45
CURSOS EM PDF – CONTABILIDADE GERAL – AGENTE PF 2012 Prof. Cláudio Cardoso www.canaldosconcursos.com.br 1 Apresentação do Professor Antes de mais nada, permitam-me apresentar: quem terá o prazer de trocar experiências com vocês e tentar encurtar seu caminho até a sonhada função de Agente da Polícia Federal é Cláudio Cardoso. Formado em Ciências Contábeis pe- la Universidade Estadual do Rio de Janeiro em 2002, obtive o 1º lugar no V Exame de Suficiência do Conselho Regional de Contabilidade (CRC-RJ). Neste mesmo ano, iniciei minha experiência de concursando logrando aprovações para o cargo de contador e de auditor na Transpetro S.A e Petrobras S.A, respectivamente. Como meu foco era a área fiscal, tentei, também, os concursos de Auditor Fiscal da Receita Fede- ral de 2002 e de Fiscal de Tributos do município do Niterói-RJ. Como qualquer candi- dato, colecionei frustrações, não tendo êxito nestes dois concursos. Aprendendo com os erros, finalmente, consegui aprovação no concurso que era meu objetivo: fiscal de tributos do município do Rio de Janeiro (ISS-RJ), onde atualmente desempenho minhas funções. Como você pode perceber, minha experiência de candidato coleciona erros e acertos, como qualquer um. Esta vivência eu pretendo passar para que você possa evitar os erros que cometi e repetir os acertos. Minha carreira como professor inicia-se no final de 2003 e estende-se até os dias de hoje, preparando candidatos em diversas áreas onde a contabilidade geral, societária e avançada se fizerem presentes, tais como: área fiscal, contábil, polícia federal, Banco Central, CVM, Polícia Federal, dentre outras. Quanto ao concurso que você vai prestar, tive a oportunidade de acompanhar os certames de 2004 e 2009. Apresentação do Curso Este curso, denominado Agente da Polícia Federal – Teoria de Contabili- dade Geral”, tem por finalidade dar a você, caro aluno, o arcabouço teórico ligado a nossa queridíssima contabilidade geral e cobrado pelo Centro de Seleção e Promoção

Apostila Contabilidade Geral

Embed Size (px)

Citation preview

Page 1: Apostila Contabilidade Geral

CURSOS EM PDF – CONTABILIDADE GERAL – AGENTE PF 2012 Prof. Cláudio Cardoso

www.canaldosconcursos.com.br

1

Apresentação do Professor

Antes de mais nada, permitam-me apresentar: quem terá o prazer de trocar experiências com vocês e tentar encurtar seu caminho até a sonhada função de Agente da Polícia Federal é Cláudio Cardoso. Formado em Ciências Contábeis pe-la Universidade Estadual do Rio de Janeiro em 2002, obtive o 1º lugar no V Exame de Suficiência do Conselho Regional de Contabilidade (CRC-RJ). Neste mesmo ano, iniciei minha experiência de concursando logrando aprovações para o cargo de contador e de auditor na Transpetro S.A e Petrobras S.A, respectivamente. Como meu foco era a área fiscal, tentei, também, os concursos de Auditor Fiscal da Receita Fede-ral de 2002 e de Fiscal de Tributos do município do Niterói-RJ. Como qualquer candi-dato, colecionei frustrações, não tendo êxito nestes dois concursos. Aprendendo com os erros, finalmente, consegui aprovação no concurso que era meu objetivo: fiscal de tributos do município do Rio de Janeiro (ISS-RJ), onde atualmente desempenho minhas funções.

Como você pode perceber, minha experiência de candidato coleciona erros e acertos, como qualquer um. Esta vivência eu pretendo passar para que você possa evitar os erros que cometi e repetir os acertos.

Minha carreira como professor inicia-se no final de 2003 e estende-se até os dias de hoje, preparando candidatos em diversas áreas onde a contabilidade geral, societária e avançada se fizerem presentes, tais como: área fiscal, contábil, polícia federal, Banco Central, CVM, Polícia Federal, dentre outras. Quanto ao concurso que você vai prestar, tive a oportunidade de acompanhar os certames de 2004 e 2009.

Apresentação do Curso

Este curso, denominado Agente da Polícia Federal – Teoria de Contabili-dade Geral”, tem por finalidade dar a você, caro aluno, o arcabouço teórico ligado a nossa queridíssima contabilidade geral e cobrado pelo Centro de Seleção e Promoção

Page 2: Apostila Contabilidade Geral

CURSOS EM PDF – CONTABILIDADE GERAL – AGENTE PF 2012 Prof. Cláudio Cardoso

www.canaldosconcursos.com.br

2

de Eventos da Universidade de Brasília, a famosa CESPE/UNB, organizadora do últi-mo e do próximo certame para este cargo. Quanto a banca, devo alertar para o estilo peculiar de prova aplicada pela mesma. As afirmativas devem ser julgadas em Certo ou Errado.

Durante o curso veremos algumas novidades trazidas pelo recente processo de convergência das normas contábeis brasileiras aos padrões internacionais estipu-lados pelas “International Financial Reporting Standards (IFRS)”, inaugurado no Brasil pelas Leis 11.638/2007 e 11.941/2009 e continuado pelos pronunciamentos do Comitê de Pronunciamentos Contábeis (CPC). Quanto ao conteúdo deste curso, será baseado no programa constante do edital recentemente publicado:

CONTABILIDADE GERAL 1 Conceitos, objetivos e finalidades da contabilidade. 2 Patrimônio: compo-nentes, equação fundamental do patrimônio, situação líquida, representação gráfica. 3 Atos e fatos administrativos: conceitos, fatos permutativos, modifi-cativos e mistos. 4 Contas: conceitos, contas de débitos, contas de créditos e saldos. 5 Plano de contas: conceitos, elenco de contas, função e funciona-mento das contas. 6 Escrituração: conceitos, lançamentos contábeis, elemen-tos essenciais, fórmulas de lançamentos, livros de escrituração, métodos e processos, regime de competência e regime de caixa. 7 Contabilização de operações contábeis diversas: juros, descontos, tributos, aluguéis, variação monetária/ cambial, folha de pagamento, compras, vendas e provisões, de-preciações e baixa de bens. 8 Balancete de verificação: conceitos, modelos e técnicas de elaboração. 9 Balanço patrimonial: conceitos, objetivo, composi-ção. 10 Demonstração de resultado de exercício: conceito, objetivo, composi-ção. 11 Lei nº 6.404/1976: alterações posteriores, legislação complementar e pronunciamentos do Comitê de Pronunciamentos Contábeis (CPC). 12 Princí-pios fundamentais de contabilidade (aprovados pelo Conselho Federal de Contabilidade, por meio das Resoluções do CFC nº 750/1993 e nº 774/1994). Quando fizermos a divisão dos assuntos dentro das aulas, veremos a correlação dos assuntos com os itens do edital!!

Ao longo de nossas aulas encontraremos, também, algumas questões resol-vidas que têm por finalidade dar a você uma noção de como o assunto é abordado pela banca em suas provas. Quanto a estas questões, devemos ressaltar que a prefe-rência sempre será pelas questões mais recentes aplicadas pela banca e que elas também estarão à sua disposição ao final de cada aula para que possa tentar resolvê-las por conta própria. No entanto, vale destacar que a quantidade de questões não é comparável com a de uma turma de exercícios, por exemplo. Na nos-sa última aula resolveremos mais algumas questões de revisão final do curso.

Neste curso, teremos a seguinte organização das aulas e conteúdos (ao lado de cada assunto a correlação com o(s) item(ns) do edital em azul. Os assuntos que não estão correlacionados com os itens do edital são considerados base para outros as-suntos.

Page 3: Apostila Contabilidade Geral

CURSOS EM PDF – CONTABILIDADE GERAL – AGENTE PF 2012 Prof. Cláudio Cardoso

www.canaldosconcursos.com.br

3

Aula Demo

Introdução (1): conceito, objeto, objetivo, finalidade, campo de aplicação, funções, usuários e técnicas da contabilidade; Diferenças entre Socieda-des anônimas e Limitadas. Sociedades de Grande Porte; Patrimônio (2): conceito, diferença entre patrimônio, azienda e fundo de comércio. No-ções de Balanço Patrimonial: ativo, passivo exigível e patrimônio líquido. Equação Patrimonial e Estados Patrimoniais; Apuração de Resultados: conceitos de receitas e despesas, diferença entre custos e despesas, Regi-mes de Contabilização: Caixa x Competência (6). Escrituração (4): contas contábeis, teoria patrimonialista das contas, plano de contas (5). Método das Partidas Dobradas: funcionamento das contas, contas retificadoras.

Aula 1

Classificação, natureza e função das principais contas patrimoniais. Balance-te de verificação (8). Exercício dirigido de débito e crédito (6). Livros con-tábeis (6): tipos de livros, livro diário, formalidades, fórmulas de lançamen-to, erros de escrituração e formas de correção, Atos Administrativos X Fatos Contábeis (3), Livro Razão; Princípios de contabilidade (12); Provisões (7)

Aula 2 Depreciação, Amortização e Exaustão (7); Operações com Pessoal (7); Operações com Mercadorias (7): Estudo das Receitas;

Aula 3

Operações com Mercadorias (7): Estudo do Custo das Mercadorias Ven-didas – Inventários Periódico e Permanente; Operações Financeiras (7) – Operações com Duplicatas (Cobrança Simples, Desconto de Duplicatas) Em-préstimos, Financiamentos e Aplicações Financeiras; Teoria Geral das De-monstrações – demonstrações obrigatórias, exercícios social, notas expli-cativas.

Aula 4 Balanço Patrimonial – Ativo e Passivo (9): estrutura, classificação de contas, critérios de avaliação de ativos e passivos. Patrimônio Líquido (9): Capital Social, Reservas de Capital e Ajustes de Avaliação Patrimonial.

Aula 5

Balanço Patrimonial - Patrimônio Líquido (Continuação) Reservas de Lucros, Ações em Tesouraria, Lucros ou Prejuízos Acumulados; Demonstra-ção do Resultado do Exercício (10);Exercícios de Revisão Final do Curso.

Muito bem, vamos então a nossa primeira aula!!

