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CONTABILIDADE AVANÇADA 1º Semestre de 2012 PROFª MONICA ENCINAS

Apostila - Contabilidade Avançada (2012-1)

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CONTABILIDADE AVANÇADA

1º Semestre de 2012

PROFª MONICA ENCINAS

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SUMÁRIO

A S S U N T O PÁGINA

01 CPC 25 - Provisões, Passivos Contingentes e Ativos Contingentes 3

Exercícios - Provisões, Passivos Contingentes e Ativos Contingente 7

02 CPC 01 - Redução ao Valor Recuperável de Ativos (Impairment) 11

Exercícios - Redução ao Valor Recuperável de Ativos 16

03 CPC 07 - Subvenção e Assistências Governamentais 22

Exercícios - Subvenção e Assistências Governamentais 24

04 CPC 09 - Demonstração do Valor Adicionado (DVA) 27

Exercícios - Demonstração do Valor Adicionado (DVA) 32

05 CPC 12 – Ajuste a Valor Presente 43

Exercícios - Ajuste a Valor Presente 47

06 CPC 02 - Efeitos das Mudanças nas Taxas de Câmbio 50

Exercícios - Efeitos das Mudanças nas Taxas de Câmbio 54

07 CPC 18 / ICPC 09 - Avaliação de Investimentos em Coligadas e Controladas 58

Exercícios - Efeitos das Mudanças nas Taxas de Câmbio 66

08 CPC 35 e 36 / ICPC 09 - Consolidação das Demonstrações Contábeis 75

Exercícios - Consolidação das Demonstrações Contábeis 78

09 CPC 15 - Combinação de Negócios, Incorporação, Fusão e Cisão 88

Exercícios - Combinação de Negócios, Incorporação, Fusão e Cisão 94

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1) - Provisões, Passivos Contingentes e Ativos Contingentes

Regulamentação: CPC 25 aprovado pela Deliberação CVM nº 594 de 15/09/2009

O objetivo deste Pronunciamento Técnico é estabelecer que sejam aplicados critérios de reconhecimento e bases de mensuração apropriados a provisões e a passivos e ativos contingentes e que seja divulgada informação suficiente nas notas explicativas para permitir que os usuários entendam a sua natureza, oportunidade e valor. 1.1) Definições Para melhor compreensão desta norma, faz-se necessário esclarecimento das seguintes definições: � Provisão é um passivo de prazo ou de valor incertos. � Passivo é uma obrigação presente da entidade, derivada de eventos já ocorridos, cuja liquidação se

espera que resulte em saída de recursos da entidade capazes de gerar benefícios econômicos. � Obrigação legal é uma obrigação que deriva de: (i) contrato (por meio de termos explícitos ou implícitos);

(ii) legislação; ou (iii) outra ação da lei. � Obrigação não formalizada é uma obrigação que decorre das ações da entidade em que: (i) por via de

padrão estabelecido de práticas passadas, de políticas publicadas ou de declaração atual suficientemente específica, a entidade tenha indicado a outras partes que aceitará certas responsabilidades; e (ii) em consequência, a entidade cria uma expectativa válida nessas outras partes de que cumprirá com essas responsabilidades.

� Passivo Contingente é:

(a) uma obrigação possível que resulta de eventos passados e cuja existência será confirmada apenas pela ocorrência ou não de um ou mais eventos futuros incertos não totalmente sob controle da entidade; ou

(b) uma obrigação presente que resulta de eventos passados, mas que não é reconhecida porque: (i) não é provável que uma saída de recursos que incorporam benefícios econômicos seja exigida para liquidar a obrigação; ou (ii) o valor da obrigação não pode ser mensurado com suficiente confiabilidade.

� Ativo Contingente é:

um ativo possível que resulta de eventos passados e cuja existência será confirmada apenas pela ocorrência ou não de um ou mais eventos futuros incertos não totalmente sob controle da entidade.

1.2) Provisão e outros passivos

As provisões podem ser distintas de outros passivos tais como contas a pagar e passivos derivados de apropriações por competência (accruals) porque há incerteza sobre o prazo ou o valor do desembolso futuro necessário para a sua liquidação.

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Os passivos derivados de apropriação por competência (accruals) são frequentemente divulgados como parte das contas a pagar, enquanto as provisões são divulgadas separadamente. ���� Relação entre Provisão e Passivo Contingente O CPC 07 distingue entre: Provisões – que são reconhecidas como passivo (presumindo-se que possa ser feita uma estimativa confiável) porque são obrigações presentes e é provável que uma saída de recursos que incorporam benefícios econômicos seja necessária para liquidar a obrigação; e Passivos contingentes – que não são reconhecidos como passivo porque são:

a) obrigações possíveis, visto que ainda há de ser confirmado se a entidade tem ou não uma obrigação presente que possa conduzir a uma saída de recursos que incorporam benefícios econômicos, ou

b) obrigações presentes que não satisfazem os critérios de reconhecimento deste Pronunciamento Técnico (porque não é provável que seja necessária uma saída de recursos que incorporem benefícios econômicos para liquidar a obrigação, ou não pode ser feita uma estimativa suficientemente confiável do valor da obrigação).

1.3) - Reconhecimento ���� Provisão

Uma provisão deve ser reconhecida quando:

a) a entidade tem uma obrigação presente (legal ou não formalizada) como resultado de evento passado; b) seja provável que será necessária uma saída de recursos que incorporam benefícios econômicos para

liquidar a obrigação; e c) possa ser feita uma estimativa confiável do valor da obrigação. ���� Passivo contingente

A entidade não deve reconhecer um passivo contingente. O passivo contingente é divulgado, em Notas Explicativas, a menos que seja remota a possibilidade de uma saída de recursos que incorporam benefícios econômicos. ���� Ativo contingente

A entidade não deve reconhecer um ativo contingente nas demonstrações contábeis, uma vez que pode tratar-se de resultado que nunca venha a ser realizado. Porém, quando a realização do ganho é praticamente certa, então o ativo relacionado não é um ativo contingente e o seu reconhecimento é adequado. O ativo contingente é divulgado, em Notas Explicativas, quando for provável a entrada de benefícios econômicos. 1.4) Mensuração ���� Melhor estimativa

O valor reconhecido como provisão deve ser a melhor estimativa do desembolso exigido para liquidar a obrigação presente na data do balanço.

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A melhor estimativa do desembolso exigido para liquidar a obrigação presente é o valor que a entidade racionalmente pagaria para liquidar a obrigação na data do balanço ou para transferi-la para terceiros nesse momento.

As estimativas do desfecho e do efeito financeiro são determinadas pelo julgamento da administração da entidade, complementados pela experiência de transações semelhantes e, em alguns casos, por relatórios de peritos independentes. As evidências consideradas devem incluir qualquer evidência adicional fornecida por eventos subsequentes à data do balanço. ���� Risco e incerteza

Os riscos e incertezas que inevitavelmente existem em torno de muitos eventos e circunstâncias devem ser levados em consideração para se alcançar a melhor estimativa da provisão. ���� Valor presente

Quando o efeito do valor do dinheiro no tempo é material, o valor da provisão deve ser o valor presente dos desembolsos que se espera que sejam exigidos para liquidar a obrigação. ���� Evento futuro

Os eventos futuros que possam afetar o valor necessário para liquidar a obrigação devem ser refletidos no valor da provisão quando houver evidência objetiva suficiente de que eles ocorrerão. 1.5) Aplicações de regra de reconhecimento e de mensuração

���� Perda operacional futura

Provisões para perdas operacionais futuras não devem ser reconhecidas. ���� Contrato oneroso

Se a entidade tiver um contrato oneroso, a obrigação presente de acordo com o contrato deve ser reconhecida e mensurada como provisão. Contrato oneroso é um contrato em que os custos inevitáveis de satisfazer as obrigações do contrato excedem os benefícios econômicos que se espera sejam recebidos ao longo do mesmo contrato.

���� Reestruturação

São exemplos de eventos que podem se enquadrar na definição de reestruturação são:

(a) venda ou extinção de linha de negócios;

(b) fechamento de locais de negócios de um país ou região ou a realocação das atividades de negócios de um país ou região para outro;

(c) mudanças na estrutura da administração, por exemplo, eliminação de um nível de gerência; e

(d) reorganizações fundamentais que tenham efeito material na natureza e no foco das operações da entidade.

Uma provisão para custos de reestruturação deve ser reconhecida somente quando são cumpridos os critérios gerais de reconhecimento de provisões estabelecidos no CPC 07.

Uma obrigação não formalizada para reestruturação surge somente quando a entidade: (i) tiver um plano formal detalhado para a reestruturação; e (ii) tiver criado expectativa válida naqueles que serão afetados pela reestruturação, seja ao começar a implantação desse plano ou ao anunciar as suas principais características para aqueles afetados pela reestruturação.

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1.6) Divulgação Para cada classe de provisão, a entidade deve divulgar:

a) o valor contábil no início e no fim do período;

b) provisões adicionais feitas no período, incluindo aumentos nas provisões existentes;

c) valores utilizados (ou seja, incorridos e baixados contra a provisão) durante o período;

d) valores não utilizados revertidos durante o período; e

e) o aumento durante o período no valor descontado a valor presente proveniente da passagem do tempo e o efeito de qualquer mudança na taxa de desconto.

f) uma breve descrição da natureza da obrigação e o cronograma esperado de quaisquer saídas de benefícios econômicos resultantes;

g) uma indicação das incertezas sobre o valor ou o cronograma dessas saídas. Sempre que necessário para fornecer informações adequadas, a entidade deve divulgar as principais premissas adotadas em relação a eventos futuros, conforme tratado no item 48; e

h) o valor de qualquer reembolso esperado, declarando o valor de qualquer ativo que tenha sido reconhecido por conta desse reembolso esperado.

Não é exigida informação comparativa.

Quadro Resumo – Provisão, Ativo e Passivo Contingente Provisão e passivo contingente

Há obrigação presente que provavelmente requer uma saída de recursos.

Há obrigação possível ou obrigação presente que pode requerer.

Há obrigação cuja probabilidade de uma saída de recursos é remota.

A provisão é reconhecida. Nenhuma provisão é reconhecida. Nenhuma provisão é reconhecida.

Divulgação é exigida para a provisão.

Divulgação é exigida para o passivo contingente.

Nenhuma divulgação é exigida.

Ativo contingente

A entrada de benefícios econômicos é praticamente certa.

A entrada de benefícios econômicos é provável, mas não praticamente certa.

A entrada não é provável.

O ativo não é contingente. Nenhum ativo é reconhecido . Nenhum ativo é reconhecido.

Divulgação é exigida. Nenhuma divulgação é exigida.

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���� Exercícios de Contingências

Ex. 1) Política de Reembolso

A Cia Proteção Capilar planeja lançar no exercício seguinte um produto que promete acabar com problemas de calvície, prevenindo quedas e recuperando os fios perdidos. Para lançamento do produto a empresa planeja uma forte campanha publicitária, onde se compromete a devolver o valor pago pelo cliente em caso de insucesso no tratamento capilar. Estimativas elaboradas por uma firma de consultoria apontam uma receita aproximada de 10 milhões de reais. A mesma empresa, baseada em experiências de outros clientes, aponta a possibilidade de devolução de cerca de 2,5% da venda. Pede-se: Como a Cia Proteção Capilar deve tratar essa possibilidade de perda com o novo produto? Explique. Ex. 2) Danos ambientais

Um navio petroleiro da Cia Petróleo Sujo sofreu um vazamento, provocando a poluição de uma determinada região. Pelo ocorrido, a empresa recebeu uma multa, alegando negligência e má conservação do navio, no valor de R$ 55.000.000,00. Além deste valor a empresa, a empresa estima que deverá gastar cerca de R$ 700.000.000,00 para reparar a região danificada. Embora não seja obrigada a pagar este valor, por pressões sociais a empresa decide que vai fazer este último gasto. No entanto, com relação à multa recebida, a empresa decide recorrer, orientada por seus advogados que acreditam que exista uma pequena de chance de ganharem.

Pede-se: Como a Cia Petróleo Sujo deve tratar esses gastos? Explique.

Ex. 3) Reestruturação

A Cia Refazendo Tudo decide iniciar uma reestruturação de seus negócios. Sendo assim, decide em Assembléia no mês de novembro que irá se desfazer de uma linha de produtos que há muito não apresenta bons resultados para a empresa. No processo de reestruturação a empresa prevê gastar cerca de R$ 15.000.000,00 com indenizações dos empregados. Além disso, estima gastar cerca de R$ 1.000.000,00 com propagandas sobre o novo produto que irá substituir o produto extinto. A reestruturação terá início em Fevereiro do ano seguinte.

Pede-se: Como a Cia Refazendo Tudo deve tratar esses gastos? Explique.

Ex. 4) Ações Judiciais

Após um casamento em 2000, dez pessoas morreram, possivelmente como resultado da ingestão de comida envenenada por produtos vendidos pela Cia Boa Comida. Os procedimentos legais para requerer a indenização da entidade são iniciados, e ela contesta sua responsabilidade no caso. Até a data da autorização da publicação das demonstrações contábeis de 31/12/2000, os advogados da entidade opinam que é provável que a entidade não seja responsabilizada. Contudo, no ano seguinte, devido ao desenvolvimento do caso, seus advogados advertem que é provável que a entidade seja responsabilizada.

Pede-se: Como a Cia Boa Comida deve tratar esses gastos no exercício de 2000 e 2001? Explique.

Ex. 5) Garantias

A Cia Eu Garanto vende mercadorias com garantia para reparos em qualquer defeito de produção detectado até seis meses após a venda. Se defeitos pequenos fossem detectados em todos os produtos, a empresa teria um custo de reparos de $ 1 milhão. Se defeitos grandes fossem detectados em todos os produtos, a empresa teria um custo de reparos de $ 4 milhões. A experiência da entidade e as expectativas futuras indicam que, para o próximo ano, 75% das mercadorias vendidas não apresentarão defeitos, 20% apresentarão defeitos pequenos e 5% apresentarão defeitos grandes. A entidade avalia a probabilidade de uma saída de recursos para cobrir as garantias como um todo.

Pede-se: Como a Eu Garanto deve tratar essas garantias? Qual o valor esperado de desembolso?

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7) Um fabricante dá garantias no momento da venda para os compradores do seu produto. De acordo com os termos do contrato de venda, o fabricante compromete a consertar, por reparo ou substituição, defeitos de produtos que se tornarem aparentes dentro de três anos desde a data da venda. De acordo com a experiência passada, é provável (ou seja, mais provável que sim do que não) que haverá algumas reclamações dentro das garantias.

8) Uma entidade do setor de petróleo causa contaminação, mas efetua a limpeza apenas quando é requerida a fazê-la nos termos da legislação de um país em particular no qual ela opera. O país no qual ela opera não possui legislação requerendo a limpeza, e a entidade vem contaminando o terreno nesse país há diversos anos. Em 31 de dezembro de 20X0 é praticamente certo que um projeto de lei requerendo a limpeza do terreno já contaminado será aprovado rapidamente após o final do ano.

9) Uma entidade do setor de petróleo causa contaminação e opera em um país onde não há legislação ambiental. Entretanto, a entidade possui uma política ambiental amplamente divulgada, na qual ela assume a limpeza de toda a contaminação que causa. A entidade tem um histórico de honrar essa política publicada.

10) Uma entidade opera em uma atividade de extração de petróleo na qual seu contrato de licença prevê a remoção da perfuratriz petrolífera ao final da produção e a restauração do solo oceânico. Noventa por cento dos custos eventuais são relativos à remoção da perfuratriz petrolífera e a restauração dos danos causados pela sua construção, e dez por cento advêm da extração do petróleo. Na data do balanço, a perfuratriz foi construída, mas o petróleo não está sendo extraído.

11) Uma loja de varejo tem a política de reembolsar compras de clientes insatisfeitos, mesmo que não haja obrigação legal para isso. Sua política de efetuar reembolso é amplamente conhecida.

12) Em 12 de dezembro de 20X0, o conselho da entidade decidiu encerrar as atividades de uma divisão que produz um produto específico. Em 20 de dezembro de 20X0, um plano detalhado para o fechamento da divisão foi aprovado pelo conselho; cartas foram enviadas aos clientes alertando-os para procurar uma fonte alternativa de fornecimento, e comunicações diversas sobre demissões foram enviadas para o pessoal da divisão.

13) O governo introduz certo número de mudanças na tributação do imposto de renda. Como resultado dessas mudanças, a entidade do setor financeiro irá necessitar de treinamento para atualização de grande número de seus empregados da área administrativa e de vendas para garantir a conformidade contínua com a regulação bancária. Na data do balanço, nenhum treinamento do pessoal havia sido feito.

14) Um forno possui um revestimento que precisa ser substituído a cada cinco anos por razões técnicas. Na data do balanço, o revestimento foi utilizado por três anos.

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15) – (FCC / 2012 - TCE-AP / Analista de Controle Externo) Analise a tabela abaixo.

Processo Trabalhista (horas extras) R$ 500.000,00 Probabilidade de perda de 58%

Processo Trabalhista (assédio moral) R$ 300.000,00 Probabilidade de perda de 45%

Processo Civil (danos corporais) R$ 250.000,00 Probabilidade de perda de 30%

Processo tributário (Disc.Const.da Cofins) R$ 800.000,00 Probabilidade de perda de 85%

Com base nos dados da tabela, fornecidos pelo advogado da empresa Avante S.A. e considerando as condições estabelecidas nas normas contábeis vigentes para constituição das provisões contingenciais, a empresa deve provisionar:

a) R$ 1.300.000,00.

b) R$ 1.850.000,00.

c) R$ 800.000,00.

d) R$ 1.050.000,00.

e) R$ 300.000,00.

16) – (CFC / 2011 - CFC - Contador) Relacione a situação descrita na primeira coluna com o procedimento a ser adotado na segunda coluna e, em seguida, assinale a opção CORRETA.

(1) Há obrigação presente que, provavelmente, requer uma

saída de recursos. (2 ) Nenhuma provisão é reconhecida, mas é

exigida divulgação para o passivo contingente.

(2) Há obrigação possível ou obrigação presente que pode requerer, mas provavelmente não irá requerer uma saída de recursos.

( 3 ) Nenhuma provisão é reconhecida e nenhuma divulgação é exigida.

(3) Há obrigação possível ou obrigação presente cuja probabilidade de uma saída de recursos é remota.

( 1) A provisão é reconhecida e é exigida divulgação para a provisão.

A sequência CORRETA é:

a) 1, 2, 3.

b) 2, 1, 3.

c) 1, 3, 2.

d) 2, 3, 1.

17) – (CESGRANRIO / 2011 - TRANSPETRO / Técnico de Contabilidade ) Uma empresa produz componentes para televisores LCD. Para conquistar o mercado, ela oferece aos seus clientes uma garantia de um ano para o funcionamento dos componentes que vende.

Devido a esse procedimento, ela deve registrar o valor provável a ser gasto com essa garantia na conta

a) Reserva para contingências

b) Reserva para garantia

c) Reserva para eventos subsequentes

d) Provisão para contingências

e) Provisão para garantias

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18) – (CESGRANRIO / 2011 - TRANSPETRO / Técnico de Contabilidade) Uma das principais características da constituição de uma provisão e sua diferenciação da constituição de uma reserva de lucros é que a provisão

a) pode gerar ou não uma despesa.

b) é constituída antes da apuração do resultado.

c) implica somente o aumento do passivo.

d) diz respeito à distribuição do resultado já obtido.

e) tem como contrapartida a débito uma conta patrimonial.

19) – (MS CONCURSOS / 2010 - CIENTEC-RS / Contador) As provisões, sejam do Ativo ou do Passivo, são determinadas com base em estimativas que envolvam incertezas de grau variável. Sabendo isso, são consideradas provisões do Passivo:

a) Provisão para imposto de renda, provisão para créditos de liquidação duvidosa e provisão para férias.

b) Provisão para perdas prováveis na realização de investimentos, provisão para contingências e provisão para devedores duvidosos.

c) Provisão para férias, provisão para contingências e provisão para perdas prováveis na realização de investimentos.

d) Provisão para imposto de renda, provisão para contingências e provisão para férias.

e) Provisão para ajuste a valor de mercado, provisão para créditos de liquidação duvidosa e provisão para imposto de renda.

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2) - Redução ao Valor Recuperável de Ativos

Regulamentação: CPC 01 aprovado pela Deliberação CVM nº 639, DE 7/10/2010

O objetivo deste Pronunciamento Técnico é estabelecer procedimentos que a entidade deve aplicar para assegurar que seus ativos estejam registrados contabilmente por valor que não exceda seus valores de recuperação. Este Pronunciamento Técnico deve ser aplicado na contabilização de ajuste para perdas por desvalorização de todos os ativos, exceto aqueles para os quais existem pronunciamentos previstos, como: (i) Estoques - CPC 16; (ii) Ativos advindos de Contratos de Construção - CPC 17; (iii) Ativos Fiscais Diferidos - CPC 32; (iv) Planos de Benefícios a Empregados - CPC 33; (v) Instrumentos Financeiros; (vi) Propriedade para Investimento - CPC 28; (vii) Ativos Biológicos - CPC 29; (viii) Ativos Intangíveis – CPC 04; E (ix) Ativo Não Circulante Mantido para Venda e Operação Descontinuada – CPC 31. 2.1) Definições

� Valor Contábil - é o valor pelo qual um ativo é reconhecido no balanço depois da dedução de toda depreciação, amortização ou exaustão acumulada e respectivas provisões para perdas.

� Valor de Uso - é o valor presente de fluxos de caixa futuros estimados, que devem resultar do uso de um ativo ou de uma unidade geradora de caixa.

� Valor Líquido de Venda - é o valor a ser obtido pela venda de um ativo ou de uma unidade geradora de caixa em transações em bases comutativas, entre partes conhecedoras e interessadas, menos as despesas da baixa.

� Despesas de Baixa - são despesas incrementais diretamente atribuíveis à baixa de um ativo ou de uma unidade geradora de caixa, excluindo as despesas financeiras e despesa de imposto de renda.

� Valor Recuperável - é o maior valor entre o valor líquido de venda de um ativo ou unidade geradora de caixa e seu valor em uso.

� Unidade Geradora de Caixa - é o menor grupo identificável de ativos que gera as entradas de caixa resultantes de uso contínuo, que são em grande parte independentes das entradas de caixa de outros ativos ou de grupos de ativos.

2.2) Identificação de ativo que pode estar desvalorizado

O ativo está desvalorizado quando seu valor contábil excede seu valor recuperável. O CPC 01 estabelece que os ativos deverão ser testados sempre que houver algum indicativo de perda para este bem. No entanto, independente de existir ou não qualquer indicação de redução no valor recuperável, uma entidade deve:

(a) testar, no mínimo anualmente, a redução no valor recuperável de um ativo intangível com vida útil indefinida ou ativo intangível não disponível para uso.

(b) testar, ao menos anualmente, o ágio por expectativa de rentabilidade futura em uma aquisição de entidades.

Os indicativos de desvalorização de um ativo podem ser provenientes de Fontes Internas ou Externas.

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���� Fontes Externas:

(a) Valor de Mercado do Ativo diminuiu mais do que esperado pela passagem do tempo ou uso.

(b) Mudanças significativas com efeito adverso no ambiente tecnológico, de mercado, econômico ou legal (que a entidade opera ou ativo é utilizado).

(c) Valor Contábil do PL é maior que o valor das ações no mercado.

���� Fontes Internas:

(a) Evidência disponível de obsolescência ou de dano físico de um ativo.

(b) Mudanças significativas com efeito adverso na medida ou maneira em que um ativos é usado ou será usado (plano para descontinuidade, ativo se torna inativo, reestruturação da operação).

(c) Evidência disponível, proveniente de relatório interno, que indique que o desempenho econômico do ativo é ou será pior que o esperado (existência de fluxos de caixa).

A relação anterior não é exaustiva. A entidade pode identificar outras indicações ou fontes de informação de que um ativo pode ter se desvalorizado, exigindo que a entidade determine o seu valor recuperável ou, no caso do ágio pago por expectativa de rentabilidade futura (goodwill), proceda ao teste de recuperação.

2.3) Mensuração do Valor Recuperável

Este Pronunciamento define Valor Recuperável como o MAIOR valor entre:

a) o Valor Justo líquido de Despesas de Venda de um ativo ou de Unidade Geradora de Caixa; e

b) o seu Valor em Uso.

Nem sempre é necessário determinar o valor justo líquido de despesas de venda de um ativo e seu valor em uso. Se qualquer um desses montantes exceder o valor contábil do ativo, este não tem desvalorização e, portanto, não é necessário estimar o outro valor.

Em alguns casos, estimativas, médias e cálculos sintéticos podem oferecer uma aproximação razoável dos cálculos detalhados demonstrados neste Pronunciamento para determinar o valor justo líquido de despesas de venda ou o valor em uso.

���� Mensuração do valor recuperável de ativo intangível com vida útil indefinida

O CPC 01 requer que um ativo intangível com vida útil indefinida seja no mínimo testado anualmente com relação à redução ao valor recuperável, comparando o seu valor contábil com seu valor recuperável, independentemente de haver, ou não, alguma indicação de que possa existir redução ao valor recuperável.

����Taxa de desconto

A taxa de desconto deve ser a taxa antes dos impostos, que reflita as avaliações atuais de mercado acerca:

(a) do valor do dinheiro no tempo; e

(b) dos riscos específicos do ativo para os quais as estimativas de fluxos de caixa futuros não tenham sido ajustadas.

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���� Valor em uso

Os seguintes elementos devem ser refletidos no cálculo do valor em uso do ativo:

a) estimativa dos fluxos de caixa futuros que a entidade espera obter com esse ativo; b) expectativas acerca de possíveis variações no montante ou no período de ocorrência desses fluxos de

caixa futuros; c) valor do dinheiro no tempo, representado pela atual taxa de juros livre de risco; d) preço pela assunção da incerteza inerente ao ativo (prêmio); e e) outros fatores, tais como falta de liquidez, que participantes do mercado iriam considerar ao precificar

os fluxos de caixa futuros esperados da entidade, advindos do ativo.

2.4) Reconhecimento de Perda por Desvalorização

Se, e somente se, o valor recuperável de um ativo for inferior ao seu valor contábil, o valor contábil do ativo deve ser reduzido ao seu valor recuperável. Essa redução representa uma perda por desvalorização do ativo.

A perda por desvalorização do ativo deve ser reconhecida imediatamente na demonstração do resultado, a menos que o ativo tenha sido reavaliado. Qualquer desvalorização de ativo reavaliado deve ser tratada como diminuição do saldo da reavaliação.

Depois do reconhecimento da perda por desvalorização, a despesa de depreciação, amortização ou exaustão do ativo deve ser ajustada em períodos futuros para alocar o valor contábil revisado do ativo, menos seu valor residual (se houver), em base sistemática ao longo de sua vida útil remanescente.

���� Unidade geradora de caixa e ágio por expectativa de rentabilidade futura (goodwill)

Se houver qualquer indicação de que um ativo possa estar desvalorizado, o valor recuperável deve ser estimado para o ativo individual. Se não for possível estimar o valor recuperável para o ativo individual, a entidade deve determinar o valor recuperável da unidade geradora de caixa à qual o ativo pertence.

O valor recuperável de um ativo individual não pode ser determinado se:

(a) o valor em uso do ativo não puder ser estimado como sendo próximo de seu valor justo líquido de despesas de venda (por exemplo, quando os fluxos de caixa futuros advindos do uso contínuo do ativo não puderem ser estimados como sendo insignificantes); e

(b) o ativo não gerar entradas de caixa que são em grande parte independentes daquelas provenientes de outros ativos.

Nesses casos, o valor em uso e, portanto, o valor recuperável, somente pode ser determinado para a unidade geradora de caixa do ativo.

���� Ágio por expectativa de rentabilidade futura (goodwill)

Para o propósito do teste de redução ao valor recuperável, o ágio por expectativa de rentabilidade futura (goodwill) adquirido em combinação de negócios deve, a partir da data da operação, ser alocado a cada uma das unidades geradoras de caixa do adquirente, a grupos de unidades geradoras de caixa, que devem se beneficiar das sinergias da operação, independentemente de os outros ativos ou passivos da entidade adquirida serem, ou não, atribuídos a essas unidades ou grupos de unidades.

O ágio por expectativa de rentabilidade futura (goodwill) reconhecido em uma combinação de negócios é um ativo que representa benefícios econômicos futuros advindos de outros ativos adquiridos na combinação de negócios que não são identificados individualmente e não são reconhecidos separadamente. O ágio por expectativa de rentabilidade futura (goodwill) não gera fluxos de caixa independentemente de outros ativos ou grupos de ativos, e frequentemente contribui para os fluxos de caixa de múltiplas unidades geradoras de caixa.

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���� Desvalorização em uma unidade geradora de caixa

Uma perda por desvalorização deve ser reconhecida para uma unidade geradora de caixa – o menor grupo da unidade geradora de caixa ao qual o ágio por expectativa de rentabilidade futura (goodwill) ou o ativo corporativo tenham sido alocados – se, e somente se, o valor recuperável da unidade (grupo de unidades) for menor do que o valor contábil da unidade (grupo de unidades). A perda por desvalorização deve ser alocada para reduzir o valor contábil dos ativos da unidade (grupo de unidades) na seguinte ordem:

(a) primeiramente, para reduzir o valor contábil de qualquer ágio por expectativa de rentabilidade futura (goodwill) alocado à unidade geradora de caixa (grupo de unidades); e

(b) a seguir, aos outros ativos da unidade (grupo de unidades) proporcionalmente ao valor contábil de cada ativo da unidade (grupo de unidades).

���� Reversão de perda por desvalorização

A entidade deve avaliar, ao término de cada período de reporte, se há alguma indicação de que a perda por desvalorização reconhecida em períodos anteriores para um ativo, exceto o ágio por expectativa de rentabilidade futura (goodwill), possa não mais existir ou ter diminuído. Se existir alguma indicação, a entidade deve estimar o valor recuperável desse ativo.

Uma perda por desvalorização reconhecida em períodos anteriores para um ativo, exceto o ágio por expectativa de rentabilidade futura (goodwill), deve ser revertida se, e somente se, tiver havido mudança nas estimativas utilizadas para determinar o valor recuperável do ativo desde a última perda por desvalorização que foi reconhecida. Se esse for o caso, o valor contábil do ativo deve ser aumentado para seu valor recuperável. Esse aumento ocorre pela reversão da perda por desvalorização.

O aumento do valor contábil de um ativo, exceto o ágio por expectativa de rentabilidade futura (goodwill), atribuível à reversão de perda por desvalorização não deve exceder o valor contábil que teria sido determinado (líquido de depreciação, amortização ou exaustão), caso nenhuma perda por desvalorização tivesse sido reconhecida para o ativo em anos anteriores.

A reversão de perda por desvalorização de um ativo, exceto o ágio por expectativa de rentabilidade futura (goodwill), deve ser reconhecida imediatamente no resultado do período, a menos que o ativo esteja registrado por valor reavaliado de acordo com outro Pronunciamento. Qualquer reversão de perda por desvalorização sobre ativo reavaliado deve ser tratada como aumento de reavaliação conforme tal Pronunciamento.

A reversão de perda por desvalorização para uma unidade geradora de caixa deve ser alocada aos ativos da unidade, exceto o ágio por expectativa de rentabilidade futura (goodwill), proporcionalmente ao valor contábil desses ativos. Esses aumentos em valores contábeis devem ser tratados como reversão de perdas por desvalorização de ativos individuais.

A perda por desvalorização reconhecida para o ágio por expectativa de rentabilidade futura (goodwill) não deve ser revertida em período subsequente.

2.5) Divulgação A entidade deve divulgar as seguintes informações para cada classe de ativos:

(a) o montante das perdas por desvalorização reconhecido no resultado do período e a linha da demonstração do resultado na qual essas perdas por desvalorização foram incluídas;

(b) o montante das reversões de perdas por desvalorização reconhecido no resultado do período e a linha da demonstração do resultado na qual essas reversões foram incluídas;

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(c) o montante de perdas por desvalorização de ativos reavaliados reconhecido em outros resultados abrangentes durante o período; e

(d) o montante das reversões das perdas por desvalorização de ativos reavaliados reconhecido em outros resultados abrangentes durante o período.

