APOSTILA CEFET

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PORTUGUSNDICE

MECANISMOS DE COESO ................................................................................................................ 02 INTERPRETAO DE TEXTOS ............................................................................................................. 04 EXERCCIOS..........................................................................................................................................................09 PROBLEMAS GERAIS DA LNGUA ....................................................................................................... 39 CRASE................................................................................................................................................................... 42 EXERCCIOS.......................................................................................................................................................... 44 GABARITO............................................................................................................................................................49

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Mecanismos de Coeso Referencial - Coerncia Extratextual e Coerncia IntratextualCoerncia extratextual liga-se ao nosso conhecimento de mundo: a) Portugal, jardim plantado a beira do Pacifico. b) Virgem da luz trigmeos. Coerncia intratextual liga-se aos elementos internos ao texto. 1. As crianas esto viajando. Elas s voltaro no final do ms. 2. O juiz condenou o ru a dez anos de priso. Ele achou essa pena condizente com as circunstancias do crime. 3. O juiz condenou o ru a dez anos de priso. Ele no se conforma com o rigor da pena. 4. Na estao, Jos avistou o visitante. Ele lhe pareceu cansado e apreensivo. 5. Na estao, Jos avistou o visitante. Ele havia esperado ansiosamente pelo reencontro. A coeso referencial tambm se faz por elipse (omisso de termos). a) Andr e Pedro so fanticos torcedores de futebol. Apesar disso, so diferentes. Este no briga com quem torce por outro time; aquele o faz. b) Ele meu cunhado. Casou-se com ela h pouco tempo... c) Beth est namorando. Ele parece ser um cara legal.

EXERCICIOSAs piadas costumam ser engraadas porque tiram partido da confuso na referenciaro. Leia as piadas abaixo e explique o motivo que as torna engraadas. Texto 1 Juquinha chegou esbaforido e todo sujo, alem de atrasado, na primeira aula. A professora se indignou: - Isso e hora? E sujo desse jeito? Isso no tem mesmo uma explicao! - Tem sim, professora: tive que levar a vaca la de casa pro touro cobrir. - Mas seu pai no podia fazer isso? - Poder, podia, mas acho que a vaca prefere o touro. Texto 2 - No deixe sua cachorra entrar mais na minha casa. Ela esta cheia de pulgas. - Princesa, no entre mais na casa porque ela esta cheia de pulgas. Conexes Como vimos anteriormente, os elementos de um texto esto em relao uns com os outros, formando um "tecido" em que os fios se acham tramados. Mas essas relaes no dizem respeito somente aos referentes que aparecem no texto; dizem respeito tambm as relaes entre proposies. E o que veremos neste tpico e que chamamos "coeso seqencial". Por exemplo, as duas frases "Est chovendo. Vou pegar o guarda-chuva" so ligadas por uma relao de causa-efeito sem a presena de um conectivo. Mas, na maioria dos casos, principalmente em textos escritos, a ligao entre duas proposies deve ser expressa linguisticamente. Tipos de Relaes 1. Condio: se, caso, desde que, contanto que etc. 2. Causa/conseqncia: porque, pois, visto que, j que, como (no inicio do perodo).../ desse modo, (tanto, to, tamanho) que, por isso, ento, portanto etc. 3. Meio/fim: para, para que, a fim de, a fim de que, com o intuito de, com o objetivo de, com o propsito de 4. Disjuno: ou. Esse conector e ambguo em lngua natural, podendo ter um valor exclusivo (isto e um ou outro, mas no ambos), ou inclusivo (ou seja, um ou outro, possivelmente ambos) 5. Tempo: assim que, em seguida, ate que, quando, por fim, depois, antes que, a medida que, etc. 6. Conformidade: conforme, segundo, de acordo com.

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7. Conjuno ("adio"): e, tambm, no s ... mas tambm, tanto ... como, alem de, alem disso, ainda, nem (= e no) etc. 8. Contrajuno (oposio): mas, porem, contudo, todavia, no entanto, entretanto / embora (ainda que, apesar de, apesar de que etc. 9. Explicao ou justificativa: que, pois, porque etc. 10. Concluso: portanto, logo, por conseguinte, pois etc. 11. Correo/redefinio/reafirmao/exemplificao: isto e, quer dizer, ou seja, em outras palavras, ou melhor, de fato, pelo contrario, por exemplo etc. (introduzem esclarecimentos, retificaes ou desenvolvimentos do que foi dito anteriormente).

EXERCICIOSNos dois textos abaixo, preencha as lacunas com os conectivos adequados: Texto 1 O mesmo bon que aparecia na cabea de um homem preso na zona da mata de Pernambuco__________ ele saqueou um caminho de cargas apareceu na cabea do Presidente da Republica. Esse fato pode sinalizar uma identidade entre os que usam o mesmo bon.__________ assim interpretarmos, podemos dizer que o Presidente da Republica e o MST assumem uma causa comum, __________, eles comungam a idia de que a reforma agrria necessria, o que ningum contesta. ___________, neste episodio particular, ha quem veja no gesto do Presidente um apoio aos saques realizados pelo MST. Tratase, __________, de um fato que pode ter conseqncias polticas negativas. (Jornal Folha de S.Paulo em 03/07/2003, cujo titulo O bon da insensatez) Texto 2 No segundo semestre, os franceses devero modificar sua Constituio ___________ introduzir o conceito de proteo ambiental. __________ a proposta do presidente Jacques Chirac for aprovada sem grandes modificaes, estar assegurado o direito a um ambiente equilibrado, saudvel e protegido. O texto torna a proteo ambiental norma que se impe a todos, poderes pblicos, jurisdies e sujeitos de direito. O projeto tambm consagra o chamado principio da precauo, __________, a noo de que, ____________ houver duvida, __________ pequena, sobre os efeitos de uma determinada medida, deve-se sempre optar pela soluo que resguarde o meio ambiente. (Jornal Folha de So Paulo, 30/06/03) Texto 3 Faa as compras, mas boicote as sacolas. Qualquer saco plstico e um transtorno ecolgico; leve sua sacolinha para as compras ou exija embalagem de papel. Do ponto de vista ecolgico, o papel e a melhor matria-prima. E biodegradvel, decompondo-se em poucos anos. Sua produo no causa desmatamento porque as principais fbricas do mundo trabalham com reflorestamento. a) No ltimo pargrafo, encontramos uma relao argumentativa, em que, a partir de dois argumentos se chega uma concluso. Aponte a concluso e os argumentos. b) Reescreva o ultimo pargrafo, construindo um nico perodo explicitando as relaes por meio dos conectivos adequados. c) O conector ou que aparece no primeiro pargrafo tem valor inclusivo ou exclusivo? Por que? d) Entre os dois segmentos do primeiro pargrafo h idia(s) implcita(s). Explicite-a(s). Nos perodos abaixo foi empregado o pronome "onde". Em alguns deles, esse emprego inadequado. Assinale as alternativas ocorre o problema e reescreva o trecho de modo a san-lo (a) A literatura medica de vrios pases serviu de base para uma pesquisa, onde o resultado mostrou que dois teros dos cegos do mundo esto concentrados na ndia, China e na frica. (b) Para as crianas de pases pobres, onde as condies de sade so precrias, o risco de cegueira e dez vezes maior comparativamente ao risco de cegueira que correm as crianas de pases ricos. (c) Apos mais de uma dcada de controvrsia, os artefatos da caverna sul-africana, onde se encontram tambm ossadas humanas, j esto sendo aceitos como a mais antiga evidencia de que o homem surgiu na frica.

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(d) Talvez por conta de um maior nmero de pobres, o Nordeste e a regio do pais onde as marcas dos produtos esto menos presentes nas cabeas das pessoas. (e) Aqueles produtos da pesquisa Top of Mind onde as marcas esto mais presentes nas cabeas femininas so margarina, chocolate e desodorante. (f) Para a Unilever Brasil, fabricante do produto, e mais do que razo para comemorar, j que o Brasil e o pais onde mais se vende Omo no mundo. A orao grifada expressa a idia entre parnteses, EXCETO: a) Trabalhava tanto, que a mulher, a dona Evarista, se chateou. (causa) b) No ousava fazer-lhe nenhuma queixa, () mas ficava calada e emburrada. (contradio) c) As mulheres, quando os maridos saiam, mandavam acender uma lamparina a Nossa Senhora. (tempo) d) Se quereis emendar a administrao da Casa Verde, estou pronto a ouvir-vos. (condio) Os dois trechos que se seguem foram extrados da letra da msica ltimo desejo", de Noel Rosa. Perto de voc me calo Tudo penso e nada falo Tenho medo de chorar Nunca mais quero seu beijo Mas meu ultimo desejo Voc no pode negar As pessoas que eu detesto Diga sempre que eu no presto Que meu lar o botequim...

Na biografia do autor, Noel Rosa, consta que a cantora Aracy de Almeida andou alterando a letra do ilustre compositor. O amigo de Noel Rosa, Armenio Mesquita Veiga, deu-lhe a noticia nestes termos: ... em vez de Mas meu ultimo desejo, ela canta Pois meu ultimo desejo e em lugar de Que meu lar e o botequim, ela diz que meu lar e um botequim". Diante da informao do amigo, Noel Rosa reagiu: Juro que nunca mais dou musica minha para ela gravar. (Joo Maximo e Carlos Dider. Noel Rosa, uma biografia. Braslia, Ed. UNB, 1990, p 446-52). O cantor Noel Rosa tem razo de ficar irritado com as alteraes que a cantora Aracy de Almeida introduziu na letra da cano? a) Por que a conjuno pois e inadequada para exprimir a relao que vem expressa pela conjuno mas? b) Sob que ponto de vista do significado, que diferena faz trocar o artigo o por um em meu lar e o botequim?

Interpretao de TextosTexto Os concursos apresentam questes interpretativas que tm por finalidade a identificao de um leitor autnomo. Portanto, o candidato deve compreender os nveis estruturais da lngua por meio da lgica, alm de necessitar de um bom lxico internalizado. As frases produzem significados diferentes de acordo com o contexto em que esto inseridas. Torna-se, assim, necessrio sempre fazer um confronto entre todas as partes que compem o texto. Alm disso, fundamental apreender as informaes apresentadas por trs do texto e as inferncias a que ele remete. Este procedimento justifica-se por um texto ser sempre produto de uma postura ideolgica do autor diante de uma temtica qualquer. Denotao e Conotao Sabe-se que no h associao necessria entre significante (expresso grfica, palavra) e significado, por esta ligao representar uma conveno. baseado neste conceito de signo lingstico (significante + significado) que se constroem as noes de denotao e conotao.

