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1 1- História do Sistema Único de Saúde O Sistema Único de Saúde (SUS) foi criado pela Constituição Federal de 1988 para que toda a população brasileira tenha acesso ao atendimento público de saúde. Anteriormente, a assistência médica estava a cargo do Instituto Nacional de Assistência Médica da Previdência Social (INAMPS), ficando restrita aos empregados que contribuíssem com a previdência social; os demais eram considerados "indigentes" e eram atendidos apenas em serviços filantrópicos. Antes do advento do SUS, a atuação do Ministério da Saúde se resumia às atividades de promoção de saúde e prevenção de doenças (por exemplo, vacinação), realizadas em caráter universal, e à assistência médico-hospitalar para poucas doenças; servia aos indigentes, ou seja, a quem não tinha acesso ao atendimento pelo Instituto Nacional de Assistência Médica da Previdência Social. O INAMPS foi criado pelo regime militar em 1974 pelo desmembramento do Instituto Nacional de Previdência Social (INPS), que hoje é o Instituto Nacional de Seguridade Social (INSS); era uma autarquia filiada ao Ministério da Previdência e Assistência Social (hoje Ministério da Previdência Social), e tinha a finalidade de prestar atendimento médico aos que contribuíam com a previdência social, ou seja, aos empregados de carteira assinada. O INAMPS dispunha de estabelecimentos próprios, mas a maior parte do atendimento era realizado pela iniciativa privada; os convênios estabeleciam a remuneração por procedimento, consolidando a lógica de cuidar da doença e não da saúde. O movimento da Reforma Sanitária nasceu no meio acadêmico no início da década de 70 como forma de oposição técnica e política ao regime militar, sendo abraçado por outros setores da sociedade e pelo partido de oposição da época — o Movimento Democrático Brasileiro (MDB), atual Partido do Movimento Democrático Brasileiro (PMDB). Em meados da década de 70, com o fim do milagre econômico, ocorreu uma crise do financiamento da previdência social, com repercussões no INAMPS. Em 1979, o general João Baptista Figueiredo assumiu a presidência com a promessa de abertura política e, de fato, a Comissão de Saúde da Câmara dos Deputados promoveu, no período de 9 a 11 de outubro de 1979, o I Simpósio sobre Política Nacional de Saúde, que contou com participação de muitos dos integrantes do movimento e chegou a conclusões altamente favoráveis ao mesmo; ao longo da década de 80 o INAMPS passaria por sucessivas mudanças com universalização

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1- História do Sistema Único de Saúde

O Sistema Único de Saúde (SUS) foi criado pela Constituição Federal de 1988

para que toda a população brasileira tenha acesso ao atendimento público de saúde.

Anteriormente, a assistência médica estava a cargo do Instituto Nacional de

Assistência Médica da Previdência Social (INAMPS), ficando restrita aos empregados

que contribuíssem com a previdência social; os demais eram considerados "indigentes"

e eram atendidos apenas em serviços filantrópicos.

Antes do advento do SUS, a atuação do Ministério da Saúde se resumia às

atividades de promoção de saúde e prevenção de doenças (por exemplo, vacinação),

realizadas em caráter universal, e à assistência médico-hospitalar para poucas

doenças; servia aos indigentes, ou seja, a quem não tinha acesso ao atendimento pelo

Instituto Nacional de Assistência Médica da Previdência Social. O INAMPS foi criado

pelo regime militar em 1974 pelo desmembramento do Instituto Nacional de

Previdência Social (INPS), que hoje é o Instituto Nacional de Seguridade Social (INSS);

era uma autarquia filiada ao Ministério da Previdência e Assistência Social (hoje

Ministério da Previdência Social), e tinha a finalidade de prestar atendimento médico

aos que contribuíam com a previdência social, ou seja, aos empregados de carteira

assinada. O INAMPS dispunha de estabelecimentos próprios, mas a maior parte do

atendimento era realizado pela iniciativa privada; os convênios estabeleciam a

remuneração por procedimento, consolidando a lógica de cuidar da doença e não da

saúde.

O movimento da Reforma Sanitária nasceu no meio acadêmico no início da

década de 70 como forma de oposição técnica e política ao regime militar, sendo

abraçado por outros setores da sociedade e pelo partido de oposição da época — o

Movimento Democrático Brasileiro (MDB), atual Partido do Movimento Democrático

Brasileiro (PMDB). Em meados da década de 70, com o fim do milagre econômico,

ocorreu uma crise do financiamento da previdência social, com repercussões no

INAMPS. Em 1979, o general João Baptista Figueiredo assumiu a presidência com a

promessa de abertura política e, de fato, a Comissão de Saúde da Câmara dos

Deputados promoveu, no período de 9 a 11 de outubro de 1979, o I Simpósio sobre

Política Nacional de Saúde, que contou com participação de muitos dos integrantes do

movimento e chegou a conclusões altamente favoráveis ao mesmo; ao longo da

década de 80 o INAMPS passaria por sucessivas mudanças com universalização

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progressiva do atendimento, já numa transição com o SUS.

A 8ª Conferência Nacional de Saúde (CNS) foi um marco na história do SUS por

vários motivos. Foi aberta em 17 de março de 1986 por José Sarney, o primeiro

presidente civil após a ditadura, e foi a primeira CNS a ser aberta à sociedade; além

disso, foi importante na propagação do movimento da Reforma Sanitária. A 8ª CNS

resultou na implantação do Sistema Unificado e Descentralizado de Saúde (SUDS), um

convênio entre o INAMPS e os governos estaduais, mas o mais importante foi ter

formado as bases para a seção "Da Saúde" da Constituição Brasileira de 5 de outubro

de 1988. A Constituição de 1988 foi um marco na história da saúde pública brasileira,

ao definir a saúde como "direito de todos e dever do Estado". A implantação do SUS foi

realizada de forma gradual: primeiro veio o SUDS; depois, a incorporação do INAMPS

ao Ministério da Saúde (Decreto nº 99.060, de 7 de março de 1990); e por fim a Lei

Orgânica da Saúde (Lei nº 8.080, de 19 de setembro de 1990) fundou o SUS. Em

poucos meses foi lançada a Lei nº 8.142, de 28 de dezembro de 1990, que imprimiu ao

SUS uma de suas principais características: o controle social, ou seja, a participação

dos usuários (população) na gestão do serviço. O INAMPS só foi extinto em 27 de julho

de 1993 pela Lei nº 8.689.

2. Princípios Doutrinários e Organizativos do Siste ma Único de Saúde

O Sistema Único de Saúde teve seus princípios estabelecidos na Lei Orgânica

de Saúde, em 1990, com base no artigo 198 da Constituição Federal de 1988. Os

princípios da universalidade, integralidade e da eqüidade são às vezes chamados de

princípios ideológicos ou doutrinários, e os princípios da descentralização, da

regionalização e da hierarquização de princípios organizacionais, mas não está claro

qual seria a classificação do princípio da participação popular.

� Universalidade

"A saúde é um direito de todos", como afirma a Constituição Federal.

Naturalmente, entende-se que o Estado tem a obrigação de prover atenção à saúde,

garantindo todos os níveis de assistência.

� Integralidade

A atenção à saúde inclui tanto os meios curativos quanto os preventivos; tanto

os individuais quanto os coletivos. Em outras palavras, as necessidades de saúde das

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pessoas (ou de grupos) devem ser levadas em consideração mesmo que não sejam

iguais às da maioria.

� Eqüidade

Todos devem ter igualdade de oportunidade em usar o sistema de saúde; como,

no entanto, o Brasil contém disparidades sociais e regionais, as necessidades de

saúde variam. Por isso, enquanto a Lei Orgânica fala em igualdade, tanto o meio

acadêmico quanto o político consideram mais importante lutar pela eqüidade do SUS.

� Participação da comunidade

O controle social, como também é chamado esse princípio, foi melhor regulado

pela Lei nº 8.142. Os usuários participam da gestão do SUS através das Conferências

de Saúde, que ocorrem a cada quatro anos em todos os níveis, e através dos

Conselhos de Saúde, que são órgãos colegiados também em todos os níveis. Nos

Conselhos de Saúde ocorre a chamada paridade: enquanto os usuários têm metade

das vagas, o governo tem um quarto e os trabalhadores outro quarto.

� Descentralização político-administrativa

O SUS existe em três níveis, também chamados de esferas: nacional, estadual e

municipal, cada uma com comando único e atribuições próprias. Os municípios têm

assumido papel cada vez mais importante na prestação e no gerenciamento dos

serviços de saúde; as transferências passaram a ser "fundo-a-fundo", ou seja,

baseadas em sua população e no tipo de serviço oferecido, e não no número de

atendimentos.

� Hierarquização e regionalização

Os serviços de saúde são divididos em níveis de complexidade; o nível primário

deve ser oferecido diretamente à população, enquanto os outros devem ser utilizados

apenas quando necessário. Quanto mais bem estruturado for o fluxo de referência e

contra-referência entre os serviços de saúde, melhor a eficiência e eficácia dos

mesmos. Cada serviço de saúde tem uma área de abrangência, ou seja, é responsável

pela saúde de uma parte da população. Os serviços de maior complexidade são menos

numerosos, ficando sob sua responsabilidade grandes áreas de abrangência.

A Lei Orgânica da Saúde estabelece ainda os seguint es princípios:

• Preservação da autonomia das pessoas na defesa de sua integridade física e

moral;

• Direito à informação, às pessoas assistidas, sobre sua saúde;

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• Divulgação de informações quanto ao potencial dos serviços de saúde e sua

utilização pelo usuário;

• Utilização da epidemiologia para o estabelecimento de prioridades, a alocação

de recursos e a orientação programática;

• Integração, em nível executivo, das ações de saúde, meio-ambiente e

saneamento básico;

• Conjugação dos recursos financeiros, tecnológicos, materiais e humanos da

União, dos Estados, do Distrito Federal e dos Municípios, na prestação de

serviços de assistência à saúde da população;

• Capacidade de resolução dos serviços em todos os níveis de assistência; e

• Organização dos serviços públicos de modo a evitar duplicidade de meios para

fins idênticos.

3. Legislação do Sistema Único de Saúde

3.1- Constituição Federal de 1988

Em 1988, concluiu-se o processo constituinte e foi promulgada a oitava

Constituição do Brasil. A chamada “Constituição Cidadã” foi um marco fundamental na

redefinição das prioridades da política do Estado na área da saúde pública.

A Constituição Federal de 1988 redefine o conceito de saúde, incorporando

novas dimensões. Para se ter saúde, é preciso ter acesso a um conjunto de fatores,

como alimentação, moradia, emprego, lazer, educação etc.

O artigo 196 cita que “a saúde é direito de todos e dever do Estado, garantido

mediante políticas sociais e econômicas que visem à redução do risco de doença e de

outros agravos e ao acesso universal e igualitário às ações e serviços para sua

promoção, proteção e recuperação”. Com este artigo fica definida a universalidade da

cobertura do Sistema Único de Saúde.

O SUS faz parte das ações definidas na Constituição como sendo de “relevância

pública”, sendo atribuído ao poder público a sua regulamentação, a fiscalização e o

controle das ações e dos serviços de saúde.

Conforme a Constituição Federal de 1988 as ações e serviços públicos de saúde integram uma rede regionalizada e hierarquizada, e constituem um sistema único, organizado de acordo com as seguintes diretrizes:

3.2- Lei n. 8.080, de 19 de setembro de 1990 – Lei Orgânica da Saúde

A Lei n. 8.080, de 19 de setembro de 1990, dispõe sobre as condições para a

promoção, proteção e recuperação da saúde, a organização e o funcionamento dos

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serviços correspondentes. Esta Lei regula em todo o território nacional as ações e os

serviços de saúde, executados isolada ou conjuntamente, em caráter permanente ou

eventual, por pessoas naturais ou jurídicas de direito público ou privado (BRASIL,

1990).

A Lei n. 8.080/90 institui o Sistema Único de Saúde, constituído pelo conjunto de

ações e serviços de saúde, prestados por órgãos e instituições públicas federais,

estaduais e municipais, da Administração direta e indireta e das fundações mantidas

pelo Poder Público. A iniciativa privada poderá participar do Sistema Único de Saúde

em caráter complementar.

A Lei n. 8.080/90 trata:

a) da organização, da direção e da gestão do SUS;

b) da definição das competências e das atribuições das três esferas de governo;

c) do funcionamento e da participação complementar dos serviços privados de

Assistência à Saúde;

d) da política de recursos humanos; e

e) dos recursos financeiros, da gestão financeira, do planejamento e do

orçamento.

3.3- Lei n. 8.142, de 28 de dezembro de 1990

A Lei n. 8.142, de 28 de dezembro de 1990, dispõe sobre a participação da

comunidade na gestão do Sistema Único de Saúde (SUS) e sobre as transferências

intergovernamentais de recursos financeiros na área de saúde.

O SUS conta em cada esfera de governo com as seguintes instâncias

colegiadas de participação da sociedade:

• Conferência de Saúde

• Conselho de Saúde.

Nos últimos 60 anos (1941-2003), foram realizadas 12 Conferências Nacionais

de Saúde – CNS em contextos políticos diversos e cujas características em termos de

composição, temário e deliberações foram muito diferentes entre si.

Na Lei n. 8.142/90, ficou estabelecido que a Conferência Nacional de Saúde –

CNS fosse realizada a cada quatro anos, “com a representação dos vários segmentos

sociais, para avaliar a situação de saúde e propor diretrizes para a formulação de

políticas de saúde nos níveis correspondentes, convocadas pelo Poder Executivo ou,

extraordinariamente, por este ou pelo Conselho de Saúde”.

Essas Conferências se realizam em um processo ascendente, desde

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Conferências Municipais de Saúde, passando por uma Conferência Estadual de Saúde

em cada estado e culminando em uma Conferência Nacional de Saúde.

Os Conselhos de Saúde buscam participar da discussão das políticas de Saúde

tendo uma atuação independente do governo, embora façam parte de sua estrutura, e

onde se manifestam os interesses dos diferentes segmentos sociais, possibilitando a

negociação de propostas e o direcionamento de recursos para diferentes prioridades.

Em seu parágrafo 2º, a Lei n. 8.142/90 define: “O Conselho de Saúde, em

caráter permanente e deliberativo, órgão colegiado composto por representantes do

governo, prestadores de serviço, profissionais de saúde e usuários, atua na formulação

de estratégias e no controle da execução da política de saúde na instância

correspondente, inclusive nos aspectos econômicos e financeiros, cujas decisões serão

homologadas pelo chefe do poder legalmente constituído em cada esfera de governo”.

A representação dos usuários deverá ser paritária (50%) em relação ao conjunto dos

demais segmentos.

As Conferências de Saúde e os Conselhos de Saúde têm sua organização e

normas de funcionamento definidas em regimento próprio, aprovado pelo respectivo

Conselho.

A Lei n. 8.142/90 trata, ainda, da alocação dos recursos do Fundo Nacional de

Saúde, do repasse de forma regular e automática para Municípios, Estados e Distrito

Federal. Para o recebimento destes recursos, os municípios, os estados e o Distrito

Federal devem contar com:

• Fundo de Saúde

• Conselho de Saúde

• Plano de Saúde

• Relatório de Gestão

• Contrapartida de recursos para a Saúde no respectivo orçamento

• Comissão de elaboração do Plano de Carreira, Cargos e Salários (PCCS).

3.4- As Normas Operacionais do SUS

A partir das definições legais estabelecidas pela Constituição Federal de 1988 e

da Lei Orgânica de Saúde, iniciou-se o processo de implantação SUS de forma

pactuada entre o Ministério da Saúde, Conselho Nacional de Secretários de Saúde

(CONASS) e do Conselho Nacional de Secretarias Municipais de Saúde (Conasems).

Esse processo foi orientado pelas Normas Operacionais do SUS, instituídas por

meio de portarias ministeriais. Tais normas definiram as competências de cada esfera

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de governo e as condições necessárias para que estados e municípios pudessem

assumir as novas atribuições no processo de implantação do SUS.

As Normas Operacionais definiram critérios para que estados e municípios se

habilitassem a receber repasses de recursos do Fundo Nacional de Saúde para seus

respectivos fundos de saúde. A habilitação às condições de gestão definidas nas

Normas Operacionais foi condicionada ao cumprimento de uma série de requisitos e ao

compromisso de assumir um conjunto de responsabilidades referentes à gestão do

sistema de saúde.

Desde o início do processo de implantação do SUS, foram publicadas as

seguintes Normas Operacionais Básicas: NOB/SUS 01/91, NOB/SUS 01/92, NOB/SUS

01/93 e NOB/SUS 01/96.

Em 2001 foi publicada a primeira Norma Operacional da Assistência a Saúde

(NOAS/SUS 01/01), que foi revista e publicada em 2002.

As Normas Operacionais Básicas são instrumentos utilizados para a definição de

estratégias e movimentos tático-operacionais que reorientam a operacionalidade do

SUS, a partir da avaliação periódica de sua implantação e desempenho.

Embora o instrumento que formaliza a norma seja uma portaria do Ministério da

Saúde, o seu conteúdo é definido de forma pactuada entre o Ministério da Saúde e

representantes do CONASS e do Conasems.

Entre os objetivos das Normas Operacionais temos:

• Induzir e estimular mudanças no SUS

• Aprofundar e reorientar a implementação do SUS

• Definir novos objetivos estratégicos, prioridades, diretrizes, e movimentos

tático-operacionais

• Regular as relações entre seus gestores

• Normatizar o SUS.

Desde o início do processo de implantação do SUS foram publicadas três

Normas Operacionais Básicas e em 2001 foi publicada a primeira Norma Operacional

da Assistência à Saúde (NOAS/SUS 01/01).

3.4.1- Norma Operacional Básica do SUS de 1991

A NOB/ SUS 01/91 foi editada pela Resolução do INAMPS número 258, de 7 de

janeiro de 1991, e reeditada com alterações pela resolução do INAMPS número 273,

de 17 de julho de 1991.

Os principais pontos da NOB/SUS 01/91 foram:

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• Equiparou prestadores públicos e privados, no que se refere à modalidade

de financiamento, que passou a ser, em ambos os casos, por pagamento pela

produção de serviços.

• Centralizou a gestão do SUS em nível federal (INAMPS).

• Estabeleceu o instrumento convenial como a forma de transferência de

recursos do INAMPS para os estados, Distrito Federal e municípios.

• Considerou como gestão municipalizada, dentro do SUS, os municípios que

atendessem os seguintes requisitos básicos:

a) criação dos Conselhos Municipais de Saúde;

b) criação do Fundo Municipal de Saúde;

c) Plano Municipal de Saúde aprovado pelos respectivos Conselhos;

d) Programação e Orçamentação da Saúde (PROS) como detalhamento do

Plano de Saúde;

e) contrapartida de recursos para a saúde do seu orçamento; e

f) constituição de Comissão de Elaboração do Plano de Carreira, Cargos e

Salários (PCCS) com o prazo de dois anos para a sua implantação.

• Instituiu a Unidade de Cobertura Ambulatorial (UCA) destinada a reajustar os

valores a serem repassados aos estados, Distrito Federal e municípios. A cobertura

ambulatorial anual era obtida da multiplicação do valor da UCA pela população de cada

unidade da federação.

• Modificou o sistema de pagamento aos prestadores de serviços (entidades

filantrópicas, hospitais universitários, entidades contratadas e conveniadas) com a

implantação do Sistema de Informações Ambulatoriais do SUS (SIA/SUS).

3.4.2- Norma Operacional Básica do SUS de 1993

A NOB/SUS 01/93 foi editada pela Portaria GM/MS n. 545, de 20 de maio de

1993. Formalizou os princípios aprovados na 9ª Conferência Nacional de Saúde

(realizada em 1992), que teve como tema central “a municipalização é o caminho”, e

desencadeou um amplo processo de municipalização da gestão com habilitação dos

municípios nas condições de gestão criadas (incipiente parcial e semiplena).

As principais contribuições da Norma Operacional Básica foram:

• Criou a transferência regular e automática (fundo a fundo) do teto global da

assistência para municípios em gestão semiplena.

• Habilitou municípios como gestores.

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• Definiu o papel dos estados de forma frágil, mas esses, ainda assim,

passaram a assumir o papel de gestor do sistema estadual de saúde.

• Possibilitou a constituição das Comissões Intergestores Bipartite (de âmbito

estadual) e Tripartite (nacional), como importantes espaços de negociação, pactuação,

articulação, integração entre gestores.

3.4.3- Norma Operacional Básica do SUS de 1996

O êxito das mudanças promovidas com a NOB/SUS 01/93 desencadeou uma

ampla discussão no setor saúde e levou à construção de uma nova Norma Operacional

Básica que representasse um salto de qualidade na oferta dos serviços e ações

desenvolvidas pelo SUS em todo o país.

A NOB/SUS 01/96 promoveu um avanço no processo de descentralização,

criando novas condições de gestão para os municípios e estados, caracterizando as

responsabilidades sanitárias do município pela saúde de seus cidadãos e redefinindo

competências de estados e municípios.

Os objetivos gerais da Norma Operacional Básica 01/96 foram:

• Promover e consolidar o pleno exercício, por parte do poder público

municipal, da função de gestor da atenção à saúde de seus habitantes com a

respectiva redefinição das responsabilidades dos estados, Distrito Federal e União.

• Caracterizar a responsabilidade sanitária de cada gestor, diretamente ou

garantindo a referência, explicitando um novo pacto federativo para a saúde.

• Reorganizar o modelo assistencial, descentralizando aos municípios a

responsabilidade pela gestão e execução direta da atenção básica de saúde.

• Aumentar a participação percentual da transferência regular e automática

(fundo a fundo) dos recursos federais a estados e municípios, reduzindo a transferência

por remuneração de serviços produzidos.

• Fortalecer a gestão do SUS, compartilhada e pactuada entre os governos

municipais, estaduais e federais, por meio das Comissões Intergestores Bipartite e

Tripartite como espaços permanentes de negociação e pactuação entre gestores.

Entre as principais características observadas na N OB/SUS 01/96 temos:

• Transferência aos municípios habilitados como Plena da Atenção Básica, dos

recursos financeiros com base per capita relativos a esta responsabilidade, criando o

PAB (Piso Assistencial Básico), repassado fundo a fundo de forma regular e

automática, e com base em valor nacional per capita para a população coberta.

• Reorganização da gestão dos procedimentos de média complexidade

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ambulatorial (Fração Ambulatorial Especializada – FAE).

• Reorganização da gestão dos procedimentos de alta complexidade

ambulatorial com a criação da Autorização de Procedimentos de Alta

Complexidade/Custo (Apac).

• Incorporação das ações de Vigilância Sanitária, criando o Incentivo para as

ações básicas de Vigilância Sanitária.

• Incorporação das ações de Epidemiologia e Controle de Doenças.

• Promoção da reorganização do modelo de atenção, adotando-se como

estratégia principal a ampliação de cobertura do Programa de Saúde da Família e do

Programa de Agentes Comunitários de Saúde, com a criação de Incentivo financeiro.

• Aprimoramento do planejamento e definição da elaboração da Programação

Pactuada e Integrada (PPI).

• Definição das responsabilidades, prerrogativas e requisitos das Condições de

Gestão Plena da Atenção Básica e Plena de Sistema Municipal de Saúde para os

municípios, e Avançada do Sistema Estadual e Plena de Sistema Estadual para os

estados.

Alterações na Norma Operacional Básica 01/96

A NOB/SUS 01/96 foi editada em 5 de novembro de 1996 por meio da Portaria

GM/MS n. 2.203. Vários aspectos deveriam ser imediatamente regulamentados para

viabilizar sua implantação, como, por exemplo, os requisitos e instrumentos para

habilitação, implantação de nova tabela do SIA/SUS, o valor do PAB, o Fator de Ajuste,

a PPI, o Cartão SUS, a Vigilância Sanitária, as Ações de Epidemiologia e Controle de

Doenças, e a data do início de repasse automático fundo a fundo do PAB.

Entretanto, em dezembro de 1996, houve a substituição do Ministro Adib Jatene

pelo Ministro Carlos Albuquerque, gerando uma reorientação na condução do

Ministério da Saúde e uma rediscussão sobre alguns conceitos contidos na versão

original da NOB/SUS 01/96, principalmente em relação ao PAB e o financiamento

necessário para a sua implementação.

A Instrução Normativa 01/97 do Ministério da Saúde, editada em 15 de maio de

1997, regulamentou o processo, fluxos, requisitos e instrumentos de comprovação para

estados e municípios se habilitarem às novas condições de gestão da NOB/SUS 01/96.

Discussões entre o Ministério da Saúde, CONASS e Conasems sobre o

financiamento do SUS e a implantação da NOB/SUS 01/96 consumiram quase todo o

ano de 1997. Em dezembro de 1997 e janeiro de 1998, o Ministério da Saúde publicou

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um conjunto de portarias regulamentando a implantação da NOB/SUS 01/96.

3.4.4- Norma Operacional de Assistência à Saúde NOA S/SUS 01/2001

O período de implementação da NOB/SUS 01/96, compreendido entre os anos

de 1998 e 2000, foi marcado por uma série de importantes avanços no processo de

descentralização do SUS.

Em face de problemas observados durante a implementação da NOB/SUS

01/96, entre os quais podemos citar a questão da definição das responsabilidades, do

planejamento e organização do sistema, e da resolutividade e acesso a serviços,

estabeleceu-se um amplo processo de discussão entre os gestores, que resultou na

publicação da Norma Operacional da Assistência à Saúde 01/01 (NOAS/SUS 01/01),

instituída pela Portaria GM/MS n. 95, de 26 de janeiro de 2001.

A publicação da NOAS/SUS 01/2001 foi o resultado de um longo processo de

negociação que envolveu o Ministério da Saúde, o CONASS e o Conasems.

O conjunto de estratégias apresentadas na NOAS/SUS 01/2001 articulou-se em

torno do pressuposto de que, no atual momento da implantação do SUS, a ampliação

das responsabilidades dos municípios na garantia de acesso aos serviços da atenção

básica, a regionalização e a organização funcional do sistema são elementos centrais

para o avanço do processo.

O objetivo da NOAS/SUS 01/2001 era “promover maior eqüidade na alocação de

recursos e no acesso da população às ações e serviços de saúde em todos nos níveis

de atenção”. Estabeleceu o processo de Regionalização como estratégia de

hierarquização dos serviços de saúde e de busca de maior eqüidade. Institui o Plano

Diretor de Regionalização (PDR) como instrumento de ordenamento do processo de

regionalização da assistência em cada estado e no Distrito Federal, baseado nos

objetivos de definição de prioridades de intervenção coerentes com a necessidade da

população e garantia de acesso dos cidadãos a todos os níveis de atenção à saúde.

Definiu que cabe às secretarias de Saúde dos estados e do Distrito Federal a

elaboração do PDR, em consonância com o Plano Estadual de Saúde, devendo o

mesmo ser aprovado pela Comissão Intergestores Bipartite e pelo Conselho Estadual

de Saúde.

O PDR deve ser elaborado na perspectiva de garantir o acesso aos cidadãos, o

mais próximo possível de sua residência, a um conjunto de ações e serviços vinculados

a:

a) assistência pré-natal, parto e puerpério;

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b) acompanhamento do crescimento e desenvolvimento infantil;

c) cobertura universal do esquema preconizado pelo Programa Nacional de

Imunização (PNI) para todas as faixas etárias;

d) ações de promoção da saúde e prevenção de doenças;

e) tratamento de intercorrências mais comuns na infância;

f) atendimento de afecções agudas de maior incidência;

g) acompanhamento de pessoas com doenças crônicas de alta prevalência;

h) tratamento clínico e cirúrgico de casos de pequenas urgências ambulatoriais;

i) tratamento dos distúrbios mentais e psicossociais mais freqüentes;

j) controle de doenças bucais mais comuns; e

k) suprimento e dispensação dos medicamentos da farmácia básica.

O Plano Diretor de Regionalização serviria de base e de subsidio para o

processo de qualificação das microrregiões de saúde.

No que diz respeito à ampliação do acesso e da qualidade da atenção básica, a

NOAS/SUS 01/2001 instituiu a Gestão Plena da Atenção Básica Ampliada, e definiu

como áreas de atuação estratégicas mínimas para a habilitação nesta condição o

controle da tuberculose, a eliminação da hanseníase, o controle da hipertensão arterial,

o controle da diabetes mellitus, a saúde da criança, a saúde da mulher e a saúde bucal.

Para o financiamento do elenco de procedimentos da atenção básica ampliada, foi

instituído o PAB-Ampliado, e seu valor fixado na época em R$10,50 habitante/ ano.

A NOAS/SUS 01/2001 definiu um conjunto mínimo de procedimentos de média

complexidade como primeiro nível de referência intermunicipal, com acesso garantido a

toda a população no âmbito microrregional, ofertados em um ou mais módulos

assistenciais. Esse conjunto mínimo de serviços de média complexidade compreende

as atividades ambulatoriais, de apoio diagnóstico e terapêutico e de internação

hospitalar. O financiamento federal das ações ambulatoriais seria feito com base em

um valor per capita nacional (R$ 6,00 habitante/ano). Ao longo do processo de

qualificação das microrregiões, o Ministério da Saúde adicionaria recursos ao Teto

Financeiro das UFs para cobrir a diferença entre os gastos atuais com esses

procedimentos e o montante correspondente ao per capita nacional multiplicado pela

população. Cabe ressaltar que nenhuma microrregião foi qualificada e, portanto, essa

forma de repasse nunca foi implementada.

No Capítulo da NOAS 01/2001 que trata do Fortalecimento da Capacidade de

Gestão no SUS, é definido que as UFs devem encaminhar ao Ministério da Saúde uma

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versão consolidada da Programação Pactuada e Integrada (PPI). Cabe às Secretaria

de Estado de Saúde (SES) a coordenação da programação pactuada e integrada no

âmbito do estado. A PPI aprovada pela Comissão Intergestores Bipartite, deve nortear

a alocação de recursos federais da assistência entre municípios pelo gestor estadual,

resultando na definição de limites financeiros claros para todos os municípios do

estado, sendo que o limite financeiro de cada município será composto por duas

parcelas separadas: recursos destinados ao atendimento da população própria e

recursos destinados ao atendimento da população referenciada de acordo com as

negociações expressas na PPI.

Nos casos em que os serviços de referência estiverem localizados em

municípios localizados naqueles habilitados em Gestão Plena de Sistema Municipal,

estes devem se comprometer com o atendimento da população referenciada

subscrevendo com o estado um Termo de Compromisso para Garantia de Acesso.

Esse termo tem como base o processo de programação e contém as metas físicas e

orçamentárias das ações definidas na PPI.

A partir de sua publicação os municípios puderam se habilitar em duas

condições: Gestão Plena da Atenção Básica Ampliada e Gestão Plena de Sistema

Municipal de Saúde. Os estados puderam se habilitar em duas condições: Gestão

Avançada do Sistema Estadual e Gestão Plena de Sistema Estadual.

3.4.5- Norma Operacional de Assistência à Saúde NOA S/SUS 01/2002

As principais modificações na NOAS/SUS 01/2001 introduzidas pela NOAS/SUS

01/02 foram:

• O município-sede de módulo assistencial pode estar habilitado em Gestão Plena

de Sistema Municipal quando em situação de comando único municipal ou em Gestão

Plena da Atenção Básica Ampliada (GPABA) quando em situação de comando único

estadual.

• Estabeleceu que cabe aos estados a gerência de unidades públicas de

hemonúcleos/hemocentros e de laboratórios de referência para controle de qualidade,

Vigilância Sanitária e Vigilância Epidemiológica e gestão sobre o sistema de

hemonúcleos/hemocentros (públicos e privados) e laboratórios de saúde pública.

• Foi estabelecida como prerrogativa dos estados habilitados na NOAS/SUS 01/02

a transferência regular e automática dos recursos correspondentes ao financiamento

per capita do conjunto mínimo de serviços de média complexidade em regiões ou

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microrregiões qualificadas, nos casos em que o município-sede do módulo assistencial

estiver habilitado em GPABA.

