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CONTABILIDADE GERAL Prof. José Daniel Tavares

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Versão Agosto/2010

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ÍNDICE ÍNDICE .................................................................................................................................................2 CONTABILIDADE..............................................................................................................................4 I - A CONTABILIDADE.....................................................................................................................4

1. Conceito, finalidade e conteúdo .....................................................................................................4 2. Usuários..........................................................................................................................................4 3. Atributos da informação contábil ...................................................................................................4

Confiabilidade ............................................................................................................................5 Tempestividade ..........................................................................................................................5 Compreensibilidade....................................................................................................................5 Comparabilidade ........................................................................................................................6

4. História da Contabilidade...............................................................................................................6 Período Antigo ...............................................................................................................................8 Período Medieval ...........................................................................................................................9 Período Moderno..........................................................................................................................10 Período Científico ........................................................................................................................12

Escola Americana.....................................................................................................................12 No Brasil ..................................................................................................................................13

5. Método das partidas dobradas (DOUBLE-ENTRY SYSTEM)...................................................13 6. Regulamentação ...........................................................................................................................14

A – Princípios Fundamentais de Contabilidade ...........................................................................14 B – Normas Brasileiras de Contabilidade ....................................................................................14

7. Técnicas Contábeis.......................................................................................................................15 8. Terminologia contábil básica .......................................................................................................15

II - PLANO DE CONTAS .................................................................................................................16 1. Conceito .......................................................................................................................................16 2. Conta ............................................................................................................................................17 3. Tipos de Contas............................................................................................................................17 4. Contas Patrimoniais......................................................................................................................18

4.1 Ativo.......................................................................................................................................18 Ativo Circulante .......................................................................................................................18 Ativo Realizável a Longo Prazo...............................................................................................19 Ativo Permanente.....................................................................................................................19 Contas Retificadoras do Ativo .................................................................................................21

4.2 Passivo....................................................................................................................................21 Passivo Circulante ....................................................................................................................21 Passivo Exigível a Longo Prazo...............................................................................................22 Resultado de Exercícios Futuros ..............................................................................................22 Patrimônio Líquido ..................................................................................................................22 Contas Retificadoras do Passivo ..............................................................................................23

5. Contas de Resultado.....................................................................................................................24 Receita Bruta de Vendas ..............................................................................................................24 Deduções da Receita Bruta ..........................................................................................................24 Receita Operacional Líquida........................................................................................................24 Custo dos Produtos Vendidos (CPV) das Mercadorias Vendidas (CMV) e dos Serviços Prestados (CSP)............................................................................................................................24 Despesas/Receitas Operacionais ..................................................................................................24 Resultado Não-operacional ..........................................................................................................24

Plano de contas simplificado............................................................................................................25 A – Contas Patrimoniais...............................................................................................................25 B – Contas de Resultado ..............................................................................................................26

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III. DEMONSTRAÇÕES CONTÁBEIS..........................................................................................27 Balanço Patrimonial .........................................................................................................................28 Demonstrativo do Resultado do Exercício.......................................................................................29 Demonstração de Lucros e Prejuízos Acumulados ..........................................................................30 Demonstração de Origens e Aplicações de Recursos (DOAR) .......................................................31

ANÁLISE DAS DEMONSTRAÇÕES CONTÁBEIS.....................................................................32 Análise Vertical................................................................................................................................32 Análise Horizontal............................................................................................................................32 Relação dos Principais Índices e Quocientes ...................................................................................33

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CONTABILIDADE

I - A CONTABILIDADE

I - NBCT 1-DAS CARACTERÍSTICAS DA INFORMAÇÃO CONTÁB IL

1. Conceito, finalidade e conteúdo A Contabilidade é uma ciência que tem por objetivo o estudo do patrimônio das pessoas jurídicas e físicas e suas variações.

De acordo com as Normas Brasileiras de Contabilidade NBC T 1: “A Contabilidade, na sua condição de ciência social, cujo objeto é o Patrimônio, busca, por meio da apreensão, da quantificação, da classificação, do registro, da eventual sumarização, da demonstração, da análise e relato das mutações sofridas pelo patrimônio da Entidade particularizada, a geração de informações quantitativas e qualitativas sobre ela, expressas tanto em termos físicos, quanto monetários.”

As informações geradas pela Contabilidade devem propiciar aos seus usuários base segura às suas decisões, pela compreensão do estado em que se encontra a Entidade, seu desempenho, sua evolução, riscos e oportunidades que oferece.

A informação contábil se expressa por diferentes meios, como demonstrações contábeis, escrituração ou registros permanentes e sistemáticos, documentos, livros, planilhas, listagens, notas explicativas, mapas, pareceres, laudos, diagnósticos, prognósticos, descrições críticas ou quaisquer outros utilizados no exercício profissional ou previstos em legislação.

2. Usuários

Os usuários são pessoas físicas ou jurídicas com interesse na Entidade, que se utilizam das informações contábeis desta para seus próprios fins, de forma permanente ou transitória.

Os usuários incluem, entre outros, os integrantes do mercado de capitais, investidores, presentes ou potenciais, fornecedores e demais credores, clientes, financiadores de qualquer natureza, autoridades governamentais de diversos níveis, meios de comunicação, Entidades que agem em nome de outros, como associações e sindicatos, empregados, controladores, acionistas ou sócios, administradores da própria Entidade, além do público em geral.

3. Atributos da informação contábil

A informação contábil deve ser, em geral e antes de tudo, veraz e eqüitativa, de forma a satisfazer as necessidades comuns a um grande número de diferentes usuários, não podendo privilegiar deliberadamente a nenhum deles, considerado o fato de que os interesses destes nem sempre são coincidentes.

A informação contábil, em especial aquela contida nas demonstrações contábeis, notadamente as previstas em legislação, deve propiciar revelação suficiente sobre a Entidade, de modo a facilitar a

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concretização dos propósitos do usuário, revestindo-se de atributos entre os quais são indispensáveis os seguintes:

- Confiabilidade; - Tempestividade; - Compreensibilidade; e - Comparabilidade.

Confiabilidade

A confiabilidade é atributo que faz com que o usuário aceite a informação contábil e a utilize como base de decisões, configurando, pois, elemento essencial na relação entre aquele e a própria informação.

A confiabilidade da informação fundamenta-se na veracidade, completeza e pertinência do seu conteúdo.

§ 1º A veracidade exige que as informações contábeis não contenham erros ou vieses, e sejam elaboradas em rigorosa consonância com os Princípios Fundamentais de Contabilidade e as Normas Brasileiras de Contabilidade, e na ausência de norma específica, com as técnicas e procedimentos respaldados na ciência da Contabilidade, nos limites de certeza e previsão por ela possibilitados.

§ 2º A completeza diz respeito ao fato de a informação compreender todos os elementos relevantes e significativos sobre o que pretende revelar ou divulgar, como transações, previsões, análises, demonstrações, juízes ou outros elementos.

§ 3º A pertinência requer que seu conteúdo esteja de acordo com a respectiva denominação ou título.

Tempestividade

A tempestividade refere-se ao fato de a informação contábil dever chegar ao conhecimento do usuário em tempo hábil, a fim de que este possa utilizá-la para

seus fins.

Nas informações preparadas e divulgadas sistematicamente, como as demonstrações contábeis, a periodicidade deve ser mantida.

Parágrafo Único – Quando por qualquer motivo, inclusive de natureza legal, a periodicidade for alterada, o ato e suas razões devem ser divulgados junto com a própria informação.

Compreensibilidade

A informação contábil deve ser exposta na forma mais compreensível ao usuário a que se destine.

§ 1º A compreensibilidade presume que o usuário disponha de conhecimentos de Contabilidade e dos negócios e atividades da Entidade, em nível que o habilite ao entendimento das informações

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colocadas à sua disposição, desde que se proponha analisá-las, pelo tempo e com a profundidade necessários.

§ 2º A eventual dificuldade ou mesmo impossibilidade de entendimento suficiente das informações contábeis por algum usuário jamais será motivo para a sua não-divulgação.

A compreensibilidade concerne à clareza e objetividade com que a informação contábil é divulgada, abrangendo desde elementos de natureza formal, como a organização espacial e recursos gráficos empregados, até a redação e técnica de exposição utilizadas.

§ 1º A organização espacial, os recursos gráficos e as técnicas de exposição devem promover o entendimento integral da informação contábil, sobrepondo-se, pois, a quaisquer outros elementos, inclusive de natureza estética.

§ 2º As informações contábeis devem ser expressas no idioma nacional, sendo admitido o uso de palavras em língua estrangeira somente no caso de manifesta inexistência de palavra com significado idêntico na língua portuguesa.

Comparabilidade

A comparabilidade deve possibilitar ao usuário o conhecimento da evolução entre determinada informação ao longo do tempo, numa mesma Entidade ou em diversas Entidades, ou a situação destas num momento dado, com vista a possibilitar-se o conhecimento das suas posições relativas.

A concretização da comparabilidade depende da conservação dos aspectos substantivos e formais das informações.

Parágrafo único – A manutenção da comparabilidade não deverá constituir elemento impeditivo da evolução qualitativa da informação contábil.

4. História da Contabilidade A história da contabilidade é tão antiga quanto a própria História da Civilização. Esta presa às primeiras manifestações humanas da necessidade social de proteção à posse e de perpetuação e interpretação dos fatos ocorridos com o objeto material de que o homem sempre dispôs para alcançar os fins propostos.