A entidade deve divulgar ainda:

(a) os eventos e as circunstâncias que levaram ao reconhecimento ou à reversão da perda por desvalorização;

(b) o montante da perda por desvalorização reconhecida ou revertida;

(c) para um ativo individual: (i) a natureza do ativo; e (ii) se a entidade reporta informações por segmento, o segmento a ser reportado ao qual o ativo pertence;

(d) para uma unidade geradora de caixa: (i) uma descrição da unidade geradora de caixa (por exemplo, se é uma linha de produtos, uma planta industrial, uma unidade operacional do negócio, uma área geográfica, ou um segmento a ser reportado); (ii) o montante da perda por desvalorização reconhecida ou revertida por classe de ativos e, se a entidade reporta informações por segmento nos termos do Pronunciamento Técnico CPC 22, a mesma informação por segmento; e (iii) se o agregado de ativos utilizado para identificar a unidade geradora de caixa tiver mudado desde a estimativa anterior do seu valor recuperável (se houver), uma descrição da maneira atual e anterior de agregar os ativos envolvidos e as razões que justificam a mudança na maneira pela qual é identificada a unidade geradora de caixa;

(e) se o valor recuperável do ativo (unidade geradora de caixa) é seu valor justo líquido de despesa de venda ou seu valor em uso;

(f) se o valor recuperável for o valor justo líquido de despesas de venda, a base utilizada para determinar o valor justo líquido de despesas de venda (por exemplo, se o valor justo foi determinado tendo como referência um mercado ativo);

(g) se o valor recuperável for o valor em uso, a taxa de desconto utilizada na estimativa corrente e na estimativa anterior (se houver) do valor em uso.

���� Exemplos CPC:

Uma entidade opera uma mina em um país cuja legislação exige que o proprietário restaure o local em que é desenvolvida a atividade exploratória, quando do término das atividades. O custo de restauração inclui a reposição da superfície ambiental que precisou ser removida antes que as operações da mina se iniciassem. A provisão para os custos de reposição da superfície ambiental foi reconhecida assim que ela foi removida. Esse valor foi reconhecido como parte do custo da mina e está sendo exaurido ao longo da sua vida útil. O valor contábil da provisão para os custos de restauração é de $ 500, que é igual ao valor presente desses custos de restauração.

A entidade está testando a mina para fins de perda por desvalorização. A unidade geradora de caixa da mina é ela como um todo. A entidade recebeu várias ofertas de compra da mina a um preço em torno de $ 800. Esse preço considera o fato de que o comprador assumirá a obrigação de restaurar o que for necessário. As despesas de venda da mina são desprezíveis. O valor em uso da mina é de aproximadamente $ 1.200, excluindo os custos de restauração. O valor contábil da mina é $ 1.000.

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���� Exercícios – Redução ao Valor Recuperável de Ativos

1) - Verificado o conjunto de imobilizados, constatou-se que em diversos itens ocorreu perda de

potencial de serviços. Os valores atribuídos a estes ativos estão descritos abaixo:

CIA A CIA B

IMOBILIZADO

Valor Líquido Contábil 200.000 300.000

Preço Líquido de Venda 220.000 250.000

Valor de Uso 180.000 280.000

Pede-se: Qual o valor a ser provisionado?

2) - Considerando as informações abaixo, contabilize o teste de Impairment :

� Valor de Custo ………………….………… R$ 720.000,00

� Depreciação Acumulada ............................ R$ 380.000,00

� Valor de Mercado ......................................... R$ 330.000,00

� Valor Presente dos Fluxos obtidos pelo Ativo R$ 320.000,00

� Despesas de Baixa ......................................... R$ 20.000,00

���� Pede-se:

a) Valor Contábil ⇒ ________________________________________________________________

b) Valor de Uso ⇒ _________________________________________________________________

c) Valor Líquido de Venda ⇒ ________________________________________________________

d) Valor Recuperável ⇒ _____________________________________________________________

e) Perda por Impairment ⇒ __________________________________________________________

f) Registro Contábil da operação:

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3) - Considerando as informações abaixo, contabilize o teste de Impairment:

� Valor de Custo ……………………………………… R$ 630.000,00

� Depreciação Acumulada ............................................. R$ 380.000,00

� Valor de Mercado ...................................................... R$ 230.000,00

� Valor Presente dos Fluxos obtidos pelo Ativo ........... R$ 220.000,00

� Despesas de Baixa .................................................... R$ 20.000,00

� Reserva de Reavaliação: …………………………… R$ 25.000,00

� Pede-se:

a) Valor Contábil ⇒ ________________________________________________________________

b) Valor de Uso ⇒ _________________________________________________________________

c) Valor Líquido de Venda ⇒ ________________________________________________________

d) Valor Recuperável ⇒ _____________________________________________________________

e) Perda por Impairment ⇒ __________________________________________________________

4) - Considerando as informações abaixo, contabilize o teste de Impairment:

� Valor de Custo R$ 1.800.000,00

� Depreciação Acumulada R$ 400.000,00

� Valor de Mercado da UGC R$ 1.300.000,00

� Despesas de Baixa R$ 50.0000,00

� Período de Uso 4 anos

� Projeção de recebimentos R$ 900.000,00 / ao ano

� Projeção de pagamentos R$ 650.000,00 / ao ano

� Valor Líquido de Venda do Ativo no 4º ano R$ 500.000,00

� Tx desconto: 5% aa (FAC: 1º ano= 1,05; 2º ano = 1,1025; 3º ano = 1,157625; 4º ano = 1,215506)

� Reserva de Reavaliação: R$ 100.000,00 Pede-se:

a) Valor Contábil ⇒ ________________________________________________________________

b) Valor de Uso ⇒ _________________________________________________________________

c) Valor Líquido de Venda ⇒ ________________________________________________________

d) Valor Recuperável ⇒ _____________________________________________________________

e) Perda por Impairment ⇒ __________________________________________________________

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���� Considere a situação descrita abaixo e responda às questões de números 5 e 6.

5) (CVM/NCE-UFRJ-2008) Uma companhia detinha em 31 de dezembro de 20X0 determinado ativo fixo registrado ao custo de aquisição de R$ 500.000, com 40% de depreciação já incorrida. Ocorre, então, um indicativo de perda do valor de recuperação do ativo. O valor corrente de mercado do ativo caiu para R$ 230.000, ao passo que seu valor justo deduzido dos custos estimados de venda significa agora R$ 210.000. Em adição, o fluxo de caixa esperado de seu uso foi recalculado e descontado a uma taxa anual de 5%, revelando um valor presente de R$ 215.000.

O montante da perda a ser reconhecido no período, com base na IAS 36 e CPC 1, é de:

(a) R$ 80.000 (b) R$ 85.000 (c) R$ 90.000 (d) R$ 82.660 (e) R$ 70.000

6) (CVM/NCE-UFRJ-2008) Na medida em que o ativo apresentasse uma depreciação já incorrida de 45% e tivesse o valor presente de seu fluxo de caixa de R$ 205.000, mantendo-se inalteradas as demais variáveis, a perda do valor de recuperação do ativo é:

(a) R$ 70.000 (b) R$ 45.000 (c) R$ 65.000 (d) R$ 75.000 (e) R$ 60.000

7) - (UFRJ/2010 - Petrobras Biocombustível/Contador) A redução ao valor recuperável de ativos visa a assegurar que esses mesmos ativos não estejam registrados contabilmente por um valor superior ao de sua possível recuperação por uso ou por venda. Sob o enfoque da redução ao valor recuperável do ativo, o valor presente dos fluxos de caixa futuros estimados, resultantes do uso de um ativo, indica o seu valor

(a) de uso. (b) contábil.

(c) residual.

(d) recuperável.

(e) líquido de venda.

8) – (Cesgranrio-2010 - Petrobras/Contador) Uma empresa industrial tem, na data de encerramento do seu balanço, um imobilizado assim composto:

Custo de aquisição = R$ 120.000,00 Depreciação acumulada = R$ 40.000,00

Considerando-se que a empresa identificou, através de uma projeção de seus negócios, que o valor de recuperação desse imobilizado até o final de sua vida útil será de R$ 50.000,00, qual o valor, em reais, da provisão para impairment, entendida como a parcela do ativo que não será recuperada?

(a) R$ 30.000,00 (b) R$ 40.000,00 (c) R$ 50.000,00 (d) R$ 70.000,00 (e) R$ 80.000,00

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9) - (FCC-2010 - Alesp) A empresa Lâmbda S.A. realizou o teste de recuperabilidade de ativos e constatou a

perda de valor em um ativo reavaliado, em montante inferior ao saldo da reserva de reavaliação. Essa

empresa deve:

(a) manter o valor do bem, uma vez que o mesmo apresenta o valor reavaliado. (b) lançar a perda a débito da conta de resultado, pelo valor total, realizando o valor da reserva de reavaliação. (c) reverter a reserva de reavaliação do patrimônio líquido contra a conta de reserva de reavaliação no ativo. (d) lançar a perda a crédito da conta de ajuste especial no patrimônio líquido. (e) registrar contra a conta de reavaliação no patrimônio líquido, até o montante do valor da perda.

10) – (FEPESE / 2010 - SEFAZ-SC / Auditor Fiscal da Receita Estadual) Em relação ao teste no valor recuperável de ativos (impairment test), assinale a alternativa correta.

a) O valor recuperável consiste no menor valor entre o valor líquido de venda e o valor em uso. b) O valor recuperável consiste no maior valor entre o valor líquido de venda e o valor em uso. c) O valor Líquido de venda é aquele formalizado por uma operação compulsória, sem dedução das despesas de venda. d) O cálculo do valor recuperável dos ativos, sem exceções, deve ser efetuado somente quando existirem evidências de possíveis perdas. e) O cálculo do valor recuperável dos ativos, sem exceções, deve ser efetuado somente quando existirem evidências de possíveis perdas. Essas perdas são lançadas diretamente no patrimônio líquido.

11) – (CESGRANRIO / 2010 - Petrobrás / Contador) A redução ao valor recuperável de ativos visa a assegurar que esses mesmos ativos não estejam registrados contabilmente por um valor superior ao de sua possível recuperação por uso ou por venda. Sob o enfoque da redução ao valor recuperável do ativo, o valor presente dos fluxos de caixa futuros estimados, resultantes do uso de um ativo, indica o seu valor

a) de uso. b) contábil. c) residual. d) recuperável. e) líquido de venda.

12) – (FCC / 2011 - TRE-AP / Analista Judiciário) Considere as seguintes assertivas sobre a análise de recuperabilidade de ativos (teste de impairment) estabelecida pela Lei no 6.404/76 e pelo Pronunciamento Técnico CPC 01.

I. O valor recuperável de um ativo corresponde ao menor valor entre o seu valor líquido de venda e o seu valor em uso. II. Se o valor contábil do ativo excede o seu valor recuperável, a entidade deve reduzir o valor contábil do referido ativo ao seu valor recuperável.

III. A análise de recuperabilidade também deve ser efetuada a fim de que sejam revisados e ajustados os critérios utilizados para determinar a vida útil econômica estimada de um ativo e o cálculo da depreciação, amortização e exaustão.

IV. A entidade deve testar, no mínimo, a cada dois anos, a redução ao valor recuperável de um ativo intangível com vida útil indefinida.

Está correto o que se afirma em:

a) I e II, somente.

b) II e III, somente.

c) III e IV, somente.

d) II, III e IV, somente.

e) I, II, III e IV.

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13) – (FCC / 2012 - TCE-AP / Analista de Controle Externo) A empresa Inovação S.A. fez um novo investimento em uma nova unidade de negócios, no nordeste brasileiro, no valor de R$ 1.000.000,00. Após um ano de funcionamento houve alagamento na região e inundação da fábrica. O valor contábil da unidade de negócios, neste momento era de R$ 900.000,00, já considerando as perdas e gastos com recuperação. Seu valor de venda apurado, mediante propostas formais de interessados a comprá-la, apresentava valor médio de R$ 1.500.000,00 e o valor do fluxo de caixa descontado da unidade sugeria a recuperação do valor de R$ 800.000,00. Neste caso a empresa deverá

a) registrar uma perda de valor recuperável de R$ 100.000,00.

b) registrar uma complementação do valor de custo pelo valor justo de R$ 600.000,00.

c) manter o valor de custo de R$ 900.000,00.

d) restabelecer o valor de aquisição de R$ 1.000.000,00.

e) registrar pelo valor de mercado de R$ 1.500.000,00.

14) – ( FCC / 2011 - TRT - 20ª REGIÃO (SE) / Analista Judiciário ) O ativo imobilizado da empresa Gurupi S.A., considerado uma unidade geradora de caixa, possuía reavaliação de R$ 200.000,00, em 2008. A administração da empresa manteve a reavaliação contabilizada em conformidade com a permissibilidade dada pela lei. Ao executar o teste de recuperabilidade dessa unidade geradora de caixa, identificou uma perda no valor recuperável de R$ 300.000,00. O lançamento contábil para o registro desse fato é:

a) D – Ativo Imobilizado 100.000

C – Ganho com Imobilizado 100.000

b) D – Ativo Imobilizado 100.000 D – Reserva de Reavaliação 200.000 C – Ganho com Imobilizado 300.000

c) D – Ativo Imobilizado 100.000 C – Ajuste Especial – Pat.Líquido 100.000

d) D – Reserva de Reavaliação 200.000 D – Perdas com Ativo Imobilizado 100.000 C – Conta de Imobilizado 300.000

e) D – Perdas com Ativo Imobilizado 300.000 C – Ativo Imobilizado 300.000

15) – (FUNCAB / 2011 - Prefeitura de Várzea Grande – MT / Contador) De acordo com a norma aprovada pela Resolução CFC nº 1292/10, é correto afirmar sobre os procedimentos que devem ser realizados quando da necessidade de analisar e ajustar os valores dos ativos ao seu valor recuperável:

a) O ativo deve ser ajustado ao valor de mercado quando seu valor contábil é superior ao valor do mercado.

b) Se houver indícios de desvalorização de um Ativo Imobilizado, é recomendável rever a vida útil restante e o método de depreciação ou o valor residual, podendo ser revisados mesmo que nenhuma perda por desvalorização seja reconhecida.

c) Independentemente de existir ou não, qualquer indicação de redução ao valor recuperável, a entidade deve testar, no mínimo anualmente, a redução ao valor recuperável de seus ativos permanentes.

d) Se cálculos prévios indicam que o valor recuperável de um ativo é significativamente maior do que seu valor contábil, a entidade deve necessariamente estimar novamente o valor recuperável do ativo.

e) Os Ativos Intangíveis não necessitam ter seus valores revistos para fins de estimativa de valores recuperáveis.

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16) – ( FCC/ 2011 - INFRAERO / Auditor) A Cia. Cruzeiro do Sul possui um equipamento, cujo valor contábil está demonstrado a seguir:

Valor de aquisição ......................................R$ 475.000,00

(-) Depreciação Acumulada .....................(R$ 255.000,00)

(=) Valor contábil ........................................R$ 220.000,00 Procedendo-se ao teste de recuperabilidade do valor desses equipamentos (impairment test), foram obtidas as seguintes estimativas: Valor em Uso..............................................R$ 218.500,00

Valor Justo..................................................R$ 216.750,00 Em consequência, a companhia deverá registrar uma perda de ativos no valor, em R$, de

a) 3.250,00.

b) 0,00.

c) 2.000,00.

d) 1.500,00.

e) 2.375,00.

17) – ( FCC / 2012 - TRE-CE / Analista Judiciário) Considere os dados abaixo.

Dados

Valor histórico da máquina R$ 1.300.000,00

Reavaliação da Máquina R$ 200.000,00

Perda de valor recuperável do ativo imobilizado R$ 130.000,00

Novo valor da perda de valor recuperável calculada R$ 230.000,00

O registro contábil complementar que deverá ser efetuado com relação a perda do valor recuperável é:

a) Débito: Ativo - Perda de valor recuperável - R$ 100.000,00 e Crédito: Despesa - Perda de valor recuperável - R$ 100.000,00.

b) Débito: Despesa - Perda de valor recuperável - R$ 100.000,00 e Crédito: Ativo - Perda de valor recuperável - R$ 100.000,00.

c) Débito: Despesa - Perda de valor recuperável - R$ 70.000,00, Débito: Patrimônio Líquido - Reserva de Reavaliação - Perda de Valor Recuperável - R$ 30.000,00 e Crédito: Ativo - Perda de valor recuperável - R$ 100.000,00.

d) Débito: Despesa - Perda de valor recuperável - R$ 30.000,00, Débito: Patrimônio Líquido - Reserva de Reavaliação - Perda de Valor Recuperável - R$ 70.000,00 e Crédito: Ativo - Perda de valor recuperável - R$ 100.000,00.

e) Débito: Despesa - Perda de valor recuperável - R$ 230.000,00 e Crédito: Ativo - Perda de valor recuperável - R$ 230.000,00.

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3) - Subvenção e Assistência Governamentais

Regulamentação: CPC 07 aprovado pela Deliberação CVM nº 646 de 02/12/2010

Este Pronunciamento Técnico deve ser aplicado na contabilização e na divulgação de subvenção governamental e na divulgação de outras formas de assistência governamental.

Estão fora do escopo deste pronunciamento:

3.1) Definições Para melhor compreensão desta norma, faz-se necessário esclarecimento das seguintes definições: ���� Assistência governamental é a ação de um governo destinada a fornecer benefício econômico específico a uma entidade ou a um grupo de entidades que atendam a critérios estabelecidos. Não inclui os benefícios proporcionados única e indiretamente por meio de ações que afetam as condições comerciais gerais, tais como o fornecimento de infraestruturas em áreas em desenvolvimento ou a imposição de restrições comerciais sobre concorrentes. ����Subvenção governamental é uma assistência governamental geralmente na forma de contribuição de natureza pecuniária, mas não só restrita a ela, concedida a uma entidade normalmente em troca do cumprimento passado ou futuro de certas condições relacionadas às atividades operacionais da entidade. Não são subvenções governamentais aquelas que não podem ser razoavelmente quantificadas em dinheiro e as transações com o governo que não podem ser distinguidas das transações comerciais normais da entidade. 3.2) Reconhecimento

Subvenção governamental, inclusive subvenção não monetária a valor justo, não deve ser reconhecida até que exista razoável segurança de que:

(a) a entidade cumprirá todas as condições estabelecidas e relacionadas à subvenção; e (b) a subvenção será recebida.

A forma como a subvenção é recebida não influencia no método de contabilização a ser adotado. Assim, por exemplo, a contabilização deve ser a mesma independentemente de a subvenção ser recebida em dinheiro ou como redução de passivo.

Uma subvenção governamental deve ser reconhecida como receita ao longo do período e confrontada com as despesas que pretende compensar, em base sistemática, desde que atendidas as condições deste Pronunciamento. A subvenção governamental não pode ser creditada diretamente no patrimônio líquido.

Há situações em que é necessário que o valor da subvenção governamental não seja distribuído ou de qualquer forma repassado aos sócios ou acionistas, fazendo-se necessária a retenção, após trânsito pela demonstração do resultado, em conta apropriada de patrimônio líquido, para comprovação do atendimento dessa condição. Nessas situações, tal valor, após ter sido reconhecido na demonstração do resultado, pode ser creditado à reserva própria (reserva de incentivos fiscais), a partir da conta de lucros ou prejuízos acumulados.

É fundamental, pelo regime de competência, que a receita de subvenção governamental seja reconhecida em bases sistemáticas e racionais, ao longo do período necessário e confrontada com as despesas correspondentes.

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O tratamento contábil da subvenção governamental como receita deriva dos seguintes principais argumentos:

(a) uma vez que a subvenção governamental é recebida de uma fonte que não os acionistas e deriva de ato de gestão em benefício da entidade, não deve ser creditada diretamente no patrimônio líquido, mas, sim, reconhecida como receita nos períodos apropriados;

(b) subvenção governamental raramente é gratuita. A entidade ganha efetivamente essa receita quando cumpre as regras das subvenções e cumpre determinadas obrigações. A subvenção, dessa forma, deve ser reconhecida como receita na demonstração do resultado nos períodos ao longo dos quais a entidade reconhece os custos relacionados à subvenção que são objeto de compensação;

(c) assim como os tributos são despesas reconhecidas na demonstração do resultado, é lógico registrar a subvenção governamental que é, em essência, uma extensão da política fiscal, como receita na demonstração do resultado.

���� Ativo não monetário obtido como subvenção governamental

A subvenção governamental pode estar representada por ativo não monetário, como terrenos e outros, para uso da entidade. Nessas circunstâncias, tanto esse ativo quanto a subvenção governamental devem ser reconhecidos pelo seu valor justo. Apenas na impossibilidade de verificação desse valor justo é que o ativo e a subvenção governamental podem ser registrados pelo valor nominal.

3.3) Apresentação da subvenção no Balanço Patrimonial São considerados aceitáveis dois métodos de apresentação, nas demonstrações contábeis, da subvenção (ou parte apropriada de subvenção) não vinculada a obrigações futuras, relacionada com ativos. Um dos métodos reconhece a subvenção governamental como receita diferida no passivo, sendo reconhecida como receita em base sistemática e racional durante a vida útil do ativo.

O outro método deduz a subvenção governamental do valor contábil do ativo relacionado com a subvenção para se chegar ao valor escriturado líquido do ativo, que pode ser nulo. A subvenção deve ser reconhecida como receita durante a vida do ativo depreciável por meio de crédito à depreciação registrada como despesa.

3.4) Apresentação da subvenção na Demonstração do Resultado

A subvenção é algumas vezes apresentada como crédito na demonstração do resultado, quer separadamente sob um título geral tal como ”outras receitas“, quer, alternativamente, como dedução da despesa relacionada. A subvenção, seja por acréscimo de rendimento proporcionado ao empreendimento, ou por meio de redução de tributos ou outras despesas, deve ser registrada na demonstração do resultado no grupo de contas de acordo com a sua natureza.

Como justificativa da primeira opção, há o argumento de que não é apropriado compensar os elementos de receita e de despesa e que a separação da subvenção das despesas relacionadas facilita a comparação com outras despesas não afetadas pelo benefício de uma subvenção. Pelo segundo método, é argumentado que as despesas poderiam não ter sido incorridas pela entidade caso não houvesse a subvenção, sendo por isso enganosa a apresentação da despesa sem a compensação com a subvenção.

Ambos os métodos são aceitos para apresentação das subvenções relacionadas às receitas. É necessária a divulgação da subvenção governamental para a devida compreensão das demonstrações contábeis. Por isso é necessária a divulgação do efeito da subvenção em qualquer item de receita ou despesa quando essa receita ou despesa é divulgada separadamente.

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3.5) Perda da Subvenção Governamental

Uma subvenção governamental que tenha que ser devolvida deve ser contabilizada como revisão de estimativa. O reembolso deve ser aplicado em primeiro lugar contra qualquer crédito diferido não amortizado relacionado à subvenção. Na medida em que o reembolso exceda tal crédito diferido, ou quando não exista crédito diferido, o reembolso deve ser reconhecido imediatamente como despesa. 3.6) Reconhecimento da Receita de subvenção governamental x Despesas correspondentes. O reconhecimento como receita deve acompanhar a apropriação das despesas necessárias ao cumprimento das obrigações. São exemplos de formas de apropriação da Receita:

� Ativo depreciável - a subvenção relacionada a ativo depreciável deve ser reconhecida como receita ao longo do período da vida útil do bem e na mesma proporção de sua depreciação.

� Ativo não depreciável - acompanhar a apropriação das despesas necessárias ao cumprimento das obrigações. O reconhecimento como receita deve então acompanhar a apropriação das despesas necessárias ao cumprimento das obrigações. Exemplificando: uma subvenção que transfira a propriedade definitiva de um terreno pode ter como condição a construção de uma planta industrial e deve ser apropriada como receita na mesma proporção da depreciação dessa planta.

� Pacote de ajuda financeira ou fiscal - A subvenção é algumas vezes recebida como um pacote de ajuda financeira ou fiscal e sujeita ao cumprimento de certo número de condições. Em tais casos, é necessário cuidado na identificação das condições que dão origem aos custos e às despesas que determinam os períodos durante os quais a subvenção deve ser reconhecida. Pode ser apropriado alocar parte da subvenção em determinada base e parte em outra.

� Compensação por gastos ou perdas já incorridos - Receita no período em que se tornar recebível.

� Suporte financeiro sem qualquer despesa relacionada - Receita no período em que se tornar recebível.

4. Divulgação A entidade deve divulgar as seguintes informações:

(a) a política contábil adotada para as subvenções governamentais; (b) a natureza e a extensão das subvenções / assistências governamentais reconhecidas nas demonstrações

contábeis e uma indicação de outras formas de assistência que a entidade tenha diretamente se beneficiado;

(c) condições a serem regularmente satisfeitas ligadas à assistência governamental que tenha sido reconhecida.

���� Exercícios - Subvenção e Assistência Governamentais 1) - O CPC 07, aprovado pela Deliberação CVM 645/2010, trata da contabilização e da divulgação de subvenção governamental e da divulgação de outras formas de assistência governamental. Dentre as alternativas abaixo, encontra-se dentro do escopo da norma:

(a) Benefício quando se determina o resultado tributável, como a permissão de depreciação acelerada. (b) Participação do governo no capital da entidade. (c) Fornecimento de obras de infraestrutura em áreas em desenvolvimento. (d) Empréstimo subsidiado, em que o Governo renuncia ao recebimento total ou parcial do empréstimo e/ou

dos juros, mediante o cumprimento de determinadas condições (e) Imposição de restrições comerciais sobre concorrentes, favorecendo os participantes do segmento de

atuação da entidade.

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2) – De acordo com o CPC 07, a Subvenção Governamental não deve ser reconhecida até que:

(a) Exista razoável segurança de que a entidade cumprirá todas as condições estabelecidas e relacionadas à subvenção.

(b) Exista razoável segurança de que a subvenção será recebida. (c) Exista razoável segurança de que a entidade cumprirá todas as condições estabelecidas e relacionadas à

subvenção e que a subvenção seja recebida. (d) Sejam cumpridas todas as condições estabelecidas e relacionadas à subvenção e que a subvenção seja

recebida. (e) Sejam cumpridas todas as condições estabelecidas e relacionadas à subvenção ou que a subvenção seja

recebida. 3) – Dentre as alternativas abaixo, assinale a única CORRETA, de acordo com o CPC 07:

(a) Uma subvenção governamental deve ser reconhecida como receita ao longo do período e confrontada com as despesas que pretende compensar, desde que os valores já tenham sido recebidos.

(b) Subsídio em empréstimo é reconhecido como subvenção governamental quando existir segurança de que a entidade cumprirá os compromissos assumidos, desde que os valores já tenham sido recebidos.

(c) O recebimento da subvenção pode ser considerado como prova conclusiva de que as condições a ela vinculadas tenham sido ou serão cumpridas, já que se não fossem cumpridas não seriam pagas.

(d) Em algumas situações, por exemplo, quando o valor não puder ser distribuído para aos acionistas, a subvenção governamental poderá ser creditada diretamente no patrimônio líquido.

(e) A contabilização da Subvenção deve ser a mesma, independentemente desta ser recebida em dinheiro ou como redução de passivo.

4) – Em relação ao reconhecimento da Subvenção e Assistência Governamental, e de acordo com o CPC 07, só

é INCORRETO afirmar que:

(a) A subvenção governamental relacionada a ativos, incluindo aqueles ativos não monetários mensurados ao valor justo, pode ser apresentada no balanço patrimonial em conta de passivo, como receita diferida.

(b) A subvenção governamental relacionada a ativos, incluindo aqueles ativos não monetários mensurados ao valor justo, pode ser apresentada no balanço patrimonial deduzindo o valor contábil do ativo relacionado.

(c) A subvenção governamental relacionada a ativos, especificamente os ativos monetários, só deverá ser reconhecida no Balanço quando de seu efetivo recebimento.

(d) A subvenção pode ser apresentada como crédito na demonstração do resultado, separadamente, sob um título geral tal como “outras receitas”.

(e) A subvenção pode ser apresentada como crédito na demonstração do resultado como dedução da despesa relacionada.

5) – (Questão – CPC 07) Em alguns países, a assistência governamental a entidades pode estar concentrada no estímulo ou no apoio de longo prazo a entidades de negócio em determinadas regiões ou setores industriais. As condições para receber essa assistência podem não estar especificamente relacionadas às atividades operacionais da entidade. Exemplos dessa assistência são transferências de recursos pelos governos a entidades que:

a) operam em um setor específico; b) continuam operando em setores recentemente privatizados; ou c) começam ou continuam a conduzir seus negócios em áreas subdesenvolvidas.

A questão é sobre se essa assistência governamental é uma subvenção governamental dentro do alcance deste Pronunciamento e, portanto, se deve ser contabilizada de acordo com ele.

6) - Uma empresa recebe, em 2005, um terreno para se instalar. A escritura definitiva do terreno será recebida

quando a fábrica for concluída. O valor justo do terreno é R$ 60.000. A vida útil da fábrica foi estimada em 30 anos, e será feita de forma linear. O imóvel fica pronto em 31 de dezembro de 2006.

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a) Quando será feito o registro da subvenção? b) Qual a base para a alocação da Receita? c) Contabilize o evento no ano de 2005 a 2007

7) - A empresa recebeu do Gov. Municipal, em 2008, uma máquina em doação, e como contrapartida terá que permanecer ali por 10 anos. A máquina tem vida útil de 8 anos. O valor justo da máquina é R$ 80.000. a) Quando será feito o registro da subvenção? b) Qual a base para a alocação da Receita? c) Contabilize o evento no ano de 2008 e 2009.

8) - A entidade B obteve uma subvenção governamental de R$ 200.000, relacionada a um projeto que inclui, além de investimentos, custos com força de trabalho e treinamento. A subvenção foi recebida em duas prestações – 2005 e 2006, e os investimentos foram distribuídos da seguinte forma: 2005 - 40%; 2006 – 35% e 2007 – 25%. a) Quando será feito o registro da subvenção? b) Qual a base para a alocação da Receita? c) Contabilize o evento no ano de 2005 e 2007.

9) A entidade A obteve uma subvenção governamental de R$ 60.000 ao longo de 3 anos (R$ 30.000 no ano 1, e R$ 15.000 em cada um dos anos seguintes), condicionada à criação de 50 novos empregos e manutenção destes por 3 anos. Os empregados são recrutados a um custo de R$ 30.000 e a despesa com salários e encargos será de R$ 100.000 no primeiro ano, aumentando em R$ 10.000 em cada um dos anos subsequentes. a) Quando será feito o registro da subvenção? b) Qual a base para a alocação da Receita? c) Contabilize o evento nos anos 1, 2 e 3.

10) Uma entidade obtém uma subvenção de uma agência de desenvolvimento industrial para um projeto de investimento. O projeto envolve a construção de um edifício para abrigar uma fábrica e aquisição de maquinário. Os principais termos são que os pagamentos das subvenções concedidas estão relacionados ao investimento em capital fixo e a intenção do subsídio é ajudar a assegurar que os produtos importados serão substituídos por produtos nacionais, além da manutenção de 500 empregos. A subvenção terá que ser devolvida se o gasto de capital não atingir o patamar mínimo descrito no projeto ou os empregos não forem mantidos até 18 meses depois da data da compra do último ativo fixo. a) Quando se dará o registro inicial? Qual será o lançamento? b) Que despesas a subvenção pretende compensar? c) Qual base usar para o registro em receita? d) Uma crise econômica faz com que a a empresa talvez venha a demitir empregados antes de completados

os 18 meses. Qual o impacto na contabilidade?

