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Apostila Cabala

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Curso

Introdução à Kaballah

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A Torá

Para os cabalistas, a Torá foi um presente da Luz do Mundo Infinito para toda a humanidade.

Além disto trata-se de um manual prático de orientação espiritual que devemos usar todos os dias.

De fato a palavra “Torá” deveria ser traduzida literalmente como “guia”.

Cada porção da Torá não é apenas um ensinamento, mas também um canal para uma energia única disponível a cada semana do ano. Quando o cabalista lê a porção (parashá), esta leitura nos permite penetrar no código usando o “guia” como um poderoso instrumento prático para obter elevação espiritual.

Contudo existem códigos profundos dentro da Torá, e o trabalho do cabalista consiste em decodificar e revelar a natureza destes códigos trazendo-os para uma realidade ao alcance de cada geração.

Para os místicos da Cabalá Contemplativa, em especial para nosso mestre Rav Avraham Abuláfia, todos os códigos contidos na Torá dizem respeito a nossa natureza interna.

Cada personagem, cada situação e cada evento é parte de uma trama simbólica contida dentro da alma humana.

A Torá, para Rav Abuláfia, é um mapa das tramas humanas e um guia para todos as grandes emoções e simbolismos que formam os “nós da alma” e apresentam as chaves para desfazer esses mesmos “nós”.

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ALFABETO Hebraico

As letras foram colocadas em ordem alfabética

Algumas das letras em hebraico tornam-se diferentes quando aparecem no final da palavra.

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Sinais Massoréticos

Exemplos

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Árvore da vida

Ao lado, vemos o diagrama da Êtz háim (Árvore da Vida), que se presta a várias interpretações, dentro da Cabalá. Ela é constituída por 10 Sefiroth (que significa literalmente contagem, mas acabou sendo usado como esferas ou emanações). No livro Zohar vemos que cada Sefira representa um atributo divino, os quais devemos adquirir em nossa jornada de evolução.

A contagem começa de cima para baixo, pois o 1 deve ser a Unidade, o Divino, que é representado por Kether (Coroa), a esfera do topo. A 2ª é Hockmah (Sabedoria), a 3ª Binah (Entendimento), a 4ª Hessed (Misericórdia), a 5ª Guevurah (Força, Severidade), a 6ª Tifereth (Beleza), a 7ª Netzach (Vitória), a 8ª Hod (Glória), a 9ª Yesod (Fundamento) ou Tsedek (Justiça) e a 10ª Malkuth (Reino).

Perdoem-me os cabalistas, mas permitam que seja feita aqui uma interpretação mais personalizada da Árvore da Vida, que representaria os vários níveis de entendimento de Deus, de forma consciencial e teosófica, através dos tempos:

Malkuth equivaleria à consciência do Ego, com suas necessidades imediatas. É onde a maioria da humanidade infelizmente se encontra, que não enxerga além do seu próprio umbigo. Note que Malkuth está deslocada em relação ao conjunto harmônico das outras esferas. A filosofia do "Malkuthiano" é "Deus cuide dos assuntos dele lá em cima, que eu cuido dos meus aqui embaixo".

Acima dela temos Yesod, onde adquirimos as bases para a caminhada em direção ao Divino: a noção de justiça, o "dai a César o que é de César e dai a Deus o que é de Deus". Também exercitamos o contato com o mundo imaterial: os sonhos, as premonições. Descobrimos que a nossa realidade não é a única realidade, que não estamos sós no universo. Nos desvencilhamos um pouco das amarras do mundo físico. Adquire-se a percepção do EU como reflexo divino (Como podem notar, Malkuth está espelhado em relação a Kether). Na Guematria vemos essa confirmação, pois o Nada (que se refere ao Divino) em hebraico é AIN, e, invertendo as letras, temos ANI, que quer dizer Eu.

Subindo mais, temos Netzach, que representa a eternidade, a vitória sobre o tempo e o espaço e a onipresença do Divino. No outro lado vemos Hod, que é a majestade e a glória do Divino. Em ambos temos a comprovação intima de Deus, onde reconhecemos o quanto somos pequenos e indefesos. É nessa fase que muitos se apegam a uma linha religiosa.

Temos então Tiferet, onde admiramos as obras da criação, vendo Deus em tudo e em todos, deslumbrados como um turista que visita um local pitoresco. É onde estão certas religiões que pregam com entusiasmo "Shiva é maravilhoso!" ou "Jesus é 100%!" e não vão muito além disso.

Guevurah é a fase do Deus implacável e vingativo, que podemos encontrar em toda a Torah, onde o respeito é conseguido através da força e da severidade. Chesed é o Deus de amor, que Jesus veio trazer ao mundo. O "papai" em vez de "O impronunciável".

Acima desses dois extremos, temos a esfera que não é esfera, Daat. Ela permanece invisível, localizada entre Binah e Hockmah, e está associada ao conhecimento. Note que esta escalada pode se dar de duas formas: Ao meditar no conhecimento você adquire o entendimento (Binah) e depois vem a aplicação desse entendimento na sua vida (sabedoria). Ou você pode ir direto para o uso do conhecimento (sabedoria) e só depois ele estará introjetado na sua vida (entendimento). Assim é a vida. Não existe UM caminho, assim como não existem duas vidas iguais.

Dá o que pensar o fato de Daat não ser de fato uma esfera. Sugere que o conhecimento vem de fora (um Mestre), mas também que o conhecimento por si só não é um atributo Divino. Muitos o têm, e o utilizam para o mal. Existem também aqueles com vasto conhecimento e que não entendem de fato o que aprenderam. Os Fariseus eram ótimos exemplos, eram doutores da Lei, mas não penetravam sua essência, apegados que estavam à forma e à palavra (até hoje há religiões que seguem tudo ao pé da letra, vocês sabem...). O conhecimento é importante sim, mas como uma ponte para o entendimento e a sabedoria.

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Kether é a primeira emanação do Divino. O Supremo Nada, a origem de tudo. É onde a criatura se funde ao Criador, retornando ao seu estado mais puro. Seria a iluminação? Não sei...

As 10 Sefiroth são ligadas por 22 caminhos, e constituem as vias pelas quais a Luz infinita e a força criadora fluem. Imaginem Kether como a taça da mais pura água, que transborda e derrama para as taças abaixo, adquirindo em cada uma um sabor. À medida que transbordam, vão influenciando o sabor das outras mais abaixo. Nós estamos em Malkuth: a última esfera. A mistura de todos os sabores, e ao mesmo tempo nenhum sabor específico. Mas ainda assim é composta basicamente de água (Kether). Quem conseguiu provar dos sabores das taças superiores sente que está mais próximo da verdadeira essência, e se torna um especialista em identificar esse sabor no aparente caos que é Malkuth: O ponto mais baixo da escalada.

Temos a comprovação cabal quando pegamos o número 1 do Kether e o 10 de Malkuth.