Nos primeiros tempos da Humanidade havia apenas o senso do coletivo em tribos primitivas. O estabelecimento de um habitat permitiu a organização da agricultura e do pastoreio. A organização econômica acerca do direito do uso do solo acarretou em separatividade, rompendo a vida comunitária, surgindo divisões e o senso de propriedade. Assim, cada pessoa criava sua riqueza individual.

Ao morrer, o legado deixado por esta pessoa não era dissolvido, mas passado como herança aos filhos ou parentes. A herança recebida dos pais (pater, patris), denominou-se patrimônio. O termo passou a ser utilizado para quaisquer valores, mesmo que estes não tivessem sido herdados.

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A origem da Contabilidade está ligada a necessidade de registros do comércio. Há indícios de que as primeiras cidades comerciais eram dos fenícios. A prática do comércio não era exclusiva destes, sendo exercida nas principais cidades da Antiguidade. A atividade de troca e venda dos comerciantes semíticos requeria o acompanhamento das variações de seus bens quando cada transação era efetuada. As trocas de bens e serviços eram seguidas de simples registros ou relatórios sobre o fato. Mas as cobranças de impostos, na Babilônia já se faziam com escritas, embora rudimentares. Um escriba egípcio chegou a contabilizar os negócios efetuados pelo governo de seu país no ano 2000 a.C.

À medida que o homem começava a possuir maior quantidade de valores, preocupava-lhe saber quanto poderiam render e qual a forma mais simples de aumentar as suas posses; tais informações não eram de fácil memorização quando já em maior volume, requerendo registros. Foi o pensamento do "futuro" que levou o homem aos primeiros registros a fim de que pudesse conhecer as suas reais possibilidades de uso, de consumo, de produção etc. Com o surgimento das primeiras administrações particulares aparecia a necessidade de controle, que não poderia ser feito sem o devido registro, a fim de que se pudesse prestar conta da coisa administrada.

É importante lembrarmos que naquele tempo não havia o crédito, ou seja, as compras, vendas e trocas eram à vista. Posteriormente, empregavam-se ramos de árvore assinalados como prova de dívida ou quitação. O desenvolvimento do papiro (papel) e do cálamo (pena de escrever) no Egito antigo facilitou extraordinariamente o registro de informações sobre negócios.

A medida em que as operações econômicas se tornam complexas, o seu controle se refina. As escritas governamentais da República Romana (200 a.C.) já traziam receitas de caixa classificadas em rendas e lucros, e as despesas compreendidas nos itens salários, perdas e diversões.No período medieval, diversas inovações na contabilidade foram introduzidas por governos locais e pela igreja. Mas é somente na Itália que surge o termo Contabilitá.

Podemos resumir a evolução da ciência contábil da seguinte forma:

CONTABILIDADE DO MUNDO ANTIGO - período que se inicia com a civilização do homem e vai até 1202 da Era Cristã, quando apareceu o Liber Abaci , da autoria Leonardo Fibonaci, o Pisano.

CONTABILIDADE DO MUNDO MEDIEVAL - período que vai de 1202 da Era Cristã até 1494, quando apareceu o Tratactus de Computis et Scripturis (Contabilidade por Partidas Dobradas) de Frei Luca Paciolo, publicado em 1494, enfatizando que à teoria contábil do débito e do crédito corresponde à teoria dos números positivos e negativos, obra que contribuiu para inserir a contabilidade entre os ramos do conhecimento humano.

CONTABILIDADE DO MUNDO MODERNO - período que vai de 1494 até 1840, com o aparecimento da Obra "La Contabilità Applicatta alle Amministrazioni Private e Pubbliche" , da autoria de Franscesco Villa, premiada pelo governo da Áustria. Obra marcante na história da Contabilidade.

CONTABILIDADE DO MUNDO CIENTÍFICO - período que se inicia em 1840 e continua até os dias de hoje.

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Período Antigo

A Contabilidade empírica, praticada pelo homem primitivo, já tinha como objeto, o Patrimônio, representado pelos rebanhos e outros bens nos seus aspectos quantitativos.

Os primeiros registros processaram-se de forma rudimentar, na memória do homem. Como este é um ser pensante, inteligente, logo encontrou formas mais eficientes de processar os seus registros, utilizando gravações e outros métodos alternativos.

O inventário exercia um importante papel, pois a contagem era o método adotado para o controle dos bens, que eram classificados segundo sua natureza: rebanhos, metais, escravos, etc. A palavra "Conta" designa o agrupamento de itens da mesma espécie.

As primeiras escritas contábeis datam do término da Era da Pedra Polida, quando o homem conseguiu fazer os seus primeiros desenhos e gravações.

Os primeiros controles eram estabelecidos pelos templos, o que perdurou por vários séculos.

Os suméricos-babilónios, assim como os assírios, faziam os seus registros em peças de argila, retangulares ou ovais, ficando famosas as pequenas tábuas de Uruk, que mediam aproximadamente 2,5 a 4,5 centímetros, tendo faces ligeiramente convexas.

Os registros combinavam o figurativo com o numérico. Gravava-se a cara do animal cuja existência se queria controlar e o numero correspondente às cabeças existentes.

Embora rudimentar, o registro, em sua forma, assemelhava-se ao que hoje se processa. O nome da conta, "Matrizes" , por exemplo, substituiu a figura gravada, enquanto o aspecto numérico se tornou mais qualificado, com o acréscimo do valor monetário ao quantitativo. Esta evolução permitiu que, paralelamente à "Aplicação", se pudesse demonstrar, também, a sua "Origem" .

Na cidade de Ur, na Caldéia, onde viveu Abraão, personagem bíblico que aparece no livro Gênesis, encontram-se, em escavações, importantes documentos contábeis: tabela de escrita cuneiforme, onde estão registradas contas referentes á mão-de-obra e materiais, ou seja, Custos Diretos. Isto significa que, há 5.000 anos antes de Cristo, o homem já considerava fundamental apurar os seus custos.

O Sistema Contábil é dinâmico e evoluiu com a duplicação de documentos e "Selos de Sigilo". Os registros se tornaram diários e, posteriormente, foram sintetizados em papiros ou tábuas, no final de determinados períodos. Sofreram nova sintetização, agrupando-se vários períodos, o que lembra o diário, o balancete mensal e o balanço anual.

Já se estabelecia o confronto entre variações positivas e negativas, aplicando-se, empiricamente, o Princípio da Competência. Reconhecia-se a receita, a qual era confrontada com a despesa.

Os egípcios legaram um riquíssimo acervo aos historiadores da Contabilidade, e seus registros remontam a 6.000 anos antes de Cristo.

A escrita no Egito era fiscalizada pelo Fisco Real, o que tornava os escriturários zelosos e sérios em sua profissão. O inventário revestia-se de tal importância, que a contagem do boi, divindade adorada pelos egípcios, marcava o inicio do calendário adotado. Inscreviam-se bens móveis e imóveis, e já se estabeleciam, de forma primitiva, controles administrativos e financeiros.

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As "Partidas de Diário " assemelhavam-se ao processo moderno: o registro iniciava-se com a data e o nome da conta, seguindo-se quantitativos unitários e totais, transporte, se ocorresse, sempre em ordem cronológica de entradas e saídas.

Pode-se citar, entre outras contas: "Conta de Pagamento de Escravos", "Conta de Vendas Diárias", "Conta Sintética Mensal dos Tributos Diversos", etc.

Tudo indica que foram os egípcios os primeiros povos a utilizar o valor monetário em seus registros. Usavam como base, uma moeda, cunhada em ouro e prata, denominada "Shat". Era a adoção, de maneira prática, do Princípio do Denominador Comum Monetário.

Os gregos, baseando-se em modelos egípcios, 2.000 anos antes de Cristo, já escrituravam Contas de Custos e Receitas, procedendo, anualmente, a uma confrontação entre elas, para apuração do saldo. Os gregos aperfeiçoaram o modelo egípcio, estendendo a escrituração contábil às várias atividades, como administração pública, privada e bancária.

NA BÍBLIA

Há interessantes relatos bíblicos sobre controles contábeis, um dos quais o próprio Jesus relatou em Lucas capítulo 16, versos 1 a 7: o administrador que fraudou seu senhor, alterando os registros de valores a receber dos devedores.

Já no tempo de José, no Egito, houve tal acumulação de bens que perderam a conta do que se tinha! (Gênesis 41.49).

Houve um homem muito rico, de nome Jó, cujo patrimônio foi detalhadamente descrito no livro de Jó, capítulo 1, verso 3. Depois de perder tudo, ele recupera os bens, e um novo inventário é apresentado em Jó, capítulo 42, verso 12.

Os bens e as rendas de Salomão também foram inventariados em 1º Reis 4.22-26 e 10.14-17.

Em outra parábola de Jesus, há citação de um construtor, que faz contas para verificar se o que dispunha era suficiente para construir uma torre (Lucas 14.28-30).

Ainda, se relata a história de um devedor, que foi perdoado de sua dívida registrada (Mateus 18.23-27).

Tais relatos comprovam que, nos tempos bíblicos, o controle de ativos era prática comum.

Período Medieval

Em Itália, em 1202, foi publicado o livro Liber Abaci , de Leonardo Pisano.

