRA TURMA, DJ 17/03/2003). 4. Para a comprovação da exposição ao agente insalubre, tratandose de período anterior à vigência da Lei n. 9.032/95, de 28.04.95, que deu nova redação ao art. 57 da Lei nº 8.213/91, basta que a atividade seja enquadrada nas relações dos Decretos 53.831/64 ou 83.080/79, não sendo necessário laudo pericial. Tratandose de tempo de serviço posterior à data acima citada, 28.04.95, dependerá de prova da exposição permanente, não ocasional e nem intermitente não se exigindo integralidade da jornada de trabalho , aos agentes nocivos, visto tratarse de lei nova que estabeleceu restrições ao cômputo do tempo de serviço, devendo ser aplicada tãosomente ao tempo de serviço prestado durante sua vigência, não sendo possível sua aplicação retroativa(AC 1999.01.00.1187039/MG, Relator Convocado JUIZ EDUARDO JOSÉ CORRÊA, PRIMEIRA TURMA, DJ 09/12/2002; AMS 2000.01.00.0724850/MG, Relator DES. FEDERAL ANTONIO SÁVIO DE OLIVEIRA CHAVES, PRIMEIRA TURMA, DJ 11/03/2002). 5. Como documentos hábeis à comprovação do tempo de serviço sob condições insalubres são admitidos os formulários DSS 8030 e laudo técnico, devendo ser ressaltado, conforme jurisprudência da Corte, que a exigência de laudo pericial somente pode se dar a partir de 10.12.97, data da publicação da Lei nº 9.528/97. No que diz respeito à utilização de equipamento de proteção individual (EPI), ele tem a finalidade de resguardar a saúde do trabalhador, para que não sofra lesões, não podendo descaracterizar a situação de insalubridade. (AMS 2001.38.00.0176693/MG, Relator DESEMBARGADOR FEDERAL TOURINHO NETO, SEGUNDA TURMA, DJ 24/10/2002) 6. A correção monetária incide a partir do vencimento de cada parcela, na forma do art. 1º, caput, da Lei n. 6.899/81, utilizandose os índices de correção monetária, de acordo com os seus respectivos períodos de vigência. Súmulas 43 e 148 do STJ. Os juros são devidos à razão de 1% ao mês, a partir da citação, considerada a natureza alimentar da dívida, na linha de orientação do STJ (RESP 314181/AL), afastada a aplicação da taxa SELIC. 7. Honorários advocatícios fixados no percentual de 10% sobre o valor da condenação, até a data da prolação da sentença. Súmula 111 do STJ. (TRF1ª R. AC 200238000102462 MG 1ª T. Rel. Des. Fed. José Amilcar Machado DJU 19.12.2005)
PREVIDENCIÁRIO APOSENTADORIA POR TEMPO DE CONTRIBUIÇÃO TEMPO DE SERVIÇO ESPECIAL AGENTE NOCIVO: RUÍDO COM MÉDIA SUPERIOR AO LIMITE REGULAMENTAR DIREITO ADQUIRIDO À FORMA DE CONTAGEM DO TEMPO DECRETOS Nº 53.831/64, 2.172/97 E 3.048/99 CONVERSÃO TEMPO DE SERVIÇO COMUM COMPROVADO USO DE EQUIPAMENTO DE PROTEÇÃO EFEITOS FINANCEIROS (SÚMULA 271 DO STF). 1. "O segurado que presta serviço em condições especiais, nos termos da legislação então vigente, e que teria direito por isso à aposentadoria especial, faz jus ao cômputo do tempo nos moldes previstos à época em que realizada a atividade. Isso se verifica à medida em que se trabalha. Assim, eventual alteração no regime ocorrida posteriormente, mesmo que não mais reconheça aquela atividade como especial, não retira do trabalhador o direito à contagem do tempo de serviço na forma anterior, porque já inserida em seu patrimônio jurídico" (STJ; RESP 425660/SC; DJ 05/08/2002 PG:407; Relator Min. FELIX FISCHER). 2. Tratandose de período anterior à edição da Lei nº 9.032/95, não há necessidade de comprovação de exposição permanente e efetiva aos agentes nocivos, conforme orientação da Instrução Normativa 84 do INSS, de 22.01.2003 (art. 146). 3. Para os períodos de atividade até 05.03.97 (quando entrou em vigor o Decreto nº 2.172/97), devese considerar como agente agressivo a exposição a locais com ruídos acima de 80 db, constante do Anexo ao Decreto nº 53.831/64 (item 1.1.6). Precedentes do TRF/1ª Região (AC 1998.38.00.0339939 /MG; Relator JUIZ ANTONIO SAVIO DE OLIVEIRA CHAVES; PRIMEIRA TURMA; DJ 16 /07 /2001 P.35); (AC 96.01.210466 /MG; Relator JUIZ JIRAIR ARAM MEGUERIAN; SEGUNDA TURMA; DJ 06 /10 /1997 P.81985). 4. Constatado que as atividades descritas têm enquadramento nos Decretos nºs 53.831/64 (item 1.1.6), 2.172/97 (item 2.0.1), 3.048/99 (item 2.0.1), hão de ser reconhecidos os períodos 17/03/76 a 04/06/76, 28/08/76 a 08/07/78, 10/03/80 a 30/06/89, 01/07/89 a 30/10/92, 01/11/92 a 30/06/93, 01/07/93 a 31/03/94 e 01/04/94 a 28/05/98 como tempo de serviço especial, com possibilidade de conversão para tempo comum (art. 70, § 2º, Decreto nº 3.048/99, com redação do Decreto nº 4.827/03). 5. O "Resumo de Documentos
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para Cálculo de Tempo de Contribuição" comprova o tempo de serviço comum do impetrante. De qualquer sorte, os períodos não foram impugnados, de forma específica, pelo INSS. 6. Esta Corte já se posicionou no sentido de que "o uso de equipamentos de proteção não descaracteriza a situação de agressividade ou nocividade à saúde ou à integridade física, no ambiente de trabalho" (AMS 2001.38.00.0176693/MG, Rel. DESEMBARGADOR FEDERAL TOURINHO NETO, SEGUNDA TURMA do TRF 1ª Região, DJ de 24/10/2002 P.44), principalmente quando não há provas cabais de que sua efetiva utilização tenha neutralizado por completo a ação deletéria dos agentes ambientais nocivos. 7. Devida a aposentadoria proporcional por tempo de contribuição requerida, com a conversão do tempo especial, sendo certo que uma vez implementadas as condições para concessão do benefício antes do advento da Emenda Constitucional nº 20, de 15/12/1998, as inovações constitucionais não atingem o direito adquirido. 8. Nos termos da Súmula nº 271 do STF, os efeitos financeiros devem incidir a partir da data da impetração da segurança. 9. Apelação e Remessa Oficial parcialmente providas. (TRF1ª R. AMS 200038000183656 MG 1ª T. Rel. Des. Fed. Luiz Gonzaga Barbosa Moreira DJU 19.12.2005)
PREVIDENCIÁRIO. RESTABELECIMENTO DE BENEFÍCIO DE APOSENTADORIA POR TEMPO DE SERVIÇO. CONVERSÃO DE TEMPO ESPECIAL EM COMUM. EXPOSIÇÃO A AGENTES INSALUBRES. TRABALHO PERMANENTE, NÃO OCASIONAL NEM INTERMITENTE. DECRETOS 53.831/64 E 83.080/79. REQUISITOS. POSSIBILIDADE. 1. Estando devidamente comprovado o exercício de atividade profissional considerada prejudicial à saúde, o segurado tem direito à conversão do tempo de atividade especial em tempo de atividade comum para fins de restabelecimento de seu benefício de aposentadoria. 2. É considerada insalubre, para fins de contagem de tempo especial, a atividade desenvolvida com exposição a tensão superior a 250 volts, conforme o item 1.1.8 do Anexo ao Decreto 53.831/64. 3. O uso de equipamentos de proteção não descaracteriza a situação de agressividade ou nocividade à saúde ou à integridade física, no ambiente de trabalho. 4. Reconhecida a natureza especial do serviço prestado e convertido em tempo de atividade comum, o suplicante passou a contar mais de 34 anos de serviço, tendo direito à renda mensal inicial do benefício baseada no coeficiente de 94% (noventa e quatro por cento) do saláriodebenefício (art. 53, II, da Lei 8.213/91). 5. Conquanto tenha a r. sentença concedido ao suplicante o benefício de aposentadoria especial, nada impede a concessão do benefício de aposentadoria proporcional por tempo de serviço, desde que preenchidos os pressupostos legais. 6. A Primeira Seção da Corte firmou entendimento majoritário no sentido de que os juros de mora são devidos no percentual de 1% (um por cento) ao mês, a partir da citação (TRF 1ª Região, 1ª Seção, AR 2002.01.00.0200110/MG, j. de 07.10.2003). 7. Honorários advocatícios, nas ações previdenciárias, não incidem sobre prestações vincendas (Súmula 111/STJ). 8. Apelação e remessa oficial a que se dá parcial provimento. (TRF1ª R. AC 200040000057649 PI 1ª T. Rel. Des. Fed. Antônio Sávio de Oliveira Chaves DJU 22.08.2005)
PREVIDENCIÁRIO. CONVERSÃO DE TEMPO ESPECIAL EM COMUM. APOSENTADORIA POR TEMPO DE SERVIÇO. EXPOSIÇÃO A AGENTES INSALUBRES. TRABALHO PERMANENTE, NÃO OCASIONAL NEM INTERMITENTE. DECRETOS 53.831/64 E 83.080/79. REQUISITOS. POSSIBILIDADE. HONORÁRIOS ADVOCATÍCIOS. CORREÇÃO MONETÁRIA. 1. Estando devidamente comprovado o exercício de atividade profissional considerada prejudicial à saúde, o segurado tem direito à conversão do tempo de atividade especial em tempo de atividade comum para fins de aposentadoria. 2. É considerada insalubre, para fins de contagem de tempo especial, a atividade desenvolvida com exposição a tensão superior a 250 volts, conforme o item 1.1.8 do Anexo ao Decreto 53.831/64. 3. Honorários advocatícios, nas ações previdenciárias, não incidem sobre prestações vincendas (Súmula 111/STJ). 4. A correção monetária deve ser calculada nos termos da Lei 6.899/81, a partir do vencimento de cada parcela (Súmulas 43 e 148 do STJ). 5. Apelação a que se nega provimento, remessa oficial a que se dá parcial provimento e recurso adesivo do autor a que se dá provimento. (TRF1ª R. AC 200038000438892 MG 1ª T. Rel. Des. Fed. Antônio Sávio de Oliveira Chaves DJU 25.07.2005)
PREVIDENCIÁRIO. CONVERSÃO DE TEMPO ESPECIAL EM COMUM. APOSENTADORIA POR TEMPO DE SERVIÇO. EXPOSIÇÃO A AGENTES INSALUBRES. TRABALHO PERMANENTE, NÃO OCASIONAL NEM INTERMITENTE. DECRETOS N. 53.831/64 E N. 83.080/79. REQUISITOS.