Mas antes, vamos analisar um dos nomes Divinos: AIN SVP AVR (Ain Soph Or), que significa Luz infinita. AIN se traduz como o "nada", no sentido de indefinível, imanifesto. O que simplesmente É. São 9 letras, que simbolizam as 9 primeiras Sefiroth. Não podemos ir adiante sem voltarmos ao início (o 1) e ao "nada" (AIN), na forma de 10. Assim, "Kether está em Malkuth, e Malkuth está em Kether", como atesta um dos aforismas cabalísticos. O Rabi Shimon confirma: "O mundo inferior foi feito à imagem do mundo superior. O inferior não é senão o reflexo do superior, para que a unidade seja perfeita". E isso nos remete à Platão e sua Alegoria da caverna...

Apesar de ter características diferenciadas, as dez Sefiroth constituem uma unidade, assim como as cores do arco-íris podem ser formadas de uma única fonte de luz.

Como podemos perceber pelos "caminhos" entre as Sefiroth, há opções para se ir a uma esfera mais alta sem passar por uma intermediária, mas vai depender das escolhas de cada um, escolhas que fazemos aqui na Terra. E, como também podem perceber pelo diagrama, são muitos os caminhos para Deus. Caminhos de extremos ou de equilíbrio. Mas notem que o caminho do equilíbrio (do meio) é o mais "curto".

Resumindo.....

Kether - Coroa

Kether se situa na posição central superior da árvore. É a coroa. É o potencial puro das manifestações que acontecem nas outras dimensões. Representa a própria essência, atemporal e livre. É a gênese de todas as emanações canalizadas pelas outras Sephiroth. Kether foi a primeira sefirá, o primeiro recipiente, a aparecer logo após a restrição e está ligada ao mundo de Adam Kadmon - o Homem Primordial.Esta sefirá está além da nossa realidade física, sendo o estado potencial de todas as coisas. A coroa está acima da cabeça do rei como Kether precede cada pensamento, sendo a Fonte de onde todas as coisas surgem e para onde irão retornar depois de completarem o seu ciclo de existência.O Portal da Santidade - Devemos experimentar a paz e a prosperidade interior que a travessia dos 10 portais nos proporciona, pensando em como podemos levar esta sabedoria para todos aqueles que amamos.

Chokmah - Sabedoria

Chokmah se situa no topo da coluna direita. É a sabedoria. É o salto quântico da intuição, que deriva as manifestações artísticas. Analogamente, é o lado direito do cérebro, onde flui a criatividade e o mundo das idéias. Possui energia do fogo, associada à masculinidade e também representa o passado. Também representa a fé nos melhores dias para a humanidade. Chochmá é o topo do pilar da direita e representa o Pai Universal - o primeiro recipiente a conter toda a sabedoria do universo, a totalidade da Luz.Corresponde ao lado direito do cérebro, a criatividade, o inconsciente, o pensamento intuitivo, o "insight". Contudo, a sabedoria é passiva e não possui qualquer valor no plano da existência se não for decodificada, daí a necessidade de Biná - Entendimento.

Binah - Entendimento

Binah se situa no topo da coluna esquerda. É o entendimento. É a lógica que dá definição à inspiração e energia ao movimento. Analogamente, é o lado esquerdo do cérebro, onde funciona a razão, organizando o pensamento

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em algo concreto. Possui a energia da água associada à femilinidade e também representa o futuro. Biná é a Mãe Universal, a usina geradora de energia para tudo o que existe - a dimensão de Briá, o Mundo da Criação. Localizada no topo do pilar da esquerda, transforma o "insight" gerado por Chochmá em pensamento ordenado, contribuindo para o desenvolvimento de uma idéia.Corresponde ao lado esquerdo do cérebro, o consciente, a interiorização de um conteúdo que de informação vira conhecimento. A ciência, assim como a Cabalá, atribui a criatividade e a intuição ao lado direito, assim como a lógica e a racionalização ao lado esquerdo.O Portal da Purificação e da Abstinência - Consciente de nossos erros, devemos seguir adiante de modo a evitar vícios antigos.

Chesed - Misericórdia

Chesed se situa abaixo de Chokmah. É a misericórdia. Representa o desejo de compartilhar incondicionalmente. Representa a vontade de doar tudo de si mesmo e a generosidade sem preconceitos, a extrema compaixão. Chessed é a manifestação da misericórdia e gentileza no mundo. Representa o desejo de compartilhar, a doação incondicional, a mão que se estende em direção ao próximo.Em nosso corpo, Chessed é o braço direito. Seu principal atributo é a expansão. Sem equilíbrio esta expressão pode ser perigosa, pois ninguém pode doar indefinidamente, daí a necessidade de ajuste junto a Guevurá, o desejo de receber.O Portal da Humildade - Perceber as suas faltas e erros.

Geburah - Julgamento

Geburah se situa abaixo de Binah. É o julgamento. Representa o desejo de contenção e de questionador de impulsos. Canaliza sua energia por meio de objetivos, com o intuito de superar obstáculos e transformar a própria natureza. Guevurá representa o Julgamento. Também a Força, a Grandeza e o Poder. Em nosso corpo corresponde ao braço esquerdo. Enquanto Chessed doa incondicionalmente, Guevurá é avarenta; onde Chessed expande, Guevurá contrai. Guevurá sem o equilíbrio de Chessed transforma-se em tirania e pode nos levar a sentimentos pequenos como o ódio e o medo. Assim como a Sabedoria de Chochmá não pode se manifestar sem o Entendimento de Biná, a semente indiferenciada em Chessed nunca poderia se tornar a árvore diferenciada sem a mão forte de Guevurá.Guevurá canaliza a energia espiritual necessária para a superação dos obstáculos e conquista de nossos objetivos, sendo fundamental para a transformação de nossa natureza.O Portal do Arrependimento - Reexaminar todos os nossos atos que contribuem para o distanciamento do entendimento e da revelação da Luz em nossas vidas.

Tipareth - Beleza

Tipareth se situa abaixo e entre Chesed e Geburah. É a beleza. Junto com Chesed e Geburah forma a tríade superior Maguen David, criando harmonia. Transforma em beleza Chokmah, Binah e Kether. A sabedoria e o entendimento, com a luz do conhecimento. Representa a coluna central da Árvore da Vida e Yetzirá, o mundo da Formação. No corpo humano, está relacionado ao tronco. É a beleza em todas as coisas: de um pôr-do-sol, uma flor, um poema ou da mente humana. Devemos entender que esta beleza não é meramente estética, mas resultado da harmonia alcançada entre os pilares da direita e da esquerda.Aprendemos através de Tiféret a medida certa do compartilhar e do receber, da misericórdia e do julgamento. É esta consciência que permite, por exemplo, que um pai discipline um filho pelo amor, e não pela raiva reativa.O Portal da Sinceridade - A verdade se torna a única liturgia quando tomamos consciência de nossos verdadeiros sentimentos como forma de comunhão.

Netzach - Vitória

Netzach se situa abaixo de Chesed. É a vitória. Existe a vontade de reciprocidade, a busca pelo próximo e a superação dos próprios limites, propagando o pensamento eterno. Funciona como o princípio fertilizador do espermatozóide masculino. Netzach é um armazém de energia positiva de Chessed, que irradia o desejo de compartilhar e se torna o canal desta energia na medida em que começa a abordar o mundo físico no qual vivemos. No corpo, está relacionado com a perna direita. A vitória a que Netzach se refere é a superação das próprias limitações. Por eternidade devemos entender a capacidade de manter sempre vivo um sentimento, uma sensação sem deixar que as coisas caiam na rotina e/ou sejam tratadas com indiferença depois de algum tempo. Netzach é a primeira sefirá onde há reciprocidade, sendo responsável pela necessidade que o homem tem de se relacionar com o outro. Estão em Netzach os processos involuntários, o lado direito do cérebro e os processos

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criativos - o nosso lado artista, poeta, músico ou sonhador.O Portal da Aceitação - A Sabedoria para aceitar o próprio destino como aquilo que precisamos para crescer.