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O sentido denotativo das palavras aquele encontrado nos dicionrios, o chamado sentido verdadeiro, real. J o uso conotativo das palavras a atribuio de um sentido figurado, fantasioso e que, para sua compreenso, depende do contexto. Sendo assim, estabelece-se, numa determinada construo frasal, uma nova relao entre significante e significado. Os textos literrios exploram bastante as construes de base conotativa, numa tentativa de extrapolar o espao do texto e provocar reaes diferenciadas em seus leitores. Ainda com base no signo lingstico, encontra-se o conceito de polissemia (que tem muitas significaes). Algumas palavras, dependendo do contexto, assumem mltiplos significados, como, por exemplo, a palavra ponto: ponto de nibus, ponto de vista, ponto final, ponto de cruz ... Neste caso, no se est atribuindo um sentido fantasioso palavra ponto, e sim ampliando sua significao atravs de expresses que lhe completem e esclaream o sentido. Como Ler e Entender Bem um Texto Basicamente, deve-se alcanar a dois nveis de leitura: a informativa e de reconhecimento e a interpretativa. A primeira deve ser feita de maneira cautelosa por ser o primeiro contato com o novo texto. Desta leitura, extraem-se informaes sobre o contedo abordado e prepara-se o prximo nvel de leitura. Durante a interpretao propriamente dita, cabe destacar palavras-chave, passagens importantes, bem como usar uma palavra para resumir a idia central de cada pargrafo. Este tipo de procedimento agua a memria visual, favorecendo o entendimento. No se pode desconsiderar que, embora a interpretao seja subjetiva, h limites. A preocupao deve ser a captao da essncia do texto, a fim de responder s interpretaes que a banca considerou como pertinentes. No caso de textos literrios, preciso conhecer a ligao daquele texto com outras formas de cultura, outros textos e manifestaes de arte da poca em que o autor viveu. Se no houver esta viso global dos momentos literrios e dos escritores, a interpretao pode ficar comprometida. Aqui no se podem dispensar as dicas que aparecem na referncia bibliogrfica da fonte e na identificao do autor. A ltima fase da interpretao concentra-se nas perguntas e opes de resposta. Aqui so fundamentais marcaes de palavras como no, exceto, errada, respectivamente etc. que fazem diferena na escolha adequada. Muitas vezes, em interpretao, trabalha-se com o conceito do "mais adequado", isto , o que responde melhor ao questionamento proposto. Por isso, uma resposta pode estar certa para responder pergunta, mas no ser a adotada como gabarito pela banca examinadora por haver uma outra alternativa mais completa. Ainda cabe ressaltar que algumas questes apresentam um fragmento do texto transcrito para ser a base de anlise. Nunca deixe de retornar ao texto, mesmo que aparentemente parea ser perda de tempo. A descontextualizao de palavras ou frases, certas vezes, so tambm um recurso para instaurar a dvida no candidato. Leia a frase anterior e a posterior para ter idia do sentido global proposto pelo autor, desta maneira a resposta ser mais consciente e segura.

EXERCICIOSResponda as questes de 1 a 10 de acordo com o texto abaixo: O primeiro dever passado pelo novo professor de portugus foi uma descrio tendo o mar como tema. A classe inspirou-se, toda ela, nos encapelados mares de Cames, aqueles nunca dantes navegados; o episdio do Adamastor foi reescrito pela meninada. Prisioneiro no internato, eu vivia na saudade das praias do Pontal onde conhecera a liberdade e o sonho. O mar de Ilhus foi o tema de minha descrio. Padre Cabral levara os deveres para corrigir em sua cela. Na aula seguinte, entre risonho e solene, anunciou a existncia de uma vocao autntica de escritor naquela sala de aula. Pediu que escutassem com ateno o dever que ia ler. Tinha certeza, afirmou, que o autor daquela pgina seria no futuro um escritor conhecido. No regateou elogios. Eu acabara de completar onze anos. Passei a ser uma personalidade, segundo os cnones do colgio, ao lado dos futebolistas, dos campees de matemtica e de religio, dos que obtinham medalhas. Fui admitido numa espcie de Crculo Literrio onde brilhavam alunos mais velhos. Nem assim deixei de me sentir prisioneiro, sensao permanente durante os dois anos em que estudei no colgio dos jesutas.

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Houve, porm, sensvel mudana na limitada vida do aluno interno: o padre Cabral tomou-me sob sua proteo e colocou em minhas mos livros de sua estante. Primeiro "As Viagens de Gulliver", depois clssicos portugueses, tradues de ficcionistas ingleses e franceses. Data dessa poca minha paixo por Charles Dickens. Demoraria ainda a conhecer Mark Twain, o norteamericano no figurava entre os prediletos do padre Cabral. Recordo com carinho a figura do jesuta portugus erudito e amvel. Menos por me haver anunciado escritor, sobretudo por me haver dado o amor aos livros, por me haver revelado o mundo da criao literria. Ajudou-me a suportar aqueles dois anos de internato, a fazer mais leve a minha priso, minha primeira priso. Jorge Amado 1. Padre Cabral, numa determinada passagem do texto, ordena que os alunos: a)faam uma descrio sobre o mar; b)descrevam os mares encapelados de Cames; c)reescrevam o episdio do Gigante Adamastor;. d)faam uma descrio dos mares nunca dantes navegados; e)retirem de Cames inspirao para descrever o mar. 2. Segundo o texto, para executar o dever imposto por Padre Cabral, a classe toda usou de um certo: a)conhecimento extrado de "As viagens de Gulliver"; b)assunto extrado de tradues de ficcionistas ingleses e franceses; c)amor por Charles Dickens; d)mar descrito por Mark Twain; e)saber j feito, j explorado por clebre autor. 3.Apenas o narrador foi diferente, porque: a)lia Cames; b)se baseou na prpria vivncia; c)conhecia os ficcionistas ingleses e franceses; d)tinha conhecimento das obras de Mark Twain; e)sua descrio no foi corrigida na cela de Padre Cabral. 4.O narrador confessa que no internato lhe faltava: a)a leitura de Os Lusadas; b)o episdio do Adamastor; c)liberdade e sonho; d)vocao autntica de escritor; e)respeitvel personalidade. 5.Todos os alunos apresentaram seus trabalhos, mas s foi um elogiado, porque revelava: a)liberdade; b)sonho; c)imparcialidade; d)originalidade; e)resignao. 6.Por ter executado um trabalho de qualidade literria superior, o narrador adquiriu um direito que lhe agradou muito: a)ler livros da estante de Padre Cabral; b)rever as praias do Pontal; c)ler sonetos camonianos; d)conhecer mares nunca dantes navegados; e)conhecer a cela de Padre Cabral.

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7.Contudo, a felicidade alcanada pelo narrador no era plena. Havia uma pedra em seu caminho: a)os colegas do internato; b)a cela do Padre Cabral; c)a priso do internato; d)o mar de Ilhus; e)as praias do Pontal. 8.Conclui-se, da leitura do texto, que: a)o professor valorizou o trabalho dos alunos pelo esforo com que o realizaram; b)o professor mostrou-se satisfeito porque um aluno escreveu sobre o mar de Ilhus; c)o professor ficou satisfeito ao ver que um de seus alunos demonstrava gosto pela leitura dos clssicos portugueses; d)a competncia de saber escrever conferia, no colgio, tanto destaque quanto a competncia de ser bom atleta ou bom em matemtica; e)graas amizade que passou a ter com Padre Cabral, o narrador do texto passou a ser uma personalidade no colgio dos jesutas. 9.O primeiro dever... foi uma descrio... Contudo nesse texto predomina a: a)narrao; b)dissertao; c)descrio; d)linguagem potica; e)linguagem epistolar. 10.Por isso a maioria dos verbos do texto encontra-se no: a)presente do indicativo; b)pretrito imperfeito do indicativo; c)pretrito perfeito do indicativo; d)pretrito mais que perfeito do indicativo; e)futuro do indicativo. Releia a primeira estrofe e responda as questes de 11 a 13 Cheguei, Chegaste, Vinhas fatigada E triste, e triste e fatigado eu vinha. Tinhas a alma de sonhos povoada. E a alma de sonhos povoada eu tinha. 11. ordem alterada, que o autor elabora no texto, em busca da eufonia e ritmo, d-se o nome de: a)anttese; b)metfora; c)hiprbato; d)pleonasmo; e)assndeto. 12.E a alma de sonhos povoada eu tinha. Na ordem direta fica: a)E a alma povoada de sonhos eu tinha. b)E povoada de sonhos a alma eu tinha. c)E eu tinha povoada de sonhos a alma. d)E eu tinha a alma povoada de sonhos. e)E eu tinha a alma de sonhos povoados.

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PORTUGUS13.Predominam na primeira estrofe as oraes: a)substantivas; b)adverbiais; c)coordenadas; d)adjetivas; e)subjetivas.

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Releia a segunda estrofe para responder as questes de 14 a 17: E paramos de sbito na estrada Da vida: longos anos, presa minha A tua mo, a vista deslumbrada Tive da luz que teu olhar continha 14.O objetivo preso (presa) refere-se a: a)estrada; b)vida; c)minha mo; d)tua mo; e)vista. 15.Coloque nos espaos em branco os verbos ao lado corretamente flexionados no imperativo afirmativo, segunda pessoa do singular. .................................(parar) na estrada da vida; ........................(manter) a luz de teu olhar a)pra mantm b)paras mantns c)pare mantenha d)pares mantenhas e)parai mantende 16.Tive da luz que teu olhar continha. Com luz no plural teramos que escrever assim: a)Tive das luzes que teu olhar continha. b)Tive das luzes que teus olhares continha. c)Tive das luzes que teu olhar continham. d)Tive das luzes que teus olhares continham. e)Tiveram das luzes que teus olhares continham. 17.Tive da luz que teu olhar continha. A orao destacada, em relao ao substantivo luz, guarda um valor de: a)substantivo; b)adjetivo; c)pronome; d)advrbio; e)aposto. Releia as duas ltimas estrofes para responder as questes de 18 a 20: Hoje, segues de novo... Na partida Nem o pranto os teus olhos umedece, Nem te comove a dor da despedida. E eu, solitrio, volto a face, e tremo, vendo o teu vulto que desaparece Na extrema curva do caminho extremo.

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PORTUGUS18.Sujeito do verbo umedecer (umedece): a)a partida; b)os teus olhos; c)tu; d)ela; e)o pranto.

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19. O verbo comover (comove) refere-se no texto (e por isso concorda com ela) palavra: a)o pranto; d)te; b)a dor; e)partida. c)teus olhos; 20. Assinale a alternativa onde aparece um verbo intransitivo. a)Hoje seques de novo. b)Nem o pranto os teus olhos umedece. c)Nem te comove a dor de despedida. d)E eu, solitrio, volto a face. e)Vendo o teu vulto. GABARITO 1 A / 2 E / 3 B / 4 C / 5 D / 6 A / 7 C / 8 D / 9 A / 10 C / 11 C / 12 D / 13 C / 14 D / 15 A / 16 A / 17 B / 18 E 19 B / 20 A LNGUA PORTUGUESA E LITERATURA BRASILEIRA As questes de (01) a (08) referem-se ao texto seguinte.