Estudavam-se, na época, técnicas matemáticas, pesos e medidas, câmbio, etc., tornando o homem mais evoluído em conhecimentos comerciais e financeiros.

Se os sumérios-babilônios plantaram a semente da Contabilidade e os egípcios a regaram, foram os italianos que fizeram o cultivo e a colheita.

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Foi um período importante na história do mundo, especialmente na história da Contabilidade, denominado a "Era Técnica" , devido às grandes invenções, como moinho de vento, aperfeiçoamento da bússola, etc., que abriram novos horizontes aos navegadores, como Marco Pólo e outros.

A indústria artesanal proliferou com o surgimento de novas técnicas no sistema de mineração e metalurgia. O comércio exterior incrementou-se por intermédio dos venezianos, surgindo, como conseqüência das necessidades da época, o livro-caixa, que recebia registros de recebimentos e pagamentos em dinheiro. Já se utilizavam, de forma rudimentar, o débito e o crédito, oriundos das relações entre direitos e obrigações, e referindo-se, inicialmente, a pessoas.

O aperfeiçoamento e o crescimento da Contabilidade foram a conseqüência natural das necessidades geradas pelo advento do capitalismo, nos séculos XII e XIII. O processo de produção na sociedade capitalista gerou a acumulação de capital, alterando-se as relações de trabalho. O trabalho escravo cedeu lugar ao trabalho assalariado, tornando os registros mais complexos. No século X, apareceram as primeiras corporações na Itália, transformando e fortalecendo a sociedade burguesa.

No final do século XIII apareceu, pela primeira vez a conta "Capital" , representando o valor dos recursos injetados nas companhias pela família proprietária.

O método das Partidas Dobradas teve sua origem na Itália, embora não se possa precisar em que região. O seu aparecimento implicou a adoção de outros livros que tornassem mais analítica a Contabilidade, surgindo, então, o Livro da Contabilidade de Custos.

No início do Século XIV, já se encontravam registros explicitados de custos comerciais e industriais, nas suas diversas fases: custo de aquisição; custo de transporte e dos tributos; juros sobre o capital, referente ao período transcorrido entre a aquisição, o transporte e o beneficiamento; mão-de-obra direta agregada; armazenamento; tingimento, etc., o que representava uma apropriação bastante analítica para época. A escrita já se fazia no moldes de hoje, considerando, em separado, gastos com matérias-primas, mão-de-obra direta a ser agregada e custos indiretos de fabricação. Os custos eram contabilizados por fases separadamente, até que fossem transferidos ao exercício industrial.

Período Moderno

O período moderno foi a fase da pré-ciência. Devem ser citados três eventos importantes que ocorreram neste período:

em 1493, os turcos tomam Constantinopla, o que fez com que grandes sábios bizantinos emigrassem, principalmente para Itália;

em 1492, é descoberta a América e, em 1500, o Brasil, o que representava um enorme potencial de riquezas para alguns países europeus;

em 1517, ocorreu a reforma religiosa; os protestantes, perseguidos na Europa, emigram para as Américas, onde se radicaram e iniciaram nova vida.

A Contabilidade tornou-se uma necessidade para se estabelecer o controle das inúmeras riquezas que o Novo Mundo representava.

A introdução da técnica contábil nos negócios privados foi uma contribuição de comerciantes italianos do séc. XIII. Os empréstimos a empresas comerciais e os investimentos em dinheiro determinaram o desenvolvimento de escritas especiais que refletissem os interesses dos credores e

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investidores e, ao mesmo tempo, fossem úteis aos comerciantes, em suas relações com os consumidores e os empregados.

O aparecimento da obra de Frei Luca Pacioli, contemporâneo de Leonardo da Vinci, que viveu na Toscana, no século XV, marca o início da fase moderna da Contabilidade.

FREI LUCA PACIOLI

Escreveu Tratactus de Computis et Scripturis (Contabilidade por Partidas Dobradas), publicado em 1494, enfatizando que à teoria contábil do débito e do crédito corresponde à teoria dos números positivos e negativos.

Pacioli foi matemático, teólogo, contabilista entre outras profissões. Deixou muitas obras, destacando-se a Summa de Aritmética, Geometria, Proportioni et Proporcionalitá , impressa em Veneza, na qual está inserido o seu tratado sobre Contabilidade e Escrituração.

Pacioli, apesar de ser considerado o pai da Contabilidade, não foi o criador das Partidas Dobradas. O método já era utilizado na Itália, principalmente na Toscana, desde o Século XIV.

O tratado destacava, inicialmente, o necessário ao bom comerciante. A seguir conceituava inventário e como fazê-lo. Discorria sobre livros mercantis: memorial, diário e razão, e sobre a autenticação deles; sobre registros de operações: aquisições, permutas, sociedades, etc.; sobre contas em geral: como abrir e como encerrar; contas de armazenamento; lucros e perdas, que na época, eram "Pro" e "Dano " ; sobre correções de erros; sobre arquivamento de contas e documentos, etc.

Sobre o Método das Partidas Dobradas, Frei Luca Pacioli expôs a terminologia adaptada:

"Per ", mediante o qual se reconhece o devedor;

"A ", pelo qual se reconhece o credor.

Acrescentou que, primeiro deve vir o devedor, e depois o credor, prática que se usa até hoje.

A obra de Frei Luca Pacioli, contemporâneo de Leonardo da Vinci, que viveu na Toscana, no século XV, marca o início da fase moderna da Contabilidade. A obra de Pacioli não só sistematizou a Contabilidade, como também abriu precedente que para novas obras pudessem ser escritas sobre o assunto. É compreensível que a formalização da Contabilidade tenha ocorrido na Itália, afinal, neste período instaurou-se a mercantilização sendo as cidades italianas os principais interpostos do comércio mundial.

Foi a Itália o primeiro país a fazer restrições à prática da Contabilidade por um indivíduo qualquer. O governo passou a somente reconhecer como contadores pessoas devidamente qualificadas para o exercício da profissão. A importância da matéria aumentou com a intensificação do comércio internacional e com as guerras ocorridas nos sécs. XVIII e XIX, que consagraram numerosas falências e a conseqüente necessidade de se proceder à determinação das perdas e lucros entre credores e devedores.

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Período Científico

O Período Científico apresenta, nos seus primórdios, dois grandes autores consagrados: Francesco Villa, escritor milanês, contabilista público, que, com sua obra "La Contabilità Applicatta alle administrazioni Private e Plubbliche ", inicia a nova fase; e Fábio Bésta, escritor veneziano.

Os estudos envolvendo a Contabilidade fizeram surgir três escolas do pensamento contábil: a primeira, chefiada por Francisco Villa, foi a Escola Lombarda; a segunda, a Escola Toscana, chefiada por Giusepe Cerboni; e a terceira, a Escola Veneziana, por Fábio Bésta.

Embora o século XVII tivesse sido o berço da era científica e Pascal já tivesse inventado a calculadora, a ciência da Contabilidade ainda se confundia com a ciência da Administração, e o patrimônio se definia como um direito, segundo postulados jurídicos.

Nessa época, na Itália, a Contabilidade já chegara à universidade. A contabilidade começou a ser lecionada com a aula de comércio da corte, em 1809.

A obra de Francesco Villa foi escrita para participar de um concurso sobre Contabilidade, promovido pelo governo da Áustria, que reconquistara a Lombarda, terra natal do autor. Além do prêmio, Villa teve o cargo de Professor Universitário.

Francisco Villa extrapolou os conceitos tradicionais de Contabilidade, segundo os quais escrituração e guarda livros poderiam ser feitas por qualquer pessoa inteligente. Para ele, a Contabilidade implicava conhecer a natureza, os detalhes, as normas, as leis e as práticas que regem a matéria administradas, ou seja, o patrimônio. Era o pensamento patrimonialista.

Foi o inicio da fase científica da Contabilidade.

Fábio Bésta, seguidor de Francesco Villa, superou o mestre em seus ensinamentos. Demonstrou o elemento fundamental da conta, o valor, e chegou, muito perto de definir patrimônio como objeto da Contabilidade.

Foi Vicenzo Mazi, seguidor de Fábio Bésta, quem pela primeira vez, em 1923, definiu patrimônio como objeto da Contabilidade. O enquadramento da Contabilidade como elemento fundamental da equação aziendalista, teve, sobretudo, o mérito incontestável de chamar atenção para o fato de que a Contabilidade é muito mais do que mero registro; é um instrumento básico de gestão.

Entretanto a escola Européia teve peso excessivo da teoria, sem demonstrações práticas, sem pesquisas fundamentais: a exploração teórica das contas e o uso exagerado das partidas dobradas, inviabilizando, em alguns casos, a flexibilidade necessária, principalmente, na Contabilidade Gerencial, preocupando-se demais em demonstrar que a Contabilidade era uma ciência ao invés de dar vazão à pesquisa séria de campo e de grupo.

A partir de 1920, aproximadamente, inicia-se a fase de predominância norte-americana dentro da Contabilidade.

Escola Americana

Enquanto declinavam as escolas européias, floresciam as escolas norte-americanas com suas teorias e práticas contábeis, favorecidas não apenas pelo apoio de uma ampla estrutura econômica e política,

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mas também pela pesquisa e trabalho sério dos órgãos associativos. O surgimento do American Institut of Certield Public Accountants foi de extrema importância no desenvolvimento da Contabilidade e dos princípios contábeis; várias associações empreenderam muitos esforços e grandes somas em pesquisas nos Estados Unidos. Havia uma total integração entre acadêmicos e os já profissionais da Contabilidade, o que não ocorreu com as escolas européias, onde as universidades foram decrescendo em nível e em importância.

