Apostila CIPA Schultz 2012

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Apostila Formao de Cipeiros

Apresentao

Desenvolvimento inacabado (em processo de modulao estrutural)

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Apostila Formao de Cipeiros

Sumrio

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Apostila Formao de CipeirosHistria da Segurana do Trabalho Normas RegulamentadorasOs primeiros registros histricos relacionados a segurana envolvendo atividades de trabalho, remetem Grcia antiga no sc. IV A.C., onde o filsofo Hipcrates atravs de suas observaes reconheceu a toxicidade do chumbo aos trabalhadores na minerao deste minrio. Mais tarde no sc. I, Plnio e Rotrio foram pioneiros ao serem os primeiros a recomendar o uso de panos para atenuar a inalao de poeiras pelos trabalhadores. Os estudos relacionados ao trabalho foram sendo desenvolvido ao longo dos sculos, com maior crescimento a partir dos sc. XII e XII, durante a idade mdia, por meio dos levantamentos a respeito das doenas ocupacionais, realizados pelas associaes de trabalhadores medievais. Um fato histrico que tambm marcou grande importncia foi a publicao do livro As doenas dos Trabalhadores por Bernardino Ramazzini no ano de 1760, onde descreve 50 profisses existente na poca e idntica os males capazes de acometer os trabalhadores, motivo pelo qual considerado o pai da Medicina do trabalho. Quanto ao surgimento de leis relacionadas ao trabalho, houve diversas iniciativas de pases na tentativa de alcanarem melhores condies, em especial realizadas pela Inglaterra, Alemanha e Frana. O envolvimento destes e de diversos outros pases levou mais tarde em 1919 a criao da OIT (Organizao Internacional do Trabalho), com o objetivo de deliberar sobre questes relacionadas a preservao do bem estar no trabalho, em especial atravs da elaborao por seus integrantes de recomendaes relacionadas condies de segurana e sade no trabalho, tais como: organizao de comisses de segurana (1921), acompanhamento de sade ocupacional dos trabalhadores, jornadas de trabalho, etc... Todos estes acontecimentos foram fundamentais para o desenvolvimento dos campos de Higiene, Segurana e Medicina do trabalho como conhecemos hoje. Desde as primeiras recomendaes realizadas pela OIT, ocorreram diversos eventos que vieram a enriquecer as condies de segurana do trabalho no Brasil, dentre as quais podemos destacar alguns dos principais: Instituio da FUNDACENTRO em 1966, vinculada ao Ministrio do Trabalho com finalidade de pesquisa e assistncia s empresas, de modo a formar condies de preveno no trabalho; Formulao da CLT (Consolidao das Leis do Trabalho), com captulo especfico Segurana e Medicina do Trabalho; Criao pelo Ministrio do Trabalho e Emprego das Normas Regulamentadoras, onde veio a regulamentar os artigos contidos na CLT, atravs da Portaria 3.214/78. Na publicao desta portaria em 1978, foram criadas um total de 28 Normas Regulamentadoras, sendo este total acrescido de novas NRs ao longo dos anos, cada qual abrangendo um assunto especfico, seja na rea da segurana ou da sade no trabalho. Observe as NRs existentes atualmente: NR 01 Disposies gerais. NR 02 Inspeo prvia. NR 03 Embargo ou interdio. NR 04 Servio especializado em engenharia de segurana e medicina do trabalho (SEESMT). NR 05 Comisso Interna de Preveno de Acidentes (CIPA). NR 06 Equipamentos de Proteo Individual. NR 07 Programa de controle mdico de sade ocupacional. NR 08 Segurana nas edificaes. NR 09 Programa de preveno de riscos ambientais. NR 10 Segurana nas instalaes e servios com eletricidade. NR 11 Transporte, movimentao, armazenagem e manuseio de materiais.

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Apostila Formao de CipeirosNR 12 Segurana no trabalho em mquinas e equipamentos. NR 13 Caldeiras e vasos de presso. NR 14 Fornos. NR 15 Atividades e operaes insalubres. NR 16 Atividades e operaes perigosas. NR 17 Ergonomia. NR 18 Condies e meio ambiente de trabalho na indstria da construo. NR 19 Explosivos. NR 20 Lquidos combustveis e inflamveis. NR 21 Trabalho a cu aberto. NR 22 Segurana e sade ocupacional na minerao. NR 23 Proteo contra incndio. NR 24 Condies sanitrias e de conforto nos locais de trabalho. NR 25 Resduos industriais. NR 26 Sinalizao de segurana. NR 27 Registro profissional do Tcnico de Segurana do trabalho (Revogada). NR 28 Fiscalizao e penalidades. NR 29 Segurana e sade no trabalho porturio. NR 30 Segurana e sade no trabalho aquavirio. NR 31 Segurana e sade no trabalho na agricultura, aqicultura e explorao florestal. NR 32 Segurana e sade no trabalho em servios de sade. NR 33 Segurana e sade no trabalho em espaos confinados. NR 34 Condies e meio ambiente de trabalho na indstria da construo e reparao naval. NR 35 Trabalho em altura. Preveno da doena deve ser entendida no sentido de preveno da exposio do trabalhador s condies nocivas determinadas pela presena ou falta de controle dos agentes ambientais. A ao da Higiene do Trabalho prev uma interveno no ambiente de trabalho, com foco no controle da exposio dos agentes ambientais. Sua ao complementada pela ao da Medicina Ocupacional, cujo foco est no indivduo, atravs de seu monitoramento.

Sade OcupacionalSade ocupacional uma rea multidisciplinar relacionada com a higiene do trabalho, seu foco como dito antes, est no indivduo, com base seu monitoramento a respeito das possveis consequncias causadas pelos efeitos nocivos dos agentes ambientais. A gesto da sade ocupacional regulamentada pela NR-7, ela estabelece a obrigatoriedade de elaborao e implementao, por parte de todos os empregadores e instituies que admitam trabalhadores como empregados, do Programa de Controle Mdico de Sade Ocupacional PCMSO, com o objetivo de promoo e preservao da sade do conjunto dos seus trabalhadores. O PCMSO deve obedecer estreita parceria com o PPRA Programa de Preveno de Riscos Ambientais, regulamentado pela NR9, este programa tem atuao com base na higiene do trabalho, ou seja: por meio da antecipao, reconhecimento, avaliao e controle dos agentes ambientais

Higiene do TrabalhoA Higiene do Trabalho visa a preveno da doena ocupacional por meio da antecipao, reconhecimento, avaliao e controle dos agentes ambientais. Os agentes ambientais que a higiene ocupacional tradicionalmente considera so os chamados agentes fsicos, qumicos e biolgicos.

CIPAA CIPA, originalmente surgida atravs de uma recomendao da OIT em 1921, teve no Brasil sua regulamentao atravs do DecretoLei 7.036 de 10/11/1944, e como conhecemos hoje atravs da NR-05, com as atribuies e organizao de funcionamento existente.