Page 4: Apostila Contabilidade Geral

CURSOS EM PDF – CONTABILIDADE GERAL – AGENTE PF 2012 Prof. Cláudio Cardoso

www.canaldosconcursos.com.br

4

Sumário 1. Introdução

1.1 Conceito de Contabilidade 1.2 Objeto da Contabilidade 1.3 Objetivo da Contabilidade 1.4 Finalidade da Contabilidade 1.5 Campo de Aplicação 1.6 Usuário da informação contábil 1.7 Funções da Contabilidade 1.8 Técnicas contábeis

2. Empresas – Sociedades Anônimas x Limitadas 2.1 Sociedades Anônimas (ou Companhias) 2.2 Sociedade por Quotas de Responsabilidade Limitada 2.3 Quadro Comparativo entre S.A e Limitadas

3. Patrimônio 3.1 Conceito 3.2 Diferenças entre Patrimônio, Azienda e Fundo de Comércio

4. Primeiras Noções de Balanço Patrimonial 4.1 Ativo ou Ativo Total 4.2 Passivo Exigível 4.3 Patrimônio Líquido

5. Equação Patrimonial e Estados Patrimoniais 5.1 Equação Patrimonial 5.2 Estados Patrimoniais

6. Resultado: Receita x Despesa 6.1 Conceito 6.2 Receitas 6.3 Despesas 6.4 Diferença entre Custo e Despesa

6.5 Regimes de Contabilização 7. Escrituração e Método das Partidas Dobradas

7.1 Conta 7.2 Teoria Patrimonialista 7.3 Plano de Contas 7.4 Débito e Crédito – O Método das Partidas Dobradas 7.5 Funcionamento das Contas 7.6 Contas Retificadoras (Diminutivas, Redutoras ou Negativas)

Questões da Aula para sua Resolução

Page 5: Apostila Contabilidade Geral

CURSOS EM PDF – CONTABILIDADE GERAL – AGENTE PF 2012 Prof. Cláudio Cardoso

www.canaldosconcursos.com.br

5

1. Introdução 1.1 Conceito de Contabilidade Desde antes de Cristo, com o surgimento do comércio envolvendo fenícios, egípcios, dentre outros povos, que o ser humano sente a necessidade de registrar as operações que envolvem seus bens, direitos e obrigações.

Já na Idade Média, podemos estabelecer os primeiros esboços da contabilidade com o formato que conhecemos hoje, naquele documento que se reputa como a cria-ção da contabilidade: o “Tratactus de ComputisetScripturis” (Contabilidade por Parti-das Dobradas) de Frei Luca Paciolo, publicado em 1494, deste que é considerado, por muitos, o pai da ciência.

É, portanto, desde os primórdios, até os difíceis dias de hoje, uma necessidade do ser humano, controlar os bens de sua propriedade, os valores que tem a receber ou a pagar a terceiros e o resultado de suas operações que poderão aumentar (no caso de lucro) ou diminuir (no caso de prejuízo), o seu patrimônio. Existem diversos doutrinadores que tentam estabelecer uma conceituação para a Contabilidade que é, no Brasil, considerada uma ciência. Dentre estes, podemos destacar as seguintes definições:

a) Primeiro Congresso Brasileiro de Contabilistas, realizado na cidade do Rio de Janeiro, de 17 a 27 de agosto de 1924 – “Contabilidade é a ciência que es-tuda e pratica as funções de orientação, de controle e de registro relativas à Adminis-tração Econômica”.

b) Prof. Osni Moura Ribeiro (Contabilidade Básica Fácil – 27ª edição) – “A contabilidade é uma ciência que possibilita, por meio de suas técnicas, o controle permanente do Patrimônio das empresas”. Podemos perceber, em todos, a preocupação com o controle do patrimônio (que como veremos, em breve, é o objeto de estudo da contabilidade) em suas di-mensões econômica (geração de resultados) e financeira (fluxos de caixa).

1.2 Objeto da Contabilidade Como pudemos observar no capítulo anterior, a ciência contábil vai se ocupar de estudar o patrimônio das entidades, sendo este seu objeto. Conforme veremos no decorrer do curso, o Princípio de Contabilidade denomi-nado “Princípio da Entidade” reafirma tal situação. Muito em breve passaremos à definição cientifica de patrimônio, embora já tenhamos uma boa noção trazida do nosso cotidiano.

1.3 Objetivo da Contabilidade O objetivo científico da contabilidade manifesta-se na correta representa-ção do Patrimônio e na apreensão e análise das causas das suas mutações. Já sob ótica pragmática, a aplicação da Contabilidade a uma entidade particularizada, bus-ca prover os usuários com informações sobre aspectos de natureza econômi-ca, financeira e física do Patrimônio da Entidade e suas mutações, o que com-preende registros, demonstrações, análises, diagnósticos e prognósticos, expressos

Page 6: Apostila Contabilidade Geral

CURSOS EM PDF – CONTABILIDADE GERAL – AGENTE PF 2012 Prof. Cláudio Cardoso

www.canaldosconcursos.com.br

6

sob a forma de relatos, pareceres, tabelas, planilhas e outros meios. Assim, o objeti-vo consagrado da contabilidade é controlar o patrimônio. 1.4 Finalidade da Contabilidade De acordo com Osni Moura Ribeiro, “A principal finalidade da Contabilidade é fornecer informações sobre o Patrimônio, informações essas de ordem econômica e financeira, que facilitam assim as tomadas de decisões, tanto por parte dos adminis-tradores ou proprietários, como também por parte daqueles que pretendem investir na empresa.”

Podemos então destacar que, mais do que manter o controle sobre certo patri-mônio, a contabilidade tem por fim a geração de informações que facilitarão a tomada de decisão por parte dos usuários destas.

1.5 Campo de Aplicação Neste tópico, veremos onde a contabilidade pode ser aplicada.

A queridíssima ciência contábil pode ser aplicada a todas as entidades eco-nômico-administrativas, até mesmo as pessoas jurídicas de direito público, como União, Estados e Municípios, bastando para isso que tal entidade possua patrimô-nio. As mencionadas unidades econômico-administrativas são também chamadas de Aziendas. Veremos logo a seguir, mais detalhes sobre estas unidades.

Perceba, portanto, meu caro aluno, que qualquer pessoa, física ou jurídica, pode aplicar a contabilidade, bastando, para isso, que possua e gerencie seu patrimô-nio. Isto significa dizer que, ao final deste livro você estará tão apaixonado pela con-tabilidade que desejará aplicá-la a seu próprio patrimônio, ou seja, fazer registros em partidas dobradas e elaborar demonstrações sobre seus bens, direitos e obrigações.

Brincadeiras a parte, neste estudo, abordaremos a Contabilidade Empresari-al, ou seja, o estudo do patrimônio de pessoas jurídicas com fins lucrativos. Questões para Ilustração

1) (Técnico PF 2004) Considerando que o campo de abrangência de uma ciência é delimitado pelo seu objeto, conclui-se que somente o atributo quan-titativo do patrimônio delimita a contabilidade.

Comentários: O campo de aplicação da contabilidade é delimitado por seu objeto: o patrimô-

nio. No estudo deste, levamos em conta, não apenas o aspecto (atributo) quantitati-vo, mas, também, o qualitativo. Assim, não basta saber que temos R$ 50.000,00 em estoques, mas também devemos controlar suas quantidades e espécies. Errado.

Page 7: Apostila Contabilidade Geral

CURSOS EM PDF – CONTABILIDADE GERAL – AGENTE PF 2012 Prof. Cláudio Cardoso

www.canaldosconcursos.com.br

7

2) (Administrador Jr Petrobras 2004) A contabilidade é a ciência que es-tuda, registra e controla o patrimônio tanto das entidades com fins lucrativos como daquelas que não objetivam o lucro.

Comentários: Enunciado que mistura o objetivo clássico da contabilidade de estudar, registrar

e controlar o patrimônio com o campo de aplicação da contabilidade que é qualquer pessoa física ou jurídica que possua e administre seu patrimônio, independente de ter ou não finalidade lucrativa. Certo.

Azienda Azienda é um conceito mais amplo do que o de patrimônio. É o patrimônio con-siderado em conjunto com a pessoa que tem, sobre ele, poderes de administração e disponibilidade. Ou seja, azienda é o patrimônio e sua gestão. Este termo, que é italiano, é chamado em português de Fazenda. Porém, fa-zenda, neste caso tem sentido de “coisa a fazer”. Não podemos confundir azienda com empresa, pois a segunda é espécie da primeira. Empresa é uma azienda com finalidade lucrativa.

Podemos então perceber que um patrimônio estático, sem administração, é de muito pouca utilidade para a contabilidade já que não se altera ao longo do tempo. É necessário que este seja gerido para que ocorram alterações que serão objeto do nos-so estudo.

1.6 Usuário da informação contábil Usuário da informação contábil é toda pessoa física ou jurídica que tenha inte-resse na avaliação da situação e do progresso de determinada entidade, seja ela em-presa com ou sem finalidades lucrativas, ou mesmo um patrimônio familiar. Eles usam as demonstrações contábeis para satisfazer algumas das suas diversas necessidades de informação.

Nos termos da Deliberação CVM 675/2011 que aprovou a “Nova Estrutura Conceitual Básica da Contabilidade”, as demonstrações financeiras destinam-se, primariamente, aos seguintes usuários:

Investidores. Os provedores de capital de risco e seus analistas que se preocupam com o risco inerente ao investimento e o retorno que ele produz. Eles necessitam de informações para ajudá-los a decidir se devem comprar, manter ou vender investimentos.

Credores por empréstimos. Estes estão interessados em infor-mações que lhes permitam determinar a capacidade da entidade em pagar seus em-préstimos e os correspondentes juros no vencimento.

Fornecedores e outros credores comerciais. Os fornecedores e outros credores estão interessados em informações que lhes permitam avaliar se as importâncias que lhes são devidas serão pagas nos respectivos vencimentos.

Page 8: Apostila Contabilidade Geral

CURSOS EM PDF – CONTABILIDADE GERAL – AGENTE PF 2012 Prof. Cláudio Cardoso

www.canaldosconcursos.com.br

8

No entanto, podemos destacar alguns outros tipos de usuários da informação contábil:

Empregados. Os empregados e seus representantes estão inte-ressados em informações sobre a estabilidade e a lucratividade de seus empregado-res. Também se interessam por informações que lhes permitam avaliar a capacidade que tem a entidade de prover sua remuneração, seus benefícios de aposentadoria e suas oportunidades de emprego.

