Apostila Automação Industrial Marcelo Coelho

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  • 8/3/2019 Apostila Automao Industrial Marcelo Coelho

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    UNED DE CUBATO

    APOSTILA DE

    CURSO SUPERIOR DE TECNOLOGIA EM AUTOMAO ECONTROLE DE PROCESSOS INDUSTRIAIS CONTNUOS

    1o MDULO

    MONTAGEM:PROFESSOR MARCELO S. COELHO

    Trabalho elaborado, a partir do contedo do livro Mecnica Automao do Telecurso2000 profissionalizante, 1996 do SENAI.

    Reviso 1.0 ABRIL/2007

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    Introduo a Automao

    SUMRIO

    INTRODUO A AUTOMAO....................................................................................................5ELETRICIDADE - AUTOMAO.................................................................................................14

    ELETRICIDADEACIONAMENTO DE MOTORES.....................................................................21ATUADORES E VLVULAS........................................................................................................32CIRCUITOS PNEUMTICOS E HIDRALICOS.........................................................................42SENSORIAMENTO......................................................................................................................50ELETRNICA - CIRCUITOS ESPECIAIS ...................................................................................69MICROCOMPUTADORES...........................................................................................................79EVOLUO DOS MICROCOMPUTADORES.............................................................................88CONTROLADORES LGICOS PROGRAMVEIS.....................................................................95SOFTWARE...............................................................................................................................107CAD............................................................................................................................................116COMPUTADOR, PROJETO E MANUFATURA.........................................................................120MQUINAS CNC........................................................................................................................128ROBS INDUSTRIAIS...............................................................................................................140SISTEMAS FLEXVEIS DE MANUFATURA..............................................................................150TECNOLOGIA DO FUTURO .....................................................................................................160ENGENHARIA SIMULTNEA....................................................................................................169

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    INTRODUO A AUTOMAO

    Automao um sistema de equipamentos eletrnicos e/ou mecnicos que controlam

    seu prprio funcionamento, quase sem a interveno do homem.

    Automao diferente de mecanizao. A mecanizao consiste simplesmente no uso

    de mquinas para realizar um trabalho, substituindo assim o esforo fsico do homem.

    J a automao possibilita fazer um trabalho por meio de mquinas controladas

    automaticamente, capazes de se regularem sozinhas.

    Desenvolvimento da automao

    As primeiras iniciativas do homem para mecanizar atividades manuais ocorreram na

    pr-histria. Invenes como a roda, o moinho movido por vento ou fora animal e as

    rodas dgua demonstram a criatividade do homem para poupar esforo.

    Porm, a automao s ganhou destaque na sociedade quando o sistema de

    produo agrrio e artesanal transformou-se em industrial, a partir da segunda metade

    do sculo XVIII, inicialmente na Inglaterra.

    Os sistemas inteiramente automticos surgiram no incio do sculo XX. Entretanto,

    bem antes disso foram inventados dispositivos simples e semi-automticos.

    Devido necessidade de aumentar a produo e a produtividade, surgiu uma srie de

    inovaes tecnolgicas:

    mquinas modernas, capazes de produzir com maior preciso e rapidez em

    relao ao trabalho feito mo;

    utilizao de fontes alternativas de energia, como o vapor, inicialmente aplicado a

    mquinas em substituio s energias hidrulica e muscular.

    Por volta de 1788, James Watt desenvolveu um mecanismo de regulagem do fluxo de

    vapor em mquinas. Isto pode ser considerado um dos primeiros sistemas de controle

    com realimentao. O regulador consistia num eixo vertical com dois braos prximos

    ao topo, tendo em cada extremidade uma bola pesada. Com isso, a mquina

    funcionava de modo a se regular sozinha, automaticamente, por meio de um lao de

    realimentao.

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    A partir de 1870, tambm a energia eltrica passou a ser utilizada e a estimular

    indstrias como a do ao, a qumica e a de mquinas-ferramenta. O setor de

    transportes progrediu bastante graas expanso das estradas de ferro e indstria

    naval.

    No sculo XX, a tecnologia da automao passou a contar com computadores,

    servomecanismos e controladores programveis.

    Os computadores so o alicerce de toda a tecnologia da automao contempornea.

    Encontramos exemplos de sua aplicao praticamente em todas as reas do

    conhecimento e da atividade humana.

    Por exemplo, ao entrarmos num banco para retirar um simples extrato somos

    obrigados a interagir com um computador. Passamos o carto magntico, informamos

    nossa senha e em poucos segundos obtemos a movimentao bancria impressa.

    A origem do computador est relacionada necessidade de automatizar clculos,

    evidenciada inicialmente no uso de bacos pelos babilnios, entre 2000 e 3000 a.C.

    O marco seguinte foi a inveno da rgua de clculo e, posteriormente, da mquina

    aritmtica, que efetuava somas e subtraes por transmisses de engrenagens.

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    George Boole desenvolveu a lgebra booleana, que contm os princpios binrios,

    posteriormente aplicados s operaes internas de computadores.

    Em 1880, Herman Hollerith criou um novo mtodo, baseado na utilizao de cartes

    perfurados, para automatizar algumas tarefas de tabulao do censo norte-americano.

    Os resultados do censo, que antes demoravam mais de dez anos para serem

    tabulados, foram obtidos em apenas seis semanas! O xito intensificou o uso desta

    mquina que, por sua vez, norteou a criao da mquina IBM, bastante parecida com o

    computador.

    Em 1946, foi desenvolvido o primeiro computador de grande porte, completamente

    eletrnico. O Eniac, como foi chamado, ocupava mais de 180 m e pesava 30

    toneladas. Funcionava com vlvulas e rels que consumiam 150.000 watts de potnciapara realizar cerca de 5.000 clculos aritmticos por segundo. Esta inveno

    caracterizou o que seria a primeira gerao de computadores, que utilizava

    tecnologia de vlvulas eletrnicas.

    A segunda gerao de computadores marcada pelo uso de transistores (1952). Estes

    componentes no precisam se aquecer para funcionar, consomem menos energia e

    so mais confiveis. Seu tamanho era cem vezes menor que o de uma vlvula,

    permitindo que os computadores ocupassem muito menos espao.

    Com o desenvolvimento tecnolgico, foi possvel colocar milhares de transistores numa

    pastilha de silcio de 1 cm, o que resultou no circuito integrado (CI). Os CIs deram

    origem terceira gerao de computadores, com reduo significativa de tamanho e

    aumento da capacidade de processamento.

    Em 1975, surgiram os circuitos integrados em escala muito grande (VLSI). Os

    chamados chips constituram a quarta gerao de computadores. Foram ento

    criados os computadores pessoais, de tamanho reduzido e baixo custo de fabricao.

    Para se ter idia do nvel de desenvolvimento desses computadores nos ltimos

    quarenta anos, enquanto o Eniac fazia apenas 5 mil clculos por segundo, um chip

    atual faz 50 milhes de clculos no mesmo tempo.

    Voltando a 1948, o americano John T. Parsons desenvolveu um mtodo de emprego

    de cartes perfurados com informaes para controlar os movimentos de uma

    mquina-ferramenta.

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    Demonstrado o invento, a Fora Area patrocinou uma srie de projetos de pesquisa,

    coordenados pelo laboratrio de servomecanismos do Instituto Tecnolgico de

    Massachusetts (MIT). Poucos anos depois, o MIT desenvolveu um prottipo de uma

    fresadora com trs eixos dotados de servomecanismos de posio.

    A partir desta poca, fabricantes de mquinas-ferramenta comearam a desenvolver

    projetos particulares.

    Essa atividade deu origem ao comando numrico, que implementou uma forma

    programvel de automao com processo controlado por nmeros, letras ou smbolos.

    Com esse equipamento, o MIT desenvolveu uma linguagem de programao queauxilia a entrada de comandos de trajetrias de ferramentas na mquina. Trata-se da

    linguagem APT (do ingls,Automatically Programmed Tools, ou Ferramentas

    Programadas Automaticamente).

    Os robs (do tcheco robota, que significa escravo, trabalho forado) substituram a

    mo-de-obra no transporte de materiais e em atividades perigosas. O rob

    programvel foi projetado em 1954 pelo americano George Devol, que mais tarde

    fundou a fbrica de robs Unimation. Poucos anos depois, a GM instalou robs em sualinha de produo para soldagem de carrocerias.

    Ainda nos anos 50, surge a idia da computao grfica interativa: forma de entrada

    de dados por meio de smbolos grficos com respostas em tempo real. O MIT produziu

    figuras simples por meio da interface de tubo de raios catdicos (idntico ao tubo de

    imagem de um televisor) com um computador. Em 1959, a GM comeou a explorar a

    computao grfica.

    A dcada de 1960 foi o perodo mais crtico das pesquisas na rea de computao

    grfica interativa. Na poca, o grande passo da pesquisa foi o desenvolvimento do

    sistema sketchpad, que tornou possvel criar desenhos e alteraes de objetos de

    maneira interativa, num tubo de raios catdicos.

    No incio dos anos 60, o termo CAD (do ingls Computer Aided Design ou Projeto

    Auxiliado por Computador) comeou a ser utilizado para indicar os sistemas grficos

    orientados para projetos.

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    Nos anos 70, as pesquisas desenvolvidas na dcada anterior comearam a dar frutos.

    Setores governamentais e industriais passaram a reconhecer a importncia da

    computao grfica como forma de aumentar a produtividade.

    Na dcada de 1980, as pesquisas visaram integrao e/ou automatizao dos

    diversos elementos de projeto e manufatura com o objetivo de criar a fbrica do futuro.

    O foco das pesquisas foi expandir os sistemas CAD/CAM (Projeto e Manufatura

    Auxiliados por Computador). Desenvolveu-se tambm o modelamento geomtrico

    tridimensional com mais aplicaes de engenharia (CAE Engenharia Auxiliada por

    Computador). Alguns exemplos dessas aplicaes so a anlise e simulao de

    mecanismos, o projeto e anlise de injeo de moldes e a aplicao do mtodo dos

    elementos finitos.

    Hoje, os conceitos de integrao total do ambiente produtivo com o uso dos sistemas

    de comunicao de dados e novas tcnicas de gerenciamento esto se disseminando

    rapidamente. O CIM (Manufatura Integrada por Computador) j uma realidade.