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Apostila Formao de CipeirosComisso Grupo de pessoas encarregadas de tratar de um determinado assunto de maneira conjunta. Interna Seu campo de atuao ser restrito prpria empresa. Preveno a meta principal da comisso, significa conseguir identificar qualquer evento indesejado antes de sua ocorrncia, de maneira a conseguir evitar seu acontecimento ou minimizar seu potencial. Acidentes Qualquer ocorrncia imprevista ou no, que possua potencial de causar danos ou prejuzos propriedade ou pessoas. A recomendao a respeito da formao de comisses de segurana realizada pela OIT, indicava que as empresas organizassem comisses internas com representantes dos empregados para discutir as condies de segurana existente, a fim de poder propor medidas de eliminao ou reduo das condies de insegurana e acidentes existentes. Os pases filiados OIT - Organizao Internacional do Trabalho, em sua maioria, possuem algum tipo de comisso interna de preveno de acidentes em suas empresas. A organizao e adaptao desta comisso cabe individualmente a cada pas, cabendo seu controle atravs de legislaes pertinentes. No Brasil, a CIPA surgiu a partir da deteco, por parte de alguns empresrios e da sociedade trabalhadora, da necessidade de fazer alguma coisa para a preveno de acidentes em nosso pas. Em 1941, foi fundada, na cidade do Rio de Janeiro, a Associao Brasileira para Preveno de Acidentes (ABPA), tambm j existiam outras experincias, como na Light and Power, empresa inglesa de gerao e distribuio de energia, situada em So Paulo e no Rio de Janeiro, que possuam h anos Comisses de Preveno de Acidentes. Visto o acompanhamento dado pelo governo a respeito do cumprimento desta exigncia, assim como no alcance dos objetivos propostos foram realizadas diversas alteraes na legislao pertinente que cabe a regulamentao da CIPA, de modo a garantir melhores condies de aplicao dos seus princpios. As alteraes realizadas ao longo dos anos culminaram na formao e aplicao da CIPA como a conhecemos nos dias atuais. Inclusive de maneira a harmonizar seu funcionamento com as demais normas de segurana.

Regulamentao da NR-5 - CIPADo Objetivo 5.1 A Comisso Interna de Preveno de Acidentes CIPA, tem como objetivo a preveno de acidentes e doenas decorrentes do trabalho, de modo a tornar compatvel permanentemente o trabalho com a preservao da vida e a promoo da sade do trabalhador. Da Constituio 5.2 Devem constituir CIPA, por estabelecimento, e mant-la em regular funcionamento as empresas privadas, pblicas, sociedades de economia mista, rgos da administrao direta e indireta, instituies beneficentes, associaes recreativas, cooperativas, bem como outras instituies que admitam trabalhadores como empregados. 5.3 As disposies contidas nesta NR aplicamse, no que couber, aos trabalhadores avulsos e s entidades que lhes tomem servios, observadas as disposies estabelecidas em Normas Regulamentadoras de setores econmicos especficos. 5.5 As empresas intaladas em centro comercial ou industrial estabelecero, atravs de membros de CIPA ou designados, mecanismos de integrao com o objetivo de promover o desenvolvimento de aes de preveno de acidentes e doenas decorrentes do ambiente e instalaes de uso coletivo, podendo contar com a participao da administrao do mesmo. Da Organizao

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Apostila Formao de Cipeiros5.6 A CIPA ser composta de representantes do empregador e dos empregados, de acordo com o dimensionamento previsto no Quadro I desta NR, ressalvadas as alteraes disciplinadas em atos normativos de setores econmicos especficos. 5.6.1 os representantes dos empregadores, titulares e suplentes, sero por eles designados. 5.6.2 Os representantes dos empregados, titulares e suplentes, sero eleitos em escrutnio secreto, do qual participem independentemente de filiao sindical, exclusivamente os empregados interessados. 5.6.3 O nmero de membros titulares e suplentes da CIPA, considerando a ordem decrescente de votos recebidos, observar o dimensionamento previsto no Quadro I desta NR, ressalvadas as alteraes disciplinas em atos normativos de setores econmicos especficos. 5.6.4 Quando o estabelecimento no se enquadrar no Quadro I, a empresa designar um responsvel pelo cumprimento dos objetivos desta NR, podendo ser adotados mecanismos de participao dos empregados atravs de negociao coletiva. 5.7 O mandato dos membros da CIPA ter a durao de um ano, permitida uma reeleio. 5.8 vedada a dispensa arbitrria ou sem justa causa do empregado eleito para cargo de direo de Comisses Internas de Preveno de Acidentes desde o registro de sua candidatura at um ano aps o trmino de seu mandato. 5.9 Sero garantidas aos membros da CIPA condies que no descaracterizem suas atividades normais na empresa, sendo vedada a transferncia para outro estabelecimento sem a sua anuncia, ressalvado o disposto nos pargrafos primeiro e segundo do artigo 469, da CLT. 5.10 O empregador dever garantir que seus indicados tenham a representao necessria para a discusso e encaminhamento das solues de questes de segurana e sade no trabalho analisadas na CIPA. 5.11 O empregador designar entre seus representantes o Presidente da CIPA, e os representantes dos empregados escolhero entre os titulares o vice-presidente. 5.12 Os membros da CIPA, eleitos e designados sero, empossados no primeiro dia til aps o trmino do mandato anterior. 5.13 Ser indicado, de comum acordo com os membros da CIPA, um secretrio e seu substituto, entre os componentes ou no da comisso, sendo neste caso, necessria a concordncia do empregador. 5.14 A documentao referente ao processo eleitoral da CIPA, incluindo as atas de eleio e de posse e o calendrio anual de reunies ordinrias, deve ficar no estabelecimento disposio da fiscalizao do Ministrio do Trabalho e Emprego. 5.14.1 A documentao indicada no item 5.14 deve ser encaminhada ao Sindicato dos Trabalhadores da categoria, quando solicitada. 5.14.2 O empregador deve fornecer cpias das atas de eleio e de posse aos membros titulares e suplentes da CIPA, mediante recibo. 5.15 A CIPA no poder ter seu nmero de representantes reduzido, bem como no poder ser desativada pelo empregador, antes do trmino do mandato de seus membros, ainda que haja reduo do nmero de empregados da empresa, exceto no caso de encerramento das atividades do estabelecimento. Das Atribuies 5.16 A CIPA ter por atribuio: a) identificar os riscos do processo de trabalho, e elaborar o mapa de riscos, com a participao do maior nmero de trabalhadores, com assessoria do SESMT, onde houver; b) elaborar plano de trabalho que possibilite a ao preventiva na soluo de problemas de segurana e sade no trabalho; c) participar da implementao e do controle da qualidade das medidas de preveno necessrias, bem como da avaliao das prioridades de ao nos locais de trabalho; d) realizar, periodicamente, verificaes nos ambientes e condies de trabalho visando a identificao de situaes que venham a trazer