Hod - Esplendor

Hod se situa abaixo de Geburah. É o esplendor. É um canal de aprimoramento interno, de identificação com próximo, sendo uma forma de aceitação do pensamento, de reconhecimento. Funciona como o princípio receptivo do óvulo feminino. Em Hod aprendemos a identificar o outro e, conseqüentemente, a aceitá-lo. Sua qualidade espiritual enfatiza a humildade e o reconhecimento. No corpo humano, corresponde à perna esquerda. Hod também controla os processos voluntários e atividades do lado esquerdo do cérebro, canalizando a praticidade na psique humana. O Portal da Confiança - É a entrega completa ao ritmo da Criação, entendendo que a Luz estará sempre presente.

Yesod - Fundamento

Yesod se situa abaixo e entre Netzach e Hod. É o fundamento. Funciona como um reservatório onde todas as inteligências emanam seus atributos que são misturados, equilibrados e preparados para a revelação material. É compilação das oito emanações. Yesod é um grande reservatório que recolhe, equilibra e transfere toda a inteligência que é emanada das sefirót acima dela para Malchut. É a sefirá associada aos órgãos sexuais e onde se encontra o arquivo de vidas passadas e o inconsciente de cada indivíduo. Yessod comanda as situações pelas qual devemos passar (várias vezes, se necessário) para nos deixar atentos com aspectos de nossa personalidade que precisam ser trabalhados, evitando assim a repetição de erros do passado. Yesod é a dimensão dos sonhos e das revelações.

Malkuth - Reino

Malkuth se situa na posição central inferior da árvore. É o reino. Representa o mundo físico, onde é revelado o material compilado das oito emanações. É o canal da manifestação, desejando a recepção das sephiroth. É a distância de Kether que provoca esse desejo, criando a sensação de falta. É a dimensão do mundo físico, dos aspectos tangíveis da realidade; a única sefirá onde a matéria parece existir. Na melhor das hipóteses, só conseguimos perceber algo próximo a 6% de toda a realidade - um número que dá uma medida para a nossa limitação.No corpo, Malchut representa os pés. Assiá, o Mundo da Ação, também se encontra no nível de Malchut, relacionando diferentes aspectos de nossa existência física, como andar, dormir, comer, trabalhar, dançar, etc. Em Malchut encontramos o maior desejo de receber, pois é o ponto mais distante da Fonte, daí o sentimento de "falta". O Portal da Compreensão - Para superar este exílio deve-se exercitar a observação e a reflexão, onde através de orações, transformações espirituais e meditações alcançamos a energia espiritual dos mundos superiores.

Daath – Conhecimento (Oculta)

Daath se situa acima e entre Chokmah e Binah. É o conhecimento. Representa uma falsa sephirah porque não é uma emanação independente como as outras dez. Ela depende de Chokmah e Binah. Também é considerada como a imagem de Tipareth. É o abismo, o caos aleatório do pensamento.

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Meditação da Árvore da VidaMeditação da Árvore da VidaMeditação da Árvore da VidaMeditação da Árvore da Vida

A meditação da Árvore da Vida pode servir para muitos propósitos. Nos ajuda a relaxar em todos os níveis. Ajuda a nos centrar e conectarmos com a Mãe Terra e o Pai Céu. E nos ajuda a lembrar de nós mesmos. Eu apresento

agora os fundamentos desta meditação, espero que seja de grande ajuda em sua jornada na terra.

Sente-se em uma posição confortável. Tome algumas respirações lentas e profundas. Respire pelo seu nariz e estômago. Quando seu estômago estiver cheio de ar, comece a encher os pulmões. Lentamente solte o ar de seu

pulmões e estômago. Se você sentir falta de ar, então simplesmente encha de ar o estômago e não seus pulmões. Acima de tudo, uma respiração deveria ser confortável e relaxante para você.

Agora imagine um raio de luz saindo de seu coração e estendendo-o abaixo de você na terra. Permita sentir a

energia que flui de sua espinha para o solo. Onde seus pés tornam-se raízes que aprofunda-se em baixo da terra. Sinta as raízes que estendem de seu corpo. Como se elas fossem parte de você; e sinta-as penetrando na terra.

Agora, direcione sua consciência para seu coração e imagine outro raio de luz saindo da sua cabeça indo em direção ao céu. Sinta que esse raio transforma-se em galhos com folhas verdes, subindo cada vez mais alto em

direção ao ceú.

Puxe por seu galhos a energia do céu, e leve-a para a terra. Deixe-a fluir por suas raízes. Deixe-a fluir profundamente em seu coração, como para todas partes de seu corpo. Deixe dissolver toda sua dor, medo e frustração. Relaxe completamente. Procure alimentar-se dessa energia. Permita que esse raio que saiu de seu coração, transforme você completamente numa árvore. Sinta sua pele ficando rígida até tornar-se um tronco

forte e vigoroso como uma árvore. Sinta a energia que flui dentro, abaixo e acima de você. Você tornou-se uma árvore viva. Sinta-se como uma árvore. Não imagine que a está vendo de longe. Tente ao invés disso,

simplesmente ser a árvore. Você é uma árvore! Imagine como uma árvore sente ao puxar a água e outros nutrientes por suas raízes que estão ligadas a Mãe Terra. Sinta! Imagine como uma árvore se sente ao puxar o ar e umidade do Pai Céu. Sinta! Imagine como uma árvore sente seu alimento fluindo por seu tronco de cima a

baixo. Sinta!

Você é o centro de energia, arraigado firmemente entre o céu e a terra. Você está em equilíbrio perfeito com você e com todas as coisas. Sinta a maravilha e a beleza desta conexão. Sinta a paciência infinita da árvore.

Sinta a alegria de simplesmente estar vivo. Sinta o poder de ser um com todas as pessoas e coisas, de conhecer seu lugar neste mundo, de se conhecer verdadeiramente. Transforme-se!

Permita-se experimentar tudo isso, até que você sinta o desejo de despertar sua consciência. Pode sentir como

um puxão em seu estômago, ou uma memória lânguida que tenta aflorar na sua mente. Sinta um esfera de energia encolhendo ao redor de você, até atingir o seu coração e, desaparecer. Sinta-se humano mais uma vez.

Sinta sua respiração lenta e profunda. Permita sentir sua conexão para terra e céu pelas raízes e galhos da árvore da vida. Sempre que você estiver conectado com a Mãe Terra e o Pai Céu; você será a criança deles. Agradeça-os por se lembrar de ser filho deles, e dê graças por ter tido a coragem de se lembrar. Agora tome

algumas respirações mais profundas e lentas. Se você tem um trabalho xamânico para fazer, você pode começar deste ponto. Caso contrário, você pode abrir seus olhos lentamente e pode despertar sua consciência. Sinta a alegria de estar vivo, sentindo a maravilha e

alegria de seu próprio corpo vivendo e movimentando-se.