Texto I

Quem so os puristas? Puristas quem defende a "pureza" da lngua contra todas as formas inovadoras, sempre vistas como sinais de "decadncia", "corrupo" e "runa", no s da lngua, mas tambm, muitas vezes, dos valores morais da sociedade. O termo purista, no por acaso, surgiu na Frana no sculo XVII, no apogeu do regime absolutista, centralizado na figura de um rei todo-poderoso, de uma concepo de mundo e de sociedade doentiamente elitista, que s dava valor ao que vinha do topo do topo, da nata da nata. O pai do purismo o escritor Vaugelas (pronuncia-se vojl). Ah, sim, desculpe a intimidade: Claude Favre, baro de Prouges, senhor de Vaugelas (1585-1650)... Com esses ttulos, evidentemente, ele s podia achar que a "boa linguagem" era a dos aristocratas. Ele escreveu, de fato, que o uso correto do francs devia se inspirar na lngua falada pela "parte mais sadia da Corte". Ento, no basta ser nobre, no basta ser aristocrata, preciso ser mais nobre que a nobreza, mais aristocrata que a aristocracia... O esprito de Vaugelas se incorpora hoje em muitos paspalhos e sacanas que andam por a atacando as "impurezas" do portugus brasileiro. Hoje em dia, nenhum purista gosta de ser chamado assim, porque, com o tempo, o rtulo se tornou pejorativo. No entanto, com um grau maior ou menor de intolerncia, esses que andam dando "dicas de portugus", escrevendo sobre a "falta de estilo" dos outros, chamando os brasileiros de "asnos", "imbecis" ou, pior, de "caipiras" e "ndios" (como se fossem xingamentos) so todos inegavelmente puristas. Uns se disfaram com um aparente liberalismo, dizem que no se pode discriminar ningum pela linguagem, etc., mas, no final, sempre acabam pregando a obrigao de se usar as formas mais conservadoras naquilo que chamam de "padro culto formal", que nunca se preocupam em explicar o que . Outros usam um humor duvidoso, conquistam o leitor com piadinhas

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sempre muito preconceituosas para nos convencer de que no Brasil se fala um portugus "de rua, de botequim ou de cama", como escreveu um deles. A atitude irracional dos puristas fica evidente no absoluto desprezo que eles tm, no s pela lingstica cientfica (o que bem compreensvel, sendo eles o que so), mas tambm pelo trabalho dos gramticos e dicionaristas profissionais. O purista sempre recorre a frmulas como "segundo a tradio gramatical", "nos melhores dicionrios" e coisas parecidas. Mas essa alegao retrica vazia. Os gramticos e dicionaristas de verdade reconhecem, com frequncia, as inovaes que os falantes tm introduzido na lngua e do sua chancela a esses novos usos. Pergunte a um purista, por exemplo, se tanto faz usar "despercebido" ou "desapercebido". Ele vai dizer imediatamente que no, que cada uma das palavras tem sentido preciso e diferente. Mas no dicionrio Houaiss a gente l: "ante o emprego desses dois vocbulos como sinnimos por autores de grande expresso [...] a rejeio [da sinonmia] faz-se inaceitvel". Pior quando eles querem reformar a lngua a tapa, tentando impedir usos consagrados h sculos, presentes em todas as modalidades da lngua, inclusive na melhor literatura. Bom exemplo o de um desses supostos especialistas que, tornado clebre por sua quase onipresena na mdia, tirou do colete a regra bisonha de que a expresso "risco de vida" est errada e que s podemos falar de "risco de morte". Pronto: foi o que bastou para todos os reprteres da televiso comearem a falar de "risco de morte". mole? X, fantasma de Vaugelas! T'esconjuro! FONTE: BAGNO, Marcos. Revista Caros amigos - Seo: Falar brasileiro, p. 10 - agosto de 2009. QUESTO 01 Pode-se afirmar que o texto a) expe as razes pelas quais os puristas defendem o padro culto formal da lngua. b) critica a postura daqueles que agem de forma conservadora em relao linguagem. c) analisa os motivos pelos quais os puristas adotaram uma viso inflexvel diante das variaes lingsticas. d) informa o leitor sobre as conseqncias da viso purista na avaliao dos modos de expresso das pessoas. QUESTO 02 De acordo com o texto, para os puristas, lngua um(a) a) srie de normas que devem ser seguidas. b) somatrio de leis e usos que mudam com o tempo. c) conjunto de variedades lingsticas empregadas pelo falante. d) fenmeno social sujeito interferncia da comunidade que a usa. QUESTO 03 As concepes de lngua dos puristas e do autor podem ser caracterizadas, respectivamente, como a) flexvel e liberal. b) conservadora e elitista. c) preconceituosa e tolerante. d) discriminatria e pejorativa. QUESTO 04 Pode-se afirmar que os puristas a) associam valores sociais preservao da lngua. b) tm o respaldo de gramticos e dicionaristas profissionais. c) valorizam as inovaes que os falantes introduzem na lngua. d) consideram sinnimas as palavras desapercebido e despercebido. QUESTO 05 H marcas de oralidade da linguagem em: a) "Pior quando eles querem reformar a lngua no tapa, tentando impedir usos consagrados h sculos..."

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b) "Hoje em dia, nenhum purista gosta de ser chamado assim, porque, com o tempo, o rtulo se tornou pejorativo." c) "Ento, no basta ser nobre, no basta ser aristocrata, preciso ser mais nobre que a nobreza, mais aristocrata que a aristocracia..." d) "O termo purista, no por acaso, surgiu na Frana no sculo XVII, no apogeu do regime absolutista, centrado na figura de um rei todo-poderoso..." QUESTO 06 O uso das aspas nos termos grifados revela a ironia do autor em relao aos puristas, EXCETO em: a) "Purista quem defende a 'pureza' da lngua contra todas as formas inovadoras..." b) "... tirou do colete a regra bisonha de que a expresso 'risco de vida' est errada..." c) "...o uso correto do francs devia se inspirar na lngua falada pela 'parte mais sadia da Corte'." d) "Com esses ttulos, evidentemente, ele s podia achar que a 'boa linguagem' era a dos aristocratas." QUESTO 07 A ordem direta dos termos da orao NO utilizada em: a) "Hoje em dia, nenhum purista gosta de ser chamado assim..." b) "Outros usam um humor duvidoso, conquistam o leitor com piadinhas..." c) "O purista sempre recorre a frmulas como 'segundo a tradio gramatical' (...)" d) "A atitude irracional dos puristas fica evidente no absoluto desprezo que eles tm (...)" QUESTO 08 A palavra COMO tem o valor circunstancial de conformidade em: a) "...a 'pureza' da lngua contra todas as formas inovadoras, sempre vistas como sinais de 'decadncia', 'corrupo' e 'runa'..." b) "O purista sempre recorre a frmulas como 'segundo a tradio gramatical', 'nos melhores dicionrios' e coisas parecidas." c) "...chamando os brasileiros de 'asnos', 'imbecis' ou, pior, de 'caipiras' e 'ndios' (como se fossem xingamentos) so todos inegavelmente puristas." d) "...com piadinhas sempre muito preconceituosas para nos convencer de que no Brasil se fala um portugus 'de rua, de botequim ou de cama', como escreveu um deles." As questes (09) e (10) referem-se ao texto seguinte.

Texto II

Em As meninas, Velzquez pinta o espectador. Obra mxima da pintura, As meninas, de Diego Velzquez, nos faz esquecer do nosso museu de feias artes. O reprter entra no Museu do Prado, em Madrid, com fome de beleza. S o extraordinrio museu pode ser um blsamo contra a chuva cida do Brasil onde somente existe o erro. O reprter entra no Prado e banhado por um rio maravilhoso de cores e luzes, rubro, azul, ouro, prata, verde, corpos divinos e cortesos (toda a pintura foi feita para Deus e para os reis!) e esquece o triste pas de onde vem, que virou um museu de feias artes. Talvez esteja se gestando aqui uma nova arte: a arte do erro. O reprter j tinha visto As meninas de Diego Velzquez anos atrs. Muitos acham que a obra mxima da histria da arte, "a teologia da pintura", como disse Lucas Jordan. O reprter evitava, no entanto, entrar na sala onde fulgia o enorme quadro de 1656. Queria ver os outros artistas antes de rev-lo, pois, como disse Carlo Justi, "no h quadro nenhum que nos faa esquecer este"; e o reprter queria provar isto. Queria tambm retardar a alegria de reencontrar sua clara lio de essncia que a primeira viso lhe dera anos antes. E invadiu as cenas renascentes de Ticiano, e mergulhou entre as coxas da Vnus de Rubens, entre os azuis febris de Veronese, olhou nervoso os plidos verdes e ouros secos de El Greco, at que tomou coragem e penetrou com temor e esperana a sala onde estava o enorme quadro As meninas, de

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Diego Velzquez. E de novo se deu o misterioso fenmeno. Como num ralo destampado, tudo comeou a girar e ser tragado. Parecia que as pinturas todas do Museu do Prado se fundiam num rio de tintas que jorravam para dentro de um poltergeist da arte que era o quadro de Velzquez. A tela mgica era um buraco negro que sugava a fico suntuosa da poesia, o mistrio triunfal das metforas. Tudo se esvaa diante da essencialidade daquele quadro de Velzquez, daquele quadro que parecia estragar a feira de iluses de todos os sculos. Mesmo as maiores obras-primas ficavam ingnuas diante daquele quadro monumental. FONTE: JABOR, Arnaldo. Os canibais esto na sala de jantar. So Paulo: Siciliano, 1993. Fragmento. Vocabulrio: Blsamo: aroma agradvel e penetrante; perfume Corteso: pessoa que freqenta a corte de um soberano; pessoa que vive e/ou trabalha na corte; indivduo educado, agradvel no trato com os demais. Teologia: cincia ou estudo que se ocupa de Deus, de sua natureza e seus atributos e de suas relaes com o homem e com o universo. Fulgia: fazer brilhar ou brilhar; resplandecer. Poltergeist: fenmeno sobrenatural que desloca objetos e provoca rudos. QUESTO 09 NO se pode inferir, pelo texto, que o autor a) tem uma viso pessimista do Brasil. b) considera a produo artstica europia primria. c) associa a realidade social brasileira arte do erro. d) possui uma viso idealizada do quadro de Velsques. QUESTO 10 Na construo do texto, o autor utiliza-se de um(a) a) narrativa que, por sua progresso, propicia o envolvimento do leitor. b) espao do sonho que se caracteriza pela ausncia de vnculos com a realidade. c) narrador-personagem que conta sua experincia esttica no Museu do Prado. d) descrio objetiva e minuciosa dos quadros que so observados pelo personagem. A questo (11) refere-se ao texto seguinte.

Texto III

Discreta e formosssima Maria. Discreta e formosssima Maria, Enquanto estamos vendo a qualquer hora Em tuas faces a rosada Aurora, Em teus olhos, e boca o Sol, e o dia: (...) Goza, goza da flor da mocidade, Que o tempo trota a toda ligeireza, E imprime em toda a flor sua pisada. Oh no aguardes, que a madura idade Te converta essa flor, essa beleza Em terra, em cinza, em p, em sombra, em nada. FONTE: MATOS, Gregrio de. Poemas de Gregrio de Matos por Letcia Malard. Belo Horizonte: Ed. Autntica, 1998. QUESTO 11

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PORTUGUSNeste poema, NO se percebe a) humor ferino. b) prazer existencial. c) fugacidade do tempo. d) efemeridade da beleza.