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Apostila Formao de Cipeirosriscos para a segurana e sade dos trabalhadores; e) realizar, a cada reunio, avaliao do cumprimento das metas fixadas em seu plano de trabalho e discutir as situaes de risco que foram identificadas; f) divulgar aos trabalhadores informaes relativas segurana e sade no trabalho; g) participar, com o SESMT, onde houver, das discusses promovidas pelo empregador, para avaliar os impactos de alteraes no ambiente e processo de trabalho relacionadas segurana e sade dos trabalhadores; h) requerer ao SESMT, quando houver, ou ao empregador, a paralisao de mquina ou setor onde considere haver risco grave e iminente segurana e sade dos trabalhadores; i) colaborar no desenvolvimento e implementao do PCMSO e PPRA e de outros programas relacionados segurana e sade no trabalho; j) divulgar e promover o cumprimento das Normas Regulamentadoras, bem como clusulas de acordos e convenes coletivas de trabalho, relativas segurana e sade no trabalho; l) participar, em conjunto com o SESMT, onde houver, ou com o empregador, da anlise das causas das doenas e acidentes de trabalho e propor medidas de soluo dos problemas identificados; m) requisitar ao empregador e analisar as informaes sobre questes que tenham interferido na segurana e sade dos trabalhadores; n) requisitar empresa cpias das CAT emitidas; o) promover, anualmente, em conjunto com o SESMT, onde houver, a Semana Interna de Preveno de Acidentes de Trabalho SIPAT; p) participar anualmente, em conjunto com a empresa, de campanhas de preveno da AIDS; 5.17 Cabe ao empregador proporcionar aos membros da CIPA os meios necessrios ao desempenho de suas atribuies, garantindo tempo suficiente para realizao das tarefas constantes do plano de trabalho; 5.18 Cabe aos empregados: a) participar da eleio de seus representantes; b) colaborar com a gesto da CIPA; c) indicar CIPA, ao SESMT e ao empregador situaes de riscos e apresentar sugestes para melhoria das condies de trabalho; d) observar e aplicar no ambiente de trabalho as recomendaes quanto preveno de acidentes e doenas decorrentes do trabalho; 5.19 Cabe ao Presidente da CIPA: a) convocar os membros para as reunies da CIPA; b) coordenar as reunies da CIPA, encaminhando ao empregador e ao SESMT, quando houver, as decises da comisso; c) manter o empregador informado sobre os trabalhos da CIPA; d) coordenar e supervisionar as atividades de secretaria; e) delegar atribuies ao Vice-Presidente; 5.20 Cabe ao Vice-Presidente: a) executar as atribuies que lhe forem delegadas; b) substituir o Presidente nos seus impedimentos eventuais ou nos seus afastamentos temporrios; 5.21 O Presidente e o Vice-Presidente da CIPA, em conjunto, tero as seguintes atribuies: a) cuidar para que a CIPA disponha de condies necessrias para o desenvolvimento de seus trabalhos; b) coordenar e supervisionar as atividades da CIPA, zelando para que os objetivos propostos sejam alcanados; c) delegar atribuies aos membros da CIPA; d) promover o relacionamento da CIPA com o SESMT, quando houver; e) divulgar as decises da CIPA a todos os trabalhadores do estabelecimento; f) encaminhar os pedidos de reconsiderao da CIPA; g) constituir a comisso eleitoral; 5.22 O Secretrio da CIPA ter por atribuio: a) acompanhar as reunies da CIPA e redigir as atas apresentando-as para aprovao e assinatura dos membros presentes; b) preparar as correspondncias; e c) outras que lhe forem conferidas;

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Apostila Formao de CipeirosDo Funcionamento 5.23 A CIPA ter reunies ordinrias mensais, de acordo com o calendrio preestabelecido. 5.24 As reunies ordinrias da CIPA sero realizadas durante o expediente normal da empresa e em local apropriado. 5.25 As reunies da CIPA tero atas assinadas pelos presentes com encaminhamento de cpias para todos os membros; 5.26 As atas devem ficar no estabelecimento disposio da fiscalizao do Ministrio do Trabalho e Emprego. 5.27 - Reunies extraordinrias devero ser realizadas quando: a) houver denncia de situao de risco grave e iminente que determine a aplicao de medidas corretivas de emergncia; b) ocorrer acidente do trabalho grave ou fatal; c) houver solicitao expressa de uma das representaes; 5.28 As decises da CIPA sero preferencialmente por consenso. 5.28.1 No havendo consenso, e frustradas as tentativas de negociao direta ou mediao, ser instalado processo de votao, registrando-se a ocorrncia na ata de reunio. 5.29 Das decises da CIPA caber pedido de reconsiderao, mediante requerimento justificado. 5.29.1 O pedido de reconsiderao ser apresentado CIPA at a prxima reunio ordinria, quando ser analisado, devendo o Presidente e o Vice-Presidente efetivar os encaminhamentos necessrios; 5.30 O membro titular perder o mandato, sendo substitudo por suplente, quando faltar a mais de quatro reunies ordinrias sem justificativa. 5.31 A vacncia definitiva de cargo, ocorrida durante o mandato, ser suprida por suplente, obedecida a ordem de colocao decrescente que consta na ata de eleio, devendo os motivos ser registrados em ata de reunio. 5.31.1 No caso de afastamento definitivo do presidente, o empregador indicar o substituto, em dois dias teis, preferencialmente entre os membros da CIPA. 5.31.2 No caso de afastamento definitivo do Vice-Presidente, os membros titulares da representao dos empregados, escolhero o substituto, entre seus titulares, em dois dias teis. 5.31.3 Caso no existam suplentes para ocupar o cargo vago, o empregador deve realizar eleio extraordinria, cumprindo todas as exigncias estabelecidas para o processo eleitoral, exceto quanto aos prazos, que devem ser reduzidos pela metade. 5.31.3.1 O mandato de membro eleito em processo eleitoral extraordinrio deve ser compatibilizado com o mandato dos demais membros da Comisso. 5.31.3.2 O treinamento de membro eleito em processo extraordinrio deve ser realizado no prazo mximo de trinta dias, contados a partir da data da posse. Do Treinamento 5.32 A empresa dever promover treinamento para os membros da CIPA, titulares e suplentes, antes da posse. 5.32.1 O treinamento de CIPA em primeiro mandato ser realizado no prazo mximo de trinta dias, contados a partir da data da posse. 5.32.2 As empresas que no se enquadrem no Quadro I, promovero anualmente treinamento para o designado responsvel pelo cumprimento do objetivo desta NR. 5.33 O treinamento para CIPA dever contemplar, no mnimo, os seguintes itens: a) estudo do ambiente, das condies de trabalho, bem como dos riscos originados do processo produtivo; b) metodologia de investigao e anlise de acidentes e doenas do trabalho; c) noes sobre acidentes e doenas do trabalho decorrentes de exposio aos riscos existentes na empresa; d) noes sobre a Sndrome da Imunodeficincia Adquirida AIDS, e medidas de preveno; e) noes sobre a legislao trabalhista e previdenciria relativas segurana e sade no trabalho;

