Apostila Argamassas - TEC III

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  • 7/31/2019 Apostila Argamassas - TEC III

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    TECNOLOGIA DAS EDIFICAES III

    Prof. Antnio Neves de Carvalho JniorI) REVESTIMENTOS DE PAREDES E TETOS

    1) INTRODUO

    ARGAMASSAS. Aglomerantes + agregados minerais + gua(eventualmente aditivos). Intervalo de tempo entre as diversas fases deexecuo e da decorao final Maturao daargamassa (desenvolvimento das propriedades deaderncia e resistncia). Superfcies imprprias tela galvanizada

    . Superfcie para aplicao deve ser spera (lisaschapisco). Bases com elevada absoro devem sersuficientemente pr-umedecidas

    CLASSIFICAO DAS ARGAMASSAS

    . Quanto a utilizao :- para assentamento de elementos de alvenaria- para revestimentos

    * preparadas no canteiro de obras* pr-fabricadas comuns (emboo e reboco)

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    especiais (acabamento final)

    - para assentamento de pisos, azulejos e pedras(adesivas)* preparadas no canteiro de obras* pr-fabricadas

    . Quanto aos aglomerante empregados :- argamassas de cal

    * cal hidratada (em p)* cal virgem (em pedras ou em p e

    hidratada-extinta- na obra)- argamassas de cimento- argamassas de gesso- argamassas de cal e cimento (mistas ou

    compostas)

    . Quanto o nmero de aglomerantes utilizados :- argamassas simples (apenas 1 aglomerante)- argamassas compostas (2 ou maisaglomerantes)

    . Quanto a dosagem :- magras ou pobres (o volume da pasta nopreenche totalmente os vazios entre o grosdo agregado)

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    - cheias, normais ou bsicas (o volume da

    pasta preenche exatamente os vazios entreos gros do agregado)- gordas ou ricas (quando h excesso de pasta)

    . Quanto a consistncia :- secas- plsticas- fluidas

    TRAO DE UMA ARGAMASSA. Trao proporo relativa entre os constituintesda argamassa (com exceo da gua). Volume ou peso ( volume mais comum, menos

    preciso). Relao numrica entre aglomerante e agregado(1 : m)

    PROPRIEDADES ESSENCIAIS DAARGAMASSA

    . Trabalhabilidade- distribui-se facilmente ao ser assentada- no agarra ferramenta quando est sendoaplicada- no segrega ao ser transportada

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    - argamassas de cal tem maior capacidade de

    reteno da gua que as de cimento (maiorfinura, maior superfcie especfica, maiorcapacidade de adsoro de suas partculas formao de um gel na superfcie dasparticulas com at 100 % de gua em funodo volume da partcula)

    . Resistncia mecnica- Quanto maior a resistncia a compresso,maior a resistncia aos outros esforossolicitantes- argamassas de cal e areia pequenas

    resistncias (0,5 a 2,0 MPa compressoaos 28 dias)- argamassas de cimento e areia, e cimento, cale areia faixas variadas funo daspropores relativa entre os componentes(1,5 a 16,0 MPa compresso aos 28 dias)

    - Elasticidade

    capacidade de se deformarsem apresentar ruptura no regime elstico- a reteno de gua e a cura lenta e constantefavorecem a elasticidade

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    . Aderncia

    - capacidade de absorver tenses tangenciais enormais superfcie de interfaceargamassa/base- importante a aderncia tanto da argamassafresca como da argamassa endurecida

    . Durabilidade- a partir da sua aplicao a argamassa pode tera sua integridade comprometida pordiversos fatores:

    * retrao na secagem, penetrao de guade chuva, temperaturas excessivamente

    baixas, choque trmico (incndio), etc.

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    VARIAO DAS PROPRIEDADES COM

    ORIGEM NA VARIAO DOSCOMPONENTES (argamassa de cimento, cal eareia)PROPRIEDADE VARIAO NA

    PROPORO DEAUMENTO DE CALNO AGLOMERANTE

    Resistncia compresso (E)

    decresce

    Resistncia trao (E) decresceAderncia (E) decresceDurabilidade (E) decresceImpermeabilidade (E) decresce

    Resistncia a altastemperaturas (E)

    decresce

    Resistncias iniciais (F) decresceTrabalhabilidade (F) cresceReteno de gua (F) crescePlasticidade (F) cresce