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QUESTO 12 O poeta Gregrio de Matos tornou-se importante na representao da literatura barroca brasileira porque a) enfatizou a produo potica satrica em detrimento da religiosa. b) pautou sua vida pelo respeito s normas e costumes sociais e estticos. c) criticou membros do clero e do poder poltico e exaltou ndios e mulatos. d) apropriou-se de formas e temas do barroco europeu, adequando- os ao contexto local. As questes de (13) a (15) referem-se aos textos IV e V. Texto IV Lira XV Eu, Marlia, no fui nenhum vaqueiro, Fui honrado Pastor da tua aldeia; Vestia finas ls, e tinha sempre A minha choa do preciso cheia. Tiraram-me o casal, e o manso gado, Nem tenho, a que me encoste, um s cajado. (...) Se no tivermos ls, e peles finas, Podem mui bem cobrir as carnes nossas As peles dos cordeiros mal curtidas, E os panos feitos com as ls mais grossas. Mas ao menos ser o teu vestido Por mos do amor, por minhas mos cosido. Ns iremos pescar na quente sesta Com canas, e com cestos os peixinhos: Ns iremos caar nas manhs frias Com a vara envisgada os passarinhos. Para nos divertir faremos quanto Reputa o varo sbio, honesto e santo. (...) FONTE: GONZAGA, Toms Antnio. Marlia de Dirceu. Rio de Janeiro: Ediouro, s/d. Texto V Amor de ndio Tudo o que move sagrado E remove as montanhas Com todo cuidado, meu amor (...) Sim, todo amor sagrado E o fruto do trabalho mais que sagrado, meu amor A massa que faz o po Vale a luz do seu suor

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Lembra que o sono sagrado E alimenta de horizontes O tempo acordado de viver No inverno te proteger No vero sair pra pescar No outono te conhecer Primavera poder gostar No estio me derreter Pra na chuva danar e andar junto O destino que se cumpriu De sentir seu calor e ser tudo FONTE: GUEDES, Beto & BASTOS, Ronaldo. In GUEDES, Beto. Amor de ndio. EMI Music, 1978. QUESTO 13 So temas presentes nos textos, EXCETO a) bucolismo. b) amor idealizado. c) simplicidade existencial. d) desprezo ao trabalho urbano. QUESTO 14 Nos dois textos, percebe-se a) diviso mtrica irregular. b) intertextualidade denominada pardia. c) composio lrica em terceira pessoa. d) construo potica como espao utpico. QUESTO 15 Nos versos: "Lembra que o sono sagrado / E alimenta de horizontes/ O tempo acordado de viver", nota-se a figura de linguagem intitulada a) metfora. b) paradoxo. c) metonmia. d) pleonasmo. Gabarito do Processo Seletivo Ensino Tcnico - 2 semestre 2010 01 A 06 A 11 B 02 A 07 D 12 D 03 C 08 B 13 D 04 D 09 A 14 C 05 B 10 B 15 C

LNGUA PORTUGUESA E LITERATURA BBRASILEIRA As questes de (01) a (08) referem-se ao seguinte texto.

Texto I

O funil da informao Quem decide o que voc pode ver e ouvir? Como voc forma sua opinio sobre os acontecimentos recentes? Quais so os argumentos pr e contra que voc conhece referentes a temas to importantes como a transposio do rio So Francisco,

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Angra 3, o fato de o Brasil ter feito emprstimo ao Fundo Monetrio Internacional, ou ainda sobre o direito unio estvel entre pessoas do mesmo sexo? A I Conferncia Nacional de Comunicao, que deve ocorrer em dezembro prximo, vai tratar dessas e de outras questes. Ela est sendo preparada por debates em todo o pas e o primeiro grande momento de colocar em questo o controle da mdia pelas elites, um processo que se refora no mundo inteiro nos anos de 1990. uma oportunidade nica de a cidadania organizada impulsionar a democratizao da democracia e questionar as atuais estruturas de poder que controlam a produo da informao e a anlise dos fatos. Uma sociedade que se quer democrtica no pode ter os canais de TV e os jornais nacionais controlados por 15 grupos que exercem um "coronelismo eletrnico" que assegura s elites e a seus polticos o controle da informao no seu territrio de domnio. Como ignorar que a famlia Marinho (Globo) detm a concesso de 32 canais de televiso e 20 estaes de rdio por todo o Brasil? Que a famlia Saad (Bandeirantes) tem outros 12 canais de televiso e mais 21 estaes de rdio no pas? Ou que Slvio Santos (SBT) tambm tem 10 canais de TV espalhados pelo territrio nacional? Como ignorar que eles se orientam por interesses privados, muitas vezes em conflito com o interesse pblico? As concesses de rdio e TV vm sendo, h muito, utilizadas como moeda de troca nas negociaes que estabelecem alianas polticas. isso que explica o controle dos Magalhes, na Bahia; dos Collor de Mello, em Alagoas; dos Barbalho, no Par; dos Sarney, no Maranho; dos Pimentel, no Paran. Pesquisas recentes indicam que um tero dos senadores e mais de 10% dos deputados federais eleitos para o mandato 2007-2010 controlam concesses de radiodifuso. Esse controle da informao e da formao da opinio pblica um processo que se desenvolve em vrias etapas. Ele parte da formulao dos principais jornais brasileiros O Globo, O Estado de S. Paulo, Folha de S. Paulo que selecionam os temas e geram os contedos, interpretaes e anlises dos fatos. Esses jornais e suas agncias de notcias municiam jornais regionais e municipais, rdios e, principalmente, os noticirios de TV. s TVs cabe popularizar a notcia, afinal, mais de 90% das famlias brasileiras tm um aparelho de TV em casa e, em sua grande maioria, a partir dos seus telejornais que vo "informarse" sobre o que acontece no pas e no mundo. Em alguns pases, fortalecer TV pblica foi o caminho para a democratizao da mdia. Em outros, uma fiscalizao mais rgida das normas que disciplinam as concesses, que so renovadas de tempos em tempos, ajudou a garantir uma perspectiva republicana e democrtica. A mdia cumpre um papel fundamental na formao cultural de um povo, nos padres de sociabilidade que estabelecem como se relacionar com os demais e na afirmao de valores que sustentam regimes polticos. A diferena de programao entre os canais abertos e os canais fechados de TV demonstra o que nossas elites destinam para o grande pblico, e o que a televiso pode fazer no sentido de elevar o padro cultural de uma sociedade; ainda que sejam poucos os canais fechados com boa programao, eles comprovam que este meio de comunicao pode ter outros contedos. A internet tambm uma nova plataforma de comunicao para gerar e sociabilizar informaes e anlises, mas, mesmo com seu crescimento, chega a pouco mais de 10% de nossa populao. Um novo marco regulatrio indispensvel para garantir o sentido republicano e democrtico da atuao dos meios de comunicao; novos mecanismos de gesto democrtica e participativa desses meios, mecanismos efetivos de controle social, alm de uma maior presena de canais pblicos e educativos e a liberao das rdios comunitrias, entre outras medidas. "A mdia deveria ser o alicerce da sociedade democrtica, que desafia a autoridade e oferece ao povo a oportunidade igual de aprender e participar."* A Conferncia Nacional de Comunicao abre espao para a democratizao da comunicao; depende de ns. FONTE: BAVA, Silvio Caccia. Le Monde Diplomatique - Brasil editorial. Ano 3 N 25 - agosto de 2009. *"Midia e poder"; entrevista com Noam Chomsky, por Regina Zappa, s/d. QUESTO 01 A funo do 1 pargrafo do texto a) sintetizar a idia que ser debatida. b) enumerar as questes que sero tratadas no texto.

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c) contextualizar o leitor sobre o tema que ser apresentado. d) despertar o interesse do leitor em relao temtica que ser abordada. QUESTO 02 De acordo com o 2 pargrafo, pode-se afirmar que a(o)(s) a) controle das mdias pelas elites um fenmeno brasileiro. b) cidados tero, na referida Conferncia, oportunidade de debater a mdia. c) democracia no pas precisa ser reafirmada por grupos organizados de discusso. d) I Conferncia Nacional de Comunicao dever ater-se s questes apresentadas no 1 pargrafo. QUESTO 03 O vocbulo QUE em destaque NO exerce a mesma funo sinttica em: a) "(... ) um processo que se refora no mundo inteiro nos anos 1990." b) "Como ignorar que a famlia Marinho (Globo) detm a concesso de 32 canais de televiso (...)." c) "(...) e os canais fechados de TV demonstra o que nossas elites destinam para o grande pblico (...)." d) "Uma sociedade que se quer democrtica no pode ter os canais de TV e os jornais nacionais controlados (...)." QUESTO 04 A formao da opinio pblica controlada pela(o)(s) a) partidos que procuram atender aos interesses de seus membros. b) normas que garantem critrios para o uso da informao pela mdia. c) monoplio dos grandes jornais que ditam as diretrizes da informao. d) mecanismos que estruturam a democracia nos meios de comunicao miditica. Educao Profissional Tcnica de Nvel Mdio Subseqente 1 Semestre 2010 9 QUESTO 05 As estruturas de poder geradoras do funil da informao so da ordem de interesses a) jurdicos e ticos. b) sociais e religiosos. c) culturais e partidrios. d) polticos e econmicos. QUESTO 06 uma estratgia argumentativa que refora a credibilidade do texto a(o) a) referncia a dados numricos. b) apresentao subjetiva das idias. c) utilizao de uma linguagem informal. d) parfrase de discurso de autoridade sobre a mdia. QUESTO 07 No 7 pargrafo, as aspas que aparecem em "informar-se" a) marcam a inteno irnica do autor. b) reforam o sentido denotativo do verbo. c) indicam o uso metafrico da palavra em questo. d) fazem referncia incorporao da fala de outra pessoa. QUESTO 08 "Em alguns pases, fortalecer a TV pblica foi o caminho para a democratizao da mdia." Reescrita a frase acima, NO se manteve o mesmo sentido em: a) A democratizao da mdia, em alguns pases, fortaleceu a TV pblica. b) Alguns pases, para a democratizao da mdia, fortaleceram a

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TV pblica. c) A democratizao da mdia, em alguns pases, deu-se por meio do fortalecimento da TV pblica. d) O fortalecimento da TV pblica foi o caminho para que se democratizasse a mdia em alguns pases. As questes de (09) e (10) referem-se ao seguinte texto. Texto II O pavo E considerei a glria de um pavo ostentando o esplendor de suas cores; um luxo imperial. Mas andei lendo livros, e descobri que aquelas cores todas no existem na pena do pavo. No h pigmentos. O que h so minsculas bolhas d'gua em que a luz se fragmenta, como em um prisma. O pavo um arco-ris de plumas. Eu considerei que este o luxo do grande artista, atingir o mximo de matizes com o mnimo de elementos. De gua e luz ele faz seu esplendor; seu grande mistrio a simplicidade. Considerei, por fim, que assim o amor, oh! minha amada; de tudo que ele suscita e esplende e estremece e delira em mim existem apenas meus olhos recebendo a luz de teu olhar. Ele me cobre de glrias e me faz magnfico. Rio, novembro, 1958. FONTE: BRAGA, Rubem. Ai de ti, Copacabana. Rio de Janeiro: Record, 1996. Vocabulrio: Matiz: colorido obtido da mistura ou combinao de vrias cores num todo. Suscitar: fazer nascer ou aparecer; criar. QUESTO 09 Analisando o texto de Rubem Braga, afirma-se que a(o) a) leitura um processo transformador da vivncia sujeito-leitor. b) linguagem utilizada apresenta-se como jornalstica, clara e objetiva. c) relao de submisso entre o natural e o humano essencial para arte. d) narrador reage melancolicamente correspondncia entre o pavo e o artista. QUESTO 10 "Metalinguagem: a linguagem utilizada para descrever outra linguagem ou qualquer sistema de significao: todo discurso acerca de uma lngua (...)". FONTE: FERREIRA, Aurlio Buarque de Holanda. Novo dicionrio Aurlio da lngua portuguesa. 2. ed. revista e aumentada. Rio de Janeiro: Ed. Nova Fronteira, 1986, p. 1126. Considerando-se a explicao acima, pode-se inferir que o texto de Rubem Braga a) utiliza o vocbulo "luz" com sentido diverso, revelando a predominncia do processo de metalinguagem. b) aborda a temtica metalingstica, uma vez que se volta para o cotidiano ao descrever os desejos do narrador. c) apresenta uma configurao metalingstica pelo desejo de realizar a obra de arte de maneira condensada. d) apresenta caractersticas amorosas, expressando a iluso comum a todo processo artstico relativo metalinguagem. A questo (11) refere-se ao texto que se segue. Texto III "Diz Cristo 'saiu o pregador evanglico a semear' a palavra divina. Bem parece este texto dos livros de Deus. No s faz meno do semear, mas tambm caso do sair: Exiit, porque no dia da messe ho-nos de medir a semeadura e ho-nos de contar os passos. O mundo aos que lavrais com ele, nem vos satisfaz o que despendeis, nem vos paga o que andais. Deus no assim. Para quem lavra com Deus at o sair semear, porque tambm das passadas colhe fruto. Entre os semeadores do Evangelho h uns que saem a semear, h outros que semeiam sem sair. Os que saem a semear so os que vo pregar ndia, China, ao Japo; os que semeiam sem sair, so os que contentam com pregar na Ptria.