11) – (Cesgranrio / Petrobras – 2011) A Indústria Famosa S/A recebeu do governo federal, em dinheiro, subvenção governamental para a implantação de unidade fabril em um ente da Federação, considerado estratégico pelo Executivo Federal, para o desenvolvimento sustentado da região. Admita que exista a necessidade de que essa subvenção não seja distribuída ou de qualquer forma repassada aos sócios (acionistas), sendo sua retenção considerada indispensável. O registro contábil dessa retenção da subvenção governamental, desconsiderando as formalidades do lançamento, é o seguinte:

(a) - D - Caixa / C - Reserva de Incentivos Fiscais (b) - D - Reserva de Incentivos Fiscais / C - Resultado do Exercício (c) - D - Resultado do Exercício / C - Reserva de Subvenções (d) - D - Subvenções Governamentais / C - Reserva de Subvenções (e) - D - Lucros ou Prejuízos Acumulados / C - Reserva de Incentivos Fiscais

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4) Demonstração do Valor Adicionado

Regulamentação: CPC 09 aprovado pela Deliberação CVM nº 557, de 12/11/2008

O objetivo deste Pronunciamento Técnico é estabelecer critérios para elaboração e apresentação da Demonstração do Valor Adicionado (DVA), a qual representa um dos elementos componentes do Balanço Social e tem por finalidade evidenciar a riqueza criada pela entidade e sua distribuição, durante determinado período. ���� Definições

1. Os termos abaixo são utilizados neste Pronunciamento com os seguintes significados:

Valor adicionado representa a riqueza criada pela empresa, de forma geral medida pela diferença entre o valor das vendas e os insumos adquiridos de terceiros. Inclui também o valor adicionado recebido em transferência, ou seja, produzido por terceiros e transferido à entidade. Valor adicionado recebido em transferência representa a riqueza que não tenha sido criada pela própria entidade, e sim por terceiros, e que a ela é transferida, como por exemplo receitas financeiras, de equivalência patrimonial, dividendos, aluguel, royalties, etc. Precisa ficar destacado, inclusive para evitar dupla-contagem em certas agregações.

���� Considerações Gerais Embora a geração de lucro continue sendo uma característica fundamental à continuidade das empresas, as relações intersociais existentes com a globalização de mercados exigem conhecimento adicional de como determinada entidade agrega valor à economia do país ou da região onde está inserida, tornando o acesso a informação um diferencial competitivo.

A Demonstração do Valor Adicionado tem a função de divulgar e identificar o valor da riqueza gerada pela entidade, e como essa riqueza foi distribuída entre os diversos setores que contribuíram, direta ou indiretamente, para a sua geração .

O Valor Adicionado constitui-se da receita de venda deduzida dos custos dos recursos adquiridos de terceiros. É, portanto, o quanto a entidade contribuiu para a formação do Produto Interno Bruto (PIB) do país.

Márcia Martins M de Luca define Valor Adicionado como sendo: “... a remuneração dos esforços desenvolvidos para a criação da riqueza da empresa. Tais “esforços” são, em geral, os empregados que fornecem a mão-de-obra, os investidores que fornecem o capital, os financiadores que emprestam os recursos e o governo que fornece a lei e a ordem, infra-estrutura sócio-econômica e os serviços de apoio”.

Algumas empresas espontaneamente têm demonstrado interesse ou desenvolvido trabalhos no sentido de levar aos usuários uma informação de melhor qualidade, através do aperfeiçoamento dos seus relatórios ou de informações mais completas, tais como, o BNB, FEBRABAN e outros, mas havia distorções em relação a classificação de algumas contas nas suas estruturas, pois não existia uma padronização definida da estrutura da DVA.

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4.1) Formação da riqueza 4.1.1) Riqueza criada pela própria entidade

A DVA, em sua primeira parte, deve apresentar de forma detalhada a riqueza criada pela entidade. Os principais componentes da riqueza criada estão apresentados a seguir nos seguintes itens:

Receitas

Venda de mercadorias, produtos e serviços - inclui os valores dos tributos incidentes sobre essas receitas (por exemplo, ICMS, IPI, PIS e COFINS), ou seja, corresponde ao ingresso bruto ou faturamento bruto, mesmo quando na demonstração do resultado tais tributos estejam fora do cômputo dessas receitas. Outras receitas - da mesma forma que o item anterior, inclui os tributos incidentes sobre essas receitas. Provisão para créditos de liquidação duvidosa – Constituição/Reversão - inclui os valores relativos à constituição e reversão dessa provisão. Insumos adquiridos de terceiros Custo dos produtos, das mercadorias e dos serviços vendidos - inclui os valores das matérias-primas adquiridas junto a terceiros e contidas no custo do produto vendido, das mercadorias e dos serviços vendidos adquiridos de terceiros; não inclui gastos com pessoal próprio. Materiais, energia, serviços de terceiros e outros - inclui valores relativos às despesas originadas da utilização desses bens, utilidades e serviços adquiridos junto a terceiros. Nos valores dos custos dos produtos e mercadorias vendidos, materiais, serviços, energi,a etc. consumidos, devem ser considerados os tributos incluídos no momento das compras (por exemplo, ICMS, IPI, PIS e COFINS), recuperáveis ou não. Esse procedimento é diferente das práticas utilizadas na demonstração do resultado. Perda e recuperação de valores ativos - inclui valores relativos a ajustes por avaliação a valor de mercado de estoques, imobilizados, investimentos, etc. Também devem ser incluídos os valores reconhecidos no resultado do período, tanto na constituição quanto na reversão de provisão para perdas por desvalorização de ativos, conforme aplicação do CPC 01 – Redução ao Valor Recuperável de Ativos (se no período o valor líquido for positivo, deve ser somado). Depreciação, amortização e exaustão - inclui a despesa ou o custo contabilizados no período. 4.1.2) Valor adicionado recebido em transferência Resultado de equivalência patrimonial - o resultado da equivalência pode representar receita ou despesa; se despesa, deve ser considerado como redução ou valor negativo. Receitas financeiras - inclui todas as receitas financeiras, inclusive as variações cambiais ativas, independentemente de sua origem. Outras receitas - inclui os dividendos relativos a investimentos avaliados ao custo, aluguéis, direitos de franquia, etc.

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4.2) Distribuição da riqueza A segunda parte da DVA deve apresentar de forma detalhada como a riqueza obtida pela entidade foi distribuída. Os principais componentes dessa distribuição estão apresentados a seguir:

Pessoal – valores apropriados ao custo e ao resultado do exercício na forma de:

• Remuneração direta – Ex: salários, 13º salário, honorários da administração, férias, comissões, horas extras, participação de empregados nos resultados, etc.

� Benefícios – Ex: assistência médica, alimentação, transporte, planos de aposentadoria etc. � FGTS – Ex: valores depositados em conta vinculada dos empregados.

Impostos, taxas e contribuições - valores relativos ao imposto de renda, contribuição social sobre o lucro, contribuições aos INSS (incluídos aqui os valores do Seguro de Acidentes do Trabalho) que sejam ônus do empregador, bem como os demais impostos e contribuições a que a empresa esteja sujeita. Para os impostos compensáveis, tais como ICMS, IPI, PIS e COFINS, devem ser considerados apenas os valores devidos ou já recolhidos, e representam a diferença entre os impostos e contribuições incidentes sobre as receitas e os respectivos valores incidentes sobre os itens considerados como “insumos adquiridos de terceiros”.

• Federais – inclui os tributos devidos à União, inclusive aqueles que são repassados no todo ou em parte aos Estados, Municípios, Autarquias etc., tais como: IRPJ, CSSL, IPI, CIDE, PIS, COFINS. Inclui também a contribuição sindical patronal.

• Estaduais – inclui os tributos devidos aos Estados, inclusive aqueles que são repassados no todo ou em parte aos Municípios, Autarquias etc., tais como o ICMS e o IPVA.

• Municipais – inclui os tributos devidos aos Municípios, inclusive aqueles que são repassados no todo ou em parte às Autarquias, ou quaisquer outras entidades, tais como o ISS e o IPTU.

Remuneração de capitais de terceiros - valores pagos ou creditados aos financiadores externos de capital.

• Juros - inclui as despesas financeiras, inclusive as variações cambiais passivas, relativas a quaisquer tipos de empréstimos e financiamentos junto a instituições financeiras, empresas do grupo ou outras formas de obtenção de recursos. Inclui os valores que tenham sido capitalizados no período.

• Aluguéis - inclui os aluguéis (inclusive as despesas com arrendamento operacional) pagos ou creditados a terceiros, inclusive os acrescidos aos ativos.

• Outras - inclui outras remunerações que configurem transferência de riqueza a terceiros, mesmo que originadas em capital intelectual, tais como royalties, franquia, direitos autorais, etc.

Remuneração de capitais próprios - valores relativos à remuneração atribuída aos sócios e acionistas.

• Juros sobre o capital próprio (JCP) e dividendos - inclui os valores pagos ou creditados aos sócios e acionistas por conta do resultado do período, ressalvando-se os valores dos JCP transferidos para conta de reserva de lucros. Devem ser incluídos apenas os valores distribuídos com base no resultado do próprio exercício.

• Lucros retidos e prejuízos do exercício - inclui os valores relativos ao lucro do exercício destinados às reservas, inclusive os JCP quando tiverem esse tratamento; nos casos de prejuízo, esse valor deve ser incluído com sinal negativo.

• As quantias destinadas aos sócios e acionistas na forma de Juros sobre o Capital Próprio – JCP, independentemente de serem registradas como passivo (JCP a pagar) ou como reserva de lucros, devem ter o mesmo tratamento dado aos dividendos no que diz respeito ao exercício a que devem ser imputados.

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4.3) Situações diversas a) Depreciação de itens reavaliados ou avaliados ao valor justo (fair value). A reavaliação de ativos e a avaliação de ativos ao seu valor justo provocam alterações na estrutura patrimonial da empresa e, por isso, normalmente requerem o registro contábil dos seus efeitos tributários.

Os resultados da empresa são afetados sempre que houver a realização dos respectivos ativos reavaliados ou avaliados ao valor justo. Quando a realização de determinado ativo ocorrer pelo processo normal de depreciação, por conseqüência, a DVA também é afetada. Assim, no momento da realização da reavaliação ou da avaliação ao valor justo, deve-se incluir esse valor como “outras receitas” na DVA, bem como se reconhecem os respectivos tributos na linha própria de impostos, taxas e contribuições. b) Ativos construídos pela empresa para uso próprio A construção de ativos dentro da própria empresa para seu próprio uso é procedimento comum. Nessa construção diversos fatores de produção são utilizados, inclusive a contratação de recursos externos (por exemplo, materiais e mão-de-obra terceirizada) e a utilização de fatores internos como mão-de-obra, com os conseqüentes custos que essa contratação e utilização provocam. Para elaboração da DVA, essa construção equivale a produção vendida para a própria empresa, e por isso seu valor contábil integral precisa ser considerado como receita. A mão-de-obra própria alocada é considerada como distribuição dessa riqueza criada, e eventuais juros ativados e tributos também recebem esse mesmo tratamento. Os gastos com serviços de terceiros e materiais são apropriados como insumos.

À medida que tais ativos entrem em operação, a geração de resultados desses ativos recebe tratamento idêntico aos resultados gerados por qualquer outro ativo adquirido de terceiros; portanto, sua depreciação também deve receber igual tratamento.

Para evitar o desmembramento das despesas de depreciação, na elaboração da DVA, entre os componentes que serviram de base para o respectivo registro do ativo construído internamente (materiais diversos, mão-de-obra, impostos, aluguéis e juros), os valores gastos nessa construção devem, no período da construção, ser tratados como Receitas relativas à construção de ativos próprios. Da mesma forma, os componentes de seu custo devem ser alocados na DVA seguindo-se suas respectivas naturezas. b) Distribuição de lucros relativos a exercícios anteriores A Demonstração do Valor Adicionado está estruturada para ser elaborada a partir da Demonstração do Resultado do período. Assim, há uma estreita vinculação entre essas duas demonstrações e essa vinculação deve servir para sustentação da consistência entre elas. Mas ela tem também uma interface com a Demonstração dos Lucros ou Prejuízos Acumulados na parte em que movimentações nesta conta dizem respeito à distribuição do resultado do exercício apurado na demonstração própria.

A entidade é livre, dentro dos limites legais, para distribuir seus lucros acumulados, sejam eles oriundos do próprio exercício ou de exercícios anteriores. Porém, pela vinculação referida no item anterior, os dividendos que compõem a riqueza distribuída pela entidade devem restringir-se exclusivamente à parcela relativa aos resultados do próprio período. Dividendos distribuídos relativos a lucros de períodos anteriores não são considerados, pois já figuraram como lucros retidos naqueles respectivos períodos.

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Modelo I - Demonstração do Valor Adicionado – EMPRESAS EM GERAL

DESCRIÇÃO Em milhares

de reais 20X1

Em milhares de reais 20X0

1 – RECEITAS

1.1) Vendas de mercadorias, produtos e serviços

1.2) Outras receitas

1.3) Receitas relativas à construção de ativos próprios

1.4) Provisão para créditos de liquidação duvidosa – Reversão / (Constituição)

2 - INSUMOS ADQUIRIDOS DE TERCEIROS

2.1) Custos dos produtos, das mercadorias e dos serviços vendidos

2.2) Materiais, energia, serviços de terceiros e outros

2.3) Perda / Recuperação de valores ativos

2.4) Outras (especificar)

3 - VALOR ADICIONADO BRUTO (1-2)

4 - DEPRECIAÇÃO, AMORTIZAÇÃO E EXAUSTÃO

5 - VALOR ADICIONADO LÍQUIDO PRODUZIDO PELA ENTIDAD E (3-4)

6 - VALOR ADICIONADO RECEBIDO EM TRANSFERÊNCIA

6.1) Resultado de equivalência patrimonial

6.2) Receitas financeiras

6.3) Outras

7 - VALOR ADICIONADO TOTAL A DISTRIBUIR (5+6)

8 - DISTRIBUIÇÃO DO VALOR ADICIONADO (*)

8.1) Pessoal

8.1.1 – Remuneração direta

8.1.2 – Benefícios

8.1.3 – F.G.T.S

8.2) Impostos, taxas e contribuições

8.2.1 – Federais

8.2.2 – Estaduais

8.2.3 – Municipais

8.3) Remuneração de capitais de terceiros

8.3.1 – Juros

8.3.2 – Aluguéis

8.3.3 – Outras

8.4) Remuneração de Capitais Próprios

8.4.1 – Juros sobre o Capital Próprio

8.4.2 – Dividendos

8.4.3 – Lucros retidos / Prejuízo do exercício

8.4.4 – Participação dos não-controladores nos lucros retidos (só p/ consolidação)

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���� Exercícios – Demonstração do Valor Adicionado

Ex.1) – Com base nas informações a seguir, elabore a Demonstração do valor Adicionado – DVA.

Valores em RS

* Receita Operacional Bruta 690.348,00

(-) Deduções

Descontos Incondicionais 12.731,00

Devoluções 9.647,00

Abatimentos 3.259,00

ICMS 117.873,00

PIS 4.788,00

Cofins 22.101,00 (170.399,00)

(=) Receita Operacional Líquida 519.949,00

(-) Custo das Mercadorias Vendidas (356.536,00)

(=) Lucro Operacional Bruto 163.413,00

(-) Despesas Operacionais

Vendas 13.618,00

Administrativas 67.312,00

Financeiras 15.614,00

(-) Receitas Financeiras (18.712,00) (77.832,00)

(=) Lucro Operacional Líquido 85.581,00

Resultado não operacional 14.000,00

(=) Lucro antes da CSLL e do IRPJ 99.581,00

(-) Contribuição Social sobre o Lucro (8.61 5,00)

(-) Imposto de Renda (11.556,00)

(=) Lucro após IR 79.410,00

(-) Participações Estatutárias

Debenturistas 7.612,00

Empregados 6.581,00

Administradores 6.282,00 (20.475,00)

(=) Lucro Líquido do Exercício 58.935,00

DESPESAS OPERACIONAIS: IMPOSTOS SOBRE O CMV

Agua, luz, telefone 1.564,00

Aluguéis 2.500,00 Base de Cálculo 440.167,90 Comissão de Vendedores 3.687,00 ICMS 83.631,90 Depreciação, Amortização e Exaustão 6.983,00 COFINS - 0 -

Impostos, Taxas e Contribuições 2.456,00 PIS - 0 -

Materiais de Consumo 1.235,00

Salários e Ordenados 57.877,00 Dividendos 40%

Serviços de Terceiros 4.628,00 Reservas de 60%

Total 80.930,00

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Resolução – Ex.1

DESCRIÇÃO

1 – RECEITAS

2 - INSUMOS ADQUIRIDOS DE TERCEIROS

3 - VALOR ADICIONADO BRUTO (1-2)

4 - DEPRECIAÇÃO, AMORTIZAÇÃO E EXAUSTÃO

5 - VALOR ADICIONADO LÍQUIDO PRODUZIDO PELA ENTIDAD E (3-4)

6 - VALOR ADICIONADO RECEBIDO EM TRANSFERÊNCIA

7 - VALOR ADICIONADO TOTAL A DISTRIBUIR (5+6)

8 - DISTRIBUIÇÃO DO VALOR ADICIONADO (*)

8.1) Pessoal

8.2) Impostos, taxas e contribuições

8.3) Remuneração de capitais de terceiros

8.4) Remuneração de Capitais Próprios

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Ex. 2 - Com base nas informações a seguir, elabore a Demonstração do valor Adicionado – DVA.

Valores em RS

Receita Operacional Bruta 850.000,00

(-) Deduções

Devoluções (15.000,00)

ICMS (19%) (161.500,00)

PIS (1,65%) (14.025,00)

Cofins (7,6%) (65.025,00) (255.550,00)

(=) Receita Operacional Líquida 594.450,00

(-) Custo das Mercadorias Vendidas (315.500,00)

(=) Lucro Operacional Bruto 278.950,00

(-) Despesas Operacionais

Vendas (47.800,00 )

Administrativas (75.300,00)

Financeiras (15.780,00)

Receitas Financeiras 6.700,00

Resultado da Equivalência Patrimonial 12.000,00 120.180,00

(=) Lucro Operacional Líquido 158.770,00

Resultado não operacional 25.840,00

(=) Lucro antes da CSLL e do IRPJ 184.610,00

(-) Contribuição Social sobre o Lucro (16.614,90)

(-) Imposto de Renda (46.152,50)

(=) Lucro após IR 121.842,60

(-) Participações Estatutárias

Debenturistas 8.092,60

Empregados 7.580,00

Administradores 2.100,00

(=) Lucro Líquido do Exercício 104.070,00

DESPESAS OPERACIONAIS: IMPOSTOS SOBRE O CMV

Agua, luz, telefone 12.100,00 Base de Cálculo

Aluguéis 15.200,00 ICMS (19%)

Comissão de Vendedores 8.500,00 COFINS (7,6%)

Depreciação, Amortização e Exaustão 15.000,00 PIS (1,65%)

Impostos, Taxas e Contribuições 6.700,00

Materiais de Consumo 10.500,00 DESTINAÇÃO DO LUCRO

Salários e Ordenados 52.320,00 Distrib. Dividendos 40% do LLE

Serviços de Terceiros 2.780,00 Reservas de Lucros 60% do LLE

Total 123.10000

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Contabilidade Avançada – 2012/ 1º Semestre

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Resolução – Ex.2

DESCRIÇÃO

1 – RECEITAS

2 - INSUMOS ADQUIRIDOS DE TERCEIROS

3 - VALOR ADICIONADO BRUTO (1-2)

4 - DEPRECIAÇÃO, AMORTIZAÇÃO E EXAUSTÃO

5 - VALOR ADICIONADO LÍQUIDO PRODUZIDO PELA ENTIDAD E (3-4)

6 - VALOR ADICIONADO RECEBIDO EM TRANSFERÊNCIA

7 - VALOR ADICIONADO TOTAL A DISTRIBUIR (5+6)

8 - DISTRIBUIÇÃO DO VALOR ADICIONADO (*)

8.1) Pessoal

8.2) Impostos, taxas e contribuições

8.3) Remuneração de capitais de terceiros

8.4) Remuneração de Capitais Próprios

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Ex. 3 – Com base nas informações a seguir, elabore a Demonstração do valor Adicionado – DVA.

Valores em RS

Receita Operacional Bruta 500.000,00

(-) Deduções

Devoluções (10.000,00)

ICMS (20%) (100.000,00)

PIS (2%) (10.000,00)

Cofins (8%) (40.000,00) (160.000,00)

(=) Receita Operacional Líquida 340.000,00

(-) Custo das Mercadorias Vendidas (200.000,00)

(=) Lucro Operacional Bruto 140.000,00

(-) Despesas Operacionais

Vendas (40.000,00 )

Administrativas (94.000,00)

Financeiras (18.000,00)

Receitas Financeiras 12.000,00

Resultado da Equivalência Patrimonial 25.000,00 115.000,00

(=) Lucro Operacional Líquido 25.000,00

Resultado não operacional 10.000,00

(=) Lucro antes da CSLL e do IRPJ 35.000,00

(-) Contribuição Social sobre o Lucro (10%) (3.500,00)

(-) Imposto de Renda (25%) (8.750,00)

(=) Lucro após IR 22.750,00

(-) Participações Estatutárias

Debenturistas 2.750,00

Empregados 2.500,00

Administradores 500,00

(=) Lucro Líquido do Exercício 17.000,00

DESPESAS OPERACIONAIS: IMPOSTOS SOBRE O CMV

Agua, luz, telefone 10.000,00 Base de Cálculo

Aluguéis 13.000,00 ICMS

Comissão de Vendedores 9.000,00 COFINS

Depreciação, Amortização e Exaustão 15.000,00 PIS

Impostos, Taxas e Contribuições 7.000,00

Materiais de Consumo 12.000,00 DESTINAÇÃO DO LUCRO

Salários e Ordenados 66.000,00 Distrib. Dividendos 40% do LLE

Serviços de Terceiros 2.000,00 Reservas de Lucros 60% do LLE

Total 134.000,00

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Resolução – Ex.3

DESCRIÇÃO

1 – RECEITAS

2 - INSUMOS ADQUIRIDOS DE TERCEIROS

3 - VALOR ADICIONADO BRUTO (1-2)

4 - DEPRECIAÇÃO, AMORTIZAÇÃO E EXAUSTÃO

5 - VALOR ADICIONADO LÍQUIDO PRODUZIDO PELA ENTIDAD E (3-4)

6 - VALOR ADICIONADO RECEBIDO EM TRANSFERÊNCIA

7 - VALOR ADICIONADO TOTAL A DISTRIBUIR (5+6)

8 - DISTRIBUIÇÃO DO VALOR ADICIONADO (*)

8.1) Pessoal

8.2) Impostos, taxas e contribuições

8.3) Remuneração de capitais de terceiros

8.4) Remuneração de Capitais Próprios

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4) - ( BNDES/NCE-UFRJ - 2005) Observe a seguinte DRE, com valores em reais:

Tendo em vista o Demonstrativo do Valor Adicionado – DVA, pode-se afirmar que ficou para o Governo a quantia, em reais, de:

(a) 26.400,00 (b) 27.456,00 (c) 46.640,00 (d) 96.800,00 (e) 108.240,00

5) - (FGV-2009 - ICMS-RJ) Considerando as operações abaixo da Cia Rubi durante o ano de 2009, seu valor adicionado a distribuir será::

Vendas $ 100.000

Consumo de materiais adquiridos de terceiros $ 20.000

Receitas Financeiras $ 8.000

Despesas de Aluguel $ 2.000

Receitas de Aluguel $ 1.000

Pagamento de Salários $ 24.000

Despesa Financeira $ 5.000

Impostos Pagos $ 2.000

Juros sobre Capital Próprio $ 10.000

Despesa de Depreciação $ 5.000

Dividendos $ 2.000

Despesa de Seguros $ 4.000

Serviço de Terceiros $ 12.000

Provisão para Créditos de Liquidação Duvidosa $ 3.000

Em 31.12.2009, o valor adicionado a distribuir da Cia. Rubi será de:

a) $ 65.000.

b) $ 68.000.

c) $ 63.000.

d) $ 69.000.

e) $ 72.000.

Composição das Despesas Administrativas (em reais):

– Ordenados e Salários ....................... 26.400

– Serviços de Terceiros ......................... 7.920

– Materiais de Consumo ....................... 5.104

– Depreciação ...................................... 3.696

– Impostos e Taxas ................................ 880

- Total ................................................... 44.000

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6) – (FCC/2009 - SEFAZ-SP/ Agente Fiscal de Rendas) O valor da receita de equivalência patrimonial recebida pela empresa de controlada deve ser apresentada na DVA como:

a) distribuição de riqueza - remuneração do capital de terceiros. b) receita criada pela entidade - outras receitas. c) receitas não-operacionais - demais. d) valor adicionado recebido em transferência. e) distribuição de riqueza - remuneração de capital próprio.

7) - (Cesgranrio/ 2010 – Petrobras Distribuidora/ Contador) Segundo a definição legal, a Demonstração do valor adicionado deverá refletir o valor da riqueza gerada pela companhia e a distribuição entre os elementos que contribuíram para a geração dessa riqueza. Quais os elementos que devem constar como beneficiários da distribuição da riqueza?

(a) - Empregados, fornecedores, autoridades, governo e outros, bem como a parcela da riqueza não distribuída. (b) - Empregados, financiadores, acionistas, governo e outros, bem como a parcela da riqueza não distribuída. (c) - Empregados, financiadores, fornecedores, autoridades, acionistas, governo e outros. (d) - Empregados, financiadores, fornecedores, autoridades, acionistas, governo e outros, bem como a parcela da

riqueza não distribuída. (e) - Fornecedores, autoridades, governo e outros, bem como a parcela da riqueza não distribuída.

8) – (FGV/- 2010 - SEAD-AP/ Auditor da Receita do Estado) Com base nos dados abaixo, responda as questões a seguir:

Receita de Vendas de Mercadoria R$ 2.500.000,00 Custo de Mercadorias Vendidas R$ 160.000,00

Materiais, Energia e Serviços de Terceiros R$ 220.000,00

Depreciação e Amortização R$ 120.000,00

Receitas Financeiras R$ 355.000,00

Resultado de Equivalência Patrimonial R$ 50.000,00

FGTS R$ 25.000,00

Aluguéis R$ 15.000,00

Dividendos Pagos R$ 10.000,00

Lucros Retidos R$ 38.000,00

Remuneração Direta R$ 45.000,00

Considerando a estrutura da DVA - Demonstração do Valor Adicionado, o Valor Adicionado Líquido Produzido pela Entidade será de:

a) R$ 2.000.000,00. b) R$ 2.475.000,00.

c) R$ 2.513.000,00. d) R$ 2.120.000,00.

e) R$ 2.173.000,00.

9) – (FGV / 2010 - SEAD-AP / Auditor da Receita do Estado) Considerando a estrutura da DVA - Demonstração do Valor Adicionado, o Valor Adicionado Bruto será de:

a) R$ 2.000.000,00. b) R$ 2.475.000,00.

c) R$ 2.513.000,00. d) R$ 2.120.000,00.

e) R$ 2.393.000,00.

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10) – (FCC/2010 - DNOCS/Contador) Dados da Cia. Miramar - Exercício encerrado em 31/12/2008, em R$:

Custo de Mercadorias Vendidas R$ 250.000,00

Serviços adquiridos de Terceiros R$ 70.000,00

Receita de Dividendos R$ 30.000,00

Despesas Financeiras R$ 25.000,00

Outros Materiais adquiridos de Terceiros R$ 20.000,00

Despesas de Depreciação R$ 40.000,00

Receita de Vendas R$ 540.000,00

Pagamento de mão de obra e encargos trabalhistas R$ 60.000,00

Com estas informações, o Valor Adicionado a Distribuir da companhia nesse exercício correspondeu, em R$, a:

a) 160.000,00. b) 200.000,00. c) 190.000,00. d) 170.000,00. e) 220.000,00.

11) - (Cesgranrio/2010 - BNDES/Contador) Pode-se afirmar que valor adicionado é a(o):

(a) diferença entre o valor dos bens, serviços e utilidades vendidos por uma entidade e o respectivo valor dos insumos adquiridos de terceiros.

(b) diferença entre a receita gerada pela empresa e o resultado obtido antes de encargos financeiros, depreciação, amortização, exaustão, imposto de renda e resultados não operacionais.

(c) riqueza gerada pela empresa, representada pelo custo de oportunidade multiplicado pelo patrimônio líquido deduzido dos valores que transitam em resultado e não representam entrada de caixa.

(d) soma de todos os valores recebidos pela empresa, deduzidos dos impostos incidentes e dos encargos de depreciação, amortização e exaustão.

(e) conjunto de valores obtidos pela empresa, seja através de venda de produtos, seja através de ingressos de fontes diversas, deduzidos de impostos e encargos financeiros.

12) – ( CESPE / 2010 - DPU / Contador)

Depreciação, amortização e exaustão - 475.998

Impostos, taxas e contribuições 108.881

Insumos adquiridos de Terceiros -2.907.441

Pessoal 209.910

Receitas 4.153.360

Remuneração de Capitais de Terceiros 164.804

Remuneração de Capitais Próprios 353.315

Valor adicionado recebido em transferência 66.989

Considerando as informações da tabela acima, levantadas para a elaboração da demonstração do valor adicionado de determinada empresa no ano de 2009, assinale a opção correta.

a) O valor adicionado líquido no período é superior ao valor adicionado a distribuir. b) O valor adicionado bruto é maior que R$ 1.300.000,00. c) O valor adicionado a distribuir é superior a R$ 900.000,00. d) O valor adicionado distribuído pela empresa é inferior a R$ 550.000,00. e) O valor adicionado líquido produzido pela empresa é superior a R$ 750.000,00.

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13) – (CESPE/ 2010 - INMETRO - Técnico de Contabilidade)

Considere que os dados da tabela acima (valores em reais) são relativos à demonstração de resultado de determinada indústria. A venda no período refere-se a toda a mercadoria (adquirida por R$ 16.800,00). O valor de ICMS embutido no preço e destacado nas notas fiscais de compra é de R$ 2.450,00.

De acordo com as informações apresentadas no texto, o valor adicionado a distribuir, no período, é de:

a) 23.400. b) 21.600.

c) 20.950. d) 20.400.

e) 17.950.

14) – (CESPE / 2010 – INMETRO/ Técnico de Contabilidade) Com base nos dados fornecidos no texto, o valor adicionado distribuído (em reais) para os empregados, no período, é de

a) 8.000. b) 8.800.

c) 9.500. d) 10.300.

e) 13.300.

15) - (Petrobras/Cesgranrio - 2010) A Demonstração do Valor Adicionado evidencia o (a):

a) Quanto de riqueza uma empresa adicionaou, de que forma essa riqueza foi distribuída e o quanto ficou retido na empresa.

b) Valor adicionado originado das operações, os recursos oriundos das atividades de financiamento e o saldo de caixa resultante no final do período.

c) Montante de riqueza que uma empresa adicionou, o quanto dessa riqueza foi distribuída para os agentes e acionistas e os lucros retidos pela empresa sem destinação específica.

d) Receita adicionada pela empresa deduzida das despesas operacionais, exceto a financeira, e o total de lucros retidos em forma de reservas.

e) Riqueza adicionada pela empresa, a distribuição dos dividendos realizada e a variação do patrimônio líquido no exercício.

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16) – (FCC / 2011 - TRT - 20ª REGIÃO (SE)/ Analista Judiciário) Na elaboração da Demonstração do Valor Adicionado (DVA) são identificados como Valor Adicionado Recebido Em Transferência:

a) as receitas financeiras obtidas e os dividendos recebidos. b) os resultados na venda de imobilizados, as depreciações e as amortizações. c) os royalties recebidos e os insumos adquiridos de terceiros. d) os serviços profissionais contratados de terceiros e os aluguéis obtidos. e) os impostos recuperáveis e as recuperações de perdas.

17) - (CFC/2011- Exame de Suficiência) Uma sociedade empresária adquiriu mercadorias para revenda por R$5.000,00, neste valor incluído ICMS de R$1.000,00. No mesmo período, revendeu toda a mercadoria adquirida por R$9.000,00, neste valor incluído ICMS de R$1.800,00. A sociedade empresária registrou, no período, despesas com representação comercial no montante de R$1.200,00 e depreciação de veículos de R$200,00.

Na Demonstração do Valor Adicionado - DVA, elaborada a partir dos dados fornecidos, o valor adicionado a distribuir é igual a:

a) R$1.800,00.

b) R$2.600,00.

c) R$3.200,00.

d) R$4.000,00.