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POSSIBILIDADE. TRABALHO RURAL RECONHECIDO. CORREÇÃO MONETÁ RIA. 1. Estando devidamente comprovado o exercício de atividade profissional considerada prejudicial à saúde, o segurado tem direito à conversão do tempo de atividade especial em tempo de atividade comum para fins de aposentadoria. 2. É considerada insalubre, para fins de contagem de tempo especial, a atividade desenvolvida com exposição a tensão superior a 250 volts, conforme o item 1.1.8 do Anexo ao Decreto n. 53.831/64. 3. Comprovado o tempo de atividade rural por prova testemunhal baseada em início de prova documental, o suplicante tem direito ao reconhecimento do tempo de serviço para fins de aposentadoria. 4. A correção monetária deve ser calculada nos termos da Lei n. 6.899/81, a partir do vencimento de cada parcela (Súmulas n. 43 e 148 do STJ). 5. Sentença sujeita ao duplo grau de jurisdição (art. 475, I, do CPC), vez que não impôs condenação de valor certo não excedente a 60 (sessenta) salários mínimos. 6. Apelação a que se nega provimento e remessa oficial, tida por interposta, a que se dá parcial provimento. (TRF1ª R. AC 2003.38.01.0015457/MG 1ª T. Rel. Des. Fed. Antônio Sávio de Oliveira Chaves DJU 11.07.2005)
PREVIDENCIÁRIO. RENÚNCIA À APOSENTADORIA ESPECIAL. CONTAGEM RECÍPROCA DE TEMPO DE SERVIÇO. OBTENÇÃO DE NOVO BENEFÍCIO. POSSIBILIDADE. 1. Inexiste qualquer ilegalidade no ato de renúncia à aposentadoria especial. O benefício é um direito disponível do autor, que dele pode abdicar se assim lhe for conveniente. 2. Encontrase consolidado o entendimento de que a contagem recíproca do tempo de contribuição como servidor público e como empregado celetista não se opõe ao ordenamento jurídico pátrio. 3. Apelação e remessa oficial improvidas. (TRF1ª R. AC 01001131715 (199901001131715) GO 1ª T. Rel. p/Ac. Juiz Manoel José Ferreira Nunes DJU 08.05.2003)
PREVIDENCIÁRIO APOSENTADORIA POR TEMPO DE SERVIÇO CARACTERIZAÇÃO DE ATIVIDADE DE TELEFONISTA COMO TRABALHO EM CONDIÇÕES INSALUBRES CONVERSÃO DECLARAÇÃO SIMPLES DE EMPREGADORES INSALUBRIDADE CONFIGURADA INEXIGÊNCIA DE LAUDO TÉCNICO DE CONDIÇÕES AMBIENTAIS DO TRABALHO MP Nº 1.523/96 CONDIÇÕES PARA APOSENTADORIA PROPORCIONAL JÁ IMPLEMENTADAS DIREITO ADQUIRIDO REQUERIMENTO ADMINISTRATIVO TERMO INICIAL 1 O tempo de trabalho exercido sob condições especiais que sejam ou venham a ser consideradas prejudiciais à saúde ou à integridade física será somado, após a respectiva conversão ao tempo de trabalho exercido em atividade comum, segundo critérios estabelecidos pelo Ministério da Previdência e Assistência Social, para efeito de concessão de qualquer benefício (Lei nº 8.213/91, art. 57, § 5º). 2 Contando mais de 25 (vinte e cinco) anos de serviço na data da edição da Medida Provisória nº 1.523/96, que revogou a Lei nº 7.850/89, considerandose a conversão, em atividade comum, do período trabalhado como telefonista, a impetrante faz jus à aposentadoria por tempo de serviço. 3 Indeferido o benefício na via administrativa, o seu termo inicial deve ser fixado na data do requerimento perante o INSS. 4 Apelação a que se nega provimento. (TRF1ª R. AMS 1999.01.00.1205811 MG 2ª T. Rel. Conv. Juiz Antônio Sávio Machado Unânime DJU 28.02.2001)
PREVIDENCIÁRIO. APOSENTADORIA ESPECIAL EXPOSIÇÃO A RUÍDO NECESSIDADE DE LAUDO PERICIAL. 1. Aquilatandose os requisitos necessários à fruição de aposentadoria especial, na forma do art. 57 da Lei nº 8.213/91, certo é afirmarse que a efetiva demonstração da exposição do segurado às condições laborativas adversas, mediante laudo pericial, somente passou a ser imprescindível em relação ao tempo de serviço posterior a 28.04.95, de forma geral, dado o advento da Lei nº 9.032; bastando, para o período pretérito, que a atividade se subsuma ao rol previsto nos Decretos nº 5.831/64 e 83.080/79. 2. Todavia, cuidandose de exposição a ruído, impende considerar que a comprovação de referido agente sempre foi exigida, mesmo em relação ao tempo de serviço anterior à Lei nº 9.032/95, como, aliás, consta do item 12.6 da Ordem de Serviço INSS/DSS Nº 564, de 9 de maio 1997. 3. Remessa necessária provida. (TRF2ª R. REOAC 99.02.175392 6ª T. Relª Desª Fed. Maria Helena Cisne DJU 16.02.2005)
PREVIDENCIÁRIO RECONHECIMENTO DE ATIVIDADE INSALUBRE GARI CONVERSÃO DE APOSENTADORIA POR TEMPO DE SERVIÇO COMUM PARA APOSENTADORIA ESPECIAL CABIMENTO A aposentadoria especial foi instituída através da Lei 3.807, de 26/08/1960, sendo destinada
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àqueles trabalhadores que laboravam em condições peculiares, submetidos a certo grau de risco e prejuízo à sua própria saúde ou integridade física, reclamando, assim, redução do tempo de serviço (quinze, vinte ou vinte e cinco anos de atividade) para a sua concessão. É certo que, anteriormente à edição do Decreto nº 2.172/97, de 05/03/97, a atividade de coleta e industrialização de lixo não estava consignada entre as previstas nas disposições legais como especial. No entanto, tal fato não infirma o direito almejado, eis que a lista das atividades tidas como nocivas à saúde não é taxativa, mas meramente exemplificativa, podendo se concluir pela existência de insalubridade, periculosidade ou penosidade no trabalho desenvolvido através de outros elementos probatórios carreados aos autos. O formulário DIRBEN 8030 e o laudo técnico atestam que o Autor esteve exposto a agentes agressivos prejudiciais à saúde ou à integridade física, no período em que trabalhou como Gari junto à COMLURB Companhia Municipal de Limpeza Urbana. O Autor faz jus à aposentadoria especial desde a data em que foi concedida equivocadamente a aposentadoria por tempo de contribuição em 28/08/95, pois comprovado pelo mesmo que desde aquela época já fazia jus ao benefício almejado, ante o exercício, de modo habitual e permanente, de atividade insalubre por mais de 25 (vinte e cinco) anos. Honorários advocatícios reduzidos para o percentual de 5% (cinco por cento) sobre o valor da condenação, a teor do art. 20, § 4º do CPC, até a data do efetivo adimplemento. (TRF2ª R. AC 1998.51.01.0157063 6ª T. Rel. Des. Sergio Schwaitzer DJU 13.01.2004)
PREVIDENCIÁRIO CONCESSÃO DE APOSENTADORIA ESPECIAL EXPOSIÇÃO À ELETRICIDADE E A RUÍDO 1 Considerando que o Autor foi funcionário da LIGHT S/A entre agosto de 1959 e abril de 1982, e que em 22 de maio de 1968 não havia completado o tempo de serviço necessário à jubilação especial, não assiste ao mesmo direito à concessão de aposentadoria especial com base na categoria funcional de eletricitário, na medida em que referida profissão não foi classificada como penosa, perigosa ou insalubre pelo Decreto nº 63.230/68. 2 No que tange às informações de exposição a agentes agressivos físicos, prestadas pela LIGHT S/A, dando conta da exposição do segurado a altos níveis sonoros, sinalese que o Decreto nº 83.080/79 exigia o tempo mínimo de trabalho, na referida atividade, de 25 anos, que também não foi atingido pelo Autor, razão pela qual, mesmo por este flanco, improcede o pleito. 3 Apelação desprovida. (TRF2ª R. IV APELACAO CIVEL 98.02.385204 6ª T. Rel. Des. Fed. Poul Erik Dyrlund DJU 01.04.2003)
PREVIDENCIÁRIO. APOSENTADORIA ESPECIAL. RECONHECIMENTO DOS PERÍODOS PARA FINS DE APOSENTADORIA ESPECIAL. TERMO INICIAL. CORREÇÃO MONETÁRIA. JUROS MORATÓRIOS. HONORÁRIOS ADVOCATÍCIOS. APELAÇÃO PARCIALMENTE PROVIDA. O direito à aposentadoria especial está assegurado desde a vigência da Lei nº 3.807/60. E o rol de atividades consideradas insalubres e perigosas, previsto no Decreto nº 53.831/64 não é taxativo, de modo que, se no exercício da atividade desenvolvida estiverem presentes os agentes nocivos tipificadores da insalubridade e penosidade, é devido o reconhecimento da atividade como sendo de natureza especial. Benefício concedido a partir de 20.06.1985, data do pedido ADMINISTRATIVO, acrescido de correção monetária na forma do Provimento nº 26 de 10 de setembro de 2001, da CorregedoriaGeral deste Tribunal. Os juros de mora incidirão na forma legal (Código Civil, artigos 1.062 e 1.536, § 2º) e são devidos a partir da citação (Código de Processo Civil, artigo 219). Os honorários advocatícios são devidos no percentual de 10% (dez por cento) sobre o total da condenação, nos termos do artigo 20, § 3º do Código de Processo Civil, sem a incidência das prestações vincendas, na forma da Súmula nº 111 do Colendo Superior Tribunal de Justiça. Sem condenação de custas e despesas processuais, posto que a parte autora litigou sob os auspícios da assistência judiciária gratuita. Apelação parcialmente provida. (TRF3ª R. AC 103869 1ª T Rel.Juiz Gilberto Jordan DJU. 12.03.2002)
PREVIDENCIÁRIO APOSENTADORIA ESPECIAL MÉDICO AUTÔNOMO CONVERSÃO DE TEMPO ESPECIAL EM COMUM AVERBAÇÃO DE TEMPO DE SERVIÇO 1 Muito embora o pedido de concessão de aposentadoria proporcional por tempo de serviço não tenha constado da inicial, sendo deduzido apenas em sede de apelação, o recurso deve ser conhecido, porquanto o pedido menor (de concessão de aposentadoria proporcional por tempo de serviço) se encontra inserido no pedido maior, de concessão de aposentadoria especial (que é o da inicial e restou indeferido). 2 A autarquia reconheceu, como atividade comum, o período compreendido entre 11.03.75 e 23.02.76, no qual o autor laborou como
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médico autônomo. 3 O período em que o autor foi bolsista no Hospital Souza Aguiar não pode ser computado como tempo de serviço, já que não comprovada a existência de vínculo empregatício ou o reconhecimento das contribuições previdenciárias. 4 Uma vez prestado o serviço sob a égide de legislação que o ampara, o segurado adquire o direito à contagem como tal, bem como à comprovação das condições de trabalho na forma então exigida. 5 Até o advento da MP nº 1.523/96 é possível o reconhecimento de tempo de serviço pela atividade ou grupo profissional do trabalhador, constante no Decreto nº 53.813/64, cujo exercício presumia a sujeição a condições agressivas à saúde ou perigosas. Após sua entrada em vigor, necessária a comprovação de efetiva exposição a agente nocivo à saúde. 6 Muito embora o laudo pericial judicial tenha apontado a exposição intermitente do autor a agentes biológicos e radiações ionizantes, mesmo que o trabalhador execute suas atividades em locais insalubres durante apenas parte de sua jornada de trabalho, tem direito ao cômputo de tempo de serviço especial, porque não há como mensurar o prejuízo causado pelos agentes insalutíferos à sua saúde. 7 Esta Turma vem entendendo pela possibilidade de conversão do tempo de serviço especial em comum mesmo após 28.05.98, de forma que não há porquê deixar de se converter período anterior a esta data e, portanto, anterior à vigência da Medida Provisória nº 1.66310/98 e Lei nº 9.711/98. 8 A decisão monocrática merece reparos apenas para que seja averbado como comum o tempo de 27 anos, 3 meses e 6 dias, mediante conversão pelo multiplicador 1,4 do tempo de serviço reconhecido pela autarquia, somado ao tempo de serviço comum posterior a 05.03.97 e até a data do requerimento administrativo. 9 Diante da sucumbência recíproca, autor e réu arcarão, respectivamente, com 1/3 e 2/3 dos honorários advocatícios, mantido o percentual fixado na sentença, de 10% sobre o valor atualizado da causa, quantias que se compensam em parte, na forma do art. 21 do Código de Processo Civil, devendo, ainda, a autarquia reembolsar 1/3 das custas processuais adiantadas pelo autor. (TRF4ª R. AC 2000.04.01.1309260 RS 5ª T. Rel. Juiz Fed. Fernando Quadros da Silva DJU 18.02.2004)