Clientes. Os clientes têm interesse em informações sobre a conti-nuidade operacional da entidade, especialmente quando têm um relacionamento a longo-prazo com ela, ou dela dependem como fornecedor importante.

Governo e suas agências. Os governos e suas agências estão in-teressados na destinação de recursos e, portanto, nas atividades das entidades. Ne-cessitam também de informações a fim de regulamentar as atividades das entidades, estabelecer políticas fiscais e servir de base para determinar a renda nacional e esta-tísticas semelhantes.

Público. As entidades afetam o público de diversas maneiras. Elas podem, por exemplo, fazer contribuição substancial à economia local de vários modos, inclusive empregando pessoas e utilizando fornecedores locais. As demonstrações contábeis podem ajudar o público fornecendo informações sobre a evolução do de-sempenho da entidade e os desenvolvimentos recentes.

1.7 Funções da Contabilidade Podemos destacar duas principais funções da contabilidade:

a) Função Administrativa: Controlar o patrimônio em seus aspectos estático (evidenciar sua situação em determinado momento) e dinâmico(controlar suas alterações qualitativas e quantitativas).

b) Função Econômica: Consiste na apuração do resultado econômico, ou seja, lucro ou prejuízo, por meio da comparação entre receitas e despesas da en-tidade. O resultado também pode ser chamado de rédito.

1.8 Técnicas contábeis Costumo dizer que técnicas contábeis são as ferramentas de que a contabilida-de se utiliza para alcançar seus objetivos. Se quisermos controlar um patrimônio, te-remos que registrar todos os fatos para depois, com base nestes registros, gerar rela-tórios que precisam ser confiáveis e merecem interpretação.

Por meio da utilização de técnicas contábeis é possível registrar, consolidar, controlar e analisar todas as mutações patrimoniais alimentando a administração das entidades com informações gerenciais de fundamental importância ao processo deci-sório.

Vejamos, agora, quais são e o significado de cada técnica contábil:

Page 9: Apostila Contabilidade Geral

CURSOS EM PDF – CONTABILIDADE GERAL – AGENTE PF 2012 Prof. Cláudio Cardoso

www.canaldosconcursos.com.br

9

Escrituração: Consiste no registro em livros especiais(livros contábeis de escrituração) e em linguagem própria (método das partidas dobradas), dos fatos que influem na composição qualitativa e quantitativa do patrimônio (fatos contábeis), com observância dos princípios geralmente aceitos.

Demonstrações Contábeis: Apenas registrar os fatos que afetam o pa-trimônio não fornece ao administrador uma visão ampla da situação patrimonial da entidade de modo a alimentar o processo decisório. Por este motivo, desenvolveu-se a técnica de elaboração periódica de relatórios sobre o estado do patrimônio e o efeito da gestão administrativa sobre este ao longo do tempo. A tais relatórios damos o no-me de demonstrações contábeis.

Auditoria Contábil: A auditoria contábil compreende o exame de docu-mentos, livros contábeis, registros, além de realização de inspeções e obtenção de informações de fontes internas e externas, tudo relacionado com o controle do patrimônio da entidade auditada. A auditoria tem por objetivo averiguar a exatidão dos registros contábeis e das demonstrações contábeis no que se refere aos eventos que alteram o patrimônio e a representação desse patrimônio, buscando a detecção de erros e fraudes. Além de ser uma técnica contábil, a auditoria também pode ser entendida como um ramo da contabilidade.

Análise das Demonstrações Contábeis: Técnica que tem por funda-mento a interpretação da situação econômica, financeira ou patrimonial da empresa, Utiliza valores obtidos nas demonstrações, que darão origem a índices obtidos pelo confronto de grupos de contas dentro ou não do mesmo exercício, que serão usados para comparação com exercícios e empresas diferentes.

Questões para Ilustração

3) (Técnico PF 2004) A contabilidade atinge seu objetivo de fornecer in-formações sobre a composição e as variações do patrimônio para a tomada de decisões por meio das técnicas contábeis de escrituração contábil, de-monstrações contábeis, auditoria contábil e análise de balanços.

Comentários: As técnicas contábeis, conforme visto, são as citadas na afirmativa. Certo.

2. Empresas – Sociedades Anônimas x Limitadas Embora este assunto nada tenha a ver com contabilidade, é importante ga-nharmos alguma intimidade com as formas de constituição de sociedades, uma vez que ao longo de todo o curso escutaremos falar em capital social, ações, estatuto, companhia, etc.

Existem diferentes formas de organização jurídica, possíveis de serem adotadas pelas empresas no país. Dentre estas, sem nenhuma sombra de dúvida, as mais importantes são as sociedades anônimas e as sociedades por quotas de res-ponsabilidade limitada ou, simplesmente, limitadas. A escolha de uma das duas al-

Page 10: Apostila Contabilidade Geral

CURSOS EM PDF – CONTABILIDADE GERAL – AGENTE PF 2012 Prof. Cláudio Cardoso

www.canaldosconcursos.com.br

10

ternativas está ligada ao porte da empresa, face os controles que se pretende adotar e à agilidade e qualidade do processo decisório e os custos envolvidos na forma esco-lhida.

2.1 Sociedades Anônimas (ou Companhias) Esta forma de organização jurídica é mais propícia a sociedades de maior porte. As principais empresas de nosso país são organizadas desta maneira. Neste tipo de organização, os controles internos são mais rígidos (existe, por exemplo, um conselho fiscal a tomar as contas da administração), a administração da sociedade é feita por um órgão (conselho de administração ou diretoria) colegiado, levando a maior quali-dade e menor agilidade nas decisões tomadas e o custo de manutenção deste regime é maior que o das limitadas que não possuem conselhos ou diretoria.

Disciplinadas pela Lei 6404/76 (Lei das Sociedades por Ações), de fun-damental importância ao nosso estudo, principalmente em seus artigos 175 a 205, as sociedades anônimas possuem as seguintes características:

O capital (parcela do patrimônio particular que os sócios entregam à sociedade) é dividido em ações.

Seu documento de constituição é o estatuto. Este indicará, dentre outras coisas, a quantidade e tipo das ações que compõem o capital social, o objeto da sociedade, a forma de distribuição dos lucros, etc.

Sua administração compete ao conselho de administração e à diretoria, ou somente à diretoria, conforme dispuser o estatuto.

Serão sempre consideradas “mercantis”, ou seja, comerciais, in-dependentemente do objeto (atividade que desempenha), estando por este motivo, sempre sujeitas à falência.

2.2 Sociedade por Quotas de Responsabilidade Limitada Esta forma de organização jurídica é mais propícia a sociedades de menor por-te. Neste tipo de organização, os controles internos são menos rígidos (não existe, por exemplo, o conselho fiscal citado no caso das S.A), a administração da sociedade é feita por um diretor designado no ato constitutivo, levando a menor qualidade e maior agilidade nas decisões tomadas e o custo de manutenção deste regime é menor que o das S.A, visto que não possuem conselhos ou diretoria.

Esta forma jurídica de constituição de empresa é regulada, atualmente, pelo Novo Código Civil. Nas hipóteses de omissão da referida Lei e do documento de cons-tituição da empresa (contrato social), devem ser obedecidas, por analogia, as normas da Lei 6404/76. Embora nem todas as normas da Lei das S.A. possam ser aplicadas às limitadas, aquelas relativas à elaboração de demonstrações contábeis são perfei-tamente aplicáveis a este tipo de sociedade. Suas principais características são:

O capital é dividido em quotas;

Seu documento de constituição é o contrato social que indicará, dentre outras informações, o nome dos sócios, a atividade desenvolvida, o valor da participação de cada sócio, etc.

Page 11: Apostila Contabilidade Geral

CURSOS EM PDF – CONTABILIDADE GERAL – AGENTE PF 2012 Prof. Cláudio Cardoso

www.canaldosconcursos.com.br

11

A administração é exercida por um sócio-administrador, indicado no contrato social para gerir e representar a sociedade.

Podem ser sociedades civis ou comerciais, dependendo do objeto desenvolvido.

2.3 Quadro Comparativo entre S.A e Limitadas

Elementos Sociedade Anônima Limitadas

Divisão do Capital Ações Quotas

Documento de Consti-tuição Estatuto Contrato Social

Administração da So-ciedade

Conselho de Administração e Diretoria ou somente a esta. Sócio - Administrador

Quanto ao Objeto Sempre Mercantis, indepen-dendo do objeto.

Civis ou Mercantis, dependendo do objeto.

3. Patrimônio Como já vimos, o patrimônio é o objeto de estudo da Contabilidade. Vejamos, agora, suas características.

3.1 Conceito Patrimônio- É o conjunto de bens, direitos e obrigações de uma empre-sa. Estes conceitos serão detalhados logo adiante.

Patrimônio Bens Direitos Obrigações

Page 12: Apostila Contabilidade Geral

CURSOS EM PDF – CONTABILIDADE GERAL – AGENTE PF 2012 Prof. Cláudio Cardoso

www.canaldosconcursos.com.br

12

Bens Utilizando conceitos do direito civil, bem é qualquer coisa que satisfaz necessi-dades humanas, que pode ser avaliada economicamente e que seja apropriável. Todo bem é uma coisa, mas nem toda coisa é um bem. O ar que respiramos, por exemplo, não pode ser avaliado economicamente e, portanto, não é um bem. Os bens se classi-ficam em:

Bens numerários – Representados pelos meios de pagamento. Exemplo: caixa.

Bens fixos ou de uso – Representados pelos bens de propriedade

da empresa, utilizados na sua atividade operacional. Ex: veículos de uso.

Bens de renda – Destinados a produzir renda. Exemplo: imóveis

alugados.

Bens de venda – Representados, principalmente, pelas contas de

estoques.

Outra classificação, esta muito mais importante para o futuro do nosso estudo, é quanto à tangibilidade:

Page 13: Apostila Contabilidade Geral

CURSOS EM PDF – CONTABILIDADE GERAL – AGENTE PF 2012 Prof. Cláudio Cardoso

www.canaldosconcursos.com.br

13

Tangíveis - Bens que possuem existência concreta (material), tal como um imóvel ou um veículo.