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Todos tero sua razo, mas tudo tem sua conta. Aos que tm seara em casa, pagar-lhes-o a semeadura; aos que vo buscar a seara ao longe, ho-lhes de medir a semeadura e ho-lhes de contar os passos. Ah! Dia do Juizo! Ah! pregadores! Os de c, achar-vos-eis com mais Pao; os de l, com mais passos: Exiit seminrio." FONTE: VIEIRA, Antonio. Sermo da sexagsima. Belo Horizonte: Itatiaia, 2008. Vocabulrio: Messe: converso das almas. Semente: palavra de Deus. Pao: habitao de luxo, palcio. Passo: maneira de andar, marca deixada pelos ps. QUESTO 11 O autor do trecho acima estava preocupado em a) privilegiar o semear ao sair. b) criticar os que semeiam sem sair. c) sugerir os vrios modos de semear. d) semear a palavra de Deus na Ptria. QUESTO 12 O arcadismo brasileiro I- apresentou o procedimento que se caracterizava por imitar modelos. II- utilizou padres artsticos do Renascimento e da Antiguidade Clssica. III- enfatizou as tenses na relao entre o "eu lrico" e a paisagem campestre. IV- procurou a naturalidade racional, atravs da simplicidade estilstica e da clareza das idias. Esto corretos os itens a) I e II. b) II e III. c) I, II e IV. d) I, III e IV. QUESTO 13 No meio das tabas de amenos verdores, Cercados de troncos - cobertos de flores, Alteiam-se os tetos d'altiva nao; So muitos seus filhos, nos nimos fortes, Temveis na guerra, que densas coortes Assombram das matas a imensa extenso. FONTE: DIAS, Antonio Gonalves. I-Juca-Pirama seguido de Os Timbiras. Porto Alegre: L&PM, 1999. No fragmento acima, NO se encontra a seguinte caracterstica romntica: a) ufanismo. b) indianismo. c) ritmo meldico. d) lirismo amoroso. QUESTO 14 Os sapos Enfunando os papos, Saem da penumbra, Aos pulos, os sapos,

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A luz os deslumbra. Em ronco que aterra Berra o sapo-boi - "Meu pai foi guerra!" - "No foi!" - "Foi!" - "No foi!". O sapo-tanoeiro Parnasiano aguado, Diz: - "Meu cancioneiro bem martelado." (...) Vai por cinqenta anos Que lhes dei a norma: Reduzi sem danos A frmas a forma. BANDEIRA, Manuel. Estrela da vida inteira. Rio de Janeiro: Nova Fronteira, 1993. O poema acima revela, em relao ao parnasianismo, um(a) a) tributo. b) pardia. c) epgrafe. d) parfrase. QUESTO 15 Vcio na fala Para dizerem milho dizem mio Para melhor dizem mi Para pior pi Para telha dizem teia Para telhado dizem teiado E vo fazendo telhados ANDRADE, Oswald de. Pau-Brasil. So Paulo: Nova Fronteira, 1992. O aspecto do modernismo brasileiro destacado no poema refere-se a) crtica social. b) temtica urbana. c) abordagem poltica. d) problemtica lingstica. GABARITO PROCESSO SELETIVO 2 SEMESTRE DE 2010 01 D 06 D 11 B 02 A 07 B 12 C 03 A 08 B 13 C 04 A 09 A 14 B 05 C 10 D

15 D

LNGUA PORTUGUESA E LITERATURA BRASILEIRA As questes de (1) a (11) referem-se ao texto de Machado de Assis.

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Um aplogo Era uma vez uma agulha, que disse a um novelo de linha: Por que est voc com esse ar, toda cheia de si, toda enrolada, para fingir que vale alguma cousa neste mundo? Deixe-me, senhora. Que a deixe? Que a deixe, por qu? Porque lhe digo que est com um ar insuportvel? Repito que sim, e falarei sempre que me der na cabea. Que cabea, senhora? A senhora no alfinete, agulha. Agulha no tem cabea. Que lhe importa o meu ar? Cada qual tem o ar que Deus lhe deu. Importe-se com a sua vida e deixe a dos outros. Mas voc orgulhosa. Decerto que sou. Mas por qu? boa! Porque coso. Ento os vestidos e enfeites de nossa ama, quem que os cose, seno eu? Voc? Esta agora melhor. Voc que os cose? Voc ignora que quem os cose sou eu, e muito eu? Voc fura o pano, nada mais; eu que coso, prendo um pedao ao outro, dou feio aos babados... Sim, mas que vale isso? Eu que furo o pano, vou adiante, puxando por voc, que vem atrs obedecendo ao que eu fao e mando... Tambm os batedores vo adiante do imperador. Voc imperador? No digo isso. Mas a verdade que voc faz um papel subalterno, indo adiante; vai s mostrando o caminho, vai fazendo o trabalho obscuro e nfimo. Eu que prendo, ligo, ajunto... Estavam nisto, quando a costureira chegou casa da baronesa. No sei se disse que isto se passava em casa de uma baronesa, que tinha a modista ao p de si, para no andar atrs dela. Chegou a costureira, pegou do pano, pegou da agulha, pegou da linha, enfiou a linha na agulha, e entrou a coser. Uma e outra iam andando orgulhosas, pelo pano adiante, que era a melhor das sedas, entre os dedos da costureira, geis como os galgos de Diana para dar a isto uma cor potica. E dizia a agulha: - Ento, senhora linha, ainda teima no que dizia h pouco? No repara que esta distinta costureira s se importa comigo; eu que vou aqui entre os dedos dela, unidinha a eles, furando abaixo e acima... A linha no respondia nada; ia andando. Buraco aberto pela agulha era logo enchido por ela, silenciosa e ativa, como quem sabe o que faz, e no est para ouvir palavras loucas. A agulha, vendo que ela no lhe dava resposta, calou-se tambm, e foi andando. E era tudo silncio na saleta de costura; no se ouvia mais que o plic-plic-plic-plic da agulha no pano. Caindo o sol, a costureira dobrou a costura, para o dia seguinte; continuou ainda nesse e no outro, at que no quarto acabou a obra, e ficou esperando o baile. Veio a noite do baile, e a baronesa vestiu-se. A costureira, que a ajudou a vestir-se, levava a agulha espetada no corpinho, para dar algum ponto necessrio. E enquanto compunha o vestido da bela dama, e puxava a um lado ou outro, arregaava daqui ou dali, alisando, abotoando, acolchetando, a linha, para mofar da agulha, perguntou-lhe: - Ora, agora, diga-me, quem que vai ao baile, no corpo da baronesa, fazendo parte do vestido e da elegncia? Quem que vai danar com ministros e diplomatas, enquanto voc volta para a caixinha da costureira, antes de ir para o balaio das mucamas? Vamos, diga l. Parece que a agulha no disse nada; mas um alfinete, de cabea grande e no menor experincia, murmurou pobre agulha: - Anda, aprende, tola. Cansas-te em abrir caminho para ela e ela que vai gozar da vida, enquanto a ficas na caixinha de costura. Faze como eu, que no abro caminho para ningum. Onde me espetam, fico. Contei esta histria a um professor de melancolia, que me disse, abanando a cabea: - Tambm eu tenho servido de agulha a muita linha ordinria! ASSIS, Machado de. Um aplogo. De conto em conto. So Paulo: tica, 2003, p. 69-72.

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QUESTO 01 NO se pode afirmar que o narrador do texto a) focaliza elementos do cotidiano relacionados elite brasileira. b) mostra-se ctico em relao ao jogo de aparncias mundanas. c) prope, sutilmente, a crena em novas formas de harmonia em sociedade. d) apresenta as personagens compondo distintos lugares na estrutura social. QUESTO 02 Sobre o gnero do texto Um aplogo, pode-se afirmar que a) privilegia a organizao dissertativa na construo do enredo intrincado. b) representa o gnero potico de fundo religioso com argumentos moralistas. c) se aproxima estrutura de um conto pelo aparecimento do tempo psicolgico. d) se assemelha fbula pela utilizao de elementos figurativos para realizar uma crtica. QUESTO 03 NO se pode depreender do texto que a(os) a) agulha e a linha simbolizam a dificuldade humana de se partilhar uma vida. b) caixinha da costureira revela-se lugar obscuro em oposio ao luxo a ser exibido no baile. c) ministros, os diplomatas e o professor de melancolia so personagens imprescindveis ao ncleo da trama. d) alegoria da narrativa representada pelo vestido da baronesa constri-se medida que a costureira trabalha. QUESTO 04 I- Faze como eu, que no abro caminho para ningum. Onde me espetam, fico. II- Tambm eu tenho servido de agulha a muita linha ordinria! Com base na relao entre os trechos, pode-se concluir que o objetivo do narrador a) levar o leitor a evitar os interesses mesquinhos do jogo social. b) revelar uma mordaz ironia quanto falsa cordialidade das relaes humanas. c) demonstrar que a agressividade da agulha deveu-se atitude ftil e errnea da linha. d) evidenciar a necessidade de cada um defender seus interesses no mundo competitivo. QUESTO 05 Referindo-se ao conto de Machado de Assis, afirma-se: I- O texto apresenta narrador em terceira pessoa. II- Os fatos so narrados em ordem cronolgica. III- As protagonistas representam a luta do bem contra o mal. IV- H mescla entre discurso direto e discurso indireto. Esto corretas apenas as afirmativas a) I e II. b) II e III. c) I, II e IV. d) I, III e IV. QUESTO 06 Sobre o texto Um aplogo, correto afirmar que a) o narrador desenvolve a trama a partir de um lugar situado no futuro em relao aos fatos apresentados. b) a expresso era uma vez retira o carter de verossimilhana dos fatos narrados. c) os dilogos contribuem para distanciar o enredo do conto ao das fbulas. d) as personagens vivem um conflito narrado pelo professor de melancolia. QUESTO 07

