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UNIDADE I – PREVENÇÃO E COMBATE A INCÊNDIO CAPÍTULO I CIÊNCIA DO FOGO 1. HISTÓRICO DO FOGO O homem primitivo inicialmente observou o fogo surgido espontaneamente por meio da ação de relâmpagos sobre madeira de árvores e começou a utilizá-lo de maneira desorganizada, para iluminar, aquecer e cozinhar. A etapa seguinte consistiria em produzir voluntariamente o fogo; talvez a observação de que ele se propagava pelo aquecimento de galhos ou folhas secas indicou que a chama poderia ser iniciada com temperaturas elevadas. Desta forma, a descoberta de que o atrito entre dois pedaços de madeira seca elevava a temperatura até produzir uma chama, dando início à jornada tecnológica do homem, no seu controle da natureza. Posteriormente, outro método foi desenvolvido, que consistia no impacto entre duas pedras para a produção de faíscas. A observação de que fagulhas têm o poder de começar uma chama e que o choque de algumas rochas produz faíscas, conduziu a mais uma forma de iniciar o fogo. Muito tempo depois, foi descoberto que as fagulhas formadas eram mais fortes e persistentes, quando se batia o mineral sílex com ferro ou aço. Esse processo persistiu até o século XIX. O avanço seguinte, e bem mais recente, de um processo simples de produção de fogo, surgiria com a invenção, na Inglaterra, em 1827, do palito de fósforo. O elemento fósforo combina-se com o oxigênio tão facilmente que se acende apenas exposto ao ar. Os primeiros fósforos fabricados acendiam por atrito e exalavam um cheiro muito desagradável. Mais adiante, em 1845, começaram a ser fabricados os chamados fósforos de segurança, cuja cabeça combustível contém outros componentes não inflamáveis, garantindo a sua utilização de forma segura. 3

Apostila Combate Incendio

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UNIDADE I – PREVENÇÃO E COMBATE A INCÊNDIO

CAPÍTULO I

CIÊNCIA DO FOGO 1. HISTÓRICO DO FOGO

O homem primitivo inicialmente observou o fogo surgido espontaneamente por meio da ação de relâmpagos sobre madeira de árvores e começou a utilizá-lo de maneira desorganizada, para iluminar, aquecer e cozinhar.

A etapa seguinte consistiria em produzir voluntariamente o fogo; talvez a observação de que ele se propagava pelo aquecimento de galhos ou folhas secas indicou que a chama poderia ser iniciada com temperaturas elevadas. Desta forma, a descoberta de que o atrito entre dois pedaços de madeira seca elevava a temperatura até produzir uma chama, dando início à jornada tecnológica do homem, no seu controle da natureza.

Posteriormente, outro método foi desenvolvido, que consistia no impacto entre duas pedras para a produção de faíscas. A observação de que fagulhas têm o poder de começar uma chama e que o choque de algumas rochas produz faíscas, conduziu a mais uma forma de iniciar o fogo.

Muito tempo depois, foi descoberto que as fagulhas formadas eram mais fortes e

persistentes, quando se batia o mineral sílex com ferro ou aço. Esse processo persistiu até o século XIX.

O avanço seguinte, e bem mais recente, de um processo simples de produção de fogo, surgiria com a invenção, na Inglaterra, em 1827, do palito de fósforo. O elemento fósforo combina-se com o oxigênio tão facilmente que se acende apenas exposto ao ar. Os primeiros fósforos fabricados acendiam por atrito e exalavam um cheiro muito desagradável. Mais adiante, em 1845, começaram a ser fabricados os chamados fósforos de segurança, cuja cabeça combustível contém outros componentes não inflamáveis, garantindo a sua utilização de forma segura.

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2. TRIÂNGULO DO FOGO O Triângulo do Fogo é uma didática criada para melhor ilustrar a reação química do

fogo, onde cada lado do triângulo representa um elemento participante desta reação. Para que exista fogo, três elementos são necessários.

Combustível; Comburente (oxigênio); e Calor (temperatura de ignição)

combustível calor comburente 2.1 Combustível

É toda substância capaz de queimar, servindo de propagação do fogo. Os combustíveis podem se apresentar na natureza sob três estados físicos: sólido, líquido e gasoso.

Estados Físicos dos Combustíveis SÓLIDO Ex.: Madeira, tecido, papel, borracha, etc. LÍQUIDO Ex.: Gasolina, álcool, acetona, etc. GASOSO Ex.: Gás de cozinha, hidrogênio, etc.

2.2 Comburente (Oxigênio - 02)

É o elemento, presente no ar atmosférico, participando da reação química do fogo. 2.3 Calor

É o elemento que fornece a energia necessária para iniciar a reação entre o combustível e o comburente, mantendo e propagando a combustão, como a chama de um palito de fósforos. 3. PROCESSOS DE EXTINÇÃO DE INCÊNDIO

Conhecido o triângulo do fogo, este só existirá quando estiverem presentes os três elementos constituintes. Portanto, para extinguir o fogo, basta desfazer o triângulo, isto é, retirar um de seus lados. 3.1 Isolamento

Processo de extinção de incêndio que constitui na retirada do combustível. combustível calor

comburente

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3.2 Abafamento Processo de extinção de incêndio que consiste na redução ou retirada do oxigênio.

combustível calor

comburente

3.3 Resfriamento

Processo de extinção de incêndio que consiste na retirada parcial do calor (diminuição da temperatura).

combustível calor

comburente 4. CLASSES DE INCÊNDIO

Para que as ações de combate a incêndio possam ter a máxima objetividade e rendimento, com emprego correto de um agente extintor, os materiais combustíveis foram divididos em Classes de Incêndios. Classe A – Incêndio em materiais sólidos combustíveis. Ex.: madeira, papel, tecido, borracha, etc. Esses materiais apresentam duas propriedades: Deixam resíduos quando queimados (brasas, cinzas, carvão); Queimam em superfície e em profundidade.

Classe B – Incêndio em líquidos inflamáveis. Ex.: álcool, gasolina, querosene, graxa, diesel, etc. Esses materiais apresentam duas propriedades: Não deixam resíduos quando queimados; Queimam somente em superfície.

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Classe C – Incêndio em equipamentos eletro-eletrônicos energizados. Ex.: televisor, geladeira, computador, etc. Ao serem desligados da tomada, o incêndio passa a ser de classe A.

Classe D – Incêndio em metais pirofóricos. Ex.: sódio, magnésio, etc. Para extinção de fogo nesses materiais, existem agentes extintores especiais.