PREVIDENCIÁRIO APOSENTADORIA POR TEMPO DE SERVIÇO ATIVIDADE ESPECIAL MAGISTÉRIO TEMPO DE SERVIÇO COMUM MONITORA DO MOBRAL 1 De acordo com a orientação consolidada no Supremo Tribunal Federal, não se reconhece ao professor o direito à aposentadoria especial, com base na legislação comum, sem o implemento dos requisitos constantes do art. 202, III, da Constituição Federal, na sua redação original. 2 Os tempos de serviço concomitantes não se somam para fins de aposentadoria, refletindose apenas no valor do saláriodebenefício do segurado (art. 32 da Lei 8213/91). Não seria distinta a solução se se aplicassem ao caso as regras da contagem recíproca (art. 96, II, da Lei nº 8.213/91). 3 Evidenciados os elementos essenciais da relação de emprego, como pagamento de remuneração, subordinação e prestação de serviço não eventual, é de se reconhecer o tempo de serviço prestado pela segurada como monitora do MOBRAL. (TRF4ª R. AC 2000.70.01.0063100 PR 5ª T. Rel. Des Federal A. A. Ramos de Oliveira DJU 18.02.2004)
PREVIDENCIÁRIO ATIVIDADE ESPECIAL CONVERSÃO DA FUNÇÃO DE BOLEIRO DE VIDROS EM ATIVIDADE COMUM RUÍDO POSSIBILIDADE HONORÁRIOS 1 A lei vigente por ocasião do exercício da atividade é que deve ser observada para efeitos de conversão do tempo de serviço especial para comum, mesmo que ainda não exista o direito adquirido à aposentadoria. 2 A função de boleiro de vidros é análoga a do soprador de vidros, admitindo a classificação como especial por força do Decreto 83.080/79 , Anexo II, item 2.5.5. 3 Até 05 de março de 1997, data do Decreto 2172, é considerada especial a atividade cujo nível de ruído é superior a 80dB. 4 Quando sucumbente o INSS, são devidos honorários advocatícios de 10% (dez por cento) sobre o montante das parcelas vencidas até a data da sentença. 5 Apelação do INSS improvida. Remessa oficial improvida. (TRF4ª R. AC 2000.04.01.1397550 SC 5ª T. Rel. Juiz Fed. Luiz Carlos Cervi DJU 02.07.2003)
PREVIDENCIÁRIO CONVERSÃO DA ATIVIDADE ESPECIAL VIGIA MUDANÇA DA RAZÃO SOCIAL DA EMPREGADORA COMPROVAÇÃO 1 A lei vigente por ocasião do exercício da atividade é que deve ser observada para efeitos de conversão do tempo de serviço especial para comum, mesmo que ainda não exista o direito adquirido à aposentadoria. 2 É possível o enquadramento do vigia/vigilante como trabalhador sujeito à aposentadoria especial (EI 1999.04.01.0825200/SC). 3 A comprovada mudança da razão social da empregadora torna possível a emissão de formulários SB/40 com a nova denominação, sem prejuízo para o segurado. 4 Apelação do autor provida. (TRF4ª R. AC
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2000.04.01.1412008 RS 5ª T. Rel. Juiz Fed. Luiz Carlos Cervi DJU 02.07.2003)PREVIDENCIÁRIO EMBARGOS INFRINGENTES ATIVIDADE ESPECIAL PROFESSOR CONVERSÃO PARA COMUM IMPOSSIBILIDADE A Constituição Federal ao conferir o direito à aposentadoria especial após trinta anos, ao professor, e, após vinte e cinco anos, à professora, por efetivo exercício de função do magistério, exige que o requisito temporal seja cumprido exclusivamente na função de professor, impossibilitando, caso não cumprido pelo segurado o período integral de 30/25 anos, seja considerada a especialidade e, em decorrência, veda a conversão da atividade de professor, quando exercidada em tempo inferior ao previsto. (TRF4ª R. EIAC 1999.04.01.0158086 RS 3ª S. Rel. Des. Fed. Tadaaqui Hirose DJU 02.07.2003)
PREVIDENCIÁRIO APOSENTADORIA ESPECIAL FRAUDE E MÁFÉ INEXISTÊNCIA NOVA VALORAÇÃO DA PROVA RECONHECIMENTO TEMPO ESPECIAL AGENTE FÍSICO CALOR HABITUALIDADE E PERMANÊNCIA INTERMITÊNCIA INDENIZAÇÃO POR DANO MORAL 1 Se o conjunto probatório não demonstra a causa motivadora do cancelamento do benefício (ausência de comprovação do labor rural), é indevida a suspensão de aposentadoria por tempo de serviço operada pela Autarquia. 2 O cancelamento de benefício previdenciário fundado tãosomente em nova valoração da prova e/ou mudança de critério interpretativo da norma, salvo comprovada fraude e máfé, atenta contra o princípio da segurança das relações jurídicas e contra a coisa julgada administrativa. 3 O agente nocivo calor detém o caráter de insalubre, pois achase elencado no código 1.1.1 do Decreto nº 83.080/79 e no código 1.1.1 do Decreto nº 53.831/64, com previsão de aposentadoria aos 25 anos de serviço. 4 Se o laudo pericial atesta a habitualidade e a permanência da atividade insalubre muito embora sem o tempo exato de exposição, mas exercida diuturnamente é de ser reconhecida a especialidade do labor do segurado. 5 Se o segurado não comprova a perda moral ou a ofensa decorrente do indeferimento administrativo, não lhe é devida a indenização a esse título. Precedentes desta corte. (TRF4ª R. AC 2003.04.01.0163762 PR 5ª T. Rel. Des. Federal Paulo Afonso Brum Vaz DJU 25.06.2003)
PREVIDENCIÁRIO MANDADO DE SEGURANÇA PROVA PRÉCONSTITUÍDA VIA COMPATÍVEL APOSENTADORIA POR TEMPO DE SERVIÇO ATIVIDADE ESPECIAL TELEFONISTA ALÍQUOTAS DIFERENCIADAS PARA HOMENS E MULHERES INSALUBRIDADE RECONHECIDA LEGISLAÇÃO APLICÁVEL 1 Não havendo necessidade de dilação probatória, porquanto existente prova préconstituída, afigurase a via compatível do mandado de segurança. 2 Nos casos de aposentadoria especial, o enquadramento das atividades por agentes nocivos deve ser feito conforme a legislação vigente à época da prestação laboral, e sua prova depende da regra incidente em cada período. 3 Comprovando o formulário emitido pela Empresa, o desenvolvimento da atividade sob os efeitos de agente insalubre, em conformidade com o disposto nos Decretos 53.831/64 e 83.080/79, é possível o reconhecimento da especialidade do trabalho prestado. 4 O reconhecimento da penosidade apenas pelo enquadramento em atividade especial somente é possível até 13.10.96, pois a partir de 14.10.96 seria exigível que houvesse laudo que trouxesse específica prova da penosidade ou insalubridade. 5 Inexiste ofensa ao princípio da isonomia com a diferenciação das alíquotas de acréscimo ao tempo de serviço especial para homens e mulheres, uma vez que a igualdade deve ser observada em relação às situações iguais. 6 Presentes os requisitos de tempo de serviço e carência, é devida a aposentadoria por tempo de serviço.(TRF4ª R. AMS 2000.72.00.0091954 SC 6ª T. Rel. Des. Federal Néfi Cordeiro DJU 18.06.2003)
PREVIDENCIÁRIO APOSENTADORIA POR TEMPO DE SERVIÇO COMPROVAÇÃO DO EXERCÍCIO DE ATIVIDADES ESPECIAIS AGENTE FÍSICO ELETRICIDADE AUSÊNCIA DE LAUDO PERICIAL APÓS A MP 1.523/96 LAUDO TÉCNICO HABITUALIDADE E PERMANÊNCIA INTERMITÊNCIA CONVERSÃO PERCENTUAL MÍNIMO REVOGAÇÃO DO § 5º DO ART. 57 DA LEI 8.213/91 1. O enquadramento da atividade considerada especial fazse de acordo com a legislação contemporânea à prestação do serviço. A Lei nº 9.032/95, que alterou o seu regime jurídico, não opera efeitos retroativos. 2. É suficiente a apresentação dos formulários SB40, hoje DSS 8030, para a comprovação das atividades profissionais previstas nos Decretos nº 83.080/79 e nº 53.831/64, quanto ao período de exercício anterior à vigência da MP 1.523/96. 3. O agente físico eletricidade configura
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a atividade especial (perigosa), conforme código 1.1.8 do Decreto 53.831/64. 4. Se o formulário e o laudo pericial atestam a habitualidade e a permanência da atividade insalubre muito embora sem o tempo exato de exposição, mas exercida diuturnamente é de ser reconhecida a especialidade do labor do segurado. 5. Possível a conversão de tempo de serviço especial em comum, nos termos da redação original do art. 57, § 5º, da Lei nº 8.213/91. 6. É possível, mesmo depois de 28/05/98, a conversão de tempo de serviço especial em comum, nos termos da redação original do art. 57, § 5º, da Lei nº 8.213/91, em pleno vigor, nada obstante a redação do art. 28 da Lei nº 9.711/98, que não o revogou, nem tácita, nem expressamente. Na colidência entre preceptivos legais, haverseá de prestigiar aquele cuja redação seja a mais clara e consentânea com o sistema jurídico em que inserido. 7. O INSS, ao vedar a conversão de tempo de serviço especial, segundo o disposto na Ordem de Serviço nº 600, exorbitou do poder regulamentar, dispondo de forma a alargar indevidamente conteúdo da lei regulamentada (Lei nº 9.032/95). 8. A desvalia do art. 28 da lei nº 9.711/98, como norma impeditiva da conversão de tempo de serviço especial, prejudica também a exigência de percentual mínimo para dita conversão. (TRF4ª R. AC 1999.71.10.0061515 RS 5ª T. Rel. Des. Federal Paulo Afonso Brum Vaz DJ 02.04.2003)
PROCESSO CIVIL E PREVIDENCIÁRIO AGRAVO RETIDO AUSÊNCIA DE RATIFICAÇÃO APOSENTADORIA POR TEMPO DE SERVIÇO ATIVIDADE ESPECIAL AGENTES QUÍMICOS E RUÍDO INSALUBRIDADE RECONHECIDA ELETRICIDADE LEGISLAÇÃO APLICÁVEL HONORÁRIOS ADVOCATÍCIOS 1 Agravo retido não conhecido, por ausência de ratificação e pedido expresso de apreciação pelo Tribunal. 2 Nos casos de aposentadoria especial, o enquadramento das atividades por agentes nocivos deve ser feito conforme a legislação vigente à época da prestação laboral, e sua prova depende da regra incidente em cada período. 3 Comprovando o formulário emitido pela empresa, o desenvolvimento da atividade sob os efeitos de agente insalubre, em conformidade com o disposto nos Decretos 53.831/64 e 83.080/79, é possível o reconhecimento da especialidade do trabalho prestado. 4 O fato de a exposição não se dar durante toda a jornada de trabalho não retira a especialidade do labor, eis que comprovado que sua exposição ao agente nocivo periculosidade era diuturna, restando caracterizada a exposição de modo constante, habitual e permanente. 5 Presentes os requisitos de tempo de serviço e carência, é devida a aposentadoria por tempo de serviço. 6 Os honorários advocatícios são devidos em 10% sobre as parcelas vencidas até a decisão judicial concessória do benefício pleiteado nesta ação previdenciária, excluídas as vincendas. (TRF4ª R. AC 2000.71.00.0298479 RS 6ª T. Rel. Des. Fed. Néfi Cordeiro DJU 26.02.2003)
AGRAVO DE INSTRUMENTO PREVIDENCIÁRIO RECONHECIMENTO DE TEMPO DE SERVIÇO ESPECIAL ILUMINAMENTO IMPOSSIBILIDADE 1 A insalubridade para fins trabalhistas, mesmo reconhecida na Justiça do Trabalho, não equivale a insalubridade para fins previdenciários. O iluminamento, que eventualmente leva ao reconhecimento do direito à percepção de adicional de insalubridade, não pode ser utilizado para fins previdenciários, eis que não previsto como agente nocivo nos regulamentos pertinentes. 2 Por esse motivo não se defere pedido de produção de prova pericial, pois não há possibilidade de enquadramento do iluminamento como agente nocivo, nem mesmo por analogia, restando evidente a inexistência de interesse da agravante na produção da prova. 3 Agravo de instrumento desprovido. (TRF4ª R. AI 2001.04.01.0742200 RS 5ª T. Rel. Des. Fed. A A Ramos de Oliveira DJU 05.06.2002)
PREVIDENCIÁRIO EMBARGOS INFRINGENTES APOSENTADORIA POR TEMPO DE SERVIÇO COMPROVAÇÃO DO EXERCÍCIO DE ATIVIDADES ESPECIAIS RUÍDO INSTRUÇÃO NORMATIVA 57/2001 CONVERSÃO 1 O exercício de atividade enquadrada como especial pela legislação da época gera direito adquirido do segurado à contagem como tal, bem assim quanto à forma de comprovação respectiva. 2 Nos termos do art. 173 da Instrução Normativa 57/2001 INSS, considerase especial a atividade onde o segurado esteja exposto a ruído superior a 80 db, até a edição do Decreto 2.172/97 ( 05.03.1997), e a partir de então, elevase o limite de exposição para 90 db, mediante a apresentação de laudo. Interpretação de normas internas da própria Autarquia. 3 Possível a conversão de tempo de serviço especial em comum, nos termos da redação original do art. 57, § 5º, da Lei nº 8.213/91, até 28.05.98, com o advento da Lei nº 9.711/98. (TRF4ª R. EIAC 2000.04.01.1348343 RS 3ª S. Rel. Des.