3.5- O Pacto pela Saúde 2006

Desde 2003, resultado das discussões e consensos elaborados a partir do

Seminário para construção de Consensos e da carta de Sergipe, o CONASS solicitou

ao Ministério da Saúde a revisão do processo normativo do SUS.

Era compreensão dos Gestores Estaduais que o processo normativo do SUS

necessitava contemplar a ampla diversidade e diferenças do nosso país e que a

elaboração de uma nova norma deveria contribuir para a construção de um modelo de

atenção que contemplasse os princípios do SUS, sob a égide da responsabilidade

sanitária, adequada à realidade de cada estado e região do país, integrando ações de

promoção à saúde, atenção primária, assistência de média e alta complexidade,

epidemiologia e controle de doenças, vigilância sanitária e ambiental, a reafirmação da

importância das instâncias deliberativas CIB e CIT e o fortalecimento do controle social.

Entre as prioridades discutidas e consideradas prioritárias pelos secretários

estaduais de saúde, citamos: o compromisso com o SUS e seus princípios; o

fortalecimento da Atenção Primária; a valorização da saúde e a necessária articulação

intersetorial; o fortalecimento do papel dos estados; e a luta pela regulamentação da

Emenda Constitucional 29 e por mais recursos financeiros para a área da saúde.

O processo se iniciou em agosto de 2004, quando foi organizada pelo Ministério

da Saúde uma oficina denominada “Agenda do Pacto de Gestão”, com objetivo de dar

início ao processo de discussão para a revisão do processo normativo do SUS; e

estabelecer as diretrizes, conteúdos e metodologia de trabalho para a elaboração de

propostas para pactuação de questões fundamentais para o processo de Gestão do

SUS. Os participantes dessa oficina foram representantes do CONASS, Conasems e

do Ministério da Saúde.

O trabalho conjunto exigiu o exercício da construção de consensos entre

CONASS, Conasems e Ministério da Saúde. Há pontos de operacionalização que

ainda estão sendo discutidos, pois esse processo é dinâmico e necessita de avaliação

constante para sua efetiva operacionalização, assim como para aperfeiçoar os

mecanismos de planejamento e programação para a gestão do SUS. Os primeiros

resultados obtidos constam da Portaria GM/MS n. 399, publicada em 22 de fevereiro de

2006, com a definição das diretrizes operacionais do Pacto pela Saúde.

Na data de 3 de abril de 2006, foram publicadas a Portaria GM/MS n. 699, que

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Regulamenta as Diretrizes Operacionais dos Pactos pela Vida e de Gestão, e a

Portaria GM/MS n. 698, que instituiu a nova forma de transferência dos recursos

federais destinados ao custeio de ações e serviços de saúde em blocos de

financiamento. Essa portaria foi substituída pela Portaria GM/MS n. 204, de 29 de

janeiro de 2007, que será abordada no volume Financiamento da Saúde desta

Coleção.

As diretrizes operacionais do Pacto pela Vida reafirmam princípios; consolidam

processos como a importância da regionalização e dos instrumentos de planejamento e

programação como o Plano Diretor de Regionalização (PDR), Plano Diretor de

Investimentos (PDI) e a Programação Pactuada Integrada (PPI); e possibilitam a

reorganização dos processos de gestão e de regulação do sistema de saúde no âmbito

dos estados com vistas a melhorar e qualificar o acesso do cidadão às ações e

serviços de saúde.

A partir das discussões envolvendo o Pacto de Gestão houve a compreensão

pelos gestores federais, estaduais e municipais da necessidade de se pactuar também

metas e objetivos sanitários a serem alcançados, assim como da necessidade de

envolver a sociedade na defesa do SUS. Estabeleceu-se, então, a organização de um

Pacto pela Saúde, com capacidade de responder aos desafios atuais da gestão e

organização do sistema, para dar respostas concretas às necessidades de saúde da

população brasileira, e tornar a saúde uma política de Estado mais do que uma política

de governo. Esse processo de pactuação tem como finalidade a qualificação da gestão

pública do SUS, buscando maior efetividade, eficiência e qualidade de suas respostas.

Nesse sentido, foram definidas três dimensões no Pacto pela Saúde 2006: Pacto

em Defesa do SUS, Pacto pela Vida e Pacto de Gestão.

Pacto em Defesa do SUS

Compromisso inequívoco com a repolitização do SUS, consolidando a política

pública de saúde brasileira como uma política de Estado, mais do que uma política de

governos.

Os gestores reconhecem a necessidade de romper os limites setoriais e levar a

discussão sobre a política pública de saúde para a sociedade organizada, tendo o

financiamento público da saúde como um dos pontos centrais.

As prioridades do Pacto em Defesa do SUS são:

1. Implementar um projeto permanente de mobilização social com a finalidade

de:

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• Mostrar a saúde como direito de cidadania e o SUS como sistema público

universal garantidor desses direitos;

• Alcançar, no curto prazo, a regulamentação da Emenda Constitucional n. 29,

pelo Congresso Nacional;

• Garantir, no longo prazo, o incremento dos recursos orçamentários e

financeiros para a saúde; e

• Aprovar o orçamento do SUS, composto pelos orçamentos das três esferas

de gestão, explicitando o compromisso de cada uma delas.

2. Elaborar e divulgar a carta dos direitos dos usuários do SUS.

Pacto pela Vida

O Pacto pela Vida – como instrumento do Pacto pela Saúde 2006 – representa

uma mudança radical na forma de pactuação do SUS vigente até agora. A observação

da trajetória do SUS mostra que esse sistema público de saúde vem sendo mudado, de

tempos em tempos, por meio de reformas incrementais que se materializaram em

normas operacionais (NOBs e NOAS), como descritos anteriormente.

Para que não se caia, uma vez mais, na formalização de pactos meramente

burocráticos, com parcos resultados sanitários, haverá que se operar mudanças nos

mecanismos de pactuação, seja no campo cultural, seja no campo operacional.

Há de se mudar a cultura da pactuação: o pacto não termina no momento de sua

assinatura, mas ali começa. De outro lado, os objetivos e metas pactuados devem

servir de bússola para que os diferentes entes federados orientem suas decisões

estratégicas e focalizem a alocação dos recursos. Só quando houver convergência

entre metas e objetivos pactuados, priorização de ações táticas e alocação de

recursos, estarão sendo feitos pactos reais.

No campo operativo, as metas e objetivos do Pacto pela Vida devem inscrever-

se em instrumentos jurídicos públicos, os Termos de Compromisso de Gestão,

firmados pela União, estados e municípios. Esses termos têm como objetivo formalizar

a assunção das responsabilidades e atribuições inerentes às esferas governamentais

na condução do processo permanente de aprimoramento e consolidação do SUS.

A operacionalização do processo de monitoramento e avaliação deve ser objeto

de regulamentação específica em cada esfera de governo, considerando as

pactuações realizadas.

A definição de objetivos deve ser estabelecida por meio de metas nacionais,

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estaduais, regionais ou municipais. Os pactos estaduais deverão estar referenciados

pelas metas e objetivos nacionais; os pactos regionais e municipais devem estar

referenciados pelas metas estaduais. Essa é uma mudança operacional importante

porque não há que se impor metas nacionais a estados, nem metas estaduais a

regiões ou municípios. Pacto é negociação equilibrada entre atores e não imposição de

uma das partes sobre a outra.

O Pacto pela Vida 2006 definiu seis prioridades: Saúde do idoso; Controle do

câncer de colo de útero e de mama; Redução da mortalidade infantil e materna;

Fortalecimento da capacidade de respostas às doenças emergentes e endemias, com

ênfase na dengue, hanseníase, tuberculose, malária e influenza; Promoção da Saúde;

e Fortalecimento da Atenção Básica.

Pacto de Gestão

Contempla os princípios do SUS previstos na Constituição Federal de 1988 e na

Lei n. 8.080/90. Estabelece as responsabilidades solidárias dos gestores a fim de

diminuir as competências concorrentes, contribuindo, assim, para o fortalecimento da

gestão compartilhada e solidária do SUS.

Avança na regionalização e descentralização do SUS, a partir da proposição de

algumas diretrizes, permitindo uma diversidade operativa que respeite as

singularidades regionais.

Propõe a descentralização de atribuições do Ministério da Saúde para os

estados, e para os municípios, acompanhado da desburocratização dos processos

normativos. Reforça a territorialização da saúde como base para organização dos

sistemas, estruturando as regiões sanitárias e instituindo colegiados de gestão

regional.

Explicita as diretrizes para o sistema de financiamento público tripartite em

grandes blocos de financiamento federal e estabelece relações contratuais entre os

entes federativos.

Fonte:

BRASIL. Conselho Nacional de Secretários de Saúde. Para entender a gestão do SUS/ Conselho Nacional de Secretários de Saúde. Brasília: CONASS, 2003.

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RELAÇÕES HUMANAS

Percepção

Perceber pode ser definido como adquirir conhecimento por meio dos sentidos,

formar uma idéia de algo ou alguém, compreender, entender. Mas, segundo o filósofo

Kant, vemos as coisas não como elas são, mas como nós somos. Assim, podemos

dizer que percepção é interpretação.

Isto quer dizer que, ao perceber situações, pessoas ou fatos, você poderá estar

sendo influenciado por experiências anteriores, valores, ideologia, conceitos e

preconceitos.

Se vários artistas forem solicitados a copiar uma mesma paisagem, cada um

pintará um quadro diferente. Se pedirmos a um grupo de pessoas para contar um

mesmo filme visto por todos, certamente os relatos serão diferentes, cada um

destacando o que mais lhe chamou a atenção.

Se a experiência anterior ou presente interferir significativamente na percepção

individual, isto poderá significar que ela pode ser falha, ou não abranger toda a

situação que se quer avaliar, principalmente se não houver conhecimento das

circunstâncias em que determinada situação se desenvolve.

E, raramente, colocamos em dúvida a exatidão de nossas percepções. Estamos

sempre negando o que o outro percebeu.

Se nossas percepções são influenciáveis e, em conseqüência, podem ser falhas,

o que fazer para uma aproximação maior da realidade dos fatos? É preciso juntar

nossas percepções com as dos outros. Isto significa não negar o que o outro

percebeu , mas trocar, debater, ouvir o outro e trabalhar em equipe .

Fatores que podem influenciar na percepção

• Preconceito – são as opiniões formadas antecipadamente, sem maior reflexão

ou conhecimento dos fatos. São prejulgamentos que, geralmente, estão ligados aos

nossos valores.

• Experiência anterior – o que já conhecemos, as situações pelas quais

passamos.

• Estado emocional – nosso estado emocional pode alterar a percepção que

temos das pessoas, dos fatos ou das situações, fazendo-nos perceber o que não existe

ou aumentando o que já existe.

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• A perspectiva e o ângulo parcial de visão podem nos levar às visões parciais

ou distorcidas.

• A percepção de outras pessoas.

Empatia

Empatia quer dizer “colocar-se no lugar do outro” para melhor conhecer e

compreender os seus sentimentos, as suas ações, os seus pensamentos e a sua visão

de mundo. É a capacidade de saber como o outro se sente para poder se relacionar e

trabalhar melhor com ele.

A empatia é uma importante ferramenta nas relações interpessoais.

Quando você se coloca no lugar de outra pessoa, compreende melhor suas

idéias e consegue trocar experiências mais facilmente, aprender, crescer.

Para se ter empatia é preciso estar aberto para as próprias emoções, para o

autoconhecimento . Só assim, percebendo os próprios sentimentos, você poderá

desenvolver habilidade para a leitura dos sentimentos dos outros.

Como entender os sentimentos dos outros?

Você já reparou que as emoções das pessoas, geralmente, não são colocadas

em palavras, mas em gestos, tom de voz e outras formas de expressão?

O primeiro passo para a compreensão do outro está na capacidade de perceber

as comunicações não-verbais: tom de voz, gestos, expressões faciais, postura física,

além do que é expressado verbalmente. A verdade emocional está mais no como

alguém diz alguma coisa do que no que ele diz.

Segundo Daniel Goleman, as pessoas com capacidade de perceber e

compreender os sentimentos de outras têm características que as destacam das

demais.

• São atentas às dicas emocionais e escutam os outros com atenção.

• Mostram sensibilidade e compreendem as perspectivas de outras pessoas.

• Prestam ajuda, com base na compreensão das necessidades e sentimentos

das outras pessoas.

• Vêem, realmente, o outro. E nós? Vemos realmente o outro?

O processo de comunicação

Comunicação é a troca de informações entre um emissor e um receptor, com

possibilidades de interferências que podem alterar o significado pretendido pelo

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emissor. Temos o emissor, a mensagem, o canal (a forma de transmissão), o receptor,

o feedback (retorno da mensagem dado pelo receptor ao emissor).

A comunicação pode ser dar através de diferentes formas ou canais:

comunicação verbal (oral e escrita); comunicação não- verbal (expressão corporal,

símbolos, sinais espaciais).

Atenção! As comunicações sejam verbais, gestuais, posturais, etc., estão

sujeitas a distorções, deformações, que fazem com que freqüentemente a mensagem

não seja entendida com os significados desejados pelo emissor.

Para que a compreensão seja mais precisa, é necessário que a comunicação se

dê em duas direções. É quando você fala e dá oportunidade ao outro de perguntar e de

esclarecer dúvidas. É quando pede que o outro repita o que transmitiu e, assim, poder

se certificar da compreensão da mensagem.

Feedback

Feedback significa retorno, retroalimentação. É uma comunicação à outra

pessoa ou equipe sobre como a sua atuação está afetando outras pessoas. O

feedback é indispensável para redução de falhas e distorções, pois permite a cada

pessoa o autoconhecimento, a revisão de percepções, valores ou posições e a

correção de rumos.

Como dar feedback para que ele seja aceito e utilizado de forma construtiva?

Para que o feedback possa ser efetivo e positivo dentro do ambiente de trabalho,

é preciso que você:

• Leve sempre em conta que feedback eficaz é o que ajuda as pessoas ou

equipes a melhorar seu desempenho e alcançar seus objetivos.

• Crie e mantenha o costume dentro da equipe de dar e receber feedback.

• Estabeleça uma relação de respeito e confiança mútua.

• Aprenda a dar feedback de forma habilidosa, sem conotações emocionais.

• Aprenda a ouvir, a receber feedback, sem reações emocionais fortes.

Além disso, é importante que um feedback seja:

• Sem julgamentos, sem acusações, que descreva o comportamento e não o

avalie.

• Específico, quer dizer, sobre um só comportamento.

• Solicitado e não imposto.

• Próximo no tempo, ao acontecimento ao qual desejamos dar um retorno.

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• Expressado no momento adequado.

Atenção! A aceitação do feedback pode ser difícil, caso envolva uma crítica ao

trabalho ou às atividades de uma pessoa ou equipe. A intenção positiva de dar

feedback pode se transformar em um confronto fútil, que leva a ressentimentos, que

não trazem qualquer solução ao problema, ou às preocupações que originalmente

geraram o feedback.

Observe o quadro a seguir, ele destaca quatro forma s de dar feedback:

FORMA REAÇÕES PROVÁVEIS RESULTADO

VERDADE COM ÓDIO

o AGRESSIVIDADE o DESCRÉDITO

o RAIVA o REVIDE o CONFLITO

MENTIRA COM AMOR

o APROVAÇÃO o DESCONFIANÇA

o ESTAGNAÇÃO o PERMANÊNCIA o REFORÇO DO

COMPORTAMENTO MENTIRA COM ÓDIO o AGRESSIVIDADE

o FUGA o MÁGOA o INIMIZADE

VERDADE COM AMOR

o ACEITAÇÃO o SURPRESA

o MUDANÇA o CRESCIMENTO

Saber ouvir

Um dos aspectos mais importantes a uma boa comunicação e também um dos

mais difíceis é a capacidade de ouvir, que engloba três aspectos:

• Escutar, estar atento, ouvir e acompanhar mentalmente a mensagem.

• Entender, perceber o sentido da idéia, interpretar a mensagem.

• Absorver, assimilar, concentrar as informações.

É comum pensar no ouvir como uma atividade passiva, na qual simplesmente

recebemos informações.

Saber ouvir é uma atividade que pode ser desenvolvida e contribuir para o

enriquecimento das relações interpessoais. A chave para essa escuta ativa e eficaz é a

vontade e a capacidade de escutar a mensagem inteira (verbal e não-verbal), e

responder apropriadamente e com empatia ao conteúdo e à intenção (sentimentos,

emoções, etc.) da mensagem.

“Ouvir implica paciência, mente aberta e vontade de compreender –

qualidades supremas do caráter humano” (STEPHEN COV EY).

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Motivação

Todas as pessoas têm necessidades, desejos, aspirações, objetivos individuais

ou motivos, que são as forças internas, que influenciam e direcionam seu

comportamento.

A motivação de uma pessoa depende da força dos seus motivos, nasce das

suas necessidades interiores. Essas necessidades são individuais, determinadas pela

personalidade, pelos traços biológicos e psicológicos, pela vivência e pela

aprendizagem.

A motivação faz com que as pessoas invistam em si mesmas e em seu trabalho

mais do que lhes é exigido. As pessoas motivadas vão além dos seus limites e

ampliam os limites de sua capacidade. Buscam a excelência no que fazem e realizam

tarefas espontaneamente.

As pessoas motivadas em relação ao trabalho:

• Fazem sugestões e dão idéias de maneira espontânea;

• Reagem de modo positivo quando recebem novas incumbências;

• Trabalham para conquistar avanços e não para livrar-se da tarefa;

• São francas ao responder às perguntas.

Equipe de trabalho

Uma equipe de trabalho constitui-se de vários profissionais, cada um com seu

saber específico.

É importante lembrar que, o fato de profissionais de diferentes especialidades

trabalharem juntos, no mesmo local, não quer dizer que eles estejam trabalhando de

forma integrada. É extremamente difícil o trabalho em equipe. Trabalhar em harmonia e

de forma integrada é muito complicado (mas não é impossível!). Nem sempre

conseguimos abrir mão de nossas vaidades profissionais ou encarar inseguranças que,

naturalmente, temos ao compartilhar com o grupo a nossa maneira de trabalhar.

Se todos nós, profissionais, conseguíssemos superar essas nossas limitações,

teríamos um cotidiano criativo e interessante, no quais novas soluções para velhos e

novos problemas estariam sempre surgindo, contribuindo, assim, para vencer as

grandes dificuldades que a área da saúde no Brasil enfrenta hoje.

Existem quatro tipos de trabalho em equipe:

� Equipe pluridisciplinar – nesta equipe tem vários profissionais de diversas

formações, mas não trabalham juntos, não trocam informações sobre o usuário. Cada

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um faz o seu trabalho sem comunicação alguma, sem somar. Na verdade, divide-se o

usuário entre as várias áreas do saber.

� Equipe multidisciplinar – os diversos profissionais, nesta equipe, trocam

idéias e informações sobre sua prática. Reúnem-se regularmente, debatem pontos de

vista e complementam os entendimentos sobre o problema em questão, indo além dos

limites restritos e suas profissões.

Embora utilize as ferramentas de cada profissão e se limita aos métodos e

técnicas de cada uma delas, a equipe multidisciplinar vai além, vendo o usuário por

inteiro: um ser humano complexo e não compartimentado, que precisa de ajuda e de

ser compreendido em sua complexidade.

� Equipe interdisciplinar – profissionais de diferentes áreas utilizam os

mesmos métodos e técnicas de uma determinada disciplina. Este tipo de equipe é

muito comum nos serviços de atenção diária em saúde mental, nos quais profissionais

trabalham em conjunto, atuando de acordo com os procedimentos acertados pela

equipe.

� Equipe transdisciplinar – é a forma considerada ideal de atuação em

equipe, ainda visto como uma utopia. Esse modo de atuação parte do princípio de que

nenhuma disciplina detém, sozinha, todas as respostas ou soluções para os problemas

enfrentados. Elas (as respostas ou soluções) terão que ser alcançadas através da

construção cotidiana do trabalho em equipe.

Não se abre mão das especialidades, mas diferentes profissionais

complementam-se, atuando para o bem-estar biopsicossocial do indivíduo. Os vários

profissionais tratarão do ser humano sob seus cuidados, como um ser singular, com

passado e futuro, que vive em contextos social, cultural e político que lhe faz único e

como tal deve ser considerado.

A comunicação dentro da equipe

A organização de todo grupo de trabalho envolve também o estabelecimento de

canais de comunicação entre seus membros. Esses canais dizem respeito à maneira

como as pessoas se comunicam dentro da equipe, ou seja, o modo como manifestam

suas opiniões e são ouvidas pelos colegas.

A maneira de se comunicar dentro do grupo pode ser formal ou informal.

A comunicação formal é aquela que acontece, por exemplo, através de ofícios

e memorandos, isto é, através de mecanismos formais de comunicação.

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A comunicação informal se dá sem a necessidade desses mecanismos: é a

conversa no corredor ou pelo telefone, o bilhete passado por um colega, o bate-papo

na hora do almoço, enfim, qualquer forma de comunicação não padronizada pelo grupo

ou pela instituição na qual está inserido.

Devemos lembrar-nos, no entanto, que a comunicação não se limita a palavras,

faladas ou escritas. Gestos, postura, olhares, expressões faciais também expressam

sentimentos e pensamentos e são maneiras de as pessoas se comunicarem.

O tipo de líder que um grupo tem vai determinar também o modo como a rede de

comunicação interna vai se organizar.

Uma equipe de trabalho com um líder do tipo autoritário, por exemplo, vai ter

uma rede de comunicação centralizada. Isto é, toda informação tem que passar

primeiro pelo líder para poder ser compartilhada com o resto do grupo. E todos os

membros da equipe devem reportar-se diretamente a ele antes de se comunicarem

com qualquer outro colega. Neste tipo de grupo, há uma maior formalização das

comunicações, já que há um maior controle sobre elas.

Na grande maioria das equipes e instituições de saúde, contudo, vamos

encontrar uma rede de comunicação formada pelos dois tipos de canais de troca

informação: os formais e os informais, e os dois são igualmente importantes. Muitas

vezes, colhemos informações fundamentais para o nosso trabalho informalmente –

como na conversa com o paciente enquanto fazemos um curativo, ou com a família na

sala de espera.

Em todas as formas de comunicação, formal ou informal, pode haver o que se

chama de ruído .

Ruídos são fatores estanhos à mensagem transmitida que a modificam e podem

torná-la incompreensível ou mudar totalmente seu sentido.

Devemos estar atentos para evitar que ruídos atrapalhem a comunicação dentro

da nossa equipe. Os ruídos podem aparecer na forma de boatos, fofocas, nos erros de

digitação ou grafia, etc. de qualquer maneira, podem prejudicar seriamente o trabalho,

provocando mal-entendidos e causando mal-estar entre os membros do grupo.

Todos os membros de uma equipe devem ter assegurado o direito de participar

de processos de produção e de divulgação da informação. Um grupo de profissionais

integrado, no qual todos se sintam igualmente importantes, produzindo e recebendo

informação, fazendo parte da rede de comunicação, traz maior satisfação e, em

conseqüência, melhor participação no cotidiano do trabalho.

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Gerenciando conflitos

A concordância permanente em um grupo pode até ser agradável, mas é um

fator de estagnação, enquanto que o desequilíbrio da discordância pode provocar

crises que possibilitam crescimento e mudanças significativas e positivas para as

pessoas ou grupos.

Conflitos fazem parte da nossa vida pessoal e profissional. Uma equipe de

trabalho não deverá submeter-se à harmonia medíocre apenas para fugir dos conflitos.

A busca do equilíbrio em todos os momentos é o que importa. Viver em conflito

constante e não apresentar crescimento é tão maléfico quanto a falsa harmonia.

Podemos dizer que:

• Conflitos ocorrem e são naturais;

• É possível administrar a maioria dos conflitos;

• Conflito é busca de alternativas;

• Conflitos podem ajudar a formar relacionamentos;

• Conflitos podem desafiar a acomodação de idéias e posições;

• Conflitos podem exercitar a imaginação para soluções originais;

• Conflitos podem motivar uma mudança.

Como lidar com os conflitos?

O primeiro passo para lidar com um conflito é reconhecer que ele existe e

precisa ser enfrentado. Negá-lo impede a pessoa de atuar em busca de uma solução.

É preciso, portanto, cuidado com os “deixa disso...”, “Isso não é admitido aqui...”,

“Esqueçam as diferenças e vamos trabalhar....”

As pessoas gastam muito mais energia para esconder, camuflar o conflito, do

que para enfrentá-lo e resolvê-lo e, ainda, correm o risco de vê-lo agravar-se com o

passar do tempo.

Diante de um conflito, adotamos, geralmente, as seguintes posturas:

• Competimos – na competição, procuramos satisfazer nossos interesses sem

a preocupação com os interesses do outro. Não há cooperação.

• Evitamos – fugir da situação a ser resolvida, sem buscar atender nem aos

interesses de uma parte, nem de outra, pode provocar raiva ou frustração. É desejável,

no entanto, evitar resolver um conflito quando, por exemplo, uma das partes estiver

muito alterada.

• Acomodamos – quando acomodamos, estamos buscando atender aos

interesses do outro, em detrimento dos nossos interesses. Cooperamos, sem sermos

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assertivos. Muitas vezes, para manter a harmonia no grupo ou se a questão é muito

importante para ele, é válido acomodar.

• Conciliamos – para conciliar, é preciso que sejamos moderadamente

assertivos e cooperativos, para tentar satisfazer parte dos interesses de todos os

envolvidos no conflito. Essa “solução de compromisso” poderá resolver os conflitos em

muitas situações.

• Colaboramos – embora as quatro primeiras atitudes possam ser usadas em

determinadas situações, a colaboração é a melhor forma de administrar conflitos. É

quando os envolvidos sentam-se para conversar e buscar através da motivação, da

troca de percepções, da empatia, da comunicação clara e objetiva, que só é possível,

em duas vias, a solução que atenda a todos os envolvidos.

REFERÊNCIAS

BOCK, Ana Mercês Bahia; FURTADO, Odair; TEIXIERA, Maria de Lourdes Trassi. Psicologias. Uma introdução ao estudo da Psicologia . São Paulo: Saraiva, 2002.

SEBRAE. Desenvolvimento de Equipes . Rio de Janeiro, 2003. <http://www.psiqueweb..med.br/persona/freud2.html> . Acesso em nov. 2003.

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NOÇÕES DE PRÁTICA DE ORGANIZAÇÃO DE ARQUIVOS SETORI AIS

I – INTRODUÇÃO

O presente texto tem como objetivo esclarecer dúvidas sobre terminologias

arquivísticas e ainda apontar normas e procedimentos pertinentes a área. Destina-se

aos profissionais que lidam com o desenvolvimento de ações administrativas e

necessitam registrar suas informações no papel, no tocante ao envio e recebimento de

documentação oficial.

II – O ARQUIVO E A INFORMAÇÃO

A informação, tanto quanto o capital e o trabalho, é de fundamental importância

dentro das organizações, condicionando sua competitividade à adequação do seu

tratamento. No entanto, o tratamento dispensado à informação e, em conseqüência, à

documentação, na maioria das vezes, nem sempre é o mais racional e adequado. O

que se percebe é que a informação nunca está disponível no momento exato, seja pelo

arquivamento inadequado, pelo afastamento do detentor das fontes de consulta, ou

ainda, pelo excesso de massa documental, causando sérios problemas para a

organização.

Ainda hoje, as estatísticas indicam que 95% da informação no mundo está

armazenada em papel e, somente 4% está em microfilme e 1% em computador. Esta

situação é extremamente preocupante, à medida que o sucesso organizacional está

diretamente relacionado com o nível e a disponibilização da informação na empresa.

III - FINALIDADE DA DOCUMENTAÇÃO NAS ORGANIZAÇÕES

A documentação numa organização é a prova documentária de trabalhos

realizados no passado, de ações presentes e de planejamentos futuros. Se a

administração da documentação não é realizada de forma eficiente e eficaz, podemos

ter como conseqüência uma organização com sua estrutura administrativa inoperante.

A solução pode não se apresentar na própria administração da documentação, mas,

nos métodos de trabalho associados com o trato e controle destes.

IV - NÍVEIS DA DOCUMENTAÇÃO NA ORGANIZAÇÃO

É comum considerarmos três níveis de responsabilidade e autoridade, a saber: o

estratégico, o tático e o operacional.

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o Documentação de nível estratégico

É a documentação que retrata as preocupações de longo prazo, de mais alto

nível e que deve conter as informações mais gerais e abrangentes da organização,

cujos efeitos são direcionados aos níveis hierárquicos da alta gerência.

o Documentação de nível tático

É a documentação de nível intermediário, tanto em termos hierárquicos, quanto

em termos de gestão da organização. Estes documentos determinam “como, quem,

quando e onde” para cada grande atividade determinante da organização ( por

exemplo: compras, treinamento, etc). Como exemplos de documentos de nível tático,

podemos citar: Procedimentos (ou Manuais de Procedimentos), Plano de Metas, Plano

de Cargos e Salários, entre outros.

o Documentação de nível operacional

É a documentação de nível mais baixo, onde estão as preocupações imediatas,

do curto prazo. Ela contém todos os detalhes e informações técnicas, padrões,

especificações, tabelas etc, para a operação segura dos processos de trabalho. Como

exemplo de documentos de nível operacional, podemos citar: Instruções de Trabalho,

Especificações, Guias de Trabalho, entre outros.

V - VALORES DOS DOCUMENTOS

Os documentos apresentam duas espécies de valores inerentes:

o Valor primário – estabelecido em função do grau de importância que o

documento possui para a entidade que o acumulou e;

o Valor secundário – estabelecido em função do grau de importância que o

documento possui para outras entidades e pesquisadores.

O Valor primário de um documento manifesta-se sob três diferentes tipos, ou

seja:

1. Valor administrativo – documentos que envolvem política e métodos e que são

necessários para a execução das atividades do órgão. Ex: Planos, Programas de

Trabalho, Relatórios etc;

2. Valor jurídico ou legal – documentos que envolvem direitos a curto ou a longo

prazo do Governo ou dos cidadãos, e que produzem efeito perante os tribunais. Ex:

Acordos, Contratos, Convênios etc;

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3. Valor fiscal – documentos que se referem a operações financeiras e à

comprovação de receitas e despesa geradas para atender às exigências

governamentais. Ex: Notas Fiscais, Receitas, Faturas etc.

O Valor secundário subdivide-se em:

1. Valor histórico probatório – documentos que retratam a origem, organização,

reforma e história de uma administração. Ex: Atos Normativos, Exposição de Motivos

etc.;

2. Valor histórico informativo – documentos que, embora recebidos por uma

determinada entidade em função de suas atividades, são valiosos pelas informações

que contém retratando pessoas, fatos ou épocas. Ex: Tabelas de Recenseamento,

Documentos sobre Serviço Militar, Índices de Preços, Indicadores Econômicos etc.

VI – CONCEITOS

1. Informação – Se entende como processo de transmissão de elementos

(dados, impulso, etc.) de um emissor a um receptor.

2. Comunicação – É a transmissão da informação no espaço e no tempo. Ato

ou efeito de transmitir fisicamente, de um ponto ao outro, geralmente de um indivíduo a

outro, a informação contida num documento.

3. Documento – Registro de uma informação independente da natureza do

suporte que a contém.

4. Suporte – É um meio físico que utilizamos para registrar e transmitir as

informações. Ex: papel, fotografia, disquete, quadro, microfilme, etc.

5. Documento de arquivo – 1. Aquele que é produzido e/ou recebido por uma

instituição pública ou privada, no exercício de suas atividades, constitui elemento de

prova ou de informação. –2. Aquele produzido e/ou recebido por pessoa física no

decurso de sua existência.

6. Documento oficial – Aquele que, possuindo ou não valor legal, produz efeitos

de ordem jurídica na comprovação de um fato.

7. Documento público – Aquele produzido e recebido pelos órgãos do poder

público, no desempenho de suas atividades.

8. Documento sigiloso – Aquele que, pela natureza de seu conteúdo

informativo, determina medidas especiais de proteção quanto à sua guarda e acesso

ao público.