Intangíveis - Bens que possuem existência abstrata (imaterial), tal como uma licença para uso de determinada marca.

Direitos São todos os créditos de uma empresa contra terceiros. Referem-se a uma operação que, no futuro, será transformada em dinheiro, logo em bem. Exemplo: du-plicatas a receber, adiantamentos a fornecedores, etc.

Obrigações São os débitos (dívidas) da empresa com terceiros. São bens de propriedades de terceiros que se encontram em poder da empresa. Exemplo: duplicatas a pagar, impostos a recolher, etc.

Page 14: Apostila Contabilidade Geral

CURSOS EM PDF – CONTABILIDADE GERAL – AGENTE PF 2012 Prof. Cláudio Cardoso

www.canaldosconcursos.com.br

14

3.2 Diferenças entre Patrimônio, Azienda e Fundo de Comércio Azienda ou Fazenda–Como já vimos, é qualquer unidade econômico-

administrativa, representada por pessoas físicas ou jurídicas, de fins lucrativos ou não, cuja existência é reconhecida a partir da união de três elementos essenciais, que são o patrimônio, a administração e o trabalho. Ou seja, é o patrimônio conside-rado juntamente com a pessoa que sobre ele tem poderes de administração e dispo-nibilidade. É, portanto, um conceito mais amplo do que o de patrimônio.

AZIENDA = Patrimônio + Gestão

Fundo de comércio– Representa o “ponto comercial”. É o valor não apenas do patrimônio existente no local onde se desenvolve a atividade, mas também o bom relacionamento com os clientes, moral elevado dos empregados, bom conceito nos meios empresariais, boa localização, conhecidos como “goodwill”.

Note, ainda, que existe uma diferença de tratamento jurídico entre os bens da empresa. O fundo de comércio é voltado exclusivamente para a atividade empresarial, enquanto o patrimônio é um conceito mais amplo e engloba todos os bens de uma empresa. Por exemplo, a sede campestre do clube de empregados da empresa é pa-trimônio, mas não faz parte do fundo de comércio, vez que não é utilizado diretamen-te em sua atividade comercial.

4. Primeiras Noções de Balanço Patrimonial Este estudo é somente uma noção inicial sobre o balanço patrimonial, uma das demonstrações contábeis obrigatórias, e tem a finalidade, apenas, de nos familiari-zarmos com seu formato e com as nomenclaturas utilizadas. Esta demonstração con-tábil será estudada detalhadamente em um capítulo mais adiantado da matéria.

As empresas, tendo em vista a necessidade de representar seu patrimônio gra-ficamente, elaboram uma demonstração contábil, obrigatória para as S.A, denomina-da BALANÇO PATRIMONIAL. O balanço patrimonial é como uma fotografia do pa-trimônio da empresa em determinado momento.

Patrimônio

Azienda

Fundo de Comércio

Page 15: Apostila Contabilidade Geral

CURSOS EM PDF – CONTABILIDADE GERAL – AGENTE PF 2012 Prof. Cláudio Cardoso

www.canaldosconcursos.com.br

15

Esta demonstração, como veremos no prosseguimento do curso, deve ser ela-borada ao término de cada exercício social. A maioria das empresas adota como exer-cício social o ano-calendário, motivo pelo qual as demonstrações normalmente refe-renciam-se à data de 31 de dezembro.

Os valores contidos nesta demonstração deverão estar sempre expressos em moeda corrente do país.

O balanço patrimonial é dividido em ativo e passivo e seus totais deve-rão ser sempre iguais.

Vejamos a seguir o significado de cada um destes componentes:

4.1 Ativo ou Ativo Total Também conhecido como Patrimônio Bruto, Recursos Aplicados, ou Apli-cação de Recursos. Compreende os bens e direitos da pessoa jurídica. Situa-se do lado esquerdo do balanço patrimonial. É onde a companhia aplica os recursos que se originam no passivo. São exemplos de contas do ativo: caixa, máquinas, móveis e utensílios, du-plicatas a receber, estoques, etc. Nos termos da Deliberação CVM 675/2011: “Ativo é um recurso controlado pela entidade como resultado de eventos passados e do qual se espera que fluam fu-turos benefícios econômicos para a entidade.

Segundo a redação atual da Lei das S.A, possui a seguinte subdivisão:

Total do Ativo

Total do Passivo

Ativo Bens Direitos

Page 16: Apostila Contabilidade Geral

CURSOS EM PDF – CONTABILIDADE GERAL – AGENTE PF 2012 Prof. Cláudio Cardoso

www.canaldosconcursos.com.br

16

Onde:

Ativo Circulante – Abrange os bens e direitos com realização pre-vista para o curto prazo.

Ativo Não Circulante– Abrange todos os demais bens e direitos

da companhia que não sejam os realizáveis a curto prazo. Divide-se em quatro sub-grupos:

1) Realizável a Longo Prazo- Abrange os bens e direitos rea-lizáveis, porém, com realização prevista para o longo prazo.

2) Investimentos - É composto, principalmente, pelos inves-timentos permanentes em outras sociedades.

3) Imobilizado - É composto por bens corpóreos que se des-tinem à manutenção das atividades da companhia e não à comercialização ou indus-trialização. São exemplos os veículos, móveis e utensílios.

4) Intangível– É composto pelos direitos incorpóreos desti-nados à manutenção das atividades da companhia e não à comercialização ou indus-trialização. São exemplos os direitos de explorar marcas e patentes alheias.

4.2 Passivo Exigível Também conhecido como Capital Alheio, Capital de Terceiros, ou ainda, Recursos de Terceiros. Todos os elementos componentes do passivo exigível estão discriminados no lado direito do balanço patrimonial e representam as fontes de recursos da pessoa jurídica oriundas de terceiros, estranhos à sociedade. Exemplos: títulos a pagar, con-tas a pagar, fornecedores, salários a pagar, impostos a pagar etc. Representa as obri-gações da empresa perante terceiros.

Nos termos da Deliberação CVM 675/2011: Passivo é uma obrigação presente da entidade, derivada de eventos passados, cuja liquidação se espera que resulte na saí-da de recursos da entidade capazes de gerar benefícios econômicos.

O Passivo Exigível divide-se em dois subgrupos:

Page 17: Apostila Contabilidade Geral

CURSOS EM PDF – CONTABILIDADE GERAL – AGENTE PF 2012 Prof. Cláudio Cardoso

www.canaldosconcursos.com.br

17

Passivo Circulante -. Composto pelas obrigações com terceiros exigíveis no curto prazo.

Passivo Não Circulante – Composto pelas obrigações com tercei-ros exigíveis no longo prazo.

4.3 Patrimônio Líquido Também conhecido como Situação Líquida, Capital Próprio ou Recursos Próprios, este grupo representa as obrigações com os sócios, as quais classificamos Também está localizado no lado direito do balanço patrimonial e faz parte do chamado “Passivo Total”, como veremos ao estudarmos a equação patrimonial.

Nos termos da Deliberação CVM 675/2011: Patrimônio Líquido é o interesse residual nos ativos da entidade depois de deduzidos todos os seus passivos.

Representa o capital próprio, a parcela que pertence aos sócios da sociedade e se constitui na outra fonte de recursos que irá financiar a aquisição de bens e direi-tos, ou seja, a constituição do ativo. O patrimônio líquido de uma pessoa jurídica po-de ser proveniente das seguintes fontes:

Capital Social: Recursos oriundos do patrimônio dos proprietários (titulares, sócios ou acionistas) em troca de quinhão, quotas, ações ou outras partici-pações.

Lucros ou Prejuízos: São recursos originados na própria pessoa jurídica, por meio de suas atividades operacionais, que poderão ser reinvestidos, quando se tratar de lucro, representando, neste caso, fonte adicional de financiamen-to;

Reservas: São recursos originados nos lucros obtidos pela pessoa jurídica em decorrência de suas atividades operacionais ou destinados a reforço do capital social.

Ativo Total (Bens e Direitos)

Passivo Exigível (Obrigações com 3ºs)

Patrimônio Líquido

(Obrigações com Sócios)

Total do Ativo Total do Passivo

∑Ativo = ∑Passivo

Page 18: Apostila Contabilidade Geral

CURSOS EM PDF – CONTABILIDADE GERAL – AGENTE PF 2012 Prof. Cláudio Cardoso

www.canaldosconcursos.com.br

18

Agora, veremos de maneira bastante simplificada um exemplo de um balanço patrimonial.

CIA CONCURSEIRA S/A. BALANÇO PATRIMONIAL EM 31/12/X9

ATIVO TOTAL PASSIVO TOTAL

Ativo Circulante Passivo Circulante

Caixa 2.000 Títulos a Pagar 7.000

Bancos 1.600 Passivo Não Circulante

Mercadorias 6.000 Obrigações a Pg. 3.600

Duplicatas a Rec. 3.400

ANC Imobilizado Patrimônio Líquido

Veículos 1.000 Capital 8.000

Imóveis 6.000 Reserva de Lucros 1.400

TOTAL 20.000 TOTAL 20.000

5. Equação Patrimonial e Estados Patrimoniais 5.1 Equação Patrimonial A premissa de que partiremos pode ser observada no nosso balanço patrimonial simplificado anteriormente visto. Os somatórios do ativo total e do passivo total serão sempre iguais.

Como vimos anteriormente, o passivo total é composto de passivo exigível e patrimônio líquido. Teremos, então, nossa equação fundamental assim determina-da:

Total do Ativo

Total do Passivo

Ativo Total

Passivo Exigível

Patrimônio Líquido

Page 19: Apostila Contabilidade Geral

CURSOS EM PDF – CONTABILIDADE GERAL – AGENTE PF 2012 Prof. Cláudio Cardoso

www.canaldosconcursos.com.br

19

5.2 Estados Patrimoniais Para melhor compreender os estados patrimoniais e as questões que os envolvem, devemos sempre ter em conta que:

a) O ativo sempre será positivo ou, na pior das hipóteses, nulo, ja-mais assumindo um total negativo.

b) Da mesma forma, o passivo sempre será positivo ou, na pior das hipóteses, nulo, jamais assumindo um total negativo.

c) O patrimônio líquido poderá ser positivo, nulo ou negativo. É, por-tanto, o único grupo que pode assumir um total negativo.