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Sim, mas que vale isso? Eu que furo o pano, vou adiante, puxando por voc, que vem atrs obedecendo ao que eu fao e mando... Tambm os batedores vo adiante do imperador. Voc imperador? Sobre o trecho, pode-se afirmar, corretamente, que a linha a) compara a agulha a uma personagem da realeza. b) exalta o valor da agulha ao relacion-la a batedores. c) evidencia a abertura de caminhos para a passagem da adversria. d) critica a agulha por esta se considerar importante como um imperador. QUESTO 08 Chegou a costureira, pegou do pano, pegou da agulha, pegou da linha, enfiou a linha na agulha, e entrou a coser. Esse trecho foi reescrito das seguintes maneiras: I- Chegou a costureira, pegou o pano, a agulha, a linha, enfiou-a na agulha e comeou a coser. II- Chegou a costureira, pegou de pano, agulha e linha, enfiou na agulha, onde, ento, comeou a coser. III- A costureira chegou, pegou do pano, da agulha e da linha, que enfiou na agulha, e entrou a coser. IV- A costureira chegou, pegou pano, agulha, linha, a qual enfiou na agulha, e entrou a coser. V- Chegou a costureira, pegou pano, agulha e linha, os quais enfiou na agulha, e comeou a coser. O emprego dos pronomes est correto apenas em a) I, II e V. b) I, III e IV. c) I, III e V. d) II, IV e V. QUESTO 09 Manteve-se a ordem direta dos termos da orao na frase: a) A agulha, vendo que ela no lhe dava resposta, calou-se tambm, e foi andando. b) Caindo o sol, a costureira dobrou a costura, para o dia seguinte; continuou ainda nesse e no outro, (...) c) E era tudo silncio na saleta de costura; no se ouvia mais que o plic-plic-plic-plic da agulha no pano. d) A costureira, que a ajudou a vestir-se, levava a agulha espetada no corpinho, para dar algum ponto necessrio. QUESTO 10 O uso das vrgulas est corretamente justificado em: a) Ento, senhora linha, ainda teima no que dizia h pouco? (SEPARAR VOCATIVO) b) A agulha, vendo que ela no lhe dava resposta, calou-se tambm, (...) (SEPARAR APOSTO) c) A costureira, que a ajudou a vestir-se, levava a agulha espetada no corpinho, (...) (SEPARAR ORAO ADVERBIAL LONGA) d) Uma e outra iam andando orgulhosas, pelo pano adiante, que era a melhor das sedas. (INTERCALAR ORAO EXPLICATIVA) QUESTO 11 O trecho que apresenta uma relao entre idias opostas : a) Quem que vai danar com ministros e diplomatas, enquanto voc volta para a caixinha da costureira? b) - Ora, agora, diga-me, quem que vai ao baile, no corpo da baronesa, fazendo parte do vestido e da elegncia? c) Por que est voc com esse ar, toda cheia de si, toda enrolada, para fingir que vale alguma cousa neste mundo? d) Caindo o sol, a costureira dobrou a costura, para o dia seguinte; continuou ainda nesse e no outro, at que no quarto acabou a obra, e ficou esperando o baile.

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QUESTO 12 A explicao para a grafia dos porqus NO est correta em a) Que a deixe, por qu? (PRINCPIO DE UMA EXPLICAO) b) boa! Porque coso. (INTRODUO DE UMA EXPLICAO) c) Porque lhe digo que est com um ar insuportvel? (INTRODUO DE RESPOSTA) d) Por que est voc com esse ar, toda cheia de si, toda enrolada, para fingir que vale alguma cousa neste mundo? (INCIO DE PERGUNTA INDIRETA) As questes de (13) a (15) referem-se leitura do livro De conto em conto. QUESTO 13 Ao se estabelecer relao intertextual entre os contos Um aplogo, de Machado de Assis, e O homem que sabia javans, de Lima Barreto, pode-se inferir que os textos a) estabelecem uma crtica severa em relao hipocrisia social. b) possuem o interesse de censurar as vaidades e invejas humanas. c) expem ressentimentos dos autores por serem mulatos e terem origem social humilde. d) voltam-se para a dissecao dos costumes e do espao suburbano do Rio de Janeiro. QUESTO 14 O conflito de interesses tema comum no livro De conto em conto. INCORRETO afirmar que o conto a) O torcedor, de Carlos Drummond de Andrade, apresenta oposies, mas elas so contornadas pela sutil estratgia do protagonista. b) Boa de garfo, de Lus Vilela, mostra instigante dilogo entre homens com interesses distintos, mas, em seu desfecho, entram em acordo. c) Biruta, de Lygia Fagundes Telles, destaca conflitos entre as intenes de Alonso e os de Dona Zulu, na noite de Natal, quando surge uma feliz soluo para ambos. d) Negcio de menino com menina, de Ivan ngelo, sugere, em seu final, o entendimento entre duas personagens, apesar da constante disputa de interesses. QUESTO 15 Os contos que tematizam a relao de afeto entre criana e animal so a) Passeio, de Fernando Sabino e Negcio de menino com menina, de Ivan ngelo. b) Biruta, de Lygia Fagundes Telles e Negcio de menino com menina, de Ivan ngelo. c) Boa de garfo, de Luiz Vilela e Biruta, de Lygia Fagundes Telles. d) Plebiscito, de Artur Azevedo e Festa, de Wander Piroli. Gabarito Oficial Processo Seletivo 1 semestre de 2009 Ensino Tcnico 01-C 02-D 03-C 04-B 05-C 06-A 07-D 08-B 09-D 10-A 11-A 12-Anulada 13-A 14-C 15-B

LNGUA PORTUGUESA TEXTO Ns dormimos em cima de nossos sonhos, Juvncio costumava dizer a Marta, sua mulher. Ao longo de uma vida de privaes os dois haviam economizado centavo por centavo, assim chegando a mais de U$200 mil. Que inicialmente estavam guardados em um banco. Depois, por medo de falta de segurana levaram-nos para a pequena casa de madeira em que viviam. E surgiu o problema: onde guardar uma quantia to grande? A resposta bvia era comprar um cofre, mas a isso ele se opunha. Em primeiro lugar porque custaria dinheiro; depois porque se constituiria em alvo fcil. Em caso de assalto, tudo o que os ladres precisariam fazer seria levar o cofre. Discutiram vrias hipteses: um buraco no ptio, uma caixa no forro da casa. Locais problemticos: ambos, idosos, esqueciam as coisas. Ser que depois se lembrariam do esconderijo do dinheiro?

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Finalmente Juvncio decidiu: colocariam o dinheiro sob o colcho. Lugar clssico, mas, por isso mesmo, seguro: os ladres simplesmente o descartariam pela obviedade. E assim os U$ 200 mil foram postos sob o velho colcho. Sobre ele dormiam, ou discutiam o que fazer. Uma viagem Itlia, pas natal de ambos, era a opo mais tentadora, mas trabalhosa. Alm do mais, um dos dois sempre estava adoentado. E a foram furtados. Uma noite, regressando da visita a um amigo, encontraram a casa arrombada. O ladro tinha levado um liquidificador novo, mas isso era de menos: plidos de medo, correram para o dormitrio, e a o choque e a amarga desiluso: o colcho havia sido afastado e os dlares haviam sumido. Ficaram arrasados. Suas almejadas viagens ficaram mais distantes. S conseguiram se recuperar com a ajuda do padre que convenceu-os argumentando que dinheiro coisa secundria. No estavam feridos e poderiam continuar sonhando. No com viagens, mas em voltar a danar tango, por exemplo. Ambos haviam sido excelentes bailarinos. Confortados, eles dedicaram-se, a partir de ento, a recuperar sonhos. J se viam em sonhos, danando tango no teatro da cidade. Chegaram a ir ao teatro para conhecer. Quando retornaram, de noite, constataram que a casa fora assaltada de novo. Desta vez, os ladres haviam levado o colcho. 01. No momento do primeiro assalto casa de Juvncio e Marta, eles tinham ido: A) viajar pela Itlia. B) danar tango no teatro da cidade. C) rever uma pessoa conhecida. D) colocar uma caixa no forro da casa. E) assistir a uma pea teatral. 02. Na frase mas a isso ele se opunha a expresso destacada significa: A) se esforava. B) se colocava contra. C) se zangava. D) se rendia. E) se colocava a favor. 03. Para Juvncio e Marta era seguro guardar o seu dinheiro sob o colcho, pois tratava-se de um lugar que no despertaria desconfiana por ser considerado: A) muito evidente. B) de difcil acesso. C) muito escuro. D) bem coberto. E) dotado de cofre. 04. No trecho colocariam o dinheiro sob o colcho o antnimo de sob : A) embaixo. B) dentro. C) ao lado. D) sobre. E) perto. 05. As economias de Juvncio e Marta ficaram guardadas primeiramente: A) sob um colcho. B) num buraco no ptio. C) em um cofre na casa.

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PORTUGUSD) numa caixa no forro da casa. E) em um estabelecimento bancrio.

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06. Assinale a alternativa que apresenta uma expresso empregada em sentido figurado. A) Ser que depois se lembrariam do esconderijo do dinheiro? B) Precisavam aguardar que ambos se sentissem bem. C) Correram para o dormitrio e a o choque e a amarga desiluso. D) E a surgiu o problema: onde guardar uma quantia to grande? E) Os dlares haviam sumido. 07. De acordo com o texto, Juvncio e Marta: A) sempre tiveram muito dinheiro para gastar. B) logo aps serem assaltados pela segunda vez, foram danar tango num teatro. C) compraram um cofre para guardar o dinheiro. D) aps o primeiro assalto, recuperaram-se com a ajuda de um mdico. E) haviam nascido na Itlia. 08. A palavra isso, destacada no penltimo pargrafo do texto (mas isso era de menos), refere-se: A) freqente doena que atacava o casal. B) ao roubo dos dlares. C) viagem que planejavam. D) ao furto de liquidificador novo. E) ao desaparecimento do colcho. 09. No trecho do penltimo pargrafo Suas almejadas viagens ficaram mais distantes. almejadas significa: A) novas. B) angustiadas. C) tristes. D) desejadas. E) antigas. 10. No trecho Finalmente Juvncio decidiu: passando a forma verbal decidiu para o tempo futuro, no plural, obtm-se A) decidiram. B) decidiro. C) decidem. D) decidiam. E) decidissem. 01 C 02 B 03 A 04 D Texto para as questes 1 a 6: 1 - Uma diferena de 3.000 quilmetros e 32 anos de vida separa as margens do abismo entre o Brasil que vive muito, e bem, e o Brasil que vive pouco, e mal. Esses nmeros, levantados pelo Instituto Brasileiro de Geografia e Estatstica, IBGE, e pela Fundao Joaquim Nabuco, de Pernambuco, referem-se a duas cidades situadas em plos opostos do quadro social brasileiro. Num dos extremos est a cidade de Veranpolis, encravada na Serra Gacha. As pessoas que nascem ali tm grandes possibilidades de viver at os 70 anos de idade. Na outra ponta fica Juripiranga, uma pequena cidade do serto da Paraba. L, chegar velhice privilgio de poucos. Segundo o IBGE, quem nasce em Juripiranga tem a menor esperana de vida do pas: apenas 38 anos. 05 E 06 C 07 E 08 D 09 D 10 B

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2A estatstica revela o tamanho do abismo entre a cidade serrana e a sertaneja. Na cidade gacha, 95% das pessoas so alfabetizadas, todas usam gua tratada e comem, em mdia, 2.800 calorias por dia. Os moradores de Juripiranga no tm a mesma sorte. S a metade deles recebe gua tratada, os analfabetos so 40% da populao e, no item alimentao, o consumo mdio de calorias por dia no passa de 650. 3O Brasil est no meio do trajeto que liga a dramtica situao de Juripiranga vida tranqila dos veranenses. A mdia que aparece nas estatsticas internacionais d conta de que o brasileiro tem uma expectativa de vida de 66 anos. 4Veranpolis, como comum na Serra Gacha, formada por pequenas propriedades rurais em que se planta uva para a fabricao de vinhos. Tem um cenrio verdejante. Seus moradores - na maioria descendentes de imigrantes europeus plantam e criam animais para o consumo da famlia. Na cidade paraibana, bvio, a realidade bem diferente. Os sertanejos vivem em cenrio rido. Juripiranga no tem calamento e o esgoto corre entre as casas, a cu aberto. No h hospitais. A economia gira em torno da cana-de-acar. Em poca de entressafra, a maioria das pessoas fica sem trabalho. 5No censo de 1980, os entrevistadores do IBGE perguntaram s mulheres de Juripiranga quantos de seus filhos nascidos vivos ainda sobreviviam. O ndice geral de sobreviventes foi de 55%. Na cidade gacha, o resultado foi bem diferente: a sobrevivncia de 93%. 6Contrastes como esses so comuns no pas. A estrada entre o pas rico e o miservel est sedimentada por sculos de tradies e culturas econmicas diferentes. Cobrir esse fosso custar muito tempo e trabalho. (Revista Veja - 11/05/94 - pp. 86-7 - com adaptaes) 1. Os 32 anos referidos no texto como um dos indicadores do abismo existente entre as cidades de Veranpolis e Juripiranga corresponde diferena entre: a) suas respectivas idades, considerando a poca da fundao b) as idades do morador mais velho e do mais jovem de cada cidade c) as mdias de idade de seus habitantes d) a expectativa de vida das duas populaes e) os ndices de sobrevivncia dos bebs nascidos vivos. 2. Segundo o texto, Veranpolis e Juripiranga encontram-se em plos opostos. Assinale a nica opo cujos elementos no caracterizam uma oposio entre essas duas cidades: a) Norte x Sul d) Verdejante x rido b) Serra x Serto e) Plantao x Consumo c) Dramtica x Tranqila 3. Analise as afirmaes abaixo e assinale V para as que, de acordo com o texto, considerar verdadeiras e F para as falsas: ( ) A cidade paraibana no tem sequer a metade dos privilgios de que goza

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PORTUGUSa cidade gacha.