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VII–CORRESPONDÊNCIA: SUA CLASSIFICAÇÃO E CARACTERIZ AÇÃO

Conceito de correspondência – Considera-se correspondência toda e qualquer

forma de comunicação escrita, produzida e destinada a pessoas jurídicas ou físicas, e

vice-versa, bem como aquela que se processa entre órgãos e servidores de uma

instituição.

Quanto ao destino e procedência podemos classificar a correspondência em

externa e interna .

Por externa entende-se aquela correspondência trocada entre uma Instituição e

outras entidades e/ou pessoas físicas, como ofícios, cartas, telegramas.

Interna é a correspondência trocada entre órgãos de uma mesma instituição.

São os memorandos, despachos, circulares.

Glossário de terminologias arquivísticas

Acervo – Conjunto de documentos de um arquivo.

Acesso - Possibilidade de consulta aos documentos de arquivos.

Administração de arquivos – Direção, supervisão e coordenação das atividades

administrativas e técnicas de uma instituição ou órgão arquivístico.

Arquivamento – Operação que consiste na guarda de documentos nos seus lugares,

em equipamentos que lhes forem próprios e de acordo com um sistema de ordenação

previamente estabelecido.

Arquivista – Profissional de arquivo, de nível superior.

Arquivo – É o registro e a guarda da documentação, produzidos ou recebidos por

pessoa física e instituições públicas ou privadas, em decorrência do exercício de

atividade específica, de forma que proporcione rápida e eficiente recuperação da

informação pelo meio mais adequado.

Arquivologia – É o complexo de conhecimentos teóricos e práticos, relativos a

organização de Arquivos e as tarefas do Arquivista, ou seja, controle dos arquivos em

formação (fase corrente); eliminação de documentos de valor transitório; recolhimento

e conservação de arquivos de valor permanente; elaboração dos instrumentos de

pesquisa; etc.

Arquivo em depósito – Conjunto de documentos colocados sob a guarda de um

arquivo permanente, embora não pertençam ao seu acervo.

Arquivo privado – Conjunto de documentos que são produzidos ou recebidos por

instituições não-governamentais, famílias ou pessoas físicas, em decorrência de suas

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atividades específicas e que possuam uma relação orgânica perceptível, através do

processo de acumulação.

Arquivo público – Conjunto de documentos que são produzidos ou recebidos por

instituições governamentais de âmbito federal, estadual ou municipal, em decorrência

de suas funções específicas administrativas, judiciárias ou legislativas. Ou ainda,

instituições arquivísticas franqueadas ao público.

Arranjo – Procedimento que consiste em colocar ou distribuir documentos fisicamente,

numa seqüência alfabética ou numérica, isto é, a ordenação de documentos de acordo

com uma classificação. Enquanto a classificação é uma ação intelectual, o arranjo é

uma ação física.

Avaliação – Processo de análise da documentação de arquivos, visando estabelecer a

sua destinação, de acordo com seus valores probatórios e informativos.

Biblioteca – É o conjunto de material, em sua maioria impresso, disposto

ordenadamente para estudo, pesquisa e consulta.

Classificação – Plano, tabela ou código contendo esquema definido de relações

lógicas e sistemáticas agrupadas segundo suas semelhanças e/ou diferenças.

Classificar – Ato de analisar e determinar o conteúdo de assunto de um documento,

selecionar a categoria de assunto sob a qual deve ser arquivado.

Código – Número ou símbolo atribuído para agrupar documentos correlatos, sobre

determinado assunto, em substituição ao mesmo, para fins de abreviatura, identificação

e sigilo.

Competência de guarda - comunicação – É o ato ou efeito de transmitir fisicamente,

de um ponto a outro – geralmente de um indivíduo a outro- a informação contida num

documento ou num conjunto de documentos.

Documentação – É a reunião, indexação, conservação e distribuição de quaisquer

espécies de documentos.

Documento – Qualquer meio de registro de informação, isto é, o suporte da

informação - papel, ótico, magnético, eletrônico, etc. -, em que já foi fixada ou gravada

uma idéia ou mensagem, tal que permite a sua futura recuperação e uso.

Documento oficial – Aquele que, possuindo ou não valor legal, produz efeitos de

ordem jurídica na comprovação de um fato.

Documento público – Aquele produzido e recebido pelos órgãos do poder público, no

desempenho de suas atividades.

Documento sigiloso – Aquele que, pela natureza de seu conteúdo informativo,

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determina medidas especiais de proteção quanto à sua guarda e acesso ao público.

Dossiê – Unidade de arquivamento formada por documentos diversos, pertinentes a

um determinado assunto ou pessoa.

Fundo – É o conjunto de documentos provenientes de uma unidade administrativa. Um

fundo pode dividir-se em “subgrupo”. Em francês: “Fonds d´Archives”, em inglês,

“Group”.

Formulários – Todo modelo impresso e padronizado, elaborado segundo finalidade

específica, possuindo características e campos apropriados para receber, preservar e

transmitir informações necessárias a um processo qualquer de trabalho.

Informação – É a noção, idéia ou mensagem contida num documento. A informação é

algo impalpável, por isso é considerada como matéria prima abstrata.

Manual – Documento que consolida, de forma organizada, um conjunto de normas ou

preceitos sobre determinado assunto.

Museu – É uma coleção de peças e objetos de valor cultural reunidos, conservados e

colocados à disposição do público.

Norma - Documento padronizado e controlado que fixam diretrizes e requisitos

obrigatórios para determinada atividade ou conjunto de atividades de caráter

administrativo ou técnico.

Palavras-chave – É o método de recuperação de informações em que o documento,

após analisado o seu conteúdo, é indexado em unidades de palavras consideradas

como “chaves” para sua busca e localização.

Recolhimento – Transferência de documentos dos arquivos intermediários para os

permanentes.

Tabela de temporalidade – Instrumento de destinação, aprovado pela autoridade

competente, que determina os prazos em que os documentos devem ser mantidos nos

arquivos correntes e intermediários, ou recolhidos aos arquivos permanentes,

estabelecendo critérios para guarda ou eliminação.

Transferência – Passagem dos documentos dos arquivos correntes para os

intermediários.

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CERIMONIAL, PROTOCOLO E ETIQUETA

Os termos Cerimonial, Protocolo e Etiqueta são considerados sinônimos por

alguns autores. Outros fazem distinções.

Cerimonial: É a rigorosa observância de certas formalidades em eventos

oficiais, entre autoridades nacionais e estrangeiras (Sérgio Paulo Schneider).

É o conjunto das formalidades que se devem seguir em um ato solene ou festa

pública. Regra que estabelece tais formalidades (Aurélio).

É a técnica de conduzir cerimônias, assim como a seqüência lógica de

programa, recepção, evento, etc. (Augusto Estellita Lins).

Protocolo: É a ordem hierárquica que determina as regras de conduta aos

governos e seus representantes em ocasiões oficiais ou particulares (Sérgio Paulo

Schneider). Conjuntos das normas para conduzir atos oficiais sob as regras da

diplomacia, tais como a ordem geral de precedência (Augusto Estellita Lins).

Formulário regulador de atos públicos. Convenção internacional (Aurélio).

O cerimonial cria o quadro e a atmosfera nas quais as relações pacíficas dos estados

soberanos devem realizar-se. O protocolo codifica as regras que regem o cerimonial e cujo

objeto é dar a cada um dos participantes as prerrogativas, privilégios e a imunidade a que

têm direito (Jean Serres).

O cerimonial é a observância de certas formalidades em eventos especiais.

O protocolo é a ordem hierárquica que determinam as regras da conduta dos

participantes.

Etiqueta: Fenômeno da cultura popular com características de cordialidade e

hospitalidade ligadas às normas de comportamento pessoal requintado (Augusto

Estellita Lins). É o conjunto de normas de conduta social (Ana São Gião).

Formas cerimoniosas de trato entre particulares (Aurélio). O cerimonial

determina a seqüência dos acontecimentos em um evento. O protocolo é a legislação

que coordena o cerimonial. A etiqueta se concentra mais no comportamento dos

anfitriões e convidados.

Sobre Cerimonial

Existe uma ordem padrão para as bandeiras, tanto se elas estiverem na porta da

empresa, como na sala de reuniões, na sala do presidente ou no auditório de um hotel.

A bandeira do Brasil, que é o país onde moramos, fica sempre no centro.

Olhando, por exemplo, da porta do local do evento para a rua, a bandeira do país de

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origem do visitante fica à direita da bandeira brasileira, e a da cidade do evento, à

esquerda. As bandeiras podem ser hasteadas antecipadamente ou na hora da chegada

do visitante, lembrando que a primeira a subir é a bandeira brasileira, depois as outras

duas, juntas.

Dicas:

Se o hino for tocado durante a cerimônia de chegada do convidado, o hino do

país de origem do convidado deve tocar antes do hino do Brasil.

Como arrumar a mesa de reuniões ou a mesa de um jantar que será oferecido no

evento?

A arrumação da mesa de reunião é diferente da mesa de um almoço ou jantar.

Na mesa de reunião, é uma gentileza colocar pequenas bandeiras, com os mesmos

cuidados descritos na resposta anterior. A cabeceira pode ser dupla ou única,

dependendo da ocasião.

Quem se senta à cabeceira da mesa é sempre quem recepciona, quem convida,

seja o presidente ou o seu representante.

A colocação dos convidados começa com a pessoa que tem o cargo mais alto,

depois da presidência, sentado à direita do presidente.

Depois, o próximo cargo mais alto, à esquerda, e assim alternando as posições,

sucessivamente. Para um almoço ou jantar, as mesas podem ser montadas de várias

maneiras, e não existe uma que seja melhor do que a outra, porque elas variam de

acordo com o tamanho e o formato da mesa, o número de convidados, o que será

servido e muitos outros fatores.

O detalhe é colocar um cartão de mesa com o nome do convidado na cadeira ou

em frente ao prato.

Mas isso só serve quando a presença dos convidados estiver confirmada.

Tanto em caso de reunião como refeição, se alguma pessoa precisar sair mais

cedo, esse convidado deve se sentar na ponta da mesa, de maneira que quando ele

saia, não fique um buraco aparente na mesa.

A leitura da mesa é muito importante, pois ela mostra a hierarquia dos presentes,

e até mesmo a ordem dos discursos, se for esse o caso.

Como agir se o jantar ou almoço de recepção deste convidado for num

restaurante?

O primeiro cuidado é combinar com o restaurante a forma de pagamento com

antecedência, pois o convidado não deve nem ver a conta. Se o número de convidados

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for grande, ou seja, mais do que cinco pessoas, o cardápio também deve ser acertado

antes.

Se a refeição for menos formal, e com um número mais reduzido de convidados,

é gentil que o anfitrião faça uma sugestão de pedido.

Um bom anfitrião sabe, por meio de uma conversa que tem antes da visita, os

pratos que o convidado não gosta, os alimentos aos quais ele pode ter uma reação

alérgica e os problemas de saúde que podem interferir na escolha de um prato.

Em quais ocasiões os convidados podem levar acompanhantes?

Cerimônias oficiais e encontros profissionais não permitem a participação de

acompanhantes.

Se o convidado vier acompanhado em sua viagem ao Brasil, por exemplo, o

anfitrião deve programar atividades, paralelas aos eventos profissionais, para o

acompanhante.

O acompanhante pode estar presente em almoços e jantares menos formais.

O tratamento difere se o convidado for mulher? Não, o tratamento é o mesmo.

Supondo que o convidado será palestrante de um evento. É indicado deixar à

disposição dele um microfone? Algumas pessoas têm aversão ao microfone e outras só

falam com o uso dele.

Como agir?

O uso do microfone depende do tamanho do auditório. O convidado deve ter a

liberdade de usar ou não. É mais gentil deixar o microfone à disposição do convidado.

Quais casos pedem a presença de um tradutor?

A presença do tradutor é importante quando o idioma do convidado é pouco

conhecido, ou totalmente desconhecido, pelo anfitrião.

O tradutor é uma pessoa que tem isenção na conversa. Ele não opina, apenas

traduz, dando a entonação necessária à conversa.

É importante lembrar que quem traz o tradutor é o convidado.

Como agir num telefone internacional sobre assuntos profissionais?

Em primeiro lugar, para mostrar a importância da pessoa que receberá a ligação,

quem deve fazer o telefonema é a própria pessoa que vai falar, principalmente se a ligação

for um convite.

Caso a ligação tenha fins comerciais, agenda ou apenas recados, aí sim pode ser

feita por outra pessoa.

Como mandar e-mails de maneira correta?

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E-mail não é carta, e nem substitui um convite. É um canal direto, quase tão

direto quanto o telefone, que exige uma linguagem informal. Um convite nunca deve

ser feito por e-mail. Ou é feito por telefone, ou pelo correio ou com o trabalho de um

mensageiro.

É importante lembrar que a pessoa que está convidada deve sempre confirmar o

recebimento do convite e a sua presença.

A visita começa no aeroporto?

Na verdade, a visita começa quando o convidado confirma sua vinda. O

convidado deve ser recepcionado no aeroporto, o que pode ser feito por um funcionário

ou motorista da empresa, e levado diretamente para o local onde ficará hospedado, ou

para a sede da empresa, conforme o horário de chegada do vôo.

Na hora de ir embora, vale a mesma regra. A empresa deve também deixar um

motorista à disposição do convidado.

Como escolher a roupa para o jantar ou reunião de negócios sem errar?

Para não errar, os homens devem usar terno e as mulheres, roupa preta. Se o

evento for acontecer na parte da manhã, o traje é mais leve, mas devemos estar

sempre prontos para a possibilidade de um evento à noite.

Se o anfitrião estiver à vontade, o convidado pode tirar o paletó.

Quais os erros mais comuns que os anfitriões brasileiros costumam cometer em

recepções de convidados de outros países?

O brasileiro tem o costume de exagerar nas roupas. Tem gente que costuma, por

exemplo, combinar a cor da roupa com a cor do ambiente do evento, e isso é uma gafe

imperdoável. Outro hábito péssimo do brasileiro é a impontualidade.

Pior do que isso é querer explicar o atraso. Se o atraso ocorre, é melhor não

justificar. O mais indicado é pedir desculpas, e não tentar arrumar.

Mestre de Cerimônias:

É a pessoa que garante o ritmo de uma solenidade, dando seqüência aos

acontecimentos. Para isso deverá ter boa postura vocal e física, boa apresentação em

higiene e vestuário, bom trânsito entre as autoridades, conhecimento de seus nomes

corretos, boa leitura, boa educação e conhecimento de etiqueta, além de iniciativa

própria para o caso de situações inesperadas.

Quando o mestre de cerimônias inicia a sessão solene convidando os

integrantes da mesa diretora, a maior autoridade é a primeira a ser chamada. Em

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seguida, são chamados os demais integrantes da mesa, obedecendo à precedência do

maior para o menor, em título, função (ou idade/sexo).

Dicas e Técnicas de Apresentação

A apresentação é um exercício de persuasão. Tem por objetivo persuadir uma

pessoa ou grupo ou rever uma atitude, a aceitar uma opinião, a tomar ou deixar de

tomar uma decisão.

Causas do medo de falar em público:

• Não conhecer o assunto com profundidade.

• Não ter prática ou experiência.

• Não se conhecer bem.

• Círculo vicioso: o orador fica com medo de sentir medo.

Para combater as causas específicas do medo o orador deve:

• Estudar o assunto com profundidade.

• Praticar e adquirir experiência, levando em conta que é necessário:

1. Estudar as características do público e as formas adequadas de tratá-lo

2. Aproveitar as oportunidades para falar.

3. Familiarizar-se com o local e com a aparelhagem antes da apresentação.

4. Manter contato com os ouvintes antes de falar.

5. Desenvolver o autoconhecimento, com o qual o orador passa a ter mais

confiança em si mesmo.

Ensaiar a apresentação, o ensaio ajuda a:

1. Medir o tempo.

2. Medir a propriedade do que foi desenvolvido.

3. Separar possíveis contra-argumentações antes que elas ocorram.

4. Criar autoconfiança.

Dê uma boa impressão inicial e durante toda a apresentação. Apresente-se, olhe

firme, explique o que fará e então comece a falar. Seja real e direto. Siga um roteiro.

Seqüencie suas idéias apoiado nos recursos visuais. Sumarize no final de cada tópico.

Ouça as perguntas até o fim, mesmo que já as tenha entendido no início da frase. Faça

uma conclusão final e encerre dentro do horário.

Boa expressão corporal. Gesticule com os braços acima da linha da cintura.

Faça o movimento a partir do ombro. Varie os gestos. Posicione-se naturalmente sobre

as duas pernas. Use o jogo fisionômico. Olhe para os ouvintes.

Pesquise sua audiência fazendo as seguintes perguntas.

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1. Quem estará presente?

2. Por que estará presente?

3. Qual é o seu interesse principal?

4. Que espera de mim?

5. Que fará com as informações apresentadas?

Prepare seu material adequadamente .

1. Título breve e chamativo.

2. Descrição dos objetivos.

3. Introdução.

4. Assunto 1 (Detalhes).

5. Assunto 2 (Detalhes).

6. Sumário.

7. Conclusão.

A curva de atenção dura num período de 40 minutos. Começa lá em cima. Cai

suavemente nos primeiros dez minutos. Cai mais rapidamente até o ponto mais baixo,

aos 30 minutos. Começa a subir subitamente nos últimos 5 minutos, retornando ao seu

ponto máximo. Então... Um período mais curto, de 25 a 30 minutos tem maior

percentagem de atenção alta.

Os pontos mais importantes que você não quer que a audiência esqueça devem

estar no início ou no fim. Como a atenção diminui, é depois dos primeiros dez minutos,

até que ela suba novamente, que se deve utilizar todos os recursos existentes para

reavivar e reter a atenção.

COMPOSIÇÃO DE MESA

Nas composições de mesas devem ser observadas as precedências, e em

situações difíceis o bom senso deve se fazer presente.

Vejamos algumas situações:

EVENTO COM MESA COMPOSTA COM NÚMERO ÍMPAR DE PESSOA S

1 = Maior autoridade presente (quem preside)

2 = 2ª pessoa mais importante

3 = Anfitrião

4 = 3ª pessoa mais importante

5 = 4ª pessoa mais importante

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EVENTO COM MESA COMPOSTA COM NÚMERO PAR

1 = Maior autoridade presente (quem preside)

2 = Anfitrião

3 = 2ª pessoa mais importante

4 = 3ª pessoa mais importante

5 = 4ª pessoa mais importante

6 = 5ª pessoa mais importante

EVENTO EM QUE HÁ HOMENAGEADO SEM PRESENÇA DE CHEFES DO PODER

1 = Anfitrião (abrirá e presidirá)

2 = Homenageado

3 = 1ª pessoa mais importante

4 = 2ª pessoa mais importante

5 = 3ª pessoa mais importante

EVENTO EM QUE HÁ HOMENAGEADO E CHEFE DO PODER

1 = Chefe do Poder (abrirá e, se desejar, presidirá)

2 = Homenageado

3 = Anfitrião (se o nº 1 não presidir, caberá ao anfitrião)

4 = Pessoa mais importante na seqüência

5 = Pessoa mais importante na seqüência

EVENTO EM QUE HÁ REPRESENTANTE DO PODER MAIS HOMENA GEADO

1 = Anfitrião

2 = Homenageado

3 = Representante do Chefe do Poder

4 = Pessoa mais importante na seqüência

5 = Pessoa mais importante na seqüência

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EVENTO EM QUE O REPRESENTANTE DO CHEFE DO PODER É O VICE, MAIS

HOMENAGEADO

1 = Vice

2 = Homenageado

3 = Anfitrião

4 = Pessoa mais importante na seqüência

5 = Próxima pessoa mais importante na seqüência

EVENTO EM EMPRESA PRIVADA COM A PRESENÇA DE CHEFIAS DO PODER

1 = Governador

2 = Prefeito

3 = Presidente da empresa

4 = Presidente da Associação Comercial

5 = Convidado

EVENTO EM EMPRES PRIVADA COM HOMENAGEADO

1 = Presidente da empresa

2 = Funcionário da empresa homenageado

3 = Diretor de RH

4 = Diretor de RP

5 = Chefia do setor do homenageado

Observações

O Chefe do Poder sempre ocupará o centro, mesmo que não presida, e fará a

abertura e o encerramento.

Se o lugar da lateral for ocupado por uma mulher em decorrência da

precedência, deverá ser trocado com o homem mais próximo.

A ordem de precedência terá sempre de ser obedecida conforme a importância

de cada pessoa que irá compor a mesa.

COLOCAÇÃO DAS BANDEIRAS

A Bandeira Nacional ocupará sempre o centro. A partir dela são colocadas as

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demais, por ordem de precedência, a partir da sua direita. Caso esteja com somente

uma, a outra ficará à esquerda. A posição direita ou esquerda a que nos referimos é

sempre vista posicionando-se no lugar da bandeira e olhando para a platéia.

Vejamos algumas situações práticas

A) BANDEIRA BRASILEIRA E UMA ESTRANGEIRA

B) BANDEIRA NACIONAL E ESTADUAL

C) BANDERIA BRASILEIRA E DUAS ESTRANGEIRAS

D) BANDEIRA BRASILEIRA, ESTADUAL E ESTRANGEIRA

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E) BANDEIRA BRASILEIRA, ESTADO E MUNICÍPIO

F) BANDEIRA BRASILEIRA MAIS QUATRO

ESTRANGEIRAS

G) BANDEIRA BRASILEIRA, DUAS ESTADUAIS, MUNICÍPIO E EMPRESA

H) BANDEIRA BRASILEIRA, ESTADO E EMPRESA

I) BANDEIRA BRASILEIRA, ESTADO, ESTRANGEIRA, MUNICÍPIO E EMPRESA

J) BANDEIRAS EM ALAMEDAS

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CURSO DE INFORMÁTICA BÁSICA

INTRODUÇÃO

1. O que é um Computador?

- Uma máquina que segue instruções: muito obediente - Muito rápido, mas burrinho - Não “pensa” por si próprio: exemplo de conta de luz/água ou endereço errado - Processar dados (informações) com entrada e saída - Processador (‘cérebo’) e memória (principal e auxiliar) (mostrar processador) - Exemplo de uma pessoa: pensar (cérebro / processador), memória (RAM – vai perder quando desligar) / anotar coisas para não esquecer (gravar em disco)

2. A evolução do computador (1940 – presente)

- Válvulas - Transistores - Chips (Pentium 4 tem 55 milhões de transistores)

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- Muitas pessoas vivas hoje nasceram antes do computador se tornar ‘onipresente´ - Exemplo do Ano 2000: ‘bug do milénio’

3. Hardware e Software

- Hardware: a parte física, (o que você chuta) – hard = duro (Inglês) - Software: os programas que rodam nos computadores (o que você xinga) Soft = macio / mole (Inglês)

4. Hardware: (Mostrar placa mãe e torre, HD etc, se tiver)

- Torre (Gabinete) - Monitor - Teclado - Mouse - Discos: HD, CD/DVD, disquete - Impressora - Modem / Placa de Rede - Outros periféricos: scanner, webcam, drive USB, caixa de som, microfone etc 5. Software:

- Windows (Sistema Operacional) - Office (Aplicativo) - Outros: Gráficos, Contabilidade, Editagem de Vídeo, Criação de Sites, Gerenciamento de Empresas, etc

6. Utilizando o Mouse (Mostrar mouse)

- Mouse = ratinho (Mickey Mouse) - Os botões (esquerdo, direito, do meio ou roda) - Mouse óptico ou de bola - Clicando: 1 ou 2 vezes - Primeiro mouse só teve um botão então inventaram o ‘clique-duplo´ que infelizmente sobrevive até hoje!

7. Prática:

- “MouseTrain”

8. Ligando e Desligando o Computador

- A importância de sempre desligar o computador na maneira correta - Iniciar / Desligar / Desligar - Ligando: No-Break / Filtro de Linha / Estabilizador, Monitor e periféricos, Torre

9. Prática:

- Desligar e ligar o computador - “Seu computador já pode ser desligado com segurança” (alguns computadores) - Outros computadores (mais modernos) se desligam automaticamente

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1 O WINDOWS

1.1. Introdução ao Window

- Window significa ‘janela’ em Inglês - Oferece uma forma padronizada para acessar e comunicar com os programas do computador - Windows: 3.x, 95, 98, Me, XP, Vista, etc - Outros sistemas operacionais: OS X (Apple), Linux, etc 1.2. A Área de Trabalho

- Barra de tarefas - Ícones = ‘Santinhos’ (pequenos gráficos) 1.3. A Barra de Tarefas

- Botão Iniciar - Barra de Atalhos Rápidos - Programas atualmente em execução - Ícones do Sistema - Relógio 1.4. O Menu Inicia ( mostrar opções do menu)

- ‘Menu’ (Inglês) = cardápio - Programas - Clique Iniciar de novo para fechar 1.5. Ícones na Área de Trabalho

- Ícones - Meu Computador - Lixeira - Meus Documentos - Programas 1.6. Prática

- Abrir Calculadora: Iniciar: Programas: Acessórios: Calculadora - + (adicionar) – (subtrair) / (dividir) * (multiplicar) - = para resposta 1.7. Janelas

- Barra do Título (Calculadora) – clicar para arrastar janela - Ícone pequeno (Caixa de Controle) – clicar na Barra do Título para fechar Menu - Menu principal: Editar, Visualizar, Ajuda - clicar na Barra do Título para fechar - Botão Minimizar: clicar no nome do programa na Barra de Tarefas para restaurar - Botão Maximizar: desativado (para encher a tela toda) - Botão para fechar: fechar calculadora 1.8. Prática

- Minimizar, Restaurar, arrastar janela da Calculadora - Sair da calculadora

2 O TECLADO

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2.1. O Teclado: (mostrar)

- Letras - Números (em cima e ao lado) - Caracteres especiais: pontuação e controle do computador - Enter (Entrar) – antigamente para o que você digitou “entrasse” no computador, hoje significa o fim de uma linha ou de um parágrafo - Espaço - Esc – Escapar (abandonar / cancelar) - Tab - paradas de tabulação (colunas) - Setas: para cima, para baixo, à esquerda, à direita - Backspace - apagar - Delete / Del – deletar (excluir) - Insert / Ins - Inserir - Home (ao início) - End (ao final) - Page Up – página anterior - Page Down – próxima página - F1 a F12 – funções especiais ex. F1 muitas vezes para ajuda - Shift e Capslock - Tecla “Windows”: Abrir menu Iniciar (Esc para cancelar) – alguns teclados - Menu de Contexto (botão direito do mouse) - alguns teclados - Alt (alternativa) Ctrl (Controle)

2.2. Prática

- “TecTrain”

2.3. Wordpad

- Iniciar: Accessórios: WordPad – alunos devem abrir WordPad

2.4. Prática

- Acentos: ‘ (á, é, ç, ó), ` (à), ~ (ã), ^ (ô, ê) - Alguns teclados têm tecla Ç - Experimentar digitando seu nome, depois teclar ENTER - Digitar seu (um) número de telefone, depois teclar ENTER - Usar setas para adicionar código de área, ex. (22)

2.5. Prática

- Digite seu endereço - Menu Editar: Copiar, Excluir, Colar (Selecionar com mouse) - Selecionar e copiar seu nome (cinco vezes) - Copiar seu número de telefone - Salvar arquivo com seu nome (Arquivo Salvar) - Sair do WordPad e entrar de novo - Abrir seu documento (Arquivo Abrir)

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2.6. Prática - Adicionar seu nome ao final do documento - Salvar mudanças - Se tiver impressora, pode imprimir uma cópia

3 DIGITAÇÃO

3.1. Digitação

- 2ª fileira: a s d f (mão esquerda) j k l ç (ou ,) (mão direita) - Dedo indicador da mão esquerda tecla F e G - Dedo incidador da mão direita tecla J e H - Dedo polegar de qualquer mão tecla o espaço - Teclas F e J têm pontinho elevado para indicar seu posicionamento 3.2. Prática

- “DigiTrain”

3.3. Ergonomia (mostrar página anexada)

- Do grego ergon = trabalho e nomoi = leis naturais, é o estudo das capacidades do ser humano em relação às demandas do trabalho

- Ajudar prevenir “Lesão por Esforços Repetitivos” (LER) e / ou fadiga visual - Importante para quem passa tempo no computador, em casa, no trabalho, etc - Postura correta: pés horizontalmente no chão ou em suporte para pé, joelhos

dobrados a 90º, coluna vertical, ante-braço a 90º do corpo - “Mouse Pad” ergonômico e teclado Natural (capa da apostila) - Ângulo do teclado (pés) - Iluminação suficiente - Documentos ao lado do monitor - Parada para descanso: 5 minutos a cada hora, olhando para longe - Exercícios para relaxar músculos 3.4. Utilizando o WordPad

-O WordPad é um ‘mini-Word’ que vem com o Windows. - Ele tem muitas das funções básicas de um Processador de Textos. - Iniciar: Programas: Acessórios: WordPad 3.5. Prática

3.6. Barra de Rolagem e Barra de Ferramentas

- Barra de Rolagem - Mouse com Roda - Barra de Ferramentas: Atalhos para opções no Menu - Localizar (Editar: Localizar) - Inserir: Data e Hora (páginas 23 e 24) 3.7. Prática

3.8. Formatação

- Se aplique ao novo texto a ser digitado ou ao texto selecionado (ex. pelo mouse)

- Mudando a fonte (estilo de letra), tamanho da fonte, atributos (Negrito, Itálico,

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Sublinhado etc.) - Mudar fonte do título para 72, depois para 14 - Alinhamento: à esquerda, à direita, centralizado - Mudando a cor do texto

3.9. Prática

3.10. Impressoras

- Jato de tinta, matricial, laser - Imprimir o documento (se tiver uma impressora) - Ícone de impressora: cancelar impressão

POSTURA CORRETA PARA USO DO COMPUTADOR

4 JANELAS E MEU COMPUTADOR

4.1. Trabalhando com a Janela

- Abrir WordPad (Iniciar: Programas: Acessórios: WordPad) - Janelas podem ser Minimizadas, Maximizadas e / ou Restauradas - Minimizar: ficar somente na Barra de Tarefas - Maximizar: encher a tela toda - Restaurar: depois de maximizar, voltar ao tamanho anterior - Podemos mover janelas clicando na Barra do Título e arrastando-as - Podemos redimensionar janelas arrastando a margem da janela (o ponteiro do

mouse muda para serem duas setas _) - Também podemos utilizar o Menu de Opções do aplicativo, clicando no ícone

na Barra do Título (Caixa de Controle)

4.2. Prática

- Maximizar, restaurar, minimizar e re-abrir a janela do WordPad

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- Mudar o posicionamento da janela do WordPad - Mudar o tamanho da janela

4.3. Organizando as Janelas

- Podemos minimizar todas as janelas clicando no ícone na Barra de Tarefas (se não tiver, clique com botão direito na Barra de Tarefas e escolhe Minimizar Todas as Janelas)

- Clique com o botão direito do mouse numa área livre da Barra de Tarefas para abrir o menu de opções

- Janelas em Cascata, Janelas lado ao lado verticalmente, janelas lado ao lado Horizontalmente

4.4. Prática

- Abrir Paint, Calculadora e WordPad - Minimizar todas as janelas - Restaurar todas as janelas - Colocar todas as janelas lado ao lado horizontalmente - Colocar todas as janelas lado ao lado verticalmente - Organizar as janelas ‘em cascata’ (uma em cima da outra) – para restaurar

todas

4.5. Discos, Pastas e Documentos

- No escritório: documentos existam em folhas de papel que são guardados em pastas, que são guardados em arquivos

- No computador documentos (também chamados de arquivos) são guardados em pastas (diretórios) que são guardados em discos

- Tipos de disco: HD (Hard Disk ou Disco Rígido) dentro do computador, CD, Disquete (mostar se tiver), Pen Drive.