    Componentes da automao

    A maioria dos sistemas modernos de automao, como os utilizados nas indstrias

    automobilstica e petroqumica e nos supermercados, extremamente complexa erequer muitos ciclos de realimentao.

    Cada sistema de automao compe-se de cinco elementos:

    acionamento: prov o sistema de energia para atingir determinado objetivo. o

    caso dos motores eltricos, pistes hidrulicos etc.;

    sensoriamento: mede o desempenho do sistema de automao ou uma

    propriedade particular de algum de seus componentes. Exemplos: termopares para

    medio de temperatura e encoders para medio de velocidade;

    controle: utiliza a informao dos sensores para regular o acionamento. Por

    exemplo, para manter o nvel de gua num reservatrio, usamos um controlador de

    fluxo que abre ou fecha uma vlvula, de acordo com o consumo. Mesmo um rob

    requer um controlador, para acionar o motor eltrico que o movimenta;

    comparadorou elemento de deciso: compara os valores medidos com valores

    preestabelecidos e toma a deciso de quando atuar no sistema. Como exemplos,

    podemos citar os termostatos e os programas de computadores;

    programas: contm informaes de processo e permitem controlar as interaes

    entre os diversos componentes.

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    Programas: tambm chamados softwares, so conjuntos de instrues lgicas,

    seqencialmente organizadas. Indicam ao controlador ou ao computador o que fazer.

    Classificao

    A automao pode ser classificada de acordo com suas diversas reas de aplicao.

    Por exemplo: automao bancria, comercial, industrial, agrcola, de comunicaes,

    transportes. A automao industrial pode ser desdobrada em automao de

    planejamento, de projeto, de produo. Essa automao pode ser classificada tambm

    quanto ao grau de flexibilidade.

    A flexibilidade de um sistema de automao depende do tipo e da quantidade do

    produto desejado. Isto significa que quanto mais variados forem os produtos e menor a

    sua quantidade, mais flexvel ser o sistema de automao.

    O quadro a seguir apresenta uma classificao de tipos de processo e de produo e

    respectivos sistemas de produo.

    Categoria Descrio

    Processo de fluxo contnuo Sistema de produo contnua de grandes quantidades deproduto, normalmente p ou lquido. Exemplo: refinarias eindstrias qumicas.

    Produo em massa (seriada) Sistema de produo de um produto com pouca variao.Exemplo: automveis e eletrodomsticos.

    Produo em lotes Sistema de produo de uma quantidade mdia de um produtoque pode ser repetido periodicamente. Exemplo: livros e roupas.

    Produo individualizada(ferramentaria)

    Sistema de produo freqente de cada tipo de produto, empouca quantidade. Exemplo: prottipos, ferramentas edispositivos.

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    Aplicaes da automao

    Para fixar os conceitos at aqui explicados, damos a seguir o exemplo de um sistema

    automtico de controle de fluxo de pessoas em academias de ginstica.

    Este sistema tem um leitor ptico laser e um computador digital de alto desempenho.

    Quando um associado quer utilizar a academia, passa um carto pessoal, com um

    cdigo de barras, pelo leitor ptico (elemento sensor). O dado de entrada convertido

    em sinais eltricos e enviado ao computador. O cliente identificado (programa). Caso

    sua situao esteja em ordem (pagamento de mensalidades, exame mdico etc.), o

    computador envia um sinal para liberao da catraca (elemento de acionamento) e em

    seguida registra a ocorrncia num banco de dados, para consultas posteriores.

    Outras aplicaes

    O desenvolvimento de elementos sensores cada vez mais poderosos e o baixo custo

    do hardware computacional vm possibilitando aplicar a automao numa vasta gama

    de equipamentos e sistemas. Por exemplo:

    Produtos de consumo

    Eletroeletrnicos, como videocassetes, televisores e microcomputadores.

    Carros com sistemas de injeo microprocessada, que aumentam o desempenho ereduzem o consumo de combustvel.

    Indstrias mecnicas

    Robs controlados por computador.

    CAD/CAM, que integra ambientes de projeto e manufatura.

    CNC.

    Bancos

    Caixas automticos.

    Comunicaes

    Chaveamento de chamadas telefnicas.

    Comunicaes via satlite.

    Telefonia celular.

    Correios.

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    Transportes

    Controle de trfego de veculos.

    Sistemas de radar.

    Pilotos automticos.

    Sistemas automticos de segurana.

    Medicina

    Diagnstico e exames.

    O impacto da automao na sociedade

    O processo de automao em diversos setores da atividade humana trouxe uma srie

    de benefcios sociedade.

    A automao geralmente reduz custos e aumenta a produtividade do trabalho. Este

    aumento possibilita mais tempo livre e melhor salrio para a maioria dos trabalhadores.

    Alm disso, a automao pode livrar os trabalhadores de atividades montonas,

    repetitivas ou mesmo perigosas. O esquadro antibomba da polcia americana, por

    exemplo, dispe de robs para detectar e desarmar bombas e reduzir riscos de

    acidentes com exploses inesperadas.

    Apesar dos benefcios, o aumento da automao vem causando tambm srios

    problemas para os trabalhadores:

    aumento do nvel de desemprego, principalmente nas reas em que atuam

    profissionais de baixo nvel de qualificao;

    a experincia de um trabalhador se torna rapidamente obsoleta;

    muitos empregos que eram importantes esto se extinguindo: o que vem

    ocorrendo com as telefonistas, perfeitamente substituveis por centrais de telefonia

    automticas;

    aumento das ausncias no trabalho, falta de coleguismo, alcoolismo ou consumo

    de drogas, que alteram o comportamento dos indivduos no ambiente de trabalho.

    De certa forma, esse processo de alienao deriva do sentimento de submisso do

    trabalhador mquina, da falta de desafios.

    Esses problemas, no entanto, podem ser solucionados com programas contnuos de

    aprendizagem e reciclagem de trabalhadores para novas funes. Alm disso, as

    indstrias de computadores, mquinas automatizadas e servios vm criando um

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    nmero de empregos igual ou superior queles que foram eliminados no setor

    produtivo.

    ExercciosMarque com X a resposta correta.

    1. A automao permite substituir a mo-de-obra humana por:

    a. ( ) mquinas;

    b. ( ) animais;

    c. ( ) energia;

    d. ( ) escravos.

    2. Um dos motivos que levam as empresas a automatizarem seus processos :

    a. ( ) reduzir a qualidade;

    b. ( ) aumentar os custos de operao;

    c. ( ) reduzir a produtividade;

    d. ( ) satisfazer o cliente.

    A sigla CAD significa:

    ( ) desempenho auxiliado por computador;( ) projeto auxiliado por computador;

    ( ) manufatura auxiliada por computador;

    ( ) desenho auxiliado pela prancheta.

    3. A primeira tecnologia utilizada na construo de computadores foi:

    a. ( ) inversores;

    b. ( ) circuitos integrados;

    c. ( ) vlvulas;d. ( ) transistores.

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    ELETRICIDADE - AUTOMAO

    Eletricidade uma manifestao de uma forma de energia associada a cargas

    eltricas, paradas ou em movimento. O que possui cargas eltricas so os eltrons,partculas minsculas que giram em volta do ncleo dos tomos que formam as

    substncias. A figura a seguir representa um tomo de hidrognio.

    Representao do tomo de hidrognio

    Ocorre que certos materiais perdem cargas eltricas quando atritados com outros (ou,

    dependendo do material atritado, ganham cargas eltricas em vez de perd-las).

    Quando ganham, dizemos que ficam carregados negativamente, pois convencionou-se

    dizer que os eltrons possuem cargas negativas. Quando perdem eltrons, ficam

    carregados positivamente. Estando eletricamente carregado, o material capaz de

    atrair corpos eletricamente neutros e cargas com sinais opostos.

    Este fato pode ser verificado facilmente. Por exemplo, um pente depois de ser atritado

    vrias vezes contra o cabelo atrai pedaos pequenos de papel picado.

    Esta forma de eletricidade chama-se eletrosttica.

    Tenso, corrente e resistncia eltrica

    No ano 1.800, o italiano Alessandro Volta inventou a pilha eltrica. Ele observou que

    dois metais diferentes, em contato com as pernas de uma r morta, fizeram a perna da

    r se movimentar. Volta concluiu acertadamente que o movimento da perna da r

    devia-se passagem de eltrons, a que ele denominou corrente eltrica.

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    Mais tarde, Volta descobriu que os eltrons se movimentavam de um metal para outro,

    atravs da perna da r, impulsionados por uma diferena de cargas eltricas entre os

    metais. Essa diferena, capaz de provocar o movimento ordenado dos eltrons de um

    metal para outro, chamada hoje de tenso eltrica ou diferena de potencial eltrico.

    A unidade de medida de tenso eltrica o volt, em homenagem a Alessandro Volta.

    Tenso eltrica: diferena de potencial eltrico entre dois pontos, capaz de gerar

    movimento ordenado dos eltrons entre um ponto e outro.

    A pilha de Volta, ou pilha voltaica, ou qualquer gerador de tenso eltrica so capazes

    de manter entre seus plos uma diferena de potencial. H o plo positivo, que tem

    menos eltrons e o negativo, que tem mais eltrons.

    Um material condutor (como o fio de cobre, no qual os eltrons se movimentam de um

    tomo a outro com mais facilidade) quando ligado entre os dois plos do gerador

    permite a passagem de corrente eltrica no sentido do negativo para o positivo. O corpo

    que tem menos eltrons tende a atrair os eltrons do corpo que tem mais.

    Pilha gerando corrente em um condutor

    As figuras representam um circuito eltrico. Qualquer caminho fechado por onde possa

    passar a corrente eltrica forma um circuito eltrico. O circuito tambm pode ser

    desenhado com smbolos:

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    Pilha gerando corrente em um condutor com a pilha substituda pelo smbolo

    A corrente eltrica provocada por uma pilha chamada corrente contnua, poissempre percorre o circuito no mesmo sentido. Assim tambm a corrente gerada

    pelas baterias dos automveis.