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Os nomes de D´us

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Cabala e o Tarot

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Cabala Numerológica

O número 9

O número nove é o numero da gestação, a busca proveitosa, o término de uma obra, a recompensa final.

É o número da plenitude, das esferas celestes, dos coros angélicos (no cristianismo é o número dos coros dos anjos celestiais), das musas.

Quadrado de 3, representa a universalidade

Sendo o último número de um algarismo, ou o último do ciclo, ele traz uma visão mais ampla do mundo e das pessoas, relaciona-se ao fecho do círculo.

É considerado no esoterismo, o número da perfeição e está associado a perfeição moral e ao consciente, trazendo assim o conhecimento, a sabedoria, a paciência, o senso, a dedicação e a prudência.

É o número do humanismo, da generosidade, dos que tem uma forte intuição e imaginação.

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O lado negativo vem quando a capacidade de compreensão da vida é mal aplicada, servindo para fins prejudiciais.

São nove as etapas para retirar o cristo cósmico do abismo usando a Alquimia:

1) Calcinação

2) Solução

3) Separação

4) Conjunção

5) Putrefação

7)Sublimação,

8) Fermentação

9) Exaltação.

O número nove para a maçonaria é o princípio da Luz Divina, Criadora, que ilumina todo pensamento, todo desejo e toda obra, exprime externamente a Obra de Deus que mora em cada homem, para descansar depois de concluir sua Obra:.

O homem novenário que pelo triplo do ternário, é a união do absoluto com o relativo, do abstrato com o concreto:.

O número nove, no simbolismo maçônico, desempenha um papel variado e importante com significados aplicados na sua forma ritualística:.

O número nove é o número dos Iniciados e dos Profetas

O nove é um número composto, que tem os seguintes fatores próprios: 1 e 3.

Como a soma de seus fatores é 4 < 9, se trata de um número defectivo.

O numero nove é considerado por alguns como a cifra do saber supremo que induz à Totalidade que é o dez.

É o triângulo ternário, ou seja, triplicidade do triplo, que simboliza os três mundos.

Nos ritos medicinais o considerava o número por excelência porque representava a tripla sínteses (corporal, intelectual e espiritual).

O nove é um número de mau augúrio na cultura japonesa, porém de bom augúrio na cultura chinesa

Para os hebreus o nove simbolizava a verdade.

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É o número do eremita do Tarot (personagem simbólico, portador do báculo, representante do grau supremo da iniciação). Como consequência se considera que o número 144 é muito favorável por somar 1+4+4=9

O número nove é um número mágico para os satanistas

Em algumas mitologias há nove infernos.

O eneagrama de Zoroastro

É um símbolo antiquíssimo formado por nove linhas que se ligam dentro de uma circunferência. Os pontos onde as linhas tocam o círculo são numerados de 1 a 9, daí o significado da palavra em grego – “nove pontos”.

Ninguém sabe ao certo sua origem, mas estima-se que tenha mais de 2500 anos. Zoroastro e Pitágoras debruçaram-se sobre ele, mas foi o russo G.I. Gurdjieff o sábio que mais se dedicou a seus mistérios.

Segundo J.G. Bennett, autor de O Eneagrama, esse desenho mítico possui significados e aplicações diferentes, em vários campos do conhecimento.

Em determinadas regiões da Ásia, é utilizado para prever o futuro.

No Ocidente, serve a estudos da personalidade, ajudando a identificar qualidades e fraquezas nas pessoas.

Para alguns psicólogos, cada um dos nove pontos representa um padrão de comportamento (o metódico, o generoso, o sofredor etc.).

“É possível identificar a motivação básica de um indivíduo, uma fixação do ego que acontece muito cedo na vida, de forma inconsciente”, afirma Nelson Mariz de Lyra, professor de eneagrama no programa de MBA da Universidade de São Paulo.

“O eneagrama é um instrumento muito prático, mas ainda trata de traços gerais, pois cada pessoa é única.”

O “nonário”

Após a transformação do Oito, o Nove torna-se o número da reintegração final.

A representação simbólica mais comum do 'nonário' é o Oito centrado, quer sejam oito pontos periféricos mais um central (representação quadrada), quer seja uma representação circular

Já vimos que a integração do Dois restabelece a unidade central do Três.

Do mesmo modo, a unidade central do Quatro será o Cinco, a do Seis será o Sete e a do Oito será o Nove.

Nove exprime uma idéia de totalidade, de força, de plenitude. Seu aspecto central em relação ao do Oito, periférico, leva-nos a escrever 8 + 1

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Porém, ocorrem três polarizações na sua origem.

Ele exprime uma idéia de concentração, de acumulação, de força, de plena realização.

O acréscimo de um outro elemento provocará a passagem a uma outra série.

Nove é a totalidade dos três mundos: Céu (Zênite) – Inferno (Nadir) - Terra (Centro), ou seja, o mundo da manifestação divina sobre os três planos: físico, psíquico e espiritual.

No Nove, o absoluto em seu aspecto trinitário se exprime de modo ternário 3 x 3.

Ele se associa, assim, ao Sete que manifesta os sete aspectos do Ternário, enquanto que 3 x 3 = 9, são os poderes do mesmo Ternário.

Desse modo é encerrada a série de algarismos de 1 a 9, visto que o zero, ausência, é uma noção estranha à tradição. Todas as coisas, criadas ou não-criadas, estão em Deus e ele não é ausência, mas sim presença, a

Unidade Incognoscível.

O Nove pode então ser concebido como ponto de chegada ou ponto de partida de uma nova série que se inicia com o Dez. Ao transpormos a porta da morte do Oito, renascemos no Nove.

É a Porta Divina, a escada de nove degraus que representam as nove etapas em direção ao divino ou Dez.

Esse número possui propriedades aritméticas curiosas.

Por exemplo, os múltiplos de nove são sempre compostos de algarismos cuja soma é igual a 9.

No nosso sistema de numeração é o último número simples.

Marca, portanto, o pleno desenvolvimento da série numérica.

Os três ternários que o compõem tomam um valor simbólico particular:

O primeiro (1-2-3) é a organização do princípio criador.

O segundo (4-5-6) é a ação criadora que se relaciona à natureza, à encarnação, ao carma, enquanto reflexo negativo do primeiro ternário.

O primeiro se resume no Um, o segundo no Dois como chave de compreensão.

O terceiro ternário (7-8-9) apresenta uma significação de conjunto relacionado ao Três.

Ele segue os dois primeiros, ligando a criatura ao criador. Com o Sete, tivemos a perfeição da evolução. O Oito nos conduziu à transformação, à espiritualização, à desencarnação definitiva.

O Nove constitui a ponte ao Dez e marca o retorno definitivo para a Unidade Superior.

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Esse aspecto também é expresso na tradição oriental.

Os algarismos emblemáticos associam o Cinco e o Dez ao “Centro”.

Por ser o Três o número criador por excelência, seu quadrado, o Nove, representa a universalidade dos seres e das coisas, a soma última de todas as individualidades. É a soma de tudo o que foi, o que é e o que será.