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CAPÍTULO II

AGENTES EXTINTORES DE INCÊNDIO

São substâncias que possuem a propriedade de extinguirem determinadas combustões. O sucesso do combate está relacionado com a sua correta utilização e o tipo de combustível. 1. ÁGUA

É o agente extintor “universal”. A sua abundância na natureza e as suas características de emprego, sob diversas formas, possibilitam uma boa aplicação em incêndios, porém ocorre a desvantagem desse agente ser condutor de corrente elétrica. 2. GÁS CARBÔNICO (CO2 – DIÓXIDO DE CARBONO)

É um gás incombustível, inodoro, incolor, mais pesado que o ar. Não é tóxico, mas a sua ingestão em excesso provoca asfixia. Atua por abafamento e, secundariamente, por resfriamento. Dissipa-se rapidamente quando aplicado em locais abertos. Não conduz corrente elétrica, nem danifica materiais eletrônicos. 3. PÓ QUIMICO SECO (PQS)

É um composto químico, que atua por abafamento. Não é tóxico, mas sua ingestão em excesso provoca asfixia. Por ser corrosivo, o uso deste agente pode danificar os eletro-eletrônicos. Não conduz corrente elétrica. 4. ESPUMA

Solução aquosa obtida através de reação química ou processo mecânico. Atua por abafamento e, em menor proporção, por resfriamento. Conduz corrente elétrica. Atualmente, este agente extintor dificilmente é encontrado em estabelecimentos comerciais e residenciais, embora ainda seja utilizado por indústrias e pelo Corpo de Bombeiros.

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CAPÍTULO III

APARELHOS EXTINTORES DE INCÊNDIO

São equipamentos fundamentais para o estágio inicial das ações de combate a incêndio.

São transportados em todas as viaturas operacionais do CBMERJ sendo encontrados, também, nas edificações e estabelecimentos comerciais.

O êxito no emprego dos aparelhos extintores de incêndio depende dos seguintes fatores basicamente: Aplicação correta do agente extintor para o tipo de combustível (sólido ou líquido) e

sua composição química; Manutenção periódica adequada; O operador do aparelho extintor deverá possuir conhecimentos específicos de

maneabilidade do equipamento e técnicas de combate a incêndio. 1. PARTES DO APARELHO EXTINTOR

esguicho

rótulo

pino

cilindroexterno

gatilho

manômetro

mangueira

rótulo

difusor

pino

gatilho

cilindroexterno

mangueira

2. TIPOS DE APARELHOS EXTINTORES

Normalmente, os aparelhos extintores são chamados pelo nome do agente que contém e apresentam características para cada tipo. 2.1 APARELHO EXTINTOR DE ÁGUA-GÁS (AG) Dados técnicos: • Mangueira • Esguicho • Alça para transporte • Recipiente • Tubo sifão • Cilindro de gás propelente (ampola externa)

Capacidade: 10 litros Alcance médio do jato: 10 metros

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Técnicas de utilização: Identifique o extintor através de sua aparência externa e etiqueta presa ao mesmo,

observando no manômetro se está carregado; Retire o extintor do suporte preso a parede ou outro lugar em que esteja

acondicionado; Transporte o extintor até próximo do local sinistrado (± 10 metros); Retire o lacre do volante da ampola externa e o pino de segurança; Empunhe a mangueira para baixo e gire o volante da ampola externa no sentido anti-

horário para pressurizar a carga extintora e aperte o gatilho rapidamente; Direcione o jato para a base do fogo e movimente-o em forma de “zigue-zague”

horizontal. 2.2 APARELHO EXTINTOR DE ÁGUA-PRESSURIZADA (AP)

O gás propelente está acondicionado junto à carga extintora, mantendo o aparelho pressurizado permanentemente.

Dados técnicos: • Mangueira com esguicho • Gatilho • Alça de transporte • Pino de segurança • Tubo sifão • Recipiente • Manômetro

Capacidade: 10 litros Alcance médio do jato: 10 metros

Técnicas de Utilização: Identifique o extintor através de sua aparência externa e etiqueta presa ao mesmo,

observando no manômetro se está carregado; Retire o lacre e o pino de segurança; Transporte o extintor até próximo do local sinistrado (± 10 metros); Aperte o gatilho e direcione o jato para a base do fogo e movimente-o em forma de

“zigue-zague” horizontal. 2.3 APARELHO EXTINTOR DE CO2 (GÁS CARBÔNICO) Dados técnicos: • Mangueira • Gatilho • Alça de transporte • Pino de segurança • Tubo sifão • Recipiente • Punho • Difusor Capacidade: 6 Kg Alcance médio do jato: 3 metros

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Técnicas de utilização: Identifique o extintor através de sua aparência externa e etiqueta presa ao mesmo; Retire o extintor do suporte preso a parede ou outro lugar em que esteja

acondicionado; Retire o lacre e o pino de segurança; Segure no punho e aponte o difusor para baixo; Transporte o aparelho até próximo do local sinistrado (± 3 metros); Aperte o gatilho e direcione o jato para a base do fogo e movimente-o em forma de

“zigue-zague” horizontal, de forma que crie uma nuvem sobre o fogo. 3. APARELHO EXTINTOR DE PÓ QUÍMICO SECO (PQS) Dados técnicos: • Mangueira • Gatilho • Alça para transporte • Recipiente

Capacidade 4, 6, 8 e 12 quilogramas Alcance médio do jato: 6 metros

Técnicas de utilização: Identifique o extintor através de sua aparência externa e etiqueta presa ao mesmo,

observando no manômetro se está carregado; Retire o extintor do suporte preso a parede ou outro lugar em que esteja

acondicionado; Retire o lacre e o pino de segurança; Transporte o extintor até próximo do local sinistrado (± 6 metros); Aperte o gatilho e direcione o jato para a base do fogo e movimente-o em forma de

“zigue-zague” horizontal.

EXTINTOR CLASSE DE INCÊNDIO

ÁGUA

CO2

PQS

A SIM

Ótimo resultado SIM

Pouco eficiente SIM

Pouco eficiente

B SIM

Pouco eficiente SIM

Bom resultado SIM

Ótimo resultado

C NÃO

Contra-indicado SIM

Ótimo resultado SIM

Regular (pode causar danos aos

aparelhos)

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PROCESSO DE EXTINÇÃO

RESFRIAMENTO ABAFAMENTO E RESFRIAMENTO

ABAFAMENTO

ALCANCE DO JATO 10 litros

± 10 metros 6 Kg

± 03 metros 4 Kg

± 06 metros

TEMPO DE DESCARGA

10 litros 60 segundos

6 Kg 30 segundos

4 Kg 10 a 16 segundos

CAPÍTULO IV

SISTEMAS PREVENTIVOS 1. MANGUEIRAS

Tubos enroláveis de “nylon” revestidos internamente de borracha, possuindo nas extremidades juntas do tipo storz.

Utilizado como duto para fluxo de água entre a caixa de incêndio e o esguicho.