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Apostila Formao de Cipeirosf) princpios gerais de higiene do trabalho e de medidas de controle de riscos; g) organizao da CIPA e outros assuntos necessrios ao exerccio das atribuies da Comisso; 5.34 O treinamento ter carga horria de vinte horas, distribudas em no mximo oito horas dirias e ser realizado durante o expediente normal da empresa; 5.35 O treinamento poder ser ministrado pelo SESMT da empresa, entidade patronal, entidade de trabalhadores ou por profissional que possua conhecimento sobre os temas ministrados. 5.36 A CIPA ser ouvida sobre o treinamento a ser realizado, inclusive quanto entidade ou profissional que o ministrar, constando sua manifestao em ata, cabendo empresa escolher a entidade ou ministrar o treinamento. 5.37 Quando comprovada a no observncia ao disposto nos itens relacionados ao treinamento, a unidade descentralizada do Ministrio do Trabalho e Emprego, determinar a complementao ou a realizao de outro, que ser efetuado no prazo mximo de trinta dias, contados da data de cincia da empresa sobre a deciso. Do Processo Eleitoral 5.38 Compete ao empregador convocar eleies para escolha dos representantes dos empregados na CIPA, no prazo mnimo de 60 (sessenta) dias antes do trmino do mandato em curso. 5.38.1 A empresa estabelecer mecanismos para comunicar o incio do processo eleitoral ao sindicato da categoria profissional. 5.39 O Presidente e o Vice-Presidente da CIPA constituiro dentre seus membros, no prazo mnimo de 55 (cinqenta e cinco) dias antes do trmino do mandato em curso, a Comisso Eleitoral CE, que ser a responsvel pela organizao e acompanhamento do processo eleitoral. 5.39.1 Nos estabelecimentos onde no houver CIPA, a Comisso Eleitoral ser constituda pela empresa. 5.40 O processo eleitoral observar as seguintes condies: a) publicao e divulgao de edital, em locais de fcil acesso e visualizao, no prazo mnimo de 45 (quarenta e cinco) dias antes do trmino do mandato em curso; b) inscrio e eleio individual, sendo que o perodo mnimo para inscrio ser de quinze dias; c) liberdade de inscrio para todos os empregados do estabelecimento, independentemente de setores ou locais de trabalho, com fornecimento de comprovante; d) garantia de emprego para todos os inscritos at a eleio; e) realizao da eleio no prazo mnimo de 30 (trinta) dias antes do trmino do mandato da CIPA, quando houver; f) realizao de eleio em dia normal de trabalho, respeitando os horrios de turnos e em horrio que possibilite a participao da maioria dos empregados; g) voto secreto; h) apurao dos votos, em horrio normal de trabalho, com acompanhamento de representante do empregador e dos empregados, em nmero a ser definido pela comisso eleitoral; i) faculdade de eleio por meios eletrnicos; j) guarda, pelo empregador, de todos os documentos relativos eleio, por perodo mnimo de 5 anos; 5.41 Havendo participao inferior a cinqenta por cento dos empregados na votao, ho haver a apurao dos votos e a comisso eleitoral dever organizar outra votao, que ocorrer no prazo mximo de dez dias. 5.42 As denncias sobre o processo eleitoral devero ser protocolizadas na unidade descentralizada do M.T.E., at trinta dias aps a data de posse dos novos membros da CIPA. 5.42.1 Compete a unidade descentralizada do Ministrio do Trabalho e Emprego, confirmadas as irregularidades no processo eleitoral, determinar a sua correo ou proceder a anulao quando for o caso.

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Apostila Formao de Cipeiros5.42.2 Em caso de anulao a empresa convocar nova eleio no prazo de cinco dias, a contar da data de cincia, garantidas as inscries anteriores. 5.42.3 Quando a anulao se der antes da posse dos membros da CIPA, ficar assegurada a prorrogao do mandato anterior, quando houver, at a complementao do processo eleitoral. 5.43 Assumiro a condio de membros titulares e suplentes, os candidatos mais votados. 5.44 Em caso de empate, assumir aquele que tiver maior tempo de servio no estabelecimento. 5.45 Os candidatos votados e no eleitos sero relacionados na ata de eleio e apurao, em ordem decrescente de votos, possibilitando nomeao posterior, em caso de vacncia de suplentes. Das Contratantes e Contratadas 5.46 Quando se tratar de empreiteiras ou empresas prestadoras de servios, considera-se estabelecimento, para fins de aplicao desta NR, o local em que seus empregados estiverem exercendo suas atividades. 5.47 Sempre que duas ou mais empresas atuarem em um mesmo estabelecimento, a CIPA o designado da empresa contratante dever, em conjunto com as das contratadas ou com os designados, definir mecanismos de integrao e de participao de todos os trabalhadores em relao s decises das CIPA existentes no estabelecimento. 5.48 A contratante e as contratadas, que atuem num mesmo estabelecimento, devero implementar, de forma integrada, medidas de preveno de acidentes e doenas do trabalho, decorrentes da presente NR, de forma a garantir o mesmo nvel de proteo em matria de segurana e sade a todos os trabalhadores do estabelecimento. 5.49 A empresa contratante adotar medidas necessrias para que as empresas contratadas, suas CIPA, os designados e os demais trabalhadores lotados naquele estabelecimento recebam as informaes sobre os riscos presentes nos ambientes de trabalho, bem como sobre as medidas de proteo adequadas. 5.50 A empresa contratante adotar as providncias necessrias para acompanhar o cumprimento pelas empresas contratadas que atuam no seu estabelecimento, das medidas de segurana e sade no trabalho.