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Fed. Paulo Afonso Brum Vaz DJU 05.02.2003)
PREVIDENCIÁRIO EMBARGOS INFRINGENTES ATIVIDADE ESPECIAL VIGILANTE COMPROVAÇÃO DA ATIVIDADE 1 Até o advento da MP 1.523, em 13/10/96, é possível o reconhecimento de tempo de serviço pela atividade ou grupo profissional do trabalhador, constante do Decreto 53.831/64, cujo exercício presumia a sujeição a condições agressivas à saúde ou perigosas. 2 A categoria profissional de vigilante se enquadra no Código nº 2.5.7 do Decreto nº 53.831/64, por equiparação à função de guarda. 3 A atividade especial, enquadrada por grupo profissional, dispensa a necessidade de comprovação da exposição habitual e permanente ao agente nocivo, porquanto a condição extraordinária decorre da presunção legal, e não da sujeição do segurado ao agente agressivo. (TRF4ª R. EIAC 1998.04.01.0661016 SC 3ª S. Rel. Des. Fed. Paulo Afonso Brum Vaz DJU 05.02.2003)
PREVIDENCIÁRIO. APOSENTADORIA POR TEMPO DE SERVIÇO. ATIVIDADE ESPECIAL. PESCADOR. LEGISLAÇÃO APLICÁVEL. RECONHECIMENTO PARCIAL. AVERBAÇÃO 1. É adquirido o direito à aposentadoria pela lei vigente quando preenchidos os requisitos legais pertinentes, mesmo requerida a aposentadoria voluntária sob império da lei nova Súmula 359/STF, revista no ERE 72.509/STF. 2. A atividade de pescador, segurado obrigatória da Previdência Social, é na Lei nº 8.213/91 enquadrada como empregado, contribuinte individual ou segurado especial (pescador artesanal) todas essas categorias passíveis de realizarem labor especial. 3. Comprovam as certidões do Ministério da Marinha a condição de pescador, primeiro como pescador artesanal, após como contribuinte individual antigo autônomo eventual , em razão do maior porte dos navios, e em dois períodos a condição de empregado, porque contratado sob subordinação e salários de um empregador (empresa de pesca). 4. O enquadramento legal da atividade especial (no Dec. 53.831/64 e Dec. 83.080/89) deixou de ser possível com o advento da Lei nº 9.032/95 que passa a exigir prova em concreto da sujeição ao agente nocivo. 5. Apresentado formulário onde são descritos os agentes insalubres frio e umidade, resta reconhecida a situação de risco, apta à comprovação da atividade especial. 6. Não pode ser computado como especial o período posterior a 14.10.96, pela exigência então surgida de laudo técnico contemporâneo (MP 1.523/96). 7. A atividade de pesca e seus agentes insalutíferos deixam de constar do Dec. 2.172/97, partir de 05 de março de 1997. 8. A contagem proporcionalmente aumentada do segurado marítimo embarcado (Dec. 611/92 e Dec. 2.172/97, art. 57, parágrafo único) não é cumulável com a conversão de atividade especial do segurado obrigatório da previdência social. 9. Ausente o requisito tempo de serviço, é negada a aposentadoria, determinandose a averbação do controvertido período de labor especial. (TRF4ª R. AC 1999.71.01.0014895 RS 6ª T. rel. Des. Federal Néfi Cordeiro DJ 18.12.2002)
PREVIDENCIÁRIO. APOSENTADORIA POR TEMPO DE SERVIÇO. ATIVIDADE ESPECIAL. VIGIA. HIDROCARBONETOS. PERICULOSIDADE E INSALUBRIDADE RECONHECIDAS. LEGISLAÇÃO APLICÁVEL. 1. Nos casos de aposentadoria especial, o enquadramento das atividades por agentes nocivos deve ser feito conforme a legislação vigente à época da prestação laboral, e sua prova depende da regra incidente em cada período. 2. Comprovando o formulário emitido pela Empresa, o desenvolvimento da atividade sob os efeitos de agente insalubre, em conformidade com o disposto nos Decretos 53.831/64 e 83.080/79, é possível o reconhecimento da especialidade do trabalho prestado. 3. A função de guarda prevista no código 2.5.7 do Anexo do Decreto nº 53.831/64 corresponde à de agente de proteção do patrimônio ou da vida (vigilante ou "guardacostas"), pois não seria razoável a restrição dessa função à atividade policial, inclusive porque em regra desempenhada por servidor público, não sujeito às normas previdenciárias ou trabalhistas quanto à periculosidade. 4. Reconhecida a especialidade da atividade exercida sob condições insalubres, é devida a sua conversão para tempo comum, para fins de futura concessão de benefício previdenciário. (TRF4ª R. AC 1999.71.02.0043090 RS 6ª T. Rel. Des. Federal Néfi Cordeiro DJ 18.12.2002)
TRIBUTÁRIO REPETIÇÃO DE INDÉBITO JUÍZES CLASSISTAS EXTINÇÃO DA APOSENTADORIA ESPECIAL PREVISTA NA LEI 6.903/81 PELAS DISPOSIÇÕES DA LEI 9.528/97 1 A Lei 6.903/81 previa aposentadoria especial aos juízes classistas da justiça do trabalho, aplicandoselhes o mesmo regime previdenciário dos servidores civis da União. 2 Esta extensão foi afastada pela Lei
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9.528/97, que dispõe que os exercentes de tais cargos continuariam abrangidos pelo regime jurídico a que pertenciam antes do exercício da judicatura. 3 Se os Autores estavam vinculados, antes de ocupar o cargo, ao RGPS, restaurada a vinculação, não é cabível a repetição das contribuições pagas a maior, mas tão somente a contagem recíproca entre os diferentes regimes previdenciários. (TRF4ª R. AC 2001.70.00.0005089 PR 2ª T. Rel. Des. Fed. Dirceu De Almeida Soares DJU 31.07.2002)
PREVIDENCIÁRIO CONCESSÃO DE APOSENTADORIA POR TEMPO DE SERVIÇO REQUISITOS ATIVIDADE ESPECIAL TÓXICOS ORGÂNICOS TIPÓGRAFO EMPREGADO APRENDIZ 1 A parte autora faz jus à concessão de aposentadoria por tempo de serviço quando preenchidos os requisitos dos artigos 52 e seguintes da Lei Previdenciária. 2 O enquadramento como atividade especial é possível quando comprovado o exercício de atividade profissional sujeita a condições que prejudiquem a saúde ou a integridade física da parte autora. 3 A característica especial da atividade de tipógrafo, notoriamente prejudicial à saúde, independe de qualquer mensuração, através de laudo pericial, quando o segurado permanece no exercício da mesma atividade após a vigência da MP 1.523/96. 4 O tempo de serviço do empregadoaprendiz sujeito a condições nocivas à saúde deve ser computado como especial, mesmo que em oposição ao inc. XXXIII do art. 7º da CF/88 e inc. I do art. 405 da CLT, porquanto tais normas somente visam a proteger o menor, e não prejudicálo. (TRF4ª R. AC 2000.70.00.0098749 PR 6ª T. Rel. Des. Fed. Tadaaqui Hirose DJU 31.07.2002)
MANDADO DE SEGURANÇA PREVIDENCIÁRIO MUDANÇA DE REGIME CELETISTA ESTATUTÁRIO TEMPO DE SERVIÇO ESPECIAL PROCESSUAL CIVIL MULTA O tempo trabalhado em atividade especial é definitivamente incorporado ao patrimônio do trabalhador com a finalidade de diminuir o impacto da agressão física ou psicológica que o empregado sofre por meio da conseqüente conversão do tempo de serviço, não havendo óbice à expedição da certidão de tempo de serviço ao segurado, mesmo diante da mudança de regime, de celetista para estatutário. É cabível a cominação de multa diária por descumprimento de comando sentencial mandamental, ainda que não haja expressa previsão na Lei do Mandado de Segurança, por aplicação subsidiária do art. 461 do CPC. A multa por eventual descumprimento da ordem contida na sentença deve ser fixada em R$ 25,00 ao dia. (TRF4ª R. AMS 2000.71.12.0046524 RS 5ª T. Rel. p/Ac. Des. Fed. Paulo Afonso Brum Vaz DJU 31.07.2002)
PREVIDENCIÁRIO APOSENTADORIA ESPECIAL PROFESSOR IMPOSSIBILITADA CONVERSÃO 1 Não se confunde a aposentadoria especial do professor, cujos requisitos encontramse previstos no art. 201, § 8º, da CF/88, com a aposentadoria decorrente do trabalho em atividades especiais, regulada pela Lei 8.213/91, arts. 57 e 58. 2 Somente terá direito à aposentadoria constitucional em menor prazo o professor que cumpra integral período em exclusiva atividade de magistério, não sendo possível a conversão dessa atividade para somatória com outras diversas. (TRF4ª R. AC 2001.04.01.0075074 SC 6ª T. Rel. Juiz Néfi Cordeiro DJU 27.03.2002)
MANDADO DE SEGURANÇA APOSENTADORIA POR TEMPO DE SERVIÇO ATIVIDADE ESPECIAL O tempo de serviço prestado em condições especiais, consoante a legislação da época, configura direito adquirido, fazendo jus o segurado à conversão do tempo de serviço considerado como em condições especiais, ainda que atualmente seja outro o regime jurídico aplicável. A partir da Lei nº 9.032/95 passou a ser necessária a demonstração efetiva de exposição aos agentes nocivos através da apresentação de laudo pericial para o período posterior à referida Lei. Apelação e remessa oficial conhecidas e improvidas. (TRF4ª R. AMS 2000.72.00.0081780 SC 6ª T. Rel. Juiz Carlos Eduardo Thompson Flores Lenz DJU 19.09.2001)
APOSENTADORIA POR TEMPO DE SERVIÇO ENQUADRAMENTO ATIVIDADE PERIGOSA VIGIA CONVERSÃO LEI Nº 9.032/95 1 A atividade de vigia prestada até o Decreto nº 2.172/97 pode ser enquadrada como especial, de acordo com o Decreto nº 53.080/64. Se posterior, descabe seu enquadramento. 2 A conversão de atividade especial para comum é viável mesmo na ausência de direito adquirido ao benefício em 28041995. 3 Apelação provida em parte. (TRF4ª R. AC 2000.70.09.0011596 PR 6ª T. Relª Juíza Eliana Paggiarin Marinho DJU 05.09.2001)
