Apostila Arte Egipcia 1 Ano A

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  • ARTE

    1 ANO ENSINO MDIO

    PROF: EMERSON Aluno:_________________________n:____Turma:____

    Arte Egpcia

    Uma das principais civilizaes da Antiguidade foi a que se desenvolveu no Egito. Era uma civilizao j bastante complexa em sua organizao social e riqussima em suas realizaes culturais. A religio invadiu toda a vida egpcia, interpretando o universo, justificando sua organizao social e poltica, determinando o papel de cada classe social e, consequentemente, orientando toda a produo artstica desse povo. Alm de crer em deuses que poderiam interferir na histria humana, os egpcios acreditavam tambm numa vida aps a morte e achavam que essa vida era mais importante do que a que viviam no presente.

    Figura 1 O fara vai caa com sua famlia

  • O fundamento ideolgico da arte egpcia a glorificao dos deuses e do rei defunto divinizado, para o qual se erguiam templos funerrios e tmulos grandiosos. A natureza do pas desenvolvido em torno do Nilo, que o banha e fertiliza, em quase total isolamento de influncias culturais exteriores produziu um estilo artstico que mal sofreu mudanas ao longo de seus mais de 3.000 anos de histria. Todas as manifestaes artsticas estiveram, basicamente, a servio do estado, da religio e do fara, considerado como um deus sobre a terra. Desde os primeiros tempos, a crena numa vida depois da morte ditou a norma de enterrar os corpos com seus melhores pertences, para assegurar seu trnsito na eternidade.

    A regularidade dos ciclos naturais, o crescimento e a inundao anual do rio Nilo, a sucesso das estaes e o curso solar que provocava o dia e a noite foram considerados como presentes dos deuses s pessoas do Egito. O pensamento, a cultura e a moral egpcia eram baseados num profundo respeito pela ordem e pelo equilbrio. A arte pretendia ser til: no se falava em peas ou em obras belas, e sim em eficazes ou eficientes.

    O intercmbio cultural e a novidade nunca foram considerados como algo importante. Assim, as convenes e o estilo representativos da arte egpcia, estabelecidos desde o primeiro momento, continuaram praticamente imutveis atravs dos tempos. Para o espectador contemporneo, a linguagem artstica pode parecer rgida e esttica. Sua inteno fundamental, sem dvida, no foi a de criar uma imagem real das coisas tal como apareciam, mas sim captar, para a eternidade, a essncia do objeto, da pessoa ou do animal representado.

    ARQUITETURA

    Existem vrias formas de construes no Egito Antigo, porm na construo de tmulos que os egpcios conseguem um nvel inacreditvel de trabalho, inovao e autenticidade. H trs formas importantes de tmulos:

  • A Mastaba: a forma de tmulo mais antiga da civilizao egpcia. Nela eram sepultadas pessoas de nvel social mais alto.

    A Pirmide: a forma mais conhecida de tmulos do Egito. A grandiosidade, o alto preo e os roubos trouxeram essa forma de tmulos decadncia e ao abandono dentro do estilo egpcio. Isto, obviamente, demorou alguns sculos para acontecer.

    Figura 2 Pirmides de Giz

    As pirmides do deserto de Giz so as obras arquitetnicas mais famosas e foram construdas por importantes reis do Antigo Imprio: Quops, Qufren e Miquerinos. Junto a essas trs pirmides est a esfinge mais conhecida do Egito, que representa o fara Qufren com o corpo representando a fora do leo que era atribuda a esse fara (fora de atitude, no fsica), mas a ao erosiva do vento e das areias do deserto deu-lhe, ao longo dos sculos, um aspecto enigmtico e misterioso. As caractersticas gerais da arquitetura egpcia so:

    solidez e durabilidade; sentimento de eternidade;

  • aspecto misterioso e impenetrvel; As pirmides tinham base quadrangular eram feitas com

    pedras que pesavam cerca de vinte toneladas e mediam dez metros de largura, alm de serem admiravelmente lapidadas. A porta da frente da pirmide voltava-se para a estrela polar, a fim de que seu influxo se concentrasse sobre a mmia. O interior era um verdadeiro labirinto que conduzia cmara funerria, local onde estava a mmia do fara e seus pertences.