Acidente de TrabalhoPara poder dar continuidade neste tpico antes de mais nada necessrio conceituar de que se trata Acidente de trabalho. Conceito Legal: Acidente do trabalho aquele que ocorre no exerccio do trabalho a servio da empresa, provocando leso corporal ou perturbao funcional que cause a morte, ou perda, ou reduo, permanente ou temporria da capacidade para o trabalho. Conceito prevencionista: Acidente de trabalho qualquer ocorrncia no programada, inesperada, que interfere ou interrompe o processo normal de uma atividade, trazendo como conseqncia isolada ou simultaneamente perda de tempo, dano material ou leses ao homem. Sempre que do acidente de trabalho resulte leso ao trabalhador deve ser emitida a CAT (Comunicao de Acidente de Trabalho), sua emisso de responsabilidade da empresa, devendo ser feita independente da existncia ou no de afastamento pelo mdico que prestar o atendimento ao acidentado. Claro que para tanto deve ser garantida a comunicao interna do acidente atravs dos supervisores responsveis e prestado o encaminhamento do acidentado ao servio mdico (salvo quando de maior gravidade que implique no atendimento por ambulncia no local). Podemos ainda classificar os acidentes de trabalho em 3 tipos:

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Apostila Formao de CipeirosAcidente tpico: so os acidentes decorrentes da caracterstica da atividade profissional desempenhada pelo acidentado. Ex: cortes, quedas, esmagamentos, queimaduras, etc.. Acidente de trajeto: so os acidentes ocorridos no deslocamento entre a residncia e o local de trabalho e viceversa. Doena ocupacional: so doenas que causam alteraes na sade do trabalhador, provocadas por fatores relacionados com o ambiente de trabalho. Elas se dividem em Doenas profissionais, que so causadas a fatores inerentes atividade laboral e Doenas do trabalho, que so causadas pelas circunstncias do trabalho. Segundo ambas as vises podemos identificar que o acidente de trabalho nada mais que um evento indesejvel, em especial do ponto de vista humano, onde h a possibilidade de leses pessoais e at mesmo a morte. Contudo, os acidentes de trabalho podem ser evitados atravs da preveno de acidentes. A preveno de acidentes baseia-se em uma teoria conhecida como Pirmide de Frank Bird. Esta teoria foi desenvolvida com base em pesquisas feitas pelo engenheiro americano Frank Bird, em indstrias daquele pas. Atravs de seu acompanhamento em relao a acidentes ocorridos nas empresas, conseguiu determinar uma proporcionalidade entre as diferentes gravidades destes acidentes.

Como incidente devemos considerar qualquer evento ocorrido que contenha potencial de gerar danos ou consequncias maiores, ou seja, um quase acidente. De maneira simples a preveno de acidentes se baseia na identificao de qualquer situao ou condio que possua potencial de ocasionar danos, sejam pessoais ou materiais, aplicando medidas de controle ou reduo de risco, de modo vir a evitar a existncia dos acidentes, ou ainda caso venham a acontecer, com menores consequncias. O foco principal deve ser dado na investigao das causas relacionadas aos pequenos incidentes, assim como os acidentes maiores que venham a acontecer, uma vez identificadas e controladas estas causas, presupe-se que tal ocorrncia no venha mais a acontecer (ao menos no pela mesma causa). Para tanto precisamos trabalhar com 2 termos distintos para identificar tais causas: Atos inseguros e Condies Inseguras. Atos Inseguros: a maneira como as pessoas se expem consciente ou inconscientemente a riscos de acidentes, so estes os responsveis por muitos dos acidentes de trabalho. Veja alguns exemplos de atos inseguros: - Ficar junto ou sob cargas suspensas. - Transportar ou empilhar materiais de forma incorreta. - Expor partes do corpo - Utilizar mquinas e equipamentos sem autorizao e habilitao.

Segundo Frank Bird, para cada acidente grave que ocorre-se, antes houveram: 10 acidentes leves; 30 acidentes com perda material; 600 incidentes; Observe a representao dada da pirmide:

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Apostila Formao de Cipeiros- Fazer uso de ferramenta de forma inadequada. - Fumar em local proibido. - No utilizar os EPIs ou utiliz-los incorretamente. - Utilizar roupas inadequadas para o trabalho. - Manipulao inadequada de produtos qumicos. - Inutilizao de dispositivos de segurana. Estes atos inseguros podem ser classificados em 3 categorias, a seguir: Imprudncia: Pode-se entender como sendo a prtica do ato inseguro de forma no intencional ocasionado pelo Fator pessoal de Insegurana, (falta de ateno, dficit de ateno pessoal, problemas de origem pessoal e familiar, etc...). Negligncia: Corresponde ao ato inseguro cometido de forma intencional, ou seja, com o conhecimento por parte do praticante do descumprimento de normas ou princpios de segurana. Impercia: Cabe realizao de atividade ou tarefa por parte do trabalhador que no possui habilitao ou capacitao necessria a respeito de sua execuo, tal como operar um equipamento sem treinamento e conhecimento de seus comandos e operao. O objetivo principal em se identificar os atos inseguros reconhecer as causas, no os culpados; uma vez que for sanada a causa o problema ser eliminado ou minimizado, se for focado apenas no culpado o problema poder ocorrer com outra pessoa novamente. Dentre as formas de preveno dos atos inseguros, destaca-se como principal o treinamento de segurana, este capaz de gerar no trabalhador a conscientizao no cumprimento das normas e princpios de segurana. Condies Inseguras: So irregularidades ou falhas no ambiente de trabalho que comprometem a segurana do trabalhador devido ao potencial de ocasionar em incidentes e acidentes, sejam de origem pessoal, material, financeira, ou ainda, a combinao destes. Veja alguns exemplos de condies inseguras: - Pisos escorregadios ou irregulares. - Mquinas com partes mveis ou sem proteo. - Ventilao imprpria ou inadequada. - Dispositivos de preveno e combate a incndio irregulares ou fora de manuteno. - Condies de empilhamento inadequado. - Instalaes eltricas improvisadas ou sem proteo. - Falta de aterramentos em equipamentos eltricos. - Escadas desprovidas de corrimo e sistema antiderrapante. - Embalagens de produtos qumicos sem identificao. - Objetos soltos no cho. - Equipamentos com partes quentes no sinalizadas. Para se garantir o controle das condies de insegurana muitas vezes faz-se necessria a participao de profissionais especializados, tais como os fabricantes dos equipamentos, os quais so responsveis por projetar os dispositivos de proteo necessrios para garantir as condies de segurana ao trabalhador, tais dispositivos so denominados EPC (Equipamento de Proteo Coletiva), devem obrigatoriamente atender requisitos de dimensionamento, quanto a dimenses, resistncia, formatos, coloraes. Contudo, de maneira mais simples, muito se pode fazer no campo da organizao e manuteno dentro da prpria empresa, tais como: - Limpeza e organizao de reas de circulao. - Empilhamento apropriado de materiais e em locais recomendados. - Inspeo peridica e manuteno de equipamentos destinados a preveno e combate a incndio. - Inspeo peridica e manuteno de instalaes eltricas por meio de profissional qualificado.

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Apostila Formao de Cipeiros- Inspeo de mquinas e equipamentos e manuteno de acordo com regras do fabricante. Proposio de Medidas Com base na anlise dos fatores envolvidos, medidas devem ser propostas com o objetivo de sanar as causas, evitando que o fato se repita; Verificao dos Resultados Acompanhar a aplicao de verificando os resultados obtidos.