Nove designa a Eneade divina entre os egípcios. Do mesmo modo existem nove musas, nove mundos (três celestes, três terrestres e três infernais), nove nós no bastão sagrado do Taoísmo, nove cavidades

no Budismo. Os nove números da Tetraktys rodeando a Unidade são os nove poderes ou nomes transcendentes que caracterizam os modos de ação, as nove funções.

Essas nove potências, no cristianismo, são o símbolo da fecundidade, do parto, da plenitude, do amor.

1ª Hierarquia:

Serafins

Querubins

Tronos

2ª Hierarquia:

Dominações

Virtudes

Potestades

3ª Hierarquia:

Principados

Arcanjos

Anjos

A essas três séries de três (= 9) potências angélicas opõem-se os Anjos decaídos, quatro Príncipes e oito Sub-Príncipes (note a relação celeste Três-Nove, que se opõe à relação terrestre Quatro-Oito):

Lúcifer: Amaimon

Asmodeu

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Belial: Paimon

Astarote

Leviatã: Magote

Oriens

Satã: Belzebu

Ariton

A subsistência do mundo inferior, das raças decaídas, da geração e da corrupção, só existe e perdura graças ao mundo superior, em virtude das energias que emanam das esferas indestrutíveis:

“Não há a menor planta aqui embaixo que não tenha sua correspondência no Céu”.

A passagem do Sete ao Nove será, como veremos com as cores, os sons, os chacras a chave da libertação do homem.

Último na série dos numerais, o Nove anuncia ao mesmo tempo um fim e um começo, ou seja, uma transposição a um outro plano.

Nele encontramos a idéia de novo nascimento e de transmutação

O homem, no Nove, renasce em Deus. Está no limiar de um novo mundo.

É um sinal de transição, pois entre o nono signo, Sagitário, e o décimo, Capricórnio, encontra-se a “Porta dos Deuses” do solstício de inverno.

Jesus, cujo nascimento foi escolhido pela tradição a 24 de dezembro, diz: “Eu sou a Porta”. Além disso, a morte do Cristo se efetua entre a 9ª e a 10ª hora da Páscoa, permitindo-lhe, pela sua ressurreição, tornar-se o arquétipo do Novo Adão.

As 10 dimensões da Cabalá

A Cabalá não é uma tradição meramente intelectual.

Toda a literatura disponível sobre os mistérios da Cabalá não terá qualquer valor se este conhecimento não for aplicado em nossas vidas.

O correto entendimento dos códigos presentes na Torá oferece todas as ferramentas espirituais que necessitamos para que nos tornemos melhores através do despertar de nossa consciência adâmica. E o que pretendemos com isso?

Num primeiro momento, todos têm em mente a possibilidade de mudar a realidade ao seu redor, não sendo uma coincidência que muitos busquem a espiritualidade exatamente quando a vida lhes parece menos generosa.

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A grande questão, contudo, é que parte destas pessoas espera que, ao adotar um caminho espiritual, o seu sistema de valores permaneça alterado enquanto a Luz Espiritual promove uma limpeza em sua vida, corrigindo tudo o que está errado, o que não faz o menor sentido. Tudo o que percebemos fora nada mais é do que um reflexo do que se passa dentro de cada um de nós e todos nós optamos, de forma consciente ou não, por viver em uma das 10 dimensões identificadas pela Cabalá. Em qual dimensão você está vivendo? A primeira delas (a mais baixa), é chamada de Estado de Gueinon ("inferno"): vive-se aqui totalmente no escuro e escravo da contra inteligência (a força de oposição à Luz).

A angústia e o medo são constantes e não há perspectiva alguma de melhora. A segunda dimensão também é usada pela contra inteligência, o Estado de Fome: sua principal característica é o puro desejo de receber para si mesmo e a sensação constante de insaciabilidade. A pessoa é escrava de suas próprias necessidades e a angústia de não ter (ou não ter o suficiente) é avassaladora. O Estado da Reatividade é a terceira dimensão: aqui a pessoa resolve que as coisas vão mudar.

É perigosa na medida em que existe uma medida certa, mas existe sempre o risco de se empolgar com os resultados e a pessoa julgar que a reatividade é a solução para todos os seus problemas.

A quarta dimensão é o Estado da Ira: esta é a dimensão da pessoa que se identifica como o "Homem de D´us".

Ele está tão reativo que se torna insensível e duro, mas forte, o que é um problema.

O "Homem de D´us" não precisa de ninguém lhe diga o que fazer; ele desconhece a humildade. Pode-se, aparentemente, até prosperar e se tornar espiritualmente poderoso, mas, ainda assim, estará apenas fazendo o jogo da contra inteligência. A partir da quinta dimensão, a pessoa começa a entrar no caminho da Luz. O Estado da Tranqüilidade corresponde ao momento em que se consegue aquietar a mente e o coração, o que resulta na controle da ansiedade. O indivíduo encontra aqui o seu caminho, a sua missão. O risco de se sentir "confortável" é a comodidade e a estagnação, cuidado. Na sexta dimensão é a que faz a Luz descer sobre o indivíduo, o Estado da Alegria: a Shechiná (Presença Divina) só se manifesta através da alegria. Tudo que é muito sério tende a pesar, a petrificar.

Não devemos confundir, contudo, alegria com euforia.

Podemos viver permanentemente num estado de alegria, mas a euforia é sempre passageira. O Estado de Erudição é a sétima dimensão: a conciliação de sabedoria e entendimento sem perder a tranqüilidade e a alegria, pois é comum o erudito se fechar em seu próprio mundo.

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A oitava dimensão é o Estado da Absorção que vai além da mente e do coração.

Você absorve.

É um estado de receptividade. Aqui se almeja o Estado de Tsadik. O Estado de Tsadik é a nona dimensão: o iluminado vê justiça em tudo.

Aqui a vida é totalmente clara e é possível se compreender a lógica do universo. A última dimensão é o Estado de Mashiach: neste estágio a pessoa se sente responsável pela sustentação do universo.

De fato, ela não mais vê diferença entre ela e o universo, e o menor de seus gestos afeta todo o resto. O Estado de Mashiach corresponde a estar fundido ao Eterno.

Qualquer pessoa deve almejar o Estado de Mashiach.

Não se trata de algo reservado para "escolhidos".

O despertar da consciência adâmica é o resgate da unidade original - a missão de todos os seres humanos.

Não podemos esquecer nunca que todos nós e o Eterno somos Um e que esse é o grande sonho do Criador para a Sua Criação.

Yetzer hatov e o yetzer hará

Segundo a Cabalá Contemplativa, a Luz do Mundo Infinito criou o homem com dois yetzarim, o

yetzer hatov e o yetzer hará, a inclinação positiva e a inclinação negativa.

Como resultado da contemplação constante do Sagrado, o cabalista deixa despertar emoções sagradas que o aproximam ainda mais da condição de ser imagem e semelhança da Luz.

Estas são chamadas yetzer tov, inclinação positiva.

Contudo, em contraste com a alma superior, a yetzer hará contempla apenas as coisas físicas e materiais desse mundo – Malchut.

Os cabalistas explicam também que Malchut é “Olam HaAssiá” – o mundo da literalidade absoluta ou seja, uma realidade interpretada literalmente pelo que se apresenta diante dos olhos.