2. ESGUICHO Tubo metálico dotado de junta storz na extremidade de entrada e saída livre,

podendo possuir um sistema para comando. Utilizado como terminal da linha de mangueira, tendo a função de regular o tipo de

saída e direcionar o jato de água. Os esguichos mais encontrados são tronco-cônico e regulável.

Esguicho Tronco-cônico Esguicho Regulável

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3. COMO UTILIZAR A CAIXA DE INCÊNDIO

1 – Abra a caixa de incêndio. Se a mesma estiver trancada,quebre o vidro.

2 – Conecte a junta da mangueira na saída do hidrante,desenrole-a e, em seguida, conecte o esguicho em suaoutra extremidade.

3 – Abra então o registro, segurando firmemente, com uma das mãos, o esguicho e, na outra, a mangueira.

4 – Após esticar bem a mangueira, dirija o jato para a base do fogo.

Materiais componentes da Caixa de Incêndio

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CAPÍTULO V

VIAS DE ESCAPE E CONTROLE DE PÂNICO 1. COMO ESCAPAR DE UM EDIFÍCIO EM CHAMAS

Se um incêndio ocorrer em seu escritório ou apartamento, saia imediatamente. Muitas pessoas morrem por não acreditarem que um incêndio pode se alastrar com rapidez.

Se você ficar preso em meio à fumaça, respire pelo nariz, em rápidas inalações. Se possível, molhe um lenço e utilize-o como máscara improvisada. Procure rastejar para a saída, pois o ar é sempre melhor junto ao chão.

Use as escadas – NUNCA O ELEVADOR! Num incêndio pode ocorrer o corte de energia para os elevadores. Feche todas as portas que ficarem atrás de você, assim retardará a propagação do fogo.

Se você ficar preso numa sala cheia de fumaça, fique junto ao piso, onde o ar é sempre melhor. Se possível, fique perto de uma janela, de onde poderá chamar por socorro.

Toque a porta com o dorso (costas) da sua mão. Se estiver quente, não abra. Se estiver fria, faça este teste: abra vagarosamente e fique atrás da porta. Se sentir calor ou pressão vindo através da abertura, mantenha-a fechada.

Se você não puder sair, mantenha-se atrás de uma porta fechada. Qualquer porta serve como escudo. Procure um lugar perto de janelas, e abra todas. Calor e fumaça devem sair por cima. Você poderá respirar pela abertura inferior.

Procure conhecer o equipamento de combate a incêndio para utilizá-lo com eficiência em caso de emergência. Se necessário, “arme” uma linha de mangueira na saída do hidrante.

Um prédio pode lhe dar várias opções de salvamento. Conheça-as previamente. NÃO salte do prédio. Muitas pessoas morrem sem imaginar que o socorro pode chegar em poucos minutos.

Se houver pânico na saída principal, mantenha-se afastado da multidão. Procure outra saída. Uma vez que você tenha conseguido escapar, NÃO RETORNE. Chame o Corpo de Bombeiros imediatamente. As pessoas que estão fora do prédio devem afastar-se do local, deixando livres as vias públicas para que os carros dos bombeiros possam circular com a necessária rapidez.

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CAPÍTULO VI

PREVENÇÃO E PRINCIPAIS CAUSAS DE INCÊNDIO

1. INSTALAÇÕES ELÉTRICAS Não ligue mais de um aparelho elétrico na mesma tomada. Se a corrente elétrica está

acima do que a fiação suporta, ocorre um superaquecimento dos fios. Aí pode começar o incêndio;

Não utilize fios elétricos descascados ou estragados. Quando encostam um no outro,

podem provocar curto-circuito e faíscas, ocasionando um incêndio. Periodicamente, faça uma revisão nos fios dos aparelhos elétricos e na instalação elétrica da sua casa;

Se algum aparelho elétrico ou tomada apresentar defeito, não pense duas vezes para

mandar consertá-los; Não faça ligações provisórias; A fiação deve estar sempre embutida em conduítes; Os quadros de distribuição devem ter disjuntores. Se os dispositivos de proteção ainda

forem do tipo chave-faca, com fusíveis cartucho ou rolha, substitua-os por disjuntores;

Caso note aquecimento dos fios e queima freqüente de fusíveis, chame um técnico

qualificado para fazer uma revisão;

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Um simples curto-circuito pode causar uma grande tragédia!!! 2. CIGARROS Nunca fume na cama; Não fume se estiver com muito sono e relaxado diante da televisão;

Nunca fume ao encerar a casa ou lidar com álcool, parafina, solventes ou materiais de

limpeza em geral; Não use cinzeiros muito rasos. Utilize cinzeiros fundos, que protegem mais o cigarro,

evitando que uma cortina esbarre nele ou que caia por descuido no tapete; Antes de despejar o conteúdo do cinzeiro no lixo, certifique-se de que os cigarros estão

bem apagados; Nunca jogue um cigarro aceso em qualquer tipo de lixeira.

3. MATERIAL COMBUSTÍVEL

Os tecidos sintéticos são muito usados hoje em dia para confecção de tapetes, carpetes, cortinas, colchas, forrações de estofados e roupas. Eles são altamente inflamáveis. Se não puder evitá-los, tome todo cuidado para que não entre em contato com o fogo. Basta uma simples fagulha para o fogo se alastrar em poucos segundos; Não use avental de plástico ou blusão de “nylon” quando estiver cozinhando; Não deixe vasilhames ou talheres de plástico em cima do fogão;

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Nunca deixe uma panela com óleo esquentando no fogo enquanto vai fazer outras coisas;

O gás de cozinha é altamente inflamável. Por isso, verifique sempre se há vazamentos; Nunca derreta cera no fogo; Guarde todo material inflamável e de limpeza em lugar seguro, arejado e afastado do

fogo; Nunca armazene gasolina em casa. O risco é muito grande; Evite acumular objetos fora de uso (jornais, pneus, roupas velhas, caixas de papelão

vazias, etc.), pois podem facilitar a propagação do fogo;

Antes de sair de casa, verifique:

a) Se o registro do gás está fechado; b) Se o ferro de passar está desligado; c) Se os cigarros estão apagados nos cinzeiros.

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CAPÍTULO VII

COMO E QUANDO SOLICITAR O CORPO DE BOMBEIROS

Geralmente as solicitações de socorro feitas ao Corpo de Bombeiros são realizadas

de forma errada, pois o solicitante não fornece informações reais e muitas vezes estas são incompletas, atrasando o auxílio à população.

As solicitações ocorrem de forma verbal (pessoalmente) e, em sua maior parte, via telefone. O telefone de solicitação é o 193, existindo ainda outras linhas telefônicas em cada quartel, destinadas exclusivamente para o socorro.

Mantenha sempre o número do telefone do Corpo de Bombeiros, junto ao aparelho telefônico. Mesmo que você saiba combater um incêndio, não deixe de avisar à Corporação imediatamente.