Investigao de Acidentes de TrabalhoUma das principais funes da CIPA prevenir acidentes. Porm, quando eles ocorrem, cabe a CIPA estudar as causas, circunstncias e conseqncias do acidente, ou participar de seu estudo. A isso chamamos de Investigao de Acidentes, que tem por objetivo descobrir as causas de um acidente, estud-las e propor medidas que eliminem ou neutralizem essas causas evitando assim acidentes da mesma natureza. Ela deve ser livre da implicao disciplinar. No vai ajudar apenas criticar a falha do trabalhador, mas sim, os motivos que levara a existncia desta falha.

medidas,

Anlise das InformaesObter primeiro uma boa imagem; Antes de iniciar a investigao, procure ter uma (imagem geral) de tudo que est relacionado com o acidente, de modo a identificar onde iniciar, com quem, e os recursos necessrios. Entrevistar as pessoas envolvidas. O primeiro passo em uma investigao saber o que aconteceu da boca das pessoas que presenciaram o acontecimento, ou do prprio acidentado. fundamental diante de um acidente ocorrido, a busca das suas causas e medidas para que acidentes semelhantes possam ser evitados. Quando se tem este propsito, qualquer acidente, grave ou leve, rico em informaes. Ao estudo dos acidentes est ligada a necessidade da emisso de documentos que descrevem o acidente e suas causas, a elaborao de grficos que evidenciam (segurana) no ambiente de trabalho. As medidas prevencionistas decorrentes da anlise devem ser comunicadas pela CIPA sob a forma de relatrios e sugestes.

Passos bsicos a serem seguidos em uma investigao: Coleta de dados Possibilita a identificao da rea, atividade, mquina, material, pessoas envolvidas e circunstncias de ocorrncia; Registro Os dados devem ser registrados em formulrios prprios para facilitar seu acompanhamento; Anlise dos Fatos Compreende o exame do ocorrido e a ponderao dos efeitos sobre os indivduos, o grupo e a produo, assim como participao dos envolvidos sobre as circunstncias geradoras;

Anlise por rvore de CausasO acidente sempre um acontecimento complexo que coloca em jogo grande nmero de fatores independentes. Pode ser

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Apostila Formao de Cipeirosconsiderado como o final de uma srie de antecedentes em determinado sistema. Pela complexidade das situaes de trabalho, foi necessrio elaborar um mtodo de anlise de acidentes que responda e seja objetivo de modo permitir identificar fatores de risco comuns a diferentes situaes de trabalho, visando sua eliminao. O princpio o mtodo de Arvore de Causas no se resume a um questionrio, mas define um processo de investigao consiste em montar um quadro de acontecimentos a partir do acidente. 1) A coleta de dados deve ser efetuada imediatamente aps a ocorrncia do acidente seguindo-se o critrio de acontecimento; 2) A coleta dever ser a mais breve possvel, de preferncia logo aps a ocorrncia, quando as pessoas envolvidas no se esquecem e desabafam informaes mais concretas e sem presso; 3) As informaes devero ser colhidas no prprio local onde aconteceu o acidente, pois as evidncias importantes ainda esto no mesmo lugar. Deve-se, porm evitar situaes constrangedoras; 4) Reunir pessoas importantes como testemunhas, como por exemplo tcnicos especializados conhecedores do assunto (mquinas, operaes, profisses, etc) que possam fornecer o mximo de dados; 5)Registrar e preservar todas as informaes possveis para futuras consultas. 6)Deve-se coletar somente os fatos concretos e objetivos, evitando-se interpretaes e julgamentos precipitadas. de valores ou concluses

7) Desta forma reuniremos o maior numero de informaes possvel e aplicaremos o Mtodo rvore de Causas. 8) Voc irar analisar o acidente que ocorreu em sua conseqncia, no nosso caso a Fratura do osso Rdio da Sra. B. 9) Pergunta-se: Porqu?, de forma continua at que no tenha mais respostas, logo voc no ter mais resposta do porqu e quando isso acontecer voc ter a(s) causa(s) do acidente e questionar junto aos outros membros da CIPA: Se este foi o motivo o que poderia ser feito para que no ocorra o mesmo acidente? 10) Desafie as causas e caso seja necessrio realizar alguma aquisio redija um relatrio com detalhes da investigao e seus respectivos oramentos. Exemplo de Acidente A Sra. B est atrasada para o almoo e caminha rapidamente em direo ao refeitrio, fazendo seu trajeto habitual. Ao passar pelo corredor que d acesso a sada do galpo, uma vassoura, que estava encostada na parede, escorrega sua frente e a Sra. B, ao tropear nela, cai no cho sobre a mo direita, sofrendo fratura do osso Rdio. A Sra. B est gripada e acha que por isso seu trabalho rendeu menos naquela manh. O intervalo de almoo de uma hora, tanto a Sra. B quanto a encarregada de seu setor afirmam que o horrio de almoo muito corrido porque h fila no refeitrio. O refeitrio est a cerca de 200 metros da fbrica.

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? A vassoura est em local de circulao A Sra.B cai sobre mo direita

? A vassoura est encostada na parede

A vassoura escorregou na frente da Sra.B

A Sra.B tropea vassoura

A Sra.B fratura o osso Rdio da mo direita

A Sra.B est com gripe e seu trabalho no rendeu ? A Sra.B est atrasada A Sra.B caminhava rapidamente Intervalo de almoo 1 hora Fila para almoo

H sempre presso de tempo horrio almoo

EPI Equipamento de Proteo IndividualTrata-se de um Equipamento de Proteo Individual, de acordo com a norma ele se caracteriza como: Todo dispositivo ou produto, de uso individual utilizado pelo trabalhador, destinado proteo de riscos suscetveis de ameaar a segurana e a sade no trabalho, em redao dada pela NR-6, aprovada pela Portaria n 3.214 de 8 de Junho de 1978. De maneira geral so equipamentos de uso individual, que tem por finalidade impedir que a exposio do trabalhador a riscos das tarefas ou existentes no ambiente de trabalho, resulte em leso ou doena, de acordo os agentes envolvidos. A escolha do EPI deve ser feita por pessoal especializado, conhecedor tanto das caractersticas tcnicas do equipamento como das condies em que o trabalho executado, tais como o tipo de risco envolvido, parte do corpo exposta e, principalmente, o grau de proteo que o equipamento dever proporcionar. Responsabilidades Para garantir o alcance dos objetivos propostos pela NR-6, ela tambm identifica algumas responsabilidades: Cabe ao empregador quanto ao EPI: a) adquirir o adequado ao risco de cada atividade. b) exigir seu uso. c) fornecer ao trabalhador somente o aprovado por rgo nacional competente em matria de segurana e sade no trabalho; d) orientar e treinar o trabalhador sobre o uso adequado, guarda e conservao. e) substituir imediatamente quando danificado ou extraviado. f) responsabilizar-se pela higienizao e manuteno peridica. g) comunicar ao M.T.E. qualquer irregularidade observada. h) registrar seu fornecimento ao trabalhador, podendo ser adotados livros, fichas ou sistema eletrnico. Cabe ao empregado quanto ao EPI.