18) – (FCC / 2011 - INFRAERO / Auditor) Em relação à elaboração da DVA, é correto afirmar que

a) o Resultado Positivo da Equivalência Patrimonial integra o Valor Adicionado produzido pela entidade.

b) o valor contabilizado para constituição da Provisão para Créditos de Liquidação Duvidosa deve ser somado ao valor das vendas para o cálculo do Valor Adicionado Bruto.

c) o valor da alienação de ativos não circulantes não deve ser computado no cálculo do Valor Adicionado a distribuir pela entidade.

d) na distribuição do valor adicionado, os juros sobre o capital próprio devem ser computados como remuneração do capital de terceiros.

e) no valor dos insumos adquiridos de terceiros devem estar incluídos os impostos incidentes sobre a aquisição, sejam recuperáveis ou não.

19) – ( CESGRANRIO / 2011 - TRANSPETRO / Contador Júnior) A Demonstração do Valor Adicionado (DVA) é formada, basicamente, por duas partes, sendo que, na primeira parte, deve apresentar a riqueza criada pela entidade, incluindo, em seu detalhamento, a receita de vendas de mercadorias, produtos e serviços.

As vendas de produtos pelas empresas industriais devem ser demonstradas na DVA pelo valor da(s)

a) receita bruta ou do faturamento bruto

b) vendas menos o ICMS e o IPI a recuperar

c) vendas menos o ICMS a recuperar

d) vendas menos o IPI a recuperar

e) vendas líquidas

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5 – AJUSTE A VALOR PRESENTE

Regulamentação: CPC 12 aprovado pela Deliberação CVM nº 564, de 17/12/2008

���� 5.1 – Objetivos

O objetivo deste Pronunciamento é estabelecer os requisitos básicos a serem observados quando da apuração do Ajuste a Valor Presente de elementos do ativo e do passivo quando da elaboração de demonstrações contábeis. Este Pronunciamento trata essencialmente de questões de mensuração, não alcançando com detalhes questões de reconhecimento. É importante esclarecer que a dimensão contábil do “reconhecimento” envolve a decisão de “quando registrar” ao passo que a dimensão contábil da “mensuração” envolve a decisão de “por quanto registrar”.

A questão mais relevante para a aplicação do conceito de valor presente, nos moldes de Pronunciamento baseado em princípios como este, não é a enumeração minuciosa de quais ativos ou passivos são abarcados pela norma, mas o estabelecimento de diretrizes gerais e de metas a serem alcançadas. Nesse sentido, como diretriz geral a ser observada, ativos, passivos e situações que apresentarem uma ou mais das características abaixo devem estar sujeitos aos procedimentos de mensuração tratados neste Pronunciamento:

a) transação que dá origem a um ativo, a um passivo, a uma receita ou a uma despesa (conforme definidos no Pronunciamento Conceitual Básico Estrutura Conceitual para a Elaboração e Apresentação das Demonstrações Contábeis deste CPC) ou outra mutação do patrimônio líquido cuja contrapartida é um ativo ou um passivo com liquidação financeira (recebimento ou pagamento) em data diferente da data do reconhecimento desses elementos;

b) reconhecimento periódico de mudanças de valor, utilidade ou substância de ativos ou passivos

similares emprega método de alocação de descontos;

c) conjunto particular de fluxos de caixa estimados claramente associado a um ativo ou a um passivo;

���� 5.2 – Diretrizes

Os elementos integrantes do ativo e do passivo decorrentes de operações de longo prazo, ou de curto prazo quando houver efeito relevante, devem ser ajustados a valor presente com base em taxas de desconto que reflitam as melhores avaliações do mercado quanto ao valor do dinheiro no tempo e os riscos específicos do ativo e do passivo em suas datas originais.

A quantificação do ajuste a valor presente deve ser realizada em base exponencial "pro rata die", a partir da origem de cada transação, sendo os seus efeitos apropriados nas contas a que se vinculam.

As reversões dos ajustes a valor presente dos ativos e passivos monetários qualificáveis devem ser

apropriadas como receitas ou despesas financeiras, a não ser que a entidade possa devidamente fundamentar que o financiamento feito a seus clientes faça parte de suas atividades operacionais, quando então as reversões serão

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apropriadas como receita operacional. Esse é o caso, por exemplo, quando a entidade opera em dois segmentos distintos: (i) venda de produtos e serviços e (ii) financiamento das vendas a prazo, e desde que sejam relevantes esse ajuste e os efeitos de sua evidenciação.

Devem ser utilizados, no que for aplicável e não conflitante, os conceitos, as análises e as especificações

sobre ajuste a valor presente, especialmente sobre elaboração de fluxos de caixa estimados e definição de taxas de desconto contidas no Pronunciamento Técnico CPC 01 Redução ao Valor Recuperável de Ativos, inclusive no seu Anexo. Subsídios também podem ser obtidos no item 36 do Pronunciamento Técnico CPC 14 Instrumentos Financeiros: Reconhecimento, Mensuração e Evidenciação. ���� 5.3– Passivos não contratuais

Passivos não contratuais são aqueles que apresentam maior complexidade para fins de mensuração contábil pelo uso de informações com base no valor presente. Fluxos de caixa ou séries de fluxos de caixa estimados são carregados de incerteza, assim como são os períodos para os quais se tem a expectativa de desencaixe ou de entrega de produto/prestação de serviço. Logo, muito senso crítico, sensibilidade e experiência são requeridos na condução de cálculos probabilísticos. Pode ser que em determinadas situações a participação de equipe multidisciplinar de profissionais seja imperativo para execução da tarefa.

O reconhecimento de provisões e passivos está disciplinado no ambiente contábil brasileiro. São

contempladas as obrigações legais e as não formalizadas (estas últimas também denominadas pela Teoria Contábil Normativa como “obrigações justas ou construtivas”), que nada mais são do que espécies do gênero “passivo não contratual”. Obrigações justas resultam de limitações éticas ou morais e não de restrições legais. Já as obrigações construtivas decorrem de práticas e costumes. Garantias concedidas a clientes discricionariamente, assistência financeira freqüente a comunidades nativas situadas em regiões nas quais sejam desenvolvidas atividades econômicas exploratórias, entre outros, são alguns exemplos.

O desconto a valor presente é requerido quer se trate de passivos contratuais, quer se trate de passivos não

contratuais, sendo que a taxa de desconto necessariamente deve considerar o risco de crédito da entidade. Quando da edição de norma que dê legitimidade à aplicação do conceito de ajuste a valor presente, como é o caso deste Pronunciamento Técnico, a técnica deve ser aplicada a todos os passivos, inclusive às provisões.

A obrigação para retirada de serviço de ativos de longo prazo, qualificada pela literatura como “Asset

Retirement Obligation” (ARO), é um exemplo de passivo não contratual já observado em companhias que atuam no segmento de extração de minérios metálicos, de petróleo e termonuclear, ajustando-o a valor presente.

���� 5.4 - Efeitos fiscais

Para fins de desconto a valor presente de ativos e passivos, a taxa a ser aplicada não deve ser líquida de efeitos fiscais, e, sim, antes dos impostos.

No tocante às diferenças temporárias observadas entre a base contábil e fiscal de ativos e passivos ajustados

a valor presente, essas diferenças temporárias devem receber o tratamento requerido pelas regras contábeis vigentes para reconhecimento e mensuração de imposto de renda e contribuição social diferidos.

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���� 5.5 - Classificação

Na classificação dos itens que surgem em decorrência do ajuste a valor presente de ativos e passivos, quer seja em situações de reconhecimento inicial, quer seja nos casos de nova medição, dentro da filosofia do valor justo, deve ser observado o que prescreve a Estrutura Conceitual para a Elaboração e Apresentação das Demonstrações Contábeis do CPC, em seu item 35, ao tratar da questão da primazia da essência sobre a forma.

A operação comercial que se caracterize como de financiamento, nos termos do item 7 deste

Pronunciamento, deve ser reconhecida como tal, sendo que o valor consignado na documentação fiscal que serve de suporte para a operação deve ser adequadamente decomposto para efeito contábil. Juros embutidos devem ser expurgados do custo de aquisição das mercadorias e devem ser apropriados pela fluência do prazo. É importante relembrar que o ajuste de passivos, por vezes, implica ajuste no custo de aquisição de ativos. É o caso, por exemplo, de operações de aquisição e de venda a prazo de estoques e ativo imobilizado, posto que juros imputados nos preços devem ser expurgados na mensuração inicial desses ativos. ���� 5.6 - Divulgação

Em se tratando de evidenciação em nota explicativa, devem ser prestadas informações mínimas que

permitam que os usuários das demonstrações contábeis obtenham entendimento inequívoco das mensurações a valor presente levadas a efeito para ativos e passivos, compreendendo o seguinte rol não exaustivo:

a) descrição pormenorizada do item objeto da mensuração a valor presente, natureza de seus fluxos de caixa (contratuais ou não) e, se aplicável, o seu valor de entrada cotado a mercado;

b) premissas utilizadas pela administração, taxas de juros decompostas por prêmios incorporados e por fatores de risco (risk-free, risco de crédito, etc.), montantes dos fluxos de caixa estimados ou séries de montantes dos fluxos de caixa estimados, horizonte temporal estimado ou esperado, expectativas em termos de montante e temporalidade dos fluxos (probabilidades associadas);

c) modelos utilizados para cálculo de riscos e inputs dos modelos;

d) breve descrição do método de alocação dos descontos e do procedimento adotado para acomodar mudanças de premissas da administração;

e) propósito da mensuração a valor presente, se para reconhecimento inicial ou nova medição e motivação da administração para levar a efeito tal procedimento;

f) outras informações consideradas relevantes.

���� 5.7 – AJUSTE A VALOR PRESENTE x VALOR JUSTO – (Base: SFAS 157)

5.7.1 – Definição de Valor Justo:

Fair value (valor justo) é o montante pelo qual um ativo poderia ser trocado, ou um passivo ser liquidado, entre partes interessadas e informadas, em uma transação isenta de favorecimentos.

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���� Vantagem ���� Relevância: valor preditivo e oportunidade.

���� Desvantagem ���� Confiabilidade: verificabilidade e neutralidade

���� Premissa ���� Mercado mais Vantajoso, Melhor utilização do Ativo e Participante do Mercado.

5.7.2 - Técnicas de Avaliação do Valor Justo:

���� Market Approach (abordagem de mercado):

Utilização de preços observáveis e de outras informações relevantes geradas por transações no mercado envolvendo ativos ou passivos idênticos ou comparáveis. Exemplo: cotação de ações.

���� Income Approach (abordagem de renda):

Técnicas que convertem montantes futuros (caixa ou lucros) em um único valor presente (descontado). Ex.: VP, precificação de opções etc.

���� Cost Approach (abordagem de custo):

Montante que seria requerido para um ativo com igual capacidade de geração de serviços (custo de reposição). O valor deve ser ajustado pela obsolescência ou deterioração física.

Obs: Custos de transação não devem ser considerados na definição do fair value, mas podem ajudar a definir o Mercado mais vantajoso.

5.7.3 - Hierarquia do Valor Justo:

São definidos três níveis, dependendo das informações disponíveis no mercado:

Nível 1 – Inputs observáveis (cotações) para ativos ou passivos idênticos negociados em mercados ativos nos quais a entidade pode ter acesso. Baseados em informações obtidas de fontes independentes da entidade.

Nível 2 – Inputs observáveis que não sejam preços (cotações) de ativos ou passivos idênticos mas similares.

Nível 3 – Utilização de inputs não observáveis, baseados em premissas próprias da entidade sobre o mercado

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���� Exercícios – Ajuste a Valor Presente

1) - Supondo-se uma venda de imóvel por $ 10.000 mil, pago com entrada de $ 4.000 mil em dinheiro e 3 (três) notas promissórias anuais de $ 2.000 mil cada uma, sem juros, efetuada num momento em que a taxa de juros, para o tipo de vendedor e comprador, seja, para ambos, de 18% ao ano (essas taxas podem ser diferentes para eles), efetue o lançamento contábil no Vendedor e no Comprador.

2) - Alpha é uma fornecedora para o setor automotivo e vendeu peças para uma grande companhia alemã de automóveis no montante de R$ 150.000 (valor da nota) para ser recebida em 20 meses. A taxa de desconto apropriada é de 2,5%a.m. Quais devem ser os lançamentos contábeis no reconhecimento inicial e no primeiro mês após a venda?

3) – (FCC / 2010 - TCE-RO / Auditor) As contrapartidas de aumentos ou diminuições de valores atribuídos a elementos do ativo, em decorrência de sua avaliação a valor justos, quando previstas pela Lei nº 6.404/76 e suas alterações, enquanto não computadas no resultado serão registradas na conta

a) Resultado de Exercícios Futuros.

b) Resultado a Apropriar.

c) Reservas de Capital.

d) Reservas de Reavaliação.

e) Ajustes de Avaliação Patrimonial.

4) – ( FUNCAB/ 2010 - SEJUS-RO/ Contador) Conforme descrito na Resolução CFC nº 1.282/10, entende-se por valor justo:

a) o valor pelo qual um ativo pode ser trocado, ou um passivo liquidado, entre partes conhecedoras, dispostas a isso, em uma transação sem favorecimentos.

b) o valor ajustado da expressão formal dos valores dos componentes patrimoniais, reconhecendo os efeitos da alteração do poder aquisitivo da moeda.

c) o valor presente, descontado do fluxo futuro de entrada líquida de caixa que se espera seja gerado pelo item no curso normal das operações da Entidade.

d) o valor presente, descontado do fluxo futuro de saída líquida de caixa que se espera seja necessário para liquidar o passivo no curso normal das operações da Entidade.

e) valores em caixa ou equivalentes de caixa, os quais poderiam ser obtidos pela venda em uma forma ordenada.

5) – (FUNCAB / 2010 - SEJUS-RO - Contador) De acordo com a Lei n° 6.404 atualizada, no balanço, os elementos do ativo serão avaliados pelo seu valor justo quando se tratar de:

a) aplicações em instrumentos financeiros, em direitos e títulos de créditos, classificados no ativo circulante ou no realizável a longo prazo, destinados à negociação ou disponíveis para venda.

b) aplicações em instrumentos financeiros, em direitos e títulos de créditos, classificados no ativo circulante ou no realizável a longo prazo e não destinadas à negociação.

c) direitos que tenham por objeto mercadorias e produtos do comércio da companhia, assim como matérias-primas, produtos em fabricação e bens em almoxarifado.

d) investimentos em participação no capital social de outras sociedades, ressalvado os investimentos em coligadas, controladas e as que façam parte de um mesmo grupo.

e) direitos classificados no imobilizado, deduzido do saldo da respectiva conta de depreciação, amortização ou exaustão.

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6) – (CESGRANRIO / 2011 - Petrobrás - Técnico de Contabilidade) Admita a seguinte descrição:

• A Comercial Natural S/A adquiriu, em janeiro de 2008, com intenção de permanência, 2% das ações ordinárias da Comercial Vistosa S/A, por R$ 100.000,00.

• A Natural não tem nenhuma influência significativa na Comercial Vistosa.

• Em fevereiro/2009, a Natural recebeu da Comercial Vistosa dividendos no valor de R$ 5.000,00.

• Em outubro de 2009, o valor de mercado das ações da Comercial Vistosa possuídas pela Natural foi estimado em R$ 80.000,00, em decorrência da perda de um contrato de fornecimento de material para a União.

• A perda de valor das ações foi considerada definitiva para todos os efeitos.

Considerando-se a descrição acima, as determinações normativas e legais e a não incidência de qualquer tipo de imposto nessa situação, a perda do valor do investimento será registrada pela Natural (em reais, sem data nem histórico) com o seguinte lançamento:

a) D- Outras Despesas – 15.000,00 / C – Investimentos/ Comercial Vistosa – 15.000,00

b) D- Outras Despesas – 15.000,00 / C – Provisão para Perdas Prováveis – 15.000,00

c) D- Outras Despesas – 20.000,00 / C – Investimentos/ Comercial Vistosa – 20.000,00

d) D- Outras Despesas – 20.000,00 / C – Provisão para Perdas Prováveis – 20.000,00

e) D- Provisão para Perdas Prováveis – 20.000,00 / C – Investimentos/ Comercial Vistosa – 20.000,00

7) – (FCC / 2011 - TRT - 4ª REGIÃO (RS) - Analista Judiciário) Em relação ao ajuste a valor presente, é correto afirmar:

a) As reversões dos ajustes a valor presente decorrentes de financiamentos feitos a clientes que a empresa entende que faz parte de suas atividades operacionais devem ser apropriadas como receita operacional.

b) As contas de ativos e passivos circulantes, sempre que indexadas, devem ser trazidas a valor presente e ajustadas contra a conta que originou o lançamento inicial.

c) Os impostos diferidos, ativos e passivos, devem ser trazidos a valor presente pela taxa selic, independentemente de serem de curto ou longo prazo.

d) Os passivos contratuais e não contratuais devem sempre ser trazidos a valor presente, desde que a taxa de desconto não considere o risco de crédito, mas sim a taxa embutida no papel.

e) A taxa a ser utilizada para trazer os montantes a valor presente deve sempre ser líquida dos efeitos fiscais, para não atribuir valor superior ao realizável efetivamente.

8) – (FCC/ 2012 - TRE-CE) A Empresa Aviamento S.A possui em seus passivos fornecedores que financiaram Bens de Capital à empresa em quatro anos. A empresa produz máquinas de costura e para viabilizar seus clientes tem como política de vendas, oferecer a seus clientes prazos de 360, 720 e 900 dias, com juros pré-fixados de 30% a.a.. Há em sua carteira de clientes operações com todos os prazos, dessa forma pode-se afirmar que de acordo com as leis e normas contábeis vigentes, que

a) as transações de curto prazo podem ser ajustadas se o ajuste a valor presente for relevante e as de longo prazo devem ser ajustados obrigatoriamente.

b) é opcional o reconhecimento do ajuste a valor presente, uma vez que as operações são de longo prazo afetando os resultados durante um longo tempo.

c) somente as operações com prazo de 360 dias devem ser ajustadas a valor presente, uma vez que geram maior volume de juros nas operações.

d) todas as operações devem obrigatoriamente ser ajustadas por conterem juros embutidos, independente da relevância do ajuste.

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e) não há necessidade de efetuar o ajuste a valor presente, uma vez que os juros já foram reconhecidos e estão embutidos nas vendas efetuadas e nos financiamentos.

9) – ( CESGRANRIO / 2011 - Petrobrás / Contador Júnior) A Companhia Máquinas Pesadas Supimpa S/A vendeu um equipamento pesado nas seguintes condições:

� Valor da venda: R$ 22.500.000,00 � Entrada de 20% e o restante em 3 parcelas anuais iguais e sucessivas � Juros da data da operação: 10% ao ano � Tabela das taxas de desconto a 10% ao ano:

Período 0 1,00000 Período 1 0,90909 Período 2 0,82645 Período 3 0,75131 Período 4 0,68301

Considerando-se o disposto no CPC 12 – Ajuste a Valor Presente –, o valor da receita da Companhia Supimpa, apurado no mesmo dia da venda desse equipamento, em reais, é

a) 4.090.905,00

b) 4.500.000,00

c) 19.421.100,00

d) 20.454.525,00

e) 22.500.000,00

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6 – EFEITOS NAS MUDANÇAS NAS TAXAS DE CÂMBIO E CONVERSÃO

DE DEMONSTRAÇÕES CONTÁBEIS EM MOEDA ESTRANGEIRA

Regulamentação: CPC 02 aprovado pela Deliberação CVM nº 640, de 07/10/2010

���� 6.1 – OBJETIVOS

a) Obter demonstrações contábeis em moeda forte, não sujeitas aos efeitos da inflação.

b) Permitir ao investidor estrangeiro melhor acompanhamento de seu investimento, já que as demonstrações convertidas estarão expressas na moeda corrente de seu próprio país.

c) Possibilitar a aplicação do método da equivalência patrimonial sobre os investimentos efetuados em diversos países.

d) Possibilitar a consolidação e combinação de demonstrações contábeis de empresas situadas em diversos países.

���� 5.2 – Alcance

Este Pronunciamento Técnico deve ser adotado:

(a) na contabilização de transações e saldos em moedas estrangeiras, exceto para aquelas transações com derivativos e saldos dentro do alcance do Pronunciamento Técnico CPC 38 – Instrumentos Financeiros: Reconhecimento e Mensuração e da Orientação OCPC 03 – Instrumentos Financeiros: Reconhecimento, Mensuração e Evidenciação;

(b) na conversão de resultados e posição financeira de operações no exterior que são incluídos nas demonstrações contábeis de uma entidade por meio de Consolidação, Consolidação Proporcional ou pela aplicação do Método de Equivalência Patrimonial; e

(c) na conversão de resultados e posição financeira de uma entidade para uma moeda de apresentação.

����5.3 – Definições de Taxas

���� Taxa Histórica ⇒⇒⇒⇒ Taxa de Câmbio vigente na época de ocorrência do fato.

���� Taxa Corrente ⇒⇒⇒⇒ Taxa de Câmbio vigente no dia em que determinada operação está sendo realizada ou em que o exercício social está sendo encerrado (neste caso, também é chamada de taxa de câmbio de fechamento).

���� Taxa de Fechamento ⇒⇒⇒⇒ Taxa de Câmbio vigente na data de encerramento das demonstrações contábeis.

���� Taxa Média ⇒ Média aritmética ponderada das taxas de câmbio vigentes durante determinado período, normalmente um mês, apurada por média aritmética ponderada.

���� Taxa Projetada ou Prevista ⇒⇒⇒⇒ São utilizadas para converter itens com valor fixo em moeda nacional e vencimento futuro.

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���� 5.4 – Definições de Moedas

Moeda Estrangeira ⇒ Moeda diferente da moeda local e da funcional. Por exemplo: uma entidade brasileira obtém empréstimo de um banco inglês e tem a libra como a moeda da operação. Neste caso a Libra será a moeda estrangeira.

Moeda da Matriz ⇒ Moeda do país em que a matriz está instalada. Como se trata de FASB, a matriz estará instalada nos EUA, cuja moeda é o dólar.

Moeda de Relatório / de apresentação ⇒ Moeda em que as demonstrações contábeis serão apresentadas. Quando as demonstrações contábeis forem enviadas para a matriz americana, a moeda de relatório será o dólar norte-americano.

Moeda Local ⇒ Moeda do país em que a entidade está situada. Em nosso caso a moeda local é o Real. ����5.4.1 – Moeda Funcional

O ambiente econômico principal no qual a entidade opera é normalmente aquele em que principalmente ela gera e despende caixa. A entidade deve considerar os seguintes fatores na determinação de sua moeda funcional:

(a) a moeda:

(i) que mais influencia os preços de venda de bens e serviços (geralmente é a moeda na qual os preços de venda para seus bens e serviços estão expressos e são liquidados); e

(ii) do país cujas forças competitivas e regulações mais influenciam na determinação dos preços de venda para seus bens e serviços;

(b) a moeda que mais influencia fatores como mão de obra, matéria-prima e outros custos para o fornecimento de bens ou serviços (geralmente é a moeda na qual tais custos estão expressos e são liquidados).

���� Fatores determinantes para a escolha da Moeda Funcional:

1. Indicadores de Fluxo de Caixa

2. Indicadores de Preço de Venda

3. Indicadores do Mercado de Venda

4. Indicadores de Despesas

5. Indicadores de Financiamento

6. Indicadores de Transações Intercompanhias Nem sempre a determinação da moeda funcional é tarefa simples. Quando os indicadores acima estão mesclados e a determinação da moeda funcional não é um processo tão óbvio, a administração deve se valer de julgamento para determinar a moeda funcional que representa com maior fidedignidade os efeitos econômicos das transações, eventos e condições subjacentes.

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����5.5 – Reconhecimento inicial

Uma transação em moeda estrangeira é a transação que é fixada ou requer sua liquidação em moeda estrangeira, incluindo transações que são originadas quando a entidade:

a) compra ou vende bens ou serviços cujo preço é fixado em moeda estrangeira;

b) obtém ou concede empréstimos, quando os valores a pagar ou a receber são fixados em moeda estrangeira; ou

c) de alguma outra forma, adquire ou desfaz-se de ativos, ou assume ou liquida passivos fixados em moeda estrangeira.

Uma transação em moeda estrangeira deve ser reconhecida contabilmente, no momento inicial, pela moeda funcional, mediante a aplicação da taxa de câmbio à vista entre a moeda funcional e a moeda estrangeira, na data da transação, sobre o montante em moeda estrangeira. A data da transação é a data a partir da qual a transação se qualifica para fins de reconhecimento, de acordo com as práticas contábeis adotadas no Brasil. Por motivos práticos, a taxa de câmbio que se aproxima da taxa vigente na data da transação é usualmente adotada, como, por exemplo, a taxa de câmbio média semanal ou mensal que pode ser aplicada a todas as transações, em cada moeda estrangeira, ocorridas durante o período. Contudo, se as taxas de câmbio flutuarem significativamente, a adoção da taxa de câmbio média para o período não é apropriada.

����5.6 – Apresentação ao término de períodos de reporte subsequentes

Ao término da cada período de reporte:

a) os itens monetários em moeda estrangeira devem ser convertidos, usando-se a taxa de câmbio de fechamento;

b) os itens não monetários que são mensurados pelo custo histórico em moeda estrangeira devem ser convertidos, usando-se a taxa de câmbio vigente na data da transação; e

c) os itens não monetários que são mensurados pelo valor justo em moeda estrangeira devem ser convertidos, usando-se as taxas de câmbio vigentes nas datas em que o valor justo for determinado.

Quando várias taxas de câmbio estiverem disponíveis, a taxa de câmbio a ser utilizada é aquela a partir da qual os futuros fluxos de caixa representados pela transação ou pelos saldos poderiam ser liquidados se esses fluxos de caixa tivessem ocorrido na data da mensuração. Se, temporariamente, não houver câmbio entre duas moedas, a taxa a ser utilizada é a primeira taxa de câmbio subsequente a partir da qual operações de câmbio podem ser feitas.

5.7 - CONVERSÃO DAS DEMONSTRAÇÕES CONTÁBEIS

A entidade pode apresentar suas demonstrações contábeis em qualquer moeda (ou moedas). Se a moeda de apresentação das demonstrações contábeis difere da moeda funcional da entidade, seus resultados e sua posição financeira devem ser convertidos para a moeda de apresentação. Por exemplo, quando um grupo econômico é composto por entidades individuais com diferentes moedas funcionais, os resultados e a posição financeira de cada entidade devem ser expressos na mesma moeda comum a todas elas, para que as demonstrações contábeis consolidadas possam ser apresentadas.

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Os resultados e a posição financeira da entidade, cuja moeda funcional não é moeda de economia hiperinflacionária, devem ser convertidos para moeda de apresentação diferente, adotando-se os seguintes procedimentos:

a) ativos e passivos para cada balanço patrimonial apresentado (incluindo os balanços comparativos) devem ser convertidos, utilizando-se a taxa de câmbio de fechamento na data do respectivo balanço;

b) receitas e despesas para cada demonstração do resultado abrangente ou demonstração do resultado apresentada (incluindo as demonstrações comparativas) devem ser convertidas pelas taxas de câmbio vigentes nas datas de ocorrência das transações; e

c) todas as variações cambiais resultantes devem ser reconhecidas em outros resultados abrangentes. Por razões práticas, uma taxa que se aproxime das taxas de câmbio vigentes nas datas das transações, por exemplo, a taxa média para o período, pode ser normalmente utilizada para converter itens de receita e despesa. Entretanto, se as taxas de câmbio flutuarem significativamente, o uso da taxa de câmbio média para o período é inapropriado.

MÉTODO DO CÂMBIO DE FECHAMENTO (OU TAXA CORRENTE)

Por este método, os itens das Demonstrações Contábeis são convertidos como segue:

Contas Taxa de Conversão

Ativo – Todas as Contas Câmbio de Fechamento

Passivo Exigível Câmbio de Fechamento

Patrimônio Líquido Taxa Histórica

Receitas e Despesas Média Ponderada do Período

Os GANHOS e PERDAS decorrentes da variação ocorrida na taxa cambial ao longo do período serão apropriados ao PL, numa conta específica denominada CTA – Cumulative Translation Adjustment – que pode ser traduzida por AAT – Ajustes Acumulados de Conversão.

O método de câmbio de fechamento é aplicável em países com moeda não altamente inflacionária.

6.2.1- Principais Procedimentos seguidos pelo Método de Câmbio de Fechamento (ou Taxa Corrente):

1) Não devem ser calculados os GANHOS e as PERDAS com itens monetários.

2) Deve ser considerado o efeito da Variação Cambial no PL, pois apenas os Ganhos ou Perdas definitivas devem fazer parte do resultado (ganho ou Perda definitivo – Ex: Alienação de um investimento, alteração cambial que comprovadamente é irreversível);

3) As contas do Balanço (Ativo e Passivo) devem ser convertidas pela paridade na data do Balanço Final (não é aceita Correção Monetária).

4) As Receitas e as Despesas devem ser convertidas com base na paridade média do exercício.

5) Deverá ser calculado o ganho ou perda sobre o capital inicialmente investido;

6) Haverá outro cálculo de Ganho ou Perda sobre o Resultado do Exercício.

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���� - Exercícios: Efeitos das Mudanças nas Taxas de Câmbio

1) (FINEP/2005) – A filial de uma empresa norte-americana adquire um terreno em um país chamado INFLAÇÃO por $ 10.000,00, em 31/12/X0, sendo o câmbio, à época, equivalente a $ 1,00 para US$ 1,00. Nos 5 (cinco) anos seguintes o país INFLAÇÃO tem uma variação de seus preços de 100% ao ano e, em 31/12/X5, o US$ é cotado a $ 45,00. Pelos padrões de contabilidade norte-americanos, a matriz contabilizará em seu balanço o valor contábil consolidado do terreno em:

a) US$ 7.111,11; b) US$ 10.000,00; c) US$ 11.250,00; d) US$ 14.062,50; e) US$ 45.000,00.

2) (PETROBRÁS/2006- Cesgranrio) Os principais métodos de Conversão de Demonstrações Contábeis para

moeda estrangeira são:

a) Consolidação, Combinação e Avaliação;

b) Projetado, Média Ponderada e Câmbio Proporcional;

c) Câmbio Fixo, Câmbio Flutuante e Paridade por Bandas Cambiais;

d) Câmbio de Fechamento, Monetário e Não Monetário e Temporal.

e) Câmbio Oficial, Taxa Histórica e Câmbio Paralelo.

3) (PETROBRÁS/2006-Cesgranrio) O Pronunciamento de Normas de Contabilidade Financeiras, conhecido como SFAS 52, emitido pelo FASB, trata, além de outros assuntos, da tradução de moeda estrangeira. Um dos principais objetivos desse pronunciamento é definir em que moeda devem ser realizadas as conversões das demonstrações para a moeda estrangeira. A definição a seguir refere-se a esta moeda: “[...] de uma entidade é a moeda do ambiente econômico principal em que a entidade opera; normalmente é a moeda do sistema em que a entidade inicialmente gera e despende fundos”.

Com base no exposto, a denominação dessa moeda é:

a) Cambial b) Estrutural c) Funcional d) de Conversão e) de Tradução.

4) Assinale a alternativa INCORRETA:

a) Taxa de Fechamento é a taxa de câmbio à vista vigente ao término do período de reporte.

b) Variação Cambial é a diferença resultante da conversão de um número específico de unidades em uma moeda para outra moeda, a diferentes taxas cambiais.

c) Taxa de câmbio é a relação de troca entre duas moedas.

d) Moeda funcional é a moeda na qual as demonstrações contábeis são apresentadas.

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5) Assinale a alternativa que apresenta apenas itens monetários:

a) Caixa, Bancos Conta Movimento, Duplicatas a Receber, Duplicatas a Pagar, Empréstimos Bancários.

b) Caixa, Veículos, Estoques, Duplicatas a Pagar, Impostos a Pagar.

c) Caixa, Bancos Conta Movimento, Duplicatas a Receber, Capital Social, Empréstimos Bancários.

d) Caixa, Estoques, Duplicatas a Receber, Duplicatas a Pagar, Financiamentos Bancários.

e) Caixa, Móveis e Utensílios, Duplicatas a Receber, Duplicatas a Pagar, Empréstimos bancários.