Em caso de socorro, o solicitante deverá nos fornecer os seguintes dados: - TIPO DE EVENTO (incêndio, colisão de veículos, escapamento de gás, etc.); - ENDEREÇO DO EVENTO (com referências do local – Ex.: próximo ao

supermercado tal, no cruzamento da rua tal); - TELEFONE PARA CONFIRMAÇÃO DO AVISO.

Obs.: Quanto mais completas forem as informações, mais rápido e de forma mais eficaz será efetuado o socorro.

Jamais passe “TROTE” para o Corpo de Bombeiros. Quando alguém passa um “trote” está comprometendo a vida de uma outra pessoa que está necessitando com a máxima urgência do Corpo de Bombeiros. Lembre-se que a vítima pode ser você, ou alguém de sua família;

É dever de cada Bombeiro Mirim instruir todas as crianças e

adolescentes a não passarem “trotes”!!!

A ambulância do Corpo de Bombeiros somente atende a acidentes em via pública, como por exemplo, atropelamento, queda de moto, colisão de veículos. Dentro de residências, o atendimento é feito por ambulâncias de Hospitais Municipais, Estaduais ou particulares.

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UNIDADE II – SALVAMENTO

CAPÍTULO I

GÁS LIQÜEFEITO DE PETRÓLEO (GLP) 1. INSTALAÇÃO

Os componentes para a instalação do botijão de gás são: Mangueira: Deve ser de plástico PVC transparente, estar dentro do prazo de validade

e ser certificada pelo INMETRO. Braçadeiras: Servem para fixar a mangueira no fogão e no regulador de pressão do

botijão. Nunca use arame, esparadrapo ou outro material no lugar de braçadeiras. Regulador de pressão: É a peça que regula a passagem do gás do botijão para a

mangueira. Botijão: Vasilhame cilíndrico, que acondiciona o GLP, sendo 85% na forma líquida e

15% na forma gasosa.

2. PARA SUA SEGURANÇA: Compre botijões somente com empresas credenciadas. Evite as clandestinas; Verifique o estado do botijão ao recebê-lo. Se houver dúvidas quanto ao seu peso ou

qualidade, aproveite a presença do entregador e peça para trocá-lo. O botijão não pode estar amassado, enferrujado ou apresentar qualquer outro tipo de danificação; Nunca instale o botijão próximo a ralos ou grelhas de escoamento de água. Por ser

mais pesado que o ar, o gás pode se infiltrar em seu interior e explodir; Nunca coloque os botijões em compartimentos fechados e sem ventilação (armários,

gabinetes, vãos de escada, porões, etc.).

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2.1 Antes de trocar o botijão, certifique-se de que: Todos os botões dos queimadores estão desligados; O local está bem ventilado e livre de qualquer tipo de fogo (velas, fósforos, cigarros).

2.2 Em seguida faça a troca: Feche o registro de gás; Retire o lacre do botijão cheio; Retire o regulador do botijão vazio; Segure o bico do regulador na posição vertical e encaixe-o na válvula do botijão cheio; Gire a borboleta do regulador para a direita, até ficar firme.

Use apenas as mãos para rosquear a borboleta do regulador; nunca utilize ferramentas. Ao rosquear a borboleta, evite inclinar o regulador, mantendo-o sempre na posição

vertical. Após a instalação do botijão, verifique se há vazamento de gás aplicando espuma de

sabão na junção do regulador com a válvula do botijão.

Se houver vazamento, começarão a se formar bolhas na espuma. Neste caso, feche imediatamente o registro de gás.

Obs.: Nunca use fósforos ou qualquer tipo de chama para verificar se há vazamento. 3. COMO ACENDER O FOGÃO E O FORNO Abra o registro de gás do botijão; Abra a porta do forno se for usá-lo; Acenda o fósforo; Aproxime o fósforo aceso do queimador que vai ser usado; Gire o botão do queimador.

Obs.: Acostume-se a acender o fósforo antes de girar o botão. Se você girar o botão primeiro, o gás começa a sair imediatamente, o que pode ser perigoso.

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Lembre-se: Ao comprar o regulador de pressão e a mangueira, verifique se possuem a

identificação do INMETRO gravada. Não use outro tipo de material; Ao sair de casa, feche o registro de gás e nunca deixe panela no fogo aceso;

Não permita que as crianças tenham acesso ao fogão; Não coloque cortinas, panos de prato ou outros materiais que possam pegar fogo junto

ao fogão ou sobre o botijão; Não tente eliminar vazamento de maneira improvisada com sabão, cera, etc.

4. COMO PROCEDER EM CASOS DE EMERGÊNCIAS 4.1 Vazamento de gás sem fogo Feche o registro de gás; Afaste as pessoas do local; Não acione interruptores de eletricidade; Desligue a chave geral de eletricidade somente se ela estiver fora da residência; Não fume nem acenda fósforos ou isqueiros; Se ocorrer em ambiente fechado, abra portas e janelas; Entre em contato com a empresa distribuidora de gás e, em casos mais graves, com o

Corpo de Bombeiros. 4.2 Vazamento de gás com fogo Se possível, feche o registro de gás; Afaste as pessoas do local; Desligue a chave geral da eletricidade; Retire do local os materiais combustíveis que puder;

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Chame o Corpo de Bombeiros.

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CAPÍTULO II

PREVENÇÃO DE ACIDENTES DE TRÂNSITO 1. NÚMEROS DO TRÂNSITO NO BRASIL

Os acidentes de trânsito são as principais causas de mortes dos 5 aos 49 anos; 92% dos acidentes ocorrem por falha humana e, destes, 35% por uso de álcool. Cerca de 88% dos acidentes ocorrem nas cidades, sendo que 70% nos primeiros 10 minutos ao volante. A cada 10 acidentes, duas vítimas ficam gravemente feridas, com lesões complexas e com seqüelas de difícil tratamento. Aproximadamente 76% dos acidentes ocorrem em velocidade inferior a 40Km/h, que corresponde a uma queda do 2º andar. 2. RECOMENDAÇÕES Use sempre o cinto de segurança, tanto nas estradas quanto nas cidades e nos

trechos curtos; Ajuste o cinto confortavelmente para você e, se necessário, procure uma oficina

mecânica para este serviço; Mantenha as crianças sempre no banco de trás: acima de 5 anos, sentadas em

almofadas altas e rígidas, com o cinto de segurança afivelado; crianças menores sempre na cadeirinha própria, com os cintos de veículo e o da cadeirinha afivelados; Não dirija cansado ou após ingerir certos remédios, álcool ou drogas. Os hospitais

estão superlotados e com carência de recursos humanos e materiais; Nas motocicletas, use o capacete e as vestimentas adequadas e não transite entre

veículos; Respeite as Leis de Trânsito.