- Capacidade: 1 HD de 20 Gigabytes => 30 CDs de 650 Megabytes ou 14.000 disquetes de 1,44 Megabytes

- Arquivos podem conter todos os tipos de informações: documentos de Word, gráficos, programas (instruções) do computador, etc

- O próprio Windows foi feito de arquivos (com quais não devemos mexer para não criar problemas com o computador)

4.6. Explorando o Computador

- Abrir o Windows Explorer através do Iniciar: Programas: Windows Explorer - Vemos os discos do computador (Disco Rígido, Disquete, CD se tiver) e

algumas pastas especiais (Meus Documentos, Rede etc) - Nos teclados com a tecla ‘Windows’ podemos teclar esta juntamente com a

letra E para abrir o Windows Explorer - A janela do Windows Explorer tem menu, barra de endereços, área de botões

(Barra de Ferramentas), área de pastas e área de arquivos – página 42 - Clicar duas vezes para abrir uma pasta - Botão para mudar modo de exibição (ícones grandes, ícones pequenas, lista,

detalhes, miniaturas

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4.7. Prática

- Abrir o Windows Explorer - Abrir o disco ‘Drive C’ (disco rígido) – não será necessário em Windows XP - Abrir a pasta Meus Documentos - Visualizar os arquivos em modos diferentes

5 TRABALHANDO COM ARQUIVOS

5.1. Meu Computador

- abrir Meu Computador - mostrar drives - clicar no drive C: para ver espaço livre / utilizado - Explicar Bytes, Kilobyte, Megabytes, Gigabytes

5.2. Lixeira

- Excluindo Arquivos - Abrindo a Lixeira - Restaurando arquivos - Esvaziando Lixeira

5.3. Prática

- Abrir pasta “Meus Documentos - Seleciona um arquivo - Excluir o arquivo utilizando botão Excluir ou tecla DEL - Abrir Lixeira - Recuperar o arquivo excluído

5.4. Mudando a Visualização dos Arquivos na Pasta

- Clicardo no ícone: - Lista, Detalhes, Ícones - Mostrar os arquivos com Detalhes (tamanho, tipo, data) - Ordenar pelo tamanho, nome etc

5.5. Criando Pastas

- Cada aluno deve criar uma pasta com seu nome dentro de “Meus Documentos”

5.6. Copiando Arquivos

- Utilizando botões Copiar e Colar ou Botão Direito do mouse - Copiar - Mudar para a pasta de destino - Colar

5.7. Prática

- Abrir Meus Documentos

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- Depois apagar de Meus Documentos e esvaziar lixeira - Copiar seus outros arquivos usando Recortar / Colar

5.8. Discos e Disquetes

- Tipos de disco: HD, CD, DVD, Disquete, USB Drive - Cuidando do disquete: ímãs, não toque superfície, não amassa - Inserindo e retirando o disquete do drive - Nunca tirar o disquete enquanto lâmpada estiver acessa! - Proteção contrar gravação - Explicar problema de mofo, disquete mofado pode danificar o drive

5.9. Prática

6 REDES E A INTERNET

6.1. Redes locais - Dentro de um espaço limitado (ex um prédio) - Compartilhar impressoras, CDs, discos rígidos etc - P2P (todos os computadores iguais) ou com servidor (es) - Switch / Hub / Cabos Cat-5

6.2. A Internet

- Rede mundial de computadores - Acessar através de Provedor de Acesso local - Tipos de Acesso: discado / ADSL / Banda Larga / Sem Fio (rádio) - Provedores Discados: Gratuitos vs Pagos - Provedores Pagos - Email - World Wide Web (‘teia mundial’) - IM (Mensagens Instantâneas) ex. MSN, Yahoo - Outros serviços: ftp / telnet etc

6.3. World Wide Web

- Sites (Inglês: lugares) - Web Browser: ex. Internet Explorer e Firefox - Nomes de sites aaa.bbb.ccc [.dd] onde bbb = empresa, ccc = domínio (ex. com,

org, net, mil, info), dd = país (br, nz, uk etc), aaa = nome do computador (tipicamente www, pode ser diferente ex. receita.fazenda.gov.br)

- Mostrar livro do Prémio iBest (ou outro livro / revista / propaganda de sites) - Sites de Busca ex. Google, Live.com, Yahoo - Comunidades Virtuais ex. Orkut, YouTube - WikiPedia - O perigo da Web: pessoas desconhecidas, podem não ser quem parecem ser - Sites inapropriados - A validade das informações obtidas (ex. utilize sites do governo / faculdades

para informações sobre saúde)

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- País deve vigiar o acesso dos seus filhos à Internet (ex. PC na sala) - Vírus / Spyware: ex. sites de bancos (mais sobre isso no próximo módulo)

6.4. Prática

- Entre em site: eg A Voz da Serra (www.avozdaserra.com.br) - Fazer uma busca em Google: ex. Quem foi o primeiro presidente do Brasil?

6.5. Email

- Endereços de email: nome@computador - Obtendo um endereço de email (provedores / Hotmail / Gmail, etc) - Webmail vs software para enviar/receber - Utilizando o Outlook Express - Enviando e Recebendo email - Spam: filtros / confiabilidade - Vírus e Phishing

6.6. Prática

- Se tiver endereços disponíveis, enviar e receber mensagens entre os alunos

7 CUIDADOS

7.1. Cuidando do seu computador

- Instalação elétrica: fio terra, voltagém (220 / 110), estabilizador, no-break (UPS) - Filtro de telefone / ADSL - Poeira / fumaça / comida e bebida / sol (capas)

7.2. Limpeza

- Monitor: pano úmido (computador desligado) - Teclado: álcool / bactericida (pequena quantidade) - Mouse: desmontando para limpar (tipo bola), usando hastes flexíveis e álcool - Limpando drives de CD e Disquete (mostrar kit se tiver)

7.3. Cópias de Segurança

- Necessidade de cópias (backups) - Tipos de backup: disco / cd / dvd / hd externo / rede / fita (DAT), etc - Necessidade de conferir a função e restauração dos backups - Guardar backup em lugar seguro (ex. incêndio / enchente / roubo, etc) - Segurança dos dados no backup (contra furto, etc)

7. 4. Segurança das informações

- Possibilidade de roubo / invasão / spyware, etc - Não fornecer mais informações que necessário: cuidado com CPF / RG /

Cartão de Crédito, etc

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- Segurança física do computador - Controle de acesso dos operadores / invasão pela Internet (hackers), etc - Senhas: ex-funcionários / técnicos, etc - Cuidado com relatórios, cópias de backup, fitas velhas, etc

7.5. Pragas digitais: vírus, trojan, spyware, phish ing etc

- Vírus: entra e ‘infecta’ - Vem de cópia ilegal de software ou site no internet, pode estar em CD ou

disquete - Programas ‘anti-virus’ ex, Nortons, AVP - Trojan: utilize seu computador para enviar SPAM, invadir outro, etc - Spyware: envia dados particulares (ex. senha do banco), sites visitados, etc - Software contra Spyware: Microsoft Defender, AdAware, etc - Phishing: um site fingindo ser outro, ex. banco / Receita Federal / SPC, etc (fish

em inglês = pescar) - Firewall: proteção contra invasão e spyware: do Windows, ZoneAlarm, Nortons,

etc - Redes locais: compartilha o mínimo possível, Packet Sniffers (ex. Frinet) - Software de Filtragem, ex. Naomi

7.6. Senhas

- Escolhendo uma senha: letras e números, mínimo de 6 a 8 caracteres - Não use data de nascimento, número de telefone, etc - Não deixe anotado (ex. em baixo do teclado!) - Não utilize a mesma senha em vários sites - Trocar senha de vez em quando - Perigo quando um serviço mandar sua senha por e-mail - Software para lembrar suas senhas: necessidade de backup

7.7. Pirataria

- Lei do Software (9609 de 19 de fevereiro de 1998) - Sem suporte ou atualizações (ex. Windows Genuine Advantage) - Etiquetas / CDs de validade - Qualidade dos CDs / manuais, etc - Software Livre: ex. OpenOffice vs Microsoft Office, Linux vs Windows - O perigo das redes P2P: RIAA processando usuários ao redor do mundo

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Por Paul David Cull 13 de outubro de 2006 Copyright © 1999 a 2007 Ministério Avivamento Já - www.avivamentoja.org – Todos os direitos reservados.

DIREITO PÚBLICO E DIREITO PRIVADO

A partir da definição do direito como um conjunto de normas que disciplinará as

relações sociais em um determinado grupo, parte-se para a divisão do próprio direito

em uma árvore que se dividiria em inúmeros e distintos galhos ou ramos.

Celso Ribeiro Bastos parte da noção de que o direito é: “... o conjunto de normas

e princípios que regem a atividade do Estado, a relação deste com os particulares,

assim como o atuar recíproco dos cidadãos, e de que o direito administrativo é um dos

ramos do direito público interno...” para perceber que o mesmo possui fatores que o

diferenciam dentro do contexto a que pertence. A partir deste momento o próprio autor

inicia análise sobre a divisão do direito nos ramos público e privado.

Os estudiosos da teoria geral do direito, após longas exposições acerca da

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divisão do direito em dois ramos, público e privado, são assentes em concluir que a

divisão público-privado serviria mesmo como um instrumento didático para o ensino da

ciência do direito e uma melhor compreensão por parte dos seus estudiosos.

Edgar de Godoy da Mata Machado assim o faz ao apresentar diferentes autores

cada qual sem alcançar uma idéia ou conclusão precisa dos limites porventura

existentes na divisão entre o direito positivo público e privado.

Ao estudar a divisão entre direito público e privado, Edimur Ferreira de Faria

esclarece que a ordem jurídica é uma, inexistindo, assim, diferentes direitos. O que

acontece, porém, é que desde os romanos, o direito é dividido em público e privado.

A divisão se justifica por existirem diferentes níveis de relação jurídica entre os

cidadãos entre si e entre esses e o Estado, a Administração Pública.

As relações jurídicas entre os cidadãos particulares ocorreriam dentro do direito

privado. Já as relações nas quais estaria presente o Poder Público, ou mesmo o

interesse público, seriam pautadas pelo direito público.

O direito privado se dividiria, fundamentalmente, em dois ramos, ou seja, o civil e

o comercial.

Já o direito público é composto de vários sub-ramos, quais sejam: o direito

constitucional, o administrativo, o penal, o previdenciário, o eleitoral, internacional

público e privado, processual civil e penal, do trabalho, tributário e financeiro.

De Plácido e Silva define o direito público como o conjunto de leis, criadas para

regularem os interesses de ordem coletiva, ou, em outros termos, principalmente,

organizar e disciplinar a organização das instituições políticas de um país, as relações

dos poderes públicos entre si, e destes com os particulares como membros de uma

coletividade, e na defesa do interesse público.

Para se concluir acerca da natureza dos dois principais ramos do direito ou para

se alcançar uma exata noção da realidade das mesmas devemos ter em mente a

preponderância dos interesses em questão. Predominando-se os interesses

particulares, tem-se o direito privado. Ao contrário, na predominância dos interesses

que afetariam todo o grupo social, teríamos o direito público.

Francisco de Salles Almeida Mafra Filho Doutor em direito administrativo pela UFMG, advogado, consultor jurídico, palestrante e professor universitário. http://www.robertexto.com/archivo1/direito_pub_priv.htm

NOÇÕES SOBRE LICITAÇÕES

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As licitações são um tema do Direito Administrativo, que muitos não dão a devida

atenção. Neste resumo vamos abordar de forma sucinta a definição, modalidades,

inexigibilidade e dispensa.

A licitação segundo o art. 37, XXI, da CF/88 é obrigatória para os contratos de

obras, serviços, compras e alienações, bem como para concessão e a permissão de

serviços públicos, art. 175 da Lei 8666 de 1993.

Conceito : Para Maria Sylvia Zanella de Pietro licitação é o procedimento

administrativo no qual um ente público, no exercício da função administrativa, abre a

todos os interessados, que se sujeitem as condições fixadas no instrumento

convocatório, a possibilidade de formularem propostas dentre as quais selecionará e

aceitará a mais conveniente para celebração de contrato.

Modalidades de Licitação :

Concorrência - é a modalidade de licitação entre quaisquer interessados que,

na fase inicial de habilitação preliminar, comprovem possuir os requisitos mínimos de

qualificação exigidos no edital para execução de seu objeto (art. 22, §1 da Lei 8666/93)

Tomada de preços - é a modalidade de licitação entre interessados

devidamente cadastrados ou que atenderem a todas as condições exigidas para

cadastramento até o terceiro dia anterior à data do recebimento das propostas,

observada a necessária qualificação (art. 22, §2 da Lei 8666/93).

Convite - é a modalidade de licitação entre interessados do ramo pertinente ao

seu objeto, cadastrados ou não, escolhidos e convidados em número mínimo de 3

(três) pela unidade administrativa, a qual afixará, em local apropriado, cópia do

instrumento convocatório e o estenderá aos demais cadastrados na correspondente

especialidade que manifestarem seu interesse com antecedência de até 24 (vinte e

quatro) horas da apresentação das propostas (art. 22, §3 da Lei 8666/93).

Concursos – Concurso é a modalidade de licitação entre quaisquer

interessados para escolha de trabalho técnico, científico ou artístico, mediante a

instituição de prêmios ou remuneração aos vencedores, conforme critérios constantes

de edital publicado na imprensa oficial com antecedência mínima de 45 (quarenta e

cinco) dias. (art. 22, §4 da Lei 8666/93).

Leilão - é a modalidade de licitação entre quaisquer interessados para a venda

de bens móveis inservíveis para a administração ou de produtos legalmente

apreendidos ou penhorados, ou para a alienação de bens imóveis previstas no art. 19,

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a quem oferecer o maior lance, igual ou superior ao valor da avaliação. (Redação dada

pela Lei nº 8.883, de 1994)

Pregão é a modalidade de licitação utilizada para aquisição de bens e serviços

comuns em que a disputa pelo fornecimento será feita em sessão pública, por meio de

propostas e lances, para classificação e habilitação do licitante com a proposta de

menor preço.

Bens e serviços comuns são aqueles cujos padrões de desempenho e

qualidades possam ser objetivamente definidos pelo edital, por meio de especificações

usuais no mercado. São normalmente oferecidos por diversos fornecedores e

facilmente comparáveis entre si, permitindo a decisão de compra com base no menor

preço.

Em determinadas situações não será necessária ou não será possível a licitação,

inexibilidade e dispensa respectivamente. No quadro abaixo vejamos a titulo de

exemplo algumas possibilidade de dispensa e inexibilidade.

As modalidades citadas acima deverão ser obrigatoriamente para valores

determinados na Lei 8666/93, organizamos um quadro para melhor visualizar estes

valores:

Outro tema constantemente cobrado é a dispensa e a inexigibilidade. Lembro

que enquanto na primeira há a possibilidade de se realizar a licitação, esta é inviável

para a Administração Pública, já a segunda não é possível realizar a licitação em

função das situações fáticas que se apresentam no caso, assim como seria possível

por exemplo abrir uma concorrência para um determinado equipamento eletrônico que

possui um só fornecedor em todo o mundo? Desta forma será inexigível a licitação.

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Professor Darlan http://www.darlanferreira.com.br/?attachment_id=736

SINDICÂNCIA E PROCESSO ADMINISTRATIVO DISCIPLINAR-P AD

INTRODUÇÃO

A administração pública tem as suas atividades, discricionárias ou vinculadas

subordinadas à lei (CF, art. 37). Impor estes limites garante que esta não poderá

exercer sua competência além daqueles traçados pelas normas pertinentes. Ações

estatais promovidas sem quaisquer parâmetros legais tornam-se injurídicas.

Oportunamente, a Administração Pública ao exercer controle de suas atividades ou

servidores se utiliza de instrumentos visando confirmá-las ou desfazê-las. Dentre estes

instrumentos têm-se o processo administrativo disciplinar e a sindicância no âmbito

federal, disciplinados nos artigos 143 a 182 da Lei 8.112/90.

A sindicância é uma fase preliminar à instauração do processo administrativo.

Sua instauração pode dar-se sem indiciado, objetivamente, para se verificar a

existência de irregularidades. Apurada a veracidade dos fatos, deve a sindicância

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apontar seus prováveis autores ou responsáveis. Nessa fase preliminar, não há

necessariamente defesa, porque não conclui por uma decisão contra ou em favor de

pessoas, mas pela instauração do processo administrativo ou pelo arquivamento da

sindicância. O prazo para conclusão não excederá 30 dias, podendo ser prorrogado por

igual período (Art. 145, parág. único, Lei 8.112/90).

O processo administrativo disciplinar consiste no conjunto ordenado de atos

coordenados para a obtenção de decisão sobre uma controvérsia no âmbito da

administração pública cometida por servidor. O processo administrativo disciplinar deve

garantir a ampla defesa e o contraditório, pois irá impor sanção a funcionário ou

administrado, que dirá respeito a determinado fato.

A administração pública pode impor modelos de comportamento a seus agentes,

com o fim de manter a regularidade, em sua estrutura interna, na execução e prestação

dos serviços públicos. Nesse objetivo, o processo administrativo disciplinar é o

instrumento legalmente previsto para o exercício controlado deste poder, podendo, ao

final, redundar em sanção administrativa, que funciona para prevenir ostensivamente a

ocorrência do ilícito e, acaso configurada, para reprimir a conduta irregular.

1. Sindicância e PAD - objetivo de cada instituto

A Sindicância tem por objetivo realizar uma averiguação preliminar sobre

ocorrências anômalas no serviço público, as quais confirmadas fornecerão elementos

concretos para abertura do processo administrativo. Seu objeto de investigação poderá

ser a apuração de infração não perfeitamente conhecida, mas que, com certa dose de

segurança, sabe-se de sua existência e determinar seus autores.

Sua finalidade é servir de base preliminar e informativa do processo

administrativo disciplinar. Contudo, em termos teóricos e práticos, é possível instaurar-

se o processo administrativo disciplinar sem a devida sindicância. Tal procedimento

não anula a eficácia do processo administrativo disciplinar.

O objetivo do processo administrativo disciplinar é a tutela da hierarquia através

da apuração imediata da falta cometida e, em seguida, da aplicação justa da pena

cominada no Estatuto do Funcionário, na sua respectiva esfera (União, Estado ou

Município). Para as punições disciplinares menos graves basta a apuração por meios

sumários (Art. 133 e 140, Lei 8.112/90) ou sindicâncias. Para as mais graves é de rigor

o processo administrativo.

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O processo administrativo disciplinar não tem por objetivo a apuração de

nenhum crime capitulado no respectivo Estatuto do servidor e no Código Penal, mas,

tão-só, o ilícito administrativo, tanto que, encerrados os trabalhos e proferida a decisão,

esta não transpõe a órbita administrativa para repercutir no âmbito da jurisdição penal.

Enquanto o processo administrativo disciplinar é meio formal, solene, de

apuração das infrações cometidas pelos servidores e conseqüente aplicação da pena

administrativa, a sindicância é processo sumário de elucidações de irregularidades no

serviço público, praticadas por servidores, não servindo, portanto, de base para a

aplicação de qualquer pena.

A sindicância, por seu caráter preliminar, poderá desenvolver seu trabalho de

apuração de maneira sigilosa ou pública. Ainda considerando seu aspecto preliminar,

não haverá, na sindicância, contraditório. Na sindicância há investigação para verificar

a existência de determinado fato e descobrir-se os supostos autores, o que justifica a

ausência de contraditório, vez que não há indiciados, nem infração comprovada.

Já o processo administrativo disciplinar tem entre suas características

informativas a ampla defesa do acusado e aplicação de pena, caso seja, se comprove

a culpabilidade do servidor. A pena pode variar entre repreensão, multa, suspensão

(superior a 30 dias), destituição de função, demissão ou cassação de aposentadoria ou

disponibilidade (Arts 146 e 161, Lei 8.112/90). Embora o Processo Administrativo

Disciplinar tenha por base as informações apuradas na sindicância, este poderá existir

sem a mesma.

1.1. Princípios informativos no processo disciplina r e normas subsidiárias

O processo administrativo disciplinar é regido por diversos princípios que visam

dar maior segurança e grau de certeza à Administração e aos administrados em geral.

a) Legalidade

O administrador só pode agir, de modo legítimo, se obedecer aos parâmetros

que a lei fixou (Art. 37, CF).

b) Objetividade

Tal princípio estipula que o administrador somente pode perseguir objetivos que

atendam ao interesse da coletividade. O alvo administrativo deve consistir sempre na

satisfação do interesse público.

c) Oficialidade

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Por este, cabe a administração pública, e somente a ela, a movimentação do

processo administrativo, ainda que instaurado por provocação de particular, e adotar

tudo o que for necessário e adequado à sua instrução.

d) Informalismo

Tal princípio significa que, dentro da lei, sem quebra da legalidade, pode haver

dispensa de algum requisito formal, sempre que sua ausência não prejudicar terceiros

nem comprometer o interesse público.

e) Publicidade

Como regra geral, os atos praticados pelos agentes administrativos sejam eles

instrumentais ou decisórios, não devem ser sigilosos. Salvo se o interesse público

exigir o sigilo.

d) Ampla defesa e contraditório

É preciso que o acusado tenha acesso a todas as informações daquilo que,

precisamente pese sobre ele (CF, artigo 5º, LV).

f) Duplo grau de jurisdição administrativa

Autoriza o direito do administrado ter reexaminada a decisão que lhe foi

contrária. No processo administrativo disciplinar, isto se manifesta por meio do pedido

de reconsideração, do recurso hierárquico e da revisão processual.

g) Verdade material

No processo administrativo o julgador deve sempre buscar a verdade, podendo e

devendo buscar todos os elementos que possam influir no seu convencimento.

h) Proporcionalidade

Tem o objetivo de coibir excessos desarrazoados, por meio da aferição da

compatibilidade entre os meios e os fins da atuação administrativa, para evitar

restrições desnecessárias ou abusivas.

i) Moralidade

Contempla a determinação jurídica da observância de preceitos éticos

produzidos pela sociedade, variáveis segundo as circunstâncias de cada caso.

j) Coisa julgada material

É a eficácia, a força que torna imutável e indiscutível a sentença não mais sujeita

a qualquer recurso ordinário ou extraordinário. Isto implica em dizer que a coisa julgada

material tem alguma relação com a coisa julgada formal. Para que ocorra a primeira, há

mister a ocorrência da segunda, ou seja, a preclusão de todos os recursos.

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DO REGIME DISCIPLINAR

O regime disciplinar faz parte do título IV do Estatuto do servidor público federal,

e compreende os seguintes capítulos: dos deveres, das proibições, da acumulação,

das responsabilidades e das penalidades.

Breves comentários:

Não deve ser confundido o poder disciplinar com o poder penal do Estado. O

poder penal é exercido pelo Poder Judiciário, norteado pelo processo penal; visa à

repressão de condutas qualificadas como crime e contravenções; portanto, tem a

finalidade precípua de preservar a ordem e a convivência na sociedade como um todo.

O poder disciplinar, por sua vez, é atividade administrativa, regida pelo direito

administrativo; visa à punição de condutas, qualificadas em estatutos ou demais leis,

como infrações funcionais; tem a finalidade de preservar de modo imediato, a ordem

interna do serviço, para que as atividades do órgão possam ser realizadas sem a

perturbação e sem desvirtuamentos, dentro da legalidade e da lisura (Odete Medauar).

DAS PENALIDADES

São penalidades disciplinares (art. 127), lei 8.112/90:

• Advertência;

• Suspensão;

• Demissão;

• Cassação de aposentadoria ou disponibilidade;

• Destituição de cargo em comissão;

• Destituição de função comissionada.

Advertência

A advertência será aplicada por escrito, nos casos de:

Inobservância de dever funcional previsto em lei, regulamentação ou norma

interna, que não justifique imposição de penalidade mais grave (art. 129). Eis aqui um

exemplo de que as sanções disciplinares não obedecem cegamente o princípio da

tipicidade. Quem decide se cabe ou não penalidade mais grave é a Administração.

Bem como na Inobservância das seguintes proibições (art. 117, incisos I a VIII e

XIX):

Ausentar-se do serviço durante o expediente, sem prévia autorização do chefe

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imediato;

Retirar, sem prévia anuência da autoridade competente, qualquer documento ou

objeto da repartição;

Recusar fé a documentos públicos;

Opor resistência injustificada ao andamento de documento e processo ou

execução de serviço;

Promover manifestação de apreço ou desapreço no recinto da repartição;

Cometer a pessoa estranha à repartição, fora dos casos previstos em lei, o

desempenho de atribuição que seja de sua responsabilidade ou de seu subordinado;

Coagir ou aliciar subordinados no sentido de filiarem-se a associação profissional

ou sindical, ou a partido político;

Manter sob sua chefia imediata, em cargo ou função de confiança, cônjuge,

companheiro ou parente até o segundo grau civil;

Recusar-se a atualizar seus dados cadastrais quando solicitado.

Suspensão

A suspensão será aplicada (art. 130):

Em caso de reincidência das faltas punidas com advertência e de violação das

demais proibições que não tipifiquem infração sujeita a penalidade de demissão, de

que são exemplos as proibições (art. 117, XVII e XVIII):

Cometer a outro servidor atribuições estranhas ao cargo que ocupa, exceto em

situações de emergência e transitórias;

Exercer quaisquer atividades que sejam incompatíveis com o exercício do cargo

ou função e com o horário de trabalho;

Observações sobre a suspensão :

A suspensão não poderá exceder de 90 (noventa) dias;

Quando houver conveniência para o serviço, a penalidade de suspensão poderá

ser convertida em multa, na base de 50% (cinqüenta por cento) por dia de vencimento

ou remuneração, ficando o servidor obrigado a permanecer em serviço (§2º).

Será punido com suspensão de até 15 (quinze) dias o servidor que,

injustificadamente, recusar-se a ser submetido a inspeção médica determinada pela

autoridade competente, cessando os efeitos da penalidade uma vez cumprida a

determinação (§1º).

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Cancelamento dos registros de suspensão e advertênc ia

As penalidades de advertência e de suspensão terão seus registros cancelados,

após o decurso de 3 (três) e 5 (cinco) anos de efetivo exercício, respectivamente, se o

servidor não houver, nesse período, praticado nova infração disciplinar (art. 131). O

cancelamento da penalidade não surtirá efeitos retroativos (parágrafo único).

Demissão

A demissão será aplicada nos seguintes casos (art. 132):

Crime contra a administração pública (estão previstos no Código Penal);

Abandono de cargo (configura abandono de cargo a ausência intencional do

servidor ao serviço por mais de trinta dias consecutivos, art. 138);

Inassiduidade habitual (entende-se por inassiduidade habitual a falta ao serviço,

sem causa justificada, por sessenta dias, interpoladamente, durante o período de doze

meses (art. 139);

Improbidade administrativa;

Incontinência pública e conduta escandalosa, na repartição;

Insubordinação grave em serviço;

Ofensa física, em serviço, a servidor ou a particular, salvo em legítima defesa

própria ou de outrem;

Aplicação irregular de dinheiros públicos;

Revelação de segredo do qual se apropriou em razão do cargo;

Lesão aos cofres públicos e dilapidação do patrimônio nacional;

Corrupção;

Acumulação ilegal de cargos, empregos ou funções públicas;

Bem como na transgressão das seguintes proibições ( incisos IX a XVI do art.

117) :

Valer-se do cargo para lograr proveito pessoal ou de outrem, em detrimento da

dignidade da função pública;

Participar de gerência ou administração de empresa privada, sociedade civil,

salvo a participação nos conselhos de administração e fiscal de empresas ou entidades

em que a União detenha, direta ou indiretamente, participação do capital social, sendo-

lhe vedado exercer o comércio, exceto na qualidade de acionista, cotista ou

comanditário;

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Atuar, como procurador ou intermediário, junto a repartições públicas, salvo

quando se tratar de benefícios previdenciários ou assistenciais de parentes até o

segundo grau, e de cônjuge ou companheiro;

Receber propina, comissão, presente ou vantagem de qualquer espécie, em

razão de suas atribuições;

Aceitar comissão, emprego ou pensão de estado estrangeiro;

Praticar usura sob qualquer de suas formas;

Proceder de forma desidiosa;

Utilizar pessoal ou recursos materiais da repartição em serviços ou atividades

particulares;

A demissão ou a destituição de cargo em comissão, nos casos abaixo, implica a

indisponibilidade dos bens e o ressarcimento ao erário, sem prejuízo da ação penal

cabível (art. 136):

• Improbidade administrativa;

• Aplicação irregular de dinheiros públicos;

• Lesão aos cofres públicos e dilapidação do patrimônio nacional;

• Corrupção;

A demissão ou a destituição de cargo em comissão, nos casos abaixo,

incompatibiliza o ex-servidor para nova investidura em cargo público federal, pelo prazo

de 5 (cinco) anos (art. 137):

Revelação de segredo do qual se apropriou em razão do cargo;

Corrupção

O servidor que for demitido ou destituído do cargo em comissão, nos casos

abaixo, não poderá retornar ao serviço público federal (parágrafo único, art. 137):

• Crime contra a administração pública

• Improbidade administrativa

• Aplicação irregular de dinheiros públicos

• Lesão aos cofres públicos e dilapidação do patrimônio nacional;

• Corrupção;

Acumulação ilegal de cargos

Ressalvados os casos previstos na Constituição, é vedada a acumulação

remunerada de cargos públicos (art. 118).

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A proibição de acumular estende-se a cargos, empregos e funções em

autarquias, fundações públicas, empresas públicas, sociedades de economia mista da

União, do Distrito Federal, dos Estados, dos Territórios e dos Municípios (§1º, art. 118).

A acumulação de cargos, ainda que lícita, fica condicionada à comprovação da

compatibilidade de horários (§2º, art. 118).

O servidor vinculado ao regime desta Lei, que acumular licitamente dois cargos

efetivos, quando investido em cargo de provimento em comissão, ficará afastado de

ambos os cargos efetivos, salvo na hipótese em que houver compatibilidade de horário

e local com o exercício de um deles, declarada pelas autoridades máximas dos órgãos

ou entidades envolvidos (art. 120)

O servidor não poderá exercer mais de um cargo em comissão, exceto no caso

previsto no parágrafo único do art. 9º, (exercício interino em outro cargo de confiança,

nesta hipótese deverá optar pela remuneração de um deles) nem ser remunerado pela

participação em órgão de deliberação coletiva (art. 119). Exceto remuneração devida

pela participação em conselhos de administração e fiscal das empresas públicas e

sociedades de economia mista, suas subsidiárias e controladas, bem como quaisquer

empresas ou entidades em que a União, direta ou indiretamente, detenha participação

no capital social (parágrafo único, art.119).

Art. 133. Detectada a qualquer tempo a acumulação ilegal de cargos, empregos

ou funções públicas, a autoridade notificará o servidor, por intermédio de sua chefia

imediata, para apresentar opção no prazo improrrogável de dez dias, contados da data

da ciência e, na hipótese de omissão, adotará procedimento sumário para a sua

apuração e regularização imediata;

A opção pelo servidor até o último dia de prazo para defesa configurará sua boa-

fé, hipótese em que se converterá automaticamente em pedido de exoneração do outro

cargo (§5º).

Caracterizada a acumulação ilegal e provada a má-fé, aplicar-se-á a pena de

demissão, destituição ou cassação de aposentadoria ou disponibilidade em relação aos

cargos, empregos ou funções públicas em regime de acumulação ilegal, hipótese em

que os órgãos ou entidades de vinculação serão comunicados (§6º, art. 133).

Cassação de aposentadoria

Será cassada a aposentadoria ou a disponibilidade do inativo que houver

praticado, na atividade, falta punível com a demissão (art. 134).

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Destituição de cargo em comissão

A destituição de cargo em comissão exercido por não ocupante de cargo efetivo

será aplicada nos casos de infração sujeita às penalidades de suspensão e de

demissão (art. 135).