    Corrente contnua: movimento ordenado de cargas eltricas, sempre no mesmo

    sentido, do plo negativo de uma fonte para o plo positivo. Sua unidade de medida

    o ampre.

    As mquinas utilizadas na automao necessitam de corrente contnua paramovimentar certos tipos de motores e grande parte dos componentes eletrnicos.

    Em 1831, Michael Faraday observou que ms em movimento dentro de circuitos

    fechados do origem corrente eltrica.

    Movimento de im gerando corrente

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    Outra coisa que Faraday percebeu, usando instrumentos sensveis ao movimento dos

    eltrons, foi que, afastando-se o m do circuito, o sentido da corrente mudava. Assim,

    com movimentos de aproximao e afastamento do m, produziu-se pela primeira vez

    uma corrente eltrica que mudava de sentido. Isto recebeu o nome de corrente

    alternada.

    Corrente alternada: movimento ordenado de cargas eltricas, porm com sentido que

    muda de um instante para outro. A freqncia com que a corrente alternada muda de

    sentido depende do tipo de gerador utilizado.

    As usinas geradoras de energia eltrica produzem tenso e corrente alternadas. O

    smbolo de um gerador de tenso alternada mostrado na figura abaixo.

    Este o tipo de tenso que encontramos nas tomadas de nossas residncias e

    fbricas

    Observe que no existe definio de qual seja o plo positivo ou negativo. O que de

    fato ocorre que a polaridade da tenso alternada se inverte vrias vezes a cada

    segundo. No Brasil, graas velocidade com que giram as turbinas das nossas

    hidreltricas, a polaridade da tenso alternada se inverte 60 vezes a cada segundo.

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    As mquinas que necessitam de corrente contnua devem possuir um dispositivo capaz

    de converter a tenso alternada recebida da rede eltrica para a tenso contnuanecessria, num esquema como o da figura a seguir.

    Converso de tenso alternada para contnua em mquinas de corrente contnua

    Para distribuir a eletricidade, foram inicialmente utilizados condutores de ferro, depois

    substitudos pelos de cobre, melhor condutor eltrico.

    Eltrons em movimento chocam-se com os tomos do material condutor. Isto dificulta a

    corrente eltrica. A esta oposio passagem de corrente eltrica d-se o nome de

    resistncia eltrica, e seu smbolo mostrado na figura a seguir. Sua unidade de

    medida o ohm.

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    Smbolo da resistncia eltrica

    Potncia eltrica

    A eletricidade, convertida em outra forma de energia, pode ser utilizada em diversas

    situaes comuns. o caso, por exemplo, da resistncia de um chuveiro, que aquece

    a gua que passa pela resistncia eltrica. Dizemos que o chuveiro converte energia

    eltrica em energia trmica.

    Os motores eltricos, quando recebem tenso, giram seu eixo. Dizemos que os

    motores convertem energia eltrica em energia mecnica, possibilitando que outros

    corpos sejam movimentados por meio do giro de seu eixo.

    Os gases das lmpadas fluorescentes emitem luz ao serem percorridos pela corrente

    eltrica. Dizemos que as lmpadas convertem energia eltrica em energia luminosa.

    Voc mesmo capaz de observar vrias situaes em que a energia eltrica convertida em outra forma de energia, a fim de gerar alguma coisa til sociedade.

    A quantidade de energia que um sistema eltrico capaz de fornecer depende da

    tenso e da corrente do sistema eltrico. Mais precisamente, chamamos de potncia

    eltrica, cujo smbolo a letra P, a capacidade de fornecimento de energia num certo

    intervalo de tempo.

    A unidade de medida da potncia eltrica o watt, em homenagem ao inventor demotores, o escocs James Watt (1736-1819).

    Potncia eltrica: capacidade de fornecimento de energia eltrica num intervalo de

    tempo. Para o sistema que recebe a energia eltrica e a converte em outra forma de

    energia, a potncia eltrica representa a capacidade de absoro e converso de

    energia num dado intervalo de tempo.

    Problemas energticos atuais

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    Atualmente, o desenvolvimento de qualquer nao est associado produo de

    energia eltrica. As naes andam preocupadas com o elevado consumo de energia

    eltrica. A construo de usinas hidreltricas, principal fonte de energia eltrica em

    diversos pases, como o Brasil, requer altos investimentos. As obras de uma usina,

    alm de caras, produzem alteraes irreversveis no meio ambiente, tais como

    mudana no curso de rios, inundao de florestas, mudanas climticas e

    desapropriaes. Por isso, economizar energia um dever de todo cidado. E ns

    podemos fazer isso em casa e na fbrica.Em casa, ligando apenas o necessrio, nas

    horas certas. Ligar apenas e somente o necessrio um hbito que podemos levar

    para o trabalho.Nas fbricas, os tcnicos j se preocupam em especificar mquinas

    que sejam mais eficientes, isto , que executem mais trabalho com menor consumo de

    energia.

    Exerccios

    Marque com X a resposta correta.

    1. Eletricidade uma manifestao de uma forma de energia associada ao

    movimento ordenado dos:

    a. ( ) planetas;

    b. ( ) eltrons;

    c. ( ) prtons;

    d. ( ) ncleos atmicos.

    2. O plo negativo de uma fonte de tenso eltrica assim chamado porque,

    comparado ao seu plo positivo, ele possui:

    a. ( ) menos eltrons;

    b. ( ) a mesma quantidade de eltrons;

    c. ( ) mais eltrons;

    d. ( ) mais corrente.

    3. Em um circuito eltrico, a corrente contnua quando os eltrons movimentam-se

    sempre:

    a. ( ) no mesmo sentido;

    b. ( ) mudando de sentido;

    c. ( ) da direita para a esquerda;

    d. ( ) em estrutura cristalina.

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    Introduo a Automao

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    Associe a primeira coluna segunda coluna:

    a. Tenso eltrica

    b. Corrente eltrica

    c. Resistncia eltrica

    d. Potncia eltrica

    1. ( ) Oposio passagem de corrente eltrica.

    2. ( ) Diferena de potencial eltrico capaz de

    gerar corrente eltrica.

    3. ( ) Energia eltrica desenvolvida num intervalo

    de tempo.

    4. ( ) Movimento ordenado dos eltrons.

    ELETRICIDADEACIONAMENTO DE

    MOTORESO funcionamento dos motores se baseia num princpio fsico relativo ao campo

    magntico gerado ao redor de um condutor quando percorrido por uma corrente

    eltrica.

    Campos magnticos de mesma polaridade se repelem e campos magnticos de

    polaridade diferente se atraem.

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    Introduo a Automao

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    A finalidade de um motor eltrico gerar movimento. Assim, sua construo deve

    prever peas mveis que se movimentem de acordo com o campo magntico gerado

    pela corrente eltrica que percorre os condutores do motor.

    Os elementos bsicos de um motor so:

    Estator

    Pelo nome, podemos deduzir que se trata de uma parte fixa. Nesta parte do motor

    normalmente existem campos magnticos fixos, criados por ms permanentes ou

    eletrom.

    Rotor

    uma parte mvel do motor, ligada ao eixo de transmisso de movimento.

    Nesta parte do motor normalmente existem bobinas, percorridas por correntes eltricas

    que geram campos magnticos.

    Em funo da polaridade, os campos magnticos submetem o rotor a foras de

    atrao e repulso, produzindo o movimento giratrio do rotor.

    Coletor ou comutador

    Esta parte do motor liga as bobinas rede eltrica, de modo que o rotor se movimenta

    sem curtos-circuitos nos fios ligados rede eltrica.

    Bobinas

    So enrolamentos de condutores percorridos por corrente eltrica. Devido ao fluxo de

    eltrons, os enrolamentos ficam submetidos a um campo magntico que interage como campo magntico do estator, gerando o movimento desejado.

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    Escovas

    So contatos do comutador.

    Em resumo, o magnetismo de ms em movimento gera corrente eltrica em circuitos

    fechados ou bobinas de condutores. Tambm ocorre o efeito contrrio: corrente eltrica

    num condutor gera magnetismo ao seu redor, formando um campo magntico.

    Campo magntico

    Espao localizado ao redor de um m ou de um fio percorrido por corrente eltrica, e

    no qual ocorrem fenmenos magnticos de atrao e repulso entre corpos.

    Os motores so construdos para que se possa aproveitar os efeitos magnticos dacorrente eltrica.

    Motores de corrente contnua

    Como voc pode ver na figura a seguir, o motor de corrente contnua constitudo de

    uma parte fixa e outra mvel.

    A parte fixa, que chamamos de estator, possui peas fixas (sapatas polares) em torno

    das quais se enrolam fios de cobre, formando bobinas. Com a passagem da corrente

    contnua, criam-se plos magnticos ao redor das peas polares, que substituem os

    ms apresentados na segunda figura do tpico Princpio de funcionamento. Duas

    escovas de grafita tambm ficam presas ao estator e recebem os plos da tenso

    eltrica contnua que alimenta o motor.

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    A parte mvel, chamada rotor, pode girar em torno do estator, pois as bobinas do

    estator so percorridas por uma corrente eltrica que chega at elas pelo comutador.

    O fio movimenta-se ao ser atravessado pela corrente e faz girar o rotor. Isso acontecedevido ao magnetismo dos campos permanentes do estator, que exercem uma fora

    magntica sobre os eltrons em movimento no interior do condutor, tentando modificar

    suas trajetrias; o sentido da fora depende do sentido da corrente.

    Fora magntica: fora de natureza magntica que age sobre corpos que apresentam

    cargas eltricas (eltrons) em movimento no interior de um campo magntico.

    Qualquer fio sob a ao de um campo magntico movimentado pela fora magntica

    ao ser percorrido por uma corrente eltrica.

    Ao girar, o fio perde o contato com as escovas ligadas ao comutador. Entretanto, este

    movimento logo coloca um novo par de terminais de fio em contato com as escovas, e

    o rotor continua em movimento.

    O comutador funciona como uma combinao automtica de chaves que mantm a

    corrente sempre no mesmo sentido no condutor. Para inverter o sentido de rotao do

    motor basta inverter a polaridade da tenso eltrica aplicada s escovas.

    Motores de corrente contnua podem movimentar cargas pesadas, desde que possuam

    uma construo resistente. So empregados em guindastes, elevadores, locomotivas,

    prensas, estamparias e mquinas-ferramenta.