Considerando-se os valores dos componentes do balanço patrimonial, são 5 os estados patrimoniais possíveis:

A>PE ⇒ SL>0 ⇒ Situação líquida superavitária (positiva, ativa ou favorável). Considerado o estado mais usual do patrimônio. Nela, o ativo é maior que o passivo exigível e a situação líquida é maior que zero.

A= PE-PL⇒ A<PE ⇒ SL<0 ⇒ Situação lí-quida deficitária (passivo a descoberto, desfavorável, passiva ou negativa). Nesta hipótese, o ativo é menor que o passivo exigível e a situação líquida é menor que zero. Esta situação é desfavorável à empresa, pois os bens e direitos são inferio-res às obrigações. Durante muito tempo houve a obrigatoriedade de, na existência de passivo a descoberto, representá-lo no lado esquerdo do balanço.

Tal obrigação era decorrente da Resolução CFC 686/91 que aprovavam as NBC T3 (Normas Brasileiras de Contabilidade Técnicas Nº 3). Ocorre que a Resolução 1.049/2005 do mesmo órgão, revogou as disposições da primeira, fazendo com que hoje o PL negativo permaneça no lado direito com sinal negativo. O termo “passivo a descoberto” é muito utilizado em prova.

A

PE

PL

AT

PE

PL

Page 20: Apostila Contabilidade Geral

CURSOS EM PDF – CONTABILIDADE GERAL – AGENTE PF 2012 Prof. Cláudio Cardoso

www.canaldosconcursos.com.br

20

A=0 ⇒ SL = PE ⇒ É a pior situação possível. Situação de falência ab-soluta, pois a empresa só possui obrigações.

PE=0 ⇒ A=SL ⇒ É, em tese, a melhor situação possível, pois a empresa só possui direitos e bens. Não há dívidas, ou seja, toda riqueza é própria.

A=PE ⇒ SL=0 ⇒ Situação Líquida Nula. Nesta situação, o ativo é igual ao passivo exigível. Não existe riqueza própria, ou seja, PL (capital próprio) = 0.

A

PE

-PL

PE

- PL

A PL

AT

PE

PL

PE

PL

AT

PL

Page 21: Apostila Contabilidade Geral

CURSOS EM PDF – CONTABILIDADE GERAL – AGENTE PF 2012 Prof. Cláudio Cardoso

www.canaldosconcursos.com.br

21

Note que é inconcebível uma situação patrimonial em que a situação líquida seja maior que o ativo total.

6. Resultado: Receita x Despesa 6.1 Conceito Resultado (também conhecido como “Rédito”) é a expressão econômica das variações ocorridas no patrimônio líquido em um determinado exercício. Em cada período poderá ser lucro ou prejuízo.

Será lucro se as receitas superarem as despesas em um mesmo exercício soci-al.

Se ocorrer o oposto, ou seja, as despesas forem superiores às receitas, teremos um prejuízo. Receitas e despesas, como veremos futuramente, são classificadas co-mo “Contas de Resultado”. Vejamos agora os significados destes conceitos.

A

PE

Lucro

Receitas

Despesas

Lucro

Receitas

Despesas

AT

PE

Page 22: Apostila Contabilidade Geral

CURSOS EM PDF – CONTABILIDADE GERAL – AGENTE PF 2012 Prof. Cláudio Cardoso

www.canaldosconcursos.com.br

22

6.2 Receitas Podem ser definidas, genericamente, como variações positivas do patrimô-nio líquido. Originam-se, em geral, das vendas de mercadorias, produtos ou presta-ções de serviços. É refletida no balanço por meio da entrada de dinheiro no caixa ou em bancos (venda à vista) ou em forma de direitos a receber (venda a prazo).

Nos termos da Deliberação CVM 675/2011: Receitas são aumentos nos be-nefícios econômicos durante o período contábil, sob a forma da entrada de recursos ou do aumento de ativos ou diminuição de passivos, que resultam em aumentos do patrimônio líquido, e que não estejam relacionados com a contribuição dos detentores dos instrumentos patrimoniais

Durante o curso, conheceremos e aprenderemos a contabilizar os principais ti-pos de receitas.

6.3 Despesas Podem ser definidas, genericamente, como variações negativas no patrimô-nio líquido da entidade. A utilização de serviços e o incorrimento no fato gerador de tributos são exemplos de despesas. A despesa pode, ainda, originar-se de reduções no valor dos ativos, como é o caso do desgaste de máquinas e equipamentos de uso, por meio dos encargos de depreciação, entre outras.

Nos termos da Deliberação CVM 675/2011: Despesas são decréscimos nos benefícios econômicos durante o período contábil, sob a forma da saída de recursos ou da redução de ativos ou assunção de passivos, que resultam em decréscimo do patrimônio líquido, e que não estejam relacionados com distribuições aos detentores dos instrumentos patrimoniais. Podem ser definidas, ainda, como todo sacrifício ou esforço feito no intuito da obtenção de uma receita. Ela é refletida no balanço por meio de uma redução do caixa ou bancos (quando é paga à vista) ou mediante um aumento de uma dívida (passivo, quando a despesa é incorrida, mas não paga).

Obs: Mais adiante estudaremos a escrituração pelo regime de competência. Entenderemos, então, que nem todo o desembolso de dinheiro significa uma despesa e vice-versa.

Page 23: Apostila Contabilidade Geral

CURSOS EM PDF – CONTABILIDADE GERAL – AGENTE PF 2012 Prof. Cláudio Cardoso

www.canaldosconcursos.com.br

23

Questões para Ilustração

4) (Agente PF 2009) De acordo com a doutrina e a legislação contábeis, a prescrição de uma dívida e o perecimento de um direito correspondem, res-pectivamente, a uma realização de receita e à incorrência de uma despesa.

Comentários: Quando uma empresa possui uma dívida com certo credor e o direito deste de

cobrar por esta é extinto por inércia deste, a empresa também não mais terá obriga-ção de pagar. Trata-se de algo claramente favorável à riqueza da sociedade, ou seja, uma receita.

Da mesma forma, se a nossa sociedade observar o perecimento de um direito, isto será considerado negativo para a riqueza própria da sociedade, ou seja, uma des-pesa. Certo. 6.4 Diferença entre Custo e Despesa

Custo: Gasto relativo a um bem ou serviço utilizado (consumido) na pro-dução de outros bens ou serviços. É o gasto efetivado no setor de produção (es-paço físico) ou com terceiros que manuseiem o produto em fabricação. Com-põem o custo: as matérias primas utilizadas na produção, a mão de obra dos funcio-nários da fábrica e os custos indiretos de fabricação, como a luz gasta para fazer a máquina industrial funcionar. Em uma empresa comercial, o único custo existente é o Custo das Mercadorias Vendidas – CMV, que será estudado em outro ponto mais adi-ante.

Despesa: É todo gasto que visa à obtenção de uma receita. É efe-tuado fora do setor de produção. Também significa consumo de bens e serviços, todavia, este consumo não está vinculado à produção. A despesa é lançada de manei-ra direta e imediata nas contas de resultado, independentemente da produção imedia-ta de qualquer receita. Exemplos: despesas administrativas, despesas comerciais, despesas financeiras, despesas tributárias, etc.

6.5 Regimes de Contabilização Existem dois critérios completamente diferentes para a determinação do mo-mento em que ocorrem as receitas e despesas. São os chamados regimes de contabi-lização de caixa e regime de contabilização de competência

Atenção, pois a Lei 6404/76 determina que todas as sociedades anônimas adotem o regime de competência para a elaboração de seus registros e demons-trações contábeis. Assim como as S.A., todos os tipos de empresas que divulguem

Custo

Despesa

Page 24: Apostila Contabilidade Geral

CURSOS EM PDF – CONTABILIDADE GERAL – AGENTE PF 2012 Prof. Cláudio Cardoso

www.canaldosconcursos.com.br

24

demonstrações contábeis deverão fazê-lo utilizando o regime de competência. Isto não impede que a empresa utilize paralelamente o regime de caixa se isto for de seu interesse ou que empresas que não são obrigadas e divulgar (publicar) suas demons-trações também o utilizem. Note, no entanto, o mencionado no início do estudo sobre sociedades de grande porte que devem escriturar como se fossem sociedades por ações e, assim, sendo, devem usar o regime de competência.

Regime de Caixa: neste regime, como o próprio nome já diz, as recei-tas e despesas são consideradas ocorridas quando do efetivo ingresso ou desem-bolso do dinheiro, respectivamente, nos cofres da companhia, independendo de ter ocorrido ou não o fato gerador.

Regime de Competência: de fundamental importância para nosso estudo, este regime reconhece a ocorrência das receitas e despesas pela ocorrência do “Fato Gerador”, independentemente da entrada ou saída dos valores do caixa da empresa.

Exemplo:

Imaginemos uma situação em que, no dia 01.10.2009, contratamos uma apóli-ce de seguro para o prédio onde funciona a matriz da empresa. Tal seguro, que terá a duração de doze meses, será pago antecipadamente no valor de R$ 12.000,00. No regime de caixa, este valor será considerado despesa no momento em que for efetivamente desembolsado, independente do fato gerador da despesa ter ocorrido ou não. Note que, desta forma, teremos uma despesa de R$ 12.000,00 afe-tando negativamente o resultado da empresa e no restante do decurso da validade do seguro contratado não haverá mais despesas a registrar. Desta forma, o resultado de 2009 seria reduzido em R$ 12.000,00, enquanto o resultado de 2010 nada sofreria. Esta não é, na realidade, a essência desta transação.

Page 25: Apostila Contabilidade Geral

CURSOS EM PDF – CONTABILIDADE GERAL – AGENTE PF 2012 Prof. Cláudio Cardoso

www.canaldosconcursos.com.br

25

Já, no regime de competência, a despesa somente será registrada quando ocorrer o seu fato gerador. Como, normalmente, trabalhamos com uma base de competência mensal, só será considerada incorrida a despesa no final do mês co-berto por aquela apólice de seguros. Enquanto não decorridos os meses, aquele valor que foi pago no início da vigência é considerado uma despesa paga antecipada-mente e será um direito da empresa em nosso balanço patrimonial. Desta forma, teríamos:

Em 01.10.2009: Despesa paga antecipadamente – 12.000 e despesa do exercício 2009 – ZERO

A cada mês decorrido, reconhecemos uma das doze parcelas como despesa, reconhecendo, assim, paralelamente, a redução do direito da empresa.