PREVENIR É MELHOR DO QUE INTERNAR, OPERAR OU REMEDIAR!!!

3. QUAIS AS FUNÇÕES DO CINTO DE SEGURANÇA?

Havendo a colisão do veículo contra o obstáculo, ocorrem duas outras colisões que o cinto evita: a do ocupante contra o veículo e dos órgãos contra a parede do corpo, evitando assim traumas do crânio, do tórax e do abdômen mantendo os ocupantes em posição e conscientes, o que facilitará a ajuda e o socorro aos envolvidos. Além disso, permite maior controle do veículo em situações perigosas. O motorista solto escorrega e perde o controle do veículo nesses casos.

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4. CONSCIENTIZAÇÃO NO TRÂNSITO O cinto retrátil de 3 pontos é o mais indicado; O "air bag" não substitui o cinto. Use-os juntos; O cinto não prenderá os ocupantes no veículo e raramente provocará lesões por seu

uso. 5. JUSTIFICATIVAS PARA USO DO CINTO DE SEGURANÇA

Os traumas diretos, causados pelos veículos e destes contra os pedestres, são responsáveis por 50% da ocupação dos leitos hospitalares públicos no Brasil.

Nas freadas bruscas, os ocupantes do veículo colidem principalmente nas crianças que, se soltas, por serem mais leves, tornam-se vítimas freqüentes. 6. PROCEDIMENTOS DOS PEDESTRES

O posicionamento do pedestre na calçada, antes de atravessar uma via pública é muito importante. O pedestre nunca deverá se posicionar atrás de bancas de jornais, árvores, ônibus parados no ponto, e sim, deverá ficar na calçada em posição que o motorista o veja. O pedestre expõe-se a riscos, ao tentar compartilhar as vias com os veículos. Tome muito cuidado em estradas e principalmente nos centros comerciais. Muitos pedestres não percebem suas limitações (especialmente aqueles que não sabem dirigir) e correm riscos excessivos, ao atravessarem fora da faixa de pedestres, não usando as passarelas ou quando o sinal está aberto para os veículos. Existem dados que comprovam que o pedestre é indisciplinado, distraído e cria situações tais, que prejudicam sua segurança. O número de pedestres envolvidos em acidentes de trânsito indica o quanto as pessoas ainda não conhecem as leis, pois, não compreendendo a posição dos motoristas, as limitações dos veículos e suas próprias, atiram-se em situações arriscadas e que nem sempre têm um final feliz. O pedestre bem educado respeita as regras de trânsito. Sabe que não deve usar as vias indevidamente. 7. SINALIZAÇÃO SEMAFÓRICA A sinalização semafórica tem a função de efetuar o controle do trânsito através de indicações luminosas, alternando o direito de passagem dos vários fluxos de veículos e/ou pedestres. As cores das luzes são dispostas verticalmente e estabelecidas da seguinte forma:

Para Controle de Fluxo de Pedestres: Vermelha – Indica que os pedestres não podem atravessar. Vermelha Intermitente – Indica que a fase durante a qual podem passar os pedestres está a ponto de terminar. Isto indica que os pedestres não poderão começar a cruzar a via e os pedestres que hajam iniciado a travessia na fase verde se desloquem o mais breve possível, para o refúgio seguro mais próximo. Verde – Indica que os pedestres podem passar.

Para Controle de Fluxo de Veículos: Vermelha – Indica obrigatoriedade de parar.

Amarela – Indica “atenção” , devendo o condutor parar o veículo, salvo se isto resultar em situação de perigo para os veículos que vêm atrás. Verde – Indica permissão de prosseguir na marcha, efetuando, o condutor, a operação indicada pelo sinal luminoso.

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Page 21: Apostila Combate Incendio

UNIDADE III – PRIMEIROS SOCORROS

CAPÍTULO I

SUPORTE BÁSICO DE VIDA 1. CONCEITO

Podemos conceituar primeiros socorros, como sendo a atenção imediata prestada a uma pessoa, cujo seu estado (físico ou emocional) coloca em perigo sua vida. 2. FINALIDADE

Entre as finalidades da aplicação dos primeiros socorros, os mais importantes são: manter funções vitais presentes, evitar o agravamento das condições da vítima, providenciar assistência médica qualificada.

Como característica dos socorros de emergência, podemos evidenciar que o socorrista sempre deve ter em mente três passos: O que deve procurar; O que deve fazer e o que não fazer; Como fazer.

Após a aprendizagem de Primeiros Socorros, o socorrista terá a capacidade de:

Prevenir acidentes; Ter segurança face às emergências; Caso necessário, conseguir ajuda qualificada; Prevenir danos maiores aos já detectados; Salvar vidas.

Ao falarmos de Primeiros Socorros, temos a plena consciência de que cada

acidente possui características e circunstâncias particulares, contudo há medidas que devem sempre ser tomadas pelo socorrista em todas as situações:

a) Assumir a situação: Evite o pânico; Obtenha ajuda de outras pessoas, dando ordens claras e concisas; Não tente resolver o problema sozinho; sempre que necessário, solicite reforço para o

local; Mantenha curiosos afastados, evitando assim confusões e maiores danos. Assim o

socorrista poderá atuar melhor. b) Proteja o acidentado: Observe o local onde se encontra o acidentado, visando à exclusão ou diminuição de

possíveis riscos para o socorrista e acidentado (fios elétricos, animais, tráfego). Caso necessário, mude o acidentado de lugar. Identifique pessoas capazes de desviar o trânsito ou construir uma proteção provisória; Caso o acidentado encontre-se vomitando, colocá-lo na posição lateral de segurança.

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3. ABORDAGEM AO ACIDENTADO 3.1 Exame Primário

Consiste em avaliar o acidentado quanto a tudo o que puder causar risco de vida: Verificar o estado de consciência da vítima; Proceder a leve extensão do pescoço da vítima (evite alongar exageradamente o

pescoço pois a vítima pode ter uma lesão na coluna cervical); Desobstruir vias aéreas de qualquer corpo estranho. Ex.: bala, dentadura, dentes,

chicletes, língua, etc. A queda da língua é uma das principais causas de morte em acidentes de trânsito. Observar se a vítima encontra-se com parada respiratória ou cardíaca; caso positivo,

iniciar imediatamente a RCP (Reanimação Cárdio-Pulmonar); Observar quanto a temperatura da vítima, aquecê-la com cobertores ou lençóis, se for

necessário.

3.2 Exame Secundário É realizado somente quando a vítima apresenta-se estável. Consiste em apalpar todo o corpo a fim de verificar possíveis traumatismos: A – Cabeça e face B – Tronco C – Membros (superiores e inferiores) 4. PARADA CÁRDIO-RESPIRATÓRIA

Ocorre quando há cessação dos batimentos cardíacos, ocorrendo juntamente com a parada respiratória.