A criação de grandes empresas, como as multinacionais ou transnacionais, por exemplo, que requerem grandes capitais, de muitos acionistas, foi a causa primeira do estabelecimento das teorias e práticas contábeis, que permitissem carreta interpretação das informações, por qualquer acionista ou outro interessado, em qualquer parte do mundo.

No início do século passado, surgiram as gigantescas “corporations”, que aliado ao formidável desenvolvimento do mercado de capitais e ao extraordinário ritmo de desenvolvimento que os Estados Unidos da América experimentou e ainda experimenta, constitui um campo fértil para o avanço das teorias e práticas contábeis. Não é por acaso que atualmente o mundo possui inúmeras obras contábeis de origem norte-americana que tem reflexos diretos nos demais países.

No Brasil

No Brasil, a vinda da Família Real Portuguesa incrementou a atividade colonial, exigindo – devido ao aumento dos gastos públicos e também da renda nos Estados – um melhor aparato fiscal. Para tanto, constituiu-se o Erário Régio ou o Tesouro Nacional e Público, juntamente com o Banco do Brasil (1808). As Tesourarias de Fazenda nas províncias eram compostas de um inspetor, um contador e um procurador fiscal, responsáveis por toda a arrecadação, distribuição e administração financeira e fiscal públicos.

Hoje, as funções do contabilista não se restringem ao âmbito meramente fiscal, tornando-se, num mercado de economia complexa, vital para empresas que necessitam de informações mais precisas e completas para tomada de decisões e para atrair investidores. O profissional vem ganhando destaque no mercado em Auditoria, Controladoria e Atuarial.

São áreas de análise contábil e operacional da empresa, e, para atuários, há a especialização em estimativas e análises. O mercado para este profissional cresce em virtude dos planos de previdência privada e seguros.

5. Método das partidas dobradas (DOUBLE-ENTRY SYSTE M) A obra do Frei Luca Pacioli, de 1494, intitulada Summa de Arithmetica, Geométrica, Proportioni et Proportionalitá, foi o marco do surgimento do Método das Partidas Dobradas, o qual consiste na premissa de que para cada débito corresponde um crédito de igual valor. “Equivale a dizer: para cada registro ou soma de registros a débito, haverá um registro ou soma de registros a crédito, de igual valor. A digrafia é princípio básico de escrituração contábil no mundo todo. Baseando-se nesse princípio, não se pode registrar um valor a débito de uma conta, sem que se registre o mesmo valor a crédito de outra conta”. (Carvalho, 2003).

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6. Regulamentação

A – Princípios Fundamentais de Contabilidade Conforme a Resolução CFC nº 750, de 31/12/93, os Princípios Fundamentais de Contabilidade são: I – da ENTIDADE; II – da CONTINUIDADE; III – da OPORTUNIDADE; IV – do REGISTRO PELO VALOR ORIGINAL; V – da ATUALIZAÇÃO MONETÁRIA; VI – da COMPETÊNCIA; e VII – da PRUDÊNCIA.

B – Normas Brasileiras de Contabilidade Com o trabalho do grupo especial, desmembraram-se as normas que estavam inclusas nos princípios. Entendeu-se que as normas emanavam e podem ser mutáveis o que não ocorre com os princípios. “Norma é uma indicação de conduta obrigatória” (Camargo, 2004).

PRINCÍPIOS NORMAS PADRÕES

Em 29/12/1993 é editada a Resolução CFC nº 751 que dispõe sobre as Normas Brasileiras de Contabilidade, a qual estabelece regras de conduta profissional, bem como os procedimentos técnicos a serem adotados na realização dos trabalhos previstos na Resolução CFC nº 560 de 28/10/83 e em consonância com os Princípios Fndamentais de Contabilidade. As Normas classificam-se em profissionais e técnicas: NBCP – Normas Profissionais NBCT – Normas Técnicas Normas Profissionais: NBCP 1 – Normas Profissionais de Auditor Independente NBCP 2 – Normas Profissionais de Perito Contábil NBCP 3 – Normas Profissionais de Auditor Interno NBCP 4 – Normas para a Educação Profissional Continuada NBCP 5 – Normas para o Exame de Qualificação Técnica Normas Técnicas: NBCT 1 – Das Características da Informação Contábil NBCT 2 – Da Estrutura Contábil NBCT 3 – Dos conceito, conteúdo, estrutura e nomeclatura das Demonstrações Contábeis NBCT 4 – Da avaliação patrimonial NBCT 5 – Da atualização monetária NBCT 6 – Da divulgação das Demonstrações Contábeis NBCT 7 – Da conversão da moeda estrangeira nas Demonstrações Contábeis NBCT 8 – Das Demonstrações Contábeis Consolidadas NBCT 9 – Da fusão, incorporação, cisão, transformação e liquidação de entidades NBCT 10 – Dos aspectos contábeis específicos em entidades diversas NBCT 11 – Das normas de auditoria independente das demonstrações contábeis

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NBCT 12 – Da auditoria interna NBCT 13 – Da perícia contábil NBCT 14 – Da revisão externa de qualidade pelos pares NBCT 15 – Das informações de natureza social e ambiental NBCT 16 – Dos aspectos contábeis específicos da gestão governamental NBCT 17 – Das partes relacionadas NBCT 18 – Da assinatura digital NBCT 19 – Dos aspectos contábeis específicos NBCT 20 – Da Contabilidade de custos

7. Técnicas Contábeis Segundo Carvalho (2003), a Contabilidade se utiliza das seguintes técnicas próprias para atingir seus objetivos: • Escrituração; • Demonstrações Contábeis; • Análise das Demonstrações Contábeis; e • Auditoria. Escrituração – Técnica que consiste no registro de todos os fatos contábeis que influenciam na composição do patrimônio. A escrituração envolve metodologia apropriada, a planificação dos elementos patrimoniais, a utilização de livros e registros apropriados e em obediência às legislações societária, tributária, trabalhista e previdenciária, além do atendimento aos princípios e normas contábeis. Demonstrações Contábeis – Para que se tenha uma visão abrangente e consolidada da situação patrimonial (econômica e financeira) da entidade. Análise das Demonstrações Contábeis – É a técnica pela qual verifica-se a capacidade de pagamento da empresa, o grau de solvência, a evolução da empresa, a estrutura patrimonial e de capitais, além de outras análises econômicas e financeiras. Pela análise de balanços é possível comparar a situação da empresa com outras atuantes no mesmo segmento. Pesquisa índices úteis para os usuários da informação contábil, auxiliando na comparação periódica da evolução da entidade no tempo Auditoria – Atesta a veracidade e precisão das informações contábeis utilizando-se de técnicas específicas de análise. Objetiva a confiabilidade das informações analisadas pelos usuários e agentes do mercado.

8. Terminologia contábil básica PATRIMÔNIO : É um conjunto de Bens, Direitos e Obrigações pertencentes a uma pessoa física ou jurídica.

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BENS: É todo e qualquer objeto material ou imaterial de valor econômico (imóveis, terrenos, fundos de comércio, móveis e utensílios, instalações, automotores, etc.). DIREITOS : Valores próprios que estão em poder de terceiros (duplicatas a receber, aluguéis a receber, etc.) OBRIGAÇÕES: Valores de terceiros em nosso poder transitoriamente, mas que devemos resgatar (ICM a recolher, FGTS a recolher, salários a pagar, etc.). CONTAS PATRIMONIAIS : Dividem-se em Ativo e Passivo. São compostas por Bens, Direitos e Obrigações. CONTAS DE RESULTADO: São compostas por contas de Receita e Despesa. ATIVO : Representa os Bens e Direitos (Ativo Circulante, Ativo Realizável a Longo Prazo e Ativo Permanente) PASSIVO: Compõe as dívidas e ônus da pessoa jurídica. Representa as obrigações exigíveis (Passivo Circulante, Passivo Exigível a Longo Prazo, Resultado de Exercícios Futuros), ou inexigíveis (Patrimônio Líquido).

GRÁFICO PATRIMONIAL

ATIVO PASSIVO

BENS

E DIREITOS

OBRIGAÇÕES

Este gráfico recebe o nome de BALANÇO PATRIMONIAL.

O Balanço Patrimonial é constituído de duas colunas: a coluna do lado esquerdo é denominada Ativo e a coluna do lado direito é denominada Passivo e Patrimônio Líquido.

a) o Ativo compreende as aplicações de recursos representados por bens e direitos;

b) o Passivo compreende as origens de recursos representados pelas obrigações da empresa. O Patrimônio Líquido compreende os recursos próprios da Entidade.

II - PLANO DE CONTAS

1. Conceito Consiste na peça contábil composta pelo elenco de contas e tem por finalidade servir de modelo e guia para os registros contábeis (lançamentos), bem como para estruturação das demonstrações contábeis.