    Elasticidade (E) cresceRetrao na secagem (Fe E)

    decresce

    Custo decresceObs : E = estado endurecido, F = estado fresco

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    No quadro anterior, manteve-se constante a

    proporo volume de aglomerante e agregado e aconsistncia. Alterando-se para mais o teor de guapiora-se todas as condies com exceo datrabalhabilidade, (at certo limite de gua, que seultrapassado conduz a perda de trabalhabilidade)

    PRINCIPAIS CARACTERSTICAS DASARGAMASSAS

    ARGAMASSAS DE CAL. Compostas de cal e areia. Desenvolve lentamente a resistncia a compresso

    . Os valores finais da resistncia a compresso sopequenos. So indicadas para empregos que exijam elevadosgraus de :

    - trabalhabilidade- plasticidade

    - elasticidade. As vantagens obtidas na utilizao de calhidratada so :

    - maior facilidade de manuseio, transporte earmazenamento

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    - produto pronto para ser utilizado eliminando

    operao de extino e longosenvelhecimentos- por ser um produto seco, pulverulento,oferece maior facilidade de mistura naelaborao das argamassas que a pasta de calresultante da extino da cal virgem- no est sujeita aos riscos provocados pelahidratao expontnea da cal virgem e porincndios que podem ocorrer durante o seutransporte ou seu armazenamento

    ARGAMASSAS DE CIMENTO. Adquirem resistncias iniciais e finais bastante

    elevadas em comparao com outras argamassas. Misturas pobres no possuem trabalhabilidadeadequada. Misturas ricas causam problemas de retraoindesejveis. So indicadas para empregos que exijam

    requisitos determinantes de :- aderncia- impermeabilidade- resistncia e ou durabilidade- adesividade (ex: assentamento azulejos)

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    . Em se necessitando as caractersticas de

    trabalhabilidade podem ser conseguidas com oemprego de aditivos plastificantes

    ARGAMASSAS COMPOSTAS DE CAL ECIMENTO. Possuem propriedades desejveis das argamassassimples feitas com cada material. Apresentam bom desempenho no que se dizrespeito a:

    - resistncia, durabilidade e aderncia daargamassa endurecida- trabalhabilidade adequada- custo reduzido

    2) ARGAMASSAS PREPARADAS NOCANTEIRO DE OBRA

    CHAPISCO

    . Consiste em salpicar sobre superfcies lisas oupouco rugosas (tijolos furados e macios, blocos deconcreto elementos estruturais de concreto armado)uma camada irregular e descontinua de argamassaforte de cimento e areia lavada

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    . Finalidade permitir maior aderncia da

    argamassa de revestimento. Trao 1 x 3 (cimento e areia lavada grossa). Execuo :

    - manual argamassa bem fluida, lanadaviolentamente com a colher de

    pedreiro- mecnica mquina de chapiscar (manivelaou ar comprimido)

    ENCASQUE. Enchimento de depresses com material idnticoao da alvenaria assentado com argamassa forte decimento e areia trao 1 : 5

    . Engrossamento com argamassa alto custo efissuramento devido a retrao. Utilizao paredes fora de prumo ou deesquadro e acentuadas irregularidades na alvenaria

    EMBOO

    . a segunda camada de revestimento que se aplicaa alvenaria

    . Finalidade servir de base ao revestimento final(regularizao). Deve ser executado aps a completa solidificaodas argamassas das alvenarias e do chapisco

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    . As paredes devem estar arrematadas (instalaes

    eltricas, hidrulicas e gs embutidas). Registros e vlvulas com canopla devem serposicionados segundo as mestras. Os marcos das portas devem estar assentados. Traos :

    - Industrializadas ensacadas- mista cimento / cal :. * 1 : 5 de cal e areia grossa (comum ou

    lavada) = massa branca* 1 : 8 de cimento e massa branca

    . 1:1:6 (cimento / cal aditivada / areia lavadamdia). 1 saco (20 kg) de pr-misturado

    cimento/cal aditivada : 3(externo) / 4(interno) latas (18 litros) de areia lavadamdia- 1 lata (18 litros) de cimento : 1 saco (20kg) de filler calcrio aditivado : 8 latas (18litros) de areia lavada mdia

    . Tcnicas de execuo :- Colocao de taliscas p/ execuo dasmestras (mesmo prumo afastadas de +/- 1,50m) definindo a espessura do emboo (1,5 a2,0 cm)