O socorrista deve diagnosticar e tratar o mais rápido possível, dentro de um período máximo ou igual a 06 minutos. A eficácia está relacionada a dois importantes fatores: rapidez e perfeição, com o que é feita a aplicação da RCP. 4.1 Principais causas de uma parada cárdio-respiratória: Ataque cardíaco; Choque elétrico; Intoxicação medicamentosa; Obstrução das vias aéreas; Estrangulamento; Intoxicação por monóxido de carbono.

4.2 Sintomas de uma parada cárdio-respiratória: Pulso ausente; Insuficiência ou ausência respiratória; Midríase (dilatação das pupilas); Perda da consciência; Palidez e cianose (arroxeamento das extremidades dos dedos, lábios); Ausência de batimentos cardíacos.

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4.3 Conduta diante de uma parada cárdio-respiratória: Certifique-se que a vítima respira ou não; Iniciar imediatamente com 02 (duas) insuflações caso haja ausência de movimentos

respiratórios ou quando a vítima apresentar dispnéia (dificuldade respiratória) grave; Verificar o pulso durante 05 segundos e quais suas características; Iniciar a massagem cardíaca.

5. PRINCÍPIOS BÁSICOS DA RCP Posicionamento das mãos; Localizar o ponto de compressão que está no terço inferior do externo ou na linha

intermamilar; Exercer pressão sobre o ponto de compressão. Colocar a vítima sobre uma superfície plana

Obs.: Crianças recém-nascidas e menores de 1 ano, o posicionamento das mãos e a forma de proceder a RCP é diferenciada; utilizando-se para tal o apoio do antebraço para apoiar a criança e com as pontas dos dedos exercer a pressão. 5.1 Instrução para RCP Respiração artificial; Massagem cardíaca externa.

Atualmente, quando houver um ou dois socorristas para proceder a reanimação:

1º passo: Fazer duas insuflações; 2º passo: Fazer quinze compressões.

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Proceder desta forma até a reanimação da vítima ou até que esta receba ajuda

médica qualificada.

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CAPÍTULO II

NOÇÕES DE PRIMEIROS SOCORROS

1. HEMORRAGIA

Perda de sangue para o meio externo ou interno, ocasionado por ruptura ou dilaceração de vasos sangüíneos. Basicamente, os órgãos que compõe o sistema circulatório são o coração e os vasos sangüíneos, sendo este um circuito fechado.

Temos dois tipos de hemorragias: Arterial: Sangue com cor vermelho vivo, que sai em jatos e com grande pressão. Venosa: É caracterizada por sangue de cor vermelho escuro, e sai de forma escorrida

(baixa pressão). 1.1 Sinais e sintomas de hemorragia Pulso fraco e acelerado; Palidez e sudorese; Queda de temperatura; Náuseas e vômito; Sede; Desmaio; Estado de choque.

1.2 Técnicas para a contenção de hemorragia a) Compressão direta: Faz-se pressão direta no local onde esteja o ferimento,

utilizando-se gaze ou compressa limpa; b) Elevação do membro: A elevação da parte lesada a um nível superior ao do coração,

que visa dificultar a saída do sangue pela própria pressão; c) Curativo compressivo: É feito com uma compressa limpa e esparadrapo; d) Pontos de pressão: Pressionar determinadas áreas onde se saiba a localização de

artérias e veias; Obs.: Em todas as técnicas acima citadas, sempre utilizar luvas de proteção individual. 2. FRATURAS

Devemos ter em mente uma consideração simples e bastante distinta entre fratura, luxações e entorse. Entorse: A articulação se desencaixa temporariamente e, logo em seguida, se encaixa

novamente, sem o rompimento dos ligamentos; Luxação: Ocorre quando a articulação se desencaixa de sua forma primária, e assim

permanece; Fratura: Ocorre quando há a quebra de osso.

As fraturas apresentam-se, basicamente, de duas formas:

Fechadas: não há um rompimento do tecido com exposição óssea. Aberta ou exposta: há o rompimento do tecido com exposição do osso fraturado.

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O socorrista deve sempre proceder a imobilização quando suspeitar de fraturas. Da mesma forma, quando se tratar de entorses ou luxações.

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2.1 Sinais e sintomas de vítimas com fraturas Forte dor no local, aumentada com o movimento; Edema local; Hematoma ou equimose; Paralisia.

2.2 Procedimento do socorrista frente a vítima com fraturas Primeiro diagnóstico será quanto ao local e gravidade da fratura; Não tentar reduzir as fraturas, pois este é um procedimento médico; O socorrista deverá utilizar-se de talas apropriadas e ataduras para proceder a

imobilização. Na falta destes, poderá utilizar-se de materiais como papelão, ripas, pedaços de pano, cinto e outros de acordo com a criatividade do socorrista.

3. QUEIMADURAS Queimadura é a lesão térmica ou química dos tecidos. Pode ser produzida por líquidos ou corpos quentes, por produtos químicos cáusticos, por eletricidade ou por radiações eletromagnéticas (raios X, radiações nucleares). A pele se queima por exposição a temperaturas superiores a 50 ºC durante mais de cinco minutos. 3.1 Classificação

As queimaduras são classificadas de acordo com a profundidade em primeiro, segundo ou terceiro graus. As queimaduras de primeiro grau produzem vermelhidão e dor (por exemplo, as queimaduras de sol). As de segundo grau apresentam bolhas (por exemplo, as queimaduras por líquido fervendo). Nas queimaduras de terceiro grau, a pele se destrói por completo e são atingidos ainda os tecidos subjacentes (subcutâneo, músculo e até o osso).

A extensão de uma queimadura se expressa segundo a porcentagem da superfície corporal lesada, conforme figura abaixo:

3.2 Como prevenir: Evitar o uso de panelas com cabos voltados para fora do fogão ou frouxos; Líquidos a serem fervidos devem ser feitos nas bocas posteriores do fogão; Evite utilizar líquidos inflamáveis para acender churrasqueiras;

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Ao fazer frituras, não jogue água sob o óleo quente e coloque alimentos a serem fritos com muito cuidado na panela;

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Não manuseie balões; Panelas de pressão só devem ser abertas depois de resfriadas; Ao manusear produtos corrosivos, utilize luvas e outros equipamentos de proteção que

julgar necessários; Cuidado com as fontes de energia elétrica. Não as toque. Evite contato da pele com objetos muito frios.

4. CHOQUE ELÉTRICO

São acidentes provocados por contato com alguma fonte de energia elétrica. O contato com a fonte de energia pode causar, desde pequenos choques, até queimaduras e arritmias cardíacas (alteração no ritmo cardíaco) e inconsciência. 4.1 Como prevenir: Não tocar em tomadas. Caso faça reparos elétricos ou instalações de aparelhos desta natureza, certifique-se

de haver desligado a chave geral.