Ao chegarmos, a 30/09/2010, estará extinto o direito da empresa, já que en-cerrada a validade da cobertura do seguro e registrado o restante da despesa no re-sultado de 2010. Desta forma, no balanço patrimonial de 2010, não mais aparecerá a conta de direito, e na apuração do resultado, teremos “Despesas com Seguros” no valor de R$ 9.000,00.

Abaixo, vemos uma tabela para melhor visualizarmos a situação:

Regime de Caixa Regime de Competência

Mês/ Ano Direitos Despesas Mês/ Ano Direitos Despesas

Ano 2009 Ano 2009

Outubro - (12.000,00) Outubro 11.000,00 (1.000,00)

Novembro - - Novembro 10.000,00 (1.000,00)

Dezembro - - Dezembro 9.000,00 (1.000,00)

Resultado 2009

- (12.000,00) Resultado 2009

9.000,00 (3.000,00)

Page 26: Apostila Contabilidade Geral

CURSOS EM PDF – CONTABILIDADE GERAL – AGENTE PF 2012 Prof. Cláudio Cardoso

www.canaldosconcursos.com.br

26

Regime de Caixa Regime de Competência

Mês/ Ano Direitos Despesas Mês/ Ano Direitos Despesas

Ano 2010 Ano 2010

Janeiro - - Janeiro 8.000,00 (1.000,00)

Fevereiro - - Fevereiro 7.000,00 (1.000,00)

Março - - Março 6.000,00 (1.000,00)

Abril - - Abril 5.000,00 (1.000,00)

Maio - - Maio 4.000,00 (1.000,00)

Junho - - Junho 3.000,00 (1.000,00)

Julho - - Julho 2.000,00 (1.000,00)

Agosto - - Agosto 1.000,00 (1.000,00)

Setembro - - Setembro - (1.000,00)

Resultado 2010 - - Resultado 2010 - (9.000,00)

Obs1: Dizemos que uma receita foi recebida quando ocorre o recebimento dos valores relativos à transação. No entanto, ela só será considerada ganha quando ocorrer o fato gerador deste recebimento; nos casos mais comuns, a entrega dos bens ou a prestação dos serviços. Somente quando a receita for ganha é que observaremos o fenômeno da apropriação. Da mesma maneira, a despesa é considerada paga quando ocorre o efetivo desembolso dos valores envolvidos na transação. No entanto, esta somente será considerada incorrida quando da ocorrência do fato gerador, o que se dará pela fruição da contrapartida colocada à disposição pela outra pessoa en-volvida na transação. Assim como na receita, somente quando a despesa for conside-rada incorrida é que haverá a apropriação.

Page 27: Apostila Contabilidade Geral

CURSOS EM PDF – CONTABILIDADE GERAL – AGENTE PF 2012 Prof. Cláudio Cardoso

www.canaldosconcursos.com.br

27

Obs 2: As contas mencionadas na observação anterior são privativas do regime de competência, já que, como vimos anteriormente, no regime de caixa as receitas e despesas ocorrem no momento do recebimento ou do desembolso do valor, respectivamente.

Obs 3: O fenômeno descrito no exemplo sobre o regime de competência, no qual o reconhecimento da despesa ou da receita se dá mediante a ocorrência do fato gerador, é denominado apropriação. Podemos dizer que este é o fenômeno pelo qual uma receita ou despesa antecipada é transformada em receita ou despesa do exercício.

Obs4 – “despesa paga antecipadamente” é o mesmo que: “despesa an-tecipada”, “despesa a vencer”, “despesa a apropriar” ou “despesa paga, mas não in-corrida”. Da mesma forma, “receita recebida antecipadamente” é sinônimo de “receita antecipada”, “receita a vencer”, “receita a apropriar” ou “receita recebida e não ga-nha”.

Questões para Ilustração

5) (Auditor TCU 2007) Considere a seguinte situação hipotética. Uma empresa contratou seguro, em 1.º/10/2006, no valor de R$ 360.000,00, com vigência de dois anos, sendo que seu exercício social coincide com o ano-calendário. Nessa situação, em 31/12/2007, o balanço patrimonial deve-rá demonstrar R$ 135.000,00 como seguros a vencer, no ativo realizável a longo prazo.

Comentários: Contratos como os de seguros tem a particularidade de terem seus prêmios pagos antecipadamente em relação à ocorrência do fato gerador. Vale dizer que o contratan-

Receitas

Ganha

Recebida Efeito

$

Fato Gerador

Despesas

Incorrida

Paga Efeito

$

Fato Gerador

Page 28: Apostila Contabilidade Geral

CURSOS EM PDF – CONTABILIDADE GERAL – AGENTE PF 2012 Prof. Cláudio Cardoso

www.canaldosconcursos.com.br

28

te paga o prêmio na data da assinatura do contrato e só vai usufruir da cobertura ofe-recida pela seguradora a medida que o tempo passe. Note, portanto, que se a con-tratante, na data do pagamento, não usufruiu dos serviços oferecidos pela seguradora, não houve fato gerador para a despesa de seguros. Assim, o valor pago antecipadamente por algo que ainda não usufruí será considerado um direito da empresa, registrado na conta “Seguros a Vencer”. Somente, a medida que o tem-po passe, em base mensal, é que vamos apropriar a despesa ao resultado, reduzindo o direito da empresa. Assim, devemos perceber que, na data da contratação, foi reco-nhecido um direito de R$ 360.000,00.

Somente a medida que o tempo passe é que devemos reconhecer a despesa, pelo efetivo consumo do serviço oferecido pela seguradora. Desta forma, iremos reco-nhecer mensalmente:

R$ 360.000,00 ÷ 24 meses = R$ 15.000,00 Como, entre a assinatura do contrato (01/10/2006) e o encerramento do exer-cício (31/12/2006) temos 3 meses, serão reconhecidos como despesa em 2005:

R$ 15.000 X 3 meses = R$ 45.000 Assim, o direito que era, originalmente de R$ 360.000 estaria reduzido a R$ 315.000, divididos em direitos de curto prazo (realizáveis até o término do exercício social seguinte e classificados no ativo circulante) e de longo prazo (realizáveis após o término do exercício social seguinte e classificáveis no ativo não circulante realizável a longo prazo). Portanto, se estamos em 31.12.2006, estarão no curto prazo as parcelas realizáveis até 31.12.2007, ou seja, 12 parcelas, estando as demais classificadas no longo prazo. Desta forma: AC = 12 parcelas X R$ 15.000 = R$ 180.000 Desta forma, as demais parcelas estarão no longo prazo. Se 3 parcelas já se transformaram em despesas e 12 estão no curto prazo, teremos 9 parcelas no longo prazo:

ANC RLP = 9 parcelas X R$ 15.000 = R$ 135.000 Como podemos observar a afirmativa está correta. Certo

6) (Contador STM 2004) As receitas devem ser lançadas pelo regime de caixa e as despesas, pelo regime de competência. Comentários: Afirmativa absurda, pois, tanto receitas quanto despesas devem ser apuradas pelo regime de competência. Errado.

7. Escrituração e Método das Partidas Dobradas As mutações do patrimônio de uma empresa, compreendendo os aspectos qua-litativos e quantitativos, precisam ser registradas de maneira lógica, de forma a per-mitir, não apenas o registro da transação ocorrida, mas também a organização destes

Page 29: Apostila Contabilidade Geral

CURSOS EM PDF – CONTABILIDADE GERAL – AGENTE PF 2012 Prof. Cláudio Cardoso

www.canaldosconcursos.com.br

29

registros de maneira a produzir informações que possam ser utilizadas no processo decisório da empresa. A técnica contábil utilizada para o registro das mutações de determinado patri-mônio e a obtenção de informações que possam ser úteis à administração da empresa é denominada escrituração.

Consiste no registro em livros especiais (livros contábeis de escrituração) e em linguagem própria (método das partidas dobradas), dos fatos que influem na compo-sição qualitativa e quantitativa do patrimônio (fatos contábeis), com observância dos princípios geralmente aceitos.

A estas movimentações damos o nome de registros, partidas ou lançamen-tos.

As partidas (ou lançamentos contábeis) são efetuadas em contas contábeis, conceito que veremos logo a seguir.

7.1 Conta É uma classe de elementos do patrimônio, ou seja, são títulos que identificam

graficamente elementos de mesma natureza. Para cada elemento do patrimônio há uma conta para representá-lo e controlá-lo.

A função das contas é registrar os bens, direitos, obrigações e a situação líquida patrimonial, além das receitas e despesas, com base nas quais são apurados os lucros ou prejuízos decorrentes das atividades da empresa.

A cada componente patrimonial corresponde uma representação gráfica deno-minada “Conta Contábil”.

Cumpre, ainda, citarmos o conceito clássico de conta dado pelo conhecido autor Geraldo De La Roque:

"Conta é a representação gráfica de débitos e créditos referentes a uma pessoa e a fatos contábeis homogêneos".

Page 30: Apostila Contabilidade Geral

CURSOS EM PDF – CONTABILIDADE GERAL – AGENTE PF 2012 Prof. Cláudio Cardoso

www.canaldosconcursos.com.br

30

Razonete ou Conta “T”

Questões para Ilustração

7) (Fiscal Alagoas 2002) Nos razonetes, os movimentos devedores são apresentados do lado direito, e os credores, do lado esquerdo de quem olha.

Comentários: Como sabemos os débitos ocorrem à esquerda e os créditos à direita dos razo-

netes. Errado. 7.2 Teoria Patrimonialista Dentre as teorias de classificação das contas, destaca-se a “Teoria Patrimonia-lista”.

Esta é a abordagem mais utilizada atualmente. Nesta teoria, contempla-mos os aspectos estático e dinâmico do patrimônio, objeto de estudo da contabilida-de. No aspecto estático, temos as contas de ativo, passivo exigível e patrimônio líqui-

Page 31: Apostila Contabilidade Geral

CURSOS EM PDF – CONTABILIDADE GERAL – AGENTE PF 2012 Prof. Cláudio Cardoso

www.canaldosconcursos.com.br

31

do, representativas do patrimônio em um dado momento, neste caso, o fim do exercí-cio social. Sob o aspecto dinâmico, temos as contas de receitas e despesas, que indi-carão como o resultado econômico evoluiu no decorrer do exercício até tornar-se par-te do patrimônio no final do exercício.