    Motores universais de corrente alternada

    Os motores de corrente alternada podem ser ligados diretamente rede eltrica.

    Graas maneira como so construdos, aproveitam o efeito da corrente alternadapara funcionar.

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    A figura a seguir mostra estator e rotor de um motor de corrente alternada. Ele muito

    parecido com o motor de corrente contnua, pois pode funcionar tambm com este tipo

    de corrente. Por isso recebe o nome de motor universal, pois funciona com corrente

    alternada ou contnua.

    um motor de baixa potncia (at 500 watts), muito utilizado em mquinas como

    liqidificadores, enceradeiras, aspiradores de p, serras e lixadeiras.

    Quando o motor universal recebe corrente alternada, h uma mudana no sentido da

    corrente nas bobinas do estator e nos fios, mas essa variao no altera o sentido de

    giro do motor. S possvel inverter o sentido do movimento de rotao trocando as

    ligaes das escovas pelas bobinas do estator. Assim, o campo magntico fixo muda

    de polaridade.

    Motores de induo de anel

    Existem tambm os motores de corrente alternada sem escovas. So chamados

    motores de induo. Nestes motores, o magnetismo do estator, ao variar com a

    corrente alternada que o atravessa, induz correntes no rotor. Essas correntes induzidas

    no rotor formam ao seu redor um magnetismo que se ope ao magnetismo do estator.

    Assim, o motor tende a ficar parado!

    Se o rotor estiver em movimento, por inrcia ele continuar girando, pois, como os

    campos se anulam, o resultado das foras zero. Desta forma, o motor de induo,

    para funcionar, necessita de um empurrozinho para sair da inrcia, do estado

    parado. Como estamos falando de automao, claro que esta mozinha no ser

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    dada por um homem, mas por uma alterao na construo do motor, que permitir a

    partida automtica.

    A figura a seguir mostra o esquema de um motor de induo, com um anel de cobre no

    estator. Este anel afeta o campo magntico; portanto, as foras de atrao e repulso

    se alteram e o resultado deixa de ser zero, fazendo o rotor se movimentar.

    Motores de induo de bobina auxiliar

    Outros motores utilizam uma bobina auxiliar, que d aquela mozinha no incio. H

    duas bobinas no estator: uma de fio mais grosso e com grande nmero de voltas ( a

    bobina principal) e outra de fio mais fino e com poucas voltas, usada somente na partida.

    Este motor gira porque h uma diferena entre os magnetismos gerados nas bobinas.

    Enquanto a bobina auxiliar est operando, o magnetismo decorrente da diferena entre

    as duas bobinas vai mudando de posio e fazendo o rotor girar. Depois da partida, um

    interruptor automtico existente no motor corta a corrente da bobina auxiliar e o motor

    continua funcionando normalmente, apenas com o magnetismo da bobina principal.

    Motores de induo de anel tm potncia mxima na faixa dos 300 watts, e so

    usados para acionar cargas leves. Os de bobina auxiliar chegam a 600 watts. E, por

    encomenda, pode-se obter motores de potncia ainda maior.

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    Mquinas trifsicas

    Os motores de corrente alternada, de que tratamos at aqui, funcionam com uma s

    tenso eltrica: 110V, 220V ou outras. Estas tenses so aplicadas por meio de dois

    fios, um deles chamado fase e o outro neutro. Motores que funcionam assim so

    chamados monofsicos.

    As turbinas das hidreltricas produzem trs tenses, porque tm trs bobinas com

    seus centros distanciados cerca de 120 graus um do outro. As tenses se apresentam

    em trs fases e suas variaes so descompassadas (atrasadas umas em relao s

    outras), embora variem sempre no mesmo ritmo (60 vezes por segundo). Esse sistema

    chamado trifsico, e muito usado em instalaes industriais.

    As mquinas eltricas se dividem em:

    alternadores, que geram energia eltrica a partir do movimento mecnico rotor;

    motores, que empregam energia eltrica para realizar um movimento (energia

    mecnica).

    Motor eltrico trifsico

    O estator do motor trifsico possui trs enrolamentos, distantes 120 um do outro. So

    preparados para receber as tenses do sistema trifsico.

    Quando as tenses eltricas do trifsico, atrasadas entre si, so aplicadas s trs

    fases do estator, forma-se um magnetismo que vai mudando de posio e giraconforme o tempo vai passando.

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    Esse magnetismo giratrio induz correntes no rotor. A partir da, j sabemos o que

    acontece: o magnetismo fora o rotor, sustentado por mancais que acompanham seu

    movimento.

    Nos fios do rotor bobinado pode-se ligar resistncias externas que permitem controlar a

    corrente no rotor. Altas correntes significam altas velocidades.

    Os motores trifsicos so utilizados em aplicaes que requerem acionamento de

    cargas pesadas, como guindastes, pontes rolantes e equipamentos transportadores.

    Podem ser ligados em tenses eltricas de 220V, 380V, 440V e 760V.

    Posio e velocidade dos motores eltricos

    Os motores eltricos usados em sistemas de automao geralmente requerem algum

    controle. Pense num rob que retira uma pea usinada de um torno CNC e a coloca

    sobre a bandeja de um veculo de transporte. Seus movimentos seriam:

    saindo de uma posio conhecida, partir e acelerar;

    ao aproximar-se de uma posio favorvel de ataque pea, desacelerar at

    parar;

    aproximar-se da pea a baixa velocidade; parar e agarrar a pea;

    partir de volta e acelerar;

    desacelerar at parar numa posio favorvel para soltar a pea no veculo;

    soltar a pea.

    Os motores eltricos envolvidos neste movimento devem ter controle de velocidade

    (para acelerao e desacelerao) e de posicionamento. So controles crticos porque

    se o rob se aproximar da pea numa trajetria errada, dependendo da velocidade de

    aproximao poder colidir com algum acessrio ou quebrar a pea. O mesmo poderia

    acontecer na hora de soltar a pea.

    Em outras situaes, esses controles so determinantes para a qualidade e

    confiabilidade do trabalho produzido pelas mquinas. Para fresar uma pea numa

    mquina CNC, costuma-se utilizar trs motores eltricos: um para movimentos

    horizontais, outro para movimentos verticais e um terceiro para movimentos em

    profundidade. O controle de velocidade e de posicionamento dos trs motores mantm

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    Introduo a Automao

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    as peas dentro de especificaes quanto posio de furos, profundidade de

    cavidades etc.

    O controle de velocidade e de posicionamento feito em ciclos de realimentao

    (feedback), nos quais a posio e a velocidade de deslocamento constituem

    informaes importantes para o controle do motor.

    Motores eltricos utilizados em ciclos de realimentao normalmente j vm com

    sensoriamento acoplado ao seu eixo. Neste caso, o motor passa a receber a

    designao de servomotor, pois torna-se um escravo total do ciclo de

    realimentao. Existem servomotores de corrente contnua e de corrente alternada.

    Ao receber os sinais eltricos dos sensores, o mdulo de controle opera de modo avariar a potncia eltrica do motor. Isto costuma ser feito alterando-se os valores das

    tenses eltricas entregues ao motor ou, ainda, controlando-se o tempo durante o qual

    o motor recebe essas tenses.

    Hoje, o elemento de comparao construdo por meio de computador ou, no mnimo,

    com dispositivo eletrnico com caractersticas de computador.

    O computador deve estar preparado com um programa capaz de receber sinais (naforma de tenses eltricas), compar-los com valores preestabelecidos e devolver

    sinais para o controle assumir as aes necessrias em relao ao motor: partir,

    acelerar, desacelerar, parar, conforme o caso.

    Motor de passos

    Os ciclos de realimentao, que incluem sensores para indicar a posio e a

    velocidade do motor, tornam complicado aquilo que parecia simples. Para girar um

    motor at uma determinada posio, com velocidade controlada, so necessrios

    equipamentos sofisticados. Entretanto, existe um tipo de motor que, como veremos,

    no requer sensoriamento, pois se comporta muito bem: o motor de passos.

    Este motor, como diz o nome, gira a partir de combinaes de tenses que so

    aplicadas em suas bobinas. Na realidade, para que eles funcionem, necessria a

    informao de quantos passos o motor deve se deslocar, a partir da posio original.

    Portanto, no necessrio um sistema de sensoriamento para verificar a posio em

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    que o motor se encontra, pois ele sempre estar a N passos da posio de origem (N

    o nmero de passos indicado pelo controlador).

    A preciso do deslocamento destes motores indicada pelo valor de cada passo, dado

    em graus. Por exemplo: se um motor de passos tem preciso de 1,8, isto significa

    que, em cada combinao de tenso aplicada ao motor, ele se desloca 1,8, ou seja

    1/200 avos de uma volta completa. Para o motor dar uma volta completa de 360,

    necessrio que o controlador gere 200 combinaes de tenses, isto , 200 passos.

    A potncia desses motorzinhos pequena, por isso sua aplicao principal o

    acionamento de cargas leves. Utilizam-se motores de passos em perifricos de

    computador (impressoras,plotters, acionadores de disco). Tambm aparecem em

    robs transportadores de cargas leves, e mesmo em algumas mquinas-ferramentaCNC de pequeno porte.

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    Exerccios

    1. Assinale V (Verdadeiro) ou F (Falso) diante das afirmaes a seguir, sobre motores

    eltricos de corrente contnua:a. ( ) devem ser alimentados com tenso eltrica contnua;

    b. ( ) seu rotor deve ser energizado com corrente alternada;

    c. ( ) mudam o sentido do giro quando se invertem os plos da tenso

    contnua aplicada;

    d. ( ) podem ser ligados diretamente na rede eltrica.

    2. Associe, corretamente, a primeira coluna segunda:

    a. Estator

    b. Rotor

    c. Comutador

    d. Escovas

    1. ( ) Recebe a tenso eltrica que alimenta o

    comutador.

    2. ( ) Parte fixa do motor.

    3. ( ) Parte mvel do motor

    4. ( ) Funciona como uma espcie de chave automtica

    para os fios do rotor.