Quando houver falta de energia, desligue os aparelhos na tomada para evitar curto- circuito, quando a energia voltar; Utilize luvas isolantes e botas, sempre que for lidar com eletricidade; Não colocar aparelhos energizados em contato com a água; Use suportes nas tomadas de energias, eles evitam que crianças introduzam objetos

de metal nos orifícios das tomadas;

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idado com a rede elétrica. Um choque elétrico pode provocar a morte de uma pessoa;

tomóveis bem como alternadores, pois

ver sendo eletrocutada, não a toque! Remova a fiação elétrica com materiais isolantes.

de uso diário. Podem ser causadas pela ingestão de alimentos, plantas venenosas e etc.

Ao soltar pipas, tome o cu

Tomar cuidado ao manusear baterias de aupodem provocar choques de alta intensidade; Faça sempre manutenção de instalações e aparelhos elétricos; Não manuseie equipamentos elétricos com as mãos ou partes do corpo molhadas;

Obs.: Quando uma pessoa esti

5. ENVENENAMENTO OU INTOXICAÇÃO São acidentes que ocorrem, geralmente, envolvendo substâncias

O que é veneno?

Veneno ou toxina é a substância que introduzida no corpo em quantidade

Os sinais ou sintomas variam com as toxinas e o modo como ela penetrou no corpo.

lventes, tintas, cozinha, sabão em pó;

Jardim: plantas ornamentais, aranhas, escorpiões, cobras e outros insetos.

odutos de limpezas;

nstruções dos fabricantes: leia o rótulo ou a bula antes de usar qualquer

resto de medicamentos, produtos químicos velhos ou com embalagens

alcance das crianças;

Não coma plantas desconhecidas. Lembre-se que não há regras ou testes

suficiente, podem causar danos temporários ou permanentes. Eles podem ser ingeridos, inalados, absorvidos pela pele, introduzidos nos olhos ou injetados.

5.1 Locais e Produtos Potencialmente Tóxicos em Casa Cozinha: sabão, detergentes, desentupidores e desinfetantes;

Área de Serviço, despensa ou garagem: ceras, fertilizantes, soalvejantes, inseticidas, raticidas, álcool, gás de Sala: plantas ornamentais, bebidas alcoólicas; Quarto: perfumes, inseticidas, naftalina ou remédios; Banheiro: cosméticos, remédios, talco, desodorantes, água de colônia;

5.2 Como prevenir: Mantenha longe das crianças: medicamentos e pr Mantenha os produtos em embalagens originais;

Siga as iproduto; Não guarde danificadas; Feche armários com medicamentos, bebidas alcoólicas, e de limpeza; Não pratique automedicação. Qualquer medicamento pode ser perigoso. Mantenha plantas tóxicas ou desconhecidas, longe do Ensine as crianças a não colocarem plantas na boca; Conheça as plantas que tem em casa pelo nome e características;

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seguros para distinguir as plantas comestíveis das venenosas. Nem sempre o cozimento elimina a toxicidade da planta.

UNIDADE IV – DEFESA CIVIL

CAPÍTULO I

CONCEITO DE DEFESA CIVIL 1. O QUE É DEFESA CIVIL?

De uma forma intuitiva, Defesa Civil é um conjunto de medidas que tem por finalidade prevenir e limitar, em qualquer caso, os riscos e perdas a que estão sujeitas às pessoas, seus bens e recursos, em conseqüência de fatos adversos de toda a espécie. Quando você socorre alguém, em qualquer situação, está praticando Defesa civil. É claro que existem órgãos, como o Corpo de Bombeiros, a Policia Militar e os Hospitais, capacitados para socorrer as populações. Contudo, você precisa compreender que a sua participação é igualmente importante na ajuda a comunidade. 2. HISTÓRICO

E tudo começou a muito tempo, quando o homem apareceu no mundo, logo compreendeu que havia muitas coisas que lhe poderiam fazer mal. Entendeu então que a melhor maneira de se proteger seria o trabalho em conjunto, com parentes e amigos, visando o bem comum através da ajuda mútua. A prática de Defesa Civil é a união das pessoas, protegendo a si própria, a família, a cidade em que vive. O homem sempre foi vítima de calamidades, nas grandes cidades ou nas cidades do interior. Enchentes, tempestades, desabamentos, incêndios, acidentes rodoviários, pânico em grandes concentrações de pessoas, acidentes em instalações industriais e tantos outros acontecem constantemente no mundo. 3. PERÍODOS DE ATUAÇÃO DA DEFESA CIVIL Antes de apresentarmos as fases da Defesa Civil, faz-se necessário dizer que a atuação dos Órgãos de Defesa Civil se processa em dois distintos períodos: de normalidade e de anormalidade. 4. FASES DA ATUAÇÃO DA DEFESA CIVIL

PREVENÇÃO AOS DESASTRES: Corresponde ao período de normalidade; PREPARAÇÃO PARA EMERGÊNCIA E DESASTRE: Corresponde ao início do

período de anormalidade; RESPOSTA AOS DESASTRES: Nela já se tem uma avaliação mais real do fato e

de suas conseqüências; RECONSTRUÇÃO: É a mais longa das fases. Suas atividades visam o retorno da

normalidade.

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4.1 Desdobramento das Fases

• Prevenção aos desastres 1. Ação de atividade comunitária; 2. Ação de proteção.

• Preparação para Emergência e desastres 1. Ação de socorro; 2. Ação de proteção.

• Resposta aos Desastres 1. Ação de assistência comunitária; 2. Ação de assistência local.

• Reconstrução 1. Ação recuperativa; 2. Ação preventiva. 5. A DEFESA CIVIL NO ESTADO DO RIO DE JANEIRO

Em nosso Estado, existe um órgão que se preocupa, exclusivamente, em ajudar você, sua família e sua cidade: o Departamento Geral de Defesa Civil (DGDEC), que trata das enchentes, deslizamentos de barreiras, desabamentos, problemas de grandes multidões, pessoas desabrigadas e grandes acidentes ocorridos no Estado. Como não poderia deixar de ser, o Corpo de Bombeiros Militar do Estado do Rio de Janeiro (CBMERJ) presta uma grande ajuda ao DGDEC. Em um Grupamento de Bombeiro Militar, foi instalado uma Coordenadoria Sub-Regional de Defesa Civil (SREDEC), que visa coordenar, de forma integrada, os Municípios vizinhos em casos de mobilização de mais de um deles.

“ DEFESA CIVIL É UM DEVER DE TODOS PARA COM TODOS ”

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CAPÍTULO II

ENCHENTES

1. COMO AGIR DURANTE UMA ENCHENTE: A chuva inundou a cidade e você está em local seguro. Não se aventure a enfrentar

correntezas e inundações. Os riscos são muito grandes.