O Não no Torá

O Não que garante o Sim

“Não torcerás o juízo, não farás distinção de pessoas e não tomarás suborno.”

Deuteronômio 16:19

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Por que encontramos tantos “nãos” no texto da Torá?

Afinal de contas, o caminho espiritual não deveria ser algo libertador?

Por que será que exatamente na semana seguinte à conexão do livre arbítrio aparece uma porção repleta de “não pode”?

Para entender esta questão é necessário compreender o conceito de liberdade dentro da cabala.

Todo cabalista sabe da presença de uma contra-inteligência em nossa vida.

Algo diretamente relacionado as nossas tendências destrutivas.

Uma parte nossa que parece querer nos prejudicar em vez de ajudar.

Mas precisamos ser capazes de dizer não aos pedidos desta contra inteligência.

Aí reside a verdadeira liberdade: na possibilidade de rejeitar o chamado destrutivo.

Assim, experimentamos nesta semana dizer não a tudo aquilo que não serve mais, que puxa para a sombra e para a ausência de luz.

Desta forma descobrimos mais um código no texto da Torá:

o NÃO que garante o SIM.

Fonte: Portal da Cabala

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Cabalá e Prosperidade

Baseado nos ensinamentos de Rav Meir

VENATNU

Os cabalistas usam a meditação nesta palavra, para trazer prosperidade para sua vida. A combinação dessas letras, abrem o

receptor para a Luz espiritual preencher essa área, que possa estar bloqueada.

Essa palavra hebraica significa "Eles darão". As letras, permitem que ela possa ser lida, de forma igual, da direita para a

esquerda e da esquerda para a direita. Isso representa, justamente, a dinâmica da prosperidade, receber para compartilhar e

compartilhar para receber.

1. Sente-se num lugar confortável e silencioso.

2. Feche seus olhos.

3. Procure relaxar seu corpo, dos pés à cabeça.

4. Concentre-se na sua respiração. No ar que entra e no ar que sai de seu corpo.

5. Mantenha a concentração na respiração por alguns minutos.

6. Abra seus olhos e visualize a palavra Venatnu, da direita para a esquerda.

7. Procure se concentrar no espaço em branco em volta das letras.

8. Visualize uma luz vindo por trás das letras, atravessando-as, penetrando pelo seus olhos e se

espalhando por todo o corpo.

9. Permaneça nesta meditação por alguns minutos.

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O Incenso

O ''incenso'' é uma representação da emanação divina que ofertamos por intermédio de nossas ações, palavras e pensamentos (as três vestimentas da alma).

Assim, sendo, na Cabalá Contemplativa, o incenso representa o ''shefá'' derivado de cada pessoa. Se o seu ''shefá'' deve ser derivado do "fogo de cima do altar" que é uma representação do Mundo Espiritual.

O cabalista deve aprender a se utilizar de seus recursos espirituais para poder transformar os eventos à sua volta. E o uso dos "recursos" espirituais representam o uso de sua força interior O sofrimento

Imagine um prisioneiro.

Ele está em uma prisão de muros altos, com guardas armados por toda a parte. Mas há algo de estranho nesta prisão, a porta da cela está sempre aberta, assim como o portão principal.

Os guardas só existem para manter as pessoas do lado de fora e não do lado de dentro.

A cela é bastante confortável, tem bons móveis e diversas distrações para passar o tempo. Há livros Cd's, TV, computadores.

Há restaurantes, supermercados e visitas conjugais regulares.

O prisioneiro tem que fazer um trabalho um pouco chato, mas também (eventualmente) pode se entregar a seus interesses e passatempo. Muito bom para uma prisão.

Mas este preso na verdade está infeliz, em virtude simplesmente de saber que está preso.

Gostaria de fugir e acredita que, se fugisse, seria feliz.

Mas também acredita que fugir seria perigoso e provavelmente impossível; portanto, fica por ali mesmo.

O prisioneiro recorre a diversas outras "fugas" dentro da cela – comida, bebida, drogas, sexo, livros, televisão, lashon hara (maledicências), criando fantasmas e "inimigos ocultos".

Todos esses sistemas funcionam, mas só temporariamente.

De cada vez a volta à realidade é mais dolorosa, tornando necessário aumentar a intensidade da distração para poder obter a próxima fuga temporária.

Essas distrações também levam a fantasias de como a vida deve ser maravilhosa fora dos muros da

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prisão e as lamentações de quanto se está perdendo por estar preso.

Muitas pessoas são vítimas de seus próprios valores deturpados e seus valores deturpados representam a sua prisão. Esta é a prisão do sofrimento.

Se sofre quando é traído, quando enfrenta o mal, quando é tratado injustamente.

E assim, tenta criar "distrações" que fazem com que o passar do tempo dentro da cela, seja suportável.

Mas isso é uma ilusão.

Na verdade, ela está livre para sair andando sempre que quiser, bastando que se separe das distrações familiares e perceba que o caminho está aberto. O fato é que todo o ser humano sofre, mas cedo ou mais tarde, e assim a questão operacional não é se você vai sofrer ou não, mas do que vai sofrer.

Uma questão muitíssimo mais importante é como tentará aliviar seu sofrimento.

A resposta a que chegar determinará se vai aumentar seu próprio sofrimento (e de todos a sua volta) ou diminuí-lo. Infelizmente, há muitas maneiras de aumentar o sofrimento.

Mas, felizmente há poucas maneiras de aliviá-lo.

Por que "felizmente"? Porque com menos opções o caminho fica muito mais claro.

Milhares de portas levam ao "inferno" e uma só ao "paraíso".

O fato é que isso só seria uma vantagem se as portas estiverem marcadas.

Afinal, se todas as portas se parecem e você tiver de escolher a sua ao acaso, terá pouquíssima probabilidade de selecionar o paraíso: uma em mil.

Mas se as portas estiverem marcadas, você pode ter certeza de que encontrará o paraíso mais cedo ou mais tarde. Desde que (é claro) saiba ler o que está escrito. O fato é que sempre podemos encontrar milhares de portas para o inferno – e sempre podemos encontrar pelo menos uma porta para o paraíso.

Talvez precisemos aprender a reconhecer os sinais nas portas e ver que nossas celas estão abertas, para deixarmos o sofrimento para trás.

Mas como lidar com o sofrimento?

Há varias maneiras de lidar com o sofrimento:

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- Guardá-lo para si: isso pode muitas vezes parecer nobre, mas poderá lhe privar da alegria e da realização.

- Fugir dele: isso muitas vezes soa tentador e tem também um tom heróico. Mas, quando o sofrimento tem a causa na própria pessoa (e suas escolhas), fugir não será possível. Toda a fuga é apenas temporária e termina inevitavelmente em mais sofrimento.

- Repassá-lo: outra estratégia muito comum é tentar passar o sofrimento para os outros. As pessoas que repassam o ódio e o sofrimento habitam um mundo infernal em que têm fome de prejudicar os outros. Quem segue este caminho não dura, assim como não duram as suas obras.

- Transformá-lo em bem: Esta é uma ótima escolha. Ao invés de tentar eliminar apenas o seu próprio sofrimento tentar eliminar o sofrimento de muitas pessoas

Assim, podemos entender que muitas vezes, a sua atual vida desestruturada pode conter as sementes da estrutura que virá.