Constatada a hipótese de que trata este artigo, a exoneração efetuada (a pedido

ou a juízo da autoridade, hipóteses do artigo 35) será convertida em destituição de

cargo em comissão (parágrafo único).

http://www.webartigos.com/artigos/sindicancia-e-processo-administrativo-disciplinar/18690/

DIREITOS DO SERVIDOR PÚBLICO CELETISTA E ESTATUTÁRI O

INTRODUÇÃO

Também chamados de funcionários públicos os estatutários são os servidores da

Administração direta do Executivo, das entidades da Administração indireta vinculadas

ao regime de Direito Público (autarquias e fundações), do Poder Judiciário e da esfera

administrativa do Poder Legislativo.

São ditos celetistas aqueles com vínculo empregatício para os quais, por

atendimento à Constituição da 1988, foi adotado como regime jurídico único o celetista

(ou trabalhista), regido pela Consolidação das Leis do Trabalho, por terem sido

admitidos para funções materiais subalternas; também, os contratados para atenderem

necessidade temporária de excepcional interesse público, celetistas, em consonância

ao art. 37, inc. IX, da Constituição Federal; e os remanescentes do regime anterior, no

qual se admitia o regime de emprego.

1. Os servidores estatais

Em nossa Constituição, nos artigos 37 a 41 e 169, trata-se dos servidores

estatais. Conforme nossa Carta existe os servidores titulares de cargos públicos

(vínculo estatutário ou institucional), regidos pelas leis próprias de cada esfera, e os

servidores ocupantes de empregos (vínculo celetista ou trabalhista), de natureza

contratual, ou seja, regidas pela Consolidação das Leis do Trabalho — CLT (Decreto-

Lei N. 5.452, de 01/05/1943).

Sobre as características do regime estatutário, temos que esse regime não pode

incluir normas que denunciem a existência da figura contratual. A esses servidores

aplicam-se alguns dos dispositivos do art. 7º da Constituição da República, segundo o

parágrafo 3º do art. 39, como por exemplo, garantia de salário nunca inferior ao

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mínimo, décimo terceiro salário, repouso semanal remunerado, entre outros.

2. Alguns direitos

Os artigos 41 da Constituição Federal e 19 do ADCT estipularam duas

modalidades de estabilidade no serviço público: cada uma delas com seus direitos

diferenciados.

Os servidores públicos celetistas têm direito a Fundo de Garantia por Tempo de

Serviço e não ostenta estabilidade funcional; em contraposição, o servidor público

estatutário tem estabilidade, mas não tem direito ao regime do Fundo mencionado.

José Ricardo Simões Rodrigues http://ricardosimoes.com/docs/direito/Artigo_constitucional_CLT.pdf

DIREITOS TRABALHISTAS- CLT

A Consolidação das Leis do Trabalho considera empregado toda pessoa física

que prestar serviços de natureza não eventual a empregador, sob a dependência

deste e mediante salário . Ver art. 7º da Constituição Federal.

Carteira de Trabalho e Previdência Social - CTPS

A Carteira de trabalho deve ser assinada pelo empregador desde o primeiro dia

de trabalho do empregado. O empregado entrega a CTPS para o patrão para que este

anote nela o contrato de trabalho. A CARTEIRA DEVE SER DEVOLVIDA AO

EMPREGADO EM 48 HORAS.

É importante, que o empregado SEMPRE que entregar sua Carteira ou qualquer

documento ao patrão faça um recibo especificando a data que entregou a CTPS ao

patrão e peça para que ele assine. Assim se o empregador extraviar a Carteira, o

empregado poderá provar que entregou a mesma para ser anotada ao empregador!

Contrato de Experiência

E a "experiência"? Independentemente da existência ou não do contrato de

experiência, a Carteira de Trabalho DEVE ser assinada desde o primeiro dia de

trabalho. O contrato de experiência apenas é necessário para que o empregador não

tenha que pagar ao empregado o mês do aviso prévio. As demais verbas, como 13º e

férias, serão sempre devidas, como veremos adiante.

O Contrato de Experiência pode ser celebrado por um prazo máximo de 90 dias,

podendo ser prorrogado uma vez dentro deste prazo. Não existe um prazo mínimo.

Salário

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O salário deve ser pago até o quinto dia útil do mês seguinte ao vencido. Por

exemplo: o salário do mês de março deve ser pago até o quinto dia útil do mês de abril.

Lembre-se de que sábado é dia útil também.

Descontos

O empregador poderá descontar do salário do empregado, as seguintes

parcelas:

• falta ao serviço não justificada (os atestados não são descontados);

• reflexos sobre o repouso semanal, férias e gratificação de natal (13º salário);

• até 20% (vinte por cento) do salário contratual a título de alimentação;

• até 6% (seis por cento) do salário básico a título de vale transporte;

• até 25 % (vinte e cinco por cento) do salário contratual a título de moradia;

• INSS, na seguinte proporção:

Salário (Reais) Empregado % Empregador %

Menor que R$ 911,70 8 12

Entre R$ 911,71 e R$1.519,50 9 12

Entre R$ 1.1.519,51 e R$ 3.038,99 11 12

Qualquer outro desconto só pode ser efetuado se autorizado PREVIAMENTE por

escrito pelo empregado.

Documentos que o empregador pode exigir do empregad o

• Carteira de trabalho e previdência social (indispensável);

• Inscrição no INSS;

• Cartas de referência ou atestado de boa conduta expedido por autoridade

policial ou pessoa idônea;

• Atestado de saúde (se o empregador entender necessário). Salienta-se que

este atestado não poderá de forma alguma ser de gravidez. Tal prática é

ilegal e completamente vedada pela legislação vigente.

Domingos e Feriados

O trabalho aos domingos é permitido pela Lei nº 10.101/2000, para o comércio

varejista em geral, desde que exista Convenção Coletiva de Trabalho prevendo a

possibilidade. Além disso, deve ser concedida outra folga na semana ao empregado,

pois tem direito a um repouso semanal de vinte e quatro horas.

O trabalho aos feriados é proibido pela legislação brasileira, exceto se autorizado

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pelo órgão central do Ministério do Trabalho.

Se o feriado, ainda que de forma ilegal, for trabalhado, deve ser pago em dobro.

Horas Extras

A jornada de trabalho prevista pela Constituição Federal é de oito horas diárias e

quarenta e quatro horas semanais. O empregado pode trabalhar duas horas a mais por

dia (horas extras), que devem ser pagas com adicional mínimo de 50% sobre a hora

normal.

Esta exigência apenas não se aplica às empresas que possuem banco de horas

devidamente aprovado pela entidade sindical através de convenção ou acordo coletivo.

Demissão

Existem 02 (dois) tipos de demissão:

1. por iniciativa do empregado - a pedido

2. por iniciativa do empregador - por justa causa e - sem justa causa;

No caso de pedido de demissão são devidas as seguintes verbas:

• Aviso prévio (se trabalhar o mês do aviso, caso contrário, pode ser

descontado o valor do aviso - um salário - do que o empregado tiver a receber);

• Saldo de salários (dias que o empregado trabalhou e não recebeu);

• Décimo terceiro proporcional (aos meses que trabalhou).

• Férias proporcionais (aos meses que trabalhou);

• 1/3 de férias (sobre o valor pago a título de férias proporcionais);

No caso de demissão sem justa causa do empregado são devidas as

seguintes verbas:

• Aviso prévio;

• Saldo de salários (dias que o empregado trabalhou e não recebeu);

• Décimo terceiro proporcional (aos meses que trabalhou);

• Férias proporcionais (aos meses que trabalhou);

• 1/3 de férias (sobre o valor pago a título de férias proporcionais);

• Multa de 40% sobre o valor total depositado na conta vinculada do

empregado (FGTS);

• Saque do FGTS depositado na Caixa Econômica Federal;

• Seguro desemprego se tiver no mínimo seis meses de trabalho.

Em razão da Convenção nº 132 da OIT, promulgada pelo Decreto Presidencial

nº 3.197, de 5 de outubro de 1999, a qual tem força de lei e assegurou a todos os(as)

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empregados(as), inclusive os(as) domésticos(as), o direito a férias proporcionais,

independentemente da forma de desligamento (arts. 146 a 148, CLT), mesmo que

incompleto o período aquisitivo de 12 meses. Assim, o(a) empregado(a) que pede

demissão antes de completar 12 meses de serviço, tem direito a férias proporcionais.

Prazos para o Pagamento da Rescisão

Existem duas hipóteses:

1. Aviso prévio trabalhado: pagamento no primeiro dia útil depois do término do

aviso;

2. Aviso prévio indenizado: dez dias para o pagamento da rescisão;

Se o empregado tiver mais de um ano de trabalho, a rescisão, obrigatoriamente

deve ser feita no Sindicato da categoria;

Aviso Prévio: O aviso prévio é uma obrigação tanto do empregador como do

empregado, isto é, se o empregado não desejar mais trabalhar é obrigado a informar

de sua vontade com no mínimo 30 (trinta dias) de antecedência, o mesmo ocorrendo

com o empregador que não desejar mais os serviços do empregado.

Conseqüências do Aviso Prévio: O período do aviso prévio é considerado de

efetivo exercício, refletindo sobre as férias e 13º salário. Se o empregador não der

aviso prévio terá que indenizá-lo, isto é, pagará ao empregado 30 (trinta) dias a mais

no salário e seus reflexos sobre o 13º salário e férias, o mesmo ocorrendo com o

empregado que abandonar o emprego repentinamente. Tanto o aviso prévio como o

pedido de demissão obrigatoriamente serão por escrito e mediante recibo.

Direitos Trabalhistas e Previdenciários do Empregad o

• Carteira de Trabalho devidamente assinada e anotada desde o 1º dia de

trabalho;

• Salário mensal nunca inferior ao piso salarial da categoria fixado na

Convenção Coletiva (Sindicato) da Categoria;

• 01 (um) dia de repouso por semana, de preferência aos domingos;

• Décimo Terceiro Salário, pago da seguinte forma: metade até o dia 30 de

novembro de cada ano, e a outra metade até 20 de dezembro.

• Vale transporte para deslocamento casa/trabalho e vice-versa;

• Férias de 30 dias. Nos primeiros 12 meses de trabalho, o empregado

adquire o direito às férias. Nos 12 meses seguintes o empregador deve,

obrigatoriamente, conceder os 30 dias de férias do empregado. Quem escolhe quando

o empregado tira férias é o empregador.

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• Adicional de férias: este adicional é pago toda vez que o empregado entra

em férias, e consiste em 1/3 do salário do empregado. O salário das férias e o adicional

de 1/3 devem ser pagos até 2 (dois) dias antes do início das férias.

• Licença maternidade de 120 (cento e vinte) dias (por conta da previdência -

sendo este período contado considerando-se o tempo para requerer e 90 dias após o

parto). O salário maternidade poderá ser requerido no período de 28 (vinte e oito) dias

antes até 92(noventa e dois) dias após o parto, independente de carência;

• Licença paternidade de 5 (cinco) dias corridos, contados da data de

nascimento do filho;

• Auxílio doença e aposentadoria por invalidez, respeitada a carência pelo

INSS.

• Fundo de Garantia por Tempo de Serviço - FGTS;

• PIS, que consiste no 14º salário, para os empregados que receberam em

média até dois salários mínimos no ano anterior, tiveram pelo menos um mês de

Carteira assinada e estão cadastrados no PIS - Programa de Integração Social - há

pelo menos cinco anos;

• Seguro Desemprego;

• Salário família;

• Jornada de trabalho fixada em lei, de oito horas diárias ou quarenta e quatro

semanais;

• Horas extras (são as excedentes às 44 horas semanais) com adicional de

50% (se a Convenção Coletiva não fixar percentual superior);

• Adicional noturno de 20% no período compreendido entre as 22:00 de um

dia e 5:00 do outro, sendo a hora noturna de 52 minutos;

• Estabilidade nos casos de gestante, dirigente sindical, representante da

CIPA e empregado que tenha sofrido acidente de trabalho.

FGTS

O Fundo de Garantia por Tempo de Serviço - FGTS é um fundo formado pelos

depósitos mensais efetuados pelo empregador em uma conta bancária especial aberta

em nome do empregado.

Quem tem direito?

Todos os empregados urbanos e rurais, sendo facultativo aos empregados

domésticos (o empregador que determina) e inexistentes para os servidores públicos.

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Qual o valor do depósito?

O depósito deve ser de 8% dos valores recebidos pelo empregado a título de

salário, SEM QUALQUER DESCONTO NO SALÁRIO DO EMPREGADO. .

O prazo para o depósito, feito através da GFIP, é até o dia 7 de cada mês.

A partir do mês de outubro de 2001, passa a ser devido o recolhimento de 8,5%

sobre o salário do empregado. A legislação completa explicando a forma de efetuar o

recolhimento está na seção "Novidades".

Quais parcelas da remuneração entram para o cálculo do depósito?

• Salário básico;

• 13º salário;

• Horas extras;

• Adicional de insalubridade, periculosidade e trabalho noturno;

• Adicional de tempo de serviço

• Salário família acima do valor legal obrigatório;

• Gratificação de férias

• 1/3 constitucional das férias

• Comissões

• Diárias para viagem que excedam 50% do salário;

• Gorjetas;

• Gratificações

• Repouso semanal e feriados civis e religiosos;

Quando o empregado poderá utilizar os valores depos itados no FGTS?

• Quando demitido sem justa causa;

• Quando a empresa fechar;

• Quando o empregador falecer, no caso de empresa individual;

• Aposentadoria do empregado;

• Compra da casa própria;

• Conta sem movimentação por três anos seguidos;

• Fim de contrato de trabalho por prazo determinado;

• Em caso de doenças graves, como câncer e AIDS.

Multa de 40%. Quando recebo?

O empregado que for dispensado sem justa causa, tem direito a receber o valor

relativo a 40% de toda a quantia já depositada na conta do empregado durante o tempo

em que ele esteve trabalhando na empresa.

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Seguro Desemprego

É um benefício temporário criado com a finalidade de prestar assistência

financeira ao trabalhador dispensado sem justa causa.

Quem recebe?

Tem direito a receber o seguro-desemprego o trabalhador dispensado sem justa

causa, desde que comprovadas às seguintes condições:

• ter recebido salários consecutivos nos últimos seis meses;

• ter trabalhado pelo menos seis meses no último ano;

• não estar recebendo nenhum benefício de prestação continuada, por parte da

Previdência Social, exceto auxílio-acidente ou pensão por morte;

• não possuir renda própria para o seu sustento e de seus familiares.

Requerimento do Seguro Desemprego ;

• Carteira Profissional;

• Termo de Rescisão do Contrato de Trabalho;

• Comprovante de recebimento do FGTS ou documento de comprovação de

vínculo;

• Sentença judicial de homologação de acordo (para trabalhadores com

reclamatórias trabalhistas)

Qual o prazo?

A partir do dia seguinte da dispensa, o empregado tem um prazo de 7 a 120 dias

para requerer o benefício.

Valor do Benefício.

O valor do benefício é calculado com base nos três últimos salários recebidos

pelo trabalhador e indicados no requerimento, não podendo ser inferior ao valor de um

salário mínimo nem superior ao teto fixado em lei.

PIS

O abono do PIS é anual e conhecido popularmente como o 14º salário.

É o pagamento anual de um salário mínimo ao trabalhador de empresas,

entidades privadas e órgãos públicos contribuinte do PIS/PASEP. Todo o

estabelecimento que possui CNPJ é contribuinte do PIS/PASEP.

Quem tem direito:

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Tem direito o trabalhador ou servidor público que, no ano anterior ao do início do

calendário de pagamentos:

• Esteja cadastrado há pelo menos cinco anos no PIS/PASEP;

• Tenha recebido, em média, até dois salários mínimos mensais;

• Tenha trabalhado, no mínimo, 30 dias com carteira assinada ou em cargo

público;

• Tenha sido informado corretamente pelo empregador (empresa) na RAIS.

Piso Salarial

O piso salarial é definido através de lei, Convenção ou Acordo Coletivo de

Trabalho. Equivale ao valor mínimo que uma determinada categoria pode receber. As

Convenções ou Acordos Coletivos de Trabalho são celebrados entre os sindicatos dos

empregados e dos empregadores, e entre os sindicatos dos empregados e as

empresas individualmente.

Como os Sindicatos são regionais, cabe ao empregado descobrir a qual

sindicato pertence, junto ao seu empregador. A partir daí, poderá tomar ciência do valor

do seu piso salarial e de outros direitos que tem, além dos previstos na legislação.

Estabilidade no Emprego

Existem alguns tipos de estabilidade na nossa legislação:

Gestante – A empregada grávida tem estabilidade desde a confirmação da

gravidez até cinco meses após o parto. Esta estabilidade não se aplica à empregada

doméstica.

Além disso, qualquer empregada grávida tem direito à licença gestante paga

pelo INSS, que é de 120 dias. A partir de 28 dias antes do parto, já pode ser concedida.

Dirigentes da CIPA – O empregado eleito para cargo de direção de comissões

internas de prevenção de acidentes tem estabilidade desde o registro de sua

candidatura até um ano após o final de seu mandato;

Acidente de Trabalho - Se o empregado sofreu um acidente de trabalho e

recebeu auxílio doença acidentário pelo INSS, tem direito a estabilidade de um ano

após o retorno do auxílio doença acidentário. Mas é obrigatório que o benefício seja

ACIDENTÀRIO. O auxílio doença simples não dá estabilidade ao empregado.

Representação Sindical – O empregado sindicalizado não pode ser dispensado

a partir do registro da sua candidatura a cargo de direção ou representação sindical e,

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se eleito, ainda que suplente, até um ano após o final do mandato, salvo se cometer

falta grave nos termos da lei.

Outras Observações

• O salário é pago na base do mês vencido, isto é, de 01 a 30, e tem que ser

feito até o 5º dia útil do mês subseqüente. Ex.: se o empregado for admitido no dia 21

(vinte e um) do mês, o empregador deverá pagar 10 (dez) dias de salário até o 5º dia

do mês subseqüente, iniciando-se novo mês no dia 1º do mês subsequente;

• Porteiro, zelador, vigia etc. de condomínio residencial, comercial ou rural,

não é empregado doméstico;

http://www.plantaotrabalhista.floripa.com.br/urb.ht m

REGIME JURÍDICO DOS SERVIDORES DA UNIÃO

Regime jurídico dos servidores públicos é o conjunto de princípios e regras

referentes a direitos, deveres e demais normas que regem a sua vida funcional. A lei

que reúne estas regas é denominada de Estatuto e o regime jurídico passa a ser

chamado de regime jurídico Estatutário. Vide artigo 37 da Constituição Federal.

No âmbito de cada pessoa política - União, os Estados, o Distrito Federal e os

Municípios - há um Estatuto. A lei 8.112/90, de 11/12/1990, com suas alterações, é o

regime jurídico Estatutário aplicável aos Servidores Públicos Civis da União, das

autarquias e fundações públicas federais, ocupantes de cargos públicos.

Regime jurídico é único?

Era não é mais. Como já vimos, o Regime Jurídico Único existiu até o advento

da Emenda Constitucional nº 19, de 04/06/98. A partir de então é possível a admissão

de pessoal ocupante de emprego público, regido pela CLT, na Administração federal

direta, nas autarquias e nas fundações públicas; por isto é que o regime não é mais um

só, ou seja, não é mais único.

No âmbito federal, a Lei nº 9.962, de 22.02.2000, disciplina o regime de emprego

público do pessoal da Administração federal direta, autárquica e fundacional.

O pessoal admitido para emprego público terá sua relação de trabalho regida

pela CLT (art.1º, caput);

Leis específicas disporão sobre a criação de empregos, bem como sobre a

transformação dos atuais cargos em empregos (§1º);

Vedou que se submeta ao regime de emprego público os cargos públicos de

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provimento em comissão, bem como os servidores regidos pela lei 8.112/90, às datas

das respectivas publicações de tais leis específicas (§2º).

Conceito de cargo público

Cargo público é o conjunto de atribuições e responsabilidades que devem ser

cometidas a um servidor. São criados por lei, com denominação própria e vencimento

pago pelos cofres públicos, para provimento em caráter efetivo ou em comissão (art.

3º, parágrafo único).

É proibida a prestação de serviços gratuitos, salvo os casos previstos em lei (art.

4º).

Pessoas portadoras de deficiência

Serão reservadas até 20% (vinte por cento) das vagas oferecidas no concurso

público às pessoas portadoras de deficiência para provimento de cargo cujas

atribuições sejam compatíveis com a deficiência de que são portadoras (art. 5º, §2º).

PROVIMENTO

É preenchimento de cargo vago. O provimento dos cargos públicos far-se-á

mediante ato da autoridade competente de cada Poder (art. 6º).

FORMAS DE PROVIMENTO (art. 8º):

• Nomeação

• Promoção

• Readaptação

• Reversão

• Aproveitamento

• Reintegração

• Recondução.

Importante - as formas de provimento Ascensão e Transferência não existem

mais, foram revogadas pela lei nº 9.527/97, antes mesmo, já haviam sido declaradas

inconstitucionais pelo Supremo Tribunal Federal.

Nomeação – é o ato administrativo pelo qual se atribui um cargo a alguém

(Odete Medauar). A nomeação dar-se-á (art. 9º e 10º):

Em caráter efetivo quando se tratar de cargo isolado ou de carreira (cargos de

carreira são aqueles são estruturados em classes e que permitem crescimento

profissional) depende de prévia habilitação em concurso público de provas ou de

provas e títulos.

Em comissão, declarado em lei de livre nomeação e exoneração, para cargos

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de confiança.

Promoção – representa a progressão vertical na carreira, passando de uma

classe para outra (conceito doutrinário).

Readaptação – é a investidura do servidor em cargo de atribuições e

responsabilidades compatíveis com a limitação que tenha sofrido em sua capacidade

física ou mental verificada em inspeção médicas iguais ou assemelhadas (art. 24). Se

julgado incapaz para o serviço público o readaptando será aposentado(§1º, art. 24).

Reversão - reversão é o retorno à atividade de servidor aposentado: (art. 25)

I - por invalidez, quando junta médica oficial declarar insubsistentes os motivos

da aposentadoria;

II - no interesse da administração, desde que: (Redação dada pela MP nº 2.088-

38, de 27.3.2001)

- o servidor aposentado tenha solicitado a reversão;

- a aposentadoria tenha sido voluntária;

- estável quando na atividade;

- a aposentadoria tenha ocorrido nos cinco anos anteriores à solicitação;

- haja cargo vago.

Neste caso o servidor perceberá, em substituição aos proventos da

aposentadoria, a remuneração do cargo que voltar a exercer, inclusive com as

vantagens de natureza pessoal que percebia anteriormente à aposentadoria (§4º).

Somente terá os proventos calculados com base nas regras atuais se permanecer pelo

menos cinco anos no cargo (§5º).

Não poderá reverter o aposentado que já tiver completado 70 (setenta) anos de

idade (art. 27).

Aproveitamento – é o retorno à atividade do servidor estável em disponibilidade

em cargo de atribuições e vencimentos compatíveis com o anteriormente ocupando

(art. 31).

Reintegração - retorno do servidor estável no cargo anteriormente ocupado, ou

no cargo resultante de sua transformação, quando invalidada a sua demissão por

decisão administrativa ou judicial, com ressarcimento de todas as vantagens (art. 28).

Recondução - é o retorno do servidor estável ao cargo anteriormente ocupado e

decorrerá de: (art. 29)

- inabilitação em estágio probatório relativo a outro cargo;

- reintegração do anterior ocupante.

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VACÂNCIA

É a situação do cargo que está sem ocupante.

Formas de vacância (art. 33):

• Aposentadoria;

• Falecimento

• Demissão;

• Promoção;

• Readaptação;

• Exoneração;

• Posse em outro cargo inacumulável;

Aposentadoria – é a desocupação do cargo e ocorrerá por invalidez

permanente para o serviço público, compulsoriamente quando o servidor tiver

completado 70 anos, ou por decisão voluntária do servidor que cumprir os requisitos

para a aposentadoria.

Falecimento – Trata-se de um fato a que o direito administrativo atribui

repercussão, no caso, a vacância do cargo. Não é um ato, mas, é um fato

administrativo.

Demissão – trata-se de penalidade aplicada ao servidor, prevista no artigo 132,

deste estatuto.

Promoção - representa a progressão vertical na carreira, passando de uma

classe para outra (conceito doutrinário).

Readaptação – é a investidura do servidor em cargo de atribuições e

responsabilidades compatíveis com a limitação que tenha sofrido em sua capacidade

física ou mental verificada em inspeção médicas iguais ou assemelhadas (art. 24). Se

julgado incapaz para o serviço público o readaptando será aposentado (§1º, art. 24).

Posse em outro cargo público inacumulável - O servidor federal quando já

estável em um cargo público e obtiver aprovação em concurso público para outro

cargo, poderá optar por esta forma de vacância em vez de pedir exoneração. Com

esta providência, caso seja inabilitado no estágio probatório para o novo cargo, poderá

retornar ao cargo em que era estável.

EXONERAÇÃO (art. 34)

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A exoneração de CARGO EFETIVO dar-se-á a pedido do servidor, ou de ofício

quando:

I - quando, tendo tomado posse, o servidor não entrar em exercício no prazo

estabelecido (15 dias).

II - quando não satisfeitas às condições do estágio probatório.

A exoneração de CARGO EM COMISSÃO dar-se-á a pedido do servidor, ou a

juízo da autoridade competente.

A recondução - é o retorno do servidor estável ao cargo anteriormente ocupado

e decorrerá de inabilitação em estágio probatório relativo a outro cargo, ou de

reintegração do anterior ocupante (art. 29).

Atenção: embora não conste expressamente do artigo 30, que elenca as

hipóteses de vacância, a recondução tem sido assim considerada nos concursos

públicos.

Em resumo: a promoção, a readaptação e a recondução são formas

simultâneas (ao mesmo tempo) de provimento e de vacância.

A posse e o exercício

A nomeação por si só não basta para iniciar as atribuições do cargo são

necessários ainda a posse e o exercício.

A posse (arts. 13 e 14):

A investidura em cargo público ocorrerá com a posse (art. 7º), mediante

assinatura do respectivo termo, no qual deverão constar as atribuições, os deveres, as

responsabilidades e os direitos inerentes ao cargo ocupado (art. 13, caput). Posse é a

aceitação do cargo pelo servidor (Odete Medauar).

Tópicos sobre posse

Só haverá posse na hipótese de provimento por nomeação (§4º, art. 13), poderá

ser mediante procuração específica (§3º, art. 13). A posse ocorrerá no prazo de 30

(trinta dias) contados da publicação do ato de provimento (nomeação). Será tornado

sem efeito o ato de provimento se a posse não ocorrer neste prazo (§§ 1º e 6º, art. 13).

A posse dependerá de prévia inspeção médica oficial, será empossado aquele

que for julgado apto física e mentalmente para o exercício do cargo (art. 14).

No ato da posse, o servidor apresentará declaração de bens e valores que

constituem seu patrimônio e declaração quanto ao exercício ou não de outro cargo,

emprego ou função pública (§5º, art. 13). A lei 8.424/92, exige a declaração de bens e

valores do cônjuge ou companheira e das demais pessoas que vivam sob sua

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dependência econômica (Lei 8.429, art. 13, caput e §1º).

Requisitos básicos para investidura (posse) em carg o público (art. 5º):

I - a nacionalidade brasileira;

Os cargos públicos são acessíveis aos estrangeiros na forma da lei (CF/88, aert.

37, I . A lei nº 9.515/97 prevê que as universidades e instituições de pesquisa científica

e tecnológica federais poderão prover seus cargos com professores, técnicos e

cientistas estrangeiros.

II - o gozo dos direitos políticos;

III - a quitação com as obrigações militares e eleitorais;

IV - o nível de escolaridade exigido para o exercício do cargo;

V - a idade mínima de dezoito anos;

VI - aptidão física e mental.

As atribuições do cargo podem justificar a exigência de outros requisitos

estabelecidos em lei (§ 1º, art. 5º).

O exercício (arts. 15 a 20):

Exercício é o efetivo desempenho das atribuições do cargo público ou da função

de confiança (art. 15), donde passa a contar o tempo de serviço (Odete Medauar).

É de 15 (quinze dias) o prazo para o servidor empossado em cargo público

entrar em exercício, contados da data da posse, se não entrar em exercício no prazo

previsto o servidor será exonerado do cargo ou será tornado sem efeito o ato de sua

designação para função de confiança, (§§1º e 2º, art. 15).

Resumindo: A nomeação é ato administrativo que atribui um cargo público.

Posse é a investidura no cargo. Exercício é o efetivo desempenho das atribuições do

cargo.

DA REMOÇÃO, REDISTRIBUIÇÃO E SUBSTITUIÇÃO

Remoção

Remoção é o deslocamento do servidor, a pedido ou de ofício, no âmbito do

mesmo quadro de pessoal, com ou sem mudança de sede (art. 36). A remoção pode

ser de ofício, no interesse da Administração; a pedido, a critério da Administração ou a

pedido independentemente do interesse da Administração, desde que:

a) para acompanhar cônjuge ou companheiro, também servidor público da

União, dos Estados, do Distrito Federal e dos Municípios, que foi deslocado no

interesse da Administração;

b) por motivo de saúde do servidor, cônjuge, companheiro ou dependente que

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viva às suas expensas, condicionada à comprovação por junta médica oficial;

Redistribuição (art. 37)

Redistribuição é o deslocamento de cargo de provimento efetivo, ocupado ou

vago no âmbito do quadro geral de pessoal, para outro órgão ou entidade do mesmo

Poder. (art. 37).

Prazo para reinício do trabalho:

O servidor que deva ter exercício em outro município em razão de ser removido,

redistribuído, requisitado ou cedido terá, no mínimo 10 e no máximo 30 dias de prazo

para retomada de suas atribuições, incluído o prazo de deslocamento (art. 18).

Substituição

Os servidores investidos em cargo ou função de direção ou chefia e os

ocupantes de cargo de Natureza Especial terão substitutos indicados no regimento

interno ou, no caso de omissão, previamente designado pelo dirigente máximo do

órgão ou entidade (art. 38).

Jornada de trabalho (art. 19)

A duração máxima do trabalho semanal de 40 (quarenta horas) e observados os

limites mínimo e máximo de 6 (seis horas) e 8 (oito horas) diárias, respectivamente (art.

19, caput).

O ocupante de cargo em comissão ou função de confiança submete-se a regime

de integral dedicação ao serviço, podendo ser convocado sempre que houver interesse

da Administração (§1º).

Estabilidade

São estáveis, após 3 anos de efetivo exercício os servidores nomeados para

cargo de provimento efetivo em virtude de concurso público; como condição para

aquisição da estabilidade é obrigatória a avaliação especial de desempenho por

comissão instituída para essa finalidade (CF, art. 41, caput e §4º).

Estágio probatório (art. 20)

A aptidão e a capacidade do servidor para o desempenho do cargo serão

avaliados observando-se os seguintes fatores:

• Assiduidade;

• Disciplina;

• Capacidade de iniciativa; sigla: A DI CA PRO RES

• Produtividade;

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• Responsabilidade.

O servidor em estágio probatório poderá exercer quaisquer cargos de provimento

em comissão ou funções de direção, chefia ou assessoramento no órgão ou entidade

de lotação (§3º, art. 20).

E se o servidor não for aprovado no estágio probatório?

O servidor não aprovado no estágio probatório será exonerado ou, se estável,

reconduzido ao cargo anteriormente ocupado (§2º, art. 20). Eis aqui, ao mesmo tempo,

a forma de provimento e de vacância denominada de recondução.

DIREITOS E VANTAGENS

Vencimento e da Remuneração

O Vencimento é a retribuição pecuniária pelo exercício de cargo público, com

valor fixado em lei (art. 40). Nenhum servidor receberá, a título de vencimento,

importância inferior ao salário-mínimo.

A Remuneração é o vencimento do cargo efetivo, acrescido das vantagens

pecuniárias permanentes estabelecidas em lei (art. 41). O vencimento do cargo

efetivo, acrescido das vantagens de caráter permanente, é irredutível (§3º,art. 41).

O vencimento, a remuneração e o provento não serão objeto de arresto,

seqüestro ou penhora, exceto nos casos de prestação de alimentos resultante de

decisão judicial (art. 48).