6) Assinale a alternativa INCORRETA:

a) O ambiente econômico principal no qual a entidade opera é normalmente aquele em que principalmente ela gera e despende caixa.

b) Na determinação de sua moeda funcional, a entidade deve considerar, entre outros elementos, a moeda que mais influencia os preços de venda de bens e serviços.

c) Na determinação da moeda funcional, é irrelevante a moeda que mais influencia fatores como mão-de-obra, matéria-prima e outros custos para o fornecimento de bens ou serviços.

d) Em certos casos, a administração deve se valer de julgamento para determinar a moeda que representa com maior fidedignidade os efeitos econômicos das transações, eventos e condições subjacentes.

e) Uma vez determinada, a moeda funcional não deve ser alterada, a menos que tenha ocorrido mudança nas transações, nos eventos e nas condições subjacentes.

7) Ao término de cada período de reporte os itens monetários em moeda estrangeira devem ser convertidos, usando-se a taxa de câmbio:

a) Da data do balanço.

b) Histórica.

c) Média do período.

d) Do início do exercício.

e) Vigente na data da transação.

8) A diferença verificada, ao final de cada período, no valor do investimento avaliado pelo método da equivalência patrimonial, quando relativo à variação cambial de investimento em coligada ou controlada no exterior, deve ser apropriada pela investidora:

a) Como reserva de capital quando o saldo for credor. b) Sempre como conta de despesa não operacional.

c) Como ajuste acumulado de conversão

d) Sempre como ganho de capital

e) Como subconta do ativo realizável a longo prazo.

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4) Elabore a Conversão das Demonstrações Financeiras abaixo (ref.31/12/2006), de acordo com o:

MÉTODO DO CÂMBIO DE FECHAMENTO

BALANÇO PATRIMONIAL EM R$ Taxa EM US$

Caixa 150.000

Contas a Receber 935.000

Estoque 835.000

Imobilizado 55.000

(-) Depreciação Acumulada (5.000)

= TOTAL DO ATIVO 1.970.000

Contas a Pagar 840.000

Financiamentos 1.032.000

Capital Social 50.000

Reservas de Lucros 28.000

Lucros Acumulados (31/12/06) 20.000

= TOTAL DO PASSIVO 1.970.000

DRE EM R$ Taxa EM US$ Variação do Dólar

Vendas Líquidas 4.000.000 (US$ 1,00 = R$)

(-) CMV (1.000.000) 01/01/2005 1,50

= Lucro Bruto 3.000.000 Média de 2005 1,80

(-) Despesas Operacionais (2.975.000) 01/01/2006 2,00

(-) Desp. De Depreciação (5.000) 30/06/2006 2,30

Média de 2006 2,50

= LLE (20.000) 31/12/2007 2,80

Observações:

1) O Capital Social foi integralizado em 01/01/2005. 2) A aquisição do Imobilizado foi feita em 01/01/2005. 3) Os Estoques foram adquiridos em 30/06/2006. 4) O Lucro Acumulado refere-se ao Lucro do Exercício de 2006. 5) A Reserva de Lucros foi constituída em 2005. No Método do Câmbio de Fechamento todo o

resultado pode ser convertido pela Taxa Média.

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5) - Com base nas Demonstrações Financeiras de 2007 apresentadas abaixo, pede-se:

1) Elabore a Conversão da Demonstração Contábil segundo o Método do Câmbio de Fechamento; e

2) Apresente o cálculo do Ajuste Acumulado de Conversão.

BALANÇO PATRIMONIAL EM R$ Taxa EM US$

31.12.2007

Disponíveis 30.000

Clientes 240.000

Estoques 250.000

Imobilizado (Líquido) 720.000

= TOTAL DO ATIVO 1.240.000

Fornecedores 500.000

Capital Social 680.000

Reserva de Lucros 60.000

= TOTAL DO PASSIVO 1.240.000

D R E EM R$ Taxa EM US$ Variação do Dólar

(US$ 1,00 = R$)

31.12.2007 01.01.06 0,85

Vendas Líquidas 1.000.000 Média de 06 0,90

(-) CMV (600.000) 31.12.06 1,20

= Lucro Bruto 400.000 01.01.07 1,55

(-) Despesas de Salários (300.000) Média de 07 1,70

(-) Despesa de Depreciação (40.000) 31.10.2007 1,80

= LLE 60.000 31.12.07 1,90

Observações:

1) O Capital Social foi integralizado em 01/01/2006 (R$ 300.000,00) e 01/01/2007 (R$ 380.000.00) .

2) A Reserva de Lucros refere-se ao Lucro do Exercício de 2007.

3) Os Estoques foram adquiridos no dias 01/01/2007.

4) O Imobilizado foi adquirido no dia 01/01/2006.

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7 – AVALIAÇÃO DE INVESTIMENTOS EM COLIGADAS E CONTR OLADAS

Regulamentação: CPC 18 aprovado pela Deliberação CVM nº 605 de 26/11/2009

Um investimento ou uma participação de uma entidade em instrumentos patrimoniais (normalmente ações ou cotas do capital social) de outra entidade deve ser contabilizado de acordo com a essência do relacionamento entre Investidora e Investida.

Relacionamento da Invetidora com a Investida

Classificação da Investida na Investidora

Tratamento do Investimento na Investidora

Pouca/Nenhuma influência Instrumento Financeiro Valor Justo (ou Custo)

Influência Significativa Coligada MEP sem Consolidação

Controle Conjunto Controlada em Conjunto MEP com Consolidação

Controle Controlada MEP com Consolidação

7.1 – Considerações acerca do Método do Custo

Por este método, os investimentos são registrados pelo custo de aquisição, deduzido de provisão para perdas, quando necessário. As receitas deste investimento são reconhecidas pelos dividendos, considerada como operacional mas em subgrupo a parte. Em resumo, esse método baseia-se no fato de que a investidora registra somente as operações ou transações baseadas em atos formais, pois, de fato, os dividendos são registrados como receita no momento em que são declarados e distribuídos, ou reconhecidos pela empresa investida.

Dessa forma, no método de custo não importa quando ou quanto foi gerado de lucro ou reserva, mas sim as datas e atos formais na sua distribuição. Com isso, deixa-se de reconhecer, na empresa investidora, os lucros e reservas gerados e não distribuídos pela coligada.

7.2 – Aspectos Legais do uso do Método da Equivalência Patrimonial

���� Art. 248 da Lei 11.38/2007

“No Balanço Patrimonial da companhia, os investimentos em coligadas sobre cuja administração tenha influência significativa, ou de que participe com 20% (vinte por cento) ou mais do capital votante, em controladas e em outras sociedades que façam parte de um mesmo grupo ou estejam sob controle comum serão avaliados pelo método da equivalência patrimonial, de acordo com as seguintes regras: (...)”

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���� Art. 1 do CPC 18 / Delib. CVM nº 605/2009

Este Pronunciamento deve ser aplicado na contabilização dos investimentos em coligadas e em controladas. Contudo, ele não se aplica aos investimentos em coligadas e em controladas mantidos por:

(a) organizações de capital de risco; e

(b) fundos mútuos, trustes, entidades fiduciárias e entidades similares, incluindo fundos de seguro vinculados a investimentos; os quais, no reconhecimento inicial, tenham sido (i) designados (classificados) como mensurados ao valor justo por meio do resultado; ou (ii) classificados como instrumentos financeiros mantidos para negociação de acordo com os requisitos do Pronunciamento Técnico CPC 38 – Instrumentos Financeiros: Reconhecimento e Mensuração.

7.3 – Definições de Termos

7.3.1 - Coligada é uma entidade, incluindo aquela não constituída sob a forma de sociedade tal como uma parceria, sobre a qual o investidor tem influência significativa e que não se configura como controlada ou participação em empreendimento sob controle conjunto (joint venture). 7.3.2 - Controlada é a entidade, incluindo aquela não constituída sob a forma de sociedade tal como uma parceria, na qual a controladora, diretamente ou por meio de outras controladas, é titular de direitos de sócio que lhe assegurem, de modo permanente, preponderância nas deliberações sociais e o poder de eleger a maioria dos administradores. 7.3.3 - Controle é o poder de governar as políticas financeiras e operacionais da entidade de forma a obter benefícios de suas atividades. 7.3.4 - Controle conjunto é o compartilhamento do controle, contratualmente estabelecido, sobre uma atividade econômica que existe somente quando as decisões estratégicas, financeiras e operacionais relativas à atividade exigirem o consentimento unânime das partes que compartilham o controle (os empreendedores). 7.3.5 - Influência significativa é o poder de participar nas decisões financeiras e operacionais da investida, sem controlar de forma individual ou conjunta essas políticas.

Se o investidor mantém, direta ou indiretamente (por exemplo, por meio de controladas), vinte por cento ou mais do poder de voto da investida, presume-se que ele tenha influência significativa, a menos que possa ser claramente demonstrado o contrário

A existência de influência significativa por investidor geralmente é evidenciada por uma ou mais das seguintes formas:

(a) representação no conselho de administração ou na diretoria da investida;

(b) participação nos processos de elaboração de políticas, inclusive em decisões sobre dividendos e outras distribuições;

(c) operações materiais entre o investidor e a investida;

(d) intercâmbio de diretores ou gerentes; ou

(e) fornecimento de informação técnica essencial.

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7.4 – O Método da Equivalência Patrimonial

Pelo método de equivalência patrimonial, um investimento em coligada e em controlada (neste caso, no balanço individual) é inicialmente reconhecido pelo custo e o seu valor contábil será aumentado ou diminuído pelo reconhecimento da participação do investidor nos lucros ou prejuízos do período, gerados pela investida após a aquisição. 7.4.1 – Ajuste no valor do Investimento na Investidora O CPC 18 determina o seguinte tratamento a ser aplicado aos investimentos em função das variações no Patrimônio Líquido da Investida.

a) A parte do investidor no lucro ou prejuízo do período da investida é reconhecida no lucro ou prejuízo do período do investidor.

b) As distribuições recebidas da investida reduzem o valor contábil do investimento.

c) Ajustes no valor contábil do investimento também são necessários pelo reconhecimento da participação proporcional do investidor nas variações de saldo dos componentes dos outros resultados abrangentes da investida, reconhecidos diretamente em seu patrimônio líquido.

7.5 – Reconhecimento e Mensuração do Investimento

Como se sabe, o valor da participação societária na contabilidade da investidora é ajustado sempre que o Patrimônio Líquido (PL) da investida sofre variações. Sendo assim, se o PL da Investida, o investimento na Investidora também aumenta; se o PL da Investida diminui, o Investimento na Investidora também diminui.

A contrapartida (devedora ou credora) desse ajuste no valor do investimento registrado na investidora dependerá da natureza dessas variações no PL da investida.

7.5.1 – Reconhecimento Inicial

Um investimento em outra sociedade é contabilizado pelo MEP a partir da data em que ela se torna sua coligada, controlada ou controlada em conjunto e esse investimento é inicialmente reconhecido pelo custo e subsequentemente ajustado pelo reconhecimento da parte do investidor nos lucros ou prejuízos do período gerados pela investida, bem como pela parte do investidor nas variações de saldo dos demais componentes do patrimônio líquido da coligada.

No entanto, pode ocorrer de um investidor adquirir uma participação por um valor superior (ou inferior) à sua participação porporcional no patromônio líquido da investida. Neste caso a empresa precisará reconhecer, separadamente do Investimento, a existência de Mais Valia de ativos líquidos da Investida, do Ágio por expectativa de rentabilidade futura (Goodwill) ou do Ganho por compra vantajosa (deságio). Este assunto será tratado no item 1.6.

7.5.2 – Lucros / Prejuízos na Investida

A variação mais comum do PL da investia ocorre quando ela incorre em lucro ou prejuízo no exercício. Em caso de lucro, o PL da investida aumenta, ocorrendo o inverso quando há prejuízo.

Nesse caso, a contrapartida do ajuste no valor do investimento deve ser registrada em conta de resultado operacional na investidora: resultado positivo (em caso de lucro na investida) ou negativo (prejuízo) da equivalência patrimonial. A justificativa para esse procedimento é que ambas empresas têm suas administrações interligadas.

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7.5.3 – Dividendos Distribuídos

Os dividendos devem ser registrados a crédito da própria conta de participação societária na investido-ra. Esse procedimento também é justificado pelo fato de o referido pagamento reduzir o PL da investida; conseqüentemente, o valor contábil do investimento também deve ser reduzido na contabilidade da investidora. A contrapartida deverá ser o respectivo crédito a receber: Dividendos a Receber / Disponível.

7.5.4 – Integralização de Capital

Caso a investida aumente seu capital com incorporação de reservas (sejam de capital, de lucros ou de reavaliação), seu patrimônio líquido (PL) permanecerá inalterado e a investidora não precisará efetuar qualquer ajuste no valor de sua participação societária.

Entretanto, se a investida promover aumento de capital com subscrição de ações novas, a serem integralizadas em dinheiro ou bens, o PL da investida aumentará e a investidora precisará ajustar o valor de seu investimento em sua contabilidade.

Há que se estabelecer a diferença entre as possibilidades distintas: a subscrição da investidora pode ser proporcional à sua participação no capital da investi da ou não.

7.5.4.1 – Subscrição Proporcional

Em caso de subscrição proporcional, o aumento do valor da participação societária na investidora terá como contrapartida a própria saída do numerário (crédito do Disponível) ou dos outros bens de seu Ativo utilizados para integralização. Caso a integralização seja efetuada com outros bens do Ativo da investidora, a contrapartida credora do lançamento, em vez de ser o Disponível, seriam as contas representativas desses bens.

7.5.4.2 – Subscrição Não Proporcional – Aumento de Participação Societária

No caso de a investidora subscrever e integralizar porcentagem maior (ou menor) do aumento de capital que o de sua participação societária, o aumento do valor do investimento será maior (ou menor) do que o de seus bens utilizados na integralização, gerando, um ganho ou perda de capital, em função da alteração na porcentagem de participação no capital da investida.

Neste caso, a empresa deve registrar o acréscimo na participação acionária calculada sobre as reservas então existentes, de que a emrpesa se beneficiou em detrimento dos demais acionistas que não subscreveram o mesmo percentual de participação. A Investidora deverá registrar esta diferença a débito da conta de Investimentos e a crédito da conta “Outros Resultados Abrangentes – Ganho por Variação de Participação no Capital de Coligada”, no seu Patrimônio Líquido.

7.5.4.3 – Subscrição Não Proporcional – Redução de Participação Societária

Neste caso a lógica é a mesma do item anterior, mas neste caso a investidora subcreve e integraliza porcentagem inferior do aumento de capital que o de sua participação societária. Sendo assim, a Investidora deverá registrar esta diferença a crédito da conta de Investimentos e a débitoo da conta “Outros Resultados Abrangentes – Perda por Variação de Participação no Capital de Coligada”, no seu Patrimônio Líquido.

7.5.5 – Ajustes de Exercícios Anteriores

O registro de ajustes de períodos anteriores é feito diretamente no PL da entidade, sem transitar pelas contas de resultado. O objetivo é respeitar o princípio da competência, evitando contaminar o resultado do exercício com ajustes que nada tenham a ver com as receitas auferidas e despesas incorridas no exercício corrente.

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De acordo com o Fipecafi (p.178), este ajuste será feito de forma reflexa na Investidora, como Ajuste de Exercícios Anteriores em Lucros Acumulados.

7.5.6 – Outros Resultados Abrangentes

A equivalência patrimonial sobre os outros resultados abrangentes da investida deve ser reconhecida, na investidora, também diretamente contra seu patrimônio líquido, como parte dos outros resultados abrangentes da investidora.

Dessa forma, não transitam pelo resultado da investidora como resultado de equivalência patrimonial as mutações do patrimônio líquido da investida que não transitam ou só transitarão futuramente pelo resultado da investida, tais como: ajustes por variação cambial de investimentos no exterior e ganhos ou perdas de conversão; determinados ganhos e perdas atuariais; variações no valor justo de ativos financeiros disponíveis para; variações ao valor justo de instrumentos de hedge em contabilidade de hedg; realizações de reservas de reavaliação; etc.

7.6 – Resultados não realizados de operações intercompanhias

Ao se proceder à avaliação dos investimentos pelo método da equivalência patrimonial, deve-se, preliminarmente, verificar a existência de resultados não realizados de negócios efetuados entre ela e a própria investidora; outras companhias coligadas da investidora; e outras companhias controladas pela investidora.

O objetivo desse procedimento,é evitar que haja um inchamento artificial dos lucros da investida em virtude de transações realizadas no âmbito do grupo de empresas que venha a ter como conseqüência o próprio aumento do lucro da investidora (ou de suas coligadas e controladas) pela equivalência patrimonial.

7.6.1 - Lucros não realizados em operações com coligada

Nas operações de vendas de ativos de uma investidora para uma coligada (downstream), são considerados lucros não realizados, na proporção da participação da investidora na coligada, aqueles obtidos em operações de ativos que, à época das demonstrações contábeis, ainda permaneçam na coligada. Por definição, essa coligada deve ter um controlador que não seja essa investidora a fim de que sobre a investidora e a coligada possa existir apenas relação de significativa influência e não de controle, e para que ambas não sejam consideradas sob controle comum. Equiparam-se a venda, para fins de lucro não realizado, os aportes de ativos para integralização de capital na investida.

Dessa forma, na venda da investidora para a coligada é considerada realizada, na investidora, a parcela do lucro proporcional à participação dos demais sócios na coligada que sejam partes independentes da investidora ou dos controladores da investidora. Afinal, a operação de venda se dá entre partes independentes, por ter a coligada um controlador diferente do controlador da investidora. Aplicam-se esses procedimentos também para o caso de coligada sem sócio controlador.

A operação de venda deve ser registrada normalmente pela investidora e o não reconhecimento do lucro não realizado se dá pela eliminação, no resultado individual da investidora (e se for o caso no resultado consolidado), da parcela não realizada e pelo seu registro a crédito da conta de investimento, até sua efetiva realização pela baixa do ativo na coligada. Não é necessário eliminar na demonstração do resultado da investidora as parcelas de venda, custo da mercadoria ou produto vendido, tributos e outros itens aplicáveis já que a operação como um todo se dá com genuínos terceiros, ficando como não realizada apenas a parcela devida do lucro. Devem ser reconhecidos, quando aplicável, conforme Pronunciamento Técnico CPC 32 – Tributos Sobre o Lucro, os tributos diferidos.

Na investidora, em suas demonstrações individuais e, se for o caso, nas consolidadas, a eliminação de que trata o item 51 se dá na linha de resultado de equivalência patrimonial, com destaque na própria demonstração do resultado ou em nota explicativa.

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Nas operações de venda da coligada para a investidora, os lucros não realizados por operação de ativos ainda em poder da investidora ou de suas controladas são eliminados da seguinte forma: do valor da equivalência patrimonial calculada sobre o lucro líquido da investida é deduzida a integralidade do lucro considerado como não realizado pela investidora.

A existência de transações com ativos que gerem prejuízos é, normalmente, evidência de necessidade de reconhecimento de impairment conforme Pronunciamento Técnico CPC 01 – Redução ao Valor Recuperável de Ativos, o que leva à não eliminação da figura desse prejuízo. Esse conceito aplica-se também para as operações com controlada e com joint venture.

7.6.2 - Lucros não realizados em operações com controlada

Nas operações com controladas os lucros não realizados são totalmente eliminados tanto nas operações de venda da controladora para a controlada, quanto da controlada para a controladora ou entre as controladas.

Nas demonstrações individuais, quando de operações de vendas de ativos da controlada para a controladora ou entre controladas, a eliminação do lucro não realizado se faz no cálculo da equivalência patrimonial, deduzindo-se, do percentual de participação da controladora sobre o resultado da controlada, cem por cento do lucro contido no ativo ainda em poder do grupo econômico. Nas demonstrações consolidadas, o excedente desses cem por cento sobre o valor decorrente do percentual de participação da controladora no resultado da controlada é reconhecido como devido à participação dos não controladores.

7.6.3 - Lucros não realizados em operações com controlada em conjunto (joint venture)

Nas operações de venda de ativos da investidora para a controlada em conjunto, o investidor considera como lucro realizado apenas a parcela relativa à participação dos demais investidores na controlada em conjunto, que são terceiros independentes, como no caso da operação com coligada.

Nas operações de venda de ativos da controlada em conjunto para a investidora, a investidora considera esse lucro na joint venture como não realizado como se a joint venture fosse uma controlada comum.

Nas operações de venda de bens da controlada em conjunto para os demais investidores, partes independentes da investidora, não há lucro não realizado sob a ótica da entidade investidora.

7.7 – Tratamento Contábil do Ágio e do Deságio

7.7.1 – Conceituação

Conforme exposto anteriormente, quando a investidora adquire uma participação societária que, em função dos critérios expostos anteriormente, será avaliada pelo MEP, é feita uma primeira equivalência patrimonial comparando-se o custo da aquisição do investimento com seu valor que tem como base o patrimônio líquido da investida, que será utilizado para o registro contábil da participação societária na investidora.

No entanto, pode ocorrer de um investidor adquirir uma participação por um valor superior (ou inferior) à sua participação porporcional no patromônio líquido da investida. Neste caso a empresa precisará reconhecer, separadamente do Investimento:

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a) No caso de aquisição por um valor superior a seu valor contábil: - Mais Valia de ativos líquidos - Ágio por expectativa de rentabilidade futura (Goodwill)

b) No caso de aquisição por um valor inferior a seu valor contábil: - Ganho por compra vantajosa (deságio)

7.7.2 – Determinação da Mais-valia, do Ágio ou Deságio

Na segregação do valor do Investimentos dos valores de Mais-valia, do Ágio ou Deságio, primeiramente, os ativos e passivos da entidade cujos instrumentos patrimoniais (normalmente ações ou cotas do capital social) foram adquiridos devem ser ajustados, mesmo que extracontabilmente, com relação a todas as práticas contábeis relevantes utilizadas pela adquirente.

A seguir, para fins de determinação do ágio por expectativa de rentabilidade futura (goodwill) ou do ganho por compra vantajosa, todos os ativos e passivos da investida devem ser reconhecidos e mensurados conforme o CPC 15 – Combinação de Negócios, cuja regra geral de mensuração é o valor justo.

Portanto, o reconhecimento e mensuração dos ativos líquidos da entidade cujo controle foi obtido (em uma combinação de negócios) devem seguir as determinações do Pronunciamento Técnico CPC 15, que pode fazer, então, com que:

(a) haja inclusão de ativos existentes na investida, mas não reconhecidos nas demonstrações contábeis dessa investida (como é o caso de determinados ativos intangíveis não contabilizados na investida porque, por exemplo, gerados por ela sem condição de ativação, mas que podem agora ser reconhecidos e avaliados objetivamente de forma individual), bem como;

(b) que haja a inclusão de passivos contingentes também não reconhecidos na investida (como certas contingências fiscais, cíveis etc.), mas que tenham sido objeto de atribuição de um valor por parte do investidor para assumi-las na aquisição, ou seja, tenham influenciado o valor pago na aquisição desses instrumentos patrimoniais.

O montante líquido correspondente à diferença entre o valor justo e o valor contábil do acervo líquido cujo controle foi obtido deve ser considerado como um ajuste extracontábil ao patrimônio líquido da entidade adquirida para fins do cômputo da equivalência patrimonial (nas demonstrações individuais da controladora), mesmo não estando refletido nas demonstrações contábeis individuais da entidade cujo controle foi obtido, e comporão também os saldos da entidade adquirida para fins de consolidação das demonstrações contábeis.

Na data da obtenção do controle, o montante do investimento decorrente de aquisição de controladas deve ser registrado nas demonstrações contábeis individuais da adquirente de forma segregada, para fins de controle e evidenciação, entre o valor do investimento proporcional ao percentual de participação sobre o patrimônio líquido ajustado conforme item anterior, e o ágio por expectativa de resultado futuro (goodwill), no grupo de Investimentos do ativo não circulante da seguinte maneira:

(a) o valor representado pela aplicação da percentagem de participação adquirida aplicada sobre o patrimônio líquido da adquirida ajustado pelas práticas contábeis da investidora e com ativos e passivos a seus valores justos (inclusive ativos anteriormente não reconhecidos e passivos contingentes que tenham influenciado no preço da operação, conforme item anterior). Considerando-se que, como regra, nos registros contábeis originais da entidade adquirida os ativos e passivos permanecem registrados pelos valores contábeis originais da adquirida, sem que sejam refletidos os ajustes pelo valor justo apurados na combinação de negócios, a entidade adquirente deve identificar todos os itens que resultem em diferenças entre os valores contábeis e os valores justos dos ativos e passivos da adquirida para fins de controle de sua realização por amortização, depreciação, exaustão, venda, liquidação, alteração no valor contabilizado, baixa, impairment ou qualquer outra mutação nos registros contábeis desses ativos e passivos. Quando realizadas essas diferenças entre valor contábil e valor justo de ativos e passivos da adquirida, deve a entidade adquirente realizar sua parte quando do reconhecimento do

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resultado de equivalência patrimonial. Afinal, o resultado da adquirida terá sido produzido com base nos valores históricos nela registrados, mas para a adquirente esses ativos e passivos terão sido adquiridos por valores justos da data da obtenção do controle. Esse investimento mensurado pela parte da controladora no valor justo dos ativos líquidos da adquirida, por consequência, deve ser subdividido para fins de controle, na entidade adquirente, em:

(i) parcela relativa à equivalência patrimonial sobre o patrimônio líquido contábil da adquirida; e

(ii) parcela relativa à diferença entre (i) e a parte da adquirente no valor justo dos ativos líquidos da adquirida, mensurados de acordo com o Pronunciamento Técnico CPC 15, na data da obtenção do controle. Essa parcela representa a mais valia derivada da diferença entre o valor justo e o valor contábil dos ativos líquidos da adquirida.

(b) O ágio pago por expectativa de rentabilidade futura (goodwill), representado pela diferença positiva entre o valor pago (ou valores a pagar) e o montante líquido proporcional adquirido do valor justo dos ativos e passivos da entidade adquirida. Notar que esse ágio só é classificado no subgrupo de Intangíveis no balanço consolidado, conforme CPC 04 – Ativo Intangível, nunca no balanço individual, onde permanece no subgrupo de Investimentos; afinal, o goodwill é da adquirida (a capacidade de geração de rentabilidade futura é da adquirida), pago pela adquirente; para esta, individualmente, representa parte do custo de seu investimento, mesmo que sujeito a impairment e, eventualmente, a amortização. Há situações especiais nas hipóteses de aquisição de controle em que o Pronunciamento Técnico CPC 15 - Combinação de Negócios dispõe de forma diferente.

No balanço consolidado, o ágio (goodwill) fica registrado no subgrupo do Ativo Intangível por se referir à expectativa de rentabilidade da controlada adquirida, cujos ativos e passivos estão consolidados nos da controladora. Já no balanço individual da controladora, esse ágio fica no seu subgrupo de Investimentos, do mesmo grupo de Ativos Não Circulantes, porque, para a investidora, faz parte do seu investimento na aquisição da controlada, não sendo ativo intangível seu (como dito atrás, a expectativa de rentabilidade futura – o genuíno intangível – é da controlada). O processo de reconhecimento de impairment, por outro lado, se aplica igualmente à conta de ágio (goodwill) no balanço consolidado e à subconta também de ágio (goodwill) no balanço individual.

A conta de Investimento deve ser detalhada em notas explicativas quanto aos seus três componentes (se existirem): valor patrimonial da participação da controladora no valor contábil do patrimônio líquido da controlada adquirida, valor da mais valia dos ativos líquidos adquiridos atribuída à controladora e ágio por rentabilidade futura (goodwill) atribuído à controladora.

No caso de aplicação da equivalência patrimonial em coligadas ou controladas em conjunto, o ágio por expectativa de rentabilidade futura (goodwill), no balanço da entidade investidora, permanece registrado dentro do subgrupo Investimento no Ativo Não Circulante, não podendo ser apresentado no subgrupo dos Ativos Intangíveis.

7.7.2.1 - Deságio

Na eventualidade de apuração de ganho por compra vantajosa, o registro contábil deve ser feito conforme previsto no Pronunciamento CPC 15 – Combinação de Negócios, o que redundará em reconhecimento de ganho na entidade adquirente. 7.7.3 – Realização do Ágio

A realização da Mais-valia registrada na investidora deverá ser efetuada:

a) na proporção em que o ativo for sendo realizado na investida por depreciação, amortização ou exaustão; ou

b) em caso de alienação, baixa ou perecimento do investimento.

A realização do Ágio por expectativa de rentabilidade futura (goodwill), não será amortizado e sofrerá os efeitos

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do teste de recuperabilidade (impairment) conforme CPC 01, ou, ainda, por alienação ou perecimento do investimento. Em função de o ágio fundamentado em rentabilidade futura (goodwill), integrar o valor contábil do investimento na coligada (não é reconhecido separadamente), ele não é testado separadamente em relação ao seu valor recuperável. Em vez disso, o valor contábil total do investimento é que é testado como um único ativo, em conformidade com o disposto no Pronunciamento Técnico CPC 01 – Redução ao Valor Recuperável de Ativos, pela comparação de seu valor contábil com seu valor recuperável (valor de venda líquido dos custos para vender ou valor em uso, dos dois o maior).

7.8 – Investidas com Patrimônio Líquido Negativo

Quando a investida incorre em prejuízos nas suas operações, seu patrimônio líquido diminui e a investidora deve ajustar negativamente o valor de seu investimento, conforme já explicado anteriormente. Se os prejuízos ocorrerem em exercícios sucessivos, poderá ocorrer a anulação do patrimônio líquido da investida, provocando igual situação no valor contábil da participação societária de propriedade da investidora.

Pode acontecer, também, que os sucessivos prejuízos provoquem patrimônio líquido negativo na investida, ou seja, situação de Passivo a Descoberto (obrigações para com terceiros em montante maior que os seus bens e direitos). Nesse caso, no exercício em que se der esse fato, a investidora deve reconhecer como resultado negativo da equivalência apenas a parcela de sua participação no prejuízo que anule o valor contábil do seu investimento.

Após reduzir a zero o saldo contábil da participação do investidor, perdas adicionais são consideradas, e um passivo é reconhecido somente na extensão em que o investidor tenha incorrido em obrigações legais ou construtivas (não formalizadas) de fazer pagamentos por conta da coligada. Se a coligada subsequentemente apurar lucros, o investidor retoma o reconhecimento de sua parte nesses lucros somente após o ponto em que a parte que lhe cabe nesses lucros posteriores se igualar à sua parte nas perdas não reconhecidas.

���� Exercícios – Avaliação de Investimentos em Coligadas e Controladas

1) →→→→ Efetue os registros contábeis dos fatos discriminados abaixo, pelo:

a) MÉTODO DO CUSTO; e

b) MÉTODO DA EQUIVALÊNCIA PATRIMONIAL.

i) - o dia 05 de março de 2007 a Cia Brasil adquire 60% da Cia Brasilia, à vista. Na operação, foram observadas as seguintes informações:

a) Valor pago pela Cia Brasil = R$ 800.000,00

b) Valor Contábil dos Ativos Líquidos Identificáveis da Cia Brasília = R$ 500.000,00

c) Valor Justo dos Ativos Líquidos Identificáveis da Cia Brasília = R$ 700.000,00

d) A diferença entre o valor justo e o valor contábil da Investida estava no Imobilizado.

� Efetue o lançamento contábil da operação na Investidora.

ii) - o dia 31 de dezembro de 2007 a Cia Brasília apresenta as seguintes informações:

a) Ajuste Acumulado de Conversão em Investidas no Exterior = R$ 50.000,00

b) Lucro Líquido do Exercício = R$ 150.000,00

c) Na ocasião havia Lucro não realizado, em venda realizada da Investidora para a Investida (operação downstream), no valor de R$ 30.000,00.