Fonte: Academia de Cabala

Humildade para praticar o Refinamento

A manifestação do Refinamento nem sempre é algo fácil de se perceber por conta própria, até porque, por vezes, julgamos ter melhorado e, de fato, melhoramos muito menos do que imaginávamos ou não melhoramos coisa alguma.

Por outro lado, quanto mais nos refinamos, mais corremos o risco de nos acharmos melhores que as outras pessoas e sermos intolerantes com quem julgamos não ser refinado.

Devemos ter a consciência de que, apesar do nosso mérito, o real responsável pelo nosso Refinamento é Hashem.

Ele nos torna aptos a sermos melhores.

Por isso não somos superiores às outras pessoas. Estar atento ao que as pessoas dizem, neste sentido é muito importante.

Sem que você faça qualquer propaganda a respeito, cedo ou tarde elas começarão a perceber e comentar sobre o seu aperfeiçoamento seja em qual área for. Devemos, inclusive, dar uma atenção redobrada aos comentários de nossos opositores, pois são eles que muitas vezes apontam o que os amigos acobertam.

É óbvio que nem sempre estes opositores estarão certos, mas não rejeite de imediato um comentário ácido só porque veio de alguém com quem você não tem afinidade.

Como dizem os mestres da nossa Tradição: "Sábio é aquele que consegue aprender até com os tolos".

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Busque com sinceridade no seu coração o quanto há de verdade nas últimas críticas que você recebeu.

Este é o ponto de partida para a busca do Refinamento necessário em nossa vida.

Sobre os Mundos Espirituais

Os mundos espirituais não são vistos pela maioria de nós.

Mas tudo que nos acontece flui dos mundos superiores.

Coisas positivas, e mesmo coisas que parecem negativas para nós, se originam da convergência de forças no mundo superior.

Todo esse entendimento deveria reforçar nosso trabalho espiritual.

Infelizmente, em geral despertamos para o trabalho espiritual quando nos encontramos em situações negativas, esperando que uma conexão mais forte com o Criador possa nos ajudar a aliviar a situação.

Esse não constitui um pensamento incorreto, mas é importante entender que é mais fácil modificar a negatividade antes que ela realmente se manifeste nesse mundo, quando ainda se encontra em estado potencial nos mundos superiores. Quando tudo parece bem, às vezes nós dizemos que iremos perseguir nosso desenvolvimento espiritual em outra hora.

Ou, mesmo que estejamos envolvidos com o trabalho espiritual, não o fazemos com a intensidade de uma pessoa em uma situação negativa.

Devemos nos lembrar que não vemos o que está acontecendo nos mundos espirituais.

Isso não deve nos assustar, mas sim nos impelir a nos concentrar e desenvolver nosso eu espiritual e nossas conexões agora.

Talvez o trabalho que façamos ou intensifiquemos agora possa dissolver alguma forma de negatividade de que não estejamos conscientes.

A ironia é que provavelmente nunca iremos sequer saber que através de nossas ações teremos removido essa negatividade de nossas vidas.

Mesmo assim, a Luz que iremos revelar certamente encherá nossas vidas.

Uma vida em que não percebemos a causa e o efeito dos acontecimentos pode se tornar extremamente atormentada.

O simbolismo da Ressurreição

A imagem da morte e do renascimento encontra um paralelismo na imagem da perda e do reencontro.

Tanto Cristo como Moisés abandonaram a casa paterna, afastaram-se para depois retornar.

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As imagens de morte e renascimento fazem parte da jornada do herói e apontam para o seu processo de individuação; sua volta ao inconsciente para que através da escuridão, possa atingir a luz da consciência, a totalidade.

É um símbolo ligado aos ritos iniciáticos posto que para que se ressuscite, é necessário que se tenha atravessado as trevas, triunfado sobre os terrores do inferno e passado pela morte iniciática, conquistando dessa forma então, a possibilidade de "elevar-se aos céus". No sentido esotérico, está relacionada com a iniciação pessoal. Interpreta-se, simbolicamente, que o homem está “morto” para o mundo espiritual e “ressuscita” ao transcender os limites da consciência inferior ou ordinária para atingir a consciência superior ou cósmica, a qual, por sua vez, representa um nível muito mais avançado de compreensão da vida e do mundo, bem como das finalidades da existência humana.

O simbolismo da Rocha

É um símbolo da imutabilidade e da imobilidade.

Costuma ser considerada um símbolo do ventre materno.Mitra por vezes aparece retratado à meio corpo dentro de uma rocha, assim como Aschanes, o primeiro rei saxão; querendo demonstrar o nascimento de ambos como à partir de uma rocha

O simbolismo da Roda

É um símbolo da ação autônoma do inconsciente (SELF).

As rodas são círculos fechados e os círculos fecham-se em torno de nós delimitando espaços. Íxion, teve por castigo ser posto sobre a roda e isso se traduz em ter sido posto num lugar arquetípico, sujeito à sua própria sorte e em eterna repetição, levando-o sempre ao ponto de origem.

Símbolo universal, complexo, e de origem tão antiga quanto o próprio homem. Seu sentido mais arquetipal está relacionado com os fenômenos das forças cósmicas em movimento. O símbolo taoísta chinês do Yang-Yin está relacionado com o significado da roda, e a doutrina do Tao exprime que “o sábio perfeito é aquele que alcançou o ponto central da roda e permanece assim unido ao centro invariável”.

Roda da Vida é um dos mais freqüentes símbolos do budismo tibetano, onde é usado em pinturas e em diagramas desenhados ou gravados. Representa a série de nascimentos, mortes e renascimentos do homem, mostrando, no círculo exterior, as fases da vida humana, causas do renascimento (lei do carma). A Roda de Fogo simboliza o movimento espontâneo da psique que costuma manifestar-se como uma paixão ou impulso emocional, que brota do inconsciente e nos inflama

O simbolismo da Romã

É considerada um símbolo da fecundidade pela quantidade excessiva de sementes.

A abertura da romã é associada a defloração.

Ela é um símbolo do amor, da vida e da morte.

Na Roma Antiga, jovens recém-casados usavam coroas de ramos de romãzeira.

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Na mitologia, Perséfone, após seu rapto, recusa qualquer alimento enquanto no reino dos mortos, mas ao saber de sua libertação, acaba comendo três sementes de romã que asseguram o seu retorno ao inferno e ao amante, por três meses a cada ano. Essa descida ao mundo subterrâneo possui uma conexão com o aspecto transformador do feminino. A opção de Perséfone, simboliza o reconhecimento de que não é mais a mesma donzela guardada até então, ciosamente, por sua mãe

O simbolismo do Rei

Pode ser considerado um símbolo do SELF.

Na alquimia, o rei é tanto a prima-matéria como o objetivo da OPUS ALQUÍMICA, na qualidade de rei transformado.

Nas sociedades primitivas, ao rei ou ao chefe da tribo, eram atribuídas qualidades mágicas ou mana. Eles incorporavam um principio divino do qual dependiam o bem estar físico e psíquico de toda a nação. Era o poder vital místico da nação.

Na Coréia, aos reis era atribuída a responsabilidade inclusive pelas condições atmosféricas e caso chovesse em excesso ou mesmo, que houvesse uma seca prolongada, o povo ou destronava ou matava o rei.