    3. Marque com X a alternativa que aponta a principal diferena entre o motor de

    corrente alternada universal e o motor de induo.

    a. ( ) o motor de induo no possui estator, enquanto o motor universalpossui;

    b. ( ) o motor de induo tem rotor bobinado, enquanto o motor universal no

    aaa) tem;

    c. ( ) o motor de induo no necessita de corrente eltrica para funcionar, ........

    enquanto o motor universal necessita de corrente;

    d. ( ) no motor de induo, a corrente no rotor induzida pelo campo

    magntico varivel do estator, enquanto no motor universal a corrente

    vem da rede eltrica.

    4. Escolha as palavras que melhor completam a seguinte frase:

    Nos fios do rotor bobinado de um motor trifsico pode-se ligar

    externas que permitem controlar a no rotor.

    a. resistncias, corrente;

    b. lmpadas, fasca;

    c. chaves, sujeira;

    d. cargas, tenso.

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    ATUADORES E VLVULAS

    O ramo da tecnologia dedicado ao estudo das mquinas que utilizam leo sob presso

    chama-se Hidrulica.

    Quando o fluido utilizado ar sob presso ou ar comprimido, como mais comumente

    chamado, estamos no campo da Pneumtica.

    Atuadores

    Com o passar do tempo, o homem criou e aperfeioou mecanismos cuja funo

    transformar energia de presso de fluidos em energia mecnica.

    Esses mecanismos so denominados atuadores, pois sua funo aplicar ou fazer

    atuar energia mecnica sobre uma mquina, levando-a a realizar um determinado

    trabalho. Alis, o motor eltrico tambm um tipo de atuador. A nica diferena, como

    j observamos, que ele emprega energia eltrica e no energia de presso de

    fluidos.

    Os atuadores que utilizam fluido sob presso podem ser classificados segundo dois

    critrios diferentes:

    Quanto ao tipo de fluido empregado, podem ser:

    - pneumticos: quando utilizam ar comprimido;

    - hidrulicos: quando utilizam leo sob presso.

    Quanto ao movimento que realizam, podem ser:

    - lineares: quando o movimento realizado linear (ou de translao);

    - rotativos: quando o movimento realizado giratrio (ou de rotao).

    J os atuadores rotativos podem ser classificados em:

    angulares: quando giram apenas num ngulo limitado, que pode em alguns casos

    ser maior que 360.

    contnuos: quando tm possibilidade de realizar um nmero indeterminado de

    rotaes. Nesse caso, seriam semelhantes roda dgua e ao catavento

    mencionados anteriormente. So os motores pneumticos ou hidrulicos.

    Atuadores lineares

    Os atuadores lineares so conhecidos como cilindros ou pistes.

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    Um exemplo de pisto uma seringa de injeo, daquelas comuns, venda em

    farmcias. S que ela funciona de maneira inversa dos atuadores lineares. Numa

    seringa, voc aplica uma fora mecnica na haste do mbolo. O mbolo, por sua vez,

    desloca-se segundo um movimento linear (de translao), guiado pelas paredes do

    tubo da seringa, e faz com que o fluido (no caso, o medicamento) saia sob presso

    pela agulha. Ou seja, est ocorrendo uma transformao de energia mecnica em

    energia de presso do fluido.

    Agora vamos inverter o funcionamento da seringa. Se injetarmos um fluido (gua, por

    exemplo) pelo ponto onde a agulha acoplada ao corpo da seringa, o mbolo ir se

    deslocar segundo um movimento linear. Estaremos, ento, transformando energia de

    presso do fluido em energia mecnica. A sim, teremos um atuador linear.

    Cilindros hidrulicos e pneumticos tm construo muito mais complexa do quesimples seringas de injeo, pois as presses dos fluidos e os esforos mecnicos so

    muito maiores. Como esses cilindros realizam operaes repetitivas, deslocando-se

    ora num sentido ora em outro, devem ser projetados e construdos de forma

    cuidadosa, para minimizar o desgaste de componentes e evitar vazamento de fluidos,

    aumentando, assim, sua vida til.

    Vista em corte de um cilindro hidrulico

    Os cilindros compem-se normalmente de um tubo cuja superfcie interna polida, um

    pisto (ou mbolo) fixado a uma haste e duas tampas montadas nas extremidades do

    tubo. Em cada uma das tampas h um orifcio por onde o fluido sob presso entra no

    cilindro e faz com que o pisto seja empurrado para um lado ou para outro dentro do

    tubo.

    Entre as vrias peas (fixas ou mveis) que compem o conjunto, existem vedaes de

    borracha ou outro material sinttico para evitar vazamentos de fluido e entrada de

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    Introduo a Automao

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    impurezas e sujeira no cilindro. Essas vedaes recebem nomes diferentes de acordo

    com seu formato, localizao e funo no conjunto. Assim, temos retentores, anis

    raspadores e anis O, entre outros.

    Em alguns casos, como se pode ver no lado direito do cilindro da figura anterior,

    utilizam-se amortecedores de fim de curso. Durante o movimento do mbolo para a

    direita, e antes que o pisto atinja a tampa, um mbolo menor penetra num orifcio e

    reduz a passagem que o fluido atravessa. A velocidade do pisto diminui e,

    conseqentemente, o choque entre o pisto e a tampa do cilindro menos violento.

    Os cilindros pneumticos e hidrulicos encontram grande campo de aplicao em

    mquinas industriais, automticas ou no, e outros tipos de equipamentos, como os

    utilizados em construo civil e transportes (guindastes, escavadeiras, caminhesbasculantes).

    Exemplos de aplicao de cilindros hidrulicos e pneumticos

    Atuadores rotativos

    Os atuadores rotativos, conforme classificao anterior, podem ser angulares oucontnuos.

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    Introduo a Automao

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    Os atuadores rotativos angulares so mais conhecidos como cilindros rotativos.

    Nos atuadores lineares, como voc viu, o movimento do pisto de translao. Muitas

    vezes, no entanto, o movimento a ser feito pela mquina acionada requer do atuador

    um movimento de rotao.

    Basicamente, esses atuadores podem ser de dois tipos: de cremalheira e de aleta

    rotativa. O primeiro tipo constitui-se da unio de um cilindro pneumtico com um

    sistema mecnico. Na haste do pisto de um atuador linear usinada uma

    cremalheira. A cremalheira aciona uma engrenagem, fazendo girar o eixo acoplado a

    ela. No cilindro de aleta rotativa, apresentado na figura, uma p ou aleta pode girar

    de um determinado ngulo ao redor do centro da cmara do cilindro. A aleta,impulsionada pelo fluido sob presso, faz girar o eixo preso a ela num ngulo que

    raramente ultrapassa 300.

    Vista de um cilindro rotativo

    Os atuadores rotativos contnuos so mais conhecidos como motores pneumticos

    ou hidrulicos, conforme o fluido que os acione seja ar comprimido ou leo.

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    Introduo a Automao

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    Vista em corte de um motor hidrulico

    Um motor hidrulico ou pneumtico consta de um rotor ao qual fixado um eixo. Ao

    longo da periferia do rotor existem ranhuras radiais, onde deslizam pequenas placas

    de metal denominadas palhetas. As palhetas so mantidas em contato com a parte

    interna do corpo do motor por meio de molas denominadas balancins ou pela ao da

    fora centrfuga que age sobre elas quando o rotor gira.

    Na carcaa do motor existem dois orifcios, respectivamente para entrada e sada do

    fluido sob presso. Ao entrar na cmara em que se encontra o rotor, o fluido sobpresso empurra as palhetas do rotor. O rotor gira e, conseqentemente, o eixo preso

    a ele tambm. Esse movimento de rotao ento utilizado para acionar uma outra

    mquina.

    Vlvulas

    Vimos que para os atuadores funcionarem necessrio que o fluido (leo ou ar

    comprimido) chegue at eles. Ainda no explicamos como isso ocorre, porm no difcil imaginar uma tubulao de ao, borracha ou outro material ligando o compressor

    ou a bomba hidrulica ao atuador. Se o ar ou leo contiverem impurezas que possam

    danificar os atuadores, ser preciso acrescentar um filtro no caminho. Se o ar contm

    muito vapor dgua, ento acrescenta-se tubulao o que denominamos purgador,

    para separar a gua do ar.

    Agora pense na instalao eltrica de sua casa. Imagine-a sem chave geral,

    disjuntores e interruptores de luz. Toda vez que voc quisesse acender a luz da sala,

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    Introduo a Automao

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    teria que subir no poste e ligar os fios de sua casa aos da rua. E para apagar... olha

    voc l no poste de novo. Trabalhoso, no?

    No caso dos atuadores, se desejamos que o pisto que foi acionado para a direita volte

    agora para a esquerda, temos que desligar o compressor ou a bomba, inverter as

    mangueiras dos dois lados do cilindro e religar o compressor ou a bomba.

    Mas existe um jeito mais fcil. Podemos direcionar o fluido dentro de um circuito

    hidrulico ou pneumtico por meio de vlvulas. As vlvulas so mecanismos que

    permitem controlar a direo do fluxo de fluido, sua presso e vazo (quantidade de

    fluido que passa por um ponto do circuito num certo tempo). Para cada uma destas

    funes existe um tipo especfico de vlvula.

    Nos circuitos hidrulicos e pneumticos, as vlvulas desempenham um papel

    semelhante ao das chaves, disjuntores e interruptores no circuito eltrico de sua casa.

    As vlvulas permitem controlar o atuador a ser acionado e o momento do acionamento

    da mesma forma que ao acionarmos os interruptores de luz indicamos qual lmpada

    deve ou no ficar acesa.

    Ao contrrio dos interruptores de nossa casa, que normalmente so acionados

    manualmente, as vlvulas hidrulicas e pneumticas podem ser acionadasmanualmente, eletricamente ou por meio do prprio fluido sob presso.

    O caso do operador de retroescavadeira da figura a seguir um exemplo. Sua

    mquina tem vrios pistes hidrulicos, cada um deles responsvel por um

    determinado movimento.

    A cada um dos pistes est associada uma vlvula, acionada manualmente por meio

    de alavancas. O operador, ao acionar uma determinada alavanca, determina no

    apenas o pisto que ser acionado mas tambm o sentido de seu movimento

    (extenso ou retrao).