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iii) - No dia 30 de Janeiro a Investida revende para terceiros as mercadorias adquiridas da Investidora.

iv) - No dia 05 de março de 2008 a Assembléia Geral da Investida aprova Distribuição de Dividendos no valor de R$ 100.000,00.

v) - No dia 20 de abril a Cia Brasília emite ações no valor total de R$ 200.000,00. A Cia Brasil integraliza capital na Investida no valor de sua participação.

vi) - No dia 10 de maio o Imobilizado que deu origem à Mais Valia é revendido a terceiros, gerando um lucro de R$ 200.000,00 para a Cia Roma.

2) →→→→ Efetue os registros contábeis dos fatos discriminados abaixo, pelo :

a) MÉTODO DO CUSTO; e

b) MÉTODO DA EQUIVALÊNCIA PATRIMONIAL.

i) - No dia 1º de Janeiro de 2010 a Cia França adquire 70% da Cia Paris, à vista. Na operação, foram observadas as seguintes informações:

a) Valor pago pela Cia Brasil = R$ 300.000,00

b) Valor Contábil dos Ativos Líquidos Identificáveis da Cia Brasília = R$ 80.000,00

c) Valor Justo dos Ativos Líquidos Identificáveis da Cia Brasília = R$ 170.000,00

d) A diferença entre o valor justo e o valor contábil da Investida estava no Imobilizado.

� Efetue o lançamento contábil da operação na Investidora.

ii) - No dia 31 de Dezembro de 2010 a Cia Paris apresenta as seguintes informações:

a) Ajuste Acumulado de Conversão em Investidas no Exterior = R$ 12.000,00

b) Lucro Líquido do Exercício = R$ 40.000,00

c) Na ocasião havia Lucro não realizado, em venda realizada da Investidora para a Investida (operação downstream), no valor de R$ 10.000,00.

iii) - No dia 30 de Janeiro de 2011 a Investida revende para terceiros as mercadorias adquiridas da Investidora.

iv) - No dia 05 de março de 2011 a Assembléia Geral da Investida aprova Distribuição de Dividendos no valor de R$ 15.000,00.

v) - o dia 10 de maio a Cia Brasília emite ações no valor total de R$ 100.000,00. A Cia Brasil integraliza capital na Investida no valor de sua participação.

vi) - No dia 10 de maio o Imobilizado que deu origem à Mais Valia é revendido a terceiros, gerando um lucro de R$ 90.000,00 para a Cia Roma.

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3) →→→→ Observe as seguintes informações:

� A Cia Rio de Janeiro possui 60% do Capital Social da Cia Campo Grande.

� O Capital Social da Cia Campo Grande é formado por 50% de ONs e 50% de PNs.

� Em 2010 houve venda entre as companhias com um lucro de R$ 500.000,00.

� No final do exercício apenas 40% das mercadorias haviam sido revendidas para terceiros.

� A Cia Campo Grande apurou um lucro líquido de R$ 800.000,00 no final de 2010.

Com base nas informações acima, efetue o registro contábil da equivalência patrimonial, considerando as seguintes hipóteses:

3.1) A Investidora possui 100% das ONs e 20% da PNs da Investida.

A Cia Rio de Janeiro vendeu para a Cia Campo Grande.

3.2) A Investidora possui 100% das ONs e 20% da PNs da Investida.

A Cia Cia Campo Grande vendeu para a Rio de Janeiro.

3.3) A Investidora possui 20% das ONs e 100% da PNs da Investida.

A Cia Rio de Janeiro vendeu para a Cia Campo Grande.

3.4) A Investidora possui 20% das ONs e 100% da PNs da Investida.

A Cia Cia Campo Grande vendeu para a Rio de Janeiro.

4) →→→→ Observe as seguintes informações:

� A Cia Rio de Janeiro possui 60% do Capital Social da Cia Campo Grande.

� O Capital Social da Cia Campo Grande é formado por 50% de ONs e 50% de PNs.

� Em 2010 houve venda entre as companhias com um lucro de R$ 500.000,00.

� No final do exercício apenas 40% das mercadorias haviam sido revendidas para terceiros.

� A Cia Campo Grande apurou um lucro líquido de R$ 800.000,00 no final de 2010.

Com base nas informações acima, efetue o registro contábil da equivalência patrimonial, considerando as seguintes hipóteses:

5.1) A Investidora possui 100% das ONs e 20% da PNs da Investida.

A Cia Rio de Janeiro vendeu para a Cia Campo Grande.

5.3) A Investidora possui 20% das ONs e 100% da PNs da Investida.

A Cia Rio de Janeiro vendeu para a Cia Campo Grande.

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Contabilidade Avançada – 2012/ 1º Semestre

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5) - (VUNESP/2001 – BNDES/Contador)

A Cia. Serrana tem 60% das ações de sua controlada, a Cia. Caldense. Em 31.12.X0, sabe-se que:

1 – nos estoques da controladora, existem mercadorias que lhe foram vendidas pela controlada com um lucro de R$ 100.00,00;

2 – o Patrimônio Líquido da controlada perfazia R$ 900.000,00.

Na escrituração da investidora, a participação societária na Cia. Caldense, avaliada pelo método da equivalência patrimonial, conforme CPC 18, será:

(a) R$ 60.000,00;

(b) R$ 260.000,00;

(c) R$ 440.000,00;

(d) R$ 480.000,00;

(e) R$ 540.000,00.

6) – (ESAF/ 2005 - SET-RN / Auditor Fiscal do Tesouro Estadual)

A empresa Beta S/A, pertencendo ao mesmo ramo de atividade da empresa Alfa S/A, resolveu com ela estabelecer uma coligação acionária. Para isso adquiriu 20% das ações emitidas por Alfa S/A, pagando R$ 3,50 por unidade, com o cheque 850.013 do Banco do Brasil S/A. A empresa Alfa S/A tem capital social no valor de R$ 320.000,00, composto de 100 mil ações, e patrimônio líquido no valor de R$ 340.000,00.

Sabendo-se que o investimento de Beta S/A deverá ser avaliado pelo método da Eqüivalência Patrimonial, podemos dizer que sua contabilidade deverá registrar o fato acima da seguinte forma:

a) D: Ativo Permanente - Ações de Coligadas 64.000,00 D: Ativo Permanente - Ágio na Aquisição 4.000,00 D: Resultado - Perda de Capital / Ágio 2.000,00 C: Ativo Circulante – Bancos c/Movimento 70.000,00 b) D: Ativo Permanente - Ações de Coligadas 64.000,00 D: Ativo Permanente - Ágio na Aquisição 6.000,00 C: Ativo Circulante – Bancos c/Movimento 70.000,00 c) D: Ativo Permanente - Ações de Coligadas 68.000,00 D: Ativo Permanente - Ágio na Aquisição 2.000,00 C: Ativo Circulante – Bancos c/Movimento 70.000,00

d) D: Ativo Permanente - Ações de Coligadas 68.000,00 D: Resultado: Perda de Capital – Ágio 2.000,00 C: Ativo Circulante – Bancos c/Movimento 70.000,00

e) D: Ativo Permanente - Ações de Coligadas 70.000,00 C: Ativo Circulante – Bancos c/Movimento 70.000,00

7) - (UFRJ/2005 - BNDES)

A Cia. Equity possuía um único investimento societário em sociedade controlada e dispunha, em 31/12/X1, das seguintes informações para fins de cálculo da Equivalência Patrimonial:

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Patrimônio Líquido da Controlada (já incluído o Lucro Líquido do Exercício) R$ 3.000,00

% Participação no Capital Social da Controlada 80%

Lucro Líquido do Exercício auferido pela controlada R$ 500,00

Lucros não Realizados integrantes do Lucro Líquido do Exercício da controlada R$ 200,00

Valor contábil do investimento avaliado pelo método da equivalência patrimonial R$ 2.000,00

Considerando a Instrução CVM 247/96, o valor a ser registrado pela Controladora como resultado da Equivalência Patrimonial do exercício de 19X1 é:

(a) R$ 240,00;

(b) R$ 200,00;

(c) R$ 400,00;

(d) R$ 100,00;

(e) R$ 300,00.

8) – ( FCC - 2007 - Prefeitura de São Paulo - SP - Auditor Fiscal do Município) A Cia. Santo Amaro possui 80% das ações com direito a voto de sua controlada, a Cia. Santa Maria, que representam 40% do total do capital social da investida. No exercício de 2005, a Cia. Santa Maria vendeu um lote de mercadorias para a investidora por R$ 400.000,00, auferindo um lucro de R$ 100.000,00 na transação. Sabendo- se que, em 31.12.2005, o Patrimônio Líquido da controlada era de R$ 750.000,00 e que a investidora mantinha integralmente o referido lote de mercadorias em seus estoques, a participação societária, avaliada pelo método da equivalência patrimonial na contabilidade da Cia. Santo Amaro, corresponderá a, em R$:

a) 175.000,00

b) 200.000,00

c) 260.000,00

d) 400.000,00

e) 520.000,00

9) – (FCC / 2007 - Prefeitura de São Paulo - SP - Auditor Fiscal do Município) O recebimento de dividendos de participações societárias avaliados pelo custo deve ser registrado, na escrituração da empresa investidora, a crédito de conta representativa

a) de receita operacional.

b) de receita não-operacional.

c) de resultado da eqüivalência patrimonial.

d) da própria participação societária.

e) de deságio na aquisição de investimentos.

10) – (CESGRANRIO / 2009 - TermoMacaé - Técnico de Administração) A Ind Alvorada S/A possui 4.000 quotas da Empresa Monteiro & Filhos Ltda.. Como a Alvorada não tem interesse em se desfazer dessa participação, o montante correspondente às 4.000 quotas deverá ser registrado como Ativo

a) Circulante/Valores Mobiliários.

b) Não Circulante/Ativo Realizável a Longo Prazo/Valores Mobiliários.

c) Não Circulante/Investimentos/Participações Societárias.

d) Não Circulante/Ativo Realizável a Longo Prazo/Participações Societárias temporárias.

e) Não Circulante/Ativo Realizável a Longo Prazo/Participações em controladas e coligadas.

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11) – ( CESPE/ 2009 - TCE-AC - Analista de Controle Externo) Nas sociedades por ações, os investimentos em participação no capital social de outras sociedades, que não estejam sujeitos à aplicação do método de equivalência patrimonial, serão avaliados pelo:

a) custo de aquisição, acrescido da valorização das ações conforme valor de negociação em bolsa.

b) custo de aquisição, acrescido das bonificações recebidas e deduzido das perdas pela queda nas cotações.

c) valor patrimonial da data de aquisição, deduzido dos dividendos distribuídos desde aquela data.

d) custo de aquisição, deduzido de provisão p/ perdas prováveis na sua realização, desde que permanentes.

e) valor de mercado à data da aquisição, deduzido de provisão para perdas eventuais.

12) - (ENADE/2009) A empresa Floresta S.A. possui 5% do capital social da empresa Araucária, cujo investimento é avaliado pelo método de custo, e 100% do capital social da empresa Ipê. Observe as informações das empresas investidas, a seguir: No período não ocorreram outras alterações no Patrimônio Líquido das empresas investidas. Em relação à variação nos saldos dos investimentos na investidora Floresta S.A., o que é CORRETO afirmar?

a) Houve aumento de R$ 250,00 e R$ 3.000,00, respectivam., nos saldos dos investimentos em Araucária e Ipê.

b) Houve um aumento de R$ 250,00 no saldo do investimento em Araucária.

c) Houve um aumento de R$ 3.000,00 no saldo do investimento em Ipê.

d) Houve aumento de R$ 450,00 e R$ 5.000,00, respectivam., nos saldos dos investimentos em Araucária e Ipê.

e) Houve uma redução de R$ 200,00 no saldo do investimento em Araucária.

13) – ( FCC - 2010 - DNOCS - Contador) A partir da vigência da MP 449/2008, convertida na Lei nº 11.941/2009, a qual convalidou os efeitos da referida medida provisória, são avaliados pela equivalência patrimonial, de acordo com a Lei das SAs (Lei no 6.404/1976):

a) todos os investimentos relevantes em sociedades controladas e coligadas.

b) todos os investimentos em sociedades controladas e coligadas.

c) todos os investimentos em sociedades controladas e investimentos relevantes em sociedades coligadas.

d) somente os investimentos em controladas, independentemente de serem relevantes ou não.

e) somente os investimentos em controladas e os investimentos relevantes em coligadas onde a investidora detiver pelos menos 10% do capital votante.

14) – (CESPE - 2010 - INMETRO - Analista - Ciências Contábeis) Considerando que as participações em outras empresas são contabilizadas e avaliadas de formas diversas, assinale a opção correta.

a) As bonificações recebidas sem custo para a companhia devem ser escrituradas como receita não operacional.

b) Classificam-se como investimentos as participações permanentes em ações que se destinem à manutenção das atividades precípuas da companhia.

c) O valor justo dos investimentos é o valor despendido na sua aquisição, acrescido de atualização monetária.

d) Para efeito de relevância do investimento, deduzem-se do custo de aquisição os saldos dos débitos da companhia contra as coligadas.

e) A coligação é caracterizada por influência significativa, que se presume existir quando a investidora detiver pelo menos 20% do capital votante da investida, sem controlá-la.

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15) – ( FEPESE / 2010 - SEFAZ-SC - Auditor Fiscal da Receita Estadual ) A empresa Santa Catarina é detentora de 60% do total das ações da empresa Blumenau e 70% do total das ações da empresa Joinville. O patrimônio líquido em 31/12/2008 da empresa Santa Catarina era de R$ 650.000,00; da Blumenau era de R$ 220.000,00 e da empresa Joinville, R$ 250.000,00. No balanço de 31/12/2009, a empresa Blumenau obteve um lucro de R$ 85.000,00 e destinou 20% desse lucro como dividendos propostos para serem pagos em 2010. Em 31/12/2009, a empresa Joinville obteve um lucro de R$ 115.000,00 e destinou 90% como dividendos propostos para serem pagos em 2010.

Qual o valor total da receita de equivalência patrimonial que foi registrada na contabilidade da empresa Santa Catarina, em 31/12/2009?

a) R$ 30.115,00

b) R$ 48.850,00

c) R$ 91.800,00

d) R$ 114.500,00

e) R$ 131.500,00

16) – (FEPESE / 2010 - SEFAZ-SC - Auditor Fiscal da Receita Estadual ) A empresa Investidora Nordeste é detentora de 80% do total das ações da empresa investida Ceará e 60% do total das ações da empresa investida Bahia. O patrimônio líquido em 31/12/2008 da Nordeste era de R$ 650.000,00; da Ceará era de R$ 450.000,00 e da empresa Bahia, R$ 630.000,00. Durante o ano de 2009, a empresa Nordeste vendeu, com uma margem de lucro de 30%, R$ 25.500,00 em mercadorias para a empresa Ceará e R$ 11.000,00 para a empresa Bahia. Todas as vendas da Investidora para as Investidas ficaram nos estoques das investidas. Também durante 2009, a empresa Ceará vendeu mercadorias para a Investidora e obteve um lucro de R$ 15.000,00 com essas vendas, sendo que 60% dessas mercadorias ficaram em estoques na Investidora. A Bahia vendeu mercadorias para a investidora e obteve um lucro de R$ 28.000,00 com essas vendas, sendo que 30% dessas mercadorias ficaram em estoque na Investidora. O lucro da Ceará, obtido em 31/12/2009, foi de R$ 72.000,00 e da empresa Bahia, foi de R$ 68.000,00.

Qual o valor da conta investimentos avaliado pelo método da equivalência patrimonial registrada na contabilidade da empresa Nordeste, em 31/12/2009?

a) Ceará R$ 9.000,00 e na Bahia R$ 8.400,00

b) Ceará R$ 57.600,00 e na Bahia R$ 40.800,00

c) Ceará R$ 360.000,00 e na Bahia R$ 378.000,00

d) Ceará R$ 408.600,00 e na Bahia R$ 410.400,00

e) Ceará R$ 417.600,00 e na Bahia R$ 418.800,00

17) – (FEPESE / 2010 - SEFAZ-SC - Auditor Fiscal da Receita Estadual) A empresa Investidora Paraná é detentora de 85% do total das ações da empresa investida Londrina e 65% do total das ações da empresa investida Maringá. O patrimônio líquido em 31/12/2008 da Paraná era de R$ 800.000,00; da Londrina era de R$ 310.000,00 e da empresa Maringá, R$ 430.000,00. No balanço de 31/12/2009, a empresa Londrina obteve um lucro de R$ 52.000,00 e destinou 30% desse lucro como dividendos propostos para serem pagos em 2010, enquanto a empresa Maringá obteve um lucro de R$ 58.000,00 e destinou 40% desse lucro como dividendos propostos para também serem pagos em 2010.

Durante o transcorrer do ano de 2009, a empresa Paraná vendeu, com uma margem de lucro de 30%, R$ 45.500,00 em mercadorias para a empresa Londrina e R$ 31.000,00 para a empresa Maringá. Todas as vendas da Investidora para as Investidas ficaram nos estoques das investidas. A investida Londrina vendeu mercadorias para a investidora durante o ano de 2009 e obteve um lucro de R$ 18.000,00, enquanto a empresa Maringá obteve um lucro de R$ 32.000,00 com vendas para a controladora. Essas vendas (adquiridas das controladas) foram revendidas para terceiros durante o ano de 2009, pela controladora. Sabe-se que a empresa Paraná avalia seus investimentos pelo MEP - Método da Equivalência Patrimonial.

Qual o valor total da conta investimentos registrado na contabilidade da empresa Paraná, em 31/12/2009?

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a) R$ 543.000,00

b) R$ 586.100,00

c) R$ 596.560,00

d) R$ 624.900,00

e) R$ 653.240,00

18) – ( FEPESE / 2010 - SEFAZ-SC - Auditor Fiscal da Receita Estadual) No que tange a investimentos permanentes, podem a ser avaliados pelo MEP (método da equivalência patrimonial) os investimentos:

a) em coligadas sobre cuja administração a investidora tenha influência significativa, ou de que participe com 20% ou mais do capital votante; em controladas; em outras sociedades que façam parte de um mesmo grupo ou estejam sob controle comum.

b) em coligadas sobre cuja administração a investidora tenha influência significativa, ou de que participe com 10% ou mais do capital votante, desde de que os investimentos sejam relevantes; em controladas; em outras sociedades que façam parte de um mesmo grupo ou estejam sob controle comum.

c) em coligadas e equiparadas a coligadas desde de que os investimentos sejam relevantes e a controladora exerça influência; em controladas; em outras sociedades que façam parte de um mesmo grupo ou estejam sob controle comum.

d) conforme a lei 11.638, em todos os investimentos em controladas, coligadas ou equiparadas a coligadas, desde que haja influência e que esses investimentos sejam relevantes em relação ao capital da investidora.

e) em coligadas ou equiparadas a coligadas sobre cuja administração a investidora tenha influência significativa, ou de que participe com 25% ou mais do capital total sem controlar; em outras sociedades que façam parte de um mesmo grupo ou independentemente e estarem sob controle comum.

19) – ( FEPESE / 2010 - SEFAZ-SC / Auditor Fiscal da Rec. Estadual) A empresa Amazonas (controladora) detém 75% do capital total da empresa Acre (controlada) e avalia esses investimentos pelo MEP - Método da equivalência patrimonial. O patrimônio liquido da empresa Acre era de R$ 265.000,00 e o da empresa Amazonas era de R$ 365.000,00, em 31/12/2009. A empresa Amazonas havia vendido, durante o ano de 2009, R$ 15.000,00 em mercadorias para a empresa Acre, com uma margem de lucro de 30% sobre o preço de venda. No final de 2009, havia ainda 50% de mercadorias adquiridas da Amazonas, no estoque na empresa Acre.

Qual o valor da participação dos acionistas não controladores no balanço consolidado em 31/12/2009?

a) R$ 64.000,00

b) R$ 66.250,00

c) R$ 86.750,00

d) R$ 87.875,00

e) R$ 91.250,00

20) – (FEPESE / 2010 - SEFAZ-SC - Auditor Fiscal da Receita Estadual ) Assinale a alternativa correta em relação ao conceito do MEP (método da equivalência patrimonial).

a) a equivalência patrimonial é baseada no fato de que apenas lucros e prejuízos devem ser reconhecidos.

b) a equivalência patrimonial é baseada no fato de que os resultados e quaisquer variações patrimoniais de uma controlada ou coligada devem ser reconhecidos (contabilizados) no momento de sua geração, independentemente de serem ou não distribuídos.

c) a equivalência patrimonial é baseada no fato de que apenas os resultados de uma controladora ou coligada devem ser reconhecidos no momento de sua geração, independentemente de serem ou não distribuídos.

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Contabilidade Avançada – 2012/ 1º Semestre

Profª Monica V. Encinas 74

d) a equivalência patrimonial é baseada no fato de que os lucros e outras variações patrimoniais positivas de uma controlada ou coligada devem ser reconhecidos (contabilizados) no momento de sua geração, independentemente de serem ou não distribuídos.

e) a equivalência patrimonial é baseada no fato de que apenas os lucros de uma controlada ou coligada devem ser reconhecidos (contabilizados) no momento de sua geração, independentemente de serem ou não distribuídos.

21) – (CFC / 2011 - CFC - Contador) Uma determinada sociedade empresária vendeu mercadorias para sua controladora por R$ 300.000,00, auferindo um lucro de R$ 50.000,00. No final do exercício, remanescia no estoque da controladora 50% das mercadorias adquiridas da controlada. O valor do ajuste referente ao lucro não realizado, para fins de cálculo da equivalência patrimonial, é de:

a) R$ 25.000,00.

b) R$ 50.000,00.

c) R$ 150.000,00.

d) R$ 300.000,00.

22) – (CESGRANRIO / 2011 - Petrobrás – Téc. Contabilidade ) No balanço encerrado em dezembro/2008, a Comercial Belezoca S/A, depois da avaliação do investimento pelo método da equivalência patrimonial, apresentou a seguinte informação de sua participação societária de 30% no capital da Comercial Lindeza S/A:

Ativo / Não Circulante / Investimentos

Coligadas / Comercial Lindeza R$ 150.000,00

Em 2009, a Comercial Lindeza distribuiu R$ 80.000,00 de dividendos e informou um Patrimônio Líquido de R$ 600.000,00 depois da proposta da distribuição do resultado do exercício.

Dados adicionais:

• Em 2009, a Belezoca manteve a mesma participação no capital da Lindeza.

• O patrimônio líquido da Lindeza é constituído, somente, por capital e reservas de lucros.

• O capital social da Lindeza está totalmente integralizado.

• Nenhuma operação foi realizada entre as duas companhias.

Considerando-se exclusivamente as informações acima e as normas vigentes, a Comercial Belezoca, na avaliação do investimento pelo MEP, apurou uma receita de equivalência patrimonial, em reais, de:

a) 24.000,00 b) 30.000,00

c) 54.000,00 d) 80.000,00

e) 180.000,00

23) – (CESGRANRIO / 2011 - Petrobrás - Técnico de Contabilidade) A Lei nº 6.404/76, no art. 243, § 1º , defende que as sociedades coligadas são aquelas “nas quais a investidora tenha influência significativa”, afirmando ainda, no § 4º que essa influência existe quando “a investidora detém ou exerce poder de participar nas decisões das políticas, financeiras ou operacional da investida, sem controlá-la”.

A referida Lei dispõe, ainda, que a influência é presumida quando a investidora, sem ter o controle da investida, tiver um investimento que represente 20% ou mais do :

a) capital votante da investida.

b) capital total da investida.

c) capital social realizado da investida.

d) patrimônio líquido da investida.

e) patrimônio líquido da própria investidora.

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9 – CONSOLIDAÇÃO DAS DEMONSTRAÇÕES CONTÁBEIS

Regulamentação: CPC 36 aprovado pela Deliberação CVM nº 608 de 26/11/2009

A Consolidação das Demonstrações Contábeis é uma técnica contábil que consiste na unificação das demonstrações contábeis da empresa controladora e de suas controladas, visando apresentar a situação econômica e financeira de todo o grupo como se fosse uma única empresa. Ela tem por objetivo possibilitar a análise precisa de todo o grupo econômico.

As Demonstrações Contábeis que devem ser consolidadas são: O Balanço Patrimonial, a Demonstração do Resultado do Exercício, a Demonstração dos Fluxos de Caixa e a Demonstração do Valor Adicionado.

9.1 – Aspectos Legais da Consolidação das Demonstrações Contábeis

���� Art. 249 e 250 da Lei 6.404/76, com alterações da Lei 11.38/2007

“ Art. 249. A companhia aberta que tiver mais de 30% (trinta por cento) do valor do seu patrimônio líquido representado por investimentos em sociedades controladas deverá elaborar e divulgar, juntamente com suas demonstrações financeiras, demonstrações consolidadas nos termos do artigo 250.

Parágrafo único. A Comissão de Valores Mobiliários poderá expedir normas sobre as sociedades cujas demonstrações devam ser abrangidas na consolidação, e: a) determinar a inclusão de sociedades que, embora não controladas, sejam financeira ou administrativamente dependentes da companhia; b) autorizar, em casos especiais, a exclusão de uma ou mais sociedades controladas.”

���� Art. 1 e 3 do CPC 36 / Delib. CVM nº 608/2009

“1 - Este Pronunciamento deve ser aplicado na elaboração e apresentação de demonstrações contábeis consolidadas de grupo econômico de entidades sob o controle de controladora.

3 - Este Pronunciamento também deve ser aplicado na contabilização de investimentos em controladas, entidades controladas em conjunto e coligadas, quando o investidor opta ou é exigido por regulamentação local, a apresentar as demonstrações contábeis separadas.”

9.1.1 – Dispensa de Apresentação A controladora pode deixar de apresentar as demonstrações contábeis consolidadas, somente se, além de permitido legalmente:

(a) a controladora é ela própria uma controlada (integral ou parcial) de outra entidade, a qual, em conjunto com os demais proprietários, incluindo aqueles sem direito a voto, foram consultados e não fizeram objeção quanto à não apresentação das demonstrações contábeis consolidadas pela controladora;

(b) os instrumentos de dívida ou patrimoniais da controladora não são negociados em mercado aberto (bolsas de valores no País ou no exterior ou mercado de balcão – mercado descentralizado de títulos não listados em bolsa de valores ou cujas negociações ocorrem diretamente entre as partes, incluindo mercados locais e regionais);

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(c) a controladora não registrou e não está em processo de registro de suas demonstrações contábeis na Comissão de Valores Mobiliários ou outro órgão regulador, visando a emissão de algum tipo ou classe de instrumento em mercado aberto; e

(d) a controladora final (ou intermediária) da controladora disponibiliza ao público suas demonstrações contábeis consolidadas em conformidade com os Pronunciamentos Técnicos do Comitê de Pronunciamentos Contábeis.

9.2 – Definições de Termos

O entendimentos dos termos abaixo se faz necessário para o entendimento deste assunto, além dos apresentados no capítulo anterior.

2.2.1 - Demonstrações consolidadas são as demonstrações contábeis de um conjunto de entidades (grupo econômico), apresentadas como se fossem as de uma única entidade econômica.

2.2.2 - Participação de Não Controlador é a parte do patrimônio líquido da controlada não atribuível, direta ou indiretamente, à controladora.

2.2.3 - Demonstrações separadas são aquelas apresentadas por controladora, investidor em coligada ou empreendedor em entidade controlada em conjunto, nas quais os investimentos são contabilizados com base no valor do interesse direto no patrimônio (direct equity interest) das investidas, em vez de nos resultados divulgados e nos valores contábeis dos ativos líquidos das investidas. Não se confundem com as demonstrações individuais. (Consultar Pronunciamento Técnico CPC 35 – Demonstrações Separadas.) 9.3 - Procedimentos de consolidação

Regra geral, as normas da CVM e do CFC relativas à Consolidação das demonstrações contábeis já estavam adequadas às normas internacionais. Portanto, a convergência das normas brasileiras para as normas internacionais de contabilidade não provocou alterações significativas.

Na elaboração de demonstrações contábeis consolidadas, a entidade controladora combina suas demonstrações contábeis com as de suas controladas, linha a linha, ou seja, somando os saldos de itens de mesma natureza: ativos, passivos, receitas e despesas. Para que as demonstrações contábeis consolidadas apresentem informações sobre o grupo econômico como uma única entidade econômica, os seguintes procedimentos devem ser adotados:

(a) o valor contábil do investimento da controladora em cada controlada e a parte dessa controladora no patrimônio líquido das controladas devem ser eliminados;

(b) identificar a participação dos não controladores no resultado das controladas consolidadas para o período de apresentação das demonstrações contábeis; e

(c) identificar a participação dos não controladores nos ativos líquidos das controladas consolidadas, separadamente da parte pertencente à controladora. A participação dos não controladores nos ativos líquidos é composta:

(i) do montante da participação dos não controladores na data da combinação inicial; e

(ii) da participação dos não controladores nas variações patrimoniais das controladas consolidadas desde a data da combinação.

Os saldos, transações, receitas e despesas intragrupo (entre as entidades do grupo econômico), devem ser eliminados. Os saldos de balanços e transações intragrupo, incluindo receitas, despesas e dividendos são eliminados. A participação dos não controladores deve ser apresentada no balanço patrimonial consolidado dentro do patrimônio líquido, separadamente do patrimônio líquido dos proprietários da controladora.

O resultado do período e cada componente dos outros resultados abrangentes são atribuídos aos proprietários da controladora e à participação dos não controladores. O resultado abrangente total é atribuído aos proprietários da controladora e à participação dos não controladores, independentemente desses resultados tornarem negativa a participação dos não controladores.

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9.3.1 – Lucros Não Realizados

Os resultados decorrentes das transações intragrupo que estiverem reconhecidos nos ativos, tais como estoque ou ativo imobilizado, devem ser eliminados. As perdas intragrupo podem indicar redução no valor recuperável dos ativos correspondentes que precisa ser reconhecida nas demonstrações contábeis consolidadas. Os impostos e contribuições decorrentes das diferenças temporárias pela eliminação de resultados não realizados nas transações intragrupo devem ser reconhecidos no ativo ou passivo como tributos diferidos. 9.3.2 – Data das Demonstrações Contábeis . As demonstrações contábeis da controladora e de suas controladas utilizadas na elaboração das demonstrações contábeis consolidadas devem ser de mesma data. Quando a data de encerramento da controladora for diferente da data da controlada, esta última deve elaborar, para fins de consolidação, demonstração contábil adicional na mesma data das demonstrações da controladora, a menos que isso seja impraticável.

Quando as demonstrações contábeis da controlada, utilizadas para fins de consolidação, forem de data diferente da data de encerramento das demonstrações da controladora, devem ser feitos os ajustes necessários em razão dos efeitos de eventos ou transações relevantes que ocorrerem entre aquela data e a data das demonstrações contábeis da controladora. Independentemente disso, a defasagem máxima entre as datas de encerramento das demonstrações da controlada e da controladora é de até dois meses. 9.4 – Perda de Controle

Se a controladora perde o controle da controlada, ela deve:

(a) Desreconhecer os ativos (incluindo o ágio por rentabilidade futura – goodwill) e os passivos da controlada pelos seus valores contábeis na data em que o controle for perdido;

(b) Desreconhecer o valor contábil de qualquer participação de não controladores na ex-controlada na data em que o controle for perdido (incluindo quaisquer componentes de outros resultados abrangentes reconhecidos diretamente no patrimônio líquido e atribuíveis aos não controladores);

(c) Reconhecer:

(i) o valor justo da compensação recebida em troca, se houver, proveniente da transação, evento ou circunstância que resultou na perda do controle; e

(ii) se a transação que resultou na perda do controle envolver a distribuição de ações da controlada aos sócios, na qualidade de proprietários, essa distribuição; quando houver aumento de capital na controlada e a controladora não exercer o seu direito na compra de ações adicionais, pode haver a diluição da participação relativa da controladora. Se essa mudança é suficiente para ela perder o controle, essa perda pela diluição de sua participação deve ser considerada nesse item;

(d) Reconhecer o investimento remanescente na ex-controlada, se houver, ao seu valor justo na data em que o controle foi perdido;

(e) Reclassificar para o resultado do período ou transferir diretamente para lucros acumulados, quando couber, os valores identificados no item 35; e

(f) Reconhecer a diferença resultante como ganho ou perda no resultado do período atribuível à controladora.