Os suecos sempre atribuíram ao rei o fracasso ou o sucesso de suas colheitas, tanto que o rei Olaf foi oferecido em sacrifício a Odin, em conseqüência da escassez que houve durante seu reinado.

Em todas as culturas, o rei era visto como sendo o sucessor do mágico, dai a dignidade atribuída ao processo sucessório real.

A imagem do rei simboliza uma postura masculina coletiva, que por vezes aprisiona o feminino, e seu princípio erótico.

A morte do rei simboliza um período de crise e transição, é a morte do princípio que rege a consciência de onde deve surgir uma nova consciência que aponte para a evolução do ser.

A imagem do futuro rei traz implícita em seu simbolismo uma idéia de renovação.

Um elemento ainda inconsciente tende à penetrar na consciência e permitir uma maior compreensão do SELF.

O Tabernáculo

O Tabernáculo era o recipiente construído pelos hebreus para servir de moradia para a Shechiná (Presença Divina).

Nos ensinamentos da Cabalá, o Tabernáculo representa o lugar no coração humano onde a Luz do Mundo Infinito pode ser encontrado.

Neste sentido, o Tabernáculo existe para sempre no espírito humano.

A Torá nos fala que:

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"No dia em que foi erigido o Tabernáculo, uma nuvem cobriu-o".

"Então, à noite, haveria sobre o Tabernáculo um brilho flamejante até chegar a manhã." Segundo os sábios da Cabalá Contemplativa, há um profundo mistério por trás da poderosa energia desta nuvem que acompanhou os hebreus durante todo o percurso em direção a Sion. E assim, se manifestava a misteriosa nuvem.

Durante o dia a nuvem e a noite um brilho tal qual uma chama.

Existem dois pontos muito importantes a serem revelados

Primeiro: Qual era o significado por trás desse duplo dossel miraculoso que pairava sobre o Tabernáculo no deserto - uma nuvem durante o dia e um brilho flamejante à noite?

Segundo: De acordo com nosso mestre Rav Avraham Abuláfia, todo episódio da Torá deve conter uma interpretação espiritual que continuamente se apresenta no espírito humano eternamente. Como podemos aplicar a história deste dossel duplo em nossa vida atual? Bem, se o Tabernáculo existe para sempre no espírito humano, este local nobre e sagrado na alma deve incluir tanto uma nuvem durante o dia e um fogo à noite.

Cada pessoa passa por "dias" e "noites" na vida, momentos de luz e momentos de escuridão, tempos de felicidade e contentamento, e tempos de agonia e conflitos. Para alguns, os dias são mais longos que as noites; para outros, infelizmente, as noites excedem os dias.

Mesmo assim a maioria dos seres humanos possui sua cota de ambas as realidades.

Quando as coisas nos correm bem muitas vezes esquecemos o quanto, na verdade, somos vulneráveis neste mundo. Tendemos a tornarmo-nos presunçosos em nossa zona de conforto e apáticos ao sofrimento do outro.

Não sentimos necessidade de amigos, e certamente não sentimos a necessidade de uma vida espiritual.

Por outro lado, quando nos chega uma restrição freqüentemente somos presas de sentimentos de desespero e solidão. A Torá nos ensina uma tremenda lição.

Se você deseja tornar-se um Tabernáculo, se quer descobrir a Luz do Mundo Infinito dentro de seu coração, deve lembrar-se da nuvem mais escura pairando acima de você durante os tempos de brilho e esplendor.

Uma pessoa deve sempre lembrar-se que, em última análise, não pode alegar ser o proprietário de nada em sua vida: A vida é um presente, o amor é um presente, filhos são presentes.

A pessoa jamais deve ficar cega à verdade de que tudo pode mudar em um único instante e que há tanto sofrimento no mundo.

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Quando você evocar as nuvens, jamais ficará arrogante. Por outro lado, quando a noite se abate sobre nós, quando a vida nos mostra seu lado feio, precisamos nos lembrar da luz flamejante que paira acima de nossos problemas.

Devemos nos lembrar que toda experiência que passamos é indispensável em nossa jornada pela vida; que as coisas não acontecem para nós, acontecem por nós.

Cada desafio contém uma oportunidade para aprofundar o crescimento e para um relacionamento mais profundo com nossa alma e com a Luz do Mundo Infinito; cada nuvem contém uma chama dentro de si. Esta é a importância por trás da tradição cabalista de recitar duas vezes ao dia o Shemá Yisrael, a mais imponente das orações cabalistas, pela manhã e à noite. Declaramos nossa aliança espiritual tanto diante dos primeiros raios do dia quanto a noite.

Esta é uma diretiva profunda.

Durante seus dias, olhe para as nuvens; durante suas noites, contemple o fogo.

E se durante seus dias, você lembrar-se das nuvens, então durante as noites se lembrará da chama. Os sábios da Cabalá Contemplativa associam a plenitude nestes dois momentos ao exercício de duas poderosas virtudes espirituais enfatizada por nossa Tradição. A Emuná e o Shiflut

Emuná (Certeza Espiritual), para os cabalistas, é a virtude que deve existir nos momentos da “noite” da alma.

A emuná é o pacto essencial entre os cabalistas e a Luz do Mundo Infinito.

Todo cabalista herda, por intermédio do estudo da Torá, a emuná ligando-o historicamente com o propósito essencial de nossa Tradição.

Segundo os sábios existe um líder para cada geração, tal qual Moshé, cujo objetivo é manter e reforçar a consciência da Certeza Espiritual (emuná) da congregação e reforçar a identidade espiritual em todos os momentos. É graças a essa emuná que o maná veio aos hebreus no deserto. Este maná é o “alimento”, “nutrição” espiritual que necessitamos para continuarmos nossa caminhada em direção ao Olam HaBa (Consciência Infinita).

A primeira vez que a palavra maná aparece na Torá, ela surge com a grafia de “man hu”, cujas letras formam também a palavra “emuná”.

Aqui reside a predisposição inata do cabalista de entregar sua vida completamente a Luz do Mundo Infinito.

A emuná reconstrói fundamentos morais e amorosos, estimula os poderes da alma e destrói dúvidas corrosivas que dificultam o autoconhecimento.

Emuná é uma entrega amorosa a Luz do Mundo Infinito. Shiflut (Humildade) é a virtude espiritual que deve existir nos momentos de “dia” da alma. Quando tudo

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parece brilhar. Os cabalistas ensinam que o princípio de todo o Serviço Divino é experimentar uma identificação existencial com todas as criaturas mais baixas da terra, diminuindo a si mesmo para se aproximar deles. Para os cabalistas, a humildade só pode se manifestar quando vencemos o orgulho pessoal.

Essa é uma conquista interior e não apenas uma atitude externa que cause efeito impactante sobre as pessoas.

Só os humildes de coração e mentes conseguem transformar conhecimento em sabedoria.

A humildade nos torna mais fortes e firmes de caráter, o que permite superar mais facilmente os assaltos da vaidade e da arrogância, quer venham dos nossos impulsos internos, quer do comportamento dos outros.

A humildade nos permite perceber a inferioridade do homem. Fonte: Academia de Cabala