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O plano de contas deve ser elaborado pelo contabilista a partir de um estudo detalhado da estrutura e fluxo de capitais na organização, considerando os seguintes aspectos:

• Necessidade de informação dos usuários internos ou externos; • Tipo de negócio; • Porte da empresa, volume e tipos de transações; e • Recursos materiais disponíveis na empresa

2. Conta “É um instrumento de registro que tem por finalidade reunir fatos contábeis de mesma natureza.” (Santos, 2004). A conta será denominada de acordo com o nome que melhor caracterizar os elementos que a representa, por exemplo: O conjunto de bens formado por mesas, cadeiras, armários, entre outros móveis, deverão ser agrupados na conta denominada “Móveis e Utensílios”.

3. Tipos de Contas As contas classificam-se em:

• Contas Patrimoniais; e • Contas de Resultado.

Contas Patrimoniais: São as contas que representam a posição patrimonial da empresa. São contas que demonstram as movimentações e saldos dos elementos do Ativo (bens e direitos) e do Passivo (obrigações).

ATIVO – Contas com saldo DEVEDOR PASSIVO – Contas com saldo CREDOR

Contas de Resultado: São as contas de receitas e despesas, as quais deverão representar o resultado do exercício.

RECEITAS – Contas com saldo CREDOR DESPESAS – Contas com saldo DEVEDOR

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4. Contas Patrimoniais

4.1 Ativo Os elementos do ativo representam os bens e direitos e são classificados em ordem decrescente em relação ao grau de liquidez.

Ativo Circulante Disponibilidades – Segundo o Art. 178 da Lei 6404/76, a intitulação “Disponibilidades” é utilizada para designar dinheiro em caixa e em bancos, bem como valores equivalentes, como cheques, que representam recursos com livre movimentação para aplicação nas operações da empresa e para os quais não haja restrições para uso imediato. Exemplos: Caixa Depósitos bancários à vista Aplicações financeiras de liquidez imediata

Clientes – São registrados neste subgrupo os direitos que a empresa tem a receber de seus clientes em razão de vendas à prazo. Exemplos: Duplicatas a receber Cheques pré-datados

Outros Créditos – São registrados neste subgrupo os direitos que a empresa possui para com terceiros. Exemplos: Contas a receber Adiantamentos a terceiros

DisponibilidadesClientes

Circulante Outros CréditosEstoquesDespesas Antecipadas

Realizável a Longo Prazo

InvestimentosPermanente Imobilizado

Diferido

ATIVO

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Estoques – São registrados neste subgrupo os valores correspondentes às mercadorias para revenda, os produtos acabados, produtos em elaboração, matéria-prima, materiais de consumo, material de escritório, entre outros estoques. Exemplos: Estoques de matérias-primas

Despesas Antecipadas – São registrados neste subgrupo os valores das despesas pagas antecipadamente, as quais devem ser apropriadas (segundo o regime de competência) no curso do exercício seguinte. Exemplos: Prêmios de seguros

Ativo Realizável a Longo Prazo São classificados neste grupo os direitos que a entidade tem a receber a longo prazo. Sob o aspecto contábil, considera-se “longo prazo” os valores realizáveis após o término do exercício seguinte, ou seja, com prazo superior a um ano contado da data do balanço ou balancete atual. De acordo com o Art. 243 da Lei 6404/76, deve-se, excepcionalmente, registrar no Ativo Realizável a Longo Prazo, independentemente do prazo de vencimento, os “créditos de coligadas ou controladas, diretores, acionistas ou participantes no lucro”, oriundos de negócios não usuais na exploração do objeto social, por exemplo:

• Venda de bens do ativo imobilizado ou outros bens do ativo permanente; • Adiantamentos ou empréstimos para suprir necessidades de caixa de empresas coligadas ou

controladas; e • Empréstimos ou adiantamentos a diretores e acionistas ou outros participantes no lucro, tais

como os detentores de partes beneficiárias ou debêntures, quando isso não for seu objeto social.

Exemplos: Clientes; Títulos a receber; Créditos de diretores ou empresas ligadas

Ativo Permanente

Neste grupo estão incluídos todos os bens de permanência duradoura e destinados ao funcionamento da entidade. São os bens e direitos não destinados à transformação direta em meios de pagamento e cuja perspectiva de permanência na entidade ultrapasse um exercício. O ativo permanente está subdividido nos seguintes subgrupos: Investimentos – Conforme o art. 179 da Lei 6404/76, são registradas “as participações permanentes em outras sociedades e os direitos de qualquer natureza, não classificáveis no ativo circulante, e que não se destinam à manutenção da atividade da companhia ou da empresa.” Exemplos: Participação em coligadas Obras de arte

Imobilizado – São os bens e bens e direitos utilizados na consecução da atividade-fim da empresa. Exemplos: Terrenos

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Móveis e utensílios Máquinas e equipamentos Importações em andamento Depreciação, Exaustão e Amortização – Com exceção dos terrenos e alguns outros itens, os bens que compõe o ativo imobilizado têm um período limitado de vida útil econômica e a depreciação, a exaustão e a amortização servem para alocar o custo dos itens do imobilizado, bem como registrar a queda do valor líquido dos bens componentes do ativo permanente imobilizado. Sobre o tema, o art. 183, § 2º, da Lei 6404/76, estabelece:

“A diminuição de valor dos elementos do ativo imobilizado será registrada periodicamente nas conta de: a) depreciação, quando corresponder à perda do valor dos direitos que têm por objeto bens

físicos sujeitos a desgastes ou perda de utilidade por uso, ação da natureza ou obsolescência; b) amortização, quando corresponder à perda do valor do capital aplicado na aquisição de

direitos da propriedade industrial ou comercial e quaisquer outros com existência ou exercício de duração limitada, ou cujo objeto sejam bens de utilização por prazo legal ou contratualmente limitado;

c) exaustão, quando corresponder à perda do valor, decorrente de sua exploração, de direitos cujo objeto sejam recursos minerais ou florestais, ou bens aplicados nessa exploração.”

Como o registro da depreciação altera de forma substancial o valor do lucro apurado para fins de base de cálculo de impostos federais (imposto de renda e contribuição social), o RIR/99 (Regulamento do Imposto de Renda), através dos arts. 305 a 323, impõe as seguintes taxas anuais de depreciação:

Taxa Anual

Anos de Vida Útil

Edifícios 4% 25Máquinas e Equipamentos 10% 10Instalações 10% 10Móveis e Utensílios 10% 10Veículos 20% 5Sistemas de Processamento de dados 20% 5

A Instrução Normativa SRF (Secretaria da Receita Federal) nº 162, de 31/12/98 aprovou uma extensa relação de bens, bem como os respectivos prazos de vida útil e taxas de depreciação anual admitidas, que foi ampliada pela Instrução Normativa SRF nº 130, de 10/11/99. O art. 312 do RIR (Regulamento do Imposto de Renda) apresenta a possibilidade de utilização da depreciação acelerada dos bens móveis em razão do número de horas diárias de operação dos bens, conforme segue:

CoeficienteUm turno de 8 horas 1,0Dois turno de 8 horas 1,5Três turno de 8 horas 2,0

Diferido – O item V do art. 179 da Lei das Sociedades por Ações define que no Ativo Diferido serão classificadas “as aplicações de recursos em despesas que contribuirão para a formação do resultado de mais de um exercício social, inclusive os juros pagos ou creditados aos acionistas durante o período que anteceder o início das operações sociais”. A amortização dos valores classificados no ativo diferido deverá ser feita, segundo a lei 6404/76, “em prazo não superior a dez anos, a partir do início da operação normal ou do exercício em que passem a ser usufruídos os benefícios deles decorrentes, devendo ser registrada a perda do capital

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aplicado quando abandonados os empreendimentos ou atividades a que se destinavam, ou comprovado que essas atividades não poderão produzir resultados suficientes para amortizá-los”. Exemplos: Pesquisas e desenvolvimento de produtos Gastos pré-operacionais

Contas Retificadoras do Ativo No balanço patrimonial algumas contas do ativo apresentam saldo credor, uma vez que representam contas redutoras (retificadoras) dos elementos do ativo. Exemplos: Títulos descontados Provisão para crédito de liquidação duvidosa Depreciações Amortizações

4.2 Passivo Os elementos do passivo representam as obrigações da empresa que compreendem na origem dos recursos. No passivo as obrigações são classificados em ordem decrescente em relação ao grau de exigibilidade.