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9.5 – Consolidação Proporcional

São consideradas controladas em conjunto aquelas em que nenhum acionista exerce, individualmente, o controle direto ou indireto sobre a sociedade investida. Anteriormente a esta Deliberação, a consolidação era realizada conforme a consolidação integral.

O procedimento a se realizar é a eliminação de todo o investimento na controlada em conjunto em contrapartida a aplicação da participação societária sobre o conjunto de contas do ativo e passivo da investida.

���� Exercícios – Consolidação de Demonstrações Contábeis

1) – Com base nos dados abaixo, elabore a Consolidação das Demonstrações contábeis a seguir.

I - A Cia. Itália adquire 80% da Cia Roma nas seguintes condições:

- Valor Pago = R$ 400.000,00

- Valor Justo dos Ativos Líquidos Identificáveis da Cia Roma = R$ 350.000,00

- Valor contábil dos Ativos Líquidos Identificáveis da Cia Roma = R$ 250.000,00

- Diferença entre Valor Justo e Valor Contábil fundamentado em um Terreno da Cia Roma.

II - A controlada vendeu para a controladora, a prazo, mercadorias que lhe custaram R$ 200.000,00, obtendo um lucro na transação de 40% sobre o preço de venda.

III - No final do período, remanesciam no estoque da Controladora – a Cia Itália, R$ 50.000,00 em mercadorias referentes ao lote adquirido da controlada, a Cia Roma.

IV - No final do período, a Cia Itália ainda devia R$ 60.000,00, referente às compras da Cia Roma.

V – A Participação dos Não Controladores é avaliada pelo seu percentual nos ativos líquidos da controlada.

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I - BALANÇO PATRIMONIAL - 31-12-20X0

ATIVO Cia. Itália Cia. Roma Débito Crédito Consolidado

Disponível 106.000,00 30.000,00

Clientes 100.000,00 60.000,00

Estoques 50.000,00

Investimento Cia. B

Participação 80% 244.000,00

MaisValia 80.000,00

Goodwill 120.000,00 -

800.000,00 260.000 Imobilizado

Intangível

Total do Ativo 1.500.000,00 350.000

PASSIVO

Fornecedores 100.000,00

Emp. Longo Prazo 900.000,00 20.000,00

500.000,00 330.000

Capital + Reservas

PÑC

Total do Passivo 1.500.000,00

350.000

II - DEMONSTRAÇÃO DO RESULTADO - 31-12-20X0

ITENS Cia. A Cia. B Débito Crédito Consolidado

Vendas 1.200.000 280.000 (-) Custo das Vendas (900.000) (200.000)

(=) Lucro Bruto 300.000 80.000

(-) Desp. Operacionais (104.000) - o - (+) Rec. da Equivalência 44.000 - o -

Lucro Líquido 240.000 80.000

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2) – Com base nos dados abaixo, elabore a Consolidação das Demonstrações contábeis a seguir. I - A Cia. A é controladora da Cia. B, possuindo 70% (setenta por cento) do capital social desta última . II - A controladora vendeu para a controlada, a prazo, mercadorias no valor de R$ 100.000,00, obtendo um

lucro na transação de 40% sobre o preço de venda. III - No final do período, remanesciam no estoque da controlada R$ 20.000,00 em mercadorias referentes ao

lote adquirido da controladora. IV - No final do período, a controlada ainda devia R$ 70.000,00, referente às compras, à sua controladora.

I - BALANÇO PATRIMONIAL - 31-12-20X0

ATIVO Cia. A Cia. B Débito Crédito Consolidado

Disponível 240.000 100.000

Clientes 420.000 200.000

Estoques 180.000 350.000

Investimento Cia. B 210.000 -

Imobilizado 450.000 150.000

Total do Ativo 1.500.000 800.000

PASSIVO Cia. A Cia. B Cia. B Cia. B Cia. B

Fornecedores 370.000 180.000

Contas a Pagar 130.000 70.000

Emp. Longo Prazo 300.000 250.000

Capital 400.000 100.000

Reservas 200.000 80.000

Lucros Acumulados 100.000 120.000

Total do Passivo 1.500.000 800.000

II - DEMONSTRAÇÃO DO RESULTADO - 31-12-20X0

ITENS Cia. A Cia. B Débito Crédito Consolidado

Vendas 500.000 270.000

(-) Custo das Vendas -268.000 -120.000

(=) Lucro Bruto 232.000 150.000

(-) Desp. Operacionais -106.000 -30.000

(+) Rec. da Equivalência 84.000 -

Lucro Líquido 210.000 120.000

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3) - (Cesgranrio/2008 - BNDES) Em 31/12/06, a Cia. Via, com participação de 60% no capital social da Cia. Ápia, e a Cia. Ápia apresentaram os seguintes balanços:

ATIVO Cia. Via Cia. Ápia

Ativo Circulante 136.000,00 70.000,00

Disponível 26.000,00 12.000,00

Duplicatas a Receber 70.000,00 38.000,00

Estoques 40.000,00 20.000,00

Ativo Permanente 84.000,00 15.000,00

Investimentos

Coligadas e Controladas 34.000,00 0,00

Imobilizado 50.000,00 15.000,00

Total 220.000,00 85.000,00

PASSIVO

Passivo Circulante 110.000,00 45.000,00

Duplicatas a Pagar 76.000,00 15.000,00

Empréstimos 34.000,00 30.000,00

Patrimônio Líquido 110.000,00 40.000,00

Total 220.000,00 85.000,00

Sabendo-se que as companhias não têm transações comerciais entre si, pode-se afirmar que, no balanço consolidado, o montante do Ativo, em reais, é

(a) 206.000,00 (b) 271.000,00 (c) 281.000,00 (d) 295.000,00 (e) 305.000,00

4) - (Cesgranrio / 2008 - Contador Junior / Petrobras) Quando da consolidação das demonstrações contábeis, em que a controladora não tenha participação de 100% no capital social da controlada, a participação dos acionistas não controladores, no Balanço Social consolidado, deve ser:

(a) classificada como Passivo Exigível a Longo Prazo. (b) destacada no Patrimônio Líquido, na última linha do mesmo. (c) eliminada, por não fazer parte efetivamente do grupo controlador. (d) evidenciada em linha própria, no Patrimônio Líquido, logo após o capital social. (e) segregada em conta própria, antes do Patrimônio Líquido.

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5) - Tomando como base unicamente as informações a seguir, responda às questões abaixo:

I – Balanço Patrimonial:

A B Débito Crédito Vr Consolidado

Ativo

Disponível 95.000 125.000Contas a receber terceiros 120.000

Contas a receber intercompanhias140.000

Estoques 70.000 20.000Investimentos na controlada B 125.000Imobilizado 350.000 35.000Total do Ativo 760.000 320.000Passivo + Patrimônio Líquido

PassivoFornecedores terceiros 50.000 120.000Fornecedores intercompanhias 140.000Outras contas a pagar 40.000 55.000

Patrimônio LíquidoCapital 500.000 125.000Lucros Acumulados 30.000 20.000

Total Passivo e Patrimônio Líquido 760.000 320.000

II – Demonstrações do Resultado do Exercício

Demonstração de Resultado

Controladora - A Controlada - BDébito Crédito Consolidado

Vendas 80.000 140.000Custo das Vendas (70.000) (100.000)Lucro Bruto 10.000 40.000Resultado da equivalência 20.000

Luicro Líquido 30.000 40.000

III – Outras informações adicionais:

• A controladora A constituiu a controlada B da qual tem 100% do capital.

• A controlada B vendeu para a controladora A, por R$ 140.000,00, mercadorias que lhe custaram R$ 100.000,00.

• A controladora A vendeu metade dos estoques comprados da controlada B pelo preço de R$ 80.000,00.

• No período foram distribuídos dividendos, pela controlada B, na ordem de R$ 20.000,00.

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a) Lucro Bruto Consolidado: (a) 30.000 (b) 20.000 (c) 10.000 (d) 40.000 (e) 50.000

b) Custo das Vendas Consolidadas: (a) 30.000 (b) 170.000 (c) 70.000 (d) 100.000 (e) 50.000

c) Receitas de Vendas Consolidadas: (a) 220.000 (b) 80.000 (c) 120.000 (d) 140.000 (e) 50.000

d) Lucro não-realizado do Consolidado: (a) 50.000 b) 20.000 c) 30.000 d) 40.000 e) 10.000

e) Ativo Consolidado: (a) 795.000 (b) 815.000 (c) 1.080.000 (d) 720.000 (e) 700.000

f) Lucros Acumulados no Consolidado: (a) 80.000 (b) 40.000 (c) 50.000 (d) 30.000 (e) 140.000

g) Exigibilidades no Consolidado: (a) 95.000 (b) 265.000 (c) 255.000 (d) 170.000 (e) 295.000

h) Contas a Receber no Consolidado: (a) 120.000 b) 140.000 c) 260.000 d) 80.000 e) 20.000

6) – (FCC/ 2007 - Prefeitura de São Paulo - SP - Auditor Fiscal do Município) A Cia. Vértice vendeu mercadorias à sua controlada no valor de R$ 250.000,00, obtendo um lucro de 25% sobre o preço de custo. No final do exercício, a investidora mantinha em estoque 20% do referido lote, tendo vendido o restante a terceiros obtendo um lucro de R$ 150.000,00. A controladora possui 60% das ações da investida. Na apuração do Balanço Patrimonial consolidado, o montante do lucro não-realizado nessas transações, a ser deduzido do valor dos estoques da controlada, correspondeu a, em R$:

a) 6.000,00 b) 7.500,00 c) 8.000,00 d) 10.000,00 e) 12.500,00

7) – (CESPE / 2010 - INMETRO - Técnico de Contabilidade) Considere que, em dezembro de 2009, uma companhia investidora, cujo ativo total e o patrimônio líquido somavam, respectivamente, R$ 5.000.000,00 e R$ 1.200.000,00, tenha adquirido um investimento no valor de R$ 600.000,00, relativo a 60% do capital da companhia investida. Nesse mesmo período, a companhia investida apresentava ativo total de R$ 2.500.000,00 e patrimônio líquido de R$ 1.000.000,00, dos quais R$ 750.000,00 e R$ 250.000,00 consistiam, respectivamente, em capital social e reservas. Sabendo-se que não existem transações efetuadas entre as duas companhias, é correto afirmar que o valor do ativo total (em reais), no balanço patrimonial consolidado, é de

a) 6.200.000. b) 6.900.000. c) 7.500.000 d) 8.100.000. e) 9.700.000.

8 – (CESGRANRIO / 2011 - TRANSPETRO / Contador Júnior) Para a elaboração de Demonstrações Consolidadas, as empresas devem atentar para diversos dispositivos legais e normativos. Um desses dispositivos determina que, caso a controlada encerre seu exercício social em data diferente da controladora, os eventos com efeitos relevantes nas Demonstrações Consolidadas devem ser

a) apresentados de forma detalhada em notas explicativas, apenas. b) considerados na consolidação e esclarecidos em notas explicativas. c) conciliados nas contas intersociedades, visando a eliminar transações cruzadas. d) reconhecidos apenas na Demonstração de Mutações do Patrimônio Líquido Consolidada. e) reconhecidos apenas no exercício seguinte, mas informado em notas explicativas do exercício original.

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9) – (FCC - 2011 - TRE-AP - Analista Judiciário) Considere as seguintes assertivas sobre a consolidação das demonstrações contábeis: I. Os resultados decorrentes de transações entre controladora e controladas que estiverem reconhecidos nos ativos, como por exemplo no estoque, devem ser eliminados. II. As receitas e as despesas da controlada devem estar baseadas nos valores dos ativos e passivos reconhecidos na posição consolidada da controladora na data da aquisição. III. As mudanças na participação relativa da controladora na controlada que não resultem em perda de controle devem ser contabilizadas no resultado. IV. Uma controlada deve ser excluída da consolidação se suas atividades forem diferentes daquelas das demais entidades do grupo econômico. Está correto o que se afirma SOMENTE em

a) I e II. b) I e III. c) III e IV. d) II e III. e) II e IV.

10) – (CESPE / 2011 - TJ-ES / Analista Judiciário) Nos procedimentos de consolidação, resultados decorrentes das transações intragrupo devem ser eliminados. Desse modo, se a controlada vender por R$ 60.000,00 mercadorias destinadas ao imobilizado da controladora, que tenham sido adquiridas por R$ 50.000,00, deve-se eliminar simultaneamente — nas demonstrações da controlada e da controladora — o valor de R$ 60.000,00.

( ) Certo ( ) Errado

11) – (FCC / 2011 - TRE-RN / Analista Judiciário) Atenção: Considere os dados abaixo para responder às questões de números 38 e 39. A Cia. A e sua controlada, Cia. B, apresentaram os seguintes balanços patrimoniais em 31/12/2009:

Cia "A" Cia "B" ATIVO Disponível...................................... 200.000,00 120.000,00 Duplicatas a Receber.................... 600.000,00 330.000,00 Estoques........................................ 450.000,00 180.000,00 Empréstimo para B ....................... 150.000,00 - Imobilizado Líquido ..................... 800.000,00 440.000,00 Participação Societária em B....... 180.000,00 -

Total: 2.380.000,00 1.070.000,00 PASSIVO + PL Fornecedores................................. 490.000,00 320.000,00 Obrigações a Pagar....................... 220.000,00 130.000,00 Empréstimo de A........................... - 150.000,00 Outras Obrigações........................ 530.000,00 170.000,00 Capital............................................. 680.000,00 200.000,00 Reservas......................................... 460.000,00 100.000,00

Total: 2.380.000,00 1.070.000,00 No exercício, a Cia. A efetuou um mútuo para a Cia. B no valor de R$ 150.000,00. Efetuada a consolidação do Balanço Patrimonial das duas companhias, o valor do total do Ativo Consolidado corresponderá a, em R$,

a) 3.450.000,00. b) 3.120.000,00. c) 3.300.000,00. d) 3.270.000,00. e) 3.430.000,00.

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Contabilidade Avançada – 2012/ 1º Semestre

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12) – (FCC/ 2011 - TRE-RN / Analista Judiciário) Se supusermos adicionalmente que a Cia. A efetuou uma venda de mercadorias em estoque no valor de R$ 100.000,00 para a Cia. B, auferindo um lucro de 30% sobre o preço de venda e que no estoque final da Cia. B constassem ainda 20% dessas mercadorias que não foram vendidas para terceiros, o valor do estoque consolidado corresponderia a, em R$,

a) 624.000,00. b) 610.000,00. c) 604.000,00. d) 636.000,00. e) 630.000,00.

13) – (CESGRANRIO / 2011 - Petrobrás / Auditor Júnior) A consolidação das demonstrações contábeis visa a demonstrar às partes interessadas os resultados das operações e a posição financeira da controladora e de suas controladas. No caso das Companhias abertas, a Comissão de Valores Mobiliários (CVM) obriga a consolidação para as sociedades que tiverem:

a) investimento em sociedades controladas, incluindo as sociedades controladas em conjunto. b) investimentos em outras sociedades de capital aberto, em um montante superior a 10% do seu capital

social. c) menos de 20% de seu capital social investido em em- presas do mesmo grupo financeiro. d) seu patrimônio líquido composto por capital de outras Companhias abertas, que também são obrigadas a

divulgar a consolidação. e) mais de 40% do valor do seu patrimônio líquido representado por investimentos em sociedades

controladas.

14) – (CESPE / 2010 - ABIN – Agente Técnico de Inteligência/ Área de Contabilidade) Julgue o item seguinte, a respeito das práticas contábeis brasileiras e do balanço patrimonial. A consolidação do balanço patrimonial permite apresentar aos usuários as informações patrimoniais e financeiras de um grupo empresarial como se fosse de uma única entidade contábil.

( ) Certo ( ) Errado

15) - (CESGRANRIO / 2009 - BNDES) A Lei das Sociedades Anônimas, com as alterações introduzidas pelas Leis nº 11.638/07 e nº 11.941/09, classifica uma empresa como coligada quando a

a) empresa participa com 10% ou mais do capital da outra, sem controlá-la. b) empresa participa com pelo menos 15% no capital de outra. c) controladora da sociedade, diretamente ou através de outras coligadas, possui mais de 10% de participação no capital de outra. d) sociedade investidora tem influência significativa na sociedade investida. e) soma de todas as participações societárias que a empresa possui pode ser classificada como relevante.

16) – (FEPESE / 2010 - SEFAZ-SC / Auditor Fiscal da Receita Estadual) Quanto às relações comerciais entre a controladora e a controlada, pode-se afirmar:

a) Os lucros não realizados decorrentes das vendas da controlada para a controladora são excluídos apenas na consolidação.

b) Os lucros não realizados decorrentes das vendas da controladora para a controlada são excluídos apenas na consolidação.

c) Os lucros não realizados decorrentes das vendas da controladora para a controlada e da controlada para a controladora são excluídos quando da aplicação do método da equivalência patrimonial.

d) Os lucros não realizados decorrentes das vendas da controladora para a controlada são excluídos apenas quando da aplicação do método da equivalência patrimonial.

e) De acordo com a lei 11.638, os lucros não realizados, tanto decorrentes das vendas da controladora para a controlada, quanto da controlada para a controladora, não são mais excluídos.

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Contabilidade Avançada – 2012/ 1º Semestre

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17) – (CESPE / 2010 - BASA - Técnico Científico) Com relação à contabilidade de companhias abertas, julgue: “As demonstrações contábeis consolidadas apresentam informações relativas ao grupo econômico como uma única entidade econômica”.

( ) Certo ( ) Errado

18) – (CESPE / 2010 - BASA - Técnico Científico) Quando a data de encerramento da controladora for diferente da data da controlada, esta última deve elaborar, para fins de consolidação, demonstração contábil adicional na mesma data das demonstrações da controladora, a menos que isso seja impraticável.

( ) Certo ( ) Errado

19) – (CESPE / 2010 - BASA - Técnico Científico) As parcelas dos resultados do exercício decorrentes de negócios entre as sociedades, realizados ou não, devem ser excluídas nas demonstrações financeiras consolidadas.

( ) Certo ( ) Errado

20) – (CESGRANRIO / 2010 - Petrobrás / Contador - Biocombustível) Nos termos da legislação societária vigente, estão obrigadas a elaborar e a divulgar demonstrações consolidadas as companhias abertas que tiverem investimentos, em controladas, em mais de 30% do

a) capital das controladas. b) capital votante das controladas. c) capital votante da controladora. d) patrimônio líquido da controlada. e) patrimônio líquido da controladora.

21) – (CESGRANRIO - 2008 - Petrobrás - Contador / Contabilidade Geral) Quando da consolidação das demonstrações contábeis, em que a controladora não tenha participação de 100% no capital social da controlada, a participação dos acionistas não controladores, no Balanço consolidado, deve ser

a) classificada como Passivo Exigível a Longo Prazo. b) destacada no Patrimônio Líquido, na última linha do mesmo. c) eliminada, por não fazer parte efetivamente do grupo controlador. d) evidenciada em linha própria, no Patrimônio Líquido, logo após o capital social. e) segregada em conta própria, antes do Patrimônio Líquido.

22) – (FCC / 2009 - SEFAZ-SP / Agente Fiscal de Rendas) A Cia. Solar detém 80% das ações da Cia. Crepúsculo. Em dezembro de 2007, foram levantadas as seguintes informações sobre a empresa investida:

Cia Crepúsculo

Venda de Estoques para a Controladora em 2007 10.000.000,00

Custo da Mercadoria Vendida (CMV) reconhecido neste tipo de operação 6.000.000,00

Patrimônio Líquido final de 2006 100.000.000,00

Patrimônio Líquido final de 2007 100.600.000,00 Se ao final de 2007 a investidora tivesse repassado a terceiros 90% dos estoques pelo valor de R$ 11.000.000,00, na Demonstração de Resultado consolidada deve ser feito um lançamento de

a) débito em Receita de Vendas de R$ 10.000.000,00 e crédito em CMV de R$ 9.600.000,00. b) crédito em Receita de Vendas de R$ 10.000.000,00 e débito em CMV de R$ 9.600.000,00. c) crédito em Receita de Vendas de R$ 11.000.000,00 em contrapartida da conta de CMV. d) débito em Receita de Vendas de R$ 11.000.000,00 em contrapartida da conta de CMV. e) débito em Receita de Vendas de R$ 11.000.000,00 e crédito em CMV de R$ 5.600.000,00.

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Contabilidade Avançada – 2012/ 1º Semestre

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23) – (CESPE / 2010 - TRE-MT - Analista Judiciário / Contabilidade) A Cia. DF (capital aberto) participa em 100% do capital da Cia. MG. A situação do patrimônio líquido de ambas no encerramento do exercício social de 19X4 está demonstrada na tabela abaixo (valores em RZ).

Patrimônio Líquido Cia "DF" Cia "MG" Capital Social 10.000,00 7.000,00 Reservas de Capital 8.000,00 - Total 18.000,00 7.000,00

Considerando que ambas estão sujeitas ao processo de consolidação das demonstrações financeiras previsto na Lei n.º 6.404/1976, é correto afirmar que o valor do patrimônio líquido consolidado será de

a) RZ 7.000,00. b) RZ 10.000,00. c) RZ 17.000,00. d) RZ 18.000,00. e) RZ 25.000,00.

24) – (CESPE / 2010 - TRE-MT - Analista Judiciário / Contabilidade) Em dezembro de 20X8, a companhia controladora W (capital aberto) constituiu a controlada Z com 100% de participação no seu capital. Na ocasião, W integralizou, em espécie, todo o capital de RZ 100.000 da controlada Z. A controladora W também vendeu, ao preço de custo, RZ 70.000 de mercadorias para a controlada Z. A controlada Z, por sua vez, manteve na data do balanço de consolidação todo o estoque de RZ 70.000, pois não vendeu nada a terceiros nem efetuou o pagamento dos RZ 70.000 devidos à controladora W. No final do mês de dezembro de 20X8, o valor do patrimônio líquido da controladora W era de RZ 250.000. Acerca dessa situação e considerando as regras para a consolidação das demonst. financeiras estabelecidas pela Lei n.º 6.404/76, assinale a opção correta.

a) A consolidação das demonstrações financeiras da controladora W e sua controlada não é obrigatória. b) Na consolidação de ambos os balanços, deverão ser excluídos os valores dos bens e direitos que o grupo possui junto a terceiros. c) O valor da participação da controladora na controlada deverá ser excluído das demonstrações financeiras consolidadas. d) Os saldos das transações intercompanhias não serão excluídos das demonstrações financeiras consolidadas. e) A consolidação das demonstrações financeiras é um princípio contábil.

26) – (FCC / 2010 - TRE-AM / Analista Judiciário) Sobre a consolidação das demonstrações contábeis é correto afirmar:

a) A participação dos acionistas não controladores deve ser apresentada no balanço patrimonial consolidado dentro do patrimônio líquido, juntamente com a participação dos proprietários da controladora. b) As mudanças na participação relativa da controladora sobre a controlada que não resultem em perda de controle devem ser contabilizadas no resultado ou no resultado abrangente. c) Os resultados decorrentes das transações intragrupo que estiverem reconhecidos nos ativos, como no ativo imobilizado, por exemplo, não devem ser eliminados. d) Os impostos e contribuições decorrentes das diferenças temporárias pela eliminação de resultados não realizados nas transações intragrupo devem ser reconhecidos no ativo e no passivo como tributos diferidos. e) Uma controlada deve ser excluída da consolidação se suas atividades forem diferentes daquelas das demais entidades do grupo econômico.

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10 – COMBINAÇÃO DE NEGÓCIOS, FUSÃO, INCORPORAÇÃO e CISÃO

Regulamentação: CPC 15 aprovado pela Deliberação CVM nº 580 de 31/07/2009

As reestruturações societárias, dependendo do instrumento obrigacional, podem alterar ou não a personalidade jurídica das empresas envolvidas na operação. As concentrações nas quais a personalidade jurídica se mantém são aquelas em que é estabelecido um vínculo de dependência econômica entre as empresas, em função da aquisição do controle acionário ou através de contratos de associação. Já as concentrações nas quais a personalidade jurídica é afetada são as que visam ao desmembramento (cisão parcial), à extinção de uma das empresas (incorporação) ou à extinção de ambas as empresas (cisão plena e fusão).

A Fusão e a Incorporação representam negócios jurídicos de natureza associativa, ou seja, tanto a fusão quanto a incorporação têm por objetivo a integração de patrimônios, tratando-se, então, de espécies do mesmo gênero, que extinguem e criam novas sociedades.

O principal efeito da fusão, da incorporação e da cisão total é a sucessão universal de todos os direitos e obrigações anteriormente assumidos pelas sociedades que estão sendo extintas. Já no caso da cisão parcial, a sucessão poderá ser subsidiariamente convencionada, nos limites do parágrafo único do art. 233 da Lei das Sociedades por Ações.

10.1 – Aspectos Legais dos Processos de Reestruturação Societária

���� Art.182 da Lei 6.404/76, com alterações da Lei 11.38/2007

§ 3º Serão classificadas como Ajustes de Avaliação Patrimonial, enquanto não computadas no resultado em

obediência ao regime de competência, as contrapartidas de aumentos ou diminuições de valor atribuído a

elementos do ativo (§ 5º do art.177, inciso I do caput do art.183 e § 3º do art.226 desta Lei) e do passivo, em

decorrência da sua avaliação a preço de mercado.”

���� Art. 220 da Lei 6.404/76, com alterações da Lei 11.38/2007

“ Art. 220. A transformação é a operação pela qual a sociedade passa, independentemente de dissolução e liquidação, de um tipo para outro.

Parágrafo único. A transformação obedecerá aos preceitos que regulam a constituição e o registro do tipo a ser adotado pela sociedade.”

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���� CPC 15, aprovado pela Deliberação CVM nº 580/2009

Este Pronunciamento se aplica às operações ou a outros eventos que atendam à definição de combinação de negócios. Este Pronunciamento não se aplica:

(a) na formação de empreendimentos controlados em conjunto (joint ventures);

(b) na aquisição de ativo ou grupo de ativos que não constitua negócio nos termos deste Pronunciamento. Nesse caso, o adquirente deve identificar e reconhecer os ativos identificáveis adquiridos individualmente (incluindo aqueles que atendam à definição de ativo intangível e o critério para seu reconhecimento de acordo com o Pronunciamento Técnico CPC 04 – Ativo Intangível) e os passivos assumidos. O custo do grupo deve ser alocado aos ativos e passivos que o compõem com base em seus respectivos valores justos na data da compra. Operações e eventos desse tipo não geram ágio por rentabilidade futura (goodwill).

(c) em combinação de entidades ou negócios sob controle comum.

10.1 – INCORPORAÇÃO

É a operação pela qual uma ou mais sociedades são absorvidas por outra, que lhes sucede em todos os direitos e obrigações (Lei nº 6.404, art. 227), devendo sua realização obedecer às formalidades gerais já expostas (arts. 223 a 226) e às específicas do instituto, que adiante serão discutidas.

Na incorporação as sociedades incorporadas deixam de existir, mas a empresa incorporadora será a sucessora de suas personalidades jurídicas, assim como de seus direitos e obrigações.

A assembléia geral da companhia incorporadora, se aprovar o protocolo da operação, deverá autorizar o aumento de capital a ser subscrito e realizado pela incorporada mediante versão do seu patrimônio líquido e nomear os peritos que o avaliarão.

A assembléia geral da sociedade a ser incorporada, se aprovar o protocolo da operação, autorizará seus administradores a praticarem os atos necessários à incorporação, inclusive a subscrição do aumento de capital da incorporadora.

Aprovados pela assembléia geral da incorporadora o laudo de avaliação e a incorporação, extingue-se a incorporada, competindo à primeira promover o arquivamento e a publicação dos atos da incorporação.

10.2 - FUSÃO

É a operação pela qual se unem duas ou mais sociedades para formar sociedade nova, que lhes sucederá em todos os direitos e obrigações (Lei nº 6.404/76, art. 228).

A assembléia geral de cada companhia, se aprovar o protocolo de fusão, deverá nomear os peritos que avaliarão os patrimônios líquidos das demais sociedades.

Apresentados os laudos, os administradores convocarão os sócios ou acionistas das sociedades para uma assembléia geral, que deles tomará conhecimento e resolverá sobre a constituição definitiva da nova sociedade, sendo vedado aos sócios ou acionistas votar o laudo de avaliação do patrimônio líquido da sociedade de que fazem parte.

Constituída a nova companhia, incumbirá aos primeiros administradores promover o arquivamento e a publicação dos atos da fusão.

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10.3 - CISÃO

De acordo com o art. 229 da Lei nº 6.404/76, é a operação pela qual a sociedade transfere parcelas do patrimônio para uma ou mais sociedades, constituídas para esse fim ou já existentes, extinguindo-se a companhia cindida, se houver versão de todo o seu patrimônio (cisão total), ou dividindo-se seu capital, no caso de cisão parcial.

Admitem-se, pois, duas formas de cisão: total e parcial, ou seja, com a versão de todo o patrimônio da sociedade cindida ou apenas com sua divisão. No primeiro caso, a sociedade extingue-se e, no outro, subsiste, com redução do capital, importando, pois, em reforma estatutária.

A sociedade que absorver parcela do patrimônio da companhia cindida parcialmente sucede a esta nos direitos e obrigações relacionados no ato da cisão. Em caso de cisão total, as sociedades que absorverem parcelas do patrimônio da companhia cindida sucederão a esta, na proporção dos patrimônios líquidos transferidos, nos direitos e obrigações não relacionados.

Na cisão com versão de parcela do patrimônio em sociedade nova, a operação será deliberada pela assembléia geral da companhia à vista de justificação. Caso aprove a operação, a assembléia nomeará os peritos que avaliarão a parcela do patrimônio a ser transferida e funcionará como assembléia de constituição da nova companhia.

A cisão com versão de parcela de patrimônio em sociedade já existente obedecerá às disposições legais sobre incorporação.

Efetivada a cisão com extinção da companhia cindida, caberá aos administradores das sociedades que tiverem absorvido parcelas do seu patrimônio promover o arquivamento e a publicação dos atos da operação. Na cisão com versão parcial do patrimônio, esse dever caberá aos administradores da companhia cindida e da que absorver parcela do seu patrimônio.

As ações integralizadas com parcelas de patrimônio da companhia cindida serão atribuídas a seus titulares, em substituição às extintas, na proporção das que possuíam; a atribuição em proporção diferente requer aprovação de todos os titulares, inclusive das ações sem direito a voto.

10.4 - COMBINAÇÕES DE NEGÓCIOS

10.4.1 – Definição e Objetivos

O CPC 15 define Business Combination como sendo a união de entidades ou negócios separados em uma

única entidade econômica, e pode ser através de uma das formas seguintes.

Criação de uma nova entidade, que exercerá o controle sobre as entidades que se unem;

Transferência do patrimônio líquido de uma ou mais entidades que se unem para outra entidade; e

Dissolução de uma ou mais das sociedades que se combinam.

Não serão reconhecidas como Business Combination:

� Transações entre entidades sob controle comum; e

� Participações em Joint Ventures.

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10.4.2 – Métodos de Contabilização

Purchase Method (Método de Aquisição) → Neste método sempre existe uma adquirente definida, ou seja,

uma das entidades assume o controle sobre as demais. Esse método tem como principal característica o

pagamento pela aquisição de uma empresa em moeda corrente, podendo também ser efetuado com a emissão

de ações ou títulos de dívida. O parâmetro básico para o reconhecimento dos ativos líquidos da sociedade

investida é o fair value (valor de mercado) dos ativos e passivos, pois representa o preço efetivo pago (medido

individualmente) pelo ativo adquirido ou passivo assumido.

A aplicação do método de aquisição exige:

a) identificação do adquirente;

b) determinação da data de aquisição;

c) reconhecimento e mensuração dos ativos identificáveis adquiridos, dos passivos assumidos e das participações societárias de não controladores na adquirida; e

d) reconhecimento e mensuração do ágio por rentabilidade futura (goodwill) ou do ganho proveniente de compra vantajosa.