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APOSENTADORIA POR TEMPO DE SERVIÇO ENQUADRAMENTO DE ATIVIDADE URBANA COMO ESPECIAL AUXILIAR DE ESCRITA ILUMINAÇÃO 1 A insalubridade atestada em laudo pericial elaborado em reclamatória trabalhista, decorrente de falta de iluminação adequada na agência bancária onde trabalhava o Autor, não é suficiente à caracterização da especialidade do tempo de serviço. Não se pode confundir ausência de condições ideais de trabalho com exercício de atividade especial. 2 Apelação do INSS e remessa oficial providas. (TRF4ª R. AC 2001.04.01.0017335 RS 6ª T. Relª Juíza Eliana Paggiarin Marinho DJU 05.09.2001)EQUIPAMENTO DE PROTEÇÃO INDIVIDUAL Menção ao fornecimento do mesmo no laudo pericial. Inexistência da prova de sua utilização, muito menos de que esta neutralizou efetivamente os efeitos nocivos do agente físico. Aposentadoria devida. Provimento da apelação. (TRF4ª R. AMS 2000.71.08.0040784 RS 6ª T. Rel. Juiz Carlos Eduardo Thompson Flores Lenz DJU 05.09.2001)ATIVIDADE ESPECIAL EXIGÊNCIA DE LAUDO Descabe a realização de perícia e a tomada de depoimento pessoal da autora para o fim de comprovar o exercício de atividade especial desenvolvida em período em que a legislação então vigente não fazia exigência de apresentação de laudo, bastando a comprovação do exercício pelo preenchimento do formulário respectivo. (TRF4ª R. AI 2000.04.01.1270044 RS TE Relª Juíza Virgínia Scheibe Unânime DJU 07.02.2001)
CONVERSÃO DO TEMPO DE SERVIÇO ENÓLOGO ATIVIDADE NÃO PREVISTA EM REGULAMENTO COMO INSALUBRE l A conversão de tempo de serviço é devida ao segurado pelo exercício de atividade perigosa, insalubre ou penosa, mesmo não inscrita em regulamento. Neste caso, imprescindível a comprovação das condições especiais do exercício da atividade através da competente perícia e que a atividade desempenhada pelo segurado seja, ao menos, enquadrada analogicamente na lista das atividades insalubres, penosas ou perigosas, e que o risco à saúde decorra da própria natureza da atividade ou do agente causador e não unicamente das condições em que é executado trabalho. 2 Em que pese ter sido exercida em local periculoso e em contato com agentes químicos, a atividade de enólogo não acarreta contagem de tempo de serviço especial, uma vez que não encontra correlata no Decreto nº 83.080/79. (TRF4ª R. AC 1999.04.01.0786401 RS 5ª T. Rel. Juiz Altair Antônio Gregório Unânime DJU 07.02.2001)
PREVIDENCIÁRIO. COMPROVAÇÃO DA CONDIÇÃO DE TRABALHADOR RURAL, PARA O FIM DE APOSENTADORIA ESPECIAL POR IDADE. INÍCIO DE PROVA MATERIAL COMPLEMENTADA POR PROVA TESTEMUNHAL. COMPROVAÇÃO DO PERÍODO DE CARÊNCIA E DO EXERCÍCIO DE ATIVIDADE RURAL. ADMISSIBILIDADE. 1.O Trabalhador Rural tem direito à aposentadoria especial, aos 60 anos, se homem, e aos 55 anos, se mulher (art. 201, parág. 7o. da Carta Magna), comprovados o exercício de labor no campo e o período de carência (art. 143 da Lei 8.213/98). 2.É meramente exemplificativo o rol de documentos constante do art. 106, parág. único da Lei 8.213/98, daí se poder aceitar qualquer outro indício de prova material, revelador da realidade e típicos da cultura rural, a ser complementado com a prova testemunhal; neste caso, a Certidão de Casamento na qual consta a condição de agricultor da demandante e do seu cônjuge, a Declaração de exercício de atividade rural emitida pelo Sindicato dos Trabalhadores Rurais de Nazarezinho PB, atestando que a apelante trabalhou como agricultora no período de 15.03.83 a 26.03.88 e de 01.02.97 a 10.03.03, a Ficha de associado do Sindicato dos trabalhadores Rurais de NazarezinhoPB, a Ficha da Associação das Famílias Rurais do Sítio Cedro de Cima, onde consta a condição de agricultora da apelante, a Ficha da Secretaria Municipal de Saúde, em que consta a profissão da apelante como agricultora, as Fichas de Matrícula dos filhos da apelante constando a profissão da mesma como agricultora, o Cadastro de Participação em Programa Governamental de Combate à Seca, a Declaração do ITR (Imposto Territorial Rural) dos anos de 1997/2002, em nome do cônjuge da apelante e testemunhos prestados em juízo demonstram satisfatoriamente a qualidade de Trabalhadora Rural da apelante. 3.Exigirse prova material ou escrita de relações historicamente informais é o mesmo que fadar os pleitos dos Trabalhadores Rurais ao insucesso processual ou lhes vedar acessibilidade à jurisdição protectiva, máxime quando lhes é reconhecido o direito ao benefício da inativação, independentemente de contribuição ao sistema previdenciário, indicando que se trata de técnica de amparo à pessoa do hipossuficiente e de distribuição da renda social pela via da
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assistência estatal. 4.Apelação do particular provida. (TRF5ª R. AC 367329/PB 2004.82.02.0006965 2ª T. Rel. Des. Fed. Napoleão Nunes Maia Filho DJU 16.01.2006)
APELAÇÃO. MANDADO DE SEGURANÇA. EXISTÊNCIA DE DIREITO LÍQUIDO E CERTO. TEMPO ESPECIAL. DIREITO À CONVERSÃO, A DESPEITO DO USO DE EQUIPAMENTOS DE PROTEÇÃO INDIVIDUAL. PROVIMENTO. I Encontrandose os fatos narrados fora de questionamento pela Administração, há de ser apreciado o mérito do mandado de segurança, ainda que, sob o prisma jurídico, a questão apresente complexidade. Súmula 625 STF. II Impossibilidade, à míngua do não conhecimento da data da publicação da decisão recorrida, ainda que no âmbito interno da Administração, de reconhecimento da intempestividade do recurso interposto perante o Conselho de Recursos da Previdência Social. III Não desnatura a condição especial da atividade exercida pelo segurado o fato deste haver utilizado equipamentos de proteção individual, estando assegurado, portanto, o direito à conversão em comum do referido tempo de serviço. IV Apelação provida. Concessão da segurança, nos termos do voto do relator. (TRF5ª R. AMS 87235 PROC 200181000044222CE 2ª T. Rel. Des. Fed. Edílson Nobre DJU 04.08.2004, p.449)
PREVIDENCIÁRIO. ATIVIDADE ESPECIAL. DECRETO Nº 53.831/64. PROVA INEQUÍVOCA. AVERBAÇÃO DO TEMPO ESPECIAL. APOSENTADORIA. CONCESSÃO. 1. A atividade desempenhada pelo apelado superintendente em armazém de combustível não está dentre aquelas sujeitas, por expressa determinação legal, à aposentadoria especial. Contudo, do conjunto probatório acostado aos autos laudo técnico e formulário do INSS com informações das atividades exercidas, observase que o trabalho, no período de 11/05/1971 a 31/07/1993, estava sujeito às condições especiais, devendo tais provas ser admitidas como válidas e suficientes para fins de atestar o trabalho prestado em condições consideradas perigosa e insalubre pelo Anexo II, do Decreto 83.080/79, código 1.2.10. 2. O tempo de serviço é regido sempre pela Lei da época em que foi prestado. Destarte, em respeito ao direito adquirido, se o trabalhador laborou em condições adversas e a Lei da época permitia a contagem de forma mais vantajosa, o tempo de serviço assim deve ser contado. 3. A Lei nº 9.711, de 20.11.1998, bem como o Regulamento Geral da Previdência Social (Decreto nº 3.048, de 06.05.1999), resguardam o direito adquirido do segurado de averbar o tempo de serviço prestado em condição nociva à saúde, observada para fins de enquadramento, a legislação vigente à época da prestação do serviço. 4. Apelação e remessa oficial improvidas. (TRF5ª R. AMS 81429 PROC 200081000073837CE 1ª T. Rel. Des. Fed. Francisco Wildo DJU 05.07.2004, p.886)
PREVIDENCIÁRIO. ATIVIDADE ESPECIAL. CONVERSÃO DO TEMPO ESPECIAL EM COMUM. AVERBAÇÃO PARA CONCESSÃO DE APOSENTADORIA. POSSIBILIDADE. 1. A atividade desempenhada pelo apelante engenheiro químico está dentre aquelas sujeitas, por expressa determinação legal, à aposentadoria especial. do conjunto probatório acostado aos autos cópia de sua CTPS, com informações das atividades exercidas, observase que o trabalho exercido estava sujeito às condições especiais, devendo ser admitidas como válidas e suficientes para fins de atestar o trabalho em condições consideradas perigosa e insalubre pelo Anexo do Decreto nº 53.831/64, sob o código 2.1.2., c/c o 83.080/79, anexo II, código 2.1.1.. 2. A Lei nº 9.711, de 20.11.1998, bem como o Regulamento Geral da Previdência Social (Decreto nº 3.048, de 06.05.1999), resguardam o direito adquirido de os segurados terem convertido o tempo de serviço especial em comum, observada, para fins de enquadramento, a legislação vigente à época da prestação do serviço. 3. Apelação provida. (TRF5ª R. AC 298159 PROC 200085000040002SE 1ª T. Rel. Des. Fed. Francisco Wildo DJU 05.07.2004, p.918)
PREVIDENCIÁRIO. PROCESSUAL CIVIL. APOSENTADORIA POR TEMPO DE SERVIÇO. CONVERSÃO DO TEMPO ESPECIAL EM TEMPO COMUM. ENGENHEIRO CIVIL DA COMPANHIA DE ÁGUAS E ESGOTOS DO RIO GRANDE DO NORTE. COMPROVAÇÃO. Comprovado o exercício de atividade considerada nociva à saúde por prova documental e, ainda, preenchidos os requisitos necessários à aposentadoria por tempo de serviço, o segurado tem direito à conversão do tempo de atividade especial em tempo de atividade comum para fins de aposentadoria. Os engenheiros civis que foram reincorporados, por legislação especial, ao elenco dos profissionais exercentes
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de atividades insalubres, jamais poderiam ser atingidos pelas alterações advindas com uma lei geral, como a Lei nº 9.032/95, em obediência ao princípio de que lei especial anterior prevalece sobre lei geral posterior. À presunção de insalubridade da atividade por eles exercida mantevese até o ano de 1996, quando então passou a vigorar a Medida Provisória nº 1.523/96, referendada pela lei especial de nº 9.528/97, que expressamente revogou a Lei nº 5.527/68, de igual natureza. "Para o reconhecimento de tempo de serviço especial prestado até o advento da Lei nº 9.032, de 28.04.95, não é necessário laudo técnico pericial. Sendo este então exigido, apenas, para atividade com exposição a ruído. "Precedentes do TRF1ª Região. Apelação e remessa oficial improvidas. (TRF5ª R. AC 284779 PROC 200184000099709RN 2ª T. Rel. Des. Fed. Paulo Machado Cordeiro DJU 27.07.2004, p.269)