Passivo Circulante São registradas as obrigações e os encargos estimados cujos prazos de vencimento estabelecidos ou esperados são vencíveis até o final do próximo exercício. Exemplos: Fornecedores Obrigações trabalhistas a pagar Obrigações fiscais a pagar (ou a recolher) Empréstimos e financiamentos Provisões trabalhistas

CirculanteExigível a Longo PrazoResultados de Exercícios Futuros

Capital SocialReserva Legal (de capital)

Patrimônio Líquido Reservas de ReavaliaçãoReservas de LucrosLucros e/ou Prejuízos Acumulados

PASSIVO

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Passivo Exigível a Longo Prazo São registradas as obrigações e os encargos estimados cujos prazos de vencimento estabelecidos ou esperados são vencíveis após o final do próximo exercício. Exemplos: Obrigações fiscais a pagar (ou a recolher) Empréstimos e financiamentos Títulos a pagar

Resultado de Exercícios Futuros Base: Lei 6404/76 e Decreto 3000/99 (RIR 99). O artigo 181 da Lei 6404/76 define os resultados de exercícios futuros: “Art. 181 - Serão classificadas como resultados de exercício futuro as receitas de exercícios futuros, diminuídas dos custos e despesas a elas correspondentes.” Segundo a Lei das Sociedades por Ações, as receitas de exercícios futuros devem ser deduzidas de todas as despesas necessárias para sua obtenção, até mesmo aquelas a incorrer, e quando ainda não pagas, deverá haver a provisão, com a respectiva contrapartida no passivo exigível, de forma a constar somente o valor líquido. Se as despesas excederem as receitas, o prejuízo deverá ser imediatamente reconhecido. No Brasil, o uso deste grupo de contas tem sido motivado por interferência da legislação fiscal, nomeadamente em relação às atividades relacionadas à compra, venda, loteamento, incorporação e construção de imóveis. Exemplos: Aluguel recebido antecipadamente Comissões recebidas antecipadamente

Patrimônio Líquido Compreende os recursos próprios da entidade. Objetivamente aponta a dívida da entidade com os proprietários e relaciona as seguintes contas: Capital Social – Corresponde aos valores aportados pelos proprietários (sócios ou acionistas) e os decorrentes de incorporações. Reservas – Valores referentes a correção monetária do capital social, de reavaliação de ativos ou retenções de lucros. São dispostas da seguinte forma no balanço patrimonial: Reservas de Capital Reserva de Correção Monetária do Capital Reserva Legal (art. 193 da Lei 6404/76) Reserva de Reavaliação (art. 182 da Lei 6404/76) Reservas Estatutárias (art. 194 da Lei 6404/76) Reservas de Contigências (art. 195 da Lei 6404/76) Lucros ou Prejuízos Acumulados – São os lucros obtidos e ainda não destinados e/ou prejuízos ainda não compensados. Note que os lucros acumulados são representados pelo saldo credor da conta, enquanto os prejuízos ainda não compensados apresentarão saldo devedor. Ações em Tesouraria – Conceitualmente trata-se das ações da companhia que forem adquiridas pela própria sociedade e os casos em que a lei das sociedades por ações autoriza estão previstos no art. 30

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da Lei 6404/76. O § 5º do art. 182 da Lei das Sociedades por Ações (6404/76) assevera que “as ações em tesouraria deverão ser destacadas no balanço como dedução da conta do patrimônio líquido que registrar a origem dos recursos aplicados na sua aquisição”. A forma de apresentação no balanço patrimonial poderá ser a seguinte, se for decidido que a aquisição seja feita à conta de uma Reserva Estatutária:

PATRIMÔNIO LÍQUIDO

CAPITAL SOCIAL500.000 ações de valor nominal de $ 10,00 cada, subscritas e integralizadas 5.000.000,00

RESERVAS DE CAPITAL 600.000,00

RESERVAS DE LUCROSReserva Legal 300.000,00Reserva Estatutária 600.000,00Menos 10.000 Ações em Tesouraria, ao custo (150.000,00) 450.000,00

LUCROS ACUMULADOS 30.000,00

TOTAL DO PATRIMÔNIO LÍQUIDO 6.380.000,00

Contas Retificadoras do Passivo No balanço patrimonial algumas contas do passivo apresentam saldo devedor, uma vez que representam contas redutoras (retificadoras) dos elementos do passivo. Exemplos: Prejuízos acumulados Capital social a integralizar Ações em tesouraria

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5. Contas de Resultado

Receita Bruta de Vendas

A Lei 6404/76, no art. 187, itens I e II, estabelece que as empresas deverão, na Demonstração do Resultado do Exercício, discriminar “ a receita bruta das vendas e serviços, as deduções das vendas, dos abatimentos e dos impostos” e a “receita líquida das vendas e serviços”.

Deduções da Receita Bruta

As deduções das vendas são representadas pelas contas de Vendas Canceladas, Abatimentos Incondicionais Concedidos e os Impostos Incidentes Sobre as Vendas.

Receita Operacional Líquida

A Receita Líquida ou Receita Operacional Líquida é representada pela seguinte equação: Receita Líquida = Receita Bruta de Vendas – Deduções da Receita Bruta Custo dos Produtos Vendidos (CPV) das Mercadorias V endidas (CMV) e dos Serviços Prestados (CSP)

Nas empresas comerciais, a apuração do custo das mercadorias vendidas é determinada pela aplicação da seguinte fórmula: CMV = EI + Co – EF, onde: CMV = Custo das Mercadorias Vendidas; EI = Estoque Inicial; Co = Compras; e EF = Estoque Final Já nas empresas industriais, a apuração do Custo dos Produtos Vendidos é determinada pelo cômputo dos meios consumidos na elaboração dos produtos a serem comercializados, tais como as matérias-primas, a mão de obra e os gastos gerais de fabricação. Nas empresas prestadoras de serviços, a apuração do Custo dos Serviços Prestados considera os meios consumidos na prestação dos serviços, tais como materiais aplicados e mão-de-obra.

Despesas/Receitas Operacionais

“As despesas operacionais constituem-se das despesas pagas ou incorridas para vender produtos e administrar a empresa” (Iudícibus). As despesas operacionais são divididas em:

• Comerciais; • Administrativas; • Financeiras; • Tributárias; e • Outras Despesas/Receitas Operacionais

Resultado Não-operacional

São as receitas e despesas obtidas, pagas ou incorridas não relacionadas à atividade, à operação da entidade.

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Plano de contas simplificado

A – Contas Patrimoniais

1. ATIVO

2. PASSIVO

11. ATIVO CIRCULANTE

11.1 Caixa 11.2 Bancos Conta Movimento 11.3 Aplicações Financeiras 11.4 Clientes 11.5 Duplicatas a Receber 11.6 (-) Provisão para Créditos de Liquidação

Duvidosa 11.7 Promissórias a Receber 11.8 ICMS a recuperar 11.9 Ações de outras empresas 11.10 Estoque de Mercadorias 11.11 Estoque de Material de Expediente 11.12 Juros Passivos a Vencer 11.13 Prêmios de Seguros a Vencer 12. ATIVO REALIZÁVEL A LONGO PRAZO *

12.1 Duplicatas a Receber 12.2 Promissórias a Receber 13. ATIVO PERMANENTE

13.1 Investimentos 13.1.1 Participação em Outras Empresas 13.1.2 Imóveis de Renda 13.2 Imobilizado 13.2.1 Imóveis 13.2.2 Imóveis 13.2.3 Instalações 13.2.4 Móveis e Utensílios 13.2.5 Veículos 13.2.6 (-) Depreciação Acumulada 13.3 Diferido 13.3.1 Despesas de Organização Pré-Operacionais 13.3.2 (-) Amortização Acumulada

21. PASSIVO CIRCULANTE

21.1 Fornecedores 21.2 Duplicatas a Pagar 21.3 Promissórias a Pagar 21.4 COFINS a Recolher 21.5 ICMS a Recolher 21.6 PIS s/ Faturamento a Recolher 21.7 Contribuições Prev. a Recolher 21.8 FGTS a Recolher 21.9 Salários a Pagar 21.10 Dividendos a Pagar 21.11 Impostos e Taxas a Recolher 21.12 Provisão p/ Contribuição Social 21.13 Provisão p/ Imposto de Renda 22. PASSIVO EXIGÍVEL A LONGO PRAZO **

22.1 Duplicatas a Pagar 22.2 Promissórias a Pagar 23. RESULTADOS DE EXERCÍCIOS FUTUROS

23.1 Aluguéis Ativos a Vencer 23.2 Outras Receitas a Vencer 23.3 (-) Custos ou Perdas Correspondentes 24. PATRIMÔNIO LÍQUIDO

24.1 Capital Social 24.2 (-) Ações em Tesouraria 24.3 (-) Capital Social a Integralizar 24.4 Reservas de Capital 24.4.1 Reserva de Correção Monetária do Capital 24.4.2 Reserva Legal 24.4.3 Reserva de Reavaliação 24.4.4 Reservas Estatutárias 24.4.5 Reservas de Contigências 24.5 (+/-) Lucros ou Prejuízos Acumulados

* Direitos cujos vencimentos ocorram após o término do exercício subseqüente (seguinte). Os Direitos cujos vencimentos ocorram no curso do exercício subseqüente estão no Ativo Circulante. ** Obrigações cujos vencimentos ocorram após o término do exercício subseqüente. As obrigações cujos vencimentos ocorram no curso do exercício subseqüente estão no Passivo Circulante.