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    Introduo a Automao

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    Exemplos de aplicao de vlvulas acionadas manualmente

    Vlvulas acionadas eletricamente

    As mquinas automticas que utilizam energia hidrulica ou pneumtica no precisam

    necessariamente de eletricidade para acionar suas vlvulas. Pode-se usar um conjunto

    de vlvulas manuais, acionadas pelo prprio fluido sob presso, para que a mquina

    execute seus movimentos e realize seu trabalho.

    No entanto, utilizando-se vlvulas acionadas eletricamente, os circuitos hidrulicos e

    pneumticos tendem a ficar mais simples. Alm disso, com o emprego crescente decomputadores para controlar mquinas, o uso de vlvulas acionadas eletricamente

    tornou-se quase obrigatrio, uma vez que as ordens enviadas pelo computador

    mquina so sinais eltricos.

    As vlvulas acionadas eletricamente so normalmente chamadas solenides.

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    Introduo a Automao

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    Vlvula solenide pneumtica

    Solenide um fio eltrico enrolado num carretel. uma bobina. Quando ligamos os

    terminais deste fio rede eltrica, digamos, 110 volts, acontecem alguns fenmenos

    fsicos chamados eletromagnticos.

    Devido a esses fenmenos, a pea denominada ncleo da bobina, localizada na parte

    interna do carretel, sofre a ao de uma fora magntica e desloca-se dentro docarretel.

    O carretel uma pea cilndrica com vrias ranhuras radiais. Quando se aciona a

    vlvula, o carretel desloca-se em movimento linear, abrindo algumas passagens para o

    fluido e fechando outras. Assim, dependendo da posio do carretel no interior da

    vlvula, o fluido percorre um caminho ou outro. O carretel apresenta movimento nos

    dois sentidos: para a direita ou para a esquerda. Alm do acionamento

    eletromagntico, utilizado nas vlvulas solenides, os acionamentos que comandam os

    movimentos do carretel podem ser:

    manual: por meio de botes, alavancas ou pedais;

    mecnico: por meio de batentes, roletes e molas;

    pneumtico ou hidrulico: por meio do prprio fluido.

    As vlvulas e os pistes sozinhos tm pouca utilidade na automao. Para poderem

    realizar algum trabalho significativo, vrios componentes de tipos variados devem ser

    montados juntos, formando um conjunto.

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    Introduo a Automao

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    Componentes hidrulicos utilizados num centro de usinagem computadorizado

    Exerccios

    Marque com X a resposta correta.

    1. Para produzir energia mecnica, a hidrulica e a pneumtica usam,

    respectivamente, os seguintes fluidos:a. ( ) querosene e ar;

    b. ( ) gs carbnico e hidrognio;

    c. ( ) mercrio e leo;

    d. ( ) leo e ar.

    2. Na indstria, obtemos ar comprimido por meio de:

    a. ( ) bombas pneumticas;

    b. ( ) bombas hidrulicas;c. ( ) compressores de ar;

    d. ( ) compressores de hidrognio.

    3. Comprime-se o leo com:

    a. ( ) compressores pneumticos;

    b. ( ) rolos eletrnicos;

    c. ( ) prensas mecnicas;

    d. ( ) bombas hidrulicas.

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    Introduo a Automao

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    4. Os mecanismos que transformam energia de presso de fluidos em energia

    mecnica so chamados:

    a. ( ) bombeadores;

    b. ( ) compressores;

    c. ( ) rolamentos;

    d. ( ) atuadores.

    5. Um fluido direcionado num circuito hidrulico ou pneumtico por meio de:

    a. ( ) vlvulas;

    b. ( ) pistes;

    c. ( ) bombas hidrulicas;

    d. ( ) compressores.

    6. Uma vlvula pode ser acionada:

    a. ( ) manualmente;

    b. ( ) eletricamente;

    c. ( ) por meio do prprio fluido;

    d. ( ) todas as respostas anteriores.

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    Introduo a Automao

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    CIRCUITOS PNEUMTICOS E HIDRALICOS

    Quando unimos vrias vlvulas e pistes por meio de tubulaes, a fim de realizar

    determinada tarefa, damos ao conjunto o nome de circuito circuito pneumtico oucircuito hidrulico, conforme o caso.

    O desenho do circuito chamado diagrama ou esquema. um desenho simplificado,

    feito com a utilizao de smbolos. Cada componente do circuito representado por

    um smbolo. Examinando o diagrama, possvel compreender como funciona um

    circuito.

    Um dos smbolos mais importantes aquele usado para representar vlvulas. Uma

    vlvula pode assumir vrias posies, dependendo do estado em que se encontra: noacionada, acionada para a direita, acionada para a esquerda etc.

    Assim, precisamos de smbolos capazes de representar esses vrios estados da

    vlvula. Vamos estudar esses smbolos.

    Cada posio ou estado da vlvula representado por um quadrado

    No interior do quadrado, representam-se as passagens que esto abertas, permitindo o

    fluxo de fluido, e as que esto fechadas. Na figura est representado um orifcio da

    vlvula fechado: o orifcio R (de Retorno de ar comprimido) fechado.

    Quando um orifcio da vlvula se comunica com outro, permitindo a passagem defluido, essa passagem representada por uma seta. Essa passagem denomina-se via.

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    O orifcio P (de Presso, entrada de a comprimido) comunica-se com o orifcio C (que

    ser ligado um cilindro pneumtico), permitindo, devido a diferena de presso, que o

    ar escoe de P para C.

    Alm disso, preciso representar como a vlvula chegou a esse estado, ou seja, se foi

    acionada e como foi acionada. Os vrios tipos de acionamento so representados

    pelos smbolos abaixo.

    Smbolos representativos dos acionamentos das vlvulas

    No caso de uma vlvula solenide, o estado ou posio dessa vlvula de trs vias

    representado pelo smbolo mostrado na figura.

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    Introduo a Automao

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    Se fssemos traduzir esse smbolo, escreveramos assim: quando a vlvula for

    acionada, o orifcio P se comunicar com o orifcio C, permitindo a passagem de ar de

    P para C, e o orifcio R ser fechado.

    Quando a vlvula no est acionada, ela se encontra em outra posio. Vamos entoconsiderar uma vlvula de duas posies. Enquanto ela no for acionada, seu carretel

    mantido numa posio por meio de uma mola. Esta nova posio representada

    pelo smbolo mostrado abaixo, em que o orifcio P est fechado e o orifcio C se

    comunica com o orifcio R.

    Smbolo representativo da segunda posio da vlvula

    O smbolo de uma vlvula deve represent-la em suas vrias posies possveis.

    A vlvula representada abaixo classificada como de duas vias (entre P e C e entre C

    e R) e duas posies (acionada ou no pelo solenide).

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    Introduo a Automao

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    Smbolo representativo da segunda posio da vlvula.

    Encontramos outros smbolos usados nos diagramas pneumticos e hidrulicos e seus

    respectivos significados.

    Fonte de presso

    Filtro

    Reservatrio

    Motor hidrulico

    Tubulao rgida

    tubulao flexvel

    Cilindro de ao simples

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    Introduo a Automao

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    Cilindro de ao dupla

    Estes so smbolos usados em diagramas pneumticos e hidrulicos

    Caso de automao n 1

    Agora estamos preparados para realizar nosso primeiro projeto de automao industrial

    utilizando componentes pneumticos. Vamos, antes de mais nada, estudar o sistema a

    ser automatizado.

    Uma esteira usada para transportar caixas de papelo. Num determinado local sobrea esteira, existe um pisto pneumtico montado verticalmente. Na extremidade do

    pisto h um carimbo. Cada caixa deve parar debaixo do pisto, ser carimbada e, logo

    depois, seguir viagem pela esteira, conforme o esquema.

    Esquema do caso de automao n 1

    Assim, podemos dividir a operao do sistema em 4 fases:

    1. ligar a esteira e levar a caixa at a posio (sob o pisto);

    2. desligar a esteira;

    3. descer o pisto;

    4. subir o pisto.

    Concluda a fase 4, voltamos fase 1, repetindo o ciclo.

    Como voc j viu em aulas anteriores, uma mquina automtica possui atuadores esensores. Os atuadores so os componentes da mquina responsveis pelo trabalho

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    Introduo a Automao

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    mecnico. Podemos dizer que os atuadores so os braos da mquina. Por outro

    lado, os sensores so os componentes que indicam em que situao a mquina se

    encontra num determinado momento. Podemos dizer que os sensores so os olhos

    da mquina.

    No nosso sistema, temos dois atuadores: o pisto pneumtico que carimba as caixas

    de papelo e o motor eltrico que faz a esteira se movimentar.

    Como sensores, vamos usar trs chaves fim-de-curso. Cada chave (CH1, CH2 ou

    CH3) indica a seguinte situao:

    CH1: caixa embaixo do pisto;

    CH2: pisto na posio superior;

    CH3: pisto na posio inferior.

    Uma chave fim-de-curso um interruptor eltrico, como aquele que voc usa em sua

    casa para acender ou apagar a luz. S que ele acionado no pelo dedo, mas por

    meio de uma pea qualquer da mquina que entra em contato com a haste de

    acionamento da chave fim-de-curso. Uma chave fim-de-curso pode estar na posio

    aberta (impede a passagem de corrente eltrica) ou fechada (permite a passagem de

    corrente eltrica).

    Verificando essa posio, possvel saber o que ocorre na mquina que estamos

    automatizando. Assim saberemos se a caixa est na posio correta, se o pisto est

    na posio superior e assim por diante. Dependendo do estado da mquina, teremos

    de ligar ou desligar a esteira, subir ou descer o pisto pneumtico etc. Quem vai tomar

    essas decises o controlador. O controlador geralmente um circuito eltrico ou

    eletrnico construdo segundo uma determinada lgica de funcionamento. no

    controlador que so ligados os fios das chaves fim-de-curso. Alm disso, ele tambm

    capaz de enviar sinais eltricos para as vlvulas solenide e para os motores eltricos.

    Podemos dizer, de maneira simples, que no controlador est a inteligncia da

    mquina.

    No entanto, no vamos nos preocupar agora com o controlador, uma vez que nosso

    objetivo principal estudar o circuito pneumtico. Assim, vamos analisar como o

    sistema funciona, examinando o circuito.