10.4.3 – Identificação da Adquirente

Para cada combinação de negócios, uma das entidades envolvidas na combinação deve ser identificada como o adquirente.

As indicações para identificação de uma entidade adquirente são:

� Valor justo significativamente mais alto;

� Entidade que efetua pagamento em dinheiro; e

� Administração é capaz de dominar a escolha da equipe de gestão da entidade combinada.

10.4.4 – Data da Aquisição

De acordo com o CPC 15, o custo de uma Combinação de Negócios é mensurado na data da aquisição,

ou seja, quando o comprador obtém o controle da adquirida. No caso de múltiplas transações para efetuar a

Combinação de Entidades, será considerada a data de troca de cada transação.

10.4.5 – Custo de uma Combinação de Negócios

De acordo com esta norma, para realização de uma operação de Combinação de Negócios são

necessários alguns gastos além do custo dos ativos líquidos. São exemplos:

Custos de reestruturação gerados pela Business Combination. → São gastos despendidos pelas empresas para realização da operação de Combinação de entidades, como por exemplo, custo do pessoal envolvido no processo burocrático. Devem ser tratados como Despesas do Período e lançados na Demonstração do resultado

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do exercício. Ressalta-se que os valores gastos com planos de reestruturação não devem ser considerados como custo da aquisição, por não haver uma forma confiável de se atribuir tais gastos a nova entidade.

Obrigações contingentes condicionadas a Business Combination. → São obrigações decorrentes do desta transação e previamente combinadas quando da realização da operação. Como exemplo pode-se citar uma obrigação assumida com os funcionários da adquirida decorrente da decisão da compradora de reestruturar os departamentos, demitindo parte do pessoal.

Ativos Intangíveis → O custo dos ativos intangíveis de uma Business Combination devem ser reconhecidos separadamente do Goodwill quando estes satisfazem os seguintes critérios de reconhecimento: são prováveis os benefícios econômicos futuros provenientes do ativo para que a entidade e o valor do ativo possam ser mensurados confiavelmente.

O uso de especialistas, embora se refira a um custo de reestruturação originado de uma Business Combination, não recebe tratamento específico na norma.

10.4.6 – Participações Minoritárias

As participações minoritárias devem ser apresentadas com base na proporção minoritária, no valor justo dos ativos e passivos identificáveis reconhecidos. Portanto não é relevante se a entidade adquirente tenha comprado o total ou uma parte do capital da outra entidade ou tenha adquirido os ativos diretamente.

10.4.7 – Ágio por Expectativa de Rentabilidade Futura

O adquirente deve reconhecer o ágio por rentabilidade futura (goodwill), na data da aquisição, mensurado como o valor em que (a) exceder (b) abaixo:

(a) a soma:

(i) da contraprestação transferida em troca do controle da adquirida, mensurada de acordo com este Pronunciamento, para a qual geralmente se exige o valor justo na data da aquisição;

(ii) do valor das participações de não controladores na adquirida, mensuradas de acordo com este Pronunciamento; e

(iii) no caso de combinação de negócios realizada em estágios, o valor justo, na data da aquisição, da participação do adquirente na adquirida imediatamente antes da combinação;

(b) o valor líquido, na data da aquisição, dos ativos identificáveis adquiridos e dos passivos assumidos,

mensurados de acordo com este Pronunciamento.

Em uma Combinação de Negócios em que a adquirente e a adquirida (ou seus ex-proprietários) trocam somente participações societárias, o valor justo, na data da aquisição, da participação na adquirida pode ser mensurado com maior confiabilidade que o valor justo da participação societária no adquirente. Se for esse o caso, o adquirente deve determinar o valor do ágio por rentabilidade futura (goodwill) utilizando o valor justo, na data da aquisição, da participação de capital obtida na adquirida em vez do valor justo da participação de capital transferida. Para determinar o valor do ágio por expectativa de rentabilidade futura (goodwill) em combinação de negócios onde nenhuma contraprestação é efetuada para obter o controle da adquirida, no lugar da contraprestação o adquirente deve utilizar o valor justo, na data da aquisição, da participação do adquirente na adquirida, empregando para tanto técnica de avaliação.

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10.4.8 – Ganho por Compra Vantajosa

Ocasionalmente, um adquirente pode realizar uma compra vantajosa, assim entendida uma combinação de negócios cujo valor determinado pelo item 32(b) é maior que a soma dos valores especificados no item 32(a). Caso esse excesso de valor permaneça após a aplicação das exigências contidas no item 36, o adquirente deve reconhecer o ganho resultante no resultado do período, na data da aquisição. O ganho deve ser atribuído ao adquirente.

Antes de reconhecer o ganho decorrente de compra vantajosa, o adquirente deve promover uma revisão para se certificar de que todos os ativos adquiridos e todos os passivos assumidos foram corretamente identificados e, portanto, reconhecer quaisquer ativos ou passivos adicionais identificados na revisão. O adquirente também deve rever os procedimentos utilizados para mensurar os valores a serem reconhecidos na data da aquisição, como exigido por este Pronunciamento, para todos os itens abaixo:

(a) ativos identificáveis adquiridos e passivos assumidos;

(b) participação de não controladores na adquirida, se houver;

(c) no caso de combinação realizada em estágios, qualquer participação societária anterior do adquirente na adquirida; e

(d) a contraprestação transferida para obtenção do controle da adquirida.

O objetivo da revisão é garantir que as mensurações reflitam adequadamente todas as informações disponíveis na data da aquisição.

10.4.8 - Contraprestação transferida em troca do controle da adquirida A contraprestação transferida em troca do controle da adquirida em combinação de negócios deve ser

mensurada pelo seu valor justo na data da operação, o qual deve ser calculado pela soma dos valores justos: a)

dos ativos transferidos pelo adquirente; b) dos passivos incorridos pelo adquirente junto aos ex-proprietários da

adquirida; e c) das participações societárias emitidas pelo adquirente. Exemplos de formas potenciais de

contraprestação transferida incluem dinheiro, outros ativos, um negócio ou uma controlada do adquirente, uma

contraprestação contingente, ações ordinárias, ações preferenciais, quotas de capital, opções, warrants, bônus

de subscrição e participações em entidades de mútuo (fundos mútuos, cooperativas, etc.).

A contraprestação pode incluir itens de ativo ou passivo do adquirente cujos valores contábeis são

diferentes de seus valores justos na data da aquisição (por exemplo, ativo não-monetário ou um negócio do

adquirente). Nesse caso, o adquirente deve remensurar, na data da aquisição, os ativos ou os passivos

transferidos pelos respectivos valores justos e reconhecer o ganho ou a perda resultante, se houver, no resultado

do período. Contudo, quando os ativos e os passivos transferidos permanecem dentro da entidade combinada

após a combinação de negócios (por exemplo, porque ativos ou passivos são transferidos para a adquirida e,

não, para seus ex-proprietários), o adquirente permanece no controle dos mesmos. Nessa situação, o adquirente

deve mensurar tais ativos e passivos pelos seus respectivos valores contábeis imediatamente antes da data da

aquisição. Não se deve reconhecer ganho ou perda sobre ativos ou passivos que o adquirente já controlava antes

e continua a controlar após a combinação de negócios

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Contabilidade Avançada – 2012/ 1º Semestre

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���� Exercícios – Combinação de Negócios, Incorporação, Fusão e Cisão

EXERCÍCIOS

1) A Cia França incorpora a Cia Paris. Não há participação entre as sociedades.

� Os seguintes ajustes serão feitos nas adquirida:

� Acréscimo de R$ 150,00 nos Estoques; � Acréscimo de R$ 250,00 no Imobilizado; � Reconhecimento de Marcas e Patentes – R$ 600,00.

� Custo da Aquisição: R$ 3.200,00.

ATIVO França Paris Ajustes Eliminações França após a Incorporação

Circulante 1.500, 700,

Não Circulante 8.500, 2.300,

Total do ativo 10.000, 3.000,

PASSIVO

Circulante 1.400, 500,

Não Circulante 2.600, 1.000,

Patrimônio Líquido

Capital + Reservas 6.000, 1.500,

Total do passivo 10.000, 3.000,

� Pede-se:

1) Calcule o valor do Goodwill gerado na operação.

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Contabilidade Avançada – 2012/ 1º Semestre

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2) Com base nas informações abaixo, informe o valor do Goodwill gerado na operação de Business Combination.

- Valor dos Ativos registrados na adquirida = R$ 300.000,00 – Valor do Passivo Exigível da adquirida = R$ 250.000,00 - Valor de Mercado dos Ativos da adquirida = R$ 450.000,00 - Valor de Marcas e Patentes reconhecida na operação = R$ 80.000,00 (Considere que os critérios de reconhecimento foram atendidos) - Valor pago na aquisição = R$ 280.000,00

3) Aplique o método de aquisição:

A empresa XYZ adquire 80% do capital da empresa ABC por MR$ 850.000 e, na data da aquisição, o valor do PL de ABC é de MR$ 500.000. Nesta mesma data, o valor justo dos ativos identificado de ABC é de MR$ 1.000.000, o valor justo das exigibilidades de ABC é de MR$ 300.000 e o valor justo dos não controladores é de MR$ 150.000.

Na data de aquisição a adquirente reconhece o investimento e apura o seguinte goodwill:

4) →→→→ Os acionistas da Holding S.A decidiram em 31.12.X1 proceder a cisão parcial de seu patrimônio para criação de duas novas sociedades, denominadas Empresa A e Empresa B. Segue abaixo o Balanço Patrimonial da Holding S.A antes da cisão parcial e os valores transferidos para as novas empresas:

ATIVO Cia Holding

Parc.Transf. para a Cia A

Parc.Transf. para a Cia B

Disponível 250 40

Estoques 350 350 55

Móveis e Utensílios 320 320

Instalações 400

Total do ativo 1.320 390 375

PASSIVO

Fornecedores 180 35 65

Contas a Pagar 50 115

Empréstimos 290

Patrimônio líquido 240 310

Capital Social 600

Reservas de Lucros 200

Total do passivo 1.320 390 375

Pede-se:

a) Contabilize a operação nas companhias.

MR$

a) Valor pago para aquisição das ações 850.000

b) Valor justo dos não controladores 150.000

c) Valor justo dos ativos líquidos 700.000

Goodwill (a+b-c) 300.000

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4) →→→→ A Cia França é proprietária de 70% das ações do capital social da Cia Paris, e o deságio na compra do investimento está fundamentado no valor de mercado dos terrenos na sociedade investida. Os acionistas de ambas as sociedades decidiram fazer uma fusão, em 30/09/X1, criando uma nova sociedade denominada Cia Inglaterra, sendo os acervos líquidos avaliados pelos valores contábeis.

ATIVO

Cia França

Cia Paris

ATIVO

Investimento na Paris 420

Deságio (40)

Terrenos 290

Outros Ativos 1.216 610

Total do ativo 1.596 900

PASSIVO

Fornecedores 340 300

Patrimônio líquido

Capital Social 660 400

Reservas de Lucros 596 340

Prejuízos Acumulados (140)

Total do passivo 1.596 900

Pede-se:

a) Contabilize a operação nas companhias.

b) Elabore Balanços Patrimoniais após a Cisão da Cia Holding, Alfa e Beta.

c) Prepare papel de trabalho gerencial da Fusão.

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Contabilidade Avançada – 2012/ 1º Semestre

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5) →→→→ Os Acionistas da Holding S.A e da Subsidiária S.A decidiram que a primeira incorporaria a segunda, em

30/09/X1, com base no acervo avaliado pelo valor contábil. Considere, para esta operação, as seguintes

informações:

A Holding S.A. detém 70% das ações do capital social da Subsidiária.

A operação será realizada pelo valor de mercado.

A operação será realizada mediante troca de ações.

O ágio está fundamentado no valor de mercado de um terreno da investida.

O valor de Mercado dos Estoques da Cia Subsidiária e de R$ 550.000,00.

A Cia Holding tem em seu Imobilizado um Imóvel subavaliado, cujo valor de Mercado é de R$

700.00,00 e valor contábil é de R$ 350.000,00.

As ações das duas empresas têm valor nominal de R$ 1,00 cada.

Os Balanços das empresas estão apresentados a seguir.

ATIVO Cia Holding Cia

Subsidiária

Cia Holding (após a Inc)

Disponível 50.000 30.000

Estoques 600.000 370.000

Investimento na Subsidiária – 70%

350.000

Ágio – Inv.na Subsidiária

70.000

Imobilizado 1.200.000 300.000

Total do ativo 2.270.000 700.000

PASSIVO

Fornecedores 400.000 50.000

Financiamentos 700.000 150.000

Patrimônio líquido

• Capital 1.170.000 500.000

Total do passivo 2.270.000 700.000

Pede-se:

a) Contabilize a operação na Cia Holding e na Cia Subsidiária.

b) Calcule o valor do patrimônio das empresas a valor de Mercado.

c) Calcule o valor da participação dos acionistas na Cia Holding após a Incorporação.

d) Apresente o Quadro Elucidativo, conforme determinação da CVM.

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6) →→→→ Admitindo que a Cia Café venha a realizar uma FUSÃO com a Cia Chocolate, dando origem a uma

terceira companhia Capuccino, conforme configuração apresentada a seguir, quais seriam os desdobramentos

societários da operação? Considere as seguintes Informações:

A Cia Café detém 60% das ações do capital social da Chocolate.

A operação será realizada pelo valor de mercado.

A operação será realizada mediante troca de ações.

O ágio está fundamentado na Expectativa de Ganhos Futuros.

Um teste de Impairment aponta uma desvalorização de R$ 150,00 nos estoques da Cia Chocolate.

A Cia Café tem em seu Imobilizado um Imóvel subavaliado, cujo valor de Mercado é de R$

500.00,00 e valor contábil é de R$ 250.000,00.

As ações das duas empresas têm valor nominal de R$ 1,00 cada.

Os Balanços das empresas estão apresentados a seguir.

ATIVO Cia Café Cia

Chocolate

Cia Capuccino

Disponível 10.000 20.000

Estoques 400.000 400.000

Investimento na Subsidiária – 60%

300.000

Ágio – Investimento na Cia Chocolate

40.000

Imobilizado 800.000 280.000

Total do ativo 1.550.000 700.000

PASSIVO

Fornecedores 300.000 50.000

Financiamentos 550.000 150.000

Patrimônio líquido

• Capital 1.000.000 500.000

Total do passivo 1.550.000 700.000

Pede-se:

a) Contabilize a operação nas Cias Café, Chocolate e Capuccino.

b) Calcule o valor do patrimônio das empresas a valor de Mercado.

c) Calcule o valor da participação dos acionistas na Cia Holding após a Incorporação. d) Apresente o Quadro Elucidativo, conforme determinação da CVM

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7). Fusão é uma operação

a) pela qual uma ou mais sociedades são absorvidas por outra, que lhes sucede em todos os direitos e obrigações

b) que envolve a partilha do ativo e o pagamento do passivo exigível das sociedades envolvidas c) pela qual se unem duas ou mais sociedades para formar sociedade nova, que lhes sucederá em todos os

direitos e obrigações d) pela qual uma sociedade passa, independentemente de liquidação ou extinção, de um tipo para o outro e) pela qual a sociedade transfere parte de seus ativos e passivos para uma sociedade nova, criada

especialmente para esse fim.

8). Conta de Incorporação 400.000,00 a Diversos a Ativo Circulante 250.000,00 a Ativo Permanente 150.000,00

O lançamento acima:

a) implica que a sociedade incorporadora aumentou seu patrimônio líquido em R$ 400.000,00 b) implica que a sociedade incorporada receberá ações da incorporadora no valor de R$ 150.000,00 c) foi realizado na contabilidade da companhia incorporadora d) implica que a sociedade incorporada não possuía bens e direitos realizáveis a longo prazo e) está incorreto, uma vez que as contas estão invertidas 9). Na cisão total:

a) as sociedades resultantes da operação devem obrigatoriamente ter sido constituídas para esse fim b) há a extinção da sociedade que transferiu seu patrimônio c) os acionistas da sociedade cindida não recebem ações das sociedades resultantes da operação d) não há necessidade de protocolo de intenções entre as sociedades envolvidas e) os bens vertidos devem ser, necessariamente, avaliados pelo seu valor contábil 10). Na incorporação da investida por sua investidora pelos valores contábeis:

a) se a incorporada é subsidiária integral de sua investidora, não haverá aumento de capital dessa última b) o valor do investimento permanecerá no ativo da incorporadora, sendo, todavia, exigida a baixa de

eventual ágio pago na aquisição do mesmo c) caso a incorporadora não detenha a totalidade das ações da incorporada, haverá aumento de seu capital

em montante igual ao volume dos bens e direitos recebidos da sociedade extinta d) é irrelevante ter havido o pagamento de ágio por ocasião da aquisição da participação societária que

será extinta no processo e) em caso de pagamento de ágio na aquisição do investimento, o valor do mesmo será baixado contra

conta de resultado da incorporadora, mesmo que subsista o fundamento econômico de seu pagamento 11). (AFTN/98). Nas operações de cisão, podem ocorrer as seguintes situações, exceto:

a) cisão total com a criação de duas ou mais empresas novas; b) cisão total com versão de parte do patrimônio líquido para empresa nova e parte para empresa já

existente; c) cisão parcial com versão de parte do patrimônio para empresas já existentes; d) cisão parcial com versão de todo o patrimônio para a mesma sociedade; e) cisão total com versão do patrimônio para empresas já existentes.

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12) - (FINEP/Cesgranrio-2011) A reorganização societária conhecida por fusão é aquela decorrente da operação pela qual: (a) uma sociedade adquire outra sociedade.

(b) uma sociedade transfere parcelas do patrimônio para uma ou mais sociedades novas.

(c) uma ou mais sociedades são absorvidas por outras já existentes.

(d) duas ou mais sociedades se unem a uma sociedade já existente.

(e) duas ou mais sociedades se unem para formar uma sociedade nova.

13) - (FINEP/Cesgranrio-2011) A Lei das Sociedades Anônimas, devidamente atualizada até dezembro de 2010, estabelece de forma clara e objetiva que fusão é a operação em que:

(a) a sociedade verte parcelas de seu patrimônio para uma ou mais sociedades constituídas para tal fim, ou, para as sociedades já existentes, que assumiram os direitos e obrigações das parcelas vertidas.

(b) duas sociedades se unem em uma nova sociedade ou em outra já existente, que a elas sucederá em todos os direitos e obrigações.

(c) duas ou mais sociedades são absorvidas por outra, que a elas sucede em todos os direitos e brigações.

(d) duas ou mais sociedades se unem para formar sociedade nova, que a elas sucederá em todos os direitos e obrigações.

(e) nomeados determinam, necessariamente, que o patrimônio a ser vertido das empresas envolvidas seja, pelo menos, igual ao seu capital a realizar.

14) - (Petrobras/Cesgranrio-2009) Q.31 - A Cia. Redentor S.A. realizou uma operação de cisão parcial para constituição de uma nova sociedade denominada Corcovado S.A. Observe os dados dos ativos e passivos cindidos da Cia. Redentor S.A., com valores em reais.

• Depreciação Acumulada 112.000,00 • Disponível 123.000,00 • Fornecedores a Pagar 135.650,00 • Imobilizado 556.700,00 • Salários e Encargos a Pagar 104.890,00

Com base apenas nas informações acima, o valor da redução do patrimônio líquido na Cia. Redentor S.A., após a cisão a valores contábeis, em reais, é

(a) 327.160,00 (b) 439.160,00 (c) 444.700,00 (d) 450.160,00

(e) 567.700,00 15) - (Petrobras/Cesgranrio-2009) Q.32 - A nova redação da Lei no 6.404/76, com as alterações das Leis nºs 11.638/07 e 11.941/09, estabelece que as operações de incorporação, fusão e cisão somente poderão ser efetivadas nas condições aprovadas, se os peritos nomeados determinarem que o valor do patrimônio ou dos patrimônios líquidos a serem vertidos para a formação de capital social é

(a) igual, pelo menos, ao montante do capital a realizar. (b) obtido, no mínimo, pela soma dos capitais de cada empresa envolvida na operação. (c) calculado pelo valor de mercado das ações negociadas. (d) limitado à soma das ações ordinárias das empresas envolvidas na operação. (e) apurado pela adição do Patrimônio Líquido das empresas envolvidas na operação. 16) - (Petrobras/Cesgranrio-2009) Q.33 - Os acionistas da Cia. Miramar S.A. e da Cia. Pacífica S.A. decidiram que a primeira incorporaria a segunda em 31/12/2008, considerando ativos e passivos avaliados pelo valor contábil. A Miramar S.A. detém 65% do total de ações do capital social da Cia Pacífica S.A. e o

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investimento é avaliado pelo método de equivalência patrimonial. Observe o Balanço Patrimonial da Cia. Pacífica S.A. em 31/12/2008.

Informação adicional: os acionistas minoritários da Cia.Pacífica S.A. também concordaram com a incorporação e a participação no capital da incorporadora. Considerando exclusivamente as informações acima, o valor do aumento do patrimônio líquido da Cia. Miramar S.A. em 31/12/2008, em reais, é

(a) 87.500,00 (b) 104.000,00 (c) 160.000,00 (d) 162.500,00 (e) 250.000,00 17) - (BNDES/ UFRJ-1997) As empresas A e B apresentavam os seguintes Balanços Patrimoniais:

Por decisão do controlador das duas empresas, a empresa A incorporou a empresa B com base nos valores contábeis. O valor do Patrimônio Líquido da Cia. A após a incorporação de B é de:

(A) 2.000 (B) 3.000 (C) 4.000 (D) 6.000 (E) 7.000

18) - (BNDES/ UFRJ-1997) As empresas A e B apresentavam os seguintes Balanços Patrimoniais:

As empresas tinham o mesmo controle acionário. As empresas A e B são fundidas, com base nos valores contábeis, sendo constituída a Cia. C. O valor do Patrimônio Líquido da Cia. C após a fusão é de:

(a) 1.000 (b) 2.000

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(c) 3.000 (d) 4.000 (e) 5.000

19) - (BNDES / Cesgranrio - 2004) A Sociedade X possui 60% das ações do capital social da Sociedade Y, com o investimento avaliado pelo método de equivalência patrimonial. Os acionistas das duas sociedades aprovaram a incorporação da Sociedade Y pela Sociedade X. Com base no acervo líquido avaliado pelo valor contábil, apresentado a seguir, em reais, a situação das duas sociedades, na data da operação, era a seguinte:

(*) Ágio decorrente do valor de bens registrados no Ativo, da Sociedade X, por valor inferior ao de mercado. Pelo registro da transferência do Patrimônio Líquido da Sociedade Y para a Sociedade X, o lançamento a ser efetuado em X, em reais, será:

(a) Patrimônio Líquido A Conta de Incorporação 40.000

(b) Capital Social

A Conta de Incorporação 35.000 (c) Conta de Incorporação

A Capital Social 40.000

(d) Conta de Incorporação A Reserva de Incorporação 35.000

(e) Conta de Incorporação A Capital Social 14.000 20) - (AFTN/ESAF) As empresas A, B e C encerram suas atividades através de uma fusão, transferindo seu patrimônio líquido para a formação de uma nova empresa denominada “D”. Cada uma das empresas possui dois sócios com igual participação no capital. O patrimônio líquido de cada empresa antes da fusão era:

Patrimônio Líquido A B C Capital 760 720 2.880 Lucros Acumulados 200 - - Reserva de Lucro - 240 -

As empresas A e B aumentaram seu capital antes da fusão, utilizando os saldos de lucros acumulados e reserva de lucro.

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A participação, individual, dos sócios da empresa B após a fusão é equivalente a:

(a) 10% do total (b) R$ 380,00 para um e R$ 1.360,00 para outro (c) 30% do total (d) 50% do total (e) R$ 1.440,00 para cada um

21)- (AFTN/Esaf) Incorporação é a operação pela qual uma (um):

(a) Empresa adquire mais de 50% do controle acionário de outra do mesmo grupo. (b) Edifício é construído por uma empresa em um terreno previamente ceido pela outra. (c) Empresa transfere a totalidade do patrimonio para outra que a sucede em direitos e obrigações. (d) Empresa transfere a totalidade do patrimonio a outra formando uma terceira. (e) Empresa passa a ter acionistas comuns a uma outra pessoa.

22)- (AFTN/Esaf) Nas operações de Cisão, podem ocorrer as seguintes situações, exceto:

(a) Cisão total com criação de duas ou mais empresas novas. (b) Cisão total com versão de parte do patrimônio líquido para empresa nova e parte para empresa já

existente. (c) Cisão parcial com versão de parte do patrimônio para empresas já existentes. (d) Cisão parcial com versão de todo o patrimônio para a mesma sociedade. (e) Cisão total com versão do patrimônio para empresas já existentes.

23)- Conta de Incorporação 400.000,00 a Diversos a Ativo Circulante 250.000,00 a Ativo Permanente 150.000,00

O lançamento acima:

a) implica que a sociedade incorporadora aumentou seu patrimônio líquido em R$ 400.000,00 b) implica que a sociedade incorporada receberá ações da incorporadora no valor de R$ 150.000,00 c) foi realizado na contabilidade da companhia incorporadora d) implica que a sociedade incorporada não possuía bens e direitos realizáveis a longo prazo e) está incorreto, uma vez que as contas estão invertidas

14) - O ágio pago na aquisição de sociedade controlada que for incorporada pela sua controladora: a) deverá ser contabilizado em conta de ativo diferido, quando o fundamento tiver sido a aquisição do

direito de exploração, concessão ou permissão delegado pelo poder público b) deverá ser baixado contra a conta de investimentos da sociedade incorporadora c) deverá ser reclassificado para conta de ativo realizável a longo prazo, quando o fundamento tiver sido

valor de mercado dos ativos da investida superior ao seu valor contábil d) quando o fundamento econômico tiver sido rentabilidade futura, deverá ser reclassificado para a conta

de Resultado de Exercícios Futuros e) caso não tenha fundamento econômico ou este ter deixado de existir, deverá ser baixado contra

despesa do período em que se realizou a operação

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15)--(BNDES/Cesgranrio–2009) Na empresa adquirente, em uma operação de combinação de negócios, os ativos identificáveis adquiridos e os passivos assumidos, pelo método da aquisição, como regra geral, devem ser mensurados e reconhecidos, na data da aquisição, pelo valor:

(a) justo.

(b) de entrada.

(c) de saída.

(d) de saída para ativos e de entrada para passivos.

(e) realmente despendido na operação.

16)—(BNDES/Cesgranrio–2009) Nos estritos termos do Apêndice A do Pronunciamento Técnico CPC 15 do Comitê de Pronunciamentos Contábeis que trata de combinação de negócios, aprovado pela Deliberação CVM no 580 de 31 de julho de 2009, entende-se por combinação de negócios a(o):

(a) operação ou outro evento por meio do qual um adquirente obtém o controle de um ou mais negócios, independente da forma jurídica da operação.

(b) negócio ou conjunto de negócios que são efetivamente controlados por uma entidade, independente da forma jurídica utilizada para tal.

(c) conjunto integrado de atividades e ativos capaz de ser conduzido e gerenciado para gerar retorno, na forma de dividendos, redução de custos ou outros benefícios econômicos, diretamente a seus investidores ou outros proprietários, membros ou participantes.

(d) poder para governar a política financeira e operacional de outra entidade de forma a obter benefícios de suas atividades.

(e) valor pelo qual um ativo pode ser negociado entre partes interessadas, conhecedoras do negócio e independentes entre si, com ausência de fatores que pressionem para a liquidação da transação ou que caracterizem uma transação compulsória.

17) - (Livro N.Carvalho/Pág. 229) O excesso do valor justo dos ativos líquidos da empresa adquirida sobre o valor pago pela adquirente numa combinação de negócios, após a mensuração dos valores, deverá ser:

(a) Deduzido do saldo da conta de Investimentos;

(b) Reconhecido como passivo e mantido até a baixa do investimento;

(c) Reconhecido no grupo de investimentos e amortizado de acordo com a expectativa de prejuízos da adquirente;

(d) Baixado imediatamente como resultado;

(e) Reconhecido no grupo de investimentos e testado anualmente por impairment.

18) - (Livro N.Carvalho/Pág. 230) A aquisição do controle em uma combinação de negócios pode ser evidenciada, além da maioria do capital votante, por todas as situações abaixo, exceto:

(a) Por estatuto ou acordo dando o direito de adquirente de controlar as políticas operacionais e financeiras da adquirida;

(b) Por acordo com outros investidores concedendo à adquirente o direito da maioria do direito a voto;

(c) Pelo poder de apontar ou remover a maioria dos membros da diretoria, órgão este que exerce o controle;

(d) Pelo poder de apontar ou remover a maioria dos membros de um órgão equivalente à diretoria, que exerce o controle;

(e) Pelo poder de influenciar as políticas operacionais e financeiras por acordo legal.

19) - (Livro N.Carvalho/Pág. 229) De acordo com a IFRS 3 (CPC 15), o método a ser adotado em toda Combinação de Negócios é:

(a) Método de combinação proporcional;

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(b) Método de união de interesses;

(c) Método de equivalência patrimonial;

(d) Método de Compra;

(e) Método de Aquisição.

20) - (Livro N.Carvalho/Pág. 231) A Cia Catanduvas adquiriu 100% das ações da Cia Caracas no início de janeiro de 2008. O valor justo da aquisição correspondeu à emissão de 20 milhões de ações a R$ 1,00 cada da Cia. Catanduvas e o valor justo dos ativos líquidos adquiridos era de R$ 14 milhões. Em novembro de 2008, data em que a adquirente assume o controle da adquirida, os valores das ações e dos ativos líquidos foram finalmente determinados, respectivamente, em R$ 22 milhões e R$ 15 milhões. Contudo, o valor da Cia. Catanduvas reduziu-se fortemente no ano de 2008 e os diretores da Cia Catanduvas desejam reduzir o valor da compra para R$ 18 milhões. Quais valores deverão ser apresentados, respectivamente, no final de 2008 referentes ao valor pago, aos ativos líquidos e ao goodwill?

(a) R$ 20 milhões, R$ 14 milhões e R$ 6 milhões.

(b) R$ 22 milhões, R$ 15 milhões e R$ 7 milhões.

(c) R$ 18 milhões, R$ 14 milhões e R$ 4 milhões.

(d) R$ 18 milhões, R$ 15 milhões e R$ 3 milhões.

(e) R$ 22 milhões, R$ 15 milhões e R$ 7 milhões e um ganho de R$ 4 milhões.

21) - (Livro N.Carvalho/Pág. 230) O goodwill originário de uma combinação de negócios deverá ser:

(a) Reconhecido como um intangível e testado por impairment anualmente ou em períodos menores, se houver evidências de perda;

(b) Reconhecido como receita na data de aquisição;

(c) Reconhecido com despesa na data de aquisição;

(d) Reconhecido como um ativo intangível e amortizado de acordo com o período de expectativa de lucros da adquirente;

(e) Nenhuma das alternativas anteriores.

22) - (Livro N.Carvalho/Pág. 230) A Cia Zêta adquire 80% das ações com direito a voto da Cia.Petra pagando R$ 100.000 em dinheiro e emitindo R$ 100.000 em ações a favor dos acionsitas da adquirida. A Cia. Petra só emite ações ordinárias. Os ativos da Cia. Petra, a valor justo, totalizam R$ 200.000, os passivos assumidos, a valor justo, somam R$ 70.000 e os ativos intangíveis mensurados a valor justo são de R$ 30.000. A participação dos não controladores teve por base os ativos líquidos da adquirida. O valor do goodwill reconhecido pela Cia Zêta na data aquisição será de:

(a) R$ 40.000,00

(b) R$ 102.000,00

(c) R$ 72.000,00

(d) Não gera goodwill, mas um ganho de R$ 60.000

(e) Nenhuma das alternativas anteriores.

23) - (Livro N.Carvalho/Pág. 231) Os seguintes ativos intangíveis podem ser reconhecidos separadamente do goodwill numa combinação de negócios, exceto:

(a) Marcas e domínios de internet;

(b) Contratos e relacionamento com clientes;

(c) Marcas;

(d) Patentes e base de dados;

(e) Lista de cleintes com cláusula de confidencialidade.