Patrimoniais - Representam os bens, direitos, obrigações com tercei-ros e com os sócios ou acionistas, representados no balanço pelas contas de ativo, passivo exigível e patrimônio líquido.

Resultado - São as receitas e despesas que representam as variações do patrimônio.

Questões para Ilustração

8) (Analista CESAN 2005) As contas patrimoniais, também chamadas de permanentes, representam os estoques de recursos e de aplicações da enti-dade e compõem o balanço patrimonial.

Comentários: De fato, as contas patrimoniais (também chamadas permanentes) representam

as origens (estoques) de recursos, ou seja, os passivos e as aplicações destes recur-sos no ativo. Certo.

7.3 Plano de Contas a) Conceito

O plano de contas é composto pela relação ordenada e codificada das contas utilizadas pela entidade, bem como de todas as normas e procedimen-tos adotados pelo seu sistema contábil. Seu objetivo é padronizar as informações, tornando mais eficaz a elaboração dos registros e demonstrações contábeis, assim como sua posterior análise.

Page 32: Apostila Contabilidade Geral

CURSOS EM PDF – CONTABILIDADE GERAL – AGENTE PF 2012 Prof. Cláudio Cardoso

www.canaldosconcursos.com.br

32

Cada empresa possuirá um plano de contas com características próprias. Quan-do elaboram seus planos de contas, os profissionais contábeis das empresas levam em consideração principalmente o porte e o ramo de atividades.

b) Composição O plano de contas de uma empresa é normalmente composto de dois elementos principais:

Elenco das contas - Relaciona de maneira ordenada e codificada todas as contas utilizadas pela entidade. No caso das empresas com atividades mais co-muns, a ordenação do plano de contas deve ser de acordo com o disposto na Lei 6.404/76. Já nos órgãos públicos, instituições financeiras e seguradoras, com atividades ligadas a setores da economia de relevante controle governamental, o plano de contas é padronizado pelos respectivos órgãos de fiscalização.

Vejamos, agora, um exemplo de conta relacionada no elenco de contas:

1. Grupo Ativo 1.1 Subgrupo (primeiro grau) Ativo Circulante 1.1.1 Subgrupo (segundo grau) Disponibilidades 1.1.1.1 Conta Caixa

1.1.1.1.1 Subconta Caixa da Matriz

1.1.1.1.2 Subconta Caixa da Filial 1

1.1.1.1.3 Subconta Caixa da Filial 2

1.1.1.2 Conta Bancos Conta Movimento 1.1.1.2.1 Subconta Banco Alfa

1.1.1.2.2 Subconta Banco XYZ

Manual de Contas - Possui a função de explicar o uso correto de ca-da conta componente do plano de contas, definindo sua função, isto é, a razão de sua existência e seu funcionamento, ou seja, quando a conta será debitada e quando será creditada, bem como a natureza do seu saldo.

Page 33: Apostila Contabilidade Geral

CURSOS EM PDF – CONTABILIDADE GERAL – AGENTE PF 2012 Prof. Cláudio Cardoso

www.canaldosconcursos.com.br

33

Questões para Ilustração

9) (Fiscal Alagoas 2002) A contabilidade depende de um plano para a sua escrituração, que é um conjunto de contas compatível com as necessidades de registro das transações da empresa em que cada conta deve ter uma fun-ção e as condições de funcionamento (quando deve ser debitada e credita-da).

Comentários:

Como vimos o plano de contas é o conjunto de contas que descreve a função e funcionamento de cada conta, codificando-as e ordenando-as. Ele deve ser compatível com a necessidades (porte e ramo de atividade) da sociedade. Certo.

7.4 Débito e Crédito – O Método das Partidas Dobradas A dificuldade principal para aqueles que iniciam o estudo da contabilidade reside no fato de que o estudante é levado a pensar que o débito é coisa desfavorável e o crédito, coisa favorável, quando, na realidade, trata-se apenas de uma questão de ordenação ou de organização. Como a conta tem dois lados, foi escolhido um lado pa-ra os débitos (o esquerdo), e outro para os créditos (o direito), seguindo a mesma lógica do balanço.

Para iniciarmos nosso entendimento do assunto, é necessário que entendamos que as contas de ativo, apesar de representarem um crédito da empresa, são contas de natureza devedora. Da mesma forma, as contas de passivo (exigível ou patrimônio líquido) que representam um débito da empresa são contas de natureza credora. Tal entendimento é uma decorrência da teoria personalista que, ao classificar as con-tas, identifica-as como verdadeiras “pessoas”, donde depreende-se que os agentes com os quais a empresa possui obrigações são, em verdade, credores da empresa e

Page 34: Apostila Contabilidade Geral

CURSOS EM PDF – CONTABILIDADE GERAL – AGENTE PF 2012 Prof. Cláudio Cardoso

www.canaldosconcursos.com.br

34

aqueles com os quais a empresa possui direitos são devedores da empresa.

Outra forma de encararmos esta questão é notarmos que todo débito signifi-ca uma aplicação de recursos enquanto todo crédito corresponde à origem dos recursos. Vejamos então um exemplo de como devemos raciocinar para saber-mos qual conta deverá ser creditada ou debitada:

Imaginemos uma situação em que sua empresa está adquirindo um veículo à vista com pagamento efetuado por meio de cheque. A origem dos recursos para a aquisição do bem é a conta corrente da empresa. Utilizaremos a conta contábil “Ban-cos Conta Movimento” para designar esta classe patrimonial. Estes recursos serão aplicados na aquisição de um veículo que será registrado na conta contábil “Veícu-los” que agregará os valores relativos a esta classe no patrimônio da empresa. Então, teremos débito na conta que representa a aplicação, ou seja, veículos e crédito na conta bancos conta movimento que representa a origem dos recursos.

No entanto, com o decorrer do curso, veremos que a melhor maneira de aprendermos sobre quando debitar ou creditar uma conta é conhecendo o signifi-cado, função e classificação de cada conta.

Page 35: Apostila Contabilidade Geral

CURSOS EM PDF – CONTABILIDADE GERAL – AGENTE PF 2012 Prof. Cláudio Cardoso

www.canaldosconcursos.com.br

35

Método das Partidas Dobradas O método das partidas dobradas constitui-se de duas premissas básicas:

“O total lançado a débito sempre será igual ao total lançado a crédito”

“Toda partida corresponde a uma contrapartida”

Consequentemente, o valor do fato contábil será registrado, concomitantemen-te, a débito de uma ou mais contas e a crédito de uma ou mais contas e vice-versa (partida dobrada).

Podemos, então, constatar que, num determinado lançamento, a soma dos dé-bitos deve sempre ser igual à soma dos créditos.

Outra conclusão importantíssima a que podemos chegar é que sempre que fi-zermos um lançamento a débito, obrigatoriamente teremos pelo menos uma contra-partida a crédito e vice-versa.

Page 36: Apostila Contabilidade Geral

CURSOS EM PDF – CONTABILIDADE GERAL – AGENTE PF 2012 Prof. Cláudio Cardoso

www.canaldosconcursos.com.br

36

Ou então, em forma de razonetes (conta “T”):

Caixa Estoques

D C D C

5.000 5.000

7.5 Funcionamento das Contas A partir de agora, aprenderemos o funcionamento das contas, ou seja, quando uma conta deve ser debitada e quando deve ser creditada e o porquê.

É necessário, de uma vez por todas, perceber que o que aprenderemos a partir de agora é uma mera convenção que nada tem a ver com os fatos serem positivos ou negativos para a empresa.

Esta convenção, no que se refere às contas patrimoniais obedece a seguinte lógica: se o ativo representa as aplicações e os débitos também, o ativo terá natureza devedora. Note que ambos estão do lado esquerdo (do balanço e do razonete, respec-tivamente). Ao contrário, se o passivo e o patrimônio líquido representam as origens e os créditos também, estes grupos terão natureza credora. Note que ambos estão do lado direito (do balanço e do razonete, respectivamente).

Contas do ativo As contas do ativo são, por natureza, devedoras. Isto significa que, quando debitadas são aumentadas e quando creditadas são diminuídas.

Page 37: Apostila Contabilidade Geral

CURSOS EM PDF – CONTABILIDADE GERAL – AGENTE PF 2012 Prof. Cláudio Cardoso

www.canaldosconcursos.com.br

37

Exemplo: a aquisição de uma máquina à vista, para uso, no valor de R$ 2.000,00, pagos em moeda corrente.

Obs: não estão sendo levados em consideração os saldos anteriores e posterio-res das contas envolvidas.

No exemplo, verifica-se que houve um aumento do ativo, na conta “Máquinas e Equipamentos”, que deverá ser debitada e uma diminuição de outro ativo, na conta “Caixa”, que deverá ser creditada. No razonetes em “T”, o lançamento ficaria assim:

Máquinas e Equipamen-tos

Caixa

2.000 2.000

Como já visto, os saldos das contas do ativo retratam as aplicações de recursos na atividade operacional da entidade. Soa bastante lógico dizer que, para haver apli-cações, antes devem existir as origens e estas estão localizadas no lado direito do ba-lanço como capital próprio (patrimônio líquido) e/ou, capital de terceiros (passivo exi-gível), representado pelas obrigações. Note que a conta “Caixa”, no exemplo, faz as vezes de uma conta intermediária na operação. Resultaria no mesmo efeito se a má-quina pudesse ser adquirida, primeiro pelo sócio, e, logo após, entregue à pessoa ju-rídica como integralização de capital.

Contas do passivo As contas do passivo são, por natureza, credoras. Isto significa que, quando creditadas são aumentadas e quando debitadas são diminuídas.

Page 38: Apostila Contabilidade Geral

CURSOS EM PDF – CONTABILIDADE GERAL – AGENTE PF 2012 Prof. Cláudio Cardoso

www.canaldosconcursos.com.br

38

Questões para Ilustração

10) (Fiscal Maceió 2003) As contas de ativo, com exceção das retificadoras, devem apresentar sempre saldo credor.