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    Circuito pneumtico usado no caso de automao n 1

    Quando a caixa que est sendo transportada encontra a chave CH1, o motor da

    esteira desligado e a caixa pra sob o pisto.

    Em seguida, o solenide S1 acionado. A vlvula passa para a posio da esquerda.

    O ar comprimido flui de P para C2 e chega cmara superior do cilindro. Ao mesmo

    tempo, o orifcio C1 comunica-se com o R e o ar da cmara inferior do cilindro escoa

    para a atmosfera. O pisto desce.

    Quando o pisto desce, a chave CH2 que indica o fim-de-curso superior

    desacionada.

    O pisto continua descendo at atingir sua posio inferior, quando, ento, a chave

    CH3 acionada e a caixa carimbada. O pisto pode permanecer um determinado

    tempo (definido pelo controlador) nesta posio.

    O solenide S1 desacionado e se aciona ento o solenide S2. A vlvula passa para

    a posio da direita. O ar comprimido flui de P para C1 e chega cmara inferior do

    cilindro. Ao mesmo tempo, a via C2 comunica-se com R e o ar da cmara superior do

    cilindro escoa para a atmosfera. O pisto sobe.

    Quando se chega posio superior e se aciona a chave CH2, o motor da esteira

    novamente ligado, at que uma nova caixa seja posicionada sob o pisto, repetindo o

    ciclo.

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    Exerccios

    Marque com X a resposta correta.

    1. O conjunto de vrias vlvulas e pistes ligados por meio de tubulaes recebe o

    nome de:

    a. ( ) conjunto mecnico;

    b. ( ) diagrama hidrulico;

    c. ( ) esquema pneumtico;

    d. ( ) circuito hidrulico ou pneumtico.

    2. quadrado utilizado na representao de uma vlvula indica:

    a. ( ) direo;

    b. ( ) posio;

    c. ( ) tipo de acionamento;

    d. ( ) tamanho da vlvula.

    3. A passagem de um fluido na vlvula indicada por:

    a. ( ) seta;

    b. ( ) quadrado;

    c. ( ) linha;d. ( ) tringulo.

    4. Circuitos pneumticos ou hidrulicos so representados por:

    a. ( ) desenhos tcnicos;

    b. ( ) grficos especiais;

    c. ( ) setas e figuras;

    d. ( ) diagramas ou esquemas.

    5. As chaves fim-de-curso utilizadas em circuitos hidrulicos e pneumticos servem

    para:

    a. ( ) informar ao controlador a posio dos pistes;

    b. ( ) acionar diretamente os pistes;

    c. ( ) controlar vazamentos de ar nas tubulaes;

    d. ( ) evitar curto-circuitos nas vlvulas-solenide.

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    Introduo a Automao

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    SENSORIAMENTO

    Podemos afirmar que todos os sistemas que necessitam de algum tipo de controle

    requerem sensores, para fornecer informaes ao controle.

    No caso do tanque de gasolina, o sensor funciona como indicador para o motorista

    abastecer o reservatrio com combustvel.

    Princpio de funcionamento

    O sensor um dispositivo capaz de monitorar a variao de uma grandeza fsica e

    transmitir esta informao a um sistema de indicao que seja inteligvel para o

    elemento de controle do sistema.

    Sensor: dispositivo de entrada que converte um sinal de qualquer espcie em outrosinal que possa ser transmitido ao elemento indicador, para que este mostre o valor da

    grandeza que est sendo medida.

    O sensor utilizado com base nas variaes de grandezas. Todos os elementos

    sensores so denominados transdutores.

    Transdutor: todo dispositivo que recebe um sinal de entrada em forma de uma

    grandeza fsica e fornece uma resposta de sada, da mesma espcie ou diferente, que

    reproduz certas caractersticas do sinal de entrada, a partir de uma relao definida.

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    Introduo a Automao

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    A maior parte dos sensores so transdutores eltricos, pois convertem a grandeza de

    entrada para uma grandeza eltrica, que pode ser medida e indicada por um circuito

    eletroeletrnico denominado medidor.

    A maior parte dos medidores, como os de painis de automveis, barcos e avies,

    registra uma grandeza eltrica proporcional variao da grandeza que est sendo

    indicada pelo sensor a grandeza controlada.

    As grandezas eltricas que apresentam variaes proporcionais s grandezas que

    esto sendo sentidas e indicadas pelos sensores so: corrente eltrica, tenso

    eltrica e resistncia eltrica.

    Sensores e aplicaes industriais de alta tecnologia

    A seguir, alguns exemplos de aplicaes de sensores em equipamentos e sistemas

    mais nobres.

    Os robs, que so equipamentos de ltima gerao tecnolgica, tm seu

    funcionamento respaldado por diversos sensores, colocados em pontos estratgicos

    de seu mecanismo e na sua rea de atuao.

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    O processo de usinagem tambm um exemplo de aplicao de sensores,

    principalmente se o processo de usinagem for automtico (controlado por computador).

    No processo de usinagem manual, os sensores so os olhos do operador, que

    coordena a produo controlando a mquina de usinagem (fresadora ou torno) por

    meio de instrumentos de medida, como paqumetros e micrmetros.

    Na produo automatizada pelo computador, os sensores indicam ao computador o

    que j foi usinado do material em produo, de forma que o computador possa

    controlar a velocidade de operao dos mecanismos.

    Sensores analgicos e digitais

    Como existem sinais analgicos e sinais digitais a serem controlados num sistema,

    os sensores tambm devem indicar variaes de grandezas analgicas e digitais.

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    Introduo a Automao

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    Sinal analgico: sinal cuja informao pode identificar todos os valores de uma faixa

    dada.

    Sinal digital: sinal quantificado que indica a existncia ou no de um evento.

    Para um sistema de alarme, qualquer condio que no seja fechada ser entendida

    como aberta e deve fazer o alarme disparar. Neste caso, a grandeza digital e o

    sensor deve ser digital. Por exemplo, uma microchave fica em posio fechada quando

    a entrada est fechada e se abre quando a entrada violada.

    No caso do controle de movimento do rob, a grandeza que se est controlando

    analgica, pois o mecanismo do rob pode ocupar qualquer posio no espao durante

    o deslocamento, desde a posio de partida at a posio final.

    Sensores e segurana no trabalho

    Ainda no caso do rob, podemos tambm utilizar um sensor digital para indicar se o

    trabalhador est ou no numa rea perigosa. Um dos sensores mais utilizados nesta

    aplicao o sensor ptico.

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    Introduo a Automao

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    Muitos equipamentos, instrumentos e mquinas devem apresentar dispositivos

    sensores de segurana. Quanto mais automticas so as aes desses mecanismos,

    maior a segurana.

    As mquinas injetoras de plstico automticas apresentam dispositivos de segurana

    nas suas aberturas de acesso aos pontos de colocao dos moldes. Se uma dasportas de segurana se abrir, os sensores indicam o fato ao controle da mquina e, no

    mesmo instante, ela pra.

    O mesmo ocorre com prensas de estampo, que s atuam se perceberem por meio de

    uma cortina de sensores pticos que no existe nenhum obstculo em seu campo de

    ao. Alm disso, o operador deve acionar dois sensores em pontos distintos, com

    suas duas mos simultaneamente, o que significa para o controlador da prensa: se o

    operador acionou os dois dispositivos simultaneamente, as mos dele esto em

    posies de segurana, e ento a prensa pode ser acionada.

    A legislao trabalhista e a normalizao vm garantindo cada vez mais a implantao

    de sistemas de segurana de operao em equipamentos, automatizados ou no.

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    Introduo a Automao

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    Tipos de sensores

    A variedade de sensores grande. O mercado tem sensores especificados para cada

    aplicao.

    Strain gauge so sensores que medem deformao superficial de peas. Eles

    transformam o valor da deformao em sinais eltricos.

    Sensores aderidos ao corpo de prova (pea a ter as foras ensaiadas)

    Potenciomtrico um sensor bastante simples, com elemento resistivo que pode ser

    um fio bobinado ou um filme de carbono ou de matria plstica resistiva.

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    Introduo a Automao

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    Synchro e resolvers (sensores de deslocamento angular) so sensores que se

    compem de um transmissor e um receptor.

    Nesses sensores, o rotor do motor se desloca proporcionalmente ao deslocamento do

    rotor do gerador.

    O rotor do transmissor alimentado em corrente alternada e gira solidrio pea da

    qual se pretende medir o deslocamento angular.

    Encoder ptico um sensor que se vale da interrupo de um feixe de luz, visvel ou

    no, entre um transmissor e um receptor para gerar um trem de pulsos proporcional ao

    deslocamento do dispositivo que est acoplado ao disco encoder rotacional ou rgua encoder linear.

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    O encoder linear permite medir um deslocamento ao longo de um eixo; o encoder

    rotacional proporciona a indicao de um deslocamento angular ao redor de um eixo.

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    Introduo a Automao

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    Ultra-som um sensor eletrosttico que emite impulsos periodicamente e capta seus

    ecos, resultantes do choque das emisses com objetos situados no campo de ao. A

    distncia do objeto calculada por meio do tempo de atraso do eco em relao ao

    momento da emisso do sinal.

    De proximidade (indutivos e capacitivos) so sensores que se valem das leis de

    induo eletromagntica de cargas para indicar a presena de algum tipo de material

    que corresponda a certa caracterstica.

    Detecta a presena de campo magntico

    Piezoeltricos so sensores que se valem das caractersticas que certos materiais

    tm de gerar uma tenso eltrica proporcional deformao fsica a que so

    submetidos.

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    Introduo a Automao

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    Normalmente so constitudos de lminas de quartzo ou de material cermico,

    recobertas por um filme metlico condutor. A lmina, ao ser submetida a uma tenso

    externa (fora), produz uma tenso eltrica.

    O uso de cmeras de viso artificial no cho das fbricas tem aumentado rapidamente,

    contribuindo para garantir a qualidade final do produto.

    Os sensores do sistema de viso artificial so as cmeras, que captam a imagem. A

    capacidade que a cmera tem de converter o sinal ptico em sinal eltrico muito

    importante nesse tipo de aplicao.

    Matriciais (pele artificial) so sensores formados pela associao de sensores

    analgicos ou digitais em forma de matriz, dispostos lado a lado.