PREVIDENCIÁRIO E PROCESSUAL CIVIL. MANDADO DE SEGURANÇA. ADEQUAÇÃO DA VIA ELEITA. RECONHECIMENTO DE TEMPO DE SERVIÇO ESPECIAL, PARA FINS DE APOSENTADORIA PROPORCIONAL. EXPOSIÇÃO A AGENTES INSALUBRES E PERIGOSOS. LEIS 3087/60 E 8213/91. DECRETOS 53.831/64, 83.080/79 E 2.172/97. POSSIBILIDADE. Insurgindose a parte impetrante contra o ato da autoridade impetrada que lhe negara a conversão em tempo comum do serviço prestado em condições especiais e trazendo aos autos provas robustas que comprovam a liquidez do seu direito, rejeitase a preliminar de impropriedade da via eleita. Como o benefício previdenciário é regido pela lei vigente ao tempo da aquisição do direito, e tratando a causa de tempo de serviço especial, devese levar em consideração a lei vigente ao tempo em que foram exercidas a atividades tidas como prejudiciais à saúde. O tempo de serviço especial é aquele decorrente de serviços prestados sob condições prejudiciais à saúde ou em atividades com riscos superiores aos normais para o segurado e, cumprido os requisitos legais, dá direito à aposentadoria especial. As atividades consideradas prejudiciais à saúde foram definidas pela legislação previdenciária, especificamente, pelos Decretos 53.831/64, 83.080/79 e 2172/97. Exercendo os segurados atividades sujeitas a condições prejudiciais à saúde sem que tenha complementado o prazo mínimo para aposentadoria especial, é permitida a conversão de tempo de serviço prestado sob condições especiais em comum, para fins de concessão de aposentadoria. (RESP 411946 / RS, Relator Min. JORGE SCARTEZZINI, DJ 07/04/2003; AMS71800PB, REL. Des. Fed. Petrúcio Ferreira, MAS 70771 RN, REL. Des. Fed. Lázaro Guimarães, AMS66251AL, REL. Des. Fed. Francisco Cavalcanti, 2000.38.00.0363921 /MG, Relator DES. FEDERAL ANTONIO SAVIO DE OLIVEIRA CHAVES, PRIMEIRA TURMA, DJ 05 /05 /2003). Quanto à atividade de professor, a cópia da CTS é documento hábil à comprovação do respectivo exercício, tendo os demandantes professores direito à contagem de tempo de serviço como especial, nos moldes da legislação então vigente (Decreto nº 53.831/64). Precedente Des. Fed. Francisco Cavalcanti, AC 26321 SE4ª Turma. Para a comprovação da exposição ao agente insalubre, tratandose de período anterior à vigência da Lei nº 9.032/95, de 28.04.95, que deu nova redação ao art. 57 da Lei 8213/91, basta que a atividade seja enquadrada nas relações dos Decretos 53.831/64 ou 83.080/79, não sendo necessário laudo pericial, exceto para a atividade com exposição a ruído. Tratandose de tempo de serviço posterior à data acima citada, 28.04.95, dependerá de prova da exposição permanente, não ocasional e nem intermitente não se exigindo integralidade da jornada de trabalho , aos agentes nocivos, visto tratarse de lei nova que estabeleceu restrições ao cômputo do temo de serviço, devendo ser aplicada tãosomente ao tempo de serviço prestado durante sua vigência, não sendo possível sua aplicação retroativa(AC 1999.01.00.1187039 /MG, Relator Convocado JUIZ EDUARDO JOSÉ CORRÊA, PRIMEIRA TURMA, DJ 09 /12 /2002; AMS 2000.01.00.0724850/MG, Relator DES. FEDERAL ANTONIO SAVIO DE OLIVEIRA CHAVES, PRIMEIRA TURMA, DJ 11 /03 /2002). Como documentos hábeis à comprovação do tempo de serviço sob condições insalubre são admitidos os formulários DSS 8030 e laudo técnico, devendo ser ressaltado, conforme jurisprudência da Corte, que a exigência de laudo pericial somente pode se dar a partir de 10.12.97, data da publicação da Lei 9.528/97.No que diz respeito à utilização de equipamento de proteção individual (EPI), ele tem a finalidade de resguardar a saúde do trabalhador, para que não sofra lesões, não podendo descaracterizar a situação de insalubridade. (AMS 2001.38.00.0176693 /MG, Relator DESEMBARGADOR FEDERAL TOURINHO NETO, SEGUNDA TURMA, DJ 24/10/2002) Apelação e remessa às quais se nega provimento. (TRF5ª R. AMS 87247 PROC 200382010016003PB 2ª T. Rel. Des. Fed. Paulo Machado Cordeiro DJU 16.07.2004, p.251)
PREVIDENCIÁRIO. PROCESSUAL CIVIL. APOSENTADORIA POR TEMPO DE SERVIÇO.
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CONVERSÃO DO TEMPO ESPECIAL EM TEMPO COMUM. MOTORISTA DE CAMINHÃO. COMPROVAÇÃO. JUROS. HONORÁRIOS. Comprovado o exercício de atividade considerada nociva à saúde por prova documental e, ainda, preenchidos os requisitos necessários à aposentadoria por tempo de serviço, o segurado tem direito à conversão do tempo de atividade especial em tempo de atividade comum para fins de aposentadoria. A atividade de motorista de caminhão era considerada especial, conforme códigos 2.4.4, anexo III, do Decreto 53.831/64 e 2.4.2, anexo II, do Decreto 83.080/79. "Para o reconhecimento de tempo de serviço especial prestado até o advento da Lei nº 9.032, de 28.04.95, não é necessário laudo técnico pericial. Sendo este então exigido, apenas, para atividade com exposição a ruído."Precedentes do TRF1ª Região. Juros de 1% ao mês a partir da citação válida, de acordo com o que foi decidido na AR 1999.01.00.0995829, 1ª Seção do TRF1ª Região. Honorários de 10% sobre o valor da condenação, observandose a Súmula 111 do STJ. Apelação provida. (TRF5ª R. AC 285154 PROC 200084000071483RN 2ª T. Rel. Des. Fed. Paulo Machado Cordeiro DJU 27.07.2004, p.269)
PREVIDENCIÁRIO. APOSENTADORIA POR TEMPO DE SERVIÇO. CONVERSÃO. TEMPO DE SERVIÇO ESPECIAL. TEMPO COMUM. AGENTES AGRESSIVOS ACIMA DOS ÍNDICES DE TOLERÂNCIA. HIDROCARBONETOS. ÓLEO MINERAL E QUEIMADO. GRAXAS, SOLVENTES E GASOLINA. 1. Somente após a Lei 9.032/95, o tempo de trabalho exercido sob condições especiais, para ser considerado como tal, dependerá, além da comprovação do tempo de trabalho, também de comprovação pelo segurado perante o Instituto Nacional do Seguro Social INSS, da exposição aos agentes nocivos, químicos, físicos, biológicos ou associação de agentes prejudiciais à saúde ou à integridade física. 2. O trabalho em condições especiais, submetido a eletricidade em grau de periculosidade, comprovado por laudos técnicos ou formulários SB40 ou DSS8030, deve ser convertido em tempo comum. 3. A obrigatoriedade do uso de Equipamentos de Proteção Individual EPI, introduzido com a Lei 9.732, de 11/12/98, não descaracteriza a situação de agressividade ou nocividade à saúde ou à integridade física no ambiente de trabalho. 4. Segundo a orientação jurisprudencial do Colendo STJ (REsp 314.181/AL, Rel. Min. Félix Fischer, DJU/I de 05/11/2001, e AgREsp 289.543/RS, Rel. Min. Jorge Scartezzini, DJU/I de 19/11/2001), seguida por esta Turma, os juros moratórios são devidos no percentual mensal de 1%, a partir da citação válida, dado o caráter alimentar da dívida e o disposto no art. 3º do Decretolei 2.322/87. 5. Apelação do INSS improvida e remessa oficial também improvida. Apelação do autor provida. (TRF5ª R. AC 308773 PROC 200284000028732RN 2ª T. Rel. Des. Fed. Paulo Machado Cordeiro DJU 27.07.2004, p.272)
PREVIDENCIÁRIO. PROCESSO CIVIL. TEMPO DE SERVIÇO ESPECIAL. CONDIÇÕES DE INSALUBRIDADE. ATIVIDADE DE MINERAÇÃO DE SUBSOLO, EM PROFUNDIDADE DE ATÉ 450 METROS. POSSIBILIDADE. Somente após a Lei 9.032/95 o tempo de trabalho exercido sob condições especiais, para ser considerado como tal, dependerá, não apenas da comprovação do tempo de trabalho, mas de comprovação pelo segurado perante o Instituto Nacional do Seguro Social INSS, da exposição aos agentes nocivos, químicos, físicos, biológicos ou associação de agentes prejudiciais à saúde ou à integridade física. O trabalho em condições especiais, exercendo atividade em mineração, foi amplamente comprovado. Apelação e remessa oficial improvidas. (TRF5ª R. AC 288119 PROC 200185000023021SE 2ª T. Rel. Des. Fed. Paulo Machado Cordeiro DJU 27.07.2004, p.269)
PREVIDENCIÁRIO. APOSENTADORIA POR TEMPO DE SERVIÇO. CONVERSÃO. TEMPO DE SERVIÇO ESPECIAL. TEMPO COMUM. SOLDA ELÉTRICA. OXIACETILÊNIO. ESMERIL. RADIAÇÃO. CONSERTO DE RADIADORES. A jurisprudência admite a dispensa da prévia postulação na via administrativa quando o INSS, citado na ação, contesta o mérito do pedido, revelando que seria inócua a exigência de passagem por aquela esfera. Somente após a Lei 9.032/95, o tempo de trabalho exercido sob condições especiais, para ser considerado como tal, dependerá, além da comprovação do tempo de trabalho, também de comprovação pelo segurado perante o Instituto Nacional do Seguro Social INSS, da exposição aos agentes nocivos, químicos, físicos, biológicos ou associação de agentes prejudiciais à saúde ou à integridade física. O trabalho em condições especiais, submetido a eletricidade em grau de periculosidade, comprovado por laudos técnicos ou formulários SB40 ou DSS8030, deve ser convertido em tempo comum. Preenchimento das condições exigidas nos artigos 62 a 68 do Decreto 611/92. A alegação de
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falta de pagamento das contribuições é impugnada pelo deferimento da aposentadoria por tempo de serviço, sendo certo que o pretendido pelo apelado foi a aposentadoria especial. Apelação e remessa oficial improvidas. (TRF5ª R. AC 277921 PROC 200083000011599PE 2ª T. Rel. Des. Fed. Paulo Machado Cordeiro DJU 27.07.2004, p.269)