a) usar, utilizando-o apenas para a finalidade a que se destina. b) responsabilizar-se pela guarda e conservao. c) comunicar ao empregador qualquer alterao que o torne imprprio para uso. d) cumprir as determinaes do empregador sobre o uso adequado. Certificao

Para garantir a eficcia e a correta classificao das diferentes classes de equipamentos, os EPIs devem ser testados e aprovados pela autoridade competente. O Ministrio do Trabalho atesta a qualidade dos EPIs disponveis no mercado atravs da emisso do Certificado de Aprovao (C.A.) O fornecimento e a comercializao de EPI sem o C.A. considerado crime e tanto o comerciante quanto o empregador ficam sujeitos s penalidades previstas em lei. A certificao do equipamento pode ser consultada atravs do site do Ministrio do Trabalho: www.mte.gov.br, atravs do nmero do C.A.Entrega necessrio que sempre que seja fornecido um EPI ao funcionrio seja registrado em alguma forma de controle, sendo mais comum a ficha individual, a ficar de posse da empresa, para eventuais esclarecimentos que possam ser necessrios em causas trabalhistas. importante que esta ficha, alm dos campos de identificao do equipamento, e para assinatura do funcionrio, contemple tambm as informaes referentes a obrigaes e passividade de punies pelo seu descumprimento. Classificao A NR-6 traz tambm a classificao dos EPIs de acordo com a parte do corpo a que ele destinado e o risco suscetvel de lhe ocasionar leses. Indicando os EPI apropriado para proteo das seguintes partes do corpo: proteo da cabea; proteo dos olhos e face; para proteo auditiva; para proteo respiratria; para proteo do tronco, para proteo dos membros superiores, para proteo dos membros inferiores, para

proteo do corpo inteiro, para proteo contra quedas com diferena de nvel.

Riscos AmbientaisO controle dos riscos ambientais no ambiente de trabalho dado principalmente pelo seu gerenciamento, onde necessrio primeiro sua identificao e avaliao para posterior controle. Isto ocorre no PPRA (Programa de Preveno de Riscos Ambientais), estabelecido pela NR-9. Esta NR traz a identificao dos agentes fsicos, qumicos e biolgicos, a saber: Agentes fsicos: Consideram-se como agentes fsicos as diversas formas de energia a que possam estar expostos os trabalhadores tais como: rudo, vibraes, presses anormais, temperaturas extremas, radiaes ionizantes, radiaes no ionizantes, bem como o infra-som e o ultrasom. Agentes Qumicos Consideram-se como agentes qumicos as substncias, compostos ou produtos que possam penetrar no organismo pela via respiratria, nas formas de poeiras, fumos, nvoas, neblinas, gases ou vapores, ou que, pela natureza da atividade de exposio, possam ter contato ou ser absorvidos pelo organismo atravs da pele ou por ingesto. Agentes Biolgicos Consideram-se agentes biolgicos as bactrias, fungos, bacilos, parasitas, protozorios, vrus, entre outros. De maneira complementar a estes agentes apresentados pela NR-9, deve-se tambm avaliar e controlar os agentes ergonmicos e de acidentes, incorporados no Mapa de Riscos, cuja responsabilidade de elaborao remete CIPA.

estado emocional dos trabalhadores, comprometendo a sua sade, segurana e produtividade. Tais como: iluminao inadequada, levantamento e transporte manual de pesos, movimentos viciosos, trabalho de p, esforo fsico intenso, postura inadequada, controle rgido de produtividade, desconforto acstico, desconforto trmico, mobilirio inadequado, etc. Agentes de Acidentes So amplamente diversificados, representam basicamente situaes potenciais de condies inseguras, tais como: arranjo fsico inadequado, mquinas e equipamentos sem proteo, ferramentas inadequadas ou defeituosas, iluminao inadequada, eletricidade, armazenamento inadequado, animais peonhentos, outras situaes de risco que possam contribuir para ocorrncia de acidentes.

Mapa de RiscosO mapa de riscos a representao grfica dos diversos riscos existentes nos diversos locais de trabalho, inerentes ou no ao processo produtivo, afixado em locais acessveis e de fcil visualizao no ambiente de trabalho, para informao e orientao de todos os que ali atuam e de outros que eventualmente transitem pelo local, quanto as principais, reas e condies de risco. O Mapa de riscos elaborado pela CIPA, ouvidos os trabalhadores envolvidos no processo produtivo e com a orientao do Servio Especializado em Segurana e Medicina do Trabalho SESMT da empresa, quando houver. O mapeamento deve ser feito no mnimo anualmente, toda a vez que se renova a CIPA, ou quando houver mudanas significativas no local avaliado que implique na mudana do risco ou de sua gravidade. Com esta reciclagem, cada vez mais trabalhadores aprendem a identificar e a registrar graficamente os focos de acidentes nas empresas, contribuindo para elimin-los ou control-los. O mapa de riscos tem por objetivo:

Agentes Ergonmicos So aqueles relacionados com fatores fisiolgicos e psicolgicos inerentes execuo das atividades profissionais. Estes fatores podem produzir alteraes no organismo e

a) reunir as informaes necessrias para estabelecer o diagnstico da situao de segurana e sade no trabalho na empresa. b) possibilitar, durante a sua elaborao, a troca e divulgao de informaes entre os trabalhadores, bem como estimular sua participao nas atividades de preveno. Etapas da elaborao Para a correta elaborao do mapa de riscos deve-se seguir uma sequncia bsica que visa dar o suporte necessrio para a fase seguinte. a) Coleta de dados. (Processo de trabalho, componentes, produtos, avaliaes j existentes). b) Identificao dos riscos existentes. ( Riscos fsicos, qumicos, biolgicos, ergonmicos e de acidentes). c) Identificao das medidas de controle j existentes. (Medidas administrativas, medidas de proteo coletiva e individual). d) Identificao de indicadores de sade. (Histrico de acidentes de trabalhos, doenas ocupacionais e queixas de dores). Tabela de classificao de riscos:

e) Desenho da planta e processo produtivo. (Posicionamento dos riscos levantados com as devidas intensidades). f) Proposio de aes corretivas. (Adoo de novas medidas de controle e/ou manuteno das medidas j existentes). g) Afixao e divulgao do mapa de riscos. (Fixao nos locais adequados e discusso em DS (Dilogos de Segurana) ou ainda em murais). Identificao dos Riscos Para identificar os riscos utilizado uma tabela que relaciona cada risco de acordo com sua origem, inclusive adotando cores para sua fcil visualizao grfica. Agentes Fsicos Verde Agentes Qumicos Vermelho Agentes Biolgicos Marrom Agentes Ergonmicos Amarelo Agentes de Acidentes Azul