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    Introduo a Automao

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    Cabe ressaltar que a resoluo dada pelo espaamento entre os elementos que

    compem a matriz, e que esse tipo de sensor ainda se encontra em fase de

    desenvolvimento. Portanto, ainda no totalmente confivel.

    Presso aplicada

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    Introduo a Automao

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    Exerccios

    Marque com X a resposta correta.

    1. Um sensor capaz de:

    a. ( ) converter uma variao de grandeza fsica numa variao de outra

    ..grandeza que possa de ser indicada por dispositivos eletrnicos;

    b. ( ) gerar variao de grandeza fsica de acordo com o sinal de um

    controlador de sistema;

    c. ( ) indicar o valor de uma grandeza fsica diretamente.

    2. Um sensor digital consegue perceber a variao de:

    a. ( ) uma grandeza que apresenta diversos valores entre um valor mnimo e

    mximo;

    b. ( ) qualquer grandeza;

    c. ( ) uma grandeza fsica que assuma apenas dois valores: existe ou no

    ......).existe.

    3. Um sensor denominado transdutor quando:

    a. ( ) transmite sinais para o medidor;

    b. ( ) converte uma grandeza em outra;c. ( ) cobre todas as aplicaes relativas ao indicar uma variao.

    4. Um sistema em malha aberta caracterizado pela ausncia:

    a. ( ) do controlador do sistema;

    b. ( ) de uma grandeza varivel a ser controlada;

    c. ( ) de um elemento sensor capaz de perceber mudanas na varivel ........

    controlada para atualizar o controle do controlador do sistema.

    5. Os sensores podem ser considerados dispositivos:

    a. ( ) extremamente simples e de pouca utilizao;

    b. ( ) complexos, que por esta caracterstica tm aplicao restrita;

    c. ( ) com aplicao diversificada e por isso em pleno desenvolvimento para

    ........novas tecnologias.

  • 8/3/2019 Apostila Automao Industrial Marcelo Coelho

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    Introduo a Automao

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    ELETRNICA BSICA

    Eletrnica um ramo da eletricidade que opera com correntes eltricas baixas, porm

    muito bem controladas. Na automao, a eletrnica mais usada no controle dosequipamentos. A eletrnica est sempre presente no dia-a-dia. Quando voc assiste a

    uma partida de futebol pela tev, ouve msica no rdio ou l um livro, como neste

    momento, est desfrutando de coisas que s a eletrnica capaz de proporcionar.

    Os componentes eletrnicos vistos nesta aula so o transistor, o resistor, o capacitor, o

    indutor e o diodo.

    Transistor

    A eletrnica moderna comeou com o aparecimento do transistor em 1947. Um transistor

    feito de trs camadas, geralmente de silcio (elemento qumico encontrado em grande

    quantidade na natureza). No processo de fabricao do transistor, se uma das camadas

    enriquecida com eltrons, passa a ser chamada N; se empobrecida, isto , perde

    eltrons, vira camada P. H dois tipos de transistores que podem ser construdos com

    camadas P e N:

    transistores NPN;

    transistores PNP.Todo transistor possui trs terminais. Aquele que est ligado camada do meio chama-

    se base. Os que esto ligados s camadas das pontas, chamam-se emissore

    coletor. A figura abaixo ilustra os transistores PNP e NPN com seus smbolos.

    Transistores NPN e PNP

    A figura a seguir, mostra o aspecto fsico de vrios transistores, com a identificao dos

    terminais.

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    Transistores com terminais identificados

    Os transistores funcionam de maneira semelhante ao registro de gua. Entre coletor e

    emissor do transistor aplica-se uma tenso eltrica, e entre a base e o emissor faz-se

    circular uma corrente, que ir controlar a corrente entre coletor e emissor.

    A corrente da base deve ser obtida por uma tenso eltrica adequada. Se a base P, o

    plo positivo da tenso deve ser ligado na base, e o negativo no emissor. Assim, os

    eltrons em excesso no emissor so acelerados em direo base. Como a base fina, os eltrons entram no coletor.

    Assim como no registro de gua o controle de abertura faz variar o fluxo de gua, no

    transistor a corrente de base controla a corrente entre coletor e emissor. A figura

    abaixo mostra como deve ser ligado um transistor NPN, de tal forma que a corrente de

    base (ali chamada de IB) controle a corrente do coletor (IC) e do emissor (IE).

    Modelo de ligao de um transistor

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    Resistor

    O resistor um componente de dois terminais, feitos de carbono, pelcula metlica, ou

    fio. O resistor usado para controlar a corrente num circuito.

    Resistor e seu simbolo

    Em muitas situaes, necessria uma mudana rpida da resistncia eltrica, para

    controlar tenso ou corrente. Voc observa isto no controle de volume de um

    amplificador, na intensidade do brilho da televiso ou ainda no controle da velocidade

    de um motor eltrico. Nesses casos, usa-se um resistor varivel, chamado

    potencimetro.

    Modelo de potencimetro

    Capacitor

    Este componente possui duas placas condutoras (armaduras), separadas por ummaterial isolante chamado dieltrico. Serve para acumular cargas eltricas.

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    Modelo de capacitor

    Indutor

    Indutor uma bobina, enrolada com fios condutores em torno de um ncleo que pode

    ser de ferro, ferrite ou ar. Seu efeito o de se opor s variaes de corrente eltrica

    num circuito, por meio do magnetismo criado no seu interior.

    Indutor com ncleo de ar

    Diodo

    Construdo com duas camadas, P e N, geralmente de silcio, o diodo um componente

    usado como uma chave: a corrente eltrica (os eltrons em movimento) passa pelo

    diodo quando entra pela camada N e sai pela camada P; quando se tenta fazer a

    corrente passar da camada P para N, o componente fecha a passagem.

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    Diodos com terminais identificados

    Certos diodos emitem luz visvel quando atravessados por corrente eltrica. So os

    LEDs (diodo emissor de luz), feitos geralmente com fosfeto de arsenieto de glio ou

    fosfeto de glio.

    Circuito de controle

    Vejamos como construir um circuito de controle transistorizado para um motor de

    corrente contnua de baixa potncia. Quando a chave est aberta, no haver corrente

    na base do transistor. Sem corrente de base, no h corrente no coletor, e o motor fica

    parado, pois toda corrente que passa pelo motor deve passar pelo coletor do transistor.

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    Circuito de acionamento de motor com controle manual de velocidade

    Quando a chave acionada, comea a existir corrente de base. Os resistores R1 e R2

    controlam esta corrente. Quanto maior a corrente de base, maior a corrente entre

    coletor e emissor do transistor, isto , maior a corrente no motor. Com este circuito,

    conseguimos controlar a velocidade do motor, variando a resistncia do potencimetro,

    que modifica a corrente de base do transistor.

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    Introduo a Automao

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    Exerccios

    1. Assinale V (Verdadeiro) ou F (Falso) para as seguintes afirmaes sobre o

    transistor:a. ( ) possui trs terminais: Base, Coletor e Emissor;

    b. ( ) constitudo por trs camadas: PNP ou NPN;

    c. ( ) a corrente de coletor controlada pela corrente de base;

    d. ( ) cada camada feita de cobre.

    2. Associe a primeira coluna com a segunda:

    a. Transistor

    b. Resistor

    c. Capacitor

    d. Diodo

    1. ( ) Acumula cargas eltricas.

    2. ( ) Possui duas camadas: PN.

    3. ( ) como amplificador de corrente ou como chave

    eletrnica.

    4. ( ) Sua principal caracterstica a resistncia eltrica,

    ) capaz de controlar corrente.

    3. Um transistor, operando como chave, ter corrente de coletor quando:

    a. ( ) ligado a um motor de passos;

    b. ( ) no existir corrente na base;

    c. ( ) for um transistor PNP;d. ( ) existir corrente de base.

    4. Os resistores ligados base de qualquer circuito transistorizado servem para:

    a. ( ) controlar a corrente de base;

    b. ( ) encarecer o circuito;

    c. ( ) ligar o circuito;

    d. ( ) esfriar o circuito.

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    ELETRNICA - CIRCUITOS ESPECIAIS

    Um dos problemas com que se defrontava a eletrnica consistia no fato de que as

    vlvulas, ento empregadas nos sistemas, alm de serem muito grandes, aqueciamdemais os equipamentos.

    Esse problema foi resolvido com o desenvolvimento do transistor, que possibilitou a

    miniaturizao (grande reduo de tamanho) dos circuitos eletrnicos.

    Na mesma linha dos transistores, que so usados para acionar cargas de baixa e

    mdia potncia, foram desenvolvidos outros dispositivos, ou seja, outros componentes

    eletrnicos, para acionamento de cargas que exijam maior potncia. Essescomponentes diferem dos transistores por terem maior capacidade de dissipao de

    calor e por permitirem acionar cargas que operam em corrente alternada.

    Tiristores

    Retificador controlado de silcio (SCR)

    Depois do diodo semicondutor de duas camadas, apareceram componentes

    eletrnicos de trs, quatro e at cinco camadas semicondutoras. Os tiristores so

    componentes de quatro camadas (PNPN), utilizados em circuitos controladores e

    acionadores de diversas cargas, como motores eltricos.

    Entre os tiristores, destaca-se o SCR (retificador controlado de silcio), que tem trs

    terminais para conexo externa:

    o nodo, ligado camada P da extremidade;

    o ctodo, ligado camada N da outra extremidade;

    a porta (ou gate), ligado camada P interna.

    Smbolo do SCR

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    O SCR alimentado com uma tenso positiva no nodo (e negativa no ctodo) adquire

    uma resistncia eltrica elevada, que evita a passagem de corrente. Porm, quando

    uma tenso positiva aplicada porta, mesmo que seja por um curto tempo, comea

    a circular uma corrente que sai do ctodo, atravessa a regio da porta e acaba sendo

    atrada pelo potencial positivo do nodo. A resistncia eltrica do SCR cai para valores

    bem abaixo de 1ohm. O SCR funciona como uma chave eletrnica.

    SCR desligado e em conduo

    DIAC e TRIAC

    O DIAC um caminho bidirecional para passagem de corrente. Essa caracters