PREVIDENCIÁRIO. APOSENTADORIA POR TEMPO DE SERVIÇO. CONVERSÃO. TEMPO DE SERVIÇO ESPECIAL. TEMPO COMUM. EXPOSIÇÃO DE FORMA HABITUAL E PERMANENTE AO RUÍDO MÉDIO DE 83 DECIBÉIS. 1. Somente após a Lei 9.032/95, o tempo de trabalho exercido sob condições especiais, para ser considerado como tal, dependerá, além da comprovação do tempo de trabalho, também de comprovação pelo segurado perante o Instituto Nacional do Seguro Social INSS, da exposição aos agentes nocivos, químicos, físicos, biológicos ou associação de agentes prejudiciais à saúde ou à integridade física. 2. O trabalho em condições especiais, submetido a exposição média a ruído de 83 decibéis em grau de agressividade, comprovado por laudos técnicos ou formulários SB40 ou DSS8030, deve ser convertido em tempo comum. 3. A obrigatoriedade do uso de Equipamentos de Proteção Individual EPI, introduzido com a Lei 9.732, de 11/12/98, não descaracteriza a situação de agressividade ou nocividade à saúde ou à integridade física no ambiente de trabalho. 4. Apelação improvida e remessa oficial também improvida. (TRF5ª R. AC 332843 PROC 200183000226020PE 2ª T. Rel. Des. Fed. Paulo Machado Cordeiro DJU 27.07.2004, p.273)PREVIDENCIÁRIO. CONVERSÃO DE TEMPO DE SERVIÇO ESPECIAL EM COMUM. Pedido de conversão de tempo de serviço especial exercido em ambientes de risco com exposição a agentes químicos e eletricidade. A atividade desempenhada pelo impetrante foi comprovadamente insalubre, através de do contato com agentes nocivos de natureza química, acústica e eltricidade, com voltagem superior a 250 volts. Prova colacionada às fls. 18/22 dos autos. Falta de prova documental do tempo mínimo de contribuição e do atendimento aos requisitos para concessão da aposentadoria proporcional com base em regra de transição prevista na EC 20/98. Apelação e remessa oficial improvidas. (TRF5ª R. AMS 80059 PROC 200082000117648PB 2ª T. Rel. Des. Fed. Paulo Machado Cordeiro DJU 27.07.2004, p.268)CONSTITUCIONAL. PREVIDENCIÁRIO. AGRAVO DE INSTRUMENTO. APOSENTADORIA PROPORCIONAL. CONVERSÃO DE TEMPO DE SERVIÇO ESPECIAL EM COMUM E SUA CONTAGEM. ATIVIDADE EXERCIDA EM CONDIÇÕES INSALUBRES. INDÍCIOS PROBATÓRIOS. PERICULUM IN MORA INVERSO. OCORRÊNCIA. 01. Para que se conceda a aposentadoria proporcional antes do advento da Emenda Constitucional nº 20/98, deve o segurado ter implementado, dentre outros requisitos, 30 (trinta) anos de tempo de serviço. 02. A necessidade de caracterização da atividade como insalubre, para que possibilite a contagem de tempo de serviço especial e sua conversão em comum, e, por conseguinte, seja concedida a aposentadoria proporcional, é incompatível com a antecipação da tutela, em face da necessidade de dilação probatória. 03. Após o advento da Emenda Constitucional nº 20/98, um dos requisitos para concessão de aposentadoria proporcional por tempo de contribuição, é o atendimento ao requisito etário, que para o Homem é a idade mínima de 53 anos. 04. No caso dos autos, o agravado não preencheu o requisito etário previsto na regra de transição da Emenda questionada. 05. Demonstrado a ocorrência do periculum in mora inverso, dado a irreversibilidade do provimento antecipado. 06. Agravo de instrumento provido. (TRF5ª R. AG 54590 PROC 200405000069524CE 2ª T. Rel. Des. Fed. Paulo Roberto de Oliveira Lima DJU 27.07.2004, p.263)
PREVIDENCIÁRIO. APOSENTADORIA POR TEMPO DE SERVIÇO. CONVERSÃO. TEMPO DE SERVIÇO ESPECIAL. TEMPO COMUM. SOLDA ELÉTRICA. EXIACETILÊNIO. ESMERIL. RADIAÇÃO. 1. Somente após a Lei 9.032/95, o tempo de trabalho exercido sob condições especiais, para ser considerado como tal, dependerá, além da comprovação do tempo de trabalho, também de comprovação pelo segurado perante o Instituto Nacional do Seguro Social INSS, da exposição aos agentes nocivos, químicos, físicos, biológicos ou associação de agentes prejudiciais à saúde ou à integridade física. 2. O trabalho em condições especiais, submetido a eletricidade em grau de periculosidade, comprovado por laudos técnicos ou formulários SB40 ou DSS8030, deve ser convertido em tempo comum. 3. A obrigatoriedade do uso de Equipamentos de Proteção Individual EPI, introduzido com a Lei 9.732, de 11/12/98, não descaracteriza a situação de agressividade ou nocividade à saúde ou à integridade física no ambiente de trabalho. 4. Apelações improvidas e remessa oficial também improvida. (TRF5ª R. AC
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329133 PROC 200284000043940RN 2ª T. Rel. Des. Fed. Paulo Machado Cordeiro DJU 01.07.2004, p.474)
Notícia: Direito Adquirido e Aposentadoria Especial (Fonte STF)Comprovado o exercício de atividade considerada insalubre, perigosa ou penosa, pela legislação à época aplicável, o trabalhador possui o direito à contagem especial deste tempo de serviço. Seguindo essa orientação, a Turma negou provimento a recurso extraordinário interposto pelo Instituto Nacional do Seguro Social INSS em que se alegava ofensa ao art. 5º, XXXVI, da CF, ao argumento de inexistência de direito adquirido à conversão do tempo de serviço especial para comum, em face do exercício de atividade insalubre elencada nos Decretos 53.831/64 e 83.080/79. Entendeuse que o tempo de serviço deveria ser contado de acordo com o art. 57, § 3º, da Lei 8.213/91 ("O tempo de serviço exercido alternadamente em atividade profissional sob condições especiais que sejam ou venham a ser consideradas prejudiciais à saúde ou à integridade física será somado, após a respectiva conversão, seguindo critérios de equivalência estabelecidos pelo Ministério do Trabalho e da Previdência Social, para efeito de qualquer beneficio."), vigente à época da prestação dos serviços, e não pela Lei 9.032/95 que, alterando o citado parágrafo, exigiu, expressamente, a comprovação de efetiva exposição aos agentes nocivos através de laudo técnico. Precedentes citados: RE 367314/SC (DJU de 14.5.2004) e RE 352322/SC (DJU de 19.9.2003) (STF RE 392559 RS 2ª T Rel. Min. Gilmar Mendes DJU 07.02.2006)
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MODELO DE PETIÇÃO:
EXCELENTÍSSIMO SENHOR DOUTOR JUIZ FEDERAL DA ___ VARA FEDERAL DE XXXXXXXXXSP.
FULANO DE TAL, brasileiro, casado, portador do CPF n. XXXXXXX, residente e domiciliado nesta cidade na Rua XXXXXX, n. XXXXXX – BAIRRO: XXXXXX, vem respeitosamente à presença de Vossa Excelência, por seus advogados constituídos, CILANOS DE TAL, todos inscritos na OAB/SP sob os números XXX, XXXX e XXXX, com escritório na Rua XXXXX, n. XXXXX – BAIRRO:XXXX – CIDADE:XXXX, propor Ação Ordinária pedindo CONCESSSÃO DE BENEFÍCIO PREVIDENCIÁRIO COM PEDIDO DE TUTELA ANTECIPADA, contra o INSTITUTO NACIONAL DO SEGURO (INSS), com endereço para citação na Rua XXXX, n. XXXX – BAIRRO:XXXX – CIDADE:XXXX zeiro, pelos fatos e fundamentos a seguir:
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PRELIMINARMENTE
1. O autor requer seja concedido o benefício da assistência gratuita, por não poder arcar com os ônus financeiros decorrentes do presente processo, sem que com isso sacrifique o seu sustento e o de sua família.
TUTELA ANTECIPADA
2. O autor, respaldado pelo artigo 273 do CPC, requer sejalhe deferida a antecipação da tutela, para garantirlhe o direito de perceber, eminentemente, o benefício previdenciário que requer, tendo em vista não pairar qualquer resquício duvidoso quanto ao direito ora requerido, pois a demora na solução da demanda acarretará como já vem ocorrendo, dano irreparável ao suplicante, por tratarse de crédito de natureza alimentícia.
3. Insta observar, como se verá a seguir que é líquido e certo do direito do Autor de ver concedido o benefício previdenciário que pleiteia.
4. Existe, portanto, PROVA INEQUÍVOCA do direito do Autor e qualquer defesa apresentada pelo INSS configurará abuso do direito de defesa, merecendo, portanto, a concessão da TUTELA ANTECIPADA nos termos do art. 273 do Estatuto Processual vigente.
5. Portanto, REQUER SEJA CONCEDIDA TUTELA ANTECIPADA “inaudita altera pars” para determinar que imediatamente o INSS conceda o benefício ao Autor.
NO MÉRITO
6. Conforme consta da documentação em anexo, o Requerente trabalhou na roça (trabalhador rural) no período de 15/06/74 a 15/06/79, em regime de economia familiar. Este tempo de trabalho rural, inclusive, foi objeto de justificação judicial (doc. em anexo).
7. Trabalhou também com empregado da Empresa XXX ELÉTRICA, no período de 10/04/79 a 30/09/2001. Neste último labor, como aponta documento hábil fornecido pela Empresa, esteve exposto ao agente agressivo: ELETRICIDADE.
8. Com base nas provas que possui o Requerente postulou administrativamente junto ao INSS, em 08 de fevereiro de 2001, a concessão do benefício de aposentadoria. Seu processo administrativo recebeu o número 1111111.
9. Ocorre, entretanto, que o benefício pleiteado foi negado pelo INSS que desconsiderou o tempo de serviço rural e considerou como especial o período de 10/04/79 a 05/03/97.
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10.Embora o Requerente tenha submetido a decisão à avaliação do Conselho de Recurso da Previdência Social, fato é que o seu pedido de concessão do benefício de aposentadoria foi negado.
11.Portanto, não resta alternativa ao Requerente a não ser bater às portas do Poder Judiciário para fazer valer o seu Direito à aposentação em face das normas vigentes à época em que adquiriu o direito ao benefício previdenciário.