Comentários: Como vimos, as contas de ativo representam aplicações de recursos e, assim,

apresentam natureza devedora, ou seja, saldo devedor, sendo suas retificadoras, ao contrário, credoras. Errado.

11) (Contador STM 2004) Contas do ativo de natureza devedora aumentam quando ocorre aplicação e diminuem quando o fato é uma origem.

Comentários: Como vimos, as contas de ativo são devedoras e aumentam por aplicações (dé-

bitos), diminuindo por origens (créditos). Certo.

Exemplo: pagamento de fornecedores, no valor de R$ 500,00, em moeda corrente.

Neste caso, a conta “Fornecedores” deverá ser diminuída, ou seja, deverá ser debita-da, pois significa a aplicação do recurso no pagamento da duplicata, enquanto a conta “Caixa” será creditada, pela sua diminuição, já que é a origem do recurso para o pa-gamento. No razonete em “T”, o lançamento ficaria da seguinte forma:

Fornecedores Caixa

500 500

Page 39: Apostila Contabilidade Geral

CURSOS EM PDF – CONTABILIDADE GERAL – AGENTE PF 2012 Prof. Cláudio Cardoso

www.canaldosconcursos.com.br

39

Contas de Patrimônio Líquido As contas de patrimônio líquido, da mesma forma que as de passivo, são, por natureza, credoras. Para aumentá-las é necessário creditá-las e, para diminuí-las, faz-se o lançamento a débito.

Exemplo: 1) Integralização do capital social da empresa pelo sócio A, por meio de entrega de um imóvel no valor de R$ 100.000,00.

feito na forma O patrimônio líquido será aumentado pelo crédito da conta “Capital So-cial”, indicativa da origem do imóvel. Da mesma maneira, debitaremos a conta “Imó-veis”, representativa da aplicação dos recursos, aumentando assim o seu saldo.

O lançamento em forma de razonete seria que se segue:

Capital Social Imóveis

100.000 100.000

Contas de Receitas Para melhor compreendermos o mecanismo de débito e crédito nas contas de resultado, devemos, primeiramente, saber que as contas de receita sempre aumen-tam o patrimônio líquido e representam origens de recursos. As contas de receitas, por representarem origens de recursos, serão sempre creditadas, sendo debitadas somente quando do encerramento do período de apuração, pelo total, a fim de zerá-las, transferindo-se seus saldos para a conta de apuração de resultado. Assim, as contas de receitas começam, no período de apura-ção seguinte, com saldo zero.

Page 40: Apostila Contabilidade Geral

CURSOS EM PDF – CONTABILIDADE GERAL – AGENTE PF 2012 Prof. Cláudio Cardoso

www.canaldosconcursos.com.br

40

Exemplo Venda de mercadorias à vista, por R$ 3.000,00. A conta “Venda de Mercadorias” corresponde a uma origem de recursos. A apli-cação se dará, pelo débito, na conta “Caixa”.

Caixa Vendas de Mercadorias

3.000 3.000

Contas de Despesas Para melhor compreendermos o mecanismo de débito e crédito nas contas de resultado, devemos, primeiramente, saber que as contas de despesa sempre diminu-em o patrimônio líquido e representam aplicações de recursos.

As contas de despesas, por representarem aplicações de recursos, se-rão sempre debitadas, sendo creditadas somente quando do encerramento do perí-odo de apuração, pelo total, a fim de zerá-las, transferindo-se seus saldos para a con-ta “Apuração de Resultado”. Assim, as contas de despesas começam, no período de apuração seguinte, com saldo zero.

Page 41: Apostila Contabilidade Geral

CURSOS EM PDF – CONTABILIDADE GERAL – AGENTE PF 2012 Prof. Cláudio Cardoso

www.canaldosconcursos.com.br

41

Exemplo Pagamento de salários, por meio do banco, no valor de R$ 1.000,00. A conta “Despesas de Salários” será debitada, pois se trata de uma aplicação de recursos. A contrapartida (crédito) se dará na conta “Bancos Conta Movimento”.

Caixa Despesa com Salários

1.000 1.000

Obs: Qualquer conta, de qualquer natureza, pode ser debitada ou creditada para acerto de possíveis erros de escrituração.

Didaticamente, podemos dissecar o lançamento contábil numa sequência de quatro passos:

1º passo: identificação das contas envolvidas no fato;

2º passo: identificação da natureza das contas, ou seja, a que grupo perten-cem (se ativo, passivo, patrimônio líquido, receitas, despesas);

3º passo: identificar se o fato lançado aumenta ou diminui o saldo das contas envolvidas;

4º passo: efetuar o lançamento segundo o método das partidas dobradas, ou seja, a cada débito corresponde um crédito de igual valor ou a cada crédito corres-ponde um débito de igual valor.

7.6 Contas Retificadoras (Diminutivas, Redutoras ou Negativas) É aquela que tem função de reduzir o valor contábil de outra conta. Em função disto, nunca aparecem sozinhas, já que sempre estarão acompanhadas pe-las contas que ajustam, também conhecidas como “Contas Retificadas”.

Page 42: Apostila Contabilidade Geral

CURSOS EM PDF – CONTABILIDADE GERAL – AGENTE PF 2012 Prof. Cláudio Cardoso

www.canaldosconcursos.com.br

42

Existem contas retificadoras no ativo, passivo e no patrimônio líquido. Os exemplos mais conhecidos são: depreciação acumulada, provisão para ajuste de esto-que ao valor de mercado, ações em tesouraria, capital a realizar.

Questões para Ilustração

12) (Agente PF 2009) Em decorrência da aplicação do método das partidas dobradas, as contas retificadoras do patrimônio líquido têm seu saldo au-mentado quando são debitadas, e diminuído quando são creditadas.

Comentários: Como vimos e podemos observar no quadro acima, as retificadoras possuem

saldo contrário ao grupo a que pertencem. SE são do PL e este grupo é credor, suas redutoras terão saldo devedor, ou seja, aumentam por débito e diminuem por crédito. Certo.

13) (Técnico PF 2004) A equação fundamental do patrimônio pode ser re-escrita da seguinte forma: bens de uso + capital próprio = créditos de tercei-ros - direitos perante terceiros + dívidas.

Comentários: A equação patrimonial tem, por origem, a ideia que veremos mais adiante de

que o somatório dos débitos deve ser igual ao somatório dos créditos. Assim, bastaria diagnosticar os saldos devedores de um lado e os credores de outro, para podermos reescrever a equação patrimonial. Portanto, teríamos:

Bens Uso + Direitos com 3ºs = Cap. Próprio + Créd. de 3ºs + Dívidas Errado

Page 43: Apostila Contabilidade Geral

CURSOS EM PDF – CONTABILIDADE GERAL – AGENTE PF 2012 Prof. Cláudio Cardoso

www.canaldosconcursos.com.br

43

Questões da Aula para sua Resolução

1) (Técnico PF 2004) Considerando que o campo de abrangência de uma ciência é delimitado pelo seu objeto, conclui-se que somente o atributo quan-titativo do patrimônio delimita a contabilidade.

2) (Administrador Jr Petrobras 2004) A contabilidade é a ciência que es-tuda, registra e controla o patrimônio tanto das entidades com fins lucrativos como daquelas que não objetivam o lucro.

3) (Técnico PF 2004) A contabilidade atinge seu objetivo de fornecer in-formações sobre a composição e as variações do patrimônio para a tomada de decisões por meio das técnicas contábeis de escrituração contábil, de-monstrações contábeis, auditoria contábil e análise de balanços.

4) (Agente PF 2009) De acordo com a doutrina e a legislação contábeis, a prescrição de uma dívida e o perecimento de um direito correspondem, res-pectivamente, a uma realização de receita e à incorrência de uma despesa.

5) (Auditor TCU 2007) Considere a seguinte situação hipotética. Uma empresa contratou seguro, em 1.º/10/2006, no valor de R$

360.000,00, com vigência de dois anos, sendo que seu exercício social coin-cide com o ano-calendário. Nessa situação, em 31/12/2007, o balanço pa-trimonial deverá demonstrar R$ 135.000,00 como seguros a vencer, no ativo realizável a longo prazo.

6) (Contador STM 2004) As receitas devem ser lançadas pelo regime de caixa e as despesas, pelo regime de competência.

7) (Fiscal Alagoas 2002) Nos razonetes, os movimentos devedores são apresentados do lado direito, e os credores, do lado esquerdo de quem olha.

8) (Analista CESAN 2005) As contas patrimoniais, também chamadas de permanentes, representam os estoques de recursos e de aplicações da enti-dade e compõem o balanço patrimonial.

9) (Analista CESAN 2005) As contas patrimoniais, também chamadas de permanentes, representam os estoques de recursos e de aplicações da enti-dade e compõem o balanço patrimonial.

Page 44: Apostila Contabilidade Geral

CURSOS EM PDF – CONTABILIDADE GERAL – AGENTE PF 2012 Prof. Cláudio Cardoso

www.canaldosconcursos.com.br

44

10) (Fiscal Maceió 2003) As contas de ativo, com exceção das retificadoras, devem apresentar sempre saldo credor.

11) (Contador STM 2004) Contas do ativo de natureza devedora aumentam quando ocorre aplicação e diminuem quando o fato é uma origem.

12) (Agente PF 2009) Em decorrência da aplicação do método das partidas dobradas, as contas retificadoras do patrimônio líquido têm seu saldo au-mentado quando são debitadas, e diminuído quando são creditadas.

13) (Técnico PF 2004) A equação fundamental do patrimônio pode ser re-escrita da seguinte forma: bens de uso + capital próprio = créditos de tercei-ros - direitos perante terceiros + dívidas.

Muito bem, meus caros alunos e futuros agentes da PF. Este era o recado por hoje. Recomendo que você reveja com bastante atenção os conceitos vistos na aula de hoje, pois serão fundamentais na sequencia de seu curso.

Um grande abraço

Cláudio Cardoso

Page 45: Apostila Contabilidade Geral

CURSOS EM PDF – CONTABILIDADE GERAL – AGENTE PF 2012 Prof. Cláudio Cardoso

www.canaldosconcursos.com.br

45

Gabarito:

1-Errado 2-Certo 3-Certo 4-Certo

5-Certo 6-Errado 7-Errado 8-Certo

9-Certo 10-Errado 11-Certo 12-Certo

13-Errado