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    - Mestras cantos e internas espaadas de

    2,00 a 2,50 m (linhas)- Aps a secagem das mestras faz-se oenchimento e sarrafeamento dos espaos entreas mestras (do teto para o piso)

    REBOCO. Camada nica de argamassa aplicada sobre ochapisco, sarrafeada com rgua, alisada comdesempenadeira de madeira e feltrada (espuma depoliuretano). Traos :

    - Industrializadas ensacadas

    - mista cimento / cal. * 1 : 5 de cal e areia (lavada mdia a

    fina) = massa branca* 1 : 10 de cimento e massa branca

    . 1:2:8 externo e 1:2:10 interno (cimento /cal aditivada / areia lavada fina). 1 saco (20 kg) de pr-misturadocimento/cal aditivada : 4(externo) / 5(interno) latas (18 litros) de areia lavada fina- 1 lata (18 litros) de cimento : 1 saco (20kg) de filler calcrio aditivado : 10 latas (18litros) de areia lavada fina

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    . Execuo :

    - Idntica ao emboo comum- Aps o sarrafeamento desempenadeira demadeira borrifa-se gua feltro- Espessuras maior que 2,0 cm chapar aargamassa de duas vezes, s sarrafeando edesempenando a 2a. camada

    . Antes da secagem da superfcie varrer pararetirada de gros de areia saliente

    CHAPISCO RSTICOa) Com peneira. Lanamento de argamassa de cimento e areialavada grossa (1 : 4) atravs de peneira de malha

    0,5 cm sobre o emboo sarrafeado. Revestimento spero e resistente podendo recebercorantes. Variao chapisco rstico desempenado(obteno de reas planas e depresses)

    b) Com brita 0. Sobre o emboo com a colher de pedreiro aplica-se um concreto de trao 1 : 2 : 3 de cimento, areia ebrita 0

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    BARRA LISA CIMENTADA

    . Aplicar sobre emboo 1 : 3 (cimento e areialavada grossa) uma camada de cimento e areialavada fina (1 : 3) com espessura de 0,5 cm. Acabamentos :

    - natado : colher de pedreiro + p de cimento- queimado : sem o p de cimento

    . Alto teor de cimento cura (3 dias)

    . Diviso em paineis 1,00 x 1,00 m ou 1,00 x 1,50m. Utilizam-se corantes. Utilizadas geralmente em sanitrios e cozinhas deconstrues de acabamento baixo com barras de1,50 m de altura

    REVESTIMENTO IMPERMEVEL. Argamassas de cimento + areia + aditivosimpermeabilizantes. Impermeabilizao rgida

    REBOCO COM P DE PEDRA. Utilizado em construes de estilo colonial ourstico (moldura nos vos das janelas e portas). Aplicado sobre o emboo

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    . Argamassa de cimento e p de pedra peneirado (1

    : 4). Acabamento liso (desempenadeira de madeira). Dois dias aps a aplicao lavagem comsoluo 1 : 10 de cido muritico e gua e posteriorlimpeza somente com gua

    PRINCIPAIS NORMAS BRASILEIRAS

    . NBR 7200 Execuo de revestimento deparedes e tetos de argamassas inorgnicas -Procedimento

    . NBR 13.749 Revestimento de paredes e tetos deargamassas inorgnicas - Especificao

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    PATOLOGIA DAS ARGAMASSAS DE

    REVESTIMENTO

    EFLORESCNCIAAspectos observados :. Manchas de umidade. P branco acumulado sobre a superfcieCausas provveis :. Umidade constante. Sais solveis presentes no elemento alvenaria. Sais solveis presentes na gua de amassamentoou umidade infiltrada. Cal no carbonatadaReparos :

    . Eliminao da infiltrao de umidade

    . Secagem do revestimento

    . Escovamento da superfcie

    . Reparo do revestimento quando pulverulento

    BOLOR :

    Aspectos observados :. Manchas esverdeadas ou escuras. Revestimento em desagregaoCausas provveis :. Umidade constante. rea no exposta ao sol

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    Reparos :

    . Eliminao da infiltrao da umidade. Lavagem com soluo de hipoclorito

    . Reparo do revestimento quando pulverulento

    VESCULAS :Aspectos observados :. Empolamento da pintura, apresentando-se aspartes internas das empolas na cor :