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( ) O Brasil, como um todo, encontra-se numa posio intermediria entre as duas cidades. ( ) Apesar de afastadas pelas estatsticas, Veranpolis e Juripiranga se unem pelas tradies culturais. ( ) Embora com resultados diferentes, a base da economia das duas cidades a agricultura. ( ) De seus ancestrais europeus os sertanejos adquiriram as tcnicas rurais. A seqncia correta : a) V - V - V - F - F d) F - F - V - F - V b) V - V - F - F - F e) F - F - V - V - V c) V - V - F - V - F 4. "Cobrir esse fosso custar muito tempo e trabalho." O fosso mencionado no texto diz respeito ao (): a) abismo entre as duas realidades b) esgoto que corre a cu aberto c) calamento deficiente das estradas brasileiras d) falta de trabalho durante a entressafra e) distncia geogrfica entre os dois plos 5. Numa anlise geral do texto, podemos classific-lo como predominantemente: a) descritivo d) narrativo b) persuasivo e) sensacionalista c) informativo 6. Em "a cidade de Veranpolis, encravada na Serra Gacha"... e "A estrada ... est sedimentada por sculos...", os termos sublinhados alterariam o sentido do texto se fossem substitudos, respectivamente, por: a) cravada e assentada d) enfiada e fixada

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PORTUGUSb) fincada e estabilizada e) escavada e realada c) encaixada e firmada Texto para as questes 7 a 11:

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A ABOLIO DO TRFICO NEGREIRO 1 A extino do trfico negreiro no foi um fato isolado na vida econmica do Brasil; ao contrrio, ela correspondeu s exigncias da expanso industrial da Inglaterra. 2 Depois que esse pas conseguiu dar o salto qualitativo - o da mecanizao da produo - no lhe interessava mais a existncia da escravido na Amrica, pois, com a implantao do capitalismo industrial, tornava-se necessria a ampliao de mercados consumidores. A escravido passou, ento, a ser um entrave aos interesses ingleses, visto que os escravos estavam marginalizados do consumo. 3 Com relao ao Brasil, a Inglaterra usou mais do que a simples presso: s reconheceu a independncia daquele pas mediante tratado, no qual o Brasil se comprometia a abolir o trfico de negros. 4 Todavia, no foi tomada qualquer medida efetiva, o que levou a aprovao da Lei de 1831 que, na prtica, deveria acabar com o trfico, pois estabelecia a liberdade de todos os africanos que entrassem no pas a partir daquela data. 5 Esta lei, contudo, ficou "para ingls ver". Ela serviu para refrear um pouco a presso britnica. Esta, porm, nunca cessou de todo e, em 1845, o Parlamento ingls aprovou o "Bill Aberdeen", que concedia marinha inglesa o direito de revistar os navios suspeitos de trfico e, mais ainda, permitia a priso de navios acusados de praticarem pirataria e o julgamento dos traficantes por tribunais ingleses. 6 A partir da, a presso sobre o governo brasileiro tornou-se muito maior e a situao chegou a ficar insustentvel, pois os navios brasileiros comearam a ser revistados, embora navegassem ao longo da costa ou, ainda, quando ancorados nos portos. 7 Finalmente, em 1850, o Parlamento brasileiro aprovou a Lei Eusbio de Queirs, que proibia, definitivamente, o trfico negreiro para o Brasil. (Ana Maria F. da Costa Monteiro e outros. Histria. Rio de Janeiro, Secretaria Municipal de Educao, 1988, p.181, com pequenas adaptaes.) 7. A leitura dos dois primeiros pargrafos do texto nos permite concluir que: a. b. c. d. e. a Inglaterra necessitava da ampliao de mercado consumidor e, portanto, fomentou o fim da escravido na Amrica. a escravido na Amrica foi resultado da mecanizao da produo na Inglaterra. o capitalismo industrial gerou consumidores marginalizados: os escravos. o Brasil, ao mecanizar sua produo, definiu o fim do trfico de escravos. A Inglaterra apoiava a escravido na Amrica porque necessitava dar um salto qualitativo em sua economia.

8. A expresso "para ingls ver" (5) significa que:

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a) a Inglaterra estava vigiando os navios negreiros b) o Brasil obedeceu ao Bill Alberdeen, do Parlamento ingls c) os ingleses viram a Lei de 1831, que terminou com o trfico negreiro d) a Lei de 1831, criada e anunciada aos ingleses, no foi cumprida e) em 1831, a Inglaterra viu que a abolio do trfico era uma realidade 9. A Lei de 1831 foi uma tentativa para extinguir o trfico negreiro porque (4): a. b. c. d. e. proibia a entrada de negros no pas permitia o confisco dos navios negreiros que aqui aportassem dava aos negros o direito liberdade, desde que a desejassem considerava livres os negros que entrassem no Brasil aps aquela data no permitindo que os navios negreiros aportassem, gerava prejuzo aos traficantes

10. Assinale a afirmativa incorreta a respeito do fim do trfico de escravos: a. b. c. d. e. Levou a economia brasileira ao caos Chegou a afetar a soberania brasileira S ocorreu quando a presso britnica chegou ao mximo Demorou dezenove anos para se efetivar, aps a primeira tentativa em 1831 Gerou alteraes na economia brasileira

11. Aps a leitura do texto, conclumos que o Brasil: a. b. c. d. e. preocupado com sua independncia em relao a Portugal, esquecia-se dos direitos humanos necessitava dos escravos como mo-de-obra assalariada na lavoura para fazer-se independente cedeu s presses inglesas porque obedecia a instrues de Portugal, do qual era colnia s teria sua independncia reconhecida pela Inglaterra se extinguisse o trfico negreiro resistiu s presses, pois o trfico de escravos era fundamental para a sua economia

12. Nos textos abaixo, os pargrafos foram colocados, de propsito, fora de sua seqncia normal. Numere os parnteses de 1 a 5, de acordo com a ordem em que os pargrafos devem aparecer para que o texto tenha sentido: ( ) "No conseguindo fazer a reposio da energia fsica e mental, os trabalhadores de baixa renda tornam-se as maiores vtimas de doenas, comprometendo at mesmo a sua fora de trabalho. ( ) Quando realizamos um trabalho, gastamos certa quantidade de energia fsica e mental. ( ) E a situao torna-se ainda mais grave quando o trabalhador se v forado

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PORTUGUSatender s suas necessidades.

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a prolongar sua jornada de trabalho a fim de aumentar seus rendimentos e

( ) Portanto, quanto maior a jornada de trabalho, maior ser seu desgaste fsico e mental, afetando, desse modo, ainda mais, a sua sade. ( ) A energia despendida precisa ser reposta atravs de uma alimentao adequada, do descanso em moradia ventilada e higinica e outros fatores." (Melhem Adas. Geografia. Vol. 2. So Paulo, Moderna, 1984, p. 33) A seqncia correta : a) 3 - 5 - 1 - 4 - 2 d) 1 - 4 - 5 - 3 - 2 b) 3 - 1 - 4 - 5 - 2 e) 2 - 1 - 4 - 5 - 3 c) 2 - 3 - 1 - 5 - 4 Texto para as questes 13 a 16: 1 O Brasil um pas cuja histria e cultura foram e seguem sendo uma construo do trabalho de "trs raas": os ndios, habitantes originais de todo o territrio nacional, os pretos trazidos da frica e os brancos vindos de Portugal a partir de 1500. 2 De acordo com a maioria dos estudiosos do assunto na atualidade, os fragmentos de "contribuio cultural" de diferentes grupos tnicos no so o mais relevante. Pretender mensurar a participao do indgena ou do negro brasileiros em uma cultura dominantemente branca e de remota origem europia, atravs do seu aporte culinria, tecnologia agrcola, ao artesanato, ou vida ritual do pas, ocultar, sob o manto da pitoresca aparncia, aquilo que fundamentalmente essencial. 3 Isto porque em toda a nao que, como o Brasil, resulta do encontro, dos conflitos e das alianas entre grupos nacionais e tnicos, sempre a principal lio que se pode tirar o aprendizado da convivncia cotidiana com a diferena, com o direito "do outro" e com o fraterno respeito pelas minorias quaisquer que sejam. No possvel esquecermos que negros e indgenas participaram sempre da vida brasileira com servos e escravos, como sujeitos e povos espoliados e que, apesar de tudo souberam lutar e resistir. Sep Tiaraju, um lder guerreiro indgena, e Zumbi, um guerreiro tornado escravo e que preferiu morrer guerreiro no seu Quilombo dos Palmares a voltar a ser um escravo, talvez sejam os melhores exemplos de contribuio dos povos minoritrios cultura brasileira, do que todos os pequenos produtos que negros e ndios acrescentaram a uma cultura nacional. (Carlos Rodrigues Brando. ndios, negros e brancos: a construo do Brasil. In: Correio, Rio de janeiro, Fundao Getlio Vargas, ano 15, fevereiro de 1987) 13. Assinale a opo que est de acordo com as idias expressas no texto:

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A construo da histria e da cultura do Brasil resulta do trabalho de ndios, pretos e brancos. A influncia de ndios e negros deu-se especialmente na culinria e no artesanato. possvel detectar, com relativa facilidade, a participao do indgena ou do negro na cultura branca de origem europia. d. Os conflitos entre os trs grupos tnicos nacionais geram uma necessidade de convivncia fraterna entre os indivduos. e. Negros e indgenas escravizados uniram-se para lutar e resistir, participando, assim da vida brasileira. 14. Com relao ao pargrafo anterior, o ltimo pargrafo expressa uma: a) advertncia d) justificativa b) condio e) oposio c) contradio 15. O vocbulo "originais" (1 pargrafo) pode ser interpretado como: a) diferentes d) peculiares b) excntricos e) primitivos c) exticos 16. O vocbulo "mensurar" (2 pargrafo) pode ser interpretado como: a) averiguar d) regular b) examinar e) sondar c) medir 1-D 2E 3-C 4-A 5C 15 - E 6E 16 - C 7A 8-D 9-D 10 - A