DA TOTALIDADE DO TEMPO DE SERVIÇO EM 16/12/98
12. Até a vigência da Emenda Constitucional 20/98, com vigência a partir de 16/12/98, os segurados da Previdência Social, se homem tinham direito à aposentadoria proporcional desde que contassem, no mínimo, com 30 anos de serviço. Este é o caso do Requerente.
13. Conforme se expressou anteriormente o Requerente teria se ativado durante o seguinte período:
TEMPO DE SERVIÇO RURAL: 15/06/74 a 15/06/79TEMPO DE SERVIÇO EPTE: 10/04/79 a 30/09/2001
14. Limitando o tempo de serviço do Requerente a 16/12/98, somandose o tempo rural (economia familiar) e o urbano (XX ELÉTRICA), o Autor teria constituído até aquela data o seguinte somatório: 24 anos, 08 meses e 12 dias. Senão vejamos:
CONTAGEM DE TEMPO DE SERVIÇO
NOME:REINALDO MARQUES BUSTAMANTE
EMPRESA ADM. DEM. COMUM C TEMPO TEMPO TOTALESPECIAL E COMUM ESPECIAL
ATIVIDADE RURAL 15/6/1974 15/6/1979 1826,00 0,00 1826,00XX ELÉTRICA 10/4/1979 16/12/1998 7190,00 0,00 7190,00
0,00 0,00 0,00
TOTAL EM DIAS 9016,00 0,00 9016,00
CONVERSÃO ANOS 24,70137MESES 8,4164384DIAS 12,493151
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TEMPO TRABALHADO 24 ANOS 24,7014 0
8 MESES 8,4164 0,000012 DIAS 12,4932 0,0000
15. Como se disse o período trabalhado na XX ELÉTRICA é considerado como tempo de serviço especial, já que o Requerente trabalho exposto ao agente agressivo ELETRICIDADE.
16. Este período convertido em comum pelo fator 1,40 acresceria ao tempo computado até 16/12/98 mais 07 anos, 10 meses e 16 dias, totalizando 32 anos, 6 meses e 29 dias, conforme planilha abaixo descrita:
CONTAGEM DE TEMPO DE SERVIÇO
NOME:REINALDO MARQUES BUSTAMANTE
EMPRESA ADM. DEM. COMUM C TEMPO TEMPO TOTALESPECIAL E COMUM ESPECIAL
ATIVIDADE RURAL 15/6/1974 15/6/1979 1826,00 0,00 1826,00EPTE 10/4/1979 16/12/1998 E 7190,00 2876,00 10066,00
0,00 0,00 0,00
TOTAL EM DIAS 9016,00 2876,00 11892,00
CONVERSÃO ANOS32,58082
2MESES 6,969863DIAS 29,09589
TEMPO TRABALHADO 32 ANOS 24,7014 7,8794521
6 MESES 8,4164 10,553429 DIAS 12,4932 16,6027
17. Com 32 anos, 06 meses e 29 dias, conforme acima calculado, o Requerente em 16/12/98, ou seja, antes da vigência da EC 20/98, teria direito à aposentadoria proporcional, com coeficiente de 82%, na forma dos arts. 52 e 53, II, da Lei 8213/91, então vigentes, in verbis:
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“Art. 52 – A aposentadoria por tempo de serviço será devida, cumprida a carência exigida nesta Lei, ao segurado que completar 25 (vinte e cinco) anos de serviço, se do sexo feminino, ou 30 (trinta) anos, se do masculino.
Art. 53 – A aposentadoria por tempo de serviço, observado o disposto na Seção III deste Capítulo, especialmente no art. 33, consistirá numa renda mensal de:.....II – para homem: 70% (setenta por cento) do saláriodebenefício aos 30 (trinta) anos de serviço, mais 6% (seis por cento) deste, para cada ano completo de atividade, até o máximo de 100% (cem por cento) do saláriodebenefício aos 35 (trinta e cinco) anos de serviço.”
18. Embora o INSS tenha considerado o tempo de trabalho especial até 05/03/97 (Doc. anexo), a não consideração equivocada do tempo rural ao Requerente, impediu o gozo do benefício.
DO TEMPO DE SERVIÇO ESPECIAL
19. Embora o INSS tenha reconhecido o tempo de serviço especial do Autor no período entre 10/04/79 a 05/03/97, conforme decisão prolatada pelo Conselho de Recursos da Previdência Social (4ª JR), em anexo, fato importante de narrar que o Requerente esteve exposto ao agente agressivo ELETRICIDADE durante todo o período em que laborou para a empresa XX ELÉTRICA, conforme atesta documento específico denominado DSS8030, também conhecido como SB40, anexado aos autos.
20. É sabido que o segurado que se expõe à agentes agressivos tem o direito à aposentadoria especial, normalmente aos 25 anos de trabalho. Para aquele que não completou todo o tempo (25 anos) em atividade considerada especial, existe o direito à conversão do tempo especial em comum. Nesta conversão, no caso de segurado do sexo masculino, acrescese 40% a mais no tempo trabalhado.
21. Esta regra, também vigia em 16/12/98, quando o Requerente já possuía ou teria constituído todos os pressupostos para a aposentadoria proporcional. Senão vejamos os arts. 57 da Lei 8.213/91, então vigentes:
Art. 57 – A aposentadoria especial será devida, uma vez cumprida a carência nesta Lei, ao segurado que tiver trabalhado sujeito a condições especiais que prejudiquem a saúde ou a integridade física durante 15 (quinze), 20 (vinte) ou 25 (vinte e cinco) anos, conforme dispuser a lei......§ 5º O tempo de trabalho exercido sob condições especiais que sejam ou venham a ser consideradas prejudiciais à saúde ou à
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integridade física será somado, após a respectiva conversão ao tempo de trabalho exercido em atividade comum, segundo os critérios estabelecidos pelo Ministério da Previdência e Assistência Social, para efeito de qualquer benefício.
22. O art. 64 do Regulamento da Previdência Social (Decreto 2.172/97), então vigente, estabelecia no caso a tabela de conversão cujo multiplicador era 1,40, ou seja, com acréscimo de 40%.
23. Neste caso, o agente agressivo ELETRICIDADE está catalogado e considerado para efeito da aposentadoria especial, pela legislação (Quadro – Art. 2° Decreto n° 53.831/64; Decreto n° 83.060/79 – Quadros Agentes Nocivos e Atividades Profissionais; Relação Anexa OF/MPAS/SPS/GAB n° 95/96; Anexo IV Decreto 2.172/97),.
24. A prova da exposição ao agente agressivo está lastreada no documento apresentado pela exempregadora (DSS8030 ou SB40), que confirma a exposição eletricidade em até 230.000 volts, em equipamento energizados ou desenergizados com possibilidade de energização acidental.
25. Portanto, deve ser considerado como especial o período de atividade junto à empresa EPTE.
DO TEMPO DE SERVIÇO RURAL
26. Conforme acima descrito, o Requerente se ativou em regime de economia familiar, como trabalhador rural, no período de 15/06/74 a 15/04/79, em terras pertencentes ao seu pai (XXXXX), tendo como atividades a de ordenha de gado, plantio de culturas temporárias, e permanentes, sendo que toda a produção era para a própria subsistência da família (vide declaração de exercício de atividade rural em anexo).
27. O trabalho foi realizado em sítio do pai do Requerente, mais precisamente denominado QQQQ, na cidade de XXXXX – Minas Gerais.
28. Para comprovação do tempo rural, o Requerente apresentou as seguintes provas documentais:
a) Declaração da Cooperativa de Laticínios de AAAAA, atestando que o Requerente e seu pai remeteram produção de leite, diariamente, àquela Cooperativa, no período de junho de 1971 a outubro de 1974 (Doc. em anexo);
b) Declaração dos Laticínios LLLLL Ltda., da cidade de XXXXX, de que o Requerente era quem fazia a entrega de leite adquirido do sítio de seu pai àquela empresa, declarando que sabia que a família trabalhava em regime de economia familiar (Doc. em anexo);
c) Declaração do Presidente do Sindicato dos Trabalhadores Rurais de XXXXXXX, Estado de Minas Gerais, que o Requerente trabalhou de
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15/06/1974 até 15/04/1979, em regime de economia familiar, em imóvel rural, inclusive citando a existência do INCRA da propriedade (Doc. em anexo);
d) Foram colhidas provas testemunhais através de Termo de Depoimento de Testemunhas na Justificação Judicial realizada na Comarca de Passa Quatro (Processo n. 5874/00), onde WWWWWW, FFFFFF e RRRRRRR, afirmaram conhecer o Requerente e confirmaram o tempo acima citado como de trabalho rural em regime de economia familiar (íntegra do Processo em anexo);
e) Apresentou também Certidão do Registro de Imóveis de XXXX, onde certifica que o pai do Requerente teria locado no período de 15/06/74 a 15/06/79 imóvel rural naquela cidade, destacando que o sr. TTTTT era produtor rural (Doc. em anexo);
f) Apresentou também duas certidões exaradas pelo Ministério do Desenvolvimento Agrário, apontando que seu avô VVVVVVV foi proprietário rural em XXXXXX de 1972 a 1977 e de 1978 a 1992, comprovando a atividade rural da família (Doc. em anexo);
g) Na Justificação Judicial (em anexo) juntou Declaração da direção da Escola onde estudou onde se declara que “o aluno estudou no período noturno pois era trabalhador rural”.
h) Também na Justificação Judicial (em anexo) juntou documentos contemporâneos (de 1975, 1976, 1977, 1978) de matrícula escolar no período noturno. Em todos esses documentos citase a figura do pai do Requerente como sendo “sitiante”, comprovando atividade rural da família;
i) Vários outros documentos oficiais acostados aos autos da Justificação Judicial apontam o pai do Requerente como produtor rural;
j) Foram apresentados mais do que inícios de prova material do trabalho rural do Autor.
29. Ainda assim, o INSS desconsiderou o tempo de serviço rural do Requerente obstando assim a concessão do benefício de aposentadoria especial.
DO PEDIDO
30. Requer o Autor a citação do InstitutoRéu, para responder nos termos desta inicial, apresentando defesa, sob pena de revelia e acompanhar a presente ação até decisão final que, acolhendo o pedido e julgandoo procedente, deverá condenar o INSS a:
a) A averbar o tempo de serviço especial do Requerente, com a devida conversão em tempo comum pelo fator 1,40, conforme os fundamentos acima colacionados;
b) A averbar o tempo de serviço rural prestado pelo Requerente, conforme as provas carreadas aos autos e outras mais que se fizerem necessárias;
c) A somar os tempos de trabalho averbados e devidamente convertidos e a conceder o benefício de aposentadoria por tempo de serviço proporcional, com base no direito adquirido até 16/12/98, com o pagamento dos valores
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apurados para as rendas mensais, inclusive abono anual, desde o pedido administrativo junto ao INSS;
d) Seja concedida TUTELA ANTECIPADA no sentido do pedido.e) Juros e correções legais.f) Honorários advocatícios.
31. O alegado será comprovado por todos os meios de prova em direito admitidos, o que desde já se requer, especialmente a juntada de documentos, expedição de ofícios e cartas precatórias e apresentação pelo INSS da íntegra da cópia do procedimento administrativo do pedido de benefício (NB 1111111) de concessão da aposentadoria ao Autor.
32. Dáse à presente causa, para efeitos fiscais, valor de R$ 10.000,00 (dez mil reais).
33. Assim espera o Requerente, ver ao final julgada TOTALMENTE PROCEDENTE a presente ação, nos termos da fundamentação acima, por ser de direito e merecida JUSTIÇA!
Termos em que,P. deferimento.
XXXXXX, 10 de maio de 2003.
____________________CICLANO DE TAL
AB/SP XXXX
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