Servidor em débito com o erário

As reposições e indenizações ao erário serão previamente comunicadas ao

servidor ou ao pensionista e amortizadas em parcelas mensais cujos valores não

excederão a 10% da remuneração ou provento (art. 46). O servidor que for demitido,

exonerado ou que tiver sua aposentadoria ou disponibilidade cassada, terá o prazo de

60 dias para quitar o débito (art. 47). A não quitação do débito no prazo previsto

implicará sua inscrição em dívida ativa (parágrafo único, art. 47).

Vantagens

Além do vencimento, poderão ser pagas ao servidor as seguintes vantagens (art.

49):

• Indenizações;

• Gratificações;

• Adicionais.

As indenizações não se incorporam ao vencimento ou provento para qualquer

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efeito (§1º). As gratificações e os adicionais incorporam-se ao vencimento ou provento,

nos casos e condições indicados em lei (§2º).

Indenizações

Constituem indenizações ao servidor (art. 51):

• Ajuda de custo;

• Diárias;

• Transporte.

Diárias - O servidor que, a serviço, afastar-se da sede em caráter eventual ou

transitório fará jus a passagens e diárias destinadas a indenizar as parcelas de

despesas extraordinárias com pousada, alimentação e locomoção urbana, conforme

dispuser em regulamento (art. 58).

Ajuda de custo - destina-se a compensar as despesas de instalação do servidor

que, no interesse do serviço, passar a ter exercício em nova sede, com mudança de

domicílio em caráter permanente, vedado o duplo pagamento de indenização, a

qualquer tempo, no caso de o cônjuge ou companheiro que detenha também a

condição de servidor, vier a ter exercício na mesma sede (art. 53).

A ajuda de custo é calculada sobre a remuneração do servidor, conforme se

dispuser em regulamento, não podendo exceder a importância correspondente a 3

(três) meses (art. 54).

Transporte - conceder-se-á indenização de transporte ao servidor que realizar

despesas com a utilização de meio próprio de locomoção para a execução de serviços

externos, por força das atribuições próprias do cargo, conforme se dispuser em

regulamento (art. 60).

Gratificações e adicionais

Além do vencimento e das vantagens previstas nesta Lei, serão deferidos aos

servidores as seguintes retribuições, gratificações e adicionais (art. 61):

• Retribuição pelo exercício de função de direção chefia e assessoramento;

• Gratificação natalina;

• Adicional pelo exercício de atividades insalubres, perigosas ou penosas;

• Adicional pela prestação de serviço extraordinário;

• Adicional noturno;

• Adicional de férias;

• Outros, relativos ao local ou à natureza do trabalho.

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Entendo que o detalhamento a respeito dos adicionais e gratificações, das

licenças e dos afastamentos é secundário, no entanto, como consta do programa

ponho a disposição o texto de estatuto com redação atualizada até março de 2001.

Retribuição pelo Exercício de Função de Direção Chefia e Assessoramento

A remuneração dos cargos em comissão será estabelecida em lei específica

(parágrafo único, art. 62).

Ao servidor ocupante de cargo efetivo é devida retribuição pelo seu exercício de

função de direção, chefia ou assessoramento, ou de cargo de provimento ou de

Natureza Especial (art. 62).

Gratificação natalina

A gratificação natalina corresponde a 1/12 (um doze avos) da remuneração a

que o servidor fizer jus no mês de dezembro, por mês de exercício no respectivo ano

(art. 63). A fração igual ou superior a 15 (quinze) dias será considerada como mês

integral.

O servidor exonerado perceberá sua gratificação natalina, proporcionalmente

aos meses de exercício, calculada sobre a remuneração do mês da exoneração (art.

65). A gratificação natalina não será considerada para cálculo de qualquer vantagem

pecuniária.

Adicionais de insalubridade, periculosidade ou ativ idades penosas.

Fazem jus a um adicional sobre o vencimento do cargo efetivo os servidores que

trabalhem com habitualidade em locais insalubres ou em contato permanente com

substâncias tóxicas, radioativas ou com risco de vida (art. 68).

O servidor que fizer jus aos adicionais de insalubridade e de periculosidade

deverá optar por um deles (§1º, art. 68).

O adicional de atividade penosa será devido aos servidores em exercício em

zonas de fronteira ou em localidades cujas condições de vida o justifiquem nos termos,

condições e limites fixados em regulamento (art. 71).

Os locais de trabalho e os servidores que operam com Raios X ou substâncias

radioativas serão mantidos sob controle permanente, de modo que as doses de

radiação ionizante não ultrapassem o nível máximo previsto na legislação própria. (art.

72)

Parágrafo único. Os servidores a que se refere este artigo serão submetidos a

exames médicos a cada 6 (seis) meses.

Adicional por serviço extraordinário

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O serviço extraordinário será remunerado com acréscimo de 50% (cinqüenta por

cento) em relação à hora normal de trabalho (art. 73) e somente será permitido para

atender a situações excepcionais e temporárias, respeitado o limite máximo de 2 (duas)

horas por jornada (art. 74).

Adicional noturno

O serviço noturno, prestado em horário de um compreendido entre 22 (vinte e

duas) horas dia e 5 (cinco) horas do dia seguinte, terá o valor-hora acrescido de 25%

(vinte e cinco por cento), computando-se cada hora como cinqüenta e dois minutos e

trinta segundos (art. 75).

Em se tratando de serviço extraordinário, o acréscimo de que trata este artigo

incidirá sobre a remuneração prevista no art. 73 (art. 75, parágrafo único).

Adicional de férias

Independentemente de solicitação, será pago ao servidor, por ocasião das férias,

um adicional correspondente a 1/3 (um terço) da remuneração do período das férias

(art. 76).

No caso de o servidor exercer função de direção, chefia ou assessoramento, ou

ocupar cargo em comissão, a respectiva vantagem será considerada no cálculo do

adicional de férias (art. 76, parágrafo único).

Férias

O servidor fará jus a trinta dias de férias, que podem ser acumuladas, até o

máximo de dois períodos, no caso de necessidade do serviço, ressalvadas as

hipóteses em que haja legislação específica (art. 77). Para o primeiro período aquisitivo

de férias serão exigidos 12 (doze) meses de exercício (parágrafo único).

O pagamento da remuneração das férias será efetuado até 2 (dois) dias antes do

início do respectivo período.

O servidor exonerado do cargo efetivo, ou em comissão, perceberá indenização

relativa ao período das férias a que tiver direito e ao incompleto, na proporção de 1/12

(um doze avos) por mês de efetivo exercício, ou fração superior a quatorze dias (art.

77, § 3º).

O servidor que opera direta e permanentemente com Raios X ou substâncias

radioativas gozará 20 (vinte) dias consecutivos de férias, por semestre de atividade

profissional, proibida em qualquer hipótese a acumulação (art. 79)

As férias somente poderão ser interrompidas por motivo de calamidade pública,

comoção interna, convocação para júri, serviço militar ou eleitoral, ou por necessidade

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do serviço declarada pela autoridade máxima do órgão ou entidade (art. 80). O restante

do período interrompido será gozado de uma só vez.

Das licenças

Conceder-se-á ao servidor licença (art. 81):

• Por motivo de doença em pessoa da família;

• Por motivo de afastamento do cônjuge ou companheiro;

• Para o serviço militar;

• Para atividade política;

• Para capacitação;

• Para tratar de interesses particulares;

• Para desempenho de mandato classista.

A licença concedida dentro de 60 (sessenta) dias do término de outra da mesma

espécie será considerada como prorrogação (art. 82).

Licença por motivo em pessoa da família

Poderá ser concedida licença ao servidor por motivo de doença do cônjuge ou

companheiro, dos pais, dos filhos, do padrasto ou madrasta e enteado, ou dependente

que viva às suas expensas e conste do seu assentamento funcional, mediante

comprovação por junta médica oficial (art. 83).

A licença será concedida sem prejuízo da remuneração do cargo efetivo, até

trinta dias, podendo ser prorrogada por até trinta dias, mediante parecer de junta

médica oficial e, excedendo estes prazos, sem remuneração, por até noventa dias

(§2º).

É vedado o exercício de atividade remunerada durante o período da licença (§3º,

art. 81).

Licença por motivo de afastamento do cônjuge

Poderá ser concedida licença ao servidor para acompanhar cônjuge ou

companheiro que foi deslocado para outro ponto do território nacional, para o exterior

ou para o exercício de mandato eletivo dos Poderes Executivo e Legislativo (art. 84).

A licença será por prazo indeterminado e sem remuneração (art. 84, §1º).

No deslocamento de servidor cujo cônjuge ou companheiro também seja

servidor público, civil ou militar, de qualquer dos Poderes da União, dos Estados, do

Distrito Federal e dos Municípios, poderá haver exercício provisório em órgão ou

entidade da Administração Federal direta, autárquica ou fundacional, desde que para o

exercício de atividade compatível com o seu cargo (art. 84,§2º).

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Licença para o serviço militar

Ao servidor convocado para o serviço militar será concedida licença, na forma e

condições previstas na legislação específica (art. 85). (o artigo não diz se é com ou

sem remuneração). Concluído o serviço militar, o servidor terá até 30 (trinta) dias sem

remuneração para reassumir o exercício do cargo (art. 85, parágrafo único).

Licença para atividade política

O servidor terá direito a licença, sem remuneração, durante o período que

mediar entre a sua escolha em convenção partidária, como candidato a cargo eletivo, e

a véspera do registro de sua candidatura perante a Justiça Eleitoral (art. 86).

O servidor candidato a cargo eletivo na localidade onde desempenha suas

funções e que exerça cargo de direção, chefia, assessoramento, arrecadação ou

fiscalização, dele será afastado, a partir do dia imediato ao do registro de sua

candidatura perante a Justiça Eleitoral, até o décimo dia seguinte ao do pleito (art. 86,

§1º).

A partir do registro da candidatura e até o décimo dia seguinte ao da eleição, o

servidor fará jus à licença, assegurado os vencimentos do cargo efetivo, somente pelo

período de três meses (art. 86, §2º).

Licença para capacitação

Após cada qüinqüênio de efetivo exercício, o servidor poderá, no interesse da

Administração, afastar-se do exercício do cargo efetivo, com a respectiva remuneração,

por até três meses, para participar de curso de capacitação profissional (art. 87).

Os períodos de licença de que trata o caput não são acumuláveis.

Licença para tratar interesses particulares

A critério da Administração poderão ser concedidas ao servidor ocupante de

cargo efetivo, desde que não esteja em estágio probatório, licenças para o trato de

assuntos particulares pelo prazo de até três anos consecutivos, sem remuneração. (art.

91). A licença poderá ser interrompida, a qualquer tempo, a pedido do servidor ou no

interesse do serviço.

Licença para o desempenho de mandato classista

É assegurado ao servidor o direito à licença sem remuneração para o

desempenho de mandato em confederação, federação, associação de classe de

âmbito nacional, sindicato representativo da categoria ou entidade fiscalizadora da

profissão, (considerado tempo de efetivo exercício, exceto promoção por merecimento)

conforme disposto em regulamento (art. 92).

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A licença terá duração igual à do mandato, podendo ser prorrogada, no caso de

reeleição, e por uma única vez (art. 92, §2º).

DOS AFASTAMENTOS

Afastamento do servidor a outro órgão ou entidade

Art. 93. O servidor poderá ser cedido para ter exercício em outro órgão ou

entidade dos Poderes da União, dos Estados, ou do Distrito Federal e dos Municípios,

nas seguintes hipóteses:

I - para exercício de cargo em comissão ou função de confiança - sendo a

cessão para órgãos ou entidades dos Estados, do Distrito Federal ou dos Municípios, o

ônus da remuneração será do órgão ou entidade cessionária, mantido o ônus para o

cedente nos demais casos (§1º).

II - em casos previstos em leis específicas.

Afastamento para exercício de mandato eletivo

Afastamento para estudo ou missão no exterior

A ausência não excederá a 4 (quatro) anos, e finda a missão ou estudo, somente

decorrido igual período, será permitida nova ausência (§1º, art. 95).

Ademais a este servidor não será concedida exoneração ou licença para tratar

de interesse particular antes de decorrido período igual ao do afastamento, ressalvada

a hipótese de ressarcimento da despesa havida com seu afastamento (§2º, art 95).

TEMPO DE SERVIÇO

É contado para todos os efeitos o tempo de serviço público federal, inclusive o

prestado às Forças Armadas (art. 100). A apuração do tempo de serviço será feita em

dias, que serão convertidos em anos, considerado o ano como de 365 dias (art. 101).

Além das ausências ao serviço previstas no art. 97, são considerados como de

efetivo exercício os afastamentos em virtude de (art.102) :

I - férias;

II - exercício de cargo em comissão ou equivalente, em órgão ou entidade dos

Poderes da União, dos Estados, Municípios e Distrito Federal;

III - exercício de cargo ou função de governo ou administração, em qualquer

parte do território nacional, por nomeação do Presidente da República;

IV - participação em programa de treinamento regularmente instituído, conforme

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dispuser o regulamento;

V - desempenho de mandato eletivo federal, estadual, municipal ou do Distrito

Federal, exceto para promoção por merecimento;

VI - júri e outros serviços obrigatórios por lei;

VII - missão ou estudo no exterior, quando autorizado o afastamento, conforme

dispuser o regulamento;

VIII - licença:

a) à gestante, à adotante e à paternidade;

b) para tratamento da própria saúde, até o limite de vinte e quatro meses,

cumulativo ao longo do tempo de serviço público prestado à União, em cargo de

provimento efetivo;

c) para o desempenho de mandato classista, exceto para efeito de promoção por

merecimento;

d) por motivo de acidente em serviço ou doença profissional;

e) para capacitação, conforme dispuser o regulamento;

f) por convocação para o serviço militar;

IX - deslocamento para a nova sede de que trata o art. 18;

X - participação em competição desportiva nacional ou convocação para integrar

representação desportiva nacional, no País ou no exterior, conforme disposto em lei

específica;

XI - afastamento para servir em organismo internacional de que o Brasil participe

ou com o qual coopere.

Contar-se-á apenas para efeito de aposentadoria e disponibilidade (art. 103):

I - o tempo de serviço público prestado aos Estados, Municípios e Distrito

Federal;

II - a licença para tratamento de saúde de pessoa da família do servidor, com

remuneração;

III - a licença para atividade política, no caso do art. 86, § 2o;

IV - o tempo correspondente ao desempenho de mandato eletivo federal,

estadual, municipal ou distrital, anterior ao ingresso no serviço público federal;

V - o tempo de serviço em atividade privada, vinculada à Previdência Social;

VI - o tempo de serviço relativo a tiro de guerra;

VII - o tempo de licença para tratamento da própria saúde que exceder o prazo a

que se refere à alínea "b" do inciso VIII do art. 102.

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O tempo em que o servidor esteve aposentado será contado apenas para nova

aposentadoria (§1º, 103). Será contado em dobro o tempo de serviço prestado às

Forças Armadas em operações de guerra (§2º, art. 103). Entendo que é

inconstitucional, ante o teor do art. 40, §10, CF, acrescentado pela EC nº 20/98,

É vedada a contagem cumulativa de tempo de serviço prestado

concomitantemente em mais de um cargo ou função de órgão ou entidades dos

Poderes da União, Estado, Distrito Federal e Município, autarquia, fundação pública,

sociedade de economia mista e empresa pública (§3º, art. 103).

DIREITO DE PETIÇÃO

É assegurado ao servidor o direito de requerer aos Poderes Públicos, em defesa

de direito ou interesse legítimo (art.104). Para o exercício do direito de petição, é

assegurada vista do processo ou documento, na repartição, ao servidor ou a

procurador por ele constituído (art.113).

O requerimento será dirigido à autoridade competente para decidi-lo e

encaminhado por intermédio daquela a que estiver imediatamente subordinado o

requerente (art. 105).

Cabe pedido de reconsideração à autoridade que houver expedido o ato ou

proferido a primeira decisão, não podendo ser renovado (art. 106).

O requerimento e o pedido de reconsideração de que tratam os artigos

anteriores deverão ser despachados no prazo de 5 (cinco) dias e decididos dentro de

30 (trinta) dias (art. 106, parágrafo único).

PRESCRIÇÃO DO DIREITO DE RECORRER

O direito de requerer contado da data da publicação do ato impugnado ou da

data da ciência pelo interessado prescreve. Veja o prazo estabelecido no seu estatuto.

http://www.tudosobreconcursos.com/regime-juridico-dos-servidores-da-uniao

REDAÇAO OFICIAL E NOÇÕES DE GRAMÁTICA

Conceito de redação oficial

A redação oficial é o conjunto de correspondência, atos normativos e diversos

outros textos usados no serviço público. Dessa maneira, além dos aprendizados

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básicos de uma boa redação, existem fundamentos essenciais na padronização dos

documentos, no uso de fórmulas, na estética e na característica da linguagem. Em

suma, a redação oficial é a maneira pela qual o Poder Público redige seus documentos.

A linguagem na redação oficial

A correspondência oficial caracteriza-se pelo uso do padrão culto de linguagem,

impessoalidade, clareza, concisão, formalidade e padronização. Não se concebe que

um ato normativo de qualquer natureza seja redigido de forma obscura, que dificulte ou

impossibilite sua compreensão. A transparência do sentido dos atos normativos, bem

como sua inteligibilidade, são requisitos do próprio Estado de Direito: é inaceitável que

um texto legal não seja entendido pelos cidadãos.

No serviço público, somente podem ser praticados atos que estejam

expressamente previstos em lei. Essa obrigatoriedade aplica-se não apenas aos textos

legais – leis, decretos, portarias, etc. --, mas também a toda correspondência que

circula nos órgãos da administração pública, interna e externamente.

Competência textual é a capacidade que o servidor adquire, por meio de prática

e estudo, para produzir bons textos. O ato de escrever pressupõe conhecimento do

assunto, domínio das regras gramaticais, uso das formalidades necessárias ao

documento. Antes de iniciar algum texto, observe características que podem auxiliá-lo:

1. Vocábulo adequado ao leitor e ao documento;

2. Frases curtas;

3. Ordem direta na construção (sujeito-verbo-complemento);

4. Dê preferência à voz ativa;

5. Evite repetição de palavras desnecessárias;

6. Seja claro;

7. Seja objetivo;

8. Procure abordar um assunto por parágrafo;

9. Escreva de forma elegante; 6.

10. Consulte o dicionário ou a gramática caso tenha dúvida.

Impessoalidade

A impessoalidade decorre de princípio constitucional (CF, art. 37), cujo

significado remete a dois aspectos: o primeiro prende-se à obrigatoriedade de que a

administração proceda de modo a não privilegiar ou prejudicar a ninguém,

individualmente, já que o seu norte é, sempre, o interesse público; o segundo sentido é

o da abstração da pessoalidade dos atos administrativos, pois que a ação

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administrativa, em que pese ser exercida por intermédio de seus servidores, é

resultado tão-somente da vontade estatal.

A redação oficial é elaborada sempre em nome do serviço público e sempre em

atendimento ao interesse geral dos cidadãos. Dessa maneira, é inconcebível que

expedientes oficiais sejam tratados de outra forma que não a estritamente impessoal.

Não há lugar para impressões pessoais, como as que, por exemplo, constam de uma

carta a um amigo, ou de um artigo assinado de jornal, ou mesmo de um texto literário.

A redação oficial deve ser isenta da interferência da individualidade que a

elabora.

Em busca da impessoalidade, evite uso de linguagem coloquial, regional, vulgar,

irônica. Evite, também, se incluir na comunicação ou o emprego da primeira pessoa do

singular.

Clareza

A clareza é a qualidade indispensável ao ato da comunicação. Pode-se definir

como claro aquele texto que possibilita imediata compreensão pelo leitor. No entanto, a

clareza não é algo que se atinja por si só: ela depende de outros aspectos: correção

gramatical, conhecimento do assunto, objetividade, consideração ao leitor, vocabulário

adequado.

Contribuirá, ainda, a indispensável releitura de todo texto redigido. A ocorrência,

em textos oficiais, de trechos obscuros e de erros gramaticais provém principalmente

da falta da releitura que torna possível sua correção.

Concisão

Texto conciso é texto rápido. Use palavras estritamente necessárias: tudo que

puder ser transmitido em uma frase não deve ser dito em duas. Detalhes irrelevantes

são dispensáveis. O texto deve ir direto ao que interessa, sem rodeios ou

redundâncias, sem caracterizações e comentários supérfluos, livre de adjetivos e

advérbios inúteis, sem o recurso à subordinação excessiva. Caso seja necessário usar

linguagem técnica, preocupe-se com vocábulos e estruturas que possam ser

desconhecidas do leitor. Ser conciso não significa diminuir a importância do assunto.

Detalhes importantes não devem ser suprimidos para o que o texto fique de menor

tamanho. Ser competente na concisão é não ser prolixo.

Formalidade e padronização

Texto formal é aquele que segue padrões estabelecidos. Além dos padrões de

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diagramação, uso de pronome de tratamento, fecho, assinatura, a formalidade diz

respeito também à polidez, a elegância, ao estabelecimento de padrões para os

documentos.

Aspectos relevantes em documentos oficiais

No desenvolvimento do texto da correspondência, deve-se partir do geral para o

particular. Se o texto contiver mais de uma idéia sobre o assunto, devem ser tratadas

em parágrafos distintos, conferindo maior clareza a exposição.

Toda correspondência expedida deve ser elaborada com cópia, a fim de ser

arquivada na unidade que a produziu. Deve-se produzir somente o número necessário

de vias dos documentos, evitando-se gastos desnecessários e duplicidade.

Os documentos de circulação interna devem tramitar sem envelope, exceto

quando o assunto for considerado de caráter CONFIDENCIAL. Nesse caso, o

documento deve receber carimbo na cor vermelha ou etiqueta na parte superior e

inferior, bem como no envelope.

Na revisão de um expediente, deve-se avaliar, ainda, se ele será de fácil

compreensão por seu destinatário. A revisão atenta exige, necessariamente, tempo. A

pressa com que são elaboradas certas comunicações quase sempre compromete sua

clareza.

Evitar na linguagem oficial

A instrução Normativa n. 4/92, da extinta Secretaria de Administração Federal

enumerou alguns aspectos que devem ser evitados na redação oficial:

a) a repetição das palavras e a utilização de palavras cognatas, tais como:

“designação” e “designado”, “compete” e “competente”, etc;

b) o uso de expressão ou palavra que configure duplo sentido no texto;

c) as expressões locais ou regionais;

d) as palavras ou expressões de língua estrangeira, exceto quando

indispensáveis, em razão de serem designações ou expressões de uso já consagrado

ou que não tenham exata tradução. Nesse caso, a palavra ou expressão deve ser

grafada em itálico ou entre aspas. Tomem-se como exemplos: ad referendum ou “ad

referendum”, royalties ou “royalties”.

Modelos úteis de construções

Não se deve perder tempo na introdução de documentos. Expressões de frases

inúteis comprometem a objetividade e a clareza do texto. Observe algumas

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substituições práticas recomendadas:

Em vez de Escreva

Servimo-nos da presente para informar Informamos

Venho pela presente informar Informamos

Por intermédio desta comunicamos-lhe Comunicamos; Informamos

Desejamos levar ao conhecimento de Informamos-lhes que

Se possível, gostaríamos que nos informassem Informem-nos sobre

Tendo chegado ao nosso conhecimento que Informados que

Levamos ao seu conhecimento Comunicamos; Informamos

Vimos pela presente encaminhar-lhes Encaminhamos

Por intermédio desta solicitamos Solicitamos

Por obséquio, solicitamos que verificassem Solicitamos verificar

Formulamos a presente para solicitar Solicitamos

Vimos solicitar Solicitamos

Acusamos o recebimento Recebemos

Chegou-nos as mãos Recebemos

Encontra-se em nosso poder Recebemos

É com satisfação que acusamos o recebimento Recebemos

Levamos ao conhecimento de Vossa Senhoria que, em data

de hoje recebemos

Nesta data, recebemos

Apressamos em oferecer-lhes Oferecemos-lhes

Temos a honra de convidar Convidamos

Temos a satisfação de comunicar Comunicamos

Vimos pela presente agradecer Agradecemos

Pedimos a gentileza de nos enviar Solicitamos que nos enviem

Efetivamos-lhes uma remessa de Remetemos-lhes

Ficamos no aguardo de suas noticias Aguardamos informações

Procedemos à escolha Escolhemos

Faça chegar às mãos de Envie a

Anexo a presente Anexo

Seguem em anexo Anexamos

Enviamos em anexo Enviamos

Conforme acordado De acordo

Somos de opinião Acreditamos

Devido ao fato de que Por causa

Conforme seguem abaixo relacionados Relacionados a seguir

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Acima citado Citado

Antecipadamente gratos Agradecemos

Durante o ano de 2009 Em 2009

Com referência a Referente à

Sem outro particular para o momento Agradecemos a atenção

Sendo o que tinha a informar Agradecemos a atenção

Sem mais para o momento Agradecemos a atenção

Com estima e consideração Agradecemos a atenção

Pronomes de tratamento

Emprega-se na terceira pessoa ao se fazer referência à pessoa: Sua Excelência

o Ministro da Educação estará presente ao encontro.

Emprega-se em segunda pessoa ao se direcionar diretamente à pessoa: Vossa

Excelência deve responder às perguntas agora.

A concordância será sempre realizada em terceira pessoa independente de se

fazer referência ou se direcionar à pessoa: Vossas Excelências devem comparecer ao

plenário para detalhar sua opinião.

O uso do tratamento digníssimo (DD) esta abolido em comunicações de órgãos

públicos.

Como visto, o emprego dos pronomes de tratamento obedece à secular tradição.

São de uso consagrado:

Vossa Excelência, para as seguintes autoridades:

a) do Poder Executivo: Presidente da República; Vice-Presidente da República;

Ministros de Estado; Governadores e Vice-Governadores de Estado e do

Distrito Federal; Oficiais-Generais das Forças Armadas; Embaixadores; Secretários-

Executivos de Ministérios e demais ocupantes de cargos de natureza especial:

Secretários de Estado dos Governos Estaduais: Prefeitos Municipais.

b) do Poder Legislativo: Deputados Federais e Senadores; Ministro do Tribunal

de Contas da União; Deputados Estaduais e Distritais; Conselheiros dos Tribunais de

Contas Estaduais; Presidentes das Câmaras Legislativas Municipais.

c) do Poder Judiciário: Ministros dos Tribunais Superiores; Membros de

Tribunais; Juízes; Auditores da Justiça Militar. No envelope, o endereçamento das

comunicações dirigidas às autoridades tratadas por Vossa Excelência, terá a seguinte

forma:

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A Sua Excelência o Senhor A Sua Excelência o Senhor

Senador Fulano de Tal Fulano de Tal

Senado Federal Juiz de Direito da 10º Vara Cível

00.000-000 – Brasília-DF Rua Tal, nº 123

00000-000 --- São Paulo-SP

Vossa Senhoria é empregado para as demais autoridades e para particulares. O

vocativo adequado é: Senhor Fulano de Tal.

No envelope, deve constar do endereçamento:

Ao Senhor

Fulano de Tal

Rua ABC, nº 123

70.123 --- Curitiba-PR

O Manual da Presidência da República afirma que o superlativo “Ilustríssimo”

para as autoridades que recebem o tratamento de Vossa Senhoria e para particulares

não é necessário. É suficiente o uso do pronome de tratamento Senhor. Acrescenta

ainda que doutor não é forma de tratamento, e sim título acadêmico. Evite usá-lo

indiscriminadamente. Como regra geral, empregue-o apenas em comunicações

dirigidas a pessoas que tenham tal grau por terem concluído curso universitário de

doutorado. É costume designar por doutor os bacharéis, especialmente os bacharéis

em Direito e em Medicina. Nos demais casos, o tratamento Senhor confere a desejada

formalidade às comunicações.

Mencionamos, ainda, a forma Vossa Magnificência, empregada por força da

tradição, em comunicações dirigidas a reitores de universidade. Corresponde-lhe o

vocativo: Magnífico Reitor.

Os pronomes de tratamento para religiosos, de acordo com a hierarquia

eclesiástica, são:

Vossa Santidade, em comunicações dirigidas ao Papa. O vocativo

correspondente é: Santíssimo Padre.

Vossa Eminência ou Vossa Eminência Reverendíssima, em comunicações aos

Cardeais.

Corresponde-lhe o vocativo: Eminentíssimo Senhor Cardeal, ou Eminentíssimo e

Reverendíssimo Senhor Cardeal.

Vossa Excelência Reverendíssima é usado em comunicações dirigidas a

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Arcebispos e Bispos; Vossa Reverendíssima ou Vossa Senhoria Reverendíssima para

Monsenhores, Cônegos e superiores religiosos. Vossa Reverência é empregado para

sacerdotes, clérigos e demais religiosos.

Fecho

O fecho possui, além da finalidade óbvia de arrematar o texto, a de saudar o

destinatário. O Ministério da Justiça havia determinado, em 1937, quinze formas

diferentes de fecho. Atualmente, apenas dois modelos são empregados para todas as

comunicações oficiais:

a) para autoridades superiores, inclusive o Presidente da Republica:

Respeitosamente,

b) para autoridades de mesma hierarquia ou de hierarquia inferior:

Atenciosamente,

Ficam excluídas dessa fórmula as comunicações dirigidas a autoridades

estrangeiras, que atendem a rito e tradição próprios, devidamente disciplinados no

Manual de Redação do Ministério das Relações Exteriores.

Assinatura

Excluídas as comunicações assinadas pelo Presidente da República, todas as

demais comunicações oficiais devem trazer o nome e o cargo da autoridade que as

expede, abaixo do local de sua assinatura. A forma de identificação de ser a seguinte:

(espaço para assinatura) NOME

Chefe da Secretária-Geral da Presidência da República (espaço para assinatura)

NOME Ministro de Estado de Justiça

Para evitar equívocos, recomenda-se não deixar a assinatura em página isolada

do expediente. Transfira para essa página ao menos a última frase anterior ao fecho.

Alguns órgãos usam no nome todas as letras maiúsculas. Outros optam por deixar

apenas a inicial do nome e sobrenome em caixa alta.

Algumas Normalizações

Data

1. No texto corrente, as datas e os anos devem ser escritos de forma plena; o

primeiro dia do mês é designado com ordinal: O Brasil proclamou a Independência em

7 de setembro de 1822.

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Entre 1986 e 1988, o Congresso elaborou a atual Constituição brasileira,

assinada em 8 de outubro de 1988. O Brasil foi campeão mundial de futebol em 1958,

1962, 1994 e 2002.

O documento foi assinado em 1º de abril de 2004. Observações: são admitidas

certas grafias sintéticas consagradas, como Opala 84/85, Safra 97, Lei 10.675/03,

Portaria 102/98. Também nos textos correntes em que for cabível o uso abreviado da

data, não se deve pôr zero à esquerda do número (salvo quando referente ao ano.

5/6/04, 8/10/88 (não 05/06/04, 08/10/88). Recomenda-se ainda, para um uso

padronizado, apenas o emprego de barra.

2. Datas que se tornaram efemérides são escritas por extenso: O Sete de

Setembro, O Quinze de Novembro, o Dois de Julho. Mas (dia 1º): O 1º de Janeiro, o 1º

de Maio.

3. As décadas devem ser mencionadas sem a referência ao século (salvo

quando houver possibilidade de confusão). O “milagre econômico” da década de 70.

Os anos 20 foram fortemente influenciados pela Semana de Arte Moderna de 1922. Na

década de 1850.

Destaques no texto

A. Itálico

É empregado em:

a) estrangeirismo: O Brasil conheceu two-party system durante a ditadura, com a

Arena e o MDB;

b) expressões latinas: data venia; habeas corpus; opportuno tempore; Palavras

formadas como empréstimo devem obedecer às normas ortográficas dos respectivos

idiomas, e não as do português: data venia (sem acento).

c) palavras ou expressões não características da linguagem de quem escreve,

como arcaísmos, expressões populares, gírias, neologismos: Fugiram do tira;

d) Palavras ou partes de texto que se pretende destacar: o veto é uma forma de

participação do Executivo na elaboração das leis;

e) títulos de obras: Estas idéias estão em As democracias contemporâneas, de

Arend Lijphart.