    Os Hipogeus: aparecem com a finalidade de evitar os saques dos tmulos, que ocorria graas as grandes riquezas que eram depositadas com o fara ou com as pessoas da alta sociedade. Tratam-se de grandes tneis escavados nas montanhas que transformam-se em labirintos; tudo para enganar os ladres de tmulos.

    Os templos mais significativos so: Carnac e Luxor, ambos dedicados ao deus Amon.

    Para seu conhecimento

    Esfinge: representa corpo de leo (fora) e cabea humana (sabedoria). Eram colocadas na alameda de entrada do templo para afastar os maus espritos.

    Obelisco: eram colocados frente dos templos para materializar a luz solar.

    ESCULTURA

    Os escultores egpcios representavam os faras e os deuses em posio serena, quase sempre de frente, sem demonstrar nenhuma emoo. Pretendiam com isso traduzir, na pedra, uma iluso de imortalidade. Com esse objetivo, ainda, exageravam frequentemente as propores do corpo humano, dando s figuras representadas uma impresso de fora e de majestade.

  • Figura 3 Esttua morturia do Fara Ptolomeu

    A escultura em relevo feita no Egito Antigo tem praticamente a mesma funo e obedece as mesmas caractersticas da pintura. Os baixos-relevos egpcios, que eram quase sempre pintados, foram tambm expresses da qualidade superior atingida pelos artistas em seu trabalho. Recobriam colunas e paredes, dando um encanto todo especial s construes. Os prprios hierglifos eram transcritos, muitas vezes, em baixo-relevo. A forma de representao mais comum dentro da escultura egpcia a posio da esttua sentada com as mos sobre os joelhos. As esttuas egpcias, alm de retratos, serviam como um corpo sobressalente. Se a mumificao no desse certo, ou se o corpo se perdesse, os egpcios acreditavam que a esttua iria ser a morada da alma ressuscitada.

  • PINTURA

    A decorao colorida era um poderoso elemento de complementao das atitudes religiosas. O local a ser trabalhado primeiramente recebia um revestimento de gesso branco e em seguida se aplicava a tinta sobre gesso. Essa tinta era uma espcie de cola produzida com cores minerais. A pintura egpcia tem basicamente a funo da escrita. Ora representa situaes do dia-a-dia (de pessoas simples ou de ilustres, como o fara), ora serve para passar ao morto todas as instrues necessrias para que o mesmo volte vida.

    Figura 4 Figura Antropozoomrfica de Anbis

  • Suas caractersticas gerais so:

    Ausncia de trs dimenses. Ignorncia da profundidade. Colorido a tinta lisa, sem claro-escuro e sem indicao do

    relevo. Lei da Frontalidade: determinava que o tronco da pessoa

    fosse representado de frente, enquanto sua cabea, suas pernas e seus ps eram vistos de perfil.

    O tamanho das pessoas e objetos no caracterizava necessariamente a distncia um do outro e sim a importncia do objeto, o poder e o nvel social. Essa caracterstica conhecida como perspectiva invertida.

    Os deuses egpcios so representados de trs formas distintas:

    Zoomrfica: o deus representado na forma animal.

    Antropomrfica: o deus representado na forma humana.

    Antropozoomrfica: o deus representado geralmente com cabea de animal e com corpo humano, porm existem variaes.

    As figuras femininas eram pintadas em ocre, enquanto que as masculinas pintadas de vermelho (ou seja, homens mais escuros que as mulheres).

    Os egpcios escreviam usando desenhos, no utilizavam letras como ns. Desenvolveram trs formas de escrita:

    Hierglifos - considerados a escrita sagrada.

    Hiertica - uma escrita mais simples, utilizada pela nobreza e pelos sacerdotes.

    Demtica - a escrita popular.

  • O Livro dos Mortos costumava ser pintado nas paredes dos tmulos ou em um rolo de papiro com rituais funerrios que era posto no sarcfago do fara morto, era ilustrado com cenas muito vivas, que acompanham o texto com singular eficcia. Formado de tramas de fibras do tronco de papiro, as quais eram batidas e prensadas transformando-se em folhas.

    Para seu conhecimento

    Hierglifos: Foi decifrada por Champolion, que descobriu o seu

    significado em 1822, ela se deu na Pedra de Rosetta que foi encontrada na cidade do mesmo nome no Delta do Nilo. Mumificao:

    Eram retirados o crebro, os intestinos e outros rgos vitais, e colocados num vaso de pedra chamado Canopo.