11 - D 12 B

13 - A 14 D

A ERA DO AUTOMVEL (Joo do Rio, Vida vertiginosa) E, subitamente, a era do Automvel. O monstro transformador irrompeu, bufando, por entre os escombros da cidade velha, e como nas mgicas e na natureza, asprrima educadora, tudo transformou com aparncias novas e novas aspiraes. Quando os meus olhos se abriram para as agruras e tambm para os prazeres da vida, a cidade, toda estreita e toda de mau piso, eriava o pedregulho contra o animal de lenda, que acabava de ser inventado em Frana. S pelas ruas esguias dois pequenos e lamentveis corredores tinham tido a ousadia de aparecer. Um, o primeiro, de Patrocnio, quando chegou, foi motivo de escandalosa ateno. Gente de guarda-chuva debaixo do brao parava estarrecida como se estivesse vendo um bicho de Marte ou um aparelho de morte imediata. Oito dias depois, o jornalista e alguns amigos, acreditando voar com trs quilmetros por hora, rebentavam a mquina de encontro s rvores da rua da Passagem. O outro, to lento e parado que mais parecia uma tartaruga bulhenta, deitava tanta fumaa que, ao v-lo passar, vrias damas sufocavam. A imprensa, arauto do progresso, e a elegncia, modelo de esnobismo, eram os precursores da era automobilstica. Mas ningum adivinhava essa era. Quem poderia pensar na influncia futura do automvel diante da mquina quebrada de Patrocnio? Quem imaginaria velocidades enormes na

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carriola dificultosa que o conde Guerra Duval cedia aos clubes infantis como um brinco idntico aos balanos e aos pneis mansos? Ningum! absolutamente ningum. - Ah! Um automvel, aquela mquina que cheira mal? - Pois viajei nele. - Infeliz. Para que ele se firmasse foi necessria a transfigurao da cidade. E a transfigurao se fez:ruas arrasaram-se, avenidas surgiram, os impostos aduaneiros caram, e triunfal e desabrido o automvel entrou, arrastando desvairadamente uma catadupa de automveis. Agora, ns vivemos positivamente nos momentos do automvel, em que o chofer rei, soberano, tirano. 1. Para que ele se firmasse foi necessria a transfigurao da cidade; a forma INADEQUADA da reescritura desse segmento do texto : A. Foi necessria a transfigurao da cidade para que ele se firmasse; B. Para que ele se firmasse a transfigurao da cidade foi necessria; C. A transfigurao da cidade foi necessria para que ele se firmasse; D. Necessitou-se da transfigurao da cidade para que ele se firmasse; E. Foi necessrio, para que ele se firmasse, a transfigurao da cidade. 2. A frase que NO demonstra uma viso negativa do automvel : A. O monstro transformador irrompeu, bufando...; B. ...eriava o pedregulho contra o animal de lenda; C. parava estarrecida como se estivesse vendo um bicho de Marte; D. rebentavam a mquina de encontro s rvores da Rua da Passagem; E. aquela mquina que cheira mal?. 3. asprrima educadora; aqui temos uma forma erudita de superlativo do adjetivo spero. O item abaixo que NO mostra uma forma superlativa : A. O automvel novo, novo, novo. B. O automvel novo pra burro. C. O automvel foi bem rpido. D. O automvel rapido! E. O automvel teve novidades bastantes. 4. O monstro transformador irrompeu, bufando, por entre os escombros da cidade velha; Oito dias depois, o jornalista e alguns amigos, acreditando voar com trs quilmetros por hora. Os gerndios sublinhados transmitem, respectivamente, idias de: A. modo e tempo; B. tempo e causa; C. causa e condio; D. condio e meio; E. meio e modo. 5. aparncias novas e novas aspiraes; a posio do adjetivo nesse segmento altera o seu significado. O mesmo pode ocorrer em: A. cidade velha e velha cidade; B. ruas esguias e esguias ruas; C. lamentveis corredores e corredores lamentveis; D. escandalosa ateno e ateno escandalosa; E. morte imediata e imediata morte.

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6. Quando os meus olhos se abriram para as agruras e tambm para os prazeres da vida apresenta uma anttese, ou seja, a presena de palavras de sentido oposto. O mesmo ocorre em: A. O outro, to lento e parado que mais parecia uma tartaruga; B. e triunfal e desabrido o automvel entrou; C. o chofer rei, soberano, tirano; D. Ruas arrasaram-se, avenidas surgiram; E. A imprensa, arauto do progresso, e a elegncia, modelo do esnobismo. 7. guarda-chuva faz o plural da mesma forma que: A. guarda-p; B. guarda-civil; C. guarda-noturno; D. guarda-costas; E. guarda-livros. 8. rebentavam a mquina de encontro s rvores; a forma dessa mesma frase que ALTERA o seu sentido original : A. de encontro s arvores rebentavam a mquina; B. rebentavam a mquina ao encontro das rvores; C. a mquina era rebentada de encontro s rvores; D. de encontro s rvores a mquina era rebentada; E. rebentavam, de encontro s rvores, a mquina. 9. Os dois automveis so citados no primeiro pargrafo do texto para: A. mostrar a diferena entre os automveis antigos e os modernos; B. indicar a presena marcante do automvel desde seu aparecimento; C. demonstrar que o automvel triunfou graas imprensa; D. revelar a pouca expectativa de futuro para o automvel; E. destacar as mudanas provocadas por eles no cenrio urbano. 10. O autor do texto cita que os impostos aduaneiros caram para indicar que: A. os automveis passaram a custar mais barato; B. as pessoas deixaram de viajar de navio; C. muitos automveis chegavam aos portos; D. no se cobravam impostos sobre automveis; E. o Brasil aboliu os impostos alfandegrios. GABARITO. 1: E. 2: D. 3: E. 4: A. 5: A. 6: D. 7: A. 8: B. 9: D. 10: A.

As questes de 20 a 22 so a respeito do texto abaixo.Era uma galinha de Domingo. Ainda viva porque no passava de nove horas da manh. Parecia calma. Desde Sbado encolhera-se num canto da cozinha. No olhava para ningum, ningum olhava para ela... Mesmo quando a escolheram, apalpando sua intimidade com indiferena, no souberam dizer se era gorda ou magra. Nunca se adivinharia nela um anseio. Foi pois uma surpresa quando a viram abrir as asas de curto vo, inchar o peito e, em dois ou trs lances, alcanar a murada do terrao. Um instante ainda vacilou o tempo da cozinheira dar um grito e em breve estava no terrao do vizinho, de onde, em outro vo desajeitado, alcanou um telhado. L ficou em adorno deslocado, hesitando ora num p ora no outro p. A famlia

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foi chamada com urgncia e consternada viu o almoo junto de uma chamin. O dono da casa, lembrando-se da dupla necessidade de fazer esporadicamente algum esporte e de almoar, vestiu radiante o calo de banho e resolveu seguir o itinerrio da galinha: em pulos cautelosos alcanou o telhado onde esta hesitante e trmula escolhia com urgncia ouro rumo . A perseguio tornou-se mais intensa. De telhado a telhado foi percorrido mais de um quarteiro da rua. Pouco afeita a uma luta mais selvagem pela vida, a galinha tinha que decidir por si mesma os caminhos a tomar sem nenhum auxlio de sua raa. O rapaz, porm, era um caador adormecido. E por mais nfima que fosse a presa, o grito de conquista havia soado. Sozinha no mundo, sem pai nem me, ela corria, arfava, muda, concentrada. s vezes, na fuga, pairava ofegante no beiral de telhado e, enquanto o rapaz galgava outros comdificuldade, tinha tempo de se refazer por um momento. E ento parecia to livre. Afinal, numa das vezes em que parou para gozar sua fuga, o rapaz alcanou-a. Entre gritos e penas, ela foi presa e pousada no cho da cozinha com certa violncia. 20 - Indique uma passagem em que o autor alude ironicamente ao recnditos instintos selvagens do dono da casa. a)o rapaz, porm, era um caador adormecido. b) pouco afeita a uma luta mais selvagem pela vida... c) ... o rapaz alcanou-a. d)... resolveu seguir o itinerrio da galinha... 21 - Indique uma passagem que traduz exatamente o que representava a galinha para a famlia. a)... ningum olhava par ela... b)foi pois uma surpresa quando a viram abrir as asas... c)... viu o almoo junto de uma chamin... d)nenhuma das alternativas anteriores 22 - A fuga da galinha causa consternao famlia porque: a)ao alcanar o telhado, l ficou em adorno deslocado... b)nunca se adivinharia nela um anseio. c)Estava sozinha no mundo, sem pai nem me... d)era uma galinha de domingo

As questes de 23 a 25 so a respeito do texto abaixo:No tendo assistido inaugurao dos bondes eltricos, deixei de falar neles. Nem sequer entrei em algum, mais tarde, para receber as impresses da nova atrao e cont-las. Da o meu silncio da outra semana. Anteontem, porm, indo pela praia da Lapa, em um bonde comum, encontrei um dos eltricos, que descia. Era o primeiro que estes meus olhos viam andar. Para no mentir, direi que o que me impressionou, antes da eletricidade, foi o gesto do cocheiro. Os olhos do homem passavam por cima da gente que ia no meu bonde, com um grande ar de superioridade, Posto no fosse feio, no era as prendas fsicas que lhe davam aquele aspecto. Sentia-se nele convico de que inventara, no s o bonde eltrico, mas a prpria eletricidade. No meu ofcio censurar as meias glrias ou glrias de emprstimo, como lhe queiram chamar espritos vadios. As glrias de

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emprstimo, se no valem tanto como as de plena propriedade, merecem sempre alguma mostra de simpatia. Para que arrancar um homem a essa agradvel sensao? Que tenho para lhe dar em troca? Em seguida, admirei a marcha serena do bonde, deslizando como os barcos dos poetas, ao sopro da brisa invisvel e amiga. Mas, como amos em sentido contrrio, no tardou que nos perdssemos de vista, dobrando ele para o largo da Lapa e rua do Passeio, e entrando eu na rua do Catete. Nem por isso o perdi de memria. A gente do meu bonde ia saindo aqui e ali, outra gente estava adiante e eu pensava no bonde eltrico. (Machado de Assis A Semana Rio, Jacksom, 1955) 23 - Para Machado de Assis, o conforto do bonde eltrico: a)no vale a marcha serena do bonde comum. b)Compensa as meias glrias ou glorias inteiras. c)Impressionou menos do que a atitude do cocheiro. d)No poderia ser trocado pela agradvel sensao proporcionada pelo bonde comum 24 - Para o autor, o ar de superioridade do cocheiro devia-se. a) certeza ntima de que inventara a eletricidade. b)s suas prendas fsicas, pois no era feio. c)s suas prendas fsicas, embora fosse feio. d)Ao advento da eletricidade 25 - Segundo o texto, o autor considera que: a)atitudes alheias no devem ser censuradas, pois so glorias de emprstimos b)mesmo os bondes comuns merecem nossa simpatia e no devem ser desprezados. c)S as glrias de plena propriedade so vlidas. d)No vale a pena desfazer uma : agradvel sensao.

As questes 26 a 27 so a respeito do texto abaixo:Conheci que Madalena era boa em demasia, mas no conheci tudo de uma vez. Ela revelou pouco a pouco, e nunca se revelou inteiramente. A culpa foi minha, ou antes a culpa foi desta vida agreste, que me deu uma alma agreste. E falando assim, compreendo que perco o tempo. Com efeito, se me escapa o retrato moral de minha mulher, para que serve esta narrativa? Para nada, mas sou forado a escrever. Quando os grilos cantam, sento-me aqui mesa da sala de jantar, bebo caf, acendo o cachimbo. s vezes as idias no vm, ou vm muito numerosas- e a folha permanece meio escrita, como estava na vspera. Releio algumas linhas, que me desagradam. No vale a pena tentar corrigi-las. Afasto o papel. Emoes indefinveis me