B. Negrito

Geralmente é usado em títulos, capítulos, ementas de acórdãos.

C. Versal

O versal, letra maiúscula ou caixa-alta, é usado para destacar nomes impressos,

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como os de autor e títulos de obras e suas partes, assim como os de autoria de atos

oficiais: O PRESIDENTE DO TRIBUNAL SUPERIOR ELEITORAL, no usos de suas

atribuições (...).

D. Versalete

O versalete é o tipo que tem a forma de letra maiúscula, mas a altura de

minúscula (caixa-baixa). É usado juntamente com o versal em referência.

Gerúndio

O gerúndio apresenta duas formas: uma simples (lendo) e outra composta

(havendo lido). A forma composta é de caráter perfeito e indica uma ação concluída

anteriormente à que exprime o verbo da oração principal: Não tendo conseguido

dormir, fui assistir ao filme.

Com o sentido de advérbio, o gerúndio pode apresentar diferentes sentidos:

Sendo ainda novo, não quis ir só (causa) Não quis, sendo sábio, resolver as dúvidas

por si mesmo (concessão). Triunfarás, querendo (condição). O carneiro defendia-se

dizendo que... (meio). Ele fala cantando (modo). Proferindo o orador estas palavras, a

assembléia deu vivas (tempo).

É incorreto o uso do gerúndio com sentido pontual, restritivo ou aditivo: Vou

estar fazendo (inadequado). Farei (adequado). Texto contendo erros (inadequado).

Texto que contém erros (adequado). Os nacionalistas estiveram cercando a cidade,

conseguindo por fim tomá-la, sendo aclamados (inadequado). Os nacionalistas

cercaram a cidade e conseguiram tomá-la, pelo que foram aclamados (melhor).

Horas

1. O símbolo de horas é h, o de minutos é min. e o de segundos é s, sem ponto

nem s indicativo de plural, sem espaço entre o número e o símbolo.

2. Na menção de horas apenas, não se usa o símbolo, mas a palavra horas (s),

por extenso: Encontro você às 14 horas.

3. Na menção de horas e minutos, usa-se o símbolo de horas, mas não o de

minutos: Encontro você às 14h30.

4. Na menção de horas, minutos e segundos, usam-se os símbolos de horas e ,

minutos, mas não o de segundos: Encontro você às 14h30min22.

Observações:

A. Quando a referência for a período de tempo e não a hora, não se usa o

símbolo, mas as palavras horas (s), minuto (s), segundo (s), por extenso: A reunião se

estendeu por quatro horas e vinte minutos. A viagem dura dezoito horas. As inscrições

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encerrarão em 24 horas. O terremoto começou ás 10h35min22 e durou 43 segundos.

B. Na linguagem formal devem-se seguir as instruções acima, mesmo que a

leitura não corresponda exatamente á grafia: A sessão terminou às 12h30. (na leitura:

às doze horas e trinta minutos; às doze e trinta; ao meio dia e meia).

C. As regras acima não se aplicam quando em linguagem estritamente técnica,

não corresponderem à praxe ou a instruções específicas.

Letras maiúsculas

O Vocabulário Ortográfico da Língua Portuguesa determina que requeiram letras

maiúsculas:

1. Começo de verso ou citação;

2. Antropônimos, alcunhas, topônimos;

3. Nomes sagrados, religiosos, mitológicos, astronômicos;

4. Nomes de altos conceitos religiosos, sociológicos, políticos (esses nomes

são escritos e letras minúsculas quando empregados e sentido geral, indeterminado);

5. Nomes de épocas históricas, datas importantes, atos ou festas solenes;

6. Nomes de artes, ciências, disciplinas, escolas e qualquer grau de ensino;

7. Títulos de obras ou criações do intelecto humano;

8. Nomes de cargos eminentes, dignidades;

9. Nomes de ruas, lugares públicos;

10. Nomes dos pontos cardeais quando designam região;

11. Expressões de tratamento e reverência;

12. As expressões Fulano de Tal, Sicrano e representações de nomes próprios.

Letras minúsculas

1. Iniciais dos nomes dos meses;

2. Partículas monossilábicas e átonas no interior de títulos;

3. Iniciais dos nomes gentílicos: os alemães, os brasileiros;

4. Nomes próprios tornados comuns;

5. Nomes comuns que acompanham nomes geográficos: a baía da Guanabara

6. Nomes de festas pagãs;

7. Depois de dois-pontos que não precedem citação ou nome próprio.

Mesmo

Erro generalizado é o uso de “mesmo” como pronome pessoal. Observe os

exemplos: O desembargador recebeu o processo e analisará o mesmo rapidamente

(inadequado). O desembargador recebeu o processo e o analisará rapidamente

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(adequado).

O relatório já chegou e o mesmo apresenta erros de conteúdo (inadequado). O

relatório já chegou e apresenta erros de conteúdo (adequado).

Receba de volta seu título e verifique se o mesmo está rubricado pelo diretor.

(inadequado). Receba de volta seu título e verifique se está rubricado. (adequado).

(...) poderá fazer por escrito o seu protesto, e petição dirigida ao juiz, e requerer

que do mesmo se intime a quem de direito. (inadequado). (...) poderá fazer por escrito

o seu protesto, e petição dirigida ao juiz, e requerer que dele se intime a quem de

direito (adequado).

Em Brasília, a Câmara Distrital determinou que todos os elevadores

apresentassem a informação com erro aos usuários.

Antes de entrar no elevador, verifique se o mesmo encontra-se neste andar

(totalmente inadequado).

O aviso poderia ser reescrito de forma mais adequada assim: Antes de entrar,

verifique se o elevador está no andar.

O pronome pode ser utilizado adequadamente em várias situações. Como

pronome adjetivo: O juiz teve a mesma opinião. Elas mesmas discutiram o assunto.

Como advérbio: Este julgamento é mesmo necessário. Minha casa fica lá

mesmo. Como termo anafórico de uma idéia elocutiva: João afirmou que estava e casa

naquele dia. Pedro disse o mesmo. Inadequado é o uso de “mesmo” como pronome

pessoal, substituindo um substantivo já expresso.

Palavras ou expressões que oferecem dúvida

Abaixo-assinado

Abaixo assinado

Documento

Referência à localização

Absolver

Absorver

Inocentar, perdoar

Sorver; consumir, esgotar

Acender

Ascender

Pôr fogo, alumiar

Subir

Acento

Assento

Tom de voz; sinal gráfico

Lugar de sentar-se

Acerca de

Cerca de

Há cerca de

Sobre; a respeito de

Aproximadamente

Faz aproximadamente

A expensas Á custa de; com esforço

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Aferir

Auferir

Avaliar; conferir; comparar

Receber, obter

Afinal

A final

Por fim, finalmente

Cumprido ao fim

Afim de

A fim de

Semelhante a; parente de

Finalidade; para

Ambos os dois Não usar

Á medida que

Na medida em que

Proporção; quanto mais

Causa; porque

Ao encontro de

De encontro a

Unir; ser favorável

Chocar; ser contrário

Ao invés

Em vez

Totalmente contrário

No lugar de

A olhos vistos Expressão invariável

Aonde

Onde

Usa-se com verbos que pedem preposição “a”

Usa-se com verbo que pedem preposição “em”

A par

Ao par

Ciente

Indica reciprocidade; paridade

Á parte

Aparte

Isoladamente

Interrupção

Aprender

Apreender

Instruir-se

Assimilar

A princípio

Em princípio

No início

Em tese, teoricamente

A nível de

Ao nível de

Em nível de

Não existe

À altura de

No âmbito de

Através de Não usar no sentido de “por intermédio de”

Bem-vindo

Benvindo

Saudação de chegada

Nomes ou sobrenome de pessoa

Branco Não se deve usar “em branco”

Caçar

Cassar

Apanhar animais ou aves

Tornar nulo, cancelar

Calção Calças curtas

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Caução Garantia, fiança

Censo

Senso

Recenseamento

Juízo; raciocínio

Cerrar

Serrar

Fechar

Cortar

Cessão

Seção

Sessão

Doação

Departamento; divisão

Reunião; encontro

Cesto

Sexto

Balaio

Ordinal de seis

Cível

Civil

Tribunais civis

Cidadão comum

Colidir

Coligir

Ir de encontro; chocar

Reunir; agrupar

Como sendo Evitar o uso

Conjetura

Conjectura

Hipótese; suposição

Circunstância

Concerto

Conserto

Sessão musical; acordo

Arrumar; reparar

Deferir

Diferir

Conceder; atender

Adiar; ser diferente

Degredado

Degradado

Exilado; expulso; desterrado

Estragado; rebaixado

Delatar

Dilatar

Denunciar

Ampliar; aumentar

Descargo

Desencargo

Alívio

Desobrigação

Descrição

Discrição

Descrever; detalhar

Ser reservado; discreto

Descriminar

Discriminar

Tirar a acusação

Diferenciar

Despensa

Dispensa

Lugar de mantimentos

Isenção; licença

Despercebido Não observado

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Desapercebido Despreparado; desprovido

Deve de estar

Deve estar

Probabilidade

Obrigação

Dia-a-dia

Dia a dia

Rotina

Um dia após o outro

Eis que, vez que, de vez que Nunca usar com o sentido de causa

Emergir

Imergir

Vir à tona; aparecer

Mergulhar; afundar

Emigrar

Imigrar

Sair de um país e ir morar em outro

Entrar em um país estranho

Eminente

Iminente

Célebre; notável; nobre

Breve; prestes a ocorrer

Em que pese a

Em que pese

Ainda que; idéia concessiva. Com a preposição

“a” o verbo sempre no singular

Emitir

Imitir

Produzir; publicar

Investir; introduzir

Enquanto Nunca usar no sentido de “na condição de”

Esperto

Experto

Astuto

Especialista; perito

Espiar

Expiar

Espionar

Sofrer castigo

Estada

Estadia

Permanência de pessoa

Permanência de veículo

Estádio

Estágio

Fase; período

Preparação

Estância

Instância

Morada; recinto

Foro; jurisdição; juízo

Estático

Extático

Imóvel; firme

Admirado; reverenciado

Flagrante

Fragrante

Notório; evidente; claro

Perfumado; aromatizado

Fluir

Fruir

Correr naturalmente

Desfrutar; gozar

Fuzil Arma; espingarda; carabina

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Fusível Peça de instalação elétrica

Há que + infinitivo É necessário

Incidente

Acidente

Ocasional

Fato casual grave

Incipiente

Insipiente

Iniciante; aprendiz

Ignorante; sem sabedoria

Inflação

Infração

Desvalorização do dinheiro

Transgredir; violar

Intercessão

Interseção/intersecção

Interceder por; intervir

Dividir; cortar

Judicial

Judiciário

Relativo ao poder judiciário

Relativo ao direito processual

Mal

Mau

Contrário de “bem”

Contrário de “bom”

Mandado

Mandato

Ordem judicial

Tempo para cumprir missão diplomática

Pleito

Preito

Disputa

Homenagem

Posto que Apesar de; ainda que; embora

Por que

Por quê

Por qual motivo; pelo (a) qual

Por qual motivo (final)

Porque

Porquê

Explicação ou causa

Substantivo

Precedente

Procedente

Antecedente

Relativo à origens; verdadeiro

Prever

Prover

Provir

Antecipar; calcular

Nomear para cargo; abastecer

Proceder; resultar

Proeminente

Preeminente

Saliente; fora do padrão

Nobre; distinto

Prescrição

Proscrição

Recomendação; ordem

Expulsão; elintinação

Previdência

Providência

Ser prudente; antecipar-se

Atitude; sabedoria divina

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Prostrar-se

Postar-se

Curvar-se; humilhar-se

Pôr-se; colocar-se

Ratificar

Retificar

Confirmar

Corrigir

Remição

Remissão

Resgatar; liberar

Perdoar; fazer referência

Senão

Se não

A não ser; do contrário

Caso não; possibilidade

Sexta-feira

Sesta

Cesta

Numeral

Descanso após o almoço

Utensílio

Sobrescrever/sobrescritar

Subscrever ou subscritar

Escrever nome e endereço do destinatário

Assinar

Sustar

Suster

Suspender; cancelar

Sustentar; manter

Tacha

Taxa

Pequeno prego; mancha

Imposto; porcentagem

Tachar

Taxar

Censurar; considerar

Relativo é taxa

Tampouco

Tão pouco

Também não

Muito pouco

Todo

Todo o

Todos os

Cada um; qualquer

Inteiro

Plenitude

Tráfego

Tráfico

Trânsito; movimento

Comércio ou negócio

Trata-se de Expressão invariável quando não se re fere à pessoa

Válido

Valido

Sadio; vigoroso

Protegido

Viagem

Viajem

Substantivo

Verbo

Vultoso

Vultuoso

Grande; imenso

Congestão facial

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Regência

Regência é a parte da Gramática que trata das relações entre os termos de uma

oração, verificando se um termo pede ou não complemento. Ocorrem na língua

portuguesa dois tipos de regência:

A) Regência nominal: quando o termo regente é um nome.

B) Regência verbal: quando o termo regente é um verbo.

Regência de alguns nomes

Acessível a Capacidade de, para

Acesso a, para Capaz de, para

Adaptado a Certeza de, em

Admiração a, por Compatível com

Afável com para com Contemporâneo a, de

Aflito com, por Constituído de

Agradável a, de Contíguo a

Alheio a, de Contrário a

Alusão a Curioso de, para

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Insensível a Rigoroso com, em

Junto a, com, de Saudade de, por

Liberal com Satisfeito com, de, em, por

Amor a, por Descontente com

Análogo a Desejosos de

Ânsia de, por Devoção a, para com, por

Ansioso de, para, por Devoto a, de

Antipatia de, para, por Domiciliado em

Apto a, para Dúvida em, sobre

Atenção a, com, para com Empecilho a, para

Atento a, com Entendido em

Aversão a, por Equivalente a

Ávido de Escasso de

Atentado a, contra Essencial a, para

Bacharel em Fácil de

Benéfico a, para escasso de Fanático por

Fuga de, a Passível de

Favorável a Perto de

Generoso com Preferência por

Gosto de, em Preferível a

Grato a, por Prejudicial a

Guerra a, com, contra, entre Prestes a

Hábil em Proeminência sobre

Habituado a Propenso a

Horror a, de Propício a

Idêntico a Próprio de, em

Igual a, para Próximo a, de

Imbuído de, em Relacionado com

Impaciência com Relativo a

Impróprio para Respeito a, entre, para com, por

Indeciso em Residente em

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Longe de Segurança de, em

Medo de Semelhante a

Natural de Sensível a

Necessário a, para Sito em

Nocivo a, para Situado em

Obediência a Suspeito de

Ojeriza a, por Temor a, de

Oportunidade de, para Violação a, de

Paralelo a Vizinho a, de

Regência de alguns verbos empregados em órgãos públ icos VI -.Verbo intransitivo VTD - Verbo transitivo direto VTI - Verbo transistivo indireto Ab -rogar ; VTD no sentido de revogar uma lei, decreto, etc. Acarear ; VTD no sentido de defrontar testemunhas. Acionar ; VTD no sentido de ação judicial. Acoimar ; VTD no sentido de infligir, punir. Acordar : VI no sentido de fazer um acordo, firmar contrato. VTD no sentido de

concordar, resolver em comum acordo. Adimplir ; VTD no sentido de cumprir, executar um contrato. Adjucar : VTD no sentido de declarar judicialmente que alguma coisa pertence a

alguém. Ad -rogar : VTD no sentido de tomar por adoção pessoa sui juris. Agradar : VTD (fazer carinho, presentear); VTI com preposição “a” (satisfazer). Agradecer : VTDI — o objeto direto é sempre coisa, e o indireto é sempre

pessoa. Agravar : VTD no sentido de onerar, sobrecarregar. Ajudar ; VTD ou VTI com a preposição “a”. Anuir : VTI com a preposição “a”. Apenar : VTD no sentido de punir, condenar. Arrestar : VTD no sentido de fazer ou decretar arresto. Arrogar : VTD no sentido de apropriar-se de, tomar como seu. VTDI no sentido

de exigir ou atribuir-se direitos indevidos. Arrolar : VTD no sentido de fazer constar em rol ou lista a relação dos bens de

um espólio. Aspirar : VTD (sorver, inspirar) e VTI com a preposição “a” (desejar). Assíduo : regência nominal com a preposição “em”.

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Assistir : VTD (prestar assistência); VTI com a preposição “a” (ver, ter direito) ;VI (morar).

Atender : VTD ou VTI com a preposição “a” para pessoa; VTI com a preposição “a” para coisa no sentido de dar atenção.

Atingir : VTD (alcançar o alvo). Autar : VTD no sentido de lavrar um auto. VTDI no sentido de exigir ou atribuir-se

direito indevido. Avisar , certificar, cientificar, informar: VTDI (algo a alguém ou alguém de algo). Avocar : VTDI no sentido de chamar a si, atribuir-se. Caluniar : VTD no sentido de imputar falsamente. Caucionar : VTD no sentido de assegurar com caução, dar em garantia. Chamar : VTD e VTI com a preposição “a” (considerar); VTD (convocar, fazer

vir); VTDI com a preposição “a” no sentido de repreender. Chegar , ir, sair, vir: Intransitivo. Circundutar : VTD no sentido de julgar nula ou sem eficácia uma citação. Citar : VTD no sentido dc chamar alguém a juízo. Cominar : VTDI no sentido de ameaçar com pena ou castigo no caso de

infração. Compartilhar : VTD Comunicar : VTDI com a preposição “a”. Comutar : VTD no sentido de permutar um pena mais grave por outra mais

branda. Consentir : VTI com a preposição “em” (concordar); VTDI com a preposição “a” (

permitir). Consistir : VTI com a preposição “em”. Coonestar : VTD no sentido de dar aparência de honestidade. Correger : VI no sentido de fazer correição. VTD no sentido de fazer o

pagamento do dano ou da indenização. Custar : VTI com a preposição “a”(ser custoso, ser difícil); TDI com a preposição

“a” (causar). Desobedecer : VTI com a preposição “a”. Delinquir : VI no sentido de cometer crime, delito. Demandar : VI no sentido de disputar em juízo. VTD no sentido de intentar ação

judicial. Denunciar : VTD no sentido de notificar, dar ciência. Deprecar : VTI no sentido de requisitar a colega de outra jurisdição a prática de

ato ou diligência necessária ao andamento de um processo. Derrogar : VTD no sentido de revogar parcialmente uma lei, decreto,

regulamento. Desaforar : VTD no sentido de isentar o pagamento, de um foro ou no sentido de

transferir um processo de um foro para outro. E pronominal no sentido de renunciar aos privilégios do foro.

Desagravar : VTD no sentido de reparar uma ofensa ou insulto. Descriminar : VTD no sentido de absolver do crime, excluir a injuridicidade ou

condição criminosa Difamar : VTD no sentido de imputar fato ofensivo à reputação de alguém. Dignar-se : VTI com a preposição “de”. Distratar : VTD no sentido de anular o ajuste ou contrato. Embargar : VTD no sentido de pôr embargos. Equivalente : regência nominal com a preposição “a” ou “de”. Escoimar ; VTD no sentido de livrar pena ou censura.

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Esquecer : VTD ou VTI com pronome e preposição “de”. Evencer : VTD no sentido de desapossar judicialmente a pessoa da propriedade

que detém. Faltar : VTI com a preposição “a” (ausentar-se, inexistir). Impedir : VTDI com dupla regência: algo a alguém ou alguém de algo. Implicar : VTD (acarretar); VTI com a preposição “com” (perturbar). Inadimplir : VTD no sentido de descumprir a obrigação contratual assumida. Indiciar : VTD no sentido de proceder a imputação criminal contra alguém. Inquirir : VTD no sentido de fazer perguntas, indagar. Insimular : VTD no sentido de atribuir crime, denunciar. Interpelar : VTD no sentido de exigir categoricamente explicações em juízo. Lembrar : mesma regra de esquecer. Obedecer : VTI com a preposição “a”. Pagar : VTDI com a preposição “a”. Objeto direto é a coisa e objeto indireto é a

pessoa. Perdoar : VTDI com a preposição “a”. Objeto direto é a coisa e o objeto indireto é

pessoa. Preferir : VTDI com a preposição “a”. Nunca usar “prefiro mais” e prefiro algo do

que outra coisa. Presidir : VTD ou VTI no sentido de exercer a presidência. Prevenir : VTD (evitar); VTDI com a preposição “de” (avisar). Proceder : VTI com a preposição “a” (dar sequência, promover, realizar). VI com

a preposição “de” no sentido de indicar origem. Querer : VTD (desejar); VTI com a preposição “a” (estimar). Renunciar : VTD ou VTI com a preposição “a”. Reparar : VTD (consertar); VTI com as preposições “em” ou “para” (observar). Ressarcir : VTD no sentido de pagar o prejuízo causado. Residir : VI com a preposição “em”. Responder : VTDI com a preposição “a”. Revogar : VTD no sentido de anular ou retirar. – Sancionar : VTD no sentido de dar sanção, aprovação, confirmação. Satisfazer : VTD ou VTI com a preposição “a” (solicitar). Substabelecer : VTD no sentido de transferir a outrem os poderes conferidos

num mandato Suceder : TI com a preposição “a” (substituir). Sobressair : VTI com preposição “em”. Não é verbo pronominal. Torcer : VTI com a preposição “por”. Visar : VTD (pôr o visto); VTI com a preposição “a” (objetivar).

Concordância

Concordância é o princípio sintático segundo o qual, na frase, as palavras

determinantes se adaptam às palavras das quais dependem. Temos, assim, em

gramática:

a) concordância nominal: é a adaptação em gênero e número que ocorre

entre o substantivo (ou equivalente) e seus modificadores (artigos, pronomes,

adjetivos ou numerais);

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b) concordância verbal: é a adaptação, em número e pessoa, que ocorre

entre o verbo e seu respectivo sujeito.

Concordância nominal

Regra geral

O adjetivo e as palavras adjetivas concordam em gênero e número com o

nome a que se referem:

homem magro mulher magra

homens magros mulheres magras

Casos especiais

Há, na língua portuguesa, alguns casos particulares de concordância nominal

aos quais devemos estar sempre atentos. São os seguintes:

1. No caso de mais de um substantivo, se estes estiverem no singular e forem

do mesmo gênero, o adjetivo, na função de adjunto adnominal, poderá ficar no

singular ou irá para o plural:

2. Se os substantivos estiverem no singular e forem de gêneros diferentes, o

adjetivo concordará com o mais próximo ou irá para o masculino plural:

3. Se os substantivos estiverem no plural e forem de gêneros diferentes, o

adjetivo , na função de adjunto adnominal , concordará com o mais próximo ou irá

para o masculino plural:

4. Se os substantivos forem de gênero e número diferentes, o adjetivo , na

função de adjunto adnominal , concordará com o mais próximo ou irá para o

masculino plural:

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5. Se o adjetivo , na função de adjunto adnominal, estiver anteposto a dois ou

mais substantivos, concordará sempre com o mais próximo:

OBSERVAÇÃO

No caso de anteceder nomes de pessoas , o adjetivo , na função de adjunto

adnominal , deverá ir para o plural:

6. O adjetivo, na função de predicativo do sujeito, deve concordar com a

totalidade dos elementos do sujeito:

OBSERVAÇÃO

Se o verbo de ligação iniciar a frase, haverá duas possibilidades de

concordância:

7. O adjetivo , na função de predicativo do objeto , concorda em gênero e

número do núcleo do objeto. Havendo dois ou mais núcleos de gêneros diferentes, vai

para o masculino plural :

OBSERVAÇÃO:

Se o predicativo do objeto vier anteposto a dois ou mais núcleos do objeto, ele

poderá também concordar com o núcleo mais próximo:

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8. As expressões um e outro e nem um nem outro deixam o substantivo no

singular, mas o adjetivo deve ir para o plural:

9. Em caso de numerais ordinais, o substantivo pode ficar tanto no singular

quanto no plural, desde que todos os numerais estejam antecedidos de artigo:

OBSERVAÇÃO

Se apenas o primeiro numeral estiver precedido de artigo , o substantivo irá

obrigatoriamente para o plural:

10. Palavras como mesmo, próprio, quite, leso, incluso, anexo, obriga do etc.

concordam normalmente com a palavra a que se referem:

OBSERVAÇÃO

Não é recomendável empregar a expressão “em anexo” , já que anexo é

adjetivo e, como tal, não pode ser preposicionado. O mesmo princípio vale para “em

incluso”.

11. As palavras bastante , meio , caro , barato e só variam quando têm valor de

adjetivo:

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OBSERVAÇÃO

As palavras abaixo não variam quando empregadas com valor de advérbio :

12. Substantivos antepostos a vários adjetivos admitem três construções:

13. Se o sujeito não vier determinado por artigo ou por pronome demonstrativo,

o adjetivo permanecerá invariável:

Se o sujeito aparecer determinado por artigo ou pronome demonstrativo , a

concordância será normal:

14. As palavras pseudo , alerta , monstro e menos são invariáveis:

15. Flexão dos adjetivos compostos

Como regra geral, somente o último elemento do adjetivo composto recebe

flexão, tanto de gênero quanto de número:

Exceção: surdo-mudo (os dois elementos devem ser flexionados).

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16. Palavras que indicam cor

a) Se a palavra que indica cor é adjetivo, deverá concordar em gênero e número

com o substantivo a que se refere:

b) Se a palavra que indica cor for substantivo, deverá permanecer invariável:

c) Se o adjetivo composto indicar cor, será flexionado normalmente:

d) Se o adjetivo composto indicar cor comparada, permanecerá invariável:

e) Os adjetivos compostos azul-marinho, azul-celeste e verde-gaio são

sempre invariáveis:

CONCORDÂNCIA VERBAL

Observe os exemplos:

Pelos exemplos apresentados, percebemos que existe uma harmonia de pessoa

e número entre o verbo e o sujeito das orações. Dizemos, portanto, que existe

concordância entre eles.

A concordância verbal , geralmente, ocorre entre o verbo e o seu respectivo

sujeito , conforme esquematizamos no quadro seguinte:

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Princípios gerais de concordância verbal

Sujeito simples

1. O verbo plural concorda com o núcleo do sujeito simples em número e

pessoa :

2. Em caso de sujeito representado por um substantivo coletivo , o verbo

fica na 3ª pessoa do singular:

OBSERVAÇÃO

Quando o coletivo é seguido de adjunto adnominal no plural , o verbo fica no

singular ou pode ir para o plural :

3. Se o sujeito é representado por expressões partitivas (a maioria de, a maior

parte de, a metade de, uma porção de etc.), o verbo pode concordar tanto com o

núcleo dessas expressões como o substantivo que as segue:

4. Quando o sujeito é representado por expressões aproximativas (cerca de, perto

de), o verbo concorda com o substantivo determinado por essas expressões:

5. Se o sujeito for introduzido pela expressão mais de um , o verbo ficará no

singular:

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OBSERVAÇÃO

Quando a expressão mais de um vem repetida ou se associa a um verbo

exprimindo reciprocidade, o emprego do plural é obrigatório:

6. Em casos de concordância com locuções pronominais (algum de nós/vós,

alguns de nós/vós, qual de nós/vós, quais de nós/vó s, etc.):

a) O verbo fica no singular quando o primeiro pronome da locução figura no

singular:

b) quando o primeiro pronome figura no plural, o verbo pode concordar com esse

pronome ou com o pronome pessoal:

7. Se o sujeito for formado pela expressão um dos... que , o verbo irá para o

plural:

OBSERVAÇOES

1.ª) Nesses exemplos, a lógica é a seguinte:

2.ª) Não é raro, porém, encontrar-se em bons autores o verbo no singular:

8. Com o sujeito realçado pela palavra que, o verbo concorda com o

antecedente dessa palavra:

Algum de nós o acompanhará. Qual de vós abandonou a luta ? “Nenhum de nós voltará mais a gruta de Covadonga!” (Alexandre Herculano)

Alguns de nós o acompanharão. Alguns de nós o acompanharemos. Quais de vós abandonaram a luta? Quais de vós abandonastes a luta?

Ele é um dos jogadores que mais atuaram pela Seleção. Encostei a uma das balaustras que limitam o paredão.” ( Graciliano Ramos)

Dentre os jogadores que atuaram pela Seleção, ele é um. Dentre as balaustradas que limitam o paredão, ela é uma.

Uma das felicidades que se contava entre as do tempo presente, era acabarem-se as comedias de Portugal”. ( Pe. Antonio Vieira) “Um dos homens que mais logrou dos bens deste mundo foi Salomão.” (Pe. Manuel Bernardes)

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Aqui sou eu que tomo as iniciativas. Fomos nós que fizemos a denúncia.

9. Quando o sujeito for representado pelo pronome quem , o verbo ficará na 3ª

pessoa do singular ou poderá concorda com o antecedente desse pronome:

10. Em caso de sujeito representado por pronomes de tratamento , o verbo

deve ser empregado na 3.ª pessoa do singular ou do plural , concordando com o

número gramatical desses pronomes:

11. O sujeito representado por substantivo próprio no plural:

a) Com artigo no plural, o verbo vai para o plural:

.Sem artigo ou com artigo no singular , o verbo fica no singular:

b) Com nomes de obras no plural seguidos de verbo ser, este fica no singular,

desde que o predicativo figure no singular:

Os Miseráveis é uma célebre obra de Victor Hugo.

12. Quando o sujeito é representado por expressões indicativa de porcentagem ,

o verbo pode concordar com o numeral ou com o substantivo a que se refere à

porcentagem:

OBSERVAÇÕES

1.ª) O plural será obrigatório se o numeral vier com determinantes no plural:

2.ª) O verbo concordará com o numeral quando vier anteposto a expressão de

porcentagem :

Somos nós quem contará a verdade a ele. Somos nós quem contaremos a verdade a ele Não sou eu quem está no jogo.” (Érico Veríssimo) És tu quem dás frescor à mansa brisa,” (Gonçalves Dias).

Vossa Excelência apreciou o Jantar? Vossas Senhorias concordaram com essa opinião.

Os Sertões notabilizaram Euclides da Cunha. Os Estados Unidos sofreram duros ataques terroristas

Minas Gerais é uma região de montanhas. O Amazonas parece um verdadeiro mar.

35% da população apoiam essas medidas 35% da população apoia essas medidas 35% dos entrevistados apoiam essas medidas

Os 35% da população apoiam essas medidas Os citados 15% da população permancerão no mercado

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3.ª) Com 1%, deixe o verbo sempre no singular:

Sujeito Composto

1. Quando anteposto ao verbo, este vai para o plural:

O líder e seus comparsas abandonaram o cativeiro

2. Proposto ao verbo, este vai para o plural ou pode concordar com o núcleo

mais próximo:

OBSERVAÇAO

Se o verbo anteposto indicar ação recíproca , ele deverá ir para o plural:

Já não se entendiam o líder e seus comparsas.

3. Se houver sujeito composto de palavras sinônimas ou ordenado em gradação,

o verbo poderá ficar no singular ou ir para o plural

A minha dor, a minha angustia, o meu desespero não os comovia. A minha dor, a minha angustia, o meu desespero não os comoviam.

4. Em caso de sujeito simples, porém, com mais de um núcleo, o verbo fica no

singular:

5. Caso haja sujeito composto de pessoas gramaticais diferentes, o verbo deve

ir para o plural

a) Se houver a 1ª pessoa, ela prevalecerá sobre as demais:

Eu, tu e ele viajaremos

b) Havendo a 2ª pessoa, o verbo poderá flexionar-se na 2ª ou na 3ª pessoa:

Tu e ele sois testemunhas Tu e ele são testemunhas “ Matar-me ia, ainda assim, se tu e os outros me chamassem covarde ” (Almeida Garrett) Juro que tu e tua filha me pagam” (Coelho Neto)

Outras ocorrências de concordância Verbal.

1. Se o sujeito estiver ligado por ou :

Serão exportados 60% da produção de café Não compareceram a eleição 10% do eleitorado.