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B – Contas de Resultado

3 – RECEITAS

4 – DESPESAS

31. RECEITAS OPERACIONAIS

31.1 Receita Bruta Operacional 31.1.1 Venda de Produtos 31.1.2 Venda de Mercadorias 31.1.3 Venda de Serviços 31.2 Receitas Financeiras 31.1.5 Descontos Obtidos 31.1.6 Juros Ativos 32. RECEITAS NÃO-OPERACIONAIS

32.1 Ganhos em Transações do Ativo Permanente 32.2 Receitas Eventuais

41. DEDUÇÕES DA RECEITA BRUTA

41.1 Vendas Canceladas 41.2 Devolução de vendas 41.3 Abatimentos 41.4 Descontos Concedidos 41.5 Impostos Incidentes Sobre as Vendas 41.5.1 I.P.I. 41.5.2 I.C.M.S. 41.5.3 I.S.S. 41.5.4 P.I.S 41.5.5 COFINS 42. CUSTO DOS PRODUTOS, MERCADORIAS E SERVIÇOS VENDIDOS

42.1 Custo do Produtos Vendidos (CPV) 42.2 Custo das Mercadorias Vendidas (CMV) 42.3 Custo dos Serviços Prestados (CSP) 43. DESPESAS OPERACIONAIS

43.1 Despesas Comerciais 43.1.1 Desp. com Créditos de Liquidação Duvidosa 43.1.2 Fretes e Carretos 43.1.3 Despesas com Pessoal 43.1.4 Combustíveis 43.1.5 Água e Esgoto 43.1.6 Aluguéis Passivos 43.1.7 Energia Elétrica e Telefone 43.1.8 Material de Escritório 43.1.9 Prêmios de Seguro

43.2 Despesas Administrativas 43.2.1 Despesas com Pessoal 43.2.2 Combustíveis 43.2.3 Água e Esgoto 43.2.4 Aluguéis Passivos 43.2.5 Energia Elétrica e Telefone 43.2.6 Material de Escritório 43.2.7 Prêmios de Seguro

43.3 Despesas Financeiras 43.3.1 Juros Passivos 43.2.2 Despesas Bancárias

43.4 Despesas Tributárias 43.4.1 I.P.T.U. 43.4.2 I.P.V.A. 43.4.3 C.P.M.F. 43.4.4 Outros Impostos e Taxas 44. DESPESAS NÃO-OPERACIONAIS

44.1 Perdas em Transações do Ativo Permanente

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III. DEMONSTRAÇÕES CONTÁBEIS A Lei das Sociedades por Ações determina em relação às Demonstrações Contábeis: “Art. 176: Ao fim de cada exercício social, a Diretoria fará elaborar, com base na escrituração mercantil de companhia, as seguintes demonstrações financeiras, que deverão exprimir com clareza a situação do patrimônio da companhia e as mutações ocorridas no exercício: I - balanço patrimonial; II - demonstração dos lucros ou prejuízos acumulados; III - demonstração do resultado do exercício; IV - demonstração das origens e aplicações de recursos. § 1º As demonstrações de cada exercício serão publicadas com a indicação dos valores correspondentes das demonstrações do exercício anterior. (Vide § 1.º, b, do art. 295) § 2º Nas demonstrações, as contas semelhantes poderão ser agrupadas; os pequenos saldos poderão ser agregados, desde que indicada a sua natureza e não ultrapassem 0,1 (um décimo) do valor do respectivo grupo de contas; mas é vedada a utilização de designações genéricas, como "diversas contas" ou "contas-correntes". § 3º As demonstrações financeiras registrarão a destinação dos lucros segundo a proposta dos órgãos da administração, no pressuposto de sua aprovação pela assembléia-geral. § 4º As demonstrações serão complementadas por notas explicativas e outros quadros analíticos ou demonstrações contábeis necessários para esclarecimento da situação patrimonial e dos resultados do exercício. § 5º As notas deverão indicar:

a) os principais critérios de avaliação dos elementos patrimoniais, especialmente estoques, dos cálculos de depreciação, amortização e exaustão, de constituição de provisão para encargos ou riscos, e dos ajustes para atender a perdas prováveis na realização de elementos do ativo;

b) os investimentos em outras sociedades, quando relevantes (art. 247, parágrafo único); c) o aumento de valor de elementos do ativo resultante de novas avaliações (art. 182, § 3.º); d) os ônus reais constituídos sobre elementos do ativo, as garantias prestadas a terceiros e outras

responsabilidades eventuais ou contingentes; e) a taxa de juros, as datas de vencimento e as garantias das obrigações a longo prazo; f) o número, espécies e classes das ações da capital social; g) as opções de compra de ações outorgadas e exercidas no exercício; h) os ajustes de exercícios anteriores (art. 186, § 1.º); i) os eventos subseqüentes à data de encerramento do exercício que tenham, ou possam vir a ter,

efeito relevante sobre a situação financeira e os resultados futuros da companhia.” As Notas Explicativas ainda são objeto de indicações e análise pela CVM (Comissão de Valores Mobiliários) e o IBRACON (Instituto Brasileiro de Contadores), observando-se a tendência de prestar informações cada vez mais detalhadas aos usuários das demonstrações contábeis.

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Balanço Patrimonial

(Em milhares de reais)31/12/X2 31/12/X1 31/12/X2 31/12/X1

ATIVO CIRCULANTE PASSIVO CIRCULANTE

Disponível Empréstimos e financiamentos (parcela de curto prazo)

Caixa e bancos Fornecedores

Aplicações de liquidez imediata Obrigações trabalhistas e previdenciárias

Tributos e contribuições a recolher

Clientes Debêntures

Duplicatas a receber Provisão para IR e Contribuição Social

Coligadas e/ou controladas* Adiantamentos de clientes

(-) Duplicatas descontadas

(-) Provisão para créditos de liquidação duvidosa

PASSIVO EXIGÍVEL A LONGO PRAZO

Outros Créditos

Títulos e contas a receber diversos Empréstimos e financiamentos*

Tributos a compensar e recuperar Debêntures

Outros créditos (indicar a natureza) Tributos e contribuições a recolher - REFIS

(-) Provisão para créditos de liquidação duvidosa

Investimentos temporários - Títulos e valores monetários RESULTADOS DE EXERCÍCIOS FUTUROS

Estoques* Receitas de exercícios futuros

(-) Custos e receitas correspondentes às despesas

Despesas do exercício seguinte pagas antecipadamente

PATRIMÔNIO LÍQUIDO

ATIVO REALIZÁVEL A LONGO PRAZO

Capital social

Créditos e Valores Capital subscrito

Títulos e valores mobiliários Capital a realizar

Depósitos judiciais e incentivos fiscais

Participações em fundos de investimentos Reservas de Capital

Participações não permanentes em outras empresas

(-) Provisões para perdas Reservas de reavaliação

ATIVO PERMANENTE Reservas de Lucros

Reserva Legal

Investimentos Reserva para contigências

Participações em outras sociedades Reserva de lucros a realizar

Outros investimentos permanentes - Terrenos e obras de arte

Lucros ou Prejuízos Acumulados

Imobilizado*

Terrenos

Obras civis

Instalações

Máquinas e equipamentos

Equipamentos de processamento de dados

Sistemas aplicativos (softwares)

Móveis e utensílios

Veículos

Diferido*

Custo

Amortização acumulada

TOTAL DO ATIVO TOTAL DO PASSIVO

* Contas que devem ter sua composição demonstrada por meio de notas explicativas

Companhia Exemplo

BALANÇO PATRIMONIAL EM 31 DE DEZEMBRO DE X2 E X1

ATIVO PASSIVO

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Demonstrativo do Resultado do Exercício

(Em milhares de reais)31/12/X2 31/12/X1

RECEITA OPERACIONAL BRUTA

Venda de Produtos

Venda de Mercadorias

Serviços Prestados

DEDUÇÕES DA RECEITA BRUTA

Impostos Incidentes Sobre as Vendas

Devoluções e Abatimentos

RECEITA OPERACIONAL LÍQUIDA

CUSTO DOS PRODUTOS E MERCADORIAS VENDIDOS E SERVIÇOS PRESTADOS

Custo dos Produtos Vendidos

Custos das Mercadorias Vendidas

Custo dos Serviços Prestados

LUCRO BRUTO

DESPESAS OPERACIONAIS

Despesas Comerciais

Despesas Administrativas

Despesas Financeiras Líquidas

Despesas financeiras

(-) Receitas financeiras

OUTRAS RECEITAS E DESPESAS OPERACIONAIS

Resultado de Participações Societárias*

Participações nos resultados de coligadas e controladas

Dividendos e rendimentos de outros investimentos

Outras (indicar a natureza)

LUCRO OPERACIONAL

RESULTADOS NÃO-OPERACIONAIS

Ganhos de Capital (indicar a natureza)

(-) Perdas de Capital (indicar a natureza)

RESULTADO DO EXERCÍCIO ANTES DOS IMPOSTOS, CONTRIBU IÇÕES E PARTICIPAÇÕES

PROVISÃO DE IMPOSTOS

Provisão de Imposto de Renda

Provisão de Contribuição Social

PARTICIPAÇÕES

Debêntures

Empregados

Administradores

Partes Beneficiárias

Fundos de Assistência a Empregados

LUCRO LÍQUIDO DO EXERCÍCIO

LUCRO POR AÇÃO (Em R$)

* Contas que devem ter sua composição demonstrada por meio de notas explicativas

Companhia Exemplo

DEMONSTRAÇÃO DO RESULTADO PARA OS EXERCÍCIOS FINDOS EM 31 DE DEZEMBRO DE X2 E X1

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Demonstração de Lucros e Prejuízos Acumulados

(Em milhares de reais)31/12/X2 31/12/X1

SALDO NO INÍCIO DO EXERCÍCIO

AJUSTES DE EXERCÍCIOS ANTERIORES

Efeitos de mudanças em critérios contábeis

Retificação de erros de execícios anteriores

LUCRO OU PREJUÍZO DO EXERCÍCIO

PROPOSTA DA ADMINISTRAÇÃO PARA DESTINAÇÃO DO LUCRO

Reserva legal

Reserva estatutária

Reserva para contigência

Reserva de lucros a realizar

Dividendos a distribuir

Aumento de capital

SALDO NO FINAL DO EXERCÍCIO

Companhia Exemplo

DEMONSTRAÇÃO DE LUCROS E PREJUÍZOS ACUMULADOS PARA OS EXERCÍCIOS FINDOS EM 31 DE DEZEMBRO DE X2 E X1

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Demonstração de Origens e Aplicações de Recursos (D OAR)