Intensidade Aps a identificao dos riscos nos locais avaliados a CIPA deve se reunir com as

informaes levantadas a fim de determinar a intensidade dos riscos constatados. Para representar as diferentes grandezas possveis dos riscos so utilizados

crculos de 3 tamanhos distintos para representar suas diferentes intensidades, a saber: Risco Leve, Risco Mdio e Risco Elevado. Cada crculo deve ser colocado naquela parte do mapa que corresponde ao lugar onde existe o problema. Caso existam, num mesmo ponto de uma seo, diversos riscos de um s tipo, por exemplo, riscos fsicos: rudo, vibrao e calor no preciso colocar um crculo para cada um desses agentes. Neste caso basta um crculo apenas, neste exemplo, com a cor verde dos riscos fsicos, desde que os riscos tenham o mesmo grau de intensidade. Outra situao a existncia de riscos de tipos diferentes num mesmo ponto. Neste caso, divide se o crculo conforme a quantidade de riscos em 2, 3, 4 e at 5 partes iguais, cada parte com a sua respectiva cor, (cuidado, quanto maior a diviso, mais difcil a visualizao). Observar que para fazer isto os riscos devem ser de mesma intensidade. Este procedimento de agrupar diversos riscos no

mesmo crculo chamado de critrio de incidncia. Identificao dos Riscos Devem ser descritos quais foram os riscos identificados para que quem for analislo, possa saber de que se trata. Esta identificao pode ser feita atravs da descrio do risco junto ao crculo, ou ainda, na legenda, para tanto necessrio atribuir um nmero para cada risco, colocando somente o nmero ao lado do crculo. Identificao das pessoas Pode-se tambm identificar a quantidade de pessoas que so expostas a cada risco, contudo, este procedimento por diversas vezes complicado, j que no se consegue determinar a quantidade de pblico flutuante (visitantes e outros), ou at mesmo as alteraes de rotina de trabalho que implicam em mudanas de postos e profissionais. Esta identificao mais confivel quando for feita para local que no possua tais caractersticas de rotatividade.

Intensidade dos riscos

Caracterizao da Intensidade Gravidade Leve Definio Danos pequenos e possibilidades de ocorrncia remota;

Mdio Elevado

Danos pequenos ou mdios, com grandes possibilidades de ocorrncias; Danos graves e com grandes possibilidades de ocorrncias ou danos mdios com ocorrncia imediata ou freqente.

Critrio de Incidncia

Escolha do tamanho No h regra para o tamanho que deve possuir seu Mapa de Riscos, o mais utilizado o tamanho da folha A4, devido a sua facilidade de impresso na maioria das impressoras, contudo se possuir condies de imprimir em maiores propores, no h nada que impea, lembre-se porm que o mapa deve ser colorido e por ser fixado em cada local de trabalho no convm que seja muito grande. Recomenda-se que seja usada alguma moldura para proteger o papel contra possveis desgastes e facilitar sua substituio. Organizao do Layout Uma vez que voc deve distribuir os riscos identificados no mapa, faz-se necessrio possuir campos especficos para organizar estas informaes, tanto para facilitar sua confeco, quanto sua leitura pelos demais trabalhadores.

Os campos mnimos necessrios so os seguintes: (embora voc possa acrescer mais). Cabealho: Deve possuir identificao da CIPA e o ano de sua gesto, assim como a identificao da empresa (com o uso de logomarcas se preferir). rea do mapa: o local onde voc deve colocar o desenho do setor, este desenho deve ser uma planta baixa do local de trabalho, identificando seu layout, corredores, acessos e mquinas. Cuidado para no sobrecarregar de detalhes, lembre-se que tambm devem ser colocados os crculos identificando os riscos. Recomendaes: Trata-se do local onde voc deve descrever quais as medidas necessrias para o controle dos riscos identificados, sejam os EPIs necessrios, ou ainda, recomendaes de ordem administrativa e individuais.

Legenda: Neste local voc deve identificar as convenes utilizadas no mapa, tais como as cores utilizadas para sinalizao dos riscos fsicos, qumicos, biolgicos, ergonmicos e de

acidentes, assim como a relao entre a intensidade dos riscos e o tamanho de crculo utilizado. Voc deve tambm usar este campo para identificar qualquer outra simbologia que venha a usar no mapa.

Exemplo de layout para Mapa de Riscos

Ergonomia Em agosto de 2000, a Associao Internacional de Ergonomia adotou a definio oficial apresentada abaixo: A Ergonomia (ou Fatores Humanos) uma disciplina cientfica relacionada ao entendimento das interaes entre os seres humanos e outros elementos ou sistemas, e aplicao de teorias, princpios, dados e mtodos a projetos a fim de otimizar o bem estar humano e o desempenho global do sistema. Os Ergonomistas contribuem para o planejamento, projeto e a avaliao de tarefas, postos de trabalho, produtos, ambientes e sistemas de modo a torn-los compatveis com as necessidades, habilidades e limitaes das pessoas. A palavra Ergonomia deriva do grego Ergon (trabalho] e nomos [normas, regras, leis]. Tratase de uma disciplina orientada para uma abordagem sistmica de todos os aspectos da atividade humana. Para aplicao dos conceitos da Ergonomia necessrio dividi-la em 3 reas de atuao: Ergonomia de Concepo: Interfere amplamente no projeto do posto de trabalho, do instrumento, da mquina, do processo de produo, organizao do trabalho e formao do pessoal. Projeta o material antes para que ocorra o trabalho adequado do trabalhador/ operador. Ergonomia de Correo: Atua na modificao de itens do espao de trabalho, tais como: Dimenses, iluminamento, rudo, formatos, etc.... Devido a sua abordagem tardia pode possuir muitas limitaes, devido a custos com alteraes de processos produtivos e retrabalhos. Ergonomia de Conscientizao: Mesmo em locais com requisitos ergonmicos satisfatrios, a interao do ser humano inevitvel, logo a postura e movimentos adotados

tambm deve ser foco de atuao preventiva e corretiva. Abre aplicao atravs da Ginstica laboral, de exerccios corporais com o objetivo da melhoria da qualidade postural do trabalhador.

Veja na sequncia alguns exemplos de acordo com os princpios da Ergonomia. Distncia do Monitor

Posio Lombar

Toro de mo e punho

Dimenses para trabalho sentado x trabalho em p

Alinhamento apropriado de mo e punho

Dimenses para Trabalho sentado

Trabalho em p