    - branca- preta- vermelho acastanhada

    Causas provveis :. Hidratao retardada da cal

    . Presena de pirita ou matria orgnica na areia

    . Presena de concrees ferruginosas na areiaReparos :. Renovao da camada de reboco. Eliminao da infiltrao da umidade

    DESCOLAMENTO COM EMPOLAMENTO :Aspectos observados :. A superfcie do reboco descola do embooformando bolhas, cujos dimetros aumentamprogressivamente. O reboco apresenta som cavo sob percusso

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    Causas provveis :

    . Infiltrao de umidade. Hidratao retardada da calReparos :. Renovao da pintura. Renovao da camada de reboco

    DESCOLAMENTO EM PLACAS :Aspectos observados :. A placa apresenta-se endurecida quebrando-secom dificuldade. Sob percusso o revestimento apresenta som cavoCausas provveis :. A superfcie em contato com a camada inferior

    apresenta placas frequentes de mica. Argamassa muito rica. Argamassa aplicada em camada muito espessa. A superfcie da base muito lisa. A superfcie da base est impregnada comsubstncia hidrfuga

    . Ausncia da camada de chapiscoReparos :

    . Renovao do revestimento

    . Renovao do revestimento :- apicoamento da base- eliminao da base hidrfuga

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    - aplicao de chapisco p/ melhoria da

    adernciaAspectos observados :. A placa apresenta-se endurecida mas quebradia,desagregando-se com facilidade. Sob percusso o revestimento apresenta som cavoCausas provveis :. Argamassa magra. Ausncia da camada de chapisco. Aplicao prematura de tinta impermevel

    Reparos :. Renovao do revestimento

    DESCOLAMENTO COM PULVERULNCIAAspectos observados :. A pelcula de tinta descola arrastando o rebocoque se desagrega com facilidade. O reboco apresenta som cavo sob percussoCausas provveis :

    . Excesso de finos no agregado. Trao pobre em aglomerante

    . Trao excessivamente rico em cal

    . Ausncia de carbonatao da cal

    . O reboco foi aplicado em camada muito espessaReparos :. Renovao da camada de reboco

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    FISSURAS HORIZONTAIS :

    Aspectos observados :. Apresenta-se ao longo de toda a parede. Descolamento do revestimento em placas, comsom cavo sob percussoCausas provveis :. Expanso da argamassa de assentamento porhidratao retardada da cal. Expanso da argamassa de assentamento porreao cimento-sulfatos ou devido presena deargilo-minerais expansivos no agregadoReparos :. Renovao do revestimento aps hidrataocompleta da cal da argamassa de assentamento

    . A soluo a adotar funo da intensidade dareao expansiva

    FISSURAS MAPEADAS :Aspectos observados :. As fissuras tm forma variada e distribuem-se por

    toda a superfcieCausas provveis :. Retrao da argamassa de baseReparos :. Renovao do revestimento. Renovao da pintura

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    REFERNCIAS BIBLIOGRFICAS

    1) Convnio EPUSP ENCOL. PROJETO EP/EN-1.Recomendaes para Execuo de Revestimentosde Argamassas para Paredes de Vedao e Tetos.Desenvolvimento Tecnolgico de MtodosConstrutivos para Alvenarias e Revestimentos, SoPaulo. SP, 1988.

    2) CINCOTTO, Maria Alba et al. Argamassas derevestimento : caractersticas, propriedades emtodos de ensaio. So Paulo. SP. Instituto dePesquisas Tecnolgicas, 1995.

    3) SABBATINI, Fernando Henrique. Argamassas -Notas de Aula. USP. So Paulo.

    4) CINCOTTO, Maria Alba. Patologias dasargamassas de revestimento: anlise erecomendaes. Artigo do livro Tecnologia dasEdificaes. Pini. So Paulo SP.

    5) PIROLI, nio. Revestimento de Paredes e Pisos.Notas de Aula. Fundao Christiano Ottoni. BeloHorizonte, 1981.

    6) ASSOCIAO BRASILEIRA DE NORMASTCNICAS. Revestimento de paredes e tetos deargamassas inorgnicas - Especificao NBR

    13749/1996.7) ASSOCIAO BRASILEIRA DE NORMAS

    TCNICAS. Revestimento de paredes e tetos comargamassas - Materiais, preparo, aplicao emanuteno - NBR 7200/98.