1% dos candidatos não compareceu a prova.

Abandonaram o cativeiro o líder e seus comparsas Abandonou o cativeiro o líder e seus comparsas

Meu mestre e grande amigo, merece toda minha consideração. O eleitor, cidadão esclarecido vota conscientemente.

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a) O verbo irá para o plural quando o fato expresso por ele abranger todos os

núcleos:

b) O verbo ficará no singular quando houver idéia de exclusão:

Você ou ele será orador dos formandos.

c) O verbo fica no singular quando a conjunção ou ligar palavras ou expressões

sinônimas:

Topologia pronominal ou sintaxe de colocação constitui um importante tópico de nossa linguagem

d) O verbo concordará com o segundo núcleo quando a conjunção ou indicar

retificação ou probabilidade:

O autor ou autores do delito não deixaram nenhum vestígio .

2. O sujeito ligado pela preposição com :

a) O verbo vai para o plural quando se deseja indicar a ação de todos os

elementos do sujeito:

O presidente com alguns ministros viajaram para o exterior

b) O verbo fica no singular quando se deseja enfatizar a ação apenas do

primeiro núcleo. Nesse caso, recomenda-se isolar por meio de vírgulas o termo

introduzido pela preposição com , já que ele exerce a função de adjunto adverbial de

companhia:

3. Sujeito ligado por nem...nem

a) O verbo irá para o plural se o fato expresso se referir a todos os núcleos:

Nem a fama nem o poder lhe trouxeram.

b) Havendo a exclusão virtual de um dos elementos do sujeito, o verbo deverá

ficar no singular:

4. Sujeito seguido de um aposto resumidor (tudo, nada, ninguém, cada um ). O

verbo concorda com o aposto :

O fumo ou álcool prejudicam a saúde

O presidente com alguns ministros viajou para o exterior.

Nem o Brasil nem o Paraguai será o vencedor da próxima.

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Jogos, festas, jantares, nada o tirava de seu isolamento. Parente, amigos, vizinhos, ninguém o socorreu. Os berros, os argumentos, as risadas, tudo parou de repente

. 5. Sujeito representado por um e outro ou nem um nem outro . O verbo fica no

singular ou pode ir para o plura l:

Um e outro mentia constantemente Um e outro mentiam constantemente Nem um nem outro conseguiu fugir Nem um nem outro conseguiram fugir

6. Sujeito representado por um e outro , o verbo fica no singular , pois a idéia é

de exclusão:

7. Sujeito representado por infinitivos :

a) Se não houver determinante, o verbo ficará no singular:

Comer e dormir faz mal á digestão.

b) Havendo determinação, o verbo irá para o plural:

c) Se os infinitivos indicarem ações opostas , o verbo irá para o plural:

Rir e chorar muitas vezes são contagiosos.

8. Sujeito ligado por conjunções correlativas (não só... mas também, tanto...

quanto, não só... como também etc.). O verbo fica no singular ou pode ir para o

plural:

9. Concordância com a palavra se:

a) Quando o se é índice de indeterminação do sujeito , o verbo fica na 3ª

pessoa do singular . Isso ocorre quando a partícula se acompanha verbos

intransitivos, transitivos indiretos ou de ligação :

Trabalha-se pouco durante o Carnaval. Já não se acredita em milagreiros. Era-se mais feliz antigamente.

Um ou outro receberá este prêmio

O lutar e o vencer constituem a minha meta.

Não só o riso, como também o choro, nos contagia. Não só o riso, como também o choro, nos contagiam. Tanto o corpo docente quanto o discente participará das festividades. Tanto o corpo docente quanto o discente participarão das festividades.

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b) Quando o se é pronome apassivador , o verbo concorda normalmente com o

sujeito paciente. Isso ocorre com verbos transitivos diretos ou transitivos diretos e

indiretos :

Comentou -se esse caso. (=Esse caso foi comentado.) VTD pron. Suj. Suj. paciente apass. paciente

Comentrram -se esses casos. (=Esses casos foram comentados.)

VTD pron. Suj. Suj. paciente apass. paciente

Entregou -se o prêmio ao vencedor. (O prêmio foi entregue ao vencedor.)

VTD pron. Suj. Suj. paciente apass. paciente

Entregram -se os prêmios aos vencedores. (Os prêmios foram entregues aos vencedores.) VTD pron. Suj. Suj. paciente apass. paciente

10. Concordância dos verbos dar, bater e soar. Empregados em referência a

horas, esses verbos concordam com a expressão numérica que indica horas:

Quando o sujeito é a palavra relógio (ou equivalente), o verbo naturalmente concorda

com ele:

“Ouvi nitidamente o relógio da portaria dar as onze horas.” (Pedro Nava) Sujeito

Soou cinco horas o sino da capela .

Sujeito

11. Concordância do verbo parecer . Esse verbo, anteposto a um infinitivo,

admite dois tipos de concordância:

a) flexiona-se o verbo parecer , e o infinitivo fica invariável:

As horas parecem demorar a passar.

b) flexiona-se o infinitivo , e o verbo parecer fica invariável:

As horas parece demorarem a passar.

12. Concordância da expressão haja vista . No português atual, essa expressão

“Soaram doze horas nas igrejas daquele vales.” (Camilo Castelo Branco) Sujeito

Deu meio-dia no relógio da estação.

Sujeito

“E a noite ia passando. Deram dez horas .” (Aluísio Azevedo) Sujeito

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é invariável. Equivale ao imperativo do verbo ver :

A inflação está sob controle: haja vista os índices.

OBSERVAÇÃO

Haja visto é tempo composto do verbo ver :

Espero que o diretor já haja visto o meu pedido de licença. (= tenha visto)

13. Sujeito representado por pronomes pessoais oblíquos . Quando um verbo

no infinitivo acompanha um sujeito representado por pronome oblíquo átono antecedido

de verbos como deixar, mandar, fazer, perceber , etc., não deve ser flexionado:

Deixe nos viver em paz, por favor. Mande os entrar imediatamente.

14. Concordância dos verbos impessoais :

a) quando indica tempo decorrido, existência, ocorrência, acontecimento, o

verbo haver fica sempre na 3ª pessoa do singular:

Havia anos que não víamos o mar. Houve muitos tumultos durante a manifestação dos grevistas.

b) os verbos que exprimem fenômenos da natureza ficam na 3ª pessoa do

singular:

c) os verbos fazer e estar , na indicação de tempo ou clima, devem permanecer

na 3ª pessoa do singular:

Faz dez minutos que o diretor chegou. Faz dias muito quentes em Goiás. Já está tarde e frio.

OBSERVAÇÃO:

Nas locuções verbais , a impessoalidade desses verbos é transferida para o

verbo auxiliar :

Deve haver muitos candidatos na lista de espera. Deve fazer uns cinco anos que eles se casaram

. 15. Concordância do verbo ser :

a) na determinação de datas, horas e distâncias, embora seja impessoal, o

verbo ser concorda com a expressão a que se refere:

Choveu muito durante o Carnaval. Ventava durante a nossa longa

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“O quê! Já são 29 de agosto? (Eça de Queirós) Já é quase meio-dia. São dezesseis horas. Daqui ao centro são quinze quilômetros

b) havendo sujeito e predicativo, o verbo ser concorda com certas palavras que

prevalecem sobre outras. Observe esse tipo de prevalência no quadro seguinte:

Entre Prevalece Exemplos

pessoas coisas pessoa “O mundo são os homens .” (Pe. Antonio Vieira)

nome próprio nome comum nome próprio Ayrton Senna era as alegrias do domingo.

plural singular plural Sua roupa eram alguns trapos .

pronome reto qualquer

palavra

pronome reto Agora o líder és tu .

c) o verbo ser concorda com o predicativo no singular quando o sujeito no plural,

sem determinantes, indica uma classe geral de seres, e não um ser:

Panelas vazias é sinal de fome. Lágrimas falsas é um veneno

. d) quando o sujeito é uma expressão numérica, o verbo ser fica no singular:

Para conhecer a Europa, três meses é pouco. Dois mil reais por mês é suficiente para um casal. “Oito anos sempre é alguma coisa.” (Carlos Drummond de Andrade)

e) quando o sujeito é representado pelos pronomes tudo , isso , isto ou aquilo , o

verbo ser pode concordar com o sujeito ou com o predicativo :

f) nas frases em que ocorre a locução é que , o verbo ser concorda com o

substantivo ou pronome antecedente, já que são efetivamente o sujeito da oração:

Nós é que somos os responsáveis pelos menores. “Os efeitos é que foram diversos.” (Machado de Assis)

16. Concordância irregular ou ideológica

Quando a concordância (nominal ou verbal) se faz com a idéia contida na frase,

e não com o termo expresso, ocorre concordância irregular ou ideológica. Esse tipo de

concordância recebe o nome de silepse .

Há três tipos de silepse : de gênero , de número e de pessoa .

“Tudo isso eram suposições...” (Luís Jardim) “Já tudo é cinzas, tudo destruição.” (Gonçalves Dias)

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a) Silepse de gênero – ocorre quando a concordância se faz com o gênero

gramatical implícito:

Nesse caso, os adjetivos populosa e turbulenta estabelecem concordância

irregular com a palavra cidade.

b) Silepse de número – ocorre quando a concordância se faz com o número

gramatical implícito:

“Coisa curiosa é gente velha. Como comem .” (Aníbal Machado)

Nesse exemplo, o verbo comer está no plural em concordância com a idéia

contida no coletivo gente (=pessoas ).

c) Silepse de pessoa – ocorre quando a concordância se faz com a pessoa

gramatical implícita:

“Quanto à pátria da Origem, todos os homens somos do Céu.” (Pe. Manuel Bernardes)

Já nesse exemplo, o verbo ser está na 1ª pessoa do plural porque o emissor inclui-

se entre os homens (=nós )

GUIA PRÁTICO DA NOVA ORTOGRAFIA BRASILEIRA

Mudança no alfabeto

O alfabeto passa a ter 26 letras. Foram reintroduzidas as letras k, w e y.

O alfabeto completo passa a ser: A B C D E F G H I J K L M N O P Q R S T U V

W X Y Z.

As letras k, w e y, que na verdade não tinham desaparecido da maioria dos

dicionários da nossa língua, são usadas em várias situações. Por exemplo:

a) na escrita de símbolos de unidades de medida: km (quilômetro), kg

(quilograma), W (watt);

b) na escrita de palavras e nomes estrangeiros (e seus derivados): show,

playboy, playground, windsurf, kung fu, yin, yang, William, kaiser, Kafka, Kafkiano.

Trema

Não se usa mais o trema (¨), sinal colocado sobre a letra u para indicar que ela

“Eu sentia - me morrer de tristeza e de isolamento no meio da populosa e turbulenta Londres.” (Almeida Garrett)

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deve ser pronunciada nos grupos gue, gui, que e qui .

Como era Como fica

Agüentar Aguentar

Argüir Arguir

Bilíngüe Bilíngue

Cinqüenta Cinquenta

Delinqüente Delinquente

Eloqüente Eloquente

Ensangüentado Ensanguentado

Eqüestre Equestre

Freqüente Frequente

Lingüeta Lingueta

Lingüiça Linguiça

Qüinqüênio Quinquênio

Sagüi Sagui

Seqüência Sequência

Seqüestro Sequestro

Tranqüilo Tranquilo

Atenção: o trema permanece apenas nas palavras estrangeiras e em suas derivadas.

Exemplos: Müller, mülleriano.

Mudanças nas regras de acentuação

1. Não se usa mais o acento dos ditongos abertos éi e oi das palavras

paroxítonas (palavra que têm acento tônico na penúltima sílaba).

Como era Como fica

Alcalóide Alcaloide

Alcatéia Alcatéia

Andróide Androide

Apóia (verbo apoiar) Apoia

Asteróide Asteroide

Bóia Boia

Celulóide Celuloide

Clarabóia Claraboia

Colméia Colmeia

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Coréia Coreia

Debilóide Deboloide

Epopéia Epopeia

Estóico Estoico

Estréia Estreia

Estréio (verbo estrear) Estreio

Geléia Geleia

Heróico Heroico

Idéia Ideia

Jibóia Jiboia

Jóia Joia

Odisséia Odisseia

Paranóia Paranoia

Paranóico Paranoico

Platéia Plateia

Tramóia Tramoia

Atenção: essa regra é válida somente para palavras paroxítonas. Assim, continuam a

ser acentuadas as palavras oxítonas terminadas em éis, éu, éus, oi, óis.

Exemplos: papéis, herói, heróis, troféu, troféus.

2. Nas palavras paroxítonas, não se usa mais o acento no i e no u tônicos

quando vierem depois de um ditongo.

Como era Como fica

Baiúca Baiuca

Bocaiúva Bocaiuva

Cauíla Cauila

Feiúra Feiura

Atenção: se a palavra for oxítona e o i ou o u estiverem em posição final (ou seguidos

de s), o acento permanece. Exemplos: tuiuiú, tuiuiús, Piauí.

3. Não se usa mais o acento das palavras terminadas em êem e ôos (s)

Como era Como fica

Abençôo Abençoo

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Crêem (verbo crer) Creem

Dêem (verbo dar) Deem

Dôo (verbo doar) Doo

Enjôo Enjoo

Lêem (verbo ler) Leem

Magôo (verbo magoar) Magoo

Perdôo (verbo perdoar) Perdoo

Povôo (verbo povoar) Povoo

Vêem (verbo ver) Veem

Vôos Voos

Zôo Zoo

4. Não se usa mais o acento que diferencia os pares pára/para, péla(s)/pela(s),

pêlo(s)/pelo(s), pólo(s)/pólo(s) e pêra/pera

Como era Como fica

Ele pára o carro Ele para o carro

Ele foi ao pólo Norte. Ele foi ao polo Norte.

Ele gostaria de jogar pólo. Ele gostaria de jogar polo.

Esse gato tem pêlos brancos. Esse gato tem pelos brancos.

Comi uma pêra. Comi uma pera .

Atenção:

� Permanece o acento diferencial em pôde/pode. Pôde é a forma do passado do

verbo poder (pretérito perfeito do indicativo), na 3ª pessoa do singular. Pode é a

forma do presente do indicativo, na 3ª pessoa do singular.

Exemplo: Ontem, ele não pôde sair mais cedo, mais hoje ele pode.

� Permanece o acento diferencial em pôr/por. Pôr é verbo. Por é preposição.

Exemplo: Vou pôr o livro na estante que foi feita por mim.

� Permanecem os acentos que diferenciam o singular do plural dos verbos ter e

vir , assim como de seus derivados (manter, deter, reter, conter, convir, intervir,

advir etc.). Exemplos:

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Ele tem dois carros / Eles têm dois carros. Ele vem de Sorocaba. / Eles vêm de Sorocaba. Ele mantém a palavra. / Eles mantêm a palavra. Ele convém aos estudantes. / Eles convêm aos estudantes. Ele detém o poder. / Eles detêm o poder Ele intervém em todas as aulas. / Eles intervêm em todas as aulas.

� É facultativo o uso do acento circunflexo para diferenciar as palavras

forma/fôrma. Em alguns casos, o uso do acento deixa a frase mais clara. Veja

este exemplo: Qual é a forma da fôrma do bolo?

5. Não se usa mais o acento agudo no u das formas (tu) arguis, (ele) argui,

(eles) arguem, do presente do indicativo dos verbos arguir e redarguir .

6. Há uma variação na pronúncia dos verbos terminado em guar , quar e quir ,

como aguar, averiguar, apaziguar, desaguar, enxaguar, obliquar, delinqüir etc. Esses

verbos admitem duas pronúncias em algumas formas do presente do indicativo, do

presente do subjuntivo e também do imperativo. Veja:

a) se forem pronunciadas com a ou i tônicos, essas formas devem ser

acentuadas.

Exemplos:

� Verbo enxaguar: enxáguo, enxáguas, enxágua, enxáguam; enxágue, enxágues,

enxáguem.

� Verbo delínquir: delínquo, delínques, delínque, delínquem, deínqua, delínquas,

delínquam.

b) se forem pronunciadas com u tônico, essas formam deixam de ser

acentuadas.

Exemplos: (a vogal sublinhada é tônica, isto é, deve ser pronunciada mais fortemente

que as outras):

� Verbo enxaguar, enxaguo, enxaguas, enxaguam, enxague, enxagues,

enxaguem.

� Verbo delinquir: delinquo, delinques, delinque, delinquem, deinqua, delinquas,

delinquam.

Atenção: no Brasil, a pronúncia mais corrente é a primeira, aquela com a e i tônicos.

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Uso do hífen

Algumas regras do uso do hífen foram alteradas pelo novo acordo. Mas, como

se trata ainda de matéria controvertida em muitos aspectos, para facilitar a

compreensão dos leitores, apresentamos um resumo das regras que orientam o uso do

hífen com os prefixos mais comuns, assim como as novas orientações estabelecidas

pelo acordo.

As observações a seguir referem-se ao uso do hífen em palavras formadas por

prefixos ou por elementos que podem funcionar como prefixos, como: aero, agro, além,

ante, anti, aquém, arqui, auto, circum, co, contra, eletro, entre, ex, extra, geo, hidro,

hiper, infra, inter, intra, macro, micro, mini, multi, neo, pan, pluri, proto, pós, pseudo,

retro, semi, sobre, sub, super, supra, tele, ultra, vice etc.

1. Com prefixos, usa-se sempre o hífen diante de palavra iniciada por h.

Exemplos:

Exceção: subumano (nesse caso, a palavra humano perde o h).

2. Não se usa hífen quando o prefixo termina em vogal com que se inicia o

segundo elemento.

Exemplos:

Exceção: o prefixo co aglutina-se em geral com o segundo elemento, mesmo

quando este se inicia por o: coobrigar, coobrigação, coordenar, cooperar, cooperação,

cooptar, coocupante, etc.

3. Não se usa o hífen quando o prefixo termina em vogal e o segundo elemento

começa por consoante diferente de r ou s.

Exemplos:

anti-higiênico anti-histórico co-herdeiro macro-história mini-hotel

proto-história sobre-humano super-homem ultra-humano

aeroespacial agroindustrial anteontem antiaéreo antieducativo autoaprendizagem

autoescola autoestrada autoinstrução coautor coedição extraescolar

infraestrutura plurianual semiaberto semianalfabeto semiesférico semiopaco

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anteprojeto antipedagógico autopeça autoproteção coprodução geopolítica

microcomputador pseudoprofessor semicírculo semideus seminovo ultramoderno

Atenção: com o prefixo vice , usa-se sempre o hífen. Exemplos: vice-rei, vice-almirante

etc.

4. Não se usa o hífen quando o prefixo termina em vogal e o segundo elemento

começa por r ou s. Nesse caso, duplicam-se essas letras.

Exemplos:

antirrábico antirracismo antirreligioso antirrugas antissocial biorritimo

contrarregra contrassenso cosseno infrassom microssistema minissaia

multissecular neorrealismo neossimbolista semirreta ultrarresistente ultrassom

5. Quando o prefixo termina por vogal, usa-se o hífen se o segundo elemento

começar pela mesma vogal.

Exemplos:

6. Quando o prefixo termina por consoante, usa-se o hífen se o segundo

elemento começar pela mesma consoante.

Exemplos:

Atenção:

� Nos demais casos não se usa o hífen. Exemplos: hipermercado, intermunicipal,

superinteressante, superproteção.

� Com o prefixo sub, usa-se o hífen também diante de palavra iniciada por r: sub-

região, sub-raça etc.

� Com os prefixos circum e pan , usa-se o hífen diante de palavra iniciada por m,

n e vogal : circum-navegação, pan-americano etc.

anti-ibérico anti-imperialista anti-inflacionário anti-inflamatório auto-observação contra-almirante

contra-atacar contra-ataque micro-ondas micro-ônibus semi-internato semi-interno

hiper-requintado inter-racial inter-regional sub-bibliotecário

super-racista super-racionário super-resistente super-romântico

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7. Quando o prefixo termina por consoante, não se usa hífen se o segundo

elemento começar por vogal.

Exemplos:

8. Com os prefixos ex, sem, além, aquém, recém, pós, pré, pró , usa-se

sempre o hífen.

Exemplos:

9. Deve-se usar o hífen com os sufixos de origem tupi-guarani: Açu, guaçue

mirim.

Exemplos: amoré-guaçu, anajá-mirim, capim-açu.

10. Deve-se usar o hífen para ligar duas ou mais palavras que ocasionalmente

se combinam, formando não propriamente vocábulos, mas encadeamentos

vocabulares.

Exemplos: ponte Rio-Niterói, eixo Rio-São Paulo.

11. Não se deve usar o hífen em certas palavras que perderem a noção de

composição.

Exemplos:

12. Para clareza gráfica, se no final da linha a partição de uma palavra ou

combinação de palavras coincidir com o hífen, ele deve ser repetido na linha seguinte.

Exemplos:

hiperacidez, hiperativo interescolar interestadual interestudantil

superamigo superaquecimento superexigente superinteressante superotimismo

além-mar além-túmulo aquém-mar ex-aluno ex-diretor ex-hospedeiro ex-prefeito ex-presidente

pós-graduação pré-história pré-vestibular pró-europeu recém-casado recém-nascido sem-terra

girassol madressilva mandachuva paraquedas paraquedista pontapé

Na cidade, conta- -se que ele foi viajar.

O diretor recebeu os ex- -alunos.

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Resumo

Emprego do hífen com prefixos

Regra básica

Sempre se usa o hífen diante de h:

anti-higiênico, super-homem.

Outros casos

Prefixo terminado em vogal:

• Sem hífen diante de vogal diferente: autoescola, antiaéreo.

• Sem hífen diante de consoante diferente de r e s: anteprojeto, semicírculo.

• Sem hífen diante do r e s. Dobram-se essas letras: antirracismo, antissocial, ultrassom.

• Com hífen diante da mesma vogal: contra-ataque, micro-ondas.

2. Prefixo terminado em consoante:

• Com hífen diante de mesma consoante: inter-regional, sub-bibliotecário.

• Sem hífen diante de mesma consoante:

• Com hífen diante de consoante diferente: intermunicipal, supersônico.

• Sem hífen diante de vogal: interestadual, superinteressante.

Observações

1. Com o prefixo sub, usa-se o hífen também diante de palavra iniciada por r: sub-região, sub-

raça etc. Palavras iniciadas por h perdem essa letra e juntam-se sem hífen: subumano,

subumanidade.

2. Com os prefixos circum e pan , usa-se o hífen diante de palavra iniciada por m, n e vogal:

circum-navegação, pan-americano etc.

3. O prefixo co aglutina-se em geral com o segundo elemento, mesmo quando este se inicia

por o: coobrigação, coordenar, cooperar, cooperação, cooptar, coocupante, etc.

4. Com o prefixo vice, usa-se sempre o hífen: vice-rei, vice-almirante etc.

5. Não se deve usar o hífen em certas palavras que perderam a noção de composição, como

girassol, madressilva, mandachuva, pontapé, paraquedas, paraquedista etc.

6. Com os prefixos ex, sem, além, aquém, recém, pós, pré, pró , usa-se sempre o hífen: ex-

aluno, sem-terra, aquém-mar, recém-casado, pós-graduação, pré-vestibular, pró-europeu.

MODELOS DE DOCUMENTOS OFICIAIS

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Ata

Definição: É o resumo de decisões e acontecimentos de uma reunião ou circunstância

com determinado objetivo. A ata costuma ser lavrada em livro ou formulário próprio,

autenticado para ter valor legal. A ata é toda redigida em parágrafo único, não

podendo conter rasuras ou anotações fora do parágrafo. Caso o documento esteja

sendo feito manuscrito ou em máquina de escrever e ocorrer algum erro, as correções

são realizadas imediatamente, na seqüência, após a expressão “digo”. Se o erro for

percebido depois de escrito o parágrafo, deve-se fazer uma ressalva: “Em tempo: na

linha tal coisa, leia-se tal coisa”. Com o advento do computador, as atas têm sido

elaboradas e digitadas, para posterior encadernação em livros de ata. Se isso ocorrer,

deve ser indicado nos termos de abertura e fechamento, rubricando-se as páginas e

mantendo-se os mesmos cuidados referentes às atas manuscritas. Dispensam-se as

correções do texto, como indicado anteriormente. Normalmente é redigida por um

secretário efetivo, podendo também ser produzida por um eventual, designado para a

ocasião.

Características:

1. Título e numeração do departamento (quando digitada). – (centralizado)

2. Ementa (opcional).

3. Identificação de tempo, lugar, participante e motivo do encontro, tudo por

extenso. – (centralizado)

4. Assuntos tratados. (justificado)

5. Declaração de quem lavrou.

6. Assinaturas. (à esquerda no parágrafo)

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CÂMARA DOS DEPUTADOS DEPARATAMENTO DE COMISSÕES

Comissão permanente de Assuntos Estratégicos

ATA DA 5ª REUNIÃO ORDINÁRIA DE 2004, DA COMISSÃO PERMANENTE DE ASSUNTOS ESTRATÉGICOS DA CÂMARA DOS DEPUTADOS

Aos treze dias do mês de abril de dois mil e quatro, às nove horas e quarenta e cinco minutos, no Plenário 2 da Câmara dos Deputados, Brasília, Distrito Federal, reuniram-se a Srª Presidente Ana Maria da Silva, os Membros José Aroldo, Plínio da Silva, o Suplente João Pereira e o Membro ad hoc Caio dos Santos. Após lida a ata da sessão anterior, foi apresentada a pauta. 1. Coube à Presidente proceder à leitura do estudo realizado pelos Membros da Comissão. Em votação, o estudo foi aprovado. 2. A Presidente concedeu a palavra aos Srs. José Aroldo e Plínio da Silva, que discorreram sobre o agendamento dos trabalhos para o próximo semestre, a curto, médio e longo prazo, o qual foi aprovado por unanimidade. 3. Ainda fazendo uso da palavra, o Sr. José Aroldo discorreu sobre os estudos orçamentários para a implantação do programa de inclusão digital, a ser iniciado no próximo trimestre. 4. Outros assuntos. O Sr. Plínio da Silva comunicou que, na próxima semana, estará acompanhando, por dez dias, uma comitiva, em missão oficial ao Japão. Às onze horas e vinte minutos, a Srª Presidente encerrou os trabalhos, antes convocando sessão para o próximo dia vinte e oito de abril, no mesmo horário e local.

Presidente

Membro

Suplente

Membro ad hoc

Comunicação interna

Definição: Correspondência oficial utilizada na unidade organizacional ou entre

unidades organizacionais para transmitir informações, solicitar esclarecimentos ou

providências de ordem geral.

Características:

1. Título: Comunicação Interna (iniciais maiúsculas e o restante em

minúsculas), seguida do número de ordem, ano e da sigla da unidade

organizacional.

2. Data: 1 cm abaixo do código de identificação com alinhamento à direita.

3. Destinatário: Ao Senhor (cargo que ocupa).

4. Assunto: Resumo do teor da comunicação em negrito.

5. Texto: Desenvolvimento do teor da Comunicação Interna. Deve ser iniciado a

1,5 cm verticais, abaixo do item assunto. Todos os parágrafos devem ser

numerados na margem esquerda do corpo do texto, excetuado o fecho.

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6. Fecho: Atenciosamente ou Respeitosamente, conforme o caso.

7. Assinatura: Titular e servidor da unidade organizacional.

AGÊNCIA NACIONAL DE ÁGUAS - ANA

Comunicação Interna nº xxx/2004/SGE

Brasília, 19 de outubro de 2004.

Ao Senhor Procurador-Geral Assunto: Proposta de resolução referente às contratações do PRODES em 2004

1. Informo que a Diretoria Colegiada da ANA, em sua 140ª Reunião Ordinária realizada

no dia 18 de outubro p.p., aprovou a minuta de Resolução que trata da proposta de

regulamentação do PRODES, no exercício de 2004, dando nova redação à Resolução ANA nº

026/2002, conforme Nota Técnica nº 19/2004/PRODES/SPP-AE e minuta de resolução,

anexas.

2. Esta decisão deverá resultar na edição de Resolução que receberá o nº 530, para o

que solicito as providências, necessárias a sua colaboração, para assinatura do Diretor-

Presidente e publicação no Diário Oficial da União.

Atenciosamente,

(Nome em maiúsculas)

(cargo do signatário com iniciais em maiúsculas)

Oficio

Definição: Documento expedido para tratar de assuntos oficiais pelos órgãos da

Administração Pública entre si e com particulares. É comunicação externa. Embora

alguns governos e prefeituras municipais utilizam o modelo “Carta”, o correto, segundo

as normas de Redação Oficial, seria o uso de oficio ao se escrever para fora do órgão.

No cabeçalho do documento deve constar além do endereço do órgão competente,

também telefone e/ou correio eletrônico.

Características:

1. Identificação do documento e numeração.

2. Data.

3. Endereçamento

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4. Assunto

5. Vocativo

6. Texto

7. Fecho

8. Assinatura

CÂMARA DOS DEPUTADOS CENTRO DE FORMAÇÃO, TREINAMENTO E APERFEIÇOAMENTO

Coordenação Técnico-Pedagógica

Of.nº22/04/Cefor

Brasília, 18 de junho de 2004

À Senhora Coordenadora Maria Paulina da Silva Colégio Brasil Av. Pará, 473 22799-001 Rio de Janeiro-RJ

Assunto: Palestra sobre Tabagismo

Senhora Coordenadora,

1. Solicitamos a indicação de dois professores a fim de atuarem como mediadores da

palestra sobre tabagismo, promovida por esta Coordenação. A palestra será proferida

pela Drª Maria dos Santos, do Instituto do Coração, nos próximos dias 6 e 7 de julho, no

Auditório Nereu Ramos, no Anexo II, da Câmara dos Deputados.

2. Considerando que essa instituição de ensino vem desenvolvendo importante trabalho

na luta contra o tabagismo, comunicamos que poderá se cedido espaço no hall do

Auditório onde ser distribuído material promocional das instituições participantes.

3. Informamos, ainda, que o evento poderá dispor de equipamento audiovisual se assim

for do interesse de Vossa Senhoria.

Atenciosamente,

José da Silva Diretor

Relatório

Definição: É a exposição circunstanciada de atividades levadas a termo por

funcionário, no desempenho das funções do cargo que exerce, ou por ordem de

autoridade superior. É geralmente feito para expor: situações de serviço, resultados de

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exames de um exercício, etc.

Características:

1. Título.

2. Assunto (opcional)

3. Vocativo.

4. Texto composto de introdução, desenvolvimento e conclusão. Na introdução

se enuncia o propósito de relatório; no desenvolvimento – corpo do relatório –

a exposição detalhada dos fatos; e, na conclusão, o resultado ou síntese do

trabalho, bem como a recomendação de providências cabíveis.

5. Fecho.

6. Local e data.

7. Assinatura.

RELATORIO Nº14

Senhor Secretário,

Ao término do 1º semestre de 1999, apresentamos a V. Exª o Relatório de Atividades

pertinentes à Superintendência de Desenvolvimento Institucional, ao qual se anexam quadros

demonstrativos onde se expressam os dados quantitativos das atividades operacionais.

Seguindo as diretrizes determinadas pelo plano Estratégico desta Secretaria para o ano

de 1999, pôde esta unidade alcançar as metas previstas nos projetos, conforme se segue. [...]

Apesar das dificuldades em relação às condições de trabalho, com número reduzido de

pessoal qualificado e carência de materiais específicos e equipamentos, consideramos

bastante positivos os resultados obtidos nestes dois primeiros meses da atual gestão.

Rio de Janeiro, 10 de julho de 1999.

Nome Cargo

Profª Lícia Mara P. Rodrigues Delamo

REFERÊNCIAS

ALMEIDA, Nilson Teixeira de. Gramática da Língua Portuguesa para Concursos, Vestibulares, Enem, Colégios Técnicos e Militares. São Paulo: Saraiva 2008. PAIVA, Marcelo. Redação Oficial Prática Aplicada . Brasília: Fortium, 2007.

TUFANO, Douglas. Guia Prático da Nova Ortografia . São Paulo: Melhoramentos, 2008.