ORIGENS DE RECURSOS

Das Operações

Lucro líquido do execício

Mais: Depreciações e amortizações

Despesas financeiras de empréstimos e financiamentos a longo prazo

Menos: Participação nos resultados de controladas e coligadas deduzidas de dividendos recebidos

Lucro na alienação de bens do imobilizado

Dos Acionistas

Integralização de capital social

De Terceiros

Ingresso de empréstimos a longo prazo

Alienação de itens do ativo imobilizado (valor de venda)

Resgate de investimentos temporários a longo prazo

APLICAÇÃO DE RECURSOS

Aquisições de bens do ativo imobilizado

Adições ao custo do ativo diferido

Aplicações em investimentos permanentes em outras sociedades

Aplicações em investimentos temporários a longo prazo

Transferências para curto prazo de empréstimos, financiamentos e debêntures a longo prazo

Dividendos propostos

ACRÉSCIMO (OU DECRÉSCIMO) NO CAPITAL CIRCULANTE LÍQ UIDO

Ativo Circulante

Passivo Circulante

Capital Circulante Líquido

Ativo Circulante

Passivo Circulante

Capital Circulante Líquido

31/12/X1 31/12/X0 Variação

DEMONSTRATIVO DO ACRÉSCIMO (OU DECRÉSCIMO) NO CAPIT AL CIRCULANTE LÍQUIDO

31/12/X2 31/12/X1 Variação

Companhia Exemplo

DEMONSTRAÇÃO DAS ORIGENS E APLICAÇÕES DE RECURSOS P ARA OS EXERCÍCIOS FINDOS EM 31 DE DEZEMBRO DE X2 E X1

31/12/X2 31/12/X1

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ANÁLISE DAS DEMONSTRAÇÕES CONTÁBEIS

Conceitua-se como o estudo das demonstrações financeiras de uma empresa com o propósito de avaliar sua situação econômica e financeira. O analista confronta os elementos patrimoniais, utilizando-se normalmente dos dados dos três últimos balanços da empresa, para avaliação qualitativa e quantitativa, procedendo-se a uma análise vertical e outra horizontal dos balanços, bem como ao cálculo de indicadores de desempenho.

Análise Vertical

Os percentuais obtidos na análise vertical medem as participações dos elementos patrimoniais no ativo e no passivo (ou de cada conta em relação ao total do seu grupo) e no Demonstrativo do Resultado do Exercício a participação de cada conta do demonstrativo em relação à Receita Operacional Líquida (ROL).

Análise Horizontal

Os percentuais obtidos na análise horizontal informam o crescimento (ou decréscimo) nominal das contas em relação ao tempo.

Exemplo:

Ano I Ano II Ano III Análise Vertical

���� ���� ����

Ativo ���� ���� ����

Disponível 20% 25% 30% Realizável 30% 25% 25%

Permanente 50% 50% 45% Passivo

Exigível a curto prazo

10% 15% 20%

Exigível a longo prazo

40% 30% 40%

Patrimônio Líquido

50% 55% 40%

Análise horizontal

���� ���� ����

Ativo Disponível 100 110 125 Realizável 100 90 105

Permanente 100 100 90 Passivo

Exigível a curto prazo

100 90 80

Exigível a longo prazo

100 90 70

Patrimônio Líquido

100 95 85

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Relação dos Principais Índices e Quocientes

ÍNDICE INDICAÇÃO INTERPRETAÇÃO

Liquidez

Estrutura de Capital

Capitais de Terceiros Patrimônio Líquido

Passivo Circulante Capitais de Terceiros

Ativo Permanente Patrimônio Líquido

Ativo Permanente P.L. + P.E.L.P.

Rentabilidade

Lucro Líquido Vendas Líquidas (ROL)

Vendas Líquidas Ativo Médio

Lucro LíquidoAtivo Médio

Lucro Líquido Patrimônio Líquido Médio

Rentabilidade do Patrimônio Líquido ou Taxa de Retorno do Patrimônio Líquido

x 100Qual o percentual de lucro sobre o capital próprio.

Quanto maior, melhor

Taxa de Retorno dos Investimentos x 100Qual o percentual de lucro sobre o total de investimentos.

Quanto maior, melhor

Quanto maior, melhor

Giro do Ativo x 100Quanto empresa vendeu para cada $ 1,00 de investimento total.

Quanto maior, melhor

Margem Líquida de Lucro x 100Qual o percentual de Lucro Líquido sobre as Vendas.

Imobilização dos Recursos Não Correntes

x 100Qual o percentual de recursos não correntes (Patrimônio Líquido e Exigível a Longo Prazo) foi destinado ao Ativo Permanente.

Quanto menor, melhor

Imobilização do Patrimônio Líquido x 100Qual o percentual do Patrimônio Líquido foi destinado ao Ativo Permanente.

Quanto menor, melhor

Quanto menor, melhor

Composição do Endividamento x 100Qual o percentual de obrigações a curto prazo em relação às obrigações totais (com terceiros).

Quanto menor, melhor

Participação do Capital de Terceiros (Endividamento)

x 100Quanto a empresa tomou de capitais de terceiros para cada $ 1,00 de capital próprio.

Quanto maior, melhorPassivo Circulante

Liquidez Geral Ativo Circulante + ARLP

Quanto a empresa possui de Ativo Circulante + Realizável a Longo Prazo para cada $ 1,00 de dívida total.

Quanto maior, melhorPassivo Circulante + PELP

Liquidez Seca Ativo Circulante - Estoques

Quanto a empresa possui de Ativo Circulante, descontado dos Estoques para cada $ 1,00 de Passivo Circulante.

Liquidez Corrente Ativo Circulante Quanto a empresa possui de Ativo Circulante

para cada $ 1,00 de Passivo Circulante.Quanto maior, melhor

Passivo Circulante

Quanto a empresa possui "disponível" para cada $ 1,00 de Passivo Circulante.

Quanto maior, melhorPassivo Circulante

FÓRMULA

Liquidez Imediata Disponibilidades

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Roteiro para Elaboração de um Parecer Técnico

Em primeiro lugar, é necessária uma leitura integral das Demonstrações Contábeis, assim compreendidos os relatórios contábeis disponíveis e as notas explicativas. Também é importante uma avaliação do mercado em que a empresa atua. Nesse sentido, algumas empresas já publicam um resumo do comportamento do cenário, tais como as alterações e implicações verificadas nos parâmetros macroeconômicos, ou seja, uma análise mercadológica.

O enquadramento da empresa no mercado em que atua, considerando a participação no mercado, a influência das importações, câmbio, exportações, mercado internacional, entre outros, é de extrema importância, uma vez que implica diretamente na performance da empresa analisada.

Um segundo passo, é a elaboração das planilhas, contendo as análises vertical e horizontal dos exercícios analisados, bem como o cálculo dos índices e quocientes que servirão de parâmetro para comparação entre os exercícios e empresas do mesmo segmento de atividade (e até mesmo de segmentos diferentes).

Após a conclusão dos cálculos, faz-se uma leitura dos resultados obtidos, comparando a performance da empresa nos períodos analisados, resultando na verificação da melhora, piora ou manutenção dos resultados ao longo do tempo. Essa informação cria uma “curva de tendência”, sempre conjugada com o mercado de atuação, ou seja, compara-se os resultados obtidos ao longo do tempo com as perspectivas da empresa e o mercado.

Daí podemos começar a escrever o Parecer. Primeiro apresentando a empresa (razão social, endereço, CNPJ, mercado em que atua, sócios, etc). Segundo, fazendo uma análise do mercado e da atuação da empresa nesse mercado, não deixando de descrever os principais movimentos ocorridos no período de atuação.

Apresentada a empresa, o mercado e as alterações relevantes ocorridas, passamos a descrever a performance da empresa. Escrever-se um texto abordando os seguintes aspectos:

a) A empresa apresentou Lucro? b) Em relação ao(s) ano(s) anterior(es), foi maior, ou seja vem numa crescente? c) Houve alguma alteração relevante na formação do resultado? (Análise vertical do DRE); d) Quais os aspectos relevantes na análise vertical do DRE? e) E no Balanço? f) Alguma alteração relevante verificada na Análise Horizontal do DRE? g) E no Balanço? h) Qual a leitura dos Índices de Rentabilidade? E na comparação com o (s) ano(s) anterior(es)? i) Qual a leitura dos índices de liquidez? E na comparação com o (s) ano(s) anterior(es)? j) Qual a leitura da Estrutura de Capital? E na comparação com o (s) ano(s) anterior(es)?

Por fim, faz-se a conclusão do parecer, respondendo sobre a saúde econômica e financeira da

empresa de forma a convencer o leitor sobre o relatório. Na conclusão, retoma-se os principais aspectos que levaram o analista (ou responsável pela análise) a emitir o parecer. Se positivo, descrevemos a lucratividade, liquidez e os pontos mais positivos apurados, se negativo, transcreve-se os fatores que levaram ao analista a formar a idéia negativa em relação à empresa ou ao mercado de atuação.