    Nas cavidades do corpo eram colocadas resinas aromticas e perfumes.

    As incises eram costuradas e o corpo mergulhado num tanque com Nitrato de Potssio.

    Aps 70 dias, o corpo era lavado e enrolado numa bandagem de algodo, embebida em betume, que servia como impermeabilizao.

    Quando a Grande Barragem de Assu foi concluda, em 1970, dezenas de construes antigas do sul do pas foram, literalmente, por gua abaixo, engolidas pelo Lago Nasser. Entre as raras excees desse drama do deserto, esto os templos erguidos pelo fara Ramss II, em Abu Simbel. Em 1964, uma faranica operao coordenada pela Unesco com recursos de vrios pases - um total de 40 milhes de dlares - removeu pedra por pedra e transferiu templos e esttuas para um local 61 metros acima da posio original, longe da margem do lago. O maior deles o Grande Templo de Ramss II, encravado na montanha de pedra com suas esttuas do fara de 20 metros de altura. Alm de salvar este valioso patrimnio, a obra prestou uma homenagem ao mais famoso e empreendedor de todos os faras.

  • Queps a maior das trs pirmides, tinha originalmente 146 metros de altura, equivalente a um prdio de 48 andares. Nove metros j se foram, graas principalmente ao corrosiva da poluio vinda do Cairo. Para ergu-la, foram precisos cerca de 2 milhes de blocos de pedras e o trabalho de cem mil homens, durante vinte anos.

    Akhenton

    Figura 5 Akhenton e Nefertiti fazem oferendas ao Deus Sol - ton

    Akhenton (filho do sol), inicialmente denominado Amenfis IV, nasceu em Tebas no dia 24 de novembro de 1378 a.C. e foi o ltimo fara da dcima oitava dinastia, perodo marcante na histria egpcia. Cedo foi convidado a reinar, e de tal forma imprimiu a sua personalidade no governo, que nisto no foi superado por qualquer outro fara...". Dentre outras coisas ele tentou inserir o monotesmo no Egito Antigo. Tentou ainda fazer algumas mudanas na arte, como por exemplo, pedir que sua representao fosse feita de forma realista. Alm da concepo monotesta, j naquela poca era contra a escravido e o abate aos animais, contra os altos impostos e contra as guerras. Foi o construtor de Amarna, a cidade solar e o provocador da enorme revoluo na arte egpcia, que em seu reinado ganhou mais realismo. Akhenton morava na cidade de Amarna junto da esposa Nefertiti e os filhos do casal, em um

  • belo palcio, como atestam as escavaes. Nefertiti foi a primeira esposa de Akhenton, por isso, era a nica que tinha o ttulo de rainha do Egito. Era considerada uma das mais belas mulheres da corte de Amarna. Ela teve papel fundamental na revoluo feita por Akhenton, uma vez que tornou-se a suma sacerdotisa de ton. Akhenton era filho da rainha Tyi e do fara Amenfis III. Tyi e Amenfis tiveram mais de um filho, Akhenton era o mais novo. Mas todos os anteriores morreram e Akhenton teve que reinar. Tyi viveu at o ano 16 do reinado de seu filho, e sem dvida ajudou na grande reforma. Contudo, ela morreu em Tebas, no em Amarna. Sua tumba se encontra no Vale dos Reis.

    Durante o Novo Imprio, a arte decorativa, a pintura e a escultura alcanaram as mais elevadas etapas de perfeio e beleza. Os objetos de uso cotidiano, utilizados pela corte real e a nobreza, foram maravilhosamente desenhados e elaborados com grande destreza tcnica. No h melhor exemplo para ilustrar esta afirmao do que o enxoval funerrio da tumba (descoberta em 1922) de Tutankhamon (filho de Akhenton e Nefertiti). A arte na poca de Akhenton refletia a revoluo religiosa promovida pelo fara, que adorava ton, deus solar, e projetou uma linha artstica orientada nesta nova direo, eliminando a imobilidade tradicional da arte egpcia. Deste perodo, destaca-se o busto da rainha Nefertiti (c. 1365 a.C.).

    No se sabe ao certo como ou onde Akhenton tenha morrido, mas sua tumba jamais foi encontrada.

    Esta apostila foi produzida baseando-se nos sites: www.historiadaarte.com.br

    www.itaucultural.org.br