Se você precisar mesmo sair, sintonize as rádios que divulgam informações sobre o

tempo e as áreas afetadas por alagamentos. Faça o seu roteiro de deslocamento evitando esses locais.

Se a água invadir sua casa, saia e procure um local seguro. Não passe por áreas alagadas.

Caminhe na calçada junto aos muros e longe dos postes.

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Não passe por pontes improvisadas.

Cuidado com as águas e a lama das enchentes, pois podem transmitir doenças. Não deixe seu filho brincar nas águas das chuvas e enxurradas.

Ajude a evitar enchentes:

• Mantendo limpos os ralos e calhas; • Não jogando lixo ou entulho em bueiros, rios e galerias.

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CAPÍTULO III

PERIGO DOS BALÕES

SOLTAR BALÕES É CRIME!

De acordo com a Lei de Crimes Ambientais, Lei Nº 9.065, de fevereiro de 1998, soltar balões é "crime" como também fabricar, vender ou transportar. A pena prevista é de detenção de um a três anos ou multa, ou ambas as penas cumulativamente.

O balão pode cair aceso em florestas, residências e indústrias, causando um grande incêndio e, assim, ameaçando o nosso meio ambiente e até mesmo colocando a integridade física e a vida das pessoas em risco.

Entre os inúmeros contratempos que representam, os balões podem ainda oferecer sérios riscos à aviação, principalmente, às pequenas aeronaves.

“ A brincadeira de alguns pode ser a tristeza de muitos! ”

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UNIDADE V – MEIO AMBIENTE

MEIO AMBIENTE É a conjugação entre dos fatores Bióticos (como as plantas e os animais) com os fatores Abióticos ( tudo que dá suporte a essas plantas e animais como água, solo,a energia solar entre outros); interagindo com ser humano e seus valores culturais. Sendo o homem o maior culpado pelas alterações ambientais. Preservar o Meio Ambiente, então, é cuidar melhor do nosso ar, da nossa água, das nossas florestas, do animais e de tudo que existe na terra. E isso depende apenas de cada um de nos. POLUIÇÃO É a presença de resíduos sólidos, líquidos ou gasosos em quantidade superior a capacidade de absorção do meio ambiente. Poluição atmosférica; Poluição hídrica; Poluição sonora; Poluição visual; Poluição com resíduos sólidos. Poluição atmosférica É o tipo mais conhecido, e é causado por diversos agentes como os veículos automotores, queimadas de florestas e lixo. Devemos sempre regular o carro para ele emitir menos poluição.

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E está sempre reflorestando nunca desmatando. Poluição hídrica A poluição hídrica deixa a água imprópria para o consuma humano, e passa a representar uma ameaça aos organismos que nela vivem ou dela dependem.

• Devemos usar racionalmente a água, não desperdiçar.

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• Não fazer dos rios, mares e lagos imensos latões de lixo Poluição visual A cidade que apresenta imensos números de pixações e cartazes e placas, os quais, juntamente com falta de áreas verdes deixa a cidade com uma má aparência que pode espantar até turistas.

• Não devemos pixar e nem deixar que pixem;

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• Fazer arte em vez de pixação.

Poluição por resíduos sólidos É tudo aquilo que utilizamos para nosso bem, estar e conforto como papel, fraldas descartáveis, canetas, entre outros tudo isso se torna um resíduo sólido que irá poluir o meio ambiente.

• Colocação separada do lixo em recipientes separados e distintos;

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• Reciclar;

• Não jogar lixo no chão e nas vias públicas.

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UNIDADE VI – CIDADANIA

CAPÍTULO I

HINO NACIONAL BRASILEIRO

Letra: Joaquim Ozório Duque Estrada Música: Francisco Manuel da Silva

I

Ouviram do Ipiranga às margens plácidas De um povo heróico o brado retumbante, E o sol da liberdade, em raios fúlgidos, Brilhou no céu da Pátria nesse instante. Se o penhor dessa igualdade Conseguimos conquistar com braço forte, Em teu seio, ó liberdade, Desafia o nosso peito a própria morte! Ó Pátria amada, Idolatrada, Salve! Salve! Brasil, um sonho intenso, um raio vívido De amor e de esperança a terra desce Se em teu formoso céu, risonho e límpido, A imagem do cruzeiro resplandece. Gigante pela própria natureza, És belo, és forte, impávido colosso, E o teu futuro espelha essa grandeza! Terra adorada, Entre outras mil, És tu, Brasil, Ó Pátria amada! Dos filhos deste solo és mãe gentil, Pátria amada Brasil!

II

Deitado eternamente em berço esplêndido Ao som do mar e à luz do céu profundo, Fulguras, ó Brasil, florão da América, Iluminado ao sol do Novo Mundo! Do que a terra mais garrida Teus risonhos, lindos campos têm mais flores; “Nossos bosques têm mais vida”, “Nossa vida” no teu seio “mais amores”. Ó Pátria amada, Idolatrada, Salve! Salve! Brasil, de amor eterno seja símbolo O lábaro que ostentas estrelado, E diga o verde-louro desta flâmula - Paz no futuro e glória no passado. Mas, se ergues da justiça a clava forte, Verás que um filho teu não foge à luta, Nem teme, quem te adora, a própria morte. Terra adorada, Entre outras mil, És tu, Brasil, Ó Pátria amada! Dos filhos deste solo és mãe gentil, Pátria amada Brasil!

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CAPÍTULO II HINO DO SOLDADO DO FOGO Letra: Ten Sérgio Luiz de Mattos Música: Cap Antônio Pinto Júnior Contra as chamas em lutas ingentes Sob o nobre e alvirrubro pendão, Dos soldados do fogo valente, É, na paz, a sagrada missão. E se um dia houver sangue e batalha. Desfraldando a auriverde bandeira, Nossos peitos são férrea muralha, Contra audaz agressão estrangeira. Missão dupla o dever nos aponta Vida alheia e riquezas salvar E, na guerra punindo uma afronta Com valor pela Pátria lutar. Aurifulvo clarão gigantesco Labaredas flamejam no ar Num incêndio horroroso e dantesco, A cidade parece queimar. Mas não temem da morte os bombeiros Quando ecoa d’alarme o sinal Ordenando voarem ligeiros A vencer o vulcão infernal. Missão dupla o dever nos aponta Vida alheia e riquezas salvar E, na guerra punindo uma afronta Com valor pela Pátria lutar. Rija luta aos heróis aviventa, Inflamando em seu peito o valor, Para a frente que importa a tormenta Dura marcha ou de sóis o rigor? Nem um passo daremos atrás, Repelindo inimigos canhões Voluntários da morte na paz São na guerra indomáveis leões. Missão dupla o dever nos aponta Vida alheia e riquezas salvar E, na guerra punindo uma afronta Com valor pela Pátria lutar.